30 anos do Náutico O Repórter estava lá Nosso berço foi o Douro

Transcrição

30 anos do Náutico O Repórter estava lá Nosso berço foi o Douro
30 anos do Náutico
O Repórter estava lá
Nosso berço foi o Douro, nossa casa uma canoa:
Lá vai Crestuma no leme, lá vai Crestuma na proa!
Com ela se faz o nome, e do Clube a própria história!
Não há força que nos dome, contra a força da vitória!
O poeta Eugénio Paiva Freixo, também sócio Fundador do Clube Náutico de Crestuma, demorou
mais de 2 anos a compor o nosso hino. E o compositor António Ferreira Alves, levaria ainda outros
2 para compor a respectiva música.
É evidente que, tanto um como o outro quiseram, ainda que, através de um hino simples e de um
clube humilde, transmitir a sua melhor e mais encorajadora mensagem a toda a comunidade
ligada ao Náutico. Assim, ao revitalizarmos o hino, estamos a reviver a sua filosofia e toda a força
imprimida na fase da sua criação.
Com a remodelação que se está a viver no Náutico, em que se rebentou o baú das gloriosas
memórias e se vem mostrando o respectivo reconhecimento aos construtores de tão enorme
património, assiste-se a uma forte e emotiva dinâmica que nos liga orgulhosamente a todas as
fases do seu percurso. Hoje, mais que nunca, se confirma que seria sempre um erro crasso,
direccionar o Náutico segundo visões particulares, em detrimento do debate e do interesse
colectivo.
Há três meses faltava tudo; dinheiro, relações, atletas, treinadores e até documentos. Parecia que
a “New Generation” teria que se humilhar a uma caminhada de desonra e de pesadelo.
Felizmente, tudo se está a resolver e, o mais curioso, o Náutico está bem vivo e recomenda-se.
Por isso, não foi surpresa, termos assistido, neste Sábado passado (12/02), a uma avalanche de
atletas, sócios, ex-atletas, ex-dirigentes e simpatizantes, que invadiu as instalações do Clube
Náutico de Crestuma. Podemos dizer que, pela primeira vez, as instalações foram ocupadas
plenamente por quem contribuiu para elas.
As portas estiveram abertas, para toda a gente. Entrava-se pelo Hangar, viam-se os barcos, o
quadro das informações e de indicações técnicas, seguiam-se os troféus (apenas uns 20%, devido à
falta de espaço), os recortes dos Jornais, os Cartazes das 29 Maratonas Internacionais
(interrompidas no ano transacto), as T-shirts alusivas e as 30 Fotos seleccionadas. Não houve
oportunidade para a exibição de filmes, o que acontecerá brevemente.
Só quem viu a exposição e assistiu à cerimónia do reconhecimento aos melhores, pode ter uma
ideia aproximada da grandeza do património deste clube. Destaquemos:
Títulos e Medalhas Mundiais, Títulos e Medalhas Europeus, Grandes Vitórias em Competições
Internacionais (Sella, Grand-Prix de Londres, Príncipe de Astúrias K4, Nalon, Sanábria, etc),
Títulos Nacionais do CNC, Centenas de Títulos Individuais.
E no topo das melhores prestações individuais, verificamos:
Eduardo Gomes, José Sousa, Joana Vasconcelos, José Silva, João Gomes, Joana Sousa, Miguel
Gomes, Pedro Gomes, Márcio Pinto, Rui Ramos, José Ramos…
Nas organizações, evidenciamos:
Campeonato do Mundo de 2009
World Cup de 1989, 2007 e 2008
Grand Prix de 1985, 1992 e 1995 (‘)
No conjunto das 29 Maratonas Internacionais.
Quando o Repórter chegou, ainda a azáfama dos preparativos era enorme. Já passava das 10 da
manhã, havia várias caras esbranquiçadas pelo cansaço da noite quase perdida, e a abertura
estava marcada para as 15:00. Já há mais de um mês que um grupo de trabalho tinha enfrentado
essa difícil tarefa de organizar esta festa, mas não fazia a ideia das limitações que iria sentir. Os
documentos ainda estão muito por descobrir, os troféus estão por catalogar e por limpar, as fotos
vieram de várias proveniências, tal como as T-Shirts e outras lembranças.
Por outro lado, as mulheres (sempre elas – as mulheres do Crestuma), tinham ainda o encargo de
organizar o Copo de Água (transformado em Banquete) para centenas de pessoas, porque não há
dinheiro para Restaurantes nem interesse em parcimónias enfadonhas, numa altura em que se
deseja, antes de tudo, promover o convívio alargado. E aquela ideia da inclusão do nosso
Bar/Restaurante K4 na festa, foi óptima (e a gerência foi impecável).
Tudo correu bem. A alegria da família canoísta reencontrada imperou, e daí, uma ambiência
espectacular que resultou em mais um sucesso. Velhos e novos vieram de perto e de longe, para
participar no evento. As Entidades já apareceram e ajudaram ao convívio. Além do Dr. Lemos e do
Prof Duarte, da CM Gaia e da Gaianima, a Junta de Freguesia em peso, os Bombeiros e até o Padre
Domingos. Destacamos a agradável participação do Presidente da Federação Portuguesa de
Canoagem, Dr. Mário Santos. A Associação de Canoagem do Porto esteve representada pelo seu
Presidente, Joaquim Santos.
Na cerimónia do reconhecimento aos melhores, tudo coordenado com o novo site do clube,
magnífico trabalho da empresa do Quim Carlos, foram destacadas muitas figuras, ligadas ao
sucesso do Náutico. Desde Sócios Honorários, Sócios Beneméritos e Sócios Fundadores até atletas
e Dirigentes. Os nomes são vários e o destaque foi maior para os Campeões ali presentes.
