a visão dos pais em relação a importância da

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a visão dos pais em relação a importância da
Revista ENAF Science
Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
VOLUME 02 - NÚMERO 02 - 2007 - MAGAZINE
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Revista ENAF Science
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É com grande satisfação que, no vigésimo primeiro ano de realização do ENAF, em sua quadragésima
terceira edição, publicamos a Revista ENAF SCIENCE Nº 04. Tal publicação pode ser traduzida como
uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que direta ou indiretamente
contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da
atividade física e saúde.
Nesses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da
área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004
passamos a realizar o Congresso Científico ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes
unindo formação e produção.
É nesse novo contexto que a Revista ENAF SCIENCE é lançada. Esperamos que essa publicação
enriqueça nossa área de ação. Nesta edição são apresentados os trabalhos completos apresentados
no Congresso Científico e os resumos dos trabalhos apresentados sob a forma de pôster.
Esperamos que este seja o primeiro passo que pretendemos dar na busca deste novo viés do
conhecimento, fazendo o ENAF seguir o seu caminho mais essencial: participar da construção de uma
ciência da atividade física.
Prof. Dennis William Abdala
Prof. Alessandro de Oliveira
Prof. Arthur Paiva Neto
Prof. Sebastião José Paulino
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CONSELHO EDITORIAL:
Antônio Carlos Gomes, PhD
Diretor Técnico do Clube Atlético Paranaense
Alessandro de Oliveira, Ms
Fac. Presbiteriana Gammon/MG
André Luis Leta da Costa, Dr.
UGF - Univ. Gama Filho/RJ
Arthur Paiva Neto, Ms
Univ. São Francisco/SP
Dennis William Abdala, Ms
Unifeg/MG
Estélio Henrique M. Dantas, PhD
UCB - Univ. Castelo Branco/RJ
Fabiano Pinheiro Peres, Ms
Univ. São Francisco/SP
Fábio Saba, Ms
Consultor de Negócios em Esporte, Clubes,
Academias no Brasil e no exterior
Fabrício Madureira
Univ. Metropolitana de Santos
Fernanda Pereira Ribeiro
Unifenas – Poços de Caldas/MG
Lais Lima, Ms
Univ. Ítalo Brasileiro/SP
Leonardo Cabral, Ms
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Luiz Fernando Kruel, Dr.
UFRGS
Luiz Henrique Salles de Oliveira, Dr.
UNIVAS - Univ. do Vale do Sapucaí/MG
Marcelo Gomes da Costa, Ms
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
Márcia Albergaria, Drª.
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
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UFMG - Univ. Federal de Minas Gerais/MG
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UNIFESP/SP
Rodolfo Novelino Benda, Dr.
UFMG - Univ. Federal de Minas Gerais/MG
Rolando Bacis Ceddia, PhD
Univ. de Toronto / Canadá
Terêsa Cristina Alvisi, Ms
PUC - Pontifica Univ. Católica/MG
Turíbio Leite de Barros Neto, Dr.
Diretor do CEMAFE/UNIFESP
Walace Monteiro, Dr.
UERJ - Univ. Estadual do Rio de Janeiro
Vagner Raso, Ms
USP - Univ. de São Paulo
POLÍTICA EDITORIAL:
Como revista de pesquisa, o ENAF Science é destinado à publicação de relatórios de pesquisas
originais, realizadas na área biomédica ou de ciência da saúde. Incluirá pesquisa em ciências
básicas, casos clínicos, efetivamente do diagnóstico e de técnicas terapêuticas e estudos
relacionados aos aspectos comportamentais, epidemiológicos ou educacionais da medicina e do
movimento humano. Todos os originais sofrerão análise, que será realizado em sistema de duplocego (peer review) antes de aceitos para publicação.
Enviar cartas para:
ENAF – Caixa Postal 111
CEP 37002-970 – Varginha/MG
www.enaf.com.br
Os artigos publicados são de inteira
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não sendo atribuível ao ENAF nenhuma forma
de competência legal sobre os mesmos.
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Artigo
Autor
ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DURANTE UM MACROCICLO DE TREINAMENTO EM FUTEBOLISTAS
PROFISSIONAIS
Tiago Volpi Braz
06
ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO LINEAR E NÃO LINEAR NO TRABALHO DE HIPERTROFIA E
DIMINUIÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA NOS SEXOS MASCULINO E FEMININO
Gilcieny Lauriana de Faria
10
ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA EM SENHORAS IDOSAS DA CIDADE DE BARRETOS
Tadeu Cardoso de Almeida
12
INICIAÇÃO ESPORTIVA: VANTAGENS E DESVANTAGENS
Juliana de Alcântara Bôdo Nunes
15
PARALISIA CEREBRAL: A PERCEPÇÃO DO CORPO DEFICIENTE PELO SISTEMA DE ENSINO ESCOLAR
Patrícia Celis Murillio
18
LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM GUAXUPÉMG
Amanda Bueno Cândido
20
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE ÚLCERA DE PRESSÃO
Gisele Regina da Silva
25
O MEDO EM ATLETAS QUE SOFRERAM LESÃO DO MENISCO LATERAL
Acary Santos de Silva Oliveira Júnior
28
COMPARAÇÃO ENTRE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LOCALIZADA E HIDROGINÁSTICA SOBRE A APTIDÃO
FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE INDIVÍDUOS DA TERCEIRA IDADE EM SANTA RITA DO SAPUCAÍ / MG
Alessandra Lopes Pinto Lemos
31
CONCEITO DE SAÚDE: UM ESTUDO ENTRE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Noler Heyden Flausino
35
Página
CONSUMO DE SUPLEMENTOS DIETÉTICOS POR FREQUENTADORES DE ACADEMIAS DA CIDADE DE MARÍLIA-SP Regiane Kume
37
DANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE: RELAÇÕES NECESSÁRIAS
42
Lúcia Aparecida Martins Campos Coelho
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: QUALIDADE DE VIDA DOS TRABALHADORES RURAIS DE UMA DESTILARIA NO INTERIOR
Andréia Cristina Flauzino Tavares
DE MINAS GERAIS
45
OS NÍVEIS DE ESTRESSE PSÍQUICO NO VOLEIBOL MASCULINO: CATEGORIA INFANTO-JUVENIL E JUVENIL
Hugo do Carmo Dias
47
UMA ANÁLIZE DO BULLYING EM PROJETO SOCIAL: DESAFIO E PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO
PSICOLÓGICO NA ATIVIDADE FÍSICA
Valdeir Augusto Gonçalves
51
A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA ESCOLA PROFISSIONAL
Sandra Maria da Silva Sales Oliveira
55
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUANTO A INCLUSÃO DE DEFICIENTES
Caroline Araújo Curiel
FÍSICOS E MENTAIS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS
59
A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DO LÍBERO NO VOLEIBOL DE ALTO NÍVEL DE RENDIMENTO
63
Rodney Alfredo Pinto Lisboa
PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO NA ENFERMARIA DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL
JS Amâncio
UNIVERSITÁRIO
65
A INCIDÊNCIA DE HÉRNIA DE DISCO EM MULHERES PRATICANTES DE VOLEIBOL
Joelma Jane Araújo
68
EFEITOS DA HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL
Lilian Helena Garcia da Silva
73
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Pôster
Autor
Página
A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE LOMBALGIA: UMA REVISÃO
O CORPO DO ATLETA: UMA LEITURA ANTROPOLÓGICA E A INTERPRETAÇÃO DA PESSOA HUMANA
ATIVIDADE FÍSICA E CAPACIDADE FUNCIONAL: UM ESTUDO DE INDIVÍDUOS NA MATURIDADE
BIOSSEGURANÇA: UMA ANÁLISE NA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA EQUIPE DE
ENFERMAGEM
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O INDIVÍDUO COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM FASE III
DE REABILITAÇÃO CARDÍACA
PROPOSTA DE PROGRAMA INTER-GERACIONAL ENTRE CRIANÇAS E VELHOS
Juliana Procópio Machado
Daniella Plazzi Grillo
Lara Cristina Vasconcellos Silva
77
77
78
Patrícia Laila Tomé
79
Juliana Procópio Machado
79
Augusto Barbosa Guimarães
80
EFEITOS DA CIRURGIA INTRA-ÚTERO NO REPARO DA MIELOMENINGOCELE
Juliana Procópio Machado
80
MELHOR METODO DE TREINAMENTO PARA O GANHO DE HIPERTROFIA
Bernard Sobral Chaves
81
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA.
Patrícia Celis Murillio
82
Misleide da Silva Gonçalves
82
Misleide da Silva Gonçalves
83
MOTIVAÇÃO: UMA NOVA FERRAMENTA DE TRABALHO
Hérica Gonçalves
83
OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA O PORTADOR DA DOENÇA DE PARKINSON
C Silva
84
A IMPORTÂNCIA DO AUTO-EXAME DAS MAMAS
Mara Avelar Flório
85
TRATAMENTO FISIOTERÁPICO NA FASE PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA DE EMBOLIA PULMONAR
Milena Carla Queiroz da Silva
85
COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E OS DAS
OUTRAS ÁREAS DE ENSINO DA CIDADE DE PARAGUAÇU PAULISTA-SP
PREVALÊNCIA DE DORT NAS OPERADORAS DE CAIXA DO COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE
PARAGUAÇU PAULISTA - SP
A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE 8 MESES DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E NO CAMPO DE
FUTEBOL SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE JOGADORES DE Julio Augusto Gonçalves
FUTEBOL AMADOR DA CIDADE DE BARRETOS – SP
86
INTERVENÇÕES NÃO MEDICAMENTOSAS NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Milena Carla Queiroz da Silva
86
USO INDISCRIMINADO DE ANOREXÍGENOS EM UNIVERSITÁRIOS NO UNIFEG
Nathalia Ciarallo Mauer
87
OS BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE
Carlos Rodrigo Michelli
87
A DANÇA COMO ALTERNATIVA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO
Carolina Garcia de Paula
88
NUTRIÇÃO - EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM PRÉ-ESCOLARES
Maria Gabriela Julien Ferraz
89
CARACTERIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE.
Silmar Alexandre Barbisan
89
ANÁLISE DO GASTO ENERGÉTICO DA GLICOSE ENTRE OS EXERCÍCIOS AERÓBICOS E ANAERÓBICOS DURANTE O ESFORÇO FÍSICO Gilcieny Lauriana de Faria
90
SUPLEMENTAÇÃO DE CARBOIDRATO E NÍVEIS GLICEMICOS EM ATLETAS CICLITAS DURANTE ATIVIDADE
Ronaldo Júlio Baganha.
INDOOR
FORÇA DE MEMBROS INFERIORES: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO ENTRE MULHERES JOVENS E DE MEIA
– IDADE E COM REFERENCIAIS PROPOSTOS PARA MULHERES IDOSAS NO TESTE DE SENTAR E LEVANTAR EM Fernanda Araújo Vacari
30 SEGUNDOS
PERFIL DE ESTILO DE VIDA DE TRABALHADORAS DE UMAINDÚSTRIA FARMACÊUTICA DA GRANDE SÃO
Alexsandra Gagliardi
PAULO
90
91
91
A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: UMA REALIDADE PRÁTICA NA PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULINIA
José Carlos Oliveira Junior
92
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA
Maria Aparecida Navas
95
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA NA TERÇEIRA IDADE
Mln Saborito
95
XADREZ: UM ESTUDO PEDAGÓGICO
Wendel Rodrigo de Assis
96
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA.
Patrícia Celis Murillio
96
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM TUMOR CEREBRAL METASTÁTICO
JS Amâncio
97
PERFIL LIPÍDICO DE MULHERES HIPERTENSAS PÓS MENOPAUSA
JS Amâncio
98
PERFIL LIPÍDICO DE HOMENS HIPERTENSOS E SEDENTÁRIOS COM MAIS DE 55 ANOS
JS Amâncio
98
INTERVENÇÃO LÚDICA E MUTISMO SELETIVO - RELATO DE 2 CASOS
Josiane Martins Gonçalves dos Santos
99
SF Coutinho
100
Luiz Henrique Gomes dos Santos
100
Dennis Wiliam Abdala
101
Arthur Paiva Neto
101
Talita Malaman
102
A UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS ATENDIDOS POR FISIOTERAPEUTAS DA UNIVERSIDADE DO
VALE DO SAPUCAÍ
ESTUDO DO EFEITO DO FRACIONAMENTO DO PESO NO ALINHAMENTO DA COLUNA DE MULHERES
PRATICANTES DE ESPORTE
IMPACTO DO AUMENTO DA GORDURA CORPORAL NO ALINHAMENTO DOS JOELHOS DE ATLETAS DE NÍVEL
INTERMEDIÁRIO
INFLUÊNCIA DO PESO CORPORAL E IMC NO NIVELAMENTO DA CRISTA ILÍACA DE JOVENS PRATICANTES DE
ESPORTES NO SUL DE MINAS GERAIS
RELAÇÃO ENTRE A GORDURA DA REGIÃO SUPERIOR DO CORPO E O ALINHAMENTO DA PELVE EM ATLETAS
PARTICIPANTES DO JIMI 2007
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ARTIGOS
ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DURANTE UM MACROCICLO DE
TREINAMENTO EM FUTEBOLISTAS PROFISSIONAIS
Tiago Volpi Braz; Especializando; UNICAMP
Miguel de Arruda; Doutor em Educação Física
Artur Paiva Neto; Mestre em Educação Física
Leonardo Moretti Maran; Especializando
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi analisar a variação da composição corporal durante um macrociclo de
treinamento em futebolistas profissionais. Foram utilizados 13 futebolistas profissionais (25,3 ± 4,64 anos)
pertencentes a uma equipe da primeira divisão de Minas Gerais. As seguintes variáveis foram controladas:
massa corporal (MC), massa magra (MM), massa de gordura (MG) e percentual de gordura corpórea (PG).
Realizou-se 3 medidas em diferentes momentos no macrociclo (IPP, FPP, DPC). Os resultados foram IPP:
(MC) 72,00 ± 6,06, (MM) 64,73 ± 5,67, (MG) 7,27 ± 1,36, (PG) 10,24 ± 1,55; FPP: (MC) 72,43 ± 6,08, (MM)
66,15 ± 5,71, (MG) 6,28 ± 1,22, (PG) 9,43 ± 1,02; DPC: (MC) 72,40 ± 5,74, (MM) 65,46 ± 5,46, (MG) 6,93 ±
1,07, (PG) 9,66 ± 0,92. Conclui-se que não houve diferença estatisticamente significante entre todas as
variáveis estudadas quando se comparou a primeira avaliação com as seguintes.
Palavras-chave: Composição Corporal, Macrociclo, Futebolistas.
INTRODUCAO
O futebol é um desporto com características especificas e especiais que o transformam num desporto cujo
treino deve ser cuidadosamente programado e analisado. Existem variáveis que devem ser controladas por
uma comissão técnica de futebol durante um macrociclo de treinamento, entre elas, está a composição
corporal.
De acordo com Green (1992) o perfil fisiológico e antropométrico possibilitam aos cientistas do desporto e aos
treinadores e preparadores físicos, a correta avaliação para modificar e prescrever programas de treinamento.
Assim, durante o macrociclo de treino desta pesquisa, utilizou-se a variação da composição corporal como um
dos parâmetros para prescrição de treino para estes futebolistas.
A composição corporal, para Petroski (1999) pode ser definida como o estudo da quantidade e da proporção
dos principais componentes estruturais do organismo, através do fracionamento de peso corporal. Esses
componentes estruturais são basicamente quatro: gordura, músculos, ossos e resíduos. Seu estudo refere-se à
observação da variação na distribuição anatômica de importantes componentes da massa corporal (adiposa,
muscular e óssea), sendo que esta refere-se à quantidade relativa ou absoluta destes componentes nas
diferentes regiões ou compartimentos corporais.
Cyrino et al. (2002) relata que apesar das poucas informações disponíveis na literatura, os menores valores de
gordura corporal podem favorecer o rendimento máximo, visto que a movimentação durante as partidas é
intensa, com alta exigência energética. Assim, a massa corporal excedente, provocada pelo maior acúmulo de
tecido adiposo, denominada de massa corporal gorda, acarretará maior dispêndio energético, prejudicando o
rendimento. Ainda ele diz que a prescrição de programas de treinamento para diferentes modalidades
esportivas requer um amplo conhecimento da especificidade de cada uma delas. Dessa forma, em
modalidades coletivas, como o futebol, o conhecimento sobre a composição corporal tem-se revelado
imprescindível para a caracterização das exigências específicas desse esporte.
Aliado a isto, segundo Bailey, Malina e Mirwald (1986) diversos estudos têm demonstrado que, dentre as
variáveis que podem ser avaliadas antropometricamente, as mais relevantes para o desempenho atlético na
maioria dos esportes são a estatura e a composição corporal, reforçando a importância das variáveis
controladas nesta pesquisa.
Para Petroski (1999), os métodos comunentemente utilizados para análise da composição corporal são os
diretos (dissecação de cadáveres), indiretos (ex: densitometria, hidrometria) e duplamente indiretos (ex:
impedância bioelétrica, antropometria). Para ele, o de maior utilização devido a seu baixo custo e facilidade de
utilização em grandes populações é o método antropométrico, podendo ser utilizado tanto no laboratório como
em campo. Ainda ele, cita vantagens da utilização da técnica antropométrica: significativa relação das medidas
antropométricas com a densidade corporal obtida através dos métodos laboratoriais; uso de equipamentos de
baixo custo financeiro e a necessidade de pequeno espaço físico; a facilidade e rapidez na coleta de dados e a
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não invasividade do método. A antropometria foi o método utilizado nesta pesquisa para o controle da
composição corporal.
Dessa forma, o estudo da composição corporal, principalmente a avaliação da qualidade da gordura corporal e
da massa corporal magra, é muito importante durante um macrociclo de treinamento, pois pode especificar
essas proporções. A massa corporal magra é constituída essencialmente pelos componentes massa muscular,
massa óssea e massa residual. Butte et al. (2000) diz que o interesse na estimativa da massa magra ocorre
por haver relação com demanda calórica e principalmente desempenho físico, evidenciando a sua relação com
algumas variáveis do treinamento em futebolistas profissionais. As medidas das dobras cutâneas podem ser
consideradas de grande importância para a identificação e também para a descrição da gordura subcutânea e
da composição corporal. A antropometria tem sido um dos métodos mais utilizados para a verificação dessas
medidas, servindo como parâmetros diferenciais relativos ao desempenho as quais os futebolistas estão
inseridos.
Para Slaughter et al. (1988) a quantidade da massa magra é um fator importante na determinação da aptidão
física. Porém, Heyward e Stolarczyk (2000) descrevem que a densidade da massa magra depende da relativa
proporção do conteúdo mineral e água corporal e varia quantitativamente nos diversos grupos humanos de
acordo com idade, sexo, raça e nível de aptidão física, sendo que o nível de alterações da massa magra
referente à atividade física depende de freqüência, duração, e intensidade de exercícios.
As variáveis antropométricas possibilitam aos profissionais que trabalham com treinamento a correta avaliação,
para modificá-lo e prescrevê-lo. Mais recentemente, estudos envolvendo o controle antropométrico tem se
tornado alvo de grande interesse devido a grande variabilidade destes parâmetros dentro de um ciclo de treino
(CAMPEIZ, 2001). Para Santos (1999) há evidências que o elevado percentual de gordura corpórea é inverso
à melhoria do rendimento do atleta, tornado-se indispensável a sua análise dentro do futebol.
O controle da massa corporal antes e após sessões de treino é bastante utilizado por preparadores físicos da
atualidade, sendo uma prática constante na maioria dos clubes brasileiros. Há grande variação da massa
corporal antes e após os treinamentos em futebolistas profissionais. Em seus resultados, Salum e Fiamonchini
(2006) encontraram uma tendência de decréscimo dos valores antes e depois da carga de treinamento físico e
técnico, nas diferentes posições que o jogador atua. Dada a esta grande variação ao inicio e término e de
sessões de treinamentos, microciclos e mesociclos, torna-se importante o acompanhamento das modificações
ocorridas durante um macrociclo de treino em suas determinadas fases e períodos, no tocante a massa
corporal. Esta variável também foi controlada nesta pesquisa.
De acordo com Campeiz (2001), alguns estudos tem descrito características antropométricas em futebolistas
norte americanos, europeus (REILLY, THOMAS, 1976), africanos (SLAOKUN, MARTHUR, 1985 apud GREEN,
1992), asiáticos (KANSAL, 1980 apud GREEN, 1992) e australianos (WINTERS, ROBERTS, DAVIS, 1982
apud GREEN, 1982). Ele próprio, verificou as alterações da composição corporal aliado as variáveis
anaeróbias em 4 momentos do macrociclo de treino, aproximando-se do problema proposto por esta pesquisa,
relatando a dinâmica da alteração da composição corporal no período proposto por seu estudo.
Espera-se, de certa forma, que os resultados aqui encontrados sirvam para a literatura escassa envolvendo a
dinâmica de alteração da composição corporal no que diz respeito ao treinamento, principalmente quando
voltamos nossas atenções para o futebol brasileiro. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a variação da
composição corporal durante um macrociclo de treinamento em futebolistas profissionais.
MATERIAIS E METODOS
Participaram da pesquisa 13 futebolistas profissionais ( X =25,3 ± 4,64), estatura ( X =172,83 ± 5,41 cm) pertencentes a
uma equipe da primeira divisão de Minas Gerais, todos com histórico de no mínimo 3 anos de treinamento na
modalidade. Futebolistas com graves lesões e que não participaram totalmente do macrociclo de treinamento foram
excluídos da amostra de sujeitos.
As variáveis antropométricas envolvendo a composição corporal analisadas nesta pesquisa foram: massa corporal, massa
magra, massa de gordura corporal e percentual de gordura corporal.
Foram medidas as dobras cutâneas do tríceps, bíceps, peitoral, axilar média, subescapular, supra-ilíaca,
abdominal, coxa e panturrilha medial seguindo a média de 3 protocolos (Falkner, Jack e Pollock, Mcardle). As
técnicas de coleta seguiram Petroski (1999). Realizou-se 3 medidas em diferentes momentos no macrociclo
(no inicio, após 33 e 74 dias de treinamento, caracterizando o inicio e final do período preparatório e durante o
período competitivo). Utilizou-se um adipômetro cientifico Sanny e uma balança digital Skala da marca Plenna.
Todos os testes foram aplicados pelo pesquisador e por equipe de colaboradores, todos estes preparados para
essa finalidade, respeitando sempre as mesmas condições e procedimentos. Os testes foram aplicados
sempre obedecendo ao mesmo horário e período, das 15 às 17 h. Os sujeitos no momento dos testes sempre
vestiram calção para as medidas.
Para tratamento estatístico, utilizou-se média e desvio padrão, ANOVA e o procedimento Post Hoc de Tukey
através do software SPSS for Windows 12.0.
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RESULTADOS E DISCUSSAO
O comportamento das variáveis antropométricas e dos indicadores da composição corporal são apresentados
no gráfico e tabela a seguir:
80
70
60
50
40
30
20
10
0
M. Corporal (Kg) M. Magra (Kg)
1a Medição (IPP)
M. Gordura (Kg)
Apos 33 dias (FPP)
% PG
Apos 74 dias (DPC)
Macrociclo de Treinamento
1a Medição (IPP)
Apos 33 dias (FPP)
Apos 74 dias (DPC)
MC (Kg)
72,00 ± 6,06
72,43 ± 6,08
72,40 ± 5,74
MM (Kg)
64,73 ± 5,67
66,15 ± 5,71
65,46 ± 5,46
MG (Kg)
7,27 ± 1,36
6,28 ± 1,22
6,93 ± 1,07
PG
10,24 ± 1,55
9,43 ± 1,02
9,66 ± 0,92
Legenda: (MC) massa corporal; (MM) massa magra; (MG) massa de gordura; (PG) percentual de gordura;
(IPP) inicio do período preparatório; (FPP) final do período preparatório; (DPC) durante período competitivo.
O controle nutricional da alimentação e a maneira como o treinamento foi empregado nestes sujeitos
interferiram diretamente na mudança das variáveis controladas nesta pesquisa. Entretanto, não houve
diferenças significativas entre nenhum dos momentos para as variáveis pesquisadas. No final do macrociclo, a
tendência e que eles aumentem o percentual de gordura e massa de gordura quando comparado com a
avaliação anterior. Não houve diferença estatisticamente significante entre todas as variáveis estudadas
quando se comparou a primeira avaliação com as seguintes (p>0,05).
Apesar dos resultados revelarem um aumento na massa corporal no momento FPP e DPC em comparação ao
momento IPP, as modificações não foram significantes (p>0,05). O percentual de gordura diminuiu no FPP e
DPC, todavia sem significância estatística. Vale ressaltar que nenhuma diferença estatisticamente significante
entre os futebolistas que pudesse ser atribuída ao macrociclo de treinamento foi observada nas variáveis
estudadas. Porém, notam-se diferenças entre os momentos estudados. A seguir, a porcentagem de diferença
entre cada momento desta pesquisa.
MC (Kg)
MM (Kg)
MG (Kg)
PG
IPP para FPP
0,3%
2,2%
-13,6%
-7,9%
IPP para DPC
0,6%
1,1%
-4,7%
-5,7%
FPP para DPC
0,3%
1,0%
10,4%
2,4%
Em seus estudos, Campeiz (2001) encontrou resultados de alteração positiva estatisticamente significante para
a maioria das variáveis antropométricas ao longo de sua periodização, ocorrendo de maneira positiva e
crescente para os 4 momentos avaliados.
Dentro deste contexto, esperou-se que os resultados desta pesquisa seguissem a mesma dinâmica de
alteração encontrada por ele em seu macrociclo de treino. Porém, nossos resultados se diferenciam na ultima
avaliação realizada, onde ocorreu aumento do percentual de gordura e massa de gordura. A diferença nesta
dinâmica pode ter ocorrido devido aos tipos de treinamentos utilizados e diferentes respostas dos dois grupos
de futebolistas, tanto quanto a diferenciação de volume e intensidade de cada macrociclo proposto.
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De acordo com Berver e Davis (1992) apud Godik (1996) comparando futebolistas da liga inglesa apresentou
os seguintes resultados de 15 profissionais: peso 75,8 ± 8,5 kg, percentual de gordura corporal 11,0 ± 3,1 % e
de 12 juniores peso 82,0 ± 8,5 kg, percentual de gordura corporal 15,2 ± 3,7. Os valores encontrados por eles
aproximam-se com os desta pesquisa, porém, não se sabe qual protocolo foi utilizado para determinação do
percentual de gordura, dificultando a comparação.
Outro estudo (SANTOS, 1999), em 89 jogadores portugueses de várias divisões, controlou o percentual de
gordura corpórea aliado a outras variáveis. Como resultado, encontrou-se: 1ª divisão (n=44) 11,4 ± 2,6 %, 2ª
divisão (n=18) 11,4 ± 2,6 %, 3ª divisão (n=12) 11,4 ± 2,6 % e 4ª divisão (n=15) 11,4 ± 2,6 %. Este autor utilizou
para cálculo do percentual o protocolo de Falkner, que esta presente na media dos 3 protocolos que fizeram
parte desta pesquisa.
Para ele, o treinamento físico provoca importantes modificações nos parâmetros de composição corporal,
sobretudo na gordura corporal e na massa magra, sendo assim um importante fator na regulação e na
manutenção da massa corporal. Se, por um lado, os efeitos anabólicos do treinamento físico induzem a um
aumento na massa magra, por outro, a gordura corporal relativa tende a sofrer redução. As alterações das
variáveis propostas por esta pesquisa reforçam estas afirmações, do momento que se iniciaram as sessões de
treinos para os momentos posteriores das análises houve variação positiva para os valores encontrados.
Os resultados observados no presente estudo, no inicio do período preparatório, ao final do período
preparatório e durante o período competitivo, revelaram pequenas modificações nos indicadores da
composição corporal.
A princípio a magnitude das modificações nos parâmetros de composição corporal parece ser dependente da
intensidade e duração dos esforços físicos (CIRYNO et al., 2002). Assim, aparentemente, o macrociclo de
treinamento empregado teve pouca influência nos parâmetros estudados. Entretanto, pode-se considerar que
os sujeitos inclusos nesta pesquisa, encontravam-se em bom estado de condicionamento físico ao início deste
experimento, dificultando a obtenção de valores altamente significativos. Considera-se também, que todos já
tinham um lastro fisiológico dentro do desporto, com histórico de no mínimo 3 anos dentro do futebol.
Portanto, consideramos que o controle de aspectos relacionados à composição corporal, principalmente do
componente gordura, possibilita um melhor desempenho dos jogadores durante as partidas de futebol, uma
vez que a modalidade exige alta quantidade de deslocamentos, prejudicando os indivíduos com maiores
depósitos de gordura corporal.
CONCLUSAO
Conclui-se que não houve diferença estatisticamente significante entre todas as variáveis estudadas quando se
comparou a primeira avaliação com as seguintes. No entanto, diferenças percentuais foram encontradas de
entre os momentos das avaliações.
Diante destes resultados mostra-se a importância de análise da variação da composição corporal num
macrociclo de treinamento em futebolistas profissionais, maximizando assim, os possíveis efeitos benéficos
alcançados pelos baixos índices de gordura corporal em atletas profissionais desta modalidade.
Contudo, estudos com maior número de sujeitos envolvendo estas variáveis são necessários para a
confirmação da tendência apresentada anteriormente nos resultados. Ressaltamos também, a importância de
análise individual destes sujeitos envolvendo estas variáveis e suas respectivas alterações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO LINEAR E NÃO LINEAR NO TRABALHO DE
HIPERTROFIA E DIMINUIÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA NOS SEXOS MASCULINO E FEMININO
Acadêmicos do curso de Educação Física da Funec
Gilcieny Lauriana de FARIA
Gustavo Martelo CAYRES
Tiago Aparecido PEDROZO
Orientadora
MSc. Lourdes Aparecida MARTINS
Professora do curso de Educação Física da Funec
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar a influência dos programas de treinamento linear e não linear no
trabalho de hipertrofia entre as alterações do ganho de massa magra e diminuição do percentual de gordura,
assegurando os resultados nos sexos feminino e masculino, com faixa etária média de 22 anos, sendo 5
homens e 5 mulheres. Entretanto, o sistema de treinamento linear foi realizado cinco vezes por semana com 12
repetições máximas, e o sistema de treinamento não linear foi realizado cinco vezes por semana com
repetições máximas de 4 a 12, variando a intensidade dos treinamentos todos os dias, divididos em treinos A,
B e C. Utilizou-se como instrumento, o protocolo de Guedes, o qual se analisou a composição corporal, dobras
cutâneas e perímetros de cada indivíduo. Os dados foram coletados antes e após os indivíduos serem
submetidos a um treinamento sistematizado, e analisados por uma estatística através de gráficos.
Palavras-chave: Hipertrofia; treinamento não linear e percentual de gordura.
INTRODUÇÃO
De acordo com Gentil, no treinamento desportivo o tipo de periodização está sendo muito questionado
e tem se mostrado uma abordagem inadequada dentro da perspectiva sistêmica. As limitações da periodização
tradicional já foram mostradas por outros autores (VERKHOSHANSKI apud GENTIL, 2005) e merecem ser
analisados com atenção.
Apesar de ser um conceito antigo, a periodização linear só foi evidenciada recentemente na
musculação com objetivos estéticos com destaque para o livro do romeno Ludor Bompa (2002).
A idéia da periodização tradicional dentro da musculação é dividir o treinamento de longo prazo em
estruturas rígidas com objetivos previamente definidos de transição (BOMPA & CORNACCHIA, 1998).
O modelo de periodização linear é caracterizado por uma fase inicial de alto nível de queda de
intensidade, progredido por meio de queda de volume e aumento na intensidade. As fases de treinamento são
programadas para promover uma adaptação específica de modo que cada adaptação potencialize os
resultados seguintes.
Para Gentil (2005), a proposta de periodização dentro da musculação com finalidades estéticas
realmente foi válida como um mecanismo para racionalizar o processo de planejamento de longo prazo,
conferindo um critério técnico onde antes não havia nenhum. No entanto, é recomendável substituir esta
abordagem linear por um modelo mais às peculiaridades da situação.
Substituindo o conceito linear de periodização, surgiu o modelo ondulatório ou periodização não linear.
Dentro desta concepção, pode-se variar o treino diariamente, trabalhando com diversas margens de repetições
em uma mesma semana (KRAEMER et al. 2002 apud GENTIL, 2005).
Este treino servirá para tornar ainda mais difícil a acomodação do organismo ao estresse, tornando-se
mais eficiente e promover ganhos de força em longo prazo dentro do treinamento ondulatório ou não linear.
Durante o treinamento utilizam-se vários níveis de intensidade. O organismo ajusta-se por meio do
aumento das funções fisiológicas, para suprir as exigências do treinamento (BOMPA, 2002). No entanto, sabese que é possível induzir hipertrofia de diversos modos, usando diversas variações motoras (exercícios) e
fisiológicas (métodos de treinamento). Podem-se usar estratégias que asseguram um ganho constante de
massa muscular.
O presente estudo teve como objetivo analisar a diferença entre os programas de periodização lineares e não
lineares no trabalho de hipertrofia entre as alterações de força e massa corporal magra nos sexos feminino e
masculino.
Induzir a hipertrofia através do treinamento não linear, usando diversas variações motoras (exercícios) e
fisiológicas (métodos de treinamento).
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Assegurar um ganho constante de massa muscular, estimulando e garantindo que haja um progresso
contínuo sem prejuízos de ganhos futuros.
MATERIAIS E MÉTODOS
Como esclarece o autor Gentil (2005) utilizou-se como método dois tipos de periodização, sendo um
linear e um não linear que é um modelo ondulatório em indivíduos treinados.
No sistema de treinamento não linear os treinos foram feitos 5 vezes por semana variando as
repetições de 4 a 12 RM, sendo que as cargas também eram variadas durante a semana, trabalhando 4 grupos
musculares por dia.
No sistema de treinamento linear os treinos foram feitos 5 vezes por semana trabalhando 12 RM nas
primeiras quatro semanas, mudando para 10 RM entre as 5ª a 8ª semanas, seguindo com mais quatro
trabalhando 8 RM, e finalizando as quatro últimas semanas com treinos de 6 RM.
Utilizou-se para avaliar o protocolo de Guedes (7 dobras) previamente, onde analisou composição
corporal, dobras cutâneas e perímetros de cada indivíduo, sendo 5 mulheres e 5 homens com faixa etária de
19 a 25 anos. Utilizou-se também um teste de flexão e exercícios dos membros superiores para avaliar a
capacidade de força máxima de cada indivíduo, e para coleta de dados foram realizadas reavaliações
mensalmente.
RESULTADOS
Masculino
Peso atual
Peso ideal
Peso gordo
Peso magro
Treinamento
linear
Treinamento
não-linear
+0,4%
+1%
-4,4%
+2,2%
+0,8%
+1,9%
-10,9%
+3,2%
Feminino
Peso atual
Peso ideal
Peso gordo
Peso magro
Treinamento
linear
Treinamento
não-linear
+2,8%
+0,9%
-2%
+2,6%
+3,8%
+1,2%
-3,1%
+5%
Tabela 1 –
Resultados
dos
treinamentos
masculinos
Tabela 2 –
Resultados
dos
treinamentos
femininos
DISCUSSÃO
De acordo com os autores existem dois métodos de treinamento, porém estudou-se o método nãolinear. De acordo com as tabelas, analisou-se que o método não-linear contribui para uma diminuição do
percentual de gordura considerável, bem como um ganho de massa magra, tanto nos sexos masculino como
no feminino.
CONCLUSÃO
Conclui-se, que o método não linear é mais eficaz, portanto, como se viu anteriormente é possível
diminuir o percentual de gordura e induzir hipertrofia de diversos modos, usando diversas variações motoras
(exercícios) e fisiológicas (métodos de treinos). Podem-se usar estratégias que assegurem um ganho
constante de massa muscular sem nos preocuparmos em atingir um número limitado de “picos”, garantindo
que haja um progresso contínuo sem prejuízo dos ganhos futuros. Ou seja, um “treinamento sustentável”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA EM SENHORAS IDOSAS DA CIDADE DE BARRETOS
Tadeu Cardoso de Almeida¹, José Eduardo Zaia²
¹Mestrando em Promoção de Saúde
¹Docente/Pesquisador do Mestrado em Promoção de Saúde
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a aptidão física através de testes de aptidão física em senhoras que
praticam atividade física, com um grupo de senhoras que não praticam atividade física, foi realizado testes de
aptidão física direcionada as idosas e observou que as senhoras praticantes de atividades físicas foram
superiores estatisticamente em cinco dos seis testes propostos. A prevalência da melhor aptidão física das
senhoras praticantes de atividade física vem ressaltar, a importância de exercitar-se, e assim lhes proporcionar
uma vida mais saudável, tornando-as independentes aos afazeres e as atividades da vida diária.
Palavras-chaves: Aptidão Física, Idosas, Saúde Publica
INTRODUÇÃO
A atividade física tem sido utilizada para promoção da saúde, qualidade de vida e melhora dos níveis
de aptidão física de adultos jovens, de meia-idade e idosos de maneira que possam assim lhes proporcionar
uma vida mais saudável, com isso a cada dia cresce o numero de pessoas exercitando-se, a manutenção de
um estilo de vida fisicamente ativo na 3ª idade, é a base para que o idoso possa ter uma capacidade funcional
para realizar as atividades do seu cotidiano.
Dada a grande variabilidade entre os idosos é necessário que todos, antes de serem submetidos à
qualquer avaliação. Esta permite levantar informações sobre as necessidades de cada um, que é realizada
através de auto-relato sobre os antecedentes médicos e entrevista. A pré-avaliação diminui riscos durante os
testes e o programa, possibilita ao profissional indicar o tipo de atividade mais adequada, as atividades contraindicadas, os cuidados especiais que cada idoso requer e como lidar com as diferenças individuais. Permite,
também, acompanhar os tratamentos médicos que possam estar sendo feitos, e sugerir modificações a serem
feitas pelos médicos (COTTON, 1998).
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a força de membro superior, força de membro
inferior e endurance aeróbica, níveis de flexibilidade e mobilidade de senhoras de um mesmo bairro na cidade
de Barretos, divididos em dois grupos, grupo que pratique atividade física há um ano ou mais, com freqüência
mínima de duas ou mais vezes por semana e um grupo de senhoras que não praticam atividade física
(sedentárias).
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização dos testes foram divididos 2 grupos de 20(vinte) senhoras grupo A (praticantes de
atividade física) com média de idade de 65,87 ± 1,01 anos e grupo B (sedentárias) média de idade de 66,20 ±
1,76 anos.
Este estudo foi realizado na área destinada a pratica de atividade física do Supermercado Savegnago
da cidade de Barretos este localizado na Av: 43, nº 99, o qual conta com aproximadamente 200 alunas e
alunos ativos, local este, onde foi realizado também os testes das 20 senhoras convidadas sedentárias.
Preocupando-se com a integridade das participantes, todas elas foram pré-avaliadas por seus médicos
particulares e uma entrevista através de auto relato de antecedentes, que as impossibilitassem da realização
dos testes ou da contra indicação para pratica de atividade física.
Os testes propostos foram:
Teste de sentar e alcançar (SA) para avaliar flexibilidade dos membros inferiores (principalmente dos
isquiotibiais); com auxilio de uma cadeira de encosto reto e com o assento a aproximadamente 43,2cm e uma
régua de 45,7 cm
Teste de coçar as costas (CC) para a flexibilidade dos membros superiores (ombro) com o auxilio de uma
régua de 45,7 cm;
Teste de levantar e caminhar (LC) para avaliar a aptidão motora, mobilidade física, potência, agilidade e
equilíbrio dinâmico; com auxilio de uma cadeira de encosto reto e com o assento a aproximadamente 43,2cm,
um cronômetro e um cone;
Teste de flexão de cúbito durante 30” segundos para força de membros superiores (FMS) com halteres de
2,300kg,
Teste de levantar da cadeira em 30” segundos para força de membros Inferiores(FMI) com auxilio de uma
cadeira de encosto reto e com o assento a aproximadamente 43,2cm e um cronômetro;
Teste de marcha estacionária de 2’ minutos(TME) para endurance aeróbica, com auxilio um cronômetro, fita
métrica e fita crepe; (Rikli & Jones, 1999).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores da média e desvio padrão dos testes foram calculados nos diferentes grupos, para a analise
estatísticas foi utilizada o teste “t” de Student p<0,05 e estão expressos na tabela 1.
Os resultados entre os diferentes grupos estão expressos no, Gráfico -1 Teste de sentar e alcançar (SA) e
Teste de coçar as costas (CC) para as Flexibilidades, Grafico - 2 Teste de levantar e caminhar (LC) e Gráfico –
3 Teste de flexão cúbito durante 30”, Teste de levantar e da cadeira em 30” e Teste de marcha estacionária de
2’minutos.
Tabela 1 – Resultado da Avaliação e Testes de Aptidão Física em Senhoras na Cidade de Barretos
Testes
Grupo A
Grupo B
SA
2,27 ± 6,62
1,40 ± 1,23
CC
2,40 ± 8,27
- 15,50 ± 6,71*
LC
5”41” ± 0”63
8”40 ± 1”80*
FMS
23,80 ± 2,98
18,07 ± 2,11*
FMI
18,73 ± 2,12
14,13 ± 3,07*
TME
87,20 ± 13,74
70,10 ± 8,68*
*p<0,05
Gráfico 1 – Resultado das Flexibilidades dos membros superiores (ombros) e membros inferiores (isquiotibiais)
entre os diferentes grupos.
20
18
16
Frequência
em (cm)
14
12
Grupo A
Grupo B
10
8
6
4
2
0
Teste de sentar e
alcançar (SA)
Teste de coçar as
costas (CC)
Grafico 2 – Resultado Teste de levantar e caminhar (LC) entre os diferentes grupos.
9
Frequência em Segundos (seg " )
8
7
6
5
Teste de levantar e caminhar (LC)
4
3
2
1
0
Grupo A
Grupo B
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Gráfico – 3 Teste de flexão cúbito durante 30”, Teste de levantar e da cadeira em 30” e Teste de marcha
estacionária de 2’minutos.
90
Frequência em Numero de Repetições
80
70
60
50
Grupo A
Grupo B
40
30
20
10
0
Teste de flexão cúbito durante
30”,
Teste de levantar e da cadeira
em 30”
Teste de marcha estacionária
de 2’minutos
CONCLUSÃO
Os resultados mostraram que o Grupo A obteve melhores resultados que o Grupo B, nos testes e que somente
no teste de sentar e alcançar não ouve diferenças estatísticas significantes, com isso podemos entender que a
capacidade funcional das idosas é melhor no Grupo A, visto que é o grupo que prática atividade física com
regularidade, facilitando as realizações de atividades da vida diária importante para os idosos, promovendo
saúde, vida independente e uma diferenciada qualidade de vida.
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INICIAÇÃO ESPORTIVA: VANTAGENS E DESVANTAGENS
Juliana de Alcântara Bôdo Nunes
Discente do Curso de Educação Física
Faculdade Metodista Granbery
Orientadora: Ana Carla Leite Gonçalves
Especialista
Faculdade Metodista Granbery
Resumo
Em virtude do grande número de crianças e professores envolvidos na prática do futsal, o presente
trabalho discorre sobre alguns aspectos relevantes no processo de iniciação esportiva e a prática
especializada, pois, hoje em dia a criança no futsal tem sido submetida a um alto nível de cobranças e
exigências em relação ao seu desempenho de modo geral. A pesquisa busca mostrar a opinião de diversos
autores e professores sobre este tema, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino no esporte em
relação à participação da criança no futsal competitivo. Sugere também que as atividades e os treinamentos
esportivos não devam ser sistematizados objetivando uma especialização precoce, ou seja, o desempenho.
Enfim a prática esportiva deve ser adequada às fases de crescimento, desenvolvimento e maturação da
criança. Porém, nem sempre esta perspectiva de respeito ao desenvolvimento infantil é o que acontece na
prática, merecendo a atenção deste estudo.
Palavras-chaves: Iniciação esportiva, Competição, Futsal.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, o futsal hoje é um fenômeno que cativa e impressiona pela sua grandeza. O interessante em
realizar um trabalho que aborde este tema de iniciação esportiva, surgiu da preocupação com a fase atual da
modalidade, especialmente em sua fase de iniciação e até mesmo em nível de competição.
O esporte na infância deve ser tratado de maneira adequada, respeitando a individualidade da criança,
independente dos interesses ou objetivos das instituições e/ou profissionais.
O esporte deve-se adaptar ás condições técnicas, físicas e psíquicas da criança de forma compatível com
as suas necessidades e possibilidades adequadas á sua maturação, crescimento e desenvolvimento. Mas,
nem sempre esta perspectiva de respeito ao desenvolvimento infantil é o que acontece na prática merecendo a
atenção deste estudo, no sentido de captar, dentro da literatura especializada, as sugestões e as propostas
adequadas para a intervenção nesta fase.
Enfim o esporte infantil deve ser algo divertido, relacionado ao lazer, deve proporcionar benefícios como:
sociabilidade, consciência corporal, ou seja, desenvolvimento humano.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Metodologicamente, este trabalho, se desenvolveu através de duas etapas, diferenciando-se pelos objetivos
propostos e pelas fontes pesquisadas.
A primeira etapa constituiu numa pesquisa bibliográfica com intenção de identificar na literatura especializada
uma avaliação crítica existente sobre o futsal, particularmente no processo de Iniciação Esportiva e
Especialização Precoce, pretende também mostrar as principais tendências sobre as idades recomendadas
para a iniciação esportiva, buscando um maior conhecimento sobre o tema, justificando assim sua importância.
Na segunda etapa foi realizada uma pesquisa de campo envolvendo cinco escolas privadas da cidade de Juiz
de Fora, MG. Sendo entrevistados os professores das instituições que participaram do campeonato: Copa
Bahamas de Futsal 2007, através da aplicação de uma entrevista seguindo um roteiro, o qual aborda
informações relativas ás idades de iniciação esportiva e os aspectos positivos e negativos de uma competição
precoce no futsal.
A amostra foi constituída por oito professores da modalidade futsal da cidade de Juiz de Fora. O critério
de seleção da amostra foi definido segundo a presença destes professores destas instituições, na competição:
Copa Bahamas de Futsal 2007.
Os dados coletados foram tratados analisados qualitativamente a partir das fala dos entrevistados, conforme as
suas naturezas, no sentido de permitir a comparação e análise dos mesmos na teoria que fundamenta este
trabalho.
Foi feito uma observação direta e não-participante para verificar o comportamento dos profissionais durante a
competição. Foram observados os sinais do comportamento verbal (palavras e frases) e do comportamento
não-verbal (gestos e movimentos), durante todo o campeonato.
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3. RESULTADO E DISCUSSÃO
De acordo com os objetivos e estratégias metodológicas definidas para esse estudo, procurou-se identificar na
literatura especializada as opiniões dos autores em relação à iniciação esportiva, a especialização precoce e
idade de adequada para esta prática esportiva.
Uma análise da bibliografia publicada nos últimos anos permite afirmar que o tema Iniciação esportiva de
crianças tem sido bastante discutido, constituindo-se assunto polêmico, porém pouco explorado nas suas
implicações físicas, psicológicas e sociais.
Nesta parte do trabalho serão apresentados e discutidos os dados levantados através do questionário aplicado
aos professores, relativamente ás idades recomendadas para a iniciação esportiva e os aspectos positivos e
negativos de uma competição.
Os dados obtidos com a aplicação do questionário estão sistematizados e apresentados de forma resumida na
forma de quadros, considerando as questões do questionário. Nas instituições selecionadas foram realizadas
entrevistas semi-estruturadas como os professores que participarão da competição: Copa Bahamas de futsal
2007.
