Tese de Doutoramento em Psicologia, Rita Francisco

Transcrição

Tese de Doutoramento em Psicologia, Rita Francisco
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
PERTURBAÇÕES ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA:
COREOGRAFIAS PROTECTORAS E DE RISCO EM BAILARINOS E GINASTAS
Rita Mafalda Costa Francisco
Tese orientada pela Prof. Doutora Isabel Narciso e
pela Prof. Doutora Madalena Alarcão
DOUTORAMENTO EM PSICOLOGIA
(Psicologia da Família)
2010
À memória de minha Mãe,
com quem aprendi o sorriso,
o carinho, a dedicação…
AGRADECIMENTOS
Chegar ao final desta etapa e olhar para trás é, também, lembrar e agradecer a todos
os que, de alguma forma, me acompanharam e ajudaram ao longo deste percurso.
Em primeiro lugar, à minha orientadora, Professora Doutora Isabel Narciso. O
agradecimento que tenho a fazer-lhe não cabe nestas linhas, nem tão pouco se reflecte em
palavras apenas… mas aqui fica um muito obrigado pelo enorme carinho, amizade e apoio
incondicional em todos os momentos da minha vida nos últimos anos. Pelo exemplo de
sabedoria e criatividade que tem sido, desde os últimos anos da licenciatura, por todos os
ensinamentos, rigor e exigência que me fazem, a cada dia, crescer profissionalmente. Por
acreditar e confiar em mim, por ser muito mais do que uma orientadora de Doutoramento,
por ser a minha “mãe adoptiva”!
À minha co-orientadora, Professora Doutora Madalena Alarcão, pelo rigor e pela
competência admiráveis, pela atenção, apoio e afecto com que sempre me acompanhou.
Por todas as aprendizagens que os nossos encontros facilitaram e pelo contributo imenso
para este processo de crescimento académico, muito obrigada!
À Professora Teresa Ribeiro, pelo carinho, atenção e amizade com que sempre me
presenteou, pelo seu sorriso e abraço tão reconfortantes! Ao Professor Wolfgang Lind, pela
sua boa disposição e pelas gargalhadas que partilhamos.
Aos outros professores da Faculdade de Psicologia, com quem me fui cruzando ao
longo deste tempo, em especial à Professora Salomé Santos, Professora Maria José
Chambel, Professor Luís Curral, Professora Alexandra Marques Pinto, Professora Ana
Ferreira, Professora Isabel Dória, Professora Rosa Novo e Professora Luísa Barros. Obrigada
pelo interesse demonstrado e pelas palavras de encorajamento.
Às minhas colegas de Doutoramento, as “meninas sistémicas”, obrigada pela partilha
de aventuras científicas e não científicas, a vossa presença tornou-as tão mais doces, ricas e
interessantes! Uma palavra especial a cada uma de vós… à Ana Lídia Pego, pela amizade
recheada de bons momentos que, em pouco tempo, temos vindo a construir, pelo apoio e
encorajamento constantes, pela disponibilidade com que reviu os artigos em inglês e pela
companhia na Faculdade (na nossa biblioteca!) e fora dela. À Ana Prioste, pela doçura, pelas
v
mensagens de força e pelas narrativas que fomos co-construindo. À Anabela Duarte Costa,
pela amizade já longa que nos une. Sabemos que estamos sempre lá uma para a outra, nos
bons e nos maus momentos, e isso é muito bom! À Diana Cruz, pelo apoio e incentivo
especial nesta recta final. À Elsa Carapito, pelo sorriso meigo e pelo exemplo de organização
e disciplina! À Marta Pedro, pelas aprendizagens partilhadas, pelo carinho sempre presente
e pela bonita amizade que temos vindo a construir. À Patrícia Pascoal, pela energia e boadisposição contagiantes, e pela empatia, apoio e disponibilidade que caracterizam a nossa
amizade!
Aos responsáveis das escolas de dança e clubes de ginástica, que abriram as suas
portas para que este estudo pudesse ser realizado, em especial à Professora Constança
Couto (Escola de Dança do Conservatório Nacional), à Professora Helena Dias (Clube
Recreativo Piedense), ao Professor Lourenço França (Acro Clube da Maia), ao Professor
Ramiro Fernandes (Ginásio Clube Português) e ao Professor José Augusto Dias (Lisboa
Ginásio Clube). Ainda ao Professor Paulo Barata, da Federação de Ginástica de Portugal,
pelo interesse e empenho demonstrados no processo de recolha de dados.
Um agradecimento especial aos jovens bailarinos e ginastas (e respectivos pais), que
generosamente partilharam connosco as suas experiências e perspectivas em entrevistas de
grupo, individuais e na resposta aos questionários. São vocês que dão sentido a este
trabalho!
Aos responsáveis dos Conselhos Executivos e psicólogas das Escolas do 3º Ciclo e
Ensino Secundário e do Colégio Campo de Flores, e sobretudo aos seus alunos (e respectivos
pais), pela colaboração no preenchimento dos questionários.
Ao Pedro Rocha e à Marta Pedro, pela assistência nos focus groups. À Joana Cruz e à
Sofia Mendes, pela ajuda na realização das entrevistas e pela agradável companhia em
vários momentos de recolha de dados. À Sofia Carruço e à Filipa Inácio, pela preciosa ajuda
na recolha dos protocolos em Leiria e em Tomar.
À Filipa Castanheira e à Carla Crespo, por terem sido incansáveis na resposta às
minhas dúvidas sobre as equações estruturais e pelo exemplo de qualidade e seriedade
científicas que as suas teses de Doutoramento constituem. Filipa, obrigada ainda pelo apoio
emocional, pelos conselhos, pelas palavras e sorrisos que me incentivaram a continuar
vi
quando as forças já eram poucas… pela amizade que começámos a construir e que espero
que se fortaleça!
A la Profesora Doctora Rosa Mª Raich, del Departamento de Psicología Clinica y de la
Salud De la Universidad Autonoma de Barcelona, por el cariño y la generosidad con que me
acogio durante tres meses y por lo mucho que me enseño. A todo el equipo de la Unidad de
Evaluación e Intervención en Imagen Corporal, en especial a la Dra.Teresa Gutiérrez, Dra.
Marisol Mora y Rocío Roses, por compartir conocimientos y por haberme integrado tan
afectuosamente al equipo. Y muy especialmente a Marcela González, por haber sido mi
compañera de trabajo, compartiendo conmigo tanto en el ambito profesional como en el
personal. ¡Muchísimas gracias por todo!
À Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pela concessão da bolsa de investigação e
todo o apoio que permitiu a concretização deste trabalho.
Aos meus amigos de “fora da faculdade”, com quem partilho momentos preciosos da
minha vida… por entenderem as minhas ausências em tantos momentos ao longo deste
percurso, pela companhia em todos os outros e por continuarem a estar presentes, sempre.
Pela força, coragem e incentivo. Convosco, conheço o verdadeiro significado da amizade!
Um agradecimento especial à Sara Ascenso e à Susana Pimenta, cuja ideia para um
trabalho de licenciatura foi a semente para este projecto! E à Sílvia Velez, por continuar a
ser o anjinho que me empresta as suas asas, quando as minhas já não sabem voar…
Por fim, o agradecimento mais importante, à minha família, pelo amor incondicional.
À minha irmã, que está sempre lá quando é preciso e que continua a partilhar comigo
momentos tão importantes da minha vida, e ao Pedro, sempre atento e cuidadoso. Ao meu
irmão, pela cumplicidade que partilhamos e pelas constantes palavras de estímulo. Ao meu
Pai, pelo exemplo de força, coragem e empenho, por acreditar sempre nas minhas
capacidades. À minha Mãe, que acompanhou o início desta aventura e, esteja onde estiver,
sei que continua a acreditar em mim e a cuidar de nós, como sempre fez.
Porque este trabalho é também um pouco de todos vós… um enorme bem-haja a
todos!
vii
O trabalho de investigação conducente a esta dissertação foi co-financiado por fundos
nacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e pelo Fundo Social
Europeu, no âmbito do Programa Operacional Ciência e Inovação 2010 (POCI 2010) e do
Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POS_C) do III Quadro Comunitário de
Apoio
(2000-2006),
através
da
Bolsa
de
Investigação
com
a
referência
SFRH/BD/27472/2006, concedida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
viii
DECLARAÇÃO
De acordo com o artigo 41º do Regulamento de Estudos Pós-Graduados da
Universidade de Lisboa, aprovado pela Deliberação da Reitoria nº 1506/2006, esta
dissertação engloba artigos científicos submetidos para publicação em revistas nacionais e
internacionais indexadas, em colaboração com outros autores. A autora declara que foi
responsável pela recolha de dados, análise e interpretação dos resultados, assim como pela
redacção, submissão e revisão dos manuscritos dos artigos enviados para publicação.
Rita Mafalda Costa Francisco
Novembro de 2010
ix
RESUMO
Enquanto desportos estéticos, a dança clássica e a ginástica são considerados contextos de
risco para o desenvolvimento de perturbações alimentares na adolescência. Nesta
dissertação pretende-se compreender os processos subjacentes a esse risco, tendo como
base teórica uma perspectiva ecossistémica e conceptualizando as perturbações
alimentares como um continuum, desde as preocupações com o peso e comportamentos
restritivos até às perturbações alimentares enquanto doença psiquiátrica. Utilizando
metodologias qualitativas e quantitativas, num processo de investigação abdutivo,
exploraram-se relações entre o comportamento alimentar perturbado e variáveis
específicas destes contextos, bem como com variáveis sócio-relacionais, familiares e
individuais de jovens bailarinos e ginastas.
No primeiro estudo, de carácter qualitativo e exploratório da realidade portuguesa em que
se inserem os jovens bailarinos e ginastas de elite, realizaram-se quatro focus groups com
estudantes de dança de ensino profissionalizante e ginastas de alta competição, de ambos
os sexos (N = 24; 12-17 anos). Utilizando uma metodologia de análise indutiva-dedutiva,
foram identificados diversos factores de risco e factores protectores específicos, associados
a diversas fontes de influência. A pressão para a magreza, enquanto regra implícita da subcultura dos desportos estéticos de elite, e enquanto regra explícita, transmitida na escola de
dança/clube de ginástica, por exemplo, através de comentários críticos sobre o peso,
alimentação e imagem corporal (especialmente por parte dos professores/treinadores), é
considerada o factor de risco mais importante. Todavia, os pares e os pais parecem ter
também um papel relevante na protecção ou risco de desenvolvimento de comportamentos
alimentares perturbados entre estes adolescentes.
Numa etapa intermédia desta investigação, procedeu-se à adaptação e estudo da validação
de um instrumento de avaliação da insatisfação com a imagem corporal para adolescentes e
adultos (N = 1423), a Contour Drawing Rating Scale (M. A. Thompson & Gray, 1995), bem
como de um instrumento de avaliação de factores de risco e factores protectores do
desenvolvimento de perturbações alimentares para adolescentes (N = 793), o McKnight Risk
Factor Survey-IV (The McKnight Investigators, 2003), em relação ao qual se adaptou
também uma versão masculina que não existia originalmente. Ambos os instrumentos
xi
revelaram boas qualidades psicométricas, pelo que foram utilizados nos três estudos
empíricos seguintes, de cariz quantitativo, juntamente com outros instrumentos, de forma a
avaliar o comportamento alimentar perturbado, a auto-estima, a vinculação aos pais e a
percepção de pressão para a magreza e de suporte no contexto desportivo.
No primeiro estudo empírico quantitativo, compararam-se potenciais factores de risco,
factores protectores e nível de comportamento alimentar perturbado, bem como a relação
entre estes, em atletas de desportos estéticos de elite, atletas não-elite e num grupo de
controlo de adolescentes da população em geral (N = 725; 12-22 anos). Entre as raparigas,
as atletas elite apresentaram maior risco de desenvolvimento de perturbações alimentares
que as atletas não-elite e raparigas do grupo de controlo, enquanto os três grupos de
rapazes não diferiram entre si. Por outro lado, as análises multi-grupos, realizadas com
recurso a modelos de equações estruturais, revelaram diferenças quanto à relação entre os
factores de risco incluídos no modelo e o comportamento alimentar perturbado dos
adolescentes dos três grupos. Apesar da relevância da pressão social como preditora de
comportamento alimentar perturbado (que corresponde ao preditor mais forte entre os
atletas não-elite e grupo de controlo), entre os atletas elite a insatisfação com a imagem
corporal contribui ainda mais para a explicação da variância do seu comportamento
alimentar perturbado. Este grupo de atletas é, também, o único em que as influências
parentais assumem significância enquanto preditor (directo e indirecto) do comportamento
alimentar perturbado. Estes resultados indicam, assim, eventuais especificidades individuais
e dos contextos familiares dos atletas elite que suscitaram o desenho dos estudos seguintes,
já que os grupos de controlo e atletas não-elite se revelaram mais semelhantes entre si.
Para examinar diversas influências familiares na insatisfação com a imagem corporal e
comportamento alimentar perturbado de atletas elite (comparativamente com um grupo de
controlo), recorreu-se também a uma amostra de pais (223 mães e 198 pais), em relação
aos quais se avaliou a insatisfação com a imagem corporal e o nível de comportamento
alimentar perturbado. Em termos de valores médios das variáveis familiares investigadas,
atletas e grupo de controlo diferirem apenas nalguns padrões de vinculação insegura aos
pais. Todavia, surgem diferenças nas variáveis familiares que contribuem para a explicação
da variância da insatisfação com a imagem corporal e do comportamento alimentar
perturbado nos dois grupos. A variável influências parentais, sob a forma de comentários
críticos em relação ao peso e importância da magreza para os pais, foi considerada a única
xii
variável familiar preditora entre os atletas, segundo os modelos de regressão múltipla. Por
seu turno, entre os adolescentes em geral, para além das mesmas influências parentais,
também a qualidade do ambiente familiar e a modelagem de alguns comportamentos
maternos em relação ao peso e alimentação parecem ter um impacto importante. Assim, os
pais de atletas devem ser incluídos nos eventuais programas de prevenção a ser
desenvolvidos, pois comentários positivos em relação ao desempenho dos atletas e
comentários que valorizem a saúde e o bem-estar físico, em detrimento da magreza,
poderão ser promovidos e revelar-se potenciadores de comportamentos alimentares mais
saudáveis.
Por último, compararam-se especificamente variáveis individuais e contextuais entre os
atletas, separando bailarinos (n = 113) e ginastas (n = 136) por sexo e nível de competição.
As bailarinas de nível recreativo mostraram menor risco de desenvolvimento de
perturbações alimentares que as restantes atletas, sendo que, entre os rapazes, não se
verificaram diferenças. Uma usefulness analysis revelou que um indicador de insatisfação
com a imagem corporal específica para a prática da modalidade é um melhor preditor de
comportamento alimentar perturbado entre os atletas do que o indicador de insatisfação
com a imagem corporal geral. A análise de regressões hierárquicas revelou ainda que, para
além da baixa auto-estima e da insatisfação com a imagem corporal, a percepção de pressão
para a magreza no contexto desportivo (mas não a fraca percepção de suporte) é preditora
de comportamento alimentar perturbado nos atletas, sendo efectivamente mais relevante
do que a prática da modalidade ao nível de alta competição ou não. Este é um dado
importante e que pode facilitar o desenho de intervenções preventivas eficazes.
A prática de desportos estéticos de elite parece colocar as raparigas em maior risco de
desenvolvimento de perturbações alimentares, comparativamente com as raparigas da
população em geral. Contudo, tal parece verificar-se, sobretudo, com as bailarinas, cuja
prática a um nível recreativo parece ser até protectora, já que as bailarinas não-elite
apresentam comportamento alimentar significativamente menos perturbado que as
raparigas da população em geral. Pelo contrário, as praticantes de ginástica não-elite
apresentam nível semelhante de comportamento alimentar perturbado ao das ginastas
elite, diferindo também menos entre si nos factores de risco estudados, nomeadamente em
relação à insatisfação com a imagem corporal. Para os rapazes, todavia, a prática de
desportos estéticos não parece constituir um factor de risco adicional.
xiii
Não pretendendo alterar a cultura dos desportos estéticos, em que a regra
“magreza=sucesso” está bastante enraizada, diversas pistas para a prevenção de
perturbações alimentares em atletas podem ser delineadas com base nos resultados dos
vários estudos realizados, de forma a dotar os seus intervenientes de ferramentas que
proporcionem aos atletas uma vivência mais positiva e saudável do seu corpo. Neste
sentido, para além de um trabalho mais individualizado, o papel que os pais e os
intervenientes no contexto desportivo (professores/treinadores, pares) mostraram
desempenhar em relação ao comportamento alimentar perturbado dos atletas, constitui
uma indicação da necessidade de os incluir nas acções preventivas (participativas e
ecológicas), que devem ser desenvolvidas em escolas de dança de ensino profissionalizante
e em clubes de ginástica onde treinem atletas de diversos níveis de competição.
Palavras-chave: dança clássica, ginástica, perturbações alimentares, factores de risco,
factores protectores.
xiv
ABSTRACT
This dissertation aims to provide insight into the processes that underlie the risk of
adolescents who practice aesthetic sports developing an eating disorder (ED). Using focus
groups as an exploratory methodology, the first study identified risk and protective factors
specific to ballet dancers and elite gymnasts (N = 24) associated with several sources of
influence. Pressure towards thinness, either as an explicit or implicit rule in these contexts,
was considered the most important risk factor. Following the adaptation to the Portuguese
population of two instruments – Contour Drawing Rating Scale (N = 1423) and McKnight
Risk Factor Survey-IV (N = 793) –, both revealing good psychometric qualities, these and
other instruments were used in the subsequent three quantitative empirical studies. The
first of them showed that elite female athletes were at greater risk of developing an ED
when compared with the control group, while no differences were identified regarding
boys. The relationship between risk/protective factors and disordered eating (DE) was
different among elite athletes, non-elite athletes and the control group (N = 725). Body
image dissatisfaction (BID) was found to be the best predictor of DE among elite athletes,
the only group where parental influences were also a significant predictor. On the second
study, which included a sample of parents of elite athletes and parents of boys and girls
from the control group (223 mothers, 198 fathers), parental influences, like concern with
thinness and weight teasing by parents, were considered the only family predictor variable
of DE among athletes. For all other adolescents, modelling maternal eating behavior and the
quality of the family environment also seemed to play an important role. The last study
compared ballet dancers (n = 113) and gymnasts (n = 136) and revealed that nonelite female
dancers were at a lower risk than the other groups of female athletes. The specific indicator
of BID for each sport explained the variance of DE better than the general indicator of BID.
The perception of pressure to be thin in the sport context was also identified as a good
predictor (but not the low support perception), more than the level of competition.
Preventive actions including all involved within the sport context – teachers/coaches, peers
and parents –, should be developed in professional dance schools and in gymnastic clubs.
Keywords: ballet, gymnastics, eating disorders, risk factors, protective factors.
xv
ÍNDICE GERAL
Índice de Tabelas ________________________________________________________
xx
Índice de Figuras _________________________________________________________
xxii
Introdução _____________________________________________________________
1
Contorno conceptual __________________________________________________
3
O corpo na adolescência e as perturbações alimentares ______________________
5
A família e o desenvolvimento de perturbações alimentares __________________
6
Participação desportiva na adolescência, desportos estéticos e risco de
desenvolvimento de perturbações alimentares _____________________________
8
Desafios colocados à investigação _______________________________________
12
Contorno metodológico _______________________________________________
15
Desenho da investigação _______________________________________________
17
Estrutura da dissertação _______________________________________________
20
Capítulo I - Estudo Exploratório ____________________________________________
23
Aesthetic sports as high-risk contexts for eating disorders — Young elite dancers
and gymnasts perspectives _____________________________________________
25
Abstract ________________________________________________________
25
Introduction _____________________________________________________
26
Method _________________________________________________________
28
Results _________________________________________________________
30
Discussion _______________________________________________________
38
Capítulo II - Adaptação e contributos para o processo de validação de instrumentos
para a população portuguesa ______________________________________________
45
(In)Satisfação com a imagem corporal em adolescentes e adultos portugueses:
Contributo para o processo de validação da Contour Drawing Rating Scale _______
47
Resumo _________________________________________________________
47
Abstract ________________________________________________________
48
Introdução ______________________________________________________
49
Método _________________________________________________________
51
Resultados ______________________________________________________
54
xvii
Discussão _______________________________________________________
66
Conclusão _______________________________________________________
70
Avaliação de factores de risco do desenvolvimento de perturbações alimentares:
Desenvolvimento e validação da versão portuguesa do Mcknight Risk Factor
Survey IV ___________________________________________________________
73
Resumo _________________________________________________________
73
Abstract ________________________________________________________
74
Introdução ______________________________________________________
75
Método _________________________________________________________
78
Resultados ______________________________________________________
80
Discussão _______________________________________________________
95
Capítulo III - Dança e ginástica: Contextos de risco para o desenvolvimento de
perturbações alimentares? ________________________________________________
99
Individual and relational risk factors for the development of eating disorders in
aesthetic athletes and adolescents in general ______________________________
101
Abstract ________________________________________________________
101
Introduction _____________________________________________________
102
Method _________________________________________________________ 105
Results _________________________________________________________
108
Discussion _______________________________________________________
115
Parental influences on elite aesthetic athletes body image dissatisfaction and
disordered eating ____________________________________________________
121
Abstract ________________________________________________________
121
Introduction _____________________________________________________
122
Method _________________________________________________________ 125
Results _________________________________________________________
128
Discussion _______________________________________________________
139
Individual and contextual variables: Specific predictors of disordered eating among
elite and nonelite dancers and gymnasts __________________________________
145
Abstract ________________________________________________________
145
Introduction _____________________________________________________
146
xviii
Method _________________________________________________________ 150
Results _________________________________________________________
152
Discussion _______________________________________________________
161
Capítulo IV - Discussão Integrada e Considerações Finais ________________________
167
Integração dos Principais Resultados _____________________________________
170
Factores protectores, factores de risco e preditores de comportamento
alimentar perturbado ______________________________________________ 170
Nível individual e cronossistémico _______________________________
171
Nível micro e cronossistémico __________________________________
175
Nível macro e cronossistémico __________________________________ 181
Comportamento alimentar perturbado ________________________________ 183
Implicações para a Intervenção com Atletas _______________________________
186
Contributos para a Investigação, Limitações e Indicações para Estudos Futuros ___
190
Referências Bibliográficas _________________________________________________
197
Apêndices
Apêndice A - Protocolos de investigação para adolescentes e pais
Apêndice B - Sistema hierárquico de categorias (Node Summary Report - NVivo7)
Apêndice C - Referências incluídas nas categorias "Comentários críticos em relação
ao peso e imagem corporal" e "Suporte social"
Apêndice D - Correlations between variables (Study 4)
Apêndice E - Comparações de médias das variáveis estudadas por grupo etário
Apêndice F - Resultados das sub-escalas do EDE-Q dos participantes nos estudos 4
e6
Anexo A - Critérios Diagnósticos de Perturbações Alimentares (DSM-IV)
xix
ÍNDICE DE TABELAS
Table 1. Focus group questions _____________________________________________
29
Tabela 2. Distribuição da frequência dos participantes adolescentes, de ambos os
sexos, pelas classes de IMC _______________________________________
55
Tabela 3. Distribuição da frequência dos participantes adultos, de ambos os sexos,
pelas classes de IMC ____________________________________________
55
Tabela 4. Resultados médios dos participantes de ambos os sexos, entre os dois grupos
etários, nas variáveis relativas à imagem corporal _____________________
56
Tabela 5. Aparência Actual e IMC no sexo feminino _____________________________
57
Tabela 6. Aparência Actual e IMC no sexo masculino ____________________________
58
Tabela 7. Aparência Ideal em ambos os sexos __________________________________
60
Tabela 8. Discrepância com a Aparência Ideal em ambos os sexos, por faixa etária ____
62
Tabela 9. Coeficientes de correlação de Spearman entre a discrepância com a ICA e
sub-escalas e score global do EDE-Q ________________________________
66
Tabela 10. Resumo dos resultados da análise factorial exploratória dos itens do MRFSIV, matriz de correlações entre factores e valores de alpha de Cronbach ___
82
Tabela 11. Estatística descritiva do MRFS-IV e diferenças entre sexos _______________
91
Tabela 12. Correlações de Pearson entre os factores e indicadores do MRFS-IV com
CDRS, QAEG e EDE-Q ____________________________________________
93
Table 13. Means, standard deviations, and results of Kruskal-Wallis test for Comparison
means _______________________________________________________
109
Table 14. Significant standardized indirect effects for the three final models ________
114
Table 15. Descriptive statistics by sex and group and comparison means ___________
129
Table 16. Distribution of participants by patterns of attachment to the mother and
father and Chi-square test _______________________________________
131
Table 17. Correlations between parental influences, BID and disordered eating parental
and female childs variables _______________________________________
135
Table 18. Correlations between parental influences, BID and disordered eating parental
and male childs variables ________________________________________
136
xx
Table 19. Summary of multiple linear regression analyses for variables predicting
athletes’ and controls’ body image dissatisfaction ____________________
137
Table 20. Summary of multiple linear regression analyses for variables predicting
athletes’ and controls’ disordered eating ___________________________
138
Table 21. Descriptive statistics and comparison means in dancers _________________
154
Table 22. Descriptive statistics and comparison means in gymnasts _______________
155
Table 23. Correlations between variables _____________________________________
157
Table 24. Summary of hierarchical regression analysis for variables predicting athletes
disordered eating ______________________________________________
160
Table D1. Correlations between variables – Total sample _________________
Apêndice D
Table D2. Correlations between variables – Control group ________________
Apêndice D
Table D3. Correlations between variables – Nonelite athletes _____________
Apêndice D
Table D4. Correlations between variables – Elite athletes _________________
Apêndice D
Tabela E1. Estatística descritiva e comparação de médias das principais
variáveis nas raparigas de 3 grupos etários __________________
Apêndice E
Tabela E2. Estatística descritiva e comparação de médias das principais
variáveis nos rapazes de 3 grupos etários ____________________
Apêndice E
Tabela E3. Distribuição dos participantes pelos padrões de vinculação à mãe e
ao pai nos 3 grupos etários e resultados do teste do χ2 _________
Apêndice E
Tabela F1. Médias das sub-escalas e score global do EDE-Q dos participantes
no Estudo 4 ____________________________________________
Apêndice F
Tabela F2. Médias das sub-escalas e score global do EDE-Q dos participantes
no Estudo 6 ____________________________________________
Apêndice F
xxi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Mapa conceptual do estudo qualitativo _______________________________
18
Figura 2. Mapa conceptual do estudo quantitativo _____________________________
20
Figure 3. Levels of influence among elite athletes ______________________________
42
Figura 4. Contour Drawing Rating Scale ______________________________________
53
Figura 5. Índice de Insatisfação com a Imagem Corporal entre os adolescentes de
ambos os sexos _________________________________________________
63
Figura 6. Índice de Insatisfação com a Imagem Corporal entre os adultos de ambos os
sexos _________________________________________________________
64
Figure 7. Initial structural model of adolescent’s disordered eating ________________
111
Figure 8. Model A, final structural model of elite athlete’s disordered eating _________
112
Figure 9. Model B, final structural model of nonelite athlete’s disordered eating ______
113
Figure 10. Model C, final structural model of control athlete’s disordered eating _____
113
xxii
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
O espaço do corpo é o corpo tornado espaço.
(Gil, 2001, p.19)
CONTORNO CONCEPTUAL
O trabalho que aqui se apresenta pretende contribuir para a compreensão dos
processos subjacentes ao risco de desenvolvimento de perturbações alimentares na
adolescência, especificamente em dois contextos considerados de alto risco, a Dança
Clássica e a Ginástica, tendo como quadro teórico de referência a perspectiva da
complexidade sistémica (Bertalanffy, 1968; Morin, 1994) e como lente conceptual o modelo
ecossistémico de desenvolvimento humano (Bronfenbrenner, 1977, 1979, 1992;
Bronfenbrenner & Morris, 1998).
O bailarino, como o ginasta, “prolonga o espaço que rodeia a sua pele, tece com as
barras, os tapetes, ou simplesmente com o solo que pisa relações de conivência tão íntimas
como as que tem com o seu corpo” (Gil, 2001, p. 57). Este não é apenas o seu corpo físico, é
todo o espaço envolvente como prolongamento da sua existência; mas não deixa de ser ele
próprio, constituído pelos seus pequenos sistemas funcionais, orgânicos. Ao longo deste
trabalho, esta visão complexa do corpo pretende também guiar-nos, enquanto metáfora, no
processo de compreensão do desenvolvimento de perturbações alimentares nestes palcos
da dança e da ginástica, onde a perfeição estética e artística se encontram, coordenadas
com a música que orquestra toda a performance.
A concepção multifactorial das perturbações alimentares, para as quais contribuem
variáveis de ordem individual, familiar e sócio-cultural (e.g. Keery, van den Berg, &
Thompson, 2004; Polivy & Herman, 2002; Shisslak et al., 1998; Tylka & Subich, 2004), é
consonante com a perspectiva da complexidade sistémica, que enfatiza a necessidade de
compreender o todo, cada uma das partes e as multi-relações que entre elas se
estabelecem. Assim, a compreensão da complexidade inerente às perturbações alimentares
exige a simultaneidade de uma leitura holística, ou seja, do todo significante que resulta das
3
INTRODUÇÃO
influências interactivas de cada um dos níveis sistémicos, de uma leitura do particular (o
conhecimento de cada uma das variáveis/factores intervenientes) e de uma leitura do
singular, de modo a captar e dar visibilidade a determinadas idiossincrasias dos indivíduos,
dado que um todo é também menos do que a soma (Morin, 1977).
Na sua conceptualização ecossistémica, Bronfenbrenner (1977, 1979, 1992) entende
que o processo de desenvolvimento humano ocorre sempre em contexto, considerando
cinco níveis sistémicos: o nível microssistémico, que se refere aos contextos mais imediatos
e de maior influência onde o indivíduo está inserido, os quais se caracterizam por
determinados padrões de actividades, papéis e relações interpessoais aí estabelecidas; o
nível mesossistémico que compreende as relações e processos que têm lugar entre dois ou
mais contextos do microssistema nos quais a pessoa em desenvolvimento participa
directamente; o nível exossistémico que corresponde, igualmente, a relações e processos
entre contextos do microssistema, sendo que a pessoa não participa directamente pelo
menos num deles; o nível macrossistémico referente ao contexto cultural, económico ou
político da sociedade a que pertence; e, por último, um nível transversal, o cronossistémico
que remete para os processos de estabilidade e mudança, não apenas na pessoa, mas
também nos contextos em que se insere (Bronfenbrenner, 1992; Bronfenbrenner & Morris,
1998). Estes contextos e níveis sistémicos encontram-se integrados e em permanente
interacção, influenciando-se mutuamente.
Adoptando, pois, como guia, esta lente conceptual, debruçamo-nos essencialmente
sobre os processos intra-individuais e inter-relacionais do nível microssistémico – sistemas
individual, familiar e contextual específico (dança e ginástica) –, tendo como pano de fundo
o nível macrossistémico – o contexto sócio-cultural em que vivem os adolescentes que
constituem o alvo desta investigação. Procuramos, assim, entender os processos que podem
levar ao desenvolvimento de perturbações alimentares nestes adolescentes, como produto
destes vários sistemas em interacção e não como resultado do comportamento ou atitude
isolada de um dos elementos de um sistema ou mesmo de um único sistema (Bertalanffy,
1968).
4
INTRODUÇÃO
O CORPO NA ADOLESCÊNCIA E AS PERTURBAÇÕES ALIMENTARES
A adolescência caracteriza-se como um período de intensas mudanças físicas,
psicológicas e sociais, que levam à construção da identidade e à autonomia do jovem. A
aceitação do corpo em mudança torna-se uma tarefa fundamental para o adolescente,
desde o final da infância, quando se inicia a maturação sexual e uma aceleração do
crescimento físico. O desenvolvimento dos músculos e o aumento da massa gorda,
sobretudo nas raparigas, implica um aumento do peso corporal (Levine & Smolak, 2002).
Sendo uma fase de vida em que os adolescentes estão mais atentos às mudanças que
ocorrem com o seu corpo, surgem frequentemente as preocupações com a aparência física,
a insatisfação com a imagem corporal e os comportamentos alimentares perturbados, de
forma a compensar essa insatisfação e a alcançar o corpo idealizado, geralmente construído
com base nos ideais de beleza transmitidos pela sociedade (Attie & Brooks-Gunn, 1989; A. E.
Field et al., 2001; Ricciardelli, McCabe, & Banfield, 2000; Stice & Shaw, 2002). Actualmente,
esta pressão cultural não se faz apenas sobre as raparigas e mulheres – exigindo-lhes corpos
excessivamente magros e impossíveis de atingir para a maioria –, mas também, e cada vez
mais, sobre os rapazes e homens. A estes pede-se que “construam” corpos moderadamente
musculados e atléticos, o que tem levado a um aumento da preocupação com a imagem
corporal e à utilização de métodos de controlo de peso e da forma corporal entre os jovens
do sexo masculino, bem como a prevalências de perturbações alimentares consideráveis,
acima do que se pensava até então (A. E. Field et al., 2001; Kjelsås, Bjørnstrøm, & Götestam,
2004; Ousley, Cordero, & White, 2008). De facto, a pressão social para a magreza parece
contribuir para uma sobrevalorização da aparência, entendida como um dos componentes
principais da auto-estima dos adolescentes (Harter, 1999), fortemente influenciada por
comentários críticos relacionados com a sua imagem corporal, por parte de amigos e família
(Ata, Ludden, & Lally, 2007; Benas & Gibb, 2008; Gleason, Alexander, & Somers, 2000;
Jones, Vigfusdottir, & Yoonsun, 2004; Taylor et al., 2006).
Ao longo deste trabalho, adoptamos a conceptualização de perturbações alimentares
num continuum, como defendido por diversos autores (Garner, Olmsted, & Garfinkel, 1983;
Peck & Lightsey Jr, 2008; Shisslak, Crago, & Estes, 1995; Stice, Killen, Hayward, & Taylor,
1998), que integra diversas manifestações de comportamento alimentar perturbado
(“disordered eating”, no inglês). De facto, este continuum inclui desde as preocupações com
5
INTRODUÇÃO
o peso e comportamentos restritivos até às perturbações alimentares enquanto doença
psiquiátrica, que preenchem os critérios diagnósticos definidos no Manual de Diagnóstico e
Estatística das Perturbações Mentais1 (DSM-IV, American Psychiatric Association, 2002),
como Anorexia Nervosa (AN) ou Bulimia Nervosa (BN). Efectivamente, os comportamentos
de dieta são muitos frequentes entre os adolescentes, especialmente do sexo feminino, mas
são também transitórios para a maioria, sendo poucos aqueles que evoluem para
preocupações e métodos de controlo de peso mais extremos (Patton, 1988), acompanhados
de complicações médicas graves. Entre estes dois pólos do continuum, encontram-se as
síndromes parciais de perturbações alimentares que são, pelo menos, duas vezes mais
frequentes nas populações não clínicas que as síndromes completas (Shisslak et al., 1995). O
último estudo de prevalência das perturbações alimentares em Portugal, realizado com
raparigas adolescentes (12-23 anos) em duas fases distintas, revelou que 2.37%
apresentavam Perturbações Alimentares Sem Outra Especificação (PASOE), enquanto
apenas 0.39% apresentavam AN e 0.30% BN (Machado, Machado, Gonçalves, & Hoek,
2007). Os autores sugerem que grande parte das PASOE apresentadas pelas adolescentes
corresponde a futuras síndromes completas, tendo em conta as idades jovens das
adolescentes em causa, reforçando a ideia de progressão de alterações menos graves para
alterações mais severas no comportamento alimentar (Patton, 1988; Shisslak et al., 1995).
A FAMÍLIA E O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES
Numa fase em que grandes mudanças ocorrem no adolescente, também as relações
entre pais e filhos e o funcionamento familiar no seu todo necessitam de alterar-se, para
que as funções primordiais da família – socialização e individualização – se cumpram. A
investigação sobre a influência da família nas perturbações alimentares começou por
debruçar-se sobre amostras clínicas, encontrando características no funcionamento familiar
que
dificultavam
o
cumprimento
destas
funções.
Excessivo
emaranhamento,
superprotecção, rigidez, evitamento de conflitos, coligações familiares e conflitos conjugais
não resolvidos, eram frequentemente encontrados nas famílias de pacientes com AN,
1
Vide Anexo A para Critérios Diagnósticos de AN, BN e PASOE, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística
das Perturbações Mentais (DSM-IV, American Psychiatric Association, 2002).
6
INTRODUÇÃO
enfatizando a intervenção familiar como uma componente essencial na recuperação das
pacientes (e.g. Bruch, 2001; Minuchin, Rosman, & Baker, 1978; Palazzoli, 1978). Contudo, é
fundamental compreender o funcionamento familiar antes do surgimento da doença
(Steinberg & Phares, 2001), estudando amostras não-clínicas. Neste sentido, alguns autores
têm vindo a demonstrar, por exemplo, que adolescentes menos satisfeitos com a qualidade
do ambiente familiar, que referem relações mais conflituosas com os pais, ou que
apresentam padrões de vinculação insegura relatam mais frequentemente preocupações
excessivas com o peso ou imagem corporal e comportamentos alimentares menos
saudáveis (e.g. Archibald, Graber, & Brooks-Gunn, 1999; Barbosa & Costa, 2001/2002;
Crespo, Kielpikowski, Jose, & Pryor, 2010; May, Kim, McHale, & Crouter, 2006; Sharpe et al.,
1998).
Por outro lado, para além da evidência de uma possível componente genética no
desenvolvimento de perturbações alimentares, baseada na investigação com familiares de
pacientes, gémeos, e estudos de genética molecular (Bulik, 2005), os estudos com a
população em geral têm mostrado ainda outras formas de influência familiar. Enquanto
agente de socialização primordial, a transmissão de mensagens e valores associados ao
corpo e aparência física começa por fazer-se neste contexto, podendo intensificar ou
minimizar a influência sócio-cultural. Os estudos têm mostrado que esta transmissão faz-se
por diversas vias, quer directas – como comentários críticos e discussão sobre questões
relacionadas com a alimentação, peso ou imagem corporal, encorajamento à adopção de
comportamentos de dieta (Ata et al., 2007; Smolak, Levine, & Schermer, 1999; Vincent &
McCabe, 2000; Wertheim, Martin, Prior, Sanson, & Smart, 2002) –, quer indirectas, como a
modelagem de atitudes e comportamentos relacionados com o peso e imagem corporal,
essencialmente por parte das mães (Keel, Heatherton, Harnden, & Hornig, 1997; Keery,
Eisenberg, Boutelle, Neumark-Sztainer, & Story, 2006; Pike & Rodin, 1991; Vincent &
McCabe, 2000).
7
INTRODUÇÃO
PARTICIPAÇÃO DESPORTIVA
NA
ADOLESCÊNCIA, DESPORTOS ESTÉTICOS
E
RISCO
DE
DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES
A participação regular em actividades desportivas, estruturadas, tem sido considerada
promotora do desenvolvimento dos adolescentes, com resultados positivos em termos de
melhoria da saúde física – nomeadamente, reduzindo o risco de obesidade (e.g. Patrick et
al., 2004), considerado um sério problema de saúde pública nos países desenvolvidos, do
qual Portugal não é excepção (Carmo et al., 2006) –, no desenvolvimento de competências
motoras – fundamentais para a prossecução da actividade a nível recreativo ou de
competição – e no desenvolvimento de competências psicossociais – como cooperação,
disciplina, liderança e auto-controlo (Côté, Strachan, & Fraser-Thomas, 2007). Contudo, a
prática de actividade física pelos adolescentes reveste-se de outras especificidades quando
esta se desenvolve ao nível de elite (alta competição ou profissionalizante). Considerado
“uma arte total, um espectáculo onde os limites são ultrapassados na perfeição estética dos
comportamentos” (Lipovetsky, 2010, p. 136), o desempenho a este nível pode ter, também,
algumas consequências negativas em termos físicos – como hipertrofia muscular, fadiga
crónica, alterações no sono e maior risco de lesões físicas (Dishman, 1992; Malina, 1992) – e
psicossociais – como exclusão social ou dinâmicas de grupo menos positivas, dado o nível de
competitividade (Côté et al., 2007; Fraser-Thomas & Côté, 2009; Hansen, Larson, & Dworkin,
2003). Uma das consequências a nível físico e psicológico prende-se com o risco de
desenvolvimento de perturbações alimentares (Dishman, 1992; Hausenblas & Carron, 1999;
Smolak, Murnen, & Ruble, 2000). Por exemplo, um dos estudos de prevalência
metodologicamente mais sólido, realizado em duas fases (Sundgot-Borgen & Torstveit,
2004), com todos os atletas Noruegueses de elite entre os 15 e os 39 anos, revelou que
estes apresentam prevalência de perturbações alimentares (AN, BN ou PASOE,
diagnosticadas com base em entrevistas clínicas) mais elevada que a população em geral,
quer no sexo feminino (20% vs 9%), quer no sexo masculino (8% vs 0.5%). Quando ao
comportamento alimentar perturbado, ou a perturbações alimentares, se associam a
amenorreia e a osteoporose, estamos na presença de uma síndrome muito comum nos
atletas do sexo feminino, a tríade da mulher atleta, considerada a “tríade de perturbações
médicas potencialmente mais letal” (Yeager, Agostini, Nattiv, & Drinkwater, 1993, p. 775).
Esta é, frequentemente, despoletada por dietas extremas como resposta a pressões para
8
INTRODUÇÃO
alcançar um peso ou forma corporal irrealista, resultando num défice de energia,
irregularidades menstruais e diminuição da densidade óssea, aumentando o risco de lesões
(International Olympic Committee Medical Commission, 2010), pelo que é igualmente vista
num continuum que necessita de ser investigado e sobre a qual se deve intervir em fases
anteriores ao surgimento dos três componentes em simultâneo (Torstveit & SundgotBorgen, 2005).
Diversas explicações têm sido encontradas para este risco mais elevado de
perturbações alimentares que os atletas apresentam. Alguns autores defendem uma
explicação intra-individual, considerando que determinadas características, manifestadas
pelos “bons atletas” e, frequentemente, encorajadas e reforçadas nos meios desportivos de
elite, os tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de perturbações alimentares
(Bachner-Melman, Zohar, Ebstein, Elizur, & Constantini, 2006; Leung, Geller, & Katzman,
1996; R. A. Thompson & Sherman, 1999b). O perfeccionismo, a persistência que leva os
atletas a treinar e a competir até à exaustão (por vezes, para agradar aos treinadores), a
determinação em serem os melhores, o facto de colocarem os interesses, prioridades e
necessidades da equipa antes dos seus próprios, ou a tolerância ao sofrimento físico são, de
certa forma, características semelhantes às de pacientes com AN (R. A. Thompson &
Sherman, 1999b). Por outro lado, uma explicação sócio-cultural aplicada ao desporto é
sustentada pelo facto de os ideais de beleza transmitidos pelas culturas ocidentais exigirem,
especialmente às mulheres, que se alcance o corpo ideal através da dieta e do exercício
físico. Entre os atletas, estas pressões intensificar-se-iam, dado que estão expostos a
pressões adicionais por parte dos treinadores, colegas de equipa e juízes para alcançarem
um peso e forma corporais que se aproximem do ideal para a prática de excelência em
determinado desporto (Dosil & González-Oya, 2008). Neste sentido, o contexto desportivo é
visto como uma sub-cultura onde as pressões sociais para a magreza são reforçadas
(Striegel-Moore, Silberstein, & Rodin, 1986), sendo os atletas encorajados a adoptar
comportamentos alimentares e de controlo de peso pouco saudáveis (Byrne & McLean,
2002; Gvion, 2008; Kerr, Berman, & De Souza, 2006; Petrie, 1993).
Os desportos estéticos, como a dança, a ginástica, a natação sincronizada ou a
patinagem artística, onde a aparência física é considerada fundamental e se exigem corpos
magros, são considerados de alto risco para o desenvolvimento de perturbações
9
INTRODUÇÃO
alimentares (United States Olympic Committee, 1998, citado por Dosil & Díaz, 2008), como
o têm demonstrado diversos estudos internacionais, realizados a partir dos anos 80 (e.g.
Anshel, 2004; Byrne & McLean, 2002; Garner & Garfinkel, 1980; Petrie, 1993; Rosen &
Hough, 1988; Sundgot-Borgen, 1994; Sundgot-Borgen & Torstveit, 2004; Toro et al., 2005;
Torstveit, Rosenvinge, & Sundgot-Borgen, 2008). Sobretudo quando praticados ao nível de
elite, para além das suas componentes estética e artística, os elementos atléticos e
competitivos tornam-se essenciais na busca da perfeição e do sucesso, na superação dos
limites do corpo. Neste projecto, escolhemos a dança clássica2 e a ginástica como os
desportos estéticos a serem estudados mais aprofundadamente, por serem suficientemente
semelhantes e distintos entre si.
Mais do que um desporto, a dança clássica é considerada uma arte pelos que a
praticam, mas também a mais física das artes performativas (Aalten, 2004). Assim, os
bailarinos são também considerados atletas especiais. As enormes exigências em termos de
treino físico diário, as pressões para manterem um corpo extremamente magro, que alie os
ideais estético e performativo, bem como a necessidade de serem excelentes do ponto de
vista técnico, artístico e estético (Davis & Strachan, 2001; Koutedakis & Jamurtas, 2004;
Krasnow, 2005; Schluger, 2010), tornam estas duas actividades semelhantes entre si e
contextos interessantes para o estudo do risco de desenvolvimento de perturbações
alimentares.
Em ambos os contextos, o corpo é a ferramenta de trabalho, pois é através dele,
daquilo que com ele se consegue fazer, que o movimento perfeito é alcançado. A perfeição
do movimento passa pela perfeição do corpo e, neste sentido, o corpo é trabalhado, muitas
vezes, até à exaustão, numa tentativa de se alcançar o corpo ideal, que é também o mais
magro possível (Aalten, 2007; Gvion, 2008). Estes desafios do trabalho constante do e com o
corpo colocam os bailarinos e ginastas num permanente confronto com o mesmo. Como
2
A dança moderna/contemporânea não foi aqui incluída, fundamentalmente, pela menor exigência que é feita
em relação à magreza destes bailarinos, já que existe uma maior aceitação de diversidade em termos de
formas e pesos corporais. Assim, os menores constrangimentos e restrições, quer físicas, quer artísticas
(Clabaugh & Morling, 2004), parecem colocar os seus praticantes em menor risco de desenvolverem
perturbações alimentares. Recentemente, Schluger (2010) encontrou o dobro da prevalência de
comportamentos alimentares perturbados em bailarinas de dança clássica em relação a bailarinas de dança
moderna (24.4% vs. 12.2%).
10
INTRODUÇÃO
refere José Gil (2001, p. 20) em relação ao bailarino, “é preciso que (…) se encontre no seu
corpo na ausência de toda a estranheza; ou seja, que os seus movimentos se insiram no
espaço com a mesma intimidade e a mesma familiaridade com a qual habita o seu corpo”.
Contudo, relembrando a “fragilidade” da imagem corporal dos adolescentes em geral,
facilmente se compreende que a imagem corporal e a auto-estima dos bailarinos e ginastas
sejam afectadas pelos efeitos do poder de uma cultura autoritária, em que controlo,
opressão e expressão estão intimamente associados ao corpo (Benn & Walters, 2001). De
facto, a par dos elevados níveis de perturbação alimentar apresentados por estes jovens,
em comparação com outros atletas ou com adolescentes da população em geral, a
literatura tem também mostrado resultados mais baixos de auto-estima e de satisfação com
a imagem corporal, sobretudo relativamente às bailarinas e ginastas do sexo feminino (e.g.
Bettle, Bettle, Neumärker, & Neumärker, 2001; Petrie, 1993), já que os rapazes são
consideravelmente menos estudados em relação a estas matérias. Estas são duas variáveis
consideradas essenciais pela literatura, relativa à população em geral, como
desencadeadoras de comportamentos alimentares perturbados e frequentemente
entendidas como mediadoras da influência de outras variáveis, como características prémórbidas, acontecimentos de vida stressantes ou comentários críticos de outros
significativos (e.g. Ata et al., 2007; Barker & Bornstein, 2010; Fairburn & Harrison, 2003; A.
E. Field et al., 2001; Ghaderi, 2001; Keel, Fulkerson, & Leon, 1997; Kichler & Crowther, 2009;
Littleton & Ollendick, 2003; Neumark-Sztainer, Story, Hannan, Beuhring, & Resnick, 2000).
No nosso país, que tenhamos conhecimento, os estudos de Silva (2001) e de Malheiro
e Gouveia (2001) são os únicos, até agora publicados, que procuram avaliar o
comportamento alimentar perturbado de atletas Portugueses, ambos centrados no sexo
feminino. No primeiro, a autora compara os resultados do Eating Disorder Inventory (EDI,
Garner, Olmstead, & Polivy, 1983) de atletas de seis modalidades distintas (incluindo
ginástica) com os dados do perfil de pacientes com perturbação alimentar (Profile Form do
EDI), mostrando algumas semelhanças relativamente a algumas características psicológicas
(Medo da Maturidade e Desconfiança Interpessoal), mas não ao nível de comportamentos
alimentares perturbados. Contudo, a autora reconhece a reduzida dimensão das amostras
como uma limitação importante do estudo, e que poderá ter contribuído, por exemplo, para
a ausência de diferenças significativas entre grupos (C. M. Silva, 2001). Por seu turno,
11
INTRODUÇÃO
Malheiro e Gouveia (2001) encontraram uma relação positiva entre a ansiedade física social
e as atitudes e comportamentos alimentares de risco de 100 atletas de natação, ginástica,
andebol e futebol, apesar de semelhante à encontrada num grupo de controlo, constituído
por estudantes universitárias. Contudo, entre as atletas de natação e ginástica esta relação
revelou-se mais forte que nas não-atletas, aspecto que as autoras associam às pressões e
exigências de magreza típicas das modalidades, consideradas de risco elevado para o
desenvolvimento de perturbações alimentares. Efectivamente, foram também as ginastas
que apresentaram níveis significativamente mais elevados nas sub-escalas Desejo de
Emagrecer, Bulimia e Ascetismo do EDI-2. Um terceiro estudo português, na área da
Nutrição, procurou caracterizar a ingestão nutricional e a composição corporal de atletas de
ginástica rítmica e de ginástica artística de competição, tendo-se verificado que a ingestão
energética das atletas era inferior às suas necessidades, colocando em causa, quer os
processos de crescimento e maturação, quer o rendimento desportivo, sobretudo pelo facto
das ginastas de nível competitivo mais elevado apresentarem ingestão energética mais
reduzida (M. R. Silva, 2007). Apesar da sintomatologia clínica de perturbações alimentares
não ter sido avaliada neste estudo, os seus resultados constituem um sinal de alerta para o
risco deste grupo de atletas Portuguesas desenvolverem perturbações alimentares e para a
necessidade da investigação neste campo.
DESAFIOS COLOCADOS À INVESTIGAÇÃO
Para além da quase ausência de estudos sobre o comportamento alimentar dos
atletas Portugueses, a própria revisão de literatura internacional revela algumas áreas ainda
pouco exploradas no que se refere à compreensão do risco de desenvolvimento de
perturbações alimentares entre os atletas. Byrne e McLean (2001) sublinham a necessidade
de desenvolvimento de investigação que procure compreender a natureza e distribuição das
perturbações alimentares nestes contextos, pois os resultados que daí advenham podem
ser vitais para os profissionais que trabalham com os atletas e para os próprios atletas.
Efectivamente, estes profissionais deparam-se muitas vezes com atletas que apresentam
características específicas que os predispõem mais facilmente ao surgimento de
perturbações alimentares, mas que podem também “legitimar” grande parte dos seus
12
INTRODUÇÃO
sintomas nestes contextos específicos, associando-os à dedicação e empenho, tornando,
assim, mais difícil a identificação e tratamento (Sherman & Thompson, 2001; Sherman,
Thompson, Dehass, & Wilfert, 2005; R. A. Thompson & Sherman, 2000). Por outro lado, e
aplicando o que é defendido por Striegel-Moore e Bulik (2007) relativamente à importância
do estudo dos factores de risco em geral, só com base nesta caracterização será possível
definir os grupos de atletas em maior risco e que devem ser alvo de intervenções; desenhar
programas de prevenção e adequar os seus conteúdos à população-alvo; e, em última
instância, informar a comunidade desportiva para que algumas medidas possam ser
adoptadas de forma a proteger estes adolescentes do desenvolvimento de perturbações
alimentares.
Assim, torna-se fundamental encontrar uma explicação para o desenvolvimento de
comportamentos alimentares perturbados em atletas de desportos estéticos de ambos os
sexos, que traduza a complexidade inerente aos mesmos, tal como a investigação com a
população em geral já apresenta (e.g. Keery et al., 2004; Shisslak et al., 1998; Tylka &
Subich, 2004). A conceptualização das perturbações alimentares num continuum, que
permite a identificação dos seus factores precipitantes (Scarano & Kalodner-Martin, 1994),
bem como o modelo ecossistémico de desenvolvimento humano Bronfenbrenner (1977,
1979, 1992; Bronfenbrenner & Morris, 1998), pela potencialidade de uma análise
multissistémica, constituem um pano de fundo essencial para o cumprimento desta tarefa.
Ainda pouco se sabe acerca dos factores que tendem a reduzir ou agravar os
comportamentos alimentares perturbados ou a expressão de perturbações alimentares nos
atletas de desportos estéticos. Neste sentido, importa conhecer em pormenor as
características dos contextos desportivos específicos (nível microssistémico) em que os
jovens atletas estão inseridos, sobretudo os adolescentes que aspiram a ser bailarinos
profissionais e os que participam em competições internacionais de ginástica, pela
centralidade que estes papéis têm nas suas vidas actuais e futuras. Por outro lado,
características individuais e características de outros contextos microssistémicos,
nomeadamente a família (raramente considerada nos estudos com atletas), devem também
ser explorados, tendo em conta as relações e influências mútuas entre os diversos
contextos. Alguns dos factores de risco ou protectores do desenvolvimento de perturbações
alimentares poderão ser específicos de determinados contextos, da mesma forma que a
13
INTRODUÇÃO
extensão da influência de factores conhecidos para a população em geral pode ser diferente
nestes atletas. Neste sentido, a comparação de variáveis individuais e sistémicas entre
atletas de desportos estéticos e grupos de controlo, constituídos por adolescentes das
mesmas idades, é fundamental para entender possíveis diferenças e semelhanças na
influência de diversos factores no processo de desenvolvimento de comportamentos
alimentares perturbados.
Segundo Bronfenbrenner (1992), quando uma estrutura social tem o potencial de se
tornar numa sub-cultura, pela partilha de determinados valores, crenças, estilos de vida,
expectativas ou recursos sócio-económicos, esta pode ser também denominada de
macrossistema e torna-se possível investigar a natureza dos vários aspectos que afectam os
processos desenvolvimentais em níveis mais próximos. Desta forma, para além da
sociedade actual em geral, a sub-cultura dos desportos estéticos (como referimos
anteriormente) é, aqui, encarada como um outro contexto macrossistémico ao qual os
atletas pertencem. Comparando os atletas com um grupo de adolescentes da população em
geral, não pertencentes a esta sub-cultura, estamos a cumprir uma das indicações de
Bronfenbrenner acerca da investigação ecossistémica, pois só contrastando, pelo menos,
dois macrossistemas, é possível determinar até que ponto os processos desenvolvimentais
hipotetizados funcionam, ou não, da mesma forma.
Para além deste desafio maior, dois outros se colocam à investigação acerca do
desenvolvimento de perturbações alimentares em atletas de desportos estéticos. Primeiro,
os adolescentes que praticam estes desportos de forma recreativa ou não competitiva
(sobretudo no que se refere à dança clássica) têm sido pouco considerados nos estudos
realizados até ao momento (Hausenblas & Carron, 1999). Poderá a sub-cultura dos
desportos estéticos influenciar de forma diferente o comportamento alimentar destes
adolescentes, por não existir uma “imersão” tão profunda na mesma? E em que sentido
ocorrerá esta influência? Em termos do nível mesossistémico, poderão os diversos
contextos microssistémicos (família, pares, escola de dança, clube de ginástica) interrelacionar-se também de forma diferente, resultando, daí, diversos níveis de
comportamento alimentar perturbado? Por último, apesar das diferenças entre sexos, em
relação às perturbações alimentares na população em geral, estarem relativamente bem
estabelecidas, não é claro se estas se encontram ao mesmo nível nos atletas de desportos
14
INTRODUÇÃO
estéticos (Byrne & McLean, 2001), já que os estudos realizados até ao momento se centram,
quase exclusivamente, no sexo feminino (e.g. de Bruin, Oudejans, & Bakker, 2007; Petrie,
1993; Toro, Guerrero, Sentis, Castro, & Puértolas, 2009) e os resultados dos estudos que
integram atletas do sexo masculino são algo incongruentes (Milligan & Pritchard, 2006;
Neumärker, Bettle, Neumärker, & Bettle, 2000; Petrie, 1996). Assim, torna-se essencial
estudar, de um ponto de vista ecossistémico, atletas de ambos os sexos e de diferentes
níveis de competição e, simultaneamente, um grupo de controlo, para uma correcta
caracterização do risco de desenvolvimento de perturbações alimentares em praticantes de
desportos estéticos.
CONTORNO METODOLÓGICO
“A arte do bailarino consiste (…) em construir um máximo de instabilidade, em
desarticular as articulações, em segmentar os movimentos, em separar os membros e os
órgãos a fim de poder reconstruir um sistema de um equilíbrio infinitamente delicado” (Gil,
2001, p. 26). Da mesma forma, e uma vez que é impossível compreender o todo sem
conhecer as partes e vice-versa (Morin, 1994), nesta investigação, procurámos compreender
o melhor possível a realidade (ainda que de forma imperfeita, dada a sua complexidade)
olhando de forma aproximada para cada um dos sistemas que a compõem, e,
simultaneamente, para o todo, numa tentativa de apreensão dos significados e processos
que levam à adopção de comportamentos alimentares perturbados por parte de atletas de
desportos estéticos. Assim, a presente investigação enquadra-se no paradigma póspositivista (Guba & Lincoln, 1994), baseado numa abordagem mista, conjugando métodos
qualitativos e (predominantemente) quantitativos (Hesse-Biber & Leavy, 2011; Teddlie &
Tashakkori, 2009).
Numa etapa preliminar do estudo, optou-se por uma abordagem qualitativa,
considerada a melhor forma de explicar processos e fenómenos de contextos específicos
(Hesse-Biber & Leavy, 2011; Miles & Huberman, 1994), no sentido de explorar a realidade
portuguesa em que se inserem os jovens bailarinos e ginastas de elite. Seleccionámos a
metodologia de focus group para, através da própria linguagem dos participantes e da
interacção entre eles, aceder aos seus pontos de vista, crenças e atitudes em relação à
15
INTRODUÇÃO
temática em causa (Hesse-Biber & Leavy, 2011; Morgan, 1998; Vaughn, Schumm, & Sinagub,
1996). Esta metodologia tem como objectivo explorar os processos e as características
psicológicas e sócio-culturais de sub-grupos populacionais (Basch, 1987, citado por Mates &
Allison, 1992) e tem-se revelado de grande utilidade no estudo de contextos ainda pouco
conhecidos (e.g. James, Rienzo, & Frazee, 1997; Mates & Allison, 1992; Tiggemann,
Gardiner, & Slater, 2000), como o que pretendemos estudar. Como sugerem Byrne e
McLean (2001), os estudos qualitativos oferecem-nos informações mais detalhadas que
podem ser usadas para enquadrar hipóteses em estudos subsequentes, ajudando a
construir o nosso conhecimento acerca da natureza e desenvolvimento de perturbações
alimentares em atletas. Efectivamente, os resultados deste primeiro estudo exploratório
foram essenciais para a definição do quadro conceptual do estudo posterior, de cariz
quantitativo (e igualmente transversal), de forma a obter uma visão mais geral, de conjunto,
através dos padrões de resultados de um número consideravelmente maior de
adolescentes, que constituíram grupos de estudo diversos. A comparação entre os vários
grupos, bem como a análise intra-grupo, com recurso a métodos estatísticos, revelou-se
fundamental para responder às questões que a análise de dados do estudo qualitativo
levantou. Neste sentido, a complementaridade de métodos mostra um processo de
investigação abdutivo, baseado na dialéctica entre a lógica predominantemente indutiva do
primeiro estudo e, na sua sequência, dedutiva do segundo estudo (Teddlie & Tashakkori,
2009), procurando, em diferentes terrenos, ajuda para gerar novas possibilidades de
explicação do fenómeno (Daly, 2007). O “diálogo” contínuo entre recolha e análise dos
dados ocorreu mesmo no segundo estudo (que, como veremos, se apresenta sub-dividido
em três estudos distintos mas complementares), já que a descoberta de determinados
padrões fez emergir novas questões às quais fomos procurando responder, focando-nos em
realidades cada vez mais concretas, para que o todo pudesse emergir da forma mais
completa possível.
16
INTRODUÇÃO
DESENHO DA INVESTIGAÇÃO
Quais as especificidades dos contextos da dança e da ginástica que os tornam de risco
para o desenvolvimento de perturbações alimentares? Que outras características,
individuais, familiares e relacionais, podem colocar em risco, ou proteger, os adolescentes
que praticam desportos estéticos de desenvolverem este tipo de perturbações?
Estas questões iniciais orientaram todo o processo de investigação, à qual se procurou
responder através de dois estudos empíricos de carácter distinto.
Para o primeiro estudo, de carácter exploratório e qualitativo, definiram-se três
objectivos:
(1) investigar características e pressões específicas que os jovens bailarinos
e ginastas encontram nos contextos em que se inserem;
(2) compreender a forma como os professores/treinadores, pares e pais,
influenciam os comportamentos e atitudes dos jovens bailarinos e ginastas em
relação ao peso e imagem corporal;
(3) investigar características específicas destes contextos que possam
proteger os jovens bailarinos e ginastas de desenvolverem algum tipo de
perturbação alimentar.
A Figura 1 apresenta o mapa conceptual deste primeiro estudo, representando,
graficamente, os principais constructos investigados. Dadas as características exploratórias
do estudo, os constructos que nos guiaram foram essencialmente os sistemas e subsistemas
(micro, meso e macrossistemas) em que os atletas de desportos estéticos de elite estão
envolvidos. A partir destes, procurámos entender comportamentos, atitudes e percepções,
fundamentalmente relativos ao peso, alimentação e imagem corporal, associados à prática
da modalidade. As variáveis tempo, sexo e modalidade correspondem aos contornos do
mapa conceptual, no sentido em que, para além de características comuns, procurámos ter
em conta as diferenças entre rapazes e raparigas, bailarinos e ginastas, bem como entre
adolescentes de diferentes níveis etários.
