Distribuição e Longevidade de Larvas Infectantes de Nematóides

Transcrição

Distribuição e Longevidade de Larvas Infectantes de Nematóides
UFRRJ
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
TESE
Distribuição e Longevidade de Larvas Infectantes
de Nematóides Gastrintestinais de Caprinos
(Capra hircus) em Solo e Pastagem Irrigados e Nãoirrigados no Município de Seropédica, RJ, Brasil
Abisair Andrade de Castro
2004
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
DISTRIBUIÇÃO E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES DE NEMATÓIDES
GASTRINTESTINAIS DE CAPRINOS
(Capra hircus) EM SOLO E PASTAGEM
IRRIGADOS E NÃO-IRRIGADOS NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA, RJ, BRASIL
ABISAIR ANDRADE DE CASTRO
Sob a Orientação do Professor
Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca
E Co-orientação dos Professores
Dr. Laerte Grisi e
Dr. Fábio Barbour Scott
Tese submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de
Doutor em Ciências Veterinárias,
Área
de
concentração
em
Parasitologia Veterinária.
Seropédica, RJ
Março de 2004
636.30896965
C355d
T
Castro, Abisair Andrade de, 1973Distribuição e longevidade de larvas de nematoides
gastrintestinais de caprinos (Capra hircus) em solo e pastagem
irrigados e não-irrigados no município de Seropédica, RJ,
Brasil/ Abisair Andrade de Castro. – 2004.
71f. : il., grafs., tab.
Orientador: Adivaldo Henrique da Fonseca.
Tese(doutorado) – Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Instituto de Veterinária.
Bibliografia: f. 62-71.
1. Caprino – Parasito – Seropédica(RJ) - Teses. 2. Pastagens
– Contaminação – Teses.3. Haemonchus – Teses. 4.
Oesophagostomum – Teses. 5. Trichostrongylus – Teses. I.
Fonseca, Adivaldo Henrique da, 1953- . II. Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto de Veterinária. III.
Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
ABISAIR ANDRADE DE CASTRO
Tese submetida ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, área de
concentração em Parasitologia Veterinária, como requisito parcial para obtenção do
grau de Doutor em Ciências Veterinárias.
TESE APROVADA EM 25/03/2004
Adivaldo Henrique da Fonseca. Dr. UFRRJ
(Orientador)
Laerte Grisi. Dr. UFRRJ
Maria de Lurdes de Azevedo Rodrigues. Dra. UFRRJ
Débora Henrique da Silva Anjos. Dra. UFRJ
Denise Botelho de Oliveira Braga. Dra. UFF
“O temor ao Senhor é o princípio da ciência...
A sabedoria é cousa principal:
adquire pois a sabedoria; sim, com
tudo o que possuis adquire o conhecimento”.
“Porque Deus amou mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele
que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna”.
(Provérbios, 1:7; 4:7; João 3:16)
“Todo amor paternal que veio de geração em geração,
através do coração humano;
Toda fonte de ternura que se abriu na alma do homem,
não passam de tênue riacho em comparação com o
ilimitado oceano, quando postos ao lado do infinito, inesgotável
Amor de Deus.
A língua não o pode exprimir, nem a pena é capaz de o descrever.
Podeis meditar nele todos os dias de vossa vida;
podeis esquadrinhar diligentemente as Escrituras a fim de compreendê-lo;
podeis reunir toda faculdade e poder a vós concedidos por Deus,
no esforço de compreender o amor e a compaixão do Pai celeste;
e todavia, existirá ainda um infinito para além...”
(White, E. G.)
A Deus, pois está escrito...
“... sem Mim, nada podeis fazer.” (João 15:5)
Ao meu esposo, João Carlos,
pelo apoio, compreensão e carinho...
Aos meus pais, Othniel e Maria Auxiliadora,
cujos ensinamentos são minha maior e mais rica herança...
Dedico...
Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus, por ter me dado condições físicas e psicológicas, e ainda
por proporcionar os meios para o desenvolvimento e término deste trabalho.
Ao prof. Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca pela amizade, apoio e orientação
deste estudo.
Ao pesquisador da Universidade Federal do Maranhão, Dr. Manoel Pimentel
Neto pelo carinho, amizade e orientação na escolha do tema deste estudo.
Ao meu esposo, João Carlos; aos meus pais, Othniel e Maria Auxiliadora; ao
meu irmão, Asriel, a minha cunhada, Cristiane, e ao pequeno Abhner Lucas por estarem
sempre ao meu lado.
A amiga M. Sc.Erika Izaac de Ornelas, da UENF, por todo incentivo, apoio e
ajuda na parte inicial e ao longo deste estudo.
A amiga e futura Dra. Cátia Marques da Costa pela assistência no cuidado com
os animais em várias ocasiões, e pelos valiosos e enriquecedores momentos
compartilhados no dia a dia.
Aos mestrandos Daniel Guedes Junior e Carlo Oliveira pela amizade,
disponibilidade e ajuda em vários momentos.
Aos bolsistas de iniciação científica Fábio Silva e Patrícia Magalhães pelo
importante auxílio durante a fase final deste estudo.
A doutoranda Alessandra Scofield pela amizade e grandiosa ajuda no
processamento das imagens.
Ao técnico de laboratório Luiz Carlos Ribeiro da Paz e ao estagiário André Luis
de Azevedo pela amizade e toda ajuda disponibilizada em vários momentos.
Ao professor Dr. Rafael de La Veja Ruíbal pelo apoio técnico na parte estatística
deste estudo e ao técnico veterinário Andrés Carrejo Hernández pelos momentos
compartilhados na fase final deste estudo.
Aos demais colegas do Laboratório de Doenças Parasitárias - Projeto Sanidade
Animal/ Embrapa: Isis Abel, Renata Madureira, Nathalie da Cunha, Luciana de
Almeida, Raquel Lisboa, Jaime da S. Pena, Fabíola Corrêa, e Charles Rangel pela
amizade, apoio e por compartilharem de muitos momentos na realização deste trabalho.
A professora Dra Maria de Lurdes de Azevedo Rodrigues, da UFRRJ, pela
amizade, incentivo e preciosos conselhos, nos primeiros passos da minha carreira
profissional.
A professora Dra. Débora Anjos, da UFRJ, pela amizade desde os tempos de
graduação.
A Sra. Sandra Sanchez, coordenadora do setor de agropecuária do Colégio
Técnico da Universidade Rural, por gentilmente ceder os animais para realização do
presente estudo.
Ao Sr. Josué Castro, responsável pelo setor de caprinocultura do Colégio
Técnico da Universidade Rural, pelas orientações práticas no cuidado com os animais.
Ao professor e químico Wanderley Passos, da UFRRJ, por fornecer o detergente
não-iônico, utilizado neste estudo.
Ao engenheiro agrônomo Ednaldo Silva, da UFRRJ, por elaborar o projeto de
irrigação.
A todos os funcionários e técnicos do Prédio de Sanidade Animal,
PSA/Embrapa, pela amizade demonstrada ao longo do curso.
A todos os professores do Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias Parasitologia Veterinária, e ainda, a todos aqueles que contribuíram direta ou
indiretamente na elaboração deste estudo.
Ao CNPq e FAPERJ pelo auxílio financeiro.
BIOGRAFIA
ABISAIR ANDRADE
DE
CASTRO, filha de Othniel Rodrigues de Castro e Maria
Auxiliadora da Silva Andrade de Castro, nasceu em 25 de março de 1973, na cidade do
Rio de Janeiro, (R.J.) onde cursou o ensino fundamental na Escola Municipal Pracinha
João da Silva. Concluiu o curso normal em 1990, ao nível de ensino médio, no Instituto
de Educação Sarah Kubitschek.
Ingressou no curso de Ciências Biológicas em 1993, na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, onde obteve os graus de Licenciatura e Bacharelado em 1997 e
1998, respectivamente.
Foi bolsista de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), no período de 01/08/1995 a 31/12/1997, participando
de trabalhos de pesquisa no Laboratório de Helmintologia da Estação para Pesquisas
Parasitológicas W. O. Neitz, sob orientação da Profa Dra. Maria de Lurdes de Azevedo
Rodrigues, do Departamento de Parasitologia Animal, Instituto de Veterinária, da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Em março de 2000, defendeu a dissertação de Mestrado, também sob orientação
da Dra. Maria de Lurdes de Azevedo Rodrigues, pelo Curso de Pós-graduação em
Medicina Veterinária – Parasitologia Veterinária, do DPA/IB-UFRRJ; tendo sido no
mesmo ano, aprovada e matriculada para o Doutorado pelo Curso de Pós-graduação em
Ciências Veterinárias – Parasitologia Veterinária, CPGCV-PV, da UFRRJ sob
orientação do prof. Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca.
Durante o período acadêmico registraram-se 54 publicações científicas, dentre
os quais nove como artigos em revistas científicas indexadas e 45 em eventos científicos
nacionais e internacionais. E nesta data, apresenta e defende esta tese como requisito
parcial para a obtenção do título de Doutor em Ciências Veterinárias.
RESUMO
CASTRO, Abisair Andrade de. Distribuição e Longevidade de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos (Capra hircus) em pastagem no município
de Seropédica, RJ, Brasil. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tese – Doutorado em
Ciências Veterinárias, Parasitologia Veterinária).
O conhecimento do grau de contaminação das pastagens por larvas infectantes de
tricostrongilídeos é muito útil aos propósitos epidemiológicos. Pode-se determinar o
risco de infecção dos animais e fornecer dados para o estabelecimento de programas de
controle integrado. Assim este estudo foi elaborado em três etapas: a primeira diz
respeito a um estudo comparativo entre duas técnicas para recuperar larvas infectantes
da pastagem. Para isto, seis amostras de fezes naturalmente infectadas foram
depositadas a campo. Após 21 e 28 dias ao depósito, amostras de gramínea foram
coletadas e processadas pelas técnicas propostas. A análise estatística demonstrou que
não houve diferença significativa entre os resultados. Assim, as duas técnicas podem ser
utilizadas para recuperação de larvas infectantes da pastagem. A segunda parte refere-se
a distribuição sazonal e longevidade de larvas infectantes em pastagem irrigada e nãoirrigada. Amostras de vegetação, dos dois piquetes, não-irrigado A, e irrigado B, foram
examinadas a cada 14 dias pela técnica de Donald, durante maio/2001 a abril/2003. De
acordo com os resultados, as condições ambientais foram favoráveis ao
desenvolvimento e longevidade de Trichostrongylus e Haemonchus. A ocorrência de
Oesophagostomum e Cooperia foi rara e inexistente, respectivamente. O sistema de
irrigação não favoreceu o desenvolvimento e a longevidade das larvas. A maior
recuperação de larvas do gênero Trichostrongylus foi no inverno e primavera, sendo que
para o gênero Haemonchus, não houve diferença entre as estações. O outono foi a
estação mais favorável à sobrevivência das larvas. As observações entre os períodos
chuvoso e seco, para distribuição e longevidade das larvas mostraram que não houve
diferença entre os mesmos. A última parte aborda a distribuição e longevidade de larvas
no solo e pastagem irrigada e não-irrigada. Assim, amostras de solo e vegetação nãoirrigada e irrigada foram examinadas a cada 14 dias durante o período de outubro/2002
a setembro/2003. Amostras de solo e vegetação foram processadas usando as técnicas
de Baermann e Donald, respectivamente. Os resultados mostram que as larvas de
helmintos foram capazes de migrar para o solo. No entanto, a distribuição e longevidade
foram consideradas baixas. A maior quantidade de larvas foi encontrada na vegetação.
O outono foi a estação mais favorável à sobrevivência das larvas. O sistema de irrigação
não favoreceu estatisticamente, a migração de larvas para a vegetação e solo.
Palavras chave: Tricostrongilídeos, pastagens irrigadas, sazonalidade.
ABSTRACT
CASTRO, Abisair Andrade de. Distribution and longevity of infective larvae of goats
(Capra hircus) gastrointestinal nematodes in pastures on borough Seropédica, RJ,
Brazil. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tesis – Doctor at Ciências Veterinárias,
Parasitologia Veterinária).
The knowledge of trichostrongyle infective larvae population level present on the
pastures is useful for epidemiological purposes. It enables to estimate parasitic risk for
animals and supply data to set up integrated control programs. This paper was
elaborated in three parts: first, a comparative study between Baermann and Donald
techniques was accomplished for the recovery of ruminants gastrointestinal nematodes
infective larvae from pasture. To develop the assay, six fecal samples naturally infected
were placed on lawn. After 21 and 28 days, pastures samples were collected and
processed for each proposed technique. The statistic analysis showed that there is no
significant difference between the results. Thus, both techniques can be used to recover
infective larvae from pasture. The second part, refers to the seasonal distribution and
longevity of goats gastrointestinal nematodes infective larvae in irrigated and nonirrigated pastures. Thus, pasture samples at two plots non-irrigated, A and irrigated, B
were examined every 14 days for Donald’s technique between May/2001 and
April/2003. The results indicate that environment conditions were favourable to the
development and longevity of Trichostrongylus and Haemonchus larvae. The
ocorruence of Oesophagostomum and Cooperia was scarce and non-existent,
respectively. The irrigation system was not favourable for the development and
longevity of infective larvae. The recovery rate of Trichostrongylus genus was better in
winter and spring; the Haemonchus genus did not have difference between seasons.
Autumn was the most favourable season relating to larvae longevity. There was not
significant difference between wet and dry period relating to distribution and longevity
of larvae. The last part refers to distribution and longevity nematodes infective larvae in
soil and herbage irrigated and non-irrigated. Soil and pastures samples at two plots nonirrigated and irrigated were examined every 14 days during October/2002 and
September/2003. The soil and herbage samples were processed using Baermann and
Donald techniques, respectively. The results showed that helminthes larvae were able to
migrate to the soil, but the distribution and longevity were very low. The higher amount
of larvae was found in pasture. Autumn was the better season for longevity of larvae.
The irrigation system was not favorable to migration of infective larvae to the soil.
Key words: Trichostrongyles, irrigated pasture, sazonality.
LISTA DE TABELAS
TABELA
Pág.
1: Número das amostras, número total e média de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de Haemonchus sp e Oesophagostomum sp, recuperadas pelas
técnicas de Baermann e Donald, 21 e 28 dias após o depósito....................................... 22
LISTA DE FIGURAS
FIGURAS
1. Processamento da gramínea pela Técnica de Baermann .................................................
Pág.
20
2. Etapas da técnica de Donald; A - início da etapa de lavagem; B - cálices de
decantação; C - funis de separação.................................................................................
20
3. Número total de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de bovinos, por
kg/pasto, recuperadas pelas técnicas de Baermann e Donald..............................................
23
4. A – Coletor plástico cortado em forma de bisel recebendo glicerina para facilitar a
coleta; B – amostras de fezes sendo coletadas diretamente do reto com auxílio de
coletor..................................................................................................................................
30
5. Coprocultura, técnica utilizada para obtenção de larvas infectantes. (→) Setas
indicam as L3 migrando pela parede do copo de vidro.......................................................
30
6. Piquetes de experimento; 1 (→) piquete não-irrigado, “A” com amostras; 2 (→)
piquete irrigado, “B” com amostras....................................................................................
31
7. Números médios de larvas infectantes de Trichostrongylus, Haemonchus e
Oesophagostomum, recuperadas por kg de pastagem em matéria seca (ms) à esquerda, e
em matéria verde (mv) à direita, no período de maio de 2001 a abril de
2003.....................................................................................................................................
34
8: Larvas infectantes encontradas no presente estudo. São respectivamente: A e B:
extremidade anterior e posterior de Trichostrongylus sp.; C e D: extremidade anterior e
posterior de Haemonchus sp. e E e F: extremidade anterior e posterior de
Oesophagostomum sp..........................................................................................................
35
9.1. Distribuição de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos entre
os piquetes A, não-irrigado e B, irrigado. 9.2. Longevidade de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos entre os piquetes A, não-irrigado e B, irrigado
(Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5% de probabilidade.)..................
36
10. Pastagens: 1 Amostra no piquete A, não-irrigado; 2. Amostra no piquete B, irrigado
38
11: A. Distribuição de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos em
quatro estações. B. Longevidade de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de
caprinos em quatro estações. (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5%
de probabilidade.)................................................................................................................
39
12. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, em quatro estações, obtidos na Estação experimental da Pesagro-Rio,
Seropédica, RJ, no período de maio de 2001 a abril de 2003.............................................
40
13. A. Distribuição nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, expressos número de L3/Kg matéria seca e em logaritmo do
número de L3. B. Longevidade nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos expressos em semanas e seus respectivos dados
transformados em logaritmo (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5%
de probabilidade.).................................................................................................................
42
14. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, nos períodos chuvoso e seco, obtidos na Estação experimental da
Pesagro-Rio,
Seropédica,
RJ
no
período
de
maio
de
2001
a
abril
de
2003.....................................................................................................................................
43
15. Trado, equipamento utilizado para coleta de solo. (→) Seta indica o comprimento de
10cm; limite de profundidade utilizada no experimento......................................................
50
16. Etapas da técnica de Baermann, utilizada para processamento de amostras do solo.
A – funis com água destilada aquecida; B – amostras de solo sendo processadas..............
50
17. A. Distribuição de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no
pasto e solo, expressos em número de L3/Kg de matéria seca e em Kg de solo. B.
Longevidade de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no pasto e
solo, expressos em semanas. (Letras, minúsculas, distintas diferem ao nível de 5% de
probabilidade.).....................................................................................................................
53
18. A. Distribuição, nas quatro estações, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no pasto, expressos número de L3/Kg matéria seca e em
logaritmo do número de L3. B. Distribuição, nas quatro estações, de larvas infectantes
de nematóides gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em número de L3/Kg e
em logaritmo do número de L3 (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de
5% de probabilidade.)..........................................................................................................
54
19. A. Longevidade, nas quatro estações, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no pasto, expressos em semanas e em logaritmo do número
de semanas. B. Longevidade, nas quatro estações, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em semanas e em logaritmo do número
de semanas (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5% de
probabilidade.).....................................................................................................................
55
20. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, em quatro estações, obtidos na Estação experimental da Pesagro-Rio,
Seropédica,
RJ,
no
período
de
outubro
de
2002
a
setembro
de
2003.....................................................................................................................................
56
21. A. Distribuição nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no pasto, expressos número de L3/Kg matéria seca e em
logaritmo do número de L3. B. Distribuição nos períodos chuvoso e seco, de larvas
infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em número de
L3/Kg e em logaritmo do número de L3 (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao
nível de 5% de probabilidade.)............................................................................................
58
22. A. Longevidade, nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no pasto, expressos em semanas e em logaritmo do número
de semanas. B. Longevidade, nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em semanas e em logaritmo
do número de semanas (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5% de
probabilidade.).....................................................................................................................
