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painel
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a n o s
Ano XII nº 167 fevereiro/2009 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Grãos de ouro
Como commodity a soja ocupa hoje papel de
destaque na economia mundial, um status que o
etanol quer – e precisa – alcançar
60 anos
Chinaglia visita AEAARP em uma
de suas últimas viagens como
presidente da Câmara.
Construção
Mercado espera medidas para
manter crescimento do setor.
Perfil
José Carlos Meirelles: da
Engenharia à luta pela causa
indígena.
6
Editorial
60
Eng. Civil
Roberto Maestrello
Apesar de a sabedoria popular dizer que o Brasil só começa a funcionar depois do carnaval, este ano de 2009
iniciou, no setor produtivo, ensaiando passos mais lentos que os anteriores, próprios de tartaruga. Aguardar os
efeitos da crise é discurso cauteloso e recorrente entre os empresários, principalmente depois da posse de Barack
Obama, o novo presidente dos EUA que assumiu com a gigantesca responsabilidade de recolocar nos trilhos a
economia do seu país, cujos reflexos, positivos ou negativos, são sentidos em todo o mundo.
Por aqui, torcemos para que o País efetivamente cumpra os índices de crescimento previstos por vários economistas. Afinal, quando todo o mundo cresceu, ficamos parados e, infelizmente, nosso governo não capitalizou as
inúmeras chances que teve, aproveitando-se dos índices de aprovação e dos superávits crescentes nas receitas –
com os impostos entre os mais altos do mundo –, para azeitar e tornar eficiente a máquina, diminuir as despesas de
custeio, prestigiar o setor produtivo (que gera riquezas, cria empregos e paga impostos), colocar ordem na ciranda
financeira, diminuindo os juros (os mais altos do mundo) e fazer as reformas administrativas, política e fiscal.
Agora para fazer tudo de uma vez, ficou complicado e difícil! Porém ainda é possível.
Quanto ao segmento da construção civil, que criou emprego e riquezas em Ribeirão Preto e várias outras regiões
até o “anúncio da crise” em 2008, a preocupação e a cautela são grandes. O SindusCon-SP reuniu-se recentemente e tomou posição sobre a crise, assumindo a postura cautelosa que é necessária diante das incertezas tão
grandiosas quanto as que vivemos. A construção civil, que no início de 2008 projetou perspectivas animadoras e
atravessou o ano acumulando recordes, mantém os investimentos, mas aguarda medidas governamentais que
garantam os níveis de crescimento que o País precisa. Nessa hora é imprescindível que os governos atuem de
forma decisiva, irrigando a economia nacional, em todos os níveis (federal, estadual e municipal), com recursos
abundantes (aqueles bilhões acumulados pela cobrança crescente e imensa dos altos impostos e contribuições),
baratos, rápidos e desburocratizados. Desta forma poderemos manter o nível de empregos e movimentar a indústria
e o comércio, que por seu turno produzirão mais riquezas, movendo a roda viva, que irá se autoalimentando.
A Santelisa Vale anunciou no final do mês de janeiro que aguarda a liberação de R$ 500 milhões do BNDES
para capitalizar a empresa, que conta com dívida muito superior. Além de muito importante para nossa região,
trata-se da segunda maior empresa do setor sucroalcooleiro do País, o cartão de visitas mais ecologicamente
correto, politicamente interessante e economicamente viável que o governo brasileiro está apresentando para os
países de todo o mundo. O setor precisa urgentemente de políticas eficazes, de crédito e de atenção, além de
uma autorregulação e investimentos em eficiência para que continue gerando e mantendo empregos, produzindo
riquezas e ocupando serviços, importantes vetores de progresso e desenvolvimento. A nossa região que está
inserida neste contexto aguarda ansiosa por providencias!
Os exemplos que temos comprovam o compasso de espera. A realidade, entretanto, pede celeridade de decisões.
Não podemos retroceder nos níveis de emprego e de desenvolvimento. Não podemos, sobretudo, frear o curso da
história, que nos guia para um futuro que pode ser promissor. Para isso, lá e cá, precisamos de agilidade e responsabilidade dos governos e compromisso do setor produtivo em manter os postos de trabalho e a produção.
Em janeiro, recebemos o deputado federal Arlindo Chinaglia, então presidente da Câmara, na sede da AEAARP.
Na oportunidade, ele listou as ações do governo para garantir a saúde de instituições financeiras, como a aquisição,
pelo Banco do Brasil, do Banco Votorantin, detentor de uma importante carteira de financiamento de automóveis.
É preciso também garantir a saúde das empresas, da construção civil, da indústria, do comércio, da prestação
de serviços e da produção de bens, que igualmente movimentam bilhões em produtos, empregos e impostos.
Aproveitamos a visita do deputado e entregamos a ele o nosso livro AEAARP 60 anos de histórias e conquistas
e o fizemos portador de outros dois livros, um para o Senado Federal e outro para a Presidência da República,
para que possam fazer parte dos acervos bibliotecários das duas casas.
Solicitamos que, pela importância regional de Ribeirão Preto, como polo de prestação de serviços e de facilidades a milhares de cidadãos desta grande região produtora de riquezas, que interceda junto ao governo federal
para a liberação de recursos para investimento em obras de drenagem urbana, intervenções que as chuvas das
últimas semanas comprovam que se fazem cada vez mais necessárias e urgentes.
Os brasileiros querem e precisam de mais. Aguardamos, portanto, as medidas que poderão ser anunciadas
em fevereiro e que darão mais facilidades para a aquisição de financiamentos de moradias populares, setor de
imensas carências e estratégico ao bem estar e segurança do cidadão.
Portanto é um período de reflexões e também de ações que devem ser rápidas e eficazes. Na AEAARP vamos
pautar debates no decorrer do ano, principalmente nas questões referentes à revisão do Plano Diretor e o Plano de
Transporte Urbano Integrado, importantes para impulsionar o desenvolvimento da cidade com qualidade. Nossas
portas permanecem abertas ao debate plural e democrático.
Eng. Civil Roberto Maestrello
Presidente da AEAARP
Expediente
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700
Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected]
Roberto Maestrello
DIRETORIA FUNCIONAL
Diretor de Esportes e Lazer: Francisco Carlos Fagionato
Diretora Comunicação e Cultura: Maria Inês Cavalcanti
Diretora Social: Luci Aparecida Silva
Índice
BIBLIOTECA
05
COMMODITY
06
Soja – a commodity que o etanol quer ser
ECONOMIA
10
A explicação do “milagre” dos anos 1970
11
Brasil é o quarto país que mais aplica seguro rural
Agricultura
60 ANOS
AEAARP presenteia Chinaglia com o livro
12
sobre os 60 anos da entidade
PESQUISA
14
TECNOLOGIA
15
CONSTRUÇÃO CIVIL
16
CONSTRUÇÃO CIVIL
17
AEAARP
18
PERFIL
20
MEIO AMBIENTE
22
Legislação
23
Embrapa exporta conhecimento para países africanos
Japoneses desenvolvem radiador para automóveis
composto de óleo de mamona
Em compasso de espera
Demissões vão além da sazonalidade na construção civil
Em pauta
Da Engenharia ao isolamento
Empresa desenvolve placa termoplástica que pode substituir vidros
Lei de assistência técnica deve ampliar campo de
trabalho para engenheiros e arquitetos
NOTAS E CURSOS
CREA
Crea-SP empossa nova diretoria e conselheiros
José Roberto Hortêncio Romero
Vice-presidente
DIRETORIA OPERACIONAL
Diretor-administrativo: Pedro Ailton Ghideli
Diretor-financeiro: Ronaldo Martins Trigo
Diretor-financeiro Adjunto: Cecílio Fráguas
Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Aníbal Laguna
Associação
de Engenharia
Arquitetura e
Agronomia de
Ribeirão Preto
AEAARP 60 anos - Histórias e Conquistas
Presidente
DIRETORIA TÉCNICA
Engenharia, Agrimensura e Afins: Argemiro Gonçalves
Agronomia, Alimentos e Afins: José Roberto Scarpellini
Arquitetura, Urbanismo e Afins: Marcia de Paula Santos Santiago
Engenharia Civil, Saneamento e Afins: Luiz Umberto Menegucci
Engenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Edson Luís Darcie
Geologia e Minas: Caetano Dallora Neto
Engenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Júlio Tadashi Tanaka
Engenharia Química e Afins: Denisse Reynals Berdala
Engenharia de Segurança e Afins: Edson Bim
Computação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto
Azevedo Prado
Engenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Evandra Bussolo Barbin
DIRETORIA ESPECIAL
Universitária: Onésimo Carvalho Lima
Da Mulher: Maria Teresa Pereira Lima
De Ouvidoria: Geraldo Geraldi Junior
CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: João Paulo de S. C. Figueiredo
Alexandre Sundfeld Barbin Luiz Antonio Bagatin
Carlos Alberto Palladini Filho Luiz Fernando Cozac
Edes Junqueira Luiz Gustavo Leonel de Castro
Edgard Cury
Manoel Garcia Filho
Ericson Dias Mello
Marcos A. Spínola de Castro
Hideo Kumasaka
Maria Cristina Salomão
Hugo Sérgio Barros Riccioppo
Ricardo Aparecido DeBiagi
Inamar Ferraciolli de Carvalho
Sylvio Xavier Teixeira Júnior
José Fernando Ferreira Vieira
CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP
REPRESENTANTE DA AEAARP
Câmara Especializada em Engenharia Civil: Wilson Luiz Laguna
Câmara Especializada em Engenharia Mecânica: Giulio Roberto Azevedo Prado
REVISTA PAINEL
Conselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna,
Ericson Dias Mello, Giulio Roberto Azevedo Prado e Hugo Sérgio Barros Riccioppo
Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269,
cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, [email protected]
Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected]
Adelino Pajolla Júnior / Jóice Alves
Tiragem: 5.000 exemplares
Locação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718
Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected]
Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
Fotos: Fernando Battistetti.
Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não
expressam, necessariamente, a opinião da revista.
24
26
Horário de funcionamento
AEAARP
Das 8h às 12h e das 13h às 17h
Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
CREA
Das 8h30 às 16h30
BIBLIOTECA
AEAARP 60 anos – histórias e conquistas
Capa da primeira
edição do jornal Painel
A primeira edição do jornal
Painel, redigida por Lagamba,
veiculou reportagem, com
chamada de capa, relatando os
esclarecimentos prestados pelo
Major Paulo Antonio Castillo
Rego, comandante do Corpo
de Bombeiros, a respeito da
fiscalização de obras. Nas outras
páginas, foram publicadas
matérias variadas, inclusive
informando aos associados
os convênios mantidos pela
entidade, e textos assinados por
engenheiros como Heino Tavares,
que escreveu sobre Engenharia
Legal; Paulo Petraquino Greco,
sobre gestão ambiental e
desenvolvimento, Décio Carlos
Setti, sobre a fiscalização da
profissão e os objetivos do CreaSP, e Marcos Vilela Lemos, falando
sobre a carência de reservas
naturais em Ribeirão Preto.
Ficha técnica
Há cerca de 30 anos, a AEAARP firmou
um convênio com o jornal O Diário
de Ribeirão Preto. A entidade queria
publicar suas ideias, defender a classe
profissional e apresentar propostas
para os problemas da cidade relativos a
habitação, meio ambiente, transportes,
Plano Diretor e tantos outros. Daí surgiu
a ideia de lançar o jornal Painel, que teve
sua primeira edição em abril de 1979,
conforme o trecho abaixo que está no
capítulo 3 do livro AEAARP 60 anos –
histórias e conquistas. A obra traz esta
e muitas outras histórias da Associação
e da cidade:
AEAARP 60 anos – histórias e conquistas
Páginas: 112
Formato: 34,5 cm x 24 cm
ISBN: 978-85-62130-00-7
Autores: Adriana Capretz Borges da Silva
Manhas, Blanche Amâncio Silva, Carlo
Guimarães Monti, Daniela Farah Antunes
Preço: R$ 50,00
Revista Painel 5
commodity
Soja - a commodity
Gabriel Rico, CEO da Amcham (Câmara
Americana de Comércio), declarou,
no final do mês de janeiro, que o
empresariado brasileiro considera que
este é o momento de aprofundar as
relações econômico-comerciais com
os EUA, embora o Brasil não esteja na
lista de prioridades da primeira fase do
governo Barack Obama. Ele aposta na
ampliação de oportunidades na área de
energias renováveis, cujo resultado afeta
diretamente a região de Ribeirão Preto.
A escolha de Steven Chu como
secretário de Energia do governo norteamericano é o que motiva o otimismo
do executivo. Chu é especialista em
mudanças climáticas e defende maiores
investimentos em pesquisas sobre
energias alternativas. “Ele admira o
modelo adotado no Brasil, conhece
bastante o programa do etanol e os
programas relacionados à biomassa.
Nesse segmento vamos ter um
aprofundamento da interação e de
muitas oportunidades”, afirma Rico.
No entanto, para ultrapassar as
fronteiras nacionais, o etanol precisa
percorrer ainda um longo caminho, aquele
que vai convertê-lo em commodity. Este
é o sonho de produtores e industriais do
setor sucroalcooleiro: ter o combustível
brasileiro com cotação nos mercados
internacionais. Roberto Rodrigues, exministro da Agricultura e atual presidente
do Conselho do Agronegócio da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), admitiu, no final do ano
passado, que a crise econômica adiou
este sonho em pelo menos um ano.
A soja no “mar” de cana
Na região de Ribeirão Preto a cultura
da soja tem relação direta com o
canavial. De acordo com o escritório
regional da CATI (Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral),
até abril do ano passado, último
levantamento disponível, a região
produziu 281.780 sacas de soja.
Carlos Gaeta Filho, diretor técnico
da CATI, afirma que muitas dessas
lavouras são provenientes de áreas
de renovação de cana-de-açúcar.
6 AEAARP
A soja e seus benefícios
alimentares
O jornalista mineiro Paulo Lemos
de Oliveira é um admirador dos
benefícios nutricionais da soja e
chama a atenção para a experiência
japonesa com o produto. De acordo
com a Embrapa, a soja cultivada
hoje é diferente da cultivada na
Antiguidade. Antes, eram plantas
rasteiras que se desenvolviam na
costa leste da Ásia, principalmente
ao longo do rio Yangtse, na China.
As primeiras citações do grão
aparecem no período entre 2883
e 2838 AC, quando a soja era
considerada um grão sagrado, ao
lado do arroz, do trigo, da cevada
e do milheto. Um dos primeiros
registros do grão está no livro Pen
Ts’ao Kong Mu, que descrevia as
plantas da China ao Imperador
Sheng-Nung. Para alguns autores,
as referências à soja são ainda
mais antigas, remetendo ao Livro
de Odes, publicado em chinês
arcaico.
Até aproximadamente 1894,
término da guerra entre a China
e o Japão, a produção de soja
ficou restrita à China. Apesar de
ser conhecida e consumida pela
civilização oriental por milhares
de anos, só foi introduzida na
Europa no final do século XV,
como curiosidade, nos jardins
botânicos da Inglaterra, França
e Alemanha.
Lemos conta que o processo
alimentar da população da Ilha
de Okinawa, no Japão, tem o grão
como elemento principal. Lá, a
perspectiva de vida é de 97 anos
para os homens e de 93 anos para
as mulheres e a alimentação à base
de soja influencia na prevenção
de intempéries da andropausa e
que o etanol quer ser
da menopausa. “Não há obesos
e conta-se nos dedos os óbitos
oriundos de doenças crônicodegenerativas”, afirma Lemos.
Segundo ele, um estudo do
Okinawa Centenarian Study,
concluído em 2002, relatou que os
habitantes de Okinawa consomem,
todos os dias, uma média de duas
medidas de produtos da soja
ricos em flavonoides. Segundo as
informações levantadas por ele, os
moradores de Okinawa tem 80%
menos câncer de mama e próstata,
e menos da metade dos cânceres
de ovário e cólon, comparados
aos povos ocidentais.
“Essa enorme redução dos riscos
de incidência de câncer se deve,
em parte, ao grande consumo
de isoflavonas da soja pelos
moradores de Okinawa. Essa é
uma importante descoberta, pois
mostra que os menores índices de
câncer no mundo industrializado
estão nesta localidade, onde o
consumo de soja é o maior do
planeta, o que, nem de longe
pode-se comparar ao consumo
dos ocidentais, em especial no
Brasil, onde se depara com um
consumo semanal de apenas,
em média, l0 gramas de óleo de
soja, via condimentação básica
e ou aquecimento para frituras e
mesmo para a prática do ‘refogar’
de condimentos, a exemplo da
cebola e do alho”, afirma.
O exemplo japonês, na visão de
Lemos, dá aos povos ocidentais
a chance de evoluir no mundo
da nutrição e da saúde. “É claro
que nem só de soja vive o povo
de lá. Ainda se adicionam, em
proporções equilibradas, cereais,
tubérculos e raízes, gordura não
saturada e bebidas regradas.
Porém, o feijão soja é a base”,
ressalta.
A soja brasileira
A agricultura brasileira produz exemplos
importantes que são cortejados nos
mercados financeiros internacionais,
como a soja, que tem posição cobiçada
entre aqueles que têm a cana-de-açúcar
em suas propriedades. A soja era
irrelevante na cadeia produtiva brasileira
até os anos de 1960. Logo nos primeiros
anos de cultivo o grão alcançou posição
de destaque. De acordo com a Embrapa
Soja, em 1966 o Brasil colheu 500
milhões de toneladas do grão.
Hoje, a soja é estratégica para o Brasil.
Tanto o grão quanto os produtos que
resultam dele, como o farelo e o óleo, têm
espaço garantido na balança comercial
brasileira. O economista José Arídio de
Sá Martins avalia que o Brasil apresenta
uma vantagem competitiva em relação
aos outros países produtores, como o
fato de o escoamento da safra brasileira
ocorrer no período da entressafra
americana, quando normalmente os
preços atingem as maiores cotações.
Apesar de o início desse processo ter
começado nos anos de 1960 com força
relevante, foi na década de 1970 que o
mercado mundial de soja experimentou
uma explosão de preços, despertando
ainda mais interesse dos agricultores e
do próprio governo brasileiro.
“O país passou a investir em tecnologia
para adaptação da cultura às condições
brasileiras. A conquista dos cientistas
brasileiros revolucionou a história
mundial da soja, principalmente em
termos de produtividade, e seu impacto
começou a ser notado pelo mercado
a partir do final da década de 1980 e
mais notoriamente na década seguinte,
quando os preços do grão começaram
a cair e a maior produtividade passou
a ser vital para a competitividade desta
commodity no mercado internacional”,
avalia José Martins, que acompanha
diariamente o mercado mundial em seu
escritório na TBC Investimentos.
