EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO COMÉRCIO: PASSADO, PRESENTE E

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO COMÉRCIO: PASSADO, PRESENTE E
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO COMÉRCIO: PASSADO, PRESENTE E FUTURO DO
DIVERSIFICADO COMÉRCIO.
Professor Orientador Klêner Klenir Costa Bryto1
Andressa Silva de Souza2
Débora Marciel Paiva3
Fabrício Noura Gomes4
Judith Monteiro de Moraes5
Nalrilene Teixeira da Silva6
RESUMO: O comércio de uma forma geral, sempre foi o ponto de encontro de culturas,
países e pessoas. Em qualquer lugar, sua evolução tem se dado todos esse anos por meio das
tendências e momentos do mundo, sempre alavancado pela expectativa dos consumidores
cada vês mais atraídos pela excelência e profissionalismo, junto com a própria demanda de
um mercado vertiginosamente globalizado e integrado, entre economias e setores. Este artigo
tem como objetivo descrever a evolução histórica do comércio, com ênfase na historicidade
dos fatos até as tendências dos mercados futuros. O método do estudo é bibliográfico e
exploratório. Trata-se de pesquisa ex post facto, é pesquisa participante. Com este método é
possível visualizar todas as circunstâncias dos pontos levantados no conteúdo da pesquisa,
contribuindo para o pleno entendimento dos assuntos abordados com qualidade e base teórica,
visando aprofundar o conhecimento científico, o desenvolvimento acadêmico, profissional e
do cidadão empreendedor como conhecedor de sua historia no mercado. Por fim, são tecidas
considerações sobre todo o conteúdo desde artigo científico.
Palavras chave: comércio, mercado, consumidor, profissional.
ABSTRACT: The trade in General, has always been the meeting point of cultures, countries
and people. Anywhere, its evolution has given all this years through trends and moments of
the world, always leveraged by the expectation of consumers each see more attracted by
excellence and professionalism, along with their demand for a globalized and integrated,
1
Bacharel em Administração pela Universidade da Amazônia - UNAMA, Mestre em Educação pela Universidade
Federal do Pará - UFPA; Especialista em Planejamento Estratégico e Altos estudos Amazônicos na Escola
Superior de Guerra - ESG-RJ, Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Federal do Pará UFPA.
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Discente do 7º Semestre do Curso de Administração da Faculdade de Castanhal - FCAT
Discente do 7º Semestre do Curso de Administração da Faculdade de Castanhal - FCAT
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Discente do 7º Semestre do Curso de Administração da Faculdade de Castanhal - FCAT
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Discente do 7º Semestre do Curso de Administração da Faculdade de Castanhal - FCAT
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Discente do 7º Semestre do Curso de Administração da Faculdade de Castanhal - FCAT
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Evolução histórica do comércio: passado, presente e futuro do diversificado comércio.
market sharply between economies and sectors. This article aims to describe the historical
evolution of trade, with emphasis on the historicity of the facts up to future market trends. The
method of study is exploratory and bibliography. This is search ex post facto, is research
participant. With this method you can view all the circumstances of the points raised in the
search content, contributing to the full understanding of the issues discussed with quality and
theoretical basis to deepen scientific knowledge, academic development, professional and
citizen entrepreneur as knowledgeable of its history on the market. Finally, considerations are
woven all content from an article.
Keywords: trade, market, consumer, professional.
1.
INTRODUÇÃO
O artigo trata da Evolução Histórica do Comércio e todas suas vertentes. Os
relatos de pesquisa e teorias descritos são para o entendimento de todo o contexto do estudo,
que é de interesse científico no campo da Administração e que pode ser adaptado para uso
didático em sala de aula, visando proporcionar oportunidade para o aprimoramento do
processo ensino-aprendizagem que o acadêmico precisa vivenciar.
O principal objetivo deste artigo é didático e avaliativo na disciplina de Logística
Empresarial com foco no Comércio e a logística: as origens do comercio moderno; Armazéns
Gerais; Comercialização por Catálogos; Especialização do varejo; Surgimento do
supermercado; Shopping centers e lojas de desconto; Varejo sem loja e vending machines;
tipos de comércio; importância do varejo na economia; a logística e as necessidades do
consumidor: o consumidor final; O papel da logística; A transação comercial: O ato físico da
compra; A visão do comerciante; Evolução do perfil da oferta e da demanda; comércio e
manufatura na cadeia de distribuição; Tendências da evolução do comércio.
2. O COMÉRCIO E A LOGÍSTICA
2.1. As origens do comércio moderno
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O comércio envolve a troca de bens e serviços por dinheiro, mas nem sempre foi
assim, no passado as transações quase não tinham envolvimento monetário.
A forma primitiva de comércio se dava pelo escambo e com o tempo houve uma
evolução, no período colonial se intensificou as relações comerciais de tal forma que houve a
necessidade de ter uma matéria “prima” de troca universal, foi então que começou a
comercialização mais intensa com o dinheiro.
Dos produtos que eram ofertados de forma mais extensiva, estavam os
alimentícios não perecíveis, ferramentas, roupas, etc., os produtos eram encomendados de
acordo com a demanda e expectativa dos clientes e assim eram colocados a venda, estes
clientes de forma nenhuma poderiam devolver as mercadorias, que por sua vez não tinham
uma variação de produtos tal qual é hoje, estes comércios estavam situados em pontos
estratégicos das cidades, onde havia mais movimentação.
