Docentes definem ações sobre Políticas Sociais e - Andes-SN

Transcrição

Docentes definem ações sobre Políticas Sociais e - Andes-SN
Informativo
Especial
35º Congresso
do ANDES-SN #3
Curitiba (PR)
Janeiro de 2016
Docentes definem ações sobre Políticas
Sociais e Plano de Lutas Geral
Entre as deliberações da Plenária do Tema 2 estão a realização do II Encontro Nacional de
Educação em junho de 2016, a intensificação da luta contra o Funpresp e contra a Ebserh
N
a tarde de quinta-feira (28),
os participantes do 35º
Congresso do ANDES-SN
iniciaram os debates relativos às Políticas Sociais e do Plano
Geral de Lutas do Sindicato Nacional
para 2016. As discussões tiveram
continuidade na sexta-feira e foram
remetidas para o sábado (30).
A realização dos encontros preparatórios para o II ENE até abril
de 2016 e da segunda edição do
Encontro entre os dias 16 e 19 de
junho de 2016, em Brasília (DF), junto
ao encaminhamento de uma nota
crítica acerca da política de reforma
curricular da Educação Básica, materializada no texto preliminar da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC),
foram os principais destaques, em
relação às políticas educacionais da
entidade.
Bernardo Ordonez, docente da
Universidade Federal da Bahia
(Ufba), corrobora o argumento de
que o texto preliminar da Base
Nacional Curricular Comum limita
o preparo do estudante ao mercado de trabalho. “Ao estruturar
o currículo dessa forma, você tem
prejuízos enormes. Pedagogicamente é impensável. Você acaba
podando o estudante de escolher o
caminho que ele quer trilhar”, diz.
Ao fazer um paralelo com o ensino
dentro da sua sala de aula, no curso
de Engenharia Elétrica, na Ufba,
Ordonez afirma que é muito mais
útil preparar o estudante para que
ele se torne capaz de identificar e
resolver um problema utilizando
as ferramentas disponíveis do que
“ensiná-lo a ser um especialista em
apertar um botão de uma fábrica”.
Ações em defesa da
Previdência Pública e
contra a Ebserh
A intensificação da luta em defesa dos direitos de aposentadoria
pública e integral, contra o fundo
de pensão dos servidores federais
(Funpresp) e o combate à contrarreforma da saúde pública estão
entre as deliberações aprovadas
pelos delegados do 35º Congresso
do ANDES-SN, durante o segundo
momento da plenária do Tema 2.
Os participantes encaminharam
ainda questões referentes às políticas
agrária, urbanas e sobre o trabalho da
Comissão da Verdade do ANDES-SN,
destacando a importância das seções
sindicais de se engajarem no trabalho
de levantamento de informações sobre os crimes da ditadura empresarial-militar, na luta por memória e justiça,
e na construção de memória de todos
os assassinatos políticos e denúncia do
genocídio da população negra, indígena, quilombola, cigana, camponesa e
dos moradores de periferia.
Aposentadoria
Os docentes aprovaram a intensificação da luta em defesa da Previdência Pública e Estatal e dos direitos
dos aposentados e pensionistas e da
aposentadoria integral dos docentes e
dos demais trabalhadores através de
uma agenda de ações, com encontros
regionais e estaduais, centrada na
mobilização de base e articulada com
demais setores da classe trabalhadora.
Durante as falas, foi destacada a
importância de se lutar pela volta da
integralidade da aposentadoria para
os novos servidores, como forma, inclusive, de combate ao Funpresp. Além
disso, os docentes decidiram intensificar a mobilização para exigir do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão (Mpog) o reestabelecimento
2
35º Congresso/2016
do artigo 192 da lei 8112 (do Regime
Jurídico Único), com a revogação da
nota técnica 188/2012, que trata da
aposentadoria integral e enquadramento dos docentes aposentados.
Para Antonio Gonçalves, da Associação dos Professores da Universidade
Federal do Maranhão (Apruma - Seção
Sindical do ANDES-SN), a luta que os
docentes, através do Sindicato Nacional, vêm travando contra o Funpresp,
tem obtido bons resultados.
