Angola_Herp_Survey_May2012-PORTUGUESE

Transcrição

Angola_Herp_Survey_May2012-PORTUGUESE
A HERPETOFAUNA DA ZONA DE CAPTAÇÃO DO RIO
CUBANGO-OKAVANGO
Um relatório sobre uma pesquisa rápida da
biodiversidade realizada em Maio de 2012
Preparado por
Werner Conradie (M. Env. Sc)*
Ciêntista do Museu Natural - Herpetólogo
Museu de Port Elizabeth (Bayworld)
P.O.Box 13147
Humewood
Port Elizabeth
6013
Tel: +27 (41) 5840 650
Fax: +27 (41) 5840 661
E-mail: [email protected]
* O Werner Conradie tem um Mestrado em Ciências Ambientais (M.Env.Sc), especializandose em Herpetologia e Zoologia em geral, com 8 anos de experiência neste campo
Conteúdo
1.
Antecedentes ................................................................................... Error! Bookmark not defined.
2.
Área de Estudo ................................................................................. Error! Bookmark not defined.
3.
Métodos .......................................................................................................................................... 3
4.
Listas de espécies de anfíbios e répteis .......................................................................................... 3
5.
Resultados ....................................................................................................................................... 8
5.1
bacia do Rio Cubango ............................................................................................................ 9
5.2
bacia do Rio Cuito ................................................................................................................ 10
5.3
Descobertas importantes..................................................................................................... 10
6.
Conclusão ...................................................................................................................................... 12
7.
Reconhecimentos............................................................................. Error! Bookmark not defined.
8.
Referências.................................................................................................................................... 13
Anexo A: Fotos de anfíbios importantes............................................................................................... 15
Anexo B: Fotos de répteis importantes ................................................................................................ 16
Anexo C: Fotos de novos registos ......................................................................................................... 17
1
1. ANTECEDENTES
A herpetofauna de Angola permanence uma das mais fracamente documentadas no
continente Africano. A única síntese data do século 19 (Bocage 1895) encontrando-se agora
bastante desactualizado. Devido à longa guerra civil, as pesquisas modernas sobre a
biodiversidade no país estão somente agora a ser realizadas, (ex. Huntley 2009 & 2011) e
grandes áreas do país nunca foram de facto pesquisadas. A maior parte dos relatórios
anteriores sobre a herpetofauna do país foram restritos às regiões a oeste ou a sul, ex.
Boulenger (1905), Monard (1931, 1937), Schmidt (1933), Parker (1936), Mertens (1938),
Bogert (1940), Hellmich (1957a,b), FitzSimons (1959), Branch & McCartney (1992) e Poynton
& Haacke (1993). Uma excepção ao descaso regional da herpetofauna do noroeste de
Angola é uma série de relatórios realizados por Laurent (1950, 1954, & 1964), baseados
sobre as colecções no Museu do Dundo. Nenhumas pesquisas formais foram realizadas nas
zonas de captação do rio Cubango-Okavango, excepto algumas amostras aleatórias
reportadas pelo Bocage (1889), Monrad (1930, 1937), Laurent (1964) e Branch & McCartney
(1992).
O número de répteis e anfíbios está mundialmente em declínio devido a perda de
habitat e da degradação, espécies exóticas invasoras, poluição ambiental, doênças, uso
insustentável e alterações climáticas globais (Gibbons et al. 2000). Tambem já foi
demonstrado que acções de gestão dentro das áreas protegidas poderá afectar a ecologia
herpetofaunal (Measey et al. 2009, Russel et al. 1999). O registo da informação de base da
biodiversidade sobre estes grupos é assim um componente crítico da gestão de conservação
de áreas protegidas. Estes dados ajudam no apoio de tomada de decisão informada,
medição da eficácia da gestão de conservação, e forma as bases de referência para a
medição do efeito das alterações climáticas globais. (Kessler et al. 2011).
