O Côtel Hamaaravi - Revista Nascente

Transcrição

O Côtel Hamaaravi - Revista Nascente
O Côtel
Hamaaravi
HISTÓRIA VERÍDICA
Uma “Simples”
Questão Matemática
ISRAEL
Debaixo da Terra
Tamuz / Av 5776
1
2
Tamuz / Av 5776
Nº 145
O Côtel
Hamaaravi
HISTÓRIA VERÍDICA
Uma “Simples”
Questão Matemática
ISRAEL
Debaixo da Terra
Capa:
Nesta Edição
O Côtel
Hamaaravi,
pág. 10.
Expediente
A revista Nascente
é um órgão bimestral de divulgação da
Congregação Mekor Haim.
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e-mail: [email protected]
10
Comemorando
“O Côtel
Hamaaravi”.
supervisão: Rabino Isaac Dichi
diretor de redação: Saul Menaged
colaboraram nesta edição:
Ivo e Geni Koschland
e Silvia Boklis
projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente
editora: Maguen Avraham
tiragem: 10.500 exemplares
O conteúdo dos anúncios
e os conceitos emitidos nos artigos
assinados são de inteira responsa­bilidade
de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião da diretoria da
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anunciados não são de responsabilidade da
Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar
sobre a supervisão rabínica.
A Nascente contém termos sagrados.
Por favor, trate-a com respeito.
4
35
38
Variedades I
Israel
“Debaixo da Terra”.
“Esses Carros
Curiosos!...”
20
51
“Uma ‘Simples’
Questão
Matemática”.
Datas e horários
judaicos, parashiyot
e haftarot para os
meses de Shevat e
Adar.
Comportamento
Datas & Dados
Tamuz / Av 5776
45
26
Variedades II
Nossa Gente
“Maravilhoso
Mundo Animal”.
Acontecimentos que
foram destaques na
comunidade.
07
55
Dinheiro em Xeque
De Criança
para Criança
“500 para 1000 ou
1000 para 500?”.
A lei judaica sobre casos
monetários polêmicos
do dia a dia.
“Grupo SACC”.
Chayim Walder
09
24
49
“Pensamentos”.
“O Motivo do
Cumprimento das
Mitsvot”.
“Palavras
Cruzadas e
Ilusão de Ótica”.
Pensando Bem
Visão Judaica
Passatempos
Rabino I. Dichi
Tamuz / Av 5776
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Editorial
“E Hashem
te ajun-
rar um filho nestas condições. A própria Sará
tará
exclamou: “Será que com noventa anos darei
do
meio de todos os povos” (Devarim 30:3).
Esta é a promessa da Torá sobre a futura
Yaacov perdeu tudo o que tinha para Eli-
Redenção. Precisamos aguardar este momen-
faz, o filho de Essav. Trabalhou para o per-
to a cada instante.
verso Lavan durante 22 anos. Lutou com o
Após os 120 anos de vida, esta é a tercei-
anjo de Essav e não obstante saiu ileso! E
ra pergunta que nos é dirigida no Tribunal
ainda teve 12 filhos tsadikim que deram ori-
Celestial: “Você aguardou a Redenção?”. Pois
gem ao povo de Israel.
mesmo que ela demore, devemos esperá-la a
cada dia.
E com a redenção, virá a Ressurreição dos
Yossef foi vendido, encarcerado por 12
anos e, de um dia para o outro, tornou-se
vice-rei do Egito, a superpotência da época.
Mortos, outro conceito básico do judaísmo.
Moshê Rabênu teve de ser escondido no
Por isso, somos proibidos de cremar os corpos
dia em que nasceu, mas foi criado no palácio
dos entes falecidos, devendo enterrá-los com
do Faraó, tornou-se nosso redentor e nos en-
grande respeito. Além disso, conservamos
tregou a Torá.
com grande honraria os locais onde estão en-
No Egito, o povo de Israel foi subjuga-
terrados os grandes sábios do povo, por serem
do, escravizado e humilhado durante tantos
locais apropriados para rezarmos para que
anos... Depois, sem que ninguém pudesse so-
o Todo-Poderoso atenda nossas preces pelo
nhar, foi erguido e libertado. Todas as nações
mérito dos sábios lá enterrados. Sobre isso,
passaram a temê-lo. Quem acreditaria que,
leia a matéria “Debaixo da Terra”.
da noite para o dia, essa multidão sairia do
Nossa fé na Redenção, na Ressurreição
dos Mortos e na ajuda Divina é motivo de grande incentivo para nossa elevação espiritual.
cativeiro?
Na época de Haman, com a sentença de
extermínio selada, podia-se imaginar que
Um dos fatores que mais perturbam a fé é
tudo se inverteria e o próprio Haman seria
a situação de nosso povo na diáspora. Somos
enforcado na forca que construíra para Mor-
humilhados e desdenhados pelos povos. Mui-
dechay?!
tos se perguntam como um povo tão pisoteado
e sofrido se elevará frente a todos.
O mesmo ocorrerá em nossos dias. Somos
constantemente perseguidos e destratados
A verdade é que, ao refletirmos em toda
pela mídia e pelas nações, mas Hashem nos
a nossa História, notamos que sempre a con-
levantará do pó e o mundo todo saberá que
duta de Hashem para conosco é (Tehilim
fomos redimidos. Então, o versículo (Tehilim
113:7): “Mekimi meafar dal meashpot yarim
118:22): “Êven maassu habonim hayetá lerosh
evyon, lehoshivi im nedivim – Levanta do pó
piná – A pedra que os construtores rejeitaram
o necessitado, do monturo ergue o indigente,
tornou-se a pedra fundamental” tornar-se-á
para fazê-lo sentar-se com os nobres...”. Dessa
realidade.
forma, o milagre de nossa existência é mais
notório.
Avraham teve Yitschac com cem anos.
Pelas leis da natureza, seria impossível ge6
à luz?!”
Nós já aprendemos esta lição do passado:
quando as desgraças se proliferam, é sinal
que finalmente virá a luz. E então todos saberão que Hashem é Um e Seu Nome é Um!
Tamuz / Av 5776
D inheiro em Xeque
500 para 1.000 ou
1.000 para 500?
Todas as dúvidas e
divergências monetárias
de nossos dias podem ser
encontradas em nossos livros
sagrados!
Um
grupo de pessoas benevolentes
estabeleceu um fundo para cui-
dar das necessidades das famílias pobres da
sua cidade.
Após alguns meses de grande empenho,
elas conseg u iram arrecadar a q uantia de
U$50.000,00.
Quando se reuniram para tratar da distri-
buição do montante arrecadado aos necessitados, os presentes se dividiram em dois grupos,
cada um com uma sugestão: Um grupo sugeria
distribuir todo o dinheiro entre as 50 famílias mais necessitadas da cidade. Desta forma,
cada família receberia a quantia considerável
de U$1.000,00.
Tamuz / Av 5776
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Dinheiro em Xeque
O outro grupo era da opinião de
mílias são mais pobres que as outras,
distribuir o montante entre todos os
elas mereceriam ser contempladas,
necessitados inscritos no programa
recebendo todo o montante arreca-
de beneficência da comunidade. Des-
dado.
Quando o Rav Hagaon Yitschac
ta forma, 100 famílias receberiam
Zilberstein Shelita tomou conheci-
$500,00 cada.
Qual seria a distribuição mais
mento desta questão, foi perguntar a
justa? Quinhentos dólares para cada
resposta ao Rav Yossef Shalom Elya-
uma das 100 famílias ou mil dólares
shiv zt”l. O Rav Elyashiv lhe respon-
para cada uma das 50 famílias?
deu que uma vez que existiam cem
famílias pobres, e que todas eram
O que fazer?
merecedoras de tsedacá, não havia
SERVIÇO DE VALET EM EVENTOS COMO
BAR MITSVÁ, CASAMENTOS E BERIT MILÁ
• ADMINISTRAÇÃO DE
ESTACIONAMENTOS EM SHOPPINGS
• CONDOMÍNIOS
• EDIFÍCIOS COMERCIAIS E RESIDENCIAIS
O Veredicto
motivos para benef iciar apenas os
Está escrito no Pirkê Avot (3, 15):
mais necessitados. O correto seria
“E tudo é (medido) segundo a gran-
repartir o dinheiro entre todas as
deza dos atos”. Sobre isso, o Rambam
cem famílias pobres, uma vez que os
explica que a grandeza não vem ao
doadores estão obrigados a cuidar
homem devido à magnitude dos atos
das necessidades de todas elas.
realizados, mas sim devido à quantidade dos atos realizados.
DANIEL MENASCHE
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Aparentemente, podemos aplicar
esta lição para o nosso caso, afirmando que é preferível escolher a primeira opção: dividir uma quantia menor
entre um maior número de pessoas.
No entanto, poderíamos considerar que o Rambam se refere apenas
a situações em que todos os pobres
encontram-se no “mesmo nível de
necessidade”. Assim, numa situação
como a nossa, em que cinquenta fa-
Do semanário “Guefilte-mail”
([email protected]).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav
Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados
no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são
facilmente mal-entendidos. Qualquer
detalhe omitido ou acrescentado pode
alterar a sentença para o outro extremo.
Estas respostas não devem ser utilizadas na
prática sem o parecer de um rabino com
grande experiência no assunto.
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uma maravilha! Ao sair da imigração,
esperam você com seu nome e a
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Tamuz / Av 5776
Pensando Bem
Pensamentos
Ler sem refletir é como comer sem digerir.
Se falhar em se preparar, estará
se preparando para falhar.
Educação é o que resta depois que
se esquece tudo o que se estudou.
Honestidade é não fazer aquilo que
não faríamos se fôssemos pegos.
Antes as dores do crescimento que o conforto do vazio.
(Rabino Shaul Rosenblatt)
Parabeniza a Congregação
pela divulgação dos valores
judaicos!
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Comemorando
O Côte
Hamaara
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Comemorando
l
vi
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Há milhares de anos os
judeus fazem suas orações
voltados para Israel, para
Jerusalém. Para o nosso
povo, não há outra cidade
sagrada, não há outro lugar
que encerra a esperança de
um futuro verdadeiramente
promissor.
Há muito para ser dito sobre
os mistérios guardados em
cada metro quadrado daquele
solo abençoado e sagrado,
sobre cada pedra levantada
nas construções daquela terra
que emana leite e mel.