17
INTRODUÇÃO
Tempo
Comportamentos
Escola de Dança
ou Clube de
Ginástica
Atleta
Percepções
Sub-cultura Desportos
Estéticos de Elite
Modalidade
Família
Atitudes
Escola
Sociedade
Peso
Alimentação
Imagem Corporal
Sexo
Figura 1. Mapa conceptual do estudo qualitativo
No segundo estudo, de carácter quantitativo3, os objectivos foram formulados de
acordo com os resultados do estudo anterior. Assim, pretendíamos:
(1) avaliar o risco de desenvolvimento de perturbações alimentares nos
atletas de desportos estéticos, comparativamente com um grupo de controlo,
tendo em conta a) o sexo, b) a modalidade praticada e c) o nível de competição;
(2) investigar a influência de variáveis do sistema individual como idade,
índice de massa corporal, perfeccionismo, auto-estima, insatisfação com a
imagem
corporal
nos
comportamentos
alimentares
perturbados
dos
adolescentes;
(3) estudar a influência de variáveis do contexto microssistémico familiar
relacionadas directamente com o próprio adolescente (como vinculação aos
pais, influências parentais em relação à magreza, qualidade das relações com os
pais e do ambiente familiar) e variáveis exclusivamente parentais (insatisfação
3
Vide exemplo de protocolos de investigação no Apêndice A.
18
INTRODUÇÃO
com a imagem corporal e comportamento alimentar perturbado de ambos os
pais) nos comportamentos alimentares perturbados dos adolescentes;
(4)
investigar
a
influência
de
variáveis
sócio-relacionais
nos
comportamentos alimentares perturbados dos adolescentes, como a pressão
social para a magreza e o suporte social;
(5) investigar a influência de variáveis do contexto microssistémico
desportivo (dança/ginástica), como a percepção de pressão para a magreza e de
suporte, nos comportamentos alimentares perturbados dos atletas;
(6) compreender a relação entre as diversas variáveis anteriormente
referidas e a influência desta interacção na protecção ou risco de
desenvolvimento de perturbações alimentares;
(7) adaptar para o contexto Português um instrumento de avaliação da
(in)satisfação com a imagem corporal de adolescentes e adultos, bem como um
instrumento de avaliação de factores de risco e factores protectores do
desenvolvimento de perturbações alimentares em adolescentes de ambos os
sexos, contribuindo, assim, para o processo de validação dos mesmos.
O mapa conceptual que se apresenta na Figura 2 representa os diversos constructos e
relações entre os mesmos, definidos a partir dos resultados do estudo anterior, bem como
de outros estudos empíricos ou teóricos revistos. Assim, consideramos quatro grandes
grupos de variáveis independentes – individuais, familiares, sócio-relacionais e contextuais
desportivas específicas. As variáveis individuais auto-estima e insatisfação com a imagem
corporal assumem uma posição intermédia, no sentido em que são consideradas como
mediadoras da influência das variáveis independentes (em relação às quais são
dependentes) no comportamento alimentar perturbado dos adolescentes, entendido, aqui,
como variável dependente, quer dos primeiros quatro grupos de variáveis, quer das
variáveis intermédias. As variáveis sexo e modalidade praticada correspondem, à
semelhança do estudo anterior, aos contornos do mapa conceptual, uma vez que, na
maioria das análises estatísticas realizadas, os participantes foram separados por sexos e
por grupos de atletas (elite e não-elite) ou controlo. A idade, todavia, passou a ser
considerada como variável demográfica, integrada no conjunto de variáveis individuais.
19
INTRODUÇÃO
Figura 2. Mapa conceptual do estudo quantitativo
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação organiza-se em quatro capítulos4.
No primeiro capítulo – Estudo Exploratório – apresenta-se o primeiro estudo empírico
realizado com atletas de desportos estéticos em contextos de elite, exploratório e de cariz
qualitativo (Estudo 1), o qual constitui uma base para os estudos seguintes.
No segundo capítulo – Adaptação e Contributos para o Processo de Validação de
Instrumentos para a População Portuguesa – apresentam-se os estudos de adaptação de
4
Os estudos que integram os capítulos I, II e III são apresentados em formato de artigo científico por se tratar
de estudos submetidos para publicação em revistas científicas nacionais e internacionais. Quer o primeiro,
quer o terceiro capítulos são apresentados em língua inglesa, pelo facto de constituírem artigos submetidos
para publicação em revistas científicas internacionais cuja língua oficial é o inglês.
20
INTRODUÇÃO
dois instrumentos utilizados na etapa seguinte, Contour Drawing Rating Scale (Estudo 2) e
McKnight Risk Factor Survey-IV (Estudo 3).
O terceiro capítulo – Dança e Ginástica: Contextos de Risco para o Desenvolvimento de
Perturbações Alimentares? – encontra-se dividido em três estudos empíricos de carácter
quantitativo. No primeiro, pretendemos comparar potenciais factores de risco e de
protecção, bem como a relação destes com o nível de comportamento alimentar
perturbado, em atletas de desportos estéticos de dois níveis distintos de competição (elite e
não-elite) e adolescentes da população em geral, especificando possíveis preditores de
perturbações alimentares nos três grupos (Estudo 4). De seguida, procuramos explorar a
influência do contexto microssistémico familiar na insatisfação com a imagem corporal e
comportamento alimentar perturbado dos atletas de elite, incluindo resultados destas
mesmas variáveis nos pais (Estudo 5). O último estudo empírico procura analisar
características individuais e características específicas do contexto microssistémico
desportivo, quer em bailarinos quer em ginastas de elite e não-elite, potencialmente
preditoras de comportamentos alimentares perturbados nestes contextos (Estudo 6).
Por fim, no último capítulo – Discussão Integrada e Considerações Finais – procuramos
efectuar uma leitura integrada e holística dos principais resultados dos vários estudos,
encontrando respostas e novas interrogações face às questões de investigação e objectivos
definidos inicialmente. Procuramos, ainda, reflectir criticamente sobre o processo de
investigação e sobre as implicações que este projecto apresenta para a intervenção
preventiva e terapêutica nestes contextos e para investigações futuras.
21
INTRODUÇÃO
22
CAPÍTULO I
ESTUDO EXPLORATÓRIO
ESTUDO EXPLORATÓRIO
24
ESTUDO EXPLORATÓRIO
AESTHETIC SPORTS AS HIGH-RISK CONTEXTS FOR EATING DISORDERS—YOUNG
ELITE DANCERS AND GYMNASTS PERSPECTIVES5
Abstract
This is the first study developed in Portugal which investigates specific characteristics of
dance and gymnastics environments that make them high-risk contexts for the development
of eating disorders. Four focus groups were conducted with thirteen ballet students from a
professional dance school and nine gymnasts from a gymnastics club (aged 12 to 17 years),
which were subjected to an inductive-deductive analysis procedure. Specific risk and
protective factors were identified. Among their respective sources of influence, teachers
and coaches are those who exert a stronger influence upon young athletes. We also
explored some themes related to the influence of peers, parents, and environmental
characteristics, which could have an important role on the development or prevention of
disordered eating.
Keywords: eating disorders; ballet; gymnastics; adolescents; focus group
5
Francisco, R., Alarcão, M., & Narciso, I. (2010). Aesthetic sports as high risk contexts for eating
disorders: Young elite dancers and gymnasts perspectives. Submetido a The Spanish Journal of
Psychology (2ª versão).
25
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Introduction
Eating Disorders (ED), defined as abnormal eating habits associated with a permanent
worry about weight and body image, have been considered a public health threat, mainly
affecting female adolescents and young adults. Over the last three decades, a great number
of studies have documented a higher risk, prevalence, and incidence of ED among athletes,
compared with the general population (e.g. Garner & Garfinkel, 1980; Hausenblas & Carron,
1999; Toro et al., 2005). Striegel-Moore and colleagues (1986) compared the sport
environment to a subculture where the influence of environmental and sociocultural factors
is amplified. Today’s society constantly pushes individuals into achieving an “ideal” body
through diets and exercise. However, athletes are also exposed to the internal pressures of
their sport, which often overemphasize the link between peak performance and a specific
weight (Hausenblas & Carron, 1999; Toro et al., 2005). On the other hand, high expectations
and pressure from parents, coaches, and teammates are among the main factors causing ED
(Dosil & González-Oya, 2008).
A meta-analysis of 34 studies ranging from 1975 to 1999 concerning female athletes
and eating problems revealed that elite athletes are more at risk of suffering from ED than
nonathletes or nonelite athletes, especially those from sports in which the required body
aesthetic demands thinness (Smolak et al., 2000). In fact, aesthetic sports, such as rhythmic
and artistic gymnastics, ice-skating, or dance, are considered by Dosil and Díaz (2008),
according to the United States Olympic Committee criteria, as high-risk sports for ED (as well
as weight division sports, gym sports, or endurance sports). The judges’ criteria which stress
thinness are another essential factor in the etiology of ED in some sports (R. A. Thompson &
Sherman, 1993). Therefore, ballet dancers and gymnasts, for example, are more prone to
engaging in extreme and unhealthy eating and weight-control behaviors (Engel et al., 2003;
Petrie, 1993) in the name of commitment and competition (Gvion, 2008; R. A. Thompson &
Sherman, 1999b). Despite clear differences among them (for example, ballet has a
fundamentally artistic component, while gymnastics has a strong sport component, as well
as the artistic one), these two aesthetic sports were selected to be studied together.
Similarity of demands in terms of the extreme pressure to be thin and long hours of physical
training (Davis & Strachan, 2001), for example, are important reasons to combine dancers
26
ESTUDO EXPLORATÓRIO
and gymnasts as a group of “athletes”, as we have seen in the literature for a long time
(Smolak et al., 2000).
In Portugal there are no studies reporting levels of prevalence of ED among dancers or
gymnasts. Toro and his colleagues (2005) studied Spanish athletes from different sports and
found a ratio of athletes with some type of ED, including eating disorders not otherwise
specified (EDNOS), five times higher than that in the general population (22.6% vs. 4.1%).
Athletes competing in rhythmic sports, such as gymnasts, displayed the highest
percentages. Another study (Dosil & Díaz, 2008) which analyzed the relationships between
athletes’ ideal and real weight reached the conclusion that rhythmic gymnasts show high
levels of weight dissatisfaction (77.2% of them considered that their real weight was above
their ideal weight, according to the weight required for their discipline, in which competition
judges reward an exceptionally thin body, when compared with the ideal weight for the
normal population). A study of female ballet dancers (Ringham et al., 2006) revealed that
83% of them reported some form of eating pathology, including Anorexia Nervosa (6.9%),
Bulimia Nervosa (10.3%), and EDNOS (55%). Thomas, Keel and Heatherton (2005), upon
comparing the prevalence of disordered eating attitudes and behaviors among adolescent
ballet dancers at national, regional, and local schools, suggested a combination of individual
(e.g., perfectionism) and environmental (e.g., competition) variables as mediators of the
phenotypic expression of ED. Despite the fact that a dancer’s extra-thin body is looked upon
as a sign of ultimate control and professional achievement (Gvion, 2008), it is necessary to
have an accurate understanding of the aspects of the dance school environment and
relationships established there, as well as at gymnastics clubs, that may inhibit or contribute
to the development of an ED. It is well known that the prevalence of ED is substantially
higher among females than males. For this reason, male athletes are rarely included in
studies of athletes’ eating behaviors (dancers are also excluded because there are far fewer
male than female dancers). However, some of these few studies show that the male
athletes competing in sports that emphasize a lean body shape or a low body weight also
evidenced a significantly higher prevalence of ED than other athletes and non-athletes (e.g.
Byrne & McLean, 2002). On the other hand, male dancers and gymnasts are part of the
systems studied, so they can influence the development of ED among girls’ counterparts
positively or negatively, and should be taken into account.
27
ESTUDO EXPLORATÓRIO
The purpose of this study was to understand the specifics of dance and gymnastics’
environments that make them high-risk contexts for the development of ED among female
and male adolescents, adopting a qualitative methodological approach. We tried to
investigate (1) specific types of pressures and characteristics young Portuguese dancers and
gymnasts found within their contexts, (2) the way teachers/coaches, peers/teammates, and
parents sway their body image and weight attitudes and behaviors, and (3) specific
environmental characteristics that could prevent young dancers and gymnasts from
developing ED. The ecological perspective, which considers the systems that surround these
adolescents and specifically understands the forces shaping adolescents’ development (and
possible ED) in their environments, is an adequate theoretical frame to answer these
questions (Bronfenbrenner, 1979). As “seeing research participants’ lives from the inside
often gives a researcher otherwise unobtainable views” (Charmaz, 2006, p. 14), qualitative
research is considered the best way to explain processes and phenomena from specific
contexts (Miles & Huberman, 1994).
Method
Participants
The participants (N = 22; M = 11, F = 11) were 13 female and male ballet students
(mean age = 14.6 years, SD = 1.56) from a professional Portuguese dance school, and 9
gymnasts (mean age = 15.1 years, SD = 1.27) from a Portuguese gymnastics club, who
compete at national and international level.
Ballet students from different classes were separated into two focus groups (FG)
according to their artistic level (FG1: 3rd to 5th levels; FG2: 6th to 8th levels), and gymnasts
were also separated according to their gymnastics disciplines (FG3: artistic and rhythmic
gymnastics; FG4: acrobatic gymnastics). All of the participants’ parents gave written
authorization for their children to participate in the research, and all of them signed
informed consent.
28
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Procedure
Focus groups were selected as a data collection method because they are particularly
useful for exploratory research when little is known about the context (e.g. James et al.,
1997; Tiggemann et al., 2000). The goal is not to generalize to larger populations; instead,
our intention is to fully understand particular aspects through the different ideas that
emerge. The interaction between participants enables them to express their views of the
world where they live, their beliefs and attitudes in their own words. Thus, the participants
were recruited through purposive sampling, according to the project’s goal of generating
the most productive discussions possible with the focus groups (Morgan, 1998). The session
with each group (60-90 min) was based on the questioning route with open-ended
questions developed for that purpose (see Table 1). The study was part of a PhD project
(about the individual, family, and environmental characteristics that put young dancers and
gymnasts at higher risk or protect them from the development of ED) and as such was
scrutinized by the appropriate university research committees and the Foundation for
Science and Technology (Portugal).
Table 1.
Focus Group Questions
1. When you hear about dance/gymnastics, what comes to your mind?
2. What would an ideal dancer/gymnast's body look and be like?
3. You live in an environment that greatly values the body and the physical appearance—
does this have any impact on your life?
4. How is your relationship with your teachers/coaches?
5. How do your parents deal with the Dance School/Gym Club demands?
6. How do you live through auditions/competition exams?
The focus group discussions were recorded and transcribed verbatim and subjected
to an inductive-deductive content analysis procedure. First, the focus groups’ data were
analyzed deductively for meaningful units (references), which were defined as sets of
sentences about the same topic. Then, meaningful units that shared common features were
29
ESTUDO EXPLORATÓRIO
identified and organized into distinct categories and were combined to form more abstract
categories, as engaged in successive levels of analysis (Charmaz, 2006), based on new labels
or pre-existing concepts in the literature. Triangulation by the researchers helps to ensure
the credibility and validity of the research (Miles & Huberman, 1994). Therefore, raw data
responses were individually identified and grouped into themes and subthemes developed
by the first researcher and checked for reliability and validity by a second researcher until a
consensus was reached. The QSR Nvivo7 software (QSR, 2006) was used to search, store,
explore, and organize the qualitative material.
Results
The content analyses of the focus groups’ responses yielded 84 interrelated
categories, organized in a hierarchical system6. Two main categories were seen as having
the most potential for the purpose of the study:
a) Factors of Influence among dancers’ and gymnasts’ attitudes, behaviors, and wellbeing. They were separated into risk factors for the development of problems among
young elite athletes (corresponding to 58% of the coded references), protective
factors (29%), and ambiguous factors (because the type of the influence was not
clarified by the participants or it is not referred to in the literature; 13%). Among the
risk and protective factors, we have distinguished those specifically related to ED and
those related to problems in general. The inclusion criteria in each category were a
reference to the theme by participants at focus groups or in the literature reviewed.
b) Sources of Influence, which indicate the source of the influence factors. We have
found three main sources of influence—dance school/gymnastics club (72%), classical
dance world/elite gymnastics world (13%), and parents (9%).
We will present a detailed analysis of each source of influence upon dancers’ and
gymnasts’ attitudes and behaviors, to try to understand which factors appear to be most
related to each source. To provide insight into the experiences of the participants, some of
6
Appendix B presents the hierarchical system, which includes the 84 categories; Appendix C presents all the
references included into 2 categories (Negative comments about weight and body image; Social support), as
an example.
30
ESTUDO EXPLORATÓRIO
their quotations are included within the explanation of each factor of influence (names
given to respondents are pseudonyms to guarantee anonymity).
Dancers
Dance School
Five essential categories emerged within the dance school: teachers (31%), peers
(13%), system (culture and rules of dance school; 19%), training (15%), and schedules (4%).
Teachers. Teachers appear to be the major source of influence upon ballet students.
The category most frequently referred to was the negative relationship between teacher
and students (41.5%), which includes features such as feeling that teachers are not
accessible, fear of them, or expressions of partiality (“showing preferences”) and hostility
toward students, which is likely to contribute to lower self-esteem, poor perception of social
support, and so on.
Some teachers aren’t approachable (...) we can hardly say Teacher, I’m in pain, what
can I do? (Ana, 16-year-old girl)
(...) in my first year, I had a teacher who acted like this was the military (...) because
when we did something wrong she’d scream at us! (Carolina, 12-year-old girl)
This category is strongly related to some risk factors for ED, such as pressure for
thinness; emotional distress (including anxiety, sadness, and frustration); and negative
comments about eating, weight, and body image (which sometimes involve the indication of
food restriction as a weight control method). This appears to happen with both female and
male students but seems to be more frequent and cause more emotional distress in girls.
They suffer a lot (...) sometimes they have to hear things like you’re really fat! You’d
better start losing weight! or You’ll never fit into a tutu! (Henrique, 17-year-old boy)
On the other hand, dancers also talk about, although less frequently, a positive
relationship between teacher and students (23.1%), which we considered a protective
factor for problems in general. This factor includes themes such as the impartiality and
professionalism of teachers, and empathy and trust between teachers and students.
I think he’s a great teacher, and he works hard for his students! (José, 12-year-old boy)
31
ESTUDO EXPLORATÓRIO
We can trust him and talk to him... (Ana, 16-year-old girl)
Another relevant category is the undervaluing of health (10%), especially related to ED
symptoms.
There was that thing with Teresa, who was obviously anorexic, and the teacher kept
saying you look nice! (...) If teachers encourage that, how are we supposed to care
about health? (Ana, 16-year-old girl)
Peers. The most frequently mentioned factors associated to peers are all risk factors
for ED, especially negative comments about weight and body image (36.2%), which seem to
be a trigger of emotional distress and many different weight control behaviors.
Interestingly, negative comments are not mentioned by older dancers (aged 15 to 18) at all.
There was talk about what I ate (...) I don’t know if it’s on purpose, it probably isn’t on
purpose, but they should realize they’re tearing other people down. (...) sometimes
we have really nice colleagues *ironic tone+ who say we’re fat and that day I decided
to stop eating. That day I didn’t have lunch or dinner... (Madalena, 13-year-old girl)
We also have to underline the frequency of comparisons between dancers who are
exposed to a high level of competition (competitive comparisons, 27.6%), although these
are more referred to by younger dancers. However, older dancers also recognize the
classical dance environment as extremely competitive, which is considered a strong risk
factor for ED.
I think there are people who worry too much about other people instead of
worrying about themselves. (Carolina, 12-year-old girl)
You have to be better than other people. (Paulo, 17-year-old boy)
System. Pressure for thinness (23.3%) and food restriction (24.4%) as a method of
weight control are, undoubtedly, the risk factors for ED most related to this source of
influence. These two themes are widespread in the classical dance subculture (e.g., Gvion,
2008), and are no exception at this Portuguese dance school.
32
ESTUDO EXPLORATÓRIO
When we’re a little bigger (...) I always think will this mean I can’t be in this school, can
they ask me to leave because of that? (Carolina, 12-year-old girl)
(...) if people tell me I’m skinny or even anorexic, because I know it’s not true, it’s
actually a compliment to me! (...) It’s almost my goal! (Ana, 16-year-old girl)
Two other categories are only mentioned by students from higher artistic degrees:
early demand for maturity (which we considered a risk factor for problems in general) and
great maturity that students feel they attain, truly, and view as an advantage of studying at
this dance school (which can work as a protective factor for ED).
I’ve seen teachers talk to 1st year girls and boys and be very hard on them: You have to
grow up, you have to learn! Do you want to be a dancer or what are you here for?
Don’t be an idiot! (Paulo, 17-year-old boy)
One thing I think a dancer gets out of this is... knowing how to deal with life (...)
thinking about everything that surrounds each person and other people much more
easily and much earlier than normal people who go to other schools. (Henrique, 17year-old boy)
However, they are frequently related to some forms of emotional distress.
We’re more mature, but we make up for it in nerves and stress! (Ana, 16-year-old girl)
We have to devote ourselves to dance! Which is very hard! (Sérgio, 15-year-old boy)
Training. The factors with the greatest number of references related to this source of
influence are intensive training (20.6%) and overtraining (20.6%). Just as some
characteristics of athletes are similar to the characteristics of patients with Anorexia
Nervosa (R. A. Thompson & Sherman, 1993), the boundaries between these two themes are
unclear. Thus, we considered intensive training as a characteristic of the work developed at
the dance school, within reasonable limits, and overtraining (Sundgot-Borgen, 1994) as the
situation where dancers consider they work their bodies besides what is reasonable or
acceptable, which sometimes is related to injuries.
You have to work hard, but not by hurting your body. (Paulo, 17-year-old boy)
Absolutely. We push our bodies... (Henrique, 17-year-old boy)
33
ESTUDO EXPLORATÓRIO
I have classmates who got injured, and said I can’t stop because I have goals to
achieve!, but then there were consequences! (Diana, 13-year-old girl)
Injuries are considered risk factors for ED in the literature because of their influence
on rhythm and training habits. Athletes who stop training for some time frequently gain
weight. As a consequence, they may adopt restrictive behaviors to compensate for the lack
of exercise or over-exercise when they get back to training, as referred to by our
participants.
When we have to stop, we sometimes don’t burn as many calories every day (...) and
then when we get back to work we have to give 110, 120% to lose it. (Carolina, 12year-old girl)
Schedules. Dance school schedules are considered too excessive by older ballet
students. These are associated to a great time demand (65%) for dancing and, consequently,
to social isolation (60%), because of a withdrawal from social contacts or task-centered
social contacts.
I don’t have time for myself. (...) I miss something else! (...) having fun! Of hanging out
with other people too, because we’re in this school 12 hours a day around the same
people! (Henrique, 17-year-old boy)
Classical Dance World
This source is particularly related to the pressure for thinness (44.3%; risk factor for
ED), as well as to dependence on public approval (8.5%; risk factor for problems in general).
We work for the audience (...) We can look in the mirror and not like what we’re
doing, but if the audience likes it, we’ll keep up that work. (Paulo, 17-year-old boy)
At the same time, social support (10.4%), as a consequence of appreciation of dancers’
performances by those who watch their auditions is cited as an important encouragement.
If we get a compliment from the teachers or even from the audience, it’s an
incentive! (Ana, 16-year-old girl)
34
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Parents
Our participants cited social support from parents (25.5%; protective factor for ED) as
a good way to deal with emotional distress caused by auditions or by important episodes at
school.
(...) my parents have been suffering a lot because of school, because when we suffer
they suffer too and they always try to help us as best they can. (Henrique, 17-year-old
boy)
However, the category most frequently mentioned regarding parents is the pressure
to pursue a dancing career (38.3%), often reflecting their parents’ ambitions rather than
their own.
*my mother+ tried *to be a dancer+ when she was little, but it didn’t work out...! So she
put me in this school, I didn’t want to come here! (Leonor, 15-year-old girl)
Gymnasts
Gymnastics Club
Four principal categories emerged within the gymnastics club: coaches (56%), peers
(2%), training (13%), and schedules (7%).
Coaches. The majority of references to risk factors for ED related to coaches are
pressure for thinness (27.7%), associated to weight control (30.4%), especially through
advice on food restriction, monitoring athletes’ weight, and negative comments (22.3%),
particularly about eating and, with fewer references, about weight and body image.
We’ve had our last training session, we’re going on holiday *4 days+, and she weighed
everybody—as if she meant to say I’m weighing you so you won’t be heavier when you
come back! (Susana, 17-year-old girl)
While dancers have made many more references to the negative relationship between
teacher and students than to the positive relationship, the number of references among
gymnasts was very similar (17.6% and 18.9%, respectively). It is important to underline that
the negative relationship between coach and gymnasts is more related to female gymnasts
35
ESTUDO EXPLORATÓRIO
and also seems to provoke higher emotional distress in female gymnasts, especially related
to negative comments about eating and control of eating by coaches.
Sometimes, the girls are afraid of coaches (...) we respect them... the girls mind what
the coaches say a lot more. (Mário, 16-year-old boy)
(...) once I went with a friend of mine to McDonald’s after an event, and... I think I’m
so used to it I was eating and keeping a look to see if any coach was coming! And then,
to make fun of me, she said There’s the coach!, and I started looking and I got very
nervous! (Catarina, 13–year-old girl)
On the other hand, almost all male gymnasts made references to an absence of eating
control by coaches (12.2%). This factor was considered an ambiguous factor of influence
because of the deficiency of this aspect in the reviewed literature, as well as of possible
effects on athletes’ health from a total lack of eating control.
We simply, I mean, eat a lot at breakfast and at lunch and nobody says anything! We
eat chocolates in front of the coaches and it’s okay. (Mário, 16-year-old boy)
Despite showing little expression in terms of number of references, the fact that
gymnasts talked about knowledge of ED cases among their female coaches, even specifying
some symptomatic behaviors, is indeed alarming.
I’ve noticed she keeps weighing herself (...) I think I see her weighing herself at every
practice! (Miguel, 16-year-old boy)
Peers. The more relevant category is related to a protective factor, the poor
competitiveness (58.3%) that gymnasts feel among peers inside their own club, between
different clubs, and at competitions.
There was a group where there was more competitiveness and more pressure, but
otherwise... basically it was if everything goes right they win. (Susana, 17-year-old girl)
Training. There were two ambiguous factors related to this source of influence—
intensive training (38.5%) and physique and body composition changes (35.9%)—associated
36
ESTUDO EXPLORATÓRIO
to each other because daily intensive training has some effects on physique and body
composition.
I think we know from the start we’re never going to be like that *like models+ (...) we
have a different life. (Susana, 17-year-old girl)
We look fuller. (Rute, 15-year-old girl)
Despite the fact that regular training could result in different body shapes compared
to their nonathlete peers (e.g., muscular hypertrophy of thoracic and arm musculature in
male gymnasts), this factor does not appear excessively related to emotional distress.
Sometimes they make fun of me and call me ‘shorty’, ‘pygmy’ (...) It’s good for a
gymnast, but... sometimes I don’t like being like this. (Carlos, 14-year-old boy)
Schedules. To this source of influence are associated, essentially, time demands
(79.2%)—3 to 4 hours of training a day, after school—but not so much social isolation, as is
the case with dancers. This probably has to do with the fact that their social contacts are not
too centered on gymnastics, contrary to that of ballet students (who attend dance classes,
in addition to completing a high school curriculum, at the same place, and with the same
colleagues). Nevertheless, gymnasts also feel some limitations, when comparing themselves
to their school peers, specifically concerning the common activities of adolescents.
If our friends want to do something in the afternoon, we can’t because we have
practice. And at night we shouldn’t go either because we have practice the next day.
But I usually go out at night anyway! (Miguel, 16-year-old boy)
Elite Gymnastics World
Pressure for thinness is associated to the elite gymnastics world, with the same
frequency of references as weight control (19.4%)—specifically food restriction. These
behaviors are seen as “normal”, especially to female gymnasts, and are considered
important risk factors for ED.
They don’t eat, that’s it. But with girls it’s different! (Mário, 16-year-old boy)
37
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Parents
When asked about the way parents deal with the demands of elite gymnastics,
gymnasts’ answers seemed to indicate a dismissive relation family pattern (47.8%), showing
poor involvement of parents in gymnastics issues.
It’s convenient for them, because we’re here every day (...) (Daniel, 15-year-old boy)
I sometimes tell what my parents when I disagree with my coach. And my parents
pretend they’re kind of not listening. (Carlos, 14-year-old boy)
However, our data also reflect a protective factor for ED—parental support (30.4%)—,
although very different from the almost “unconditional” support that dancers talk about.
She *mother+ supports us *me and my sister+ (...) My dad isn’t like that, but because
we only live with our mom, she lets us do what we want. (Susana, 17-year-old girl)
Discussion
Our data show that risk factors (58%), for ED or problems in general, are twice as
referred to as protective factors (29%). This fact underlines dance and gymnastics as risk
contexts and suggests a need to investigate them, even besides ED issues. Using the dance
school and the gymnastics club as sources of influence, there emerged the same essential
categories, except the sub-category related to the system, which is only mentioned by
dancers. The gymnastics club is not referred to by gymnasts as having a specific culture or
rules which influence them, probably because they spend much less time inside this system,
compared to dancers and their dance school (about 3-4 hours vs. 10-12 hours a day,
respectively). So, for gymnasts the coaches are seen as the principal source of influence
(56% of gymnasts’ references vs. 31% of dancers’ references) and even peers seems to have
much less influence among gymnasts than among dancers (2% vs. 13%, respectively).
Specifically related to ED, the main risk factor is, undoubtedly, the pressure for
thinness, which is similar to what happens in these contexts in other countries (e.g.
Neumärker, Bettle, Dudeck, & Neumärker, 1998; Sundgot-Borgen, 1994; Toro et al., 2005).
Among gymnasts, this pressure comes essentially from coaches, who often make negative
comments about eating, monitoring of athletes’ weight, and advice on food restriction. For
38
ESTUDO EXPLORATÓRIO
ballet students, thinness is experienced as an implicit rule of the world of classical dance and
the system itself (Dance School), but it is viewed also as an explicit rule because of critical
comments from teachers and peers about eating, weight, and food. Since this pressure
comes from different sources, the demand to maintain their bodies as thin as possible
seems to be more internalized among dancers. Different studies have demonstrated a
strong association between the pressure from coaches of elite athletes to lose weight
(Donohue, Miller, Crammer, Cross, & Covassin, 2007; Kerr et al., 2006), dieting behaviors,
and the clinical and subclinical syndromes of ED (Toro et al., 2005). We believe the same
could happen with dancers and their teachers. Sundgot-Borgen, Skårderud, and Rodgers
(2003, p. 390) support the idea that “the important factor may not be dieting per se, but
rather the situation in which the performer is told to lose weight, the words used and
whether the athlete receives guidance.” Our sound data about the impact of the
negative/positive relationship with their tutors (teachers or coaches) on well-being,
attitudes, and behaviors, reinforce this idea. The positive relationship referred to by our
participants can, eventually, be considered to be a protective factor for ED, especially if
teachers can encompass health and overall well-being and not just performance. Therefore,
preventive actions should promote and improve positive relationships among athletes and
their respective tutors, particularly based on empathy, trust, an open dialogue, and more
attention to the individual differences and idiosyncrasies of each athlete. It is also important
that coaches and teachers learn about the effect of their comments on athletes’ self-esteem
and body image (Kerr et al., 2006). Besides that, the dancers’ idea that extra-thinness (and
even Anorexia Nervosa) is sometimes interpreted by the professional community as a way
to achieve success and perfection (Sundgot-Borgen et al., 2003), reinforces the hypothesis
that, in these contexts, there is a normalization of some ED symptoms, and bodies are seen
as “machines” independent of physical needs (Gvion, 2008). Although pressure for thinness
and weight control are also associated to the elite gymnastics world—indicating that these
factors are grounded at this elite gymnastics subculture—they do not emerge as such an
undervaluing of health as with dancers. Moreover, because of the crucial role coaches play
in athletes’ lives (Dosil & González-Oya, 2008; Kerr et al., 2006; Lopiano & Zotos, 1992), the
fact that coaches present ED symptomatic behaviors in front of their athletes is alarming
and should be carefully evaluated in future research.
39
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Are there any differences related to the age of participants? Older dancers and
gymnasts (ages 15 to 17 years) felt under more pressure to reduce weight and to be thin.
However, it was the younger dancers and gymnasts who made more references to negative
comments highly related to emotional distress. This could be a sign of such an acceptance of
the thinness “rule” that the pressure to attain it is no longer felt as such by older athletes. It
is something totally accepted, respected, and unquestionable. On the other hand, it also
could be a sign that they have found different ways to deal with this kind of pressure that do
not translate into emotional distress. The fact that older dancers do not make references to
negative comments from peers could be a sign of a stronger relationship between them
(perhaps because of the rapport they have been building for at least four years) and could
protect them more effectively against this influence. Thus, promoting affective social skills
since their entry into dance school and gymnastics clubs would help to prevent ED among
elite athletes. Another theme which was only referred to by ballet students from higher
artistic degrees—maturity—which is something new in research in this field, as we know.
Although somewhat expected, it is the first time we hear adolescents talking about it and
referring to implications for their lives. An early demand of maturity is felt from the
beginning of their “career” at ballet school, although this is only realized when they get
older, when comparing themselves with other adolescents, and in some way, feeling they
are best prepared to go through the real professional world. However, because of the
relationship they establish between maturity and emotional distress, they do not seem to
be “emotionally mature”, which can be a risk factor for ED and other problems in their
future lives. Future studies should focus on this, as well as preventive actions.
The major differences between female and male athletes are related to the pressure
for thinness and other factors related to that, like negative comments from teachers and
coaches (independent of tutors’ gender) or the rules “imposed” by the subculture of the
classical dance and gymnastics worlds. Interestingly, these gender differences are also
clearly mentioned by male athletes. Female athletes appear to be more at risk for ED, which
is in accordance to other empirical studies (Hausenblas & Carron, 1999). However among
male athletes, the dancers seem to be more pressured to be thin than gymnasts (who often
cited an absence of control about their weight or eating, contrary to the dancers), which
should be considered in future research.
40
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Different levels of competitiveness were found among dancers and gymnasts. Ballet
students feel a lot of competition between peers and also during their professional careers,
as was expected according to the literature. Indeed, high levels of competitiveness at ballet
schools (especially in national schools, such as the one we are studying) are associated with
an increased risk of disordered eating (e.g. Garner & Garfinkel, 1980; Levine & Smolak,
2002; Thomas et al., 2005). With regards gymnasts, despite them being from a club with
some of the best Portuguese athletes, they revealed poor competitiveness (justified by the
prestigious and excellent results from their club), which has been considered a strong
protective factor for ED among them. We think that this aspect could be related to the fact
that high school also has a central role in their lives, contrary to the ballet students, for
whom dance is “everything” in their lives. In fact, their references to time demands and
social isolation are related to that, as it may influence the development of problems such as
lack of identity in other roles besides being an “athlete” or “dancer” (Lopiano & Zotos,
1992). Thus, we consider these two aspects as important risk factors for ED, which should be
taken into account in specific research and psychotherapeutic interventions with ballet
students from professional schools.
As referred to by Gvion (2008, p. 79) regarding Israeli dancers who are “trained to
communicate through performance, disregard pain and aim toward extra-thinness,
reinforcement from either an audience or significant others compensates for the difficulties
dancers encounter.” Among significant others, parents are particularly important to help
ballet students in coping with emotional distress. As in the general population (Crago,
Shisslak, & Ruble, 2001), parental support can also be an important protective factor of ED
to dancers. As girls who feel closer to their parents and spend more time with them report
fewer weight and eating concerns (Swarr & Richards, 1996), the role of parents in
supporting their athletic children should be further explored, especially among gymnasts,
who revealed poor involvement of their parents in gymnastics issues. A final factor related
to parental influence which we have considered in our study to be an important risk factor
for ED is the pressure to pursue a dancing career. In fact, a study with adolescent girls (ED
patients, psychiatric patients, and healthy adolescents) demonstrated that the only
experience that distinguished ED patients from other girls was inappropriate parental
41
ESTUDO EXPLORATÓRIO
pressures, such as being forced to engage in activities that reflect parents’ ambitions
(Horesh, Apter, Ishai, & Danziger, 1996).
Bronfenbrenner ecological model (1979) is useful to understand and systematize the
diverse levels of influence among elite athletes (vide Figure 3). We have focused on the
microsystem settings where these adolescents live—mainly the dance school or gymnastics
club (we described the complex activities, roles, and relations established there) and also
their families and high school, especially in the case of gymnasts because dancers only
attend one school, which integrates both curricula—where we identified specific risk and
protective factors for ED. The interrelations among family, high school, and dance school or
gymnastics club (mesosystems) are considered very relevant to the development of
adolescents, namely because the social support received is an important protective factor
for ED. The world of classical dance or elite gymnastics is considered a specific area among
the macrosystem (society), where the values and beauty ideals shared by an industrialized
culture roughly have the same influence among adolescents. As said by Striegel-Moore and
colleagues (1986), this specific world is a subculture where the influence of environmental
and sociocultural factors is amplified, with additional characteristics that we have identified
here. Finally, the dimension time (Bronfenbrenner & Morris, 1998) seems to have an
extremely important role, as highlighted by the age differences found in our data.
Figure 3. Levels of influence among elite athletes
(adapted from Bronfenbrenner, 1979; Bronfenbrenner & Morris, 1998)
42
ESTUDO EXPLORATÓRIO
There were a number of limitations in this study. First, the methods of analysis did not
allow direct causality to be established. Second, we had a restricted participation of
gymnasts at focus groups, only from one gymnastics club. Also, ballet students were all from
one professional classical dance school, the only one in Portugal that prepares young
dancers for professional dance careers. Nevertheless, purposive sampling was adequate for
a first qualitative approach to these Portuguese contexts, and the study presents some
practical implications for family and teachers/coaches in charge of athletes. It seems
essential to us that all participants in these contexts value athletes’ health more, respect the
body’s limits and needs, and become aware of the need to eat adequately, especially with
regard to female dancers and gymnasts. Because some characteristics of the classical dance
and elite gymnastics worlds cannot be easily changed, factors such as social support or
positive relationships between athletes and tutors could be vital to prevent the
development of ED in these contexts and contribute to the well-being of dancers and
gymnasts. Based on this work, further research should focus on a wide range of gymnastics
clubs and dance schools, both in elite/competitive and recreational environments, and
evaluate the risk for disordered eating among these athletes.
43
ESTUDO EXPLORATÓRIO
44
CAPÍTULO II
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO
DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
46
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
(IN)SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL EM ADOLESCENTES E ADULTOS
PORTUGUESES: CONTRIBUTO PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DA CONTOUR
DRAWING RATING SCALE7
Resumo
Com este trabalho pretende estudar-se a satisfação com a imagem corporal de adolescentes
e adultos portugueses de ambos os sexos. Apresentam-se também os estudos de validade e
fiabilidade da Contour Drawing Rating Scale (CDRS; M. A. Thompson & Gray, 1995).
Participaram no estudo 1423 adolescentes e adultos, preenchendo a CDRS e o Eating
Disorder Examination–Questionnaire. Com o objectivo de estudar a estabilidade temporal
da CDRS, 55 estudantes universitários preencheram a CDRS em dois momentos distintos,
com intervalo de duas semanas entre aplicações. A maioria dos adolescentes, de ambos os
sexos, apresentou um peso corporal considerado normal, bem como as mulheres adultas,
enquanto a maioria dos homens adultos apresentou excesso de peso. Verificaram-se
diferenças geracionais e de género significativas quanto à satisfação com a imagem
corporal, encontrando-se os adolescentes mais satisfeitos que os adultos e sendo a
satisfação mais elevada no sexo masculino. A CDRS apresenta bons resultados psicométricos
quando aplicada a uma amostra Portuguesa, suportando a sua utilização como medida
adequada de percepção e satisfação com a imagem corporal na população em geral,
permitindo ainda distinguir grupos com e sem indicação de perturbação alimentar, ao nível
da insatisfação com a imagem corporal.
Palavras-chave: imagem corporal, Contour Drawing Rating Scale, validade concorrente,
estabilidade temporal, adolescentes, adultos.
7
Francisco, R., Narciso, I., & Alarcão, M. (2010). (In)Satisfação com a imagem corporal em
adolescentes e adultos Portugueses: Contributo para o processo de validação da Contour Drawing
Rating Scale. Submetido a Análise Psicológica.
47
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Abstract
The main objective of the present study is to examine body image (dis)satisfaction among
female and male Portuguese adolescents and adults. In addition, psychometric studies of
the Portuguese version of the Contour Drawing Rating Scale (CDRS; M. A. Thompson & Gray,
1995) are presented. Participants were 1423 adolescents and adults, who completed the
CDRS and the Eating Disorder Examination–Questionnaire. In order to study test-retest
reliability of CDRS, 55 college students completed CDRS at two times of measurement, with
an interval of two weeks between assessments. Most female and male adolescents, as well
as female adults, presented a normal weight; however, most of men were overweight.
Significant generation and gender differences related to body image satisfaction were
found: adolescents were more satisfied with their body image than adults; body image
satisfaction was higher among males than females. Results clearly support the reliability and
the validity of the CDRS in a Portuguese sample, emphasizing its usefulness as a measure of
body image perception and satisfaction in the general population. Further, this measure
allowed distinguishing groups with and without clinical criteria of eating disorders in regards
to body image dissatisfaction.
Keywords: body image, Contour Drawing Rating Scale, concurrent validity, test-retest
reliability, adolescents, adults.
48
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Introdução
A imagem corporal é um conceito multidimensional, definido como “as percepções,
pensamentos e sentimentos de uma pessoa acerca do seu corpo” (Grogan, 2008, p. 3). Pode
dizer-se, desta forma, que é um conceito em constante alteração, pois para a sua
“construção” contribuem não só diversos aspectos do desenvolvimento do indivíduo
(características físicas ou de personalidade, processos de socialização e experiências
interpessoais anteriores), mas também acontecimentos de vida recentes ou precipitantes
(como a prática de exercício físico ou a exposição do corpo em público), aos quais se
associam determinados pensamentos, emoções ou acções (Cash, 2002).
Dada a sua complexidade, a imagem corporal tem sido alvo de muitos estudos nas
últimas décadas, em ambos os sexos e em diversas etapas do ciclo de vida, mas
especialmente na adolescência (e.g. T. E. Davison & McCabe, 2006; Jones, 2004; Stice &
Whitenton, 2002), etapa em que a imagem corporal assume um importante papel no
desenvolvimento psicológico e interpessoal. É também durante a adolescência que a
imagem corporal mais influencia a auto-estima (sobretudo das raparigas de culturas
industrializadas), estando uma imagem corporal negativa frequentemente associada a baixa
auto-estima, depressão, ansiedade e tendências obsessivo-compulsivas (Levine & Smolak,
2002). Apenas mais recentemente, a investigação nesta área começou a debruçar-se sobre a
imagem corporal masculina e insatisfação com a mesma. Tem-se verificado que para essa
insatisfação contribuirão basicamente os mesmos factores, apesar de ser menos frequente
e menos severa do que no sexo feminino (Smolak, Levine, & Thompson, 2001). Uma
diferença de género importante reside no facto dos rapazes e homens referirem maior
insatisfação com a forma e desejarem ser mais musculados, ao passo que as raparigas e
mulheres são mais insatisfeitas com o peso e desejam ser mais magras (Corson & Andersen,
2002), facto este claramente influenciado pelos ideais de beleza da sociedade actual.
Especial atenção tem sido dada à relação entre imagem corporal e perturbações
alimentares (PA), particularmente entre adolescentes e jovens adultas (e.g. Ackard &
Peterson, 2001; Bearman, Presnell, Martinez, & Stice, 2006; Keery et al., 2004), uma vez que
a insatisfação com a imagem corporal é um dos factores mais relevantes neste tipo de
perturbação psiquiátrica (mais frequente no sexo feminino e com início na adolescência),
49
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
constituindo um factor de risco preditor das PA consistentemente estabelecido na literatura
(Levine & Smolak, 2002; Shisslak & Crago, 2001; Striegel-Moore & Bulik, 2007) e um dos
critérios de diagnóstico do DSM-IV (American Psychiatric Association, 2002).
Estudos com diferentes gerações mostram que a insatisfação com a imagem corporal
e as preocupações com a aparência e o peso mantêm-se ao longo da vida, apesar de serem
sempre mais elevadas no sexo feminino. Por outro lado, à medida que o corpo vai ficando
um pouco mais volumoso, como comummente acontece com o avanço da idade, também o
volume da imagem considerada ideal aumenta (quer porque as expectativas se tornam mais
realistas, quer porque diminui a importância dada à aparência física), pelo que o nível de
satisfação com a imagem corporal manter-se-ia ao longo do tempo (e.g. Lamb, Jackson,
Cassiday, & Priest, 1993; Pliner, Chaiken, & Flett, 1990; Tiggemann, 2004).
A insatisfação com a imagem corporal, definida como “os pensamentos e sentimentos
negativos de uma pessoa acerca do seu corpo” (Grogan, 2008, p. 4), geralmente, envolve
uma discrepância entre a avaliação que a pessoa faz da sua imagem corporal actual e a sua
imagem corporal ideal. Esta discrepância é, então, entendida por grande parte dos
investigadores como uma medida de satisfação ou insatisfação com a imagem corporal.
Uma forma relativamente rápida e simples de avaliar esta discrepância passa por apresentar
aos indivíduos escalas de silhuetas ordenadas, de muito magras a muito gordas, e solicitar
que indiquem quais as figuras que melhor correspondem à imagem corporal actual e à
imagem corporal ideal (para uma revisão destas escalas ver M. A. Thompson & Gray, 1995,
ou Cororve Fingeret, Gleaves, & Pearson, 2004, para uma revisão mais actual). Uma destas
escalas – Contour Drawing Rating Scale – foi desenvolvida por M. A. Thompson e Gray
(1995), procurando suprir algumas falhas de escalas anteriores, como a ausência de traços
faciais ou a desproporção entre os membros superiores e inferiores.
Este estudo tem, essencialmente, dois objectivos. O primeiro consiste em avaliar o
nível de (in)satisfação com a imagem corporal de adolescentes e adultos portugueses, de
ambos os sexos, uma vez que não existem estudos publicados em Portugal sobre a temática
com esta amplitude de amostra. Permitir-nos-á entender, ainda que de forma transversal, a
evolução da satisfação com a imagem corporal (comparando dois grupos geracionais
distintos) e a sua relação com uma medida antropométrica (índice de massa corporal) na
população Portuguesa. O segundo objectivo prende-se com o contributo para o processo de
50
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
validação da Contour Drawing Rating Scale (CDRS; M. A. Thompson & Gray, 1995) para a
população portuguesa, através do estudo da estabilidade temporal, pela aplicação da
medida em dois momentos distintos, e da validade convergente, pela sua correlação com
um instrumento de indicação de patologia alimentar, o Eating Disorder ExaminationQuestionnaire (EDE-Q; Fairburn & Beglin, 1994), e com o peso e o índice de massa corporal.
Método
Participantes
Participaram no estudo 1423 adolescentes e adultos de ambos os sexos: 829
adolescentes (527 raparigas e 302 rapazes), com idades compreendidas entre os 12 e os 21
anos (M = 15.25, DP = 2.07), e 594 adultos (321 mulheres e 273 homens), com idades
compreendidas entre os 24 e os 71 anos (M = 45.68, DP = 6.24). Dentro de cada sub-grupo
geracional, os participantes foram separados em classes relativamente à sua idade. Assim,
os adolescentes foram separados em 3 grupos distintos (12-14, 15-17 e 18-21 anos) e os
adultos em 5 (24-30, 31-40, 41-50, 51-60 e >60 anos). Os participantes são residentes em
diversas zonas de Portugal, sendo que 49.3% residem na zona de Lisboa e Vale do Tejo,
25.2% no Alentejo, 17.7% na zona Centro do país, 5.7% no Norte e 2.2% no Algarve e
Arquipélago da Madeira.
Com o objectivo de estudar a estabilidade temporal da CDRS, 55 estudantes
universitários (41 do sexo feminino e 14 do sexo masculino), com idades compreendidas
entre os 17 e os 56 anos (M = 21.55, DP = 8.65), preencheram a CDRS em dois momentos
distintos, com um intervalo de 2 semanas entre as aplicações.
Medidas
Questionário Sócio-Demográfico
Constituído para recolher dados pessoais dos participantes, como idade, sexo e zona
de residência.
Contour Drawing Rating Scale (CDRS, M. A. Thompson & Gray, 1995)
Constituída por uma sequência de 9 figuras (uma sequência com silhuetas femininas e
outra com silhuetas masculinas; vide figura 4), ordenadas da menos volumosa para a mais
51
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
volumosa. Pede-se a cada participante que indique o número da figura que mais se
identifica com a sua aparência actual e com a sua aparência ideal (“A figura que mais se
identifica com a minha aparência actual tem o número __” e “A figura que mais se identifica
com o que considero ser a aparência ideal tem o número __”). A discrepância entre estas
duas respostas é considerada o indicador do nível de insatisfação com a imagem corporal.
Assim, valores iguais a zero indicam satisfação com a imagem corporal ideal, valores
negativos (entre -9 e -1) indicam insatisfação com a imagem corporal com idealização de
uma figura menos volumosa, valores positivos (entre 1 e 9) indicam insatisfação com a
imagem corporal com idealização de uma figura mais volumosa. A fiabilidade teste-reteste
da escala original, numa pequena amostra de jovens adultos (n = 32), foi de r = .78, tendo a
validade de constructo sido estabelecida através das correlações da figura representativa da
imagem corporal actual com o peso (r = .71) e com o índice de massa corporal (r = .59). O
estudo de Wertheim, Paxton e Tilgner (2004) demonstrou que a CDRS pode também ser
utilizada com jovens adolescentes, tendo apresentado resultados psicométricos
semelhantes.
Eating Disorder Examination-Questionnaire (EDE-Q, Fairburn & Beglin, 1994)
Foi utilizada a versão Portuguesa da 5ª edição do EDE-Q (Machado, 2007). O EDE-Q é
um questionário de auto-relato de 28 itens, largamente utilizado em investigação sobre
perturbações alimentares, que se organizam em 4 sub-escalas, cuja média resulta num score
global de perturbação alimentar. Num estudo recente com participantes do sexo feminino,
acerca das propriedades psicométricas do EDE-Q (Peterson et al., 2007), os autores
encontraram níveis aceitáveis de consistência interna para o score global (α = .90) e subescalas: Restrição (α = .70), Preocupação com a Comida (α = .73), Preocupação com a Forma
(α = .83) e Preocupação com o Peso (α = .72). No presente estudo, também demonstrou
boas qualidades psicométricas [Score global (α = .89), Restrição (α = .79), Preocupação com
a Comida (α = .76), Preocupação com a Forma (α = .90), Preocupação com o Peso (α = .81)],
com valores de α de Cronbach mais elevados em todas as sub-escalas.
Índice de Massa Corporal (IMC)
Calculado com base no peso e altura relatados pelos participantes (kg/m2). Diversos
estudos (e.g. Bulik et al., 2001) têm revelado correlações muito elevadas do peso e altura
auto-relatados com o peso e altura medidos pelos investigadores (de r = .90 a r = .98), pelo
52
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
que, dadas as dificuldades logísticas que esta medição imporia com grandes amostras, como
a deste estudo, optou-se por adoptar os valores de peso e altura reportados pelos
participantes no protocolo de investigação.
1
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4
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7
8
9
Figura 4. Contour Drawing Rating Scale. © M. A. Thompson e J. J. Gray.
Reproduzida com permissão dos autores
53
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Procedimento
Todos os participantes preencheram um consentimento informado, sendo que os
adolescentes tiveram também a autorização dos encarregados de educação para
participarem no estudo. Os dados aqui reportados fazem parte de um estudo mais alargado
(investigação de doutoramento da primeira autora), que pretende identificar factores de
risco e factores protectores do desenvolvimento de perturbações alimentares em
adolescentes de contextos de risco específicos (projecto aprovado pela Fundação para a
Ciência e a Tecnologia; aplicação do protocolo de investigação nas escolas de ensino básico
e secundário autorizada pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do
Ministério da Educação). A maioria dos adolescentes preencheu os protocolos de
investigação durante uma aula nas suas escolas, na presença da investigadora, enquanto os
adultos (grande parte são os pais dos participantes adolescentes) o fizeram nas suas
residências, tendo os protocolos sido devolvidos mais tarde, em envelope fechado e sem
identificação, respeitando-se assim o anonimato.
Aos participantes no estudo da estabilidade temporal da CDRS foi dito que o objectivo
era a validação da mesma para a população portuguesa. À semelhança de outros estudos
realizados com a CDRS (Wertheim, Paxton, & Tilgner, 2004), as aplicações teste-reteste
realizaram-se com um intervalo de 2 semanas, ao contrário do estudo original (1 semana),
no final de uma aula do 1º ano da licenciatura em Psicologia, na Faculdade de Psicologia da
Universidade de Lisboa.
Resultados
Índice de Massa Corporal (IMC)
As tabelas 2 e 3 apresentam a distribuição da frequência dos participantes de ambos os
sexos, consoante o grupo etário, pelas classes de IMC (≤17.54 Magreza extrema; 17.5518.49 Magreza; 18.5-24.99 Peso normal; 25-30 Excesso de peso; >30 Obesidade). O teste de
Qui-Quadrado revela diferenças significativas entre sexos nesta distribuição, quer nos
adolescentes *Χ2 (4) = 19.016, p < .01, n = 810+, quer nos adultos *Χ2 (4) = 63.528, p < .001, n
= 591]. Comparando os valores médios do IMC, o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney revelou
diferenças de género significativas, quer no grupo de adolescentes (U = 60320.50, p < .001),
54
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
quer no grupo de adultos (U = 23167.00, p < .001), bem como diferenças geracionais
significativas, no sexo feminino (U = 30332.00, p < .001) e no sexo masculino (U = 8914.00, p
< .001). São as participantes do sexo feminino e os adolescentes, respectivamente, que
apresentam valores de IMC mais baixos (vide tabela 4).
Tabela 2.
Distribuição da Frequência dos Participantes Adolescentes, de ambos os Sexos, pelas Classes de IMC
(percentagens entre parêntesis)
IMC
Raparigas
(n = 516)
Rapazes
(n = 294)
TOTAL
(N = 810)
≤ 17.54
104 (20.2%)
43 (14.6%)
147 (18.1%)
17.55 – 18.49
66 (12.8%)
22 (7.5%)
88 (10.9%)
18.5 – 24.99
325 (63%)
200 (68%)
525 (64.8%)
25 – 30
18 (3.5%)
24 (8.2%)
42 (5.2%)
> 30
3 (0.6%)
5 (1.7%)
8 (1%)
Tabela 3.
Distribuição da Frequência dos Participantes Adultos, de ambos os Sexos, pelas Classes de IMC
(percentagens entre parêntesis)
IMC
Mulheres
(n = 318)
Homens
(n = 273)
TOTAL
(N = 591)
≤ 17.54
2 (0.6%)
0
2 (0.3%)
17.55 – 18.49
5 (1.6%)
0
5 (0.8%)
18.5 – 24.99
209 (65.7%)
98 (35.9%)
307 (51.9%)
25 – 30
84 (26.4%)
140 (51.3%)
224 (37.9%)
> 30
18 (5.7%)
35 (12.8%)
53 (9%)
55
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 4.
Resultados Médios dos Participantes de ambos os Sexos, entre os dois Grupos Etários, nas Variáveis
relativas à Imagem Corporal (desvios-padrão entre parêntesis)
Raparigas
Mulheres
Rapazes
Homens
IMC
19.86 (2.76)
23.79 (3.83)
21.02 (3.34)
26.55 (3.48)
ICA
4.73 (1.39)
5.87 (1.51)
5.38 (1.09)
6.23 (1.19)
ICI
3.99 (1.01)
4.44 (1.12)
5.22 (0.63)
5.27 (0.75)
IcIC
-0.74 (1.30)
-1.43 (1.34)
-0.16 (1.06)
-0.96 (1.02)
Variáveis
Nota. IMC = índice de massa corporal; ICA = imagem corporal actual;
ICI = imagem corporal ideal; IcIC = insatisfação com a imagem corporal
Aparência Actual e IMC
As tabelas 5 e 6 apresentam o número de participantes (do sexo feminino e do sexo
masculino, respectivamente), de cada faixa etária, que seleccionaram cada uma das 9
silhuetas como a que melhor representaria a sua imagem corporal actual (ICA), bem como a
média e desvio-padrão do índice de massa corporal (IMC) dos mesmos. Em ambos os sexos,
a figura representativa da ICA situa-se entre a 2 e a 9, não tendo havido nenhum
participante a seleccionar a figura menos volumosa (1).
Comparando os valores médios da ICA, o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney revelou
diferenças de género significativas no grupo de adolescentes (U = 55881.50, p < .001) e no
grupo de adultos (U = 37854.00, p < .01), bem como diferenças geracionais significativas no
sexo feminino (U = 48835.50, p < .001) e no sexo masculino (U = 24440.00, p < .001), com
resultados mais elevados nos adultos e no sexo masculino (vide tabela 4).
56
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 5.
Aparência Actual e IMC no Sexo Feminino; Número de Participantes que seleccionaram cada
Silhueta, por Faixa Etária
Número da Silhueta (“A figura que mais se identifica com a minha aparência actual tem o número…”)
Idade
12-14
15-17
18-21
24-30
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-
16 (8.0)
23 (11.5)
71 (35.5)
53 (26.5)
27 (13.5)
6 (3.0)
2 (1.0)
2 (1.0)
200
-
16.4 (1.02)
17.2 (2.4)
18.1 (1.7)
19.3 (2.1)
20.3 (2.8)
22.8 (1.5)
28.1
22.5 (4.7)
18.7 (2.5)
-
10 (3.9)
25 (9.7)
79 (30,5)
67 (25.9)
39 (15.1)
30 (11.6)
8 (3.1)
1 (4.0)
259
-
17.8 (1.0)
18.4 (1.6)
18.9 (1.4)
20.4 (1.8)
21.8 (1.8)
23.5 (2.5)
26.2 (4.6)
25.9
20.4 (2.7)
-
1 (1.5)
10 (14.7)
12 (17.6)
20 (29.4)
14 (20.6)
9 (13.2)
-
2 (2.9)
68
-
18.9
19.3 (1.7)
19.8 (1.0)
20.8 (1.5)
21.5 (1.7)
23.3 (2.4)
28.7 (1.9)
21.0 (2.4)
-
-
1 (14.3)
3 (42.9)
1 (14.3)
1 (14.3)
1 (14.3)
-
7
19.8
20.2 (1.4)
18.7
19.9
25.4
31-40
41-50
51-60
>60
-
20.6 (2.3)
-
1 (1.5)
6 (9.1)
10 (15.2)
16 (24.2)
15 (22.7)
10 (15.2)
6 (9.1)
2 (3.0)
66
-
18.0
19.7 (2.0)
22.2 (2.2)
22.1 (1.9)
24.9 (3.1)
24.6 (2.7)
27.5 (3.9)
32.9 (3.9)
23.7 (3.7)
-
2 (1.0)
8 (3.8)
20 (9.6)
47 (22.5)
50 (23.9)
48 (23.0)
28 (13.4)
6 (2.9)
209
-
19.7 (2.2)
19.8 (1.7)
21.1 (1.7)
21.3 (1.6)
22.9 (1.9)
25.6 (2.4)
29.0 (2.9)
34.4 (7.1)
24.0 (4.0)
-
1 (2.9)
1 (2.9)
4 (11.4)
7 (20.0)
8 (22.9)
8 (22.9)
6 (17.1)
-
35
-
18.8
19.7
20.9 (0.4)
22.1 (2.6)
23.6 (1.9)
24.5 (2.3)
27.4 (4.3)
-
-
1 (25.0)
-
-
1 (25.0)
2 (50.0)
-
25.2
22.9 (3.4)
TOTAL
TOTAL
24.0
23.6 (3.3)
-
4
23.7 (2.3)
-
31 (3.7)
75 (8.8)
199 (23.5)
211 (24.9)
155 (18.3)
114 (13.4)
50 (5.9)
13 (1.5)
848
-
17.3 (1.4)
18.5 (2.2)
19.1 (2.0)
20.6 (2.0)
22.3 (2.5)
24.5 (2.6)
28.1 (3.5)
30.8 (6.8)
21.4 (3.7)
Nota. Os valores apresentados na linha de cima correspondem à frequência (e respectiva
percentagem) de participantes de cada faixa etária que seleccionaram cada silhueta como a sua
Aparência Actual; os valores apresentados na linha de baixo, a negrito, correspondem ao IMC médio
e desvio-padrão desses mesmos participantes.
57
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 6.
Aparência Actual e IMC no Sexo Masculino; Número de Participantes que seleccionaram cada
Silhueta, por Faixa Etária
Idade
12-14
15-17
18-21
24-30
Número da Silhueta (“A figura que mais se identifica com a minha aparência actual tem o número…”)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-
-
1 (0.9)
24 (21.2)
51 (45.1)
20 (17.7)
16 (14.2)
1 (0.9)
-
15.8
17.7 (2.5)
18.6 (2.0)
19.7 (2.8)
22.8 (2.8)
24.4
1 (0.6)
5 (3.2)
23 (14.6)
63 (40.1)
39 (24.8)
20 (12.7)
5 (3.2)
1 (0.6)
157
27.8
19.2 (1.4)
19.5 (1.7)
20.8 (1.8)
21.9 (1.8)
25.2 (3.3)
29.3 (1.5)
26.3
21.8 (3.0)
-
-
-
15 (46.9)
9 (28.1)
7 (21.9)
1 (3.1)
-
32
22.5 (1.6)
24.1 (1.6)
25.7 (3.6)
33.6
1 (50)
-
1 (50)
-
-
-
-
-
-
-
26.1
31-40
41-50
51-60
-
-
-
-
-
1 (1.9)
-
TOTAL
-
-
-
113
19.2 (2.8)
24.0 (3.1)
-
26.4
2
26.3 (0.2)
2 (6,5)
4 (12.9)
14 (45.2)
9 (29)
1 (3.2)
1 (3.2)
31
23,1 (1,8)
24.9 (2.1)
25.7 (2.6)
27.2 (1.6)
31.0 (2.9)
38.1
26.4 (3.3)
2 (1,1)
15 (8,5)
26 (14.7)
56 (31.6)
54 (30.5)
23 (13)
1 (0.6)
177
22,8 (0,3)
23,0 (1,8)
24.3 (1.7)
25.3 (2.0)
28.2 (2.8)
29.9 (2.9)
46.1
26.5 (3.5)
-
4 (7,5)
11 (20.8)
14 (26.4)
14 (26.4)
8 (15.1)
1 (1.9)
53
23,6 (3,7)
24.8 (2.2)
26.1 (1.9)
28.1 (2.3)
28.7 (2.5)
41.5
26.7 (3.6)
-
-
5 (50)
4 (40)
1 (10)
-
10
25.5 (3.4)
26.2 (3.0)
34.1
18.9
>60
TOTAL
-
26.7 (3.9)
2 (0.3)
8 (1.4)
68 (11.8)
171 (29.7)
157 (27.3)
125 (21.7)
40 (7)
4 (0.7)
575
23.3 (6.3)
19.7 (2.5)
20.0 (3.1)
21.2 (2.9)
23.8 (3.0)
26.7 (3.3)
29.6 (2.8)
38.0 (8.5)
23.7 (4.4)
Nota. Os valores apresentados na linha de cima correspondem à frequência (e respectiva
percentagem) de participantes de cada faixa etária que seleccionaram cada silhueta como a sua
Aparência Actual; os valores apresentados na linha de baixo, a negrito, correspondem ao IMC médio
e desvio-padrão desses mesmos participantes.
