Diretrizes Saúde Suplementar - Portal da inovação em saúde
Transcrição
Diretrizes Saúde Suplementar - Portal da inovação em saúde
Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar 2012 DIRETRIZES CLÍNICAS NA SAÚDE SUPLEMENTAR 2012 Organização Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Av. Augusto Severo, 84, Glória CEP: 20021-040, Rio de Janeiro – RJ Tel.: +5521 2105 0000 Disque ANS: 0800 701 9656 http://www.ans.gov.br [email protected] Diretoria Diretoria Diretoria Diretoria Diretoria Diretoria Colegiada da ANS de Desenvolvimento Setorial - DIDES de Fiscalização - DIFIS de Gestão - DIGES de Normas e Habilitação das Operadoras - DIOPE de Normas e Habilitação dos Produtos - DIPRO Gerência-Geral de Regulação Assistencial - GGRAS/DIPRO Gerência de Atenção à Saúde GEAS/GGRAS/DIPRO Presidente da Associação Médica Brasileira – AMB Dr. Florentino de Araujo Cardoso Filho Sociedade Brasileira de Mastologia Dr. Carlos Alberto Ruiz Sociedade Brasileira de Cancerologia Dr. Roberto Porto Fonseca Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Dr. José Marcus Rotta Colégio Brasileiro de Radiologia Dr. Manoel Aparecido Gomes Da Silva Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva Dr. Cleber Dario Pinto Kruel Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Dr. Airton Golbert Conselho Brasileiro de Oftalmologia Dr. Marco Antonio Rey de Faria Associação Brasileira de Psiquiatria Dr. Antonio Geraldo da Silva Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica Dr. Paulo André Teixeira Kimaid Sociedade Brasileira de Urologia Dr. Aguinaldo Cesar Nar Elaboração técnica ANS: André Luiz Andrade, Bruna Alessandra Vale Delocco, Claudia Santos Silva, Francisco Edilberto Gomes Bonfim, Jeane Regina de Oliveira Machado, Jorge Luiz Carvalho, Karla Santa Cruz Coelho, Marcelo Gomes da Silva, Maria de Fátima Medeiros de Cerqueira, Maria Tereza Pasinato, Martha Regina de Oliveira, Rochele Alberto Martins Santos Elaboração técnica AMB: Antonio Silvinato de Almeida, Felipe Toyama Aires, Ricardo dos Santos Simões, Wanderley Marques Bernardo Projeto gráfico: Gerência de Comunicação Social - GCOMS/DICOL Fotografia (capa) Thinkstock photos Impresso no Brasil / Printed in Brazil APRESENTAÇÃO A parceria entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS e Associação Médica Brasileira – AMB traz como inovação o alinhamento dos processos de trabalho relacionados às práticas e princípios da medicina baseada em evidência e avaliação de tecnologias em saúde, do raciocínio crítico e analítico para a elaboração e implementação de uma política de cobertura dotada de princípios e objetivos que viabilizem uma assistência à saúde de qualidade. O setor da saúde suplementar opera, portanto, num contexto de extrema complexidade, e, consequentemente, tem que enfrentar enormes desafios de gestão. Estes desafios requerem respostas organizacionais e soluções técnicas inovadoras, que visem à eficiência no uso dos recursos, numa lógica orientada a contínua melhoria da qualidade da atenção. Nesta perspectiva, a estratégia da ANS de orientar o funcionamento do sistema da saúde suplementar a partir de Diretrizes Clínicas baseadas na evidência é absolutamente central. Este instrumento é fundamental para orientar de forma racional as decisões clínicas, garantindo uma alocação de recursos ética e tecnicamente correta, por ser baseada em evidências científicas e no consenso das sociedades médicas de especialidades. Ao mesmo tempo, é importante enfatizar que este livro nos confirma que a estratégia das Diretrizes Clínicas baseadas na utilização está sendo adotada e demonstra que a parceria entre a ANS e AMB está no caminho certo, quando apóia e promove esta linha de trabalho entre as instituições. Florentino de Araujo Cardoso Filho Presidente AMB ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA – AMB Mauricio Ceschin Diretor-Presidente ANS AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMANTAR – ANS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar SUMÁRIO Siglas 5 Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida 7 BRCA1 E BRCA2 em Câncer de Mama 23 Embolização da Artéria Uterina 41 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva 99 Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar 117 Mastectomia Profilática 129 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos 143 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica 157 Oxigenioterapia Hiperbárica 159 Papel Diagnóstico e/ou Prognóstico do Oncogene HER-2 203 Papel Diagnóstico e/ou Prognóstico Do Oncogene KRAS 241 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial – EGFR em Neoplasias 265 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia 283 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 301 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar SIGLAS Siglas Nomenclatura AGIS AMB ANS ATA AUS BGAL BRCA CGRP CIGTS CPME DNA DP ECC ECR EGFR EMGT EMUT FC FDA FISH FSH g GABA GDx GnHR GV HER-2 HR HRQol HRT IC IHC IMC Advanced Glaucoma Intervention Study Associação Médica Brasileira Agência Nacional de Saúde Suplementar Atmosfera absoluta Esfíncter Urinário Artificial Banda Gástrica Ajustável por via Laparoscópica Breast cancer Peptídeo relacionado ao gene da calcitonina Collaborative Initial Glaucoma Treatment Study Corno Posterior da Medula Espinal Ácido desoxirribonucleico Desvio padrão Escore de Cálcio Coronariano Ensaio clínico randomizado Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico Early Manifest Glaucoma Trial Embolização do Mioma Uterino Sintomático Frequência cardíaca Federal Drug Administration Hibridização Fluorescente in Situ Hormônio folículo estimulante Grama Ácido gama-aminobutirico Glaucoma detection - Nerve Fiber Analyzer Hormonio libertador das gonadotrofinas Ghastroplastia Vertical Human Epidermal growth factor Receptor 2 Taxa de Risco Health-Related Quality of Life Heidelberg retinal tomograph Intervalo de confiança Imunoistoquímica Índice de Massa Corporal Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 5 Siglas ITT IU Kg/m2 KRAS mμ MIT mmHg MMII NLR NLS NNH NNT NSLC NTGS OCT ODI OHB OHTS OMS p PCR PICO PIO PSA QALY QUADAS RM ROC RR RRA SF-36 SNC SNP TCO USG USP UTI VAS 6 Análise de Intenção de Tratar Incontinência urinária Kiolograma por metro quadrado Kirsten rat sarcoma micrometro Massachusetts Institute of Technology Milímetro de mercúrio Membros inferiores Nervos Laríngeos Recorrentes Nervo Laríngeo Superior Número necessário para causar dano Número Necessário para tratar Câncer de pulmão não pequenas células Normal Tension Glaucoma Study Tomografia de Coerência Óptica Oswestry. Disability Índex Oxigenoterapia Hiperbárica Ocular Hypertension Treatment Study Organização Mundial de Saúde valor p,p-valor - nível descritivo - nível de significância Polymerase Chain Reaction P(Paciente); I(Intervenção); C(Comparação); O(“Outcome”) Pressão Intraocular Prostate-Specific Antigen Anos de vida ajustadopor qualidade Quality Assessment of Diagnostic Accuracy Studies Ressonância Magnética Receiver Operating Characteristic curve analyses. Risco Relativo Redução de risco absoluto Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Tomografia de Coerência Óptica Ultrassonografia Universidade de São Paulo Unidade de terapia intensiva Visual Analogue Scale Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida BANDA GÁSTRICA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE MÓRBIDA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 7 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida INTRODUÇÃO Obesidade A obesidade é uma doença crônica1 caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e é considerada um grande problema de saúde pública, principalmente em países desenvolvidos. A doença está diretamente relacionada ao aumento da incidência de diabetes tipo II, hipertensão arterial, dislipidemia, osteoartrite, apnéia obstrutiva do sono, doença do refluxo gastroesofágico e esteatose hepática2. A OMS (Organização Mundial de Saúde) classifica a obesidade baseandose no Índice de Massa Corporal (IMC) e no risco de mortalidade associada. Assim, considera-se obesidade quando o IMC encontra-se acima de 30kg/ m². Quanto à gravidade, a OMS define obesidade grau I quando o IMC situase entre 30 e 34,9 kg/m², obesidade grau II quando IMC está entre 35 e 39,9kg/m² e, por fim, obesidade grau III quando o IMC ultrapassa 40kg/m². Cirurgia Bariátrica Sendo a obesidade uma condição médica crônica de etiologia multifatorial, o seu tratamento envolve várias abordagens (nutricional, uso de medicamentos antiobesidade e prática de exercícios físicos)3. Entretanto, vários pacientes não respondem a estas manobras terapêuticas, necessitando de uma intervenção mais eficaz. A cirurgia bariátrica tem se mostrado uma técnica de grande auxílio na condução clinica de alguns casos de obesidade. A indicação desta intervenção vem crescendo nos dias atuais e baseia-se numa análise abrangente de múltiplos aspectos do paciente. As diretrizes existentes recomendam a cirurgia bariátrica para pacientes com IMC>40kg/m2 e para aqueles com IMC>35kg/m2 que apresentam comorbidades relacionadas à obesidade4. Foram propostos modelos de tratamento cirúrgico para a obesidade, através da redução do reservatório gástrico, a gastroplastia vertical, as técnicas disabsortivas como o bypass jejuno-ileal e a derivação bileo-pancreática, e as técnicas restritivas /disabsortivas, a gastroplastia vertical com bypass intestinal5. 8 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida Banda Gástrica Laparoscópica A banda gástrica é a menos invasiva, entre os procedimentos restritivos, sendo uma das primeiras cirurgias bariátricas a serem realizadas por via laparoscópica. Nos Estados Unidos sua aprovação pelo Federal Drug Administration (FDA) ocorreu em junho de 2001. No Brasil o uso da banda gástrica ocorreu em 1997, operação realizada por Libanori e Garrido. s 0ROCEDIMENTOCIRÞRGICO A banda é colocada horizontalmente em torno da parte proximal do estômago, por baixo da junção gastresofágica6. Um tubo liga o interior da banda gástrica a um reservatório de localização subcutânea. A injeção de soro fisiológico ao nível deste reservatório conduz a uma insuflação da banda, diminuindo o seu diâmetro e conseqüentemente o tamanho da câmara gástrica pequena criada; a retirada de soro provoca o efeito inverso. Com o passar do tempo, o nível de restrição, dificultando a passagem do alimento, será alterado por meio dos ajustes da banda (injetando ou retirando soro fisiológico)7. Fonte: American Society for Bariatric Surgery, Gainesville, Florida Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 9 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida OBJETIVO Identificar a melhor evidência disponível na atualidade, relacionada ao uso da Banda Gástrica Ajustável por via Laparoscópica (BGAL) em pacientes adultos, 18 anos ou mais, e com obesidade mórbida, definida como IMC maior do que 40 kg/m2 ou IMC maior que 35 kg/m2 tendo alguma morbidade concomitante. MATERIAL E MÉTODO $ÞVIDA#LÓNICA s /USODA"ANDA'ÉSTRICA!JUSTÉVEL,APAROSCØPICAEM pacientes adultos, 18 anos ou mais, e com obesidade mórbida definida como IMC maior do que 40 kg/m2, ou IMC maior que 35 kg/m2 tendo alguma morbidade concomitante, oferece melhores resultados clínicos, quando comparada com outra cirurgia bariátrica? Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3%3CIELO,ILACS 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA PubMed-Medline s /BESITY/2/BESITY-ORBID!.$'ASTROPLASTY/2 (gastric banding) OR (adjustable gastric band*)) AND Random* EMBASE s @GASTROPLASTYEXP/2BAND/2BANDING/2BANDED OR band* AND [randomized controlled trial]/lim AND ;EMBASE=LIM!.$@VIDEOASSISTED!.$@SURGERYEXP/2 10 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida @LAPAROSCOPYEXP!.$;RANDOMIZEDCONTROLLEDTRIAL=LIM AND [embase]/lim) COCHRANE s GASTROPLASTYORBANDORBANDINGORBANDEDORBANDAND (video and assisted and surgery or laparoscopy) Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 236 EMBASE 59 Secundária Biblioteca Cochrane 74 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODE%NSAIO Clínico Controlado Randomizado; s !QUALIDADEMETODOLØGICAFOIAVALIADASEGUNDOO%SCORE de Jadad8, porém não foi usada como critério de exclusão, sendo considerada na avaliação da evidência, analisada segundo a classificação de Oxford9 que estabelece a força da evidência; s .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))ASELE ÎODOSESTUDOSPARA não produzir uma limitação ainda maior na seleção. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESADULTOSt18 anos) com IMC>40kg/m2 ou com IMC>35kg/m2 que apresentam comorbidades Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 11 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida relacionadas à obesidade. )NTERVEN ÎO s "ANDA'ÉSTRICA!JUSTÉVEL,APAROSCØPICA"'!, Comparação s /UTRACIRURGIABARIÉTRICALAPAROSCØPICA “Outcome” (Desfecho) s $ESFECHOSCLÓNICOS Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s s s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline (9), EMBASE (zero) e Cochrane (zero). A Tabela 2 expõe o número de trabalhos avaliados por situação clínica; .ABASESECUNDÉRIANÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS )NDICA ÎO#LÓNICA .ÞMERO de Trabalhos BGAL vs Gastroplastia Vertical com Anel Laparoscópica 5 BGAL vs Bypass Gástrico em Y de Roux Laparoscópica 3 BGAL vs Gastrectomia Vertical Laparoscópica (Gastric Sleeve) 1 Total 9 Tabela 2 – No de trabalhos selecionados para avaliação crítica segundo a indicação clínica 12 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s s s s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por Desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎOCRÓTICA nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo. &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1981 e 2012. 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Ensaio Clínico Controlado Randomizado (ECR), e submetida a um Check-list apropriado de avaliação crítica (Tabela 3). !AVALIA ÎOCRÓTICADO%#2PERMITECLASSIlCÉLOSEGUNDO o escore JADAD, considerando os Ensaios JADAD < três (3) como inconsistentes, e aqueles com escore t três (3), consistentes. 2OTEIRODE!VALIA ÎO#RÓTICADE%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados (Check-list) !NÉLISECRÓTICADAEVIDÐNCIASELECIONADA Dados do estudo Referência, Desenho de estudo, JADAD, força da evidência Cálculo da amostra Diferenças estimadas, poder, nível de significância, total de pacientes Seleção dos pacientes Critérios de inclusão e exclusão Pacientes Recrutados, randomizados, diferenças prognósticas Randomização Descrição e alocação vendada Seguimento dos pacientes Tempo, perdas, migração Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 13 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida Protocolo de tratamento Intervenção, controle e cegamento Análise Intenção de tratamento, analisados intervenção e controle Desfechos considerados Principal, secundário, instrumento de medida do desfecho de interesse Resultado Benefício ou dano em dados absolutos Benefício ou dano em média %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s s s 14 /SRESULTADOSREFERENTESÌSDIFERENTESSITUA ÜESCLÓNICAS consideradas serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências bibliográficas; 0ARARESULTADOSCOMEVIDÐNCIADISPONÓVELSERÎODElNIDOS de maneira específica, sempre que possível: a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou ausência de benefício e/ou dano, e as controvérsias; .ÎOSERÉINCLUÓDONOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADAS a custo; /SDESFECHOSCONSIDERADOSSERÎOLIMITADOSÌElCÉCIAE segurança das intervenções; /SRESULTADOSSERÎOEXPOSTOSPREFERENCIALMENTEEM dados absolutos, risco absoluto, redução do risco absoluto e número necessário para tratar (NNT). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida RESULTADOS 1UESTÎO#LÓNICA Qual a eficácia da Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica (BGAL) quando comparada com a Gastroplastia Vertical com Anel Laparoscópica (BVAL)? (Cirurgia de Mason modificada) %VIDÐNCIAS3ELECIONADAS Rebecchi F, Rocchietto S, Giaccone C, Talha A, Morino M. Gastroesophageal reflux disease and esophageal motility in morbidly obese patients submitted to laparoscopic adjustable silicone gastric banding or laparoscopic vertical banded gastroplasty. Surg Endosc. 2011 Mar;25(3):795-803. Epub2010 Jul 30.10 JADAD 3 FORÇA DE EVIDÊNCIA 2B Scozzari G, Farinella E, Bonnet G, Toppino M, Morino M. Laparoscopic adjustable silicone gastric banding vs laparoscopic vertical banded gastroplasty in morbidly obese patients: long-term results of a prospective randomized controlled clinical trial. Obes Surg. 2009 Aug;19(8):1108-15. Epub 2009 Jun 10.11 JADAD 3 FORÇA DE EVIDÊNCIA 2B Morino M, Toppino M, Bonnet G, delGenio G. Laparoscopic adjustable silicone gastric banding versus vertical banded gastroplasty in morbidly obese patients: a prospective randomized controlled clinical trial. Ann Surg. 2003 Dec;238(6):835-41; discussion 841-2.12 JADAD 3 FORÇA DE EVIDÊNCIA 2B Pacientes adultos (18 – 60 anos); com história de obesidade mórbida há mais de 5 anos; que não responderam a outras terapias para perda de peso; IMC 40-50Kg/m2; sem hérnia hiatal grande, cirurgia gástrica anterior e doença do refluxo gastroesofágico sintomático. A Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica comparada com a Gastroplastia Vertical com Anel de polipropileno (cirurgia de Mason modificada): s 4EMPOCIRÞRGICO Reduz o tempo cirúrgico. (p<0,05) s 4EMPODEHOSPITALIZA ÎO Reduz o tempo de hospitalização pós-operatória. (p<0,05) s #OMPLICA ÎOPØSOPERATØRIAPRECOCE Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 15 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida s s s s Não houve diferença na ocorrência de complicação no pós-operatório precoce. p > 0.05 #OMPLICA ÜESCIRÞRGICASPRECOCESTARDIAS Aumenta o risco de complicações até 3 anos. NNH = 5; IC95%= -24 a -3 $OEN ADOREmUXOGASTROESOFÉGICO$2'%n (12 meses) Não aumenta o risco de DRGE até 12 meses. NNH=20; IC95%=NS 2EOPERA ÎO Aumenta o risco de reoperação até 12 meses. (NNH = 7; IC95% -67 a -4) Aumenta o risco de reoperação até 3 anos. (NNH=4; IC95%= -7 a -2) Aumenta o risco de reoperação até 7 anos. NNH=3; IC95%= -4 a -2 0ERDADOEXCESSODEPESO É menor nos pacientes com BGAL nas avaliações de 3, 5 e 7 anos. (p<0.001) 1UESTÎO#LÓNICA Qual a eficácia da Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica quando comparada com a cirurgia de Bypass Gástrico em Y de Roux Laparoscópica (BGYRL)? %VIDÐNCIAS3ELECIONADAS Nguyen NT, Slone JA, Nguyen XM, Hartman JS, Hoyt DB. A prospective randomized trial of laparoscopic gastric bypass versus laparoscopic adjustable gastric banding for the treatment of morbid obesity: outcomes,quality of life,and costs. Ann Surg. 2009 Oct;250(4):631-41. JADAD 2 FORÇA DE EVIDÊNCIA 2B Angrisani L, Lorenzo M, Borrelli V. Laparoscopic adjustable gastric banding versus Roux-en-Y gastric bypass: 5-year results of a prospective randomized trial. Surg Obes Relat Dis. 2007 Mar-Apr;3(2):127-32; discussion 132-3. Epub 2007 Feb 27. JADAD 2 FORÇA DE EVIDÊNCIA 2B Pacientes adultos, 18 a 60 anos, com IMC 40-60 Kg/m2 ou IMC>35 Kg/m2 com co-morbidades; sem hérnia ventral grande, hérnia hiatal, cirurgia gástrica ou bariátrica prévia. 16 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida A Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica comparada com o Bypass Gástrico em Y de Roux por laparoscopia: s 4EMPOCIRÞRGICO Reduz o tempo cirúrgico. (p<0,05) s 4EMPODEHOSPITALIZA ÎO o tempo de hospitalização pós-operatória. (p<0,05) s 0ESOE)-# Aumenta o risco de “falha de tratamento” (redução < 20% do excesso de peso ou IMC > 35 kg/m2) até 5 anos. NNH = 3; IC95% -10 a -2 s 2EOPERA ÎO Não aumentou o número de reoperações até 5 anos. NNH = NS s #OMPLICA ÜES Reduziu o número de complicações até 30 dias (7% - 21%; p<0.05) s -ORTE Não houve diferença no número de morte até 1 ano 1UESTÎO#LÓNICA Qual a eficácia da Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica comparada com Gastrectomia Vertical Laparoscópica (Gastric Sleeve)? %VIDÐNCIAS3ELECIONADAS Himpens J, Dapri G, Cadière GB. A prospective randomized study between laparoscopic gastric banding and laparoscopic isolated sleeve gastrectomy results after 1 and 3 years. Obes Surg. 2006 Nov;16(11):1450-6. JADAD 1 FORÇA DE EVIDÊNCIA 2B Pacientes adultos com idade entre 20 e 65 anos, com IMC mediana de 37 para a banda gástrica e 39 para a gastrectomia vertical (sleeve). A Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica comparada com a Gastrectomia vertical Laparoscópica (Gastric Sleeve): s )-# Reduziu menos o IMC até 3 anos. p = 0.0004 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 17 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida s s s s %XCESSODEPESO Reduziu menos o excesso de peso até 3 anos. p < 0.0025 $2'% Aumentou a DRGE até 3 anos. NNH = 7 IC95% = -44 a -4 #OMPLICA ÜES Aumenta complicações que não precisam de reoperação até 3 anos. NNH = 3; IC95% = -6 a -2 2EOPERA ÎO Não aumenta reoperação por complicação ou falha no tratamento (IMC > 35) até 3 anos. NNH = NS DISCUSSÃO O julgamento das cirurgias bariátricas se faz pela sua eficiência, isto é: perda de peso, especialmente manutenção desta perda durante os anos; segurança, mortalidade, morbidade imediata e complicações a longo prazo; dificuldade técnica do procedimento levando em consideração a curva de aprendizagem e a reversibilidade. A banda gástrica ajustável laparoscópica pode evoluir com complicações pré e pós-operatórias. Os estudos incluídos nesta diretriz fizeram referência a três tipos de complicações: 1)- relacionadas com o reservatório (port-a-cath): desconexão ou extrusão do tubo 2)- relacionadas com o procedimento cirúrgico: implante distópico e 3)- relacionadas com a banda: extrusão, perfuração e migração14. Houve também referência a complicações clínicas decorrentes da cirurgia: dilatação esofagiana e a dilatação precoce da bolsa gástrica14. Foi realizada leitura crítica de cada um dos estudos para busca de vieses que pudessem comprometer a validade interna dos estudos. Vieses importantes encontrados durante análise crítica dos estudos incluídos nesta Diretriz da banda gástrica ajustável correspondem a: s 0EQUENOVALORAMOSTRALNAMAIORIADOSTRABALHOS perfazendo erro tipo II considerável; 18 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida s $IFEREN ASDOS)-#EDOSPERlSMETABØLICOSPRÏESTUDO Não houve análise de subgrupo, a qual aumenta a possibilidade de associações ao acaso. Como acontece com qualquer técnica cirúrgica, resultados terapêuticos do uso da banda gástrica ajustável laparoscópica no tratamento da obesidade mórbida podem variar ao longo do tempo, conforme a tecnologia é modificada. SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA Existem poucos ensaios clínicos controlados e randomizados avaliando a eficácia e segurança da banda gástrica ajustável laparoscópica e, além disso, há considerável heterogeneidade clínica entre eles, o que compromete a generalização dos resultados. Avaliando apenas os desfechos comuns para todas as comparações temos: s !BANDAGÉSTRICAAJUSTÉVELLAPAROSCØPICAQUANDO comparada com as outras cirurgias laparoscópicas para obesidade mórbida (gastroplastia vertical com anel de polipropileno, bypass gástrico em Y de Roux e a gastrectomia vertical), reduz significativamente menos o peso, na análise a longo prazo (> 2 anos). s 2EDUZIUCOMPLICA ÜESPØSOPERATØRIASPRECOCES porém aumentou as complicações até 3 anos quando comparada com a GVAL e a GV. Aumentou reoperações, até 7 anos, quando comparada com a GVAL, porém não aumentou quando comparada com o BGYRL e a GV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 1. Rippe JM, Crossley S, Ringer R. Obesity as a chronic disease: modern medical and lifestyle management. J Am Diet Assoc 1998;98(10 Suppl 2):S9-15. 2. Caballero B. The global epidemic of obesity: an overview. Epidemiol Rev 2007;29:1-5. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 19 Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida 3. Iturrioz RR, Val ID, Fernández FS, Latorre K, abasolo JJ, Uriarte BM,ET al. Tramiento Quirúrgico de La obesidad mórbida. 2003 4. Gastrointestinal surgery for severe obesity. 1991 National Institutes of Health Consensus Development Conference Statement. March 25- 27, 1991. http://consensus.nih.gov/1991/1991GISurgeryObesity084html. htm. Accessed March 30, 2007. 5. Dietel M, Shikora AS. The development of the surgical treatment of morbid obesity. J Am Coll Nutr. 2002;21:365-71 6. Bult MJ, van Dalen T, Muller AF. Surgical treatment of obesity. Eur J 7. Endocrinol 2008;158:135-45. 8. $IXON!&$IXON*"/"RIEN0%,APAROSCOPICADJUSTABLEGASTRICBANDING induces prolonged satiety: a randomized blind crossover study. J Clin Endocrinol Metab. 2005eb;90:813-9. 9. Jadad AR, Moore RA, Carroll D, Jenkinson C, Reynolds DJ, Gavaghan DJ, et al. Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: is blinding necessary? Control Clin Trials 1996;17:1-12. 10. Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). Available from: http://www.cebm.net/index.aspx?o=1025. 11. Rebecchi F, Rocchietto S, Giaccone C, Talha A, Morino M. Gastroesophageal reflux disease and esophageal motility in morbidly obese patients submitted to laparoscopic adjustable silicone gastric banding or laparoscopic vertical banded gastroplasty. Surg Endosc 2011;25:795-803. 12. Scozzari G, Farinella E, Bonnet G, Toppino M, Morino M. Laparoscopic adjustable silicone gastric banding vs laparoscopic vertical banded gastroplasty in morbidly obese patients: long-term results of a prospective randomized controlled clinical trial. Obes Surg 2009;19:1108-15. 13. Morino M, Toppino M, Bonnet G, del Genio G. Laparoscopic adjustable silicone gastric banding versus vertical banded gastroplasty in morbidly obese patients: a prospective randomized controlled clinical trial. Ann Surg 2003;238:835-41. 14. Nguyen NT, Slone JA, Nguyen XM, Hartman JS, Hoyt DB. A prospective randomized trial of laparoscopic gastric bypass versus laparoscopic adjustable gastric banding for the treatment of morbid obesity: outcomes,quality of life, and costs. Ann Surg 2009;250:631-41. 15. Angrisani L, Lorenzo M, Borrelli V. Laparoscopic adjustable gastric banding versus Roux-en-Y gastric bypass: 5-year results of a prospective randomized trial. Surg Obes Relat Dis 2007;3:127-32. 16. Himpens J, Dapri G, Cadière GB. A prospective randomized study 20 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Avaliação do uso da Banda Gástrica no Tratamento da Obesidade Mórbida between laparoscopic gastric banding and laparoscopic isolated sleeve gastrectomy results after 1 and 3 years. Obes Surg 2006;16:1450-6. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 21 22 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama BRCA1 E BRCA2 EM CÂNCER DE MAMA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 23 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama INTRODUÇÃO É o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, sendo que no Brasil, a cada ano, cerca de 20% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. No Brasil, as taxas de mortalidade por esta neoplasia continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados 1. Os fatores relacionados ao risco para o desenvolvimento do câncer de mama incluem, com relação à vida reprodutiva da mulher,a menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos e menopausa tardia 2. Outros fatores a serem considerados fazem referência às doenças mamárias benignas, aos fatores dietéticos e endócrinos 3,4,5. Enquanto a grande maioria dos casos de câncer de mama é esporádico (isto é, surgem em indivíduos sem história familiar prévia positiva para esta neoplasia), pequena fração corresponde a formas hereditárias, causados predominantemente por uma alteração genética herdada. Estima-se que 5 a 10% dos casos de câncer de mama são identificados em indivíduos que apresentam mutações herdadas de maneira autossômica dominante, sendo que uma parcela destas está associada a mutações nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 (BReast CAncer type 1 and 2) 6,7. Outros genes também relacionados ao câncer de mama são o TP53, PTEN, CHK2, ATM e STK11 8,9,10. Da mesma forma, os genes BRCA parecem ser responsáveis por uma parte (cerca de 5%) das formas hereditárias de câncer de ovário, que são menos frequentes e muitas vezes assintomática6. O gene BRCA1, identificado no braço longo do cromossomo 17 (17q12-q21) é composto por 24 exons e codifica uma proteína nuclear de 1.863 aminoácidos que participa da regulação do ciclo celular das células epiteliais da glândula mamária. Este gene, herdado de maneira autossômica dominante, tem papel na regulação da expressão gênica interagindo com inúmeros outros genes (BARD1, BRCA2, CHK1 e RAD51) atuando como supressor tumoral importante na transcrição do DNA, estando, portanto envolvido na manutenção da integridade dos genes 11,12. O gene BRCA2 encontra-se no cromossomo 13 (13q12-q13) e codifica uma proteína de 3.418 aminoácidos. Assim como o BRCA1 apresenta papel na regulação da transcrição. As células com BRCA1 e BRCA2 funcionantes 24 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama entram em apoptose após os pontos de checagem (checkpoints), mas células com BRCA1 e 2 defeituosas não interrompem o ciclo celular, não estimulam o ciclo de reparo e apoptose, determinando instabilidade genômica e favorecendo a tumorigênese. Os principais mecanismos que inativam a função desses genes são a perda da heterozigosidade (deleções e duplicações, mutações de ponto), metilação, alterações cromossômicas, e ganho de função auto-inibitória, Inúmeras mutações têm sido descritas para os genes BRCA1 e BRCA2 sendo que algumas alterações da sequência normal são variantes sem significado funcional sobre a proteina, chamados polimorfismos e outras são variantes de significado incerto (na literatura internacional correspondem a 5-10%). )NDICA ÜESCLÓNICASEMAVALIA ÎONESTADIRETRIZ Risco de câncer de mama e teste genético para BRCA1 e BRCA2 Mutações nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 são herdados de maneira autossômica dominante com elevada penetrância. Sendo assim, várias gerações de famílias afetadas estão sob risco de desenvolvimento da neoplasia de mama. Todavia, história familiar positiva para o câncer de mama, não representa sinônimo de herança de mutação, na medida em que muitos casos de câncer familiar podem estar associados a outros genes de predisposição hereditária ou a neoplasias esporádicas, incluindo aquelas originárias de genes de baixa penetrância. Além do mais, o desenvolvimento do câncer de mama em portadores de mutação nos genes BRCA1 e/ou 2 é variável e dependente de interações genéticas (tipos de mutação existente) e também de fatores ambientais bem como individuais nos quais estão incluídos a idade os fatores reprodutivos e hormonais. Desta maneira, na presença de história familiar positiva para câncer de mama, com familiares de primeiro e/ou segundo grau acometidos o teste deve ser indicado ? O primeiro passo é uma avaliação genética por profissional habilitado no diagnóstico diferencial do câncer de mama hereditário, para verificar se há indicação de teste de mutações em genes BRCA1 e BRCA2 (aconselhamento genético). Quando indicado, por critérios bem definidos, o teste deve ser realizado pois mulheres e homens reconhecidamente portadores de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 apresentam risco cumulativo vital superior para câncer de mama e outras neoplasias do que a população geral. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 25 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama Redução no risco de câncer de mama e teste genético para BRCA1 e BRCA2 Os avanços na área de biologia molecular e da genética nas últimas décadas permitiram o estabelecimento de uma correlação entre presença de mutação germinativa em genes de suscetibilidade e predisposição para o desenvolvimento do tumor. Desta maneira, o reconhecimento da presença de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 pode alterar ou contribuir na conduta de rastreamento ou de prevenção a ser seguida ? OBJETIVO Identificar a melhor evidência disponível relacionada às principais indicações do teste genético para reconhecimento de mutações deletérias nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 a fim de possibilitar uma abordagem preventiva (intervenções cirúrgicas profiláticas – mastectomia/salpingoooforectomia profilática bilateral) e de detecção precoce do tumor. MATERIAL E MÉTODO A obtenção da evidência a ser utilizada para sustentar a solicitação do teste genético para reconhecimento de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDACLÓNICA s /RECONHECIMENTODAPRESEN ADEMUTA ÎONOSGENES supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 pode alterar ou contribuir na conduta de rastreamento ou prevenção, através de intervenções cirúrgicas profiláticas, a ser seguida? Pergunta Estruturada s 26 !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama s P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3% 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIADE"USCADA%VIDÐNCIA s s s 0UB-ED-EDLINE (Diagnosis/Narrow[filter]) AND (Breast Neo plasms OR Carcinoma, Human Mammary OR Neoplasm, Human Mammary OR Breast Tumors OR Breast Cancer) AND (BRCA1 OR BRCA2) OR (Prognosis/Narrow[filter]) AND (Breast Neoplasms OR Carcinoma, Human Mammary OR Neoplasm, Human Mammary OR Breast Tumors OR Breast Cancer) AND (BRCA1 OR BRCA2). %-"!3% @BREASTCANCEREXP!.$@TUMORSUPPRESSOR GENEMJ "IBLIOTECA#OCHRANE Breast Neoplasm AND BRCA Trabalhos Recuperados .ÞMERO$E4RABALHOS Base De Informação Primária PubMed-Medline 860 EMBASE 1.066 Secundária Biblioteca Cochrane 123 Tabela – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s &ORAMINCLUÓDOSESTUDOSOBSERVACIONAISQUEINCLUÓAM grupo controle. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 27 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama Segundo os componentes do P.I.C.O Paciente s -ULHERESASSINTOMÉTICASSEMDIAGNØSTICOPARACÊNCER de mama e/ou ovário, mas com elevado risco para estas neoplasias (reconhecidamente portadoras de mutação para os genes supressores tumorais BRCA1 e/ ou BRCA2; familiar de primeiro grau reconhecidamente portador de mutação para BRCA1 e/ou BRCA2; história familiar positiva para câncer de mama e/ou ovário). )NTERVEN ÎO s )NCLUSÎODARESSONÊNCIAMAGNÏTICANOPROGRAMADE rastreamento de câncer de mama (análise da detecção precoce do tumor); s -ASTECTOMIAPROlLÉTICABILATERAL s 3ALPINGOOOFORECTOMIAPROlLÉTICABILATERAL Comparação s 0ROGRAMADERASTREAMENTOGINECOLØGICOCONVENCIONAL (mamografia e exame clínico). Outcome” (desfecho) s $ETEC ÎOPRECOCEDOCÊNCERDEMAMA s )NCIDÐNCIADECÊNCERDEMAMAEOUOVÉRIO s -ORTALIDADE Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. Trabalhos Selecionados s s s 28 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline (13), EMBASE (02). .ABASESECUNDÉRIAFORAMSELECIONADOSDOISTRABALHOS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama RESULTADOS Teste genético (BRCA1 e BRCA2) e rastreamento A prevalência das mutações nos genes supressores tumorais BRCA1 ou BRCA2 varia amplamente entre os diferentes estudos de acordo com os grupos étnicos e áreas geográficas analisadas, sendo que a identificação de ancestralidade judaica Ashkenazi é particularmente importante uma vez que mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são altamente frequentes nesta população13,14,15,16. Indivíduos portadores de mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2 encontramse sob elevado risco para o desenvolvimento do câncer de mama, sendo que nas mulheres com esta neoplasia (considerando-se a população em geral), mutações são encontradas em aproximadamente 0,3%, enquanto que nas mulheres judias Ashkenazi, as mutações ocorrem em 2% 17,18,19.Geralmente assume-se que o risco da ocorrência de neoplasia (tanto de mama quanto de ovário), entre mulheres portadoras da mutação nos genes BRCA1 e/ ou BRCA2, são atribuídas primariamente à mutação “per se”, todavia, identificou-se que, para cada familiar de primeiro grau acometido por esta neoplasia em idade inferior aos 50 anos, o risco de câncer de mama (risco cumulativo de câncer em 10 anos) aumentou, sobretudo nos portadores de mutação isolada no gene BRCA2 e nos portadores da associação BRCA1 e BRCA2 20. Diferentemente do câncer de mama esporádico, mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA1 e/ou BRCA2 desenvolvem o câncer de mama em idade precoce, apresentando maior risco para o desenvolvimento subsequente de câncer de mama contralateral (risco relativo de diagnóstico de câncer de mama diminui conforme o passar do tempo sendo que para mulheres BRCA1 positivo com idade inferior aos 35 anos, o RR=11 (IC95%: 3,4 a 34,6); entre 35 e 44 anos, RR=4 (IC95%: 2,1 a 7,5) e para aquelas com idade entre 45 a 54 anos, RR=2,6 (IC95%: 1,0 a 7,2)) 21. Em virtude deste fato, o rastreamento para o câncer de mama deve ser iniciado precocemente, entretanto limitação no rastreamento convencional, realizado através da mamografia, emerge decorrente, sobretudo da elevada densidade do parênquima mamário nestas mulheres22. Não há dados demonstrando redução de mortalidade por câncer de mama Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 29 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama naquelas mulheres reconhecidamente portadoras de mutações nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 submetidas a programa de rastreamento que inclua a realização de exames anuais de ressonância magnética, apesar de se reconhecer que a associação deste método ao rastreamento convencional esteja acompanhado da identificação mais precoce de tumores de mama [a incidência acumulada de diagnóstico de câncer de mama in situ ou no estádio I (estádios iniciais), no período de seis anos, demonstrou ser significativamente maior para aquelas pacientes submetidas à RM (13,8% (IC95%: 9,1% a 18,5%)) em detrimento àquelas submetidas ao rastreamento convencional composto por mamografia e exame clínico associados (7,2% (IC95%: 4,5 % a 9,9%))] 23. Estudos prospectivos têm demonstrado elevados valores de sensibilidade mediante emprego da ressonância magnética em detrimento à mamografia, em programas de rastreamento de câncer de mama em mulheres que apresentam elevado risco para esta neoplasia, independentemente destas serem ou não portadoras de mutação (incluem-se nesta avaliação tanto aquelas assintomáticas para a neoplasia; portadoras de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2; familiar de primeiro grau portador de mutação dos genes BRCA1 e/ou BRCA2 e mulheres com história familiar positiva para câncer de mama e/ou ovário) 24,25,26,27. Na avaliação de mulheres portadoras de mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 (58% e 42%, respectivamente) com média etária de 46,6 anos (26,4 a 64,8), eleitas para o rastreamento do câncer de mama por meio do emprego da mamografia, exame clínico, ultrassonografia e ressonância magnética, pelo período de três anos, observa-se que a adição da ressonância magnética e ultrassonografia de alta resolução à mamografia convencional e exame clínico, ocasiona uma significativa melhora na sensibilidade do rastreamento, determinando a detecção de câncer de mama em estádios iniciais. A combinação da ressonância magnética, ultrassonografia e mamografia, determinam uma sensibilidade de 95%, comparada a 45% com utilização da mamografia e exame clínico associados. O emprego da RM isolada apresenta sensibilidade de 77%, detectando nesta população em estudo, 75% dos casos de câncer, não reconhecidos pelo rastreamento utilizando-se da mamografia e exame clínico 24. Entretanto, em virtude de sua reduzida especificidade, resultados falsopositivos têm sido relatados, ocasionando elevada taxa de reconvocação 30 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama para complementação do exame e gerando elevado grau de ansiedade nas pacientes 25,28. 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIAQUANTOÌSOLICITA ÎODOTESTEGENÏTICO "2#!E"2#!EBENEFÓCIODOSEURECONHECIMENTONA detecção precoce do tumor de mama O teste genético deve ser recomendado para indivíduos judeus de origem Ashkenazi; mulheres com câncer de mama e ovário e com história familiar para câncer de mama ou ovário em um ou mais familiares de primeiro ou de segundo graus e em familiares de primeiro ou segundo graus (depende aqui do heredograma) de indivíduos com mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2. O reconhecimento da presença de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 constitui indicação para que a ressonância magnética seja incluída no programa de rastreamento para o câncer de mama nestas mulheres consideradas de alto risco determinando uma elevada sensibilidade para a detecção da neoplasia, todavia, não existem dados que demonstrem redução da mortalidade. Teste genético e mastectomia profilática bilateral Mulheres portadoras de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 apresentam risco substancialmente elevado para o desenvolvimento do câncer de mama e ovário, sendo o risco estimado para a ocorrência de neoplasia mamária variável de 56 a 84%, enquanto que o risco para câncer de ovário é estimado, para portadores do BRCA1, em torno de 36 a 63% e para BRCA2 em torno de 10 a 27%29.As intervenções disponíveis atualmente visando a prevenção primária do câncer de mama em mulheres portadoras de mutações deletérias dos genes BRCA1 e BRCA2 ou de outros fatores de risco hereditários concorrentes para a neoplasia mamária, incluem o rastreamento rigoroso (clínico-radiológico), mastectomia e/ou ooforectomia profiláticas bilaterais, sendo que estudos prospectivos vêm apresentando resultados contundentes em relação à redução da incidência de câncer em pacientes mutadas submetidas à mastectomia profilática30. Em mulheres com média etária de 37,7 anos (DP=±7,7 anos), reconhecidamente portadoras de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 ou BRCA2 e que foram submetidas à mastectomia total bilateral, observou-se após período de seguimento de 2,9 anos (DP=±1,4 anos) ausência de casos de neoplasia mamária em detrimento a oito casos Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 31 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama de neoplasia diagnosticados naquelas submetidas voluntariamente ao rastreamento convencional para o câncer de mama, constituído de auto exame, exame clínico e mamografia anual31. No entanto, em termos de mortalidade, não parece haver diferença entre a realização de mastectomia redutora de risco e rastreamento com RM36. Todavia,a mastectomia profilática indicada como medida preventiva ainda é controversa. Potenciais benefícios incluem a redução do risco de câncer de mama e grau de ansiedade frente o reconhecimento de positividade para os testes BRCA1 e BRCA2. Desvantagens potenciais incluem a irreversibilidade da conduta cirúrgica, invasividade do procedimento e consequente morbidade associada. Além disso, nenhuma mastectomia pode remover todo o tecido mamário e, portanto, não pode eliminar todos os riscos de câncer de mama, mesmo que esta cirurgia tenha demonstrado ser eficaz na redução do risco. Em adição, não devemos nos esquecer da morbidade física e psicológica associadas à mastectomia redutora de risco. 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIAQUANTOÌSOLICITA ÎODOTESTEGENÏTICO "2#!E"2#!EBENEFÓCIODOSEURECONHECIMENTONA indicação da mastectomia profilática Apesar do pequeno período de seguimento, a realização da mastectomia redutora de risco bilateral nas mulheres reconhecidamente portadoras de mutação dos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 possibilita a redução dos casos de câncer de mama. Entretanto, estes estudos ainda não são capazes de demonstrar o real benefício na expectativa de vida destas pacientes. Teste genético e salpingo-ooforectomia redutora de risco bilateral De maneira geral, estudos têm demonstrado que a realização da salpingoooforectomia redutora de risco bilateral em mulheres portadoras de mutação BRCA1 e/ou BRCA2 determinam impacto na redução do risco de câncer de mama e ovário29,32. Em estudo que analisou mulheres com elevado risco para o desenvolvimento de câncer de mama e/ou ovário (presença de mutação no gene supressor tumoral BRCA1) e que foram submetidas à ooforectomia redutora de risco bilateral, observou-se que, no período de seguimento de cinco anos, aquelas submetidas ao procedimento cirúrgico apresentaram redução significativa 32 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama no risco de câncer de mama em detrimento ao grupo controle (HR=0,55 com IC95%: 0,36 a 0,85)33. Outro estudo com tempo de seguimento de seis anos, demonstrou que a realização da salpingo-ooforectomia bilateral esteve associada tanto à redução do câncer de mama quanto de ovário para pacientes BRCA1 e/ou BRCA2 positivas. Dentre as pacientes sem diagnóstico prévio de câncer de mama, houve redução no risco de câncer de ovário para aquelas portadoras da mutação no gene supressor tumoral BRCA1 (HR=0,31 com IC95%: 0,12 a 0,82) sendo que nenhum evento foi observado para as portadoras de mutação no gene BRCA2. Em contraste, 3% das mulheres não submetidas à cirurgia (salpingo-ooforectomia bilateral) foram diagnosticadas com câncer de ovário. Observou-se ainda que a realização da salpingo-ooforectomia profilática esteve associada à redução na mortalidade específica tanto para o câncer de mama (HR=0,44 com IC95%: 0,26 a 0,76) quanto para câncer de ovário (HR=0,24 com IC95%: 0,08 a 0,73)29,34. Com relação ao câncer de mama, observou-se que a realização da salpingo-ooforectomia bilateral, nas pacientes sem diagnóstico prévio para esta neoplasia, esteve relacionada à redução na sua incidência, tanto para portadoras de mutação no gene BRCA1 quanto BRCA2 (HR=0,63 com IC95%: 0,41 a 0,96 e HR=0,36 com IC95%: 0,16 a 0,82, respectivamente)29. Analisando-se pelo período médio de 10,7 anos, observa-se efeito protetor induzido pela salpingo-ooforectomia bilateral, mostrando-se maior quando realizada em mulheres com idade inferior aos 35 anos 35. Observa-se também que o câncer de mama é diagnosticado em idades mais avançadas, entre as mulheres submetidas à salpingo-ooforectomia profilática bilateral, quando comparadas a não realização (média etária no diagnóstico de câncer de mama de 52,5 versus 46,7 anos, respectivamente com p=0,03) 35. 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIAQUANTOÌSOLICITA ÎODOTESTEGENÏTICO "2#!E"2#!EBENEFÓCIODOSEURECONHECIMENTONA indicação da salpingo-ooforectomia profilática bilateral A realização da salpingo-ooforectomia profilática bilateral em mulheres reconhecidamente portadoras de mutação deletéria dos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 possibilita redução significativa no risco de desenvolver o câncer de mama e ovário. Considerando que nesse momento não há estratégia satisfatória de rastreamento do cancer de ovário, o procedimento é formalmente indicado nas portadoras de mutações em genes BRCA, diferente da mastectomia redutora de risco Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 33 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama DISCUSSÃO As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 caracterizam-se por predisposição ao câncer de mama e ovário. A magnitude do risco para desenvolvimento do câncer de mama e ovário na população geral permanece incerta, na medida em que são dependentes da história familiar, grupo étnico e fatores ambientais. Indivíduos de elevado risco devem ser encaminhados ao aconselhamento genético, sendo o teste genético recomendado para mulheres com câncer e história familiar de câncer de mama ou ovário em um ou mais familiares de primeiro ou de segundo graus e familiares de primeiro ou segundo graus de indivíduos com mutação nos genes BRCA1 ou 2 (no ramo da família no qual a mutação segrega, obviamente, ou seja, se a mutação é no lado materno da família, não há indicação para teste em familiares do lado paterno, a menos que lá exista história de câncer). Várias abordagens foram sugeridas para reduzir o risco de câncer em indivíduos sabidamente portadores de mutações oncogênicas em BRCA1 e BRCA2 tais como, emprego da ressonância magnética no rastreamento para câncer de mama, mastectomia e salpingo-ooforectomia redutoras de risco bilaterais. Todavia, até o momento, nenhuma dessas estratégias foi estudada apropriadamente. Estudos demonstram ótima sensibilidade da ressonância magnética em pacientes de alto risco, possibilitando o diagnóstico de câncer de mama em estádios mais precoces. A mastectomia bilateral e a salpingo-ooforectomia profilática têm demonstrado resultados incisivos na redução do risco de câncer em pessoas com predisposição genética para neoplasia de mama e ovário. Não existem ainda estudos controlados e randomizados que determinem o impacto destas abordagens na expectativa de vida destas pacientes mutadas. O processo de decisão deve ser feito após aconselhamento genético por profissional devidamente habilitado e exaustiva discussão com a paciente e seus familiares. 34 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA s /TESTEGENÏTICOé recomendado para indivíduos judeus de origem Ashkenazi; mulheres com história familiar para câncer de mama ou ovário em dois ou mais parentes de primeiro ou de segundo graus e parentes de primeiro ou segundo graus de indivíduos com mutação nos genes BRCA1 ou 2 (se a mutação é no lado materno da família, não há indicação para teste em familiares do lado paterno, a menos que lá exista história de câncer); s !IDENTIlCA ÎODAMUTA ÎODOSGENESSUPRESSORES tumorais BRCA1 e/ou 2 permite: - Indicar Ressonância Nuclear Magnética de mama com aumento na sensibilidade diagnóstica dos casos de câncer; - Indicar a mastectomia profilática bilateral com redução dos casos de Câncer de mama; - Indicar a salpingo-ooforectomia profilática bilateral com redução no risco de Câncer de mama e de ovário. REFERÊNCIAS 1. Estimativa 2008-Incidência de câncer do Brasil. Brasília: Instituto Nacional do Cancer (INCA), Ministério da Saúde, 2005. www.inca.gov.br. Acesso setembro de 2011. 2. Lord SJ, Bernstein L, Johnson KA, Malone KE, McDonald Ja, Marchbanks PA, Simon MS, Strom BL, Press MF, Folger SG, Burkman RT, Deapen D, Spirtas R, Ursin G, Breast cancer risk and hormone receptor status in older women by parity, age of first birth, and breastfeeding: a case-control study, Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 17:1723, 2008. 3. Wu AH, Ziegler RG, Pike MC, Nomura AM, West DW, Kolonel LN, Horn-Ross PL, Rosenthal JF, Hoover RN. Menstrual and reproductive factors and risk of breast cancer in Asian-Americans. Br J Cancer. 1996 Mar;73(5):680-6. 4. Kaaks R, Rinaldi S, Key TJ, Berrino F, Peeters PH, Biessy C, Dossus L, Lukanova A, Bingham S, Khaw KT, Allen NE, Bueno-de-Mesquita HB, van Gils CH, Grobbee D, Boeing H, Lahmann PH, Nagel G, Chang-Claude J, Clavel-Chapelon F, Fournier A, Thiébaut A, González CA, Quirós JR, Tormo Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 35 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama MJ, Ardanaz E, Amiano P, Krogh V, Palli D, Panico S, Tumino R, Vineis P, Trichopoulou A, Kalapothaki V, Trichopoulos D, Ferrari P, Norat T, Saracci R, Riboli E. Postmenopausal serum androgens, oestrogens and breast cancer risk: the European prospective investigation into cancer and nutrition. Endocr Relat Cancer. 2005 Dec;12(4):1071-82. 5. Dupont WD, Page DL. Risk factors for breast cancer in women with proliferative breast disease. N Engl J Med. 1985 Jan 17;312(3):146-51. 6. Claus EB, Schildkraut JM, Thompson WD, Risch NJ. The genetic attributable risk of breast and ovarian cancer. Cancer. 1996 Jun 1;77(11):2318-24. 7. Easton DF, Bishop DT, Ford D, Crockford GP. Genetic linkage analysis in familial breast and ovarian cancer: results from 214 families. The Breast Cancer Linkage Consortium. Am J Hum Genet. 1993 Apr;52(4):678-701. "ROWNSTEIN -(7OLF - "IKOWSKI *" #OWDENS DISEASE A CUTANEOUS marker of breast cancer. Cancer. 1978 Jun;41(6):2393-8. 9. Li FP, Fraumeni JF Jr, Mulvihill JJ, Blattner WA, Dreyfus MG, Tucker MA, Miller RW. A cancer family syndrome in twenty-four kindreds. Cancer Res. 1988 Sep 15;48(18):5358-62. 10. Boardman LA, Thibodeau SN, Schaid DJ, Lindor NM, McDonnell SK, Burgart LJ, Ahlquist DA, Podratz KC, Pittelkow M, Hartmann LC. Increased risk for cancer in patients with the Peutz-Jeghers syndrome. Ann Intern Med. 1998 Jun 1;128(11):896-9. 11. Huen MS, Sy SM, Chen J. BRCA1 and its toolbox for the maintenance of genome integrity. Nat Rev Mol Cell Biol. 2010 Feb;11(2):138-48. 12. Zhang J, Powell SN. The role of the BRCA1 tumor suppressor in DNA double-strand break repair. Mol Cancer Res. 2005 Oct;3(10):531-9. 13. Nanda R, Schumm LP, Cummings S, Fackenthal JD, Sveen L, Ademuyiwa F, Cobleigh M, Esserman L, Lindor NM, Neuhausen SL, Olopade OI. Genetic testing in an ethnically diverse cohort of high-risk women: a comparative analysis of BRCA1 and BRCA2 mutations in American families of European and African ancestry. JAMA. 2005 Oct 19;294(15):1925-33. 14. Zhang J, Pei R, Pang Z, Ouyang T, Li J, Wang T, Fan Z, Fan T, Lin B, Xie Y. Prevalence and characterization of BRCA1 and BRCA2 germline mutations in Chinese women with familial breast cancer. Breast Cancer Res Treat. 2011 May 26. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 21614564. 15. Steinberg KK, Pernarelli JM, Marcus M, Khoury MJ, Schildkraut JM, Marchbanks PA. Increased risk for familial ovarian cancer among Jewish women: a population-based case-control study. Genet Epidemiol. 1998;15(1):51-9. PubMed PMID: 9523210. 16. Beristain E, Ibánez B., Vergara I, Martínez-Bouzas C, Guerra I, Tejada M.I. 36 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama Breast and ovarian cancer risk evaluation in families with a disease-causing mutation in BRCA1/2 Journal of Community Genetics 2010 1:2 (91-99). 17. Risch HA, McLaughlin JR, Cole DE, Rosen B, Bradley L, Fan I, Tang J, Li S, Zhang S, Shaw PA, Narod SA. Population BRCA1 and BRCA2 mutation frequencies and cancer penetrances: a kin-cohort study in Ontario, Canada. J Natl Cancer Inst. 2006 Dec 6;98(23):1694-706. PubMed PMID: 17148771. 18. Ford D, Easton DF, Peto J. Estimates of the gene frequency of BRCA1 and its contribution to breast and ovarian cancer incidence. Am J Hum Genet. 1995 Dec;57(6):1457-62. PubMed PMID: 8533776. 19. Antoniou A, Pharoah PD, Narod S, Risch HA, Eyfjord JE, Hopper JL, Loman N, Olsson H, Johannsson O, Borg A, Pasini B, Radice P, Manoukian S, Eccles DM, Tang N, Olah E, Anton-Culver H, Warner E, Lubinski J, Gronwald J, Gorski B, Tulinius H, Thorlacius S, Eerola H, Nevanlinna H, Syrjäkoski K, Kallioniemi OP, Thompson D, Evans C, Peto J, Lalloo F, Evans DG, Easton DF. Average risks of breast and ovarian cancer associated with BRCA1 or BRCA2 mutations detected in case Series unselected for family history: a combined analysis of 22 studies. Am J Hum Genet. 2003 May;72(5):111730. Epub 2003 Apr 3. Erratum in: Am J Hum Genet. 2003 Sep;73(3):709. PubMed PMID: 12677558. 20. Metcalfe K, Lubinski J, Lynch HT, Ghadirian P, Foulkes WD, Kim-Sing C, Neuhausen S, Tung N, Rosen B, Gronwald J, Ainsworth P, Sweet K, Eisen A, Sun P, Narod SA; Hereditary Breast Cancer Clinical Study Group. Family history of cancer and cancer risks in women with BRCA1 or BRCA2 mutations. J Natl Cancer Inst. 2010 Dec 15;102(24):1874-8. Epub 2010 Nov 23. PubMed PMID: 21098759. 21. Malone KE, Begg CB, Haile RW, Borg A, Concannon P, Tellhed L, Xue S, Teraoka S, Bernstein L, Capanu M, Reiner AS, Riedel ER, Thomas DC, Mellemkjaer L, Lynch CF, Boice JD Jr, Anton-Culver H, Bernstein JL. Population-based study of the risk of second primary contralateral breast cancer associated with carrying a mutation in BRCA1 or BRCA2. J Clin Oncol. 2010 May 10;28(14):2404-10. Epub 2010 Apr 5. PubMed PMID: 20368571. 22. van Gils CH, Otten JD, Verbeek AL, Hendriks JH, Holland R. Effect of mammographic breast density on breast cancer screening performance: a study in Nijmegen, The Netherlands. J Epidemiol Community Health. 1998 Apr; 52(4):267-71. 23. Warner E, Hill K, Causer P, Plewes D, Jong R, Yaffe M, Foulkes WD, Ghadirian P, Lynch H, Couch F, Wong J, Wright F, Sun P, Narod SA. Prospective study of breast cancer incidence in women with a BRCA1 or BRCA2 mutation under surveillance with and without magnetic resonance imaging. J Clin Oncol. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 37 BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama 2011 May 1;29(13):1664-9. Epub 2011 Mar 28. PubMed PMID: 21444874. 24. Warner E, Plewes DB, Hill KA, Causer PA, Zubovits JT, Jong RA, Cutrara MR, DeBoer G, Yaffe MJ, Messner SJ, Meschino WS, Piron CA, Narod SA. Surveillance of BRCA1 and BRCA2 mutation carriers with magnetic resonance imaging, ultrasound, mammography, and clinical breast examination. JAMA. 2004 Sep 15;292(11):1317-25. PubMed PMID: 15367553. 25. Leach MO, Boggis CR, Dixon AK, Easton DF, Eeles RA, Evans DG, Gilbert FJ, Griebsch I, Hoff RJ, Kessar P, Lakhani SR, Moss SM, Nerurkar A, Padhani AR, Pointon LJ, Thompson D, Warren RM; MARIBS study group. Screening with magnetic resonance imaging and mammography of a UK population at high familial risk of breast cancer: a prospective multicentre cohort study (MARIBS). Lancet. 2005 May 21-27;365(9473):1769-78. Erratum in: Lancet. 2005 May 28-Jun 3;365(9474):1848.PubMed PMID: 15910949. 26. Sardanelli F, Podo F, Santoro F, Manoukian S, Bergonzi S, Trecate G, Vergnaghi D, Federico M, Cortesi L, Corcione S, Morassut S, Di Maggio C, Cilotti A, Martincich L, Calabrese M, Zuiani C, Preda L, Bonanni B, Carbonaro LA, Contegiacomo A, Panizza P, Di Cesare E, Savarese A, Crecco M, Turchetti D, Tonutti M, Belli P, Maschio AD; High Breast Cancer Risk Italian 1 (HIBCRIT-1) Study. Multicenter surveillance of women at high genetic breast cancer risk using mammography, ultrasonography, and contrast-enhanced magnetic resonance imaging (the high breast cancer risk italian 1 study): final results. Invest Radiol. 2011 Feb;46(2):94-105. PubMed PMID: 21139507. 27. Hagen AI, Kvistad KA, Maehle L, Holmen MM, Aase H, Styr B, Vabø A, Apold J, Skaane P, Møller P. Sensitivity of MRI versus conventional screening in the diagnosis of BRCA-associated breast cancer in a national prospective series. Breast. 2007 Aug;16(4):367-74. Epub 2007 Feb 21. PubMed PMID: 17317184. 28. Spiegel T.N., Esplen M.J., Hill K.A., Wong J., Causer P.A., Warner E. Psychological impact of recall on women with BRCA mutations undergoing MRI surveillance Breast 2011 20:5 (424-430). 29. Domchek SM, Friebel TM, Singer CF, Evans DG, Lynch HT, Isaacs C, 'ARBER*%.EUHAUSEN3,-ATLOFF%%ELES20ICHERT'6ANTVEER,4UNG N, Weitzel JN, Couch FJ, Rubinstein WS, Ganz PA, Daly MB, Olopade OI, Tomlinson G, Schildkraut J, Blum JL, Rebbeck TR. Association of riskreducing surgery in BRCA1 or BRCA2 mutation carriers with cancer risk and mortality. JAMA. 2010 Sep 1;304(9):967-75. PubMed PMID: 20810374; PubMed Central PMCID: PMC2948529. 30. Lostumbo L, Carbine NE, Wallace J. Prophylactic mastectomy for the prevention of breast cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Nov 38 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar BRCA1 e BRCA2 em Câncer de Mama 10;(11):CD002748. Review. PubMed PMID: 21069671. 31. Meijers-Heijboer H, van Geel B, van Putten WL, Henzen-Logmans SC, Seynaeve C, Menke-Pluymers MB, Bartels CC, Verhoog LC, van den Ouweland AM, Niermeijer MF,Brekelmans CT, Klijn JG. Breast cancer after prophylactic bilateral mastectomy in women with a BRCA1 or BRCA2 mutation. N Engl J Med. 2001 Jul 19; 345(3):159-64. 32. Bermejo-Pérez MJ, Márquez-Calderón S, Llanos-Méndez A. Effectiveness of preventive interventions in BRCA1/2 gene mutation carriers: a systematic review. Int J Cancer. 2007 Jul 15;121(2):225-31. Review. PubMed PMID: 17471565. 33. Rebbeck TR, Levin AM, Eisen A, Snyder C, Watson P, Cannon-Albright L, Isaacs C, Olopade O, Garber JE, Godwin AK, Daly MB, Narod SA, Neuhausen SL, Lynch HT,Weber BL. Breast cancer risk after bilateral prophylactic oophorectomy in BRCA1 mutation carriers. J Natl Cancer Inst. 1999 Sep 1; 91(17):1475-9. 34. Domchek SM, Friebel TM, Neuhausen SL, Wagner T, Evans G, Isaacs C, 'ARBER*%$ALY-"%ELES2-ATLOFF%4OMLINSON'%6ANT6EER,,YNCH HT, Olopade OI, Weber BL, Rebbeck TR. Mortality after bilateral salpingooophorectomy in BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: a prospective cohort study. Lancet Oncol. 2006 Mar;7(3):223-9. PubMed PMID: 16510331. 2EBBECK42,YNCH(4.EUHAUSEN3,.AROD3!6ANT6EER,'ARBER*% Evans G, Isaacs C, Daly MB, Matloff E, Olopade OI, Weber BL; Prevention and Observation of Surgical End Points Study Group. Prophylactic oophorectomy in carriers of BRCA1 or BRCA2 mutations. N Engl J Med. 2002 May 23;346(21):1616-22. Epub 2002 May 20. PubMed PMID: 12023993. 36. Domchek SM, Rebbeck TR. Preventive surgery is associated with reduced cancer risk and mortality in women with BRCA1 and BRCA2 mutations. LDI Issue Brief 2010;16(2):1-4. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 39 40 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina EMBOLIZAÇÃO DA ARTÉRIA UTERINA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 41 Embolização da Artéria Uterina INTRODUÇÃO A embolização é uma técnica de radiologia intervencionista aplicada clinicamente desde a década de 60, consistindo basicamente, na obliteração intencional de um vaso em uma determinada região anatômica. Esta técnica minimamente invasiva tem sido empregada ao longo dos anos para correção de numerosas situações clínicas como sangramentos, aneurismas, malformações vasculares, tumores, etc 1 (D). Para isto, um cateter é introduzido no sistema vascular e, por meio de orientação fluoroscópica, é conduzido até o local onde se deseja ocluir o fluxo vascular 2 (D). Na área ginecológica, a técnica de embolização vem sendo empregada na abordagem terapêutica de vários tipos de situações hemorrágicas como as observadas em pós-parto, alterações placentárias, malformações vasculares da pelve, pós-operatório de intervenções ginecológicas, tumores malignos, etc 3,4,5 (C). Técnica de Embolização O procedimento se inicia com a confecção do acesso ao espaço endovascular, através de punção percutânea, geralmente na femoral comum. Os cateteres e fios-guia são escolhidos a fim de se atingir o local desejado e estudos angiográficos são feitos para um adequado entendimento da patologia e dos vasos envolvidos. Artérias mais tortuosas e distais podem ser alcançadas com microcateteres e microguias específicos. É importante ter em mente que nem todos os agentes embolizantes podem ser utilizados através dos microcateteres. Há um grande número de agentes embolizantes com diferentes características e empregabilidade, sendo fundamental o conhecimento do objetivo desejado. Uma oclusão proximal diante de um tumor ou fístula arteriovenosa não levará a isquemia tumoral ou a oclusão da fístula, que serão nutridos por colaterais, além de bloquear o acesso para uma embolização efetiva. Por outro lado, quando a necessidade é de uma oclusão rápida com preservação da circulação colateral, como nos traumas pélvicos, a embolização proximal é uma alternativa. O nível da embolização, proximal ou distal, é definido de acordo com o tamanho do agente utilizado. Quanto maior, mais proximal será a oclusão da artéria e maior a possibilidade de circulação colateral. Os agentes menores e, mais ainda, os líquidos, penetram mais distalmente e levam a uma isquemia mais severa. A escolha dos materiais para o tratamento é definida pelo tipo de tratamento 42 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina indicado. No caso da EMUT (embolização do mioma uterino sintomático) o procedimento consiste em avaliação angiográfica seguido da embolização per se. Utilizam-se cateteres não seletivos, como o pigtail para o estudo panorâmico da aorta e ilíacas, cateteres seletivos, como o cateter Cobra com curva II 5 Fr ou cateteres com curva pré-formada, ponta hidrofílica, adaptados para o cateterismo seletivo da artéria ilíaca interna e uterina e ainda, microcateteres para prevenção de espasmos vasculares. No tratamento do mioma uterino, a escolha do agente embolizante é importante, pois a opção por agentes temporários resultará em recidiva da doença. Os agentes definitivos conhecidos e com menor repercussão inflamatória parecem ser as microesferas, podendo estas ser de acrílico ou com núcleo de hidrogel. As mais utilizadas são de 500 a 700 e de 700 a 9000 micra, sendo possível, algumas vezes, associar agentes de menor e maior calibre no mesmo procedimento. OBJETIVOS Apresentar o papel da embolização da artéria uterina no tratamento do leiomioma uterino sintomático e adenomiose. Apresentar também as evidências existentes sobre o desejo reprodutivo futuro em pacientes submetidas à embolização bem como o impacto deste procedimento sobre a fertilidade. MATERIAL E MÉTODO A obtenção da evidência a ser utilizada seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDAS#LÓNICAS s 0ACIENTESSINTOMÉTICASPARALEIOMIOMAUTERINOSE beneficiam da embolização como método terapêutico? Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 43 Embolização da Artéria Uterina s s s s %XISTEEVIDÐNCIACIENTÓlCADOSRESULTADOSENTREOS procedimentos de miomectomia versus embolização de mioma? 1UAISASEVIDÐNCIASCIENTÓlCASPARAPACIENTESQUE desejam a preservação do órgão e com desejo reprodutivo futuro optarem pela embolização para tratamento do mioma uterino? %XISTEMEVIDÐNCIASCIENTÓlCASDAEMBOLIZA ÎONO tratamento da adenomiose em pacientes sintomáticas? 1UAISSÎOASEVIDÐNCIASDOIMPACTODAEMBOLIZA ÎO sobre a função ovariana? Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. 00ACIENTE))NTERVEN ÎO##OMPARA ÎO O (“Outcome”)). "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3% 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIADE"USCADA%VIDÐNCIA s s s 44 0UB-ED-EDLINE (Leiomyoma OR Fibroid Tumor OR Fibromyomas OR Tumors, Fibroid OR Uterine Fibroma OR Uterine Fibroids OR Fibroids, Uterine OR Uterine Neoplasms OR endometriosis OR Endometrioses OR Endometrioma OR Endometriomas OR Adenomyosis) AND (Embolization, Therapeutic OR Embolotherapy OR Embolotherapies OR Uterine Artery Embolization). %-"!3% @,EIOMYOMAEXP!.$@%MBOLIZATIONMJ #OCHRANE Leiomyoma AND Embolization, Therapeutic. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Trabalhos Recuperados (01/11/2011) .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 1.102 EMBASE 120 Secundária Biblioteca Cochrane 9 Tabela – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Avaliaram-se os títulos e resumos obtidos com a estratégia de busca nas diversas bases de informação, separando-se os trabalhos com potencial relevância. Segundo o desenho de estudo s $EACORDOCOMADÞVIDACLÓNICAFORAMINCLUÓDOSOS trabalhos atrelados ao menor grau de incerteza disponíveis, ou seja, ensaios clínicos randomizados e/ ou estudos observacionais longitudinais (estudo coorte) e/ou séries de casos. Relatos de caso, revisões narrativas e trabalhos com apresentação de resultados preliminares foram excluídos da avaliação. As revisões sistemáticas (n=2) e metanálise (n=1) foram utilizadas com o princípio básico de recuperação de referências que porventura haviam sido perdidas em primeiro momento a partir da estratégia de busca inicial. s &OICONSTRUÓDAUMALISTADEREFERÐNCIASDOSESTUDOS julgados relevantes, incluídos na avaliação. Construiu-se também lista dos estudos excluídos (anexo 1). Segundo os componentes do P.I.C.O Paciente s )NCLUÓDAS-ULHERESINDEPENDENTEDAETNIAPORTADORAS de leiomiomas uterinos intramurais sintomáticos (sintomas expressos através de queixa de menorragia/ metrorragia, dismenorreia, dor pélvica, sensação de pressão supra-púbica e/ou compressão de órgãos adjacentes) e/ou adenomiose. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 45 Embolização da Artéria Uterina Excluídas: aquelas portadoras de leiomioma uterinos de outra localização que não intramural (leiomioma submucoso e/ou subseroso); pacientes portadoras de moléstia inflamatória pélvica (MIPA); sangramento uterino anormal de natureza desconhecida (SUA) e malignidade pélvica bem como suspeita de sarcoma uterino. De acordo com a dúvida clínica, outros critérios foram abordados como exclusão de mulheres submetidas a tratamento prévio para leiomiomas [tratamento cirúrgico (abordagem tanto por laparoscopia quanto abdominal) – miomectomia, histerectomia]; quanto tratamento medicamentoso – análogos do GnRH e danazol. Desejo reprodutivo futuro não se apresentou como critério de exclusão em grande parte dos estudos. )NTERVEN ÎO s %MBOLIZA ÎODOMIOMAUTERINOSINTOMÉTICO%-54 s %MBOLIZA ÎODEFOCOSDEADENOMIOSE Comparação s -IOMECTOMIA s (ISTERECTOMIA s /CLUSÎOMECÊNICADAARTÏRIAUTERINA “Outcome” (desfecho) s 1UALIDADEDEVIDA s 3INTOMAS;NORMALIZA ÎODOCICLOMENSTRUALMELHORA da dor pélvica; desaparecimento de desconforto proporcionado pela compressão de órgãos adjacentes (frequência urinária, constipação) ou inchaço]; s 0ERÓODODEINTERNA ÎO s 2ETORNOASATIVIDADESHABITUAIS s %VENTOSADVERSOSCOMPLICA ÜESDURANTEEAPØSO procedimento); s .ECESSIDADEDEREINTERVEN ÎO s 'ESTA ÎODESFECHOSGESTACIONAIS s &UN ÎOOVARIANADOSAGEMDOSNÓVEISSÏRICOSDE FSH e estradiol). 46 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa, francesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. Trabalhos selecionados s s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline (76), EMBASE (06), Cochrane (01). Desconsiderando-se os trabalhos em duplicata, chega-se ao número de 78 artigos analisados. Destes, 40 foram incluídos na avaliação. $ÞVIDAS#LÓNICAS s 0ACIENTESSINTOMÉTICASPARALEIOMIOMAUTERINOSE beneficiam da embolização como método terapêutico? P (Paciente): Mulheres portadoras de leiomioma uterino sintomático (menorragia, dismenorreia, sensação de pressão supra-púbica). ))NTERVEN ÎOembolização. C (Comparação): tratamento cirúrgico (histerectomia, miomectomia, oclusão mecânica das artérias uterinas). O (“Outcome”): sintomas; qualidade de vida; complicações; tempo de internação; necessidade de re-intervenção. Total de trabalhos recuperados: 33 Selecionados para análise: 17 4RABALHOSEXCLUÓDOS 16 8. van der Kooij SM (2011) Revisão sistemática. 