59
23. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, nos períodos chuvoso e seco, obtidos na Estação experimental da
Pesagro-Rio, Seropédica, RJ no período de outubro de 2002 a setembro de
2003................................................................................................................................
60
SUMÁRIO
Pág.
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................
1
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................
3
2.1 TÉCNICAS PARA RECUPERAÇÃO DE LARVAS INFECTANTES DA PASTAGEM..............
3
2.2 DISTRIBUIÇÃO
E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES DE CAPRINOS, NO
EXTERIOR......................................................................................................................
6
2.3 ESTUDOS NO BRASIL.............................................................................................
10
2.4 ESTUDOS COM PASTAGEM IRRIGADA………………………………......................
10
2.5 DISTRIBUIÇÃO E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES NO SOLO.......................
11
3. CAPÍTULO I: “COMPARAÇÃO
DONALD
UTILIZADAS
PARA
ENTRE AS TÉCNICAS DE
RECUPERAR
LARVAS
BAERMANN
INFECTANTES
MODIFICADA E
DE
NEMATÓIDES
GASTRINTESTINAIS DE RUMINANTES DA PASTAGEM”............................................................
14
RESUMO...............................................................................................................................
15
ABSTRACT............................................................................................................................
16
3.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................
17
3.2. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................
18
3.2.1. LOCAL......................................................................................................
18
3.2.2. AMOSTRAS................................................................................................
18
3.2.3. DEPÓSITO DAS AMOSTRAS FECAIS E COLETA DE DADOS............................
18
3.2.4. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE BAERMANN...................................................
18
3.2.5. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE DONALD........................................................
18
3.2.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA...............................................................................
19
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................
21
3.4. CONCLUSÕES.........................................................................................................
24
4. CAPÍTULO II: “DISTRIBUIÇÃO SAZONAL E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES DE
NEMATÓIDES GASTRINTESTINAIS DE CAPRINOS
(Capra hircus) EM PASTAGEM IRRIGADA E
NÃO-IRRIGADA”....................................................................................................................
25
RESUMO...............................................................................................................................
26
ABSTRACT............................................................................................................................
27
4.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................
28
4.2. MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................
29
4.2.1. LOCAL.......................................................................................................
29
4.2.2. ANIMAIS E AMOSTRAS DE
29
FEZES................................................................
4.2.3. CLIMA.......................................................................................................
29
4.2.4. PIQUETES...................................................................................................
29
4.2.5. DEPÓSITO DAS AMOSTRAS FECAIS E COLETA DE DADOS............................
29
4.2.6. ESTIMATIVA DOS DADOS EM MATÉRIA SECA (MS)......................................
32
4.2.7. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................................
32
4.2.8. ANÁLISE ESTATÍSTICA...............................................................................
32
4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................
33
4.3.1. DISTRIBUIÇÃO
SAZONAL E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES
–
CONSIDERAÇÕES GERAIS......................................................................................
4.3.2. DISTRIBUIÇÃO
SAZONAL E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES
APRESENTADOS EM QUATRO ESTAÇÕES...............................................................
4.3.3. DISTRIBUIÇÃO
33
37
SAZONAL E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES
APRESENTADOS NOS PERÍODOS CHUVOSO E SECO.................................................
41
4.4. CONCLUSÕES................................................................................................
44
5. CAPÍTULO III: “DISTRIBUIÇÃO
E
LONGEVIDADE
NEMATÓIDES GASTRINTESTINAIS DE CAPRINOS
DE LARVAS INFECTANTES DE
(Capra hircus)
EM SOLO E PASTAGEM
IRRIGADOS E NÃO-IRRIGADOS”.............................................................................................
45
RESUMO...............................................................................................................................
46
ABSTRACT............................................................................................................................
47
5.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................
48
5.2. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................
49
5.2.1. LOCAL.......................................................................................................
49
5.2.2. ANIMAIS E AMOSTRAS DE FEZES................................................................
49
5.2.3. CLIMA E SOLO............................................................................................
49
5.2.4. PIQUETES...................................................................................................
49
5.2.5. DEPÓSITO DAS AMOSTRAS FECAIS E COLETA DE DADOS.............................
49
5.2.6. ESTIMATIVA DOS DADOS EM MATÉRIA SECA (MS)......................................
51
5.2.7. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................................
51
5.2.8. ANÁLISE ESTATÍSTICA...............................................................................
51
5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................
52
5.3.1. DISTRIBUIÇÃO
E
LONGEVIDADE
DE
LARVAS
INFECTANTES
–
CONSIDERAÇÕES GERAIS......................................................................................
5.3.2.
DISTRIBUIÇÃO
E
LONGEVIDADE
DE
LARVAS
INFECTANTES
APRESENTADOS EM QUATRO ESTAÇÕES...............................................................
5.3.3.
DISTRIBUIÇÃO
E
LONGEVIDADE
DE
LARVAS
52
52
INFECTANTES
APRESENTADOS NOS PERÍODOS CHUVOSO E SECO.................................................
5.4. CONCLUSÕES........................................................................................................
57
61
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................
62
7. ANEXO: ARTIGO PUBLICADO REFERENTE AO PRIMEIRO CAPÍTULO...................................
72
1. INTRODUÇÃO
O rebanho caprino da região sudeste do Brasil, calculado em 196.924 animais,
segundo o ANUALPEC (2001), representa a segunda maior região em número de
animais, e é em sua grande maioria constituída basicamente para uma pecuária de
subsistência. Os caprinos são considerados como importante fonte de alimento
fornecendo carne, leite, principalmente para pequenos criadores nas áreas tropicais de
todo mundo (DEVENDRA, 1981).
Os nematóides gastrintestinais parasitos de caprinos constituem-se em um dos
fatores relevantes para o comprometimento da saúde e conseqüentemente da
produtividade em detrimento da verminose sub-clínica e morte dos animais
(REINECKE, 1970). Eles possuem ciclo de vida similar, com exceção do gênero
Oesophagostomum que apresenta fase tissular. As fêmeas adultas colocam ovos que são
conduzidos juntamente com as fezes ao meio exterior. As larvas eclodem e
desenvolvem-se em larvas de primeiro estágio, L1, e em seguida em larvas de segundo
estágio, L2. Elas são rabdiformes e se alimentam de microorganismos do interior das
fezes. A larva de terceiro estágio, L3, é a infectante e migra das fezes para a vegetação,
sendo uma pequena parte encontrada no solo. Estas não se alimentam e podem viver no
ambientedias ou meses dependendo da espécie do nematóide e das condições
ambientais (LEVINE, 1980). Ao serem ingeridas por hospedeiros susceptíveis, estas
larvas evoluem e através de duas mudas atingem a forma adulta. De acordo com ROSE
(1960) as massas fecais funcionam como um reservatório e a pastagem, como veículo
mais importante na transmissão dos parasitos.
Durante o ciclo evolutivo, os estágios pré-parasíticos de nematóides
gastrintestinais no meio ambiente sofrem influência de uma série de fatores tais como:
temperatura, precipitação pluviométrica, umidade, luz solar, evaporação, oxigênio, tipo
de solo e pastagem (REINECKE, 1970). O desenvolvimento das larvas no pasto
depende basicamente da temperatura e da disponibilidade de umidade. Em geral, o
desenvolvimento dos estágios de vida livre torna-se mais rápido com o aumento da
temperatura, porém o tempo de sobrevivência diminui. A faixa de temperatura ótima
para o desenvolvimento está entre 200C e 300C. Temperaturas extremas acima de 35400C, assim como temperaturas baixas, 100C, são prejudiciais a todos os estágios de
vida livre e ovos; porém a larva infectante é geralmente mais resistente que outros
estágios (GIBBIS, 1973).
Para estudar a distribuição e sobrevivência dos estágios pré-parasíticos de
tricostrongilídeos no ambiente, os métodos para recuperação de L3 na pastagem ganham
uma grande importância (DURIE, 1959). Várias técnicas têm sido testadas por vários
pesquisadores para isolar larvas de nematóides de diferentes meios onde as larvas
existem. A técnica mais bem conhecida e mundialmente utilizada é a de Baermann
(CORT et al. 1922). Outras técnicas foram descritas como TAYLOR, 1939; KAUZAL,
1940; DINABURG, 1942. DONALD (1967) descreveu sua técnica e obteve excelentes
percentuais de recuperação de L3 da pastagem. Alguns pesquisadores têm utilizado esta
técnica como método apropriado para suas pesquisas (VIANA, 1999; PIMENTEL
NETO et al., 2000; ALMEIDA, 2003). Segundo LANCASTER (1970) é importante
estabelecer a técnica que será utilizada, comparando um método com outro, com a
finalidade de padronizar a rotina, pois o valor da estimativa de larvas na vegetação e sua
relação com estudos epidemiológicos é indiscutível.
1
O crescente conhecimento da biologia e epidemiologia de nematóides
gastrintestinais de bovinos e ovinos têm contribuído para controle e conseqüentemente
com o aumento da produtividade. No entanto, pouco se conhece sobre a dinâmica
populacional de nematóides gastrintestinais de caprinos, no ambiente (CHARLES,
1989). Poucos dados também existem sobre a influência da irrigação sobre a
transmissão de larvas infectantes de tricostrongilídeos (STEWART & DOUGLAS,
1938; FURMAN, 1944). A introdução do sistema de irrigação pode mudar a
epidemiologia do parasitismo interno de nematóides, segundo afirmaram GRUNER et
al. (1989). BULLICK & ANDERSEN (1978) nos E. U. A. mostraram o positivo efeito
do sistema de irrigação sobre o desenvolvimento e sobrevivência de Haemonchus
contortus.
Informações a respeito do ambiente sobre o desenvolvimento dos estágios de
vida livre de nematóides de ruminantes é de fundamental importância, pois a partir daí,
pode-se desenvolver medidas estratégicas e táticas de controle, objetivando um manejo
prático ou combate direto às formas pré-parasíticas (KRECEK et al., 1991). Existem
poucas informações disponíveis sobre a influência de solos tropicais albergando larvas
infectantes de nematóides (LYAKU et al. 1988). Na realidade, existe uma grande
controvérsia a respeito deste fato. Alguns autores afirmam que o solo pode atuar como
reservatório de larvas infectantes, assim como as fezes, onde num ambiente
desfavorável, as L3 migrariam a determinadas profundidades para se protegerem. E,
quando as condições ambientais estivessem favoráveis migrariam de volta a superfície,
recontaminando a pastagem (KAUZAL, 1941; REES, 1950; AL SAQUR et al. 1982;
GRUNER et al. 1982; CALLINAN & WESTCOTT, 1986). Por outro lado, existem
outros autores que discordam deste fato, pois em seus trabalhos, recuperaram poucas
larvas do solo (ANSERSEN et al. 1970, ROSE & SMALL, 1985).
O presente estudo foi elaborado tendo como base os seguintes objetivos: avaliar
dois métodos para recuperar L3 da pastagem; estudar a distribuição e longevidade de
larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos em pastagem irrigada e
não-irrigada, bem como no solo, associando aos fatores ambientais como temperatura e
precipitação pluviométrica. Para tais objetivos, este estudo foi didaticamente dividido
em três capítulos. No primeiro trata-se da avaliação entre técnicas para recuperação de
larvas da vegetação; o segundo, da distribuição sazonal e longevidade de L3 na
vegetação irrigada e não-irrigada durante dois anos e o terceiro da distribuição e
longevidade de L3 no pasto e solo, em área irrigada e não-irrigada.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Técnicas para recuperação de larvas infectantes da pastagem
Em 1917, foi descrita por Baermann a primeira técnica para recuperar larvas de
nematóides do solo, a qual era basicamente constituída por um funil de vidro, com
borracha de látex presa à sua parte posterior e fechada com uma pinça. Dentro do funil
um tamis com malha de 1mm coberto com pano, onde a amostra era colocada.
Primeiramente o funil era completado com água destilada esterilizada até à borda, em
seguida a amostra era mergulhada em água. Esta técnica foi detalhadamente descrita por
CORT et al. (1922); onde os autores testaram o efeito de várias modificações para
recuperar larvas de ancilostomídeos do solo: temperatura da água (acima de 120C), tipos
de substratos (úmido/seco), tamanhos das amostras (grandes/pequenas), tempo de
recuperação (seis horas ou mais). Eles registraram que mesmo nas melhores condições
para a obtenção de larvas, a taxa de recuperação foi alta, porém muito variável.
STOLL (1923), utilizou a técnica modificada de Baermann segundo CORT et al.
(1922), com água aquecida a 500C, divisão dos tipos de solo e o tempo mínimo de
recuperação de larvas de seis horas; e recuperou entre 90 a 95% de larvas do húmus,
constituído basicamente de vegetação em vários estágios de decomposição; 80% de
larvas da areia e entre 33 a 50% de larvas do solo argiloso, quando acrescentou-se um
número conhecido de larvas de ancilostomídeos, em 100mg solo. CORT et al. (1926),
usaram rotineiramente água a 450C, e observaram que de 1900-3750 larvas de
Ancylostoma e Necator colocadas em lotes de 200g de areia úmida, recuperaram uma
taxa de 58% de larvas, depois de 24 horas.
MÖNNING (1930) testando esta técnica em amostras de fezes e diferentes tipos
de solos, para recuperação de larvas de Trichostrongylus sp, Haemonchus contortus e
Oesophagostomum columbianum, registrou excelentes resultados comparados àqueles
de CORT et al. (1922) com larvas de ancilostomídeos. Seus melhores resultados foram
provenientes de amostras de solo e com a utilização de pequenos funis com cerca de
6cm de diâmetro.
A técnica de Baermann testada para recuperar larvas infectantes, L3, de
estrongilídeos, a partir de número de L3 conhecido em 40mg fezes estéreis de eqüinos,
resultou em baixos números de larvas, tendo os mesmos alta variação (PARNELL,
1936).
O primeiro registro da utilização da técnica de Baermann para recuperar larvas
infectantes das pastagens, foi descrito por TAYLOR, em 1939, embora suas pesquisas a
campo tenham sido iniciadas anteriormente. A nova adaptação da técnica consistia na
lavagem e sedimentação de grandes quantidades de vegetação variando de 300 a 500g,
cortadas em zig-zag. Em seguida, as amostras eram tamisadas por papel filtro e a
subseqüente separação das larvas do sedimento era realizado pelo funil de Baermann. A
ineficiência do método e a perda de larvas durante a separação foi reconhecida pelo
autor.
Várias modificações à técnica de Baermann, para avaliar a sua eficácia em
recuperar larvas de H. contortus e Trichostrongylus spp. também foram sugeridas por
KAUZAL (1940). Ele fez vários testes associando o tamanho do funil à quantidade de
amostra e concluiu que, apesar, de um maior número de larvas ter sido recuperado
quando se utilizou água à temperatura ambiente, os mesmos foram baixos e variaram
muito. Dois anos depois, DINABURG (1942) testou novamente a eficiência da técnica
para recuperar L3 de H. contortus de amostras de solo e fezes, e também observou sua
3
alta variação: com o tipo de material utilizado, o substrato em questão, o número inicial
de larvas, concluindo assim, sua ineficiência.
O método de flutuação, denominado assim por CROFTON (1954), foi
desenvolvido para recuperar larvas infectantes na vegetação. As amostras eram
umedecidas, onde se adicionava lentamente uma solução saturada de sulfato de zinco
(ZnSO4) que permanecia por cinco minutos. Em seguida, as amostras eram tamizadas.
No entanto, seus resultados não foram satisfatórios.
O uso de lavagens da vegetação, seguido por centrifugações e adição de solução
por diferença de densidade, para separar L3 do sedimento proveniente da centrifugação,
foi primeiramente descrito por PARFITT (1955). Ele trabalhou com grandes
quantidades de pastagem e no teste de sua técnica, quando adicionou um número
conhecido de L3 na vegetação, foi observado uma taxa de recuperação em torno de
43%.
A modificada técnica de Baermann foi utilizada para recuperar os estágios de
vida livre de nematóides tricostrongilídeos das pastagens por ROHRBACHER Jr.
(1957), o qual adicionou gotas de detergente não-iônico, a faixa de 0,5ml por litro. O
procedimento resultou no aumento do número de larvas recuperadas da vegetação. No
entanto, o autor concluiu que, os percentuais de recuperação foram baixos; indicando
que a estimativa do número de larvas presentes no pasto, por esta técnica inspirava
cautela.
Tendo como objetivo estudar a distribuição e sobrevivência dos estágios préparasíticos de tricostrongilídeos no pasto, DURIE (1959), criou uma outra técnica para
recuperar larvas da vegetação, uma vez que até aquele momento a técnica mais
utilizada, Baermann, juntamente com as outras novas técnicas apresentavam baixa
eficiência. Embora sua contribuição tenha sido considerável, a técnica era constituída
por um equipamento muito complexo. Trabalhando com grandes quantidades
individuais de amostras, sua técnica conseguiu recuperar a taxa média de 74 a 78% de
larvas do pasto e solo, respectivamente.
Visando o estudo da freqüência e distribuição de L3 de tricostrongilídeos em
amostras de pastagem ao acaso, DONALD (1967), desenvolveu uma nova técnica para
recuperar larvas de pequenas amostras, 25 a 35g da pastagem. A técnica consistia
basicamente em várias lavagens das amostras de vegetação, com a utilização de
detergente não-iônico, duas centrifugações e separação das L3 do sedimento por
ressuspenção do mesmo em solução de iodeto de potássio a 1.63 molar. A avaliação
quanto a eficiência da técnica mostrou que seu desempenho foi independente da
quantidade de larvas presentes; podendo a mesma recuperar de 90% à 94% das larvas
no pasto.
Para estimar o número de larvas na vegetação ao longo do dia, HEATH &
MAJOR (1968), utilizaram ovinos fistulados.
Depois da técnica descrita por Donald, outras técnicas surgiram, baseadas no
mesmo princípio tendo na realidade poucas modificações e apresentando pequenas
diferenças no percentual de recuperação de L3 da pastagem (BAWDEN, 1969;
LANCASTER, 1970).
Uma nova e minuciosa avaliação foi proposta e testada por TODD Jr. et al.
(1970), com o objetivo de comprovar a eficácia da técnica de Baermann; pois eles
consideravam trabalhosas e de alto custo as técnicas até então desenvolvidas, mesmo
algumas demonstrando altos percentuais de recuperação de larvas. Os autores então,
avaliaram o efeito do tempo, tipo de filtro, temperatura, solução, iluminação, tamanho
do funil, peso e comprimento da gramínea, peso e tipo de solo sobre o número de larvas
recuperadas. Diante dos resultados os autores concluíram que a técnica de Baermann era
4
uma ferramenta útil para determinar o número relativo de larvas presentes no meio
examinado, se a mesma fosse utilizada com cautela.