Em termos absolutos, a silhueta seleccionada com mais frequência pelas participantes
do sexo feminino foi a número 5 (24.9%), com um IMC médio de 20.6 (±2), que corresponde
a um valor médio um pouco mais baixo que o IMC médio da amostra feminina global
(21.4±3.7). Contudo, entre as adolescentes, com IMC médio de 18.1 (±1.7) a 19.8 (±1), a
figura mais frequentemente identificada como a ICA é a número 4. É importante realçar que
entre as adolescentes mais velhas (18-21 anos) a ICA mais escolhida é a número 5, seguida
da 6 e só depois a número 4. Nas mulheres adultas a figura mais vezes seleccionada é a
número 6, com IMC entre 19.9 e 25.2.
58
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Quanto aos participantes do sexo masculino, a silhueta mais frequentemente
seleccionada como correspondendo à ICA foi a número 5 (29.7%), com um IMC médio de
21.2 (±2.9), abaixo da média da amostra masculina global (23.7±4.4). Também entre os
adolescentes, a silhueta mais frequente é a 5, com IMC médio de 18.6 (±2) a 22.5 (±1.6), à
medida que a faixa etária aumenta, mas, nos homens adultos, a silhueta identificada como a
que melhor corresponde à ICA é a número 6, com IMC médio entre 25.3 (±2) e 26.1 (±1.9).
Aparência Ideal
A tabela 7 apresenta os dados dos participantes do sexo feminino e masculino
relativamente à imagem corporal ideal (ICI), por faixa etária. No sexo feminino, a silhueta
mais frequentemente escolhida como a mais representativa da imagem que cada
participante considera ser a sua ICI tem o número 4 (34.6%), sendo que para o sexo
masculino esta corresponde ao número 5 (59.5%), quer no grupo de adolescentes, quer no
grupo de adultos. No que se refere ao sexo feminino, a silhueta 4 é a mais frequentemente
escolhida pelas raparigas, ao contrário das mulheres adultas que seleccionam mais
frequentemente a silhueta 5.
Em ambos os sexos, a silhueta representativa da ICI dos participantes situa-se entre a
1 e a 8, não tendo havido nenhum participante a seleccionar a silhueta mais volumosa (9). A
ICI das participantes do sexo feminino situa-se, essencialmente, entre as silhuetas 3 e 5.
Sendo raras as que escolhem as silhuetas 1, 7 e 8, há ainda alguma representatividade das
raparigas adolescentes que seleccionam a silhueta 2 e das mulheres adultas que
seleccionam a silhueta 6 como correspondendo à sua ICI. Entre os participantes do sexo
masculino, as silhuetas 1, 8 e 9 nunca foram seleccionadas como ICI, e raramente o foram as
silhuetas 2, 3 e 7, sendo as mais representativas da ICI destes participantes as silhuetas 5 e
6.
Segundo o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney, existem diferenças de género
significativas na ICI seleccionada, quer no grupo de adolescentes (U = 25367.50, p < .01),
quer no grupo de adultos (U = 24349.00, p < .01), com resultados médios mais elevados no
grupo do sexo masculino. Contudo, quanto a diferenças geracionais, estas são significativas
no sexo feminino (U = 66938.50, p < .001), com as mulheres a seleccionarem ICI mais
59
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
volumosas que as adolescentes, mas não no sexo masculino (U = 40224.50, p = .566) (vide
tabela 4).
Tabela 7.
Aparência Ideal em ambos os Sexos; Número de Participantes que seleccionaram cada Silhueta, por
Faixa Etária
Idade
12-14
F
M
15-17
F
M
18-21
F
M
24-30
F
M
31-40
F
M
41-50
F
M
51-60
F
M
>60
F
M
TOTAL
F
M
Número da Silhueta (“A figura que mais se identifica com o que considero ser a aparência ideal tem o número…”)
TOTAL
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-
16 (8.0)
-
44 (22)
2 (1.8)
73 (36.5)
4 (3.5)
63 (31.5)
86 (76.1)
3 (1.5)
20 (17.7)
1 (0.5)
1 (0.9)
-
-
200
113
4 (1.5)
-
17 (6.6)
1 (0.6)
58 (22.4)
1 (0.6)
94 (36.3)
9 (5.7)
77 (29.7)
90 (57.3)
7 (2.7)
55 (35)
2 (0.8)
1 (0.6)
-
-
259
157
-
2 (2.9)
-
15 (22.1)
-
27 (39.7)
2 (6.3)
21 (30.9)
17 (53.1)
3 (4.4)
13 (40.6)
-
-
-
68
32
-
-
3 (42.9)
-
2 (28.6)
1 (50)
1 (14.3)
1 (50)
1 (14.3)
-
1 (14.3)
-
-
-
7
2
-
2 (3)
-
13 (19.7)
-
28 (42.4)
1 (3.2)
17 (25.8)
18 (58.1)
6 (9.1)
9 (29)
3 (9.7)
-
-
66
31
-
6 (2.9)
-
33 (15.8)
1 (0.6)
57 (27.3)
14 (7.9)
78 (37.3)
102 (57.6)
28 (13.4)
53 (29.9)
6 (2.9)
7 (4)
1 (0.5)
-
-
209
177
-
1 (2.9)
-
8 (22.9)
2 (3.8)
11 (31.4)
10 (18.9)
5 (14.3)
22 (41.5)
7 (20)
15 (28.3)
3 (8.6)
4 (7.5)
-
-
35
53
-
-
1 (25)
-
1 (25)
1 (10)
2 (50)
6 (60)
3 (30)
-
-
-
4
10
4 (0.5)
-
44 (5.2)
1 (0.2)
175 (20.6)
6 (1)
293 (34.6)
42 (7.3)
264 (31.1)
342 (59.5)
55 (6.5)
168 (29.2)
12 (1.4)
16 (2.8)
1 (0.1)
-
-
848
575
Nota. Os valores apresentados na linha de cima correspondem à frequência (e respectiva
percentagem) de participantes do sexo feminino de cada faixa etária, que seleccionaram cada
silhueta como a sua Aparência Ideal. Na linha de baixo, a negrito, encontram-se os valores dos
participantes do sexo masculino.
60
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Discrepância entre Aparência Ideal e Actual como Índice de Insatisfação com a Imagem
Corporal (IcIC)
A diferença entre a imagem corporal actual e a imagem corporal ideal tem sido
frequentemente considerada como uma medida de insatisfação com a imagem corporal
(IcIC). Assim, na tabela 8, apresenta-se a discrepância média referida pelos participantes de
ambos os sexos, por faixa etária. Valores próximos de zero indicam uma baixa discrepância
e, consequentemente, maior satisfação com a sua imagem corporal actual, uma vez que
seleccionaram a mesma silhueta para representar a ICA e a ICI. Na amostra total, 26.49%
dos participantes apresentam-se satisfeitos com a sua imagem corporal (valor de
discrepância igual a zero), distribuindo-se da seguinte forma, consoante a geração e o sexo:
38.74% rapazes, 29.03% raparigas, 20.88% homens e 15.58% mulheres. Assim sendo, são as
mulheres adultas que se encontram mais insatisfeitas com a sua imagem corporal.
Entre o sexo feminino, todas as participantes que seleccionaram até à silhueta 3 como
ICA, em geral, idealizam uma imagem mais volumosa. A silhueta 4 é aquela que surge mais
associada a satisfação com a imagem corporal (ainda que desejem ser ligeiramente mais
magras), sendo que, a partir daí, a idealização com uma imagem menos volumosa aumenta
à medida que a silhueta associada à ICA também aumenta.
Os participantes do sexo masculino que seleccionaram a silhueta 5 como a sua ICA são
aqueles que apresentam valores de discrepância mais próximos de zero (e,
consequentemente, maior satisfação com a imagem corporal). Abaixo da silhueta 5 como
ICA, todos os rapazes e homens adultos desejam ter uma aparência mais volumosa. Tal
como no sexo feminino, também no sexo masculino, os valores de discrepância aumentam à
medida que aumenta o número da silhueta representativa da ICA.
Comparando ambos os sexos, é de notar que os valores negativos de discrepância
surgem a partir da silhueta 4 como ICA para o sexo feminino, enquanto para o sexo
masculino estes valores surgem fundamentalmente a partir da silhueta 6.
61
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 8.
Discrepância com a Aparência Ideal (Imagem Ideal menos a Imagem Actual) em ambos os Sexos, por
Faixa Etária
Idade
Sexo
12-14
F
M
15-17
F
M
18-21
F
M
24-30
F
M
31-40
F
M
41-50
F
M
51-60
F
M
>60
F
M
TOTAL
F
M
Silhueta identificada como Aparência Actual
4
5
6
7
1
2
3
-
.69 (.79)
-
.39 (.89)
.0 (-)
.07 (.74)
.92 (.41)
-.64 (.94)
.14 (.35)
-2.04 (.94)
-.65 (.59)
-
.70 (1.42)
3.0 (-)
.16 (.94)
1.40 (1.34)
-.24 (.96)
.96 (.48)
-.97 (.89)
.29 (.68)
-
4.0 (-)
-
.50 (.85)
-
-.50 (.52)
-
-
-
.0 (-)
-
-
3.0 (-)
-
-
TOTAL
8
9
-2.33 (1.21)
-1.75 (.86)
-3.0 (.0)
-3.0 (-)
-4.0 (.0)
-
-.46 (1.28)
-.13 (1.0)
-1.77 (.74)
-.72 (.46)
-2.30 (.70)
-1.40 (.60)
-2.25 (.89)
-2.20 (.45)
-5.0 (-)
-2.0 (-)
-.90 (1.27)
-.12 (1.09)
-.65 (.75)
.20 (.56)
-1.64 (.84)
-.67 (.71)
-2.67 (1.12)
-1.43 (.54)
-2.0 (-)
-4.0 (.0)
-
-.96 (1.45)
-.47 (.92)
.0 (1.0)
-
-1.0 (-)
.0 (-)
-3.0 (-)
-
-1.0 (-)
-3.0 (-)
-
-
-.71 (1.25)
-1.50 (2.12)
.33 (.52)
-
-.90 (.74)
.50 (.71)
-1.06 (.57)
.50 (.58)
-1.13 (.83)
-.71 (.47)
-2.80 (.42)
-1.22 (.83)
-2.67 (.82)
-3.0 (-)
-4.0 (.0)
-2.0 (-)
-1.36 (1.31)
-.74 (.97)
3.0 (2.83)
-
.25 (1.04)
2.0 (.0)
-.10 (.91)
.60 (.51)
-1.11 (.91)
-.15 (.68)
-1.46 (.86)
-.88 (.43)
-1.87 (.87)
-1.44 (.60)
-2.68 (1.16)
-2.04 (.64)
-4.33 (1.03)
-2.0 (-)
-1.48 (1.37)
-.94 (.97)
-
1.0 (-)
3.0 (-)
.0 (-)
-
-.75 (.50)
.25 (.96)
-1.14 (1.07)
-.45 (.82)
-1.63 (.74)
-1.14 (.77)
-1.75 (1.49)
-1.36 (.63)
-2.17 (1.17)
-1.75 (.71)
-4.0 (-)
-1.43 (1.20)
-1.02 (1.14)
-
-
1.0 (-)
-
-
-
-3.0 (-)
-.40 (.55)
-2.0 (.0)
-2.0 (.0)
-4.0 (-)
-
-1.5 (1.73)
-1.40 (1.27)
-
1.03 (1.40)
3.0 (.0)
0.31 (.87)
1.38 (1.19)
-.17 (.87)
.81 (.53)
-.90 (.89)
.12 (.63)
-1.65 (.87)
-.79 (.53)
-2.14 (.93)
-1.48 (.67)
-2.56 (1.05)
-2.10 (.71)
-4.23 (.73)
-2.50 (1.0)
-1.0 (1.36)
-.54 (1.11)
Nota. Os valores apresentados na linha de cima correspondem à discrepância média (e desviopadrão) apresentados pelos participantes do sexo feminino de cada faixa etária, com base na
silhueta seleccionada como correspondendo à sua Aparência Actual. Na linha de baixo, a negrito,
encontram-se os valores dos participantes do sexo masculino. Valores positivos indicam a
idealização de uma imagem mais volumosa, enquanto valores negativos indicam a idealização de
uma imagem menos volumosa.
Para agrupar os participantes consoante o seu grau de insatisfação com a imagem
corporal, considerou-se o seguinte: participantes com valor de discrepância igual a zero
foram incluídos no grupo “Satisfeitos”; participantes com valores de discrepância entre -2 e
-1, e entre 1 e 2, foram incluídos no grupo “Relativamente Insatisfeitos”, idealizando uma IC
menos ou mais volumosa, respectivamente; participantes com valores de discrepância
62
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
inferiores a -2, e superiores a 2, foram incluídos no grupo “Muito Insatisfeitos”, idealizando
uma IC bastante menos ou mais volumosa, respectivamente.
O teste do Qui-Quadrado revelou diferenças significativas entre os sexos, quer nos
adolescentes *Χ2 (4) = 43.883, p < .01, n = 829+, quer nos adultos *Χ2 (4) = 30.736, p < .001, n
= 594], o que é também visível nas figuras 5 e 6. Independentemente da geração, são as
participantes do sexo feminino que se encontram mais insatisfeitas com a sua imagem
corporal actual, idealizando imagens menos volumosas, como indicam os resultados da
comparação de médias do teste de Wilcoxon-Mann-Whitney, que revelou diferenças de
género significativas no grupo de adolescentes (U = 58791.50, p < .001) e no grupo de
adultos (U = 34372.50, p < .001). Quanto a diferenças geracionais, estas são também
significativas, quer para o sexo feminino (U = 59154.00, p < .001), quer para o sexo
masculino (U = 23855.00, p < .001), apresentando-se os grupos de adultos mais insatisfeitos
que os grupos de adolescentes (vide tabela 4).
Figura 5. Índice de Insatisfação com a Imagem Corporal entre os adolescentes de ambos os sexos
63
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Figura 6. Índice de Insatisfação com a Imagem Corporal entre os adultos de ambos os sexos
Indicação Clínica de Perturbação Alimentar e Insatisfação com a Imagem Corporal
De acordo com o ponto de corte (Fairburn & Cooper, 1993; Machado, 2007) que
distingue a população clínica da não-clínica, 173 participantes (12.16%) da nossa amostra
apresentam sintomatologia clínica significativa (81.5% do sexo feminino), distribuindo-se em
termos absolutos da seguinte forma: 118 adolescentes (104 raparigas e 14 rapazes) e 55
adultos (37 mulheres e 18 homens). Tendo em conta o IMC, 4.7% apresentam magreza
extrema, 4.7% magreza, 59.6% tem peso normal, 21.6% excesso de peso e 9.4% obesidade.
Compararam-se as médias da Discrepância destes 173 participantes com os
participantes sem indicação clínica e encontraram-se diferenças significativas (U = 43823.50,
p < .001), apresentando os participantes com indicação clínica de PA resultados mais
elevados de insatisfação com a imagem corporal (M = -2.06, DP = 1.28 vs. M = -0.64, DP =
1.19).
64
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Correlações entre CDRS, Peso, IMC e EDE-Q – Validade Convergente
De forma a testar a validade convergente da CDRS, à semelhança do que fizeram M. A.
Thompson e Gray (1995), determinou-se o coeficiente de correlação entre a figura da CDRS
seleccionada como a imagem corporal actual (ICA) dos participantes e o peso, bem como
entre a ICA e o IMC. A ICA surge fortemente correlacionada com o peso indicado pelos
mesmos (r = .65, p < .01), sendo esta correlação mais elevada nas participantes do sexo
feminino (r = .72, p < .01) que nos participantes do sexo masculino (r= .62, p < .01). No que
se refere ao IMC, este também surge fortemente correlacionado com a ICA (r = .72, p < .01),
um valor mais elevado que no estudo original (r = .59, p < .001), surgindo igualmente mais
elevado nas participantes do sexo feminino (r = .74, p < .01) que nos participantes do sexo
masculino (r = .68, p < .01), sendo estes valores próximos dos encontrados por Thompson
(1993, cit. por M. A. Thompson & Gray, 1995). O IMC surge, ainda, negativamente
correlacionado com a IcIC (resultado da discrepância), com valores mais elevados no sexo
masculino (r = -.64, p < .01) que no sexo feminino (r = -.59, p < .01).
Procurando testar de outra forma a validade convergente da CDRS, determinou-se
também o coeficiente de correlação de Spearman entre o score global do EDE-Q e os
resultados das suas sub-escalas, e o resultado da discrepância da CDRS, dado que a
insatisfação com a imagem corporal é mais frequente na população clínica com perturbação
alimentar. Na amostra global, a discrepância com a ICA surge significativa e negativamente
correlacionada com o score global (r = -.53, p < .01) e com as 4 sub-escalas do EDE-Q, sendo
que o valor mais baixo da correlação se verifica com a sub-escala Preocupação com a
Comida (r = -.34, p < .01) e o mais alto com a sub-escala Preocupação com o Peso (r = -.53, p
< .01). O facto de as correlações serem negativas indica que valores mais elevados de
perturbação alimentar correspondem a valores inferiores de discrepância (valores
negativos), que indicam maior insatisfação com a imagem corporal, com idealização de uma
imagem mais magra que a actual. Em relação à amostra global, a força das correlações é
ligeiramente superior no sexo feminino e inferior no sexo masculino, como consta da Tabela
9.
65
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 9.
Coeficientes de Correlação de Spearman entre a Discrepância com a ICA (dada pela CDRS) e Subescalas e Score Global do EDE-Q, na Amostra Total e nas Sub-amostras consoante o Sexo dos
Participantes
Amostra Total
Sexo Feminino
Sexo Masculino
CDRS e Restrição
-.406**
-.409**
-.338**
CDRS e Preocupação com a Forma
-.518**
-.536**
-.423**
CDRS e Preocupação com a Comida
-.342**
-.347**
-.259**
CDRS e Preocupação com o Peso
-.528**
-.543**
-.449**
CDRS e Score Global
-.527**
-.537**
-.456**
Nota. ** p < .01
Estabilidade Temporal – Fiabilidade da CDRS
Sendo o índice de insatisfação com a imagem corporal um item único, a avaliação da
fiabilidade da CDRS realiza-se através do estudo da estabilidade temporal (teste-reteste),
tendo, para tal, sido utilizado o coeficiente de correlação de Pearson entre os valores da
discrepância com a aparência actual nas duas aplicações. Os resultados do coeficiente (r =
.91, p < .01) demonstram uma associação de magnitude elevada, sendo esta associação
mais elevada do que a encontrada no estudo original (r = .78, p < .001), o que sugere uma
forte estabilidade temporal da CDRS na população Portuguesa.
Discussão
Neste estudo, procurámos avaliar o nível de satisfação com a imagem corporal de
adolescentes e adultos Portugueses, podendo dizer-se que, regra geral, os adolescentes
encontram-se mais satisfeitos que os adultos, e que esta satisfação é mais elevada no sexo
masculino do que no sexo feminino.
No grupo de adolescentes, é evidente e preocupante a percentagem de rapazes
(14.6%) e raparigas (20.2%) extremamente magros, isto é, apresentando um IMC inferior a
17.5, o qual corresponde a um dos critérios de diagnóstico da Anorexia Nervosa (American
Psychiatric Association, 2002). Contudo, a maioria dos adolescentes (64.8%) apresenta um
IMC correspondente a um peso normal e adequado à sua idade, sendo poucos os que
apresentam excesso de peso ou obesidade (5.2% excesso de peso e 1% obesidade), quando
66
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
comparados com os adolescentes (10-20 anos) que participaram num estudo recente
realizado em Portugal (M. G. Matos et al., 2006). Neste último estudo, 2.8% dos
adolescentes eram obesos e 15.2% apresentavam excesso de peso, o que é claramente
superior à nossa amostra. Semelhante aos nossos dados é a percentagem de adolescentes
com peso normal (68.3% no estudo de 2006), o que reforça a ideia de que a grande
diferença se encontra nos extremos, pois entre os adolescentes com peso abaixo do normal
– 17.1% de rapazes e 10.4% de raparigas no estudo de Matos e colaboradores (2006), 22.1%
de rapazes e 33% de raparigas no presente estudo –, a diferença é bastante considerável,
sobretudo nas raparigas (3 vezes mais). Uma possível explicação para este facto reside na
idade dos participantes nos dois estudos. Apesar do estudo de Matos e colaboradores
(2006) incluir jovens dos 10 aos 20 anos, os dados foram recolhidos apenas nos 6º, 8º e 10º
anos de escolaridade, pelo que a média de idades é de 14 anos e apenas 15.3% da amostra
tem mais de 15 anos (no nosso estudo a média de idades é de 15.25 anos, incluindo jovens
do 7º ano até ao Ensino Superior). Por outro lado, no estudo de Matos a maior percentagem
de excesso de peso e obesidade verifica-se no grupo inferior aos 12 anos, diminuindo com o
aumento da idade dos adolescentes, faixa etária que não está incluída na nossa amostra.
Nota-se, ainda, uma clara diferença de género no sentido inverso ao do estudo de Matos e
colaboradores (2006), já que, nesse, as raparigas com peso inferior ao normal são bastante
menos que os rapazes nas mesmas circunstâncias, o que, mais uma vez, se pode justificar
com a idade dos participantes, pois nas raparigas o desenvolvimento pubertário e o
consequente aumento de peso ocorrem mais cedo do que nos rapazes (Bitar, Coudert,
Vernet, & Vermorel, 2000) e o excesso de peso nas crianças é mais frequente no sexo
feminino que no masculino (Padez, Fernandes, Mourão, Moreira, & Rosado, 2004).
Entre os adultos, a maioria das mulheres apresenta um peso normal, ao passo que os
homens estão maioritariamente na classe do excesso de peso, o que são dados
concordantes com o último estudo de prevalência da obesidade em adultos portugueses
(Carmo et al., 2006). O nosso estudo confirma, assim, a elevada proporção de portugueses
adultos com pré-obesidade e obesidade, bem como o aumento do IMC com a idade (e do
excesso de peso e obesidade, consequentemente), quando se comparam diferentes grupos
geracionais, o que é consistente com diversos estudos internacionais que comparam várias
gerações no mesmo estudo ou estudos semelhantes realizados com intervalos de alguns
67
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
anos (Hulens et al., 2001; Neovius, Janson, & Rössner, 2006; Ogden, 2006; Wang, Chyen,
Lee, & Lowry, 2008). O conjunto dos dados aponta para a necessidade urgente de
implementação de estratégias efectivas de prevenção da obesidade, junto de crianças e
adolescentes, dados os elevados riscos para a saúde, a médio e longo prazo, associados à
mesma (e.g. Lobstein, Baur, & Uauy, 2004).
As diferenças de género, significativas nas variáveis IMC, Imagem Actual, Imagem Ideal
e Insatisfação com a Imagem Corporal, vão de encontro à maioria dos estudos (e.g. Bulik et
al., 2001; Lamb et al., 1993), reforçando a ênfase sócio-cultural colocada na magreza
feminina como ideal de beleza, já que, quer as adolescentes, quer as mulheres adultas,
apresentam-se mais insatisfeitas com a sua imagem corporal que os participantes do sexo
masculino, apesar de estes apresentarem valores de IMC mais elevados e seleccionarem
silhuetas mais volumosas como representativas da sua imagem actual (o facto da imagem
ideal ser também mais volumosa implica que a insatisfação seja menor).
A maioria das raparigas adolescentes selecciona a silhueta 4 como a que melhor
representa a sua imagem actual (à semelhança, aliás, da silhueta mais vezes seleccionada
como imagem ideal), estando um número abaixo da silhueta mais seleccionada pelos
rapazes adolescentes (5 para ambas as imagens). Contudo, o mesmo não se verifica na
geração mais velha: mulheres e homens adultos seleccionam a mesma silhueta (6) como a
mais representativa da imagem corporal actual (e também a mesma – 5 – como imagem
ideal), apesar de o IMC médio desses participantes ser bastante diferente. Com efeito, o
IMC médio das mulheres que seleccionam a silhueta 6 como ICA encontra-se na classe do
peso normal (19.9 a 25.2) enquanto o dos homens reporta excesso de peso (25.3 a 26.1),
pelo que colocamos a hipótese de os homens adultos subestimarem, defensivamente, o
volume da sua imagem corporal, desvalorizando os riscos associados à obesidade e não
adoptando estratégias de redução do peso (alteração de hábitos alimentares, prática de
exercício físico, etc.).
Tendo em conta as diferenças geracionais relativamente à imagem ideal, é de
sublinhar o facto desta se manter a mesma no sexo masculino nas duas gerações e não
diferir ao longo das várias faixas etárias. O mesmo não se verifica entre as duas gerações no
sexo feminino, uma vez que a maioria das adolescentes selecciona a silhueta 4 e as
mulheres adultas a silhueta 5 como imagem corporal ideal. Este dado pode ser um indicador
68
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
da adequação das expectativas quanto à sua imagem corporal, tendo em conta a evolução
natural do corpo da mulher com a idade, sugerida por Lamb e colaboradores (1993).
Contudo, a discrepância entre ICI e ICA nas mulheres adultas da nossa amostra é superior à
discrepância nas adolescentes, pelo que não poderá dizer-se que o nível de insatisfação se
mantém ao longo do ciclo de vida (ainda que o peso aumente e a imagem corporal ideal se
torne mais volumosa), acompanhando o aumento do volume da imagem corporal actual.
Estudos longitudinais poderão, de futuro, explicar melhor a evolução da (in)satisfação com a
imagem corporal em ambos os sexos, mas especialmente no sexo feminino, em que se
verificam maiores diferenças inter-geracionais nestas variáveis. Os trabalhos de Tiggemann
e colaboradores (Tiggemann & Lynch, 2001; Tiggemann & Stevens, 1999) poderão fornecernos algumas pistas úteis na definição de hipóteses e variáveis a estudar, ao sugerirem que,
apesar da insatisfação corporal permanecer elevada, o impacto psicológico desta diminui à
medida que a idade das mulheres aumenta.
Ainda relativamente aos valores da discrepância, há a sublinhar alguns aspectos. Em
geral, a idealização de uma imagem corporal mais magra por parte do sexo feminino surge a
partir da silhueta 4 enquanto imagem corporal actual (imagem que corresponde a maior
satisfação com a imagem corporal); a imagens corporais abaixo desse número está
associado o desejo de uma imagem um pouco mais volumosa. No sexo masculino, contudo,
a idealização de uma imagem mais magra só acontece a partir da silhueta 6, sendo a
silhueta 5 aquela que surge mais associada a satisfação com a imagem corporal, isto é, onde
os valores de discrepância surgem mais próximos de zero. Mais uma vez, estas diferenças de
género parecem reflectir o ideal de beleza veiculado pela sociedade actual, valorizando uma
imagem feminina mais magra e esbelta e uma imagem masculina mais forte. O
agrupamento que se fez relativamente aos valores da discrepância (de Muito Insatisfeito
com idealização de figura menos volumosa a Muito Insatisfeito com idealização de figura
mais volumosa) facilita a leitura e parece adequado à interpretação dos dados, uma vez que
mantém significativas as diferenças de género e as diferenças geracionais encontradas.
Relativamente ao nosso segundo objectivo, demonstrámos aqui as boas qualidades
psicométricas da CDRS, quer no que se refere à validade convergente, quer à estabilidade
temporal da escala, quando aplicada à população Portuguesa de adolescentes e adultos,
suportando a sua utilização como uma medida de percepção e satisfação com a imagem
69
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
corporal (M. A. Thompson & Gray, 1995). Regra geral, o volume das figuras seleccionadas
como representativas da imagem corporal actual aumenta na mesma proporção que o peso
e IMC dos participantes, dados estes que são corroborados pelas correlações fortes entre
estes dois indicadores antropométricos e os resultados da CDRS para a ICA e para a
discrepância. Por outro lado, para além das correlações significativas entre o EDE-Q (subescalas e score global) e a CDRS (discrepância), as diferenças significativas encontradas ao
nível da insatisfação (dada pelo resultado da discrepância) entre o grupo com indicação
clínica de perturbação alimentar, segundo o EDE-Q, e o grupo não clínico, reforça a utilidade
da CDRS na detecção rápida e simples de possíveis casos de comportamento alimentar
perturbado, que não se prendem apenas com casos de excesso de peso ou obesidade (em
que, naturalmente, a discrepância entre imagem ideal e actual será maior), pois 59.6% do
grupo com indicação clínica de PA apresenta peso normal e 9.4% magreza ou magreza
extrema. Sugere-se, contudo, que estudos futuros comprovem esta adequação com a
aplicação da CDRS a amostras clínicas, com diagnósticos já estabelecidos de Anorexia
Nervosa e Bulimia Nervosa, bem como de obesidade. Por último, a forte fiabilidade testereteste num intervalo de 2 semanas, com coeficientes superiores aos encontrados no
estudo original num intervalo de 1 semana, atesta a estabilidade temporal da CDRS.
Conclusão
Que tenhamos conhecimento, este é o primeiro estudo que avalia a insatisfação com
a imagem corporal de adolescentes e adultos portugueses em simultâneo, com uma grande
amostra proveniente de diversas zonas geográficas, permitindo comparar diferentes
gerações. A maioria dos adolescentes, de ambos os sexos, apresenta um peso corporal
considerado normal, bem como as mulheres adultas, enquanto a maioria dos homens
adultos apresenta excesso de peso. Contudo, entre os adolescentes destacam-se 14.6% de
rapazes e 20.2% de raparigas extremamente magros, o que nos parecem números algo
preocupantes. As diferenças de género e geracionais significativas quanto à satisfação com a
imagem corporal (adolescentes mais satisfeitos que os adultos e homens mais satisfeitos
que as mulheres) corroboram os estudos internacionais e reflectem a excessiva valorização
de um corpo magro como ideal de beleza feminina actual. Por último, os estudos
70
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
psicométricos da versão portuguesa da CDRS revelaram bons resultados ao nível da validade
convergente e da estabilidade temporal, suportando a sua utilização como medida
adequada de percepção e satisfação com a imagem corporal na população em geral.
O estudo apresenta, porém, diversas limitações, tal como a reduzida dimensão da
amostra nas faixas etárias jovens adultos e adultos com mais de 60 anos. Também o facto
de muitos dos adultos que participaram no estudo serem pais dos participantes
adolescentes pode ser considerado uma limitação, já que é possível que a imagem corporal
ideal seja influenciada por uma partilha familiar de valores, ideais e expectativas do que será
considerada a imagem ideal de uma mulher ou um homem (Lamb et al., 1993), para além de
uma possível transmissão genética relativamente à própria constituição física, com
implicações ao nível do peso e índice de massa corporal. Este é um aspecto que deve ser
tido em conta em investigações futuras que devem procurar recolher dados de participantes
sem qualquer ligação familiar entre si.
71
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
72
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
AVALIAÇÃO DE FACTORES DE RISCO DO DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES
ALIMENTARES: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DA VERSÃO PORTUGUESA DO
MCKNIGHT RISK FACTOR SURVEY IV8
Resumo
Este trabalho apresenta o processo de desenvolvimento e os estudos de validação da versão
portuguesa, para ambos os sexos, do McKnight Risk Factor Survey IV (MRFS-IV; The
McKnight Investigators, 2003), um instrumento de avaliação de factores de risco e
protectores do desenvolvimento de perturbações alimentares (PA) em adolescentes,
originalmente desenvolvido apenas para raparigas. Participaram no estudo 793 alunos do 3º
ciclo do ensino básico e secundário (12–20 anos), preenchendo o MRFS-IV, bem como
outras medidas (Contour Drawing Rating Scale, Questionário de Auto-Estima Global, Eating
Disorder Examination-Questionnaire) que permitiram avaliar a validade convergente. Da
análise factorial exploratória, realizada com a maioria dos itens, resultou uma estrutura de 9
factores – Preocupação com a Magreza, Auto-Estima, Pressão Social, Voracidade Alimentar,
Uso de Substâncias e Métodos Compensatórios, Suporte Social, Influências Parentais,
Sintomatologia Depressiva-Ansiosa e Perfeccionismo –, com níveis bastante adequados de
consistência interna. Os restantes itens foram organizados em 8 indicadores de outros
aspectos importantes na avaliação do risco de PA. O estudo psicométrico do instrumento
revelou, ainda, bons resultados quanto à validade convergente e discriminação de possíveis
casos clínicos de PA. A versão portuguesa do MRFS-IV pode constituir-se como um
instrumento de avaliação do risco de desenvolvimento de PA, fundamentalmente na área
da investigação e prevenção.
Palavras-chave: perturbações alimentares, factores de risco e protectores, estudo
instrumental, validade, McKnight Risk Factor Survey IV.
8
Francisco, R., Alarcão, M., & Narciso, I. (2010). Avaliação de factores de risco do desenvolvimento
de perturbações alimentares: Desenvolvimento e validação da versão portuguesa do McKnight Risk
Factor Survey IV. Submetido a Psicologia: Teoria e Pesquisa.
73
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Abstract
This paper presents the development and validation study of the Portuguese version (both
male and female) of the McKnight Risk Factor Survey IV (MRFS-IV; The McKnight
Investigators, 2003). MRFS-IV assesses potential risk and protective factors for the
development of eating disorders (ED) in adolescents, and was originally developed to be
used only with females. Seven hundred and ninety three middle and high school students
(aged 12 to 20 years), completed MRFS-IV, as well as other measures in order to evaluate its
convergent validity (Contour Drawing Rating Scale, Global Self-Esteem Questionnaire, Eating
Disorder Examination-Questionnaire). Exploratory factor analysis used with most items
resulted in a nine factor structure with quite adequate levels of internal consistency –
Concern with Thinness, Self-Esteem, Social Pressure, Overeating, Substance Use and
Compensatory
Methods,
Social
Support,
Parental
Influences,
Anxiety-Depression
Symptomatology and Perfectionism. Remaining items were organized in eight indicators of
other important aspects of ED risk evaluation among adolescents. The psychometric study
also showed good results concerning convergent validity and the identification of possible
ED cases. The Portuguese version of MRFS-IV can thus be a significant instrument for
assessing the risk of the development of ED, both in investigation and prevention fields.
Keywords: eating disorders, risk and protective factors, instrumental study, validity,
McKnight Risk Factor Survey IV.
74
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Introdução
A adolescência é o período de maior risco de desenvolvimento de comportamentos
alimentares perturbados, devido às alterações físicas, sociais e emocionais que a
acompanham. Estas perturbações ocorrem, geralmente, num continuum (Peck & Lightsey Jr,
2008; Shisslak et al., 1995; Stice et al., 1998) e podem ir desde as preocupações com o peso
e imagem corporal até às perturbações alimentares (PA) que apresentam critérios de
diagnóstico bem estabelecidos (American Psychiatric Association, APA, 2002), como a
Anorexia Nervosa (AN) ou Bulimia Nervosa (BN). Em Portugal, o estudo mais recente revelou
uma prevalência de 3.06% de PA entre raparigas adolescentes (12-23 anos),
correspondendo 0.39% ao diagnóstico de AN, 0.30% a BN e 2.37% a PASOE (Perturbações
Alimentares Sem Outra Especificação) ou casos sub-clínicos (Machado et al., 2007). Tendo
em conta a idade das participantes, muitos destes casos de PASOE podem reflectir estádios
iniciais do desenvolvimento de síndromes completas de PA. Assim, a detecção precoce do
risco de desenvolvimento de PA poderá evitar a evolução para síndromes completas, mais
difíceis de tratar (Shisslak et al., 1995), tal como a intervenção ao nível dos factores de risco
e protectores pode mesmo evitar o surgimento de comportamentos alimentares
perturbados.
Os factores de risco referem-se às condições antecedentes que estão associadas a
uma maior probabilidade de se desenvolverem determinadas situações adversas,
indesejáveis ou patológicas. Por factores protectores, entendem-se as condições
antecedentes associadas a uma menor probabilidade de desenvolvimento de situações
adversas ou maior probabilidade de surgirem situações positivas, podendo actuar de
diversas formas, desde prevenir a ocorrência do próprio factor de risco, até atenuar os seus
efeitos devido à interacção que com ele estabelece (Kazdin, Kraemer, Kessler, & Kupfer,
1997). No que se refere à investigação sobre o desenvolvimento de PA, diversos estudos de
revisão são consensuais ao afirmar que a sua etiologia é multifactorial, apesar do
conhecimento acerca dos factores que as desencadeiam e mantêm ser ainda muito
incompleto (Jacobi, Hayward, de Zwaan, Kraemer, & Agras, 2004; Striegel-Moore & Bulik,
2007; Striegel-Moore & Cachelin, 2001).
75
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
A exposição aos ideais de beleza actualmente veiculados pelas sociedades ocidentais –
excessivamente magros e impossíveis de atingir para a maioria das mulheres, e
substancialmente musculados e atléticos para os homens – e a sua internalização,
conduzem, frequentemente, a níveis elevados de preocupação e insatisfação com o corpo e
imagem corporal, e à adopção de comportamentos restritivos ou outros métodos que
permitam alterar a imagem corporal, aumentando o risco de desenvolvimento de PA (e.g. A.
E. Field et al., 2001; Ricciardelli et al., 2000; Stice & Whitenton, 2002), sobretudo a partir da
adolescência. Adolescentes inseridos em contextos onde estes ideais são sobrevalorizados,
pela associação entre a magreza e o desempenho óptimo, como acontece com bailarinos,
ginastas e modelos, apresentam um risco acrescido (e.g. Garner & Garfinkel, 1980; Smolak
et al., 2000). Os comentários críticos em relação à alimentação ou aparência física, por parte
de pares, familiares ou outros significativos, também têm sido considerados importantes
factores de risco para o desenvolvimento de PA em adolescentes de ambos os sexos (Taylor
et al., 2006; Vincent & McCabe, 2000). Da mesma forma, modelos de comportamento
alimentar desadequados (A. E. Field et al., 2001; Ricciardelli et al., 2000; Rojo et al., 2003),
bem como a história familiar de PA, obesidade, depressão ou abuso de substâncias
(Fairburn & Harrison, 2003), constituem factores importantes a ter em conta.
A baixa auto-estima tem sido considerada um dos principais factores de risco
individuais para o desenvolvimento de PA (e.g. Ghaderi & Scott, 2001; Peck & Lightsey Jr,
2008; Wiseman, Peltzman, Halmi, & Sunday, 2004). O perfeccionismo é um traço de
personalidade que predispõe os indivíduos para o desenvolvimento de PA e um importante
factor de risco (Bulik et al., 2003; Forbush, Heatherton, & Keel, 2007), apesar de alguns
estudos não encontrarem relações significativas deste com sintomatologia de PA (e.g.
Rosenvinge, Borgen, & Börresen, 1999). Estas apresentam muitas vezes comorbilidade com
quadros depressivos, ansiosos e obsessivo-compulsivos, bem como com o consumo de
substâncias (e.g. O'Brien & Vincent, 2003), apesar de não estar ainda claramente
estabelecido, na literatura, o tipo de relação entre estes potenciais factores de risco e as PA.
Por fim, acontecimentos de vida adversos (e.g. alterações importantes nas relações
familiares, ameaças à segurança física, abuso sexual) têm sido identificados como estando
relacionados com o início de PA, especialmente no ano que antecede o surgimento da
76
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
doença (Neumark-Sztainer et al., 2000; Welch, Doll, & Fairburn, 1997), constituindo-se,
também, como factores de risco.
A investigação relativa aos factores que podem proteger os adolescentes de
desenvolverem PA é bastante mais escassa. Contudo, a percepção de suporte social e
suporte parental, especificamente (Littleton & Ollendick, 2003; McVey, Pepler, Davis, Flett,
& Abdolell, 2002), bom desempenho escolar (Croll, Neumark-Sztainer, Story, & Ireland,
2002) e a participação em actividades culturais e sociais (Littleton & Ollendick, 2003), têm
recebido apoio empírico enquanto factores protectores neste campo.
O McKnight Risk Factor Survey (The McKnight Investigators, 2003; Shisslak et al., 1998;
Shisslak et al., 1999), desenvolvido nos Estados Unidos da América, consiste num
questionário de auto-relato para avaliação de factores de risco e protectores do
desenvolvimento de PA em raparigas (pré-adolescentes e adolescentes). Apesar da
prevalência de PA ser bastante mais elevada no sexo feminino – de acordo com a APA
(2002), existe um ratio de 9 mulheres para 1 homem com diagnóstico de AN ou BN –,
diversos estudos têm vindo a demonstrar um aumento da preocupação com a imagem
corporal e da utilização de métodos de controlo de peso e forma corporal entre os rapazes,
bem como prevalências de síndromes parciais e completas de PA consideráveis, acima do
que se pensava até então (e.g. A. E. Field et al., 2001; Kjelsås et al., 2004; Ousley et al.,
2008). Neste sentido, e dado que a maioria dos estudos tem indicado mais semelhanças do
que diferenças entre os factores de risco associados ao desenvolvimento de PA em
raparigas e rapazes (para uma revisão, ver Ricciardelli & McCabe, 2004), entendemos ser
importante utilizar instrumentos de avaliação semelhantes.
Os instrumentos de medida relacionados com PA, adaptados para a população
portuguesa são, essencialmente, de carácter clínico, centrados em atitudes e
comportamentos associados às PA, como o Eating Disorder Examination-Questionnaire
(EDE-Q; Fairburn & Beglin, 1994; Machado, 2007) ou o Eating Disorders Inventory (EDI;
Garner, Olmstead et al., 1983; Machado, Gonçalves, Martins, & Soares, 2001), não
permitindo avaliar muitos dos factores de risco e protectores identificados na literatura.
Assim, o objectivo deste estudo consiste no desenvolvimento da versão portuguesa do
MRFS-IV, para adolescentes de ambos os sexos, e na avaliação das qualidades
77
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
psicométricas, verificando a validade da sua utilização em contextos de investigação e
prevenção.
Método
Participantes
A amostra é constituída por 793 adolescentes de ambos os sexos (499 raparigas e 294
rapazes), com idades compreendidas entre os 12 e os 20 anos (M = 15.07; DP = 1.85), alunos
do 3º ciclo do ensino básico (45.8%) e secundário de várias zonas do país (45.3% Lisboa e
Vale do Tejo, 27.1% Alentejo, 20.4% Centro e 7.2% outras zonas). A maioria dos
adolescentes provém de famílias nucleares intactas (74.4%) e quase 50% dos agregados
familiares apresenta um nível sócio-económico médio-alto ou alto.
Instrumentos
McKnight Risk Factor Survey IV (MRFS-IV, The McKnight Investigators, 2003)
Corresponde à versão revista do MRFS-III (Shisslak et al., 1999). A versão para
adolescentes (utilizada neste estudo) é constituída por 103 itens agrupados em domínios
teóricos relacionados com as PA, cuja análise em componentes principais identificou 7
factores: Pressão Social e Preocupação com a Magreza, Uso de Substâncias, Influências
Parentais, Influências Psicológicas Gerais, Suporte Social, Número de Acontecimentos de
Vida Negativos e Desempenho Escolar. A maior parte dos itens é respondida numa escala de
tipo Likert de 5 pontos (Nunca a Sempre). Existem, ainda, alguns itens dicotómicos, 2 itens
com mais do que uma opção (identificação de figuras de apoio relevantes e de actividades
extra-curriculares), 2 itens com a Stunkard Figure Rating Scale (relativos aos pais biológicos),
e 1 item com escala de tipo Likert de 4 pontos sobre o desempenho escolar (Insatisfatório a
Muito Bom). No estudo longitudinal de 4 anos, 4 itens do factor Pressão Social e
Preocupação com a Magreza foram discriminativos na identificação de novos casos de PA,
dado terem identificado 80% dos estudantes que adoeceram nesse período (The McKnight
Investigators, 2003).
78
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Contour Drawing Rating Scale (CDRS, M. A. Thompson & Gray, 1995)
Consiste numa sequência de 9 figuras, ordenadas da menos volumosa para a mais
volumosa. Procura avaliar a satisfação com a imagem corporal, medida pela discrepância
entre os números das figuras seleccionadas como correspondendo à aparência ideal e à
aparência actual. A versão portuguesa utilizada apresenta boas qualidades psicométricas
(Francisco, Narciso, & Alarcão, 2010a), quer em relação à validade convergente (com IMC r =
-.52, p < .01; com EDE-Q r = -.53, p < .01), quer em relação à fiabilidade (r = 0.91, p < .01).
Questionário de Auto-Estima Global (QAEG, Rosenberg, 1965)
É constituído por 10 itens que pretendem avaliar a auto-estima global. A versão
portuguesa utilizada (Azevedo & Faria, 2004) apresenta boas qualidades psicométricas
quando aplicada a adolescentes portugueses (α = .89), tal como no presente estudo (α =
.89).
Eating Disorder Examination-Questionnaire (EDE-Q, Fairburn & Beglin, 1994)
Utilizou-se a versão portuguesa da 5ª edição (Machado, 2007) do EDE-Q, que consiste
num questionário de 28 itens que pretende avaliar determinados comportamentos, atitudes
e sentimentos associados às PA. Agrupa-se em 4 sub-escalas, cuja média resulta num score
global, indicador de PA. Um estudo internacional recente (Peterson et al., 2007)
demonstrou níveis aceitáveis de consistência interna para o score global (α = .90) e subescalas: Restrição (α = .70), Preocupação com a Comida (α = .73), Preocupação com a Forma
(α = .83) e Preocupação com o Peso (α = .72). No presente estudo, o EDE-Q também
demonstrou boas qualidades psicométricas [score global (α = .92), Restrição (α = .82),
Preocupação com a Forma (α = .91), Preocupação com a Comida (α = .76) e Preocupação
com o Peso (α = .84)].
Tradução e adaptação do MRFS-IV
Aquando da tradução e adaptação do MRFS-IV para a população Portuguesa de
adolescentes, optou-se por elaborar, igualmente, uma versão para o sexo masculino.
Também com autorização prévia dos autores, fizeram-se as seguintes alterações:
- nos itens relativos ao surgimento da menarca e/ou ao primeiro namoro, ao invés de
questionar sobre o ano de escolaridade que frequentavam nesse momento, optou-se por
79
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
questionar especificamente sobre a idade dos participantes, pelo facto de, nas situações de
reprovação escolar, o ano de escolaridade não constituir um bom indicador da faixa etária;
- no item que pretende identificar as figuras de suporte a quem o adolescente recorre,
dividiram-se as 2 primeiras opções em 4, uma vez que nos pareceu importante considerar
separadamente mãe e madrasta, bem como pai e padrasto;
- por questões éticas, e considerando a possibilidade de muitos adolescentes não
terem contacto com os seus pais biológicos (por divórcio ou morte dos pais, ou por
adopção), eliminaram-se os itens relativos às figuras representativas da imagem corporal
destes.
Depois do instrumento traduzido (pelas autoras do estudo) e retrotraduzido por uma
psicóloga bilingue, os itens que suscitaram dúvidas quanto à tradução para português foram
discutidos com duas adolescentes de 16 e 18 anos, para uma melhor adequação à
linguagem própria dos adolescentes.
Após autorização da aplicação do protocolo de investigação nas escolas de ensino
básico e secundário, pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do
Ministério da Educação, deu-se início à recolha de dados. Os participantes preencheram um
consentimento informado e responderam ao protocolo de investigação após terem sido
autorizados pelos encarregados de educação a participarem no estudo. A maioria
respondeu na escola, durante uma aula cedida pelos professores para o efeito, na presença
da investigadora principal.
Resultados
Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS (versão
17.0). Como referido anteriormente, a maioria dos itens do MRFS-IV apresenta uma escala
de tipo Likert de 5 pontos. Uma vez que supomos que os factores a encontrar estão
relacionados entre si, teoricamente, realizámos uma análise factorial exploratória com
utilização do método Componentes Principais, seguida de rotação oblíqua Promax (A. Field,
2009). Esta análise foi apenas realizada com 66 dos 68 itens respondidos na escala de tipo
Likert de 5 pontos. Dos restantes itens, alguns foram considerados adicionais e tidos como
indicadores de determinados aspectos, outros foram excluídos por razões teóricas ou de
80
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
fiabilidade e, ainda, dois outros itens foram, posteriormente, incluídos num dos factores,
conforme a seguir será explicado em maior detalhe.
Análise factorial exploratória
A medida Kaiser-Meyer-Olkin (KMO = .93) revelou uma excelente adequação da
amostra (N = 654) para a realização da análise factorial (A. Field, 2009). O teste de
esfericidade de Bartlett [χ2 (2145) = 24164.10, p < .001] revelou correlações entre os itens
suficientemente elevadas para a realização da análise factorial. Realizámos uma análise
inicial, de forma a obter eigenvalues para cada factor, sendo que 14 factores apresentavam
eigenvalues acima de 1 (critério de Kaiser), juntos explicando 64.13% da variância. Contudo,
o scree-plot apresentava-se um pouco ambíguo, com 2 pontos de inflexão, indicando que
deveríamos reter apenas 6 ou 9 factores. Seguimos a última opção, pelo que repetimos a
análise factorial em componentes principais, com rotação Promax, mas com a indicação de
extracção de 9 factores. A Tabela 10 apresenta a saturação de cada factor (valores
superiores a . 40, como sugerido por A. Field, 2009) com base nos coeficientes de correlação
após rotação.
Não se verificaram diferenças relevantes entre sexos no que respeita à estrutura
factorial, pelo que toda a amostra foi analisada em conjunto.
A variância explicada pelo conjunto dos 9 factores é de 55.41%. Optou-se por manter
os itens que apresentavam saturação superior a .40 em mais do que um factor naqueles
onde apresentavam maior carga factorial, à excepção do item 30. Apesar deste item
apresentar uma carga factorial ligeiramente superior no factor 2, em detrimento do factor 8
(respectivamente .637 e .592; vide Tabela 10), teoricamente seria mais coerente a sua
inclusão neste último; por outro lado, no estudo da consistência interna do MRFS-IV, a
inclusão do item 30 no factor 8 fez aumentar claramente o valor do alpha de Cronbach (de
.73 para .78) e a sua exclusão do factor 2 aumentou ligeiramente o alpha deste factor (de
.86 para .87), pelo que optámos por tal alteração. Os itens 43 e 85 foram eliminados por
apresentarem saturação inferior a .40.
81
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 10.
Resumo dos Resultados da Análise Factorial Exploratória (Coeficientes de Correlação) dos Itens do MRFS-IV (N=654), com Saturação Superior a .40, Matriz
de Correlações entre Factores e Valores de alpha de Cronbach. A Negrito estão os Valores de Saturação dos Itens que, na Versão Final, pertencem a cada
Factor
ITEM
1. No último ano, com que frequência se sentiu confiante?
2. No último ano, com que frequência fez dieta PARA PERDER PESO?
3. No último ano, com que frequência se preocupou com o facto de ter gordura
(“banhas”) no corpo?
4. No último ano, com que frequência fez jejum (não comeu) durante um dia ou
mais PARA PERDER PESO?
5. No último ano, com que frequência bebeu álcool quando estava sozinha ou
com amigos(as)?
6. No último ano, com que frequência comeu menos do que o habitual quando
estava aborrecida?
7. No último ano, com que frequência se sentiu gorda?
8. No último ano, com que frequência tentou perder peso?
9. No último ano, com que frequência pensou que queria ser mais magra?
10. No último ano, com que frequência o seu pai fez algum comentário acerca
do seu peso ou da sua alimentação que a fez sentir mal?
11. No último ano, com que frequência mudou a sua alimentação quando estava
com outras raparigas?
12. No último ano, com que frequência teve alguém que a ouvisse quando
precisou de conversar?
13. No último ano, com que frequência reduziu aquilo que comeu PARA PERDER
PESO?
14. No último ano, com que frequência consumiu drogas?
15. No último ano, com que frequência comeu menos do que o habitual para
tentar sentir-se melhor consigo mesma?
16. No último ano, com que frequência teve alguém com quem partilhar as suas
preocupações e receios mais íntimos?
17. No último ano, com que frequência outras raparigas (incluindo irmãs)
gozaram consigo por causa do seu peso?
Factor
1
Factor
2
-.633
Factor
3
.434
.440
Factor
4
Factor
5
Factor
6
Factor
7
Factor
8
Factor
9
.853
.832
.485
.528
.607
.473
.872
.909
.881
.602
.504
.441
.552
.471
.488
.424
.544
.486
.566
.816
.899
.442
.653
.864
.471
.843
.685
82
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 10.
Continuação
18. No último ano, com que frequência tomou laxantes ou diuréticos PARA PERDER PESO?
19. No último ano, com que frequência se sentiu feia?
20. No último ano, com que frequência “saltou” refeições PARA PERDER PESO?
21. No último ano, com que frequência gostou da maioria das coisas em si?
22. No último ano, com que frequência teve dores de cabeça?
23. No último ano, com que frequência começou a comer e sentiu que não conseguia parar?
24. No último ano, com que frequência um professor ou treinador fez algum comentário acerca do seu peso
que a fez sentir-se mal?
25. No último ano, com que frequência comeu mais do que o habitual quando estava aborrecida?
26. No último ano, com que frequência fumou tabaco?
27. No último ano, com que frequência se sentiu sem valor?
28. No último ano, com que frequência reparou que não tinha tanta energia como costuma ter?
29. No último ano, com que frequência fez exercício físico PARA PERDER PESO?
30. No último ano, com que frequência se sentiu “em baixo” ou “deprimida”?
31. No último ano, com que frequência se sentiu gira?
32. No último ano, com que frequência teve dores de estômago?
33. No último ano, com que frequência tentou mudar o seu peso para não ser gozada por rapazes (incluindo
irmãos)?
34. No último ano, com que frequência PROVOCOU o vómito PARA PERDER PESO?
35. No último ano, com que frequência se sentiu feliz por ser como é?
36. No último ano, com que frequência comeu menos doces ou gorduras PARA PERDER PESO?
37. No último ano, com que frequência rapazes (incluindo irmãos) gozaram consigo por causa do seu peso?
38. No último ano, com que frequência a sua mãe fez algum comentário acerca do seu peso ou da sua
alimentação que a fez sentir mal?
39. No último ano, com que frequência teve alguém para a ajudar a compreender um problema quando
precisou?
40. No último ano, com que frequência comeu menos do que o habitual quando estava chateada?
.488
.411
.730
.751
.440
.415
.446
.418
.729
.532
.783
.431
.474
.421
.403
.831
.710
.739
.449
.437
.588
.728
.637
.669
.421
.592
.562
.497
.749
.518
.441
.765
.415
.433
.791
.811
.487
.489
.819
.515
.659
83
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 10.
Continuação
41. No último ano, com que frequência tomou comprimidos PARA EMAGRECER?
42. No último ano, com que frequência comeu mais do que o habitual para tentar sentir-se melhor consigo
mesma?
43. No último ano, com que frequência as suas amigas falaram sobre o desejo de perder peso?
44. No último ano, com que frequência mudou a sua alimentação quando estava com rapazes?
45. No último ano, com que frequência teve dificuldade em concentrar-se?
46. No último ano, com que frequência comeu mais do que o habitual quando estava chateada?
47. No último ano, com que frequência teve dificuldade em divertir-se em actividades com que habitualmente
se divertia?
48. No último ano, com que frequência comeu uma grande quantidade de comida num curto espaço de
tempo, SEM ser a uma refeição ou numa festa?
49. No último ano, com que frequência tentou mudar o seu peso para não ser gozada por raparigas (incluindo
irmãs)?
50. No último ano, com que frequência as fotografias/imagens de raparigas/mulheres magras a fizeram
desejar ser magra?
51. No último ano, em que medida se preocupou com a possibilidade de ganhar 1 quilo?
52. Se os rapazes (incluindo irmãos) gozaram consigo por causa do seu peso no último ano, em que medida é
que isso mudou o modo como se sente consigo própria?
53. No último ano, em que medida o seu peso influenciou o modo como se sente consigo própria?
54. No último ano, em que medida se sente feliz com o aspecto do seu corpo?
55. Em que medida pensa que, no último ano, o seu peso fez com que os rapazes NÃO gostassem de si?
56. No último ano, em que medida foi importante para os seus amigos que você fosse magra?
57. Se as raparigas (incluindo irmãs) gozaram consigo por causa do seu peso no último ano, em que medida é
que isso mudou o modo como se sente consigo própria?
58. No último ano, em que medida tentou ser parecida com as raparigas ou mulheres que vê na televisão, nos
filmes ou nas revistas?
.539
.624
.467
.658
.439
.581
.431
.813
.467
.554
.712
.479
.814
.450
.460
.481
.407
__
__
__
__
.759
.488
.455
.535
.705
.524
.538
.412
.717
.544
.433
__
__
.768
.622
__
.564
__
__
__
__
__
__
__
__
.455
.526
__
__
__
.423
84
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 10.
Continuação
59. No último ano, em que medida foi importante para a sua mãe que você fosse magra?
60. Em que medida pensa que, no último ano, o seu peso fez com que outras raparigas NÃO gostassem de
si?
61. No último ano, em que medida foi importante para o seu pai que você fosse magra?
62. No último ano, em que medida foi importante para os(as) seus(suas) amigos(as) serem magros(as)?
84. Na minha família, só se aceitam desempenhos excelentes.
85. Eu esforço-me muito para não desapontar os meus pais e professores.
86. Eu preciso de ser a melhor em tudo.
87. Eu sinto que devo fazer as coisas na perfeição ou então prefiro não as fazer.
88. Eu tenho objectivos extremamente elevados.
89. Com que frequência se preocupa com o que as outras pessoas pensam de si?
Eigenvalues
% de variância explicada
Matriz de Correlações
Factor 1
Factor 2
Factor 3
Factor 4
Factor 5
Factor 6
Factor 7
Factor 8
Factor 9
α
.400
.780
.619
.421
.765
.601
.628
.786
.695
.741
17.00
25.75
.468
4.13
6.26
3.18
4.81
2.81
4.26
2.28
3.45
2.22
3.36
1.92
2.91
1.57
2.38
1.47
2.23
1
.39
.54
.40
.27
.04
.35
.39
.19
.96
1
.37
.42
.09
-.01
.38
.37
.09
.87
1
.31
.17
-.08
.44
.26
.14
.91*
1
.24
.09
.35
.39
.18
.82
1
-.06
.09
.34
.04
.65
1
.05
.03
.05
.88
1
.30
.18
.72
1
.18
.78
1
.71
Nota. * O cálculo do alpha de Cronbach inclui os itens 52 e 57, ao contrário da análise factorial exploratória.
85
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Excepto num dos factores, cujo alpha de Cronbach é de .65 (factor 5), o estudo da
consistência interna revelou valores bastante adequados, de .71 (factor 9) a .96 (factor 1),
como consta da Tabela 10. O estudo da consistência interna fez alterar ligeiramente a
constituição de alguns factores, nomeadamente:
- no factor 1, excluímos os itens 51 e 58, por diminuírem o valor de alpha;
- no factor 2, excluímos os itens 89 (por diminuir o valor de alpha) e 30 (conforme
referido acima);
- no factor 3, acrescentámos os itens 52 e 57. Estes não foram considerados na análise
factorial dado que, para além dos 5 pontos da escala de Likert, apresentavam uma sexta
opção (zero) equivalente a “Não se aplica”; sendo esta classificada como missing value,
apenas 174 participantes seriam tidos em conta no processo de análise em componentes
principais (ao invés de 654), o que não seria aceitável, dado o número total de itens da
escala. A sua inclusão no factor 3 repercutiu-se numa subida considerável do valor de alpha
(de .86 para .91), como seria de esperar de acordo com o teor dos itens e com a estrutura
factorial do instrumento original;
- no factor 7 excluímos o item 62, quer por diminuir consideravelmente o valor de
alpha (de .72 para .68), quer por não se enquadrar no conjunto dos outros itens, que dizem
respeito às influências parentais.
Versão final do instrumento MRFS-IV
A escala e os factores
A distribuição dos itens pelos diversos factores assemelha-se, em parte, à estrutura
proposta pelos autores (The McKnight Investigators, 2003).
