Big Game entre amigos

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Big Game entre amigos
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Big Game entre amigos
Cansados de uma semana de trabalho e a precisar de dormir, para o que a nocturna de quarta para quinta feira
também tinha ajudado, decidimos dormir no sábado de manhã tanto mais que havia algumas coisas para fazer antes
de irmos pescar.
Sábado à tarde combina-se a pescaria da forma mais simples e a minha preferida:
Ok, a partir das 7 quem acordar primeiro acorda o outro.
Para nosso, e dele, azar, o nosso amigo João Miguel Costa esteve condenado a fazer de Jardineiro e não nos pode
acompanhar.
Espero que já tenha acabado e que connosco venha partilhar estes momentos em que, a quantidade de peixe é o
factor menos importante mas a amizade e o companheirismo são os valores a reter.
Claro que a saída, de casa, foi por volta das 8.
Ida a casa de um amigo buscar algumas sardinhas salgadas, de que se queria ver livre, para o engodo e, resolvemos
esperar um pouco até um supermercado abrir para podermos comprar algumas frescas tanto para ajudar na mistela,
como para iscar.
Como resultado disso a saída para o mar acabou por se fazer já eram quase 10 horas.
Sem pressas, sem stress, os peixes estão no mar, não vão a lado nenhum e esperam por nós.
Viagem feita, barco parado, poção mágica metida no engodador, linhas para dentro de água.
Aqui as vemos, melhor, vemos os balões que nos ajudam a colocar as iscas na profundidade pretendida e os Duel
prontos para a acção.
Em seguida é tempo de trabalho árduo, nas cadeiras, falando, ou não falando, daquelas coisas que nos preocupam
tanto como as meias calçadas no mês passado, um deixar passar o tempo com o tempo todo disponível.
Maravilha.
Ainda não tinha passado meia hora e muda o vento e "engata" as linhas todas.
Droga, toca a recolher e a colocar tudo de novo.
Movimentos na água.
O que será?
O que não será?
Eram Agulhas de bom porte que deram como origem o ir buscar uma cana de Spinning ligeiro e com um pouco de
sardinha no anzol, foi o que se viu.
E que luta eles davam.
Eis aqui o Ricardo em pleno combate com um peixe de bico e depois com o animal já rendido.
Vistoria nas iscas e constata-se que tinham sido comidas, só sobrava a cabeça das sardinhas, em que se notava
perfeitamente o corte limpo de uma dentada mas...de uma dentada pequena.
Tudo refeito de novo e passado meia hora vê-se grande agitação na água, na esteira do engodo, e ao pé do barco o
aparecimento de Palmetas ou Plombetas (Trachynotus ovatus) e de Peixes Pilotos (Nautcrates ductor) que saiu da
água para umas fotos.
E para lá voltou em seguida.
A excitação aumentou pois como sabemos os Peixe-Piloto, costumam andar e seguir os grandes, mesmo os grandes,
Tubarões e as Jamantas.
Nada aconteceu e o Ricardo lá foi tirar algumas Palmetas com a cana de Spinning, mais uma vez.
Passado um pouco e vimos, ao mesmo tempo, passar uma barbatana na superfície, já com algum porte, indo na direcção
de um dos balões.
Eu estou a fumar, vai lá tu, diz o Ricardo.
Aí vou eu e pego na cana.
Com muita timidez, pequenos toques, pequenas corridas, o peixe estava tímido.
De súbito a corrida que estava à espera acontece e aí vai ele.
Dragg fechado brutalmente e o vergar da cana indicava a ferragem bem feita.
Eu costumo dizer que as Tintureiras são como puxar um cepo mas este cepo era bem pesado.
Entretanto o Ricardo ia levantando as outras linhas e dizendo:
Tens tempo, não tragas o bicho para aqui enquanto não estiver cansado, olha que tenho as canas ainda para levantar.
Grande sacana.
Percebendo que o bicho era maior, ia-se rindo e gozando o pratinho pois sem arnês e só com o copo de cintura, com o
Tuna-Stick a vergar quase até à água, quem queria acabar com aquilo depressa era eu.