10. Voogt MJ (2011) Survey incluindo profissionais da área da saúde. 13. Scheurig C (2008) Série de casos. 23. Walker WJ (2006) Série de casos. 24. Hoeldtke NJ (2006) Autor reply. 27. Prollius A (2004) Série de casos. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 47 Embolização da Artéria Uterina 28. Nicholson T (2004) Série de casos. 29. Sena-Martins M (2003) Série de casos. 32. Bai SW (2002) Série de casos. 33. Watson GM (2002) Série de casos. 34. Nevadunsky NS (2001) Série de casos. 35. Brunereau L (2000) Série de casos. 36. Siskin GP (2000) Série de casos. 37. Gupta JK (2006) Revisão sistemática. 38. Ravina JH (2003) Série de casos. 39. Smeets AJ (2006) Série de casos. s %XISTEEVIDÐNCIACIENTÓlCADOSRESULTADOSENTREOS procedimentos de miomectomia versus embolização de mioma? P (Paciente): Mulheres portadoras de leiomioma uterino sintomático (menorragia, dismenorreia, sensação de pressão supra-púbica). ))NTERVEN ÎO embolização. C (Comparação): miomectomia. O (“Outcome”): sintomas; qualidade de vida; tempo de internação; retorno as atividades habituais; eventos adversos; necessidade de re-intervenção. Total de trabalhos recuperados: 8 Selecionados para análise: 6 4RABALHOSEXCLUÓDOS 2 44. Li GT (2006) 47. Floyd SE (2005) s 48 Metanálise. Relato de caso. 1UAISASEVIDÐNCIASCIENTÓlCASPARAPACIENTESQUE desejam a preservação do órgão e com desejo reprodutivo futuro optarem pela embolização para tratamento do mioma uterino? P (Paciente): Mulheres portadoras de leiomioma uterino sintomático (menorragia, dismenorreia, sensação de pressão supra-púbica). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina I (Intervenção): embolização. C (Comparação): O (“Outcome”): gravidez; desfechos gestacionais. Total de trabalhos recuperados: 19 Selecionados para análise: 8 4RABALHOSEXCLUÓDOS11 23. Walker WJ (2006) Série de casos. 48. Pisco JM (2011) Série de casos. 49. Firouznia K (2009) 51. Pinto Pabón I (2008) Série de casos. Avaliação da presença de anastomoses entre a artéria uterina e ovariana como fator prognóstico. Série de casos. 54. Mara M (2006) Resultados preliminares. 55. Kim MD (2005) Série de casos. 56. Carpenter TT (2005) Série de casos. 38. Ravina JH (2003) Série de casos. $!NGELO! Relato de caso. 61. Ravina JH (2000) Série de casos. 50. Kim HS (2008) s %XISTEMEVIDÐNCIASCIENTÓlCASDA EMBOLIZA ÎONO tratamento da adenomiose em pacientes sintomáticas? P (Paciente): Mulheres portadoras de adenomiose sintomática. ))NTERVEN ÎOembolização. C (Comparação): O (“Outcome”): sintomas; qualidade de vida. Total de trabalhos recuperados: 10 Selecionados para análise: 9 4RABALHOEXCLUÓDO1 62. Kim JY (2011) Relato de caso. s 1UAISSÎOASEVIDÐNCIASDOIMPACTODAEMBOLIZA ÎO sobre a função ovariana? P (Paciente): Mulheres portadoras de leiomioma uterino sintomático (menorragia, dismenorreia, sensação de Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 49 Embolização da Artéria Uterina pressão supra-púbica). ))NTERVEN ÎO embolização. C (Comparação): O (“Outcome”): função ovariana. Total de trabalhos recuperados: 13 Selecionados para análise: 3 Trabalhos excluídos: 10 75. Hovsepian DM (2006) Série de casos. 76. Hascalik S (2004) Relato de caso. 77. Tropeano G (2004) Série de casos. 78. Healey S (2004) Caso-controle. 79. Tropeano G (2003) Relato de caso. 80. Ahmad A (2002) Série de casos. 81. Spies JB (2001) Série de casos. 82. Amato P (2001) Relato de caso. 83. Stringer NH (2000) Relato de caso. 84. Chrisman HB (2000) Série de casos. %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA Os artigos considerados pertinentes e incluídos para resposta às situações clínicas, serão expostos de maneira individual nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 5, através dos seguintes itens: autor e ano de publicação; tipo de estudo; intervenção realizada; critérios de exclusão; desfechos analisados e resultados, sendo estes últimos expressos quando possível, em dados absolutos. As referências relacionadas aos trabalhos incluídos e excluídos estarão dispostas no item referências. Não serão incluídas as questões relacionadas a custo. "ENEFÓCIOOU$ANOn$ADOS!BSOLUTOS Desfecho NEI NEC RAI% RAC% RRA/ARA IC NNT/NNH NEI: número de eventos na intervenção; NEC: número de eventos no controle; RAI: risco absoluto na intervenção; RAC: risco absoluto no controle; ARA: aumento do risco absoluto; IC: intervalo da confiança de 95%; NNH: número necessário para tratar para 50 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina produzir um dano; NNT: número necessário para tratar. RESULTADOS 1. Pacientes sintomáticas para leiomioma uterino se BENEFICIAMDAEMBOLIZA ÎOCOMOMÏTODOTERAPÐUTICO Os resultados estão expressos na Tabela 1. São identificados autor e ano de publicação; tipo de estudo; intervenção; critérios de exclusão; desfechos analisados e resultados. Tabela 1 Autor Tipo de estudo 7. ScheurigMuenkler C (2011) Coorte prospectiva (2002 a 2004) Intervenção 82 mulheres (média etária de 42,5 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia, dismenorreia, sensação de peso em região supra-púbica) foram submetidas a embolização como alternativa à miomectomia ou histerectomia. Critérios de exclusão Desfechos analisados Pacientes foram submetidas à avaliação por meio do questionário UFS-QOL# antes da embolização e após. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados -Das 82 pacientes incluídas, 78 foram analisadas em longo prazo. Destas 11 submeteram-se a nova intervenção cirúrgica ou nova embolização (período médio de 13 meses) por falha no tratamento. A falha global de tratamento após período de seis anos da embolização foi de 17%. -A severidade nos escores de sintoma disponível para 65 pacientes apresentou redução significativa, tanto no curto (oito meses) quanto no longo prazo (6,3 anos). 51 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Tipo de estudo Autor 9. Moss JG (2011) ECR multicêntrico (REST Trial 2000 a 2004) 52 Intervenção Mulheres (idade t 18 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso supra-púbica) foram randomizadas para embolização (n=106) ou tratamento cirúrgico (n=51). Critérios de exclusão Desfechos analisados Alergia severa a contraste iodado; mioma subseroso pediculado; moléstia inflamatória pélvica ou contra indicação a cirurgia. Realizadas duas análises, com um e cinco anos após tratamento. No 1º e 5º anos avaliada qualidade de vida com SF36. Desfecho secundário incluiu questionário EuroQol-5D## (escore de satisfação). Eventos adversos e necessidade de reabordagem por falha no tratamento também foram analisadas. Resultados -Não houve diferença entre os dois grupos em relação aos questionários de qualidade de vida (SF-36 disponível para 138 pacientes após período de cinco anos) (p=0,96 e p=0,29, respectivamente); -O número de eventos adversos foi semelhante em ambos os grupos (19% versus 25% para embolização e tratamento cirúrgico, respectivamente (p=0,40); -Após período de cinco anos 32% das pacientes submetidas a embolização (n=28) necessitaram de re-intervenção, seja através de nova embolização ou tratamento cirúrgico, em detrimento a 4% para aquelas submetidas ao tratamento cirúrgico (n=3), sem contudo demonstrar diferença significativa (RRA=0,092 com IC95%: -0,195 a 0,011). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Tipo de estudo Autor Intervenção Critérios de exclusão Desfechos analisados Resultados 11. van der Kooij SM (2010) ECR multicêntrico (EMMY Trial; 2002 a 2004). 177 mulheres (média etária de 44,6 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso supra-púbica) e sem desejo de gestação, foram randomizadas para embolização (n=88) ou tratamento cirúrgico (histerectomia n=89). Desejo de gestação futura; insuficiência renal; moléstia inflamatória pélvica; distúrbios de coagulação; malignidade uterina suspeita; leiomioma submucoso (50% do diâmetro na cavidade uterina) ou leiomioma subseroso. Desfechos clínicos e qualidade de vida, cinco anos após a embolização e histerectomia. Foram analisadas reabordagem nos casos não respondedores à terapia inicial; alterações das características menstruais; qualidade de vida avaliada por intermédio do SF-36###; sintomas urinários (UDI$) e sintomas fecais (DDI$$). -Após período de cinco anos, 28,4% das pacientes submetidas à embolização (n=23 em 81) necessitaram de tratamento cirúrgico (histerectomia) em detrimento a oito mulheres no grupo da histerectomia que necessitaram de re-intervenção por manutenção da dor pélvica (correção de fístula; adesiólise; correção de hérnia; salpingooforectomia) (RRA=-0,171 com IC95%: -0,280 a -0,062); -Não houve diferença estatística com relação à qualidade de vida e sintomas urinários entre os grupos durante o período de seguimento de cinco anos. 12. Ruuskanen A (2010) ECR (2002 a 2007). 57 mulheres (entre 39 a 57 anos) portadoras de leiomioma uterino sintomático (dismenorreia, menorragia, pressão suprapúbica) foram randomizadas para embolização (n=27) e histerectomia (n=30). Suspeita de malignidade pélvica; patologias anexiais; moléstia inflamatória pélvica; desejo de gestação futura e leiomiomas passíveis de tratamento por histeroscopia. Pacientes foram seguidas com realização de exame físico e ultrassonografia bem como através da avaliação dos sintomas clínicos$$$ -Após período de seguimento de dois anos, a melhora global dos sintomas ocorreu em 82% das mulheres submetidas a embolização (n=22) e em 93% daquelas submetidas a histerectomia (n=28) (p=0,173). 14. Hirst A (2008) Revisão sistemática incluindo estudos coortes. Compara-se embolização e histerectomia no tratamento do leiomioma uterino sintomático. Complicações; resolução de sintomas; satisfação, e economia. -Número menor de complicações na embolização (RRA=8,5%). Melhora relatada dos sintomas superior na histerectomia (RRA=8%). -Embolização tem menor custo. Sem diferença em QALYs. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 53 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Tipo de estudo Autor Intervenção 15. Lohle PN (2008) Estudo coorte (1998 a 2002). 100 mulheres (idade entre 25 a 53 anos) portadoras de leiomioma uterino sintomático em seguimento de 3,5 anos com indicação de histerectomia, entretanto com desejo de gestação (n=16) submetidas a embolização. 16. Hehenkamp WJ (2008) ECR multicêntrico (EMMY Trial; 2002 a 2004). 177 mulheres (média etária de 44,6 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso supra-púbica) e sem desejo de gestação, foram randomizadas para embolização (n=88) ou tratamento cirúrgico (histerectomia n=89). 17. Goodwin SC (2008) Coorte prospectiva multicêntrica 18. Dutton S (2007) Coorte retrospectiva pragmática multicêntrica (avaliação de duas coortes: pacientes submetidas à histerectomia e outra submetida à embolização). 54 Critérios de exclusão Desfechos analisados Resultados Desfechos clínicos como alterações nos sintomas e necessidade de tratamentos adicionais. -Com período médio de seguimento de 54 meses, o alívio dos sintomas foi observado em 72% das pacientes (n=67 em 93 pacientes). 26 mulheres (28%) apresentaram falha no tratamento. -Quatro mulheres em 10 conseguiram engravidar. Desfechos clínicos e qualidade de vida, 24 meses após a embolização e histerectomia (qualidade de vida avaliada por intermédio do SF-36###; Euro-Qol 5D####; sintomas urinários (UDI$) e sintomas fecais (DDI$$). - Após 24 meses de seguimento não se observou diferença estatística entre os grupos, para o PCS e o MCS. 2.112 mulheres portadoras de leiomioma uterino sintomático submetidas a embolização. Sintomas e qualidade de vida após 36 meses de seguimento. -1.276 pacientes completaram o estudo. Observou-se melhora nos sintomas e na qualidade de vida após período de seguimento de 36 meses. 459 mulheres (média etária de 46,5 anos) foram submetidas ao tratamento cirúrgico (histerectomia) com seguimento de 8,6 anos e 649 mulheres (média etária de 43,8 anos) à embolização (seguimento de 4,6 anos). Complicações; melhora dos sintomas e satisfação. -Número menor de complicações nas pacientes submetidas à embolização (RRA=7%). 341 complicações foram identificadas em 234 mulheres (histerectomia n=120 e embolização n=114) -Melhora dos sintomas foi superior na embolização (RRA=10%). Presença de 6% de gestações. Desejo de gestação futura; insuficiência renal; moléstia inflamatória pélvica; distúrbios de coagulação; malignidade uterina suspeita; leiomioma submucoso (50% do diâmetro na cavidade uterina) ou leiomioma subseroso. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Tipo de estudo Autor Intervenção 19. Volkers NA (2007) ECR multicêntrico (EMMY Trial; 2002 a 2004). 177 mulheres (média etária de 44,6 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso supra-púbica) e sem desejo de gestação, foram randomizadas para embolização (n=88) ou tratamento cirúrgico (histerectomia n=89). 20. Spies JB (2007) Coorte prospectiva 102 mulheres tratadas por meio da embolização Critérios de exclusão Desfechos analisados Desejo de gestação futura; insuficiência renal; doença inflamatória pélvica; distúrbios de coagulação; malignidade uterina suspeita; leiomioma submucoso (50% do diâmetro na cavidade uterina) ou leiomioma subseroso. Complicações; melhora de sintomas, recorrência e nova intervenção (histerectomia). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados - Sem diferença quanto à melhora dos sintomas. Redução de 75% na necessidade de histerectomia. Recorrência superior na embolização (ARA=38,3%). 61 pacientes (64%) completaram o seguimento de 36 meses sem intervenções complementares. 55 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Tipo de estudo Autor 21. Edwards RD (2007) 56 ECR multicêntrico (REST Trial 2000 a 2004). Intervenção Mulheres (idade t 18 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso supra-púbica) foram randomizadas para embolização (n=106) ou tratamento cirúrgico (n=51/48 histerectomias e oito miomectomias). Critérios de exclusão Desfechos analisados Alergia severa a contraste iodado; mioma subseroso pediculado; moléstia inflamatória pélvica ou contra indicação a cirurgia. Avaliada qualidade de vida após 12 meses de seguimento por meio do SF-36. Resultados -Não houve diferença entre os dois grupos em relação ao questionário SF-36, disponível para 89% das pacientes após período de 12 meses de seguimento; -O tempo médio de hospitalização após embolização foi significativamente menor em detrimento à abordagem cirúrgica (um versus cinco dias, respectivamente) (p<0,001); -Durante o primeiro ano de seguimento houve 12% de eventos adversos maiores no grupo submetido à embolização (n=13) em detrimento a 20% (n=10) no grupo cirúrgico (p=0,22); -Dez pacientes no grupo da embolização (9%) necessitaram de re-intervenção nos primeiros 12 meses de seguimento (subsequentemente, 11 re-intervenções foram necessárias neste grupo). No grupo cirúrgico, uma miomectomia necessitou de conversão para histerectomia; -oito gestações ocorreram em cinco mulheres (sete em pacientes submetidas à embolização e uma em paciente submetida à miomectomia. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Tipo de estudo Autor Intervenção Critérios de exclusão Desfechos analisados Resultados 22. Scheurig C (2006) Coorte prospectiva (2002 a 2004). 82 mulheres (com idade entre 33 a 63 anos) submetidas à embolização após período de 12 meses com queixas relacionadas aos miomas. Leiomioma subseroso pediculado; leiomioma intraligamentar; Ø > 10 cm. Avaliação da severidade dos sintomas e qualidade de vida por meio do (UFS-QoL#). -O escore de severidade dos sintomas foi reduzido, no período de seguimento de cinco meses, de 43,75 a 21,88 em média (P<0,001). Para seguimento de 14 meses, observou-se redução, em média, de 43,75 a 9,38 (P<0,001). 25. Hehenkamp WJ (2005) ECR multicêntrico (EMMY Trial; 2002 a 2004). 177 mulheres (média etária de 44,6 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso supra-púbica) e sem desejo de gestação, foram randomizadas para embolização (n=88) ou tratamento cirúrgico (histerectomia n=89). Desejo de gestação futura; insuficiência renal; moléstia inflamatória pélvica; distúrbios de coagulação; malignidade uterina suspeita; leiomioma submucoso (50% do diâmetro na cavidade uterina) ou leiomioma subseroso. Complicações; tempo de hospitalização. -Complicações maiores ocorreram em 4,9% das mulheres submetidas à embolização em detrimento a 2,7% daquelas submetidas à histerectomia (p=0,68). -Tempo de hospitalização foi significativamente menor após embolização (tempo médio de 2,5 dias versus 5,1 dias, respectivamente (p=0,001); -Pacientes submetidas à embolização apresentaram mais frequentemente readmissões hospitalares (11% versus 0%, p=0,003). 26. Spies JB (2004) Estudo prospectivo multicêntrico fase II. 102 mulheres tratadas por meio da embolização e 50 submetidas ao tratamento cirúrgico (histerectomia). Pacientes submetidas à embolização não deveriam apresentar leiomioma submucoso com Ø t 50% na cavidade uterina ou leiomioma subseroso. Complicações; sintomas (SF12) e qualidade de vida. -Não houve diferença entre os grupos após período de seguimento de 12 meses no que diz respeito à melhora dos sintomas e qualidade de vida; -As complicações foram mais frequentes nas pacientes submetidas à histerectomia (50% versus 27,5%, respectivamente). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 57 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 1 Autor Tipo de estudo 30. Pron G (2003) Coorte multicêntrica. 538 mulheres (idade entre 19 a 56 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia, dor pélvica, sintoma de peso suprapúbica) submetidas à embolização. 30% desejavam preservar a fertilidade. 31. Walker WJ (2002) Coorte prospectiva (1996 a 2001) 400 mulheres submetidas a embolização por leiomioma sintomático (menorragia, dismenorreia, desconforto abdominal). Intervenção Critérios de exclusão Desfechos analisados Moléstia inflamatória pélvica; insuficiência renal; massa pélvica de origem desconhecida. Sintomas e volume uterino. Resultados -Melhoras significativas foram observadas para as queixas de menorragia (83%), dismenorreia (77%) e queixas urinárias (86%); -Redução média de 35% no volume uterino. -Após seguimento médio de 16,7 meses, a dismenorreia demonstrou melhora em 79% das pacientes; -23 pacientes (6%) apresentaram falha clínica ou recorrência. # UFS-QoL: Inclui oito questões pertinentes ao tipo e severidade dos sintomas, resumidos no escore de severidade dos mesmos e 29 questões sobre como a doença interfere diretamente com o escore total HRQoL do paciente. ## Escore de 11 pontos, variando de -5 (marcadamente pior) a +5 (melhora importante), escore de satisfação, complicação, eventos adversos e necessidade de re-intervenção por falha no tratamento. ### SF-36: Questionário que avalia a qualidade de vida. Compreende 36 questões divididas entre: função mental, física e emocional; função social; dor; saúde mental; vitalidade e percepção da saúde. #### EuroQol 5D: Utilizado para descrever status de saúde em cinco dimensões (mobilidade; cuidado próprio; atividades usuais; dor e/ou desconforto; ansiedade ou depressão. $ Urogenital Distress Inventory (UDI): Escores variando de 0 –100 (elevado escore indica pior função). $$ Defecation Distress Inventory (DDI): Escore variando de 0 –100 (elevado escore, menos favorável). $$$ Alívio geral dos sintomas, alterações no fluxo menstrual e alteração nos sintomas de pressão, comparados previamente ao tratamento foram pontuados utilizando-se da seguinte escala: ausência de sintomas, melhora dos sintomas, não modificado ou piora dos sintomas. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Não existem evidências sobre a indicação da embolização no tratamento de mulheres assintomáticas, portadoras de leiomioma. Pacientes submetidas à embolização das artérias uterinas para o tratamento do leiomioma uterino sintomático demonstram, em comparação a abordagem cirúrgica (histerectomia ou miomectomia), com períodos de seguimento variáveis (entre oito meses a cinco anos), melhora significativa nos sintomas e nos escores avaliadores de qualidade de vida, obtidos através de questionários validados, utilizados na análise 58 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina destes domínios 9,11,12,16,19,21 (A) 7,15,17,18,22,26,30,31 (B). Todavia controvérsia existe, sendo apresentados resultados superiores da histerectomia em relação à embolização dos leiomiomas sintomáticos 14 (A), entretanto sem demonstrar diferença em QALYs 14 (A) 18 (B). Analisando-se as taxas de complicações, estudos demonstram resultados controversos, com alguns apresentando frequência menor para aquelas submetidas à embolização em detrimento a histerectomia (RRA=7% a 8,5%) 14 (A) 18,26 (B), e outros, demonstrando taxa de eventos adversos (expressas por complicações anestésicas, infecção da ferida operatória, hematoma e retenção urinária) similares entre ambos os procedimentos 9,21 (A). Com relação ao tempo de internação hospitalar, evidências demonstram menor período para pacientes submetidas à embolização 21,25 (A). Ao se analisar a necessidade de re-intervenções por falha terapêutica (manutenção ou recorrência dos sintomas), observam-se resultados controversos, com estudo apresentando ausência de diferença significativa entre as abordagens (embolização versus tratamento cirúrgico) (RRA=9,2% com IC95%: -19,5% a 1,1%) 9 (A), e outros demonstrando a existência de diferença significativa, com benefício (menor frequência de re-intervenções) para aquelas submetidas ao tratamento cirúrgico (histerectomia) (RRA= -17,1% com IC95%: -28% a -6,2%) 11,21 (A). %XISTEEVIDÐNCIACIENTÓFICADOSRESULTADOSENTREOS PROCEDIMENTOSDEMIOMECTOMIAVERSUSEMBOLIZA ÎO DEMIOMA Os resultados estão expressos na Tabela 2. São identificados autor e ano de publicação; tipo de estudo; intervenção; critérios de exclusão; desfechos analisados e resultados. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 59 Embolização da Artéria Uterina Tabela 2 Autor Tipo de estudo Intervenção 40.Manyonda IT (2011) ECR Mulheres (31 a 50 anos, média etária de 44 anos) com miomatose uterina sintomática, (desejosas de manter o útero) confirmada por USG (Ø t 4,0cm) foram randomizadas para miomectomia (n=81) ou embolização (n=82). Perdas: 16 pacientes (oito em cada grupo). 60 Critérios de exclusão Desfechos analisados Extensão do mioma acima da cicatriz umbilical; gravidez; pacientes desejosas de gestação futura (curto prazo). Questionário avaliando sintomatologia e qualidade de vida (questionário UFS-QoL* realizado antes da intervenção e 12 meses após); complicações. Resultados -Houve melhora significativa em ambos os grupos. Severidade dos sintomas antes do tratamento e após para miomectomia e embolização de 55,93 (± 21,2) e 18,3 (± 16,9) versus 59,8 (± 22,1) e 29,5 (± 21,4). HRQoL** para miomectomia e embolização antes e após o procedimento de 46,4 (± 22,5) e 86,3 (± 20,1) versus 40,23 (± 23,12) e 72,9 (± 24,9); -Tempo de internação hospitalar do grupo submetido à embolização foi inferior (dois versus seis dias) (p<0,0001); -Complicações maiores*** (8% versus 2,9% para miomectomia (n=6) e embolização (n=2), respectivamente); -14,8% das pacientes submetidas a embolização (n=9) necessitaram de re-intervenção (histerectomia, miomectomia ou re-embolização) ante 4% no grupo da miomectomia (n=3) (RRA=0,092 com IC95%: -0,195 a 0,011). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 2 Autor Tipo de estudo Intervenção 41. Narayan A (2010) Coorte histórica (entre as pacientes submetidas a embolização e a miomectomia foram observadas diferenças significativas quanto a idade e medicamentos em uso). Estudo retrospectivo incluindo pacientes submetidas a embolização (n=87) ou miomectomia abdominal (n=92) em um único centro terciário entre 2000 e 2002. Foram enviados em 2007 questões por correio eletrônico. Critérios de exclusão Desfechos analisados Necessidade de nova intervenção após procedimento inicial; tentativa de gravidez; satisfação; alívio dos sintomas e dias de internação. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados -Após o procedimento, pacientes que foram submetidas a embolização referiam menores sintomas em comparação àquelas submetidas a miomectomia (15,0 IC95%: 9,2 a 20,7) versus (22,6 IC95%: 14,4 a 30,7); -Ambos os procedimentos apresentaram elevado grau de satisfação; -Pacientes submetidas a embolização referiram melhora no sangramento e melhora na taxa de gestação (3,82; IC95%: 0,59 a 7,05) e (5,47; IC95%: 0,64 a 10,31); -Pacientes submetidas a miomectomia apresentaram maior tempo de internação. 61 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 2 Autor Tipo de estudo Intervenção 42.Siskin GP (2006) Coorte prospectiva multicêntrico. 77 pacientes submetidas a embolização e 69 submetidas a miomectomia. Seis meses de seguimento para ambos os grupos e 24 meses para aquelas submetidas a embolização. 62 Critérios de exclusão Desfechos analisados Pacientes portadoras de tumor submucosos ressecáveis através de histeroscopia; moléstia inflamatória pélvica; sangramento uterino anormal de natureza desconhecida; malignidade pélvica. Pacientes submetidas a embolização não deveriam expressar desejo de gravidez futura. Desfecho primário: escore do questionário sobre qualidade de vida (QoL)*; Desfecho secundário: eventos adversos, tempo de retorno às atividades habituais, escore de menorragia. Resultados -Pacientes submetidas a embolização relataram, após seis meses do procedimento, melhora de 5 pontos no escore de sintomas do QoL (88,3%; IC95%: 78,97% a 94,51%). No período de seguimento de 12 meses, 80,3% permaneceram sem sintomas. 4,3% submeteramse a novo procedimento. -Pacientes submetidos a miomectomia relataram, após seis meses do procedimento, melhora de 5 pontos no escore de sintomas do QoL (75,4%; IC95%: 63,51% a 84,95%). -Ambos os procedimentos resultaram em melhora significativa nos escores de menorragia no período de seguimento de seis meses. -Pacientes submetidas a embolização (26%) apresentaram pelo menos um evento adverso no período de seis meses do procedimento em detrimento a 42% para aquelas submetidas a miomectomia (p<0,05). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 2 Autor Tipo de estudo Intervenção 43.Goodwin SC (2006) Coorte prospectiva multicêntrico. 149 pacientes com idade t 30 anos submetidas a embolização e 60 submetidas a miomectomia. Seis meses de seguimento para ambos os grupos e 12 meses para aquelas submetidas a embolização. Pacientes submetidas a embolização apresentavam média etária superior àquelas submetidas a miomectomia (43,9 versus 38,2); maior número de gestações prévias (75,2% versus 48,3%) Critérios de exclusão Desfechos analisados Pacientes portadoras de leiomiomas submucosos ressecáveis através de histeroscopia; moléstia inflamatória pélvica; sangramento uterino anormal de natureza desconhecida; malignidade pélvica. Pacientes submetidas a embolização não deveriam expressar desejo de gravidez futura. Desfecho primário: melhora no escore do questionário UFQoLs* t 5 pontos; eventos adversos; tempo de retorno às atividades habituais. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados -Ambos os grupos experimentaram melhora significativa nos escores obtidos por intermédio do UFQoLs; -Tempo de hospitalização foi de um dia para a embolização versus 2,5 dias para aquelas submetidas a miomectomia; -Retorno às atividades habituais de 15 e 44 dias para embolização e miomectomia respectivamente; -Eventos adversos ocorreram em 40% das pacientes submetidas a miomectomia versus 22% daquelas submetidas a embolização. 63 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 2 Autor Tipo de estudo Intervenção 45.Razavi MK (2003) Coorte retrospectiva. 44 pacientes submetidas a miomectomia e 67 submetidas a embolização no período de 30 meses (1998 a 2000). Média etária das pacientes submetidas a embolização de 44 anos e a miomectomia de 37 anos. Seguimento médio de 14 meses após procedimento. 46. Broder MS (2002) Estudo coorte 59 pacientes submetidas a embolização (média etária de 44 anos) e 38 submetidas a miomectomia abdominal (média etária de 38 anos) para tratamento de leiomiomas sintomáticos. Seguimento de 37 a 59 meses. Critérios de exclusão Desfechos analisados Questionário administrado através de contato telefônico analisando alterações nos sintomas (eram avaliadas e pontuadas queixa de sangramento, dor e efeito de massa através de escala de seis pontos). Controle era tido como bem sucedido se o escore obtido fosse de 5 ou 6****. Resultados -Sucesso para menorragia foi observado em 64% das pacientes submetidas a miomectomia e 92% daquelas submetidas a embolização (p<0,05). Alívio da dor observado para 54% e 74% (não significativo) e tratamento do efeito de massa bem sucedido em 91% e 76% respectivamente (p<0,05). -25% de complicações observadas na miomectomia versus 11% na embolização (p<0,05). -Melhora dos sintomas em torno de 92% para as pacientes submetidas a embolização (33/36) e 90% para pacientes submetidas a miomectomia (26/29). -29% das pacientes submetidas a embolização necessitaram de re-intervenção (tratamento cirúrgico ou reembolização) ante 3% para aquelas submetidas a miomectomia. * UFS-QoL: Inclui oito questões pertinentes ao tipo e severidade dos sintomas, resumidos no escore de severidade dos mesmos e 29 questões sobre como a doença interfere diretamente com o escore total HRQoL do paciente. ** HRQoL é agrupado em seis sub-escalas: preocupação, atividade, disposição, controle, consciência, e função sexual. *** Embolia pulmonar, sepsis necessitando de antibioticoterapia endovenosa, íleo, expulsão do mioma, pneumonia, hemorragia e laparotomia, sepsis por E. coli, obstrução intestinal, adesiólise. 64 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina **** Alteração nos sintomas da paciente nas três características citadas (sangramento, dor e efeito de massa). ## Escore de 11 pontos, variando de -5 (marcadamente pior) a +5 (melhora importante), escore de satisfação, complicação, eventos adversos e necessidade de re-intervenção por falha no tratamento. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Pacientes submetidas tanto a miomectomia quanto a embolização das artérias uterinas para o tratamento do leiomioma uterino sintomático apresentam, no período de seguimento de 6 a 24 meses, melhora significativa nos sintomas e nos escores avaliadores de qualidade de vida, obtidos através de questionários validados, utilizados na análise destes domínios 40 (A) 41,42,43,44,45,46 (B). Pacientes submetidas à embolização necessitam de menor período de internação hospitalar 40 (A) 41,43 (B). Apresentam ainda retorno precoce as atividades habituais 5 (B), e menor frequência de eventos adversos 40 (A) 42,43,45 (B). Apesar das pacientes submetidas à embolização necessitarem de maior número de re-intervenções (histerectomia; miomectomia ou re-embolização), por persistência ou recorrência dos sintomas 46 (B), não é demonstrada diferença significativa em relação às re-intervenções do grupo submetido à miomectomia (RRA=0,092 com IC95%: -0,195 a 0,011) 40 (A). 1UAISASEVIDÐNCIASCIENTÓFICASPARAPACIENTES QUEDESEJAMAPRESERVA ÎODOØRGÎOECOMDESEJO REPRODUTIVOFUTUROOPTAREMPELAEMBOLIZA ÎOPARA TRATAMENTODOMIOMAUTERINO Os resultados estão expressos na tabela 3. São identificados autor e ano de publicação; tipo de estudo; intervenção; critérios de exclusão; desfechos analisados e resultados. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 65 Embolização da Artéria Uterina Tabela 3 Autor 52. Holub Z (2008) Tipo de estudo Coorte prospectiva multicêntrica (2000 a 2006). Intervenção 337 pacientes (idade d 45 anos) submetidas à oclusão laparoscópica da artéria uterina (n=225) e à embolização (n=112). Critérios de exclusão Desfechos analisados Mioma submucoso; tamanho do maior mioma (Ø > 12 cm); tratamento cirúrgico prévio; uso de agonista GnRH; suspeita de sarcoma uterino à ultrassonografia ou RM. Gestação. Resultados -Das 112 pacientes submetidas à embolização, 39 apresentaram tratamento bem sucedido+, em detrimento a 81 pacientes tratadas por meio da oclusão laparoscópica da artéria uterina. -Do total de pacientes que engravidaram (n=58), 65% (n=38) ocorreram após a oclusão laparoscópica e 35% (n=20) após embolização (17,2% de gestações após embolização). Entretanto sem diferença estatística entre ambas as abordagens (Risk Ratio=0,9458 com IC95%: 0,578 a 1,546). -Taxa de abortamento foi maior no grupo de pacientes submetidas à embolização (14/25) versus (4/36) frente a oclusão laparoscópica da artéria uterina (56% versus 10,5%) (p<0,001). 66 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 3 Autor Tipo de estudo 53. Mara M (2008) ECR (2001 a 2005). Intervenção 121 mulheres (média etária de 32 anos) portadoras de miomatose uterina (miomas intramurais com Ø > 4,0 cm, sendo 90,9% mulheres sintomáticas) e com desejo reprodutivo foram randomizadas para embolização (n=58) ou miomectomia (n=63). Tempo médio de seguimento de 24 meses para ambos os grupos (seguimento em dois anos de 50% das pacientes após embolização e 43% após miomectomia). Critérios de exclusão Desfechos analisados Localização outra que não intramural; mioma com Ø > 12 cm; tratamento cirúrgico ou medicamentoso prévio tais como miomectomia, embolização, uso de análogo do GnRH, danazol; suspeita de sarcoma ou adenomiose difusa. Questionário+++, avaliando sintomas (antes e após embolização); Gestação e desfechos gestacionais. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados -Não houve diferença significativa entre os grupos com relação à melhora dos sintomas (88,5% para a embolização versus 87,9% para a miomectomia) ou número de complicações tardias (13,8% versus 8,1%). Com relação às taxas de reintervenção, estas foram maiores para a embolização (n=19) em detrimento à miomectomia (n=2) (32,8% versus 3,2% com p<0,0001). -Das mulheres submetidas à miomectomia, 40 expressavam desejo de gravidez e daquelas submetidas à embolização, 26. Observou-se maior número de gestações (n=33) após a miomectomia em detrimento a embolização (n=17), entretanto sem demonstrar diferença significativa (RRA=0,171 com IC95%: -0,046 a 0,388). -Com relação ao número de abortamentos, observase maior frequência nas pacientes submetidas a embolização (n=9) em comparação àquelas submetidas a miomectomia (n=6) com RRA=-0,347 (IC95%: -0,618 a -0,076). 67 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 3 Autor 15. Lohle PN (2008) 18. Dutton S (2007) Tipo de estudo Estudo coorte (1998 a 2002). Coorte retrospectiva pragmática multicêntrica (avaliação de duas coortes: pacientes submetidas à histerectomia e outra submetida à embolização). 68 Critérios de exclusão Intervenção Desfechos analisados 100 mulheres (idade entre 25 a 53 anos) portadoras de leiomioma uterino sintomático em seguimento de 3,5 anos com indicação de histerectomia, entretanto com desejo de gestação (n=16) submetidas a embolização. Desfechos clínicos como alterações nos sintomas, necessidade de tratamentos adicionais e gravidez. 459 mulheres (média etária de 46,5 anos) foram submetidas ao tratamento cirúrgico (histerectomia) com seguimento de 8,6 anos e 649 mulheres (média etária de 43,8 anos) à embolização (seguimento de 4,6 anos). Complicações; melhora dos sintomas; satisfação e número de gestações. Resultados -Com período médio de seguimento de 54 meses, o alívio dos sintomas foi observado em 72% das pacientes (n=67 em 93 pacientes). 26 mulheres (28%) apresentaram falha no tratamento. -Quatro mulheres em 10 conseguiram engravidar. -Número menor de complicações nas pacientes submetidas à embolização (RRA=7%). 341 complicações foram identificadas em 234 mulheres (histerectomia n=120 e embolização n=114). -Melhora de sintomas foi superior na embolização (RRA=10%). -6% das pacientes submetidas à embolização engravidaram. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 3 Autor 21. Edwards RD (2007) Tipo de estudo ECR multicêntrico (REST Trial 2000 a 2004). Intervenção Mulheres (idade t 18 anos) portadoras de leiomioma sintomático (menorragia ou sensação de peso suprapúbica) foram randomizadas para embolização (n=106) ou tratamento cirúrgico (n=51/48 histerectomias e oito miomectomias). Critérios de exclusão Desfechos analisados Alergia severa a contraste iodado; mioma subseroso pediculado; moléstia inflamatória pélvica ou contra indicação a cirurgia. Avaliada qualidade de vida após 12 meses de seguimento por meio do SF-36. Resultados -Não houve diferença entre os dois grupos em relação ao questionário SF-36, disponível para 89% das pacientes após período de 12 meses de seguimento; -O tempo médio de hospitalização após embolização foi significativamente menor em detrimento à abordagem cirúrgica (um versus cinco dias, respectivamente) (p<0,001); -Durante o primeiro ano de seguimento houve 12% de eventos adversos maiores no grupo submetido à embolização (n=13) em detrimento a 20% (n=10) no grupo cirúrgico (p=0,22); -Dez pacientes no grupo da embolização (9%) necessitaram de reintervenção nos primeiros 12 meses de seguimento (subsequentemente, 11 re-intervenções foram necessárias neste grupo). No grupo cirúrgico, uma miomectomia necessitou de conversão para histerectomia; -oito gestações ocorreram em cinco mulheres (sete em pacientes submetidas à embolização e uma em paciente submetida à miomectomia. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 69 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 3 Autor Tipo de estudo 57. Pron G (2005) Coorte observacional multicêntrica. 58. Goldberg Estudo comparativo. J (2004) 60. McLucas B (2001) Coorte (1996 a 1999). Critérios de exclusão Desfechos analisados Resultados Número de gestações. -4% das pacientes conceberam. Embolização da artéria uterina e miomectomia laparoscópica. Avaliação de aborto espontâneo, hemorragia pós-parto, parto prematuro, cesárea e apresentações anômalas (desfechos gestacionais). -Maior risco de parto prematuro (ARA=13%) e 400 mulheres (média etária de 41 anos) foram submetidas à embolização. Não houve imposição de restrição ao tamanho do mioma como critério de inclusão. Número de gestações. -139 pacientes manifestaram desejo reprodutivo após embolização (52 mulheres com idade < 40 anos). 17 gestações foram reportadas em 14 mulheres (10% das mulheres engravidaram). Intervenção 555 mulheres (idade entre 18 a 59 anos) portadoras de leiomioma uterino submetidas à embolização. distócia (ARA=8%). Não houve diferença entre os índices de abortamento espontâneo, hemorragia pósparto e número de cesáreas. + Tratamento bem sucedido, definido como redução de 10% no tamanho do leiomioma dominante e/ou ausência dos sintomas. ++ Informações obtidas: tentativa prévia ou atual de gravidez, sem desejo de gravidez, uso de contraceptivos, infertilidade antes ou após embolização. +++ Questionário sobre sintomas relacionados ao leiomioma. Ocorrência (sim ou não) e intensidade (em uma escala de 1 a 10), para as seguintes queixas: menometrorragia ou hipermenorreia; dismenorreia; dispareunia; dor pélvica; disúria e/ou polaciúria; sensação de peso supra-púbica. 70 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Dos trabalhos selecionados para resposta à dúvida clínica, pode-se observar, que diante de pacientes que manifestam desejo de engravidar, a realização da embolização, indicada para o tratamento dos leiomiomas uterinos sintomáticos, não impossibilitou a gestação 53,21 (A) 52,15,18,57,60 (B). Pacientes submetidas à miomectomia ou a embolização, não demonstram diferença significativa, com relação ao número de gestações obtidas (RRA=17,1% (IC95%: -4,6% a 38,8%)) 53 (A). O mesmo pode ser observado para aquelas submetidas à embolização ou à ligadura laparoscópica da artéria uterina (Risk Ratio=0,9458 (IC95%: 0,578 a 1,546)) 52 (B). Quando comparada com a miomectomia laparoscópica, a embolização oferece maior risco de parto prematuro (ARA=13%) e distócia (ARA=8%), não havendo diferença entre os índices de abortamento espontâneo, hemorragia pós-parto e número de cesáreas 58 (B). Todavia, resultados conflitantes existem, podendo ser observada maior frequência de abortamento nas pacientes submetidas à embolização (RRA=-34,7% (IC95%: -61,8% a -7,6%)) 53 (A). Maior número de abortamentos pode ser observada também nas pacientes submetidas à embolização em comparação àquelas tratadas por meio da oclusão laparoscópica da artéria uterina (56% versus 10,5%) (p<0,001) 52 (B). %XISTEMEVIDÐNCIASCIENTÓFICASDAEMBOLIZA ÎONO tratamento da adenomiose em pacientes SINTOMÉTICAS Os resultados estão expressos na tabela 4. São identificados autor e ano de publicação; tipo de estudo; intervenção; critérios de exclusão; desfechos analisados e resultados. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 71 Embolização da Artéria Uterina Tabela 4 Critérios de exclusão Desfechos analisados Moléstia inflamatória pélvica; sangramento uterino anormal de natureza desconhecida; malignidade pélvica. Pacientes submetidas à embolização não deveriam expressar desejo de gravidez futura. Avaliação por intermédio de questionário para severidade dos sintomas (HRQoL)# após período de 40 meses da intervenção (não há comparação com questionário prévio). -Das 36 pacientes com queixa de menorragia, 77% referem melhora na queixa após embolização. Das pacientes com queixa de dismenorreia (n=34), 73,5% referem melhora após a embolização. 40 mulheres (média etária de 43,7 anos) sintomáticas (menorragia, dor pélvica e pressão supra-púbica) com desejo de manter o útero submetidas à embolização (18 portadoras de adenomiose isolada e 22 apresentando adenomiose associada a leiomioma uterino). Avaliação por intermédio de questionário para severidade dos sintomas e qualidade de vida (UFS-QoL) após período de 58 meses (média) da intervenção. -Durante o seguimento, 18% das mulheres (sete pacientes) foram submetidas à histerectomia. Das 33 mulheres, 29 permaneceram assintomáticas (escore < 20) e escore para qualidade de vida > 80. Não houve complicações durante o procedimento sendo que duas desenvolveram amenorreia após (87% permaneceram assintomáticas). 27 mulheres (média etária de 46,4 anos) sintomáticas para adenomiose diagnosticada por RM e desejo de manutenção do útero (12 portadoras de adenomiose isolada e 14 apresentando adenomiose associada a leiomioma uterino). Questionário avaliando severidade dos sintomas (four-point scale: nenhum, leve, moderado ou severo) para menorragia, dor pélvica e pressão supra-púbica. -Resposta clínica inicial favorável com melhora da menorragia em 13 pacientes (de 16) no período de 12 meses. Seguimento foi disponível para um total de 14 pacientes no período de dois e três anos após o procedimento, sendo que 45,5% (5/11) reportaram piora da menorragia em 24 meses (54,5% com resposta favorável). Autor Tipo de estudo Intervenção 63. Froeling V (2011) Série de casos (mulheres tratadas por embolização entre 2001 a 2009). 40 mulheres com média etária de 46 anos, portadoras de adenomiose sintomática (menorragia, dismenorreia), diagnosticadas por RM com ou sem leiomiomas associados, foram submetidas à embolização. 64. Smeets AJ (2011) Série de casos (mulheres tratadas por embolização entre 1999 a 2006). 65. Bratby MJ (2009) Série de casos (mulheres tratadas por embolização entre 1998 a 2004). 72 Resultados Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 4 Critérios de exclusão Desfechos analisados Autor Tipo de estudo Intervenção 66. Kim MD (2007) Série de casos (mulheres tratadas por embolização entre 1998 a 2000). 54 Mulheres (média etária de 40,2 anos) submetidas à embolização por adenomiose com seguimento de 36 meses. Questionário## avaliando sintomas (menorragia e dor pélvica). -Das 54 mulheres submetidas à embolização e seguidas pelo período de três anos 31 (57,4%) obtiveram sucesso. Observou-se melhora significativa nos sintomas de menorragia e dismenorreia com redução nos escores de –5,3 e –5,1 respectivamente. Quatro apresentaram falha imediata do tratamento e 19 apresentaram recorrência. 67. Lohle PN (2007) Série de casos (mulheres tratadas por embolização) 38 mulheres sintomáticas para adenomiose (15 portadoras de adenomiose isolada e 23 apresentando adenomiose associada a leiomioma uterino). Avaliação dos sintomas (menorragia, dor e sintomas de peso suprapúbico) e imagem através da RM (seguimento médio de 16 meses). -84% das mulheres satisfeitas com o procedimento. 68. Pelage JP (2005) Série de casos (mulheres tratadas por embolização entre 1997 a 2002). 18 Mulheres (média etária de 44,3 anos) submetidas à embolização por adenomiose sintomática com seguimento de 24 meses (9 mulheres). Questionário### ministrado por telefone avaliando alterações dos sintomas após procedimento. 69. Kim MD (2004) Série de casos (mulheres tratadas por embolização entre 1998 a 2002). 43 Mulheres (média etária de 40,3 anos) submetidas à embolização por adenomiose sintomática ((dismenorreia (n=40), menorragia (n=40), pressão supra-púbica (n=32)) Análise da adenomiose por RM e avaliação dos sintomas#### (período médio de 3,5 meses após procedimento). -Após seis meses, 94% das mulheres (15/16) relatam melhora da menorragia. Após 12 meses, 73% (11/15) mantiveram melhora na queixa de menorragia. 44% das 18 mulheres necessitaram de tratamento adicional durante o seguimento ou apresentaram falha ou recorrência. -Maioria das pacientes reportou, após período de 3,5 meses do procedimento, melhora significativa da dismenorreia e menorragia (95,2% e 95%, respectivamente); -Com seguimento de 3,5 meses, a RM contratada demonstrou necrose total do foco de adenomiose em 19 pacientes (44,2%) e parcial em 12 pacientes (27,9%). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados 73 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 4 Critérios de exclusão Desfechos analisados Resultados Autor Tipo de estudo Intervenção 70. Toh CH (2003) Série de casos (retrospectivo). 43 Mulheres (idade entre 22 a 54 anos) submetidas à embolização por adenomiose sintomática (n=12). Melhora dos sintomas (seguimento de 10,9 meses). -25% das pacientes (com adenomiose isolada) referem melhora dos sintomas. 71. Siskin GP (2001) Série de casos. 15 Mulheres (média etária de 46,5 anos) submetidas à embolização por adenomiose sintomática ((dismenorreia (n=11), menorragia (n=15), pressão supra-púbica (n=7)). Pacientes foram submetidas a questionário (próprio da instituição) para avaliação de sintomas##### (período de seis meses após procedimento). -No seguimento de seis meses, 92,3% das pacientes referiram melhora significativa nos sintomas apresentados previamente à embolização com melhora da qualidade de vida. # Inclui oito questões pertinentes ao tipo e severidade dos sintomas, resumidos no escore de severidade dos mesmos e 29 questões sobre como a doença interfere diretamente com o escore total HRQoL do paciente. ## Perguntou-se à paciente, “Qual o escore atual de sintomas se o escore anterior à embolização fosse 10?” ### A melhora da menorragia foi analisada por meio da seguinte escala: complete resolução dos sintomas ( 3), melhora importante ( 2), melhora leve ( 1), sintomas inalterados (0), leve piora dos sintomas (1), ou piora dos sintomas (2). #### A resposta clínica foi analisada por meio de questionário incluindo alterações nos sintomas (menorragia, dismenorreia, sintomas relacionados a compressão, bem como satisfação a respeito do procedimento. ##### Questionário avaliando grau de melhora clínica do paciente submetida à embolização na instituição. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Pacientes sintomáticas para adenomiose associada ou não a leiomioma uterino e submetidas à embolização apresentam, no período de seguimento variável de observação (3,5 a 58 meses) melhora nos sintomas, podendo estes variar de 54% a 94% 63,65,66,67,68,69,70 (C). Demonstram também melhora nos escores de qualidade de vida, avaliados através de questionários próprios para a análise destes domínios 63,64,71 (C). 1UAISSÎOASEVIDÐNCIASDOIMPACTODAEMBOLIZA ÎO SOBREAFUN ÎOOVARIANA Os resultados estão expressos na tabela 5. São identificados autor e ano de publicação; tipo de estudo; intervenção; critérios de exclusão; desfechos analisados e resultados. 74 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Tabela 5 Critérios de exclusão Desfechos analisados Informações retiradas de ECR multicêntrico (REST Trial). De um total de 157 pacientes com idades entre 28 a 53 anos, 106 foram randomizadas para a embolização e 51 randomizadas para cirurgia (oito miomectomias e 43 histerectomias) por apresentarem leiomiomas uterinos sintomáticos. Pacientes na menopausa; níveis de FSH t 40 na fase folicular precoce; pacientes em uso de hormônio. Desfecho primário analisado: qualidade de vida em 12 meses avaliada através do questionário SF-36; Função ovariana após tratamento cirúrgico (níveis de FSH e ciclo menstrual). -A análise foi realizada em 96 pacientes (73 haviam sido submetidas à embolização e 23 ao tratamento cirúrgico). Após período de 12 meses, não há evidências de que a embolização induza a redução na função ovariana (para todas as idades, observa-se falência ovariana em 11% versus 18% respectivamente para a embolização e tratamento cirúrgico (seguimento de 12 meses)). -Não se observou alteração significativa na duração do ciclo menstrual para ambas as abordagens no período de seis e 12 meses. 36 mulheres$ portadoras de leiomioma uterino sintomático (sintomas suficientemente severos que garantissem a realização de miomectomia e/ ou histerectomia, entretanto que optaram por abordagem não cirúrgica) foram submetidas a embolização. Mulheres com desejo reprodutivo. Dosagem hormonal (avaliação do FSH e estradiol no 30 dia do ciclo menstrual) e avaliação ultrassonográfica transvaginal (contagem de folículos antrais e volume ovariano). -Em comparação ao grupo controle, não houve diferença significativa com relação aos níveis séricos de FSH e estradiol, bem como não foi notado alteração na duração do ciclo menstrual, no período de seguimento de 60 meses. Autor Tipo de estudo Intervenção 72. Rashid S (2010) ECR multicêntrico (como proposta deste estudo e para analisar comparativamente os níveis de gonadotrofina, incluiu-se, na avaliação, apenas pacientes nas quais foram mantidos os ovários – análise de subgrupo). 73. Tropeano G (2010) Coorte prospectiva (2000 a 2003). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados 75 Embolização da Artéria Uterina Continuação Tabela 5 Autor Tipo de estudo Intervenção Critérios de exclusão 74. Hehenkamp WJ (2007) ECR multicêntrico (EMMY Trial; 2002 a 2004). 177 mulheres (média etária de 44,6 anos) portadoras de leiomioma sintomático com queixa predominante de menorragia. Foram submetidas à embolização (n=88) ou histerectomia (n=89). Desejo de gestação futura; insuficiência renal; moléstia inflamatória pélvica; distúrbios de coagulação; malignidade uterina suspeita; leiomioma submucoso (50% do diâmetro na cavidade uterina) ou leiomioma subseroso. Desfechos analisados Ocorrência de redução da reserva ovariana (analisada por meio da dosagem de FSH e AMH); Questionário para avaliação de sintomas menopausais$$. Resultados -Após período de seguimento de 24 meses, níveis séricos de FSH se elevaram significativamente em ambos os grupos em comparação aos níveis séricos basais, não sendo observada diferença significativa entre ambos. Com relação aos níveis de AMH, estes permaneceram reduzidos em ambos os grupos após tratamento. -Tanto a histerectomia quanto a embolização alteram a reserva ovariana. $. Idade < 40 anos, ciclos menstruais regulares (21–35 dias) reserva ovariana normal indicada por níveis basais de FSH < 10 IU/L e E2 < 75 pg/mL, ausência de história de anormalidades ou cirurgias ovarianas, ausência de história de infertilidade, disfunção ovulatória ou outra disfunção hormonal, ausência de tratamento hormonal nos três meses precedentes, sem história de tabagismo. $$. Escore de Kupperman. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Com relação ao impacto exercido pela embolização (isolada) ou em comparação a abordagem cirúrgica (histerectomia ou miomectomia) sobre a função ovariana, pode-se observar, no período de seguimento de seis a 12 meses, que a embolização não determina redução na função ovariana, sendo esta avaliada (nos diversos trabalhos) por meio da dosagem dos níveis séricos de FSH (com valor de cut-off> 40 IU/l,) e estradiol, no 30 dia do ciclo menstrual (comparação entre os níveis anteriores a embolização e após) e avaliação ultrassonográfica transvaginal por meio da contagem de folículos antrais e do volume ovariano. Para o mesmo período, não foi observada alteração significativa na duração do ciclo menstrual em ambas as abordagens 72 (A) 73 (B). Todavia, estudo demonstra que tanto a histerectomia quanto a embolização imprimem impacto negativo sobre a função ovariana 74 (A). 76 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Ampliando-se o período de observação para mais 12 meses, evidência demonstra que os níveis séricos de FSH se elevam significativamente em ambos os grupos (embolização e tratamento cirúrgico) em comparação aos níveis séricos basais, não sendo observada, entretanto, diferença significativa entre ambos 74 (A). DISCUSSÃO O leiomioma uterino, também conhecido como mioma é uma neoplasia benigna do tecido muscular, composto por células musculares lisas e tecido conjuntivo. Constitui o tipo mais comum de neoplasia benigna do sistema reprodutor feminino, sendo que sua incidência real, entretanto é de difícil avaliação uma vez que muitas pacientes são assintomáticas. Quando presente, o quadro clínico é variável, dependendo fundamentalmente da localização (submucoso, intramural e subseroso), e do tamanho e número dos miomas. De maneira geral, os sintomas perfazem a menorragia e metrorragia (presentes em 80% dos casos sintomáticos), dor pélvica, dismenorreia e sintomas associados à compressão de órgãos adjacentes ao útero, como frequência e urgência urinárias. Assim como os sintomas, as opções de tratamento disponíveis, desde uma abordagem clínica (visando o controle dos sintomas), até a indicação de tratamentos invasivos, que podem ser cirúrgicos ou não; conservadores ou não, objetivando a redução do volume, exérese tumoral ou mesmo a retirada do órgão acometido, são dependentes, sobretudo do tamanho, número, localização, desejo reprodutivo futuro e falha terapêutica, mormente do tratamento clínico instituído previamente. A histerectomia representa o tratamento cirúrgico não conservador definitivo para o leiomioma uterino, apresentando eficácia bem estabelecida e eliminando a possibilidade de recorrências. Alternativamente à histerectomia e outros tratamentos invasivos conservadores (ablação endometrial e miomectomia), há a embolização, técnica de radiologia intervencionista minimamente invasiva cujo princípio é a cessação da perfusão sanguínea que nutre o tecido neoplásico benigno, objeto de nossa análise. Utilizando-se de elevada sensibilidade das estratégias de buscas descritas no material e método, e na dependência da peculiaridade de cada dúvida Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 77 Embolização da Artéria Uterina clínica a ser respondida, as quais abrangeram grande parte dos principais aspectos relacionados à embolização no tratamento dos leiomiomas sintomáticos e adenomiose, foi possível a recuperação de trabalhos com distintos níveis de evidência, variando desde ensaios clínicos randomizados e estudos coorte, até estudos caso-controle estendendo-se às séries de casos. Procurou-se para orientar a resposta de cada dúvida clínica, a utilização das evidências com o menor grau de incerteza. Nos diversos trabalhos, analisou-se o papel da embolização indicada em pacientes sintomáticas para leiomiomas uterinos de localização intramural e/ ou adenomiose, em comparação à abordagem cirúrgica (histerectomia, miomectomia e oclusão mecânica das artérias uterinas) avaliando-se as questões relacionadas à melhora dos sintomas, qualidade de vida, complicações (incluindo-se aqui as taxas de re-intervenções por falha terapêutica) e função ovariana. Foi possível, também a análise das taxas de gestação obtidas após a embolização, aspecto abordado principalmente pelos estudos tipo coorte, e estudos randomizados, sendo nestes últimos analisados secundariamente, uma vez que este desfecho (gravidez) está diretamente relacionado a um aspecto envolvido nos critérios de exclusão das pacientes neste tipo estudo que seria o não desejo de gravidez. Fazendo referência aos estudos randomizados incluídos, em virtude da natureza do procedimento cirúrgico, o duplo cegamento é inviável, constando, portanto em uma potencial fraqueza da evidência. A indicação da embolização das artérias uterinas no tratamento do leiomioma uterino sintomático (EMUT) determina, no período de seguimento observado, melhora significativa nos sintomas e escores avaliadores de qualidade de vida à semelhança da abordagem cirúrgica realizada através da histerectomia ou da miomectomia 12,40 (A). Contrariando as evidências anteriormente citadas, foi demonstrada superioridade da histerectomia em relação à embolização, principalmente quanto à resolução da alteração menstrual (menorragia e metrorragia) 14 (A). Vantagem oferecida a partir da adoção da embolização nos casos sintomáticos seria o menor tempo de internação hospitalar, em comparação às abordagens cirúrgicas 21,25,40 (A). Analisando-se as taxas de complicações, estudos apresentam resultados controversos, com alguns evidenciando frequência menor para aquelas submetidas à embolização em detrimento a histerectomia ou miomectomia 14,40 (A), e outros, demonstram taxa de eventos adversos similares entre ambos os procedimentos 9,21 (A). Com relação à necessidade de re-intervenções, novamente surgem resultados distintos com estudos 78 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina apresentando ausência de diferença significativa entre as abordagens (embolização versus tratamento cirúrgico – histerectomia, miomectomia) 9,40 (A), e outros demonstrando a existência de diferença significativa, com benefício para aquelas submetidas ao tratamento cirúrgico (histerectomia) 11,21 (A). Os estudos demonstram que a indicação da embolização em pacientes portadoras de leiomioma uterino sintomático e desejo de preservação do útero visando futura gestação, não determina impossibilidade de gravidez porvindoura 53 (B), entretanto, quando comparado à miomectomia laparoscópica, a embolização oferece maior risco de parto prematuro e distócia, não havendo diferença entre os índices de abortamento espontâneo, hemorragia pós-parto e número de cesáreas 58 (B). Todavia, resultados conflitantes existem, podendo ser observada maior frequência de abortamento nas pacientes submetidas à embolização 53 (B). Analisando-se o papel terapêutico da embolização nas pacientes diagnosticadas para adenomiose, observa-se, a despeito do grande número de série de casos, melhora nos sintomas, entretanto sendo necessários mais estudos de caráter comparativo para confirmar a efetividade da embolização nesta situação clínica 63,65,66,67,68,69,70,71 (C). Por fim, analisando-se a função ovariana, num período de 12 meses, observa-se que a embolização não representa fator determinante para falência ovariana, sendo que no acompanhamento por período de tempo mais prolongado (superior a 24 meses) observa-se, para pacientes submetidas à embolização, elevação significativa nos níveis séricos de FSH, sem demonstrar diferença significativa com o tratamento cirúrgico 72,74 (A). SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA s 0OPULA ÎOCOMINDICA ÎO-ULHERESPORTADORASDE leiomiomas uterinos intramurais sintomáticos ou miomas múltiplos sintomáticos na presença do intramural (sintomas expressos através de queixa de menorragia/metrorragia, dismenorreia, dor pélvica, sensação de pressão supra-púbica e/ou compressão de Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 79 Embolização da Artéria Uterina s s s s s 80 órgãos adjacentes). 0OPULA ÎOSEMINDICA ÎO-IOMASUBSEROSOPEDICULADO leiomioma submucoso (50% do diâmetro na cavidade uterina), leiomioma intraligamentar, Ø > 10 a 12 cm, extensão do mioma acima da cicatriz umbilical. Mulheres assintomáticas. Adenomiose isolada. "ENEFÓCIOSDAEMBOLIZA ÎODAARTÏRIAUTERINAAUMENTO na melhora dos sintomas, escores de qualidade de vida e retorno precoce às atividades habituais, em comparação à histerectomia ou miomectomia, em seguimento variando de 8 meses a 5 anos. Redução no tempo de internação, na necessidade de histerectomia e no número de complicações quando comparado à histerectomia. $ANODAEMBOLIZA ÎODAARTÏRIAUTERINAAUMENTO nas re-intervenções (histerectomia; miomectomia ou re-embolização), por manutenção ou recorrência dos sintomas, quando comparado à histerectomia. Aumento de risco de parto prematuro e distócia quando comparado à miomectomia laparoscópica. !USÐNCIADEDIFEREN ABENEFÓCIOOUDANODA embolização da artéria uterina: Não há diferença nas re-intervenções quando comparado à miomectomia. 0ACIENTESSUBMETIDASÌMIOMECTOMIAOUAEMBOLIZA ÎO não demonstram diferença significativa, com relação ao número de gestações obtidas. Não há diferença nos índices de abortamento espontâneo, hemorragia pósparto ou cesáreas quando comparado à miomectomia laparoscópica. É controverso se há redução na função ovariana, em 6 a 12 meses de seguimento, com a embolização, a histerectomia ou a miomectomia, não havendo diferença entre os procedimentos. Não há diferença de impacto na duração do ciclo menstrual quando comparado à miomectomia. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina REFERÊNCIAS: 1. Kadir S, Kaufman SL, Barth KH, White RI Jr. Embolotherapy: clinical applications of embolotherapy. In: Kadir S, ed. Selected techniques in interventional radiology. London: WB Saunders, 1982:46–103. 2. Kisilevzky NH, Martins MS. Embolização uterina para tratamento de mioma sintomático. Experiência inicial e revisão da literatura. Radiol Bras 2003;36(3):129-140. 3. Smith DC, Wyatt JF. Embolization of the hypogastric arteries in the control of massive vaginal hemorrhage. Obstet Gynecol 1977;49:317–22. 4. Heaston DK, Mineau DE, Brown BJ, Miller FJ Jr. Transcatheter arterial embolization for control of persistent massive puerperal hemorrhage after bilateral surgical hypogastric artery ligation. AJR 1979;133:152–4. 5. Pais SO, Glickman M, Schwartz P, Pingoud E, Berkowitz R. Embolization of pelvic arteries for control of postpartum hemorrhage. Obstet Gynecol 1980;55:755–8. 6. FEBRASGO - Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de Orientação de Cirurgia Endovascular em Ginecologia e Obstetrícia. Disponível em: www.febrasgo.org.br. 7. Scheurig-Muenkler C, Lembcke A, Froeling V, Maurer M, Hamm B, Kroencke TJ. Uterine artery embolization for symptomatic fibroids: longterm changes in disease-specific symptoms and quality of life. Hum Reprod. 2011 Aug;26(8):2036-42. Epub 2011 Jun 4.PMID: 21642637 8. van der Kooij SM, Bipat S, Hehenkamp WJ, Ankum WM, Reekers JA. Uterine artery embolization versus surgery in the treatment of symptomatic fibroids: a systematic review and metaanalysis. Am J Obstet Gynecol. 2011 Mar 16. [Epub ahead of print]PMID: 21641570 9. Moss JG, Cooper KG, Khaund A, Murray LS, Murray GD, Wu O, Craig LE, Lumsden MA. Randomised comparison of uterine artery embolisation (UAE) with surgical treatment in patients with symptomatic uterine fibroids (REST trial): 5-year results. BJOG. 2011 Jul;118(8):936-44. doi: 10.1111/j.14710528.2011.02952.x. Epub 2011 Apr 12.PMID: 21481151 10. Voogt MJ, Arntz MJ, Lohle PN, Mali WP, Lampmann LE. Uterine fibroid embolisation for symptomatic uterine fibroids: a survey of clinical practice in Europe. Cardiovasc Intervent Radiol. 2011 Aug;34(4):765-73. Epub 2010 Sep 21.PMID: 20857108 11. van der Kooij SM, Hehenkamp WJ, Volkers NA, Birnie E, Ankum WM, Reekers JA. Uterine artery embolization vs hysterectomy in the treatment of symptomatic uterine fibroids: 5-year outcome from the randomized EMMY Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 81 Embolização da Artéria Uterina trial. Am J Obstet Gynecol. 2010 Aug;203(2):105.e1-13. Epub 2010 Jul 1.PMID: 20579960 12. Ruuskanen A, Hippeläinen M, Sipola P, Manninen H. Uterine artery embolisation versus hysterectomy for leiomyomas: primary and 2-year follow-up results of a randomised prospective clinical trial. Eur Radiol. 2010 Oct;20(10):2524-32. Epub 2010 Jun 6.PMID: 20526776 13. Scheurig C, Islam T, Zimmermann E, Hamm B, Kroencke TJ. Uterine artery embolization in patients with symptomatic diffuse leiomyomatosis of the uterus. J Vasc Interv Radiol. 2008 Feb;19(2 Pt 1):279-84.PMID: 18341962 14. Hirst A, Dutton S, Wu O, Briggs A, Edwards C, Waldenmaier L, Maresh M, Nicholson A, McPherson K. A multi-centre retrospective cohort study comparing the efficacy, safety and cost-effectiveness of hysterectomy and uterine artery embolisation for the treatment of symptomatic uterine fibroids. The HOPEFUL study. Health Technol Assess. 2008 Mar;12(5):1-248, III.PMID: 18331704 15. Lohle PN, Voogt MJ, De Vries J, Smeets AJ, Vervest HA, Lampmann LE, Boekkooi PF. Long-term outcome of uterine artery embolization for symptomatic uterine leiomyomas. J Vasc Interv Radiol. 2008 Mar;19(3):31926.PMID: 18295689 16. Hehenkamp WJ, Volkers NA, Birnie E, Reekers JA, Ankum WM. Symptomatic uterine fibroids: treatment with uterine artery embolization or hysterectomy--results from the randomized clinical Embolisation versus Hysterectomy (EMMY) Trial. Radiology. 2008 Mar;246(3):823-32. Epub 2008 Jan 9.PMID: 18187401 17. Goodwin SC, Spies JB, Worthington-Kirsch R, Peterson E, Pron G, Li S, Myers ER; Fibroid Registry for Outcomes Data (FIBROID) Registry Steering Committee and Core Site Investigators. Uterine artery embolization for treatment of leiomyomata: long-term outcomes from the FIBROID Registry. Obstet Gynecol. 2008 Jan;111(1):22-33.PMID: 18165389 18. Dutton S, Hirst A, McPherson K, Nicholson T, Maresh M. A UK multicentre retrospective cohort study comparing hysterectomy and uterine artery embolisation for the treatment of symptomatic uterine fibroids (HOPEFUL study): main results on medium-term safety and efficacy. BJOG. 2007 Nov;114(11):1340-51.PMID: 17949376 19. Volkers NA, Hehenkamp WJ, Birnie E, Ankum WM, Reekers JA. Uterine artery embolization versus hysterectomy in the treatment of symptomatic UTERINElBROIDSYEARSOUTCOMEFROMTHERANDOMIZED%--9TRIAL!M* Obstet Gynecol. 2007 Jun;196(6):519.e1-11.PMID: 17547877 82 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina 20. Spies JB, Cornell C, Worthington-Kirsch R, Lipman JC, Benenati JF. Long-term outcome from uterine fibroid embolization with tris-acryl gelatin microspheres: results of a multicenter study. J Vasc Interv Radiol. 2007 Feb;18(2):203-7.PMID: 17327552 21. Edwards RD, Moss JG, Lumsden MA, Wu O, Murray LS, Twaddle S, Murray GD; Committee of the Randomized Trial of Embolization versus Surgical Treatment for Fibroids. Uterine-artery embolization versus surgery for symptomatic uterine fibroids. N Engl J Med. 2007 Jan 25;356(4):360-70. PMID: 17251532 22. Scheurig C, Gauruder-Burmester A, Kluner C, Kurzeja R, Lembcke A, Zimmermann E, Hamm B, Kroencke T. Uterine artery embolization for symptomatic fibroids: short-term versus mid-term changes in diseasespecific symptoms, quality of life and magnetic resonance imaging results. Hum Reprod. 2006 Dec;21(12):3270-7. Epub 2006 Jul 27.PMID: 16877371 23. Walker WJ, Barton-Smith P. Long-term follow up of uterine artery embolisation--an effective alternative in the treatment of fibroids. BJOG. 2006 Apr;113(4):464-8.PMID: 16553656 24. Hoeldtke NJ. Long-term outcome of uterine artery embolization of leiomyomata. Obstet Gynecol. 2006 Mar;107(3):741; author reply 741-2. No abstract available. PMID: 16507952 25. Hehenkamp WJ, Volkers NA, Donderwinkel PF, de Blok S, Birnie E, Ankum WM, Reekers JA. Uterine artery embolization versus hysterectomy in the treatment of symptomatic uterine fibroids (EMMY trial): peri- and postprocedural results from a randomized controlled trial. Am J Obstet Gynecol. 2005 Nov;193(5):1618-29.PMID: 16260201 26. Spies JB, Cooper JM, Worthington-Kirsch R, Lipman JC, Mills BB, Benenati JF. Outcome of uterine embolization and hysterectomy for leiomyomas: results of a multicenter study. Am J Obstet Gynecol. 2004 Jul;191(1):22-31. PMID: 15295340 27. Prollius A, de Vries C, Loggenberg E, Nel M, du Plessis A, Van Rensburg DJ, Wessels PH. Uterine artery embolization for symptomatic fibroids. Int J Gynaecol Obstet. 2004 Mar;84(3):236-40.PMID: 15001371 28. Nicholson T. Outcome in patients undergoing unilateral uterine artery embolization for symptomatic fibroids. Clin Radiol. 2004 Feb;59(2):186-91. PMID: 14746790 29. Sena-Martins M, Roteli-Martins CM, Tadini V, de Souza GA, Kisilevzky N, Lazar Junior F. Uterine artery embolization for the treatment of symptomatic myomas in Brazilian women. Sao Paulo Med J. 2003 Sep 1;121(5):185-90. Epub 2003 Nov 5.PMID: 14666289 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 83 Embolização da Artéria Uterina 30. Pron G, Bennett J, Common A, Wall J, Asch M, Sniderman K; Ontario Uterine Fibroid Embolization Collaboration Group. The Ontario Uterine Fibroid Embolization Trial. Part 2. Uterine fibroid reduction and symptom relief after uterine artery embolization for fibroids. Fertil Steril. 