SMEAL & HENDY (1972) propuseram uma técnica de recuperação de larvas,
onde o objetivo era trabalhar várias amostras simultaneamente, otimizando o tempo. O
método usado por esses autores para separar larvas da vegetação foi baseado na técnica
de Donald. No entanto, o mecanismo elaborado para separação das larvas do sedimento
do pasto era extremamente complexo, exigindo muitos equipamentos. Oito anos depois,
uma nova tentativa na elaboração de técnica para recuperar larvas da pastagem foi
idealizada, visando que a mesma tivesse uma alta taxa de recuperação, trabalhasse com
grandes amostras, fosse rápida e de baixo custo. Surgia então a técnica descrita por
YOUNG & TRAJSTMAN (1980) onde os princípios da técnica de Donald, eram
preservados, em termos das lavagens da vegetação e utilização de iodeto de potássio
para separação das larvas do sedimento. No entanto, alguns ajustes permitiram que o
tamanho das amostras fosse maior, sem, contudo perder a eficácia, em torno dos 94%.
No ano seguinte, outras inovações surgiam como tentativa de aperfeiçoamento
dessas técnicas: inclusive a utilização de máquinas de lavar, para a fase inicial de
processamento, onde as gramíneas eram lavadas. Esta referida técnica foi sugerida por
BÜRGER (1981). Apesar da taxa média de recuperação, em torno de 60%, os resultados
mostraram uma boa correlação entre a taxa de quantificação larval e o total da carga
parasitária em bezerros traçadores, indicando que a leitura das larvas no pasto, refletia o
risco de contaminação dos hospedeiros.
CHIEJINA (1982) utilizou os princípios da técnica de Baermann, e com o
volume coletado, resultante desta primeira etapa, fez lavagens por meio de
centrifugações e ressuspendeu o sedimento em solução saturada de sulfato de magnésio.
O autor recomendou este procedimento para rotina da estimativa de população de L3 no
pasto, pois se tratou de método simples, sem a exigência de grandes equipamentos e o
mesmo foi considerado relativamente eficaz.
Vários métodos foram descritos para avaliar a concentração de larvas no pasto.
Prévios estudos (WALLER et al., 1981; CABARET et al., 1982) àquela época,
indicavam que poderia haver correlação entre a quantidade de larvas no pasto e a carga
parasitária de nematóides no hospedeiro. A fim de se confirmar essa hipótese
GETTINBY et al. (1985), compararam duas técnicas: de um lado a recuperação de L3
da pastagem, seguindo a conhecida técnica de Baermann e de um outro lado, a técnica
de fístula esofagiana. Posteriormente introduziram animais traçadores no local do
experimento. As observações dos autores confirmaram a existência de correlação
positiva entre o número de larvas no pasto e a carga parasitária dos hospedeiros. Com as
mesmas intenções MARTIN et al. (1990) no sul da Austrália, formularam uma
modificada técnica para recuperar L3 da pastagem, seguindo os princípios de Donald e
compararam com os resultados de animais traçadores. Os autores observaram que
existia correlação entre os dois métodos; e a medida que aumentavam o número de
animais traçadores, aumentava também a correspondência entre os métodos,
confirmando a correlação positiva de larvas na pastagem com a carga parasitária de
nematóides no hospedeiro herbívoro.
ESYKER & KOOYMAN (1993) fizeram adaptações à técnica descrita por
JORGESEN (1975) para recuperar larvas de Dictyocaulus viviparus da pastagem, e a
testaram com a original para recuperar larvas de tricostrongilídeos da vegetação com
fezes. Os autores observaram a melhor eficiência para técnica original com larvas da
pastagem. A técnica utilizava 200 a 500g de vegetação e toda a fase inicial era muito
parecida com a técnica de Donald. Os autores também comentaram a falta de
5
padronização de técnicas nessa área e sugeriram que os pesquisadores não só
escolhessem determinada técnica, mas também testassem e comparassem.
Com o objetivo de avaliar o efeito do tempo, a partir do momento de coleta da
pastagem até o término total do processamento, para recuperar L3 da vegetação FINE et
al. (1993) elaboraram um estudo onde comprovou-se a importância do tempo de
processamento. Para isto, os autores basearam seus estudos na técnica de Baermann. Os
resultados mostraram que as taxas de recuperação declinavam a medida que o tempo de
processamento aumentava.
COUVILLION (1993), em seu trabalho de revisão, enfatizou a padronização da
técnica escolhida pelo período de observação, e também, argumentou a importância da
estimativa do número de larvas infectantes na vegetação como um importante estudo
adjunto a epidemiologia de nematodioses gastrintestinais.
2.2. Distribuição e longevidade de larvas infectantes de caprinos, no exterior
As pesquisas sobre ecologia de larvas de nematóides em pastagens foram
iniciadas por TAYLOR, em 1938. Ele contaminou artificialmente pastagens com larvas
de tricostrongilídeos e observou que no início, a mortalidade das larvas foi alta, mas
depois houve uma contaminação residual e as larvas foram encontradas nas pastagens
por um período de até 133 dias ou 19 semanas. A partir deste trabalho, muitos outros
foram feitos em diferentes regiões do mundo. Pôde-se então, observar a influência
climática determinando a ocorrência e a longevidade das larvas nas pastagens, nas
estações do ano. LEVINE (1963), discutiu os conceitos de tempo e clima na dinâmica
das larvas de nematóides de ruminantes. Ele definiu como “tempo” o conjunto de
condições climáticas num determinado momento. Já o “clima” foi definido como a
soma destas condições climáticas em um período mais longo. Desta forma, o clima
indicaria quais os nematóides mais prováveis de serem identificados num determinado
local e o tempo determinaria as variações destes parasitos. Portanto, o clima é
responsável por estabelecer uma situação abrangente, enquanto que o tempo determina
os detalhes. O autor comentou ainda, que as condições de tempo podem tomar
características diferentes de um ano para outro. Com relação aos gêneros Cooperia e
Trichostrongylus, descreveu que estes foram mais resistentes na fase larval do que os
gêneros Oesophagostomum e Haemonchus. Em seu trabalho de revisão sobre o
desenvolvimento e sobrevivência de larvas de H. contortus e T. colubriformis, LEVINE
& TODD (1975), deram ênfase aos fatores ambientais e destes, estabeleceram que a
temperatura e umidade eram os mais importantes. Observaram que poucas larvas de H.
contortus sobreviveram no inverno, e que as mesmas permaneceram por mais tempo na
primavera e menos no verão. Ao contrário T. colubriformis sobreviveu bem no inverno;
e que o outono foi a melhor época para a sobrevivência de ambas espécies. Os autores
comentaram que as larvas de H. contortus apresentaram maior resistência quando
submetidas a repetidas dessecações do que as de T. colubriformis.
Em 1940, ROGERS estudou as condições ambientais sobre a migração de larvas
de tricostrongilídeos para a vegetação. O autor registrou que a umidade do solo quando
apresentou-se acima de 85%, favoreceu a migração de larvas para a vegetação; e que a
espécie H. contortus foi a mais ativa em altas temperaturas, 350C.
Nos Estados Unidos, DINABURG (1944) contaminou artificialmente as
pastagens com larvas de H. contortus e verificou que nos meses do verão e inverno as
condições foram desfavoráveis para a sobrevivência das larvas. DOLL & HULL (1948)
também trabalhando nos Estados Unidos, com larvas de tricostrongilídeos, encontraram
L3 de H. contortus, Cooperia spp. e Oesophagostomum spp., sendo que somente as
6
larvas de H. contortus foram encontradas na pastagem até três meses após o início do
experimento.
No Quênia, foi observado que o desenvolvimento dos estágios pré-parasíticos de
H. contortus foi favorecido quando a temperatura do ar alcançou a média das máximas
de 23.30C ou mais, e a média das mínimas de 12.20C; com precipitação pluviométrica
de 25.4mm. E que, no período quente e seco a sobrevivência máxima das larvas foi de
cinco semanas, sendo o mais curto observado durante o experimento. No período frio,
as larvas sobreviveram por um período muito maior, 14 semanas; sendo que neste
período a temperatura e a umidade foram mais baixas havendo presença de névoa
durante à noite e orvalho pelas manhãs. O período chuvoso apresentou dados
intermediários entre o seco e o frio. As larvas que ficaram em lugares sombreados e em
vegetação mais densa, tiveram o período de sobrevivência maior. As que permaneceram
em exposição solar direta e em pastagens menos densa, sobreviveram por menos tempo
(DINNIK & DINNIK, 1958; 1961).
Na Índia, TRIPATHI (1966), observando a ocorrência dos nematóides
gastrintestinais de caprinos, baseado na eliminação de ovos, citou que os maiores
índices ocorreram durante a estação chuvosa, e que a temperatura e umidade foram
fatores essenciais para o desenvolvimento de ovos e larvas. Durante a estação quente, a
baixa produção de ovos foi provavelmente devida à alta temperatura e baixa umidade,
que favoreceu a dessecação e destruição de ovos e larvas na pastagem. Com base na
distribuição sazonal de larvas de Haemonchus sp. obtidas de culturas de fezes de
caprinos, constatou-se que a maior recuperação foi observada no final do período
chuvoso e a menor durante a época quente ou seca. Os resultados obtidos indicaram que
a temperatura elevada aliada à alta umidade favoreceram o desenvolvimento das larvas
e que o aumento ocorrido nas culturas durante a estação chuvosa foi devido à infecção
adquirida pelos hospedeiros no início deste período. Foi registrada a maior
predominância para os gêneros Strongyloides, Haemonchus, Trichostrongylus,
Oesophagostomum e a rara ocorrência de Cooperia, durante a estação das chuvas. O
período seco ou quente foi desfavorável ao desenvolvimento e sobrevivência das larvas
no ambiente (TRIPATHI, 1970 a, b). FABIYI (1970) também registrou a ocorrência
esporádica de Cooperia. Da mesma forma que TRIPHATHI (1970b), BOUGAS &
THEODORIDIS (2000), GRISE (1975) e PIMENTEL NETO & FONSECA (no prelo).
A ausência do gênero Cooperia foi observada por VASQUEZ & MARCHINARES
(1971), AUMONT & GRUNER (1989), BAKER (1975), CAVALCANTI (1974).
No levantamento helmintológico realizado em 227 caprinos na Tanzânia, foram
observados os seguintes parasitos: H. contortus, T. colubriformis, O. columbianum, B.
trigonocephalum, C. pectinata, C. punctata, T. ovis. Os fatores climáticos exerceram
notável influência sobre as cargas parasitárias, pois verificaram que B. trigonocephalum
apresentou uma prevalência bastante baixa, chegando a zero, nas regiões de pouca
precipitação pluviométrica anual; enquanto que H. contortus apresentou seu pico na
época das chuvas. Constatou-se ainda, que o clima representou um fator de pouca
importância nas infecções por T. colubriformis e O. columbianum (McCULLOCK &
KASIMBALA, 1968).
CONNOR et al. (1990) investigaram aspectos epidemiológicos e possíveis
métodos de controle para helmintoses em caprinos naturalmente infectados, ao sul da
Tanzânia. Durante a estação chuvosa, contagens de ovos apresentaram-se altas e depois
caíram permanecendo baixas durante a estação seca. O tratamento anti-hemíntico
mostrou-se eficiente quando administrado após as chuvas, demonstrando que o
tradicional programa de aplicação de anti-helmínticos pode ser uma importante base
para controles rotacionais.
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A prevalência e a distribuição sazonal dos nematóides gastrintestinais de
caprinos foi estudada na Nigéria, onde se observou a presença de H. contortus, T.
colubriformis, O. columbianum, sendo rara a ocorrência de nematóides do gênero
Cooperia. Foi verificado que os aumentos de infecção ocorriam na estação úmida ou
das chuvas e que estas condições ambientais pareciam favorecer o desenvolvimento e
sobrevivência das fases pré-parasíticas. As altas contagens de Haemonchus e
Strongyloides foram obtidas na época das chuvas e de Gaigeria, Oesophagostomum e
Trichostrongylus só ocorreram no final desta estação (FABIYI, 1970; 1973).
Os parâmetros de desenvolvimento e sobrevivência de H. contortus foram
estudados na Nigéria por um período de um ano. Observou-se que o desenvolvimento
de ovos a L3 foi dentro de uma semana nos meses de maio a outubro, com exceção do
mês de agosto; e que o maior período de sobrevivência destas larvas foi de 63 dias, nove
semanas a partir do mês de setembro. Os autores concluíram que a precipitação
pluviométrica foi o fator mais importante, influenciando o desenvolvimento e a
sobrevivência da L3; pois para o desenvolvimento de ovo a L3, registrou-se média
diária de 3mm ou mais. E para o tempo de sobrevivência das larvas verificou-se que
quando a chuva caía uniformemente por um período, prolongava-se a permanência das
larvas no pasto (OKON & ENYENIHI, 1977).
Para acompanhar a dinâmica populacional dos estágios de vida livre de
nematóides gastrintestinais de caprinos, numa região de clima tropical, piquetes com
ovos de helmintos foram contaminados durante a estação chuvosa e seca. O
acompanhamento de cada depósito durou 56 dias, oito semanas. Eles recuperaram
larvas de Haemonchus e Trichostrongylus e observaram que as larvas migraram para
vegetação sete a 14 dias após o depósito. A longevidade das larvas na vegetação foi de
49 a 56 dias, sete a oito semanas. Os autores comentaram que houve uma marcante
diminuição na taxa de eclosão de larvas e do desenvolvimento de L3, com algumas
paradas na eclosão de larvas de Trichostrongylus, na estação seca. Consideraram que os
eventos climáticos e o fato da vegetação apresentar-se seca durante o pastoreio, foram
fatores importantes, parecendo interferir na dinâmica populacional das formas de vida
livre destes helmintos (AUMONT & GRUNER, 1989).
A distribuição sazonal da população de nematóides gastrintestinais de caprinos
foi estudada em vegetação, na Austrália. Verificou-se que o perfil do gráfico de
disponibilidade de larvas no pasto foi paralelo àquele de temperatura e precipitação
pluviométrica, sugerindo que os picos de L3 ocorreram quando a temperatura e a
disponibilidade de umidade foram consideradas ótimas. O gênero predominante foi
Trichostrongylus, seguido por Haemonchus e Ostertagia. A alta proporção de larvas de
Haemonchus em culturas de fezes foi observada durante os meses do verão (RAHMAN
& COLLINS, 1990).
O desenvolvimento e sobrevivência de larvas infectantes de H. contortus e T.
colubriformis foram estudadas em pastagens tropicais na Austrália. Piquetes foram
mensalmente contaminados com fezes de caprinos, naturalmente infectados. As duas
espécies de larvas desenvolveram-se bem durante todo o ano na estação úmida e
esporadicamente na estação seca. A contagem de larvas apresentou-se negativa depois
de nove semanas de contaminação, entre setembro e março; porém a longevidade
aumentou durante a estação fria de abril a agosto (BANKS et al. 1990).
Um programa de rotação de pastagens para combater nematóides gastrintestinais
de caprinos, em ambiente tropical chuvoso foi estabelecido por BARGER et al. (1994).
Os autores observaram que, a partir da contaminação de ovos de H. contortus, T.
colubriformis e O. columbianum mensalmente durante um ano, o desenvolvimento e
sobrevivência das L3 foi rápido e contínuo, com um período curto para a longevidade
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no pasto, de três a sete semanas. Estes resultados indicaram que um sistema rotacional
com 10 piquetes para pasto poderia, ser utilizado com a seqüência de rotação de 3,5 dias
para cada piquete. Este tempo permitiria a redução no tratamento de anti-helmínticos
em caprinos.
A contaminação da pastagem por larvas infectantes de tricostrongilídeos de
caprinos, foi avaliada durante a estação seca, nas ilhas francesas de Guadalupe. Os
autores observaram que a contaminação diminuiu significativamente na estação seca,
porém mantiveram-se em níveis considerados importantes (SIMON et al. 1996).
DIALLO (1998) estudou comparativamente a dinâmica sazonal de nematóides
gastrintestinais nos pequenos ruminantes, ovinos e caprinos, na África, com base na
liberação de ovos. Os resultados mostraram que os ovinos apresentaram um nível de
infecção maior que os caprinos e que todos os animais foram infectados ao longo de um
ano predominantemente pelos gêneros Haemonchus, Oesophagostomum,
Trichostrongylus, Cooperia e Gaigeria e ainda, que houve uma marcante redução nas
intensidades desses parasitos durante a estação seca. O pico de intensidade ficou
registrado entre maio e setembro que coincidiu com a máxima anual de precipitação e
umidade. Dessa forma o autor estabeleceu os melhores períodos para intervenção com
anti-helmínticos: no fim da estação seca, maio; início da estação seca, novembro e no
meio do inverno, agosto.
No nordeste da África foi conduzido um estudo com helmintos de pequenos
ruminantes. Os autores observaram que os gêneros predominantes foram Haemonchus,
Oesophagostomum, Trichostrongylus e Strongyloides e que, os ovinos apresentaram-se
mais parasitados do que os caprinos. Os autores comentaram ainda a importância de um
estudo epidemiológico para estabelecer um efetivo método de controle
(TCHOUMBOUE et al. 2000).
Um estudo sobre a atuação dos helmintos gastrintestinais sobre a produção de
caprinos, mostrou que a contagem de ovos no grupo tratado com anti-helmínticos
permaneceu baixa enquanto que no grupo controle houve um aumento gradual durante o
período de estudo. A contagem esteve alta durante a curta estação chuvosa. O grupo
controle perdeu peso durante a estação seca e num grande esforço, houve um certo
crescimento no curto período chuvoso. Já grupo tratado manteve seu peso na estação
seca e melhorou durante a estação chuvosa (GITHIGIA et al. 2001). A patogenicidade
de H. contortus em caprinos foi estudada durante as diferentes estações do ano por
LAHA et al. (2001). Eles observaram que os maiores percentuais de infecção foram
durante a estação chuvosa.
Na Etiópia, os efeitos ambientais sobre a dinâmica sazonal da liberação de ovos
por helmintos gastrintestinais de caprinos foram avaliados por um período de um ano. O
gênero Haemonchus foi o mais prevalente seguindo por Strongyloides e
Trichostrongylus. A liberação de ovos no mês de julho foi significativamente diferente
que nos outros meses exceto no mês de junho. Os resultados mostraram que infecções
mistas são comuns em caprinos. As altas contagens de ovos coincidiram com a estação
das chuvas. Dessa forma o uso de medicamentos devem ser usados antes e depois da
estação das chuvas como uma estratégia útil para o controle das helmintoses
gastrintestinais (DEBELA, 2002).
BHOJANE et al. (2002) observaram que infecções por Haemonchus e
Strongyloides em caprinos foram altas e que infecções por Oesophagostomum foram
baixas; e comentaram ainda, que a estação do ano tem um significante efeito sobre o
parasitismo.
