Junho/2007

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YMF_NEWSLETTER_07ok 6/24/07 4:15 PM Page 1
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Uma publicação da YMF • Número 7 • Ano V • Tiragem 2.000 exemplares
N E G Ó C I O S
Software como Serviço:
BPO como tendência mundial
Por décadas, as empresas nacionais vêm
executando os seus softwares em sua
própria infra-estrutura, pois elas estão
acostumadas ao modelo tradicional de
comercialização de software, através de
aquisição de licenças de pacotes de
aplicativos ou de desenvolvimento de
sistemas internos sob medida. No entanto,
no mercado inter nacional já está
consagrada uma modalidade alternativa
de entrega de software, denominada
“Software as a Service” (software como
serviço) que já atingiu um bom nível de
maturidade e que vem mostrando um
constante crescimento de participação no
mercado a cada ano.
De forma breve, podemos definir software
como serviço como sendo um modelo de
entrega de software onde o fornecedor
provê manutenção, operação técnica
diária e suporte para o software oferecido
ao seu cliente através da internet.
Podemos destacar dois tipos de serviço.
O primeiro deles é conhecido como
“Application Service Provider” (ASP) onde
usualmente uma empresa de software
associada a uma empresa de hospedagem
fornece o acesso ao aplicativo pela
Internet. Na modalidade ASP o usuário
acessa a todas funcionalidades básicas de
um determinado aplicativo de mercado
através de um “front-end” na internet,
porém com toda a infra-estrutura,
manutenção e o suporte técnico oferecido
pelo fornecedor de software. No segundo
tipo, conhecido como “Business Process
Outsourcing” (BPO) o fornecedor assume
e gerencia processos e aplicações
organizacionais críticas e/ou não-críticas.
Ao contrário do ASP, um certo risco é
transferido para a empresa provedora de
serviços, pois BPO inclui o software, o
gerenciamento do processo e o pessoal
que opera o serviço, enquanto que o
modelo ASP fornece apenas o acesso às
funcionalidades do software através de
um “browser”. Além disso, em ambos os
casos, ASP e BPO, o cliente deixa de pagar
por licença de uso do software em troca
de uma remuneração mensal pelo acesso
ou uso do serviço.
EDITORIAL
Para termos uma idéia do tamanho deste
mercado, estima-se que a indústria global
de BPO era da ordem de USD$ 383 bilhões
de dólares em 2004 com uma tendência
de chegar a USD$ 641 bilhões em 2009,
sendo que uma parcela significativa deste
mercado está baseada em operações “offshore”, onde a Índia aparece como o maior
participante. Destacam-se também como
participantes destas operações “off-shore”
a África do Sul, Filipinas, o Leste Europeu
e a China.
Quando o Brasil atingirá o tão esperado InvestmentGrade? Esse é o assunto mais comentado nas
últimas semanas. Alguns economistas dizem que
o grau de investimento virá em um ano, outros
arriscam dois anos, mas ninguém pode prever ao
certo. O que se pode afirmar é que o país como um
todo certamente será muito beneficiado quando
isso acontecer e, em particular, o setor bancário. Se
analisarmos o que aconteceu em outros países tais
como México e Portugal, a combinação de Grau de
Investimento e redução nas Taxas de Juros
propiciou uma explosão nos mercados de capitais
locais desses países. Segmentos como Asset
Management, Fusões & Aquisições, Derivativos e
emissões de papeis privados cresceram
extraordinariamente. Parte dessa ebulição já está
sendo antecipada pelo mercado como se pode
perceber pela consistente alta na bolsa de valores
(espantosos 1.146% em dólar nos últimos cinco
anos) e pelo recorde na quantidade de empresas
abrindo o capital (IPO). Outro efeito interessante
que prova a antecipação do mercado em relação
ao investment-grade é a drástica redução do spread
entre os múltiplos de P/L (Preço/Lucro) das ações
de empresas brasileiras se comparadas com as
ações de empresas nor te americanas.
São fatores que estimulam a opção por BPO,
em ordem decrescente de importância,
conforme recente pesquisa anual da Global
Investor/CSTIM, com mais de 100 organizações mundiais de gestão de Fundos:
• Aumentar o foco na companhia;
• Minimizar investimento de capitais;
• Acomodar crescimento de volume de
operações;
• Trocar custo fixo por variável;
• Melhorar níveis de serviços;
• Apoiar para desenvolvimento de
produtos;
• Atendimento a políticas como STP;
• Compartilhar riscos;
• Redução e controle de custos
operacionais;
• Acessar capacitação de classe mundial.
