Microsoft Word - 4\272Congresso Brasileiro de Pesquisa

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Microsoft Word - 4\272Congresso Brasileiro de Pesquisa
ANA HELENA MEIRELLES REIS
CLAUDIA WOODS
ETNOGRAFIA DIGITAL: UM ESTUDO OBSERVATÓRIO-INTERATIVO
DO COMPORTAMENTO DAS MULHERES NA INTERNET
Trabalho apresentado no 4º Congresso
Brasileiro de Pesquisa – Mercado,
Opinião e Mídia em 2010.
SÃO PAULO
Março de 2010
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 03
1. EMBASAMENTO TEÓRICO PARA CRIAÇÃO DA
METODOLOGIA DE ETNOGRAFIA DIGITAL ................................................. 04
2. ETNOGRAFIA DIGITAL – DESCRIÇÃO DO PRODUTO ....................................... 07
3. JUSTIFICATIVA PARA O PROJETO PILOTO COM MULHERES
COM RENDA ABAIXO DE 10SM............................................................................. 08
4. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO PILOTO........................................................... 13
5. PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROJETO PILOTO:
O COMPORTAMENTO DE NAVEGAÇÃO .............................................................. 15
6. PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROJETO PILOTO:
O SIGNIFICADO DA VIDA ONLINE PARA AS
MULHERES INVESTIGADAS ................................................................................... 20
7. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 28
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 29
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Trabalho apresentado no 4º Congresso Brasileiro de Pesquisa 2010
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a Internet vem ganhando força no Brasil e no mundo,
tornando-se parte integrante da vida de muitos cidadãos.A porcentagem de
domicílios brasileiros com acesso à Internet mais que dobrou de 2003 a 2008,
chegando a 23,8%; os grandes responsáveis por este crescimento foram
famílias com renda mensal abaixo de 10 salários mínimos. (PNAD, 2008)
Diante dessa tendência de crescimento do acesso ao meio digital, cada vez
mais pessoas estão migrando algumas atividades do cotidiano para o meio
online. Cabe portanto à pesquisa de mercado acompanhar esta evolução,
criando novas metodologias adequadas ao meio online. Surge uma nova área
de investigação, a observação do comportamento do usuário no ambiente
digital, que vem sendo discutida internacionalmente como uma metodologia
eficaz para analisar o comportamento do público na WEB. De acordo com Hine
(2000), ela é, em última instância, uma adaptação da etnografia “tradicional” às
condições sociais atuais em que as pessoas estão também no ambiente online.
Tendo como foco os desafios que essa inclusão digital acelerada provoca na
relação entre as organizações e seus clientes, foi desenvolvida a metodologia
de Etnografia Digital.
É estudo observatório-interativo, que tem como objetivo entender o
comportamento do consumidor na Web, observando sua navegação,
interagindo com ele enquanto está online e coletando informações sobre sua
relação com o ambiente digital, de forma a entender que tipo de mudanças
essa inclusão digital provoca nos usuários da Internet.Para mostrar a força
dessa metodologia, foi desenvolvido um projeto piloto com mulheres, com
renda familiar abaixo de 10SM e usuárias de Internet, visto que esse é o
segmento que tende a ser mais impactado pelo efeito da inclusão digital nos
domicílios.
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1. EMBASAMENTO
TEÓRICO
PARA
CRIAÇÃO
DA
METODOLOGIA DE ETNOGRAFIA DIGITAL
A metodologia de Etnografia Digital surgiu de um desdobramento do conceito
de pesquisa etnográfica e sua aplicação na área de marketing. Alguns autores
discorreram sobre o tema exaustivamente na literatura internacional, entre eles:
Atkinson e Hammersly (1994), Clifford (1998), Elliott e Jankel-Elliott (2003),
Mariampolski (2006).
A dissertação de Pereira (2008) também pode ser considerada uma referência
nessa área, por apresentar um levantamento bibliográfico valioso sobre a
etnografia como ferramenta de pesquisa em marketing e por ter sintetizado seu
significado mais puro:
“A etnografia é considerada uma descrição ‘por dentro’ da sociedade”
(uma vez que o pesquisador convive com o grupo estudado). “Os
pesquisadores buscam sempre olhar além do que é falado, de forma a
entender melhor como o sistema de cultura é criado e compartilhado.”