Ao factor Pressão Social e Preocupação com a Magreza, do instrumento original,
correspondem 2 factores distintos na versão portuguesa – Preocupação com a Magreza
(factor 1, constituído por 12 itens) e Pressão Social (factor 3, 12 itens) – que integram a
maioria dos itens do factor original. O primeiro, para além de avaliar a preocupação com a
apresentação de um corpo magro, avalia, ainda, a utilização de comportamentos para
alcançar esse corpo (e.g. restrição alimentar, prática de exercício físico). O factor Pressão
Social avalia, sobretudo, a influência que os pares têm na forma como os adolescentes se
sentem e comportam em relação ao peso e alimentação. Também a maioria dos itens que
86
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
constituem o factor Influências Psicológicas Gerais, do instrumento original, estão
distribuídos por dois factores distintos na versão portuguesa, especificamente Auto-Estima
(factor 2, 7 itens) e Sintomatologia Depressiva-Ansiosa (factor 8, 8 itens), sendo que a este
último acrescem outros 6 itens que no instrumento original não estavam integrados em
nenhum factor. O factor Auto-estima engloba itens relativos ao facto de os adolescentes
sentirem-se confiantes e felizes com os seus corpos e consigo próprios, enquanto o factor
Sintomatologia Depressiva-Ansiosa procura avaliar sintomas relacionados com estados
depressivos ou ansiosos (dificuldades de concentração, tristeza, dores de cabeça ou de
estômago e diminuição de ingestão alimentar associada a estados emocionais negativos). O
factor 4, Voracidade Alimentar, é constituído por 5 itens, relacionados com possíveis
episódios de ingestão compulsiva, 4 dos quais não pertenciam a nenhum factor
originalmente (o item 42 pertencia ao factor Influências Psicológicas Gerais). O factor 5, Uso
de Substâncias e Métodos Compensatórios, inclui os 3 itens que constituíam o factor Uso de
Substâncias do instrumento original, bem como 4 itens adicionais correspondentes à
utilização de métodos compensatórios (um deles, relacionado com o jejum, pertencia
originalmente ao factor Pressão Social e Preocupação com a Magreza; os restantes não
estavam integrados em nenhum factor). Este factor engloba, assim, itens relativos ao
consumo de substâncias lícitas (tabaco, álcool) e ilícitas (drogas), bem como itens
relacionados com a utilização de métodos compensatórios característicos de PA (jejum,
vómito, comprimidos e laxantes). O factor 6 recebeu a mesma designação que na versão
original – Suporte Social – e inclui 3 dos 4 itens que o constituíam, pretendendo avaliar a
disponibilidade de figuras de suporte. Também os itens que constituem o factor 7 coincidem
com os 4 itens do factor Influências Parentais do instrumento original, relativos a
comentários críticos negativos sobre o peso, proferidos pelos pais dos adolescentes, bem
como relativos à importância que os pais dão à magreza, pelo que se manteve a mesma
denominação. Por último, o factor 9, Perfeccionismo, é constituído por 4 itens associados ao
desempenho de excelência, por imposição do próprio ou da família, que, originalmente, não
estavam incluídos em nenhum dos factores.
A versão original apresenta, ainda, os factores Número de Acontecimentos de Vida
Negativos e Desempenho Escolar. Relativamente ao primeiro, os 10 itens que o constituíam
foram agrupados com outros 4 itens que correspondem a Situações de Stress, constituindo87
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
se, assim, o indicador com esse nome. O Desempenho Escolar corresponde a um indicador
na versão portuguesa, não sendo considerado um factor por ser constituído apenas por um
item.
Itens adicionais
Relativamente aos restantes itens do MRFS-IV tomaram-se diversas opções.
Os itens 63 e 64, relativos à Idade da menarca (raparigas) e à Idade do primeiro
namoro (raparigas e rapazes), são considerados indicadores destes mesmos acontecimentos
e de possível maturação precoce.
Catorze itens dicotómicos (65, 67-75, 77, 79, 80 e 100) foram agrupados numa nova
variável relativa às Situações de stress vividas no último ano (e.g. mudança de escola,
divórcio parental, doença), como referido acima, cujo resultado corresponde à soma dos
itens.
As sub-questões dos itens 66 e 76 – “Se sim (No último ano, o seu corpo mudou), em
que medida se sente incomodada(o) com as mudanças no seu corpo?” e “Se sim (No último
ano, houve outras pessoas que notaram mudanças no seu corpo), em que medida se sentiu
incomodada(o) por outras pessoas notarem mudanças no seu corpo?” – apresentam-se
numa escala de tipo Likert de 5 pontos, pelo que a sua média é considerada um indicador do
Incómodo com as alterações corporais decorrentes da puberdade e/ou adolescência (à
semelhança do que fizeram os autores da escala original). A análise da consistência interna
deste indicador revelou-se adequada (α = .79).
O item 82, para além de ser utilizado como indicador do Número de figuras de suporte
para o adolescente (à semelhança do instrumento original), foi ainda organizado em 2
grupos, separando as figuras familiares (máximo de 7) de outras figuras de suporte (máximo
de 7).
O item 83, relativo aos resultados escolares do último ano, é considerado um
indicador do Desempenho escolar (resultados Negativos a Muito Bons), como referido
anteriormente.
Eliminaram-se os quatro itens (90-93) que representam as dimensões que seriam
importantes para o bem-estar pessoal, como força física, inteligência, magreza e
assertividade, por não apresentarem um nível de consistência interna suficientemente
elevado (α = .62) e não serem integrados em qualquer factor no instrumento original.
88
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Também o item 94 – “No último ano, houve alguma mulher (algum homem)
importante na sua vida que você admirasse e/ou com quem conversasse sobre as coisas que
lhe acontecem?” – foi eliminado por ser considerado redundante em relação ao item 82, em
que se identificam as figuras de suporte relevantes para o respondente.
Os itens 81, 95 e 97, que pretendiam medir a percepção de risco de PA, foram
eliminados da versão portuguesa por não apresentarem um índice de consistência interna
minimamente adequado (α = .28).
O item 99, relativo à história familiar de PA, foi eliminado pelo facto de não estarmos
seguros de que a questão tivesse sido compreendida pela maioria dos respondentes9.
Por fim, a soma das 12 opções do item 101 é tida como um indicador da Participação
em actividades extra-curriculares satisfatórias, da mesma forma que a soma dos itens 78, 96
e 98a-d corresponde a um indicador da Participação em actividades associadas à pressão
para a magreza (e.g. dança, ginástica).
As correlações entre estes indicadores e os 9 factores provenientes da análise factorial
anteriormente descrita mostram que, exceptuando a Idade da menarca, todos os outros
indicadores apresentam correlações significativas com alguns dos factores que constituem o
MRFS-IV. Contudo, apenas as Situações de stress e o Incómodo com as alterações corporais
apresentam correlações significativas moderadas (r > .30; Cohen, 1992, cit. por A. Field,
2009): as Situações de stress correlacionam-se com a Sintomatologia Depressiva-Ansiosa (r =
.41, p < .01) e o Incómodo com as alterações corporais correlaciona-se com 6 dos 9 factores,
especificamente com a Preocupação com a Magreza (r = .48, p < .01), Auto-estima (r = -.38,
p < .01), Pressão Social (r = .46, p < .01), Voracidade Alimentar (r = .33, p < .01), Influências
Parentais (r = .35, p < .01) e Sintomatologia Depressiva-Ansiosa (r = .36, p < .01).
A versão final do instrumento apresenta, assim, um total de 82 itens distribuídos por 9
factores (62 itens) e 8 indicadores (20 itens)10.
9
Durante o preenchimento do protocolo, muitos adolescentes questionaram a investigadora acerca do que
seriam consideradas PA (colocando como hipóteses “diabetes”, “anemia”, etc.).
10
A versão masculina é constituída por 81 itens, distribuídos por 9 factores (62 itens) e 7 indicadores (19 itens),
uma vez que não se incluiu nenhum item semelhante à idade da menarca nas raparigas, que pudesse ser um
indicador de maturação nos rapazes.
89
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Estatística descritiva do MRFS-IV e diferenças entre sexos
As médias e desvios-padrão das pontuações dos 9 factores e 8 indicadores para ambos
os sexos encontram-se na Tabela 11, bem como os resultados do teste T de diferenças de
médias entre rapazes e raparigas. As raparigas apresentam-se significativamente mais
preocupadas com a magreza e incomodadas com as alterações corporais devido à
puberdade/adolescência, percepcionam maior pressão social relativamente à aparência
física e alimentação, apresentam mais sintomatologia depressiva e/ou ansiosa, bem como
índices mais elevados de voracidade alimentar. Revelam, ainda, maior percepção de suporte
social, indicam mais pessoas externas à família como figuras de suporte, relatam melhor
desempenho escolar e maior participação em actividades onde prevalece a pressão para a
magreza. Os rapazes apresentam uma auto-estima significativamente mais elevada e
referem ter tido o primeiro namoro numa idade mais precoce que as raparigas. Não foram
encontradas diferenças de sexo significativas em relação à utilização de substâncias e
métodos compensatórios, às influências parentais, ao perfeccionismo, ao número de
situações de stress, de figuras de suporte em geral e de familiares em particular, nem em
relação à participação em actividades extra-curriculares satisfatórias.
90
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 11.
Estatística Descritiva do MRFS-IV e Diferenças entre Sexos
Raparigas
FACTOR/INDICADOR
F1. Preocupação com a Magreza
F2. Auto-estima
F3. Pressão Social
F4. Voracidade Alimentar
F5. Uso de Substâncias e Métodos Compensatórios
F6. Suporte Social
F7. Influências Parentais
F8. Sintomatologia Depressiva-Ansiosa
F9. Perfeccionismo
Idade da menarca (raparigas)
Idade do primeiro namoro
Número de situações de stress
Incómodo com alterações corporais
Número de figuras de suporte
- Familiares
- Outras
Desempenho escolar
Participação actividades extra-curriculares satisfatórias
Participação actividades associadas a pressão para magreza
Nota. *** p < .001, ** p < .01
Range Mín. Máx.
1-5
1-5
1-5
1-5
1-5
1-5
1-5
1-5
1-5
--0-14
1-5
0-14
0-7
0-7
0-3
0-12
0-6
1
1.29
1
1
1
1
1
1.38
1
9
9
0
1
0
0
0
0
0
0
4.75
5
3.92
4.60
4.14
5
4.25
4.25
4.75
17
16
9
5
6
4
3
3
7
3
Rapazes
Teste T
Média (DP)
Mín. Máx.
Média (DP)
t (DF), p
2.20 (1.02)
3.41 (0.76)
1.37 (0.55)
1.80 (0.74)
1.29 (0.41)
4.10 (0.98)
1.33 (0.57)
2.22 (0.61)
2.55 (0.91)
12.27 (1.36)
12.95 (1.61)
2.46 (1.77)
2.20 (1.03)
2.47 (1.17)
1.25 (1.04)
1.22 (0.64)
1.87 (0.79)
2.32 (1.60)
0.62 (0.74)
1
1.14
1
1
1
1
1
1.13
1
-8
0
1
0
0
0
0
0
0
1.56 (0.76)
3.72 (0.73)
1.23 (0.49)
1.57 (0.64)
1.27 (0.35)
3.49 (1.18)
1.26 (0.52)
1.90 (0.53)
2.54 (0.95)
-12.48 (2.03)
2.27 (1.67)
1.77 (0.85)
2.34 (1.46)
1.26 (1.14)
1.08 (0.76)
1.63 (0.86)
2.12 (1.49)
0.42 (0.73)
9.98 (747.25)***
-5.56 (791)***
3.75 (679.14)***
4.65 (676.64)***
0.67 (790)
7.47 (526.60)***
1.66 (755)
7.70 (682.73)***
0.09 (790)
-2.81 (356.14)**
1.43 (753)
4.90 (396.80)***
1.33 (512.12)
-0.11 (567.46)
2.81 (790)**
3.76 (510.82)***
1.75 (647.27)
3.66 (614.35)***
4.67
5
2.42
3.20
2.57
5
2.75
3.50
5
-16
9
4.50
7
4
4
3
8
3
91
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Estudo da validade convergente do MRFS-IV
Para além da análise factorial e da matriz de correlações entre os factores já
apresentadas acima, procedemos, ainda, à análise da validade convergente do MRFS-IV,
correlacionando-o com outros instrumentos que avaliam conceitos associados às PA. A
Tabela 12 apresenta os resultados das correlações entre os factores e indicadores do MRFSIV com a CDRS, o QAEG e as sub-escalas e score global do EDE-Q.
Exceptuando o Suporte Social, que apenas apresenta uma correlação fraca com o
QAEG (r = .24, p < .01) mas, ainda assim, estatisticamente significativa, todos os outros
factores do MRFS-IV encontram-se correlacionados com todos os instrumentos, variando a
força destas mesmas correlações. Há a ressaltar as fortes correlações apresentadas pela
Preocupação com a Magreza (factor 1) com todas as sub-escalas do EDE-Q (de r = .65 a r =
.83, p < .01) e com o seu score global (r = .84, p < .01), revelando que estamos,
efectivamente, a medir comportamentos e atitudes semelhantes, associados a
comportamentos alimentares perturbados. Também a correlação entre o factor 1 e a CDRS
(r = -.65, p < .01) indica que, quanto maior a insatisfação com a imagem corporal e o desejo
de apresentar uma imagem menos volumosa, maior a preocupação com a magreza. A forte
correlação (r = .77, p < .01) entre o QAEG e o factor Auto-estima do MRFS-IV reforça a ideia
de que ambos medem um conceito muito semelhante. Os factores Uso de Substâncias e
Métodos Compensatórios e Perfeccionismo são os que apresentam correlações mais fracas
com os indicadores de PA (de r = .13 a r = .27, p < .01). Relativamente aos indicadores,
apenas o Incómodo com alterações corporais apresenta correlações estatisticamente
significativas moderadas a fortes com todos os instrumentos utilizados, de r = -.38 (p < .01)
com o CDRS a r = .55 (p < .01) com o score global do EDE-Q. Assim, as correlações
encontradas com outros instrumentos parecem suportar a validade deste instrumento na
identificação de factores de risco de PA em adolescentes.
92
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Tabela 12.
Correlações de Pearson entre os factores e indicadores do MRFS-IV com CDRS, QAEG e EDE-Q. A Negrito encontram-se as Correlações com Valores
Superiores a .30
FACTOR/INDICADOR
F1. Preocupação com a Magreza
F2. Auto-estima
F3. Pressão Social
F4. Voracidade Alimentar
F5. Uso de Substâncias e Métodos Compensatórios
F6. Suporte Social
F7. Influências Parentais
F8. Sintomatologia Depressiva-Ansiosa
F9. Perfeccionismo
Idade da menarca (raparigas)
Idade do primeiro namoro
Número de situações de stress
Incómodo com alterações corporais
Número de figuras de suporte
- Familiares
- Outras
Desempenho escolar
Participação actividades extra-curriculares satisfatórias
Participação actividades associadas a pressão para magreza
Nota. ** p < .01; * p < .05
CDRS
QAEG
-.652**
.327**
-.454**
-.178**
-.183**
-.047
-.344**
-.268**
-.140**
.054
-.057
-.075*
-.375**
.036
.047
-.006
.013
-.016
-.019
-.404**
.769**
-.483**
-.298**
-.140**
.241**
-.279**
-.489**
-.074*
.085
-.040
-.270**
-.408**
.102**
.163**
-.063
.154**
.037
-.080*
EDE-Q
Restrição
.751**
-.321**
.501**
.263**
.227**
.021
.396**
.378**
.179**
-.025
.066
.090*
.415**
-.031
-.044
.012
.080*
.064
.153**
EDE-Q
Preoc.
Forma
.827**
-.547**
.699**
.410**
.272**
-.013
.475**
.505**
.189**
-.022
.116**
.185**
.544**
-.053
-.102**
.059
.038
.025
.090*
EDE-Q
Preoc.
Comida
.650**
-.409**
.647**
.403**
.216**
-.060
.481**
.428**
.126**
.001
.046
.139**
.466**
-.038
-.073*
.042
.052
.055
.143**
EDE-Q
Preoc.
Peso
.806**
-.502**
.688**
.358**
.260**
-.032
.459**
.437**
.175**
-.019
.075
.178**
.534**
-.069
-.096**
.021
.024
.050
.120**
Score
global
EDE-Q
.844**
-.501**
.700**
.394**
.273**
-.022
.496**
.483**
.190**
-.019
.087*
.168**
.545**
-.054
-.088*
.037
.050
.053
.134**
93
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Adolescentes em risco
De acordo com o ponto de corte que distingue a população clínica da não clínica
(Fairburn & Cooper, 1993; Machado, 2007), 15.8% dos adolescentes (106 raparigas, 19
rapazes) apresentam sintomatologia clínica significativa de PA. Neste sentido, compararamse as médias dos resultados dos participantes com e sem indicação clínica de PA. O teste T
para amostras independentes revela diferenças significativas entre os dois grupos em todos
os factores, excepto no Suporte Social [t(789) = 1.02, ns]. Em média, o grupo com indicação
clínica apresenta níveis significativamente (p < .001) mais elevados de Preocupação com a
Magreza [M = 3.46, SEM = 0.07 vs M = 1.68, SEM = 0.03; t(788) = -24.75], Pressão Social [M
= 2.06, SEM = 0.07 vs M = 1.18, SEM = 0.01; t(130.62) = -11.96], Voracidade Alimentar [M =
2.17, SEM = 0.07 vs M = 1.63, SEM = 0.03; t(776) = -7.99], Utilização de Substâncias e
Métodos Compensatórios [M = 1.49, SEM = 0.05 vs M = 1.25, SEM = 0.01; t(136.29) = -4.42],
Influências Parentais [M = 1.77, SEM = 0.07 vs M = 1.22, SEM = 0.02; t(137.67) = -7.40],
Sintomatologia Depressiva-Ansiosa [M = 2.61, SEM = 0.05 vs M = 2.01, SEM = 0.02; t(789) = 10.93] e Perfeccionismo [M = 2.92, SEM = 0.09 vs M = 2.48, SEM = 0.03; t(788) = -5.03], e
níveis mais baixos de Auto-estima que o grupo sem indicação clínica [M = 2.86, SEM = 0.06
vs M = 3.65, SEM = 0.03; t(789) = 11.37]. Comparando as médias dos indicadores, o grupo
com indicação clínica apresenta, em média, valores mais elevados no Incómodo com as
alterações corporais [M = 3.19, SEM = 0.19 vs M = 2.52, SEM = 0.09; t(121.22) = -9.70, p <
.001], no número de Situações de stress [M = 3.01, SEM = 0.12 vs M = 1.83, SEM = 0.04;
t(751) = -4.08, p < .001] e na Participação em actividades associadas a pressão para a
magreza [M = 0.69, SEM = 0.08 vs M = 0.52, SEM = 0.04; t(786) = -3.14, p < .01]. Estas
diferenças entre os grupos com e sem indicação clínica de PA constituem outra fonte de
suporte da validade do MRFS-IV.
94
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
Discussão
O objectivo do presente estudo consistiu na descrição do desenvolvimento da versão
portuguesa do McKnight Risk Factor Survey-IV (MRFS-IV) para adolescentes de ambos os
sexos, a par da apresentação dos estudos que contribuem para o seu processo de validação.
A análise factorial exploratória, com utilização do método Componentes Principais,
com a maioria dos itens do MRFS-IV, resultou numa versão final constituída por 9 factores,
replicando parte da estrutura original do instrumento (organizada em 7 factores). A análise
dos restantes itens, não incluídos na análise factorial por questões metodológicas, levou à
definição de 8 indicadores (7 na versão masculina) de risco de desenvolvimento de PA em
adolescentes.
A versão portuguesa do MRFS-IV, constituída por 82 itens, revelou-se uma medida
consistente dos diversos factores de risco e protectores de PA que pretende avaliar. Os
níveis de consistência interna apresentados pela maioria dos factores, avaliados pelo alpha
de Cronbach, revelaram-se elevados e bastante adequados. O valor de alpha mais baixo
apresentado pelo factor 5 (Uso de Substâncias e Métodos Compensatórios) poderá ser
explicado pela junção, no mesmo factor, de itens relacionados com 2 constructos muito
distintos entre si, apesar de, por vezes, se encontrarem positivamente associados,
sobretudo no sexo feminino (e.g. Granillo, Jones-Rodriguez, & Carvajal, 2005).
A validade de constructo do instrumento foi demonstrada através das correlações de
Pearson entre os vários factores e indicadores do MRFS-IV e outros instrumentos que
avaliam constructos semelhantes (para além da análise factorial e das correlações dos
factores e indicadores do MRFS-IV entre si). A elevada correlação positiva do QAEG com o
factor Auto-estima do MRFS-IV, bem como valores de consistência interna muito próximos,
reforçam a ideia de que ambos medem o mesmo constructo. As correlações negativas mais
elevadas do CDRS estabelecem-se com a Preocupação com a Magreza, Pressão Social,
Influências Parentais e Incómodo com Alterações Corporais, indicando que maior
insatisfação com a imagem corporal está associada a maior incómodo com as alterações
corporais decorrentes do período pubertário/adolescência, maior preocupação em
apresentar um corpo magro e adopção de comportamentos coincidentes com essa
preocupação, bem como a uma maior percepção de pressão dos pares e familiares (e.g. A.
95
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
E. Field et al., 2001; McCabe & Ricciardelli, 2004; Shisslak et al., 1998; Vincent & McCabe,
2000). Os elevados valores do coeficiente de correlação das sub-escalas e score global do
EDE-Q com a maioria dos factores do MRFS-IV reforça a validade convergente deste
instrumento. A fraca correlação do EDE-Q com o factor Uso de Substâncias e Métodos
Compensatórios poderá ser explicada, mais uma vez, pela reunião, no mesmo factor, de
itens relacionados com o consumo de tabaco, álcool ou drogas ilícitas (não necessariamente
associado a comportamentos alimentares perturbados, apesar da comorbilidade já
referida), e itens relativos à utilização de métodos compensatórios, muito directamente
associados a comportamentos bulímicos (APA, 2002; Shisslak et al., 1998) que, por sua vez,
são mais frequentes em adolescentes com idades superiores à média de idades da nossa
amostra, sendo a faixa etária dos 20 aos 24 anos a de maior risco para estes
comportamentos (Hoek & van Hoeken, 2003). Também o Perfeccionismo apresenta
correlações fracas com todos os indicadores do EDE-Q. Uma vez que a relação deste
constructo com as PA ainda não é consensual na literatura, como referimos anteriormente
(e.g. Bulik et al., 2003; Rosenvinge et al., 1999), estudos futuros deverão procurar esclarecer
esta ligação. O facto do Suporte Social não surgir significativamente correlacionado, no
sentido inverso, com nenhum dos indicadores de PA do EDE-Q, não é coincidente com a
literatura que refere este conceito como um importante factor protector das pressões
socioculturais relacionadas com a aparência física (Crago et al., 2001; Littleton & Ollendick,
2003; Stice & Whitenton, 2002). Contudo, alguns estudos têm vindo a demonstrar que o
défice de suporte social não prediz a insatisfação com a imagem corporal e,
consequentemente, distúrbios ao nível do comportamento alimentar dos adolescentes
(Byely, Archibald, Graber, & Brooks-Gunn, 2000; Presnell, Bearman, & Stice, 2004).
Foram, ainda, exploradas as diferenças de sexo, bem como as diferenças entre os
grupos com e sem indicação clínica de PA segundo o EDE-Q. Os resultados apoiam as
diferenças de género extensamente referidas na literatura quanto ao risco de
desenvolvimento de PA, mais associado ao sexo feminino. A diferença encontrada
relativamente à percepção de maior suporte social nas raparigas, especificamente por parte
de elementos exteriores à família, poderia ser considerada protectora para estas, apesar de
os restantes resultados não indicarem esta associação. As diferenças encontradas entre
grupos com e sem indicação clínica são também consistentes com a literatura (e.g. Jacobi et
96
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
al., 2004; Littleton & Ollendick, 2003; Striegel-Moore & Bulik, 2007). A única área onde não
surgem diferenças, não coincidindo com a maioria dos estudos revistos, diz respeito ao
suporte social, apesar de tal ser já esperado nesta amostra, tendo em conta que este factor
não surge correlacionado com nenhuma das sub-escalas do EDE-Q.
A versão portuguesa do MRFS-IV pode constituir-se como um instrumento de
avaliação do risco de desenvolvimento de PA, essencialmente útil na identificação precoce
de eventuais factores de risco e protectores, que deverão ser tidos em conta no desenho de
investigações futuras, bem como de intervenções de cariz preventivo. O estudo apresenta,
todavia, algumas limitações. Relativamente à adaptação do instrumento para a população
masculina de adolescentes, pensamos que alguns dos itens devem ser modificados ou
mesmo acrescentados, de forma a captar o desejo de se ser mais musculado e adoptar
comportamentos nesse sentido, uma vez que os rapazes com PA, geralmente, apresentamse mais preocupados com os músculos e forma corporal, e não necessariamente com a
perda de peso, como é mais frequente nas raparigas (Ousley et al., 2008). Outra limitação
prende-se com o facto de não ter sido estudada a estabilidade temporal do instrumento
(teste-reteste). Estudos futuros acerca do MRFS-IV deverão ser desenvolvidos de forma a
superar estas limitações. Por outro lado, será ainda necessário conduzir um estudo
longitudinal que explore em que medida determinados resultados base ou alterações dos
mesmos poderão predizer o
desenvolvimento de
comportamentos alimentares
perturbados, avaliando, assim, a potencialidade do MRFS-IV como instrumento de screening
de PA na população portuguesa, tal como está já estabelecido para a população norteamericana.
97
ADAPTAÇÃO E CONTRIBUTOS PARA O PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
98
CAPÍTULO III
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O
DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
100
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
INDIVIDUAL AND RELATIONAL RISK FACTORS FOR THE DEVELOPMENT OF EATING
DISORDERS IN AESTHETIC ATHLETES AND ADOLESCENTS IN GENERAL
11
Abstract
This study compared potential risk and protective factors, level of disordered eating (DE),
and their relationship among young aesthetic athletes (elite and nonelite) and controls
(N=725). Female elite athletes showed a greater risk of developing eating disorders than
nonelite athletes and controls, with no difference between the three groups of boys.
Multiple group analyses revealed important differences in DE predictors. While social
pressure is the strongest DE predictor in nonelite athletes and controls, in elite athletes it is
body image dissatisfaction. Although parental influences are DE predictors in elite athletes,
self-esteem is not, unlike what happens in the other two groups. These results highlight the
importance of studying specific characteristics associated to DE in aesthetic athletes.
Keywords: aesthetic athletes, disordered eating, risk and protective factors.
11
Francisco, R., Narciso, I., & Alarcão, M. (2010). Individual and relational risk factors for the
development of eating disorders in aesthetic athletes and adolescents in general. Submetido a
Eating Disorders.
101
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Introduction
The multifactorial nature of eating disorders (ED) has been proven, whether by studies
which focus their attention on individual, familial, and sociocultural influences (Polivy &
Herman, 2002), or studies which aim to provide a more holistic and integrated vision of the
numerous risk and protective factors of ED development (e.g. Keery et al., 2004; Shisslak et
al., 1998; Tylka & Subich, 2004). However, knowledge of these factors and the way in which
they interact is still unclear, thus making it difficult to establish its aetiology or design an
effective preventive or therapeutic approach (Striegel-Moore & Bulik, 2007).
Thirty years ago, Garner and Garfinkel (1980) drew attention to the fact that
involvement in activities which demand more attention and control over body image could
be considered to be a risk in contributing to the development of ED in adolescents. The two
meta-analyses undertaken on the studies of athletes of various sports showed a greater
prevalence of ED in comparison to the general population, with differences being especially
prevalent when comparing different sports and levels of competition (Hausenblas & Carron,
1999; Smolak et al., 2000). More specifically, the relationship has been shown between
aesthetic sports – sports which emphasise thinness, with associated improvements in
performance and where there is frequently a correlation between aesthetic ideals and
subjective evaluation such as dancing, gymnastics or figure-skating – and higher levels of
clinical and sub-clinical ED syndromes in both sexes (e.g. Anshel, 2004; Byrne & McLean,
2002; Garner & Garfinkel, 1980; Le Grange, Tibbs, & Noakes, 1994; Sundgot-Borgen &
Torstveit, 2004). However, recent studies show higher levels of ED within the general
population in adolescents of both sexes, in relation to athletes (Rosendahl, Bormann,
Aschenbrenner, Aschenbrenner, & Strauss, 2009), namely, elite athletes (Martinsen,
Bratland-Sanda, Eriksson, & Sundgot-Borgen, 2010). On the other hand, Smolak et al (2000)
also demonstrated that nonelite athletes, especially in high school, had reduced risk of
eating problems compared to controls. Therefore it is fundamental that the investigation is
extended, analysing risk and protective factors associated to the development of ED in
aesthetic sports athletes at different levels of competition, seeking to understand possible
similarities and differences between them and in relation to the general adolescent
population, which may lead to explain a greater or lesser prevalence of ED in these contexts.
102
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Despite, in principle, being a female being associated to higher concerns about weight
and body image, thus making them more susceptible to ED (Fairburn & Harrison, 2003),
recent studies have suggested that such concerns are ever more frequent among males
(Kjelsås et al., 2004). The risk of developing ED appears to be higher as body mass index
(BMI) increases, with this correlation being mediated by concerns with the body and the
ensuing dissatisfaction thereof (Keel, Fulkerson et al., 1997; Lynch, Heil, Wagner, & Havens,
2008; Presnell et al., 2004). Amongst athletes, females appear to be at greater risk although
few studies include male aesthetic athletes. According to Hausenblas and Carron (1999),
until 1999, only 16.9% of the comparisons involved male athletes. However, the authors
mention that the difference between male athletes and male controls is greater than the
difference between female athletes and female controls, therefore it is important to
compare athletes and controls, separating them by sexes.
Certain characteristics are associated to ED, such as perfectionism, low self-esteem
and body image dissatisfaction (Ghaderi, 2001; Stice & Shaw, 2002). Unlike perfectionism,
which is a personality trait and therefore a more stable characteristic throughout life, low
self-esteem and body image dissatisfaction seem to appear with greater intensity from
puberty and develop concurrently in young people of both genders. Despite being similar,
they do not appear to cause one another (Mendelson, White, & Mendelson, 1996; Phares,
Steinberg, & Thompson, 2004). A recent study of female collegiate athletes shows that
lower levels of self-esteem were associated with higher levels of disordered eating, and the
same does not occur with perfectionism (Petrie, Greenleaf, Reel, & Carter, 2009). Despite
some studies showing a clear correlation between ED symptoms and lower body image
satisfaction among athletes (e.g. Bettle et al., 2001; Petrie, 1993), and even being
considered a mediator variable of the social influence for thinness, anxiety about athletic
performance, and negative appraisal of athletic achievement (Williamson et al., 1995),
others show the absence of this correlation. For example, in the Byrne and McLean (2002)
study, athletes showed higher levels of ED than non-athletes but had similar incidences of
body dissatisfaction.
Society in general is seen as a vehicle for somewhat unrealistic and unhealthy
aesthetic ideals, especially in females, through the mass media, which contributes to their
being taken on by young people through comparison of their own bodies with those
103
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
depicted in the media, in addition to concerns about image and weight (A. E. Field et al.,
2001). However, it is possible that the messages given out by the media only become a
problem if and when reinforced by the socialising agents closest to the adolescents, such as
peers and family (Dunkley, Wertheim, & Paxton, 2001), or other significant role models like
coaches, in the case of athletes. Countless studies have shown a significant impact of
appearance-related teasing and criticism on weight concerns, body image dissatisfaction,
low self-esteem, depressive symptoms and ED, both in terms of the general population (Ata
et al., 2007; Benas & Gibb, 2008; Gleason et al., 2000; Jones et al., 2004; Taylor et al., 2006;
Vincent & McCabe, 2000), and specifically among athletes (Kerr et al., 2006; Muscat & Long,
2008). Despite there having been fewer studies of male participants, very similar patterns of
influence have been found in males and females (e.g. Phares et al., 2004).
In addition to high self-esteem, some studies showed that a high level of social
support, from peers, parents or significant others, can also function as an important
protective factor from ED (McVey et al., 2002; Stice, Presnell, & Spangler, 2002), despite
there being no studies of athletes which show this variable as a possible predictor of ED.
As a large amount of literature establishes body image dissatisfaction and low selfesteem as strong predictors of ED in athletes and the general population, this study
considers them potential (partial or full) mediators of influence of other factors (female,
perfectionism, high BMI, peer and parental pressure for thinness, low social support) which
predict them in the development of disordered eating. Furthermore, in our understanding,
they can also be mediators of other outcomes – substance abuse and depressive and
anxiety symptomatology, believed to be considered as risk factors in the development of ED
– through frequent comorbidity (O'Brien & Vincent, 2003; Shisslak et al., 1999).
The objectives of this study are comparing both female and male elite athletes,
nonelite athletes and controls in terms of (a) potential risk and protective factors for the
development of eating disorders, (b) level of disordered eating, and (c) the relationship
between risk and protective factors and disordered eating.
104
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Method
Participants
Participants were 725 adolescents of both sexes (62.5% females), aged between 12
and 22 years (M=15.34, SD=2.12), of whom 245 were aesthetic athletes (133 gymnasts and
112 ballet dancers) and 480 were adolescents who did no aesthetic sports outside school
(control group). In the group of athletes, participants were grouped according to
professional/competitive level. Therefore the elite athletes group is formed of gymnasts
who take part in international competition and dancers who study at professional dance
schools; the group of nonelite athletes includes gymnasts from lower levels of competition
and adolescents who do classical dance in recreational dance schools.
Most of the adolescents belong to the 15 to 17 age group (50.9%), 36.4% are between
12 and 14 years old and 12.7% are over 17. The female nonelite athletes are younger than
their elite colleagues (U = 3938.50, p < .01) and the controls (U = 10381.50, p < .01), with no
age differences between male groups. The participants lived in various different areas of
Portugal, namely Lisbon Metropolitan Area (46.9%), Centre (43.6%), North (6.9%), South
(2.3%) and Madeira Islands (0.3%). As far as the socio-economic status (SES) of the
participants’ households is concerned, 51.4% had a medium-high or high SES, 23.5% were
considered medium SES and 25.1% low SES.
Measures
McKnight Risk Factor Survey-IV (MRFS-IV, The McKnight Investigators, 2003)
MRFS-IV consists of a self-report questionnaire created to evaluate potential risk
factors in the development of ED in female adolescents. A version adapted for Portugal was
used (Francisco, Alarcão, & Narciso, 2010b) which includes both male and female versions
and has 82 items distributed over 8 indicators (age of first period, age of dating, number of
stress life events, bothered by body changes, number of supportive people, school
performance, good satisfactory participation in extra-curricular activities and participation
in activities associated with pressure for thinness) and 9 factors with suitably adequate
internal consistence: Concern with Thinness (α = .96), Self-Esteem (α = .87), Social Pressure
(α = .91), Overeating (α = .82), Substance Use and Compensatory Methods (α = .65), Social
105
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Support (α = .88), Parental Influences (α = .72), Anxiety-Depression Symptomatology (α =
.78) and Perfectionism (α = .71). The MRFS-IV adaptation study revealed good convergent
validity indices for the Concern with Thinness using EDE-Q (Fairburn & Beglin, 1994), and
with the Contour Drawing Rating Scale (M. A. Thompson & Gray, 1995) and the Self-Esteem
factor using the Rosenberg Self-Esteem Scale (Rosenberg, 1965). Only 9 factors (consisting
of 62 items rated on a 5-point Likert scale from “never” to “always”) were used.
Contour Drawing Rating Scale (CDRS, M. A. Thompson & Gray, 1995)
The CDRS, consisting of a sequence of 9 silhouettes ordered from the thinnest to the
largest, allows body image dissatisfaction (BID) to be assessed, requiring participants to
indicate which silhouette best represents their current and ideal body size; the current-ideal
discrepancy is the indicator of BID. The Portuguese version used in this study (Francisco,
Narciso et al., 2010a), shows a reliability test-retest index of r = .91 from a sample of
university students (n = 55). The correlations of the silhouette representing current body
size with weight (r = .65) and with body mass index (r = .72) with a sample of 1423
adolescents and adults, proved the construct validity of CDRS.
Eating Disorder Examination-Questionnaire (EDE-Q, Fairburn & Beglin, 1994)
The EDE-Q (Portuguese version of the 5th edition, Machado, 2007) was used to assess
participants along a continuum of disordered eating. It consists of a self-report with 28
items, grouped into 4 subscales (Restraint, Eating Concern, Shape Concern, and Weight
Concern). The average result of which result in a global score, used in this study. Items are
rated on a 7-point Likert scale (from “Never”/“Nothing” to “Every day”/“Extremely”), with
an indication of number of days, relating to the previous 28-day period during which certain
behaviors, attitudes and feelings associated to eating disorders occurred. A recent
international study (Peterson et al., 2007), with female participants, showed a good level of
internal consistency for the global score (α = .90) with a similar result occurring when
applied to this sample (α = .92).
106
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Procedure
All participants filled in an informed consent form prior to answering the investigation
protocol12. For the participation of adolescents, authorization was sought from their
parents/guardians. The majority of athletes answered the protocols at home, after having
been given by the main researcher to dance teachers/gymnastics coaches, who in turn gave
them to their students/gymnasts. They were returned subsequently in sealed envelopes
without any form of identification, thus preserving anonymity. All the adolescents in the
control group filled in the investigation protocols during normal classes at their schools, in
the presence of the researcher.
Statistical analyses
The statistical analysis was conducted using SPSS 17.0. The Kruskal-Wallis test was
used to evaluate mean differences and the Mann-Whitney test was used as a post hoc
procedure, with the application of the Bonferroni correction (A. Field, 2009). The Chi-square
test was used to evaluate differences in the clinical disordered eating indicator. Structural
equation modeling (SEM), and in particular multiple group analysis with the AMOS software
package (Arbuckle, 2007), was used to compare various competing structural models, as
recommended by Anderson and Gerbing (1988). In all analyses, the Maximum Likelihood
Estimation Method and the covariance matrix were used. The overall goodness-of-fit was
based on the combination of several fit indices as recommended by Hu and Bentler (1999).
Models were compared based on Chi-square difference tests, and on other fit indices: the
Standardized Root Mean Square (SRMR), the Incremental Index of Fit (IFI), the Bentler
Comparative Fit Index (CFI), and the Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA). To
assess whether indirect effects were statistically significant, the bias-corrected (BC)
bootstrap 95% confidence intervals (CIs) with 5000 bootstrap samples procedure was used
(Hayes, 2009).
12
The PhD project of the first author, subjacent to this study, was approved by the Fundação para a
Ciência e a Tecnologia (Portugal) and by the Postgraduate Study Commission of the Faculty in which
the PhD is being taken. The application of the protocol in schools was authorized by the Direcção
Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular of the Ministry of Education.
107
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Results
Descriptive Statistics and Differences between Groups
Table 13 shows the descriptive statistics of all variables in addition to the mean
differences for the three groups being studied (elite athletes, nonelite athletes and controls)
for males and females, separately.
Risk and protective factors
Amongst girls, mean differences are statistically significant for the majority of the
variables being studied, excluding self-esteem, social support, parental influences, and
perfectionism. The BMI of elite and nonelite athletes is similar, but control females
presented a significantly higher BMI than the elite (U = 9525.00, p < .001) and nonelite
athletes (U = 10415.50, p < .01). The elite athletes were significantly more dissatisfied with
their body image than nonelite athletes (U = 3997.00, p < .01), idealizing a thinner body
image than the current one. However, they showed levels of body image dissatisfaction
(BID) similar to the control group, which, in turn, does not differ significantly from the
nonelite athletes. The elite athletes showed greater concern with thinness than the nonelite
athletes (U = 3049.00, p < .001) and the controls (U = 9220.00, p < .01). The elite athletes
also scored higher in social pressure when compared to the nonelite athletes (U = 3768.50,
p < .01), but not in relation to the controls, who also did not differ from the nonelite
athletes. The nonelite athletes showed significantly lower levels of overeating than the elite
athletes (U = 3888.00, p < .01) and the controls (U = 10480.00, p < .01). With regards to
substance use and compensatory methods, elite and nonelite athletes did not differ
between themselves but there was a difference to the control group, which showed
significantly higher levels (U = 10409.50, p < .01; U = 8518.50, p < .001, respectively). Finally,
the control group showed significantly higher levels of anxiety-depression symptomatology
than the nonelite athletes (U = 9944.50, p < .01), but similar to those of the elite athletes,
who also do not differ from the nonelite athletes.
Males only differed significantly in social pressure, showing the nonelite athletes
having less social pressure to be thin than controls (U = 1032.00, p < .01), as elite athletes
did not differ from their nonelite peers, nor from controls.
108
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 13.
Means, Standard Deviations, and Results of Kruskal-Wallis Test for Comparison Means (N=725)
Age (years)
Girls (n=453)
Elite
Nonelite
Control
(n=101)
(n=99)
(n=253)
15.67 (2.30) 14.89 (2.40) 15.30 (1.76)
H (2)
p<
9.05
.05
Boys (n=272)
Elite
Nonelite
Control
(n=30)
(n=15)
(n=227)
16.36 (3.28) 15.60 (2.90) 15.26 (1.96)
BMI
19.16 (2.15) 19.52 (2.55) 20.36 (2.88)
14.17
.01
Concern with Thinness
2.70 (1.06)
2.02 (0.94)
2.20 (0.98)
Self-Esteem
3.38 (0.76)
3.56 (0.69)
Social Pressure
1.43 (0.59)
Overeating
H (2) p <
3.00
ns
20.43 (2.71) 21.43 (3.29) 21.10 (3.30)
0.82
ns
24.53 .001
1.63 (0.75)
1.61 (0.62)
1.58 (0.76)
0.87
ns
3.36 (0.80)
5.25
ns
3.68 (0.71)
3.86 (0.55)
3.70 (0.74)
0.41
ns
1.26 (0.41)
1.41 (0.60)
8.43
.05
1.26 (0.47)
1.02 (0.05)
1.24 (0.50)
7.51
.05
2.00 (0.85)
1.66 (0.67)
1.89 (0.79)
8.52
.05
1.59 (0.60)
1.49 (0.52)
1.61 (0.66)
0.23
ns
Subst Use and Comp. Methods
1.26 (0.39)
1.18 (0.36)
1.37 (0.45)
25.42 .001
1.24 (0.32)
1.18 (0.21)
1.27 (0.32)
0.60
ns
Social Support
4.07 (1.01)
4.09 (0.97)
4.11 (0.95)
0.23
ns
3.64 (0.95)
3.76 (1.07)
3.48 (1.19)
1.29
ns
Parental Influences
1.42 (0.67)
1.27 (0.48)
1.35 (0.58)
2.95
ns
1.27 (0.44)
1.12 (0.21)
1.25 (0.51)
1.22
ns
Anx-Depr Sympt.
2.15 (0.54)
2.07 (0.58)
2.29 (0.62)
10.90
.01
2.04 (0.48)
1.79 (0.39)
1.89 (0.54)
3.50
ns
Perfectionism
2.52 (0.92)
2.71 (0.90)
2.59 (0.92)
1.56
ns
2.83 (0.86)
2.97 (0.84)
2.56 (0.96)
5.47
ns
BID
-0.88 (1.21)
-0.51 (1.19)
-0.81 (1.31)
6.68
.05
-0.11 (0.83)
0.27 (0.96)
-0.17 (1.09)
1.41
ns
EDE-Q Global Score
1.69 (1.32)
1.01 (1.11)
1.22 (1.25)
19.22 .001
0.56 (0.84)
0.34 (0.26)
0.52 (0.77)
0.95
ns
109
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Disordered eating (DE)
Elite athletes showed a significantly higher level of DE than the nonelite athletes (U =
3199.50, p < .001) and the controls (U = 9605.00, p < .001), with no significant difference
between the nonelite athletes and the controls.
There were no statistically significant differences amongst the males.
According to the EDE-Q cut-off, 34% of the female elite athletes, 15.3% of the nonelite
athletes e 21.7% of controls showed a clinical level of DE *χ2 (2) = 10.32, p < .01]. DE level is
not independent of the group to which the adolescent belongs, with elite athletes showing
significantly higher levels of DE than nonelite athletes *χ 2 (1) = 9.29, p < .01+ and controls *χ2
(1) = 5.71, p < .05]. The nonelite athletes and controls do not differ amongst themselves. As
far as males are concerned, only 6.7% of elite athletes and 6.2% of controls showed DE at a
clinical level, which is, in turn, independent of belonging to a specific group *χ 2 (2) = 1.00,
ns].
Predictors of Disordered Eating
In order to create a parsimonious model of DE development in adolescents, the only
variables chosen were those which showed, at least, moderate correlations (r > .40, Cohen,
1992) with the EDE-Q global score, considered the general indicator of DE13, in the three
study groups. The concern with thinness variable of MRFS-IV showed and excessively high
correlation with the EDE-Q global score (r = .85 in the total sample, r = .86 in the control
group, r = .82 in the elite and nonelite athletes groups), which could cause problems when
trying to create the model (Kline, 2005). On the other hand, the content analysis of the
items which constitute these two latent variables showed great similarity (feeling fat,
dieting or exercising to lose weight, etc.); therefore, it was decided to eliminate the first as
EDE-Q is better established in the literature as a good measure of DE.
In order to test the influence of the selected variables on adolescent DE, we used a
model generation application of SEM (Kline, 2005). Considering the problems caused by the
estimation of all observed items and latent variables (insufficient power and under-
13
Due to being excessively long, the correlation tables of variables of the three study groups
and total sample are not presented, but are available upon request (see Appendix D).
110
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
identification; Bentler & Chou, 1987), we assumed the scale and latent variables to be
identical. An initial model (see Figure 7) was tested in the three study groups separately––
elite athletes, nonelite athletes and controls––, and the non-significant common
relationships (structural paths from parental influences to BID, and from BID to overeating
and anxiety-depression symptomatology) were withdrawn from the subsequent analyses, in
order to achieve results that are both theoretically sound and empirically supported. Groups
were compared using multiple group analyses. The baseline model demonstrated a good fit
to the data *χ2 (30) = 78.37, p < .001; SRMR = 0.04; IFI = 0.98; CFI = 0.98; RMSEA = 0.05]. We
tested for equality constraints for each structural relationships and found significant
differences by group for all of them. After that, we performed a series of two-group
analyses with equality constraints (elite––nonelite athletes, elite athletes––controls and
nonelite athletes––controls). Only the structural path from social pressure to DE proved to
be non-significant for nonelite athletes––controls *Δχ2 (2) = 5.74, p = .057] and elite––
nonelite athletes *Δχ2 (2) = 3.68, p = .159] comparisons.
Sex
Overeating
BMI
Self-Esteem
Anxiety-Depression
Symptomatology
Social Pressure
Parental Influences
Body Image
Dissatisfaction
Disordered Eating
Figure 7. Initial structural model of adolescent’s disordered eating
111
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Having withdrawn the non-significant structural paths for each group, the models
which are intended to present risk factors in the development of DE in adolescents
produced acceptable fits, especially in Model C, control group *χ 2 (12) = 32.30, p < .01; SRMR
= 0.04; IFI = 0.99; CFI = 0.99; RMSEA = 0.06+, followed by Model B, nonelite athletes *χ 2 (17) =
28.28, p < .05; SRMR = 0.07; IFI = 0.97; CFI = 0.97; RMSEA = 0.08]. Model A produced the
worst fit and corresponds to the elite athletes *χ 2 (20) = 44.91, p < .01; SRMR = 0.12; IFI =
0.94; CFI = 0.93; RMSEA = 0.10], which probably reveals the existence of additional risk
factors in sports contexts which are not found in the general population and which the
measuring instruments used could not detect. Figures 8, 9, and 10 represent each model
with the standardized regression weights and significance levels for each structural path.
The amount of variance explained of adolescents disordered eating is 64.6% for controls,
64.7% for nonelite athletes, and 63.7% for elite athletes. Related to the indirect effects,
results indicated that all path coefficients for the indirect effects were significant and in the
expected directions for the three final models (see Table 14).
Sex
Overeating
BMI
Self-Esteem
Anxiety-Depression
Symptomatology
Social Pressure
Parental Influences
-.32**
Body Image
Dissatisfaction
Disordered Eating
Figure 8. Model A, final structural model of elite athlete’s disordered eating
112
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Sex
Overeating
.22**
BMI
Self-Esteem
Anxiety-Depression
Symptomatology
.31***
Social Pressure
.19*
-.30***
Body Image
Dissatisfaction
Parental Influences
Disordered Eating
Figure 9. Model B, final structural model of nonelite athlete’s disordered eating
Sex
Overeating
.12**
BMI
Self-Esteem
Anxiety-Depression
Symptomatology
.30***
.30***
Social Pressure
Parental Influences
-.33***
Body Image
Dissatisfaction
.09**
.15***
Disordered Eating
Figure 10. Model C, final structural model of control’s disordered eating
113
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 14.
Significant Standardized Indirect Effects (Bias-corrected 95% CI) for the Three Final Models
a
Sex
Model
A
Self-Esteem
-
Overeating
-
Anx-Depr Sympt.
-
BID
-
Disordered Eating
BMI
B
C
-.096**
-.059**
(-.19, -.03)
(-.10, -.02)
.089**
.059***
(.03, .18)
(.03, .09)
.104**
.096***
(.03, .20)
(.06, .14)
-.067**
-.039**
(-.14, -.02)
(-.07, -.02)
.130***
.207**
.193***
(.07, .21)
(.09, .33)
(.14, .25)
A
Parental Influences
B
C
-.140**
-.147***
(-.25, -.05)
(-.20, -.10)
.129**
.101***
.081*
(.05, .24)
(.06, .14)
(.02, .17)
.151**
.119***
.071*
(.07, .25)
(.07, .17)
(.01, .15)
-.097**
-.097***
(-.19, -.04)
(-.14, -.07)
.168***
.300***
.308***
(.10, .26)
(.16, .43)
(.24, .37)
-
-
-
-
Social Pressure
Self-Esteem
A
B
C
A
B
C
A
B
C
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
.173***
.138**
.068**
(.09, .27)
(.06, .24)
(.02, .12)
-
-
-
-
-
.151***
.194***
.172***
(.08, .25)
(.11, .30)
(.13, .23)
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
.135***
.224***
.218***
-.057**
-.063***
(.07, .21)
(.14, .32)
(.17, .27)
(-.13, -.02)
(-.10, -.04)
-
a
Note. Dummy Variable coded 0 for male and 1 for female; *** p < .001, ** p < .01, * p < .05, ns non-significant
114
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Discussion
In this study, we aimed to compare both female and male elite athletes, nonelite
athletes and controls in terms of (a) potential risk and protective factors for the
development of eating disorders, (b) level of disordered eating, and (c) the relationship
between risk and protective factors and disordered eating.
The differences between elite athletes, nonelite athletes and controls are especially
prevalent among females, with males being much more similar between themselves as far
as potential protective or risk factors are concerned, as well as at the level of disordered
eating.
In fact, only the perception of social pressure for thinness is significantly different
between boys of the control group and the group of nonelite athletes, with the latter
showing lower levels of pressure. Interestingly, the pressure felt by elite athletes and
controls does not differ significantly and the same pattern of differences for this variable
occurs with females. The fact that the nonelite athletes do an aesthetic sport can lead to the
development of a body closer to the social ideal, making them less likely to be victims of
teasing or critical comments. On the other hand, the similar level of pressure for thinness
felt by the elite athletes and controls could be due to the fact that these athletes (especially
the girls), despite having a lower BMI than the controls, are the target of additional pressure
in the sports contexts in which they find themselves, to present a thin body image, suited to
the sport, in addition to those most adolescents are subject to. Therefore, future studies
should use measuring instruments which differentiate between the socio-cultural pressure
which affects all adolescents and the specific pressure they feel in the sports contexts.
Interestingly, in males, the differences relating to social pressure are not accompanied
by differences in BID or the EDE-Q global score, which does not agree with the results of the
Petrie study (1996), for example, in which male nonathletes showed higher body
dissatisfaction. However, some differences between the three groups of males may not
have been detected due to the restricted sample of both elite and nonelite athletes,
comparing to controls, thus making it imperative that future studies include larger samples
of male athletes.
115
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
With regards to the two hypothesized protective factors – social support and selfesteem – neither of them showed significant differences between elite athletes, nonelite
athletes and controls, either in males or in females.
As far as social support is concerned, we have no knowledge of any studies which
evaluate their relationship with DE, specifically in athletes, with which we can compare
results, despite there being some studies of adolescents from the general population
associating the support of peers and parents to lower DE indices (McVey et al., 2002).
Therefore, the absence of differences between the three groups and their weak correlation
with DE, causes us to refute the hypothesis of this being a protective factor in the
development of eating disorders. However, a previous qualitative study of elite aesthetic
athletes suggested that positive relationships with dance teachers or gymnastics coaches,
based on empathy and trust, and parental support in matters more related to the
idiosyncrasies of doing aesthetic sports at the highest level, could be considered to be
protective factors for eating disorders or other types of problem within these contexts
(Francisco, Alarcão, & Narciso, 2010a). Future studies should therefore, seek to evaluate
specific support in a sport context as different types of support can be considered to be
predictors or not of DE in these contexts.
With regards self-esteem, the absence of significant differences between athletes and
controls is unexpected when considering the studies that indicate higher self-esteem in the
former in comparison to the latter (Armstrong & Oomen-Early, 2009; Taub & Blinde, 1992),
as well as in elite athletes when compared to nonelite athletes and nonathletes (Findlay &
Bowker, 2009). Findlay and Bowker (2009) associate these differences to the greater
physical competence shown by elite athletes, a construct which may not contribute in the
same way to the global self-esteem of the athletes in our sample. However, and unlike
social support, self-esteem showed significant correlations with the DE indicator and is
therefore understood to be a protective factor.
The absence of significant differences in perfectionism in both genders, agrees in part
with the literature as there are contradictory results in a number of studies. If, on the one
hand, higher levels of perfectionism were found in female adolescent dancers compared to
nondancers (Anshel, 2004) and athletes from different sports compared to nonathletes
(Taub & Blinde, 1992), other studies have not shown these differences (Petrie et al., 2009),
116
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
as perfectionism does not seem to be a characteristic of adolescents engaged in elite sport
activities, as suggested by some authors (e.g. Thomas et al., 2005). On the other hand, and
like Petrie et al. (2009), there is also no association between perfectionism and the level of
DE, therefore this was not considered to be a potential DE predictor in the structural model
constructed.
As far as use and/or compensatory methods, despite the female controls showing
higher level than both groups of female athletes, the fact that the same factor includes two
very distinct constructs, although often correlated (Francisco, Alarcão et al., 2010b), may be
considered to be a consequence of the weak correlation with the DE indicator. Future
studies should seek to evaluate both constructs separately.
To be a nonelite athlete appears to protect female adolescents from developing
depressive and/or anxious symptomatology as the results of this variable are significantly
lower than those of the elite athletes and controls. This result is consistent with the studies
which show that collegiate athletes have lower levels of depressive symptoms than
nonathletes, suggesting that sport participation positively influences mental health
outcomes like these (Armstrong & Oomen-Early, 2009). However, as seen through the SEM,
anxiety-depression symptomatology is not a DE predictor in any of the groups of athletes,
unlike the control group. So, this cannot be considered to be an indicator of lower risk of DE
for nonelite athletes. On the other hand, lower indices of overeating and especially higher
body image satisfaction of nonelite athletes, may indicate a reduced risk of DE in these
when compared to the elite athletes and controls.
Amongst females, the elite athletes showed significantly higher levels of concern with
thinness and DE in comparison to the other two groups. This result is corroborated by the
significantly higher percentage of cases signposted by the EDE-Q cut-off, an indicator of
clinical-level disturbance. In all these indicators the nonelite athletes and controls do not
differ between themselves, reinforcing the idea of the elite context of aesthetic sports
creating a higher risk for adolescent females to develop eating disorders (e.g. SundgotBorgen & Torstveit, 2004). However, unlike other authors (Rosendahl et al., 2009; Smolak et
al., 2000), we cannot affirm that nonelite athletes present a lower risk than nonathletes,
despite their lower body image dissatisfaction, but a similar risk.
117
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Rosendahl et al. (2009) recently found a significantly higher frequency of DE in both
boys and girls elite athletes compared to nonelite athletes, which is partially corroborated
by our results, as this pattern is noticeable only for females. In our study, males showed
levels of DE regardless of the context they belonged to, which brings us to suggest that
males who take part in aesthetic sports, at any level, do not present a lower risk of eating
disorders than nonathletes.
The structural equation models allow us to test the contribution of each of the
potential risk or protective factors in predicting DE in the adolescents of each group, as well
as the form in which they relate, this responding to the third aim of the study. Multiple
group analyses showed important differences in the way in which different factors predict
DE in elite athletes, nonelite athletes and general adolescent population. The Torstveit,
Rosenvinge and Sundgot-Borgen study (2008) had already suggested that different
indicators of DE behaviors would be valid to predict clinical eating disorders among leanness
athletes, nonleanness athletes and controls. Our study effectively shows that risk and
protective factors involved in the development of DE are not universally valid, as well. As
comparisons of the mean of risk factors and DE indicator already suggested, final structural
models also show more similarities between nonelite athletes and controls and divergences
between these two groups and the elite athletes. Specifically, it is very interesting to note
that social pressure (especially from peers as mentioned previously) has an influence (both
directly and indirectly) that is significantly higher on nonelite athletes and controls DE than
on elite athletes DE; this pressure, unlike that on elite athletes, is influenced by sex and BMI.
In turn, parental influences are predictors of low self-esteem (and indirectly, through it, of
overeating and anxiety-depression symptomatology) and DE only among elite athletes. This
is a new result and is very important when investigating DE in athletes, as primacy is often
given to the impact of critical comments by coaches (Kerr et al., 2006; Muscat & Long,
2008). Therefore it appears to be important that future studies explore the impact that
other family variables, such as parental DE or BID, may have on elite athletes’ DE. The lack of
significance of the impact of parental influences on BID in any group was an unexpected
result. In the Vincent and McCabe study (2000) only the BID of boys (and not girls) was
partially predicted by maternal negative commentary about body, meaning that our result
may be due to the higher number of females in the groups being studied.
118
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Synthesizing the role of mediating variables, it is worth highlighting some differences
in the three groups. BID predicted by the same risk factors in all three groups (sex, BMI and
social pressure), corresponds to the strongest predictor of DE in elite athletes, but neither
for nonelite athletes nor controls. For the latter two groups, social pressure has a more
relevant role. This result puts great emphasis on the BID of elite athletes, making it essential
to deepen the study of this variable and the aspects of the context which may influence it,
both positively and negatively, in order to design effective preventive actions. On the other
hand, self-esteem, considered to be a relevant protective factor in this model, was not a
predictor (in the negative sense) of DE in elite athletes, to the contrary of the other two
groups. This was an unexpected result, in accordance with the literature, especially due to
the frequent association between DE and low self-esteem in athletes of aesthetic sports
(e.g. Bettle, Bettle, Neumärker, & Neumärker, 1998; Petrie, 1993). It is therefore considered
necessary to continue the investigation into this relationship in future studies. Furthermore,
it is understood that social pressure, as aforementioned, relates essentially to peer
pressure, is the strongest predictor of self-esteem in the three groups. At the same time as
peers take on a fundamental role in this life stage, physical self-esteem corresponds to one
of the main components of self-esteem of adolescents (Harter, 1999), for which it depends
on the comments they receive on their physical appearance. Therefore, we believe that the
lesser influence of critical comments they receive from peers on the self-esteem of athletes
in relation to the controls can be explained by particular benefits to adolescent self-concept
resulting from participation in a recreational or competitive sport (Findlay & Bowker, 2009),
namely attributing greater importance to other components of self-esteem and not only
physical self-esteem.
The study showed some limitation which should be considered. Despite fulfilling the
minimum criteria to construct samples to undertake structural equation models (Kline,
2005), the small number of male participants in the samples of elite and nonelite athletes
may have skewed the results in some way. Future studies should therefore seek to test the
same models with distinct samples of male and female athletes, and to determine the
generalizability of these findings. On the other hand, the cross-sectional design of this study
does not permit causal inference, which only longitudinal studies allow. Finally, a clinical
evaluation of adolescents classified with disordered eating and those who did not report
119
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
disordered eating is needed to examine the prevalence of true eating disorders, especially
among athletes, because is known that many athletes, in particular those from leanness
sports, underreport DE behavior (Torstveit et al., 2008).
120
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
PARENTAL INFLUENCES ON ELITE AESTHETIC ATHLETES BODY IMAGE
DISSATISFACTION AND DISORDERED EATING
14
Abstract
The present study examined perceived parental influences on body image dissatisfaction
(BID) and disordered eating (DE) of elite aesthetic athletes (n=85) and controls (n=142),
aged 12-22 years. Adolescents completed measures of direct influences (concern with
thinness and weight teasing by parents), attachment to father and mother, perceived
quality of relationship with each parent and family environment, BID and DE. Their parents,
223 mothers and 198 fathers, also completed measures of BID and DE. Athletes and controls
differ in some patterns of insecure attachment to the parent of the opposite sex. In general,
parents of athletes do not present higher levels of BID or DE than controls parents.
Interesting differences were found between athletes and controls BID and DE predictors.
Among athletes, direct influences are the only significant predictive family variable. The
findings highlight the importance of critical comments of parents in the expression of body
image dissatisfaction and disordered eating in athletes, but also of maternal modeling
among adolescents in the general population. Such parental behavior may be an
appropriate target in different prevention programs.
Keywords: aesthetic athletes, parental influences, body image dissatisfaction, disordered
eating, predictors.
14
Francisco, R., Alarcão, M., & Narciso, I. (2010). Parental influences on elite aesthetic athletes body
image dissatisfaction and disordered eating. Submetido a Journal of Family Issues.
121
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Introduction
Family influence in the development of body image and eating disturbances has been
recognized and identified by several studies with patients diagnosed with eating disorders
(e.g. Latzer, Hochdorf, Bachar, & Canetti, 2002; Minuchin et al., 1978), as well as in the
general population of adolescents and young adults. The only literature review to date
about parental influence only includes studies in the general population, since in clinical
samples, behaviors and attitudes of parents regarding weight, eating and body image, can
be influenced by the diagnosis or therapeutic interventions (Rodgers & Chabrol, 2009).
Although most of these studies have been conducted with female adolescents and with
mothers, the authors suggest that both mothers and fathers are important sources of
influence for their both female and male offspring, and this influence may take place by
different mechanisms.
The first mechanism, which has been subject to more attention, concerns the direct
transmission of weight-related attitudes and opinions. Both cross-sectional and longitudinal
studies with preadolescents and adolescents show that critical negative comments about
eating and weight are predictors of body image dissatisfaction, weight concerns and
disordered eating (Ata et al., 2007; Pike & Rodin, 1991; Smolak et al., 1999; Wertheim et al.,
2002), in the same way that lower levels of disordered eating are associated with the
perception of more positive messages (Gross & Nelson, 2000; Kichler & Crowther, 2009).
Indeed, this influence can have several long-term effects, not only in body dissatisfaction
and disordered eating but also in self-esteem and depressive symptoms, as shown by some
retrospective studies with undergraduate students focusing their experiences about
parental weight-related teasing in childhood and adolescence (Benas & Gibb, 2008; Taylor
et al., 2006). Vincent and McCabe study (2000) reveals some specific features of influence of
each parent, showing that each parent can have a different role in their children’s
disordered eating, in both sexes, and that research should include them both. Specifically,
the discussion with both parents on topics related to weight or diets, and the
encouragement of weight loss, proved to be predictors of disordered eating among girls, but
in boys only maternal encouragement predicted weight loss behaviors and binge eating.