As entrevistas realizadas foram anotadas e gravadas (gravação sonora) para garantir a confiabilidade dos
registros durante a análise dos dados. Desta forma, foram questionados os seguintes aspectos: a) Idades de
iniciação esportiva adequada para competição; b) Aspectos positivos de uma competição nas categorias de
iniciação; c) Aspectos negativos de uma competição nas categorias de iniciação; d) Objetivo de se iniciar uma
competição nessas categorias.
Quanto á análise dos dados após a realização das entrevistas, as respostas foram comparadas com as
gravações sonoras e através da confirmação da confiabilidade dos registros foi possível elaborar um mapa
geral com todos os dados importantes para o estudo, agrupando–se as respostas conforme os itens
pesquisados.
A partir deste mapa geral foi possível definir os resultados, a respeito da freqüência das respostas em relação
às idades, os pontos positivos, pontos negativos e os objetivos que esses professores desejaram alcançar com
a competição nas categorias de Iniciação (7, 8 e 9 anos), Pré-Mirim(10 e 11 anos) e Mirim (12 e 13 anos),
sendo todas as respostas agrupadas qualitativamente.
a) Idades de iniciação esportiva adequada para competição.
As idades adequadas para participação de competições em uma iniciação esportiva na modalidade
futsal, segundo os entrevistados se resume em:
A idade de iniciação em competições deve ser de aproximadamente 10 anos, onde os meninos já
possuem um bom desenvolvimento e amadurecimento motor necessário para a modalidade.
Quadro 1. Idade de iniciação em competição.
Através da análise do quadro 1, segundo alguns autores citados por Arena & Bohme (2000) indicam a idade de
12-14 anos como a mais indicada para que a criança comece a participar de treinamentos e competições
(Bompa,1999; Greco & Benda, 1998; Weineck, 1999).
De acordo com Roberts (1980) e Roberts & Treasure (1992) apud Arena & Bohme (2000) a criança até 12 anos
não deve participar de atividades competitivas, pois não possuem maturidade suficiente para compreender e
assimilar o que esta envolvido nesse processo de competição.
Roberts (1980) referenciado por Arena & Bohme (2000) afirma que somente por volta dos 12 anos à criança
apresentaria característica desenvolvida adequadamente, colocando-se em condições de competir.
Confirma ainda que a criança deva competir quando atingir seu estado de prontidão competitiva, que se
define como sendo um equilíbrio do seu desenvolvimento, crescimento e sua maturação corporal.
Outros autores não estabelecem idades adequadas, mas afirmam que as competições devem ser
dimensionadas com base na idade cronológica, nas características físicas e de maturação. (Rodrigues &
Barbanti, 1994 apud Arena & Bohme, 2000).
b) Aspectos positivos encontrados na competição em categorias de iniciação.
O entrosamento, a convivência, o lúdico, o espírito de grupo, a coletividade, o respeito às
regras, a integração, a participação, o fato de cumprir horários, levarem a documentação, ou
seja, a responsabilidade, e o aprendizado que se tira com a vitória u com a derrota.
Quadro 2. aspectos positivos de uma competição.
Segundo Mutti (2003) referenciado por Estigarribia (2005), a criança na pratica esportiva vivencia a
cooperação, o convívio social, desenvolve o respeito pelos outros, a competitividade sadia, o espírito de
equipe, disciplina e a persistência.
O esporte ou a prática esportiva nas categorias de iniciação, é muito mais do que competir, que ganhar e
perder, é ter motivação, viver momento, fazer amigos, desenvolver o físico, o bem-estar.
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c) Aspectos negativos encontrados na competição em categorias de iniciação.
Principalmente a interferência de pais, os profissionais que visam o resultado positivo
como prioridade, o desestimulo da criança e inibição da criatividade, a obrigação da criança em
querer vencer, não despertando a harmonia do jogo, o brincar, tornando-se uma coisa séria, O
excesso de competitividade, excesso de cobrança de pais, amigos e parentes e professores,
Quadro 3. Aspectos negativos de uma competição.
Dos pontos negativos, segundo Mutii (2003), citado por Estigarriba (2005), estão: as regras, a mentalidade
competitiva dos adultos, a cobrança de resultado, o estresse a auto estima deformada, elitização precoce, a
não participação na partida, a competições de longa duração e formula do campeonato.
São estes os fatores que são colocados, que influenciam negativamente no processo das competições infantis,
e que prejudica seu desenvolvimento e crescimento relacionado ao esporte, tirando totalmente o prazer e a
vontade da criança participar do processo de iniciação, fazendo-a até desistir do esporte.
d) Objetivos desejados dentro da competição nessas categorias.
Principalmente a confraternização e o intercâmbio entre os alunos, a participação, o
compromisso, as vivências, o companheirismo, a socialização, o respeito com o outro, a
responsabilidade, a interação, o espírito de competitividade e o objetivo de dá uma continuidade
da escolinha.
Quadro 4. Objetivo da competição na idade de iniciação.
Enfim de acordo com o que foi abordado, entende-se que a observação desses objetivos pode evitar a
especialização precoce, incentivar o uso ativo das horas de lazer e valorizar a cultura esportiva, auxiliando na
formação de um indivíduo consciente de seu papel na sociedade.
4. CONCLUSÃO
Apesar das discordâncias foi possível identificar que a competição não é boa ou ruim. Ela pode levar aos
resultados positivos (auto-estima, confiança, divertimento) ou a resultados negativos (nível de exigências,
estresse emocional, frustração). Especialmente no esporte, a qualidade da organização e do planejamento do
profissional, é fundamental para se determinar se a competição é positiva ou negativamente para os
participantes, no caso, a criança.
A competição é um fenômeno universal que faz parte da história da raça humana. Competir sugere a busca de
um determinado objetivo e são inúmeros benefícios que o esporte e a competição são capazes de possibilitar
ao ser humano, porém em muitos casos estes são deturpados quando a sua prática visa prestigio social. A
competição se torna negativa quando a orientação esta voltada exclusivamente para o produto (resultado final).
Neste enfoque o esporte está acima da criança.
Enfim a adequada prática esportiva e competitiva infantil vai depender de uma infinidade de fatores entre os
quais podemos citar: a formação e atuação do professor, os meios e os objetivos propostos, a faixa etária das
crianças, o tipo de competição no qual ela vai participar a efetiva forma de participação da família neste
contexto e etc.
De qualquer modo, durante o treinamento infantil são importantes que sejam observados os aspectos
mostrados, para que se possam evitar dentro do possível, os riscos dos pontos negativos comentados neste
trabalho.
5. REFERÊNCIAS
PAES, R. R Aprendizagem e Competição precoce: o caso do basquetebol. 3° edição, editora da Unicamp, Campinas.
SP, 1997.
ESTIGARRIBIA, R. C Aspectos Relevantes na Iniciação ao Futsal. Monografia, Porto Alegre 2005;
ANTUNES,
A.
C.
Formação
esportiva:
privilégio
de
alguns ou oportunidade para todos. Efdeportes, Buenos Aires - Año 10 - N° 83 - Abril de 2005; Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 83 - Abril de 2005>.
FILGUEIRA. F.M. Aspectos físicos, técnicos e táticos da iniciação ao futebol. Efdeportes, Buenos Aires - Año 11 - N° 103 Diciembre de 2006; Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 103 - Diciembre
de 2006>.
Voser.R.C, Neto. F. X.V, VARGAS. L. A. M. A criança submetida precocemente no esporte: benefícios e malefícios. Futsal
brasil, Rio Grande do Sul – Maio de2007; Disponível em: http://www.futsalbrasil.com.br/artigos/artigo.php?cd_artigo=153.
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
SANTANA, W.C. Futsal ou futebol de salão? Uma breve resenha histórica.- Ano 2002a. Seção Apontamentos. Disponível
em:
< http://www.pedagogiadofutsal.com.br/texto_015.php Acesso em 04 jul. 2004>.
SANTANA, W.C. Jogo livre: a herança do jogador de futsal bem treinado.- Ano 2002b. Seção Apontamentos. Disponível
em:
< http://www.pedagogiadofutsal.com.br/texto_019.php Acesso em 04 jul. 2004>.
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PARALISIA CEREBRAL: A PERCEPÇÃO DO CORPO DEFICIENTE PELO SISTEMA DE ENSINO
ESCOLAR
Patrícia Celis Murillio,
Universidade UNIP
RESUMO
Estudar a criança com paralisia cerebral (PC) significa compreende-la por sua singularidade física e motora. A
pesquisa investiga a história do corpo e da deficiência, e as implicações do imaginário social sobre a instituição
escola. A metodologia utilizada contou com uma pesquisa empírica e uma observação feita a campo,
investigando o ambiente escolar da criança com deficiência motora moderada e grave. Desta forma, foi
possível observar as diferentes dificuldades enfrentadas pelo professor, no seu cotidiano escolar, ao lidar com
o corpo do aluno deficiente, e a forma como a instituição escola disponibiliza recursos para educação especial.
Os resultados revelam que o professor e a escola não possuem um respaldo técnico e teórico, para o trabalho
com a deficiência motora, e as nossas conclusões vão ao encontro de uma escola que precisa contextualizar a
necessidade corpórea, com o mesmo grau de importância que é dado aos aspectos cognitivos do
desenvolvimento humano.
Palavras chaves: Paralisa Cerebral, Educação Motora, Corporeidade.
INTRODUÇÂO
Na visão de FOUCAULT (1995), Em toda a Idade Média, o corpo manifestou-se através do pensamento cristão
a acreditar no seu sofrimento físico. Assim, um sofrimento justificável insere a própria exclusão, tendo em vista
o caráter profano do mesmo. Neste sentido, a deficiência, seja ela mental ou física, era entendida como um
sofrimento que advém do cosmos para remissão dos pecados terrenos.
Podemos perceber de acordo com KASSAR (1999), que o cristianismo normatizou o comportamento,
estabelecendo algum grau de controle e de coação sobre a conduta corporal. Historicamente, a relação do
homem com o próprio corpo estabeleceu uma série de padrões, que determinou o sentido do corpo normal ou
patológico. Neste caminho, a normalidade corpórea ou intelectual, permeou a estrutura escolar destinando o
conteúdo curricular para uma escola padronizada.
Para SOUZA & FERRARETO (1998), quando se faz presente um comprometimento neurológico da
motricidade todo desenvolvimento sensório motor a ser finalizado com padrões posturais e funcionais de força,
flexibilidade, equilíbrio e coordenação estarão alterados possibilitando diferentes graus de incapacidade
motora.
As diferentes seqüelas tornam a criança com paralisia cerebral um ser singular, com uma postura específica
que pode dificultar várias das suas tarefas motoras do corpo como; controle de tronco, sentar, ortostatismo,
andar e funções motoras da mão. A dificuldade para organizar e sustentar o corpo podem ser grandes a ponto
desta criança não ser capaz de utilizar o próprio corpo.
Historicamente a paralisia cerebral vem a ser descrita dentre os casos de impossibilidade de cura ou mesmo
educabilidade. Esta confusão percorre o sentido do corpo deficiente até os dias atuais, sendo resquício de um
padrão normativo do comportamento corpóreo.
A história do corpo social revela todas as suas exclusões, e a paralisia cerebral estigmatizada por uma
condição motora deficiente, deixa de receber o auxilio educacional motor adequado para o seu
desenvolvimento cognitivo. A escola que sempre privilegiou o desenvolvimento cognitivo normal compreende
com dificuldade o fato de que a perda da normalidade física requer o olhar da singularidade motora que
aprende e se desenvolve.
Estudos realizados por PIAGET (2002), apontam à importância da coordenação sensório motora da criança,
logo após o seu nascimento, enfatizando a aprendizagem motora como base e via de acesso para o
desenvolvimento cognitivo.
Para GONÇALVEZ (2005), O corpo quando visto por sua funcionalidade mecânica, destituído da condição
intrínseca, corpo-mente-alma, passa a ser apenas um apêndice a suportar a mente que aprende.
A ponte a ser estabelecida entre a paralisia cerebral e a condição educacional da sua musculatura, se dá com
a importância da construção de uma organização neurológica da postura do corpo físico, para que a criança
possa estar apta às operações abstratas do conhecimento.
A condução motora para a reorganização neurológica da postura é o primeiro passo a darmos no sentido de
educarmos uma postura, pois o corpo aprende e aprimora os seus hábitos motores. O mecanismo sensóriomotor desperta a aprendizagem dos primeiros esquemas corporais, e fornece a criança elementos corpóreos
suficientes para que a mesma venha a explorar o ambiente a partir do próprio corpo, para concomitantemente
elaborar as representações abstratas do raciocínio lógico.
Para PARISI (2001), está claro que todo trabalho terapêutico possibilita a criança com paralisia cerebral
desenvolver com hábitos motores adequados e uma boa ergonomia corporal, favorecendo o crescimento sadio
do sistema músculo – esquelético prevenindo deformidades e incapacidades funcionais decorrentes da má
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postura. Contudo, não alcança um maior grau de percepção corporal, o que limita o seu esquema e
consciência corporal.
Segundo GONÇAVEZ (2005), a importância do movimento dentro dos aspectos corpóreos da criança com
paralisia cerebral, ganha força à medida que o alinhamento da postura possibilita as articulações e vísceras
uma boa saúde, suprimindo o sentido da dor e buscando agora o prazer e o conforto do próprio corpo.
Pensar em hábitos motores diários que favoreçam a construção do esquema e da consciência corporal reflete
uma nova preocupação com a condição corpórea da criança, que passa a ser entendida como um processo de
aprendizagem atrelado diretamente aos aspectos cognitivos.
COSTA (2001) acredita que a incapacidade motora, logo no início da vida, pode vir a trazer atrasos para o
desenvolvimento cognitivo. A experiência motora possibilita a criança criar não apenas a imagem do
movimento em sua consciência corporal, como também lhe dá a abertura para explorar novos espaços. Esta
conquista motora prepara a criança para a vida operacional do raciocínio lógico.
MATERIAL E MÉTODO.
A pesquisa tem caráter qualitativo ressaltando os aspectos educacionais da singularidade presente no
desenvolvimento motor da criança com paralisia cerebral. Desta forma, realizaremos uma investigação
empírica, uma observação a campo e uma revisão bibliográfica.
O projeto buscou caminhos que trouxessem um conhecimento amplo sobre a paralisia cerebral,
redimensionando a sua condição corpórea. Para tal alcance alguns passos foram dados no sentido de
detalharmos as alterações neurológicas da postura, e suas principais implicações no desenvolvimento neuro
psico motor da criança.
Procedimentos:
1ª. Fase - Levantamento bibliográfico:
Realizar uma revisão da literatura, buscando os diferentes olhares sobre a paralisia cerebral. Neste momento
entendemos a necessidade de compreender diferentes temas como: Aspectos filosóficos do corpo; a história
da deficiência; corporeidade; incapacidades motoras da paralisia cerebral; aspectos educacionais da criança
com paralisia cerebral; parâmetros curriculares; propostas alternativas de educação motora; a importância do
desenvolvimento sensório motor da criança PC.
2ª. Fase - Pesquisa de Campo
Pesquisa empírica: Estudos a campo revelaram detalhes sobre a compreensão do corpo dentro do ambiente
escolar. Estudamos crianças na faixa etária correspondente à idade pré-escolar, 3 - 6 anos, e portadoras de
paralisia cerebral, com grau moderado e grave. Investigamos uma escola pública que oferece quatro salas
especiais. O trabalho teve a duração de um ano, com duas visitas semanais, totalizando 80 visitas. O
pesquisador atuou como um observador da motricidade a partir dos trabalhos pedagógicos, de caráter motor,
realizados em sala de aula.
Observações do pesquisador em campo: desenvolvimento da postura da criança ao longo do dia; dificuldades
do professor no manuseio da criança com PC; espaços explorados dentro da escola pela criança; acessos para
portadores de deficiência e recursos apropriados para adaptações funcionais; desenvolvimento da motricidade
durante as atividades de sala de aula; independência para as atividades de vida diária e o treino das mesmas;
3ª. Fase - Coleta e Análise dos Dados:
Uma transcrição referente a todos os dados obtidos com a observação do pesquisador, os quais foram
anotados em um caderno de campo. Diálogos realizados com os professores das salas especiais também
foram transcritos para um diário de campo.
4ª. Fase - Análise dos dados:
Feita a partir de uma análise do conteúdo, extraída dos diálogos obtidos com os professores. Esta análise
proporcionou redimensionar os aspectos da educação corpórea, através dos dados da literatura e da realidade
atual da nossa educação formal e especial, nos aspectos referentes ao desenvolvimento da motricidade. O
conjunto dos dados, observação a campo, reconstituiu aspectos equivocados ou ainda mesmo desconhecidos
para uma educação motora, a partir de uma visão singular do que vem a ser o desenvolvimento motor da
criança com paralisia cerebral.
RESULTADOS
As observações do pesquisador, feita a campo, puderam constar:
 Dificuldades para locomover as crianças de forma adequada, em decorrência da ausência de recursos
ergonômicos necessários em sala de aula.
 Problemas posturais e doenças ocupacionais relatados pelos professores, o que implicava em
afastamento.

A falta de uma formação continuada para os professores da educação especial
 A falta de motivação, dos professores, em decorrência dos pequenos avanços motores e intelectuais
obtidos pelos alunos.
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 Horários diferenciados para o almoço das crianças da educação especial e da educação regular.
 A entrada para o interior da escola, dos alunos da sala especial é feita pelo portão lateral e não pelo portão
principal, onde todos os demais alunos do ensino regular estavam acostumados a chegar ou a sair.
 Poucos recursos destinados à adequação de salas de aulas. Apenas uma sala de aula era destinada para
as quatro turmas especiais, sendo duas turmas matutinas e duas turmas vespertinas, assim o pátio era usado
quando a outra turma usava a única sala ou quando os alunos da educação regular não estavam no pátio.
Atualmente, podemos dizer que um novo paradigma tenta substituir o imaginário de um corpo nefasto e
profano, inspirando novos sentimentos, ressaltando corpo mente e espírito na condição subjetiva do ser, e o
corpo passa a ser um elemento a mais de construção e aprendizagem. Contudo, o sistema educacional não
oferece condições adequadas para a diversidade humana, e podemos verificar que mesmo sabendo da
fundamental importância da aquisição das habilidades motoras, não formaliza uma educação corpórea que
possa subsidiar a educação de um corpo deficiente, pois privilegia a educação cognitiva em detrimento da
educação corpórea.
DISCUSSÃO
Na voz da autora e portadora de paralisia cerebral PARISE (2001), a fisioterapia é um trabalho que poderia se
estender às escolas, justamente pelo fato de podermos inserir hábitos motores.
Para FRUG (2001), a fragmentação da condição corpo-mente por uma visão mecanicista, deixa seqüelas no
sistema educacional. Hoje buscamos reformular conceitos, e o tema corporeidade passa a ter fundamental
importância a partir do momento que corpo, mente e alma, passam a ser reintegrados ao sujeito que aprende e
se desenvolve.
CONCLUSÃO
O projeto compreende a condição filosófica do corpo procurando repassar este conhecimento para a estrutura
atual de educação, revendo as propostas dos trabalhos pedagógicos na área de motricidade humana e as
condições ergonômicas em que os mesmos são realizados. A partir da reconstrução de um paradigma
mecanicista, a proposta de uma educação motora revigora os currículos escolares, proporcionando,
principalmente a criança com paralisia cerebral interligar a sua condição corpórea ao seu desenvolvimento
cognitivo. O conteúdo curricular do ensino especial levanta pontos específicos do trabalho pedagógico, voltado
para o desenvolvimento da motricidade da criança com paralisia cerebral, mas descontextualiza uma realidade
especifica para com a deficiência física e motora.
REFERÊNCIAS
COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e Psicomotricidade. Pontos de intersecção nas dificuldades de
aprendizagem. Petrópolis, R.J: Vozes, 2001.
FRUG, C. S. Educação motora em portadores de deficiência: formação da consciência corporal. São Paulo:
Plexus, 2001.
GONÇALVES, Maria Augusta S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. 8ª. ed. Campinas. SP:
Papirus, 2005.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura. 4ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 1995.
KASSAR, Mônica de Carvalho. Deficiência múltipla e educação no Brasil: discurso e silêncio na história de
sujeitos. Campinas, SP: Autores associados, 1999.
PARISI, Luciana. Vida ser, ser vida. SP: Makron Books, 2001.
PIAGET, Jean. A Construção do real na criança. 3ª. ed. São Paulo: Ática, 2002.
ROMARIZ, Jaqueline. Paralisia Cerebral: narcisismo e posição subjetiva. Rio de Janeiro: Art Bureau, 1999.
SOUZA, Ângela Maria & FERRARETO, Ivan. Paralisia Cerebral: aspectos práticos. São Paulo: Memnon,
1998.
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LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM
GUAXUPÉ-MG
Amanda Bueno Cândido
Centro Universitário
da Fundação Educacional Guaxupé - UNIFEG
Lilian Cristiane Gomes
Centro Universitário
da Fundação Educacional Guaxupé - UNIFEG
Sônia Maria Alves de Paiva
Profª. Drª.
Centro Universitário
da Fundação Eduacional Guaxupé – UNIFEG
RESUMO
Este estudo teve por objetivo realizar um levantamento epidemiológico da pressão arterial em
estudantes de graduação e determinar os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão nos
mesmos. A população estudada constituiu-se de 228 estudantes, de um centro universitário privado do interior
de Minas Gerais, com idades entre 17 e 62 anos. Obtiveram-se os dados através de um questionário com
questões objetivas e, em seguida, realizado aferição da pressão arterial de cada participante após 5 minutos de
repouso. Concluiu-se que, de acordo com os dados obtidos, os estudantes pesquisados não mantêm um estilo
de vida saudável que, associado aos antecedentes familiares, os coloca em risco para o desenvolvimento da
doença. Além disso, o nível educacional e o padrão de vida que, hipoteticamente, poderia contribuir para a
manutenção de um estilo de vida saudável, não se constituiu um fator significativo para tal.
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão; fatores de risco; estudantes.
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica representa um grave problema de saúde pública, apontada
como principal fator de risco para doenças cardíacas, renal e vascular. Possui alto custo social,
responsável por quase 40% dos casos de aposentadoria precoce e absenteísmo no trabalho.
Aproximadamente 15% a 20% da população adulta brasileira, acima de 20 anos de idade, é
portadora de hipertensão arterial (BRASIL, 2001).
Alguns parâmetros de medidas da pressão arterial foram definidos para permitir o julgamento
do estado do paciente. Assim, o limite escolhido para definir a HAS é encontrado pelo menos em duas
aferições, realizadas no mesmo momento (BRASIL, 2001). Dessa forma, Ávila e Marins (1996), Singi et
al., (2000) e Brasil (2001) seguem a orientação proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ao
afirmarem que a HAS é definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg, e uma
pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Portanto, é considerado hipertenso o indivíduo
que apresenta tais valores pressóricos em pelo menos duas aferições, realizadas em momentos
diferentes (BRASIL, 2002). De acordo com Nettina (2003), a pressão arterial ótima, com relação ao risco
cardiovascular, deve estar abaixo de 120 x 80 mmHg.
Existem vários fatores para o desenvolvimento da HAS, sendo, principalmente, o sedentarismo,
o consumo excessivo de álcool, a elevada ingestão de sal e o excesso de peso, além do tabagismo, da
intolerância à glicose, diabetes, estresse e história familiar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO et al., 2002).
Estudos têm revelado que práticas tabagistas e de consumo de bebidas alcoólicas vem se
tornando cada vez mais frequentes entre os estudantes universitários, o que pode torná-los
predispostos a esta doença.
METODOLOGIA
Tratou-se de um estudo de campo, descritivo, quantitativo e de representação social dos estudantes
de graduação sobre a hipertensão arterial. A amostra foi constituída por 228 estudantes de um centro
universitário privado no interior de Minas Gerais. Os dados foram coletados na própria instituição de ensino, no
período de maio a junho de 2006.
Para a coleta de dados utilizou-se o questionário composto
de perguntas objetivas, sendo o mesmo previamente testado, modificado e aplicado pela pesquisadora. Os
voluntários foram orientados a respeito dos objetivos da pesquisa e através da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido concordaram em participar do estudo.
Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente e apresentados através de figuras, tabela e
quadros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da figura 1, observa-se que dos 228 estudantes participantes do estudo, 129 (56,5%) foram do sexo
feminino, explicitando as diferenças de gênero nesse comportamento.
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99
Feminino
Masculino
129
FIGURA 1 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com do sexo
Esses resultados foram de encontro com as afirmações de PÉRES; FRANCO; SANTOS (2006), os quais
pontuaram que historicamente, as mulheres procuram mais os serviços de saúde do que os homens e que são
elas que transmitem os saberes e práticas acerca da manutenção da saúde e também normalmente cuidam da
saúde dos seus familiares e mesmo vizinhos e amigos..
A figura 2 aponta que dentre os cursos que participaram do estudo, o de Enfermagem (29,8%) teve maior
adesão, seguido pelo curso de Direito (13,6%), conforme pôde se constatar na figura abaixo:
80
68
70
60
50
40
31
30
20
14
10
10
11
10
8
7
14
8
8
9
9
8
6
3
1
1
2
0
1
Administração
Biologia
Ciência da Computação
Ciências Contábeis
Comércio Exterior
Direito
Educação Física
Enfermagem
Engenharia de Produção e Qualidade
Filosofia
Física
Fisioterapia
Letras
Matemática
Pedagogia
Publicidade e Propaganda
Química Industrial
Química licenciatura
Serviço Social
FIGURA 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DE ACORDO COM O CURSO
De acordo com a tabela 1, 160 (70,2%) participantes encontram-se na faixa etária de 20 a 49 anos,
prevalecendo o intervalo de 20 a 29 anos. A idade foi um dos fatores de risco não-modificáveis. Através da
análise da literatura, percebe-se que o risco de desenvolver hipertensão arterial aumenta com o avançar da
idade, embora o III Congresso Brasileiro de Hipertensão Arterial (Brasil, 2001) indique que esse aumento não
represente um comportamento fisiológico normal. Além disso, no Brasil, a população adulta é o grupo etário
mais acometido pela doença.
Tabela 1 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com a faixa etária
Faixa etária
F
%
< 20
61
26,75
20 |-| 29
116
50,87
30 |-| 39
25
10,96
40 |-| 49
19
8,33
50 |-| 59
5
2,19
60 |-| 69
2
0,87
Total
228
100
Em relação à prática de atividade física, tanto para os estudantes do sexo masculino quanto os do sexo
feminino, predomina-se uma prática irregular. Entre os que praticam exercícios físicos regularmente, houve
uma predominância do sexo masculino.
Tabela 2 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com o sexo e a prática de atividade
física
Prática de atividade física
Masculino
Feminino
Sim
40
28
Não
16
43
Às vezes
43
58
Subtotal
99
129
Total
228
Pela tabela 3, notou-se que apenas 12 (10,7%) estudantes dos 228 pesquisados tiveram o hábito de fumar,
sendo 6 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Supõe-se que pessoas com maior grau de instrução e padrão
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sócio-econômico mais elevado podem apresentar melhores condições de vida, à medida que compreendem
melhor as informações sobre a prevenção de doenças, além de apresentarem maior preocupação com a
saúde. Entretanto, poderia supor que os estudantes universitários, por estarem dentro deste perfil, não
estariam propensos a desenvolverem hipertensão arterial. Estes revelaram que práticas tabagistas e de
consumo de bebidas alcoólicas estão se tornando presentes entre os mesmos, o que pode torná-los
predispostos a esta doença.
Tabela 3 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e a prática tabagista
Prática tabagista
Masculino
Feminino
Sim
6
6
Não
93
123
Subtotal
99
129
Total
228
A tabela 4 mostra o consumo diário de cigarros entre os 12 fumantes pesquisados. Não houve
diferença significativa do consumo de cigarros entre os sexos masculino e feminino.
A tabela 5 mostra a freqüência do consumo de bebida alcoólica, de
acordo com o sexo.
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Tabela 5 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e consumo de bebida
alcoólica
Consumo de bebida alcoólica
Masculino
Feminino
Sim, todos os dias
0
0
Sim, somente nos finais de semana
41
21
Raramente
31
59
Não
27
49
Subtotal
99
129
Total
228
Dos 228 estudantes pesquisados, 152 (66,7%) afirmam consumir bebida alcoólica, porém, nenhum
destes faz ingestão diária de álcool; 62 ingerem somente nos finais de semana e 90, raramente. Além disso, do
total de participantes do estudo (228), 76 afirmam não consumir bebida alcoólica, de forma alguma.
Tabela 6 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e quantidade de bebida
ingerida (em copos)
Consumo de bebida
alcoólica (em copos)
Masculino
Feminino
1 a 3 copos
26
52
4 a 6 copos
16
20
Mais de 6 copos
30
8
Subtotal
72
80
Total
152
De acordo com a tabela 7, dentre os antecedentes familiares para o desenvolvimento da hipertensão
arterial, destacou-se a própria patologia, mencionada por 162 estudantes, seguido de diabetes, mencionado
por 108 participantes, como se constatou.
Tabela 7 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com antecedentes familiares
Antecedentes familiares (*)
F
Pressão alta
161
Doença renal (rins)
49
Derrame cerebral
36
Infarto do coração
54
Diabetes
107
Nenhum antecedente
39
Total
446
Em relação à ingestão de sal, de acordo com a tabela 9, dos 228 estudantes apenas 40 (17,5%)
utilizam o saleiro para “salgar” a comida já pronta, não existindo diferença significativa entre os sexos feminino
e masculino em desenvolver tal prática. O alto consumo de sal, atualmente, é considerado preditor de doenças
cardiovasculares (MOLINA et al., 2003), como pôde se constatar:
Tabela 9 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e a utilização do
saleiro para “salgar” a comida já pronta
Costume de “salgar”
Masculino
Feminino
Sim
15
25
Não
84
104
Subtotal
99
129
Total
228
Através da tabela 10, nota-se que 44 (44,4%) dos 99 estudantes do sexo masculino e 64 (49,6%) dos
129 pertencentes ao sexo feminino, manifestaram sentimentos de preocupação e ansiedade. É compreensível
este tipo comportamento devido à grande tensão emocional vivenciada nesta fase, em que o indivíduo se
prepara para sua formação profissional, implicando uma série de responsabilidades que o acompanharão por
toda a sua vida. Ao considerar o estresse como um fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão
arterial, pôde-se constatar que aproximadamente metade dos estudantes pesquisados, tanto do sexo
masculino quanto do feminino, constituem-se em fatores de risco.
De acordo com Simão (2001), a falta de recreação e de relaxamento das tensões diárias (associadas
com as doenças ligadas ao estresse, tais como hipertensão arterial, doença arterial e úlceras pépticas) são
riscos que relacionam-se às doenças cardiovasculares e a outros grupos de enfermidades.
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Tabela 10 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e estado emocional
Os níveis
pressóricos
considerados
normais pelo
Ministério da
Saúde são,
na pressão
arterial
sistólica,
menores ou
228
iguais a 140
mmHg; e na
pressão arterial diastólica, menores ou iguais a 90 mmHg (BRASIL, 2001). Entre o sexo feminino, foram
pesquisadas 129 estudantes, com idades entre 17 e 53 anos, das quais 124 apresentaram níveis pressóricos
dentro dos limites da normalidade, já na primeira aferição, após 5 minutos de repouso prévio.
Não houve diferença significativa dos níveis pressóricos em relação à idade. Porém, de acordo com
Nettina (2003), a pressão arterial ótima, com relação ao risco cardiovascular, deve estar abaixo de 120 x 80
mmHg. Considerando a afirmação desta autora, pôde-se constatar que apenas 34 (27,4%) das 124 estudantes
com valores pressóricos normais, estão fora de risco cardiovascular.
Já entre o sexo masculino, foram pesquisados 129 estudantes, com idades entre 17 e 61 anos, dos
quais 86 apresentaram níveis pressóricos dentro dos limites da normalidade, já na primeira aferição, após 5
minutos de repouso prévio. Também não houve diferença significativa dos níveis pressóricos em relação à
idade. Quanto ao risco cardiovascular, considerando a afirmação de Nettina (2003), apenas 11 dos 86
estudantes com valores pressóricos normais estão fora deste risco.
De acordo com o quadro 1, das 129 estudantes pesquisadas, 05 apresentaram níveis pressóricos
acima da normalidade na primeira aferição, após 5 minutos de repouso prévio. Desta forma, a fim de se
averiguar melhor a suspeita de hipertensão arterial, procedemos à segunda aferição, após 10 minutos de
repouso. Nota-se que, na segunda aferição, apenas uma estudante permaneceu com valores pressóricos
inalterados, além de uma estudante que apresentou elevação da pressão diastólica. Possivelmente, o fato de
se suspeitar de uma condição crônica, como a hipertensão arterial, pode gerar nervosismo e ansiedade, o que
poderia explicar esta elevação de pressão.
O achado de pressão arterial isolada não indica necessariamente hipertensão. Contudo, o paciente
deve ser considerado como em risco para a pressão arterial alta, até que a avaliação adicional, através da
obtenção da história, mensurações repetidas da pressão arterial e exames diagnósticos, confirmem ou
descartem o diagnóstico (NETTINA, 2003).
Estado emocional
Preocupado(a)/ansioso(a)
Estressado(a)/irritado(a)
Aborrecido(a)/frustrado(a)
Tranqüilo(a)/realizado(a)
Alegre/satisfeito(a)
Subtotal
Total
Masculino
44
14
8
18
15
99
Feminino
64
17
10
19
19
129
Quadro 1 – Distribuição dos estudantes de graduação do sexo feminino de acordo com idade e níveis
pressóricos em duas aferições (segunda aferição após 10 minutos de repouso)
Da
mesma
forma, a fim
de
se
averiguar
melhor
a
41
suspeita de
hipertensão
56
arterial,
procedemos
à
segunda
aferição, após 10 minutos de repouso. Observa-se que, na segunda aferição, dois estudantes permaneceram
com níveis pressóricos inalterados; dois apresentaram elevação somente da pressão sistólica; dois
apresentaram elevação somente da pressão diastólica; e um, apresentou elevação de ambas.
Idade
20
32
PAS1 x PAD1 (mmHg)
140 x 90
140 x 100
120 x 100
150 x 90
140 x 100
Total
PAS2 x PAS2 (mmHg)
130 x 80
140 x 100
120 x 80
150 x 120
140 x 80
F
01
01
01
01
01
05
%
20
20
20
20
20
100
CONCLUSÃO
Através deste estudo, podemos perceber que os estudantes pesquisados não mantêm um estilo de vida
saudável, que, associado aos antecedentes familiares, os coloca em risco para o desenvolvimento da
hipertensão. Além disso, o nível educacional e o padrão de vida que, hipoteticamente, poderia contribuir para a
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manutenção de um estilo de vida saudável, não se constituiu um fator significativo para tal. Através dessa
pesquisa constatou-se a necessidade de se realizar outros estudos sobre a hipertensão arterial e sua
prevenção. Também permitiu à pesquisadora a oportunidade clínica para praticar habilidades necessárias na
prevenção e no controle dos fatores de risco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVILA, A. A.; MARINS, J.C.B. Levantamento epidemiológico dos valores da pressão arterial na
comunidade universitária da Universidade Federal de Viçosa. Rev. Min. Educ. Fís., 4(2):61-102,1996.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Saúde Pública: Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes
Mellitus – protocolo. Brasília, DF, 2001. 96 p.
BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de reorganização da atenção à
hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Brasília: MS, 2002. 104 p.
MOLINA, M. C. B.; CUNHA, R. S.; HERKENHOFF, L. F.; MILL, J. G. Hipertensão arterial e consumo de sal em
população urbana. Rev. Saúde Pública, dez. 2003, v. 37, n. 6, p. 743-750. Disponível em:
http://www.fsp.usp.br/rsp. Acesso em: 11 abr. 2006.
[email protected]
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE ÚLCERA DE PRESSÃO
Gisele Regina da Silva, Programa
Iniciação Científica (PIC), Centro Universitário
Fundação Educacional de Guaxupé - UNIFEG
Dra. Sônia Maria Alves de Paiva,
Centro Universitário
da Fundação Educacional de Guaxupé - UNIFEG
Maria Regina Guimarães Silva, docente, coordenadora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé
UNIFEG
RESUMO
A úlcera de pressão (UP) é uma área localizada de morte celular, desenvolvida quando um tecido mole sofre
compressão por um longo período de tempo, complicação comum em pacientes críticos hospitalizados, sendo
a prevenção deste tipo de complicação um desafio para a assistência de enfermagem (FERNANDES,2000). O
estudo teve como objetivo identificar as principais causas de aparecimento de UPs em pacientes acamados e
as ações desenvolvidas para prevenção. Tratou-se de um estudo do tipo descritivo-exploratório retrospectivo,
para gerar informações sobre o desenvolvimento da UP e de uma entrevista com a enfermeira da CCIH da
instituição onde se desenvolveu o estudo. A análise dos dados demonstrou que o serviço de enfermagem não
tem um protocolo para avaliação e prevenção das UPs. As medidas preventivas se restringem a condutas de
enfermagem que não são individualizadas e não levam em conta a necessidade de cada paciente.
PALAVRAS-CHAVE: Úlcera de pressão, Assistência de Enfermagem
INTRODUÇÃO
A Úlcera de Pressão (UP) é definida como uma área localizada de morte celular, desenvolvida quando um
tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura, por um longo período de
tempo (NPUAP, NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL, 1989).
Para Bryant et al. (1992), a UP ocorre principalmente sobre as proeminências ósseas tais como as regiões
sacra, tuberosidade isquiática, trocânteres e calcâneos, porém ela poderá desenvolver-se em qualquer parte
do corpo sob excesso de pressão. Essas áreas são mais propensas à formação de UPs devido ao peso da
pessoa estar totalmente concentrado nessas partes do corpo durante o repouso prolongado em uma superfície
inadequada.
Costa (2003) cita que a diminuição da vascularização pela oclusão dos vasos durante intenso período de
pressão, em determinada área do corpo, ocasiona redução do fluxo sangüíneo responsável por nutrir e
oxigenar os tecidos e, em conseqüência desses fatores ocorre a isquemia tecidual. Conforme a duração e
intensidade da pressão podem ocorrer danos para a pele e tecidos mais profundos (músculos e ossos).
Para Bergstrom (1994) e Frantz (1998) a classificação da UP estabelece estágios que vão de I a IV, que
refletem a profundidade dos danos observados nos tecidos, de acordo com a sua profundidade e extensão,
conforme se apresenta:
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ESTÁGIO I: é um eritema da pele intacta que não embranquece após a remoção da pressão. Em indivíduos
com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema e o endurecimento podem ser também os
indicadores.
ESTÁGIO II: é uma perda parcial da pele, envolvendo a epiderme, derme ou ambos. A úlcera é superficial e
apresenta-se clinicamente como uma abrasão, uma bolha ou uma cratera rasa.
ESTÁGIO III: é uma perda da pele na sua total espessura, envolvendo danos ou uma necrose do tecido
subcutâneo que pode se aprofundar, mas não chegando até a fáscia. A úlcera apresenta-se clinicamente como
uma cratera profunda.
ESTÁGIO IV: é uma perda da pele na sua total espessura, com uma extensa destruição, necrose do tecido ou
danos no músculo, ossos ou estruturas de suporte, por exemplo: tendões ou cápsulas das juntas.
Costa (2003) cita que para identificar os fatores preditivos para o desenvolvimento das UPs, vários autores têm
desenvolvido e implementado algumas escalas como as de Norton, Gosnell, Warterlow, e a de Braden como
instrumento de avaliação de risco.
Para Fernandes (2000), a escala de Norton consiste de um instrumento com cinco parâmetros para a avaliação
do grau de risco: 1 – condição física; 2 – nível de consciência; 3 – atividade; 4 – mobilidade; 5 – incontinência.
Cada parâmetro pode ser pontuado com valores de 1 a 4 com o escore total perfazendo um valor entre 5 a 20
pontos. O escore original para determinar o risco foi estabelecido entre 14. Nesta escala é determinado que
quanto menor a somatória final, maior será o risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão.
A escala de Braden formada por seis subescalas ou fatores de risco, pontuadas como: 1 – percepção
sensorial; 2 – umidade; 3 – atividade; 4 – mobilidade; 5 – nutrição; 6 – fricção e cisalhamento. Cada sub-escala
tem uma pontuação que varia entre 1 a 4. A somatória total fica entre os valores de 6 a 23. Quanto maior a
pontuação final, menor será o risco de desenvolvimento de UPs (SOMAIO; CARRARA, 2005).
A escala de Waterlow inclui 10 itens como: estrutura/peso e altura; continência; tipo de pele em áreas de risco;
mobilidade; sexo e idade; apetite; má nutrição tecidual; déficit neurológico; cirurgia/traumas; medicação. Cada
item tem uma pontuação própria, com valores que variam entre 0 a 5. Na avaliação do paciente deve-se
considerar, segundo a autora, o escore acima de 10 como preditor de risco para o desenvolvimento de UP
(ROCHA, 2003).
O trabalho da enfermagem é de fundamental importância na prevenção das UPs através da adoção de
condutas, implementações de estratégias de prevenção através da identificação de fatores de risco na
inspeção diária da pele do paciente, com atenção especial nas áreas mais vulneráveis para o desenvolvimento
da úlcera, avaliação do ambiente quanto às condições de manutenção da integridade da pele e fornecimento
de suporte nutricional.
A prevenção deve ser feita através de ações de enfermagem que visem evitar ou amenizar o aparecimento de
ulcera de pressão. É recomendado a assistência de enfermagem através de grupos multidisciplinares que
participem de atividades que busquem o desenvolvimento do processo de avaliação de risco, reavaliação e
planejamento das intervenções para sua redução, com inclusão de profissionais especializados em feridas.
OBJETIVOS
O presente estudo teve como objetivo geral:

Identificar as principais causas do aparecimento de UPs em pacientes acamados;
e, como objetivos específicos:

Identificar a presença de fatores de risco descritos na literatura e a sua relação com o desenvolvimento
de UPs;

Verificar as ações desenvolvidas no hospital para prevenção de Úlcera de Pressão;
METODOLOGIA
Tratou-se de um estudo do tipo descritivo-exploratório retrospectivo, através do levantamento de prontuários e
de entrevista semi-estruturada com a enfermeira da CCIH, de um hospital geral, filantrópico, de médio porte,
com 92 leitos no interior de Minas Gerais, a fim de obter informações sobre o seu conhecimento relacionado à
prevenção de úlcera de pressão.
O levantamento bibliográfico foi realizado através da análise da literatura nos últimos cinco anos para que o
pesquisador analisasse os artigos publicados sobre o assunto e através deste, construir um maior
conhecimento acerca de UPs e para formulação do questionário.
A coleta de dados foi realizada através da análise documental dos prontuários dos pacientes portadores de
úlcera de pressão e que estiveram internados no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2005 e a
entrevista ocorreu no mês de outubro de 2006.
Após obter todas as informações foi feito um levantamento e organização dos dados coletados.
Os critérios que foram utilizados para seleção dos artigos publicados na literatura internacional e nacional
basearam-se em artigos que abordam a problemática da UP; artigos indexados nos bancos de dados LILACS
(Literatura latino-americana em Ciências da Saúde) ou MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval
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Sistem on Line); artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, dentro do período delimitado para
esta pesquisa;
Para a realização deste estudo, foi levado em conta as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos, emanadas da resolução nº 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde. O
projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa do hospital, campo de estudo para a sua apreciação
e após aprovação foi dado início à pesquisa. Foi também solicitado o consentimento livre e esclarecido por
escrito da enfermeira da CCIH.
RESULTADOS
Constatou-se que no período definido para a análise documental dos prontuários de dezembro de 2004 a
dezembro de 2005 foram identificados 10 pacientes portadores de UP, considerando diagnostico, tempo de
internação e faixa etária, conforme apresentado:
Quadro 1 – Pacientes internados com UP segundo diagnóstico, tempo de internação e faixa etária.
DIAGNÓSTICO
Doença pulmonar obstrutiva crônica,
hipertensão arterial
insuficiência renal crônica
obesidade mórbida
Politraumatismo
Pós-operatório laparotomia
Politraumatismo
Broncopneumonia, hipertensão
arterial, insuficiência cardíaca
congestiva, obesidade mórbida
Insuficiência respiratória,
obesidade mórbida
Insuficiência respiratória aguda
Pós-operatório fratura fêmur
Politraumatismo
Insuficiência renal crônica
insuficiência cardíaca congestiva
TEMPO DE INTERNAÇÃO
FAIXA ETÁRIA
10 dias
60 anos
30 dias
15 dias
28 dias
23 anos
69 anos
28 anos
13 dias
48 anos
7 dias
48 anos
30 dias
3 dias
9 dias
17 dias
78 anos
83 anos
38 anos
11 anos
O grau de desenvolvimento da UP foi classificado de acordo com o quadro a seguir:
Quadro 2 – Número de pacientes e grau de desenvolvimento da UP
NÚMERO DE PACIENTES
2
GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA UP
ESTÁGIO I
4
ESTÁGIO II
2
ESTÁGIO III
2
ESTÁGIO IV
Dessa maneira, verificou que a localização das Ups apareceram nas regiões sacra, região dos calcâneos e
tornozelo, conforme mostrado no gráfico 1, ou seja, a maioria dos pacientes desenvolveram UP na região
sacra-ilíaca.
Gráfico 1 – Áreas de localização das UP
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Esse fator está relacionado à obesidade e doenças pulmonares, tornando difícil a mobilidade do cliente,
prejudicando a mudança de decúbito. Os pacientes internados com insuficiência respiratória aguda
desenvolveram em maior escala de UPs, pela falta de mobilidade devido à compressão pulmonar,
comprometendo a respiração pulmonar, uma vez que não era possível mantê-los lateralmente por muito tempo.
Dessa forma, ficaram predispostos ao aparecimento de ulcerações na região sacra devido o excesso de
pressão. Regiões como calcâneo e tornozelo, foram protegidas com “coxins” providenciados pela própria
equipe de enfermagem.
No prontuário desses pacientes foi constatado as anotações de enfermagem em relação às medidas
preventivas adotadas pela equipe de enfermagem como: mudança de decúbito de 2/2 hs, massagem de
conforto com óleo de girassol, colchão caixa de ovo e proteção das extremidades ósseas com coxim.
Os dados da entrevista obtidos com a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar-CCIH,
demonstraram que o tempo de formação profissional desta foi de 11 anos e que apresenta especialização em
Gestão de CCIH e utiliza como recursos para o aprimoramento profissional a participação em eventos
científicos.
Em relação à freqüência com que a instituição realiza cursos de capacitação para sistematização sobre UPs
para a equipe de enfermagem, os dados revelaram que é anual.
As medidas preventivas, segundo a enfermeira, utilizadas para o cuidado da pele e tratamento em pacientes de
risco são: mudança de decúbito, massagem de conforto e colchão de ar ou caixa de ovo.
Os instrumentos que são utilizados pela equipe de enfermagem para identificar os pacientes de risco para UP
são: inspeção no momento do banho e escala de Glasgow.
De acordo com a entrevista, a enfermeira participante do estudo demonstrou conhecimento teórico em relação
às escalas de avaliação de risco (Norton, Gosnell, Warterlow e Braden), porém não as têm utilizado na prática
de cuidados aos portadores de UPs.
CONCLUSÃO
Com base nesses resultados concluiu-se que a Instituição não tem um protocolo para cuidados de
pacientes com risco de desenvolver UPs. As medidas preventivas se restringem a condutas de enfermagem
que não são individualizadas e não levam em conta as necessidades de cada paciente.
O serviço de enfermagem ainda utiliza medidas preventivas tradicionais para proteção dos pacientes
de risco e que a enfermeira entrevistada embora conheça os instrumentos de avaliação para a identificação
dos pacientes de risco não as utiliza na prática para para a prestação adequada de cuidados.
