EnfErmEiros “sEm altErnativa”
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EnfErmEiros “sEm altErnativa”
Selvagens voltam a despertar «apetite» espanhol 6 1,50 € SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 776 sexta-feira | 26 de Setembro de 2014 DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR tribunadamadeira.pt Enfermeiros “sem alternativa” Mais desemprego em agosto Os enfermeiros madeirenses juntaram-se à jornada de luta que esta quarta e quinta-feira fizeram paralisar os serviços de saúde do país. A classe queixa-se de “exaustão” e reivindica mais profissionais, uma harmonização salarial entre enfermeiros e igualdade nos horários de trabalho relativamente a outros funcionários públicos. O secretário da tutela já prometeu as desejadas 35 horas semanais e novas contratações. Entretanto, os enfermeiros continuam a engrossar as fileiras da emigração. 4 a 5 22 ‘Pestana’ eleita melhor cadeia hoteleira de Portugal 22 Excesso de medicação preocupa especialistas (In)segurança nos lares 8e9 18 Madeira abre museus no «Dia Mundial do Turismo» 32 “Vale a pena apostar no Surf” Informação online em www.tribunadamadeira.pt 10 a 13 2 semeador Mentiras ilusões desconfianças e afins Em 21 de Julho deste ano eu e milhares de portugueses, enquanto indivíduos ou corporativos, recebemos uma gentil missiva do então sebastiânico Bento. Rezava o seguinte: “Mensagem do Presidente da Comissão Executiva Estimado Cliente, Os Clientes são a razão de ser do BES. A sua confiança é a base de todo o valor que geramos. Ao tomar posse como presidente da Comissão Executiva sinto, com orgulho e responsabilidade, o peso da valorosa confiança que em nós está depositada. O BES é uma instituição assente na economia real e líder europeu na satisfação ao Cliente. É uma instituição com um passado histórico, um pilar da nossa economia, das nossas empresas e dos portugueses em geral – e irá continuar a sê-lo. A equipa de gestão que lidero desde 14 de julho está já a trabalhar com todo o empenho para reconquistar a confiança dos mercados, gerando benefícios sustentáveis e abrindo caminho a um novo capítulo no Banco. E para continuar a fazer aquilo que melhor sabemos, a excelência no serviço aos Clientes. É por isso que o BES foi ainda recentemente reconhecido como banco líder na satisfa- Olha a bruxa! Pronto! Já sei que a seguir a este alguém me vai telefonar a dizer que estou feito e que devo ir a correr comprar uma cruzinha de alecrim…ou uma pata de coelho (não é esse, é o outro). - Tem cuidado! Tem cuidado qu’elas vão atrás de ti! E eu com isso? A verdade é que nunca acreditei em bruxas, ou pseudoadivinhadoras do futuro. Em bolas de cristal embaciadas, em búzios que são jogados para cima de uma esteira, em cartas que trazem escritas a vida e a morte, em etnias que lêem os filhos e as saúdes e os anos nas palmas das mãos. Em ambientes escuros com velas a arder e espelhos que escondem alminhas do outro mundo (qual?). Sei, inclusive, que até já houve gente a cheirar cuecas usadas (as minhas?) a deitar pozinhos em cima dos meus soquetes brancos canelados com o símbolo da Adidas (os meus?). Inclusive a fazer bruxedos com livros cujas capas convidam à poesia, ao conto ou às histórias infantis (os meus?). A meter pelinhos púbicos em taças com mistelas do diabo e do sagrado (tão bem que eles se combinam!). Os meus? Pois é…as tais bruxas de trazer por casa que se alapam à TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 força. Cordialmente, Vítor Bento” ção dos clientes de acordo com o ECSI 2013 (European Customer Satisfaction Index). Estou certo que, com a sua fidelidade e a de todos os outros Clientes – pela qual estamos tão gratos – faremos com que o Banco continue a ser a referência que sempre tem sido. A sua confiança é a nossa Há poucos dias o país e o mundo são siderados com a sua demissão, ou exoneração, ou afastamento, ou cobardia, ou algo do género que um dia viremos a perceber. Creio que, apesar dos meus esforços em aguentar as poucas poupanças que tenho no agora NOVO BANCO, está na hora de mudar de ares e confiar numa outra marca. É porque ninguém sabe o dia de amanhã do NOVO. E quando acordarmos poderá já ser demasiado VELHO ou mesmo ter falecido e até já ter sido enterrado à revelia dos aNTÓNIO BARROSO CRUZ [email protected] depositantes. E como o seguro morreu de velho não vá o diabo tecê-las… Desafios da treta ignorância de quem as procura. Que sanguessugam as carteiras mais ou menos recheadas, que respiram à conta de quem é inseguro e não sabe para onde se virar, o que fazer, como fazer, como conquistar, como vencer na vida. Sobretudo agora…em tempos de grave crise aguda. Desde quando as bruxas de pacotilha ou os Maradus de ocasião conseguem intrometer-se na vida de quem seja? Se tiver que haver divórcio, há! Se tiver que haver morte, há! Se tiver que haver despedimento, há! Se tiver que haver viagem (muito gostam elas das viagens), há! Se tiver que haver doença, há! Se tiver que haver destituição, há! É a vida. Tão natural e espontaneamente servida pelo imprevisto! Tão surpreendente e gratificante como só ela. Tão injusta e maldita para tantos. Tão boa para muitos. Tão simples para os que sabem simplificá-la. Tão quase perfeita para os que dela sabem tirar o melhor partido. Também não sou dos que ao terminar este tipo de conversas dizem: eu não acredito em bruxas…mas que as há, há! Cá nada gente! Apenas pessoas normais e oportunistas que se valem dos pobres de espírito e dos desamparados da vida. E fazem do seu triste “ofício” de endrominar o próximo, uma forma de ganhar a vida. Como eu. Como tu. Como você. O quê? Quer a minha foto? Para quê? Ahhhhh…para um bruxedozinho doméstico? Tome lá…tá aí em cima do lado direito! Vai de retro!!!! Parece que a água acabou por esse mundo fora. De um momento para o outro os palermas e palerminhas que se encharcavam com maior ou menor histeria à conta de baldes de água gelada desapareceram do mapa dos telejornais, jornais e redes sociais. É certo que muitos defenderam a extinção da brincadeira tal não era o desperdício do mais precioso líquido do nosso planeta. E eu concordo porque sempre achei a “brincadeira” de algum mau gosto. Se é certo que é necessário, e humanamente legítimo e obrigatório chamar a atenção para os males do mundo, há que não esquecer que milhões de pessoas por esse mesmo mundo fora ainda hoje morrem por falta de água potável que lhes mate a sede. Se é que em algum momento esses povos podem ter visto tanta água desperdiçada numa “corrente” que já raiava o ridículo, o patético e o mau gosto, imagino o que não possam ter pensado, e chorado, sobre os protagonistas-palermas. Por outro lado de vez em quando recebo pelas mais diversas vias de comunicação os tão agora na moda…desafios em forma de “corrente”. Desafio para escrever um poema, desafio para eleger os 10 livros mais importantes que até hoje li, desafio para dar uma resposta no âmbito de uma qualquer campanha chamando a atenção para o problema do cancro da mama. Enfim, o que não falta hoje em dia são motivos mais ou menos vazios, mais ou menos estúpidos para envolver as pessoas em algo que às vezes nem percebem muito bem o que é. Mas alinham porque está na moda. Porque parece socialmente bem. Porque, a alguns, até parece dar um qualquer tipo de prestígio, visibilidade intelectual, exposição culta. Para mim desafio é ter que manter uma vida familiar. Ter que ganhar o meu salário diariamente e conseguir condições para alimentar, vestir, educar e salvaguardar o bem-estar da minha filha. Desafio para mim é ter que trabalhar, por vezes, 12 ou mais horas por dia em prol da Empresa que me garante o trabalho, o emprego, o salário. Desafio para mim é transmitir os melhores valores que conseguir à minha filha. É orientála da melhor forma e mostrarlhe o caminho. Desafio para mim é ter a capacidade de, sem a ajuda de quem quer que seja, publicar dois ou três livros por ano. Desafio para mim é não ter vergonha nem medo nem preconceitos em encarar políticos corruptos, empresários merdosos, religiosos pedófilos, gente de baixo nível e dizer-lhes na cara, ou nesta página, o que acho deles. Desafio para mim é viajar por esse mundo fora e ir enriquecendo o meu planisfério pessoal com a riqueza que os outros povos, raças e culturas me podem outorgar. Desafio para mim é viver todos os dias. Com o melhor e o pior que cada dia tem para me dar. E quando encostar a cabeça na almofada conseguir um último sorriso antes de adormecer. O resto é treta. É poalha insignificante a que alguns se agarram para de alguma forma se mostrarem envolvidos e interessados. E enganarem o pacóvio enquanto se divertem no seu pequenino mundo de faz de conta. editorial Atualização do salário mínimo aprovada O Conselho de Ministros aprovou, nesta quinta-feira, a actualização do salário mínimo para 505 euros depois do acordo feito na quartafeira entre o Governo, os patrões e a UGT, na concertação social. No acordo ficou ainda estipulada uma redução de 0,75 pontos percentuais da taxa contributiva a pagar pelas entidades empregadoras. Uma contrapartida que, segundo o comunicado do Conselho de Ministros é “uma medida excepcional de apoio ao emprego” e que vigorará apenas até Dezembro de 2015, data de vigência do próprio acordo, que deixou de fora a CGTP. O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, garantiu que esta redução da taxa contributiva “não é um prémio para quem pratica salários baixos”, mas uma forma de permitir às empresas adaptaram-se a este aumento. O responsável frisou que a redução da taxa contributiva se aplica aos pagamentos de salário mínimo, mas “só aos trabalhadores que já estejam na empresa, a ganhar o salário mínimo pelo menos desde Maio de 2014”. Além disso, esclareceu, “não se permite que o desconto de 0,75 pontos percentuais de contribuição para a TSU se aplique a contratos celebrados após a entrada em vigor deste diploma”. Questionado sobre o efeito de arrastamento que este aumento vai ter na massa salarial, Marques Guedes sublinhou que no Estado esse efeito não é significativo já que existem muito pouco funcionários públicos a ganhar actualmente 485 euros. De acordo com um comunicado emitido pela Fesap são “mais de 20 mil trabalhadores da Administração Pública que vão beneficiar deste aumento”. O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares fez ainda uma crítica cerrada à CGTP por ser o “único parceiro social” que se furtou a celebrar acordos em 40 anos de democracia. “Faz parte da concertação social, mas nunca celebra acordos”, lamentou o responsável Marques Guedes, em resposta, assinalou que a CGTP “andou meses a fio a solicitar o aumento imediato do salário mínimo e, quando se celebra um acordo, aparece a fazer críticas”. Críticas que classificavam este aumento de “tardio e insuficiente”. Guedes relembrou que durante o período que durou o programa de assistência financeira “estava vedado a Portugal e ao Governo proceder a alterações ao salário mínimo” e que o Executivo iniciou as negociações com os parceiros sociais assim que o resgate terminou. 3 Inquérito online Concorda com a greve dos enfermeiros, que exigem melhores condições de trabalho no Serviço Regional de Saúde? Vote no site: tribunadamadeira.pt Pergunta anterior: O Governo da República tem falado em aparentes sinais de retoma económica. Sente a sua vida a melhorar? Sim -2% | Não - 98% PUB TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 4 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Enfermeiros “sem alternativa” para a greve Profissionais de saúde reclamam harmonização salarial, novas contratações e redução do horário de trabalho Os enfermeiros madeirenses juntaram-se à jornada de luta que esta quarta e quinta-feira fizeram paralisar os serviços de saúde do país. A classe queixa-se de “exaustão” e reivindica mais profissionais, uma harmonização salarial entre enfermeiros e igualdade nos horários de trabalho relativamente a outros funcionários públicos. O secretário da tutela já prometeu as desejadas 35 horas semanais e novas contratações. Entretanto, os enfermeiros continuam a engrossar as fileiras da emigração. ricardo soares [email protected] O s enfermeiros concluíram ontem, às 24h, dois dias de greve nacional Na base do protesto esteve a “grave carência” de profissionais nas unidades públicas de saúde e a dignificação da profissão e da carreira de enfermagem. Os primeiros dados na Madeira apontaram para uma paralisação a rondar os 80%, atingindo 26 dos 28 de serviços hospitalares da Região Autónoma. A greve iniciou-se às 22h de terça-feira. Ontem, no arranque do segundo dia de greve, apenas uma unidade de interna- mento do Serviço Regional de Saúde da Madeira escapou à paralisação dos enfermeiros. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), Juan Carvalho, assinalou que a adesão foi de praticamente a 100% no turno da noite. Apenas foram garantidos os serviços mínimos previstos na lei. O segundo dia de greve abrangeu serviços como as consultas, o bloco operatório e os centros de saúde. O SERAM previa uma adesão sem precedentes. Já no primeiro dia de paralisação, no turno da manhã, a greve teve uma adesão de 85%, tendo no da tarde baixado para os 77%. Os números que espelham o descontentamento destes profissionais de saúde foram avançados na segunda-feira pelo presidente do SERAM, que destacou a “grande mobilização de classe” contra a “exaustão” e o “descontentamento” dos enfermeiros para com o Governo Regional. “Hoje o Serviço Regional de Saúde é carente em tudo, em meios humanos e em recursos materiais. Esta é uma situação insustentável. Esta greve até é um grito. Os enfermeiros querem que o Serviço Regional de Saúde mude, mude para melhor. É quase que um grito de salvação do Serviço Regional de Saúde”, apontou Juan Carvalho, justificando a reivindicação de mais profissionais, a harmonização salarial entre enfermeiros e as 35 horas de trabalho semanal. “Hoje os ambientes de trabalho dos enfermeiros são péssimos, há sobrecarga de trabalho e exaustão que põe em causa a qualidade e segurança dos cuidados.” Secretário promete 35 horas semanais No que respeita à harmonização salarial, os enfermeiros madeirenses pretendem que o Governo Regional e a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais paguem aos profissionais que estão abaixo do 1º escalão da categoria de enfermeiro o mesmo valor que paga aos enfermeiros do mesmo escalão. “Estamos a falar dos mesmos profissionais a fazer as mesmas coisas, enfermeiros nos mesmo serviços, uns a ganhar 180 a 200 euros a menos do que outros”, desvendou o presidente do SERAM, lembrando que os enfermeiros continuam a trabalhar 40 horas semanais enquanto outros funcionários governamentais trabalham 35 horas por semana. “Não é fácil os enfermeiros fazerem greve. Os enfermeiros quando chegam a um ponto de fazer greve é porque já não têm outra alternativa.” Ainda a greve não se tinha iniciado quando o GR, através do secretário regional dos Assuntos Sociais, prometeu que as 35 horas semanais vão ser uma realidade para todos os funcionários públicos, incluindo os enfermeiros. “Há uma determinação do Governo Regional para que todos os profissionais da administração pública regional passem a ter o regime das 35 horas e também vai ser uma realidade para os enfermeiros que trabalham no Serviço Regional de Saúde”, afirmou Francisco Jardim Ramos à margem cerimónia de vinculação à profissão de quase 50 recém-formados em enfermagem. Contudo, o secretário regional não quis comprome- sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 ter-se com datas. “O Conselho de Administração do SESARAM já tem a credencial por parte da Secretaria para junto dos sindicatos encetar essas negociações.” Alternativa tem estado na emigração Juan Carvalho apontou esta semana que, desde 2008, o Serviço Regional de Saúde carece de cerca de 500 enfermeiros. Em resposta Jardim Ramos recordou que o rácio destes profissionais, na Região Autónoma da Madeira, é superior ao do continente. O secretário da tutela assinalou também que este ano já foram contratados 35 enfermeiros, e que outros tantos estão a prestar serviço a recibos verdes. O governante acredita que a «precariedade» relativamente aos recibos é “transitória”, uma vez que é intenção do Governo Regional que estes enfermeiros venham a integrar os quadros no futuro. Jardim Ramos espera igualmente que no próximo ano haja autorização para contra- tar mais três ou quatro dezenas de profissionais. “Mesmo não contratando ao ritmo que nós queríamos, devido à situação económico-financeira a que o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro [PAEF] nos trouxe, temos feito um grande esforço no sentido que aqueles profissionais que trabalham no Serviço Regional de Saúde possam vir gradualmente a ter um vínculo que lhes dê segurança”, disse o governante. Para já, a emigração tem sido a alternativa para muitos enfermeiros portugueses que enfrentam a falta de trabalho no país. Os madeirenses também têm contribuído fortemente para o avolumar do êxodo. Em Maio de 2013, por exemplo, a Secção Regional da Ordem dos Enfermeiros (OF) alertava que, desde o início de 2012, quase duas centenas de enfermeiros tinham deixado o Serviço Regional de Saúde da Madeira para emigrar. Hoje já serão cerca de 380. Segundo declarações feitas então pelo presidente da secção regional, Ricardo Silva, “há cada vez mais enfermei- ros a emigrar em busca de melhores condições de trabalho, em busca de um reconhecimento profissional que não lhes é dado no arquipélago”, afiançou o representante da OE. Secretário diz que greve é «solidária» O destino dos enfermeiros madeirenses tem sido maioritariamente o Reino Unido, para onde estes profissionais de saúde têm sido aliciados através de empresas de recrutamento. Alguns vão ganhar “o dobro e em alguns lugares o triplo”, contribuindo para que o número de profissionais a sair do serviço de saúde da Madeira seja cada vez “mais elevado”. De acordo com Ricardo Silva, era “urgente um reforço dos enfermeiros na Região”. O presidente da secção regional da OE lembrou que “as dotações estão a assumir níveis perigosos” e não permitem aos cidadãos “ter o sentimento de segurança a que já estavam habituados”. Esta terça-feira, quan- do questionado sobre a greve dos enfermeiros na Madeira, o secretário regional dos Assuntos Sociais disse que a paralisação era a nível nacional e não propriamente na Região. “O objeto da greve aqui na Região não é o mesmo. Claro que os enfermeiros da Região solidarizam-se com os enfermeiros a nível nacional”, disse Jardim Ramos. “Os enfermeiros e o sindicato querem mais profissionais, consideram sempre que o número é insuficiente, mas temos de pensar globalmente. E a administração pública está com restrições, tem de ser compreendido por esses profissionais que não pode ser a 100%, como eles gostariam e desejariam.” Falta de profissionais em todo o