122
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
On the other hand, also in the Vincent and McCabe study (2000), maternal dieting
behaviors emerged as an important source of influence on weight loss behaviors among
adolescent girls. Thus, another mechanism of influence is related to parental modeling of
the dysfunctional eating attitudes and behaviors. Several studies with adolescent girls and
their parents have shown significant associations between abnormal eating attitudes of
mothers and daughters (Pike & Rodin, 1991), and most times the same does not happen in
relation to fathers when they are included (Keel, Heatherton et al., 1997; Yanez, Peix,
Atserias, Arnau, & Brug, 2007). Since it is still unclear whether parental eating behaviors are
associated with dysfunctional eating behaviors in adolescent boys (Keery et al., 2006;
Vincent & McCabe, 2000), the weight of the influence of each parent modeling needs to be
clarified, specifically about boys and girls.
A final form of parental influence referred in the literature relates to the quality of
family relationships, mainly family environment and relationships with parents. Family
connectedness has been shown to be associated with higher body satisfaction, either in
boys or in girls (Boutelle, Eisenberg, Gregory, & Neumark-Sztainer, 2009; Crespo et al.,
2010). Moreover, several specific aspects of relationships that adolescents have with each
of their parents have proven to be rather important. Parent-adolescent conflict was
suggested by May, Kim, McHale and Crouter (2006) as the most important relationship
quality indicator linked to adolescent weight concerns, although other dimensions of the
relationship with the mother were also considered as predictors of weight concerns in
young girls, such as a decrease in intimacy and in knowledge of children's daily experiences.
Also other studies carried out only with girls, have shown that perceptions of negative
parental relationships are associated with less healthy dieting and body image, recognizing
the role of the relationship with both mothers and fathers in the development of healthy or
disordered eating of adolescent girls (Archibald et al., 1999; Swarr & Richards, 1996). This
relationship with parents can also be understood in light of the attachment theory.
Especially at a time when adolescents are seeking to become autonomous and differentiate
themselves from their parents, while continuing to require parents as sources of security (P.
M. Matos, 2002), the attachment pattern they have established with them is essential. Early
in the study of this domain eating disorders have been associated with adolescent girls’
difficulties to become autonomous from their family (Bruch, 1973; Latzer et al., 2002). More
123
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
recently, several studies have documented the relationship between insecure attachment to
parents and eating disorders (for a recent review, see O'Shaughnessy & Dallos, 2009).
Studies with non-clinical population have also found associations between insecure
attachment to parents and body image or disordered eating. Using a single-item attachment
measure, Sharpe and her colleagues (1998) found that insecurely attached preadolescent
and adolescent girls were more concerned with weight and thinness than were securely
attached girls. In Portugal, a study of both female and male adolescents (Barbosa & Costa,
2001/2002) showed that those with a secure attachment to the father were more satisfied
with their weight and less concerned with appearance, and within the insecure group, the
fearful presented the highest risk (curiously, the attachment to the mother showed no
effect on these variables). The authors of both studies suggest that an insecure attachment
makes adolescents more vulnerable to internalization and idealization of socio-cultural
messages, given the tendency to seek acceptance from others.
Adolescents who practice elite aesthetic sports are considered a high risk group for
developing eating disorders (e.g. Byrne & McLean, 2002; Sundgot-Borgen & Torstveit, 2004).
These adolescents are subject to additional pressures on the part of coaches, to have thin
bodies and to control weight and body shape in order to achieve excellence in performance,
so that many studies consider coaches as having a major influence on body image and
eating behaviors of athletes (Byrne & McLean, 2002; Toro et al., 2009).
Despite the need mentioned by some authors (Ringham et al., 2006; Thomas et al.,
2005), there are very few studies with athletes that include family variables, so that the
concrete influence of parents on body dissatisfaction and disordered eating of their
aesthetic athletes children remains unknown. In 2001, a study on female ballet dancers
(Klump, Ringham, Marcus, & Kaye, 2001) showed that they had significantly higher levels of
family history of eating disorders than a control group, suggesting that genes could facilitate
the involvement in a specific sub-culture which values thinness, such as dance schools. The
only published study found that evaluates the relationship between eating behaviors of
mothers and athlete daughters (Harris & Foltz, 1999) was performed with competitive
tennis players, but not elite players, and did not show an association between eating
behaviors of mothers and daughters. However, they used a small sample size, which may
explain the absence of significant correlations.
124
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
From our point of view, family relations and, specifically, the attachment pattern that
athletes have with their parents, can influence the way those perceive the messages that
are transmitted in these high-risk contexts, and their impact on body image dissatisfaction
and eating behaviors. As elite athletes are frequent targets of critical comments (Kerr et al.,
2006; Muscat & Long, 2008), and as it seems to happen to adolescents in general, athletes
with insecure attachment patterns may be more vulnerable to these comments and to the
adoption of unhealthy eating behaviors.
In a previous study, we found direct parental influences (as parent concern with
children thinness and weight teasing) in disordered eating among elite athletes, but not in
nonelite athletes or in the control group (Francisco, Narciso, & Alarcão, 2010b). So, the aim
of the present study is to evaluate the role of other family variables in these adolescents
body image dissatisfaction and disordered eating, particularly 1) parent concern with
children thinness and weight teasing by parents, 2) the attachment to the father and
mother, 3) the perceived quality of relationships with each one of them and the family
environment, as well as 4) the level of their parents' disordered eating and body image
dissatisfaction.
Method
Participants
The study involved 227 adolescents of both sexes––85 athletes and 142 controls––
between 12 and 22 years old (athletes M = 15.35, SD = 2.73; controls M = 14.58, SD = 1.81),
and their parents (223 mothers and 198 fathers), aged between 29 and 71 years (mothers M
= 44.71, SD = 5.34; fathers M = 47.25, SD = 6.43). Athletes are professional dance students
(n = 41) and gymnasts participating in international competitions (n = 44). Therefore, they
are considered elite aesthetic athletes.
The majority (79.3%) comes from intact nuclear families, 11.1% of single-parent
families and the rest reported other family configurations. Almost half of participants’
households presents a medium-high or high socio-economic status (SES) (49.6%), 25.2%
medium SES and 25.2% low SES. They live in different parts of Portugal, as Centre (48%),
Lisbon Metropolitan Area (47.6%), North (3.5%) and South (0.9%). The participants
125
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
represent a part of a sample used in a previous study on predictive risk factors of disordered
eating (Francisco, Narciso et al., 2010b) with elite athletes, nonelite athletes and controls,
whose parents returned their questionnaires.
Measures
Measures completed by adolescents
McKnight Risk Factor Survey-IV (MRFS-IV; The McKnight Investigators, 2003). It is a
self-report questionnaire that assesses potential risk factors for the development of eating
disorders. The Portuguese version used in this study (Francisco, Alarcão et al., 2010b)
consists of 82 items (most of them rated on a 5-point Likert scale, from "Never" to
"Always"), organized into 8 indicators and 9 factors. The “Parental Influences” factor (α =
.72), consisting of four items––“In the past year, how often has your father (mother) made a
comment to you about your weight or your eating that made you feel bad?” and “In the
past year, how important has it been to your father (mother) that you be thin?”––was used
to evaluate the influence of parent concern with thinness and weight teasing by parents.
Questionnaire of Attachment to Father and Mother (QVPM, P. M. Matos & Costa,
2001). In order to assess the perceptions that adolescents have of attachment relationships
with each of their parents, we used the revised version of the QVPM, consisting of 30 items
rated on a 6-point Likert scale (from "Strongly disagree" to "Strongly agree"). It is organized
in three dimensions––“Quality of the Emotional Bond”, “Separation Anxiety (and
dependency)”, and “Inhibition of Exploration and Individuality”––originally composed of 10
items each. A principal component analysis (performed separately for items related to
father and mother; N = 689 father version, N = 705 mother version) was conducted on the
30 items with oblique rotation (Promax) and revealed that the distribution of items per
dimensions is quite similar to the structure proposed by Costa and Matos (2001), with the
exception of two items (one of them was excluded from the father version, because it did
not saturate in any factor; the other was moved from factor 2 to factor 1, due to its higher
saturation in the latter, in both versions). With our sample, the study of internal consistency
of QVPM revealed Cronbach's alpha values between .79 and .94 for the three dimensions of
the questionnaire. The distribution of participants in four clusters allows us to identify
participants according to their pattern of attachment, theoretically based on the work of
126
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Bartholomew––secure, dismissing, fearful, and preoccupied (Bartholomew & Horowitz,
1991; P. M. Matos, 2002).
Perception of relationships’ quality with parents and family environment. Through
three single items rated on a 5-point Likert scale (from "Very bad" to "Very well/good"),
adolescents are questioned about the quality of the relationship with each parent––"How is
your relationship with your father (mother)?"––and the quality of family environment––
"How is your family environment?”.
Measures completed by both adolescents and parents
Contour Drawing Rating Scale (CDRS, M. A. Thompson & Gray, 1995). Body image
dissatisfaction (BID) was assessed by the Portuguese version of CDRS (Francisco, Narciso et
al., 2010a), consisting of a sequence of 9 silhouettes ordered from the thinnest to the
largest. The discrepancy between the silhouettes chosen as representing their current and
ideal body size is an indicator of BID. It has good test-retest reliability (r = .91) and construct
validity (r = .65 with weight; r = .72 with BMI) among both adolescents and adults.
Eating Disorder Examination-Questionnaire (EDE-Q, Fairburn & Beglin, 1994). The level
of disordered eating (DE), understood in a continuum, was evaluated using the Portuguese
version of the 5th edition of EDE-Q (Machado, 2007). This is a self-report questionnaire of
28 items grouped into four subscales (“Restraint”, “Shape Concern”, “Eating Concern”, and
“Weight Concern”), which the average constitutes a global score. Items are rated on a 7point Likert scale (from "None"/"Nothing" to "Everyday"/"Extremely"), indicating the
number of days, regarding the previous 28, in which certain behaviors, attitudes and
feelings occurred. International studies have shown that EDE-Q is an appropriate
assessment of DE, with adolescents (Peterson et al., 2007) and adults (Mond, Hay, Rodgers,
Owen, & Beumont, 2004). When applied to our sample, EDE-Q showed good psychometric
properties with internal consistency values greater in the sample of adolescents than in the
sample of parents [Global Score (adolescents α = .92; parents α = .83), Restraint
(adolescents α = .81; parents α = .75), Shape Concern (adolescents α = .91; parents α = .86),
Eating Concern (adolescents α = .77; parents α = .68) and Weight Concern (adolescents α =
.84; parents α = .75)].
127
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Procedure
All participants completed an informed consent before answering the research
protocol15. For the participation of adolescents, authorization was sought from their
parents/guardians. Most athletes completed the protocols at home, after delivery by the
main researcher to the dance teachers/gymnastics coaches, who in turn handed them over
to their students/gymnasts. The questionnaires were later returned in sealed envelopes
with no identification, thus respecting anonymity. All adolescents in the control group
completed the research protocols during normal classes at their schools, in the presence of
the researcher. The participants’ parents received their protocols via their children, which,
in turn, returned them a week later in a sealed envelope.
Statistical Analyses
The statistical analysis was conducted using SPSS 17.0. We used the Kruskal-Wallis test
to assess means differences between groups (athletes vs. controls), given the small sample
size of male athletes (n < 30). Chi-square tests examined categorical frequencies. When the
expected counts were less than five, the Fisher exact test was used. Relationships between
parental and child variables were investigated using Spearman correlations. Multiple
regressions were used to investigate which parental variables predict adolescents BID and
disordered eating.
Results
Descriptive Statistics and Groups Differences
Table 15 presents the descriptive statistics of all variables and the means differences
for the two groups (athletes and controls), boys and girls separately, and their parents.
15
The PhD project of the first author, subjacent to this study, was approved by the Fundação para a
Ciência e a Tecnologia (Portugal) and by the Postgraduate Study Commission of the Faculty in which
the PhD is being taken. The application of the protocol in schools was authorized by the Direcção
Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular of the Ministry of Education.
128
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 15.
Descriptive Statistics by Sex and Group and Comparison Means (N=227)
Athletes
(n=60)
Girls (n=142)
Controls
(n=82)
U
p<
Athletes
(n=25)
Boys (n=85)
Controls
(n=60)
U
p<
Adolescents
Age (years)
15.05 (2.40) 14.51 (1.81)
2193.50
ns
16.08 (3.33) 14.68 (1.81)
596.00
ns
BMI
18.66 (2.17) 19.79 (2.62)
1925.50 .05
20.96 (3.21) 20.54 (3.42)
634.00
ns
Parental Influences
1.42 (0.59)
1.21 (0.41)
2068.50
ns
1.16 (0.36)
1.18 (0.34)
641.50
ns
BID
-0.55 (1.25)
-0.61 (1.34)
2425.50
ns
-0.21 (0.89)
-0.07 (1.17)
729.00
ns
Restraint
1.33 (1.33)
0.78 (1.18)
1861.50 .01
0.47 (0.67)
0.36 (0.83)
626.50
ns
Shape Concern
1.81 (1.65)
1.46 (1.36)
2365.50
ns
0.67 (0.98)
0.77 (1.05)
729.50
ns
Eating Concern
0.97 (1.24)
0.46 (0.68)
2042.00 .05
0.13 (0.23)
0.25 (0.48)
742.50
ns
Weight Concern
1.97 (1.80)
1.59 (1.56)
2264.50
ns
0.45 (0.81)
0.59 (0.95)
743.50
ns
EDE-Q Global Score
1.52 (1.41)
1.07 (1.09)
2135.50
ns
0.43 (0.56)
0.49 (0.73)
721.50
ns
Relationship with Mother
4.63 (0.54)
4.66 (0.62)
2234.50
ns
4.71 (0.47)
4.56 (0.74)
707.50
ns
Relationship with Father
4.50 (0.65)
4.34 (0.88)
2232.00
ns
4.64 (0.63)
4.37 (0.73)
628.50
ns
Family environment
4.47 (0.60)
4.38 (0.72)
2356.50
ns
4.50 (0.86)
4.24 (0.80)
712.50
ns
129
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 15.
Continued
Mother
BMI
23.27 (3.68) 23.94 (3.84)
1893.50 ns
24.78 (7.14) 24.53 (4.45)
525.50
ns
BID
-1.50 (1.31)
-1.14 (1.34)
2015.00 ns
-1.64 (2.02)
-1.49 (1.40)
557.50
ns
Restraint
0.54 (0.92)
0.73 (0.97)
2154.50 ns
0.96 (1.60)
1.05 (1.43)
624.50
ns
Shape Concern
1.16 (1.24)
1.22 (1.12)
2044.50 ns
1.25 (1.87)
1.24 (1.39)
667.00
ns
Eating Concern
0.26 (0.61)
0.22 (0.50)
2291.00 ns
0.46 (1.04)
0.13 (0.37)
623.50
ns
Weight Concern
1.22 (1.32)
1.15 (1.14)
2004.50 ns
1.30 (1.79)
1.26 (1.33)
666.00
ns
EDE-Q Global Score
0.79 (0.89)
0.83 (0.78)
1909.00 ns
0.99 (1.49)
0.92 (1.01)
657.50
ns
BMI
26.58 (3.83) 26.76 (3.38)
1705.50 ns
28.28 (4.38) 26.80 (4.12)
339.50 .05
BID
-1.24 (0.94)
-0.83 (1.11)
1654.00 ns
-1.50 (1.09)
-0.93 (0.91)
362.00 .05
Restraint
0.67 (0.98)
0.61 (1.17)
1844.50 ns
0.54 (1.02)
0.37 (0.75)
462.00
Shape Concern
1.06 (1.25)
0.71 (1.13)
1676.00 ns
0.96 (0.94)
0.58 (0.97)
377.50 .05
Eating Concern
0.24 (0.43)
0.23 (0.65)
1932.00 ns
0.10 (0.28)
0.07 (0.21)
526.00
ns
Weight Concern
1.09 (1.40)
0.89 (1.41)
1841.00 ns
0.93 (0.94)
0.67 (1.04)
381.00
ns
EDE-Q Global Score
0.76 (0.86)
0.61 (0.94)
1733.00 ns
0.63 (0.53)
0.42 (0.65)
305.00 .01
Father
ns
130
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Regarding the results of adolescents, male athletes and controls show no significant
differences in any of the variables, while female athletes have lower BMI and higher levels
of restraint and eating concern than the controls, two subscales of EDE-Q. Regarding
adolescents’ parents, there are no significant differences in any variable between the
mothers of both female and male athletes and controls, or between the fathers of female
athletes and controls. However, there are some differences between fathers of male
athletes and controls; the fathers of male athletes have significantly higher BMI than
controls, which is associated to higher levels of BID, shape concern and EDE-Q global score.
Table 16 presents the distribution of participants by different attachment patterns and
the results of Chi-square test. There are significant differences between female athletes and
controls in the attachment to the father (but not the mother), while male athletes differ
from controls in the attachment to the mother (but not the father). There are significantly
fewer female athletes to present a fearful pattern of attachment to the father, compared
with control females, with no differences found in other patterns. As for boys, there are
significantly fewer athletes with a fearful pattern of attachment to the mother and more
athletes having a preoccupied pattern, compared with controls.
Table 16.
Distribution of Participants by Patterns of Attachment to the Mother and Father and Chi-square test
Athletes
n (%)
Attachment to Mother
Girls (n=142)
Controls
2
χ
n (%)
4.11
p<
Athletes
n (%)
Boys (n=85)
Controls
n (%)
ns
2
χ
p<
7.73
a
.05
Secure
27 (45)
28 (34.1)
-
9 (36)
16 (26.7)
0.74
ns
Dismissing
7 (11.7)
5 (6.1)
-
2 (8)
10 (16.7)
1.09
ns
Fearful
14 (23.3)
27 (32.9)
-
3 (12)
21 (35)
4.61
.05
12 (20)
22 (26.8)
-
11 (44)
13 (21.7)
4.34
.05
a
ns
Preoccupied
Attachment to Father
7.83
.05
6.56
Secure
31 (51.7)
32 (39)
2.24
ns
7 (28)
20 (33.3)
-
Dismissing
7 (11.7)
8 (9.8)
0.13
ns
2 (8)
5 (8.3)
-
Fearful
7 (11.7)
26 (31.7)
7.80
.01
4 (16)
22 (36.7)
-
Preoccupied
15 (25)
16 (19.5)
0.61
ns
12 (48)
13 (21.7)
-
Note. a Fisher’s exact Test
131
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Family characteristics of the group with clinical indication of DE
Taking into account the EDE-Q cut-off, we compared the results of the adolescents’
family variables with levels of DE similar to the clinical population (n = 37; 17 athletes and 20
controls) with those of adolescents who score below the EDE-Q cut-off16. Adolescents with
clinical indication of DE report significantly higher levels of parental influences (M = 1.64, SD
= 0.67 vs M = 1.19, SD = 0.38; U = 1796.00, p < .001), perceive lower quality in their
relationship with father (M = 3.86, SD = 0.99 vs M = 4.51, SD = 0.68; U = 2357.00,p < .01), in
their relationship with mother (M = 4.14, SD = 0.94 vs M = 4.70, SD = 0.52; U = 2583.50, p <
.01) and family environment (M = 3.82, SD = 1.01 vs M = 4.44, SD = 0.64; U = 2664.00, p <
.01) than the other participants. In turn, parents of these adolescents also reveal some
differences. Mothers are more concerned about their body shape (M = 1.65, SD = 1.19 vs M
= 1.17, SD = 1.29; U = 2368.50, p < .05) and weight (M = 1.53, SD = 1.23 vs M = 1.15, SD =
1.28; U = 2606.00, p < .05), while fathers have higher levels of restraint (M = 0.99, SD = 1.27
vs M = 0.48, SD = 0.95; U = 1883.00, p < .01), weight concern (M = 1.48, SD = 1.70 vs M =
0.75, SD = 1.16; U = 1736.50, p < .05) and EDE-Q global score (M = 0.95, SD = 1.05 vs M =
0.52, SD = 0.76; U = 1655.00, p < .05), compared to parents of adolescents who do not
exhibit DE symptoms at a clinical level. Regarding attachment patterns, significant
differences emerge only in the attachment to the father [χ2 (3) = 16.36, p < .01], where the
dismissing pattern [χ2 (1) = 15.06, p < .01] is more frequent in patients with clinical indication
of DE than in other adolescents (27% vs 6.3%).
Correlations between Parental and Child Variables
Both boys and girls show few significant correlations with the parental variables,
which are mostly weak (r < .40). Interestingly, among girls parental influences do not appear
correlated with their parents BID or DE (see Table 17), contrary to what happens with boys
(see Table 18). In the group of male athletes, parental influences are not correlated with any
maternal variable, but are negatively correlated with fathers’ restraint, shape concern,
weight concern and EDE-Q global score, with even moderate to strong correlations. Among
16
Since among these adolescents there are only 6 boys and clinical indication of DE has not proven to be
2
associated with belonging to the athletes or control group [χ (1) = 1.46, n.s.], both male and female athletes
and controls with EDE-Q scores above the cut-off were analyzed together and compared with all other
adolescents who scored below EDE-Q cut-off.
132
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
male athletes, it’s also noteworthy the significant correlations (moderate) of children’s BID
with mothers’ eating concern and fathers’ restraint, as well as children’s eating concern with
parents’ BID.
BID and Disordered Eating Family Predictors
Although the sample size is relatively small for multiple regression, we chose to
separate athletes (n = 85) and controls (n = 142). In order to use at least 10 participants per
predictive variable for each of the dependent variables (BID and DE), three sets of variables
were tested separately. In all groups, individual variables sex and BMI were included, given
the strong relationships established in the literature between females and DE and between
high BMI and DE (e.g. A. E. Field et al., 2001). The first group included BID and subscales of
mother’s EDE-Q; the second included BID and subscales of father’s EDE-Q; the third included
parental influences, relationship with father, relationship with mother, family environment,
secure attachment to the father and secure attachment to the mother. Those predictors
which were significant (p < .05) or near significant (p < .10) were then culled from these
preliminary regressions and used in the final model. Sex and BMI proved to be significant
predictors in all analysis and for both samples.
Athletes
Regarding BID dependent variable, we retained only mothers’ restraint of the first set
of variables and parental influences of the third set, so these variables were included in the
final model, along with sex and BMI. As to the dependent variable EDE-Q global score, no
variable was retained from the first and second sets, so the final model includes only
parental influences, sex and BMI.
Controls
In regards to BID dependent variable, we retained only mother’s BID and weight
concern of the first set of variables, which were included in the final model, along with sex
and BMI. For the dependent variable EDE-Q global score, we retained mother’s eating and
weight concern of the first set of variables, and no variable related to the father (second set)
proved significant. From the third set, parental influences, perception of family environment
and secure attachment to father and mother appeared as potential predictors. As it was
shown that a secure/insecure attachment could be a good predictor of DE, two tests were
133
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
also performed to verify which patterns of insecure attachment to either father or mother
should be included in the final model. Dismissing and fearful patterns of attachment to the
mother proved significant, whereas none of the patterns of insecure attachment to the
father showed significant predictive ability, so therefore only secure attachment to the
father was included in the final model.
Tables 19 and 20 show the final regression models in both samples, for BID and DE,
respectively. Regarding athletes’ BID, sex, BMI and parental influences were significant
predictors, but not mother restraint, accounting for 40% of the variance. For controls’ BID,
sex, BMI, mother BID and mother weight concern were all significant contributors, but only
explained 27% of the variance. For athletes’ DE, sex, BMI and parental influences were the
only predictors, accounting for 42% of the variance, whereas in the controls model, to these
variables it can be added mother's eating and weight concern and perceived family
environment, together explaining 52% of DE the variance of DE. Although they were
potential predictors in the previous analysis, attachment patterns were not significant in
predicting controls’ DE, when combined with other variables in the model.
134
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 17.
Correlations between Parental Influences, BID and Disordered Eating Parental and Female Childs Variables (N = 142 girls, 140 mothers and 125 fathers)
Mother Variables
Father Variables
Child Variables
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
Parental Influences
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
.39**
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(-.25*)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(.41**)
(ns)
(.37**)
(.36**)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
.29*
ns
(ns)
(ns)
(.28*)
(ns)
(.27*)
(.23*)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
-.34*
ns
ns
ns
.31*
ns
(ns)
(ns)
(.42**)
(ns)
(.40**)
(.36**)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
-.30*
ns
ns
ns
.29*
ns
(ns)
(ns)
(.27*)
(ns)
(.25*)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
1. BID
2. Restraint
3. Shape Concern
4. Eating Concern
5. Weight Concern
6. EDE-Q Global Score
ns
(ns)
ns
(ns)
ns
**
(.34 )
ns
(ns)
ns
**
(.31 )
ns
-.29
*
(.27 )
*
(ns)
*
ns
ns
ns
.31
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
(ns)
Note. Athletes are in the upper line and controls are in the lower line of each child variable, between parentheses; **p < .01, *p < .05
135
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 18.
Correlations between Parental Influences, BID and Disordered Eating Parental and Male Childs Variables (N = 85 boys, 83 mothers and 73 fathers)
Mother Variables
Child Variables
Parental Influences
1. BID
2. Restraint
3. Shape Concern
4. Eating Concern
5. Weight Concern
6. EDE-Q Global Score
1
2
3
4
Father Variables
5
6
1
2
3
*
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
-.45
(ns)
(.27*)
(ns)
(.31*)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
.47*
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
(ns)
(.27*)
ns
5
6
*
-.62**
ns
-.50
(.29*)
(ns)
(ns)
(ns)
-.53*
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(.33*)
(.31*)
(.37**)
(ns)
(ns)
(ns)
(.31*)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
.46*
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(.32*)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(.27*)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(.31*)
(ns)
(ns)
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
(ns)
*
(.33 )
*
(.26 )
*
(.33 )
(ns)
(ns)
-.51
4
*
(ns)
*
(.28 )
Note. Athletes are in the upper line and controls are in the lower line of each child variable, between parentheses; ** p < .01, * p < .05
136
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 19.
Summary of Multiple Linear Regression Analyses for Variables Predicting Athletes’ and Controls’ Body Image Dissatisfaction
Athletes
Variable
Controls
B
SE B
β
B
SE B
β
Sexa
-0.80
0.25
-.31**
-0.62
0.20
-.23**
BMI
-0.26
0.04
-.56***
-0.20
0.03
-.45***
Mother BID
-
-
-
-0.18
0.08
-.20*
Mother Weight Concern
-
-
-
-0.21
0.10
-.20*
Mother Restraint
-0.12
0.10
-.11
-
-
-
Parental Influences
-0.45
0.19
-.22*
-
-
-
R2
.40
.27
F
12.21***
11.66***
Note. a Dummy Variable coded 0 for male and 1 for female; *** p < .001, ** p < .01, * p < .05
137
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 20.
Summary of Multiple Linear Regression Analyses for Variables Predicting Athletes’ and Controls’ Disordered Eating
Athletes
Controls
Variable
B
SE B
β
B
SE B
β
Sexa
1.15
0.27
.39***
0.81
0.14
.38***
BMI
0.18
0.05
.35***
0.60
0.02
.17*
Mother Eating Concern
-
-
-
-0.45
0.18
-.20*
Mother Weight Concern
-
-
-
0.25
0.07
.29**
1.06
0.21
.44***
0.92
0.16
.40***
Family environment
-
-
-
-0.26
0.12
-.18*
Secure attachment to Mother
-
-
-
-0.33
0.21
-.15
Dismissing attachment to Mother
-
-
-
-0.07
0.29
-.02
Fearful attachment to Mother
-
-
-
0.15
0.18
.07
Secure attachment to Father
-
-
-
0.16
0.18
.07
Parental Influences
R2
.42
.52
F
18.44***
13.23***
Note. a Dummy Variable coded 0 for male, insecure, non-dismissing and non-fearful attachment; and 1 for female and secure attachment; *** p < .001,
**
p < .01, * p < .05
138
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Discussion
This study sought to focus on the influences of several family variables––particularly
related to the mothers and fathers of adolescents––in body image dissatisfaction and
disordered eating of elite aesthetic athletes, having adolescents (and their parents) who do
not practice any aesthetic sport as a control group.
The absence of significant differences in BID and in DE indicators of the mothers of
athletes and controls and the fathers of female athletes and controls, in general, do not
support the results of the only study we have had access to up to now which compares one
group of aesthetic athletes with controls, and showed increased DE among relatives of
ballet dancers (Klump et al., 2001). Despite the significant differences between fathers of
young male athletes and controls in two indicators of DE and BID, we think that these are
due to the fact that parents of athletes presented significantly higher BMI, so the associated
dissatisfaction may lead to the adoption of certain attitudes or behaviors possibly
appropriate and essential to the reduction of their excess weight. It is also among the
fathers of male athletes that parental influences (parental concern with thinness and weight
teasing by parents) are moderately to strongly associated with lower levels of restraint,
shape concern, weight concern and global DE of the fathers. However, we believe that the
small size of the sample of male athletes and fathers have contributed to these unexpected
results. Moreover, the absence of significant correlations between parental influences and
indicators of BID or DE on parents in the other studied groups, leads us to hypothesize that
rather than being motivated by their own concerns, such influences may be a reflection of
socio-cultural pressures, and the parents are just another means of reinforcing the standard
of beauty as thinness.
Individual variables show the expected differences according to the literature (e.g.
Byrne & McLean, 2002), with female athletes showing lower BMI and higher levels of two
indicators of DE (restraint and eating concern), relative to controls. However, we also
expected to find a global level of DE significantly higher, according to our previous study in
which these same adolescents participated, along with others whose parents have not
returned their research protocols (Francisco, Narciso et al., 2010b). Since the average values
of DE are lower in this study, we found two possible explanations for this fact:
1)
139
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
adolescents with higher levels of DE may have been less ready to seek cooperation from
parents to the study, since the subject of the investigation could trigger conversations with
their parents (something that, as we know, people with DE generally avoid); 2) parents of
adolescents with higher levels of DE may have refused to participate, possibly because they
had also more unhealthy eating behaviors and attitudes.
In variables concerning the family, significant differences were only found between
athletes and controls in some attachment patterns. Although the percentage of athletes and
controls with secure attachment to both parents did not differ significantly (neither in girls
nor in boys), there are some differences in the pattern of insecure attachment, curiously,
only in relation to the parent of the opposite sex of the adolescent. Male athletes show a
higher proportion of preoccupied pattern and, among both girls and boys, the athletes with
a fearful pattern are significantly less when compared with controls. This can be understood
based on the dynamic balance between the need for autonomy and individuality and the
maintenance of close bonds with parents. In fact, individuals who have a fearful pattern
have particularly more difficulty in renegotiating this balance, which might not be
compatible with the dedication to dance and gymnastics that is required for these athletes,
often involving participation in activities outside the city or country they live in. Moreover,
taking into account the internal working models of the self and others, each one of them
dichotomized into positive and negative, individuals with fearful attachment pattern have a
negative view of themselves or of others, while those with a preoccupied pattern equally
have a negative assessment of themselves, but positive of others (Bartholomew & Horowitz,
1991). So, both female and male athletes seem to have a more positive view of others than
controls, which may be associated with participation in several auditions and competitions,
and therefore they are more reinforced by those around them. Still, it seems that this
reinforcement does not translate into a sense of greater appreciation of themselves, as one
might think, so that future studies should better explore the characteristics of parental
attachment in athletes.
Among adolescents who scored above EDE-Q cut-off, the only attachment feature that
distinguishes them relates to the attachment to the father, most often presenting a
dismissing pattern, characterized by a negative view of themselves or others (Bartholomew
& Horowitz, 1991). The fact that attachment to the father has shown to be a distinguishing
140
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
factor (not the attachment to the mother) coincides with the study of Barbosa and Costa
(2001/2002), reinforcing the idea that a positive emotional bond with the father is crucial
for a positive body experience. However, the authors point to fearful pattern (relative to the
father) as associated to the group of adolescents at greater risk for high physical appearance
and weight concern, which does not occur in our data. The dismissing pattern in relation to
the father that we find in these adolescents coincides partly with Ward and colleagues study
(2001), which shows a preponderance of this pattern among patients with Anorexia Nervosa
and their mothers.
The other differences found between the groups of adolescents who scored above
and below EDE-Q cut-off are in agreement with the literature that investigates family
characteristics associated to DE, specifically the perception of lower quality in the
relationship with both parents, as well as with the family environment (Archibald et al.,
1999; Crespo et al., 2010), and more concern with children thinness and weight teasing (Ata
et al., 2007; Smolak et al., 1999) among those adolescents revealing higher risk. Also the
differences among their parents coincide with Pike and Rodin study (1991), who found
associations between mothers and daughters disordered eating, but not with studies which
included the father (Keel, Heatherton et al., 1997; Yanez et al., 2007). Our data suggest,
therefore, the need to study the fathers eating behavior, often neglected in these studies.
Finally, regressions results show differences in the predictive family variables of body
image dissatisfaction and disordered eating in athletes and controls. As expected according
to literature (e.g. A. E. Field et al., 2001) and our previous study adolescents’ sex and BMI
are significant predictors of either BID or DE, among athletes and controls. In addition to
these two individual predictors, the only family variable that proved predict athletes BID and
DE was the parental influences, especially as a DE predictor. This shows the need to
integrate parents in preventive actions in contexts where aesthetic elite sports are practiced
and alert them to the influence of their comments and values they transmit, because they
can strengthen the concerns of adolescents and their social contexts (peers and coaches). In
this sense, it is essential that the family system provides conditions that balance the
demands of the sport context, in relation to the pressure to be thin that adolescents go
through. In relation to controls, these parental influences are not predictive of BID, to which
contribute, instead, BID and weight concerns of mothers. Among the DE predictors in the
141
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
control group, we found more family variables. Apart from parental influences, in line with
Field and colleagues study (2001), and weight concern of mothers, confirming the influence
of maternal modeling of other authors (e.g. Pike & Rodin, 1991), also the negative
perception of the quality of family environment has proved to be an important predictor, as
opposed to the quality of the specific relationship with each parent. Family environment
should be taken into account in the future because it is important to explore the specific
features that make it a predictor of disordered or healthy eating behaviors. Lastly, and
despite some attachment patterns having shown to be potential DE predictors in the control
group, when they are integrated into the regression model together with the other
predictors they are no longer significant. More than the quality of the basic relationships
between the adolescent and parents, their critical comments and the value they place on
thinness, together with the family environment and maternal modeling of certain behaviors
or attitudes to eating and weight, seem to be the family variables that contribute most to
the DE of adolescents in general.
In conclusion, as found by Wertheim and colleagues (2002), our data also seem to
show a greater importance of parental influences in the form of parent concern with
children thinness and weight teasing by parents rather than parental modeling of dieting or
body concerns, especially among athletes, which are studied here for the first time.
Exposure to so many other social models of eating behavior – as peers, television and
coaches in the specific case of athletes – can diminish the contribution of parents as such.
However, among adolescents in the general population, maternal modeling still seems to
have a major impact in the BID and in the DE. This should be taken into account in
preventive actions, particularly because healthy food models can also predict healthy eating
behaviors of adolescents.
The study has some limitations that should be taken into account when interpreting
the results. Firstly the small sample size of athletes, which had implications, especially in
carrying out multiple regressions. Thus, these regressions are preliminary and potentially
unstable, and are offered only as indicators of future research, which should also seek to
test these models in different samples of male and female athletes. The cross-sectional
design represents another limitation, not allowing causal inferences to be made with regard
to the influence of family variables in the development of adolescents’ body image
142
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
dissatisfaction and disordered eating. Longitudinal studies are needed for a proper
explanation of this influence. However, to our knowledge, it is the first time a
characterization of the family influence on body image dissatisfaction and disordered eating
is done with both female and male aesthetic athletes, and being thus considered an
exploratory study, enabled the identification of some specific and relevant aspects of elite
aesthetic athletes’ families.
143
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
144
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
INDIVIDUAL AND CONTEXTUAL VARIABLES: SPECIFIC PREDICTORS OF DISORDERED
EATING AMONG ELITE AND NONELITE DANCERS AND GYMNASTS
17
Abstract
Potential specific predictors of disordered eating (DE) were analyzed among 249 young
dancers and gymnasts. Males of both activities present a lower level of DE than their female
counterparts. Among girls, nonelite dancers present a lower risk of DE than the elite
dancers, but elite and nonelite gymnasts do not differ. A usefulness analysis showed that
dissatisfaction with specific body image to the practice of a particular sport is the best
predictor of DE in athletes compared to dissatisfaction with body image in general,
especially in dancers. Besides self-esteem and specific body image dissatisfaction,
hierarchical regression analysis showed that the pressure to be thin was more important
than the level of competition for understanding athletes' level of disordered eating.
Perception of support did not appear to be relevant. The findings underline the need for
preventive action in dance schools and gyms, including athletes and coaches.
Keywords: dancers, gymnasts, disordered eating, body image dissatisfaction, self-esteem,
pressure to be thin, social support.
17
Francisco, R., Narciso, I., & Alarcão, M. (2010). Individual and contextual variables: Specific
predictors of disordered eating among elite and nonelite dancers and gymnasts. Submetido a
Journal of Applied Sport Psychology.
145
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Introduction
Dancers and gymnasts, as practitioners of aesthetic sports, are considered high-risk
groups for developing eating disorders. Most studies have revealed a significantly higher
prevalence of clinical and subclinical syndromes in these particular groups of athletes than
in athletes of other sports and the general population, as well as being higher in elite
athletes than in nonelite athletes (e.g. Byrne & McLean, 2002; Garner & Garfinkel, 1980;
Sundgot-Borgen & Torstveit, 2004).
Despite presenting a body mass index (BMI) lower than the control groups (Bettle et
al., 1998; Toro et al., 2009), the female ballet dancers and dance students in professional
schools express, in general, the desire to achieve an even lower weight, amounting to about
82% below normal body weight (Bettle et al., 1998). They also reveal poor results in selfesteem and body image satisfaction, lower than in female nondancers (Bettle et al., 2001),
and also symptomatology similar to the ones found in patients with eating disorders (Davis
& Strachan, 2001; Ringham et al., 2006).
It is worth noting the lack of studies with adolescents who practice dance, specifically
classical ballet, recreationally or non-professionally. In one of the first studies that compares
professional female young ballet students and amateurs (Doumenc, Sudres, & Sztulman,
2005), the authors found that professional dancers displayed a current and ideal weight,
BMI, and silhouette lower than amateur dancers. However, professional dancers did not
present significantly higher rates of eating disorders or body dissatisfaction when compared
to amateurs. Nevertheless, a more recent study, of similar characteristics, showed that
professional dancers were more concerned with their weight, despite being more satisfied
with the various areas of their body than amateur dancers (Pollatou, Bakali, Theodorakis, &
Goudas, 2010).
Most studies include only female dancers, with the exception of the work developed
by Bettle and Neumärker’s team. Although the male ballet students present results of
higher body image dissatisfaction compared to non-dancers, this is not associated with a
higher drive for thinness (Neumärker et al., 2000), possibly because they already show a
significantly lower BMI (Bettle et al., 2001). Compared to their female counterparts, male
dancers seem to be more satisfied with their bodies, despite having similar BMI (Bettle et
146
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
al., 1998), which may reflect a greater pressure on the female dancers to have extremely
thin bodies, as a sign of dedication and success (Francisco, Alarcão et al., 2010a; Gvion,
2008). However, the weight loss and energy deprivation necessary to achieve these
aesthetic ideals, particularly in girls, have serious health implications, such as menstrual
irregularities, risk of bone fractures and negative effects on the cardiovascular system (Dotti
et al., 2002; Reijonen, Pratt, Patel, & Gredanus, 2003).
As regards gymnasts, there are relatively few studies investigating specifically this
context, alone or in comparison with nonathletes. In the case of male gymnasts, we know of
no research that focuses them as a main study group (or compared to female gymnasts) in
relation to their eating habits, and when assessed, they are integrated into groups of lean
sports athletes. The results of these studies have proved to be somewhat inconsistent, as
some have shown levels of eating disorders comparable to non-lean sports athletes and
normative groups (Petrie, 1996), while other more recent studies, emphasize the increased
risk to these male athletes, as they show higher levels of disordered eating and body
dissatisfaction (Milligan & Pritchard, 2006). On the contrary, the eating behaviors of female
gymnasts have been subject to more attention. As mentioned previously in relation to
female dancers, female gymnasts, whether elite or nonelite, also seem to want to lose more
weight than girls in the control group, even though they show a significantly lower BMI (de
Bruin et al., 2007). For example, a group of elite rhythmic gymnasts had very similar BMI
values to those of Anorexia Nervosa (AN) patients, although they didn’t reveal other
similarities in measures related to eating disorders, whose values are closer to the results of
nonathletes (high school students) (Salbach, Klinkowski, Pfeiffer, Lehmkuhl, & Korte, 2007).
These data contrast with those of previous studies that showed high frequency of
pathological eating and weight control behaviors among female collegiate gymnasts (Petrie,
1993; Rosen & Hough, 1988) associated with lower self-esteem and body satisfaction
(Petrie, 1993).
In a recent study conducted by us (Francisco, Narciso et al., 2010b), which combined
both dancers and gymnasts in groups of elite and nonelite athletes, of both sexes, elite
female athletes showed higher levels of disordered eating than nonelite female athletes and
female nonathletes. No differences were found between the three groups of boys. In
addition, the individual and relational variables studied point to different predictors, and
147
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
with different degrees of relevance, in each group. The group of elite athletes presents the
smallest number of disordered eating predictors, which leads us to think that other
variables, more specific to the context of sport, may strongly contribute to higher levels of
disordered eating of elite athletes. Thus, we find that it is essential to develop more
research on the differences between the educational contexts of professional and
recreational dance, as well as between different levels of competition, in gymnastics. Such
research could indicate more specifically which distinctive aspects of each of these
cultures/systems may better predict disordered eating of athletes, which should be taken
into account in specific preventive interventions of systemic orientation (e.g. Piran, 1999b).
The high degree of competitiveness (Garner & Garfinkel, 1980; Picard, 1999) and
pressure from teachers and coaches (de Bruin et al., 2007; Byrne & McLean, 2002; Kerr et
al., 2006; Muscat & Long, 2008; Sundgot-Borgen, 1994; Toro et al., 2009) are considered
specific risk factors in these contexts, as well as possible explanations for the high levels of
disordered eating among dancers and gymnasts. A qualitative exploratory study of the
contexts of elite gymnastics and professional education of classical dance in Portugal
identified the pressure to be thin as a main risk factor. This pressure can be understood as
addressed to young athletes in the form of critical comments from teachers/coaches and
peers about eating, weight and food, but also as an implicit rule, imposed by the subculture
of classical dance and gymnastics. This is especially noticeable with girls. On the other hand,
the importance given by the young athletes to a positive relationship with teachers/coaches
and parental support for many aspects of dance or gymnastics (Francisco, Alarcão et al.,
2010a), leads us to consider support in the context of sport as a possible protective factor of
disordered eating in these elite athletes.
Both low self-esteem and body image dissatisfaction appear to be important
determinants in the development of eating disorders in the general population (Jacobi et al.,
2004), but also among athletes. Some studies have shown that athletes, especially elite
athletes, have higher global self-esteem than non-athletes (Armstrong & Oomen-Early,
2009; Findlay & Bowker, 2009; Marsh, 1998), which can be described as an important
protective factor for eating disorders in these adolescents. However, we conducted a study
that found no differences in athletes self-esteem (both elite and nonelite) compared to nonathletes, neither did low self-esteem proved to be predictive of disordered eating in elite
148
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
athletes (Francisco, Narciso et al., 2010b). Therefore it seems important to re-investigate
this hypothesis. With regard to body image, in contexts where the focus and overconcern
with body are common, body image dissatisfaction makes the athletes more susceptible to
extreme and inappropriate eating and weight control behaviors (Davis, 1992; Davis &
Strachan, 2001; Muscat & Long, 2008; Petrie, 1993; Williamson et al., 1995). However, the
meta-analysis by Hausenblas e Downs (2001) shows that, in general, athletes have greater
satisfaction with their body image than nonathletes, and no differences were found among
athletes in aesthetic, endurance and ball game sports. Also, the athletes in the study of
Byrne and McLean (2002) showed significantly higher levels of eating disorders than nonathletes, but not of body dissatisfaction, as occurs between thin-build athletes and normalbuild athletes. As body dissatisfaction is a central factor in eating disorders, these findings
may be due to the concept of "body image" that the athletes are asked to assess. In fact, the
aesthetic/performance requirements of each sport imply that in many cases, the ideal body
image conveyed by society in general is quite different from the ideal image for the practice
of a particular activity, leading many athletes, especially females, to live a paradox in
relation to their body image (Russell, 2004). For example, Toro and colleagues (2009)
showed that BMI above 18 in female ballet students was only associated with weight
dissatisfaction for artistic reasons, but not for personal reasons. In this sense, it seems
important among athletes to assess body image dissatisfaction, either associated with the
activity performed, or associated with daily life and current social standards.
Most studies do not include athletes under the age of 18, but mainly collegiate
athletes. Nevertheless, girls as young as 5, who participate in aesthetic sports, already have
more weight concerns than girls who participate in non-aesthetic sports or no sports (K. K.
Davison, Earnest, & Birch, 2002), and appear to initiate weight control behaviors during
puberty or adolescence (Sundgot-Borgen, 1994), which is the most vulnerable period for the
development of eating disorders. Thus, it is also the best period in which to identify athletes
at risk and implement preventive measures. Therefore, with this study we intend to 1)
investigate the level of disordered eating, understood in a continuum (Shisslak et al., 1995),
in both female and male adolescents, practitioners of classical dance and gymnastics at
different levels of competition; 2) compare the predictive ability of two indicators of body
image dissatisfaction in athletes disordered eating; and finally 3) assess the predictive ability
149
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
of the perception of pressure to be thin and of support in sports contexts, self-esteem and
body image dissatisfaction on athletes' disordered eating.
Method
Participants
The study involved 249 young dancers (n = 113) and gymnasts (n = 136) of both sexes
aged between 12 and 22 (M = 15.41, DP = 2.55), living in different parts of Portugal, as
Lisbon Metropolitan Area (54.6%), North (20.5%), Centre (17.3%), South (6.8%), and
Madeira Islands (0.8%).
The elite dancers group consists of 66 ballet students (53 girls and 13 boys; M = 14.53,
SD = 2.28) from two professional dance schools in Portugal, with academic and arts
education––Grades 7 to 12 (n = 57) or College (n = 9). The group of nonelite dancers is
formed only by girls18 (n = 47; M = 14.57, SD = 2.30) from eight dance schools of recreational
education.
The group of gymnasts includes athletes of four different disciplines––acrobatics (n =
62), trampolines (n = 28), rhythmic gymnastics (n = 27) and artistic gymnastics (n = 19)––,
from 16 Portuguese gymnastics clubs. The 69 gymnasts participating in international
competitions (high competition) are considered the elite group (50 girls and 19 boys; M =
16.33, SD = 2.59), while the rest were integrated into the group of non-elite gymnasts (52
girls and 15 boys; M = 15.27, SD = 2.56).
Measures
Pressure to be Thin and Support
To assess the perceptions of behaviors, attitudes, negative beliefs and pressures
regarding weight control in sport clubs, as well as the perception of social support received
or provided to athletes in those contexts by coaches or parents, we used the subscales
“Pressure to be Thin” (12 items) and “Support” (15 items) from Climate in Sport Setting
Scale (CISSS, Buchholz, Mack, McVey, Feder, & Barrowman, 2008), originally developed for
18
At the time of the study, in dance schools of recreational education, only two boys had the ages required to
participate and therefore were excluded from this study.
150
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
the context of gymnastics. Items are answered on a 5-point Likert scale (from "Completely
agree" to "Completely disagree"). From the psychometric study of the original instrument
we only know the result of internal consistency of subscale “Pressure to be Thin” for
gymnasts (α = .72) and we know that it is significantly correlated with other risk factors such
as body esteem and eating attitudes (Buchholz, Mack, Steringa & Matthias, 2003, cit. by
Buchholz et al., 2008). In this study both subscales demonstrated good internal consistency
(Pressure to be Thin α = .83; Support α = .78).
Self-Esteem
To assess participants’ global self-esteem we used the Portuguese version of
Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES, Rosenberg, 1965; Faria, 2000), consisting of 10
statements related to self-esteem, for which participants graded themselves on a 6-point
Likert scale (from "Strongly disagree" to "Strongly agree"). Both the study of adaptation to
the Portuguese population (Azevedo & Faria, 2004), and the present study revealed a good
internal consistency of the scale (α = .89 for both).
Body Image Dissatisfaction (BID)
Body image dissatisfaction was evaluated using the Contour Drawing Rating Scale
(CDRS, M. A. Thompson & Gray, 1995), which consists of a sequence of nine silhouettes,
ordered from the thinnest to the heaviest one. The discrepancy between the silhouettes
selected as current and as ideal body size is considered an indicator of BID level. The higher
the value of the discrepancy, the greater the BID; a negative sign in the value of the
discrepancy indicates BID with a desire to have a thinner image, while a positive sign
indicates BID with a desire to have a larger image than the current. The construct validity of
the Portuguese version used (Francisco, Narciso et al., 2010a) was established with a sample
of 1423 adolescents and adults through the correlations of the silhouette representative of
actual body size with the actual weight (r = .65) and the BMI (r = .72). The test-retest
reliability verified with a sample of university students (n = 55) was adequate (r = .91). In the
present study, athletes were also asked to indicate the silhouette they considered being the
ideal image specifically for the practice of classical dance/gymnastics, thus obtaining two
BID indicators (general and specific BID).
151
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Disordered Eating (DE)
To assess participants along a continuum of disordered eating, we used the 5 th edition
of Eating Disorder Examination-Questionnaire (EDE-Q, Fairburn & Beglin, 1994; Machado,
2007), a self-report questionnaire consisting of 28 items, rated on a 7-point Likert scale. It is
organized into four subscales (Restraint, Eating Concern, Weight Concern and Shape
Concern), which mean results in a global score. Recently, a study of the psychometric
properties of the EDE-Q (Peterson et al., 2007), with female participants, showed acceptable
levels of internal consistency for the subscales (from α = .70 to α = .83) and global score (α =
.90), the same obtained in this study (α = .90 for global score), where it is used as a global
indicator of severity of DE.
Control Variables
Age, sex and BMI (kg/m2), as well as level of competition (elite vs. nonelite) are
considered control variables in some statistical analysis, as we shall see.
Procedure
Participants completed an informed consent and research protocol after having been
authorized by parents to participate in the study. The protocols were delivered by the chief
investigator for dance teachers/gymnastics coaches, who in turn handed them over to their
students/athletes. Two weeks later, the protocols were returned in a sealed envelope and
no identification, respecting thus the anonymity. Data analysis was conducted using SPSS
17.0.
Results
Differences between Sexes and Level of Competition by Activity
For each activity (dance or gymnastics), the participants were separated by sex and
level of competition, and comparisons of results were made using the Kruskal-Wallis
nonparametric test, given the small size of the groups of males (n < 30). When differences
were found between the groups, the Mann-Whitney nonparametric test was used as post
hoc procedure, applying the Bonferroni correction, as suggested by Field (2009). Tables 21
152
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
and 22 show the descriptive statistics and the differences between means variables,
respectively in the groups of dancers and gymnasts.
Body mass index (BMI)
Regarding dancers, there were no significant differences in BMI, neither in gender, nor
in the level of competition. As for gymnasts, elite boys have significantly higher BMI than
elite girls (U = 220.00, p < .01) and nonelite girls (U = 221.50, p < .01).
Perceived pressure to be thin and support19
In dancers, significant differences were found regarding the perceived pressure to be
thin and support in dance schools, but only in relation to the level of competition, since elite
boys and girls do not differ. The average scores of elite boys and girls are very similar, both
showing a higher level of pressure to be thin (elite boys U = 43.00, p < .001; elite girls U =
284.50, p < .001) and lower perceptions of support (elite boys U = 64.50, p < .001; elite girls
U = 422.00, p < .001), compared to the nonelite group.
In gymnasts, there are significant differences regarding the pressure to be thin, but
not in the support received in gymnastics clubs. Elite girls perceive greater pressure to be
thin than nonelite girls (U = 664.00, p < .001) and than nonelite boys (U = 236.50, p < .0167),
but show similar levels to elite boys.
Self-esteem
Differences found in relation to self-esteem of the three groups of dancers are not
statistically significant. Among the gymnasts, there are significant differences. The elite boys
have a higher self-esteem than elite (U = 245.50, p < .01) and nonelite girls (U = 254.00, p <
.01), but similar levels to non-elite boys.
19
The values of the variables pressure to be thin and support must be interpreted in the opposite direction,
i.e., the higher the result, the lower the perceived pressure to be thin and the lower the perception of support.
153
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 21.
Descriptive Statistics and Comparison Means in Dancers
Elite male dancers
(n=13)
Min
Max
M (SD)
Age (years)
BMI
12
20
14.38 (2.36)
15.81 20.72 18.22 (1.68)
Elite female dancers
(n=53)
Min
Max
M (SD)
12
20
15.42 (2.45)
14.88 22.96 18.12 (1.85)
Non-elite female dancers
(n=47)
Min
Max
M (SD)
12
20
K-W
H (2 df)
14.57 (2.30)
4.65
13.24 27.57 19.04 (2.26)
3.44
1
2.89
2.13 (0.51)
1
4.11
2.22 (0.67)
1
4.78
3.42 (0.75)
51.08***
Support
2.23
3.92
2.78 (0.46)
1.77
4.08
2.67 (0.55)
1.15
2.85
1.94 (0.48)
39.34***
Self-esteem
3.50
5.80
4.60 (0.61)
2
6
4.42 (0.97)
2
6
4.82 (0.90)
5.71
General BID
-1
1
0.31 (0.86)
-4
2
-0.89 (1.25)
-2
2
-0.23 (0.94)
14.35***
Specific BID
-1
1
0.08 (0.95)
-5
1
-1.45 (1.32)
-5
2
-0.72 (0.95)
16.99***
EDE-Q Global Score
0
1.74
0.46 (0.52)
0
4.74
1.54 (1.27)
0
3.54
0.69 (0.90)
19.44***
Pressure to be Thin
Note. ** p < .01, * p < .05
154
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 22.
Descriptive Statistics and Comparison Means in Gymnasts
Elite male gymnasts
(n=19)
Min
Max
M (SD)
Age (years)
Elite female gymnasts
(n=50)
Min
Max
M (SD)
Non-elite male gymnasts
(n=15)
Min
Max
M (SD)
Non-elite female gymnasts
(n=52)
Min
Max
M (SD)
K-W
H (3 df)
12
22
17.47 (3.30)
12
22
15.82 (2.13)
12
21
15.60 (2.90)
12
21
15.17 (2.47)
4.65
BMI
16.89
25.47
21.83 (2.26)
15.22
24.01
20.16 (1.99)
16.19
27.26
21.43 (3.29)
15.01
28.28
19.94 (2.42)
11.84**
PressureThin
1.22
3.44
2.68 (0.61)
1.22
4.44
2.40 (0.77)
1.67
3.78
2.79 (0.58)
1.22
4.67
3.02 (0.73)
19.67***
Support
1.31
3.46
2.39 (0.59)
1.23
3.92
2.37 (0.65)
1.15
3.00
2.29 (0.48)
1
3.69
2.23 (0.56)
1.60
Self-esteem
2
6
5.21 (0.93)
2.20
5.90
4.52 (0.96)
3.8
6
4.98 (0.61)
2.80
5.90
4.64 (0.82)
12.92**
General BID
-2
1
-0.26 (0.81)
-5
3
-0.84 (1.30)
-1
3
0.27 (0.96)
-5
2
-0.75 (1.34)
13.51**
Specific BID
-2
1
-0.58 (1.02)
-4
1
-1.20 (1.04)
-1
2
0.07 (1.03)
-3
1
-1.00 (1.02)
16.59**
EDE-Q
0
4.13
0.56 (0.99)
0
4.97
1.80 (1.38)
0
.91
0.34 (0.26)
0
4.14
1.30 (1.20)
28.12***
Note. PressureThin = Pressure to be Thin; EDE-Q = EDE-Q Global Score; * p < .05; ** p < .01
155
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Body image dissatisfaction (BID)
There are significant differences in the three groups of dancers concerning both
indicators of BID. Elite girls appear more dissatisfied than elite boys (general BID U = 154.00,
p < .001; specific BID U = 129.00, p < .001) and than nonelite girls (general BID U = 862.50, p
<. 01; specific BID U = 866.00, p < .01), wishing to present a thinner body than the current.
The boys differ from elite and nonelite girls on specific BID (U = 180.00, p < .01) but not in
regard to general BID, the first being more satisfied than the latter. Comparing the values of
both indicators of BID, the Wilcoxon signed-rank test indicates that elite and nonelite
female dancers are significantly more dissatisfied with their image as a dancer than with the
overall image (T = 0, p < .001, in both groups). In males, there is a closer approximation (T =
0, p = 250) between the two ideal images.
Also among the gymnasts there are significant differences in both indicators of BID.
Nonelite boys are significantly more satisfied with their body image than elite girls (general
BID U = 170.00, p < .001; specific BID U = 149.00, p < .001) and nonelite girls (general BID U =
212.00, p < .01; specific BID U = 193.50, p < .01). Although most gymnasts maintain the
same value of BID in the two indicators, the Wilcoxon signed-rank test shows that when we
do find differences, elite boys (T = 0, p < .05), elite girls (T = 3, p < .01) and nonelite girls (T =
6, p < .05) are significantly more dissatisfied with their body image as gymnast than with
their overall image. The same is not true for male gymnasts from nonelite group (T = 1, p =
317), who reveal closer ideal images.
Disordered eating (DE)
Among dancers, elite girls results are significantly higher in EDE-Q global score than
elite boys (U = 146.50, p < .001) and than nonelite girls (U = 683.50, p < .001). However, elite
boys and nonelite girls show no significant differences in the global indicator of DE.
As for gymnasts, regarding sex differences, elite girls present significantly higher DE
results than elite (U = 166.00, p < .001) and nonelite boys (U = 105.50, p < .001), as well as
non-elite girls (elite boys U = 266.00, p < .01; nonelite boys U = 202.50, p < .001). Among
gymnasts of the same sex, no significant differences were found between elite and nonelite
groups.
156
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 23.
Correlations between Variables (N=249)
Variables
1.
2.
1. Sexa
-
2. Age
-.120
-
3. BMI
-.206**
.449**
-
4. Activitya
-.172**
.172**
.378**
-
5. Level of Competitiona
-.138*
.171**
-.080
-.084
-
6. Pressure to be Thin
.090
-.132*
.090
.004
-.501**
-
7. Support
-.098
.186**
.069
-.050
.351**
-.407**
-
8. Self-esteem
-.166**
-.053
-.135*
-047
-.106
.225**
-.294**
-
9. General BID
-.245** -.263** -.377** -.057
-.117
.164**
-.220**
.341**
-
10. Specific BID
-.312** -.279** -.312**
.023
-.149*
.224**
-.227**
.378**
.846**
11. EDE-Q Global score
.283**
.086
.195**
-.321**
.203**
-.553** -.628** -.641**
.170**
3.
.255**
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
-
Note. a Dummy Variables coded 0 for Male, Dance and Nonelite, and 1 for Female, Gymnastics and Elite; * p < .05; ** p < .01
157
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Dancers vs. Gymnasts
Since many differences were found between sexes in both dance and gymnastics
groups, we compared their mean scores dividing them by gender. Thus, among girls,
gymnasts have the higher BMI mean (20.00 vs. 18:55, U = 2993.00, p < .001) and EDE-Q
global score (1.52 vs. 1.15, U = 4019.50, p < .05). However, if we only consider the elite
athletes, there are no longer significant differences in the level of DE, the BMI of the
gymnasts remains significantly higher (U = 575.50, p < .001) and the dancers perceive lower
support than the gymnasts (U = 1003.00, p < .05). In the boys group, gymnasts, when
compared to dancers, have significantly higher BMI (21.64 vs. 18:22, U = 62.00, p < .001) and
self-esteem (5.12 vs. 4.60, U = 113.00, p < .01), lower perception of pressure to be thin (2.74
vs. 2.13, U = 95.50, p < .01) and greater perception of support (2.35 vs. 2.78, U = 120.00, p <
.01). Comparing only the elite groups from the two activities, differences remain the same in
all these variables (BMI U = 21.00, p < .001, self-esteem U = 51.00, p < .01; pressure to be
thin U = 60.00, p < .05; support U = 76.50, p < .05), and a new result appears, as there are
significant differences in the general BID (U = 78.00, p < .05).
Disordered Eating Predictors among Athletes
General and specific body image dissatisfaction
Since the correlation (see Table 23) between the two indicators of BID (general and
specific BID) showed multicollinearity (r = .846, p < .01), before performing multiple
regressions, we attempted to evaluate the predictive validity of both indicators. Thus, we
tested the hypothesis that in athletes the discrepancy with the ideal image for the practice
of the activity is more relevant in the development of DE than the discrepancy with the ideal
image in general. For each group of athletes (gymnasts and dancers), usefulness analysis
was done (Darlington, 1968), which allows to compare the change in R2 associated with a
set of independent variables, when the effects of other variables were controlled in the
equation. Thus, we sought to test the incremental change in explained variance of DE that is
attributable to the specific BID beyond the contribution of the control variables (sex, age,
BMI and level of competition) and general BID. Both independent variables (general and
specific BID) were introduced in the regression analysis in separate steps, in two possible
orders to assess the unique variance explained by each of these independent variables on
158
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
the dependent variable (DE). Two sets of usefulness analysis were tested for each group of
athletes. Control variables were entered in the first step, general BID in the second step, and
specific BID in the third step. In the second set of analysis, control variables were entered in
the first step, specific BID in the second step, and general BID in the third step. Among
gymnasts, in the first set of analysis specific BID explained an extra 3% of the variance in DE
(ΔR2 = 0.030, ΔF = 7.23, p < .01), beyond the contribution of general BID; and in the second
set of analysis, the incremental variance explained decreased significantly but it is still
significant (ΔR2 = 0.022, ΔF = 5.30, p < .05). However, among dancers the amount of unique
variance explained by general BID is not significant anymore when entered in subsequent
step to specific BID (ΔR2 = 0.032, ΔF = 6.50, p < .05; ΔR2 = 0.002, ΔF = 0.43, p = .513). Thus, in
the following analysis, specific BID was the only variable used as a BID indicator in athletes.
Multiple regression analysis
Since the activity practiced showed no correlation with any of the major study
variables (see Table 23) and the multiple regression analysis would be stronger if made with
all athletes (N=249), thus meeting the necessary conditions (A. Field, 2009), we chose not to
separate dancers from gymnasts. Therefore we conducted a hierarchical multiple regression
analysis, integrating in the first step the control variables (sex, age, BMI and level of
competition), after the dichotomous variables were transformed into dummy variables; in
the second step, we introduced the two variables that are well established in the literature
as predictors of DE (BID and self-esteem), and in the third step, we included the perceptions
of pressure to be thin and support in the sport context. The results are summarized in Table
24, showing that age is not a predictor of DE in any of the models and the significance of
sex, BMI and level of competition, as predictors of DE, clearly diminishes when self-esteem
and BID are included in the next step. The level of competition no longer is a predictor of DE
when the variable pressure to be thin is taken into account in the third step. Thus, the final
model explains 56.6% of the DE variance among athletes, to which contribute mainly the
high BID (β = -.38, p < .001) and lower self-esteem (β = -.33, p < .001), but also the perceived
pressure to be thin (β = -.19, p < .001), a higher BMI (β = .18, p < .01) and, finally, being
female (β = .17, p < .01). The perception of support did not prove to be a good predictor.