A crise financeira afetou as commodities
de uma maneira geral. Até então todos
aproveitavam um momento que Martins
classifica de “exuberância econômica”,
com forte crescimento das economias
mundiais, como a chinesa, e com
forte captação de recursos de fundos
de investimentos. A deflagração da
Etanol: exportação
recorde em 2008
O Brasil bateu recorde na exportação
de etanol em 2008 com um total de
5,16 bilhões de litros vendidos,
segundo o boletim da Secretaria de
Petróleo, Gás Natural e Combustíveis
Renováveis do Ministério de Minas
e Energia, que aponta aquecimento
também no mercado interno. A
quantidade de etanol vendida
corresponde a mais que o dobro
das exportações de gasolina pela
Petrobras no mesmo período. O
preço médio ficou em US$ 0,47 por
litro, sendo que a maior exportação
do combustível brasileiro foi para os
Estados Unidos – cerca de 2,8 bilhões
de litros.
O Ministério divulgou ainda o
balanço sobre os lucros gerados
com a produção e utilização do
biodiesel. O uso do combustível
ambientalmente correto evitou a
importação de 1,1 bilhão de litros
de diesel de petróleo, o que rendeu
aproximadamente US$ 976 milhões
para o Brasil.
Na publicação, o Ministério defende o
uso do biocombustível afirmando que
o principal fator para o saldo positivo
na balança comercial brasileira foi
a mistura compulsória de biodiesel
ao combustível. Afirma também que
além da alta contribuição para o
mercado brasileiro, o biocombustível
beneficia as economias regionais e
locais, desde a etapa agrícola até a
indústria de bens e serviços.
crise motivou um ajuste de preços
nos mercados financeiros e, após
grandes perdas nos últimos meses, a
soja atravessou o mês de janeiro com
novas perspectivas de valorização.
“Após atingir um preço máximo de US$
36,60/saca de soja de 60 kg, em 3 de julho
de 2008, com a crise financeira mundial,
o mercado derrubou as cotações até o
mínimo de US$ 16,55/saca de 60 kg no dia
5 de dezembro de 2008 e atualmente se
encontra nos níveis de US$ 21,50 saca/60
kg em 15 de janeiro”, afirma Martins.
Revista Painel
7
A Embrapa Soja espera
reunir 1.600 palestrantes
no V Congresso Brasileiro
de Soja e no Mercosoja
2009, que acontecerão
entre os dias 19 e 22
de maio, no Centro de
Convenções de Goiânia
(GO). Com o tema Soja:
fator de desenvolvimento
do Cone Sul, os eventos
vão concentrar debates
sobre as mais recentes
inovações tecnológicas e
promoverão discussões
sobre as tendências da
pesquisa e os diversos
aspectos que envolvem
o agronegócio da soja no
Mercosul e no mundo.
As inscrições podem ser
feitas no site www.cbsoja.
com.br.
8 AEAARP
Commodity
A melhora, na avaliação do economista,
é motivada por fatores como o regresso
dos fundos de investimentos e
especuladores nos mercados futuros,
fatores adversos no campo, como o
clima, quebra na produção e menor
produtividade esperada para próxima
safra. Os 21.313 milhões de hectares
plantados na safra 2007/08 sofrerão uma
retração de 0,3% na safra 2008/09, de
acordo com os levantamentos divulgados
pela Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento).
Como commodity, a soja brasileira
sofre reflexo dos mercados externos e na
avaliação de Martins vem da Argentina
uma das maiores preocupações.
“O grande período de estiagem e a
possibilidade de altas temperaturas em
algumas províncias produtoras daquele
país vêm chamando a atenção do
mercado”, afirma. No cenário avaliado
pelo economista, composto por players,
exportadores e produtores que negociam
suas sacas no mercado futuro, como a
BM&FBOVESPA, a preocupação é com
o preço. Eles se mantêm em posição de
stand by. “Absorvendo as informações
tanto do campo, como do cenário
econômico mundial. Esse mix de notícias
é que tem direcionado o rumo dos preços
da soja”, explica Martins.
O Brasil é o segundo maior produtor
Governo preparar
plano estratégico para
o agronegócio
O governo federal começa a
preparar neste ano uma análise
estratégica do agronegócio
brasileiro para os próximos
15 anos. O pesquisador
da Embrapa Decio Luiz
Gazzoni vai gerenciar este
trabalho na Subsecretaria de
Desenvolvimento Sustentável
da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência
da República. A conclusão
está prevista para dezembro
de 2010. “É um grande desafio
poder mapear o agronegócio
brasileiro do futuro, traçando
os panos de fundo doméstico
e internacional, identificando
os problemas e os pontos de
alavancagem, as ameaças e
as oportunidades, propondo
medidas legais para sanar os
gargalos e viabilizar os apoios”,
avalia Gazzoni.
de soja no mundo. É também o segundo
maior produtor de etanol. Neste último
caso fica atrás apenas dos EUA que,
na avaliação do CEO da Amcham, está
longe de abrir as portas para o etanol
brasileiro.
O bagaço da cana-de-açúcar e a
força dos ventos são fontes de energia
alternativa que poderão ser usadas nos
próximos dez anos. A informação é do
Plano Decenal de Expansão Energética
(PDE) 2008-2017, feito pela EPE (Empresa
de Pesquisa Energética), vinculada ao
Ministério de Minas e Energia, que prevê
o desenvolvimento e a contratação de
novas formas de energia para o País e
a construção de 82 usinas termelétricas
e 71 hidrelétricas. A bioeletricidade,
proveniente da biomassa, vai percorrer
uma trajetória crescente, na estimativa do
presidente da EPE, Maurício Tolmasquim,
em decorrência da expansão do etanol.
Entretanto ainda ocupará o espaço de
fonte complementar, pelo fato de a safra
ter duração de sete meses.
Plano energético
Pesquisa rentável
Como objeto de pesquisa a soja é igualmente relevante financeiramente. A
Embrapa Soja já recebeu R$ 12 milhões referentes à sua parte dos direitos de
propriedade intelectual pela venda das duas últimas safras de variedades de
soja geneticamente modificadas, desenvolvidas em parceria com a empresa
Monsanto. O diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo França, explicou
que o convênio para desenvolvimento dessas variedades de soja teve início
em 2000, mas as sementes só foram colocadas no mercado em 2005. “O
importante é que esse dinheiro está ajudando a financiar novos projetos de
pesquisa, não só da Embrapa, mas de várias outras instituições brasileiras
com a soja, o algodão, o arroz e de biofortificação para culturas plantadas no
Norte e Nordeste do país”.
Revista Painel
9
economia
A explicação do
“milagre”
dos anos 1970
O chamado “milagre econômico” brasileiro – período de
excepcional crescimento da economia entre 1968 e 1973 –
decorreu principalmente do efeito tardio das reformas associadas ao Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo),
durante o governo de Castello Branco (1964-1967). Essa é
uma das principais conclusões de um estudo publicado na
Revista Brasileira de Economia e divulgado pela Agência
Fapesp.
O trabalho, que recebeu em 2008 o Prêmio Mario Henrique
Simonsen, concedido ao melhor artigo publicado na revista
editada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), destaca o fato
de que, embora o “milagre” tenha sido amplamente estudado
na literatura acadêmica, “não existe um consenso em relação
aos seus determinantes”.
De acordo com Fernando Veloso, professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) do Rio de Janeiro
e coautor do artigo – o objetivo do trabalho era quantificar
a importância de cada uma das vertentes de interpretação
para o “milagre” brasileiro.
Os outros autores do estudo são André Villela, da Escola
de Pós-Graduação em Economia da FGV, e Fabio Giambiagi, pesquisador do Instituto de Estudos de Trabalho e
Sociedade e integrante do Departamento Econômico do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social).
“Verificamos, em particular, em que medida o milagre decorreu da situação externa favorável e do desempenho de
variáveis de política econômica associadas à estabilidade
macroeconômica, política fiscal, nível de desenvolvimento
do sistema financeiro e grau de abertura ao exterior”, disse
Veloso à Agência FAPESP.
As interpretações para o milagre encontradas na literatura
podem ser agrupadas em três grandes linhas, segundo o
estudo. A primeira enfatiza a importância da política econômica do período 1968-1973, “com destaque para as políticas
monetária e creditícia expansionistas e os incentivos às
exportações”.
Uma segunda linha de interpretação atribui grande parte
do “milagre” ao ambiente externo favorável, devido à grande
expansão da economia internacional, melhoria dos termos
de troca e crédito externo farto e barato.
Já uma terceira explicação credita grande parte do “milagre” às reformas institucionais do Paeg do governo Castello
Branco, em particular às reformas fiscal, tributária e finan10 AEAARP
ceira, que teriam criado as condições para a aceleração
subsequente do crescimento.
Segundo Veloso, a principal conclusão do artigo é que o
“milagre” econômico brasileiro decorreu em grande medida
do efeito defasado das reformas associadas ao Paeg. Dentre essas reformas incluem-se a criação do Banco Central,
o desenvolvimento do mercado de capitais – incluindo o
mercado acionário – e a criação do Sistema Financeiro da
Habitação.
“Como em geral ocorre quando são feitas reformas de grande profundidade, as reformas do Paeg só tiveram efeito nas
principais variáveis macroeconômicas, como crescimento
econômico e inflação, alguns anos depois de sua implantação, especialmente a partir de 1968”, destaca.