REFERÊNCIAS
BLANES, L.; DUARTE, I. S.; CALIL, J. A.; FERREIRA, L.M. Avaliação Clínica e Epidemiológicas das Úlceras
por Pressão em pacientes internados no Hospital São Paulo. Revista Associação Méd. Brasileira, 50(2),
p.182-187, 2004.
COSTA, I. G. Incidência de Úlcera de Pressão e fatores de risco relacionados em pacientes de um
Centro de Terapia Intensiva. São Paulo, 2003. 125p. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo.
CUDDIGAN, J; AVELLO, E.A; SUSSAMAN, C (Ed.). Pressure Ulcer in America: prevalence, incidence and
implications for the future. NPUAP, v.a., 2001.
FERNANDES, L. M. Úlcera de Pressão em Pacientes Críticos Hospitalizados: uma Revisão Integrativa da
Literatura. São Paulo, 2000. 141p. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem da Universidade de São
Paulo.
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National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) - Painel Consultivo Nacional de Úlcera de Pressão –
Organização profissional, independente, dedicada à prevenção e à gerência de ulcera de pressão, criado em
1987.
[email protected]
O MEDO EM ATLETAS QUE SOFRERAM LESÃO DO MENISCO LATERAL
Acary Santos de Silva Oliveira Júnior,
Rafael Castro Kocian
Universidade Paulista.
RESUMO
Lesões no joelho constituem um problema comum na prática clínica da medicina do esporte, havendo
preocupação com o tratamento e retorno às atividades esportivas. Muitas vezes o tratamento gira em torno da
lesão fisiológica, não podemos esquecer do psicológico dos próprios atletas, que contribui muito para retorno
às quadras. O objetivo desse trabalho foi verificar as lesões que os atletas sofreram no joelho, e verificar a
presença de medo antes e após o tratamento, bem como na volta da prática esportiva. Trabalhamos com
pesquisa qualitativa, realizando levantamento bibliográfico e colhendo dados através de questionários. Como
resultados obtivemos que todos sujeitos sentiram medo de se lesionarem novamente ao retornar as atividades,
por isso, é de suma importância realizar trabalho de intervenção em Psicologia do Esporte, auxiliando o atleta
vencer questões relacionadas ao trauma como dor, mas também, ao trauma psicológico antes, durante e após
da lesão sofrida, acompanhando todo o processo.
Palavras chaves: Estados Emocionais, Lesão Esportiva e Medo.
INTRODUÇÃO
As lesões do joelho constituem um problema muito comum na prática clínica da medicina do
esporte. Vários autores demonstraram sua preocupação, especialmente com o tratamento e o retorno às
atividades esportivas em relação à lesão do meniscal lateral, no entanto, não podemos esquecer do lado
psicológico dos próprios atletas, o que contribui muito para o tratamento e principalmente para o retorno das
suas atividades esportivas.
A lesão do menisco lateral caracteriza por rompimento da cartilagem, seguida de dores e inchaço
na articulação, na qual envolve o osso patelar, causando uma dificuldade na movimentação da própria
articulação e da ação motora de se locomover.
Todos os pacientes serão classificados conforme sua atividade e desempenho esportivo, antes da
lesão. Com o rompimento desta articulação, será feita uma avaliação no grau da lesão e do lado psicológico do
atleta, tanto no pré e como pós-operatório. Somente com esses pontos avaliados, sabermos identificar a
relação medo e lesão do menisco lateral que atletas sofreram durante suas atividades.
MÉTODOS
Trabalhamos com pesquisa qualitativa, utilizando em primeira etapa, o levantamento bibliográfico,
averiguando livros de graduação relacionados com o tema “Lesão do Menisco Lateral e Medo”.
Em uma segunda etapa faremos entrevistas, em forma de questionário, os dados serão coletados
no município de Casa Branca / SP, com atletas de diferentes modalidades esportivas, os quais sofreram lesão
no menisco lateral.
Será garantido sigilo absoluto dos sujeitos entrevistados. Os dados coletados serão
analisados, tabulados e distribuídos graficamente.
RESULTADO E DISCUSSÃO
O questionário foi aplicado com atletas, os quais sofreram lesão no menisco lateral, em forma de
entrevista, de diferentes modalidades esportivas. Veremos a seguir, o resulto neste capítulo.
A primeira questão apresenta qual o esporte mais praticado pelos sujeitos entrevistados, o tipo de
lesão sofrida e de que modo à lesão.
01. Qual foi o tipo de lesão que o senhor sofreu? A lesão ocorreu durante qual atividade?
Todos os entrevistados sofreram lesão no tecido cartilaginoso do menisco lateral durante a pratica
esportiva.
Apuramos que mais da metade dos atletas praticavam futebol, enquanto tivemos duas citações
para voleibol e uma para handebol.
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O sujeito 05 contou-nos que “a lesão foi no menisco, durante um jogo pela super liga de Voleibol,
onde escorregou gerando uma torção no joelho”.
02. Como foi o tratamento? Teve que passar por cirurgia?
Nesta questão gostaríamos de verificar com os sujeitos como foi a realização do tratamento para a
lesão do joelho, e principalmente, se houve cirurgia.
A maioria dos entrevistados passou por cirurgia, retirando a parte total lesionada do menisco lateral
e, após esta, foi realizado seções fisioterápicas para retornar à prática esportiva. Com exceção, do sujeito 05 o
qual foi apenas retirada 50% do menisco lateral; e o sujeito 06 não passou por cirurgia: seu tratamento foi à
realização de fisioterapia.
Segundo o sujeito 03, sua resposta foi a seguinte: “sim foi feito uma cirurgia para a retirada dos
dois meniscos (100%), e refeito todo o ligamento cruzado, não havendo derrame articular”.
03. Necessitando passar por cirurgia houve preparo psicológico para o pré e pós desta?
Nas duas partes do tratamento, todos os sujeitos não tiveram nenhum apoio de profissionais da
área da psicologia ou psiquiatria. O sujeito 07 citou-nos: “não houve antes, pós-operatório sim”.
04. Você teve alguma ajuda de algum profissional da área da psicologia / psiquiatria?
Não; todos os sujeitos não tiveram ajuda desses profissionais. O sujeito 02 descreve a sua
experiência: “Quando me machuquei não tinha psicólogo no clube que eu jogava, e nenhum outro clube
daquela época. Tive ajuda da parte do dirigente e o principal apoio foi da minha família”.
05. Você teve ajuda familiar durante a recuperação física e psicológica?
Felizmente a ação do apoio familiar foi de grande valia na recuperação, suprimindo a falta dos
profissionais citados. O sujeito 03 reforça o apoio que teve dos amigos, tão fundamental, quanto à família. Com
exceção do sujeito 04, onde descreveu-nos que: “a minha família não me apoiou diretamente, durante a minha
recuperação, por causa da distancia que os separavam”.
06. Após o tratamento, como foi à volta ao esporte?
Alguns atletas sentiam dores e, principalmente, o medo de ocorrer uma nova lesão. Um reflexo
percebido foi que muitos não tinham muita firmeza em colocar o membro inferior no chão. O sujeito 08
descreve-nos: “eu sentia medo quando tocava na bola, quando eu dava um pique mais intenso e medo de eu
me lesionar de novo”.
07. Qual foi o seu maior medo quando sofreu a lesão?
Os atletas entrevistados retrataram o medo que tinham de perder suas habilidades e não
conseguirem voltar à forma antes da lesão. Os sujeitos 01 e 07 sentiam medo da cirurgia, de não ter os
sucessos esperados, impedindo o retorno ao esporte.
O sujeito 07 falou-nos: “ medo da cirurgia der errado e ter que passar novamente por outra cirurgia
e até ficar sem os movimentos do joelho”.
08. A lesão prejudicou alguma função de seus movimentos?
Apenas três tiveram problemas após a cirurgia, como por exemplo, não flexibilidade do joelho; falta
de forca e agilidade não chutar da bola. O restante dos entrevistados não sofreu prejuízo na ação motora do
menisco.
O sujeito 01 comenta-nos: “eu tenho até hoje medo de correr, saltar e até de uma bobeira, de
andar de salto alto”.
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09. Você carrega algum tipo de trauma devido à lesão?
Os sujeitos 07 e 08 descreveram como trauma, o medo de ocorrer uma nova lesão. Suas citações
são semelhantes: “medo de me lesionar novamente”. No entanto os outros sujeitos afirmaram que não
carregam nenhum tipo de trauma por terem se lesionados.
10. Você sente medo de praticar esporte novamente?
Todos os sujeitos relataram que sentiam medo quando voltaram às quadras, isso fica evidente na
fala do sujeito 07, como assim, ressaltamos o comentário:
“No começo sim, insegurança, fortes dores musculares e incerteza de conseguir ou não a praticar
atividade física. O joelho enganava de mais, doía, hoje não. Pratico esporte normalmente, mas inflamações e
dores são constantes”.
Contudo a maioria dos entrevistados descreveu que há sentem medo.
CONCLUSÃO
Durante a análise dos questionários e o gráfico chegamos à conclusão que todos os sujeitos
entrevistados sentiram medo de se lesionarem novamente ao retornar as atividades esportivas.
Por esse motivo, é de suma importância realizar um trabalho de intervenção na área da Psicologia
do Esporte, auxiliando o atleta a vencer questões relacionadas ao trauma em relação à dor sofrida, mas
também ao trauma psicológico antes, durante e depois da lesão sofrida, acompanhando todo o processo.
Aos profissionais da área da Educação Física é importante que realizem uma abertura de campo
profissional no que diz respeito a Psicologia do Esporte, uma vez que essa área da Educação Física e
Motricidade Humana carece atenção e espaço.
Uma possível abertura traria além de resultados em termos de ganhar e perder, mas
principalmente para que os atletas, dirigentes, técnicos, família, enfim, todas pessoas envolvidas no espetáculo
esportivo, o lado humano dessa área tão fascinante chamada movimento.
Além de pensarmos numa equipe multidisciplinar trabalhando com o esporte, sugerimos pesquisas
mais aprofundadas com atletas que receberam auxílio de um profissional da psicologia do esporte e comparar
junto ao presente trabalho.
REFERÊNCIAS
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Kapandji, A. I. Fisiologia Articular: Membro Inferior. Volume 2. 5º edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2000;
Kisner, Corolyn e Colby, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos. 4º edição. Rio de Janeiro: Editora Manole, 2005;
Machado, Afonso Antonio. Psicologia do Esporte. 1º edição. Jundiaí / São Paulo: Editora Ápice, 1997;
Norm, Andréa. Hanson, Bates. Exercícios Aquáticos Terapêuticos. 1º edição. Rio de Janeiro: Editora Manole, 1998;
Myers, David G. Introdução à Psicologia Geral. 5º edição. Rio de Janeiro: Editora LTC, Livros Técnicos e Científicos,
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edição, páginas 69-72, 2003. Disponível em www.scielo.org.br. Acesso em 04/12/2006; Shankar, Kamala. Prescrição de
Exercícios. 1º edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2002.
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COMPARAÇÃO ENTRE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LOCALIZADA E HIDROGINÁSTICA SOBRE A
APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE INDIVÍDUOS DA TERCEIRA IDADE EM SANTA RITA DO
SAPUCAÍ / MG
Alessandra Lopes Pinto Lemos
Graduanda de Educação Física - UNIVAS
Carlos Furtado de Mendonça Júnior
Pós Graduando em Educação Ambiental - UNIVAS
Danielle Bernardes-Amorim
Mestre em Fisiologia – UFSCar; Docente UNINCOR e UNIVÁS
RESUMO
Em qualquer faixa etária, para a realização de qualquer atividade motora é necessário o desenvolvimento de
aptidão cardiovascular, força, resistência muscular e flexibilidade e, a perda da capacidade funcional no idoso
dá sentido negativo à sua vida com aumento da dependência. Por outro lado, programas regulares de
atividades físicas bem planejadas podem auxiliar na diminuição da vulnerabilidade destes indivíduos. A
questão que se coloca é: qual a melhor atividade? Na tentativa de responder a esta questão, o objetivo deste
estudo foi comparar os efeitos de um programa de ginástica localizada e de um programa de hidroginástica
sobre a aptidão física relacionada à saúde de mulheres idosas. Através dos resultados, pretendeu-se discutir
qual das duas modalidades poderia oferecer melhor qualidade de vida às idosas. A análise possibilitou concluir
que tanto a ginástica localizada quanto a hidroginástica proporcionam níveis satisfatórios de aptidão física e
auxiliam na manutenção da saúde de mulheres idosas.
PALAVRAS-CHAVE: Ginástica localizada, Hidroginástica, Aptidão física.
INTRODUÇÃO
Uma das maiores mudanças observadas no último século foi o aumento da expectativa de vida do ser humano,
sendo que, hoje, vivemos quase o dobro da idade alcançada no início do século XX. Isso graças aos avanços
tecnológicos que nos propiciaram melhores condições de vida. Atualmente, no Brasil, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, os idosos representam cerca de 9% da população, totalizando 17 milhões
de pessoas acima de 60 anos. E as perspectivas da ONU para os próximos 20 anos são de que essa
porcentagem aumente para 16%, ou seja, além dos brasileiros viverem por mais tempo, teremos mais idosos
na população (COUTINHO, 2006).
Mas é muitas vezes difícil diferenciar entre os resultados do envelhecimento biológico e os da inatividade física.
Ou seja, com o envelhecimento, ocorre uma deterioração natural da função fisiológica, mas ela é devida ao fato
de a maioria das pessoas tornarem-se sedentárias à medida que envelhecem (WILMORE; COSTILL, 2001).
Os mesmos autores ainda falam que o VO2 máximo diminui aproximadamente 10% por década com o
envelhecimento iniciando no final da adolescência, para as mulheres, e em meados da segunda década para
os homens. Essa diminuição está em grande parte associada a uma diminuição da atividade de resistência
cardiorrespiratória.
Neste sentido, a atividade aeróbia e o treinamento de força podem proporcionar grandes benefícios no adulto e
na terceira idade, pois a interação entre os componentes de aptidão relacionada à saúde e as atividades físicas
é óbvia (GALLAHUE; OZMUN, 2001).
Quanto a isto, todo movimento humano está baseado em um grau mínimo de força muscular, endurance e
flexibilidade. Por isso, é importante questionar se o exercício e o treinamento muscular podem contribuir na
manutenção do controle motor, assim como nos declínios das habilidades motoras relacionadas ao avanço da
idade (MARINI et al, 2003).
Por exemplo, a hidroginástica apresenta algumas vantagens para esse grupo populacional, com o
aproveitamento das propriedades físicas da água possibilitando um melhor rendimento aos idosos, além de
oferecer menores riscos. Apesar desses benefícios em potencial, a prática da hidroginástica em idosos ainda é
pouco estudada. Pesquisas apontam uma melhora significativa em todos os testes de aptidão física aplicados,
após o treinamento com aulas de hidroginástica. Esses resultados parecem comprovar a importância da prática
de exercícios físicos, assim a hidroginástica pode ser benéfica na manutenção e melhoria da aptidão física de
mulheres idosas (ALVES, 2004).
Já a ginástica localizada se concentra mais especificamente no desenvolvimento das qualidades físicas
flexibilidade e resistência muscular, pois o trabalho se dirige a determinado músculo ou grupo muscular
proporcionando maior amplitude de movimento e autoconfiança. Este fato é importante, uma vez que a
flexibilidade colabora na execução das tarefas diárias ou em qualquer movimento que se possa realizar no
cotidiano (BREGOLATO, 2002).
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De qualquer forma, segundo Meirelles (2005), o objetivo principal da atividade física na terceira idade é o
atraso inevitável do envelhecimento, através da manutenção de hábitos saudáveis que possa possibilitar uma
vida harmoniosa e afastar os riscos mais comuns na terceira idade.
Tendo estes fatores como premissa, o objetivo do presente estudo foi comparar um programa de ginástica
localizada e um programa de hidroginástica sobre a aptidão física relacionados à saúde de indivíduos da
terceira idade.
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MATERIAIS e MÉTODOS
Delineamento e População de estudo
Este estudo possuiu delineamento transversal e sua realização foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da UNIVÁS sob o protocolo número 58/07. Após esta aprovação, foram convidadas mulheres com idade acima
de 50 anos e com tempo de seis meses a um ano de treinamento em ginástica localizada ou hidroginástica de
academias situadas na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG.
As senhoras foram convidadas a participar do estudo, recebendo o termo de consentimento para que
autorizassem formalmente a utilização de seus dados sem, no entanto, a menção a sua identidade. Em
seguida, responderam a uma anamnese para garantir que não apresentassem alguma patologia que pudesse
interferir nos resultados.
Tomando estes cuidados, foram incluídas no estudo 16 mulheres, sendo 8 do grupo ginástica e 8 do grupo
hidroginástica com idade entre 53 e 84 anos.
Foram excluídas aquelas senhoras que faltaram à data agendada para os testes e/ou por alguma
eventualidade desistiram de participar.
Protocolo de avaliação
A coleta dos dados que foi realizada pela autora do estudo, conforme padronização a seguir:
A) Composição corporal
Utilizou-se o Índice de Massa Corporal (IMC), obtido através do resultado da divisão do peso em
quilogramas pela altura, em metros, ao quadrado. O índice normal foi classificado entre 18,5 e 24,9, o
sobrepeso esteve entre 25 e 29,9 e, acima de 30, o indivíduo foi considerado obeso (KRUCHELSKI,
RAUCHBACH, 2005).
B) Circunferência de cintura e quadril (Relação Cintura-Quadril)
A relação cintura-quadril foi calculada pela divisão do perímetro da cintura pelo perímetro do quadril
(mensuradas em cm). Índices acima de 0,85 para mulheres e 0,95 para homens representam alto risco para a
saúde (Bray; Gray, 1988 citados por GONÇALVES; SANTOS, 2006).
C) Teste de flexibilidade
Foi utilizado o teste linear de sentar e alcançar de Wells modificado por BORBA. Índices alcançados
acima de 30 cm foram classificados como excelente; entre 25,1 e 29,9, muito bom; de 20,1 a 25, bom; de 15,1
a 20, regular e; abaixo de 15 foi classificado com muito fraco (1996 citado por KRUCHELSKI; RAUCHBACH,
2005).
D) Teste Abdominal
Foi utilizado o teste abdominal do Eurofit para adultos (1995 citado por KRUCHELSI; RAUCHBACH,
2005) em três níveis, sendo o resultado de 0 a 10 considerado como fraco; de 5 a 9, regular; de 10 a 14, bom
e, acima 15 correspondeu ao índice excelente.
E) Teste de Aptidão Cardiorrespiratória
Utilizou-se o teste padronizado por Jetté et al. (1976 citados por GONÇALVES; SANTOS, 2006) que consistiu
em subir e descer dois degraus de 20,3 cm cada e em estágios de duração de 3 min cada, sendo que a
freqüência cardíaca foi aferida imediatamente após o término do exercício. O VO2 Max foi predito de acordo
com a equação:
VO2máx (ml/kg/min) = 42,5 + (16,6 x VO2) – (0,12 x Peso) – (0,12 x FC) – (0,24 x Idade)
Este teste não é recomendado para indivíduos cuja pressão arterial de repouso mostra-se superior a
150/100mmhg e a freqüência cardíaca encontra-se acima de 100 batimentos por minuto. Como nenhuma das
senhoras possuía estes valores de risco, o teste pode ser realizado normalmente.
Aliás, segundo o American College of Sports Medicine-USA, não se faz necessária a presença de um médico
durante a realização de testes submáximo de aptidão cardiorrespiratória em idosos sem doenças conhecidas
(FERNANDES FILHO, 2003), como aconteceu no presente estudo.
Análise estatística dos dados
Os dados foram anotados e, em seguida, avaliados através de correlações de Pearson e análises de variância
com p-valor do teste < 0,05 e pós teste de comparação de Tukey.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
A tabela 1 mostra que idade e peso corporal do grupo de ginástica foram menores em relação ao grupo
hidroginástica, porém não significativo. Já a estatura do grupo ginástica foi maior em relação ao grupo
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hidroginástica, sendo este resultado não completamente significativo. Todas as outras variáveis tiveram
variações não significativas com IMC e RCQ, apresentando tendência de maiores resultados para o grupo
hidroginástica e, circunferências da cintura e do quadril, flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória (VO 2 máximo)
apresentando tendência de maiores resultados para o grupo ginástica. A resistência muscular localizada
abdominal apresentou resultados semelhantes entre os dois grupos.
Tabela 1 – Resultados gerais das avaliações realizadas em mulheres praticantes de hidroginástica e ginástica.
Variáveis
Grupo
Grupo hidroginástica
Valor
ginástica
de P
Idade (anos)
63,75 ±6,71
68,25±8,76
0,2682
Peso (kg)
67,06±13,26
69,31±12,85
0,7355
Altura
158,13±3,98
153,75±4,43
0,0567
IMC
26,75±4,86
29,27±4,98
0,3231
Circunferência da cintura
86,50±12,91
82,88±23,34
0,7065
Circunferência do quadril
104,13±9,57
99,13±22,66
0,5744
Relação cintura quadril
0,83±0,08
0,85±0,20
0,7729
Flexibilidade
26,00±6,55
21,38±6,67
0,1835
RML abdominal
11,38±2,33
11,88±2,10
0,6587
VO2 máximo
38,04±1,73
36,99±2,29
0,3168
Conforme mencionado, o IMC apresentou tendência de maiores resultados para o grupo de hidroginástica e a
classificação individual revelou as mulheres idosas que praticavam a ginástica localizada apresentam
sobrepeso e obesidade, enquanto que na hidroginástica houve maior porcentagem de mulheres com
obesidade.
Em relação à RCQ, pela qual se verifica os níveis de risco à saúde (baixo, moderado, alto e muito alto), o
resultado foi semelhante ao IMC com igual porcentagem (25% em cada) entre as mulheres praticantes de
ginástica e maiores valores dos piores índices (25% moderado, 25% alto e 37% muito alto) entre as
praticantes de hidroginástica.
O excesso de peso traz conseqüências negativas à saúde e isto tem sido mostrado em alguns estudos. A
obesidade é fator de risco para hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, doenças
cardiovasculares e algumas formas de câncer (GIGANTE; et al, 1997).
De modo semelhante ao presente estudo, Savaris (2004), verificando o perfil do índice de massa corporal e a
razão cintura/quadril, observou sobrepeso e risco moderado para doenças coronarianas em mulheres
praticantes de hidroginástica. Mas não comparou com ginástica localizada.
Outro estudo realizado com oito mulheres de percentual de gordura indicativo de obesidade e razão cintura
quadril com valores de risco alto para doenças cardiovasculares, verificou que cinco semanas de treinamento
aeróbio de hidroginástica não alteraram estes (OLIVEIRA, 2004).
Um estudo realizado em são Lourenço/MG com dois tipos de treinamento em hidroginástica (contínuo e
intervalado) também observou que 12 semanas não foram suficientes para promover melhoras significativas na
porcentagem de gordura corporal (POLITANO; BERNARDES, 2007).
As variáveis flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória (VO 2 máximo) também apresentaram tendência de
maiores e melhores resultados para o grupo de ginástica.
O resultado mostrado para a flexibilidade do grupo de ginástica foi que 37% das mulheres apresentaram níveis
excelentes de flexibilidade; 25%, níveis bons; 13%, muito bom e; 25%; regular. No grupo de hidroginástica o
resultado foi de 62% das mulheres apresentando nível regular de flexibilidade; 25%, nível bom e; 13%, nível
excelente de flexibilidade.
Fraqueza, inflexibilidade e dor, durante o processo de envelhecimento, podem causar incapacidade
progressiva, ocasionando limitação na mobilidade e conseqüente diminuição na qualidade de vida
(BUCKWALTER, 1997 citado por COELHO; ARAÚJO, 2000).
O resultado do VO2 máximo do grupo de ginástica foi que 75% das mulheres apresentam excelente aptidão
cardiorrespiratória e 25% apresentam uma boa aptidão cardiorrespiratória. Para o grupo de hidroginástica o
resultado foi que 50% das mulheres apresentam excelente aptidão cardiorrespiratória e 50% das mulheres
apresentam boa aptidão cardiorrespiratória.
É importante ter nível elevado de consumo máximo de oxigênio em qualquer fase da vida. Para que isso
aconteça é necessário seguir um treinamento específico das capacidades aeróbicas. Para as pessoas da
terceira idade o melhor meio são as caminhadas (SCHARKEY, 1998; NEIMAN, 1999; ACSM's, 2000 citados
por KALININA et al, 2006).
Já a resistência muscular localizada abdominal apresentou resultados semelhantes entre os dois grupos. O
resultado mostrado para a resistência muscular localizada (RML) abdominal para o grupo de ginástica foi que
62% apresentaram bons níveis, 25% apresentaram níveis excelentes e 13% apresentaram níveis regulares de
resistência muscular localizada. Para o grupo de hidroginástica o resultado foi semelhante.
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Índices adequados de força e resistência previnem problemas de postura, articulares e lesões músculoesquelético. Debilidades destes componentes indicam riscos de lombalgia e fadiga localizada, osteoporose e
baixa da auto-estima (GEORGE et al,1996 citado por GLANER, 2003). VO2
CONCLUSÃO
O estudo teve o propósito de apresentar o quanto é importante à prática de atividade física, e de ter bons níveis
de aptidão física ao longo da vida. A ginástica localizada e a hidroginástica proporcionam bons níveis de
aptidão física para as mulheres da terceira idade. Contudo isso, na terceira idade é preciso manter-se ativo de
acordo com a prescrição dos exercícios e, além disso, com índices adequado de composição corporal,
flexibilidade, resistência muscular localizada e VO2 máximo. Esses componentes são essenciais para a
anulação do surgimento de patologias e muito importante na efetuação das tarefas diária por toda a vida.
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CONCEITO DE SAÚDE: UM ESTUDO ENTRE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Noler Heyden Flausino
Escola de Educação Física da Unifenas- Campus Alfenas
RESUMO
Saúde é um tema muito debatido desde a Segunda Guerra Mundial. Na atualidade a Educação física se
encontra inserida na área de saúde, no entanto para muitos este processo ainda é desconhecido e pouco
trabalhado nas escolas de Educação Física. Objetivo: foi avaliar, através de um questionário, o conhecimento
de saúde entre os profissionais de Educação Física e os alunos de graduação de Educação Física. A presente
pesquisa foi realizada com educadores físicos que estejam formados a mais de 5 anos (n=42), estudantes de
Educação Física de 8 período (n=69), da cidade de Alfenas. As noções de saúde e doença são fortemente
influenciadas pelo contexto cultural que ocorrem. Deve-se considerar que o binômio saúde/doença não esta
relacionado apenas a microorganismos, mas também a uma questão sócio-econômica , política e educacional.
Saúde, Profissional de Educação Física
INTRODUÇÃO
A saúde e uma das mais importantes dimensões da vida moderna, sendo, no entanto, difícil sua conceituação
(Almeida filho, 2000). A maioria dos autores conceitua saúde pelo seu atributo negativo de ausência de
doença, embora as noções de saúde e doença sejam fortemente influenciadas pelo contexto cultural em que
ocorrem (HEGENBERG, 1998). Pesquisas mostram mudanças comportamentais podem ser muito efetivas
para prevenção de doenças (Nahas, 2003).
A historia da saúde e da doença e retratada desde as comunidades primitivas. É possível que o ser
humano no inicio de sua existência encarasse a doença como uma ocorrência sobrenatural, como ventos,
tempestades ou manifestações de deuses. No período grego ocorre o inicio da medicina cientifica com
Hipocrates, sendo a ele atribuía a primeira tentativa de eliminar as causas sobrenaturais, atribuindo as doenças
causas naturais. No período da medicina moderna, os médicos procuraram explicar a doença em termos
fisiológicos. Com as descobertas de Koch, a doença passa a ser entendida como conseqüência da invasão do
organismo por agentes estranhos, cuja agressão provocava lesões nos órgãos e tecidos. A revolução
bacteriológica estabelece, de uma vez, por todas, o caráter cientifico da medicina, isto e, a descoberta de
microorganismos como agentes causadores de doenças (HEGENBERG, 1998). Assim sendo, a presença de
microorganismo caracteriza a teoria unicausal da doença. No entanto, a doença não deve ser explicada apenas
pelos fenômenos biológicos surgindo a teoria multicausal que considera a importância dos aspectos sociais,
econômicos, políticos e culturais de uma sociedade (HEGENBERG, 1998; GEOVANINI, 2002).
A Organizacao Mundial da Saúde (OMS) em 1946 conceituou “ saúde como sendo o estado de completo bemestar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença e de enfermidade”, e, apesar de bastante
conhecida, essa conceituação gera criticas por ser impossível de se concretizar.
No Brasil, a constituição de 1988, seção II – sobre saúde, artigo n.196, diz: A saúde e direito de todos e dever
do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a promoção, proteção e
recuperação. O relatório final da 8 Conferencia Nacional da Saúde afirma que, em seu sentido mais
abrangente, a saúde e resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde, e a posse da terra. E assim, antes
de tudo, o resultado das formas de organização social e da produção, as quais podem acarretar grandes
desigualdades nos níveis de vida. Embora seja a saúde um direito assegurado na Constituição do país, a
realidade mostra uma distancia muito grande deste propósito, quando se depara com conceito da 8ª.
Conferencia Nacional da Saúde.
Chaves (1998) não se preocupa em formular um conceito, antes propõe que saúde, por ser uma realidade
complexa, necessita de uma abordagem transdisciplinar. Entende que as disciplinas, na forma que estão
estruturadas, não descrevem corretamente o que e saúde, mas sim provocam uma interpretação deformada,
porque pressupõe delimitações, enquanto deve existir uma interligação das muitas disciplinas envolvidas.
Sendo um objeto complexo, o entendido do que e saúde apresenta uma interdependência de diversas
dimensões, tais como : economia, política, educacional, estilo de vida, transcendental, ética, ecológica,
epidemiológica e estratégica.
Sabe-se que a exclusão social esta aumentando em todo o mundo é atualmente responsável pela falta de
equidade na saúde já que a desigualdade social encontra-se associada a desigualdade em saúde. Dentro do
conceito de promoção de saúde, a justiça social e a equidade são pré-requisitos para alcançar a melhor saúde
e o bem-estar da população, sendo a democracia e o respeito aos direitos humanos qualidades inerentes a
construção de ambos os pré-requisitos (RESTREPO, 2001).
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Promover a saúde alcança, dessa maneira, uma abrangência muito maior do que a que circunscreve o campo
específico da saúde considerando-se ambiente em sentido amplo, o que abarca a perspectiva local e global,
além de incorporar-lhe elementos físicos, psicológicos e socais (CZERESNIA, 2002).
Os termos educação em saúde e promoção em saúde tem gerado confusões. Na educação em saúde,
procura-se desencadear mudanças de comportamento individual, ao na promoção em saúde, muito embora
esta inclua sempre a educação em saúde, procura-se provocar mudanças de comportamento organizacional,
capazes de beneficiar a saúde de camadas mais amplas da população. E preciso, no entanto, ter presente que
educação em saúde e promoção em saúde são indissociáveis (CANDEIAS, 1997).
O objetivo deste estudo foi avaliar, através de um questionário, o conhecimento de saúde entre os profissionais
de Educação Física e os alunos de graduação de Educação Física.
MATERIAL E MÉTODO
A presente pesquisa foi realizada com educadores físicos que estejam formados há mais de 5 anos (n=46),
estudantes de Educação Física de 8 período (n=63), da cidade de Alfenas. Antes de se aplicar o questionário a
população escolhida, foi realizado um pré-teste com outro grupo de profissionais em outra cidade do estado.
Foram realizadas modificações no questionário forma entregues individualmente no ambiente de trabalho e
para os estudantes foram entregues em atividades de grupos de discussão ou provas. Recomendou-se que
não houvesse comunicação entre os participantes. As respostas foram analisadas qualitativamente. Para as
respostas abertas foi utilizada a analise de conteúdo segundo BARDIN (1997). Os dados foram apresentados
através de tabela.
RESULTADOS
Em pergunta aberta, foi solicitado aos participantes da presente pesquisa que respondessem sobre o conceito
de saúde e após a categorização temática dos conteúdos, as respostas mais freqüentes foram: saúde e um
complexo bem-estar físico, mental e social foi observada em 71,74% das respostas dos educadores físicos,
72,60% dos estudantes de Educação Física. Estas respostas e as demais, com conteúdos menos freqüentes,
podem ser observadas na Tabela 1.
Tabela 1 – conceito de saúde segundo profissionais de
Física, estudantes de Educação Física.
Bem-estar físico, Harmonia entre o
Profissionais mental e social
corpo
e
meio
estudantes
ambiente
N
%
N
%
Profissionais 33
71,74 5
10,87
de
Educação
Física
53
72,60 8
12,60
Estudantes
de
Educação
Física
Educação Física, estudantes de Educação
Ausência
doenças
N
de
Qualidade de vida
5
%
10,87
3
N
%
6,62
3
4,10
9
12,36
DISCUSSÃO
Ao se analisar a tabela, percebe-se que o conteúdo mais referido, tanto pelos profissionais como pelos
estudantes, esta de acordo com o conceito da época em que foi constituída a Organização Mundial de Saúde
(OMS), hoje considerando clássico, ou seja, saúde é definida como o estado de complexo de bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doença. Este tem sido um resultado freqüente nas diversas
investigações sobre este objeto e, neste caso, os valores encontrados foram menores do que os 96% dos
enfermeiros de varias instituições de saúde de Ribeirão Preto, SP (Bueno et al., 1987). Deve-se considerar,
entretanto, o contexto em que este conceito foi proposto: a necessidade de se aperfeiçoar os modelos
explicativos do processo saúde-doença (HEGENBERG, 1998; GEOVANINI, 2002). Era tentativa do
reconhecimento da saúde como um processo multidimensionado, superando a explicaçãό unicausal que
fortalecia uma concepção individual do processo saúde-doença. Este conceito,desde sua concepção tem sido
largamente difundido desde os bancos escolares, passando a constituir o senso comum sobre o assunto.
Neste sentido, talvez seja correta a avaliação de SEGRE & FERRAZ (1997) de que este conceito e irreal e
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ultrapassado, pois visa uma perfeição inatingível, e em função deste questionamento, estes autores concluem
que saúde e um estado de razoável harmonia entre o sujeito e sua própria realidade.
Observa-se também na tabela uma pequena proporção de profissionais e estudantes, com valores maiores
entre os profissionais de Educação Física, que consideram saúde como ausência de doenças. Esta concepção
esta na contramão dos modelos explicativos mas aceitos atualmente, que reconhecem a multicausalidade na
determinação do processo saúde-doença, além do que, certamente, não existe nenhuma pessoa que possa
ser considera livre de qualquer doença. Outros consideram saúde como harmonia entre o corpo e o meio
ambiente e, embora possa parecer uma concepção simplista, e abrangente, considerando-se que a idéia de
corpo pode ser entendida não só no aspecto físico, mas também no aspecto psíquico-emocional.
Uma pequena parcela de vida. Entende-se por qualidade de vida, um conjunto de condições que ofereça um
minuto de possibilidades para que os indivíduos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, tais
como: viver, sentir ou amar, trabalhar produzindo bens e serviços, fazendo ciências ou artes (MINAYO et al,
2000).
Deve-se considerar que, na área de saúde, o interessante pela qualidade de vida e relativamente recente e
decorre dos novos paradigmas que tem influenciado as políticas e as praticas do setor saúde nas ultimas
décadas (SEIDL & ZANON, 2004). Portanto, pode-se observar que as condições de vida e saúde tem
melhorado de forma continua e sustentada, graças aos progressos políticos, econômicos, sociais e ambientais,
também aos avanços na saúde e na área de exercícios físicos relacionados à saúde (WELK, 1999).
CONCLUSÃO
De acordo com que se propôs realizar neste estudo e tendo em vista os resultados encontrados, pode-se
concluir que e bastante difícil a conceituação do que e saúde, entre os profissionais. As noções de saúde e
doença são fortemente influenciadas pelo contexto cultural que ocorrem. Deve-se considerar que o binômio
saúde/doença não esta relacionado apenas a microorganismos, mas também a uma questão sócio-econômica
, política e educacional, no entanto fazendo parte do conteúdo escolar, formação de atletas, na promoção e
prevenção de saúde.
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CONSUMO DE SUPLEMENTOS DIETÉTICOS POR FREQUENTADORES
DE ACADEMIAS DA CIDADE DE MARÍLIA-SP
Regiane Kume
Graduanda do curso de nutrição - Universidade de Marília
Tânia C Miller
Especialização em nutrição em saude publica
RESUMO
Objetivou-se avaliar o consumo de suplementos dietéticos por frequentadores de academias da cidade de
Marília-SP. Para tanto, esta pesquisa foi composta por 303 frequentadores (196 homens e 107 mulheres) de 9
academias de Marília. Aplicou-se um questionário relacionado ao consumo de suplementos dietéticos para
obtenção do objetivo descrito. Foi verificado que a faixa etária predominante nas academias é de 18 a 33 anos
(82,82%). Em relação ao uso de suplementos, 98 frequentadores relataram usar algum tipo de suplemento
(32,34%), dentre esses 9 são do sexo feminino (9,18%) e 89 são do sexo masculino (90,82%) e a maioria faz
uso de apenas 1 suplemento (57,14%), sendo os suplementos protéicos e aminoácido de cadeia ramificada os
mais consumidos (30,20%) e a principal fonte de indicação foram os próprios treinadores (36,73%). Conclui-se
que há um elevado consumo de suplementos dietéticos sem a orientação de um profissional qualificado.
Palavra chave: academia; nutrição ; suplementos
INTRODUÇÃO
A prática de atividade física regular provoca efeitos benéficos sobre o metabolismo tais como redução
de gordura corporal, aumento da massa muscular, modificações positivas no perfil lipídico, aumento do
metabolismo basal, redução de riscos de doenças cardiovasculares, controle da pressão arterial e da glicemia,
melhora o condicionamento físico, proporciona maior equilíbrio e maior mineralização óssea (CARVALHO &
HIRSCHBRUCH, 2002).
Devido a esses benefícios, a procura por academias de ginástica no Brasil vem aumentando,
consequentemente aumenta o número de academias, colocando o Brasil em 4º (quarto) lugar no mercado
mundial de academias, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha (ABUD, 2004).
Acompanhado do aumento do número de academias, há aumento do consumo de suplementos,
porque muitos indivíduos freqüentam as academias por razões, principalmente, estéticas e acreditam que com
o uso de suplemento a “modelação” corporal que desejam seja obtida precocemente e por conta disto, muitos
utilizam suplementos sem a orientação de um profissional da área (MACHADO & SCHNEIDER, 2006). E para
dificultar ainda mais o entendimento pelo consumidor leigo da finalidade do produto, existem hoje no mercado
centenas de tipos de suplementos esportivos à venda (BACURAU, 2001).
Este trabalho, tem como objetivo avaliar o consumo de suplementos dietéticos por freqüentadores de
academias de ginástica de Marília (SP), através de análises sobre o número de consumidores, tipo de
suplemento ingerido e fonte de orientações, contribuindo para futuros estudos.
MATERIAIS E MÉTODOS
A população de estudo foi composta por 303 frequentadores de 9 academias de ginástica da cidade de
Marília (SP), sendo 107 mulheres e 196 homens que vão para a academia, no mínimo, duas vezes por semana
permanecendo nas mesmas por um tempo, de no mínimo, 45 minutos.
A escolha das academias foi baseada em uma listagem de academias registradas no CREF4-SP
(Conselho Regional de Educação Física da 4ª região - SP) encontrada no site oficial. Desta lista foram
excluídas as academias de clubes esportivos e dança.
Os sujeitos da pesquisa foram abordados de forma aleatória na entrada das academias de ginástica
em horários e períodos de maior movimento e foram considerados sujeitos de pesquisa, aqueles que aceitaram
participar voluntariamente, assinando o Termo de Consentimento livre e esclarecido. Posteriormente,
responderam o questionário, composto de informações sobre dados pessoais, questões sobre a frequência e
modalidade da prática de atividade física e o uso de suplementos.
Os resultados obtidos foram demonstrados em tabelas e gráficos com os seguintes dados: idade e
sexo dos praticantes, tipo de atividade praticada, objetivo da pratica de exercícios, uso de suplementos, tipo e
quantidade de suplemento, motivo do uso, obtenção de resultados com o uso de suplementos, e orientação de
uso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados 303 questionários durante os meses de maio e junho de 2007, sendo 197 frequentadores do
sexo masculino (65,82%) e 106 frequentadores do sexo feminino (34,98%), com idades entre 18 e 64 anos,
sendo que o maior grupo de frequentadores foram aqueles entre 18 e 33 anos de idade (82,82%) e conforme
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maior a faixa etária menor a porcentagem de frequentadores. No estudo realizado por BION et al (2003) em
nove academias do Recife, o maior grupo de frequentadores encontravam-se na faixa de 25 a 37 anos de
idade e também demonstrou que quanto maior a faixa etária menor a quantidade de frequentadores.
Provavelmente, essa faixa etária apresenta maior preocupação em relação à estética ou conhecimento dos
benefícios proporcionados pela atividade física (DOMINGUES et al, 2004), porém é visível que há aumento da
prática de atividades física por idosos.
A modalidade mais praticada pelos frequentadores foi a musculação (41,58%), seguida da combinação da
musculação com atividades aeróbias (34,65%), como corridas e caminhadas. No estudo de BION et al (2003),
a musculação também foi a modalidade mais praticada (69,49%) seguida pela musculação mais atividade
aeróbia (28,81%) e o autor afirma ainda que a musculação associada a atividades aeróbias auxilia na redução
do tecido adiposo e aumento da massa muscular, razões compatíveis com o objetivo da prática da atividade
física no presente estudo, que foi estética (34,32%) e hipertrofia (23,43%).
Quanto ao uso de suplementos, 98 frequentadores utilizam suplementos (32,34%), dentre esses 9 são
do sexo feminino (9,18%) e 89 são do sexo masculino (90,82%). E a maioria faz uso de apenas 1 suplemento
(57,14%).
Gráfico 1. Distribuição do número e porcentagem de frequentadores que consomem algum tipo de suplemento
Na tabela 1 são demonstrados os tipos de suplementos utilizados pelos frequentadores, sendo os
suplementos protéicos e aminoácido de cadeia ramificada os mais consumidos (30,20%). Números
semelhantes foi encontrado numa pesquisa feito por ROCHA & PEREIRA (1998) em 16 academias de Niterói e
São Gonçalo (RJ), sendo que 32% dos frequentadores consumiam suplementos e relata que a maioria
consumia suplementos a base de proteinas e aminoácidos. E no estudo realizado por PEREIRA et al (1999),
em 7 academias da cidade de São Paulo, com participação de 309 frequentadores, observou-se que 33,42%
dos participantes consumiam suplementos, sendo que a maioria 62,71% utiliza apenas 1 suplemento, sendo
38,9% de aminoácidos ou outros concentrados protéicos. Também no estudo de MACHADO & SCHNEIDER
realizado em uma academia de Porto Alegre (RS) 36,9% dos participantes usam suplementos, 16,92% usam
apenas 1 tipo e 12,31% 2 tipos de supementos, sendo que vitaminas foi o suplemento mais consumido. Já
BION et al (2003) observou que 47% dos frequentadores entrevistados em 9 academias no Recife utilizavam
algum tipo de suplemento, sendo 54% homens e 37% mulheres e o suplemento mais utilizado foi aminoácidos
e os protéicos. Já um estudo realizado em academias de Botucatu (SP) por JUNQUEIRA et al (2006) com 134
alunos foi encontrado que 57% dos frequentadores consumiam suplementos e em maior proporção a creatina
(58%).
Essa predominância no uso de suplementos de proteínas e aminoáciodos estão relacionados com o
objetivo de aumentar a força e a massa muscular.
Hoje é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a ingestão de 0,8 a 1g de proteína por quilo
de peso por dia, que é o suficiente para suprir as necessidades de um indivíduo que pratica atividade fisica 3
vezes por semana durante 30 minutos. Para aqueles com o objetivo de hipertrofia que treinam de 1 a 2 horas
por dia 1,2g/kg peso/dia seria o suficiente para atender suas necessidades protéicas. Estudos mostram que
atletas, indivíduos com atividade física intensa e de longa duração, apresentam necessidades de proteína
aumentada, podendo atingir 1,7g/kg peso/dia em função da oxidação dos mesmos durante a prática (LEMON,
1997).
Sabe-se que a quantidade de proteína através da dieta é facilmente atingida. Portanto, o consumo de
suplementos protéicos sem uma avaliação da ingestão alimentar prévia pode levar a uma ingestão excessiva
desse macronutriente, o qual a longo prazo pode trazer complicações hepáticas e renais, tanto que no estudo
de PEREIRA et al (2003), indivíiduos afirmaram que tiveram problemas hepáticos e renais, diminuição do
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desempenho sexual, tonteira, enjôos, irritação, insônia e acne.
Há ainda o consumo de outros suplementos como creatina, que tem sua eficácia comprovada para
esportes de curtíssima duração, porém com suplementação a curto prazo (28-30 dias), após esse período
recomenda-se uma parada de 3 meses antes de iniciar nova dose de carga (BIESAK, ALVES, GUERRA,
2005).
Os repositores energéticos apresentaram um consumo de 18,10% entre aqueles que ingeriam algum
tipo de suplemento, sendo o suplemento de eficácia comprovada com consenso de todos os pesquisadores e
deveriam ser mais consumidos do que os protéicos, uma vez que estes tem função de fornecer energia
evitando a degradação de proteínas durante a atividade física.
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Tabela 1. Tipos de produtos utilizados pelos frequentadores
Tipo de produto
Alimentos protéicos
Aminoácido de cadeia ramificada
Repositores energéticos
b
Alimentos para fins especificos
Alimentos compensadoresª
Total
Frequentadores
45
38
21
32
13
149
%
30,20
25,50
14,09
21,47
8,72
100
ª hipercalóricos
b
queimadores de gordura, creatina e vitaminas
Na tabela 2 estão relacionados os motivos que levaram os frequentadores a consumir suplementos,
sendo que o condicionamento físico aparece como motivo principal (57,14%).
Tabela 2. Motivos relatados pelos frequentadores que levaram ao consumo de
Motivos
Condicionamento físico
Hipertrofia
Suprir necessidades
Reducao de tecido adiposo
Curiosidade
Qualidade de vida
Total
Frequentadores
56
30
7
2
2
1
98
suplementos
%
57,14
30,60
7,14
2,04
2,04
1,02
100
A maior parte dos frequentadores (77,55%) obtiveram os resultados esperados com o uso de suplementos,
apenas 4,08% daqueles que consomem suplementos relataram não obter resultados esperados e 18,37%
dizem ainda não atingir os resultados esperados. E a fonte de indicação de suplementos (tabela 5) em maior
proporção foram os próprios treinadores (36,73%). Outros estudos feitos por PEREIRA et al (1999) a maior
fonte de indicação foram os treinadores (31,1%), amigos (15,6%), iniciativa própria (15,6%) e a nutricionista
(11,1%). Segundo o trabalho realizado por ROCHA & PEREIRA (1998) 59% dos alunos receberam indicação
de instrutores, amigos ou através de leitura, enquanto apenas 41% receberam de profissionais da saúde.
Todos estes resultados mostram que está havendo um grande consumo de suplementos sem uma correta
orientação, profissionais não habilitados para prescrição de suplementos alimentares estão recomendando o
uso dos mesmos como forma de obtenção de “melhores resultados”. Em estudo feito por VIVIANI & GARCIA
JUNIOR (2003) evidenciaram que 1/3 dos profissionais de educação física entrevistados não possuiam
absoluta certeza em suas respostas quando questionados sobre suplementação em função da maioria não ter
contato com a ciência da nutrição durante a graduação.