Dos discursos, salientamos o agradecimento do Presidente, Dário Nogueira, o incentivo e
compromisso do Prof Duarte, os lamentos do José Fernando e a solidariedade e o encorajamento
do Dr. Mário Santos.
Seguiu-se o Copo de Água, abundantemente servido, apesar de tanta participação no aviamento
da mesa. A sessão de Fados que entretanto, teve início no Salão da Ginástica, foi um pouco
prejudicada devido ao constante reabastecimento da mesa, com pizzas a sair quentinhas. A
juventude foi quem mais explorou o convívio e estendeu-se também pela esplanada, em grupos
ais ou menos etários. Dos fados, tive a opinião do Dr. Mário Santos: “ Sinto-me de Coimbra, onde
estudei e casei e gosto muito dos fados. Pois estou admirado com a qualidade deste grupo.”
Nós, que já conhecemos o grupo há muito, não lhe temos dado o valor que merece.
Entretanto começou a Missa de Homenagem aos Sócios do Náutico, sem que grande parte da
malta se apercebesse. É que o tempo não pára e os relacionamentos estavam atrasados. O
Repórter também se “esqueceu da missa”, o que já não é a primeira vez. Ficou bastante tempo a
assistir às histórias que o Ferreira contava à Joana Vasconcelos, sempre acompanhada pela Joana
Sousa, colegas da Selecção Nacional, a viver no Centro de Estágio de Montemor-o-Velho. Contava
ele que o avô da Joana Vasconcelos havia sido seu colega de trabalho e, por isso, que o conhecera
muito bem. Dizia que o David da Barquinha, assim se chamava, era o homem mais forte que
conhecera, devido ao esforço que, por vezes, exibia a manusear as peças de ferro da fundição. Até
aos anos 30, Crestuma não tinha estrada e o trânsito fazia-se pelo Rio Douro. Nesses tempos, o
Snr. David tinha uma Barca Rabelo ancorada no cais de Crestuma, onde servia vinhos e petiscos
para os transeuntes fluviais. Ali, na própria Barca, nasceu-lhe um filho, chamado Cândido (tio da
Joana) que também veio a trabalhar com o Ferreira. Com a abertura da estrada, alguns arrais das
embarcações tiveram que se agarrar a outras profissões e o David, tal com os barqueiros que
trabalhavam nos barcos da Fundição, passaram a fazer outros serviços. Lembrava ainda o Ferreira,
que o David e a sua mulher, somavam 250 Kgs e que, cada vez que dormiam fora, estragavam a
respectiva cama. Testemunhou isso aquando dos passeios da Sofume.
Como alguns Fundadores não tinham vontade de ir para casa, mobilizaram o K4 (Bar/Restaurante),
para servir francesinhas e o mais que se conseguisse, para se poder continuar a comemorar.
Enquanto o Repórter ouvia o Fundador Zé Manel, devidamente ancorados no balcão, os outros 19
foram ocupando as mesas, deixando o lugar do Ferreira, precisamente ao lado do Padre
Domingos. Este, depois da excelente homilia, recheada de elogios ao Clube Náutico, foi “obrigado”
a vir comer a dita francesinha. E, como se não bastasse, ficaram ainda de frente dele, dois semipadres ou padres incompletos. Neste ambiente festivo/condicionado, notou-se logo o
comportamento inibido do Ferreira que, normalmente, não precisa de beber para se destravar um
pouco. E quando o assunto dos padres e dos bispos pecadores se esgotou, já o serão ia avançado.
Alberto, Justino, Manuel e Romualdo passaram a provocar o Ferreira, para que, ali e agora, falasse
das suas histórias picantes. A medo, lá reagiu e contou, por alto, a sua última história, a da
Madrinha de Guerra, que até mete freiras, padres e outros santinhos. A coisa animou de tal
maneira que o Padre solicitou o seu envio por e-mail, possivelmente para sobrecarregá-lo com
mais penas, para cumprir no além. Mal sabe o Padre Domingos, da “porcaria” que lhe vai chegar
anexa, nesse link.
Notas:
1. A “Meia Marmelada” esteve impecável
2. O nosso Presidente está a evoluir nos discursos
3. A Gena Molas é um jardim a produzir flores
4. O Rui deve ter batido o record das directas
5. O “Meia Marmelada” é uma máquina
6. Outros estão sempre no activo e de Atalaia
7. Moreiras, Vieiras e Nogueiras fartaram-se de trabalhar.
8. A Primeira Dama já anda em campanha. Trouxe o bolo
de aniversário que estava
espectacular, tanto em beleza como em doçura. Por mim, já lho disse, o voto vai direitinha
para o mesmo.
9. A Cleópatra, fugida do Egipto em chamas, apareceu apetrechada de bebidas e
de
guloseimas para a festa.
10. Havia ali um património enorme na área de recursos humanos, desde bebés (as gémeas da
Rute festejaram 1 ano e o Rebuçadinho dos Marmelada tem menos) que se fartaram de
mamar, até aos fundadores (de 70) que, não mamando, também dão trabalho, pela m que
fazem.
11. O luxo foi atingido com a abertura do Espumante TD (Terras do Demo), considerado o
melhor dos últimos 30 anos, logo após os Parabéns ao Menino Náutico. E, pensava eu,
que só os Kotas é que o bebiam. Afinal, há ali muita gente de bom gosto. Ainda bem.
De alma sã em corpo são, o canoista de laia
Põe na força o coração,nada detém a pagaia!
Por isso, da canoage, são sempre fogueira as brasas!
Voar, é nossa miragem, sSó voa quem tiver asas!
Nosso berço foi o Douro, nossa casa uma canoa:
Lá vai Crestuma no leme, lá vai Crestuma na proa!
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