manuel ribeiro sebastiao - Manuel Ribeiro Sebastião

Transcrição

manuel ribeiro sebastiao - Manuel Ribeiro Sebastião
Florida Christian University - FCU
Curso de Pós-graduação strictosensu
PhD – Doctor of Philosophy in Business Administration
MANUEL RIBEIRO SEBASTIAO
Valor das Empresas
“Foco no Desempenho Financeiro, Intangibilidade & Projecção”
FLORIDA 2013
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Florida Christian University - FCU
Curso de Pós-graduação strictosensu
PhD – Doctor of Philosophy in Business Administration
MANUEL RIBEIRO SEBASTIAO
Valor das Empresas
“Foco no Desempenho Financeiro, Intangibilidade & Projecção”
Trabalho apresentado ao Curso de Graduação,
como requisito parcial para obtenção do título
de PhD - Doctor of Business Administration,
área de concentração: Administração, da Florida Christian University - FCU, sob a orientação
da Prof. Dr. Zuinglio José Barroso Braga e Hilda Maria Cordeiro Barroso Braga.
FLORIDA / 2013
3
Curso de Pôs Graduação Strictu Sensu
PhD – Doctor of Philosophy in Business Administration
Termo de Aprovação
Manuel Ribeiro Sebastião
Valor das Empresas
“Foco no Desempenho Financeiro, Intangibilidade & Projecção”
Trabalho apresentado ao Curso PhD – Doctor
of Philosophy in Business Administration de
pós-graduação stricto sensu, para apreciação
da banca examinadora, composta pelos professores abaixo relacionados.
BANCA EXAMINADORA E CORPO DIRETIVO DA FCU:
Prof. Dr. Zuinglio José Barroso Braga - Orientador ____________________________
Prof. Dr. Anthony B. Portigliatti, PhD ______________________________________
Prof. Dr. Benedito Cabral de Medeiros Filho, PhD _____________________________
Prof. Dr. Bruce Urick, PhD ________________________________________________
Prof. Carlos Roberto Ballaben, PhD ________________________________________
Prof. Celso dos Santos Silva, PhD _________________________________________
Profª Drª. Floralee Shindoll, PhD ___________________________________________
Profª Maria de Fátima Abud Olivieri, PhD ____________________________________
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Prof. João Jesus Benedito, PhD ___________________________________________
Prof. Rafael Olivieri Neto, PhD ____________________________________________
Parecer final:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________.
Florida, USA, ____ de Novembro de 2013.
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho as três mulheres mais importantes da minha vida
Isabel Ribeiro Sebastião “Mãe”
Georgina Sebastião Ribeiro “Esposa”
Miriam Isabel Sebastião Ribeiro “Filha”
Amado Jeová, dou-te graças por seleccionares estas mulheres na minha vida, e peco para que
as continue a abençoar no nome do seu filho Jesus Cristo.
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AGRADECIMENTOS
Os meus agradecimentos a Deus o todo-poderoso, Ele que permitiu que chegássemos ate ao
final desta empreitada, sem Ti o Pai, nada do que esta a acontecer seria possivel, obrigado
pela vida, pela saude, pela sabedoria e conhecimento que me Tens dado; ao Dr. Rafael Olivieri e sua esposa Dra. Maria de Fátima Olivieri, que apostaram em mim desde os primeiros dias
no Brasil, com a Dra. Tânia Belmiro, logo a seguir nos Estados Unidos de America com Prof.
Dr. Anthony B. Portigliatti e sua Esposa Dra Fernanda Portigliatti na defesa do Master of
Science in Business Administration, agradecimentos também a Dra Profª Drª. Floralee
Shindoll, presidente da mesa a quando do meu mestrado, o Prof. Dr. Benedito Cabral de Medeiros Filho, pessoa simpática com um coração super maravilhoso; Prof. Carlos Roberto Ballaben, és uma maravilha de pessoa, Prof. Celso dos Santos Silva, PhD com aquele jeito calmo
que só ele tem; Prof. João Jesus Benedito; Dna Priscila e Pastor Braga ambos da FCU
Agradecer a minha querida mãe, que apesar de nada ter, tudo me dar, pois que confesso que o
que sou hoje foi porque ontem me ensinaste o caminho da verdade na graça e no amor de
Cristo Jesus;
Agradecer também minha esposa, que sempre soube me entender quando lhe deixei por algumas horas para me dedicar ao livro e em viagens desta empreitada, és uma mulher espectacular, que Deus continue te abençoando;
Agradeço ainda meus queridos filhos Yanick, Bentinho Belinha e a caríssima Sany, por ficarem minutos, horas, e dias sem sentirem o meu calor, porque tive que ficar em uma sala apenas com livros e computadores;
Agradecimentos ainda as minhas irmãs pelas orações, pela atenção, por tudo que tem feito por
mim e pela minha família, Manas… este material também é fruto dos vossos trabalhos de
oração na fé e na palavra do Deus Pai e Todo-poderoso;
Agradecimentos ao meu amigo e companheiro de luta, superintendente e Pastor da Igreja Metodista Unida de Angola, Mateus Francisco Simão que incansavelmente tem me enviado mensagens bíblicas de conforto, fé e amor, o meu muito obrigado que Deus abençoe sua família
na paz e na graça do nosso Senhor Jesus Cristo.
Obrigado Sr. Jesus Cristo porque sou uma pessoa abençoada… Nada é impossível ao que cré.
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RESUMO
A criação de valor e de riqueza constitui um dos objectivos primordiais na gestão de qualquer
empresa desta feita, a criação e a gestão de valor, implica que decisões tomadas no interior
das empresa e ou organizações se concentrem nas fontes geradoras de valor para delas retirar
os benefícios mais elevados.
A dinâmica a que se encontra hoje o mundo, faz com que homens de negócios venham a fazer
aquisições, fusão, alianças e reestruturação, nas empresas de modos a se criar valor nas organizações. Hoje, verifica-se uma grande correria de pessoas singulares e ou colectivas, a se
aliarem a outras quer estejam ou não em funcionamento, constituindo parcerias, criando jointventure, com o objectivo de maximizarem cada vez mais os seus lucros.
Assim verifica-se que na correria da obtenção de tais lucros, um grande problema se tem verificado, o facto de accionistas, proprietários e sócios de empresa quiserem fundir, comprar ou
comercializar uma empresa e o mesmo não ser possível a um preço justo, por não existirem
ainda politicas que visam atribuir um REAL VALOR de uma organização. Então surge a
grande questão que este material vem responder: “Existem políticas viáveis para atribuição
de um Justo valor a uma organização?”Para respondermos esta questão, subdividimos o trabalho em quatro partes principais a saber: Uma primeira parte aonde fizemos menção aos tipos de reestruturação que podem acontecer no seio de uma empresa, caso a empresa queira
mudar ou dinamizar a metodologia usada pela mesma.
Mostramos reestruturações da empresa, incorpora uma grande variedade de alterações e mudanças na estratégia, nos activos, nas operações e nas finanças, com o objectivo de melhorar o
desempenho conjunto no seu interior e conduzir a criação de valor, para isso, é necessário
termos em conta elementos fundamentais de modos a sabermos o tipo de reestruturação que
os sócios pretendem, definindo alguns elementos.
No capítulo dois, demonstramos que para um justo valor da empresa, é recomendado que se
façam análises financeiras sobre as demonstrações financeira, a saber; balanço, demonstrações de resultados e mapas de fluxos de caixas” aonde neste capitulo começamos por explicar
aspectos que devem ser considerados antes mesmo de partirmos as demonstrações financeiras,
logo a seguir começamos por explicar dois tipo de cada demonstrações financeiras aonde do
balanço falamos do balanço tradicional e o balanço funcional, aonde fizemos explicações ta-
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xativas de cada documento, suas relações e diferenças, falamos também de dois tipos de demonstrações de resultados a saber o por natureza e o por função, e finalmente falamos da demonstrações de fluxos de caixa aonde também focalizamos duas ferramentas principais que
são os directos e indirectos.
No terceiro capitulo e porque verificamos que só as demonstrações financeiras não são suficientes para análise, então falamos de um segundo tópico de estrema importância que são os
activos intangíveis aonde falamos concretamente de alguns activos como a sustentabilidade, a
marca, etc. etc.
E finalmente, demonstramos que com estas duas ferramentas “demonstrações financeiras e
activos intangíveis” já é possível atribuir um valor que se aproxima ao máximo ao real valor
da empresa, uma vez que a reestruturação reside em ideias ou planos estratégicos da organização.
No quarto capítulo, falamos das projecções para dar uma visão aos sócios ou accionistas sobre
o que seria da empresa nos próximos anos, e para mostrarmos esta relação, apresentamos o
método mais usado chamado “método das percentagens das vendas” que consiste na previsão
do facturamento, expressa como uma taxa de crescimento anual de receita líquida. Procedimento fácil e simples pois que baseia-se no cálculo das percentagens de representação das
contas do activo e passivo de um ano 0, sobre as receitas líquidas do ano seguinte ou ano 1,
taxa que pode ser resultante de uma média histórica ou ate mesma arbitraria desde que se
aproxima aos demais mercados.
Com este material, julga-se encontrarem mecanismos para afirmarmos que não existem justos
valores para cada empresa caso estas queiram ser comercializadas, existem sim elementos que
aproximam aos 95% de um justo valor da empresa.
Prof. Mestre: Manuel Ribeiro Sebastião
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Abstract
Keys Words: finance demonstration, analyzing the economic and finance, analyze.
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1, CICLOS DE FLUXOS DE CAIXA, FONTE: AUTOR......................................................... 39
TABELA 2 CICLOS DE BALANÇOS FUNCIONAIS ........................................................................... 43
TABELA 3, ÍNDICES DE LIQUIDEZ, FONTE; AUTOR ...................................................................... 60
TABELA 4, LUCRATIVIDADE, FONTE; AUTOR ............................................................................. 62
TABELA 5, RENTABILIDADE, FONTE; AUTOR .............................................................................. 66
TABELA 6 ACTIVOS INTANGÍVEIS GERAIS .................................................................................. 74
TABELA 7 VENDAS LIQUIDAS DE ANOS ANTERIORES ................................................................ 78
TABELA 8 PERCENTAGEM DE VENDA ......................................................................................... 79
TABELA 9 VENDAS PROJECTADAS ............................................................................................. 79
TABELA 10 PROJECÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO .......................................................................... 80
TABELA 11 VALORES DO PATRIMÓNIO LIQUIDO PROJECTADO ................................................... 80
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ILUSTRAÇÃO 1- MODELO BALANÇO TRADICIONAL ................................................................... 40
ILUSTRAÇÃO 2 CICLOS DE BALANÇOS FUNCIONAIS.................................................................... 43
ILUSTRAÇÃO 3 - FUNDO DE MANEIO FUNCIONAL ...................................................................... 43
ILUSTRAÇÃO 4 - NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO ............................................................ 44
ILUSTRAÇÃO 5 DEMONSTRAÇÃO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ.......................................................... 61
ILUSTRAÇÃO 6 INDICE DE LUCRATIVIDADE ............................................................................... 63
ILUSTRAÇÃO 7 ROI E RPL ........................................................................................................ 66
ILUSTRAÇÃO 8 DIFERENÇA ENTRE OS TANGÍVEIS
E INTANGÍVEIS .............................................. 73
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DRE
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
PGC
PLANO GERAL DE CONTABILIDADE
IIG
ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL
IIC
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
IIS
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
III
ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA
IIG
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL
IA
ÍNDICE DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
IEBCP
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO BANCÁRIO C/PRAZO
II
ÍNDICE DE IMOBILIZAÇÃO
MIO
MARGEM DE LUCRATIVIDADE OPERACIONAL
MII
MARGEM DE LUCRATIVIDADE LIQUIDA
ICJ
ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS
ROI
RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO
ROE
RETORNO SOBRE O PATRIMÓNIO LIQUIDO
RPL
RETORNO SOBRE O PATRIMÓNIO LIQUIDO
PME
PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM
PMR
PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO
PMP
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO
CO
CICLO OPERACIONAL
CF
CICLO FINANCEIRO
VAB
VALOR ACRESCENTADO BRUTO
CMCV
CUSTO DA MERCADORIA CONSUMIDA E VENDIDA
FST
FORNECIMENTO DE SERVIÇOS A TERCEIROS
I.I
IMPOSTOS INDIRECTOS
D.F.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14
1.1
Formulação do problema ........................................................................................... 14
1.2
Formulação das Hipóteses ......................................................................................... 14
1.3
Objectivos Geral: ....................................................................................................... 14
1.4
Objectivos Específico: ............................................................................................... 14
1.5
Justificativo ................................................................................................................ 14
1.6
Metodologia ............................................................................................................... 15
2.
A REESTRUTURAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................... 16
3.
A CONTABILIDADE E O VALOR DA EMPRESA .................................................................. 27
3.1
CARACTERÍSTICA QUALITATIVAS CONSIDERAR NA VALORIZAÇÃO DA EMPRESA . 28
3.3
PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NA VALORIZAÇÃO DA EMPRESA ...... 34
3.3.1
BALANÇO ............................................................................................................ 35
3.3.2
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................... 48
3.3.3
AS DEMONSTRAÇÕES DE FLUXOS DE CAIXA ....................................................... 50
3.4
TIPOS DE ANALISES FINANCEIRAS PARA SE OBTER O REAL VALOR.............................. 53
3.5
ANÁLISE DO VALOR FINANCEIRO DA EMPRESA ATRAVÉS DE ÍNDICES.......................... 55
3.5.1
ÍNDICES DO BALANÇO P ATRIMONIAL PARA ANÁLISE DO VALOR DA EMPRESA 57
3.5.2
ÍNDICES DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS NA ANÁLISE DO VALOR ........... 61
3.5.3
ÍNDICES RETIRADOS ENTRE DO BALANÇO E AS DRE .................................... 63
3.6
PRECAUÇÕES NO USO DA ANÁLISE DE ÍNDICES ......................................................... 70
4
ACTIVOS INTANGÍVEIS E O VALOR DAS EMPRESAS ......................................................... 72
5
PROJECÇÕES E O VALOR DAS EMPRESAS ............................................................................ 78
6
CONCLUSÃO .................................................................................................................. 81
7
RECOMENDAÇÕES....................................................................................................... 82
8
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 83
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Formulação do problema
Tem-se tornado um grande problema o facto de accionistas, proprietários e sócios de empresa
quiserem fundir, aquisição ou comercializar uma empresa e o mesmo não ser possível a um
preço justo, pelo facto de não existirem ainda politicas que visam atribuir um real valor de
uma organização.
1.2 Formulação das Hipóteses
Existe ou não políticas viáveis para atribuição de um determinado valor a uma organização,
no sentido de ser comercializado
1.3 Objectivos Geral:
Apresentação de métodos e mecanismos a se utilizar na valorização de uma empresa.
1.4 Objectivos Específico:
Consiste valorização da empresa através de mecanismos como desempenho financeiro, analise dos activos intangíveis, reflectindo necessariamente nas projecções das demonstrações financeiras;
Estudar a evolução da situação económica e financeira à partir das Demonstrações Financeiras, medir o impacto dos activos intangíveis e avaliar a importância da projecção com métodos de percentagem de vendas.
1.5 Justificativo
Apesar de que um índice isolado geralmente não fornece informação suficiente; apesar ainda
de que as análises de índices, preferivelmente se usar com demonstrações financeiras audita-
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das, e considerando ainda ser necessário que a contabilidade cumpra categoricamente com
suas características qualitativas para que a informação seja a mais correcta possível ela contribui para uma análise objectiva e sistemática da estrutura económica e financeira da empresa.
Este trabalho aprofunda os aspectos relacionados a indicadores económicos e financeiros da
minha monografia de licenciatura.
1.6 Metodologia
O método utilizado para os cálculos consiste em estabelecer relações entre dados fornecidos
pelo balanço e outros documentos contabilísticos.
Para recolha de informação foram utilizados;