Existe, no entanto, um ponto
de partida para compreender
o glorioso passado da cidade
e do povo e, ao mesmo tempo,
o futuro prenunciado; é o
coração da cidade. Assim, ao
perguntar a qualquer judeu
qual é o local mais sagrado
para o judaísmo, ele não
hesitará em responder: “O
Muro das Lamentações!”
ou, como é chamado em
hebraico: O Côtel Hamaaravi.
Porém, por que estes enormes
blocos rochosos guardam
em si tamanha grandeza
espiritual?
11
Quando
se encontrava no auge de
sagrada tarefa. Assim sendo, D’us prometeu a David
seu governo, algo preocu-
que seu filho, Salomão, construiria o Templo Sagra-
pava o Rei David. Certo dia, entendendo o significado da sua inquietude, ele mandou chamar o profeta
Quando Salomão se tornou Rei de Israel, cons-
Natan e lhe disse: “Enquanto eu moro em um palá-
truiu o Templo seguindo com exatidão as recomen-
cio, a arca de D’us se encontra debaixo de tendas?!”
dações Divinas. Ergueu uma obra prodigiosa, repleta
David Hamêlech expressava naquelas palavras
de ouro, riquezas e, acima de tudo, um lugar digno
a sua vontade de construir uma casa para D’us. Um
para acolher a arca sagrada e a Presença Divina.
Templo digno de se guardar a arca sagrada e, mais
Quando Salomão finalmente terminou a cons-
do que isso, um lugar na Terra onde a Presença Di-
trução do Templo, D’us disse a ele (Melachim I 9:3):
vina pudesse se fazer presente de forma mais con-
“... Santifiquei esta casa que construíste para colo-
centrada.
car o Meu nome lá para sempre, e estarão lá Meus
D’us, no entanto, não permitiu que David exe-
12
do.
olhos e Meu coração todos os dias.”
cutasse tal proeza. Apesar de sua grandeza como
A construção do Templo marcou, sem dúvida,
rei, ele tinha suas mãos “manchadas de sangue”
uma época de ouro para todo o povo de Israel. O
por causa das diversas guerras que havia travado
povo seguia os mandamentos Divinos e a terra esta-
durante o seu reinado. Isto o tornava inapto àquela
va plena de fartura e riquezas.
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A maquete do Templo de Jerusalém no hotel Holyland, em Jerusalém
No entanto, muito rapidamente
o povo foi abandonando a Torá e as
se fazia presente da mesma forma que
Terra de Israel e particularmente em
o fazia no primeiro.
Jerusalém.
mitsvot, deixando de merecer tantas
Quando o Império Romano e
Estas obras são um testemunho
riquezas. Como resultado deste com-
suas tropas avançaram em direção
histórico da mudança na personali-
portamento, o Bêt Hamicdash, assim
a Israel e conquistaram o país, Is-
dade explosiva de um rei que acabou
como havia sido prenunciado pelos
rael foi anexado ao grande império
se arrependendo das suas perversi-
profetas de Israel, acabou por ser des-
e passou a ser governado por um ho-
dades. Para tentar reparar o mal que
truído e o povo, exilado.
mem indicado pelo próprio impera-
tanto havia feito para com o povo de
dor romano. Um desses governado-
Israel, resolveu executar uma gran-
res foi Herodes.
de reforma no templo construído por
Setenta anos depois da destruição do Templo e do exílio babilônico
o povo pôde voltar a Jerusalém e, sob
Herodes foi inicialmente um rei
Ezrá e Nechemyá. Este templo ficou
a liderança dos profetas Ezrá e Ne-
perverso, que odiava e perseguia os
conhecido como uma das construções
chemyá, construíram o Segundo Tem-
sábios de Israel e que desferiu diversos
mais lindas de toda a Antiguidade.
plo.
golpes implacáveis sobre o povo.
Este Segundo Templo era bem me-
Porém, Herodes ficou famoso tam-
nos portentoso que o Templo de Salo-
bém por realizar magníficas obras,
mão. A Presença Divina também não
encontradas em diversas regiões da
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Porém, novamente o povo abandonou o caminho de D’us e mais uma
vez o Bêt Hamicdash foi destruído.
Em mais um capítulo de sangue e
13
Comemorando
Parte da Cidade Velha com a Torre de David à esquerda
desgraça para o povo judeu, os roma-
significa que mesmo sendo apenas
um pilar onde Ela se encontra, o Côtel
nos, liderados por Tito, invadiram Je-
uma montanha, (o local do templo)
Hamaaravi.
rusalém e destruíram o Templo Sagra-
ainda está em sua santidade.”
Quando os romanos invadiram
do no ano 70 da era comum. Os judeus
“Disse Rav Acha: ‘A Shechiná
Jerusalém, destruíram em sua fúria
se viram obrigados a abandonar a sua
(Presença Divina) nunca se mexeu do
quase todas as muralhas que cerca-
terra e partir para um amargo exílio,
Côtel Hamaaravi, conforme está men-
vam a cidade. Profanaram, pilharam
que dura até os dias de hoje.
cionado (Shir Hashirim 2:9): ‘Hinê zê
e destruíram o Templo Sagrado. Quei-
omed achar cotlênu – Eis que se en-
maram objetos sagrados e sacrifica-
contra atrás do nosso muro.’’”
ram pessoas inocentes. Porém, não
Nossos sábios, no entanto, nos
ensinam no midrash que a promessa
Divina feita ao Rei Salomão continua
O midrash vai mais longe ainda
conseguiram destruir tudo. Uma mu-
de pé (Yalcut Shimoni Melachim I,
na explicação deste último versículo
ralha resistiu à fúria do grande impé-
9):
(Shir Hashirim Rabá, p. 2 sidrá tani-
rio: o Côtel Hamaaravi. O Côtel é o que
“Disse Rabi Eliêzer ben Padat:
na): “O versículo ‘Hinê zê omed achar
de mais sagrado nos restou do Segun-
‘Destruído (o Micdash) ou não destruí-
cotlênu – Eis que se encontra atrás do
do Templo.
do, não se mexeu (D’us) do Seu lugar,
nosso muro’ se refere ao local atrás do
Durante as centenas de anos des-
como está mencionado (Melachim I,
Côtel Hamaaravi do Bêt Hamicdash,
ta amarga diáspora, judeus dispersos
9:3): ‘...E estarão lá Meus olhos e Meu
pois D’us jurou que ele nunca será
por todo o mundo convergem seus
coração todos os dias’’. E ele continua
destruido”. Segundo este midrash,
pensamentos em direção a Jerusa-
dizendo (Tehilim 3:5): ‘Com minha voz
não somente a Presença Divina nunca
lém, em direção ao muro sagrado.
eu clamo ao Senhor e Ele me responde
abandonou ou abandonará o local do
Todo judeu que visita Israel vai ao
de Sua montanha sagrada, sela’, isto
Bêt Hamicdash, mas existe também
Côtel. Neste lugar santo, choram pelo
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Tamuz / Av 5776
Comemorando
O Côtel Hamaaravi, ao contrário
do que muitos pensam, não fazia parte das muralhas que cercavam o Templo. Ele era uma das muralhas que
rodeavam o monte onde estava construído o Templo, conhecido por “Har
Habáyit”, ou “Monte do Templo”.
A cidade velha de Jerusalém estava construída basicamente sobre
dois montes: O Monte Moriyá, também chamado de Monte do Templo,
e o Monte Tsiyon. No Monte Moriyá
estava construído o Templo Sagrado.
Ao sul do Templo ficava a “Cidade de
David”. No Monte Tsiyon, a oeste do
Monte do Templo, estava a cidade velha, propriamente dita, e é onde se encontra até hoje o “Rova Hayehudi”, o
bairro judaico da cidade velha.
Ligando as duas partes da cidade havia uma ponte, que adentrava o
Monte do Templo. Esta ponte não era
usada pelo povo em geral, mas sim
pelos cohanim para f ins especiais.
O povo usava outras entradas pela
muralha. Até hoje existe a rua da
ponte, chamada de “Rechov Hasharshêret” – a Rua da Corrente. Esta rua
termina num dos portões que levam
ao Monte do Templo, chamado de
“Sháar Hasharshêret” – o Portão da
Corrente. O Côtel Hamaaravi em sua
plenitude era uma grande muralha
que se erguia de norte a sul do Monte do Templo. Essa muralha possuía
488 metros de comprimento, sendo
A muralha ocidental é a mais sagrada de todas
que a parte hoje conhecida, onde rezamos, tem apenas cerca de 90 me-
Templo destruído e suplicam pela sua
mais distante de seu povo e de sua cren-
tros. Foram realizadas escavações no
reconstrução. Regam com lágrimas
ça sente que aquele lugar faz parte de si.
local do Côtel e descobriu-se intacto
suas pedras, orando para que o Todo
O que poucas pessoas sabem é
o resto da muralha, em toda a sua
-Poderoso os livre de suas aflições e
que o Côtel é na verdade muito maior
atenda a seus pedidos.
extensão.
do que parece. O muro, que está es-
Além do Côtel, existem ainda ou-
Devido a este choro, o Côtel é hoje
tampado em pinturas, desenhos, fotos
tros pedaços das muralhas que cer-
chamado também de “Muro das La-
e cartões postais espalhados por todo
cavam o Monte do Templo que conti-
mentações”. Não há alguém que, ao se
o mundo, é apenas uma pequena par-
nuam de pé. Surge então a pergunta:
aproximar do Côtel, não sinta em sua
te da verdadeira muralha do tempo de
Por que o Côtel é a única destas mu-
alma algo especial. Até mesmo o judeu
Herodes.
ralhas considerada sagrada a ponto
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Comemorando
A muralha possui 488 metros, sendo que apenas cerca de 90 metros formam a parte conhecida, onde rezamos
de ser o ponto de referência espiritual
Mulheres”. Depois disso, passaría-
próxima ao local do Côdesh Haco-
de todo o povo durante quase dois mil
mos pelo “Ezrat Yisrael”, local onde
dashim.
anos?
somente os homens podiam entrar.