2. ÁREA DE ESTUDO
O âmbito geográfico da pesquisa é definida pelo divisor de águas da bacia hidrográfica do
Cubango-Okavango. A área consiste em dois sistemas fluviais principais: os rios Cubango e o
Cuito, ambos a escoarem para leste para o Delta do Okavango. O Rio Cubango e seus
tributários ficam a oeste da bacia que é constituído por afloramentos graníticos e
caracterizado por uma série de cachoeiras e algumas quedas de água em alguns locais. O Rio
Cuito e seus tributários para o lado este da bacia são caracterizados pelas areias do Kalahari
e grandes rios de caudal lento que agem como uma “esponja”, libertando a água
vagarosamente para o sistema. A topografia a leste é bastante plana com terrenos isolados
mais elevados para o norte. A vegetação é savana aberta de floresta. O solo é
extremamente arenoso, com nenhumas pedras ou afloramentos rochosos.
2
Figura 1. Locais de amostragem durante a pesquisa de Maio de 2012.
3. MÉTODOS
A actual pesquisa herpetológica foi realizado por Werner Conradie, que trabalha no Museu
de Port Elizabeth (Bayworld), na África do Sul. Espécimes oportunistas tambem foram
recolhidas por outros membros da equipe de pesquisa, particularmente durante a pesquisa
da ictiofauna (Roger Bills and Paul Skelton). Devido às condições climáticas das noites
relativamente frescas e secas e à falta de movimento de répteis, não foram empregues
nenhumas ratoeiras e maior parte das recolhas foram realizadas por meio de busca áctiva. A
pesquisa do canto dos anfíbios foi realizada por meio de um aparelho de gravação digital
Nagra ARES-ML digital recording device e um microfone Sony F-V4T. Foi consultada a
seguinte literatura a fim de compilar os registos históricos para a área de estudo: Monrad
(1937), Laurent (1964), Poynton & Haacke (1993), e Branch & McCartney (1998). As
colecções de espécimes foram depositadas no Museu de Port Elizabeth (África do Sul) e no
Instituto de Biodiversidade Aquática da África do Sul (África do Sul) e uma colecção
representativa será devolvida a Angola.
4. LISTAS DE ESPÉCIES DE ANFÍBIOS E RÉPTEIS
As seguintes são listas de espécies actualizadas para anfíbios e répteis baseado nos registos
históricos bem como nos dados desta nova pesquisa dentro dos limítes geográficos da bacia
hidrográfica da parte Angolana do Rio Cubango-Okavango. As categorias da “Lista
3
Vermelha” da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) são: NE = Não
Avaliado, DD = Deficiência nos Dados e LC = Menor Preocupação. Tipo de amostra: V =
Comprovante, A = Auditivo, T = Girino, O = Observação, L = Registo da Literatura.
ANFÍBIOS
ARTHROLEPTIDAE
Leptopelis
anchietae
Rã de árvore Anchieta*
T
LC
Monrad 1937
adspersus
Rã da chuva comum
L
LC
Monrad 1937
Amietophrynus
funereus
Sapo Angolano
L
LC
Monrad 1937
Amietophrynus
gutturalis
Sapo Guttural*
V
LC
Amietophrynus
lemairii
Sapo de Lemaire*
V, T
LC
Amietophrynus
maculatus
Sapo de costas chatas*
V
LC
Hyperolius
angolensis complex
Rã de caniço Angolana*
V, A, T, L
LC
Ahl 1931; Monrad 1937;
Poynton & Haacke 1993
Hyperolius
benguellensis
Rã de caniço de Benguella*
V, A, T, L
LC
Monrad 1937
Hyperolius
nasutus
Rã de caniço de focinho
pontiagudo*
V, A, T, L
LC
Monrad 1937
Hyperolius
seabrai
Rã de caniço Quilombo
L
DD
Monrad 1937
Hyperolius
cinereus
Rã de caniço Ashy*
V, A, T
DD
Kassina
kuvangensis
Kuvangu Kassina*
