Resumo Aula-tema 07: Inovações em sustentabilidade. No atual

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Resumo Aula-tema 07: Inovações em sustentabilidade. No atual
 Resumo
Aula-tema 07: Inovações em sustentabilidade.
No atual cenário de urgência na transição da economia tradicional para a
economia verde, as empresas assumem papel central no cenário econômico, para
redução das desigualdades sociais e uso sustentável dos recursos naturais. Esse
momento de transição requer a revisão de processos produtivos com a finalidade de
reduzir os desperdícios de recursos, bem como as emissões de gases nocivos ao
meio ambiente por meio de inovações tecnológicas. Nesse sentido, a ciência e a
tecnologia devem acompanhar o desenvolvimento sustentável.
Em nível mundial, inovações para a sustentabilidade encontram limitações
para sua difusão. Um exemplo é o hypercar, que integra tecnologias para redução
de consumo de combustível e geração de energia. Nesse caso, o comportamento
dos mercados consumidores, das grandes montadoras e a falta de sólidas parcerias
público-privadas desestimulam a sua produção e comercialização no mercado
mundial. Para os empresários, existe a percepção de que a implementação de
soluções ecologicamente amigáveis aumentariam os custos e, como os resultados
financeiros não são imediatos, eles temem perder vantagem competitiva para
empresas de países em desenvolvimento, que enfrentam menos pressões
governamentais e da sociedade em relação à sustentabilidade.
Há conflito de interesses entre a sociedade, as empresas e as políticas
públicas. Uma alternativa para solução desse conflito é a implantação de leis mais
rigorosas. Um exemplo no Brasil é a Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de
2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Alguns especialistas defendem a regulação para aumentar a possibilidade de
transição para a economia verde; outros defendem a educação dos consumidores e
da sociedade em geral rumo ao consumo consciente, para forçar governos e
empresas na mudança de suas políticas e modelos de negócios, respectivamente.
Acredita-se que a Geração M auxilie na mobilização e interação em favor da
transformação para a sociedade sustentável.
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A sustentabilidade pode ser vista como um modelo de negócios orientado
para a inovação sustentável que repensa e reinventa as dimensões organizacional,
humana e do conhecimento dentro e fora da organização.
Para tornar a vida humana no planeta sustentável, as empresas estão
sofrendo pressões do mercado de capitais e dos consumidores para alinhar suas
práticas aos padrões acordados internacionalmente para a redução das emissões
dos gases de efeito estufa. Por isso, especialistas afirmam que não há saída para as
empresas a não ser pela inovação.
A inovação no modelo de negócios das empresas em direção à
sustentabilidade passa pelo modelo de 5 estágios, desenvolvido por Nidumolu,
Prahalad e Rangaswami, em 2009. Esses estágios são:
•
estágio 1 – encarar conformidade como oportunidade;
•
estágio 2 – tornar a cadeia de valor sustentável;
•
estágio 3 – desenvolver produtos e serviços sustentáveis;
•
estágio 4 – criar novos modelos de negócios; e
•
estágio 5 – investir em nova geração de plataforma de negócios.
No estágio 1, os padrões de conduta voltados à sustentabilidade devem ser
aplicados, segundo a Bovespa, ao conjunto de atividades criadoras de valor, desde
as fontes de matérias-primas, passando por fornecedores, distribuição aos
consumidores finais até a fase de pós-consumo. Um exemplo que agrega valor é o
Pacto contra a Corrupção e pela Integridade, elaborado pelo Instituto Ethos e
lançado em 2006, com o objetivo de combater a corrupção, estabelecendo critérios
essenciais nas relações de mercados socialmente responsáveis. Empresas que
aderem a esse Pacto agregam valor a sua imagem.
No estágio 2, as empresas passam a reduzir o consumo de recursos naturais
não-renováveis (gás, carvão e petróleo) e renováveis (água e madeira). Quando as
organizações geram valor atrelado às iniciativas socioambientais sustentáveis na
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cadeia de valor, percebem as vantagens da eficiência energética e da redução do
desperdício, possibilitando a perenidade dos negócios.
No estágio 3, as empresas percebem o hábito e o consumo do cliente,
direcionando-se para produtos e serviços ambientalmente amigáveis.
No estágio 4, modelos de negócios sustentáveis incluem novos caminhos
para obter rentabilidade com foco no retorno social e ambiental legitimado pelos
stakeholders. Desenvolver novos modelos de negócios exige exploração de
alternativas atuais e também se antecipar às necessidades e interesses dos
stakeholders.
No estágio 5, a sustentabilidade pode levar a empresa à nova geração de
plataformas de negócios. Um exemplo é a interação entre internet e gestão de
energia por intermédio da tecnologia digital para administração da geração de
energia, transmissão e distribuição. Essa prática pode gerar um diferencial para os
consumidores, além de benefícios ao meio ambiente.
Dois elementos são cruciais na geração de novas plataformas de negócios: o
modelo de negócios orientado para a inovação sustentável e a contratação e
desenvolvimento de líderes, em todos os níveis hierárquicos, para disseminar o
conceito e a prática da sustentabilidade.
