Tão perigoso quanto o cigarro - Política Estadual sobre Drogas

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Tão perigoso quanto o cigarro - Política Estadual sobre Drogas
Política Estadual sobre Drogas -
Tão perigoso quanto o cigarro
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Postado em:12/03/2009
O narguilê, narguilé ou arguile está se popularizando no Brasil e virando moda, principalmente entre
os jovens, em festinhas de fim de semana ou reunião entre amigos.
# O narguilê, narguilé ou arguile está se popularizando no Brasil e virando moda, principalmente
entre os jovens, em festinhas de fim de semana ou reunião entre amigos. Muitos pais e até mesmo
os próprios usuários não sabem que este produto consegue ser bem mais tóxico que o maléfico
cigarro. Para quem não está se recordando do assunto, o narguilê é uma espécie de cachimbo
largamente usado pelos turcos, hindus e persas, composto de um fornilho, um tubo, um vaso cheio
de água ou algum outro líquido (vodka, arak, licor, etc) por onde o tabaco passa antes de chegar à
boca. É denominado por alguns adolescentes de ´´cachimbo da paz´´, pois trata-se de um fumo
coletivo, passando de boca em boca. O economista e comerciante, proprietário da Casa de Chá e
Café Árabe Khan el Khalili de São Paulo, Jorge Sabongi, conhece o assunto, uma vez que sua seu
Café o faz pesquisar diversos costumes árabes. Ele conta que o nome narguilê vem do Persa
´´narguil´´, que quer dizer ´´coco´´ porque as primeiras bases encontradas na Pérsia e na
Mesopotâmia eram redondas de côco ou madeira. ´´É conhecido pelos povos árabes como Arguile
ou Shisha. E como Hookah na Índia e Turquia´´, diz. ´´No Brasil, acredito que pelo
desconhecimento dos efeitos que ele possa causar, o narguilê tornou-se um modismo entre os
jovens. Tornou-se in. Na verdade, públicos de todas as idades embarcaram, do ano 2000 para cá,
nesta aventura de fumar arguile com a simplicidade como se toma um suco natural nos bares. Só
que os efeitos de um suco e o fumo são diametralmente opostos´´, alerta. O fato é que muitas
pessoas justificam que o narguilê seria inofensivo porque a água ou outro líquido dentro do vaso
supostamente filtraria os malefícios do tabaco. Mas isso não é verdade. Um estudo da Universidade
de Brasília (UnB) mostrou que uma sessão de arguile equivale a nada menos do que fumar 100
cigarros. A quantidade de fumaça e substâncias tóxicas inaladas nos dois casos é a mesma. O
pneumologista Carlos Alberto Viegas, autor do estudo, conta que a água ou líquido aquecido filtra
apenas 5% das impurezas. Outra falsa informação é a de que o produto não vicia. As altas
concentrações de nicotina denunciam o engano. Também se deve levar em consideração que o ato
de compartilhar a biqueira com outras pessoas pode transmitir doenças como herpes, hepatite e até
tuberculose. Sabongi conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que a fumaça do
arguile contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre
outras. ´´Ao contrário da crença popular, esses cachimbos de água têm nicotina suficiente para criar
dependência, mas, por estar menos concentrada, reduz as náuseas e permite que o consumidor
consiga ficar mais tempo exposto às substâncias cancerígenas do tabaco e a gases perigosos,
como o monóxido de carbono´´, explica. O pior de tudo é que o narguilê está servindo para
experiências ´´espetaculares´´ à diversas pessoas. Muitos grupos de amigos resolvem colocar
bebidas com alto teor alcoólico onde deveria ir água, misturam balas de menta moídas com o fumo
e usam inclusive para fumar maconha de uma forma diferente. ´´Isso é real. Infelizmente entre os
jovens da atualidade existe um modismo e uma apologia ao uso da droga. Tudo isso é fruto de má
formação emocional nos lares, onde a auto-estima não é cultivada desde a tenra idade. Mas este
seria um estudo de sociologia amplo para discussão´´, observa Sabongi. O que vale deixar bem
http://www.politicasobredrogas.pr.gov.br
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claro é que o narguilê em si, sendo utilizado da maneira correta com fumo com aroma de frutas,
melaço e aromatizantes, já é prejudicial à saúde. Portanto, a utilização com qualquer produto que
não seja o usual é pior ainda. ´´O Ministério da Saúde, acredito eu, foi pego de surpresa com um
produto que é totalmente novidade nos laboratórios de estudos aqui do Ocidente. Então não existe
legislação que fale sobre o uso de arguiles, pois as pesquisas começaram a apresentar seus
resultados recentemente através dos alertas da OMS. Enquanto isso, todos os dias surgem diversas
novas receitas, feitas de forma desmensurada e inconsequente no que se refere ao uso de arguiles.
O resultado disso, iremos constatar nos próximos anos´´, afirma. Sabongi explica que o arguile tem
como origem o Oriente. Uma das versões é a de que teria sido inventado na Índia do século 17, pelo
médico Hakim Abul Fath, como um método para retirar as impurezas da fumaça. Quando chegou à
China, passou a ser utilizado para fumar o ópio, e assim permaneceu até a revolução comunista, no
fim da década de 40. Na mão dos árabes, o cachimbo de água foi rapidamente incorporado para ser
apreciado em grupo, acompanhado de café e prosa. As peças mais primitivas eram feitas com
madeira e um coco que fazia o lugar do corpo. Com o desenvolvimento das civilizações e as
expansões territoriais, o arguile, já similar ao que conhecemos hoje com base de cerâmica ou
porcelana e corpo de metal, começou a ser divulgado, e trazido junto com especiarias como cravo e
canela. Existem diversos tamanhos de arguile e os preços variam de R$70 a R$100. Os mais
sofisticados variam muito de preço. ´´É bom lembrar que no início deste modismo todo, um arguile
comum custava em média R$400 no Brasil. Após a chegada de tantos containers desta mercadoria
e seus apetrechos, o custo caiu sensivelmente´´, revela. ´´É conveniente ressaltar que os hábitos
dos povos orientais são completamente diferentes dos nossos. O que pode ser bom para eles, não
necessáriamente se encaixa para nós. Fumar arguile nos países árabes é comum nas ruas, nos
bares, nas casas e em ocasiões especiais. A preocupação governamental com a saúde nestes
países não leva ao grande público, dados importantes para a sua manutenção e consequências da
falta de cuidado´´, argumenta. ´´A força da comunicação e da mídia nestes países é infinitamente
menor do que no Ocidente. Você não encontra anúncios de prevenção contra muitas doenças e a
infra-estrutura sanitária de todos eles deixa muito a desejar. Logo, negligencia-se muito o que diz
respeito aos cuidados com a saúde´´, conclui. # Autor: Khadine Novaczyk # Fonte: A Gazeta
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