São fatores que inibem a opção por BPO,
em ordem decrescente de importância:
• Perda de controle;
• Benefícios financeiros insuficientes;
• Risco do processo operacional resultante
inaceitável;
• Risco de imagem;
• Benefícios não-financeiros insuficientes;
• Falta de fornecedores qualificados;
• Falta de credibilidade no serviço;
• Implicações com o staff interno.
Não existe modalidade de entrega de
software que seja necessariamente
melhor que a outra. O que precisamos
fazer é estarmos atentos para as diferentes
alternativas existentes e identificarmos
aquela que é mais aderente aos planos
estratégicos da empresa: a curto, médio
ou longo prazo. O “outsourcing” não é
mais um caminho rápido apenas para a
redução de custos. Ele é hoje um
importante ponto de ação estratégica
para qualquer empresa.
Estamos falando em um aumento gradual,
constante e significativo nos volumes operados no
mercado de capitais – mais fundos de investimentos,
maior quantidade de operações diárias, maior
quantidade de carteiras de clientes de Private
Banking, isso tudo associado à recente CVM-IN-450
que traz necessidade crescente de controle nas
áreas de Compliance e, oferece aos fundos, acesso
aos mercados internacionais (títulos offshore) algo
até o momento restrito aos hedge-funds.
Em resumo, a palavra de ordem é CAPACIDADE.
Refiro-me à capacidade dos sistemas processarem
no menor espaço de tempo possível os volumes
que estão por vir. As instituições financeiras que
estiverem preparadas sairão vencedoras nessa
corrida e, para isso, elas precisarão contar com os
seus parceiros provedores de sistemas.
Boa Leitura,
Yuryi Ferber
Anúncio do novo
Parceiro Estratégico
Com grande satisfação comunicamos que a partir desta data, a YMF passa a fazer parte do
Grupo Datasul, multinacional brasileira de softwares de gestão, líder para médias e grandes
empresas e com presença em diversos países da América Latina. A seguir apresentamos
entrevista realizada com os senhores Jorge Steffens (Presidente da Datasul) e Yuryi Ferber
(Presidente da YMF).
O que motivou a compra da YMF?
Steffens: Após a abertura de capital da
Datasul, anunciamos que aquisições estavam
nos planos para dar continuidade à nossa
estratégia para manter a liderança no setor
de softwares de gestão empresarial integrada
para empresas de médio e grande porte. O
segmento financeiro realiza maciços investimentos em TI, que representaram nos
últimos dois anos mais de R$ 28 bilhões.
Sabe-se que boa parte destes valores ainda
está direcionado para equipes internas e
outsourcing, mas de acordo com pesquisas
de IDC este cenário esta mudando. A Datasul,
com sua estrutura e pelo seu conhecimento
em tecnologia, entende que pode participar
ativamente deste novo cenário. Para isso
encontramos na YMF, soluções que podem
reforçar o nosso core business, em uma área
onde as instituições já estão acostumadas a
contratar pacotes de mercado.
empresa, muito mais do que produtos, as
pessoas são chave para o sucesso do negócio.
Com este espírito, os executivos e colaboradores atuais serão mantidos, demonstrando
para o mercado e para os clientes, a
continuidade dos planos de YMF. Marcos
Puccini, que integra a equipe de novos
negócios da Datasul, está assumindo a
diretoria financeira da empresa.
Como ficará o suporte aos clientes que
adquiriram os produtos da YMF antes da
aquisição?
Ferber: Para os clientes da YMF não haverá
mudança. Os produtos serão mantidos e
evoluídos, continuaremos prestando todo o
suporte necessário.
A Datasul possui subsidiárias e unidades de
desenvolvimento e distribuição internacionais. A oferta da YMF será comercializada
também no exterior?
De que forma a companhia será integrada
a Datasul? Haverá demissões?
Steffens: A Datasul comprou 80% da empresa,
mantendo os dois principais executivos e
acionistas da YMF na operação e no quadro
acionário. Entendemos que em uma
ÍNDICE
Editorial • O impacto do Investment Grade
no Mercado de Capitais ................................... pg.1
Anúncio do novo Parceiro Estratégico........pgs.1 e 2
Entrevista com Luiz Navarro do Unibanco... pgs. 2 e 3
YMF Newsletter é uma publicação editada e produzida pelo departamento de comunicação da YMF.
Todas as informações contidas nesta publicação são baseadas na conjuntura e condições atuais.
Programação visual: www.atelie75.com.br • graphic & branding design.
YMF e o logotipo YMF são marcas registradas da YMF ARQUITETURA FINANCEIRA S/A.
Outros nomes da empresa, produtos e serviços podem ser marcas registradas ou marcas de serviço de outros.
