Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste
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Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste
Comunicar CENTRO HOSPITALAR DO NORDESTE, E.P.E. – Bragança - Macedo de Cavaleiros – Mirandela Janeiro - Março 2007 • Publicação Trimestral N.º 1 CHNE aposta na Formação • Informatização da Farmácia e da Logística • INTERREG: Parcerias transfronteiriças continuam • Festas de Natal e Carnaval reuniram colaboradores do CHNE Editorial Editorial “Se andarmos pelo caminho traçado, só nos conduz até onde os outros já foram.” Graham Bell O Ano de 2007 será porventura um ano mais E é neste sentido que a qualificação das pessoas exigente que o que passou; os resultados já obtidos que trabalham neste Centro Hospitalar, assume crucial levam-nos a acreditar no apoio de todos sem excepção, importância. Daí este número da Comunicar incidir num processo de mudança que se pretende contínuo, sobre uma área vital que é a formação contínua. A sustentado e sem sobressaltos, adoptando as melho- implementação e promoção de um plano de formação res práticas de cada uma das três unidades hospita- no trabalho, à medida das necessidades de desenvol- lares. A ideia básica é proporcionar a rápida partilha vimento da instituição e da motivação dos colabora- da experiência de transformação de três culturas, su- dores, vai, seguramente, reflectir-se no desempenho bordinadas a uma só missão e a objectivos comuns profissional cada vez mais satisfatório e gratificante. e integrados. A adesão às acções de formação desenvolvidas em A construção do Centro Hospitalar do Nordeste 2006, abrangendo uma vasta gama de profissionais é um processo moroso e complexo, onde não se pode das três unidades hospitalares que constituem o CHNE, cometer o erro duma abordagem tecnocrática, por si foi assaz significativa, reforçando o conceito de que só insuficiente e redutora, porque ignora as pessoas as pessoas são o centro do sucesso desta instituição, e a diversidade dos seus comportamentos, atitudes e na transformação dos serviços, pela excelência do de- experiências. Não seria inteligente nem racional. Dos sempenho. excessos, cada um de nós tem a sua dose de experi- Desempenho com humanização, envolvimento e ência; a confiança cega em fórmulas mágicas que tudo competência, porque exigentes são os compromissos pretendam resolver, ou uma visão que se esgota no inerentes ao nosso trabalho. Trabalho como factor de curto prazo, aceitando hipotecar o futuro para masca- aperfeiçoamento e realização pessoal, de elevação e rar a imagem do presente, pode trazer consequências prestígio profissional, realizado com dignidade, servin- não expectáveis e seguramente não desejáveis. do objectivos comuns e partilhados. A formação con- O progresso sempre se fez de avanços e recuos: o tínua resulta assim num importante contributo para avanço da ousadia, o recuo da prudência, mas sempre a humanização dos serviços, com vista a melhorar com retorno à posição do equilíbrio, independente- comportamentos e a gerir situações menos frequen- mente, tal como num pêndulo, das turbulências cau- tes, é um processo que beneficia todos: Dirigentes, sadas pela velocidade do movimento ou pela extensão Profissionais e Utentes, pelo que permanecerá como do arco, sempre com a motivação humana como base estratégia nuclear do Centro Hospitalar do Nordeste, no traçar de novos caminhos e de desenvolvimento de E.P.E., também para 2007. novas competências. A. Henrique Machado Capelas Presidente do Conselho de Administração Sumário Sumário Editorial FICHA TÉCNICA 02 Mensagem do Presidente do Conselho de Administração do CHNE Publicação Trimestral Ano 1 – N.º 1 Janeiro a Março de 2007 Em Destaque 04-05 Formação potencia recursos humanos 06 28 Acções aprovadas para 2007 07 CHNE e ESTIG estabelecem parceria 07 Colaboradores aumentam escolaridade CHNE em Revista 08 Informatização da Farmácia, Logística e prescrição médica on-line 09 CHNE recebeu VMER nova 10 I Jornadas de Análises Clínicas de Bragança 11 Encontro Transmontano de Unidades de AVC 12 Congresso internacional sobre sexualidade e mulher incapacitada 13 Encontro desportivo de doentes do foro psiquiátrico 13 Feira transfronteiriça de produtos feitos por doentes mentais 14 Computadores na terapêutica psiquiátrica 14 Contador de histórias no Hospital 15-16 Festa de Natal reuniu colaboradores do CHNE 17 Colaboradores do CHNE festejaram o Carnaval Propriedade do Editor: Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. Sede e Administração: Avenida Abade de Baçal 5301-852 Bragança Telefone: 273 310 800 Fax: 273 310 813 www.hbraganca.min-saude.pt [email protected] Direcção: Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. Responsáveis Editoriais: U. H. de Bragança Rita Paulino ∙ Helena Gouveia U. H. de Macedo de Cavaleiros Carla Ferreira ∙ Enf.ª Ligia Miranda U. H. de Mirandela Sónia Teixeira Gab. de Comunicação e Imagem Composição e Design Gráfico: Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. Escola Tipográfica – Bragança Impressão e Acabamentos: Escola Tipográfica – Bragança CHNE Divulga 18 Pedopsiquiatria enquanto especialidade autónoma Tiragem: 3 mil exemplares 20-21 Balão Intra-Aórtico: Cuidados de Enfermagem Depósito Legal 22-23 Pneumonias e o papel da Radiologia 249821/06 24 Resiliência e formação dos profissionais de ajuda Cultura e Lazer Distribuição Gratuita 25 Doença Macular ligada à Idade Publicação isenta de registo na ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social, ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 09/06, artigo 2.º, n.º 1 a) 26 Exposições humanizam o meio hospitalar Esta publicação é de todos e para todos os colaboradores do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste. Como tal, está aberta à sugestão e divulgação de trabalhos dos seus profissionais. Nesse sentido, a informação a ser publicada deve ser enviada para: [email protected] Em Destaque Formação Contínua potencia recursos humanos do CHNE Em 2006, o Centro Hospitalar do Nordeste promoveu 43 acções de formação interna, abrangendo 365 formandos das três Unidades, num total de quase 4.500 horas, a que acresce ainda formação externa e em serviço. Uma aposta nas pessoas como factor primordial desta Instituição, que se vai manter em 2007. A criação do Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E., a 31 de Dezembro de 2005, determinou algumas mudanças nas actividades do Departamento de Formação Contínua (DFC) no ano de 2006, nomeadamente ao nível da organização e execução das acções de formação, que, embora tivessem sido programadas previamente para o então Hospital Distrital de Bragança, passaram a englobar as outras duas Unidades Hospitalares que integram o CHNE: Macedo de Cavaleiros e Mirandela. Feito o balanço, os resultados são bastante positivos. Sendo a formação contínua um processo dinâmico, que potencia o desenvolvimento das capacidades e competências dos recursos humanos da Instituição, proporcionando-lhes maior satisfação profissional, passível de se materializar na melhoria da qualidade dos cuidados de Saúde prestados aos utentes nos domínios técnico-científico, relacional e prático, o Departamento de Formação Continua procurou, da forma mais eficiente e eficaz, dar resposta, no ano de 2006, às exigências nesta matéria. Actividades do DFC A formação contínua é um imperativo organizacional que exige actualizações periódicas constantes. No CHNE, a sua concretização está especificamente a cargo do DFC, que coordena todo o processo, através do levantamento periódico das necessidades de formação, elaboração de candidaturas e acompanhamento da sua aprovação, programação das acções, calendarização, divulgação, organização, apoio logístico e avaliação. Formação em Atendimento e Gestão de Reclamações Formação em Suporte Básico de Vida O objectivo é desenvolver as competências dos diferentes grupos socioprofissionais, de modo a que se traduzam numa melhoria do desempenho nos seus contextos de trabalho, e contribuam, simultaneamente, para a concretização dos desígnios Institucionais. É através da partilha de informação e do conhecimento que se desenvolve o potencial dos recursos humanos - o eixo da eficácia da organização -, o que reforça a necessidade de um investimento consistente na sua formação contínua, devendo este, como é óbvio, ser realizado à medida das necessidades dos profissionais. Nesse sentido, o DFC levou a cabo, em 2006, acções de formação financiada pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do Programa Saúde XXI, que tiveram lugar no CHNE; promovendo ainda e dando apoio à formação externa e à formação em Serviço (ao nível do Internato Médico e em Enfermagem). A formação interna foi abrangente, quer no que toca aos temas, quer ao nível dos grupos profissionais, conforme se pode verificar no quadro em anexo. Quanto à formação externa, realizou-se de acordo com as necessidades individuais sentidas pelos profissionais, assim como em consonância com os projectos e os objectivos institucionais do CHNE. Por fim, a formação em serviço teve lugar nos Serviços de Internamento, mais direccionados para a prestação de cuidados directos, e também conforme as necessidades sentidas pelos profissionais de cada Serviço. Em Destaque Pessoas no centro da Organização O Centro Hospitalar do Nordeste assume a gestão de recursos humanos como tendo um papel fundamental no seu sucesso como entidade de referência na prestação de cuidados de saúde. Nesse âmbito, a formação contínua é um factor-chave da eficácia global da organização, pelo que a aposta do CHNE é no sentido de que, após cada percurso formativo, os formandos, como profissionais, Acções de formação internas, por temas Avaliação de Desempenho Atend./Gestão/Reclamações Humanização Serviços de Saúde Logística Hospitalar Higiene e Segurança do Trabalho Controlo Higiene Hospitalar Cuidados Paliativos Classificação Internacional Enfermagem Suporte Básica de Vida possuam competências técnicas e relacionais que lhes permitam gerar um contributo para si próprios, para a Instituição e para os utentes. Em suma, o CHNE partilha da opinião de Bramley, que defende que “a formação é um processo sistemático planeado e controlado, e não uma mera aprendizagem ao acaso a partir da experiência, cujo objectivo visa alterar conceitos, competências e atitudes nos indivíduos e grupos, procurando desenvolver o desempenho num trabalho Nº Acções 22 presente ou futuro e, com isso, melhorar a eficácia da parte ou Nº Formandos Nº Horas do todo da organização em que o indiví43 602 duo ou o grupo traba33 264 lha, apostando para a 44 528 sua concretização na qualificação dos Re18 216 cursos Humanos, e 70 1120 colocando as pessoas no centro do sucesso 15 210 da Organização”. 