No início do desenvolvimento do comércio moderno, os produtos eram intercambiados
diretamente nos postos de troca, sendo que na época as moedas não tinham a credibilidade
financeira para serem universalmente aceitas. Era a fase do escambo. (NOVAES: 2007, p. 1).
2.2 Armazéns Gerais
Segundo Novaes (2007) os armazéns gerais estavam situados em pontos
principais como nos caminhos das caravanas e estações ferroviárias. Muitos postos comerciais
se transformaram em vilas e em sequencia, cidades. Os pedidos dos comerciantes eram feitos
pelos “caixeiros-viajantes” que após organizar os pedidos eram despachados pela estrada de
ferro, e isto, podia durar meses até a encomenda chegar aos postos comerciais, mesmo com
preços elevados esse sistema logístico era perfeitamente aceitável.
Conforme as cidades foram surgindo e o comércio se ampliando, outras
necessidades por parte dos consumidores foram aparecendo, o desejo de diversificação e
estilos mais sofisticados de roupas, sapatos e objetos para casa, tendenciosamente foram
surgindo,intensificando o comércio.
2.3. Comercialização por catálogos
De acordo com Novaes (2007), para atender a demanda crescente e as
oportunidades de negócios, surgiram os fatores tecnológicos. Nos Estados Unidos da América
se originou ao sistema postal norte-americano que deu impulso a um novo tipo de
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comercialização de produtos, a comercialização por catálogos e encomendas postais.
Posteriormente veio às lojas especializadas, com um ar de mais sofisticação, unindo fatores
tecnológicos e de prática profissional.
Com tudo, os problemas logísticos foram surgindo diante desse tipo de
comercialização, como a devolução de produtos ao varejista, que obrigou a criação de um
canal de devolução confiável e prático para o bom funcionamento das vendas por catálogo.
As vendas por catálogo, diante do crescimento do maior nível de sofisticação da
demanda, surgiram numa linha específica de produtos, dando origem as lojas especiais, com
profissionais diretamente especializados em determinados produtos e as preferências de seus
clientes.
2.4. Especialização do Varejo
Segundo Freitas (2006), no século XIX, nos EUA e Inglaterra, sugiram as
chamadas general setores, lojas de mercadorias gerais, que comercializavam de tudo, desde
tecidos até armas e munições.
No século XX deu-se origem aos drugstore que incorporava farmácia com vendas
de diversos produtos de pequeno valor unitário e também as lojas de departamentos.
Comércios varejistas que na época localizavam-se no centro comercial das cidades, devido à
comercialização de um grande número de produtos, tiveram de se readaptar aos serviços de
entregas com qualificação profissional, construção de depósitos especializados, transportes
adequados, para melhoria dos serviços ao consumidor. Com o sucesso desses serviços,
especialistas de vendas por catálogo, logo aderiram ao novo sistema, lançado lojas de
departamentos. Até a década de 1940/1950, esse fenômeno de concentração, não foi
percebido com a mesma rapidez pelos departamentos típicos de varejos de produtos básicos,
no caso de produtos alimentícios de primeira necessidade.
2.5. Surgimento dos Supermercados
O avanço da motorização acentuada da população e o uso crescente de geladeiras
no ambiente doméstico propiciou o surgimento dos supermercados. Ligados ao conceito de
autosserviço, onde o cliente faz compra sozinho, assim procurou-se modernizar o comércio
com outros tipos de mercadorias, como utensílios domésticos, roupas, sapatos e até mesmo
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eletroeletrônicos, com intuito de reduzir o preço dos produtos de primeira necessidade em
épocas difíceis. Os supermercados foram os primeiros a abrir lojas nas áreas suburbanas e
como crescimento de congestionamentos nas vias de acesso ao centro e as dificuldades de
estacionamentos, outros tipos de grandes varejos, passaram a se instalar nos bairros e
subúrbios (FREITAS, 2006).
Assim como os supermercados e grandes varejistas, os Shoppings Centers,
surgiram também, na fase de expansão na direção dos bairros e subúrbios. Com a ideia de
reunir em um mesmo teto lojas especializadas, agregando outras facilidades como
estacionamento, restaurantes, cinemas, bares, além de área de circulação atraente, ambiente
climatizado e outras melhorias.
2.6. Shopping centers e lojas de descontos
Nessa corrida pelo espaço no comércio competitivo, surgiram às lojas de
descontos (discount houses), com vendas de produtos sem se preocupar com as instalações do
prédio, baseando suas operações nos custos baixos, outro tipo de estabelecimento, objetivando
comercialização em baixo custo são os chamados outlets, que são operados diretamente pelos
fabricantes, possibilitando conhecer melhor as preferências e hábitos de consumo dos clientes,
permitindo aos fabricantes colocar no mercado pontos de estoque e fazer liquidez decorrente
de mudanças nas linhas de produções.