159
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Table 24.
Summary of Hierarchical Regression Analysis for Variables Predicting Athletes Disordered Eating (N = 244)
Model 1
Variable
Model 2
Model 3
B
SE B
β
B
SE B
β
B
SE B
β
Sexa
1.24
0.18
.40***
0.47
0.16
.15**
0.53
0.16
.17**
Age
-0.01
0.03
-.01
-0.02
0.02
-.05
-0.03
0.02
-.05
BMI
0.18
0.03
.36***
0.07
0.03
.15**
0.09
0.03
.18**
Level of Competitiona
0.65
0.14
.27***
0.32
0.11
.13**
0.18
0.12
.07
BID
-0.43
0.06
-.41***
-0.40
0.06
-.38***
Self-esteem
-0.46
0.06
-.34***
-0.44
0.07
-.33***
Pressure to be Thin
-0.28
0.08
-.19***
Support
-0.15
0.10
-.07
R2
.26
.54
.57
F for change in R2
20.58***
73.84***
6.62**
Notes: a Dummy Variables coded 0 for Male and Nonelite, and 1 for Female and Elite; * p < .05, ** p < .01, *** p < .001
160
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
Discussion
This study attempted to assess the level of disordered eating in young dancers and
gymnasts, from both sexes and different levels of competition, as well as its relationship
with two contextual variables – pressure to be thin and support in the sport context – and
two individual variables fundamental to the development of eating disorders – self-esteem
and body image dissatisfaction. For the last variable, we also intended to assess the
predictive ability of two separate indicators (general and specific BID).
The comparisons between means obtained, taking into account sex and level of
competition, suggest some interesting new results. At the elite level, either in dance or
gymnastics, there are no differences between boys and girls in perceived pressure to be thin
in the sport context. Differences in this variable are only found when comparing elite and
nonelite groups. This result supports the idea of thinness as an implicit rule that underlies
elite culture of classical dance and gymnastics (Francisco, Alarcão et al., 2010a). It also
supports other studies that report high pressure of gymnastics coaches in the contexts of
high competition and professional dance schools, linking it to increased risk for the
development of eating disorders (e.g. Kerr et al., 2006; Toro et al., 2009). However, our
study shows that, more than belonging to the elite group, it is the level of athletes perceived
pressure to be thin that increases the risk of DE. Two concrete data support this hypothesis:
1) when the variable pressure to be thin is introduced in the multiple regression model, the
level of competition is no longer significant in the prediction of athletes DE; 2) gymnasts
(both female and male) do not show significant differences of DE between the elite and
nonelite group, although this is found among female elite and nonelite dancers. Indeed, the
group of nonelite gymnasts in our study is quite heterogeneous, including athletes who
have never participated in any competition, and gymnasts participating in national
competitions, so the pressure on the latter could be significantly higher than on the first. On
the contrary, in classical dance there seems to be a closer relationship between the elite
level and pressure to be thin. The differences in perceived pressure to be thin, despite the
absence of significant differences in elite and nonelite dancers BMI, may indicate that the
pressure on dancers to lose weight is seen as "necessary" only in professional contexts and
161
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
not in recreational settings, where correspondence to the ballerina aesthetic ideal is less
demanding.
Interestingly, the poor perception of support in the sport context has not prove to be
predictor of DE in athletes, and even presented very weak correlations (r < .30) with the
global indicator of DE, but also with the other individual variables in the study (self-esteem
and BID). Previous studies have revealed no significant correlations between social support
in general and DE, both in general population, and in athletes (Byely et al., 2000; Francisco,
Narciso et al., 2010b). The present study confirms this lack of relation, even when
considering a specific support in the sport context. However, it seems important to take into
account that elite dancers reported less support than nonelite dancers and elite gymnasts,
in both sexes. In this sense, the perception of poor support in professional dance schools––
one of the main contexts where the elite dancers grow and develop––may potentiate
negative experiences and outcomes, like less positive identity and burnout (Strachan, Côté,
& Deakin, 2009), and should be investigated in the future.
Low self-esteem proved to be a good predictor of DE in athletes, which is in line with
most literature. However, and confirming the results of our study with aesthetic athletes
and controls (Francisco, Narciso et al., 2010b), here too the elite and nonelite athletes
showed similar levels of self-esteem, when separated by activity. Even taking into account
the sex of participants, it is interesting to observe that only the elite male gymnasts have
significantly higher self-esteem than girls (elite and nonelite). This was not expected
because, generally, boys present higher results of self-esteem than girls (e.g. Azevedo &
Faria, 2004). Physical self-esteem is considered the component that contributes the most to
the global self-esteem of adolescents (Harter, 1999), and this is one of the main
explanations for the higher self-esteem in boys vs. girls. However among the athletes, this
relationship possibly does not occur in the same way. The study by Bowker, Gadbois and
Cornock (2003) with young sport participants (competitive and recreational) showed that,
despite boys were more satisfied with the way they look, boys and girls were not
significantly different with regard to global self-esteem. The same is true in our study, which
also shows relatively low correlations between self-esteem and indicators of BID. Thus, the
skills of girls in other areas, particularly related to sports participation, may offset the higher
162
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
results of BID, explaining the lack of differences in global self-esteem in relation to male
dancers and nonelite male gymnasts.
The elite female dancers are significantly more dissatisfied with their body image than
nonelite dancers, as opposed to two studies published with professional and amateur
dancers (Doumenc et al., 2005; Pollatou et al., 2010). Yet the higher satisfaction of elite
male dancers in relation to their female counterparts, together with the absence of
difference in BMI, coincides with the study of Bettle et al. (1998). However, male dancers
and female nonelite dancers only differ in the specific BID, reinforcing the idea of a ballerina
aesthetic ideal much thinner than that of a male dancer, as well as compared with the
aesthetic ideals of society in general. It also stresses the necessity to distinguish the two
concepts of body image. Among gymnasts, levels of BID seem to be more similar, as only
girls (both elite and nonelite) present themselves as more dissatisfied than nonelite male
gymnasts in both indicators of BID. The pressure to conform to an ideal body shape for
reasons of athletic performance, greater than the pressure on nonelite male gymnasts, may
explain the absence of significant differences between elite male and female gymnasts.
Overall, girls seem to make a greater distinction between general and specific ideal
body image, since in every group there are significant differences between the two
indicators of BID, always showing more dissatisfaction with their image as athletes. Like de
Bruin and colleagues (2007), and taking into account the mean values of general BID, we
hypothesize that most female dancers and gymnasts feel relatively well and thin enough in
their daily life, but believe they need to present a thinner body for the practice of classical
dance and gymnastics, making it coincide with the aesthetic ideals that enable them to
achieve more success. Among males, the two ideal images seem to co-exist more easily,
reflecting the actual male aesthetic ideal, lean and muscular (McCabe, Ricciardelli, &
Finemore, 2002), since only the male elite gymnasts idealize an image to the practice of
their activity significantly less heavy than the image of their daily life. These differences
support our initial hypothesis and the result of the usefulness analysis, which showed that
the specific BID is a better predictor of DE in athletes than the general BID, especially in
dancers, where general BID does not even explain the variance of DE when specific BID is
taken into account. Thus, the athletes BID assessment, especially girls, must take into
account these differences, because the role of "athlete", "gymnast" or "dancer" often
163
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
becomes central to the lives of these young people, particularly at professional education
and high competition level, ruling many aspects of their life (Lopiano & Zotos, 1992).
Among gymnasts, we found the expected gender differences in relation to higher
levels of DE on girls, regardless of the level of competition. Among elite dancers, these
gender differences also occur, but, interestingly, between elite male dancers and nonelite
female dancers they do not exist, both having significantly lower DE levels than elite female
dancers. On the one hand, this result could indicate higher levels of DE in male dancers than
in male nonathletes; on the other it could point to lower DE levels on nonelite female
dancers than on female nonathletes. In an earlier study we conducted with a group of
nonathletes (Francisco, Narciso et al., 2010b), we found DE levels on male nonathletes
similar to those of male dancers (mean EDE-Q global score 0.52 and 0.46, respectively), and
DE levels on female nonathletes much higher than on nonelite female dancers (mean EDE-Q
global score 1.22 and 0.69, respectively). In this sense, we put the hypothesis that the
practice of recreational classical dance is protective of development of eating disorders in
young girls, which should be further explored with larger samples.
To our knowledge, this is the first study comparing gymnasts and ballet dancers in
variables related to disordered eating, so it is important to note some differences in the
results of DE variables predictive of these two groups of athletes. Even though they did not
show higher DE levels than male gymnasts, male dancers present two important risk factors:
significantly lower self-esteem and more perceived pressure to be thin. The lower BMI
presented by the dancers, in turn, can act as a protective factor, since high BMI proved to be
a significant predictor of DE. As for girls, the gymnasts present significantly higher BMI and
DE levels than the dancers. However, when comparing only elite female gymnasts and
dancers, the differences in DE cease to exist, showing that it is the significantly lower results
on female nonelite dancers, as seen previously, that contributes to these differences. Again,
the level of competition appears to distinguish the two groups of dancers, putting elite
dancers at greater risk, although the same does not happen with gymnasts, whose elite and
nonelite groups seem more similar to each other.
Some limitations can be pointed to our study, namely the small size of the groups of
male athletes and, specifically, the absence of a group of nonelite male dancers, which is
related to the reduced participation of boys in classical dance. The cross-sectional design of
164
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
the study does not allow a full comprehension of the relationship between participation in
aesthetic sports and the development of DE, which only longitudinal studies may clarify. The
use of self-report questionnaires, and the fact that we have not taken into account the
percentage of respondents and non-respondents, constitute a limitation to our study and
may have contributed to DE symptoms being underreported. As we know, athletes who
have higher levels of disturbance prefer not to show it (not participating in research or
denying some symptoms), even when anonymity conditions are guaranteed (Muscat &
Long, 2008), as occurred in this study. Finally, despite the perception of pressure to be thin
in the club where the athlete trains has been considered a good predictor and correlates
with indicators of DE, future studies should seek to evaluate the perceived pressure to be
thin on the athlete. Specifically, it is important to distinguish between pressure on female
and male athletes, since a recent study showed higher prevalence of male (vs. female) elite
athletes who reported being on a diet ordered by the coaches (Martinsen et al., 2010).
In general, this characterization of the contexts of elite and nonelite dance and
gymnastics also offers some clues for possible preventive actions, which in our opinion are
essential in professional dance schools and in gyms where athletes from different levels of
competition train. On a more individual level, these actions should focus on promoting
young dancers/gymnasts self-esteem and satisfaction with their specific body image, which
is essential to reduce the impact of pressure to be thin in their eating and weight control
behaviors (Martinsen et al., 2010; Petrie et al., 2009). Nevertheless, other agents of sport
contexts, mainly coaches, should also be the target of these actions, so they can understand
the impact of their behavior and comments, specifically those that lead athletes to adopt
unhealthy practices (Buchholz et al., 2008; Kerr et al., 2006), and try to adjust their demands
to healthier ideal body requirements for the practice of classical dance or gymnastics. Thus,
in a recursive way, they will also be contributing to the increase of athletes’ satisfaction with
their specific body image, regarded as the strongest predictor of disordered eating in these
adolescents.
165
DANÇA E GINÁSTICA: CONTEXTOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES?
166
CAPÍTULO IV
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
168
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O espaço (…) nunca detém os movimentos dos bailarinos,
como nunca os limites do corpo próprio impedem
os gestos de se prolongarem para além da pele.
(Gil, 2001, p.143)
Este projecto foi desenhado com a finalidade de aprofundar o conhecimento acerca
dos processos subjacentes ao risco de desenvolvimento de perturbações alimentares na
adolescência, especificamente entre jovens que praticam Dança Clássica e Ginástica. Assim,
foram desenvolvidos quatro estudos (para além dos dois estudos de adaptação de
instrumentos para a população Portuguesa), com amostras e metodologias diversas,
oferecendo, cada um, uma perspectiva única acerca deste risco e, simultaneamente,
contribuindo para a sua compreensão global. Com estes estudos, procurámos entender as
especificidades dos contextos da dança e da ginástica, que os tornam de risco para o
desenvolvimento de perturbações alimentares, bem como outras características individuais,
familiares e relacionais que possam colocar em risco ou proteger os adolescentes, que
praticam desportos estéticos, de desenvolverem este tipo de perturbações. Os seus
resultados foram apresentados nos capítulos anteriores de forma independente, pelo que,
neste capítulo, propomo-nos realizar uma análise integrada dos mesmos. Pretendemos,
ainda, reflectir sobre as principais limitações dos estudos desenvolvidos, sobre os principais
contributos e implicações que este projecto apresenta para a intervenção preventiva e
terapêutica nestes contextos, e apresentar algumas questões relevantes para investigações
futuras.
169
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTEGRAÇÃO DOS PRINCIPAIS RESULTADOS
Factores Protectores, Factores de Risco e Preditores de Comportamento Alimentar
Perturbado
A utilização do modelo ecossistémico de desenvolvimento humano (Bronfenbrenner,
1977, 1979, 1992; Bronfenbrenner & Morris, 1998), integrado na perspectiva da
complexidade sistémica (Bertalanffy, 1968; Morin, 1994), revelou-se fundamental neste
projecto. A relação entre os vários preditores de comportamento alimentar perturbado nos
adolescentes dos diversos grupos em estudo reforçou a ideia de perturbações alimentares
enquanto doenças multifactoriais (Keery et al., 2004; Tylka & Subich, 2004). Assim,
procuraremos integrar os principais resultados dos diversos estudos anteriormente
apresentados, relativos aos factores de risco e factores protectores, tendo em conta, quer o
nível individual, quer os diferentes níveis sistémicos de influência. Uma vez que o nível
cronossistémico é transversal aos vários níveis, optámos por avaliar a sua influência
concomitante. Apenas no primeiro estudo (qualitativo), em que realizámos uma
comparação entre os atletas de dois grupos etários distintos, encontrámos algumas
diferenças associadas à idade. Nos três estudos empíricos quantitativos, apresentados no
terceiro capítulo, a idade não se revelou preditora do comportamento alimentar perturbado
(apresentando correlações muito fracas ou mesmo não significativas), pelo que decidimos,
em cada um deles, não analisar diferenças entre grupos etários. Contudo, uma análise de
diferentes grupos etários (12-14 anos, 15-17 anos, ≥ 18 anos) pode constituir um indicador
hipotético da evolução dos comportamentos alimentares perturbados entre estes
adolescentes, pelo que a integramos neste último capítulo20, deixando como sugestão a sua
avaliação mais aprofundada, em estudos posteriores e com desenho longitudinal.
20
Os resultados destas análises estatísticas encontram-se no Apêndice E. Uma vez que a dimensão das
amostras de atletas elite e não-elite é relativamente reduzida (sobretudo do sexo masculino),
comparativamente com a amostra do grupo de controlo, optámos por comparar os participantes segundo as 3
faixas etárias, separando-os apenas por atletas e não-atletas, quer no sexo feminino, quer no sexo masculino,
para que as análises estatísticas realizadas fossem mais robustas.
170
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nível Individual e Cronossistémico
Sexo e IMC
Como era expectável, dado o sólido corpo de literatura existente, ser rapariga, tal
como apresentar IMC elevado, constituem factores de risco para o desenvolvimento de
perturbações alimentares (e.g. Fairburn & Harrison, 2003; Lynch et al., 2008; Presnell et al.,
2004). No estudo 4, revelaram-se ambos preditores indirectos de comportamento alimentar
perturbado nos três grupos (atletas elite, não-elite e grupo de controlo), através da
insatisfação com a imagem corporal. Contudo, o sexo feminino é também um preditor
directo de comportamentos alimentares perturbados nos atletas elite e no grupo de
controlo, o que não acontece com os atletas não-elite, nos quais funciona apenas como
preditor indirecto. Os resultados quase sempre mais elevados das raparigas nas variáveis
que integram o questionário de factores de risco (MRFS-IV, adaptado para a população
Portuguesa, estudo 3) e nas variáveis mais especificamente associadas ao risco de
perturbações alimentares nos contextos desportivos (estudo 6), a par dos níveis
efectivamente mais elevados de comportamento alimentar perturbado (inclusivamente com
significado clínico), são uma confirmação inequívoca deste risco elevado associado ao sexo
feminino, comparativamente com o sexo masculino.
Insatisfação com a imagem corporal
Entre as variáveis individuais estudadas, a insatisfação com a imagem corporal
revelou-se aquela com maior capacidade preditiva de comportamentos alimentares
perturbados nos atletas elite, e uma das variáveis mais importantes também nos atletas
não-elite e no grupo de controlo (estudo 4). Sabemos que nenhuma característica individual
existe ou exerce qualquer influência no desenvolvimento do indivíduo em isolamento, uma
vez que necessita de um contexto para encontrar significado (Bronfenbrenner, 1992). Desta
forma, a opção relativamente ao facto de se estudar a insatisfação com a imagem corporal
dos atletas em dois contextos distintos, especificando o tipo de actividade praticada pelos
atletas (dança clássica ou ginástica), revelou-se, ao longo do processo de investigação,
essencial.
171
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo 4, onde comparámos a insatisfação com a imagem corporal geral dos grupos
de atletas (elite e não-elite) e controlo, mostrou níveis de insatisfação mais elevados nas
raparigas atletas de elite em relação às atletas não-elite, mas níveis semelhantes às
raparigas do grupo de controlo. Porém, quando, no grupo de atletas, utilizamos o indicador
específico de insatisfação com a imagem corporal21 (uma vez que o estudo 6 o identificou
como sendo um melhor preditor de comportamentos alimentares perturbados nos
bailarinos e ginastas), surgem diferenças significativas. Nesta situação, as atletas elite
mostram-se mais insatisfeitas que as raparigas do grupo de controlo22, reforçando a ideia de
que o indicador de insatisfação com a imagem corporal a avaliar deve estar associada ao
contexto mais valorizado pelos adolescentes. Efectivamente, ao nível da dança
profissionalizante e da ginástica de alta competição, o papel de “bailarina” e “ginasta”
assumem uma enorme centralidade na vida dos adolescentes (Gvion, 2008; Lopiano &
Zotos, 1992), já que, “para alguns atletas, a participação desportiva é a sua vida” (Sherman
& Thompson, 2001, p. 31).
Estas diferenças relativamente à insatisfação com a imagem corporal não se verificam
entre aos rapazes, o que confirma a maior semelhança na satisfação com as duas imagens
dos atletas (estudo 6), possivelmente reflectindo uma também maior semelhança entre os
ideais de beleza masculinos transmitidos pela sociedade em geral e pela sub-cultura dos
desportos estéticos. Esta “estabilidade” parece verificar-se também ao longo do tempo, já
que os rapazes dos diferentes grupos etários não revelaram diferenças significativas na
insatisfação com a imagem corporal, quer geral, quer específica para a modalidade
praticada pelos atletas23.
Relativamente às raparigas, contudo, surgem algumas diferenças entre grupos
etários24 sobre as quais importa reflectir. Entre as raparigas, verifica-se um aumento da
insatisfação com a imagem corporal dos 12-14 para os 15-17 anos, quer nas atletas, quer no
grupo de controlo. Todavia, se tivermos em conta a insatisfação com a imagem corporal
21
No estudo 6, distinguimos a imagem corporal ideal veiculada pela sociedade em geral da imagem corporal
ideal para a prática da dança clássica ou ginástica, o que deu origem a um indicador geral e a um indicador
específico de insatisfação com a imagem corporal, respectivamente.
22
Atletas elite M = -1.38, DP = 1.19, grupo de controlo M = -0.81, DP = 1.31 (U = 9826.50, p < .001)
23
Vide Tabela E2 do Apêndice E.
24
Vide Tabela E1 do Apêndice E.
172
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
específica para a prática da modalidade, surge uma tendência para um aumento da
insatisfação ao longo do tempo, já que as atletas de 12-14 anos são as que apresentam
níveis de satisfação mais elevados, diferindo significativamente das atletas de 15-17 e com
mais de 17 anos. As últimas mostram também uma tendência para estar mais insatisfeitas
que as atletas da faixa etária anterior, apesar da diferença não ser significativa. Neste
sentido, a tendência para a estabilização do nível de insatisfação relativamente à imagem
corporal, associada aos ideais estéticos da sociedade em geral, não ocorrerá da mesma
forma relativamente à imagem idealizada para a prática da dança clássica ou da ginástica,
que parece continuar a aumentar. Esta questão prende-se, provavelmente, com o aumento
significativo do IMC, que se verifica de umas faixas etárias para as seguintes, e que não se
coaduna com os ideais associados à prática dos desportos estéticos.
Perfeccionismo
Com o objectivo de alcançarem a imagem corporal e o desempenho perfeitos,
bailarinos e ginastas envolvem-se, frequentemente, em treinos intensivos, por vezes de uma
forma excessiva e sacrificando a sua própria saúde física, como referido pelos participantes
nos focus groups (estudo 1). Esta é uma característica frequente nos atletas de alta
competição e bastante valorizada nestes contextos (Gvion, 2008; Piran, 1999b; R. A.
Thompson & Sherman, 1999b), e que tem sido associada ao perfeccionismo (Nordin, Harris,
& Cumming, 2003; Powers & Johnson, 1999). Contudo, o estudo 4 não confirmou esta
hipótese, já que os atletas elite não apresentam diferenças em relação ao grupo de
controlo, nem em relação aos atletas não-elite, ao contrário de alguns estudos anteriores
(Anshel, 2004; Archinard & Scherer, 1995; Taub & Blinde, 1992). Este resultado poderia ser
considerado protector, caso se tivessem encontrado correlações significativas entre a
medida geral de perfeccionismo, por nós utilizada, e os indicadores de perturbação
alimentar do EDE-Q, mas verificaram-se apenas correlações muito fracas (r < .20; estudos 3
e 4). Vários autores têm, recentemente, considerado o perfeccionismo de uma forma
multidimensional, associando diferentes componentes do mesmo a diversos tipos de
patologia. Neste sentido, é possível que dimensões específicas como a preocupação com os
erros e dúvidas em relação a acções, que surgem mais fortemente associadas à presença de
perturbações alimentares na população em geral (Bulik et al., 2003), possam contribuir para
173
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
as características de dedicação exclusiva, a tolerância ao sofrimento físico e a desvalorização
da saúde, a favor do desempenho óptimo, entre os atletas elite, pelo que futuramente será
importante avaliar as várias dimensões do perfeccionismo nestes adolescentes.
Auto-Estima
A auto-estima foi considerada uma variável individual protectora entre os atletas, no
sentido em que a baixa auto-estima contribuiu para uma percentagem significativa da
variância explicada do comportamento alimentar perturbado (estudo 6), embora o modelo
de equações estruturais dos atletas de elite não tenha revelado esta associação (estudo 4).
Contudo, as relações frequentes entre baixa auto-estima, insatisfação com a imagem
corporal e perturbações alimentares em praticantes de desportos estéticos (e.g. Bettle et
al., 2001; Petrie, 1993), levam-nos a crer que a auto-estima dos atletas (sobretudo de alta
competição) seja muito influenciada pela percepção que têm do seu corpo, o seu
“instrumento de trabalho”, e vice-versa, num processo dialógico que alguns estudos já
demonstraram (Benn & Walters, 2001; Lindeman, 1994). Desta forma, a influência da autoestima no comportamento alimentar ocorreria indirectamente através da insatisfação com a
imagem corporal25.
A ausência de diferenças significativas na auto-estima de atletas elite, atletas não-elite
e grupo de controlo constitui um resultado discordante em relação à literatura que,
geralmente, evidencia níveis mais elevados de auto-estima nos atletas, considerando que a
participação desportiva, nomeadamente ao nível elite, apresenta um contributo
extraordinário para a construção do auto-conceito e auto-estima dos atletas (Findlay &
Bowker, 2009). Considerando apenas os atletas, os ginastas do sexo masculino apresentam
auto-estima mais elevada que os bailarinos do sexo masculino, assim como os ginastas de
elite apresentam auto-estima mais elevada que as raparigas ginastas de ambos os níveis de
competição, o que não acontece em relação à dança clássica. Neumärker e colaboradores
(2000) verificaram que a única diferença significativa entre os jovens bailarinos do sexo
masculino e os seus pares não bailarinos dizia respeito aos sentimentos de maior
insegurança em relação à sua própria personalidade e ambições, mostrando-se os bailarinos
25
A exploração desta influência, através dos métodos estatísticos utilizados (SEM), exigiria uma amostra de
maior dimensão do que aquela a que tivemos acesso, pelo que tal deverá ocorrer em investigações futuras.
174
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
mais jovens (11-12 anos) com mais sentimentos de ineficácia. Neste sentido, pensamos que
a menor aceitação social da prática da dança clássica por rapazes e o preconceito da
homossexualidade entre os bailarinos (Adams, 2005) sejam questões relevantes e que
interfiram, de alguma forma, na construção da identidade de género, do auto-conceito e da
auto-estima destes adolescentes.
Relativamente às diferenças entre grupos etários, a auto-estima mantém-se constante
para os rapazes e para as raparigas do grupo de controlo, mas diminui na fase intermédia da
adolescência nas atletas do sexo feminino26. Efectivamente, as atletas mais novas (12-14
anos) apresentam auto-estima significativamente mais elevada que as atletas dos 15 aos 17
e com mais de 17 anos, sendo que estes dois últimos grupos não diferem entre si. Esta
poderá ser mais uma confirmação da inter-influência entre auto-estima e insatisfação com a
imagem corporal, sobretudo nas atletas, já que esta diminuição da auto-estima acompanha
o aumento da insatisfação com a imagem corporal específica para a prática da dança
clássica ou ginástica.
Nível Micro e Cronossistémico
Contexto Desportivo
Mais do que os ginastas em relação ao seu clube de ginástica, os bailarinos da escola
de dança profissionalizante consideram-na um sistema com uma cultura e regras próprias.
Para além da maior “maturidade” que os bailarinos dos últimos anos artísticos referem que
lhes é exigida, e que, efectivamente, sentem que alcançam, pelo facto de aprenderem
desde muito cedo a definir os seus objectivos e a lidar com situações do dia-a-dia da escola,
que os preparam para o mundo profissional, outras características muito associadas a esta
sub-cultura podem constituir factores de risco importantes para o desenvolvimento de
perturbações alimentares. Porém, são características comuns à sub-cultura dos desportos
estéticos de elite – pressão para a magreza e restrição alimentar enquanto forma de
alcançar o corpo ideal –, já que são partilhadas por bailarinos e ginastas, e associadas, por
26
Vide Tabelas E1 e E2 do Apêndice E.
175
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
estes, também, ao mundo da dança clássica e da ginástica de alta competição em geral
(estudo 1), como veremos na análise relativa ao nível macrossistémico.
Os Professores e Treinadores
Os professores de dança e os treinadores de ginástica são, claramente, fontes de
influência essenciais no desenvolvimento dos jovens bailarinos e ginastas, e,
especificamente, das suas atitudes e comportamentos em relação ao corpo e alimentação,
nestes contextos de elite. A pressão para a magreza, por eles exercida, essencialmente,
através de comentários críticos negativos acerca do peso, imagem corporal ou alimentação,
indicações para restrição alimentar e monitorização do peso, é o factor de risco mais
referido pelos atletas de ambas as modalidades. Sobretudo entre os bailarinos, esta pressão
surge enquadrada numa relação negativa entre professores e alunos, pouco apoiante,
frequentemente associada a estados emocionais negativos. Por outro lado, relações mais
positivas, baseadas na confiança e empatia, parecem ser um pouco mais frequentes entre
os ginastas, apesar de mais referidas pelos ginastas do sexo masculino, por oposição às suas
colegas raparigas. Estas diferenças são coincidentes com os resultados da percepção de
pressão para a magreza no contexto desportivo entre os atletas de elite (estudo 6).
Curiosamente, quer na dança quer na ginástica, os atletas elite de ambos os sexos
percepcionam níveis semelhantes de pressão para a magreza nas escolas de dança ou
clubes de ginástica em que estão inseridos, mostrando que a magreza é entendida como
uma regra subjacente à sub-cultura dos desportos estéticos de elite (Gvion, 2008; StriegelMoore et al., 1986; Sundgot-Borgen et al., 2003), e que, apesar de estar mais associada ao
sexo feminino, é percepcionada e reconhecida por todos, mesmo que não sejam
directamente alvo desta pressão.
Apesar da ausência de diferenças entre as várias faixas etárias, em ambos os sexos,
relativamente à percepção de pressão para a magreza no contexto desportivo27, no estudo
exploratório qualitativo, são os bailarinos e ginastas da faixa etária mais elevada (15-17
anos) que fazem mais referências à pressão para a magreza. Contudo, são os atletas de
idades inferiores (12-14 anos) que relatam mais comentários críticos sobre o peso, imagem
27
Vide Tabelas E1 e E2 do Apêndice E.
176
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
corporal ou alimentação, o que pode revelar uma alteração da forma de pressão sobre os
jovens atletas, ao longo do tempo. Efectivamente, o instrumento de medida da pressão para
a magreza no contexto desportivo não engloba apenas mensagens de pressão explícitas,
como os comentários críticos, mas também atitudes e crenças sobre a importância da
magreza, que funcionam como mensagens implícitas transmitidas nestes contextos. Desta
forma, pensamos que a assumpção da regra “magreza=sucesso” ir-se-á fazendo à medida
que o adolescente vai progredindo na escola de dança ou no clube de ginástica, de tal forma
que os comentários deixam de ser tão frequentes e esta pressão é transmitida de forma
mais implícita, apesar do aumento progressivo e significativo do IMC, em ambos os sexos 28,
e de um eventual afastamento do ideal estético associado à modalidade.
Um dos resultados mais interessantes relativamente à pressão para a magreza
prende-se com o facto de esta se ter revelado um melhor preditor de comportamentos
alimentares perturbados entre os atletas, em detrimento da prática da modalidade a um
nível de elite ou não-elite (estudo 6), o que é um indicador relevante para intervenções
preventivas no contexto dos desportos estéticos. De facto, poder-se-ia supor uma
correlação extremamente forte entre nível de competição e pressão para a magreza, mas
esta é apenas moderada (r = .50). Este resultado mostra, efectivamente, que bailarinas de
escolas de dança recreativa e outros ginastas, que não apenas os de alta competição,
podem igualmente ser alvo de pressões para a magreza que levam ao desenvolvimento de
comportamentos alimentares perturbados, como confirma a ausência de diferenças
significativas neste indicador entre as ginastas elite e não-elite.
A fraca percepção de suporte no contexto desportivo não se revelou um preditor
significativo de comportamentos alimentares perturbados, surgindo, também, muito pouco
correlacionada com a baixa auto-estima e com a insatisfação com a imagem corporal.
Apesar da importância que os jovens bailarinos e ginastas, que participaram nos focus
groups, apontam relativamente às relações apoiantes com os professores e treinadores,
para o seu bem-estar emocional, a percepção de suporte parece não proteger directamente
os atletas de desenvolverem comportamentos alimentares perturbados. Esta poderá,
eventualmente, ser considerada essencial para outros aspectos da vida destes atletas, como
28
Vide Tabelas E1 e E2 do Apêndice E.
177
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
a motivação e o desempenho ao longo de todo o processo de aprendizagem, bem como nas
audições de dança ou competições de ginástica (Jackson, Knapp, & Beauchamp, 2009).
Os Pares no Contexto Desportivo
Os pares foram, também, considerados uma fonte de influência importante para os
atletas que participaram no estudo qualitativo, sobretudo entre os bailarinos. Estes, ao
contrário dos ginastas, referiram frequentes comentários críticos acerca do peso e imagem
corporal, com consequências relevantes ao nível emocional e de comportamentos de
controlo do peso, referindo-se também a comparações frequentes entre si, nomeadamente
em relação ao corpo. Este aspecto parece estar muito relacionado com o facto de os
bailarinos sentirem a escola de dança (e a dança profissional) como um ambiente muito
competitivo, o que não acontece com os ginastas, que referem mesmo pouca
competitividade no clube, mas também com outros clubes, o que pode ser considerado
protector para os últimos (Fulkerson, Keel, Leon, & Dorr, 1999; Garner & Garfinkel, 1980;
Thomas et al., 2005).
Contudo, estas referências a comentários críticos e a comparações competitivas
surgem mais frequentemente entre os atletas mais jovens (12-14 anos), numa altura em
que a pertença ao grupo de pares começa a ter uma importância fundamental para os
adolescentes. Tendo em atenção que os bailarinos referem uma quase ausência de relações
entre iguais fora da escola, sobretudo quando passa a existir uma grande exigência de
tempo dedicado à dança (estudo 1), as relações com os colegas da escola de dança
constituem-se, muitas vezes, como o único palco onde os bailarinos podem ensaiar a sua
identidade, desenvolver competências sociais e relações de proximidade (Warburton, 2009).
Este é um aspecto que deverá ser tido em conta em acções preventivas nestes contextos
(Piran, 1999c), como veremos adiante, pois a relação que os atletas dos contextos de elite
estabeleçam entre si poderá ser protectora relativamente a outras fontes de pressão a que
estejam sujeitos.
Contexto Familiar
O estudo qualitativo exploratório mostrou a relevância da investigação do contexto
familiar dos atletas de desportos estéticos, até ao momento raramente considerado em
178
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
estudos
relacionados
com
perturbações
alimentares.
Constatou-se,
ainda,
que
determinadas influências parentais, como comentários críticos da parte dos pais e
importância da magreza para estes, surgiam como preditores directos de comportamento
alimentar perturbado nos atletas elite, ao contrário do que se verificou com os atletas nãoelite e com o grupo de controlo (estudo 4). Neste sentido, um estudo mais aprofundado da
influência familiar nos atletas elite foi equacionado (estudo 5).
A ideia transmitida pelos ginastas que participaram nos focus groups, de que haveria
pouco envolvimento da parte dos pais nos assuntos relacionados com a prática desportiva
(que considerámos poder indiciar um padrão familiar mais desligado), despertou-nos a
curiosidade de avaliar outras características do funcionamento familiar dos atletas de
desportos estéticos, que pudessem contribuir para o desenvolvimento de perturbações
alimentares nestes contextos. Diferenças na percepção da qualidade da relação com cada
um dos pais ou do ambiente familiar não foram encontradas entre atletas e grupo de
controlo. Contudo, surgiram algumas diferenças interessantes quanto aos padrões de
vinculação insegura ao pai (pelas raparigas) e à mãe (pelos rapazes). Sendo menos os atletas
a apresentar padrão de vinculação amedrontado, comparativamente com o grupo de
controlo, a dificuldade em conciliar a necessidade de autonomia e individualidade com a
manutenção das ligações de proximidade com os pais (P. M. Matos, 2002) parece ser menor
nos atletas de elite, o que pode ter sido uma aprendizagem fundamental resultante da
participação em desportos de elite. Por outro lado, conjugando este resultado com o facto
de os atletas do sexo masculino apresentarem um padrão mais preocupado que os rapazes
do grupo de controlo, poderíamos dizer que os atletas apresentam uma visão mais positiva
dos outros (embora não de si próprios, o que coincide com a ausência de diferenças em
relação à auto-estima, e que se esperaria ter encontrado, como referimos acima)
(Bartholomew & Horowitz, 1991). Assim, pensamos que a interacção que os atletas
estabelecem noutros contextos e com outras figuras, nomeadamente no quadro da prática
desportiva de elite, possa ter-se constituído como um espaço de reorganização vinculativa
importante, apesar não se verificarem diferenças significativas quando se separam os
179
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
participantes por grupos etários29. Todavia, estes são dados que, naturalmente, merecem
ser mais estudados.
Por último, a referência dos bailarinos a situações específicas em que eles próprios (ou
colegas) frequentam a escola de dança profissionalizante especialmente por vontade dos
pais, levou-nos a procurar explorar a ideia de alguns autores (Klump et al., 2001; Thomas et
al., 2005) de que os genes ou a história familiar aumentariam a probabilidade de
envolvimento em determinadas actividades onde a magreza fosse extremamente
valorizada, sendo mesmo determinados comportamentos alimentares perturbados mais
aceites. Desta forma, pareceu-nos relevante investigar o comportamento alimentar dos
próprios pais de atletas e de um grupo de controlo, mas também a sua insatisfação com a
imagem corporal (considerada a variável com mais capacidade preditiva dos
comportamentos alimentares perturbados dos atletas elite), enquanto possíveis aspectos a
serem “modelados” entre pais e filhos. Contudo, e ao contrário dos resultados do estudo de
Klump e colaboradores (2001), em geral, as mães e os pais de atletas não revelaram índices
mais elevados de insatisfação com a imagem corporal ou comportamentos alimentares
perturbados. No que se refere às possíveis variáveis familiares preditoras de insatisfação
com a imagem corporal e comportamentos alimentares perturbados, apenas no grupo de
controlo encontramos influência da modelagem materna (insatisfação com a imagem
corporal e preocupação com o peso), já que, entre os atletas, somente os comentários
críticos e a importância da magreza para os pais, enquanto influências parentais,
apresentam significância estatística, especialmente como preditores de comportamentos
alimentares perturbados, apresentando mesmo um peso superior às variáveis sexo e IMC.
Os atletas de elite parecem, assim, ser bastante influenciados por valores e comentários
relacionados com o corpo transmitidos pelos pais, podendo, estes, potenciar as
preocupações dos próprios adolescentes e outros significativos nas suas vidas, como os
professores, treinadores e pares. Por outro lado, podem também funcionar como efeito
protector de tais influências, se valores mais saudáveis forem transmitidos, o que deve ser
29
A separação dos participantes (atletas e grupo de controlo) pelos 3 grupos etários implicou frequências
muito reduzidas em cada grupo, sobretudo no grupo de atletas do sexo masculino, pelo que estes resultados
devem ser considerados apenas meros indicadores do que, eventualmente, sucederia com uma amostra de
maior dimensão. Vide Tabela E3 do Apêndice E.
180
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
tido em consideração em acções preventivas. Da mesma forma, é possível que exista uma
influência também significativa dos pais relativamente a outras circunstâncias da vida
desportiva dos seus filhos atletas, sobre a qual importa reflectir. Efectivamente, a análise
qualitativa dos resultados dos focus groups mostrou que o apoio recebido da parte dos pais
em relação a situações negativas relacionadas com a prática da dança na escola, com os
colegas ou os professores, bem como o seu envolvimento nas actividades da escola de
dança, foram considerados fundamentais pelos bailarinos, mais claramente do que pelos
ginastas. Neste sentido, o suporte parental foi equacionado como uma das principais
especificidades da relação entre os contextos familiar e desportivo, ao nível mesossistémico.
Contudo, os estudos quantitativos não permitiram estudar especificamente esta relação 30.
Nível Macro e Cronossistémico
A pressão social para a magreza e o suporte social correspondem aos potenciais
factores de risco e protecção, respectivamente, transversais a todos os contextos micro e
mesossistémicos, quer para os atletas, quer para os adolescentes em geral. De facto, a
pressão social avaliada no estudo 4 (através do factor Pressão Social do MRFS-IV), diz
respeito, fundamentalmente, à influência que os pares, em geral, têm na forma como os
adolescentes se sentem e comportam em relação ao peso e alimentação, nos diversos
contextos sociais em que se movem. Da mesma forma, as figuras de suporte que os
adolescentes consideram quando avaliam a disponibilidade destas para os ajudar a lidar
com problemas do dia-a-dia (através do factor Suporte Social do MRFS-IV), poderão ser
provenientes de e actuar em contextos muito distintos, interligando estes mesmos
contextos.
O estudo qualitativo, por seu turno, permitiu-nos debruçar um pouco sobre o
contexto macrossistémico específico ao qual os atletas pertencem, a sub-cultura dos
desportos estéticos, e sobre as suas relações com o contexto macrossistémico geral, através
30
Ainda que o instrumento utilizado para avaliar o suporte no contexto desportivo seja constituído também
por alguns itens relacionados com os pais, e não apenas com os treinadores, a análise factorial exploratória
não revelou uma distinção entre estes dois tipos de suporte, pelo que não é possível fazer essa distinção na
análise dos dados.
181
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
do discurso e das perspectivas dos jovens bailarinos de dança clássica e ginastas de alta
competição.
A fraca percepção de suporte social, e à semelhança do que se verificou relativamente
ao suporte específico no contexto desportivo (estudo 6), também não se revelou preditor
de comportamentos alimentares perturbados (estudo 4), nem tão pouco distintivo dos
grupos com e sem indicação clínica (estudo 3). Como apontam Ata e colaboradores (2007), é
possível que a própria relação de suporte (especialmente da parte dos pares) seja ambígua,
nalgumas situações, na medida em que os mesmos amigos que oferecem suporte
emocional aos adolescentes podem ser também aqueles que os incentivam e ajudam a
encontrar formas de alcançar o corpo que idealizam, já que se verificam, frequentemente,
correlações significativas entre comportamentos alimentares perturbados dentro dos
mesmos grupos de amigas (Hutchinson & Rapee, 2007; Paxton, Schutz, Wertheim, & Muir,
1999).
A pressão social para a magreza, por seu turno, revelou-se o principal preditor de PA
nos grupos de controlo e de atletas não-elite, quer com uma influência directa, quer
indirecta (através da auto-estima e da insatisfação com a imagem corporal). Nestes dois
grupos, e ao contrário do que acontece com os atletas elite, a pressão social é maior no caso
das raparigas e quando o IMC é mais elevado, o que está de acordo com os estudos
realizados com a população em geral (e.g. Neumark-Sztainer, Falkner, Story, Perry, &
Hannan, 2002). Especificamente em relação aos atletas elite, a pressão social, para além de
predizer de uma forma muito significativa a baixa auto-estima destes adolescentes, é
também uma das duas variáveis que melhor prediz os comportamentos alimentares
perturbados (apesar da insatisfação com a imagem corporal ser o preditor mais forte), mas
não apresenta o sexo ou o IMC como seus preditores. Este resultado mostra, mais uma vez,
o carácter transversal e generalizado da pressão para a magreza nos contextos
macrossistémicos que envolvem os bailarinos e ginastas de elite. Efectivamente, o estudo
qualitativo mostrou que as “regras” pressão para a magreza, controlo do peso e restrição
alimentar são comuns ao mundo da dança clássica e da ginástica de alta competição,
confirmando a ideia de Striegel-Moore e colaboradores (1986) de contextos cuja sub-cultura
acentua a pressão para a magreza da sociedade actual.
182
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
À semelhança do que ocorre relativamente à pressão para a magreza específica do
contexto desportivo, os rapazes de diferentes grupos etários também não diferem entre si
nos níveis de pressão social31. Todavia, entre as raparigas existem algumas diferenças32, que
poderão reflectir a décalage relativamente aos períodos mais acentuados de crescimento
físico das raparigas em geral e das atletas de desportos estéticos, para a qual contribui o
exercício físico intenso (Klentrou & Plyley, 2003; Rogol, Clark, & Roemmich, 2000). De facto,
entre as atletas, a pressão social acentua-se dos 14 para os 15 anos, diminuindo
ligeiramente (mas não significativamente) a partir dos 18 anos, enquanto os valores de
pressão social nas raparigas do grupo de controlo são mais elevados logo na faixa etária
mais baixa (12-14 anos), assemelhando-se à faixa etária seguinte, mas diminuindo
significativamente dos 17 para os 18 anos, quando, habitualmente, os comentários e
influências dos pares diminuem (Paxton, Eisenberg, & Neumark-Sztainer, 2006).
Comportamento Alimentar Perturbado
De forma geral, os resultados dos estudos empíricos quantitativos mostram níveis
mais elevados de comportamentos alimentares perturbados por parte de praticantes de
desportos estéticos de elite, do sexo feminino, quando comparadas com as praticantes de
nível não-elite e com um grupo de controlo, constituído por adolescentes da população em
geral. Estes resultados coincidem com um grande corpo de literatura sobre perturbações
alimentares em atletas de diversos desportos, idades e níveis de competição (e.g. Byrne &
McLean, 2002; Garner & Garfinkel, 1980; Rosendahl et al., 2009; Smolak et al., 2000;
Sundgot-Borgen & Torstveit, 2004; Toro et al., 2005), mas diferem de um estudo recente
com atletas entre os 15 e os 16 anos, que encontrou níveis de comportamento alimentar
perturbado mais elevados no grupo de controlo e em atletas de desportos menos centrados
na magreza (Martinsen et al., 2010). Este é, contudo, um estudo realizado com atletas
Noruegueses, que têm sido alvo de diversos estudos e alguns esforços de prevenção de
perturbações alimentares (Sundgot-Borgen & Torstveit, 2004), pelo que esta diferença pode
reflectir essas acções.
31
32
Vide Tabela E2 do Apêndice E.
Vide Tabela E1 do Apêndice E.
183
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em conta a modalidade de desportos estéticos praticada, as bailarinas elite
apresentam comportamento alimentar significativamente mais perturbado que as bailarinas
não-elite, o que não acontece com as ginastas. Estes resultados das bailarinas contrastam
com os do estudo de Doumenc e colaboradores (2005), que não revelou diferenças entre
em bailarinas profissionalizantes e amadoras. No nosso estudo, quando se inclui o grupo de
controlo na comparação, as raparigas que não praticam desportos estéticos apresentam um
nível de comportamento alimentar perturbado inferior às bailarinas elite33, mas superior às
bailarinas não-elite34. Este é um resultado novo e interessante, uma vez que estes três
grupos ainda não haviam sido comparados em simultâneo. Conjugando com os resultados
que vimos acima relativamente aos factores de risco e protecção apresentados,
consideramos que a prática da dança clássica a um nível recreativo pode ser protectora do
desenvolvimento de perturbações alimentares nas raparigas.
Por seu turno, no grupo de ginastas não existem diferenças entre aquelas que
participam em competições internacionais (elite) e as restantes, mostrando uma
homogeneidade maior de comportamentos perturbados e de factores de risco, como vimos
acima, no contexto da ginástica. As ginastas elite, contudo, apresentam níveis mais elevados
de comportamentos alimentares perturbados que as raparigas do grupo de controlo35, em
relação às quais as ginastas não-elite também não diferem36. Estes resultados vão ao
encontro de um estudo com uma amostra de ginastas de características semelhantes, com
idades compreendidas entre os 13 e os 20 anos (de Bruin et al., 2007), onde as ginastas elite
apresentavam mais comportamentos de dieta e de controlo do peso que as raparigas do
grupo de controlo, as quais, por sua vez, não diferiam das ginastas não-elite. Todavia, são
discordantes da ideia transmitida por Smolak e colaboradores (2000), na sua meta-análise
sobre perturbações alimentares em atletas do sexo feminino, de que as ginastas que
competem ao nível nacional ou internacional não difeririam significativamente das nãoatletas, apesar de, em geral, considerarem que as atletas de desportos estéticos de elite
apresentam maior risco.
33
Bailarinas elite M = 1.54, DP = 1.27, grupo de controlo M = 1.22, DP = 1.25 (U = 5514.00, p < .05)
Bailarinas não-elite M = 0.69, DP = 1.19, grupo de controlo M = 1.22, DP = 1.25 (U = 4339.00, p < .01)
35
Ginastas elite M = 1.86, DP = 1.37, grupo de controlo M = 1.22, DP = 1.25 (U = 4091.00, p < .01)
36
Ginastas não-elite M = 1.30, DP = 1.20, grupo de controlo M = 1.22, DP = 1.25 (U = 6083.50, p = .52)
34
184
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para os rapazes, a participação em desportos estéticos não constitui um risco elevado
para
o
desenvolvimento
de
perturbações
alimentares,
já
que
os
atletas,
independentemente do nível de competição ou da modalidade praticada, não apresentam
diferenças significativas relativamente ao grupo de adolescentes em geral, tal como
acontece no estudo de Petrie (1996). Os nossos dados não coincidem, contudo, com
estudos recentes que mostram níveis mais elevados de comportamentos alimentares em
rapazes não-atletas que em atletas elite (Martinsen et al., 2010), ou o contrário (Milligan &
Pritchard, 2006), o que reflecte a inconsistência que ainda existe quanto ao carácter de
maior ou menor risco associado a estes contextos, possivelmente devido à heterogeneidade
de amostras, instrumentos e critérios de classificação dos comportamentos alimentares
perturbados entre os estudos.
Para além do score global do EDE-Q, utilizado neste projecto como indicador do nível
de comportamento alimentar perturbado, os resultados das sub-escalas (Restrição,
Preocupação com a Forma, Preocupação com a Comida, Preocupação com o Peso)37
também foram considerados na distinção entre o grupo de adolescentes cujos
comportamentos, atitudes e sentimentos se aproximam dos da população clínica (um
resultado acima de 3.5 em qualquer uma das sub-escalas ou score global do EDE-Q é
indicador de sintomatologia clínica significativa; Fairburn & Cooper, 1993; Machado, 2007).
Tendo em conta este ponto de corte, verificamos que, entre as participantes do sexo
feminino, 34% de atletas elite, 15.3% das atletas não-elite e 21.7% de raparigas do grupo de
controlo apresentariam sintomatologia clínica significativa. Relativamente ao sexo
masculino, apenas 6.7% atletas elite e 6.2% de rapazes do grupo de controlo pontuam
acima do ponto de corte, sendo que nenhum dos atletas não-elite foi identificado como tal.
Enquanto nas raparigas o teste do Qui-Quadrado mostra que a pertença ao grupo de atletas
elite se associa à sintomatologia clínica significativa, nos rapazes não se verifica essa
associação. Contudo, quando nos debruçamos sobre os resultados dos atletas,
especificamente, verificamos que 19.5% dos bailarinos (18 raparigas elite, 3 raparigas nãoelite e 1 rapaz elite) e 21.64% dos ginastas (16 raparigas elite, 12 raparigas não-elite e 1
rapaz elite) apresentam sintomatologia clínica significativa, mas que, apenas entre as
37
Por uma questão de gestão do espaço em alguns artigos científicos (estudos 4 e 6), estes dados não foram
apresentados anteriormente, pelo que se encontram nas Tabelas F1 e F2 do Apêndice F.
185
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
bailarinas, esta se associa significativamente à prática da dança clássica ao nível
profissionalizante38, mostrando, mais uma vez, o carácter de risco mais associado à dança
clássica a nível de elite, mas em ambos os níveis quando nos referimos à ginástica.
Apesar de este não pretender ser um estudo de prevalência (e de o ponto de corte do
EDE-Q não poder ser considerado como indicador único de perturbação ao nível do
comportamento alimentar com significado clínico), estes valores parecem-nos reveladores
do maior e menor risco associado aos diferentes contextos em estudo. Devem, assim, ser
entendidos como indicadores da importância de um aprofundamento da investigação do
comportamento alimentar de jovens praticantes de desportos estéticos.
IMPLICAÇÕES PARA A INTERVENÇÃO COM ATLETAS
As principais implicações deste projecto decorrem do estudo dos factores
considerados de risco ou protectores do desenvolvimento de perturbações alimentares
entre os adolescentes de contextos específicos de desportos estéticos. São, desta forma,
implicações ao nível da prevenção primária e secundária, com o objectivo de reduzir o
comportamento alimentar perturbado entre bailarinos e ginastas. A abordagem
ecossistémica, utilizada na investigação, é concordante com as abordagens preventivas –
participativas e ecológicas –, que atentem nas experiências dos atletas, enquanto membros
de um sistema, e incorporem esse conhecimento no conteúdo e processo de prevenção
(e.g. Buchholz et al., 2008; Levine & Piran, 2001; Piran, 1999a, 1999c).
Parece-nos inevitável que a magreza continue a ser “regra” na dança clássica
profissional e na ginástica de alta competição, pois, caso contrário, estar-se-ia a negar a
história, os valores e a própria cultura destes desportos estéticos. O problema surge quando
a magreza é levada ao extremo e coloca em risco a saúde dos atletas, sendo, muitas vezes,
difícil encontrar o equilíbrio entre a magreza estética/artística e a magreza extrema, que
colide com limites saudáveis para o ser humano. O nosso estudo mostrou que a pressão
para a magreza não tem, exclusivamente, que ver com a prática da dança ou da ginástica ao
nível de elite (apesar de mais frequente nestes, naturalmente), o que pode facilitar o
desenho de intervenções preventivas. Não pretendendo alterar a cultura dos desportos
38 2
χ (1) = 11.42, p < .01
186
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
estéticos, importa dotar os seus intervenientes de ferramentas que proporcionem aos
atletas uma vivência positiva do seu corpo, sobretudo durante o processo de crescimento e
desenvolvimento físico, nos contextos onde esta cultura é dominante (Piran, 1999b).
Os resultados indicam que são as raparigas das escolas profissionalizantes de dança e
as ginastas dos diversos níveis de competição que se encontram em maior risco de
desenvolverem perturbações alimentares, pelo que devem ser os alvos principais da
intervenção preventiva. Todavia, esta deve fazer-se ao nível do sistema individual, mas
também dos sistemas que o envolvem de uma forma mais próxima, para que seja uma
intervenção
efectiva.
Assim,
deve
incidir
ao
nível
das
relações
com
os
professores/treinadores, pares e família, já que importantes factores de risco e protectores
foram encontrados nos contextos desportivo e familiar, envolvendo intervenientes de
ambos os contextos.
O papel que os professores de dança e treinadores de ginástica mostraram
desempenhar, entre os atletas, tem implicações importantes para a intervenção preventiva.
Parece-nos fundamental que os comentários críticos sobre o peso, a alimentação e a
imagem corporal, realizados pelos professores/treinadores, sejam evitados, enfatizando-se
mais as componentes mentais e emocionais do desempenho, a par da saúde física, ao invés
da forma corporal (Piran, 1999a; Powers & Johnson, 1999; R. A. Thompson & Sherman,
2005). As “vozes” dos próprios atletas oferecem-nos claramente estas pistas, “eu disse,
professora, eu acho que não estou a conseguir alcançar o meu objectivo. E ela disse ah, mas
vais conseguir! Eu gosto muito dos professores que dão força e energia”; “Se estamos
demasiado magras, [a professora] diz então, tens de comer mais, para teres equilíbrio…”
(bailarina, 12 anos). Acima de tudo, porém, parece-nos relevante que a forma e as
circunstâncias em que estes comentários são realizados (Sundgot-Borgen et al., 2003) sejam
alvo de intervenção com os professores/treinadores. As próprias indicações sobre a
necessidade
de
fazer
professores/treinadores
dieta,
e
atletas
devem
ser
baseadas
enquadrados
na
empatia,
em
relações
confiança,
entre
cuidado
e
reconhecimento das diferenças individuais, relações estas que devem ser promovidas,
intervindo directamente com os professores/treinadores. “Acho que, com a experiência, *o
treinador] vai adquirindo, por exemplo, a relação com a outra pessoa, compreender o lado
187
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
do ginasta também e não tanto do treinador. É isso que se calhar às vezes falta ao nosso
treinador” (ginasta, 16 anos).
Parece-nos essencial que a relação entre os atletas também seja fortalecida, através
de intervenções que criem um grupo de pares coeso, que possa funcionar como fonte de
suporte e protecção relativamente a pressões, provenientes do contexto desportivo, que
afectem a auto-estima e a satisfação com a imagem corporal dos atletas. Neste sentido, os
atletas devem evitar gozar com os colegas e fazer comentários críticos sobre o seu peso,
alimentação ou imagem corporal (Paxton, 1999; Piran, 1999c). Este aspecto parece-nos
especialmente importante entre os bailarinos de elite, uma vez que, para estes
adolescentes, o grupo de pares da escola de dança é, frequentemente, o único grupo de
iguais onde têm a oportunidade de explorar a sua identidade, autonomia e desenvolver
relações próximas (Warburton, 2009), essenciais para o seu desenvolvimento social.
A família deve, também, passar a ser vista enquanto fonte fundamental de suporte
emocional para os atletas, e, nesse sentido, ser incluída em possíveis acções de prevenção.
O resultado relativo às influências parentais na predição de insatisfação com a imagem
corporal, mas sobretudo do comportamento alimentar perturbado, indica que é necessário
que a família mude o seu discurso, de forma a diminuir a ênfase da importância dada à
forma e peso corporais, bem como mostrar menos tolerância em relação a comentários
depreciativos em relação à aparência entre os membros da família. De igual forma, a
transmissão de valores associados à saúde física, em detrimento dos associados à magreza,
a par de bons modelos de comportamento alimentar saudável, pode fazer com que o
contexto familiar seja verdadeiramente protector em relação às influências do contexto
desportivo.
Por fim, para além da necessidade de um trabalho preventivo que incida na promoção
de competências sócio-afectivas diversas, tais como auto-conhecimento, empatia,
tolerância à frustração, flexibilidade, realismo e gestão de relações (Bar-On, 2000), é
fundamental que os jovens bailarinos e ginastas possam questionar e criticar alguns dos
ideais e exigências que a prática da sua actividade lhes coloca, ao invés de os aceitarem
passivamente, salvaguardando, assim, o seu bem-estar e a sua saúde física e psicológica
(Benn & Walters, 2001). Da mesma forma que, entre raparigas adolescentes da população
em geral, os programas de prevenção que envolvem a educação para os media (“media
188
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
literacy”, no inglês), criticando o modelo estético feminino e a sua disseminação através da
informação apresentada pelos media, têm apresentado bons resultados, especialmente
entre as raparigas que apresentam mais factores de risco (Raich, Portell, & PeláezFernández, 2010; Stice & Shaw, 2004), também o questionamento de alguns ideais de
magreza extrema e exigências de treino excessivo, transmitidos aos atletas, pode ser útil
para a adopção de comportamentos alimentares e de trabalho mais saudáveis. Os
resultados mostram, ainda, a necessidade específica de uma intervenção focada na
promoção da auto-estima, do auto-conceito e da satisfação com a imagem corporal dos
atletas, indo ao encontro do que outros autores têm verificado (e.g. Benn & Walters, 2001;
Bettle et al., 2001; Petrie et al., 2009). Em relação à imagem corporal, há que ter em
atenção a distinção que é feita, sobretudo por atletas do sexo feminino, entre imagem ideal
em geral e a imagem ideal para a prática da modalidade, pois diferentes aspectos
necessitarão de ser abordados, dependendo do contexto em relação ao qual se refere a
insatisfação.
Pelo seu carácter dinâmico, cada contexto microssistémico deve ser entendido como
potenciador de mudanças a um nível mais global, já que as mensagens mais saudáveis
transmitidas pelos diversos intervenientes, bem como a dinâmica relacional desenvolvida,
podem proteger o atleta do efeito negativo de mensagens focadas num ideal corporal muito
magro, transmitidas por intervenientes do mesmo ou outro contexto microssistémico.
Neste sentido, encontrando-se os atletas mais “protegidos” no seu microssistema, é
possível que as influências do nível macrossistémico, quer da sub-cultura dos desportos
estéticos, quer da sociedade em geral, sejam atenuadas, diminuindo, assim, o risco de
desenvolverem perturbações alimentares.
Uma implicação prática para a prevenção secundária de perturbações alimentares
entre os atletas de desportos estéticos surgiu, essencialmente, do estudo exploratório, onde
alguns dos participantes referiram a desvalorização, por parte de alguns professores de
dança ou treinadores de ginástica, da saúde dos atletas, perante potenciais sinais de
perturbações alimentares ou outro tipo de problemas. Parece-nos clara a necessidade de
melhorar os esforços para educar todos intervenientes no contexto desportivo, sobretudo
os professores/treinadores, para a detecção precoce de comportamentos alimentares
perturbados e preocupações excessivas com o peso ou aparência física, que podem evoluir
189
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
para síndromes clínicas, já que estes detêm a melhor posição para identificar os atletas em
risco, mas também correm o risco de não reconhecer potenciais sinais e sintomas de um
verdadeiro problema (Kerr et al., 2006; Piran, 1999b; Powers & Johnson, 1999; Sherman et
al., 2005; R. A. Thompson & Sherman, 1999a, 1999b), por serem frequentemente vistos
como normais e até valorizados.
Por último, em termos de implicações para a intervenção terapêutica com atletas com
perturbações alimentares, parece-nos essencial ressaltar a importância da proximidade que
os professores/treinadores têm com os atletas. Neste sentido, e à semelhança do que é
defendido por Zimmerman (1999) em relação aos atletas com lesões, uma abordagem
sistémica será a mais apropriada na intervenção com os atletas que apresentem
comportamentos alimentares perturbados com significado clínico. Para além da atenção às
especificidades individuais que contribuíram para o desenvolvimento da perturbação
alimentar do atleta, bem como da intervenção com os pais, é fundamental incluir os
professores/treinadores no tratamento e recuperação destes atletas, no sentido em que
estes estabelecerão com os atletas algumas regras para o (eventual) regresso ao treino e às
competições, actuando como figuras significativas e de autoridade no contexto desportivo,
ao mesmo tempo que os padrões de comunicação (e mesmo a relação) entre
professor/treinador e atleta são reestruturados.
CONTRIBUTOS PARA A INVESTIGAÇÃO, LIMITAÇÕES E INDICAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
Este projecto trouxe diversos contributos para a investigação relativa às perturbações
alimentares e aos atletas de desportos estéticos, de uma forma geral, mas também para a
investigação dos atletas portugueses, especificamente. De facto, pela primeira vez,
lançámos um olhar sistémico aos contextos da dança clássica profissionalizante e da
ginástica de alta competição, ouvimos as “vozes” dos seus participantes, na primeira pessoa,
e abrimos, desta forma, uma porta para o estudo mais alargado e, assim o julgamos, mais
adequado, das variáveis que contribuem para o maior risco de desenvolvimento de
perturbações alimentares habitualmente associado a estes contextos.
Para que o estudo dessas variáveis pudesse ocorrer, foi necessário traduzir e adaptar
um instrumento de avaliação da insatisfação com a imagem corporal para adolescentes e
adultos – Contour Drawing Rating Scale (M. A. Thompson & Gray, 1995) –, bem como um
190
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
instrumento de avaliação de factores de risco e factores protectores do desenvolvimento de
perturbações alimentares – McKnight Risk Factor Survey-IV (The McKnight Investigators,
2003), em relação ao qual adaptámos também uma versão masculina, que não existia
originalmente. Através deste processo, contribuímos, também, para o processo de validação
dos mesmos para a população Portuguesa, pretendendo que seja útil futuramente, quer
para investigações, quer para detecção precoce de adolescentes em risco, uma vez que
ambos revelaram boas qualidades psicométricas.