país Num comunicado divulgado segunda-feira, véspera do primeiro dia de greve, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) referiu que a quase totalidade dos enfermeiros portugueses faz entre 48 a 56 horas por semana, 5 está impedida de gozar as folgas que a lei impõe e que não há perspetivas de quando poderão gozar os dias em dívida. Para o SEP, “a grave carência de enfermeiros em todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não se minimiza com a contratação de apenas mais 700 enfermeiros, em 2015, além dos mil já anunciados a 18 de Setembro”. Numa reação a estas declarações, o Ministério da Saúde veio lamentar o que considera ser a “banalização da greve”, sublinhando ainda ter-se já comprometido com a “autorização de contratação de mais de 1700 enfermeiros no período de Outubro de 2014 a Outubro de 2015”. Nas contas dos sindicalistas, seriam precisos mais 25 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, a juntar aos cerca de 39 mil existentes nos serviços públicos. O SEP exige ainda uma valorização da profissão, as 35 horas semanais de trabalho para todos, a progressão na carreira e a reposição do valor das horas suplementares e noturnas. l 6 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Selvagens voltam a despertar «apetite» espanhol Ilhas de soberania portuguesa foram palco para protesto de independentistas de Canárias Há muito que as ilhas Selvagens, pertencentes ao arquipélago da Madeira, têm estado em destaque devido a incidentes relacionados com a vizinha Espanha. Depois de queixas junto da ONU e voos rasantes sobre as ilhas, foi uma ação de protesto de independentistas canários que deu às Selvagens nova projeção mediática. ricardo soares O [email protected] mais recente episódio a «manchar» as relações diplomáticas entre Portugal e Espanha, mais uma vez com as ilhas Selvagens como pano de fundo, aconteceu na última terça-feira, quando os vigilantes da natureza do Parque Natural da Madeira depararam-se com o hastear de uma bandeira independentista canária nas ilhas de soberania portuguesa pertencentes ao arquipélago da Madeira. A ação foi promovida por um grupo de militantes da Alternativa Nacionalista Canária (ANC), que terão desembarcado na Selvagem Pequena para um “protesto simbólico”. A intenção seria contestar as prospeções petrolíferas que estão previstas para aquela zona e reivindica-la para águas espanholas, uma vez que fica geograficamente mais próxima de Canárias. O desembarque dos independentistas espanhóis nas Selvagens precisava de auto- de Canárias estavam ontem “sob custódia” da Marinha na cidade do Funchal, disse à Lusa o porta-voz da Alternativa Nacionalista Canária (ANC). Os espanhóis deverão ser alvo de um processo de contraordenação. “Estão no Funchal. Estão sob custódia da Marinha, que não os deixa, para já, ter acesso à imprensa”, adiantou Pedro Gonzalez. “Penso que chegaram ao Funchal durante noite de ontem [quarta-feira] ou hoje [quinta-feira] de madrugada. Pelo menos um deles falou com a mulher. Estão os dois bem, foram muito bem tratados pela Marinha e pelas autoridades portuguesas, sem qualquer problema.” Apetite espanhol pela zona marítima rização do Parque Natural da Madeira, concessão que teria de ser atribuída com base numa suposta visita às ilhas, mas o grupo de cinco pessoas, de entre eles os dois que formalizaram o protesto, terão fugido ao controlo dos vigilantes e permanecido na Deserta Pequena, de segunda para terça-feira. A dúvida era saber se teriam permanecido na ilha durante esse período ou regressado à embarcação e desembarcado apenas na madrugada de terça-feira para a ação de protesto. Independentistas querem «lei do mar» O incidente levou o comandante da Zona Marítima da Madeira (ZMM), Félix Marques, a enviar ao local uma “unidade naval” atribuída ao comando da ZMM, no sentido de “verificar” o que se estava a passar e “acautelar alguma segurança”. A viagem do navio-patrulha demorou cerca de dez horas a chegar às Selvagens. Aos militares competia “perceber o motivo do protesto” e “tomar as medidas adequadas, embora, face ao tempo da viagem, Félix Marques admitisse a hipótese dos espanhóis já poderem ter abandonado a Selvagem Pequena. Os receios do comandante da ZMM não se confirmaram. Os dois independentistas de Canárias acabaram por ser identificados e transportados para o Funchal, uma vez que não tinham meios próprios de deslocação, anunciou na quarta-feira a Autoridade Marítima Nacional. A embarcação que os levara às Selvagens já tinha partido para o arquipélago vizinho. Pedro Gonzalez, o portavoz do ANC, explicou à agência Lusa que a ação dos independentistas canários não pretendia “abrir qualquer conflito com Portugal”, antes “sensibilizar os portugueses para o problema das prospeções petrolíferas”. A prospeção de petróleo pela empresa Repsol não foi o único motivo para o protesto. As Selvagens estão mais próximas de Canárias que da Madeira, razão pela qual a ANC defende a aplicação da lei do mar, uma linha mediana com a Madeira que colocaria as ilhas de soberania portuguesa em águas territoriais espanholas. Acesso só com autorização do GR O episódio, comunicado ao Chefe de Estado-Maior da Armada, chegou ao Ministério da Defesa e ao Ministério dos Negócios de Portugal. De acordo com a Marinha Portuguesa, o navio patrulha seguiu para as Selvagens com dois agentes da Polícia Marítima, os quais procederam à identificação de dois homens de nacionalidade espanhola. Segundo as autoridades portuguesas, ambos incorrem em infração ao artigo que regulamenta as visitas a esta área protegida. Isto porque é proibido o acesso de pessoas à área da Reserva Natural das ilhas Selvagens, exceto “mediante autorização do Governo Regional da Madeira, que a concederá apenas para fins de estudo, para resolução de problemas técnicos, a visitantes acompanhados por pessoas devidamente credenciadas ou em estado de necessidade”. Os dois independentistas Não foi a primeira vez que as Selvagens ganharam projeção mediática devido a «incidentes» com espanhóis. Em Setembro de 2013, apenas duas semanas antes de uma visita do Presidente da República àquelas ilhas, Espanha formalizou junto da ONU um pedido para que a área marítima afeta às Selvagens não fosse motivo para a grande ampliação da Zona Económica Exclusiva da Madeira e, consequentemente, da zona marítima de Portugal. A tentativa espanhola junto da ONU foi considerada uma forma de pressão junto de organismos internacionais, isto depois de outros pequenos incidentes envolvendo as Desertas, essencialmente por causa do interesse espanhol sobre a zona marítima que lhe está associada. Embora Espanha não conteste a soberania portuguesa sobre as ilhas pertencentes ao arquipélago da Madeira, os episódios envolvendo as Selvagens sucedem-se. Um dos incidentes aconteceu em Julho de 2007, quando um avião militar espanhol fez um voo rasante sobre as ilhas, ameaçando as aves marinhas que estavam em plena época de nidificação. l TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 publicidade 7 PUB 8 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 (In)segurança nos lares PUB Os lares são, na maioria dos casos, a «segunda casa» para muitos idosos Uma das prioridades para o funcionamento é o licenciamento de residências para pessoas idosas, os designados lares, que obedece a um conjunto de requisitos. As vistorias feitas pela Segurança Social são a garantia de que tudo está dentro das exigências. O lar «Quinta da Avó» fechou portas por alegada insolvência e os idosos foram levados para outro edifício. SARA SILVINO O [email protected] PUB estabelecimento que funciona de apoio a idosos denominado por «Quinta da Avó» continua de portas fechadas. O recente encerramento deste edifício, localizado atrás da Quinta Magnólia, terá sido por motivos de alegada insolvência. Uma situação que deixou tanto os utentes como familiares admirados. Segundo conseguimos apurar, os utentes deste lar, alguns acamados, terão sido transportados em viaturas particulares para um outro edifício localizado na Rua do Comboio que, alegadamente, estará a funcionar como continuidade deste espaço. O Tribuna tentou obter um comentário por parte da direção da «Quinta da Avó», que também gere a «Residência Assistida Maria Aurora Carvalho Homem», sobre este assunto. Pretendíamos quais os motivos para o encerramento do lar, e para onde foram levados os idosos que lá se encontravam internados. Questionámos ainda se ambos os lares foram alvo de vistoria. No entanto, não recebemos resposta às questões enviadas até ao fecho da edição. O fecho do lar «Quinta da Avó» e a mudança dos idosos foi também questionado pelo Tribuna ao Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM. Ás questões: «Gostaria de saber se a Segurança Social tem conhecimento desta situação? Se a referida habitação que está a dar continuidade como lar para os idosos que frequentavam a «Quinta da Avó» foi alvo de uma vistoria por parte da Segurança Social? Se não, e como entidade responsável pelas vistorias aos lares, se está prevista essa acção?», a resposta da Presidente do Conselho Directivo do ISSM, IP-RAM, Bernardete Vieira, foi a seguinte: “Esta matéria está a ser acompanhada pelo Departamento de Inspeção do ISSM, não estando ação inspetiva concluída. de. O que num dos exemplos apontados não aconteceu. O idoso que estava debilitado e a queixar-se de dores, transportado na carrinha, acabou por falecer no dia seguinte. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira (SERAM), numa entrevista recente ao Tribuna afirmou que persistem falhas na segurança, na higiene e no conforto, não sendo possível assegurar em muitos lares a prestação de serviços nas 24 horas. Apontou que os lares continuam sobrelotados sem se respeitar a privacidade com as condições previstos na lei, as dificuldades económicas dificultam a aquisição de material de uso corrente e equipamentos. Quanto às residências para pessoas idosas, denominadas por lares destinados normalmente a pessoas com idade superior aos 65 anos, Juan Carvalho apontou que obedece a um conjunto de requisitos que devem garantir condições de bem-estar, qualidade e eficiência, de forma a promover o envelhecimento ativo, a possibilidade de manter e dinamizar a cooperação e interação com os familiares e o meio ambiente envolvente. Nas questões de segurança, o estabelecimento deve cum- prir um conjunto de formalidades gerais e especificas, tendo em consideração o tipo de utentes a acolher, assim deve ter bons acessos, uma boa sinalética, dispositivos de apoio á deslocação e mobilidade, condições para a realização de tarefas e a prestação de cuidados de higiene e conforto, assim como um sistema de alarme e prevenção de incêndios, inundações e quedas, entre muitos outros requisitos. O enfermeiro salientou ainda que «quem faz o licenciamento e a verificação das condições exigidas para o início de atividade deste tipo de estabelecimentos, assim como a fiscalização e monitorização do seu funcionamento é a segurança social». E acrescentou: «Os lares a cargo da segurança social, ao longo dos últimos anos, têm vindo a sofrer uma progressiva deterioração das condições de estadia vivenciadas pelos utentes institucionalizados nos lares. Não é com soluções pontuais e de contexto que se resolvem problemas crónicos, com tendência a se agravarem, numa conjuntura em que o número de idosos tende a aumentar, assim como o grau de dependentes em cuidados de saúde, higiene e segurança.» l 9 CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHAL PUB Por este motivo não é possível, nesta fase, fornecer outras informações.” Recorde-se que o estabelecimento de apoio a idosos «Quinta da Avó» foi alvo de uma execução de penhora em dezembro de 2012, tendo sidos retirados do local alguns equipamentos, nomeadamente eletrónicos e móveis. Para além deste edifício, outro lar «Residência Assistida Maria Aurora Carvalho Homem» - edificado também em homenagem a Maria Aurora - situado na Travessa da Praia, no Funchal, acolhe também idosos. Porém, este lar continua em funcionamento com alguns pontos positivos e outros negativos a apontar, segundo informações por nós recolhidas junto de familiares de alguns idosos internados neste espaço. Fumar dentro dos quartos foi um dos exemplos apontados. O transporte de um idoso para o hospital, que se encontrava muito debilitado, feito pela carrinha do respetivo lar também foi alvo de crítica. Tendo em conta que o transporte numa ambulância, eventualmente em casos de tratar-se de um doente debilitado traz, certamente, um maior conforto e correcto acompanhamento por profissionais de saú- sociedade A CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA, NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS NOTÁRIOS, SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO, NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607 E-mail: [email protected] (publicado no Tribuna da Madeira a 06-11-2013) Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 02 do Livro de notas para escrituras diversas número 13-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual Maria Guilhermina de França, NIF 150 352 662, solteira, maior, natural da freguesia de Ponta Delgada, concelho de São Vicente, residente na Rua Nova da Quinta Deão, número 61-2º.D, Funchal, se afirma dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, de metade da fracção autónoma, designada por “B2-CL”, integrada no prédio urbano, em regime de propriedade horizontal, localizado na Rua Nova da Quinta Deão e Rua Trinta e Um de Janeiro, freguesia do Imaculado Coração de Maria, concelho do Funchal, inscrita na matriz sob o artigo 1567-CB2, e a que corresponde a descrição predial subordinada número duzentos e catorze – B2-CL – freguesia do Imaculado Coração de Maria, da Conservatória do Registo Predial do Funchal, onde se acha registado o título constitutivo de propriedade horizontal pela apresentação dois de mil novecentos setenta e oito barra zero nove barra quinze; e a aquisição pela apresentação cinco de mil novecentos setenta e nove barra zero três barra doze, na proporção de metade já em nome da ora justificante, e metade ainda a favor de Maria Sales Fernandes, solteira, maior, residente ao sítio da Terra Chã, freguesia de Ponta Delgada, concelho de São Vicente. Que, sendo dona de metade da fracção desde o ano de mil novecentos setenta e nove, adquiriu a outra metade à então comproprietária, Maria Sales Fernandes, através de compra verbal não titulada, no ano de mil novecentos noventa e três, data na qual entrou na posse da totalidade daquela fracção, a qual têm exercido de forma pública, pacifica, porque sem violência, continua e ininterrupta, e de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, nomeadamente fazendo sua residência. Adquiriu assim a metade da fracção a título originário, por usucapião. Está conforme o original aqui narrado por extracto Funchal, vinte e três de Setembro de dois mil e catorze. P’la NOTÁRIA, Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/08 PUB TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 10 grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 “Vale a pena apostar no Surf, na Madeira” É o mais praticado de todos os desportos radicais e tem milhares de adeptos por todo o mundo. Desporto, ou uma filosofia de vida, o surf exerce hoje uma grande influência na moda, na música, no cinema...Os negócios de surf atingem uma grande fatia do mercado mundial e é um dos desportos em que as grandes marcas apostam. Mais de 200 mil portugueses praticam a modalidade no país que tem o melhor clima e condições marítimas para a prática da modalidade na Europa, mas a Madeira não lhe fica atrás. Depois de, há trinta anos se ter dado a conhecer ao mundo as ondas perfeitas do Jardim do Mar, o que ficou conhecido como o “Hawai” da Europa, o Surf desenvolveu-se na Madeira, mesmo que, pelo meio, tenha esbarrado com a polémica muralha na orla marítima do local que é um ex-libris do surf madeirense. Do Jardim do Mar, o surf expandiu-se para outros locais da Madeira. Tornou-se uma modalidade desportiva rentável e acarinhada por clubes e empresas. O Surf tem na Madeira cerca de 60 atletas federados, inspira festivais de cinema como o mais recente MadSwell - Festival de Surf da Madeira, locais excelentes para a sua prática porque as ondas, essas continuam a vir todos os anos pelo inverno, tal como os surfistas de cá e de lá, entre estes, grandes nomes como Garret Macnamara e Gabriel O Pensador. Para falar do Surf na Madeira, neste “Grande Tema”, pela voz de Orlando Pereira, o presidente da Associação de Surf da Madeira que é também o primeira atleta madeirense federado no surf. Dulcina Branco T ribuna da Madeira (T.M.) - O Orlando Pereira é um dos nossos surfistas do Jardim do Mar mais reconhecidos. Responsável pela formação da Associação de Surf da Madeira, é também o primeiro surfista madeiren- se federado. Qual é a sua história no surf? Orlando Pereira (O.P.) - Comecei no calhau, em miúdo, no Jardim do Mar. Nesse tempo, antes de ali ser construída a Promenade e o Portinho, havia o calhau e uma rampinha onde, com os meus irmãos e amigos, começámos a ir para o mar. Agarrávamos num bocado de madeira e fazíamos as chamadas “carreirinhas” que consistia em agarrar a espuma da onda e surfar. Quando aparecem os primeiros estrangeiros surfistas no Jardim do Mar, começámos a interagir, eles ensinaram-nos e foi assim que fomos desenvolvendo. Eles traziam pranchas de surf adequadas e desenvolvidas - o material de surf em Portugal quase não existia, e foi assim que aprendi, eu e outros como o Belmiro Mendes e o Adriano Longueira, a surfar. Depois, vieram uns surfistas portugueses e uma revista portuguesa liga- TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 da ao surf que nos deixaram, a nós, ao grupinho de miúdos do Jardim do Mar que gostava de surfar, uma prancha de surf. Partilhávamos a prancha, desenvolvemos e nunca mais parámos. Tribuna da Madeira (T.M.) - O Surf no Jardim do Mar, que fica conhecido internacionalmente como o “Hawai” da Europa e que mais tarde é uma memória reavivada pela negativa, dada a construção da muralha na frente mar da freguesia e que um grupo de surfistas contestou e denunciou ao mundo. Como é que tudo isto aconteceu e qual o panorama do Surf na Madeira, na atualidade? Orlando Pereira (O.P.)O Surf na Madeira tem tido uma evolução enorme ao longo dos últimos anos, desde que o primeiro surfista internacional veio à Madeira, há trinta e tal anos. Eu era ainda bebé mas os meus pais contam que esse surfista, um francês que ficou hospedado numa casa no Jardim do Mar, surfava as ondas do Jardim do Mar e quando foi para a Europa, revelou as ondas maravilhosas que descobrira na Madeira. Foi assim que se começou a falar do Surf na Madeira ao nível internacional. Uns anos mais tarde, tinha eu por denegriu a imagem do surf no Jardim do Mar. O