20 280 TOTAL Acções de formação internas e externas, por categoria profissional Dirigentes Médicos Técnicos Superiores de Saúde Técnicos Superiores Informáticos Enfermeiros Técnico Diag. e Terap. Administrativos Serviços Gerais Outros TOTAL Acções de formação internas, por origem dos formandos Unidade Hospitalar Bragança Unidade Hospitalar Macedo Cavaleiros Unidade Hospitalar de Mirandela 33 462 89 712 365 4394 Acções Internas Acções Externas 22 Nº Acções 21 Nº Acções Nº Formandos Nº Horas 3 36 0 0 20 42 7 86 1 1 18 202 9 108 128 1744 21 234 3 4 101 1166 75 778 3 40 365 4394 24 47 Nº Formandos Total Nº Formandos Nº Dias 365 % 241 66% 55 15% 69 19% Departamento de Formação Contínua Edição: Gabinete de Comunicação e Imagem Em Destaque 28 acções de formação aprovadas para 2007 No sentido de, neste ano de 2007, dar resposta às necessidades de formação dos profissionais de Saúde, o DepartamentodeFormaçãoContínuadoCentroHospitalar do Nordeste começou por, ainda em 2006, fazer um levantamento prévio dessas mesmas necessidades, junto de todos os Serviços da Instituição. Surgiu assim um Plano de Formação, apresentado ao Conselho de Administração do CHNE e que foi alvo de uma candidatura ao Fundo Social Europeu, nomeadamente ao Programa Saúde XXI. Na sequência dessa candidatura, foram então aprovadas 28 acções de formação, a decorrer durante o ano de 2007. Abrangendo 446 formandos, num total de 336 horas, distribuídas por 48 dias, o Plano de Formação do CHNE para 2007 abrange as mais diversas áreas e grupos profissionais que desenvolvem o seu trabalho nesta entidade prestadora de cuidados de saúde, conforme pode verificar-se no quadro apresentado. Período de realização Data Inicio GCI Formandos Duração Destinatários da Formação Designação da Acção de Formação Aprovada para 2007 Data Fim Categoria Profissional Nº Frequência For (em Horas) Externos TOTAL Nº de dias Nº N.º Hor 1-Mar-07 1-Mar-07 Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) Administrativos 12 7 1 1 7 2-Mar-07 2-Mar-07 Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) Administrativos 12 7 1 1 7 12-Mar-07 14-Mar-07 Suporte Avançado de Vida Médico e Enfermeiros 12 21 3 11-Abr-07 13-Abr-07 Suporte Avançado de Vida Médico e Enfermeiros 12 21 3 Suporte Avançado de Vida Médico e Enfermeiros 12 21 3 17-Set-07 19-Set-07 Suporte Avançado de Vida Médico e Enfermeiros 12 21 3 23-Jul-07 25-Jul-07 Médico e Enfermeiros 12 21 3 21-Mar-07 23-Mar-07 Suporte Avançado de Vida Pediátrico Médico e Enfermeiros 12 21 3 2 21 25-Set-07 27-Set-07 Suporte Avançado de Vida Pediátrico Médico e Enfermeiros 12 21 3 2 21 17-Abr-07 18-Abr-07 CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem) Enfermeiros 20 14 2 2 14 15-Mai-07 16-Mai-07 CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem) Enfermeiros 20 14 2 1 14 24-Abr-07 24-Abr-07 Cuidadados Paliativos Médico e Enfermeiros 20 7 1 1 7 22-Mai-07 22-Mai-07 Cuidados continuados/Gestão de Altas Médico e Enfermeiros 20 7 1 1 7 26-Fev-07 26-Fev-07 Monitorização Cardíaca/Principais Disritmias Médico e Enfermeiros 20 7 1 5-Nov-07 5-Nov-07 Médico e Enfermeiros 20 7 1 29-Jun-07 29-Jun-07 Controlo da Dor Médico e Enfermeiros 20 7 1 1 7 14-Set-07 Higiene Hospitalar (Riscos na Minipulação de Roupa Limpa, Suja e de 14-Set-07 Alimentos AAM, Maqueiro e Motoristas 20 7 1 12-Nov-07 12-Nov-07 Higiene Hospitalar (Riscos na Minipulação de Roupa Limpa, Suja e de Alimentos AAM, Maqueiros e Motoristas 20 7 1 8-Mar-07 9-Mar-07 Segurança noTrabalho Todos os Profissionais 20 14 2 4-Set-07 5-Set-07 Segurança noTrabalho Todos os Profissionais 20 14 2 30-Mar-07 Suporte Básico de Vida AAM, Maqueiros e Motoristas 12 7 1 27-Abr-07 27-Abr-07 Suporte Básico de Vida AAM, Maqueiros e Motoristas 12 7 1 22-Out-07 22-Out-07 Suporte Básico de Vida Administrativos 12 7 1 20-Nov-07 20-Nov-07 Suporte Básico de Vida Administrativos 12 7 1 13-Fev-07 13-Fev-07 Emergências/Comportamentos profissionais na sala de Emergência Médico e Enfermeiros 15 7 1 12 105 4-Jul-07 30-Mar-07 6-Jul-07 Suporte Avançado de Vida Monitorização Cardíaca/Principais Disritmias 1-Jun-07 1-Jun-07 Emergências/Comportamentos profissionais na sala de Emergência Médico e Enfermeiros 15 7 1 1-Fev-07 2-Fev-07 Abordagem ao Doente Politraumatizado Médico e Enfermeiros 20 14 2 3-Mai-07 4-Mai-07 Abordagem ao Doente Politraumatizado Médico e Enfermeiros 20 14 2 446 336 48 Em Destaque CHNE e ESTIG estabelecem cooperação cultural, técnica e científica O Centro Hospitalar do Nordeste e a Escola Superior de Tecnologia e de Gestão (ESTIG) do Instituto Politécnico de Bragança, estabeleceram um protocolo de cooperação que vai permitir aos estudantes desta Instituição de Ensino Superior complementarem, de forma prática, a sua formação académica, nas três Unidades Hospitalares da região. Foi assinado, no passado dia 26 de Janeiro, um protocolo de colaboração cultural, técnica e científica entre o Centro Hospitalar do Nordeste e a Escola Superior de Tecnologia e de Gestão do Instituto Politécnico de Bragança. Nesse âmbito, o CHNE irá promover a realização, nas suas instalações, de estágios académicos destinados a alunos dos cursos de Gestão de Empresas e Engenharia Industrial, leccionados na ESTIG. Os estudantes estagiários poderão, assim, participar em actividades de carácter educativo junto dos profissionais do CHNE, sob a orientação e supervisão conjunta destes últimos e dos responsáveis da Escola. Esta parceria proporciona aos estudantes da ESTIG a oportunidade de estabelecerem um contacto prévio com o mundo laboral na sua área de formação, complementando a vertente académica com uma componente prática no CHNE, onde poderão adquirir e consolidar conhecimentos, assim como obter uma maior valorização pessoal e profissional. Contudo, a cooperação entre a Escola Superior de Tecnologia e de Gestão de Bragança e o Centro Hospitalar do Nordeste estende-se também ao desenvolvimento conjunto, no futuro, de iniciativas de carácter informativo, pedagógico e técnico. Os resultados positivos do interface entre o CHNE – como pólo dinamizador da região do Nordeste Transmontano - e a comunidade envolvente, são bem visíveis, revestindo-se, pois, esta cooperação da maior importância. Recorde-se que está também a ser desenvolvida, desde Março de 2006, uma parceria idêntica entre o Centro Hospitalar e a Escola Superior Agrária, no sentido de dinamizar a Quinta da Trajinha, em Bragança, onde está implementada a Unidade de Doentes de Evolução Prolongada do Serviço de Psiquiatria do CHNE. GCI Colaboradores do CHNE certificam competências e obtêm escolaridade obrigatória Cerca de 70 Colaboradores do Centro Hospitalar do Nordeste puderam obter equivalência ao 9.º ano de escolaridade, através de uma iniciativa do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, com a qual o CHNE cooperou. A parceria entre as duas entidades foi estabelecida no âmbito do Projecto RVCC – Novas oportunidades, sendo que RVCC significa reconhecimento, validação e certificação de competências. Foi isso mesmo que sucedeu já a 26 Colaboradores da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros e 17 da Unidade Hospitalar de Bragança, estando a iniciativa ainda a decorrer junto de 30 formandos da Unidade Hospitalar de Mirandela, que deverão também ver em breve as competências que adquiriram em diversos contextos ao longo da vida ser reconhecidas e certificadas com o diploma equivalente à escolaridade obrigatória. Na base do RVCC está um referencial de competências-chave nas áreas de Linguagem e Comunicação, Cidadania, Novas Tecnologias e Matemática para a Vida. O processo é gratuito e tem uma duração máxima de 4 a 5 meses, a realizar em horário laboral ou póslaboral, conforme a disponibilidade dos formandos. Os interessados podem iniciar este processo em qualquer altura, bastando para tal inscreverem-se no Centro de Formação Profissional de Bragança. De referir que está previsto alargar em 2007 o leque de oportunidades do RVCC ao nível secundário, ou seja, o 12.º ano de escolaridade. GCI CHNE em Revista Informatização da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-Line O CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste está a operacionalizar um Sistema Integrado para Informatização da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-line, que irá não só melhorar o funcionamento destes serviços, como resultar em ganhos evidentes de qualidade e eficiência na prestação de cuidados de saúde aos utentes. Este projecto, de carácter inovador, irá optimizar em particular o funcionamento dos serviços de Logística e Farmácia do CHNE, mas os benefícios da sua adopção irão estender-se a todos os serviços do Centro Hospitalar, traduzindo-se em melhorias quer na área médica (ao nível do internamento e de ambulatório), quer na área administrativa e de gestão, o que irá ter um forte impacto em toda a organização hospitalar. Aliás, os intervenientes neste processo passarão por todos os colaboradores do CHNE, desde médicos, enfermeiros e técnicos, passando pelos administrativos e pelos próprios gestores da organização. Descentralizar informação Para o sucesso deste projecto contribui igualmente o facto de já estar implementado nas três Unidades Hospitalares que integram o CHNE - Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela - o suporte informático SAM/ ENFIN, o qual permite aos profissionais de saúde uma maior rapidez, eficiência e menor probabilidade de erro no tratamento dos seus utentes, traduzindo-se, assim, numa maior qualidade no atendimento. Isto porque