9
2.3. Estudos no Brasil
Em um estudo sobre a prevalência de helmintos de caprinos procedentes da
Bahia, registrou-se a presença e os seguintes valores para os períodos de chuva e seca,
respectivamente: H. contortus, 85.79% e 58.82%, T. colubriformis, 61.22 e 37.25% O.
columbianum, 61.22% e 54.90% e C. curticei, 4.08% e 0%, dentre outros (GRISI,
1975).
CAVALCANTI (1974) pesquisando a prevalência estacional de nematóides
gastrintestinais de caprinos procedentes de três zonas fisiográficas do Estado de
Pernambuco, verificou que a intensidade do parasitismo foi maior nos lotes de animais
trabalhados na estação das chuvas do que nos lotes distribuídos na estação de estiagem.
As espécies encontradas parasitando caprinos foram: H. contortus, T. colubriformis, O.
columbianum, Strongyloides, B. trigonocephalum sendo as três primeiras mais
prevalentes e as que ocorreram com mais intensidade.
Utilizando caprinos traçadores para estudar a prevalência sazonal de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no Estado de Pernambuco, CHARLES (1989) notificou que
as espécies mais prevalentes foram H. contortus, S papillosus e O. columbianum.
Verificou também que a carga parasitária foi considerada alta durante a última estação
chuvosa e início da seca (março-junho) e que a mesma apresentou-se baixa no meio da
estação chuvosa (janeiro-fevereiro). A contaminação dos animais traçadores ocorreu
principalmente em meados da estação chuvosa e no princípio da estação seca (janeirojunho).
No nordeste brasileiro, foi observado o desenvolvimento de nematóides
gastrintestinais de caprinos. Os autores concluíram que a idade dos caprinos não
pareceu ser um fator de resistência aos nematóides gastrintestinais, embora a carga
parasitária, dos animais com 11 a 12 meses de idade tenha sido significativamente maior
que nos grupos com idades superiores; sendo as espécies mais prevalentes em ordem
decrescente: T. colubriformis, H. contortus e O. columbianum (SILVA et al. 1998).
A variação sazonal de nematóides gastrintestinais de pequenos ruminantes foi
estudada no semi-árido nordeste brasileiro por AROSEMENA et al. (1999). Os autores
observaram que a prevalência desses nematóides foi maior nos caprinos e que as
espécies predominantes foram H. contortus e T. axei. A dinâmica sazonal da carga
parasitária apresentou-se de forma diferente nos ovinos e caprinos, porém a prevalência
foi considerada baixa para os dois hospedeiros no início da estação chuvosa (janeiro,
fevereiro e março).
Em Seropédica, PIMENTEL NETO & FONSECA (no prelo) estudaram a
distribuição das helmintoses pulmonares e gastrintestinais em caprinos traçadores. Os
autores verificaram que H. contortus foi o nematóide mais abundante na pastagem
durante todo período. Em ordem decrescente os autores relataram os helmintos mais
prevalentes: H. contortus, 54.6%, T. colubriformis, 41% e Oesophagostomum, 2%.
Registraram o achado esporádico de Cooperia.
2.4. Estudos com pastagem irrigada
Com a necessidade de aumentar a produtividade de pequenos ruminantes em
épocas de estiagem, surgiram os programas de irrigação e com estes os primeiros
estudos sobre a ecologia de nematóides gastrintestinais em pastos irrigados, pois a
freqüente irrigação parecia favorecer o desenvolvimento e sobrevivência de larvas na
vegetação (STEWART & DOUGLAS, 1938) e outros estudos confirmaram esta
hipótese (FURMAN, 1944; BULLISK & ANDERSEN, 1978; BAKER et al. 1981;
VALDERRABANO et al. 2000; CARMICHAEL & BIEN, 2002).
10
A distribuição sazonal de tricostrongilídeos em pastos irrigados foi realizada no
sul da África, por HORAK & LOUW (1977). Eles observaram que H. contortus foi a
espécie mais prevalente e que o pico de sua carga parasitária foi registrado nos meses de
janeiro - maio. Trichostrongylus sp. apresentou-se com maior freqüência em abril –
agosto. O registro de O. columbianum foi considerado esporádico.
URIARTE et al. (1985) investigou a distribuição de tricostrongilídeos em
sistema de pastos irrigados no nordeste da Espanha. Eles concluíram que esse sistema, o
qual foi um pouco diferente dos tradicionais, pois nesse era permitido o alagamento da
área, não favoreceu aos tricostrongilídeos.
O efeito da irrigação no desenvolvimento e sobrevivência de L3 de caprinos foi
estudada em Guadalupe, nas ilhas francesas. Segundo os autores a irrigação
proporcionou condições favoráveis ao desenvolvimento dos ovos em larvas. A proposta
de rotação de pastagem com 28-35 dias poderia minimizar o crescente risco de infecção
dos caprinos devido à irrigação (GRUNER et al. 1989). Em um estudo in vitro, sobre a
migração horizontal de L3 de tricostrongilídeos, os autores observaram que em
gramínea irrigada o máximo em termos de distância que a larva pôde alcançar foi de
21cm da amostra fecal HOLASOVÁ et al. (1989).
KRECEK et al. (1991) avaliou os efeitos ambientais sobre a ecologia das fases
de vida livre de nematóides de ruminantes, verificou-se o efeito do tempo ao longo do
dia; a sazonalidade e o tipo de extrato: vegetação e solo sobre a disponibilidade de
larvas de Haemonchus em pastos irrigados, no sul da África. Houve diferença
significativa nos resultados apresentados entre as estações, no tipo de extrato e na
interação estação com extrato. No entanto, não foi registrado diferença significativa no
número de larvas quantificadas ao longo do dia. Os autores também verificaram que
larvas de Haemonchus foram recuperadas em maior número no verão e outono e que o
número de larvas recuperadas na vegetação foi maior que o recuperado no solo. De
acordo com REINECKE et al. (1994), infecção maciça por Trichostrongylus,
Haemonchus e Ostertagia foi adquirida por ovinos depois de um verão com sistema de
irrigação, no sul da África. Depois de quatro anos de observações sobre a ecologia das
larvas de tricostrongilídeos em pastos irrigados, no sul da África, verificou-se que a
necessidade da utilização de anti-helmínticos foi baixa no final do inverno e primavera
(WYK et al. 2003).
A epidemiologia de nematóides gastrintestinais de bovinos foi estudada em duas
áreas: irrigada e não-irrigada, no Zimbábue, África. Foi observado que durante a estação
seca, o número de larvas apresentou-se baixo nos pastos irrigados. H. contortus
sobreviveu nesta estação como L4 inibida. O desenvolvimento de L3 no pasto coincidiu
com pico de liberação de ovos na estação das chuvas (MOYO et al. 1996).
Os efeitos do microclima sobre L3 de H. contortus e H. placei em pastos
irrigados foram estudados por KRECEK et al. (1992). O efeito da temperatura foi
similar para as duas espécies. À medida que a temperatura aumentava, o número de L3
no pasto aumentava; o mesmo foi registrado com relação à umidade relativa.
VALDERRABANO et al. (2000) sugeriu que esse sistema de irrigação fosse
associado a controles estratégicos de anti-helmínticos. Seu estudo mostrou que essa
hipótese é viável.
2.5. Distribuição e longevidade de larvas infectantes no solo
Os resultados dos trabalhos de TAYLOR (1938, 1939) estimularam a
investigação da população de larvas infectantes no solo, pois na primeira publicação
Taylor afirmou que houve uma contaminação residual e no segundo o autor descreveu a
técnica por ele utilizada, que originariamente foi descrita para recuperar larvas do solo.
11
KAUZAL (1941) considerando, então que ovos e larvas de nematóides poderiam
sobreviver por longos períodos e que o mesmo poderia servir como reservatório para
futuras contaminações da vegetação, quando as condições ambientais fossem
favoráveis; iniciou seu estudo examinando vegetação e solo para avaliação do número
de larvas infectantes de nematóides. O autor concluiu que examinando apenas a
vegetação para estimar o número de L3 de H. contortus não foi suficiente. Em seu
experimento o máximo de larvas recuperadas da vegetação foi de 16%, enquanto que no
solo foi de 75%. Ele comentou que as consideráveis flutuações no número de larvas
presentes no solo e vegetação podem ser correlacionadas com as condições ambientais.
Os resultados também mostraram que a recuperação de larvas na vegetação é
dependente da quantidade de gramínea, pois essa cobertura vegetal pode possibilitar
boas condições e proteger as larvas.
CROFTON (1948) estudou a distribuição de larvas na vegetação, no solo e na
região superficial solo, a uma polegada de profundidade, durante um ano. Ele observou
que nos meses quentes, junho, julho e agosto a maioria das larvas foram encontradas na
vegetação, depois no solo e por fim na região superficial. Já nos meses de abril, maio e
setembro, o maior número de larvas foi encontrado na região superficial e poucas na
vegetação e solo. O autor concluiu que a distribuição de L3 pode ser explicada sem
referências ao geotropismo.
A superfície do solo, 5mm de camada, e a vegetação adjacente foram avaliadas
quanto à distribuição de larvas por REES (1950), ao longo do dia durante um ano.
Observou-se que a maioria das larvas foi encontrada na vegetação, mas houve registro
de larvas na superfície do solo.
Estudos mostraram que poucas larvas de tricostrongilídeos foram recuperadas do
solo, concluindo que as mesmas migraram diretamente dos pellets para a vegetação e
que as poucas larvas encontradas no solo eram provavelmente provenientes da lavagem
da gramínea ou da rota de migração para vegetação (ANDERSEN et al. 1970;
CALLINAN, 1978, 1979). ROSE & SMALL (1985) coletaram durante um ano
amostras de vegetação e solo de área utilizada como pastoreio para ovinos.
Pouquíssimas larvas foram recuperadas do solo, no entanto, um número considerável foi
recuperado da vegetação. Na segunda parte deste estudo, os autores enterraram a 10cm
de profundidade, fezes com L3 de Trichostrongylus vitrinus e fizeram coletas da
vegetação adjacente. Os resultados indicaram que as larvas migraram para a vegetação,
restando poucas no solo. Os autores concluíram que o solo pode ser um reservatório
para L3.
A capacidade de migração das larvas foi estudada por FINCHER & STEWART
(1979). Eles enterraram fezes contaminadas, alguns dias depois começaram a recuperar
larvas da vegetação. Os autores observaram que as L3 foram capazes de migrar a partir
de 12,5cm de profundidade.
AL SAQUR et al. (1982) sugeriu a possível migração das larvas para o solo
durante o inverno, reemergindo na primavera e verão. Os autores observaram que larvas
de Ostertagia foram recuperadas em todas as ocasiões de análise a pelo menos 15cm de
profundidade.
A distribuição de tricostrongilídeos no solo foi estudada a campo. Os autores
observaram que no final do inverno as larvas puderam migrar da superfície a 40cm ou
mais de profundidade. Eles afirmaram que esta migração pode ter sido em decorrência
do carreamento pela água; associando a migração das L3 para o solo com a oferta de
água no ambiente (GRUNER et al., 1982).
A distribuição de tricostrongilídeos na vegetação e no solo foi estudada em
condições de temperatura e umidade controladas por CALLINAN & WESTCOTT
12
(1986). Eles recuperaram em média oito vezes mais larvas do solo do que na pastagem.
Concluíram, então que o solo é um importante reservatório de larvas.
A longevidade de lavas infectantes de tricostrongilídeos foi estudada em
diferentes tipos de solos tropicais por LYAKU et al. (1988). Eles observaram que larvas
de Cooperia e Oesophagostomum sobreviveram até nove semanas nos solos e que
Haemonchus e Trichostrongylus sobreviveram até três.
HOLASOVÁ et al. (1989) estudaram a migração de tricostrongilídeos. Os
achados deste estudo mostraram que as larvas foram recuperadas esporadicamente do
solo a uma profundidade de 2cm e que somente uma única vez larvas de Ostertagia
foram recuperadas a 7cm de profundidade.
13
3. CAPÍTULO I
COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE BAERMANN MODIFICADA E DONALD
UTILIZADAS PARA RECUPERAR LARVAS INFECTANTES DE NEMATÓIDES
GASTRINTESTINAIS DE RUMINANTES DA PASTAGEM.
14
RESUMO
CASTRO, Abisair Andrade de. Comparação entre as técnicas de Baermann
modificada e Donald utilizadas para recuperar larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de ruminantes da pastagem. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tese –
Doutorado em Ciências Veterinárias, Parasitologia Veterinária)
A estimativa de densidade de larvas na vegetação é usada em estudos epidemiológicos
para determinar as variações sazonais ou mensais de contaminação da pastagem com
larvas infectantes de tricostrongilídeos, e com isso estabelecer o risco de infecção dos
hospedeiros. Um estudo comparativo entre as técnicas de Baermann e Donald, foi
realizado para recuperação de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de
ruminantes da pastagem. Seis amostras de fezes naturalmente infectadas foram
depositadas a campo. Após 21 e 28 dias ao depósito, amostras de gramínea foram
coletadas e processadas pelas técnicas propostas. A análise estatística demonstrou que
não houve diferença significativa entre os resultados. Assim, as duas técnicas podem ser
utilizadas para recuperação de larvas infectantes da pastagem.
Palavras chave: Recuperação de larvas, vegetação, bovinos.
15
ABSTRACT
CASTRO, Abisair Andrade de. Comparison between modified Baermann and
Donald techniques used for the recovery of gastrointestinal nematode infective
larvae from pasture. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tesis – Doctor at Ciências
Veterinárias, Parasitologia Veterinária)
Estimates of the density of larvae on herbage are used in epidemiologic studies to
determine seasonal or monthly variations in contamination of pastures with third-stage
larvae of the trichostrongyles, and to provide an index of the risk of exposure of grazing
animals. At this, a comparative study between Baermann and Donald techniques were
accomplished for the recovery of gastrointestinal ruminantes infective larvae nematodes
from pasture. To develop the assay, six faecal samples naturally infected were placed on
lawn. After 21 and 28 days, pastures samples were collected and processed for each
proposed technique. The statistic analysis showed that there is no significative
difference among the results. Thus, both techniques can be used to recover infective
larvae from pasture.
Key words: Larvae recovery, herbage, cattle.
16
3. 1. INTRODUÇÃO
As nematodioses gastrintestinais de ruminantes ocorrem comumente em diversos
níveis de infecção, reduzindo a produtividade dos rebanhos. Estes helmintos têm
evolução direta e a fase pré-parasítica ocorre no ambiente. A estimativa do número de
larvas infectantes de tricostrongilídeos na pastagem, é parte integrante do estudo de
ecologia e epidemiologia desses nematóides parasitas de ruminantes. O controle de
nematóides gastrintestinais em ovelhas como proposto por GIBSON & EVERETT
(1968) e LANCASTER (1970) é baseado no estudo da epidemiologia de doenças, onde
a estimativa de larvas infectantes nas pastagens foi parte essencial. Similarmente
THOMAS (1959) em seu estudo sobre distribuição sazonal de Nematodirus baseou-se
na contagem de larvas na vegetação. Várias técnicas têm sido descritas a fim de avaliar
a intensidade de L3 na pastagem (TAYLOR, 1939; KAUZAL, 1940; DINABURG,
1942; CROFTON, 1954; ROHRBACHER Jr. 1957; DURIE, 1959; DONALD, 1967;
BAWDEN, 1969; LANCASTER, 1970; TODD Jr., 1970; SMEAL & HENDY, 1972;
CHIEJINA, 1982; GETTINGY et al., 1985; FINE et al. 1993). Taylor, acima citado, foi
o primeiro pesquisador a utilizar a técnica de Baermann (CORT et al., 1922), para
recuperar larvas infectantes das pastagens. Em seguida, pesquisadores como KAUZAL
(1940), DINABURG (1942), ROHRBACHER Jr. (1957) também a testaram e como
DURIE (1959) afirmaram que a mesma era ineficiente para recuperar L3 da vegetação.
DONALD (1967) descreveu e testou sua técnica verificando excelentes percentuais de
recuperação de larvas nas pastagens. Alguns pesquisadores têm utilizado esta técnica
como método apropriado para suas pesquisas (VIANA, 1999; PIMENTEL NETO et al.,
2000; ALMEIDA, 2003). Outros autores têm preservado seus princípios como as várias
lavagens da vegetação e a passagem pelo iodeto de potássio (LANCASTER, 1970;
SMEAL & HENDY, 1972; YOUNG & TRAJSTMAN, 1980).
O presente estudo foi elaborado com o objetivo de comparar as técnicas de
Baermann (CORT et al., 1922) e Donald (DONALD, 1967) quanto à recuperação de
larvas infectantes da pastagem, visando estabelecer entre as duas, o melhor protocolo
considerando para isso o custo, praticidade e qualidade da leitura.
17
3. 2. MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1. Local:
O presente estudo foi conduzido em pastagens localizadas ao lado do prédio de
Sanidade Animal e no laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto de Veterinária,
Convênio Embrapa - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; no município de
Seropédica, localizado a 22o 54’ de longitude oeste, à altitude de 33 metros.
3.2.2. Amostras:
Aproximadamente 1,3kg de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal
de bezerros naturalmente infectados. As amostras de fezes foram homogeneizadas, das
quais foram retiradas alíquotas para determinação do número de ovos por grama de
fezes, o.p.g., de acordo com a técnica modificada de GORDON & WHITLOCK (1939)
e, para a coprocultura (ROBERTS & O’SULLIVAN, 1950) através da qual, foram
recuperadas larvas infectantes, as quais foram identificadas utilizando-se a chave
descrita por KEITH (1953).
3.2.3. Depósito das amostras fecais e coleta de dados:
Para a contaminação da pastagem com larvas infectantes, seis amostras de fezes
previamente homogeneizadas com peso igual a 200g, e contendo aproximadamente
3.800 ovos por grama de fezes, foram depositadas a campo. A distância entre as
amostras fecais foi de aproximadamente 80cm. O local escolhido para o depósito foi
considerado homogêneo, em relação à irradiação solar, à precipitação pluviométrica e, à
vegetação, constituída por grama-batatais, Paspalum notatum. Decorridos 21 e 28 dias,
a gramínea circundante de cada amostra de fezes foi coletada em quatro pontos distintos
ao redor da mesma, numa área de 10,5 x 5,5cm (SOARES, 1980). Em seguida, as
respectivas amostras de gramíneas foram homogeneizadas e divididas em duas alíquotas
de sete gramas, as quais foram processadas de acordo com as técnicas de Baermann e
Donald. As amostras coletadas no vigésimo primeiro dia foram de um a seis. E as do
vigésimo oitavo dia foram de sete a doze.
