AVALE-EB na Aprendizagem de Variabilidade: avaliação
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AVALE-EB na Aprendizagem de Variabilidade: avaliação
AVALE-EB na Aprendizagem de Variabilidade: avaliação com foco na usabilidade Eliene Costa dos Santos Amorim1 GD12 – Ensino de Probabilidade e Estatística O objetivo geral desse projeto é avaliar a usabilidade do Ambiente Virtual de Apoio ao Letramento Estatístico para a Educação Básica (AVALE-EB) para a aprendizagem do conceito de variabilidade por alunos da Licenciatura em Matemática, a partir de uma Sequencia de Ensino (SE) denominada Planeta Água. Esta avaliação encontra-se ancorada teoricamente nas ideias provenientes da Ergonomia Cognitiva e no modelo epistemológico proposto por Garfield e Ben-Zvi. Os instrumentos utilizados serão: questionário de perfil, Tarefas de eficácia e satisfação, teste de sondagem, e as tarefas da SE Planeta Água, que discutem a variabilidade no contexto das contas de consumo de água dos alunos. Os dados serão coletados das seguintes formas: produção escrita dos alunos, filmagens, captura das telas geradas no AVALE-EB e áudio gravação dos diálogos. Os resultados do questionário de perfil serão analisados de forma qualitativa, as Tarefas de eficácia e satisfação serão avaliadas utilizando os princípios de Design, e as respostas dos alunos ao teste de sondagem e as tarefas da SE serão categorizados de acordos com os níveis de resposta da Taxonomia SOLO. Espera-se que o AVALE-EB apresente usabilidade aceitável para a aprendizagem do conceito de variabilidade, e, portanto uma melhor condição interfacial entre os alunos e esse conceito. Por fim, espera-se que essa pesquisa possa propiciar reflexões em torno das vantagens do uso de materiais auxiliares para a aprendizagem de conceitos estatísticos, com vistas ao desenvolvimento do letramento estatístico, do espírito científico e da formação de cidadãos críticos. Palavras-chave: AVALE-EB. Usabilidade. Variabilidade. Sequência de ensino. 1. Introdução Atualmente são vinculadas, muitas informações estatísticas na mídia, que nos exige processá-las e interpretá-las de maneira adequada para elaborar conjecturas e tomar decisões. Visando atender essa demanda, é recomendável que no ensino de Estatística o professor procure abordar os conceitos visando habilitar os alunos com ferramentas que o permitam compreender o teor dessas mensagens, avaliá-las, interpretá-las criticamente, e assim sendo, oportunizando que os alunos adotem posicionamentos mais conscientes. No Brasil já existe um reconhecimento de natureza oficial quanto à importância da abordagem de conteúdos estatísticos no contexto escolar, visto que, estes passaram a ser incluídos como sugestões para serem trabalhados, nos currículos estaduais de Matemática da Educação Básica a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1997, 1998, 2002). No entanto, a inserção desses conteúdos no ambiente 1 Universidade Estadual de Santa Cruz, e-mail: [email protected], orientadora Profa Dra Verônica Yumi Kataoka e co-orientadora Profa Dra Aida Carvalho Vita. escolar se depara com dificuldades relacionadas, por exemplo, à formação dos professores de Matemática como evidenciado nas pesquisas de Cazorla e Santana (2010), Godino, Batanero e Flores (1998), Mendes e Brumatti (2003), Kataoka et al. (2011), dentre outras. Esses pesquisadores discutem que, as dificuldades associadas à formação dos professores de Matemática para o ensino de Estatística, incluem desde insuficiência de carga horária para aprendizagem dos conceitos, ainda nos cursos de Licenciatura em Matemática, passando pela aprendizagem desses estudantes, de forma descontextualizadas, com o uso excessivo de fórmulas e ausência de materiais didáticos, como software educacionais que os auxiliem, até insuficiência de abordagens de temas relacionados à didática da Estatística. Batanero et al (2008) realizaram também um estudo para investigar a formação dos professores