o SAM/ENFIN permite, na prestação de serviços de saúde, utilizar em tempo real o historial clínico dos utentes, o que, de outro modo, ou seja, com os dados apenas em formato papel, não seria possível. Além da descentralização da informação, o SAM/ENFIN possibilita ainda a sua constante actualização, de modo a dar uma resposta segura, estruturada e funcional às necessidades de todos os utilizadores do processo, desde os profissionais aos utentes. Mais qualidade e eficiência O Sistema Integrado para Informatização da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-line permitirá ao CHNE responder de forma articulada às questões relacionadas quer com a prescrição, validação e administração de medicamentos, quer com o consumo de produtos e serviços hospitalares, contemplando numa solução informática integrada as vertentes clínicas e administrativas do serviço de Farmácia, bem como dos vários serviços onde os produtos são prescritos e/ou administrados aos doentes. Através deste novo sistema informático, será possível não só efectuar uma gestão de compras eficaz e completa, como ainda ter um controlo seguro dos stocks, com previsão de rupturas e total gestão da distribuição dos materiais pelos serviços. Em suma, o novo Sistema Integrado para Informatização da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-Line (esta última incluindo a unidose), em conjunto com a aplicação SAM/ENFIN, traduz-se em ganhos evidentes de qualidade e eficiência na prestação de cuidados de saúde aos utentes, nomeadamente: - Optimização do funcionamento dos Serviços Responsáveis pela Logística Hospitalar (Farmácia e Aprovisionamento), através de uma completa identificação dos artigos, uma gestão completa das compras e posterior movimentação em stock; - Correcta gestão da distribuição; - Minimização da carga burocrática, derivada da automatização de processos; - Constituição de uma ferramenta de apoio à decisão de aquisição de material por parte do CHNE; - Redução de custos. Este projecto foi alvo de uma candidatura ao Programa Saúde XXI, em 16 de Março de 2006, representando um investimento total de que ultrapassa um milhão de euros, sendo comparticipado a 75 por cento pelo Feder e os restantes 25 por cento assegurados pelo CHNE. GCI CHNE em Revista Centro Hospitalar do Nordeste com nova VMER O Centro Hospitalar do Nordeste recebeu uma nova VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação. O veículo, novo, tem características mais adequadas às estradas da região transmontana que o anterior, possibilitando, assim, um socorro mais rápido aos utentes. Foi entregue ao Centro Hospitalar do Nordeste, numa cerimónia que teve lugar no dia 22 de Dezembro, no Governo Civil de Bragança, uma nova Viatura Médica de Emergência e Reanimação. Assim, em vez da Renault Scénic - que durante nove meses acorreu a 800 solicitações -, está agora estacionada na base da VMER, situada na Unidade Hospitalar de Bragança, uma Volkswagen Passat, a que muitos chamam “urgência ambulante”. Tendo em conta as grandes distâncias percorridas pela equipa de socorro - constituída por um médico e um enfermeiro -, e o traçado sinuoso de muitas das estradas do distrito de Bragança, que se agrava em condições meteorológicas adversas, esta nova viatura, dotada de características técnicas mais adequadas a estas especificidades, nomeadamente tracção às quatro rodas e maior altura, constitui uma mais-valia importante no que respeita à rapidez da resposta dada aos utentes. A VMER, vocacionada para prestar socorro pré-hospitalar em casos de emergência, é accionada através do 112, sempre que o CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes - entenda que a sua presença é necessária. Até agora, as maiores solicitações para atendimento por parte da VMER estiveram relacionadas com acidentes (rodoviários e agrícolas, envolvendo tractores), seguindo-se os casos de problemas cardiorespiratórios.Bragança, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros foram os municípios onde a VMER mais acorreu. GCI CHNE em Revista I Jornadas de Análises Clínicas e Saúde Pública A poucos meses de saírem para o mercado de trabalho os primeiros licenciados em Análises Clínicas e Saúde Pública formados pelo Instituto Politécnico de Bragança, realizaram-se na cidade capital do Nordeste Transmontano, no dia 26 de Janeiro, as I Jornadas dedicadas a esta área. Realizaram-se no passado dia 26 de Janeiro as I Jornadas de Análises Clínicas e Saúde Pública de Bragança. A iniciativa, organizada pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança, reuniu alunos, docentes e profissionais desta área, que, entre outras, assistiram a intervenções de colaboradores do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste. Nesse âmbito, a Doutora Manuela Ferreira, médica do Serviço de Pediatria do CHNE, esclareceu os presentes sobre diversas questões ligadas à Hematologia Pediátrica. E a Doutora Ana Carvalho, responsável do Serviço de Hematologia do CHNE, abordou o tema “Diagnóstico Laboratorial da Deficiência em Ferro”. Outros intervenientes nestas I Jornadas foram elementos da Comissão de Controlo da Infecção Hospitalar do Hospital de Chaves, que falaram sobre as infecções nosocomiais; o Doutor Manuel Cunha, do Serviço de Hematologia do mesmo Hospital, que prestou esclarecimentos de relevo acerca das novas tecnologias aplicadas ao diagnóstico hematológico; o Doutor Rui Pimenta, do Departamento de Produção e Sistemas da Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto, cuja intervenção se centrou no tema “Raciocínio estatístico e Investigação e ainda o Doutor João Moura Alves, da Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, com um “Estudo comparativo dos mecanismos que regulam a migração e o tropismo tecidular dos linfócitos T normais e neoplásicos”. Dada a abrangência destas Jornadas, fez também parte do programa uma intervenção do Doutor Rui Vaz Osório, do Instituto de Genética Médica Dr. Jacinto de Magalhães, sobre o passado, o presente e o futuro do diagnóstico precoce; outra da Doutora Rosário Pinto Leite, do Serviço de Genética do Centro Hospitalar de Vila Real / Peso da Régua acerca dos novos conceitos em citogenética, e, por fim, a Doutora Carina Rodrigues, da Escola Superior de Saúde do Instituto Jean Piaget Nordeste (Macedo de Cavaleiros) instruiu a plateia sobre o hipotiroidismo congénito. Uma iniciativa de grande importância, não só pelos temas versados, e por ter sido pioneira em Bragança, mas também pelo facto de contar entre os organizadores os alunos do 4.º ano da Licenciatura em Análises Clínicas e Saúde Pública do IPB, os primeiros formados por esta instituição de ensino superior a saírem com esta especialização para o mercado de trabalho. GCI 10 CHNE em Revista II Encontro Transmontano de Unidades de AVC O Centro Hospitalar do Nordeste e o Centro Hospitalar Vila Real / Peso da Régua trocaram experiências durante o II Encontro Transmontano de Unidades do AVC. Teve lugar, a 15 de Dezembro de 2006, no auditório do Centro Hospitalar Vila Real / Peso da Régua, o II Encontro Transmontano de Unidades do AVC. Esta iniciativa, cuja primeira edição teve lugar em Dezembro de 2005 no Auditório do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, insere-se num projecto desenvolvido em parceria entre as Unidades de AVC do CHNE - Centro Hospitalar do Nordeste e do Centro Hospitalar de Vila Real / Peso da Régua, com o objectivo de levar a cabo uma reunião de periodicidade anual, que se pretende constituir como um fórum de discussão e troca de experiências entre os profissionais de saúde com interesse na matéria. Esta parceria permite, assim, actualizar e aprofundar o conhecimento sobre a doença vascular cerebral, na região. Este II Encontro contou, tal como havia já acontecido na primeira edição, com o apoio e patrocínio científico da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral e com a presença do Professor Doutor Castro Lopes, Presidente da Sociedade Portuguesa do AVC; do Professor Doutor Victor Oliveira, um dos responsáveis pela Unidade de AVC do Hospital Santa Maria de Lisboa e do Professor Doutor Manuel Correia, responsável pela UAVC do Hospital Geral de Santo António. Estiveram igualmente presentes representantes institucionais dos Centros Hospitalares de Vila Real / Peso da Régua e do Nordeste, para além dos responsáveis e dos vários profissionais de saúde que trabalham quotidianamente, de forma directa ou em colaboração, com as ambas as Unidades de AVC. Iniciativa de sucesso Durante a iniciativa, abordaram-se várias temáticas relevantes, versando sobretudo a etiologia e a perspectiva intra-hospitalar do AVC em fase aguda. No que respeita ao CHNE, representado pelo vogal executivo do Conselho de Administração, Doutor Fernando Alves, participaram no encontro o Doutor Jorge Poço, que falou da Casuística da Unidade de AVC do CHNE, do qual é responsável; o Enfermeiro Cândido Vilarinho, que abordou a entubação gástrica no doente com AVC e a Enfermeira Natália Ledesma, moderadora na discussão sobre a abordagem do AVC isquémico em fase aguda. A participação no encontro revelou-se satisfatória, traduzindo o interesse sobre esta patologia e a sua importância epidemiológica, o que sublinha a pertinência e o sucesso desta iniciativa. GCI Porque é que o AVC acontece? No caso do AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquémico existem 2 causas principais: a trombose e a embolia. A trombose acontece quando uma artéria, por qualquer razão, vai ficando cada vez mais estreita e acaba por se ocluir (a razão mais frequente é a aterosclerose). A embolia acontece quando algo que circula na corrente sanguínea chega a uma artéria com menor calibre, levando à sua oclusão. No caso do AVC hemorrágico as 2 causas mais importantes são: traumatismo craniano e a existência de alteração das artérias, nomeadamente aneurismas, malformações arterio-venosas, mas mais frequentemente alterações causadas pela existência de hipertensão arterial. Quais são os factores de risco de AVC? • Idade (acima dos 50-60 anos) • Sexo masculino (embora seja mais frequente nos homens, nas mulheres há mais mortalidade) • História