T, L
LC
Kassina
senegalensis
Bubbling Kassina*
T
LC
marmoratus
Rã listrada de focinho de pá
L
LC
BREVICIPTIDAE
Breviceps
BUFONIDAE
HYPEROLIIDAE
Monrad 1933, 1937
HEMISOTIDAE
Hemisus
Monard 1937
PHRYNOBATRACHIDAE
Phrynobatrachus
mababiensis
Rã de charco anã*
V, T
LC
Phrynobatrachus
natalensis
Rã de charco que ronca*
V, T, L
LC
Monrad 1937
Hildebrandtia
ornatissima
Rã Ornate de Angola
L
DD
Monrad 1937
Ptychadena
bunoderma
Rã de capim grosso
L
LC
Monrad 1937
Ptychadena
mascareniensis
Rã de capim Mascarene*
V, L
LC
Monrad 1937
Ptychadena
keilingi
Rã de capim Dala
L
LC
Monrad 1937
Ptychadena
oxyrhynchus
Rã de capim de focinho
pontiagudo*
V, A, T, L
LC
Monrad 1937
Ptychadena
subpunctata
Rã de capim de barriga
salpicada *
V, A, T
LC
Ptychadena
uzungwensis
Rã de capim Udzungwa
L
LC
Ptychadena
taenioscelis
Rã de capim anã*
V, A, T
LC
petersi
Rã com garras de Peter*
V, T, L
LC
Monrad 1937
angolensis
Rã de rio comum*
V, A, T, L
LC
Monrad 1937
PTYCHADENIDAE
Laurent 1964
PIPIDAE
Xenopus
PYXICEPHALIDAE
Amietia
4
Tomopterna
tubercolosa
Rã-de-areia*
V, T, L
LC
Monrad 1937
darlingi
Sapo de costas douradas*
T, L
LC
Monrad 1937
RANIDAE
Hylarana
* amostrado durante esta pesquisa
Total = 28 (20*)
5
RÉPTEIS
ORDEM: SQUAMATA
COLUBRIDAE
Crotaphopeltis
hotamboeia
Cobra-da-boca-branca Herald*
V, L
NE
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Dasypeltis
scabra scabra
Comedora-de-ovos-Africana
L
NE
Monard 1937
Dipsadoboa
shervei shervei
Cobra-de-árvore-de-Sherve
L
NE
Loveridge 1932
Dispholidus
typus punctatus
Cobra-de-árvore
L
NE
Monard 1937; Bocage
1895; Branch & McCartney
1992
Limnophis
bicolour
Cobra-de-pântano-bi-colorida
L
NE
Monard 1937
Philothamnus
semivariegatus
Cobra-de-mata-manchada
L
NE
Monard 1937
Philothamnus
heterolepidotus
Cobra-verde-delgada
L
NE
Monard 1937
Philothamnus
irregularis
Cobra-verde-da-mata-do-norte
L
NE
Monard 1937
Philothamnus
ornatus
Cobra-verde-de-Ornate*
V
NE
Thelotornis
capensis oatsei
Cobra-de-vinha-do-oeste
L
NE
Monard 1937
Elapsoidea
guntherii
Cobra-de-liga-de-Gunther
L
NE
Bocage 1895
Naja
anchietae
Cobra-de-Anchieta
L
NE
Monrad 1937
Naja
melanoleuca
Cobra-da-floresta
L
NE
Bocage 1895
Naja
nigrocollis
Cobra-cuspideira-de-pescoço
negro
L
NE
Monrad 1937
Aparallactus
capensis
Comedora-de-centopéias-do
Cabo
L
NE
Branch & McCartney 1992
Boaedon
lineatus
Cobra-de-casa-listrada
L
NE
Monard 1937
Gonionotophis
capensis
Cobra-lima-do-Cabo
L
NE
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Lycophidion
capense capense
Cobra-lobo-do-Cabo
L
NE
Bocage 1895
Lycophidion
multimaculatum
Cobra-lobo-manchada
L
NE
Branch & McCartney 1992
Prosymna
ambigua ambigua
Cobra-de-focinho-de-pá-da
África
L
NE
Monard 1937
Psammophis
phillipsi
Cobra-de-areia-de-Phillips
L
NE
Branch & McCartney 1992
Psammophis
mossambicus
Cobra-chicote-de-Olive*
V
NE
Psammophis
brevirostris
Cobra-de-capim-de-focinho
curto
L
NE
Psammophis
sibilans
Psammophylax
tritaeniatus
Skaapsteker listrado*
V, L
NE
Monard 1937
Pseudaspis
cana
Cobra-Toupeira
L
NE
Bocage 1895
Xenocalamus
mechowii inornatus
Cobra-alongada-de-focinho-de
pena
L
NE
Branch & McCartney 1992
anomalus
Cobra-cega-gigante-de-Angola
L
NE
Monard 1937
ELAPIDAE
LAMPROPHIIDAE
L
Monrad 1937
Monard 1937
TYPHLOPIDAE
Megatyphlops
LEPTOTYPHLOPIDAE
6
Leptotyphlops
scutifrons scutifrons
Cobra-de-rosca-de-Peter
L
NE
Monard 1937
Leptotyphlops
sp.