2.7. Varejo sem loja e vending machines
Com o desenvolvimento dos sistemas de comunicação e Internet, houve uma
impulsão dos varejos sem lojas, além das vendas por catálogo e correios, o comércio
eletrônico, ecommerce se alastrou com bastante força pela Internet. Esse tipo de mercado
possui um grande problema com relação ao contado do cliente com os produtos, o que leva as
grandes empresas ao tentar suprir essa falta de contato, a apresentação na tela do layout da
capa do produto juntamente com a publicação de comentários oferecendo possibilidade de
devolução do material adquirido em caso de defeito. O ecommerce está afetando o tráfego nas
lojas, com mais da metade dos entrevistados afirmando que visitam menos lojas por causa das
compras eletrônicas.
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Segundo Mccuner (2000), em função desta facilidade, surgem guerras de preço
que muitas vezes são mais acirradas no ambiente virtual que no comércio varejista tradicional.
Neste ambiente os consumidores possuem ao seu dispor uma gama de ferramentas de busca e
sites de comparação de preços, que lhes proporcionam mais autonomia para efetuarem
compras.
O varejo por maquina (vending machines) oferece a venda de cigarros,
refrigerantes, sanduíches, guloseimas, entre outros produtos, que operam com moedas e notas
de papel que não utilizam atendentes e que são instaladas em locais diversos, porem correm
riscos com uma desestabilização da moeda local, diminuindo sua vantagem competitiva, este
tipo de negócio tem sua origem em meados do século II A.C., quando o inventor e
matemático Heron de Alexandria criou um aparelho mecânico acionado por moedas destinado
a automatizar o processo de obter água benta em templos. Seu funcionamento era simples e
engenhoso.
O peso da moeda movimentava uma pequena alavanca, abrindo uma válvula e permitindo a saída
da água. Em seguida, a moeda mergulhava no interior de um vaso e a válvula retornava à sua
posição original, interrompendo o fluxo. (WIKIPÉDIA, 2009, p.1).
Mas é o século XX, durante a Segunda Guerra no comércio dos EUA, que tem sua
ampliação.
No final do século XIX, em Nova York, já havia modelos de vending machines, mais próximas as
atuais, que vendiam chicletes em estações de trem. Máquinas mais complexas, como as de
bebidas, apareceram em 1937. Entretanto, sua popularização nos Estados Unidos ocorreu durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com a entrada do país no conflito, parte da população que
não foi aos campos de batalha cumpria jornadas de trabalho de, no mínimo, dez horas. Para
suportar essa carga de trabalho, além do horário do almoço, os empregados tinham direito a
pequenos intervalos, recorrendo às vending machines, devido a sua praticidade. A partir dos anos
60, após passar décadas concentradas em fábricas e canteiros de construções, esses aparelhos se
espalharam por diversos locais, como: escolas, hospitais, estações de metrô e postos de gasolina
(WIKIPÉDIA, 2009, p. 1).
3. TIPOS DE COMÉRCIO
Segundo Novaes (2007) o comércio retalhista, de forma a obter melhores
resultados, tem várias formas organizadas de negócio e cada uma tem sua própria
peculiaridade, públicos diferentes, formas de atuação no mercado e rentabilidade, mas todos
são de suma importância para a economia. Entre os tipos estão o comércio independente,
comércio integrado e o comércio associado, que constituem o varejo com loja. Existe também
o varejo sem loja, que constituem basicamente as ecommerce, mas suas áreas de atuação são
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bem variadas, como o sistema de venda porta a porta, mala direta, catálogo, telemarketing, e
compras pela internet.
O comércio independente, a grande maioria das empresas são constituídas por
famílias, empresas familiares, de dimensões relativamente pequenas, onde empregam um
numero de trabalhadores bem reduzidos, ou até mesmo nenhum, pois encontram-se a cargo do
próprio proprietário e operam normalmente num único ponto de venda.
Segundo Rousseau (2006) este tipo de comércio esta espalhado por centros
habitacionais, ou em pequenos centros urbanos, com pouco grau de especialização, como
lojas de ferramentas, minimercados, lojas de roupa ou até o caso do comércio ambulante ou
itinerante.
Comércio integrado, ou organizado, tem uma grande dimensão, reúne as funções
grossista e retalhista, explorando cadeias em pontos de vendas identificados pela mesma
insígnia, e, aplicando políticas comuns de gestão.
Na concepção de Rousseau (2006), dentro do comércio integrado temos os
grandes armazéns, que oferecem no mesmo local diversas categorias de produtos arrumados
em secções, funcionando cada secção quase como uma loja especializada. Neste tipo de
comércio, o consumidor encontra uma grande variedade de produtos no mesmo local.
Os armazéns populares constituem uma versão menos sofisticada dos grandes
armazéns, já que se dirigem a clientes com menor poder de compra ou que pretendem gastar
menos. Apresentam uma variedade reduzida, vendendo em geral em livre serviço para reduzir
custos e oferecer preços mais baixos, como os pague pouco e minipreço das cidades
(ROUSSEAU, 2006).