Produzido no Brasil em Junho/2007. Copyrigth YMF ARQUITETURA FINANCEIRA S/A • Todos os direitos reservados.
Composite
Artigo: Software como Serviço:
BPO como tendência mundial......................... pg.4
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Entrevista com
Luiz Navarro, do Unibanco
Steffens: A oferta da YMF possui grande
potencial de internacionalização. Os
segmentos-alvo são bancos de pequeno e
médio porte nos Estados Unidos e Canadá e
bancos de médio e grande porte na América
do Sul.
Sob o ponto de vista de investimentos, quais
os benefícios que esta aquisição traz para a
Datasul?
Steffens: A YMF será uma subsidiária da
Datasul com foco no segmento financeiro. A
aquisição da YMF adicionará em 2007 próforma, cerca de 15% de crescimento na receita
e, aproximadamente, 11% de crescimento no
EBTIDA.
Qual o papel da Datasul no crescimento da
YMF?
Ferber: As instituições financeiras sempre
tiveram como meta conseguir o máximo de
eficiência em seus negócios, gerando o
máximo de rentabilidade aos seus acionistas.
Estes conceitos normalmente estão ligados
a se conseguir melhores oportunidades de
mercado, novos produtos, taxas, serviços, etc.
A Datasul agregará maior fortalecimento à
YMF trazendo conforto aos seus clientes uma
vez que o risco do fornecedor fica drasticamente reduzido. Os canais de distribuição
da Datasul serão aceleradores no projeto de
exportação da YMF.
De que forma os demais recursos captados
na oferta primária serão utilizados? Haverá
novas aquisições?
Steffens: Vamos perseguir seletivamente novas
aquisições, estabelecermos parcerias e
alianças, tudo dentro de um planejamento
muito amplo. O direcionamento desta
estratégia é conduzido hoje pela diretoria de
novos negócios, criada este ano com o
objetivo de aplicar os investimentos captados
na emissão primária e acelerar o processo de
crescimento da empresa e desenvolver
projetos de expansão. No setor financeiro, a
YMF nos auxiliará na identificação de boas
oportunidades de aquisição e parcerias.
2
Composite
Luiz Navarro, executivo
responsável pela USI do
Unibanco
Navarro, qual a sua função no Unibanco?
Há quantos anos trabalha na instituição?
usuários? Com esse volume, quais são os
principais pontos de atenção?
Eu sou o executivo responsável pela USI
(Unibanco Serviços de Investimentos),
empresa do grupo que engloba a parte de
custódia e controladoria dos ativos da Asset
do Unibanco (UAM), de investidores não
residentes (Resolução 2689), e de terceiros
com destaque para a Asset do ABN Amro.
Também somos custodiantes globais da
Unibanco AIG Seguros. Iniciei minha carreira
como analista de compliance operacional
na corretora de valores do Unibanco há 19
anos. Em 1990, fui convidado para ingressar
na área de investimentos com foco na
controladoria (back office) da tesouraria
internacional, fundos de investimento,
investidor estrangeiro e corretora de valores.
Estamos processando mais de 1.100 fundos
e carteiras incluindo a UAM e terceiros com
um volume controlado/custodiado aproximado de R$ 90 bilhões. Somos ao todo 150
usuários YMF sendo que 60% encontramse na USI (controle) e 40% na UAM (gestão).
Como mencionado anteriormente, a nossa
grande preocupação é a prestação de
serviços de qualidade. Temos investido junto
com a YMF nas ferramentas de conciliação
de ativos (MCA). Essa atividade faz parte do
core business da USI e por isso trabalhamos
preventivamente usando o MCA com reconciliações diárias.
Navarro me fale um pouco sobre a atuação
do Unibanco como prestador de serviços
de controladoria para terceiros.
Realizamos investimentos contínuos em
hardware e, em média, estamos trocando os
nossos servidores a cada dois anos. Esse
investimento é necessário porque os
volumes, nos últimos anos vêm aumentando
significativamente além da complexidade
das operações realizadas pelos nossos
gestores. Atualmente, o tempo de processamento encontra-se em torno de 1,5 horas
chegando alguns dias a picos de 2 horas
quando o volume de operações é muito
grande. Entendemos que esse tempo é
adequado em relação ao nosso volume de
AUP (Assets Under Processing).
O Unibanco possui posição significativa no
mercado de prestação de serviços de
custodia e controladoria. A nossa prioridade
é a qualidade e por isso não atuamos
comercialmente de forma agressiva. Temos
poucos clientes, clientes satisfeitos com o
nível de qualidade dos nossos serviços.