Para o pesquisador, o estudo apresentou evidências empíricas de que o “milagre” brasileiro foi um milagre de produtividade. Isso significa, diz, que o crescimento econômico
brasileiro na época foi impulsionado por ganhos de eficiência
e progresso tecnológico, que permitiram que a economia
produzisse mais com a mesma quantidade de fatores de
produção, como capital e trabalho.
“O artigo sobre os determinantes do ‘milagre’ fornece uma
explicação para essa evidência. Os resultados indicam que
os ganhos de eficiência que proporcionaram o aumento
da produtividade no período do ‘milagre’ decorreram das
reformas institucionais do Paeg, principalmente a fiscal e
tributária e a financeira”, diz.
O artigo mostra que não seria possível manter a linha evolutiva de crescimento nos anos seguintes após 1973. De acordo
com Veloso, era inevitável que houvesse uma desaceleração
econômica no período pós-1973.
“A razão é que, na medida em que a aceleração do crescimento associada ao milagre decorreu em grande parte
do efeito defasado das reformas do Paeg, o crescimento
tenderia a se reduzir quando este efeito se esgotasse, o que
ocorreu em 1973”, afirma.
Além disso, acrescenta, em 1973 ocorreu o primeiro choque
do petróleo e houve uma piora de diversas variáveis macroeconômicas, em particular um aumento da inflação e elevação
da dívida externa, que contribuíram para uma redução ainda
mais acentuada do crescimento.
A íntegra do artigo está disponível na biblioteca on-line
SciELO (Bireme/FAPESP).
agricultura
BRASIL É O QUARTO PAÍS
QUE MAIS APLICA SEGURO RURAL
“O seguro rural é uma ferramenta
importantíssima para a agricultura brasileira. Hoje somos o quarto maior país
que atua com esse sistema no mundo,
ao somarmos os seguros públicos e
privados. O Fundo de Catástrofe, Projeto
de Lei que está em tramitação no Congresso, contribuirá para um crescimento
ainda maior”. A declaração é do secretário de Política Agrícola, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Edílson Guimarães.
Dentre as culturas contempladas no
Programa de Subvenção ao Prêmio do
Seguro Rural em 2008 estão a cana-deaçúcar, tomate, uva, laranja, ameixa, café,
limão, amendoim, trigo, algodão, maçã,
tangerina, morango e berinjela. Em rela-
ção à importância segurada por produto,
dos R$ 7,2 bilhões alcançados em 2008, a
soja contribuiu com R$ 3,1 bilhões, o milho com R$ 1,2 bilhão e o arroz, R$ 550,5
milhões. O resultado alcançou cobertura
de 4,8 milhões de hectares.
Do total de 60,1 mil contratos firmados
em 2008, a modalidade que mais concorreu para o seguro rural foi a agrícola, responsável por 59,7 mil operações, seguida
da florestal (200) e pecuária (182). Por
regiões, as que mais aderiram ao seguro foram a Sul, com 37,9 mil operações
e a Sudeste (12,5 mil). No ranking dos
contratos por estados mais assistidos
pelo programa estão o Paraná, com 21,8
mil, Rio Grande do Sul (10,5 mil) e São
Paulo (8,2 mil).
Revista Painel
13
60 anos
AEAARP presenteia Chinaglia com o livro
O deputado federal Arlindo Chinaglia
esteve na AEAARP, no dia 16 de janeiro,
para receber o livro AEAARP 60 anos:
histórias e conquistas, lançado em
dezembro de 2008. Chinaglia, então
presidente da Câmara dos Deputados (o
parlamentar completou seu mandato no
início de fevereiro), foi recebido em um
café da manhã pela diretoria da Associação e cerca de 50 convidados.
Políticos, empresários e associados
foram prestigiar a visita do deputado.
Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, enfatizou, durante seu discurso, a
importância da aprovação e da sanção de
leis como a que assegura às famílias de
baixa renda assistência técnica pública
e gratuita para projeto e construção de
habitação de interesse social (Lei nº
11.888). Ele também solicitou ao parlamentar que intercedesse junto ao Governo Federal pela destinação de recursos
para Ribeirão Preto para investimentos
em obras de infra-estrutura e especialmente nas ações anti-enchentes.
Chinaglia, em entrevista aos jornalistas
que cobriram o evento, disse que percorria o interior paulista para colher sugestões e solicitações de lideranças locais.
No discurso, salientou a importância da
discussão coletiva de propostas para
12
AEAARP
os municípios e disse que saía daquele
encontro empenhado em trabalhar para
viabilizar os investimentos necessários
para a cidade.
O deputado recebeu três exemplares
do livro, embalados em caixas produzidas a partir da palha da cana-de-açúcar,
fornecida por uma empresa de Bonfim
Paulista. Os livros foram endereçados
à biblioteca da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal e ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Seis décadas
AEAARP 60 anos: histórias e conquistas
foi escrito pelas jornalistas Daniela Antunes e Blanche Amancio, o historiador
Carlo Monti e a arquiteta e pesquisadora
Adriana Capretz. A obra é dividida em
duas partes: a primeira trata da formação
e urbanização do município de Ribeirão
Preto e a segunda traz as histórias paralelas do desenvolvimento da cidade
e da atuação da AEAARP nas últimas
seis décadas. Além da documentação
produzida pela entidade nos seus 60
anos, os autores usaram uma ampla
bibliografia e gravaram mais de 40 horas
de entrevistas, que agora fazem parte do
acervo da biblioteca da AEAARP para
novas pesquisas.
sobre os 60 anos da entidade
José Roberto Geraldine, Chinaglia, Roberto Maestrello,
João Paulo Figueiredo e Maria Ines Cavalcanti.
Chinaglia e Maurilio Biagi.
José Alfredo Monteiro, Carlos Gabarra e Chinaglia.
Chinaglia e Roberto Maestrello.
Colegas de colégio: João Paschoalin, Carlos Gabarra e Chinaglia.
Maurílio Biagi e José Aníbal Laguna.
José Carlos Carvalho,
presidente da Associação
Comercial e Industrial de Ribeirão
Preto (ACIRP) também recebeu o
livro para a biblioteca da entidade.
Chinaglia e Daniela Antunes, coautora do livro.
Maestrello e Carvalho.
Revista Painel
13
pesquisa
Embrapa exporta conhecimento
para países africanos
O governo da Argélia deve encomendar da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) um projeto sobre
a tecnologia de cruzamento de gado das raças Gir com
Holandês, cujas matrizes além de serem resistentes
ao clima tropical, têm alta produção de leite. A
expectativa é do engenheiro agrônomo Paulo
Galeano, gerente do escritório da Embrapa,
em Gana, na África do Sul.
De acordo com reportagem da Agência
Brasil (www.agenciabrasil.com.br), Galeano disse que os argelinos também
estão interessados na tecnologia para
o cultivo e processamento de cereais,
pois a indústria local não apresenta
capacidade produtiva suficiente para
acompanhar os avanços que estão
sendo implementados na agricultura para diminuir a dependência da
importação de alimentos, hoje em
torno de 45%.
“O Brasil é o líder mundial em tecnologia para a região agrícola tropical,
e o objetivo da Embrapa é solucionar
problemas do setor agrícola, fazendo a
transferência de nossa tecnologia para
institutos de pesquisas agropecuárias de
outros países”.
Na África a empresa desenvolve projetos
em Benin, Gana, Senegal, Serra leoa, Libéria,
Angola, Moçambique, Nigéria e São Thomé e
Príncipe. Além disso, a Embrapa tem escritórios
na Coréia do Sul, nos Estados Unidos, na França,
Inglaterra e Holanda.
Em Gana, a Embrapa repassou tecnologia para
a plantação de cana-de-açúcar de variedade
brasileira em uma área de 27 mil hectares. Os
primeiros 100 hectares começaram a ser plantados em dezembro e a expectativa, segundo
Galeano, é de que nos próximos dois anos
os 27 mil hectares estejam cultivados e a
usina de beneficiamento da cana implantada. Toda a produção será vendida para
a Suécia.
“Na Tunísia, as conversas também
foram para transferência de tecnologia
para o cultivo de trigo e da cana-deaçúcar, que hoje são importados em
larga escala, principalmente do Brasil.
No Marrocos, a Embrapa também pode
ajudar no desenvolvimento de projetos
para melhorar a qualidade de culturas
como trigo, milho e cana-de-açúcar”.
www.agenciabrasil.com.br
18 AEAARP
tecnologia
Japoneses desenvolvem radiador para
automóveis composto de óleo de mamona
A empresa japonesa Denso apresentou
um novo radiador para automóveis construído com uma resina vegetal derivada
do óleo de mamona. O equipamento
começará a ser produzido em escala
industrial e deverá estar nos primeiros
carros a partir do segundo semestre
deste ano.
Praticamente a totalidade dos radiadores de automóveis fabricados hoje é
feita de alumínio. O novo bio-radiador
é construído com uma resina extraída
do óleo da mamona, além de materiais
petroquímicos e fibra de vidro. Os ingredientes derivados do óleo de mamona
representam 40% da resina.
A resina é produzida por meio de uma
reação química entre dois compostos
orgânicos derivados do óleo de mamona
e do petróleo. O material é reforçado com
fibra de vidro, adicionada para aumentar
a resistência mecânica do radiador.
Quase 6.000 obras
de fundações em
27 anos de atividades.