de Matemática para o ensino de Estatística, e concluíram que muitos desses professores admitem não estar bem preparados para abordar esse conteúdo e consequentemente, sanar as dificuldades apresentadas por seus alunos. Verificaram também que há poucas pesquisas relacionadas à didática da estatística, sendo que, o resultado das que se encontram disponíveis, sugerem que o conhecimento pedagógico do professor em relação à Estatística é insuficiente. A preocupação com questões relacionadas ao ensino de Estatística, envolvendo as citadas anteriormente e outras mais, motivaram em 2008, um grupo de pesquisadores (Educadores Estatísticos, Cientistas Computacionais e Professores da Educação Básica) a reunir-se para desenvolver o Ambiente Virtual de apoio ao Letramento Estatístico (AVALE) para auxiliar os professores no ensino de Probabilidade e Estatística na Educação Básica. A partir de 2011, esse ambiente passou a ser denominado Ambiente Virtual de apoio ao Letramento Estatístico para a Educação Básica (AVALE-EB). O AVALE-EB é um ambiente de aprendizado que disponibiliza Sequências de Ensino (SE) de Probabilidade e de Estatística, tendo como objetivo contribuir para o letramento estatístico e pensamento científico e encontra-se disponível na internet (www.avale.iat.educacao.ba.gov.br) com livre acesso para a comunidade em geral. Os pesquisadores do AVALE-EB vêm aplicando as SE, com intuito de validá-las com alunos de diferentes séries escolares, inclusive alunos cegos, bem como alunos de Graduação, como, por exemplo, os da Licenciatura em Matemática, e os de Pós- graduação. Mas entendemos que neste processo de validação das SE, seja importante direcionar o foco para avaliar o ambiente como um todo a partir do conceito ergonômico de usabilidade para aprendizagem de diferentes conceitos estatísticos, visando adequar este ambiente virtual para uma melhor condição interfacial, servindo assim de instrumento mediador entre o aluno e esses conceitos. Dentre os conceitos estatísticos abordados nas SE do AVALE-EB, destacamos a variabilidade por concordar com pesquisadores, como, por exemplo, Wild e Pfannkuch (1999), Shaughnessy (2006), Garfield e Ben-Zvi (2008) que reconhecem a importância deste conteúdo para a existência da Estatística condicionada à variação nos dados, considerando assim como sendo a ideia fundamental da Estatística. Mas, apesar destas constatações, ainda é um tema pouco abordado dentro da escola, sendo insuficientes as produções acadêmicas com esta temática, conforme afirma Silva (2007). Além disso, de acordo com Garfield e Ben-Zvi (2008) as dificuldades que os alunos têm em raciocinar sobre a variabilidade, não residem na aprendizagem do cálculo de medidas formais de variabilidade, mas na compreensão de diferentes representações dos conceitos envolvidos nesses cálculos, assim como nas relações destes, com outros conceitos estatísticos. Nesse contexto, temos como objetivo geral neste projeto avaliar a usabilidade do AVALE-EB para aprendizagem do conceito de variabilidade por alunos do curso de Licenciatura em Matemática de uma universidade pública do estado da Bahia. Para tal, utilizaremos a SE Planeta Água, que aborda este e outros conceitos estatísticos, além de propiciar a discussão sobre o uso consciente deste recurso natural. Como objetivos específicos, estabelecemos: verificar a eficácia do AVALE-EB para a aprendizagem de variabilidade; analisar a eficiência do aluno na resolução de tarefas envolvendo o conceito de variabilidade mediada pelo AVALE-EB; bem como investigar a satisfação do aluno no uso do AVALE-EB durante a aplicação das tarefas da SE Planeta Água. No próximo tópico, destinado às informações relacionadas ao aporte teórico utilizado, detalharemos como estamos entendendo o conceito de usabilidade, e, por conseguinte, os conceitos de eficácia eficiência e satisfação. 