Tabela 2. Fonte de indicação de suplementos segundo os frequentadores
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CONCLUSÃO
O consumo de suplementos nutricionais foi elevada entre os frequentadores de academia da cidade de
Marília, além de mostrar que a fonte de indicação da grande maioria desses consumidores de suplementos
foram profissionais não habilitados para tal orientação, muitas vezes sem conhecimento cientifíco sobre o real
efeito do produto e o nutricionista, profissional capacitado para devido fim, encontra-se apenas em 4º lugar
como fonte de indicação, mostrando a necessidade de divulgação dos problemas que o consumo excessivo de
qualquer tipo de suplemento provoca à saúde humana, principalmente, a longo prazo.
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DANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE: RELAÇÕES NECESSÁRIAS
Lúcia Aparecida Martins Campos Coelho
Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora / Minas gerais - Brasil
RESUMO
O presente estudo visa discutir as possibilidades educativas da dança na escola. Trata-se de uma pesquisa de
caráter qualitativo envolvendo 28 professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Juiz de Fora.
Foi-lhes aplicado, em 2005, um questionário acerca de seus trabalhos com a dança na escola, detectando-se
dificuldades por parte desses profissionais em traçar relações entre a dança e os temas transversais.
Destacam-se neste artigo as reflexões envolvendo dança e saúde, de acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN). Tomando o corpo como um viés de analise, são oferecidas aqui sugestões de práticas
pedagógicas que podem afetar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Nesta perspectiva, este
estudo procura levar a uma interpretação de que é preciso que os professores de dança tenham um
embasamento teórico no qual possam pautar sua práxis, principalmente no que diz respeito à corporeidade.
Palavras-chave: Dança, Educação, Saúde
INTRODUÇÃO
Na busca da democratização e valorização do ensino nacional, surgem, em 1997, os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN). Esses parâmetros são oriundos da reflexão dos estados e municípios; da análise dos
currículos nacionais feita pela Fundação Carlos Chagas; e do contato com informações relativas às
experiências de outros países. Fundamentaram-se, também, no plano decenal de educação, nos dados
estatísticos sobre o desempenho dos alunos do ensino fundamental e em experiências publicadas pelos
docentes (PCN, 1997).
Os temas transversais abrangem cinco temáticas diferentes: Ética, Pluralidade Cultural, Meio-ambiente, Saúde
e Orientação Sexual. Trabalhar esses temas relacionados às várias disciplinas tem sido um desafio para
muitos educadores. Certamente, muitos fatores podem ser listados ao se tentar verificar a causa das
dificuldades que os professores possuem em trabalhar a transversalidade, como por exemplo: falta de
conhecimento dos temas afins, carga horária incompatível com o programa a ser cumprido, inadequação da
infra-estrutura da escola e, até mesmo, a falta de motivação dos professores.
A esse ponto devemos ressaltar que, segundo Marques (2003), a dança na escola não deve ser tratada
apenas como um passatempo ou um conteúdo complementar para as crianças e jovens do Ensino
Fundamental; mas, sim, uma disciplina responsável pela formação global do educando, integrando o
conhecimento corporal, a sensibilidade e a percepção aos processos mentais, lógicos e racionais. Os temas
transversais apresentam-se como um terreno fértil para o desenvolvimento da dança para além de passos e
ensaios. Apresentaremos, nesse estudo, reflexões e sugestões que tomam como principal referencial teórico
1
os estudos realizados por Marques (2003).
PROCEDIMENTOS METODÓLOGICOS
Foram sujeitos da pesquisa 28 professores de Educação Física que lecionavam, em 2005, a dança nas escolas
públicas municipais de Juiz de Fora. Após a explanação sobre os objetivos da pesquisa, foi-lhes aplicado um
questionário semi-estruturado acerca de seus trabalhos com a dança. Dos profissionais entrevistados, 17
relataram que as relações entre dança e temas transversais são necessárias, porém difíceis de serem
trabalhadas. Em consonância com o resultado da pesquisa e em virtude da carência de referenciais teóricos
sobre essa temática, este artigo se propõe a contribuir na construção de possíveis relações entre a dança e os
temas transversais. Assim sendo, foi feita, inicialmente, uma (re)visita aos estudos de Marques (2003) e a
seguir, oferecidas reflexões e sugestões didáticas e metodológicas para a aproximação entre dança e saúde,
dentro e fora da escola.
DANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE
Nos últimos tempos tem ocorrido uma alteração no conceito de saúde e na forma de analisar e abordar a
doença. De acordo com Baleeiro et al. (1999, p.244), profissionais de saúde e pacientes estão percebendo a
necessidade de rever o antigo modelo assistencial centrado na doença, substituindo-o pelo modelo de atenção
integral à saúde. Tal modelo considera que há uma forte relação entre saúde e manutenção do equilíbrio
dinâmico de indivíduos e grupos sociais. Nesse contexto pode-se perceber que uma boa saúde não é
determinada apenas pelo bom atendimento médico-hospitalar ou pelo medicamento eficaz, mas sim pela
1
Marques é pedagoga, com mestrado em Dança pelo Laban Center, Londres, e doutorada em Educação pela Universidade
de São Paulo. É fundadora e diretora do Caleidos Arte e Ensino; é também assessora do MEC e da UNESCO na redação de
documentos para a introdução da Dança no currículo escolar no Brasil e na América Latina.
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integridade biopsicossocial de que participam estilos de vida, trabalho, relacionamentos, objetivos e projetos de
vida.
Ficam cada vez mais evidentes que os cuidados profissionais são importantes componentes da cura, mas não
são os únicos, e que o corpo não é apenas uma máquina a ser reparada, e sim um todo indivisível e dinâmico.
Exemplificando essa situação, pode-se citar a intrínseca correlação existente entre sistema imunológico e
cérebro: por ser o primeiro muito vulnerável às situações de tensão psicológica, não basta tratar um
determinado distúrbio relacionado à baixa imunidade sem dar igual atenção às questões de fundo emocional.
Diante de tais considerações percebe-se a importância da educação preventiva na escola. Tal educação
influencia de forma decisiva na formação de um indivíduo consciente, autônomo e conhecedor de seus direitos.
Compreendendo o sentido e a dimensão da palavra saúde, o indivíduo desenvolverá atitudes de
responsabilidade e compromisso para com a sua própria saúde, o que certamente se estenderá para a sua
comunidade.
Marques (2003, p. 55) afirma que a dança, prática centrada no corpo, constitui um espaço ideal para o
estabelecimento de relações entre a educação e a saúde. Sem que se afaste de seus conteúdos próprios, é
possível traçar conexões com os temas relacionados a um estilo de vida saudável. São exemplos disso: a
vivência de situações de dor e prazer, a opção pela alimentação saudável, prevenção e cura de lesões, bem
como orientações referentes às drogas e suas conseqüências.
As disciplinas escolares relacionadas à motricidade humana são de fundamental importância no contexto
sócio-educativo, uma vez que oferecem uma estreita ligação entre saúde e educação, haja vista que a
Educação Física é hoje considerada uma disciplina da área de saúde.
Desenvolver o conteúdo da dança pautado na corporeidade pode desencadear sólidas bases para o
desenvolvimento da saúde. Sentir, perceber, entender e aceitar o próprio corpo faz com que suscite respeito e
responsabilidade por ele. A autora acima alerta para a perigosa visão de dança que ainda persiste em nossa
sociedade: dançar pode ser sinônimo tanto de prazer, para aquele que se relaciona amigavelmente com seu
corpo (escutando, respeitando, sentindo, seguindo seus desejos e sensações) quanto de dor. É fácil perceber a
veracidade de tal afirmação quando se presencia o desrespeito pelos limites do corpo, exaurido por horas e
horas de treinos, pelo excesso de trabalho ou pela busca compulsiva e exagerada da flexibilidade.
A autora afirma ainda que podemos e devemos, nas aulas de dança, desmistificar esse masoquismo. Assim,
abrem-se inúmeras possibilidades para se questionar o que é ou não saudável em termos de dança e o aluno
poderá entender que não é preciso sofrer para dançar, mas que a experiência da dança pode ser uma
experiência estética altamente prazerosa e (trans)formadora. Poderá também compreender que o seu corpo
não é um adversário a ser vencido, mas um todo indissociável em constante busca de integração, harmonia e
plenitude.
Ainda em Marques (2003), encontra-se a afirmação de que princípios de anatomia, fisiologia e cinesiologia,
assim como técnicas de educação somática são conhecimentos importantes a serem desenvolvidos nas aulas
de dança, na medida em que são essenciais para a prevenção de possíveis lesões decorrentes de movimentos
dançantes. É preciso que o aluno entenda, saiba o porquê e quais são os cuidados que ele deve tomar consigo
mesmo para prevenir e minimizar riscos de lesões, tais como: o aquecimento antes da prática, o alongamento
e os movimentos compensatórios, bem como técnicas de relaxamento ao final de uma aula de dança. Outros
conhecimentos que são de grande importância para os alunos referem-se às noções básicas de primeiros
socorros. Uma vez que, na dança, o corpo está em freqüente movimentação e, portanto, sujeito a acidentes, o
professor poderá abordar os cuidados básicos e necessários ao tratamento inicial de luxações, fraturas, falta
de ar e tonturas.
Desde o nascimento até a velhice, a alimentação é um fator decisivo para a obtenção de uma boa saúde,
sendo um aspecto que se relaciona diretamente às várias doenças como, por exemplo, à diabetes, à
hipertensão, às doenças cardíacas e à obesidade. Portanto, abordar esses temas durante as aulas de dança
talvez seja
um dos aspectos no qual mais devemos nos deter em relação à saúde e ao ensino de dança. São comuns os
casos de bulimia e anorexia nervosa em meninas que praticam a dança, freqüentemente associadas a
exigências sociais de magreza e ao “corpo ideal” (JOHNSON, 1991, apud MARQUES, 2003, p. 58).
Pode-se oferecer também aos alunos, conhecimentos gerais sobre nutrição, levando-os ao entendimento das
necessidades ideais para o funcionamento saudável do corpo, relacionando a alimentação com a prática da
atividade física. As crianças e os adolescentes de hoje normalmente alimentam-se muito mal, ingerindo uma
quantidade enorme de calorias vazias, o que é responsável pelo crescente índice de obesidade em nosso país.
Nas aulas de dança também poderão ser discutidos temas relacionados ao uso de drogas e seus respectivos
malefícios. No mundo da dança, ainda segundo Marques (2003), principalmente na área profissional, é comum
o envolvimento e o consumo de drogas. Utilizam-se desde aquelas para relaxar e desinibir durante uma
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apresentação, às anfetaminas para emagrecer e os estimulantes, na busca de um bom desempenho. A autora
aponta a importância de se desenvolver a dança pautada na corporeidade na medida em que
O trabalho com o corpo que dá ênfase à expressão, à comunicação e à discriminação verbal, visual e
cinestésica da dança, embora indireto, pode ser uma dentre as várias formas de prevenir o vício e a
dependência entre adolescentes (Idem, ibidem, p.59).
Os PCN (1997a, p.101) apresentam alguns objetivos gerais que justificam o estudo do tema saúde no ensino
fundamental. Um deles refere-se ao entendimento de que a saúde é um direito de todos, sendo essencial para
o crescimento e o desenvolvimento do ser humano. Nessa concepção, os alunos passam a perceber que ter
acesso ao serviço de saúde de boa qualidade não é favor, mas sim uma obrigação do Estado, e que todo
cidadão tem o direito e, ao mesmo tempo, o dever de exigir. Pesquisar na comunidade dados relativos aos
serviços de saúde prestados pode ser um ponto de partida para o enfoque do tema saúde na escola. Mas
como trabalhar esse tema nas aulas de dança? É indispensável ao docente uma visão mais ampla do que
significa dançar, não limitando o seu conceito a meros movimentos corporais.
Quebrando-se o tabu de que “conversar não é dançar”, poderíamos introduzir em nossas salas de aula
momentos de reflexão, pesquisa, comparação, desconstrução, [...] e, assim, podermos agir crítica e
corporalmente em função da compreensão, desconstrução e transformação de nossa sociedade” (MARQUES,
2003, p.28).
Pode-se propor aos alunos que expressem corporalmente os sentimentos e as dificuldades daqueles que não
têm acesso aos serviços básicos de saúde, fazendo uma crítica e uma denúncia social através da expressão
não verbal.
A compreensão de que a saúde se relaciona diretamente com o meio físico, econômico e sócio-cultural, levam
os alunos a identificarem os fatores de risco presentes no meio em que vivem. É importante que os educandos
percebam a relação entre o seu comportamento e o meio ambiente e que condições de moradia, alimentação e
higiene, nível de poluição e estresse, nível de informação e de auto-estima, acesso a decisões e projetos
coletivos, tensão emocional e qualidade dos relacionamentos afetivos, são variáveis decisivas na saúde
individual e coletiva (BALEEIRO et al, 1999, p. 243).
Uma práxis educativa de dança poderá desenvolver o conceito ampliado de saúde e vivenciar corporalmente
os fatores de riscos ligados à saúde, pode dizer bem mais do que longas e cansativas palestras sobre o tema.
Outro objetivo geral presente nos PCN (1997a, p.101) discorre que, ao final do ensino fundamental, os alunos
devem ser capazes de conhecer e utilizar formas de intervenção sobre os fatores desfavoráveis à saúde,
responsabilizando-se não só pela sua, mas também pela saúde coletiva. Cabe aqui a realização de atividades
que valorizem os comportamentos saudáveis, como, por exemplo; campanhas a favor de um estilo de vida
ativo, alimentação saudável e combate ao tabagismo.
Outra forma de se trabalhar a saúde em dança é mostrar à comunidade que se pode manter uma vida ativa de
forma prazerosa como, por exemplo, dançando diariamente por 30 minutos, respeitando o gosto e o estilo de
cada um. Pode-se, também, elaborar, encenar e dançar um espetáculo de dança-teatro, onde sejam discutidas
e apresentadas sugestões de um estilo de vida saudável. Essa seria uma forma lúdica de abordar esse tema,
tanto na escola como na comunidade local.
Um outro objetivo refere-se ao conhecimento e acesso aos recursos de saúde presentes na comunidade. Tal
objetivo pode ser alcançado com a elaboração e realização de entrevistas pelos alunos com os profissionais de
saúde que prestam serviço à comunidade, divulgando seus resultados através de linguagens alternativas como
poesia, música, teatro, dança etc. Essas iniciativas são extremamente úteis para a valorização das múltiplas
linguagens no ambiente escolar.
O último objetivo listado nos PCN ressalta que os alunos devem adotar hábitos de auto cuidado e de respeito
às possibilidades e limites do próprio corpo. A dança, enquanto espaço de manifestação da corporeidade, é um
terreno fértil para o desenvolvimento desses hábitos. Menestrina (2000, p.70), descreve algumas
características de indivíduos educados dentro desse objetivo. De acordo com o autor a pessoa educada para a
saúde é capaz de fazer o acompanhamento do próprio estado de saúde, desenvolver uma consciência
ecológica de corpo e adotar hábitos saudáveis de vida que envolva uma alimentação correta e um estilo de
vida não sedentário. Ele enumera ainda outros aspectos como o cultivo de emoções e sentimentos positivos, o
desenvolvimento do auto conhecimento, da auto imagem e da auto estima, além do reconhecimento da
importância do lazer para a obtenção de uma saúde integral. É também característica do indivíduo educado
para a saúde, a busca de uma educação permanente, com o conseqüente comprometimento com as relações
políticas e sociais de seu meio.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os PCN apresentam, com seus temas transversais, uma tentativa de aproximar as disciplinas entre si e essas
das realidade dos alunos, mostrando que é possível desenvolver um trabalho que estabeleça nexos entre
teoria e prática.
Como as instituições educacionais têm acumulado as funções que anteriormente eram próprias das famílias,
há um desafio a ser vencido na educação: informar, formar e humanizar as pessoas. A dança, com suas
múltiplas possibilidades, joga luzes de esperança sobre esse processo, uma vez que ela pode ser uma prática
educativa, sensível e reflexiva. Os valores nela incutidos podem gerar e perpetuar atitudes de respeito,
solidariedade, cuidados com o corpo e um olhar mais sensível sobre o outro e sobre si mesmo.
É importante tratar os temas transversais através de uma perspectiva corporal para que ocorra a valorização
da linguagem não-verbal na escola. Com a quebra da hegemonia da linguagem escrita e verbal no ambiente
escolar poderá surgir uma nova visão de corpo, dentro e fora da escola.
A dança na escola pode e deve ser bem mais do que alguns breves momentos de descontração e de passos e
ensaios. Ela pode ser uma atividade sociocultural que estabeleça inter-relação entre corpo, educação e saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALEEIRO, Maria Clarice, et al. Sexualidade do Adolescente: fundamentos para uma ação educativa.
Salvador: Fundação Odebrecht; Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação e Secretaria de Estado da
Saúde de Minas Gerais, 1999.
BRASIL, República Federativa do. Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. 1. Introdução aos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1997.
______ Vol. 9. Meio ambiente e Saúde. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997 a.
MARQUES, Isabel. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
MENESTRINA, Eloi. Educação Física e Saúde. Ijuí, RS: Unijuí, 2000.
[email protected]
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: QUALIDADE DE VIDA DOS TRABALHADORES RURAIS DE UMA DESTILARIA
NO INTERIOR DE MINAS GERAIS
Andréia Cristina Flauzino Tavares
Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG:
Silvia Aparecida Bezerra Carabette
Centro
Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé- UNIFEG
Márcia Regina Borges Vranceanu
Centro Universitário da
Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG
Dra Sônia Maria Alves de Paiva
Centro Universitário da
Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG
Maria Regina Guimarães Silva
Coordenadora do curso de Graduação em
Enfermagem do Centro Universitário da
Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG
Edvânio Ramos Rodrigues
Centro Universitário da
Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apontada como fator de risco para as doenças cardiovasculares, é
responsável por 80% das mortes por Acidente Vascular Cerebral e 40% dos óbitos por Doença Coronariana
(COSTA e KLEIN, 1985). O estudo teve como objetivo captar trabalhadores hipertensos de uma destilaria no
interior de Minas Gerais e desenvolver ações de educação em saúde. A pesquisa foi realizada em dois
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momentos. No primeiro, foi realizada a aferição da pressão arterial dos trabalhadores que se encontravam em
atividades na lavoura, após um período de repouso e no segundo, foi realizado uma palestra. Os resultados
revelaram que 127 dos trabalhadores apresentaram pressão arterial acima de 140/90mmHg, dos quais 112 não
estavam em tratamento e 15 se encontravam em tratamento medicamentoso. A partir do conhecimento da
realidade epidemiológica dos trabalhadores foi possível desenvolver ações de educação em saúde relevantes
na intervenção preventiva.
PALAVRAS CHAVE: educação em saúde, hipertensão arterial.
INTRODUÇÃO
O estudo nasceu a partir da preocupação com a saúde e a educação de trabalhadores rurais, contribuindo com
a promoção e proteção específica das doenças cardiovasculares, particularmente da Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS).
A HAS é apontada como um dos fatores de risco mais importante para as doenças cardiovasculares. Cerca de
80% das mortes por Acidente Vascular Cerebral e 40% dos óbitos por Doença Coronariana são resultantes do
HAS; (COSTA e KLEIN, 1985).
Os fatores de risco cardiovasculares podem ser classificados em dois grupos: aqueles não susceptíveis à
modificação e/ou eliminação, ditos não modificáveis e os que podem ser modificados ou atenuados por
mudanças nos hábitos de vida e/ou por medicamentos. No grupo dos fatores de risco não modificáveis temos a
hereditariedade, idade, raça e sexo. Dentre os modificáveis temos o HAS, tabagismo, dislipidemias, diabete,
obesidade, sedentarismo, uso de anticoncepcionais hormonais e estresse (CARVALHO, 1988; SILVA e
MARCHI, 1997). Considerando que a presença de um ou mais fatores de risco implica em maior chance de
desenvolver a doença, embora a ausência desse fator não exclua tal possibilidade, a redução da morbidade e
mortalidade por doenças cardiovasculares deve estar direcionada na promoção de atitudes que visem
mudança de comportamento da população alvo com vistas a intervir nos fatores de risco modificáveis.
De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, no Brasil, são cerca de 17 milhões de portadores de
hipertensão arterial, 35% da população de 40 anos e mais, sendo que 27,4% dos óbitos foram decorrentes de
doenças cardiovasculares.
Por ser na maior parte do seu curso assintomática, seu diagnóstico e tratamento é freqüentemente
negligenciado, somando-se a isso a baixa adesão, por parte do paciente ao tratamento prescrito.
Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo terapêutico e na prevenção da
hipertensão. Alimentação adequada, controle de peso, prática de atividade física, antitabagismo e o não
consumo excessivo de álcool são fatores que devem ser adequadamente abordados pelos profissionais em
programas de educação em saúde. É preciso ter em mente que a manutenção da motivação do paciente para
o tratamento é talvez uma das batalhas mais árduas que os profissionais de saúde enfrentam em relação ao
paciente hipertenso. A enfermagem deve estar voltada para esse tema, proporcionando orientações e
sugestões de melhoria da qualidade de vida das pessoas, oferecendo assim uma contribuição social.
Baseado na problemática identificada, o estudo teve como objetivo:
OBJETIVO GERAL
Desenvolver um processo de educação em saúde com os trabalhadores rurais de uma destilaria.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Captar portadores de hipertensão entre trabalhadores rurais.
Promover a educação em saúde dos trabalhadores sobre o tema.
Encaminhar os trabalhadores de risco para desenvolver hipertensão para tratamento específico.
PERCURSO METODOLÓGICO
O estudo desenvolveu-se através da pesquisa de campo, abrangendo ações que aliam a teoria e a prática na
educação em saúde.
Local do estudo
Foi desenvolvido numa destilaria localizada no município do interior de Minas Gerais, numa tenda montada no
meio do canavial.
O estudo foi desenvolvido em dois momentos, no primeiro, através da aferição da Pressão Arterial e no
segundo de palestras sobre o tema.
A população do estudo constituiu-se do universo de 1.126 trabalhadores do sexo masculino, com idade entre
18 e 61 anos, que possuíam vínculo empregatício com a destilaria e que desenvolviam atividades no setor
agrícola e que se encontravam exercendo atividades profissionais no período de coleta de dados e
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concordaram em participar do mesmo, após orientação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
Os 1.126 trabalhadores foram divididos em turmas, essa divisão aconteceu de acordo com o local de suas
atividades. As aferições foram realizadas durante o período de 27/08 a 01/09, das 7:00 às 11:00 horas.
O estudo foi realizado pelos alunos do curso de enfermagem, do 6º período, do Centro Universitário UNIFEG, e
com a participação de um Técnico de Enfermagem do Trabalho e dois Auxiliares de Enfermagem que
trabalham na empresa e que ficaram encarregados de trazer os trabalhadores no local da aferição.
A pressão arterial foi verificada após um repouso de meia-hora para cada trabalhador em atividade; com ele
sentado e com o braço ao nível do coração e com a utilização do aparelho esfigmomanômetro aneróide
calibrado de marca Premium e manguito com bolsa de borracha compatível à circunferência braquial do
indivíduo, de acordo com as recomendações de Perloff et al. (1993), Nogueira (1996), III CONSENSO
BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (1998) e Mion Junior e Pierin (2000).
Assim, foi considerado como alteração dos valores de pressão arterial (PA), todo trabalhador que apresentou
pressão arterial sistólica (PAS) superior a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) superior a 90
mmHg.
Para aqueles indivíduos que foram identificados como fator de risco para a doença hipertensiva, foram
ministradas informações de prevenção e controle da doença e para aqueles que apresentaram valores da
pressão arterial acima de 140/90 mmHg foi agendada uma aferição no ambulatório da destilaria e agendado
consulta com o médico do trabalho da empresa.
A seguir, no dia 31/08 ás 15:00 horas foi realizada uma palestra sobre Hipertensão Arterial proferida por duas
alunas do grupo que abordaram o tema, assinalando os sinais e sintomas, fatores de riscos, a prevenção e o
tratamento para os trabalhadores que fizeram parte do estudo. Após essa atividade, desenvolveu-se uma peça
teatral, onde foi abordado os pontos específicos da doença hipertensiva, sendo finalizada com uma discussão
geral sobre esse tópico.
Os dados coletados foram agrupados em um banco de dados e em seguida foi realizada a análise e discussão
dos resultados.
RESULTADOS
De acordo com os resultados foram identificados 127 trabalhadores com pressão arterial alterada, ou seja,
acima de 140/90mmHg, sendo que 112 não faziam tratamento específico e 15 já se encontravam em
tratamento medicamentoso.
Também foi possível identificar que os trabalhadores tinham poucas informações sobre a doença.
CONCLUSÃO
Constatou-se, que mesmo havendo um serviço de atendimento à saúde do trabalhador na empresa, as
informações dos mesmos em relação à doença hipertensiva eram insuficientes.
Com relação à apresentação do tema através da palestra e da peça teatral, houve unanimidade dos
trabalhadores em se manifestarem satisfatoriamente em relação às informações recebidas, sendo que a
participação dos mesmos foi ativa durante as atividades e esclarecimento de dúvidas.
Esses dados confirmaram a importância do papel educativo do enfermeiro na prevenção da HAS, visando
conscientizar o trabalhador sobre a necessidade de mudança de comportamento e de adesão a hábitos que
levam a qualidade de vida mais saudável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, E. A.; KLEIN, C. H. Meio urbano e doenças cardiovasculares. Cad. Saúde Pública, v. 1, n. 3; p. 305-9,
1985.
CARVALHO, J. J. M. Aspectos preventivos em cardiologia. Arq. Bras. Cardiol., v.50, n. 1, p.59-67, 1988.
III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Campos do Jordão: Sociedade
Hipertensão/Sociedade Brasileira de Cardiologia/Sociedade Brasileira de Nefrologia, 1998.
Brasileira
de
[email protected]
OS NÍVEIS DE ESTRESSE PSÍQUICO NO VOLEIBOL MASCULINO: CATEGORIA INFANTO-JUVENIL E
JUVENIL
Hugo do Carmo Dias
Educação Física
Ddo. Dalton Ribeiro de Carvalho
Camila do Carmo Dias
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Educação Física
Graciane Paula de Oliveira
Psicologia
Resumo
Este artigo buscou analisar o nível de estresse psíquico de jovens atletas do Voleibol durante o período précompetitivo e competitivo. A amostra deste estudo foi composta por 39 atletas do sexo masculino, nas
categorias infanto-juvenil e juvenil. Para coleta de dados foi utilizado o Questionário de Estresse e
Recuperação para Atletas (RESTQ-Sport) desenvolvido para medir a freqüência do estado de estresse atual
em conjunto com a freqüência de atividades de recuperação associadas.
Os resultados do presente estudo mostraram que os níveis de estresse do grupo é considerado médio,
podendo aumentar gradativamente chegando a ponto do grupo não ter condições psicológicas para realizar
uma partida decisiva. O principal fator estressante do grupo é o Conflitos/Pressão, onde os atletas se sentem
pressionados pela torcida, pelo técnico e outros fatores estressantes.
Conclui-se que os níveis de estresse elevado podem influenciar no desempenho do grupo durante o período
competitivo.
Palavras-chave: Estresse psíquico, Voleibol, Desempenho.
Introdução
O estresse, assim como outras variantes determinantes do rendimento esportivo, tem sido estudado ao longo
dos anos por vários pesquisadores no campo das Ciências do Esporte. Neste artigo temos como objetivo
analisar o nível de estresse psíquico dos atletas, buscando assim verificar quais condições ou situações que
podem afetar no desempenho dos atletas do Voleibol no cotidiano de pré-competição e competição.
O estresse pode ser definido, numa perspectiva psicológica, como a percepção do indivíduo em relação ao
desequilíbrio entre demandas físicas ou psicológicas e seus recursos para enfrentamento do mesmo, em uma
atividade considerada importante como, por exemplo, a ação esportiva é para o atleta (Rohlfs, et al. 2004).
Em relação à pessoa, que mesmo em condições iguais, elas podem reagir de formas diferentes, assim como
em condições distintas os indivíduos podem apresentar um mesmo comportamento, estando relacionado ao
processo de avaliação subjetiva de cada indivíduo em relação à situação a enfrentar. De certa forma o estresse
faz parte da vida para a manutenção e aperfeiçoamento da capacidade funcional, autoproteção e
conhecimento dos próprios limites.
Tem sido observado que a síndrome do excesso de treinamento em geral decorre da soma de múltiplos
eventos estressores da vida, como treinamento físico, perda de sono, exposição a ambientes estressantes
(umidade, frio, altitude, calor), mudança de residência, pressões ocupacionais e dificuldades interpessoais
(Rohlfs, et al. 2005).
Em esportes competitivos como o voleibol pode-se observar que os atletas são submetidos a diversos tipos de
pressão (torcida, resultado, tempo, cobrança do técnico e companheiros, entre outras) e que o seu rendimento
está relacionado com a sua capacidade de superação destas situações (Noce e Samulski, 2002). Uma situação
semelhante pode ser observada quando se analisa a atuação do técnico que, além de se controlar, tem que
controlar o grupo sob seu comando (Lopes, Samulski e Noce, 2004).
O voleibol, que é um esporte extremamente dinâmico e que vem sofrendo atualmente constantes modificações
nas suas regras, está caracterizado por ser uma modalidade que exige do atleta habilidade, precisão e
regularidade (Noce e Samulski, 2002). Esta condição e os diferentes tipos de pressão que o atleta sofre
durante a competição podem gerar uma reação de estresse e conseqüente perda no desempenho.
De acordo com De Rose Jr., et al (2003) quando as características de uma modalidade são aliadas à
competição, estas assumem uma proporção muito maior gerando situações potencialmente causadoras de
estresse.
A ansiedade é um dos fatores que proporciona um maior nível de estresse nos atletas, (Noce e Samulski,
2002). De acordo com Capitanio (2004) a ansiedade pode ser considerada como forma de expressão da
personalidade de um indivíduo, um estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos.
Já que os atletas sofrem influências de diversos fatores é preciso considerar que as situações de précompetição e competição acabam determinando resultados na dinâmica de um grupo.
Diante da individualidade de cada individuo, procuramos verificar em que condições o estresse psíquico afeta o
desempenho do atleta, ao analisar o resultado desta pesquisa juntamente com a literatura buscamos trazer
informações relevantes para os que lidam diretamente com os atletas em períodos de competições.
Materiais e Métodos
Tipo de Pesquisa
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Foi realizado um estudo exploratório buscando analisar o estresse psíquico de jogadores de Voleibol
durante o período de pré-competição e competição. Foram incluídos na amostra 29 atletas do sexo masculino
(15 a 17 anos), da equipe de voleibol masculino de Betim, nas categorias Infanto-Juvenil e Juvenil, no qual
estão participando de diversos campeonatos no estado de Minas Gerais.
Procedimentos para a Coleta de Dados
O questionário utilizado na pesquisa é o RESTQ – 76 Sport Estresse e Recuperação, o qual possui 77
questões relacionadas com o dia a dia dos atletas, divididas em 19 escalas, sendo 12 escalas de modo padrão
e 7 escalas específicas para o esporte. O RESTQ-Sport se propõe a medir os aspectos específicos do esporte
e os aspectos gerais de estresse e recuperação de atletas (Costa e Samulski, 2005). As escalas do RESTQSport possuem consistência interna que foi calculada com base em testes realizados em atletas e técnicos.
Procedimentos Estatísticos
Após a coleta dos dados, os mesmos foram transferidos para uma tabela e posteriormente para o gráfico, no
qual serão detectadas as reais condições psicológicas do grupo em dois momentos distintos.
Resultados e Discussão
Análise comparativa dos resultados
Tabela 1 – Valores de média (M) para cada item.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
Estresse geral
Estresse emocional
Estresse social
Conflitos/Pressão
Fadiga
Perda de energia
Queixa física
Sucesso
Relaxamento social
Relaxamento somático
Bem-estar geral
Qualidade do sono
Disturbios nos intervalos
Exaustão emocional
Lesões
Estar em forma
Aceitação pessoal
Auto-eficácia
Auto-regulação
Pré-competitivo Competitivo
M
M
1,54
1,58
1,92
2,39
1,41
1,78
2,88
3,52
1,79
1,92
1,71
1,76
1,58
1,92
3,57
3,66
4,32
4,24
2,92
2,84
4,31
3,84
4,37
3,92
2,04
2,11
1,05
1,18
1,54
1,82
4,12
3,81
3,57
3,47
3,82
4,09
4,18
3,81
Figura 1 - Comparação dos valores médios dos itens para cada categoria no período pré-competitivo e
competitivo.
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Comparação dos períodos
Período pré-competitivo:

Conflitos/Pressão: O nível de estresse está alto, os atletas estão se sentindo pressionados pelo
técnico, pela expectativa do início das cometições. Este sentimento de se sentir pressionado pode proporcionar
ao atleta uma condição maior ao erro, pois ao se sentir pressionado o atleta perde a concentração e raciocínio,
que é o ponto chave para uma boa partida.

Sucesso: Os atletas não se sentem muito motivados para o início das competições, ou seja, eles não
se sentem seguros, com isso conclui-se quanto menos seguros, mais pressionado ele se sentirão, e o
desempenho do grupo pode ter um grande declínio.

Relaxamento Somático: Está baixo em relação ao gráfico, pois os atletas estão passando por um
aumento nos treinamentos e início das competições, fazendo com que o grupo tenha um descanso menor para
relaxar a musculatura, isso ao longo da competição pode ser um problema, pois com a musculatura estressada
a uma maior tendência de lesões.
Período competitivo:
 Estresse Emocional: Aumentou em relação ao período anterior, sendo uma preocupação a mais para o
treinador, pois se os atletas não conseguem controlar as emoções dentro de quadra, dependendo da situação
pode ocorrer um declínio no desempenho da equipe (como ocorreu na final do Betim Open 2006, onde a
equipe de Betim teve a oportunidade de vencer a partida por três vezes com uma grande vantagem e não
conseguiu).

Conflitos/Pressão: Aumentou em relação ao primeiro período, sendo considerado o principal fator para
a derrota da equipe na final do Betim Open de 2006.

Bem Estar Geral: Diminuiu em relação ao período pré-competitivo, mostrando que os atletas não estão
bem e não se sentem preparados psicologicamente para chegar a um afinal de campeonato e vencer todos os
tipos de pressão.

Auto-Eficácia: Aumentou em relação ao período pré-competitivo, tornando-se positivo, pois quanto mais
eficazes, mais seguros os atletas ficarão no momento de tomar decisões durante a partida.
Obs: Os itens sucesso e relaxamento somático, citados no período pré-competitivo não obtiveram mudanças
significativas em relação ao período competitivo.
Obs: Os outros itens foram considerados níveis normais de estresse durante um período competitivo.
Após a análise dos dados nota-se que o nível de estresse do grupo foi considerado médio, podendo sofrer
alterações significativas nas próximas competições. Os fatores detectados no estudo como problemáticos, são
relevantes, podendo interferir no desempenho do grupo. Quando estes níveis de estresse se tornam altos,
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atrapalhando o desempenho do grupo, deve-se fazer um acompanhamento psicológico com o grupo e
individualmente, para descobrir qual fator esta predominando nesta situação.
Complementando essas informações, de acordo com Brandão, Casal e Mendoza (2002) o estresse pode
apresentar sintomas negativos na área física, comportamental e mental, podendo se manifestar através do
medo, ansiedade, preocupações e dificuldades de concentração. Greco e Benda (2007), os diferentes
condicionantes de pressão podem influenciar diretamente no desempenho do atleta.
Pesquisas anteriores (Barros e Rose Jr., 2006; Noce e Samulski, 2002) mostraram que atletas jovens tendem a
sofrer os efeitos do estresse de forma intensa que atletas mais velhos e experientes, nesta situação sendo que
a exposição a níveis elevados de estresse pode provocar desequilíbrio nos sistemas neuroendócrino e
imunológico, o que pode refletir diretamente no desempenho do atleta.
A ansiedade de ter que decidir em uma situação crítica pode gerar um estresse muito grande em esportistas
(Samulski, Noce e Chagas, 2002). Não é difícil verificar casos de atletas que erraram em momentos decisivos e
a partir deste momento, tornaram-se não confiáveis ou imprecisos nos momentos decisivos. De acordo com
(Noce e Samulski, 2002), este fenômeno pode ser explicado devido o atleta perder o ponto ótimo de ativação,
que por sua vez influencia decisivamente seu comportamento.
A pressão de tempo para diminuir uma desvantagem imposta pelo adversário pode gerar um estresse intenso,
principalmente se a diferença não for suficientemente grande de forma a dar esperanças aos jogadores (Greco
e Benda, 2007; Noce e Samulski, 2002).
Alves, Costa e Samulski (2005) relatam que os atletas estão mais suscetíveis a problemas psíquicos, como
insônia, a perda da concentração, as irregularidades no desempenho, a irritabilidade, o aumento de ansiedade,
a fadiga, dentre outros.
Dependendo da situação do grupo e principalmente de atletas isolados deve se fazer um tratamento mais
rígido, se necessário, interromper as competições e fazer acompanhamento nutricional, psicológico e físico.
Conclusão
Conclui-se que os níveis de estresse elevado podem influenciar no desempenho do grupo durante o período
competitivo. No caso da equipe avaliada os níveis de estresse são considerados médios, podendo aumentar
durante as próximas competições se não houver acompanhamento psicológico.
Individualmente, pode se perceber um desempenho menor dos atletas, que sofrem com altos níveis de
estresse, o desempenho do atleta diminui de forma considerável, prejudicando não só a sua performance como
a do grupo.
A pressão é o fator que mais altera o desempenho do grupo e/ou do atleta, sendo importante o grupo e/ou
atleta se manter calmo e concentrado para dar continuidade ao seu objetivo, que é a vitória.
A síndrome de supertreinamento ocorre devido a resultado de estresse crônico ou intermitente sem um período
adequado de recuperação. A relação entre estresse e recuperação é fundamental na manutenção de um
equilíbrio de estado psicofísico. O processo de recuperação da síndrome de supertreinamento não pode ser
considerado apenas como a eliminação simples do estresse, a recuperação deve ser caracterizada como um
processo personalizado e ativo que deve conduzir o restabelecimento psicológico e físico.
O aspecto prático mais importante da avaliação do estresse e recuperação é a possibilidade de intervenção
sem atrasos, indicando quais são os aspectos psicofísicos que deve receber a intervenção.
Referências
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atletas. Rev Bras Med Esporte vol.12 no.5 Niterói Set./Out. 2006.
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e pais, ambiente competitivo e momentos que antecedem a competição. Revista Brasileira de Ciência e
Movimento, v. 14, p. 79-86, 2006.
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 78 – Nov./2004.
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COSTA, LOP.; SAMULSKI, DM.. Processo de Validação do Questionário de Estresse e
Recuperação para Atletas (RESTQ-Sport) na Língua Portuguesa. Revista brasileira de ciência e
movimento, Brasília, v. 13, n. 1, p. 79-86, 2005.
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SAMULSKI, D.; NOCE, F.; CHAGAS, M. Estresse. In: SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: um
manual para educação física, psicologia e fisioterapia. São Paulo: Manole, 2002. cap. 8, p.157-95.
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UMA ANÁLIZE DO BULLYING EM PROJETO SOCIAL:
DESAFIO E PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO
PSICOLÓGICO NA ATIVIDADE FÍSICA
2
Valdeir Augusto Gonçalves
3
Vanessa da Silva Reichert
4
João Luis Pereira Ourique
RESUMO
Este trabalho pretende abordar algumas questões relativas ao Bullying na Atividade Física Escolar. O professor
de educação física deveria ser o profissional ideal para identificar distúrbios nos comportamentos dos alunos,
pois suas aulas podem apresentar, predominantemente, aspectos lúdicos que fogem da formalidade das aulas
convencionais. As crianças se sentem bem mais livres, oportunizando, dessa forma, situações para a prática
do Bullying. Pretendemos, partindo dessa observação, mostrar que o profissional de educação física deve estar
ciente de que uma brincadeira, além de ofensiva, pode se transformar em atitudes de violência entre os alunos.
Ele, a priori, deve conhecer seus alunos, saber suas angústias, preconceitos, quem são os líderes negativos e
positivos; de outra forma, também deve tomar cuidado pra não fazer com que o aluno deixe de ser criança,
pois todos fazem parte de um contexto que pode se constituir em uma manifestação sadia de companheirismo.
Palavra chave: Bullying, lúdico, infância.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, podemos observar grandes mudanças sociais, especialmente no nível dos contextos de
vida da criança (mobilidade social, diversidade cultural, rotinas de vida, hábitos sedentário, etc.).
Não obstante, poderá haver obstáculos que influenciarão esta escalada rumo a uma vida adulta saudável,
principalmente aqueles relacionados à construção da auto-estima e do fortalecimento de um alicerce sólido
diante de sua saúde mental, indispensável frente aos desafios da vida.
A inserção em grupos sociais, a necessidade do reconhecimento de seus valores, o companheirismo dos
amigos de grupo e o apoio familiar servem como “tijolos” de uma construção, interligando auto-estima e
sociabilidade, impulsionadoras de futuros cidadãos ativos e operantes dentro da sociedade. Dessa forma, o
5
Bullying pode ser evitado usando métodos criativos e personalizado de acordo com a situação em pauta. Mas,
o problema é quem irá aplicá-los: será que os profissionais estão realmente preparados para lidar com tal
situação? Será que nós, professores de educação física, estamos aptos a deixar o posto de autores e
tornarmos agentes otimizadores do convívio social?
2
Acadêmico do curso de Educação Física. AEMS – Faculdade Integrada de Três Lagoas – MS. E-mail:
[email protected]
3
Acadêmica do Curso de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
4
Doutor em Letras. Prof. Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. E-mail:
[email protected]
5
Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais o interesse de profissionais das áreas de
educação e saúde, em todo o mundo, é, sem dúvida, o do Bullying escolar. Termo inglês que conceitua os
comportamentos agressivos e anti-sociais, em estudos sobre o problema da violência escolar. Sem termo
equivalente na língua portuguesa, define-se universalmente como um conjunto de atitudes agressivas,
intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento.
Insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações
injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos, levando-os à
exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do
comportamento da Bullying.
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Partindo dessa perspectiva é importante questionar se a escola é um agente importante para a desestruturação
da violência. A inserção em um contexto marcado pela violência atinge grande parte dos profissionais de
educação física, mas não somente aquela violência física. Com isso, pretendemos abordar a definição de
Bullying: Quais as suas causas? Suas conseqüências? Como identificar seus autores e vítimas? E qual o papel
da escola e dos pais para acabar com este mal? Essas respostas nos farão entender um pouco mais sobre
esse assunto tão presente na sociedade e tão recentemente discutido em nosso país.
1 – MATERIAIS E MÉTODOS
Neste trabalho faremos uma análise a partir da observação das atividades lúdicas. Assim, os jogos
cooperativos, que se caracterizam pelos trabalhos realizados em grupos, podem oportunizar situações mais
claras para que possamos descobrir os líderes negativos e positivos.
Nesse contexto, procuraremos abordar o problema do Bullying de forma contextualizada, refletindo as
contradições existentes nesse processo de interação com base nas posturas, posicionamentos e perspectivas
desenvolvidas pelos próprios alunos. Para tanto, será confeccionado um diário para registrar os
acontecimentos durante as atividades e os principais pontos levantados pelos grupos durante os debates (os
debates serão propostos ao final de cada ação desenvolvida, procurando envolver todos os sujeitos da prática
educativa).
Tendo em vista a limitada bibliografia, utilizaremos principalmente a Internet para o aprofundamento teórico,
procurando relacionar com os textos e pesquisas mais recentes disponíveis em língua portuguesa e língua
inglesa sobre o assunto.
Revistas especializadas, notícias que se espalham pelo mundo todo através da cobertura jornalística, bem
como opiniões de especialistas também serão levadas em consideração no andamento dessas atividades.
1 – 1 Causas do Bullying
Segundo especialistas, as causas desse tipo de comportamento abusivo são inúmeras e variadas. Aramis A.
Lopes Neto, médico pediatra, coordenador do primeiro estudo feito sobre Bullying no Brasil e sócio-fundador da
ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), afirma em
entrevista ao site http://www.informesergipe.com.br/ que “as crianças trazem para a escola muito do que vêem
e aprendem em casa”.
Fatores econômicos, sociais e culturais, aspectos inatos de temperamento e influências familiares, de amigos,
da escola e da comunidade, também constituem riscos para a manifestação do Bullying e causam impacto na
saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Patrícia Brum Machado (2002, p. 30) aponta para o fato de que:
a criança que vive num ambiente tenso e estimulante de agressividade, provavelmente será uma criança
agressiva. Neste caso a agressividade é uma característica normal para este tipo de ambiente. Já as crianças
que vivem num ambiente onde há passividade, submissão e cortesia impostas por regulamentos, a
agressividade poderá ser considerada como uma conduta problemática.
Alguns autores acreditam que a televisão também pode estimular a agressividade. Nos filmes, como nos
desenhos infantis, os “bonzinhos” tendem a ser tão violentos quanto os “maus”. Muitas vezes, atitudes
violentas dos personagens são recompensadas, as pessoas violentas conseguem o que querem e a violência
apresenta-se como uma maneira bem-sucedida de resolver problemas.
Portanto, fica muito difícil expor com precisão as verdadeiras causas do Bullying, mas, para os agressores,
geralmente destacam-se características como: carência afetiva, falta de limites, a desestruturação familiar e a
violência doméstica. Já para os alvos destacam-se: a superproteção, o tratamento infantilizado e o excesso de
críticas.
1 –2 Quais as conseqüências possíveis para os alvos de Bullying?
As conseqüências para as “vítimas” desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito
escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento e a
evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional pode favorecer a baixa na resistência imunológica e na
auto-estima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o suicídio.
Para os “agressores”, ocorre o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a
supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para
futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os “espectadores”,
que é maioria dos alunos, podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu
processo socioeducacional.
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Dependendo do grau de sofrimento vivido pela criança, ela poderá sentir-se ancorada a construções
inconscientes de pensamentos de vingança e de suicídio, ou manifestar determinados tipos de
comportamentos agressivos ou violentos, prejudiciais a si mesma e à sociedade, isto se não houver
intervenção diagnóstica, preventiva e psicoterápica, além de esforços interdisciplinares, por toda a comunidade
escolar.
1 – 3 Como identificar os alunos envolvidos no Bullying?
O Bullying é um comportamento que é recorrente e causa baixa auto-estima e insegurança em seus atores.
Normalmente existem três tipos de envolvidos em uma situação de violência moral: o expectador, a vítima e o
agressor.
Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos
papéis que venham a representar.
Os “agressores” são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Frequentemente, pertencem a famílias
desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Muitas vezes vivem em um
ambiente marcado por discussões e violência física onde seus pais, toleram e oferecem, como modelo para
solucionar conflitos, o comportamento agressivo ou explosivo. Mas a agressão gera a agressão e Souza
afirma que:
a lógica infantil, alicerçada no tipo de pensamento concreto que rege seu processo mental, não permite que ela
tenha outro entendimento da situação que não a seguinte: se meu pai que tenho como modelo e autoridade
máxima, bate em mim então posso bater nos outros. (In: MACHADO, 2002, p. 47).
Admite-se que os “agressores” têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos antisociais e/ ou violentos, podendo vir a adotar, atitudes delinqüentes ou criminosos. Train (1997, p. 18) afirma
que “o caráter de uma pessoa é uma combinação de sua personalidade singular e de sua experiência de vida e
de sua criação”.
Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto que, no papel de vítima, não há
diferenças entre gêneros. O fato de os meninos envolverem em atos de Bullying mais comumente não indica
necessariamente que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse tipo de
comportamento. Já a dificuldade em identificar o Bullying entre as meninas pode estar relacionada ao uso de
formas mais sutis.
As “vítimas” de Bullying são pessoas ou grupos que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e
que não dispõem de recursos, status e habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. Um
forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. A baixa auto-estima é agravada por intervenções
críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é
imposto, têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade
sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando
a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que com estrema
depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
Os expectadores, representados pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em
razão do temor de se tornarem as “próximas vítimas”. Apesar de não sofrerem as agressões diretamente,
muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre que fazer. Algumas reagem
negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores.