Até agora vinha sendo difícil o desenvolvimento de peças automotivas a
partir de resinas vegetais devido às altas
temperaturas que esses componentes
devem suportar no compartimento do
motor. A empresa resolveu este problema criando um produto híbrido.
Outra vantagem do novo radiador à
base de resina vegetal é a sua alta resistência ao cloreto de cálcio, um material
utilizado nas rodovias de países sujeitos
à neve para derreter o gelo que se forma
sobre as pistas. O radiador desenvolvido
no Japão é sete vezes ou mais resistente
ao cloreto de cálcio e pode ser produzido
a um custo mais baixo do que os componentes similares atualmente projetados
para regiões frias. A empresa afirmou
em nota que pretende utilizar a resina
para fabricar outros componentes para
automóveis.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
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construção civil
Em compasso de espera
16 AEAARP
impostas por instituições financeiras para
a concessão de crédito à produção.
A redução da jornada de trabalho,
com consequente redução salarial é
vista com preocupação por Ramalho, do
Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores
da Construção Civil). Para ele, o setor
agora deve lutar pela queda dos juros e
por mais qualificação. Alves, da Feticon,
considerou o problema do emprego na
construção menos preocupante que em
outros setores e sugeriu que questões
como redução de jornada e suspensão de
contratos sejam tratadas dentro do setor,
enquanto problemas como diminuição
dos juros e encargos continuem sendo
negociados no âmbito das centrais e da
Fiesp. Ele sugeriu a formação de uma
comissão de empresários e trabalhadores
para desenvolver um projeto de combate
à informalidade.
Waldemar Pires de Oliveira, da Conticom,
manifestou-se contrário à entrada do
setor na discussão de redução da jornada
ou suspensão dos contratos. “Temos
que atuar pelo lado positivo sob pena
de reforçar os oportunistas de plantão;
o governo tem recursos para investir
e os economistas mais conservadores
apostam que o país vai crescer 2%.
Menos 1%
A construção civil paulista tem
expectativa de recuperação do nível de
emprego no primeiro trimestre e espera
que medidas como redução dos juros,
estímulo ao crédito, pacote habitacional
e investimentos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) contribuam
para manter o crescimento da economia
e do setor em 2009.
Uma reunião realizada em janeiro com a
participação do SindusCon-SP (Sindicato
da Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo), Feticom (Federação
dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção e do Mobiliário do Estado de
São Paulo) e Conticom (Confederação
Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores
nas Indústrias da Construção e da
Madeira) chegou a um consenso: se
mais adiante houver necessidade de
lançar mão de instrumentos para evitar
demissões, tais como redução de jornada
ou suspensão temporária do contrato de
trabalho, isso será discutido caso a caso e
efetuado dentro do que determina a lei.
O vice-presidente de Relações CapitalTrabalho do SindusCon-SP, Haruo
Ishikawa, destacou que mesmo com
a diminuição de 105 mil postos de
trabalho nos últimos dois meses de
2008, a construção ainda fechou o ano
passado com a contratação de 198 mil
trabalhadores, 12,6% a mais que o saldo
existente no fim de 2007), requerendo
um grande esforço em qualificação e
segurança do trabalho.
A reunião contou com sugestões,
como a de Mauricio Bianchi, vicepresidente de Tecnologia e Qualidade,
e de Paulo Sanchez, coordenador do
Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ)
do Sinduscon-SP que propuseram a
concentração de esforços no combate à
informalidade. Na avaliação de Sanchez,
o alargamento do prazo de pagamento
do seguro desemprego, de cinco para
dez meses, poderá ocasionar demissões,
estimulando trabalhadores a receberem o
benefício e continuar trabalhando, porém
na informalidade.
“Em vez de os sindicatos dos
trabalhadores pararem obras das
construtoras formais, deveriam parar
as obras executadas com mão-de-obra
informal”, sugeriu Sanchez.
A reunião também tratou da dificuldade
de gerar empregos formais e das restrições
Na penúltima semana do mês de
janeiro o Copom (Comitê de Política
Monetária) decidiu reduzir em 1 ponto
percentual a taxa básica de juros.
Paulo Safady Simões, presidente
da CBIC (Câmara Brasileira da
Indústria de Construção), disse
que qualquer setor ganha e com
o da construção não é diferente. E
continuou: “Teremos uma indústria
trabalhando com menos pressão de
custo financeiro”.
Ele espera que a meta de
crescimento do país volte à
normalidade a partir de 2010 e
declarou que o segmento tem
elevadas expectativas quanto ao
anúncio do Governo Federal de um
programa de habitação popular,
cujo anúncio deveria ser feito neste
mês de fevereiro. “O setor terá
um papel importante neste e no
ano que vem. O presidente deve
anunciar boas notícias e ao longo
deste ano desempenhar um bom
papel”, disse.
construção civil
Demissões vão além da
sazonalidade na construção civil
A pesquisa mensal do SindusCon-SP
(Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo) e da
FGV Projetos, com base nos dados do
Caged (Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados) do Ministério do
Trabalho e Emprego, mostra que em
dezembro a queda percentual no
emprego em relação a novembro foi
de 4%, o que, descontados os efeitos
sazonais, revela uma redução de 1,2%
no número de trabalhadores com
carteira assinada no setor. Do total de
87,4 mil postos de trabalhos perdidos
em dezembro, 25% foram por outras
razões que não a sazonalidade.
Para o presidente do SindusCon-SP,
Sergio Watanabe, “essa redução pode
ter sido determinada pelo cancelamento
dos lançamentos, que levou algumas
empresas a dispensarem trabalhadores
mantidos provavelmente porque uma
nova obra já iria começar em seguida”.
No Estado de São Paulo, o efeito
não sazonal foi um pouco maior em
dezembro. A queda no emprego em
relação a novembro atingiu de 2,62%
(menos 15.940 vagas); descontados os
efeitos sazonais, foi de 0,96%. Significa
que 37% das demissões na construção
civil paulista ocorreram por outras
razões.
As
demissões
superaram
as
contratações em todas as regiões
do Estado. O destaque negativo foi
Sorocaba, que dispensou 2.372 pessoas
no mês (baixa de 3,55%). Em Presidente
Prudente, as empresas demitiram 592
trabalhadores, o que representou queda
de 7,38% no estoque do setor na região.
“No ano passado, tivemos um
desempenho muito bom - crescemos
10% no ano, 2/3 a mais que o PIB
brasileiro. Neste ano continuaremos
crescendo, estimamos que o nosso
desempenho será 50% maior que o
PIB que os economistas estimam para
o país, em 2009”, afirma José Batista
Ferreira, diretor regional do SindusConSP.
Emprego por regiões do Estado de São Paulo
(dezembro/ 2008)
RegiãoVariação Número
Mensal (%)
de Vagas
Sede (capital) -1,71
-4.957
Santo André -2,56
-755
Campinas
-3,31
-2.039
Ribeirão Preto
-3,84
-1.323
Santos
-2,58
-603
Sorocaba
-3,55
-2.372
São José dos Campos -3,51
-1.856
Bauru
-4,20
-1.033
São José do Rio Preto -2,47
-410
Presidente Prudente -7,38
-592
* Fonte: Setor de Economia do SindusCon-SP
Revista Painel
17
009
aeaarp
AEAARP em pauta
Contas aprovadas
O Conselho Deliberativo da AEAARP
aprovou as contas da entidade referentes
ao terceiro e quarto trimestres de 2008.
A reunião também deliberou sobre o
orçamento de 2009 e a nova tabela de
anuidade, cujo reajuste é de 6,4814%,
tendo como base o INPC (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor) acumulado
dos últimos 12 meses (veja tabela nesta
página).
AEAARP faz recadastramento
Desde os primeiros dias de janeiro, a AEAARP está fazendo o recadastramento de
seus associados. O objetivo é alimentar o
banco de dados para que todos possam
receber informações da entidade, que
também deseja atualizar continuamente
as informações sobre seu público.
O gerente Alexandre Fusco informa que
o recadastramento foi decidido pela atual
diretoria para diversificar e promover os
serviços prestados pela entidade e para
que a AEAARP possa manter as ações de
aprimoramento do relacionamento com
o associado.
“Durante todo o ano são realizados eventos, como cursos, palestras, encontros
sociais, e precisamos ter um cadastro
sempre atual para que todos tenham
acesso a essas informações”, afirma.
Como fazer o
recadastramento
Os associados devem
procurar por Paulo Roberto
Rodrigues, responsável pela
sessão de Desenvolvimento
Associativo, que está
atualizando as informações
do banco de dados e
distribuindo a agenda. O
processo demora apenas
alguns minutos e deve ser
feito pessoalmente na sede
da AEAARP.
18 AEAARP
Agenda
A AEAARP está distribuindo aos associados, no ato do
recadastramento,
a agenda 2009. As
páginas têm marcações para que o
usuário coloque a
data – o que dá mais
versatilidade ao seu uso –,
espaço para anotação de endereço e telefones de contatos, calendário e tabela
de conversão de medidas.
Produzida com capa dura e acabamento
em espiral, a agenda traz um breve histórico da Associação com a galeria dos
presidentes e imagens da sede, que em
2008 passou por importantes obras que
deram novo layout ao salão de festas e
remodelaram o antigo bar, convertido em
um charmoso Espaço Gourmet.