O reconhecimento e a constatação da utilidade de distinguir entre a (in)satisfação com
a imagem corporal geral, mais associada aos padrões estéticos veiculados pela sociedade, e
a (in)satisfação com a imagem corporal específica, mais adequada à prática da modalidade
desportiva, constitui um contributo importante para a investigação nesta área. Pensamos
que a ausência desta distinção nos estudos com atletas, realizados até ao momento, poderá
explicar a ausência de diferenças significativas ou, mesmo, os níveis mais elevados de
satisfação com a imagem corporal de atletas relativamente aos grupos de controlo,
reveladas por alguns estudos (Hausenblas & Downs, 2001), desvalorizando-se, assim, a
importância desta variável, nomeadamente ao nível da intervenção preventiva.
Efectivamente, entre os dois indicadores, o indicador específico de insatisfação revelou-se
um preditor mais forte de comportamento alimentar perturbado entre os atletas das duas
modalidades, bem como o melhor preditor entre os atletas elite, o que deve ser tido em
consideração nas investigações e intervenções futuras.
A utilização de uma medida de interiorização dos ideais estéticos transmitidos pela
sociedade (e.g. Sociocultural Attitudes towards Appearance Questionnaire, SATAQ;
Heinberg, Thompson, & Stormer, 1995; Smolak et al., 2001) poderia ter sido útil para avaliar
a influência do contexto macrossistémico de uma forma mais abrangente, distinguindo-a da
influência da sub-cultura dos desportos estéticos, permitindo avaliar o impacto de cada uma
nos dois indicadores de insatisfação com a imagem corporal.
Uma limitação dos instrumentos de medida utilizados prende-se com a avaliação da
pressão para a magreza nos rapazes. Mais do que a pressão e a preocupação com a
magreza, deveria ter sido avaliada a pressão em relação à alteração do peso (em ambos os
sentidos) e ao aumento da massa muscular, uma vez que se sabe que cerca de metade dos
rapazes insatisfeitos com o seu corpo gostariam de diminuir de peso e a outra metade de
191
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
aumentar, aproximando-se dos ideais estéticos actuais, mais musculados (e.g. McCabe &
Ricciardelli, 2001). Estudos futuros deverão ter em conta estas diferenças e adoptar
instrumentos que permitam captá-las, mas de forma a que os resultados de rapazes e
raparigas possam ser comparados (e.g. Drive for Muscularity Scale, DMS; McCreary & Sasse,
2000).
Também as medidas de percepção de suporte social (quer geral, quer específico do
contexto desportivo) utilizadas, poderão constituir uma limitação desta investigação. A
discrepância entre os resultados dos estudos qualitativo e quantitativos, levam-nos a crer
que, possivelmente, as medidas quantitativas utilizadas não terão sido suficientemente finas
para detectar diferenças quanto ao impacto do suporte social enquanto factor protector ou
de risco.
Pela primeira vez, tanto quanto é do nosso conhecimento, diversas variáveis familiares
foram estudadas em atletas de desportos estéticos, incluindo uma amostra de pais destes
adolescentes, o que constitui um ponto forte do nosso trabalho e um contributo importante
para a investigação futura, uma vez que suscitou algumas questões relevantes,
nomeadamente, em relação à vinculação destes adolescentes. Por exemplo, é difícil
entender a razão pela qual as diferenças no padrão de vinculação ocorrem apenas em
relação ao progenitor do sexo oposto ao do atleta. Será porque, na maior parte das
situações, o professor/treinador principal é do mesmo sexo que o atleta? Que benefícios
trará aos jovens atletas, relativamente aos padrões de vinculação que estabelecem com os
seus pais, a participação em ginástica de alta competição e a profissionalização da dança
clássica? Estas interrogações deverão ser esclarecidas em estudos futuros, eventualmente,
incluindo o treinador enquanto figura de vinculação também importante, dada a
importância que os estudos 1 e 6 revelaram acerca da relação com os treinadores e do
impacto da pressão para magreza exercida, por estes, no comportamento alimentar dos
atletas. Na mesma linha, o estudo do comportamento alimentar e da satisfação com a
imagem corporal dos treinadores deve ser tido em conta, pois é possível que um processo
de modelagem de determinados comportamentos de risco dos atletas ocorra por influência
destes, mais do que por influência dos pais.
Algumas limitações, especificamente relacionadas com as amostras utilizadas, podem
ser apontadas a esta investigação, devendo ser superadas em estudos futuros. Por um lado,
192
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
dada a reduzida dimensão da amostra de atletas do sexo masculino, é especialmente
relevante integrar amostras maiores de rapazes praticantes de dança clássica e ginástica em
investigações futuras, já que os nossos resultados relativos à predição do comportamento
alimentar perturbado (estudos 3, 4 e 5) poderão estar enviesados pela dimensão bastante
maior de participantes do sexo feminino. Todavia, a inclusão de atletas do sexo masculino
constitui uma mais-valia do nosso trabalho, já que os estudos com estes atletas são pouco
frequentes (especialmente no que se refere aos bailarinos) e apresentam resultados pouco
congruentes entre si. Por outro lado, o grupo de ginastas não-elite da nossa amostra inclui
uma grande diversidade de níveis competitivos (desde a ausência de participação em
competições até à participação em competições nacionais), bem como quatro modalidades
de ginástica distintas, revelando-se muito heterogéneo quando comparado com as
bailarinas de dança clássica de nível recreativo. Neste sentido, estudos futuros devem
procurar incluir amostras de ginastas com uma dimensão suficiente que permita distinguir
as modalidades de ginástica artística, rítmica, acrobática e trampolins, pois diferentes
exigências em termos estéticos e de desempenho podem implicar diferente risco de
desenvolvimento de perturbações alimentares (Nordin et al., 2003), bem como distinguir
atletas que participam em competições nacionais, regionais ou que não participam, de todo,
em competições.
No que se refere aos níveis de comportamento alimentar, a literatura tem sublinhado
que os atletas de elite parecem ocultar determinados sintomas associados a perturbações
alimentares, quando avaliados através de instrumentos de auto-relato, especialmente os
praticantes de desportos que enfatizam a magreza, verificando-se, posteriormente, uma
grande percentagem de falsos negativos aquando da realização de entrevistas diagnósticas
(Sundgot-Borgen, 1994; Torstveit et al., 2008). Este risco, contudo, poderá ter sido
minimizado, nesta investigação, pelo facto da confidencialidade e anonimato dos resultados
ter sido assegurada. Ainda assim, a utilização exclusiva de instrumentos de auto-relato para
avaliar o comportamento alimentar perturbado constitui uma limitação do nosso estudo.
Porém, os constrangimentos de tempo e os recursos disponíveis não permitiriam a
realização de entrevistas individuais numa amostra de dimensões semelhantes àquela por
nós avaliada. Neste sentido, estudos futuros deverão procurar replicar os resultados
encontrados, combinando a utilização de medidas de auto-relato e de entrevista.
193
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das limitações desta investigação prende-se com a impossibilidade de generalizar
os seus resultados para os atletas de desportos estéticos, ou mesmo para os praticantes de
dança clássica e de ginástica. Apesar de incluírem bailarinos e ginastas de várias escolas e
clubes, bem como de zonas do país muito diversificadas, as amostras não são
representativas da população de adolescentes que praticam desportos estéticos. Neste
sentido, estudos futuros deverão procurar replicar os resultados por nós encontrados com
outras amostras de jovens bailarinos e ginastas, bem como de outras modalidades, de
forma a aumentar a possibilidade de generalização. Apesar disso, a utilização de amostras
diferentes no estudo qualitativo e nos estudos quantitativos, mas sobretudo de
metodologias diversas de análise dos dados recolhidos, corresponde a um ponto forte deste
trabalho. A integração dos resultados que apresentámos acima mostra que, em geral, os
resultados de uns estudos são confirmados por outros (para além de, por vezes, se
explicarem mutuamente), revelando padrões que parecem manter-se, aumentando a nossa
confiança nas conclusões a retirar.
Por fim, e de uma forma geral, também o carácter transversal dos nossos estudos
constitui uma limitação importante, impossibilitando o estabelecimento de relações causais
entre as variáveis estudadas. Futuramente, estudos longitudinais deverão ser desenhados,
de forma a clarificar as relações hipotetizadas entre os factores de risco considerados
preditores de comportamentos alimentares perturbados, bem como a sua contribuição para
o desenvolvimento de efectivas perturbações alimentares, como Anorexia ou Bulimia
Nervosas, acompanhando atletas desde o início da adolescência até à idade adulta. Por
outro lado, a investigação deve também procurar compreender melhor as trajectórias de
vida dos atletas que relatem vivências mais positivas do corpo nestes contextos
considerados de risco, através de entrevistas individuais que possam captar mais facilmente
estas experiências e explorar outros factores protectores do desenvolvimento de
perturbações alimentares. Só desta forma, integrando factores protectores e factores de
risco dos diversos níveis sistémicos em que os adolescentes se movem, poderemos
desenhar eficazes programas de prevenção de perturbações alimentares e de promoção da
saúde e bem-estar de bailarinos e ginastas. Neste sentido, seria importante o
estabelecimento de parcerias entre investigadores, clínicos, escolas de dança e clubes de
ginástica, no sentido de sensibilizar adolescentes, pais e professores/treinadores para a
194
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
necessidade de uma intervenção específica (quer ao nível da prevenção, quer da
intervenção terapêutica) e, sobretudo, acerca do papel fundamental que cada um
desempenha e poderá desempenhar na construção de coreografias protectoras ou de risco
na vida dos atletas de desportos estéticos.
195
DISCUSSÃO INTEGRADA E CONSIDERAÇÕES FINAIS
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222
APÊNDICES
APÊNDICE A
PROTOCOLOS DE INVESTIGAÇÃO PARA ADOLESCENTES E PAIS39
39
Dada a especificidade de algumas questões relacionadas com a prática das duas modalidades em estudo,
optou-se por construir diferentes versões do protocolo de investigação para praticantes de dança, de ginástica
e para os adolescentes da população em geral, com ligeiras diferenças entre as mesmas (bem como versões
distintas para raparigas e rapazes). Apresenta-se aqui, como exemplo, a versão feminina para a Ginástica, bem
como o protocolo dos respectivos pais.
PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO
VERSÃO FEMININA
(GINÁSTICA)
N.º ____/G___
Doutoranda:
Rita Mafalda Costa Francisco
Orientadora:
Professora Doutora Isabel Narciso
Co-Orientadora:
Professora Doutora Madalena Alarcão
Doutoramento em Psicologia
2008
Consentimento Informado
A investigação para a qual pedimos a sua colaboração está a ser feita no âmbito da tese de
doutoramento em Psicologia de Rita Mafalda Costa Francisco, da Faculdade de Psicologia e de
Ciências de Educação da Universidade de Lisboa.
O objectivo desta investigação é compreender melhor o contributo de diferentes factores para a
protecção ou risco de desenvolvimento de perturbações alimentares em adolescentes.
A participação no estudo é voluntária e os dados disponibilizados são anónimos e confidenciais,
não havendo quaisquer consequências para quem se recusar participar.
Tomei conhecimento do objectivo do estudo e do que tenho de fazer para participar no
estudo. Fui informada que tenho o direito a recusar participar e que a minha recusa em
fazê-lo não terá consequências para mim.
Assim, declaro que aceito participar na investigação.
Rúbrica (por favor não indicar o nome ou outro dado que permita a sua identificação): _____________
Data: ___ /___ /_____
QUESTIONÁRIO GERAL
Data _________
É muito importante que leia atentamente e responda a todas as questões. Deixar questões em
branco inutiliza todo o questionário e impossibilita que as suas respostas sejam incluídas na
investigação.
Quando não tiver a certeza acerca de um valor ou resposta, por favor, responda com
dados aproximados.
1. Idade
____ anos
2. Escolaridade
2.1. Ano escolar actual ___º ano
2.2. Último ano escolar que frequentou ___º ano
2.3. Número de reprovações desde o início dos estudos _____
3. Zona de Residência Habitual
 Norte1
 Centro3
 Grande Lisboa5
 Arq. Madeira7
 Algarve2
 Alentejo4
 Arq. Açores6
 Outra8 ______________________
4. Com quem habita no período de aulas?
_______________________________________
5. Irmãos
Número de irmãos___
Idade e sexo dos irmãos: ___ anos (F/M); ___ anos (F/M); ___ anos (F/M); ___ anos (F/M)
6. Teve acompanhamento psicológico ou psiquiátrico?
 Nunca teve1
 Teve no passado2. Motivo: _________________________________________________
 Tem actualmente3. Motivo: _________________________________________________
7. Tem problemas/doenças físicas?
 Sim1
 Não2
Qual/Quais?______________________________________________________
8. É crente em alguma religião?
 Sim1
 Não2
Qual?__________________________________________
É praticante?  Sim1
 Não2
9. Ginástica
Modalidade de Ginástica que pratico ___________________________
Faço ginástica desde os ___ anos
Entro em competições regionais desde os ___ anos / Nunca entrei 
Entro em competições nacionais desde os ___ anos / Nunca entrei 
Entro em competições internacionais desde os ___ anos / Nunca entrei 
Geralmente, quantos dias treina por semana? ____ dias
Em cada um desses dias, quanto tempo treina, em média? ____ horas
10. Pratica algum desporto fora do seu Clube?
 Sim1
 Não2
Que modalidade? _____________________________________
Geralmente, quantos dias treina por semana? ____ dias
Em cada um desses dias, quanto tempo treina, em média? ____ horas
11. Pais – Estado Civil
11.1. Pai
 Casado/União de Facto1
 Divorciado/Separado2
 Viúvo3
 Solteiro4
 Não sei5
11.2. Mãe
 Casada/União de Facto1
 Divorciada/Separada2
 Viúva3
 Solteira4
 Não sei5
12. Pais – Profissão
12.1. Pai ____________________________
12.2. Mãe
13. Pais  Nível de Escolaridade
13.1. Pai
13.2. Mãe
 Até 4º ano1
 5º a 6º ano2
 7º a 9º ano3
 10º a 12º ano4
 Licenciatura5
 Pós-licenciatura6
 Até 4º ano1
 5º a 6º ano2
 7º a 9º ano3
 10º a 12º ano4
 Licenciatura5
 Pós-licenciatura6
14. Os seus pais praticam exercício físico?
14.1. Pai
 Sim1
 Não2
14.2. Mãe
 Sim1  Não2
15. Como se entende com os seus pais? (Assinale com uma cruz a opção mais adequada)
15.1. Com o Pai
Muito Mal1
Mal2
Nem mal, nem bem3
Bem4
Muito bem5
15.2. Com a Mãe
Muito Mal1
Mal2
Nem mal, nem bem3
Bem4
Muito bem5
16. Como considera ser o seu ambiente familiar? (Assinale com uma cruz a opção mais adequada)
Muito mau1
Mau2
Nem mau, nem bom3
Bom4
Muito bom5
MRFS-IV
(Shisslak e col., 1999; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
As questões que se seguem dizem respeito ao que é ser-se rapariga hoje em dia. Não há respostas
certas ou erradas. Só queremos saber o que pensa.
Para as perguntas que se seguem, escolha uma das seguintes alternativas:
Nunca
1
Um pouco
2
Às vezes
3
Muito
4
1. No último ano, com que frequência se sentiu confiante?
2. No último ano, com que frequência fez dieta PARA PERDER PESO?
3. No último ano, com que frequência se preocupou com o facto de ter
gordura (“banhas”) no corpo?
4. No último ano, com que frequência fez jejum (não comeu) durante um
dia ou mais PARA PERDER PESO?
5. No último ano, com que frequência bebeu álcool quando estava sozinha
ou com amigos(as)?
6. No último ano, com que frequência comeu menos do que o habitual
quando estava aborrecida?
7. No último ano, com que frequência se sentiu gorda?
8. No último ano, com que frequência tentou perder peso?
9. No último ano, com que frequência pensou que queria ser mais magra?
10. No último ano, com que frequência o seu pai fez algum comentário
acerca do seu peso ou da sua alimentação que a fez sentir mal? (Lembre-se que
“pai” é o adulto do sexo masculino que na sua vida se comporta mais como pai para si.)
11. No último ano, com que frequência mudou a sua alimentação quando
estava com outras raparigas?
12. No último ano, com que frequência teve alguém que a ouvisse quando
precisou de conversar?
13. No último ano, com que frequência reduziu aquilo que comeu PARA
PERDER PESO?
14. No último ano, com que frequência consumiu drogas?
15. No último ano, com que frequência comeu menos do que o habitual
para tentar sentir-se melhor consigo mesma?
16. No último ano, com que frequência teve alguém com quem partilhar as
suas preocupações e receios mais íntimos?
17. No último ano, com que frequência outras raparigas (incluindo irmãs)
gozaram consigo por causa do seu peso?
18. No último ano, com que frequência tomou laxantes ou diuréticos
PARA PERDER PESO?
19. No último ano, com que frequência se sentiu feia?
20. No último ano, com que frequência “saltou” refeições PARA
PERDER PESO?
21. No último ano, com que frequência gostou da maioria das coisas em si?
Sempre
5
1
1
2
2
3
3
4
4
5
5
1
2
3
4
5
1
2
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1
2
3
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1
2
3
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1
1
1
0
2
2
2
3 4 5
3 4 5
3 4 5
Eu não tenho
contacto com
ninguém que
eu considere
como “pai”
1 2 3 4 5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
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2
3
4
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1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Nunca
1
Um pouco
2
Às vezes
3
Muito
4
22. No último ano, com que frequência teve dores de cabeça?
23. No último ano, com que frequência começou a comer e sentiu que não
conseguia parar?
24. No último ano, com que frequência um professor ou treinador fez
algum comentário acerca do seu peso que a fez sentir-se mal?
25. No último ano, com que frequência comeu mais do que o habitual
quando estava aborrecida?
26. No último ano, com que frequência fumou tabaco?
27. No último ano, com que frequência se sentiu sem valor?
28. No último ano, com que frequência reparou que não tinha tanta energia
como costuma ter?
29. No último ano, com que frequência fez exercício físico PARA
PERDER PESO?
30. No último ano, com que frequência se sentiu “em baixo” ou
“deprimida”?
31. No último ano, com que frequência se sentiu gira?
32. No último ano, com que frequência teve dores de estômago?
33. No último ano, com que frequência tentou mudar o seu peso para não
ser gozada por rapazes (incluindo irmãos)?
34. No último ano, com que frequência PROVOCOU o vómito PARA
PERDER PESO?
35. No último ano, com que frequência se sentiu feliz por ser como é?
36. No último ano, com que frequência comeu menos doces ou gorduras
PARA PERDER PESO?
37. No último ano, com que frequência rapazes (incluindo irmãos) gozaram
consigo por causa do seu peso?
38. No último ano, com que frequência a sua mãe fez algum comentário
acerca do seu peso ou da sua alimentação que a fez sentir-se mal? (Lembre-se
que “mãe” é o adulto do sexo feminino que na sua vida se comporta mais como mãe para si.)
39. No último ano, com que frequência teve alguém para a ajudar a
compreender um problema quando precisou?
40. No último ano, com que frequência comeu menos do que o habitual
quando estava chateada?
41. No último ano, com que frequência tomou comprimidos PARA
EMAGRECER?
42. No último ano, com que frequência comeu mais do que o habitual para
tentar sentir-se melhor consigo mesma?
43. No último ano, com que frequência as suas amigas falaram sobre o
desejo de perder peso?
44. No último ano, com que frequência mudou a sua alimentação quando
estava com rapazes?
45. No último ano, com que frequência teve dificuldade em concentrar-se?
46. No último ano, com que frequência comeu mais do que o habitual
quando estava chateada?
Sempre
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
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1
2
3
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2
3
4
5
1
2
3
4
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0
Eu não tenho
contacto com
ninguém que
eu considere
como “mãe”
1 2 3 4 5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
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1
2
3
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1
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1
2
3
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1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Nunca
1
Um pouco
2
Às vezes
3
Muito
4
Sempre
5
47. No último ano, com que frequência teve dificuldade em divertir-se em
actividades com que habitualmente se divertia?
48. No último ano, com que frequência comeu uma grande quantidade de
comida num curto espaço de tempo, SEM ser a uma refeição ou numa
festa?
49. No último ano, com que frequência tentou mudar o seu peso para não
ser gozada por raparigas (incluindo irmãs)?
50. No último ano, com que frequência as fotografias/imagens de
raparigas/mulheres magras a fizeram desejar ser magra?
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Para as perguntas que se seguem, escolha uma das seguintes alternativas:
Absolutamente
nada
1
Pouco
Relativamente
Muito
Totalmente
2
3
4
5
51. No último ano, em que medida se preocupou com a possibilidade de
ganhar 1 quilo?
52. Se os rapazes (incluindo irmãos) gozaram consigo por causa do seu
peso no último ano, em que medida é que isso mudou o modo como se
sente consigo própria?
53. No último ano, em que medida o seu peso influenciou o modo como se
sente consigo própria?
54. No último ano, em que medida se sente feliz com o aspecto do seu
corpo?
55. Em que medida pensa que, no último ano, o seu peso fez com que os
rapazes NÃO gostassem de si?
56. No último ano, em que medida foi importante para os seus amigos que
você fosse magra?
57. Se as raparigas (incluindo irmãs) gozaram consigo por causa do seu
peso no último ano, em que medida é que isso mudou o modo como se
sente consigo própria?
58. No último ano, em que medida tentou ser parecida com as raparigas ou
mulheres que vê na televisão, nos filmes ou nas revistas?
59. No último ano, em que medida foi importante para a sua mãe que você
fosse magra? (Lembre-se que “mãe” é o adulto do sexo feminino que na sua vida se
comporta mais como mãe para si.)
60. Em que medida pensa que, no último ano, o seu peso fez com que
outras raparigas NÃO gostassem de si?
61. No último ano, em que medida foi importante para o seu pai que você
fosse magra? (Lembre-se que “pai” é o adulto do sexo masculino que na sua vida se
comporta mais como pai para si.)
62. No último ano, em que medida foi importante para os(as) seus(suas)
amigos(as) serem magros(as)?
1
2
0
3
4
5
1 2 3 4 5
Eu não fui
gozada
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
0
1 2 3 4 5
Eu não fui
gozada
1
2
3
4
5
0
Eu não tenho
contacto com
ninguém que
eu considere
como “mãe”
1
2
1 2 3 4 5
3
4
5
0
Eu não tenho
contacto com
ninguém que
eu considere
como “pai”
1
2
1 2 3 4 5
3
4
5
Para as perguntas que se seguem, escolha uma das seguintes alternativas:
Não
0
Sim
1
63. Já teve a sua primeira menstruação?
Se Sim, que idade tinha quando teve a sua primeira menstruação?
64. Já alguma vez namorou/saiu com alguém?
Se Sim, que idade tinha quando isso aconteceu pela primeira vez?
65. Este ano está numa escola diferente daquela onde esteve o ano passado?
66. No último ano, o seu corpo mudou?
Se Sim, em que medida se sente incomodada com as mudanças no seu corpo?
0
1
___ anos
0
1
___ anos
0
1
0
1
67. No último ano, terminou algum namoro?
68. No último ano, esteve gravemente doente ou lesionada?
69. No último ano, perdeu algum(a) amigo(a) (por exemplo, por causa de uma discussão ou
mudança de escola/casa)?
70. No último ano, algum dos seus animais de estimação morreu?
71. No último ano, sentiu-se rejeitada por alguém importante para si?
72. No último ano, sentiu-se ameaçada na escola?
73. No último ano, morreu alguém importante para si?
74. No último ano, os seus pais separaram-se ou divorciaram-se?
75. No último ano, sentiu-se ameaçada fora da escola?
76. No último ano, houve outras pessoas que notaram mudanças no seu corpo?
Se Sim, em que medida se sente incomodada por outras pessoas notarem
mudanças no seu corpo?
0
0
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
0
1
77. No último ano, algum dos seus pais voltou a casar?
78. No último ano, foi vocalista de um grupo musical ou pertenceu a um grupo de
dança?
79. No último ano, teve que tomar medicamentos para a ajudar a estar atenta e
melhorar as suas notas?
80. No último ano, teve que tomar insulina para a ajudar a controlar a Diabetes?
81. No último ano, sentiu, ou outras pessoas disseram-lhe, que come menos do que
devia?
82. Por favor, coloque um círculo à volta da opção que corresponde à pessoa com
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
1
Absolutamente
nada
1
Absolutamente
nada
2
Pouco
2
Pouco
3
Relativamente
3
Relativamente
4
Muito
4
Muito
5
Totalmente
5
Totalmente
quando tem um problema: (Pode escolher mais do que uma opção)
A. Mãe
H. Amigo(a)
B. Pai
I. Namorado(a)
C. Madrasta
J. Professor(a)
D. Padrasto
L. Treinador(a)
E. Irmão/Meio-irmão
M. Psicólogo(a)
F. Irmã/Meia-irmã
N. Padre/Pastor
G. Outro familiar: ________
O. Outra pessoa: _______
P. Ninguém
quem conversa
83. No último ano, como têm sido os seus resultados na escola, de uma maneira geral?
0
Negativos
1
Suficientes
2
Bons
3
Muito Bons
Para as perguntas que se seguem, escolha uma das seguintes alternativas:
Nunca
1
Um pouco
2
Às vezes
3
Muito
4
84. Na minha família, só se aceitam desempenhos excelentes.
85. Eu esforço-me muito para não desapontar os meus pais e professores.
86. Eu preciso de ser a melhor em tudo.
87. Eu sinto que devo fazer as coisas na perfeição ou então prefiro não as
fazer.
88. Eu tenho objectivos extremamente elevados.
89. Com que frequência se preocupa com o que as outras pessoas pensam
de si?
Sempre
5
1
1
1
2
2
2
3
3
3
4
4
4
5
5
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Para as perguntas que se seguem, escolha uma das seguintes alternativas:
Nada
importante
1
Pouco
importante
2
Importante
Muito importante
3
4
90. Para se sentir bem consigo própria, em que medida é importante ser
forte fisicamente?
91. Para se sentir bem consigo própria, em que medida é importante ser
inteligente?
92. Para se sentir bem consigo própria, em que medida é importante ser
magra?
93. Para se sentir bem consigo própria, em que medida é importante
defender os seus direitos ou opiniões?
Extremamente
importante
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Para as perguntas que se seguem, escolha uma das seguintes alternativas:
Não
0
Sim
1
94. No último ano, houve alguma mulher importante na sua vida que você
admirasse e/ou com quem conversasse sobre as coisas que lhe acontecem?
95. Já alguém lhe disse que você tem uma perturbação do comportamento alimentar
(como anorexia ou bulimia)?
96. Está a estudar/treinar para ser bailarina ou dançarina profissional?
97. Pensa que tem uma perturbação do comportamento alimentar actualmente
(como anorexia ou bulimia)?
98. No último ano, treinou ao nível de competição nalgum dos desportos que se
seguem:
Patinagem
Natação
Ginástica
Atletismo
99. Já alguém na sua família teve uma perturbação do comportamento alimentar?
100. No último ano, sentiu-se pressionada para ter relações sexuais?
0
1
0
1
0
1
0
1
0
0
0
0
1
1
1
1
0
0
1
1
101. Assinale com uma cruz as actividades EM QUE PARTICIPA que a fazem sentir muito bem
consigo mesma:
__ Desportos organizados (por exemplo, basquetebol, voleibol, futebol)
__ Natação/Saltos para a água
__ Atletismo
__ Ginástica
__ Serviço Comunitário (por exemplo, voluntariado num Hospital ou no Jardim Zoológico)
__ Escutismo
__ Grupos de jovens da Igreja
__ Jornal/Clube de Escrita/Rádio escolar
__ Dança
__ Teatro
__ Música/Banda/Coro
__ Outra (por favor, escreva qual: _______________________________________________)
CDRS
(Thompson & Gray, 1995; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
Após observar atentamente as diferentes figuras, seleccione a que mais se aproxima da sua
aparência actual, a que se aproxima mais da aparência que considera ideal e a que se aproxima
mais da aparência que considera ideal para a prática da modalidade de ginástica que pratica.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1. A figura que mais se identifica com a minha aparência actual tem o número ____.
2. A figura que mais se identifica com o que considero ser a aparência ideal tem o número ____.
3. A figura que mais se identifica com o que considero ser a aparência ideal para a prática da
ginástica tem o número ____.
EDE-Q5.2 Pag 1
Questionário de Alimentação
Instruções: As questões que se seguem dizem respeito APENAS às últimas quatro semanas (28
dias). Por favor leia cada questão cuidadosamente e responda a todas as questões. Obrigado.
Questões 1 a 12: Por favor responda a cada questão cautelosamente e faça um círculo à volta do
número apropriado à direita.
Nenhum
1-5
dias
6-12
dias
13-15
dias
16-22
dias
23-27
dias
Todos
os dias
Tentou limitar propositadamente (com ou sem
sucesso) a quantidade de comida que ingeriu
para influenciar o seu peso ou forma corporal?
0
1
2
3
4
5
6
Passou longos períodos de tempo (8 horas ou
mais) sem comer nada para influenciar o seu
peso ou forma corporal?
0
1
2
3
4
5
6
Tentou evitar comer alimentos de que gosta
(tendo ou não conseguido) para influenciar o
seu peso ou forma corporal?
0
1
2
3
4
5
6
Tentou seguir regras rígidas relativamente à sua
alimentação (por exemplo, um limite máximo
de calorias) para influenciar o seu peso ou
forma corporal (tendo ou não conseguido)?
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
Pensar sobre comida, comer ou calorias tornou
muito difícil concentrar-se em coisas em que
estava interessada (por exemplo, trabalhar,
seguir uma conversa ou ler)?
0
1
2
3
4
5
6
Pensar sobre o peso ou forma corporal tornou
muito difícil concentrar-se em coisas em que
estava interessada (por exemplo, trabalhar,
seguir uma conversa ou ler)?
0
1
2
3
4
5
6
9
Teve medo intenso de perder o controlo sobre
o que comia?
0
1
2
3
4
5
6
10
Teve um medo claro de poder ganhar peso?
0
1
2
3
4
5
6
11
Se sentiu gorda?
0
1
2
3
4
5
6
12
Teve um grande desejo de perder peso?
0
1
2
3
4
5
6
Quantos dias nos últimos 28 dias .....
1
2
3
4
5
6
7
8
Teve um desejo claro de ter o seu estômago
vazio para influenciar o seu peso ou forma
corporal?
Teve um desejo claro de ter um estômago
completamente liso?
©Paulo PP Machado CIPsi – UM 2007
EDE-Q5.2 Pag 2
Questões 13 a 18: Por favor responda indicando o número adequado no espaço à direita de cada
questão. Lembre-se que as questões se referem apenas às últimas quatro semanas (28 dias).
Nas últimas quatro semanas (28 dias) ......
13
Nos últimos 28 dias, quantas vezes comeu o que outras pessoas considerariam uma
quantidade invulgarmente grande de comida (dadas as circunstâncias)?
.....................
14
.... Em quantas destas vezes sentiu que perdeu o controlo sobre o que estava a comer
(enquanto estava a comer)?
.....................
15
Nos últimos 28 dias, em quantos DIAS ocorreram estes episódios de comer
demasiado (i.e., comeu uma grande quantidade de comida e teve na altura uma
sensação de perda de controlo)?
.....................
16
Nos últimos 28 dias, quantas vezes provocou o vómito para controlar o seu peso ou a
forma corporal?
.....................
17
Nos últimos 28 dias, quantas vezes tomou laxantes para controlar o seu peso ou a
forma corporal?
.....................
18
Nos últimos 28 dias, quantas vezes fez exercício excessivo ou de um modo
compulsivo para controlar o seu peso, forma corporal ou quantidade de gordura, ou
para queimar calorias?
.....................
Questões 19 a 21: Por favor responda a cada questão cautelosamente e faça um círculo à volta do
número apropriado à direita. Note que para estas questões o termo “episódio de ingestão alimentar
compulsiva” significa comer o que outras pessoas considerariam uma quantidade invulgarmente
grande de comida, dadas as circunstâncias, e tendo uma sensação de falta de controlo sobre o acto
de comer.
19
20
Nos últimos 28 dias, em quantos dias comeu em
segredo (i.e., às escondidas, furtivamente)?
Nenhum
dia
1-5
dias
6-12
dias
13-15
dias
16-22
dias
23-27
dias
Todos
os dias
... não conte os episódios de ingestão alimentar
compulsiva
0
1
2
3
4
5
6
Metade
Mais
de
metade
A
maioria
Sempre
3
4
5
6
Quantas vezes, a seguir a comer, se sentiu culpada
(sentiu que falhou) por causa do efeito que isso
teria no seu peso ou forma corporal?
... não conte os episódios de ingestão alimentar
compulsiva
21
Nos últimos 28 dias, até que ponto esteve
preocupada com o facto das outras pessoas a
verem comer?
... não conte os episódios de ingestão alimentar
compulsiva
©Paulo PP Machado CIPsi – UM 2007
Nenhuma Algumas Menos
de
metade
0
1
Nada
0
2
Ligeira
mente
1
2
Modera
damente
3
4
Extrema
mente
5
6
EDE-Q5.2 Pag 3
Questões 22 a 28: Por favor responda fazendo um círculo à volta do número apropriado à direita.
Lembre-se que as questões se referem apenas às últimas quatro semanas (28 dias).
Quantos dias nos últimos 28 dias .....
22
23
24
25
26
27
28
Nada
Ligeira
mente
Modera
damente
Extrema
mente
O seu peso influenciou o modo como se julga ou
pensa sobre si própria como pessoa?
0
1
2
3
4
5
6
A sua forma corporal influenciou o modo como
se julga ou pensa sobre si própria como pessoa?
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
Até que ponto ficaria aborrecida se lhe pedissem
para se pesar uma vez por semana (nem mais
nem menos vezes) durante as próximas quatro
semanas?
Até que ponto se sentiu insatisfeita com o seu
peso?
Até que ponto se sentiu insatisfeita com a sua
forma corporal?
Até que ponto se sentiu desconfortável ao ver o
seu corpo (por exemplo, ao espelho, no reflexo
de uma montra, enquanto se despia ou enquanto
tomava banho)?
Até que ponto se sentiu desconfortável com o
facto dos outros verem o seu corpo (por
exemplo, em balneários, enquanto nadavam ou
quando usa roupas justas)?
Qual o seu peso neste momento? (O mais aproximado possível, por favor) .....................................................
Qual é a sua altura (O mais aproximado possível, por favor)
.......................................................
Se for mulher: Nos últimos três ou quatro meses falhou algum período menstrual? .......................................
Se sim, quantos períodos menstruais lhe falharam? ......................................
Tem tomado a pílula?
©Paulo PP Machado CIPsi – UM 2007
.......................................
Questionário de Auto-Estima Global
(Autor Rosenberg, 1965; adaptação Luísa Faria, 2000)
Segue-se uma lista de afirmações respeitantes ao modo como se sente acerca de si própria. À
frente de cada uma delas assinale com uma cruz (X), na respectiva coluna, a resposta que mais se
lhe adequa.
Concordo
Totalmente
A
Concordo
B
Concordo
Discordo
Parcialmente Parcialmente
C
D
Discordo
E
Discordo
Totalmente
F
1. Globalmente estou satisfeita comigo própria.
A B C D E F
2. Por vezes penso que nada valho.
A B C D E F
3. Sinto que tenho um bom número de qualidades.
A B C D E F
4. Sou capaz de fazer as coisas tão bem como a maioria das outras
pessoas.
A B C D E F
5. Sinto que não tenho muito de que me orgulhar.
A B C D E F
6. Por vezes sinto-me de facto uma inútil.
A B C D E F
7. Sinto que sou uma pessoa com valor, pelo menos num plano de
igualdade com os outros.
A B C D E F
8. Gostaria de ter mais respeito por mim própria.
A B C D E F
9. Em termos gerais inclino-me a achar que sou uma falhada.
A B C D E F
10. Adopto uma atitude positiva perante mim própria.
A B C D E F
QVPM – IV
(Matos & Costa, 2001)
Neste questionário, vai encontrar um conjunto de afirmações sobre as relações familiares. Leia
atentamente cada uma das questões e assinale com um círculo (O) a resposta que melhor exprime
o modo como se sente com cada um dos seus pais no momento actual. Responda em colunas
separadas para o pai e para a mãe, tendo em conta as seis alternativas que se seguem:
Discordo
Totalmente
1
Discordo
2
Discordo
Concordo
Moderamente Moderamente
3
4
QUESTÕES
1. Os meus pais estão sempre a interferir em assuntos que
só têm a ver comigo.
2. Tenho confiança que a minha relação com os meus pais
se vai manter no tempo.
3. É fundamental para mim que os meus pais concordem
com aquilo que eu penso.
4. Os meus pais impõem a maneira deles de ver as coisas.
5. Apesar das minhas divergências com os meus pais, eles
são únicos para mim.
6. Penso constantemente que não posso viver sem os meus
pais.
7. Os meus pais desencorajam-me quando quero
experimentar uma coisa nova.
8. Os meus pais conhecem-me bem.
9. Só consigo enfrentar situações novas se os meus pais
estiverem comigo.
10. Não vale muito a pena discutirmos, porque nem eu
nem os meus pais damos o braço a torcer.
11. Confio nos meus pais para me apoiarem em momentos
difíceis da minha vida.
12. Estou sempre ansiosa por estar com os meus pais.
13. Os meus pais preocupam-se demasiadamente comigo e
intrometem-se onde não são chamados.
14. Em muitas coisas eu admiro os meus pais.
Concordo
5
Concordo
Totalmente
6
PAI
MÃE
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
Discordo
Totalmente
1
Discordo
2
Discordo
Concordo
Moderamente Moderamente
3
4
QUESTÕES
15. Eu e os meus pais é como se fossemos um só.
Concordo
5
Concordo
Totalmente
6
PAI
1 2 3 4 5 6
MÃE
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
21. Faço tudo para agradar aos meus pais.
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
22. Os meus pais dificilmente me dão ouvidos.
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
16. Em minha casa é problema eu ter gostos diferentes dos
meus pais.
17. Apesar dos meus conflitos com os meus pais, tenho
orgulho neles.
18. Os meus pais são as únicas pessoas importantes na
minha vida.
19. Discutir assuntos com os meus pais é uma perda de
tempo e não leva a lado nenhum.
20. Sei que posso contar com os meus pais sempre que
precisar deles.
23. Os meus pais têm um papel importante no meu
desenvolvimento.
24. Tenho medo de ficar sozinha se um dia perder os meus
pais.
25. Os meus pais abafam a minha verdadeira forma de ser.
26. Não sou capaz de enfrentar situações difíceis sem os
meus pais.
27. Os meus pais fazem-me sentir bem comigo própria.
28. Os meus pais têm a mania que sabem sempre o que é
melhor para mim.
29. Se tivesse de ir estudar para longe dos meus pais, sentirme-ia perdida.
30. Eu e os meus pais temos uma relação de confiança.
CISSS – PM
(Buchholz e col., 2008; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
Pense sobre o seu Clube de Ginástica. O que é mais frequente no seu Clube? Leia cada uma
das afirmações que se seguem, começando cada afirmação com “No meu Clube…” Algumas
afirmações poderão ser verdadeiras para o seu Clube, outras não. Escolha a resposta que melhor
descreve o que geralmente acontece no seu Clube, utilizando a seguinte escala:
Concordo
totalmente
1
Concordo
parcialmente
2
Não concordo
nem discordo
3
Discordo
parcialmente
4
Discordo
totalmente
5
No meu Clube...
1. ... há muitos tamanhos e formas corporais diferentes entre os atletas.
1
2
3
4
5
2. ... ter um baixo peso corporal parece ajudar um atleta a ter sucesso.
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
8. ... comentários acerca do peso e forma corporais são habituais.
1
2
3
4
5
9. ... atletas com baixo peso parecem estar em desvantagem na ginástica.
1
2
3
4
5
10. ... há pressões para perder peso e/ou manter um peso baixo.
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
3. ... os corpos dos atletas são comparados uns com os outros e/ou com
atletas de grande sucesso.
4. ... os treinadores preocupam-se com o tamanho e peso corporais dos seus
atletas.
5. ... os atletas mais pesados parecem ter mais probabilidade de se magoar.
6. ... os atletas preocupam-se com o aspecto do corpo nos seus fatos
desportivos.
7. ... ter mamas e ancas é visto como uma desvantagem para o desempenho
das raparigas na ginástica.
11. ... raparigas com peso e forma corporais muito diferentes são encorajados
a participar e a alcançar bons resultados.
12. ... atletas são elogiados quando perdem peso.
CISSS – S
(Buchholz e col., 2008; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
Pense sobre o seu Clube de Ginástica. O que é mais frequente no seu Clube? Leia cada uma
das afirmações que se seguem, começando cada afirmação com “No meu Clube…” Algumas
afirmações poderão ser verdadeiras para o seu Clube, outras não. Escolha a resposta que melhor
descreve o que geralmente acontece no seu Clube, utilizando a seguinte escala:
Concordo
totalmente
1
Concordo
parcialmente
2
Não concordo
nem discordo
3
Discordo
parcialmente
4
Discordo
totalmente
5
No meu Clube...
1. ... atletas e treinadores têm uma boa relação.
2. ... atletas acham difícil conversar com os treinadores sobre as suas
preocupações pessoais.
3. ... os treinadores ajudam a planear fases de transição como por exemplo
quando o atleta deixa a ginástica.
4. ... os treinadores continuam a ter contacto com antigos atletas.
5. ... os pais sentem que podem dar a sua opinião ou expressar as suas
preocupações em relação à forma como os seus filhos estão a ser treinados.
6. ... os atletas são encorajados a exprimir abertamente os seus sentimentos
(por exemplo, felicidade, medo, excitação, dor…).
7. ... gozar com os atletas utilizando alcunhas ou “chamando nomes” é
comum.
8. ... os treinadores, por vezes, recomendam que os atletas procurem a ajuda
de alguém, como um nutricionista ou um psicólogo.
9. ... os atletas são tratados de modo diferente, em função do seu
desempenho.
10. ... os pais têm demasiadas expectativas em relação aos atletas.
11. ... os treinadores encorajam os atletas a terem uma vida para além da
ginástica.
12. ... os treinadores utilizam uma linguagem ofensiva (e.g. calão, asneiras)
quando estão zangados.
13. ... os treinadores esforçam-se por conhecer os atletas enquanto pessoas.
14. ... os pais apoiam e encorajam todos os atletas, e não apenas os seus
próprios filhos.
15. ... os pais encorajam outras actividades para além da ginástica.
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
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1
2
3
4
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2
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3
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5
1
2
3
4
5
MUITO OBRIGADA PELA SUA COLABORAÇÃO!
PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO
VERSÃO PAIS
(GINÁSTICA)
N.º ____/G___
Doutoranda:
Rita Mafalda Costa Francisco
Orientadora:
Professora Doutora Isabel Narciso
Co-Orientadora:
Professora Doutora Madalena Alarcão
Doutoramento em Psicologia
2008
Consentimento Informado
A investigação para a qual pedimos a sua colaboração está a ser feita no âmbito da tese de
doutoramento em Psicologia de Rita Mafalda Costa Francisco, da Faculdade de Psicologia e de
Ciências de Educação da Universidade de Lisboa.
O objectivo desta investigação é compreender melhor o contributo de diferentes factores para a
protecção ou risco de desenvolvimento de perturbações alimentares em adolescentes.
A participação no estudo é voluntária e os dados disponibilizados são anónimos e confidenciais,
não havendo quaisquer consequências para quem se recusar participar.
Tomei conhecimento do objectivo do estudo e do que tenho de fazer para participar no
estudo. Fui informado(a) que tenho o direito a recusar participar e que a minha recusa em
fazê-lo não terá consequências para mim ou para o(a) meu(minha) filho(a).
Assim, declaro que aceito participar na investigação.
Rúbrica (por favor não indicar o nome ou outro dado que permita a sua identificação): _____________
Data: ___ /___ /_____
QUESTIONÁRIO GERAL
Data _________
É muito importante que leia atentamente e responda a todas as questões. Deixar questões em
branco inutiliza todo o questionário e impossibilita que as suas respostas sejam incluídas na
investigação.
Quando não tiver a certeza acerca de um valor ou resposta, por favor, responda com
dados aproximados.
1. Idade
____ anos
2. Sexo
 Masculino1
 Feminino2
3. Teve acompanhamento psicológico ou psiquiátrico?
 Nunca teve1
 Teve no passado2. Motivo: _________________________________________________
 Tem actualmente3. Motivo: _________________________________________________
4. Tem problemas/doenças físicas?
 Sim1
 Não2
Qual/Quais?______________________________________________________
5. É crente em alguma religião?
 Sim1
 Não2
Qual?__________________________________________
É praticante?  Sim1
 Não2
6. Como se entende com o(a) seu(sua) filho(a)? (Assinale com uma cruz a opção mais adequada)
Muito Mal1
Mal2
Nem mal, nem bem3
Bem4
Muito bem5
7. Como considera ser o seu ambiente familiar? (Assinale com uma cruz a opção mais adequada)
Muito mau1
Mau2
Nem mau, nem bom3
Bom4
Muito bom5
8. Por favor, responda às seguintes questões consoante a sua experiência pessoal,
utilizando a seguinte escala:
Concordo
Concordo
Não concordo
Discordo
Discordo
totalmente
parcialmente
nem discordo
parcialmente
totalmente
1
2
3
4
5
8.1. Sinto que posso dar a minha opinião ou expressar as minhas
preocupações em relação à forma como o(a) meu(minha) filho(a) está a
ser treinado(a) no Clube.
8.2. Tenho expectativas muito elevadas em relação ao(à) meu(minha)
filho(a) enquanto ginasta.
8.3. Apoio e encorajo todos os ginastas, e não apenas o(a) meu(minha)
filho(a).
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
EDE-Q5.2 Pag 1
Questionário de Alimentação
Instruções: As questões que se seguem dizem respeito APENAS às últimas quatro semanas (28
dias). Por favor leia cada questão cuidadosamente e responda a todas as questões. Obrigado.
Questões 1 a 12: Por favor responda a cada questão cautelosamente e faça um círculo à volta do
número apropriado à direita.
Nenhum
1-5
dias
6-12
dias
13-15
dias
16-22
dias
23-27
dias
Todos
os dias
Tentou limitar propositadamente (com ou sem
sucesso) a quantidade de comida que ingeriu
para influenciar o seu peso ou forma corporal?
0
1
2
3
4
5
6
Passou longos períodos de tempo (8 horas ou
mais) sem comer nada para influenciar o seu
peso ou forma corporal?
0
1
2
3
4
5
6
Tentou evitar comer alimentos de que gosta
(tendo ou não conseguido) para influenciar o
seu peso ou forma corporal?
0
1
2
3
4
5
6
Tentou seguir regras rígidas relativamente à sua
alimentação (por exemplo, um limite máximo
de calorias) para influenciar o seu peso ou
forma corporal (tendo ou não conseguido)?
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
Pensar sobre comida, comer ou calorias tornou
muito difícil concentrar-se em coisas em que
estava interessado(a) (por exemplo, trabalhar,
seguir uma conversa ou ler)?
0
1
2
3
4
5
6
Pensar sobre o peso ou forma corporal tornou
muito difícil concentrar-se em coisas em que
estava interessado(a) (por exemplo, trabalhar,
seguir uma conversa ou ler)?
0
1
2
3
4
5
6
9
Teve medo intenso de perder o controlo sobre
o que comia?
0
1
2
3
4
5
6
10
Teve um medo claro de poder ganhar peso?
0
1
2
3
4
5
6
11
Se sentiu gordo(a)?
0
1
2
3
4
5
6
12
Teve um grande desejo de perder peso?
0
1
2
3
4
5
6
Quantos dias nos últimos 28 dias .....
1
2
3
4
5
6
7
8
Teve um desejo claro de ter o seu estômago
vazio para influenciar o seu peso ou forma
corporal?
Teve um desejo claro de ter um estômago
completamente liso?
©Paulo PP Machado CIPsi – UM 2007
EDE-Q5.2 Pag 2
Questões 13 a 18: Por favor responda indicando o número adequado no espaço à direita de cada
questão. Lembre-se que as questões se referem apenas às últimas quatro semanas (28 dias).
Nas últimas quatro semanas (28 dias) ......
13
Nos últimos 28 dias, quantas vezes comeu o que outras pessoas considerariam uma
quantidade invulgarmente grande de comida (dadas as circunstâncias)?
.....................
14
.... Em quantas destas vezes sentiu que perdeu o controlo sobre o que estava a comer
(enquanto estava a comer)?
.....................
15
Nos últimos 28 dias, em quantos DIAS ocorreram estes episódios de comer
demasiado (i.e., comeu uma grande quantidade de comida e teve na altura uma
sensação de perda de controlo)?
.....................
16
Nos últimos 28 dias, quantas vezes provocou o vómito para controlar o seu peso ou a
forma corporal?
.....................
17
Nos últimos 28 dias, quantas vezes tomou laxantes para controlar o seu peso ou a
forma corporal?
.....................
18
Nos últimos 28 dias, quantas vezes fez exercício excessivo ou de um modo
compulsivo para controlar o seu peso, forma corporal ou quantidade de gordura, ou
para queimar calorias?
.....................
Questões 19 a 21: Por favor responda a cada questão cautelosamente e faça um círculo à volta do
número apropriado à direita. Note que para estas questões o termo “episódio de ingestão alimentar
compulsiva” significa comer o que outras pessoas considerariam uma quantidade invulgarmente
grande de comida, dadas as circunstâncias, e tendo uma sensação de falta de controlo sobre o acto
de comer.
19
20
Nos últimos 28 dias, em quantos dias comeu em
segredo (i.e., às escondidas, furtivamente)?
Nenhum
dia
1-5
dias
6-12
dias
13-15
dias
16-22
dias
23-27
dias
Todos
os dias
... não conte os episódios de ingestão alimentar
compulsiva
0
1
2
3
4
5
6
Metade
Mais
de
metade
A
maioria
Sempre
3
4
5
6
Quantas vezes, a seguir a comer, se sentiu
culpado(a) (sentiu que falhou) por causa do efeito
que isso teria no seu peso ou forma corporal?
... não conte os episódios de ingestão alimentar
compulsiva
21
Nos últimos 28 dias, até que ponto esteve
preocupado(a) com o facto das outras pessoas
o(a) verem comer?
... não conte os episódios de ingestão alimentar
compulsiva
©Paulo PP Machado CIPsi – UM 2007
Nenhuma Algumas Menos
de
metade
0
1
Nada
0
2
Ligeira
mente
1
2
Modera
damente
3
4
Extrema
mente
5
6
EDE-Q5.2 Pag 3
Questões 22 a 28: Por favor responda fazendo um círculo à volta do número apropriado à
direita. Lembre-se que as questões se referem apenas às últimas quatro semanas (28 dias).
Quantos dias nos últimos 28 dias .....
22
23
24
25
26
27
28
O seu peso influenciou o modo como se julga ou
pensa sobre si próprio(a) como pessoa?
A sua forma corporal influenciou o modo como
se julga ou pensa sobre si próprio(a) como
pessoa?
Até que ponto ficaria aborrecido(a) se lhe
pedissem para se pesar uma vez por semana
(nem mais nem menos vezes) durante as
próximas quatro semanas?
Até que ponto se sentiu insatisfeito(a) com o seu
peso?
Até que ponto se sentiu insatisfeito(a) com a sua
forma corporal?
Até que ponto se sentiu desconfortável ao ver o
seu corpo (por exemplo, ao espelho, no reflexo
de uma montra, enquanto se despia ou enquanto
tomava banho)?
Até que ponto se sentiu desconfortável com o
facto dos outros verem o seu corpo (por
exemplo, em balneários, enquanto nadavam ou
quando usa roupas justas)?
Nada
Ligeira
mente
Modera
damente
Extrema
mente
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
Qual o seu peso neste momento? (O mais aproximado possível, por favor) .....................................................
Qual é a sua altura (O mais aproximado possível, por favor)
.......................................................
Se for mulher: Nos últimos três ou quatro meses falhou algum período menstrual? .......................................
Se sim, quantos períodos menstruais lhe falharam? ......................................
Tem tomado a pílula?
©Paulo PP Machado CIPsi – UM 2007
.......................................
Contour Drawing Rating Scale
(Thompson & Gray, 1995; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
Após observar atentamente as diferentes figuras, seleccione a que mais se aproxima da sua
aparência actual e a que se aproxima mais da aparência que considera ideal.
Se for mulher:
1
4.
2
3
4
5
6
7
8
9
A figura que mais se identifica com a minha aparência actual tem o número ____.
5. A figura que mais se identifica com o que considero ser a aparência ideal tem o número ____.
Se for homem:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1. A figura que mais se identifica com a minha aparência actual tem o número ____.
2. A figura que mais se identifica com o que considero ser a aparência ideal tem o número ____.
CISSS – PM
(Buchholz e col., 2008; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
Pense sobre o Clube de Ginástica do(a) seu(sua) filho(a). O que é mais frequente no Clube
do(a) seu(sua) filho(a)? Leia cada uma das afirmações que se seguem, começando cada afirmação
com “No clube do(a) meu(minha) filho(a)…” Algumas afirmações poderão ser verdadeiras para
o Clube do(a) seu(sua) filho(a), outras não. Escolha a resposta que melhor descreve o que
geralmente acontece no Clube do(a) seu(sua) filho(a), utilizando a seguinte escala:
Concordo
totalmente
1
Concordo
parcialmente
2
Não concordo
nem discordo
3
Discordo
parcialmente
4
Discordo
totalmente
5
No Clube do(a) meu(minha) filho(a)...
1. ... há muitos tamanhos e formas corporais diferentes entre os atletas.
1
2
3
4
5
2. ... ter um baixo peso corporal parece ajudar um atleta a ter sucesso.
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
8. ... comentários acerca do peso e forma corporais são habituais.
1
2
3
4
5
9. ... atletas com baixo peso parecem estar em desvantagem na ginástica.
1
2
3
4
5
10. ... há pressões para perder peso e/ou manter um peso baixo.
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
3. ... os corpos dos atletas são comparados uns com os outros e/ou com
atletas de grande sucesso.
4. ... os treinadores preocupam-se com o tamanho e peso corporais dos seus
atletas.
5. ... os atletas mais pesados parecem ter mais probabilidade de se magoar.
6. ... os atletas preocupam-se com o aspecto do corpo nos seus fatos
desportivos.
7. ... ter mamas e ancas é visto como uma desvantagem para o desempenho
das raparigas na ginástica.
11. ... raparigas ou rapazes com peso e forma corporais muito diferentes são
encorajados a participar e a alcançar bons resultados.
12. ... atletas são elogiados quando perdem peso.
CISSS – S
(Buchholz e col., 2008; versão portuguesa Francisco, Alarcão & Narciso, 2008)
Pense sobre o Clube de Ginástica do(a) seu(sua) filho(a). O que é mais frequente no Clube
do(a) seu(sua) filho(a)? Leia cada uma das afirmações que se seguem, começando cada afirmação
com “No clube do(a) meu(minha) filho(a)…” Algumas afirmações poderão ser verdadeiras para
o Clube do(a) seu(sua) filho(a), outras não. Escolha a resposta que melhor descreve o que
geralmente acontece no Clube do(a) seu(sua) filho(a), utilizando a seguinte escala:
Concordo
totalmente
1
Concordo
parcialmente
2
Não concordo
nem discordo
3
Discordo
parcialmente
4
Discordo
totalmente
5
No Clube do(a) meu(minha) filho(a)...
1. ... atletas e treinadores têm uma boa relação.
2. ... atletas acham difícil conversar com os treinadores sobre as suas
preocupações pessoais.
3. ... os treinadores ajudam a planear fases de transição como por exemplo
quando o atleta deixa a ginástica.
4. ... os treinadores continuam a ter contacto com antigos atletas.
5. ... os pais sentem que podem dar a sua opinião ou expressar as suas
preocupações em relação à forma como os seus filhos estão a ser treinados.
6. ... os atletas são encorajados a exprimir abertamente os seus sentimentos
(por exemplo, felicidade, medo, excitação, dor…).
7. ... gozar com os atletas utilizando alcunhas ou “chamando nomes” é
comum.
8. ... os treinadores, por vezes, recomendam que os atletas procurem a ajuda
de alguém, como um nutricionista ou um psicólogo.
9. ... os atletas são tratados de modo diferente, em função do seu
desempenho.
10. ... os pais têm demasiadas expectativas em relação aos atletas.
11. ... os treinadores encorajam os atletas a terem uma vida para além da
ginástica.
12. ... os treinadores utilizam uma linguagem ofensiva (e.g. calão, asneiras)
quando estão zangados.
13. ... os treinadores esforçam-se por conhecer os atletas enquanto pessoas.
14. ... os pais apoiam e encorajam todos os atletas, e não apenas os seus
próprios filhos.
15. ... os pais encorajam outras actividades para além da ginástica.
1
2
3
4
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1
2
3
4
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3
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5
MUITO OBRIGADA PELA SUA COLABORAÇÃO!
APÊNDICE B
SISTEMA HIERÁRQUICO DE CATEGORIAS
(NODE SUMMARY REPORT – NVIVO7)
Node Summary Report
Project:
Estudo Focus Groups - Contextos de Risco para o Desenvolvimento de PA
Generated:
22-11-2010 19:42
FONTES DE INFLUÊNCIA
Description
Fontes de Influência nos comportamentos e atitudes em relação ao peso e imagem corporal dos
estudantes de dança e dos ginastas de alta competição
Created On
19-06-2007 12:34
By
RF
Modified On
26-11-2010 19:13
By
RF
FONTES DE INFLUÊNCIA\MUNDO DANÇA CLÁSSICA ou GINÁSTICA DE COMPETIÇÃO
Description
Mundo da dança clássica, profissional OU mundo da ginástica de alta competição, enquanto fontes de
influência nos estudantes de dança ou ginastas
Created On
31-07-2007 11:35
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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21
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO
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Escola de Dança ou Ginásio
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\PARES
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Colegas da escola de dança ou ginásio
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\PROFESSORES ou TREINADORES
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Professores da escola de dança ou treinadores do ginásio
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\VESTUÁRIO
Description
Roupa usada pelos estudantes de dança e bailarinos na escola e em espectáculos
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\TRABALHO
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Trabalho desenvolvido na escola ou ginásio - aulas, treino, etc.
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\TESTES E ESPECTÁCULOS ou PROVAS
Description
Espectáculos, audições (fora da EDCN), testes de avaliação, ou provas de competição (nível nacional
ou internacional)
Created On
31-07-2007 11:46
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\HORÁRIOS
Description
Horários das aulas na escola de dança ou dos treinos no ginásio
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\FUNCIONÁRIOS
Description
Pessoal não docente
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12-02-2008 22:45
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FONTES DE INFLUÊNCIA\ESCOLA ou GINÁSIO\SISTEMA
Description
Cultura, regras e funcionamento do sistema escolar (EDCN) ou do sistema desportivo (Ginásio)
Created On
02-09-2007 11:15
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RF
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16-03-2008 23:46
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FONTES DE INFLUÊNCIA\PAIS
Description
Pais dos bailarinos/ginastas de alta competição
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31-07-2007 11:38
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25-03-2008 19:07
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FONTES DE INFLUÊNCIA\SOCIEDADE
Description
Sociedade em geral
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31-07-2007 11:49
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29-02-2008 20:31
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FONTES DE INFLUÊNCIA\PRÓPRIO
Description
Características individuais dos bailarinos e ginastas de alta competição
Created On
01-08-2007 12:36
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA
Description
Factores de influência sobre os jovens bailarinos e ginastas de alta competição
Created On
12-07-2007 19:54
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RF
Modified On
11-03-2008 23:22
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO
Description
Factores de risco para o desenvolvimento de problemas entre os jovens bailarinos e ginastas de alta
competição
Created On
31-07-2007 11:27
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RF
Modified On
26-11-2010 19:03
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES
Description
Factores de risco associados ao desenvolvimento de PA entre os adolescentes/bailarinos/ginastas de
alta competição, identificados na literatura ou referidos pelos entrevistados
Created On
31-07-2007 11:30
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26-11-2010 19:12
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Pressão para a Magreza
Description
Pressão sócio-cultural para a magreza, no sentido de "beleza igual a magreza", incentivo à magreza
excessiva (professores, etc.) por razões estéticas ou de desempenho
Created On
31-07-2007 12:26
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Lesões
físicas
Description
Lesões físicas
Created On
31-07-2007 15:26
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Insatisfação Imagem Corporal
Description
Insatisfação com a imagem corporal
Created On
31-07-2007 16:13
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Modified On
26-02-2008 17:08
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Perfeccionismo
Description
Perfeccionismo
Created On
31-07-2007 16:16
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26-02-2008 17:08
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Emotional distress
Description
Emotional distress ou estado de tensão negativo (incluindo ansiedade, tristeza, frustração...)
Created On
31-07-2007 16:27
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Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Desvalorização da saúde
Description
Desvalorização da saúde
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31-07-2007 18:19
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Pressão para o desempenho
Description
Pressão para o desempenho atlético/artístico
Created On
31-07-2007 18:53
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Competição
Description
Competição entre estudantes de dança (e bailarinos profissionais) ou entre ginastas de alta
competição (do mesmo clube ou outros)
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31-07-2007 18:55
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Oscilações de peso
Description
Oscilações de peso
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31-07-2007 18:57
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Visibilidade/exposição do corpo
Description
Visibilidade e exposição do corpo em público
Created On
31-07-2007 18:57
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18-03-2008 15:59
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Treino excessivo
Description
Treino excessivo (para além do que seria aceitável...)
Created On
01-08-2007 19:45
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Controlo Peso
Description
Diversas formas de controlar o peso dos estudantes de dança/ginastas, quer pelo próprio (restrição
alimentar, vómito, etc.), quer por outras pessoas (e.g. professores, treinadores)
Created On
01-08-2007 20:46
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Controlo Peso\Restrição
alimentar
Description
Restrição alimentar, incluindo formas específicas de controlar a fome (tabaco, café, água antes das
refeições, etc.)