(PEREIRA, 2008).
Em seu trabalho, Pereira considerou que o maior desafio consiste em adaptar
as técnicas etnográficas tradicionais ao ambiente virtual, uma vez que não se
pode assumir que somente olhando o que acontece no ambiente online se
pode ter uma visão completa dos seus significados sociais.
Dessa extensa discussão metodológica surgiram cinco princípios que norteiam
a metodologia de Etnografia Virtual ou observação em ambiente digital:
1º. A etnografia pode ser usada como ferramenta para verificar como o uso
da Internet se tornou socialmente significante.
2º. A interação do mediador com os pesquisados deve ser tanto física
quanto virtual.
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3º. As possíveis diferenças entre o ambiente virtual e o real devem ser
exploradas e interpretadas.
4º. Ao invés de analisar um Website em específico, a etnografia virtual deve
caracterizar as interações que um determinado grupo de pessoas tem
com vários meios durante um período.
5º. Os pesquisadores imergem na Internet para observar e interagir com os
internautas
A partir da utilização prática desses princípios para a pesquisa social, surgiram
basicamente dois tipos de metodologias de Etnografia Virtual, atualmente
utilizadas em pesquisas mercadológicas:
O primeiro, chamado de etnografia na Internet, considera a reprodução
do ambiente offline no ambiente online, com a criação de blogs ou outras
ferramentas em que as pessoas entram e postam textos, fotos do seu
dia a dia, da sua casa, dos seus produtos, falam sobre suas preferências
etc. Essa é uma maneira bastante eficiente de pesquisa, com diversas
vantagens como: boa relação custo versus benefício e facilidade de
acesso a diferentes públicos. Por outro lado, objeto de estudo não é o
comportamento das pessoas na Internet, ela é somente uma ferramenta.
O segundo é a etnografia da Internet, em que o objeto de estudo é o
ambiente online em si. Nesta abordagem, o comportamento do
consumidor online pressupõe que o ambiente natural é a própria Web,
sendo necessário entender como um determinado grupo interage com
este espaço, diante de uma observação direta de seu momento na
Internet e o que isso afeta sua vida fora da rede. Esta abordagem, ao
contrário da primeira, tem como foco o dia-a-dia das pessoas na
Internet, o uso que fazem do meio e como se relacionam com esse
mundo virtual. (DOMINGUEZ, 2007)
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Esse último caminho metodológico foi o ponto de partida para a caracterização
da Etnografia Digital que, em última instância, é uma adaptação da etnografia
“tradicional” às condições sociais atuais, em que as pessoas estão também no
ambiente online.
Identificando nesse segundo caminho um espaço ainda pouco explorado e
fascinante do ponto de vista da evolução da pesquisa social e sua utilização na
área de marketing, foi criada a técnica de Etnografia Digital, ou seja uma
metodologia para observação e registro do comportamento do consumidor
online .
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2. ETNOGRAFIA DIGITAL – DESCRIÇÃO DO PRODUTO
A Etnografia Digital desenvolvida se baseia em duas ferramentas de trabalho
que atuam concomitantemente:
a. O acompanhamento da navegação, que consiste em um tracking da
rotina online de uma determinada amostra, registrando as URL´s
navegadas durante um período determinado.
Para isso há necessidade da criação de um painel de respondentes
devidamente identificados e a implantação de um plug-in específico
para o tracking.
b. Uma pesquisa exploratória online, utilizando questionários de autopreenchimento e a moderação de uma conversa por meio de chat .
Essa ferramenta qualitativa faz uso de moderadores nas salas de
bate-papo, que seguem um roteiro baseado no comportamento de
navegação dos participantes do painel etnográfico.
Os diferenciais dessa metodologia em relação às técnicas tradicionais de
pesquisa na Web são:
1. Traz para o universo online as ferramentas tradicionais de observação
etnográficas.
2. Integra o poder das métricas com uma leitura qualitativa dos dados.
3. Inverte o olhar do comportamento dos usuários de um site para o
comportamento de um público-alvo em toda a Web.