Até a Terra de Israel ser conquis-
Para responder a esta pergunta é
Mais ainda a oeste havia o “Ezrat
tada pelo Império Otomano, o Côtel
preciso analisar um pouco a disposi-
Cohanim”, local de acesso permitido
continuava intacto, com seus 488 me-
ção dos locais e da santidade no Bêt
apenas aos sacerdotes. Quanto mais
tros. Porém, quando os árabes chega-
Hamicdash. Vejamos:
se avançava para oeste, maior era o
ram à cidade de Jerusalém, começa-
Hoje, não podemos estar no lu-
grau de santidade do local. Entrava-
ram a construir suas casas no próprio
gar onde estava construído o Templo
se então no Ulam – salão – e no Cô-
Monte do Templo. O Côtel, no entanto,
Sagrado; por isso, não devemos su-
desh. Finalmente, havia o local mais
tornava o acesso ao local muito difícil.
bir uma rampa localizada à direita
sagrado do templo, o Côdesh Haco-
Ao invés de tentar destruir a grande
do Côtel, que dá acesso ao Monte do
dashim, local onde somente o sumo
muralha, os árabes optaram por uma
Templo. Mas se pudéssemos suposta-
sacerdote podia entrar uma vez por
solução mais simples, aterrando o
mente visitar agora o Bêt Hamicdash,
ano, no dia de Yom Kipur.
local e se utilizando muitas vezes da
sua própria parede como uma das pa-
entraríamos por um grande portão, e
Desta forma, a muralha ocidental
caminharíamos sempre do leste para
é a mais sagrada de todas, pelo fato
o oeste.
de a santidade estar mais concentra-
Quanto mais casas foram sendo
Primeiro daríamos num grande
da no ocidente. Além disso, a mura-
construídas, mais o Côtel desapa-
pátio: o “Ezrat Nashim” – “Recinto das
lha ocidental é a que se encontra mais
recia, até que apenas uma pequena
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redes de suas casas.
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Comemorando
Uma particularidade do Côtel é que
até mesmo as pedras que não são visíveis, por estarem abaixo da superfície, foram lixadas e têm esse mesmo
ornamento. Até mesmo a rocha do
monte, quando está acima da superfície da terra, também foi lixada e desenhada para que se parecesse com o
desenho das pedras.
O Côtel possui cerca de 5 metros
de espessura. Herodes utilizou em
sua construção enormes pedras. Essas pedras não eram cimentadas entre si de forma alguma, mas apenas
apoiadas umas sobre as outras. O
próprio tamanho e peso das pedras se
encarregavam de dar a sustentação
necessária à muralha. Herodes usou
ainda outra técnica para obter mais
firmeza no Côtel: cada nova fileira de
pedras colocada tinha a espessura ligeiramente menor do que a fileira de
baixo. Sendo assim, se observássemos o perfil do muro, este se pareceria com uma pirâmide, apesar de que
isso seria quase imperceptível.
O nível do solo hoje corta praticamente o muro pela metade
Para se ter uma idéia da sua grandiosidade, a maior pedra encontrada
na muralha tem 14 metros de compri-
parte dele restou descoberta, a parte
Para fazer isso, escavou até encon-
mento por 3 de altura e 3 de largura.
onde rezamos até hoje.
trar a rocha e lá começou a constru-
Estima-se que esta pedra pese entre
O Côtel não era apenas comprido,
ção do muro. O intuito de Herodes era
500 e 570 toneladas. Com este tama-
ele também tinha uma exuberante al-
dar mais vigor à muralha, impedindo
nho e peso, é difícil imaginar como
tura, cerca de 50 metros. O nível onde
assim que se escavasse por debaixo
estas pedras foram levadas para o lo-
nos postamos hoje corta praticamente
dela para destruí-la ou que se tentas-
cal da construção e como foram colo-
o muro pela metade. Além da altura
se passar por debaixo dela através de
cadas em suas posições.
que vemos para cima, existe quase a
um túnel.
Especula-se que as pedras te-
mesma dimensão para baixo da terra.
Conforme o monte segue em dire-
nham sido erguidas através de diver-
Isto não significa que a muralha
ção ao norte, a base da muralha que
sas técnicas de construção já conheci-
tinha 50 metros de altura na época
se encontra embaixo da terra vai di-
das na época. Talvez até com o uso de
do Bêt Hamicdash. Mesmo naquela
minuindo. Chega um ponto em que a
engenhocas mecânicas com sistemas
época, a parte descoberta do Côtel era
própria rocha do monte atinge o nível
de roldanas e alavancas. Outra hipó-
quase a mesma que vemos hoje, com
do piso e até começa a fazer parte da
tese é que simplesmente as pedras
apenas alguns poucos metros a mais.
muralha acima da superfície.
tenham sido empurradas até o seu lu-
Quando Herodes construiu a mura-
As pedras do Côtel possuem um
gar na muralha, ou seja: fazia-se um
lha, ele achou por bem construí-la
ornamento peculiar: um retângulo no
grande monte de areia no lugar onde
de tal modo que começasse na rocha
centro em alto relevo e uma espécie
a pedra seria colocada e um grupo
do monte e não na superfície do solo.
de moldura externa em baixo relevo.
de trabalhadores empurrava a pedra
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Comemorando
monte acima. Conforme a muralha ia
sendo construída, aumentava-se ou se
deslocava o monte para outro lugar.
Um midrash nos relata um episódio que demonstra a importância
atribuída à construção dessas muralhas:
“Quando Rabi Chanina ben Dossa
viu que estavam todos se esforçando
na reconstrução de Jerusalém, também resolveu participar desta mitsvá.
Cortou, esculpiu e lixou uma grande
pedra.
“Depois que sua obra ficou pronta,
o rabi tentou contratar cinco operários para levá-la até Jerusalém, mas
eles exigiram um pagamento adiantado de cinco moedas de prata. Rabi
Chanina não possuía o dinheiro consigo. Sugeriu então aos homens que
pagaria o dinheiro quando chegassem a Jerusalém, mas estes não aceitaram.
“Rabi Chanina procurou outras
pessoas que pudessem fazer o serviço
e achou cinco operários que concordaram em receber o dinheiro depois
de concluída a jornada. Os empregados, no entanto, estipularam uma
condição: o rabi deveria ir com eles
empurrando a pedra mesmo que apenas de leve. Rabi Chanina concordou,
o serviço foi feito e, chegando em Jerusalém, ele conseguiu o dinheiro para
Muitos jovens celebram seu bar mitsvá junto ao Côtel
Mauricio Dayan
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Comemorando
homens para efetuar o pagamento do
truída no lugar do Templo, tem 25 me-
te laço que une os judeus de todas as
serviço, não os achou em lugar algum.
tros de altura, exatamente a metade.
gerações entre si e a seu lugar mais
Perguntou por eles por toda parte,
No caminho ao longo do Côtel
mas ninguém os conhecia. Até que,
atinge-se ainda o local mais próximo
Deixam-se nessas pedras ora-
por fim, Rabi Chanina percebeu que
do Côdesh Hacodashim permitido a
ções, que ficam também no coração.
quem o havia ajudado não eram ho-
nós judeus chegar. Isto porque a reali-
Preces para que, assim como se cum-
mens, mas sim anjos celestiais.”
dade dos nossos dias torna impossível
priu a promessa Divina de que o Cô-
santo.
Esta passagem nos insinua a im-
o processo de purificação necessário
tel Hamaaravi nunca seria destruído,
portância, a espiritualidade e a bele-
para que se possa entrar no Monte do
também se cumpra em breve a pro-
za dos acontecimentos relacionados
Templo.
messa da reconstrução de Jerusalém
com a construção de Jerusalém. Mais
É impossível não sentir, no con-
ainda, podemos entender o que nos
tato com essas pedras santas, o for-
e do Terceiro Templo com a redenção
espiritual do povo judeu.
toca cada vez que nos aproximamos
do Muro. Junto ao Côtel podemos sentir a dedicação e o esforço de nossos
ancestrais para conquistar, construir,
habitar e defender a Terra Prometida.
É como se cada um de nós tivesse colocado uma daquelas pedras. Além
Conheça as características comuns
a todos os carrinhos
disso, surge um sentimento de ânimo
e confiança na chegada de uma nova
época de paz.
Hoje, graças às escavações rea-
ALUMÍNIO DE ALTA
PERFORMANCE
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lizadas, é possível visitar o Côtel em
toda a sua extensão. Um guia especia-
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lizado leva grupos de pessoas pelas
escavações, exibe e explica tudo sobre
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o Côtel.
O tour, chamado de “Min’harot
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Hacôtel”, conta ainda com uma fantástica maquete eletrônica do Côtel e
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CAPA DE CHUVA
do Segundo Templo. Nesta maquete,
é possível ver exatamente como era o
Côtel na época do Templo e como ele
é agora.
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Quem entra no estreito corredor
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que passa pelos quase 400 metros escondidos do Côtel pode, com um pouco de imaginação, ver a si mesmo ou
a seus antepassados andando neste
mesmo lugar há dois mil anos. Pode
imaginar o próprio Bêt Hamicdash,
sua grandiosidade e imponência. O
Templo de Herodes tinha a imponente
altura de 50 metros, o que equivale a
um edifício de 18 andares. Para se ter
uma idéia de sua grandeza, a Mesquita de Omar, que infelizmente foi consTamuz / Av 5776
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19
Comportamento
Uma “Simples”
Questão Matemática!
Essa impressionante história, relatada pelo Rabino
Aharon Margalit, certamente vem trazendo mais paz
entre os relacionamentos pessoais e, principalmente,
entre pais e filhos.
20
Tamuz / Av 5776
Comportamento
Eu já
tinha terminado a
Eu pude ver a cópia do testamen-
sem a ser ouvidos. Ele deixou claro
palestra e respon-
to, já que o homem me mostrou o
que não estava interessado no di-
dido a todas as perguntas. Meu car-
papel na íntegra quando estávamos
nheiro do pai, mas que gostaria de
ro estava estacionado bem próximo
debaixo daquela árvore. Estava es-
ter algum esclarecimento sobre as
e, enquanto eu me encaminhava
crito à mão, em uma folha branca,
motivações que o levaram a deixar o
até ele, fui abordado por um casal
sem pautas, de maneira muito limpa
seu primogênito de fora da partilha.
que me aguardava debaixo de uma
e concisa. Mesmo sem ser um grafó-
“Por quê? Por que ele fez isso co-
árvore. A senhora se mostrou satis-
logo, pude perceber que tudo ali ha-
migo?”, ele me perguntava indigna-
feita com a palestra e fez questão
via sido escrito de maneira pensada
do. “Já tentei de inúmeras maneiras
de expressar seus sentimentos de
e após grande reflexão, sem qualquer
interpretar a vontade de meu pai, e
forma bastante simpática. Mas seu
tipo de afobação.
inclusive já perdi dez quilos em ape-
marido parecia estar passando por
Seg u ndo o pai, todos os seus
nas dois meses. Não consigo comer
um grande sofrimento. E, de fato,
bens, entre propriedades e capital lí-
porque estou o tempo todo tentando
eles estavam enfrentando uma si-
quido, que somavam o montante de
imaginar uma forma de julgar meu
tuação no mínimo “desconfortável”,
11 milhões de shekalim, deveriam
pai para o bem. Não consigo lembrar
que se transformou em uma belíssi-
ser divididos de maneira igual en-
de nada que eu tenha feito de errado
ma história, tal e qual eu lhes rela-
tre sete dos seus filhos. Sim, apenas
ao meu pai desde os 6 ou 7 anos de
tarei agora.
sete! O mais velho, aquele que me
idade. Nunca o deixei bravo e nem
O marido tinha lá seus 65 anos,
contou a história, havia sido deixado
houve nenhum desentendimento en-
era ortodoxo e estudioso da Torá. Ele
de fora do testamento de seu próprio
tre nós!”,
era o mais velho de um total de oito
pai.