1 – 4 Conclusão
Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a “vítima”
teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e vergonha de admitir que esteja
apanhando ou passando por situações humilhantes na escola. Sua denúncia escoaria como uma confissão de
franqueza de defesa.
Não existem soluções simples para reprimir o Bullying . Trata-se de um problema complexo e de causas
múltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo.
A direção e os professores devem mostrar para os estudantes que o Bullying não é apenas uma coisa aceitável
em circunstância alguma. O intimidador tem que entender que o que ele faz não é bom. Não basta apenas uma
pessoa dizer que ele está errado. Todo mundo deve fazer isso, pais, professores e colegas de escola.
professores e colegas de escola. Para ajudá-los a “domar” essa agressividade é preciso levar em conta suas
necessidades, ou seja, aquilo que os faz agir assim em cada momento e acima de tudo, incentivá-los em suas
boas ações.
É muito importante entender o porquê da agressividade. Qual é o problema, chegar à fonte. Neste caso, os
jovens, tanto agressores, precisam de uma ajuda e os pais, psicólogos e professores devem enfrentar com ele
o caminho, estando, assim, envolvidos com o tema.
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A filósofa e mestre em educação Tânia Zagury, em seu artigo Bullying ou a Lei do Mais Forte, disponível no
site <http://www.abcdocorposalutar.com.br/> , crê que só com o apoio da família e das instituições de ensino o
Bullying pode diminuir. “A família deve apoiar a escola e trabalhar a questão dos limites com segurança,
afirmação ética dos filhos, a não aceitação firme ao desrespeito aos mais velhos e mais fracos”.
É fundamental que os educadores procurem conhecer, compreender e ajudar as crianças a construírem seus
próprios valores estabelecendo limites e regras de comportamento com elas, aceitando sugestões e
argumentando com seriedade sobre as conseqüências dos atos violentos. É preciso também conscientizar as
crianças sobre a necessidade do autocontrole, ajudando-as a compreender as causas e as conseqüências das
brigas e discussões. Uma atitude firme, enérgica, adequada. Agindo assim estaremos ajudando a criança a
controlar-se, para que não consuma uma agressão que depois poderá deixá-la a ser igualmente agredida.
Machado (2002, p. 71) afirma que:
o fundamental é que pais e professores nunca esqueçam que a família é a mais importante matriz do
desenvolvimento humano. É nela que a criança adquire o conhecimento de si mesma e do outro, a linguagem,
os padrões de conduta e de interação social. O bom desenvolvimento da sua vida emocional depende das
relações com seus pais e irmãos. Quando chega a idade pré-escolar, somam-se a esses fatores as relações
afetivas que estabelece com os professores e outra crianças na escola.
Souza (In: MACHADO, 2002, p. 71) aponta para o fato de que: “a instabilidade familiar pode constituir um
componente importante na gênese, manutenção e agravamento das desadaptações escolares. Quando a
família não é capaz de funcionar como uma unidade básica de desenvolvimento e de experiências, pode
tornar-se um fator de enfermidade...”.
Portanto, aos pais também cabe demonstrar interesse pela vida escolar de seus filhos, perguntar não só sobre
as notas, mas também sobre o prazer de estar na escola, sobre as amizades, a convivência de possíveis atos
de violência física ou moral. Tudo deve ser ouvido com atenção e valorizado em todos os sentidos, sem críticas
ou atos de desconsideração, pois a criança criada por pais ou adultos afetuosos e tolerantes, raramente tem
necessidade de rebelar-se.
Referências Bibliográficas:
AMORIM,
Gustavo
Galli.
Você
já
ouviu
falar
de
Bullying.
Disponível
em:
http://www.gustavogamorim.googlepages.com.br/. Acesso em: 07 jul. 2007.
DREYER, Diogo. A brincadeira que não tem graça. Disponível em: http://www.educacional.com.br/ Acesso
em: 23 fev. 2007.
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Disponível em: <http://www.bullying.com.br/>. Acesso em: 23 fev. 2007.
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NETO, Aramis A. Lopes. Tragédias escolares e traumas psicológicos. Disponível em:
http://www.informesergipe.com.br/. Acesso em: 23 fev. 2007
TRAIN, Alan. Ajudando a criança agressiva. São Paulo: Papirus, 1997.
ZAGURY, Tânia. Bullying ou a Lei do Mais Forte. Disponível em: http://www.abcdocorposalutar.com.br/.
Acesso em: 23 fev. 2007.
A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA ESCOLA PROFISSIONAL
Sandra Maria da Silva Sales Oliveira
Ms. em Psicologia e Professora da UNIVAS
Sandra Maria Almeida Ferracioli Abrahão
Professora da UNIVAS
Danielle Nathalie de Souza Araújo
Graduanda do Curso de Educação Física da UNIVAS
Laila dos Santos Pereira
Graduanda do Curso de Educação Física da UNIVAS
Lívia Modesto Vieira
Graduanda do Curso de Educação Física da UNIVAS
Luiz Augusto Pereira Vasques
Graduando do Curso de Educação Física da UNIVAS
RESUMO
Este estudo objetivou verificar a motivação (intrínseca e extrínseca) dos alunos de uma Escola Profissional nas
aulas de educação física. Foram avaliados 98 alunos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 9 e
15 anos matriculados da 3ª a 7ª séries do ensino fundamental.
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O instrumento de coleta de dados utilizado foi elaborado por Kobal (1996). Trata-se de um questionário
referente à identificação de motivos intrínsecos e extrínsecos em aulas de Educação Física, constituído de três
questões referentes a motivação extrínseca, 3 referentes a motivação intrínseca e mais 2 questões referentes a
motivação geral, totalizando 8 questões.
Os resultados demonstraram a presença dos dois tipos de motivação e que tanto o gênero quanto a idade não
foram fatores determinantes de motivação.
Palavras-chave: motivação, aulas e educação física.
INTRODUÇÃO
A motivação no contexto escolar tem sido muito estudada na história da Psicologia em diversos ângulos e
muitas teorias e abordagens foram criadas. Por esse motivo, faz-se necessário uma visão panorâmica dessa
área de estudo bem como entendê-la na área da Psicologia do Esporte destinada a crianças. A educação
física é um conteúdo pedagógico que compõe o currículo educacional e participa da formação do aluno.
Uma primeira idéia sobre motivação, normalmente aplicável a qualquer tipo de atividade humana, é fornecida
pela origem etimológica da palavra, que vem do verbo latino movere, que significa motivo. Assim,
genericamente, a motivação ou motivo é aquilo que move uma pessoa ou que a põe em ação ou a faz mudar o
curso (BZUNECK, 2001)
Estudos sobre a motivação definiram algumas teorias e estabeleceram métodos para o campo da
aprendizagem. De Acordo com Sawrey e Telford (1973) a teoria do comportamento dá ênfase no controle
educacional, referindo-se ao tipo de reforço que se dá para uma pessoa. Oferecer algo interessante como
resposta a um comportamento adequado é capaz de motivar, mantendo inclusive, a freqüência deste mesmo
comportamento. A teoria cognitiva valoriza a motivação intrínseca incluindo fatores como objetivos, intenções e
expectativas; a teoria humanista estabelece uma hierarquia de necessidades e motivos, entre eles, motivos
fisiológicos, de segurança, necessidade de participação e conhecimento além de necessidades estéticas; a
teoria psicanalista que responsabiliza as experiências infantis como fonte principal dos comportamentos poste
Com base nas teorias, os teóricos apresentam diferentes percepções sobre a motivação, Machado e Gouvêa
(1997), por exemplo, conceituam o motivo como um fator interno não observável e que direciona o
comportamento e que o motivo pode ser dividido em dois aspectos: o impulso, processo interno que faz com
que o indivíduo tenha a ação do comportamento e a motivação que termina ou diminui, quando o objetivo é
alcançado. Os mesmos autores relatam que as aspirações dos alunos determinam a motivação para um
determinado esporte, ou seja, ele pode se motivar mais por basquete do que por handebol.
Um motivo é um constructo – ele não é observável, “não existe” efetivamente, mas é “criado” pela
pessoa para explicar a razão ou a necessidade que ela tem de fazer algo, de agir de uma determinada
maneira. A função dos motivos é explicar aqueles comportamentos que deixam conhecer a perseguição de um
objetivo, existindo tantos motivos diferentes quanto categorias de relações entre os indivíduos e o meio
ambiente (WINTERSTEIN, 1992).
Machado (1994) ressalta que a chave do controle do comportamento humano é o conhecimento da
motivação, sendo de suma importância a consideração da intensidade dos diferentes motivos, para seu
eficiente controle. O autor sugere que a Psicologia tem realçado a importância deste construto, uma vez que a
maioria das dificuldades de aprendizagem parece ter sua origem em problemas de motivação, já que parece
ser difícil para o professor diagnosticar os interesses e as necessidades dos alunos considerando todas as
diferenças individuais.
Segundo Bzuneck (2001) a motivação tem sido entendida ora como um fator psicológico, ou conjunto
de fatores, ora como um processo. Entre os autores existe um consenso generalizado no que se refere à
dinâmica desses fatores psicológicos ou do processo, em qualquer atividade humana. Eles levam a uma
escolha, instigam, fazem iniciar um comportamento direcionado a um objetivo, como o de prestar atenção ou
de fazer os trabalhos escolares. Além disso, asseguram a sua persistência, dado que emerge no percurso não
apenas obstáculos e fracassos como outros motivos concorrentes que tentam a pessoa a interromper ou a
mudar o curso da ação.
As concepções contemporâneas da motivação têm ampliado a abordagem mecanicista do
comportamento. O mesmo termo motivação assume atualmente conotações novas e mais diversificadas,
sobretudo em função das metas pessoais, que exprimem, cognitivamente, a razão ou o porquê das escolhas e
do esforço (GRAHAM E WEINER, 1996; WEINER, 1992).
Toda pessoa dispõe de certos recursos pessoais, que são tempo, energia, talentos conhecimentos e
habilidades, que poderão ser investidos numa certa atividade. Esse investimento pessoal recairá sobre uma
atividade escolhida e será mantido enquanto os fatores motivacionais estiverem atuando. Quais seriam esses
fatores e como atuam depende do enfoque adotado.
São inúmeros os motivos que levam os alunos a variarem em intensidade o seu desejo de aprender, bem como
as reações às tentativas do professor para motivá-los (Klausmeier, 1977). Por isso, as teorias que procuram
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explicar o processo de motivação partem do pressuposto de que deve existir alguma coisa, algum motivo que
desencadeia uma ação, que lhe dá direção, mantém seu curso em direção a um objetivo e a finaliza.
Na escola, as atividades do aluno, para cuja execução e persistência devem estar motivadas, têm
características peculiares que as diferenciam de outras atividades humanas igualmente dependentes de
motivação, como esporte, lazer ou trabalho profissional. Em primeiro lugar o aluno deve executar tarefas que
são maximamente de natureza cognitiva, que incluem atenção e concentração, processamento, elaboração e
integração da informação, raciocínio e resolução de problemas. De acordo com o enfoque construtivista, o
aluno é o protagonista de sua aprendizagem, cabendo-lhe realizar determinados processos cognitivos, que
ninguém pode fazer por ele (Salvador, 2000).
Machado e Gouveia (1997) relatam que as aspirações dos alunos determinam a motivação para uma
determinada disciplina, ou seja, ele pode se motivar mais por uma do que por outra matéria. Caracterizam a
motivação como um exercício que as pessoas praticam para si mesmo, realizado apenas pela satisfação de
praticar e executar, sem nenhum outro interesse. É inerente ao objeto e a matéria a ser aprendida, não
dependendo de elementos externos.
Para Betti (1997), dependendo da maneira como são ministradas as aulas, uma disciplina terá ou não o valor
educativo, atuando como um reflexo das pessoas que o praticam. Ainda assim, o autor relata que se pode
conciliar o conhecimento adquirido nas aulas com a criatividade dos alunos para a formação integral dos
mesmos.
A motivação caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende de
fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínseco) é estudada por Samulski (2002). Para esse autor a
motivação possui uma determinante energética (nível de ativação) e uma direção de comportamento
(intenções, interesses, motivos e metas).
A motivação do aluno, portanto, está relacionada com o trabalho mental situado no contexto específico
das salas de aula. Surge daí a conclusão de que seu estudo não pode restringir-se à aplicação direta dos
princípios gerais da motivação humana, mas deve contemplar e integrar os componentes próprios de seu
contexto (BROPHY, 1983). Esta tem sido, efetivamente, a preocupação dos estudiosos da área.
Witter (1984) aponta, em seus estudos, que a facilidade com que um aluno aprende pode ser atribuída
à motivação, e sua falta é um fator que leva estudantes a lentidão ou em casos extremos, a ausência da
aprendizagem. Para aprender é preciso estar motivado, para realizar é preciso ter um motivo, para se manter
trabalhando é necessário que se mantenha a motivação para o trabalho.
Dentre os autores que estudam a motivação nas aulas de educação física pode-se citar: Bidutte (2001); Betti
(1997); Murmman e Baecker (1998) e Canfield e Jaeguer (1994) e todos são unânimes em dizer que as
habilidades esportivas, o esporte a ser praticado, o professor de educação física, as características físicas são
fatores determinantes na motivação do aluno. No contexto esportivo a motivação é estudada por Betti (1997)
Machado e Gouvêa (1997), Machado (1997) e Samulsky (2002) e na opinião de todos a motivação possui uma
determinante energética (nível de ativação) e uma de direção de comportamento (intenções, interesses,
motivos e metas).
Resta salientar que para ensinar não basta conhecer uma série de metodologias, optando por esta ou aquela.
É preciso compreender o próprio aluno: as características de sua personalidade seu desenvolvimento motor,
emocional, cognitivo e social na qual ele se encontra bem como a maneira como ele aprende. Neste ultimo
caso, se quisermos entender as ações individuais ou coletivas de nossos alunos dentro do processo de
aprendizagem, é de suma importância que tenhamos sempre em mente o princípio psicológico, segundo o qual
nenhum comportamento existe sem uma causa motivadora que o determine (ANGELINI, 1955).
Com base nos escritos acima é que se pensou em realizar o presente estudo com o objetivo de verificar a
motivação (intrínseca e extrínseca) dos alunos da Escola Profissional nas aulas de educação física.
MÉTODO
Sujeitos: foram submetidos ao questionário de motivação 98 alunos de ambos os sexos de 3ª a 7ª séries do
ensino fundamental com idades compreendidas entre 9 e 15 anos que freqüentam a Escola Profissional.
Material e correção: o instrumento de coleta de dados utilizado foi elaborado por Kobal (1996). Trata-se de um
questionário referente à identificação de motivos intrínsecos e extrínsecos em aulas de Educação Física,
constituído de três questões referentes a motivação intrínseca, 3 referentes a motivação extrínseca. e mais 2
questões referentes a motivação geral, totalizando 8 questões. Com respostas de múltipla escolha, cada
afirmação foi respondida através de 5 questões de múltipla escolha.
Procedimento: o instrumento foi aplicado coletivamente, por série, aos alunos de 3ª a 7ª séries e sem tempo
determinado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que de um modo geral a participação dos alunos nas aulas de educação física é inevitável e que
acham as aulas motivantes, independente do gênero e da idade..
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Quadro 1 – Respostas obtidas no Instrumento de Motivação
Alternativas
1
2
3
4
5
1
3
17
1
77
0
2
13
33
36
16
0
3
25
6
48
19
0
4
24
2
31
10
30
5
23
14
11
14
36
6
19
10
21
12
36
7
91
7
0
0
0
8
74
15
9
0
0
Questões
As questões 1,2 e 3 referem-se a motivação extrínseca, que é a motivação para trabalhar em resposta a algo
externo a atividade. Observa-se que na questão 1 a resposta escolhida pela maioria é a alternativa 4 que se
refere ao aluno participar das aulas de educação física porque quer ser ótimo em esportes.
Na questão 2, que se refere a quando gostam das aulas de educação física, as opções mais assinaladas
referem-se a integração ao grupo e ao reconhecimento por parte do professor e dos colegas por sua atuação.
Fica claro que o relacionamento entre professor alunos e entre os alunos é bom, e isso, talvez contribua para
a idéia de que as relações interpessoais sejam importantes para motivar os alunos. A este respeito, Buriti
(1997) relata haver afinidade entre comportamentos socializados e o desenvolvimento de auto-percepções em
crianças e jovens e orientações realizadas, e como eles relatam os padrões motivacionais.
Não gosto das aulas de educação física quando é a pergunta explorada na questão 3. A alternativa 3 foi
escolhida por um número maior de alunos e se refere aos colegas zombarem dele durante as aulas.
Reforçando a importância das relações interpessoais.
As questões 4, 5 e 6 referem-se a motivação intrínseca, que é a motivação para trabalhar porque a pessoa
gosta e lhe traz satisfação. Observa-se que as alternativas mais escolhidas se referem três respostas mais
escolhidas: a que se refere a gostar de atividade física; a gostar de aprender novas habilidades e a ligada ao
bem estar físico. A esse respeito os estudos dos autores Martindale, Devlin e Vyse (1990) reforçam esses
achados quando indicam que os motivos mais importantes para a prática esportiva são: melhoria na saúde e
aptidão.
A questão 7 se refere a gostar das aulas de educação física e pode-se observar no gráfico que dos 98 alunos
avaliados, 91 gostam muito das aulas e sete apenas gostam. Nenhum aluno não gosta das aulas de educação
física e o fator gênero, não interferiu nesta escolha. Diferente dos achados de Bidutte (2001) que encontrou
diferenças de motivação quanto ao gênero fator importante para o professor considerar no preparo das aulas
de educação física.
Quanto a ultima questão,que se refere as aulas de educação física na escola profissional serem ótimas, muito
boas, boas, chatas ou ruins, observa-se que dos 98 alunos avaliados, 74 acham as aulas ótimas, 15 alunos
acham muito boas e 9 alunos acham boas. Nenhum aluno classificou as aulas de educação física como chatas
ou ruins. Pode-se inferir que as aulas são preparadas e as atividades são satisfatórias para os alunos, indo
contra os achados de Betti (1997) quando explica que as aulas de educação física, na maioria das escolas,
são compostas de exercícios, treinamentos e pouca teoria sobre a modalidade a ser ensinada, preocupando-se
apenas em formar futuros campeões para o consumismo do esporte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se com este estudo que a motivação, nas aulas de educação física, encontra-se presente e
que as ações do professor em situação de aprendizagem estão diretamente relacionadas com o padrão
motivacional de seus alunos na medida em que podem favorecer um ambiente social controlador e promotor de
autonomia. Os professores devem explorar a poderosa força motivacional advinda da motivação intrínseca
pouco freqüente nas salas de aula, destacando o esforço pessoal como um valor importante, redirecionando o
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interesse dos alunos pelos resultados finais ou comparações de desempenho. Toda situação de aprendizagem
deve ser planejada levando-se em consideração àqueles elementos já conhecidos como promotores da
motivação intrínseca. Apresentar desafios, promover curiosidades, diversificar planejamentos de atividades,
propor fantasia, compartilhar decisões são exemplo de ações educativas favoráveis à motivação dos alunos e
facilmente implementadas.
Por fim, salienta-se que esse estudo é importante tanto para a psicologia do esporte como para a área
educacional e novos estudos devem surgir para contribuírem na reestruturação da disciplina de educação
física.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGELINI, A.L. Um novo método para avaliar a motivação – Estudo do motivo de realização. São Paulo, USP,
1955.
BETTI, I.C.R. O prazer em aulas de Educação Física Escolar: a perspectiva discente. Dissertação (Mestrado
em Educação Física). UNICAMP, Campinas, 1992.
BIDUTTE, L. C. Motivação nas aulas de educação física em uma escola particular. Psicologia Escolar e
Educacional, v. 5, nº2, 49-50, 2001.
BZUNECK, J. A. e BORUCHOVITCH, E. A motivação do aluno contribuições da psicologia contemporânea..
Petrópolis: Vozes, 2001.
CANFIELD, M. S.e JAEGUER, A. A. Aulas de educação física: o professor e suas ações.Kinesis, 15, 36-43,
1994.
GOUVÊA, F. C. Motivação e o esporte: uma análise inicial. In: BURITI, M. de A. (Org.) Psicologia no Esporte Coleção Psicotemas. Campinas: Editora Alínea, 1997, p. 149-173.
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KOBAL, M.C. Motivação intrínseca e extrínseca nas aulas de educação física. Dissertação (Mestrado em
Educação Física), Campinas, UNICAMP, 1996.
MACHADO, A. A. Importância da Motivação para o Movimento Humano. In: Perspectivas Interdisciplinares em
Educação Física, São Paulo: Soc. Bras. Des. Educação Física. , 1997.
MACHADO A.A.; GOUVÊA F. Importancia da motivação para o movimento humano integração, 4 (13): 85-90.
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MURMMAN, C. V. E. e BAECKER, I. M. A relação entre os valores e processos de avaliação da educação
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SALVADOR , C. C. Psicologia do ensino.Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
SAMULSKY, D. Psicologia do Esporte: Teoria e Aplicação Prática. São Paulo: Manole, 2002
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WITTER, G. P. Aprendizagem e motivação. São Paulo: EPU, 1984.
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AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUANTO A INCLUSÃO DE
DEFICIENTES FÍSICOS E MENTAIS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS
Caroline Araújo Curiel
Graduanda de Educação Física na UNIVAS
Sandra Maria da Silva Sales Oliveira
Ms. Avaliação Psicológica e Professora da UNIVAS
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar se os professores de Educação Física aplicam os princípios da inclusão em suas
aulas e se a prática de atividades físicas tem trazido resultados expressivos para o desenvolvimento dessa
população. Fizeram parte deste estudo 17 professores de escolas públicas e particulares, de uma cidade do
interior de Minas Gerais. Os resultados demonstraram que a maioria dos professores avaliados possui
conhecimentos sobre a inclusão, realizam em suas aulas e percebem bons resultados principalmente no que
se refere a sociabilidade e cooperação entre os alunos. Pode-se concluir que a inclusão caminha de forma
positiva, visto que nas escolas há a participação e envolvimento dos professores e dos alunos.
Palavras-chave: Inclusão, Professores, Educação Física.
INTRODUÇÃO
O momento é propício para se falar de inclusão, por que felizmente, hoje, conforme salienta Rosadas (1991),
vive-se num mundo onde não mais se admite o deficiente, fato este que vem fazendo ampliar as fontes de
estudo e métodos para sua completa reintegração social e conseqüente preparação para o trabalho.
A Inclusão, como processo social amplo, vem acontecendo em todo o mundo, fato que vem se efetivando a
partir da década de 50. A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa com
necessidades especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (SASSAKI, 1999). Segundo
o autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e
na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais.
Mantoan (1998) descreve que a inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um
movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. No entanto, inserir
alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino
regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação, e assim diz a Constituição!
A autora (1998) ainda esclarece que por outro lado, a inclusão não implica em que se desenvolva um ensino
individualizado para os alunos que apresentam déficits intelectuais, problemas de aprendizagem e outros,
relacionados ao desempenho escolar. Na visão inclusiva, não se segregam os atendimentos, portanto, nenhum
aluno é encaminhado às salas de reforço ou aprende, a partir de currículos adaptados. O professor não
predetermina a extensão e a profundidade dos conteúdos a serem construídos pelos alunos, nem facilita as
atividades para alguns, porque, de antemão já prevê dificuldades que possam encontrar para realizá-las.
Porque é o aluno que se adapta ao novo conhecimento e só ele é capaz de regular o seu processo de
construção intelectual.
O portador de necessidades especiais necessita de uma escola estruturada onde receba auxílio não apenas
no aspecto cognitivo e sócio-afetivo, que implica um forte comprometimento por parte dos educadores quanto
ao encaminhamento das necessidades apresentadas pelo grupo escolar (FABRÍCIO; SOUZA, 2002).
Quando se fala em educação inclusiva, remete-se ao pensamento aos portadores de necessidades educativas
especiais, que de acordo com a Declaração de Salamanca (1994):
“refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas
dificuldades de aprendizagem, muitas crianças experimentam dificuldades de aprendizagem, e têm, portanto
necessidades educativas especiais em algum momento de sua vida” (p. 3).
A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que
apresentam dificuldades, mas apóia a todos: profissionais, alunos, pessoal administrativo, para que obtenha
sucesso na corrente educativa geral (MONEREO, 1991).
Dos autores revisados encontrou-se Silva e Salgado (2005) que discutem e defendem a necessidade de se
construir culturas de inclusão nas aulas de Educação Física que se baseiem numa perspectiva humanista de
Educação; Faioli (2004) e Costa (2007) que estimulam a inclusão por meio de atividades esportivas afirmando
que o esporte como prática corporal encontra-se inserido de uma maneira fortemente presente no ambiente
escolar e; Florence e Araújo (2004) que realizaram um estudo sobre a Educação Física no processo inclusivo
do tipo estudo de caso, com a realização de entrevistas semiestruturadas com os professores que atuam junto
a estes alunos especiais na rede regular. Com a amostra obtida puderam perceber que poucos professores
incorporam a inclusão em seus trabalhos.
Rosadas (1991) descreve que as crianças ditas deficientes precisam participar mais efetivamente das
atividades da vida diária. É seu potencial, antes desacreditado, que explode frente a todas as oportunidades
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que lhes são oferecidas. Ela sente que tem que fazer por si e dá, por este motivo, mais valor às coisas que
consegue com seus esforços. É preciso encarar urgentemente a criança deficiente como uma criança normal,
pois o que as faz realmente deficientes é a nossa forma diferente de atuar, vê-las, de encarar e de diminuir
suas potencialidades.
O papel do professor de Educação Física na Educação Especial, como em qualquer outra modalidade de
ensino, é o de criar desequilíbrios, apresentando a seu aluno, o novo e o desconhecido, pois diante do desafio,
a criança tende a assimilar o conhecimento, utilizando os recursos motores e mentais que possui. Provocar
desequilíbrios, porém, não é deixar a criança à deriva, ela deve poder estabelecer uma ligação entre o
conhecido e o desconhecido (SOLER, 2002).
De acordo com Prado e Freire (2001), o professor, no contexto de uma educação inclusiva, precisa ser
preparado para lidar com as diferenças, com a singularidade e a diversidade de todas as crianças e não com
um modelo de pensamento comum a todas elas.
Os portadores de necessidades especiais podem se relacionar bem com qualquer pessoa, principalmente com
aqueles que os entendem, e para entendê-los não é preciso pré-requisitos. Basicamente tratá-los da mesma
forma como se trata qualquer outra pessoa: sem distinção, pena ou protecionismo, e, sobretudo acreditando
em suas potencialidades. O autor ainda menciona um ditado que ouvimos diversas vezes: “o que é bom para o
excepcional é excepcionalmente bom para o normal” (ROSADAS, 1991 p. 19).
De acordo com Soler (2002), o trabalho diário com pessoas especiais mostra que elas têm um poder de
superação de suas limitações, que as torna mais que eficientes, pois supre qualquer desafio, e quando unidas,
umas emprestando às outras um pouco de habilidade, sua capacidade para criar, jogar e viver é ilimitada.
A aula de Educação Física deve ser um exercício de convivência, onde as pessoas aprenderão a construir uma
nova sociedade, sem discriminação, e com atitudes de solidariedade, respeito e aceitação, e na qual não
haverá lugar para o preconceito e a exclusão (SOLER, 2002).
A escola como espaço inclusivo tem sido alvo de inúmeras reflexões e debates. A idéia da escola como espaço
inclusivo nos remete às dimensões físicas e atitudinais que permeiam a área escolar, onde diversos elementos
como a arquitetura, engenharia, transporte, acesso, experiências, conhecimentos, sentimentos,
comportamentos, valores etc. coexistem, formando este locus extremamente complexo. A partir disto, a
discussão de uma escola para todos tem suscitado inúmeros debates sobre programas e políticas de inserção
de alunos com necessidades especiais. A grande polêmica está centrada na questão de como promover a
inclusão na escola de forma responsável e competente.
Com base nos escritos acima e por observar que muito se fala em inclusão, mas poucos estudos existem a
respeito dos professores que a realizam e se a realizam, foi que se pensou em realizar este estudo com o
objetivo de avaliar se os professores aplicam os princípios da inclusão nas aulas de Educação Física e se a
prática de atividades físicas tem trazido resultados expressivos para o desenvolvimento dessa população.
MÉTODOS
Sujeitos: participaram desta pesquisa 20 professores de Educação Física, de ambos os sexos, que trabalham
em Escolas Particulares, Estaduais e Municipais na cidade de Pouso Alegre.
Material: (instrumento e correção) - foi utilizado um questionário construído pelas pesquisadoras com base
nas teorias sobre inclusão escolar de Mantoan (1998) e na Educação Física adaptada de Fabrício e Souza
(2002), composto de 13 questões de SIM ou Não com a finalidade de abranger as dimensões sobre a
percepção dos professores de Educação Física, quanto a inclusão de deficientes físicos e mentais, na Escola e
em suas aulas.
Para a correção considera-se que as respostas SIM das questões: 1,2,3,4,5,6,7,9,10,12 e 13 recebem o valor
de 1 ponto e as respostas NÃO das questões 8 e 11 recebem 1 ponto. Com a soma dos resultados será
possível avaliar o objetivo proposto.
Procedimentos: após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVAS, foi pedido o consentimento
das escolas, como cuidado ético e, em um segundo momento, foi entregue um termo de consentimento para
cada professor, esclarecendo a forma da participação dos mesmos.
Os professores foram orientados a respeito dos objetivos do estudo, do tipo de participação requerida, bem
como da ausência de prejuízos decorrentes da não-participação. Após o preenchimento do termo de
consentimento para sua participação na pesquisa foi realizada a coleta de dados (questionário). Aos
participantes foi assegurado o caráter confidencial do estudo e foram informados que suas respostas não
influenciaram, de forma alguma, em sua vida profissional. A aplicação foi individual, as pesquisadoras
distribuíram os questionários em um dia, e em horário e data marcados, foram até as escolas para recebê-los.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelo quadro abaixo fica caracterizado o contexto em que se realizou o estudo. Trabalhou-se com sete escolas
sendo que quatro delas eram Públicas e três Particulares. Dos vinte professores de Educação Física dispostos
a participarem da avaliação, três não responderam o instrumento, totalizando dezessete professores. Todos os
dezessete possuem conhecimentos a respeito da inclusão e quinze deles realizam a inclusão em suas aulas.
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QUADRO 1 – Contexto geral de estudo
Número de professores avaliados
Escolas Públicas
Escolas Particulares
Conhecimento da inclusão
Professores que realizam a inclusão
Professores que não realizam a inclusão
17
04
03
17
15
02
QUADRO 2 – Resultados das questões respondidas pelos professores
SIM
NÃO
Conhecimento dos professores
100,0%
0,0
Realiza a inclusão
88,2%
11,8%
Possuem alunos portadores na instituição
58,8%
41,2%
0,0
100
Alunos portadores nas aulas de Educação Física
76,5%
23,5%
Participam das aulas
76,5%
23,5%
Relacionam-se com não portadores
94,1%
5,9%
Recebem tratamento diferenciado
47,1%
52,9%
Há interação social entre os alunos
100,0%
0,0
Resultados positivos no desenvolvimento motor
100,0%
0,0
Prejuízo na aprendizagem dos demais
Satisfação ao perceberem progresso
Importância da inclusão em escolas regulares
17,6%
100%
100%
82,4%
0
0
QUESTÕES
Professores com especialização
Com relação às perguntas do questionário observam-se no segundo quadro os resultados SIM e NÃO obtidos em
porcentagem de professores.
Pode-se perceber que em relação ao conhecimento dos professores de Educação Física das escolas de Pouso Alegre a
respeito da inclusão escolar de deficientes físicos e mentais, todos os professores avaliados têm conhecimento sobre a
inclusão. A grande maioria das escolas avaliadas realiza a inclusão e possue alunos especiais. De acordo com os
resultados da pesquisa, os professores avaliados não possuem qualquer tipo de especialização para trabalhar com alunos
especiais, porém, a maior parte dos professores recebe em suas aulas alunos com algum tipo de deficiência; e todos eles
participam ativamente das mesmas. No que se refere ao relacionamento dos alunos portadores e não portadores durante
as aulas, a pesquisa apresentou uma resposta muito expressiva, visto que foi obtida apenas 1 resposta negativa; além de
comprovar que a maioria desses alunos é tratada igualmente aos demais, não recebendo nenhum tipo de tratamento
diferenciado. Foi constatado, ainda, que as aulas de Educação Física permitem uma interação social entre todos os alunos
e trazem excelentes resultado para o desenvolvimento motor dos alunos especiais.
Observa-se, ainda, pelo quadro 2 que a inclusão de alunos especiais nas aulas não prejudica de forma alguma a
aprendizagem dos demais alunos e todos afirmaram que os alunos especiais sentem grande satisfação ao perceberem que
alcançaram algum progresso durante as aulas. Todos os avaliados concordaram que é de extrema importância a inclusão
de alunos deficientes em escolas regulares.
QUADRO 3 – Pontuação dos Professores
Professores
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Pontuação
6
6
13
11
11
11
11
13
12
11
11
11
9
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15
16
17
8
11
11
11
O quadro 3 informa a pontuação dos professores, no instrumento de avaliação. Por ele pode-se perceber que
dos 13 pontos que indicam o número máximo de respostas consideradas corretas. As respostas variaram de 6
a 13. Apenas dois professores obtiveram 6 pontos, um professor obteve 8 pontos, um professor obteve 9
pontos dez professores obtiveram 11 pontos, um professor obteve 12 pontos e dois professores obtiveram 13
pontos. Pode-se inferir que os resultados foram muito bons.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim desse estudo, chega-se a algumas considerações: presente ou não nos textos das leis, o ideário da
inclusão tem como pressupostos a igualdade de oportunidades, o convívio com as diversidades, a aproximação
das diferenças, uma pedagogia centrada no educando, na sua individualidade, com suas capacidades e
potencialidades, em detrimento de suas limitações. Independentemente das propostas pedagógicas produzidas
pela área, entende-se que a intervenção do professor deve pautar-se numa ação pedagógica efetiva e
interativa no sentido de: favorecer, estimular e orientar o desenvolvimento do aluno. Da mesma forma, acreditase que a interação dos conhecimentos sobre o que ensinar, como ensinar e fundamentalmente sobre quem
aprende devem fazer parte dessa “ação pedagógica”, tanto nas aulas de educação física quanto nas das
demais disciplinas.
A população avaliada demonstrou fazer uso da inclusão e não foi percebido lacunas entre o discurso e a
realidade, pelo contrário, observou-se que os professores exploram o potencial de seus alunos, identificam
seus interesses, limites e necessidades como foco principal em suas ações pedagógicas. Mostrar a
cooperação e a convivência num mundo competitivo é fundamental.
A forma de se conceber a Educação Física na escola mediada pela ação do professor pode, de certa forma,
contribuir para a participação ou distanciamento de alunos em determinadas atividades. A presença do
deficiente na escola pressupõe uma mudança radical no interior da mesma, seja nos procedimentos de ensino,
na avaliação, no currículo, enfim, em todas as áreas do sistema escolar.
Os professores de Educação Física nas escolas podem contribuir para isso, mesmo na prática dos desportos
escolares, onde essa ocorrência parece ser bem mais difícil, porém, possível. Basta, por exemplo, que todos
os alunos participem de jogos e campeonatos. E quando se diz todos, incluem-se os que não demonstram
talento para nenhuma modalidade esportiva, os que têm dificuldades no controle do próprio corpo e mesmo os
que, por características pessoais físicas, não seriam considerados aptos a praticar competitivamente esse ou
aquele tipo de jogo. É uma questão de se adequar estratégias metodológicas.
Por fim, pode-se dizer que os professores avaliados neste estudo mostraram que seu papel é o de
proporcionar vivências e oportunidades motoras a todos os alunos e adaptá-los às diferentes realidades. Isso é
inclusão!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acesso em: janeiro 2007.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades especiais. Brasília: Corde, 1994.
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<www.proceedings.scielo.br/scielo.php>. Acesso em: janeiro de 2007.
FAIOLI, E. Muito além de músculos. Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, ano 2, n. 5, Junho de 2004.
FLORENCE, R. B. P.; ARAUJO, P. F. A educação física no processo inclusivo: um estudo de caso no município de São João da Boa
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A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DO LÍBERO NO VOLEIBOL DE ALTO NÍVEL DE RENDIMENTO
6
Rodney Alfredo Pinto Lisboa
7
Marcelo de Souza Prudêncio
8
Michelle Mariana Pereira
RESUMO
No voleibol moderno as ações do líbero são de extrema importância não só para as organizações defensivas
de sua equipe, considerando a natureza das atribuições que lhe cabem, como também para as organizações
ofensivas da mesma. Este trabalho teve por objetivo identificar a relevância da função desempenhada pelo
líbero nos jogos de voleibol. Para tanto foram convidadas a participar dessa pesquisa 10 (dez) equipes
(categoria adulto) filiadas as federações mineira e paulista com seus respectivos técnicos e líberos. No
desenvolvimento da proposta, realizaram-se filmagens de diferentes partidas a fim de observar as ações do
líbero. Também foi realizada análise da opinião dos técnicos, expressas em resposta a um questionário
elaborado e desenvolvido para esse fim. Para análise das ações do líbero nas partidas filmadas, elaborou-se
um scout (análise estatística) considerando o números de passes total, passes executados pelo libero, atuação
do libero na defesa, passes corretos e passes errados. A análise das respostas obtidas foi descrita sob a forma
de histograma no intuito de identificarmos uma possível normalidade. Além disto, a análise contará com médias
e percentuais para melhor identificação dos resultados obtidos.
Unitermos: Líbero; Voleibol; Sistema Defensivo.
INTRODUÇÃO
Considerando os avanços em termos de administração, treinamento e marketing, considera-se que, nas
últimas décadas, o esporte que mais evoluiu e se popularizou foi o voleibol.
Esse “boom” teve início na década de 1980, quando as equipes brasileiras de voleibol começam a conquistar
resultados importantes em nível internacional. Essa tendência à expansão permaneceu no decorrer da última
década do século XX em função dos títulos olímpico e mundial, e as sucessivas vitórias nas campanhas da
Liga Mundial (masculino), do Grand Prix (feminino), entre outras competições, colocam o voleibol brasileiro em
posição de destaque no inicio do novo século, transformando-o a maior potência da modalidade.
É importante destacar aqui, que os meios de comunicação, principalmente a televisão, têm grande influência
nessa disseminação do voleibol entre o público brasileiro.
Segundo Costa (2001), o voleibol mudou bastante no último quarto do século XX. Na década de 1980, partidas muito
equilibradas podiam se estender por até cinco horas. Essa característica desgastava os atletas, como também
desestimulava o público, e desagradavam às emissoras de televisão, responsáveis pela divulgação e valorização do
esporte. Por isso, em 1998 a FIVB (Federação Internacional de Voleibol) promoveu um pacote de novas regras que tornou
os jogos mais ágeis e emocionantes. Para o autor, foi com esse pacote de regras que introduziu a figura de um jogador até
então inexistente no mundo do voleibol, o líbero.
O America Sport Education Program (1999) entende que a tendência evolutiva dos processos de treinamento e
as demandas do voleibol de rendimento passaram a negligenciar de estatura mediana. A criação da função de
líbero, estabeleceu uma nova ordem, requerendo a necessidade de um atleta habilidoso, de média estatura,
que apresentasse grande agilidade defensiva.
O libero tem maior atuação no sistema defensivo. Em suas observações, Pinto (1992) destaca que as ações defensivas
exigem uma preparação física específica a fim de possibilitar que o atleta possa suportar a demanda de treinamentos,
bem como capacitá-lo a exercer movimentos e variações de movimentos mecanicamente complexos.
De acordo com Pádua (1994) o, líbero é um atleta especializado nos fundamentos defensivos. Suas ações limitam-se à
zona de defesa, com o intuito de responder da forma mais eficiente possível às investidas ofensivas do adversário. Para
tanto, um conjunto específico de regras aplica-se exclusivamente a esse jogador: Ele deve utilizar uniforme diferente dos
demais;
a. Não pode ser o capitão da equipe;
b. Por desempenhar um papel essencialmente defensivo, o líbero somente pode ocupar as posições
localizadas na zona defensiva, ou seja, no decorrer de um rodízio ele somente ocupará as posições 01, 06 e
05, deixando a quadra quando, por imposição do rodízio, tiver que ocupar as três posições da zona ofensiva
(respectivamente posições 04, 03 e 02).
c. Não pode desempenhar funções de características ofensivas (atacar, bloquear ou sacar);
6
Docente do curso de Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS)
Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS)
8
Graduada pelo curso de Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS)
7
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d. Ele somente poderá realizar o segundo passe (levantamento) de toque com as pontas dos dedos a partir
da zona defensiva. Caso esteja pisando sobre a linha de três metros ou sobre a área por ela delimitada, deverá
realizar o segundo passe de manchete, pois se o fizer de toque o ataque, necessariamente, deverá ser
executado com a bola abaixo do bordo superior da rede.
No voleibol moderno os sistemas táticos defensivos têm importância fundamental na conquista dos resultados de
uma equipe. Conforme Bizzocchi (2000), os sistemas táticos não se resumem a sistemas muito bem elaborados
empregados por equipes de alto nível de desempenho. Para o autor o raciocínio tático é desenvolvido com a prática
sistemática iniciada no processo de aprendizagem da modalidade.
Araújo (1994) considera que a consistência de um determinado sistema tático depende, entre outros fatores, da
habilidade técnica de cada um dos jogadores que compõem uma determinada equipe. Ao abordarmos os aspectos
relacionados à técnica, necessariamente nos referimos a: consciência motora dos diferentes segmentos corporais
em relação à propriocepção, à cinestesia e à noção espaço-temporal; domínio dos fundamentos técnicos
característicos da modalidade; capacidade de adaptação e improvisação motriz considerando os diferentes estímulos
que podem surgir no decorrer de uma partida.
Shondell & Reynaud et al. (2005) esclarecem que as ações ofensivas de uma equipe dependem da qualidade do
primeiro passe. A precisão e eficiência desse fundamento específico possibilitarão um desenvolvimento harmonioso
na organização do ataque favorecendo sua conclusão. O êxito do primeiro passe depende muito do desempenho do
líbero, já que ele constitui a base do sistema defensivo.
Por sua vez, Cavalheiro & Tavarez (2003) destacam que o cumprimento dos requisitos técnicos relativos à fase que
antecede o contato com a bola são os aspectos que apresentam maior índice de interferência na eficiência da
defesa.
Esta pesquisa se justifica pela possibilidade de identificar a atuação do libero no sistema defensivo e a sua
importância para os diferentes sistemas táticos defensivos da equipe. Esclarecemos que este jogador atua de
maneira diferente tendo uma alta performance no requisito passe e defesa; sendo assim torna-se necessário a
observação do número de passes corretos por esse jogador .
Os técnicos das equipes de alto nível depositam grande responsabilidade para o jogador libero,
O libero tem regra especial dos demais jogadores possui também característica fisiológica diferente dos outros
atletas de voleibol.
Este projeto poderá ser utilizado por equipes que não são de alto nível para que possam iniciar o treinamento deste
jogador e inclusive verificar a importância deste para um resultado positivo ou negativo.
Assim este trabalho se justifica pela possibilidade de verificar a importância do libero para a equipe visto que ele é
um jogador fundamental e sua relevância na melhora a defesa gerando maior possibilidade no ataque e contraataque,
OBJETIVO
Este trabalho teve por objetivo identificar a relevância da função desempenhada pelo líbero nos jogos de
voleibol. Para tanto foram realizadas filmagens de diferentes partidas a fim de observar as ações do líbero, bem
como realizada análise da opinião dos técnicos, expressas em resposta a um questionário elaborado e desenvolvido
para esse fim.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram convidadas a participar dessa pesquisa 10 (dez) equipes filiadas as federações mineira e paulista, todas
pertencentes à categoria adulto, com seus respectivos técnicos e líberos.
Para o desenvolvimento do teste, utilizou-se um questionário que foi apresentado aos respectivos técnicos contendo
13 (treze) perguntas.
O questionário foi aplicado durante os treinos e jogos das equipes filiadas a federação mineira e paulista.
Para verificar a atuação do libero durante os jogos utilizou-se uma filmadora modelo Sony Handycam DCR-HC28 A
filmadora era posicionada sobre um tripé no fundo da quadra considerando a equipe que estava sendo observada.
Posteriormente, os dados observados eram anotados em uma planilha.
Posteriormente, foi realizada uma análise estatística considerando o números de passes total, passes executados
pelo libero, atuação do libero na defesa, passes corretos e passes errados.
A análise de respostas obtidas foi descrita sob a forma de histograma no intuito de identificarmos uma possível
normalidade. Além disto, a análise contou com médias e percentuais para melhor identificação dos resultados
obtidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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ESTATÍSTICA
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
PASSES FEITOS PELO LÍBERO
60,00%
PASSES CERTOS FEITOS PELO LÍBERO
50,00%
DEFESAS FEITAS PELO LÍBERO
40,00%
DEFESAS CERTAS FEITAS PELO
LÍBEROS
30,00%
20,00%
10,00%
UP
IS
UN
ES
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U
CI
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BL A PÁ
UM
EN
AL
0,00%
Os dados apresentados no gráfico acima, apontam para a importância do líbero no que se refere às ações
defensivas de uma equipe de voleibol. Mostram também que o lìbero é responsável pela maioria das ações
defensivas de sua equipe, incluindo aí fundamentos técnicos como o primeiro passe (àquele que aciona o
levantador após um saque) e recursos defensivos em resposta a uma ação ofensiva adversária.
Podemos observar que o líbero se responsabiliza por cerca de 60% do total de passes realizados em resposta
a um saque adversário. Desses, 90% foram considerados passes certos, ou seja, chegavam às mãos do
levantador sem que esse precisasse realizar grandes deslocamentos para distribuir as jogadas de ataque.
No que se refere às defesas em resposta a um ataque adversário, cerca de 55% delas concentram-se nas
ações do líbero, com média de aproveitamento (a bola permanecia em jogo após a defesa) de 77,5%.
Assim, podemos observar que a precisão nos fundamentos defensivos é fundamental para o bom desempenho
das atividades do líbero, e que o andamento de uma determinada jogada depende da performance desse
jogador.
Quanto a opinião dos técnicos, estes atribuem grande responsabilidade ao libero no que se refere às ações
defensivas. Segundo a maioria dos entrevistados (96,7%), esse jogador específico oferece maior segurança à
defesa em função da sua especialidade. Eles consideram que, mediante a presença de um jogador
especialista, as ações defensivas tornam-se mais consistentes e efetivas.
CONCLUSÃO
Conclui-se por fim, com os resultados obtidos nesta pesquisa que, mesmo jogando apenas nas posições de
defesa (fundo da quadra), o líbero demonstrou ter fundamental importância para o desempenho de jogo das
equipes analisadas.
Esse jogador assume a responsabilidade por executar uma grande parte dos passes e defesas
realizados durante os jogos e, em alguns casos, ele chega a assumir mais da metade do total de passes e
defesas feitos por sua equipe no decorrer das partidas.
È fundamental destacar, que esses especialistas apresentam um percentual significativo de acerto nos
fundamentos técnicos envolvidos nas ações defensivas. O percentual de acerto do líbero supera o dos demais
companheiros, mesmo quando consideramos que, por se responsabilizar pela maioria das respostas
defensivas de sua equipe, ele têm maior probabilidade de cometer erros.
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PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO NA ENFERMARIA DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA DE UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
1
1
1
1
2
3
AMÂNCIO, JS ; SOUZA, AG ; PEREIRA, PC ; BORGES, MP ; BRIANEZI, GP ; OLIVEIRA, LHS .