3.2.4. Descrição da técnica de Baermann:
Para o processamento pela técnica de Baermann, utilizaram-se funis de vidro
com diâmetro de aproximadamente 15cm, com borracha de látex presa à sua parte
posterior e fechada com uma pinça (Figura 1). Dentro do funil um tamis com diâmetro
de aproximadamente 10cm e 17/18 malhas/polegadas. As amostras de gramíneas
picadas foram envolvidas em gaze, colocadas dentro dos tamises; estes conjuntos foram
mergulhados nos funis contendo água destilada esterilizada aquecida à 50oC. Após 24
horas, cinco mililitros do sedimento foram recuperados em tubos de ensaio. Duas horas
depois, o sobrenadante foi desprezado e o sedimento montado em lâmina com solução
de lugol a 5%, onde as larvas foram identificadas (KEITH, 1953) e quantificadas.
3.2.5. Descrição da técnica de Donald:
Para o processamento da técnica de Donald, as amostras de gramínea foram
acondicionadas em potes plásticos, com 2.250ml de solução mamalian ringer’s (Figura
2a). Estas amostras foram picadas e homogeneizadas nesta solução com três gotas de
18
teepol, detergente não-iônico. Após seis horas, as amostras foram tamisadas em
malhas de 145 micras e deixadas em repouso em cálices de sedimentação por pelo
menos três horas (Figura 2b). A partir daí sucessivas lavagens foram feitas da seguinte
maneira: o sobrenadante foi sifonado e o líquido restante homogeneizado e passado para
cálices menores. Totalizando três passagens de cálices, com intervalo de três horas.
Depois dessa etapa as amostras passaram por duas centrifugações: a primeira com um
volume inicial de 120ml por cinco minutos a 300g. A segunda com volume de 20-30ml
por três minutos a 90g. O sedimento resultante dessa última centrifugação foi
ressuspendido em 100ml de iodeto de potássio cuja densidade foi de 1,63molar, em
cálice de separação, por dez minutos (Figura 2c). Os cinco mililitros recuperados do
sobrenadante foram destinados à leitura onde se acrescentava uma gota de hipossulfito
de sódio e as larvas quantificadas e identificadas (KEITH, 1953).
3.2.4. Análise estatística:
Os valores médios, dos números de larvas infectantes recuperadas, em cada
técnica foram comparados utilizando-se o teste de Wilcoxon, a 5% de probabilidade
(SIEGEL, 1975).

Shell do Brasil
19
Figura 1. Processamento da gramínea através da Técnica de
Baermann.
A
B
C
Figura 2. Etapas da técnica de Donald; A - início da etapa de lavagem; B cálices de decantação; C - funis de separação.
20
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Larvas infectantes do gênero Haemonchus, e Oesophagostomum foram
recuperadas pelas técnicas de Baermann e Donald, sendo os maiores percentuais do
gênero Haemonchus (Tabela 1); conforme dados obtidos pela coprocultura realizada no
início do experimento. Observou-se no presente estudo, que apesar de não haver
diferença significativa entre as duas técnicas; a de Baermann recuperou maior número
de larvas, em sete amostras das doze testadas em relação ao Donald (FIGURA 3). Isto
se deve provavelmente a distribuição de larvas na vegetação que foi ao acaso. Não era
conhecida a quantidade de larvas na gramínea processada por uma ou por outra técnica.
É importante relatar que as leituras provenientes da técnica de Baermann, foram, na
maioria das vezes, muito difíceis, devido a grande quantidade de sujidade residual. O
mesmo foi relatado por TODD et al. (1970). Embora a técnica de Baermann tenha
apresentado maior facilidade no seu processamento, assim como, baixo custo em
relação a técnica de Donald; esta última pareceu ser mais indicada, pois no momento da
leitura, o material obtido através da técnica de Donald apresentou menos sujeira. Os
resultados encontrados neste estudo discordam das afirmativas de KAUZAL (1940),
DINAMBURG (1942), DURIE (1959), ROHRBACHER Jr., (1957), os quais atestaram
a ineficiência da técnica de Baermann. TODD et al. (1970) concluíram em seu estudo
que a técnica de Baermann é uma ferramenta útil para determinar o número de L3 no
pasto, se o pesquisador a utilizar com rigor metodológico, levando em consideração
suas limitações. CHIEJINA (1982) registrou relativa eficiência do Baermann para
recuperação de L3 da pastagem; assim como o notificado, no presente estudo. Outras
técnicas para recuperação e diferenciação de L3 da pastagem foram descritas
(PARFITT, 1955; HEALTH & MAJOR, 1968; LANCASTER, 1970; SMEAL &
HENDY, 1972;). Todas exigem muito tempo de processamento e necessitam de
equipamentos específicos, difíceis de serem reproduzidos e não possuem uma alta
eficiência para recuperação de L3 da pastagem. De acordo com MARTIN et al. (1990)
entre todas as técnicas já descritas, a de Donald é uma das que conseguiram recuperar
aproximadamente 90% das larvas nas pastagens, onde seu desempenho foi independente
do número de larvas no pasto. O método mais prático para avaliar a eficiência de uma
técnica talvez seja fazer uma direta comparação com método já existente. Assumindo a
padronização da amostragem e fazendo sub-amostras da vegetação coletada, dessa
forma providenciando material com o qual testes de comparação possam ser feitos
(LANCASTER, 1970).
Compreende-se que estudos nessa área devam continuar, visando estabelecer um
protocolo melhor, onde este possa tornar-se padrão preenchendo as exigências quanto à
economia, praticidade e principalmente eficiência.
21
Tabela 1: Número total e médio de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de Haemonchus sp e Oesophagostomum sp,
recuperadas pelas técnicas de Baermann e Donald, 21 (A1 – A6) e 28 (A7 – A12) dias após o depósito das massas fecais .
21 dias
28 dias
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9 A10 A11 A12 Total Média
Baermann Haemonchus
886 852 224 938 695 863 363 1275 527 1183 490 215
8511
709
Oesophagostomum
94
102
16
84
96
58
14
98
25
88
41
32
748
62
Total
980 954 240 1022 791 921 377 1373 552 1271 531 247
9259
772 a
Donald
Haemonchus
416 1217 99
586 710 512 647 607 504 1106 940 318
7662
639
Oesophagostomum
59
90
27
65
59
48
41
39
39
228
72
32
799
67
Total
475 1307 126 651 769 560 688 646 543 1334 1012 350
8461
705 a
Letras idênticas na mesma coluna indicam que não houve diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade.
22
Baermann
Donald
número de larvas por kg/pasto
200000
180000
160000
140000
120000
100000
80000
60000
40000
20000
0
A1 A2
A3 A4 A5 A6 A7
A8 A9 A10 A11 A12
Amostras de gramíneas
Figura 3: Número total de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de bovinos, por Kg/pasto,
recuperadas pelas técnicas de Baermann e Donald.
23
3.4. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados apresentados, conclui-se que as duas técnicas são
eficientes para recuperação de larvas infectantes da pastagem, dando a estimativa de
larvas no ambiente, favorecendo e contribuindo para estudos de controle com base na
ecologia das larvas. A técnica de Baermann foi mais prática e econômica e a de Donald
proporcionou melhor visualização das larvas.
24
4. CAPÍTULO II
DISTRIBUIÇÃO SAZONAL E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES
DE NEMATÓIDES GASTRINTESTINAIS DE CAPRINOS (Capra hircus)
EM PASTAGENS IRRIGADA E NÃO-IRRIGADA.
25
RESUMO
CASTRO, Abisair Andrade de. Distribuição sazonal e Longevidade de larvas
infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos (Capra hircus) em pastagem
irrigada e não-irrigada. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tese – Doutorado em
Ciências Veterinárias, Parasitologia Veterinária)
O controle das nematodioses em caprinos tem sido realizado principalmente com
produtos anti-helmínticos. No entanto, o alto custo destes produtos e o rápido aumento
de resistência justificam a necessidade de novas alternativas. Desta forma, o
conhecimento de alguns aspectos da epidemiologia é de extrema importância. A
distribuição sazonal e a longevidade de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais
de caprinos em pastagens irrigada e não-irrigada foram estudadas no presente trabalho.
Amostras de vegetação, dos dois piquetes, não-irrigado A, e irrigado B, foram
examinadas a cada 14 dias pela técnica de Donald, durante maio/2001 a abril/2003. De
acordo com os resultados, as condições ambientais foram favoráveis ao
desenvolvimento e longevidade de Trichostrongylus e Haemonchus. A ocorrência de
Oesophagostomum e Cooperia foi rara e inexistente, respectivamente. O sistema de
irrigação não favoreceu o desenvolvimento e a longevidade das larvas. A maior
recuperação de larvas do gênero Trichostrongylus foi no inverno e primavera, sendo que
para o gênero Haemonchus, não houve diferença entre as estações. O outono foi a
estação mais favorável à sobrevivência das larvas. As observações entre os períodos
chuvoso e seco, para distribuição e longevidade das larvas mostraram que não houve
diferença entre os mesmos.
Palavras chave: Tricostrongilídeos, pastagens irrigadas, sazonalidade.
26
ABSTRACT
CASTRO, Abisair Andrade de. Seasonal distribution and longevity of infective
larvae of goats (Capra hircus) gastrointetinal nematodes in irrigated and nonirrigated pastures. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tesis – Doctor at Ciências
Veterinárias, Parasitologia Veterinária).
The control of nematodiasis in goat has been usually performed with antihelmintic
agents. However, the high cost of these products and the fast increase of product’s
resistance explains the search for alternative control methods. Therefore, the knowledge
of some aspects in epidemiology is very important. The seasonal distribution and
longevity of goats gastrointestinal nematodes infective larvae in irrigated and nonirrigated pasture were studied in the present work. Thus, pasture samples of two plots
non-irrigated A, and irrigated B, were examined every 14 days using Donald’s
technique between mai/2001 and april/2003. The results indicate that environment
conditions were favourable to the development and longevity of Trichostrongylus and
Haemonchus larvae. The Oesophagostomum and Cooperia occurrence was scarce and
non-existent, respectively. The irrigation system did not to be favourable for the
development and longevity of infective larvae. The genus Trichostrongylus showed
more larvae recuperation in winter and spring; to genus Haemonchus did not have
difference between seasons. Fall was more favourable season at longevity of larvae. The
distribution and longevity dates of larvae between wet and dry seasons showed that did
not have difference among them.
Key words: Trichostrongyles, irrigated pastures, sazonality.
27
4. 1. INTRODUÇÃO
Os helmintos gastrintestinais constituem-se em agentes etiológicos de
significativa importância para a diminuição da produtividade na pecuária caprina
(NGINYI et al. 2001). As variações sazonais na dinâmica das populações dos helmintos
são reguladas, principalmente, pelas condições climáticas sobre os estágios de vida
livre, pela raça e pela susceptibilidade individual do hospedeiro. A interação parasito hospedeiro é influenciada pela precipitação pluviométrica, faixas climáticas favoráveis,
concentração de animais por área, faixa etária e índice nutricional (GIBBS, 1973).
Segundo KATES (1965), o potencial biótico das helmintoses de ruminantes,
quando estudado e conhecido em uma determinada região, torna possível estabelecer o
seu modelo estacional, visando as dosificações estratégicas e táticas de controle.
LEVINE (1963) ao estudar o desenvolvimento e sobrevivência das larvas de H.
contortus nas pastagens, verificaram que 50mm de precipitação e 15 a 370C de
temperatura média mensal indicavam ótimas condições para a transmissão deste
parasito. No entanto, apenas os meses integrados por uma elipse no bioclimatograma
apresentavam melhor período de potencial de transmissão.
As regiões da Baixada do Estado do Rio de Janeiro correspondem à extensa área
fisiográfica, abrangendo a região Metropolitana, Baía da Ilha Grande, Baixadas
Litorâneas e parte das regiões Norte e Nordeste, coincidindo com o tipo climático AW,
segundo a classificação de KÖPPEN (1958). Essa região é caracterizada por inverno
seco e verão chuvoso e quente, com temperatura média das médias do mês mais quente
superior a 330C, e a precipitação média no verão é de 739mm, e no inverno, de 128mm.
O período seco torna-se desfavorável à vegetação, diminuindo assim a oferta de
volumoso para os animais. Em regiões onde situação semelhante ocorre, foi implantado
sistema de irrigação como na Califórnia (BAKER et al. 1981), Guadalupe, nas ilhas
francesas (GRUNER et al. 1989), Sul da África (KRECEK et al. 1991). De acordo com
GRUNER et al. (1989) a irrigação pode mudar a epidemiologia de nematóides
gastrintestinais.
Os métodos de controle de helmintoses utilizados no Estado do Rio de Janeiro
têm sido baseados no uso de anti-helmínticos, com potencial estabelecimento de
populações resistentes aos princípios ativos disponíveis no mercado. Os sistemas de
manejo zootécnicos e sanitários, associados aos estudos epidemiológicos, podem
minimizar o uso de produtos químicos (PIMENTEL NETO, 1976).
Com o objetivo de estudar a distribuição sazonal e longevidade de larvas
infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, em pastagens irrigada e nãoirrigada, este trabalho foi desenvolvido visando contribuir com a aquisição de
conhecimentos e fornecer dados para futuros projetos de controle estratégico.
28
4.2. MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1. Local:
O presente estudo foi conduzido em pastagens próximas ao prédio de Sanidade
Animal, cerca de 200 metros, e no laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto de
Veterinária, Convênio Embrapa - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; no
município de Seropédica, localizado a 22o 54’ de longitude oeste, à altitude de 33
metros.
4.2.2. Animais e amostras de fezes:
Nove caprinos mestiços, de ambos os sexos, procedentes do Colégio Técnico da
Universidade Rural (CTUR), portadores de infecção natural foram utilizados como
doadores de fezes. Estes animais permaneceram, num piquete de aproximadamente
3.500m2. As amostras de fezes foram coletadas diretamente do reto com auxílio de
coletores (Figura 4A, B). Previamente ao depósito, retiravam-se alíquotas do pool de
fezes coletadas, para avaliação do número de ovos por grama de fezes, o.p.g., segundo a
modificada técnica de GORDON & WHITLOCK (1939); e realização de coprocultura
(Figura 5) segundo ROBERTS & O’SULLIVAN (1950) para obtenção de larvas
infectantes e posterior identificação de acordo com a chave de KEITH (1953).
4.2.3. Clima:
O clima da região, segundo a classificação de KOPPEN (1958), é do tipo AW,
com inverno seco, verão chuvoso e quente. Os dados de temperatura e precipitação
pluviométrica foram fornecidos pelo posto de meteorologia Ecologia Agrícola do Km
47, distante cerca de um km do local do experimento.
4.2.4. Piquetes:
Formaram-se dois piquetes, “A” e “B” de aproximadamente 81m2 cada,
constituídos por Paspalum notatum, grama batatais. O piquete “A” foi estudado de acordo
com as condições ambientais (Figura 6.1). O piquete “B” (Figura 6.2) foi irrigado a taxa de
50mm de água por semana, durante todo o período do experimento, não obedecendo esta
regra apenas quando a precipitação pluviométrica excedia esta taxa. Quando a mesma
ocorria, sem, contudo exceder a taxa calculava-se a diferença.
4.2.5. Depósito de amostras fecais e coleta de dados:
Duas amostras de fezes com 35g, cuja faixa de o.p.g. variou de 700 a 2000,
foram depositadas a campo, de 14 em 14 dias, as quais foram identificadas como
“massa fecal teste” (MFT) e “massa fecal controle” (MFC); no período de maio de 2001
a abril de 2003. As amostras distavam cerca de 80cm umas das outras. Uma semana
após o depósito, coletou-se a gramínea da MFT, rente ao solo, numa área de 5cm de
largura por 30cm de comprimento (ROSE, 1970). Imediatamente após a coleta, a
gramínea foi processada pela técnica de DONALD (1967) para recuperação de larvas da
pastagem. A MFC foi trabalhada utilizando-se a mesma metodologia, quando a MFT
correspondente apresentou-se negativa por duas vezes consecutivas (PIMENTEL NETO
et al. 2000).
29
Figura 4. A – coletor plástico cortado em forma de bisel recebendo glicerina para facilitar a
coleta; B – amostras de fezes sendo coletadas diretamente do reto com auxílio de coletor.
Figura 5. Coprocultura, técnica utilizada para
obtenção de larvas infectantes. (→) Setas indicam as
L3 migrando pela parede do copo de vidro.
30
Figura 6. Piquetes de experimento; 1 (→) piquete não-irrigado, “A” com amostras; 2 (→)
piquete irrigado, “B” com amostras.
31
4.2.6. Estimativa dos dados em matéria seca (ms):
A utilização do número de larvas expresso em matéria seca (ms) de pastagem foi
empregada com a finalidade de estimar a quantidade de larvas que os animais ingerem
diariamente, uma vez que os cálculos de exigências nutricionais são convencionalmente
apresentados em ms (NRC, 1989; AFRC, 1993).
Ao longo do experimento os dados foram coletados em peso de matéria verde
(mv). Para calcular o correspondente em matéria seca, coletou-se durante um ano,
outubro de 2002 a setembro de 2003, a cada 14 dias, três amostras de vegetação de
acordo com ROSE (1970). Essas amostras foram individualmente pesadas, em seguida
mantidas em estufa a 80oC por 48 horas, sendo novamente pesadas (SILVA, 1990).
Com os dados médios obtidos empregou-se a análise de regressão, obtendo-se a
equação da reta, y= a + b x. Donde: y= matéria verde; a=0.94; b= 0.202 e x=
matéria seca. Através da qual, estimou-se a matéria seca para todas as amostras
coletadas. Para comprovação da curva dos resultados, uma nova análise de regressão foi
realizada, confrontando-se os dados de matéria verde com os de matéria seca.
4.2.7. Apresentação dos resultados:
O número de larvas infectantes foi apresentado em relação as quatro estações,
segundo a divisão cronológica: verão, 22 de dezembro a 20 de março; outono, 21 de
março a 20 de junho; inverno, 21 de junho a 22 de setembro e primavera de 23 de
setembro a 21 de dezembro. E em relação aos períodos chuvoso e seco obedecendo a
seguinte classificação: para o período chuvoso, de outubro a março e para o seco, de
abril a setembro de acordo com MATTOS et al. (1998).
4.2.8. Análise estatística:
Para os dois casos, o número médio de larvas para distribuição e o número
médio de semanas para longevidade foram transformados em Log10 (x + 2). Com esses
dados empregou-se análise de variância (ANOVA) considerando-se um nível de 5% de
probabilidade. Em seguida, para as análises que diferiram significativamente, foi
aplicado o teste de Duncan a 5%, para comparação entre as médias (ZAR, 1999).