Rousseau (2006) detalha que as grandes superfícies generalistas são lojas de
grande dimensão, oferecendo uma grande variedade e diversidade de bens, sobretudo
alimentares e de higiene. (São consideradas grandes superfícies quando a sua área é igual ou
superior a 2000M²), como os Wal-Mart e Carrefour, já as grandes superfícies especializadas
são lojas de grande dimensão, dirigidas para uma mesma gama de produtos, bastante
especializada, como “Toys”, „R‟ e “Us” brinquedos, entre outros e as Franchising, são
empresas que, apesar de serem jurídica e independente uma das outras, estão ligadas por
contrato á empresa mãe – O franqueador – aplicando políticas de gestão comuns, como a
Benetton, McDonald‟s, entre outros.
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Comércio associado compreende empresas que mantêm a sua independência
jurídica, associando uma ou mais atividades, de modo a obter vantagens, e a competir com o
comércio integrado.
Segundo Rousseau (2006) estas associações de comerciantes, têm como objetivo
efetuar compras em conjunto e obter preços mais baixos, devido ao grande volume de
compras, que nunca conseguiriam assegurar isoladamente.
Desta forma, podem desenvolver operações promocionais de maior escala,
conhecer melhor o mercado e gerir mais racionalmente os stocks, o que também isoladamente
se tornaria mais difícil.
4. IMPORTÂNCIA DO VAREJO NA ECONOMIA
O varejo consiste da atividade final e dos processos necessários que coloca
mercadorias produzidas em outros lugares nas mãos do consumidor ou para prestar serviços
ao mesmo, ou seja, qualquer empresa que venda mercadorias ou que preste serviço ao
consumidor final para consumo pessoal ou doméstico está desempenhando a função de varejo.
A venda no varejo até o consumidor final pode ser feita em uma loja, pelo correio,
pelo telefone, através de um shop de televisão, pela internet, de porta em porta ou através de
uma máquina de vender, qualquer uma destas está envolvida no varejo. É importante observar
que os varejistas são guardiões, isso quer dizer, se tornam o último canal de distribuição que
pode se estender por milhares de quilômetros.
De acordo com Mundo (2009), o setor representa mais de 10% do PIB/2009
brasileiro, e as atividades varejistas desempenham um papel de relevante importância no
cenário econômico do Brasil. Os varejistas, em conjunto com seus parceiros (fabricantes e
atacadistas), fazem uma importante contribuição para prosperidade econômica desfrutada por
toda a população. As nações que tiveram o maior progresso econômico e social foram aquelas
que possuíram o setor varejista mais forte.
Na verdade os varejistas tornaram-se pessoas valorizadas e necessárias para a
sociedade. Embora a sociedade hoje possa esquecer os benefícios sociais que esse segmento
traz para a economia, podemos relatar alguns benefícios que o setor de varejo pode
proporcionar como, por exemplo: acesso mais fácil a produtos, ter mais de duas ou três
opções quando se busca um determinado produto, maior satisfação dos clientes e níveis mais
altos de atendimento.
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), independente de
como esteja à economia de um País, seja ela com crise ou sem crise esse segmento não para
de crescer, o setor acumula um crescimento nos últimos 12 meses, na ordem de 8% com
crescimento da receita nominal de 11,5%.
Esses dados mostram adequadamente as mudanças ocorridas em decorrência à
crise do número de novos formatos de varejo, como o varejo na internet, clubes de compras,
supercentros e negócios de fast-food com entrega a domicilio. É importante lembrar, que os
varejistas não são obrigados a seguir as maneiras tradicionais de vender aos consumidores.
Varejistas e futuros varejistas são livres para criar novas abordagens ao varejo para aproveitar
oportunidades de mercado.
5. A LOGÍSTICA E AS NECESSIDADES DO CONSUMIDOR
5.1. O consumidor final
O consumidor final está diretamente ligado ao varejo, uma vez que o mesmo foi
criado para este fim, por isso é muito importante entender os mecanismos mentais e
psicológicos que estão por trás dos valores e do comportamento dos consumidores, quais
necessidades ou expectativas que impulsionam o consumidor típico que pretende adquirir
determinado bem ou produto.
Por isso, o foco principal do comércio é o consumidor pessoa física. Por outro lado não obstante
parte das compras no varejo se destinar ao uso estritamente individual, o processo de decisão sobre
o que e quando comprar tem sua base no domicílio. Muito embora pequenas firmas e organizações
possam comprar diretamente nas lojas de varejo, a tendência geral é de que as empresas, por
disporem de setores de compras, crédito e pessoal especializado, adquiram produtos através de
atacadistas ou diretamente a partir dos fabricantes. (NOVAES: 2007, p 11).
Portanto o comércio depende unicamente do consumidor final embora as
organizações adquiram produtos através dos atacadistas, mas seu foco deve estar ligado em
proporcionar vantagens ao seu cliente final.
Novaes (2007), ainda destaca cinco elementos que a organização precisa ter em
mente para seu cliente, vejamos:
 Informação do produto, seu preço, uso, e restrições de funcionamento,
vantagens comparativas e etc.;
 O produto, sua forma e qualidade desejada;
 Gratificação pessoal ou familiar no uso ou consumo do produto adquirido;
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 Confiança com o varejista, que é concretizada através da atenção pessoal,
honestidade, manutenção permanente dos padrões de qualidade;
 Continuidade na relação entre consumidor e varejista que caracteriza a fase de
pós-venda.
