a visão dos pais em relação a importância da
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Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 VOLUME 02 - NÚMERO 02 - 2007 - MAGAZINE Página 1 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 É com grande satisfação que, no vigésimo primeiro ano de realização do ENAF, em sua quadragésima terceira edição, publicamos a Revista ENAF SCIENCE Nº 04. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e saúde. Nesses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes unindo formação e produção. É nesse novo contexto que a Revista ENAF SCIENCE é lançada. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição são apresentados os trabalhos completos apresentados no Congresso Científico e os resumos dos trabalhos apresentados sob a forma de pôster. Esperamos que este seja o primeiro passo que pretendemos dar na busca deste novo viés do conhecimento, fazendo o ENAF seguir o seu caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física. Prof. Dennis William Abdala Prof. Alessandro de Oliveira Prof. Arthur Paiva Neto Prof. Sebastião José Paulino Página 2 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 CONSELHO EDITORIAL: Antônio Carlos Gomes, PhD Diretor Técnico do Clube Atlético Paranaense Alessandro de Oliveira, Ms Fac. Presbiteriana Gammon/MG André Luis Leta da Costa, Dr. UGF - Univ. Gama Filho/RJ Arthur Paiva Neto, Ms Univ. São Francisco/SP Dennis William Abdala, Ms Unifeg/MG Estélio Henrique M. Dantas, PhD UCB - Univ. Castelo Branco/RJ Fabiano Pinheiro Peres, Ms Univ. São Francisco/SP Fábio Saba, Ms Consultor de Negócios em Esporte, Clubes, Academias no Brasil e no exterior Fabrício Madureira Univ. Metropolitana de Santos Fernanda Pereira Ribeiro Unifenas – Poços de Caldas/MG Lais Lima, Ms Univ. Ítalo Brasileiro/SP Leonardo Cabral, Ms UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ Luiz Fernando Kruel, Dr. UFRGS Luiz Henrique Salles de Oliveira, Dr. UNIVAS - Univ. do Vale do Sapucaí/MG Marcelo Gomes da Costa, Ms UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ Márcia Albergaria, Drª. UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ Pablo Juan Grecco, Dr. UFMG - Univ. Federal de Minas Gerais/MG Roberto Fernandes da Costa, Dr. UNIFESP/SP Rodolfo Novelino Benda, Dr. UFMG - Univ. Federal de Minas Gerais/MG Rolando Bacis Ceddia, PhD Univ. de Toronto / Canadá Terêsa Cristina Alvisi, Ms PUC - Pontifica Univ. Católica/MG Turíbio Leite de Barros Neto, Dr. Diretor do CEMAFE/UNIFESP Walace Monteiro, Dr. UERJ - Univ. Estadual do Rio de Janeiro Vagner Raso, Ms USP - Univ. de São Paulo POLÍTICA EDITORIAL: Como revista de pesquisa, o ENAF Science é destinado à publicação de relatórios de pesquisas originais, realizadas na área biomédica ou de ciência da saúde. Incluirá pesquisa em ciências básicas, casos clínicos, efetivamente do diagnóstico e de técnicas terapêuticas e estudos relacionados aos aspectos comportamentais, epidemiológicos ou educacionais da medicina e do movimento humano. Todos os originais sofrerão análise, que será realizado em sistema de duplocego (peer review) antes de aceitos para publicação. Enviar cartas para: ENAF – Caixa Postal 111 CEP 37002-970 – Varginha/MG www.enaf.com.br Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos respectivos autores, não sendo atribuível ao ENAF nenhuma forma de competência legal sobre os mesmos. Página 3 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Artigo Autor ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DURANTE UM MACROCICLO DE TREINAMENTO EM FUTEBOLISTAS PROFISSIONAIS Tiago Volpi Braz 06 ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO LINEAR E NÃO LINEAR NO TRABALHO DE HIPERTROFIA E DIMINUIÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA NOS SEXOS MASCULINO E FEMININO Gilcieny Lauriana de Faria 10 ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA EM SENHORAS IDOSAS DA CIDADE DE BARRETOS Tadeu Cardoso de Almeida 12 INICIAÇÃO ESPORTIVA: VANTAGENS E DESVANTAGENS Juliana de Alcântara Bôdo Nunes 15 PARALISIA CEREBRAL: A PERCEPÇÃO DO CORPO DEFICIENTE PELO SISTEMA DE ENSINO ESCOLAR Patrícia Celis Murillio 18 LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM GUAXUPÉMG Amanda Bueno Cândido 20 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE ÚLCERA DE PRESSÃO Gisele Regina da Silva 25 O MEDO EM ATLETAS QUE SOFRERAM LESÃO DO MENISCO LATERAL Acary Santos de Silva Oliveira Júnior 28 COMPARAÇÃO ENTRE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LOCALIZADA E HIDROGINÁSTICA SOBRE A APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE INDIVÍDUOS DA TERCEIRA IDADE EM SANTA RITA DO SAPUCAÍ / MG Alessandra Lopes Pinto Lemos 31 CONCEITO DE SAÚDE: UM ESTUDO ENTRE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA Noler Heyden Flausino 35 Página CONSUMO DE SUPLEMENTOS DIETÉTICOS POR FREQUENTADORES DE ACADEMIAS DA CIDADE DE MARÍLIA-SP Regiane Kume 37 DANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE: RELAÇÕES NECESSÁRIAS 42 Lúcia Aparecida Martins Campos Coelho EDUCAÇÃO EM SAÚDE: QUALIDADE DE VIDA DOS TRABALHADORES RURAIS DE UMA DESTILARIA NO INTERIOR Andréia Cristina Flauzino Tavares DE MINAS GERAIS 45 OS NÍVEIS DE ESTRESSE PSÍQUICO NO VOLEIBOL MASCULINO: CATEGORIA INFANTO-JUVENIL E JUVENIL Hugo do Carmo Dias 47 UMA ANÁLIZE DO BULLYING EM PROJETO SOCIAL: DESAFIO E PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO NA ATIVIDADE FÍSICA Valdeir Augusto Gonçalves 51 A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA ESCOLA PROFISSIONAL Sandra Maria da Silva Sales Oliveira 55 AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUANTO A INCLUSÃO DE DEFICIENTES Caroline Araújo Curiel FÍSICOS E MENTAIS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS 59 A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DO LÍBERO NO VOLEIBOL DE ALTO NÍVEL DE RENDIMENTO 63 Rodney Alfredo Pinto Lisboa PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO NA ENFERMARIA DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL JS Amâncio UNIVERSITÁRIO 65 A INCIDÊNCIA DE HÉRNIA DE DISCO EM MULHERES PRATICANTES DE VOLEIBOL Joelma Jane Araújo 68 EFEITOS DA HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL Lilian Helena Garcia da Silva 73 Página 4 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Pôster Autor Página A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE LOMBALGIA: UMA REVISÃO O CORPO DO ATLETA: UMA LEITURA ANTROPOLÓGICA E A INTERPRETAÇÃO DA PESSOA HUMANA ATIVIDADE FÍSICA E CAPACIDADE FUNCIONAL: UM ESTUDO DE INDIVÍDUOS NA MATURIDADE BIOSSEGURANÇA: UMA ANÁLISE NA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA EQUIPE DE ENFERMAGEM BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O INDIVÍDUO COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM FASE III DE REABILITAÇÃO CARDÍACA PROPOSTA DE PROGRAMA INTER-GERACIONAL ENTRE CRIANÇAS E VELHOS Juliana Procópio Machado Daniella Plazzi Grillo Lara Cristina Vasconcellos Silva 77 77 78 Patrícia Laila Tomé 79 Juliana Procópio Machado 79 Augusto Barbosa Guimarães 80 EFEITOS DA CIRURGIA INTRA-ÚTERO NO REPARO DA MIELOMENINGOCELE Juliana Procópio Machado 80 MELHOR METODO DE TREINAMENTO PARA O GANHO DE HIPERTROFIA Bernard Sobral Chaves 81 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA. Patrícia Celis Murillio 82 Misleide da Silva Gonçalves 82 Misleide da Silva Gonçalves 83 MOTIVAÇÃO: UMA NOVA FERRAMENTA DE TRABALHO Hérica Gonçalves 83 OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA O PORTADOR DA DOENÇA DE PARKINSON C Silva 84 A IMPORTÂNCIA DO AUTO-EXAME DAS MAMAS Mara Avelar Flório 85 TRATAMENTO FISIOTERÁPICO NA FASE PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA DE EMBOLIA PULMONAR Milena Carla Queiroz da Silva 85 COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E OS DAS OUTRAS ÁREAS DE ENSINO DA CIDADE DE PARAGUAÇU PAULISTA-SP PREVALÊNCIA DE DORT NAS OPERADORAS DE CAIXA DO COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE PARAGUAÇU PAULISTA - SP A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE 8 MESES DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E NO CAMPO DE FUTEBOL SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE JOGADORES DE Julio Augusto Gonçalves FUTEBOL AMADOR DA CIDADE DE BARRETOS – SP 86 INTERVENÇÕES NÃO MEDICAMENTOSAS NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER Milena Carla Queiroz da Silva 86 USO INDISCRIMINADO DE ANOREXÍGENOS EM UNIVERSITÁRIOS NO UNIFEG Nathalia Ciarallo Mauer 87 OS BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE Carlos Rodrigo Michelli 87 A DANÇA COMO ALTERNATIVA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO Carolina Garcia de Paula 88 NUTRIÇÃO - EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM PRÉ-ESCOLARES Maria Gabriela Julien Ferraz 89 CARACTERIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE. Silmar Alexandre Barbisan 89 ANÁLISE DO GASTO ENERGÉTICO DA GLICOSE ENTRE OS EXERCÍCIOS AERÓBICOS E ANAERÓBICOS DURANTE O ESFORÇO FÍSICO Gilcieny Lauriana de Faria 90 SUPLEMENTAÇÃO DE CARBOIDRATO E NÍVEIS GLICEMICOS EM ATLETAS CICLITAS DURANTE ATIVIDADE Ronaldo Júlio Baganha. INDOOR FORÇA DE MEMBROS INFERIORES: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO ENTRE MULHERES JOVENS E DE MEIA – IDADE E COM REFERENCIAIS PROPOSTOS PARA MULHERES IDOSAS NO TESTE DE SENTAR E LEVANTAR EM Fernanda Araújo Vacari 30 SEGUNDOS PERFIL DE ESTILO DE VIDA DE TRABALHADORAS DE UMAINDÚSTRIA FARMACÊUTICA DA GRANDE SÃO Alexsandra Gagliardi PAULO 90 91 91 A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: UMA REALIDADE PRÁTICA NA PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULINIA José Carlos Oliveira Junior 92 A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA Maria