4. Possibilita análises longitudinais com painéis de consumidores online.
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3. JUSTIFICATIVA
PARA
O
PROJETO
PILOTO
COM
MULHERES COM RENDA ABAIXO DE 10SM
3.1.
O acesso à Internet no Brasil e no mundo
O número de pessoas com acesso à Internet no mundo vem crescendo
substancialmente. Em um período de aproximadamente oito anos e meio, de
janeiro de 2001 a junho de 2009, o aumento do número de pessoas com
acesso à Internet foi de 362%, elevando a penetração total de usuários da Web
dentro da população mundial de 5% a 25%.
Na América Latina, o aumento foi ainda mais expressivo, crescendo 865,7% no
mesmo período e chegando a 30,2% de penetração. Dentro deste universo, o
Brasil está em 9º lugar em termos de crescimento, apresentando um aumento
de 1.250% no período, e em 6º em termos de penetração, com 34% de
usuários. (INTERNET WORLD STATS, 2009)
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(1) (PNAD,
2008), divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro de
2009, apresenta resultados semelhantes. Segundo ela, em 2008, 31% dos
domicílios brasileiros
(2)
dispunham de microcomputador, totalizando 17,9
milhões de lares.
Destes, 76% possuíam acesso à Internet, representando 24% do total de casas
brasileiras, ou seja, 13,7 milhões de lares. Na região Sudeste este número foi
ainda mais significativo, tendo 31% dos domicílios conectados à Internet no
ano passado. O número não considera estabelecimentos comerciais em que as
pessoas podem ter acesso à Internet. (PNAD 2008)
1-A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) é realizada anualmente pelo IBGE por meio de uma amostra
de domicílios por todo o Brasil que explora temas de habitação, rendimento e trabalho, associados a características
demográficas e educacionais. A PNAD 2008 considerou 91.868 pessoas e 150.591 lares, distribuídos nacionalmente.
(PNAD, 2008)
2-Conceituou-se como domicílio o local de moradia, estruturalmente separado e independente, constituído por um ou
mais cômodos”. (PNAD, 2008)
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Figura 1 – Porcentagem de domicílios com microcomputador e
acesso à Internet no Brasil
Fonte: PNAD 2008
3.2.
A participação da classe C na Internet:
Com base nos dados da PNAD (2008), percebe-se também que o segmento
que apresenta o maior crescimento tanto em número de domicílios com
computador quanto
o em número de domicílios com computador e acesso à
Internet é o de quem tem
tem renda familiar mensal de menos de 10 salários
mínimos, como demonstram os gráficos abaixo:
Figura 2 – Total de domicílios com microcomputador
no Brasil por classe de rendimento mensal domiciliar
Fonte: PNAD 2008
Figura 3 – Total de domicílios com microcomputador
Figura
3 – Total
de domicílios
com microcomputador
com acesso
à Internet
no Brasil
por classe de
rendimento mensal domiciliar
com acesso à Internet no Brasil
Bra
por classe de
Fonte: PNAD 2008
Para fazer um paralelo entre renda e classificação social, tomou-se
tomou
como base
a classificação social proposta por Neri (2008) embasada
sada na Pesquisa Mensal
do Emprego, do IBGE,, e o Critério Brasil da ABEP.
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Segundo o critério adotado por Neri, a classe C é composta por domicílios com
renda familiar total entre R$1.064,00 e R$4.591,00. Considerando o salário
mínimo de R$415,00, pode-se dizer que a classe C, com base nos parâmetros
de Marcelo Neri, é composta por domicílios que possuem renda mensal familiar
de 2,5 a 11 salários mínimos aproximadamente.
Segundo o critério Brasil da ABEP revisado em 2008, essa faixa de renda entre
R$1.064,00 e R$4.591,00 engloba a Classe C e B.
De forma a conciliar essas duas formas de classificação das famílias com
renda abaixo de 10SM, o estudo focou na classe B2/C pelo critério ABEP, que
corresponde ao critério de classe C de Marcelo Neri.
3.3.
As mudanças que a inclusão digital pode representar no cotidiano
das mulheres com renda familiar abaixo de 10SM
A constatação do crescimento do uso da Internet nos domicílios com renda
abaixo de 10SM leva, sem dúvida, a imaginar que essa maior disponibilidade
de acesso esteja gerando a inclusão não somente dos jovens desses
domicílios, mas também dos adultos e mais especialmente das mulheres.