de AVC na família mais próxima • Hipertensão arterial • Diabetes • Hiperlipidémia (“gorduras no sangue”) • Tabagismo • Alcoolismo (especialmente no caso do AVC hemorrágico) • Anticonceptivos orais (“pílula”) Quais são os sinais de AVC? • Perda de força ou adormecimento súbitos da face, braço ou perna dum lado do corpo. • Visão enevoada ou perda de visão, sobretudo se for só dum lado. • Dificuldade em falar ou perceber o que se diz. • Dores de cabeça de instalação súbita, sem causa aparente. • Desequilíbrio ou queda súbita, sobretudo se acompanhados por algum dos sintomas anteriores. O que é que pode prevenir um AVC? • Exercício físico regular de intensidade moderada pelo menos 3 vezes por semana • Consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto (só para o AVC isquémico, no caso do hemorrágico devem-se evitar completamente as bebidas alcoólicas) • Dieta rica em peixe, cálcio e potássio • Controlar os factores de risco acima descritos • Seguir os conselhos do seu médico, especialmente no caso de ser hipertenso, diabético ou ter problemas de coração. www.hoops.pt 11 CHNE em Revista Sexualidade na mulher com incapacidade: CHNE presente em conferência internacional O CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste participou, através da presença de um psiquiatra e de uma psicóloga, numa conferência internacional, que decorreu em Valladolid (Espanha), sobre “A sexualidade e a mulher com incapacidade”, um tema que ainda é muito delicado, quer na sociedade em geral, quer no contexto institucional. A vivência da sexualidade por parte das pessoas com incapacidade física ou mental é um assunto de abordagem delicada e que ainda deixa melindrados familiares e profissionais de saúde. Considerando, contudo, que essa vivência constitui um direito, o qual a todos deve assistir, cerca de 150 especialistas de várias áreas reuniram-se, durante dois dias, na cidade espanhola de Valladolid, para discutirem todas as questões relacionadas com esta problemática, em particular no que toca à mulher com incapacidade. A conferência, organizada pela Fundação Intras (Espanha), parceira do CHNE na concretização dos projectos Interreg III – A, contou ainda com a partici- que têm em concretizá-las. O passo seguinte consistiu na elaboração de um manual de boas práticas, destinado aos profissionais que trabalham com pessoas incapacitadas, no sentido de melhorar a vivência sexual destas últimas. Finalmente, foi realizada, nos dias 24 e 25 de Novembro, a conferência internacional para divulgação dos resultados finais do projecto. Assim, além da troca de experiências entre os vários participantes dos diversos países presentes na conferência, foram abordados temas como a educação sexual destinada a pessoas com incapacidade e àqueles que as rodeiam, a intimidade em contexto institucional, a maternidade nas mulheres incapacitadas, a homossexualidade dentro desta comunidade, a invisibilidade erótica da mulher incapacitada, os abusos sexuais e os vários entraves à concretização de uma vida sexual plena. Maior sensibilização e mais formação Através do debate da ideia “Mulher e incapacitada – Dupla Exclusão”, os intervenientes deixaram na conferência a necessidade de se apostar numa maior sensibilização da sociedade para a situação das mulheres, que sofrem uma dupla discriminação: de género e pelo facto de serem portadoras de algum tipo de incapacidade. Consensual foi também a necessidade de aumentar a formação destas mulheres, de modo a aumentar os seus conhecimentos, a sua capacidade de decisão e ainda para prevenir pação de equipas oriundas de vários países, nomeadamente Itália, Alemanha, Letónia, Dinamarca e Estónia. Esta iniciativa decorreu no âmbito do projecto SWOD, financiado pela União Europeia e cujo objectivo central é promover a integração, a todos os níveis, das pessoas com incapacidade, tendo como eixo primordial a situação das mulheres com incapacidade e a promoção de redes de apoio a estes casos. Manual de boas práticas O projecto SWOD iniciou-se com um estudo comparativo dos conhecimentos sobre sexualidade em homens e mulheres com incapacidade, através de inquéritos realizados no terreno. Paralelamente, foram obtidos dados acerca das necessidades particulares destes indivíduos no campo sexual e das dificuldades 12 eventuais riscos. Quanto aos profissionais de saúde, apelou-se a uma maior empatia com as pessoas que padecem de incapacidade, em especial aquelas que vivem em contexto institucional, para que possam desfrutar de uma maior privacidade e intimidade. Proporcionar as condições necessárias para as pessoas que não podem preparar-se sozinhas manterem relações sexuais – nomeadamente cuidados com higiene, vestuário, mobilidade - foi outro dos apelos deixados. Trata-se, pois, de tentar acabar com um tabu no que respeita à sexualidade das pessoas portadoras de incapacidade, aceitando e facilitando o seu direito à sexualidade, um factor decisivo na melhoria da qualidade de vida. GCI CHNE em Revista Encontro desportivo de doentes do foro psiquiátrico O II Encontro Desportivo Transfronteiriço de Doentes do Foro Psiquiátrico, organizado pelo Centro Hospitalar do Nordeste, no passado dia 14 de Novembro de 2006, revelou-se um enorme sucesso, proporcionando momentos excepcionais de confraternização entre todos os participantes. Esta iniciativa, que decorreu no Pavilhão Desportivo da PSP – Polícia de Segurança Pública de Bragança, no âmbito do Projecto Interreg III - A / SIPEM – o qual tem como objectivo melhorar a reabilitação e a qualidade de vida dos doentes crónicos de Psiquiatria, mediante o desenvolvimento de diversas actividades, como é o caso do Desporto – contou com a participação do CEE - Centro Especial de Educação de Bragança e ainda da Fundação INTRAS, de Espanha, esta última parceira do CHNE no desenvolvimento do Projecto SIPEM. Após o torneio, cujo vencedor foi o CEE, seguiu-se a entrega de prémios a todos os participantes – cerca de 40 doentes, no total -, um almoçoconvívio que teve lugar na turística aldeia de Gimonde e uma visita turística por alguns pontos emblemáticos da cidade de Bragança. Este II Encontro Desportivo Transfronteiriço de Doentes do Foro Psiquiátrico realizou-se na sequência do primeiro encontro, promovido pela Fundação INTRAS, que decorreu no passado dia 2 de Junho, em Zamora, Espanha, e no qual o CHNE participou activamente. Este foi um dia diferente e especial para os doentes, que, além de terem convivido bastante entre si, mostraram também a todos os que assistiram aos jogos as suas qualidades e potencialidades como desportistas. GCI CHNE participou em feira transfronteiriça Organizada pela Fundação Intras, um dos parceiros do CHNE nos projectos de cooperação transfronteiriça INTERREG III- A, esta iniciativa procurou dar a conhecer à comunidade diversos produtos artesanais executados por pessoas com doença do foro psiquiátrico em Centros Especiais de Emprego. Para melhor alcançar este objectivo, a feira decorreu em simultâneo com o mercado medieval da Festa da Vindima de Toro, que recebeu a visita de muitas centenas de visitantes. Depois de Alcanices em 2004, Toro acolheu pela segunda vez consecutiva a realização da feira transfronteiriça, onde ficou demonstrada a qualidade e a competitividade comercial dos produtos elaborados por doentes mentais, os quais se encontram, sem dúvida, ao mesmo nível dos produtos oriundos de outras empresas. Para além do CHNE, marcaram presença neste evento o Hospital Magalhães Lemos, do Porto, e de Espanha as oficinas laborais de Peñafiel e Coreses, a Artmo Bene, a Cerâmica Manos, a Prodisza e o Centro de Reabilitação Laboral da Fundação Intras. GCI 13 CHNE em Revista Computadores fazem parte da terapêutica psiquiátrica O computador, aliado a um programa informático pioneiro no país, está a ser utilizado com sucesso pelos utentes da UDEP – Unidade de Doentes de Evolução Prolongada, internados no Departamento de Psiquiatria da Quinta da Trajinha, na Unidade Hospitalar de Bragança. O quotidiano dos utentes da Quinta da Trajinha - onde está implementada a Unidade de Doentes de Evolução Prolongada, integrada no Departamento de Psiquiatria da Unidade Hospitalar de Bragança, - é preenchido com uma novidade: o uso do computador. O objectivo é estimular e reabilitar as funções cognitivas - atenção, percepção, orientação, memória, linguagem e cálculo - dos doentes com patologia psiquiátrica, através das novas tecnologias, nomeadamente o programa Gradior, uma aplicação informática específica para esse efeito. Este programa inovador permite uma interacção do utente com o computador através do toque no écran, cumprindo instruções dadas verbalmente pelo programa. Assim, o doente identifica visual e auditivamente um objectivo, concentra-se no que lhe é pedido, e, de forma táctil, indica no monitor objectos, cores, formas, tamanhos… Com a prática, alcança-se então a pretendida reabilitação do doente ao nível cognitivo. Pioneira no país, esta iniciativa surgiu no âmbito da parceria entre o CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste, a Fundação Intras e o Complexo Hospitalar de Zamora, desenvolvida para a concretização de diversos projectos transfronteiriços englobados no Programa Interreg III – A. Foi, pois, através deste intercâmbio, que se tornou possível implementar a prática inovadora de reabilitação cognitiva com recurso às novas tecnologias na Unidade Hospitalar de Bragança. Neste momento, já estão a realizar-se alguns exercícios com o Gradior. Contudo, para eliminar eventuais obstáculos linguísticos, uma vez que as indicações originalmente são transmitidas em espanhol, o programa está a ser traduzido para português, tarefa que deverá estar concluída muito em breve. Mesmo assim, as reacções já estão a ser bastante positivas: esta novidade despertou as atenções dos utentes, que se mostram interessados em “treinar” mais e fazer novas descobertas. E a psicóloga Sara Costa, responsável pelo acompanhamento dos doentes internados na Quinta da Trajinha, reconhece também as múltiplas vantagens desta aplicação informática no processo de recuperação e posterior integração destas pessoas na