2. Fundamentação Teórica A avaliação que pretendemos desenvolver no AVALE-EB para aprendizagem de variabilidade encontra-se ancorada teoricamente nas ideias provenientes da Ergonomia Cognitiva e no modelo epistemológico proposto por Garfield e Ben-Zvi (2005), conforme explicitamos e discutimos a seguir. 2.1 Ergonomia Cognitiva A princípio a Ergonomia foi desenvolvida voltada para os ambientes industriais com o objetivo de aumento da produtividade, porém, com o passar do tempo, surgiu a preocupação com outros aspectos relacionados ao trabalho, como os físicos e psicológicos que, em longo prazo passaram a influenciar no desempenho dos trabalhadores. Segundo Fialho e Santos (1995), a Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia. A abordagem ergonômica passou a considerar também o aspecto do conforto, agregando alguns domínios, dentre eles, destaca-se o da Ergonomia Cognitiva. Para Canãs e Warens (2001) a Ergonomia Cognitiva visa analisar os processos cognitivos envolvidos na interação. De acordo com a IEA- International Ergonomics Association2 (2010), a Ergonomia cognitiva se refere aos processos mentais com capacidade para afetar as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Dentre os tópicos que aborda, um em específico nos interessa para o momento: o que diz respeito à interação Humano/computador do qual, a usabilidade é uma de suas propriedades responsável por conferir qualidade a um software pelas possibilidades associadas ao seu uso. “A usabilidade se refere à relação estabelecida entre usuário, tarefa, interface, equipamento e demais aspectos do ambiente no qual o usuário utiliza o sistema” (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2007) Ainda quanto à usabilidade, facilidade de uso ou uso amigável do artefato, máquina ou sistema ou ainda o tratamento de uma interface de acordo com Dul e Weerdmeester (2004) é necessário considerar as características e necessidades do usuário para que as operações sejam satisfatórias e eficientes; em nosso caso a análise do ambiente virtual AVALE-EB deverá investigar as necessidades dos alunos durante o processo de aprendizagem de conceitos de variabilidade. 2 Associação Internacional de Ergonomia (IEA) Além disso, os autores citados consideram imprescindível que o diálogo entre o usuário e a máquina seja compatível com a tarefa, isto é seja controlável por estar ao nível de instrução do usuário, adaptável à aprendizagem. A usabilidade é um conceito ergonômico definido pela ISO 9241-11 (1998) a partir de três aspectos distintos: (i) eficácia ou efetividade, que diz respeito à capacidade que os sistemas conferem a diferentes tipos de usuários para alcançar seus objetivos com qualidade; (ii) eficiência, que se refere à qualidade de recursos, tais como tempo, esforço físico e cognitivo que o sistema solicita aos usuários para obtenção de seus objetivos; (iii) satisfação, que trata da emoção que os sistemas proporcionam aos usuários em face dos resultados obtidos e recursos necessários para alcançá-los. Nesse sentido, retomando os objetivos específicos do nosso projeto, avaliaremos a eficácia, eficiência e satisfação, portanto, a usabilidade do AVALE-EB. 2.2 As ideias sobre Variabilidade por Garfield e Ben-Zvi (2005) Neste trabalho assumimos um entendimento para variabilidade que foi proposto por Reading e Shaughnessy (2004) e Silva (2007), como se referindo à característica que é observada, propensa a variar ou mudar, enquanto que, a variação será a descrição ou medida dessa característica. Os princípios norteadores para a análise das tarefas da SE Planeta Água que aplicaremos se aportam no modelo epistemológico de Garfield e Ben-Zvi (2005) que propõe um conjunto de ideias agrupadas em categorias, consideradas como blocos de construção para o “entendimento profundo” do conceito de variabilidade. Por “entendimento profundo”, admitem aquele que, proporciona estabelecer relação entre o conhecimento existente e outros adquiridos, habilitando o sujeito a resolver situações da vida real, levando em consideração os diferentes contextos. Para