anexo 1 - SACI

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anexo 1 - SACI
Após nove anos de viagem, sonda chega a Plutão
Folha de São Paulo - 15/07/2015 02:03:00 | Neutra | Notícia
SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A humanidade chegou a Plutão. Não pessoalmente, mas representada por uma sonda não tripulada, após nove anos e
meio de viagem.
Na manhã de desta terça (14), a espaçonave americana New Horizons passou a meros 12,5 mil km da superfície
daquele pequeno mundo, residente na periferia do Sistema Solar –uma região até hoje totalmente inexplorada. Veja as
respostas do blog Mensageiro Sideral para principais perguntas sobre Plutão.
William Mur/Editoria de Arte/Folhapress
Logo após a aproximação máxima, Alan Stern, o cientista-chefe da missão, apresentou a melhor imagem colhida pela
sonda no dia anterior.
A resolução já era mil vezes maior que a possível com o Telescópio Espacial Hubble e arrancou aplausos da plateia
reunida no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland, nos EUA.
A imagem –acompanhada mais tarde por versões com cores exageradas– revelou toda a complexidade de Plutão e de
sua maior lua, Caronte. Um prato cheio para os cientistas.
O melhor, contudo, ainda está por vir, conforme a espaçonave começar a transmitir os primeiros dados colhidos
durante a passagem próxima.
No sobrevoo em si, a sonda estava ocupada fazendo todo tipo de medição e fotografia, o que a impedia de manter
contato de rádio com o planeta Terra.
O silêncio forçado, obviamente, causou apreensão. "Sempre falamos da espaçonave como se fosse uma criança, uma
adolescente", disse Alice Bowman, a gerente de operações da missão. "O sentimento é uma mistura de nervosismo e
orgulho ao mesmo tempo."
O TAMANHO
Algumas coisas já puderam ser determinadas logo de cara. A primeira é o tamanho exato de Plutão –algo que é alvo
de discussões há décadas. Ele tem 2.370 km de diâmetro, um pouco mais do que se imaginava.
A medida devolveu a ele de forma definitiva o título de "rei" do cinturão de Kuiper –conjunto de objetos localizado além
da órbita de Netuno.
Éris, o principal concorrente, é um pouquinho menor –2.326 km. Mas tem mais massa, o que ajuda a evidenciar a
variedade e a riqueza científica dessa população distante de objetos, cuja exploração acaba de começar.
Curiosamente, foi a descoberta de Éris, em 2005, que motivou a iniciativa da União Astronômica Internacional de criar
uma definição oficial de planeta, no ano seguinte.
Editoria de Arte/Folhapress
www.clipping-e.com - Página 1/2
Os critérios adotados em 2006 determinam que, para ser planeta, é preciso limpar a região da sua órbita. Como Plutão
tem muitos companheiros no cinturão, ele acabou caindo para a segunda divisão –a dos planetas anões.
Stern é um dos que até hoje não engoliram a decisão dos astrônomos. Ao mostrar a primeira imagem, nesta terça (14),
disse, provocativo: "Que tal uma salva de palmas para esse bonito planeta?"
Até o físico britânico Stephen Hawking gravou uma mensagem de congratulações à equipe da sonda.
MUNDO DINÂMICO
Seja qual for a definição empregada, como um mundo complexo, Plutão não decepcionou.
Os cientistas encontraram evidências de que neva por lá –é tão frio que partes da atmosfera de nitrogênio congelam e
caem como pequenos flocos pela superfície.
A presença da atmosfera talvez explique a principal diferença entre Plutão e a sua lua Caronte.
"Com os ciclos de estações, o material é transportado de um hemisfério para outro e fica exposto na superfície", diz
Felipe Braga-Ribas, astrônomo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que estuda objetos do
cinturão de Kuiper e participou do estudo que mediu o tamanho de Éris.
"Caronte já perdeu esses gases há muito tempo", completa o brasileiro. Ainda assim, a lua tem complexidade
considerável em sua superfície. "As imagens mostram bem que, apesar de estarem num lugar remoto, [esses mundos]
não estão 'mortos'."
NOVAS SURPRESAS
Os pesquisadores também veem evidências de tectonismo, tanto no planeta anão como na lua, mas preferiram não
especular mais sobre o assunto com dados ainda tão preliminares.
E essa é a tônica no momento. Com o fim do sobrevoo, termina uma aventura de engenharia e começa uma jornada
científica.
Às 21h53 (horário de Brasília) desta terça (14), chegou à Terra o sinal da sonda dizendo que tudo está OK. Gigabytes
de dados novos serão transmitidos nos próximos 16 meses, a um ritmo modorrento de internet discada, enquanto os
pesquisadores buscarão, como brincou Stern, "escrever o livro didático sobre Plutão", um mundo sobre o qual, até
agora, não sabíamos quase nada.
Enquanto isso, a Nasa estuda direcioná-la para outro objeto do cinturão de Kuiper, antes de sua saída definitiva do
Sistema Solar.
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