2003 Jan;79(1):120-7. PMID: 12524074 31. Walker WJ, Pelage JP. Uterine artery embolisation for symptomatic fibroids: clinical results in 400 women with imaging follow up. BJOG. 2002 Nov;109(11):1262-72.PMID: 12452465 32. Bai SW, Jang JB, Lee DY, Jeong KA, Kim SK, Park KH. Uterine arterial embolization for the treatment of uterine leiomyomas. Yonsei Med J. 2002 Jun;43(3):346-50.PMID: 12089743 33. Watson GM, Walker WJ. Uterine artery embolisation for the treatment of symptomatic fibroids in 114 women: reduction in size of the fibroids and WOMENSVIEWSOFTHESUCCESSOFTHETREATMENT"*/'&EB 35.PMID: 11905428 .EVADUNSKY.3"ACHMANN'!.OSHER*9U47OMENSDECISIONMAKING determinants in choosing uterine artery embolization for symptomatic fibroids. J Reprod Med. 2001 Oct;46(10):870-4.PMID: 11725729 35. Brunereau L, Herbreteau D, Gallas S, Cottier JP, Lebrun JL, Tranquart F, Fauchier F, Body G, Rouleau P. Uterine artery embolization in the primary treatment of uterine leiomyomas: technical features and prospective followup with clinical and sonographic examinations in 58 patients. AJR Am J Roentgenol. 2000 Nov;175(5):1267-72.PMID: 11044020 36. Siskin GP, Stainken BF, Dowling K, Meo P, Ahn J, Dolen EG. Outpatient uterine artery embolization for symptomatic uterine fibroids: experience in 49 patients. J Vasc Interv Radiol. 2000 Mar;11(3):305-11.PMID: 10735424 37. Gupta J.K., Sinha A.S., Lumsden M.A., Hickey M. Uterine artery embolization for symptomatic uterine fibroids. Cochrane database of systematic reviews (Online) 2006:1 (CD005073) 38. Ravina JH, Aymard A, Ciraru-Vigneron N, Clerissi J, Merland JJ. Uterine fibroids embolization: Results about 454 cases. Gynecologie Obstetrique Fertilite 2003 31:7-8 (597-605) 39. Smeets AJ, Lohle PN, Vervest HA, Boekkooi PF, Lampmann LE. Mid-term clinical results and patient satisfaction after uterine artery embolization in women with symptomatic uterine fibroids. Cardiovasc Intervent Radiol. 2006 Mar-Apr;29(2):188-91.PMID: 16195836 40. Manyonda IT, Bratby M, Horst JS, Banu N, Gorti M, Belli AM. Uterine Artery Embolization versus Myomectomy: Impact on Quality of Life-Results of the FUME (Fibroids of the Uterus: Myomectomy versus Embolization) Trial. 84 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Cardiovasc Intervent Radiol. 2011 Jul 20. PMID: 21773858 41. Narayan A, Lee AS, Kuo GP, Powe N, Kim HS. Uterine artery embolization versus abdominal myomectomy: a long-term clinical outcome comparison. J Vasc Interv Radiol. 2010 Jul;21(7):1011-7. Epub 2010 May 31. PMID: 20570178 42. Siskin GP, Shlansky-Goldberg RD, Goodwin SC, Sterling K, Lipman JC, Nosher JL, Worthington-Kirsch RL, Chambers TP; UAE versus Myomectomy Study Group. A prospective multicenter comparative study between myomectomy and uterine artery embolization with polyvinyl alcohol microspheres: long-term clinical outcomes in patients with symptomatic uterine fibroids. J Vasc Interv Radiol. 2006 Aug;17(8):1287-95. PMID: 16923975 43. Goodwin SC, Bradley LD, Lipman JC, Stewart EA, Nosher JL, Sterling KM, Barth MH, Siskin GP, Shlansky-Goldberg RD; UAE versus Myomectomy Study Group. Uterine artery embolization versus myomectomy: a multicenter comparative study. Fertil Steril. 2006 Jan;85(1):14-21. PMID: 16412720 44. Li GT, Wen TR. Meta-analysis of uterine arterial embolization and myomectomy in treatment of uterine myoma. Zhonghua fu chan ke za zhi 2006 41:10 (697-700) 45. Razavi MK, Hwang G, Jahed A, Modanlou S, Chen B.Abdominal myomectomy versus uterine fibroid embolization in the treatment of symptomatic uterine leiomyomas. AJR Am J Roentgenol. 2003 Jun;180(6):1571-5. Erratum in: AJR Am J Roentgenol. 2008 Jun;190(6):1430. Modanloo, Shohreh [corrected to Modanlou, Shohreh]. PMID: 12760922 46. Broder MS, Goodwin S, Chen G, Tang LJ, Costantino MM, Nguyen MH, Yegul TN, Erberich H. Comparison of long-term outcomes of myomectomy and uterine artery embolization. Obstet Gynecol. 2002 Nov;100(5 Pt 1):8648. PMID: 12423842 47. Floyd SE, Proctor JA, Couchman G. Abdominal myomectomy after failed uterine artery embolization. Fertil Steril. 2005 Jun;83(6):1842. PMID: 15950659 48. Pisco JM, Duarte M, Bilhim T, Cirurgião F, Oliveira AG. Pregnancy after uterine fibroid embolization. Fertil Steril. 2011 Mar 1;95(3):1121.e5-8. Epub 2010 Sep 25.PMID: 20869702 49. Firouznia K, Ghanaati H, Sanaati M, Jalali AH, Shakiba M. Pregnancy after uterine artery embolization for symptomatic fibroids: a series of 15 pregnancies. AJR Am J Roentgenol. 2009 Jun;192(6):1588-92.PMID: 19457822 50. Kim HS, Paxton BE, Lee JM. Long-term efficacy and safety of uterine Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 85 Embolização da Artéria Uterina artery embolization in young patients with and without uteroovarian anastomoses. J Vasc Interv Radiol. 2008 Feb;19(2 Pt 1):195-200. PubMed PMID: 18341948. 51. Pinto Pabón I, Magret JP, Unzurrunzaga EA, García IM, Catalán IB, Cano Vieco ML. Pregnancy after uterine fibroid embolization: follow-up of 100 patients embolized using tris-acryl gelatin microspheres. Fertil Steril. 2008 Dec;90(6):2356-60. Epub 2008 Mar 12.PMID: 18339388 52. Holub Z, Mara M, Kuzel D, Jabor A, Maskova J, Eim J. Pregnancy outcomes after uterine artery occlusion: prospective multicentric study. Fertil Steril. 2008 Nov;90(5):1886-91. Epub 2007 Dec 26.PMID: 18155701 53. Mara M, Maskova J, Fucikova Z, Kuzel D, Belsan T, Sosna O. Midterm clinical and first reproductive results of a randomized controlled trial comparing uterine fibroid embolization and myomectomy. Cardiovasc Intervent Radiol. 2008 Jan-Feb;31(1):73-85. Epub 2007 Oct 18. PubMed PMID: 17943348 54. Mara M, Fucikova Z, Maskova J, Kuzel D, Haakova L. Uterine fibroid embolization versus myomectomy in women wishing to preserve fertility: preliminary results of a randomized controlled trial. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2006 Jun 1;126(2):226-33. Epub 2005 Nov 15.PMID: 16293363 55. Kim MD, Kim NK, Kim HJ, Lee MH. Pregnancy following uterine artery embolization with polyvinyl alcohol particles for patients with uterine fibroid or adenomyosis. Cardiovasc Intervent Radiol. 2005 Sep-Oct;28(5):611-5. PMID: 16132385 56. Carpenter TT, Walker WJ. Pregnancy following uterine artery embolisation for symptomatic fibroids: a series of 26 completed pregnancies. BJOG. 2005 Mar;112(3):321-5.PMID: 15713147 57. Pron G, Mocarski E, Bennett J, Vilos G, Common A, Vanderburgh L; Ontario UFE Collaborative Group. Pregnancy after uterine artery embolization for leiomyomata: the Ontario multicenter trial. Obstet Gynecol 2005; 105: 6776. PMID: 15625144 58. Goldberg J, Pereira L, Berghella V, Diamond J, Daraï E, Seinera P, Seracchioli R. Pregnancy outcomes after treatment for fibromyomata: uterine artery embolization versus laparoscopic myomectomy. Am J Obstet Gynecol 2004; 191: 18-21. PMID: 15295339. $!NGELO!!MSO..7OOD!3PONTANEOUSMULTIPLEPREGNANCYAFTER uterine artery embolization for uterine fibroid: case report. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2003 Oct 10;110(2):245-6.PMID: 12969595 60. McLucas B, Goodwin S, Adler L, Rappaport A, Reed R, Perrella R. Pregnancy following uterine fibroid embolization. Int J Gynaecol Obstet. 86 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina 2001 Jul;74(1):1-7.PMID: 11430934 61. Ravina JH, Vigneron NC, Aymard A, Le Dref O, Merland JJ. Pregnancy after embolization of uterine myoma: report of 12 cases. Fertil Steril. 2000 Jun;73(6):1241-3.PMID: 10856491 62. Kim JY, Kim MD, Cho JH, Park SI, Lee MS, Lee MS. Uterine artery embolization for symptomatic adenomyosis in a patient with uterus didelphys. J Vasc Interv Radiol. 2011 Oct;22(10):1489-91. No abstract available. PMID: 21961985 63. Froeling V, Scheurig-Muenkler C, Hamm B, Kroencke TJ. Uterine Artery Embolization to Treat Uterine Adenomyosis with or without Uterine Leiomyomata: Results of Symptom Control and Health-Related Quality of Life 40 Months after Treatment. Cardiovasc Intervent Radiol. 2011 Aug 18. PMID: 21850565 64. Smeets AJ, Nijenhuis RJ, Boekkooi PF, Vervest HA, van Rooij WJ, Lohle PN. Long-Term Follow-up of Uterine Artery Embolization for Symptomatic Adenomyosis. Cardiovasc Intervent Radiol. 2011 Jun 30. [PMID: 21717251 65. Bratby MJ, Walker WJ. Uterine artery embolisation for symptomatic adenomyosis--mid-term results. Eur J Radiol. 2009 Apr;70(1):128-32. Epub 2008 Feb 15.PMID: 18280686 66. Kim MD, Kim S, Kim NK, Lee MH, Ahn EH, Kim HJ, Cho JH, Cha SH. Longterm results of uterine artery embolization for symptomatic adenomyosis. AJR Am J Roentgenol. 2007 Jan;188(1):176-81.PMID: 17179361 67. Lohle PN, De Vries J, Klazen CA, Boekkooi PF, Vervest HA, Smeets AJ, Lampmann LE, Kroencke TJ. Uterine artery embolization for symptomatic adenomyosis with or without uterine leiomyomas with the use of calibrated tris-acryl gelatin microspheres: midterm clinical and MR imaging follow-up. J Vasc Interv Radiol. 2007 Jul;18(7):835-41.PMID: 17609441 68. Pelage JP, Jacob D, Fazel A, Namur J, Laurent A, Rymer R, Le Dref O. Midterm results of uterine artery embolization for symptomatic adenomyosis: initial experience. Radiology. 2005 Mar;234(3):948-53. Epub 2005 Jan 28.PMID: 15681687 69. Kim MD, Won JW, Lee DY, Ahn CS. Uterine artery embolization for adenomyosis without fibroids. Clin Radiol. 2004 Jun;59(6):520-6.PMID: 15145722 70. Toh CH, Wu CH, Tsay PK, Yeow KM, Pan KT, Tseng JH, Hung CF. Uterine artery embolization for symptomatic uterine leiomyoma and adenomyosis. J Formos Med Assoc. 2003 Oct;102(10):701-6.PMID: 14691595 71. Siskin GP, Tublin ME, Stainken BF, Dowling K, Dolen EG. Uterine artery embolization for the treatment of adenomyosis: clinical response and Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 87 Embolização da Artéria Uterina evaluation with MR imaging. AJR Am J Roentgenol. 2001 Aug;177(2):297302.PMID: 11461849 72. Rashid S, Khaund A, Murray LS, Moss JG, Cooper K, Lyons D, Murray GD, Lumsden MA. The effects of uterine artery embolisation and surgical treatment on ovarian function in women with uterine fibroids. BJOG. 2010 Jul;117(8):985-9. Epub 2010 May 11.PMID: 20465558 73. Tropeano G, Di Stasi C, Amoroso S, Gualano MR, Bonomo L, Scambia G. Long-term effects of uterine fibroid embolization on ovarian reserve: a prospective cohort study. Fertil Steril. 2010 Nov;94(6):2296-300. Epub 2010 Jan 13.PMID: 20074724 74. Hehenkamp WJ, Volkers NA, Broekmans FJ, de Jong FH, Themmen AP, Birnie E, Reekers JA, Ankum WM. Loss of ovarian reserve after uterine artery embolization: a randomized comparison with hysterectomy. Hum Reprod. 2007 Jul;22(7):1996-2005.PMID: 17582145 75. Hovsepian DM, Ratts VS, Rodriguez M, Huang JS, Aubuchon MG, Pilgram TK. A prospective comparison of the impact of uterine artery embolization, myomectomy, and hysterectomy on ovarian function. J Vasc Interv Radiol. 2006 Jul;17(7):1111-5.PMID: 16868163 76. Hascalik S, Celik O, Sarac K, Hascalik M. Transient ovarian failure: a rare complication of uterine fibroid embolization. Acta Obstet Gynecol Scand. 2004 Jul;83(7):682-5. No abstract available. PMID: 15225195 77. Tropeano G, Di Stasi C, Litwicka K, Romano D, Draisci G, Mancuso S. Uterine artery embolization for fibroids does not have adverse effects on ovarian reserve in regularly cycling women younger than 40 years. Fertil Steril. 2004 Apr;81(4):1055-61.PMID: 15066463 78. Healey S, Buzaglo K, Seti L, Valenti D, Tulandi T. Ovarian function after uterine artery embolization and hysterectomy. J Am Assoc Gynecol Laparosc. 2004 Aug;11(3):348-52.PMID: 15559347 79. Tropeano G, Litwicka K, Di Stasi C, Romano D, Mancuso S. Permanent amenorrhea associated with endometrial atrophy after uterine artery embolization for symptomatic uterine fibroids. Fertil Steril. 2003 Jan;79(1):132-5.PMID: 12524076 80. Ahmad A, Qadan L, Hassan N, Najarian K. Uterine artery embolization treatment of uterine fibroids: effect on ovarian function in younger women. J Vasc Interv Radiol. 2002 Oct;13(10):1017-20.PMID: 12397123 81. Spies JB, Roth AR, Gonsalves SM, Murphy-Skrzyniarz KM. Ovarian function after uterine artery embolization for leiomyomata: assessment with use of serum follicle stimulating hormone assay. J Vasc Interv Radiol. 2001 Apr;12(4):437-42.PMID: 11287529 88 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina 82. Amato P, Roberts AC. Transient ovarian failure: a complication of uterine artery embolization. Fertil Steril. 2001 Feb;75(2):438-9.PMID: 11172854 83. Stringer NH, Grant T, Park J, Oldham L. Ovarian failure after uterine artery embolization for treatment of myomas. J Am Assoc Gynecol Laparosc. 2000 Aug;7(3):395-400.PMID: 10924636 84. Chrisman HB, Saker MB, Ryu RK, Nemcek AA Jr, Gerbie MV, Milad MP, Smith SJ, Sewall LE, Omary RA, Vogelzang RL. The impact of uterine fibroid embolization on resumption of menses and ovarian function. J Vasc Interv Radiol. 2000 Jun;11(6):699-703.PMID: 10877413 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 89 Embolização da Artéria Uterina ANEXO 1 Lista de referência dos estudos excluídos da avaliação: Autor Tipo de estudo 8. van der Kooij SM (2011) Revisão sistemática. 10. Voogt MJ (2011) Survey incluindo profissionais da área 13. Scheurig C (2008) Série de casos. 23. Walker WJ (2006) Série de casos 24. Hoeldtke NJ (2006) Autor reply 27. Prollius A (2004) Série de casos 90 Critérios de exclusão Intervenção Seis mulheres (média etária de 37 anos) submetidas à embolização por apresentarem leiomiomatose uterina difusa 258 mulheres submetidas à embolização com período de seguimento de cinco a sete anos. 64 mulheres (com queixa de menorragia, dismenorreia e sintomas de peso supra-púbica) foram submetidas à embolização. Leiomioma assintomático; leiomioma associado à infertilidade. Desfechos analisados Resultados Avaliação dos sintomas por meio de questionário (UFS-QOL). -Após quatro meses de seguimento, uma paciente apresentou falha no tratamento. No período de seguimento médio de 16 meses, as cinco pacientes restantes demonstraram alívio permanente nos sintomas. Questionário não validado avaliando sintomas relacionados ao mioma; fertilidade; função sexual; qualidade de vida; reintervenção e satisfação. -67% responderam ao questionário. Mais de 80% das queixas relacionadas aos miomas apresentaram melhora, sendo que igual porcentagem de mulheres demonstraram-se satisfeitas com o procedimento. 16% das mulheres necessitaram de tratamento adicional. Sintomas após período de seguimento de 3 a 12 meses. -Melhora na queixa de menorragia (90%); dismenorreia$$$$ e efeito de compressão. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Autor Tipo de estudo Intervenção 28. Nicholson T (2004) Série de casos (1998 a 2002) 109 pacientes submetidas a embolização por leiomioma sintomático 29. SenaMartins M (2003) Série de casos (2000 a 2001) 32 mulheres (média etária de 40 anos) portadoras de leiomioma sintomático com desejo de manter o útero 32. Bai SW (2002) Série de casos 37 pacientes (idade entre 25 a 65 anos) submetidas à embolização em virtude de leiomioma uterino associado a adenomiose. 33. Watson GM (2002) Série de casos. 114 mulheres submetidas a embolização. 34. Nevadunsky NS (2001) Série de casos. 35. Brunereau L (2000) Série de casos. 58 mulheres (idade entre 33 a 55 anos) sintomáticas para leiomiomas uterinos foram submetidas à embolização. 36. Siskin GP (2000) Série de casos. 49 mulheres (média etária de 44,5 anos) submetidas a embolização por leiomioma uterino sintomático. Critérios de exclusão Desfechos analisados Volume uterino e sintomas (referentes a variáveis relacionadas a menstruação como regularidade, volume e duração). Resultados -12 semanas após a embolização, o volume uterino médio era de 256 cc em detrimento a 455 cc antes do procedimento; -As mulheres relataram melhora na regularidade menstrual (71%), redução do volume e duração da menstruação (90% e 81%, respectivamente. Sintomas. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 91 Embolização da Artéria Uterina Critérios de exclusão Autor Tipo de estudo 37. Gupta JK (2006) Revisão sistemática 38. Ravina JH (2003) Série de casos. 454 mulheres (idade entre 21 a 68 anos) submetidas à embolização por leiomioma uterino sintomático. 39. Smeets AJ (2006) Série de casos (1998 a 2002). 135 pacientes submetidas a embolização. 44. Li GT (2006) metanálise 47.Floyd SE (2005) Relato de caso Mulher 29 anos de idade, nuligesta com queixa de dor pélvica, menorragia e útero aumentado (cicatriz umbilical) 48. Pisco JM (2011) Série de casos (único centro, dados recuperados de 2004 a 2009). 74 pacientes com desejo reprodutivo (89,7% com idade < 40 anos) foram submetidas à embolização. 92 Intervenção Desfechos analisados Resultados -A embolização oferece vantagem sobre a histerectomia com respeito ao tempo de hospitalização e retorno às atividades rotineiras. -Após seis meses da embolização, 391 pacientes apresentavam-se sem sintomas; 27 mulheres engravidaram. Questionário avaliando alterações na queixa de dor, sangramento e desconforto suprapúbico. -78% das pacientes apresentavam-se satisfeitas com a embolização, após período de seguimento de 14 meses. -Submetida a miomectomia após falha na embolização. Seguimento realizado por meio de questionário (utilizado antes e após a embolização para avaliação da severidade dos sintomas - não especificado pelos autores), RM e observação clínica aos seis meses e anualmente até gestação. Recorrências e tratamentos complementares também foram avaliados. -59,5% das pacientes (44/74) com desejo reprodutivo engravidaram espontaneamente (tempo médio de 10,8 meses) após a embolização (das pacientes que engravidaram, a média etária foi de 36 anos com volume uterino médio de 347 cm3). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Critérios de exclusão Desfechos analisados Autor Tipo de estudo Intervenção 49. Firouznia K (2009) Série de casos (2001 a 2004). 102 pacientes (média etária 35,7 anos) com leiomioma uterino sintomático (média de volume uterino de 552 ± 649 cm3 (variação de 94 a 4,656 cm3)), foram submetidas à embolização. Seguimento realizado por meio de questionários, entrevistas telefônicas e ultrassonografia (1, 3, 6, 12 e 24 meses após a embolização). No seguimento, as pacientes eram arguidas sobre o desejo de gravidez e se tinham engravidado. 50. Kim HS (2008) Coorte 87 pacientes com idade < 39 anos submetidas à embolização por leiomiomatose uterina sintomática Avaliação da significância clínica da patência de anastomose entre artérias uterinas e ovarianas. 51. Pinto Pabón I (2008) Série de casos (2002 a 2006). 100 pacientes (média etária 39,7 anos) com leiomioma uterino sintomático. Desejo de preservação da fertilidade não foi critério de exclusão. Gestação. -Das 100 pacientes, 57 apresentavam desejo de manutenção da fertilidade. Destas, 39 apresentavam idade < 40 anos. 10 mulheres engravidaram (17% de gestações). 23. Walker WJ (2006) Série de casos (1996 a 2005) 1200 pacientes submetidas à embolização. Após embolização, às pacientes era encaminhado questionário++, sendo que um dos pontos interrogados era sobre tentativas pregressas ou atuais de gestação. -Das 1200 pacientes, 108 manifestaram desejo reprodutivo sendo que destas 33 engravidaram (30,5% de gestação). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Resultados -Das 102 mulheres, 22,5% (23/102) tinham intenção de engravidar sendo que destas, 14 engravidaram (60% de gestações). 93 Embolização da Artéria Uterina Autor Tipo de estudo Intervenção 54. Mara M (2006) ECR com seguimento médio de 17 meses. 63 mulheres (média etária de 32,6 anos) com desejo de preservação da fertilidade, portadoras de mioma intramural (86% sintomáticas e 41% com queixa de infertilidade) com diâmetro t 4,0 cm, foram submetidas a embolização ou miomectomia. 55. Kim MD (2005) Série de casos (1998 a 2001). De 288 pacientes submetidas à embolização por miomatose uterina ou adenomiose, 94 foram incluídas na análise (idade entre 20 a 40 anos). 56. Carpenter TT (2005) Série de casos (análise retrospectiva). Para 671 mulheres submetidas a embolização, foi encaminhado questionário++. 70% responderam. 94 Critérios de exclusão Desfechos analisados Miomas de outra localização que não a intramural; Ø > 12 cm; tratamento prévio para leiomiomas (cirúrgico ou medicamentosoanálogos do GnRH, danazol); suspeita de sarcoma uterino. Resultados clínicos e cirúrgicos (complicações precoces, sintomatologia e complicações tardias Resultados -Ambos os métodos foram efetivos no tratamento dos sintomas+++ (21 pacientes de 24 relataram melhora significativa nos sintomas seis meses após embolização versus 28 pacientes de 30 após miomectomia). -Com relação as complicações precoces e tardias, observou-se que não houve diferença estatística entre as abordagens. -Desfecho reprodutivo não pode ser avaliado em virtude do pequeno número de pacientes que estavam tentando engravidar, sendo que 18 gestações foram observadas no estudo todo. -Das 94 pacientes incluídas na avaliação, 74 casais optaram por cirurgias contraceptivas (laqueadura tubária, vasectomia), seis não eram casadas e oito desistiram do seguimento. Apenas seis manifestaram desejo reprodutivo. Destas seis, quatro engravidaram (66% de gestações). Desfechos gestacionais. -Identificado 27 gestações, sendo que sete apresentaram abortamento (5,5% de gestações). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Autor Tipo de estudo Intervenção 38. Ravina JH (2003) Série de casos. 454 mulheres (idade entre 21 a 68 anos) submetidas à embolização por leiomioma uterino sintomático. 59. $!NGELO! (2003) Relato de caso 61. Ravina JH (2000) Série de casos (1988 a 1997). Nove mulheres (idades entre 22 a 41 anos) foram submetidas a embolização por miomatose uterina sintomática. 62. Kim JY (2011) Relato de caso. Embolização em mulher de 38 anos, nulipara com dismenorreia e menorragia severas por período de seis meses. RM demonstrou útero didelfo. 75. Hovsepian DM (2006) Estudo comparativo (série de casos). 76. Hascalik S (2004) Relato de caso 55 submetidas a embolização (n=33); miomectomia (n=7) e histerectomia (n=15). Critérios de exclusão Desfechos analisados Resultados -Após seis meses da embolização, 391 pacientes apresentavam-se sem sintomas; -27 mulheres engravidaram. Número de gestações. -Foram observadas 12 gestações em nove mulheres (100% das mulheres engravidaram). -No seguimento de três meses, exame de RM demonstrou necrose completa do foco de endometriose com redução de 44% do volume do útero. O escore de severidade da menorragia antes igual a 10 passou a 5 e da dismenorreia, previamente igual a 10 passou a zero. Avaliação do FSH e estradiol no 30 dia do ciclo menstrual antes e após embolização (seguimento regular por seis meses). Durante o acompanhamento eram avaliados os sintomas menopausais. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar -Não houve diferença estatística entre as abordagem no que tange às dosagens de FSH e estradiol no 10, 30 e 60 mês de acompanhamento. 95 Embolização da Artéria Uterina Critérios de exclusão Desfechos analisados Mulheres com desejo reprodutivo; moléstia inflamatória pélvica, massa pélvica de etiologia desconhecida. Dosagem hormonal (avaliação do FSH e estradiol no 30 dia do ciclo menstrual logo após embolização) e avaliação ultrassonográfica transvaginal (contagem de folículos antrais e volume ovariano). Autor Tipo de estudo Intervenção 77. Tropeano G (2004) Série de casos (2000 a 2001). 20 mulheres$$$ portadoras de leiomiomas sintomáticos (menorragia, dor pélvica, pressão supra-púbica) suficientemente severos que garantissem a realização de miomectomia e/ ou histerectomia, entretanto que optaram por abordagem não cirúrgica (embolização). 78. Healey S (2004) Estudo caso controle 84 mulheres portadoras de leiomioma uterino sintomático, submetidas à embolização (n=68) ou histerectomia (n=16). Dosagem do FSH, LH e estradiol no 30 dia do ciclo menstrual antes e após embolização (seguimento por seis meses) e avaliação ultrassonográfica transvaginal (volume uterino e dos miomas). -Não houve diferença significativa nos níveis séricos de FSH previamente a embolização ou a histerectomia, em comparação aos níveis avaliados seis meses após procedimento. 79. Tropeano G (2003) Relato de caso 80. Ahmad A (2002) Série de casos 32 mulheres, média etária de 34 anos (idade entre 26 a 45 anos), submetidas à embolização por leiomioma uterino sintomático. Dosagem do FSH, no 20 dia do ciclo menstrual antes e após embolização (seguimento por seis meses). -Duas mulheres que apresentavam ciclos menstruais irregulares e queda na reserva ovariana desenvolveram, três meses após a embolização, amenorreia. 81. Spies JB (2001) Série de casos 63 mulheres submetidas à embolização por leiomioma uterino sintomático. Dosagem do FSH, no 30 dia do ciclo menstrual antes e após embolização (seguimento por seis meses). -No grupo como um todo, não houve diferença significativa na dosagem dos níveis basais de FSH. 82. Amato P (2001) Relato de caso 96 Resultados -Não houve diferença significativa nos níveis séricos de FSH e estradiol; volume ovariano e contagem de folículos antrais em comparação aos níveis séricos e medidas basais, no período de 3, 6 e 12 meses após embolização. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Embolização da Artéria Uterina Autor Tipo de estudo 83. Stringer NH (2000) Relato de caso 84. Chrisman HB (2000) Série de casos Intervenção 66 mulheres (idade entre 30 a 55 anos) com menstruações regulares foram submetidas a embolização e seguidas por 21 semanas (12 a 77 semanas). Critérios de exclusão Desfechos analisados Dosagem do FSH, no 30 dia do ciclo menstrual antes e após embolização. Resultados -15% das pacientes (n=10) não reassumiram padrão menstrual apresentado previamente à embolização. -14% (n=9) apresentaram características clínicas e laboratoriais sugestivas de falência ovariana, sendo que estas apresentavam idade superior aos 45 anos. ++ Informação inclui: tentativa prévia ou atual de gravidez, sem desejo de gravidez, uso de contraceptivos, problemas de fertilidade antes ou após embolização. +++ Questionário direcionado aos sintomas dos leiomiomas. Ocorrência (sim ou não) e intensidade (escala de 1 a 10, onde 1 significa ausência de sintomas e 10 máxima severidade dos sintomas) das seguintes queixas: menometrorragia e hipermenorragia; dismenorreia; dispareunia; dor pélvica; disúria e/ou polaciúria; sensação de peso. $$$. Critério de seleção: idade cronológica de 40 anos, ciclos menstruais espontâneos regulares (21–35 dias) reserva ovariana normal definida por nível basal de FSH e estradiol e aparência ultrassonográfica dos ovários, ausência de história de cirurgia ovariana, ausência de história de infertilidade, disfunção ovariana e outro distúrbio endócrino, ausência de tratamento hormonal nos três meses precedentes ao estudo. $$$$ Escala de dor (0=ausência de dor, 10=dor severa). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 97 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 98 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva ESCORE DE CÁLCIO CORONARIANO COMO FERRAMENTA DIAGNÓSTICA NA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA OBSTRUTIVA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 99 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva INTRODUÇÃO A aterosclerose coronariana é uma das principais causas de mortalidade em nosso meio1. Dados epidemiológicos mostram que aproximadamente 25% dos indivíduos com morte súbita de causas cardíacas não apresentavam sintomas anteriores e mesmo as ferramentas para avaliação do risco de eventos coronarianos, como os escores de Framingham, apresentam limitações na identificação de indivíduos de alto risco 2,3. Aproximadamente 50% das mortes de origem coronariana ocorrem em pacientes considerados como de risco baixo e intermediário, segundo parâmetros clínicos e laboratoriais2. Assim, justificaria a avaliação da aterosclerose subclínica por métodos de imagem, visto que existe evidência que a carga da placa aterosclerótica correlaciona-se com o risco de eventos coronarianos 4,5. A avaliação do escore de cálcio coronariano (ECC) consiste na utilização de um teste não-invasivo, capaz de demonstrar calcificações coronarianas. A presença de placas calcificadas se correlaciona com o avançar da idade, progredindo rapidamente após os 50 anos de vida, com escores pouco menores nas mulheres abaixo de 70 anos 6,7. Apesar de o ECC representar uma estimativa da quantidade total de placas presentes, ele não corresponde diretamente ao grau de redução luminal 8,9. Consequentemente, não está ainda claro se os pacientes com doença arterial coronariana (DAC), que não têm cálcio na tomografia computadorizada com múltiplas fileiras de detectores (MDCT) devem ser submetidos à angiotomografia coronária, para excluir estenose significativa (t 50%) da artéria coronária. 4ECNOLOGIAEMÏTODODEAVALIA ÎO O ECC era inicialmente obtido por meio de um tomógrafo de alta velocidade, conhecido como tomógrafo por feixe de elétrons (electron-beam CT). Eram obtidas imagens de 3mm de espessura em menos de 100 milisegundos, geralmente durante a diástole. Com esta tecnologia Agatston e cols. desenvolveram o ECC, com a premissa de que este cálculo ou parâmetro pudesse ser um fator preditor de eventos coronarianos posteriores10,11. Atualmente, a tomografia computadorizada com múltiplas fileiras de detectores (Multi-Detector Computed Tomography), utilizando cortes de espessura semelhantes (usualmente 2,5 mm) e que também podem ser adquiridos durante a diástole, vem sendo empregada para avaliação do ECC. Através da tomografia é avaliada a área e a densidade de todos os 100 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva focos de cálcio (Unidades Hounsfield). O escore de cálcio pode ser calculado pelo método de Agatston10, multiplicando-se a área de calcificação em milímetros quadrados por um fator 1, 2, 3 ou 4, dependendo dos coeficientes de atenuação determinados pelo cálcio. O fator 1 é utilizado quando esses coeficientes estão entre 130 e 199 unidades Hounsfield, o fator 2, quando entre 200 e 299 unidades Hounsfield; o fator 3 quando 300 e 399 e o fator 4 para coeficientes superiores a 400 unidades Hounsfield. O escore de cálcio coronariano é a somatória de todos os escores obtidos de todas as artérias coronárias, em todos os cortes da tomografia e calculado por meio de um programa de computador. Para sua realização é fundamental que o ritmo cardíaco seja regular (FC próxima a 65 bpm), sendo por vezes necessário o emprego de beta-bloqueadores. O exame é feito sem uso de contraste. Na análise das imagens de ECC podemos também utilizar a medida do volume de cálcio (Escore de Cálcio Volumétrico), porém o Escore de Agatston tem sido o mais utilizado na literatura. O ECC pode ser dividido em classes (Escore de Agatston) de acordo com as unidades Agatston, classificando os indivíduos em grupos de mínima (<10), moderada (11 a 99), aumentada (100 a 400) ou intensa (> 400) quantidade de cálcio nas artérias coronárias. OBJETIVO Avaliar o valor diagnóstico do escore de cálcio coronariano (ECC) zero em afastar doença arterial coronariana obstrutiva, identificando a melhor evidência disponível no momento. MATERIAL E MÉTODO $ÞVIDAS#LÓNICAS s 0ACIENTESCOMSUSPEITADEDOEN AARTERIALCORONARIANA obstrutiva e ECC zero não necessitam de outros exames para excluir estenose significativa (t 50%) da artéria coronária? Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 101 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva Pergunta Estruturada s s DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTESDO P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3%3CIELO,ILACS 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA s s s s s s 102 PubMed-Medline Estratégia 1 – (Coronary Disease OR Coronary Stenosis) AND (Calcinosis OR Calcium) AND (sensitiv*[Title/Abstract] OR sensitivity and specificity[MeSH Terms] OR diagnos*[Title/ Abstract] OR diagnosis[MeSH:noexp] OR diagnostic * [MeSH:noexp] OR diagnosis, differential[MeSH:noexp] OR diagnosis[Subheading:noexp]) – [3091] Estratégia 2 – ((Coronary Disease OR Cardiovascular Diseases) AND Calcinosis) AND (Tomography, X-Ray Computed OR Multidetector Computed Tomography) AND (specificity[Title/Abstract]) – [189] Estratégia 3 – (Coronary Disease OR Coronary Stenosis) AND (Tomography, X-Ray Computed) AND (Coronary) AND (specificity[Title/Abstract]) – [779] Estratégia 4 – (coronary stenosis OR coronary artery disease) AND (calcinosis OR calcium) AND (specificity[Title/Abstract]) – [344] EMBASE CORONARY!.$DISEASEEXP!.$TOMOGRAPHYEXP!.$ calcium/exp AND [embase]/lim – [1881] COCHRANE CORONARYDISEASE!.$TOMOGRAPHY!.$CALCIUMn;= Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 211 EMBASE 1881 Secundária Biblioteca Cochrane 35 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s &ORAMINCLUÓDOSESTUDOSDEACURÉCIADIAGNØSTICAAPØS avaliação da qualidade metodológica pela ferramenta QUADAS12. Segundo os componentes do P.I.C.O. PICO Paciente s 0ACIENTESHOMENSEMULHERESADULTOSSINTOMÉTICOS )NTERVEN ÎO s -EDIDADOESCOREDECÉLCIOPELA4OMOGRAlA Computadorizada Multislice Comparação s !NGIOGRAlACORONARIANAINVASIVAhPADRÎOOUROv “Outcome” (Desfecho) s $IAGNØSTICODEESTENOSECORONARIANAt 50% Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 103 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s s s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline ( 4 ), EMBASE ( 0 ) e Cochrane ( 0 ). A Tabela 2 expõe o número de trabalhos avaliados; .ABASESECUNDÉRIANÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS %NFOQUEDA0ESQUISA .ÞMERODE4RABALHOS Diagnóstico 4 Total 4 Tabela 2 – No de trabalhos selecionados para avaliação crítica segundo o enfoque da pesquisa %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s s s s 104 /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $E trabalhos considerados para avaliação crítica, nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo. &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1977 e 2012. !ANÉLISECRÓTICADOSESTUDOSDEACURÉCIADIAGNØSTICA será feita usando a ferramenta de avaliação da qualidade metodológica QUADAS12. Foram avaliados estudos randomizados ou não, onde todos os participantes são designados para o teste (intervenção) e comparado com o “padrão-ouro”. Aqueles que apresentavam os números absolutos de verdadeiros positivos, falsos negativos, falsos positivos e verdadeiros negativos ou mostravam informação suficiente para permitir o seu cálculo eram avaliados criticamente. !EVIDÐNCIASERÉANALISADASEGUNDOACLASSIlCA ÎODE Oxford13, que estabelece a força da evidência. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s /SRESULTADOSREFERENTESÌSITUA ÎOCLÓNICACONSIDERADA serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências bibliográficas; 0ARARESULTADOSCOMEVIDÐNCIADISPONÓVELSERÎODElNIDOS de maneira específica: a população, a intervenção, o CONTROLEh@PADRÎOOUROvEDESFECHODIAGNØSTICO Não serão incluídos nos resultados, questões relacionadas a custo; 5TILIZANDOO%##DEFORMABINÉRIAIGUALAZEROOUMAIOR que zero para predizer estenose coronariana, os resultados serão apresentados em sensibilidade, especificidade, razão de verossimilhança (RV) positiva, RV negativa, prevalência (probabilidade pré teste) e probabilidade pós teste. Serão incluídos os intervalos de confiança (IC) 95%. RESULTADOS 1UESTÎOCLÓNICA Pacientes com suspeita de doença arterial coronariana obstrutiva e ECC zero não necessitam de outros exames para excluir estenose significativa (t50%) da artéria coronária? %VIDÐNCIA3ELECIONADA &OR ADA%VIDÐNCIA" 1: Maffei E, Martini C, Tedeschi C, Spagnolo P, Zuccarelli A, Arcadi T, Guaricci A, Seitun S, Weustink A, Mollet N, Cademartiri F. Diagnostic accuracy of 64-slice computed tomography coronary angiography in a large population of patients without revascularisation: registry data on the impact of calcium score. Radiol Med. 2011 Oct; 116(7):1000-13. Epub 2011 Mar 19. English, Italian.14 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 105 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva s s s s &ORAMINCLUÓDOSPACIENTESCOMSUSPEITADEDOEN A ARTERIALCORONARIANAOBSTRUTIVACOMRITMO SINUSAL4ODOSOSPACIENTESFORAMSUBMETIDOSÌ angiotomografia coronária (MSCT- 64 Detectors). $ESFECHOCONSIDERADOESTENOSESIGNIlCATIVA (t 50% do lúmen). 0ADRÎOOUROANGIOCORONARIOGRAlAINVASIVA !NÉLISEDEBANCODEDADOS Pacientes(N): 1500 Prevalência: 51% Probabilidade pré teste: Sensibilidade: 90% Especificidade: 46% 51% (1.0) Teste Positivo: RV +: 1.66 IC 95%: [1.55, 1.78] Probabilidade pós teste: 63% (1.7) IC 95%: [62%, 65%] Teste Negativo: RV - : 0.21 IC 95%: [0.17, 0.26] Probabilidade pós teste 18% (0.2) IC 95%: [15%, 21%] 106 s /EXAMENEGATIVO%##CONFEREERRODIAGNØSTICO (estenose t 50%) de 18% (a partir de prevalênciade 51%). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva !NÉLISEPORCLASSEn%##POSITIVOX%%#NEGATIVO ECC 1-10 Probabilidade pré teste: 50% (1.0) Teste Positivo : RV+: 1.89 IC 95% : [1.11, 3.21] Probabilidade pós teste: 65% (1.9) IC 95%: [53%, 76%] Teste Negativo: RV - : 0.92 IC 95%: [0.86,0.99] Probabilidade pós teste: 48% (0.9) IC 95% : [46%, 50%] ECC 11-100 Probabilidade pré teste: 50%(1.0) Teste Positivo: RV +: 3.13 IC 95%: [2.41,4.07] Probabilidade pós teste: 76% (3.1) IC 95%: [71%, 80%] Teste Negativo: RV - : 0.52 IC 95%: [0.45, 0.60] Probabilidade pós teste 34% (0.5) IC 95%: [31%, 37%] Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 107 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva ECC 101-400 Probabilidade pré teste: 50% (1.0) Teste Positivo: RV +: 2.00 IC 95%: [1.76, 2.27] Probabilidade pós teste 67% (2.0) IC 95%: [64%, 69%] Teste Negativo: RV - : 0.36 IC 95% : [0.30,0.44] Posterior probability (odds): 26% (0.4) 95% confidence interval: [23%, 31%] ECC 401-1000 Probabilidade pré teste: 50% (1.0) Teste Positivo: RV +: 21 IC 95%: [12, 38] Probabilidade pós teste: 95% (21.0) IC 95%: [92%, 97%] Teste Negativo: RV - : 0.28 IC 95%: [0.23, 0.34] Probabilidade pós teste: 22% (0.3) IC 95%: [19%, 25%] 108 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva ECC >1000 Probabilidade pré teste: 50% (1.0) Teste Positivo: RV +: 3.70 IC 95%: [2.84, 4.83] Probabilidade pós teste: 79% (3.7) IC 95%: [74%, 83%] Teste Negativo: RV - : 0.45 IC 95%: [0.39, 0.53] Probabilidade pós teste 31% (0.5) IC 95%: [28%, 35%] A probabilidade de estenose significativa (t 50%), com ECC t 400 é alta (79% - 95%). %VIDÐNCIA3ELECIONADA &OR ADA%VIDÐNCIA" 2: Gottlieb I, Miller JM, Arbab-Zadeh A, Dewey M, Clouse ME, Sara L, Niinuma H, Bush DE, Paul N, Vavere AL, Texter J, Brinker J, Lima JA, Rochitte CE. The absence of coronary calcification does not exclude obstructive coronary artery disease or the need for revascularization in patients referred for conventional coronary angiography. J Am Coll Cardiol. 2010 Feb 16; 55(7):627-34.15 s &ORAMINCLUÓDOSPACIENTESCOMSUSPEITAALTADE DOEN AARTERIALCORONARIANAOBSTRUTIVAEQUEFORAM ENCAMINHADOSPARAANGIOGRAlAINVASIVATrata-se de UMSUBESTUDODO#/2%#ORONARY%VALUATION Using Multi-Detector Spiral Computed Tomography Angiography Using 64 Detectors). s $ESFECHOCONSIDERADOESTENOSESIGNIlCATIVAt 50%). s 0ADRÎOOUROANGIOCORONARIOGRAlAINVASIVA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 109 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva s s Pacientes (N): 291 %STUDOPROSPECTIVO !LEITURADOhPADRÎOOUROvFOIINDEPENDENTEDA leitura do ECC. Prevalência 56% Sensibilidade: 91% Especificidade: 45% %##TESTEPOSITIVO%##TESTENEGATIVO Probabilidade pré teste: 56% (1.3) TESTE POSITIVO: RV +: 1.67 IC 95%: [1.42, 1.97] Probabilidade pós teste: 68% (2.1) IC 95%: [64%, 71%] TESTE NEGATIVO: RV - : 0.19 IC 95%: [0.11, 0.32] Probabilidade pós teste 19% (0.2) IC 95%: [12%, 29%] s /EXAMENEGATIVO%##CONFEREERRODIAGNØSTICO (estenose t 50%) de 19% (a partir de prevalência de 56%). %VIDÐNCIA3ELECIONADA &OR ADA%VIDÐNCIA" 3: Konieczyska M, Tracz W, Pasowicz M, Przewłocki T. Use of coronary calcium score in the assessment of atherosclerotic lesions in coronary arteries. Kardiol Pol. 2006 Oct; 64(10):1073-9; discussion 1080-1.16 s &ORAMINCLUÓDOSPACIENTESSINTOMÉTICOSADMITIDOS EMHOSPITALPARAANGIOCORONARIOGRAlAINVASIVA/ EQUIPAMENTOUTILIZADOFOIATOMOGRAlAHELICOIDAL multislice com 16 fileiras de detectores. %STEESTUDOPERMITECÉLCULOPARA%##E%## 110 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva s s s s PORÏMNÎOESTÎODISPONÓVEISDADOSDASDIFERENTES classes do Escore de Agatston. $ESFECHOAVALIADOESTENOSESIGNIlCATIVAt 50%). 0ADRÎOOUROANGIOCORONARIOGRAlAINVASIVA %STUDOPROSPECTIVO !LEITURADOhPADRÎOOUROvNÎOFOIINDEPENDENTE da leitura do ECC. %##TESTEPOSITIVO%##TESTENEGATIVO Pacientes (N): 340 Prevalência: 52% Sensibilidade: 97% Probabilidade pré teste: Especificidade: 53% 52%(1.1) TESTE POSITIVO: RV +: 2.06 IC 95%: [1.74, 2.43] Probabilidade pós teste: 69% (2.3) IC 95%: [66%, 73%] TESTE NEGATIVO: RV - : 0.06 IC 95%: [0.03, 0.14] Probabilidade pós teste 6% (0.1) IC 95%: [3%, 13%] s /EXAMENEGATIVO%##CONFEREERRODIAGNØSTICO (estenose t 50%) de 6% (a partir de prevalência de 52%). %VIDÐNCIA3ELECIONADA &OR ADA%VIDÐNCIA" 4: Haberl R, Tittus J, Böhme E, Czernik A, Richartz BM, Buck J, Steinbigler P. Multislice spiral computed tomographic angiography of coronary arteries in patients with suspected coronary artery disease: an effective filter before catheter angiography? Am Heart J. 2005 Jun; 149(6):1112-9.17 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 111 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva s s s s s Pacientes (N): 133 &ORAMINCLUÓDOSPACIENTESCOMSUSPEITADEDOEN A ARTERIALCORONARIANAOBSTRUTIVAEINDICA ÎOCLÓNICA PARAANGIOGRAlAINVASIVADORPRECORDIALESINAIS DEISQUEMIANOTESTEDESTRESS CONVENCIONAL Critérios de exclusão: doença coronária conhecida PRÏVIO)!-SÓNDROMECORONARIANAAGUDAPACIENTES JÉSUBMETIDOSÌINTERVEN ÎOCORONARIANAOU %##%QUIPAMENTOUTILIZADOSLICE#4SCANNER $ESFECHOAVALIADOESTENOSESIGNIlCATIVA (> 50% do lúmen). 0ADRÎOOUROANGIOCORONARIOGRAlAINVASIVA %STUDOPROSPECTIVO !LEITURADOhPADRÎOOUROvFOIINDEPENDENTEDA leitura do ECC. Prevalência: 50% Sensibilidade: 85% Especificidade: 22% %##TESTEPOSITIVO%##TESTENEGATIVO Probabilidade pré teste: 50% (1.0) Teste Positivo: RV +: 1.08 IC 95%: [0.92, 1.27] Probabilidade pós teste: 52% (1.1) IC 95%: [48%, 56%] Teste Negativo: RV - : 0.71 IC 95%: [0.34, 1.47] Probabilidade pós teste 42% (0.7) IC 95%: [25%, 60%] 112 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva s /EXAMENEGATIVO%##CONFEREERRODIAGNØSTICO (estenose > 50%) de 42% (a partir de prevalência de 50%). DISCUSSÃO Esta diretriz avaliou o valor diagnóstico do Escore de Cálcio Zero. A revisão da literatura mostra uma discrepância significativa nos valores ótimos do ponto de corte (cut-off) do Escore de Cálcio Coronariano total, para diagnosticar a presença de estenose coronariana significativa (t 50%). Assim, a opção por analisar o ECC > 0 (teste positivo) e ECC = 0 (teste negativo). A angiocoronariografia invasiva foi considerada o “padrão ouro” por fornecer informações anatômicas e definir a localização e a gravidade das lesões coronarianas, apesar da significativa variação na interpretação inter e intraavaliador. Todos os pacientes dos estudos avaliados foram submetidos ao “padrão ouro”. Foram incluídos um estudo retrospectivo14 (análise de banco de dados) e três prospectivos15,16,17. Na situação retrospectiva, o estudo fica vulnerável ao viés de verificação. Todos os estudos empregavam a tomografia computadorizada com múltiplas fileiras de detectores para avaliação do ECC, sendo excluídos aqueles em que o ECC era obtido por aparelhos ultra-rápidos, pois a equivalência entre os dois métodos deve ser aceita para ECC acima de 100.19 Salienta-se também que a tomografia computadorizada multislice com menos de 64 fileiras de detectores permanece suspeita quanto à sua precisão para quantificar o escore de cálcio devido a questões de tempo de movimento e de digitalização20. SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA A tomografia computadorizada de múltipols detectores (multislice) é um tipo de tomografia helicoidal. Com o desenvolvimento da tomografia computadorizada, fileiras de detectores foram acrescentadas aos aparelhos, Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 113 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva o que permitiu um aumento do número de cortes a cada rotação, melhorando a resolução espacial e temporal. Isto foi importante para a imagem cardíaca que é mais suscetível a artefatos de imagem. A idéia de um exame não invasivo para o diagnóstico da doença arterial coronariana é promissora, porém sabe-se que nem todas as placas ateroscleróticas são calcificadas. As placas não calcificadas podem ocorrer isoladamente na ausência de qualquer outro segmento calcificado na árvore vascular20. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA$ISPONÓVEL %SCOREDE#ÉLCIO:ERONA%STENOSE#ORONARIANA3IGNIFICATIVA (t 50%) Em pacientes com suspeita de doença arterial coronariana obstrutiva (dor precordial e sinais de isquemia no teste de stress convencional); sem IAM prévio, síndrome coronariana aguda ou já submetidos à intervenção coronariana. O exame negativo (ECC* = 0) confere erro diagnóstico (estenose t 50%) de 6% a 42% a partir de uma prevalência de 50% a 56%. Portanto a ausência de calcificação não exclui a estenose significativa (t 50%) nestes pacientes. A probabilidade de estenose significativa, com ECC t 400 é alta (79% 95%) *Escore de Agatston REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Souza MFM, Timerman A, Serrano Jr CV, Santos RD, Mansur AP. Tendências do risco de morte por doenças circulatórias nas cinco regiões do Brasil no período de 1979 a 1996. Arq Bras Cardiol 2001; 77: 562-75. 2. Greenland P, Smith SC, Grundy SM. Improving coronary heart disease assessment in asymptomatic people: role of traditional risk factors and non-invasive cardiovascular tests. Circulation 2001; 104: 1863-67. 3. Grundy SM, Pasternak R, Greenland P, Smith Jr S, Fuster V. Assesment of cardiovascular risk by use of multiple-risk-factor assessment 114 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. equations. Circulation 1999; 100: 1481-92. Ringqvist I, Fisher RD, Mock M, et al. Prognostic value of angiographic indices of coronary artery disease from the Coronary Artery Surgery Study (CASS). J Clin Invest 1983; 71:1854 66. Emond M, Mock MB, Davis KB, et al. Long term survival in the medically treated patients in the Coronary Artery Surgery Study (CASS) Registry. Circulation 1994; 90: 2645-57. Hoff JA, Chomka EV, Krainik AJ, Daviglus M, Rich S, Kondos GT. Age and gender distributions of coronary artery calcium detected by electron beam tomography in 35,246 adults. Am J Cardiol 2001;87:1335-9. Janowitz WR, Agatston AS, Kaplan G, Viamonte M Jr. Differences in prevalence and extent of coronary artery calcium detected by ultrafast computed tomography in asymptomatic men and women. Am J Cardiol 1993;72:247-54. Rumberger JA, Simons DB, Fitzpatrick LA, Sheedy PF, Schwartz RS. Coronary artery calcium area by electron-beam computed tomography and coronary atherosclerotic plaque area. A histopathologic correlative study.Circulation 1995; 92:2157-62. Rumberger JA, Schwartz RS, Simons DB, Sheedy PF, 3rd, Edwards WD, Fitzpatrick LA. Relation of coronary calcium determined by electron beam computed tomography and lumen narrowing determined by autopsy. Am J Cardiol 1994;73:1169-73. Agatston AS, Janowitz WR, Hildner FJ, Zusmer NR, Viamonte M Jr., Detrano R. Quantification of coronary artery calcium using ultrafast computed tomography. J Am Coll Cardiol 1990;15:827-32. Margolis JR, Chen JT, Kong Y, Peter RH, Behar VS, Kisslo JA. The diagnostic and prognostic significance of coronary artery calcification. A report of 800 cases.Radiology 1980;137:609-16. Whiting J, Rutjes AW, Dinnes J, Reitsma JB, Bossuyt PM, Kleijnen J. Development and validation of methods for assessing the quality of diagnostic accuracy studies. Health Tech Assess 2004; 8 (25). Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). Available from: http://www.cebm.net/index.aspx?o=1025. Maffei E, Martini C, Tedeschi C, Spagnolo P, Zuccarelli A, Arcadi T, Guaricci A, Seitun S, Weustink A, Mollet N, Cademartiri F. Diagnostic accuracy of 64-slice computed tomography coronary angiography in a large population of patients without revascularisation: registry data on the impact of calcium score. Radiol Med. 2011 Oct; 116(7):1000-13. Epub 2011 Mar 19. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 115 Escore de Cálcio Coronariano como Ferramenta Diagnóstica na Doença Arterial Coronariana Obstrutiva 15. Gottlieb I, Miller JM, Arbab-Zadeh A, Dewey M, Clouse ME, Sara L, Niinuma H, Bush DE, Paul N, Vavere AL, Texter J, Brinker J, Lima JA, Rochitte CE. The absence of coronary calcification does not exclude obstructive coronary artery disease or the need for revascularization in patients referred for conventional coronary angiography. J Am Coll Cardiol. 2010 Feb 16; 55(7):627-34. 16. Konieczyska M, Tracz W, Pasowicz M, Przewłocki T. Use of coronary calcium score in the assessment of atherosclerotic lesions in coronary arteries. Kardiol Pol. 2006 Oct; 64(10):1073-9; discussion 1080-1. 17. Haberl R, Tittus J, Böhme E, Czernik A, Richartz BM, Buck J, Steinbigler P. Multislice spiral computed tomographic angiography of coronary arteries in patients with suspected coronary artery disease:an effective filter before catheter angiography?Am Heart J. 2005 Jun;149(6):1112-9. 18. Diretrizes de Doença Coronariana Crônica – Angina Estável. Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Volume 83, Suplemento II, Setembro 2004. 19. Rumberger JA. Using noncontrast cardiac CT and coronary artery calcification measurements for cardiovascular risk assessment and management in asymptomatic adults. Vasc Health Risk Manag. 2010 Aug 9;6:579-91. 20. Waugh N, Black C, Walker S, Mclntyre L, Cummins E, Hillis G. The effectiveness and cost-effectiveness of computed tomography screening for coronary artery disease: systematic review. Health Technol Assess 10 (39), 2006. 116 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar FIXAÇÃO PEDICULAR DINÂMICA NA DOENÇA DEGENERATIVA DA COLUNA LOMBAR Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 117 Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar INTRODUÇÃO O uso da artrodese no tratamento da doença degenerativa discal lombar tem como objetivo estabilizar a articulação, e produzir melhora da dor, retorno ao trabalho e satisfação do paciente1. A fixação rígida vertebral tem aumentado as porcentagens de artrodese. Além do foco terapêutico para a doença degenerativa discal lombar através da fusão vertebral, muitos estudos têm reportado uma progressão acelerada da degeneração adjacente ao nível da fusão, resultando em evolução clínica imprópria e necessidade de re-operação. Pressupõe-se que pacientes com um desequilíbrio sagital têm risco aumentado dessa degeneração 2. Como opção terapêutica para esse provável processo degenerativo adjacente o cirurgião tem a opção de fixação rígida envolvendo as vértebras adjacentes, o que logicamente apenas poderia causar novas degenerações em níveis diferentes . Para lidar com essa situação clínica foram desenvolvidos sistemas de estabilização dinâmica, baseados em hastes e parafusos, que apesar da fixação vertebral teriam o potencial para preservar os movimentos e diminuir a degeneração adjacente à fusão (DAF)3. Entretanto, apesar do desenvolvimento e consequente uso desses fixadores há vários anos4, ainda não está claro qual seu real benefício no tratamento da doença degenerativa da coluna lombar. OBJETIVO O objetivo desta avaliação é definir os benefícios do uso da fixação pedicular dinâmica em comparação à fixação rígida no tratamento dos pacientes com doença degenerativa da coluna lombar. 118 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar MATERIAL E MÉTODO s !OBTEN ÎODAEVIDÐNCIAASERUTILIZADAPARASUSTENTAR o uso clínico da Fixação pedicular dinâmica seguiu os passos de elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDA#LÓNICA s /SPACIENTES SUBMETIDOSÌ&IXA ÎO0EDICULAR$INÊMICA têm melhor evolução clínica do que aqueles submetidos à fixação rígida? )NDICA ÜESPROPOSTASEMAVALIA ÎO s $OEN A$EGENERATIVADACOLUNALOMBAR Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOS componentes do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). P aciente* I Fixação Pedicular Dinâmica C Fixação Rígida O Evolução Clínica "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s 0RIMÉRIAS0UB-ED-EDLINE%-"!3% e Cochrane CENTRAL %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA Pubmed/Medline e EMBASE s 0)NTERVERTEBRALDISKDISPLACEMENT/2LOWBACKPAIN/2 lumbar vertebrae OR lumbar OR spinal diseases OR intervertebral disk degeneration) AND s )3PINAL&USIONINSTRUMENTATION/2INTERNALlXATORS/2 cosmic-system OR Dynamic fixation OR Dynamic stabilization OR dynamic neutralization OR bone screws) Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 119 Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar AND s RANDOMIZEDCONTROLLEDTRIAL;0UBLICATION4YPE=/2 (randomized[Title/Abstract] AND controlled[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract])) Cochrane CENTRAL s $YNAMIClXATION!.$LUMBAR Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 152 EMBASE 4 Cochrane 8 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODE%NSAIO Clínico Controlado Randomizado; s &ORAMDElNIDOSCOMO%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados aqueles cujo escore JADAD5 foi maior ou igual a três (3); s .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))NASELE ÎODOSESTUDOS para não produzir uma limitação ainda maior na seleção. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESADULTOSCOMSINAISESINTOMASDEDOEN A degenerativa discal da coluna lombar, não submetidos previamente à cirurgia. Pacientes com infecção, trauma, tratamento cirúrgico da osteoporose e comorbidades que interferem com a deambulação foram excluídos. )NTERVEN ÎO s &IXA ÎOPEDICULARDINÊMICACOMHASTESEPARAFUSOSSEM artroplastia. Comparação s &IXA ÎOPEDICULAR rígida com artrodese. 120 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar “Outcome” (Desfecho) s $ESFECHOSCLÓNICOS Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSESTUDOSEM0ORTUGUÐS%SPANHOL ou Inglês Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis e publicados em revistas indexadas foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s s s s s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDE informação primária foram avaliados; !PØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICAFORAMSELECIONADOS 0UB-ED-EDLINEE%-"!3%TRABALHOS4,6-11, e #OCHRANE#%.42!,NENHUMTRABALHO .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS /SMOTIVOSDEINCLUSÎOEEXCLUSÎODOSTRABALHOSAPØSA avaliação crítica estarão dispostos nos resultados. %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s s s s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎOCRÓTICA nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo. /SDEMAISMOTIVOSDEEXCLUSÎOESTÎOEXPLICITADOSNOS resultados. &ORAMSUBMETIDOSABUSCATRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1964 e 2011. 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Ensaio Clínico Controlado Randomizado (ECR), esta foi submetida a um Check-list apropriado de avaliação crítica (Tabela 2). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 121 Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar s !AVALIA ÎOCRÓTICADO%#2PERMITECLASSIlCÉLOSEGUNDO o escore JADAD, considerando os Ensaios JADAD < três (3) como inconsistentes, e aqueles com escore t três (3), consistentes. 2OTEIRODE!VALIA ÎO#RÓTICADE%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados (Check-list) !NÉLISE#RÓTICADA%VIDÐNCIA3ELECIONADA Dados do estudo Referência, Desenho de estudo, JADAD, força da evidência Cálculo da amostra Diferenças estimadas, poder, nível de significância, total de pacientes Seleção dos pacientes Critérios de inclusão e exclusão Pacientes Recrutados, randomizados, diferenças prognósticas Randomização Descrição e alocação vendada Seguimento dos pacientes Tempo, perdas, migração Protocolo de tratamento Intervenção, controle e cegamento Desfechos considerados Principal, secundário, instrumento de medida do desfecho de interesse Análise Intenção de tratamento, analisados intervenção e controle Resultado Benefício ou dano em dados absolutos Benefício ou dano em média "ENEFÓCIOOU$ANO$ADOS!BSOLUTOS Desfechos NEI NEC RAI % RAC % RRA/ARA % IC NNT/NNH NEI: número de eventos na intervenção; NEC: número de eventos no controle RAI: risco absoluto na intervenção; RAC: risco absoluto no controle; ARA: aumento do risco absoluto; IC: intervalo de confiança de 95%; NNH: número necessário para tratar para produzir um dano; NNT: número necessário para tratar "ENEFÓCIOOU$ANO%M-ÏDIA Desfecho Hbo Sham Diferença P 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em pacientes A intervenção Em comparação ao Reduz ou aumenta o risco Tabela 2 - Instrumento utilizado para avaliar criticamente os Ensaios Clínicos Randomizados. 122 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s /SRESULTADOSREFERENTESÌSITUA ão clínica considerada (doença degenerativa da coluna lombar ) serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências; Sempre que possível, os resultados definirão de maneira específica: a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou ausência de benefício e/ou dano, e as controvérsias; .ÎOSERão incluidas nos resultados asquestões relacionadas a custo; /SDESFECHOSCONSIDERADOSSERÎOLIMITADOSÌElCÉCIAE segurança das intervenções. RESULTADOS 1UESTÎO#LÓNICA s /SPACIENTESCOM$OEN A$EGENERATIVADACOLUNA Lombar submetidos à Fixação pedicular Dinâmica tem melhor evolução clínica do que aqueles submetidos à fixação rígida e artrodese? 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADAEM&IXA ÎO0EDICULAR Dinâmica Dos estudos inicialmente selecionados (07 trabalhos), apenas 01 pode ser incluído para sustentar a Síntese da Evidência referente ao uso da Fixação Pedicular Dinâmica (Tabela 3). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 123 Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar %VIDÐNCIASELECIONADAEM&IXA ÎO0EDICULAR$INÊMICA Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo exclusão 02 4,11 Ensaio Clínico Randomizado 07 01 6 02 7, 10 02 8, 9 JADAD < 3 Não é ECR Não relacionado ao PICO Tabela 3 – Processo seletivo da Evidência em Fixação Dinâmica a ser utilizada na Síntese 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEM&IXA ÎO0EDICULAR Dinâmica Sessenta pacientes6 com dor lombosacra e/ou não radicular persistente, não responsiva ao tratamento conservador, há pelo menos 6 meses, e presença de osteocondrose grau > 2 de Modic, resultando em degeneração discal L4/5 ou L5/S1, foram submetidos a artrodese antero-posterior. Um dos dois grupos (n:30) foi submetido a fixação pedicular dinâmica no nível adjacente superior à fusão. Em seguimento médio de 6 anos foram avaliados segundo os seguintes desfechos: eventos adversos radiológicos, desempenho funcional avaliado pelo questionário ODI12 e intensidade da dor medida pelo VAS. Nenhuma diferença foi identificada nos diferentes desfechos entre os dois grupos . 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADE&IXA ÎO0EDICULAR$INÊMICA Em pacientes com doença degenerativa da coluna lombar com sintomas lombosacros e/ou não radiculares há mais de 6 meses, não responsivos ao tratamento conservador, não há benefício clínico ou radiológico na artrodese com fixação dinâmica. DISCUSSÃO A Doença Degenerativa da Coluna Lombar produz elevado impacto social e econômico para os pacientes afetados e ao sistema de sáude, sendo possivelmente influenciada por aspectos genéticos e de evolução progressiva13. Os fixadores pediculares semi-rígidos e dinâmicos foram desenvolvidos para proteger a coluna de uma possível degeneração adjacente e para 124 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar minimizar os efeitos mecânicos determinados pela artrodese4. Devido a importância clínica, econômica e social desses sistemas dinâmicos, bem como pela necessidade de serem comparados com o procedimento em uso regular, e pela factibilidade do delineamento da pesquisa nessa situação clínica (eletiva e prevalente), apenas Ensaios Clínicos Randomizados foram considerados para sustentar suas possíveis vantagens clínicas. Há poucos trabalhos recuperados entitulados como Ensaios Clínicos Randomizados estudando a fixação pedicular dinâmica em comparação à rígida no tratamento de pacientes com Doença Degenerativa da coluna Lombar. Devido à natureza do procedimento cirúrgico, o duplo cegamento é inviável. Nessa situação de potencial fraqueza da evidência, a utilização de escore discriminatório que identifique minimamente sinais de rigor metodológico redutores de vieses é necessário. O estudo incluído, bem como os excluídos foram submetidos a mensuração através do escore JADAD, que identificou apenas um entre os demais Ensaios com características fundamentais e possíveis a ECR investigando essa intervenção: randomização apropriada e perda de seguimento < 20%. Alinhado a isso, verificamos outras características, como os critérios de inclusão, composto por grupo heterogêneo de doenças degenerativas, o que dificulta a análise do subgrupo de situações clínicas que podem ter real benefício. Permanece ainda, pela impossibilidade de duplo cegamento, o vies de desfechos clínicos avaliados através de instrumentos de medida paciente dependente (ODI e VAS), apesar de tempo de seguimento apropriado. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADE&IXA ÎO0EDICULAR$INÊMICA Em pacientes com doença degenerativa da coluna lombar com sintomas lombosacros e/ou não radiculares há mais de 6 meses, não responsivos ao tratamento conservador, não há benefício clínico ou radiológico na artrodese com fixação dinâmica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Bono CM, Lee CK. Critical analysis of trends in fusion for degenerative disc disease over the past 20 years: influence of technique on fusion rate and clinical outcome. Spine (Phila Pa 1976) 2004; 29: 455-63. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 125 Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar 2. Putzier M, Hoff E, Tohtz S, Gross C, Perka C, Strube P. Dynamic stabilization adjacent to single-level fusion: part II. No clinical benefit for asymptomatic, initially degenerated adjacent segments after 6 years follow-up. Eur Spine J 2010; 19: 2181-9. 3. Kanayama M, Hashimoto T, Shigenobu K, Togawa D, Oha F. A minimum 10-year follow-up of posterior dynamic stabilization using Graf artificial ligament. Spine (Phila Pa 1976) 2007; 32: 1992–6. 4. Korovessis P, Papazisis Z, Lambiris E. The role of rigid vs. dynamic instrumentation for stabilization of the degenerative lumbosacral spine. Stud Health Technol Inform 2002; 91:457-61. 5. Jadad AR, Moore RA, Carroll D, Jenkinson C, Reynolds DJ, Gavaghan DJ, et al. Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: is blinding necessary? Control Clin Trials 1996; 17:1-12. 6. Putzier M, Hoff E, Tohtz S, Gross C, Perka C, Strube P. Dynamic stabilization adjacent to single-level fusion: part II. No clinical benefit for asymptomatic, initially degenerated adjacent segments after 6 years follow-up. Eur Spine J 2010; 19: 2181-9. 7. Korovessis P, Repantis T, Papazisis Z, Iliopoulos P. Effect of sagittal spinal balance, levels of posterior instrumentation, and length of followup on low back pain in patients undergoing posterior decompression and instrumented fusion for degenerative lumbar spine disease: a multifactorial analysis. Spine (Phila Pa 1976) 2010; 35: 898-905. 8. Ekman P, Möller H, Shalabi A, Yu YX, Hedlund R. A prospective randomised study on the long-term effect of lumbar fusion on adjacent disc degeneration. Eur Spine J 2009; 18: 1175-86. 9. Pitzen TR, Chrobok J, Stulik J, Ruffing S, Drumm J, Sova L, et al. Implant complications, fusion, loss of lordosis, and outcome after anterior cervical plating with dynamic or rigid plates: two-year results of a multi-centric, randomized, controlled study. Spine (Phila Pa 1976) 2009; 34: 641-6. 10. Putzier M, Schneider SV, Funk JF, Tohtz SW, Perka C. The surgical treatment of the lumbar disc prolapse: nucleotomy with additional transpedicular dynamic stabilization versus nucleotomy alone. Spine (Phila Pa 1976) 2005; 30: E109-14. 11. Korovessis P, Papazisis Z, Koureas G, Lambiris E. Rigid, semirigid versus dynamic instrumentation for degenerative lumbar spinal stenosis: a correlative radiological and clinical analysis of short-term results. Spine (Phila Pa 1976) 2004; 29: 735-42. 12. &AIRBANK*##OUPER*$AVIES*"/"RIEN*04HE/SWESTRYLOWBACK 126 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Fixação Pedicular Dinâmica na Doença Degenerativa da Coluna Lombar pain disability questionnaire. Physiotherapy 1980; 66: 271–3. 13. Chan D, Song Y, Sham P, Cheung KM. Genetics of disc degeneration. Eur Spine J 2006; Suppl 3: S317-25. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 127 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 128 Mastectomia Profilática MASTECTOMIA PROFILÁTICA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 129 Mastectomia Profilática INTRODUÇÃO O câncer de mama é a neoplasia que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para 2012, são esperados no Brasil, 52.680 novos casos, com um risco estimado de 52 casos para cada 100 mil mulheres 1. Aproximadamente 70 a 80% dos casos de câncer de mama são de origem esporádica. Por outro lado, causas hereditárias são atribuídas a 5-10% daqueles identificados na população geral sendo 25 a 40% incidentes em mulheres com idade inferior aos 35 anos. Dos cânceres de mama hereditários, a depender da população avaliada, 54 a 80% ocorrem em indivíduos portadores de mutações nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2 (genes responsáveis pela regulação e reparo do DNA), sendo, nestes pacientes, maior a propensão à bilateralidade 2-7. Da mesma forma, os genes BRCA parecem ser responsáveis por parte considerável das formas hereditárias de câncer de ovário (35 a 60% para mutações no gene BRCA1 e 10 a 28% para BRCA2), neoplasia menos frequente e muitas vezes assintomática 8. Baseado nestes dados, a salpingooforectomia bilateral e a mastectomia bilateral, ambas consideradas cirurgias redutoras de risco quando indicadas a pacientes predispostas ao desenvolvimento de câncer, como presença de mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2, emergem como opções cirúrgicas com a finalidade príncipe de diminuir o risco de câncer de ovário e mama, respectivamente 9. OBJETIVO Identificar por meio da melhor evidência disponível o benefício (redução na incidência de câncer de mama) que a indicação da mastectomia bilateral redutora de risco traria para pacientes não portadoras desta neoplasia, mas com elevado risco, assinalado pelo reconhecimento da mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2. 130 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Mastectomia Profilática MATERIAL E MÉTODO A obtenção da evidência a ser utilizada para indicação da mastectomia redutora de risco objetivando redução na incidência de câncer de mama em pacientes de alto risco (portadoras de mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2) seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDACLÓNICA s !INDICA ÎODAMASTECTOMIAREDUTORADERISCOPARA pacientes reconhecidamente identificadas como carreadoras da mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 e não portadoras de câncer de mama possibilita redução na ocorrência desta neoplasia? Pergunta estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). "ASESDEINFORMA ÎOCIENTÓFICACONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3% 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIADEBUSCADAEVIDÐNCIA PubMed-Medline s 0ROGNOSIS"ROAD;lLTER=!.$"REAST.EOPLASMS/2 Carcinoma, Human Mammary OR Neoplasm, Human Mammary OR Breast Tumors OR Breast Cancer) AND (preventive therapy OR prophylaxis OR preventive measures OR prevention OR control) AND (Mastectomies OR Mammectomy OR Mammectomies OR Mastectomy)) EMBASE s @MASTECTOMYDE!.$@PROPHYLAXISDE Biblioteca Cochrane s "REAST#ANCER0REVENTION/20ROPHYLACTIC-ASTECTOMY AND BRCA. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 131 Mastectomia Profilática .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 1685 EMBASE 241 Secundária Biblioteca Cochrane 55 o Tabela 1 – N de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Avaliaram-se os títulos e resumos obtidos com a estratégia de busca nas bases de informação, separando-se os trabalhos com potencial relevância. Segundo o desenho de estudo s 0RIMANDOSEPELABUSCADETRABALHOSVINCULADOSAO menor grau de incerteza, procurou-se por ensaios clínicos randomizados. Todavia, em virtude da ausência destas publicações, ampliou-se a busca por estudos observacionais incluindo-se estudos coorte e caso controle. Revisões sistemáticas e metaanálises foram utilizadas com o princípio básico de recuperação de referências que porventura haviam sido perdidas em primeiro momento a partir da estratégia de busca inicial. Segundo os componentes do P.I.C.O Paciente s -ULHERESSEMDIAGNØSTICOPARACÊNCERDEMAMAMAS com elevado risco para esta neoplasia (reconhecidamente portadora de mutação dos genes supressores tumorais BRCA1 e/ou BRCA2). )NTERVEN ÎO s -ASTECTOMIAREDUTORADERISCOMASTECTOMIASUBCUTÊNEA mastectomia simples; mastectomia total; mastectomia radical ou mastectomia radical modificada). Comparação s 0ROGRAMADERASTREAMENTOGINECOLØGICOCONVENCIONAL (mamografia, exame clínico e auto-exame). 132 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Mastectomia Profilática “Outcome” (desfecho) s )NCIDÐNCIADECÊNCERDEMAMA Segundo o idioma s &ORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, francesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICAE%XPOSI ÎODOS Resultados s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARALEITURAEMTEXTOCOMPLETO foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por desenho de estudo, P.I.C.O., língua e disponibilidade do texto completo. s !