documentário denunciava a construção da muralha na orla do Jardim do Mar, a qual ponha em causa a onda perfeita que ali se formava. O Jardim do Mar sempre foi o palco de grandes provas mundiais na Madeira mas a construção da muralha, afetou esta imagem. É certo que o surf no Jardim do Mar estagnou mas mais recentemente, com a partilha de imagens de surf no Jardim do Mar e em outros locais da Madeira, as imagens correram mundo e deu para perceber que afinal, o surf madeirense não morreu. Os surfistas internacionais continuam a vir à Madeira. Atualmente, são mais os europeus, como franceses, espanhóis e alemães, que americanos e australianos de outros tempos. Nos últimos anos, têm vindo muitos surfistas novamente à Madeira,o que nos leva a acreditar que, nos próximos cinco anos, o Surf irá crescer ainda mais, com repercussões mais notórias no sector turístico, pelo que, esta atividade representará um potencial económico muito grande para a Região. Há muitos jovens a aderirem à modalidade, assim como empresas e pessoas que patrocinam e apoiam este desporto. Tornou-se claro que, hoje, o Surf O surf madeirense está a evoluir” Orlando Pereira volta de 12 anos, vieram uns americanos que fizeram uma reportagem para uma revista de surf das mais conceituadas do Surf mundial, e assim se deu o boom boom no surf madeirense. Vieram os surfistas americanos, depois australianos, e outras nacionalidades. Com os surfistas, o Jardim do Mar começou a desenvolver-se ao nível de negócios locais. As pessoas começaram a perceber que o Surf era uma mais-valia porque os surfistas precisavam de comer e de dormir nesses dias em que ficavam no Jardim do Mar. Assim começaram a surgir as casas para alugar e os bares, em suma, começou a gerarse uma atividade económica à volta da modalidade e uma parte comercial que começou a intensificar-se a partir daí. Realizaram-se, no Jardim do Mar, dois provas do campeonato mundial de surf e outras provas nacionais, antes da polémica surgir, em 2000, com o documentário “Lost Jewel of the Atlantic” feito por uns surfistas e que é um mecanismo publicitário para grandes empresas de várias áreas de negócios, que utilizam este desporto como meio de promoção de produtos e serviços. T.M. - Não faz hoje sentido, portanto, a expressão “turismo de pé rapado” associado ao Surf. O.P. - Completamente. É uma falsa ideia. O Surf é desporto muito caro, e assim é que empresas e as maiores marcas mundiais lhe estão associadas. Os fatos são caros, as pranchas de surf têm o seu valor, os equipamentos nesta modalidade têm vindo sempre a melhorar e a evoluir pelo que, não é um desporto barato. Para além deste aspeto, o Surf gera riqueza nos locais onde se realiza, ou seja, um surfista quando vem à Madeira aluga um carro, come e dorme, normalmente num estabelecimento turístico. Em Portugal, as provas de Surf do Mundial trazem imensos surfistas e outras pessoas ligadas à modalidade. Os número falam por si: a recen- te prova do Mundial registou os gastos pelos surfistas na ordem de vários milhões de euros, dinheiro esse que ficou em Portugal e que gasto pelos surfistas e demais pessoas envolvidas na modalidade. O Surf gera economia e complementa diversas áreas de negócios, desde a restauração à hotelaria, rent-acars, empresas de animação turística, etc. No Jardim do Mar, por exemplo, alugavamse casas e criaram-se estabelecimentos hoteleiros e outros especialmente direcionados para a comunidade surfista nacional e estrangeira. Há lojas especializadas em equipamentos e pranchas de surf, e isto para a Madeira dá que pensar porque o Turismo está a maior parte dele concentrado no Funchal. O resto é de passagem. Se se incentivassem provas desportivas nas áreas do surf, essas zonas iam ficar mais desenvolvidas concerteza. Nesta altura de inverno, que é quando começam as ondas grandes e que atraiem os surfistas, os hotéis da costa norte da Madeira não estão assim tão bem, pelo que, o surf pode ajudar porque os surfistas vêm com as ondas grandes no inverno. O surf pode ser uma atividade complementar desse turismo em falta. Esses turistas que vêm no inverno para surfarem as ondas grandes são um nicho turístico que, a meu ver, podia ser aproveitado pelo Governo e empresas porque representam um potencial económico muito grande. Temos condições, na Madeira para tal, então porquê não apostar neste desporto que traz dinheiro? Acho que o mar é um ambiente que, quanto a mim, nunca foi bem aproveitado em Portugal, no entanto, já se nota um desenvolvimento maior com o surgimento de empresas marítimo-turísticas. Temos tudo para ter sucesso nesta actividade em Portugal, e na Madeira em especial porque temos um clima fantástico, a temperatura da água do mar é do melhor que há. O que se nota é que, muitos dos estrangeiros que cá vêm, procuram o surf como uma atividade de lazer durante o período de férias e, por isso, ultimamente, têm surgido empresas ligadas ao surf, nomeadamente empresas de animação turística com surf inserido. Com isto se colmata uma falha que havia antigamente, e que eram as escolas vocacionadas para o ensino do surf. Hoje em dia, há clubes e escolas, há empresas a ganharem dinheiro na atividade do surf, o que mostra que o Surf na Madeira tem condições para grande tema 11 12 grande tema crescer ainda mais. Há cerca de seis clubes no activo, com o surf como modalidade inserida. Temos 60 atletas federados na Madeira, nesta modalidade, o que significa que estes podem participar nas provas homologadas pela Federação Portuguesa de Surf. Há empresas cuja atividade está diretamente ligada ao Surf, como por exemplo, temos uma empresa em São Vicente que faz pranchas para surf. A empresa foi constituida por um jovem que veio de Portugal trabalhar para a Madeira, ele era professor e lá no continente já se dedicava à produção de pranchas para surf. Quando veio para a Madeira dar aulas, continuou com a atividade e criou, com outro sócio, a empresa em São Vicente que é especialista na área das pranchas para surf. T.M. O que é que têm as ondas madeirenses e que as tornam tão apreciadas para a prática do Surf? O.P. - A característica principal das nossas ondas é o tamanho. Tem outra particularidade que é não ter ninguém a assistir, ou seja, noutros locais há sempre muita gente a assistir, é aquilo a que nós surfistas designamos por “crowd” (ajuntamento de pessoas), e na Madeira isso não acontece. Aqui, estamos à vontade. Temos as ondas mas não temos as confusões de pessoas como acontece em outras zonas de Portugal, até porque o nosso surf não tem praias de areia, é de calhau, e logo o grau de dificuldade para os surfistas é maior, tanto que, só vêm os surfistas que têm experiência ou que estão à vontade com o tipo de geografia da Madeira. Tem a temperatura da água que, nesta altura (setembro) ainda é boa ou quente, o que significa que não é preciso usar o fato protetor. No inverno, é necessário porque a água está fria e também protegenos das pedras. Estamos em setembro mas começaram já as ondas grandes e a chegarem alguns surfistas internacionais. Temos neste momento, a visita de um grupo de bascos que vão estar cá uns dias de férias para fazerem surf. T.M. - Qual é a sua onda preferida? O.P. - Sou um surfista de ondas grandes. Gostei sempre mais das ondas grandes. Dediquei-me ao surf de ondas grandes porque tem uma outra exigência que me agrada mais, o respeito pelo mar é maior. Em ondas grandes não se pode falhar. A adrenalina é maior. Quando olhamos para paredes enormes de água, a sensação é indescritível. Já surfei ondas de 6, 7 metros, que são paredes enormes de água e que fazem os tubos... É difícil transmitir às pessoas quanto adrenalina transmite e só fazendo é que se percebe do que estou a falar. É viciante. O Surf é uma atividade maravilhosa porque estamos em conjugação com a natureza e neste caso, o ambiente natural que é o mar. T.M. Quais são melhores os locais na Madeira para a prática do Surf? O.P. - Temos os locais que conhecemos e os locais que só nós conhecemos, ou seja, temos locais secretos que os surfistas não gostam de divulgar porque gostam de ser os únicos a usufruir da onda no local, mas há sítios que deixaram de ser secretos. É o caso, por exemplo, da Pon- TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 ta do Pargo, abaixo do Farol da Ponta do Pargo, uma zona que é espetacular para a prática do surf, as Achadas da Cruz que é também uma zona muito boa. Estes locais continuam a ser só para os surfistas madeirenses porque os estrangeiros que cá vêm, vão para outros locais mais acessíveis. Estes que referi atrás, não são muito acessíveis. Só quem conhece o sítio é que lá vai, pelo que, os estrangeiros não vão. Temos o Jardim do Mar, o Paúl do Mar, a Ponta Pequena na costa oeste e, na costa norte, as Contreiras e a Ribeira da Janela, em São Vicente. São estes sítios os “ex-libris” da Madeira em termos de surf porque tem as ondas com qualidade. São as chamadas ondas do “Hawai da Europa”. Temos depois a zona do Porto da Cruz com a sua pequena praia de areia que é uma zona favorável para a iniciação. T.M. O Orlando também dá aulas de iniciação ao Surf. Há muitas pessoas interessadas, com que idade se pode começar e o que é preciso ter para ser surfista? O.P. - Dou aulas de iniciação ao surf em São Vicente (Fajã da Areia) e também no Porto da Cruz, na praia de areia, que são os dois sítios na Madeira que têm melhores condições para a prática de iniciação ao Surf. Estou ligado a uma empresa turística que, entre outras atividades, proporciona o ensinamento do surf aos turistas que nos visitam e que gostam de experiência de surf. Hoje faço surf mas não em competição; é mais em jeito de convívio mas faço-o para incentivar os miúdos e fazer com que estes tenham interesse pela modalidade. Saber nadar é o princípio do Surf. A partir daí, é ter o contacto com o mar, devagar. Se for uma criança, tenho filhos e o meu mais velho, que tem seis anos, já faz surf, o que requer um trabalho mais rigoroso e cuidado. É ir para o mar e perder o medo das ondas. É bom começar em criança para se perder o medo mas nunca o respeito ao mar. O Surf pode começar-se em qualquer idade e pode praticar-se até qualquer idade. Há pessoas com 80 anos a fazer surf. Não há idades nem limites mas desde que tenha vontade e goste do mar, não há qualquer problema. O surf é um desporto muito sério e implica muito conhecimento. Não é chega e atirar-se às ondas. Exige robustez física para entrar no mar e ir contra a ondas. Exige preparação física. O Surf tem um grau de exigência diferente consoante as ondas, ou seja, quanto mais se vai evoluindo na modalidade, mais o equipamento vai se tornando mais desenvolvido, nomeadamente as pranchas, que têm vários formatos e tamanhos. O Surf tem ondas pequenas e ondas grandes, pelo que, a cada onda corresponde uma prancha. Para ondas pequenas, uma prancha pequena, para ondas grandes, uma prancha grande, e depois tem volumes e pesos etc. Tribuna da Madeira (T.M.) - Porquê a criação da Associação de Surf da Madeira, a qual o Orlando preside, e quais são os objetivos da mesma? O.P. - A Associação de Surf da Madeira vem de encontro a uma necessidade que não havia antigamente, ou seja, o Surf começou na Madeira como uma atividade individual, o que significa que, na altura em que despoletou, não era um desporto de competição, e como tal, tinha pouca gente a praticar. Por isto, não justificava que tivesse uma associação representativa para realizar as provas. Esta realidade durou alguns anos na Madeira. Uns vinte anos mais ou menos, surgiu um grupo com um número considerável de surfistas que realizava umas provas e que era o que mais se assemelhava a um campeonato regional. O Surf estava então inserido num projeto que era o “Desporto para Todos”, onde estavam todos os outros desportos. En virtude disto e porque achávamos que o Surf era uma modalidade que era nossa, daí a ideia de se criar, eu em conjunto com outras pessoas ligadas ao surf, como o Belmiro Mendes e o Adriano Longueiro, amigos surfistas do Jardim do Mar, a Associação de Surf da Madeira que tem como objetivo principal a promoção do Surf, dentro e fora da ilha. O objetivo não foi vincular a competição regional dado que, o surf é um desporto diferente. O Surf tem mais a ver com a pessoa e o meio ambiente, mais do que outro desporto, e também porque a competição não tem muito a ver com o espírito surfista. A competição afasta, por vezes, as pessoas da modalidade, daí a criação da Associação também nesta filosofia. Fui o primeiro atleta federado da Madeira na modalidade do Surf, o que aconteceu porque na altura em que me federei, em 1997, não havia um clube. Houve que arranjarse um clube, que foi o Cen- grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 tro Treino Mar para permitir a entrada na Federação Portuguesa de Surf. A Associação de Surf da Madeira promove a competição - a Associação de Surf conta com o Clube de São Vicente, o Clube do Seixal e o Clube Naval da Calheta, entre outros, os quais inserem a modalidade de surf nas respetivas atividades. A nossa ideia é juntar estes clubes que têm os atletas ligados ao surf e promover encontros que não são mais do que encontros de surfistas e de pessoas que amam esta modalidade e não provas ou competição propriamente ditas. O objetivo é confraternização entre quem gosta e pratica surf, bem como promover o surf nas localidades respetivas e inserir este desporto no meio dos jovens. O surf não é uma modalidade de competição mas sobretudo, de lazer e bem estar. Nas nossas atividades, tentamos incutir ainda a vertente ecológica de proteção do mar e da natureza. Promovemos, neste âmbito, iniciativas associadas como as limpezas das praias com miúdos das escolas porque achamos que é importante incutir nos miúdos a ideia de que é preciso respeitar o mar e o meio ambiente.O Surf não é só a parte desportiva mas tem esta parte ambiental e social e económica que é também muito importante. Por outro lado, temos vindo, ao longo destes anos, a desenvolver diversas provas e projetos de promoção da modalidade, como o documentário que realizámos e apresentámos no último, e Festival de Surf da Madeira, o MadSwel, e no qual fomos distinguidos com o prémio “Audience Award” pelo nosso documentário “Surf is Alive”. Com este documentário pretendemos levar o Surf da Madeira para fora da Madeira, em festivais internacionais ligados à temática do surf. T.M. - Fale-nos desse filme, “Surf Is Alive”, qual a sua história? O.P. - O filme vem de encontro aquilo que eu já referi, que é, promover internacionalmente o nosso Surf e incentivar os jovens para a prática da modalidade. Tem também outra vertente que é a defesa do mar, da natureza e a necessidade de se respeitarem os recursos marinhos. Queremos levar o Surf da Madeira para fora da Madeira, em festivais internacionais ligados à temática do surf. O filme “Surf is Alive” quer dizer isso mesmo: o Surf está vivo na Madeira. Pretendemos mostrar que, apesar da muralha no Jardim do Mar e do filme que correu mundo à volta dessa polémica muralha e que defendeu que o surf tinha acabado no Jardim do Mar, tal não se verificou e tornou-se uma modalidade desportiva em crescimento. O filme tem 25 minutos, surgiu no âmbito do “Madeira Big Waves Festival” e foi filmado pelo Hugo Silva, da empresa Emotions Studios. Neste filme, temos vários surfistas que dão a sua opinião sobre o Surf na Madeira e sobre a ilha. Temos, por exemplo, os netos do Champalimaud e outros surfistas de renome ao nível nacional e internacional, que surfam na Madeira. Trata-se de, uma história inspirada na vida de três rapazes do Jardim do Mar, que são eu, o Belmiro Mendes e o Adriano Longueira, que começaram comigo no surf no Jardim do Mar, que se juntaram e formaram a Associação de Surf da Madeira para promover o Surf e dizer que o surf não morreu na Madeira. Sabendo que havia um festival de surf como o MadSwell, filmámos e com isto, queremos mostrar, fora da Madeira, em festivais de surf que se realizam pelo mundo, a qualidade do Surf madeirense. T.M. - Quais são os vossos apoios principais? O.P. - Enquanto associação, não fomos pela parte desportiva, pelo que, voltámonos para as empresas privadas para apoiarem as provas. As empresas são os maiores investidores nos eventos de surf. Estamos a falar da Moche, da NOS mais recentemente, empresa esta que apostou imenso neste desporto, marca esta que apostou também em Garret Macnamara. Organizámos o “Madeira Big Waves Festival” com o apoio das empresas e foi um evento que trouxe muita gente de fora ao Jardim do Mar, uma iniciativa para o qual foi fundamental o apoio de empresas como a NOS. Estas iniciativas como os festivais de surf, são muito importantes a vários niveis: fomentam o desporto e dinamizam a economia local. T.M. - Há que contar também com a presença de importantes individualidades mundiais ligadas ao Surf e que estiveram recentemente na Madeira, casos de Garret Macnamara - em 2011, o livro The Guinness Book of World Records reconheceu uma onda de 31 metros surfada por Garret MacNamara no Canhão da Nazaré, Por- Madeira e queria experimentar. Acompanhei também o Gabriel O Pensador, que além da música, é surfista. Ele já cá tinha estado há dez anos, por ocasião de um concerto no Tecnopólo, tendo então usufruido das nossas ondas, como agora nesta última visita. Nessa altura, surfou na Fajã da Areia; este ano, foi no Jardim do Mar, zona a qual já tinha ouvido muito bem e tinha vontade em experimentar. Teve sorte agora porque houve uma vaga de ondas grandes, o que não é habitual acontecer no verão. O Gabriel é uma pessoa maravilhosa também, tendo acompanhado as suas saídas ao mar, o que fazíamos habitualmente ao fim do dia porque ele descansa durante o dia “o Surf é um mecanismo publicitário para grandes empresas de várias áreas de negócios, que utilizam este desporto como meio de promoção de produtos e serviços” Orlando Pereira tugal, como a maior onda alguma vez surfada - e do rapper brasileiro Gabriel O Pensador, entre outros. Como é que vê a presença destas pessoas na promoção da modalidade? O.P. - É muito bom que venham cá e experimentem o que de melhor temos. As personalidades mundiais são fundamentais para a divulgação, como o Macnamara que veio a Portugal a convite do Turismo de Portugal, e neste roteiro de locais de surf, incluiu o Jardim do Mar e ficou encantado. Acompanhei no terreno esta visita e foi soberbo porque além de ser um grande surfista, é um ser humano espetacular. Ficou impressionado com a beleza da Madeira e a qualidade das nossas ondas, tanto que prometeu cá voltar no próximo ano. Foi pena não ter apanhado as ondas grandes dado que a visita aconteceu em abril mas ele já tinha ouvido falar das ondas da por causa da música. Adorou e prometeu voltar para o ano. Tudo isto é fenomenal porque os comentários às fotos que eles publicaram nos seus sites e redes sociais tiveram imensos comentários