Com a chegada do trigésimo dia
irmãos, cujo pai, um homem justo e
“Todos ficamos chocados”, disse-
após o falecimento do pai, o homem
dono de várias posses, havia faleci-
me ele. “Não apenas eu, mas todos os
não se mostrou disposto a ir ao ce-
do há dois meses. O pai falecido era
meus irmãos e irmãs não consegui-
mitério e estar na presença dos de-
uma pessoa bastante organizada e
mos entender o porquê daquilo. Uma
mais familiares. Sentia-se envergo-
metódica, e deixara um testamento
irmã minha, inclusive, sugeriu que
nhado e sem coragem de encará-los,
com o rabino da sinagoga que fre-
ignorássemos o testamento e dividís-
mas acabou convencido por dois ir-
quentava.
semos a herança de maneira igual, o
mãos a ir até o cemitério junto com
que recusei de pronto. Se aquela era
a família. Contudo, quando todos já
a vontade de papai, ela deveria ser
haviam se dispersado, ele permane-
cumprida à risca.”, completou.
ceu sozinho próximo ao túmulo do
O envelope estava lacrado e, ao
entregá-lo ao rabino, o pai dissera:
– Rabino, este envelope contém
pai e passou a implorar:
oito cópias do meu testamento, to-
Nosso protagonista não aceitou a
das assinadas por mim de meu pró-
ideia de contrariar a vontade de seu
“Por quê? Por favor, me explique
prio punho. Quando chegar a minha
pai, mas também não conseguia en-
por quê! Eu imploro, não consigo en-
hora, após muitos e bons anos, se
tendê-lo. Será que ele havia feito algo
tender por mais que tente! Já estou
D’us quiser, gostaria que o senhor
de errado? Mas ele sabia era o filho
desgostoso da vida e sem vontade de
desse uma cópia para cada um dos
mais próximo de seu pai, aquele que
fazer qualquer coisa. Não quero o
meus oito filhos.
lhe dava maior satisfação! Por que,
dinheiro, mas sim a sua explicação.
então, o pai teria feito aquilo?
Tenha piedade de mim!”.
Passado o sétimo dia da morte
do pai, o homem da nossa história e
O homem prosseguiu com a his-
Eu, o homem e a sua esposa já
seus sete irmãos foram ao cemitério,
tória e abriu seu coração, relatando
havíamos saído debaixo da árvore e
recitaram Tehilim conforme o cos-
o quanto aquele acontecimento o ha-
estávamos agora iluminados por um
tume e voltaram juntos para a casa
via feito cair em tristeza. E pior, a
poste de luz. Já passava das 11 horas
do pai. Lá, receberam as cópias do
família estava começando a comen-
da noite. Fazia frio e nós nos entreo-
testamento e o rabino começou a ler
tar a situação e até mesmo pessoas
lhávamos perturbados, uma vez que
junto com eles.
de fora já haviam tomado conheci-
a situação não era das mais simples.
mento disso tudo. Era inevitável que
Lembro-me de ter confortado o
rumores de desconfiança começas-
homem e mostrado toda a minha
Ao escutar os desejos do pai, o
homem empalideceu.
Tamuz / Av 5776
21
Comportamento
empatia, deixando claro que eu o
entendia e percebia a gravidade da
situação. A fim de ajudá-lo, eu finalmente disse:
Dei sequência após uma pequena
pausa:
– Continuando, então... O que
você faz hoje?
– Quando seu pai escreveu o testamento?
– Há três anos atrás. Ele havia
feito um outro testamento, mas in-
– Eu sou um estudioso da Torá.
validou-o e escreveu um novo, que
isso e sei que você já pensou sob
– Você sempre foi um estudioso?
é este que eu tenho em mãos. Nin-
diversos prismas em seu problema
– Desde o dia que meu pai me
guém chegou a tomar conhecimento
nas últimas semanas. Você me diz
levou à escola, eu nunca deixei de
que seu pai era um homem sábio,
estudar a Torá. E ele apreciava
Naquele momento, notei clara-
certo? E mesmo pelo seu capricho
muito isso. Eu fui o único filho que
mente que D’us tem o controle de
ao escrever o testamento, podemos
escolheu o bêt hamidrash em perío-
tudo! Eu estava tentando selar a paz
perceber que ele era também bas-
do integral para estudar. Meu pai
entre um judeu de bem e seu faleci-
tante organizado. Se ele deixou este
sempre sentiu grande orgulho de
do pai. E eis que, miraculosamente,
testamento assinado de próprio pu-
mim. Quando tive meu quarto filho,
todas aquelas perguntas que foram
nho e com duas testemunhas assi-
pensei em arranjar um emprego, já
colocadas em minha mente levaram-
nadas, então ele certamente sabia
que as crianças cresceriam e se-
me a entender o que havia aconte-
o que fazia. Pode ser que a real
ria necessário casá-las. Conversei
cido.
motivação não esteja clara e facil-
sobre isso com meu pai e ele me
– Olhe, eu sinto muito por tudo
do outro testamento.
Era o momento maravilhoso de
sorrir e concluir:
mente identificável, mas certamente
disse para não deixar o estudo da
ela existe. Seria inconcebível que
Torá de jeito nenhum, que ele me
– Você tem 12 filhos. Se multi-
seu pai tomasse tal decisão sem
ajudaria com as despesas, e que
plicarmos os 50 mil dólares por 12,
um motivo. Posso tentar ajudá-lo a
quando chegasse a hora de casá
encontramos o montante de 600 mil
identificá-la?
-los, ele me ajudaria.
dólares? Além disso, seu pai sempre
– Com muito prazer – ele respondeu enrugando a testa.
– Diga-me... Seu pai estava em sã
consciência?
– Sim. Até uma hora antes da
sua morte, sua mente funcionava
perfeitamente.
– Ele era um homem justo?
– Muito.
– E quantos filhos você teve ao
todo?
Se convertermos esses valores segun-
– Tive 12 filhos. Hoje, todos estão
do uma taxa média de câmbio, isso
casados, graças a D’us. O último ca-
significa que você recebeu algo que
sou-se há três anos e meio.
equivaleria hoje a aproximadamente
– E quando chegou a época de
seus filhos casarem, seu pai os ajudou como havia prometido?
– Certamente! Meu pai apenas
– Honesto?
pediu que eu lhes arranjasse bons
– Def i n it ivamente si m. Mu ito
cônjuges. A cada casamento ele me
mesmo.
o ajudou com as despesas, correto?
deu 50 mil dólares, além de mais 10
3 milhões de shekalim, correto?
O homem arregalou os olhos e
começou a balançar a cabeça, consentindo boquiaberto com o que acabara de ouvir.
Continuei com o raciocínio, que
já era óbvio naquele momento:
– Será que você poderia tê-lo ma-
mil para cada neto que tive. Essa
– Seus sete irmãos dividirão a
goado de alguma maneira, mesmo
ajuda me foi de grande valia, já que
herança de 11 milhões de shekalim,
que em um passado distante? Talvez
eu fui o único filho que se dedicou
não é isso? Então, segundo as mi-
agora ele esteja querendo ensinar-lhe
i ntei ramente ao est udo da Torá.
nhas contas, você recebeu cerca de
algo sobre isso?
Meus outros irmãos têm seus pró-
duas vezes mais que os demais fi-
– Rav Aharon, o senhor faz ideia
prios negócios e desfrutam de uma
lhos.
de quantas centenas de horas eu já
situação financeira mais confortável
pensei imaginando se eu f iz algo
que a minha.
O homem ficou petrificado por
um momento e começou a fazer as
que tivesse magoado meu pai? Ex-
– Mesmo quando o dólar era ven-
contas, com o olhar fixo no chão, até
ceto por algumas situações banais
dido por 4,92 shekalim, seu pai man-
que chegou à mesma conclusão que
quando tinha 6 ou 7 anos, nunca o
teve oferecendo 50 mil dólares para
eu. Mas ele continuava preocupado:
desapontei. Sempre fui o filho mais
cada casamento dos seus filhos?
próximo dele.
22
– Sim. Mesmo assim.
– Rabino Aharon, mesmo tendo
a resposta para a herança, por que
Tamuz / Av 5776
Comportamento
meu pai não deixou tudo isso claro
Esclarecida toda a questão, o
em seu testamento? Por que ele iria
homem virou-se para sua esposa e
querer humilhar-me e fazer com que
disse:
todos pensassem que ele havia me
deserdado?
– Vamos oferecer um lindo jantar festivo, convidar todos os meus
Agora os pensamento já estavam
irmãos, irmãs e cunhados e contar
mais claros em minha mente, e eu
a eles que o meu pai estava certo!
respondi serenamente:
Sempre esteve! Certamente seria um
– Ele tinha certeza de que você
grande mérito para ele! Rabino Aha-
entenderia isso! Ele inclusive ajudou
ron, é claro que gostaríamos da sua
-o a casar seus filhos com o mon-
presença também!
tante que lhe é de direito segundo
a Torá, exatamente o dobro do que
seria dado aos demais filhos, já que
você é o primogênito.
– Mas então por que ele não es-
Ele estava eletrizado. Eu o acalmei e disse:
– Você não recebeu herança nenhuma e pretende gastar dinheiro
em festas?...
creveu isso claramente? Teria sido
Todos rimos juntos.
muito mais fácil de justificar...