5.2 O papel da logística
Hoje o papel da logística é criar condições de forma prática para que as metas
definidas sejam realizadas pelo setor de marketing: “a logística tem um papel muito
importante no processo de disseminação da informação, podendo ajudar positivamente caso
seja bem equacionada, ou prejudicar seriamente os esforços mercadológicos, quando for mal
formulada” (NOVAES, 2007, p.13).
A logística hoje está muito ligada ao produto, pois todo processo logístico que vai
da matéria-prima até o consumidor final, é considerado entidade única, sistêmica em que cada
parte depende das demais e deve ser ajustado visando o todo. A logística hoje dá condições
reais de garantir a posse do produto, por parte do consumidor, no momento desejado.
Infelizmente a logística não tem funcionado de forma eficaz na maior parte das empresas, pois
os vendedores prometem a entrega dos produtos numa certa data, e não é cumprido por
deficiências no sistema de informação, nas operações do deposito ou no transporte, o que
acaba acarretando uma imagem negativa para o andamento da empresa.
6. A TRANSAÇÃO COMERCIAL
6.1 O ato físico da compra
O consumidor nos dias de hoje, se depara com uma nova rotina, novo perfil
individual, um novo universo de inovações e mudanças, que o leva a repensar no ato da
compra, tendências, idade, cultura, classe social e personalidade, são exemplos de variantes
que determinam a compra do consumidor.
O ato da compra ainda passa pelo quesito informação, hoje o consumidor está
munido de um leque de informações, que o faz mais exigente, ele analisa o produto, o
estabelecimento, o vendedor, a logística, sustentabilidade do produto e da empresa, entre
outras vertentes.
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O dinheiro é o principal destes desprendimentos, pois é a moeda usada para a
negociação de compra e venda. Oriunda dos primórdios do capitalismo, que determinava a
obrigação de uma troca, produto-dinheiro.
Outro exemplo de desprendimento é o tempo. Na rotina atual o elemento tempo se
torna cada vez mais valioso, uma vez que o consumidor hoje, já não detém e nem admite,
ficar esperando em fila, esperando a entrega, nem tem tempo ocioso para ficar pesquisando
preço e qualidade de produto. As empresas que trabalham este quesito, de forma a amenizar o
tempo despendido em uma compra, estão um passo a frente das suas concorrentes.
A tensão decorrente de uma variedade e situações relacionado à compra, e a
energia despendida para transportar o produto adquirido, constituem elementos significativos
no ato da compra, a continua evolução dos produtos, designer e acabamentos, a dificuldade de
transporte do mesmo, a dificuldade de vendedores em repassar informações do produto leva o
consumidor a repensar a compra.
Para satisfação das necessidades dos consumidores em adquirir produtos de consumo e bens
duráveis, o mesmo tende-se a depender de alguns elementos importantes, seja econômico, físico
ou psicológico, ou seja, a compra envolve gastos da parte do consumidor para adquirir um
determinado produto. (NOVAES: 2007, p.15).
E não podemos deixar de expor a logística de todas as formas, ou na entrega do
produto a domicilio pela responsabilidade da loja, ou mesmo quando o cliente leva o produto
por vontade própria. Produtos acessíveis ao transporte podem até ser levados pelo próprio
cliente, mas os produtos de grande porte ou pesados, quando transportado pelos clientes,
podem prejudicar a gratificação do ato da compra. Pois pode acarretar danificações no seu
estado físico ou seu funcionamento.
Quanto ao cliente, são estes vários elementos a serem considerados antes, durante
e depois do ato da compra física, elementos intrínsecos ao perfil de cada cliente define a linha
de produtos a qual o cliente prefere.
6.2 A visão do comerciante
Contudo, a visão do comerciante se volta não tão somente aos elementos expostos
a cima, mas também a questões específicas de sua visão. Questões estas, dependentes do bom
desempenho do comerciante.
A visão estratégica de negócio é o entendimento da empresa sobre os benefícios que os seus
produtos/serviços proporcionam à sociedade. A utilização correta desses benefícios quando
conhecidos pelas organizações se transformam em valores, que se tornam vantagens competitivas
do empresário melhor preparado para lidar com o mercado consumidor (VIEIRA, 2011. p.1).
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Evolução histórica do comércio: passado, presente e futuro do diversificado comércio.
O alcance de uma margem confortável para a sobrevivência da empresa, para
gastos com seu desenvolvimento, despesas e principalmente preenchimento das finalidades de
um negócio gera lucros para o comerciante.
Na área tributária, fiscal, legal, pessoal, predial, são exemplos de preocupações
quedo comerciante ao disponibilizar seu produto no mercado. Atender o cliente com
qualidade, dispor de produtos de qualidade e saber o que o mercado esta pedindo e o qual a
demanda de seus clientes, são também obrigações para comerciantes que anseiam por
continuar no mercado.
7. EVOLUÇÃO DO PERFIL DA OFERTA E DA DEMANDA.
Partindo do pressuposto de que o mercado varejista está voltado ao domicilio,
subtende-se que deve atender a família ali residente. Porém, a família clássica constituída de
pai, mãe e casal de filhos, está se diversificando. Mães solteiras e independentes, casais
homossexuais, solteiros bem sucedidos estão ficando cada vez mais frequentes nesta nova
geração, geração esta que os comerciantes precisam atender.