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas na Tabela 3 e no item referências bibliográficas. s 3EMPREQUEPOSSÓVELOSRESULTADOSDElNIRÎODEMANEIRA específica: a população, a intervenção e os desfechos. Não serão incluídos nos resultados, questões relacionadas a custo. Planilha para descrição dos estudos e exposição dos resultados Evidência Incluída Desenho do Estudo População Selecionada Tempo Seguimento Desfecho Considerado e Expressão dos Resultados: Porcentagem, Risco, Odds, Hazard Ratio Tabela 2 - Planilha utilizada para descrição dos estudos incluídos e exposição dos resultados. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 133 Mastectomia Profilática RESULTADOS 1UESTÎOCLÓNICA s !INDICA ÎODAMASTECTOMIABILATERALREDUTORADERISCO para pacientes reconhecidamente identificadas como carreadoras da mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 e não portadoras de câncer de mama possibilita redução na ocorrência desta neoplasia? Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Estudos coorte 12 10-12 13-21 Tabela 3 – Processo seletivo da evidência sobre a mastectomia redutora de risco em pacientes com mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 a ser utilizada na sintese. Os principais motivos de exclusão dos trabalhos foram: estudos que incluíam pacientes não identificadas como portadoras de mutação BRCA1 e/ou BRCA2; mulheres com diagnóstico prévio de câncer de mama e estudos que não arrolavam grupo de comparação isto é, pacientes não submetidas à cirurgia, mas mantidas sob vigilância (exame clínico, auto-exame, mamografia, ressonância magnética). 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADA Dos estudos inicialmente selecionados (12 trabalhos), três foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente à indicação da mastectomia em pacientes portadoras de mutações nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 1. Domchek SM, et al. JAMA. 2010;304(9):967-975 10. Desenho: estudo coorte multicêntrico prospectivo. População: mulheres com mutação reconhecida nos oncogenes BRCA1 ou BRCA2 foram identificadas em 22 centros. Foi oferecido para estas pacientes a cirurgia redutora de risco (salpingooforectomia e/ou mastectomia bilateral). Aquelas que declinaram foram mantidas sob acompanhamento periódico com realização de mamografia anual, ressonância magnética, ultrassonografia transvaginal realizada a cada 6-12 meses e dosagem de CA-125. Tempo de seguimento: as pacientes submetidas ao tratamento cirúrgico foram acompanhadas pelo período médio de 3,65 anos (0,52 a 27,4 anos). Aquelas não submetidas a cirurgia redutora de risco foram 134 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Mastectomia Profilática mantidas sob acompanhamento pelo período médio de 4,29 anos (0,5 a 27,9 anos). Resultado: apenas pacientes submetidas a mastectomia bilateral redutora de risco na ausência da salpingooforectomia (prévia ou concomitante) foram incluídas na análise (n=660). Observa-se que a mastectomia bilateral redutora de risco esteve associada a redução na incidência de câncer de mama (0 casos de câncer em 75 pacientes em detrimento a 34 casos em 585 não submetidas a cirurgia) com RRA=0,058 (IC95%: 0,039 a 0,077) e NNT=17. 2. Rebbeck DR, et al. J Clin Oncol. 2004;22:1055-106211. Desenho: estudo coorte multicêntrico prospectivo. População: mulheres com mutação reconhecida nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 foram identificadas em 11 centros (n=483). Foi realizada mastectomia bilateral redutora de risco em 105. Utilizou-se de 378 pacientes como controle. Tempo de seguimento: acompanhamento de 5,5 anos. Resultado: o câncer de mama foi diagnosticado em duas pacientes daquelas submetidas a mastectomia (1,9%) em detrimento ao diagnóstico de 184 casos observados no controle (48,7%). A indicação da mastectomia bilateral redutora de risco esteve associada a redução no risco de câncer de mama (RRA=0,46 com IC95%: 0,41 a 0,52 e NNT=2). 3. Meijers-Heijboer H, et al. N Engl J Med. 2001; 345(3):159-64 12. Desenho: estudo coorte prospectivo. População: mulheres com mutação reconhecida nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 (n=139). Destas, 76 escolheram submeterse a mastectomia bilateral redutora de risco, enquanto 63 permaneceram sob acompanhamento (auto-exame das mamas realizado mensalmente; exame clínico das mamas a cada seis meses e mamografia anual). Deve-se notar, que em número significativo de mulheres (n=44), submetidas a mastectomia redutora de risco, foram realizadas a ooforectomia por doença ginecológica benigna, câncer ginecológico ou profilaxia, em detrimento daquelas mantidas sob vigilância (n=24). Tempo de seguimento: acompanhamento de três anos. Resultado: o câncer de mama não foi diagnosticado em pacientes submetidas a mastectomia bilateral redutora de risco. Todavia, oito mulheres mantidas sob vigilância apresentaram câncer (0 em 76 versus 8 em 63 respectivamente, com p=0,003). A mastectomia bilateral redutora de risco está associada a redução no risco de Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 135 Mastectomia Profilática câncer de mama (RRA=0,12 com IC95%: 0,045 a 0,209 e NNT=8). 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Pacientes reconhecidamente identificadas como carreadoras da mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 e sem diagnóstico prévio de câncer de mama, quando submetidas a mastectomia redutora de risco bilateral, apresentam, no período de acompanhamento médio de cinco anos, redução na incidência desta neoplasia. DISCUSSÃO Mulheres com mutação identificada nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 apresentam, aos 70 anos, risco acumulado para câncer de mama de 43 a 87%, sendo que este risco torna-se mais evidente a partir da idade de 2530 anos 22. Os riscos para câncer de ovário também são elevados: até 40% para mulheres com mutação no BRCA1 e 20% para portadoras de mutação em BRCA2. Para estas mulheres estão disponíveis estratégias objetivando a redução do risco ou diagnóstico precoce, tais como, seguimento com exame clínico e radiológico; quimioprevenção; salpingooforectomia e mastectomia bilateral ambas redutoras de risco. Nos últimos anos, estudos avaliando o impacto exercido pela cirurgia redutora de risco (mastectomia bilateral) sobre pacientes de elevado risco para câncer de mama (principalmente naquelas reconhecidamente portadoras de mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2), têm demonstrado redução significativa (85 a 90%) na incidência do câncer. Todavia, não existem dados que confirmem benefício na sobrevida global nestas pacientes, quando comparadas a indivíduos que não foram submetidos ao procedimento cirúrgico. Ainda que estudos mostrem redução na ocorrência de câncer de mama, não existe evidência prospectiva que confirme uma vantagem na sobrevida, sendo poucas as informações sobre a efetividade do procedimento em longo prazo. No entanto, é de grande importância mencionar que estes estudos diferem em qualidade, com alguns demonstrando falhas metodológicas significativas, principalmente devido ao viés de seleção, tempo de seguimento e desenho do estudo que muitas vezes se faz de maneira retrospectiva. Cabe ainda 136 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Mastectomia Profilática salientar, principalmente em virtude das questões éticas envolvidas, a inexistência de ensaios clínicos randomizados controlados desenhados com o intuito de examinar os possíveis impactos exercidos pela mastectomia redutora de risco sobre a sobrevivência. Para a presente análise, na ausência de dados originados a partir de ensaios clínicos randomizados, foram incluídos apenas estudos coorte prospectivos analisando mulheres reconhecidamente carreadoras de mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 e não portadoras de câncer de mama, submetidas e não submetidas a mastectomia bilateral redutora de risco, sendo possível a observação de redução na incidência de câncer de mama após procedimento cirúrgico 10-12. Todavia mesmo sob a tentativa de abranger estudos associados ao menor grau de incerteza, estes resultados devem ser analisados sob ótica cautelosa, a começar pelo tempo de acompanhamento das pacientes, pequeno em todos os estudos incluídos, com período médio de seguimento de 5,5 anos. Devemos ainda levar em consideração o processo utilizado na seleção das pacientes que, ao início dos estudos, apresentavam diferentes riscos individuais que contribuíam de maneira significativa para o desfecho final analisado, além do que determinavam grupos não comparáveis isto é, com elevado grau de heterogeneidade. Dentre as variáveis com elevado grau de heterogeneidade, podemos citar a idade, menarca, uso de terapia hormonal e a realização de cirurgia redutora de risco, como a salpingooforectomia bilateral concomitante a mastectomia bilateral redutora de risco. Além do mais, diferentes critérios na definição no ponto de início de seguimento foram utilizados. A prevalência de mutação BRCA1 e/ou BRCA2 no Brasil não é conhecida, sendo a literatura disponível sobre este assunto escassa, entretanto, considerando o número estimado de novos casos de câncer de mama em torno de 52.680 para o ano de 2012 e a susceptibilidade herdada para esta neoplasia ocorrendo em menos de 10% destes pacientes e que destes, 75% causados por mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, chegamos a uma prevalência aproximada de 4.000 casos/ano de câncer de mama BRCA1 e/ ou BRCA2 positivos. Desta forma, considerando-se a melhor das hipóteses (NNT=2), por ano, para se evitar 2.000 casos de câncer seriam necessárias a realização de 4.000 mastectomias bilaterais redutora de risco; por outro lado considerando-se o pior cenário (NNT=17), por ano, para se evitar 200 casos de câncer, seriam necessárias 4.000 mastectomias redutora de risco. Embora a mastectomia redutora de risco tenha demonstrado redução na Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 137 Mastectomia Profilática incidência de câncer de mama nos estudos considerados, é importante destacar a possibilidade da ocorrência do câncer de mama mesmo após a cirurgia, sendo relatado na literatura diagnóstico do câncer com intervalos que variam de 3 a 42 anos após a cirurgia. Cirurgiões reconhecem que o tecido mamário está distribuído na porção ântero-lateral da parede torácica e axila, e que a mastectomia não o remove completamente, com descrição de casos de câncer da mama no epitélio glandular residual depois da mastectomia redutora de risco. Outro ponto de interesse faz referência a frequência não desprezível de complicações originárias da mastectomia bilateral redutora de risco mais comuns principalmente após a reconstrução simultânea 23,24. As complicações mais frequentes perfazem dor, infecção e formação de seroma, sendo que cerca de 49% das pacientes necessitam de uma segunda cirurgia por problemas relacionados ao implante, remoção do implante, preocupações estéticas e complicações pós-operatórias imediatas 25 . Questões relacionadas à qualidade de vida, principalmente naqueles que nos remetem aos assuntos psicológicos, também devem ser considerados durante o processo de tomada de decisão. Não há estudos que comparam, nesta esfera, as pacientes que escolhem a mastectomia bilateral redutora de risco ou programas de vigilância ao câncer, entretanto, apenas uma pequena parcela das mulheres relata insatisfação com a decisão, sendo os resultados psicológicos e sociais, subsequentes à cirurgia mostrando-se favoráveis 26 . Ansiedade, preocupações com a imagem corporal, e sexualidade estão associadas com a satisfação à cirurgia. SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA Evidências sugerem que a mastectomia bilateral redutora de risco indicada a pacientes reconhecidamente identificadas como carreadoras da mutação nos oncogenes BRCA1 e/ou BRCA2 e sem diagnóstico prévio de câncer de mama, possibilita redução significativa no risco de câncer de mama. Como qualquer outro procedimento cirúrgico, complicações podem ocorrer, principalmente após reconstrução simultânea, sendo que não se pode afirmar que tal procedimento proteja contra o câncer de mama; A mastectomia bilateral redutora de risco, sendo procedimento cirúrgico irreversível pode determinar danos psicológicos em virtude da alteração de imagem corporal experimentada pela paciente. 138 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Mastectomia Profilática REFERÊNCIAS 1. http://www1.inca.gov.br/estimativa/2012/index.asp (consultado em fevereiro 2012). 2. Antoniou A, Pharoah PD, Narod S, Risch HA, Eyfjord JE, Hopper JL, et al: Average risks of breast and ovarian cancer associated with BRCA1 or BRCA2 mutations detected in case Series unselected for family history: a combined analysis of 22 studies. Am J Hum Genet 2003, 72:1117-1130. 3. Ford D, Easton DF, Stratton M, Narod S, Goldgar D, Devilee P, et al: Genetic heterogeneity and penetrance analysis of the BRCA1 and BRCA2 genes in breast cancer families. The Breast Cancer Linkage Consortium. Am J Hum Genet 1998, 62:676-689. 4. Verhoog LC, Brekelmans CT, Seynaeve C, van den Bosch LM, Dahmen G, van Geel AN, et al: Survival and tumour characteristics of breast-cancer patients with germline mutations of BRCA1. Lancet 1998, 351:316-321. 5. King MC, Marks JH, Mandell JB; New York Breast Cancer Study Group. Breast and ovarian cancer risks due to inherited mutations in BRCA1 and BRCA2. Science. 2003;302(5645):643-646. 6. Struewing JP, Hartge P, Wacholder S, et al. The risk of cancer associated with specific mutations of BRCA1 and BRCA2 among Ashkenazi Jews. N Engl J Med. 1997;336(20):1401-1408. 7. Chen S, Parmigiani G. Meta-analysis of BRCA1 and BRCA2 penetrance. J Clin Oncol. 2007;25(11): 1329-1333. 8. Satagopan JM, Boyd J, Kauff ND, et al. Ovarian cancer risk in Ashkenazi Jewish carriers of BRCA1 and BRCA2 mutations. Clin Cancer Res. 2002;8(12): 3776-3781. 9. Rutter JL, Wacholder S, Chetrit A, et al. Gynecologic surgeries and risk of ovarian cancer in women with BRCA1 and BRCA2 Ashkenazi founder mutations. J Natl Cancer Inst. 2003;95(14):1072-1078. 10. Domchek SM, Friebel TM, Singer CF, Evans DG, Lynch HT, Isaacs C, Garber *%.EUHAUSEN3,-ATLOFF%%ELES20ICHERT'6ANTVEER,4UNG.7EITZEL JN, Couch FJ, Rubinstein WS, Ganz PA, Daly MB, Olopade OI, Tomlinson G, Schildkraut J, Blum JL, Rebbeck TR. Association of risk-reducing surgery in BRCA1 or BRCA2 mutation carriers with cancer risk and mortality. JAMA. 2010 Sep 1;304(9):967-75. PubMed PMID: 20810374; PubMed Central PMCID: PMC2948529. 11.2EBBECK42&RIEBEL4,YNCH(4.EUHAUSEN3,VAN@T6EER,'ARBER*% Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 139 Mastectomia Profilática Evans GR, Narod SA, Isaacs C, Matloff E, Daly MB, Olopade OI, Weber BL. Bilateral prophylactic mastectomy reduces breast cancer risk in BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: the PROSE Study Group. J Clin Oncol. 2004 Mar 15;22(6):1055-62. Epub 2004 Feb 23. PubMed PMID: 14981104. 12. Meijers-Heijboer H, van Geel B, van Putten WL, Henzen-Logmans SC, Seynaeve C, Menke-Pluymers MB, Bartels CC, Verhoog LC, van den Ouweland AM, Niermeijer MF, Brekelmans CT, Klijn JG. Breast cancer after prophylactic bilateral mastectomy in women with a BRCA1 or BRCA2 mutation. N Engl J Med. 2001 Jul 19;345(3):159-64. PubMed PMID: 11463009. 13. Friebel TM, Domchek SM, Neuhausen SL, Wagner T, Evans DG, Isaacs C, Garber JE, Daly MB, Eeles R, Matloff E, Tomlinson G, Lynch HT, Tung N, Blum JL, Weitzel J, Rubinstein WS, Ganz PA, Couch F, Rebbeck TR. Bilateral prophylactic oophorectomy and bilateral prophylactic mastectomy in a prospective cohort of unaffected BRCA1 and BRCA2 mutation carriers. Clin Breast Cancer. 2007 Dec;7(11):875-82. PubMed PMID: 18269778. 14. Phillips KA, Jenkins MA, Lindeman GJ, McLachlan SA, McKinley JM, Weideman PC, Hopper JL, Friedlander ML; kConFab Investigators. Riskreducing surgery, screening and chemoprevention practices of BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: a prospective cohort study. Clin Genet. 2006 Sep;70(3):198-206. PubMed PMID: 16922722. 15. Hartmann LC, Sellers TA, Schaid DJ, Frank TS, Soderberg CL, Sitta DL, Frost MH, Grant CS, Donohue JH, Woods JE, McDonnell SK, Vockley CW, Deffenbaugh A, Couch FJ, Jenkins RB. Efficacy of bilateral prophylactic mastectomy in BRCA1 and BRCA2 gene mutation carriers. J Natl Cancer Inst. 2001 Nov 7;93(21):1633-7. PubMed PMID: 11698567. 16. Heemskerk-Gerritsen BA, Brekelmans CT, Menke-Pluymers MB, van Geel AN, Tilanus-Linthorst MM, Bartels CC, Tan M, Meijers-Heijboer HE, Klijn JG, Seynaeve C. Prophylactic mastectomy in BRCA1/2 mutation carriers and women at risk of hereditary breast cancer: long-term experiences at the Rotterdam Family Cancer Clinic. Ann Surg Oncol. 2007 Dec;14(12):333544. Epub 2007 May 31. PubMed PMID: 17541692; PubMed Central PMCID: PMC2077910. 17. Geiger AM, Yu O, Herrinton LJ, Barlow WE, Harris EL, Rolnick S, Barton MB, Elmore JG, Fletcher SW. A population-based study of bilateral prophylactic mastectomy efficacy in women at elevated risk for breast cancer in community practices. Arch Intern Med. 2005 Mar 14;165(5):516-20. PubMed PMID: 15767526. 18. Arver B, Isaksson K, Atterhem H, Baan A, Bergkvist L, Brandberg Y, Ehrencrona H, Emanuelsson M, Hellborg H, Henriksson K, Karlsson P, Loman 140 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Mastectomia Profilática N, Lundberg J, Ringberg A, Askmalm MS, Wickman M, Sandelin K. Bilateral prophylactic mastectomy in Swedish women at high risk of breast cancer: a national survey. Ann Surg. 2011 Jun;253(6):1147-54. PubMed PMID: 21587115. 19. Hartmann LC, Schaid DJ, Woods JE, Crotty TP, Myers JL, Arnold PG, Petty PM, Sellers TA, Johnson JL, McDonnell SK, Frost MH, Jenkins RB. Efficacy of bilateral prophylactic mastectomy in women with a family history of breast cancer. N Engl J Med. 1999 Jan 14;340(2):77-84. PubMed PMID: 9887158. 20. Evans DG, Baildam AD, Anderson E, Brain A, Shenton A, Vasen HF, Eccles D, Lucassen A, Pichert G, Hamed H, Moller P, Maehle L, Morrison PJ, StoppatLyonnet D, Gregory H, Smyth E, Niederacher D, Nestle-Krämling C, Campbell J, Hopwood P, Lalloo F, Howell A. Risk reducing mastectomy: outcomes in 10 European centres. J Med Genet. 2009 Apr;46(4):254-8. Epub 2008 Nov 7. PubMed PMID: 18996907. 21. Kaas R, Verhoef S, Wesseling J, Rookus MA, Oldenburg HS, Peeters MJ, Rutgers EJ. Prophylactic mastectomy in BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: very low risk for subsequent breast cancer. Ann Surg. 2010 Mar;251(3):48892. PubMed PMID: 20134318. 22. Antoniou A, Pharoah PD, Narod S, et al. Average Risks of Breast and Ovarian Cancer Associated with BRCA1 or BRCA2 Mutations Detected in Case Series Unselected for Family History: A Combined Analysis of 22 Studies. Am J Hum Genet 2003; 72: 1117-30. 23. Contant CM, Menke-Pluijmers MB, Seynaeve C, Meijers-Heijboer EJ, Klijn JG, Verhoog LC, Tjong Joe Wai R, Eggermont AM, van Geel AN. Clinical experience of prophylactic mastectomy followed by immediate breast reconstruction in women at hereditary risk of breast cancer (HB(O)C) or a proven BRCA1 and BRCA2 germ-line mutation. Eur J Surg Oncol. 2002 Sep;28(6):627-32. PubMed PMID: 12359199. 24. Zion SM, Slezak JM, Sellers TA, Woods JE, Arnold PG, Petty PM, Donohue JH, Frost MH, Schaid DJ, Hartmann LC. Reoperations after prophylactic mastectomy with or without implant reconstruction. Cancer. 2003 Nov 15;98(10):2152-60. PubMed PMID: 14601084. 25. Barton MB, West CN, Liu IL, Harris EL, Rolnick SJ, Elmore JG, Herrinton LJ, Greene SM, Nekhlyudov L, Fletcher SW, Geiger AM. Complications following bilateral prophylactic mastectomy. J Natl Cancer Inst Monogr. 2005;(35):616. PubMed PMID: 16287887. 26. Metcalfe KA, Esplen MJ, Goel V, Narod SA. Psychosocial functioning in women who have undergone bilateral prophylactic mastectomy. Psychooncology. 2004 Jan;13(1):14-25. PubMed PMID: 14745742. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 141 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 142 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos MONITORIZAÇÃO INTRAOPERATÓRIA DOS NERVOS LARÍNGEOS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 143 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos INTRODUÇÃO Uma das complicações mais temidas na cirurgia da glândula tireóide é a lesão dos nervos laríngeos recorrentes (NLR) que leva a paresia ou paralisia da prega vocal. Após cirurgia de tireóide a incidência média de paralisia temporária é de 9,8% e a de paralisia permanente de 2,3%.1 Os índices de lesão do NLR são subestimados pois apenas pacientes com sintomas importantes são investigados. Os mecanismos de injúria do NLR incluem: transecção, tração, isquemia, ligadura, cauterização2,3. A probabilidade de lesão está aumentada nas cirurgias por neoplasia, reoperações, bócios volumosos ou mergulhantes, tireoidite e variação anatômica do NLR4,5 e torna-se preocupante em dissecções bilaterais. As lesões do ramo externo do nervo laríngeo superior (RENLS) são menos frequentes, pois seu trajeto é mais curto que o NLR e fica mais distante da glândula tireoide, o que o torna menos exposto durante as tireoidectomias. Sua lesão acarreta paralisia do músculo cricotireoideo (envolvido com a emissão de sons agudos principalmente em mulheres), mas não imobilidade das pregas vocais (ppvv), causando ligeira deterioração na qualidade vocal6. O padrão ouro para evitar a lesão é a identificação dos nervos durante a cirurgia7,8. Apesar do avanço das técnicas cirúrgicas das últimas décadas o risco de lesão do NLR diminuiu, mas não desapareceu9,10. Procedimento e Tecnologia Várias técnicas têm sido descritas na literatura para localização do NLR e do nervo laríngeo superior (NLS). A maioria destes métodos depende da monitorização contínua mecânica ou da atividade elétrica da musculatura da laringe por meio de eletromiografia (EMG). Basmajian e Stecko11, em 1962, foram os primeiros a descrever a possibilidade de utilização de eletrodos transcutâneos locados nas ppvv para monitorização. O monitoramento eletrofisiológico do nervo no intraoperatório inclui o uso de tubos endotraqueais especialmente projetados, eletrodos descartáveis colocados na cânula endotraqueal padrão para detectar a atividade da musculatura intrínseca da laringe (eletrodos de superfície da laringe) ou 144 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos eletrodos de agulha inseridos na membrana cricotireoidea até o músculo vocal durante a cirurgia. Emprega-se a anestesia geral sem bloqueadores neuromusculares ou com o uso de um bloqueador neuromuscular de curta duração para a entubação orotraqueal. Durante o procedimento é evitado o uso de bloqueadores neuromusculares, pois podem interferir no monitoramento do nervo. Os sistemas com eletrodos no tubo endotraqueal são os mais utilizados. A cânula endotraqueal com eletrodos incorporados na sua parede tem esses eletrodos expostos por 30 mm ao nível de contato com a glote, que permite monitoramento de superfície do traçado eletromiográfico contínuo e evocado dos músculos tireoaritenoideos direito e esquerdo durante a cirurgia. Os eletrodos de registro controle e “terra” podem ser posicionados nos ombros do paciente. Fonte: Randolf GW12(2011) Os eletrodos são conectados ao dispositivo de neuromonitorização, que registra gráficos na tela do monitor e pode ou não emitir um som para alertar quando um instrumento cirúrgico chega perto de um dos NLRs. Uma sonda estimuladora pode ser usada para confirmar a localização do nervo. A estimulação elétrica pode ser realizada diretamente no nervo laríngeo ou no nervo vago. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 145 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos Basic monitoring equipment setup. ET = endotracheal tube; REC = recording electrodes; GND = ground electrodes; EMG = electromyography. Fonte: Randolf GW12(2011) A laringoscopia pós-operatória é usada para avaliar a mobilidade da prega vocal. A função do nervo pode ser avaliada com estudo eletromiográfico dos músculos intrínsecos da laringe (eletromiografia larígea). OBJETIVO Identificar a melhor evidência disponível na atualidade, relacionada ao uso da Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos em pacientes que deverão ser submetidos à tireoidectomia, avaliando seu impacto em desfechos clínicos. MATERIAL E MÉTODO $ÞVIDA#LÓNICA s 146 0ACIENTESCOMINDICA ÎODETIREOIDECTOMIAPODEMSE Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos beneficiar da monitorização intraoperatória dos nervos laríngeos? Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAPORMEIODOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3%3CIELO,ILACS 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA PubMed-Medline s Busca 1: ((thyroid AND surgery) OR thyroidectomy) AND nerve AND monitor* Busca 2: ((thyroid AND surgery) OR thyroidectomy) AND Monitoring, Intraoperative AND Vocal Cord Paralysis EMBASE s @THYROIDEXP!.$@SURGERYEXP/2@THYROIDECTOMYEXP !.$@NERVEEXP!.$MONITOR !.$;EMBASE=LIM COCHRANE s THYROID!.$SURGERY/2THYROIDECTOMY!.$-ONITORING Intraoperative Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 285 EMBASE 41 Secundária Biblioteca Cochrane 87 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 147 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODE%NSAIO Clínico Controlado Randomizado; s &ORAMDElNIDOSCOMO%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados aqueles cujo escore JADAD13 foi maior ou igual a três (3); s .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))NASELE ÎODOSESTUDOSPARA não produzir uma limitação ainda maior. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESCOMINDICA ÎODETIREOIDECTOMIAPORPATOLOGIA benigna ou maligna )NTERVEN ÎO s 4IREOIDECTOMIACOM-ONITORIZA ÎO)NTRAOPERATØRIADOS Nervos laríngeos (MION), por meio da atividade elétrica da musculatura da laringe por meio de eletromiografia (EMG) Comparação s 4IREOIDECTOMIAPELATÏCNICACIRÞRGICACONVENCIONALCOMA preservação do nervo realizada pela identificação anatômica. “Outcome” (Desfecho) s $ESFECHOSCLÓNICOS Segundo o idioma s Só foram incluídos trabalhos disponíveis na língua portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s Somente os trabalhos cujos textos completos estavam disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s 148 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline (24), EMBASE (zero) Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos s e Cochrane (zero); .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s s s s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por Desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo; $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎOCRÓTICA nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo; &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1983 e 2012; 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Ensaio Clínico Controlado Randomizado (ECR), e submetida a um Check-list apropriado de avaliação crítica (Tabela 3); !AVALIA ÎOCRÓTICADO%#2PERMITECLASSIlCÉLOSEGUNDO o escore JADAD, considerando os Ensaios JADAD < três (3) como inconsistentes, e aqueles com escore t três (3), consistentes. 2OTEIRODE!VALIA ÎO#RÓTICADE%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados (Check-list) !NÉLISE#RÓTICADA%VIDÐNCIA3ELECIONADA Dados do estudo Referência, Desenho de estudo, JADAD, força da evidência Cálculo da amostra Diferenças estimadas, poder, nível de significância, total de pacientes Seleção dos pacientes Critérios de inclusão e exclusão Pacientes Recrutados, randomizados, diferenças prognósticas Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 149 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos Randomização Descrição e alocação vendada Seguimento dos pacientes Tempo, perdas, migração Protocolo de tratamento Intervenção, controle e cegamento Análise Intenção de tratamento, analisados intervenção e controle Desfechos considerados Principal, secundário, instrumento de medida do desfecho de interesse Resultado Benefício ou dano em dados absolutos Benefício ou dano em média %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s s s s 150 /SRESULTADOSREFERENTESÌSITUA ÎOCLÓNICACONSIDERADA serão expostos individualmente, por meio dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências bibliográficas; 0ARARESULTADOSCOMEVIDÐNCIADISPONÓVELSERÎODElNIDOS de maneira específica, sempre que possível: a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou ausência de benefício e/ou dano, e as controvérsias; .AAUSÐNCIADE%NSAIOS#LÓNICOS2ANDOMIZADOS consistentes selecionados, a síntese será limitada à impossibilidade de sustentar a indicação; .ÎOSERÎOINCLUÓDOSNOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADAS a custo; /SDESFECHOSCONSIDERADOSSERÎOLIMITADOSÌElCÉCIAE segurança das intervenções; /SRESULTADOSSERÎOEXPOSTOSPREFERENCIALMENTEEM dados absolutos, risco absoluto, redução do risco absoluto e número necessário para tratar (NNT). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos RESULTADOS 1UESTÎOCLÓNICA Qual a eficácia da Monitorização Intraoperatória dos Nervos laríngeos (MION), por meio da atividade elétrica da musculatura da laringe por meio de eletromiografia (EMG), em tireoidectomias quando comparada a técnica cirúrgica convencional, com a preservação do nervo realizada pela identificação anatômica. %VIDÐNCIA3ELECIONADA Sarı S, Erbil Y, Sümer A, Agcaoglu O, Bayraktar A, Issever H, Ozarmagan S. Evaluation of recurrent laryngeal nerve monitoring in thyroid surgery. Int J Surg 2010;8:474-8. s &ORAMINCLUÓDOSpacientes submetidos à lobectomia ou tireoidectomia total com as seguintes indicações cirúrgicas: bócio multilobular, bócio multilobular tóxico, doença de Graves, adenoma tóxico, adenoma solitário, carcinoma papilífero. Foram excluídos reoperação e bócio retroesternal, considerados de alto risco. Anestesia geral. s )NTERVEN ÎOTireoidectomia pela técnica cirúrgica convencional, associada à utilização de eletromiografia intraoperatória não invasiva, por meio da utilização cânula endotraqueal com eletrodos incorporados na sua parede (identificação do nervo laríngeo recorrente [NLR] com MION) e estimulação por meio do nervo vago. s Comparação: Tireoidectomia pela técnica convencional, sendo a preservação do nervo realizada pela identificação anatômica (sem MION). s $ESFECHOSCONSIDERADOSParalisia transitóra (< 12 meses) e paralisia permanente (t 12 meses) das pregas vocais (ppvv). Foi considerada paralisia a disfunção das ppvv e a disfonia clínica. Houve avaliação por meio da laringoscopia indireta. s Resultados: Não houve diferença no número de paralisia transitória (< 12 meses) ou persistente (t 12 meses) das pregas vocais. NNT = NS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 151 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos %VIDÐNCIAS3ELECIONADAS Barczynski M, Konturek A, Cichon S. Randomized clinical trial of visualization versus neuromonitoring of recurrent laryngeal nerves during thyroidectomy. Br J Surg. 2009;96:240-6. s &ORAMINCLUÓDOSpacientes com indicação de tireoidectomia, incluindo aqueles com bócio retroesternal gigante (>300 g); sem cirurgia prévia de tireoide ou paratireoide; não portador de bócio mediastinal; com indicação cirúrgica por bócio nodular atóxico, carcinoma de tireoide, doença de Graves, bócio nodular tóxico ou tireoidites. s )NTERVEN ÎOTireoidectomia pela técnica cirúrgica convencional, associada à utilização de eletromiografia intraoperatória com eletrodo bipolar implantado no músculo vocal ipsilateral por meio do ligamento cricotireoideo (identificação do NLR com MION). O eletrodo neutro foi colocado no músculo esternocleidomastoideo e a estimulação foi feita por meio do nervo vago ou do NLR. Anestesia geral. s #ONTROLE Tireoidectomia pela técnica convencional, sendo a preservação do nervo realizada pela identificação anatômica (sem MION). s Desfechos considerados: Paralisia transitória (<12 meses) e permanente (t12 meses) das pregas vocais. A paralisia foi avaliada com laringoscopia indireta. s 2ESULTADOSReduz a paralisia transitória das ppvv (< 12 meses) em pacientes de alto risco (cirurgia para câncer com limpeza ganglionar, tireotoxicose, bócio gigante ou retroesternal, tireoidites). NNT = 34; IC-95% = 19 a 157. s .ÎOHÉDIFEREN ANONÞMERODEPARALISIATRANSITØRIANOS pacientes de baixo risco (bócio atóxico sem extensão retroesternal). [NNT = NS]. s .ÎOREDUZAPARALISIAPERMANENTEPORMAISDEMESES em pacientes de alto ou baixo risco (NNT = NS). 152 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos DISCUSSÃO Foram recuperados três ECRs que avaliam a monitorização intraoperatória do nervo laríngeo recorrente, por meio da eletromiografia (EMG) da laringe em pacientes submetidos à tireoidectomia. Um ECR cujo escore de JADAD13 foi menor que três foi excuído14. O primeiro estudo avaliado15 não incluiu pacientes com reoperação e bócio retroesternal, considerados de alto risco, e utilizou eletrodos incorporados na cânula endotraqueal. Não houve paralisia permanente das pegas vocais (ppvv) em nenhum dos grupos e a diferença no número de paralisia transitória (<12 meses) foi de 0.1% (NNT = NS). O pequeno valor amostral deste estudo acarretou um erro tipo II considerável. O segundo estudo avaliado16 inclui pacientes de baixo e alto risco de lesão intraoperatória do nervo laríngeo recorrente. Foi utilizado eletrodo bipolar implantado no músculo vocal ipsilateral por meio do ligamento cricotireoideo. Houve análise dos subgrupos de alto e baixo risco. A análise global (alto mais baixo risco) mostra uma redução no número de paralisia transitória das ppvv (NNT = 53; IC-95% = 30 a 225), mas não reduz paralisia permanente (NNT = NS). Na análise de subgrupos encontramos uma redução de paralisia transitória das ppvv em pacientes de alto risco (NNT = 34; IC-95% = 19 a 157), porém não houve diferença no número de paralisia transitória neste subgrupo (NNT = NS). No subgrupo de baixo risco não houve diferença no número de paralisia transitória nem permanente (NNT = NS). A análise de subgrupo neste estudo aumenta a possibilidade de associações devidas ao acaso. SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA Existem riscos potenciais de lesão dos nervos laríngeos em tireoidectomias e o uso do monitoramento intraoperatório do NLR não é consenso. Esta Diretriz avaliou o seu uso no controle de injúria do nervo laríngeo recorrente avaliando ECRs. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 153 Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos 1.Monitorização intraoperatória do NLR em pacientes de Alto Risco 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA$ISPONÓVEL Uso da MION em pacientes de alto risco Em pacientes que deverão ser submetidos à cirurgia para câncer com limpeza ganglionar, tireotoxicose, bócio gigante ou retroesternal e tireoidites (Alto Risco) existe EVIDÐNCIALIMITADA que suporta o uso da Monitorização intraoperatória do NLR quando avaliamos o desfecho paralisia transitóriaDASPREGASVOCAIS (< 12 meses). NNT = 34; IC-95% = 19 a 157. .ÎOEXISTEEVIDÐNCIA que suporta o seu uso quando consideramos o desfecho paralisia permanente das pregas VOCAISt 12 meses) em pacientes de alto risco. [NNT = NS]. 2.Monitorização intraoperatória do NLR em pacientes de Baixo Risco 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA$ISPONÓVEL Uso da MION em pacientes de baixo risco .ÎOEXISTEEVIDÐNCIA que suporta o uso da Monitorização intraoperatória do NLR em pacientes considerados de baixo risco (bócio atóxico sem extensão retroesternal). [NNT = NS] REFERÊNCIAS 1. Jeannon JP, Orabi AA, Bruch GA, Abdalsalam HA, Simo R. Diagnosis of recurrent laryngeal nerve palsy after thyroidectomy: a systematic review. Int J Clin Pract 2009;63:624-9. 2. Randolph GW. Surgical anatomy of the recurrent laryngeal nerve. In: Randolph GW, ed. Surgery of the Thyroid and Parathyroid Glands. Philadelphia, PA: Elsevier Science; 2002:300-42. 3. Witt RL. Recurrent laryngeal nerve electrophysiologic monitoring in thyroid surgery: the standard of care? J Voice 2005;19:497-500. 4. Hisham AN, Lukman MR. Recurrent laryngeal nerve in thyroid surgery: a critical appraisal. ANZ J Surg 2002;72:887-9. 5. Kasemsuwaran L, Nubthuenetr SJ. Recurrent laryngeal nerve paresis: a complication of thyroidectomy. Otorhinolaryngology 1997;26:365-7. 6. Cernea CR, Ferraz AR, Nishio S, Dutra A Jr, Hojaij FC, dos Santos LR. Surgical anatomy of the external branch of the superior laryngeal nerve. 154 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Monitorização Intraoperatória dos Nervos Laríngeos 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Head Neck 1992;14:380-3. Jatzko GR, Lisborg PH, Mueller MG, Wette VM. Recurrent nerve palsy after thyroid operations: principal nerve identificationand a literature review. Surgery 1994;115:139-44. Hermann M, Alk G, Roka R, Glaser K, Freissmuth M. Laryngeal recurrent nerve injury in surgery for benign thyroid disease: effect of the nerve dissection and impact of individual surgeon in more than 27,000 nerves at risk. Ann Surg 2002;235:261-8. Rosenthal LHS, Benninger MS, Deeb RH. Vocal fold immobility: a longitudinal analysis of etiology over 20 years. Laryngoscope 2007;117:1864-70. Dralle H, Sekulla C, Haerting J, Timmermann W, Neumann HJ, Kruse E, et al. Risk factors of paralysis and functional outcome after recurrent laryngeal nerve monitoring in thyroid surgery. Surgery 2004;136:131022. Basmajian JV, Stecko G. A new bipolar electrode for electromyography. J Appl Physiol 1962;17,849. Randolph GW, Dralle H; International Intraoperative Monitoring Study Group, Abdullah H, Barczynski M, Bellantone R, et al . Electrophysiologic recurrent laryngeal nerve monitoring during thyroid and parathyroid surgery: international standards guideline statement. Laryngoscope 2011;121 Suppl 1:S1-16. Jadad AR, Moore RA, Carroll D, Jenkinson C, Reynolds DJ, Gavaghan DJ, et al. Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: is blinding necessary? Control Clin Trials 1996;17:1-12. Lifante JC, McGill J, Murry T, Aviv JE, Inabnet WB 3rd. A prospective, randomized trial of nerve monitoring of the external branch of the superior laryngeal nerve during thyroidectomy under local/regional anesthesia and IV sedation. Surgery 2009;146:1167-73. Sarı S, Erbil Y, Sümer A, Agcaoglu O, Bayraktar A, Issever H, et al. Evaluation of recurrent laryngeal nerve monitoring in thyroid surgery. Int J Surg 2010;8:474-8. Barczynski M, Konturek A, Cichon S. Randomized clinical trial of visualization versus neuromonitoring of recurrent laryngeal nerves during thyroidectomy. Br J Surg 2009; 96:240-6. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 155 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 156 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica NEUROESTIMULAÇÃO MEDULAR NA DOR CRÔNICA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 157 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica INTRODUÇÃO Com base em achados eletrofisiológicos e em dados clínicos, Melzack e Wall1 em 1965, firmaram o princípio da interação sensorial, com a apresentação da teoria da comporta. Esta teoria propõe que a estimulação das estruturas do Sistema Nervoso Periférico (SNP) origina padrões de impulsos que alcançam o Sistema Nervoso Central (SNC), onde a informação sofre a atuação de sistemas moduladores, antes que a percepção dolorosa seja evocada. A substância gelatinosa do Corno Posterior da Medula Espinal (CPME) atua como elemento modulador dos impulsos aferentes, e os tratos dos funículos posteriores ativam estruturas encefálicas que, por meio de fibras descendentes, projetam na medula espinal e interferem com a atividade do sistema segmentar. A dor ou outras sensações evocadas resultam do balanço entre as atividades dos aferentes primários e a inibitória das vias segmentares e suprassegmentares. As células da substância gelatinosa atuariam, portanto, como uma comporta, determinando a qualidade do estímulo que alcançará as células que originam os tratos de projeção suprassegmentares. Esta teoria preconiza a existência de mecanismos de inibição regional, que permitem melhorar a discriminação dos estímulos e fornecer a base fisiológica para correlacionar os aspectos psicológicos, a atenção e as influências ambientais sobre o processamento da dor. As primeiras implantações de eletrodos medulares, com finalidade analgésica, foram realizadas, em 1967, por Shealy e col., através de laminectomia. Inicialmente, os eletrodos uni ou bipolares eram implantados no espaço subaracnóideo. A seguir, no compartimento subdural e atualmente prefere-se colocá-los em situação epidural. Os eletrodos atuais são quadripolares e a técnica mais empregada é a do implante percutâneo, por ser mais simples e segura. Os eletrodos são conectados a uma bateria (tipo gerador de um pacemaker), para obter um efeito analgésico mediante a estimulação eléctrica dos cordões posteriores da medula em níveis estabelecidos e adequados, de acordo com os metâmeros envolvidos e da parestesia referida pelo doente. Os mecanismos neurofisiológicos para o alívio da dor implicam além da actividade neurofisiológica, elementos neuroquímicos que explicam a duração prolongada dos efeitos antiálgicos (ex. modulação de 158 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica neurotransmissores, actuação no sistema GABA, CGRP,...)2 A neuroestimulação medular destina-se a reduzir a desagradavel experiência sensorial da dor, bem como seus efeitos funcionais e comportamentais. OBJETIVO Identificar a melhor evidência disponível na atualidade, relacionada ao uso da Neuroestimulação Medular em pacientes com dor crônica, avaliando seu impacto em desfechos clínicos. MATERIAL E MÉTODO $ÞVIDA#LÓNICA s 0ACIENTESCOMDORCRÙNICAQUENÎORESPONDERAM ao tratamento convencional farmacológico ou não farmacológico (fisioterapia, acupuntura, neuroestimulação elétrica transcutânea, psicoterapia) podem se beneficiar da Neuroestimulação Medular? Pergunta Estruturada s s DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTESDO P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3%3CIELO,ILACS s 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA PubMed-Medline s %LECTRIC3TIMULATION4HERAPY!.$3PINAL#ORD AND Pain)) Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 159 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica PubMed Clinical Queries s 4HERAPY.ARROW;lLTER=!.$%LECTRIC3TIMULATION Therapy) AND Spinal Cord) AND Pain)) EMBASE COCHRANE s SPINALCORDANDELECTRICSTIMULATION Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 1347/67(com filtro Cl.Queries) EMBASE 249 Secundária Biblioteca Cochrane 2EV3ISTEM Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODE%NSAIO Clínico Controlado Randomizado; s &ORAMDElNIDOSCOMO%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados aqueles cujo escore JADAD3 foi maior ou igual a três (3); s .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))ASELE ÎODOSESTUDOSPARA não produzir uma limitação ainda maior na seleção. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESCOMDORCRÙNICAQUENÎORESPONDEUAO tratamento convencional )NTERVEN ÎO s .EUROESTIMULA ÎOMEDULAR Comparação s 4ERAPIACONVENCIONAL s 2EOPERA ÎO s .EUROESTIMULA ÎO-EDULARINATIVAOUAUSENTE 160 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica “Outcome” (Desfecho) s $ESFECHOSCLÓNICOS Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s Somente os trabalhos cujos textos completos estavam disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; s .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline (13), EMBASE (zero) e Cochrane (zero). A Tabela 2 expõe o número de trabalhos avaliados por situação clínica; s .ABASESECUNDÉRIANÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS s .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS )NDICA ÎO#LÓNICA .ÞMERO de Trabalhos Síndrome pós-laminectomia 3 Síndrome dolorosa complexa regional tipo I 3 Isquemia crônica crítica de membro 3 Angina refratária 4 Total 13 o Tabela 2 – N de trabalhos selecionados para avaliação crítica segundo a indicação clínica %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por Desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎOCRÓTICA nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 161 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica s s s completo. &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1993 e 2011. 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Ensaio Clínico Controlado Randomizado (ECR), e submetida a um Check-list apropriado de avaliação crítica (Tabela 3). !AVALIA ÎOCRÓTICADO%#2PERMITECLASSIlCÉLOSEGUNDO o escore JADAD, considerando os Ensaios JADAD < três (3) como inconsistentes, e aqueles com escore t três (3), consistentes. 2OTEIRODE!VALIA ÎO#RÓTICADE%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados (Check-list) !NÉLISECRÓTICADA%VIDÐNCIASELECIONADA Dados do estudo Referência, Desenho de estudo, JADAD, força da evidência Cálculo da amostra Diferenças estimadas, poder, nível de significância, total de pacientes Seleção dos pacientes Critérios de inclusão e exclusão Pacientes Recrutados, randomizados, diferenças prognósticas Randomização Descrição e alocação vendada Seguimento dos pacientes Tempo, perdas, migração Protocolo de tratamento Intervenção, controle e cegamento Análise Intenção de tratamento, analisados intervenção e controle Desfechos considerados Principal, secundário, instrumento de medida do desfecho de interesse Resultado Benefício ou dano em dados absolutos Benefício ou dano em média 162 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s s s s /SRESULTADOSREFERENTESÌSDIFERENTESSITUA ÜESCLÓNICAS consideradas serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências bibliográficas; 0ARARESULTADOSCOMEVIDÐNCIADISPONÓVELSERÎODElNIDOS de maneira específica, sempre que possível: a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou ausência de benefício e/ou dano, e as controvérsias; .AAUSÐNCIADE%NSAIOS#LÓNICOS2ANDOMIZADOS consistentes selecionados, a síntese será limitada à impossibilidade de sustentar a indicação; .ÎOSERÉINCLUÓDONOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADAS a custo; /SDESFECHOSCONSIDERADOSSERÎOLIMITADOSÌElCÉCIAE segurança das intervenções; /SRESULTADOSSERÎOEXPOSTOSPREFERENCIALMENTEEM dados absolutos, risco absoluto, redução do risco absoluto e número necessário para tratar (NNT). RESULTADOS 1. Neuroestimulação medular na dor neuropática 1UESTÎOCLÓNICA Qual a eficácia da Estimulação da Medula Espinhal (EME) percutânea quando comparada ao tratamento convencional (medicamentoso ou não [fisioterapia,psicoterapia, acupuntura,..]), no tratamento da síndrome pós- laminectomia? %VIDÐNCIAS3ELECIONADAS Kumar K, Taylor RS, Jacques L, Eldabe S, Meglio M, Molet J, Thomson S, /#ALLAGHAN*%ISENBERG%-ILbouw G, Buchser E, Fortini G, Richardson J, Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 163 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica North RB. Spinal cord stimulation versus conventional medical management for neuropathic pain: a multicentre randomised controlled trial in patients with failed back surgery syndrome. Pain. 2007 Nov;132(1-2):179-88. Epub 2007 Sep 12.4 s !LÓVIODEPELOMENOSDADORNAPERNA%SCALA Visual Analógica), em 6 meses Pacientes submetidos à Estimulação da Medula Espinhal (EME) apresentaram alívio em pelo menos 50% da dor nas pernas (NNT=3), quando comparado ao tratamento convencional. s Uso de opióide em 6 meses Pacientes submetidos EME não apresentaram diferença, com significância estatística, em relação ao uso de opióides quando comparados com o tratamento convencional (NNT= NS). s #APACIDADEFUNCIONAL/SWESTRYDISABILITYÓNDEXEM 6 meses Pacientes submetidos à EME apresentaram melhora (em média) na capacidade funcional avaliada pela Oswestry disability índex, em comparação à terapia convencional (p<0.001) s 1UALIDADEDEVIDARELACIONADAÌSAÞDE3&EM meses Pacientes submetidos à EME apresentaram benefício (em média), com significância estatística (p<0.05) na qualidade de vida mensurada pelo Short Form-36 (SF-36), em todos os domínios, exceto no desempenho físico, comparando com a terapia convencional. NOTA:Após 6 meses houve uma migração de 73% dos pacientes do grupo controle (terapia convencional) para a intervenção (EME) e 10% da intervenção para o controle. Devido ao risco de viés na análise de mais longo prazo optou-se por avaliar até 6 meses, excluindo-se outra publicação do mesmo estudo com análise de 24 meses (Kumar et al., 20085). 164 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica 1UESTÎO#LÓNICA Qual a eficácia da EME percutânea mais tratamento convencional quando comparada com reoperação mais tratamento convencional no tratamento da síndrome pós-laminectomia? %VIDÐNCIA3ELECIONADA North RB, Kidd DH, Farrokhi F, Piantadosi SA. Spinal cord stimulation versus repeated lumbosacral spine surgery for chronic pain: a randomized, controlled trial. Neurosurgery. 2005;56(1):98-106; discussion 106-7.6 s !LÓVIODADOR-C'ILL0AIN1UESTIONNAIRECHECKLISTEMANOS Pacientes submetidos à EME apresentaram um alívio de 50% da dor quando comparados aos de reoperação. (NNT= 3, IC-95% = 2 a 14). s Redução no uso de opióide em 3 anos Pacientes submetidos à EME apresentaram uma redução no uso de opióide quando comparados aos de reoperação (NNT = 3, IC-95% = 2 a 15). s $ORNASATIVIDADESDIÉRIASEFUN ÎONEUROLØGICAEMANOS Não houve diferenças entre EME e reoperação para a dor relacionada com as atividades diárias e ou função neurológica. Nota: Estes resultados devem ser avaliados com cautela, pois houve uma migração de 54% do grupo reoperação para EME e de 21% da EME para reoperação aos 6 meses. Não está disponível dados para análise aos 6 meses. A análise foi por tratamento realizado. 1UESTÎO#LÓNICA Qual a eficácia da EME percutânea no tratamento da Síndrome Dolorosa Complexa Regional tipo I (SDCR- I)? %VIDÐNCIAS3ELECIONADAS Kemler MA, Barendse GA, van Kleef M, de Vet HC, Rijks CP, Furnée CA, van den Wildenberg FA. Spinal cord stimulation in patients with chronic reflex sympathetic dystrophy. N Engl J Med. 2000 Aug 31;343(9):618-24.7 Kemler MA, De Vet HC, Barendse GA, Van Den Wildenberg FA, Van Kleef M. The effect of spinal cord stimulation in patients with chronic reflex SYMPATHETICDYSTROPHYTWOYEARSFOLLOWUPOFTHERANDOMIZEDCONTROLLED trial. Ann Neurol. 2004 Jan;55(1):13-8.8 Kemler MA, de Vet HC, Barendse GA, van den Wildenberg FA, van Kleef M. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 165 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica Effect of spinal cord stimulation for chronic complex regional pain syndrome Type I: five-year final follow-up of patients in a randomized controlled trial. J Neurosurg. 2008 Feb;108(2):292-8.9 s %STEESTUDOAVALIAAElCÉCIADA%-%COMBINADACOM fisioterapia comparando com fisioterapia apenas no tratamento da SDCR- I aos 6, 24 e 60 meses. s $ESFECHOSCONSIDERADOSREDU ÎONAINTENSIDADEDA dor (VAS- 0 a 10cm), escore funcional (função, força, amplitude dos movimentos), mudança na qualidade de vida em relação à saúde (HRQoL). Análise por Intenção de Tratamento. s 2EDU ÎODADOR A EME mais fisioterapia reduziu mais a dor que a fisioterapia isolada, em média, aos 6 meses (-2.4cm / 0.2cm, p < 0.001) e aos 2 anos (-2.1 / 0 cm, p = 0.001) mas não reduziu aos 5 anos (-1.7cm / -1.0cm, p = 0.25). s !VALIA ÎOFUNCIONAL Não houve diferença entre EME mais fisioterapia e fisioterapia apenas com relação à função, força e amplitude dos movimentos das mãos e pés (p > 0.05), nas avaliações de 6, 24 e 60 meses. s 1UALIDADEDEVIDARELACIONADAÌSAÞDE Não houve diferença na avaliação da mudança na qualidade de vida em relação à saúde (HRQoL) aos 6 meses (variação percentual na HRQoL: 6% na intervenção [EME] e 3% no controle [fisioterapia], p = 0.58), como também aos 2 anos (7% na EME e 12% na fisioterapia, p = 0.41). Nota: Dos 36 pacientes selecionados para EME, 24 (67%) receberam o implante do dispositivo e os outros 12 (33%), que não responderam à estimulação (parestesia cobrindo toda a área da dor, redução de 50% na VAS durante um período de 4 dias) foram analisados por ITT. O cálculo amostral; considerando um poder de 90% para detectar uma diferença de 2.3cm na VAS entre os tratamentos, com um nível de significância de 5%; indicava que seriam necessários 34 pacientes no grupo para EME, conforme descrito no estudo. 166 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica .EUROESTIMULA ÎOMEDULARNADORPORISQUEMIA 1UESTÎOCLÓNICA Qual a eficácia da EME percutânea no tratamento da angina péctoris refratária? %VIDÐNCIAS3ELECIONADASn%ME6ERSUS2EVASCULARIZA ÎO-IOCÉRDICA Mannheimer C, Eliasson T, Augustinsson LE, Blomstrand C, Emanuelsson H, Larsson S, Norrsell H, Hjalmarsson A. Electrical stimulation versus coronary artery bypass surgery in severe angina pectoris: the ESBY study. Circulation. 1998 Mar 31;97(12):1157-63.10 Ekre O, Eliasson T, Norrsell H, Währborg P, Mannheimer C; Electrical Stimulation versus Coronary Artery Bypass Surgery in Severe Angina Pectoris. Long-term effects of spinal cord stimulation and coronary artery bypass grafting on quality of life and survival in the ESBY study. Eur Heart J. 2002 Dec;23(24):1938-45.11 Neste estudo foram incluídos pacientes com angina refratária, risco cirúrgico aumentado, sem bom prognóstico para cirurgia de revascularização miocárdica e com contra-indicação para angioplastia percutânea (alteração anatômica e outras) EME versus Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) Avaliação de 6 meses s !TAQUESANGINOSOS Não houve diferença na redução, em média, do número de ataques anginosos por semana entre EME e CRM, (p = NS). s 5SODEDROGAANTIANGINOSANITRATO Não houve diferença no consumo de nitrato de ação curta (dose/semana), em média, entre EME e CRM, (p = NS). A cirurgia de revascularização miocárdica reduziu,em média, o consumo de nitrato de ação prolongada. (p <0.0001) s #APACIDADEDEEXERCÓCIO A cirurgia de revascularização miocárdica aumenta a capacidade para exercício (p = 0.02). s 1UALIDADEDEVIDARELACIONADAÉSAÞ[email protected] (EALTH0ROlLE.(0E@1UALITYOF,IFE1UESTIONNAIRE Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 167 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica s s Angina Pectoris’ (QLQ-AP) Não houve diferença na qualidade de vida entre EME e CRM. (Error bars: ±1 SEM) EME versus Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) – Avaliação de 5 anos. 1UALIDADEDEVIDARELACIONADAÉSAÞ[email protected] (EALTH0ROlLE.(0E@1UALITYOF,IFE1UESTIONNAIRE Angina Pectoris’ (QLQ-AP). Não houve diferença na qualidade de vida entre EME e CRM. (Error bars: ±1 SEM) 3OBREVIDA Não houve diferença na sobrevida (Kaplan-Meier) entre EME e CRM %VIDÐNCIA3ELECIONADAn%ME!TIVA6ERSUS%ME)NATIVA Hautvast RW, DeJongste MJ, Staal MJ, van Gilst WH, Lie KI. Spinal cord stimulation in chronic intractable angina pectoris: a randomized, controlled efficacy study. Am Heart J. 1998 Dec;136(6):1114-20.12 s &ORAMINCLUÓDOSPACIENTESCOMANGINAREFRATÉRIASEM condições de angioplastia percutânea ou cirurgia de revascularização miocárdica, analisados em 6 semanas. s Redução da dor Não reduz a dor, em média, avaliada pela VAS (0-10cm) [1,1cm X 0,2cm. p=0.29 s &REQUÐNCIADEATAQUESANGINOSOSPORDIA Reduz, em média, a freqüência de ataques anginosos (2.3 X 3.2, p = 0.01) s Consumo de nitrato (%) Reduz o consumo de nitrato (- 48% X 27%, p = 0.03) s #APACIDADEPARAEXERCÓCIODURA ÎOEMSEGUNDOS Melhora, em média, a capacidade para exercício (533 X 427, p = 0.03) s 1UALIDADEDEVIDA,INEAR!NALOGUE3ELF Assessment [LASA] scale) Não houve diferença, em média, na qualidade de vida. (p =0.10) Nota: Amostra pequena (13 na EME e 12 no controle [EME inativo]). Erro Tipo II considerável 168 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica %VIDÐNCIA3ELECIONADAn%ME6ERSUS3EM%ME de Jongste MJ, Hautvast RW, Hillege HL, Lie KI. Efficacy of spinal cord stimulation as adjuvant therapy for intractable angina pectoris: a prospective, randomized clinical study. Working Group on Neurocardiology. J Am Coll Cardiol.1994 Jun;23(7):1592-7.13 s &ORAMINCLUÓDOSPACIENTESCOMANGINAREFRATÉRIAPARAOS quais a cirurgia de revascularização miocárdica foi considerada inadequada ou sem bom prognóstico, AVALIADOSEMSEMANAS s &REQUÐNCIA$E!TAQUES!NGINOSOS0OR3EMANA Reduz, em média, a freqüência de ataques anginosos (9.0 x 13.6 , p<0.05) em até 8 semanas. s Consumo de nitrato (média semanal) Reduz, em média, o consumo de nitrato (1.6 x 8.5, p,0.05) em até 8 semanas. s #APACIDADEPARAEXERCÓCIODURA ÎOEMSEGUNDOS Melhora, em média, a capacidade para exercício (Teste Ergométrico) [duração de exercício em segundos : 827 x 694, p,0.002] até 8 semanas. s 1UALIDADEDEVIDA(21O,nSCOREDAATIVIDADE diária incluindo a social) Melhora a qualidade de vida, p<0.05 até semanas. Nota: O pequeno valor amostral deste estudo (EME=8 e sem EME=9) acarreta um Erro Tipo II considerável. O tempo de seguimento é muito pequeno (8 semanas). %VIDÐNCIA 3ELECIONADA n %ME 6ERSUS 2EVASCULARIZA ÎO -IOCÉRDICA Percutanea A Laser McNab D, Khan SN, Sharples LD, Ryan JY, Freeman C, Caine N, Tait S, Hardy I,Schofield PM. An open label, single-centre, randomized trial of spinal cord stimulation vs. percutaneous myocardial laser revascularization in patients with refractory angina pectoris: the SPiRiT trial. Eur Heart J. 2006 May;27(9):1048-53. Epub 2006 Mar 22.14 s 0ACIENTESCOMANGINAREFRATÉRIAEISQUEMIAMIOCÉRDICA reversível, porém inadequada para revascularização convencional, analisados em 3 e 12 meses. s #APACIDADEPARAEXERCÓCIODURA ÎOEMMINUTOS Não melhora, em média, a capacidade para exercício em 3 e 12 meses (p > 0.05 para as duas medidas) Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 169 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica s 1UALIDADEDEVIDAEMRELA ÎOÌSAÞDE(21O, Não houve diferença, em média, na qualidade de vida. (p>0.05) 1UESTÎOCLÓNICA Qual a eficácia da EME percutânea no tratamento da Isquemia Crítica de Membro (ICM)? %VIDÐNCIA3ELECIONADAn%ME!NALGÏSICO/RAL6ERSUS!NALGÏSICO/RAL Jivegård LE, Augustinsson LE, Holm J, Risberg B, Ortenwall P. Effects of spinal cord stimulation (SCS) in patients with inoperable severe lower limb ischaemia: a prospective randomised controlled study. Eur J Vasc Endovasc Surg.1995 May;9(4):421-5.15 s s s s 0ACIENTESDIABÏTICOSCOMISQUEMIACRÙNICAGRAVE aterosclerótica de membros inferiores, com duração superior a 2 semanas; com dor de repouso e/ou ulceração, nos quais houve impossibilidade ou falha da revascularização por fluxo ruim. Análise aos 18 meses. $OR6!3 Não foi possível avaliar a dor aos 18 meses devido à perda de 80% no grupo controle, para este desfecho. Amputação A EME não reduziu o número de amputações até 18 meses (NNT = NS). 3ALVAMENTODEMEMBROS(revascularização da extremidade isquêmica) Não melhorou o salvamento de membro (NNT = NS) até 18 meses %VIDÐNCIA 3ELECIONADA n %ME 0ROSTAGLANDINA % 6ERSUS Prostaglandina E1 Claeys LG, Horsch S. Transcutaneous oxygen pressure as predictive parameter for ulcer healing in endstage vascular patients treated with spinal cord stimulation. Int Angiol. 1996 Dec;15(4):344-9.16 Pacientes com doença arterial aterosclerótica periférica oclusiva em estágio avançado (IV de Fontaine [úlcera ou gangrena]); nem todos diabéticos; com 170 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica impossibilidade de revascularização e dor de repouso severa apesar de medicação analgésica. Análise em 12 meses. s Amputação (menores e maiores) A EME com o uso associado de Prostaglandina E1(endovenosa) comparado com prostaglandina E1 apenas, não reduziu o número de amputações (menores e maiores) até 12 meses. NNT = NS %VIDÐNCIA 3ELECIONADA n %ME #UIDADOS -ÏDICOS 6ERSUS #UIDADOS Médicos Klomp HM, Spincemaille GH, Steyerberg EW, Habbema JD, van Urk H. Spinal-cord stimulation in critical limb ischaemia: a randomised trial. ESES Study Group. Lancet. 1999 Mar 27;353(9158):1040-4.17 Spincemaille GH, Klomp HM, Steyerberg EW, Habbema JD. Pain and quality of life in patients with critical limb ischaemia: results of a randomized controlled multicentre study on the effect of spinal cord stimulation. ESES study group. Eur J Pain. 2000;4(2):173-84.18 s #UIDADOSMÏDICOSINCLUEM analgésicos, drogas antitrombóticas, drogas vasoativas, tratamento local da úlcera e antibióticos, se necessário. s 0ACIENTESCOMISQUEMIACRÙNICAGRAVEATEROSCLERØTICADE membros inferiores, com dor de repouso e/ou ulceração, nos quais houve impossibilidade de revascularização. Análise de 2 anos. s Dor (VAS, McGill Pain Questionnaire, pain-rating index) Não houve diferença na avaliação da dor (p>0.05) s Mortalidade Não reduz a mortalidade até 2 anos. (NNT=NS) s Amputação (maior) Não reduz o número de amputações até 2 anos. (NNT=NS) s 3ALVAMENTODEMEMBRO Não houve diferença no salvamento de membro até 2 anos. Kaplan-Maier; (HR = 1.09, IC95%: 0.59 – 2.03). s 1UALIDADEDEVIDA.OTTINGHAM(EALTH0ROlLE;.(0= and EuroQol) Não houve diferença na qualidade de vida (p>0.05) Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 171 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica DISCUSSÃO A neuroestimulação medular tem sido usada há aproximadamente 30 anos. Com base em indicações para Neuro estimulação Medular bem estabelecidas, que apontam melhor resultado terapêutico, esta Diretriz avaliou o seu uso no tratamento da dor neuropática (Síndrome pós-laminectomia [SPL], Síndrome Dolorosa Complexa Regional Tipo I [SCR-I]) e da dor por isquemia (Isquemia Crítica de Membro [ICM], Angina Refratária [AR]20. Foi realizada leitura crítica de cada um dos estudos para busca de vieses que pudessem comprometer a validade interna dos estudos. Na ausência de vieses graves que invalidassem os estudos, esses foram incluídos na revisão e seus eventuais vieses e limitações descritos individualmente (Nota em final de cada avaliação). Vieses importantes encontrados durante análise crítica dos estudos incluídos nesta Diretriz da neuroestimulação medular correspondem a: Pequeno valor amostral na maioria dos trabalhos perfazendo erro tipo II considerável; Risco de viés na análise a longo prazo devido à migração que variou de 54% a 73% aos 6 meses. Foram incluídos somente estudos que avaliaram pelo menos um desfecho clínico ou clinicamente relevante (por exemplo: dor, capacidade funcional, qualidade de vida, amputação, salvamento de membro). Quando existia mais de uma publicação do mesmo estudo foi avaliado apenas aquele cujo desfecho clínico era considerado relevante. Não houve análise de subgrupo, a qual aumenta a possibilidade de associações ao acaso. Como acontece com qualquer técnica de neuromodulação, resultados terapêuticos da Neuroestimulação Medular podem variar ao longo do tempo conforme a tecnologia é modificada. 172 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA A dor crônica pode afetar pessoas de todas as idades, embora, em geral, sua prevalência aumenta com a idade. As estimativas da prevalência desta condição depende da definição específica de dor crônica. A estimulação da medula espinal deve ser uma opção de tratamento apenas após uma avaliação por uma equipe multidisciplinar com experiência em avaliação da dor crônica. 1.Neuroestimulação medular no tratamento da dor de origem neuropática Foram de incluídos pacientes que não apresentaram melhora da dor em pelo menos 50% na VAS e que não responderam ao tratamento convencional (medicamentoso ou não [fisioterapia,psicoterapia, acupuntura,..]) por um período mínimo de 6 meses. 3ÓNDROMEPØSLAMINECTOMIA Há evidência de benefício estimado do uso de EME em comparação com a reoperação, através da redução da dor (pelo menos 50% na VAS), [NNT=3]; melhora na capacidade funcional e na qualidade de vida relacionada à saúde (p<0.05) em até 6 meses. (Força 2B) 3ÓNDROME$OLOROSA#OMPLEXA2EGIONALTIPO) Em pacientes com Síndrome Dolorosa Complexa Regional tipo I o uso da EME mais fisioterapia comparada com apenas tratamento fisioterápico, reduz a dor pelo score VAS (escala analógica visual), [p<0.001], porém não melhora a avaliação funcional (função, força e amplitude dos movimentos) e a qualidade de vida relacionada à saúde (p>0.05), até 2 anos. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA$ISPONÓVEL Uso da Neuroestimulação Medular na Dor Neuropática Em pacientes que não apresentam melhora da dor em pelo menos 50% no score VAS (escala analógica visual) e que não respondem ao tratamento convencional (medicamentoso ou não [fisioterapia, psicoterapia, acupuntura,..]), por um período mínimo de 6 meses, existe evidência que suporta o uso da Neuroestimulação Medular na Síndrome pós-laminectomia e na Síndrome Dolorosa Complexa Regional tipo I. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 173 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica 2.Neuroestimulação medular no tratamento da dor PORISQUEMIA 2.1. Angina Refratária Em pacientes com angina refratária em que a cirurgia de revascularização miocárdica foi considerada inadequada a EME comparada com a EME INATIVA OU SEM %-%, em até 8 semanas, houve redução no numero de ataques anginosos e melhora na capacidade de exercícios. A avaliação da qualidade de vida é inconclusiva pois um estudo mostra melhora e outro não. Devido ao pequeno valor amostral o erro tipo II dos dois estudos é considerável. Em pacientes com angina refratária e isquemia miocárdica reversível, porém inadequada para revascularização convencional, a EME comparada com a REVASCULARIZA ÎO MIOCÉRDICA A LASER, em até 12 meses, a capacidade para exercício e a qualidade de vida. Em pacientes com angina refratária; com risco cirúrgico aumentado; sem bom prognóstico para cirurgia de revascularização miocárdica e com contraindicação para angioplastia percutânea (alteração anatômica e outras), a %-% COMPARADA COM A CIRURGIA DE REVASCULARIZA ÎO MIOCÉRDICA, em até 6 meses, não reduziu ataques anginosos e o uso de nitratos; não melhorou a capacidade de exercício e a qualidade de vida (p=NS para todos os desfechos – resultados em média). Na análise de 5 anos não houve melhora na qualidade de vida (p=NS) e sobrevida (Kaplan-Meier). )SQUEMIA#RÙNICA#RÓTICADE-EMBRO Em pacientes diabéticos, com isquemia crônica grave aterosclerótica de membros inferiores, com duração superior a 2 semanas; com dor de repouso e/ou ulceração, nos quais houve impossibilidade ou falha da revascularização por fluxo ruim, a EME mais analgésico oral comparado com apenas analgésico oral não reduziu u número de amputações e não melhorou o salvamento de membro (NNT=NS) em até 18 meses. Em pacientes com doença arterial aterosclerótica periférica oclusiva em estágio avançado (IV de Fontaine [úlcera ou gangrena]); nem todos diabéticos; com impossibilidade de revascularização e dor de repouso severa apesar de medicação analgésica, a EME mais prostaglandina %COMPARADACOMAPENASPROSTAGLANDINAENDOVENOSA não reduziu o 174 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica número de amputações (menores e maiores) até 12 meses. Em pacientes com isquemia crônica grave aterosclerótica de membros inferiores, com dor de repouso e/ou ulceração, nos quais houve impossibilidade de revascularização, a EME mais cuidados médicos comparada apenas com cuidados médicos (analgésicos, drogas antitrombóticas, drogas vasoativas, tratamento local da úlcera e antibióticos, se necessário), não reduziu a dor (p>0.05); não reduziu a mortalidade e o número de amputações (NNT=NS); não melhorou o salvamento de membro (HR = 1.09, IC95%: 0.59 – 2.03) e não melhorou a qualidade de vida (p>0.05) até 24 meses. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA$ISPONÓVEL Uso da Neuroestimulação Medular na Dor Isquêmica Não existe evidência que suporta o uso da Neuroestimulação Medular em pacientes com dor crônica de origem isquêmica (angina refratária e isquemia crônica grave de membros inferiores com impossibilidade de revascularização). REFERÊNCIAS 1. Melzack R, Wall PD: Pain mechanisms: a new theory. Science 150: 971979, 1965 Merry F, Smith WM, Anderson DJ, Emmens DJ, Choong CK: Cost-effectiveness of spinal cord stimulation in patients with intractable angina. N Z Med J 114: 179-181, 2001 2. Linderoth B, Gazelius B, Franck J, Brodin E: Dorsal column stimulation induces release of serotonin and substance P in the cat dorsal horn. Neurosurgery 31: 289-297, 1992 3. Jadad AR, Moore RA, Carroll D, Jenkinson C, Reynolds DJ, Gavaghan DJ, et al. Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: is blinding necessary? Control Clin Trials 1996; 17:1-12. 4. Kumar K, Taylor RS, Jacques L, Eldabe S, Meglio M, Molet J, Thomson 3/#ALLAGHAN * %ISENBERG % -ILBOUW ' "UCHSER % &ORTINI ' Richardson J, North RB. Spinal cord stimulation versus conventional medical management for neuropathic pain: a multicentre randomised controlled trial in patients with failed back surgery syndrome. Pain. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 175 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 2007 Nov;132(1-2):179-88. Epub 2007 Sep 12. Kumar K, Taylor RS, Jacques L, Eldabe S, Meglio M, Molet J, Thomson S, /#ALLAGHAN*%ISENBERG%-ILBOUW'"UCHSER%&ORTINI'2ICHARDSON J, North RB. The effects of spinal cord stimulation in neuropathic pain are sustained: a 24-month follow-up of the prospective randomized controlled multicenter trial of the effectiveness of spinal cord stimulation. Neurosurgery. 2008 Oct;63(4):762-70; discussion 770. North RB, Kidd DH, Farrokhi F, Piantadosi SA. Spinal cord stimulation versus repeated lumbosacral spine surgery for chronic pain: a randomized, controlled trial. Neurosurgery. 2005;56(1):98-106; discussion 106-7. Kemler MA, Barendse GA, van Kleef M, de Vet HC, Rijks CP, Furnée CA, van den Wildenberg FA. Spinal cord stimulation in patients with chronic reflex sympathetic dystrophy. N Engl J Med. 2000 Aug 31;343(9):618-24. Kemler MA, De Vet HC, Barendse GA, Van Den Wildenberg FA, Van Kleef M. The effect of spinal cord stimulation in patients with chronic REmEXSYMPATHETICDYSTROPHYTWOYEARSFOLLOWUPOFTHERANDOMIZED controlled trial. Ann Neurol. 2004 Jan;55(1):13-8. Kemler MA, de Vet HC, Barendse GA, van den Wildenberg FA, van Kleef M. Effect of spinal cord stimulation for chronic complex regional pain syndrome Type I: five-year final follow-up of patients in a randomized controlled trial. J Neurosurg. 