Do ponto de vista da investigação, as mudanças que esse acesso ao meio
digital no domicílio pode estar provocando nas relações entre essas famílias e
sua vida offline são extremamente instigantes.
Pouco se conhece a respeito do impacto da vida online sobre o comportamento
desse segmento da população, e menos ainda se esse público for constituído
de mulheres, donas-de-casa.
Inúmeras perguntas foram surgindo á medida em que nos propusemos a
estudar o comportamento desse segmento da sociedade na Internet.
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Algumas delas necessitavam de uma observação com registro, ou seja, de
uma métrica de navegação para se obter um dado objetivo e confiável:
Por onde navegam, o que acessam, com que freqüência e em que
momentos do dia?
Qual o peso que cada tipo de atividade na Internet tem no perfil de
navegação dessas mulheres, por ex: usam mais a Internet para entrar
em sites de relacionamento ou entrar em sites de lojas virtuais?
Outras dependiam de uma interação online, de forma a captar atitudes,
comportamentos e motivações que explicassem o comportamento observado
nas métricas:
O que significa para uma dona de casa com esse perfil de renda familiar,
acostumada a correr de loja em loja em busca dos melhores preços, a
possibilidade de pesquisar na Internet?
Que tipo de mudanças o uso da Internet provocou na sua relação com a
televisão e os outros meios de comunicação e entretenimento?
O que representa para ela poder dar sua opinião sobre o que gosta ou
não gosta nos produtos que consome, nas empresas e marcas com
quem se relaciona?
Como aproveita a possibilidade de trocar experiências, obter dicas e
conselhos via blogs criados para dialogar com o internauta?
Será que ela se aventura em busca de facilidades como checar os
saldos bancários, fazer compras, confiando que esse meio é seguro?
Como se sente entrando nas redes sociais, tendo a possibilidade de
conversar com pessoas que conhecem pessoalmente mas estão
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distantes, os amigos de todo o dia e aqueles novos amigos virtuais? Que
tipo de mudanças isso causa no seu relacionamento pessoal e familiar?
E os novos conhecimentos que adquire? Por onde navega à procura de
melhores oportunidades de vida?
O projeto piloto de Etnografia Digital foi concebido para demonstrar a eficácia
dessa metodologia para trazer respostas a esse tipo de questionamentos.
Além disso, ao responder a essas questões, contribui também para divulgar um
conhecimento que é da maior importância para todos aqueles que produzem,
comercializam e se comunicam com esse importante segmento do mercado
brasileiro, que é representado pela população com renda abaixo de 10SM.
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4. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO PILOTO
O público do projeto piloto foi composto por 50 mulheres donas-de-casa, de 25
a 49 anos, de nível sócio-econômico B2/C (critério Brasil-Abep), residentes em
São Paulo capital e usuárias de Internet em SUS domicílios.
O comportamento de navegação das participantes foi registrado pelo período
de 11 dias, entre os dias 16 e 27 de dezembro de 2010.
Durante esse período, as participantes responderam diariamente a um
questionário online. Para cada dia foi escolhida uma temática, e ao final foram
reservados 2 dias para o chat.
As participantes do painel receberam um código de acesso e senha específicos
para se logar durante o período da pesquisa, de forma a que se pudesse
trackear seu uso do meio, sem a interferência da navegação de outras pessoas
da família.
4.1.
Principais métricas registradas:
− Páginas visitadas, temas buscados.
− Ferramentas utilizadas.
− Categorias de sites mais visitadas e dentro de cada categoria quais os
sites mais acessados.
− Frequência, tempo de navegação e horários de conexão.
4.2.