É importante ressaltarmos que a evolução do perfil da demanda vem
gradativamente se reformulando por meio da inovação tecnológica, cultural, industrial, maior
acessibilidade de informações e principalmente o aumento da renda da população, o que torna
o individuo mais informado, centrado no bem seu estar e do ambiente que está inserido.
Entende-se que a oferta de mercado é dependente da constante demanda e suas
variáveis. O comerciante tem a necessidade de atender os desejos de compra de seus clientes.
Sendo assim o comerciante, industrial ou fornecedor de insumos, tem a responsabilidade de
visar o consumidor final para satisfazer este, e para isto, analisar a margem de lucro
necessária para seu desenvolvimento, suas despesas e rendimentos.
O número crescente de pessoas separadas ou divorciadas, homens e mulheres, gerou outro tipo de
consumidor. Muitos jovens deixaram de casar cedo, preferindo morar sozinhos, longe da casa dos
pais. O mercado de trabalho criou espaço para jovens de grande talento e garra, com salários
relativamente elevados, gerando a geração Yuppie, com características de consumo muito próprias
(NOVAES: 2007, p. 20).
Para este novo nicho de mercado, há políticas de compras realizadas pelo telefone,
compras pela internet, sendo que esta possui o seu marketing-share em constante crescimento.
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A importância da rede de compra pela internet vem se caracterizando uma necessidade de
reciclagem por conta do comerciante.
A intensidade do volume das compras pelas lojas virtuais vem gerando
desconfortos até mesmo para gigantes do ramo do varejo, tendo que se adequar a realidade
virtual. Este tipo de comercio possui alto custo com especialistas para elaborarem sites
atrativos e sedutores para as necessidades do cliente, e o custo da manutenção do mesmo.
Porém não há custo com alocação física, pessoal entre outros vários custos que gera uma loja
física.
8. COMÉRCIO E MANUFATURA NA CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO.
Manufatura ou indústria é um sistema de produção em massa de produtos
padronizados e em série numa linha de produção que requer muita tecnologia e investimento.
A manufatura é quem ditava e ainda dita, na maioria dos casos, às regras na cadeia de
suprimento por ser mais economicamente rentável.
Para ser economicamente rentável, a linha de produção tradicional é submetida a uma serie de
métodos de racionalização e de otimização: estudo de tempos e de métodos para melhor aproveitar
a mão de obra, sequenciamento ótimo dos processos dos fluxos de materiais no chão de fabrica
para racionalizar o uso de equipamentos e da capacidade produtiva, lote padrão otimizado para
melhor diluir os custos de set-up das maquinas etc. (Novaes: 2007. p. 21).
Diante desse novo cenário vale ressaltar que o elemento principal é atender na
cadeia produtiva o consumidor varejista, pois se tornou mais fácil atender as demandas dos
varejistas com esses sistemas e técnicas de gerenciamento da produção disponíveis hoje.
Essa mudança na produção começou através da revolução industrial que teve
início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção, onde o
trabalho que era produzido manualmente passa a ser feito pelas maquinas, havendo grande
avanço no modo de produção, ou seja, produzido mais em menos tempo, passando a produção
a ser em serie e especializada.
Por conta dessa evolução na produção, podemos observar nos países
desenvolvidos uma serie de transferências de poder (dos fabricantes para as grandes cadeias
varejistas).
9. TENDÊNCIAS DE EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO
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Evolução histórica do comércio: passado, presente e futuro do diversificado comércio.
Em meio a esse mundo que esta em constante transformação, se tornou um
desafio prever as tendências para o comércio, mas veremos a seguir as prováveis tendências
em alguns setores.
No setor varejista um estudo feito pela PSFK - Cia. de Pesquisa e inovação,
SEBRAE/RS (apud, PSFK: 2010), aponta as 10 principais tendências que, segundo a
consultoria, impactarão o varejo de 03 a 05 anos, que são:
1 - O mundo como experiência de varejo, é a possibilidade de comprar qualquer coisa, a qualquer
hora, em qualquer lugar, diz o relatório; 2 - Pré-visualização da compra; com aparelhos móbile
mais inteligentes e tecnologia GPS aprimorada, o consumidor terá acesso a detalhes sobre o
ambiente de varejo, antes mesmo de visitar a loja; 3 - Serviços habilitados para tablets, a
introdução de aparelhos móbile com acesso à internet, como iPhone e o iPad no ambiente de
varejo está possibilitando aos varejistas oferecerem um nível mais alto de serviço aos seus
consumidores; 4 - A venda do ideal, busca por produtos e experiências com uma imagem ideal em
mente de como eles vão se encaixar na sua vida; 5 - Toda a loja como principal, é o nível mais alto
de experiência em todos os pontos de contato; 6 - Curadorias complementares, os varejistas estão
aumentando suas ofertas centrais ao trazer outras marcas e serviços relevantes para suas lojas; 7 Decoração mutável, para manter as lojas sempre renovadas e relevantes, os varejistas estão
construindo seus ambientes com a mudança em mente; 8 - Levando as lojas até o consumidor, em
esforço para conectar de forma melhor com consumidores fora do ambiente tradicional de varejo,
vários varejistas estão viajando até seu público; 9 - Show & Tell Instantâneo, as redes sociais
móbile e tecnologias para conexão dentro das lojas estão possibilitando aos consumidores receber,
em tempo real feedback de amigos e estranhos com gostos parecidos; 10 - A força do grupo, os
consumidores estão usando as redes online para fazer compras colaborativas que ajudam a
aumentar seu poder individual de consumo. (SEBRAE/RS, Apud PSFK, 2010, p. 4 a 58).