32
4. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3.1. Distribuição sazonal e longevidade de larvas infectantes - considerações
gerais:
No presente estudo foi verificada a relação entre as duas formas de apresentação
de resultados, matéria verde (mv) e matéria seca (ms); e de acordo com os cálculos
estatísticos da análise de regressão (r2= 0.97), constatou-se que os valores
transformados de matéria verde para matéria seca, mantinham a mesmo modelo de
curva gráfica (figura 7). Dessa forma optou-se por expressar os resultados do presente
estudo em número de larvas por kg de ms. Assim como vários pesquisadores: AL
SAQUR et al. (1982), CALLINAN & WESTCOTT (1986), AUMONT et al. (1989),
AUMONT & GRUNER (1989), BANKS et al. (1990), KRECEK et al. (1992),
BARGER et al. (1994) entre outros, apresentaram os dados de seus resultados em
número de larvas por kg de matéria seca. Embora, autores como HOLOSOVÁ et al.
(1989), RAHMAN & COLLINS (1990), PIMENTEL NETO et al. (2000), ALMEIDA
(2003) apresentaram seus resultados em número de larvas por kg de matéria verde.
As larvas infectantes recuperadas neste estudo pertenciam aos gêneros
Trichostrongylus, Haemonchus, e Oesophagostomum (Figura 8). Sendo o maior número
de larvas recuperadas 300.612, em peso de ms, identificadas como Haemonchus, o que
representa 59,2% do total de larvas recuperadas, seguido por Trichostrongylus, 201.767,
(40%) e Oesophagostomum, 4.345, (0,8%). Estes dados concordam com PIMENTEL
NETO & FONSECA (no prelo), pois estes autores trabalhando com caprinos traçadores
em Seropédica recuperaram 54,6% de Haemonchus; 41% de Trichostrongylus e 2% de
Oesophagostomum. A recuperação de larvas do gênero Oesophagostomum foi
considerada baixa, durante todo o período do experimento. Por esse motivo, não se
aplicou teste estatístico a este gênero. Resultados semelhantes foram encontrados por
HORAK & LOWN (1977), no sul da África, OKON & ENYENIHI (1977) na Nigéria,
AUMONT & GRUNER (1989) em Guadalupe, nas ilhas francesas, BOJANE et al.
(2002) na Índia, PIMENTEL NETO & FONSECA (no prelo) em Seropédica, Brasil.
Larvas pertencentes ao gênero Cooperia não foram recuperadas em nenhum dos meses
ao longo deste estudo. Assim como nos estudos de VASQUEZ & MARCHINARES
(1971) no Peru; AUMONT & GRUNER (1989) em Guadalupe, BAKER (1975) na
Califórnia, CAVALCANTI (1974), CHARLES (1989) e SILVA et al. (1998) no
nordeste brasileiro. TRIPATHI (1970b) registrou a rara ocorrência desse gênero em
caprinos na Índia; da mesma forma que FABIYI (1970) na Nigéria, BOUGAS &
THEODORIDIS (2000) na Grécia; GRISI (1975) e PIMENTEL NETO & FONSECA
(no prelo) no Brasil.
O número de larvas recuperadas da vegetação e o período de sobrevivência em
semanas, não apresentaram diferença significativa entre os dois piquetes (Figura 9.1 e
9.2), para os gêneros analisados neste estudo. A única exceção foi descrita ao número
total de L3 de Haemonchus, onde o maior valor registrou-se no piquete B,
demonstrando assim, uma possível atuação da irrigação favorecendo o desenvolvimento
e migração destas larvas. De acordo com a figura 9.1, o sistema de irrigação pareceu
favorecer o desenvolvimento de larvas de Oesophagostomum. Estes resultados estão de
acordo com àqueles dos autores STWART & DOUGLAS (1938), FURMAN (1944),
BULLISK & ANDERSEN (1978), HORAK & LOWN (1977), BAKER et al. (1981),
33
25000
60000
L3 / Kg ms
50000
Tric hostrongylus s p.
L3 /Kg mv
30000
20000
15000
10000
5000
10000
0
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
J
120000
Haemonc hus sp.
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Haemonchus s p.
30000
80000
L3 /Kg mv
L3 /Kg ms
F
40000
100000
60000
40000
20000
0
20000
10000
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
500
1200
O es ophagostomum s p.
800
600
400
O es ophagos tomum s p.
400
L3/ Kg mv
1000
L3 /Kg ms
Trichostrongylus s p.
20000
40000
300
200
100
200
0
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Figura 7: Números médios de larvas infectantes de Trichostrongylus, Haemonchus e Oesophagostomum, recuperadas por kg de pastagem
em matéria seca (ms) à esquerda, e em matéria verde (mv) à direita, no período de maio de 2001 a abril de 2003.
34
A
B
C
D
E
F
Figura 8: Larvas infectantes encontradas no presente estudo. São
respectivamente: A e B: extremidade anterior e posterior de
Trichostrongylus sp.; C e D: extremidade anterior e posterior de
Haemonchus sp. e E e F: extremidade anterior e posterior de
Oesophagostomum sp.
35
80000
20
T r i c h o s tr o n g yl u s s p .
T r i c h o s tr o n g yl u s s p .
70000
A a
L3 Kg/ms
50000
B a
40000
A a
15
s emanas
60000
30000
B a
10
5
20000
10000
0
0
J
120000
F
M
M
J
J
A
S
O
N
J
D
20
H aem onc hus s p.
100000
A a
80000
B b
60000
40000
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
A
M
J
J
A
S
O
N
D
O
N
D
H aem onc hus s p.
A a
B a
10
5
20000
0
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
J
2000
O e s o p h a g o s to m u m s p .
7
1500
A
6
F
1000
500
M
O e s o p h a g s to m u m s p .
A
5
B
s emanas
L3 Kg/ms
F
15
s emanas
L3 Kg/ms
A
B
4
3
2
1
0
1
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2
J
F
M
A
M
J
J
A
S
Figura 9.1. Distribuição de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos entre os piquetes A, não-irrigado e B, irrigado. 9.2. Longevidade
de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos entre os piquetes A, não-irrigado e B, irrigado. (Letras minúsculas idênticas não diferem
significativamente ao nível de 5% de probabilidade).
36
GRUNER et al. (1989), quanto ao desenvolvimento das larvas; no entanto, discordam
quanto ao período de sobrevivência, pois os autores acima citados afirmaram que a
irrigação favorecia o desenvolvimento e a sobrevivência de larvas de tricostrongilídeos.
VALDERRABANO et al. (2000) observaram que a irrigação favorecia o
desenvolvimento da pastagem, podendo ser utilizada contra problemas climáticos
aumentando a produtividade dos rebanhos. No presente estudo, a irrigação favoreceu a
vegetação do piquete B, pois a mesma apresentou-se viçosa, em comparação com o
piquete A (Figura 10), durante todo o período do experimento, embora, curiosamente,
essa condição não tenha favorecido a longevidade de larvas no pasto. O que pode ser
relacionado ao tipo de vegetação trabalhada neste estudo, sendo a mesma de pequeno
porte.
4.3.2. Distribuição sazonal e longevidade de larvas infectantes apresentados em
quatro estações:
A distribuição de larvas por kg de matéria seca e a longevidade em número de
semanas das larvas recuperadas neste estudo, nas quatro estações convencionais, estão
representadas nas figuras 11 A e B. As estações mais quentes foram o verão e outono
com a média de temperatura das máximas em torno dos 32 e 300C, respectivamente.
Estas estações, no entanto, foram as mais chuvosas, registrando-se 156 e 104 mm de
precipitação pluviométrica, respectivamente (Figura 12).
Os três gêneros encontrados neste estudo ocorreram nas quatro estações.
Trichostrongylus apresentou significativo desenvolvimento no inverno e primavera. Já
longevidade das larvas desse gênero foi significativamente superior nas estações do
outono e inverno. O que demonstra que a temperatura talvez tenha sido um fator
limitante para esse gênero, como afirmou LEVINE (1963) sobre o desenvolvimento de
tricostrongilídeos. TRIPATHI (1970b) observou que o período quente foi desfavorável
ao desenvolvimento e sobrevivência das larvas no ambiente. A precipitação
pluviométrica não pareceu ser um fator de importância para esse gênero, pois as
estações chuvosas foram justamente àquelas, nas quais o número de larvas de
Trichostrongylus foi mais baixo.
Foi registrado para o gênero Haemonchus, que os maiores números de larvas
recuperadas foram nas estações do outono e primavera, embora estatisticamente não
tenha ocorrido diferença entre as quatro estações. Observou-se, porém, que houve
diferença estatística para a longevidade dessas larvas entre as estações; sendo o outono
considerado a melhor época para a sobrevivência das larvas. DINABURG (1944)
contaminou artificialmente as pastagens com H. contortus e verificou que nos meses do
verão as condições foram desfavoráveis para a sobrevivência das larvas.
Contrariamente, RAHMAN & COLLINS (1990) observaram que nos meses do verão
uma alta proporção de larvas de Haemonchus foi recuperada de culturas de fezes.
Resultados equivalentes foram registrados no presente estudo. SKINNER & TODD Jr.
(1980) estudaram a migração lateral de H. contortus nas pastagens e concluíram que
quando a temperatura diminuía, a sobrevivência das larvas aumentavam. Talvez seja
essa a justificativa para o outono ser a melhor época para a sobrevivência das larvas. Os
resultados presente estudo estão de acordo com LEVINE & TODD (1975). Eles
estudaram o desenvolvimento e sobrevivência de larvas de H. contortus e T.
colubriformis. Os autores observaram que poucas larvas de H. contortus sobreviveram
no inverno, e ao contrário T. colubriformis sobreviveu bem nesta estação; e que o
outono foi a melhor época para a sobrevivência de ambas espécies. Os autores
comentaram que as larvas de H. contortus apresentaram maior resistência quando
submetidas a repetidas dessecações do que as de T. colubriformis.
37
1
2
Figura 10. Pastagens: 1 Amostra no piquete A, não-irrigado; 2. Amostra no piquete B, irrigado.
38
35000
T ri c hos tongyl us s p.
a
20000
15000
5000
b
b
6
4
inv
a
a
v er
pr i
H aem onc hus s p.
a
3,6
10
3,4
8
3,2
20000
a
10000
3
2,8
s emanas
out
Log10- L3
L3 / kg ms
40000
v er
out
inv
4
inv
pr i
H aem onc hus s p.
a
b
6
b
b
0
pri
v er
O es ophagos tom um s p.
20000
out
2
2,6
0
out
inv
5
pr i
O es ophagos tom um s p.
4
s emanas
15000
L3 / kg ms
b
c
0
v er
10000
A
T ri c hos trongylus s p.
2
0
30000
a
8
25000
10000
a
10
a
s emanas
L3 / kg ms
30000
5000
3
2
1
0
0
v er
out
inv
pr i
B
v er
out
inv
pri
Figura 11: A. Distribuição de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos em quatro estações. B. Longevidade de larvas infectantes
de nematóides gastrintestinais de caprinos em quatro estações. (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5% de probabilidade.).
39
PP
MTMín.
T médi
30
25
20
15
10
5
0
verão
outono
inverno
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
pluviosidade em mm
t emperat ura em graus C
35
MTMáx.
primavera
Figura 12. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, em quatro estações, obtidos na Estação experimental da Pesagro-Rio,
Seropédica, RJ, no período de maio de 2001 a abril de 2003.
40
LEVINE (1963) descreveu que larvas do gênero Trichostrongylus foram mais
resistentes do que os gêneros Haemonchus e Oesophagostomum. No presente estudo
essa diferença não foi registrada para os dois primeiros gêneros acima citados, uma vez
que ambos ocorrem durante todas as estações e em praticamente todos os meses. No
entanto, com relação a Oesophagostomum, existe concordância com a afirmativa acima,
uma vez que essas larvas foram recuperadas em maior número apenas na estação do
inverno e o maior período de sobrevivência foi de quatro semanas no outono.
4.3.3. Distribuição sazonal e longevidade de larvas infectantes apresentados nos
períodos chuvoso e seco:
Os dados de distribuição e de longevidade das larvas de nematóides
gastrintestinais expressos em dois períodos, chuvoso e seco, estão sucintamente
apresentados nas figuras 13A e B, respectivamente. Os dados climáticos divididos em
duas estações estão representados na figura 14. Os três gêneros ocorreram nos dois
períodos estudados. Não houve diferença significativa entre os períodos para nenhum
dos gêneros estudados, embora Trichostrongylus tenha apresentado maior número de
larvas, e maior tempo de sobrevivência no período seco. Haemonchus ao contrário
apresentou o maior número de larvas recuperadas na época das chuvas e a longevidade
das mesmas foi semelhante nos dois períodos. Autores como TRIPATHI (1970a),
FABIYI (1973), CAVALCANTI (1974), GRISE (1975), CONNOR et al. (1990),
LAHA et al. (2001) registraram a importância do período das chuvas nas infecções por
tricostrongilídeos; assim como McCULLOCK & KASIMBALA (1968) registraram que
H. contortus apresentou seu pico no período chuvoso; este dado não concorda com o
achado neste estudo. McCULLOCK & KASIMBALA (1968) afirmaram ainda, que o
clima representou um fator de pouca importância nas infecções por T. colubriformis e
O. columbianum. No presente estudo verificou-se que as condições podem atuar
limitando ou favorecendo larvas de Trichostrongylus e Oesophagostomum.
Para acompanhar a dinâmica populacional dos estágios de vida livre de
nematóides gastrintestinais de caprinos, numa região de clima tropical, AUMONT &
GRUNER (1989) contaminaram piquetes com ovos de helmintos, durante a estação
chuvosa e seca. Eles recuperaram larvas de Haemonchus e Trichostrongylus e
observaram que as larvas surgiram na vegetação sete a 14 dias depois do depósito. Este
fato foi observado no presente estudo. Os autores relataram que a longevidade das
larvas na vegetação foi de 49 a 56 dias, sete a oito semanas. No presente estudo as
larvas sobreviveram até nove semanas. Consideraram que os eventos climáticos e o fato
da vegetação apresentar-se seca durante o pastoreio, foram fatores importantes,
parecendo interferir na dinâmica populacional das formas de vida livre destes helmintos.
O gênero Oesophagostomum apresentou seu pico na época da seca e seu maior período
de sobrevivência foi de duas semanas para os dois períodos. O clima pareceu interferir
na ecologia das formas pré-parasíticas dessas larvas.
41
T ric hos trongylus s p.
3,5
3,3
8000
a
3,2
3,1
4000
4
2,9
H aem onc hus s p.
7,8
7,7
7,6
7,5
7,4
7,3
7,2
7,1
7
a
L3/ kg ms
21000
20000
a
19000
18000
c huv os a
20000
0
0
s ec a
H aemonc hus s p.
7
6
5
4
3
2
1
0
c huv os a
2,5
O es ophagos tom um s p.
s ec a
O es ophagos tomum s p.
2
s emanas
L3/ kg ms
2
s ec a
15000
10000
5000
1,5
1
0,5
0
A
4
c huv os a
s emanas
22000
6
a
2
s ec a
Log10-L3
c huv os a
10
8
6
3
0
a
8
s emanas
3,4
Log10-L3
L3/ kg ms
12000
T ric hos trongylus s p.
10
3,6
a
Log10- s emanas
16000
0
c huv os a
s ec a
B
c huv os a
s ec a
Figura 13.A. Distribuição nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, expressos número
de L3/Kg matéria seca e em logaritmo do número de L3. B. Longevidade nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos expressos em semanas e seus respectivos dados transformados em logaritmo (Letras, minúsculas, idênticas não
diferem ao nível de 5% de probabilidade.).
42
MTMáx.
T médi
160
140
120
100
80
60
40
20
0
35
30
25
20
15
10
5
0
chuvosa
pluviosidade em mm
temperatura em graus C
PP
MTMín.
seca
Figura 14. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, nos períodos chuvoso e seco, obtidos na Estação experimental da Pesagro-Rio,
Seropédica, RJ, no período de maio de 2001 a abril de 2003..
43
4. 4. CONCLUSÕES
Pode-se concluir, de acordo com os resultados apresentados que:
1. As condições climáticas de Seropédica foram favoráveis ao desenvolvimento e
longevidade de larvas infectantes de Trichostrongylus e Haemonchus
2. A ocorrência dos gêneros Oesophagostomum e Cooperia foi considerada,
respectivamente, baixa e inexistente, no período estudado;
3. Foi constatado que o sistema de irrigação não favoreceu o desenvolvimento e a
longevidade de L3 de nematóides gastrintestinais de caprinos, com exceção ao número
total de larvas de Haemonchus, que foi significativamente maior no piquete irrigado.
4. Com análise nas quatro estações Trichostrongylus apresentou maior recuperação de
larvas no inverno e primavera;
5. Não houve diferença entre as estações, para distribuição de larvas de Haemonchus;
6. Outono foi a estação mais favorável à sobrevivência das larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos;
7. Não houve diferença entre os períodos chuvoso e seco, para distribuição e
longevidade das larvas encontradas neste estudo.
44
5. CAPÍTULO III
DISTRIBUIÇÃO
E LONGEVIDADE DE LARVAS INFECTANTES DE NEMATÓIDES
GASTRINTESTINAIS DE CAPRINOS (Capra hircus) EM SOLO
E PASTAGEM IRRIGADOS E NÃO-IRRIGADOS.
45
RESUMO
CASTRO, Abisair Andrade de. Distribuição e Longevidade de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos (Capra hircus) em solo e pastagem irrigada
e não-irrigada. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tese – Doutorado em Ciências
Veterinárias, Parasitologia Veterinária).
A distribuição e longevidade de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de
caprinos foi estudada em solo e em vegetação irrigada e não-irrigada com o objetivo de
contribuir para aquisição de conhecimentos e fornecer dados para o estabelecimento de
programas de controle integrado. Assim, amostras de solo e vegetação não-irrigada e
irrigada foram examinadas a cada 14 dias durante o período de outubro/2002 a
setembro/2003. Os resultados mostram que as larvas de helmintos foram capazes de
migrar para o solo. No entanto, a distribuição e longevidade foram consideradas baixas.
A vegetação foi o local eleito pelas larvas quanto à migração. O outono foi a estação
mais favorável à sobrevivência das larvas. O sistema de irrigação não favoreceu a
migração de larvas para a vegetação e solo.
Palavras chave: Tricostrongilídeos, solo, sobrevivência.
46
ABSTRACT
CASTRO, Abisair Andrade de. Distribution and longevity of infective larvae of goats
(Capra hircus) gastrointetinal nematodes in soil and irrigated and non-irrigated
pastures. Seropédica: UFRRJ, 2004. 71p. (Tesis – Doctor at Ciências Veterinárias,
Parasitologia Veterinária).
The distribution and longevity of infective larvae of goats gastrointestinal nematodes
was studied in the soil and herbage irrigated and non-irrigated with aim to contribute the
acquisition of knowledge and gives dates to establishment to program of integrated
control. Thus, samples soil and pastures at two plots non-irrigated and irrigated were
examined every 14 days during october/2002 at september/2003. The samples soil and
herbage were processed for Baermann and Donald techniques, respectively. The results
showed that helminthes larvae were able to migrate for soil. However, the distribution
and longevity were very low. Pastures was the elect place for the larvae at migration.