Quantos fundos são processados
diariamente nos sistemas YMF? E o volume
de ativos em processamento? Quantos
Vocês utilizam o YMF/SAC para controle de
fundos offshore? O sistema tem atendido às
necessidades?
Há alguns anos, migramos os fundos offshore
de outro sistema para o YMF/SAC. A YMF
desenvolveu várias melhorias em parceria
conosco e com um cliente hedge funds. Para
a situação atual, entendemos que o sistema
está adequado, mas estamos num processo
de reavaliação por conta da IN-CVM/450
que abriu a possibilidade dos fundos onshore
aplicarem no mercado internacional. Já
temos feedback de alguns de nossos clientes
gestores de recursos que pretendem aplicar
no mercado offshore de forma mais agressiva
procurando oportunidades. Se necessário,
demandaremos da YMF alguns pedidos de
customização/ajuste no YMF/SAC. Essa
avaliação está em andamento e pretendemos finalizá-la o mais breve possível. É
importante ressaltar que a avaliação engloba
além do sistema YMF, a parte de processos
internos e com o mercado, a parte de
contabilidade e também precificação.
O Unibanco utiliza os sistemas da YMF
desde 1999. O banco começou usando o
YMF/SAC e aos poucos foi adquirindo novos
produtos tais como MCA, FRONT e SRC.
Como você avalia a YMF como parceiro e
fornecedor de soluções nesse período?
O Unibanco em 1999 fez uma avaliação e
escolheu a YMF, pois entendemos que era a
solução mais adequada em termos de
abrangência funcional e implementação
tecnológica. Adquirimos o SAC e ao longo
do tempo, à medida que a YMF entregava
novos produtos e serviços ao mercado,
estávamos sempre avaliando e adquirindoos conforme a necessidade. O MCA (Módulo
de Conciliação de Ativos) foi uma iniciativa
da YMF que nos agradou muito e o Unibanco
trabalhou em parceria ajudando a YMF na
evolução desse produto. Na minha opinião,
o Brasil é um dos países mais desenvolvidos
em termos de automação desse processo.
Depois disso, o Unibanco adquiriu o sistema
YMF/FRONT e Compliance para a mesa de
operações da UAM. Essa integração (frontmiddle-back office), na nossa avaliação é
fundamental para atingirmos um processo
STP (Straight Trough Processing). Estamos
em fase de aquisição dos módulos YMF/
NETBOL e Report para melhorarmos a
prestação de serviços do Unibanco para
terceiros. Estamos vendo a YMF cada vez
mais parceira do Unibanco e posso dizer
que depois de quase oito anos de trabalho
em conjunto, estamos satisfeitos.
Como o Unibanco vem trabalhando na
parte de homologação de novas versões dos
sistemas YMF?
A YMF libera versões semestrais e estamos
conscientes que como qualquer sistema de
missão crítica e complexo como o SAC, o
esforço de homologação é grande. Estamos
percebendo que o esforço da YMF em
melhorar a qualidade das versões vem
mostrando resultados. Sabemos que a YMF,
antes de liberar uma versão para o mercado,
faz os testes “robotizados” em casa e depois
conta com a parceria de uma instituição que
faz a homologação da versão beta. O que
fizemos aqui no Unibanco foi montar um
time que é responsável pela homologação
de versões. O trabalho dessa equipe vem
evoluindo ao longo do tempo e eu creio que
nós conseguimos chegar num estágio de
maturidade adequado que traz segurança
ao processo graças ao uso de metodologias
consistentes de controle de qualidade. A
YMF tem se mostrado parceira também
neste processo e constatamos que, a cada
semestre, ou seja, a cada nova versão baixada
em produção, o nível de problemas pósimplantação vem se reduzindo.
Você quer dizer mais alguma coisa antes de
finalizarmos a entrevista?
Sim, eu gostaria de parabenizar a YMF pela
entrada do novo parceiro estratégico e a
permanência dos executivos na gestão da
empresa. A aquisição de 80% do controle da
YMF pela DATASUL foi avaliada de forma
extremamente positiva por parte dos
principais executivos do Unibanco. Estamos
enxergando a YMF como uma empresa mais
robusta. Além disso, a YMF como subsidiária
de uma empresa de capital aberto com
presença em outros países é muito interessante no momento em que o mercado de
capitais brasileiro está se internacionalizando. Percebemos que a YMF poderá
explorar esses novos mercados e isso gerará
efeitos colaterais positivos aos gestores de
recursos no Brasil que são seus clientes.
O desempenho de processamento do
sistema é adequado?
A YMF como subsidiária de uma empresa de
capital aberto com presença em outros países é muito
interessante no momento em que o mercado de capitais brasileiro
está se internacionalizando.