Temas explorados no questionário e aprofundados no chat:
Relação da Internet com:
− Perfil de Acesso : para que usam, sites que acessam, o que fazem
− Cotidiano– relação com o ambiente online e influências na vida offline
− Entretenimento – envolvimento com vídeos/filmes, passa-tempo,
divertimento, acesso ao email
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− Interatividade – compartilhamento de fotos/vídeos/matérias/mensagens,
criação do próprio blog
− Socialização – criação de novos amigos, conversa com amigos,
participação de comunidades
− Expressão – forma de expressão, autenticidade, exposição da própria
opinião, com relação a produtos/marcas/serviços
− Informação – aumento de conhecimentos, pesquisas, noticias
− Economia - compra, comparação de preços antes de comprar, busca por
ofertas
− Conveniência – poupa-tempo, resolução de problemas, busca por
informações, operações bancárias
− Publicidade – atitude e comportamento em relação à propaganda,
banners, promoções online
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5. PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROJETO PILOTO: O
COMPORTAMENTO DE NAVEGAÇÃO
Para entender a relação do público-alvo do estudo com a Internet é importante
primeiro caracterizar seu perfil de acesso.
5.1.
Como e quando se conectam, e por quanto tempo permanecem na
Internet
− Quase 70% da amostra já usa a Internet há mais de 5 anos
− Navegam um pouco mais à tarde do que à noite: 58% dos acessos foi
feito entre 12 e 18hs e 42% entre 18 e 24hs.
− Durante os 11 dias foram feitos 84.700 acessos a 168 diferentes URLs
− 40% da amostra fica mais de 2hs por dia na Internet, e 83% se conecta
todos os dias.
5.2.
Tipo de uso que fazem da Internet
A partir dos resultados das métricas observadas, os diferentes usos do meio
foram classificados em 5 grandes categorias: Relacionamento, Informação
Entretenimento, Compras e Serviços
O maior uso da Internet é para relacionamento, o que indica que para os novos
entrantes a Internet já é uma forma de integração social mais do que de busca
de informações, apesar desse último estar entre os maiores benefícios
identificados pelas usuárias.
Importante notar o potencial de crescimento do uso da Internet para
entretenimento, com um avanço da migração de tempo dedicado a diversos
meios offline para online. As compras online já ocupam um espaço visível na
vida dessas internautas, bem como o uso de serviços pela Internet já aparece,
mesmo que timidamente, na rotina de navegação.
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Usos que fazem da internet % de acesso a cada categoria de site
6%
2%
10%
relacionamento
44%
informação
entretenimento
compras
38%
serviços
Base= 50 casos
5.3.
Relacionamento::
As Redes Sociais
ciais ocupam o maior espaço de entretenimento observado,
respondendo por 94%
% dos acessos nessa categoria,
categoria, sendo o Orkut o site
si mais
acessado,, seguido de Gravatar e Imvu, esse último um mundo virtual de
criação de looks em 3D.
Sites mais acessados
www.orkut.com
Redes Sociais www.gravatar.com
www.imvu.com
http://talkgadget.google.com
Chats http://batepapo.uol.com.br:
http://batepapo.ig.com.br
http:// joangelblog.blogspot.com
Blogs http:// simonefan.net
http: epocateen.blogspot.com
http://
N= 50 casos
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5.4.
Informação:
Os buscadores correspondem 57% dos acessos em busca de informações. Os
do Google são os mais acessados, mas aparece com boa presença o Buscapé.
Somente 34% dos acessos são para enviar ou receber e-mails, confirmando a
força dos contatos imediatos via redes sociais pelos novos entrantes na Web.
Além dos portais da Globo, Yahoo e Uol, entre as fontes de informação
aparecem, mesmo que timidamente, os jornais online e as revistas, dando
sinais do envolvimento das mulheres com uma maior facilidade de leitura.
Sites mais acessados
www.google.com.br
Buscador www.google.com
www.buscape.com.br
http://mail.ig.com.br
Email https://mail.google.com
http://mail.live.com
www.globo.com
Portal www.yahoo.com
www.uol.com
http://bebe.abril.com.br
N= 50 casos
5.5.
Jornais, http://entretenimento.r7.com
revistas http://corpoacorpo.uol.com.br
Entretenimento
Games e sites de entretenimento aparecem com 8% dos acessos, mas com
diferentes endereços que incluem desde canais de TV e Rádio até o
Y8.com, um site de jogos internacional.
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Sites mais acessados
www.youtube.com
Vídeos, Fotos http://photobucket.com
http://picasaweb.google.com
www.y8.com
Games www.jogosdemenina.com.br
http://papajogos.uol.com.br
TV, rádio, http://afazenda.r7.com
cinema www.radio.uol.com.br
http://viveravida.globo.com
5.6.
