richard feynman e murray gell-mann

RICHARD FEYNMAN E MURRAY GELL-MANN
Mas será que essa história se encerra aí? Quando todos estavam seguros de terem
explicado o átomo e suas subdivisões, com a certeza de que as partículas fundamentais seriam
os elétrons, os prótons e os nêutrons, outros personagens da Física entram em cena para abalar
as estruturas. Novamente, lembremo-nos que as descobertas derivam do trabalho de muitos.
Porém, no curto espaço que nos resta, falaremos de apenas duas figuras importantes para a
história recente da física: Richard Feynman e Murray Gell-Mann.
Após vários anos de trabalho intenso e, também, de uma vida intensa (que contou até
mesmo com uma passagem pelo Brasil, ocasião em que integrou a bateria de um bloco de
samba no carnaval do Rio de Janeiro), o físico americano Richard Feynman dividiu o Prêmio
Nobel de Física do ano de 1965 com o americano Julian Schwinger e o japonês Sin-Itiro
Tomonago. O motivo: suas contribuições para a teoria da eletrodinâmica quântica, que havia
sido proposta inicialmente por Paul Dirac. O que será isso? Basicamente, trata-se de uma
mistura de relatividade especial com mecânica quântica aplicável à física nuclear, à física do
estado sólido e dos plasmas e à tecnologia do laser, entre outros campos do conhecimento.
Ao contrário do espírito expansivo de Feynman, o também americano Murray GellMann ficou mais conhecido por sua extrema formalidade e sisudez. Embora tenha trabalhado
em colaboração com Feynman na elaboração de uma importante teoria sobre a interação fraca,
foi por sua contribuição para que conhecêssemos quais são realmente os tijolos básicos na
construção da natureza que Gell-Mann entrou para o rol dos maiores físicos de todos os tempos.
Graças a seu trabalho, sabemos que os prótons e os nêutrons são feitos de partículas menores
ainda: os quarks. Em outras palavras, toda a matéria é composta por elétrons e quarks.
Recentemente, alguns físicos propuseram que as partículas elementares são compostas por
minúsculas cordas vibrantes, naquela que é conhecida como a teoria das supercordas, que ainda
não foi comprovada experimentalmente. Mas essa é outra história (como você pode ver, os
físicos não se cansam).
De maneira bastante resumida, essa é uma pequena parte da jornada que os físicos têm
empreendido desde o ano miraculoso de 1905, que levou a humanidade a mudar seus conceitos
sobre o infinitamente grande (o cosmo de Newton) até chegar ao mundo do infinitamente
pequeno (os quarks de Gell-Mann). Felizmente, com o trabalho destes grandes nomes da física,
a natureza não nos parece mais um mistério inexplicável. Mas é claro que ainda há muito o que
descobrir...