Aparecida Navas 95 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA NA TERÇEIRA IDADE Mln Saborito 95 XADREZ: UM ESTUDO PEDAGÓGICO Wendel Rodrigo de Assis 96 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA. Patrícia Celis Murillio 96 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM TUMOR CEREBRAL METASTÁTICO JS Amâncio 97 PERFIL LIPÍDICO DE MULHERES HIPERTENSAS PÓS MENOPAUSA JS Amâncio 98 PERFIL LIPÍDICO DE HOMENS HIPERTENSOS E SEDENTÁRIOS COM MAIS DE 55 ANOS JS Amâncio 98 INTERVENÇÃO LÚDICA E MUTISMO SELETIVO - RELATO DE 2 CASOS Josiane Martins Gonçalves dos Santos 99 SF Coutinho 100 Luiz Henrique Gomes dos Santos 100 Dennis Wiliam Abdala 101 Arthur Paiva Neto 101 Talita Malaman 102 A UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS ATENDIDOS POR FISIOTERAPEUTAS DA UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ ESTUDO DO EFEITO DO FRACIONAMENTO DO PESO NO ALINHAMENTO DA COLUNA DE MULHERES PRATICANTES DE ESPORTE IMPACTO DO AUMENTO DA GORDURA CORPORAL NO ALINHAMENTO DOS JOELHOS DE ATLETAS DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO INFLUÊNCIA DO PESO CORPORAL E IMC NO NIVELAMENTO DA CRISTA ILÍACA DE JOVENS PRATICANTES DE ESPORTES NO SUL DE MINAS GERAIS RELAÇÃO ENTRE A GORDURA DA REGIÃO SUPERIOR DO CORPO E O ALINHAMENTO DA PELVE EM ATLETAS PARTICIPANTES DO JIMI 2007 Página 5 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ARTIGOS ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DURANTE UM MACROCICLO DE TREINAMENTO EM FUTEBOLISTAS PROFISSIONAIS Tiago Volpi Braz; Especializando; UNICAMP Miguel de Arruda; Doutor em Educação Física Artur Paiva Neto; Mestre em Educação Física Leonardo Moretti Maran; Especializando RESUMO O objetivo desta pesquisa foi analisar a variação da composição corporal durante um macrociclo de treinamento em futebolistas profissionais. Foram utilizados 13 futebolistas profissionais (25,3 ± 4,64 anos) pertencentes a uma equipe da primeira divisão de Minas Gerais. As seguintes variáveis foram controladas: massa corporal (MC), massa magra (MM), massa de gordura (MG) e percentual de gordura corpórea (PG). Realizou-se 3 medidas em diferentes momentos no macrociclo (IPP, FPP, DPC). Os resultados foram IPP: (MC) 72,00 ± 6,06, (MM) 64,73 ± 5,67, (MG) 7,27 ± 1,36, (PG) 10,24 ± 1,55; FPP: (MC) 72,43 ± 6,08, (MM) 66,15 ± 5,71, (MG) 6,28 ± 1,22, (PG) 9,43 ± 1,02; DPC: (MC) 72,40 ± 5,74, (MM) 65,46 ± 5,46, (MG) 6,93 ± 1,07, (PG) 9,66 ± 0,92. Conclui-se que não houve diferença estatisticamente significante entre todas as variáveis estudadas quando se comparou a primeira avaliação com as seguintes. Palavras-chave: Composição Corporal, Macrociclo, Futebolistas. INTRODUCAO O futebol é um desporto com características especificas e especiais que o transformam num desporto cujo treino deve ser cuidadosamente programado e analisado. Existem variáveis que devem ser controladas por uma comissão técnica de futebol durante um macrociclo de treinamento, entre elas, está a composição corporal. De acordo com Green (1992) o perfil fisiológico e antropométrico possibilitam aos cientistas do desporto e aos treinadores e preparadores físicos, a correta avaliação para modificar e prescrever programas de treinamento. Assim, durante o macrociclo de treino desta pesquisa, utilizou-se a variação da composição corporal como um dos parâmetros para prescrição de treino para estes futebolistas. A composição corporal, para Petroski (1999) pode ser definida como o estudo da quantidade e da proporção dos principais componentes estruturais do organismo, através do fracionamento de peso corporal. Esses componentes estruturais são basicamente quatro: gordura, músculos, ossos e resíduos. Seu estudo refere-se à observação da variação na distribuição anatômica de importantes componentes da massa corporal (adiposa, muscular e óssea), sendo que esta refere-se à quantidade relativa ou absoluta destes componentes nas diferentes regiões ou compartimentos corporais. Cyrino et al. (2002) relata que apesar das poucas informações disponíveis na literatura, os menores valores de gordura corporal podem favorecer o rendimento máximo, visto que a movimentação durante as partidas é intensa, com alta exigência energética. Assim, a massa corporal excedente, provocada pelo maior acúmulo de tecido adiposo, denominada de massa corporal gorda, acarretará maior dispêndio energético, prejudicando o rendimento. Ainda ele diz que a prescrição de programas de treinamento para diferentes modalidades esportivas requer um amplo conhecimento da especificidade de cada uma delas. Dessa forma, em modalidades coletivas, como o futebol, o conhecimento sobre a composição corporal tem-se revelado imprescindível para a caracterização das exigências específicas desse esporte. Aliado a isto, segundo Bailey, Malina e Mirwald (1986) diversos estudos têm demonstrado que, dentre as variáveis que podem ser avaliadas antropometricamente, as mais relevantes para o desempenho atlético na maioria dos esportes são a estatura e a composição corporal, reforçando a importância das variáveis controladas nesta pesquisa. Para Petroski (1999), os métodos comunentemente utilizados para análise da composição corporal são os diretos (dissecação de cadáveres), indiretos (ex: densitometria, hidrometria) e duplamente indiretos (ex: impedância bioelétrica, antropometria). Para ele, o de maior utilização devido a seu baixo custo e facilidade de utilização em grandes populações é o método antropométrico, podendo ser utilizado tanto no laboratório como em campo. Ainda ele, cita vantagens da utilização da técnica antropométrica: significativa relação das medidas antropométricas com a densidade corporal obtida através dos métodos laboratoriais; uso de equipamentos de baixo custo financeiro e a necessidade de pequeno espaço físico; a facilidade e rapidez na coleta de dados e a Página 6 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 não invasividade do método. A antropometria foi o método utilizado nesta pesquisa para o controle da composição corporal. Dessa forma, o estudo da composição corporal, principalmente a avaliação da qualidade da gordura corporal e da massa corporal magra, é muito importante durante um macrociclo de treinamento, pois pode especificar essas proporções. A massa corporal magra é constituída essencialmente pelos componentes massa muscular, massa óssea e massa residual. Butte et al. (2000) diz que o interesse na estimativa da massa magra ocorre por haver relação com demanda calórica e principalmente desempenho físico, evidenciando a sua relação com algumas variáveis do treinamento em futebolistas profissionais. As medidas das dobras cutâneas podem ser consideradas de grande importância para a identificação e também para a descrição da gordura subcutânea e da composição corporal. A antropometria tem sido um dos métodos mais utilizados para a verificação dessas medidas, servindo como parâmetros diferenciais relativos ao desempenho as quais os futebolistas estão inseridos. Para Slaughter et al. (1988) a quantidade da massa magra é um fator importante na determinação da aptidão física. Porém, Heyward e Stolarczyk (2000) descrevem que a densidade da massa magra depende da relativa proporção do conteúdo mineral e água corporal e varia quantitativamente nos diversos grupos humanos de acordo com idade, sexo, raça e nível de aptidão física, sendo que o nível de alterações da massa magra referente à atividade física depende de freqüência, duração, e intensidade de exercícios. As variáveis antropométricas possibilitam aos profissionais que trabalham com treinamento a correta avaliação, para modificá-lo e prescrevê-lo. Mais recentemente, estudos envolvendo o controle antropométrico tem se tornado alvo de grande interesse devido a grande variabilidade destes parâmetros dentro de um ciclo de treino (CAMPEIZ, 2001). Para Santos (1999) há evidências que o elevado percentual de gordura corpórea é inverso à melhoria do rendimento do atleta, tornado-se indispensável a sua análise dentro do futebol. O controle da massa corporal antes e após sessões de treino é bastante utilizado por preparadores físicos da atualidade, sendo uma prática constante na maioria dos clubes brasileiros. Há grande variação da massa corporal antes e após os treinamentos em futebolistas profissionais. Em seus resultados, Salum e Fiamonchini (2006) encontraram uma tendência de decréscimo dos valores antes e depois da carga de treinamento físico e técnico, nas diferentes posições que o jogador atua. Dada a esta grande variação ao inicio e término e de sessões de treinamentos, microciclos e mesociclos, torna-se importante o acompanhamento das modificações ocorridas durante um macrociclo de treino em suas determinadas fases e períodos, no tocante a massa corporal. Esta variável também foi controlada nesta pesquisa. De acordo com Campeiz (2001), alguns estudos tem descrito características antropométricas em futebolistas norte americanos, europeus (REILLY, THOMAS, 1976), africanos (SLAOKUN, MARTHUR, 1985 apud GREEN, 1992), asiáticos (KANSAL, 1980 apud GREEN, 1992) e australianos (WINTERS, ROBERTS, DAVIS, 1982 apud GREEN, 1982). Ele próprio, verificou as alterações da composição corporal aliado as variáveis anaeróbias em 4 momentos do macrociclo de treino, aproximando-se do problema proposto por esta pesquisa, relatando a dinâmica da alteração da composição corporal no período proposto por seu estudo. Espera-se, de certa forma, que os resultados aqui encontrados sirvam para a literatura escassa envolvendo a dinâmica de alteração da composição corporal no que diz respeito ao treinamento, principalmente quando voltamos nossas atenções para o futebol brasileiro. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a variação da composição corporal durante um macrociclo de treinamento em futebolistas profissionais. MATERIAIS E METODOS Participaram da pesquisa 13 futebolistas profissionais ( X =25,3 ± 4,64), estatura ( X =172,83 ± 5,41 cm) pertencentes a uma equipe da primeira divisão de Minas Gerais, todos com histórico de no mínimo 3 anos de treinamento na modalidade. Futebolistas com graves lesões e que não participaram totalmente do macrociclo de treinamento foram excluídos da amostra de sujeitos. As variáveis antropométricas envolvendo a composição corporal analisadas nesta pesquisa foram: massa corporal, massa magra, massa de gordura corporal e percentual de gordura corporal. Foram medidas as dobras cutâneas do tríceps, bíceps, peitoral, axilar média, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, coxa e panturrilha medial seguindo a média de 3 protocolos (Falkner, Jack e Pollock, Mcardle). As técnicas de coleta seguiram Petroski (1999). Realizou-se 3 medidas em diferentes momentos no macrociclo (no inicio, após 33 e 74 dias de treinamento, caracterizando o inicio e final do período preparatório e durante o período competitivo). Utilizou-se um adipômetro cientifico Sanny e uma balança digital Skala da marca Plenna. Todos os testes foram aplicados pelo pesquisador e por equipe de colaboradores, todos estes preparados para essa finalidade, respeitando sempre as mesmas condições e procedimentos. Os testes foram aplicados sempre obedecendo ao mesmo horário e período, das 15 às 17 h. Os sujeitos no momento dos testes sempre vestiram calção para as medidas. Para tratamento estatístico, utilizou-se média e desvio padrão, ANOVA e o procedimento Post Hoc de Tukey através do software SPSS for Windows 12.0. Página 7 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 RESULTADOS E DISCUSSAO O comportamento das variáveis antropométricas e dos indicadores da composição corporal são apresentados no gráfico e tabela a seguir: 80 70 60 50 40 30 20 10 0 M. Corporal (Kg) M. Magra (Kg) 1a Medição (IPP) M. Gordura (Kg) Apos 33 dias (FPP) % PG Apos 74 dias (DPC) Macrociclo de Treinamento 1a Medição (IPP) Apos 33 dias (FPP) Apos 74 dias (DPC) MC (Kg) 72,00 ± 6,06 72,43 ± 6,08 72,40 ± 5,74 MM (Kg) 64,73 ± 5,67 66,15 ± 5,71 65,46 ± 5,46 MG (Kg) 7,27 ± 1,36 6,28 ± 1,22 6,93 ± 1,07 PG 10,24 ± 1,55 9,43 ± 1,02 9,66 ± 0,92 Legenda: (MC) massa corporal; (MM) massa magra; (MG) massa de gordura; (PG) percentual de gordura; (IPP) inicio do período preparatório; (FPP) final do período preparatório; (DPC) durante período competitivo. O controle nutricional da alimentação e a maneira como o treinamento foi empregado nestes sujeitos interferiram diretamente na mudança das variáveis controladas nesta pesquisa. Entretanto, não houve diferenças significativas entre nenhum dos momentos para as variáveis pesquisadas. No final do macrociclo, a tendência e que eles aumentem o percentual de gordura e massa de gordura quando comparado com a avaliação anterior. Não houve diferença estatisticamente significante entre todas as variáveis estudadas quando se comparou a primeira avaliação com as seguintes (p>0,05). Apesar dos resultados revelarem um aumento na massa corporal no momento FPP e DPC em comparação ao momento IPP, as modificações não foram significantes (p>0,05). O percentual de gordura diminuiu no FPP e DPC, todavia sem significância estatística. Vale ressaltar que nenhuma diferença estatisticamente significante entre os futebolistas que pudesse ser atribuída ao macrociclo de treinamento foi observada nas variáveis estudadas. Porém, notam-se diferenças entre os momentos estudados. A seguir, a porcentagem de diferença entre cada momento desta pesquisa. MC (Kg) MM (Kg) MG (Kg) PG IPP para FPP 0,3% 2,2% -13,6% -7,9% IPP para DPC 0,6% 1,1% -4,7% -5,7% FPP para DPC 0,3% 1,0% 10,4% 2,4% Em seus estudos, Campeiz (2001) encontrou resultados de alteração positiva estatisticamente significante para a maioria das variáveis antropométricas ao longo de sua periodização, ocorrendo de maneira positiva e crescente para os 4 momentos avaliados. Dentro deste contexto, esperou-se que os resultados desta pesquisa seguissem a mesma dinâmica de alteração encontrada por ele em seu macrociclo de treino. Porém, nossos resultados se diferenciam na ultima avaliação realizada, onde ocorreu aumento do percentual de gordura e massa de gordura. A diferença nesta dinâmica pode ter ocorrido devido aos tipos de treinamentos utilizados e diferentes respostas dos dois grupos de futebolistas, tanto quanto a diferenciação de volume e intensidade de cada macrociclo proposto. Página 8 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 De acordo com Berver e Davis (1992) apud Godik (1996) comparando futebolistas da liga inglesa apresentou os seguintes resultados de 15 profissionais: peso 75,8 ± 8,5 kg, percentual de gordura corporal 11,0 ± 3,1 % e de 12 juniores peso 82,0 ± 8,5 kg, percentual de gordura corporal 15,2 ± 3,7. Os valores encontrados por eles aproximam-se com os desta pesquisa, porém, não se sabe qual protocolo foi utilizado para determinação do percentual de gordura, dificultando a comparação. Outro estudo (SANTOS, 1999), em 89 jogadores portugueses de várias divisões, controlou o percentual de gordura corpórea aliado a outras variáveis. Como resultado, encontrou-se: 1ª divisão (n=44) 11,4 ± 2,6 %, 2ª divisão (n=18) 11,4 ± 2,6 %, 3ª divisão (n=12) 11,4 ± 2,6 % e 4ª divisão (n=15) 11,4 ± 2,6 %. Este autor utilizou para cálculo do percentual o protocolo de Falkner, que esta presente na media dos 3 protocolos que fizeram parte desta pesquisa. Para ele, o treinamento físico provoca importantes modificações nos parâmetros de composição corporal, sobretudo na gordura corporal e na massa magra, sendo assim um importante fator na regulação e na manutenção da massa corporal. Se, por um lado, os efeitos anabólicos do treinamento físico induzem a um aumento na massa magra, por outro, a gordura corporal relativa tende a sofrer redução. As alterações das variáveis propostas por esta pesquisa reforçam estas afirmações, do momento que se iniciaram as sessões de treinos para os momentos posteriores das análises houve variação positiva para os valores encontrados. Os resultados observados no presente estudo, no inicio do período preparatório, ao final do período preparatório e durante o período competitivo, revelaram pequenas modificações nos indicadores da composição corporal. A princípio a magnitude das modificações nos parâmetros de composição corporal parece ser dependente da intensidade e duração dos esforços físicos (CIRYNO et al., 2002). Assim, aparentemente, o macrociclo de treinamento empregado teve pouca influência nos parâmetros estudados. Entretanto, pode-se considerar que os sujeitos inclusos nesta pesquisa, encontravam-se em bom estado de condicionamento físico ao início deste experimento, dificultando a obtenção de valores altamente significativos. Considera-se também, que todos já tinham um lastro fisiológico dentro do desporto, com histórico de no mínimo 3 anos dentro do futebol. Portanto, consideramos que o controle de aspectos relacionados à composição corporal, principalmente do componente gordura, possibilita um melhor desempenho dos jogadores durante as partidas de futebol, uma vez que a modalidade exige alta quantidade de deslocamentos, prejudicando os indivíduos com maiores depósitos de gordura corporal. CONCLUSAO Conclui-se que não houve diferença estatisticamente significante entre todas as variáveis estudadas quando se comparou a primeira avaliação com as seguintes. No entanto, diferenças percentuais foram encontradas de entre os momentos das avaliações. Diante destes resultados mostra-se a importância de análise da variação da composição corporal num macrociclo de treinamento em futebolistas profissionais, maximizando assim, os possíveis efeitos benéficos alcançados pelos baixos índices de gordura corporal em atletas profissionais desta modalidade. Contudo, estudos com maior número de sujeitos envolvendo estas variáveis são necessários para a confirmação da tendência apresentada anteriormente nos resultados. Ressaltamos também, a importância de análise individual destes sujeitos envolvendo estas variáveis e suas respectivas alterações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAILEY, D.A.; MALINA, R.M. & MIRWALD, R.L. Physical activity and growth of the child. In: FALKNER, F. & TANNER, J.M. (eds.). Human growth: a comprehensive treatise. 2.ed. New York, Plenum Press, p.147-170, 1986. BUTTE, N.F.; HOPKINSON, J.M.; WONG, W.W.; SMITH, O. & ELLIS, K.J. Body Composition During the First 2 Year of Life: An Update Reference. Pediatric Body Composition. v.47, n.5, p.578-585, 2000. CAMPEIZ, J.M. Futebol: estudo da alteração de variáveis anaeróbias e da composição corporal em atletas profissionais durante um macrociclo de treinamento. Dissertação de Mestrado, Campinas: UNICAMP, 2001. CYRINO et al. Efeitos do treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens atletas Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília, v. 10, n. 1, p 41-46, jan. 2002. GODIK, M. A. Futebol: preparação dos futebolistas de alto nível. Rio de Janeiro, Grupo Palestra Sport, 1996. GREEN,S. Antropometric and physiological characteristicas of South Australian soccer players. The Australian Journal of Science and Medicine in Sport, v. 4, n. 1, p 3-7, 1992. Página 9 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 HEYWARD, V.H.; STOLARCZYK, L.M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: MANOLE, 2000, p.1-23. PETROSKI, E.L. Antropometria – Técnica e padronização. Indianápolis, 1999. SALUM, A.; FIAMONCHINI, R.L. Controle de peso corporal x desidratação de atletas profissionais de futebol. Disponível em http://www.efdeportes.com/ Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, n. 92, jan. 2006. SANTOS, J.A.R. Estudo comparativo, fisiológico, antropométrico e motor entre futebolistas de diferente nível competitivo. Revista Paulista de Educação Física. v.13, n.2, p.146-159, 1999. SLAUGHTER, M.H.; LOHMAN, T.G.; BOILEAU, R.A.; HORSWILL, C.A.; STILLMAN, R.J.; VAN LOAN, M.D.; BEMBEN, D.A. Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Human Biology, v.60, n.5, p.709-723, 1988. [email protected] Página 10 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO LINEAR E NÃO LINEAR NO TRABALHO DE HIPERTROFIA E DIMINUIÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA NOS SEXOS MASCULINO E FEMININO Acadêmicos do curso de Educação Física da Funec Gilcieny Lauriana de FARIA Gustavo Martelo CAYRES Tiago Aparecido PEDROZO Orientadora MSc. Lourdes Aparecida MARTINS Professora do curso de Educação Física da Funec RESUMO O objetivo deste estudo foi analisar a influência dos programas de treinamento linear e não linear no trabalho de hipertrofia entre as alterações do ganho de massa magra e diminuição do percentual de gordura, assegurando os resultados nos sexos feminino e masculino, com faixa etária média de 22 anos, sendo 5 homens e 5 mulheres. Entretanto, o sistema de treinamento linear foi realizado cinco vezes por semana com 12 repetições máximas, e o sistema de treinamento não linear foi realizado cinco vezes por semana com repetições máximas de 4 a 12, variando a intensidade dos treinamentos todos os dias, divididos em treinos A, B e C. Utilizou-se como instrumento, o protocolo de Guedes, o qual se analisou a composição corporal, dobras cutâneas e perímetros de cada indivíduo. Os dados foram coletados antes e após os indivíduos serem submetidos a um treinamento sistematizado, e analisados por uma estatística através de gráficos. Palavras-chave: Hipertrofia; treinamento não linear e percentual de gordura. INTRODUÇÃO De acordo com Gentil, no treinamento desportivo o tipo de periodização está sendo muito questionado e tem se mostrado uma abordagem inadequada dentro da perspectiva sistêmica. As limitações da periodização tradicional já foram mostradas por outros autores (VERKHOSHANSKI apud GENTIL, 2005) e merecem ser analisados com atenção. Apesar de ser um conceito antigo, a periodização linear só foi evidenciada recentemente na musculação com objetivos estéticos com destaque para o livro do romeno Ludor Bompa (2002). A idéia da periodização tradicional dentro da musculação é dividir o treinamento de longo prazo em estruturas rígidas com objetivos previamente definidos de transição (BOMPA & CORNACCHIA, 1998). O modelo de periodização linear é caracterizado por uma fase inicial de alto nível de queda de intensidade, progredido por meio de queda de volume e aumento na intensidade. As fases de treinamento são programadas para promover uma adaptação específica de modo que cada adaptação potencialize os resultados seguintes. Para Gentil (2005), a proposta de periodização dentro da musculação com finalidades estéticas realmente foi válida como um mecanismo para racionalizar o processo de planejamento de longo prazo, conferindo um critério técnico onde antes não havia nenhum. No entanto, é recomendável substituir esta abordagem linear por um modelo mais às peculiaridades da situação. Substituindo o conceito linear de periodização, surgiu o modelo ondulatório ou periodização não linear. Dentro desta concepção, pode-se variar o treino diariamente, trabalhando com diversas margens de repetições em uma mesma semana (KRAEMER et al. 2002 apud GENTIL, 2005). Este treino servirá para tornar ainda mais difícil a acomodação do organismo ao estresse, tornando-se mais eficiente e promover ganhos de força em longo prazo dentro do treinamento ondulatório ou não linear. Durante o treinamento utilizam-se vários níveis de intensidade. O organismo ajusta-se por meio do aumento das funções fisiológicas, para suprir as exigências do treinamento (BOMPA, 2002). No entanto, sabese que é possível induzir hipertrofia de diversos modos, usando diversas variações motoras (exercícios) e fisiológicas (métodos de treinamento). Podem-se usar estratégias que asseguram um ganho constante de massa muscular. O presente estudo teve como objetivo analisar a diferença entre os programas de periodização lineares e não lineares no trabalho de hipertrofia entre as alterações de força e massa corporal magra nos sexos feminino e masculino. Induzir a hipertrofia através do treinamento não linear, usando diversas variações motoras (exercícios) e fisiológicas (métodos de treinamento). Página 11 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Assegurar um ganho constante de massa muscular, estimulando e garantindo que haja um progresso contínuo sem prejuízos de ganhos futuros. MATERIAIS E MÉTODOS Como esclarece o autor Gentil (2005) utilizou-se como método dois tipos de periodização, sendo um linear e um não linear que é um modelo ondulatório em indivíduos treinados. No sistema de treinamento não linear os treinos foram feitos 5 vezes por semana variando as repetições de 4 a 12 RM, sendo que as cargas também eram variadas durante a semana, trabalhando 4 grupos musculares por dia. No sistema de treinamento linear os treinos foram feitos 5 vezes por semana trabalhando 12 RM nas primeiras quatro semanas, mudando para 10 RM entre as 5ª a 8ª semanas, seguindo com mais quatro trabalhando 8 RM, e finalizando as quatro últimas semanas com treinos de 6 RM. Utilizou-se para avaliar o protocolo de Guedes (7 dobras) previamente, onde analisou composição corporal, dobras cutâneas e perímetros de cada indivíduo, sendo 5 mulheres e 5 homens com faixa etária de 19 a 25 anos. Utilizou-se também um teste de flexão e exercícios dos membros superiores para avaliar a capacidade de força máxima de cada indivíduo, e para coleta de dados foram realizadas reavaliações mensalmente. RESULTADOS Masculino Peso atual Peso ideal Peso gordo Peso magro Treinamento linear Treinamento não-linear +0,4% +1% -4,4% +2,2% +0,8% +1,9% -10,9% +3,2% Feminino Peso atual Peso ideal Peso gordo Peso magro Treinamento linear Treinamento não-linear +2,8% +0,9% -2% +2,6% +3,8% +1,2% -3,1% +5% Tabela 1 – Resultados dos treinamentos masculinos Tabela 2 – Resultados dos treinamentos femininos DISCUSSÃO De acordo com os autores existem dois métodos de treinamento, porém estudou-se o método nãolinear. De acordo com as tabelas, analisou-se que o método não-linear contribui para uma diminuição do percentual de gordura considerável, bem como um ganho de massa magra, tanto nos sexos masculino como no feminino. CONCLUSÃO Conclui-se, que o método não linear é mais eficaz, portanto, como se viu anteriormente é possível diminuir o percentual de gordura e induzir hipertrofia de diversos modos, usando diversas variações motoras (exercícios) e fisiológicas (métodos de treinos). Podem-se usar estratégias que assegurem um ganho constante de massa muscular sem nos preocuparmos em atingir um número limitado de “picos”, garantindo que haja um progresso contínuo sem prejuízo dos ganhos futuros. Ou seja, um “treinamento sustentável”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITTENCORT, N. Musculação: uma abordagem metodológica. 2ed. Rio de Janeiro: Sprint 1986. FLECK, S.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2.ed. Porto Alegre:Artmed., 1999. Página 12 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 GENTIL, P. Como assegurar para que os resultados sejam mentidos a longo prazo? Sprint Magazine. V.21, n.135, 2005. LA ROSA, A. F. de. Treinamento desportivo: carga, estrutura e planejamento. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2006. Página 13 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA EM SENHORAS IDOSAS DA CIDADE DE BARRETOS Tadeu Cardoso de Almeida¹, José Eduardo Zaia² ¹Mestrando em Promoção de Saúde ¹Docente/Pesquisador do Mestrado em Promoção de Saúde RESUMO O objetivo desta pesquisa foi avaliar a aptidão física através de testes de aptidão física em senhoras que praticam atividade física, com um grupo de senhoras que não praticam atividade física, foi realizado testes de aptidão física direcionada as idosas e observou que as senhoras praticantes de atividades físicas foram superiores estatisticamente em cinco dos seis testes propostos. A prevalência da melhor aptidão física das senhoras praticantes de atividade física vem ressaltar, a importância de exercitar-se, e assim lhes proporcionar uma vida mais saudável, tornando-as independentes aos afazeres e as atividades da vida diária. Palavras-chaves: Aptidão Física, Idosas, Saúde Publica INTRODUÇÃO A atividade física tem sido utilizada para promoção da saúde, qualidade de vida e melhora dos níveis de aptidão física de adultos jovens, de meia-idade e idosos de maneira que possam assim lhes proporcionar uma vida mais saudável, com isso a cada dia cresce o numero de pessoas exercitando-se, a manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo na 3ª idade, é a base para que o idoso possa ter uma capacidade funcional para realizar as atividades do seu cotidiano. Dada a grande variabilidade entre os idosos é necessário que todos, antes de serem submetidos à qualquer avaliação. Esta permite levantar informações sobre as necessidades de cada um, que é realizada através de auto-relato sobre os antecedentes médicos e entrevista. A pré-avaliação diminui riscos durante os testes e o programa, possibilita ao profissional indicar o tipo de atividade mais adequada, as atividades contraindicadas, os cuidados especiais que cada idoso requer e como lidar com as diferenças individuais. Permite, também, acompanhar os tratamentos médicos que possam estar sendo feitos, e sugerir modificações a serem feitas pelos médicos (COTTON, 1998). Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a força de membro superior, força de membro inferior e endurance aeróbica, níveis de flexibilidade e mobilidade de senhoras de um mesmo bairro na cidade de Barretos, divididos em dois grupos, grupo que pratique atividade física há um ano ou mais, com freqüência mínima de duas ou mais vezes por semana e um grupo de senhoras que não praticam atividade física (sedentárias). MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização dos testes foram divididos 2 grupos de 20(vinte) senhoras grupo A (praticantes de atividade física) com média de idade de 65,87 ± 1,01 anos e grupo B (sedentárias) média de idade de 66,20 ± 1,76 anos. Este estudo foi realizado na área destinada a pratica de atividade física do Supermercado Savegnago da cidade de Barretos este localizado na Av: 43, nº 99, o qual conta com aproximadamente 200 alunas e alunos ativos, local este, onde foi realizado também os testes das 20 senhoras convidadas sedentárias. Preocupando-se com a integridade das participantes, todas elas foram pré-avaliadas por seus médicos particulares e uma entrevista através de auto relato de antecedentes, que as impossibilitassem da realização dos testes ou da contra indicação para pratica de atividade física. Os testes propostos foram: Teste de sentar e alcançar (SA) para avaliar flexibilidade dos membros inferiores (principalmente dos isquiotibiais); com auxilio de uma cadeira de encosto reto e com o assento a aproximadamente 43,2cm e uma régua de 45,7 cm Teste de coçar as costas (CC) para a flexibilidade dos membros superiores (ombro) com o auxilio de uma régua de 45,7 cm; Teste de levantar e caminhar (LC) para avaliar a aptidão motora, mobilidade física, potência, agilidade e equilíbrio dinâmico; com auxilio de uma cadeira de encosto reto e com o assento a aproximadamente 43,2cm, um cronômetro e um cone; Teste de flexão de cúbito durante 30” segundos para força de membros superiores (FMS) com halteres de 2,300kg, Teste de levantar da cadeira em 30” segundos para força de membros Inferiores(FMI) com auxilio de uma cadeira de encosto reto e com o assento a aproximadamente 43,2cm e um cronômetro; Teste de marcha estacionária de 2’ minutos(TME) para endurance aeróbica, com auxilio um cronômetro, fita métrica e fita crepe; (Rikli & Jones, 1999). Página 14 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores da média e desvio padrão dos testes foram calculados nos diferentes grupos, para a analise estatísticas foi utilizada o teste “t” de Student p<0,05 e estão expressos na tabela 1. Os resultados entre os diferentes grupos estão expressos no, Gráfico -1 Teste de sentar e alcançar (SA) e Teste de coçar as costas (CC) para as Flexibilidades, Grafico - 2 Teste de levantar e caminhar (LC) e Gráfico – 3 Teste de flexão cúbito durante 30”, Teste de levantar e da cadeira em 30” e Teste de marcha estacionária de 2’minutos. Tabela 1 – Resultado da Avaliação e Testes de Aptidão Física em Senhoras na Cidade de Barretos Testes Grupo A Grupo B SA 2,27 ± 6,62 1,40 ± 1,23 CC 2,40 ± 8,27 - 15,50 ± 6,71* LC 5”41” ± 0”63 8”40 ± 1”80* FMS 23,80 ± 2,98 18,07 ± 2,11* FMI 18,73 ± 2,12 14,13 ± 3,07* TME 87,20 ± 13,74 70,10 ± 8,68* *p<0,05 Gráfico 1 – Resultado das Flexibilidades dos membros superiores (ombros) e membros inferiores (isquiotibiais) entre os diferentes grupos. 20 18 16 Frequência em (cm) 14 12 Grupo A Grupo B 10 8 6 4 2 0 Teste de sentar e alcançar (SA) Teste de coçar as costas (CC) Grafico 2 – Resultado Teste de levantar e caminhar (LC) entre os diferentes grupos. 9 Frequência em Segundos (seg " ) 8 7 6 5 Teste de levantar e caminhar (LC) 4 3 2 1 0 Grupo A Grupo B Página 15 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Gráfico – 3 Teste de flexão cúbito durante 30”, Teste de levantar e da cadeira em 30” e Teste de marcha estacionária de 2’minutos. 90 Frequência em Numero de Repetições 80 70 60 50 Grupo A Grupo B 40 30 20 10 0 Teste de flexão cúbito durante 30”, Teste de levantar e da cadeira em 30” Teste de marcha estacionária de 2’minutos CONCLUSÃO Os resultados mostraram que o Grupo A obteve melhores resultados que o Grupo B, nos testes e que somente no teste de sentar e alcançar não ouve diferenças estatísticas significantes, com isso podemos entender que a capacidade funcional das idosas é melhor no Grupo A, visto que é o grupo que prática atividade física com regularidade, facilitando as realizações de atividades da vida diária importante para os idosos, promovendo saúde, vida independente e uma diferenciada qualidade de vida. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS GUSELINI,M. Aptidão física, saúde e bem estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo: Phorte, 2004. MATSUDO, S.M.M. Avaliação do Idoso: Física e Funcional.2,ed.São Caetano do Sul: Miograf, 2005. MORROW JR, J.R. Medida e avaliação do desempenho humano / James R. Morrow Jr., Allen W. Jackson, James G. Disch, Dale P. Mood. 2, ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. QUEDES,D.P., GUEDES, J.E.R.PP. Manual para avaliação em educação física. 1.ed. Barueri:Manole,2006. QUEIROGA, M.R. Testes e medidas para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. WEINECK, J. Biologia do esporte. 7, ed. São Paulo: Manole, 2005. WILMORE,J.W., COSTILL D.L., Fisiologia do esporte e do exercício, 2.ed.Rio de Janeiro: Manole, 2001. [email protected] Página 16 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 INICIAÇÃO ESPORTIVA: VANTAGENS E DESVANTAGENS Juliana de Alcântara Bôdo Nunes Discente do Curso de Educação Física Faculdade Metodista Granbery Orientadora: Ana Carla Leite Gonçalves Especialista Faculdade Metodista Granbery Resumo Em virtude do grande número de crianças e professores envolvidos na prática do futsal, o presente trabalho discorre sobre alguns aspectos relevantes no processo de iniciação esportiva e a prática especializada, pois, hoje em dia a criança no futsal tem sido submetida a um alto nível de cobranças e exigências em relação ao seu desempenho de modo geral. A pesquisa busca mostrar a opinião de diversos autores e professores sobre este tema, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino no esporte em relação à participação da criança no futsal competitivo. Sugere também que as atividades e os treinamentos esportivos não devam ser sistematizados objetivando uma especialização precoce, ou seja, o desempenho. Enfim a prática esportiva deve ser adequada às fases de crescimento, desenvolvimento e maturação da criança. Porém, nem sempre esta perspectiva de respeito ao desenvolvimento infantil é o que acontece na prática, merecendo a atenção deste estudo. Palavras-chaves: Iniciação esportiva, Competição, Futsal. 1. INTRODUÇÃO No Brasil, o futsal hoje é um fenômeno que cativa e impressiona pela sua grandeza. O interessante em realizar um trabalho que aborde este tema de iniciação esportiva, surgiu da preocupação com a fase atual da modalidade, especialmente em sua fase de iniciação e até mesmo em nível de competição. O esporte na infância deve ser tratado de maneira adequada, respeitando a individualidade da criança, independente dos interesses ou objetivos das instituições e/ou profissionais. O esporte deve-se adaptar ás condições técnicas, físicas e psíquicas da criança de forma compatível com as suas necessidades e possibilidades adequadas á sua maturação, crescimento e desenvolvimento. Mas, nem sempre esta perspectiva de respeito ao desenvolvimento infantil é o que acontece na prática merecendo a atenção deste estudo, no sentido de captar, dentro da literatura especializada, as sugestões e as propostas adequadas para a intervenção nesta fase. Enfim o esporte infantil deve ser algo divertido, relacionado ao lazer, deve proporcionar benefícios como: sociabilidade, consciência corporal, ou seja, desenvolvimento humano. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Metodologicamente, este trabalho, se desenvolveu através de duas etapas, diferenciando-se pelos objetivos propostos e pelas fontes pesquisadas. A primeira etapa constituiu numa pesquisa bibliográfica com intenção de identificar na literatura especializada uma avaliação crítica existente sobre o futsal, particularmente no processo de Iniciação Esportiva e Especialização Precoce, pretende também mostrar as principais tendências sobre as idades recomendadas para a iniciação esportiva, buscando um maior conhecimento sobre o tema, justificando assim sua importância. Na segunda etapa foi realizada uma pesquisa de campo envolvendo cinco escolas privadas da cidade de Juiz de Fora, MG. Sendo entrevistados os professores das instituições que participaram do campeonato: Copa Bahamas de Futsal 2007, através da aplicação de uma entrevista seguindo um roteiro, o qual aborda informações relativas ás idades de iniciação esportiva e os aspectos positivos e negativos de uma competição precoce no futsal. A amostra foi constituída por oito professores da modalidade futsal da cidade de Juiz de Fora. O critério de seleção da amostra foi definido segundo a presença destes professores destas instituições, na competição: Copa Bahamas de Futsal 2007. Os dados coletados foram tratados analisados qualitativamente a partir das fala dos entrevistados, conforme as suas naturezas, no sentido de permitir a comparação e análise dos mesmos na teoria que fundamenta este trabalho. Foi feito uma observação direta e não-participante para verificar o comportamento dos profissionais durante a competição. Foram observados os sinais do comportamento verbal (palavras e frases) e do comportamento não-verbal (gestos e movimentos), durante