Consultas bibliográficas, Entrevista aos sócios, Analise de balanços de varias empresas.
16
2. A REESTRUTURAÇÃO DA EMPRESA
A dinâmica a que se encontra hoje o mundo, faz com que homens de negócios venham a se
fazer aquisições, fusão, alianças e reestruturação, nas empresas de modos a se criar valor nas
organizações. Processo é feito no sentido de maximizar lucros em um curto espaço de tempo.
Nos dias de hoje verifica-se uma grande correria de pessoas singulares e ou colectivas, a se
aliarem a outras quer estejam ou não em funcionamento, constituindo parcerias, criarem jointventure, com o objectivo de maximizarem cada vez mais os seus lucros.
A criação de valor e de riqueza constitui um dos objectivos primordiais na gestão de qualquer
empresa desta feita, a criação e a gestão de valor, implica que decisões tomadas no interior
das empresa e ou organizações se concentrem nas fontes geradoras de valor para delas retirar
os benefícios mais elevados.
O meio envolvente competitivo esta em mudança muito rápido, pelo que é necessário flexibilidade para que se possa ter sempre uma posição proactiva na impossibilidade de prever com
segurança os comportamentos futuros.
Hoje, as fontes de valor no interior das organizações são as pessoas, os produtos ou serviços,
os processos, o conhecimento e todo um conjunto de activos ou de posições intangíveis. A
criação de valor é uma mudança no paradigma da moderna administração das empresas.
Nisso temos exemplos em Angola como o da Sonangol, maior petrolífera de Angola uma empresa nacional em que sempre que possível e quando necessário a expande as suas actividades
para outras indústrias e sectores. A medida que foi crescendo, Sonangol foi-se especializando
e neste percurso para comprimento dos seus objectivos criou cerca de trinta (30) subsidiárias e
empresas afiliadas que lhe permitem o pleno exercício das suas actividades.
Por exemplo quando não havia empresas nacionais capazes de participar no sector petrolífero,
a Sonangol participou da criação das empresas:

Sonangol SGPS - empresa vocacionada para o perfuração de poços e a,

Sonasing - empresa encarregue da embalagem e armazenamento do crude.
17
Sendo uma empresa estatal, a Sonangol tem a obrigação de promover a criação de empregos,
a aquisição de tecnologia e o desenvolvimento da perícipia das empresas nacionais. Por este
motivo, em parceria com as empresas operadoras em Angola, a Sonangol criou um fundo de
50 milhões de dólares para fomentar a capacidade das empresas nacionais no sector petrolífero.
Com base neste mesmo motivo o governo de Angola estabeleceu leis que visam o favorecimento das empresas nacionais (quando capazes) em detrimento de empresas estrangeiras que
exerçam o mesmo ramo de actividade.
Num futuro próximo como parte da racionalização da Sonangol, algumas das actividades e
operações não-estratégicas ao Grupo Sonangol serão eventualmente subcontratadas ao sector
privado.
Algumas das empresas participadas

Sonils: base logística de apoio às operações do sector petrolífero.

Sonadiets: assistência técnica, manutenção e formação profissional.

AngloFlex: construção de umbilicais e produtos associados para a indústria de petróleo e gás.

SonanGalp: distribuição e comercialização de combustíveis e derivados.

Sodispal: comércio Geral (Retalho) e assistência à produção agro-pecuária.

SOPOR (em Portugal): distribuição de combustíveis e derivados.

BAI (Banco Africano de Investimento): exercício da actividade bancária.

Bricomil: exerce actividades do ramo da construção civil.

Wapo Angola: prestação de serviços gerais.
De acordo com análises relacionado ao material, verifiquei que parte das análises feitas ate
hoje empresas há que dedicam seus esforços única e simplesmente as DFs (demonstrações
financeiras) tendo como base o balanço e a demonstração de Resultados, muitas ignorando
inclusive uma ferramenta de destaque o chamado Mapa de Fluxos de Caixas.
Estas, quer as primeiras como as fazem uso das três principais ferramentas financeiras, (BALANCO, DRE e MFC) dedicam-se única e simplesmente na análise dos indicadores econó-
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micos e financeiros como a liquidez, rentabilidade, operatividade, etc, achando ser o material
suficiente unicamente para a análise de uma organização.
De acordo com José Odalio dos Santos na sua obra Avaliação de Empresas, menciona as metodologias mais comuns na avaliação de empresa dos quais;