Percebemos que a YMF poderá explorar esses
novos mercados e isso gerará efeitos colaterais positivos
aos gestores de recursos no Brasil que são seus clientes.
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Entrevista com
Luiz Navarro, do Unibanco
Steffens: A oferta da YMF possui grande
potencial de internacionalização. Os
segmentos-alvo são bancos de pequeno e
médio porte nos Estados Unidos e Canadá e
bancos de médio e grande porte na América
do Sul.
Sob o ponto de vista de investimentos, quais
os benefícios que esta aquisição traz para a
Datasul?
Steffens: A YMF será uma subsidiária da
Datasul com foco no segmento financeiro. A
aquisição da YMF adicionará em 2007 próforma, cerca de 15% de crescimento na receita
e, aproximadamente, 11% de crescimento no
EBTIDA.
Qual o papel da Datasul no crescimento da
YMF?
Ferber: As instituições financeiras sempre
tiveram como meta conseguir o máximo de
eficiência em seus negócios, gerando o
máximo de rentabilidade aos seus acionistas.
Estes conceitos normalmente estão ligados
a se conseguir melhores oportunidades de
mercado, novos produtos, taxas, serviços, etc.
A Datasul agregará maior fortalecimento à
YMF trazendo conforto aos seus clientes uma
vez que o risco do fornecedor fica drasticamente reduzido. Os canais de distribuição
da Datasul serão aceleradores no projeto de
exportação da YMF.
De que forma os demais recursos captados
na oferta primária serão utilizados? Haverá
novas aquisições?
Steffens: Vamos perseguir seletivamente novas
aquisições, estabelecermos parcerias e
alianças, tudo dentro de um planejamento
muito amplo. O direcionamento desta
estratégia é conduzido hoje pela diretoria de
novos negócios, criada este ano com o
objetivo de aplicar os investimentos captados
na emissão primária e acelerar o processo de
crescimento da empresa e desenvolver
projetos de expansão. No setor financeiro, a
YMF nos auxiliará na identificação de boas
oportunidades de aquisição e parcerias.
2
Composite
Luiz Navarro, executivo
responsável pela USI do
Unibanco
Navarro, qual a sua função no Unibanco?
Há quantos anos trabalha na instituição?
usuários? Com esse volume, quais são os
principais pontos de atenção?
Eu sou o executivo responsável pela USI
(Unibanco Serviços de Investimentos),
empresa do grupo que engloba a parte de
custódia e controladoria dos ativos da Asset
do Unibanco (UAM), de investidores não
residentes (Resolução 2689), e de terceiros
com destaque para a Asset do ABN Amro.
Também somos custodiantes globais da
Unibanco AIG Seguros. Iniciei minha carreira
como analista de compliance operacional
na corretora de valores do Unibanco há 19
anos. Em 1990, fui convidado para ingressar
na área de investimentos com foco na
controladoria (back office) da tesouraria
internacional, fundos de investimento,
investidor estrangeiro e corretora de valores.
Estamos processando mais de 1.100 fundos
e carteiras incluindo a UAM e terceiros com
um volume controlado/custodiado aproximado de R$ 90 bilhões. Somos ao todo 150
usuários YMF sendo que 60% encontramse na USI (controle) e 40% na UAM (gestão).
Como mencionado anteriormente, a nossa
grande preocupação é a prestação de
serviços de qualidade. Temos investido junto
com a YMF nas ferramentas de conciliação
de ativos (MCA). Essa atividade faz parte do
core business da USI e por isso trabalhamos
preventivamente usando o MCA com reconciliações diárias.
Navarro me fale um pouco sobre a atuação
do Unibanco como prestador de serviços
de controladoria para terceiros.
Realizamos investimentos contínuos em
hardware e, em média, estamos trocando os
nossos servidores a cada dois anos. Esse
investimento é necessário porque os
volumes, nos últimos anos vêm aumentando
significativamente além da complexidade
das operações realizadas pelos nossos
gestores. Atualmente, o tempo de processamento encontra-se em torno de 1,5 horas
chegando alguns dias a picos de 2 horas
quando o volume de operações é muito
grande. Entendemos que esse tempo é
adequado em relação ao nosso volume de
AUP (Assets Under Processing).
O Unibanco possui posição significativa no
mercado de prestação de serviços de
custodia e controladoria. A nossa prioridade
é a qualidade e por isso não atuamos
comercialmente de forma agressiva. Temos
poucos clientes, clientes satisfeitos com o
nível de qualidade dos nossos serviços.
Quantos fundos são processados
diariamente nos sistemas YMF? E o volume
de ativos em processamento? Quantos
Vocês utilizam o YMF/SAC para controle de
fundos offshore? O sistema tem atendido às
necessidades?