Passada toda a excitação, aquele
– Talvez ele não quisesse que
homem voltou a alimentar-se nor-
os seus irmãos sentissem inveja por
malmente e eu, por outro lado, deixei
você ter recebido mais. Ou ele pode
de comer. Ainda não me restabeleci,
não ter levado em conta o fato de
tamanha a grandiosidade dessa his-
que você se sentiria ofendido e que
tória. Um judeu implorou a seu pai
esqueceria que ele já o havia ajuda-
que lhe desse uma explicação, e eu
do em vida mais do que aos outros
fui o enviado para ajudar?!...
irmãos. Talvez tudo isso tenha pare-
Tentei ref letir e entender por
cido óbvio para ele, e ele sentiu que
que eu fui o escolhido para ser este
não precisava passar para o papel o
bom mensageiro. Por que D’us en-
que estava tão claro.
viou-me para esta sagrada missão.
O homem tremeu.
Talvez porque, em outras oportuni-
– A fal ha não foi do seu pai,
dades, eu fiz grandes esforços para
mas sua. Você deveria ter entendido
tentar selar a paz e nem sempre
imediatamente o que estava escrito
consegui enxergar claramente os
nas entrelinhas, mas não foi capaz.
resultados... D’us me deu, em uma
Certamente não o culpo. Você esta-
bandeja de prata, a oportunidade
va passando por um momento muito
de reatar pai e filho, com um gran-
difícil e não estava pronto para lidar
dioso final feliz!
com esse tipo de raciocínio. Mas ago-
Mas a conclusão mais importan-
ra, passado o tempo e elucidadas as
te desta história é que há sempre
suas dúvidas, você não deve culpar
um motivo em tudo que acontece
seu pai por isso.
no mundo. Nós devemos perseverar
O homem sentiu que lhe devolviam a vida:
Deseja muito sucesso,
paz e alegrias
a todos os amigos
da Kehilat
Mekor Haim
e procurar julgar os demais para o
bem, até encontrarmos seu mérito.
– Eu me deixei levar... Mas agora
E mesmo se, após avaliarmos por
percebo que meu pai me deu muito
diversas vezes, nós ainda não pu-
mais que aos outros. Ele não estava
dermos encontrar a nossa resposta,
zangado comigo! Ele nunca quis me
certamente é porque ainda não ana-
punir, muito pelo contrário!...
lisamos da forma correta.
Tamuz / Av 5776
A Família Sterenfeld
23
Visão Judaica
O Motivo do
Cumprimento
das Mitsvot
As mitsvot devem ser cumpridas unicamente pelo fato
de terem sido transmitidas por D’us, para que se faça Sua vontade.
Aprendemos este importante conceito da mitsvá do ano sabático.
Rabino I. Dichi
Parashat
24
Behar inicia com
de terem sido ordenadas na Torá por intermédio
o passuc (Vayicrá
de Moshê. Caso eles as cumprirem somente por
25:1): “Vaydaber Hashem el Moshê Behar Si-
acreditarem que seja algo lógico e compreensível,
nay lemor – E falou o Eterno a Moshê no Monte
não estarão incluídos entre os “chassidê umot
Sinai, dizendo”. Em seguida, relata sobre o ano
haolam” – os justos dos outros povos (Rambam,
da shemitá – o ano sabático.
Hilchot Melachim 8:11).
O comentarista clássico da Torá, Rashi, ao
Não seria a mesma coisa cumprirmos as
perceber que em princípio as palavras “no Monte
mitsvot se elas não tivessem sido transmitidas
Sinai” são supérfluas – uma vez que todas as
por D’us no Monte Sinai através de Moshê. É
mitsvot nos foram dadas no Monte Sinai – cita o
isso que nos garante a continuidade do seu cum-
comentário do Midrash Torat Cohanim. Segundo
primento nas gerações futuras. Prova disso é
o Torat Cohanim, essa passagem nos ensina que
que não houve continuidade nas famílias dos
a lei do ano sabático e todos os seus detalhes e
inúmeros discípulos da famosa yeshivá de Shem
minúcias foram transmitidos no Monte Sinai.
e Êver – antes da outorga da Torá no Har Sinay.
Ensina também que, da mesma forma, todos
Não é correto cumprirmos as mitsvot por
os detalhes de todas as outras leis nos foram
acharmos que elas sejam lógicas ou por serem
transmitidos no Monte Sinai.
saudáveis; mas sim pelo fato de terem sido
transmitidas por D’us. A consequência deste
Também as sete mitsvot que foram dadas
procedimento errado é o fato de que quando
aos Benê Noach (termo atribuído pela Torá aos
nem todos entenderem o motivo e a razão das
outros povos), as quais lhes garantem o “Olam
mitsvot, elas passarão a não ser mais cumpridas.
Habá”, devem ser cumpridas por eles pelo fato
Quando cumprimos as mitsvot unicamente
Tamuz / Av 5776
Visão Judaica
por terem sido transmitidas por D’us,
teiro e abandoná-la a quem queira usu-
para que se faça Sua vontade, temos a
fruir de seus frutos. Conforme consta
garantia de sua continuação nas ge-
na Torá (Vayicrá 25:21), justamente no
rações futuras. Este fato nossos olhos
sexto ano (e não no primeiro) é que a
assistem há mais de 3.000 anos da
terra produzirá sua melhor colheita:
Outorga da Torá. O judaísmo vivo e
“Vetsivíti et birchati lachem bashaná
crescente vem sendo transmitido de
hashishit veassat et hatevuá lishlosh
pais para filhos em todas as gerações,
hashanim” – E mandarei a vocês Minha
até mesmo em comunidades que fo-
bênção no sexto ano, quando produzirá
ram obrigadas a abandonar seus países
o suficiente para três anos (para o sexto,
de origem no decorrer das diásporas.
o sétimo e o oitavo, pois só colherão em
Reorganizaram-se e reergueram-se em
nissan deste ano, conforme Rashi)”.
outros lugares, sempre dentro do espí-
Fica evidente então, que isto só é pos-
rito da Torá e graças a sua fé absoluta
sível porque o Criador assim ordenou
no Todo-Poderoso.
e nossa fé Nele nos faz acreditar que
Esta idéia, que devemos cumprir as
enviará sua bênção.
mitsvot pelo fato de terem sido transmi-
Portanto, da mitsvá de shemitá,
tidas por D’us no Monte Sinai indepen-
aprendemos a lição para todas as ou-
dentemente de seu sentido lógico, nos é
tras mitsvot: que o principal motivo por
transmitida pela mitsvá de shemitá. Em
cumprirmos as mitsvot não é a lógica
princípio, depois de seis anos de cultivo
e a razão do ser humano, mas sim o
e plantação, não há lógica para deixar
fato de terem sido ordenadas pelo To-
a terra descansar durante um ano in-
do-Poderoso.
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25
Nossa Gente
Nascimentos
• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: R. Yechiel Sasson, Alan Guindi, Alberto Azrak, Alex Dayan, Berale Schildkraut, Bruno Kuperman,
Efraim Laniado, Ezra Harari, Helio Mann, Isaac Israel, Jeki Cohen, Moti Glazer e Ovaya Talgam.
• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: R. Refael Hakouk, Avraham Dlin, Jaques Chayo e Morris Hakim.
No Berit Milá do filho de Tony Shayo
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Nossa Gente
No Berit Milá do filho de Alberto Azrak
27
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Nossa Gente
No Berit Milá do filho de Efraim Laniado
Veja 24 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
No Berit Milá do filho de Toby Djmal em Israel
Shlomo Goldfarb
Veja 17 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
28
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Bar Mitsvá
Nossa Gente
• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Alberto Mansur, Avraham Hamoui, David Tawil, Elazar Teiltelbaum, Johnny Hamoui, Meir Yechezkel
Goldfarb, Moshe Yaakov Azulay, Oscar Teiman, Ramon Kattan, Raymond Diwan e Roni Teig.
No bar mitsvá de Ramon Kattan
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No bar mitsvá de Emanuel Yossef Baranes em Israel
No bar mitsvá de Meir Yehezkel Goldfarb em Israel
Shlomo Goldfarb
Shlomo Goldfarb
Veja 12 fotos no Nossa Gente do Portal
Veja 4 fotos no Nossa Gente do Portal
No bar mitsvá de Johnny Hamoui
Veja 16 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
30
Tamuz / Av 5776
Nossa Gente
No bar mitsvá de Gabriel Yair Dlin
Veja 20 fotos e 3 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
No bar mitsvá de David Tawil
Veja 31 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Tamuz / Av 5776
31
Nossa Gente
Lag Baômer na Congregação
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Siyum Sêder Nashim do grupo que estuda o Daf Hayomi na Congregação
32
Tamuz / Av 5776
No Pidyon Haben do filho de Abir Magid
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Hachnassat Sêfer Torá oferecida por Saul Bleivas e família
Veja 18 fotos e 1 vídeo no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Casamentos
• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Tawil e Laniado (Ovadia Meir e Sara), Khafif e Picciotto (Menahem Mike e Debora), Sisro e Eskinazi
(Yair e Esty), Tawil e Zylberberg (Maurício e Emily).
• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Dayan e Horn (Ramon e Tania), Szajnbok e Benzadon (David e Michal), Diwan e Matalon (Elio
e Juliana), Rosenberg e Weinman (Nechemia e Ester), Kalmus e Holzer (Yonathan e Shira), Douer e Khalili (Maurice e Daniela), Antwarg e
Goldfeld (Guilherme e Rachel Amalia), Klinovski e El Kobbi (Eduardo e Alessandra), Marcovich e Zajac (Yoshua e Yentel), Shrem e Wahnon
(Rafael Baruch e Esther).
No noivado de Maurício Tawil e Emily Zylberberg
Variedades
Carros Curiosos
Para alguns, o carro serve apenas como um meio de transporte.
Para outros, os automóveis são mais, muito mais, do que isso.
Confira abaixo alguns veículos bastante curiosos e suas histórias.
Carro de gelo
O carro ao lado foi criado
para uma campanha publicitária de uma empresa canadense especializada em baterias
automotivas. Para provar que
seu produto suporta até mesmo
as mais baixas temperaturas,
decidiram criar um carro cuja
carroceria fosse toda feita a partir de blocos de gelo. A melhor
parte? O carro foi capaz de andar mais de 4km sem derreter,
graças a um poderoso sistema
de refrigeração.