Metodologia do Valor Contabilístico

Metodologia do Valor Patrimonial

Metodologia do Valor de Liquidação

Metodologia do Preço/Lucro

Metodologia de Capitalização dos Lucros

Metodologia dos Múltiplos de facturação

Metodologia dos Múltiplos dos Lucros

Metodologia dos Fluxos de Caixa Descontados

Metodologia do Valor Presente Liquido

Metodologia de Operações Reais

Metodologia da TIR e do Payback
Ora bem, neste material queremos mostrar que de facto para determinação do valor de uma
empresa existem vários elementos a se ter em conta partindo desde já das próprias D.Fs, a
outros elementos fundamentais dos quais destacar os activos intangíveis que por sua vez não
constam do DFs, acabam tendo em muitos casos um valor superior ao que constante na DFs.
Hoje, com o bum da informática, com a internet globalizando o mundo, estão-se a criar empresas que geram milhões ou ate mesmo biliões de dólares ano, em um espaço de 20/20m, e
em muitos casos trata-se de espaços alugados, verifica-se hoje empresas sem activos corpóreos, porque faz-se uma exploração única apenas do know-how, minha empresa hoje tem apenas 4 funcionários (uma recepcionista, uma tesoureira e um relações publicas), e esta gerando
lucros líquidos na ordem dos 100.000,00 usd, e tudo porque assim o mundo exige.
Outsourcing (em inglês, "out" significa "fora" e "source" ou "sourcing" significa fonte). Esta,
mostra a acção que vai existir por parte de uma organização, em obter mão-de-obra fora da
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empresa ou mesmo subcontratação ou terciarização da mão-de-obra directa da empresa nos
produtos ou serviços.
Esta, ainda pode ser considerada como sendo a transferência das actividades das empresas
para terceiros, em forma de parceria.
Esta parcerias, tem como principal objectivo minimizar custos internos, aproveitando o "know
how" e a especialização de empresas externas que, em determinadas áreas específicas, se revelam como opção mais vantajosa, permitindo maiores rentabilidades.
Hoje muitos gestores ainda confundem as expressões outsoucing e terciarização, dizer que a
diferença existente entre ambas, é que a primeira está ligado a procura de "fontes" fora da
organização ou país (outsourcing é o uso estratégico de recursos externos para a realização de
actividades tradicionalmente realizadas pelos recursos e equipes internos); já a terciarização
correlaciona dentro do país. (A expressão terciarização também pode ser usada, sendo que
esta é uma tradução livre de outsourcing), embora os termos sejam frequentemente utilizados
indistintamente.
De modo o termo outsourcing está mais relacionada à gestão estratégica, seja de tecnologia ou
qualquer outro serviço exemplo: gestão de redes, know-how e mão-de-obra especializada.
Exemplo de terciarização: empregada de limpeza, empresa para refeição. São empresas que
nem sempre requerem conhecimentos técnicos específicos.
Factoring
factoring - é uma operação financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios que seriam pagos à prazo - através de títulos a um terceiro, que compra estes à vista, mas com
um desconto; ou ainda é a actividade parabancaria que se baseia na aquisição de créditos que
provem da venda de produtos ou serviços por parte da empresa, quer seja para mercado interno ou para mercado externo. Existem varias modalidades de factoring das quais:
Serviços Completos, que consiste em um acordo entre uma empresa e uma sociedade
factoring, em que a primeira se compromete a ceder de forma sistemática a uma sociedade de
factoring todos seus créditos associados a um conjunto de vendas ou prestações de serviços
que efectuou;
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factoring com recurso;
Maturity factoring;
Bulk Factoring;
Factoring confidencial.
Franquias
Franquia ou franchising é uma estratégia utilizada em administração que tem, como propósito, um sistema de venda de licença na qual o franqueador (o detentor da marca) cede, ao franqueado (o autorizado a explorar a marca), o direito de uso da sua marca, patente, infraestrutura, know-how e direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços. O franqueado, por sua vez, investe e trabalha na franquia e paga parte do faturamento
ao franqueador sob a forma de royalties.
O franchising permite ao franchiser aprofundar ou desenvolver novos mercados sem ter de
efectuar investimentos como nas situações de joint ventures, de aquisições ou crescimento
interno por outro lado, as vantagens para o franquiado também são relevantes, pois o investimento que tiver de efectuar apresentará um risco mais reduzido
Joint venture
Joint venture são acordos para a prossecução de objectivos comuns das partes contratantes e da
grande flexibilidade na sua utilização, tem sido instrumento preferencial para expansão e criação
de valor quer a nível nacional como internacional.
É ainda uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais empresas já existentes com o objectivo de iniciar ou realizar uma actividade económica comum, por um determinado período de tempo e visando, dentre outras motivações, o lucro.
As empresas que se juntam são independentes juridicamente e no processo de criação da joint
venture podem definir se criam uma nova empresa ou se fazem uma associação (consórcios de
empresas). Comprometendo-se na gesta, nos lucros, nos riscos e nos prejuízos.
As Join venture, permitem as partes envolvidas beneficiarem do know-how, conseguindo superar
barreiras em um novo mercado; beneficiar de novas tecnologias; investigar e expandir actividades
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que tenham em comum; competir de forma mais eficiente e ampliar mercados visando a internacionalização e a criação de valor como é óbvio.
Fusões:
As fusões só aumentam o valor quando duas companhias valem mais juntas do que separadas,
hoje em dia verifica-se que as fusões já fazem parte de um mercado mais vasto, o mercado do
controlo corporativo. Nota-se que na sua maioria, que acontece nas fusões horizontais que
consiste na combinação de duas empresas da mesma linha de negócios, como exemplo temos
a Mannesman, gigante alemã das telecomunicações que foi comprada pela Vodafone; nota-se
também que na fusão horizontal que envolve companhias de estágios diferentes no processo
produtivo, a empresa compradora, estende-se para montante, em direcção a fonte das matérias-primas ou para a jusante, em direcção ao consumidor final, um exemplo vivo foi a aquisição pela Walt Disney da rede de televisão ABC, pois que a primeira tinha intenção de utilizar
a segunda para exibir filmes recentes a grandes audiências; temos também as fusões em conglomerado que envolve companhias de ramos não relacionados entre si.
Uma prova viva de quando a análise é baseada apenas nas DFs e não resulta, foi o que aconteceu com a empresa americana AT&T, a qual gastou 7,5 mil milhões de dólares para comprar
a NCR com o objectivo da segunda sustentar o negócio de computadores da primeira e ligar
pessoas, organizações e as respectivas informações formando uma rede informática continua e
global. Infelizmente o resultado não foi o que se esperava.
Mais embaraçante ainda foi a aquisição da ApexOne, uma empresa de roupas desportivas,
pela Converse Inc. a aquisição teve lugar a 18 de Abril de 1995. A ApexOne foi encerrada a
11 de agosto, na sequencia do falhanço da converse na produção de modelos novos a um ritmo suficiente para satisfazer os retalhistas. A converse perdeu um investimento de 40.milhoes
de Dolares em 85 dias.
Muitas fusões aparentemente mostram sucessos, mas de seguida verifica-se que resultam em
grandes falhanços porque os gestores não realizam adequadamente a complexa tarefa de integrar duas empresas com processos de produção métodos contabilísticos e culturais muito diferentes. Este foi dos grandes motivos do insucesso da fusão AT&T – NCR.
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O valor da maior parte das empresas depende dos ACTIVOS HUMANOS, se estes não estiverem satisfeitos com a respectiva fusão na empresa adquirente, os melhores iram-se embora.
Hoje já existem casos de empresas que fazem fusão contra a vontade dos activos humanos, e
estes nada mais fazem senão retirarem-se da empresa e constituírem uma outra empresa com
os mesmo objectivos da empresa fundida.
Mencionar que estes elementos não constaram nunca nas DFs., desta feita, neste nosso trabalho alem de apresentarmos as demonstrações financeiras, seus princípios e classificação, estaremos também falando dos activos intangíveis como sendo ferramentas indispensáveis na
análise financeira de uma empresa e focalizar as projecções como ultimo aspectos na valorização das empresas.
Com base nestes instrumentos, faz-se a análise detalhada do risco da actividade empresarial,
ou seja aquela informação a que não podemos muitas vezes encontrar nos elementos extraídos
da contabilidade. Os principais elementos para a análise do risco de uma empresa são:
OBJECTO SOCIAL;
QUADROS DE PESSOAL;
PARTICIPAÇÃO DE M ERCADO;
CONTINÊNCIAS ;
SITUAÇÃO FINANCEIRA;
ACTIVOS INTANGÍVEIS .
Ao fazermos recurso a análise do OBJECTO SOCIAL, estaríamos em outras palavras nos questionarmos: “quais os seus produtos e serviços”. Trata-se de informação importante para a projecção de resultados, uma vez que o consumo de produtos essenciais ou de primeira necessidade é menos afectados por factores económicos do que os classificados como supérfluos ou
de segunda necessidade.
Apud J. Odalio dos Santos p.4, é fundamental conhecer a natureza da actividade operacional
da empresa, ou seja quais os seus produtos e serviço, alem de seu níveis de rotatividade em
épocas de crescimento, estabilidade ou recessão económica. Trata-se de uma informação importante para projecção de resultados, uma vez que o consumo de produtos essenciais ou de
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primeira necessidade é menos afectado por factores económicos do que os classificados como
supérfluos ou de segunda necessidade.
Odálio destaca ainda que na primeira categoria de produtos, destaca-se, por exemplo itens do
sector alimentício e de higiene e limpeza, os quais, com ou recessão, continuam gerando fluxos de caixa. Em contrapartida, a venda de produtos de segunda necessidade sofre redução
significativa em épocas de recessão ou de queda do nível de actividade económica, uma vez
que a redução da receita (total ou parcial) influencia os consumidores a postergar a compra de
bens imediatamente essenciais, como os procedentes do sector de calcados e textos. Ibdem
O
QUADRO ADMINISTRATIVO E
FUNCIONAL, faz parte da análise do risco da actividade uma
vez que é daí que faz-se a avaliação qualitativa dos resultados da empresa. E nisso estamos a
falar da idoneidade, da experiencia, a sucessão administrativa, é ainda um elemento fundamental para a avaliação da empresa visto que nela temos toda a informação sobre os técnicos
operativos, administrativos e executivos, a própria produção em si, a comercialização, os benefícios dado pela empresa, os salários e a relação custo benefício em contratos de terciarização de mão-de-obra. Neste quadro encontramos ainda outro elemento de estrema importância.
Trata-se do organigrama estrutural da empresa.
A CARTEIRA DE TERCEIROS, que subjectivamente estamos falando dos clientes, fornecedores e dividas com estado, esta carteira é dos principais factores para análise e avaliação de
empresa visto que dela pode-se constatar se a empresa é totalmente dependente e uma empresa ou não, quem são os potenciais clientes da empresa, e se os mesmos dão segurança a mesma no caso de créditos, fusões, aquisições, etc.
É de estrema importância, a necessidade de se conhecer os fornecedores da empresa, o facto
ainda de termos ou não vários fornecedores, pois que quanto maior for a diversificação desses, menor será a exposição aos riscos sistemático, como os reapresentados pela oscilação
cambial e escassez de matéria-prima ou mercadoria no mercado.
Saber se de facto a empresa tem problemas com o estado no que toca a dividas, quais os
impostos a serem pago pela empresa de acordo com a natureza e produtos oferecidos.
24
A PARTICIPAÇÃO DE M ERCADO de acordo com Elizier da Costa na sua obra Gestão Estratégica, afirma categoricamente que experiencia tem mostrado que os principais factores
que condicionam a construção do sucesso futuro da organização estão mais fora do que
dentro dela. Esses factores externos alicerçam e embaçam o ambiente da organização.
Mencionar que muitos são os consultores que primam em apresentar o modelo SWOT
(Strengths ‘forca’; Weaknesses ‘fraquezas’; Opportunities ‘Oportunidades’; e Threats
‘ameaças’)
Elizier subdivide a análise externa em 4 tópicos fundamental a saber, Catalisadores,
Ofensores, Oportunidades e Ameaças, uma vez que na análise interna, ele subdivide-a em
3 tópicos básicos que são os pontos fortes, pontos fracos e pontos a melhorar.
Aos catalisadores serão os factores externos prevalecentes que afectam positivamente de
imediato, as actividades da organização. Exemplo da opinião publica favorável as actividades da organização; a opinião de administração e de fidelidade dos consumidores a
uma marca usada pela organização, as barreiras ou restrições legais, ou de qualquer ordem, que impeçam ou dificultem a entrada de novos competidores ou novos produtos ou
serviços.
Aos ofensores serão factores externos actuais que afectam negativamente, de imediato as
actividades da organização. Exemplo legislação desfavorável aos negócios ou actividades
da instituição.
Oportunidades são factores externos previsíveis para o futuro que se ocorrem, afectarão
positivamente as actividades da empresa. Exemplo aumento da terciarização ou subcontratos.
Ameaças são factores externos previsíveis para o futuro que, se ocorrerem afectarão negativamente as actividades da empresa. Exemplo: o uso progressivo da internet como
meio de comércio electrónico.
É preciso ainda que se façam analises dos concorrentes potenciais, ou seja nenhuma o rganização deve agir como que se fosse apenas ela a única no mundo do negócio; analisar
25
também os concorrentes actuais; os concorrentes potenciais; os stakeholder das organiz ações, assim como os respectivos cenários.
Estes elementos nos levarão a compreender mais sobre a participação das empresas nos
respectivos mercados, seus posicionamentos e o estado em que se encontram relativamente a outras empresas.
CONTINGÊNCIAS: São exigibilidades que podem ou não ocorrer isso em função de eventos
que acontecerão no futuro. Aqui encontram-se os avais, acções legais, garantias prestada em
favor de terceiros, etc. Assim o investidor deve avaliar o risco do negócio sempre considerando divida “fora balanço”, ou seja, não presentes numericamente nas demonstrações financeiras.
A IAS 37,defini estas ocorrências como sendo Passivos contingentes, ou seja: passivo contingente define-se como um possível obrigação que resulta de acontecimentos passados e cuja
existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente sob controlo da entidade; ou uma obrigação presente que decorre
de acontecimentos passados mas que não é reconhecida
Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente. Uma entidade deve divulgar um
passivo contingente, a menos que a possibilidade de um ex fluxo de recursos que incorporem
benefícios económicos seja remota.
De uma forma geral, todas as provisões são contingências porque são incertas na sua tempestividade ou quantia. Porem, nesta norma o termo “contingente” é usado para passivos e activos que não sejam conhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente sob controlo da entidade. Adicionalmente o termo “passivo contingente” é usado para passivos que
não satisfaçam os critérios de reconhecimento.
Na minha visão e segundo analises efectuadas, cheguei a conclusão de que apesar de considerarmos os aspectos fundamentais a se ter em conta na análise do desempenho e do valor de
uma empresa, (objecto social, carteira de terceiros, contingências, etc) dois são os elementos
indispensáveis na análise do valor. Um relativo aos aspectos financeiros visíveis na contabili-
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dade, como as viaturas, impostos, fornecedores, equipamentos básicos, mercadorias, softwares e etc, e outros não constantes na contabilidade ou seja que apesar de tudo, são elementos
não definidos nos balancetes e balanços da empresa. São elementos de tamanha importância,
que a ausência na análise de um deles, pode fazer com a informação a ser analisada não seja
relevante ou fidedigna. Dizer que estou falando de dois elementos fundamentas do qual será a
base deste trabalho.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS;
ACTIVOS INTANGÍVEIS;
Do meu ponto de vista, estas ferramentas são responsável para uma boa analise do valor da
empresa, claro que sobre elas estaremos adicionando outros elementos que nos vão assessorar
como VAB, TIR, WACC e outras ferramentas indispensável na analise do valor, mas dizer
que estas duas seriam então a base para analise do valor.
Logo a seguir, o destino seria projectar tais demonstrações para um futuro próximo de acordo
com as necessidades de análise ou de acordo ainda com o tipo de projecto que se pretende
efectivar.
Hoje esta mais do que claro que os activos ocupam um espaço fundamental na analise do valor das empresas, hoje tudo conta, o espaço em que estamos, a zona em que esta o nosso escritório, o pessoal, o publicidade o know-how, tudo isso hoje serve e é considerado na analise do
valor.
Sobre os activos intangíveis, estaremos falando no segundo capitulo deste livro aonde basicamente mostraremos seus elementos fundamentais e o impacto na criação de valor nas empresas pelo que reservo-me falar deste material a quando do capitulo seguinte com o tema
supracitado.
27
3. A CONTABILIDADE E O VALOR DA EMPRESA
A avaliação ou analise do valor da empresa relativamente ao desempenho financeiro, é feito
nas demonstrações financeiras que por sua vez elaboradas por técnicos de contas qualificados
e licenciados. Tais demonstrações deverão obedecer padrões contabilísticos fundamentais
para as contas nos possam fornecer dados reais, minimizando ao máximo a margem de erro.
Desta feita, fazendo uma análise da situação financeira da empresa (retrospectiva e prospectiva), baseando-se em informações retiradas dos mapas de fluxos de caixa, demonstrações de
resultados e do balanço patrimonial, deverão incidir sobre elementos verificados na empresa
ao longo de um exercício económico. Só assim então estaremos em condições de preceder-se
a uma respectiva análise das demonstrações Financeiras.
Desta feita, é indispensável sabermos os elementos que vão tornar útil esta informação que
será aproveitada para análise do valor, esta ferramenta que se chama contabilidade.
A contabilidade (ciência do património segundo Vincendo Masi)1é o placar das empresas, é
ainda a ciência do equilíbrio patrimonial, que se preocupa com todos os acontecimentos que
possam influenciar e por isso os identifica, selecciona, analisa e promove medidas, processos,
avaliação e comunicação de dados, facilitando a tomada de decisões.
Ela traduz as diferentes actividades de uma empresa em um conjunto de números objectivos
que fornecem informações sobre o desempenho, os problemas e as perspectivas futuras de
uma determinada empresa. Assim, apraz-nos mencionar os utentes e suas necessidades:
1

Investidores:

Empregados:

Mutuantes:

Fornecedores e outros Credores:

Clientes:

Governo e seus departamentos:

Publico:
Manual de Contabilidade Angolano [Livro] / autor Magro J. L.. - Porto : Uniarte Grafica, (2008).
28
Assim, pode-se dizer que um gerente operacional que não compreende plenamente a contabilidade e as finanças trabalha sob desvantagens.
3.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS CONSIDERAR NA VALORIZAÇÃO DA EMPRESA
Considero com características qualitativas a se ter em conta na atribuição do valor de uma
determinada entidade, os atributos que tornam a informação utilizada pelo analista, proporcionada nas demonstrações financeiras útil aos utentes. As quatro principais características qualitativas são a relevância, a fiabilidade, a comparabilidade e a compreensibilidade.
RELEVÂNCIA
A qualidade que a informação tem de influenciar as decisões dos seus utentes, ao ajudar a
avaliar os acontecimentos passados presentes, futuros e a confirmar ou corrigir as suas avaliações.
Confunde-se muito a relevância com a materialidade, deixa dizer que ambas actuam de forma
diferente. Enquanto a relevância olha para qualidade que a informação comporta, a informação é material se a sua omissão ou inexactidão influenciarem as decisões económicas das
utentes tomadas na base das demonstrações financeiras.
A materialidade depende da dimensão do item ou do erro julgado nas circunstâncias particulares da sua omissão ou distorção. Assim, a materialidade proporciona um patamar ou ponto
de corte, não sendo uma característica qualitativa primária que a informação tenha de ter para
ser útil.
FIABILIDADE
Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A informação tem a qualidade da
fiabilidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos e os utentes dela possam
depender ao representar fidedignidade o que ela ou pretende representar ou pode razoavelmente esperar-se que represente.
A informação pode ser relevante mas tão pouco fiável por natureza ou representação que o
seu reconhecimento pode ser potencialmente enganador.
29
Para ser fiável, a informação deve ser representada fidedignamente as transacções e outros
acontecimentos que ela ou pretende representar ou passa razoavelmente esperar-se que represente.
Para que seja fiável, e necessário que ela seja apre contabilizadas de acordo com a sua substancia e realidade económica e não meramente com a sua forma legal. Ou seja a substancia
das transacções ou de outros acontecimentos nem sempre é consistente com a que é evidente
pela sua forma legal ou idealizada.
Para seja fiável a informação contida nas demonstrações financeiras tem de ser neutras ou
seja isentas de preconceitos;
Para que seja fiável tem que lutar com as incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos
acontecimentos e circunstancias, tais como a cobrabilidade duvidosa de dívidas a receber, a
vida útil provável de instalações e equipamento, é necessário que sejamos prudentes em vários aspectos.
Ainda para que seja fiável é necessário que a informação nas demonstrações financeiras deve
sem completas a dentro dos limites de materialidade e de custos. Uma omissão pode fazer
com que a informação seja enganadora e por conseguinte na fiável e deficiente em termos de
relevância.
COMPARABILIDADE
É a divulgação e quantificação dos efeitos financeiros de operações similares e de outros
acontecimentos, ou seja as empresas devam adaptar a normalização, a fim de se conseguir
comparabilidade entre elas.
Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma entidade ao
longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho. Os utentes devem ainda ser capaz de comparar as demonstrações financeiras de diferentes entidades a fim de avaliar de forma relativa a sua posição financeira, o seu desempenho e
as alterações na posição financeira.
30
É de extrema importância que os utentes sejam informados das políticas contabilísticas usadas
e preparadas nas demonstrações financeiras, de qualquer alteração e efeitos que podem advir
de tais alterações.
COMPREENSIBILIDADE
De acordo com a estrutura conceptual, uma qualidade essencial da informação proporcionada
nas demonstrações financeiras é a de que ela seja rapidamente compreensível pelo utente.
Para este fim presume-se que os utentes tenham um razoável conhecimento das actividades
empresariais e económicas e da contabilidade e vontade de estudar a informação com razoável
diligência.
Porem, a informação acerca de matérias complexas, que devam se incluídas nas demonstrações financeiras dada a sua relevância para as necessidades de tomadas de decisões dos utentes, não deve ser excluída meramente com o fundamento de que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.
31
3.2 PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS A CONSIDERAR NA ANÁLISE DAS D. FS.
CONTINUIDADE
As demonstrações financeiras devem ser preparadas na base da continuidade, a menos que a
gerência tenha intenções de liquidar a entidade ou cessar a sua actividade ou não tenha outra
alternativa realista que não seja faze-lo. Aqui especificar, que quando falamos que as demonstrações financeiras devem ser preparadas na base da continuidade, estamos dizendo que elas
são preparadas no pressuposto de que uma entidade é uma entidade em continuidade e de que
continuara no futuro previsível, daqui que seja desde já assumido que a entidade não tem intenção nem necessidades de liquidar ou reduzir drasticamente o nível de operações. E então a
razão de repartirmos os activos imobilizados quer sejam corpóreos ou incorpóreos em prestações anuais de acordo com as respectivas taxas de depreciação ou reintegração. E de estrema
importância este principio na analise do valor de uma empresa.
CONSISTÊNCIA
A apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras, devem ser mantidas de
um período para o outro, a menos que haja uma alteração significativa nas operações da entidade. Ou uma revisão da apresentação das demonstrações financeiras venha a demonstrar que
uma alteração, ira resultar numa mais adequada apresentação dos acontecimentos e transacções. A alteração seja imposta pela entrada em vigor de novas políticas contabilísticas.
ESPECIALIZAÇÃO OU ACRÉSCIMO
O principio do regime dos acréscimos nos mostra que os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos, independentemente do seu recebimento ou pagamento; ou
seja, por este regime de especialização ou acréscimos, os efeitos das transacções e de outros
acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorrerem e não na altura em que forem feitos
os respectivos pagamentos, pois que elas informam aos utentes não somente as transacções
passadas envolvendo entradas e saídas de recursos financeiros, mas também tem a responsabilidade de mostrar as obrigações de pagar dinheiro no futuro e de recursos que representem
dinheiro a ser recebido no futuro.
32
Um caso que nos serve de exemplo é o que acontece quando efectivamos o pagamento de
renda de um imóvel a um período que ultrapassa a quantidade de dias restantes do exercício
económico, dai considerarmos como custo apenas o montante que liquida o exercício presente
ou tido em consideração pois que o restante devera ser considerado no respectivo ano a quando da efectivação do custo.
CUSTO HISTÓRICO
Os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou produção, ou seja na
aquisição de um equipamento, a empresa regista-o na contabilidade pelo valor da compra,
expressos quer em unidades monetárias nominais, quer em unidades monetária constante;
PRUDÊNCIA
É possível integrar nas contas um grau de precaução ao fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza, sem contudo permitir a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por defeito ou de passivos e custos
por excesso,
SUBSTANCIA SOB A FORMA
As operações devem ser contabilizadas atendendo a sua substancia e a realidade financeira e
não apenas a sua forma legal, ou seja se a informação deve ser representada fidedignamente,
logo as transacções e outros acontecimentos que tenha por fim representar é necessário que
eles sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substancia e realidade económica e não apenas com a sua forma legal.
A substancia das transacções ou outros acontecimentos nem sempre é consistente com o que é
evidenciado pela sua forma legal ou idealização. Trazemos como exemplo os actuais telefones
móveis que suportam preços superiores a 100 usd e que por conseguinte presume-se ter um
tempo de vida útil superior a um ano, para este caso em especial, não seria legal considerarmos este bem como um imobilizado apesar de seus requisitos nos mostrarem de deve ser considerado como imobilizado. Sua forma e substancia, acabam falando mais alto que no toca aos
lançamentos contabilísticos.
33
MATERIALIDADE
As Demonstrações Financeiras devem evidenciar todos os elementos que sejam relevantes e
que possam afectar avaliações ou decisões pelos utentes interessados.
Em síntese, as demonstrações financeiras devem proporcionar informação verdadeira e apropriada sobre a situação financeira e dos resultados operacionais para que sejam úteis a múltiplos utentes.
Ao procedermos desta forma, a análise das empresas, serão consideradas verdadeiras e apropriadas, visto que sua preparação foi de acordo aos princípios contabilísticos aceites e regulamentados na estrutura conceptual das normas internacionais de relato financeiro IFRS.
34
3.3 PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NA VALORIZAÇÃO DA EMPRESA
Estas demonstrações subdividem-se em duas partes:

Demonstrações de carácter Financeiro: e aqui encontramos os Balanços, as demonstrações de Origem e da aplicação de fundos e Demonstrações de Fluxos de caixa;

Demonstrações de carácter económico: demonstrações de Resultados por natureza, e
demonstração de resultados por funções.
As Demonstrações Financeiras, que contemplam entre outros quadros informativos o balanço,
estão harmonizadas pelas IAS 1 “Apresentação das Demonstrações Financeiras”. De acordo
com esta, as Demonstrações Financeiras são uma representação financeira estruturada da posição financeira e das transacções empreendidas por uma entidade.
O seu objectivo é o de proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho
e de fluxos de caixa de uma empresa que seja útil a uma vasta gama de utentes na tomada de
decisões económicas proporcionando informação acerca do activo, do passivo, capital próprio, fluxos de caixa, etc. Devem ser preparadas com o pressuposto dos princípios contabilísticos.
As demonstrações financeiras também mostram os resultados da condução por parte da gerência dos recursos a ela confiados. Para satisfazer este objectivo, as demonstrações financeiras proporcionam informação de uma entidade acerca do património da empresa, do desempenho assim como dos in-fluxos e ex-fluxos em termos de tesouraria; estas informações juntamente com outras informações as notas, ajudam os utentes das demonstrações financeiras a
preverem o valor das empresas em futuros próximos. Assim, de acordo com a IAS nº 1, um
conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
1. Balanço;
2. Uma Demonstração de resultados;
3. Uma demonstração de alterações no capital próprio que mostre as alterações no capital
próprio ou outras alterações que não sejam provenientes de transacções com detentores de capital próprio agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio
4. Um mapa de demonstrações de fluxos de caixa
35
5. Notas, compreendendo um resumo das politicas contabilísticas significativas e outras
notas explicativas.
3.3.1 BALANÇO
As Demonstrações Financeiras (DFs), Apresenta a situação patrimonial e financeira de uma
entidade “empresa” numa determinada data, evidenciando os bens, os direitos as obrigações
da empresa, a posição dos seus proprietários, a situação monetária referente a entradas e saídas ocorridas ao longo do ano relativo as actividades operacionais, investimentos e financeiros, e notas explicativas relativas aos elementos constantes nos mapas de acordo com sua
classificação numérica tidas como notas de explicativas.
Mencionar que hoje as demonstrações financeiras têm sofrido alterações estruturais no sentido
de facilitar a organização e interpretação das ferramentas de análise. Hoje verifica-se já balanços tradicionais, balanços funcionais, balanços sintético, analíticos etc do mesmo jeito que
acontece com as demonstrações de resultados e outros mapas de análise financeira, assim como o aparecimento de novos mapas para facilitar a análise do valor da empresa.
É importante mencionar que as demonstrações financeiras, são uma representação estruturada
da posição financeira e do desempenho financeiro de uma entidade, elas proporcionam informações acerca da posição financeira, do desempenho financeiro assim como dos fluxos de
caixa. Logo ela torna-se uma ferramenta INDISPENSAVEL na análise do VALOR DA EMPRESA.
Vamos apresentar apenas dois tipos de mapas para cada tipo de demonstração, especificar
algumas diferença pois que utilizando qualquer um deles o resultado final acaba sendo o
mesmo em termos quantitativos.
36
BALANÇO PATRIMONIAL
É também uma descrição sintética da posição financeira da empresa em uma certa data. Esta
demonstração iguala os activos da empresa que ela possui ao seu financiamento, o qual pode
ser feito com o capital de terceiros ou capital próprio. Ela indica uma variedade de contas de
activo, passivos exigíveis e o património dos accionistas.
É composto por dois membros: activo e capital próprio e passivo, que lhes faz subdividiremse em 3 massas patrimoniais. Mencionar ainda que estes elementos também representam, as
aplicações e origens de fundos.
Activo: Recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do
qual se espera que fluam para a entidade beneficiar económicos futuros. A estrutura Conceptual para a apresentação e preparação de DFs reconhece o activo no balanço quando forem
provável que os benefícios económicos futuros fluam para a entidade e o activo tenha um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade.
O número 90 deste livro diz que um activo não é reconhecido no balanço quando o dispêndio
tenha sido incurso relativamente ao qual seja considerado improvavelmente que benefícios
económicos fluirão para a entidade para além do período contabilístico corrente. Em vez disso, tal transacção resulta no reconhecimento de um gasto nas demonstrações dos resultados.2
Por sua vez estes podem ser correntes: são os que se esperam serem realizados, vendidos ou
consumidos no curso normal do ciclo operacional da entidade e cuja sua finalidade é a negociação ou comercialização em um período inferior a um ano, ou não correntes: quando se
tratar daqueles bens ou direitos que se esperam permanecer na empresa em um período superior a um ano, e cujo fim não é a comercialização mas sim permanecerem na empresa de modos a fazerem com que o produtividade da empresa aumente com outras e melhores condições
de trabalho. A estrutura conceptual rigorosamente diz que todos activos que não se enqua-
2
Normas Internacionais de Relato Financeiro IFRS [Livro] / autor Board Internacional Accounting standard. - United Kigdon : [s.n.],
2005. - Vol. I.
37
dram na definição dos activos correntes acima mencionados, são considerados como activo
não corrente.
Passivo; obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte um ex fluxo de recursos da entidade incorporando benefícios
económicos. O passivo é também reconhecido no balanço quando for provável que um ex
fluxo de recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação
presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade.
Na prática, as obrigações ao abrigo de contratos que estejam proporcional e igualmente não
executados (exemplo passivos por inventários encomendados mas ainda não recebidos) são
geralmente não reconhecidos como passivo nas demonstrações financeiras. Porem tais obrigações pode satisfazer a definição de passivo e desde que os critérios de reconhecimento sejam
satisfeitos nas circunstâncias particulares, podem quantificarem-se para o reconhecimento.
O passivo também deve ser considerado como corrente e não corrente, aonde o corrente tem
que necessariamente satisfazer qualquer dos seguintes critérios: espera-se que seja liquidado
durante o ciclo operacional normal da entidade; esta detido essencialmente para finalidades de
ser negociado; devera ser ainda liquidado num período ate doze meses após a data do balanço
e finalmente a entidade não tem um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo
durante pelo menos 12 meses após a data do balanço. Desta feita, todos outros passivos devem ser classificados como não correntes.
Capital próprio; é o interesse residual dos activos da entidade depois de deduzir todos os
seus passivos. Por Capital de uma empresa singular, entende-se geralmente como sendo o
valor do seu património complexivo (diferença entre os valores activos e passivos afectos aos
negócios). Equivale isso dizer que o capital das empresas singulares se confunde com o seu
património líquido ou capital próprio e é por isso mesmo essencialmente variável.
38
Aumenta com lucros e diminui com os prejuízos, lucros e prejuízos que aliais, se registam,
durante o exercício, não directamente na conta capital, mas em contas de resultados, e cujo a
importância liquida só posteriormente (em regra, no principio do anos seguinte) se incorpora
naquela conta.
Nas empresas colectivas de antemão, encontra-se fixada no pacto social e só pode aumentarse ou reduzir-se, verificadas certas condições, cumpridas certas formalidades e sempre por
meio de uma nova escritura. Significa isto que nas sociedades há que distinguir entre capital
próprio ou real e o capital social ou nominal, visto que o primeiro é o excedente do activo
sobre o passivo e exprime o valor do património social, já o segundo também chamado capital
estatutário, representa a soma das quotas-partes subscrita pelos sócios e, não havendo alterações daquele pacto social, figura em todos os balanços pela mesma importância.
Verificamos que de uma forma geral, o capital próprio representa os fundos nela aplicados
pelos sócios ou proprietários (capital nominal ou social) acrescido dos lucros não levantados
ou distribuídos (capital ou dotação adicional);
Capital nominal, este pode ou não estar integralmente realizado - há a considerar as inversões
iniciais (capital inicial) e, eventualmente, as inversões ulteriores (aumento de capitais)
No capital adicional podem geralmente, distinguir-se os lucros capitalizados (reservas) e os
lucros por aplicar (lucros em suspensos).
A análise de uma empresa pode ser efectuada num segundo balanço também chamado balanço moderno ao considerarmos o facto de que o financeiro é chamado como balanço tradicional. Falaremos superficialmente deste segundo balanço.
39
BALANÇO FUNCIONAL
Este balanço resulta de um conjunto de correcções a efectuar no balanço contabilístico, agregando as contas numa perspectiva financeira, o que permite por em evidência a estrutura financeira de uma empresa.
A grande diferença que vai existir entre o balanço patrimonial e o funcional, reside no facto
do primeiro ter por objecto detectar a capacidade que a empresa tem em satisfazer as suas
obrigações de pagamento nas datas determinadas e que se encontram registadas no balanço.
Esta análise permite também deduzir se a estrutura esta equilibrada, visto que a empresa terá
de liquidar as origens de fundos se vão tornando exigíveis com as aplicações de fundos que
vão estando disponíveis; já o segundo, a análise do valor da empresa baseia-se no ciclo financeiros da empresa das actividades da empresa e este segundo é efectuado com base no primeiro, no sentido de apresentar da forma mais clara possível elementos como; ciclo financeiro de
Exploração; as necessidades e os recursos de exploração; as aplicações em activos fixos resultantes das decisões de investimentos; os recursos estáveis ou capitais permanentes, assim como as tesourarias líquidas e passivas
Subdivide-se em três ciclos e em cada ciclo com as respectivas aplicações e recursos:
Ciclo
Aplicações
Recursos
Oper. de Investimentos
De investimentos
Próprios e Alheios Estáveis
Operações de exploração
Necessidade Cíclicas
Recursos Cíclicos
Operações de tesouraria
Tesouraria Activa
Tesouraria Passiva
Tabela 1, Ciclos de Fluxos de Caixa, Fonte: autor
As Operações de Investimentos, também visto como Fundo de Maneio na análise Funcional,
são elementos que vão caracterizar a margem existente entre o capital permanente e o activo
fixo, mas melhor do que explicar devidamente esta relação, falar um pouco da relação que vai
existir entre a análise para valorização tradicional.
A análise tradicional considera que o equilíbrio financeiro é alcançado sempre que o activo
circulante é superior ao passivo circulante.
Activo circulante > passivo circulante
40
Ilustração 1- Modelo Balanço Tradicional
A diferença entre o activo circulante e o passivo circulante designa-se por fundo de maneio
patrimonial, que tem um significado diferente do fundo maneiro calculado na análise funcional.
O fundo de maneio patrimonial pode ser calculado:
Óptica da liquidez
FMP = Activo circulante – Passivo circulante
Óptica estrutural
FMP = Capitais Permanentes – Activo Fixo
O fundo de meneio é uma margem de segurança para que a empresa possa fazer face aos seus
compromissos a curto prazo.
É situação de equilíbrio a seguinte equação:
Activo circulante – passivo circulante > 0
Segundo a regra de equilíbrio financeiro mínimo, os capitais utilizados pela empresa para
financiar uma imobilização, um stock ou qualquer outro valor activo devem ficar a disposição
da empresa durante um prazo que corresponda pelo menos a duração do valo activo adquirido
com esses capitais.
O cumprimento desta regra pode não ser o suficiente, porque para muitas empresas verifica-se
que não basta a igualdade entre o activo circulante e o passivo circulante. É necessário que o
41
activo circulante exceda o exigível a curto prazo, pois é possível existirem naqueles valores
cuja rotação é lenta e aleatória e em que o seu baixo grau de liquidez não permite fazer face as
dívidas de curto prazo. Por sua vez, os valores do passivo circulante tem um prazo certo que
deve ser cumprido e os valores a cobrar dos clientes podem não ser realizados nos prazos previstos.
Assim é necessário então que o fundo de maneio exceda o valor das dívidas a curto prazo,
constituindo assim uma margem de segurança. Contudo há actividades em que o fundo de
maneio é negativo e não origina problemas na exploração. (ex: os supermercados recebem a
pronto pagam a prazo).
Geralmente, quando o fundo de maneio é negativo, nulo ou de um valor positivo baixo, pode
tornar-se insuficiente para fazer face aos compromissos a curto prazo.
Um fundo de maneio em excesso é prejudicial, visto que origina custos de exploração para a
empresa. Assim, do ponto de vista da empresa, o fundo de maneio deve ser o mínimo possível.
Uma boa gestão do fundo de maneio implica o seguinte:
 As disponibilidades devem ter um valor reduzido
 As cobranças de dívidas devem ser rápida
 As existências devem estar sujeitas a uma gestão eficiente e conduzir a um montante
de estoque reduzidos sem provocar ruptura na actividade:
 O alargamento do prazo médio de pagamento a fornecedores sem por em causa a imagem da empresa.
42
Criticas do método tradicional
Segundo a regra de equilíbrio financeiro, conclui-se que o FMP tem de ser positivo para que a
empresa esteja em equilíbrio. Como já foi referido, em muitas actividades, ate pode ser negativo, o que significa dizer que o fundo de maneio, na abordagem tradicional, é um indicador
estático, porque é calculado num determinado momento, sem levar em conta o dinamismo e o
tipo de actividade. Esta abordagem patrimonial do fundo de maneio não considera a natureza
e o volume da actividade da empresa, nem as características dos activos e passivos a curto
prazo.
O fundo de maneio é a parte do capital necessário para financiar o ciclo de exploração, mas o
respectivo montante não esta correctamente calculado pela abordagem tradicional. A diferença entre o activo circulante e o passivo circulante não representa efectivamente as necessidades de financiamento do ciclo de exploração, porque não há uma distinção correcta entre os
vários ciclos da empresa (financeiro, investimento e exploração) e nem uma distribuição de
elementos patrimoniais activos e passivos por esses ciclos, tal como é feito na abordagem
funcional, que relaciona o equilíbrio financeiro com as decisões ligadas ao ciclo financeiro.
Na análise funcional do equilíbrio financeiro o balanço funcional é feito com base no balanço
contabilístico, de forma a identificar claramente o seguinte:

Os ciclos financeiros da empresa: ciclo de exploração, ciclo de financiamento (ciclo de
operações de capitais e ciclo de operações de tesouraria) e ciclo de investimento.

As aplicações em activos fixos resultantes das decisões de investimento

As necessidades e os recursos de exploração

Os recursos estáveis ou capitais permanentes decorrentes do financiamento por capitais próprios e alheios a m/l Prazo

A situação de tesouraria
43
Ilustração 2 Ciclos de balanços funcionais
A análise do equilíbrio financeiro tem como suporte os grupos previamente definidos para o
balanço funcional, tendo como base os três ciclos: de investimento, de exploração e financeiro. Contudo no conjunto dos indicadores propostos, iremos dar ênfase aos relacionados com o
ciclo de exploração.
De forma geral, os três grandes indicadores do equilíbrio financeiro são:

Fundo de maneio líquido (FML) ou Fundo de maneio funcional (FMF);

Necessidades em fundo de Maneio ou fundo de maneio necessário

Tesouraria Liquida
Fundo de Maneio Funcional (FMF)
Nesta abordagem é calculado comparando os recursos estáveis com o activo fixo:
Ilustração 3 - Fundo de Maneio Funcional
44
O fundo de maneio funcional expressa o diferencial entre os recursos estáveis da empresa e as
aplicações. Com diferencial positivo, evidencia uma margem de segurança do financiamento
sobre as aplicações permanentes
Os conceitos FMP e FMF são distintos. O valor da FMF é o resultado das políticas de investimento e de financiamento a médio e a longo prazo.
Do ponto de vista financeiro, o FMF tem muito mais interesse que o FMP:

Quando o FMF > 0, existe uma parte de fundos estáveis que financiam o ciclo de exploração.

Quando o FMF < 0, os recursos estáveis são insuficientes face as necessidades de financiamento do activo fixo. Torna-se um factor de risco.
O FMF é um instrumento de avaliação do impacto da estratégia financeira sobre o nível de
segurança da empresa.
Tradicionalmente, considerava-se que a empresa estava numa situação financeira equilibrada
se o seu fundo de maneio fosse positivo. Contudo, tal não é verdade porque o fundo de meneio positivo não constitui, hoje em dia, condição necessária e suficiente para que se verifique
uma situação de equilíbrio financeiro.
Para que se verifique essa situação é necessário que o valor do fundo de maneio esteja adequado as necessidades em fundo de maneio.
Necessidades de fundo de maneio (NFM)
As NFM comparam as necessidades cíclicas ou de exploração com os recursos cíclicos ou de
exploração.
Ilustração 4 - Necessidades de Fundo de Maneio
45
NFM = Necessidades Cíclicas – Recursos Cíclicos
A noção de NFM esta relacionada com a necessidade de financiar o ciclo de exploração que
se desenrola para uma empresa industrial, desde a compra de matérias-primas ate a sua transformação, venda e cobrança de clientes.
Este exige meios financeiros necessários para fazer face as despesas operacionais com fornecedores, pessoal e outros credores, sem contar com os valores a receber dos clientes. O montante das NFM é para fazer face as primeiras despesas antes que a empresa receba dos seus
clientes.
As necessidades em fundo de maneio, que constitui o principal indicador do ciclo de exploração, reflectem os impactos do negócio (prazos médios de recebimentos e pagamentos, rotação
das existências), bem como a forma como os gestores operacionais executam as suas actividades.
As necessidades em fundo de maneio, uma das grandes determinantes da política financeira
da empresa, são importantes para fazer face;
 As necessidades estruturais do fundo de maneio relacionadas com a actividade normal
da empresa:
 As necessidades temporários relacionadas com a actividade sazonal de muitas empresas.
Consideramos assim dois níveis de grandeza para as NFM
 NFM > 0, indica que a empresa tem de conseguir recursos cíclicos para fazer face as necessidades cíclicas;
 NFM < 0, indica que há excedentes financeiros do ciclo de exploração. Este tem capacidade
para libertar fundos.
46
O valor deste indicador depende do tipo de negócio, das práticas de gestão, da capacidade
negocial e de gestão da empresa e dos seus responsáveis. Por exemplo, nos hipermercados
este indicador é frequentemente negativo, enquanto na indústria é bastante positivo.
Tesouraria Liquida
A diferença entre os recursos libertos pelas decisões de investimento e financiamento a m/l
prazo (FMF) e as NFM indica-nos a posição de tesouraria líquida.
TRL = Tesouraria Activa – Tesouraria Passiva
Ou
TRL = Fundo de Maneio – Nec. Fundo de Maneio
Esta relação quantifica e caracteriza de uma forma mais objectivo o equilíbrio financeiro.
Como as NFM são investimentos de carácter permanente e o FMF é a parte dos capitais permanentes que ficam disponíveis para investimentos de longo prazo, então podemos dizer que
existe equilíbrio financeiro se o FMF for suficiente para financiar as NFM.
Fundo Maneio Funcional – Nec. Fundo Maneio > 0
Como Tesouraria Liquida = FMF-NFM
Tesouraria Liquida = Tesouraria Activa – Tesouraria Passiva
O equilíbrio financeiro é tesouraria liquida > = 0
Tradicionalmente, diz-se que a empresa esta em equilíbrio quando o FMF cobre as NFM e os
riscos da actividade da empresa. Esta situação é do agrado dos credores da empresa. Os gestores podem preferir outra situação com maior endividamento, ou seja, FML > 0 e TL = FML –
NFM < 0, dado o aumento do risco e esta estrutura corresponder a maior rendibilidade.
A tesouraria constitui o indicador de equilíbrio financeiro
47
Se o seu saldo se aproxima do zero significa que o fundo de maneio esta adequando as necessidades em fundo de maneio.
TRL = FMF – NFM = 0
Se o saldo é muito positivo pode significar a existência de excedentes ociosos de tesouraria
com impacto negativo sobre a rendibilidade.
TRL = FMF – NFM = 0
Se for negativo, défice de tesouraria, poderá representar dificuldades ou impossibilidade em
cumprir os compromissos financeiros a curto prazo. A empresa pode recorrer a determinadas
acções financeiras para manter o normal funcionamento da empresa (negociação de descoberto, de apoio a caixa, de créditos sobre facturas, etc)
48
3.3.2 DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
As demonstrações de carácter económico tem por finalidade evidenciarem os resultados (lucros ou prejuízos) obtidos na actividade pela empresa num determinado período de tempo.
Esta evidencia é efectuada tendo em conta a natureza dos factores positivos e negativos do
redito, e ou afectação funcional dos referidos valores positivos e negativos. A primeira evidencia atribui-se o nome de Demonstrações de resultados por natureza, e a segunda atribui-se
o nome de demonstrações de resultados por funções.
Esta demonstração permite-nos evidenciar a capacidade do negócio da empresa em gerar excedentes, independentemente da forma de financiamento dos seus recursos. Traduz a viabilidade ou inviabilidade económico do negócio.
Rendimentos e gastos incluindo ganhos e perdas; englobam os reditos de ganhos. Os reditos
provem do decurso de actividades ordinárias de uma entidade sendo referidos por uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e rendas.
A estrutura conceptual, vai mais longe dizendo que o rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha surgido um aumento de benefícios económicos futuros
relacionados com um aumento num activo ou com uma diminuição de um passivo e que possa
ser quantificado com fiabilidade. Significando deste jeito que o reconhecimento de aumentos
em activos ou diminuição de passivos (exemplo o aumento liquido em activo proveniente de
uma venda de bens ou de serviços ou a diminuição em passivos provenientes de uma venda de
bens ou serviços ou a diminuição em passivo provenientes do perdão de uma divida a pagar.
A estrutura conceptual da Internacional Account Standard Board reconhece os gastos como
sendo nas demonstrações de resultados quando tenham surgido uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num activo ou com um aumento
de um passivo ou uma diminuição de activo, e como exemplo temos os acréscimos de direitos
dos empregados ou a depreciação de equipamento.
Também são reconhecidos nas demonstrações de resultados através da associação directa entre os custos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos. Muitas vezes, também devese reconhecer os gastos associados com o consumo de activos tais como os activos tangíveis,
49
os goodwill, as patentes e as marcas; em tais casos, o gasto é referido como depreciação ou
amortizações. Este procedimentos de imputação destinam-se a reconhecer gastos nos períodos
contabilísticos em que os benefícios económicos associados com estes itens se consumam ou
se extingam.
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO POR NATUREZA,
São quadros demonstrativos dos resultados apurados pela empresa, evidenciando os custos e
os proveitos segundo a sua natureza. Fornecem uma síntese financeira dos resultados operacionais da empresa durante certo período de tempo.
Para apreciação da situação económica, a demonstração de resultados por natureza apresenta
os resultados pelas seguintes naturezas.

Resultado operacional;

Resultado financeiro;

Resultados Financeiros em filiais e associados;

Resultados não operacionais;

Resultados antes dos impostos;

Resultados Extraordinários;

Resultados líquidos do exercício económico.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO POR FUNÇÃO
Os resultados são apurados por via indirecta das classes de proveitos e custos; discrimina-se
os seus componentes positivos e negativos por origem ou afectação e, em particular, de acordo com as funções empresariais (produção, comercio, administração, financeira, etc).
Na determinação dos resultados por função, há possibilidade de evidenciar sei patamares:

Resultado bruto;

Resultado operacional;

Resultado corrente;

Resultado corrente após o imposto;

Resultado liquido;

Resultado por acções.
50
3.3.3 AS DEMONSTRAÇÕES DE FLUXOS DE CAIXA
Resumem os movimentos de entradas e saídas durante o período considerado. Ela oferece
uma visão dos fluxos de caixa operacionais, de investimento e financiamento da empresa e
concilia tais fluxos com as variações dos saldos de caixa e aplicações em títulos negociáveis
nesse período.3
O Mapa fluxos de caixa ou mapa de tesouraria complementa a informação do Balanço e da
Demonstração de resultados ao ilustrar os fluxos de dinheiro na empresa, segundo uma perspectiva diversa da contabilidade em que regista custos e proveitos quando estes são gerados, e
não quando geram movimentos de dinheiro (o que muitas vezes, acontece posteriormente).
De acordo com a IAS 7, a informação sobre fluxos de caixa proporciona aos utentes de demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e
seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
Uma demonstração de fluxos de caixa, quando usada juntamente com o restante das demonstrações financeiras, proporciona informação que facilita aos utentes avaliar as alterações nos
activos líquidos de uma entidade, a sua estrutura financeira (incluindo a liquidez e a solvência) e a sua capacidade de afectar as quantias e a tempestividade dos fluxos de caixa a fim de
se adaptar as circunstancias e oportunidades em mudança.
A informação de fluxos de caixa é útil na determinação da capacidade da entidade de gerar
dinheiro e seus equivalentes e facilitar aos utentes desenvolver modelos para determinar e
comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes entidades.
Os fluxos de caixa apresentados na demonstração são classificados em três grandes categorias:
3
Metodologia de Elaboracao dos Caixas [Livro] / autor Gil Antonio Pires Caiato e Primavera Martins. - Lisboa : Areas Editora, 2004.
51
3.3.3.1
ACTIVIDADES OPERACIONAIS;
A quantia de fluxo de caixa proveniente de actividades operacionais é um indicador chave da
medida em que as operações da entidade geraram fluxos de caixa suficientes a fim de pagar
empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer novos
investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento.
As Actividades operacionais são as que constituem objecto das actividades operacionais da
empresa e outras que não sejam de considerar como actividade de investimento ou de financiamento.
3.3.3.2
ACTIVIDADES DE INVESTIMENTOS;
Compreendem os investimentos e desinvestimentos, isto é, os pagamentos respeitantes as
aquisições de imobilizações corpóreas e incorpóreas e de aplicações financeiras e os recebimentos provenientes de alienações de imobilizações corpóreas e incorpóreas e de aplicações
financeiras, bem assim, os juros e dividendos recebidos.
Actividades de Investimento compreendem a aquisição e alienação de imobilizações corpóreas e incorpóreas e aplicação financeiras não consideradas como equivalente de caixa.
3.3.3.3
ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO.
Compreendem os recebimentos provenientes dos empréstimos obtidos e da constituição ou
reforço de capital e os pagamentos respeitantes a amortização dos empréstimos obtidos e, bem
assim, os juros e dividendos pagos
As actividades de financiamento, ainda segundo a directriz, são as que resultam de alterações
na extensão e composição dos empréstimos obtidos e do capital próprio da empresa.
Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa provenientes de actividades operacionais usando
dois métodos:

O Método Directo: pelo qual são divulgados as principais classes dos recebimentos de
caixa bruto e dos pagamentos de caixas brutos.