comunidade. GCI 14 Fantasia envolve crianças internadas O Serviço de Pediatria da Unidade Hospitalar de Bragança acolheu, durante os meses de Dezembro e Janeiro, sessões de leitura e de teatro de marionetas, numa iniciativa desenvolvida em colaboração com a Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Bragança. Estas actividades, integradas no Espaço Lúdico para a Infância da ESE, e que se estenderam, de igual modo, a outras entidades do distrito, fizeram as delícias das crianças, que, transportadas para um mundo de fantasia, esqueceram por instantes o local onde se encontravam e o motivo que ali os levou. Munida de um livro recheado de imagens coloridas, a contadora de histórias, Celmira Macedo, aliou as gravuras à sua própria expressão corporal, nomeadamente a voz e os gestos, encarnando e dando vida às várias personagens do conto infantil. As crianças internadas no Serviço de Pediatria acompanhavam-na, ora de olhos arregalados de espanto, ora fechados de temor pelo destino dos heróis. A atenção misturou-se com a descontracção, a expectativa com risos sonoros (ver artigo pág. ??). De igual modo aconteceu com o teatro de marionetas, onde pequenas figuras manuseadas nos bastidores por alunos da ESE provocaram múltiplas emoções nos mais pequenos. GCI CHNE em Revista Primeiro jantar de Natal do CHNE reuniu mais de três centenas de colaboradores Mais de 300 pessoas reuniram-se, no dia 15 de Dezembro, para marcar presença no primeiro jantar de Natal do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste. No entanto, a quadra foi também assinalada com a realização da habitual missa de Boas Festas em cada uma das três Unidades Hospitalares. Criado por Decreto-Lei em 29 de Dezembro de 2005, o CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste assinalou esta data juntamente com a celebração da quadra natalícia. Assim, o tradicional jantar de Natal desta entidade realizou-se, no dia 15 de Dezembro, com um misto de incredulidade e satisfação. A entrega foi acompanhada por algumas palavras quer da Irmã Judite, da Unidade de Macedo de Cavaleiros, quer do Presidente do Conselho de Administração do CHNE, que transmitiram a todos os presentes os votos de Boas Festas e deixaram ainda algumas palavras, apelando a uma atitude quotidiana mais humanista. Eucaristia tradicional Como é habitual na quadra natalícia, as Unidades de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros foram, cada uma delas, palco de uma eucaristia especial, na qual participaram, em conjunto, utentes e colaboradores do CHNE. na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, tendo os anfitriões recebido mais de 300 colaboradores do CHNE, que confraternizaram longa e animadamente durante a noite, num ambiente de alegre convívio. Esta iniciativa revestiu-se, pois, de enorme importância, uma vez que, pela primeira vez, as três Unidades Hospitalares que integram o CHNE celebraram o Natal em conjunto, num espírito de união em consonância com a quadra. Esta iniciativa deverá, nos próximos anos, realizar-se de forma rotativa, cabendo de seguida às Unidades de Bragança e Mirandela a organização dos festejos. Computador sorteado Neste primeiro jantar de Natal do CHNE, não faltou uma prenda a condizer com a data: um computador portátil, sorteado entre os presentes. O premiado foi Fernando Castilho, técnico de Informática na Unidade Hospitalar de Bragança, que recebeu o presente A cerimónia religiosa foi celebrada por S.ª Ex.ª Reverendíssima, o Bispo da Diocese de Bragança/Miranda, D. António Montes Moreira. A ocasião constituiu um momento de reflexão conjunta, em que se apelou ao empenho individual na construção de um mundo melhor, e se fizeram votos de mais saúde, paz e amor para todos. GCI 15 CHNE em Revista Agradecimentos: O Centro Hospitalar do Nordeste agradece a colaboração de todas as entidades, individuais e colectivas, internas e externas ao CHNE, que, de diversas formas, apoiaram a organização e a realização deste Jantar / Convívio de Natal, com destaque para a Comissão de Humanização do Centro Hospitalar e para as seguintes entidades: • Distribui – Bragança, Comércio e Distribuição de Produtos Alimentares, Lda. • ConserMar Produtos Alimentares, Lda. • Gelfrio - Soc. Comercialização Gelados, Lda. • Central Abastecedora Mogadourense • Eurogel - Comercialização de Produtos Alimentares • Adalberto Silva Vila Franca - Carnes Verdes • Talho Granjo - Carnes Verdes e Salgadas • Pastelaria Soldoce - J. M. V. Pastelarias, Lda. • Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros • Padaria / Mercado Macedense - Saldanha & Irmãos, Lda. • Padaria Barbas • Francisco Silva e Cª, Lda. - Armazenistas de Mercearias • Carlos Alberto Cabral Pires - Vendedor / Armazenista de Frutos e Produtos hortícolas A todos os que contribuíram para o sucesso desta iniciativa, o nosso muito obrigado! 16 CHNE em Revista Colaboradores do CHNE festejaram Carnaval Mais de uma centena de colaboradores do Centro Hospitalar do Nordeste reuniram-se, no dia 16 de Fevereiro, para festejarem o Carnaval em conjunto. Além de muita alegria, não faltaram as máscaras… À semelhança do que já tinha acontecido no Natal, os colaboradores das três Unidades Hospitalares que integram o CHNE organizaram uma festa para assinalar o Carnaval em conjunto. O convívio, que reuniu mais de cem pessoas, começou às sete e meia da tarde, com um jantar, e prolongou-se pela noite dentro. Não faltou a animação típica desta quadra: os participantes compareceram devidamente mascarados e traziam consigo muita vontade de pregarem partidas uns aos outros. Um dos momentos altos do jantar foi o sorteio de dois presentes, uma impressora para o elemento masculino premiado e uma carteira para a senhora mais sortuda da noite. A festa continuou depois com animadas danças entre os presentes, deixando a vontade de repetir no futuro outras iniciativas deste género. Máscaras na Fisioterapia Na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, os utentes do Serviço de Fisioterapia tiveram uma surpresa de Carnaval: no dia 16 de Fevereiro, os colaboradores deste Serviço vestiram-se “a rigor” para assinalar a quadra e foi assim que se apresentaram para cumprirem as suas tarefas. Esta iniciativa, que é já um hábito naquela Unidade, ficou marcada pela boa disposição que espalhou entre os utentes e os colaboradores. 17 CHNE divulga Pedopsiquiatria “esquecida” A Pedopsiquiatria não é pertença de nenhuma outra especialidade e necessita de espaço próprio enquanto especialidade autónoma. Tal como as outras especialidades, beneficia em ser integrada nos Centros Hospitalares, com a sua individualidade e especificidade próprias, numa situação de colaboração com as diferentes especialidades, tanto a nível de consulta e internamento, como de Urgência. A Pedopsiquiatria ou a Psiquiatria da Infância e Adolescência é uma especialidade médica relativamente recente, não só em Portugal mas também na Europa. Há países da União Europeia, como a Espanha, onde ainda não existe. Nasceu da Psiquiatria Geral, de onde emergiram os primeiros pedopsiquiatras. Estes eram psiquiatras que se dedicavam à área da saúde mental na infância e adolescência. Foi reconhecida pela Ordem dos Médicos como especialidade autónoma em 1959. Apesar de só em 1983 se ter iniciado o Internato Complementar de Pedopsiquiatria. Actualmente, a formação compreende 5 anos, um dos quais em Psiquiatria Geral e 6 meses em Pediatria. A criação do Internato Complementar permitiu uma melhor definição de identidade e dos limites. Diferenciada como especialidade médica autónoma, segundo a Lei de Saúde Mental de 1964, funcionava nos Centros de Saúde Mental Infantil e Juvenil (CSMIJ), que tinham autonomia técnica, administrativa e financeira. Estes Centros, que como base tinham a sectorização dos cuidados de saúde, permitiram descentralizar a actividade assistencial e ficaram mais próximo da comunidade. A cada equipa multidisciplinar era atribuída uma área geográfica, o que permitia uma colaboração com os respectivos Centros de Saúde e Instituições e efectuavam uma intervenção mais directa na comunidade. Em 1992 o Decreto-Lei n.º 127/92 de 3 de Julho extinguiu os Centros de Saúde Mental Infantil e Juvenil determinando a sua integração nos Hospitais Pediátricos, onde foram criados os Departamentos de Pedopsiquiatria e Saúde Mental Infantil e Juvenil, pressupondo autonomia técnica e administrativa. Mas, estes poderiam “funcionar como Centros de Responsabilidade nos termos do regulamento a aprovar em diploma próprio” (artigo 4.º, Decreto-Lei n.º 127/92). Em 1/8/1992, segundo Portaria n.º 751/92, foram criados os Centros de Responsabilidade que integravam os Departamentos de Pedopsiquiatria e Saúde Mental Infantil e Juvenil, pretendendo-se “uma maior eficiência técnica e social no funcionamento dos Departamentos”. A lei de integração pretendia uma articulação mais eficaz das estruturas de saúde mental com outros prestadores de cuidados de saúde. Na realidade, houve uma maior aproximação em especial à Pediatria 18 mas, isso implicou o abandono da política de sector com maior centralização da especialidade e um afastamento dos Centros de Saúde e da comunidade em geral. A Conferência de Helsínquia realizada em Janeiro de 2005, onde estiveram presentes os Ministros da Saúde de 52 países europeus, foi promovida pela OMS em parceria com a Comissão Europeia e com o Conselho da Europa e cada Estado assumiu o compromisso político de colocar a saúde mental como alta prioridade no respectivo país. Portugal esteve presente e uma das prioridades identificadas foi “promover a saúde mental dos bebés, crianças e adolescentes”. Para tal os Estados Membros da região Europa, entre 2005 e 2010, ficaram comprometidos com: a) Prioridade: -Providenciar financiamentos para promover a saúde mental dos bebés, crianças e adolescentes. b) Acções: - Priorizar as iniciativas da comunidade, a formação de profissionais e o envolvimento dos utentes; - Incluir explicitamente a saúde mental da criança e adolescente no Plano Nacional de Saúde de cada país e integrá-la na política de Saúde Pública. c) Compromissos: - Fazer da saúde mental das crianças e