Há alguns anos, migramos os fundos offshore
de outro sistema para o YMF/SAC. A YMF
desenvolveu várias melhorias em parceria
conosco e com um cliente hedge funds. Para
a situação atual, entendemos que o sistema
está adequado, mas estamos num processo
de reavaliação por conta da IN-CVM/450
que abriu a possibilidade dos fundos onshore
aplicarem no mercado internacional. Já
temos feedback de alguns de nossos clientes
gestores de recursos que pretendem aplicar
no mercado offshore de forma mais agressiva
procurando oportunidades. Se necessário,
demandaremos da YMF alguns pedidos de
customização/ajuste no YMF/SAC. Essa
avaliação está em andamento e pretendemos finalizá-la o mais breve possível. É
importante ressaltar que a avaliação engloba
além do sistema YMF, a parte de processos
internos e com o mercado, a parte de
contabilidade e também precificação.
O Unibanco utiliza os sistemas da YMF
desde 1999. O banco começou usando o
YMF/SAC e aos poucos foi adquirindo novos
produtos tais como MCA, FRONT e SRC.
Como você avalia a YMF como parceiro e
fornecedor de soluções nesse período?
O Unibanco em 1999 fez uma avaliação e
escolheu a YMF, pois entendemos que era a
solução mais adequada em termos de
abrangência funcional e implementação
tecnológica. Adquirimos o SAC e ao longo
do tempo, à medida que a YMF entregava
novos produtos e serviços ao mercado,
estávamos sempre avaliando e adquirindoos conforme a necessidade. O MCA (Módulo
de Conciliação de Ativos) foi uma iniciativa
da YMF que nos agradou muito e o Unibanco
trabalhou em parceria ajudando a YMF na
evolução desse produto. Na minha opinião,
o Brasil é um dos países mais desenvolvidos
em termos de automação desse processo.
Depois disso, o Unibanco adquiriu o sistema
YMF/FRONT e Compliance para a mesa de
operações da UAM. Essa integração (frontmiddle-back office), na nossa avaliação é
fundamental para atingirmos um processo
STP (Straight Trough Processing). Estamos
em fase de aquisição dos módulos YMF/
NETBOL e Report para melhorarmos a
prestação de serviços do Unibanco para
terceiros. Estamos vendo a YMF cada vez
mais parceira do Unibanco e posso dizer
que depois de quase oito anos de trabalho
em conjunto, estamos satisfeitos.
Como o Unibanco vem trabalhando na
parte de homologação de novas versões dos
sistemas YMF?
A YMF libera versões semestrais e estamos
conscientes que como qualquer sistema de
missão crítica e complexo como o SAC, o
esforço de homologação é grande. Estamos
percebendo que o esforço da YMF em
melhorar a qualidade das versões vem
mostrando resultados. Sabemos que a YMF,
antes de liberar uma versão para o mercado,
faz os testes “robotizados” em casa e depois
conta com a parceria de uma instituição que
faz a homologação da versão beta. O que
fizemos aqui no Unibanco foi montar um
time que é responsável pela homologação
de versões. O trabalho dessa equipe vem
evoluindo ao longo do tempo e eu creio que
nós conseguimos chegar num estágio de
maturidade adequado que traz segurança
ao processo graças ao uso de metodologias
consistentes de controle de qualidade. A
YMF tem se mostrado parceira também
neste processo e constatamos que, a cada
semestre, ou seja, a cada nova versão baixada
em produção, o nível de problemas pósimplantação vem se reduzindo.
Você quer dizer mais alguma coisa antes de
finalizarmos a entrevista?
Sim, eu gostaria de parabenizar a YMF pela
entrada do novo parceiro estratégico e a
permanência dos executivos na gestão da
empresa. A aquisição de 80% do controle da
YMF pela DATASUL foi avaliada de forma
extremamente positiva por parte dos
principais executivos do Unibanco. Estamos
enxergando a YMF como uma empresa mais
robusta. Além disso, a YMF como subsidiária
de uma empresa de capital aberto com
presença em outros países é muito interessante no momento em que o mercado de
capitais brasileiro está se internacionalizando. Percebemos que a YMF poderá
explorar esses novos mercados e isso gerará
efeitos colaterais positivos aos gestores de
recursos no Brasil que são seus clientes.
O desempenho de processamento do
sistema é adequado?
A YMF como subsidiária de uma empresa de
capital aberto com presença em outros países é muito
interessante no momento em que o mercado de capitais brasileiro
está se internacionalizando.
Percebemos que a YMF poderá explorar esses
novos mercados e isso gerará efeitos colaterais positivos
aos gestores de recursos no Brasil que são seus clientes.