favoráveis em todo o mundo. Neste trabalho de divulgação e promoção, podemos salientar que, na Madeira, temos sites e duas webcams com vídeo full hd, uma na praia do Jardim do Mar e outra na Fajã da Areia, que foram cá colocadas por uma empresa americana e que filmam em permanência on line. Isto significa que, a Madeira está acessível on line em qualquer parte do mundo. Permite que, qualquer pessoa entre no site, aceda ao video e fique a saber o que se está a passar no local em termos de mar e de tempo. O endereço é o “surfline” que é um site de previsão de ondas e de tempo. Essa empresa tem webcams espalhadas pelo mundo inteiro, havendo estas duas 13 na Madeira mas há a possibilidade de instalação de novas câmaras no Porto da Cruz e no Porto Moniz. T.M. - Que eventos, ou novas iniciativas, estão previstas? O.P. - Vão acontecer algumas coisas. Teremos em outubro, a última prova do Campeonato Regional de Surf , prova que vai acontecer no Jardim do Mar nos dias 4 e 5 de outubro. Esta prova vai coincidir com o arraial que se realiza no Jardim do Mar por esses dias. Vamos realizar a prova se as condições do mar o permitirem porque quem manda nisto é o tempo mas pensamos que irá correr tudo bem. A prova irá contar com cerca de trinta surfistas, entre madeirenses e de fora da Região, nomeadamente russos, franceses e continentais. No âmbito deste arraial que decorre no centro do Jardim do Mar, vamos apresentar à população o filme “Surf Is Alive”. O filme irá ser projetado numa tela gigante que estará colocada na praça do Jardim do Mar e que possibilitará que todos os que queiram assistir, terão a oportunidade para tal. O filme está muito bem feito e valerá a pena assistir. T.M. - Com tudo isto, a Madeira está hoje na rota mundial do Surf? O.P. - A Madeira está no mapa mundial do Surf mas esta imagem não está ainda totalmente demonstrada, ou seja, durante muito tempo, a Madeira foi vista entre a comunidade surfista como um local de ondas grandes. Queremos dar a volta a ideia e demonstrar que temos ondas grandes, como ondas médias e pequenas, ou seja, toda a gente pode surfar na Madeira. A ideia é mostrar que o Surf madeirense é acessível a todos. As ondas na Madeira podem ser acessíveis a qualquer surfista. Esta ideia foi, durante anos, escondida para não haver uma exposição mediática, à semelhança do que existe noutros locais mundiais de surf, como o Hawai. Não queremos estragar o que há mas precisamos mostrar que vale a pena apostar no Surf na Madeira. l 14 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 ROSAS E ESPINHOS DA NOVA AUTONOMIA DIVAGANDO... GREGÓRIO GOUVEIA VIRGÍLIO PEREIRA gregoriogouveia.blogspot.pt De Distrito do Funchal a Região Autónoma (7) Na sequência das suas deliberações, a Junta Regional criou grupos de trabalho para estudarem a reestruturação do setor dos Bordados; elaborarem o regulamento do Parque Natural da Madeira; instalarem um restaurante no Pico do Areeiro; estudarem os problemas no setor do Comércio e sobre o regime de franquia aduaneira; regularem a gestão financeira do Serviço de Educação da Madeira; estudarem a reestruturação dos Serviços Regionais da Administração Local; reintegração dos Serviços da Segurança Social; criação de canais próprios de abastecimento à hotelaria; sobre a regionalização da Empresa de Electricidade da Madeira. Procedeu à instalação da Circunscrição de Urbanização da Madeira e ao reconhecimento de que a Delegação da Junta Nacional de Produtos Pecuários passou a depender da Junta Regional. Pôs à discussão pública o projeto de estatutos da Sociedade Financeira e de Desenvolvimento da Madeira; procedeu à equiparação dos ordenados dos educadores de infância de diversas instituições, bem como dos enfermeiros da Inspecção de Saúde da Junta Geral, que não tinham ordenados equiparados aos da Direcção-Geral de Saúde; deliberou a necessidade da criação urgente da Comissão Instaladora do Instituto Universitário da Madeira. Considerou “dia feriado a Sexta-Feira Santa e tolerância de ponto na Quinta-Feira Santa” e deliberou que, face ao Decreto-Lei nº 309/76, de 27 de abril, a hora da Madeira fosse coincidente com a hora oficial de Lisboa. Tomou medidas com vista ao fomento do setor agrícola, relativamente à colocação de banana no mercado do continente, ao fomento da flori- cultura, ao Plano de Fomento Vitícola; à construção da Adega de São Vicente; adjudicou a primeira fase do Mercado Abastecedor; tratou do problema de abastecimento de água de rega. Aprovou o Programa de Desenvolvimento Pecuário; decidiu criar um Entreposto de Pesca Internacional; deliberou adquirir os terrenos para a construção dos silos para cereais. Debruçou-se sobre a crise de diversas empresas do setor da indústria e do artesanato tradicional, baseado nos bordados e vimes. Resolveu vários problemas relativos à recusa dos chamados “Médicos à Periferia” em se deslocarem para os concelhos rurais, bem como na adequação das estruturas baseadas na Administração Distrital de Saúde, criada em 4 de setembro de 1975, e nas Comissões Integradoras dos Serviços de Saúde Locais, instituídas em fevereiro daquele ano. Decidiu mandar elaborar um estudo sobre os transportes rodoviários, “face à grande deficiência especialmente dos transportes colectivos de passageiros”, assim como outro estudo sobre as «Praças de Taxis». Interveio no diferendo acerca das “remunerações do Pessoal do Sindicato dos Carregadores”, na sequência de um relatório da Junta Autónoma dos Portos do Arquipélago da Madeira; congratulouse com a decisão do I Governo Constitucional para ampliar o Aeroporto da Madeira e pela abertura de concurso para a construção do Porto de Abrigo do Porto Santo. Tomou posição favorável sobre o despacho do Secretário de Estado do Tesouro, que criou o Secretariado Regional da Banca na Madeira e concedeu subsídios a empresas e cooperativas, no montante de 11.731 contos, empréstimos, 11.150 e avales, 87.000. Constituiu uma comissão instaladora da Assembleia Regional, saída das eleições realizadas no dia 27 de junho de 1976, tendo encarregado a Junta Geral de “contratar a título precário e por tempo limitado” trabalhadores de apoio administrativo à assembleia eleita, cuja sessão solene teve lugar no dia 19 de julho. Cumprido o mandato, a Junta Regional passou testemunho ao I Governo Regional, que tomou posse no dia 1 de outubro do mesmo ano. Mas existiu ainda uma curiosidade legislativa: apenas três anos e dois meses e meio após estarem em plenas funções os órgãos de governo próprio da Região Autónoma, foi extinta a Secretaria do istrito Autónomo do Funchal, pelo Decreto-Lei nº 485/79, de 15 de Dezembro. O seu artigo primeiro determina: “É extinta a secretaria do governo do antigo distrito autónomo do Funchal, transitando o respectivo pessoal para os serviços da Região Autónoma da Madeira, nos termos deste diploma”. O artigo quinto refere que “O Pessoal da extinta secretaria continuará a ser pago por conta do Orçamento Geral do Estado até final do corrente ano (1979) e as verbas atribuídas serão transferidas, por duodécimos, para o Governo Regional”. Ou seja, se é verdade que os serviços do extinto Distrito Autónomo já tinham transitado em grande parte para a Junta Regional e, depois, para o Governo Regional, também é certo que coexistiu um serviço, com pessoal a si afeto, que pertence a um órgão administrativo sem funções. Melhor dizendo, nos três anos de dilação, a Secretaria do extinto Distrito mais não teve senão as funções de comissão liquidatária do Distrito Autónomo do Funchal. gregoriogouveia.blogspot.pt Memória curta Se considerarmos o que se está a passar nos processos eleitorais internos do PS e do PSD/Madeira ficamos com a sensação de que muitos políticos da ribalta esqueceram já que as eleições europeias mostraram indubitavelmente que os eleitores e a população estão fartos da conduta dos partidos e dos seus respectivos políticos. Esse descontentamento manifesta-se essencialmente em relação aos partidos e políticos da coligação nacional (PSD/CDS) e regional (PSD/ Madeira). Revelam mesmo desesperança e incredulidade nas suas propostas para o presente e para o futuro. Muita gente está convicta de que os candidatos a governantes de cada partido são escolhidos pelos seus “aparelhos” e pelas suas direcções que actuam em função dos interesses de certos lobbies a que pertencem e que na prática pouco se interessam com a resolução dos problemas reais do país, mas apenas com a satisfação dos interesses desses grupos. Têm ainda a convicção que os eleitores ficam arredados de participar nesse processo. Dizem eles que mesmo quanto às primárias que estão a decorrer no PS, querem fazer crer que se iniciou um novo modelo de eleições internas no partido, respeitador integral da Democracia, mas no fundo o que se está a passar é a inscrição para o acto de votação de simpatizantes que, na sua maior parte, constitui uma elite intelectual que quer que António Costa seja o futuro Primeiro-Ministro de Portugal, obviamente SecretárioGeral do PS para conseguir deter o poder. A maioria esmagadora do eleitorado que normalmente vota no PS não vai participar nestas primárias porque não lhe chegou a informação adequada ou porque não são mobilizados por este tipo de despique agressivo entre dois “camaradas” socialistas que torna praticamente impossível um entendimento futuro entre vencedores e perdedores, porque se ultrapassou a agressividade aconselhável que consente e incentiva a disputa interna e permite debater de forma saudável o futuro desse partido e do país. Até agora o comportamento dos candidatos à liderança do PSD/Madeira tem sido semelhante ao desses candidatos socialistas, salvo honrosas excepções. Algumas dessas candidaturas são elitistas no sentido pejorativo da palavra. As elites são imprescindíveis para o sucesso do partido, da Região e do País, mas têm de trabalhar para o bem comum, para o Povo e não só para os círculos herméticos que constituem. Lembrem-se esses candidatos de que podem vir a ganhar as eleições internas e não ganharem as eleições legislativas regionais de 2015. Para vencê-las, o candidato ganhador das internas terá de mobilizar o eleitorado regional com propostas que lhe pareçam credíveis e não se esquecer que, tal qual o nacional, a grande maioria desse eleitorado vive na desesperança de que os partidos lhe venham a devolver o mínimo de qualidade de vida. Partidos e políticos têm de mudar quase radicalmente de atitude. O candidato vencedor das eleições internas do PSD/ Madeira tem efectivamente de dar provas, antes das eleições gerais de 2015, de que está sinceramente interessado em reorganizar o partido, de forma a servir melhor a população, para o que trabalhará com toda a humildade, empenho e determinação, como também tem der se comprometer em acabar com certas injustiças que a população denunciou e venha a denunciar, devidamente fundamentadas. Impõem-se modificações efectivas num futuro próximo e não há Democracia sem partidos políticos. TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 publicidade 15 16 cultura TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 “Cabe aos criadores a responsabilidade de as gavetas não estarem vazias de projetos e trabalho” Afirma Gonçalo Gouveia O artista apresenta, nesta sextafeira, a exposição «Peixe» no Ateneu do Funchal. A mostra ocorre na sequência do Ciclo de exposições designado por “Insulana” SARA SILVINO [email protected] T ribuna da Madeira (TM) - O que apresenta a exposição da sua autoria denominada por «Peixe»? Gonçalo Gouveia (GG) - Esta mostra ocorre na sequência do Ciclo de exposições designado por “Insulana”, constituído por quatro exposições de pintura, realizadas em sequência entre maio e agosto de 2014, que incluiu um conjunto de trabalhos realizados nos últimos três anos, distribuídos por quatro espaços da Região: no Concelho de Machico (na Junta de Freguesia de Machico, no Núcleo Museológico do Solar do Ribeirinho, e no Museu da Baleia); no Funchal (na Junta de Freguesia de São Martinho). Estes espaços foram amavelmente cedidos para o efeito pela Autarquias e permitiram mostrar mais de uma centena de trabalhos dedicados a diversas temáticas da vivência insular. A presente exposição propõe o que se pode designar um “postscript”ao ciclo anterior, mostrando-se agora um conjunto adicional de trabalhos, dedicados a um tema cuja ausência foi repetidamente notada no ciclo anterior: o “bestiário marinho”- que protagonizou apenas algumas tímidas aparições nas exposições anteriores. Tirando partido do oportuno desafio do Funchal Ateneu Café, para trazer um conjunto de trabalhos a este espaço central da cidade, aproveitou-se para trazer ao palco um conjunto de telas em que o peixe, e os auxiliares da sua degustação, são exclusivamente os modestos, mas muito dignos, atores principais. TM - Qual foi o motivo que o levou a expor? GG - As motivações para esta exposição prendem-se, por um lado, com a vontade de complementar, e de certo modo rematar, o ciclo de exposições anterior, respondendo diretamente à reação do público, que constitui uma parte essencial da dinâmica destes eventos. Por outro lado, responder positivamente ao desafio lançado pelo Ateneu, que é um dos espaços emblemáticos da cidade do Funchal, e que, pela sua vocação e centralidade congrega um público sempre variado. Refira-se ainda, conforme sugere do texto do catálogo, que esta exposição não deixa de ser também um modestíssima manifestação de teimosa vitalidade num momento em que se impõe – ou nos é imposto – o mais insidioso dos desânimos. TM - É a primeira vez que apresenta uma exposição? GG - Tendo iniciado a participação em mostras coletivas ainda enquanto estudante da Escola de Belas-Artes de Lisboa, no início dos anos noventa, nomeadamente na Galeria do Diário de Notícias de Lisboa, em 1990, e na Boole Library - University College em Cork, República da Irlanda, em 1991, destacaria as exposições: “O Negro ao Norte”, em 1994, com Eduardo Welsh, na Galeria da Secretaria Regional do Turismo e Cultural, no Funchal; “O Domínio da Paixão”, em 1996, juntamente com um coleti- cultura TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 vo de Docentes do Instituto de Arte e Design, na Galeria da Secretaria Regional do Turismo e Cultural, no Funchal; “Vinte Anos de Artes Plásticas na Madeira, no Museu de Arte Contemporânea da Madeira, no Funchal; e, mais recentemente o Ciclo Insulana, em 2014, realizado individualmente. Destacaria ainda, no que se refere a publicações, a edição do “Poema Circular”volume de poesia e imagem digital, com Idalina Sardinha, em 1998; e “Sensos, na Esteira Luminosa do Haiku – cd-rom de poesia e animação digital, também em colaboração com Idalina Sardinha e o coletivo de Design “theoneline design”, em 2004. As razões para os significativos hiatos entre as exposições prendem-se essencialmente com o cumprimento dos restantes deveres da carreira Académica, sempre muito exigentes em termos de investimento de energia e tempo. TM - Como surgiu o gosto pela pintura? GG - O gosto pela criação artística, particularmente no campo das artes visuais, começou cedo e teve a sorte de ter sido sempre incentivado por todos aqueles que me rodeavam, nomeadamente os que detinham uma educação artística formal. Estes estímulos, e o investimento de atenção e lições que os acompanhou foram essenciais à construção da necessária persistência e disciplina para transformar o impulso criativo num ato produtivo, e sintome naturalmente privilegiado nesse aspeto. Curiosamente, pese embora as vertentes específicas de formação académica terem sido a Escultura e a Gravura, ao nível da Licenciatura em Artes Visuais, essencialmente feita na Escola de Belas-Artes de Lisboa, mas igualmente no Instituto de Arte e Design, no Funchal, a prática da pintura não só acompanhou sempre esse percurso, tanto pela via das obrigações curriculares como por via do interesse pela experimentação em campos complementares, e essa prática acabou por se impor enquanto campo de maior liberdade, considerando o menor peso da mediação tecnológica – o que não significa que esta seja negligenciável, naturalmente. Com o passar do tempo, e também por vicissitudes de índole muito prática, acabou por se tornar o principal meio de expressão, sobrevivendo, inclusivamente, ao posterior apelo sedutor das tecnologias digitais. TM - Acha que o trabalho dos artistas madeirenses tem tido a devida atenção por parte das entidades relacionadas com a cultura, e da própria população? Os jovens aderem mais às exposições, ao meio cultural? GG - Primeiro, há que referir que se verificou, particularmente na última década, uma transferência global do prestígio da esfera cultural para outras esferas, antes subsidiárias, e que se manifesta na transferência do investimento político para áreas com maior visibilidade mediática, garantindo retorno imediato de setores sociais mais vastos. Não se pode afirmar que ao nível regional esse processo tenha determinado uma significativa alteração do paradigma vigente, talvez porque este sempre se orientou nesse sentido, numa curiosa antecipação histórica. No entanto, em abono da verdade, o cenário sempre foi híbrido, com grandes variações no grau de investimento, não permitindo o maniqueísmo de uma qualquer sentença liminar. Mais recentemente, a evolução qualitativa do apoio dado por estruturas locais, que em grande medida avançam para o espaço deixado vago pelas superestruturas do Estado que perdem sucessivamente a capacidade de intervenção, por múltiplas razões, começa a desenhar-se como um fenómeno a observar. Note-se por exemplo, no caso desta exposição - e de um conjunto já significativo de mostras - que a proposta nasce de um entidade privada, à partida não vocacionada para este tipo de patrocínio. No entanto colocou-se no terreno e criou um conjunto de oportunidades assumindo o risco. Por outro lado, os públicos evoluíram de um modo significativo, traduzindo-se essa transformação, pelo menos de momento, numa distribuição do interesse por manifestações culturais com múltiplos perfis, numa saudável e corajosa disponibilidade, ainda tímida, mas a merecer todo o incentivo. De modo particularmente significativo, nesta instância, são os mais jovens que demonstram um inquietante cristalização dos seus interesses em torno de uma tipologia de eventos que se reveste do aparato de evento cultural mas não ultrapassa, com demasiada frequência, a mera exploração comercial de fórmulas de entretenimento cujos méritos se revelam no mínimo duvidosos. Mas dito isto, o impor- 17 tante é as gavetas não estarem vazias de projetos e trabalho, e essa responsabilidade cabe dos criadores. TM - Quais são as expetativas para o dia da inauguração da exposição «Peixe»? GG - Deve assumir-se com naturalidade que neste tipo de eventos ansiamos sempre por uma boa adesão, tanto no que respeita à afluência de visitantes como, e principalmente, em termos