No setor supermercadista, existem as especulações dos check-out (caixas), onde
cada cliente receberá um scanner apropriado logo ao entra no supermercado, aonde suas
compras irão sendo registrada no ato de colocar o produto no carrinho, e quando esses
produtos saírem passarão por um processador eletrônico automático, que totalizará as
mercadorias e automaticamente debitará a despesa diretamente no cartão de crédito, sendo
assim acabando os caixas, economizando com mão de obra.
Na pesquisa do instituto Gartner (2010) no setor da indústria automobilística as
tendências são:
 Diversificação e segmentação do mercado automotivo
 Tempo de ciclo de vida
 Variedade de atributos dos modelos de veículos
No setor da tecnologia da informação, de acordo com as previsões feitas pelo
estudo para as tendências nos próximos anos são:
Até 2012, 20% das empresas não terão ativos de TI;Até 2012, as companhias de serviços de TI
centralizadas na Índia vão representar 20% dos principais agregadores em nuvens do mercado por
meio de ofertas de serviços em nuvem;Até 2012, o Facebook vai se tornar o hub para integração
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de redes sociais e socialização Web;Até 2014, a maioria dos cases de negócios de TI vai incluir os
custos da correção do carbono;Em 2012, 60% das emissões de gases estufa na vida total dos PCs
terão ocorrido antes que o usuário ligue a máquina pela primeira vez;O marketing via Internet será
regulamentado até 2015, controlando mais de US$250 bilhões em gastos mundialmente;Até 2014,
mais de 3 bilhões de pessoas poderão efetuar transações eletronicamente via tecnologia de
celulares ou internet;Até 2015, o contexto será tão influente para os serviços móveis de consumo e
relacionamento quanto os mecanismos de busca são para a web e até 2013, os telefones celulares
vão ultrapassar os computadores como dispositivo mais comum para acesso à web. (Veras, Apud
Gartner: 2010, p. 33).
9. AS FONTES METODOLÓGICAS NESTE ARTIGO.
A metodologia de pesquisa usada neste artigo é bibliográfica e exploratória. Tratase de pesquisa post-facto ou não experimental, abordagem qualitativa, coleta de dados de
fontes secundárias, é pesquisa participante. A seguir explicação detalhada dos métodos
utilizados.
A pesquisa bibliográfica é de leitura com a análise e interpretação de livros,
documentos mimeografados ou xerocopiados, periódicos, fotos, mapas, manuscritos, etc. O
material separado para a pesquisa passa por uma triagem, onde um plano de leitura é
estabelecido. Trata-se de uma leitura sistemática e atenta que é acompanhada de anotações
que poderão servir à fundamentação teórica do estudo.
Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em
livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece
instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si
mesma. O material publicado pode ser fonte primária ou secundária. Por exemplo: o livro
Princípios de Administração Científica, de Frederick W. Taylor, publicado pela Editora Atlas, é
fonte primária se cotejado com obras de outros autores que descrevem ou analisam tais princípios.
Estas, por sues vez, são fontes secundárias em relação ao primeiro por se basearem nele para
explicitar outras relações (Moresi: 2003, p. 21).
A pesquisa exploratória serve para realizar um estudo prévio do objeto da
pesquisa, ou seja, para o entendimento do pesquisador com o fenômeno que está sendo
investigado, de modo que a pesquisa possa ser concebida com uma maior compreensão e
perfeição.
A pesquisa para ser considerada exploratória, deve envolver um levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas sobre suas experiências práticas com o problema
pesquisado e análises de exemplos que estimulem a compreensão. A pesquisa exploratória é
para proporcionar uma visão geral de determinado fato.
De acordo com Cooper & Schindler (2003) A exploração é particularmente útil
quando os pesquisadores não têm uma ideia clara dos problemas que vão enfrentar durante o
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Evolução histórica do comércio: passado, presente e futuro do diversificado comércio.
estudo. Através da exploração, os pesquisadores desenvolvem conceitos de forma mais clara,
estabelecem prioridades, desenvolvem definições operacionais e melhoram o planejamento
final da pesquisa.
De acordo com JR, Babin, Money, & Samouel, P. (2005), a pesquisa exploratória
é particularmente útil quando o responsável pelas decisões dispõe de muito poucas
informações. Dito de outro modo, os planos exploratórios são para o pesquisador que não
sabe muito! São orientados para descoberta. Assim, são planos que não tem a intenção de
testar hipóteses especificas de pesquisa.