O engenheiro civil Hugo Riccioppo afirma que a última etapa das reformas iniciadas em 2008 está em fase final. O deck
do espaço de eventos será inaugurado
ainda neste mês de fevereiro. Projetado
pelo arquiteto Carlos Alberto Gabarra, a
previsão é a de ampliar em mais 324 m2
a área construída da sede (atualmente,
são 1.570,50 m2).
Para colecionar
O cartão com o selo
alusivo aos 60 anos da AEAARP
está à venda na entidade. Trata-se de
uma peça para colecionadores, com
o carimbo de lançamento (o Carimbo
de Primeiro Dia). Alexandre Fusco
informa que restam 20 cartões.
Anuidade 2009 *
AEAARP 60 anos
O Conselho Deliberativo aprovou a
comercialização do livro AEAARP 60
anos: histórias e conquistas a R$ 50,00.
Os exemplares estão à disposição
dos interessados na sede
da entidade.
Para profissionais
Parcela única com desconto até 31 de março de 2009: R$ 130,00
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Pagamento parcelado até 31 de março de 2009: 3 x R$ 55,00
Parcela única com desconto até 31 de março de 2009: R$ 65,00
Parcela única até 30 de abril de 2009: R$ 75,00
Pagamento parcelado até 31 de março de 2009: 3 x R$ 28,00
Para estudantes
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6
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AEA rias e c
ó
hist
as
Manh
B. S.
pretz
Silva
na Ca
ancio
Adria
he Am es Monti
Blanc
arã
Guim
tunes
Carlo
rah An
la Fa
Danie
* A partir do dia 30 de março, os pagamentos em atraso estão sujeitos
a multa de 2% e juro de mora de 1% ao mês.
Revista Painel
19
perfil
Da Engenharia ao
Há cerca de quatro décadas, quando a
Engenharia ocupava lugar de destaque
entre as opções de carreiras a serem
seguidas, José Carlos dos Reis Meirelles
Junior deixou a Faculdade de Engenharia
de Guaratinguetá e se embrenhou, literalmente, pelo mato. Criado em Santa
Rita do Passa Quatro, interior paulista,
trabalha em uma base da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) às margens do
rio Envira, no Estado do Acre próximo à
fronteira com o Peru. Em maio de 2008,
coordenou a expedição que fotografou
pela primeira vez um grupo de índios
isolados na fronteira com o Peru. As
imagens correram o mundo. O objetivo,
conforme explicou à Painel, foi o de conquistar a opinião pública como aliada na
defesa dos direitos desses povos.
FUNAI
“Hoje já dá pra fazer
as coisas com menos
agressividade, tem
tecnologia e experiência
para isso. Não precisa
matar ninguém para fazer
hidrelétrica, explorar
madeira e criar boi. Cabe
todo mundo na Amazônia
e sobra lugar. É só
organizar”, avalia Meirelles.
Índios isolados: as imagens que rodaram o mundo
20 AEAARP
Na visão de Meirelles,
a FUNAI está lotada no
endereço errado. Deveria
responder ao Ministério das
Relações Exteriores, por
estabelecer contato e fazer
um verdadeiro trabalho de
diplomacia junto a povos de
cultura, costumes e idioma
diferentes daquele falado no
resto do país.
Os três anos que cursou da Faculdade
de Engenharia renderam conhecimento
e habilidades que foram capazes de dar
conforto à casa que ocupa com outros
sete funcionários da FUNAI e permitiram
resolver problemas cotidianos, como
reparos em motores usados no trabalho. Indigenista ou sertanista (as duas
denominações são aceitas pela FUNAI),
Meirelles diz: “Eu não seria um mau
engenheiro, mas seria um engenheiro
frustrado. Poderia ser produtivo, mas
não seria feliz. Essa é a minha praia (o
trabalho como indigenista). Faria tudo
de novo. Falo para os meus filhos que
sou um privilegiado. Faço o que gosto e
trabalho no que gosto”, discursa ao ser
questionado pelo engenheiro civil Hugo
Riccioppo, conselheiro da AEAARP.
Meirelles esteve na AEAARP em dezembro de 2008, acompanhando Riccioppo e Roberto Maestrello, seus amigos há
muitas décadas. Sua carreira começou
aos 21 anos no Estado do Maranhão, em
1971. Ele conta que naquela época, auge
do Regime Militar no Brasil, a política
para os povos indígenas era bem diferente da atual.
“Naquela década estavam abrindo a
BR 316, que sai de Teresina (PI), passa
pelo interior do Maranhão e chega a
Belém (PA). Foi naquele tempo de regime militar, das grandes obras da Transamazônica... foi a época que fizeram
contato com vários grupos indígenas da
Amazônia. Os que não morreram foram
tirados”, conta.
As doenças foram a principal causa das
mortes provocadas em índios isolados
que tiveram contato com os homens
brancos. A ocorrência de uma gripe é
fatal e Meirelles descreve a catapora,
por exemplo, como uma “hecatombe”
numa aldeia de índios isolados. Em 1985
isolamento
Meirelles durante o sobrevoo
que fotografou os isolados
um grupo de indigenistas se reuniu e fez
a contagem: estima-se que 2/3 da população indígena morreram depois de um
ano do primeiro contato. “Descobrimos
que isso não é contato, é genocídio. É
pior que a Bósnia”, compara Meirelles.
Nos anos de 1970, entretanto, a ação
dos indigenistas estava focada na
integração do índio à sociedade. Meirelles lembra que alguns antropólogos
chegaram a prever que os índios seriam
totalmente integrados à sociedade. A
Constituição de 1988 proporcionou uma
nova visão à questão, que é manter os
índios isolados. “Então vamos proteger o
território deles e deixá-los ali. O que nós
temos para ensinar a eles? Não precisam
da gente e também não têm muita coisa
para aprender com a gente. Eles estão lá
porque querem. É um direito deles. Para
serem cidadãos brasileiros não precisam
deixar de ser índios”, explica.
A cidade mais próxima da
base de Meirelles é Feijó.
Para alcançá-la é necessário
percorrer 530 quilômetros
em seis dias de viagem de
barco, considerando que
embarcações com porte para
abastecer a base só navegam
no verão, quando o volume
de água é maior. Nas outras
épocas do ano a viagem tem
de ser feita por canoas.
Três filhos indigenistas
Há 33 anos, quando Meirelles
chegou à região onde trabalha,
instalou-se sob as copas
das árvores, armando redes
nos vãos dos seus troncos.
Hoje, a casa que ocupa é
dotada de água encanada e
só recentemente passou a
contar com sinal de internet.
Na floresta, ele viveu com a exmulher, que também trabalhava
com os índios, e criou os cinco
filhos que se mudaram para
a cidade quando chegaram à
idade escolar.
Meirelles estima que tenha
proposto a demarcação de
pelo menos cinco milhões de
hectares nas últimas décadas.
Carregando sal, farinha, rede
e uma arma para garantir
boa caça às refeições, muitas
dessas terras foram percorridas
a pé. Na bagagem, sempre
pouca “tralha”, estratégia
aprendida com os índios.
Imagens de satélite,
sobrevôos, GPS e telefone
auxiliam hoje em um
trabalho que ainda demanda
muitos dias de caminhada.
O sertanista chega a passar
dois meses caminhando no
mato, demarcando terras ou
identificando vestígios de
populações indígenas isoladas,
que ele diz que não quer saber
quem são. “E tenho raiva de
quem queira”, brinca. Três dos
cinco filhos são indigenistas,
entre eles a filha Paula, chefe
de uma base da FUNAI às
margens do rio Tarauacá, que
corre paralelo ao Envira.
Uma semana antes de
conceder entrevista à Painel,
Meirelles recebeu telefonema
de outro filho indigenista,
Arthur. Ele queria avisar o
pai que tudo correu bem na
expedição, da qual acabara
de chegar, cujo objetivo foi
efetivar uma demarcação
proposta por Meirelles 20 anos
antes. E ainda há muito a
ser feito. A FUNAI conta hoje
com 69 evidências de novos
povos isolados, 29 delas já
confirmadas. “As outras ainda
precisam de estudos”, diz.
Fotos: divulgação
Revista Painel
21
meio ambiente
Empresa desenvolve
placa termoplástica
que pode substituir vidros
Se a indústria da construção civil está
em compasso de espera em decorrência
dos reflexos da crise, o outro lado da balança, o que pesquisa e lança materiais
inovadores, anda a passos largos. Uma
empresa que opera em 25 países acaba
de colocar no mercado uma chapa termoplástica que pode substituir os vidros,
prometendo ainda alguns ganhos tanto
para o setor quanto para o usuário.
A nova chapa de Lexan Thermoclear
tem nove camadas é a primeira chapa
de várias camadas do setor de painéis e
janelas transparentes a oferecer um valor
U menor do que 1,0 W/ m2K. A chapa de
Lexan Thermoclear, de acordo com a
SABIC Innovative Plastics, que desenvolveu o produto, oferece propriedades
superiores de isolamento em relação ao
vidro de vários painéis, além de leveza,
resistência elevada a impactos, rigidez
e proteção UV (ultravioleta). A estrutura
22 AEAARP
em formato de “X” de nove camadas do
material cria mais bolsões de ar entre o
ambiente exterior e o interior do prédio,
aumentando a resistência e a rigidez.
Disponível em espessuras de 35 mm,
40 mm, 45 mm e 50 mm, com valores
U variando de 1,187 a 0,985 W/m2K, a
chapa de Lexan Thermoclear fornece
desempenho de isolamento térmico que
supera o vidro de vários painéis, preenchido com argônio, com um valor U de
aproximadamente 1,4 W/m2K.