da empatia que os trabalhos possam gerar. Espera-se também que estes momentos constituam uma oportunidade valiosa para estar com as pessoas, observar reações, comunicar e obter assim o indispensável feedback, reunindo-se diferentes gerações, incluindo os elementos ligados às Artes Visuais. Há ainda uma componente de tertúlia que se impõe, porque cultura não é necessariamente sinónimo de solenidade sorumbática, passa da mesma forma pela arte do convívio, e aí esperamos sempre proporcionar um momento memorável. Para além de se assegurar o merecido retorno à entidade patrocinadora em termos de visibilidade, potenciando assim a relação estabelecida, em ambos os sentidos. l 18 saúde Este espaço pode ser seu E-mail: [email protected] PUB Telef: 291911300 PUB PUB MÉDICOS PUB CLÍNICAS TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Excesso de medicação para o colesterol elevado e hipertensão preocupa especialistas Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Coração, os especialistas em medicina oriental alertam para o excesso de medicação que é administrada em Portugal para tratar a hipertensão e a colesterolemia (colesterol elevado). Trata-se de uma situação preocupante, na medida em que este tipo de patologias, apesar de serem crónicas, podem ser reversíveis através da prática de uma dieta equilibrada e do exercício físico regular. Os últimos estudos indicam que mais de metade da população portuguesa tem colesterol elevado (56%) e cerca de metade sofre de hipertensão (42%). No caso dos hipertensos, e segundo dados da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, 74,9% dos doentes são medicados. Para além dos efeitos secundários que estes tratamentos acarretam, os custos que os mesmos representam para a Sociedade são elevadíssimos. “Esta é uma situação alarmante para o nosso país, que tem de ser revertida o quanto antes. A simples alteração do estilo de vida é suficien- te para reduzir a prevalência de ambas as patologias, a médio prazo. Para além desta mudança e caso o doente esteja predisposto a experimentar tratamentos alternativos à medicina convencional, a medicina tradicional chinesa oferece métodos imediatos e sem recurso a fármacos para eliminar a hipertensão e o colesterol” afirma Wengian Chen, Diretora do Centro de Terapias Chinesas, em Lisboa. A acupuntura tem uma ação rápida e eficaz no tratamento da hipertensão, ao equilibrar os valores da pressão arterial. Logo nas primeiras sessões, o doente sente-se melhor e verifica uma diminuição da hipertensão, através da medição destes valores antes e após a sessão de acupuntura. A duração do tratamento depende de cada pessoa e do historial clínico, podendo ir de quatro semanas a vários meses. Mesmo nestes últimos casos, o doente sente uma diminuição instantânea da sua pressão sanguínea, que deverá ser mantida nos dias seguintes. No caso da colesterolemia e associado a um novo estilo de vida que deverá ser adotado pelo doente, a acupuntura ajuda a melhorar o equilíbrio do sistema endócrino e aumenta a circulação sanguínea. Através da estimulação periférica, este método ajuda o organismo a diminuir o colesterol mau e a produzir o colesterol bom. Para além da acupuntura, podem ser associados chás à base de ervas comprovadas na redução dos valores de colesterol e hipertensão; assim a fórmula Jiang Ping Pian, uma fórmula clássica para controlar a tensão arterial, e que inclui uma série de plantas, as principais das quais são a escutelária (scutellaria baicalensis, uma planta da família da hortelã) e a erva-férrea (prunella vulgaris), entre outras - ou no caso do tratamento ao colesterol, por exemplo, um chá à base do fruto do espinheiro branco. Existem inclusive protocolos de tratamento que permitem baixar rapidamente a tensão arterial em caso de crise aguda, com acupunctura e massagem (tratamento que pode incluir tirar algumas gotas de sangue nalguns pontos específicos). l opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 19 breves Humberto Pinho da Silva Celso Neto Porque abandonam a Igreja? O castigo do ladrão a prática da doutrina de Jesus, viver o cristianismo é muito difícil, principalmente para jovens, que se julgam imortais. Algumas vezes, também, escuto – que os nossos templos são “frios”. Muitos gostariam de encontrar, na Igreja, refugio para a solidão. os velhos para conviverem; os novos para conhecerem outros jovens. As comunidades são grandes. Ao sacerdote é humanamente impossível ser omnipresente. A maioria dos fiéis permanece na Igreja, como solitário em ilha deserta, em pleno Pacifico. Por último: há os que frequentam o templo para aproveitarem oportunidades… e o mau exemplo só serve para desacreditar a Igreja. Há, também, os que pensam: se a Igreja fosse mais “ maleável”; se plasmasse à vida moderna; se desse acesso ao sacerdócio à mulher; ou pelo menos, os padres fossem casados, tudo seria diferente. Que seria diferente, acredito, mas se seria melhor, duvido: porque cristianismos não são: palavras, eventos, congressos, nem cerimónias, mas conduta para pautarem a vida. Conduta difícil….até quase impossível, para muitos….mas modo de estar na vida, para se poder entrar na outra Vida Qual é a sua profissão? Senhor DJ, eu sou ladrão Roubei um tostão! Vai ter que ir para a prisão… E se eu tivesse roubado um milhão? Bem, isso é outra questão! Roubar um tostão É o mesmo que invocar o nome de Deus em vão… Não é solução Não tem perdão! Estão abertas as candidaturas para “Retomar” os estudos na Universidade da Madeira até 30 de setembro. Os antigos estudantes do Ah justiça de um cão… ensino superior, com idade inferior Devia então a 30 anos, que abandonaram o ciclo Ter roubado um milhão? de estudos antes da sua conclusão e Como lhe disse isso é outra questão! que pretendem prosseguir a sua formação na Universidade da MadeiQue Deus nos valha, isto é demais ra podem candidatar-se ao PrograNão era assim no tempo dos nossos ma Retomar até 30 de setembro e pais! usufruir de uma bolsa no valor de 1.200 euros. Pois, por isso é que aqui vieste parar… O Programa Retomar insere-se Quem te deu ordem para roubar? no Plano Nacional de ImplementaNão tinha para mastigar ção de uma Garantia Jovem e desE caí na tentação de roubar! tina-se aos jovens entre os 15 e os 29 anos, inclusive, que não estejam Porque querem os passaritos ser livres integrados em qualquer modalidade e voar alto de ensino ou formação ou no mercaSe, quase, não conseguem dar um do de trabalho. Tem como objetivos salto? permitir o regresso à educação e forOnde é que foste buscar essa ideia mação, em contexto de ensino supeperegrina rior, de estudantes que pretendam De roubar às aves de rapina? completar formações anteriormenTrês meses de prisão com pena te iniciadas ou realizar uma formasuspensa… ção diferente; combater o abandono Quando quiseres roubar, tira licença! escolar no ensino superior e promoAdquire imunidade “pralamentar” ver a qualificação superior de jovens E não te ponhas a inventar… que não estão nem a trabalhar, nem Um tostão inseridos em percursos de educação Faz muita falta à Nação! ou formação. PUB PUB Eis a pergunta que crentes e sacerdotes interrogam, e não encontram resposta. Será porque os cultos não são atrativos? Ou será que os ministros de Deus pregam com palavras, que saem da boca, mas não as sentem no coração? Estando em Roma, a conversar com franciscano, que veraneava em Itália, este declarou-me: “O padre católico, alicerça as homilias com vocábulos vernáculos, recheadas de erudição”. Podem ser belas, agradáveis ao ouvido dos cultos, mas incompreensíveis para o homem comum. Será, por isso, que o povo se afastou do templo e da doutrina de Cristo? Ouço dizer, e com razão, que o melhor evangelista é o que pratica, o que diz acreditar. Quem assim assevera, pensa que o abandono da prática religiosa deve-se ao facto de alguns pastores seguirem o conselho do famoso Frei Tomás, que escreveu na porta do gabinete: “ Faz o que ele diz e não o que ele faz”. Outros, queixam-se que os pais deixarem de rezar com os filhos, e as famílias já não são, como eram antigamente: cumpridoras dos seus deveres morais, o que esmorece a fé, mormente das crianças. Sabemos – crentes ou não, – que A Olho.te - Associação Artística de Solidariedade Social, na sequência do grande sucesso que foi a 1ª edição do cortejo de Fitness ao ar livre, «PERCORRA O MUNDO EM FITNESS COMUNIDADES», está a preparar uma 2ª Edição, que decorrerá no dia 28 de Setembro (domingo), com concentração às 15:30H, nos Campos Nazaré, em frente à Mata e início às 16 horas. O Cortejo terá início na Praceta da Venezuela(ao pé do Tourigalo) e percorrerá as ruas da Venezuela, do Brasil, da África de Sul e dos Estados Unidos da América, em direcção ao campo do Clube Naval, onde acontecerá uma DANCE PARTY. Serão distribuídas águas, aos participantes, durante o percurso, e no fim será distribuída fruta A organização apela aos participantes que trouxessem um adereço de Carnaval (narizes, colares, perucas ...). “Aqui as palavras de ordem são: diversão, inclusão, festa, felicidade, partilha, união, solidariedade,carinho...”. A primeira edição contou com a participação de mais de uma centena de moradores e comunidade de interesse. www.tribunadamadeira.pt 20 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Eduardo Luís Helena Rebelo Reflexologo e presidente Ordem Mundial de Reflexologia [email protected] Docente da Universidade da Madeira [email protected] Reflexologia Infantil O que é uma “contracapa”? Porquê? Depois de alguns artigos onde abordei a importância da reflexologia e suas técnicas e estudos científicos hoje resolvi escrever sobre reflexologia infantil que existe pouca gnose em relação a terapia e técnica. O toque no ser humano é de extrema importância. Nós como seres humanos necessitamos que nos toquem, especialmente pelas pessoas que mais gostamos, para que nos sintamos acarinhados e amados. Tal como quando estamos tristes e gostamos que nos dêem um abraço reconfortante, também o seu bebé precisa do mesmo de si. As massagens a reflexologia ao bebé, o colo, o toque, contribuem para criar laços de afecto impossíveis de criar de outra maneira. Estes laços de afecto fazem com que o bebé tenha uma saúde melhor, aumentando as suas defesas naturais, bem como o seu comportamento social e afectivo e vai aumentar a empatia entre os pais e o bebe. A Reflexologia é um dos instrumentos para restabelecer, de forma natural, o equilíbrio do ser humano. Fazendo pressões com as mãos em determinados pontos dos pés é possível provocar mudanças fisiológicas no corpo uma vez que o próprio potencial de cura do organismo é estimulado. A Reflexologia pode ser usada como terapia tanto nos adultos, como crianças e bebés por profissionais qualificados. Nos bebés e crianças pequenas, a prática da Reflexologia podal requer uma atenção especial e as manipulações devem ser subtis e mais suaves do que num adulto Situações como cólicas, diarreia, obstipação, dentição, otites, amigdalites, distúrbios do sono, irritabilidade, ansiedades, romper da dentição, constipações, são apenas uma pequena quantidade da lista de possibilidades de actuação da Reflexologia Podal Infantil. Porquê os Pais como Terapeutas? Segundo a nossa filosofia de trabalho, são os pais quem intervêm inicialmente como terapeutas dos seus próprios filhos, já que os bebés e crianças reagem melhor em receber a massagem por parte de quem os ama, ou seja os seus pais, avós ou irmãos. Os benefícios não se fazem apenas ver nos filhos os pais acabam por sofrer efeitos secundários muito positivos, tais como, auto-confiança, conhecimento mais concreto do organismo dos seus filhos, e uma melhoria no estado da saúde de todos os elementos. Deixo alerta para todos aqueles pais que queiram fazer reflexologia infantil pedir formação ao terapeuta, ou pedir ajuda ao centro de reflexologia da madeira para saber os terapeutas qualificados. Até para a semana, mexam nos vossos pés com carinho que estes vão sorrir... “A Reflexologia como apoio aos cuidados médicos convencionais, não só auxilia a criança como também aproxima-a os pais, contribuindo para uma vinculação mais segura. Barbara e Kevin Kunz Publicamente, o Ministro da Educação e da Ciência, Nuno Crato, veio pedir desculpa porque um concurso de professores correu muito mal, sendo necessário repetilo. Já houve uma demissão no ministério e surgiu a anedota: um matemático falha nas contas elementares. O ano escolar 2014-2015 não começou da melhor forma. Para quem trata destes processos, deveria ser uma rotina, mas, claramente, não o é. A inovação, as experiências e as mudanças são anuais. Por todo o país, algumas escolas vão fechar porque não têm um número suficiente de crianças. Houve tempos em que deveriam ser no mínimo 10. Agora, segundo consta, devem ser 20. Existem estabelecimentos com muitas crianças, mas a equipa do Ministro quer encerrá-los, manifestando-se pais e autarcas contra a medida. Além disso, mais de mil professores estarão por colocar e vários estudantes começam o ano sem docentes e sem aulas. Fico por aqui neste rol que a comunicação social vai desenrolando. Se olharmos apenas para o que está a correr mal, tenderemos a esquecer o que vai acontecendo dentro da normalidade e, por isso, bem. Ter a noção da realidade é ver os dois lados. Portanto, no geral, começámos mais um ano escolar de trabalho. Os pais foram comprando os materiais e a maioria das pastas ficou pronta a tempo. Numa destas tarefas preparatórias, uma amiga telefonou-me com uma dúvida. O que é uma “contracapa”? Numa escola de ensino básico, recomendaram que os cadernos fossem identificados na contracapa e houve quem ficasse com dúvidas. Uns pais diziam que era a parte interior da capa e outros que era a parte detrás do caderno, a do lado oposto à capa. Eu nunca pensei no termo para um caderno, mas tenho-o usado para os livros. Na resposta que dei, optei, então, pela segunda possibilidade. Contudo, fiquei com uma “pulga atrás da orelha” e pensei dedicar esta crónica ao assunto. Reflectir sobre tudo, incluindo detalhes linguísticos como este, é um exercício que aprecio bastante porque coloca problemas que continuarei, aqui, a propor. Isto não significa que saiba tudo ou que o assunto fique, na íntegra, resolvido. Resumidamente, esta questão será do domínio da Lexicologia, da Lexicografia e da Semântica, sendo, também, um problema relacionado com a linguagem técnica. Neste caso, é provável que tenhamos de distinguir um sentido específico e técnico, da área das Artes Gráficas e da Encadernação, do que se usa comummente. Todos sabemos que uma capa, enquanto peça de roupa, serve para recobrir. O vocábulo aplicado ao livro terá o mesmo sentido, isto é, o de “cobertura”. Portanto, no geral, a capa de um livro ou de um caderno será o material que serve para recobrir o miolo, ou seja, as páginas em si. Porém, passou a especificar-se, designando a capa “a parte dianteira”. Logicamente, a contracapa identificou-se com “a parte traseira”. Se tivermos um livro fechado, em cima de uma mesa, vendo o título e o nome do autor, estaremos a olhar para a capa. Se o virarmos, veremos a contracapa. A lombada separa as duas. Usaremos todos “capa” e “contracapa” com estes sentidos? Que revelarão os dicionários do tira-dúvidas a propósito? As respostas são tão variadas que compreendo bem a confusão dos pais na simples tarefa de identificar os cadernos dos filhos. Do conjunto de dicionários consultados (cf. tira-dúvidas), o FIGUEIREDO não apresenta os verbetes. O MACHADO ignora o sentido de “capa” ligado a livro ou similar e a definição de “contracapa” é pouco esclarecedora. As referências brasileiras, o HOUAISS e o AURÉLIO, fazem a distinção entre exterior (capa) e interior (contracapa). Concordam com a ideia de a “capa” ser o que envolve, externamente, o miolo do livro, caderno, etc., identificando a “contracapa” o interior da capa. O dicionário da ACADEMIA considera dois sentidos para “capa”: 1) a totalidade exterior e 2) a parte da frente. Segundo este dicionário, a “contracapa” corresponde à parte interior da “capa” (enquanto elemento exterior) e tem um uso familiar: a acepção de parte posterior, oposta à da frente do livro. O dicionário da PORTO EDITORA veicula exclusivamente este último sentido de “contracapa”, mantendo, porém, os dois de “capa” (1- totalidade exterior e 2- parte da frente). Na obra da PRIBERAM, registam-se os dois sentidos de “capa” e os de “contracapa”. Já sabemos que é fácil o que se entende e complexo, ou discutível, o contrário. Portanto, para um provável tira-teimas, nada melhor que um breve tira-dúvidas porque as dúvidas são o primeiro passo, mas não podem ser o último. Por que razão o termo “contracapa” pode suscitar dúvidas? Porquê? É porque tem, pelo menos no Português Europeu, dois sentidos: a) face interior da capa e b) parte posterior do livro, da encadernação, etc. Isso acontece porque “capa” também tem dois sentidos: a) a cobertura integral do livro, da encadernação, etc. e b) parte anterior dessa cobertura. Logo, para evitar confusões e equívocos, quando falamos em “capa” ou “contracapa”, temos de especificar o que pretendemos dizer. Eu vou manter os sentidos que sempre usei: “capa” é, apenas, a parte da frente da encadernação e “contra- Os Porquês do Português TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 capa” a de trás. O interior de uma e de outra designo-os como tal ou, então, “verso”, tendo a capa e a contracapa frente e verso. Não sei como terminou este caso, mas estou convencida que alguns pais terão identificado os ca- dernos dos filhos no verso da capa e outros na contracapa, havendo alguns outros que o terão feito na face interior da contracapa (o verso). Quando não clarificamos o que queremos dizer, tudo se complica e surgem os mal-entendidos. 21 Os pais sofrem e os professores também, mas as maiores vítimas são os alunos. TIRA-DÚVIDAS Dicionários “capa” Priberam “em linha” (2008-2013), última consulta feita dia 22-09-2014 ca·pa (latim tardio cappa, tipo de toucado, parte do vestuário que tapa a cabeça) substantivo feminino (...) 8. Parte exterior de um livro, caderno, revista, ou de outra obra ou publicação, geralmente em papel ou material mais resistente. 9. Parte da frente de um livro, caderno, revista, ou de outra obra ou publicação, por oposição à contracapa. (...). Houaiss (2001) substantivo feminino (...) 6 Rubrica: encadernação. parte exterior de qualquer publicação, ger. de papel encorpado, papelão ou outro material mais rijo que o miolo, que protege e mantém juntas as páginas (...). Academia (2001) (...) s. f. (Do lat. cappa ‘toucado’). (...) 