Cobra-de-Rosca*
V
NE
sebae
Pitão Africana*
V, L
CITES II
Bitis
arietans
Víbora-aspiradora*
V, L
NE
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Bitis
heraldica
Víbora-Angolana
L
NE
Bocage 1889
Causus
rhombeatus
Víbora-da-noite-comum
L
NE
Monrad 1937
Dalophia
angolensis
Lagarto de Verme
L
NE
Monard 1937
Dalophia
pistillum
Lagarto de Verme
L
NE
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Zagaspis
quadrifrons
Lagartode verme de focinho
Redondo do Kalahari
L
NE
Monard 1937
Monopeltis
anchietae
Lagarto de verme de focinho de
pá Angolano
L
NE
Monrad 1937
Varanus
albigularis
Monitor de Rocha
L
CITES II
Monrad 1937
Varanus
niloticus
Monitor de Água*
O, L
CITES II
Monard 1937
dilepis
Camaleão Flapneck
L
CITES II
Monard 1937
Acanthocercus
cyancephalus
Lagarto de árvore Ocidental*
V, L
NE
Monard 1937
Agama
aculeata
Lagarto de Terra*
V, L
NE
Monard 1937
Eumecia
anchietae anchietae
Lagarto Serpentiforme
Ocidental
L
NE
Monrad 1937
Sepsina
angolensis
Lagarto Angolano
L
NE
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Trachylepis
angolensis
Lagarto
L
NE
Monard 1937; Laurent,
1964
Trachylepis
ivensii
Lagarto de Iven*
V
NE
Trachylepis
varia
Lagarto Variável
L
NE
Monard 1937
Trachylepis
striata
Lagarto Listado
L
NE
Monard 1937
Trachylepis
wahlbergi
Lagarto listado de Wahlberg*
V, L
NE
Monrad, 1937; Branch &
McCartney 1992
scutatus
Gecko de escamas grande
L
NE
Monard 1937
Gerrhosaurus
nigrolineatus
Lagarto Chapeado forrado a
negro
L
NE
Monard 1937
Gerrhosaurus
Bulsi
Lagarto chapeado de Laurent*
V
NE
Tetradactylus
ellenbergeri
Lagarto de Chicote de Ellen*
V
NE
bivatatta
Lagarto de escamas grossas
L
NE
PYTHONIDAE
Python
Monard 1937
VIPERIDAE
AMPHISBAENIDAE
VARANIDAE
CHAMAELEONIDAE
Chamaeleo
AGAMIDAE
SCINCIDAE
GEKKONIDAE
Pachydactulys
GERRHOSAURIDAE
LACERTIDAE
Ichnotropis
Monard 1937
7
Angolano
Ichnotropis
capensis capensis
Lagarto de escamas grossas do
Cabo
L
NE
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Ichnotropis
grandiceps
Lagarto de escamas grossas de
Caprivi*
V
NE
Mecistops
cataphractus
Crocodile de focinho
ponteagudo Africano
L
DD,
CITES I
Monard 1937
Crocodylus
niloticus
Crocodilo do Nilo
L
LC,
CITES II
Monard 1937; Branch &
McCartney 1992
Pelusios
subniger subniger
Cágado de Lama Negra da
África Oriental
L
NE
Monard 1937
Pelusios
sinuatus
Cágado de dobradiças
serrilhadas
L
NE
Monard 1937
Kinixys
belliana
Tartaruga de dobradiças de
Bell*
V, L
CITES II
Monard 1937
CROCODYLIDAE
ORDER: TESTUDINES
TESTUDINIDAE
* amostrado durante esta pesquisa
Total = 62 (16*)
5. RESULTADOS
Um total de 90 espécies de anfíbios e répteis ocorrem na área de estudo. Durante a