todo o campeonato. Página 17 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Página 18 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 3. RESULTADO E DISCUSSÃO De acordo com os objetivos e estratégias metodológicas definidas para esse estudo, procurou-se identificar na literatura especializada as opiniões dos autores em relação à iniciação esportiva, a especialização precoce e idade de adequada para esta prática esportiva. Uma análise da bibliografia publicada nos últimos anos permite afirmar que o tema Iniciação esportiva de crianças tem sido bastante discutido, constituindo-se assunto polêmico, porém pouco explorado nas suas implicações físicas, psicológicas e sociais. Nesta parte do trabalho serão apresentados e discutidos os dados levantados através do questionário aplicado aos professores, relativamente ás idades recomendadas para a iniciação esportiva e os aspectos positivos e negativos de uma competição. Os dados obtidos com a aplicação do questionário estão sistematizados e apresentados de forma resumida na forma de quadros, considerando as questões do questionário. Nas instituições selecionadas foram realizadas entrevistas semi-estruturadas como os professores que participarão da competição: Copa Bahamas de futsal 2007. As entrevistas realizadas foram anotadas e gravadas (gravação sonora) para garantir a confiabilidade dos registros durante a análise dos dados. Desta forma, foram questionados os seguintes aspectos: a) Idades de iniciação esportiva adequada para competição; b) Aspectos positivos de uma competição nas categorias de iniciação; c) Aspectos negativos de uma competição nas categorias de iniciação; d) Objetivo de se iniciar uma competição nessas categorias. Quanto á análise dos dados após a realização das entrevistas, as respostas foram comparadas com as gravações sonoras e através da confirmação da confiabilidade dos registros foi possível elaborar um mapa geral com todos os dados importantes para o estudo, agrupando–se as respostas conforme os itens pesquisados. A partir deste mapa geral foi possível definir os resultados, a respeito da freqüência das respostas em relação às idades, os pontos positivos, pontos negativos e os objetivos que esses professores desejaram alcançar com a competição nas categorias de Iniciação (7, 8 e 9 anos), Pré-Mirim(10 e 11 anos) e Mirim (12 e 13 anos), sendo todas as respostas agrupadas qualitativamente. a) Idades de iniciação esportiva adequada para competição. As idades adequadas para participação de competições em uma iniciação esportiva na modalidade futsal, segundo os entrevistados se resume em: A idade de iniciação em competições deve ser de aproximadamente 10 anos, onde os meninos já possuem um bom desenvolvimento e amadurecimento motor necessário para a modalidade. Quadro 1. Idade de iniciação em competição. Através da análise do quadro 1, segundo alguns autores citados por Arena & Bohme (2000) indicam a idade de 12-14 anos como a mais indicada para que a criança comece a participar de treinamentos e competições (Bompa,1999; Greco & Benda, 1998; Weineck, 1999). De acordo com Roberts (1980) e Roberts & Treasure (1992) apud Arena & Bohme (2000) a criança até 12 anos não deve participar de atividades competitivas, pois não possuem maturidade suficiente para compreender e assimilar o que esta envolvido nesse processo de competição. Roberts (1980) referenciado por Arena & Bohme (2000) afirma que somente por volta dos 12 anos à criança apresentaria característica desenvolvida adequadamente, colocando-se em condições de competir. Confirma ainda que a criança deva competir quando atingir seu estado de prontidão competitiva, que se define como sendo um equilíbrio do seu desenvolvimento, crescimento e sua maturação corporal. Outros autores não estabelecem idades adequadas, mas afirmam que as competições devem ser dimensionadas com base na idade cronológica, nas características físicas e de maturação. (Rodrigues & Barbanti, 1994 apud Arena & Bohme, 2000). b) Aspectos positivos encontrados na competição em categorias de iniciação. O entrosamento, a convivência, o lúdico, o espírito de grupo, a coletividade, o respeito às regras, a integração, a participação, o fato de cumprir horários, levarem a documentação, ou seja, a responsabilidade, e o aprendizado que se tira com a vitória u com a derrota. Quadro 2. aspectos positivos de uma competição. Segundo Mutti (2003) referenciado por Estigarribia (2005), a criança na pratica esportiva vivencia a cooperação, o convívio social, desenvolve o respeito pelos outros, a competitividade sadia, o espírito de equipe, disciplina e a persistência. O esporte ou a prática esportiva nas categorias de iniciação, é muito mais do que competir, que ganhar e perder, é ter motivação, viver momento, fazer amigos, desenvolver o físico, o bem-estar. Página 19 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 c) Aspectos negativos encontrados na competição em categorias de iniciação. Principalmente a interferência de pais, os profissionais que visam o resultado positivo como prioridade, o desestimulo da criança e inibição da criatividade, a obrigação da criança em querer vencer, não despertando a harmonia do jogo, o brincar, tornando-se uma coisa séria, O excesso de competitividade, excesso de cobrança de pais, amigos e parentes e professores, Quadro 3. Aspectos negativos de uma competição. Dos pontos negativos, segundo Mutii (2003), citado por Estigarriba (2005), estão: as regras, a mentalidade competitiva dos adultos, a cobrança de resultado, o estresse a auto estima deformada, elitização precoce, a não participação na partida, a competições de longa duração e formula do campeonato. São estes os fatores que são colocados, que influenciam negativamente no processo das competições infantis, e que prejudica seu desenvolvimento e crescimento relacionado ao esporte, tirando totalmente o prazer e a vontade da criança participar do processo de iniciação, fazendo-a até desistir do esporte. d) Objetivos desejados dentro da competição nessas categorias. Principalmente a confraternização e o intercâmbio entre os alunos, a participação, o compromisso, as vivências, o companheirismo, a socialização, o respeito com o outro, a responsabilidade, a interação, o espírito de competitividade e o objetivo de dá uma continuidade da escolinha. Quadro 4. Objetivo da competição na idade de iniciação. Enfim de acordo com o que foi abordado, entende-se que a observação desses objetivos pode evitar a especialização precoce, incentivar o uso ativo das horas de lazer e valorizar a cultura esportiva, auxiliando na formação de um indivíduo consciente de seu papel na sociedade. 4. CONCLUSÃO Apesar das discordâncias foi possível identificar que a competição não é boa ou ruim. Ela pode levar aos resultados positivos (auto-estima, confiança, divertimento) ou a resultados negativos (nível de exigências, estresse emocional, frustração). Especialmente no esporte, a qualidade da organização e do planejamento do profissional, é fundamental para se determinar se a competição é positiva ou negativamente para os participantes, no caso, a criança. A competição é um fenômeno universal que faz parte da história da raça humana. Competir sugere a busca de um determinado objetivo e são inúmeros benefícios que o esporte e a competição são capazes de possibilitar ao ser humano, porém em muitos casos estes são deturpados quando a sua prática visa prestigio social. A competição se torna negativa quando a orientação esta voltada exclusivamente para o produto (resultado final). Neste enfoque o esporte está acima da criança. Enfim a adequada prática esportiva e competitiva infantil vai depender de uma infinidade de fatores entre os quais podemos citar: a formação e atuação do professor, os meios e os objetivos propostos, a faixa etária das crianças, o tipo de competição no qual ela vai participar a efetiva forma de participação da família neste contexto e etc. De qualquer modo, durante o treinamento infantil são importantes que sejam observados os aspectos mostrados, para que se possam evitar dentro do possível, os riscos dos pontos negativos comentados neste trabalho. 5. REFERÊNCIAS PAES, R. 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Página 20 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 SANTANA, W.C. Futsal ou futebol de salão? Uma breve resenha histórica.- Ano 2002a. Seção Apontamentos. Disponível em: < http://www.pedagogiadofutsal.com.br/texto_015.php Acesso em 04 jul. 2004>. SANTANA, W.C. Jogo livre: a herança do jogador de futsal bem treinado.