Será que o banco é confortável?
Omni-direcional
O carro ao lado é apenas um protótipo
conceitual, mas já dá indícios de como será o
futuro para os carros de rally.
As rodas têm formato curioso, desenvolvido especificamente para se deslocarem em
qualquer direção, independente do lado apontado pelo nariz do carro. Além disso, o veículo
não tem janelas, reduzindo em mais alguns
quilinhos o peso do carro. Câmeras equipadas
por toda a lataria dão uma visão de 360° para
o motorista.
No mínimo, criativo!
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35
Variedades
Econômico
Todo feito em alumínio e fibra de carbono, o Stella
Lux é um protótipo holandês que se apresenta como
uma opção econômica e praticamente autossustentável de carro familiar. No lugar dos combustíveis
tradicionais, o Stella usa apenas energia solar e baterias elétricas, reduzindo a emissão de gases poluentes na atmosfera. Além disso, seu sistema de bordo
inteligente dá opções de percursos com melhores
condições climáticas, a fim de otimizar o seu uso de
energia solar.
O piloto sumiu
A ideia de um carro trafegando
normalmente pelas ruas sem ter um
motorista parece saída dos filmes
e livros de ficção, mas pode estar
mais próxima da realidade do que
você imagina. O carro da foto ao lado
está em fase de testes em algumas
cidades norte-americanas e a sua
proposta é deixar os seus tripulantes
livres para fazerem o que quiserem
enquanto são transportados em segurança, confiando em uma avançada tecnologia de GPS.
Dois em um
Que tal um carro acoplável
que pode se dividir a qualquer
momento em duas motocicletas?
O projeto é de autoria de Chipp
Walters, projetista que trabalhou
para a NASA entre as décadas de
1980 e 90. Segundo Chipp, esse
pode ser o futuro dos carros, além
de resolver algumas questões de
mobilidade urbana.
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Tamuz / Av 5776
Variedades
Com a casa nas costas
O carro ao lado foi flagrado nas ruas de El
Rosal, cidade localizada a uma hora de Bogotá,
Colômbia.
Transportar casas sobre rodas ou até mesmo
trailers é algo bastante comum, principalmente
na América do Norte. Contudo, fundi-la com o
próprio carro já é algo um pouco menos comum
de se ver.
O carro dobrável
Em sua forma tradicional, o Hiriko mede 2,5m de
comprimento. Contudo, um pequeno realinhamento em sua estrutura permite que ele “encolha” para
1,5m, ocupando menos da metade do espaço de um
carro tradicional em uma vaga de estacionamento.
Sua bateria elétrica tem autonomia para pouco
mais de 100km, sendo indicado apenas para pequenos e médios trajetos, já que sua velocidade máxima
gira em torno de 50km/h.
Brincadeira de criança
Steve Sammartino e Raul Oaida realizaram a proeza de montar um carro funcional usando cerca de
500.000 peças de LEGO. Todo o processo foi custeado por entusiastas que viram o projeto da dupla na Internet e decidiram colaborar.
O carro foi montado na Romênia e posteriormente transportado para a Austrália. Devido à mudança
de temperatura, algumas partes do veículo acabaram danificadas e tiveram que ser reparadas às pressas.
Seu filho gostaria de dar uma voltinha?
Tamuz / Av 5776
37
Israel
Debaixo da Terra
38
Pode parecer estranho, mas alguns dos
Avinu. O patriarca pagou 400 moedas de prata
pontos de maior interesse em Israel são os
para adquirir este lugar para o descanso de
cemitérios. Grande parte da história do nosso
sua esposa Sará e o seu próprio repouso. Lá
povo está guardada nesses lugares.
também estão enterrados Adam Harishon e
Existe um costume judaico de visitar os
Chavá (Adão e Eva), os patriarcas Yitschac e
cemitérios onde estão enterrados os grandes
Yaacov, as matriarcas Rivcá e Léa e... a cabeça
tsadikim e lá fazer preces. Assim, existem re-
de Essav.
zas especiais para serem proferidas nesses
Quando os filhos de Yaacov foram enter-
locais e há até excursões aos túmulos dos
rá-lo em Mearat Hamachpelá, Essav estava
grande sábios.
lá, esperando por eles, e impediu-os de en-
Um dos lugares mais importantes e san-
terrar Yaacov. Essav alegou que a caverna
tos de Israel é a Mearat Hamachpelá. Esta
lhe pertencia. Yaacov, porém, tinha guarda-
caverna foi comprada de Efron por Avraham
do o contrato de compra do local, provando
Tamuz / Av 5776
Israel
O Har Hazetim e seus milhares
de sepulturas, onde estão
enterrados vários dos grandes
homens do nosso povo.
Na parte de baixo encontra-se o
túmulo de Zecharyá Hanavi.
Zecharyá foi um grande sábio,
profeta e cohen. Ele alertou o
povo para que fizesse teshuvá
ou o Bêt Hamicdash seria
destruído. O povo não o ouviu
e ele foi assassinado no próprio
Bêt Hamicdash. Seu sangue,
derramado no pátio do Templo,
ficou fervendo até a destruição
do Templo.
O kêver da matriarca Rachel em Bêt Lêchem
Tamuz / Av 5776
39
Israel
O kêver de Rabi
Yonatan ben Uziel,
nas proximidades
de Tsfat, o maior
dos discípulos
de Hilel Hazaken.
Se um pássaro
passasse sobre sua
cabeça enquanto
estava estudando, o
pássaro se queimava,
pois os anjos,
malachê hasharet,
amontoavam-se à
sua volta para ouvir
seu estudo. Há um
costume de que
os solteiros rezam
neste local para que
encontrem em breve
seu cônjuge ideal.
que ele era o verdadeiro dono. Sen-
O túmulo da matriarca Rachel, es-
que saíam cativos. A única súplica
do assim, os filhos de Yaacov man-
posa de Yaacov Avinu, hoje é um dos
aceita foi a de Rachel, pelo mérito de
daram que Naftali, um dos irmãos,
mais visitados em Israel. Sabemos
ter ajudado sua irmã Leá a casar-se
rapidamente voltasse ao Eg ito e
que Rachel foi enterrada em Bêt Lê-
com Yaacov no seu lugar e não a ter
buscasse a escritura. Um dos f i-
chem, no caminho de Chevron, e não
envergonhado.
lhos de Yaacov, Dan, tinha um filho
na Mearat Hamachpelá em Chevron
A famosa e comovente passagem
surdo, chamado Chushin. Quando
junto a Yaacov. Assim foi, justamente
“Col beramá nishmá”, do Tanach (Yir-
Chushin percebeu que Essav esta-
para que, na época da destruição do
meyáhu 31:14-15), relata a resposta de
va impedindo que enterrassem Ya-
primeiro Bêt Hamicdash, quando o
D’us ao choro de Rachel:
acov, achou um grande desrespeito
povo saísse de Êrets Yisrael e pas-
“Assim disse o Eterno: ‘Uma voz
para com o falecido. Ele desem­
sasse por esse local, Rachel pudesse
ressoou em Ramá, uma voz chorosa
bainhou sua espada e arrancou a
pedir pelos Filhos de Israel perante o
com soluços amargos. É Rachel que
cabeça de Essav, que foi cair dentro
Todo-Poderoso. Nesta oportunidade,
chora por seus filhos; não quer se dei-
da caverna; e lá está ela, junto com
todos os patriarcas e matriarcas su-
xar consolar por seus filhos perdidos.’
os patriarcas, até hoje.
plicaram ao Criador pelos yehudim,
Porém, disse o Eterno: ‘Que tua voz
40
Tamuz / Av 5776
Israel
pare de gemer e teus olhos de chorar,
pois há uma compensação por teus
esforços’, disse o Eterno; ‘e eles voltarão do país inimigo, de modo que
há esperança para ti por vir’, disse o
Senhor; ‘e voltarão os filhos para suas
fronteiras.’”
Há muitas histórias relacionadas
com tsadikim e seus túmulos, assim
como histórias de pessoas que tiveram seus pedidos aceitos ao rezar ao
lado das sepulturas dos sábios. Existem também pedidos especiais nos
túmulos de determinados tsadikim.
Há quem diga, por exemplo, que rezar
O kêver de Rabi
Pinchas ben Yair,
em Tsefat.
A Guemará conta
que certa vez,
Rabi Pinchas
ben Yair estava
ocupado com uma
mitsvá urgente,
quando chegou
nas margens de
um rio. Como não
havia tempo para
contorná-lo, o rio
se abriu e Rabi
Pinchas passou por
seu leito seco.
no kêver de Rabi Yonatan ben Uziel,
que foi um dos grandes sábios da época da mishná, ajuda a lograr um bom
matrimônio.
O túmulo do grande sábio Rabi
Meir Báal Hanês, frequentado regu­
larmente por centenas de pessoas, em
Tverya, também é um lugar especial
para ter-se as preces aceitas.
Em Tvéria estão também os kevarim de Rabi Yochanan Ben Zacay
e seus alunos: Rabi Eliêzer ben Hurkenos, Rabi Elazar Ben Arach, Rabi
Yehoshua Ben Chananyá, Rabi Yossi
Hacohen e Rabi Shimon Ben Netanel,
todos grandes sábios da mishná, além
dos túmulos do Shelá Hacadosh e do
Rambam.
No cemitério de Har Hazetim,
em Yerushaláyim, estão enterrados
grandes personagens, desde profetas
até sábios de gerações passadas. Lá
estão Avshalom, filho do Rei David, o
Profeta Zecharyá, Rabi Yossef Chayim
Sonnenfeld, um dos grandes tsadikim
da geração passada, e muitos outros
“gigantes”. Nossos sábios dizem que
depois da vinda do Mashíach, quando for a época da ressurreição dos
mortos, os primeiros a ressuscitarem
serão aqueles que estão enterrados no
Har Hazetim.
O cemitério de Tsefat está diTamuz / Av 5776
O túmulo de Rabi Meir Báal Hanês, em Tverya.
Rabi Meir foi aluno do Rabi Akiva e um dos principais sábios da época da Mishná. Sobre ele, a
Guemará diz o seguinte:“Setam Mishná, Rabi Meir hi, aliba Derabi Akiva”, ou acompanhada de um
nome é automaticamente atribuída a Rabi Meir, conforme os ensinamentos de Rabi Akiva.