1.
Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG
2.
Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica UNICAMP-SP.
3.
Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS -MG e do UNIVERSITAS- MG,
Fisioterapeuta Diretor do serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, especialista em
Fisioterapia Respiratória e Cardiovascular- UNICAMP- SP, mestre em Ciências Biológicas- UNIVAP- SP.
Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo identificar as principais causas de internação em neurologia e neurocirurgia
de um hospital universitário. Estudo longitudinal retrospectivo de prontuários no ano de 2006. A avaliação dos
resultados apontou que 60,25% dos atendimentos eram do sexo masculino e 39,75% do sexo feminino, onde
ocorreu uma prevalência de 16,38% em AVEI, 11,26% TCE, 10,58% Tumor Cerebral, 8,54% Lombociatalgias,
8,02% Aneurisma, 7,51% TRM, 5,8% Hérnia de Disco, 5,63% AVEH, 3,92% Hematoma Cerebral e 22,36%
entre outros tipos de alterações neurológicas. Causas neurocirúrgicas representam a maioria das internações,
o que significa maior tempo de hospitalização e conseqüente complicações pós operatórias.
Palavras Chaves: Neurologia; Neurocirurgia; Internação.
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INTRODUÇÃO
O AVE está entre as condições médicas mais freqüentes, apresentando nos EUA uma incidência de 500.000
casos/ano, sendo uma patologia neurológica ameaçadora, responsável por 20% das mortes cardiovasculares e
ocupando o terceiro lugar entre as causas de morte em países desenvolvidos, depois de doenças cardíacas e
câncer. É a principal causa de incapacidade em pessoas idosas. Cerca de 85% dos AVE são de origem
isquêmica e 15 % decorrentes de hemorragia cerebral (CORDINI, ODA e FURLANETTO, 2005).
A Organização Mundial da Saúde, em relatório de 1994, estima que o acidente vascular cerebral (AVC) ocupe
o 3° lugar nas estatísticas de mortalidade e o 2° entre as doenças cardiovasculares. Apesar dos constantes
avanços no diagnóstico e na terapêutica, o AVC ainda apresenta elevados índices de mor-bi-mortalidade.
(ADAMO JUNIOR, PARADELA e HORIGUSHI, 2001).
O TCE constitui em qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do crânio,
meninges ou encéfalo. É a causa de morte mais freqüente entre os 2 e 42 anos de idade (SILVEIRA, FREITAS
e FEITOZA, 2004).
O tumor cerebral é um conjunto das células anormais que crescem no cérebro. Os tumores do cérebro podem
ser benignos (não-câncer) ou malignos (câncer). Podem começar a crescer no cérebro, um tumor preliminar,
ou pode ser dado forma quando as células do câncer de uma outra parte do corpo "viajam" ao cérebro. Todos
os tumores metastáticos do cérebro são malignos (AMÂNCIO et. al., 2002).
Mais de 110.000 pessoas são diagnosticados cada ano, um tumor do cérebro. Em segundo lugar, os avanços
significativos em diagnosticar tumores do cérebro foram feitos quando muitos puderem ter um diagnóstico no
passado, quanto a sua causa os médicos ainda não sabem a causa direta do tumor, mas a maioria de tumores
cerebrais são causadas por uma combinação de eventos.
Nos Estados Unidos no ano de 2005, estima-se que houve 43.800 novos casos de tumor cerebral, o que
contabilizou por 1,4 % de todos os cânceres e 2,4 % de todas as mortes causas por câncer, e 20–25 % dos
cânceres pediátricos.
OBJETIVO
Identificar as principais causas de internação em neurologia e neurocirurgia de um Hospital Universitário.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa do tipo longitudinal retrospectiva em uma Enfermaria de Neurologia e Neurocirurgia
do Hospital das Clínica Samuel Libânio, da Universidade do Vale do Sapucaí, no ano de 2006, na qual se
optou pela análise de prontuários de pacientes com entrada de internação e Hipótese Diagnóstica (HD) de
origem patológica Neurológica de manejo clínico ou cirúrgico. Foi fornecido pela central de processamento de
dados (CPD) do hospital, um banco de dados com 933 prontuários. Desses 586 foram selecionados, tendo
como critério de inclusão os prontuários dos pacientes com lesão neurológica. Entretanto 347 prontuários
foram desconsiderados porque apresentavam HD de lesão em outros órgãos e sistemas, ou mais de uma
lesão num mesmo paciente. Os dados foram coletados em instrumento apropriado, tabulados, analisados e os
resultados encontrados serão apresentados a seguir.
RESULTADOS
Dos 586 prontuários foi constatado que 60,25% (353) eram do gênero masculino e 39,75% (233) do feminino.
Verificou-se que, com relação à natureza das internações na Enfermaria de Neurologia/Neurocirurgia, 25,94 %
(152) eram casos clínicos e 64,67% (379) cirúrgicos, sendo 9,39% (55) representadas:
Tabela 1 - Principais Motivos de Internação
TOTAL
PATOLOGIA
1.
AVEI
2.
TCE
3.
TUMOR SNC
4.
LOMBOCIATAL
GIA
5.
ANEURISMA
(Cabeça e pescoço)
6.
TRM
7.
HÉRNIA DE
DISCO
8.
AVEH
INCIDÊNCIA
MASCULINO
57
INCIDÊNCIA
FEMININO
39
%
MASCULINO
9,73
%
FEMININO
6,65
96
49
43
35
17
19
15
8,36
7,34
5,98
2,90
3,24
2,56
66
62
50
22
25
3,75
4,27
47
33
16
11
18
5,63
2,73
1,88
3,07
44
34
18
15
3,07
2,56
33
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9.
HEMATOMA
CEREBRAL
10.
CAFALEIA À
ESCLARECER
11.
HIDROCEFALI
A
12.
INFECÇÃO EM
CICATRIZ
13.
CRISE
CONVULSIVA
18
5
3,07
0,85
23
10
12
1,71
2,05
22
4
16
0,68
2,73
20
13
5
2,22
0,85
18
10
6
1,71
1,02
16
14.
OUTROS
TOTAL
25
353
30
233
4,27
60,25
5,12
39,75
55
586
Dentre as doenças encontradas 16,38% (96) dos pacientes tinham AVEI, 11,26% (66) sofreram TCE, 10,58%
(62) apresentavam Tumor Cerebral, 8,54% (50) tinham Lombociatalgia, 8,02% (42), apresentavam Aneurisma,
7,51% (44) sofreram TRM, 37,71 (221) apresentavam demais HD`s. Em relação ao tempo de tratamento, notase que este variou de um há mais de dez dias. Foi observado um grande percentual de óbito, em torno de 23%,
(134) aproximadamente.
DISCUSSÃO
As lesões traumáticas representaram 18,77% (110) dos pacientes acometidos e as doenças cerebrovasculares
34% (199) aproximadamente. Os dados encontrados concordam com os existentes na literatura, ou seja,
alguns autores relatam que aproximadamente 50% da população, apresenta algum tipo de doença
cardiovascular/cerebrovascular, e as lesões traumáticas representam a terceira causa de morte no mundo.
(SILVEIRA, FREITAS e FEITOZA, 2004).
O índice de tumor cerebral ou lesões expansivas representou 10,58% (62),indicando percentual preocupante
com aumento de proliferação de células tumorais também em tecidos nobres como o cérebro.
Entretanto, dados encontrados em pesquisas apontam que o tumor cerebral acomete aproximadamente 2%
dos casos de câncer do mundo.
Nesse aspecto se faz necessário a realização de novas pesquisas locais que busquem esclarecer este
resultado. (PEDRIALI e KOZLOWKI, 2005)
Ao considerar a mortalidade por tumor cerebral, esta permanece maior que 70% nas unidades hospitalares,
podendo chegar até 85% em unidades de terapia intensiva (AMÂNCIO et. al., 2002).
O prognóstico continua sombrio, e um dos fatores responsáveis é o aumento da gravidade dos pacientes nas
últimas décadas (GUSMÃO, MENDES e SILVEIRA, 2002).
Doenças cerebrovasculares apresentam como complicações limitações funcionas e níveis de
dependência variáveis (ADAMO JUNIOR, PARADELA e HORIGUSHI, 2001).
Em outros, o episódio isquêmico inicial é definitivo e as sequelas são permanentes. Em outros, o
diagnóstico é laboratorial. O reconhecimento dos acidentes isquêmicos pela história clínica e exame físico faz
Já os fatores relacionados com o estilo de vida são: tabagismo, álcool, sedentarismo e dieta hiperlipídica.
CONCLUSÃO
A prevenção de fatores de risco para doenças neurológicas é essencial, controlar níveis pressóricos, exercício
físico regular, campanhas para conscientização de condutores veiculares e motociclísticos, reflete diretamente
nos índices de AVE, Tumor cerebral e Traumas respectivamente.
Causas neurocirurgicas representam a maioria das internações, o que significa maior tempo de hospitalização
e conseqüente complicações pós operatórias.
Uma maior atenção dos profissionais da saúde a esses pacientes é a melhor opção para diminuir as
complicações relacionadas às internações e conseqüentemente sua mortalidade.
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A INCIDÊNCIA DE HÉRNIA DE DISCO EM MULHERES PRATICANTES DE VOLEIBOL
1
2
2
Joelma Jane Araújo ; Danielle Bernardes ; Luís Henrique Sales Oliveira .
4.
5.
Aluno do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS - MG
Docente do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS - MG
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo identificar a presença de hérnia de disco em mulheres
praticantes de voleibol. Foram estudadas 25 mulheres com idade entre 13 e 64 anos que praticavam de forma
amadora o voleibol, onde as mesmas responderam um questionário elaborado pelos pesquisadores.
Identificou-se que o índice de hérnia de disco nessas praticantes é baixo, porém a relação da prática desportiva
com a sintomatologia pode ajudar no diagnóstico e tratamento.
Palavras chaves: Hérnia de disco; voleibol; lesão desportiva.
INTRODUÇÃO
A prática esportiva está crescendo cada vez mais, junto com a tecnologia, o desempenho tático e a preparação
física dos atletas. E isso também inclui, para determinadas modalidades, o biótipo, a faixa etária, o sexo e o
tipo de treino que se devem ser levados em consideração sempre quando se pratica alguma modalidade
esportiva.
Como toda modalidade tem seu perfil de prática selecionado, no caso do voleibol não é diferente. Esta
modalidade, desde sua criação, tem crescido e se desenvolvido amplamente. Com sua evolução, transformouse num dos esportes mais atléticos, obrigando os jogadores a executarem movimentos rápidos e violentos,
com muita habilidade e raciocínio (BORSARI, 2001).
Neste sentido, Araújo (1994), diz que a preparação física, além da tática e técnica individual do atleta, se faz
necessária, juntamente com a preparação psicológica, para que o grupo se desenvolva de maneira ampla.
Porém Shalmanov (1997), busca aprimorar o conhecimento sob o aspecto biomecânico de estruturação e
função do aparelho locomotor do ser humano em cima desta modalidade. Além disso, este aspecto torna-se
mais importante ao lembrarmos que o voleibol é uma modalidade extremamente dinâmica e a freqüência de
saltos faz com que a possibilidade de patologias sejam freqüentes.
Quanto a isto, Marques Junior (2004), afirma que 50 a 60% das ações motoras no jogo de voleibol são
constituídas pelos saltos, sendo que destes, 180 a 210 movimentos são compostas pelas cortadas e pelos
bloqueios.
Barreto (1996), ainda relata que esportes que requerem posturas assimétricas envolvendo rotação e
compressão da coluna podem ser, geralmente, mais propensos a lesões.
Quando o disco intervertebral é sobrecarregado por compressão, se o atleta não estiver preparado
fisicamente de maneira adequada, a posição anatômica natural da coluna é alterada, visto que nesta, atuam
forças que podem determinar o surgimento de contusões, distorções, luxações e fraturas. Embora as diferentes
partes possam ser atingidas por traumas, as conseqüências diferem bastante (CIVITA, 1986).
Este processo é simplesmente mais que doloroso. Barreto (1996), diz que esta lesão não está distante
desta realidade, mas que surge como resultado de diversos pequenos traumas na coluna que vão, com o
passar do tempo, lesando as estruturas do disco intervertebral, ou pode acontecer como conseqüência de um
trauma severo acidental.
Entretanto, num esporte que exige demais da coluna vertebral como no voleibol, devido a sua altíssima
incidência de saltos, Malone e colaboradores (2002) dizem que conhecimentos músculo-esquelétcos são de
extrema importância para todo o grupo multidisciplinar.
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A literatura de Santos (2003), sugere que se deva evitar posições ou exercícios que provoquem dor e
qualquer mesma postura por tempo prolongado.
Ainda não existem estudos suficientes para dar ao
paciente instruções adequadas da recuperação e/ou medicamentos, pois os relaxantes musculares não são tão
eficientes para estes casos, pois sabe-se que a hérnia de disco é uma situação delicada, pois sua etiologia é
muito mais complexa do que se sabe, havendo até possibilidade do fator genético.
OBJETIVO
O presente trabalho visa analisar a incidência de hérnia de disco em atletas do sexo feminino
praticantes da modalidade voleibol.
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva. Para fins de análise, foi utilizado um questionário aplicado às
jogadoras de voleibol do CIEM – Escola Municipal Doutor Ângelo Consoli, Pouso Alegre / MG.
Estiveram sujeitos à avaliação nesta pesquisa, 25 esportistas da modalidade voleibol, do sexo feminino, com
idade entre treze (13) e sessenta e quatro (64) anos, considerando-se jogadoras a nível amador, praticantes
desta modalidade.
Foi utilizado um questionário geral de identificação (anexo 1), contendo perguntas sobre a caracterização
pessoal dos sujeitos, vinculação com o esporte, expectativa sobre o desempenho atual e a patologia em si.
Os dados deste questionário foram coletados por meio de aplicação de maneira individual à população, no
local de treino, pela própria pesquisadora. Cada pesquisada, antes, recebeu e assinou o consentimento livre e
esclarecido.
Através deste questionário, cada atleta foi quem disse se possui ou não hérnia de disco.
Para uma análise mais detalhada, utilizou-se um análise estatística descritiva considerando apenas as
questões com alteração respondidas pelas atletas.
RESULTADOS
Tabela 1. Caracterização da população estudada
Idade
Profissão
Idade
Profissão
23
Estudante
14
Estudante
20
23
22
23
23
20
13
24
13
14
13
13
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
Estudante
19
16
42
14
23
20
35
64
55
40
52
Estudante
Estudante
Do lar
Estudante
Estudante
Estudante
Professora
Do lar
Do lar
Vendedora
Cozinheira
Toda a população pertence ao gênero feminino. A Média de idade da população em estudo é de 25,12
anos. Das 25 atletas, 76% é estudante, 12% do lar, 4% professora, 4% vendedora e 4% cozinheira.
No que se refere a questão “você tem algum problema de coluna”, observou-se que 84% das jogadoras não
apresentam problemas de coluna e 16% sim. Quanto ao conhecimento a respeito da Hérnia de Disco 56% tem
conhecimento da doença, 24% não possuem conhecimento e 20% tem uma noção ou já ouviram falar da
doença.
Apenas uma jogadora de vôlei tem Hérnia de Disco há 3 anos e como é levantadora, afirmou que isso não é
prejudicial a sua saúde, e que além de jogar vôlei, faz exercícios. Todas foram unânimes em responder que a
prática de voleibol não implica em ocasionar nas atletas a hérnia de disco e apenas 12% afirmaram que a
prática de outras atividades físicas são prejudiciais para quem tem a doença.
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Atletas
1
2
3
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5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Problema
Coluna
2
2
1
2
2
2
2
2
1
2
2
2
2
2
1
1
2
2
2
2
2
2
Sabe o
que é
Hérnia?
1
1
1
2
1
3
1
1
1
1
1
2
2
2
2
3
2
2
1
3
1
3
Tem
Hérnia
2
2
2
2
2
2
2
2
1
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
Há qto
tempo?
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
TTO
Voleibol
Atrapalha
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0
0
0
0
0
1
3
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0
0
0
0
4
Tabela 2. Respostas específicas do estudo.
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2
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Hérnia
atrapalha
prática
esportiva
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2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
2
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1
1
1
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0
0
0
0
0
0
2
2
2
2
2
2
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
A coluna vertebral e sua musculatura compõem uma estrutura biológica e mecânica complexa obviamente,
qualquer lesão da coluna vertebral observada entre não atletas pode ser encontrada entre os participantes da
prática esportiva. Porém, algumas lesões são mais características dos atletas e apresentam peculiaridades que
justificam abordagem mais específica.
Em qualquer modalidade que se prática, a busca por um perfil do atleta é sempre muito exigida, pois em se
tratando de atletas de alto nível, a preocupação com o rendimento e a performance se faz muito necessária, e
a personalidade de cada atleta, vai interferir na modalidade que irá praticar.
A incidência de lesões da coluna vertebral na prática esportiva é estimada entre 10 e 15% e desses 0,6 a 1%
apresenta algum grau de déficit neurológico associado, e os mecanismos de lesão incluem forças de flexão,
extensão, cisalhamento, torção e microtraumas repetitivos (BASILE JÚNIOR et al., 1999).
Maehler e Achour Junior (2001), em seu trabalho, nos afirma que cada esporte possui suas próprias
características táticas e técnicas, físicas e psicológicas, e soma destes fatores influi no rendimento, e assim, a
partir disto, uma lesão que surge pode ser conseqüência de um destes fatores. Na modalidade voleibol, não é
diferente, devido principalmente a grande incidência de saltos, onde Marques Junior (2004), define ser o fator
mais importante e decisivo na performance não só do voleibol, mas de outras modalidades também, e explica
que para o início do treinamento de salto, este ocorre através da queda do atleta na vertical com a coluna
vertebral ereta.
Contudo, o que se indica é que o atleta só poderá retornar às atividades quando estiver totalmente
assintomático, pois é de praxe que, como todo esporte competitivo praticado freqüentemente, gere algumas
conseqüências físicas. No caso, a modalidade voleibol arremata isso devido a alta incidência de saltos
(BITTENCOURT et. al., 2005).
Basile Junior et al. (1999), relatam em seu estudo que os discos intervertebrais são extremamente complexos
em sua anatomia, fisiologia e propriedades mecânicas, e que a partir disso, a compressão pura não causa a
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hérnia discal. Ao contrário do disco jovem, a compressão excessiva pode conduzir à fratura da placa vertebral,
principalmente em atividades que promovem a carga rápida ou quando há fraqueza no platô vertebral
decorrente da idade.
O índice de lesão discal em atletas que praticam voleibol é muito baixo. Para que essa medida
continue assim o profissional de Educação Física necessita estar sempre atualizado mediante a sintomatologia
e alteração funcional apresentada por praticantes de voleibol. A dor e a perda de movimentos são
consideradas impossibilitantes para a prática do voleibol em mulheres.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, JB. Voleibol moderno: sistema defensivo: Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1994.
BASILE JÚNIOR, R; BARROS FILHO, TEP; OLIVEIRA, RP; UHLENDORFF, EFV; PEDROSA, FM;
NARDELLI, J; AMATUZZI, MM. Lesões da coluna vertebral nos esportes. Rev. Bras. Ortop. _ Vol. 34, Nº 2
– Fevereiro, 1999.
BARRETO, PB. Hérnia de Disco em Atletas. Sprint Magazine. Ano XV, n. 87, p. 18-21, 1996.
BITTENCOURT, NFN. et al . Avaliação muscular isocinética da articulação do joelho em atletas das
seleções brasileiras infanto e juvenil de voleibol masculino . Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.
11, n. 6, Niterói, nov/dez 2005.
BORSARI, JR. Voleibol: aprendizagem e treinamento. Um desafio constante. Variações do voleibol. 3ª
ed: São Paulo: EPU, 2001.
CIVITA, V. Grandes temas da Medicina: Manual ilustrado de anatomia, doenças e tratamentos –
Aparelho locomotor: São Paulo: Nova Cultural Ltda, v. II. 1986.
MAEHLER, EI; ACHOUR JÚNIOR, A. As situações de placar e suas influências na execução de saque no
voleibol: um estudo a partir da observação de atletas da categoria infanto-juvenil feminino. Revista
Treinamento Desportivo, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 44-52, 2001.
MALONE, T.; McPOIL, T.; NITZ, A. J.. Fisioterapia em Ortopedia e Medicina do Esporte. 3ª ed: São Paulo:
Santos Livraria, 2002.
MARQUES JUNIOR, NK. Biomecâmica aplicada a locomoção e o salto do voleibol. Revista Digital.
Buenos Aires, Ano 10, n. 77, Out. 2004.
SANTOS, M. Hérnia de Disco: uma revisão clínica, fisiológica e preventiva. Revista Digital. Buenos Aires,
Ano 9, n. 65, Out. 2003.
SHALMANOV, AA.. Voleibol: Fundamentos Biomecânicos. 1ª ed. Guarulhos, Phorte, 1997.
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ANEXO I
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA
NOME:
IDADE:
DATA:_____/______/_______
1- HÁ QUANTO TEMPO PRATICA A MODALIDADE VOLEIBOL?
____________ ANOS E/OU ___________ MESES
2- EM QUE POSIÇÃO JOGA?
( ) LEVANTADOR
( ) MEIO
( ) OPOSTO
( ) PONTA
( ) LÍBERO
( ) NÃO JOGAMOS COM POSIÇÃO DEFINIDA
3- QUANTAS VEZES POR SEMANA PRATICA VOLEIBOL?
( ) 1 VEZ POR SEMANA
( ) 3 VEZES POR SEMANA ( ) 4 VEZES POR SEMANA
( ) 2 VEZES POR SEMANA
( ) TODOS OS DIAS
4- PRATICA OUTRA ATIVIDADE FÍSICA ALÉM DO VOLEIBOL?
( ) SIM
QUAL? _______________________________________________
( ) NÃO
QUANTAS VEZES NA SEMANA? ________________________
QUANTO TEMPO DE DURAÇÃO? _______________________
5- COMO CONSIDERA AS ROTINAS DE TREINO?
( ) LEVE
( ) INTENSO
( ) MODERADO
( ) LAZER
6- REALIZA ROTINAS DE TREINO FÍSICO COM SOBREPESO?
( ) SIM ( )NÃO
NO CASO DE RESPOSTA POSITIVA COMO CONSIDERA A CARGA DE TRABALHO?
( ) LEVE
( ) MODERADO
( ) INTENSO
7- COM QUE INSIDÊNCIA OS SALTOS SÃO CONSIDERADOS NO DECORRER DO TREINO?
( ) NÃO SÃO CONSIDERADOS
( ) POUCO
( ) MUITO
8- EXECUTA ALONGAMENTOS ANTES DO TREINAMENTO?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) ÀS VEZES
9- E APÓS O TREINAMENTO?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) ÀS VEZES
10- APÓS O TREINO, COSTUMA SENTIR DORES?
( ) SIM
( ) NÃO
11- QUANTO TEMPO DEPOIS?
( ) LOGO APÓS
( ) ALGUMA HORAS APÓS
( ) NO DIA SEGUINTE
12- CASO SIM, EM QUE PARTES DO CORPO?
( ) OMBROS
( ) COLUNA TORÁCICA
(
) TORNOZELO
(
)
BRAÇOS
( ) COLUNA LOMBAR
( ) COLUNA CERVICAL
( ) JOELHOS
13- TEM OU TEVE ALGUMA LESÃO OU ALGUM OUTRO PROBLEMA DE SAÚDE?
( ) SIM
( ) NÃO
CASO SIM, EM QUE LOCAL? _______________________________________
QUAL LESÃO OU PROBLEMA? _____________________________________
14- QUE PROFISSÃO EXERCE? _____________________________________
15- TEM ALGUM PROBLEMA DE COLUNA?
( ) SIM
QUAL? __________________________________
( ) NÃO
16- SABE O QUE É HÉRNIA DE DISCO?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) MAIS OU MENOS
17- POSSUI HÉRNIA DE DISCO?
( ) SIM
( ) NÃO
18- CASO POSSUA, HÁ QUANTO TEMPO?
___________ ANOS E/OU ____________ MESES
19- COMO É SEU TRATAMENTO?
( ) SOMENTE MEDICAMENTOS
( ) EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS INDICADOS PELO MÉDICO
( ) NÃO FAÇO NENHUM TRATAMENTO ESPECÍFICO
( ) OUTRA TERAPIA
QUAL? ___________________________________
20 – ACHA QUE A PRÁTICA DE VOLEIBOL FREQÜENTEMENTE, DEVIDO A SUA ALTA INCIDÊNCIA DE
SALTOS, PODE GERAR HÉRNIA DE DISCO?
( ) SIM
( ) NÃO
21 – ACHA QUE A HÉRNIA DE DISCO IMPLICA NA NÃO PRÁTICA DE OUTRAS ATIVIDADES FÍSICAS?
( ) SIM
( ) NÃO
____________________________________________
Assinatura por extenso
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EFEITOS DA HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL
LILIAN HELENA GARCIA DA SILVA
LUIZ HENRIQUE SILVA
MICHELLE MARIANA PEREIRA
O objetivo deste estudo foi verificar a alteração da pressão arterial durante as aulas de hidroginástica em
alunos de uma academia localizada na cidade de Pouso Alegre MG. Foi selecionada uma turma das aulas de
hidroginástica praticantes duas vezes por semana, a coleta se deu durante seis aulas, aferindo a pressão
arterial diastolica e sistolica antes, depois e 15 minutos após da aula. Para o tratamento dos dados utilizou a
média do grupo. Concluindo que em apenas duas vezes por semana este grupo não apresentou alteração
significativa da pressão arterial durante as aulas e manteve a pressão arterial mesmo em temperaturas
diferentes.
Palavras-chave: hidroginástica, pressão arterial..
1. INTRODUÇÃO
A pressão arterial é a força elástica exercida pelas paredes arteriais sobre seu conteúdo sanguíneo podendo
sofrer modificação principalmente pela freqüência cardíaca (McARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
A pressão arterial varia durante o dia dependendo da sua atividade. Ela aumenta quando você se exercita ou
quando está excitado e diminui quando você está relaxado ou quando dorme. Até mesmo a postura - sentado
ou em pé, nervosismo, drogas, alimentos, cigarro, álcool e café podem influenciar a pressão arterial. Este é o
motivo pelo qual os médicos devem aferir várias vezes a pressão arterial para firmarem corretamente o
diagnóstico de hipertensão arterial (FOSS, KEYTEYIAN,2000).
Alguns fatores podem estar relacionados á pressão alta como: estória familiar idade raça sal obesidade diabete
abuso de álcool vida sedentária cigarro e colesterol. Por outro lado o exercício físico é comprovadamente
benéfico na melhoria da pressão sangüínea, melhorando a função cardiovascular, diminuindo as gorduras
corporais e o stress. No caso dos hipertensos, a piscina aquecida colabora sensivelmente para a estabilização
da pressão arterial. Logo após a realização de exercícios físicos dinâmicos nota-se que, a pressão arterial
diminui, permanecendo abaixo dos níveis encontrados em repouso. Esse comportamento é denominado como
hipertensão pós exercício, o ideal de tempo de exercício é de 20 à 60min. Períodos inferiores a 20 min de
exercício físico, não promovem redução significativa dos níveis pressóricos (MENDONÇA, 2002).
A hidroginástica é uma atividade física que vem aumentando seu numero de adeptos por causa de seus
benefícios, em média quatro (4) milhões de pessoas por ano procuram a hidroginástica. (SILVA;LOPES,2001)
A resistência natural da água multiplica o esforço exigido em um movimento, por mais simples que seja.
segundo as leis da física, á água responde na mesma intensidade a uma força aplicada sobre ela, ou seja, a
resistência oferecida pela água vai ser proporcional à força do movimento, seja ela grande ou pequena. Isso
permite que qualquer pessoa possa se exercitar, independente do seu nível de condicionamento físico: jovens
crianças, idosos, obesos, magros e gestantes (ABDALA, 2006).
Alem de proporcionar bem estar físico, a hidroginástica apresenta vantagens psicológicas referem-se à
performance em ambiente relaxante, atrativos para pessoas com problemas médicos (reduzir a dificuldade em
executar os exercícios), sem desconforto da transpiração, um bom relaxamento, interesse em realizar a
atividade e por isso maior retenção. As vantagens fisiológicas referem-se também a performance global,
estimula o sistema termo regulador (vaso dilatação e vaso constrição), trabalho equilibrado da musculatura,
respostas fisiológicas do exercício em relaxamento, articulações livres de choque, maior facilidade para o
conhecimento corporal e um melhor desenvolvimento das capacidades físicas. As desvantagens - é subjetivo e
de difícil avaliação (não existem ao menos no Brasil, parâmetros que avaliam especificamente essa atividade),
(SILVA, LOPES, 2001).
Torna-se claro o papel da hidroginástica como importante modalidade para prática de atividade física,
principalmente para populações que apresentam limitações funcionais, destacando ainda, a importância do
aprofundamento do conhecimento da manipulação de suas variáveis para tornar a atividade mais segura e
efetiva na promoção de estímulos positivos sobre os vários sistemas orgânicos.
Sendo assim o objetivo deste estudo será verificar os efeitos da hidroginástica sobre a pressão arterial.
2. METODOLOGIA
2.1 População do estudo
Para realização deste estudo, foram selecionados aleatoriamente cerca de 15 alunos de ambos do sexo
feminino com idade média 56 anos, freqüentadores de aulas de hidroginástica na academia de ginástica,
Energia Vital localizada na cidade de Pouso Alegre (MG).
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2.2 Instrumento
Foi utilizado um esfigmomanômetro, para mensurar a pressão arterial.
Quando a pressão arterial é medida, dois números são anotados, tais como 140/90. O maior número, chamado
pressão arterial sistólica, é a pressão do sangue nos vasos, quando o coração se contrai, ou bombeia, para
impulsionar o sangue para o resto do corpo. O menor número, chamado pressão diastólica, é a pressão do
sangue nos vasos quando o coração encontra-se na fase de relaxamento (diástole).
2.3 Procedimento
A primeira mensuração da pressão arterial foi antes da aula de hidroginástica respeitando o 5 minutos de
descanso do voluntário. Os alunos realizaram as respectivas aulas da academia com piscinas aquecidas às
aulas foram de acordo com o programa das professoras (o), não sendo realizada nenhuma mudança nas
aulas. Logo Após a aula se realizarou a segunda mensuração não podendo ultrapassar 5 minutos após a aula
e a ultima coleta se deu 15mim após o final da aula sendo realizada em 6 aulas consecutiva.
Sendo utilizado o grupo que freqüenta as aulas de hidroginástica duas vezes por semana.
A mensuração da pressão se deu com os devidos cuidados
2.4 Tratamento dos dados
Os dados foram anotados em fichas próprias para análise e posteriormente tratados foi utilizado t teste de
student para amostras pareada, verificado as diferenças da pressão arterial no pré e pós teste. Os dados foram
comparados entre a primeira a segunda e a ultima coleta observando a variação durante as seis aulas com
nível de significância de p>5, foi utilizado a média para conclusão.
3. RESULTADOS E CONCLUSÃO:
Os dados obtidos neste trabalho serão descritos em gráficos para maior esclarecimento.
De acordo com o figura 1 a temperatura da água não influenciou na pressão arterial durante as aulas de
hidroginástica.
TEMP
PAS
PAD
32
30
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
7
FIGURA 1 temperatura
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14,00
12,00
10,00
8,00
PAS
PAD
6,00
4,00
2,00
0,00
1
2
3
FIGURA 2 PRESSÃO ARTERIAL
A massagem realizada pela água durante a hidroginástica, por meio da resistência e pressão, aumenta a
circulação periférica do sangue e alivia as tensões. A pressão hidrostática auxilia na correção postural, na
reeducação respiratória, no conhecimento corporal, no equilíbrio e também no retorno venoso.
(FINKELSTEIN,2004).
Na figura 2 podemos verificar que a pressão arterial não sofreu alteração antes durante e depois de 15 mim.
Negrão et al (2001 apud MONTEIRO; FILHO,2004) Acredita que a redução da pressão arterial após exercício
físico esta relacionada a alterações humorais relacionadas à produção de substâncias vasoativas, como o
peptídeo natriurético atrial ou ouabaína-like, modulada centralmente.
De acordo com Rocha (1999 apud VALLIN,2005) A prática regular da hidroginástica desenvolve a capacidade
cardiorespiratória, aumentando o consumo máximo de oxigênio e a vascularização do miocárdio, repercutindo
também em melhorias na pressão arterial, de repouso.
Pacientes hipertensos podem diminuir ou até mesmo manter a pressão controlada sem efeitos farmacológicos
através dos efeito dos exercício físico que atuam sobre os níveis de repouso da pressão arterial de grau leve a
moderado. Exercícios físicos aeróbicos tem substituído A tendência de utilizar precocemente agentes
farmacológicos recomendado para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica leve. Assim, o exercício físico
de baixa intensidade diminui a pressão arterial porque provoca redução no débito cardíaco. Em indivíduos
sedentários e hipertensos, reduções clinicamente significativas na pressão arterial podem ser conseguidas com
o aumento relativamente modesto na atividade física, acima dos níveis dos sedentários, o exercício requerido
para reduzir a pressão arterial pode ser relativamente pequeno, possível de ser atingido mesmo por indivíduos
sedentários. (MONTEIRO; FILHO,2004)
Reaven et. al. (1991) estudaram o efeito da atividade física diária, em mulheres idosas, e concluíram, que
houve uma importante diminuição da Pressão arterial sistolica e da Pressão arterial diastolica. Com a utilização
de exercícios físicos regulares de intensidade moderada, por 40 minutos, três vezes por semana, puderam
constatar uma queda da Pressão arterial, de 10 a 15 mmHg, nos indivíduos sedentários, ou hipertensos.
Estudos cada vez mais estão sendo realizados com a prática de atividade física em água por ser uma das mais
recomendada e utilizada pelas gestantes esta atividade não tem contra-indicação para as gestantes. Katz
verificou que a temperatura corporal não sofre alterações concluindo também que após submersão as
contrações uterinas diminuem. Goodlin et al.sugerem a imersão subtotal em água como tratamento para
gestações de risco possa ser um possível ou com hipertensão e pré-eclâmpsia, afirmando que as modificações
são benéficas a pressão arterial Katz que também observou que a atividade física em água tende a deslocar o
fluido extracelular para os espaços vasculares, produzindo um aumento no volume sangüíneo central, causado
pela força hidrostática da água.( DECKITIGIL2005)
Considerando os estudos que investigaram o efeito do exercício físico e agudo na hipotensão pós-exercício, os
que envolvem exercício dinâmicos (com a participação de grandes grupos musculares, realizados com
movimentos cíclicos), como caminhadas, natação ou circloergômetros, foram os que provocaram maior
redução na pressão arterial; mas não são apenas os exercícios dinâmicos que desencadeiam a hipotensão
pós-exercício, observaram uma diminuição importante da pressão arterial em indivíduos normotensos após
uma sessão de 15 min de exercício físico resistido (extensão unilateral de joelhos, a 65% da contração
voluntária máxima) (BATES,1998).
O mecanismo preciso para o efeito do treinamento com exercícios físicos sobre a queda da pressão arterial
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ainda é umas das coisas mais intrigantes para os estudos científicos futuros. Porém alguns fatores importantes
já conhecidos que contribuem podem incluir: Uma atividade reduzida do sistema nervoso simpático em virtude
do treinamento. Isso poderia contribuir para uma queda na resistência periférica ao fluxo sangüíneo e uma
redução subseqüente na pressão arterial. Uma função renal alterada para facilitar a eliminação à do sódio
pelos rins e reduzir subseqüentemente o volume líquido e a pressão arterial. Em estudo Silvas E Lopes (2001)
observou que durante as aulas de hidroginástica quanto à pressão arterial sistólica, não houve diminuição nos
índices encontrados. Na pressão arterial diastólica também não se obteve diminuições de seus valores, porem
observou-se que, houve uma tendência a redução, pois a diferença foi pouca.
Concluindo por fim que o grupo estudado não apresentou alteração significativa da pressão arterial durante as
aulas e manteve a pressão arterial constante mesmo em temperaturas diferentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MONTEIRO; Maria de Fátima FILHO Dário C. Sobral Exercício físico e o controle da pressão arterial, artigo
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NETTO Francisco dos Santos Ribeiro FANTINI Luciano TAGLIATI Juliano JUNIOR Jose Marques Novo
Atividade Fisica E Osteoporose: Proposta De Intervençao E De Atuaçao Da Educaçao Fisica Artigo de
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
Físicos Aquáticos, Qualidade De Vida E Experiência De Pré-Natal Em Gestantes Atendidas Em Serviço
Público De Saúde. Dissertação de Mestrado, UNICAMP 2005
ROCHA, J.C.C. Hidroginástica: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
[email protected]
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Revista ENAF Science
Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
PÔSTER
A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE LOMBALGIA: UMA REVISÃO
MACHADO, Juliana Procópio; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
CONSENTINE, Franciele; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
VIDAL, Juliana Cristina de Souza; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da
PEIXOTO, Marina Fabiana; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
GIORDANO, Patrícia Cantú Moreira; Docente do Curso de Fisioterapia da
Introdução: Pilates dá-se pelo controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. Criado na
Alemanha na década de 20 por Joseph Pilates. Considerado como correta utilização e aplicação dos mais
importantes princípios das forças que atuam em cada um dos ossos do corpo, mantendo-se em total equilíbrio
e gravidade aplicados em movimentos ativos. Estes exercícios são executados na posição deitada, havendo
diminuição de impactos nas articulações de sustentação do corpo, na posição ortostática e, principalmente na
coluna vertebral, permitindo a recuperação das estruturas musculares, articulares e ligamentares;
particularmente da região lombar. A lombalgia é um dos mais comuns problemas da sociedade moderna. A
dificuldade de prevenção e tratamento da mesma, é devida sua etiologia, por ser multifatorial, sendo elas as
doenças inflamatórias, a debilidade muscular e predisposição reumática; porém temos o fato de que muitas
das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Objetivo: Verificar a eficiência do método Pilates nas
lombalgias. Material e Método: Revisão bibliográfica da literatura, realizada em banco de dados eletrônicos,
entre os anos de 2004 a 2007. Resultado: No método Pilates os músculos são trabalhados duplamente, ou
seja, são tonificados e alongados ao mesmo tempo dentro do limite de cada praticante. Evidências comprovam
que a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos músculos envolvidos na flexão e extensão do
tronco nos programas de prevenção e reabilitação da lombalgia são eficazes, promovendo a diminuição da dor.
Conclusão: Nesse método, preconiza-se a melhora das relações musculares (agonista e antagonista), Não
existindo recomendações específicas para a elaboração de programas de treinamento na prevenção desse
problema. Entretanto os corpos treinados pelo mesmo, são considerados fortes, alongados, flexíveis e
saudáveis, mantendo uma postura melhor.
Palavras – Chave: Pilates, Lombalgia.
Referências:
KOLYNIAK, I. E. G. G.; et al; Avaliação Isocinética da Musculatura Envolvida na Flexão e Extensão do Tronco:
Efeito do Método Pilates, Revista Brasileira de Medicina e Esporte, vol. 10, nº 6, Niterói, nov/dez 2004.
GONÇALVES, M.; BARBOSA, F. S. S. Análise dos Parâmetros de Força e Resistência dos Músculos Eretores
da Espinha Lombar Durante a Realização de Exercício Isométrico em Diferentes Níveis de Esforço, Revista
Brasileira de Medicina e Espote, vol. 11, nº 2, Niterói, mar/abr 2005.
SILVA, M. C.; et al, Dor Lombar Crônica em uma População Adulta do Sul do Brasil: Prevalência e Fatores
Associados, Cad. Saúde Pública, vol. 20, nº 2, RJ, mar/abr 2004.
BARBOSA, F. S. S.; GONÇALVES, M. A Proposta Biomecânica para a Avaliação de Sobrecarga na Coluna
Lombar: Efeito de Diferentes Variáveis Demográficas na Fadiga Muscular, Acta. Ortop. Bras., vol. 15, nº 3, SP,
2007.
E-mail: [email protected]
O CORPO DO ATLETA: UMA LEITURA ANTROPOLÓGICA E A INTERPRETAÇÃO DA PESSOA HUMANA.
Daniella Plazzi Grillo, Acad.
Edmilson José Sátolo, Acad.
Jedson Soares Aguiar, Acad.
Marcelo Ribeiro, M.s.
Carlos Roberto Pires Campos, Dr.
Centro universitário São Camilo – ES
Resumo: O trabalho discute, em linhas gerais, a relação que se estabelece entre o imaginário popular e o
verdadeiro modelo de corpo perfeito, fundamentando a análise a partir do olhar antropológico relacionado ao
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atletismo. Enfatiza, ainda, a idéia de que nem sempre o corpo saudável resume-se a corpos com musculatura
definida.
Palavras – chaves: imaginário popular; corpo perfeito, atletismo.
Introdução: Todo conhecimento resulta de duas dimensões: a compreensão e a explicação. Para se explicar
alguma coisa é preciso que primeiro se compreenda essa coisa. Discursaremos, então, sobre a relação entre o
imaginário social e a compreensão do verdadeiro modelo de corpo perfeito no Atletismo. Objetivo: Apresentar
de forma sucinta que o corpo cultuado e tido como perfeito não se resume a músculos definidos, mas uma
busca pelo saudável, pelo desenvolvimento cognitivo mais apurado capaz de harmonizar o intelectual com o
anatômico. Materiais e métodos: Reunimos o grupo (de quatro pessoas), para a seleção de artigos da área de
Antropologia e Atletismo, em seguida, dialeticamente, como sistemas que interagem sobre o mesmo objeto ─ o
corpo ─ , cotejamos os textos para interpretar como funciona, ou qual a relação entre o corpo perfeito do atleta
e o imaginário popular. Essa operação dialógica teve, dessa forma, inclinação dedutiva. Para comprovação do
material teórico, lançamos mão de imagens de atletas colhidos da mídia impressa e eletrônica. Resultados e
Discussão: Os valores invertem-se, se a verdadeira importância da atividade física, que sempre foi o bem
estar de seus praticantes, transformar-se em uma procura visando resultados somente estéticos. Foquemonos no atletismo: os atletas têm um corpo forte e definido pela prática desse esporte. No entanto, muitos
iniciantes querem praticá-lo somente para desenvolver corpos atléticos e definidos, fato que desconfigura o
esporte, afastando-o de seu objetivo maior. Mesmo sendo assim, ainda é grande o medo de, por exemplo, na
prática do lançamento de dardo, hipertrofiar-se o lado direito do corpo em decorrência do excesso de
treinamento e, conseqüentemente, ocasionar a hipotrofia do lado esquerdo. Se a busca pela resistência
esportiva fosse maior que a preocupação com o ganho de massa muscular, talvez, esse problema não existiria.
Os meios acabam sendo pouco explorados quando se pretende logo chegar ao fim, aos resultados. Quanto
mais nossa observação estiver voltada para a busca de uma certeza, menos perceberemos o outro, aqui
personificado no corpo, o que significa que menos condições teremos de perceber nosso corpo. E é por meio
da observação, principalmente, que selecionamos atletas hábeis à prática do atletismo, por exemplo. A aptidão
é percebida dessa maneira, e, como poderemos percebê-la, se estivermos idealizando um atleta, querendo a
certeza de sucesso e corpo perfeito, se antes não o percebermos como pessoa? Pessoa capaz, pronta pra
desenvolver habilidades que já estavam incutidas nela própria as quais só precisavam ser estimuladas.
Conclusão: Perceber um corpo sensível, olhar um corpo que sofre ou se alegra é olhar além de seu
desempenho físico, é saber que este desempenho é vivido por uma pessoa humana. Sendo assim, só nos
resta entender que o saudável e o belo no imaginário social nem sempre são o que nos proporcionam maior
bem estar e saúde na realidade.
Referências bibliográficas: KLUCKHOHN, Clyde. Antropologia: um espelho para o homem. Tradução Neil
R da Silva. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005 p.167 – 201; SAUTCHUK, C. E. Jogando com símbolos: notas para
uma antropologia da regulamentação da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte.
Campinas v.23. v.2 p.179 – 193, jan. 2002. VOTRE, S.J.(org.) Imaginário & representações sociais em
educação física, esporte e lazer. Rio de Janeiro: Gama filho, 2001.
ATIVIDADE FÍSICA E CAPACIDADE FUNCIONAL: UM ESTUDO DE INDIVÍDUOS NA MATURIDADE
LARA CRISTINA VASCONCELLOS SILVA – EDUCAÇÃO FÍSICA – UNORP – SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO
PAULO – BRASIL –
MATHEUS FERRARI ARROIO SERGIO,
NÚBIA PATRICIA VIRGINIA DE ARRUDA FERNANDES – EDUCAÇÃO FÍSICA
O grande crescimento da população de indivíduos na maturidade em nosso meio nos leva ao interesse em estudar essa nova
realidade. O envelhecimento começa desde o momento da concepção, o qual define-se como um processo dinâmico e progressivo
afetando a capacidade funcional do indivíduo em realizar as atividade da vida diária de forma independente.
A atividade física, qualquer que seja ela, é um recurso bastante importante para minimizar as degenerações
provocadas pelo envelhecimento, ou seja, minimizar as perdas do domínio cognitivo e as limitações físicas que
podem levar o indivíduo à dependência em varias funções do aparelho locomotor, impedindo-o de viver
satisfatoriamente e limitando sua participação na sociedade.
Com o objetivo de verificar a relação da atividade física com a capacidade funcional de pessoas na
maturidade, o presente trabalho pesquisou um grupo de dez pessoas com a faixa etária entre setenta e setenta e
cinco anos que praticam a atividade física a mais de um ano por duas vezes na semana em aulas com duração de
uma hora, na qual as atividade são realizadas em grupo. Os exercícios que são trabalhados em cada aula tem a
finalidade de melhorar a flexibilidade, coordenação motora e o fortalecimento muscular além de promover a interação
social entre eles.
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Nessa pesquisa os indivíduos relataram que com a atividade física perceberam uma melhora nas tarefas
realizadas no dia-a-dia estabelecendo também uma melhora na sua capacidade funcional. Como resultado da
pesquisa foi observado que cem por cento dos alunos relataram um melhora significativa em suas tarefas diárias.
Concluímos a partir das informações coletadas que há uma relação entre a melhora da capacidade funcional
e as atividades físicas que o grupo pesquisado realiza. Influenciando, em vários aspectos, na qualidade de vida
dessas pessoas.
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BIOSSEGURANÇA: UMA ANÁLISE NA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA EQUIPE DE
ENFERMAGEM
Patrícia Laila Tomé
Acadêmica do Centro Universitário Fundação Educacional de Guaxupé
Maria Helena Silva de Macedo
Docente do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé
Dra. Sonia Mª Alves de Paiva
Docente professora Doutora do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé
Educação é algo mais amplo e complexo do que treinamento e adestramento, sendo necessário refletir a
respeito das funções da educação e suas implicações, para a compreensão de como ela pode ajudar no
cumprimento das normas e rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes,
destacando a biossegurança como uma ação educativa e como tal representada por um sistema ensinoaprendizagem e neste sentido podemos entendê-las como um processo de aquisição de conteúdo e
habilidades que devem ser incorporadas ao homem para que esse desenvolva de forma segura sua atividade
profissional com o objetivo de preservação da saúde. A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a
prevenção, minimização, ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos estes que podem
comprometer a saúde do homem, do meio ambiente ou da qualidade dos trabalhos desenvolvidos (Fundação
Osvaldo Cruz). Os objetivos do seguinte trabalho é propor soluções a partir do conhecimento empírico dos
agentes sobre os riscos do seu ambiente de trabalho e conceber a biossegurança como ação educativa no
processo pedagógico. O processo metodológico será descritivo desenvolvido em 2 (duas) fases :Revisão das
teorias pedagógicas e desenvolvimento de capacitação para a equipe de enfermagem de uma instituição
filantrópica de médio porte em Minas Gerais. Os resultados serão analisados e apresentados seguidos de
discussão. Considera-se então que o estudo será de grande relevância para o processo ensino-aprendizagem
dos profissionais da equipe de enfermagem no decorrer dos procedimentos técnicos que envolvem a
biossegurança.