adolescentes uma prioridade de saúde pública, incluí-la nos planos e políticas de saúde e criar infra-estruturas e legislação que permitam a sua promoção; - Desenvolver serviços especializados para crianças e adolescentes. A Pedopsiquiatria parece ser entendida como uma sub-especialidade ou da Pediatria ou da Psiquiatria, para algumas entidades responsáveis. Não parece haver um consenso nem coerência nesta questão que levanta tantas dúvidas. Mas, esta falta de consistência demonstra que a Pedopsiquiatria não é pertença de nenhuma outra especialidade e que necessita de espaço próprio enquanto especialidade autónoma. Tal como as outras especialidades beneficia ser integrada nos Centros Hospitalares, com a sua individualidade e especificidade próprias, numa situação de colaboração com as diferentes especialidades tanto a nível de consulta e internamento como do Serviço de Urgência. Na Província de Trás-os-Montes e Alto Douro, o primeiro Hospital a incluir no seu quadro a especialidade médica de Pedopsiquiatria foi Bragança. Fê-lo através de Concurso de Provimento para um Assistente da Carreira Médica Hospitalar em Maio de 1995, lugar que foi ocupado a partir de Agosto de 1995. A Pedopsiquiatria desde então, funciona integrada no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, faz atendimento de consulta, de situações agudas e de urgência. Não tem espaço próprio e a equipa é partilhada com a Psiquiatria e com a Unidade Hospitalar de Bragança. CHNE divulga Em Portugal a Saúde Mental tem estado em segundo plano e a Saúde Mental Infanto-Juvenil parece estar esquecida. Mas ao fim de 11 anos de actividade hospitalar ininterrupta e apesar de a Pedospiquiatra ter atingido o Grau de Chefe de Serviço da Carreira Médica Hospitalar, através de concursos públicos, a Pedopsiquiatria parece ter-se “esfumado” no Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano, tendo sido esquecida como especialidade na publicação da Revista Comunicar n.º 0 do CHNE datada de Outubro/Dezembro de 2006. Elisa Ferreira Vieira Chefe de Serviço de Pedopsiquiatria Nota de Redacção: Na última página da edição passada, verificou-se um lapso na enumeração das especialidades clínicas do CHNE, ao não referir a Pedopsiquiatria, facto que lamentamos e pelo qual pedimos desculpas. Administração Regional de Saúde Administração Regional de Saúde do Norte do Norte Administração Regional Comissão de Farmácia e de Saúde do Norte Terapêutica Comissão da Região Norte de Farmácia e Terapêutica da Região Norte Comissão de Farmácia e Terapêutica da Região Norte Infecções Respiratórias Infecções Respiratórias da Comunidade: Infecções Respiratórias dada Comunidade: Comunidade: Sugestões Terapêuticas Sugestões Terapêuticas Sugestões Terapêuticas Programa • 09h30 – Antibióticos e Ambiente: o feitiço Programa contra o feiticeiro? – Prof. Doutor Carlos Afonso • 09h30 – Antibióticos e Ambiente: o feitiço • 09h50 – Utilização de Antibióticos: a utilização contra –o Dr. feiticeiro? em Portugal Pedro Norton– Prof. Doutor Carlos Afonso • 09h50 – Utilização de Antibióticos: a utilização • 10h10 – Padrão da Prescrição de Antibióticos em Portugal – Dr. Pedro Norton na Região Norte – Dr. Filipe Azevedo • 10h10 – Padrão da Prescrição de Antibióticos • 10h30 – Coffee-breack na Região Norte – Dr. Filipe Azevedo • 11h00 – Perfil de Resistências dos 4 Principais • 10h30 – Coffee-breack Agentes Etiológicos da Infecção Respiratória em •Portugal – Dr. Pedro Campos 11h00 – Perfil de Resistências dos 4 Principais Agentes Etiológicos da Infecção Respiratória • 11h20 – Infecções Respiratórias na em Portugal – Dr. Pedro Campos Comunidade: aspectos clínicos e terapêuticos Dr. Tiago Teixeira e Prof. Doutor António Sarmento • 11h20 – Infecções Respiratórias na Comunidade: aspectos clínicos e terapêuticos • 12h00-13h00 – Discussão Dr. Tiago Teixeira e Prof. Doutor António Sarmento • 12h00-13h00 – Discussão Viana do Castelo – 9 de Maio Anfiteatro da Escola Superior de Enfermagem Viana do Castelo – 9 de Maio Anfiteatro da Escola Superior de Braga –Enfermagem 5 de Junho Auditório do Hospital de São Marcos Braga – 5 de Junho Porto – Auditório 13 de Junho do Hospital de São Marcos Aula Magna da Faculdade de Medicina Porto – 13 de Junho Magna da Faculdade Vila RealAula e Bragança de Medicina 20 de Junho Auditório da Escola Superior Vila Real e Bragança de Enfermagem de Vila Real 20 de Junho Outras Informações Outras Informações Contacto –Contacto ARS Norte– ARS Norte Auditório da Escola Superior 0022 551 24 00 de Enfermagem de Vila Real Tel. 22 551 24 Tel. E-mail [email protected] Outras Informações E-mail: [email protected] Contacto – ARS Norte Tel. 22 551 24 00 E-mail [email protected] 19 CHNE divulga Balão Intra-Aórtico: cuidados de enfermagem O Balão Intra-Aórtico (BIA) é actualmente o dispositivo mecânico de circulação assistida, mais usado, com carácter temporário em caso de falência circulatória. Funciona através de um mecanismo de contrapulsação, de ajuda durante a fase diástolica do ciclo cardíaco, o que permite a redução da pós-carga. O Balão Intra-Aórtico consiste num balão insuflável de poliuretano com forma cilíndrica adaptado à porção distal de um catéter vascular. Possui 2 lúmens, um central para a introdução de um fio-guia que serve para a medição das pressões e outro lúmen conectado à consola para insuflar o gás (hélio) (fig. 1). É inserido pela artéria femural percutâneamente (fig. 2). A ponta do catéter fica posicionada no início da aorta descendente com a extremidade abaixo da artéria subclávia esquerda e acima da artéria renal (fig. 3). Indicações para a inserção do BIA: • Choque cardiogénico; • Disfunção/ruptura do músculo papilar com regurgitação mitral; • Angina recorrente pós-enfarte agudo do miocárdio (EAM) • Complicações do EAM; • Comunicação inter-ventricular; • Insuficiência cardíaca; • Angina instável refractária à terapêutica; • Antes e após a cirurgia cardíaca; • Disritmias ventriculares refractárias; • Miocardiopatia; • Complicações pós angioplastia coronária transluminal percutânea; • Doentes que aguardam transplante cardíaco. São contra-indicações para o BIA: o aneurisma da aorta, a dissecção da aorta, a insuficiência da válvula aórtica e uma grave doença vascular periférica. Fig. 1- Consola de BIA O BIA insufla durante a diástole levando ao aumento do fluxo coronário, da perfusão renal e mesentérica. A desinsuflação ocorre imediatamente antes da sístole e desta forma, diminui a pós-carga, facilita o esvaziamento ventricular e reduz o consumo de O2 pelo miocárdio. Principais benefícios da inserção do BIA: • Pressão de perfusão coronária; • Aporte de O2 ao miocárdio; 20 • • • • • Trabalho do ventrículo; Consumo de O2 pelo miocárdio; Débito cardíaco; Tensão arterial; Pós-carga. Fig. 2- Inserção do BIA pela artéria femural Possíveis complicações pela presença do BIA: • Dissecção da Aorta; • Formação de trombos; • Isquémia do membro onde está inserido o BIA, secundária a oclusão da artéria femural, devido ao próprio catéter ou embólos; • Obstrução do fluxo sanguíneo da artéria subclávia esquerda; • Obstrução das artérias renal e mesentérica; • Hemorragia; • Infecção; • Trombocitopenia decorrente da destruição mecânica das plaquetas pelo bombear do balão; • Desenvolvimento de pseudo-aneurismas. Conclusão O efeito fisiológico do BIA é um maior equilíbrio entre o aporte e as necessidades de oxigénio do miocárdio. É de primordial importância fazer um correcto diagnóstico de Enfermagem pois só desta forma se assegura que o doente usufrua dos benefícios do BIA, tais como o aumento da tensão arterial, o aumento do débito cardíaco, pulsos periféricos palpáveis, diminuição da dor torácica e melhoria das alterações electrocardiográficas reveladoras de isquémia. CHNE divulga Cuidados de Enfermagem específicos no doente com Balão-Intra Aórtico Diagnósticos de Enfermagem Intervenções de Enfermagem Ansiedade • Escutar o doente de forma activa; • Informar o doente. Risco de Infecção • Executar penso asséptico diariamente no ao local de inserção do BIA ; • Vigiar local de inserção do BIA; • Monitorizar temperatura corporal. Risco de Hemorragia • Vigiar perdas hemáticas; • Monitorizar FC, TA, SpO2, FR. Risco de Perfusão dos Tecidos alterada • Monitorizar/Vigiar a presença e a quantidade dos pulsos periféricos distais ao local de inserção do cateter e radial; • Informar o doente para não executar flexão do membro no qual está inserido o BIA; • Repouso absoluto no leito; • Manter a cabeceira da cama a 30o; • Monitorizar o débito urinário; • Auscultar os ruídos intestinais; • Avaliar estado de consciência. Risco de Integridade Cutânea alterada • Posicionar o doente de 2 em 2 horas ou em S.O.S; • Vigiar integridade cutânea; • Disponibilizar dispositivos preventivos de úlceras de pressão. Bibliografia: • ALVES, Alfredo Eduardo et al - “O balão intra-aórtico: da teoria aos cuidados de Enfermagem”. Nursing. Lisboa. N.º126, (Outubro 1998), p. 38-44; • SWEARINGEN, Pamela et al - “Manual de Enfermagem de Cuidados Intensivos, Intervenções de Enfermagem Independentes e Interdependentes”. 4ª Ed., Lisboa: Lusociência, 2001, p. 410; • SWELTZER, Suzannne et al - “Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica”. 8ª Ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999, p. 583; Fig. 3- Localização do BIA A sua utilização tem-se revelado uma mais valia e constitui uma esperança para os doentes com falência circulatória aguda. • NETTINA, Sandra - “Prática de Enfermagem”. 