Garfield e Ben-Zvi (2005) as ideias contidas em seu modelo são indicadas como forma de parâmetros, para permear todo o currículo de estatística, sob diferentes pontos de vista, contextos e níveis de abstração criando uma complexa teia de interligações, (não linear) de onde deve emergir o aprofundamento em torno do conceito de variabilidade. A descrição dos sete componentes do modelo propostos por Garfield e Ben-Zvi (2005) pode ser observada no Quadro 1. Quadro1- Ideias presentes nos tópicos do modelo de Garfield e Ben-Zvi (2005). Desenvolvendo ideias intuitivas de variabilidade Descrevendo e representando variabilidade Usando variabilidade para fazer comparações Reconhecendo variabilidade em tipos especiais de distribuições A ideia relacionada a este componente é que o indivíduo precisa reconhecer que a variabilidade está em toda parte. Diferente da variação tomada de forma pontual, como uma combinação de centro e valores extremos, a variabilidade deve ser entendida como a característica global de um conjunto de dados. Deve perceber que há variações nas medições repetidas da mesma variável feitas por uma mesma pessoa e por outro lado, diversas medições efetuadas para uma determinada característica escolhida para análise, efetuada por diversas pessoas também apresentam variações. Este componente está associado às formas de representação da variabilidade seja gráfica ou através de medidas resumo de dispersão. A representação gráfica pode revelar aspectos diferentes da variabilidade de um conjunto de dados. Devem-se conhecer diferentes tipos de representações para poder decidir sobre qual é o mais adequado. Comparações de mais de um conjunto de dados, por sua variabilidade podem ser realizadas tanto graficamente, como utilizando as medidas de centro associadas a respectivas medidas de variação. Ao analisar a variabilidade é importante observar e fazer distinção sobre duas situações envolvendo variabilidade: a que ocorre dentro de um grupo, nesse caso, a atenção é voltada para a variabilidade de um ou mais conjunto de dados. Como também, a existente entre os grupos, que diz respeito à variabilidade das medidas utilizadas para resumir e comparar os conjuntos de dados. A Distribuição Normal é um desses tipos especiais, e nela, o valor da média e o desvio padrão fornecem informações úteis e específicas sobre os dados observados. Para os casos de distribuições bivariadas o conhecimento de como ocorre sua variabilidade torna-se necessário, por exemplo, para compreender a relação entre as variáveis envolvidas. padrões de em modelos Diz respeito à possibilidade de julgar quanto um modelo elaborado se ajusta a outro padronizado a partir da verificação da variabilidade entre eles. Quanto maior a variabilidade do modelo elaborado, este estará mais distante do padronizado ou vice versa. Usando variabilidade para prever amostras aleatórias ou resultados Este componente resume os anteriores, chamando a atenção para a necessidade de se considerar a variabilidade em investigações estatísticas, que deve se discutida, tendo em mente que, há variações nos dados que advém do processo de produção dos mesmos, o que se deve tentar explicar. Identificando variabilidade ajustados Dentre esses componentes, verificamos que as tarefas da SE Planeta Água atendem o desenvolvimento de ideias intuitivas de variabilidade; a descrição e representação da variabilidade; a utilização da variabilidade para fazer comparações e consideram a variabilidade como parte do pensamento estatístico, ou seja, esses componentes são compatíveis com esta pesquisa e dizem respeito ao nível de conhecimentos básicos esperados por cidadãos em sociedade. 3. Procedimentos Metodológicos Para atender aos objetivos estabelecemos que esta pesquisa seja de cunho qualitativo, caracterizando-se conforme Gil (1998) por ser um estudo exaustivo e profundo de um ou poucos objetos, com perfis claramente definidos, permitindo seu amplo e detalhado conhecimento. 