pesquisa de Maio de 2012, foram acrescentados registos de oito novas espécies de anfíbios
e sete novas espécies de répteis à área de estudo (ver lista de espécies Parágrafo 4). Figura
1 indica a lacuna na herpetofauna de Angola que a actual pesquisa preencheu. Figura 3 e 4
representa a compilação de todos os registos actuais de répteis e anfíbios para o sul de
Angola.
8
Figura 1. Mapa indicando a lacuna na distribuição de répteis e anfíbios no sul de Angola
preenchido pela actual pesquisa.
5.1 Bacia do Rio Cubango
Em total 81 espécies de anfíbios e répteis foram associadas com as zonas de captação da
bacia hidrográfica do Rio Cubango para o oeste da área de estudo.
Lagartos (21 espécies):
Acanthocerus cyanocephalus, Agama aculeata, Chamaeleo dilepis, Dalophia pistillum,
Dalophia angolensis, Monopeltis anchietae, Zygaspis quadrifrons, Eumecia anchietae,
Gerrhosaurus bulsi, Gerrhosaurus nigrolineatus, Ichnotrophis bivittata, Ichnotropis capensis,
Pachydactylus scutatus, Sepsisna angolensis, Trachylepis angolensis, Trachylepis ivensii,
Trachylepis striata, Trachylepis varia, Trachylepis wahlbergi, Varanus albigularis e Varanus
niloticus.
Cobras (29 espécies):
Bitis arietans, Bitis heraldica, Boaedon lineatus, Causus rhombeatus, Crotaphopeltis
hotamboeia, Dasypeltis scabra, Dipsadoboa shervei, Dispholidus typus, Elapsoidea
guentherii, Gonionotophis capensis, Leptotyphlops scutifrons, Leptoptyphlops sp., Limnophis
bicolor, Lycophidion capense, Megatyphlops anomalus, Naja anchietae, Naja melanoleuca,
Naja nigricollis, Phillothamnus irregularis, Philothamnus heterolepidotus, Philothamnus
semivariegatus, Prosymna ambigua, Psammophis brevirostris, Psammophis mossambicus,
Psammophis sibilans, Psammophylax tritaeniatus, Pseudaspis cana, Python sebae e
Thelotornis capensis.
9
Crocodilídeos (2 espécies):
Crocodylus niloticus e Mecistops cataphractus
Tartarugas e Cágados (3 espécies):
Kinixys belliana, Pelusios sinuatus e Pelusios subniger subniger
Anfíbios (26 espécies):
Amietia angolensis, Amietophrynus funereus, Amietophrynus maculatus, Amietophrynus
gutturalis, Amietophrynus lemairei, Breviceps adsperus, Hemisus marmoratus, Hildebrandtia
ornatissima, Hylarana darlingi, Hyperolius angolensis (parrallelus complex), Hyperolius
benguellensis (nasutus complex), Hyperolius cinereus, Hyperolius seabrai, Kassina
kuvangensis, Kassina senegalensis, Leptopelis anchietae, Phrynobatrachus natalensis,
Phrynobatrachus mababiensis, Ptychadena oxyrhynchus, Ptychadena bunoderma,
Ptychadena keilingi, Ptychadena mascareniensis, Ptychadena taenioscelis, Ptychadena
uzungwensis, Tomopterna tuberculosa e Xenopus petersii.