Fall was more favourable station at longevity of larvae. The irrigation system was not
favorable to migration of infective larvae for the soil.
Key words: Trichostrongyles, soil, survival.
47
5. 1. INTRODUÇÃO
O conhecimento da dinâmica das larvas infectantes de nematóides parasitos de
ruminantes nas pastagens e no solo de determinada região, levando-se em consideração
as condições bióticas e abióticas, é epidemiologicamente importante, uma vez que com
estes dados, pode-se determinar o risco de infecção dos animais; e desta forma,
estabelecer medidas preventivas de controle como: alternância de pastagens,
dosificações estratégicas.
De acordo com GIBBIS (1973) fatores do microambiente, incluindo tipo de solo
e densidade da vegetação, podem ter importante papel na migração das larvas; assim
como período pré-patente e a fecundidade das fêmeas destes nematóides. A capacidade
de ovopositar das fêmeas destes helmintos relacionada com o controle da sua respectiva
população é notável: a baixa taxa de produção de ovos de Nematodirus, 50 a 100 ovos
por fêmea adulta, é compensada pela habilidade de seus estágios de vida livre
sobreviverem no pasto durante os meses do inverno. A alta capacidade de ovopostura de
Oesophagostomum, 3000 ovos por fêmea adulta, é justificada, pois é longo o período
pré-patente e há uma relativa susceptibilidade de seus estágios de vida livre às
condições ambientais. FITZSIMMONS (1970), em seu extenso trabalho de revisão,
agrupou alguns gêneros de helmintos de pequenos ruminantes como Haemonchus,
Ostertagia, Cooperia e Trichostrongylus como helmintos de ciclo de vida curto, tendo
várias gerações por ano, enquanto Nematodirus, e Oesophagostomum aqueles com ciclo
de vida longo, tendo somente uma ou duas gerações por ano.
Existem poucas informações disponíveis sobre a influência de solos tropicais
albergando larvas infectantes de tricostrongilídeos (LYAKU et al. 1988). Na realidade
existe uma grande controvérsia a respeito deste fato. Alguns autores afirmam que o solo
pode atuar como reservatório de larvas infectantes, onde num ambiente desfavorável, as
L3 migrariam a determinadas profundidades para se protegerem. E num momento
seguinte, quando as condições ambientais estivessem favoráveis migrariam de volta a
superfície, recontaminando a pastagem (KAUZAL, 1941; REES, 1950). Por outro lado,
existem outros autores que discordam deste fato, pois em seus trabalhos, recuperaram
poucas larvas do solo (ANDERSEN et al. 1970; ROSE & SMALL, 1985). Há, porém
que se levar em consideração os tipos de solos estudados, as condições de temperatura e
umidade, bem como a época do ano, e outros fatores. Dessa forma, com o objetivo de
estudar a distribuição e longevidade de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais
de caprinos no solo e pasto, este estudo foi elaborado, visando no futuro propiciar uma
base sólida para programas estratégicos de controle.
48
5.2. MATERIAL E MÉTODOS
5.2.1. Local:
O presente estudo foi conduzido em pastagens próximas ao prédio de Sanidade
Animal e no laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto de Veterinária, Convênio
Embrapa - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; no município de Seropédica,
localizado a 22o 54’ de longitude oeste, à altitude de 33 metros.
5.2.2. Animais:
Nove caprinos mestiços, de ambos os sexos, procedentes do Colégio Técnico da
Universidade Rural (CTUR), portadores de infecção natural foram utilizados como
doadores de fezes. Estes animais permaneceram, num piquete de aproximadamente
3.500m2. As amostras de fezes foram coletadas diretamente do reto com auxílio de
coletores. Previamente ao depósito, retiravam-se alíquotas do pool de fezes coletadas,
para determinação do número de ovos por grama de fezes, o.p.g., segundo a modificada
técnica de GORDON & WHITLOCK (1939); e realização de coprocultura (ROBERTS
& O’SULLIVAN, 1950) para obtenção de larvas infectantes e posterior identificação de
acordo com a chave de KEITH (1953).
5.2.3. Clima e solo:
O clima da região, segundo a classificação de KOPPEN (1958), é do tipo AW,
com inverno seco, verão chuvoso e quente. Os dados de temperatura, umidade relativa e
precipitação pluviométrica foram fornecidos pelo posto de meteorologia Ecologia
Agrícola do Km 47, distante cerca de um km do local do experimento. O solo é do tipo
franco-argiloso.
5.2.4. Piquetes:
Formaram-se dois piquetes, “A” e “B” de aproximadamente 81m2 cada,
constituídos por Paspalum notatum, grama batatais. O piquete “B” foi irrigado a taxa de
50mm de água por semana, durante todo o período do experimento, não obedecendo esta
regra apenas quando a precipitação pluviométrica excedia esta taxa. Quando a mesma
ocorria, sem, contudo exceder a taxa calculava-se a diferença.
5.2.5. Depósito das amostras fecais e coleta de dados:
Depositaram-se a campo, de 14 em 14 dias, quatro amostras de fezes, cujas
faixas de o.p.g. variou de 650 a 2000; onde os pares foram identificados como “massa
fecal teste” e “massa fecal controle”, sendo um par para análise de solo e outro para
pastagem no período de setembro de 2002 a setembro de 2003. As amostras distavam
cerca de 80cm umas das outras. Alíquotas de solo e pastagem foram coletadas após o
sétimo dia de depósito e a partir daí, de 14 em 14 dias. Para a coleta do solo utilizou-se
um trado (Figura 15) com as seguintes dimensões: 3,5cm de diâmetro por 10cm de
comprimento (ROSE & SMALL, 1985). A vegetação foi coletada numa área de 5cm de
largura por 30cm de comprimento (ROSE, 1970). Primeiramente trabalhava-se a MFT,
quando esta apresentava-se negativa por duas vezes consecutivas, passava-se para a
MFC seguindo o mesmo procedimento. As respectivas amostras foram processadas
pelas técnicas de Baermann (CORT et al., 1922) (Figura 16) e Donald (DONALD,
1967). As L3 recuperadas foram quantificadas e identificadas segundo KEITH (1953).
49
Figura 15. Trado, equipamento utilizado para coleta de solo.
(→) Seta indica o comprimento de 10cm; limite de
profundidade utilizada no experimento.
A
B
Figura 16. Etapas da técnica de Baermann, utilizada para
processamento de amostras do solo. A – funis com água
destilada aquecida; B – amostras de solo sendo processadas
50
5.2.6. Estimativa dos dados em matéria seca (ms):
A utilização do número de larvas expresso em matéria seca (ms) de pastagem foi
empregada com a finalidade de estimar a quantidade de larvas que os animais ingerem
diariamente, uma vez que os cálculos de exigências nutricionais são convencionalmente
apresentados em ms (NRC, 1989; AFRC, 1993).
Ao longo do experimento os dados foram coletados em peso de matéria verde
(mv). Para calcular o correspondente em matéria seca, coletou-se durante um ano,
outubro de 2002 a setembro de 2003, a cada 14 dias, três amostras de vegetação de
acordo com ROSE (1970). Essas amostras foram individualmente pesadas, em seguida
mantidas em estufa a 80oC por 48 horas, sendo novamente pesadas (SILVA, 1990).
Com os dados médios obtidos empregou-se a análise de regressão, obtendo-se a
equação da reta, y= a + b x. Donde: y= matéria verde; a=0.94; b= 0.202 e x=
matéria seca. Através da qual, estimou-se a matéria seca para todas as amostras
coletadas. Para comprovação da curva dos resultados, uma nova análise de regressão foi
realizada, confrontando-se os dados de matéria verde com os de matéria seca.
5.2.7. Apresentação dos resultados:
O número de larvas infectantes foi apresentado em relação as quatro estações,
segundo a divisão cronológica: verão, 22 de dezembro a 20 de março; outono, 21 de
março a 20 de junho; inverno, 21 de junho a 22 de setembro e primavera de 23 de
setembro a 21 de dezembro. E em relação aos períodos chuvoso e seco obedecendo a
seguinte classificação: para o período chuvoso, de outubro a março e para o seco, de
abril a setembro de acordo com MATTOS et al. (1998).
5.2.8. Análise estatística:
Para os dois casos, o número médio de larvas para distribuição e o número
médio de semanas para longevidade foram transformados em Log10 (x + 2). Com esses
dados empregou-se análise de variância (ANOVA) considerando-se um nível de 5% de
probabilidade. Em seguida, para as análises que diferiram significativamente, foi
aplicado o teste de Duncan a 5%, para comparação entre as médias (ZAR, 1999).
51
5. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.3.1. Distribuição e longevidade de larvas infectantes - considerações gerais
As larvas infectantes recuperadas neste estudotambém foram Trichostrongylus
sp, Haemonchus sp, e Oesophagostomum. Os números de larvas recuperadas para os
gêneros acima citados no pasto (kg/ms) e solo (kg) foram respectivamente: 99.243 e
461; 289.594 e 876, e 14.563 e 109 larvas.
A recuperação de larvas do gênero Oesophagostomum foi considerada baixa.
Dessa forma não se aplicou teste estatístico a esse gênero. Como no capítulo anterior,
larvas do gênero Cooperia não foram recuperadas neste estudo.
Não houve diferença significativa (p > 0.05) entre os piquetes, irrigado e nãoirrigado com relação à distribuição e longevidade de larvas dos dois gêneros analisados.
Ou seja, a irrigação neste estudo não favoreceu o desenvolvimento e longevidade de
larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos. Contrariamente, autores
como HORAK & LOUW (1977), GRUNER et al. (1989), HOLOSOVÁ et al. (1989)
afirmaram que sistemas irrigados beneficiavam a ecologia das larvas na vegetação. Esta
aparente contradição pode estar relacionada ao tipo de vegetação em questão. A
vegetação utilizada neste estudo, Paspalum notatum, grama batatais é um tipo de
gramínea rasteira e de pequeno porte, aproximadamente 20cm de altura. Talvez por
mais desenvolvida que esta gramínea pudesse estar, não proporcionaria condições
adequadas para o desenvolvimento e sobrevivência das larvas. As vegetações utilizadas
nos estudos dos autores acima citados, Dicanthuim caricosum e Lolium multiflorum
eram de porte maior, aproximadamente 120 e 127cm de altura, respectivamente, que em
sistema de irrigação provavelmente favoreceram a expansão da cobertura vegetal,
criando um microclima favorável ao desenvolvimento das larvas.
ROSE (1960), REES (1950), ANDERSEN et al. (1970), CALLINAN (1978);
ROSE & SMALL (1985), KRECEK et al. (1991) observaram que a maioria das larvas
migraram para a vegetação e uma pequena parte para o solo. Estes resultados são
equivalentes aos achados neste estudo, pois o número de larvas recuperadas na
vegetação foi significativamente maior (p < 0.05) que o número de larvas recuperadas
do solo (Figura 17A). Também houve diferença significativa entre pasto e solo quanto
ao período de sobrevivência (Figura 17B). Constatou-se que as larvas sobreviveram por
mais tempo na vegetação que no solo. Estes resultados podem estar intimamente
relacionados ao tipo de solo da região, que é do tipo franco argiloso, o qual possui em
sua composição cerca de 70% de argila e 30% de areia (RAMOS et al. 1973). Isto
provavelmente dificultou a migração e sobrevivência das L3 no solo, uma vez que este
pode produzir uma liga bastante forte com baixa aeração. Autores como KAUZAL
(1941), CALLINAN & WESTCOTT (1986), LYAKU et al. (1988) consideraram que o
solo poderia atuar como um reservatório de larvas infectantes, buscando neste, um
refúgio as condições adversas, pois seus resultados apontaram para essa hipótese, no
entanto, os tipos de solos trabalhados por esses autores eram do tipo arenoso e humífero.
5.3.2. Distribuição e longevidade de larvas infectantes apresentados em quatro
estações:
A distribuição de L3 assim como a longevidade na vegetação e solo, para os três
gêneros, estão sucintamente apresentados nas Figura 18 A, B e Figura 19 A, B,
respectivamente. Os dados climáticos divididos em quatro estações estão apresentados
na figura 20.
52
250
150
10000
100
5000
50
0
0
M
A
J
J
A
S
O
N
Pas to a
500
Solo b
400
300
120000
200
60000
100
0
M
A
M
J
J
A
S
O
N
Solo
4000
40
2000
20
0
A
F
M
A
M
J
J
mes es
A
S
O
N
D
J
J
A
S
O
N
D
5
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10
Solo b
4
8
3
6
2
4
1
2
0
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
8
2,5
Oesop hag ostom m s p.
0
J
M
H a em on chu s s p .
J
60
A
12
80
Pas to
6000
M
0
D
Oeso ph ag osto m m s p.
8000
L3/ Kg de ms
F
F
14
0
J
0
J
600
H a em o nch us s p .
180000
1
D
s emanas -
L3/ Kg de ms
240000
M
2
2
0
s emanas - pas to
F
3
4
6
pas to
J
4
Solo b
6
Pas to
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Solo
4
1
2
0,5
0
B
2
s emanas -
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L3/ Kg de ms
15000
5
Pas to a
8
s emanas - s olo
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6
Trich ostron gylu s s p .
s emanas - s olo
10
s olo
12
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s emanas - pas to
350
Pas to a
L3/ kg de s olo
Tric hos trongylus s p.
L3/ kg de s olo
25000
0
J
F
M
A
M
J
J
mes es
A
S
O
N
D
Figura 17.A. Distribuição de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no pasto e solo, expressos em
número de L3/Kg de matéria seca e em Kg de solo. B. Longevidade de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais
de caprinos, no pasto e solo, expressos em semanas. (Letras, minúsculas, distintas diferem ao nível de 5% de
probabilidade.).
53
1,5
a
10000
5000
a
1
out
inv
a
100000
0,3
a
0,2
0,1
H aem nc hus s p. - pas to
200
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60000
40000
20000
0
v er
pri
80000
L3/ Kg ms
0,4
0
v er
out
inv
b
b
pri
H aem nc hus s p. - s olo
a
a
a
1,5
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1
a
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0
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out
4000
inv
pri
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L3/ Kg
1000
out
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pri
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2
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0
L3/ Kg ms
0,5
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b
0
20
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10
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0
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a
a
a
L3/ kg
L3/ Kg ms
15000
0,6
T ric hos trongylus s p. - s olo
a
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2
T ric hos trongylus s p. - pas to
Log - L3/kg
20000
0
v er
out
es taç ões
inv
pri
B
v er
out
es taç ões
inv
pri
Figura 18.A. Distribuição, nas quatro estações, de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no pasto, expressos
número de L3/Kg matéria seca e em logaritmo do número de L3. B. Distribuição, nas quatro estações, de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em número de L3/Kg matéria seca e em logaritmo do número de L3 (Letras,
minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5% de probabilidade.).
54
1
inv
pri
0,2
Haemnc hus s p. - pas to
6
b
b
2
b
0
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2
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1
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0
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4
2
0
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pri
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0,8
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a
a
0,6
0,4
0,2
0
ou t
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O es ophagos tomum s p. - s olo
4
s emanas
6
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a
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O es ophagos tomum s p. - pas to
8
0
v er
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out
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0,4
1,5
0,5
a
10
s emanas
0,6
a
a
2
0
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0,8
Log 10 - s emanas
c
s emanas
s emanas
b, c
0
A
a
2,5
b
4
4
T ric hos trongylus s p. - s olo
3
6
2
a
3,5
a
8
Log10 - s emanas
T ric hos trongylus s p. - pas to
10
3
2
1
0
v er
out
es taç ões
inv
pri
B
v er
out
es taç ões
inv
pri
Figura 19.A. Longevidade, nas quatro estações, de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no pasto, expressos em
semanas e em logaritmo do número de semanas. B. Longevidade, nas quatro estações, de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em semanas e em logaritmo do número de semanas (Letras, minúsculas, idênticas não
diferem ao nível de 5% de probabilidade.).
55
MTMáx.
MTMín.
MTMédi
250
30
200
25
20
150
15
100
10
50
5
0
pluviosidade em mm
temperatura 0C celcius
35
PP
0
ver
out
inv
pri
Figura 20. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação pluviométrica,
em quatro estações, obtidos na Estação experimental da Pesagro-Rio, Seropédica, RJ, no período de
outubro de 2001 a setembro de 2003.
56
Os gêneros Trichostrongylus e Haemonchus ocorreram na vegetação e no solo,
nas quatro estações. Esses dados concordam com os achados de PIMENTEL NETO &
FONSECA (no prelo), na vegetação. O gênero Oesophagostomum ocorreu nas estações
do outono e inverno, na vegetação e nas quatro estações, no solo.
A distribuição de larvas de Trichostrongylus foi significativamente diferente
entre as estações do verão e as demais, sendo esta a época em que menos se recuperou
larva da vegetação. Foi no inverno quando registrou-se o maior número de larvas,
15.498. Estes resultados concordam com os dados do capítulo anterior do presente
estudo. Similarmente, TRIPATHI (1970b) verificou que o período quente foi
desfavorável à sobrevivência das larvas. No solo, não foi registrada diferença
significativa entre as estações quanto à distribuição longevidade de L3 de
Trichostrongylus. Embora tenha sido registrado o maior número de larvas e o maior
período de sobrevivência para as estações da primavera e outono, respectivamente.
LEVINE & TODD (1975) observaram que poucas larvas de Haemonchus
sobreviveram no inverno, e ao contrário larvas de Trichostrongylus sobreviveram bem
nesta estação. O mesmo foi verificado neste estudo.
A distribuição e longevidade de Haemonchus foi significativamente superior na
estação do outono. Este registro concorda com os dados do capítulo anterior.
DINABURG (1944) observou que os meses do verão e inverno foram
desfavoráveis ao desenvolvimento e sobrevivência das larvas de Haemonchus. Assim
como no presente estudo. No solo, embora não tenha ocorrido diferença estatística entre
as estações, a primavera e o outono foram as que se destacaram quanto à distribuição e
o período de sobrevivência de larvas de Haemonchus. Embora não se tenha empregado
teste estatístico para Oesophagostomum, verificou-se que o outono e a primavera foram
estações eleitas para o desenvolvimento de L3 na vegetação e solo, respectivamente. O
melhor período de sobrevivência foi a estação do outono na vegetação; e no solo, não
houve diferença entre as estações.
5.3.3. Distribuição e longevidade de larvas infectantes apresentados nos períodos
chuvoso e seco:
Os dados de distribuição e longevidade dos três gêneros de larvas recuperadas
neste estudo ao nível de vegetação e solo, estão respectivamente apresentados nas
figuras 21A, B e 22A, B. Assim como os dados climáticos na figura 23.