Compras:
A participação de compras na rotina das usuárias de Internet de classe C ainda
é básica, mas já aponta para uma entrada em sites tanto de lojas virtuais tipo
Submarino e Mercado Livre como em sites de magazines como Casas Bahia.
Destaca-se também a procura por ofertas e promoções em sites de marcas
como Unilever e Melissa, o que demonstra o potencial de crescimento dessa
atividade entre esse segmento.
Sites mais acessados
http://www.submarino.com.br
Loja Virtual http://www.shoptime.com.br
https://www.ultrafarma.com.br
https://www.mercadolibre.com
Magazine http://www2.extra.com.br
https://www.casasbahia.com.br
http://www.walmart.com.br
Oferta e http://www1.unilever80anos.com.br
promoção https://www.lojamelissa.com.br
http://www2.boticario.com.br
Base= 50 casos
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5.7.
Serviços:
Quatro atividades de serviços aparecem nas métricas: entrada em sites de
emprego, sites de bancos, sites de serviços do governo e Sacs . O
aparecimento de sites de emprego foi um dos aspectos mais interessantes
dessa observação e representa uma novidade na vida dessas pessoas, que foi
posteriormente discutida no Chat.
Sites mais acessados
www.google.com.br
Emprego www.google.com
www.buscape.com.br
http://mail.ig.com.br
Internet https://mail.google.com
banking http://mail.live.com
www.globo.com
Serviços do www.yahoo.com
governo www.uol.com
http://bebe.abril.com.br
SACs http://entretenimento.r7.com
http://corpoacorpo.uol.com.br
Base= 50 casos
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6. PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROJETO PILOTO: O SIGNIFICADO DA
VIDA ONLINE PARA AS MULHERES INVESTIGADAS
6.1.
A entrada no universo online
Para 42% das mulheres investigadas a entrada no universo online se deu por
um desejo de se sentir “por dentro”, de acompanhar os outros; 32% sentiu
necessidade de ter acesso à Internet em casa por questões de trabalho
A principal motivação declarada para o uso quase diário da Internet é se
informar, conhecer coisas novas. Pela própria análise da navegação, porém,
fica claro que o objetivo de relacionamento social é muito mais presente no dia
a dia do que a informação.
Mas sem dúvida, independente do quanto essas mulheres navegam na Internet
em busca de novos conhecimentos, a sensação que tem é de que estão mais
globalizadas – 78% delas concorda totalmente com essa afirmação.
Além disso, se sentem mais autênticas, mais confiantes para dar suas
opiniões. Acima de 40% delas acreditam que a Internet confere identidade, dá
a oportunidade a elas de serem como gostam de ser.
Mais de 1/3 considera a Internet uma ótima companhia, um passatempo melhor
que a televisão. Além disso, se sentem muito mais práticas quando utilizam o
meio online, chegando 15% delas a declarar que se sentem inclusive mais
inteligentes.
Reflexo da própria observação da navegação, 26% das mulheres investigadas
se sentem totalmente seguras para fazer compras pela Internet.
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Os dados a seguir foram
oram obtidos a partir de uma pergunta de concordância
concord
em
escala de 5 pontos para cada uma das afirmações.
afirmaç
Os números
úmeros da tabela se
referem ao
o percentual de respondentes que concordou totalmente com
c
a
afirmação.
A internet me faz sentir mais globalizada
79
Na internet posso dar minha opinião de…
54
Não ter email é como não ter uma…
43
Na internet eu posso ser quem eu quero
41
A internet é um melhor passatempo do…
41
Me sinto uma pessoa muito mais pratica…
38
A internet é uma ótima companhia
30
Me sinto totalmente segura de fazer…
Eu me sinto mais inteligente na internet
26
15
Base= 50 casos
6.2.
As mudanças na vida offline
A experiência com o meio online vem repercutindo em mudanças no tempo
gasto com outras atividades.
A praticidade de poder pesquisar preços, se informar sobre endereços,
conhecer produtos novos, tudo isso faz com que a dona-de-casa
dona
casa investigada
sinta que tem mais tempo para conversar
conversar com a família e os amigos e de ir às
compras.