5.2 Bacia do Rio Cuito
Em total 24 espécies de anfíbios e répteis foram associadas com as zonas de captação da
bacia hidrográfica do Rio Cuito a leste da área de estudo.
Lagartos (7 espécies):
Dalophia pistillum, Gerrhosaurus nigrolineatus, Ichnotropis capensis capensis, Ichnotropis
grandiceps, Sepsina angolensis, Trachylepis striata e Trachylepis wahlbergi.
Cobras (10 espécies):
Aparallactus capensis, Bitis arietans, Crotaphopeltis hotamboeia, Disopholidus typus,
Goniotophis capensis, Lycophidion multimaculatus, Philothamnus ornatus, Psammophis
mossambicus, Psammophis phillipsi, Psammophylax tritaeniatus e Xenocalamus mechowii
inornatus.
Crocodilídeos (1 espécie):
Cordylus niloticus
Anfíbios (6 species):
Hyperolius angolensis (parallelus complex), Hyperolius benguellensis (nasutus complex),
Kassina senegalensis, Ptychadena mascareniensis, Ptychadena subpunctata e Xenopus
petersii.
5.3 Descobertas Importantes
Embora tivesse sido recolhido relativamente poucos répteis, a pesquisa revelou um número
de descobertas empolgantes, incluíndo:
 O primeiro registo para Angola do Lagarto de escamas grossas de Caprivi (Ichnotropis
grandiceps). Dois sub adultos (ver Anexo B) foram recolhidos no campo operacional
10



da Halo Trust nos arredores do Cuito Cuanavalle. As espécies pertencentes a este
género foram relatados como tendo ciclos de vida anuais. No entanto não é claro se
esta espécie específica faz o mesmo atendendo que terá sido recolhido juntamente
ambas amostras adultas como juvenis (Broadley 1967).
Foi registado um lagarto aquático raramente amostrado (Trachylepis ivensii). É um
novo registo para o sistema do Cubango-Okavango (conhecido anteriormente
somente em ocorrer nos sistemas de drenagem do Zambeze, Kwanza e Congo),
desde as planícies aluviais do Rio Cuebe a norte de Menongue (ver Anexo B).
Pesquisas adicionais das planícies aluviais acrescentará consideravelmente para o
conhecimento desta espécie.
O quarto registo do lagarto de cauda longa Ellenberger (Tetradactylus ellenbergeri)
(ver Anexo B) de Angola.
As seguintes sete espécies são novas para a área de estudo (ver Anexo C):
Gerrhosaurus bulsi, Ichnotrophis grandiceps, Leptotyphlops sp., Psammophis
mossambicus, Philothamnus ornatus, Tetradactylus ellenbergeri e Trachylepis ivensii.
Figura 3. Todos os registos de répteis conhecidos para o sul de Angola.
As actividades dos anfíbios estava reduzida. Maior parte das espécies já teriam procriado,
ambora alguns indivíduos ainda se encontravam presentes. Eram abundantes as espécies
que procriam no inverno. Foram feitas as seguintes descobertas empolgantes:
 Quatro registos de novas populações da Rã de caniço Ashy muito pouco conhecida
(Hyperolius cinereus) foram feitas (ver Anexo A). A espécie foi descrita em 1937 por
Monard e era conhecida somente de dois locais (Culaqumbe e Bimbi).
Subsequentemente, Laurent (1964) designou uma população de rãs de caniço no
Dundo (Lunda Norte) a esta espécie. Em 2009 esta espécie foi redescoberta em
11


Humpata (Huila), isto representando a distribuição mais a sul para esta espécie. Os
novos registos da actual pesquisa alarga assim a distribuição até 300km a leste.