O três gêneros ocorreram na vegetação e no solo, nos dois períodos estudados. A
recuperação e sobrevivência de larvas de Trichostrongylus na vegetação foi
significativamente superior no período seco, concordando com os dados do capítulo
anterior. No entanto, AUMONT & GRUNER (1989), BANKS et al. (1990) registraram
o baixo desenvolvimento de Trichostrongylus no período seco. Para o solo, o período
chuvoso e seco, foram, respectivamente, as épocas em que se recuperou maior número
de larvas e que as mesmas sobreviveram, embora não tenha sido verificada diferença
significativa entre os períodos. A distribuição e longevidade de larvas de
Oesophagostomum foram semelhantes à de Trichostrongylus.
Não houve diferença estatística entre os dois períodos para a distribuição e
longevidade de larvas de Haemonchus tanto na vegetação quanto no solo. TRIPATHI
(1970a), FABIYI (1973), CAVALCANTI (1974), GRISE (1975), CONNOR et al.
(1990), McCULLOCK & KASIMBALA (1968) registraram que H. contortus
apresentou seu pico no período chuvoso. Embora os resultados na vegetação mostrem
uma tendência a este fato, os mesmos discordam, pois estatisticamente não houve
diferença entre os dois períodos.
57
T r i c h o s tr o n g yl u s s p . - s o lo
50
a
40
10000
a
5000
1 ,5
1
30
20
0 ,5
10
0
H a e m o n c h u s s p . - p a s to
L3/kg ms
4 ,3
20000
a
15000
4 ,2
4 ,1
10000
4
5000
120
4 ,5
4 ,4
25000
c huv os o
1 ,5
1
40
0 ,5
20
0
0
c huv os o
14
s ec o
O e s o p h a g o s to m u m s p . - s o lo
12
L3/ kg ms
L3/ kg ms
2 ,5
2
a
60
O e s o p h a g o s to m u m s p . - p a s to
1000
H a e m o n c h u s s p . - s o lo
80
2000
500
10
8
6
4
2
0
0
A
a
s ec o
1500
s ec o
100
3 ,9
0
2500
c huv os o
L3/kg
a
s ec o
Log10 - L3/ kg ms
30000
0
0
c huv os o
Log10 - L3/ kg
b
2
Log10 -L3/ kg
a
60
T r i c h o s tr o n g yl u s s p . - p a s to
L3/kg
L3/ kg ms
15000
c huv os o
s ec o
B
c huv os o
s ec o
Figura 21.A. Distribuição nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no pasto,
expressos número de L3/Kg matéria seca e em logaritmo do número de L3. B. Distribuição nos períodos chuvoso e seco, de larvas
infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em número de L3/Kg matéria seca e em logaritmo do número
de L3 (Letras, minúsculas, idênticas não diferem ao nível de 5% de probabilidade.).
58
3
4
a
2
1
a
0,2
0,1
0
5
3
2
1
s ec o
H aem onc hus s p. - s olo
a
4
s emanas
s emanas
0,3
2
c huv os o
a
c huv os o
s ec o
0,7
0,6
0,5
a
3
0,4
0,3
2
0,2
1
0
0,1
0
0
c huv os o
s ec o
5
O es ophagos tom um s p. - pas to
4
s emanas
4
s emanas
0,4
3
s ec o
H aem onc hus s p. - pas to
4
3
2
1
O es ophagos tom um s p. - s olo
3
2
1
0
A
0,5
a
0
c huv os o
5
0,6
a
1
0
5
T ri c hos trongyl us s p. - s olo
Log10 - s emanas
4
5
b
Log10 - s emanas
T r i c hos trongyl us s p. - pas to
6
5
s emanas
s emanas
7
0
c huv os o
s ec o
B
c huv os o
s ec o
Figura 22.A. Longevidade, nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de caprinos, no pasto,
expressos em semanas e em logaritmo do número de semanas. B. Longevidade, nos períodos chuvoso e seco, de larvas infectantes de
nematóides gastrintestinais de caprinos, no solo, expressos em semanas e em logaritmo do número de semanas (Letras, minúsculas,
idênticas não diferem ao nível de 5% de probabilidade.).
59
MTMáx.
MTMín.
MTMédi
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
temperatura 0C celcius
35
30
25
20
15
10
5
0
chuvoso
pluviosidade em mm
PP
seco
Figura 23. Dados climáticos: temperaturas máximas, médias e mínimas, e precipitação
pluviométrica, nos períodos chuvoso e seco, obtidos na Estação experimental da Pesagro-Rio,
Seropédica, RJ, no período de outubro de 2002 a setembro de 2003.
60
5. 4. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados apresentados neste capítulo, pôde-se concluir que:
1. O sistema de irrigação não favoreceu a migração de larvas infectantes para a
vegetação e solo;
2. As larvas infectantes de nematóides gastrintestinais foram capazes de migrar para o
solo, porém a distribuição e o período de sobrevivência foram considerados baixos;
sendo a vegetação, considerado o local de eleição para a migração das larvas.
3. Com análise nas quatro estações, o gênero Trichostrongylus obteve o maior e menor
número de larvas recuperadas no inverno.
4. A estação do outono foi a mais favorável para a sobrevivência de larvas infectantes
de nematóides gastrintestinais de caprinos, na vegetação;
5. Não houve diferença significativa entre os períodos chuvoso e seco para distribuição
e longevidade de Haemonchus.
61
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ZAR, J. H. Biostatistical Analysis. 4th edition. Prentice Hall, New Jersey. 663p. 1999.
71
7 ANEXO
Artigo publicado referente ao primeiro capítulo.
72
NOTA DE PESQUISA
COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE BAERMANN MODIFICADA E DONALD
UTILIZADAS PARA RECUPERAR LARVAS INFECTANTES DE NEMATÓIDES
GASTRINTESTINAIS DE RUMINANTES DA PASTAGEM
ABISAIR A. DE CASTRO1 ; LUCIANA R. DE ALMEIDA2; FÁBIO J. M. DA SILVA3; DANIEL DA S. GUEDES JÚNIOR4;
CARLO J. F. DE OLIVEIRA4; ERIKA I. DE ORNELAS5; ADIVALDO H. DA FONSECA6
ABSTRACT:- CASTRO, A.A. DE; ALMEIDA, L.R. DE; SILVA, F.J.M. DA; GUEDES JÚNIOR, D.S.; OLIVEIRA, C.J.F. DE; DE ORNELAS, E.I.; FONSECA, A.H. DA. [Comparison between modified Baermann and
Donald techniques used for the recovery of Parasitologia Veterinária gastrointestinal nematodes infective
larvae from pasture.] Comparação entre as técnicas de Baermann modificada e Donald utilizadas para recuperar
larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de ruminantes da pastagem. Revista Brasileira de Parasitologia
Veterinária, v. 12, n. 2, p. 88-91, 2003. Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, UFRRJ - IV, DPA,
Laboratório de Doenças Parasitárias, Km 7 da BR 465, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: [email protected]
The larvae density estimate on herbage have been used in epidemiologic studies to define seasonal or monthly
changes of pasture contamination with trichostrongyles third-stage larvae, therefore, providing an index of the
exposure risk to grazing animals. In this way, a comparative study between Baermann and Donald techniques was
performed for the recovery of ruminant gastrointestinal nematodes infective larvae from pasture. To develop the
study, six naturally infected fecal samples were placed on the lawn. After 21 and 28 days, grass samples were
collected and processed by each proposed technique. The statistical analysis showed that there is no significant
difference between the results. Thus, both techniques can be used to recover infective larvae from pasture.
KEY WORDS: Larvae recovery, herbage, cattle, Haemonchus, Oesophagostomum.
RESUMO
A estimativa do número de larvas infectantes de nematóides
na vegetação tem sido utilizada em estudos epidemiológicos
para determinar as variações sazonais ou mensais de contaminação da pastagem, e com isso estabelecer o risco de infecção dos hospedeiros. O presente estudo, foi realizado para
avaliar recuperação de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de bezerros da pastagem. Para o desenvolvimento do estudo, seis amostras de fezes naturalmente
1
Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, UFRRJ - IV, DPA,
Laboratório de Doenças Parasitárias, Km 7 da BR 465, Seropédica, RJ 23890000. E-mail: [email protected]
2
Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, UFRRJ.
3
Bolsista de Iniciação Científica, FAPERJ, UFRRJ
4
Bolsista de Iniciação Científica, CNPq – UFRRJ
5
Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos, RJ.
6
Disciplina de Doenças Parasitárias, DESP, UFRRJ.
infectadas foram depositadas a campo. Após 21 e 28 dias do
depósito, amostras de gramínea foram coletadas e processadas pelas técnicas propostas. A análise estatística, demonstrou que não houve diferença significativa entre os resultados e dessa forma as duas técnicas podem ser utilizadas para
recuperar larvas das pastagens.
PALAVRAS-CHAVE: recuperação de larvas, vegetação, bovinos, Haemonchus, Oesophagostomum.
As nematodioses gastrintestinais de ruminantes ocorrem
comumente em diversos níveis de infecção, reduzindo a produtividade dos rebanhos. Estes helmintos têm evolução direta e a fase pré-parasítica ocorre no ambiente. A estimativa
do número de larvas infectantes de trichostrongilídeos na
pastagem, é parte integrante do estudo da ecologia e da
epidemiologia desses nematóides parasitas de ruminantes.
Várias técnicas têm sido descritas com a finalidade de avaliar a intensidade de larvas infectantes, L3, na pastagem
Rev. Bras. Parasitol. Vet., 12, 2, 88-91 (2003)
(Brazil. J. Vet. Parasitol.)
Técnicas de Baermann modificada e Donald utilizadas para recuperar larvas de nematóides gastrintestinais de ruminantes
(TAYLOR, 1939; DINABURG, 1942; ROHRBACHER JR.
1957; DURIE, 1959; DONALD, 1967; BAWSEN, 1969;
TODD JR., 1970; CHIEJINA, 1982). Taylor foi o primeiro
pesquisador a utilizar a técnica de Baermann (CORT et al.,
1922), para recuperar larvas infectantes das pastagens. Em
seguida, Dinaburg (1942), Rohrbacher Jr. (1957), Durie
(1959) afirmaram que a mesma era ineficiente para recuperar L3 da vegetação. Donald (1967) descreveu e testou sua
técnica verificando excelentes percentuais de recuperação
de larvas nas pastagens. Alguns pesquisadores têm utilizado esta técnica como método apropriado para suas pesquisas (VIANA, 1999; MATTOS JUNIOR, 2000; PIMENTEL
NETO et al., 2000; ALMEIDA, 2003).
O presente estudo foi elaborado com o objetivo de comparar as técnicas de Baermann (CORT et al., 1922) e Donald
(DONALD, 1967) quanto à recuperação de larvas
infectantes da pastagem. O mesmo foi conduzido no laboratório de Doenças Parasitárias, Convênio Embrapa,UFRRJ. Aproximadamente 1,3kg de fezes foram obtidas
diretamente da ampola retal de bezerros naturalmente
infectados. As amostras fecais foram homogeneizadas, e
destas, foram retiradas alíquotas para determinação do
número de ovos por grama de fezes (o.p.g.) de acordo com
a técnica modificada de Gordon e Whitlock (1939) e, para
a coprocultura (ROBERTS; O’SULLIVAN, 1959). As larvas recuperadas foram identificadas utilizando-se a chave
descrita por Keith (1953). Para a contaminação da pastagem com L3, seis amostras de 200g, contendo aproximadamente 3800 o.p.g, foram depositadas a campo à distância de 70cm aproximadamente. O local escolhido para o
depósito foi considerado homogêneo, em relação à irradiação solar, à precipitação pluviométrica e, à vegetação, a
qual era constituída por grama-batatais, Paspalum notatum.
Decorridos 21 e 28 dias, a gramínea circundante de cada
amostra de fezes foi coletada em quatro pontos distintos
ao redor da mesma, numa área de 10,5 x 5,5cm (SOARES,
1980). Em seguida, cada amostra de gramínea foi
homogeneizada, dividida em duas alíquotas de sete gramas e processada de acordo com as técnicas de Baermann
89
e Donald. Para o processamento pela técnica de Baermann,
utilizou-se funis de vidro com diâmetro de aproximadamente 15cm, com borracha de látex presa à sua parte posterior e fechada com uma pinça. Dentro do funil um tamis
com diâmetro de aproximadamente dez cm e 17/18 malhas/polegadas. As amostras de gramíneas picadas foram
envolvidas em gaze colocadas dentro dos tamises, estes
conjuntos foram mergulhados nos funis contendo água
destilada esterilizada aquecida à 50ºC. Após 24 horas, cinco ml do sedimento foram recuperados em tubos de ensaio. Duas horas depois, o sobrenadante foi desprezado e
o sedimento montado em lâmina com lugol a 5%, e o número de L3 foi quantificado e identificado segundo Keith
(1953). Para o processamento da técnica de Donald, as
amostras de gramínea foram acondicionadas em potes plásticos, com 2.250ml de solução mamalian ringer’s. Estas
amostras foram picadas e homogeneizadas nesta solução
com três gotas de teepol , detergente não-iônico. Após
seis horas, as amostras foram tamizadas em malhas de 145
micras e deixadas em repouso por pelo menos três horas.
Posteriormente, foram realizadas três lavagens, com intervalo mínimo de três horas sendo o sobrenadante sifonado
e o líquido restante homogeneizado e passado para cálices
menores. Depois dessa etapa as amostras passaram por duas
centrifugações: a primeira com um volume inicial de 120ml
por cinco minutos a 300g e a segunda com volume de 2030ml por três minutos a 90g. O sedimento resultante dessa
última centrifugação foi ressuspendido em 100ml de iodeto
de potássio cuja densidade era de 1,63molar, em cálice de
separação, por dez minutos. Os cinco ml recuperados do
sobrenadante foram destinados a leitura onde acrescentouse uma gota de hipossulfito de sódio e as larvas
quantificadas e identificadas segundo Keith (1953). Os
valores médios dos números de L3 recuperados em cada
técnica, foram comparados utilizando-se o teste de
Wilcoxon, a 5% de probabilidade (SIEGEL, 1975).
De acordo com os resultados apresentados na Tabela
 Shell do Brasil.
Tabela 1. Número das amostras, número total e média de larvas infectantes de nematóides gastrintestinais de Haemonchus sp.
e Oesophagostomum sp, recuperadas pelas técnicas de Baermann e Donald, 21 e 28 dias após o depósito.
Técnicas
Larvas recuperadas 21 dias
Larvas recuperadas 28 dias após o depósito
A1*
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
A12
Total Média
Baermann
Haemonchus
Oesophagostomum
Total
886
94
980
852
102
954
224
16
240
938
84
1022
695
96
791
863
58
921
363
14
377
1275
98
1373
527
25
552
1183
88
1271
490
41
531
215
32
247
8511 709
748
62
9259 772a
Donald
Haemonchus
Oesophagostomum
Total
416
59
475
1217
90
1307
99
27
126
586
65
651
710
59
769
512
48
560
647
41
688
607
39
646
504
39
543
1106 940
228
72
1334 1012
318
32
350
7662 639
799
67
8461 705a
Letras idênticas na mesma coluna indicam que não houve diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade.
* = Amostra recuperada
Rev. Bras. Parasitol. Vet., 12, 2, 88-91 (2003)
(Brazil. J. Vet. Parasitol.)
90
Castro et al.
00 00 00 00
Baermann
200000
00 00 00 00 00 00
000 000 000 000 000 000
00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00
000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000
0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0
000 000 000 000 00 000 000 000 000 000 000
00 00 00 00 000 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 0 00 00 00 00 00 00
00000000000
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 0 0 0 0 00 00
00 000 000 000 000 00 00
00
000 000 000 000 000 00 00
0 0 0 0 0 00 00
00 00 00 00 000 000 000 000 000 00 00
00
000 000 000 000 000 000 000 000 000 00 00
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
0 00
000 000 000 000 00 000 000 000 000 00 00
0 0 0 0 00 0 0 0 0 00 00
000 000 000 000 00 000 000 000 000 00 00
00
00 00 00 00 000 00 00 00 00 00 00
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número de larvas por kg/pasto
180000
160000
140000
120000
100000
80000
60000
40000
20000
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0
000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 00
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00 00 00 00
Donald
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00 000 000 000 000 00 00
00
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00 00 00 00 00 00 00
00
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0
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A5
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
A9
A10
A11
A12
Amostras de gramíneas
Figura 1: Número total de larvas infectantes de nematóides
gastrintestinais de bovinos, por kg/pasto, recuperadas pelas técnicas
de Baermann e Donald.
1, larvas infectantes do gênero Haemonchus, e
Oesophagos-tomum foram recuperadas pelas duas técnicas, sendo os maiores percentuais para Haemonchus, confirmando os resultados obtidos pela coprocultura realizada no início do experimento. Observou-se no presente estudo, que apesar de não haver diferença significativa entre
as duas técnicas; a de Baermann recuperou maior número
de larvas em sete amostras das doze testadas em relação
ao Donald (Fig. 1). Todd et al. (1970) relataram terem encontrado dificuldade na leitura e identificação das larvas,
em decorrência de grande quantidade de sujidade residual. Fato semelhante foi observado no presente trabalho.
Embora a técnica de Baermann tenha apresentado maior
facilidade no seu processamento, assim como, baixo custo
em ralação à técnica de Donald; esta última pareceu ser
mais indicada, pois no momento da leitura ela foi significativamente superior. Os resultados encontrados neste estudo discordam das afirmativas de Dinaburg (1942),
Rohbacher Jr. (1957), Durie (1959), os quais atestaram a
ineficiência da técnica de Baermann. Todd et al. (1970)
concluíram em seu estudo que a técnica de Baermann é
uma ferramenta útil para determinar o número de L3 no
pasto, desde que utilizada com rigor metodológico.
Chiejina (1982) registrou relativa eficiência do Baermann
para recuperação de L3 da pastagem. Este fato foi observado no presente estudo. Outras técnicas para recuperação
e diferenciação de L3 da pastagem foram descritas
(PARFITT, 1955; HEALTH; MAJOR, 1968). Todas exigem muito tempo de processamento e necessitam de equipamentos específicos, difíceis de serem reproduzidos e não
possuem uma alta eficiência para recuperação de L3 da
pastagem. De acordo com Martin et al. (1990) entre todas
as técnicas já descritas, a de Donald foi a mais eficiente
por recuperar maior número larvas nas pastagens, especialmente em pequena amostragem de pastagem. Compreende-se que estudos nesta área devem continuar, visando
identificar um protocolo, onde este deve ser econômico,
rápido, fácil de se reproduzir e principalmente eficiente.
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Recebido em 14 de julho de 2003.
Aceito para publicação em 20 de outubro de 2003.
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