Rabi Meir era tão sábio ao ponto de a Guemará dizer que não havia ninguém em sua geração
que conseguisse acompanhá-lo e entendê-lo completamente. Seu verdadeiro nome era
Rabi Nehoray, porém o chamavam de “Meir” – o que ilumina – pois ele iluminava a visão dos sábios
com sua sabedoria.
41
Israel
O túmulo do Ari zal, em Tsefat. O Ari zal, Rabi Yitschac Luria, foi um dos
maiores sábios da Cabalá. Conta-se que no berit milá do grande tsadic,
o próprio Eliyáhu Hanavi foi o sandac (a pessoa que segura a criança).
O Ari zal faleceu muito jovem, com apenas trinta e oito anos.
vidido em duas partes: a velha e a
um dos dois espiões que não fala-
Yochay e seus alunos, que todos os
nova. Na ala velha do cemitério es-
ram mal da terra e não pecaram, foi
anos visitavam o túmulo de seu mes-
tão enterrados o Ari zal, o Rav Yos-
para Chevron. Calev foi rezar junto
tre. O costume persiste até os nossos
sef Caro, autor do “Shulchan Aruch”
à Mearat Hamachpelá, onde estão
dias, quando milhares de pessoas vão
– código de leis judaicas – o Profeta
enterrados os patriarcas, para que
ao túmulo do tsadic.
Hoshêa, Rabi Pinchas ben Yair, o
D’us o livrasse das más influências
Báal Hayssurim – Rav Leibl Miche-
dos outros espiões.
Existe uma grande diferença entre Benê Yisrael e os outros povos,
vron – o Rav Moshê Cordovero, Cha-
Entre todos, o costume mais fa-
quando rezam junto aos túmulos. Nós
ná e os sete filhos e muitos outros
moso é o de visitar o túmulo de Rabi
esperamos que a ajuda pedida venha
grandes tsadikim.
Shim’on Bar Yochay, em Meron, no
de D’us. Dirigimos nossas preces a
O costume de visitar e rezar ao
dia de Lag Baômer. Este é o dia do
Ele, para que nos ajude graças ao
lado de túmulos de tsadikim vem de
aniversário da morte de Rabi Shim’on
mérito destes tsadikim, ou pedimos
muitos anos. A Guemará conta que
Bar Yochay e os visitantes costumam
para que os próprios sábios peçam a
quando os espiões mandados por
rezar e ler o “Zôhar Hacadosh” junto
D’us por nós, mas nunca acreditando
Moshê para examinar a Terra de Is-
ao túmulo. Este costume tem origem
que o próprio tsadic será a fonte das
rael chegaram lá, Calev ben Yefunê,
no próprio hábito de Rabi Shim’on Bar
bençãos.
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Israel
O túmulo do Rambam - Maimônides - em Tverya.
O Rambam, Rabi Moshê ben Maimon, foi um dos maiores sábios da época dos rishonim.
Foi o primeiro sábio a escrever um compilado de leis judaicas, o famoso “Yad Hachazacá”. Sua sabedoria
abrangia, além da sagrada Torá, um vasto conhecimento das ciências humanas e exatas, que fizeram
dele um grande médico, matemático e filósofo. É também o autor do “Guia dos Perplexos”, um dos livros
básicos do pensamento judaico.
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43
Israel
Antes de morrer, Rabi Shim’on bar Yochay pediu para que todos os anos, em Lag Baômer, viessem pessoas rezar e festejar em seu kêver em Meron. Ele queria que
se comemorasse o dia do seu falecimento com alegria e não com tristeza. Na foto, vista parcial da multidão presente em Lag Baômer em 28 de abril de 2013.
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Variedades II
A intervenção direta de um Autor do Universo
pode ser constatada na imensidão das galáxias,
na perfeição do corpo humano, na maravilhosa
diversidade da botânica e na observação do
extraordinário e impressionante
MUNDO
IMPROVISO
ANIMAL
Tamuz / Av 5776
O “mercado imobiliário”
dos caranguejoseremitas anda bastante
movimentado. Na falta
das tradicionais conchas,
os bichanos estão
improvisando moradia
em garrafas vazias,
copos, pedaços de metal
e até brinquedos de
criança.
Se você estiver na
praia e vir uma garrafa
se mexendo sozinha,
pode ser apenas um
caranguejo “moderno”.
45
Parece, mas não é! O
nosso coelhinho é, na
verdade, uma lesma do
mar.
A Jorunna parva é uma
espécie bastante rara,
que pode ser encontrada
apenas em águas
japonesas, na Tanzânia
ou nas Filipinas.
O que se parece com a
orelhinha do coelho é um
conjunto de sensores que
ajudam a lesma a captar
a presença de outros
animais, sentir odores
e até mesmo buscar por
alimentos.
BAIA-SEILFIE
UM COELHO?
Variedades II
46
O fotógrafo Regan
Mizuguchi tentou
tirar uma selfie na
costa do Havaí,
mas foi eclipsado
pela presença de
um simpático e
fotogênico baiacu.
Assustado, o peixão
tratou de inflar o
seu corpo para se
proteger, mas logo
percebeu que o seu
colega de foto não
representava uma
ameaça e tudo correu
bem.
Tamuz / Av 5776
gigantes
AS RAIAS
O que se vê na foto
são milhares de raias
migrando para se
alimentar durante o verão.
Apesar da aparência
amigável, as raias são
peixes perigosos, já
que algumas espécies
possuem um ferrão
venenoso na ponta da
cauda.
Cautelosas, elas
costumam fugir de
humanos, mas quando
se vêem acuadas podem
assumir uma postura
agressiva.
Tamuz / Av 5776
O tubarão-baleia é o
maior peixe conhecido
pelo homem, chegando
a atingir até 20 metros
de comprimento. Apesar
disso, pouco se sabe
sobre seus hábitos e
onde passam as etapas
de sua vida. Pensando
nisso, os pesquisadores
Simon Pierce e Chris
Rohner desenvolveram
uma tecnologia que
usa laser para fazer
marcações temporárias
na lateral dos bichos, a
fim de conhecê-los mais a
fundo e acompanhar seu
crescimento.
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Tamuz / Av 5776
Tamuz
5776
Datas & Dados
7 de Julho de 2016 a
4 de Agosto de 2016
ROSH CHÔDESH
Quarta e quinta-feira, dias 6 e 7 de julho.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.
Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.
Acrescenta-se Mussaf.
BIRCAT HALEVANÁ
PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi):
Segunda-feira, 11 de julho, a partir das 19h28m
(horário para São Paulo).
Final: Manhã de terça-feira, 19 de julho,
até as 06h47m (em São Paulo).
JEJUM - 17 DE TAMUZ
Domingo, dia 24 de julho.
Sra. Rina Hamoui
deseja paz, saúde
e muitas alegrias
para toda a
comunidade
Jacob Freilich
e Família
desejam paz
e prosperidade
para toda
a kehilá!
Início: 05h32m. Término: 18h10m (em São Paulo).
Nesta data ocorreram, em épocas diferentes,
cinco trágicos acontecimentos:
•Moshê quebrou as Pedras da Lei ao ver o
bezerro de ouro que o Povo de Israel havia feito.
•Foi suspensa a oferenda diária
(Corban Tamid, de manhã e à tarde) no Primeiro Templo.
•Foram rompidas as muralhas de Jerusalém
na época do Segundo Templo.
•Apóstomos, o Malvado (um oficial romano), queimou a Torá.
•Um ídolo foi colocado no Templo.
Albert Choueke
e família
Parabenizam a
Congregação Mekor Haim
pelo belíssimo trabalho de
divulgação da nossa
sagrada Torá
Tamuz / Av 5776
51
Datas & Dados
Av
5776
5 de Agosto de 2016 a
3 de Setembro de 2016
ROSH CHÔDESH
Sexta-feira, 5 de agosto.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.
Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.
Acrescenta-se a oração de Mussaf.
JEJUM - TISH’Á BEAV
Domingo, dia 14 de agosto.
Reserve
o seu espaço na edição de
Rosh Hashaná
Início: sábado, às 17h49m. Término: domingo, às 18h19m.
Nove de Av é o aniversário de 5 trágicos
acontecimentos da história judaica:
• D’us decretou que os homens com mais de
20 e menos de 60 anos de idade não entrariam na
Terra Prometida. Isso foi consequência de terem pecado no
episódio dos espiões enviados à Terra de Israel no final do
primeiro ano no deserto, após o Êxodo do Egito. Em vez de
entrarem na Terra de Israel depois de um ano no deserto,
levariam 40 anos. Nestes quarenta anos no deserto, todos os
homens com mais de 20 e menos de 60 anos na oportunidade
do pecado morreriam. As mortes ocorreriam somente em um
dia a cada ano – no dia 9 de av.
• Foram destruídos os dois Templos Sagrados.
O Primeiro Templo foi destruído pelos babilônios e o Segundo,
pelos romanos.
• No ano de 134 da Era Comum, quando o Império Romano
estava sob o domínio de Adriano, a grande cidade
de Betar sucumbiu, último reduto de Bar Cochvá, e morreram
dezenas de milhares de pessoas.
Esta tragédia foi considerada igual à destruição do Templo.
• Tornus Rufus, o Malvado, passou o arado no local e ao
redor do Templo, cumprindo assim a profecia (Yirmeyáhu 26:18
e Michá 3:12): “Tsiyon será lavrada como um campo”.
TU BEAV
Sexta-feira, 19 de agosto.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
BIRCAT HALEVANÁ
PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Informações: (11)3822-1416
[email protected]
52
Início (em São Paulo, conforme costume sefaradi):
Noite de quarta-feira, dia 10 de agosto, a partir da 18h18m.
Final: Madrugada de quinta-feira, 18 de agosto, até as 2h34m
(em São Paulo).