Tambem representam os primeiros registos para o sistema do rio CubangoOkavango. Estes novos dados ajudará a melhor entender a distribuição desta espécie
bem como o estado da sua conservação.
Foi recolhido matéria topotípica para a Kuvangu Kassina (Kassina kuvangensis; ver
Anexo A). A localização tipo é Kuvangu [= Cubango]. Esta amostra será bastante
valiosa para estudos taxonómicos decorrentes.
Os seguintes oito registos são novos para a área de estudo (ver Anexo C):
Amietophrynus maculatus, Amietophrynus gutturalis, Amietophrynus lemairei,
Hyperolius cinereus, Kassina senegalensis, Phrynobatrachus mababiensis,
Ptychadena subpunctata e Ptychadena taenioscelis.
Figura 4. Todos os registos de anfíbios conhecidos para o sul de Angola..
6. CONCLUSÃO
Infelizmente a actividade de répteis e anfíbios durante o periodo da pesquisa foi
relativamente calma atendendo que a actividade de procriação já tinha diminuido e que
bastantes das espécies encontravam-se a entrar no periodo de dormência sazonal. A
presente colecção fez somente uma avaliação preliminar da diversidade de anfíbios e
répteis na região, e pesquisas futuras poderão ser esperadas em aumentar
consideravelmente a diversidade regional. A diminuição no número das espécies do oeste
(n=81) para leste (n=25) é observado conforme o habitat muda de habitats rochosos no
12
oeste para um ambiente mais arenoso no leste. Pesquisas adicionais durante estações
diferentes têm que ser realizadas para oferecer uma ideia mais precisa da riqueza e
abundância das espécies para permitir uma maior previsão de quaisquer implicações de
conservação.
7. RECONHECIMENTOS
Gostaria de agradecer o Professor Bill Branch pelo fornecimento de aconselhamento
especializado, confirmando a identificação das espécies e pela revisão deste relatório.
8. REFERÊNCIAS
Branch, W.R. & McCartney, C.J. (1992) Um relatório sobre uma pequena colecção de répteis
do sul de Angola. Journal of the Herpetological Association of Africa, 41, 1–3.
Broadley, D.G. 91967) Uma nova espécie de Ichnotropis (Sauria: Lacertidae) da fronteria do
Botswana-Caprivi. Arnoldia 3 (24): 1-5
Bocage, J.V.B. (1895) Herpétologie d'Angola et du Congo. Imprimerie Nationale, Lisbonne,
203 pp.
Boulenger, G. A. (1905) Uma lista de batráquios e répteis recolhidos pelo Dr. W. J. Ansorge
em Angola, com descrições das novas espécies. Annals and Magazine of Natural
History, Series 7, 16: 105-115.
Bogert, C. M. (1940) Resultados Herpetológicos da Expedição Vernay de Angola. O Museu
Americano da História Natural, LXXVII,1-107.
FitzSimons, V.F. (1959) Alguns novos répteis da África austral e do Sul de Angola. Anais do
Museu do Transvaal, 23, 405–409.
Gibbons, J. W., Scott, D. E., Ryan, T. J., Buhlmann, K. A., Tuberville, T. D., Metts, B. S.,
Greene, J. L., Mills, T., Leiden, Y., Poppy, S. & Winne, C. T. (2000) The Global Decline
of Reptiles, Deja Vu Amphibians. BioScience, 50, 653.
Haacke, W.D. (2008) Um novo gecko-de-dedos-de-folha (Reptilia: Gekkonidae) do sudoeste
de Angola. Afr. J. Herpetol. 57(2): 85-92.
Hellmich, W. (1957a) Die Reptilien Ausbeute der Hamburgischen Angola Expedition.
Mitteilungen aus dem Hamburg Zoologischen Museum Institut, 55, 39–80.
Hellmich, W. (1957b) Herpetologlsche Ergebnisse einer Forschungsreise in Angola.
Veröffentlichungen der Zoologischen Staatssammlung München, 5, 1–92.