“Essa é uma luta que estamos fazendo com muita competência, pois
tem alertado os docentes do dano
que é aderir ao Funpresp. Ao perceber
isso, o governo agora torna a adesão
automática, na tentativa de salvar
esse Fundo. O nosso objetivo continua sendo a defesa da aposentadoria
integral para todos os servidores, inclusive para aqueles que ingressaram
no serviço público federal a partir de
Espaço
recreativo no
35º Congresso
do ANDES-SN:
um marco na
história do
sindicato
P
ela primeira vez, o congresso
do ANDES-SN garante as delegadas, delegados, observadoras e observadores a oportunidade de trazerem seus filhos para
o evento com a tranquilidade de que
estarão se divertindo enquanto mães e
pais participam das plenárias e grupos
de trabalho. Conforme deliberado no
34º Congresso do Sindicato Nacional,
realizado em 2014 em Brasília (DF), os
eventos nacionais da entidade contam
com espaço recreativo para atender
à demanda dos participantes.
O espaço funciona seguindo a
programação do Congresso e conta
com o trabalho de recreacionistas,
fevereiro de 2013”, comentou.
A truculência e autoritarismo nos
processos de adesão das Universidades Federais à Empresa de Serviços
Hospitalares (Ebserh) foram destaque nas falas dos debatedores, que
ressaltaram a importância de tornar
público os problemas vivenciados
pelas Ifes que já aderiram à Ebserh e
os contratos firmados com empresas
privadas. Para isso, os delegados
aprovaram a realização de um dossiê
com descrições e análise de fatos,
que será lançado em um Seminário
Nacional sobre o tema.
“A Ebserh tem efetivamente conseguido avançar de forma bastante
autoritária dentro da conjuntura
nacional, uma vez que os reitores
estão aderindo à Empresa sem que
a comunidade acadêmica seja consultada. Os hospitais estão sendo
sucateados para criar um ambiente
em que a Ebserh seja vista como a
única alternativa viável de gestão dos
HU”, ressaltou o docente da UFMA,
que denunciou ainda precarização
do trabalho sob a gestão da Ebserh.
“Docentes que tenham alguma
atividade ligada aos hospitais universitários estão sendo cedidos
para a Ebserh. Isso aconteceu no
Maranhão, onde uma professora,
ao assumir a coordenação de um
grupo de pesquisa ligado ao HU, foi
cedida para a empresa. Portanto,
a Ebserh vai de encontro aos princípios do SUS e também inaugura
uma forma perversa de relação de
trabalho, em que as pessoas que
já têm direito adquirido pelo RJU
estão sendo empurradas, cedidas
para essa empresa”, contou.
monitoras e acompanhamento de uma
profissional de pedagogia durante todos
os turnos. O espaço
de recreação recebe,
durante o 35º Congresso, 6 crianças,
com idades que variam de 18 meses a
12 anos.
Para Liliane Machado, diretora do
ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de
Classe, Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTCEGDS), a criação do
espaço foi um avanço na política do
Sindicato Nacional.
“Infelizmente, ainda vivemos numa
sociedade em que o cuidado e a responsabilidade com os filhos pesam
muito mais para as mulheres, para as
mães, do que para os pais. Então, você
observa que a quantidade de mulheres
na política brasileira, participando dos
espaços de discussão, é muito pequena em relação ao número de mulheres
que temos inseridas hoje no mercado
de trabalho. E um dos fatores dessa
questão é exatamente a dificuldade
que as mulheres têm de ficarem fora
de casa participando de congressos,
plenárias, reuniões, que muitas vezes
se estendem por toda a noite. Então,
esse é um ganho”, ressalta.
Para Liliane, a demanda, aparentemente pequena, tende a aumentar
nos próximos eventos nacionais do
ANDES-SN, na medida em que as
pessoas souberem da existência do
espaço recreativo e do sucesso dessa
primeira experiência. “A tranquilidade para as mães que querem ter
a sua militância política e sindical é
importantíssima e, ao meu ver, esse
espaço recreativo vai ser um marco
na história do ANDES-SN”, completa.
Contrarreforma da Saúde
Pública
35º Congresso/2016
Pela primeira vez no
Congresso do ANDES-SN...
Roberto Mubarach
(Sinduea)
Talita Ruas
(Adusb)
“Nós vivemos um momento de precarização
da universidade de um
modo geral, e o 35° Congresso do ANDES-SN tem
discutido de forma muito
enfática a valorização
da universidade e dos
espaços públicos. Nós travamos uma luta constante contra esse processo
vigente que tem precarizado a universidade e
tentado transformá-la em
um espaço produtivista”.