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BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O INDIVÍDUO COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM
FASE III DE REABILITAÇÃO CARDÍACA
MACHADO, Juliana Procópio; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
CONSENTINE, Franciele; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
VIDAL, Juliana Cristina de Souza; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
PEIXOTO, Marina Fabiana; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
SILVA, Maria Imaculada Ferreira Moreira; Docente do Curso de Fisioterapia da Unifeob.
Introdução: O infarto agudo do miocárdio é uma doença de origem aterosclerótica que é responsável por um
grande número de mortes no Brasil e no mundo. Sendo assim, é extremamente importante conhecer as
terapias que possam ser realizadas para diminuir esse índice de mortalidade. Objetivo: Pesquisar os
benefícios que a atividade física supervisionada fornece aos indivíduos com Infarto Agudo do Miocárdio
estáveis e, que estejam em fase III de reabilitação cardíaca. Material e método: Revisão bibliográfica da
literatura, realizada em banco de dados eletrônicos, entre os anos de 1995 a 2007. Resultado: Dentre os
artigos estudados, os benefícios descobertos envolvem os fatores de risco tratáveis como a redução da
obesidade, pressão arterial sistêmica, freqüência cardíaca de repouso e de esforço submáximo, melhora do
consumo máximo de oxigênio, lipídeos sanguíneos, sensação de fadiga, aumento da capacidade
cardiorrespiratória, aumento da tolerância aos esforços, tolerância à glicose, aumento da fração do colesterol
HDL, redução de LDL, promovendo assim, uma diminuição da resposta simpática vasoconstritora, diminuição
do nível de isquemia para uma carga semelhante, diminuição do tabagismo, melhora do aspecto psicológico
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
como, a diminuição do estresse, melhora da auto - estima, auto – confiança, auto - conhecimento, melhora a
atividade fibrinolítica, ansiedade, depressão, além de aumentar a força e “ endurance” muscular, e assim
promover uma melhora geral da saúde do paciente. Conclusão: A atividade física supervisionada promove
benefícios físicos e psicológicos em pacientes com infarto agudo do miocárdio que estão em fase III de
reabilitação cardíaca, o que ajuda na prevenção de um re - infarto.
Palavras – Chave: Infarto Agudo do Miocárdio, Benefícios da Atividade Física
Referências:
CASTRO, I.; et al; Reabilitação após o Infarto Agudo do Miocárdio, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol 64,
nº 03, 1995.
II Diretriz da SBC para o tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol 84,
Suplemento II, 2000.
PIEGAS, L. S.; et al; III Diretriz sobre o tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, Arquivos Brasileiros de
Cardiologia, vol 83, Suplemento IV, setembro 2004.
RICARDO, D. R.; ARAÚJO, C. G. S.; Exercise – Based Cardiac Reabilitation: A Systematic Revieu, Revista
Brasileira de Medicina e Esporte, vol 12, nº 5, set/out 2006.
E-mail: [email protected]
PROPOSTA DE PROGRAMA INTER-GERACIONAL ENTRE CRIANÇAS E VELHOS
AUGUSTO BARBOSA GUIMARÃES
Professor de Educação Física
SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO
Torna-se evidente nos dias atuais a crescente preocupação com o bem estar da população de uma maneira
geral. Sabe-se que a melhora da qualidade de vida está ligada a uma inter-relação harmoniosa entre os
diversos grupos da sociedade atual.
O objetivo do referido trabalho é verificar a possibilidade da inclusão social entre gerações de crianças e
velhos, através de atividades físicas lúdicas.
Participam deste programa duas gerações que freqüentam regularmente o SESC de Ribeirão Preto/SP: 25
crianças de ambos os sexos do Projeto Curumim de faixa etária de 09 a 12 anos e 20 velhos de ambos os
sexos do Trabalho Social com Idosos com idade superior a 60 anos, não existindo qualquer vínculo familiar
entre eles. São propostos jogos capazes de transformar a competitividade em alternativas cooperativas para
realizar desafios, solucionar problemas e harmonizar conflitos, utilizando materiais dos mais diversos, tais
como: bola suíça, corda, bastão, arco, frisbe, cama elástica, pára-quedas, xadrez, etc.
Apesar de se tratar de um trabalho ainda em experimentação, podemos afirmar que um programa de
exercícios envolvendo dois grupos etários tão distintos propicia aos participantes um grande intercâmbio de
informações, agregando ao desenvolvimento das mais diversas capacidades físicas importantes noções de
companheirismo, trabalho em equipe e respeito aos diferentes valores morais adquiridos em cada fase da vida.
Sendo assim, a co-educação é um trabalho conjunto que visa à melhora do processo inter-geracional,
compartilhando diferenças para uma convivência pacífica e harmônica dessas relações.
Palavra chave: co-educação de geração
[email protected]
EFEITOS DA CIRURGIA INTRA-ÚTERO NO REPARO DA MIELOMENINGOCELE
MACHADO, Juliana Procópio; Unifeob;
CONSENTINE, Franciele; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
VIDAL, Juliana Cristina de Souza; Curso de Fisioterapia da Unifeob; BERNARDI, Mateus da Cunha; Curso de
Fisioterapia da Unifeob;
DUARTE, Thiago; Docente do Curso de Fisioterapia da Unifeob;
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Revista ENAF Science
Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
Introdução: A mielomeningocele é uma das mais comuns malformações congênitas do sistema nervoso
central. Sua etiologia é multifatorial, dentre elas temos a paraplegia sensório motora, incontinência urinária e
fecal, disfunções sexuais e uma variedade de deformações músculo-esqueléticas; também encontra-se
associada a duas principais malformações do cérebro: a hidrocefalia e malformação de Arnold Chiare tipo II.
Objetivo: Demonstrar que existem evidências que sugerem que a cirurgia de reparo intra-útero para o
tratamento da mielomeningocele, deve reduzir disfunções neurológicas que acompanham a mesma. Material e
Método: Revisão bibliográfica da literatura, realizada em banco de dados eletrônicos, entre 1999 a 2005.
Resultado: As intervenções cirúrgicas no feto vem sendo realizadas por duas décadas nos Estados Unidos e
devido a melhora da tecnologia experiência e aumento da aceitação entre os profissionais de saúde este
procedimento vem se expandindo. Estudos demonstram que pacientes submetidos a cirurgia de correção intraútero, somente 7,7% tiveram sintomas relacionados a malformação de Arnold Chiari, demonstrando também
que o reparo intra-útero parece resultar numa significante redução na dependência de derivação na
hidrocefalia, além de reduzir a incidência de derivação para a correção da mesma e, que a malformação de
Arnold-Chiari, aparentemente foi aperfeiçoada, sendo que as implicações clínicas destes achados, ainda
devem ser estudadas visto que estes benefícios devem ser pesados mediante a mortalidade e morbidade
deste procedimento. Conclusão: A intervenção fetal tem demonstrado benefícios para o tratamento da
mielomeningocele, já que aparentemente diminui seqüelas causadas pela hidrocefalia e malformação de
Arnold Chiare II; como o comprometimento da coordenação dos membros superiores, função intelectual,
aumento do perímetro encefálico, entre outros; sugerindo uma melhor evolução do quadro geral do paciente.
Palavras – Chave: Cirurgia Intra-Útero, Mielomeningocele
Referências:
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p. 199-211.
TULIPAN, N.; et al; Effect of Intrauterine Myelomenigocele Repair on Central Nervous System Structure and
Function, Pediatric Neurosurgery, 1999; 31:183-188.
TULIPAN N.; et al; Intrauterine Myelomeningocele Repair, Clin Perinatol, 2003, vol 30, 521-530.
BRAGA, A. F. A.; et al; Anestesia para Correção Intra-Útero de Mielomeningocele: Relato de caso,
Revista Brasileira de Anestesiologia, vol. 55, nº 3, Campinas, mai/jun 2005
E-mail: [email protected]
MELHOR METODO DE TREINAMENTO PARA O GANHO DE HIPERTROFIA
Bernard Sobral Chaves;
Wagner Oliveira Silva.
Educação Física. FUNEC, Santa Fé do Sul, SP- Brasil
O treinamento de força atualmente exerce um papel importante no condicionamento físico geral, na
performance esportiva, na reabilitação de lesões e no aumento da massa muscular. Para se chegar aos
objetivos desejados, existem diversos métodos e sistemas de treinamento, o que gera muita polêmica sobre a
superioridade de um sobre o outro. O presente estudo objetivou analisar através de um levantamento
bibliográfico, qual o melhor método de treinamento para o ganho de hipertrofia muscular em indivíduos
praticantes de musculação, e que tais indivíduos possam conhecer e escolher qual o melhor método,
otimizando assim o seu treinamento, fazendo com que tenha melhores resultados sobre o assunto abordado.
Tal pesquisa poderá auxiliar na conquista de seu condicionamento físico, indiferentemente do indivíduo ser um
principiante ou um esportista avançado na busca de novos conhecimentos que inspirem seu programa de
treinamento. Foram analisados vários métodos, tais como: métodos isométricos ou estático; método isotônicos,
tipo de treinamento de força pura, onde é necessário que a musculatura esteja bem recuperada para que o
trabalho se realize em níveis ótimos; métodos pliométricos, que consiste na realização de exercícios em que a
musculatura é alongada rapidamente, produzindo através do “reflexo miotático” ou “reflexo de estiramento” um
trabalho concêntrico maior; e métodos isocinéticos, e o treinamento de força, que tem por finalidade melhorar
a força de maneira geral e a resistência de força. Tais métodos são apresentados por vários autores e
também a existência de controvérsia na questão de ganho de massa e hipertrofia muscular. Portanto através
desta pesquisa de revisão bibliográfica, conclui-se que, não existe o melhor método, devido ao principio da
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Revista ENAF Science
Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
individualidade, pois todos os praticantes de musculação se adaptarão a um determinado método de
treinamento.
Palavras Chave: Musculação, Método de Treinamento e Hipertrofia.
[email protected]
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
MELHOR METODO DE TREINAMENTO PARA O GANHO DE HIPERTROFIA
Bernard Sobral Chaves;
Wagner Oliveira Silva;
Educação Física. FUNEC, Santa Fé do Sul, SP- Brasil
O treinamento de força atualmente exerce um papel importante no condicionamento físico geral, na
performance esportiva, na reabilitação de lesões e no aumento da massa muscular. Para se chegar aos
objetivos desejados, existem diversos métodos e sistemas de treinamento, o que gera muita polêmica sobre a
superioridade de um sobre o outro. O presente estudo objetivou analisar através de um levantamento
bibliográfico, qual o melhor método de treinamento para o ganho de hipertrofia muscular em indivíduos
praticantes de musculação, e que tais indivíduos possam conhecer e escolher qual o melhor método,
otimizando assim o seu treinamento, fazendo com que tenha melhores resultados sobre o assunto abordado.
Tal pesquisa poderá auxiliar na conquista de seu condicionamento físico, indiferentemente do indivíduo ser um
principiante ou um esportista avançado na busca de novos conhecimentos que inspirem seu programa de
treinamento. Foram analisados vários métodos, tais como: métodos isométricos ou estático; método isotônicos,
tipo de treinamento de força pura, onde é necessário que a musculatura esteja bem recuperada para que o
trabalho se realize em níveis ótimos; métodos pliométricos, que consiste na realização de exercícios em que a
musculatura é alongada rapidamente, produzindo através do “reflexo miotático” ou “reflexo de estiramento” um
trabalho concêntrico maior; e métodos isocinéticos, e o treinamento de força, que tem por finalidade melhorar
a força de maneira geral e a resistência de força. Tais métodos são apresentados por vários autores e
também a existência de controvérsia na questão de ganho de massa e hipertrofia muscular. Portanto através
desta pesquisa de revisão bibliográfica, conclui-se que, não existe o melhor método, devido ao principio da
individualidade, pois todos os praticantes de musculação se adaptarão a um determinado método de
treinamento.
Palavras Chave: Musculação, Método de Treinamento e Hipertrofia.
[email protected]
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA.
Patrícia Celis Murillio, Ft Ms UNIP
Andréia Frias Furtado,
Lydiane Duarte
Tendo em vista o caráter degenerativo da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), podemos salientar
que a condição genética de uma alteração muscular traz uma série de desencontros no contexto da saúde da
pessoa acometida, bem como no seu cotidiano familiar. Esta trajetória de vida, marcada por constantes perdas
da motricidade voluntária, com sofrimentos físicos e emocionais, traz a família o grande desafio de se colocar
frente a um quadro irreversível, sem cura, o que muitas vezes a torna impotente. No entanto, alguns apoios
podem ser encontrados em diferentes áreas como: medicina genética, psicologia, fisioterapia, terapia
ocupacional, e no serviço social. O objetivo geral do estudo tem o interesse de demonstrar como a família se
situa no âmbito emocional frente a uma patologia degenerativa. Também queremos aqui relatar o respaldo de
ordem social que vem ao encontro desta família, no sentido de amenizar o seu sofrimento e o da pessoa com
DMD. Optamos por uma metodologia que traduza uma história de vida. O intuito do método é deixar que o
entrevistado, os familiares, respondam a um questionário, mas também que os mesmos tenham a liberdade,
por meio de suas lembranças recuperarem fatos e dados da sua vida que foram importantes e marcantes no
seu ponto de vista. Esperamos encontrar diferentes dificuldades vivenciadas pela família, as quais ainda não
foram identificadas, justamente pelo fato de termos poucas referências bibliográficas para o tema escolhido.
Contudo, pensa-se que ainda temos um processo de acolhimento, a estas pessoas com DMD e seus
familiares, que está muito longe do que eles possam merecer.
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COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E OS
DAS OUTRAS ÁREAS DE ENSINO DA CIDADE DE PARAGUAÇU PAULISTA-SP
Misleide da Silva Gonsçalves
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
Mário Mateus Sugizaki
RESUMO
O índice de massa corporal é um parâmetro frequentemente recomendado em muitos paises na determinação
do sobrepeso e obesidade em indivíduos adultos. Igualmente conhecida como Índice de Quetelet, onde o peso
expresso em kg é dividido pelo quadrado da estatura (kg/m²), é uma variável importante no estudo
epidemiológico segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O presente estudo teve como objetivo
comparar o Índice de Massa Corporal (IMC) entre os professores de Educação Física com professores das
outras áreas do ensino público municipal da cidade de Paraguaçu Paulista/SP. Participaram do estudo 60
professores de ambos os gêneros devidamente instruídos a respeito do propósito da pesquisa. O peso corporal
e estatura foram coletados com a finalidade de determinar o IMC dos professores. Os dados foram analisados
por meio de análise descritiva, porcentagem e a comparação entre os grupos foi realizada pelo teste “t” de
Student. Os resultados demonstraram haver um aumento significativo (p<0,05) na variável peso corporal e IMC
no grupo dos professores de Educação Física do gênero masculino quando comparado com os das outras
áreas. Não se observou diferença significativa em nenhuma variável no gênero feminino. Observou-se alto
índice de sobrepeso (58%) nos professores de Educação Física. No gênero feminino, o grupo de professores
de outras áreas apresentou alto índice de obesidade (32%). De acordo com os resultados, o perfil
antropométrico e os níveis de sobrepeso e obesidade dos professores de Educação Física comparados com
professores de outras áreas apresentam distinções conforme o gênero. Assim, os dados indicam que as
professoras de Educação Física tomam mais cuidado com o corpo em relação aos professores de Educação
Física.
Palavras–chaves: Ensino, Índice de massa corporal, Professores de Educação Física.
PREVALÊNCIA DE DORT NAS OPERADORAS DE CAIXA DO COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO
DE PARAGUAÇU PAULISTA - SP
Misleide da Silva Gonsçalves
Mário Mateus Sugizaki
RESUMO
Os Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho (DORT) é sem dúvida nenhuma, a doença
ocupacional mais freqüente na sociedade globalizada e mostra uma forte tendência de aumento face aos
processos da nova ordem econômica mundial. É fonte constante de preocupações por parte das instituições
públicas de saúde, previdência social e principalmente dos trabalhadores que são afetados diretamente pelo
problema. Com base nessa preocupação foi realizado este estudo que teve como objetivo diagnosticar a
prevalência de DORT nas operadoras de caixa do comércio varejista do município de Paraguaçu Paulista/SP.
A amostra pesquisada foi constituída por 30 mulheres com a idade entre 18 e 41 anos com a média de idade
de 27±5,58 anos e com no mínimo um ano de serviço no comércio local perfeitamente instruídas a respeito da
pesquisa. O instrumento utilizado na coleta dos dados foi um questionário composto de oito perguntas
relacionadas aos tipos de transtornos que mais acometiam as trabalhadoras no cotidiano do trabalho. Para a
análise descritiva dos dados utilizou-se a média, desvio padrão e porcentagem do programa estatístico Epi Info
for Windows. Os resultados indicam que 80% das operadoras relataram que são acometidas por algum tipo de
dor. Por outro lado, foi observado que 53% tiveram a região do punho e antebraço com a maior prevalência de
dores. No entanto, a região lombar foi a principal causa relatada de afastamento do trabalho entre as
trabalhadoras com 87% dos casos. A partir dos resultados podemos concluir que estas operadoras de caixa
apresentam doenças ocupacionais graves e que a maioria trabalha em condições de saúde precárias. Esperase que os resultados possam contribuir para a melhoria na qualidade do trabalho dessas trabalhadoras do
comércio varejista.
Palavras-chaves: DORT, Operadoras de caixa, Dores.
MOTIVAÇÃO: UMA NOVA FERRAMENTA DE TRABALHO
Hérica Gonçalves – EDUCAÇÃO FÍSICA – UNORP – SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO – BRASIL;
Lara Machado Ferreira;
Jaqueline Rosa dos Anjos;
Ticiane Oliveira – EDUCAÇÃO FÍSICA
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O Presente trabalho teve como objetivo identificar possíveis fatores motivacionais à prática de atividade física,
destacando o papel do profissional de Educação Física. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica.
Um individuo motivado encontra-se disposto a empenhar-se para alcançar seus objetivos, técnicas
motivacionais são usadas como reforço na aprendizagem e no aperfeiçoamento.
De certo modo, é importante saber porque pessoas desistem, enquanto outras praticam ou não atividade física.
A dificuldade da atividade, está relacionada com a capacidade do indivíduo. “Tarefas muito fáceis despertam
pouca motivação, e tarefas muito difíceis despertam frustrações”. (FRANCO,2000).
Os motivos para se praticar atividade física, são diferentes em cada individuo já que, a motivação pode mudar
com o tempo. Devemos ficar sempre atentos, pois só assim poderemos orientar o individuo para alcançar seus
objetivos.
Cada um elabora uma visão pessoas de como a motivação funciona, para algumas pessoas os atributos
pessoais as tornam mais pré-dispostas, enquanto outras sentem motivação em objetivos pessoais e desejos.
Entretanto é certo afirmar que a maioria de nós concordaria que somos em partes afetados pela situação nas
quais nos encontramos. (WEINBERG; GOULD; 2001).
Estudos realizados comprovam que as pessoas motivadas são mais persistentes; enquanto as desmotivadas
escolhem tarefas com menos grua de dificuldade.
Existem dois tipos de motivação: a intrínseca é aquela em que o indivíduo pratica atividade física por prazer ao
esporte, enquanto aqueles procuram na atividade física, outros fatores que está lhe proporcionando são
extrinsecamente motivados.
Após estudos bibliográficos, concluímos que a motivação na atividade física deve ser mais explorada pelos
profissionais, identificando o tipo de motivação a ser utilizada com cada aluno; porque além de estreitar os
laços teremos mais chance de ajudá-los a alcançar seus objetivos de forma satisfatório e eficaz.
[email protected]
OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA O PORTADOR DA DOENÇA DE PARKINSON
SILVA C¹,
SABORITO MLN¹,
BRAZÃO TM¹,
2
MENDES ZTR
¹Graduandos do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João
da Boa Vista, SP.
2
Docente do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João da
Boa Vista, SP.
Objetivo: A Doença de Parkinson (DP), caracterizada principalmente por alterações motoras, é uma doença
degenerativa e progressiva do SNC, que ocorre por morte neuronal da substância negra, com conseqüente
diminuição de dopamina, tendo uma incidência maior em indivíduos acima de 60 anos. Com o aumento da
expectativa de vida, estima-se que até 2020 cerca de quarenta milhões de pessoas no mundo serão portadoras
da DP. Os sinais e sintomas característicos desta patologia são: tremor, rigidez, bradicinesia, alterações
posturais, do equilíbrio e da marcha, além de disfunções neuro comportamentais como demência, depressão e
tendência ao isolamento. Este trabalho tem como objetivo buscar na literatura estudos envolvendo a atividade
física na melhora da qualidade de vida do portador da DP. Método: Pesquisa bibliográfica baseada em sites
científicos, publicados nos últimos cinco anos, utilizando os unitermos: Parkinson, exercício físico, fisioterapia.
Resultados: A qualidade de vida dos portadores da DP refere-se à percepção que o indivíduo tem da doença
e de seus efeitos em relação à própria vida, incluindo a satisfação pessoal em relação ao bem-estar físico,
funcional e social. Diversos estudos têm demonstrado que a ausência da atividade física regular contribui para
a deteriorização da força muscular e do equilíbrio, levando ao aumento de quedas e deixando o portador cada
vez mais propenso a fraturas e à dependência nas AVDs. As alterações motoras, associadas às alterações
cognitivas e de comportamento, revelam-se incapacitantes para o indivíduo e favorecem o sedentarismo e a
dependência, interferindo em sua qualidade de vida. A literatura tem apontado os benefícios dos exercícios
físicos em idosos portadores de seqüelas neurológicas, os quais apresentaram melhor desempenho funcional
após o treinamento, sendo constatado um aumento de força, flexibilidade, coordenação dos movimentos e na
velocidade da marcha. Conclusões: Apesar de escassos, os trabalhos científicos sobre os efeitos do exercício
físico em portadores da DP mostraram que a intervenção fisioterapêutica específica, baseada em um programa
de fortalecimento muscular, condicionamento aeróbio, resistência e equilíbrio, são capazes de melhorar as
habilidades funcionais diárias destes pacientes. Estes estudos foram claramente efetivos e demonstraram a
eficiência da atividade física na melhora da qualidade de vida de parkinsonianos.
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Referências:
Goulart,R.P; Barbosa,C.M; Silva,C.M; Salmela,L.T; Cardoso,F. O impacto de um programa de atividade física
na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Rev.bras.Fisioter. Vol.9, nº 1, p 49-55, 2005.
Goulart,R.P; Barbosa,C.M; Silva,C.M; Salmela,L.T; Cardoso,F. Análise do desempenho funcional em pacientes
portadores de doença de Parkinson. Depto de Fisioterapia e Ambulatório de Movimentos Anormais/Univ.
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2004.
Hirsch,M.A; Tootle,T; Maitland,C.G; Rider,R.A. The effects of balance training and high-intensity resistance
training on persons with idiopathic Parkinson’s Disease. Arch Phys Méd Rehabil. 84, p.1108-1117, 2003.
Silberman, C.D; Lanks,J. ; Rodrigues, C.S; Engelhardt, E. Uma revisão sobre depressão como fator de risco na
Doença de Parkinson e seu impacto na cognição. R.Psiquiatr.RS, 26(1), 52-60, jan/abr.2004
Email: [email protected]
A IMPORTÂNCIA DO AUTO-EXAME DAS MAMAS
1
Mara Avelar Flório
2
Maria Regina Guimarães Silva
3
Dra. Sônia Maria Alves de Paiva
O câncer de mama é uma alteração celular em que não há uma única causa específica, mas sim uma
combinação de eventos hormonais, genéticos e ambientais que contribuem para o seu desenvolvimento. Este
tipo de câncer está em primeiro lugar entre as mulheres, registrando-se cerca de um milhão de casos novos
por ano, com um aumento de 76% nas taxas de mortalidade em pouco mais de duas décadas. O auto-exame,
como medida de prevenção, consiste na técnica de verificação das próprias mamas à procura de nodosidades
ou alterações suspeitas, podendo ser instruído em qualquer ambiente, desde que proporcione bem-estar físico
e moral, considerando-se as variações que ocorrem no tecido mamário durante o ciclo menstrual, gravidez e
menopausa, e ressaltando a diferença entre as alterações normais daquelas que podem sinalizar a doença.
Partindo do pressuposto de que as próprias mulheres podem detectar muitos cânceres de mama, deve ser
priorizado o ensino a todas as mulheres de como e quando examiná-las, já que a literatura mostra que apenas
25 a 30% delas realizam o auto-exame de forma competente e regular. O Ministério da Saúde destaca que
quanto antes descoberto o câncer de mama, maiores são as chances de cura, mas infelizmente 60% dos
tumores são diagnosticados em estágios tardios, o que torna as orientações a respeito do auto-exame
indispensáveis. O estudo tem como objetivo levantar o nível de conhecimento sobre a realização do autoexame das mamas das alunas de graduação em Pedagogia do Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé- UNIFEG, na cidade de Guaxupé – MG. Será um estudo de campo, exploratório e quantitativo.
Constará de duas etapas; na primeira será utilizado um questionário para detectar o nível de conhecimento da
população a respeito do auto-exame das mamas. Após, estes dados analisados, numa segunda etapa, serão
elaboradas as palestras, das quais serão apresentadas com recursos audiovisuais (utilizando-se de banners,
folders, slides e peças anatômicas), explicando e orientando a respeito da importância do auto-exame das
mamas. A palestra será proferida pela graduanda de Enfermagem do UNIFEG sob a supervisão da orientadora
do mesmo.
DESCRITORES : educação em saúde; auto-exame; prevenção.
[email protected]
TRATAMENTO FISIOTERÁPICO NA FASE PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA DE EMBOLIA PULMONAR.
Milena Carla Queiroz da Silva
Bacharel em Fisioterapia e Licenciatura Plena em Educação Física
Faculdade Atenas
A Embolia Pulmonar é uma doença vascular obstrutiva, que pode apresentar várias formas e diferentes
etiologias. Caracteriza-se como complicação grave de uma patologia primária, devido á presença de um
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êmbolo que obstrui o fluxo sanguíneo parcial ou total das artérias pulmonares ou de seus ramos Acomete
principalmente pacientes hospitalizados e acamados. Objetivo: Apresentar uma revisão bibliográfica de
tratamentos fisioterápicos para preparo dos pacientes no pré-operatório e reabilitação do mesmo na fase pósoperatória. Metodologia: Revisão bibliográfica dos autores mais representativos da área. Discussão: A
embolia é caracterizada pela oclusão do vaso por um êmbolo, responsável por diversas síndromes, conforme o
tamanho do vaso ocluído, a região irrigada e o caráter do êmbolo. Sendo uma das formas mais comuns de
doença pulmonar aguda, principalmente na população hospitalar. Principais fatores para Embolia Pulmonar:
trauma, cardiopatia congênita, infecções, imobilização prolongada, cirurgia, desidratação, anticoncepcionais,
obesidade, gravidez, tabagismo, trombose venosa profunda, idade avançada, tromboflebites, pós-operatório,
complicações por fratura não-consolidada, doença respiratória crônica. O tratamento pré-operatório visa o
preparo geral e melhoras do paciente para a cirurgia, tendo como conduta de terapia a melhora da ventilação,
e a desobstrução associada á drenagem postural, usando o comando verbal do terapeuta contando com o
próprio desempenho destes pacientes. No pós-operatório o tratamento fisioterápico deverá ser desobstrutivo,
reexpansivo, visa também á reeducação respiratória, o condicionamento muscular respiratório e a mobilização
passiva dos membros devem ser desenvolvidos, afim de que não haja recidivas em pacientes que apresentam
Trombose Venosa Profunda prevenindo assim o aparecimento do mesmo devido á estase venosa. Conclusão:
Pude concluir o quanto é importante o desenvolvimento de técnicas fisioterápicas no paciente submetido á
cirurgia; considerando o desempenho recente da fisioterapia na área de patologias pneumo-vascular, com
resultados satisfatórios, partindo de nossa responsabilidade conhecer o quadro clínico de cada paciente e a ele
possibilitar a garantia de sua evolução.
ALPERT, Joseph S; RIPPE, James. Manual de doenças cardiopulmonares: diagnóstico e tratamento. 3. ed.
Rio de Janeiro, Medsi, 1991. 496 p.
THOMPSON, Ann; ET all. Fisioterapia de Tidy. 12. ed. São Paulo: Santos, 1994. 500 p.
TAYLOR, Robert W. Tratado de terapia intensiva. São Paulo: Manole, 1992. 906 p.
[email protected]
A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE 8 MESES DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E NO CAMPO
DE FUTEBOL SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE
JOGADORES DE FUTEBOL AMADOR DA CIDADE DE BARRETOS – SP
1
JULIO AUGUSTO GONÇALVES
Discente Faculdades Integradas Padre Albino Catanduva
Catanduva – São Paulo – Brasil
1
VICTOR DA CUNHA TERRA
1
Discente Faculdades Integradas Fafibe Bebedouro
2
MARCELO PORTO
2
Docente Faculdades Integradas Padre Albino Catanduva e Fafibe Bebedouro
1
Introdução:
O treinamento personalizado pode melhorar a performance de jogadores de futebol segundo as
bases científicas do treinamento esportivo. Objetivo: Avaliar a influência de um programa de 8 meses de
atividade física na academia e no campo de futebol sobre a composição corporal e a capacidade
cardiorrespiratória de jogadores de futebol amador. Metodologia: Participaram do estudo 22 atletas, faixa
etária média de 24,6 ± 2,23 anos, submetidos a um programa de musculação e condicionamento físico com
duração de 8 meses sendo (60) minutos por sessão e freqüência de 3 vezes por semana. O método utilizado
na avaliação da composição corporal foi o protocolo de (JAKSON & POLLOCK, 1978), 7 (DC) dobras cutâneas
através do aparelho Adipômetro da marca Sanny e capacidade cardiorrespiratória (VO 2máx) utilizando o
protocolo de (Cooper, ACSM, 1992) referente ao teste de 2.400 metros. Resultados: Encontram-se abaixo os
valores pré e pós referentes ao programa de 8 meses de treinamento.
Início
8 meses
Início
Final
Programa
Treinamento
Programa
Programa
Atletas
VO2máx ml.kg
1
-1
.min
-
-1
-1
VO2máx ml.kg .min
Percentual gordura Percentual gordura
Posições
Goleiros
41,1± 4,3
52,2 ± 5,2
19,2%
14,8%
Laterais
45,6 ± 6,2
55,8 ± 5,7
10,1%
9,1%
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Zagueiros
43,3 ± 5,5
53,7 ± 4,8
11,9%
10,2%
Meio Campo
Atacantes
48,4 ± 4,8
46,9 ± 6,3
60,5 ± 4,3
59,2 ± 5,1
11,6%
11,8%
9,6%
9,2%
Conclusão: Baseado nos resultados apresentados foi possível concluir que o programa de 8 meses foi efetivo
e promoveu aumento do VO2máx refletindo os valores de referência para atletas da modalidade. Na
composição corpórea observou-se uma boa melhora nos goleiros e juntamente com os demais atletas
apresentaram valores compatíveis aos valores de referência para modalidade.
[email protected]
INTERVENÇÕES NÃO MEDICAMENTOSAS NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Milena Carla Queiroz da Silva
Bacharel em Fisioterapia e Licenciatura Plena em Educação Física
Faculdade Atenas
O envelhecimento populacional aumentou a incidência de doenças neurodegenerativas, e entre, elas, destacase a doença de Alzheimer (DA). Existem algumas técnicas de abordagem multidisciplinar que visam curar ou
reverter os déficits causados pela doença, dentre elas pode-se citar: treinamento cognitivo, técnicas para
melhorar a estruturação do ambiente, orientação nutricional, programas de exercícios físicos, orientação e
suporte psicológico aos familiares e cuidadores. Objetivo: Apresentar uma revisão das diferentes intervenções
acerca do tratamento da doença de Alzheimer e sua eficácia. Metodologia: Revisão Bibliográfica dos autores
mais representativos da área. Discussão: A terapia de orientação da realidade (OR) tem como princípio
apresentar dados de realidade ao paciente de forma organizada e contínua, criando estímulos ambientais que
facilitem a orientação (Vaisman H. e cols, 1997); a terapia de reminiscência é uma variação da OR tendo como
objetivo estimular o resgate de informações por meio de figuras, fotos, músicas, jogos e outros estímulos
relacionados à juventude do paciente (Fraser M. 1992). Outros tipos de intervenções incluem trabalhos com
grupos de familiares e cuidadores, ajudando assim a família a lidar com sua sobrecarga emocional e
ocupacional. A reabilitação neuropsicológica tem conseguido resultados positivos como melhora da cognição e
na AVDs. Foi também demonstrada nos últimos anos a eficiência de certas técnicas de memória, entre elas: as
que baseiam em trabalhar memória implícita; compensação dos déficits de memória explícita por meio de
treino do uso de auxílios; facilitação da memória explícita residual, por meios de suportes estruturados. A
análise não-paramétrica de testes e escalas aplicadas aos pacientes e seus familiares indicaram tendência de
melhora dos aspectos cognitivos e funcionais, bem como a redução dos sintomas psiquiátricos avaliados.
Conclusão: Ainda não existe tratamento estabelecido que possa curar ou reverte à deterioração causada pela
DA. As opções disponíveis visam aliviar os déficits cognitivos e as alterações de comportamento.
Bibliografia:
VAISMAN H, ALMEIDA KMH, ALMEIDA OP. Abordagens psicoterápicas para idosos demenciados.
Depressão e demência no idoso. São Paulo: Lemos 1997: 167-192.
FRASER M. Memory clinics and memory training. In Arie T (ed). Ricent advance in psychogeriatrics.
London: Churchill Livingstone, 1992: 105-115.
BOTTINO, C.M.C.; CARVALHO, I; ALVAREZ, A. M.; AVILA, R. et. al. Reabilitação cognitiva em pacientes
com demência de Alzheimer: relato de trabalho em equipe interdisciplinar. Arq. Neuropsiquiatr 60 (1): 709; 2002.
[email protected]
USO INDISCRIMINADO DE ANOREXÍGENOS EM UNIVERSITÁRIOS NO UNIFEG
Nathalia Ciarallo Mauer, Enfermagem, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEGGuaxupé – MG,
Givaldo Cunha Reis, Enfermagem, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG –
Guaxupé - MG
Prof° Ms Edvânio Ramos Rodrigues, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG –
Guaxupé - MG
Profª Maria Regina Guimarães Silva, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG –
Guaxupé - MG
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Os Anorexígenos são conhecidos como inibidores de apetite. São medicamentos utilizados como auxiliares em
regimes de emagrecimento, levando à perda de peso. Agem diminuindo ou eliminando a sensação de fome e
podem induzir a vários efeitos adversos como estado de pânico, agressividade, convulsões, comportamento
violento, alucinações, alterações cardiovasculares, coma, morte, além de dependência. Em relatório da ONU
divulgado em 2007, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes alertou para um aumento no uso
de inibidores de apetite, com isso podendo trazer conseqüências mortais aos consumidores. Estudos têm
demonstrado que o Brasil é um dos principais mercados para estes medicamentos. A preocupação com a
imagem corporal, devido à pressão social por um corpo “saudável”, tem levado pessoas a procurarem métodos
de emagrecimento rápidos e com o mínimo de esforço, muitas vezes utilizando de forma indiscriminada
medicamentos inibidores de apetite, inclusive sem orientação médica e não se preocupando com possíveis
efeitos adversos ao uso de tais medicamentos. Estes fatos nos despertaram o interesse em pesquisar o uso
destes medicamentos nos estudantes universitários do Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé – UNIFEG, analisando o nível de conhecimento dos possíveis usuários quanto ao risco e a real
necessidade de tal uso. O objetivo deste trabalho é analisar o uso indiscriminado de anorexígenos e o
conhecimento sobre o consumo desse medicamento em estudantes do curso de Enfermagem do UNIFEG, em
ambos os sexos com variações de idades. Será aplicado um questionário pré-aprovado do Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID, com adaptações. Posteriormente será feita análise do
número e perfil dos usuários dessas substâncias e o motivo pelos quais optaram pela utilização desses
medicamentos. Com base nestes dados poderá ser realizada campanha para conscientização do uso racional
de tais medicamentos.
[email protected]
OS BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE
Carlos Rodrigo Michelli,
Educação Física, Unorp;
Aislan Chichetti de Oliveria;
Luis Fernando Pereira da Silva
Educação Física
Ms. Mariângela Zanin, Ciências da Motricidade
Muitas investigações tem sido realizadas ao longo das últimas décadas com a população idosa. Desse
modo, alguns paradigmas clássicos com relação a essa população têm sido gradativamente colocadas em risco.
Acredita-se atualmente que a pratica de exercícios físicos regulares não somente pode como deve fazer parte da
vida cotidiana desses indivíduos, uma vez que a perda da autonomia e a queda da qualidade de vida durante o
processo de envelhecimento encontra-se estreitamente relacionada com a redução dos níveis de alguns
componentes fundamentais da: aptidão física, sobretudo, força, potência, resistência muscular, bem como, aspectos
sociais, cognitivos e emocionais. Portanto, a prática de exercícios físicos entre pessoas idosas tem sido encorajada
por pesquisadores e profissionais da área de saúde pública. Dessa forma o objetivo do presente estudo foi reunir e
discutir as informações disponíveis sobre as principais adaptações fisiológicas, cognitivas e emocionais decorrentes
da prática da atividade física, em especial, o treinamento com pesos. Verificou-se, por meio de uma ampla revisão
bibliográfica, que as recomendações de prática de exercícios predominantemente aeróbios, de baixa intensidade, em
pessoas idosas, têm sido substituídas progressivamente pela prática de exercícios com pesos de intensidade
moderada. Esse tipo de atividade tem um maior potencial para o desenvolvimento da força, da massa muscular e do
conteúdo mineral ósseo, contribuindo na qualidade de vida e da auto- imagem dessas pessoas, servindo como fator
de proteção contra o surgimento de inúmeras disfunções crônico-degenerativas, além de oferecer baixo risco de
segurança quando administrada de maneira adequada, tornando-se, assim, uma das maneiras mais afetivas e de
menor custo pra preservar uma vida independente para um amplo segmento da população.
Palavras chaves: idoso, exercício físico, qualidade de vida e treinamento com pesos.
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A DANÇA COMO ALTERNATIVA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO
Carolina Garcia de Paula
Educação Física, UNORP,
Suelen Rueda,
Rodrigo Albano Zanetti
Educação Física
Ms. Mariangela Zanin, Ciências da Motricidade.
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No Brasil, a população de terceira idade aumenta a cada ano, onde o envelhecer saudável passou a ser uma
preocupação e um investimento de diversas áreas. Profissionais que focalizam o envelhecimento como campo de
eleição de sua prática profissional e construção de saberes têm travado um embate na tentativa de resgatar o valor
social do idoso. Estudos na área da atividade física para a terceira idade têm sido realizados, demonstrando a
importância dessa prática para a melhora da qualidade de vida na terceira idade e, entre estas atividades, a dança é
apontada como alternativa. Assim, a proposta deste estudo foi realizar uma revisão de literatura, analisando a dança
como uma alternativa de atividade física para o idoso. Para fundamentação e desenvolvimento do estudo, realizou-se
uma busca bibliográfica nas bases de dados LILACS, SCIELO, COCHRANE e PUBMED, priorizando-se os artigos
mais atuais em torno da dança e suas contribuições para os idosos. Os resultados das pesquisas mostram que a
dança, quando praticada regularmente, possibilita a aquisição de habilidades e auxilia na melhora de aspectos
físicos, psíquicos e sociais. Os dados demonstram ainda que a dança tem grande aceitação dos idosos que a
praticam, por seu caráter motivador e sociabilizador, e que a idade não se constitui em um obstáculo para sua
prática. Alguns autores ainda apontam outros benefícios como a melhora: da coordenação, do equilíbrio, do ritmo, da
lateralidade, da consciência corporal, da resistência e da memorização. Contudo, verifica-se a necessidade de
investigar e aprofundar nos estudos sobre a dança e seus efeitos na melhora da qualidade de vida do idoso,
procurando maior embasamento científico para a sua prática.
Palavras chaves: dança, idoso, atividade física
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NUTRIÇÃO - EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM PRÉ-ESCOLARES
Maria Gabriela Julien Ferraz
Danielen de Prince;
Débora Aranha;
Débora Fadoni;
Renata Guedes;
Thamires Corrêa
Centro Universitário de Araraquara – UNIARA.
O período de 1 a 6 anos de idade é marcado por um grande desenvolvimento e aquisição de habilidades. As
crianças em idade pré-escolar, devido a sua menor capacidade e apetites variáveis, se dão melhor com
porções pequenas de alimentos oferecidas varias vezes por dia. Os tamanhos das porções das refeições são
pequenas comparados aos padrões adultos. A maioria das crianças comem de quatro a seis vezes ao dia, o
que torna os lanches tão importantes quanto as refeições na contribuição da ingestão diária total de nutrientes.
A educação nutricional é importante nesta fase, pois a criança tem menos interesse nos alimentos e mais
interesse no mundo ao redor delas. Visa-se o acesso a uma alimentação quantitativa e qualitativamente
adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convívio social. O presente trabalho teve como público
alvo crianças de 11 meses a 6 anos de idade, de uma escola particular do município de Araraquara/SP. O
objetivo foi conscientizar as crianças sobre a importância de uma boa alimentação para o seu crescimento e
desenvolvimento. Para isso foi utilizado como metodologia aulas expositivas (preleção), demonstração da
pirâmide da boa alimentação e dramatização, utilizando fantoches. Para avaliá-los utilizamos exercícios de
colagem, tendo como satisfatório o resultado, de acordo com os critérios pré-estabelecidos. As crianças
entenderam tudo o que foi proposto pelo projeto e mostraram-se estimuladas a mudar seus hábitos.
Concluímos a importância da Educação Nutricional para esta faixa etária, pois nesta fase é que se fixam os
hábitos alimentares de toda a vida.
E-mail: [email protected]
CARACTERIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA
IDADE.
BARBISAN, Silmar Alexandre
RESUMO
A promoção de um estilo de vida mais ativo na terceira idade tem sido utilizada como estratégia importante para desenvolver melhora nas
condições de saúde e na qualidade de vida dos idosos. O objetivo do presente estudo foi caracterizar a prática de atividade física em indivíduos idosos,
bem como identificar parâmetros de qualidade de vida, prática de exercício físico e estado nutricional. A amostra foi composta por mulheres e homens
com idade acima de 65 anos praticantes de atividade física em dois locais diferentes, 35 avaliados em uma academia e os outros 35 em um projeto para
idosos da prefeitura municipal. A maioria dos integrantes da amostra foi do sexo feminino. Dentro das faixas etárias 76% eram aposentados e 24%
continuam na ativa. Em relação á classificação de IMC observou-se que 15% são obesos e não foram observados desnutridos. Entre os homens o
percentual médio de gordura foi de 25,31% estando acima do recomendado. Entre mulheres, o percentual médio de gordura foi de 41,21% apresentado o
resultado acima do recomendado. As médias de porcentagens de gordura para os dois sexos foram estatisticamente diferentes (p<0,05). Em relação à
distribuição de gordura abdominal no sexo masculino 50% estão dentro dos padrões de normalidade. Já os outros 50% estão fora desses padrões. Já no
sexo feminino 16% estão dentro dos padrões de normalidade, enquanto que 84% estão fora desses padrões. Quanto aos problemas de saúde que referiam,
destaca-se a hipertensão arterial (38,6%), problemas de coluna e artrose (18,5%), diabetes (10%), alterações na taxa de colesterol (3%), ocorrendo outros
problemas como depressão, hipotensão, gastrite, tontura, câncer, problemas renais e circulatórios (23,9%) sendo que aproximadamente 6% deles se
consideravam saudáveis. Quanto á pressão arterial, 18 idosos apresentaram ótima pressão arterial, correspondendo a 26% da amostra e 23 nível normal
33%. Todos os idosos eram praticantes ativos de atividade física e participavam de mais de uma modalidade esportiva, a grande maioria praticava
alongamento (80%), enquanto que 62% praticavam caminhada, 52% dança de salão, 30% hidroginástica, 16% ginástica geral e 4% outras modalidades.
Os motivos pelos quais esses idosos praticavam atividades físicas foram respondidos como, lazer (62%), 21% por prescrição médica, 14% por manutenção
da saúde e 7% por condicionamento físico. Quanto ao tempo de prática das atividades físicas, 32% praticavam menos que de 12 meses, 16% de 13 a 24
meses, 20% de 25 a 36 meses, 5% de 37 a 48 meses, 5% de 49 a 50 meses e 22% acima de 51 meses. A maior incidência do tempo de prática de Atividade
Física é entre 0 e 12 meses. O presente estudo demonstrou que em relação a algumas vertentes de qualidades físicas esses idosos não tinham um bom
equilíbrio físico em relação à distribuição da gordura corporal, aumentando as chances de terem alguns problemas de saúde, talvez estando relacionados à
baixa condição salarial e nível de escolaridade. Verificou-se que a grande maioria busca a atividade física como forma de lazer, o que pode ser um dos
pontos chave mais importantes para que melhorem gradativamente sua saúde e qualidade de vida.
Palavras Chaves: envelhecimento, qualidade de vida, idoso e exercícios físicos.
ANÁLISE DO GASTO ENERGÉTICO DA GLICOSE ENTRE OS EXERCÍCIOS AERÓBICOS E
ANAERÓBICOS DURANTE O ESFORÇO FÍSICO
Gilcieny Lauriana de FARIA
Gustavo Martelo CAYRES
Tiago Aparecido PEDROZO
Educação Física da Funec
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
Orientadora
MSc. Lourdes Aparecida MARTINS
Professora do curso de Educação Física da Funec
Resumo
Durante o exercício, o glicogênio hepático é mobilizado e transportado em forma de glicose sanguínea aos
músculos, onde substitui o glicogênio muscular que é degradado a piruvato do processo de glicose. Através do
exercício físico o diabético tem vários benefícios com relação às complicações que podem surgir em um
diabético sedentário ou sem controle do diabetes, além de aumentar a longevidade. Mcardle (1996, p.356)
demonstra alguns benefícios do exercício para a DMNID (diabetes milenius não-insulino dependente):
“Controle glicêmico: o exercício acarreta uma queda nos níveis plasmáticos de glicose. O exercício regular
contribui para retardar e até mesmo prevenir o início da existência da insulina e DMNID em homens e mulheres
que correm o risco de virem a ter esses problemas”. Este estudo tem como objetivo analisar o consumo de
glicose utilizado durante a realização de exercícios aeróbicos e anaeróbicos. Serão utilizados para coletas de
dados dois tipos de teste, sendo estes: teste aeróbico (corrida de 1500mt) com FC Máx de 75 a 85% e
anaeróbico (tiro de 50mt) com FC Máx de 85 a 95%, utilizando o aparelho Lancetador ACCU-CHEK Softclix
para coleta de sangue da ponta do dedo, do qual será analisado o índice de glicose dos indivíduos. A coleta
será feita antes e depois do teste e após 3 horas de descanso. Os testes serão realizados na pista de Atletismo
da Fundação de Educação e Cultura (FUNEC), durante quatro dias e aplicados em 10 indivíduos do sexo
masculinos, considerados saudáveis, na faixa etária entre 19 a 23 anos. Através dos testes será conhecido
qual das atividades terá um gasto maior de glicose durante e após um esforço físico, contribuindo para o
individuo diabético hiperglicêmico com atividade física ativa, onde o mesmo poderá saber qual das atividades
irá diminuir sua hiperglicemia e ter um controle sobre a diabete.