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C
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CY CMY
K
Uma publicação da YMF • Número 7 • Ano V • Tiragem 2.000 exemplares
N E G Ó C I O S
Software como Serviço:
BPO como tendência mundial
Por décadas, as empresas nacionais vêm
executando os seus softwares em sua
própria infra-estrutura, pois elas estão
acostumadas ao modelo tradicional de
comercialização de software, através de
aquisição de licenças de pacotes de
aplicativos ou de desenvolvimento de
sistemas internos sob medida. No entanto,
no mercado inter nacional já está
consagrada uma modalidade alternativa
de entrega de software, denominada
“Software as a Service” (software como
serviço) que já atingiu um bom nível de
maturidade e que vem mostrando um
constante crescimento de participação no
mercado a cada ano.
De forma breve, podemos definir software
como serviço como sendo um modelo de
entrega de software onde o fornecedor
provê manutenção, operação técnica
diária e suporte para o software oferecido
ao seu cliente através da internet.
Podemos destacar dois tipos de serviço.
O primeiro deles é conhecido como
“Application Service Provider” (ASP) onde
usualmente uma empresa de software
associada a uma empresa de hospedagem
fornece o acesso ao aplicativo pela
Internet. Na modalidade ASP o usuário
acessa a todas funcionalidades básicas de
um determinado aplicativo de mercado
através de um “front-end” na internet,
porém com toda a infra-estrutura,
manutenção e o suporte técnico oferecido
pelo fornecedor de software. No segundo
tipo, conhecido como “Business Process
Outsourcing” (BPO) o fornecedor assume
e gerencia processos e aplicações
organizacionais críticas e/ou não-críticas.
Ao contrário do ASP, um certo risco é
transferido para a empresa provedora de
serviços, pois BPO inclui o software, o
gerenciamento do processo e o pessoal
que opera o serviço, enquanto que o
modelo ASP fornece apenas o acesso às
funcionalidades do software através de
um “browser”. Além disso, em ambos os
casos, ASP e BPO, o cliente deixa de pagar
por licença de uso do software em troca
de uma remuneração mensal pelo acesso
ou uso do serviço.
EDITORIAL
Para termos uma idéia do tamanho deste
mercado, estima-se que a indústria global
de BPO era da ordem de USD$ 383 bilhões
de dólares em 2004 com uma tendência
de chegar a USD$ 641 bilhões em 2009,
sendo que uma parcela significativa deste
mercado está baseada em operações “offshore”, onde a Índia aparece como o maior
participante. Destacam-se também como
participantes destas operações “off-shore”
a África do Sul, Filipinas, o Leste Europeu
e a China.
Quando o Brasil atingirá o tão esperado InvestmentGrade? Esse é o assunto mais comentado nas
últimas semanas. Alguns economistas dizem que
o grau de investimento virá em um ano, outros
arriscam dois anos, mas ninguém pode prever ao
certo. O que se pode afirmar é que o país como um
todo certamente será muito beneficiado quando
isso acontecer e, em particular, o setor bancário. Se
analisarmos o que aconteceu em outros países tais
como México e Portugal, a combinação de Grau de
Investimento e redução nas Taxas de Juros
propiciou uma explosão nos mercados de capitais
locais desses países. Segmentos como Asset
Management, Fusões & Aquisições, Derivativos e
emissões de papeis privados cresceram
extraordinariamente. Parte dessa ebulição já está
sendo antecipada pelo mercado como se pode
perceber pela consistente alta na bolsa de valores
(espantosos 1.146% em dólar nos últimos cinco
anos) e pelo recorde na quantidade de empresas
abrindo o capital (IPO). Outro efeito interessante
que prova a antecipação do mercado em relação
ao investment-grade é a drástica redução do spread
entre os múltiplos de P/L (Preço/Lucro) das ações
de empresas brasileiras se comparadas com as
ações de empresas nor te americanas.
São fatores que estimulam a opção por BPO,
em ordem decrescente de importância,
conforme recente pesquisa anual da Global
Investor/CSTIM, com mais de 100 organizações mundiais de gestão de Fundos:
• Aumentar o foco na companhia;
• Minimizar investimento de capitais;
• Acomodar crescimento de volume de
operações;
• Trocar custo fixo por variável;
• Melhorar níveis de serviços;
• Apoiar para desenvolvimento de
produtos;
• Atendimento a políticas como STP;
• Compartilhar riscos;
• Redução e controle de custos
operacionais;
• Acessar capacitação de classe mundial.