Método Indirecto: pelo qual os resultado são ajustados pelo efeitos de transacções de
natureza que não sejam por caixa, de quaisquer diferimentos ou acréscimos de recebi-
52
mentos a pagamentos de caixa operacionais passados ou futuros, e itens de redito ou
gasto associados com fluxos de caixa de investimento ou de financiamento.
Desempenho Monetário
As demonstrações de Fluxos de Caixa, quando usadas juntamente com o restante das demonstrações financeiras, proporciona informações que facilitam aos utentes avaliar as alterações
nos activos líquidos de uma entidade, a sua estrutura financeira (incluindo a sua liquidez e
solvência) e a sua capacidade de afectar as quantias e a tempestividade dos fluxos de caixa a
fim de se adaptar as circunstancias e oportunidades em mudança. A informação de fluxo de
caixa é útil na determinação da capacidade da entidade de gerar dinheiro e seus equivalentes e
facilitar aos utentes desenvolver modelos para determinar e comprar o valor dos fluxos de
caixa futuros
53
3.4
TIPOS DE ANALISES FINANCEIRAS PARA SE OBTER O REAL VALOR
A análise funcional baseia-se no balanço funcional e no ciclo financeiro da actividade da
empresa. As necessidades de financiamento do ciclo de exploração, os recursos cíclicos que
lhe podem fazer face, o fundo de maneio e a tesouraria líquida são alguns dos temas a abordar
A análise patrimonial tem por objectivo detectar a capacidade que a empresa tem de satisfazer as suas obrigações de pagamento nas datas exigíveis e que se encontram registadas no
balanço. Esta análise permite-nos ajuizar se a estrutura esta equilibrada, visto que a empresa
terá de liquidar as origens de fundos que se vão tornando exigíveis com as aplicações de fundos que se vão tornando disponíveis.
A análise vertical, baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso
se calcula o percentual de conta em relação a um valor base. Um exemplo base, é achar o percentual da rubrica existências sobre o total do activo corrente. A análise vertical mostra a importância de cada conta em relação a demonstração financeira a que pertence e, através da
comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores,
permitindo inferir se há itens fora das proporções normais.
Analise Horizontal, baseia-se na evolução de cada conta de uma serie de demonstrações financeiras em relação a demonstração anterior e ou em relação a uma demonstração financeira
básica, geralmente a mais antiga da serie. Analise Horizontal mostra a evolução de cada conta
das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a
evolução da empresa.
Análise estática consiste em fazer análise sobre um único documento, visando apenas um
exercício económico.
Analise Dinâmica, consiste na análise não só das demonstrações financeira, assim como em
outros aspectos da empresa não constantes nas demonstrações financeiras em simultâneo.
Exemplo a questão do impacto do goodwill, o know-how que a empresa utiliza, o quadro funcional, etc.
54
Analise Benchmarking, este tipo de análise ocorre quando envolve a comparação dos índices
financeiros de diferentes empresas na mesma data. Ai, o interesse é no desempenho de uma
empresa em relação a outra do mesmo sector com preferência com os principais concorrentes
ou de um grupo de concorrentes que se deseja imitar4.
Benchmarking é uma técnica que consiste em acompanhar processos de organizações concorrentes ou não, que sejam reconhecidas como representantes das melhores práticas administrativas. É um processo de pesquisa contínua e sistemática, para avaliar produtos, serviços e métodos de trabalho, com o propósito de melhoramento organizacional, procurando a superioridade competitiva. Isto é, o benchmarking consiste na procura de melhores práticas de administração como forma de ganhar vantagens competitivas5.
O processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas é chamado de Benchmarking, e as referencias usadas é chamado de benchmark.
Análise com base na Projecção das D.Fs.
Esta análise consiste na projecção das demonstrações financeiras de acordo com dados das
demonstrações de anos anteriores. Faz-se uma análise do que se julga ser a empresa em um
período temporal superior a dois anos.
Esta análise devera ser feita no sentido de assessorar outras análises a que a empresa se predispor e mencionara ainda outros tipos de análises como as verticais, horizontais, a estática e a
dinâmica, também podem ser feitas sobre as demonstrações projectadas.
4
5
Principios de Administracao Financeira [Livro] / autor Gitman L. J.. - Sao Paulo : Pearson., (2007).
48 Ferramentas e tecnicas de Gerenciamento [Livro] / A. Baumotte Ana Claudia. - Sao Paulo/Brasil : Brasport, 2012. - Vol. 4ª Ediccao.
55
3.5
ANÁLISE DO VALOR FINANCEIRO DA EMPRESA ATRAVÉS DE ÍNDICES
Analisando a empresa unicamente pelos índices, também não estaríamos a dar o valor mais
correcto a ela, visto existirem outros aspectos importantes a que os índices não fazem referência. Assim, dos muitos aspectos a se levar em consideração, extraímos apenas 4 que achamos
fundamentais na análise e avaliação de uma empresa por intermédio dos seus índices de desempenho.
É chegada a ocasião de elucidar que para além do termo índices, outros actores utilizamos
designativos de indicadores, rácios, quocientes, coeficientes para já não falarem em Ratios.
Devemos esclarecer que o termo Ratios, não passa de ser o étimo latino do aportuguesamento
e modernização do vocábulo rácio, que recomendamos e afinal, tal termo latino significa razão ou quociente.
Ainda sobre suas definições, Rogério Fernandes Ferreira, defini índices ou rácios como sendo
a relação de quociente entre duas grandezas correlativas e típicas da situação da actividade ou
do rendimento, potencial ou efectivo, de uma empresa real, ideal ou de uma média de empresas.
Pereira Magro nos propõe este conceito definitório: rácio é uma relação ou quociente entre
duas grandezas correlacionadas e características de uma determinada situação, isto é, de elementos que tem entre si uma certa relação. Assim entende-se por índice como sendo a relação
ou razão entre duas grandezas pertencentes a um mesmo património.
56
CATEGORIA DOS ÍNDICES DE DESEMPENHO NA ANÁLISE DO VALOR EM BALANÇOS
Assim os indicadores necessários para a análise financeira adequada incluem no mínimo o
Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultados do Exercício.6
Balanço patrimonial
o Liquidez;
o Endividamento;
o Imobilizações.
Demonstrações de Resultados
o Margem de Lucratividade;
o Índice de cobertura de Juros com lucro operacional;
Balanço e Demonstrações de Resultados
o Rentabilidade;
o Rotatividade;
Mapa de Fluxo de Caixa,
o Índice de Cobertura de Imobilizado e juros.
De uma forma mais resumida, os índices de liquidez, actividade, e endividamento medem
risco e os índices de rentabilidade medem retorno e os valores do mercado medem tanto o
risco como o retorno.
6
Avaliacao de Empresas [Livro] / autor Santos Jose Odalio dos. - Sao Paulo : Editora Saraiva, 2005.
57
3.5.1 ÍNDICES DO BALANÇO PATRIMONIAL PARA ANÁLISE DO VALOR DA EMPRESA
Índice de liquidez
Mede a capacidade da empresa em gerar fundos para amortizar as despesas de curto e longo
prazo. Estes índices são vistos como bons indicadores de problemas de fluxos de caixa. Os
principais índices de liquidez são:
Índices de Liquidez Geral: que mede uma determinante da capacidade de endividamento de
uma empresa é a liquidez de seus activos. Um activo é líquido se puder ser prontamente convertido em caixa, ao passo que um passivo é líquido se tiver que ser pago no futuro próximo.
Desta forma, estamos em condições de dizer que o índice de liquidez geral mede a capacidade
da empresa pagar as obrigações totais de curto e longo prazo com os seus activos. Ela é calculada com a seguinte fórmula:
Índice de Liquidez Corrente: Compara os activos que se transformarão em caixa no prazo de
um ano com os passivos que serão devidos no mesmo período. Uma empresa em que este
índice seja baixo carece de liquidez no sentido de que não pode converter seus activos circulantes em caixa para honrar as obrigações vincendas.
Em vez disso, depende da receita operacional e de financiamentos externos. De modo geral,
ela mede a capacidade da empresa de saldar suas obrigações de curto prazo. É definido pelo
rácio dos activos circulante pelo passivo circulante.
Geralmente quanto mais alto for o valor do índice de liquidez corrente, mais a empresa é considerada líquida.
58
Índice de Liquidez Seca: É uma medida mais conservadora da liquidez. Ele é quase idêntico
ao índice de liquidez corrente com a diferença de que subtraímos do numerador o valor do
estoque. Isso porque muitas vezes não tem liquidez.
Em condições de emergência uma empresa ou seus credores poderão realizar pouco caixa a
partir da venda do estoque. Em vendas de liquidação de estoque os vendedores costumam
receber 40% ou menos, do seu valor contabilístico.
De modo geral este indicador mede a capacidade da empresa em pagar suas obrigações a curto prazo com as disponibilidades financeiras e contas a receber.
Esse índice exclui o estoque que é geralmente o activo circulante menos líquido.
Índice de Liquidez Imediata: Mede a capacidade da empresa em pagar suas obrigações a curto
prazo com suas disponibilidades financeiras, “caixa + aplicações financeiras”.
Índices de Endividamento
Indica o volume de dinheiro de terceiros usado para gerar lucro. Em geral, quanto mais capital
de terceiros é usado por uma empresa em relação a seus activos totais, maior sua alavancagem
financeira, isto é a ampliação do risco e do retorno introduzida pelo uso de financiamento a
custo fixo, como o obtido com a emissão de títulos de divida e acções preferenciais.
Quanto mais uma empresa servir-se de dívidas a custo fixo, maiores serão o risco e o retorno
dele esperado.
59
Índice de Endividamento Total: Mede a proporção dos activos totais financiados pelos credores da empresa. Quanto mais alto o valor desse índice, maior o volume relativo de capital de
outros investidores usados para gerar lucros na empresa. Ele é calculado da seguinte maneira:
Índice de alavancagem Financeira: Na física, uma alavanca é um dispositivo usado para aumentar a forca a custa de maior movimento. Em negócios, o mais comummente chamado de
alavancagem financeira, é um dispositivo que aumenta o retorno esperado pelos proprietários
as expensas de um maior risco.
Mecanicamente, a alavancagem financeira envolve a substituição do capital próprio por divida a longo prazo e, como essa divida traz despesas financeiras fixas, decorre que a alavancagem financeira aumenta a variabilidade do retorno dos proprietários. Ela é como uma faca de
dois gumes, que tanto aumenta o risco como o retorno dos proprietários.
Ele é calculado da seguinte fórmula:
De uma forma geral, ela mostra a proporção entre dívidas e capital dos proprietários no financiamento dos activos.
Índice de Endividamento Bancário a Curto Prazo: Mostra quanto os empréstimos bancários de
curto prazo representam percentualmente do total das dívidas de curto prazo.
Estes índices são considerados satisfatório quando se verifica que aumentos ou reduções de
endividamentos geraram contrapartida de aumento nas margens de lucratividade.
60
Índice de Imobilização: Mostra quanto de recursos não correntes (de longo prazo) esta aplicado em imobilizações. Calcula-se da seguinte fórmula:
Este índice somente é considerado satisfatório quanto se constata que investimento em activos
imobilizados estão gerando contrapartida de aumento na receita liquida de vendas, no lucro
operacional e nos fluxos líquidos de caixa - durante e após o período de recuperação do capital investido (período Payback).
Um Exemplo básico de que como faríamos a interpretação aos indicadores, e aqui considerando apenas o índice de liquidez geral que como vimos atrás mede a capacidade da empresa
gerar fundos para amortizar as despesas de curto e longo prazo. Logo a interpretação poderia
ser feito apresentando um tabela com os respectivos valore, logo a seguir o respectivo gráfico
de modos a tornar simples sua leitura para os não dominam números e finalmente então a respectiva interpretação mostrando o significado de cada dólar ou kuanza aplicado ou por se
aplicar.
Descrição
2010
2011
Índice de Liquidez Corrente
0,77
17,54
Índice de Liquidez Imediata
0,16
1,68
Índice de Liquidez Seca
0,28
8,10
Índice de Liquidez Geral
1,02
28,27
Tabela 2, Índices de liquidez, fonte; autor
61
Ilustração 5 Demonstração do Índice de liquidez
Indices de Liquidez
28,270
17,542
8,105
1,677
Indice de Liquidez
Corrente
Indice de Liquidez
Imediata
Indice de Liquidez Seca
Indice de Liquidez
Geral
Índice de Liquidez Corrente Para cada 1 kwanzas de divida contraída no curto prazo, a empresa tem a expectativa de converter 17,54 kwanzas em caixa. A situação melhorou em relação ao ano de 2010.
3.5.2 ÍNDICES DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS NA ANÁLISE DO VALOR
Margem de Lucratividade:
Mostra a capacidade da empresa gerar lucros em sua actividade.
Margem de Lucratividade Operacional “Rendibilidade Operacional das Vendas”; Mostra se a
empresa foi eficiente no período, gerando lucros na sua actividade operacional. Ela calcula-se
da seguinte forma;
Margem de Lucratividade Liquido “Rendibilidade Liquida das Vendas”
Mostra se a empresa foi eficiente no período, gerando lucro na sua actividade operacional e
após o pagamento do imposto de renda e dividendos.
62
A situação da empresa será sempre favorável quando se verifica aumento na receita líquida de
vendas e nas margens de lucratividade (Operacional e liquida). Deve-se destacar que a principal margem de lucratividade é a operacional, uma vez que esta directamente relacionada com
o risco do negocio ou seja com a capacidade da empresa de gerar facturamento superior aos
desembolsos de caixa.
Índices de Cobertura de JurosMostra a capacidade em gerar lucro operacional para cobrir as
despesas financeiras (juros) gerados em empréstimos bancários, e calculado pela fórmula:
Um Exemplo básico de que como faríamos a interpretação aos indicadores, e aqui considerando apenas o índice de lucratividade operacional que como vimos atrás mede a capacidade
da empresa gerar lucros em sua actividade. Logo a interpretação poderia ser feito apresentando um tabela com os respectivos valores, logo a seguir o respectivo gráfico de modos a tornar
simples sua leitura para os não dominam números e finalmente então a respectiva interpretação mostrando o significado de cada dólar ou kuanza aplicado ou por se aplicar.
Descrição
2010
2011
Margem Lucratividade Operacional
5,19%
2,06%
Margem Lucratividade Liquida
0,70%
0,93%
Tabela 3, Lucratividade, fonte; autor
63
Lucratividades
5,190%
2,060%
,700%
,930%
2010
2011
Margem Lucr./de Operacional
Margem Lucratividade Liquida
Ilustração 6 Indice de Lucratividade
Margem Lucratividade Operacional Para cada 1 kwanzas facturado, a empresa gerou um
retorno no negócio de 2,06% ou 0,0206 kwanzas. Tecnicamente, sua situação não foi das melhores visto a nível de lucratividade reduziu em relação o ano de 2010
3.5.3 ÍNDICES RETIRADOS ENTRE DO BALANÇO E AS DRE
Índice de Rentabilidade
Mostra o retorno obtido sobre o investimento realizado pelos supridores de capital.
Retorno Sobre o Investimento: (Return on Investiment “ROI”); Mensura a eficiência global
da empresa em gerar lucros com seus activos. Quanto mais alto for, melhor.
Retorno sobre o Património Liquido: (ROE return on equity RPL); mensura a eficiência global da empresa em gerar lucros sobre o investimento realizado pelos proprietários. Em geral
quanto mais alto for melhor para os accionistas.
64
Entre os investidores e gestores experientes, a medida mais popular de desempenho financeiro
é de longe, o retorno sobre o património líquido. Atribuímos tanta importância ao ROE porque ele é uma medida da eficiência com que uma empresa emprega o capital de seus proprietários.
É uma medida de lucro por dólar investido como capital próprio ou do retorno percentual sobre o investimento dos proprietários. De uma forma geral, o ROE mede quanto cada dólar
rende.
O ROE também pode ser calculado da seguinte forma7:
Ou ainda
Onde:
7
Analise para Administracao Financeira [Livro] / autor Higgins Robert C.. - Rio de Janeiro : McGraw Hill, 2007.
65
Isso mostra que a administração dispõe de três alavancas para controlar o ROI:
Os lucros que consegue espremer de cada dólar de facturamento, ou margem de lucros;
As vendas geradas com cada dólar de activo empregado ou giro do activo;
Montante de capital próprio usado para financiar o activo ou alavancagem financeira.
Assim o que quer que a administração faca para aumentar essas razoes também aumentara o
ROE.
A Margem de Lucro resume o desempenho da demonstração de resultados da empresa, indicando o lucro por kwanza/dólar de vendas.
O giro do activo resume a maneira como a empresa administra o lado do activo de seu balanço, indicando os recursos necessários para sustentar as vendas.
E a alavancagem financeira resume a administração do lado do passivo do balanço, indicando
o montante de capital próprio usado para financiar o activo.
Esta é uma prova reconfortante de que, apesar de sua simplicidade, as três alavancas efectivamente capturam os princípios elementos do desempenho financeiro de uma empresa.
A alavancagem financeira de uma empresa aumenta quando ela eleva a proporção do seu endividamento com relação ao capital próprio usado para financiar as actividades. Ao contrário
da margem de lucro e do índice de giro do activo, onde normalmente quanto mais, melhor, a
alavancagem financeira não é algo que a administração deseje necessariamente maximizar,
mesmo que isso possa elevar o ROE.
Pelo contrário, o desafio da alavancagem financeira é atingir um equilíbrio prudente entre os
benefícios e os custos do endividamento.
66
A análise isolada dos índices de rentabilidade pode mascarar a real situação financeira da empresa, uma vez que são calculados sobre o lucro líquido, que pode ser manipulado com a venda de activos produtivos para pagamento de despesas não operacionais. Nesse caso, o que se
recomenda é o cálculo da rentabilidade baseando-se no lucro operacional.