3.1 Sujeitos do Estudo Dez alunos voluntários que estejam frequentando o primeiro ou segundo semestre do curso de Licenciatura em Matemática, ou, outro semestre, desde que não tenham cursado as disciplinas relacionadas à Estatística. 3.2 Instrumentos Consideramos como instrumentos nessa pesquisa: um questionário de perfil, e para avaliarmos o AVALE-EB uma lista de verificação ou um Ergolist que nos permitirá conhecer o índice de aplicabilidade e conformidade, isto é, a usabilidade deste ambiente. O questionário de perfil do aluno será composto de questões envolvendo a identificação socioeducacional, como idade, gênero, se trabalha ou não, entre outros; e questões do conhecimento estatístico, como a utilidade da Estatística no cotidiano do aluno, e os conceitos estatísticos que os alunos já vivenciaram ou se lembram (média, moda, mediana, desvio padrão, entre outros). Quanto ao Ergolist, observando que o AVALE-EB está voltado para a educação, será formado por tarefas para serem aplicadas aos alunos, e organizadas em duas direções. Por um lado as tarefas que investigarão a habilidade do aluno para manusear o ambiente avaliado, que serão denominadas aqui de Tarefas de eficácia e satisfação. Com estas tarefas buscaremos avaliar a eficácia do ambiente e a satisfação do estudante no manuseio do mesmo durante a aprendizagem de conceitos estatísticos, especificamente variabilidade. Por outro lado, teremos as Tarefas de eficiência do sujeito que avaliarão a qualidade do AVALE-EB para aprendizagem de variabilidade, que incluirão um Teste de sondagem e as Tarefas da Sequência de Ensino (SE) Planeta Água3. O Teste de sondagem será composto por questões que envolvam o conceito de variabilidade, dentre outros. Quanto a SE Planeta Água, é uma das sequências de ensino de Estatística disponibilizadas no AVALE-EB, e tem como objetivos: despertar a consciência do uso racional da água; apresentar as peculiaridades das variáveis ordenadas no tempo (séries temporais ou séries de tempo) e as implicações didáticas do seu tratamento; discutir as diferentes medidas de dispersão, por conseguinte, o conceito de variabilidade. Com as tarefas dessa SE é possível abordar os seguintes conteúdos: variáveis ordenadas pelo tempo (séries temporais); gráficos: barras, linhas e diagrama de pontos; medidas de posição: média, mediana e moda; medidas de dispersão: amplitude total, desvio, desvio médio, variância, desvio padrão e coeficiente de variação. 3.3 Procedimentos de coleta Inicialmente os alunos serão convidados a participar de forma voluntária, no contra turno das aulas, chegando ao máximo de dez. Em seguida, será marcado um encontro para solicitar aos alunos, a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e Termo de Direito de Uso de Imagem (TDUI). Nesse encontro será aplicado também o questionário de perfil e o Teste de sondagem. Posteriormente, serão necessários os seis encontros com duração de cem minutos cada para aplicação das Tarefas de eficácia e satisfação, bem como as Tarefas da SE Planeta Água. Salienta-se que aplicação do Planeta Água ocorrerá nos ambientes de aprendizagem papel e lápis e computacional. No ambiente papel e lápis serão seguidas as seguintes etapas: sensibilização dos participantes para a temática envolvida e elaboração de questões de pesquisa; análises de contas de consumo de água; cálculo de medidas estatísticas; elaboração e construção de gráficos. No ambiente computacional, retoma-se aos cálculos anteriores, à luz dos questionamentos elaborados, porém, 3 Sequências de Ensino (SE) são definidas no site do AVALE-EB, como um conjunto organizado de etapas de ensino visando a apresentação didática de conteúdos estatísticos e probabilísticos a serem trabalhados com os alunos. As informações sobre esta SE se encontram disponíveis no tutorial do AVALE proposto por Cazorla, Kataoka, Santana e Casademunt (2011), disponível em http:// ambiente. educacao.ba. gov.br/ conteudos/download/1619.pdf; e no capítulo proposto por Nagamine, Silva e Santana (2010) no livro Do Tratamento da Informação ao Letramento Estatístico. potencializados as análises, proporcionado pelo auxílio dos recursos virtuais do AVALE-EB. Nos setes encontros, os dados serão coletados das seguintes formas: produção escrita dos alunos, filmagens, áudio gravação dos diálogos, captura das telas geradas na manipulação do AVALE-EB por meio do software Free Screen Recorder. 