- Ano 2002b. Seção Apontamentos. Disponível em: < http://www.pedagogiadofutsal.com.br/texto_019.php Acesso em 04 jul. 2004>. [email protected] Página 21 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 PARALISIA CEREBRAL: A PERCEPÇÃO DO CORPO DEFICIENTE PELO SISTEMA DE ENSINO ESCOLAR Patrícia Celis Murillio, Universidade UNIP RESUMO Estudar a criança com paralisia cerebral (PC) significa compreende-la por sua singularidade física e motora. A pesquisa investiga a história do corpo e da deficiência, e as implicações do imaginário social sobre a instituição escola. A metodologia utilizada contou com uma pesquisa empírica e uma observação feita a campo, investigando o ambiente escolar da criança com deficiência motora moderada e grave. Desta forma, foi possível observar as diferentes dificuldades enfrentadas pelo professor, no seu cotidiano escolar, ao lidar com o corpo do aluno deficiente, e a forma como a instituição escola disponibiliza recursos para educação especial. Os resultados revelam que o professor e a escola não possuem um respaldo técnico e teórico, para o trabalho com a deficiência motora, e as nossas conclusões vão ao encontro de uma escola que precisa contextualizar a necessidade corpórea, com o mesmo grau de importância que é dado aos aspectos cognitivos do desenvolvimento humano. Palavras chaves: Paralisa Cerebral, Educação Motora, Corporeidade. INTRODUÇÂO Na visão de FOUCAULT (1995), Em toda a Idade Média, o corpo manifestou-se através do pensamento cristão a acreditar no seu sofrimento físico. Assim, um sofrimento justificável insere a própria exclusão, tendo em vista o caráter profano do mesmo. Neste sentido, a deficiência, seja ela mental ou física, era entendida como um sofrimento que advém do cosmos para remissão dos pecados terrenos. Podemos perceber de acordo com KASSAR (1999), que o cristianismo normatizou o comportamento, estabelecendo algum grau de controle e de coação sobre a conduta corporal. Historicamente, a relação do homem com o próprio corpo estabeleceu uma série de padrões, que determinou o sentido do corpo normal ou patológico. Neste caminho, a normalidade corpórea ou intelectual, permeou a estrutura escolar destinando o conteúdo curricular para uma escola padronizada. Para SOUZA & FERRARETO (1998), quando se faz presente um comprometimento neurológico da motricidade todo desenvolvimento sensório motor a ser finalizado com padrões posturais e funcionais de força, flexibilidade, equilíbrio e coordenação estarão alterados possibilitando diferentes graus de incapacidade motora. As diferentes seqüelas tornam a criança com paralisia cerebral um ser singular, com uma postura específica que pode dificultar várias das suas tarefas motoras do corpo como; controle de tronco, sentar, ortostatismo, andar e funções motoras da mão. A dificuldade para organizar e sustentar o corpo podem ser grandes a ponto desta criança não ser capaz de utilizar o próprio corpo. Historicamente a paralisia cerebral vem a ser descrita dentre os casos de impossibilidade de cura ou mesmo educabilidade. Esta confusão percorre o sentido do corpo deficiente até os dias atuais, sendo resquício de um padrão normativo do comportamento corpóreo. A história do corpo social revela todas as suas exclusões, e a paralisia cerebral estigmatizada por uma condição motora deficiente, deixa de receber o auxilio educacional motor adequado para o seu desenvolvimento cognitivo. A escola que sempre privilegiou o desenvolvimento cognitivo normal compreende com dificuldade o fato de que a perda da normalidade física requer o olhar da singularidade motora que aprende e se desenvolve. Estudos realizados por PIAGET (2002), apontam à importância da coordenação sensório motora da criança, logo após o seu nascimento, enfatizando a aprendizagem motora como base e via de acesso para o desenvolvimento cognitivo. Para GONÇALVEZ (2005), O corpo quando visto por sua funcionalidade mecânica, destituído da condição intrínseca, corpo-mente-alma, passa a ser apenas um apêndice a suportar a mente que aprende. A ponte a ser estabelecida entre a paralisia cerebral e a condição educacional da sua musculatura, se dá com a importância da construção de uma organização neurológica da postura do corpo físico, para que a criança possa estar apta às operações abstratas do conhecimento. A condução motora para a reorganização neurológica da postura é o primeiro passo a darmos no sentido de educarmos uma postura, pois o corpo aprende e aprimora os seus hábitos motores. O mecanismo sensóriomotor desperta a aprendizagem dos primeiros esquemas corporais, e fornece a criança elementos corpóreos suficientes para que a mesma venha a explorar o ambiente a partir do próprio corpo, para concomitantemente elaborar as representações abstratas do raciocínio lógico. Para PARISI (2001), está claro que todo trabalho terapêutico possibilita a criança com paralisia cerebral desenvolver com hábitos motores adequados e uma boa ergonomia corporal, favorecendo o crescimento sadio do sistema músculo – esquelético prevenindo deformidades e incapacidades funcionais decorrentes da má Página 22 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 postura. Contudo, não alcança um maior grau de percepção corporal, o que limita o seu esquema e consciência corporal. Segundo GONÇAVEZ (2005), a importância do movimento dentro dos aspectos corpóreos da criança com paralisia cerebral, ganha força à medida que o alinhamento da postura possibilita as articulações e vísceras uma boa saúde, suprimindo o sentido da dor e buscando agora o prazer e o conforto do próprio corpo. Pensar em hábitos motores diários que favoreçam a construção do esquema e da consciência corporal reflete uma nova preocupação com a condição corpórea da criança, que passa a ser entendida como um processo de aprendizagem atrelado diretamente aos aspectos cognitivos. COSTA (2001) acredita que a incapacidade motora, logo no início da vida, pode vir a trazer atrasos para o desenvolvimento cognitivo. A experiência motora possibilita a criança criar não apenas a imagem do movimento em sua consciência corporal, como também lhe dá a abertura para explorar novos espaços. Esta conquista motora prepara a criança para a vida operacional do raciocínio lógico. MATERIAL E MÉTODO. A pesquisa tem caráter qualitativo ressaltando os aspectos educacionais da singularidade presente no desenvolvimento motor da criança com paralisia cerebral. Desta forma, realizaremos uma investigação empírica, uma observação a campo e uma revisão bibliográfica. O projeto buscou caminhos que trouxessem um conhecimento amplo sobre a paralisia cerebral, redimensionando a sua condição corpórea. Para tal alcance alguns passos foram dados no sentido de detalharmos as alterações neurológicas da postura, e suas principais implicações no desenvolvimento neuro psico motor da criança. Procedimentos: 1ª. Fase - Levantamento bibliográfico: Realizar uma revisão da literatura, buscando os diferentes olhares sobre a paralisia cerebral. Neste momento entendemos a necessidade de compreender diferentes temas como: Aspectos filosóficos do corpo; a história da deficiência; corporeidade; incapacidades motoras da paralisia cerebral; aspectos educacionais da criança com paralisia cerebral; parâmetros curriculares; propostas alternativas de educação motora; a importância do desenvolvimento sensório motor da criança PC. 2ª. Fase - Pesquisa de Campo Pesquisa empírica: Estudos a campo revelaram detalhes sobre a compreensão do corpo dentro do ambiente escolar. Estudamos crianças na faixa etária correspondente à idade pré-escolar, 3 - 6 anos, e portadoras de paralisia cerebral, com grau moderado e grave. Investigamos uma escola pública que oferece quatro salas especiais. O trabalho teve a duração de um ano, com duas visitas semanais, totalizando 80 visitas. O pesquisador atuou como um observador da motricidade a partir dos trabalhos pedagógicos, de caráter motor, realizados em sala de aula. Observações do pesquisador em campo: desenvolvimento da postura da criança ao longo do dia; dificuldades do professor no manuseio da criança com PC; espaços explorados dentro da escola pela criança; acessos para portadores de deficiência e recursos apropriados para adaptações funcionais; desenvolvimento da motricidade durante as atividades de sala de aula; independência para as atividades de vida diária e o treino das mesmas; 3ª. Fase - Coleta e Análise dos Dados: Uma transcrição referente a todos os dados obtidos com a observação do pesquisador, os quais foram anotados em um caderno de campo. Diálogos realizados com os professores das salas especiais também foram transcritos para um diário de campo. 4ª. Fase - Análise dos dados: Feita a partir de uma análise do conteúdo, extraída dos diálogos obtidos com os professores. Esta análise proporcionou redimensionar os aspectos da educação corpórea, através dos dados da literatura e da realidade atual da nossa educação formal e especial, nos aspectos referentes ao desenvolvimento da motricidade. O conjunto dos dados, observação a campo, reconstituiu aspectos equivocados ou ainda mesmo desconhecidos para uma educação motora, a partir de uma visão singular do que vem a ser o desenvolvimento motor da criança com paralisia cerebral. RESULTADOS As observações do pesquisador, feita a campo, puderam constar: Dificuldades para locomover as crianças de forma adequada, em decorrência da ausência de recursos ergonômicos necessários em sala de aula. Problemas posturais e doenças ocupacionais relatados pelos professores, o que implicava em afastamento. A falta de uma formação continuada para os professores da educação especial A falta de motivação, dos professores, em decorrência dos pequenos avanços motores e intelectuais obtidos pelos alunos. Página 23 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Horários diferenciados para o almoço das crianças da educação especial e da educação regular. A entrada para o interior da escola, dos alunos da sala especial é feita pelo portão lateral e não pelo portão principal, onde todos os demais alunos do ensino regular estavam acostumados a chegar ou a sair. Poucos recursos destinados à adequação de salas de aulas. Apenas uma sala de aula era destinada para as quatro turmas especiais, sendo duas turmas matutinas e duas turmas vespertinas, assim o pátio era usado quando a outra turma usava a única sala ou quando os alunos da educação regular não estavam no pátio. Atualmente, podemos dizer que um novo paradigma tenta substituir o imaginário de um corpo nefasto e profano, inspirando novos sentimentos, ressaltando corpo mente e espírito na condição subjetiva do ser, e o corpo passa a ser um elemento a mais de construção e aprendizagem. Contudo, o sistema educacional não oferece condições adequadas para a diversidade humana, e podemos verificar que mesmo sabendo da fundamental