Retomando a questão do impasse em que se encontra a sustentabilidade,
três elementos são fundamentais para encontrar soluções: inovação, conhecimento
e estruturas organizacionais. As inovações são baseadas em conhecimento, que é
o ponto de partida para qualquer inovação e é a base do capital intelectual. O
conhecimento pode ser gerado e administrado pela organização. Há dois tipos de
conhecimento: conhecimento explícito, que é o conhecimento formal, encontrado
em livros, documentos, manuais, por exemplo; e conhecimento tácito, que é
aquele adquirido ao longo da vida de uma pessoa e por isso é difícil de ser explicado
por palavras, pois depende das habilidades e percepções individuais. Esses dois
conhecimentos devem estar disponíveis para o desenvolvimento da sociedade. Um
exemplo são as redes sociais, ambientes inovadores de compartilhamento de
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informações, conhecimentos, interesses e esforços na busca de objetivos comuns.
As
estruturas
organizacionais
compõem-se
de
objetivos
organizacionais,
processos, comportamento e competências dos profissionais. O maior objetivo está
em influenciar atitudes e comportamentos em direção a uma cultura voltada para a
transformação, para a sustentabilidade. O processo de desenvolvimento de
inovações sustentáveis deve encontrar estrutura organizacional propícia para a
construção do conhecimento coletivo, necessário à sustentabilidade dos negócios e,
consequentemente, do planeta.
Conceitos Fundamentais
Biomassa – materiais de origem orgânica (animal, vegetal e microorganismos) utilizados como combustível, tais como: madeira, produtos e resíduos
agrícolas, excrementos de animais. É energia renovável em curto prazo.
Cadeia de valor sustentável – cadeia de valor é o conjunto de atividades
que agregam valor a um produto ou serviço, considerando desde as etapas iniciais
do projeto até o consumidor final. Cadeia de valor sustentável refere-se à
sustentabilidade de todo o processo do produto ou do serviço.
Conhecimento – matéria-prima para o desenvolvimento; é a interpretação de
uma informação ou conjunto de informações que formam conceitos que interligam e
dão significado lógico aos fatos; associa-se a teorias, ideias e conceitos. O
conhecimento pode ser tácito ou explícito.
Conhecimento explícito – o termo explícito se origina do latim explicitus e
significa formal, explicado. Refere-se ao conhecimento formal, registrado em livros,
documentos, manuais e desenhos, por exemplo.
Conhecimento tácito – o termo tácito vem do latim tacitus, o que quer dizer
“não explicado por palavras”. Refere-se ao conhecimento adquirido ao longo da vida
e está nas pessoas, sendo difícil de ser explicado e externalizado por palavras. Um
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exemplo é quando alguém observa o céu e a direção do vento e diz que vai chover...
e chove. Esse tipo de conhecimento é difícil de ser transmitido, pois é inerente às
experiências, habilidades e percepções individuais.
Geração M – termo criado pela Kaiser Family Foundation, em 2005, para
rotular os jovens da atualidade, que nasceram e foram criados na era da internet. É
uma geração multimeios, pois consegue usar vários meios ao meio tempo, para
obter informações e também para socializar-se. Esses jovens são multiconectados,
multiligados e multi-informados.
GHG Protocol ou Greenhouse Gas Protocol – ferramenta mais utilizada no
mundo pelas empresas e governos para compreender, quantificar e gerenciar
emissões de gases de efeito estufa.
Hypercar – conceito de carro sustentável criado em 1993 pela equipe
liderada pelo cientista Amory Lovins, do Instituto Rocky Mountain, EUA. Construído à
base de fibras de carbono, para reduzir peso, o projeto possui também aerodinâmica
ajustada para reduzir a resistência do ar e aumentar a resistência no rolamento;
além da redução do consumo de combustível, com o uso do motor híbrido. As peças
da transmissão e da suspensão são controladas por softwares integrados e
customizados. Tudo projetado para economizar combustível.
Inovação – ideia colocada em prática. No ambiente de uma empresa, há três
tipos de inovação: de produto, de processo e de modelo de negócio. A inovação de
produto refere-se a modificações nas características do produto, como o carro
movido a gasolina comparado ao movido a bicombustível. A inovação de processo
está relacionada a modificações no processo produtivo ou de serviço, como a
produção em máquinas convencionais substituídas por máquinas informatizadas. A
inovação do modelo de negócio está associada ao modo como um produto ou
serviço é oferecido no mercado; um exemplo é o aluguel de veículos diretamente ao
consumidor, anteriormente oferecido somente para venda.
Modelo de negócios – forma como uma empresa agrega valor aos negócios
para atender aos clientes ou consumidores. Exemplo: comércio pela internet.
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Modelo de 5 estágios do caminho rumo à sustentabilidade – 1) encarar
conformidade como oportunidade; 2) tornar a cadeia de valor sustentável; 3) criar
produtos e serviços sustentáveis; 4) criar novos modelos de negócios; 5) criar
plataformas de “próximas práticas”, isto é, questionar a lógica que domina os
negócios na atualidade.
Política Nacional de Resíduos Sólidos – instituída no Brasil pela Lei
Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, sancionada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, cujo objetivo é regulamentar o destino dos resíduos sólidos, obrigando
municípios e empresas à criação de programas de manejo e proteção ambiental.
Proíbe também o lançamento de resíduos sólidos em praias, rios e lagos, além das
queimadas desses resíduos a céu aberto.
Tecnologia
–
conjuntos
de
equipamentos,
ferramentas,
máquinas,
conhecimentos e técnicas capazes de modificar ou transformar o ambiente natural e
social.
Referência
1) PEREIRA, Adriana Camargo; SILVA, Gibson Zucca da; CARBONARI, Maria Elisa
Ehrhardt. Sustentabilidade na prática: fundamentos, experiências e habilidades.
Valinhos: Anhanguera Publicações, 2011.
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