Outro benefício apresentado pelo
fabricante é o baixo peso, o que facilita
o manuseio e a instalação, quando comparado com os painéis de vidro. Além
disso, o material pode ser usado com
uma estrutura de sustentação em aço
mais leve do que a exigida pelo vidro, o
que pode reduzir os custos de material e
remessa. O produto pode ser usado para
painéis e janelas transparentes planos
em telhados, prédios de escritórios,
shopping centers, fábricas, solários e
estufas.
A linha está disponível em branco opala, verde com controle solar e transparente. Ambos os lados da chapa são tratados
com proteção UV proprietária contra a
ação do tempo em ambientes externos,
a fim de ajudar a garantir a qualidade óptica no longo prazo e a elevada transmissão de luz. A SABIC Innovative Plastics
afirma que em testes de ação do tempo
acelerados de 4.000 horas (DIN53387 /
ASTM G26) – comparáveis a 10 anos de
exposição em ambientes externos, em
condições climáticas moderadas – os
resultados obtidos demonstraram a
capacidade superior destas chapas em
manter a cor, a transmissão de luz e a
resistência ao impacto, quando comparados a produtos concorrentes.
www.sabic-ip.com.
legislação
Lei de assistência técnica deve ampliar
campo de trabalho para engenheiros e arquitetos
Depois de sancionada a lei que garante
assistência técnica gratuita às famílias
com renda de até três salários mínimos
na construção de habitações (Lei 11.888,
de 24/12/08), o desafio agora é a sua
operacionalização.
Segundo Alex Abiko, professor titular
do Departamento de Engenharia de
Construção Civil Escola Politécnica da
USP, a aplicação da lei vai depender da
capacidade de gerenciamento e da alocação de recursos por parte de estados
e municípios. A União já definiu uma
das fontes de recursos, que será o Fundo Nacional de Habitação de Interesse
Social.
Ao ampliar de forma considerável o
mercado de trabalho para arquitetos, engenheiros e técnicos de edificação, que
prestarão assessoria para a construção
de casas com até 60 m² em cooperativas,
mutirões, associações de moradores
etc., haverá também necessidade de
treinamento, prevê Abiko.
Além dos recursos, será preciso criar
mecanismos para selecionar beneficiários por meio de sistemas de atendimento implantados por órgãos municipais, com composição paritária entre
representantes do poder público e da
sociedade civil. A lei também determina
que os serviços de assistência técnica
serão objeto de convênio, ou termo de
parceria, com a União, estados, Distrito
Federal ou municípios.
O professor da Poli destaca que existem
no país inúmeras iniciativas de Engenharia social que prestam assistência técnica às habitações para a baixa renda. A lei
vem para dar um direcionamento geral
a essas iniciativas. Além disso, o país é
rico em experiências bem-sucedidas de
mutirão, lembra Abiko. A Poli publicou
um manual sobre mutirões, em parceria
com a Finep (Financiadora de Estudos e
Projetos) do Ministério da Ciência e Tecnologia, que orienta a respeito de todas
as etapas de implantação e execução de
habitações.
Hoje já existem escritórios-piloto de
Engenharia e Arquitetura, ligados a universidades e centros acadêmicos, que
poderiam se engajar nesta proposta. A
Poli, por exemplo, conta com a Poli Cidadã, que atua na urbanização de favelas e
de tribos indígenas, e com a Poli Júnior,
escritório-piloto, além de um curso à
distância especializado em urbanização
de favelas. Em 2008 esse curso qualificou
280 técnicos que já atuam em órgãos
públicos de estados e municípios.
Outro efeito positivo da lei é a formalização de construções e reformas de
habitações perante o poder público municipal, evitando a ocupação de áreas de
risco e de interesse ambiental.
Notas e cursos
Biodiesel que vem do mar
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Biologia
da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica
que microalgas encontradas no litoral brasileiro têm
potencial energético para produzir 90 mil quilos de
óleo por hectare. De acordo com a Agência FAPESP
(www.agencia.fapesp.br) este é o melhor resultado
encontrado por pesquisadores que se debruçam sobre a
descoberta de novas matrizes energéticas. A alternativa
proporciona ganhos ambientais por reduzir a emissão
de gás carbônico na atmosfera, e econômicos, pelo fato
de não conflitar com a agricultura. Segundo a pesquisa,
as microalgas podem ser cultivadas no solo pobre e com
a água salobra do semi-árido brasileiro – para onde a
água do mar também pode ser canalizada – e abre possibilidades para que países tropicais (como a Polinésia
e nações africanas) possam começar a produzir matriz
energética. Além disso, as algas crescem mais rápido do
que qualquer outra planta. “O biodiesel de microalgas
ainda não é viável, mas em cinco anos haverá empresas
produzindo em larga escala”, estima o biólogo Sergio
Lourenço, do Departamento de Biologia Marinha da
UFF, responsável pelo estudo.
NOVOS ASSOCIADOS
Arquitetura e Urbanismo
Amanda Fontellas Taveira
Gerson Rodrigues da Costa
Engenharia Agronômica
Landry
Moreira Loesch
Engenharia Civil
Marcos Antonio Teixeira
Engenharia de Produção Mecânica
Luiz
Guilherme Ravacci Pires
Engenharia de Produção - Materiais
Roberto Lourenço Curval
Engenharia Elétrica
Adilson
Antonio Vallada
Engenharia Mecânica
Roberto de Azevedo
Estudante – Engenharia Agronômica
Thiago
Augusto Camilo da Silva
Estudante – Arquitetura e Urbanismo
Cinthia Oliveira Alvarenga
Priscila Aparecida de Menezes
Estudante – Engenharia Civil
Ana Rita Leonardo
| Elmir Garzon Junior
Ernani Branquinho Ferreira | Felipe Campi
Hamilton Campi Junior
Hudson Campos Lima
João Alves Cordeiro Junior
Paulo Henrique Defendi Cazaroto
Peter Seabra da Silva
Rafael
Manfrini Furlan
| Vinicius Duran
Estudante – Engenharia de Produção
Marcio Henrique de Carvalho
Guilherme Santos Massei
Sidnei Vieira da Conceição
Técnico em Eletrotécnica
Antonio de Souza Nogueira Neto
24 AEAARP
Agenda
Seminário Estruturas de Concreto – Tendências, Projetos e Execução
A PINI reinicia, dia 11 de março, seu ciclo de eventos promovendo o Seminário Estruturas de Concreto –
Tendências, Projetos e Execução, em São Paulo. O objetivo do evento é apresentar os avanços tecnológicos
na produção de edificações para projetistas e construtores. As principais tendências de projeto e execução
de estruturas de concreto no Brasil, o processo de industrialização de construção civil, os avanços tecnológicos do concreto estrutural, a utilização de pré-moldados e a viabilidade técnica e econômica do concreto
auto-adensável serão alguns dos assuntos que nortearão as palestras.
PALESTRAS
• 9h às 10h: Tendências de Projeto e Execução de Estruturas de Concreto no Brasil - Engo Ricardo
França – França & Associados
• 10h30 às 11h30: Normas e Aspectos de Durabilidade, Resistência e Desempenho relacionados às
Estruturas de Concreto – Enga Inês Laranjeiras Battagin – Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto
e Agregados (CB-18)/ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
• 13h30 às 14h20: Novas Aplicações e o Futuro dos Pré-Moldados de Concreto - Eng. Francisco
Oggi
• 14h20 às 15h10: Concreto Auto-Adensável: Aplicações, Trabalhabilidade e Método de Dosagem Profa Denise Carpena Dal Molin - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
• 15h40 às 16h30: Cases de Aplicação de Concreto Auto-Adensável - Eng. Maurício Bianchi (Diretor
Técnico) - BKO Engenharia
As inscrições para o evento podem ser feitas pelo site www.piniweb.com.br.
Informações: (11) 2173-2474.
Data: 11 de março de 2009
Horário: 9h às 17h
Local: Milenium Centro de Convenções
Endereço: Rua Dr. Bacelar 1043 - Vila Mariana - São Paulo-SP
2º Simpósio Internacional de Nutrição de Ruminantes
O 2º Simpósio Internacional de Nutrição de Ruminantes será realizado nos dias 24 e 25 de abril no
campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O evento é organizado pelo Grupo de
Estudos de Nutrição de Ruminantes da Unesp (Nutrir) e pretende abordar a relação entre utilização
de resíduos e subprodutos da indústria na produção de ruminantes e novos avanços na produção de
bovinos confinados. O simpósio reunirá pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, além
de profissionais do setor, que terão a oportunidade de contatar alguns dos principais pesquisadores na
área, entre os quais Mike Brown (Universidade West Texas A&M), Mike Galyean (Universidade Texas
Tech) e Galen Erickson (Universidade de Nebraska).
Data: 24 e 25 de abril de 2009
Local: UNESP Botucatu
Inscrições: www.gruponutrir.com.br
Avaliação e perícias em imóveis urbanos
O curso visa a preparar profissionais para atuarem no campo de Perícias de Engenharia e Avaliações,
apresentando informações básicas para o profissional avaliar imóveis urbanos, bem como pontos a serem considerados nos diversos laudos, técnicas de vistoria, argumentação, plano de trabalho, segundo
normas vigentes.