Tamuz / Av 5776
Datas & Dados
HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE
SHABAT E YOM TOV EM SÃO PAULO
22 de julho
29 de julho
05 de agosto
12 de agosto
19 de agosto
26 de agosto
- 17h20m
- 17h23m
- 17h26m
- 17h28m
- 17h31m
- 17h34m
02 de setembro
09 de setembro
16 de setembro
23 de setembro
30 de setembro
Próximas Comemorações Judaicas
-
-
-
-
-
17h36m
17h38m
17h40m
17h43m
17h45m
PARASHAT HASHAVUA
23 de julho
-
30 de julho
-
06 de agosto -
13 de agosto -
20 de agosto -
27 de agosto -
03 de setembro -
10 de setembro -
17 de setembro -
24 de setembro -
31 de setembro -
Parashat: Balac
Haftará: Vehayá Sheerit Yaacov
Parashat: Pinechás
Haftará: Divrê Yirmeyáhu
Parashat: Matot / Mass’ê
Haftará: Shim’u Devar Hashem
Parashat: Devarim
Haftará: Chazon Yesha’yáhu
Parashat: Vaetchanan
Haftará: Nachamu Nachamu Ami
Parashat: Êkev
Haftará: Vatômer Tisyon
Parashat: Reê
Haftará: Aniyá Soará Lô Nuchama (sefaradim)
Parashat: Shofetim
Haftará: Anochi Anochi Hu Menachemchem
Parashat: Ki Tetsê
Haftará: Roni Acará
Parashat: Ki Tavô
Haftará: Cúmi Ôri
Parashat: Nitsavim
Haftará: Sôs Assis
HORÁRIO DAS TEFILOT
Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê).
Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil). e 08h45m (ashkenazim).
Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m.
Minchá - De domingo a quinta - 15min. antes do pôr do sol.
Arvit - De domingo a quinta - 10 min. após o pôr-do-sol, 19h00m e 20h00m (exceto domingo).
MINCHÁ DE ÊREV SHABAT
22 de julho- 17h20m
29 de julho - 17h23m
05 de agosto - 17h26m
12 de agosto - 17h28m
19 de agosto - 17h31m
26 de agosto - 17h34m
02 de setembro - 17h36m
09 de setembro - 17h38m
16 de setembro - 17h40m
23 de setembro - 17h43m
Tamuz / Av 5776
MINCHÁ DE SHABAT
23 de julho
- 16h55m
30 de julho
- 16h55m
06 de agosto - 17h00m
13 de agosto - 17h00m
20 de agosto - 17h05m
27 de agosto - 17h05m
03 de setembro - 17h10m
10 de setembro - 17h10m
17 de setembro - 17h15m
24 de setembro - 17h15m
53
Datas & Dados
Tabela de Horários TAMUZ / AV 5776
ACRESCENTAR UMA HORA DURANTE O HORÁRIO DE VERÃO
Set.
Agosto
Julho
Alot
São Dia HasháPaulo char
7 5:38
54
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
1
2
3
5:38
5:38
5:38
5:37
5:37
5:37
5:37
5:37
5:37
5:37
5:37
5:36
5:36
5:36
5:36
5:35
5:35
5:35
5:34
5:34
5:34
5:33
5:33
5:33
5:32
5:32
5:31
5:31
5:30
5:30
5:29
5:29
5:28
5:27
5:27
5:26
5:25
5:25
5:24
5:23
5:23
5:22
5:21
5:20
5:20
5:19
5:18
5:17
5:16
5:15
5:15
5:14
5:13
5:12
5:11
5:10
5:09
5:08
Nets
Sof Zeman Keriat Shemá
Zeman Hachamá
Tefilin (nasc. Sol) de alot de alot a do nets
a tset tset (72m) à shekiá
5:59 6:49 8:43 8:54 9:30
5:59 6:49 8:43 8:55 9:30
5:59 6:49 8:43 8:55 9:30
5:59 6:49 8:43 8:55 9:30
5:59 6:49 8:42 8:54 9:30
5:59 6:49 8:42 8:54 9:30
5:59 6:49 8:43 8:54 9:30
5:59 6:49 8:43 8:54 9:30
5:58 6:48 8:43 8:55 9:30
5:58 6:48 8:43 8:55 9:30
5:58 6:48 8:43 8:55 9:30
5:58 6:48 8:43 8:55 9:30
5:57 6:47 8:42 8:54 9:29
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Sof Zeman Amidá
Minchá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá
de alot do nets Chatsot Guedolá de alot do nets do nets de alot (pôra tset à shekiá
a tset à shekiá à shekiá a tset do-sol)
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De Criança Para Criança
“Grupo SACC”
Chayim Walder
Meu nome é Yishay.
Eu moro em Yerushaláyim.
Sou um menino irrequieto, com muita energia. Gosto de brincar, correr e até fazer
peraltices.
Eu também leio muitos livros, principalmente livros de aventura, como “As crianças
de Shay” – pois ele lembra meu nome e porque seus heróis são bem parecidos comigo.
Um dia resolvi que eu também faria um grupo de crianças para investigar algumas coisas.
Ajuntei meus amigos, Yossi, Shelomô e Uzi, e criamos um grupo chamado SACC
– Sociedade de Amparo às Crianças Coitadas. Decidimos proteger e ajudar crianças
coitadas.
O professor nos contou que existem pessoas que levam crianças judias para
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torná-las cristãs contra sua vontade. Essas pessoas são chamadas de “missionários”.
Decidimos perseguir os missionários para proteger as crianças.
Primeiro preparei chapéus especiais, nos quais estava escrito: “SACC”. Ninguém
da classe entendeu o que significava, e nós, obviamente, não revelamos para ninguém.
Shelomô trouxe rádios transmissores para podermos seguir os missionários. Yossi
trouxe uma máquina fotográfica, para fotografá-los e enviar as fotografias para a
polícia.
Ao lado da nossa escola tem uma casa quase abandonada. Às vezes sai uma velhinha misteriosa da casa e logo volta para ela. Começamos a desconfiar que era uma
casa de missionários e entramos em ação.
Ficamos vigiando a casa e, para nossa surpresa, depois de duas horas vimos um
automóvel parar ao lado da casa. Dois homens saíram do carro e entraram na casa.
– Shelomô! – transmiti pelo rádio. – Vou entrar pelas escadas e segui-los.
– O que deu em você? – ele respondeu. – É perigoso!
Mas eu decidi entrar de qualquer jeito.
Entrei na casa e ia subir as escadas, quando ouvi uma voz: “Onde está você?”
Imediatamente me escondi num canto. Escutei outra voz: “Estou aqui, vamos carregar o
baú.” Em seguida ouvi o ruído de alguma coisa sendo arrastada. Então um dos homens
disse para a velhinha: “A carga chegará ao seu lugar. Não se preocupe. Ninguém ficará
sabendo de nada.”
Foi aí que entendi tudo – dentro do baú havia uma criança judia e eles queriam
raptá-la sem que a polícia ficasse sabendo. Deixei o rádio transmissor ligado para que
meus amigos ouvissem tudo, e para que eles não conseguissem transmitir nada para
mim, ou eu seria descoberto.
Os homens saíram arrastando o baú. Eles o colocaram dentro do carro e foram
embora. Yossi conseguiu fotografá-los. Telefonamos imediatamente para a polícia e
contamos todo o caso, mas eles acharam graça e disseram: “Vão brincar, meninos!”
Percebi que teríamos de agir sozinhos. Eu disse para o Yossi e para o Shlomi: “Vou
subir até a janela do primeiro andar para ver se há mais alguma criança raptada.”
Uzi me perguntou: – Você não está com medo?
– Não! – respondi, embora eu quase tremesse de tanto medo.
Os meninos me levantaram sobre os seus ombros, agarrei-me na calha e comecei
a escalar a casa. Rapidamente cheguei à janela do primeiro andar. A janela estava fechada, mas não trancada. Comecei a empurrá-la para dentro silenciosamente. Quando
a janela se abriu, foi horrível. Um homem branco, completamente branco, apareceu
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na minha frente. Seus olhos olhavam diretamente para dentro dos meus. Um grito
de susto saiu da minha garganta e, de tanto medo, vacilei para trás e caí do primeiro
andar para o chão.
Quando acordei, estava dentro de um quarto escuro. Na minha frente estava
parada... sim, a velha senhora. Berrei de susto: “Mamãe, socorro!” Mas a velha me
acalmou: “Não se preocupe, garoto, eu vou ajudá-lo.” Então eu gritei para ela: “Não
quero sua ajuda! Você vai me raptar assim como raptou o menino do baú!”
A mulher reagiu com uma sonora gargalhada. Nem conseguia falar direito. “O
quê? Menino raptado?” ela dizia gargalhando.
Depois de alguns momentos, ela falou: “Venha comigo.” Ela me levou para um
quarto que estava repleto de roupas e de brinquedos infantis. “Você está vendo? Estas
roupas são destinadas a crianças carentes, cujos pais não têm dinheiro suficiente. Eu
ajunto as roupas e, frequentemente, envio-lhes alguns baús.”
A mulher me mostrou cartas de agradecimento de algumas organizações de
caridade, mas eu ainda não estava convencido. “Então quem era o homem branco que
eu vi?” perguntei. A senhora silenciou por alguns momentos e seus olhos brilharam. “Já
sei de quem você está falando.” Ela me levou para outro quarto, no qual eu entrei com
muito receio. Quando vi o que me causou tanto medo, também comecei a rir. Sobre
a parede, exatamente em frente à janela, estava pendurada uma foto enorme de um
velho senhor. “Este é meu marido, de abençoada memória”, disse a velha senhora baixinho. “Em sua memória eu realizo mitsvot e toda essa ajuda para crianças carentes.”
De repente ouvi uma voz pelo aparelho transmissor: “Yishay, Yishay! O que aconteceu? Você precisa de ajuda?” Começamos a rir e eu respondi: “O grupo SACC está
convidado a subir!”
Meus amigos subiram hesitantes e nós contamos toda a história para eles. Dali
em diante, o grupo SACC está muito atarefado. Toda semana passamos pelas casas
das crianças da escola e ajuntamos roupas para crianças carentes. Depois nós levamos
as roupas para aquela velha e boa senhora. Ela as entrega para boas pessoas que as
distribuem pelas casas dos pobres, sem que ninguém saiba quem as presenteou.
No final das contas, estamos fazendo exatamente o que queríamos. Nós realmente
somos uma sociedade de ajuda a crianças coitadas!
Chayim Walder em“Yeladim Messaperim al Atsmam”,
Tradução de Guila Koschland Wajnryt
Permissões exclusivas para a Nascente
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Leiluy Nishmat
Aldo Michel Mizan ben Olga z ’’l
Israel Iossef ben Isser z ’’l
Nissim ben Emilie z’’l
Raffaele ben Salha Piciotto z ’’l
Samuel Michel Mizan ben Olga z’’l
Victor Haim ben Ester z’’l
Ester bat Sofi Shafia z ’’l
Regina Malca bat Adele z ’’l
Rita bat Salma z’’l
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