6ª Ed., Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1998, p. 241-243. Marisa Isabel Pinheiro Gonçalo Enfermeira Hospital S. João, EPE, Cirurgia Torácica 21 CHNE divulga Pneumonias e o papel da Radiologia O papel da radiologia é dizer se os sinais radiológicos são compatíveis com um processo pneumónico, afirmar a sede e a extensão da pneumopatia, decidir a evolução por radiografias sucessivas em função da clínica e chamar a atenção para eventuais complicações. Pneumonia é a afecção inflamatória ou infecciosa do parênquima - alvéolos, bronquíolos terminais respiratórios e, interstício. O diagnóstico da infecção pulmonar resulta de uma correlação entre a imagiologia e a clínica. Contudo, sempre que possível, cabe à bacteriologia o diagnóstico definitivo e a determinação etiológica. Várias espécies de bactérias, mycoplasma, chamydia, riquétsias, vírus, fungos e parasitas podem causar pneumonia. Assim, a pneumonia não é uma doença isolada, porém, um grupo de infecções específicas, cada uma delas com epidemiologia, patogenia, apresentação clínica e evolução clínica distintas. O contexto clínico em que surge a infecção pulmonar é importante para o radiologista e o clínico estabelecerem um diagnóstico etiopatogénico. Assim, devem ser considerados quatro grupos clínicos: • Pneumonia adquirida na comunidade • Pneumonia nosocomial (estabelece-se 72 horas ou mais, depois do internamento hospitalar) • Pneumonia de aspiração • Pneumonia no doente imunodeprimido Sintomas Os sintomas correntes são uma tosse produtiva com expectoração, dores no tórax, calafrios, febre e falta de ar. No entanto, estes sintomas dependem da extensão da doença e do microrganismo que a causa. A pneumonia produz, geralmente, uma modificação característica de transmissão dos sons que podem ouvir-se através do fonendoscópio. que afecta o sistema imunitário, como a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA). Na pneumonia que se verifica após o internamento hospitalar, são seis os factores que a tornam uma doença grave: - Patologia pulmonar crónica - Alteração da consciência - Intubação com ventilação assistida - Inalação - Intervenção cirúrgica toraco-abdominal - Idade superior a 70 anos. Expressão radiológica O papel da radiologia é dizer se os sinais radiológicos são compatíveis com um processo pneumónico, afirmar a sede e a extensão da pneumopatia, decidir a evolução por radiografias sucessivas em função da clínica e chamar a atenção para eventuais complicações. Radiografia simples - As radiografias simples do tórax em planos perpendiculares, ou apenas em incidência frontal quando o estado do doente assim o determinar, são um componente fundamental de investigação diagnóstica das doenças que envolvem o parênquima pulmonar e a pleura. Interessa o conhecimento do agente causador mais do que a destrinça entre pneumonia, broncopneumonia e pneumonia intersticial. Sabe-se que as bactérias são sensíveis aos antibióticos, o que não acontece com os vírus, e que as pneumonias podem ser ao mesmo tempo virais e bacterianas. Etiologia/Factores predisponentes A abordagem anatomoclínica, microbiológica e terapêutica das pneumonias é difícil e quase sempre empírica. Ao mesmo tempo que entrarmos em sugestões etiológicas decorrentes do quadro clínico e dos dados radiológicos, é conveniente estabelecer uma diferença entre pneumonias extra-hospitalares e hospitalares. As pneumonias extra-hospitalares são causadas, em grande percentagem, pelo pneumococo, embora muitos casos não sejam bacteriologicamente identificados. Algumas pessoas são mais propensas a esta doença que outras. O alcoolismo, o tabagismo, a diabetes, a insuficiência cardíaca e a doença pulmonar obstrutiva crónica são causas que predispõem à pneumonia. As crianças e as pessoas de idade avançada correm maior risco de a contraírem, assim como os indivíduos com um sistema imune deficiente, devido a certos fármacos. Também estão no grupo de risco as pessoas debilitadas, acamados, paralisados ou inconscientes, ou as que sofrem de uma doença 22 Pneumonia do lobo superior direito delimitada pela equena cisura e com ténue broncograma aéreo Tomografia Computorizada (TC) - Esta técnica também não proporciona o diagnóstico etiológico. CHNE divulga Simplesmente possibilita a diferenciação entre densidades que estariam sobrepostas nas radiografias simples, assim como caracteriza as densidades dos tecidos, demonstrando diferenças subtis na densidade de estruturas adjacentes e proporciona uma medida exacta das dimensões das lesões. De referir que um paciente imunodeprimido com febre ou sintomas respiratórios inexplicados representa um problema clínico comum e difícil. A TC de alta resolução permite com sucesso a detecção e caracterização de infecções oportunistas em pacientes com leucemia, sida e outros, podendo aumentar a sobrevida. • C – Radiologicamente, uma pneumonia intersticial pode ser o reforço das arborizações broncovasculares (interstício) ou o aspecto em vidro despolido (interstício e alvéolos), ou os dois em concomitância. Estas imagens podem ser focais ou difusas, uni ou bilaterais. Os agentes destas pneumonias são o mycoplasma e os vírus. Na fase de resolução, uma pneumonia ou broncopneumonia podem simular pneumonia intersticial. As complicações da pneumonia são poucas nos pacientes previamente saudáveis, uma vez que a doença responde bem aos antibióticos em geral, administrados ao primeiro sinal de infecção respiratória. Contudo, a detecção precoce da doença pulmonar é preferível sob todos os aspectos. Conclusão Tomografia computorizada com brocograma aéreo no lobo superior esquerdo A Ecografia poderá desempenhar um papel nos derrames e nas lesões parenquimatosas com contacto parietal, como, por exemplo, nos abcessos pulmonares volumosos de situação subpleural. Consideram-se três grupos de pneumonias quanto ao padrão radiológico: • A – Pneumonia do espaço aéreo ou pneumonia alveolar • B – Broncopneumonia ou pneumonia de focos múltiplos • C – Pneumonia intersticial • A – O aspecto radiológico é uma opacidade única, de limites esfumados, quase sempre de localização subpleural cuja propagação é nitidamente travada pelas cisuras, deixando transparecer muitas vezes um broncograma aéreo. O aspecto pseudotumoral determinado por um exsudado esférico é transitório. O pneumococo é em 90 % dos casos, o agente da pneumonia lobar. • B – A expressão radiológica das broncopneumonias traduz-se por opacidades nodulares, plurifocais, de limites esfumados e de distribuição heterogénea que com o tempo tendem a uma certa confluência. Na maioria dos casos não há broncograma aéreo. Os agentes mais frequentes são staphylococcus aureus e as bactérias Gram negativas. O estudo radiológico do tórax terá sido o que mais entusiasmou os clínicos do tempo da Descoberta de Roentgen. Era uma época de grandes preocupações com as doenças pulmonares, em particular a Tuberculose e havia a consciência das limitações da auscultação. A grande maioria dos doentes com queixas respiratórias é portador de uma infecção e o conhecimento da sua história torna-se essencial para a análise do exame imagiológico. Daí que, terminamos salientando a importância de certos factores relacionados com a vida e o dia-a-dia do doente, tais como: hábitos pessoais, local onde vive, história ocupacional, história familiar e outros. De tudo o que acabamos de referir, se infere que os dados clínicos são da maior importância para a interpretação das imagens radiográficas do tórax. Apenas alguns aspectos foram por nós focados. Contudo, tais aspectos são exemplificativos da necessidade de se articular a clínica com os resultados dos mais sofisticados exames, nomeadamente imagiológicos, para se chegar a um diagnóstico das infecções do aparelho respiratório. Bibliografia - Juhl, John H.; Andrewb. Crummy – Interpretação Radiológica, ed 5. Guanabara Koogan, 1992. - Haaga, John R.; Charles F. Lanzieri; David J. Sartoris; Elias A. Zerhouni – Tomografia Computorizada e Ressonância Magnética do Corpo Humano, ed 3 volume 1. Guanabara Koogan, 1996. - 20 Temas de Imagiologia do Tórax, Monografias do Serviço de Imagiologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, 1996; Editor J.O.C. Telo de Morais. - Pisco, João Martins; Luís Aires de Sousa – Noções Fundamentais de Imagiologia, Lidel 1998. - Merck Sharp & Dohme –Manual Merck, saúde para toda a família, Oceano (2000). Paula Pereira Técnica de Radiologia Unidade Hospitalar de Mirandela 23 CHNE divulga Resiliência e formação dos profissionais de ajuda O estudo da variação do nível de resiliência do futuro enfermeiro no impacto da sua formação profissional, enquadrada no desenvolvimento da pessoa enquanto profissional de ajuda, é o objectivo da dissertação que apresentamos. A partir desta investigação, entendemos que a noção de resiliência, tal como nos parece ser mais útil para ajudar a uma melhor preparação dos profissionais de ajuda, coincide com a ideia de uma construção que nos permite e nos facilita a compreensão da pessoa humana para além do seu sofrimento, de modo a que esta seja capaz – não obstante e mesmo devido a esse sofrimento – de desenvolver as suas potencialidades e recursos próprios que evitem que não fique imersa em situações de risco. Efectivamente, como referem Yunes e Szymanki (2001), “a resiliência não está no facto de se evitar experiências de risco e apresentar características saudáveis ou ter boas experiências”, isto porque o risco implica provavelmente consequências negativas, enquanto que a resiliência procura os resultados positivos. Quando encontramos seres humanos que conseguem sobrepor circunstâncias insanas do seu meio envolvente, perguntamos: O que acontece, no seu meio, para conseguir transpor e superar a adversidade? A resposta parece encontrar-se nas suas competências intrinsecamente desenvolvidas que os protegem. Como é visível no quadro I, este permite identificar os vários tipos de orientação conceptual: “integrado” (nível superior de complexidade e de flexibilidade), “complexo” (nível superior de complexidade e intermédio de flexibilidade), “flexível” (nível superior de flexibilidade e intermédio de complexidade, “adaptativa” (níveis intermédios de complexidade e de flexibilidade), “impulsiva” (nível superior de flexibilidade e inferior de complexidade), “elementar” (nível superior complexidade de e intermédio de flexibilidade), “rígido” (nível intermédio de complexidade e inferior de flexibilidade) e finalmente “primária” (níveis inferiores de complexidade e de flexibilidade). A resiliência está pois relacionada directamente com o desenvolvimento psicológico humano, podendo ser identificada enquanto processo estratégico para lidar com a realidade de modo adaptativo, onde os factores propiciadores de uma maior resiliência se distinguem dos comportamentos resilientes