Por outro lado, estar na Internet fez com que elas diminuíssem o tempo gasto
com a leitura de jornais e revistas, pois transferem essa leitura para o meio
online.. Também sentem que diminuíram o tempo frente à TV, ouvindo música
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pelo rádio e conversando pelo telefone, ou seja, o tempo dedicado a outros
meios como formas de entretenimento.
− 60% dessas mulheres declara também que diminuiu o tempo de
pesquisar preços nas lojas depois que passou a usar a Internet.
% de respondentes que declara ter diminuido o
tempo gasto com essas atividades offline
66%
Ler revistas, jornais, livros
Assistir televisão
61%
Pesquisar preços nas lojas
60%
Conversar pelo telefone
Ouvir música pelo rádio
57%
54%
Base= 50 casos
6.3.
As portas abertas para o relacionamento social
A participação em redes sociais é uma atividade presente na maioria quase
que absoluta das internautas investigadas:
− 86% delas participam de alguma rede social, principalmente do Orkut, e
40% tem entre 50 e 100 amigos virtuais
− 23% delas já criou pelo menos uma comunidade
“Vejo como um passatempo, mas isso não quer dizer que vivo na solidão.”
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“No Orkut encontramos amigos de escola e podemos por lá bater um papo, se
comunicar com facilidade e também lá sabemos das novidades das pessoas
que não vemos há tempo...”
Participar de redes sociais envolve uma sensação de acolhimento, de
participação da comunidade da Web e também de jovialidade, de se aventurar
num universo até então somente destinado aos jovens
Abre também as portas para a ampliação dos relacionamentos sociais, mesmo
que eles sejam apenas virtuais
% de respondentes que concorda totalmente com
cada uma dessas afirmações
Participar de uma rede social ajuda a
conhecer novas pessoas
62%
Quando você participa de uma rede
social na Internet se sente mais
jovem, mais antenada
Ter muitos amigos virtuais é sinal de
que a pessoa é muito querida, mesmo
que ela nem conheça essas pessoas
41%
10%
Base= 50 casos
6.4.
O momento de entretenimento da mulher na Internet
60% das entrevistadas concordam que na Internet podem escolher o que ver
ou fazer sem que ninguém de palpite. Percebe-se que a partir do momento em
que as mulheres se familiarizam com a Internet se tornam usuárias ativas,
interagindo com o meio com uma desenvoltura difícil de imaginar.
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− 32% jogam em sites de games ou entram em sites de entretenimento
− 45% entram no YouTube, tanto para assistir como para adicionar vídeos
− 47% não tem seu próprio blog mas gostaria de ter
− 56% costuma colocar suas fotos em redes sociais
Isso se confirma pelas métricas observadas, que apontam para o acesso a
sites de entretenimento muitas vezes em língua estrangeira, pois mesmo que a
maioria não domine outro idioma, assim como as crianças da geração digital
elas estão se aventurando sem medo no novo universo online.
“As redes sociais falam muito de moda, comportamento, etiqueta e coisas que
a gente normalmente não no padrão de vida que vivemos; essa é minha
principal motivação.”
“Sigo pessoas que tenho contato, celebridades que eu acho interessante e
também posto alguma novidade que eu queira compartilhar. Compartilho o meu
humor na maioria das vezes... mas também alguma reportagem interessante,
algo engraçado que tenha visto.”
6.5.
O espaço para opiniões e a participação das internautas na Web 2.0
Dar opinião, entrar no SAC das empresas via Web, visitar as páginas de uma
marca à procura de informações e interagir sem medo com os conteúdos
colocados na Internet parece já faz parte do dia da dia das donas-de-casa
investigadas.
− 63% delas já entraram várias vezes em sites de empresas, produtos e
marcas, principalmente para buscar informações
− 40% acessam varias vezes o SAC
− 12% participam ou já participou de fóruns ou comunidades a favor ou
contra alguma marca
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Mas sua participação não se limita a opiniões e troca de informações. As
donas-de-casa investigadas percebem na Web uma oportunidade de entrar em
contato com o que as empresas oferecem, e estão atentas a propagandas,
promoções e ofertas
− 55% lembram de alguma propaganda ou banner que viu na Internet
− 32% já participaram de alguma promoção online
6.6.