Created On
01-08-2007 20:45
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Controlo Peso\Medição do peso
Description
Medição do peso dos estudantes de dança ou ginastas (pelos professores ou treinadores)
Created On
01-08-2007 21:04
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Controlo Peso\Não específica
Description
Referência à necessidade de controlar o peso/imagem corporal, mas o entrevistado não especifica a
forma como o faria
Created On
02-08-2007 19:52
By
RF
Modified On
05-03-2008 15:43
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Controlo Peso\Vómito
Description
Recurso a métodos purgativos para controlo do peso
Created On
02-08-2007 19:55
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Modified On
09-02-2008 1:03
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Objectified body consciousness
Description
Tendência para se ver a si próprio como um objecto para ser observado e avaliado pelos outros
Created On
02-08-2007 9:54
By
RF
Modified On
12-02-2008 22:45
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Preocupação com
Imagem corporal
Description
Preocupação com a imagem corporal
Created On
02-08-2007 10:32
By
RF
Modified On
12-02-2008 22:45
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Comentários críticos negativos
Description
Comentários críticos negativos acerca do desempenho, alimentação, peso ou imagem corporal dos
estudantes de dança ou ginastas
Created On
02-08-2007 10:33
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RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Alimentação
Description
Comentários críticos negativos acerca da alimentação dos estudantes de dança ou ginastas
Created On
02-08-2007 10:35
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Peso e imagem corporal
Description
Comentários críticos negativos acerca do peso ou imagem corporal dos estudantes de dança ou
ginastas
Created On
02-08-2007 10:35
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Desempenho
Description
Comentários críticos negativos relativos ao desempenho dos bailarinos/ginastas
Created On
30-01-2008 0:01
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Comparações entre bailarinos
ou ginastas
Description
Comparações entre estudantes de dança e ginastas de alta competição, em termos de
estrutura/imagem corporal, desempenho, etc.
Created On
02-08-2007 19:43
By
RF
Modified On
09-02-2008 0:33
By
RF
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Isolamento social
Description
Diminuição ou anulação de contactos sociais ou contactos sociais centrados na tarefa
Created On
08-08-2007 0:10
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Exigência de tempo
Description
Exigência de tempo excessivo dedicado à dança ou à ginástica
Created On
08-08-2007 0:16
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Episódios de ingestão exacerbada
Description
Episódios de ingestão exacerbada, como consequência da restrição alimentar
Created On
08-08-2007 11:12
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Comparações Competitivas
Description
Comparações entre bailarinos ou ginastas, que demonstram competição entre os mesmos
Created On
10-01-2008 17:18
By
RF
Modified On
12-02-2008 22:45
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Mudanças na puberdade
Description
Mudanças que ocorrem no corpo dos bailarinos/ginastas durante a puberdade
Created On
02-08-2007 19:56
By
RF
Modified On
05-03-2008 15:45
By
RF
Users
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Sexo feminino
Description
Aspectos específicos relacionados com as bailarinos/ginastas, que as diferencia dos seus colegas do
sexo masculino
Created On
12-02-2008 22:13
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Conhecimento de casos de AN
Description
Conhecimento de casos de Anorexia Nervosa (ou com alguns sintomas de AN) entre os pares,
professores/treinadores ou dentro do mundo da dança clássica/ginástica de alta competição
Created On
26-02-2008 0:36
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
RF
Users
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Padrão familiar desligado
Description
Padrão familiar desligado, revelando pouco envolvimento entre pais e filhos nas questões
relacionadas com a ginástica/dança
Created On
28-02-2008 14:27
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
RF
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1
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. ALIMENTARES\Pressão para carreira na dança
Description
Pressão para a carreira na dança, por parte dos pais, muitas vezes como consequência de um sonho
dos pais que não se concretizou, levando a que os estudantes de dança permaneçam na EDCN por
"obrigação" ou com pouca vontade de serem bailarinos
Created On
25-03-2008 15:25
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RF
Modified On
25-03-2008 15:30
By
RF
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Page 13 of 24
FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS
Description
Factores de risco associados ao desenvolvimento de problemas em geral (não específicos) entre os
adolescentes/bailarinos/ginastas de alta competição
Created On
31-07-2007 11:31
By
RF
Modified On
26-11-2010 19:06
By
RF
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS\Negativismo
Description
Desvalorização pessoal, pessimismo, negativismo dos bailarinos/ginastas em relação ao seu
desempenho
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28-08-2007 18:10
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05-03-2008 15:50
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS\Exigência precoce de maturidade
Description
Exigência precoce de maturidade por parte do sistema escolar (essencialmente professores)
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02-09-2007 18:12
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26-02-2008 17:08
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463
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463
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS\Super-protecção da escola
Description
Super-protecção por parte da escola/ginásio
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03-09-2007 15:01
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12-02-2008 22:45
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS\Dependência
Description
Hipervalorização da opinião/aprovação dos outros (pais, professores, treinadores, etc.)
Created On
14-12-2007 11:33
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS\Distanciamento da família
Description
Distanciamento da família, relacionado com o pouco tempo que pais e filhos passam juntos
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17-12-2007 16:19
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05-03-2008 15:50
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES DE RISCO\FACTORES RISCO P. GERAIS\Relação negativa professor-aluno
ou treinador-atleta
Description
Relação negativa entre professor/treinador e aluno/ginasta, caracterizada por distanciamento por
parte dos professores, hostilidade, professores centrados em si próprios, distinção entre alunos e
medo da reacção dos professores/treinadores
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06-02-2008 11:34
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25-03-2008 19:07
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2.233
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Page 15 of 24
FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES
Description
Factores protectores do desenvolvimento de problemas entre os jovens bailarinos e ginastas de alta
competição
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31-07-2007 11:28
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26-11-2010 19:04
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8712
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES
Description
Factores protectores do desenvolvimento de PA entre os adolescentes/bailarinos/ginastas de alta
competição, identificados na literatura ou referidos pelos entrevistados
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31-07-2007 11:33
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26-11-2010 19:12
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Crença
necessidade alimentação adequada
Description
Crença dos estudantes de dança ou ginastas na necessidade de terem uma alimentação adequada ao
trabalho físico que desenvolvem
Created On
31-07-2007 12:29
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05-03-2008 15:55
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Aceitação
de outras formas corporais
Description
Aceitação de outras formas corporais (não apenas a magreza ou estatura estandardizada) na dança,
ginástica ou sociedade em geral
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31-07-2007 12:36
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19-02-2008 16:27
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Auto-eficácia
Description
Sentimento de auto-eficácia
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31-07-2007 15:21
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09-02-2008 22:52
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Crença
necessidade respeitar o corpo
Description
Crença na necessidade de ouvir e respeitar o corpo
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31-07-2007 15:31
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25-03-2008 19:07
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665
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Suporte social
Description
Suporte social sentido como importante pelos estudantes de dança ou ginastas
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31-07-2007 16:16
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05-03-2008 15:57
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Valorização
da beleza interior
Description
Valorização da beleza interior em detrimento da beleza exterior
Created On
31-07-2007 18:32
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07-02-2008 22:00
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Comentários
críticos construtivos
Description
Comentários críticos positivos acerca do desempenho, alimentação, peso ou imagem corporal dos
estudantes de dança ou ginastas
Created On
06-08-2007 17:17
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Modified On
05-03-2008 15:55
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Pouca competitividade
Description
Ambiente pouco competitivo (dentro do mesmo ginásio e/ou entre ginastas de diferentes ginásios)
Created On
18-02-2008 16:47
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30-03-2008 13:39
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Sexo masculino
Description
Aspectos específicos relacionados com os bailarinos/ginastas, que os diferencia das suas colegas do
sexo feminino
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26-02-2008 0:22
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25-03-2008 19:07
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660
33
3
31
660
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Maior valorização
do sucesso escolar em detrimento do sucesso desportivo
Description
Maior valorização do sucesso escolar, em detrimento do sucesso desportivo
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26-02-2008 0:55
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Modified On
25-03-2008 19:07
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0
FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. ALIMENTARES\Desconhecimento
de casos de AN
Description
Desconhecimento de casos de Anorexia Nervosa entre ginastas
Created On
28-02-2008 15:13
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25-03-2008 19:07
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1
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6
156
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. GERAIS
Description
Factores protectores do desenvolvimento de problemas em geral (não específicos) entre os
adolescentes/bailarinos/ginastas de alta competição
Created On
31-07-2007 11:34
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Modified On
26-11-2010 19:05
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1
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3.649
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Page 19 of 24
FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. GERAIS\Motivação para dançar
ou treinar
Description
Maior motivação para dançar/treinar no seguimento de algum acontecimento (e.g. paragem devido a
lesão física, participação em audições/competições,...)
Created On
06-08-2007 13:24
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RF
Modified On
19-02-2008 14:17
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. GERAIS\Maior maturidade
Description
Maior maturidade, sentida pelos estudantes de dança ou ginastas, quando comparados com outros
adolescentes das mesmas idades
Created On
02-09-2007 0:14
By
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. GERAIS\Auto-regulação
Description
Auto-regulação das emoções e sentimentos
Created On
12-12-2007 16:24
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Modified On
25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. GERAIS\Relação positiva com
professores ou treinadores
Description
Relação positiva entre alunos/ginastas com os professores/treinadores, nomeadamente confiança
entre ambos, empatia, imparcialidade, profissionalismo e empenho da parte dos professores
Created On
06-02-2008 23:46
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P. GERAIS\Avaliação contínua
Description
Avaliação contínua do desempenho dos bailarinos
Created On
07-02-2008 0:03
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12-02-2008 22:45
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20
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244
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES
Description
Factores de influência ambivalentes quanto ao seu impacto no desenvolvimento de problemas entre
os jovens bailarinos e ginastas, no sentido em que a sua direcção de influência não foi clarificada
pelos entrevistados ou não surge referida na literatura
Created On
31-07-2007 11:29
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25-03-2008 19:07
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1
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3.078
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Page 21 of 24
FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Trabalho intensivo
Description
Trabalho intensivo na Escola de Dança ou Ginásio
Created On
31-07-2007 14:56
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25-03-2008 19:07
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1
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1.216
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Selecção rigorosa
Description
Selecção muito rigorosa dos estudantes de dança que permanecem na EDCN, aquando da passagem
de ciclo
Created On
03-09-2007 11:27
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12-02-2008 22:45
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1
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0
FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Dissuasão carreira dança
Description
Tentativa de dissuadir os estudantes de dança de continuarem na EDCN devido ao grau de exigência
da mesma
Created On
04-09-2007 11:25
By
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Modified On
12-02-2008 22:45
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1
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Controlo externo da alimentação
Description
Controlo da alimentação dos estudantes de dança ou ginastas por parte de outros que não o próprio
(e.g. pais, professores, treinadores)
Created On
12-12-2007 12:53
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25-03-2008 19:07
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FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Ausência de controlo da alimentação por outros
Description
Ausência de controlo da alimentação por parte de outros, que não os estudantes de dança ou
ginastas (pais, professores, treinadores, etc.)
Created On
12-12-2007 12:54
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RF
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25-03-2008 19:07
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RF
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1
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0
FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Alterações físicas
Description
Alterações no desenvolvimento e/ou metabolismo do corpo decorrentes do treino na ginástica ou
dança
Created On
15-02-2008 0:41
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RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
RF
Users
1
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Document
3
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524
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3
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0
Page 23 of 24
FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Despreocupação com a alimentação
Description
Ausência de preocupação com o tipo e quantidade de alimentos ingeridos
Created On
17-02-2008 18:40
By
RF
Modified On
25-03-2008 19:07
By
RF
Users
1
Cases
8
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Sources
Document
4
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403
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References
Words
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0
FACTORES DE INFLUÊNCIA\AMBIVALENTES\Relação ambígua treinador-atleta
Description
Relação entre treinador e atleta com características ambíguas ou sentimentos ambivalentes
associados
Created On
27-02-2008 16:23
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RF
Modified On
25-03-2008 19:07
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RF
Users
1
Cases
7
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Node Summary Report
References
Words
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Duration
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0
Page 24 of 24
APÊNDICE C
REFERÊNCIAS INCLUÍDAS NAS CATEGORIAS
“COMENTÁRIOS CRÍTICOS EM RELAÇÃO AO PESO E IMAGEM CORPORAL”
E “SUPORTE SOCIAL”
Coding Summary Report
Project:
Estudo Focus Groups - Contextos de Risco para o Desenvolvimento de PA
Generated:
22-11-2010 20:16
Coding By
Name
Initials
Rita Francisco
RF
Total Users
1
Internals\Bailarinos\FG1
Document
Focus group bailarinos 3.º - 5.º ano artístico
Node Coding
References
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
DE RISCO\FACTORES RISCO P.
ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Peso e imagem corporal
Reference 1
Coverage
0,73%
20
Coverage
5,41%
Character Range
35432 - 36108
Mo – Eu acho que... aqui na escola de dança depende da mentalidade de cada um. Há umas raparigas que são mais
sensíveis ou uns rapazes são mais sensíveis se dissermos “estás gordo!” são mais sensíveis e “Estou gordo! E agora que
faço?!”, há pessoas que reagem mal a isso, há outras pessoas que estão-se a marimbar porque sabem que têm um
corpo ali, que está sempre ali, como estão a alongar, não há problema. Há pessoas que têm um corpo um bocadinho
menos que as colegas, estão um bocadinho mais salientadas, que às vezes pensam que é o fim do mundo! E não
devem pensar isso, devem trabalhar nas aulas, porque o trabalho na aula, na minha opinião, faz com que isso
desapareça.
Reference 2
Coverage
0,76%
Character Range
39676 - 40377
(T) Por exemplo, a minha opinião é que as pessoas não podem ser demasiado magras nem demasiado gordas, as
pessoas têm é que trabalhar o seu corpo. Não podem ser perfeitas, nenhuma pessoa é perfeita, por assim dizer. E
então se uma pessoa diz isto “Estás gordo” ou “Estás demasiado magro”, uma pessoa não pode levar isso a peito, a
pessoa fica com aquilo na cabeça, mas vai tentar corrigir por assim dizer, esse erro, não vai ficar ali... sei lá, chateada
consigo mesmo, poque está gorda ou demasiado magra. A pessoa deve continuar com o seu ritmo, que está a ter, ou
melhorar ainda mais o trabalho que está a ter e continuar com o seu corpo, porque o seu corpo vai mudar ao longo da
idade que vai ter.
Reference 3
Coverage
0,29%
Character Range
40920 - 41191
(Ma) E outra coisa é quando as pessoas dizem “estás gorda” ou “estás magra”, aqui estão a falar com adolescentes,
crianças, e essas pessoas às vezes... “vou fazer mudanças na minha alimentação” mas não sabem como e então, qual é
o caminho que elas tomam, o mais rápido...
Reference 4
Coverage
0,38%
Character Range
41922 - 42271
Mo – Na nossa escola há aquela coisa de “ah, aquela ali está gorda” mas se a gente puser numa escola normal elas são
magras, muito magras, mas cá na escola como há miúdas tão fininhas, mais magras, há uma que é um bocadinho mais
gorda, vai para outra escola, e é a mais magra de todas. Por isso, cá na escola as pessoas não devem levar isso a peito.
Reference 5
Coding Summary Report
Coverage
0,75%
Character Range
44701 - 45396
Page 1 of 15
B – Eu quando estive de férias, pronto, estava bem, estava contente com o meu corpo, às vezes também via assim
umas raparigas mais gordinhas que eu, e assim, e depois quando cheguei à escola, no primeiro dia, fiquei um bocado
deprimida, porque estávamos a vestir para ir para a aula e eu via toda a gente quase metade de mim e... fiquei um
bocadinho triste. E depois ainda por cima nesse dia, nós às vezes também temos uns colegas muito agradáveis [tom
irónico] que nos dizem que estamos gordos, e eu nesse dia decidi que ia deixar de comer. Pronto, nesse dia não
almocei, não jantei... mas, pronto, depois percebi que era uma estupidez, que eu assim não ia conseguir mesmo chegar
a lado nenhum!
Reference 6
Coverage
0,21%
Character Range
45400 - 45592
Mo – Esta é uma daquelas mentalidades que ela já teve, que se ela fosse para outra escola, as raparigas iam dizer “vou
roubar o corpo àquela menina!” [B sorri], noutra escola seria magríssima!
Reference 7
Coverage
0,07%
Character Range
45836 - 45899
A – E não podem dizer assim de uma maneira bruta “estás gorda!”
Reference 8
Coverage
0,21%
Character Range
45903 - 46094
Ma – Às vezes é assim, apetece-me dizer, hoje estou mal-disposta e hoje vejo tudo ao contrário, e apetece-me dizer
que aquela está gorda e vou-lhe dizer! E depois disso surge um efeito mau...
Reference 9
Coverage
0,52%
Character Range
46098 - 46577
C – Eu acho que pode haver um colega, como a B disse, menos agradável que diz “ah estás gorda, tens que
emagrecer!” e não sei quê, enquanto pode haver esses, pode haver outros que sejam amigos da própria pessoa que
dêem conselhos, de uma maneira mais agradável, que dão conselhos para ela ter cuidado! Não é "ah estás gorda, tens
que deixar de comer para voltares ao normal!" porque depois, se nós deixarmos de comer, quando nós voltarmos a
comer ele já não vai aceitar a comida!
Reference 10
Coverage
0,01%
Character Range
46581 - 46592
Coverage
0,51%
Character Range
46596 - 47068
A – Exacto.
Reference 11
Ma – E é assim, quando eu digo uma coisa a alguém, isso vai ter um efeito, e o efeito ou vai ser bom ou vai ser mau,
não há efeitos intermédios. Se uma pessoa disser para ajudar a pessoa, porque sabe que, por exemplo, no mundo do
ballet clássico se essa pessoa não for assim tão magra não vai ter tantas possibilidades, e como há formas para ajudar
essa pessoa... portanto, a pessoa vai fazer os possíveis, e há aquelas que dizem que está mal porque...porque lhes
apetece!
Reference 12
Coding Summary Report
Coverage
0,05%
Character Range
47072 - 47114
Page 2 of 15
A (simultaneamente) – Porque lhes apetece.
Reference 13
Coverage
0,17%
Character Range
47118 - 47279
L – Por exemplo, eu uma vez disse a uma colega minha que ela estava gorda. Eu não disse isso para ofender, ela levou
isso a peito, mas eu fiquei assim... triste!
Reference 14
Coverage
0,08%
Character Range
47636 - 47710
L – Não sei, mas eu acho que ela não almoçou quando eu lhe disse aquilo...
Reference 15
Coverage
0,07%
Character Range
47714 - 47782
A – É que depois as pessoas tomam logo medidas drásticas, não comem!
Reference 16
Coverage
0,02%
Character Range
47786 - 47802
Coverage
0,01%
Character Range
47806 - 47817
Coverage
0,29%
Character Range
48022 - 48291
Mo – Ou vomitam!
Reference 17
A – Pois...
Reference 18
B – Eu acho que também, aqui na nossa escola, nós devíamos estar unidos, porque precisamos de algum apoio e às
vezes os nossos colegas não são assim o mais simpático! Por exemplo, gostam muito de comentar, só que não
comentam as coisas deles, só comentam as dos outros!
Reference 19
Coverage
0,03%
Character Range
48295 - 48323
A – Dos outros, exactamente!
Coding Summary Report
Page 3 of 15
Reference 20
Coverage
0,26%
Character Range
60908 - 61144
(C) E uma coisa, se nós estamos com o corpo desadequado... se estamos um bocadinho mais cheias, ela diz “cuidado
com a alimentação...!”; se estamos um bocadinho... demasiado magras, “então, tens que comer mais, para teres
equilíbrio...”
Node Coding
References
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P.
ALIMENTARES\Suporte social
Reference 1
Coverage
0,40%
12
Coverage
4,93%
Character Range
16475 - 16849
(B) eu não tenho... um corpo... pronto, perfeito, gostava de ter. E às vezes chego a casa um bocadinho triste, e não sei
quê, e a minha família tenta-me ajudar, mas às vezes só faz pior porque eu digo assim “oh mãe, estou um bocadinho
gorda, é melhor...”, e a minha mãe “oh filha, não estás nada, tu és tão magrinha, estás perfeita” (risos) pronto, é um
bocadinho estranho.
Reference 2
Coverage
0,39%
Character Range
16987 - 17349
C – E acho também, nós aqui não temos frequentemente, mas nos seminários ou nas oficinas coreográficas, nós ainda
não chegámos lá, ainda nos faltam alguns anos, mas é sempre bom, no final de nós fazermos o que nos cabe, ouvir os
aplausos do público, eu acho que é das coisas mais fantásticas, depois de nós fazermos mesmo aquilo que queríamos
mostrar ao público.
Reference 3
Coverage
0,52%
Character Range
46098 - 46577
C – Eu acho que pode haver um colega, como a B disse, menos agradável que diz “ah estás gorda, tens que
emagrecer!” e não sei quê, enquanto pode haver esses, pode haver outros que sejam amigos da própria pessoa que
dêem conselhos, de uma maneira mais agradável, que dão conselhos para ela ter cuidado! Não é "ah estás gorda, tens
que deixar de comer para voltares ao normal!" porque depois, se nós deixarmos de comer, quando nós voltarmos a
comer ele já não vai aceitar a comida!
Reference 4
Coverage
0,01%
Character Range
46581 - 46592
Coverage
0,51%
Character Range
46596 - 47068
A – Exacto.
Reference 5
Ma – E é assim, quando eu digo uma coisa a alguém, isso vai ter um efeito, e o efeito ou vai ser bom ou vai ser mau,
não há efeitos intermédios. Se uma pessoa disser para ajudar a pessoa, porque sabe que, por exemplo, no mundo do
ballet clássico se essa pessoa não for assim tão magra não vai ter tantas possibilidades, e como há formas para ajudar
essa pessoa... portanto, a pessoa vai fazer os possíveis, e há aquelas que dizem que está mal porque...porque lhes
apetece!
Reference 6
Coverage
0,46%
Character Range
48875 - 49298
(Ma) Na escola, não sei, é assim, há pessoas que são competitivas, por natureza, mas às vezes há pessoas que são
amigas..., há vários casos, há pessoas que podem ser amigas, podem estar a ajudar, e há outras competitivas, e as
competitivas fazem sentir... às vezes geram situações que fazem sentir as pessoas muito mal! E que se calhar se as
pessoas se dessem de outra maneira, a produtividade de ambos ia ser muito melhor!
Coding Summary Report
Page 4 of 15
Reference 7
Coverage
0,58%
Character Range
58655 - 59193
(Ma) Depois, à medida que os anos vão passando e que a pessoa vai evoluindo na escola, vai-se criando cada vez mais
proximidade com os professores e há professores nesta escola que são muito bons e vê-se que estão a fazer pelos
nossos interesses, pelo nosso futuro... e isso dá-nos muito prazer... e saber que temos agora... por exemplo, quando
eu era pequenina não, os professores estavam muito acima, mas agora não, eu sei que tenho professores em quem eu
posso confiar, até, e falar com eles sobre algumas coisas... e isso é muito bom!
Reference 8
Coverage
0,21%
Character Range
66025 - 66217
A – A minha mãe não, a minha mãe é assim, quando ela acha que eu tenho razão, diz que eu tenho razão, mas quando
eu estou errada ela chama-me a atenção e diz que o professor é que tinha razão.
Reference 9
Coverage
0,12%
Character Range
66377 - 66486
C – Pois, estamos a falar do artístico. Porque a minha mãe sabe que eu me esforço e ela não tem dúvida disso.
Reference 10
Coverage
1,00%
Character Range
67375 - 68304
(C) “mas não te esqueças que os professores têm sempre razão” e eu “oh mãe, não é bem assim, não é, as pessoas
não têm sempre razão!” e a minha mãe disse “não, os professores se não têm, têm sempre razão porque se tu entrares
em guerra com os professores, tu nunca vais conseguir ganhar uma guerra com eles e nunca é bom responder aos
professores!”. Eu acho mesmo que eu estou muito contra alguns professores, tanto académico como artístico. Mas eu
não discuto e não digo nada; quer dizer, há alguns que sim, mas... eu não discuto porque sei que se eu disser alguma
coisa isso vai prejudicar-me! Mas a minha mãe, ela diz sempre, “C tu tens que ter cuidado...”; a minha mãe está
sempre de acordo, mas ela diz sempre isto, nas reuniões “por muito que os professores tenham razão, isto não quer
dizer que eu não deixe de defender a minha filha; porque quando ela tem razão, ela tem razão e eu chamo-a à atenção
quando ela não tem!”.
Reference 11
Coverage
0,44%
Character Range
68308 - 68712
B – Eu normalmente só me queixo quando acho que tenho razão, quando acho que não tenho razão não me queixo!
Uma vez uma professora chamou-me e teve uma conversa particular comigo e não me disse umas coisas assim lá
muito agradáveis! E a minha mãe dessa vez ficou mesmo muito chateada, e até queria vir à escola... só que eu não
deixei porque depois eu também tinha medo da reacção da professora a seguir!
Reference 12
Coverage
0,29%
Character Range
83997 - 84263
B – Eu fico sempre muito mais nervosa quando são só júris! Eu prefiro quando está também outro público a assistir
porque sinto mais prazer a dançar, não são só aqueles que nos estão a avaliar. Pronto, a minha família, que me apoia,
pronto, está a ver o meu trabalho!
Total References
Coverage
Total Users
Internals\Bailarinos\FG2
32
5,17%
1
Document
Focus group bailarinos 6.º - 8.º ano artístico
Coding Summary Report
Page 5 of 15
Node Coding
References
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
DE RISCO\FACTORES RISCO P.
ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Peso e imagem corporal
Reference 1
14
Coverage
1,12%
Coverage
0,02%
Character Range
36118 - 36141
Coverage
0,04%
Character Range
36308 - 36355
Character Range
36359 - 36483
Te – Mas eles avisam..
Reference 2
G – Agora é mais “vocês estão a comer de mais!
Reference 3
Coverage
0,12%
F – ...um professor vê que estamos com umas coxas um bocadinho mais no limite e dizem-nos “tu podes controlar um
bocadinho!
Reference 4
Coverage
0,04%
Character Range
36487 - 36526
0,09%
Character Range
36530 - 36629
I – Não é só nas coxas, é o rabo, ou..
Reference 5
Coverage
F – Exacto. Depois dizem só... são delicados... “então comeste guloseimas, foi?” ou qualquer coisa
Reference 6
Coverage
0,12%
Character Range
36633 - 36763
Te – Eles fazem-nos perceber que nós temos que ter cuidado connosco! Eles dizem “O problema é vosso!”, é isso que
eles transmitem
Reference 7
Coverage
0,13%
Character Range
36824 - 36959
I – Eu acho que os bons professores vêm ter connosco e dizem “engordaste e acho que devias emagrecer”, que é o
caso da minha professora
Coding Summary Report
Page 6 of 15
Reference 8
Coverage
0,23%
Character Range
37120 - 37364
M – ...no sentido do “estás gorda”. Porque... em relação a elas, mais elas, nós não tanto, mas elas sofrem imenso
nesse aspecto, porque... às vezes não conseguem controlar e têm que ouvir dizer “estás gordíssima! É bom que
comeces a emagrecer!”
Reference 9
Coverage
0,05%
Character Range
37425 - 37476
Character Range
37480 - 37642
M – Ou então “um tutu nunca te vai caber no corpo!”
Reference 10
Coverage
0,15%
F – E quantas vezes... isto é um caso muito, muito frequente, é nós estarmos a comer um chocolate ou umas batatas
fritas, e então vemos um professor e escondemos.
Reference 11
Coverage
0,02%
Character Range
37646 - 37667
Coverage
0,02%
Character Range
37671 - 37696
Coverage
0,06%
Character Range
37939 - 37997
Character Range
38082 - 38095
Todos – E escondemos…
Reference 12
F – Mas é muito, muito..
Reference 13
(M) Mas em relação a elas, elas sofrem muito com isso!
Reference 14
Coverage
0,01%
M – Sim, sim.
Node Coding
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P.
ALIMENTARES\Suporte social
Coding Summary Report
References
27
Coverage
2,38%
Page 7 of 15
Reference 1
Coverage
0,08%
Character Range
18694 - 18778
F – Sim, mesmo o recebermos um elogio dos professores ou do público, é um incentivo!
Reference 2
Coverage
0,08%
Character Range
19034 - 19123
F – Um espectáculo sem público não é a mesma coisa. O público é praticamente o incentivo!
Reference 3
Coverage
0,06%
Character Range
19335 - 19397
0,04%
Character Range
19401 - 19440
0,03%
Character Range
19444 - 19475
0,08%
Character Range
32056 - 32140
Te – Depois consoante o meu resultado, o público gosta ou não.
Reference 4
Coverage
I – Mas isso é agora na escola, talvez.
Reference 5
Coverage
Te – Sim, agora na escola, sim.
Reference 6
Coverage
Te – Eu acho que as pessoas com quem nós temos mais afinidade é com os funcionários.
Reference 7
Coverage
0,02%
Character Range
32144 - 32161
Coverage
0,02%
Character Range
32203 - 32223
G e F – Hum, hum.
Reference 8
Coding Summary Report
Page 8 of 15
Te – Mais confiança.
Reference 9
Coverage
0,04%
Character Range
32276 - 32314
0,17%
Character Range
32318 - 32495
M – Sim, sim, sim, mais confiança sim.
Reference 10
Coverage
G – Há pessoas que se sentam numa cadeira e falam connosco, connosco sentados no chão, e há outros que se sentam
connosco no chão, e é por esses que nós sentimos mais afinidade!
Reference 11
Coverage
0,03%
Character Range
32499 - 32527
0,03%
Character Range
32531 - 32566
0,05%
Character Range
32717 - 32767
Character Range
32798 - 32869
F – Metaforicamente falando.
Reference 12
Coverage
M – Isso sim. Muito bem, G! [risos]
Reference 13
Coverage
Te – Depende dos funcionários... eu digo no geral!
Reference 14
Coverage
0,07%
F – Quando nós temos um espectáculo, em quem é que nós pensamos, na P.!
Reference 15
Coverage
0,01%
Character Range
32873 - 32883
I – Claro!
Coding Summary Report
Page 9 of 15
Reference 16
Coverage
0,10%
Character Range
32887 - 32987
M – A P. costuma ser do guarda-roupa, ou seja, ajuda-nos a vestir, a coser... faz tudo, basicamente.
Reference 17
Coverage
0,48%
Character Range
32991 - 33497
F – E é isso que nós queremos num espectáculo, não é o professor a dar-nos o apoio... sim, também é importante o
professor dar-nos o apoio, mas antes do espectáculo nós queremos estar prontos, estar bem arranjados! Aliás, ao
sentirmo-nos bonitos a dançar... até depois, pronto, parece, não é o caso, “corre sempre tudo melhor”, e por isso para
estarmos bonitos, é preciso a funcionária, neste caso é a P. C., nós chamamos P., que nos ajuda sempre imenso, e
arranja sempre... está sempre ali com a agulha...
Reference 18
Coverage
0,06%
Character Range
33501 - 33561
Character Range
33565 - 33612
Character Range
33616 - 33687
M – Sim, tem sempre as suas piadas e...
Reference 19
Coverage
0,04%
M – Vive para nós, basicamente, nessas alturas.
Reference 20
Coverage
0,07%
F – Mais do que para os professores, os funcionários estão cá para nós.
Reference 21
Coverage
0,03%
Character Range
33691 - 33723
0,03%
Character Range
52128 - 52160
0,14%
Character Range
52164 - 52315
M – Nós brincamos e tudo o mais!
Reference 22
Coverage
(F) Apoiam-nos, eu acho que sim
Reference 23
Coding Summary Report
Coverage
Page 10 of 15
M – Por exemplo, os meus pais têm sofrido imenso com a escola, porque quando nós sofremos eles também sofrem e
eles tentam-nos sempre ajudar ao máximo
Reference 24
Coverage
0,17%
Character Range
52373 - 52554
M – Não, desculpa, é verdade! Desculpa, quando tu perdes algo, isso é completamente normal, pelo menos os meus
são assim! Eles ajudam-nos sempre a levantar para cima, no sentido...
Reference 25
Coverage
0,35%
Character Range
52944 - 53308
G – Depois acho também, se eles disserem não, nós vamos ficar logo mesmo desmoralizados! Eles dizem “nós não
gostamos de te ver dançar!” e nós... pronto! Eu acho que a opinião dos nossos pais é muito importante. Se eles dizem
que não gostam, pronto, nós saímos e vamos para outra coisa. Acho que para nós sermos bons bailarinos os pais têm
que gostar de nos ver..
Reference 26
Coverage
0,01%
Character Range
53312 - 53323
Coverage
0,09%
Character Range
53327 - 53426
F – Exacto
Reference 27
G – ...têm sempre de nos apoiar e vir a tudo o que nós fazemos e ver-nos e dizer “ah gostei muito!
Total References
Coverage
41
1,75%
Total Users
1
Internals\Ginastas\FG3
Document
focus group 3 - GCP - 19/12/2007
Node Coding
References
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
DE RISCO\FACTORES RISCO P.
ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Peso e imagem corporal
Reference 1
Coverage
0,38%
7
Coverage
3,21%
Character Range
5712 - 5881
– Às vezes brincam comigo, assim „minorca‟, „pigmeu‟... quer dizer, eu já estou habituado, eles são meus amigos, mas
às vezes, por um lado, torna-se um bocado... chato.
Coding Summary Report
Page 11 of 15
Reference 2
Coverage
0,90%
Character Range
11803 - 12203
(Be) E a minha primeira prova que foi fora de Lisboa, eu era pequenina e fizeram-me assim uma partida! Nós tinhamos
levado montes de chocolates e coisas assim, e disseram que a nossa treinadora ía ver os quartos, ligaram-nos pelo
telefone, e então estava lá toda stressada para esconder e não ía lá, mas depois fizemos tanto barulho que levámos
mesmo um raspanete, mas foi pelo barulho e pela comida.
Reference 3
Coverage
0,60%
Character Range
16374 - 16640
Be – Nem é bem o peso, nem é bem isso, é mais „ah, tens de emagrecer, tens de fazer isto, tens de fazer aquilo, tens
de comer menos aqui e ali‟, essas coisas! Uma treinadora minha, quando eu era mais nova, chegou-me a dizer que eu
tinha celulite! Fiquei... está bem!
Reference 4
Coverage
0,65%
Character Range
17133 - 17421
Jo – Por exemplo, nós temos dois colegas nossos que têm se calhar mais facilidade para engordar, e a eles, pronto,
dizem „olha, tens que ter cuidado, tens que tentar...‟, mas é... esporadicamente, não é como elas que chegam ao
cúmulo de dizer o que é que têm que comer em casa, ao jantar!
Reference 5
Coverage
0,13%
Character Range
17425 - 17482
Character Range
17486 - 17600
At – Estão gordos e isso! Quer dizer, não estão gordos...
Reference 6
Coverage
0,26%
P – Isso é um bocado a gozar com eles, é a chamar-lhes a atenção, mas eles podem continuar a fazer o que quiserem!
Reference 7
Coverage
0,31%
Character Range
17604 - 17743
Jo – Se calhar eles têm mais facilidade em engordar, tem que se ter mais atenção do que uma pessoa que não tenha
tanta tendência para isso.
Total References
Coverage
Total Users
Internals\Ginastas\FG4
7
3,21%
1
Document
Focus group 4 - GCP - 19/12/2007
Coding Summary Report
Page 12 of 15
Node Coding
References
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
DE RISCO\FACTORES RISCO P.
ALIMENTARES\Comentários críticos
negativos\Comentários Peso e imagem corporal
Reference 1
Coverage
4
0,42%
Coverage
3,40%
Character Range
8679 - 8771
Ti – Ela no outro dia disse; pronto, eu pesei-me e ela disse que isto não era peso de gente!
Reference 2
Coverage
0,14%
Character Range
8775 - 8806
Coverage
2,73%
Character Range
20809 - 21401
S – Pesaste pouco?
Ti – Sim.
Reference 3
S – Quando vamos a provas, à noite as volantes comem sempre sopa, isso elas já sabem que têm que comer sempre
sopa. As bases sabem que também não podem abusar... pronto, nas provas é que eles dizem... Por exemplo, agora ela
estava a falar connosco, com o meu trio, a dizer que agora no Natal tínhamos que ter cuidado com o que comíamos,
porque eram 4 dias sem treinar, e tínhamos que ter muito cuidado principalmente à noite, porque se comêssemos
demasiado à noite, depois... engorda mais. Tínhamos que ter cuidado principalmente à noite, para não comer muito.
Pronto, foi isso que ela disse.
Reference 4
Coverage
0,10%
Character Range
21405 - 21427
Ra – Connosco, também.
Node Coding
References
Tree Nodes\FACTORES DE INFLUÊNCIA\FACTORES
PROTECTORES\FACTORES PROTECTORES P.
ALIMENTARES\Suporte social
Reference 1
Coverage
0,75%
12
Coverage
4,75%
Character Range
11877 - 12040
S – Apoia-nos, „queres ir, vais‟. O meu pai já não tanto, mas como nós vivemos só com a nossa mãe, pronto, a nossa
mãe deixa-nos fazer o que nós quisermos (ri-se).
Reference 2
Coverage
0,68%
Character Range
12044 - 12192
Ti – A minha mãe apoia-me, o meu pai também... sim, apoia, mas diz que são muitos treinos, e que o sábado não sei
quê, que já é muito treino, mas...
Coding Summary Report
Page 13 of 15
Reference 3
Coverage
0,43%
Character Range
12196 - 12290
S – A nossa mãe é professora de Educação Física, e então pronto, ela percebe melhor as coisas.
Reference 4
Coverage
0,40%
Character Range
12294 - 12381
Ra – Os meus apoiam-me na mesma, mas pronto, às vezes acham que é um bocadinho de mais.
Reference 5
Coverage
0,08%
Character Range
14230 - 14247
Coverage
0,38%
Character Range
14251 - 14333
Ra – Deu força...
Reference 6
S – Sim, dão força, não nos vão dar na cabeça. Dão-nos na cabeça se for no treino.
Reference 7
Coverage
0,64%
Character Range
14387 - 14526
S – Agora numa competição eles tentam sempre animar-nos e... pronto, tentar levantar o moral e dar força para fazer
melhor no dia a seguir.
Reference 8
Coverage
0,05%
Character Range
14530 - 14541
Coverage
0,10%
Character Range
14545 - 14566
Coverage
0,54%
Character Range
14779 - 14896
V – É isso.
Reference 9
Ra – Sim, apoiam-nos.
Reference 10
Coding Summary Report
Page 14 of 15
Ra – A minha mãe só não vai quando está a trabalhar e não tem hipótese. Não é que eu queira muito que ela vá [rise]!
Reference 11
Coverage
0,45%
Character Range
14954 - 15051
S – Eu acho que isto são fases... este ano acho que já vou pedir à mãe para ela ir ver as provas.
Reference 12
Coverage
0,24%
Character Range
15055 - 15108
Ti – Eu não vou pedir, mas os meus pais vão na mesma!
Total References
Coverage
Total Users
Coding Summary Report
16
4,08%
1
Page 15 of 15
APÊNDICE D
CORRELATIONS BETWEEN VARIABLES (STUDY 4)
Table D1.
Correlations between Variables – Total Sample (N = 725)
Variables
1. Sex
a
2. Age
3. BMI
4. Concern with Thinness
5. Self-Esteem
6. Social Pressure
7. Overeating
8. Substance Use and Comp. Methods
9. Social Support
10. Parental Influences
11. Anx.-Depr. Sympt.
12. Perfectionism
13. BID
14. EDE-Q Global Score
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
-.028
.351**
**
**
.293**
*
**
-.480**
.242
**
.602
**
-.510**
.123
**
.391
**
-.329
**
.352**
.212
**
.274
**
-.128
**
**
.288**
-
**
-.014
.086*
.549
**
.261
**
.204
**
-.061
-
.464
**
.436
**
.310
**
.008
.297**
.147
**
.153
**
.045
**
.135**
**
**
-.141**
**
**
-.185
.338
-
**
-.188
**
.156
-.075
.140
**
-.039
.169
**
.289
**
.361
**
.050
.266
**
.096
**
.250
**
-.009
.321
-.137
*
-.014
.002
.241
**
.125
**
.077
.205
**
.021
**
-.088
**
*
-.244
-
.084
*
.008
-.434
.247
**
**
-
.042
-
.221
**
.444
**
.495
**
.163
**
-.034
**
**
-.650
.848
**
-.299
**
-.518
**
.347
-.513
Note. a Dummy Variables coded 0 for Male and 1 for Female; ** p < .01; * p < .05
**
.172
-.103
-.465
.693
**
**
-
-.215
.422
**
**
.058
-.213
.261
**
**
-
-.029
-.007
.148
-.354
.486
**
-.298
.500
.185
-.595**
Table D2.
Correlations between Variables – Control Group (n = 480)
Variables
1. Sex
a
2. Age
3. BMI
4. Concern with Thinness
5. Self-Esteem
6. Social Pressure
7. Overeating
8. Substance Use and Comp. Methods
9. Social Support
10. Parental Influences
11. Anx.-Depr. Sympt.
12. Perfectionism
13. BID
14. EDE-Q Global Score
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
.012
.335**
-
**
.064
.357**
-.028
*
-.482**
**
.636
**
-.519**
.314
**
**
.271
**
-.118
.336
-
**
-.214
**
.155
**
-.082
.186
**
.195
**
.122
**
.350
**
.292
**
*
-.016
**
**
.097
.323
.010
-.253
.317
.095
*
**
**
.213
-.008
.024
.020
-.117
.278
.063
.156
**
.030
.299
**
.111
*
.022
-.478
.293
**
**
-
.049
.468
**
.526
**
.149
**
-.669
.855
**
**
-.281
.349**
-
**
.232**
-
**
-.078
-.021
.150**
-.284
**
.595
**
.246
**
.206
**
-.002
-
-.505
**
.444
**
.422
**
.293
**
.056
.298**
.128
**
.128
**
.064
**
-.064
.222
.000
.322
**
-.509
Note. a Dummy Variables coded 0 for Male and 1 for Female; ** p < .01; * p < .05
**
.153
-.484
.722
**
**
-.120
.379
**
**
.018
-.149
.253
**
**
-
-.061
.031
.172
-.384
.493
**
**
.111*
-.146**
**
**
-.290
.528
-
**
.171
-.585**
Table D3.
Correlations between Variables – Nonelite Athletes (n = 114)
Variables
1. Sex
a
1.
2.
-.101
3. BMI
*
5. Self-Esteem
6. Social Pressure
7. Overeating
8. Substance Use and Comp. Methods
9. Social Support
10. Parental Influences
11. Anx.-Depr. Sympt.
12. Perfectionism
13. BID
14. EDE-Q Global Score
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
-
2. Age
4. Concern with Thinness
3.
-.239
.148
-.145
.207
*
.088
-.001
.116
.113
.163
-.101
-.222
.216
*
*
.399**
.283
.443**
**
**
-.562**
.258
**
.648
**
-.450**
.313
**
.538
**
**
.418**
.260
**
.323
**
*
**
.373**
-
*
-.046
-.006
.495
**
.309
**
.376
**
-.123
-
.486
**
.576
**
.366
**
-.134
.235*
-
-.024
-.004
.180
-.264
.072
.430
**
.461
**
.057
.165
.316
-
**
**
.050
-.184
*
.164
-.287
-
-.015
-.070
.185
.393
**
.491
**
.080
-.077
-.384
.340
**
**
.206
-.516
.820
*
**
**
-.436
-.207
.160
-.221
-.566
*
**
-.075
.373
**
-.540
Note. a Dummy Variables coded 0 for Male and 1 for Female; ** p < .01; * p < .05
**
.294
-.227
.166
-.443
.721
**
**
-
.195
*
-.317
**
.522
**
.175
-.303
.278
**
**
-
.049
-.174
-.304
.458
**
**
-.071
**
*
-.318
.509
-
**
.224
-.568**
Table D4.
Correlations between Variables – Elite Athletes (n = 131)
Variables
1. Sex
a
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
-.130
3. BMI
*
.529**
**
*
.186*
-
-.037
-.136
-.439**
.112
.513
**
-.501**
.503
**
-.414
**
.306**
-
.356
**
-.327
**
.156
.441**
-
**
-.119
.039
-.041
-
-.384
**
.418
**
.107
-.236**
-
-.533
**
.544
**
-.076
.338**
.237
**
-.007
*
-.227
4. Concern with Thinness
.412
5. Self-Esteem
-.170
7. Overeating
8. Substance Use and Comp. Methods
9. Social Support
10. Parental Influences
11. Anx.-Depr. Sympt.
12. Perfectionism
13. BID
14. EDE-Q Global Score
13.
-
2. Age
6. Social Pressure
12.
.203
.135
-.044
*
.406
**
.368
**
.211
.018
.165
.108
.088
-.135
-.277
.365
**
**
.051
-.092
.086
.092
-.275
**
.104
-
.303
**
.366
**
-.138
.106
.254
**
.067
-.376
**
.211
*
.052
.400
**
.446
**
.193
-.701
.823
*
**
**
-
.262
-.147
.408
**
-.522
Note. a Dummy Variables coded 0 for Male and 1 for Female; ** p < .01; * p < .05
**
-
-.406
.627
**
**
.256
**
.391
**
.236
**
-.447
.471
**
**
.334
**
.182
*
-.411
**
.357
**
.045
-.070
.183
-.270
.477
**
**
.221*
-.191*
**
*
-.313
.441
-
**
.221
-.651**
APÊNDICE E
COMPARAÇÕES DE MÉDIAS DAS VARIÁVEIS ESTUDADAS
POR GRUPO ETÁRIO
Tabela E1.
Estatística Descritiva e Comparação de Médias das Principais Variáveis nas Raparigas de 3 Grupos Etários (N=452)
IMC
Atletas (n=202)
12-14
15-17
≥ 18
(n=80)
(n=86)
(n=36)
18.47 (2.50) 14.58 (2.18) 20.51 (1.63)
29.14***
Insatisfação IC Geral
-0.23 (1.20)
-0.92 (1.14)
-1.22(1.25)
25.95***
-.60 (1.35)
-.98 (1.29)
-.45 (1.26)
7.51*
Auto-Estima
3.68 (.71)
3.36 (0.73)
3.32 (0.65)
8.93.73*
3.31 (0.84)
3.35 (0.77)
3.64 (0.79)
4.23
Influências Parentais
1.22 (.52)
1.43 (.64)
1.35 (.47)
7.43*
1.28 (.59)
1.42 (0.60)
1.16 (.28)
11.24**
Relação com Pai
4.63 (.75)
4.34 (.75)
4.30 (.73)
12.40**
4.37 (0.88)
4.11 (0.85)
4.45 (0.80)
7.89*
Relação com Mãe
4.75 (.50)
4.54 (.61)
4.48 (.57)
8.13*
4.57 (.66)
4.61 (.65)
4.64 (.58)
.410
Ambiente Familiar
4.55 (1.06)
4.29 (.70)
4.24 (.79)
8.35*
4.36 (.85)
4.26 (.77)
4.70 (.48)
6.62*
Suporte Social
4.04 (1.06)
4.12 (.10)
4.18 (.86)
.648
3.92 (1.09)
4.17 (.82)
4.36 (.65)
3.07
Pressão Social
1.25 (.50)
1.45 (.57)
1.28 (.31)
12.92**
1.48 (.71)
1.40 (.55)
1.23 (.48)
6.05*
Score Global EDE-Q
.86 (1.11)
1.67 (1.27)
1.67 (1.25)
25.87***
1.16 (1.27)
1.33 (1.24)
.75 (1.18)
7.36
P. Magreza – Desp.
2.89 (.85)
2.67 (.90)
2.63 (.81)
4.07
-
-
-
-
Suporte – Desp.
2.19 (.60)
2.37 (.63)
2.46 (.61)
5.57
-
-
-
-
-0.65 (1.01)
-1.29 (1.04)
-1.75 (1.18)
30.33***
-
-
-
-
Insat. IC Específica
Nota. *** p < .001, ** p < .01, * p < .05
H (2)
Controlos (n=250)
12-14
15-17
≥ 18
(n=84)
(n=144)
(n=22)
19.19 (2.59) 20.91 (2.87) 21.20 (2.77)
H (2)
21.66***
Diferenças entre faixas etárias (Teste de Mann-Whitney)
IMC: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2204.00, p < .001; grupo de controlo U = 3996.50, p < .001); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 513.00, p < .001; grupo de
controlo U = 597.00, p < .01); 15-17 vs ≥ 18 (atletas U = 1108.00, p < .05)
Insat. IC Geral: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2082.50, p < .001; grupo de controlo U = 5010.00, p < .05); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 758.00, p < .001)
Auto-Estima: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2558.50, p < .01); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 1033.50, p < .05); 15-17 vs ≥ 18 (grupo de controlo U = 1234.50,
p < .05)
Influências Parentais: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2624.00, p < .05; grupo de controlo U = 4741.50, p < .01); 15-17 vs ≥ 18 (grupo de controlo U =
1176.50, p < .05)
Relação com Pai: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2513.50, p < .01; grupo de controlo U = 5000.50, p < .05); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 943.50, p < .01)
Relação com Mãe: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2752.00, p < .05); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 1044.50, p < .01)
Ambiente Familiar: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2682.00, p < .05); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 1030.50, p < .05); 15-17 vs ≥ 18 (grupo de controlo U =
1191.00, p < .05)
Pressão Social: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 2367.50, p < .01); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 1008.50, p < .05); 15-17 vs ≥ 18 (grupo de controlo U =
1177.50, p < .05)
Score global EDE-Q: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 1967.00, p < .001); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 736.00, p < .001); 15-17 vs ≥ 18 (grupo de controlo U =
1115.00, p < .05)
Insat. IC Específica: 12-14 vs 15-17 (U = 2200.50, p < .001); 12-14 vs ≥ 18 (U = 663.00, p < .001); 15-17 vs ≥ 18 (U = 1227.00, p = .057)
Tabela E2.
Estatística Descritiva e Comparação de Médias das Principais Variáveis nos Rapazes de 3 Grupos Etários
IMC
Atletas (n=47)
12-14
15-17
≥ 18
(n=18)
(n=14)
(n=15)
18.42 (2.83) 21.54 (2.11) 22.76 (1.65)
Insatisfação IC Geral
0.33 (0.77)
-0.14 (1.10)
-0.33 (0.72)
3.90
-.25 (1.03)
-.12 (1.14)
-.39 (1.04)
1.35
Auto-Estima
4.77 (1.00)
4.95 (0.57)
5.22 (0.60)
.03
3.82 (0.77)
3.63 (0.72)
3.65 (.73)
5.02
Influências Parentais
1.45 (0.37)
1.16 (0.47)
1.02 (0.06)
17.93***
1.27 (0.49)
1.23 (0.53)
1.20 (4.22)
1.40
Relação com Pai
4.56 (0.73)
4.46 (0.52)
4.50 (0.65)
.66
4.56 (0.67)
4.32 (0.93)
4.22 (0.73)
5.89
Relação com Mãe
4.50 (0.73)
4.54 (0.52)
4.17 (0.47)
1.78
4.61 (0.70)
4.58 (0.70)
4.67 (0.59)
.69
Ambiente Familiar
4.44 (0.63)
4.08 (.86)
4.64 (0.50)
4.43
4.32 (0.79)
4.15 (0.79)
4.44 (0.71)
5.60
Suporte Social
3.50 (1.17)
3.72 (1.08)
3.95 (0.65)
.821
3.32 (1.27)
3.60 (1.13)
3.44 (1.20)
1.66
Pressão Social
1.24 (0.46)
1.16 (0.40)
1.07 (0.18)
1.20
1.28 (0.59)
1.22 (0.46)
1.20 (0.32)
.35
Score Global EDE-Q
.52 (1.03)
.45 (0.52)
.37 (0.29)
1.07
.47 (0.81)
.54 (0.72)
.69 (0.97)
2.27
P. Magreza – Desp.
2.69 (0.73)
2.53 (0.51)
2.51 (0.58)
1.70
-
-
-
-
Suporte – Desp.
2.38 (0.57)
2.53 (0.51)
2.51 (0.58)
2.25
-
-
-
-
Insat. IC Específica
0.06 (1.10)
-0.07 (1.00)
-0.60 (0.99)
2.80
-
-
-
-
Nota. *** p < .001, ** p < .01, * p < .05
H (2)
18.34***
Controlos (n=223)
12-14
15-17
≥ 18
(n=84)
(n=121)
(n=18)
19.42 (2.70) 21.76 (3.01) 24.52 (3.66)
H (2)
45.92***
Diferenças entre faixas etárias (Teste de Mann-Whitney)
IMC: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 32.00, p < .01; grupo de controlo U = 2969.50, p < .001); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 19.00, p < .001; grupo de controlo
U = 153.00, p < .001); 15-17 vs ≥ 18 (grupo de controlo U = 565.50, p < .01)
Influências Parentais: 12-14 vs 15-17 (atletas U = 49.00, p < .01); 12-14 vs ≥ 18 (atletas U = 33.50, p < .001)
Tabela E3.
Distribuição dos Participantes pelos Padrões de Vinculação à Mãe e ao Pai nos 3 Grupos Etários (percentagens entre parêntesis) e Resultados do Teste do
Qui-Quadrado
Raparigas (n=142)
Idade (anos)
Vinculação à Mãe
12-14
Seguro
14
(56.0%)
2
(8.0%)
5
(20.0%)
4
(16.0%)
Desinvestido
Amedrontado
Preocupado
Atletas
15-17
≥ 18
Desinvestido
Amedrontado
Preocupado
χ (6)
12-14
Controlo
15-17
≥ 18
11.45
ns
11
(42.3%)
5
(19.2%)
7
(26.9%)
3
(11.5%)
2
(22.2%)
0
(0.0%)
2
(22.2%)
5
(55.6%)
17
(68.0%)
2
(8.0%)
2
(8.0%)
4
(16.0%)
11
(42.3%)
5
(19.2%)
4
(15.4%)
6
(23.1%)
3
(33.3%)
0
(0.0%)
1
(11.1%)
5
(55.6%)
2
χ (6)
12-14
Atletas
15-17
≥ 18
4.79
ns
14
(29.2%)
4
(8.3%)
17
(35.4%)
13
(27.1%)
11
(36.7 %)
1
(3.3 %)
10
(33.3 %)
8
(26.7 %)
3
(75.0%)
0
(0.0%)
0
(0.0%)
1
(25.0%)
9.74
ns
Vinculação ao Pai
Seguro
2
Rapazes (n=85)
9
(30.0%)
6
(20.0%)
8
(26.7%)
7
(23.3%)
2
(50.0%)
0
(0.0%)
0
(0.0%)
2
(50.0%)
χ (6)
12-14
Controlo
15-17
≥ 18
5.88
ns
5
(50.0%)
0
(0.0%)
2
(20.0%)
3
(30.0%)
2
(33.3%)
1
(16.7%)
1
(16.7%)
2
(33.3%)
2
(22.2%)
1
(11.1%)
0
(0.0%)
6
(66.7%)
10.92
ns
21
(43.8%)
2
(4.2%)
18
(37.5%)
7
(14.6%)
2
4.75
ns
8
(25.0%)
5
(15.6%)
14
(43.8%)
5
(15.6%)
7
(26.9%)
5
(19.2%)
6
(23.1%)
8
(30.8%)
1
(50.0%)
0
(0.0%)
1
(50.0%)
0
(0.0%)
9.67
ns
5
(50.0%)
0
(0.0%)
2
(20.0%)
3
(30.0%)
1
(16.7%)
1
(16.7%)
2
(33.3%)
2
(33.3%)
1
(11.1%)
1
(11.1%)
0
(0.0%)
7
(77.8%)
χ2 (6)
8.71
ns
12
(37.5%)
1
(3.1%)
15
(46.9%)
4
(12.5%)
7
(26.9%)
4
(15.4%)
7
(26.9%)
8
(30.8%)
1
(50.0%)
0
(0.0%)
0
(0.0%)
1
(50.0%)
APÊNDICE F
RESULTADOS DAS SUB-ESCALAS DO EDE-Q DOS PARTICIPANTES
NOS ESTUDOS 4 E 6
Tabela F1.
Médias das Sub-escalas e Score Global do EDE-Q dos Participantes no Estudo 4 (N=725)
Restrição
Raparigas (n=453)
Grupo de
Elite
Não-Elite
Controlo
(n=101)
(n=99)
(n=253)
1.46 (1.35) 0.83 (1.13) 0.92 (1.27)
22.26 .001
Rapazes (n=272)
Grupo de
Elite
Não-Elite
Controlo
(n=30)
(n=15)
(n=227)
0.47 (0.78) 0.35 (0.51) 0.31 (0.72)
Preocupação Forma
2.06 (1.61) 1.29 (1.31) 1.65 (1.59)
13.61
.01
Preocupação Comida
0.96 (1.12) 0.56 (0.87) 0.61 (0.95)
13.73
Preocupação Peso
Score Global EDE-Q
H (2)
p<
H (2) p <
3.39
ns
0.75 (1.05) 0.50 (0.42) 0.75 (1.08)
0.75
ns
.01
0.28 (0.68) 0.11 (0.26) 0.23 (0.51)
0.74
ns
2.28 (1.73) 1.36 (1.49) 1.70 (1.67)
17.77 .001
0.73 (1.23) 0.40 (0.43) 0.78 (1.15)
0.20
ns
1.69 (1.32) 1.01 (1.11) 1.22 (1.25)
19.22 .001
0.56 (0.84) 0.34 (0.26) 0.52 (0.77)
0.95
ns
Tabela F2.
Médias das Sub-escalas e Score Global do EDE-Q dos Participantes no Estudo 6 (N=249)
Rapazes
Elite
(n=13)
Bailarinos (n=113)
Raparigas Raparigas
Elite
Não-Elite
(n=53)
(n=47)
H (2)
p<
Rapazes
Elite
(n=19)
Ginastas (n=136)
Raparigas Rapazes
Raparigas H (3)
Elite
Não-Elite
Não-Elite
(n=50)
(n=15)
(n=52)
p<
Restrição
0.20 (0.33) 1.29 (1.33)
0.56 (0.93)
16.58 .001
0.60 (.92)
1.60 (1.35)
0.35 (0.51)
1.07 (1.24)
19.85 .001
Preocupação Forma
0.73 (1.01) 2.02 (1.64)
0.97 (1.11)
15.57 .001
0.68 (1.07)
2.02 (1.61)
0.50 (0.42)
1.58 (1.42)
20.09 .001
10.15
.01
0.27 (0.82)
1.21 (1.29)
0.11 (0.26)
0.76 (0.93)
24.77 .001
Preocupação Comida 0.25 (0.35) 0.70 (0.87) 0.35 (0.75)
Preocupação Peso
0.65 (0.72) 2.14 (1.80)
0.88 (1.18)
17.63 .001
0.70 (1.46)
2.36 (1.66)
0.40 (0.43)
1.80 (1.61)
32.89 .001
Score Global EDE-Q
0.46 (0.52) 1.54 (1.27)
0.69 (0.90)
19.44 .001
0.56 (.99)
1.80 (1.38)
0.34 (0.26)
1.30 (1.20)
28.12 .001
ANEXO A
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES (DSM-IV)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA ANOREXIA NERVOSA (DSM-IV, APA, p. 589)
A. Recusa em manter o peso corporal igual ou superior ao minimamente normal para a
idade e altura (por exemplo, perda de peso que leva a manter um peso inferior a 85%
do esperado; ou incapacidade em ganhar o peso esperado para o crescimento,
ficando aquém de 85% do previsto).
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, mesmo quando o peso é insuficiente.
C. Perturbação na apreciação do peso e forma corporal, indevida influência do peso e
forma corporal na auto-avaliação, ou negação da gravidade do grande
emagrecimento actual.
D. Nas jovens após a menarca, amenorreia, ou seja, ausência de pelo menos 3 ciclos
menstruais consecutivos. (Uma mulher é considerada amenorreica se a menstruação
ocorrer somente após administração de hormonas, por exemplo, estrogénios.)
Tipo Restritiva: durante o episódio actual de Anorexia Nervosa a pessoa não recorre
regularmente a ingestão compulsiva de alimentos nem a purgantes (por exemplo, vómito ou
abuso de laxantes, diuréticos e enemas)
Tipo Ingestão Compulsiva/Purgativa: durante o episódio actual de Anorexia Nervosa a
pessoa tem comportamentos bulímicos ou purgativos (vómito ou abuso de laxantes,
diuréticos e enemas).
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA BULIMIA NERVOSA (DSM-IV, APA, p. 594)
A. Episódios recorrentes de ingestão alimentar compulsiva. Um episódio é caracterizado
pelos 2 critérios seguintes:
1) comer, num período curto de tempo (por exemplo, num período até 2 horas),
uma quantidade de alimentos que é definitivamente superior à que a maioria das
pessoas comeria num período de tempo semelhante e nas mesmas
circunstâncias;
2) sensação de perda de controlo sobre o acto de comer durante o episódio (por
exemplo, um sentimento de incapacidade para parar de comer ou controlar a
quantidade e qualidade dos alimentos).
B. Comportamento compensatório inapropriado recorrente para impedir o ganho
ponderal, tal como vomitar; usar laxantes, diuréticos, enemas ou outros
medicamentos; jejum; ou exercício físico excessivo.
C. A ingestão compulsiva de alimentos e os comportamentos compensatórios
inapropriados ocorrem ambos, em média, pelo menos 2 vezes por semana em 3
meses consecutivos.
D. A auto-avaliação é indevidamente influenciada pelo peso e forma corporais.
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante os episódios de Anorexia Nervosa.
Tipo Purgativo: durante o episódio actual de Bulimia Nervosa a pessoa induz regularmente o
vómito a purgantes ou abusa de laxantes, diuréticos ou enemas.
Tipo Não Purgativo: durante o episódio actual de Bulimia Nervosa a pessoa usa outros
comportamentos compensatórios inapropriados, tais como jejum, ou exercício físico
excessivo, mas não induz o vómito nem abusa de laxantes, diuréticos e enemas.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA PERTURBAÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR SEM
OUTRA ESPECIFICAÇÃO (DSM-IV, APA, p. 594-5)
A Perturbação do Comportamento Alimentar Sem Outra Especificação é uma categoria para
perturbações que não preencham os critérios completos para uma Perturbação do
Comportamento Alimentar específica. Os exemplos incluem:
1. Para mulheres, todos os critérios de Anorexia Nervosa estão presentes excepto a
amenorreia.
2. Todos os critérios de Anorexia Nervosa estão presentes excepto que, apesar de uma
perda de peso significativa, este encontra-se dentro dos valores normais.
3. Todos os critérios de Bulimia Nervosa estão presentes excepto que os episódios de
ingestão compulsiva e os mecanismos compensatórios inapropriados ocorrem numa
frequência inferior a 2 vezes por semana, ou têm uma duração inferior a 3 meses.
4. Uso regular de comportamentos compensatórios inapropriados por uma pessoa de
peso normal após ingestão de pequenas quantidades de alimentos (por exemplo,
indução de vómito após comer 2 bolachas).
5. Mastigar e cuspir repetidamente, mas não engolir, grandes quantidades de
alimentos.
6. Perturbação de ingestão alimentar maciça: episódios recorrentes de ingestão
alimentar maciça na ausência dos comportamentos compensatórios inapropriados
característicos de Bulimia Nervosa.

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