e dos resultados mais ou menos resilientes a que esses comportamentos eventualmente conduzem. Com o objectivo de reflectir acerca da influência da prática clínica nas profissões de ajuda, no que diz respeito ao nível de resiliência de cada indivíduo, efec24 –––––––––––– Flexibilidade ––––––––––––> Subjectiva Complexa Integrado Rigidez Adaptativa Flexível Primária Elementar Impulsiva –––– Complexidade ––––> Será objectivo da educação para a resiliência desafiar o futuro numa perspectiva positiva e de superação; considerando as adversidades como “pedras” que poderão ser transformadas em degraus. Matriz de identificação das orientações conceptuais tuamos um estudo de casos longitudinal e prospectivo com seis estudos de caso, extraídos aleatoriamente de uma população de referência de 50 alunos do curso superior de enfermagem. Utilizou-se a análise qualitativa do nível de resiliência para análise dos dados e a teoria dos níveis conceptuais de Harvey, David Hunt e Schroder. O estudo evidencia que o nível avaliado de resiliência é sujeito a uma evolução depois da prática clínica, a qual se verifica de modo análogo tanto nos sujeitos com maior nível de resiliência quanto nos sujeitos com menor nível de resiliência avaliado. Verifica-se também que diferentes níveis de resiliência correspondem a tipos de expectativas, preocupações e orientações conceptuais, também diferenciadas. Será, portanto, objectivo da educação para a resiliência desafiar o futuro numa perspectiva positiva e de superação; considerando as adversidades como “pedras” que poderão ser transformadas em degraus para ascender a um patamar mais elevado, conseguindo com isso ser capaz de estabelecer novas formas de equilíbrio e alcançar metas anteriormente inacessíveis. Em suma, a resiliência funda-se numa interacção entre a pessoa, enquanto ser humano e o seu eu, enquanto produto de desenvolvimento, situada num contexto ambiental que ela influencia e que por ela é também influenciada. Assim, se entendermos a resiliência como uma capacidade universal, para que esta se desenvolva, é necessário utilizar os próprios recursos e trabalhá-los em estrita ligação com o seu meio social e cultural. Bibliografia: FELGUEIRAS, S. C. (2006) – Resiliência e a formação de profissionais de ajuda - Tese de Mestrado, Universidade Católica Portuguesa. Sónia Felgueiras Enfermeira Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros CHNE divulga Doença macular ligada à idade Há estudos que provam que a dieta dita mediterrânica, rica em certas vitaminas, assim como em ácidos gordos, entre eles o Ómega -3, oferece protecção contra a AMD - Degenerescência Macular ligada à Idade. A Degenerescência Macular ligada à Idade constitui uma das entidades nosológicas responsáveis pela perda da visão central. As alterações instalam-se a partir da quarta década de vida e caracterizam-se, sob o ponto da sintomatologia, pela perda de visão central, referindo o doente que deixa de ter imagens perfeitas - aparecendo uma mancha em vez da perfeição da imagem que tinha anteriormente e havendo certas áreas em que as linhas parecem quebradas. No decurso e progressão da doença, o paciente acaba por deixar completamente de ver doença macular ligada à idade nítido, não conseguindo, por exemplo, ver televisão de forma límpida ou marcar o número do telefone, assim como outras actividades correntes da sua vida. Estes transtornos são provocados pelo desenvolvimento de alterações de natureza vascular, progressivas e que provocam a perda total da visão central. S e n d o uma patologia que tem alguma relação com o aumento da esperança de vida e que terá também algo a ver com o tipo de vida - em que se podem incluir os maus hábitos alimentares -, foram desencadeados processos de investigação que permitissem travar ou tratar esta doença. Citaremos a verterpofirina como a terapêutica mais generalizada actualmente. No entanto, apesar deste avanço significativo, estamos muito aquém de ter resultados que nos tranquilizem, e outros medicamentos irão ser introduzidos na prática clínica, os quais trazem uma esperança acrescida para o controle desta situação. Sabemos que a doença macular ligada à idade tem relação directa com o tipo de vida e hábitos que temos, e torna-se cada vez mais evidente que há factores alimentares a ter em linha de conta para prevenirmos esta patologia. Podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que o peixe é bom e o tabaco é mau para a AMD - degenerescência macular ligada à idade. O consumo regular de peixe parece diminuir o risco de desenvolvimento da doença. Foram efectuados estudos em indivíduos que têm na sua dieta o consumo de taxas elevadas de gorduras polinsaturadas e que apresentam menor incidência de manifestações precoces da doença, ao contrário dos que ingerem poucas gorduras daquele tipo. A ingestão de peixe uma vez por semana traz, assim, uma redução na probabilidade de sofrer AMD na ordem dos 40 por cento, e as pessoas que ingerem peixe três ou mais vezes por semana têm uma redução ainda maior. Estes valores têm, contudo, de ser enquadrados com outros factos, como a idade, sexo, consumo de tabaco e ingestão de vitamina C. Há ainda informação de outros estudos, feitos nos Estados Unidos, que apontam uma diminuição do risco relacionada com a ingestão de ácido gordos, isto é, alimentos, ricos em Ómega-3. Foi ainda encontrada uma relação muito forte, pela negativa, entre a AMD e os fumadores, da qual importa deixar registo, atendendo ao consumo de tabaco pelos mais jovens e o crescente aumento das mulheres fumadoras, factores que se relacionam com um aumento progressivo da doença. Não podemos ainda deixar de chamar a atenção para a mudança de hábitos alimentares impostos pelo modo de vida ou pela globalização, que não tem apenas a ver com a economia, mas também com o estilo de vida que nos vendem como questão de modernidade. Há estudos feitos em Itália que provam que a dieta dita mediterrânica, rica em certas vitaminas, assim como em ácidos gordos, entre eles o já referido Ómega -3, oferece protecção contra a AMD. Os estudos até agora efectuados confirmam também que os que cidadãos mais idosos, alvo principal da AMD, apresentam as mais baixas taxas da doença nas regiões onde se pratica este tipo de alimentação. Esta espécie de dieta é muito rica em vitaminas, luteína e ácidos gordos Ómega-3. Pelo contrário, entre as populações tradicionais onde se encontra uma adesão fácil à alimentação de confecção rápida, denominada “fast food”, verifica-se um incremento quer das doenças vasculares quer da doença macular ligada à idade. Sampaio da Veiga Médico Oftalmologista Unidade Hospitalar de Bragança 25 Cultura e Lazer Meio hospitalar mais humanizado A quadra natalícia acentuou a aposta do Centro Hospitalar do Nordeste em humanizar as suas instalações, com o apoio da comunidade envolvente, contribuindo assim para melhorar, simultaneamente, o acolhimento aos utentes e a imagem do espaço hospitalar. As paredes brancas, frias e impessoais deixam cada vez mais de estar associadas à ideia de um hospital. Preenchidas com singulares obras de arte, transformam as Unidades de Saúde não só num veículo de expressão e difusão artística, mas também em espaços mais humanizados, agradáveis e receptivos para os utentes, um facto que sobressaiu ainda mais durante a quadra natalícia. As exposições são uma aposta de longa data da Unidade Hospitalar de Mirandela (UHM), nomeadamente no seu átrio principal. Um exemplo é Milay de Nazaré, que veio de Campo de Besteiros, Viseu, expor a sua pintura em porcelana e em tela na Unidade de Mirandela. Natural de Angola, onde viveu durante vinte anos, a artista tem raízes em Freixeda, Mirandela. Começou a pintar ainda na infância, quando percebeu que “tinha jeito”. Agora dedica-se por inteiro à arte, fazendo dela profissão. Tem o seu estúdio de trabalho em Campo de Besteiros, onde também dá aulas de pintura. Outro caso de humanização do meio hospitalar e de envolvência com a comunidade foi a exposição de Natal realizada pelas escolas do 1º Ciclo de Mirandela, que esteve patente ao público, durante o mês de Dezembro e até à data de Reis, no átrio de entrada, Consulta Externa e corredores diversos da Unidade Hospitalar de Mirandela. Os trabalhos dos mais novos contagiaram com o seu espírito natalício e muita alegria tanto os utentes como os profissionais de saúde, dando mais colorido e animação a esta Unidade de Saúde. Esteve também patente ao público na UHM uma colecção de arte decorativa de Elisabete do Carmo, a segunda mostra da artista nesta Unidade Hospitalar, repetindo o sucesso da anterior. 26 As três Unidades foram ainda decoradas com iluminação alusiva à quadra, presépios e árvores de Natal. De destacar, em Macedo de Cavaleiros, o presépio construído com a ajuda de vários alunos do Colégio de Chacim. Em Bragança, o presépio natalício foi feito artesanalmente pelo senhor José Gomes, carpinteiro, e montado com a ajuda dos colaboradores do Serviço de Instalações e Equipamentos desta Unidade. O Centro Hospitalar do Nordeste agradece, assim, a todos aqueles que contribuíram para a realização destas importantes iniciativas. Cultura e Lazer À Av. da Siderurgia Nacional 4745-457 S. Mamede do Coronado - Portugal www.bial.com 27 E-mail: [email protected] Três Unidades ao Serviço da Região Unidade Hospitalar de Bragança Avenida Abade de Baçal 5301-852 Bragança Tel.: 273 310 800 Fax: 273 310 813 [email protected] • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Endocrinologia Estomatologia Gastroenterologia Ginecologia/Obstetrícia Hematologia Medicina Física e de Reabilitação Medicina Interna Nefrologia Neurologia Nutricionismo Oftalmologia Ortopedia Otorrinolaringologia Pediatria Pneumologia Psiquiatria Pedopsiquiatria Psicologia Clínica Urologia Unidade AVC Imagiologia Patologia Clínica Anatomia Patológica Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros Avenida Doutor Urze Pires 5340-263 Macedo de Cavaleiros Tel.: 278 428 200 Fax: 278 428 240 [email protected] Unidade Hospitalar de Mirandela Avenida Nossa Senhora do Amparo 5370-210 Mirandela Tel.: 278 260 500 Fax: 278 265 793 [email protected]