O caminho aberto para compras online e o uso do Internet banking
A experiência com compras pela Internet já é uma realidade.
− Praticamente 2/3 das mulheres amostradas entram na Internet para
pesquisar preços
− 25% delas afirmam que não somente pesquisam pela Internet mas
também efetuam a compra,
− 20% declaram que compra frequentemente, 50% de vez em quando
A declaração das entrevistadas se confirma pela observação das navegação,
pois somente considerando os 11 dias de medição 6% dos acessos foram
para sites de compras online.
“Comprei um tanquinho para mamãe e uma panela elétrica.”
“Pois agora no orkut tem pessoas que vendem roupas, sapatos direto da loja.”
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“ Elas colocam as fotos dos produtos, você deixa recado na foto dizendo que
você gostou e ai você combina a forma de pagamento e calcula o frete, faz o
pagamento e ela te envia o produto. (...) as pessoas que já fizeram compra
com elas sempre deixa recados indicando. “
Fazer compras pela Internet, para essas mulheres, é um sinal de modernidade
e de inteligência. Elas são abertas a realizar esse tipo de transação, e a maior
restrição ainda é não poder ver/analisar bem o produto e ter que pagar com
cartão de crédito.
Mas além de entrarem em sites de compras de produtos novos, procuram
também em sites de compra e venda produtos usados
A entrada nos sites de bancos para realizar operações ainda é timida, mas o
fato de já aparecer na navegação como um dos serviços que acessam é um
indicativo do potencial desse serviço.
− 12% entram regularmente, mas 49% já entraram algumas vezes, a
maioria para consultar saldos
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6.7.
A Web como uma fonte de informações e caminho de progresso
pessoal e profissional
A abertura para o universo online claramente traz para a vida das mulheres
novas fontes de conhecimento da vida offline e oportunidades de crescer tanto
pessoal como profissionalmente.
Isso pode ser observado pelo uso que fazem do meio para procurar
informações úteis para o seu cotidiano.
− 93% acha que com a Internet ficou mais rápido saber o que acontece na
cidade e no mundo
− 98% acha que ficou mais fácil saber endereços de lojas e telefones de
empresas
“Basicamente a vida se torna mais prática, é uma comodidade. Você consegue
em muito menos tempo realizar pesquisas, sejam elas para comprar, estudar
ou trabalhar. Para compras então existe um infinidades de lojas. É muito mais
fácil saber onde se encontra algo, qual o valor, em poucos minutos.”
A entrada na Web também foi importante também para conhecer novas
oportunidades de lazer e entretenimento sem ter que pagar mais por isso.
− .48% lê algumas vezes por semana os jornais online.
−
12% declaram ler alguma revista online
Mas o que parece também estar modificando a vida dessas novas internautas
é a percepção de que a Internet também é um caminho para procurar emprego,
uma nova carreira ou outra forma de ganhar dinheiro.
− 86% já buscaram informações sobre cursos e escolas
− 52% já procuraram emprego várias vezes pela Internet, sendo que 60%
considera que a Internet abriu a elas novas possibilidades de trabalho
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7. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos com o projeto piloto demonstram a força e o potencial
dessa nova metodologia de Etnografia Digital para a medição e entendimento
do comportamento de usuários de Internet.
A união das duas técnicas – a métrica da navegação e a interação com as
internautas em tempo real - trouxe para o universo online a possibilidade de
captar e entender o comportamento de um determinado segmento em seu
ambiente natural, preservando a riqueza da metodologia etnográfica.
A escolha do público para o projeto piloto, por sua vez, contribuiu não somente
com importantes informações sobre o segmento que mais cresce em termos de
inclusão no meio digital, como também para mostrar tendências de
comportamento a serem mais profundamente investigadas daqui para frente.
Finalmente, é importante ressaltar que a Etnografia Digital permite adaptações
para qualquer perfil de internautas, sejam eles buscados nas comunidade da
Web ou nos próprios sites das empresas, de forma a montar painéis que
atendam aos mais diversos objetivos e questionamentos de quem tem
necessidade de informações sobre esse meio, que vem mudando claramente o
comportamento do consumidor no Brasil e no mundo.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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