O sem vergonha, claro que como paga de anteriores acontecimentos em que lhe aconteceu o mesmo, foi-se instalar no
Fly-Bridge, de telefone preparado para fazer as fotos enquanto a Tintureira ao ver a cor do fundo do barco resolve
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Criado em: 1 October, 2016, 05:21
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disparar de novo para o fundo com o Duel a gemer e o Luis a segurar a cana e a dizer algumas palavras menos próprias
para figurar aqui.
Pois o jeitoso do fotógrafo não fez nenhuma foto de jeito mas aqui ficam as que conseguiu fazer:
De verdade que as fotos não fazem justiça à Tintureira que tinha perto de 50 Kilos.
Foi libertada e a única coisa que dela resta são estas fotos, as fotos tiradas e guardadas na memória e uma, ainda,
valente dor no braço esquerdo.
Continuando.
Nova inspecção nas iscas, tanto mais que era estranho terem aparecido os Peixes-Piloto e não ter aparecido um dos bem
grandes e..., o mesmo que anteriormente...
Iscas cortadas, à dentada, mas de uma boca algo pequena.
Novas iscas e nova espera e o Ricardo lançou para a água a linha da cana de Spinning com um pouco de sardinha e lá
se foi entretendo com os Agulhas que tinham reaparecido.
Passado dois ou três agulhas, toque mais violento na cana e, que canseira, lá me levantei da cadeira para ver o que
se passava.
O que é isto dizia o Ricardo?
A cana vergava, não muito, mas via-se perfeitamente que não era nada de Agulhas, Pilotos ou Palmetas.
Tens aí um Tubarão disse eu pois consegui ver um movimento que o identificou.
Um Tubarão????perguntava o Ricardo, incrédulo.
Peixe trabalhado, linhas finas e dentes afiados..., e aqui têm o bonito exemplar que apanhamos.
Não resisto a fazer um zoom do safado e estava descoberto o mistério das iscas comidas e cortadas sem que
déssemos por nada.
Temos que confessar:
O grande malandro era bem bonito não era?
Claro que foi devolvido à água e apesar de nos ter feito trabalhar o dia todo a comer as nossas sardinhas iscadas, está
perdoado pelas fotos que nos proporcionou.
Tudo revisto de novo e, como quem não quer a coisa, fomos nos dirigindo para dentro da cabine, e passado pouco
tempo as canas pescavam sozinhas sem ninguém a olhar para elas.
Ricardo dá um salto de repente, levanta-se e vai ao poço.
Eu atrás dele mas nada se passava nas canas e tudo estava na maior das calmarias quer com canas quer com
carretes, quer com iscas.
A única hipótese para se ter ouvido um carrete a "cantar" era só uma e resta saber qual dos dois tinha dado o ronco a
dormir que se parecesse com um dragg a correr linha.
Mais um pouco de sesta que isto de ser acordado violentamente por um carrete a cantar, ainda para mais quando não
era carrete nenhum, dá uma trabalheira de todo o tamanho.
Acordei nem sei a que horas e tentei acordar o Ricardo que não dava acordo de si.
Felizmente o VHF berra a alto e bom som e com isto lá consegui ver que ele mexeu, ligeiramente claro, uma das
pernas.
Aproveitei a embalagem e acordei-o e antes de irmos embora demos uma olhadela ao redor do barco, para ver se por
ali andava mais algum peixe e descobrimos um par de filetes que por ali se passeava.
Nem foi preciso dizer nada.
Cana na mão, iscada feita e aí vai a linha para dentro de água.
Luta renhida, mais uma vez com a cana de Spinning, e vejam a curvatura da cana em acção.
E aqui está o par de filetes antes de ir para a geleira.
Regresso a casa onde nos espera sempre um belo banho, com água até ao pescoço, meia hora pelo menos de molho,
seguído de um bom jantar e uma noite de descanso sem sonhos.
Autor: Luis Nabais in fórum
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