Huntley, B. (2009) SANBI/ISCED/UAN Projecto da Avaliação da Biodiversidade Angolana e
Capacitação, Relatório sobre o Projecto Piloto. Instituto Nacional da Biodiversidade
da África do Sul, Relatório não publicado.
Huntley, B (2011) Avaliação rápida da biodiversidade da área do Lago Carumbo, Lunda
Norte, Angola. Relatório preliminar sobre a expedição. Relatório não publicado.
Kessler, M., Abrahamczyk, S., Bos, M., Buchori, D., Putra, D. D., Robbert Gradstein, S., Höhn,
P., Kluge, J., Orend, F., Pitopang, R., Saleh, S., Schulze, C. H., Sporn, S. G., SteffanDewenter, I., Tjitrosoedirdjo, S. S. & Tscharntke, T. (2011) Custo-eficácia dos
indicadores da biodiversidade da flora e da fauna em florestas tropicais e habitats
agroflorestais. Journal of Applied Ecology, 48, 330-339.
13
Laurent, R. F. (1950) Reptiles et Batraciens de la region de Dundo (Angola du Nord-Est).
Publ. Cult. Camp.Diam. Angola, 10, pp. 7-17.
Laurent R. F. (1954) Reptiles et Batraciens de la région de Dundo (Angola) (Deuxième Note).
Publ. Cult. Comp. Diam. Angola, 23, pp. 35-84, figs. 1-23.
Laurent, R.F. (1964) Reptiles et Amphibiens de l’Angola (Troisième contribution).
Publicações culturais da Companhia de Diamantes de Angola, 67, pp. 11–165.
Loveridge, A. (1932) Novas Cobras Opisthoglyphous do “Cobras do Género Crotaphopeltis e
Trimerorhinus de Angola e da Colónia do Kenya” . Proc. Bio!. Soc. Washington, 45,
pp. 83-86.
Measey, G. J., Armstrong, A. J. & Hanekom, C. (2009) A herpetofauna subterrânea indica
uma diminuição após 34 anos na Coutada de Ndumu, África do Sul. Oryx, 43, 284287.
Mertens, (1938) Amphibien und Reptilien aus Angola. Senckenbergiana, 20, pp. 425-442,
figs. 1-6.
Monard, A. (1931) Reptiles. Mission Scientifique Suisse dans Angola, Resultats Scientifiques.
Bulletin de la Société Neuchételoise des Sciences Naturelles, 55, 89–111.
Monard, A. (1937) Contribution à la batrachologie d’Angola. Bulletin de la Société
Neuchételoise des Sciences Naturelles, 62,5–59.
Poynton, J.C. & Haacke, W.D. (1993) Sobre uma colecção de anfíbios de Angola, incluíndo
uma nova espécie de Bufo Laurenti. Anais do Museu do Transvaal 36, 9–16.
Russell, K. R., Lear, D. H. V. & Guynn, D. C., jr. (1999) Efeitos de Fogos prescritos sobre a
Herpetofauna: Revisão e Implicações de Gestão. Wildlife Society Bulletin, 27, 374384.
Schmidt, K.P. (1933) Os anfíbios da Expedição Pultzer de Angola. Ann. Craneige Museum,
XXV, p. 127-133.
14
ANEXO A: FOTOS DE ANFÍBIOS IMPORTANTES
Hyperolius cinereus (Huambo).
Hyperolius cinereus (Menongue).
Kassina kuvangensis (Menongue).
15
ANEXO B: FOTOS DE RÉPTEIS IMPORTANTES
Tetradactylus ellenbergeri (Luissingua River).
Ichnotrophis grandiceps (Cuito Cunavale).
Trachylepis ivensii (Menongue).
16
ANEXO C: FOTOS DE NOVOS REGISTOS
Ptychadena subpunctata
Ptychadena taeniocelis
Amietophrynus maculatus
Amietophrynus gutturalis
17
Amietophrynus lemairei
Phrynobatrachus mababiensis
Gerrhosaurus bulsi
Leptoptyhyplos sp.
18