2008 Feb;108(2):292-8. Mannheimer C, Eliasson T, Augustinsson LE, Blomstrand C, Emanuelsson H, Larsson S, Norrsell H, Hjalmarsson A. Electrical stimulation versus coronary artery bypass surgery in severe angina pectoris: the ESBY study. Circulation. 1998 Mar 31;97(12):1157-63. Ekre O, Eliasson T, Norrsell H, Währborg P, Mannheimer C; Electrical Stimulation versus Coronary Artery Bypass Surgery in Severe Angina Pectoris. Long-term effects of spinal cord stimulation and coronary artery bypass grafting on quality of life and survival in the ESBY study. Eur Heart J. 2002 Dec;23(24):1938-45. Hautvast RW, DeJongste MJ, Staal MJ, van Gilst WH, Lie KI. Spinal cord stimulation in chronic intractable angina pectoris: a randomized, controlled efficacy study. Am Heart J. 1998 Dec;136(6):1114-20. de Jongste MJ, Hautvast RW, Hillege HL, Lie KI. Efficacy of spinal cord stimulation as adjuvant therapy for intractable angina pectoris: a prospective, randomized clinical study. Working Group on Neurocardiology. J Am Coll Cardiol. 1994 Jun;23(7):1592-7. McNab D, Khan SN, Sharples LD, Ryan JY, Freeman C, Caine N, Tait 176 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Neuroestimulação Medular na Dor Crônica 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. S, Hardy I, Schofield PM. An open label, single-centre, randomized trial of spinal cord stimulation vs. percutaneous myocardial laser revascularization in patients with refractory angina pectoris: the SPiRiT trial. Eur Heart J. 2006 May;27(9):1048-53. Epub 2006 Mar 22. Jivegård LE, Augustinsson LE, Holm J, Risberg B, Ortenwall P. Effects of spinal cord stimulation (SCS) in patients with inoperable severe lower limb ischaemia: a prospective randomised controlled study. Eur J Vasc Endovasc Surg. 1995 May;9(4):421-5. Claeys LG, Horsch S. Transcutaneous oxygen pressure as predictive parameter for ulcer healing in endstage vascular patients treated with spinal cord stimulation. Int Angiol. 1996 Dec;15(4):344-9. Klomp HM, Spincemaille GH, Steyerberg EW, Habbema JD, van Urk H. Spinal-cord stimulation in critical limb ischaemia: a randomised trial. ESES Study Group. Lancet. 1999 Mar 27;353(9158):1040-4. Spincemaille GH, Klomp HM, Steyerberg EW, Habbema JD. Pain and quality of life in patients with critical limb ischaemia: results of a randomized controlled multicentre study on the effect of spinal cord stimulation. ESES study group. Eur J Pain. 2000;4(2):173-84. Spinal cord stimulation for the management of pain: recommendations for best clinical practice. (2008) British Pain Society. Kemler MA, Reulen JP, Barendse GA, van Kleef M, de Vet HC, van den Wildenberg FA. Impact of spinal cord stimulation on sensory characteristics in complex regional pain syndrome type I: a randomized trial. Anesthesiology. 2001 Jul;95(1):72-80. Di Pede F, Zuin G, Giada F, Pinato G, Turiano G, Bevilacqua M, Cazzin R, Raviele A. Long-term effects of spinal cord stimulation on myocardial ischemia and heart rate variability: results of a 48-hour ambulatory electrocardiographic monitoring. Ital Heart J. 2001 Sep;2(9):690-5. Eddicks S, Maier-Hauff K, Schenk M, Müller A, Baumann G, Theres H. Thoracic spinal cord stimulation improves functional status and relieves symptoms in patients with refractory angina pectoris: the first placebocontrolled randomised study. Heart. 2007 May;93(5):585-90. Epub 2007 Jan 19. Jessurun GA, DeJongste MJ, Hautvast RW, Tio RA, Brouwer J, van Lelieveld S, Crijns HJ. Clinical follow-up after cessation of chronic electrical neuromodulation in patients with severe coronary artery disease: a prospective randomized controlled study on putative involvement of sympathetic activity. Pacing Clin Electrophysiol. 1999 Oct;22(10):1432-9. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 177 Neuroestimulação Medular na Dor Crônica 25. Lanza GA, Sestito A, Sgueglia GA, Infusino F, Papacci F, Visocchi M, Ierardi C, Meglio M, Bellocci F, Crea F. Effect of spinal cord stimulation ON SPONTANEOUS AND STRESSINDUCED ANGINA AND @ISCHEMIALIKE 34 segment depression in patients with cardiac syndrome X. Eur Heart J. 2005 May;26(10):983-9. Epub 2005 Jan 9. 26. Sestito A, Lanza GA, Le Pera D, De Armas L, Sgueglia GA, Infusino F, Miliucci R, Tonali PA, Crea F, Valeriani M. Spinal cord stimulation normalizes abnormal cortical pain processing in patients with cardiac syndrome X. Pain. 2008 Sep 30;139(1):82-9. Epub 2008 Apr 28. 27. Ubbink DT, Vermeulen H. Spinal cord stimulation for non-reconstructable chronic critical leg ischaemia. Cochrane Database Syst Rev (2005) 3. CD004001. 28. Mailis-Gagnon A, Furlan AD, Sandoval JA, et al. Spinal cord stimulation for chronic pain. Cochrane Database Syst Rev (2004) 3. CD003783. 178 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica OXIGENIOTERAPIA HIPERBÁRICA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 179 Oxigenioterapia Hiperbárica INTRODUÇÃO )NDICA ÜES0ROPOSTAS O uso de oxigênio puro sob pressão (OHB – oxigenoterapia hiperbárica) tem sido indicado como tratamento adjuvante em pacientes que apresentam infecções, inflamações e isquemias. Entre as principais indicações propostas estão: embolia gasosa, intoxicação pelo monóxido de carbono, gangrena gasosa, Infecções pelo Clostridium, doença descompressiva, lesão por esmagamento, úlcera cutânea, lesões de parede, lesões musculares, lesões ósseas, anemia, hemorragia, abcesso cerebral, infecções bacterianas, osteomielite, lesões actínicas, transplante de pele, cirurgia de reconstrução e queimaduras. Mecanismo de Ação Estimado Durante as sessões de OHB, o oxigênio dissolvido no plasma pode atingir até 5 a 6 vol %, permitindo que todas as funções oxigenio-dependentes se expressem. Tais funções são: fagocitose, proliferação de fibroblastos, neovascularização, etc. Assim, muito simplificadamente, a OHB pode ser entendida como um artifício para que os tecidos momentaneamente em hipóxia possam ser oxigenados. Considera-se que muitos outros efeitos como redução de edemas, bloqueio de mediadores pró-inflamatórios, redução de radicais livres gerados pela isquemia/reperfusão, contribuem significativamente para o resultado final obtido com o tratamento. %FEITOS!DVERSOS Os efeitos adversos da Oxigenioterapia Hiperbárica estão relacionados à variação da pressão e/ou toxicidade do oxigênio. A toxicidade do oxigênio está relacionada à dose oferecida e ao tempo de exposição ao tratamento hiperbárico. Os principais eventos adversos são: tosse seca, dor retrosternal, escarro hemoptoico, pneumotórax, edema pulmonar, parestesias, excitabilidade, convulsão, barotrauma auditivo e alterações visuais. Trajetória Histórica Nas fases iniciais da OHB, eram empregadas câmaras hiperbáricas destinadas ao treinamento de mergulhadores, com adaptações para uso médico. Nos anos 80 foram desenvolvidas câmaras exclusivas para uso médico, as chamadas “monoplace” ou monopaciente. São menores, relativamente portáteis, e de operação muito menos complexa. Nelas pode180 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica se individualizar o tratamento quanto à pressão, tempo, ritmo de incremento e outras variáveis. Tem adaptação para uso de assistência ventilatória com respirador hiperbárico e permitem o emprego de medicações intravenosas como sedativos e drogas vasoativas durante as sessões. O desenvolvimento das câmaras monopacientes foi o motivo do grande impulso da terapêutica com OHB no mundo todo a partir daquela época. Em 1992 foi instalada uma câmara monopaciente Sechrist 2500 no Hospital das Clínicas da USP. O serviço ficou ligado à UTI do trauma do pronto socorro, e operado pelos médicos intensivistas. Essa câmara foi a primeira câmara “monoplace” da América Latina a ser instalada e funcionou durante dez anos ininterruptos. )NDICA ÜES#LÓNICASEM!VALIA ÎONESTA$IRETRIZ Queimaduras Avanços no tratamento das queimaduras, sobretudo no monitoramento de pacientes críticos, na ressucitação e antibióticos, melhoraram a sobrevida desses pacientes. Entretanto, persistem os desafios para a redução da gravidade, aumento da preservação tecidual e da velocidade na recuperação. A queimadura é uma injúria complexa e dinâmica caracterizada por uma zona central de necrose de coagulação, cercada por uma zona de estase e de hiperemia. Há formação de microtrombos e agregação plaquetária, hemoconcentração, agregação de hemácias e adesão de leucócitos à parede dos vasos, com subsequente liberação de substâncias vasoativas, o que resulta em edema, perda de líquido intravascular, hipovolemia, hipotensão e redução da perfusão tecidual, perpetuando e agravando a necrose. A proposta da utilização da oxigenioterapia hiperbárica nesses pacientes é de ação microscópica, preservando a microcirculação nos tecidos parcialmente lesados, reduzindo a extensão da injúria e o edema, acelerando o processo de cicatrização, reduzindo o tempo de hospitalização e os custos 6 1. )NJÞRIAPØS2ADIOTERAPIA A Radioterapia é um tratamento não operatório, podendo ser adjuvante às cirurgias, e comumente utilizado em diferentes neoplasias. Nas últimas décadas seu desenvolvimento aumentou sua eficácia e segurança. Entretanto, efeitos adversos continuam complicando seu uso, sendo que estes podem ser agudos ou tardios. A toxicidade actínica pode ser auto Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 181 Oxigenioterapia Hiperbárica limitada respondendo apenas à interrupção da radioterapia, mas também pode produzir eventos sérios que se mantém e progridem ao longo do tempo, mesmo na ausência da radioterapia, acometendo até 15 % dos pacientes. Essas injúrias costumam ser dose e fração dependentes, podendo estar ainda relacionadas às condições do paciente, e costumam ser refratárias a um grande número de opções terapêuticas (como debridamento e antibioticoterapia), sendo causa de necrose tecidual, osteoradionecrose, fraturas, dor intratável, fibrose com limitação funcional, infecção secundária, redução na qualidade de vida e aumento na mortalidade. O uso da Oxigenioterapia Hiperbárica tem sido proposto para a prevenção dessas lesões (concomitante ou após a radioterapia) ou no tratamento das necroses (sobretudo tardias) associadas. Apesar da Oxigenioterapia Hiperbárica aumentar a tensão de oxigênio tecidual, o que potencialmente trataria a necrose, existe a preocupação de que o oxigênio reative células neoplásicas dormentes, levando a recorrência da neoplasia 32-54. Úlcera de Membros Inferiores (MMII) em pacientes diabéticos A Diabetes melitus é uma doença que cursa com neuropatia e doença vascular periférica, as quais são a causa primária das úlceras de pé. A úlcera de pé por sua vez é uma das principais causas de hospitalização desses pacientes. Usualmente infectam, podendo evoluir para gangrena (classificação de Wagner)25. O impacto dessa complicação no Sistema de Saúde e nos pacientes individuais é imenso, e apesar do tratamento convencional dispensado, ainda persiste uma alta incidência de amputações. Atualmente o tratamento convencional consiste em debridamento, curativos e antibióticos sistêmicos, o que na maioria dos casos leva à cicatrização da úlcera em períodos variáveis de tempo. Outra opção de tratamento proposta para os casos resistentes ao tratamento convencional das úlceras de membro inferior em pacientes diabéticos é a Oxigenioterapia Hiperbárica76. OBJETIVO Identificar a melhor evidência disponível na atualidade, relacionada ao uso da Oxigenioterapia Hiperbárica, a fim de auxiliar na tomada de decisão quanto à indicação em pacientes com quadro clínico das Queimaduras, da Injúria pós Radioterapia e das Úlceras de MMII no Diabetes. 182 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica MATERIAL E MÉTODO A obtenção da evidência a ser utilizada para sustentar o uso clínico da Oxigenioterapia Hiperbárica seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDA#LÓNICA Os pacientes* submetidos à oxigenioterapia hiperbárica têm melhor evolução clínica do que aqueles submetidos somente ao tratamento convencional? )NDICA ÜESPROPOSTASEMAVALIA ÎO s )NJÞRIAPØSRADIOTERAPIA1UEIMADOSEÂLCERADE-EMBROS Inferiores no Diabetes Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). P aciente* I Oxigenioterapia Hiperbárica associada ao tratamento convencional C Tratamento convencional O Evolução Clínica "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s s 0RIMÉRIA0UB-ED-EDLINE%-"!3%3CIELO,ILACS 3ECUNDÉRIA"IBLIOTECA#OCHRANE %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA PubMed-Medline s (YPERBARIC/XYGENATION!.$FOOTDISEASES/2FOOT ulcers OR diabetes OR diabetes mellitus OR burn* radiotherapy OR radiation injuries OR radiation sickness) AND ((clinical[Title/Abstract] AND trial[Title/ Abstract]) OR clinical trials[MeSH Terms] OR clinical trial[Publication Type] OR random*[Title/ Abstract] OR random Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 183 Oxigenioterapia Hiperbárica allocation[MeSH Terms] OR therapeutic use[MeSH Subheading]) EMBASE s HYPERBARIC!.$@OXYGENATIONEXP!.$;RANDOMIZED controlled trial]/lim AND [humans]/lim AND [embase]/lim Scielo s (YPERBARIC/XYGENATION Biblioteca Cochrane s (YPERBARIC/XYGENATION Busca Manual s http://archive.rubicon-foundation.org/ . Acesso aos arquivos: Journal of Hyperbaric Medicine, Diving and Hyperbaric Medicine Journal, Undersea and Hyperbaric Medicine Journal Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 780 EMBASE 7 Scielo 164 Secundária Biblioteca Cochrane 27 Busca Manual Journal of Hyperbaric Medicine, Diving and Hyperbaric Medicine Journal, Undersea and Hyperbaric Medicine Journal 4646 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODE%NSAIO Clínico Controlado Randomizado; s &ORAMDElNIDOSCOMO%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados aqueles cujo escore JADAD17 foi maior ou 184 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica s igual a três (3); .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))ASELE ÎODOSESTUDOSPARA não produzir uma limitação ainda maior na seleção. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 3ØFOICONSIDERADAAEVIDÐNCIANAQUALOPACIENTENAS diversas situações clínicas testadas, é submetido ao tratamento pressurizado de oxigenioterapia. )NTERVEN ÎO s #ÊMARAShMONOPLACEvOUhMULTIPLEPLACEv s 0RESSURIZA ÎOACIMADE!4! s /XIGÐNIOA s !SSOCIA ÎOAFORMASDETRATAMENTOCONTEMPORÊNEAS Comparação s #ÊMARAShMONOPLACEvOUhMULTIPLEPLACEv s 0RESSURIZA ÎOSEMELHANTEÌ)NTERVEN ÎOOU inferior a 1,5 ATA s /XIGÐNIOSEMELHANTEÌ)NTERVEN ÎOOUMENOR do que 10% ou AR ambiente; s &ORMASDETRATAMENTOCONTEMPORÊNEAS “Outcome” (Desfecho) s $ESFECHOSCLÓNICOS Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDEINFORMA ÎO primária e secundária foram avaliados; .ASBASESPRIMÉRIASAPØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICA foram selecionados: PubMed-Medline (71), EMBASE (02) e Scielo (nenhum). A Tabela 2 expõe o número de trabalhos avaliados por situação clínica; Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 185 Oxigenioterapia Hiperbárica s s s s .ABASESECUNDÉRIAFORAMSELECIONADOSTRABALHOS .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS /SMOTIVOSDEINCLUSÎOEEXCLUSÎODOSTRABALHOSESTÎO dispostos no relatório individual de cada indicação clínica avaliada; %STUDOSlSIOLØGICOSJÉFORAMEXCLUÓDOSNAPRIMEIRA avaliação (23). )NDICA ÎO#LÓNICA .ÞMERO de Trabalhos Injúria pós radioterapia 49 Queimados 06 Úlcera de Membros Inferiores no Diabetes 21 Total 76 Tabela 2 – No de trabalhos selecionados para avaliação crítica segundo a indicação clínica %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s s s s s 186 /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por Desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎO crítica, nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo. /SDEMAISMOTIVOSDEEXCLUSÎOESTÎOEXPLICITADOSEM cada relatório da evidência disponível de acordo com a situação clínica avaliada. &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1966 e 2011. 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Ensaio Clínico Controlado Randomizado (ECR), esta era submetida a um Check-list apropriado de avaliação crítica (Tabela 3). !AVALIA ÎOCRÓTICADO%#2PERMITECLASSIlCÉLOSEGUNDO o escore JADAD, considerando os Ensaios JADAD < três (3) como inconsistentes, e aqueles com escore t três (3), Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica consistentes. 2OTEIRODE!VALIA ÎO#RÓTICADE%NSAIOS#LÓNICOS#ONTROLADOS Randomizados (Check-list) !NÉLISECRÓTICADA%VIDÐNCIASELECIONADA Dados do estudo Referência, Desenho de estudo, JADAD, força da evidência Cálculo da amostra Diferenças estimadas, poder, nível de significância, total de pacientes Seleção dos pacientes Critérios de inclusão e exclusão Pacientes Recrutados, randomizados, diferenças prognósticas Randomização Descrição e alocação vendada Seguimento dos pacientes Tempo, perdas, migração Protocolo de tratamento Intervenção, controle e cegamento Desfechos considerados Principal, secundário, instrumento de medida do desfecho de interesse Análise Intenção de tratamento, analisados intervenção e controle Resultado Benefício ou dano em dados absolutos Benefício ou dano em média "ENEFÓCIOOU$ANO$ADOS!BSOLUTOS Desfechos NEI NEC RAI % RAC % RRA/ARA % IC NNT/NNH NEI: número de eventos na intervenção; NEC: número de eventos no controle RAI: risco absoluto na intervenção; RAC: risco absoluto no controle; ARA: aumento do risco absoluto; IC: intervalo de confiança de 95%; NNH: número necessário para tratar para produzir um dano; NNT: número necessário para tratar "ENEFÓCIOOU$ANO%M-ÏDIA Desfecho Hbo Sham Diferença P 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em pacientes A intervenção Em comparação ao Reduz ou aumenta o risco Tabela 3 - Instrumento utilizado para avaliar criticamente os Ensaios Clínicos Randomizados. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 187 Oxigenioterapia Hiperbárica %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s s s /SRESULTADOSREFERENTESÌSDIFERENTESSITUA ÜESCLÓNICAS consideradas (Injúria pós radioterapia, Queimados e Úlcera de Membros Inferiores no Diabetes) serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências bibliográficas; 0ARARESULTADOSCOMEVIDÐNCIADISPONÓVELSERÎO definidos de maneira específica, sempre que possível: a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou ausência de benefício e/ou dano, e as controvérsias; .AAUSÐNCIADE%NSAIOS#LÓNICOS2ANDOMIZADOS consistentes selecionados, a síntese será limitada à impossibilidade de sustentar a indicação; .ÎOSERÉINCLUÓDONOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADAS a custo; /SDESFECHOSCONSIDERADOSSERÎOLIMITADOSÌElCÉCIAE segurança das intervenções. RESULTADOS As evidências recuperadas relacionadas ao tema (P.I.C.O.) estão dispostas na Tabela 4. Foram submetidas então ao check list de avaliação crítica a fim de evidenciarem ou não a utilidade da Oxigenioterapia Hiperbárica nas situações clínicas alvo desta DUT, sendo seus resultados expostos, quando consistentes, objetivamente a seguir. Os motivos de exclusão das evidências não consideradas também serão explicitados. E, em cada tema a Síntese da Evidência será a forma de expressão da aplicação clínica da tecnologia Oxigenioterapia Hiperbárica. 188 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica 3ÓNTESEDOSRESULTADOSDA!VALIA ÎO#RÓTICAE3ELE ÎODA %VIDÐNCIA .ÞMERO )NDICA ÎO#LÓNICA de Trabalhos Injúria pós radioterapia 49 Queimados 06 Úlcera de Membros Inferiores no Diabetes 21 Total Tabela 4 - Indicações clínicas com Evidência Científica selecionada na 1ª avaliação crítica 76 Em Queimaduras 1UESTÎOCLÓNICA s 1UALASEGURAN AEElCÉCIADOUSODA#ÊMARA Hiperbárica em pacientes com queimadura, quando comparado ao tratamento convencional? 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEM1UEIMADURAS Nenhum dos estudos inicialmente selecionados pode ser incluído como evidência para responder à questão, devido às limitações metodológicas (Tabela 5). %VIDÐNCIASELECIONADAEM1UEIMADURAS Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo exclusão 03 10-12 Ensaio Clínico Randomizado Revisão Sistemática 05 01 0 0 JADAD < 3 01 8 Idioma 01 9 Modelo experimental 01 13 Critérios de seleção distintos Tabela 5 – Processo seletivo da Evidência em Queimaduras a ser utilizada na Síntese 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIADETRATAMENTODAS1UEIMADURAS Por ausência de evidência consistente disponível, não há como estimar se em pacientes com queimadura, a intervenção de oxigenioterapia hiperbárica em comparação ao tratamento convencional, produz benefício (eficácia) ou dano (segurança). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 189 Oxigenioterapia Hiperbárica Na Úlcera de Membros Inferiores em pacientes diabéticos 1UESTÎOCLÓNICA s s 1UALOBENEFÓCIOERISCODAASSOCIA ÎODA#ÊMARA Hiperbárica no tratamento de pacientes com Úlcera de MMII, quando comparado ao tratamento convencional? &ORAMAVALIADOSPUBLICA ÜESAPRINCÓPIOCONSIDERADAS ECR ou Revisões Sistemáticas, e selecionadas para sustentar a Síntese da Evidência 03 publicações. Os motivos de exclusão estão dispostos na Tabela 6. %VIDÐNCIASELECIONADAEMÂLCERADE--))NO$IABETES Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos 09 Ensaio Clínico Randomizado Revisão 17 04 0314-16 Motivo exclusão 19,21, 22,24,25,27, 29, 30, 32 JADAD < 3 02 17, 34 Protocolo 01 23 Idioma 02 26, 28 Componentes distintos do P.I.C.O. 03 20, 31, 33 Critérios de seleção distintos da DUT 01 18 Revisão Narrativa Tabela 6 – Processo seletivo da Evidência em Úlcera de MMII no Diabetes a ser utilizada na Síntese. 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEMÂLCERADE--))NO Diabetes Em pacientes diabéticos com úlceras isquêmicas de MMII, maiores do que 1cm e menores do que 10cm, há mais de 6 semanas, a aplicação de 30 sessões de câmara hiperbárica (100% oxigênio, 2,4 ata, 90min, 1x/dia) leva a aumento na taxa de cicatrização, em 62,5 % (Número Necessário para Tratar - NNT = 2)14. Também, em pacientes diabéticos com ao menos uma úlcera profunda abaixo do tornozelo, graus 2 a 4 de Wagner5, sem infecção aguda, há mais de 3 meses, e tratados sem resposta por período superior a 2 meses, o uso de câmara hiperbárica, 5 dias por semana, por 8 semanas (2,5 atmosferas 190 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica (ATA) por 85min), aumenta a taxa de cicatrização em 23% (NNT=4) em seguimento de 1 ano15. Além disso, há diferença na resposta pré e pós tratamento em escore de saúde mental (medido pelo questionário de qualidade de vida SF 36) nos pacientes submetidos ao tratamento com a câmara hiperbárica em 1 ano de seguimento. A cicatrização da úlcera foi relatada com a melhora nos domínios de aspecto funcional (físico, de vitalidade e social), sendo que nos pacientes que experimentaram a cicatrização, a qualidade de vida relacionada à saúde física e emocional é superior16. 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIADE/XIGENIOTERAPIA(IPERBÉRICAEM Úlcera de MMII Em pacientes diabéticos com úlceras de MMII (graus 2 a 4 de Wagner) o uso de Oxigenioterapia Hiperbárica (30 a 40 sessões, 100% oxigênio, 2,4 a 2,5 ATA, 85 a 90min, 1x/dia) aumenta cicatrização variando o benefício entre 23% (NNT = 4) e 62,5% (NNT = 2), e melhora a qualidade de vida relacionada à saúde física e emocional. .A)NJÞRIAPØS2ADIOTERAPIA Foram avaliados 49 publicações a princípio consideradas ECR ou Revisões Sistemáticas, e selecionadas para sustentar a Síntese da Evidência 02 publicações. Os motivos de exclusão estão dispostos na Tabela 7. %VIDÐNCIASELECIONADANA)NJÞRIAPØS2ADIOTERAPIA Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo exclusão 16 36,40,41,50,53, 54,62,64,65,66,68,69, JADAD < 3 73, 74, 80, 83 Ensaio Clínico Randomizado 2 43, 47 11 44,49,51,52,61, 70,76,77,78,81,82 9 39,45,46,55,63,67, 71,72,75 1 60 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Protocolo, Fase I ou Fase II Desenho distinto de ECR Idioma 191 Oxigenioterapia Hiperbárica 3 35, 37, 38 Revisão 0 Critérios de seleção distintos da DUT 7 42,49,56,57,58,59,79 Revisão Narrativa Tabela 7 – Processo seletivo da Evidência na Injúria pós Radioterapia a ser utilizada na Síntese. 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADANA)NJÞRIAPØS Radioterapia Pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos a radioterapia e com indicação de implante dentário, a aplicação de 20 seções de 100% oxigênio, 2,5 ATA por 80min antes do implante e 10 seções após o implante, associado a antibiótico profilaxia com cefradine 1,0g, 3x/dia, 2 semanas, em comparação com antibiótico profilaxia com cefradine 1,0g, 3x/dia, 2 semanas, produz aumento no risco de dor e desconforto psicológico84. Pacientes submetidos à radioterapia com osteoradionecrose mandibular, sem melhora ao tratamento convencional, o uso de 30 seções de 100% oxigênio, 2,4 ATA por 90min, 1x/dia (grupo a) e + 10 seções após a cirurgia (grupo b), não aumenta a recuperação, e aumenta o risco de complicações em 19,9% (Número Necessário para produzir Dano - NNH 5)85. 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIADE)NJÞRIAPØS2ADIOTERAPIA Em pacientes com Neoplasia de cabeça e pescoço e indicação de implante dentário ou com osteoradionecrose mandibular o uso de Oxigenioterapia Hiperbárica concomitante ou pós injúria (20 a 30 seções de 100% oxigênio, 2,4 a 2,5 ATA por 80 a 90min, 1x/dia, aumenta o desconforto psicológico e a dor, bem como o número de complicações (NNH = 5). DISCUSSÃO Na década de 70 o uso clínico da Oxigenioterapia Hiperbárica já apresentava sinais de resultado positivo em inúmeras séries de casos, como em pacientes diabéticos, demonstrando redução nas amputações, em comparação com a terapêutica tradicional. Por causa do aparente efeito na cicatrização seu uso 192 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica foi então preconizado e generalizado, em detrimento de uma sistemática e apropriada comparação com as formas de tratamento convencional6. No entanto, se considerarmos que desde a década de 80 já existem Ensaios Clínicos Randomizados consistentes avaliando o uso da Oxigenioterapia Hiperbárica em diversas situações clínicas; que tecnologias como a Câmara Hiperbárica podem ser estudadas em associação ao tratamento convencional; e, que o modelo de cegamento através do uso do grupo “Sham” ou Placebo é facilmente aplicável, não há motivo para que as suas indicações não sejam sustentadas por Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) consistentes. O conceito de consistência dos ECR evidentemente influencia a seleção da evidência a ser considerada, podendo ser baseado em extremos como o erro tipo II (não considerado nesta DUT), ou em escores símplices como o JADAD7, composto pelos elementos fundamentais que obrigatoriamente devem estar presente nos Ensaios auto denominados de Randomizados. O escore pode ser considerado como uma forma arbitrária ou até simples demais de seleção da evidência a ser considerada, mas na verdade trata-se de um mínimo de parâmetro para reduzir alguns vieses, que constantemente assolam o valor dos estudos clínicos, induzindo ao uso indiscriminado de procedimentos, que na verdade não se sabe se produzem benefício, dano ou são inócuos. O número de ECR estudando o uso da Oxigenioterapia Hiperbárica com JADAD > 3 é muito pequeno, e considerando as indicações aqui estudadas, até ausente, como no caso das Queimaduras. As Revisões Sistemáticas chegam a descrevê-los como incluídos, mas desconsideram seus resultados, e portanto perdem sua utilidade como informação científica parametrizada. Quando excluimos grande quantidade de estudos de menor força, produzimos um efeito restritivo grande, cujos resultados (estudos selecionados) podem produzir limitações para sua aplicabilidade na prática diária, mas ao mesmo tempo traduzem a fraqueza da evidência disponível ao longo de décadas. Mas existem ainda outras barreiras que limitam a sustentabilidade das indicações pela evidência, como aquelas relacionadas à população, intervenção e principalmente relativas ao desfecho. Por exemplo, os pacientes com Úlcera de MMII que se beneficiam do uso da Oxigenioterapia Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 193 Oxigenioterapia Hiperbárica são excessivamente específicos, quando na verdade sabemos que a condição clínica “pé diabético” envolve uma variedade de manifestações que não estão restritas a uma úlcera de membro inferior. Em relação também ao detalhamento da aplicação de Oxigênio, há pouca informação sobre o tratamento convencional associado ou precedido. Mas, muito mais importante é a escolha dos desfechos a serem estudados, que geralmente se constituem em intermediários ou secundários, com mínima abordagem dos desfechos primários ou clínicos, que importam. Nesta Diretriz de Tecnologia estão presentes muitas dessas barreiras em cada tema analisado, assim: nas Queimaduras e Injúrias pós-radioterapia não há evidência consistente disponível, definindo segurança e eficácia da OH com relação às formas de tratamento convencional. Mas, nos casos de Úlcera de membro inferior no Diabetes, apesar da seleção de três ECR, desfechos fundamentais como amputação sequer são considerados. Outro aspecto importante é a ausência de relato de eventos adversos, que não fazem parte dos desfechos considerados pelos estudos. A síntese da evidência, partindo da existência de ECR com poder, não pode ser ampliada, considerando todas as sub-populações, as opções de dose e fracionamento terapêutico, todos os desfechos importantes, com tempo de seguimento longo, uma vez que os estudos disponíveis tem visível dificuldade na seleção homogênea, e ao mesmo tempo real, da população a ser estudada. Este estudo criterioso permite que seja gerada uma Síntese Global da Evidência referente às indicações de Oxigenioterapia Hiperbárica no tratamento das Queimaduras, das Injúrias pós Radioterapia e nas Úlceras de MMII, mas de maneira alguma permite que tenhamos uma idéia, sequer aproximada, do real papel dessa tecnologia na prática diária, devido à insistente e visível abordagem científica superficial no estudo de sua aplicação nas indicações estudadas nesta DUT. 194 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica SÍNTESE DA EVIDÊNCIA GLOBAL DE OXIGENIOTERAPIA HIPERBÁRICA 1UEIMADURASÂLCERADE--))NO$IABETESE)NJÞRIA pós Radioterapia Como benefício, aumenta a cicatrização nas úlceras de MMII. Como dano, aumenta a dor e o stress psicológico dos pacientes com determinadas neoplasias. E não permite estimar o efeito no tratamento dos pacientes com queimadura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Niezgoda JA, Cianci P, Folden BW, Ortega RL, Slade JB, Storrow AB. The effect of hyperbaric oxygen therapy on a burn wound model in human volunteers. Plast Reconstr Surg 1997; 99: 1620-5. 2. Clarke RE, Tenorio LM, Hussey JR, Toklu AS, Cone DL, Hinojosa JG, et al. Hyperbaric oxygen treatment of chronic refractory radiation proctitis: a randomized and controlled double-blind crossover trial with long-term follow-up. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2008; 72: 134-43. 3. Lin HY, Ku CH, Liu DW, Chao HL, Lin CS, Jen YM. Hyperbaric oxygen therapy for late radiation-associated tissue necroses: is it safe in patients with locoregionally recurrent and then successfully salvaged head-and-neck cancers? Int J Radiat Oncol Biol Phys 2009; 74: 107782. 4. Rud AK, Bjørgo S, Kristensen GB, Kongsgaard UE. Hyperbaric oxygen therapy for late radiation tissue injury in gynaecological patients. Support Care Cancer 2009; 17: 1517-21. 5. Wagner FW. The dysvascular foot: a system for diagnosis and treatment. Foot Ankle 2:64 –122, 1981. 6. Duzgun AP, Satir HZ, Ozozan O, Saylam B, Kulah B, Coskun F. Effect of hyperbaric oxygen therapy on healing of diabetic foot ulcers. J Foot Ankle Surg 2008; 47: 515-9. 7. Jadad AR, Moore RA, Carroll D, Jenkinson C, Reynolds DJ, Gavaghan DJ, et al. Assessing the quality of reports of randomized clinical trials: is Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 195 Oxigenioterapia Hiperbárica 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 196 blinding necessary? Control Clin Trials 1996; 17:1-12. Xu N, Li Z, Luo X. [Effects of hyperbaric oxygen therapy on the changes in serum sIL-2R and Fn in severe BURN patients]. Zhonghua Zheng Xing Shao Shang Wai Ke Za Zhi 1999; 15: 220-3. Niezgoda JA, Cianci P, Folden BW, Ortega RL, Slade JB, Storrow AB. The effect of hyperbaric oxygen therapy on a BURN WOUND MODEL in human volunteers. Plast Reconstr Surg 1997; 99: 1620-5. Brannen AL, Still J, Haynes M, Orlet H, Rosenblum F, Law E, et al. A randomized prospective trial of hyperbaric oxygen in a referral BURN center population. Am Surg 1997; 63: 205-8. Perrins DJ. Influence of hyperbaric oxygen on the survival of SPLIT SKIN GRAFTS. Lancet 1967; 1: 868-71. (ART'"/2EILLY22"ROUSSARD.$#AVE2('OODMAN$"9ANDA2, Treatment of burns with hyperbaric oxygen. Surg Gynecol Obstet 1974; 139: 693-6. Villanueva Elmer, Bennett Michael H, Wasiak Jason, Lehm Jan P. Hyperbaric oxygen therapy for thermal burns. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 08, Art. No. CD004727. DOI: 10.1002/14651858.CD004727.pub3 Abidia A, Laden G, Kuhan G, Johnson BF, Wilkinson AR, Renwick PM, et al. The role of hyperbaric oxygen therapy in ischaemic diabetic lower extremity ulcers: a double-blind randomised-controlled trial. Eur J Vasc Endovasc Surg 2003; 25: 513-8. Löndahl M, Katzman P, Nilsson A, Hammarlund C. Hyperbaric oxygen therapy facilitates healing of chronic foot ulcers in patients with diabetes. Diabetes Care 2010; 33: 998-1003. Löndahl M, Landin-Olsson M, Katzman P. Hyperbaric oxygen therapy improves health-related quality of life in patients with diabetes and chronic foot ulcer. Diabet Med 2011; 28: 186-90. Löndahl M, Katzman P, Nilsson A, Hammarlund C, Sellman A, Wykman A, et al. A prospective study: hyperbaric oxygen therapy in diabetics with CHRONIC FOOT ULCERS. J Wound Care 2006; 15(10):457-9. Berendt AR. Counterpoint: hyperbaric oxygen for DIABETIC FOOT WOUNDS is not effective. Clin Infect Dis 2006; 43: 193-8. Sun TB, Yang CC, Kuo TB. Effect of hyperbaric oxygen on cardiac neural regulation in diabetic individuals with FOOT COMPLICATIONS. Diabet Med 2006; 23: 360-6. Roeckl-Wiedmann I, Bennett M, Kranke P. Systematic review of hyperbaric oxygen in the management of CHRONIC WOUNDS. Br J Surg Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 2005; 92: 24-32. Mills CR, Harding S. Re: The role of hyperbaric oxygen therapy in ISCHAEMIC DIABETIC LOWER EXTREMITY ULCERS: a double-blind randomised-controlled trial. Eur J Vasc Endovasc Surg 2004; 27: 108. Kessler L, Bilbault P, Ortéga F, Grasso C, Passemard R, Stephan D, et al. Hyperbaric oxygenation accelerates the healing rate of nonischemic chronic DIABETIC FOOT ULCERS: a prospective randomized study. Diabetes Care 2003; 26: 2378-82. Gawlik C, Schmacke N, Gibis B, Sander G, Rheinberger P. [Reimbursement and importance of hyperbaric oxygenation for DIABETIC FOOT ULCERS in German publically funded ambulatory health care]. Z Arztl Fortbild Qualitatssich 2001; 95: 715-8. Heng MC, Harker J, Csathy G, Marshall C, Brazier J, Sumampong S, et al. Angiogenesis in NECROTIC ULCERS treated with hyperbaric oxygen. Ostomy Wound Manage 2000; 46: 18-28, 30-2. Faglia E, Favales F, Aldeghi A, Calia P, Quarantiello A, Oriani G, et al. Adjunctive systemic hyperbaric oxygen therapy in treatment of severe prevalently ischemic DIABETIC FOOT ULCER. A randomized study. Diabetes Care 1996; 19: 1338-43. Hammarlund C, Sundberg T. Hyperbaric oxygen reduced size of CHRONIC LEG ULCERS: a randomized double-blind study. Plast Reconstr Surg 1994; 93: 829-33. Doctor N, Pandya S, Supe A. Hyperbaric oxygen therapy in DIABETIC FOOT. J Postgrad Med 1992; 38: 112-4. Leslie CA, Sapico FL, Ginunas VJ, Adkins RH. Randomized controlled trial of topical hyperbaric oxygen for treatment of DIABETIC FOOT ULCERS. Diabetes Care 1988; 11: 111-5. Boulton AJM. Hyperbaric Oxygen in the Management of Chronic Diabetic Foot Ulcers. Curr Diab Rep 2010; 10: 255–6. Efrati S, Gall N, Bergan J, Fishlev G, Bass A, Berman S, et al. Hyperbaric oxygen, oxidative stress, NO bioavailability and ulcer oxygenation in diabetic patients. Undersea Hyperb Med 2009; 36: 1-12. Hinchliffe RJ, Valk GD, Apelqvist J, Armstrong DG, Bakker K, Game FL, et al. A systematic review of the effectiveness of interventions to enhance the healing of chronic ulcers of the foot in diabetes. Diabetes Metab Res Rev 2008; 24 Suppl 1:S119-44. Lin TF, Chen SB, Niu KC. The Vascular Effects of Hyperbaric Oxygen Therapy in Treatment of Early Diabetic Foot. Undersea Hyp Med 2001. Disponível em URL: http://archive.rubicon-foundation.org/ Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 197 Oxigenioterapia Hiperbárica 33. Kranke Peter, Bennett Michael H, Debus Sebastian E, Roeckl-Wiedmann Irmgard, Schnabel Alexander. Hyperbaric oxygen therapy for chronic wounds. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 08, Art. No. CD004123. DOI: 10.1002/14651858. CD004123.pub2 34. /2EILLY $ ,INDEN 2 &EDORKO ,4ARRIDE *% *ONES7' "OWEN *- ET al. A prospective, double-blind, randomized, controlled clinical trial comparing standard wound care with adjunctive hyperbaric oxygen therapy (HBOT) to standard wound care only for the treatment of chronic, non-healing ulcers of the lower limb in patients with diabetes mellitus: a study protocol. Trials 2011; 12: 69. 35. Bennett Michael H, Feldmeier John, Hampson Neil, Smee Robert, Milross Christopher. Hyperbaric oxygen therapy for late radiation tissue injury. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 08, Art. No. CD005005. DOI: 10.1002/14651858.CD005005.pub3 36. Clarke RE, Tenorio LM, Hussey JR, Toklu AS, Cone DL, Hinojosa JG, et al. Hyperbaric oxygen treatment of chronic refractory radiation proctitis: a randomized and controlled double-blind crossover trial with long-term follow-up. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2008; 72: 134-43. 37. Denton Arshi S, Andreyev Jervoise J, Forbes Alastair, Maher Jane. Non surgical interventions for late radiation proctitis in patients who have received radical radiotherapy to the pelvis. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 08, Art. No. C D003455. DOI: 10.1002/14651858.C D003455.pub1 38. Fritz GW, Gunsolley JC, Abubaker O, Laskin DM. Efficacy of preand postirradiation hyperbaric oxygen therapy in the prevention of postextraction osteoradionecrosis: a systematic review. J Oral Maxillofac Surg 2010; 68: 2653-60. 39. Lin HY, Ku CH, Liu DW, Chao HL, Lin CS, Jen YM. Hyperbaric oxygen therapy for late radiation-associated tissue necroses: is it safe in patients with locoregionally recurrent and then successfully salvaged head-and-neck cancers? Int J Radiat Oncol Biol Phys 2009; 74:107782. 40. Rud AK, Bjørgo S, Kristensen GB, Kongsgaard UE. Hyperbaric oxygen therapy for late radiation tissue injury in gynaecological patients. Support Care Cancer 2009; 17: 1517-21. 41. Teguh DN, Levendag PC, Noever I, Voet P, van der Est H, van Rooij P, Dumans AG, et al. Early hyperbaric oxygen therapy for reducing radiotherapy side effects: early results of a randomized trial in 198 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. oropharyngeal and nasopharyngeal cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2009; 75: 711-6. Delanian S, Lefaix JL. Current management for late normal TISSUE INJURY: radiation-induced fibrosis and necrosis. Semin Radiat Oncol 2007; 17: 99-107. Schoen PJ, Raghoebar GM, Bouma J, Reintsema H, Vissink A, Sterk W, et al. Rehabilitation of oral function in HEAD AND NECK CANCER patients after radiotherapy with implant-retained dentures: effects of hyperbaric oxygen therapy. Oral Oncol 2007; 43: 379-88. Yarnold J. Double-blind randomised phase II study of hyperbaric oxygen in patients with RADIATION-INDUCED BRACHIAL PLEXOPATHY. Radiother Oncol 2005; 77: 327. Feldmeier JJ, Hampson NB, Bennett M. In response to the negative randomized controlled hyperbaric trial by Annane et al in the treatment of MANDIBULAR ORN. Undersea Hyperb Med 2005; 32:141-3. van Merkesteyn R, Bakker DJ. Comment on “Hyperbaric oxygen therapy for RADIONECROSIS of the jaw: a randomized, placebo-controlled, double-blind trial from the ORN96 Study Group”. J Clin Oncol 2005; 23: 4465-6. Annane D, Depondt J, Aubert P, Villart M, Géhanno P, Gajdos P, et al. Hyperbaric oxygen therapy for RADIONECROSIS OF THE JAW: a randomized, placebo-controlled, double-blind trial from the ORN96 study group. J Clin Oncol 2004; 22: 4893-900. Feldmeier JJ, Hampson NB. A systematic review of the literature reporting the application of hyperbaric oxygen prevention and treatment of delayed RADIATION INJURIES: an evidence based approach. Undersea Hyperb Med 2002; 29: 4-30. Pritchard J, Anand P, Broome J, Davis C, Gothard L, Hall E, et al. Doubleblind randomized phase II study of hyperbaric oxygen in patients with RADIATION-INDUCED BRACHIAL PLEXOPATHY. Radiother Oncol 2001; 58: 279-86. Marx RE, Johnson RP, Kline SN. Prevention of OSTEORADIONECROSIS: a randomized prospective clinical trial of hyperbaric oxygen versus penicillin. J Am Dent Assoc 1985; 111: 49-54. Kirk J, Wingate GW, Watson ER. High-dose effects in the treatment of CARCINOMA OF THE BLADDER under air and hyperbaric oxygen conditions. Clin Radiol 1976; 7: 137-44. Hulshof MC, Stark NM, van der Kleij A, Sminia P, Smeding HM, Gonzalez Gonzalez D. Hyperbaric oxygen therapy for COGNITIVE DISORDERS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 199 Oxigenioterapia Hiperbárica 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 200 AFTER IRRADIATION of the brain. Strahlenther Onkol 2002; 178: 192-8. Dische S, Saunders MI, Sealy R, Werner ID, Verma N, Foy C, et al. CARCINOMA OF THE CERVIX and the use of hyperbaric oxygen with radiotherapy: a report of a randomised controlled trial. Radiother Oncol 1999; 53:93-8. Haffty BG, Hurley R, Peters LJ. Radiation therapy with hyperbaric oxygen at 4 atmospheres pressure in the management of SQUAMOUS CELL CARCINOMA OF THE HEAD AND NECK: results of a randomized clinical trial. Cancer J Sci Am 1999; 5: 341-7. Hoskin PJ, Saunders MI, Dische S. Hypoxic radiosensitizers in radical radiotherapy for patients with BLADDER CARCINOMA: hyperbaric oxygen, misonidazole, and accelerated radiotherapy, carbogen, and nicotinamide. Cancer 1999; 86: 1322-8. Hartmann KA, Carl UM, Bahnsen J. What can we learn from the hyperbaric oxygen trials in HEAD AND NECK CANCER? Strahlenther Onkol 1996; 172 Suppl 2:26-7. Mameghan H, Sandeman TF. The management of invasive bladder cancer: a review of selected Australasian studies in RADIOTHERAPY, CHEMOTHERAPY AND CYSTECTOMY. Aust N Z J Surg. 1991; 61: 173-8. Sealy R. Hyperbaric oxygen in the radiation treatment of HEAD AND NECK CANCERS. Radiother Oncol 1991; 20 Suppl 1:75-9. Dische S. WHAT have we learnt from hyperbaric oxygen? Radiother Oncol 1991; 20 Suppl 1:71-4. $ARIALOVA 3, "ITIUTSKI¬ 0' 3UKIRKO 6! +LOCHIKHIN !, &RANK '! [Preoperative irradiation of LARYNGEAL CANCER patients under different oxygen regimens]. Med Radiol (Mosk) 1985; 30: 10-5. Russian. Sealy R, Cridland S. The treatment of locally advanced HEAD AND NECK CANCER with misonidazole, hyperbaric oxygen and irradiation: an interim report. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1984; 10: 1721-3. Brady LW, Plenk HP, Hanley JA, Glassburn JR, Kramer S, Parker RG. Hyperbaric oxygen therapy for CARCINOMA OF THE CERVIX--stages IIB, IIIA, IIIB and IVA: results of a randomized study by the Radiation Therapy Oncology Group. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1981; 7: 991-8. Dische S, Bennett MH, Saunders MI, Anderson P. TUMOUR REGRESSION as a guide to prognosis: a clinical study. Br J Radiol 1980; 53: 454-61. Sause WT, Plenk HP. Radiation therapy of HEAD AND NECK TUMORS: a randomized study of treatment in air vs treatment in hyperbaric oxygen. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1979; 5: 1833-6. Berry GH, Dixon B, Ward AJ. The Leeds results for radiotherapy in HBO Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Oxigenioterapia Hiperbárica 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. for CARCINOMA OF THE HEAD AND NECK. Clin Radiol 1979; 30: 591-2. Ward AJ, Dixon B. CARCINOMA OF THE CERVIX: results of a hyperbaric oxygen trial associated with the use of the cathetron. Clin Radiol 1979; 30: 383-7. Henk JM, James KW. Comparative trial of large and small fractions in the radiotherapy of HEAD AND NECK CANCER. Clin Radiol 1978; 29: 611-6. Watson ER, Halnan KE, Dische S, Saunders MI, Cade IS, McEwen JB, et al. Hyperbaric oxygen and radiotherapy: a Medical Research Council trial in CARCINOMA OF THE CERVIX. Br J Radiol 1978; 51: 879-87. Cade IS, McEwen JB, Dische S, Saunders MI, Watson ER, Halnan KE, et al. Hyperbaric oxygen and radiotherapy: a Medical Research Council trial in CARCINOMA OF THE BLADDER. Br J Radiol 1978; 51: 876-8. Sealy R. A preliminary clinical study in the use of misonidazole in CANCER OF THE HEAD AND NECK. Br J Cancer Suppl 1978; 3:314-7. Cade IS, McEwen JB. Clinical trials of RADIOTHERAPY in hyperbaric oxygen at Portsmouth, 1964--1976. Clin Radiol 1978; 29: 333-8. Henk JM, Smith CW. Radiotherapy and hyperbaric oxygen in HEAD AND NECK CANCER. Interim report of second clinical trial. Lancet 1977; 2: 104-5. Henk JM, Kunkler PB, Smith CW. Radiotherapy and hyperbaric oxygen in HEAD AND NECK CANCER. Final report of first controlled clinical trial. Lancet 1977; 2: 101-3. Fletcher GH, Lindberg RD, Caderao JB, Wharton JT. Hyperbaric oxygen as a radiotherapeutic adjuvant in advanced CANCER OF THE UTERINE CERVIX: preliminary results of a randomized trial. Cancer 1977; 39: 617-23. Littbrand B, Edsmyr F, Révész L. A low dose-fractionation shceme for the radiotherapy of CARCINOMA OF THE BLADDER. Experimental background and preliminary results. Bull Cancer 1975; 62: 241-8. Ward AJ, Stubbs B, Dixon B. CARCINOMA OF THE CERVIX: establishment of a hyperbaric oxygen trial associated with the use of the cathetron. Br J Radiol 1974; 47: 319-25. Dische S. The hyperbaric oxygen chamber in the radiotherapy of CARCINOMA OF THE UTERINE CERVIX. Br J Radiol 1974; 47: 99-107. Dische S. The hyperbaric oxygen chamber in the radiotherapy of CARCINOMA OF THE BLADDER. Br J Radiol 1973; 46: 13-7. Plenk HP. Hyperbaric radiation therapy. Preliminary results of a randomized study of CANCER OF THE URINARY BLADDER and review Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 201 Oxigenioterapia Hiperbárica 80. 81. 82. 83. 84. 85. 202 of the “oxygen experience”. Am J Roentgenol Radium Ther Nucl Med 1972; 114: 152-7. Tobin DA, Vermund H. A randomized study of hyperbaric oxygen as an adjunct to regularly fractionated radiation therapy for clinical treatment of ADVANCED NEOPLASTIC DISEASE. Am J Roentgenol Radium Ther Nucl Med 1971; 111: 613-21. Kunkler PB, Boulis-Wassif S, Shah NK, Sutherland WH, Smith C. A controlled trial of hyperbaric oxygen in the radiotherapy of HEAD AND NECK TUMOURS. Br J Radiol 1968; 41: 557. McEwen JB. Clinical trials of hyperbaric oxygen and RADIOTHERAPY. Br J Radiol 1968; 41: 556. McEwen JB. Clinical trial of RADIOTHERAPY and high pressure oxygen. Ann R Coll Surg Engl 1966; 39: 168-71. Schoen PJ, Raghoebar GM, Bouma J, Reintsema H, Vissink A, Sterk W, et al. Rehabilitation of oral function in HEAD AND NECK CANCER patients after radiotherapy with implant-retained dentures: effects of hyperbaric oxygen therapy. Oral Oncol 2007; 43: 379-88. Annane D, Depondt J, Aubert P, Villart M, Géhanno P, Gajdos P, et al. Hyperbaric oxygen therapy for RADIONECROSIS OF THE JAW: a randomized, placebo-controlled, double-blind trial from the ORN96 study group. J Clin Oncol 2004; 22: 4893-900. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 PAPEL DIAGNÓSTICO E OU PROGNÓSTICO DO ONCOGENE HER-2 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 203 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 INTRODUÇÃO Os oncogenes são sequências de DNA que expressam proteínas controladoras da proliferação, diferenciação e morte celular. Eles são versões somaticamente mutadas de genes normais ou proto-oncogenes, e codificam proteínas que governam passos cruciais no crescimento, diferenciação e morte celular programada. As características neoplásicas e metastáticas adquiridas pela célula tumoral associam-se à ocorrência de alterações genéticas e epigenéticas que afetam genes envolvidos nos processos de proliferação celular, apoptose, reparo de DNA, angiogênese e adesão celular. Os proto-oncogenes podem ser transformados em oncogenes por diferentes mecanismos que incluem mutações de ponto, lesões em porções cromossômicas, amplificações gênicas e rearranjos, sendo que tais alterações levam a uma perda ou ganho de função da proteína codificada pela sequência alterada e à consequente transformação maligna. Desta maneira, os genes afetados, assim como as alterações genéticas e epigenéticas relacionadas, podem ser utilizados na prática clínica como marcadores moleculares da doença 1. O proto-oncogene HER-2, também denominado HER-2/neu ou c-erbB-2 (Human epidermal growth factor receptor 2 – homólogo humano do oncogene “neu”, obtido a partir de células de neuroblastoma de rato), está localizado no lócus 21 do braço curto do cromossomo 17 (17q21) e codifica uma glicoproteína transmembrana (receptor) de 185-KDa (proteína HER-2), que compartilha significante homologia com o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) 2,3. Assim como EGFR, o HER-2 pertence a uma família de receptores de membrana com atividade tirosino-quinase intracelular em sua porção carboxi-terminal (enzima que cataliza a fosforilação de resíduos de tirosina em proteínas), sendo o segundo membro (por apresentar elevado grau de similaridade) de quatro receptores de fator de crescimento: HER-1 (EGFR ou c-erbB-1); HER-2 (HER-2/neu ou c-erbB-2); HER-3 (c-erbB-3) e HER-4 (c-erbB-4) 4. Estes receptores, expressos normalmente em epitélios de vários órgãos, encontram-se localizados na membrana celular e são constituídos por um domínio extracelular de ligação a fatores de crescimento, um domínio 204 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 transmembranar lipofílico e um domínio intracelular, com atividade tirosinoquinase (com exceção do HER-3). Após a ligação do fator de crescimento à porção externa do receptor, ocorre a dimerização do mesmo, ou seja, acoplamento com outro receptor, igual ou diferente da mesma família, com posterior ativação da porção intracelular, com atividade tirosino-quinase, que confere o seu papel na regulação do crescimento e desenvolvimento celulares, através de vias de sinalização, que podem resultar em apoptose, proliferação ou diferenciação celular. A amplificação do gene leva a expressão aumentada na membrana celular da proteína HER-2, proporcionando à célula neoplásica um maior grau de malignidade, com maior taxa de proliferação celular. Amplamente estudado no carcinoma de mama, o oncogene HER-2 também se encontra superexpresso em outros tumores como adenocarcinoma do trato gastrointestinal, carcinoma de ovário, glioblastoma multiforme e carcinoma de pulmão, tendo, portanto, impacto na definição do prognóstico bem como elaboração do esquema terapêutico. Há uma variedade de métodos disponíveis para a avaliação da expressão do HER-2/neu, podendo ser divididos em métodos que pesquisam a amplificação do gene e métodos que investigam a hiperexpressão da proteína. Dentre os primeiro, temos a hibridização fluorescente in situ (FISH), a hibridização cromogênica in situ (CISH), hibridização in situ pela prata (SISH) e a reação em cadeia da polimerase (PCR). Já, dentre os métodos que investigam a hiperexpressão da proteína HER-2/neu temos o Western blotting, enzima imunoensaio (ELISA) e a imunoistoquímica (IHC). Existem ainda métodos que investigam a hiperexpressão do HER-2 RNA como o Northern blotting e a reação em cadeia da polimerase reversa (RT-PCR). OBJETIVO O objetivo desta avaliação é fornecer evidência do papel prognóstico do oncogene HER-2, sobretudo nas neoplasias de mama, colon reto e câncer gástrico. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 205 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 MATERIAL E MÉTODO A obtenção da evidência a ser utilizada para sustentar o uso clínico do oncogene HER-2 seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDA#LÓNICA s /SPACIENTES SUBMETIDOSAOESTUDODOONCOGENE(%2 têm melhor prognóstico? )NDICA ÜESPROPOSTASEMAVALIA ÎO s #ÊNCERDEMAMACÊNCERCOLONRETALCÊNCERGÉSTRICO Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). P Paciente* I Identificação do oncogene HER-2 C Identificação do oncogene HER-2 O Prognóstico "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s 0RIMÉRIAS0UB-ED-EDLINEE%-"!3% %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA Pubmed/Medline s 0"REASTNEOPLASM/2#OLORECTAL.EOPLASMS/2 Colorectal Cancer OR Colorectal Tumor OR Colorectal Cancers OR Stomach Neoplasms OR Gastric Neoplasm OR Gastric Cancers OR Gastric Cancer OR Cancer of Stomach) s !.$ I: (Genes, erbB-2 OR HER-2 Gene OR Receptor, erbB2 OR c-erbB-2 Proto-Oncogenes OR c-erbB-2 Protein OR 206 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 erbB-2 Receptor Protein-Tyrosine Kinase OR HER-2 Proto-Oncogene Protein OR Proto-Oncogene Protein, erbB-2 OR Oncogene Protein HER-2 OR VEGFR-2 OR Vascular Endothelial Growth Factor Receptor-2) s !.$ O: Prognosis/Narrow[filter] EMBASE 0@BREASTCANCERMJ/2@COLORECTALCANCERDE /2@STOMACHCANCERDE s !.$ )@EPIDERMALGROWTHFACTORRECEPTORDE/2@EPIDERMAL GROWTHFACTORRECEPTORMJ Trabalhos recuperados (11/01/2012) .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 2979 EMBASE 2744 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Avaliaram-se os títulos e resumos obtidos com a estratégia de busca nas bases de informação, separando-se os trabalhos com potencial relevância. Segundo o desenho de estudo Relatos de caso, revisões narrativas, trabalhos com apresentação de resultados preliminares e estudos considerando o diagnóstico foram excluídos da avaliação. Revisões sistemáticas e metaanálises foram utilizadas com o princípio básico de recuperação de referências que porventura haviam sido perdidas em primeiro momento a partir da estratégia de busca inicial. Foram incluídos os trabalhos com desenho de coorte ou ensaios clínicos randomizados com análise de fatores prognósticos (sobrevida livre de doença e /ou sobrevida global bem como recorrências). Dentre os ensaios clínicos randomizados, só foram considerados os estudos que analisavam o Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 207 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 prognóstico dos pacientes tratados e que expressavam ou não o oncogene HER-2. Não foram considerados estudos randomizados que incluíam apenas pacientes que expressavam o HER-2 ou trabalhos cujo centro de avaliação era o esquema terapêutico em vigência; Foram definidos como estudo coorte aqueles com seguimento dos pacientes, mesmo histórico, e análise de desfechos prognósticos. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESADULTOSCOMCÊNCERDEMAMAINDEPENDENTE do estádio clínico ou comprometimento linfonodal), câncer de colon reto e câncer gástrico, tratados cirurgicamente ou em tratamento com quimioterapia e/ ou radioterapia e/ou agentes biológicos. )NTERVEN ÎO s )DENTIlCA ÎODOONCOGENE(%2 Comparação “Outcome” (Desfecho) s 0ROGNØSTICO Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSESTUDOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s 208 !PØSSUBMETERAESTRATÏGIADEBUSCAÌSBASESDEINFORMA ÎO primária (PubMed-Medline e EMBASE), a avaliação dos títulos e resumos possibilitou a seleção de 94 estudos. .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICAE%XPOSI ÎODOS Resultados Os trabalhos considerados para sua leitura em texto completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por desenho de estudo, P.I.C.O., língua e disponibilidade do texto completo. Os resultados referentes à situação clínica considerada (câncer colon retal, câncer de mama e câncer gástrico) serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), descrição dos estudos e resultados e síntese da evidência disponível; As referências relacionadas aos trabalhos incluídos e excluídos estarão dispostas na Tabela 3 e no item referências bibliográficas; Sempre que possível, os resultados definirão de maneira específica: a população, a intervenção e os desfechos; Não será incluído nos resultados, questões relacionadas a custo. Planilha para descrição dos estudos e exposição dos resultados Evidência Incluída Desenho do Estudo População Selecionada Marcador Biológico e Material de Obtenção Tempo Seguimento Desfechos Considerados: Sobrevida, Sobrevida Livre de Doença, Recorrência, Expressão Dos Resultados: Porcentagem, Risco, Odds, Hazard Ratio Tabela 2 - Planilha utilizada para descrição dos estudos incluídos e exposição dos resultados. RESULTADOS 1UESTÎOCLÓNICA s /SPACIENTESPORTADORESDECÊNCERDEMAMACÊNCER colon retal ou câncer gástrico submetidos ao estudo do oncogene HER-2, podem se beneficiar em relação ao prognóstico? Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 209 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 %VIDÐNCIASELECIONADAEM(%2NOCÊNCERDEMAMACOLON retal e câncer gástrico. Tipo de publicação Estudos coorte e/ ou ensaios clínicos randomizados Total 94 Incluídos Excluídos Câncer de mama 5-27 28-76 Câncer colon reto 77-81 82-85 Câncer gástrico 86-91 92-98 Tabela 3 – Processo seletivo da evidência em HER-2 no câncer a ser utilizada na síntese. Os principais motivos de exclusão dos trabalhos foram: estudos que incluíam análise única e exclusiva de pacientes HER-2 positivo; consideração de outros desfechos que não sobrevida livre de doença ou sobrevida global; avaliação quantitativa do HER-2 não correlacionando aos fatores prognósticos considerados (sobrevida livre de doença e sobrevida global); análise de desfechos considerados intermediários correlacionando expressão/amplificação do oncogene HER-2 ao grau tumoral, metástase linfonodal, metástase cerebral, positividade para receptores de estrogênio e/ou progesterona e grau histopatológico do tumor. 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADAEM(%2NOCÊNCERDE mama. Dos estudos inicialmente selecionados (72 trabalhos), 23 foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente ao uso do oncogene HER-2 como fator prognóstico no câncer de mama 5-27. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. -OON97ETAL*#ANCER2ES#LIN/NCOLn5. Desenho: coorte retrospectivo (1994 a 2004). População: pacientes portadoras de carcinoma ductal ou lobular, receptor de estrogênio positivo (RE+), submetidas a mastectomia parcial (n=223); mastectomia total (n=11) e mastectomia radical modificada (n=585). Total de pacientes 819. (informações disponíveis sobre status do HER-2) Marcador: mutação no oncogene HER-2 em material histopatológico identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). (20% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar a significância clínica do status HER-2 positivo para câncer de mama (RE+) tratados cirurgicamente e submetidos ao tamoxifeno adjuvante. 210 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Tempo Seguimento Médio = 77,2 meses Resultado A superexpressão do oncogene HER-2 em pacientes que não expressam receptor de progesterona negativo (RP-) apresentou-se como fator de pobre prognóstico ao se analisar a sobrevida livre de recorrência nos cinco anos após a cirurgia (HR=2,32 comparado com RP+/HER-2 negativo (p=0,005). !MAR3ETAL4HE/NCOLOGISTn6. Desenho: coorte retrospectivo (2001 a 2005). População: câncer de mama (carcinoma ductal invasivo como subtipo prevalente) d1,0 cm, linfonodo negativo (n=421). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). (6,7% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica (recorrência) do status HER-2 positivo para câncer de mama (d1,0 cm). Tempo Seguimento Médio = 33,8 meses Resultado Durante o seguimento, houve recorrência do tumor em nove pacientes: quatro recorrências nos pacientes HER-2 negativo (4/357); duas recorrências no HER-2 positivo (2/28) e três recorrências nos tumores triplo negativos (RE, RP e HER-2 negativos) (3/28) (1,1% (IC95%: 0,3% a 2,8%); 7,1% (IC95%: 0,9% a 23,5%) e 10,7% (IC95%: 2,3% a 28,2%) respectivamente). 0URDIE#!ETAL"RITISH*OURNALOF#ANCERn7. Desenho: coorte retrospectivo (2000 a 2003) População: câncer de mama invasivo tratados cirurgicamente (n=776). Pacientes com RE + foram submetidos a endocrinoterapia com tamoxifeno. Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 2+ ou 3+) e FISH em material histopatológico. (13,3% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica (sobrevida global) do status HER-2 positivo para câncer de mama (nos 776 pacientes submetidos a cirurgia). Tempo Seguimento Médio = 6,02 anos Resultado O status HER-2 positivo esteve associado à piora na sobrevida global (cinco anos): 78,8% versus 88,2% para HER-2 positivo e negativo respectivamente com p=0,0046. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 211 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 4. Wang SL, et al. Int. J. Radiation Oncology Biol. Phys., Vol. 80, No. 4, PPn8. Desenho: coorte retrospectivo (2000 a 2004). População: mulheres portadoras de câncer de mama invasivo com linfonodo positivo, submetidas à mastectomia e com informações disponíveis sobre status do RE, RP e HER-2 (n=835; 91,5% submetidas à quimioterapia; 20,9% T1–2N1 e 80,5% T3–4 ou N2–3). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). (30,7% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2, RE e RP na sobrevida livre de recorrência locorregional (LRFS); sobrevida livre de metástase a distância (DMFS); sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 47 meses Resultado Observa-se que pacientes portadores de tumor triplo negativo (RE, RP e HER-2 negativos) ou status HER-2 positivo (TN; RE-/HER-2+ ou RE+/HER-2+) apresentam piora na sobrevida livre de recorrência locorregional em comparação aos tumores HER-2 negativos/RE+ (86,5% versus 93,6%, p=0,002). Pacientes portadores de tumor triplo negativo (TN) ou RE-/HER-2+ apresentam também piora na DMFS (69,1% versus 78,5%, p=0,000); DFS (66,6% versus 75,6%, p=0,000) e OS (71,4% versus 84,2%, p=0,000) em detrimento aos tumores RE+/HER-2+ ou RE+/HER-2 negativo. 5. Albert JM, et al. Int. J. Radiation Oncology Biol. Phys., Vol. 77, No. 5, PPn9. Desenho: coorte retrospectivo (1997 a 2002) População: mulheres portadoras de câncer de mama (d1,0 cm) T1a,bN0 submetidas a tratamento definitivo (mastectomia ou cirurgia conservadora da mama) com informações disponíveis sobre status do RE, RP e HER-2 (n=756). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). (10% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2, RE e RP na recorrência locorregional (mama, parede torácica ou linfonodos ipsilaterais). Tempo Seguimento Médio = 6 anos Resultado A recorrência locorregional em oito anos, estimada por meio da curva de Kaplan-Meier, demonstrou-se maior em pacientes portadores de tumor RE negativo (10,6% versus 4,2%, p=0,016); RP negativo (9,0% versus 4,2%, p=0,009) ou HER-2 positivo (17,5% versus 3,9%, p=0,009). 212 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 #HOI9(ETAL!NNALSOF/NCOLOGYn10. Desenho: coorte retrospectivo (1993 a 1998) População: mulheres portadoras de câncer de mama invasivo (331 casos de carcinoma ductal invasivo) com linfonodo negativo submetidas a tratamento cirúrgico (n=359). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). (23,1% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 95 meses Resultado A sobrevida livre de doença em 10 anos, estimada por meio da curva de Kaplan-Meier, para pacientes HER-2 negativo foi de 81,2% em detrimento a 61,8% para pacientes HER-2 positivo (p=0,000); a sobrevida global estimada em 10 anos foi de 85,7% e 63,9%, respectivamente (p=0,000). 'IANNI,ETAL,ANCETn11. Desenho: Ensaio clínico randomizado multicêntrico open-label mais coorte observacional paralela (2002 a 2005). População: pacientes portadoras de câncer de mama localmente avançado (T3N1 ou T4, ou qualquer T mais N2 ou N3, ou qualquer T mais envolvimento de linfonodos supraclaviculares ipsilateral), HER-2 positivo submetidas a terapia com trastuzumab neoadjuvante associada a quimioterapia, seguida por trastuzumab adjuvante ou submetidas a quimioterapia neoadjuvante apenas. Coorte observacional paralela foi incluída, com mulheres HER-2 negativas recebendo o mesmo esquema quimioterápico daquelas pacientes HER-2 positivas, mas sem o trastuzumab (n=334). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 3,2 anos Resultado Após período de seguimento de 3,2 anos, 87 eventos primários (recorrência ou progressão locorregional, a distância ou contralateral), foram reportados em pacientes HER-2 positivos, sendo 35 nos pacientes HER-2 negativos. Sobrevida livre de eventos em três anos para pacientes tratadas e não tratadas com trastuzumab foi 71% (IC95%: 61 a 78) e 56% (IC95%: 46 a 65) Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 213 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 respectivamente. Sobrevida livre de eventos em 3,2 anos para pacientes HER-2 negativo foi de 67% (IC95%: 56 a 75) e sobrevida global 86% (IC95%: 77 a 92). 8. Dawood S, et al. J Clin Oncol 28:92-98. 2009 12. Desenho: coorte retrospectivo (1993 a 1998) População: mulheres portadoras de câncer de mama metastático com status HER-2 conhecido (n=2091). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 16,9 meses Resultado A estimativa de sobrevida global em um ano para pacientes com doença HER-2 negativo; HER-2 positivo e tratadas com trastuzumab; e HER-2 positivo não tratadas com trastuzumab foi, respectivamente, 75,1% (IC95%: 72,9 a 77,2); 86,6% (IC95%: 80,8 a 90,8) e 70,2% (IC95%: 60,3 a 78,1), sendo a diferença significativa entre os três grupos (p=0,028). 9. Curigliano G, et al. J Clin Oncol. 2009;27(34):5693-9 13. Desenho: coorte retrospectivo (1999 a 2006) População: mulheres portadoras de câncer de mama pT1a-b, pN0, M0, submetidas a tratamento cirúrgico (n=2130). Paralelamente, coorte foi selecionada utilizando como variáveis status dos receptores (RE e RP), idade e tempo de cirurgia. Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+), RE e RP. (7% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 4,6 anos Resultado: Nas pacientes com RE e RP positivos, a taxa de sobrevida livre de doença (DFS) em cinco anos para aquelas HER-2 negativas foi de 99% (IC95%: 96 a 100) e 92% (IC95%: 86 a 99) para pacientes HER-2 positivas. Para pacientes com RE e RP negativos, a DFS em cinco anos foi de 92% (IC95%: 84 a 100) e 91% (IC95%: 84 a 99) para HER-2 negativo e positivo, respectivamente. Utilizando-se da análise de dano proporcional de COX para pacientes RE e RP positivos, observou-se pior prognóstico para pacientes com HER-2 positivo (HR=5,2 com IC95%: 1 a 25,9). 214 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 4OVEY3-ETAL"RITISH*OURNALOF#ANCERn14. Desenho: coorte retrospectivo (1980 a 2002) População: mulheres portadoras de câncer de mama com linfonodo negativo e status HER-2 conhecido (n=1352). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). (61% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 6,5 anos Resultado: Pacientes HER-2 positivo apresentaram, ao se analisar taxas de sobrevida em cinco anos, maior chance de recorrência sob terapia com tamoxifeno comparado a pacientes HER-2 negativo (68% versus 96%, respectivamente com p<0,001). #HOI9(ETAL!NNALSOF/NCOLOGYn15. Desenho: coorte retrospectivo (1993 a 1998) População: pacientes portadoras de câncer de mama invasivo (carcinoma ductal invasivo na sua maioria) com linfonodo negativo submetidas a tratamento cirúrgico (mastectomia radical modificada ou cirurgia conservadora da mama) (n=359). Após a cirurgia, 49% receberam algum esquema quimioterápico adjuvante. Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+). Desfecho: Avaliar parâmetros clinicopatológicos à superexpressão do HER2 e avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida global (OS) e na sobrevida livre de doença (DFS) Tempo Seguimento Médio = 95 meses Resultado: A relação entre expressão do HER-2 e status de receptor hormonal (RE e RP) foi significativa, sendo que os tumores de mama HER-2 positivos demonstraram maior negatividade para os receptores de estrogênio e progesterona em comparação aos tumores HER-2 negativos (p=0,001). O grau histológico demonstrou ser maior para os tumores HER-2 positivos em detrimento aos HER-2 negativos (p=0,018). A estimativa em 10 anos realizada por meio da curva de Kaplan-Meier para pacientes HER-2 positivo e negativos para os receptores hormonais (RE e RP) demonstrou piora significativa nos valores de sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS) em detrimento aos pacientes HER-2 negativo (81,2% versus 61,8%, p=0,000 e 85,7% versus 63,9%, p=0,000, respectivamente). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 215 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 12. Chia S, et al. J Clin Oncol 26:5697-5704, 2008 16. Desenho: coorte retrospectivo (1986 a 1992) População: pacientes portadoras de câncer de mama invasivo com linfonodo negativo (n=2026). 70% das pacientes não receberam qualquer tratamento adjuvante. Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+) ou que apresentaram amplificação através do FISH. (10,2% HER-2 positivo) Desfecho: Avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida livre de recorrência (RFS) e sobrevida livre de recorrência a distância (DRFS). Tempo Seguimento Médio = 12,4 anos Resultado: A taxa de sobrevida livre de recorrência em 10 anos para tumores HER2 positivo e negativo foi, respectivamente, 65,9% e 75,5% (p=0,01). Da mesma forma, a sobrevida livre de recorrência a distância foi 71,2% e 81,8%, respectivamente (p=0,004). 13. Beeghly-Fadiel A, et al. Oncology Reports 19: 1347-1354, 2008 17. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama (n=1459), sendo que destas apenas para 313 pacientes o status HER-2 era conhecido. Marcador: HER-2 positivo identificado através da amplificação por FISH ou CISH (hibridização cromogênica in situ). (26,8% HER-2 positivo pelo CISH e 41,7% pelo FISH) Desfecho: Avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida em cinco anos. Tempo Seguimento Médio = 6,6 anos Resultado: A amplificação do HER-2 esteve associado a elevado risco de morte, sendo a sobrevida em cinco anos, estimada por meio da curva de Kaplan-Meier, de 86,6% versus 78% para HER-2 positivo e negativo, respectivamente (HR=1,6 com IC95%: 1,0 a 2,6). Observa-se persistência deste elevado risco de morte mesmo após ajuste para idade, estádio da doença, status menopausal, quimioterapia, radioterapia e uso de tamoxifeno. 14. Dawood S, et al. Cancer. 2008;112(9):1905-11 18. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama inflamatório não metastático, estádio clínico III (T4d, qualquer N, M0), cujo status HER-2 era 216 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 conhecido, tratadas com regime quimioterápico baseado em antraciclina, submetidas a cirurgia e radioterapia adjuvante (n=179). Pacientes submetidas ao tratamento com trastuzumab foram excluídas da avaliação Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+) ou que apresentaram amplificação através do FISH. (38% HER-2 positivo) Desfecho: Avaliar significância clínica do status HER-2 na sobrevida livre de recorrência (RFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 35 meses Resultado: Não foi observada diferença significativa tanto para sobrevida livre de recorrência quanto para sobrevida global, de acordo com o status HER2 (RFS em cinco anos para HER-2 positivo e negativo de 36,5% versus 38,8 (p=0,75) e sobrevida global de 57,8% versus 49,8% (p=0,24), respectivamente). 15. Kyndi M, et al. J Clin Oncol 26:1419-1426, 2008 19. Desenho: ensaio clínico randomizado População: pacientes portadoras de câncer de mama de alto risco (linfonodo positivo e/ou tamanho do tumor >5,0cm e/ou invasão para pele ou fáscia peitoral), submetidas a mastectomia total e dissecção axilar parcial (n=1078). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC 3+) ou que apresentaram amplificação através do FISH. (22% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2, RE e RP na sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 17 anos Resultado: Tumores triplo negativos (RE, RP e HER-2 negativos) ou tumores RE e RP negativos, HER-2 positivos estiveram significativamente associados a impacto negativo na sobrevida global (p=0,02 e p<0,001, respectivamente). 16. Wulfing P, et al. Clin Cancer Res. 2006;12(6):1715-20 20. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama primário diagnosticado entre 1995 e 1996, submetidas a mastectomia radical modificada ou cirurgia conservadora da mama (n=42). Marcador: HER-2 positivo identificado através da imunoistoquímica (IHC Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 217 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 3+) ou que apresentaram amplificação através do FISH. (11,1% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2, RE e RP na sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 95 meses Resultado: Tumores HER-2 positivo estiveram associados a redução significativa na sobrevida livre de doença (p<0,005) e sobrevida global (p<0,05). 17. Bianchi S, et al. J Cell Physiol. 2006;206(3):702-8 21. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama invasivo sem evidência de metástase a distância, (pT2 (47,6%), pN negativo (59,3%)),submetidas a tratamento cirúrgico unilateral (n=145) Marcador: receptor ErbB identificado através da imunoistoquímica. (44,8% ErbB-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status ErbB na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 15 anos Resultado: A análise de sobrevida demonstrou que apenas a expressão do ErbB-2 esteve associada a redução na sobrevida global (p=0,05). 18. Tsutsui S, et al. J Surg Oncol 2002;79(4):216-23 22. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama invasivo sem evidência de metástase a distância, submetidas a mastectomia ou tratamento conservador da mama (n=698). Foram mantidas sob terapia hormonal adjuvante (tamoxifeno, goserelina ou acetato de medroxiprogesterona) e/ ou quimioterapia. Marcador: c-erbB-2 identificado através da imunoistoquímica. (17,2% ErbB-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status c-erbB-2 na análise de sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 54 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o c-erbB-2 apresentaram piora significativa tanto na DFS (p<0,0001) quanto para a OS (p<0,0001), em detrimento às pacientes c-erbB-2 negativas. 218 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 19. Jukkola A, et al. Eur J Cancer. 2001;37(3):347-54 23. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama submetidas a tratamento cirúrgico (mastectomia ou tratamento cirúrgico conservador da mama com dissecção de linfonodos axilares). Pacientes com linfonodos comprometidos foram submetidas a radioterapia adjuvante bem como aquelas submetidas ao tratamento cirúrgico conservador da mama (n=650). Marcador: c-erbB-2 identificado através do PCR (amplificação gênica), imunoistoquímica ou análise por Southern blot. (19% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status c-erbB-2 na análise de sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 36 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o c-erbB-2 apresentaram redução significativa tanto na DFS (p=0,003) quanto para a OS (p=0,02), em detrimento às pacientes c-erbB-2 negativas. O tempo médio de sobrevida para pacientes positivas para o c-erbB-2 foi de 112 meses versus 226 meses para aquelas com c-erbB-2 negativo. 20. Carr JA, et al. Arch Surg. 2000;135(12):1469-74 24. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama com status HER-2 conhecido (n=93). 85% foram submetidas a quimioterapia adjuvante. Marcador: HER-2 identificado através da imunoistoquímica ou através do FISH. Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de intervalo livre de doença. Tempo Seguimento Médio = 56 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o HER-2 apresentaram redução significativa no intervalo livre de doença comparado àquelas HER-2 negativo (22 meses versus 40 meses com p=0,003). 21. Agrup M, et al. Breast Cancer Res Treat. 2000;63(1):23-9 25. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes jovens (média etária de 33 anos) portadoras de câncer de mama com status c-erbB-2 conhecido (n=142). Marcador: c-erbB-2 identificado através da imunoistoquímica. (27% c-erbB-2 positivo). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 219 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Desfecho: avaliar significância clínica do status c-erbB-2 na análise de sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 70 meses Resultado: Na análise de sobrevida global, diferença significativa foi observada para pacientes com expressão positiva para o c-erbB-2, indicando prognóstico adverso em comparação àquelas c-erbB-2 negativo (19 mortes em 30 pacientes e 28 mortes em 80 pacientes para c-erbB-2 positivo e negativo, respectivamente (p=0,002)). 22. Sjogren S, et al. J Clin Oncol. 1998;16(2):462-9 26. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama primário submetidas a tratamento cirúrgico com status c-erbB-2 conhecido (n=315). 30% apresentavam metástase para linfonodos axilares. Marcador: c-erbB-2 identificado através da imunoistoquímica. (19% c-erbB-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status c-erbB-2 na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento = 10 anos Resultado: Na análise de sobrevida global em cinco anos, diferença significativa foi observada para pacientes com expressão positiva para o c-erbB-2 em detrimento àquelas com c-erbB-2 negativo (58% versus 77% respectivamente com p=0,004). 23. Sanpaolo P, et al. Med Oncol. 2011 27. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama (Ø d1,0cm) submetidas a tratamento cirúrgico (lumpectomia) e linfonodo sentinela negativo com status HER-2 conhecido (n=195). Marcador: HER-2 identificado através da imunoistoquímica. (16,4% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 63,5 meses Resultado: Na análise de sobrevida global, observou-se que esta foi melhor para pacientes HER-2 negativo em detrimento aos pacientes HER-2 positivo 220 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 (111,8 meses (IC95%: 109,9 a 113,8) versus 65,3 meses (IC95%: 58,6 a 72,1), respectivamente com p=0,00001). 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO(ER.O#ÊNCERDE-AMA s 0ACIENTESPORTADORASDECÊNCERDEMAMAINVASIVO linfonodo negativo ou câncer de mama localmente avançado, submetidas a tratamento cirúrgico e/ou quimioterapia neoadjuvante e/ou adjuvante e/ou radioterapia adjuvante, a amplificação/ superexpressão do oncogene HER-2/c-erbB-2 está relacionado a pior prognóstico (considerando-se a redução na sobrevida livre de doença e sobrevida global). Pode-se observar ainda, que a utilização de anticorpo monoclonal de maneira neoadjuvante ou adjuvante por mulheres que apresentam tumores HER-2 positivo possibilitou melhora no prognóstico 11,12. s !FREQUÐNCIADAEXPRESSÎODOONCOGENE(%2 no carcinoma primário de mama, a depender da técnica utilizada (IHC, FISH ou CIHC) e população estudada, varia de 6,7% a 61%. 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADAEM(%2NOCÊNCER colon retal. Dos estudos inicialmente selecionados (9 trabalhos), 5 foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente ao uso do oncogene HER-2 como fator prognóstico no câncer colon retal 77-81. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 24. Li Q, et al. BMC Cancer. 2011;11:277 77. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 57,8 anos) tratados cirurgicamente para câncer colon retal (n=317). Marcador: HER-2 identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico. (15,5% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 68,8 meses Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 221 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Resultado: A sobrevida em cinco anos para pacientes HER-2 positivo não apresentou diferença significativa na comparação de indivíduos HER-2 negativo (63,3% versus 66%, respectivamente com p=0,804). +AVANAGH$/ETAL"-##ANCER78. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 67 anos) submetidos a ressecção colon retal (n=132). Nenhum paciente fora submetido a quimioterapia ou radioterapia neoadjuvante. Marcador: HER-2 identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. (10% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida em cinco anos. Tempo Seguimento Médio = 48,5 meses Resultado: Não houve correlação entre expressão HER-2 e piora na sobrevida em cinco anos (p=0,8). 26. Park DI, et al. Int J Colorectal Dis. 2007 May;22(5):491-7 79. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 62,4 anos) tratados cirurgicamente para câncer colon retal (n=137). 12,4% encontravam-se no estádio I; 34,3% no estádio II; 43,8% estádio III e 9,5% estádio IV. Marcador: HER-2 identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico ou através do FISH. (47,4% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio = 48,5 meses Resultado: A sobrevida em três e cinco anos para pacientes HER-2 positivo foi menor na comparação com indivíduos HER-2 negativo, sendo esta diferença significativa (70,8% versus 83,7% e 55,1% versus 78,3%, respectivamente com p<0,05). 27. Schuell B, et al. BMC Cancer 2006, 6:123 80. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 52,5 anos) tratados cirurgicamente para câncer colon retal (n=77). 222 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Marcador: HER-2 identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico. (3% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio = 68,8 meses Resultado: Não houve correlação entre expressão HER-2 e piora na sobrevida. Diferença foi observada entre pacientes HER-2 positivo em detrimento aos HER-2 negativos, entretanto não significativa (p=0,08). 28. Ochs AM, et al. Clin Colorectal Cancer. 2004;4(4):262-7 81. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadores de câncer colon retal estádio II (98% adenocarcinoma) nos quais status HER-2 e expressão do VEGF é conhecido (n=109). Marcador: HER-2 e VEGF identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico. (11% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 e VEGF na análise de sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 5 anos Resultado: A sobrevida global para pacientes HER-2 positivo não demonstrou diferença significativa na comparação aos indivíduos HER-2 negativo (p=0,42), todavia, dos 11% de pacientes que apresentavam expressão HER-2 positivo à imunoistoquímica (n=12), seis casos demonstravam 1+ (fracamente positivo) e seis 2+ (moderadamente positivo). Não foi demonstrada diferença significativa na sobrevida global em pacientes com expressão ou não do VEGF. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO(%2NO#ÊNCER#OLON2ETAL s s /SRESULTADOSNALITERATURASÎOCONTROVERSOSARESPEITODA associação entre amplificação/expressão do oncogene HER-2 e piora do prognóstico no que diz respeito à sobrevida global; !FREQUÐNCIADAEXPRESSÎODOONCOGENE(%2NOCÊNCER colon retal, a depender da técnica utilizada e população estudada, varia de 3% a 47%. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 223 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADAEM(%2NOCÊNCER gástrico. s $OSESTUDOSINICIALMENTESELECIONADOSTRABALHOS 6 foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente ao uso do oncogene HER-2 como fator prognóstico no câncer gástrico 87-92. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 29. Begnami MD, et al. J Clin Oncol 29:3030-3036. 2011 86. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadores de câncer gástrico (média etária de 63 anos) submetidos a tratamento cirúrgico (gastrectomia total ou subtotal associada a linfadenectomia). Terapia adjuvante não foi administrada (n=221). Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. (12% HER-2 positivo IHC +2, +3) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 e EGFR na análise de sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 5 anos Resultado: Pacientes com expressão positiva para o HER-2 apresentaram sobrevida global significativamente reduzida em comparação aos pacientes HER-2 negativo (p=0,023). Com relação ao EGFR não foi observada associação com impacto na sobrevida global. 30. Czyzewska J, et al. Folia Histochem Cytobiol. 2009;47(4):653-61 87. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 60,4 anos) portadores de câncer gástrico avançado (n=55). Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 84 meses Resultado: A sobrevida dos pacientes com elevada expressão do HER-2 foi menor em comparação aos indivíduos com baixa expressão (35 meses versus 84 meses, respectivamente). 224 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 31. Park DI, et al. Dig Dis Sci. 2006;51(8):1371-9 88. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 57,8 anos) portadores de câncer gástrico submetidos a cirurgia curativa (n=182). Pacientes não foram submetidos a quimioterapia ou radioterapia neoadjuvantes. Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico, FISH e CISH. (15,9% HER-2 positivo pela imunoistoquímica) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = não foi especificado Resultado: Pacientes com tumores HER-2 positivo exibiram pobres taxas de sobrevida (922 versus 3243 dias) bem como taxas de sobrevida em três e cinco anos reduzidas (51,7% versus 65,8%; 34,5% versus 55,9%; p<0,05). 32. Kim JP, et al. J Korean Med Sci. 1994;9(3):248-53 89. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 54 anos) portadores de câncer gástrico submetidos a gastrectomia e dissecção linfonodal (n=152). Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. (9,2% HER-2 positivo). Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 32 meses Resultado: A sobrevida em cinco anos dos pacientes com HER-2 positivo foi de 21% em comparação a 28% para os HER-2 negativo (p=0,81). 33. Liu W, et al. J Clin Gastroenterol. 2011 90. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 58,2 anos) portadores de câncer gástrico submetidos a tratamento cirúrgico curativo (n=775). Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. (11% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio = 46,5 meses Resultado: A sobrevida média dos pacientes HER-2 positivo foi de 35 meses em comparação a 48 meses para os indivíduos HER-2 negativo. Pacientes com tumor gástrico HERDiretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 225 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 2 positivo apresentaram tempo de sobrevida em três e cinco anos reduzido em comparação aos pacientes HER-2 negativo (53% versus 65%; 25% versus 38% com p=0,007). !NANIEV*ETAL7IEN+LIN7OCHENSCHR2011;123(13-14):450-4 91. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 64,6 anos) portadores de câncer gástrico submetidos a tratamento cirúrgico curativo (n=55). Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. (14% HER-2 positivo) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio = 54,2 meses Resultado: A média de sobrevida global para pacientes HER-2 positivo foi de 4,87 meses, em detrimento a 8,94 meses para os pacientes HER-2 negativo (p=0,001). 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO(%2NO#ÊNCER'ÉSTRICO s s $OCORPODEEVIDÐNCIASSELECIONADASCOMEXCE ÎODE um estudo com período de seguimento médio de 32 meses (menor tempo de seguimento observado) 90, notase que a amplificação/superexpressão do oncogene HER2/c-erbB-2 está relacionado a piora no prognóstico (no que diz respeito a redução na sobrevida livre de doença e sobrevida global); !FREQUÐNCIADAEXPRESSÎODOONCOGENE(%2NOCÊNCER gástrico, a depender da técnica utilizada (IHC, FISH ou CIHC) e população estudada, varia de 9% a 15,9%. DISCUSSÃO Fatores prognósticos são parâmetros possíveis de serem mensurados no momento do diagnóstico ou do tratamento primário e que se correlacionam com o intervalo livre de doença ou sobrevida global. Este conhecimento é de fundamental importância na medida em que possibilita, de certa forma o reconhecimento da história natural da doença e quando possível, 226 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 a determinação dos programas terapêuticos específicos, permitindo a aplicação das diferentes modalidades de tratamento utilizadas na abordagem do câncer com a intensidade e a efetividade adequadas. O oncogene HER-2 tem sido intensamente estudado em carcinoma de mama. No entanto, este oncogene também encontra-se superexpresso em outros tumores como adenocarcinomas do trato gastrointestinal, carcinoma de ovário, glioblastoma multiforme e carcinoma de pulmão. Com relação ao câncer de mama, aos fatores prognósticos tradicionais (como a idade, o tamanho e grau do tumor, o comprometimento dos linfonodos, a invasão angiolinfática e os receptores hormonais), acrescentouse a superexpressão do HER-2 como indicador de mau prognóstico 100. Superexpresso com uma frequência que pode variar desde 6,7% até 61% (a depender da técnica utilizada para sua aferição e população estudada), inúmeros estudos assinalam que a expressão aumentada do c-erbB-2/HER2 se configura como um indicador de mau prognóstico com os pacientes apresentando redução significativa na sobrevida livre de doença e sobrevida global. Quanto ao câncer colon retal, o corpo de evidências disponíveis são controversas em afirmar a existência de correlação entre superexpressão do oncogene HER-2 com mau prognóstico, ao se analisar mais especificamente as taxas de sobrevida. No caso do câncer gástrico, e de maneira semelhante àquela observada para o câncer de mama, estudos com período de seguimento superior a 46 meses, correlaciona o aumento da expressão e superexpressão do oncogene HER-2/c-erbB-2 a pior prognóstico. SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA DO USO DO HER-2 NO CÂNCER s (ÉASSOCIA ÎOENTREAPRESEN ADEMUTA ÎONOONCOGENE HER-2 e aumento na mortalidade por câncer de mama e câncer gástrico (especificado pela redução da sobrevida global), não sendo possível a mesma afirmação para pacientes portadores do câncer de colon reto. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 227 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 REFERÊNCIAS 1. Srinivas PR, Kramer BS, Srivastava S. Trends in biomarker research for cancer detection. Lancet Oncol. 2001 Nov;2(11):698-704. 2. Schechter AL, Stern DF, Vaidyanathan L et al. The Neu oncogene – an Erb-B-related gene encoding a 185,000-Mr tumor-antigen. Nature 1984; 312; 513–516. 3. Yamamoto T, Ikawa S, Akiyama T et al. Similarity of protein encoded by the human c-erb-b-2 gene to epidermal growth- factor receptor. Nature 1986; 319; 230–234. 4. Witton CJ, Reeves JR, Going JJ et al. Expression of the HER1–4 family of receptor tyrosine kinases in breast cancer. J. Pathol. 2003; 200; 290–297. 5. Moon YW, Park S, Sohn JH, Kang DR, Koo JS, Park HS, Chung HC, Park BW. Clinical significance of progesterone receptor and HER2 status in estrogen receptor-positive, operable breast cancer with adjuvant tamoxifen. J Cancer Res Clin Oncol. 2011 Jul;137(7):1123-30. Epub 2011 Feb 16. PubMed PMID: 21327800. 6. Amar S, McCullough AE, Tan W, Geiger XJ, Boughey JC, McNeil RB, Coppola KE, McLaughlin SA, Palmieri FM, Perez EA. Prognosis and outcome of small (<=1 cm), node-negative breast cancer on the basis of hormonal and HER2 status. Oncologist. 2010;15(10):1043-9. Epub 2010 Oct 7. PubMed PMID: 20930097. 7. Purdie CA, Baker L, Ashfield A, Chatterjee S, Jordan LB, Quinlan P, Adamson DJ, Dewar JA, Thompson AM. Increased mortality in HER2 positive, oestrogen receptor positive invasive breast cancer: a population-based study. Br J Cancer. 2010 Aug 10;103(4):475-81. Epub 2010 Jul 27. PubMed PMID: 20664587; PubMed Central PMCID: PMC2939790. 8. Wang SL, Li YX, Song YW, Wang WH, Jin J, Liu YP, Liu XF, Yu ZH. Triplenegative or HER2-positive status predicts higher rates of locoregional recurrence in node-positive breast cancer patients after mastectomy. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2011 Jul 15;80(4):1095-101. Epub 2010 Jul 16. PubMed PMID: 20638197. 9. Albert JM, Gonzalez-Angulo AM, Guray M, Sahin A, Strom EA, Tereffe W, Woodward WA, Tucker SL, Hunt KK, Hortobagyi GN, Buchholz TA. Estrogen/ progesterone receptor negativity and HER2 positivity predict locoregional recurrence in patients with T1a,bN0 breast cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2010 Aug 1;77(5):1296-302. Epub 2010 May 14. PubMed PMID: 20472353. 10. Choi YH, Ahn JH, Kim SB, Jung KH, Gong GY, Kim MJ, Son BH, Ahn 228 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 SH, Kim WK. Tissue microarray-based study of patients with lymph nodenegative breast cancer shows that HER2/neu overexpression is an important predictive marker of poor prognosis. Ann Oncol. 2009 Aug;20(8):1337-43. Epub 2009 Feb 16. PubMed PMID: 19221151. 11. Gianni L, Eiermann W, Semiglazov V, Manikhas A, Lluch A, Tjulandin S, Zambetti M, Vazquez F, Byakhow M, Lichinitser M, Climent MA, Ciruelos E, Ojeda B, Mansutti M, Bozhok A, Baronio R, Feyereislova A, Barton C, Valagussa P, Baselga J. Neoadjuvant chemotherapy with trastuzumab followed by adjuvant trastuzumab versus neoadjuvant chemotherapy alone, in patients with HER2-positive locally advanced breast cancer (the NOAH trial): a randomised controlled superiority trial with a parallel HER2-negative cohort. Lancet. 2010 Jan 30;375(9712):377-84. PubMed PMID: 20113825. 12. Dawood S, Broglio K, Buzdar AU, Hortobagyi GN, Giordano SH. Prognosis of women with metastatic breast cancer by HER2 status and trastuzumab treatment: an institutional-based review. J Clin Oncol. 2010 Jan 1;28(1):928. Epub 2009 Nov 23. PubMed PMID: 19933921; PubMed Central PMCID: PMC2799236. 13. Curigliano G, Viale G, Bagnardi V, Fumagalli L, Locatelli M, Rotmensz N, Ghisini R, Colleoni M, Munzone E, Veronesi P, Zurrida S, Nolè F, Goldhirsch A. Clinical relevance of HER2 overexpression/amplification in patients with small tumor size and node-negative breast cancer. J Clin Oncol. 2009 Dec 1;27(34):5693-9. Epub 2009 Nov 2. PubMed PMID: 19884553. 14. Tovey SM, Brown S, Doughty JC, Mallon EA, Cooke TG, Edwards J. Poor survival outcomes in HER2-positive breast cancer patients with low-grade, node-negative tumours. Br J Cancer. 2009 Mar 10;100(5):680-3. Epub 2009 Feb 17. PubMed PMID: 19223897; PubMed Central PMCID: PMC2653773. 15. Choi YH, Ahn JH, Kim SB, Jung KH, Gong GY, Kim MJ, Son BH, Ahn SH, Kim WK. Tissue microarray-based study of patients with lymph nodenegative breast cancer shows that HER2/neu overexpression is an important predictive marker of poor prognosis. Ann Oncol. 2009 Aug;20(8):1337-43. Epub 2009 Feb 16. PubMed PMID: 19221151. 16. Chia S, Norris B, Speers C, Cheang M, Gilks B, Gown AM, Huntsman D, Olivotto IA, Nielsen TO, Gelmon K. Human epidermal growth factor receptor 2 overexpression as a prognostic factor in a large tissue microarray series of node-negative breast cancers. J Clin Oncol. 2008 Dec 10;26(35):5697-704. Epub 2008 Nov 10. PubMed PMID: 19001334. 17. Beeghly-Fadiel A, Kataoka N, Shu XO, Cai Q, Deming SL, Gao YT, Zheng W. Her-2/neu amplification and breast cancer survival: results from the Shanghai breast cancer study. Oncol Rep. 2008 May;19(5):1347-54. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 229 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 PubMed PMID: 18425397. 18. Dawood S, Broglio K, Gong Y, Yang WT, Cristofanilli M, Kau SW, MericBernstam F, Buchholz TA, Hortobagyi GN, Gonzalez-Angulo AM; Inflammatory Breast Cancer Research Group. Prognostic significance of HER-2 status in women with inflammatory breast cancer. Cancer. 2008 May 1;112(9):190511. PubMed PMID: 18300243. 19. Kyndi M, Sørensen FB, Knudsen H, Overgaard M, Nielsen HM, Overgaard J; Danish Breast Cancer Cooperative Group. Estrogen receptor, progesterone receptor, HER-2, and response to postmastectomy radiotherapy in high-risk breast cancer: the Danish Breast Cancer Cooperative Group. J Clin Oncol. 2008 Mar 20;26(9):1419-26. Epub 2008 Feb 19. PubMed PMID: 18285604. 20. Wülfing P, Borchard J, Buerger H, Heidl S, Zänker KS, Kiesel L, Brandt B. HER2-positive circulating tumor cells indicate poor clinical outcome in stage I to III breast cancer patients. Clin Cancer Res. 2006 Mar 15;12(6):1715-20. PubMed PMID: 16551854. 21. Bianchi S, Palli D, Falchetti M, Saieva C, Masala G, Mancini B, Lupi R, Noviello C, Omerovic J, Paglierani M, Vezzosi V, Alimandi M, MarianiCostantini R, Ottini L. ErbB-receptors expression and survival in breast carcinoma: a 15-year follow-up study. J Cell Physiol. 2006 Mar;206(3):7028. PubMed PMID: 16245316. 22. Tsutsui S, Ohno S, Murakami S, Hachitanda Y, Oda S. Prognostic value of c-erbB2 expression in breast cancer. J Surg Oncol. 2002 Apr;79(4):216-23. PubMed PMID: 11920778. 23. Jukkola A, Bloigu R, Soini Y, Savolainen ER, Holli K, Blanco G. c-erbB-2 positivity is a factor for poor prognosis in breast cancer and poor response to hormonal or chemotherapy treatment in advanced disease. Eur J Cancer. 2001 Feb;37(3):347-54. PubMed PMID: 11239756. 24. Carr JA, Havstad S, Zarbo RJ, Divine G, Mackowiak P, Velanovich V. The association of HER-2/neu amplification with breast cancer recurrence. Arch Surg. 2000 Dec;135(12):1469-74. PubMed PMID: 11115354. 25. Agrup M, Stål O, Olsen K, Wingren S. C-erbB-2 overexpression and survival in early onset breast cancer. Breast Cancer Res Treat. 2000 Sep;63(1):23-9. PubMed PMID: 11079156. 26. Sjögren S, Inganäs M, Lindgren A, Holmberg L, Bergh J. Prognostic and predictive value of c-erbB-2 overexpression in primary breast cancer, alone and in combination with other prognostic markers. J Clin Oncol. 1998 Feb;16(2):462-9. PubMed PMID: 9469329. 27. Sanpaolo P, Barbieri V, Pedicini P, Fusco V. Her-2 prognostic value in very early-stage breast cancer: a single-institution retrospective analysis. Med 230 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Oncol. 2011 Feb 26. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 21359639. 28. Untch M, Fasching PA, Konecny GE, Hasmüller S, Lebeau A, Kreienberg R, Camara O, Müller V, du Bois A, Kühn T, Stickeler E, Harbeck N, Höss C, Kahlert S, Beck T, Fett W, Mehta KM, von Minckwitz G, Loibl S. Pathologic complete response after neoadjuvant chemotherapy plus trastuzumab predicts favorable survival in human epidermal growth factor receptor 2-overexpressing breast cancer: results from the TECHNO trial of the AGO and GBG study groups. J Clin Oncol. 2011 Sep 1;29(25):3351-7. Epub 2011 Jul 25. PubMed PMID: 21788566. 29. Yao L, Liu Y, Li Z, Ouyang T, Li J, Wang T, Fan Z, Fan T, Lin B, Xie Y. HER2 and response to anthracycline-based neoadjuvant chemotherapy in breast cancer. Ann Oncol. 2011 Jun;22(6):1326-31. Epub 2010 Dec 31. PubMed PMID: 21196440. 30. von Minckwitz G, Schwedler K, Schmidt M, Barinoff J, Mundhenke C, Cufer T, Maartense E, de Jongh FE, Baumann KH, Bischoff J, Harbeck N, Lück HJ, Maass N, Zielinski C, Andersson M, Stein RC, Nekljudova V, Loibl S; GBG 26/BIG 03-05 study group and participating investigators. Trastuzumab beyond progression: overall survival analysis of the GBG 26/BIG 3-05 phase III study in HER2-positive breast cancer. Eur J Cancer. 2011 Oct;47(15):227381. Epub 2011 Jul 7. PubMed PMID: 21741829. 31. Hatzis C, Pusztai L, Valero V, Booser DJ, Esserman L, Lluch A, Vidaurre T, Holmes F, Souchon E, Wang H, Martin M, Cotrina J, Gomez H, Hubbard R, Chacón JI, Ferrer-Lozano J, Dyer R, Buxton M, Gong Y, Wu Y, Ibrahim N, Andreopoulou E, Ueno NT, Hunt K, Yang W, Nazario A, DeMichele A, /3HAUGHNESSY * (ORTOBAGYI '. 3YMMANS 7& ! GENOMIC PREDICTOR OF response and survival following taxane-anthracycline chemotherapy for invasive breast cancer. JAMA. 2011 May 11;305(18):1873-81. PubMed PMID: 21558518. 32. Gianni L, Dafni U, Gelber RD, Azambuja E, Muehlbauer S, Goldhirsch A, Untch M, Smith I, Baselga J, Jackisch C, Cameron D, Mano M, Pedrini JL, Veronesi A, Mendiola C, Pluzanska A, Semiglazov V, Vrdoljak E, Eckart MJ, Shen Z, Skiadopoulos G, Procter M, Pritchard KI, Piccart-Gebhart MJ, Bell R; Herceptin Adjuvant (HERA) Trial Study Team. Treatment with trastuzumab for 1 year after adjuvant chemotherapy in patients with HER2-positive early breast cancer: a 4-year follow-up of a randomised controlled trial. Lancet Oncol. 2011 Mar;12(3):236-44. Epub 2011 Feb 25. PubMed PMID: 21354370. 33. Di Leo A, Desmedt C, Bartlett JM, Piette F, Ejlertsen B, Pritchard KI, ,ARSIMONT$0OOLE#)SOLA*%ARL(-OURIDSEN(/-ALLEY&0#ARDOSO& Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 231 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Tanner M, Munro A, Twelves CJ, Sotiriou C, Shepherd L, Cameron D, Piccart MJ, Buyse M; HER2/TOP2A Meta-analysis Study Group. HER2 and TOP2A as predictive markers for anthracycline-containing chemotherapy regimens as adjuvant treatment of breast cancer: a meta-analysis of individual patient data. Lancet Oncol. 2011 Nov;12(12):1134-42. Epub 2011 Sep 12. PubMed PMID: 21917518. 34. Purwanto I, Kurnianda J, Hariadi KW, Harijadi, Aryandono T, Setiaji K, Harianti MS, Haryana SM. Concentration of serum HER-2/neu as a prognostic factor in locally advanced breast cancer (LABC) and metastatic breast cancer (MBC). Acta Med Indones. 2011 Jan;43(1):23-8. PubMed PMID: 21339542. 35. Dawood S, Hu R, Homes MD, Collins LC, Schnitt SJ, Connolly J, Colditz GA, Tamimi RM. Defining breast cancer prognosis based on molecular phenotypes: results from a large cohort study. Breast Cancer Res Treat. 2011 Feb;126(1):185-92. Epub 2010 Aug 14. PubMed PMID: 20711652; PubMed Central PMCID: PMC3026074. 36. Farzadnia M, Meibodi NT, Shandiz FH, Mahmoudi M, Bahar MM, Memar B, Amoian S, Maroozi F, Moheghi N. Evaluation of HER2/neu oncoprotein in serum and tissue samples of women with breast cancer: correlation with clinicopathological parameters. Breast. 2010 Dec;19(6):489-92. Epub 2010 Aug 2. PubMed PMID: 20675140. 37. Lipton A, Köstler WJ, Leitzel K, Ali SM, Sperinde J, Weidler J, Paquet A, Sherwood T, Huang W, Bates M; Trastuzumab Response Biomarker Group. Quantitative HER2 protein levels predict outcome in fluorescence in situ hybridization-positive patients with metastatic breast cancer treated with trastuzumab. Cancer. 2010 Nov 15;116(22):5168-78. doi: 10.1002/ cncr.25430. PubMed PMID: 20661914. 38. Khoury T, Kanehira K, Wang D, Ademuyiwa F, Mojica W, Cheney R, Morrison C, Conroy J, Nowak N, Liu S. Breast carcinoma with amplified HER2: a gene expression signature specific for trastuzumab resistance and poor prognosis. Mod Pathol. 2010 Oct;23(10):1364-78. Epub 2010 Jul 23. PubMed PMID: 20657551. 39. Brase JC, Schmidt M, Fischbach T, Sültmann H, Bojar H, Koelbl H, Hellwig B, Rahnenführer J, Hengstler JG, Gehrmann MC. ERBB2 and TOP2A in breast cancer: a comprehensive analysis of gene amplification, RNA levels, and protein expression and their influence on prognosis and prediction. Clin Cancer Res. 2010 Apr 15;16(8):2391-401. Epub 2010 Apr 6. PubMed PMID: 20371687. 40. Molina R, Augé JM, Escudero JM, Filella X, Zanon G, Pahisa J, Farrus B, Muñoz M, Velasco M. Evaluation of tumor markers (HER-2/neu oncoprotein, 232 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 CEA, and CA 15.3) in patients with locoregional breast cancer: prognostic value. Tumour Biol. 2010 Jun;31(3):171-80. Epub 2010 Apr 2. PubMed PMID: 20361287. 41. López-Guerrero JA, Llombart-Cussac A, Noguera R, Navarro S, Pellin A, Almenar S, Vazquez-Alvadalejo C, Llombart-Bosch A. HER2 amplification in recurrent breast cancer following breast-conserving therapy correlates with distant metastasis and poor survival. Int J Cancer. 2006 Apr 1;118(7):17439. PubMed PMID: 16217770. 42. Rydén L, Jirström K, Haglund M, Stål O, Fernö M. Epidermal growth factor receptor and vascular endothelial growth factor receptor 2 are specific biomarkers in triple-negative breast cancer. Results from a controlled randomized trial with long-term follow-up. Breast Cancer Res Treat. 2010 Apr;120(2):491-8. Epub 2010 Feb 5. PubMed PMID: 20135347. 43. Schoppmann SF, Tamandl D, Roberts L, Jomrich G, Schoppmann A, Zwrtek R, Dubsky P, Gnant M, Jakesz R, Birner P. HER2/neu expression correlates with vascular endothelial growth factor-C and lymphangiogenesis in lymph node-positive breast cancer. Ann Oncol. 2010 May;21(5):955-60. Epub 2009 Nov 25. PubMed PMID: 19940005. 44. Finn RS, Gagnon R, Di Leo A, Press MF, Arbushites M, Koehler M. Prognostic and predictive value of HER2 extracellular domain in metastatic breast cancer treated with lapatinib and paclitaxel in a randomized phase III study. J Clin Oncol. 2009 Nov 20;27(33):5552-8. Epub 2009 Oct 26. PubMed PMID: 19858400. 45. Darb-Esfahani S, Loibl S, Müller BM, Roller M, Denkert C, Komor M, Schlüns K, Blohmer JU, Budczies J, Gerber B, Noske A, du Bois A, Weichert W, Jackisch C, Dietel M, Richter K, Kaufmann M, von Minckwitz G. Identification of biology-based breast cancer types with distinct predictive and prognostic features: role of steroid hormone and HER2 receptor expression in patients treated with neoadjuvant anthracycline/taxane-based chemotherapy. Breast Cancer Res. 2009;11(5):R69. PubMed PMID: 19758440. 46. Heitz F, Harter P, Lueck HJ, Fissler-Eckhoff A, Lorenz-Salehi F, ScheilBertram S, Traut A, du Bois A. Triple-negative and HER2-overexpressing breast cancers exhibit an elevated risk and an earlier occurrence of cerebral metastases. Eur J Cancer. 2009 Nov;45(16):2792-8. Epub 2009 Jul 28. PubMed PMID: 19643597. 47. Taha FM, Zeeneldin AA, Helal AM, Gaber AA, Sallam YA, Ramadan H, Moneer MM. Prognostic value of serum vascular endothelial growth factor in Egyptian females with metastatic triple negative breast cancer. Clin Biochem. 2009 Sep;42(13-14):1420-6. Epub 2009 Jul 2. PubMed PMID: Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 233 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 19576877. 48. Linderholm BK, Hellborg H, Johansson U, Elmberger G, Skoog L, Lehtiö J, Lewensohn R. Significantly higher levels of vascular endothelial growth factor (VEGF) and shorter survival times for patients with primary operable triple-negative breast cancer. Ann Oncol. 2009 Oct;20(10):1639-46. Epub 2009 Jun 23. PubMed PMID: 19549711. 49. Shimizu C, Masuda N, Yoshimura K, Tsuda H, Mano M, Ando M, Tamura K, Fujiwara Y. Long-term outcome and pattern of relapse after neoadjuvant chemotherapy in patients with human epidermal growth factor receptor 2-positive primary breast cancer. Jpn J Clin Oncol. 2009 Aug;39(8):484-90. Epub 2009 May 28. PubMed PMID: 19477897. 50. Alvarado-Cabrero I, Alderete-Vázquez G, Quintal-Ramírez M, Patiño M, Ruíz E. Incidence of pathologic complete response in women treated with preoperative chemotherapy for locally advanced breast cancer: correlation of histology, hormone receptor status, Her2/Neu, and gross pathologic findings. Ann Diagn Pathol. 2009 Jun;13(3):151-7. Epub 2009 Apr 1. PubMed PMID: 19433292. 51. Kaufman B, Trudeau M, Awada A, Blackwell K, Bachelot T, Salazar V, DeSilvio M, Westlund R, Zaks T, Spector N, Johnston S. Lapatinib monotherapy in patients with HER2-overexpressing relapsed or refractory inflammatory breast cancer: final results and survival of the expanded HER2+ cohort in EGF103009, a phase II study. Lancet Oncol. 2009 Jun;10(6):581-8. Epub 2009 Apr 24. PubMed PMID: 19394894. 52. Dowsett M, Procter M, McCaskill-Stevens W, de Azambuja E, Dafni U, Rueschoff J, Jordan B, Dolci S, Abramovitz M, Stoss O, Viale G, Gelber RD, Piccart-Gebhart M, Leyland-Jones B. Disease-free survival according to degree of HER2 amplification for patients treated with adjuvant chemotherapy with or without 1 year of trastuzumab: the HERA Trial. J Clin Oncol. 2009 Jun 20;27(18):2962-9. Epub 2009 Apr 13. PubMed PMID: 19364966; PubMed Central PMCID: PMC2701645. 53. Hsu HC, Chang HK, Lin YC, Hseu S, Chen JS, Yang TS, Wang HM, Shen WC. The role of HER2 in metastatic breast cancer treated with a combination of taxanes and cisplatin. Chang Gung Med J. 2009 Jan-Feb;32(1):33-41. PubMed PMID: 19292937. 54. Park YH, Park MJ, Ji SH, Yi SY, Lim DH, Nam DH, Lee JI, Park W, Choi DH, Huh SJ, Ahn JS, Kang WK, Park K, Im YH. Trastuzumab treatment improves brain metastasis outcomes through control and durable prolongation of systemic extracranial disease in HER2-overexpressing breast cancer patients. Br J Cancer. 2009 Mar 24;100(6):894-900. Epub 2009 Feb 24. 234 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 PubMed PMID: 19240719; PubMed Central PMCID: PMC2661774. 55. Zell JA, Tsang WY, Taylor TH, Mehta RS, Anton-Culver H. Prognostic impact of human epidermal growth factor-like receptor 2 and hormone receptor status in inflammatory breast cancer (IBC): analysis of 2,014 IBC patient cases from the California Cancer Registry. Breast Cancer Res. 2009;11(1):R9. Epub 2009 Feb 19. PubMed PMID: 19228416; PubMed Central PMCID: PMC2687713. 56. Ono M, Ando M, Yunokawa M, Nakano E, Yonemori K, Matsumoto K, Kouno T, Shimizu C, Tamura K, Katsumata N, Fujiwara Y. Brain metastases in patients who receive trastuzumab-containing chemotherapy for HER2overexpressing metastatic breast cancer. Int J Clin Oncol. 2009 Feb;14(1):4852. Epub 2009 Feb 20. PubMed PMID: 19225924. 57. Singer CF, Gschwantler-Kaulich D, Fink-Retter A, Pfeiler G, Walter I, Hudelist G, Helmy S, Spiess AC, Lamm W, Kubista E. HER2 overexpression and activation, and tamoxifen efficacy in receptor-positive early breast cancer. J Cancer Res Clin Oncol. 2009 Jun;135(6):807-13. Epub 2008 Nov 26. PubMed PMID: 19034514. 58. Koutras AK, Kalogeras KT, Dimopoulos MA, Wirtz RM, Dafni U, Briasoulis E, Pectasides D, Gogas H, Christodoulou C, Aravantinos G, Zografos G, Timotheadou E, Papakostas P, Linardou H, Razis E, Economopoulos T, Kalofonos HP, Fountzilas G; Hellenic Cooperative Oncology Group (HeCOG). Evaluation of the prognostic and predictive value of HER family mRNA expression in high-risk early breast cancer: a Hellenic Cooperative Oncology Group (HeCOG) study. Br J Cancer. 2008 Dec 2;99(11):1775-85. Epub 2008 Nov 4. PubMed PMID: 18985033; PubMed Central PMCID: PMC2600696. 59. Ghosh S, Sullivan CA, Zerkowski MP, Molinaro AM, Rimm DL, Camp RL, Chung GG. High levels of vascular endothelial growth factor and its receptors (VEGFR-1, VEGFR-2, neuropilin-1) are associated with worse outcome in breast cancer. Hum Pathol. 2008 Dec;39(12):1835-43. Epub 2008 Aug 20. PubMed PMID: 18715621; PubMed Central PMCID: PMC2632946. 60. Gennari A, Sormani MP, Pronzato P, Puntoni M, Colozza M, Pfeffer U, Bruzzi P. HER2 status and efficacy of adjuvant anthracyclines in early breast cancer: a pooled analysis of randomized trials. J Natl Cancer Inst. 2008 Jan 2;100(1):14-20. Epub 2007 Dec 25. PubMed PMID: 18159072. 61. Di Leo A, Desmedt C, Bartlett JM, Piette F, Ejlertsen B, Pritchard KI, ,ARSIMONT$0OOLE#)SOLA*%ARL(-OURIDSEN(/-ALLEY&0#ARDOSO& Tanner M, Munro A, Twelves CJ, Sotiriou C, Shepherd L, Cameron D, Piccart MJ, Buyse M; HER2/TOP2A Meta-analysis Study Group. HER2 and TOP2A as predictive markers for anthracycline-containing chemotherapy regimens as Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 235 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 adjuvant treatment of breast cancer: a meta-analysis of individual patient data. Lancet Oncol. 2011 Nov;12(12):1134-42. Epub 2011 Sep 12. PubMed PMID: 21917518. 62. Somlo G, Chu P, Frankel P, Ye W, Groshen S, Doroshow JH, Danenberg K, Danenberg P. Molecular profiling including epidermal growth factor receptor and p21 expression in high-risk breast cancer patients as indicators of outcome. Ann Oncol. 2008 Nov;19(11):1853-9. Epub 2008 Jul 17. PubMed PMID: 18641005; PubMed Central PMCID: PMC2733077. 63. Brouckaert O, Pintens S, Van Belle V, Van Huffel S, Camerlynck E, Amant F, Leunen K, Smeets A, Berteloot P, Van Limbergen E, Decock J, Hendrickx W, Weltens C, Van den Bogaert W, Vanden Bempt I, Drijkoningen M, Paridaens R, Wildiers H, Vergote I, Christiaens MR, Neven P. Short-term outcome of primary operated early breast cancer by hormone and HER-2 receptors. Breast Cancer Res Treat. 2009 May;115(2):349-58. Epub 2008 Jul 16. PubMed PMID: 18629635. 64. Ménard S, Balsari A, Tagliabue E, Camerini T, Casalini P, Bufalino R, Castiglioni F, Carcangiu ML, Gloghini A, Scalone S, Querzoli P, Lunardi M, Molino A, Mandarà M, Mottolese M, Marandino F, Venturini M, Bighin C, Cancello G, Montagna E, Perrone F, De Matteis A, Sapino A, Donadio M, Battelli N, Santinelli A, Pavesi L, Lanza A, Zito FA, Labriola A, Aiello RA, Caruso M, Zanconati F, Mustacchi G, Barbareschi M, Frisinghelli M, Russo R, Carrillo G; OMERO Group. Biology, prognosis and response to therapy of breast carcinomas according to HER2 score. Ann Oncol. 2008 Oct;19(10):1706-12. Epub 2008 Jun 9. PubMed PMID: 18544559. 65. Ignatiadis M, Kallergi G, Ntoulia M, Perraki M, Apostolaki S, Kafousi M, Chlouverakis G, Stathopoulos E, Lianidou E, Georgoulias V, Mavroudis D. Prognostic value of the molecular detection of circulating tumor cells using a multimarker reverse transcription-PCR assay for cytokeratin 19, mammaglobin A, and HER2 in early breast cancer. Clin Cancer Res. 2008 May 1;14(9):2593-600. PubMed PMID: 18451221. 66. DiGiovanna MP, Stern DF, Edgerton S, Broadwater G, Dressler LG, Budman DR, Henderson IC, Norton L, Liu ET, Muss HB, Berry DA, Hayes DF, Thor AD. Influence of activation state of ErbB-2 (HER-2) on response to adjuvant cyclophosphamide, doxorubicin, and fluorouracil for stage II, nodepositive breast cancer: study 8541 from the Cancer and Leukemia Group B. J Clin Oncol. 2008 May 10;26(14):2364-72. Epub 2008 Apr 7. PubMed PMID: 18390970. 67. Eichler AF, Kuter I, Ryan P, Schapira L, Younger J, Henson JW. Survival in patients with brain metastases from breast cancer: the importance of HER-2 236 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 status. Cancer. 2008 Jun;112(11):2359-67. PubMed PMID: 18361426. 68. Dowsett M, Allred C, Knox J, Quinn E, Salter J, Wale C, Cuzick J, Houghton J, Williams N, Mallon E, Bishop H, Ellis I, Larsimont D, Sasano H, Carder P, Cussac AL, Knox F, Speirs V, Forbes J, Buzdar A. Relationship between quantitative estrogen and progesterone receptor expression and human epidermal growth factor receptor 2 (HER-2) status with recurrence in the Arimidex, Tamoxifen, Alone or in Combination trial. J Clin Oncol. 2008 Mar 1;26(7):1059-65. Epub 2008 Jan 28. PubMed PMID: 18227529. 69. Palmieri D, Bronder JL, Herring JM, Yoneda T, Weil RJ, Stark AM, Kurek R, Vega-Valle E, Feigenbaum L, Halverson D, Vortmeyer AO, Steinberg SM, Aldape K, Steeg PS. Her-2 overexpression increases the metastatic outgrowth of breast cancer cells in the brain. Cancer Res. 2007 May 1;67(9):4190-8. PubMed PMID: 17483330. 70. Bauer KR, Brown M, Cress RD, Parise CA, Caggiano V. Descriptive analysis of estrogen receptor (ER)-negative, progesterone receptor (PR)negative, and HER2-negative invasive breast cancer, the so-called triplenegative phenotype: a population-based study from the California cancer Registry. Cancer. 2007 May 1;109(9):1721-8. PubMed PMID: 17387718. 71. Mylona E, Alexandrou P, Giannopoulou I, Liapis G, Sofia M, Keramopoulos A, Nakopoulou L. The prognostic value of vascular endothelial growth factors (VEGFs)-A and -B and their receptor, VEGFR-1, in invasive breast carcinoma. Gynecol Oncol. 2007 Mar;104(3):557-63. Epub 2006 Dec 5. PubMed PMID: 17150246. 72. Souder C, Leitzel K, Ali SM, Demers L, Evans DB, Chaudri-Ross HA, Hackl W, Hamer P, Carney W, Lipton A. Serum epidermal growth factor receptor/ HER-2 predicts poor survival in patients with metastatic breast cancer. Cancer. 2006 Nov 15;107(10):2337-45. PubMed PMID: 17048231. 73. Kostopoulos I, Arapantoni-Dadioti P, Gogas H, Papadopoulos S, Malamou-Mitsi V, Scopa CD, Markaki S, Karagianni E, Kyriakou V, Margariti A, Kyrkou E, Pavlakis K, Zaramboukas T, Skordalaki A, Bourli A, Markopoulos C, Pectasides D, Dimopoulos MA, Skarlos D, Fountzilas G. Evaluation of the prognostic value of HER-2 and VEGF in breast cancer patients participating in a randomized study with dose-dense sequential adjuvant chemotherapy. Breast Cancer Res Treat. 2006 Apr;96(3):251-61. PubMed PMID: 16538542. 74. Fuckar D, Dekan A, Stifter S, Musta E, Krstulja M, Dobrila F, Jonji N. VEGF expression is associated with negative estrogen receptor status in patients with breast cancer. Int J Surg Pathol. 2006 Jan;14(1):49-55. PubMed PMID: 16501835. 75. Mass RD, Press MF, Anderson S, Cobleigh MA, Vogel CL, Dybdal N, Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 237 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 Leiberman G, Slamon DJ. Evaluation of clinical outcomes according to HER2 detection by fluorescence in situ hybridization in women with metastatic breast cancer treated with trastuzumab. Clin Breast Cancer. 2005 Aug;6(3):240-6. PubMed PMID: 16137435. 76. Konecny GE, Meng YG, Untch M, Wang HJ, Bauerfeind I, Epstein M, Stieber P, Vernes JM, Gutierrez J, Hong K, Beryt M, Hepp H, Slamon DJ, Pegram MD. Association between HER-2/neu and vascular endothelial growth factor expression predicts clinical outcome in primary breast cancer patients. Clin Cancer Res. 2004 Mar 1;10(5):1706-16. PubMed PMID: 15014023. 77. Li Q, Wang D, Li J, Chen P. Clinicopathological and prognostic significance of HER-2/neu and VEGF expression in colon carcinomas. BMC Cancer. 2011 Jun 27;11:277. PubMed PMID: 21708009; PubMed Central PMCID: PMC3144457. +AVANAGH$/#HAMBERS'/'RADY,"ARRY+-7ALDRON20"ENNANI& Eustace PW, Tobbia I. Is overexpression of HER-2 a predictor of prognosis in colorectal cancer? BMC Cancer. 2009 Jan 1;9:1. PubMed PMID: 19118499; PubMed Central PMCID: PMC2648993. 79. Park DI, Kang MS, Oh SJ, Kim HJ, Cho YK, Sohn CI, Jeon WK, Kim BI, Han WK, Kim H, Ryu SH, Sepulveda AR. HER-2/neu overexpression is an independent prognostic factor in colorectal cancer. Int J Colorectal Dis. 2007 May;22(5):491-7. Epub 2006 Sep 1. PubMed PMID: 16947041. 80. Schuell B, Gruenberger T, Scheithauer W, Zielinski Ch, Wrba F. HER 2/neu protein expression in colorectal cancer. BMC Cancer. 2006 May 8;6:123. PubMed PMID: 16681853; PubMed Central PMCID: PMC1475876. 81. Ochs AM, Wong L, Kakani V, Neerukonda S, Gorske J, Rao A, Riggs M, Ward H, Keville L. Expression of vascular endothelial growth factor and HER2/ neu in stage II colon cancer and correlation with survival. Clin Colorectal Cancer. 2004 Nov;4(4):262-7. PubMed PMID: 15555209. 82. Baiocchi G, Lopes A, Coudry RA, Rossi BM, Soares FA, Aguiar S, Guimarães GC, Ferreira FO, Nakagawa WT. ErbB family immunohistochemical expression in colorectal cancer patients with higher risk of recurrence after radical surgery. Int J Colorectal Dis. 2009 Sep;24(9):1059-68. Epub 2009 Apr 24. PubMed PMID: 19390858. 83. Antonacopoulou AG, Tsamandas AC, Petsas T, Liava A, Scopa CD, Papavassiliou AG, Kalofonos HP. EGFR, HER-2 and COX-2 levels in colorectal cancer. Histopathology. 2008 Dec;53(6):698-706. PubMed PMID: 19102009. 84. Half E, Broaddus R, Danenberg KD, Danenberg PV, Ayers GD, Sinicrope FA. HER-2 receptor expression, localization, and activation in colorectal cancer cell lines and human tumors. Int J Cancer. 2004 Feb 10;108(4):540238 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 8. PubMed PMID: 14696118. 85. Demirba S, Sücüllü I, Yildirim S, Celenk T. Influence of the c-erb B-2, nm23, bcl-2 and p53 protein markers on colorectal cancer. Turk J Gastroenterol. 2006 Mar;17(1):13-9. PubMed PMID: 16830272. 86. Begnami MD, Fukuda E, Fregnani JH, Nonogaki S, Montagnini AL, da Costa WL Jr, Soares FA. Prognostic implications of altered human epidermal growth factor receptors (HERs) in gastric carcinomas: HER2 and HER3 are predictors of poor outcome. J Clin Oncol. 2011 Aug 1;29(22):3030-6. Epub 2011 Jun 27. PubMed PMID: 21709195. 87. Czyzewska J, Guzinska-Ustymowicz K, Kemona A. Correlation of c-erbB-2, EGF and EGFR expression with postoperative survival of patients with advanced carcinoma of the stomach. Folia Histochem Cytobiol. 2009;47(4):653-61. PubMed PMID: 20430735. 88. Park DI, Yun JW, Park JH, Oh SJ, Kim HJ, Cho YK, Sohn CI, Jeon WK, Kim BI, Yoo CH, Son BH, Cho EY, Chae SW, Kim EJ, Sohn JH, Ryu SH, Sepulveda AR. HER-2/neu amplification is an independent prognostic factor in gastric cancer. Dig Dis Sci. 2006 Aug;51(8):1371-9. Epub 2006 Jul 26. PubMed PMID: 16868827. 89. Kim JP, Oh ST, Hwang TS, Chi JG. The prognostic significance of c-erbB-2 and p53 protein expressions in gastric carcinoma--a multivariate analysis of prognostic factors. J Korean Med Sci. 1994 Jun;9(3):248-53. PubMed PMID: 7993593; PubMed Central PMCID: PMC3054078. 90. Liu W, Zhong S, Chen J, Yu Y. HER-2/neu Overexpression is an Independent Prognostic Factor for Intestinal-type and Early-stage Gastric Cancer Patients. J Clin Gastroenterol. 2011 Nov 4. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 22064554. 91. Ananiev J, Gulubova M, Manolova I, Tchernev G. Prognostic significance of HER2/neu expression in gastric cancer. Wien Klin Wochenschr. 2011 Jul;123(13-14):450-4. Epub 2011 Jul 11. PubMed PMID: 21739203. 92. Im SA, Kim JW, Kim JS, Kim MA, Jordan B, Pickl M, Han SW, Oh DY, Lee HJ, Kim TY, Kim WH, Yang HK, Bang YJ. Clinicopathologic characteristics of patients with stage III/IV (M(0)) advanced gastric cancer, according to HER2 status assessed by immunohistochemistry and fluorescence in situ hybridization. Diagn Mol Pathol. 2011 Jun;20(2):94-100. PubMed PMID: 21532492. 93. Yan SY, Hu Y, Fan JG, Tao GQ, Lu YM, Cai X, Yu BH, Du YQ. Clinicopathologic significance of HER-2/neu protein expression and gene amplification in gastric carcinoma. World J Gastroenterol. 2011 Mar 21;17(11):1501-6. PubMed PMID: 21472111; PubMed Central PMCID: PMC3070026. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 239 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene HER-2 94. Yu GZ, Chen Y, Wang JJ. Overexpression of Grb2/HER2 signaling in Chinese gastric cancer: their relationship with clinicopathological parameters and prognostic significance. J Cancer Res Clin Oncol (2009) 135:1331–1339. 95. Ismail HM, Moneer M, El-Baradie M, Khorshid O, Touny A. Clinicopathologic and prognostic significance of overexpression of her-2/neu and p53 oncoproteins in gastric carcinoma using tissue microarray. J Egypt Natl Canc Inst. 2007 Jun;19(2):147-57. PubMed PMID: 19034345. 96. Hilton DA, West KP. c-erbB-2 oncogene product expression and prognosis in gastric carcinoma. J Clin Pathol. 1992 May;45(5):454-6. PubMed PMID: 1350789; PubMed Central PMCID: PMC495317. 97. Im SA, Lee KE, Nam E, Kim DY, Lee JH, Han HS, Seoh JY, Park HY, Cho MS, Han WS, Lee SN. Potential prognostic significance of p185 (HER2) overexpression with loss of PTEN expression in gastric carcinomas. Tumori. 2005 Nov-Dec;91(6):513-21. PMID: 16457151 98. Lee KE, Lee HJ, Kim YH, Yu HJ, Yang HK, Kim WH, Lee KU, Choe KJ, Kim JP. Prognostic significance of p53, nm23, PCNA and c-erbB-2 in gastric cancer. Jpn J Clin Oncol. 2003 Apr;33(4):173-9.PMID: 12810831. 99. Slamon DJ, Clark GM, Wong SG, Levin WJ, Ullrich A, McGuire WL. Human breast cancer: correlation of relapse and survival with amplification of the HER-2/neu oncogene. Science. 1987 Jan 9;235(4785):177-82. 240 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS PAPEL DIAGNÓSTICO E OU PROGNÓSTICO DO ONCOGENE KRAS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 241 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS INTRODUÇÃO A carcinogenese colon retal é caracterizada por inúmeras mudanças genética, incluindo as mutações de oncogenes. O oncogene Kras está envolvido na transição de adenomas intermediários a carcinomas colon retais. A mutação Kras ocorre na transformação de um pequeno adenoma e um adenoma intermediário. As mutações no gene ras está presente em aproximadamente 30% dos cancers humanos. A mutação Kras ocorre frequentemente nos cânceres de pulmão não pequenas células, colon retais e pancreáticos1. O cancer colon retal é geralmente diagnosticado em estadios avançados, tendo prognóstico pobre, de 2 anos de sobrevida, independente do tratamento instituído. Esforços recentes tem sido implementados associando quimioterapia a agentes biológicos com alvo no câncer colon retal. O receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) tem sido considerado um desses alvos, pois o gene EGFR é frequentemente amplificado no câncer colon retal e está super expresso no RNA e nas proteínas da maior parte dos tumores. Os anticorpos monoclonais anti-EGFR tem sido combinados à quimioterapia no tratamento do câncer colon retal na tentativa de aumentar a sobrevida2. Por causa da ausência de benefício a alguns pacientes tratados com antiEGFR, seus efeitos adversos e custo, tem se procurado quais os fatores associados envolvidos na ausência de resposta, como processos de mutação genética nesses pacientes. Entre eles, um dos oncogenes efetores dos sinais aos receptores EGFR, o oncogene Kras, tem sido estudado. A hipótese é que a presença de mutações Kras reduza a resposta tumoral aos anti-EGFR,e que seu estudo permita prever quem será ou não beneficiado do tratamento com esses anticorpos monoclonais2. O câncer de pulmão não pequenas células, a exemplo do câncer colon retal, tem sido diagnosticado em fases avançadas e, independente de todo arsenal quimioterápico, também tem evoluído com prognóstico pobre, o que leva às mesmas dúvidas: quais os fatores envolvidos no desenvolvimento? Quais as alternativas terapêuticas? E quais os pacientes tem melhor prognóstico? Da mesma forma, os receptores EGFR ou ErbB-1 (tirosino kinase) são super expressos no câncer de pulmão não pequenas células (NSLC) e tem papel 242 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS na carcinogenese nesses pacientes. Os agentes anti-tirosino kinase tem sido utilizados no tratamento, associados ou não à quimioterapia, a fim de aumentar a sobrevida dos pacientes com NSLC. Alguns fatores tem sido identificados como preditores de resposta a esses agentes: raça, gênero, tipo histológico e tabagismo. As mutações no domínio dos receptores EGFR tem sido propostas como critério de discriminação dos pacientes que se beneficiam dos anticorpos monoclonais, e as mutações no oncogene Kras como preditoras de resistência terapêutica3. As mutações Kras estão presentes também em cerca de 30% dos cancers de pulmão não pequenas células, pricipalmente no codon 12, e em alguns tumores foi identificada no DNA livre sanguíneo antes do diagnóstico clínico. Nos casos de NSLC as mutações tem sido associadas a tumores maiores, metástase linfonodais e redução na sobrevida4. Recentemente, ainda, tem sido investigado a presença de mutações Kras em material obtido por punção de massas pancreáticas, como forma de diferenciação entre tumores benignos e tumores malignos de pancreas. A dificuldade, apesar dos métodos de imagem disponíveis, continua sendo, a exemplo do câncer colon retal e de pulmão, fazer diagnóstico precoce, identificar fatores prognósticos e instituir tratamentos efetivos, pois a sobrevida de 5 anos estimada desses pacientes não passa de 4%5. Massas identificadas em métodos de imagem, podem levar a procedimentos desnecessários quando benignas, ou a retardo do tratamento cirúrgico quando malignas. As mutações Kras também estão presentes nos pacientes com câncer de pancreas (60% dos casos), e sua associação ao diagnóstico citológico tem elevado o índice de certeza absoluta diagnóstica diferencial entre câncer e lesões benignas, através de material obtido por punção guiada por USG endoscópico5. OBJETIVO O objetivo desta avaliação é fornecer evidência do papel diagnóstico e ou prognóstico do oncogene Kras, sobretudo nos cânceres de colon reto, pulmonar não pequenas células e de pâncreas. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 243 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS MATERIAL E MÉTODO s !OBTEN ÎODA%VIDÐNCIAASERUTILIZADAPARASUSTENTARO uso clínico do oncogene Kras seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDA#LÓNICA s /SPACIENTES SUBMETIDOSAOESTUDODOONCOGENE+RASE de sua mutação permite o diagnóstico e/ou melhor prognóstico? )NDICA ÜESPROPOSTASEMAVALIA ÎO s #ÊNCERCOLONRETAL#ÊNCERDEPULMÎONÎOPEQUENAS células e Câncer de pancreas. Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). P Paciente* I Identificação do oncogene Kras ou da mutação no oncogene Kras C Identificação do oncogene Kras ou da mutação no oncogene Kras O Diagnóstico e/ou Prognóstico "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s 0RIMÉRIAS0UB-ED-EDLINEE%-"!3% %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA Pubmed/Medline e Embase s 03EM2ESTRI ÎO And s s )%NDOTHELIAL'ROWTH&ACTOR2ECEPTOR/R%PIDERMAL'ROWTH Receptor 2 Or Endothelial Growth Factor Receptor 2 Or Erbb2 Or Egf2 Or Vegfr2 Or Kras) And 244 3PECIlCITY;4ITLE!BSTRACT=/R0ROGNOS ;4ITLE!BSTRACT= Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Or (First[Title/Abstract] And Episode[Title/Abstract]) Or Cohort[Title/Abstract]) Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 7409 EMBASE 2433 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios De Inclusão Dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODE Coorte ou Transversal; s &ORAMDElNIDOSCOMOESTUDOCOORTEAQUELES com seguimento dos pacientes, mesmo histórico, e análise de desfechos prognósticos após a exposição (Kras); s &ORAMDElNIDOSCOMOESTUDOSTRANSVERSAIS aqueles com definição da exposição (Kras) no momento do desfecho (câncer), e com análise de sensibilidade e especificidade; s .ÎOFORAMCONSIDERADOSTRABALHOSCUJOCENTRO da avaliação era a terapêutica; s .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))ASELE ÎODOS estudos, para não produzir uma limitação ainda maior na seleção. Segundo os componentes do P.I.C.O. s 0ACIENTE Pacientes adultos com cancer de colon reto, pulmão não pequenas células ou pâncreas, tratados ou em tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia e/ ou agentes biológicos. s )NTERVEN ÎO -Identificação do oncogene Kras e sua mutação em material histopatológico ou sanguíneo. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 245 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS s s #OMPARA ÎO Identificação do oncogene Kras e sua mutação em material histopatológico ou sanguíneo. h/UTCOMEv$ESFECHO -Diagnóstico e/ou Prognóstico. Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSESTUDOSEM0ORTUGUÐS%SPANHOLOU Inglês. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s s !PØSOBTEN ÎODOSTRABALHOSNASBASESDE informação primária (Tabela 1), foram selecionados: -PubMed-Medline e EMBASE: 43 trabalhos; .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS /SMOTIVOSDEINCLUSÎOEEXCLUSÎODOSTRABALHOSAPØSA avaliação crítica estarão dispostos nos resultados. %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICAE%XPOSI ÎODOS Resultados s s s s s 246 /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por Desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎOCRÓTICA nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo; /SDEMAISMOTIVOSDEEXCLUSÎOESTÎOEXPLICITADOS nos resultados; &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODO entre 1966 e 2011; 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Coorte ou Transversal, esta foi inserida em planilha de descrição dos estudos e exposição Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS s s s s s dos resultados (Tabela 2); /SRESULTADOSREFERENTESÌSITUA ÎOCLÓNICACONSIDERADA (Câncer colon retal, Câncer de pulmão e Câncer de Pâncreas) serão expostos individualmente,através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão, descrição dos estudos e resultados e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas no item referências bibliográficas; 3EMPREQUEPOSSÓVELOSRESULTADOSDElNIRÎODEMANEIRA específica: a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou ausência de benefício e/ou dano, e as controvérsias; .ÎOSERÉINCLUÓDONOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADAS a custo; /SDESFECHOSCONSIDERADOSSERÎOLIMITADOSÌElCÉCIAE segurança, ou acurácia diagnósticas da exposição. Planilha para descrição dos estudos e exposição dos resultados Para Estudos Coorte Evidência incluída Desenho do estudo População selecionada Marcador biológico e material de obtenção Tempo seguimento Desfechos considerados: frequência, sobrevida, sobrevida livre de doença, recorrência, índice de resposta Expressão dos resultados: porcentagem, risco, odds, hazard ratio Para Estudos Transversais Evidência incluída Desenho do estudo População selecionada Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 247 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Marcador biológico e material de obtenção Desfecho considerado: diagnóstico Expressão dos resultados: sensibilidade, especificidade, razão de verossimilhança, probabilidade pré-teste e pós-teste Síntese da Evidência Em pacientes A intervenção ou exposição Em comparação ao Reduz ou aumenta o risco ou faz diagnóstico Tabela 2 - Planilha utilizada para descrição dos estudos incluídos e exposição dos resultados. RESULTADOS 1UESTÎOCLÓNICA s /SPACIENTESDE#ÊNCER#OLON2ETALOU#ÊNCERDE0ULMÎO não pequenas células submetidos ao estudo de oncogene Kras, e de sua mutação, podem se beneficiar em relação ao prognóstico, e os pacientes com Câncer de Pâncreas em relação ao diagnóstico? 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEM+RASNO#ÊNCER Dos estudos inicialmente selecionados (43 trabalhos), 26 foram incluídos para sustentar a Síntese da Evidência referente ao uso do oncogene Kras no diagnóstico ou como fator prognóstico no Câncer. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 248 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS %VIDÐNCIASELECIONADAEM+RASNO#ÊNCER Tipo de publicação Total )NCLUÓDOS Estudos coorte e/ou transversais 43 261-26 %XCLUÓDOS -OTIVO exclusão 28, 30, 31, 40-43 Desfecho impróprio 32, 35, 37-39 Revisão sem acréscimo 29, 33, 34, 36 População distinta Tabela 3 – Processo seletivo da Evidência em Kras no cancer a ser utilizada na Síntese 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEM+RASNO#ÊNCER Câncer Colon Retal 1. Abubaker J, et al. J Pathol 2009;219:435-45 1. Desenho: coorte retrospectivo; População: adenocarcinoma de colon (n=285) estadios I a IV; Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico; Desfecho: frequência e sobrevida em 5 anos; Tempo seguimento médio = 5 anos. Resultado &REQUÐNCIA28,1% (maioria no codon 12); Mortalidade: kras mutante (52/80 = 78,5%) e kras selvagem (161/205 = 65,0%) - ara = 13,5% (ic95% 1,67 - 25,4). 2. Dahabreh IJ,et al. Ann Intern Med 2011;154:37-492. Desenho: revisão sistemática; População: pacientes com câncer coloretal metastático submetidos a tratamento com anti receptor de fator de crescimento epidérmico (anti-egfr); Marcador: mutação no oncogene kras e kras selvagem; Método: base medline - ensaios clínicos randomizados com anti-egfr e análise de kras como fator prognóstico; Desfecho: sobrevida e sobrevida livre de doença em tratamento orientado por kras selvagem; sobrevida livre de doença e sobrevida em pacientes com kras selvagem. Resultado Tratamento dirigido: ausência de benefício (sobrevida livre de doença ou Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 249 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS sobrevida global) no tratamento com anti-egfr baseado nos pacientes kras positivo; Fator prognóstico: a comparação entre kras positivo e tipo selvagem favorece o tipo selvagem na sobrevida: hr = 2,22 (ic95% 1,74 - 2,84); A comparação entre kras selvagem e não selvagem em pacientes submetidos a anti-egfr favorece o kras selvagem na sobrevida: hr= 1,79 (ic95% 1,48 2,17) e na sobrevida livre de doença: hr = 2,11(ic95% 1,75 - 2,55). 3. Bengala C, et al. Br J Cancer 2010;103:1019-24 6. Desenho: coorte retrospectivo; População: câncer retal (n=144) estadios II a IV submetidos a quimioradioterapia prévia (5-fu+oxaliplatin); Marcador: mutação no oncogene kras e tipo selvagem em material histopatológico; Tempo de seguimento médio = 4 anos; Desfecho: frequência, sobrevida e sobrevida livre de doença. Resultado &REQUÐNCIA mutação = 19,2% e selvagem = 79,5% 3OBREVIDALIVREDEDOEN Amutação kras (17/28 = 61,3%) e kras selvagem (75/116 = 64,7%) - ns; 3OBREVIDA mutação kras (20/28 = 72,3%) e kras selvagem (84/116 = 72,3%) - ns. $AVIES*-ETAL2ADIAT/NCOL7. Desenho: coorte retrospectivo; População: cancer retal (n=70) estadios IV submetidos a quimioradioterapia; Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico; Tempo de seguimento médio = 4 anos; Desfecho: frequência, sobrevida. Resultado &REQUÐNCIAMutação = 36,0%; 3OBREVIDAMutação Kras (4,9 Meses) e Kras Selvagem (4,1 Meses) - Ns. 5. Deschoolmeester V, et al. Br J Cancer 2010;103:1627-36 8. Desenho: coorte retrospectivo; População: carcinoma de colon e reto (n=153) estadios I a IV; Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico; Desfecho: frequência, sobrevida e sobrevida livre de doença. Resultado &REQUÐNCIA 34,1%; 250 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS 3OBREVIDALIVREDEDOEN A kras mutante versus kras:hr = 2,03 (favorecendo kras selvagem) - p = 0,04; 3OBREVIDA kras mutante: hr = 1,70(favorecendo kras selvagem) - p = 0,05. 6. Hutchins G, et al. J Clin Oncol 2011;29:1261-70 9. Desenho: coorte retrospectivo; População: adenocarcinoma de colon (n=1583) estadios II submetidos a quimioterapia (fluoracil e ácido fólico); Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico; Desfecho: frequência e recorrência; Tempo seguimento médio = 5 anos. Resultado &REQUÐNCIA 34,0%; 2ECORRÐNCIA kras mutante (150/542 = 28,0%) e kras selvagem (219/1041 = 21,0%) - ara = 7,0% (ic95% 2,2 - 11,2). 7. Ogino S, et al. Clin Cancer Res 2009;15:7322-9 10. Desenho: ensaio clínico randomizado; População: carcinoma de colon estágio III (n=508); Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico; Desfecho: sobrevida e frequência; Tempo seguimento médio = 6,2 anos. Resultado &REQUÐNCIA178/508 (35,0%); 3OBREVIDAkras mutante = 75% versus kras selvagem = 73% - ns 3OBREVIDALIVREDEDOEN A kras mutante =62%; vs kras selvagem =63% - ns. 8. Roth AD, et al. J Clin Oncol 2010;28:466-74 11. Desenho: coorte histórico; População: cancer colon retal estadio II - III (n=1404) ; Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico; Desfecho: sobrevida e frequência; Tempo seguimento médio = 68 meses. Resultado &REQUÐNCIA37,0%; 3OBREVIDA kras mutante = 204/481(42,4%) vs kras; selvagem = 347/818 (42,4%) - ns; 3OBREVIDALIVREDEDOEN A kras mutante = 217/481 (45,1%) versus kras selvagem = 371/818 (45,4%) - ns. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 251 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS 9. Tie J, et al. Clin Cancer Res 2011;17:1122-30 12. Desenho: coorte histórico População: mestastases de adenocarcinoma de colon reto (n=100) Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida e frequência Resultado &REQUÐNCIA 48,4% Mortalidade: kras mutante = hr = 2.1; 95% Ci,1.2 To 3.5, P = 0.007 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO+RASEM#ÊNCER#OLORETAL s s (ÉASSOCIA ÎOENTREAPRESEN ADEMUTA ÎONOONCOGENE Kras e aumento na mortalidade do Câncer de Cólon estadio I a IV – Aumento do risco absoluto de morte variando de 7% a 13,5% (NNH: 7 a 14); !FREQUÐNCIADEONCOGENEMUTANTENO#ÊNCER#OLORETAL varia de 19,2% a 37,0% Câncer de Pulmão 1. Bonanno L, et al. Anticancer Res 2010;30:5121-8 3. Desenho: coorte retrospectivo População: nslc de pulmão (n=67) estadios III-B a IV submetidos a quimio e inibidor da tirosino kinase Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Cegamento: do avaliador Desfecho: frequência, sobrevida e sobrevida livre de doença Resultado &REQUÐNCIA mutação (12/62) = 19,4% Sobrevida livre de doença: mutação kras = 11 semanas vs sem mutação = 28 semanas (p=0,001) 3OBREVIDA mutação kras = 44 semanas vs sem mutação = 125 semanas (p=0,03) 2. Camps C, et al. Lung Cancer 2011;72:365-9 4. Desenho: coorte retrospectivo População: nslc de pulmão (n=308) estadios III-B a IV submetidos a quimio (cisplatin (75mg/m2) e docetaxel (75mg/m2)) Marcador: mutação no oncogene kras em plasma obtido em colheita sanguínea 252 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Desfecho: frequência, sobrevida e sobrevida livre de doença Tempo de seguimento médio = 9 meses Resultado &REQUÐNCIA mutação (27/308) = 8,8% 3OBREVIDALIVREDEDOEN Amutação kras = 5,57 meses vs sem mutação = 5,43 meses (p=ns) 3OBREVIDA mutação kras = 9,07 meses vs sem mutação = 10,03 meses (p=ns) 3. Galleges ruiz mi, et al. Br j cancer 2009;100:145-52 13. Desenho: coorte retrospectivo População: nslc pulmão (n=178) estadios I a III Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: frequência e sobrevida Resultado &REQUÐNCIA 18,0% 3OBREVIDA kras mutante: hr = 0,39 (favorecendo kras selvagem) - p = 0,016 4. Gautschi o, et al. Cancer lett 2007;254:265-73 14. Desenho: coorte retrospectivo População: nslc de pulmão (n=180) estadios I a IV submetidos a quimio Marcador: mutação no oncogene kras em material de coleta sanguínea (plasma) Desfecho: frequência, sobrevida e sobrevida livre de doença Tempo de seguimento médio = 30 meses Resultado &REQUÐNCIAMUTA ÎO = 9,0% Mortalidade: mutação kras = 15/16 (93,8%) vs sem mutação = 119/159 (74,8%) - ara = 19% (ic95% = 5,4 -32,6) 5. Kim hr, et al. Cancer 2011 15 Desenho: coorte retrospectivo População: nslc de pulmão, não fumantes (n=229) estadios I a IV Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida Tempo seguimento médio = não referido Resultado &REQUÐNCIA 3,5% Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 253 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS 3OBREVIDAMÏDIAkras mutante: hr = 4.23 (95% Ci, 1.65-10.8; P = 0.003) 6. Kim yt, et al. Lung cancer 2008;59:111-8 16. Desenho: coorte retrospectivo População: adenocarcinoma de pulmão (n=71) estadios I a IV Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida e recorrência Resultado &REQUÐNCIA7,0% Mortalidade: kras mutante: or = 3.339 (1.027—10.862); P = 0.045 2ECORRÐNCIAkras mutante: or = 2.799 (1.060—7.391); P = 0.038 7. Lim eh, et al. J thorac oncol 2009;4:12-21 17. Desenho: coorte retrospectivo População: nslc de pulmão (n=88) Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida Resultado: &REQUÐNCIA 5/88 (6,0%) Mortalidade: kras mutante: hr = 5.05; P= 0.009 8. Liu hp, et al. J thorac oncol 2010;5:1175-84 18. Desenho: coorte retrospectivo População: nslc de pulmão (n=164) - estadio I A IIIA Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida Resultado &REQUÐNCIA 7/164 (4,3%) 3OBREVIDA MÏDIA kras mutante = 21 meses vs kras selvagem = 44,4 meses = ns 9. Marks JL, et al. J Thorac Oncol 2008;3:111-6 19. Desenho: coorte retrospectivo População: adenocarcinoma de pulmão (n=296) - estadio I a III Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida Tempo seguimento médio = 3 anos Resultado &REQUÐNCIA50/296 (17,0%) 254 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Sobrevida: kras mutante = 33/50 (66%) vs egfr mutante = 36/40 (90%) ara = 24% (ic95% 7,9 a 40,1) 10. O’byrne kj, et al. Lancet oncol 2011;12:795-805 20. Desenho: ensaio clínico randomizado População: nslc pulmão (n=395) - em tratamento com quimioterapia e cetuximab Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida e frequência Tempo seguimento médio = 24 meses Resultado &REQUÐNCIA75/395 (19,0%) 3OBREVIDAkras mutante = 8,9 meses vs kras selvagem = 11,4 meses - ns 3OBREVIDA LIVRE DE DOEN A kras mutante = 5,5 meses versus kras selvagem = 4,4 meses - ns Resposta: kras mutante = 14/38 (36,8%) vs kras selvagem = 60/161 (37,3%) - ns 3IEGFRIEDJMETAL#ANCEREPIDEMIOLBIOMARKERSPREV21 Desenho: coorte histórico População: adenocarcinoma de pulmão (n=181) Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida e frequência Resultado &REQUÐNCIA 31,5% 3OBREVIDA kras mutante = 29 meses versus kras selvagem = 27 meses - ns 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO+RASEM#ÊNCERDE0ULMÎO.3,# s s s (ÉASSOCIA ÎOENTREAPRESEN ADEMUTA ÎONOONCOGENE Kras e aumento na mortalidade do Câncer de Pulmão estadio I a IV; Aumento no risco absoluto de morte entre 19% e 24% (NNH: 4 a 5); .ÎOHÉBENEFÓCIOAUMENTONASOBREVIDADOTRATAMENTO com anti-EGFR baseado nos pacientes Kras positivo; !FREQUÐNCIADEONCOGENEMUTANTENO#ÊNCER#OLORETAL varia de 3,0% a 31,5% Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 255 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Câncer de Pâncreas 1. Bournet B, et al. Endoscopy 2009;41:552-7 5. Desenho: transversal fase III População: massa pancreática suspeita de adenocarcinoma de pâncreas ou pancreatite crônica (n=178) Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico obtido por punção pré-op com agulha fina 3ÏRIECONSECUTIVADECASOSComparação cega e independente com padrão ouro histopatológico Resultado Sensibilidade = 67% especificidade = 100% 0ROBABILIDADEPØSTESTESERESULTADOPOSITIVO = 100% 2. Maluf-Filho F, et al. J Clin Gastroenterol 2007;41:906-10 22. Desenho: transversal fase II População: massa pancreática suspeita de ca de pancreas ou pancreatite cronica (n=74) Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico obtido por punção Desfecho: diagnóstico de neoplasia de pancreas Resultado Sensibilidade: 67% especificidade: 91% 0ROBABILIDADEPØSTESTESERESULTADOPOSITIVO= 100% 3. Pellisé M, et al. Aliment Pharmacol Ther 2003;17: 1299-307 23. Desenho: transversal População: massa pancreática suspeita de câncer de pancreas (n=57) Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico, Desfecho: diagnóstico Resultado Sensibilidade kras mutante: 73% especificidade kras mutante: 100% Sensibilidade citologia: 97% especificidade citologia: 100% 0ROBABILIDADEPØSTESTESERESULTADOPOSITIVO = 100% 0ROBABILIDADEPØSTESTESERESULTADONEGATIVODACITOLOGIA= 3% 4. Wang X, et al. Am J Gastroenterol 2011 24. Desenho: transversal População: massa pancreática suspeita de câncer de pancreas (n=54) 256 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: diagnóstico Resultado Sensibilidade kras mutante: 76,2% especificidade kras mutante: 100% 0ROBABILIDADEPØSTESTESERESULTADOPOSITIVO= 100% 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO+RASEM#ÊNCERDE0ÊNCREAS s s !IDENTIlCA ÎODEMUTA ÎONOONCOGENE+RASEM material obtido em punção guiada por USG endoscópica faz diagnóstico de Câncer de Pâncreas com 100% de certeza, independente da prevalência; !CITOLOGIAPODEAFASTARODIAGNØSTICODE#ÊNCERDE Pâncreas quando seu resultado for negativo. Metástases 1. Nash GM, et al. Ann Surg Oncol 2010;17:572-8 25. Desenho: coorte retrospectivo População: metástases hepática de adenocarcinoma colon retal (n=188) - estadio IV Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida e frequência Tempo seguimento médio = 3,5 anos Resultado &REQUÐNCIA54/188 (27,0%) 3OBREVIDA kras mutante = 40/50 (80%) versus kras selvagem = 68/138 (49,3%) - ara = 30,7% (ic95% 16,8 - 44,6) 3OBREVIDA APØS RESSEC ÎO HEPÉTICA kras mutante = 23/30 (76,7%) versus kras selvagem = 44/96 (45,8%) - ara = 30,9% (ic95% 12,8 - 49,0) 2. Munfus-McCray D, et al. Hum Pathol 2011;42:1447-53 26. Desenho: coorte retrospectivo População: metástases de adenocarcinoma de pulmão (n=60) - estadio I-IV Marcador: mutação no oncogene kras em material histopatológico Desfecho: sobrevida livre de progressão e frequência Resultado &REQUÐNCIA17/60 (32,3%) 3OBREVIDA kras mutante = 13,3 meses vs egfr mutante = 18,8 meses vs sem mutação = 12,1 meses = ns Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 257 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO+RASEM-ETÉSTASESDE Adenocarcinoma de Cólon ou Pulmão s s (ÉASSOCIA ÎOENTREAPRESEN ADEMUTA ÎONOONCOGENE Kras e aumento na mortalidade dos pacientes com Metástases Hepática de Câncer de Cólon; Aumento no risco absoluto de morte de 30,9% (NNH: 3); .ÎOHÉAUMENTONAMORTALIDADEEMPACIENTESCOM Metástases de Adenocarcinoma de Pulmão e presença da mutação Kras. DISCUSSÃO A associação entre um determinado fator como determinante de melhor ou pior prognóstico deveria idealmente ser avaliada através de estudos longitudinais e prospectivos, com populações homogêneas, comparando a presença com a ausência do fator em estudo, e medindo os desfechos de interesse ao longo do tempo. Isto permitiria um controle apropriado dos fatores de confusão, minimizando os vieses. No entanto, em pacientes com Câncer, sobretudo avançado, nem sempre isso é possível, devido ao alto índice de complicações e à reduzida sobrevida desses pacientes. A presença de mutação do oncogene Kras foi estudada basicamente através de estudos coorte históricos, os quais tem como principal vies, a impossibilidade de controle das diversas variáveis que podem no passado ter de alguma forma interferido no prognóstico desses pacientes. Os estadios dos tumores, por exemplo, não foram estudados sempre como sub-grupos, o que pode produzir distorsões nos resultados. O tamanho das amostras utilizadas na maioria dos estudos coorte também foi uma limitação importante, que determinou, em parte, a necessidade de se agregar populações distintas na análise. O conhecimento das mutações Kras permite identificar pacientes que tem prognóstico pior que os demais (Kras selvagem), e apenas esse conhecimento já deveria ser considerado benefício aos pacientes. O propósito de se identificar fatores de pior prognóstico deve ser sempre seguido de propostas terapêuticas derivadas desse conhecimento que possam evitar ou reduzir o risco desses desfechos. No caso do Kras os tratamentos com anti-EGFR 258 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS baseado na presença das mutações não pode demonstrar a utilidade desse fator. Entretanto, deve-se considerar que, com relação à mortalidade em pacientes oncológicos, é de fundamental importância se conhecer todos os aspectos que podem estimar a evolução dos mesmos, independente se diretamente isto levará a medidas concretas terapêuticas. O uso da mutação Kras também teve sua utilização e papel definidos no diagnóstico do Câncer de Pâncreas, diferenciando de massas benignas através de métodos pouco invasivos, abrindo perspectivas para diagnósticos precoces que permitam tratamentos em fases com melhor prognóstico da doença. SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA DO USO DO KRAS NO CÂNCER s s s (ÉASSOCIA ÎOENTREAPRESEN ADEMUTA ÎONOONCOGENE Kras e aumento na mortalidade do Câncer de Cólon e Pulmão não Pequenas Células (ÉASSOCIA ÎOENTREAPRESEN ADEMUTA ÎONOONCOGENE Kras e aumento na mortalidade dos pacientes com Metástases Hepática de Câncer de Cólon; !IDENTIlCA ÎODEMUTA ÎONOONCOGENE+RASEM material obtido em punção guiada por USG endoscópica faz diagnóstico de Câncer de Pâncreas com 100% de certeza, independente da prevalência. REFERÊNCIAS 1.Abubaker J, Bavi P, Al-Haqawi W, Sultana M, Al-Harbi S, Al-Sanea N, et al.Prognostic significance of alterations in KRAS isoforms KRAS-4A/4B and KRAS mutations in colorectal carcinoma.J Pathol 2009;219:435-45. 2.Dahabreh IJ, Terasawa T, Castaldi PJ, Trikalinos TA.Systematic review: Anti-epidermal growth factor receptor treatment effect modification by KRAS mutations in advanced colorectal cancer.Ann Intern Med 2011;154:37-49. 3.Bonanno L, Schiavon M, Nardo G, Bertorelle R, Bonaldi L, Galligioni A, et al.Prognostic and predictive implications of EGFR mutations, EGFR copy Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 259 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS number and KRAS mutations in advanced stage lung adenocarcinoma. Anticancer Res 2010;30:5121-8. 4.Camps C, Jantus-Lewintre E, Cabrera A, Blasco A, Sanmartín E, Gallach S, et al. The identification of KRAS mutations at codon 12 in plasma DNA is not a prognostic factor in advanced non-small cell lung cancer patients.Lung Cancer 2011;72:365-9. 5.Bournet B, Souque A, Senesse P, Assenat E, Barthet M, Lesavre N, et al.Endoscopic ultrasound-guided fine-needle aspiration biopsy coupled with KRAS mutation assay to distinguish pancreatic cancer from pseudotumoral chronic pancreatitis.Endoscopy 2009;41:552-7. 6.Bengala C, Bettelli S, Bertolini F, Sartori G, Fontana A, Malavasi N, et al.Prognostic role of EGFR gene copy number and KRAS mutation in patients with locally advanced rectal cancer treated with preoperative chemoradiotherapy.Br J Cancer 2010;103:1019-24. 7.Davies JM, et al. Phospho-ERK and AKT status, but not KRAS mutation status, are associated with outcomes in rectal cancer treated with chemoradiotherapy.Radiat Oncol 2011;6:114. 8.Deschoolmeester V, Boeckx C, Baay M, Weyler J, Wuyts W, Van Marck E, et al.KRAS mutation detection and prognostic potential in sporadic colorectal cancer using high-resolution melting analysis.Br J Cancer 2010;103:162736. 9.Hutchins G, Southward K, Handley K, Magill L, Beaumont C, Stahlschmidt J, et al.Value of mismatch repair, KRAS, and BRAF mutations in predicting recurrence and benefits from chemotherapy in colorectal cancer.J Clin Oncol 2011;29:1261-70. 10.Ogino S, Meyerhardt JA, Irahara N, Niedzwiecki D, Hollis D, Saltz LB, et al.KRAS mutation in stage III colon cancer and clinical outcome following intergroup trial CALGB 89803.Clin Cancer Res 2009;15:7322-9. 11.Roth AD, Tejpar S, Delorenzi M, Yan P, Fiocca R, Klingbiel D, et al.Prognostic role of KRAS and BRAF in stage II and III resected colon cancer: results of the translational study on the PETACC-3, EORTC 40993, SAKK 60-00 trial.J Clin Oncol 2010;28:466-74. 12.Tie J, Lipton L, Desai J, Gibbs P, Jorissen RN, Christie M, et al.KRAS mutation is associated with lung metastasis in patients with curatively resected colorectal cancer.Clin Cancer Res 2011;17:1122-30. 13.Galleges Ruiz MI, Floor K, Steinberg SM, Grünberg K, Thunnissen FB, Belien JA, et al.Combined assessment of EGFR pathway-related molecular markers and prognosis of NSCLC patients.Br J Cancer 2009;100:145-52. 14.Gautschi O, Huegli B, Ziegler A, Gugger M, Heighway J, Ratschiller D, et 260 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS al.Origin and prognostic value of circulating KRAS mutations in lung cancer patients.Cancer Lett 2007;254:265-73. 15.Kim HR, Shim HS, Chung JH, Lee YJ, Hong YK, Rha SY, et al.Distinct clinical features and outcomes in never-smokers with nonsmall cell lung cancer who harbor EGFR or KRAS mutations or ALK rearrangement.Cancer 2011. 16.Kim YT, Kim TY, Lee DS, Park SJ, Park JY, Seo SJ, et al.Molecular changes of epidermal growth factor receptor (EGFR) and KRAS and their impact on the clinical outcomes in surgically resected adenocarcinoma of the lung. Lung Cancer 2008;59:111-8. 17.Lim EH, Zhang SL, Li JL, Yap WS, Howe TC, Tan BP, et al.Using whole genome amplification (WGA) of low-volume biopsies to assess the prognostic role of EGFR, KRAS, p53, and CMET mutations in advanced-stage non-small cell lung cancer (NSCLC).J Thorac Oncol 2009;4:12-21. 18.Liu HP, Isaac Wu HD, Chang JW, Wu YC, Yang HY, Chen YT, et al.Prognostic implications of epidermal growth factor receptor and KRAS gene mutations and epidermal growth factor receptor gene copy numbers in patients with surgically resectable non-small cell lung cancer in Taiwan.J Thorac Oncol 2010;5:1175-84. 19.Marks JL, Broderick S, Zhou Q, Chitale D, Li AR, Zakowski MF, et al.Prognostic and therapeutic implications of EGFR and KRAS mutations in resected lung adenocarcinoma.J Thorac Oncol 2008;3:111-6. /"YRNE +* 'ATZEMEIER 5 "ONDARENKO ) "ARRIOS # %SCHBACH # Martens UM, et al.Molecular biomarkers in non-small-cell lung cancer: a retrospective analysis of data from the phase 3 FLEX study.Lancet Oncol 2011;12:795-805. 21.Siegfried JM, Gillespie AT, Mera R, Casey TJ, Keohavong P, Testa JR, et al.Prognostic value of specific KRAS mutations in lung adenocarcinomas. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 1997;6:841-7. 22.Maluf-Filho F, Kumar A, Gerhardt R, Kubrusly M, Sakai P, Hondo F, et al.Kras mutation analysis of fine needle aspirate under EUS guidance facilitates riskstratification of patients with pancreatic mass.J Clin Gastroenterol 2007;41:906-10. 23.Pellisé M, Castells A, Ginès A, Solé M, Mora J, Castellví-Bel S, et al. Clinical usefulness of KRAS mutational analysis in the diagnosis of pancreatic adenocarcinoma by means of endosonography-guided fineneedle aspiration biopsy.Aliment Pharmacol Ther 2003;17:1299-307. 24.Wang X, Gao J, Ren Y, Gu J, Du Y, Chen J, et al.Detection of KRAS Gene Mutations in Endoscopic Ultrasound-Guided Fine-Needle Aspiration Biopsy Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 261 Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS for Improving Pancreatic Cancer Diagnosis.Am J Gastroenterol 2011. 25.Nash GM, Gimbel M, Shia J, Nathanson DR, Ndubuisi MI, Zeng ZS, et al.KRAS mutation correlates with accelerated metastatic progression in patients with colorectal liver metastases.Ann Surg Oncol 2010;17:572-8. 26.Munfus-McCray D, Harada S, Adams C, Askin F, Clark D, Gabrielson E, et al.EGFR and KRAS mutations in metastatic lung adenocarcinomas.Hum Pathol 2011;42:1447-53. 27.Bokemeyer C, Bondarenko I, Hartmann JT, de Braud F, Schuch G, Zubel A, Celik I, et al.Efficacy according to biomarker status of cetuximab plus FOLFOX-4 as first-line treatment for metastatic colorectal cancer: the OPUS study.Ann Oncol 2011;22:1535-46. 28.Gillern SM, Chua TC, Stojadinovic A, Esquivel J.KRAS status in patients with colorectal cancer peritoneal carcinomatosis and its impact on outcome. Am J Clin Oncol 2010;33:456-60. 29.Gong C, Mera R, Bravo JC, Ruiz B, Diaz-Escamilla R, Fontham ET, et al.KRAS mutations predict progression of preneoplastic gastric lesions. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 1999;8:167-71. 30.Gonzalez-Bosquet J, Calcei J, Wei JS, Garcia-Closas M, Sherman ME, Hewitt S, et al.Detection of somatic mutations by high-resolution DNA melting (HRM) analysis in multiple cancers.PLoS One 2011;6:e14522. 31.Kakegawa S, Shimizu K, Sugano M, Miyamae Y, Kaira K, Araki T, et al.Clinicopathological features of lung adenocarcinoma with KRAS mutations.Cancer 2011;117:4257-66. 32.Licar A, Cerkovnik P, Ocvirk J, Novakovic S. KRAS mutations in Slovene patients with colorectal cancer: frequency, distribution and correlation with the response to treatment.Int J Oncol 2010;36:1137-44. 33.Nakayama N, Nakayama K, Yeasmin S, Ishibashi M, Katagiri A, Iida K, et al.KRAS or BRAF mutation status is a useful predictor of sensitivity to MEK inhibition in ovarian cancer.Br J Cancer 2008;99:2020-8. 34.Nosho K, Kure S, Irahara N, Shima K, Baba Y, Spiegelman D, et al.A prospective cohort study shows unique epigenetic, genetic, and prognostic features of synchronous colorectal cancers.Gastroenterology 2009;137:1609-20. 35.Saridaki Z, Tzardi M, Papadaki C, Sfakianaki M, Pega F, Kalikaki A, et al.Impact of KRAS, BRAF, PIK3CA mutations, PTEN, AREG, EREG expression and skin rash in t 2 line cetuximab-based therapy of colorectal cancer patients.PLoS One 2011;6:e15980. 36. Sonobe M, Kobayashi M, Ishikawa M, Kikuchi R, Nakayama E, Takahashi T, et al.Impact of KRAS and EGFR Gene Mutations on Recurrence and 262 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Diagnóstico e ou Prognóstico do Oncogene KRAS Survival in Patients with Surgically Resected Lung Adenocarcinomas.Ann Surg Oncol 2011. 37.Souglakos J, Philips J, Wang R, Marwah S, Silver M, Tzardi M, et al.Prognostic and predictive value of common mutations for treatment response and survival in patients with metastatic colorectal cancer.Br J Cancer 2009;101:465-72. 38.Tejpar S, Bertagnolli M, Bosman F, Lenz HJ, Garraway L, Waldman F, et al.Prognostic and predictive biomarkers in resected colon cancer: current status and future perspectives for integrating genomics into biomarker discovery.Oncologist 2010;15:390-404. 39.Van Cutsem E, Köhne CH, Láng I, Folprecht G, Nowacki MP, Cascinu S, et al.Cetuximab plus irinotecan, fluorouracil, and leucovorin as first-line treatment for metastatic colorectal cancer: updated analysis of overall survival according to tumor KRAS and BRAF mutation status.J Clin Oncol 2011;29:2011-9. 40.Wagner PL, Stiedl AC, Wilbertz T, Petersen K, Scheble V, Menon R, et al.Frequency and clinicopathologic correlates of KRAS amplification in nonsmall cell lung carcinoma.Lung Cancer 2011;74:118-23. 41. Wang WY, Chien YC, Wong YK, Lin YL, Lin JC.Effects of KRAS mutation and polymorphism on the risk and prognosis of oral squamous cell carcinoma. Head Neck 2011. 42.Weijenberg MP, Aardening PW, de Kok TM, de Goeij AF, van den Brandt PA.Cigarette smoking and KRAS oncogene mutations in sporadic colorectal cancer: results from the Netherlands Cohort Study.Mutat Res 2008;652:5464. 43.Zlobec I, Bihl MP, Schwarb H, Terracciano L, Lugli A.Clinicopathological and protein characterization of BRAF- and K-RAS-mutated colorectal cancer and implications for prognosis.Int J Cancer 2010;127:367-80. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 263 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 264 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias PAPEL PROGNÓSTICO DO RECEPTOR DO FATOR DE CRESCIMENTO EPITELIAL - EGFR EM NEOPLASIAS Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 265 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias INTRODUÇÃO O EGFR (receptor do fator de crescimento epitelial) é uma glicoproteína de membrana com 170-KDa, composta de um domínio extracelular, um segmento lipofílico transmembrana e um domínio intracelular com atividade tirosino-quinase. É codificada pelo oncogene EGFR, localizado no cromossomo 7. Assim como o HER-2, o EGFR pertence a uma família de fatores de crescimento HER (Human Epidermal Growth Factor Receptor) que inclui o HER-1 (EGFR ou c-erbB-1) propriamente dito; HER-2 (HER-2/neu ou c-erbB-2); HER-3 (c-erbB-3) e HER-4 (c-erbB-4), importantes mediadores do crescimento celular, diferenciação e sobrevivência. O EGFR é expresso em tecidos normais e neoplásicos em todas as camadas germinativas, particularmente nas de origem epitelial. A ativação do EGFR ocorre quando um ligante, como o EGF (epidermal growth factor); o TGF(transforming growth factor) ou a anfirregulina, se liga ao seu domínio extracelular, levando o receptor a se dimerizar com outro monômero de EGFR ou com outro membro da família c-erbB. Após a dimerização do receptor ocorrem ativação da atividade intrínseca tirosino-quinase e autofosforilação da tirosina. Estes eventos levam ao recrutamento e fosforilação de vários substratos intracelulares, levando à sinalização mitogênica e outras atividades celulares. Nas células malignas, vários mecanismos incluindo a hiperexpressão do receptor, o aumento da concentração dos ligantes e diminuição do turnover do receptor e a presença de mutações podem contribuir para a sinalização do EGFR. Há uma variedade de métodos disponíveis para a avaliação da expressão do EGFR, podendo ser divididos em métodos que pesquisam a amplificação do gene e métodos que investigam a hiperexpressão da proteína. Dentre os primeiros, temos a hibridização fluorescente in situ (FISH), a hibridização cromogênica in situ (CISH), hibridização in situ pela prata (SISH) e a reação em cadeia da polimerase (PCR). Já, dentre os métodos que investigam a hiperexpressão da proteína temos o Western blotting, enzima imunoensaio (ELISA) e a imunoistoquímica (IHC). 266 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias OBJETIVO O objetivo desta avaliação é fornecer evidência do papel prognóstico da expressão do EGFR, sobretudo nas neoplasias de mama, colon reto e câncer gástrico. MATERIAL E MÉTODO A obtenção da evidência a ser utilizada para sustentar o uso clínico do EGFR seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. $ÞVIDA#LÓNICA s /SPACIENTES SUBMETIDOSAOESTUDODO%'&2TÐMMELHOR prognóstico? )NDICA ÜESPROPOSTASEMAVALIA ÎO s #ÊNCERDEMAMACÊNCERCOLONRETALCÊNCERGÉSTRICO Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. P (Paciente); I (Intervenção); C (Comparação); O (“Outcome”)). P Paciente* I Identificação do EGFR C O Prognóstico "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s 0RIMÉRIAS0UB-ED-EDLINEE%-"!3% %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA Pubmed/Medline s 0"REASTNEOPLASM/2#OLORECTAL.EOPLASMS/2 Colorectal Cancer OR Colorectal Tumor OR Colorectal Cancers OR Stomach Neoplasms OR Gastric Neoplasm Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 267 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias OR Gastric Cancers OR Gastric Cancer OR Cancer of Stomach) AND s )2ECEPTOR%PIDERMAL'ROWTH&ACTOR AND s /0ROGNOSIS.ARROW;lLTER= EMBASE 3@BREASTCANCERMJ/2@COLORECTALCANCERDE/2 @STOMACHCANCERDE AND s )@EPIDERMALGROWTHFACTORRECEPTORDE/2@EPIDERMAL GROWTHFACTORRECEPTORMJ Trabalhos recuperados (11/01/2012) .ÞMERODE4RABALHOS Base de Informação Primária PubMed-Medline 2452 EMBASE 1133 o Tabela 1 – N de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica. Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Avaliaram-se os títulos e resumos obtidos com a estratégia de busca nas bases de informação, separando-se os trabalhos com potencial relevância. Segundo o desenho de estudo Relatos de caso, revisões narrativas, trabalhos com apresentação de resultados preliminares e estudos considerando o diagnóstico foram excluídos da avaliação. Foram incluídos os trabalhos com desenho de coorte ou ensaios clínicos randomizados, sendo que dentre estes últimos só foram considerados os estudos que analisavam o prognóstico dos pacientes tratados e que expressavam ou não o EGFR. Não foram considerados estudos randomizados que incluíam apenas pacientes que expressavam o EGFR ou trabalhos cujo centro de avaliação era o esquema terapêutico em vigência; Foram definidos como estudo coorte aqueles com seguimento dos pacientes, mesmo histórico, e análise de desfechos prognósticos. 268 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESADULTOSCOMCÊNCERDEMAMAINDEPENDENTE estádio clínico ou comprometimento linfonodal), câncer de colon reto e câncer, tratados cirurgicamente ou em tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia e/ ou agentes biológicos. )NTERVEN ÎO s )DENTIlCA ÎODO%'&2 Comparação “Outcome” (Desfecho) s 0ROGNØSTICO Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSESTUDOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s !PØSSUBMETERAESTRATÏGIADEBUSCAÌSBASESDE informação primária (PubMed-Medline e EMBASE), a avaliação dos títulos e resumos possibilitou a seleção de 37 estudos. .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICAE%XPOSI ÎODOS Resultados s s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por desenho de estudo, P.I.C.O., língua e disponibilidade do texto completo. /SRESULTADOSREFERENTESÌSITUA ÎOCLÓNICACONSIDERADA (câncer colon retal, câncer de mama e câncer gástrico) serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 269 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias s s s (segundo os critérios de inclusão), descrição dos estudos e resultados, e síntese da evidência disponível; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOSE excluídos estarão dispostas na Tabela 3 e no item referências bibliográficas; 3EMPREQUEPOSSÓVELOSRESULTADOSDElNIRÎODEMANEIRA específica: a população, a intervenção e os desfechos; .ÎOSERÉINCLUÓDONOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADASA custo. Planilha para descrição dos estudos e exposição dos resultados Evidência Incluída Desenho Do Estudo População Selecionada Marcador Biológico E Material De Obtenção Tempo Seguimento Desfechos Considerados: Sobrevida, Sobrevida Livre De Doença, Recorrência, Expressão Dos Resultados: Porcentagem, Risco, Odds, Hazard Ratio Tabela 2 - Planilha utilizada para descrição dos estudos incluídos e exposição dos resultados. RESULTADOS 1UESTÎO#LÓNICA s /SPACIENTESPORTADORESDECÊNCERDEMAMACÊNCERCOLONRETAL ou câncer gástrico submetidos ao estudo do EGFR, podem se beneficiar em relação ao prognóstico? %VIDÐNCIASELECIONADAEM%'&2NOCÊNCERDEMAMACOLON retal e câncer gástrico. Tipo de publicação Estudos coorte e/ ou ensaios clínicos randomizados Total Incluídos Câncer de mama 37 Excluídos 1-5 6-16 Câncer colon reto 17-19 20-29 Câncer gástrico 30-34 35-37 Tabela 3 – Processo seletivo da evidência em EGFR no câncer a ser utilizada na síntese. 270 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias Os principais motivos de exclusão dos trabalhos foram: estudos que consideravam outros desfechos que não sobrevida livre de doença ou sobrevida global; análise de desfechos considerados intermediários correlacionando expressão/amplificação do EGFR a fatores clínico patológicos. 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADAEM%'&2NOCÊNCERDE mama. Dos estudos inicialmente selecionados (16 trabalhos), 5 foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente ao uso do EGFR como fator prognóstico no câncer de mama 1-5. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 1. Liu Y, et al. J Exp Clin Cancer Res. 2010;29:16 1. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama invasivo, não submetidas a quimioterapia ou radioterapia neoadjuvantes, mas submetidas a quimioterapia adjuvante (n=200). Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica. Desfecho: avaliar significância da expressão do EGFR na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio: 88 meses Resultado: Na análise de sobrevida global, observou-se que pacientes que apresentavam elevada expressão do EGFR demonstravam pobre prognóstico em detrimento aos pacientes com baixa expressão do EGFR (p=0,007). 2. Magkou C, et al. Breast Cancer Res. 2008;10(3):R49 2. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 57 anos) portadoras de câncer de mama invasivo, tratadas cirurgicamente e não submetidas a quimioterapia ou radioterapia neoadjuvantes (n=154). Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica (11,3% EGFR positivo). Desfecho: avaliar significância da expressão do EGFR na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio: 94,8 meses Resultado: A expressão positiva do EGFR esteve associado a taxa de sobrevida desfavorável (p=0,046). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 271 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias 3. Nogi H, et al. Oncol Rep. 2009;21(2):413-7 3. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 48 anos) portadoras de câncer de mama (estádio II e III) submetidas a quimioterapia neoadjuvante (n=117). Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica Desfecho: avaliar significância da expressão do EGFR na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio: 63,4 meses Resultado: A expressão positiva do EGFR esteve associado a taxa de sobrevida desfavorável (p=0,17) entre pacientes portadores de câncer de mama TN (triplo negativo). O tempo médio de vida apos a recorrência do tumor (nos casos de câncer TN) em pacientes com expressão positiva para o EGFR foi de 10,8 meses, em detrimento a 28,7 meses para pacientes sem expressão para o EGFR. 4. Buchholz TA, et al. Cancer. 2005;104(4):676-81 4. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama submetidas a quimioterapia neoadjuvante (n=372). Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica (17% EGFR positivo). Desfecho: avaliar significância da expressão do EGFR na análise de sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio: 60,4 meses Resultado: A sobrevida livre de doença em cinco anos para pacientes com expressão positiva para o EGFR foi pior em detrimento aos indivíduos com expressão negativa (46% versus 76% respectivamente com p=0,026). Da mesma maneira, indivíduos com expressão positiva para o EGFR apresentaram piora na sobrevida global (46% versus 76% com p=0,037). 5. Nicholson S, et al. Br J Cancer. 1991;63(1):146-50 5. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadoras de câncer de mama sem evidência bioquímica ou radiológica de metástases a distância, tratadas cirurgicamente (mastectomia simples) (n=181), ou ampla excisão local com posterior radioterapia (n=50). Não foram submetidas a quimioterapia adjuvante. Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica 272 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias Desfecho: avaliar significância da expressão do EGFR na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio: 45 meses Resultado: 41 pacientes de 82 com expressão positiva para o EGFR morreram em detrimento a 39/149 com expressão negativa para o EGFR, com aumento do risco de 23,8% (NNH: 4). 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO%'&2NO#ÊNCERDE-AMA s 0ARAPACIENTESPORTADORASDECÊNCERDEMAMA invasivo linfonodo negativo ou câncer de mama localmente avançado, submetidas a tratamento cirúrgico e/ou quimioterapia neoadjuvante e/ou adjuvante e/ou radioterapia adjuvante, a amplificação do EGFR está relacionado a pior prognóstico (no que concerne a redução na sobrevida livre de doença e sobrevida global). 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADAEM%'&2NOCÊNCER cólon retal. Dos estudos inicialmente selecionados (13 trabalhos), 3 foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente ao uso do EGFR como fator prognóstico no câncer colon retal 17-19. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 6. Galizia G, et al. Ann Surg Oncol. 2006;13(6)823-35 17. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 64 anos) com diagnóstico de câncer de colon. 126 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico potencialmente curativo. Em 28 indivíduos, a cirurgia não foi considerada curativa (n=154). Pacientes com classificação C e D de DUKE foram submetidos a quimioterapia adjuvante. Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico. (identificado em 35,6% dos pacientes) Desfecho: avaliar significância clínica do status EGFR na análise de sobrevida específica da doença e sobrevida livre de doença (apenas nos 126 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico potencialmente curativo). Tempo Seguimento Médio = 48 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o EGFR apresentaram piora na Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 273 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias sobrevida em comparação aos pacientes EGFR negativo (37% versus 93%, respectivamente). Com relação a sobrevida livre de doença em cinco anos, observou-se que pacientes EGFR positivo apresentaram piora significativa em detrimento aos indivíduos EGFR negativo (41,8% versus 82,5% respectivamente). 7. Kim JY, et al. APMIS. 2011 Jul;119(7):449-59 18. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 61 anos) com diagnóstico de câncer de colon (n=292). pT3 (243 pacientes). Nenhum paciente havia sido submetido a quimioterapia ou radioterapia neoadjuvante. Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico. (identificado em 5,1% dos pacientes 15/292). Desfecho: avaliar significância clínica do status EGFR na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 48 meses Resultado: A expressão do EGFR não se correlacionou à sobrevida (p>0,05). 8. Spano JP, et al. Ann Oncol. 2005 Jan;16(1):102-8 19. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes tratados para câncer colon retal (n=132). Marcador: EGFR identificado através da imunoistoquímica em material histopatológico. Desfecho: avaliar significância clínica do status EGFR na análise de sobrevida global (OS). Tempo Seguimento Médio = 40 meses Resultado: Com relação a sobrevida não houve diferença estatística ao se analisar a expressão do EGFR (p=0,78). 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO%'&2NO#ÊNCER#ØLON2ETAL s 274 /SRESULTADOSNALITERATURASÎOCONTROVERSOSARESPEITODA associação entre amplificação/expressão do EGFR e piora do prognóstico no que diz respeito à sobrevida global nos pacientes com câncer colon retal. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias 2ESULTADOSDAEVIDÐNCIASELECIONADAEM%'&2NOCÊNCER gástrico. Dos estudos inicialmente selecionados (8 trabalhos), 5 foram incluídos para sustentar a síntese da evidência referente ao uso do EGFR como fator prognóstico no câncer gástrico 30-34. Os trabalhos incluídos e excluídos estão relacionados na Tabela 3. 9. Begnami MD, et al. J Clin Oncol 29:3030-3036. 2011 30. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes portadores de câncer gástrico (média etária de 63 anos) submetidos a tratamento cirúrgico (gastrectomia total ou subtotal associada a linfadenectomia). Terapia adjuvante não foi administrada (n=221). Marcador: HER-2 identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. (12% HER-2 positivo IHC +2, +3) Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 e EGFR na análise de sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 5 anos Resultado: Pacientes com expressão positiva para o HER-2 apresentaram sobrevida global significativamente reduzida em comparação aos pacientes HER-2 negativo (p=0,023). Com relação ao EGFR não foi observada associação com impacto na sobrevida global. 10. Czyzewska J, et al. Folia Histochem Cytobiol. 2009;47(4):653-61 31. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 60,4 anos) portadores de câncer gástrico avançado (n=55). Marcador: HER-2 e EGFR identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH. Desfecho: avaliar significância clínica do status HER-2 e EGFR na análise de sobrevida global (OS) Tempo Seguimento Médio = 84 meses Resultado: A sobrevida dos pacientes com elevada expressão do HER-2 foi menor em comparação aos indivíduos com baixa expressão (35 meses versus 84 meses respectivamente). Associação significativa entre expressão do EGFR e sobrevida também foi encontrada (p=0,003). Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 275 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias +IM-!ETAL(ISTOPATHOLOGYn32. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes (média etária de 55,4 anos) submetidos a gastrectomia por câncer gástrico. 93,7% com ressecção curativa. (n=511). Marcador: EGFR identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico e FISH (27,4% dos pacientes apresentaram expressão positiva para o EGFR à imunoistoquímica). Desfecho: avaliar significância clínica do status EGFR na análise de sobrevida global (curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier foram utilizadas). Tempo Seguimento Médio = 68 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o EGFR apresentaram sobrevida global significativamente reduzida em comparação aos pacientes EGFR negativo (p=0,0001). 12. Galizia G, et al. World J Surg. 2007;31(7):1458-68 33. Desenho: coorte retrospectivo População: 66 pacientes com diagnóstico histopatológico de adenocarcinoma gástrico foram submetidos a cirurgia potencialmente curativa (ressecção RO) e 16 pacientes submetidos a cirurgia não curativa (tumor primário não foi completamente removido ou pela presença de metástases peritoneais ou hepáticas). Pacientes com câncer gástrico avançado (T3-T4) foram submetidos a quimioterapia adjuvante. (n=82). Marcador: EGFR identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico (44% apresentaram expressão para o EGFR). Desfecho: avaliar significância clínica do status EGFR na análise de sobrevida livre de doença (DFS) nos 66 pacientes submetidos a cirurgia curativa. Tempo Seguimento Médio = 39 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o EGFR apresentaram piora na sobrevida livre de doença em cinco anos em comparação aos pacientes EGFR negativo (37,1% versus 66,2%, respectivamente, com p=0,013). 13. Gamboa-Dominguez A, et al. Mod Pathol. 2004;17(5):579-87 34. Desenho: coorte retrospectivo População: pacientes com diagnóstico histopatológico de adenocarcinoma gástrico foram submetidos a gastrectomia total (n=89). 276 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias Marcador: EGFR identificados através da imunoistoquímica em material histopatológico Desfecho: avaliar significância clínica do status EGFR na análise de sobrevida Tempo Seguimento Médio = 28,8 meses Resultado: Pacientes com expressão positiva para o EGFR apresentaram piora na sobrevida em comparação aos pacientes EGFR negativo (p=0,0015). 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIADO%'&2NO#ÊNCER'ÉSTRICO s !AMPLIlCA ÎOSUPEREXPRESSÎODO%'&2ESTÉ relacionados a pior prognóstico (no que diz respeito a redução na sobrevida livre de doença e sobrevida global). DISCUSSÃO O EGFR parece estar superexpresso em uma variedade de tumores sólidos, incluindo de pulmão não pequenas células, epidermóides de cabeça e pescoço, ovário, próstata, pâncreas, mama e colon retais. A sinalização do EGFR age sobre vários aspectos da biologia tumoral, sendo que sua ativação tem demonstrado aumentar processos responsáveis pelo crescimento e progressão do tumor, incluindo promoção da proliferação, angiogênese, invasão, metastatização e inibição da apoptose. No que diz respeito ao câncer de mama, a identificação da amplificação do EGFR encontra-se relacionado a piora no prognóstico, referente a redução na sobrevida livre de doença e sobrevida global. Quanto ao câncer colon retal, o corpo de evidências disponíveis são controversas em afirmar a existência de correlação entre amplificação do EGFR com mau prognóstico, ao se analisar mais especificamente as taxas de sobrevida. No caso do câncer gástrico, e de maneira semelhante àquela observada para o câncer de mama, a maioria dos estudos correlaciona o aumento da expressão do EGFR a pior prognóstico. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 277 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA DO USO DO EGFR NO CÂNCER s (ÉASSOCIA ÎOENTREAAMPLIlCA ÎODO%'&2EAUMENTO na mortalidade por câncer de mama e câncer gástrico (especificado pela redução da sobrevida global), não sendo possível a mesma afirmação para pacientes portadores do câncer de colon reto. REFERÊNCIAS 1. Liu Y, Ji R, Li J, Gu Q, Zhao X, Sun T, Wang J, Li J, Du Q, Sun B. Correlation effect of EGFR and CXCR4 and CCR7 chemokine receptors in predicting breast cancer metastasis and prognosis. J Exp Clin Cancer Res. 2010 Feb 24;29:16. PubMed PMID: 20181250; PubMed Central PMCID: PMC2845107. 2. Magkou C, Nakopoulou L, Zoubouli C, Karali K, Theohari I, Bakarakos P, Giannopoulou I. Expression of the epidermal growth factor receptor (EGFR) and the phosphorylated EGFR in invasive breast carcinomas. Breast Cancer Res. 2008;10(3):R49. Epub 2008 Jun 3. PubMed PMID: 18522728; PubMed Central PMCID: PMC2481499. 3. Nogi H, Kobayashi T, Suzuki M, Tabei I, Kawase K, Toriumi Y, Fukushima H, Uchida K. EGFR as paradoxical predictor of chemosensitivity and outcome among triple-negative breast cancer. Oncol Rep. 2009 Feb;21(2):413-7. PubMed PMID: 19148516. 4. Buchholz TA, Tu X, Ang KK, Esteva FJ, Kuerer HM, Pusztai L, Cristofanilli M, Singletary SE, Hortobagyi GN, Sahin AA. Epidermal growth factor receptor expression correlates with poor survival in patients who have breast carcinoma treated with doxorubicin-based neoadjuvant chemotherapy. Cancer. 2005 Aug 15;104(4):676-81. PubMed PMID: 15981280. 5. Nicholson S, Richard J, Sainsbury C, Halcrow P, Kelly P, Angus B, Wright C, Henry J, Farndon JR, Harris AL. Epidermal growth factor receptor (EGFr); results of a 6 year follow-up study in operable breast cancer with emphasis on the node negative subgroup. Br J Cancer. 1991 Jan;63(1):146-50. PubMed PMID: 1846551; PubMed Central PMCID: PMC1971641. 6. Meche A, Cîmpean AM, Raica M. Immunohistochemical expression and 278 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias significance of epidermal growth factor receptor (EGFR) in breast cancer. Rom J Morphol Embryol. 2009;50(2):217-21. PubMed PMID: 19434314. 7. Ferrero JM, Ramaioli A, Largillier R, Formento JL, Francoual M, Ettore F, Namer M, Milano G. Epidermal growth factor receptor expression in 780 breast cancer patients: a reappraisal of the prognostic value based on an eight-year median follow-up. Ann Oncol. 2001 Jun;12(6):841-6. PubMed PMID: 11484962. 8. Gasparini G, Bevilacqua P, Pozza F, Meli S, Boracchi P, Marubini E, Sainsbury JR. Value of epidermal growth factor receptor status compared with growth fraction and other factors for prognosis in early breast cancer. Br J Cancer. 1992 Nov;66(5):970-6. PubMed PMID: 1419645; PubMed Central PMCID: PMC1978004. 9. Hadzisejdc I, Mustac E, Jonjic N, Petkovic M, Grahovac B. Nuclear EGFR in ductal invasive breast cancer: correlation with cyclin-D1 and prognosis. Mod Pathol. 2010 Mar;23(3):392-403. Epub 2010 Jan 8. PubMed PMID: 20062009. 10. Dihge L, Bendahl PO, Grabau D, Isola J, Lövgren K, Rydén L, Fernö M. Epidermal growth factor receptor (EGFR) and the estrogen receptor modulator amplified in breast cancer (AIB1) for predicting clinical outcome after adjuvant tamoxifen in breast cancer. Breast Cancer Res Treat. 2008 May;109(2):255-62. Epub 2007 Jul 17. PubMed PMID: 17636398. 11. Quintela I, Corte MD, Allende MT, Vazquez J, Rodríguez JC, Bongera M, Lamelas M, Gonzalez LO, Vega A, García-Muñiz JL, Astudillo A, Vizoso F. Expression and prognostic value of EGFR in invasive breast cancer. Oncol Rep. 2005 Dec;14(6):1655-63. PubMed PMID: 16273272. 12. Neskovic-Konstantinovic Z, Nikolic-Vukosavljevic D, Brankovic-Magic M, Kanjer K, Gavrilovic D, Mitrovic L, Borojevic N, Vukotic D, Spuzic I. Expression of epidermal growth factor receptor in breast cancer, from early stages to advanced disease. J Exp Clin Cancer Res. 1999 Sep;18(3):347-55. PubMed PMID: 10606181. 13. Pirinen R, Lipponen P, Aaltomaa S, Syrjänen K. Prognostic value of epidermal growth factor expression in breast cancer. J Cancer Res Clin Oncol. 1997;123(1):63-8. PubMed PMID: 8996543. 14. Ioachim E, Kamina S, Athanassiadou S, Agnantis NJ. The prognostic significance of epidermal growth factor receptor (EGFR), C-erbB-2, Ki67 and PCNA expression in breast cancer. Anticancer Res. 1996 SepOct;16(5B):3141-7. PubMed PMID: 8920782. 15. Vranic S, Tawfik O, Palazzo J, Bilalovic N, Eyzaguirre E, Lee LM, Adegboyega P, Hagenkord J, Gatalica Z. EGFR and HER-2/neu expression in invasive apocrine carcinoma of the breast. Mod Pathol. 2010 May;23(5):644Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 279 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias 53. Epub 2010 Mar 5. PubMed PMID: 20208479. 16. Meche A, Cîmpean AM, Raica M. Immunohistochemical expression and significance of epidermal growth factor receptor (EGFR) in breast cancer. Rom J Morphol Embryol. 2009;50(2):217-21. PubMed PMID: 19434314. 17. Galizia G, Lieto E, Ferraraccio F, De Vita F, Castellano P, Orditura M, Imperatore V, La Mura A, La Manna G, Pinto M, Catalano G, Pignatelli C, Ciardiello F. Prognostic significance of epidermal growth factor receptor expression in colon cancer patients undergoing curative surgery. Ann Surg Oncol. 2006 Jun;13(6):823-35. Epub 2006 Apr 18. PubMed PMID: 16614884. 18. Kim JY, Bae BN, Kwon JE, Kim HJ, Park K. Prognostic significance of epidermal growth factor receptor and vascular endothelial growth factor receptor in colorectal adenocarcinoma. APMIS. 2011 Jul;119(7):449-59. doi: 10.1111/j.1600-0463.2011.02752.x. Epub 2011 Apr 25. PubMed PMID: 21635552. 19. Spano JP, Lagorce C, Atlan D, Milano G, Domont J, Benamouzig R, Attar A, Benichou J, Martin A, Morere JF, Raphael M, Penault-Llorca F, Breau JL, Fagard R, Khayat D, Wind P. Impact of EGFR expression on colorectal cancer patient prognosis and survival. Ann Oncol. 2005 Jan;16(1):102-8. PubMed PMID: 15598946. 20. Baiocchi G, Lopes A, Coudry RA, Rossi BM, Soares FA, Aguiar S, Guimarães GC, Ferreira FO, Nakagawa WT. ErbB family immunohistochemical expression in colorectal cancer patients with higher risk of recurrence after radical surgery. Int J Colorectal Dis. 2009 Sep;24(9):1059-68. Epub 2009 Apr 24. PubMed PMID: 19390858. 21. Antonacopoulou AG, Tsamandas AC, Petsas T, Liava A, Scopa CD, Papavassiliou AG, Kalofonos HP. EGFR, HER-2 and COX-2 levels in colorectal cancer. Histopathology. 2008 Dec;53(6):698-706. PubMed PMID: 19102009. 22. Abd El All HS, Mishriky AM, Mohamed FA. Epidermal growth factor receptor in colorectal carcinoma: correlation with clinico-pathological prognostic factors. Colorectal Dis. 2008 Feb;10(2):170-8. Epub 2007 Aug 16. PubMed PMID: 17711501. 23. Motlagh A, Azadeh P, Fazlalizadeh A, Shahrad B, Shafaghi B, Fudazi M, Yosefi A, Davaei M. Expression of epidermal growth factor receptor as a predictive factor for rectal cancer. Arch Iran Med. 2007 Jul;10(3):301-8. PubMed PMID: 17604465. 24. Wang J, Hollingshead J, El-Masry N, Horncastle D, Talbot I, Tomlinson I, Alison MR, El-Bahrawy M. Expression of EGFR, HER2, Phosphorylated ERK and Phosphorylated MEK in Colonic Neoplasms of Familial Adenomatous Polyposis Patients. J Gastrointest Cancer. 2011 Oct 12. [Epub ahead of print] 280 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias PubMed PMID: 21989899. 25. Ho-Pun-Cheung A, Assenat E, Bascoul-Mollevi C, Bibeau F, BoissièreMichot F, Cellier D, Azria D, Rouanet P, Senesse P, Ychou M, Lopez-Crapez E. EGFR and HER3 mRNA expression levels predict distant metastases in locally advanced rectal cancer. Int J Cancer. 2011 Jun 15;128(12):2938-46. doi: 10.1002/ijc.25639. Epub 2010 Oct 26. PubMed PMID: 20824716. 26. Ljuslinder I, Melin B, Henriksson ML, Öberg Å, Palmqvist R. Increased epidermal growth factor receptor expression at the invasive margin is a negative prognostic factor in colorectal cancer. Int J Cancer. 2011 May 1;128(9):2031-7. doi: 10.1002/ijc.25559. PubMed PMID: 20635387. 27. Koletsa T, Kotoula V, Karayannopoulou G, Nenopoulou E, Karkavelas G, Papadimitriou CS, Kostopoulos I. EGFR expression and activation are common in HER2 positive and triple-negative breast tumours. Histol Histopathol. 2010 Sep;25(9):1171-9. PubMed PMID: 20607659. 28. Yarom N, Marginean C, Moyana T, Gorn-Hondermann I, Birnboim HC, Marginean H, Auer RC, Vickers M, Asmis TR, Maroun J, Jonker D. EGFR expression variance in paired colorectal cancer primary and metastatic tumors. Cancer Biol Ther. 2010 Sep;10(5):416-21. Epub 2010 Sep 8. PubMed PMID: 20595818. 29. Yunxia Z, Jun C, Guanshan Z, Yachao L, Xueke Z, Jin L. Mutations in epidermal growth factor receptor and K-ras in Chinese patients with colorectal cancer. BMC Med Genet. 2010 Feb 26;11:34. Erratum in: BMC Med Genet. 2010;11:95. PubMed PMID: 20184776; PubMed Central PMCID: PMC2848222. 30. Begnami MD, Fukuda E, Fregnani JH, Nonogaki S, Montagnini AL, da Costa WL Jr, Soares FA. Prognostic implications of altered human epidermal growth factor receptors (HERs) in gastric carcinomas: HER2 and HER3 are predictors of poor outcome. J Clin Oncol. 2011 Aug 1;29(22):3030-6. Epub 2011 Jun 27. PubMed PMID: 21709195. 31. Czyzewska J, Guzinska-Ustymowicz K, Kemona A. Correlation of c-erbB-2, EGF and EGFR expression with postoperative survival of patients with advanced carcinoma of the stomach. Folia Histochem Cytobiol. 2009;47(4):653-61. PubMed PMID: 20430735. 32. Kim MA, Lee HS, Lee HE, Jeon YK, Yang HK, Kim WH. EGFR in gastric carcinomas: prognostic significance of protein overexpression and high gene copy number. Histopathology. 2008 May;52(6):738-46. Epub 2008 Apr 5. PubMed PMID: 18397279. 33. Galizia G, Lieto E, Orditura M, Castellano P, Mura AL, Imperatore V, Pinto M, Zamboli A, De Vita F, Ferraraccio F. Epidermal growth factor receptor Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 281 Papel Prognóstico do Receptor do Fator de Crescimento Epitelial - EGFR em Neoplasias (EGFR) expression is associated with a worse prognosis in gastric cancer patients undergoing curative surgery. World J Surg. 2007 Jul;31(7):145868. PubMed PMID: 17516110. 34. Gamboa-Dominguez A, Dominguez-Fonseca C, Quintanilla-Martinez L, Reyes-Gutierrez E, Green D, Angeles-Angeles A, Busch R, Hermannstädter C, Nährig J, Becker KF, Becker I, Höfler H, Fend F, Luber B. Epidermal growth factor receptor expression correlates with poor survival in gastric adenocarcinoma from Mexican patients: a multivariate analysis using a standardized immunohistochemical detection system. Mod Pathol. 2004 May;17(5):579-87. PubMed PMID: 15073595. 35. Qiu X, Montgomery E. Expression of EGFR in gastric stromal tumors: a clinicopathologic study. Appl Immunohistochem Mol Morphol. 2008 Jul;16(4):310-5. PubMed PMID: 18528288. 36. Kim MA, Lee HS, Lee HE, Jeon YK, Yang HK, Kim WH. EGFR in gastric carcinomas: prognostic significance of protein overexpression and high gene copy number. Histopathology. 2008 May;52(6):738-46. Epub 2008 Apr 5. PubMed PMID: 18397279. 37. Al-Moundhri MS, Al-Hadabi I, Al-Mawaly K, Kumar S, Al-Lawati FA, Bhatnager G, Kuruvila S, Al-Hamdani A, El-Sayed SM, Al-Bahrani B. Prognostic significance of cyclooxygenase-2, epidermal growth factor receptor 1, and microvascular density in gastric cancer. Med Oncol. 2011 Nov 3. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 22048943. 282 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia SLING E ESFÍNCTER URINÁRIO ARTIFICIAL NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS PROSTATECTOMIA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 283 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia TRATAMENTO CIRÚRGICO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS-PROSTATECTOMIA COM ESFÍNCTER ARTIFICIAL OU SLING URETRAL INTRODUÇÃO (DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO) )NCONTINÐNCIAPØSPROSTATECTOMIA1,2 O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens. O número de novos diagnósticos tem aumentado dramaticamente nos últimos 15 anos, provavelmente devido ao rastreio de massa utilizando PSA. Portanto, a demanda por um tratamento curativo com foco na maximização da sobrevida em longo prazo se faz necessário. No entanto, todas as terapias potenciais não são isentas de complicações. As complicações, bem como os benefícios de diferentes modalidades de tratamento podem influenciar a tomada de decisões sobre a terapia e, portanto, deve ser discutido com o paciente. Incontinência urinária é um efeito colateral comum que tem impacto substancial na qualidade de vida. Diversos métodos de avaliação da qualidade de vida têm sido utilizados na avaliação de incontinência após o tratamento do câncer de próstata. Incontinência urinária pós-prostatectomia ocorre em 5-25% dos casos. Além disso, a taxa de perda de urina tende a diminuir com o tempo durante o primeiro ano pós-tratamento. A taxa de vazamento também diminui como resultado do tratamento clínico e fisioterápico. Dados sobre prevalência e incidência de incontinência após prostatectomia radical variam amplamente na literatura devido a diferenças nas definições de incontinência urinária, métodos de coleta de dados, tempo de seguimento, e as técnicas utilizadas na cirurgia. Após prostatectomia radical, a prevalência de incontinência no primeiro mês após a cirurgia é alta, variando de 4% para 87%. No entanto, a IU tende a diminuir ao longo do tempo, e a recuperação é observada na maioria dos casos em 1-6 meses seguintes. Os fatores de risco de incontinência após prostatectomia radical são: idade do paciente no momento da cirurgia, estágio da doença, técnica cirúrgica, experiência do cirurgião, o diagnóstico de hiperatividade do detrusor no préoperatório e radioterapia prévias. 284 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia A apresentação clínica mais comum é a incontinência aos esforços, isto é, associada com tosse ou a outros esforços físicos que aumentam a pressão abdominal. Incontinência de estresse resulta da incompetência do esfíncter externo associado à redução do comprimento uretral funcional e supressão do colo da bexiga e pressão intra-uretral. Incontinência de urgência se apresenta como perda de urina após uma necessidade urgente de urinar, é muitas vezes causada por hiperatividade detrusora com contrações desinibidas do músculo detrusor. Incontinência mista é definida como a combinação da incontinência de estresse e de urgência. A deficiência do esfíncter externo ou anormalidades do detrusor podem ser determinadas pelo estudo urodinâmico. Este exame não é necessário no pós-operatório, mas quando a incontinência persistir, ele permite um tratamento abrangente. !VALIA ÎODAINCONTINÐNCIAURINÉRIA1,2 Ao tratar um paciente que sofre de incontinência, uma história clínica completa é o primeiro grande passo no processo de avaliação. A anamnese fornece informações sobre perda urinaria no pré-operatório, história médica e cirúrgica, medicamentos atuais, e uma descrição detalhada dos sintomas urinários e associados. O paciente é questionado sobre o início da incontinência e do número de episódios durante o dia e noite, bem como incontinências de esforço, de urgência ou mista, o volume da perda, o tipo e o número de fraldas/absorventes, tratamentos prévios e suas eficácias, e sintomas associados, tais como polúria, disúria e sensação de esvaziamento incompleto. Recomenda-se que se estabeleça um diário miccional, um questionário de qualidade de vida e, se possível, um teste do absorvente de 24 horas (pad test). O exame físico se concentra em função neurológica, abdominal, genital e retal. Devem ser avaliados: sensibilidade perineal, tônus do esfíncter anal e reflexo bulbo-cavernoso. Exames laboratoriais incluem um exame de urina e urocultura para triagem de infecção do trato urinário e um teste do antígeno prostático específico em intervalos apropriados em pacientes com diagnóstico de neoplasia prostática. Um volume residual pós-micção pode ser estimado pela cateterização ou, mais frequentemente, por ultra-sonografia. Se esvaziamento incompleto é revelado, a cistoscopia está indicada para excluir uma estenose do colo vesical. Quando o paciente não obtém sucesso com terapia clínica, ou na presença de doenças neurogênicas associadas, um estudo urodinâmico é necessário. O estudo urodinâmico demonstra deficiência esfincteriana como a causa da incontinência urinária em cerca de dois terços dos pacientes. Hiperatividade Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 285 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia vesical isolada ocorre em apenas 6%, mas a hiperatividade está associada à deficiência do esfíncter em um terço dos pacientes (Tabela 1). 4ABELA!VALIA ÎODOPACIENTEANTESDOTRATAMENTOCIRÞRGICO s s s s s s s s s s !NAMNESE %XAMEFÓSICO %XAMEQUALITATIVODEURINA 5ROCULTURA !VALIA ÎONÎOINVASIVADORESÓDUOURINÉRIOPØSMICCIONAL (ecografia) $IÉRIOMICCIONALDIAS 0OLIÞRIASEMDIURÏTICOSSOLICITARCREATININAURÏIAE glicemia de jejum 0AD4ESTTESTEDOABSORVENTE 5RETROCISTOGRAlA %STUDO5RODINÊMICOCOMPLETO Tratamento1-4 A terapia conservadora com medicamentos3, fisioterapia5, intervenções comportamentais6, ou estimulação elétrica6, é a forma de tratamento de primeira linha e muitas vezes estas são usadas de forma conjunta. Tratamentos cirúrgicos são normalmente reservados para pacientes que têm incontinência urinária persistente que não respondem ao tratamento conservador. Terapias para a deficiência do esfíncter têm como objetivo aumentar a resistência da bexiga. As principais alternativas são a injeção endouretral de agentes de volume (“bulking agents”), implantação do esfíncter artificial urinário e sling bulbouretral (compressivos e nãocompressivos). 4RATAMENTOCIRÞRGICO1-3 A injeção endouretral de agentes de volume é uma modalidade de tratamento cirúrgico. Agentes de volume são injetados em um procedimento ambulatorial endoscópico. O material é injetado na submucosa ao nível do esfíncter externo e induz estreitamento luminal e coaptação da parede uretral no local das injeções. Vários diferentes agentes foram usados como “bulking” uretral em pacientes masculinos, incluindo colágeno bovino e macropartículas de silicone. 286 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia O esfíncter urinário artificial (AUS) foi introduzido em 1973 para a interface incontinência urinaria e tem sido usado por mais de 15 anos na sua forma atual. Um manguito periuretral (“cuff”), inserido ao redor da uretra bulbar, mantém uma pressão constante pré-determinada durante o período de continência. Quando o paciente deseja urinar, ele pressiona uma bomba colocada na região escrotal para deslocar o fluido para fora do manguito em direção a um reservatório de balão. O manguito permanece aberto por 2-3 minutos para permitir a micção, e, em seguida, o fluido entra novamente, fechando o manguito. Os componentes e tubos de ligação são inseridos através de incisões perineal e inguinal (Figura 1). Após a radioterapia para a próstata, a colocação do manguito ao redor da uretra bulbar ainda é possível, porque esta área não é irradiada. Existem sistemas disponíveis introduzidos em 2001, que consistem em tratamento reajustável com dois balões colocados bilateralmente no colo vesical, onde a continência é obtida através da compressão uretral (Figura 2). Figura 1 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 287 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia Figura 2 Esquema ilustrativo do esfincter urinário artificial e do sistema de balões (adaptado de Bauer RM, et al3) O sling masculino bulbouretral foi originalmente proposto por Clemens e colaboradores. Através de uma incisão perineal, três tubos sintéticos são passados para uma incisão suprapúbica e amarrados em toda a fáscia do músculo reto. A tensão do sling é controlada pela medição da pressão uretral e pressão de perda. Existema três sistemas principais de sling: ancorado no osso (Figura 3), transobturador retrouretral (Figura 4) e retropúbico. Quanto ao mecanismo de funcionamento, podemos classificar os slings em “compressivos” e “não-compressivos”. Figura 3 288 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia Figura 4 Esquema ilustrativo do sling ancorado no osso e transobturador retrouretral (adaptado de Bauer RM, et al3) OBJETIVO O objetivo desta avaliação é elucidar se o manejo cirúrgico dos pacientes com incontinência urinária pós-prostatectomia, com esfincter artificial ou sling é superior (mais eficaz) do que o tratamento clínico. METODOLOGIA Foi realizada a busca da evidência, para suportar a avaliação, em bases primárias de informação científica (Pubmed, Embase e Lilacs). Seguindo os critérios de inclusão e exclusão os trabalhos recuperados foram selecionados. Da informação selecionada criticamente foram extraídos os resultados principais, dando suporte às conclusões dessa avaliação de tecnologia. %STRATÏGIASDEBUSCADAEVIDÐNCIAEMBASESPRIMÉRIAS PubMed-Medline s PROSTATECTOMY!.$URINARYINCONTINENCE!.$ Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 289 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia (prostheses and implants OR artificial urinary sphincter OR artificial organs) AND ((clinical[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract]) OR clinical trials[MeSH Terms] OR clinical trial[Publication Type] OR random*[Title/Abstract] OR random allocation[MeSH Terms] OR therapeutic use[MeSH Subheading]) s PROSTATECTOMY!.$URINARYINCONTINENCE!.$ (suburethral slings OR sling*) AND ((clinical[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract]) OR clinical trials[MeSH Terms] OR clinical trial[Publication Type] OR random*[Title/ Abstract] OR random allocation[MeSH Terms] OR therapeutic use[MeSH Subheading]) EMBASE s PROSTATECTOMYEXP!.$URINARY!.$INCONTINENCEEXP AND ((((((((prostheses AND implants) OR artificial) AND urinary AND sphincter/exp) OR artificial) AND organs) OR suburethral) AND slings) OR sling*) AND [controlled clinical trial]/lim AND [embase]/lim LILACS- Scielo s PROSTATECTOMY!.$URINARYINCONTINENCE!.$ (prostheses and implants OR artificial urinary sphincter OR artificial organs) AND clinical trial Trabalhos recuperados Base de Informação Tecnologia .ÞMERODE Trabalhos Primária PubMed-Medline EMBASE Lilacs-Scielo Esfíncter Urinário Artificial 290 Sling 126 Esfíncter Urinário Artificial e Sling 8 0 Critérios de inclusão aplicados nos trabalhos recuperados Segundo os componentes do P.I.C.O. s 0ACIENTES)NCONTINÐNCIAURINÉRIAPØSPROSTATECTOMIA s )NTERVEN ÎO0ACIENTESSUBMETIDOSATRATAMENTOCIRÞRGICO 290 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia s s s para correção da incontinência urinária, com esfíncter urinário artificial ou com sling uretral; #OMPARA ÎO4RATAMENTOCLÓNICO $ESFECHOPRIMÉRIO#URAElCÉCIA $ESFECHOSECUNDÉRIO#OMPLICA ÜESINFEC ÎOEEROSÎO da prótese). Segundo o desenho de estudo s %NSAIOSCLÓNICOSCOMPARANDOTRATAMENTOCOM3LING ou Esfincter artificial e tratamento clínico (desenho de estudo primário); s 3ÏRIESDECASOSOUCOORTECOMAMOSTRASUPERIORA pacientes (desenho de estudo secundário). Segundo o idioma s &ORAMINCLUÓDOSAPENASTRABALHOSDISPONÓVEISNALÓNGUA portuguesa, inglesa ou espanhola. Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. RESULTADOS Não há Ensaios Clínicos comparando tratamento cirúrgico e clínico em pacientes com Incontinência urinária após prostatectomia. Do total de trabalhos recuperados (424) foram selecionados 27 trabalhos segundo os critérios de inclusão (desenho de estudo secundário)7-33. 3LINGNA)NCONTINÐNCIA5RINÉRIAPØSPROSTATECTOMIA Os resultados referentes ao Sling estão sumarizados na Tabela 1: Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 291 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia Tabela 1. Resultados dos estudos primários Autor N Tempo de seguimento Cura Melhora dos sintomas Ineficácia Complicações maiores Comentário Migliari R, 20067 49 32 meses 30% 63% 7% 6% infecção Fehri-Fassi H, 20078 50 6 meses 50% 26% 24% 6% infecção Sousa-Escadon, 20079 51 32 meses 65% 20% 15% 4% infecção 2% erosão Gilberti C, 200810 42 36 meses 62% 8% 30% 5% infecção Sling sintético apresentou melhores resultados Pacientes com sintomas leve/ moderado, sem distúrbio urodinâmico e sem historia de radioterapia são os candidatos ideais. Collado A, 200911 27 18 meses 74% 19% 7% Não houve Romano SV, 200912 47 45 meses 66% 13% 21% 6% infecção 13% erosão Bauer RM, 200913 124 12 meses 51% 26% 23% 1% infecção Cornu J, 200914 102 12 meses 63% 18% 20% Não houve Gilberti C, 200915 40 36 meses 54% 34% 11% 15% infecção Casos mais complicados estavam relacionados com pacientes que realizaram radioterapia prévia A eficácia e segurança não estavam relacionados com radioterapia prévia Carmel M, 201016 45 36 meses 36% 40% 24% 2% infecção Rehder P, 201017 118 12 meses 74% 17% 9% Não houve 292 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia Autor N Soljanik I, 201018 Cornel EB, 2010 19 Soljanik I, 201120 Bauer RM, 201121 35 35 55 25 Tempo de seguimento 16 meses 12 meses 20 meses 18 meses Cura 35% 9% 47% 25% Melhora dos sintomas 55% 46% 26% 25% Ineficácia 10% 45% 27% 50% Complicações maiores Comentário Não houve Pacientes submetidos a tratamento secundário após falha terapêutica com sling. Os pacientes que não obtiveram sucesso foram tratados com AUS. 3% infecção O procedimento não está indicado e necessita de estudos maiores para melhor avaliação da técnica. Não houve A avaliação urodinâmica pré-operatória não tem valor preditivo e deve ser reservada apenas para pacientes selecionados com sintomas de bexiga hiperativa ou excluir bexiga neurogênica Não houve A taxa de sucesso é inferior em pacientes submetidos à radioterapia, porem, esta não aumenta o risco de complicações Tabela 1 – Evidência selecionada e resultados referente ao uso do Sling 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIADOTRATAMENTOCIRÞRGICOCOM3LING Em pacientes com Incontinência Urinária pós prostatectomia, o tratamento cirúrgico através do Sling, apesar de opção terapêutica (Evidência Grau C), não foi avaliado de forma consistente em relação ao tratamento conservador (clínico). É importante lembrar que os diferentes slings disponíveis têm mecanismos de funcionamento, resultados e complicações distintas. %SFÓNCTERURINÉRIOARTIFICIALNA)NCONTINÐNCIA5RINÉRIAPØS prostatectomia Os resultados referente ao Esfíncter urinário estão sumarizados abaixo: Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 293 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia Thiel DD, 200722 Este estudo incluiu 86 pacientes que foram submetidos à implantação de esfíncter urinário artificial e tiveram seus dados clínicos e urodinâmicos revisados. Conclui-se que não há fatores preditores de insucesso do esfíncter urinário artificial no paciente com incontinência urinaria pós-prostatectomia. Tuygun C, 200923 Este estudo avaliou 16 pacientes com incontinência urinaria pósprostatectomia submetidos a tratamento com esfíncter urinário artificial e que não obtiveram sucesso devido erosão da prótese. Foram divididos em dois grupos: 8 pacientes foram submetidos novamente a implantação de esfíncter artificial enquanto os outros 8, a sling bulbouretral. A implantação de esfíncter artificial urinário apresentou melhores resultados (75% de cura) do que o sling bulbouretral (25% de cura) como terapia secundaria após falha de tratamento com esfíncter artificial. Murphy S, 200324 A implantação de um esfíncter artificial (AMS 800) continua a ser um meio de recuperar a continência urinária. Pacientes que são incontinentes como resultado de um déficit neurológico subjacente devem ser alertados pois apresentam risco maior de falha do dispositivo, de reoperação e seus índices gerais de continência em longo prazo podem ser pobres. O’Connor RC, 200825 Este trabalho estudou 47 pacientes com implantação de esfíncter artificial, sendo 25 com cuff único e 22 com cuff duplo. Não houve diferença significativa na taxa de cura e na qualidade de vida em pacientes com próteses com manguito único ou duplo. Além disso, pacientes com cuff duplo estão sob maior risco de complicações, necessitando de cirurgia adicional (55%). +UZNETSOV$$26 Este estudo comparou o esfíncter artificial à injeção de colágeno em pacientes com incontinência urinaria. Em um seguimento médio de 19 meses, 8 (20%) dos 41 pacientes tratados com injeções de colágeno estavam socialmente continentes, exigindo um absorvente diário. Em comparação, 27 (75%) dos 36 pacientes tratados com esfíncter artificial estavam socialmente continentes. Além disso, a qualidade de vida dos homens tratados com esfíncter artificial foi melhor em comparação com a dos homens tratados 294 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia com injeção de colágeno. Lai HH, 201127 A presença de bexiga hiperativa no pré-operatório não afeta negativamente os resultados de continência total do esfíncter urinário artificial. Pacientes com incontinência urinária de esforço com sintomas de bexiga hiperativa devem ser tratados da mesma forma, a menos que os sintomas da bexiga hiperativa sejam intratáveis. Aconselhamento pré-operatório completo é imperativo para alinhar as expectativas do paciente. Gnessin E, 200428 Este estudo analisou 34 pacientes com incontinência urinaria em um seguimento médio de 49 meses. As taxas de cura, melhora dos sintomas e ineficácia foram, respectivamente, 35%, 53% e 12%. Houve uma taxa elevada de infecção da prótese (12%). Hubner WA, 200529 Este trabalho estudou 117 pacientes submetidos a implantação de esfíncter artificial (ProACT) com seguimento médio de 13 meses. A taxa de cura foi de 67% enquanto a de melhora dos sintomas e de ineficácia foram 25% e 8%, respectivamente. As complicações referente a técnica cirúrgica foram de fácil controle. Gregori A, 201030 Este estudo avaliou 79 pacientes com incontinência urinaria submetidos a implantação de um esfíncter artificial (ProACT). O seguimento médio dos pacientes foi de 24 meses. A taxa de cura, de melhora dos sintomas e de ineficácia foram, respectivamente, 66%, 26% e 8%. Houveram dois casos de erosão e três casos de migração de prótese. Os autores concluem que a radioterapia prévia e a incontinência grave são possíveis contra-indicações da técnica. Gundian JC, 199331 Este estudo refere-se a experiência da Mayo Clinic com a implantação de esfíncter artificial em 64 pacientes. Nessa casuística, 90% dos pacientes obtiveram melhora dos sintomas de incontinência. Revisão cirúrgica ocorreu em 22%. A taxa de erosão foi de aproximadamente 5%. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 295 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia O’Connor RC, 200732 Este estudo analisou a eficácia do esfíncter urinário artificial em 33 pacientes com mais de 75 anos. A taxa de sucesso (cura ou melhora dos sintomas) foi de 72%. O autor conclui que apesar de a idade ser um fator de risco para insucesso, a indicação da técnica não deve se basear apenas por este fator. Trigo-Rocha F, 200633 Este estudo analisou 25 pacientes com incontinência urinaria e submetidos a implantação de esfíncter artificial. O seguimento médio dos pacientes foi de 22 meses. A taxa de sucesso foi de 65%. 17% dos pacientes necessitaram de revisão cirúrgica. 3ÓNTESEDAEVIDÐNCIADOTRATAMENTOCIRÞRGICOCOM%SFINCTER Urinário Artificial Em pacientes com Incontinência Urinária pós prostatectomia, o tratamento cirúrgico através do Esfincter Urinário Artificial, apesar de opção terapêutica (Evidência Grau C), não foi avaliado de forma consistente em relação ao tratamento conservador (clínico). DISCUSSÃO As modalidades terapêuticas conservadoras (clínicas) da Incontinência Urinária pós Prostatectomia (exercícios com a musculatura pélvica, com ou sem “feedback”, estimulação elátrica, dispositivos de compressão, mudanças de estilo de vida, ou a combinação de métodos) tem sido adequadamente (de maneira consistente) testadas, através de inúmeros Ensaios Clínicos34. Entretanto, as modalidades de tratamento cirúrgico foram estudadas, até o momento, apenas através de um Ensaio Clínico comparando dois tipos de tratamento cirúrgico (Esfíncter urinário artificial versus Injeção Macroplástica Endouretral)35, inúmeras Séries de casos, e nenhum estudo comparativo com o tratamento conservador (clínico). Além disso, as séries de casos estão limitadas a informação descritiva, sem análise, como também a pequenas amostras, com pouco tempo de seguimento. 296 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia Apesar de dois sistemas principais de tratamento cirúrgico com Sling, existem diferentes mecanismos de funcionamento, além do esfincter urinário artificial, o que, associado à fraqueza da evidência disponível, e à inexistência de estudos comparativos entre os métodos de tratamento cirúrgico, define uma tecnologia de inconsistente avaliação dos reias benefícios e danos de seu uso na prática clínica. SÍNTESE DA EVIDÊNCIA O tratamento cirúrgico da Incontinência urinária pós Prostatectomia, seja com Sling ou com Esfincter urinário artificial, não deve substituir o tratamento conservador, devendo ser reservado, como opção terapêutica, aos casos não responsivos às formas apropriadas de tratamento clínico. REFERÊNCIAS 1. Rodríguez Escobar F, Arañó Bertran P. Urinary incontinence after radical prostatectomy. Urinary artificial sphinter. Arch Esp Urol 2009;62:838-44. 2. Grise P, Thurman S. Urinary incontinence following treatment of localized prostate cancer. Cancer Control 2001;8:532-9. 3. Bauer RM, Gozzi C, Hübner W, Nitti VW, Novara G, Peterson A, et al. Contemporary management of postprostatectomy incontinence. Eur Urol 2011;59:985-96. 4. Glazener C, Boachie C, Buckley B, Cochran C, Dorey G, Grant A, et al. Conservative treatment for urinary incontinence in Men After Prostate Surgery (MAPS): two parallel randomised controlled trials. Health Technol Assess 2011;15:1-290, iii-iv. 5. Glazener C, Boachie C, Buckley B, Cochran C, Dorey G, Grant A, et al. Urinary incontinence in men after formal one-to-one pelvic-floor muscle training following radical prostatectomy or transurethral resection of the prostate (MAPS): two parallel randomised controlled trials. Lancet 2011;378:328-37. 6. Goode PS, Burgio KL, Johnson TM 2nd, Clay OJ, Roth DL, Markland AD, et al. Behavioral therapy with or without biofeedback and pelvic floor electrical stimulation for persistent postprostatectomy incontinence: a Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 297 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 298 randomized controlled trial. JAMA 2011;305:151-9. Migliari R, Pistolesi D, Leone P, Viola D, Trovarelli S. Male bulbourethral sling after radical prostatectomy: intermediate outcomes at 2 to 4-year follow-up. J Urol 2006; 176: 2114-8. Fassi-Fehri H, Badet L, Cherass A, Murat FJ, Colombel M, Martin X, et al. Efficacy of the InVanceTM male sling in men with stress urinary incontinence. European Urology 2007; 51: 498–503. Sousa-Escandón A, Cabrera J, Mantovani F, Moretti M, Ioanidis E, Kondelidis N, et al. Adjustable suburethral sling (male remeex system) in the treatment of male stress urinary incontinence: a multicentric European study. Eur Urol 2007;52:1473-9. Giberti C, Gallo F, Schenone M, Cortese P. The bone-anchor sub-urethral sling for the treatment of iatrogenic male incontinence: subjective and objective assessment after 41 months of mean follow-up. World J Urol 2008;26:173-8. Collado A, Gómez-Ferrer A, Rubio-Briones J, Bonillo MA, Iborra I, Solsona E. Which patients with stress urinary incontinence after radical prostatectomy benefit from the indication of an Invance? Arch Esp Urol 2009;62:851-9. 2OMANO36-ETREBIAN3%6AZ&-ULLER6$!NCONA#!DE3OUZA%! et al. Long-term results of a phase III multicentre trial of the adjustable male sling for treating urinary incontinence after prostatectomy: minimum 3 years. Actas Urol Esp 2009;33:309-14. Bauer RM, Mayer ME, Gratzke C, Soljanik I, Buchner A, Bastian PJ, et al. Prospective evaluation of the functional sling suspension for male postprostatectomy stress urinary incontinence: results after 1 year. Eur Urol 2009;56:928-33. Cornu JN, Sèbe P, Ciofu C, Peyrat L, Beley S, Tligui M, et al. The AdVance transobturator male sling for postprostatectomy incontinence: clinical results of a prospective evaluation after a minimum follow-up of 6 months. Eur Urol 2009;56:923-7. Giberti C, Gallo F, Schenone M, Cortese P, Ninotta G. The bone anchor suburethral synthetic sling for iatrogenic male incontinence: critical evaluation at a mean 3-year followup. J Urol 2009;181:2204-8. Carmel M, Hage B, Hanna S, Schmutz G, Tu le M. Long-term efficacy of the bone-anchored male sling for moderate and severe stress urinary incontinence. BJU Int 2010;106:1012-6. Rehder P, Mitterberger MJ, Pichler R, Kerschbaumer A, Glodny B. The 1 year outcome of the transobturator retroluminal repositioning sling in the treatment of male stress urinary incontinence. BJU Int 2010;106:1668Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 72. Soljanik I, Becker AJ, Stief CG, Gozzi C, Bauer RM. Repeat retrourethral transobturator sling in the management of recurrent postprostatectomy stress urinary incontinence after failed first male sling. Eur Urol 2010;58:767-72. Cornel EB, Elzevier HW, Putter H. Can advance transobturator sling suspension cure male urinary postoperative stress incontinence? J Urol 2010;183:1459-63. Soljanik I, Becker AJ, Stief CG, Gozzi C, Bauer RM. Urodynamic parameters after retrourethral transobturator male sling and their influence on outcome. Urology 2011;78:708-12. Bauer RM, Soljanik I, Füllhase C, Buchner A, May F, Stief CG, et al. Results of the AdVance transobturator male sling after radical prostatectomy and adjuvant radiotherapy. Urology 2011;77:474-9. Thiel DD, Young PR, Broderick GA, Heckman MG, Wehle MJ, Igel TC, et al. Do clinical or urodynamic parameters predict artificial urinary sphincter outcome in post-radical prostatectomy incontinence? Urology 2007;69:315-9. Tuygun C, Imamoglu A, Gucuk A, Goktug G, Demirel F. Comparison of outcomes for adjustable bulbourethral male sling and artificial urinary sphincter after previous artificial urinary sphincter erosion. Urology 2009;73:1363-7. -URPHY32EA$/-AHONY*-C$ERMOTT4%4HORNHILL*"UTLER-ETAL A comparison of the functional durability of the AMS 800 artificial urinary sphincter between cases with and without an underlying neurogenic aetiology. Ir J Med Sci 2003;172:136-8. /#ONNOR 2# ,YON -" 'URALNICK -, "ALES '4 ,ONGTERM FOLLOWUP of single versus double cuff artificial urinary sphincter insertion for the treatment of severe postprostatectomy stress urinary incontinence. Urology 2008;71:90-3. Kuznetsov DD, Kim HL, Patel RV, Steinberg GD, Bales GT. Comparison of artificial urinary sphincter and collagen for the treatment of postprostatectomy incontinence. Urology 2000;56:600-3. Lai HH, Boone TB. Implantation of artificial urinary sphincter in patients with post-prostatectomy incontinence, and preoperative overactive bladder and mixed symptoms. J Urol 2011;185:2254-9. Gnessin E, Livne PM, Baniel J, Gillon G. Continence and quality of life assessment after artificial urinary sphincter implantation. Isr Med Assoc J 2004;6:592-4. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 299 Sling e Esfíncter Urinário Artificial na Incontinência Urinária Pós Prostatectomia 29. Hübner WA, Schlarp OM. Treatment of incontinence after prostatectomy using a new minimally invasive device: adjustable continence therapy. BJU Int 2005;96:587-94. 30. Gregori A, Romanò AL, Scieri F, Pietrantuono F, Incarbone GP, Salvaggio A, et al. Transrectal ultrasound-guided implantation of Adjustable Continence Therapy (ProACT): surgical technique and clinical results after a mean follow-up of 2 years. Eur Urol 2010;57:430-6. 31. Gundian JC, Barrett DM, Parulkar BG. Mayo Clinic experience with the AS800 artificial urinary sphincter for urinary incontinence after transurethral resection of prostate or open prostatectomy. Urology 1993;41:318-21. 32. /#ONNOR2#.ANIGIAN$+0ATEL".'URALNICK-,%LLISION,-3TONE AR. Artificial urinary sphincter placement in elderly men. Urology 2007;69:126-8. 33. Trigo-Rocha F, Gomes CM, Pompeo AC, Lucon AM, Arap S. Prospective study evaluating efficacy and safety of Adjustable Continence Therapy (ProACT) for post radical prostatectomy urinary incontinence. Urology 2006;67:965-9. 34. Imamoglu MA, Tuygun C, Bakirtas H, Yigitbasi O, Kiper A. The comparison of artificial urinary sphincter implantation and endourethral macroplastique injection for the treatment of postprostatectomy incontinence. Eur Urol 2005;47:209-13. 35. Campbell SE, Glazener CM, Hunter KF, Cody JD, Moore KN. Conservative management for postprostatectomy urinary incontinence. Cochrane Database Syst Rev 2012;1:CD001843. 300 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA NO DIAGNÓSTICO DO GLAUCOMA Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 301 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma INTRODUÇÃO A doença Glaucoma Uma recente estimativa do número de pessoas afetadas pelo glaucoma no mundo sugere que em 2020 haverá aproximadamente 80 milhões de pessoas com a doença1. Um estudo populacional realizado no sul do Brasil encontrou uma prevalência geral de glaucoma de 3,4%, com faixa etária acima de 40 anos. O glaucoma de ângulo aberto é o mais comum, com prevalência estimada de 2,4%, a qual se eleva para 4% em pacientes com mais de 60 anos2,3. O glaucoma é uma neuropatia ótica progressiva associada a mudanças estruturais do disco óptico e correspondente perda de campo visual. É uma das principais causas de cegueira no Brasil, sendo considerado um problema de saúde pública. O diagnóstico tardio é potencial fator de risco para a cegueira3,4. A investigação desses pacientes geralmente inclui a história, o exame oftalmológico, incluindo de acuidade visual, a biomicroscopia dos segmentos anterior e posterior, fundoscopia, tonometria e gonioscopia. A avaliação funcional através da perimetria é realizada quando há suspeita de glaucoma. É definido pela presença de anomalias típicas da camada de fibras nervosas da retina, do nervo óptico e do campo visual 4. 'LAUCOMAn(IPERTENSOS/CULARES3USPEITOSE0ORTADORES A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) representa um dos mais importantes avanços no diagnóstico e tratamento dos Glaucomas nos últimos anos. Está indicada em Hipertensos Oculares, Suspeitos e Portadores de Glaucoma. 5,6 São considerados Hipertensos Oculares pacientes com Pressão Intraocular (PIO) acima de 21 mmHg e córnea sem patologias e espessura normal (555mμ avaliada pela paquimetria ultra-sônica) ou que apresentam aumento da sua PIO em relação à sua PIO basal sem danos da Cabeça do Nervo Óptico e do Campo Visual.7,8 Vários estudos clínicos demonstram o desenvolvimento de glaucoma em portadores de Hipertensão Intraocular. 8,9,10 São considerados Suspeitos de Glaucoma pacientes com um ou mais dos sinais abaixo: 302 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma s s s s s s s 0)/ACIMADEMM(GOUCOMmUTUA ÎODA0)/AO longo do dia em pacientes com córneas sem patologias e de espessura “normal” (555mμ avaliada pela paquimetria ultra-sônica). Portadores de córneas menos espessas podem apresentar valores de PIO mais baixos e serem considerados suspeitos.5,8 obs.: Não há um valor de referência que possa ser adotado para afirmar que determinada pressão está “normal” ou acima do” normal”. Tal fato se deve pela PIO por diversos fatores, desde a própria avalição decorrente do ritmo circadiano até a influência sofrida pela espessura e histerese da córnea. 6,8 !PARÐNCIADA#AMADADE&IBRAS.ERVOSASDA2ETINAOU da Cabeça no Nervo Óptico sugestivas de Glaucoma. 5,8 !lNAMENTODIFUSOOUFOCALDARIMANEURAL5,8 !NORMALIDADESLOCALIZADASOUDIFUSASDACAMADADE fibras nervosas da retina, especialmente nos polos superior e inferior. 5,8 (EMORRAGIANACABE ADO.ERVO¼PTICO5,8 !SSIMETRIANAAPARÐNCIADA#ABE ADO.ERVO¼PTICO (Escavação/Rima Neural) entre os dois olhos acima de 0,2, sugerindo perda da rima neural. 5,8 #AMPOSVISUAISSUSPEITOSNA#AMPIMETRIA"RANCO Branco, Azul/Amarelo ou na Perimetria de Dupla Frequência. 5,8,11 Também são considerados fatores que aumentam o risco para suspeitos de glaucoma os portadores de: s s s s s )DADEAVAN ADA6,9 !NTECEDENTEFAMILIARPOSITIVOPARAGLAUCOMA6,9 0ACIENTESDARA ANEGRA6,9 0ORTADORESDEALTAMIOPIA6,9 5SUÉRIOSCRÙNICOSDECORTICOIDES6,9 São considerados Portadores de Glaucoma pacientes portadores de neuropatia óptica associada a mudanças estruturais da cabeça do nervo óptico e correspondente perda de campo visual, tanto pela Campimetria Branco/Branco, como pela Campimetira Azul/Amarelo ou pela Perimetria de Dupla Frequência.5,8 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 303 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Em portadores de Glaucoma o OCT está indicado tanto para o seu diagnóstico, como também para o acompanhamento do tratamento.6,7 !4OMOGRAFIADE#OERÐNCIA¼PTICA A imagem do olho adquiriu muita importância nos últimos anos no diagnóstico das doenças oculares, entre elas o glaucoma. A Tomografia de Coerência Óptica emergiu como uma dessas tecnologias devido à variedade de informações que pode fornecer. O primeiro protótipo foi desenvolvido há 20 anos (1989) no MIT, sendo no início lançado comercalmente com os modelos OCT 1000 (1996) e OCT 2000 (2000), seguido do Stratus OCT ou TD-OCT (2002), e no ano de 2006, o primeiro modelo de alta velocidade: Fourier domain OCT, SD-OCT, ou hsHR-OCT12. Pode-se comparar o método da OCT ao USG, que ao invés de utilizar o retorno do som, utiliza-se do retorno da luz, sendo que ambos criam as imagens baseando-se na intensidade e velocidade do retorno do som, ou no caso da OCT, da luz. No princípio básico do método original da TDOCT (Time domain) é detectado o tempo e a intensidade de retorno da luz entre o tecido e o aparelho, com movimentos para frente e para trás, o que limita a velocidade de geração das imagens (scan). Já na SD-OCT (Spectral domain) o espelho do aparelho permanece fixo, pois o tempo de reflexão é substituido por uma detecção simultânea de mudanças na frequência da luz. Em outras palavras, ao invés de um espelho que se movimenta, a SD-OCT tem a capacidade, pelo espelho fixo, de dividir em graus e detectar simultaneamente todos os componentes de frequência relativos ao padrão de interferência. Isso permite à SD-OCT definir e quantificar em profundidade a retina, com uma resolução (3 e 6 μm) duas a três vezes mais rápida do que a TD-OCT (10 μm) (Figura 1)12,13. Figura 1: Ilustração do mecanismo de funcionamento da TD-OCT e SD-OCT. Adaptado de: Spectral Domain Optical Coherence Tomography for glaucoma (an aos thesis). Schuman JS. Trans Am Ophthalmol Soc 2008;106:426-58. 304 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma O Diagnóstico do Glaucoma Atualmente, a diferenciação entre pacientes com glaucoma e pacientes normais é geralmente baseada nos resultados da análise da pressão intraocular, da avaliação estrutural e funcional. Existem vários métodos para avaliação funcional, mas o mais utilizado é a perimetria padrão automática (SAP), onde a sensibilidade é de 68% e a especificidade de 97% no diagnóstico do glaucoma. É baseado na identificação de defeitos no campo visual14. Outras alterações presentes no glaucoma, como aquelas relacionadas ao nervo óptico e camadas de fibras nervosas tem sido identificadas qualitativamente através da fundoscopia, da biomicroscopia do segmento posterior, e da estereo-fotografia (filme ou digital), sendo esta última com sensibilidade de 68% e especificidade de 90% no diagnóstico de alterações associadas ao glaucoma15. A Tomografia de Coerência Óptica tem como princípio diagnóstico avaliar de maneira quantitativa, objetiva e em alta resolução as alterações que ocorrem nas camadas de fibras nervosas da retina, principalmente porque as manifestações clínicas de perda visual (identificadas pela perimetria) são precedidas de lesões no nervo óptico12,13. Entre as principais alterações avaliadas estão: estreitamento local ou difuso das margens do nervo óptico, anormalidades das camadas de fibras do nervo retiniano (RNFL)16, presença de hemorragia do nervo óptico e afilamento da mácula17,18. A associação entre avaliações estruturais e funcionais tem sido proposta19. Progressão da Lesão Glaucomatosa Para avaliar a progressão da lesão glaucomatosa deve-se atentar para a identificação de mudanças no aspecto do disco óptico e camada de fibras nervosas e para a presença de sinais característicos da doença que não haviam sido previamente observados. Exames de imagem computadorizados como o OCT, HRT e GDx servem como uma opção complementar, não havendo evidência de superioridade de um dos métodos. A avaliação propedêutica da cabeça do nervo óptico é uma das principais ferramentas para o diagnóstico do glaucoma. Atrofia de zona beta está mais associada ao glaucoma. Hemorragias na cabeça do nervo óptico são mais prevalentes em glaucomas de pressão normal sendo um importante fator Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 305 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma de risco para progressão. A documentação fotográfica seriada deve também ser utilizada para seguimento dos casos suspeitos ou com glaucoma. A identificação da progressão dos defeitos perimétricos pode ser feita pela observação de um dos seguintes eventos: surgimento de um defeito em uma área anteriormente normal; aumento em extensão de área já alterada; aprofundamento de um defeito já estabelecido 20. Para avaliar progressão é fundamental escolher dois ou mais exames estáveis e confiáveis que serão considerados para compor um exame (basal). Neste exame basal, deve-se evitar a inclusão do primeiro exame devido à inconsistência de seus resultados 21. A periodicidade para a realização dos exames perimétricos deve ser modulada, baseando- se primordialmente na expectativa da progressão da doença. Esta expectativa depende, por sua vez: da idade do paciente; do estadiamento do glaucoma; dos valores da PIO; da fidelidade ao tratamento; de outros fatores de risco. Existem circunstâncias em que a frequência dos exames deve ser aumentada, devido ao maior risco de perda funcional, como por exemplo: suspeita de alteração de disco óptico; pressão intraocular não-controlada; glaucoma avançado; olho funcional único; deterioração rápida de campo visual já documentada em momentos anteriores; outros fatores de risco. O conhecimento da progressão de campo visual no glaucoma advém quase exclusivamente de estudos que envolvem a perimetria acromática convencional (OHTS, AGIS, NTGS, CIGTS, EMGT)22,23,24. A progressão de campo visual deve ser avaliada com base em estratégias limiares, como as estratégias Full Threshold e SITA Standard (nunca com estratégias supralimiares ou testes que utilizam estímulos diferentes, como a perimetria azul-amarelo ou FDT) 25. É imprescindível que se confirmem as alterações evidenciadas através de exames subsequentes, para que se possa afirmar que houve realmente uma mudança de sensibilidade no ponto testado e não efeito flutuação de longo prazo26. Não há consenso em relação ao programa ideal para se avaliar progressão. Recomenda- se considerar a evolução do mean deviation ou mean deffect (MD)27,28, do Visual Field Index(VFI)29 e dos programas que 306 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma quantificam mudanças de sensibilidade ponto a ponto em relação ao exame basal, como o Glaucoma Change Probability (GCP) e o Glaucoma Progressor Analysis (GPA). O GCP e o GPA têm a vantagem de fornecer a localização das áreas que apresentaram mudança21. Os sistemas baseados na verificação de mudanças de escores são extremamente trabalhosos e demorados para serem utilizados na prática diária, mas têm sido adotados em importantes estudos clínicos multicêntricos, como o AGIS10 e o CIGTS25. Vários critérios já foram propostos para serem aplicados na clínica ou em estudos que visam avaliar a progressão de defeitos. Estudos que comparam diferentes critérios adotados em diversos estudos demonstram uma grande diferença de capacidade diagnóstica quando aplicados num mesmo grupo de pacientes30,31. Esses trabalhos sugerem que não há, até o momento, um critério ideal para avaliar progressão de defeito de campo visual em indivíduos glaucomatosos. Do ponto de vista prático, é fundamental que as alterações encontradas sejam reproduzidas em exames subsequentes e que sejam correlacionadas com os dados clínicos do paciente, incluindo PIO e alterações estruturais de disco óptico ou de camada de fibras nervosas da retina. OBJETIVO O objetivo desta Diretriz é avaliar o papel da Tomografia de Coerência Óptica no diagnóstico do Glaucoma. MATERIAL E MÉTODO A obtenção da Evidência a ser utilizada para sustentar o uso clínico da Tomografia de Coerência Óptica (OCT) seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 307 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma $ÞVIDA#LÓNICA s !4OMOGRAlADE#OERÐNCIA¼PTICACONTRIBUICOMO manejo dos pacientes com Glaucoma? )NDICA ÜESPROPOSTASEMAVALIA ÎO s 'LAUCOMA Pergunta Estruturada s s !DÞVIDACLÓNICAÏESTRUTURADAATRAVÏSDOSCOMPONENTES do P.I.C.O. 00ACIENTE))NTERVEN ÎO##OMPARA ÎO O (“Outcome”)). P aciente* I Tomografia de Coerência Óptica C Métodos convencionais O Diagnóstico "ASESDE)NFORMA ÎO#IENTÓFICA#ONSULTADAS s 0RIMárias: PubMed-Medline e EMBASE %STRATÏGIASDE"USCADA%VIDÐNCIA Pubmed/Medline e EMBASE s 0'LAUCOMA AND s )4OMOGRAPHY/PTICAL#OHERENCE/2/#44OMOGRAPHY AND s SPECIlCITY;4ITLE!BSTRACT= Trabalhos Recuperados .ÞMERODE4RABALHOS Base De Informação Primária PubMed-Medline, EMBASE 108 Tabela 1 – No de trabalhos recuperados com a estratégia de busca utilizada para as bases de informação científica 308 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Critérios de Inclusão dos Trabalhos Recuperados Segundo o desenho de estudo s 3ØFORAMINCLUÓDOSOSTRABALHOSCOMDESENHODEESTUDO transversal, fase II ou fase III; s &ORAMDElNIDOSCOMOESTUDOSTRANSVERSAISFASE)) aqueles que compararam o uso de OCT em pacientes sabidamente com Glaucoma e em pacientes sadios; s &ORAMDElNIDOSCOMOESTUDOSTRANSVERSAISFASE))) aqueles que compararam o uso de OCT em pacientes com suspeita diagnóstica de Glaucoma e compararam com teste padrão ouro (perimetria ou fotografia); s 3ØFORAMINCLUÓDOSESTUDOSCOMCÉLCULOESPECIlCIDADE s .ÎOFOIUTILIZADOOERROTIPO))ASELE ÎODOSESTUDOSPARA não produzir uma limitação ainda maior na seleção. Segundo os componentes do P.I.C.O. Paciente s 0ACIENTESCOMDIAGNØSTICOOUSUSPEITADIAGNØSTICADE Glaucoma. )NTERVEN ÎO s 4OMOGRAlADE#OERÐNCIA¼PTICA4IMEDOMAINOU Spectral domain) Comparação s 0ERIMETRIAOU3TEREOFOTOGRAlAOU0OPULA ÎOSADIA “Outcome” (Desfecho) s $IAGNØSTICO Segundo o idioma s 3ØFORAMINCLUÓDOSESTUDOSEM0ORTUGUÐS%SPANHOL ou Inglês Segundo a publicação s 3OMENTEOSTRABALHOSCUJOSTEXTOSCOMPLETOSESTAVAM disponíveis foram considerados para avaliação crítica. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 309 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 4RABALHOS3ELECIONADOSNA0RIMEIRA!VALIA ÎO s s s s 4ODOSOSTRABALHOSRECUPERADOSNASBASESDE informação primária foram avaliados; !PØSAPRIMEIRAAVALIA ÎOCRÓTICAFORAMSELECIONADOS - PubMed-Medline e EMBASE: 72 trabalhos5,6,11,12,13,32-98 .ABUSCAMANUALNÎOFORAMSELECIONADOSTRABALHOS /SMOTIVOSDEINCLUSÎOEEXCLUSÎODOSTRABALHOSAPØSA avaliação crítica estarão dispostos nos resultados. %VIDÐNCIA3ELECIONADANA!VALIA ÎO#RÓTICA s s s s s /STRABALHOSCONSIDERADOSPARASUALEITURAEMTEXTO completo foram avaliados criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por Desenho de estudo, PICO, língua e disponibilidade do texto completo. $ETRABALHOSCONSIDERADOSPARAAVALIA ÎOCRÓTICA nenhum foi excluído por indisponibilidade de texto completo. /SDEMAISMOTIVOSDEEXCLUSÎOESTÎOEXPLICITADOSNOS resultados. &ORAMINCLUÓDOSNAAVALIA ÎOTRABALHOSDOPERÓODOENTRE 1966 e 2011. 1UANDOAPØSAAPLICA ÎODOSCRITÏRIOSDEINCLUSÎOE exclusão, a evidência selecionada na busca, era definida como Estudo Transversal, esta foi submetida a um Check-list apropriado de avaliação crítica (Tabela 2). 2OTEIRODE!VALIA ÎO#RÓTICADE%STUDOS$IAGNØSTICOS (Check-list) População Incluída: Padrão Comparado Comparação Cega e Independente Série Consecutiva de Casos População Suspeita Cálculo da Amostra Analisados Perdas, Migrações 310 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Resultados Doença Sadio Sensib/Especif P. Pré T. LR+/LR P. Pós T. OCT + V+ F+ Sensib LR + Positiva OCT - F- V- Especif LR - Negativa EEG C: Eletroencefalograma convencional (número de pacientes com teste positivo e negativo); EEG Q: : Eletroencefalograma quantitativo (número de pacientes com teste positivo e negativo); Sensib: sensibilidade do EEG Q; Especif: Especificidade do EEG Q; P.Pré T.: Probabilidade Pré Teste; LR+: Likelihood Ratio +; LR-: Likelihood Ratio - ; P. Pós T.: Probabilidade Pós Teste 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em Pacientes A Intervenção Em Comparação Desfecho Tabela 2 - Instrumento utilizado para avaliar criticamente os Estudos Diagnósticos %XPOSI ÎODOS2ESULTADOSDA%VIDÐNCIA3ELECIONADA s s s s s s /SRESULTADOSREFERENTESÌSITUA ÎOCLÓNICACONSIDERADA (Glaucoma) serão expostos individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), motivos principais de exclusão; /SRESULTADOSESTARÎOEXPOSTOSPARACADADESFECHO analisado pela OCT: Fibras nervosas da retina (RNFL), Nervo óptico (ONH), Espessura macular e Complexo Celular Ganglionar (GCC), e pelo tipo de OCT: T-OCT e SDOCT; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSINCLUÓDOS estarão dispostas no item referências bibliográficas; !SREFERÐNCIASRELACIONADASAOSTRABALHOSEXCLUÓDOS estarão explícitas pelo PMID dos trabalhos; .ÎOSERÉPOSSÓVELQUEOSRESULTADOSSEJAMEXPOSTOSDE maneira específica com relação ao grau de glaucoma, ou à localização ou quadrante do disco óptico; !SMEDIDASUTILIZADASSERÎOPREVALÐNCIADO glaucoma (populacional e individual); sensibilidade e especificidade; razões de verossimilhança positiva e negativa; e probabilidade pós-teste (Anexo 1); Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 311 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma s s s s /SRESULTADOSSERÎOILUSTRADOSATRAVÏSDEhFORESTPLOTSv e curvas ROC produzidas pela Meta-análise com o Software Review Manager 5.1.2.; .ÎOSERÎOEXPRESSOSOSVALORESDAÉREAABAIXODACURVA por não haver aplicabilidade clínica dessa medida; .ÎOSERÉINCLUÓDONOSRESULTADOSQUESTÜESRELACIONADAS a custo; !3ÓNTESEDA%VIDÐNCIASERÉEXPOSTAPARACADADESFECHO e OCT, mas também será proposto uma associação possível de desfechos positivos para aumentar a certeza diagnóstica na discussão. RESULTADOS 1UESTÎOCLÓNICA s !4OMOGRAlADE#OERÐNCIA¼PTICACONTRIBUICOMO manejo dos pacientes com Glaucoma? 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEM/#4NO'LAUCOMA Dos estudos inicialmente selecionados (108 trabalhos), 72 foram incluídos para sustentar a Síntese da Evidência referente ao uso da Tomografia de Coerência Óptica (Anexo 1). Os trabalhos excluídos estão relacionados pelo PMIDs (Tabela 3). 312 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma %VIDÐNCIASELECIONADAEM/#4NO'LAUCOMA Tipo de Publicação Estudos Transversais Fase II e III Total 108 Incluídos 725,6,11,12,13,32-98 Excluídos Pmids Motivo Exclusão 21522023; 21093920; 16809380 Avaliação De Fator Prognóstico 20445112 Sem Controle 20811060;19855287; 17873716;16949444; 16865011;16840878; 16249492;15291934 Metodologia De Oct 21336254; 20401564; 18988162 Pacientes Sadios 19524027; 15460882 Série De Casos 19827259; 19184305; 18849629; 16303099; 15710813 Outro Método Diagnóstico 21051691; 18713546; 17070597; 16476885 Outros Desfechos 18301286; 17450265; 11224715 Revisão Tabela 3 – Processo seletivo da Evidência em OCT no Glaucoma a ser utilizada na Síntese Os resultados serão expostos segundo os componentes: tipo de OCT, medida diagnóstica, probabilidade pré-teste, sensibilidade, especificidade, razão de verossimilhança positiva e negativa, probabilidade pós-teste, e síntese da evidência. A meta-análise e as curvas ROC estão dispostos no Anexo 2. 2ESULTADOSDA%VIDÐNCIASELECIONADAEM/#4NO'LAUCOMA Estudos de SD-OCT Ou Spectral Domain Ou Fourier-Domain -EDIDADAS&IBRAS.ERVOSASDA2ETINA2.&, A sensibilidade variou de 58% a 95%, e a especificidade de 53% a 98%. A razão de verossimilhança positiva variou de 2 a 48, e a negativa de 0,05 a 0,42. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 48 e negativa 0,05), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 313 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 66% e de paciente suspeito de 98%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 100%, e individual de 95%. Medida do Complexo Celular Ganglionar (GCC) A sensibilidade variou de 48% a 90%, e a especificidade de 58% a 90%. A razão de verossimilhança positiva variou de 2 a 48, e a negativa de 0,17 a 0,52. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 48 e negativa 0,17), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de 27% e de paciente suspeito de 90%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 100% e de INDIVIDUAL de 90%. Medida da Espessura Macular A sensibilidade variou de 74% a 90%, e a especificidade de 63% a 90%. A razão de verossimilhança positiva variou de 2 a 9, e a negativa de 0,11 a 0,28. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 9 e negativa 0,11), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de 27% e de paciente suspeito de 90%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 100% e de paciente suspeito de 90%. -EDIDADO.ERVO¼PTICO A sensibilidade variou de 72% a 74%, e a especificidade de 76% a 86%. A razão de verossimilhança positiva variou de 3 a 5, e a negativa de 0,30 a 0,36. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 5 e negativa 0,30), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de 18% e de paciente suspeito de 84%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 99% e de paciente suspeito de 77%. 314 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em pacientes com risco populacional de glaucoma (4%) A intervenção tomografia de coerência óptica (sd-oct) Em comparação à perimetria e/ou stereo-fotografia Não contribui isoladamente com o diagnóstico de glaucoma pois eleva a probabilidade pós-teste para no máximo 66% (medida rnfl) 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em pacientes com risco individual (suspeito) de glaucoma (50%) A intervenção tomografia de coerência óptica (sd-oct) Em comparação à perimetria e/ou stereo-fotografia Contribui isoladamente com o diagnóstico de glaucoma pois eleva a probabilidade pós-teste para 98% (medida rnfl) e também nas outras medidas: 90% (gcc), 90% (macular) e 84% (nervo óptico) Estudos de T-OCT ou Time Domain ou Stratus Domain -EDIDADAS&IBRAS.ERVOSASDA2ETINA2.&, A sensibilidade variou de 40% a 95%, e a especificidade de 41% a 98%. A razão de verossimilhança positiva variou de 1 a 47, e a negativa de 0,05 a 0,61. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 47 e negativa 0,05), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de 66% e de paciente suspeito de 98%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 100%, e individual de 95%. Medida da Espessura Macular A sensibilidade variou de 56% a 66%, e a especificidade de 79% a 84%. A razão de verossimilhança positiva variou de 2 a 4, e a negativa de 0,2 a 0,4. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 4 e negativa 0,2), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de 9% e de paciente suspeito de 71%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 99% e de Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 315 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma paciente suspeito de 81%. -EDIDADO.ERVO¼PTICO A sensibilidade variou de 67% a 82%, e a especificidade de 80% a 90%. A razão de verossimilhança positiva variou de 4 a 7, e a negativa de 0,21 a 0,36. Considerando as melhores razões de verossimilhança (positiva: 7 e negativa 0,21), a probabilidade pré-teste populacional de 4%, e a probabilidade em pacientes suspeitos de 50%, teremos: probabilidade pósteste positiva (certeza diagnóstica se resultado positivo) populacional de 25% e de paciente suspeito de 89%, e a probabilidade pós-teste negativa (certeza diagnóstica se resultado negativo) populacional de 99% e de paciente suspeito de 83%. 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em pacientes com risco populacional de glaucoma (4%) A intervenção tomografia de coerência óptica (t-oct) Em comparação à perimetria e/ou stereo-fotografia Não contribui isoladamente com o diagnóstico de glaucoma pois eleva a probabilidade pós-teste para no máximo 66% (medida rnfl) 3ÓNTESEDA%VIDÐNCIA Em pacientes com risco individual (suspeito) de glaucoma (50%) A intervenção tomografia de coerência óptica (sd-oct) Em comparação à perimetria e/ou stereo-fotografia Contribui isoladamente com o diagnóstico de glaucoma pois eleva a probabilidade pós-teste para 98% (medida rnfl) e também nas outras medidas: 81% (macular) e 83% (nervo óptico) 316 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma DISCUSSÃO Os estudos transversais fase II comparam o uso do teste (OCT) em pacientes sabidamente doentes com o uso em pacientes sabidamente sadios. As limitações metodológicas desse tipo de estudo derivam do fato da dificuldade de aplicar o teste em populações consecutivas, também da impossibilidade de se realizar o estudo comparando com padrão ouro apropriado, de maneira cega e independente. A análise do desempenho da Tomografia de Coerência Óptica no Glaucoma também tem algumas limitações relacionadas à população estudada, à variação das medidas obtidas e à variação dos resultados, que provavelmente sofrem a influência dessas duas primeiras limitações citadas. Com relação à população estudada, deve ser considerado, pois influencia no desempenho diagnóstico da OCT, que o grau do glaucoma dos pacientes nos estudos, na maior parte das vezes não estava individualizado, e portanto, também não foi individualizado em nossa análise; além disso, a maior parte dos estudos trabalhou com prevalência de 50% de glaucoma, à medida que estebeleceu grupo de pacientes com doença em comparação com grupo sem doença, o que favorece o desempenho das tecnologias diagnósticas. As medidas ou variáveis que são os parâmetros diagnósticos, apesar de múltiplas (RNFL, GCC, Macula, Nervo Óptico, etc.), não se constituem na principal limitação da intervenção, mas a questão está relacionada à variação no local (quadrante) onde a medida é executada, que fortemente influencia a sensibilidade do teste, e que neste estudo não pode ser individualizada. Em decorrência da diversidade de pacientes e também de medidas tomadas há uma amplitude também dos resultados expressos em sensibilidade e especificidade, o que gera um alto nível de incerteza quanto à acurácia diagnóstica da OCT. Particularmente neste estudo considerou-se o melhor desempenho da OCT, ao utilizarmos a melhor medida obtida em cada domínio analisado. Outro elemento que pode ter influenciado na variação de resposta diagnóstica é a ausência de um apropriado padrão ouro, principalmente quando o paciente de glaucoma é definido pelo campo visual e/ou pela fotografia, ambas formas subjetivas de firmar diagnóstico. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 317 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Este estudo confirma que o desempenho dos dois tipos de OCT (SD ou TD) é o mesmo no manejo do Glaucoma12,13, sobretudo com relação aos resultados positivos e na medida relacionada às fibras nervosas da retina. Isto provavelmente se deve ao fato de que a presença de sintomatologia dos pacientes selecionados, que deve ser precedida de alterações estruturais do disco óptico, favoreceu o diagnóstico por ambas modalidades de OCT. A meta-análise permitiu expressar os resultados através da “forest plot” e também da curva ROC, e procuramos não utilizar medidas oriundas dessas duas formas gráficas, uma vez que não poderiam ser utilizadas clinicamente (Área sobre a curva). Apesar disso, utilizou-se a razão de verossimilhança positiva e negativa calculada a partir da sensibilidade e especificidade de cada domínio. A razão de verossimilhança positiva aumenta a probabilidade de quando o teste positivo confirmar o diagnóstico e a negativa, quando o teste negativo, de afastar o diagnóstico. Utilizou-se então, dois tipos de prevalência ou probabilidade pré-teste para aplicar a OCT, a populacional de 4%2,3, pensando na aplicabilidade de rastreamento, e a individual, ou do paciente suspeito, de 50%, pensando em diagnóstico. Verificou-se que a aplicação da OCT em população de baixa prevalência (rastreamento) utilizando os domínios individualmente não confere, mesmo utilizando-se do melhor desempenho, certeza diagnóstica. A associação dos domínios positivos entretanto elevariam a certeza para 100%. Entretanto, o uso da OCT (SD ou T), principalmente com a variável da camada das fibras nervosas da retina (RNFL) isolada, em pacientes suspeitos, eleva a certeza diagnóstica para próximo a 100%. Alguns poucos estudos avaliaram a importância da OCT no acompanhamento aos pacientes com Glaucoma, mas ainda de uma maneira muito incerta5,33,68. Este amplo estudo garante informação para a Diretriz de acordo com a seguinte Síntese da Evidência: 318 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma SÍNTESE GLOBAL DA EVIDÊNCIA Em pacientes com risco individual (suspeito) de glaucoma A intervenção tomografia de coerência óptica (sd-oct ou t-oct) Em comparação à perimetria e/ou stereo-fotografia Contribui isoladamente com o diagnóstico de glaucoma pois eleva a probabilidade pós-teste para 98% (medida rnfl). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Quigley HA, Broman AT. The number of people with glaucoma worldwide in 2010 and 2020. Br J Ophthalmol 2006;90:262-7. 2. Sakata K, Sakata LM, Sakata VM, Santini C, Hopker LM, Bernardes R, et al. Prevalence of glaucoma in a South brazilian population: Projeto Glaucoma. Invest Ophthalmol Vis Sci 2007;48:4974-9. 3. Leite MT, Sakata LM, Medeiros FA . Managing glaucoma in developing countries. Arq Bras Oftalmol 2011;74:83-4. 4. Tammy Hentona Osaki TH, Kasahara N, Paolera MD, Cohen R, NishiwakiDantas MC. Presentation of glaucoma in an urban tertiary care hospital in South America: legal blindness and prevalence. Int Ophthalmol 2010; 30:361–6. 5. Medeiros FA, Zangwill LM, Alencar LM, Bowd C, Sample PA, Susanna R Jr, et al. Detection of glaucoma progression with stratus OCT retinal nerve fiber layer, optic nerve head, and macular thickness measurements. Invest Ophthalmol Vis Sci 2009;50:5741-8. 6. Deleón-Ortega JE, Arthur SN, McGwin G Jr, Xie A, Monheit BE, Girkin CA. Discrimination between glaucomatous and nonglaucomatous eyes using quantitative imaging devices and subjective optic nerve head assessment. Invest Ophthalmol Vis Sci 2006;47:3374-80. 7. Preferred Practice Patterns Committee, Glaucoma Panel. Primary Open-Angle Glaucoma Suspect. San Francisco: American Academy of Ophthalmology; 2002. 8. Kass MA, Heuer DK, Higginbotham EJ, et al. The Ocular Hypertension Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 319 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 320 Treatment Study. Arch Ophthalmol, 2002; 120:701 Leske MC, Connell AM, Wu SY et al. Risk factors for open-angle glaucoma. The Barbados Eye Study. Arch Ophthalmol, 1995; 113: 91824. Gordon Mo, Beiser JA, Brandt JD et al. The ocular hypertension treatment study: baseline factors that predict the onset of primary open-angle glaucoma. Arch Ophthalmol 2002; 120: 714-20. Zhong Y, Shen X, Zhou X, Cheng Y, Min Y. Blue-on-yellow perimetry and optical coherence tomography in patients with preperimetric glaucoma. Clin Experiment Ophthalmol 2009;37:262-9. Sung KR, Kim JS, Wollstein G, Folio L, Kook MS, Schuman JS. Imaging of the retinal nerve fibre layer with spectral domain optical coherence tomography for glaucoma diagnosis. Br J Ophthalmol 2011;95: 909-14. Schuman JS. Spectral Domain Optical Coherence Tomography for glaucoma (an AOS thesis). Trans Am Ophthalmol Soc 2008;106:426-58. Liu S, Lam S, Weinreb RN, Ye C, Cheung CY, Lai G, Lam DS, et al. Comparison of standard automated perimetry, frequency-doubling technology perimetry, and short-wavelength automated perimetry for detection of glaucoma. Invest Ophthalmol Vis Sci 2011;52:7325-31. Hasanreisoglu M, Priel E, Naveh L, Lusky M, Weinberger D, Benjamini Y, et al. Digital Versus Film Stereo-photography for Assessment of the Optic Nerve Head in Glaucoma and Glaucoma Suspect Patients. J Glaucoma 2011 Sep 22. Lopez-Peña MJ, Ferreras A, Larrosa JM, Polo V, Pablo LE. Relationship between standard automated perimetry and retinal nerve fiber layer parameters obtained with optical coherence tomography. J Glaucoma 2011; 20: 422-32. Kita Y, Kita R, Nitta A, Nishimura C, Tomita G. Glaucomatous eye macular ganglion cell complex thickness and its relation to temporal circumpapillary retinal nerve fiber layer thickness. Jpn J Ophthalmol 2011;55:228-34. Na JH, Sung KR, Baek S, Sun JH, Lee Y. Macular and retinal nerve fiber layer thickness: which is more helpful in the diagnosis of glaucoma? Invest Ophthalmol Vis Sci 2011 Sep 12. Bizios D, Heijl A, Bengtsson B. Integration and fusion of standard automated perimetry and optical coherence tomography data for improved automated glaucoma diagnostics. BMC Ophthalmol 2011;11:20. Anderson DR. Automated static perimetry. CV Mosby: St. Louis, 1992, Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. p. 76–161. Costa VP. Perimetria computadorizada – um guia básico de interpretação. Rio Med, 2000, p. 77–92. The Advanced Glaucoma Interventions Study Investigators. Advanced Glaucoma Intervention Study (2). Visual Field test scoring and reliability. Ophthalmology, 1994; 101: 1445–1455. Musch D, Lichter PR, Guire KE, Standardi CL, the CIGTS Study Group. The Collaborative Initial Glaucoma Treatment Study. Study design, methods, and baseline characteristics of enrolled patients. Ophthalmology, 1999; 106: 653–662. Collaborative Normal-Tension Glaucoma Study Group. The effectiveness of intraocular pressure reduction in the treatment of normal-tension glaucoma. Am J Ophthalmol, 1998; 126: 497. Chauhan BC, Garway-Heath DF, Goñi FJ, Rossetti L, Bengtsson B, Viswanathan AC, Heijl A. Practical Spry PG, Johnson CA. Identification of progressive glaucomatous visual field loss. Surv Ophthalmol, 2002 Mar-Apr; 47(2): 158–173. Review recommendations for measuring rates of visual field change in glaucoma. Br J Ophthalmol, 92: 569–573, 2008. "IRCH -+7ISHART 0+ / $ONNELL .0 $ETERMINING PROGRESSIVE VISUAL field loss in serial Humphrey visual fields. Ophthalmology, 1995; 102 (8): 1227–1234. Artes PH, Chauhan BC. Longitudinal changes in the visual field and optic disc in glaucoma. Prog Retin Eye Res, 2005; 24: 333–354. Bengtsson B, Heijl A. A visual field index for calculation of glaucoma rate of progression. Am J Ophthalmol,2008;145: 343–353. Katz J. Scoring sistems for measuring progression of visual field loss in clinical trials of glaucoma treatment. Ophthalmology, 1999; 106: 391–395. Katz J, Congdon N, Friedman DS. Methodological variations in estimating apparent progressive visual field loss in clinical trials of glaucoma treatment. Arch Ophthalmol, 1999 Sep; 117(9): 1137–1142. Kim NR, Lee ES, Seong GJ, Kang SY, Kim JH, Hong S, Kim CY. Comparing the ganglion cell complex and retinal nerve fibre layer measurements by Fourier domain OCT to detect glaucoma in high myopia. Br J Ophthalmol 2011; 95:1115-21. Jeoung JW, Kim SH, Park KH, Kim TW, Kim DM. Diagnostic Accuracy of OCT with a Normative Database to Detect Diffuse Retinal Nerve Fiber Layer Atrophy: Diffuse Atrophy Imaging Study. Invest Ophthalmol Vis Sci Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 321 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 322 2011;52:6074-80. Oddone F, Centofanti M, Tanga L, Parravano M, Michelessi M, Schiavone M, et al. Influence of disc size on optic nerve head versus retinal nerve fiber layer assessment for diagnosing glaucoma. Ophthalmology 2011;118:1340-7. Leite MT, Rao HL, Zangwill LM, Weinreb RN, Medeiros FA. Comparison of the diagnostic accuracies of the Spectralis, Cirrus, and RTVue optical coherence tomography devices in glaucoma. Ophthalmology 2011;118:1334-9. Garas A, Vargha P, Holló G. Comparison of diagnostic accuracy of the RTVue Fourier-domain OCT and the GDx-VCC/ECC polarimeter to detect glaucoma. Eur J Ophthalmol 2011. pii: 286E5E85-5AE2-451B-920E6AB6A30A347A. doi: 10.5301/ejo.5000011. Wu XS, Xu L, Jonas JB, Zhang L, Yang H, Chen CX. Agreement Between Spectral Domain Optical Coherence Tomography and Retinal Nerve Fiber Layer Photography in Chinese. J Glaucoma 2011. [Epub ahead of print] Zhang X, Bregman CJ, Raza AS, De Moraes G, Hood DC. Deriving visual field loss based upon OCT of inner retinal thicknesses of the macula. Biomed Opt Express 2011;2:1734-42. Nukada M, Hangai M, Mori S, Nakano N, Nakanishi H, Ohashi-Ikeda H, et al. Detection of localized retinal nerve fiber layer defects in glaucoma using enhanced spectral-domain optical coherence tomography. Ophthalmology 2011;118:1038-48. Nakatani Y, Higashide T, Ohkubo S, Takeda H, Sugiyama K. Evaluation of macular thickness and peripapillary retinal nerve fiber layer thickness for detection of early glaucoma using spectral domain optical coherence tomography. J Glaucoma 2011;20:252-9. Huang JY, Pekmezci M, Mesiwala N, Kao A, Lin S. Diagnostic power of optic disc morphology, peripapillary retinal nerve fiber layer thickness, and macular inner retinal layer thickness in glaucoma diagnosis with fourier-domain optical coherence tomography. J Glaucoma 2011;20:8794. Rolle T, Briamonte C, Curto D, Grignolo FM. Ganglion cell complex and retinal nerve fiber layer measured by fourier-domain optical coherence tomography for early detection of structural damage in patients with preperimetric glaucoma. Clin Ophthalmol 2011;5:961-9. Horn FK, Mardin CY, Bendschneider D, Jünemann AG, Adler W, Tornow RP. Frequency doubling technique perimetry and spectral domain Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. optical coherence tomography in patients with early glaucoma. Eye (Lond) 2011;25:17-29. Garas A, Vargha P, Holló G. Diagnostic accuracy of nerve fibre layer, macular thickness and optic disc measurements made with the RTVue-100 optical coherence tomograph to detect glaucoma. Eye (Lond) 2011;25:57-65. Cho JW, Sung KR, Hong JT, Um TW, Kang SY, Kook MS. Detection of glaucoma by spectral domain-scanning laser ophthalmoscopy/ optical coherence tomography (SD-SLO/OCT) and time domain optical coherence tomography. J Glaucoma 2011;20:15-20. Leung CK, Choi N, Weinreb RN, Liu S, Ye C, Liu L, Lai GW, Lau J, Lam DS. Retinal nerve fiber layer imaging with spectral-domain optical coherence tomography: pattern of RNFL defects in glaucoma. Ophthalmology 2010;117:2337-44. Lee S, Sung KR, Cho JW, Cheon MH, Kang SY, Kook MS. Spectraldomain optical coherence tomography and scanning laser polarimetry in glaucoma diagnosis. Jpn J Ophthalmol 2010;54:544-9. Bengtsson B, Andersson S, Heijl A. Performance of time-domain and spectral-domain Optical Coherence Tomography for glaucoma screening. Acta Ophthalmol 2010. doi: 10.1111/j.1755-3768.2010.01977.x. [Epub ahead of print]. Kim NR, Lee ES, Seong GJ, Choi EH, Hong S, Kim CY. Spectral-domain optical coherence tomography for detection of localized retinal nerve fiber layer defects in patients with open-angle glaucoma. Arch Ophthalmol 2010;128:1121-8. Leung CK, Lam S, Weinreb RN, Liu S, Ye C, Liu L, et al. Retinal nerve fiber layer imaging with spectral-domain optical coherence tomography: analysis of the retinal nerve fiber layer map for glaucoma detection. Ophthalmology 2010;117:1684-91. Fang Y, Pan YZ, Li M, Qiao RH, Cai Y. Diagnostic capability of FourierDomain optical coherence tomography in early primary open angle glaucoma. Chin Med J (Engl) 2010;123:2045-50. Diagnostic ability of a linear discriminant function for optic nerve head parameters measured with optical coherence tomography for perimetric glaucoma. Pablo LE, Ferreras A, Pajarín AB, Fogagnolo P. Eye (Lond) 2010;24:1051-7. Yoo YC, Park KH. Comparison of optical coherence tomography and scanning laser polarimetry for detection of localized retinal nerve fiber layer defects. J Glaucoma 2010;19:229-36. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 323 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 54. Li G, Fansi AK, Boivin JF, Joseph L, Harasymowycz P. Screening for glaucoma in high-risk populations using optical coherence tomography. Ophthalmology 2010;117:453-61. 55. Parikh RS, Parikh SR, Thomas R. Diagnostic capability of macular parameters of Stratus OCT 3 in detection of early glaucoma. Br J Ophthalmol 2010;94:197-201. 56. Pablo LE, Larrosa JM, Polo V, Ferreras A, Alías EG, Honrubia FM. Performance of GDx and HRT in the Finnish Evidence-Based Guideline for Open-Angle Glaucoma. Eye (Lond) 2010;24:297-303. 57. Jeoung JW, Park KH. Comparison of Cirrus OCT and Stratus OCT on the ability to detect localized retinal nerve fiber layer defects in preperimetric glaucoma. Invest Ophthalmol Vis Sci 2010;51:938-45. 58. Schrems WA, Mardin CY, Horn FK, Juenemann AG, Laemmer R. Comparison of scanning laser polarimetry and optical coherence tomography in quantitative retinal nerve fiber assessment. J Glaucoma 2010;19:83-94. 59. Leung CK, Ye C, Weinreb RN, Cheung CY, Qiu Q, Liu S, et al. Retinal nerve fiber layer imaging with spectral-domain optical coherence tomography a study on diagnostic agreement with Heidelberg Retinal Tomograph. Ophthalmology 2010;117:267-74. 60. Moreno-Montañés J, Olmo N, Alvarez A, García N, Zarranz-Ventura J. Cirrus high-definition optical coherence tomography compared with Stratus optical coherence tomography in glaucoma diagnosis. Invest Ophthalmol Vis Sci 2010;51:335-43. 61. Zareii R, Soleimani M, Moghimi S, Eslami Y, Fakhraie G, Amini H. Relationship between GDx VCC and Stratus OCT in juvenile glaucoma. Eye (Lond) 2009;23:2182-6. 62. Chang RT, Knight OJ, Feuer WJ, Budenz DL. Sensitivity and specificity of time-domain versus spectral-domain optical coherence tomography in diagnosing early to moderate glaucoma. Ophthalmology 2009;116:2294-9. 63. Moreno-Montañés J, Antón A, García N, Olmo N, Morilla A, Fallon M. Comparison of retinal nerve fiber layer thickness values using Stratus Optical Coherence Tomography and Heidelberg Retina Tomograph-III. J Glaucoma 2009;18:528-34. 64. Pekmezci M, Porco TC, Lin SC. Anterior segment optical coherence tomography as a screening tool for the assessment of the anterior segment angle. Ophthalmic Surg Lasers Imaging 2009;40:389-98. 65. Leung CK, Cheung CY, Weinreb RN, Qiu Q, Liu S, Li H, et al. Retinal nerve 324 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. fiber layer imaging with spectral-domain optical coherence tomography: a variability and diagnostic performance study. Ophthalmology 2009;116:1257-63. Sung KR, Kim DY, Park SB, Kook MS. Comparison of retinal nerve fiber layer thickness measured by Cirrus HD and Stratus optical coherence tomography. Ophthalmology 2009;116:1264-70. Wong HT, Chua JL, Sakata LM, Wong MH, Aung HT, Aung T. Comparison of slitlamp optical coherence tomography and scanning peripheral anterior chamber depth analyzer to evaluate angle closure in Asian eyes. Arch Ophthalmol 2009;127:599-603. Vessani RM, Moritz R, Batis L, Zagui RB, Bernardoni S, Susanna R. Comparison of quantitative imaging devices and subjective optic nerve head assessment by general ophthalmologists to differentiate normal from glaucomatous eyes. J Glaucoma 2009;18:253-61. Lee EJ, Kim TW, Park KH, Seong M, Kim H, Kim DM. Ability of Stratus OCT to detect progressive retinal nerve fiber layer atrophy in glaucoma. Invest Ophthalmol Vis Sci 2009;50:662-8. Polo V, Larrosa JM, Ferreras A, Mayoral F, Pueyo V, Honrubia FM. Retinal nerve fiber layer evaluation in open-angle glaucoma. Optimum criteria for optical coherence tomography. Ophthalmologica 2009;223:2-6. Lu AT, Wang M, Varma R, Schuman JS, Greenfield DS, Smith SD, et al. Combining nerve fiber layer parameters to optimize glaucoma diagnosis with optical coherence tomography. Ophthalmology 2008;115:1352-7. Ferreras A, Pablo LE, Pajarín AB, Larrosa JM, Polo V, Honrubia FM. Logistic regression analysis for early glaucoma diagnosis using optical coherence tomography. Arch Ophthalmol 2008;126:465-70. Nouri-Mahdavi K, Nikkhou K, Hoffman DC, Law SK, Caprioli J. Detection of early glaucoma with optical coherence tomography (StratusOCT). J Glaucoma 2008;17:183-8. Parikh RS, Parikh S, Sekhar GC, Kumar RS, Prabakaran S, Babu JG, et al. Diagnostic capability of optical coherence tomography (Stratus OCT 3) in early glaucoma. Ophthalmology 2007;114:2238-43. Badalà F, Nouri-Mahdavi K, Raoof DA, Leeprechanon N, Law SK, Caprioli J. Optic disk and nerve fiber layer imaging to detect glaucoma. Am J Ophthalmol 2007;144:724-32. Hood DC, Harizman N, Kanadani FN, Grippo TM, Baharestani S, Greenstein VC, et al. Retinal nerve fibre thickness measured with optical coherence tomography accurately detects confirmed glaucomatous damage. Br J Ophthalmol 2007;91:905-7. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 325 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 77. Leung CK, Medeiros FA, Zangwill LM, Sample PA, Bowd C, Ng D, et al. American Chinese glaucoma imaging study: a comparison of the optic disc and retinal nerve fiber layer in detecting glaucomatous damage. Invest Ophthalmol Vis Sci 2007;48:2644-52. 78. Hougaard JL, Heijl A, Bengtsson B. Glaucoma detection using different Stratus optical coherence tomography protocols. Acta Ophthalmol Scand. 2007;85:251-6. 79. Hougaard JL, Heijl A, Bengtsson B. Glaucoma detection by Stratus OCT. J Glaucoma 2007;16:302-6. 80. Kim TW, Park UC, Park KH, Kim DM. Ability of Stratus OCT to identify localized retinal nerve fiber layer defects in patients with normal standard automated perimetry results. Invest Ophthalmol Vis Sci 2007;48:1635-41. 81. Pueyo V, Polo V, Larrosa JM, Ferreras A, Pablo LE, Honrubia FM. Diagnostic ability of the Heidelberg retina tomograph, optical coherence tomograph, and scanning laser polarimeter in open-angle glaucoma. J Glaucoma 2007;16:173-7. 82. Brusini P, Salvetat ML, Zeppieri M, Tosoni C, Parisi L, Felletti M. Comparison between GDx VCC scanning laser polarimetry and Stratus OCT optical coherence tomography in the diagnosis of chronic glaucoma. Acta Ophthalmol Scand 2006;84:650-5. 83. Manassakorn A, Nouri-Mahdavi K, Caprioli J. Comparison of retinal nerve fiber layer thickness and optic disk algorithms with optical coherence tomography to detect glaucoma. Am J Ophthalmol 2006;141:105-15. 84. Caprioli J, Nouri-Mahdavi K, Law SK, Badalà F. Optic disc imaging in perimetrically normal eyes of glaucoma patients with unilateral field loss. Trans Am Ophthalmol Soc 2006;104:202-11. 85. Jeoung JW, Park KH, Kim TW, Khwarg SI, Kim DM. Diagnostic ability of optical coherence tomography with a normative database to detect localized retinal nerve fiber layer defects. Ophthalmology 2005;112:2157-63. 86. Radhakrishnan S, Goldsmith J, Huang D, Westphal V, Dueker DK, Rollins AM, et al. Comparison of optical coherence tomography and ultrasound biomicroscopy for detection of narrow anterior chamber angles. Arch Ophthalmol 2005;123:1053-9. 87. Budenz DL, Michael A, Chang RT, McSoley J, Katz J. Sensitivity and specificity of the StratusOCT for perimetric glaucoma. Ophthalmology 2005;112:3-9. 88. Wollstein G, Schuman JS, Price LL, Aydin A, Beaton SA, Stark PC, et al. 326 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 89. 90. 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98. Optical coherence tomography (OCT) macular and peripapillary retinal nerve fiber layer measurements and automated visual fields. Am J Ophthalmol 2004;138:218-25. Nouri-Mahdavi K, Hoffman D, Tannenbaum DP, Law SK, Caprioli J. Identifying early glaucoma with optical coherence tomography. Am J Ophthalmol 2004;137:228-35. Essock EA, Sinai MJ, Bowd C, Zangwill LM, Weinreb RN. Fourier analysis of optical coherence tomography and scanning laser polarimetry retinal nerve fiber layer measurements in the diagnosis of glaucoma. Arch Ophthalmol 2003;121:1238-45. Williams ZY, Schuman JS, Gamell L, Nemi A, Hertzmark E, Fujimoto JG, et al. Optical coherence tomography measurement of nerve fiber layer thickness and the likelihood of a visual field defect. Am J Ophthalmol 2002;134:538-46. Moreno-Montañés J, Alvarez-Vidal A, Sainz Gómez C, Rodríguez Conde R. [Retinal nerve fiber layer thickness in glaucomatous eyes. A comparative study between OCT and visual field]. Arch Soc Esp Oftalmol 2002;77:435-41. Greaney MJ, Hoffman DC, Garway-Heath DF, Nakla M, Coleman AL, Caprioli J. Comparison of optic nerve imaging methods to distinguish normal eyes from those with glaucoma. Invest Ophthalmol Vis Sci 2002;43:140-5. Sanchez-Galeana C, Bowd C, Blumenthal EZ, Gokhale PA, Zangwill LM, Weinreb RN. Using optical imaging summary data to detect glaucoma. Ophthalmology 2001;108:1812-8. Bowd C, Zangwill LM, Berry CC, Blumenthal EZ, Vasile C, SanchezGaleana C, et al. Detecting early glaucoma by assessment of retinal nerve fiber layer thickness and visual function. Invest Ophthalmol Vis Sci 2001;42:1993-2003. Zangwill LM, Bowd C, Berry CC, Williams J, Blumenthal EZ, SánchezGaleana CA, et al. Discriminating between normal and glaucomatous eyes using the Heidelberg Retina Tomograph, GDx Nerve Fiber Analyzer, and Optical Coherence Tomograph. Arch Ophthalmol 2001;119:985-93. Liu X, Ling Y, Luo R, Ge J, Zheng X. Optical coherence tomography in measuring retinal nerve fiber layer thickness in normal subjects and patients with open-angle glaucoma. Chin Med J (Engl) 2001;114:524-9. Pieroth L, Schuman JS, Hertzmark E, Hee MR, Wilkins JR, Coker J, et al. Evaluation of focal defects of the nerve fiber layer using optical coherence tomography. Ophthalmology 1999;106:570-9. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 327 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma ANEXO 1 Estudos de OCT Spectral Domain ou Fourier-Domain no $IAGNØSTICODO'LAUCOMAPELA-EDIDADAS&IBRAS.ERVOSASDA Retina (RNFL) N Referência (PMID) População (N) 1 Kim NR 2011 (20805125) Glaucoma (77) 2 Oddone F 2011 (21474186) 3 Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (73) F D OCT Perimetria RNFL 76 75 3 0,32 Glaucoma (70) Normal (50) S D OCT Perimetria RNFL 86 90 8 0,15 Leite MT 2011 (21377735) Glaucoma (126) Normal (107) S D OCT Perimetria RNFL 80 80 4 0,25 4 Wu XS 2011 (21654514) Glaucoma (39) Normal (48) S D OCT Perimetria RNFL 92 96 23 0,08 5 Nukada M 2011 (21514958) Glaucoma (44) Normal (35) S D OCT Perimetria RNFL 80 94 13 0,21 6 Nakatani Y 2011 (20520570) Glaucoma (32) Normal (32) S D OCT Perimetria RNFL 90 53 2 0,18 7 Huang JY 2011 (20577117) Glaucoma (146) Normal (74) F D OCT Perimetria RNFL 81 87 6 0,21 8 Rolle T 2011 (21792286) Glaucoma (116) Normal (52) F D OCT Perimetria RNFL 59 82 3 0,5 9 Horn FK 2011 (21102494) Glaucoma (237) Normal (97) SD OCT Perimetria RNFL 94 96 23 0,06 10 Garas A 2011 (20930859) Glaucoma (189) Normal (93) F D OCT Perimetria RNFL 58 100 f 0,42 11 Leung CK 2010 (20678802) Glaucoma (116) Normal (113) SD OCT Perimetria RNFL 91 97 30 0,09 12 Kim NR 2010 (20837794) Glaucoma (66) Normal (66) SD OCT Perimetria RNFL 95 92 11 0,05 13 Leung CK 2010 (20663563) Glaucoma (121) Normal (102) SD OCT Perimetria RNFL 86 90 8 0,15 14 Fang Y 2010 (20819540) Glaucoma (34) Normal (42) FD OCT Perimetria RNFL 79 85 5 0,24 15 Jeoung JW 2010 (19797208) Glaucoma (55) Normal (55) SD OCT Perimetria RNFL 87 61 2 0,21 16 Leung CK 2010 (19969364) Glaucoma (79) Normal (76) SD OCT Perimetria RNFL 90 94 15 0,10 17 Moreno-Montañés J 2010 Glaucoma (86) Normal (130) SD OCT Perimetria RNFL 80 79 4 0,25 18 Chang RT 2009 (19800694) Glaucoma (54) Normal (50) SD OCT Perimetria RNFL 83 88 7 0,19 19 Sung KR 2009 (19427696) Glaucoma (103) Normal (60) SD OCT Perimetria RNFL 63 100 f 0,37 328 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Estudos de OCT Spectral Domain ou Fourier-Domain no Diagnóstico do Glaucoma pela Medida Complexo Celular Ganglionar (GCC) N Referência (PMID) População/N 1 Kim NR 2011 (20805125) Glaucoma (77) 2 Rolle T 2011 (21792286) 3 Garas A 2011 (20930859) Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (73) FD-OCT Fotografia GCC 90 58 2 0,17 Glaucoma (116) Normal (52) FD-OCT Fotografia GCC 55 93 8 0,48 Glaucoma (189) Normal (93) FD-OCT Fotografia GCC 48 99 48 0,52 Estudos de OCT Spectral Domain ou Fourier-Domain no Diagnóstico do Glaucoma pela Medida da Espessura Macular N Referência (PMID) População/N 1 Nakatani Y 2011 (20520570) Glaucoma (32) 2 Huang JY 2011 (20577117) Glaucoma (146) Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (32) SD-OCT Fotografia Espessura macular 90 63 2 0,15 Normal (74) FD-OCT Fotografia Espessura macular 74 90 7 0,28 Estudos de OCT Spectral Domain ou Fourier-Domain no $IAGNØSTICODO'LAUCOMAPELA-EDIDADO.ERVO¼PTICO/.( N Referência (PMID) População/N 1 Huang JY 2011 (20577117) Glaucoma (146) 2 Garas A 2011 (20930859) Glaucoma (189) Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (74) FD-OCT Fotografia ONH 74 86 5 0,30 Normal (93) FD-OCT Fotografia ONH 72 76 3 0,36 Estudos da utilização da T-OCT Ou Stratus Domain (Time Domain) no Diagnóstico de Glaucoma pela Medida das Fibras .ERVOSASDA2ETINA2.&, N Referência (PMID) População/N 1 Cho JW 2011 (20436370) Glaucoma (49) Normal (43) Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Stratus OCT Perimetria RNFL 53 100 f 0,47 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 329 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma N Referência (PMID) População/N 2 Bengtsson B 2010 (20946342) Glaucoma (394) 3 Yoo YC 2010 (19730122) 4 Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (307) Stratus OCT Perimetria RNFL 100 68 3 0 Glaucoma (53) Normal (39) Stratus OCT Perimetria RNFL 78 94 13 0,23 Schrems WA 2011 (19373100) Glaucoma (329) Normal (57) Stratus OCT Perimetria RNFL 77 83 4 0,27 6 MorenoMontañés J 2010 Glaucoma (86) Normal (130) Stratus OCT Perimetria RNFL 68 86 4 0,37 7 Zareii R 2009 (19229266) Glaucoma (24) Normal (24) Stratus OCT Perimetria RNFL 90 41 1 0,24 8 MorenoMontañés J 2009 (19745667) Glaucoma (171) Normal (69) Stratus OCT Perimetria RNFL 72 81 3 0,34 9 Sung KR 2009 (19427696) Glaucoma (103) Normal (60) Stratus OCT Perimetria RNFL 40 96 10 0,62 10 Chang RT 2009 (19800694) Glaucoma (54) Normal (50) Stratus OCT Perimetria RNFL 80 94 14 0,21 11 Zhong Y 2009 Glaucoma (38) Normal (40) Stratus OCT Perimetria RNFL 70 73 2 0,41 12 Vessani RM 2009 (19295383) Glaucoma (61) Normal (57) Stratus OCT Perimetria RNFL 85 81 4 0,18 12 Polo V 2009 Glaucoma (98) Normal (66) OCT Stratus Perimetria RNFL 77 91 8 0,25 13 Lu AT 2008 (18514318) Glaucoma (89) Normal (89) OCT Stratus Perimetria RNFL 40 100 f 0,6 14 Ferreras A 2008 (18413514) Glaucoma (73) Normal (62) Stratus OCT Perimetria RNFL 74 95 18 0,27 15 Nouri-Mahdavi K 2008 (18414102) Glaucoma (60) Normal (33) OCT Stratus Perimetria RNFL 51 80 2 0,61 16 Parikh RS 2007 (17561260) Glaucoma (72) Normal (96) OCT Stratus Perimetria RNFL 75 89 7 0,28 17 Hood DC 2007 (17301118) Glaucoma (40) Normal (25) Stratus OCT Perimetria RNFL 95 98 47 0,05 18 Leung CK 2007 (17525195) Glaucoma (156) Normal (101) OCT Stratus Fotografia e Perimetria RNFL 82 90 8 0,2 19 Hougaard JL 2007 (17343690) Glaucoma (62) Normal (90) OCT Stratus Fotografia e Perimetria RNFL 87 93 12 0,13 20 Pueyo V 2007 (17473725) Glaucoma (73) Normal (66) OCT Stratus Fotografia e Perimetria RNFL 66 96 16 0,35 21 Brusini P 2006 (16965496) Glaucoma (95) Normal (62) OCT Stratus Perimetria RNFL 65 90 6 0,38 22 Deleón-Ortega JE 2006 (16877405) Glaucoma (79) Normal (149) OCT Stratus Perimetria RNFL 70 80 3 0,37 330 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma N Referência (PMID) População/N 23 Manassakorn A 2006 (16386983) Glaucoma (65) 24 Caprioli J 2006 (17471341) 25 Budenz DL 2005 (15629813) Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (42) OCT Stratus Perimetria RNFL 76 90 7 0,26 Glaucoma (46) Normal (46) OCT Stratus Perimetria RNFL 61 95 12 0,41 Glaucoma (63) Normal (109) OCT Stratus Perimetria RNFL 84 98 41 0,16 Estudos da utilização da T-OCT ou Stratus OCT (Time Domain) no Diagnóstico de Glaucoma pela Medida da Espessura Macular N Referência (PMID) População/N 1 Parikh RS 2010 (19493860) Glaucoma (56) 2 Vessani RM 2009 (19295383) Glaucoma (61) Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (75) Stratus OCT Fotografia Espessura macular 56 79 2 0,2 Normal (57) Stratus OCT Fotografia Espessura macular 66 84 4 0,4 Estudos da utilização Da T-OCT OU Stratus OCT (Time Domain) NO$IAGNØSTICODE'LAUCOMAPELA-EDIDADO.ERVO¼PTICO (ONH) N Referência (PMID) População/N 1 Vessani RM 2009 (19295383) Glaucoma (61) 2 Brusini P 2006 (16965496) 3 4 Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- Normal (57) Stratus OCT Fotografia ONH 82 84 5 0,21 Glaucoma (95) Normal (62) OCT Stratus Fotografia ONH 67 90 6 0,36 Deleón-Ortega JE 2006 (16877405) Glaucoma (79) Normal (149) OCT Stratus Fotografia ONH 73 80 4 0,33 Manassakorn A 2006 (16386983) Glaucoma (65) Normal (42) OCT Stratus Fotografia ONH 75 90 7 0,27 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 331 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Estudos da utilização da T-OCT ou Stratus OCT (Time Domain) na Progressão do Glaucoma N Referência (PMID) População/N 1 Jeoung JW 2011 (21705684) Glaucoma (102) Normal (102) 2 Medeiros FA 2009 (19815731) Progressão (31) S/ Progressão (222) 3 Lee EJ 2009 (18824734) Progressão (27) S/ Progressão (115) Teste OCT Stratus Comparação Fotografia e Perimetria Medida RNFL Sens Espec RV+ RV- 73 94,5 14 0,28 77 80 4 0,28 14 98 7 0,87 Estudo Isolado de Rastreamento N Referência (PMID) População/N Teste Comparação Medida Sens Espec RV+ RV- 1 Li G 2010 (20031231) Suspeita de Glaucoma (333) Stratus OCT Perimetria RNFL 67 96 16 0,34 332 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma ANEXO 2 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 333 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 334 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 335 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 336 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 337 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 338 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar 339 Tomografia de Coerência Óptica no Diagnóstico do Glaucoma 340 Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar - 2012 Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar Organização:
Documentos relacionados
Obesidade e Sobrepeso: Tratamento Farmacológico
É bem estabelecida a relação da obesidade com as complicações para a saúde. A lista de complicações é longa, destacando-se, o diabetes mellitus tipo 2 (DM tipo 2), as dislipidemias, a apneia do son...
Leia mais