Um Exemplo básico de que como faríamos a interpretação aos indicadores, e aqui considerando apenas o índice de Retorno sobre o Investimento que mostra o retorno sobre o investimento realizado pelos supridores de capital. Logo a interpretação poderia ser feito apresentando um tabela com os respectivos valore, logo a seguir o respectivo gráfico de modos a tornar simples sua leitura para os não dominam números e finalmente então a respectiva interpretação mostrando o significado de cada dólar ou kuanza aplicado ou por se aplicar.
Descrição
2010
2011
Retorno Sobre o Investimento (ROI)
0,69%
2,40%
Retorno S/ o Patri. Liquido (RPL)
43,78%
2,49%
Tabela 4, Rentabilidade, fonte; autor
Gráfico1, Rentabilidade, Fonte: autor
Rentabilidade
43,780%
2,490%
2,400%
,690%
2010
2011
Retorno Sobre o Investimento (ROI)
Retorno S/ o Patri. Liquido (RPL)
Ilustração 7 ROI E RPL
Retorno S/ o Investimento (ROI) Para cada 1 kwanza investido por todos os supridores de
capital, a empresa gerou um retorno líquido de 2,4 % ou 0.024 kwanzas. Tecnicamente sua
situação melhorou em relação ao ano 2010.
67
Índices de Rotatividade
Os índices de Rotatividade medem a rapidez com que varias contas são convertidas em vendas e caixa, assim como a rapidez com que as dividas com os fornecedores são amortizadas.
Elas podem ser;
Prazo Médio de Estoque (PME): Mede o período médio de conversão do estoque em vendas.
Ela pode ser calculada de modos a serem determinadas as vezes em que o estoque gira ao longo do ano, ou ainda o tempo que o material faz da entrada no armazém ate a respectiva venda.
PME =
Estoque Final * Período
Custos Mercadorias Vendidas
Prazo Médio de Recebimento (PMR): Mede o período médio de conversão das duplicatas a
receber em caixa. É ainda o tempo médio que uma empresa leva a cobrar aos seus clientes
aquilo que lhes factura. É um prazo bastante importante, na medida em que enquanto uma
empresa vende e não recebe, está a providenciar um crédito ao cliente, e esse crédito é, na
óptica da empresa, algo que tem que ser financiado.
Assim, quanto mais baixo o prazo médio de recebimento, maior a eficiência da empresa nas
suas cobranças, e menor o dinheiro que tem que ter imobilizado no seu fundo de maneio.
O aumento do prazo médio de recebimento pode ser uma estratégia comercial da empresa,
visto que a concessão de crédito é uma forma de facilitar a venda, mas pode também constituir uma red flag, se indicar que a empresa está a encontrar dificuldades em vender e apenas o
consegue com um financiamento exagerado dos seus clientes. Um aumento do prazo médio
de recebimento também expõe a empresa a um maior risco de crédito dos seus clientes.
A fórmula para o prazo médio de recebimento é:
68
PMR =
Contas a Receber * Período
Receitas Liquidas Vendas
O prazo médio de recebimento pode variar de mês para mês, consoante a altura do ano e a
sazonalidade do negócio em que se encontra, sendo por exemplo normal um inchar deste prazo junto à época natalícia, por parte de fornecedores de empresas de retalho.
Prazo médio de pagamento (PMP): Mede o período de amortização das dívidas com fornecedores. É ainda o tempo médio que uma empresa leva a pagar aos seus fornecedores aquilo que
eles já lhe facturaram. É um prazo bastante importante, na medida em que enquanto uma empresa não paga aos fornecedores, estes estão-lhe a financiar a sua actividade.
Assim, quanto mais elevado o prazo médio de pagamento, maior a fatia da actividade da empresa que é financiadas pelos fornecedores, e menos o dinheiro que tem que ter imobilizado
no seu Fundo de maneio.
O aumento do prazo médio de pagamento pode ser uma estratégia da empresa até certo ponto,
desde que não interfira com as relações com os fornecedores, ou com as condições que estes
providenciam a nível de preço e disponibilidade. È também necessário que a empresa levem
em conta possíveis descontos de pronto pagamento, dos quais poderá estar a prescindir quando estica ao máximo os seus prazos de pagamento.
PMP =
Fornecedores * Período
Compras
O Prazo Médio de Pagamento pode variar de mês para mês, consoante a altura do ano e a sazonalidade do negócio em que se encontra.
Os três indicadores de rotatividade mostram uma situação favorável para a gestão de fluxos de
caixa, uma vez que tanto os estoque como as duplicatas a receber estão sendo convertidos em
vendas e caixa mais rapidamente. Por meio dos indicadores de rotatividade, calcula-se o ciclo
operacional e o ciclo financeiro do período.
Ciclo Operacional; Corresponde ao período médio que vai desde a aquisição da matéria-prima
ou mercadoria ate o recebimento da venda do produto acabado ou mercadoria.
69
Ciclo Operacional = PME + PMR.
Trata-se de um período médio em que são investidos recursos nas operações sem que ocorram
entradas de caixa correspondentes.
Ciclo Financeiro: Corresponde ao período médio que vai desde o pagamento aos fornecedores
ate o recebimento da venda do produto acabado ou mercadoria.
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMP
Quanto menor forem esses ciclos, melhor será a situação de caixa da empresa.
70
3.6 PRECAUÇÕES NO USO DA ANÁLISE DE ÍNDICES
Os índices que apresentam diferenças grandes8 em relação ao desejado, apenas indicam sintomas de alguns problemas. É necessária uma análise para se aprofundar as causas do problema. A análise de índices, apenas orienta a atenção para possíveis áreas de precauções; ela não
fornece evidências conclusivas da existência de um problema.
Um índice isolado geralmente não fornece informação suficiente a partir das quais se possa
julgar o desempenho geral da empresa. Julgamentos razoáveis só podem ser feitos quando se
usa um grupo de índices.
Se uma análise estiver voltada para alguns aspectos específicos da posição financeira de uma
empresa, entretanto, um ou dois índices talvez seja suficiente.
Os índices que estão a ser comparados, devem ser calculados com Demonstrações Financeiras
referente a mesma data do ano. Se isso não acontecer os efeitos de sazonalidade poderão levar
a conclusão e decisões erradas. Na realização das análises de índices, é preferível usar demonstrações financeiras auditadas.
Os dados financeiros que estão sendo comparados, devem ter sido produzidos da mesma maneira. O uso de tratamentos contabilísticos diferentes, especialmente em relação a estoque e
depreciação, pode distorcer os resultados da análise de índices, independentemente do tipo de
análise, em corte transversal ou em series temporais.
Os resultados podem ser distorcidos pela inflação, que pode fazer com os valores contabilísticos de estoque e activo sujeitos a depreciação difiram substancialmente de seus valores reais
(de reposição).
Dizer que a análise dos índices é muito usada por administradores, credores, reguladores e
investidores. Essencialmente, isto nada mais é que um processo elementar que envolve um
pouco mais do que a comparação de diversos índices da empresa.
8
Principios de Administracao Financeira [Livro] / autor Gitman L. J.. - Sao Paulo : Pearson., (2007).
71
Quando empregada com cautela e imaginação, essa técnica pode revelar muito a respeito de
uma empresa. é fundamental sabermos que a análise de um só índice pode ser enganoso, mas,
combinada com outros conhecimentos sobre a administração de uma empresa e sobre as condições económicas, a análise de índices pode ser reveladora.
Outra coisa a se ter em mente é que não há um único valor correcto para os índices. O facto de
ele ser bastante baixo ou alto, a sua análise depende do analista e da estratégia competitiva da
empresa. Como exemplo podemos obter a partir do índice de liquidez corrente que do ponto
de vista do credor a curto prazo, este índice de liquidez corrente elevado é sinal positivo que
sugere boa liquidez e alta probabilidade de recebimento da divida.
Mas para o proprietário da empresa pode ver o mesmo índice como um sinal negativo, que
sugere que os activos da empresa estão sendo usados de maneira por demais conservadora.
Alem disso do ponto de vista operacional, se tais índices forem elevados pode ser sinal de
uma administração conservadora ou o resultado de uma estratégia competitiva que enfatiza
condições de pagamentos liberais e estoque de porte considerável.
Neste caso, a pergunta a ser feita não é se o índice é elevado ou baixo demais, mas se a estratégia escolhida é ou não a melhor para a empresa. A maneira mais útil de avaliar os índices
envolvem a análise de tendências que consiste no cálculo dos índices de uma empresa para
diversos anos e observe como eles mudam com o passar do tempo. A análise de tendência
evita a necessidade de comparação entre empresas e outros sectores, permitindo que o analista
extraia conclusões mais firmes sobre a saúde financeira da empresa e sua variação ao longo
do tempo.
A informação contida nas Demonstrações Financeiras é de extrema importância, assim, a análise dos índices, não implica somente o cálculo de um determinado índice, mas acima de tudo
a respectiva interpretação do valor dado. Essa interpretação pode ser feita de forma transversal ou temporária.
72
4 ACTIVOS INTANGÍVEIS E O VALOR DAS EMPRESAS
Activo intangível é um activo não monetário identificável sem substancia física; São recursos
não materiais controlados pela empresa, capazes de trazer benefícios futuros aos negócios.
Estes activos não estão reflectidos nas demonstrações financeira mas se transformam em benefícios quando estão associados a actividade operacional da empresa.
As entidades gastam com frequência recursos, ou incorrem em passivos, pela aquisição, desenvolvimento, manutenção ou melhoria de recursos intangíveis tais como conhecimentos
científicos ou técnicos, concepção e implementação de novos processos ou sistemas, licenças,
propriedade intelectual, conhecimento de mercado e marcas comerciais. Exemplo de patentes,
copyrights, filme, listas de clientes, direito de hipoteca, licenças de pesca, quotas de importação, franchises, relacionamento com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, quotas
de mercado e direitos de comercialização. Cfr Normas internacionais de relato financeiro p.
1198.
MARCA
A marca é elemento fundamental na valorização da empresa, deixa dizer que a marca tem
como principal propriedade concentrar em si o efeito de percepção gerado por muito dos demais intangíveis administrados pela organização tais como a sustentabilidade, inovação, etc
etc.
Um exemplo simples e chique é o da Coca-Cola. Nos últimos levantamentos, de 2012, da
consultoria inglesa interbrand, a colocou como a marca mais valiosa do mundo, avaliada em
Usd 77,839 bilhões – valor atribuído aos chamados activos intangíveis, como reconhecimento
da Marca e reputação.
73
Ilustração 8 Diferença entre os tangíveis e intangíveis
Coca - Cola
Valor
Contabilistico:
30%
Valor dos
Intangiveis:
70%
Nas economias actuais, a vantagem aumenta não para a empresa com as maiores fábricas ou
com o maior capital, mas para aquela que faz o melhor trabalho de administração de seus activos intangíveis
Dizer que vai existir sempre uma diferença entre os valores contabilísticos e os justos valores
de aquisição das empresas, a esta diferença também vão atribuir aos activos intangíveis como
os já conhecidos como as marcas, patentes, etc.
Prova disso encontramos na empresa já mencionada Coca-Cola, que para a Economatica,
sistema de análise de investimentos em acções, o valor de mercado da Coca-Cola era de 6.28
vezes o equivalente a seu balanço contabilístico, avaliado em 135 bilhões de dólar, em meados de 2008; um outro caso como a Pfizer, que em 2001 o valor de mercado era 18.2 vezes
maior que seu valor contabilística.
No livro do americano Thomas A. Stewart, intitulado capital humano, este compara IBM e a
Microsoft alegando que enquanto a primeira tem volume de vendas maiores, a segunda é mais
valiosa, uma vez que em 1996 enquanto a IBM possuía usd 16 bilhões em bens moveis, fabricas e equipamentos.
A Microsoft somava Usd 930 milhões, mas seu valor de vendas traduzido pelos papéis negociados na bolsa, superava em muito a oponente. Desta feita, quer a Microsoft ou a Wal-Mart e
a Toyota, não se tornaram uma grande empresa por ser mais rica que a IBM, ou seja: “havia
74
algo muito mais valioso do que os activos físicos ou financeiros, estes tinham capital Intelectual” (Stewart, 1998)
Hoje o valor humano faz parte dos elementos essenciais que elevam as marcas, fruto do conhecimento que estas apresentam de acordo com a natureza de cada empresa, a capacidade de
inovação, o próprio processo produtivo em si, a capacidade de se comunicar, conquistar e
reconquistar clientes, e outros elementos na rubrica de terceiros.
De uma forma geral, dizer que o activo intangível só terá valor quando é percebido pelos stakeholders da corporação. Ainda assim, de um lado é um activo, por ter seu valor reconhecido,
mas de outro é intangível, por ser de difícil mas não impossível qualificação e quantificação.
Nas economias actuais, as empresas são de uma forma geral informação, ela vende já a partir
da sua marca, atendimento, apresentação, etc.
As empresas hoje não são de ferro ou de alumínio, tudo isso é pretexto; o que conta e é transformável em dinheiro é o “conhecimento”, e não a “coisa”. É a logística, os novos formatos e
modelos de negócios, os relacionamentos corporativos e a governança, que infelizmente não
aparece nas contabilidades.
De acordo com estudos feitos pela DOM Strategy Partners, consultoria brasileira focada em
estratégias corporativas e especializadas em Gestão de Activos Intangíveis, empresa de educação e capacitação possuem 59% de seu valor nos intangíveis, enquanto as empresas do sector de tecnologias da informação tem 53%, internet 68%, e moda 77%. Este estudo define que
de uma forma geral;
Tabela 5 Activos intangíveis gerais
NATUREZA DA EMPRESA
PERCENTAGEM
Petroquímica
25%
Grossistas e Distribuição
26%
Aviação
31%
Financeiras
42%
Consultorias e Serviços Profissionais
61%
Saúde
36%
Seguros
32%
75
Ainda sobre a DOM, Strantegy Partner, os activos intangíveis subdividem-se em duas partes:
Activos de geração de valor, aonde vamos encontrar; marcas, Inovação e Capital intelectual,
e activos de protecção de valor, aonde encontramos como segurança da informação, gestão
de risco e governanca corporativa. Assim é fundamental compreender-se a natureza da relevância (valor e materialidade) de determinado intangível para a estratégia de determinada
empresa.
O site G1, fez sair uma relação das marcas mais valiosas a nível do mundo a saber:
9
“A Coca-Cola é a marca mais valiosa do mundo, de acordo com o 13º relatório anual de Me-
lhores Marcas Globais da Interbrand, divulgado nesta terça-feira (2). Desde que a consultoria
de marcas passou a fazer o levantamento, a empresa lidera o ranking.
Na sequência, o sector de tecnologia domina o ranking, com Apple em segundo lugar, seguida
de IBM, Google e Microsoft.
Tabela 6 Valorização dos Activos Intangíveis
Valor de
Marca
Classificação
Classificação
em 2012
em 2011
Sector
marca (em
bilhões de
US$)
Variação de
valor de
marca
Coca-Cola
1º
1º
Bebidas
77,839
8%
Apple
2º
8º
Tecnologia
76,568
129%
IBM
3º
2º
Serviços de
75,532
8%
negócios
9
Google
4º
4º
Tecnologia
69,726
26%
Microsoft
5º
3º
Tecnologia
57,853
-2%
GE
6º
5º
Diversificado
43,682
2%
Informações retiradas do site G1 – Economia, Midia e Marketing
76
Valor de
Marca
Classificação
Classificação
em 2012
em 2011
Sector
marca (em
bilhões de
US$)
Variação de
valor de
marca
McDonald's
7º
6º
Restaurantes
40,062
13%
Intel
8º
7º
Tecnologia
39,385
12%
Samsung
9º
17º
Tecnologia
32,893
40%
Toyota
10º
11º
Automóveis
30,280
9%
A Apple saltou da oitava posição, em 2011, para a vice-liderança graças a “vendas excelentes
tanto nos mercados já desenvolvidos quanto nos mercados emergentes, no ano passado”, destaca a Interbrand. A companhia apresentou crescimento de 129% no valor de sua marca entre
o relatório de 2011 e o divulgado nesta terça.”
Alem das marcas, outros intangíveis devem se levar em consideração, a saber:
SUSTENTABILIDADE
O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar;
conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos
naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afectar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas".
"Sustentável" significa apto ou passível de sustentação, já "sustentado" é aquilo que já tem
garantida a sustentação.
Crescimento sustentado refere-se a um ciclo de crescimento econômico constante e duradouro, porque assentado em bases consideradas estáveis e seguras. Dito de outra maneira, é
uma situação em que a produção cresce, em termos reais, isto é, descontada a inflação, por um
período relativamente longo.
77
Gestão sustentável é a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país,
através de processos que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e
financeiro.
Nisso, importa considerar o que a empresa tem feito relativamente a este processo, uma vez
que se trata de um indicador não constante nos elementos contabilisticos ou demostracoes
financeiras.
PORTFOLIO
É importante que se faca uma analise do portfolio da empresa, esta que corresponde ao conjunto de projectos e/ou programas e outros trabalhos que são agrupados para facilitar a gestão
eficaz a fim de atender aos objectivos de negócios estratégicos.
Não mais novidades para ninguém a possibilidade de ganharmos mais se nos preocuparmos
com a imagem, a reputação, o conhecimento, a Inovação intrínseca e a actividade de nossa
marca. Isso vale para as empresas, para os países e para as pessoas. Quanto vale ter seus investimentos administrativos pelo génio das finanças Warren Buffet? Muitíssimo. Como é óbvio, marcas fortes e desejáveis são cominhos mais sólidos para futuros mais confortáveis.
A marca, é um intangível que as vezes parecem tangíveis quando pensamos que é praticamente sinónimo de fluxos de caixa estável e elemento capaz de gerar o tão perseguido lucro sustentável. Marcas fortes vendem mais, gera mais lucro, atrai mais investidores, capitaliza mais
empresa e reduz o risco global da companhia, pois haverá menos volatilidade de resultados.
Alem dos impactos directos nos resultados, uma marca saudável provoca reacções positivas
nos diferentes stakeholders:

Os investidores negociam papéis de marca proeminentes com mais frequência;

Consumidores criam uma relação pessoal com Marcas que traduzem seu estilo de vida;

Funcionários trabalham com mais empolgacao para marcas mais reconhecidas;

Fornecedores e demais parceiros acabam tendo mais confiança em empresa cujo a
marca é conhecida.
78
5 PROJECÇÕES E O VALOR DAS EMPRESAS
O método a utilizarmos para a valorização das empresas na vertente de projecções, será o
“PROJECÇÃO COM MÉTODO DAS PERCENTAGENS DE VENDAS”
Este tipo de valorização das empresas, caracteriza-se em se fazer um estudo profundo das
demonstrações financeiras em exercícios económicos posteriores, ou seja permite-nos ter uma
ideia do que será a empresa em próximos anos se tivermos em consideração as últimas demonstrações financeiras verificadas pela empresa.
O método das percentagens de venda, é baseado na previsão do facturamento expresso como
uma taxa de crescimento anual da receita líquida. Preferencialmente utilizar os últimos anos
contabilísticos de modos a se ter informações actualizadas.
Trata-se de um método simples uma vez que o cálculo baseia-se nas percentagens representadas pelas contas do activo e passivo do ano ´t0` sobre as receitas líquidas de ´T1`. Para o cálculo da mesma, podemos utilizar taxas históricas ou taxas arbitrarias desde que se aproximam
a realidade da empresa.
Assim, e partindo já para a parte pratica, considerando uma empresa com as seguintes vendas
anuais teremos:
Tabela 7 Vendas Liquidas de Anos anteriores
Anos
Vendas Projectadas
2010
35.119.000.000,00 Usd
2011
46.542.000.000,00 Usd
2012
48.017.000.000,00 Usd
Para o calculo da media histórica, fazemos o somatório das vendas liquidas verificadas nos
três exercícios económicos dividindo pelo numero de anos a que se esta a considerar. Assim
teremos:
79
Tabela 8 Percentagem de venda
Descrição
%
Ano 2011/2010
1,325266
Ano 2012/2011
1,031692
Media
1,178479
Uma vez verificada a média de crescimento das vendas, vamos então criar um percentual de
venda projectada que a título de segurança, devera ser inferior a média de crescimento determinada pela respectiva empresa. Ou seja se a media histórica é 1.178479, vamos considerar
aleatoriamente para nossos cálculos de projecção a média 1.16% tendo reduzido um percentual de 0,018.
Mencionar ainda que também podermos considerar a par deste método uma media de mercado, caso o mercado tenho este elemento disponível por organizações que velam pelas estatísticas nacionais.
Logo, para vendas projectadas dos 3 anos seguintes teremos:
Tabela 9 Vendas Projectadas
Anos
2013
2014
2015
Vendas Projectadas
55.699.720.000,00 Usd
64.611.675.200,00 Usd
74.949.543.230,00 Usd
Assim, na sequência da projecção de valores, utiliza-se a análise que vai compreender a participação percentual histórica do valor das contas do activo e do passivo sobre o valor da receita líquida.
Assumindo que a participação percentual das contas patrimoniais do ano 3 sobre a receita
líquido do ano 3, representa uma estimativa satisfatória para a projecção, facilmente calculados os valores do balanço patrimonial para os períodos 2015 e 2016.
Um típico exemplo tem para obter a contas a receber do ano de 2014, teríamos:
80
Este método continuara para as rubrica todas quer do activo como do passivo de médio e longo prazo. Relativamente ao capital próprio, consideraremos um valor correspondente a diferença entre o activo e o passivo. Assim pela diferença, determinaremos o coeficiente fruto da
distribuição do somatório do capital próprio e logo as seguir, multiplicar o coeficiente pela
diferença encontrada.
Exemplo: supondo que da diferença entre total de activo e total de passivos obtivemos o
1.000.000,00 aonde:
Tabela 10 Projecção do Capital Próprio
Capital Social
500.000,00
500.000,00/1.000.000,00
25.000,00
25.000,00/1.000.000,00
Resultados Transitados
300.000,00
300.000,00/1.000.000,00
Resultado do Exercício
175.000,00
175.000,00/1.000.000,00
Reservas
Património Liquido
1.000.000,00
-
Após este passo, teremos então os respectivos coeficientes que deverão ser multiplicados a
diferença dos activos e passivos do ano a que se esta a fazer a respectiva projecção.
Considerando que o valor da diferença do ano seguinte entre os activos e passivos forem de
1.600.000,00 Akz, teremos:
Tabela 11 Valores do património liquido projectado
Valores do Ano
Contas
Ano Base
Coeficiente ano base
Seguinte (Ano
Projectado)
Capital Social
500.000,00
0,5000
800.000,00
25.000,00
0,0250
40.000,00
Resultados Transitados
300.000,00
0,3000
480.000,00
Resultado do Exercício
175.000,00
0,1750
280.000,00
1.000.000,00
1,000
1.600.000,00
Reservas
Património Liquido
81
6 CONCLUSÃO
Mencionar que apesar de tudo, não temos fórmulas de como calcular o activo de cada organização, logo a valorização devera ser feito em estimativa, devera atribuir-se um valor estimado
da intangibilidade motivo que faz com sua perfeição relativa a valorização das organizações
nunca chega a 100%
82
7 RECOMENDAÇÕES
Mais do que nunca, sabemos a importância da analise de indicadores no departamento financeiro de uma empresa, precisando para isso que técnicos capacitados calculem indicadores, de
modos a fornecer informações credíveis e actualizadas aos stakeholder, sponsor e outros utentes da informação financeira.
Recomendamos as empresa a analise de indicadores de modos sabermos os pontos fortes e
fracos da empresa, na vertente financeira e económica.
Recomendamos também que antes mesmo que se faca uma analise de indicadores, antecipar a
analise com breves introduções sobre as massas patrimoniais e suas rubricas e só depois então
partir para os indicadores, por se tratar de elementos complexos de compreensão para pessoas
com poucos conhecimentos em finanças.
83
REFERÊNCIAS
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HIGGINS, Robert C. Análise para Administracao Financeira [Livro]. Rio de Janeiro: Mc
Graw Hill, 2007.
SANTOS, José Odálio dos. Avaliação de Empresas [Livro]. Sao Paulo : Saraiva, 2005.
RODRIGUES, Antonio Borges Azevedo. Elementos de Contabilidade Geral [Livro]. Luanda: Areas Editoras, 2007.
SOLNIK, Bruno. Gestao Financeira [Livro]. Lisboa: Europa _America Economia e Gestao,
1995.
MAGRO, J. L. Manual de Contabilidade Angolano [Livro]. Porto: Uniarte Grafica, 2008.
GIL, Antonio Pires Caiato; MARTINS, Primavera. Metodologia de Elaboração dos Caixas
[Livro]. Lisboa: Areas Editora, 2004.
NABAIS, Carlos e Francisco e Francisco. Prática Contabilística I [Livro]. Lisboa: Lidel,
2005.
NABAIS, Carlos. Prática Financeira [Livro]. Porto: Lidel, 2009.
GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira [Livro]. Sao Paulo: Pearson, 2007.