3. Cobertura de papel ou de outro material, mais ou menos rígida, que envolve e protege um livro, uma revista, um folheto... O manual de código está tão usado que já não tem capa. +de livro, de revista; + dura, mole. 4. Parte da frente dessa cobertura, onde estão inscritos normalmente o título do livro, da revista, o nome do(s) autor(es), da editora...; o conjunto dos elementos impressos nessa parte. A editora tem um enorme cuidado na composição das capas. A atriz apareceu na capa do último número da revista. (...). Porto Editora (1998) s. f. (...) face anterior de livro ou revista; peça que forma a lombada e as faces anterior e posterior de uma publicação (...). Machado (1991) acepção inexistente Cândido de Figueiredo (1986) acepção inexistente Aurélio (1986) s. f. (...) 6. Encad. Cobertura de papel ou de outro material, flexível ou rígida, que enfeixa ou protege mais ou menos solidamente um livro, um folheto, etc., segundo constitua brochura, cartonagem ou encardenação [sic] (...). 7. Bibliogr. O conjunto dos dizeres e imagens impressos na cobertura de um livro, de um folheto, etc. (...) “contracapa” con·tra·ca·pa (contra- + capa) substantivo feminino 1. Parte de trás de um livro, caderno, revista, ou de outra obra ou publicação, por oposição à capa. 2. Parte interna da capa de uma obra ou publicação; verso da capa ou verso da contracapa. substantivo feminino Rubrica: artes gráficas. cada uma das duas faces internas da capa (...) s. f. (De contra- + capa). Encad. Lado interno da capa. 2. [sic] Fam. Lado posterior da capa. Um texto de contracapa. s. f. face posterior de livro ou revista (De contra-+capa) s. f. Em encadernação, aba lateral da capa de brochura. verbete inexistente [De contra- +capa1.] s. f. Encad. Cada um dos lados internos (segunda capa e terceira capa) de um livro, revista, folheto, etc. 22 economia TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Mais desemprego em agosto No final de agosto existiam 21826 desempregados registados no centro de emprego regional. Juan Andrade [email protected] A Madeira registou uma subida ao nível do desemprego. No final do passado mês estavam inscritas nos Centros de Emprego 21826 pessoas, ou seja, uma subida de 1,8% em relação ao mês anterior, onde existiam 21437 (-389) desempregados. Porém, se compararmos com o mês homólogo do ano transato verificamos que o número de desempregados diminuiu 2,8 %, sendo que em agosto de 2013 as estatísticas davam conta de 22450 (+624) pessoas sem emprego. Tendo em conta o todo nacional, verificamos que no final do passado mês estavam inscritos como desempregados, nos Centros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 624 230 indivíduos, número que representa 72,8% de um total de 857442 pedidos de emprego. Os dados do IEFP indicam, ainda, que o total de desempregados registados no País diminuiu (-10,2%; -70 835), em comparação com o mês homólogo de 2013. Em relação ao mês anterior observou-se um aumento (+2,0%; +12534). A nível regional, e comparando com o mês homólogo de 2013, o desemprego diminuiu em todas as regiões do Continente e nas Regiões Autónomas. No Algarve, registou-se a descida mais acentuada (-19,5%). Por sua vez, a análise por género mostra uma quebra anual do desemprego, tanto nos homens (-11,5%) como nas mulheres (-9,0%). Quanto ao grupo etário, ambos os segmentos de análise (jovens e adultos) apresentavam uma descida anual, respetivamente -12,9% e -9,8%. Ao longo do mês de agosto, inscreveram-se nos Centros de Emprego do Con- tinente e Regiões Autónomas, 54 394 desempregados, número que representa um decréscimo (-6,3%; -3 666) face ao mesmo mês do ano transato. A quebra do fluxo de desempregados fezse sentir em todas as regiões do País, à exceção da Região Autónoma da Madeira. Comparando com o mês anterior, o volume de desempregados inscritos evidencia uma quebra (-5,5%; -3 148). l ‘Pestana’ eleita Comercialização de banana cresceu melhor cadeira 22,5% em termos homólogos hoteleira em Portugal Segundo dados fornecidos pela Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRADR), nos primeiros oito meses de 2014 foram comercializadas na primeira venda 11 652,6 toneladas de banana, mais 2 140, 1 toneladas que em igual período de 2013. Daquele total, 85,1% teve como destino a exportação. O Grupo Pestana foi eleito “Melhor Cadeia Hoteleira” no Publituris Portugal Travel Awards. Um prémio que pretende distinguir o que de melhor se faz no Turismo em Portugal. A gala de entrega de prémios realizou-se, no Mosteiro de Alcobaça, e contou com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes. A escolha dos nomeados é da responsabilidade da redação do Publituris, que tem em conta o trabalho desenvolvido ao longo do ano, capacidade de inovação, visibilidade mediática ou distinções internacionais, entre outros. A votação é depois feita online pelos leitores do maior jornal do Turismo em Portugal e de um júri com- posto por várias personalidades do sector, como empresários, profissionais, consultores ou jornalistas. “É com uma enorme satisfação e orgulho que recebemos este prémio. Não só porque é o reconhecimento do trabalho que temos vindo a fazer ao longo destes mais de 40 anos, mas também porque é atribuído pelos profissionais do sector do Turismo, cada vez mais exigentes, e com uma cada vez maior escolha de elevados padrões de qualidade. Este é um prémio para todos os colaboradores do Grupo, a quem dou já os meus Parabéns. A todos, muito obrigado”, afirma Dionísio Pestana, presidente do Grupo Pestana. l Para este crescimento relativo de 22,5% contribuíram todas as categorias, principalmente a banana extra (+31,6%). Por sua vez, a banana de 1ª registou um incremento homólogo de 14,3% e a de 2ª categoria aumentou 5,2%. Saliente-se que do total de banana comercializada 63,2% pertenceu à categoria extra. No segundo quadrimestre, o crescimento homólogo relativo (+22,9%) foi ligeiramente mais acentuado que o observado nos quatro meses anteriores (+21,8%). Junho foi o mês no qual se observou o maior aumento homólogo (+62,8%), já o mês de agosto foi o único até agora a registar um decréscimo (-7,3%). l Formação ACIF no mês de outubro O Departamento de Formação e Projetos da ACIF-CCIM agendou várias ações de formação para o próximo mês. As Principais Alterações ao Código do Trabalho Data: 1 a 3 de outubro Formador: Dr.ª Urânia Guimarães Horário: 9h30 - 13h00 e 14h00 - 17h30 (21 horas) Valor de inscrição: associado - € 150,00 / não associado - € 195,00 Finanças para não Financeiros Data: 6 a 8 de outubro Formador: Dr. Paulo Gonçalves Horário: 9h00 - 13h00 e 14h00 - 18h00 (24 horas) Valor de inscrição: associado - € 175,00 / não associado - € 230,00 Qualidade no Atendimento ao Público (**) Data: 6, 7, 8, 9 e 13 de outubro Formador: Eng. João Arménio Augusto Horário: 9h00 - 13h00 (20 horas) Valor de inscrição: associado - € 90,00 / não associado - € 120,00 2.º Ciclo de Seminários de Fiscalidade 2014 – Seminário I (*) Temática: IRC – Regime Fiscal das Depreciações e Amortizações / Benefícios Fiscais para Pessoas Coletivas Data: 10 de outubro Formador: Dr. Abílio Sousa Horário: 9h30 - 12h30 e 14h00 - 17h30 (6,5 horas) Valor de inscrição: associado - € 65,00 / não associado - € 85,00 Destinatários: Diretores Financeiros, contabilistas e TOC’s. Interessa igualmente aos técnicos de contabilidade que têm por missão manter a legislação fiscal atualizada. Objetivos: IRC - regime fiscal das depreciações e amortizações: condições gerais do regime e regras de valorimetria, as alterações da reforma do IRC, com destaque para o valor residual e o novo artigo 45.º-A do CIRC; Benefícios Fiscais para Pessoas Coletivas - alterações ao Código Fiscal do Investimento (Proposta de Lei n.º 229/XII, de 23-05-2014), inclui alterações ao RFAI, SIFIDE e os novos benefícios DLRR e Remuneração Convencional do Capital Social. Relações Interpessoais no Trabalho Data: 14 de outubro Formador: Eng. João Arménio Augusto Horário: 09h30 - 13h00 e 14h00 - 17h30 (7 horas) Valor de inscrição: associado - € 40,00 / não associado - € 55,00 Finanças para o Comércio Data: 20 e 21 de outubro Formador: Dr. Paulo Gonçalves Horário: 9h30 - 13h00 e 14h00 - 17h30 (14 horas) Valor de inscrição: associado - € 125,00 / não associado - € 165,00 Gestão do Tempo e do Stress Data: 20 a 23 de outubro Formador: Eng. João Arménio Augusto Horário: 14h30 - 18h00 (14 horas) Valor de inscrição: associado - € 75,00 / não associado - € 100,00 (*) Ações validadas ou em processo de validação pela OTOC para efeitos de atribuição de créditos. (**) Ações de formação cujo conteúdo é considerado relevante pelo INCI para efeitos de comprovação de formação contínua para o exercício da atividade das empresas de Mediação Imobiliária Mais informações: [email protected] | www.acif-ccim.pt 24 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 DIVAGANDO... RICARDO FREITAS João Henrique Gonçalves Dirigente sindical Advogado Querido mudei a casa A nova formatação da Europa na. Como é sabido toda e qualquer Lei dessa natureza carece de um apoio parlamentar de 2/3 para ser viável, pelo que na verdade Seguro propõe um ponto que necessita da anuência do PSD, coisa que em fim de legislatura não é próprio nem credível. Para tal proposta ou, outra, como a revisão constitucional, só deveria ser concretizada após as eleições para uma nova Assembleia da República e nunca antes. Finalmente, este novo Seguro, dá a ideia de após o dia 28 a unidade no PS será precedida de uma “limpeza de balneário”, o que torna complicado todo e qualquer processo de unidade pré-eleitoral. Não será pois por qualquer acaso que no PSD, se deseja que o rosto do seu adversário principal, seja António José Seguro. De resto a orientação que diz irá proceder quanto a uma política de alianças, em caso do PS não obter a maioria confortável para governar, é no minimo estranha e, em ultimo caso, objecto de referendo interno... . Já Costa tem procurado dizer pouco e evitado entrar em ataques pessoais. Os portugueses já o conhecem como um bom governante e bom autarca, reservando-se para em tempo oportuno apresentar os seus argumentos junto daquele que é para ele o verdadeiro adversário, Passos Coelho. A sua campanha é portanto mais serena, mais fria e, para mim, mais inteligente. Os efeitos que este modelo de participação (eleição directa de militantes e simpatizantes, para um lugar de putativo candidato a primeiro ministro) vai trazer para o sistema democrático, ainda estão por analisar e aferir. Estejamos atentos. Até lá, sinto que nestas coisas da política, a ideia do Querido Mudei a Casa, está a fazer escola... . Antes da sua nomeação como Presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker foi apontado como sendo um federalista da velha escola e que assim sendo faria pouco para alterar o status quo vigente na UE. Porém a nova estrutura que ele impôs à Comissão implica, a ser implementada, (e sobretudo se deixada implementar pela máquina burocrática de Bruxelas !) mas implica uma revisão radical de como as coisas são feitas em Bruxelas, o que é muito importante depois de dez anos de asneira de Barroso. Até agora toda a observação tem estado, em particular, sobre a nomeação da inexperiente Federica Mogherini para o cargo de Alta Representante da União Europeia para Política Externa e de Segurança, o que colocou uma hábil nuvem, quiçá intencional e para desviar atenções, sobre a Comissão e que permitiu a Juncker fazer uma transformação estrutural como desejava fazer. Mas individualmente os comissários são menos importantes do que os cargos que ocupam. As prioridades parecem incidir sobre a energia, o alargamento, o mercado interno e a união monetária (tão maltratadas pela crise actual económica). São estas as prioridades e parecem bem. Agora também é necessário tomar rédeas e dar muita atenção sobre o que se passa em determinados países membro da União. Na Roménia o estado de direito parece estar a oscilar e é uma questão muito importante; na Bulgária a corrupção está na ordem do dia e na Hungria o governo do sr. Orbán tem posto em causa regras básicas duma democracia. Todos estes países foram admitidos e escrutinados durante a vigência da Comissão de Barroso, apressada em mostrar serviço, que não foi rigorosa (mais uma vez) em questões importantes e condição sine qua non para uma admissão na União. Terá agora Juncker de corrigir estes desvios. Por outro lado há muitos países candidatos com problemas. Os critérios de adesão estão definidos nos critérios de Copenhaga e no Tratado de Maastricht. Esses países são a Turquia, país candidato à entrada no seio comunitário (há quase meio século) também, e que em seu desfavor, parece oscilar agora para um regime autoritário, o que a afasta cada vez mais da desejada adesão. Além da Turquia outros países estão “ em lista de espera” tendo já formalizado pedidos de adesão à União Europeia e que são a Albânia, a Antiga República jugoslava da Macedónia, a Islândia, o Montenegro, e a Sérvia. E existem outros candidatos (definidos como potenciais) e que são a Bósnia e Herzegovina, o Kosovo que assim assinaram acordos de Estabilização e Associação, o que geralmente precede a apresentação do pedido de adesão. Ainda na mesma situação estão a Ucrania, a Bielorrússia e a Moldávia. A situação que referi em relação à Bulgária, Roménia e Hungria deve-se à anterior comissão do sr. Barroso não ter mantido os critérios de convergência definidos e ter feito as coisas à sua maneira, isto é mal. Tendo colocado algumas reticências inicialmente em relação ao sr. Juncker, agora, que está a acertar, entendo que se lhe deve dar pelo menos, o benefício da dúvida. PUB Tudo indica que no próximo dia 28 deste mês, as coisas no PS vão mudar. Sem que nos apercebamos, alguém, terá recorrido aos desafios de uma equipa de mestres e “designers” que terão introduzido novos adereços, novos desenhos, alguma plasticidade pós-moderna, aos discursos e ao papel dos candidatos a candidatos. Afinaram discursos e atitudes e tentaram encontrar o público alvo que desejam sensibilizar. Neste novo visual encontramos o Seguro mais seguro de si mesmo, mais afirmativo, mais populista. Nessa sua nova plástica, tenta deixar cair aquele Seguro que ao longo de três anos agia de uma forma o mais parecida ao “robocop” onde dizia as coisas sem alma, sem sentimento e, mesmo quando propunha coisas acertadas, dava sempre o ar do pequeno “Calimero”, onde toda a vida era uma profunda “injusticia”. O desafio de Costa deu-lhe uma nova oportunidade, a que ele se agarrou de “unhas e dentes” promovendo uma acção de sucessão através de uma campanha muito longa por forma a apresentar um “lifting” político que fizesse esquecer o anterior Seguro. No meio de tudo isto, inventou um PS bom e um PS mau. O bom que segundo ele é o dele, não está corrompido pelo mundo dos negócios. Diz e faz tudo o que promete. Chega a demitir-se se encontrar dificuldades tais que lhe force a aumentar a carga fiscal. Que pretende reduzir o número de deputados, mesmo sabendo que tal reduziria a representação dos pequenos partidos e mesmo que as assimetrias entre o litoral e o interior se acentuassem. Seguro procura o apoio populista e não se importa de utilizar esse eventual sentimento anti-parlamentar para tentar ganhar a disputa inter- desporto TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 25 Desde 1952 perto do mar e dos madeirenses Atualidade Saúde e beleza é no AquaGym Foi o Ginásio AquaGym que revolucionou o fitness na Madeira e, passados 16 anos desde o seu nascimento, mantém-se na vanguarda na oferta de serviços que proporcionem saúde, bem-estar e boa aparência. Tudo aquilo que procuramos num ginásio como deve ser. Foi neste contexto que surgiu o Centro de Estética Clube Naval, onde os utentes poderão ter acesso a todo o tipo de tratamentos, estando a decorrer uma campanha de oferta de diagnóstico de rosto e de corpo. Aos tratamentos como hidratação profunda, reafirmante, drenante, anti-age, limpeza de pele, etc., juntam-se também as massagens de relaxamento, terapêutica e outros, numa variedade que certamente continuará a crescer. Sair do AquaGym com aspeto muito diferente nunca foi tão verdadeiro como agora. Não por acaso, o fim de semana no Ginásio AquaGym denominar-se-á “Fitness é outro estilo de vida”. Oportunidade para conhecer as novas coreografias das diversas aulas, que se adivinham intensas e divertidas, feitas à medida das capacidades de cada um. Sábado amanhecerá com RPM e Boxe, depois haverá Grit Plyo, Power Jump, Localizada e HidroBike. À tarde, a partir das 15 horas, as propostas são Grit Cardio, Body Pump, Body Combat, Spinning e, já às 18 horas, Body Jam e SGA. Domingo, às 9 horas, há Grit Força, segue-se o Spinning e o Body Balance para, às 17 horas, haver a Dance Party, numa aula associada ao Projecto Olho-Te, no polidesportivo do complexo. Consulte o horário completo no site ou no facebook do AquaGym e venha sentir-se diferente. Bom fim de semana Mafalda Freitas Presidente Crónica Idade para iniciar a prática do Karate A maioria dos clubes ao publicitar o Karate refere apenas uma idade mínima para iniciar a prática e dividem os horários de treino por escalões etários e treinos de competição. Desde logo existe uma baliza para a idade mínima e outra baliza para a idade máxima quando se fala em competição. Obviamente que para uma prática desportiva existe um período de formação do praticante de modo a que numa fase adulta esteja a competir ao mais alto nível, pelo que deverá iniciar antes da fase adulta. Mas o Karate não se foca ape- nas na competição ou no treino de técnicas de defesa e ataque. O Karate colabora na formação integral do ser humano e não existem balizas etárias para nos tornarmos Homens que controlam os seus instintos primários, como por exemplo a agressividade. Na generalidade dos centros de prática de Karate, os praticantes dedicados à competição são uma minoria. A maior parte dos praticantes iniciou a prática do Karate motivados pela necessidade de atividade física ou de defesa pessoal, encontrando depois um caminho para serem melhores seres humanos, o caminho da mão vazia (traduzindo o KARATEDO). No Karate, como em quase todas as modalidades, a grande massa de praticantes é de tenra idade e poucos são os que perseguem o caminho perpétuo da perfeição. Não existe uma idade para começar esse caminho no Karate, os adultos que começam a prática do Karate encontram motivações que levam a que se mantenham por mais tempo na modalidade. Ricardo Gomes Clube Naval do Funchal Coordenador do Karate GANHE UM VOUCHER NAVAL Em que ano se realizou a 1ª edição da regata Canárias – Madeira em barcos de vela de cruzeiro, e quem venceu? PUB www.clubenavaldofunchal.com 26 desporto TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Regata Bart’s Bash entra no Livro dos Recordes do Guiness Naval na história da vela mundial Mais de 40 velejadores aceitaram o desafio do Clube Naval do Funchal e participaram, domingo transato, na Regata Bart’s Bash, iniciativa leva- da a efeito em co-organização com a Andrew Simpson Sailing Foundation e em parceria com a ARVM. Às 11 horas, num campo de regatas na baía do Funchal, os madeirenses juntaram-se a outros milhares de velejadores que, um pouco por todo o Mundo, fizeram-se à água simultaneamente para homenagear Andrew “Bart” Simpson, velejador britânico duas vezes medalhado olímpico, falecido no ano passado, vítima de uma acidente durante os treinos para a America’s Cup. O evento teve por intuito (e conseguiu) bater o recorde mundial de maior regata jamais realizada e sensibilizar os jovens para a prática da vela, missão que “Bart” desempenhava com invulgar altruísmo, generosidade e ajuda incansável aos velejadores, miúdos e graúdos. Na Madeira, a frota foi composta por embarcações de diversas classes, desde os cruzeiros Cash a Lot, Ayé e Greenstorm, até à vela ligeira, com os laser, optimist e windsurf. Mais do que uma competição, tratou-se de uma iniciativa solidária e que proporcionou uma manhã muito bem passada a estes apaixonados pela vela. A nível internacional, a Bart’s Bash terá reunido no passado dia 21 de setem- bro, mais de 18 mil velejadores, de todas as idades e credos, em 68 países. Quando escrevíamos estas linhas, no fecho de edição, a organização continuava a atualizar resultados no seu site (http://www.bartsbash. co.uk/) e revelava números impressionantes. «O evento revelou-se um enorme sucesso e estamos muito satisfeitos em anunciar que, sujeita a ratificação, temos um novo recorde do Guinness. E alcançámos isso em grande estilo, pois temos de processar ainda 87% dos resultados», revelou Richard Percy, presidente da Andrew Simpson Sailing Foundation. «A adesão superou as nossas expetativas, proporcionou-se uma oportunidade verdadeiramente global para que as pessoas se reunissem e desfrutassem da vela. Esperamos que este evento se torne uma característica regular no calendário mundial de vela.» Cirilo Borges Judo — Taça Internacional KK Escola de Futebol Pedro Simões foi o melhor do quarteto do Naval presente na Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi, disputada em Coimbra, no fim de semana transato. Na categoria de -60 kg, o navalista venceu João Serrasqueiro (EJAH) e Pedro Teixeira (ULHT ) e, já nas meias-finais da sua poule, perdeu com Nuno Carvalho (JCPD), que viria a sagrar-se vencedor. Na luta pela medalha de bronze, Simões perdeu com Miguel Castro (ULHT) e quedou-se pelo 5.