Lâmpada de garrafa pet

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Lâmpada de garrafa pet
Lâmpada de garrafa pet
Por Quintino
Qui, 15 de Agosto de 2013 10:48 -
Foi em 2001, com a notícia do risco de um apagão, que o mecânico mineiro Alfredo Moser teve
a ideia: usar garrafas pet cheias d'água para iluminar cômodos escuros durante o dia, sem usar
energia elétrica.
Cada garrafa é encaixada num buraco no telhado, fazendo com que os raios do sol se
refracionem e se espalhem no ambiente. O resultado é uma iluminação equivalente a uma
lâmpada com potência entre entre 40 e 60 watts.
Simples e barata, a ideia ultrapassou os limites de Uberaba, cidade onde foi inventada, e
ganhou o mundo, chegando à África e à Ásia.
O acesso à energia é um dos temas que serão debatidos na Rio+20. A ONU estima que
um quinto da população mundial ainda viva sem eletricidade.
Como surgiu
Em 1975, Moser trabalhava como mecânico em uma empresa de telecomunicações em
Brasília e ficou assustado com a notícia da queda de um avião.
“A gente ficava se questionando se acontecesse com a gente, como daríamos sinal para o
resgate. Nosso chefe, na época, disse para colocar água num vidro e colocar na direção do sol.
O calor colocaria fogo no capim, fazendo sinal”, relembrou.
Com essa "lente improvisada" na cabeça, o mecânico teve a chance de usar a dica na prática,
mais de duas décadas depois, quando surgiu o risco de um apagão no Brasil.
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Por Quintino
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“Fiquei apavorado com aquela notícia. Daí resolvi usar minha ideia, mas com garrafas de
plástico. Adicionei água limpa, duas tampinhas de água sanitária, peguei um pedaço de filme
de máquina fotográfica para proteger a tampinha da garrafa do sol, coloquei no telhado, e
pronto”, disse.
Segundo o inventor, as lâmpadas são ideais para serem usadas durante o dia nos cômodos
menos iluminados. “Em um corredor que é escuro ou um banheiro, nem precisa acender a luz.
Acende e apaga sozinha”, disse.
Os vizinhos adotaram a ideia também. Até um supermercado do bairro usa garrafas plásticas
para iluminar o ambiente. Além de ajudar o meio ambiente, a iniciativa gera economia para o
usuário.
Fronteiras
A ideia de Moser foi adotada pela MyShelter Foundation, que ainda este ano pretende chegar à
marca de 1 milhão das lâmpadas de Moser instaladas nas Filipinas. Somente na capital
daquele país, Manila, a organização estima que haja 3 milhões de casas sem energia elétrica.
Por depender da luz solar, o dispositivo não ilumina à noite. Mas para famílias pobres, das
quais muitas vivem em favelas em que um barraco está grudado em outro, sem janelas, ter
mais luz durante o dia já é de grande ajuda.
Outro lugar distante onde a invenção de Moser está servindo para iluminar casas de famílias
carentes é Nairóbi, no Quênia. Em Korogocho, uma região de favela, uma organização está
instalando as garrafas desde o ano passado.
Foi um morador dessa área, o jovem Matayo Korogocho, quem viu no YouTube um vídeo que
mostra a invenção do mecânico mineiro. Ele cresceu numa casa em que não havia dinheiro
sequer para comprar querosene para iluminação.
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Novo modelo
Apesar de não ter o apoio que queria – Alfredo Moser disse que já procurou órgãos públicos e
privados para investir na ideia das garrafas pet – o mecânico afirmou que está aperfeiçoando o
projeto. "Vou melhorar a lâmpada para clarear ainda mais e para ter condições de colocar na
laje, no forro”, explica.
O objetivo de Alfredo é ajudar principalmente as pessoas que não têm condições de pagar pela
energia. “O pessoal está precisando de luz. Meu ganho é pouco, não posso cobrar muito
porque é gente carente e faço um preço bom também para ajudar. Mas a manutenção é
barata, não gasta fio de luz e você vai tê-la para o resto da vida. No meu galpão, as lâmpadas
estão há mais de 10 anos e nunca troquei água de nenhuma”, conta.
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