“O 35° Congresso do
ANDES-SN é uma oportunidade para esclarecer
diversos assuntos e temas
que estamos discutindo e
que não temos condições
de debater apenas na
nossa seção sindical. Eu
acredito que será muito
importante levar todo
esse retorno para a nossa
base para ampliar a discussão e o conhecimento
dos docentes para continuar a luta”.
Elaine Moreira
(Adufrj)
Alexandre Luna
(Adufs)
“Os debates do Congresso estão sendo interessantes e intensos,
sobre questões, como as
condições de trabalho e
de vida, não apenas dos
professores, mas de todos trabalhadores. Estou
gostando bastante de
compreender a dinâmica
de como são construídas
as decisões e também
de conhecer a realidade
e as lutas travadas em
diferentes locais”.
"Eu estou participando desse primeiro contato no 35º Congresso
do Sindicato Nacional,
e vou vender pros meus
colegas a importância de
eles aderirem ao ANDES-SN, participarem mais
da ação política, principalmente os novos, que
entraram agora - que
têm seus direitos muito
menos resguardados
que os antigos. Essa é
uma primeira lição."
“Para nós, da Sesunipampa, estar no Congresso do ANDES-SN é fundamental para
dialogar com demais companheiras e companheiros, trocar experiências e firmar a
importância do ANDES-SN como um sindicato de lutas e resistência da categoria.”
Caiuá Cardoso
(Sesunipampa)
EXPEDIENTE
O Informandes é uma publicação do ANDES-SN // site: www.andes.org.br // e-mail: [email protected] // Diretora responsável: Marinalva Oliveira
Redação: Paola Rodrigues e Renata Maffezoli // Edição e Fotos: Renata Maffezoli MTb 37322 // Diagramação: Paola Rodrigues 10982 DRT-DF
3
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35º Congresso/2016
ANDES: 35 anos de luta
Você faz parte dessa construção!
Milena Martinez (Apufpr)
“Os 35 anos do ANDES-SN são marcados pela
sua participação no processo de redemocratização
do Brasil. A ANDES foi o embrião que deu origem
ao sindicato que temos hoje, construído a partir
de uma estrutura sindical única, e que é única
até hoje para professores da América Latina:
horizontal, classista, construído pela base e com
direções colegiadas”.
Edson Fagundes (SindUTFPR)
“A nossa história no ANDES-SN tem
início na década de 90, quando fundamos
a nossa seção sindical e vivenciamos toda
a luta do movimento. Primeiramente, a
nossa luta foi centrada no ensino técnico e
tecnológico e, depois, com a transformação
em universidade, enfrentando o problema
da multicampia. Hoje, a nossa preocupação
é acompanhar as principais lutas e manter
o viés histórico do Sindicato Nacional”.
Sara Araújo (Adufop)
“Tenho a confiança de que esse sindicato
está realmente defendendo os interesses
da classe trabalhadora, pois construí a
minha formação política acompanhando
a militância dos professores do ANDES-SN
quando aluna. Como docente, participei
de forma mais orgânica das atividades da
greve de 2015 e do CNG do ANDES-SN e
Francisco Santiago (Sindufap)
pude atestar os princípios do Sindicato
Nacional, como a participação democrática,
a organização pela base e a busca sempre
“São os 35 anos de história desse sindicato
pela unidade junto a outras categorias”. sem se curvar para governo nenhum, mantendo
a coerência, que me convenceram ainda mais
que o ANDES-SN nos representa e que vale a
pena lutar. Não só neste 35° Congresso, mas
em outros espaços propostos, vemos que é
possível unir toda a pluralidade de ideias em
prol de uma única questão, que é a defesa da
educação pública gratuita e de qualidade, dos
direitos sociais e dos trabalhadores deste país”.
Terezinha Diniz (Adufpb)
“Nesses 35 anos de existência, o ANDES-SN tem realizado um trabalho excelente não
só a favor da nossa categoria, mas em defesa de todos os trabalhadores. A minha luta tem
sido primordialmente a favor dos direitos dos aposentados, e atualmente contra essa nova
proposta de Reforma da Previdência e a adesão ao Funpresp".

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