Neste caso, exploratório, por proporcionar um panorama do estudo sobre a
Evolução Histórica do Comercio, com base em pesquisa bibliográfica em fontes secundárias
classificadas em Livros (Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,
operação e avaliação), periódicos (Yin e Yang. Rev. HSM Management, Rev.
administradores, Rev. scribd, Rev.SEBRAE/ RS), Trabalhos de Conclusão de Cursos e
Artigos (O papel do varejo na economia, Banco Nacional de Desenvolvimento/Arquivos,
Estratégias empresariais do setor varejista de produtos farmacêuticos de Belo Horizonte,
Farmácia x drugstore: a briga continua, O Papel do varejo na economia de um país, Wikipédia
a enciclopédia livre).
Pesquisa ex post facto, chamada assim por se tratar de um fenômeno já ocorrido.
Tem como fundamentação do estudo, toda a historicidade do fato, incluindo seus levantes
documentais para o pleno desenvolvimento do objeto de pesquisa.
De acordo com Vergara (2009), refere-se a um fato já ocorrido. Aplica-se quando
o pesquisador não pode controlar ou manipular variáveis, seja porque suas manifestações já
ocorreram, seja porque as variáveis não são controláveis. A impossibilidade de manipulação e
controle das variáveis distingue. Então, a pesquisa experimental de ex post facto.
Fontes secundárias frequentemente citam, comentam sobre, e/ou constroem
conclusões baseadas em fontes primárias.
E segundo Campello (2003) apresentam a informação filtrada e organizada de
acordo com um arranjo definido, dependendo de sua finalidade. São representadas, por
exemplo, pelas enciclopédias, dicionários, manuais, tabelas, revisões da literatura, tratados,
certas monografias e livros-texto, anuários e outras.
Segundo Vergara (2009) a pesquisa participante não se esgota na figura do
pesquisador. Dela tomam parte pessoas implicadas no problema sob investigação, fazendo
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com que a fronteira pesquisador/pesquisado, ao contrario do que ocorre na pesquisa
tradicional, seja tênue.
Os princípios fundamentais da pesquisa participativa são:
a) a possibilidade lógica e política de sujeitos e grupos populares serem os produtores diretos ou
associados do próprio saber que mesmo popular não deixa de ser científico; b) o poder de
determinação de uso e do destino político do saber produzido pela pesquisa, com ou sem a
participação de sujeitos populares em suas etapas; c) o lugar e as formas de participação do
conhecimento científico erudito e de seu agente profissional do saber, no „trabalho com o povo‟
que gera a necessidade da pesquisa, e na própria pesquisa que gera a necessidade da sua
participação (Haguette: 1999, p. 125).
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O comércio como um todo, sempre foi fruto de uma verdadeira metamorfose em
sua história, fato este comprovado pela diversidade que atuação no mercado. Hoje existe um
leque de empresas de todos os tipos, setores e produtos, prontas para satisfazerem o gosto das
mais diversificadas culturas e pessoas no mundo, estas organizações se valem de mecanismos,
ferramentas e criatividade para entender e integrar-se ao comercio o mais abrangente possível,
o “Q” a mais ou o “Diferente”, acaba virando o carro chefe das pequenas, medias e grandes
empresas do setor sempre em busca de uma fatia maior de mercado, fidelização e satisfação
com seus produtos e serviços por parte desses clientes.
As pessoas tem mudado sua concepção de consumo, o comércio varejista é
movido por clientes pessoa física e esses merecem toda atenção pois são eles que movem o
mercado. O que leva o cliente ao consumo hoje, não é nem de perto o que levava anos atrás e
nem no começo do comércio moderno, antes tudo era uma questão de necessidade, poucos
tinham acesso ao consumo por prazer e desfrute. No mercado moderno é diferente, o consumo
está envolvido em uma nova experiência de compra, sensações e prazer, fazem parte do
“cardápio” de um novo mercado de consumo, multiplicando as facetas do comércio em geral.
Muitas são as variáveis que criam tendência a um determinado produto ou
serviço, a essencialidade ou necessidade de algo ainda está ligado ao ponto de escolha de um
produto em detrimento de outro, mas não é o fator principal de uma escolha do consumidor
moderno. Com o aumento do poder aquisitivo do consumidor, este passa a exigir mais das
organizações para finalizar o ato da compra, tempo, diversidade de produtos, rapidez na
entrega, atendimento personalizado, produto personalizado, layout da loja e conhecimento das
expectativas do consumidor com relação ao produto e/ou serviço, são o conjunto de variáveis
que ditam a escolha dos clientes.
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Com este novo tipo de consumidor, o comércio moderno tem buscado se adaptar
através de novos produtos e serviços, mas principalmente, através de novas formas de venda,
tecnologia associada ao um bom relacionamento, produto associado à durabilidade e/ou preço,
ou os dois, logística integrada para uma cadeia “enxuta”, que dá suporte aos produtos e
serviços desde o pedido até a entrega sempre respeitando os prazos estipulados, flexibilidade
nas negociações, buscando antes de tudo entender o consumidor, etc., sempre em busca da
excelência na satisfação aos clientes.
O futuro do comércio é promissor, as tecnologias que prometem revolucionar o
mercado já são uma realidade, empresas e pessoas buscam e tem buscado o “algo a mais”, uns
como ofertantes e outros como consumidores, no geral o comércio tende a se manter como o
elo que liga as cadeias de produtos industrializados ao consumidor final, sempre melhorando
os conceitos de atuação no mercado, com a diversidade e criatividade que compõe seu
portfólio desde o começo da sua história.
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