São fatores que inibem a opção por BPO,
em ordem decrescente de importância:
• Perda de controle;
• Benefícios financeiros insuficientes;
• Risco do processo operacional resultante
inaceitável;
• Risco de imagem;
• Benefícios não-financeiros insuficientes;
• Falta de fornecedores qualificados;
• Falta de credibilidade no serviço;
• Implicações com o staff interno.
Não existe modalidade de entrega de
software que seja necessariamente
melhor que a outra. O que precisamos
fazer é estarmos atentos para as diferentes
alternativas existentes e identificarmos
aquela que é mais aderente aos planos
estratégicos da empresa: a curto, médio
ou longo prazo. O “outsourcing” não é
mais um caminho rápido apenas para a
redução de custos. Ele é hoje um
importante ponto de ação estratégica
para qualquer empresa.
Estamos falando em um aumento gradual,
constante e significativo nos volumes operados no
mercado de capitais – mais fundos de investimentos,
maior quantidade de operações diárias, maior
quantidade de carteiras de clientes de Private
Banking, isso tudo associado à recente CVM-IN-450
que traz necessidade crescente de controle nas
áreas de Compliance e, oferece aos fundos, acesso
aos mercados internacionais (títulos offshore) algo
até o momento restrito aos hedge-funds.
Em resumo, a palavra de ordem é CAPACIDADE.
Refiro-me à capacidade dos sistemas processarem
no menor espaço de tempo possível os volumes
que estão por vir. As instituições financeiras que
estiverem preparadas sairão vencedoras nessa
corrida e, para isso, elas precisarão contar com os
seus parceiros provedores de sistemas.
Boa Leitura,
Yuryi Ferber
Anúncio do novo
Parceiro Estratégico
Com grande satisfação comunicamos que a partir desta data, a YMF passa a fazer parte do
Grupo Datasul, multinacional brasileira de softwares de gestão, líder para médias e grandes
empresas e com presença em diversos países da América Latina. A seguir apresentamos
entrevista realizada com os senhores Jorge Steffens (Presidente da Datasul) e Yuryi Ferber
(Presidente da YMF).
O que motivou a compra da YMF?
Steffens: Após a abertura de capital da
Datasul, anunciamos que aquisições estavam
nos planos para dar continuidade à nossa
estratégia para manter a liderança no setor
de softwares de gestão empresarial integrada
para empresas de médio e grande porte. O
segmento financeiro realiza maciços investimentos em TI, que representaram nos
últimos dois anos mais de R$ 28 bilhões.
Sabe-se que boa parte destes valores ainda
está direcionado para equipes internas e
outsourcing, mas de acordo com pesquisas
de IDC este cenário esta mudando. A Datasul,
com sua estrutura e pelo seu conhecimento
em tecnologia, entende que pode participar
ativamente deste novo cenário. Para isso
encontramos na YMF, soluções que podem
reforçar o nosso core business, em uma área
onde as instituições já estão acostumadas a
contratar pacotes de mercado.
empresa, muito mais do que produtos, as
pessoas são chave para o sucesso do negócio.
Com este espírito, os executivos e colaboradores atuais serão mantidos, demonstrando
para o mercado e para os clientes, a
continuidade dos planos de YMF. Marcos
Puccini, que integra a equipe de novos
negócios da Datasul, está assumindo a
diretoria financeira da empresa.
Como ficará o suporte aos clientes que
adquiriram os produtos da YMF antes da
aquisição?
Ferber: Para os clientes da YMF não haverá
mudança. Os produtos serão mantidos e
evoluídos, continuaremos prestando todo o
suporte necessário.
A Datasul possui subsidiárias e unidades de
desenvolvimento e distribuição internacionais. A oferta da YMF será comercializada
também no exterior?
De que forma a companhia será integrada
a Datasul? Haverá demissões?
Steffens: A Datasul comprou 80% da empresa,
mantendo os dois principais executivos e
acionistas da YMF na operação e no quadro
acionário. Entendemos que em uma
ÍNDICE
Editorial • O impacto do Investment Grade
no Mercado de Capitais ................................... pg.1
Anúncio do novo Parceiro Estratégico........pgs.1 e 2
Entrevista com Luiz Navarro do Unibanco... pgs. 2 e 3
YMF Newsletter é uma publicação editada e produzida pelo departamento de comunicação da YMF.
Todas as informações contidas nesta publicação são baseadas na conjuntura e condições atuais.
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Outros nomes da empresa, produtos e serviços podem ser marcas registradas ou marcas de serviço de outros.
Produzido no Brasil em Junho/2007. Copyrigth YMF ARQUITETURA FINANCEIRA S/A • Todos os direitos reservados.
Composite
Artigo: Software como Serviço:
BPO como tendência mundial......................... pg.4
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