3.4 Procedimentos de análise As respostas do questionário de perfil serão analisadas de maneira qualitativa, e especificamente no que se refere ao sentimento e à primeira ideia que o aluno tem ao ouvir a palavra Estatística, as respostas serão categorizadas para avaliação em consonância com a teoria apresentada. Na avaliação das Tarefas de eficácia e satisfação utilizaremos os princípios de Design comumente utilizados em testes ergonômicos de usabilidade para conhecer o padrão de usabilidade de um sistema conforme propostos por Nielsen (1993). Vale lembrar que o teste de usabilidade, conforme Cañas e Waerns (2001) visam analisar a conduta do usuário e do artefato detectando problemas e propondo soluções. Essa prova só pode ser feita sobre um artefato em fase de desenho ou sendo desenhado, ou ainda em uma prova sobre um protótipo. Ainda neste sentido, informa Leite (2007, p. 93) que esse teste “procura avaliar o desempenho dos usuários na resolução de tarefas cuidadosamente preparadas, por consequências típicas daqueles para os quais o sistema foi preparado”. As respostas dos alunos as Tarefas do Teste de sondagem e da SE Planeta Água serão categorizadas de acordo com a Taxonomia SOLO - Structure of Observing Learning Outcome – proposto por Biggs e Collis (1991). Segundo esses autores as respostas apresentadas pelos indivíduos, podem ser enquadradas em níveis estabelecidos, conforme seja a qualidade das mesmas, definidos em cinco estágios: pré-estrutural, uniestrutural, multiestrutural, relacional e abstrato estendido. No nível pré-estrutural o aluno comete erros de entendimento fundamental, com respostas não significativas, sem relação com a questão formulada. No uniestrutural o aluno apresenta diversas conclusões, que podem ser corretas, mas que não são coerentes entre si, focando apenas um aspecto relevante da questão apresentada. No nível multiestrutural o aluno mostra entendimento, discute o conteúdo de forma coerente, tem conhecimento de uma quantidade razoável de conteúdos com várias respostas e consegue envolver mais de um elemento da questão proposta. As respostas classificadas como no nível relacional, indicam a transição do modo de pensamento anterior para o atual, além de resolver a questão, em termos numéricos, consegue relacioná-la aos conceitos estudados. Já o nível abstrato estendido, o aluno consegue transcender aos conteúdos e conceitos, elaborando hipóteses e oferecendo sugestões (BIGGS; COLLIS, 1991). 4. Resultados Esperados Espera-se que o AVALE-EB apresente usabilidade aceitável para a aprendizagem de variabilidade, e, portanto uma melhor condição interfacial entre os alunos e esse conceito. Com as adaptações que deverão ocorrer como consequência da avaliação, almejamos que esse ambiente virtual, possa apresentar uma melhor eficácia, permitindo os alunos maior eficiência e satisfação em seu uso, bem como continue auxiliando os professores de Matemática em serviço no processo de ensino de Estatística. Por fim, que essa pesquisa possa propiciar reflexões em torno das vantagens do uso de materiais auxiliares para a aprendizagem de conceitos estatísticos, com vistas ao desenvolvimento do letramento estatístico, do espírito científico e da formação de cidadãos críticos. 5. Agradecimentos Esta pesquisa vem sendo realizada com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). 6. Referências BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1997. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 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