º lugar entre os 13 participantes. Nesta mesma categoria de peso, Rodrigo Lopes perdeu logo no primeiro combate com Gonçalo Mansinho (JCAI), finalista vencido. Mariana Gonçalves (-52 kg) venceu um dos três combates da sua poule e não passou à fase seguinte, enquanto Débora Gouveia (-63 kg) também ganhou apenas um dos 4 combates da sua poule e não foi classificada. Entretanto, no Campeonato do Mundo de Katas, disputado em Málaga (Espanha), César Nicola classificou-se no 8.º lugar no seu grupo de apuramento. O atleta do Naval participou na variante Kime-No-Kata e somou 459 pontos, ficando a 67 dos lugares de apuramento, reservado aos três primeiros. Nicola permanece naquela cidade espanhola para participar, no próximo fim de semana, no Campeonato do Mundo de Veteranos, na categoria M2 -73 kg. Os Tubarões do Naval apresentaram-se oficialmente no passado sábado e nem a chuva do início da tarde estragou a festa preparada no polidesportivo do Complexo Desportivo da Nazaré. O anúncio da abertura da Escola de Futebol do CNF atraiu muitos graúdos e miúdos, interessados em conhecer o novo projeto do clube. Por entre elogios e muitos pedidos de informação, os Tubarões do Naval receberam uma dezena de inscrições logo nas primeiras horas. Um início auspicioso e que traduz a confiança na qualidade da formação do Naval, patente nas outras modalidades que dinamiza. De resto, todos os pormenores sobre o projeto estão disponíveis no site do clube ou com um contacto com a secretaria. Pedro Simõesperto do bronze Tubarões do Naval já mostram dentes opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 27 breves Cancro - Alimentar o corpo, preservar a vida “Depois de tudo o que aprendi ao longo destes anos de investigação, se me pedissem hoje para elaborar uma dieta que promovesse ao máximo o desenvolvimento do cancro, eu não teria nada a acrescentar à nossa alimentação atual!” Dr. Richard Beliveau, A alimentação, ou melhor a “má alimentação” é um dos fatores de riscos cruciais, que tem contribuído não só para o desenvolvimento do cancro, como também, de outras doenças crónicas (hipertensão, diabetes…). Embora os estudos já realizados, sugiram algum grau de relação entre alimentação e cancro, outros afirmam que não têm evidências suficientes para comprovarem essa correlação. Por outro lado, a qualidade e quantidade do que se come assim como os horários das refeições, têm sido apontados pelos especialistas como as falhas mais comuns e danosas para a saúde. Já outras evidências de acordo com um estudo da Universidade Federal de São Paulo, a Índios da Amazônia, concluiu, “que as doenças que mais cresceram nos últimos anos neste grupo, foram as crônicas não transmissíveis, como a hipertensão, a intolerância à glicose e a dislipidemia… ”segundo os pesquisadores, o problema pode ser explicado, pelo maior acesso dos índios a bens de consumo como alimentos industrializados… têm acesso aos mercados das cidades… alimentos industrializados na dieta de uma etnia que durante séculos viveu da agricultura, da caça e da pesca.” O certo é que o desenvolvimento Industrial, que surgiu logo após a 2ª Guerra Mundial, não passou ao lado da Indústria alimentar. Esta sofreu uma ampla transformação, quer no processamento, refinação e dos alimentos, através da utilização de aditivos como os açúcares, corantes, conservantes e emulsionantes. Todas elas, substancias sintetizadas artificialmente e que vieram alterar circunstancialmente as propriedades nutritivas essenciais dos alimentos. Como por exemplo, os adoçantes artificiais, os snacks fritos, as carnes processadas (salsichas, bacon, chouriço, enchidos), refrigerantes, farinhas e açúcares refinados (são pobres em nutrientes essenciais), gordura animal (óleos, margarinas), carnes vermelhas, álcool, e a própria água, quer a da torneira (contém aditivos: fluoretos, cloro e outros em quantidades muitas vezes desequilibradas) quer a engarrafada (contém conservantes). Todas estas substancias, estão diariamente a invadir a qualidade da alimentação. Elas foram sintetizadas para que, uma vez adicionadas aos alimentos, conservem e melhorem o aspeto. Mas a realidade é que os alimentos sofrem transformações que alteram as suas propriedades nutritivas benéficas. Introduz-se substancias em quantidades excessivas como açúcares, gorduras e outras, que não são normais nos alimentos no seu estado natural – quando consumidos diretamente da natureza. Durante o processo de transformação dos alimentos, muitas substâncias nutritivas essenciais, são destruídas. Os alimentos chegam á nossa mesa, alterados, saciam o apetite, mas não nutrem o nosso corpo. Este comportamento permanente, a longo prazo, causa danos celulares, que desregulam o bom funcionamento do organismo. Tanto a Organização Mundial de Saúde, como outras instituições internacionais, assim como a Direção Geral de Saúde, têm unido esforços na implementação de um conjunto de programas de saúde prioritários, que incluem a promoção da alimentação saudável. Também o Instituto Português de Oncologia (IPO), defende algumas orientações importantes, para a prática de uma alimentação preventiva do cancro: “- Alimentação rica em vegetais, com consumo de pelo menos 400gr. de hortaliças e frutas. Comer sopa, salada e fruta ao almoço e ao jantar torna fácil este objetivo. - Preferir cereais com teor de fibras mais elevado. - Preferir leguminosas (feijão, grão, favas, ervilhas, lentilhas) diariamente, por exemplo na sopa; - Preferir as carnes brancas (perú, frango e coelho) às carnes vermelhas (vaca, cordeiro e cabra), removendo as gorduras e peles antes de as cozinhar; - Dar prioridade ao vinho tinto em vez de vinho branco mas com consumo só de um copo por dia no caso das mulheres e dois copos por dia no máximo no caso dos homens; - Preferir ervas aromáticas e especiarias nos temperos; - Usar azeite para cozinhar e temperar a quente, em vez dos restantes óleos, que devem ser para temperar a frio; - Evitar formar áreas carbonizadas na comida; - Não expor os alimentos diretamente ao fogo nem deixar ganhar crosta. Remover partes queimadas e tostadas.” - Manter o peso do corpo dentro dos limites normais; com isto evita-se o cancro mas também a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e doenças cardiovasculares. -Caminhar todos os dias pelo menos 30 minutos; -Ler o rótulo dos alimentos para fazer melhores escolhas; - Evitar bebidas açucaradas, refeições pré-cozinhadas, fast food - tudo isto promove o excesso de peso; - Evitar abuso de carnes processadas (fumadas, semi-fumadas, curadas e salgadas); - Evitar alimentos refinados, pão branco e bolachas sem fibras); - Dar preferência a alimentos frescos e não os armazenar durante muito tempo porque podem promover o cancro. Evitar alimentos em conserva, salmoura, curados e fumados. -Evitar consumo de alimentos ricos em sal ou com temperos comerciais.” Uma das funções principais da alimentação, é assegurar a nossa sobrevivência, através do fornecimento de nutrientes e energia, necessários à manutenção do nosso corpo saudável. A alimentação não pode ser realizada de qualquer forma. Quando eu como, eu tenho que ter a consciência de que estou a cuidar de mim, que estou a garantir a minha sobrevivência. “O meu corpo não é uma lixeira, onde se descarrega tudo. Os alimentos são o combustível para o nosso corpo.” Cada refeição, é um importante ritual diário, que requer qualidade na escolha dos alimentos, conforto no local onde se come e também prazer e satisfação. Quando pensamos na alimentação, devemos pensar num ato de cuidado e amor por nós mesmos. Por exemplo, se um automóvel funciona a gasóleo, e se eu colocar gasolina, ele vai funcionar? Assim é o nosso corpo. Ele tem o seu próprio mecanismo de funcionamento. Acredito que se pudéssemos visualizar o processamento e o efeito de cada alimento no nosso corpo, após o ato da sua ingestão, teríamos possivelmente outra consciência sobre o efeito da alimentação em cada célula do nosso corpo. “Conversas com Mamãs e Bebés” As Barrigas de Esperança (Associação sem fins lucativos) estão a organizar um evento “Conversas com Mamãs e Bebés” no sábado, dia 27 de Setembro das 10 às 19 horas, no Pestana Casino Park Hotel, dirigido às grávidas, mamãs e família, com o seguinte programa: 10h - “O choro e as cólicas no bebé” Enf. Cármen Faria. 11h - “Dicas práticas para o sucesso na amamentação” Enf. Iolanda Reis. 12h - “Quero a minha barriga de volta! Método revolucionário!” Enf Cristina Valentim. 12h30 - Baby Ioga - nível 1 (desde 1º mês até gatinhar) Dra Maria Faria Intervalo. 14h30 - Baby Ioga - nível 2 (desde gatinhar até aos 5 anos) Dra Maria Faria. 15h - “Primeiros socorros no lactente” Enf. David Sousa. 16h - “Compreendendo o sono do bebé” Enf. Nisa Souto. 17h - “Cordão umbilical: uma alternativa terapeutica” Dra Sofia Borralho. 18h - “E se o meu parto tiver de ser induzido?” Dra Filipa Reis. 18h30 - Documentário “Microbirth”. Este evento é de entrada gratuita. De referir que haverá actividades para os mais pequenos, palestras, expositores e ainda um sorteio, assim como várias outras surpresas. Será feito o lançamento mundial do documentário “Microbirth”, esta estreia é organizada na região pelo projecto “Gosto de Ser Mãe” em parceria com a Associação Barrigas de Esperança. PUB Katia Borges 28 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Jerónimo Pina Associado do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) no Comando Regional da Madeira. A Importância da aptidão física no contexto policial A atividade policial é uma das profissões mais perigosas e stressantes com impacto na saúde dos polícias, alguns estudos referem que os agentes de polícia têm uma maior probabilidade de Doenças Cardiovasculares (DCV) quando comparados com a população em geral, existindo uma incidência mais elevada de doenças do coração resultando em mortalidade. O conceito de Aptidão Física (ApF), está intrinsecamente relacionado ou com a capacidade de desempenho desportivo ou com a saúde. Sendo cada vez mais o estilo de vida sedentário o predominante na nossa sociedade o mesmo acontece no contexto policial. A ApF do ser humano ganha contornos muito importantes para a saúde e bem-estar de cada um de nós. A ApF e Atividade Física (AF) associamse à saúde, ao bem-estar e qualidade de vida das pessoas nas diversas faixas etárias, considerando ser a própria aptidão para a vida resultando numa menor probabilidade do aparecimento de doenças hipocinéticas perspectivando uma vida mais saudável, longa e autónoma. Relacionado o conceito de ApF com a saúde, podemos compreender o quão importante se torna na actividade policial. A atividade policial prendese com vários aspetos, desde a investigação criminal, a prevenção dos crimes, a detenção dos criminosos, a gestão do trânsito, a manutenção e reposição da ordem pública ou a simples mediação de conflitos interpessoais. Para isso é necessária uma boa “forma” física e psíquica dos agentes tendo muitas vezes que suportar ofensas e pressões que lhe são dirigidas através dos cidadãos. Num simples patrulhamento, a qualquer altura pode surgir um imprevisto, uma ocorrência, tendo o agente que resolver com coerência, implicando tomadas de decisão rápidas para a sua sobrevivência e/ou de terceiros (vítima, agressor). A eficiência e eficácia das suas acções dependem muito da rapidez, clareza e preci- são física e psíquica de cada um no momento de maior tensão. De entre as aptidões básicas que o elemento policial tem de possuir estes têm que ser detentores de aptidões psicomotoras variadas, que permitam a execução correta de uma série de atividades (e.g., conduzir automóvel em situação de perigo, disparar com precisão a arma de fogo, apresentar boa robustez física e agilidade) para desempenhar adequadamente as funções que lhe são confiadas. Os agentes policiais são, normalmente, de fácil identificação, pela farda, equipamento, armamento ou pela viatura utilizada, enfrentam qualquer missão em nome da profissão almejando um eficaz cumprimento do dever numa sociedade justa e cada vez mais exigente. A atividade policial é uma das profissões mais pressionadas tanto internamente como externamente (pela sociedade) devido ao valor social que lhe está associado. A polícia atua sempre debaixo do olhar fiscalizador da Autoridade Judiciária, da imprensa e da população em geral, e dos “críticos em particular”. Desta forma, a atividade policial torna-se desgastante, complexa e frustrante. A forma de locomoção mais utilizada pelos agentes é patrulha apeada ou motorizada (carro patrulha). Ao longo do serviço os agentes podem ser colocados à prova de várias maneiras, i.e.: (1) caminhar/circular por caminhos acidentados; (2) ser expostos a temperaturas adversas (causando desconforto térmico); (3) ter que trabalhar com iluminação deficiente (causando desconforto visual e dificuldade de atuação); e (4) atuar em zonas ruidosas (causando distúrbios). Todas estas condições (adversas), a que os elementos policiais são expostos, podem causar distúrbios cognitivos além de fisiologicamente aumentar o risco de causar taquicardia, insónias, desconforto, stress, indisposição, ansiedade e depressão. De facto, alguns estudos realizados em instituições policiais referem que o stress e ansiedade no trabalho são fatores de risco para o desenvolvimento de DCV e Diabetes. A atividade policial coloca muitas vezes em risco a integridade física dos agentes, que ao lidarem diretamente com a população, num momento de maior tensão (e.g., numa detenção) podem ser atingidos por uma reação mais violenta ou até mesmo por armas brancas ou armas de fogo, o que faz com que os movimentos físicos ágeis, rápidos e vigorosos sejam de extrema importância. A coordenação motora dos agentes pode ser reveladora da sua ApF que deveria permitir vários movimentos musculares eficazes para a execução de uma tarefa (e.g.: correr, agarrar, puxar). Muitas vezes, o trabalho desenvolvido na actividade policial, pode ser equiparado a outro tipo de atividades que obrigam a um elevado esforço físico exigindo uma ApF diferenciada. Para além das características da actividade policial já evidenciadas, pode ainda fazer-se referencia a fatores mais burocráticos/administrativos que também influenciam negativamente a saúde de um agente policial, tais como, as exigências que esta profissão acarreta, adaptação de diferentes domínios do trabalho, expectativas diferentes da realidade, a falta de recursos (materiais e tecnológicos) as más condições de trabalho, a falta de efetivos (que leva à sobrecarga de trabalho), o facto de às vezes serem desviados para o desempenho de outras funções (factor de frustração), as alterações na carreira, promoções, estatuto profissional e avaliações de desempenho, responsáveis pela evolução na carreira policial, bem como o trabalho por turnos são uma fonte de stress. Sendo a atividade policial considerada uma profissão de alto risco, pode ser associada a um estado emocional de medo em desempenhar as tarefas do dia-a-dia, o facto de colocar a sua vida em risco é um fator de stress causado por um dese- quilíbrio biológico (constituído por componentes físicas e psicológicas). Uma “má” ApF dos agentes relacionada ou não pelo seu trabalho, influencia a sua saúde, limitando a sua performance, prejudicando-o mas também à Instituíção, colocando em causa não só a sua própria segurança, mas também a segurança das pessoas e bens. As atividades que solicitam maiores niveis de AF, são pouco frequentes sendo que quando ocorrem traduzem situações críticas colocando em risco, muitas vezes, a segurança do cidadão e a do próprio polícia. Elevados níveis de ApF, de saúde e de auto controle, são fatores determinantes para o sucesso no exercício da função policial i.e., requisitos essenciais que impulsionam a eficiencia no cumprimento da lei e protecção do cidadão. Também estamos convictos de que, os benefícios relacionados com o aumento dos níveis de AF podem ter reflexo na melhoria da auto estima, gestão do stress, melhor desempenho na função, diminuição de doenças relacionadas ao sedentarismo, entre outros. Em suma, que irão reflectir-se na própria dinâmica, imagem e resultados da Instituição, podendo proporcionar um melhor serviço à população. Numa outra abordagem, pode destacar-se que uma boa ApF influencia a capacidade de resposta dos polícias face as exigências/ pressão colocadas pela população e no sentido inverso uma má ApF pode levar a um aumento da insegurança e desconfiança da população. Assim, o facto dos polícias apenas efectuarem testes físicos no ingresso da profissão, tornando-os aptos fisicamente para o desempenho da função nesse momento, não pode ser entendido que estão aptos fisicamente para os próximos 35 anos de carreira. Neste contexto, assumimos que existe a necessidade da PSP formar um grupo de trabalho, no sentido de padronizar testes físicos anuais (adequados às diversas faixas etárias), tornando-os obrigatórios, sendo que a não aprovação nos testes poderia significar por exemplo o impedimento de promoção/ progressão na carreira. Em complemento, seria necessário criar uma equipa de acompanhamento de polícias identificados como em risco (e.g., DCV, SM, etc.) e reabilitá-los para o desempenho da função policial. Seria importante estar contemplado no horário de trabalho (à semelhança do que acon- tece em outras polícias estrangeiras) uma carga horária semanal para a prática de AF. A população espera que uma Força de Segurança como a PSP, tenha polícias capazes fisicamente (com uma boa ApF) para poder-lhes prestar um bom serviço, sendo que uma má ApF poderá levar a uma quebra de confiança e consequentemente aumentar o sentimento de insegurança da população. Referências Bibliográficas Batista, Catarina. (2014) A actividade física, o stress e o estilo de vida na PSP. Dissertação de Mestrado em Ciências Políciais. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Políciais e Segurança Interna. Franke, W. D., Kohut, M. L., Russell, D. W., Yoo, H. L., Ekkekakis, P., & Ramey, S. P. (2010). Is Job-Related Stress the Link Between Cardiovascular Disease and the Law Enforcement Profession? Journal of Occupational & Environmental Medicine, 52, 561-565. Hartley, T., Knox, S., Fekedulegn, D., Barbosa-Leiker, C., Violanti, J., Andrew, M., et al. (2012). Association between Depressive Symptoms and Metabolic Syndrome in Police Officers: Results from Two Cross-Sectional Studies. Journal of Environmental and Public Health. Klinzing, E. (1980). The physical fitness of police officers. Journal Sports Medicine, 291296 Massuça, L. (2011). Lição de Sapiência 2011/2012: O efeito da actividade física do desempenho da função policial. Politeia, 209-228. Monteiro, L., & Barata, A. (2005). A Importancia da Actividade Física na Formação do Ofícial de Polícia. In Volume comemorativo dos 20 anos. Almedina. Monteiro, Luís (1997). Aptidão Física, Aptidão Metabólica e composição corporal dos agentes da PSP: Estudo comparativo entre patrulhas a pé e patrulhas de carro. Tese de mestrado inédita. Lisboa: Universidade Tecnica de Lisboa - FMH. Pina, Jerónimo. (2012) Impacto da Actividade Física na Prevenção Primária de Doenças Cardiovasculares em Polícias. Dissertação de Mestrado em Ciências Políciais. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Políciais e Segurança Interna. Seabra, A. P. (2008). Síndrome de Burnout e a Depressão no Contexto da Saúde Ocupacional. Dissertação em Doutoramento em Ciências de Saúde Mental. Porto: Universidade do Porto: Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 29 Miguel Santos Filiado do Pan-Madeira Orfeu Versus Prometeu - A humanidade entre dois polos evolutivos cial e violenta; e ao nutrirse de morte e Sofrimento, o Homem tornou-se dependente e escravo de desejos extrínsecos à sua natureza mais profunda. Foi motivado pela dependência da violência, de sangue e do consumo de carne, que Prometeu teria decidido subtrair o segredo do fogo divino aos deuses. Teria sido esse acto prometeico que afastou o Homem da mesa comum fraterna dos deuses e dos animais; iniciando, assim, a «claustrofobia do humano» e a perversão antropocêntrica; foi por essa razão, não por ter favorecido os humanos, mas, precisamente, por os teus pervertido, que Prometeu foi, legitimamente, punido por Zeus. De acordo com a velha mitologia grega, Prometeu foi o titã que estabeleceu o primeiríssimo sacrifício sangrento de um ser animal. Desse modo, ele teria sido o pervertor original da Humanidade. Esse primeiríssimo sacrifício teria sido antes de mais um acto de cálculo e manha visando enganar os deuses; e teria sido também o acto original que teria consagrado uma completa e intransponível segregação de estatutos entre os humanos e o divino. O sacrifício sangrento de um animal teria sido insultuoso, não apenas para os deuses, mas para os humanos também. Ao comerem a carne proveniente de tal acto sacrílego, os humanos assinaram também uma sentença de morte; ficaram totalmente dominados pela «lei do ventre»; pensando serem os dominadores passaram realmente a ser os dominados… Obtendo ‘prazer’ em devorar a carne sofrida dos seus correlativos animais, que a vida abandonou de forma artifi- Empresa proprietária: O. L. C. - Audiovisuais, TV, Multimédia, Jornais e Revistas, Lda. Contr. n.º 509865720 Matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Ponta Delgada, com o n.º 04795/92 Sociedade por quotas com o capital social de € 100.000,00 Sócio-gerente com mais de 10% do capital – H.S.S.A. - Unipessoal Redacção e Paginação: Telef.: 291 911400 e 291 911300 – Fax: 291 911409 E-mail: [email protected] http://www.tribunadamadeira.pt Sede: Edifício Sol-Mar, sala 303, Ponta Delgada Telef: 291 911400/300 – Fax: 291 911409 E-mail: [email protected] Parque Empresarial Zona Oeste – PEZO, Lote n.º 6 9300 Câmara de Lobos – Madeira – Portugal Pelo contrário, Orfeu tentou, oferecendo-nos todas as «ferramentas» éticas e filosóficas, romper através de tal «claustrofobia do humano» precisamente e primeiramente rejeitando os sacrifícios sangrentos de animais e o consumo da sua carne, os primordialíssimos actos que, em si mesmos, inauguraram tal «claustrofobia» e perversão. Orfeu ensinou-nos os ‘exercícios’ (a ascese) exactos que nos permitiriam ascender à fonte originária, de onde caímos pela perver- Director: Edgar R. de Aguiar Redacção: Fabíola Sousa, Juan Andrade Ricardo Soares e Sara Silvino Fotografia: Fábio Marques (Madeira), Diana Sousa Aguiar (Lisboa) Economia: Juan Andrade são prometeica, nos reconectando com os deuses e os animais. O vegetarianismo órfico é a exacta rejeição do cálculo e da manha prometeica, e uma via precisa de pacificamente podermos retornar ao convívio com os deuses (com o divino em nós e no Universo); à comunhão da sua ampla e ilimitada Vivência, que é a porta aberta à realização do eterno e original estado de fluente e completa unidade de almas, que configura o retorno a uma familiaridade sem esforço e biocêntrica de almas vivas singulares numa eterna Idade de Ouro. O Orfismo nunca foi um frio rito oficial, como tantos outros o eram na Grécia antiga, nem, muito menos, um irracional culto orgíaco. Era uma doutrina místico-filosófica, talvez mesmo o próprio início fertilizador da Filosofia Pré-Socrática, quando alguns pensadores começaram a sua busca de conhecimento para ale da mitologia e dos rituais vazios (cf. Ferécides de Siros, o mestre de Pitágoras de Samos). E, estranhamente, de acordo com as mais avançadas correntes da pesquisa cosmológica, o Orfismo ensinou-nos que o Tempo não se move linearmente, que outros universos existem para além do nosso actual, e Secretariado de Redacção: Dulce Sá Colunistas: António Cruz, Celso Neto, Constantino Palma, Ferreira Neto, Francisco Oliveira Gregório Gouveia, Helena Rebelo, Humberto Silva, Idalina Perestrelo, Joana Homem Costa, José Carvalho, José Mascarenhas, Luísa Antunes, Pinto Baptista, Raquel Coelho, Ricardo Freitas, Teresa Brazão e Rui Almeida Paginação e tratamento de imagem: Miguel Mão Cheia, Miguel Reis Departamento Comercial: Hernani Valente Departamento Financeiro: Clara Vieira Redacção, montagem, impressão e distribuição: O. L. C., Limitada que na raiz da Manifestação um primordial Ovo de Luz omniversal foi o início e é a destinação de todos os caminhos experienciais, de todas as evoluções rítmico-temporais do Ser. Escolhamos ser uma humanidade órfica, em vez de continuarmos a resfolegar como baixa humanidade prometeica. Escolhamos evoluir para uma humanidade criativa, artística, ética e esteticamente sofisticada. Só assim poderemos alcançar os próximos estádios evolutivos e cumprir a nossa missão natural e cósmica. Características do pólo ‘órfico’: pacifismo activo, biofília, Biocentrismo, irmandade com os seres não humanos, vegetarianismo, tecnopoiesis (Grande Poesia) como método de ligação aditiva às esferas que envolvem a Organosfera: Bioteurgia: espalhar aditivamente e semear mais Vida, expandir e aprofundar a Evolução da Vida. Características do pólo ‘prometeico’: culto da Acção pela acção, culto da violência e virilismo, culto da hierarquia, desejo de Poder pelo Poder, biofobia, seres vivos e forças naturais vistos como instrumentos de Poder, tecnologia de Forçara-ser. Morada: Parque Empresarial Zona Oeste PEZO, Lote n.º 6 9300 Câmara de Lobos Madeira - Portugal Telef.: 291 911300 e 291 911301 Fax: 291 911309 E-mail: [email protected] Registo no ICS N.º 123416 Empresa jornalística N.º 220639 Depósito legal N.º 142679/99 INPI N.º 4354 N 9909 Tiragem: 11.000 exemplares 30 frases “ TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 “ “Não há nenhum Deus. Sou ateu” Stephen Hawking, cientista – El Mundo Seja como for, o nosso propósito tem que ser só um, fazê-lo de acordo com a realidade do país, para não acontecer em Portugal o que aconteceu em 2009, quando em vésperas de eleições um Governo entendeu que devia baixar os impostos, subir os ordenados na função pública e passado dois anos estávamos a pedir ajuda externa” “ “Fico contente por perceber que ele lê Alexandre Dumas, ao contrário de mim, que com a vida que tenho, e por estar há muito tempo fora de Portugal, limito-me a ler a gramática portuguesa para não me acusarem de lhe dar pontapés” José Mourinho, treinador do Chelsea – TVI “ Vejo os partidos como uma família, ou um clube, nunca quero que o meu perca. Seja com o líder a, b ou c...” Pedro Passos Coelho, Primeiro-ministro – Expresso “ Não há paragem, nem qualquer caos. Houve transtorno e problemas, e por eles peço desculpa” Paula Teixeira da Cruz, Ministra da Justiça – Jornal i “ Se não tiver maioria, não farei birra, não irei embora, nem contribuirei para a ingov ernabilidade”ingovernab ilidade” Marcelo Rebelo de Sousa, comentador - TVI “ A goleada ajuda a encarar de forma mais positiva os próximos jogos, mas sabemos a qualidade que temos e sabemos que podemos disputar qualquer jogo e vencer. O próximo encontro é muito complicado mas vamos trabalhar para vencer, tal como fazemos sempre”Rui Patrício, jogador do Sporting – Sporting TV “ António Costa, presidente da Câmara de Lisboa e candidato às primárias do PS – Jornal de Notícias “ Curiosamente, as notícias de jornal não têm qualquer ligação com qualquer tipo de iniciativa formal de autoridades judiciais ou de investigação criminal em relação à minha pessoa” Luís Filipe Menezes, ex-presidente da câmara de Gaia - Revista Visão “CR7 está bem e não precisa de descansar” Carlo Ancelotti, treinado do Real Madrid – Correio da Manhã “ A Alemanha mostra que é possível consolidar as finanças públicas e criar crescimento” Angela Merkel, chanceler alemã – Jornal de Negócios opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 31 Sociedade de Advogados, RL A “Nova Lei” do Alojamento Local - Obras de alteração –como sendo “as obras de que resulte a modificação das características físicas de uma edificação existente, ou sua fração, designadamente a respetiva estrutura resistente, o número de fogos ou divisões interiores, ou a natureza e cor dos materiais de revestimento exterior, sem aumento da área total de construção, da área de implantação ou da altura da fachada”; e por fim as – Obras de ampliação – como sendo “as obras de que resulte o aumento da área de implantação, da área total de construção, da altura da fachada ou do volume de uma edificação existente”. Esta alteração virá simplificar o controlo de operações urbanísticas efetuado pelas autoridades competentes, leiase Câmaras Municipais e Entidades Externas que devam ser consultadas previamente, mediante o procedimento de comunicação prévia com prazo, a qual, quando corretamente instruída, dispensa a prática de atos permissivos, ou seja, em situações em que a salvaguarda dos interesses públicos a elas correspondentes se alcança pela via de um controlo prévio de natureza meramente formal. Assim, quando as condições de realização da operação urbanística se encontrem suficientemente definidas, nomeadamente por atos de licenciamento de loteamento ou de informação prévia a apresentação de comunicação permite ao interessado proceder à realização de determinadas operações urbanísticas imediatamente após o pagamento das taxas devidas. A tentativa de simplificação dos procedimentos constantes neste diploma, está associada ao correspondente reforço da responsabilização dos intervenientes nas operações urbanísticas, nomeadamente no que respeita aos autores de projectos e restantes intervenientes nas operações urbanísticas. Exemplo disto é sem dúvida a inclusão do artigo 100º A, que prevê directamenta a responsabilização solidária de promotores e donos da obra, dos empreiteiros, dos diretores da obra, dos autores e coordenadores de projectos, dos responsáveis pela fiscalização. Outro aspecto inovador destas alterações ora publicadas, é a possibilidade da participação do próprio interessado nas conferências decisórias quando existam pareceres negativos das entidades consultadas, ajudando assim a clarificar todo o procedimento. Mais haveria para dizer sobre as alterações a este diploma, mas a ideia principal que fica é a tentativa que o legislador demonstra de clarificar uma matéria que tanta polémica traz à opinião pública, nomeadamente no que se refere a supostas irregularidades cometidas no âmbito dos licenciamentos de operações urbanísticos. PUB Dr. Gonçalo Rhodes Sérgio Advogado, áreas de actuação: Urbanismo e Imobiliário, e-mail: [email protected] No passado dia 9 de Setembro foi publicada em Diário da República a 13ª alteração ao famoso Decreto- Lei 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJEU), e entrará em vigor no início de 2015. Numa primeira análise às alterações ora consagradas, será importante mencionar as alterações introduzidas em três definições relacionadas com diferentes tipos de “obras” que fará sentido chamar a atenção não só a quem utiliza este regime jurídico como ferramenta de trabalho, como ainda aos leitores que estejam interessados em fazer obras. Deste modo o legislador veio clarificar o que entende por - Obras de reconstrução - como sendo “as obras de construção subsequentes à demolição, total ou parcial, de uma edificação existente, das quais resulte a reconstituição da estrutura das fachadas”; PUB Previsão para hoje TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 Raquel Coelho Deputada do PTP Os doutores Orlando Fernandes, ex-presidente da JS-Madeira, num dos seus artigos de opinião deunos a conhecer a sua ideia sobre os requisitos necessários para ser-se um bom político. Na sua opinião, ter habilitações literárias é imprescindível para se exercer qualquer cargo político. Com certeza herdou esta ideia tacanha do ex- Primeiro-ministro José Sócrates que tratou de comprar um curso, com exames feitos ao Domingo, para fugir à vergonha de não ser doutor. Deus nos livre de virmos a ter um Presidente da República, um Primeiro-ministro ou um Secretário de Estado que não seja doutor. Realmente, esse é o mal do nosso país! Deste modo, não se compreende por que motivo Portugal, um país governado por doutores, está na bancarrota e com a economia completamente aniquilada!? Esta ideia elitista e preconceituosa é inconcebível para um rapaz tão jovem e especialmente expressa por uma pessoa que se diz de socialista. O facto de alguém não se ter licenciado não a torna menos habilitada, capaz de atingir e exercer seja o que for. Achar que a capacidade intelectual, a integridade e a competência são características exclusivas daqueles que possuem um curso superior é o espelho da mentalidade tacanha e poucachinha que predomina em Portugal. Espero que esta ideia e desdém por aqueles que não têm curso provenha apenas do desejo de Orlando Fernandes descredibilizar Vítor Freitas, Presidente do PS – Madeira, perante a opinião pública, já que este último não é doutor, e não do fundo do seu âmago. Embora o saber académico seja uma mais-valia, não é isso que define um bom político. De qualquer modo, sendo ou não a sua verdadeira opinião, fica muito mal esta atitude a um jovem socialista. l Períodos de céu muito nublado com abertas. Vento em geral fraco. Madeira assinala «Dia Mundial do Turismo» A Madeira junta-se amanhã às celebrações do Dia Mundial do Turismo, uma efeméride que será marcada por iniciativas que pretendem atrair madeirenses e turistas. Há entrada livre em museus. O Dia Mundial do Turismo será assinalado na Região neste sábado, com várias iniciativas que irão cativar os madeirenses e os turistas. A Cerimónia de Entrega de Medalhas de Mérito Turístico realiza-se nesta sexta-feira, dia 26, pelas 16:30 horas, no Salão Nobre do Governo Regional, e marca o arranque destas comemorações, que terão maior evidência ao longo do dia 27, através da entrega de flores e give-aways na baixa do Funchal e no Aeroporto da Madeira, assim como das atuações a cargo de grupos folclóricos, na baixa da cidade, no Aeroporto e na Gare Marítima da Madeira. A data será também assinalada no Espaço Infoart, onde decorrerão algumas ações que em baixo se transcrevem, destacando-se, entre estas, a entrega de certificados aos turistas. De referir que as facilidades nas entradas dos Museus e Jardins da Madeira estarão, também, garantidas neste dia. Entrada livre nos Museus da Região Museu Quinta das Cruzes Museu Henrique e Francisco Franco Museu de Arte Contemporânea Museu Etnográfico da Madeira (Ribeira Brava) Casa Museu Frederico de Freitas Casa Colombo (Porto Santo) Universo de Memórias Museu de Arte Sacra Museu do Bordado Museu “Casa da Luz” Museu da Baleia (Caniçal) Centro de Ciência Viva (Porto Moniz) Madeira Story Centre – concede 50% de desconto na entrada Parque Temático – concede 20 % de desconto na entrada Entrada livre nos Jardins Botânico, Quinta da Boa Vista, Jardins do Palheiro e Orquídea. Baixa do Funchal – Posto de Turismo e Espaço Info Art da Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes, Avenida Arriaga Distribuição de flores e give-aways. Atuação de grupos folclóricos 10H00 – 13H00. Entrega de certificados aos turistas, Foto spot Pequena mostra de artesanato regional, Projeção de vídeos sobre o destino, Carving de Legumes e Fruta Showcooking de produtos regionais e respetiva degustação. 15H00 – 18H00: Entrega de certificados aos turistas. Foto spot.Pequena mostra de artesanato regional. Projeção de vídeos sobre o destino Prova de bebidas: poncha regional, cocktail com vinho Madeira, decoração de cocktails, prova de biscoitos de maracujá e broas de mel. Aeroporto da Madeira 16H00 – 19H00: Atuação de grupo folclórico, distribuição de flores e give-aways. Gare Marítima do Funchal 08H00 – 09H30: Atuação de grupo folclórico. l