Data: de 2 a 16 de março de 2009
Horário: 19h às 23h
Local: Av. Dr. Dante Pazzanese 120 - Vila Mariana - São Paulo/SP
Instrutor: José Ficker
Inscrições: www.institutodeengenharia.org.br
Administração e empreendedorismo para engenheiros e arquitetos
Promovido pelo Instituto de Engenharia, o curso tem por objetivo capacitar profissionais de Engenharia
e Arquitetura para as áreas de administração – financeira, recursos humanos, produção, mercado – e
inserir conhecimentos de administração estratégica. O módulo foi ministrado em 120 cidades de 26
estados brasileiros e também em três cidades em Portugal. Princípios do empreendedorismo, as principais características dos empreendedores e as ferramentas de gestão que concorrem para o sucesso das
empresas também integram a programação.
Data: 13 de março de 2009
Horário: 13h às 21h
Local: Av. Dr. Dante Pazzanese 120 - Vila Mariana - São Paulo/SP
Instrutor: Ênio Padilha
Inscrições: www.institutodeengenharia.org.br
UFSCar promove curso sobre
estruturas de aço e concreto
O DECiv (Departamento de Engenharia Civil) da
UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) está
com inscrições abertas para o curso de extensão
Projeto e dimensionamento de estruturas metálicas
e mistas de aço e concreto.
Abordando os aspectos teóricos das principais
normas brasileiras de estruturas, o curso oferecerá aos participantes a oportunidade de ampliar
e atualizar os conhecimentos na área de projetos
de estruturas metálicas, entender melhor o comportamento de perfis estruturais e de elementos
mistos como aço e concreto e analisar os sistemas
estruturais usuais.
Sob a coordenação do professor Alex Sander
Clemente de Souza, o curso é voltado a profissionais, professores e estudantes de Engenharia e terá
carga horária de 77 horas. O início está previsto
para o dia 18 de abril. As aulas acontecem quinzenalmente, aos sábados, das 8h30 às 12h30 e das
13h30 às 16h30.
O interessado que efetivar sua inscrição até o dia
20 de março terá desconto de R$ 100 na matrícula.
O investimento total é de R$ 400 de inscrição mais
quatro parcelas de R$ 300. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected], pelo
telefone (16) 3351-8262, ramal 221, ou pelo site
www.deciv.ufscar.br/metalica.
Exportação e logística do etanol
brasileiro reúnem especialistas
em São Paulo
O aumento das exportações de etanol nesta década
comprova a força da energia verde brasileira: de
2001 a 2008, as vendas externas cresceram 600% em
volume, passando a 3,6 bilhões de litros anuais. Em
valores, o crescimento superou os 1.000%, chegando
a US$ 1,5 bilhão no ano passado. Nesse cenário, o seminário Exportação e logística
do etanol: caminhos para a consolidação da liderança global trará uma contribuição estratégica,
pois será o primeiro a abordar o álcool combustível
do ponto de vista da exportação e sua logística. O
evento acontecerá em São Paulo, no próximo dia
6 de março.
O seminário reunirá as informações mais atualizadas sobre o etanol no Brasil e no mundo, as
soluções para os pontos críticos na implantação de
uma logística eficaz e integrada, a imagem do etanol
brasileiro entre os importadores e as estratégias de
redução do protecionismo.
Com o volume de produção, a qualidade e a
tecnologia de ponta hoje apresentados pelo setor
sucroalcooleiro nacional, até mesmo as barreiras
erguidas pelos países ricos contra o álcool combustível de cana-de-açúcar estão sendo derrubadas,
criando um ambiente favorável para a consolidação
da liderança do Brasil na exportação de etanol.
Os participantes poderão conhecer, por exemplo,
as peculiaridades e exigências dos 27 países da
União Européia para o assunto etanol e também o
disputado mercado japonês.
No evento, a Apex Brasil (Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos) mostrará
os recentes posicionamentos exigidos pela crescente
demanda mundial do etanol.
A Brenco (Companhia Brasileira de Energia
Renováve) avaliará a integração logística como
fator diferencial para as exportações e mostrará a
viabilidade de um alcoolduto e as rotas alternativas
para o transporte terrestre. A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar)
mostrará suas estratégias para o alinhamento
da imagem do etanol brasileiro no mundo e para
desmistificar a competição do álcool combustível
com alimentos.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento avaliará as novas oportunidades do zoneamento agrícola e as modificações da capacidade de
atendimento ao mercado interno.
Os participantes conhecerão também as orientações da ANP (Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis) para regulação e
certificação.
O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social) informará seus planos de negócios para o setor de logística do etanol e as linhas de
crédito mais vantajosas para expansão.
Temas a serem abordados:
Exportação versus consumo interno
Crise mundial versus exportações
Vantagens competitivas do álcool brasileiro
Sustentabilidade e questões sociais
Estratégias de melhoria na logística
Exportação ao mercado japonês
O mercado europeu frente às emissões de gases
Certificação do etanol e produção da cana-deaçúcar
Construção de alcooldutos
Barreiras tarifárias
Programação
9h00 – Posicionamento estratégico frente à crescente demanda mundial do Etanol
Eduardo Caldas
Gestor de Projetos Agronegócio da Apex Brasil
(Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos)
10h00 – Coffee Break e Networking
10h20 – Integração logística como fator diferencial
para as exportações
• Alcooldutos
• Transporte terreste
• Terceirização
• Investimentos
Adriano Dalbem
Diretor de Logística da Brenco
11h20 – Melhorando a imagem do etanol brasileiro:
como apresentar nosso produto como sustentável e
desmistificar a competição com alimentos?
• Alimentos versus cana-de-açúcar
• Projetos internacionais de marketing
• Exploração dos pontos positivos para novos
negócios
Eduardo Leão de Souza
Diretor Executivo da Unica
12h20 Almoço
14h00 – Mercado japonês e europeu: perspectivas
e condições de acesso
• As peculiaridades e exigências destes mercados
• Melhores formas de persuadir potenciais
compradores
João José Soares Pacheco
Embaixador-chefe da delegação da Comissão
Européia no Brasil
Satoshi Awaya
Diretor de Bioenergia
Sojitz do Brasil
15h30 – Coffee Break
15h50 – Crescimento das exportações versus
capacidade de atendimento ao mercado interno
•
•
•
Zoneamento agrícola
Certificação e regulação
Selo Verde
Edson Menezes da Silva
Superintendente de Abastecimento da ANP
José Nilton Vieira
Diretor interino do Departamento de Açúcar e
Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
16h50 – Investimentos para o setor de logística e
linhas de crédito para expansão de mercado
Artur Milanez
Gerente do Departamento de Biocombustíveis do
BNDES
18H - Encerramento
Serviço
Data: 6 de Março
Local: H’ Lotel
Alameda Campinas, 266, Jardim Paulista
São Paulo - SP
Inscrições:
Fone (11) 3066-7703 ou 0800-770-7794
Fax (11) 3066-7708
E-mail [email protected] www.operamundi.net/seminarios
Revista Painel
25
crea
Crea-SP empossa
nova diretoria e conselheiros
Na manhã de 15 de janeiro, o Crea-SP deu posse aos conselheiros que terão
mandato no triênio 2009-2011, procedendo assim a renovação de terço desse
quadro de profissionais. Tomaram posse dois representantes da AEAARP:
Giulio Roberto Azevedo Prado, na modalidade Mecânica e Metalúrgica,
tendo Romolo Prota como suplente, e Wilson Luiz Laguna, na Civil com Edes
Junqueira como suplente.
Os conselheiros elegeram os representantes das demais modalidades
profissionais para compor cada Câmara Especializada, dos membros da
Diretoria e dos membros das Comissões Permanentes de Ética Profissional,
de Orçamento e Tomada de Contas, de Renovação do Terço, de Relações
Públicas, de Legislação e Normas, de Educação e Atribuições Profissionais
e de Meio Ambiente.
Por indicação de José Tadeu da Silva, presidente do Crea-SP empossado
para o segundo mandato, Paulo Eduardo de Grava foi eleito vice-presidente,
recebendo homologação do plenário.
Giulio e Romolo com Tadeu
Nova diretoria
Presidente do Crea-SP:
José Tadeu da Silva (em segundo mandato 2009-2011);
Vice-presidente:
Paulo Eduardo de Grava
Wilson, Tadeu e Edes
Os conselheiros de Ribeirão com o presidente do CREA-SP na posse
26 AEAARP
Diretor de Valorização
Profissional:
Jayme de Oliveira Bezerra Nunes
Diretora administrativa:
Adilma Regina Pippa Scamparini Diretor de Valorização
Profissional-adjunto:
João Fernando Custódio da Silva
Diretor administrativo-adjunto:
Paulo Eduardo Finhane Trigo
Diretor de Relações Profissionais:
Diretor financeiro:
Carlos Alberto Guimarães
Valdemar Antonio Demétrio
Garcez
Diretor financeiro-adjunto:
Pasqual Satalino
Diretor de Relações Institucionais:
Egberto Rodrigues Neves
Diretora técnica:
Liane Makowski de Oliveira e
Almeida
Diretora do Fórum das
Entidades de Classe:
Luciana Rando de Macedo Bento
Diretor técnico-adjunto:
Joaquin Marino Telle
Diretor(a) de Educação:
nome a ser indicado
Como parte das comemorações pelos 75 anos do Conselho,
o Crea-SP homenageou Cecília Maria Lourenço, que tem o
registro funcional mais antigo, o de número 33.
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clicando aqui Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - [email protected] Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri ...

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