SUPLEMENTAÇÃO DE CARBOIDRATO E NÍVEIS GLICEMICOS EM ATLETAS CICLITAS DURANTE ATIVIDADE
INDOOR
Ronaldo Júlio Baganha.
Mestrando em Educação Física – Unimep
Rafael Augusto C. Moreira.
Esp. em Fisiologia do Exercício – UNICAMP.
Gabriel Ferreira Souza Santos.
Esp. em Fisiologia do Exercício – UNICAMP.
Alessandro Silva Tiburzio.
Esp. em Fisiologia do Exercício – UNICAMP.
Renata de Macedo
Esp. Em Treinamento Despotivo – ESEFM
Durante a prática de qualquer evento atlético o metabolismo energético aumenta de maneira a conseguir suprir toda
demanda metabólica imposta pelo aumento no metabolismo energético muscular. A constante ressíntese do ATP é
essencial para a contração muscular, sendo esta realizada utilizando-se a creatina fosfato, a glicose sanguínea, o
glicogênio muscular e hepático e os triglicérides. Durante a contração muscular contínua o glicogênio muscular é o
principal substrato energético utilizado na ressíntese do ATP, sendo considerado combustível essencial para o
desempenho atlético. Durante exercícios de longa duração a utilização do glicogênio tende a diminuir devido ao
declínio em seus estoques muscular e hepático. Essa queda leva a uma maior dependência da glicemia sanguínea
e, uma queda tanto na glicemia quanto nos estoques de glicogênio muscular podem precipitar a fadiga. A fadiga é
um processo multifatorial que reduz a performance durante o exercício físico sendo definida como falha ou
incapacidade de gerar força. O presente estudo foi realizado em duas etapas separadas uma da outra em quatorze
dias, e teve como objetivo estudar a necessidade de suplementar com carboidrato atletas praticantes de ciclismo
durante atividade indoor com 120 minutos de duração e intensidade moderada. Em ambas as etapas os atletas
ingeriram um total de 1200 ml de bebida, sendo esta realizada em seis momentos. Na primeira etapa a bebida foi
placebo e na segunda foi hidroeletrolítica com 6% de concentração. Os resultados sugerem que a prática do ciclismo
indoor com 120 minutos de duração e moderada intensidade não é suficiente para alterar de forma significante os
níveis glicemicos de atletas, e desta forma precipitar a fadiga. A suplementação de carboidrato parece não afetar
níveis glicemicos de atletas em atividade moderada com 120 minutos de duração.
[email protected]
FORÇA DE MEMBROS INFERIORES: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO ENTRE MULHERES JOVENS E
DE MEIA – IDADE E COM REFERENCIAIS PROPOSTOS PARA MULHERES IDOSAS NO TESTE DE
SENTAR E LEVANTAR EM 30 SEGUNDOS
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
Fernanda Araújo Vacari,
Educação Física,
Unversidade Federal de Viçosa
Maria Aparecida Sperancini Cordeiro,
Ms. Educação Física pela USP
RESUMO
O processo de envelhecimento provoca efeitos em diferentes componentes da aptidão física, dentre eles
encontram-se a força e potência muscular. A importância na manutenção da força/potência, em especial de
membros inferiores se deve a contribuição para a capacidade funcional, para a prevenção de quedas em
idosos e para promoção da habilidade. O pico da força é atingido entre os 20-30 anos de idade, após este pico
a força muscular declina gradualmente, dificultando a realização das atividades da vida diária do idoso e a
manutenção de um estilo de vida saudável. O presente estudo tem o objetivo de comparar o desempenho entre
as mulheres jovens e de meia idade ativas no componente força muscular de membros inferiores (FMMI), e
comparar este desempenho com valores de referência para mulheres idosas propostas na literatura por Rickli e
Jones (1999). Neste estudo foram selecionados 2 grupos, G1-mulheres jovens ativas(20-24 anos) e G2mulheres de meia-idade ativas(50-59 anos) avaliados através do teste de sentar e levantar em 30s proposto
por Rickli e Jones(1999). Os resultados obtidos revelaram haver diferença significativa entre os grupos. Cujos
valores médios foram 18(±2,3) repetições para G1 e 14(±2,1) repetições para G2, com uma diferença relativa
de 22,2%, mostrando um decréscimo significativo na força de membros inferiores. A comparação destes
resultados com os referenciais para idosos reforça a tese do declínio lento e gradual da FMMI. Sugere-se a
inclusão deste teste ao conjunto de testes de avaliação funcional em pessoas em processo de envelhecimento
considerando-se a praticidade de aplicação, o acesso aos materiais necessários e por identificar-se com uma
ação motora cotidiana, fundamental para a independência do idoso.
[email protected])
PERFIL DE ESTILO DE VIDA DE TRABALHADORAS DE UMAINDÚSTRIA FARMACÊUTICA DA GRANDE
SÃO PAULO
Alexsandra Gagliardi,
Programa Qualidade de Vida Roche/Sintonia
1
Fábio Santos ,
1
Mayra Bressanin ,
1
Rosicler Rodriguez
1e2
Rudney Uezu Ms
1 - Programa de Qualidade de Vida Roche/Sintonia
2 - CCBS – Universidade Presbiteriana Mackenzie
Atualmente, muitas pessoas dedicam a maior parte do tempo para a construção de uma vida profissional bem
sucedida. Nesse sentido, as mulheres tem atuado de forma expressiva no mundo corporativo. A rotina de
trabalho exige grande dispêndio de tempo, sendo que seu estilo de vida acaba sendo modificado. O objetivo
desse trabalho visou identificar o perfil do estilo de vida de funcionárias de uma empresa multinacional do ramo
farmacêutico, a partir da utilização do Pentáculo do Bem-Estar (NAHAS, 2000). Foram avaliadas 239 mulheres,
com idade entre 15 e 60 anos. Ao analisar os resultados, verificou-se que no componente nutrição (A = 1,2; B =
1,5 e C = 1,5) e atividade física (D = 0,8; E = 1,3 e F = 1,5), as mulheres estão abaixo do comportamento
indicado pelos autores, já no comportamento preventivo (G = 2,0 ; H = 2,6 e I = 2,6), relacionamentos (J = 2,7
;K = 2,0 e L = 1,9) e controle do estresse (M = 1,6 ;N =1,4 e O = 1,5 ) sugeriram índices satisfatórios. Concluiu–
se que a amostra apresentou níveis ideais no comportamento preventivo, no controle do estresse e nos seus
relacionamentos, enquanto os aspectos nutricionais e prática de atividade física necessitam de maior atenção.
Tais resultados permitem reflexões para a elaboração e aplicação de programas específicos para a melhoria do
estilo de vida.
Palavras-chave: Qualidade de Vida, Pentáculo do Bem-Estar e estilo de Vida.
Forma de Apresentação: Painel
[email protected]
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A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: UMA REALIDADE PRÁTICA NA PREFEITURA MUNICIPAL DE
PAULINIA
OLIVEIRA JUNIOR, José Carlos;
LIMA, Andiara
JESUS, Ede Carlos.
INTRODUÇÃO
O trabalho proposto vem no sentido que compartilharmos com a comunidade cientifica uma possibilidade
prática da educação física infantil através de um conteúdo prático de atividades. Esta proposta vem de
encontro em estudos de livros específicos do tema, a fim de divulgar através deste pôster o trabalho realizado
pelos professores de Educação Física nas Escolas de Educação Infantil, da Prefeitura Municipal de Paulínia,
com crianças de 05 a 06 anos.
CONTEÚDOS
Jogos e brincadeiras:
-construção
-simbólicos
-cantados
Esporte:
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-histórico esportivo
-atividade adaptada
Expressão Corporal:
-percepção corporal
-dança
-atividade rítmica
-atividade folclórica
Ginásticas:
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-Geral (ginásticas rítmica/artística/analítica/acrobática)
-Exercícios de habilidades/coordenação motoras e orientação espaço/tempo/lateralidade.
Lutas
CONCLUSÃO
Este trabalho está sustentado em autores específicos da Educação Física Infantil que visa contribuir para as
crianças a descoberta do corpo em relação do movimento como um canal de compreensão do mundo. Por
isso, encaramos a Educação Física Infantil respaldada na promoção humana de um conhecimento
sistematizado e organizado, expresso na cultura corporal de movimentos como uma prática pedagógica que
tematiza diferentes formas de atividades. Neste aspecto, garantimos a oportunidade de todos os alunos para
que desenvolvam suas potencialidades de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como
ser humano.
BIBLIOGRAFIA
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BRASIL, Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
Conhecimento de Mundo. Vol. 3, Brasília: Ministério da Educação e Desporto – SEF/ Depart. De Política da
Ed. Fundamental/ Coordenação Geral de Ed. Infantil, 1998.
FERRAZ, Osvaldo Luiz, MACEDO, Lino de. Reflexões de professores sobre a Educação Física na
Educação Infantil incluindo o Referencial Curricular Nacional. São Paulo: Ver. Paulista de Educação
Física, jan./jun. 2001.
MATTOS, Mauro Gomes de, NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física Infantil: construindo o
movimento na escola. Phorte Editora Limitada, 2006.
ze_ [email protected]
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA
NAVAS, Maria Aparecida;
RODRIGUES, Lidiane de Lima.
ORIENTADORA: Profª Adelci Hilda Mendes Marques.
UNIFEOB - Pedagogia.
Introdução: Para o desenvolvimento da criança, o conhecimento do próprio corpo e o saber reconhecê-lo no
outro é fundamental não só para um bom desenvolvimento motor, mas também essencial para sua
personalidade. “O esquema corporal é um elemento básico indispensável à formação da personalidade da
criança” (TISI, 2004p. 59).
Objetivos: Com isso é de grande importância trabalhar a consciência corporal junto com o esquema corporal e
a imagem corporal através de atividades lúdicas voltadas para cada fase do desenvolvimento motor da criança.
Mostrar a importância de que através da consciência dos professores em trabalhar dessa forma, eles poderão
ter um aluno mais bem estimulado e com um bom desenvolvimento.
Material e Método: Foi adotado como método a pesquisa bibliográfica, embasada em um pensamento
reflexivo e de tratamento cientifico, procurando em várias fontes, tanto de forma direta como indireta.
Desenvolvimento: Sabe-se, através de estudos, que existe uma diferença entre esquema corporal,
consciência corporal e imagem corporal, porém todas estão interligadas e uma depende da outra para se
desenvolver. “Imagem corporal é a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio” (RUSSO, 2005,
p.80). “Esquema corporal é a representação relativamente global, cientifica e diferenciada que a criança tem de
seu próprio corpo” (MEUR, 1989, p.9). “Consciência corporal é o conhecimento do corpo e da imagem corporal
refletida no auto conhecimento, ao lado de outros aspectos sensórios”.(FREUD, 2001, p.37). Considerando
assim deve-se acreditar que a criança passa primeiramente pela fase da imagem corporal, tendo a percepção
e os sentimentos em relação ao próprio corpo (feia ou bonita, gorda ou magra entre outros). Depois disso a
criança entra na fase do esquema corporal, onde ela obtém uma consciência geral de seu corpo,
reconhecendo todas as partes, mas ainda não tendo plena consciência onde se situam todas as partes e suas
especificidades, como por exemplo: olho direito e esquerdo, qual a função do joelho, coração, pulmão, braço
entre outros. Logo após entra a consciência corporal e com isso a criança reuni todo o conhecimento adquirido
e obtém a plena consciência de onde situa, suas partes do corpo e quais são suas funções. Com isso obtendo
o conhecimento de seu corpo e reconhecendo o corpo do outro.
Conclusão: Conclui-se que o professor deve ter cuidado de não pular as etapas mencionadas para que a
criança obtenha uma boa consciência corporal. Estimulando a criança de forma lúdica respeitando as etapas
do desenvolvimento da formação de sua consciência corporal. Fazendo isso para que não ocorra uma má
definição na consciência corporal, onde poderia causar uma lentidão na coordenação psicomotora, deficiência
da sua noção de espaço e tempo, insegurança em relação com o mundo e dificuldades para distinguir as
partes de seu corpo.
PALAVRAS-CHAVE: Imagem Corporal, Esquema Corporal e Consciência Corporal.
Referências: MEUR, A De STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeducação: níveis maternal e
infantil. São Paulo: Manole, 1989.
TISI, Laura. Educação Física e Alfabetização. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
FRUG, Crytianne Simões. Educação Motora em Portadores de Deficiência: formação da consciência
corporal. São Paulo: Plexus, 2001.
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Pratica em Psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas,
expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak, 2006.
< http://www.unipinhal.edu.br > Acesso em: 07/08/2007.
[email protected]
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BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA NA TERÇEIRA IDADE
SABORITO MLN¹,
SILVA C¹,
BRAZÃO TM¹,
2
MENDES ZTR
¹Graduandos do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João
da Boa Vista, SP.
2
Docente do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João da
Boa Vista, SP.
Introdução: Ao atingir os quarenta ou cinqüenta anos de idade, as pessoas começam a perceber que
transformações físicas, comportamentais e psicológicos indicam a progressão do processo continuo e
inexorável do envelhecimento. Devido às transformações ocorridas no final do século XX1, como urbanização,
melhoria sensível da qualidade de vida decorrente dos avanços tecnológicos, a expectativa de vida aumenta
consideravelmente, assim acentua-se o número de pessoas cada vez mais idosas, o que requer considerável
atenção por parte da saúde pública. A atividade física é essencial em todas as etapas da vida. Ela atua
diretamente sobre o osso, por força mecânica ou indiretamente por fatores hormonais, porém com totais
benefícios. A prática de esportes esta sendo cada vez mais indicada no envelhecimento, pois auxilia não só na
prevenção, mas também na diminuição da pressão arterial, prevenção de patologias cardiovasculares
(secundárias), melhora do diabetes tipo dois, controle da obesidade e melhora da auto-estima, dentre outros
benefícios já comprovados cientificamente. Na terceira idade o exercício físico é especial e significante, pois
mantêm influência sobre a saúde e proporciona benefícios respeitáveis na qualidade de vida. Objetivo:
comprovar que a atividade física é essencial na qualidade de vida na terceira idade e promove tanto o bem
estar físico quanto o emocional. Materiais e métodos: levantamento bibliográfico sobre efeitos da atividade
física no idoso, utilizando como material de pesquisa: artigos científicos e livros da área de discussão.
Conclusão: A atividade física com exercícios bem realizados pode promover a interação social, o bem estar
físico e emocional e o combate contra várias patologias reumáticas, cardiovasculares e a obesidade.
Referências:
CHEICK, NC. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos.
Rev. Brás. CI. E Mov., V.11,n.3, p.45-52, jul./set.2003
GROISMAN, D. A velhice entre o normal e o patológico. Instituto de medicina, UERJ, 2001.
MATSUDO, S.M.M., MATSUDO, V.K.R. Exercício, densidade óssea e osteoporose. Revista Brasileira de
ortopedia, 27(10) 730-742,1992
OCARINO,N.M.SERAKIDES, R. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da
osteoporose. Revista brasileira de medicina do esporte. V.12, no 3, Niterói, junho, 2006
OKUMA,S.S.; Os efeitos da atividade física em idosos. SCALCO, M. Z; JUNIOR, A. S. BOTTINO,
C.M.C.Terapêutica para depressão na terceira idade, p.137-142, s.d.
Email: [email protected]
XADREZ: UM ESTUDO PEDAGÓGICO
Wendel Rodrigo de Assis
Graduando de Licenciatura em Educação Física
Faculdade de Educação Física de Jaguariúna
Faculdade de Jaguariúna
RESUMO
Esta pesquisa de revisão bibliográfica teve como objetivos estudar o uso do xadrez nas escolas e, dadas as
inúmeras vantagens que esse jogo pode proporcionar, incentivar a prática do xadrez nas escolas de ciclos I e II
do Ensino Fundamental, via intervenção do professor de Educação Física, além de abordar os PCN’s
(Parâmetros Curriculares Nacionais) e LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) no que tange os objetivos
e conteúdos da Educação Física nos Ciclos I e II do Ensino Fundamental. Procuramos mostrar que nos últimos
40 anos, desde a primeira utilização do xadrez no âmbito escolar, muitas pesquisas e evoluções foram feitas e
notadas. A crescente difusão do xadrez escolar tem sido feita através de esforços individuais, sem a
massificação por parte da União, o que tornou essa difusão mais lenta do que em outros países como Rússia,
Canadá e França. Tais esforços partem, diversas vezes, por pessoas que já têm, pelo menos, um razoável
conhecimento enxadrístico, mas sem ter, obrigatoriamente, conhecimentos didáticos para o ensino. Sugere
esta pesquisa que o xadrez escolar seja pautado de forma a considerar os aspectos pedagógicos antes dos
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competitivos, procurando evitar a especialização precoce entre alunos de 7 a 10 anos e permitindo que estes,
num ambiente de alegria obtenham vivências e experiências de solidariedade, cooperação e superação através
de atividades corporais e esportivas prazerosas. A inclusão do xadrez nas escolas, de forma pedagógica,
oportuniza que o aluno progrida segundo seu próprio ritmo, permitindo desenvolver diversas capacidades
afetivas e, principalmente, cognitivas, sendo esses aspectos facilitadores de outras aprendizagens.
[email protected]
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA.
Patrícia Celis Murillio, Ft Ms em Educação, UNIP
Andréia Frias Furtado,
Lydiane Duarte,
Fisioterapia.
Tendo em vista o caráter degenerativo da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), podemos salientar que a
condição genética de uma alteração muscular traz uma série de desencontros no contexto da saúde da pessoa
acometida, bem como no seu cotidiano familiar. Esta trajetória de vida, marcada por constantes perdas da
motricidade voluntária, com sofrimentos físicos e emocionais, traz a família o grande desafio de se colocar
frente a um quadro irreversível, sem cura, o que muitas vezes a torna impotente. No entanto, alguns apoios
podem ser encontrados em diferentes áreas como: medicina genética, psicologia, fisioterapia, terapia
ocupacional, e no serviço social. O objetivo geral do estudo tem o interesse de demonstrar como a família se
situa no âmbito emocional frente a uma patologia degenerativa. Também queremos aqui relatar o respaldo de
ordem social que vem ao encontro desta família, no sentido de amenizar o seu sofrimento e o da pessoa com
DMD. Optamos por uma metodologia que traduza uma história de vida. O intuito do método é deixar que o
entrevistado, os familiares, respondam a um questionário, mas também que os mesmos tenham a liberdade,
por meio de suas lembranças recuperarem fatos e dados da sua vida que foram importantes e marcantes no
seu ponto de vista. Esperamos encontrar diferentes dificuldades vivenciadas pela família, as quais ainda não
foram identificadas, justamente pelo fato de termos poucas referências bibliográficas para o tema escolhido.
Contudo, pensa-se que ainda temos um processo de acolhimento, a estas pessoas com DMD e seus
familiares, que está muito longe do que eles possam merecer.
[email protected]
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM TUMOR CEREBRAL METASTÁTICO
1
1
1
2
3
3
AMÂNCIO, JS ; SOUZA, AG ; ROSA, JCD , BERALDO, SR ; SILVA, SB ; OLIVEIRA, LHS
7.
8.
6.
Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS.
Fisioterapeuta do serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio , especialista em
Fisioterapia Cardiovascular –UNIFRAN.
Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS e do UNIVERSITAS, mestre em Ciências
Biológicas- UNIVAP.
RESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Tumores são todas as lesões ou massas expansivas dentro do crânio que
surgem devido a multiplicação desordenada de células normais ou anormais. Os tumores podem ser originários
das células do próprio cérebro. Alguns outros são originários de outros órgãos ou tecidos que podem se
disseminar pelo sangue, que são os chamados tumores metastáticos. Não há uma causa única, mas diversas
causas para o surgimento de tumores cerebrais. Os sintomas são bastante variáveis, porém de um modo geral
são: cefaléia, vômitos em jato, perda de coordenação motora, tontura, perda de visão, perda de audição, dor no
rosto, perda de força em um lado do corpo, perda de sensibilidade nos braços. O objetivo do trabalho é
descrever um atendimento de fisioterapia em paciente com tumor cerebral metastático. RELATO DO CASO:
Paciente M.G.N.L, Sexo Feminino, 57 anos, raça branca, natural da cidade de Pouso Alegre -MG. Paciente deu
entrada no serviço de neurocirurgia, no dia 08/05/2007, devido ao quadro de confusão mental e distúrbio de
equilíbrio há + ou - 30 dias. Hipertensa de longa data, porém medicada e controlada. Acompanhante, refere
tratamento de tumor cerebral Há 22 anos, faz uso de Resperidona, Decadron, Depakote e Cefalexina. Marido
falecido, (HIV). Tabagista por 35 anos (10 cigarros/dia). Nega etilísmo. Ao exame físico, paciente em REG,
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confusa, dismétrica, hemiparesia à (D), RCP: indiferente bilateral, sem rigidez de nuca, refere diplopia. Relata
dor no HTX (E), não conseguindo descrever irradiação. Nos exames radiológicos: (RM) múltiplas lesões infra e
supra tentoriais, até próximo do Tronco encefálico. Rx de Tórax: opacidade em hemitórax esquerdo de bordas
irregulares, sugerindo adenocarcinoma. Conduta Médica: Internação, ECG, Rotina de sangue, risco cirúrgico,
HIV I e II + sorologia para toxoplasmose, fisioterapia. Realizado broncoscopia, encaminhado material para
Patologia. Conduta Fisioterapêutica Neurofuncional: Avaliação + dissociação de cintura escapular +
posicionamento. Conduta Fisioterapêutica Respiratória: Avaliação + Manobras de Higiene Brônquica +
Manobras de Reexpansão Pulmonar + Posicionamento. Evolução de mau prognóstico e óbito após 2 meses.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A meta da reabilitação é melhorar a qualidade de vida. Isso significa habilitar o
paciente para a capacidade funcional máxima, necessitando o mínimo de ajuda dos outros. O fisioterapeuta
deve apreciar os problemas emocionais que tem probabilidade de ocorrer, o que pode retardar o processo de
reabilitação. O exame cuidadoso do tórax é utilizado particularmente se o paciente tem risco de desenvolver
complicações pulmonares por causa de problema torácico existente. A reabilitação da função física pode
incluir estímulos da contração muscular, fortalecimento dos músculos, desenvolvimento de reações de
equilíbrio, e reaquisição de coordenação de movimentos, exercícios respiratórios para encorajar a expansão
total dos pulmões e a tosse assistida, se houver secreções. Não considerando a expectativa de vida do
paciente, o processo de reabilitação deve capacitar o paciente a levar uma vida produtiva e que tenha sentido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ANDREOLI, B. Medicina Interna Básica. 4ª edição. Ed. Guanabara
Koogan. Rio de Janeiro, 1998. 2. BRAGA, FM; MELO, PP. Neurocirurgia. 1ª edição. Ed. Manole. São Paulo,
2005. 3. PORTER, S. Fisioterapia de Tidy. 13ª edição,Ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2005. 4. ROWLAND, LP.
Merritt – Tratado de Neurologia. 9ª edição. Ed. Guanabara Koogan.Rio de Janeiro, 1997. 5. UMPHRED, DA.
Reabilitação Neurológica. 4ª edição. Ed. Manole. São Paulo, 2004.
Palavras Chaves: Tumor cerebral; metástase; Fisioterapia
PERFIL LIPÍDICO DE MULHERES HIPERTENSAS PÓS MENOPAUSA
1
1
1
1
1
AMÂNCIO, JS ; SOUZA, AG ; SILVERIO, FC , SILVA, AE ; COUTINHO, SF ; OLIVEIRA, LHS
10.
2
9.
Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG
Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS- MG e do UNIVERSITAS - MG, mestre em
Ciências Biológicas- UNIVAP -SP.
RESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior
prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, tendo como causas a
hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o stress e outras. A sua incidência aumenta com a
idade. No Brasil, estima-se que 1 em cada 5 habitantes seja portador dessa patologia. A obesidade, é o
acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, acima de quinze por cento do peso considerado
ótimo - o que se observa através da comparação entre peso e altura. Começam as restrições e prejuízos da
capacidade funcional. Esta perda no inicio é lenta e gradual, acelerando-se após a os 50 anos de vida (sendo
que na mulher é mais rápido por causa da menopausa), levando assim a uma grande perda da autonomia. O
envelhecimento esta associado ao aumento da gordura corporal, diminuição da massa magra e perda da
densidade óssea. O objetivo do estudo é identificar o índice de massa corporal em mulheres hipertensas pós
menopausa. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 36 voluntárias, com mais de 50 anos de idade,
idade média de 66,41± 21, sendo aferidos peso e altura das mesmas, antes de uma sessão de fisioterapia.
Após aferição foi realizado cálculo para identificar IMC das mesmas. RESULTADOS: Das 36 pacientes, o IMC
médio foi de 28,1 ± 9,62, indicando importância associação com o ganho de peso pós menopausa. Das 36
pacientes, somente uma (1) (2,77%) apresentou IMC < 18 kg/m2 sendo considerada desnutrida. Nove (9)
(25%) pacientes se encaixaram na denominação eutrófico com IMC entre 18 e 25 kg/m2. Treze (13) (36,11%)
pacientes apresentaram IMC entre 25 e 30 kg/m2 sendo classificadas como sobrepeso, e outras treze (13)
(36,11%) pacientes apresentaram IMC > 30 kg/m2 identificando algum grau de obesidade. Importante salientar
que vinte e seis pacientes (26) (72,2%) apresentaram disfunção na relação peso altura. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: Em uma população selecionada de mulheres hipertensas teoricamente sadias, sem quaisquer
alterações clínicas encontrou-se nítida tendência a valores elevados de IMC na população estudada, sendo
indiscutível a presença do fator ganho ponderal já instalado na maioria das pacientes. Esta característica pode
se relacionar com a disfunção hormonal apresentada pós menopausa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1.
ARAÚJO, F; YAMADA, AT; ARAÚJO, MVM; LATORRE, MRDO; MANSUR, AJ. Perfil lipídico de indivíduos
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
sem cardiopatia com sobrepeso e obesidade. Arq. bras. Cardiol; 84(5):405-409, maio 2005. 2. CAMPOS, MAG;
PEDROSO, ERP; LAMOUNIER, JA. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Rev. Assoc. Med.
Bras.; 52 (4), p.214-221. jul./ago. 2006. 3. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da
hipertensão no indivíduo idoso. Rev. bras. hipertens;14(1):17-20, jan.-mar. 2007. 4. ROSA, RF; FRANKEN, RA.
Fisiopatologia e diagnóstico da hipertensão arterial no idoso: papel da monitorização ambulatorial da pressão
arterial e da monitorização residencial da pressão arterial. Rev. bras. hipertens;14(1):21-24, jan.-mar. 2007.
Palavras Chaves: Hipertensão; índice de massa corporal; obesidade.
PERFIL LIPÍDICO DE HOMENS HIPERTENSOS E SEDENTÁRIOS COM MAIS DE 55 ANOS.
1
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1
1
1
AMÂNCIO, JS ; SILVA, RL ; PEREIRA, IMS ; OPENHEIMER, DG ; GOMES, FG ; OLIVEIRA, LHS
12.
2
11.
Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG
Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS- MG e do UNIVERSITAS - MG, mestre em
Ciências Biológicas- UNIVAP -SP.
RESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior
prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, tendo como causas a
hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o stress e outras. A sua incidência aumenta com a
idade. No Brasil, estima-se que 1 em cada 5 habitantes seja portador dessa patologia. A obesidade, é o
acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, acima de quinze por cento do peso considerado
ótimo - o que se observa através da comparação entre peso e altura. Começam as restrições e prejuízos da
capacidade funcional. Esta perda no inicio é lenta e gradual, acelerando-se após a os 50 anos de vida (sendo
que na mulher é mais rápido por causa da menopausa), levando assim a uma grande perda da autonomia. O
envelhecimento esta associado ao aumento da gordura corporal, diminuição da massa magra e perda da
densidade óssea. O objetivo do estudo é identificar o índice de massa corporal (IMC) em homens hipertensos e
sedentários com mais de 55 anos. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 16 voluntários, com mais
de 55 anos de idade, idade média de 67,87 anos ± 9,5, sendo aferidos peso e altura dos mesmos, antes de
iniciarem um programa de reabilitação cardiovascular. Após aferição foi realizado cálculo para identificar IMC
dos mesmos. RESULTADOS: Dos 16 pacientes, o IMC médio foi de 26,43 kg/m2 ± 9,1, indicando importância
associação com o ganho de peso com a idade. Dos 16 pacientes, somente um (1) (6,25%) apresentou IMC <
18 kg/m2 sendo considerada desnutrido. Quatro (4) (25%) pacientes se encaixaram na denominação eutrófico
com IMC entre 18 e 25 kg/m2. Sete (7) (43,75%) pacientes apresentaram IMC entre 25 e 30 kg/m2 sendo
classificadas como sobrepeso, e outros cinco (5) (31,25%) pacientes apresentaram IMC > 30 kg/m2
identificando algum grau de obesidade. Importante salientar que dos 16 pacientes, 12 (12) (75%) apresentaram
disfunção na relação peso altura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A hipertensão é uma doença altamente
prevalente em indivíduos do gênero masculino, tornando-se fator determinante na elevada morbidade e
mortalidade dessa população. O exercício pode ser um “remédio” poderoso, pois diminui o risco de doenças
cardíacas, diminui a pressão arterial, a diabete, alivia a ansiedade, a depressão, aumenta a função
cardiorespiratória, aumenta ou mantém o tônus e a força muscular para uma qualidade de vida saudável e
também para as atividades rotineiras. Os resultados indicaram que há maior prevalência de sobrepeso e
obesidade em homens hipertensos e sedentários com mais de 55 anos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. ARAÚJO, F; YAMADA, AT; ARAÚJO, MVM; LATORRE, MRDO; MANSUR, AJ. Perfil lipídico de indivíduos
sem cardiopatia com sobrepeso e obesidade. Arq. bras. Cardiol; 84(5):405-409, maio 2005. 2. CONCEIÇÃO,
TV; GOMES, FA; TAUIL, PL; ROSA, TT. Valores de Pressão Arterial e suas Associações com Fatores de Risco
Cardiovasculares em Servidores da Universidade de Brasília. Arq. bras. Cardiol; 86 (1), janeiro. 2006. 3.
CAMPOS, MAG; PEDROSO, ERP; LAMOUNIER, JA. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Rev.
Assoc. Med. Bras.; 52 (4), p.214-221. jul./ago. 2006. 4. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto
clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Rev. bras. hipertens;14(1):17-20, jan.-mar. 2007. 5. ROSA, RF;
FRANKEN, RA. Fisiopatologia e diagnóstico da hipertensão arterial no idoso: papel da monitorização
ambulatorial da pressão arterial e da monitorização residencial da pressão arterial. Rev. bras.
hipertens;14(1):21-24, jan.-mar. 2007.
Palavras Chaves: Hipertensão; índice de massa corporal; obesidade.
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INTERVENÇÃO LÚDICA E MUTISMO SELETIVO - RELATO DE 2 CASOS
Josiane Martins Gonçalves dos Santos1, Leandra Infante2, Ana Carolina Sales Oliveira3, Luís Henrique Sales
Oliveira4.
Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS -MG
1. Aluna do Curso de Graduação em Educação Física UNIFENAS - MG
2. Professora Creche do Charque.
3. Fonoaudióloga, Especialista em Linguagem pela SANTA CASA- SP
4. Fisioterapeuta, Professor do curso de Graduação em Educação Física UNIFENAS- MG
RESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A definição de Mutismo Seletivo (MS) é descrita como distúrbio de fundo
emocional e o fracasso persistente de falar em situações sociais específicas, tendo como perfil crianças muito
quietas, que na escola falam pouco com os colegas e professor. O silêncio impera como forma de
comunicação (RAMOS, 2002). Apresenta como características: Timidez excessiva, dependência dos pais,
acessos de raiva e agressividade, isolamento social, tristeza, excessiva rigidez e perfeccionismo, evita contato
olho no olho, são crianças franzinas, traumas anteriores que envolvam perda (mortes, divórcio), pouco
envolvimento paterno. Podendo estar associado a depressão infantil (RODRÍGUEZ, RODRÍGUEZ e
ALCÁZAR, 2006). Atualmente no Brasil, sabe-se pouco sobre o MS, pelo fato é considerada uma "síndrome
rara". É ligeiramente mais freqüente nas meninas, pesquisas mostram que atinge 7 a cada 1000 crianças. O
início geralmente se dá antes dos 5 anos de idade, podendo durar por alguns meses ou persistir por vários
anos. O objetivo do estudo é relatar 2 casos de MS em irmãos gêmeos, com intervenção lúdica. RELATO DOS
CASOS: Duas crianças pertencentes a um grupo familiar carente e desestruturado, onde residem na mesma
moradia: pai, mãe e seis filhos, e com um histórico de convivência social não interativo, constatamos que J.M.A
e L.D.A, 5 anos, gêmeos, apresentavam sintomatologia característica de MS, o desenvolvimento psicomotor
lento e atrasado em relação à outras crianças, pouca interação por parte dos colegas ou professores, iniciando
comunicação próximo dos 3 anos de idade. Optamos por desenvolver atividades de caráter lúdico e práticas de
socialização, onde buscamos uma maior interação social, uma melhora na comunicação e expressão,
proporcionando assim um desenvolvimento afetivo e intelectual, para que as crianças possam se relacionar
com seus colegas e progredir nas suas práticas escolares e de convívio social. Para tanto, fizemos uso da
ludoterapia com atividades em grupo e jogos cooperados. Também usamos o método de denominá-los como
ajudantes para a realização das brincadeiras, fazendo com que se sentissem importantes membros do grupo.
Após a realização das atividades feitas com as duas crianças, durante 10 dias, percebemos progressos em
seus desenvolvimentos e uma melhora nas atitudes sociais dentro da escola. Há comunicação com um aluno
de sua sala, cujo adquiriram confiança e este passou a ser suporte e apoio para eles durante todo dia.
Também uma pequena comunicação com as professoras como: vou ao banheiro, e atender pedidos feitos por
elas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: LE BOULCH (1995), relata que os educandos tidos como “normais”, obterão
um resultado melhor e, aqueles cujas dificuldades, como o MS, são mais acentuadas, terão a chance de
mostrar onde está sua maior incógnita que não o permite alcançar o conhecimento almejado. Crianças, ao
fazerem atividades escolares em grupo conseguem superar suas inibições e limites por agirem com
espontaneidade (MARIOTTI, 2004). A exploração de momentos lúdicos e atividades voltadas para a imagem
do corpo devem sempre auxiliar a recuperação do plano funcional, faz-se necessário também que o âmbito
familiar seja recíproco na formação desta educação precoce independente do nível econômico.
REFERÊNCIAS: 1. RODRÍGUEZ, JO; RODRÍGUEZ, JAP; ALCÁZAR, AIR. Tratamiento multicomponente de
un caso de mutismo selectivo.Ter. psicol; 24 (2):211-220, 2006. 2. MANSO, JM. Analysis of a sexual abuse
case associated with elective mutism. Investig. psicol;11(1):111-27, 2006. 3. RAMOS, M. Dicionário de Saúde
Mental. Ed. Plátano. 234p. 2002. 4. LE BOULCH, J. Educação Psicomotora:a psicocinética na idade escolar.
Porto Alegre: Ed. ArtMed. 1998. 5. MARIOTTI, F. A recreação, o jogo e os jogos 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.
Shape. 2004.
Palavras Chaves: Mutismo Seletivo; Criança; Depressão Infantil
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Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926
A UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS ATENDIDOS POR FISIOTERAPEUTAS DA
UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ
1
2
2
2
2
COUTINHO, SF ; SOUZA, RA ; POLITTI, F , PARREIRAS, ALG ; COELHO, AL ; OLIVEIRA, LHS
14.
2
13.
Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG
Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS- MG e do UNIVERSITAS - MG, mestre em
Ciências Biológicas- UNIVAP -SP.
RESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O envelhecimento é um processo biológico e não deve ser encarado como uma
doença e sim como um processo natural, que se caracteriza pela perda progressiva das capacidades
funcionais. O envelhecimento está associado a diversas alterações estruturais nos sistemas cardíacos,
respiratório, circulatório, nervoso, muscular e esquelético. Começam as restrições e prejuízos da capacidade
funcional. Esta perda no inicio é lenta e gradual, acelerando-se após a os 50 anos de vida, levando assim a
uma grande perda da autonomia. O envelhecimento esta associado ao aumento da gordura corporal,
diminuição da massa magra e perda da densidade óssea. O objetivo do estudo é descrever a quantidade de
tipos de medicamentos utilizados por idosos sem queixas clínicas. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do
estudo 34 idosos de ambos os gêneros, sendo 25 mulheres e 9 homens, com mais de 68 anos de idade, idade
média de 71,95 anos ± 13, que participam do programa de atendimento ao idoso do curso de Fisioterapia da
UNIVÁS. Foram avaliadas as fichas destes pacientes que residiam em um asilo na cidade de Pouso Alegre –
MG. Os idosos participaram da coleta dos dados e foram orientados sobre a ingesta de medicamentos e os
resultados da pesquisa. RESULTADOS: Dos 34 idosos, observamos que todos realizam pelo menos a ingesta
de um tipo de medicamento diário. A média de ingestão de tipos de medicamentos foi 2,24 medicamentos ±
1,26. Dos 34 idosos, 14 (41,17%) utilizavam apenas um tipo de medicamento diário. Sete (7) (20,59%) idosos
utilizavam dois tipos de medicamentos diários. Treze (13) (38,24%) eram medicados com 3 ou mais tipos de
medicamentos diários. Outra característica importante foi a identificação do tipo de medicação anti-hipertensiva
em 32 pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Entre os idosos, a hipertensão sistólica solada (HSI) predomina
sobre a hipertensão diastólica ou combinada, sendo mais importante como fator de risco cardiovascular que a
hipertensão arterial diastólica. Programas de exercício favorecem a diminuição dos fatores deletérios do
envelhecimento. A expectativa de vida termina quando a saúde de uma pessoa se compromete a ponto de
dificultar a realização de atividades da vida diária, tornando a dependente de outras ou de algum tipo de
assistência medica, psicológica ou social. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ARAÚJO, F; YAMADA, AT;
ARAÚJO, MVM; LATORRE, MRDO; MANSUR, AJ. Perfil lipídico de indivíduos sem cardiopatia com sobrepeso
e obesidade. Arq. bras. Cardiol; 84(5):405-409, maio 2005. 2. CÉSAR, MC; MONTESANO, FT; DINIZ, RVZ;
ALMEIDA, DR; TEBEXRENI, AS; BARROS, TL. Respostas Cardiopulmonares ao Exercício em Pacientes com
Insuficiência Cardíaca Congestiva de Diferentes Faixas Etárias. Arq. bras. Cardiol; 86 (1), janeiro. 2006. 3.
CAMPOS, MAG; PEDROSO, ERP; LAMOUNIER, JA. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Rev.
Assoc. Med. Bras.; 52 (4), p.214-221. jul./ago. 2006. 4. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto
clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Rev. bras. hipertens;14(1):17-20, jan.-mar. 2007. 5. ROSA, RF;
FRANKEN, RA. Fisiopatologia e diagnóstico da hipertensão arterial no idoso: papel da monitorização
ambulatorial da pressão arterial e da monitorização residencial da pressão arterial. Rev. bras.
hipertens;14(1):21-24, jan.-mar. 2007.
Palavras Chaves: Hipertensão; medicamentos; envelhecimento
ESTUDO DO EFEITO DO FRACIONAMENTO DO PESO NO ALINHAMENTO DA COLUNA DE MULHERES
PRATICANTES DE ESPORTE
Ms. Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms. Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Talita
Malaman*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***.
*UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG.
O peso corporal tem se mostrado, muitas vezes, determinante nas alterações das estruturas corporais, neste
sentido este estudo estabeleceu uma relação entre o peso de gordura e o peso magro e o alinhamento da
coluna, nas porções cervical, torácica e lombar de mulheres, atletas, participantes dos JIMI, 2007. Para tento
foram realizadas medidas de peso e dobras cutâneas abdominal, coxa medial e peitoral, alem de avaliação do
alinhamento da coluna de 194 mulheres, participantes dos Jogos do Interior de Minas, sul de Minas, 2007, com
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idade variando entre 14,5 e 38,3 anos, atletas de futsal, basquete, vôlei, handebol e judô. Foram utilizados uma
balança antropométrica Filizzolla e um compasso de dobras cutâneas marca Sanny. A avaliação do
alinhamento da coluna foi realizada por observação. O percentual de gordura foi calculado utilizando-se a
equação de Siri et al e o modelo de Pollock e Jackson para o cálculo da densidade corporal. A análise
estatística foi comparativa dividindo-se as atletas em dois grupos por segmento da coluna grupos. Foi testada a
normalidade dos dados e em seguida foi realizada teste t para comparação dos grupos. Em relação à coluna
cervical, tanto o peso quanto o peso de gordura quanto o peso da massa magra apresentaram diferenças entre
o grupo de atletas com alinhamento normal e com hiperlordose. As comparações entre os grupos com
alinhamento normal e com hipercifose torácica apresentaram diferenças nas variáveis peso e peso da massa
magra, no entanto não foi encontrada diferença na variável peso de gordura. Finalmente na comparação das
variáveis do estudo com o alinhamento da coluna lombar, nenhuma diferença foi encontrada. Os dados
revelam uma forte influência entre o alinhamento da coluna e o peso e seu fracionamento. No entanto é
necessário um aprofundamento desta linha de estudo para que estes dados possam ser conclusivos, tanto nas
variáveis analisadas quanto em outros indicativos tanto antropométricos quanto posturais.
IMPACTO DO AUMENTO DA GORDURA CORPORAL NO ALINHAMENTO DOS JOELHOS DE ATLETAS
DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Ms. Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms. Talita
Malaman*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***.
*UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG.
A investigação da influência do peso e suas derivações no alinhamento dos joelhos de atletas pode resultar em
modelos de prevenção que garantam a performance atlética dos mesmos. Neste sentido este trabalho se
propôs a verificar o impacto da gordura corporal no alinhamento dos joelhos de homens participantes dos
Jogos do Interior de Minas, regional sul, em 2007. As seguintes medidas foram realizadas: peso e dobras
cutâneas peitoral, abdominal e coxa medial, alem de avaliação do alinhamento dos joelhos em 338 atletas. Foi
utilizada uma balança antropométrica Filizzolla e um adipômetro científico Sanny. A avaliação do alinhamento
dos joelhos foi realizada por observação. O percentual de gordura foi obtido a partir da equação de SIRI e a
densidade corporal foi calculada pelo modelo matemático de Jackson e Pollock. A análise estatística foi
comparativa dividindo-se os atletas em três grupos. Foi testada a normalidade dos dados e em seguida foi
realizada a análise de variância com teste Tuckey post hoc. Os seguintes resultados foram obtidos: tanto a
variável peso, quanto a variável percentual de gordura não mostraram diferenças nas comparações entre o
joelho normal com o joelho em varo. Quanto a comparação feita entre o grupo de atletas com joelho em varo e
joelho em valgo os resultados foram os mesmos, no entanto, quando comparado o grupo de atletas com joelho
normal com o grupo com joelho em valgo foram encontradas diferenças estatísticas. Estes dados devem ser
analisados com cuidado, pois podem possibilitar a inferência de que o peso corporal tendenciona o atleta a um
desvio de joelho em valgo. Porem, vale ressaltar que apesar do grupo avaliado ser relativamente grande,
todos estes são praticantes de esporte, submetendo-se a programas de treinamento e se sujeitando a cargas
intensas de treinamento, mesmo estes não sendo considerados atletas de alto rendimento. Conclui-se,
portanto, que no grupo de atletas avaliados, o peso corporal e o percentual de gordura podem ser coresponsáveis por desvios do joelho, especialmente para a posição valgo.
INFLUÊNCIA DO PESO CORPORAL E IMC NO NIVELAMENTO DA CRISTA ILÍACA DE JOVENS
PRATICANTES DE ESPORTES NO SUL DE MINAS GERAIS
Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms. Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms.Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Talita
Malaman*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***.
*UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG.
Este trabalho se propôs a investigar a influência do peso corporal, estatura e IMC no nivelamento da crista
ilíaca de mulheres jovens, atletas, participantes dos Jogos do Interior de Minas, regional sul, em 2007. Para
tanto foram realizadas medidas de peso e estatura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), alem de
avaliação do alinhamento da crista ilíaca de 194 atletas, com idade variando entre 14,5 e 38,3 anos, de 27
cidades diferentes, que disputaram 6 diferentes modalidades desportivas, todas participantes do JIMI, 2007.
Foi utilizada uma balança antropométrica Filizzolla com estadiômetro embutido para medidas de peso e
estatura. A avaliação do alinhamento da crista ilíaca foi realizada por observação, sendo anotadas as seguintes
possibilidades: nivelado, elevado a direita e elevado a direita. O IMC foi calculado utilizando-se a equação de
Quetelet, onde o resultado é obtido pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da estatura em
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metros. A análise estatística foi comparativa dividindo-se as atletas em três grupos. Foi testada a normalidade
dos dados e em seguida foi realizada a análise de variância com teste Tuckey post hoc. Os seguintes
resultados foram obtidos a partir dos dados obtidos: as atletas com a crista ilíaca elevada para a esquerda
apresentaram diferença com o grupo das atletas sem desnivelamento nesta variável. Nas variáveis peso e
estatura não foram encontradas diferenças. Apesar do número razoável de atletas avaliadas, o fato de só
terem sido encontradas diferenças do nivelamento em um lado não permitem inferência relacionada ao IMC.
Os dados do peso e estatura indicam que não existe influência entre tais variáveis e o nivelamento da crista
ilíaca. No entanto, vale ressaltar a necessidade de se analisar o impacto de diferentes indicativos
antropométricos e diferentes possibilidades de nivelamento postural. Por isso novos estudos apontados para
este fim são vistos como necessários.
RELAÇÃO ENTRE A GORDURA DA REGIÃO SUPERIOR DO CORPO E O ALINHAMENTO DA PELVE EM
ATLETAS PARTICIPANTES DO JIMI 2007.
Ms. Talita Malaman*, Ms.Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms.Dennis Wiliam
Abdala*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***.
*UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG.
O objetivo deste trabalho foi identificar a influência da gordura corporal localizada na região superior do tronco
e dos membros superiores no alinhamento da pelve de homens jovens, atletas, participantes dos Jogos do
Interior de Minas, regional sul, em 2007. Foram realizadas medidas de peso e dobra cutâneas triciptal, biciptal,
peitoral e subescapular, alem de avaliação do alinhamento da pelve de 338 atletas do sexo masculino, com
idade variando entre 14,9 e 40,0 anos, de 27 cidades diferentes, que disputaram 6 diferentes modalidades
desportivas, todos participantes do JIMI, 2007. Foi utilizada uma balança antropométrica Filizzolla para
medidas de peso e um compasso de dobras cutâneas marca Sanny. A avaliação do alinhamento da pelve foi
realizada por observação. Os indicativos foram a soma das dobras dos membros superiores (tríceps + bíceps)
e soma das dobras do tronco superior (peitoral + subescapular). A análise estatística foi comparativa dividindose os atletas em dois grupos e comparados com as variáveis propostas. Foi testada a normalidade dos dados e
em seguida foi realizada teste t de student. A partir dos dados obtidos foi possível verificar que nem a soma
das dobras do tronco superior, nem a soma das dobras do tronco superior mostraram diferenças quando
comparada ao alinhamento da pele, seja esta em posição normal, em anteroversão ou retroversão. Estes
dados podem evidenciar a falta de relação entre a gordura corporal regional da região superior do corpo, seja
tronco ou membros. Neste sentido, a compreensão entre os indicativos antropométricos relacionados ao peso
corporal e o alinhamento da pelve devem ser estudados de uma forma global para que se possa entender o
impacto das variáveis estudadas e periféricas com a posição da pelve. Vale sempre lembrar que o grupo
estudados é formado por praticantes regulares de atividade física com objetivos competitivos.
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