importância da aquisição das habilidades motoras, não formaliza uma educação corpórea que possa subsidiar a educação de um corpo deficiente, pois privilegia a educação cognitiva em detrimento da educação corpórea. DISCUSSÃO Na voz da autora e portadora de paralisia cerebral PARISE (2001), a fisioterapia é um trabalho que poderia se estender às escolas, justamente pelo fato de podermos inserir hábitos motores. Para FRUG (2001), a fragmentação da condição corpo-mente por uma visão mecanicista, deixa seqüelas no sistema educacional. Hoje buscamos reformular conceitos, e o tema corporeidade passa a ter fundamental importância a partir do momento que corpo, mente e alma, passam a ser reintegrados ao sujeito que aprende e se desenvolve. CONCLUSÃO O projeto compreende a condição filosófica do corpo procurando repassar este conhecimento para a estrutura atual de educação, revendo as propostas dos trabalhos pedagógicos na área de motricidade humana e as condições ergonômicas em que os mesmos são realizados. A partir da reconstrução de um paradigma mecanicista, a proposta de uma educação motora revigora os currículos escolares, proporcionando, principalmente a criança com paralisia cerebral interligar a sua condição corpórea ao seu desenvolvimento cognitivo. O conteúdo curricular do ensino especial levanta pontos específicos do trabalho pedagógico, voltado para o desenvolvimento da motricidade da criança com paralisia cerebral, mas descontextualiza uma realidade especifica para com a deficiência física e motora. REFERÊNCIAS COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e Psicomotricidade. Pontos de intersecção nas dificuldades de aprendizagem. Petrópolis, R.J: Vozes, 2001. FRUG, C. S. Educação motora em portadores de deficiência: formação da consciência corporal. São Paulo: Plexus, 2001. GONÇALVES, Maria Augusta S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. 8ª. ed. Campinas. SP: Papirus, 2005. FOUCAULT, Michel. História da Loucura. 4ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 1995. KASSAR, Mônica de Carvalho. Deficiência múltipla e educação no Brasil: discurso e silêncio na história de sujeitos. Campinas, SP: Autores associados, 1999. PARISI, Luciana. Vida ser, ser vida. SP: Makron Books, 2001. PIAGET, Jean. A Construção do real na criança. 3ª. ed. São Paulo: Ática, 2002. ROMARIZ, Jaqueline. Paralisia Cerebral: narcisismo e posição subjetiva. Rio de Janeiro: Art Bureau, 1999. SOUZA, Ângela Maria & FERRARETO, Ivan. Paralisia Cerebral: aspectos práticos. São Paulo: Memnon, 1998. [email protected] Página 24 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM GUAXUPÉ-MG Amanda Bueno Cândido Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé - UNIFEG Lilian Cristiane Gomes Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé - UNIFEG Sônia Maria Alves de Paiva Profª. Drª. Centro Universitário da Fundação Eduacional Guaxupé – UNIFEG RESUMO Este estudo teve por objetivo realizar um levantamento epidemiológico da pressão arterial em estudantes de graduação e determinar os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão nos mesmos. A população estudada constituiu-se de 228 estudantes, de um centro universitário privado do interior de Minas Gerais, com idades entre 17 e 62 anos. Obtiveram-se os dados através de um questionário com questões objetivas e, em seguida, realizado aferição da pressão arterial de cada participante após 5 minutos de repouso. Concluiu-se que, de acordo com os dados obtidos, os estudantes pesquisados não mantêm um estilo de vida saudável que, associado aos antecedentes familiares, os coloca em risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, o nível educacional e o padrão de vida que, hipoteticamente, poderia contribuir para a manutenção de um estilo de vida saudável, não se constituiu um fator significativo para tal. PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão; fatores de risco; estudantes. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica representa um grave problema de saúde pública, apontada como principal fator de risco para doenças cardíacas, renal e vascular. Possui alto custo social, responsável por quase 40% dos casos de aposentadoria precoce e absenteísmo no trabalho. Aproximadamente 15% a 20% da população adulta brasileira, acima de 20 anos de idade, é portadora de hipertensão arterial (BRASIL, 2001). Alguns parâmetros de medidas da pressão arterial foram definidos para permitir o julgamento do estado do paciente. Assim, o limite escolhido para definir a HAS é encontrado pelo menos em duas aferições, realizadas no mesmo momento (BRASIL, 2001). Dessa forma, Ávila e Marins (1996), Singi et al., (2000) e Brasil (2001) seguem a orientação proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ao afirmarem que a HAS é definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg, e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Portanto, é considerado hipertenso o indivíduo que apresenta tais valores pressóricos em pelo menos duas aferições, realizadas em momentos diferentes (BRASIL, 2002). De acordo com Nettina (2003), a pressão arterial ótima, com relação ao risco cardiovascular, deve estar abaixo de 120 x 80 mmHg. Existem vários fatores para o desenvolvimento da HAS, sendo, principalmente, o sedentarismo, o consumo excessivo de álcool, a elevada ingestão de sal e o excesso de peso, além do tabagismo, da intolerância à glicose, diabetes, estresse e história familiar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., 2002). Estudos têm revelado que práticas tabagistas e de consumo de bebidas alcoólicas vem se tornando cada vez mais frequentes entre os estudantes universitários, o que pode torná-los predispostos a esta doença. METODOLOGIA Tratou-se de um estudo de campo, descritivo, quantitativo e de representação social dos estudantes de graduação sobre a hipertensão arterial. A amostra foi constituída por 228 estudantes de um centro universitário privado no interior de Minas Gerais. Os dados foram coletados na própria instituição de ensino, no período de maio a junho de 2006. Para a coleta de dados utilizou-se o questionário composto de perguntas objetivas, sendo o mesmo previamente testado, modificado e aplicado pela pesquisadora. Os voluntários foram orientados a respeito dos objetivos da pesquisa e através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordaram em participar do estudo. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente e apresentados através de figuras, tabela e quadros. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da figura 1, observa-se que dos 228 estudantes participantes do estudo, 129 (56,5%) foram do sexo feminino, explicitando as diferenças de gênero nesse comportamento. Página 25 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 99 Feminino Masculino 129 FIGURA 1 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com do sexo Esses resultados foram de encontro com as afirmações de PÉRES; FRANCO; SANTOS (2006), os quais pontuaram que historicamente, as mulheres procuram mais os serviços de saúde do que os homens e que são elas que transmitem os saberes e práticas acerca da manutenção da saúde e também normalmente cuidam da saúde dos seus familiares e mesmo vizinhos e amigos.. A figura 2 aponta que dentre os cursos que participaram do estudo, o de Enfermagem (29,8%) teve maior adesão, seguido pelo curso de Direito (13,6%), conforme pôde se constatar na figura abaixo: 80 68 70 60 50 40 31 30 20 14 10 10 11 10 8 7 14 8 8 9 9 8 6 3 1 1 2 0 1 Administração Biologia Ciência da Computação Ciências Contábeis Comércio Exterior Direito Educação Física Enfermagem Engenharia de Produção e Qualidade Filosofia Física Fisioterapia Letras Matemática Pedagogia Publicidade e Propaganda Química Industrial Química licenciatura Serviço Social FIGURA 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DE ACORDO COM O CURSO De acordo com a tabela 1, 160 (70,2%) participantes encontram-se na faixa etária de 20 a 49 anos, prevalecendo o intervalo de 20 a 29 anos. A idade foi um dos fatores de risco não-modificáveis. Através da análise da literatura, percebe-se que o risco de desenvolver hipertensão arterial aumenta com o avançar da idade, embora o III Congresso Brasileiro de Hipertensão Arterial (Brasil, 2001) indique que esse aumento não represente um comportamento fisiológico normal. Além disso, no Brasil, a população adulta é o grupo etário mais acometido pela doença. Tabela 1 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com a faixa etária Faixa etária F % < 20 61 26,75 20 |-| 29 116 50,87 30 |-| 39 25 10,96 40 |-| 49 19 8,33 50 |-| 59 5 2,19 60 |-| 69 2 0,87 Total 228 100 Em relação à prática de atividade física, tanto para os estudantes do sexo masculino quanto os do sexo feminino, predomina-se uma prática irregular. Entre os que praticam exercícios físicos regularmente, houve uma predominância do sexo masculino. Tabela 2 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com o sexo e a prática de atividade física Prática de atividade física Masculino Feminino Sim 40 28 Não 16 43 Às vezes 43 58 Subtotal 99 129 Total 228 Pela tabela 3, notou-se que apenas 12 (10,7%) estudantes dos 228 pesquisados tiveram o hábito de fumar, sendo 6 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Supõe-se que pessoas com maior grau de instrução e padrão Página 26 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 sócio-econômico mais elevado podem apresentar melhores condições de vida, à medida que compreendem melhor as informações sobre a prevenção de doenças, além de apresentarem maior preocupação com a saúde. Entretanto, poderia supor que os estudantes universitários, por estarem dentro deste perfil, não estariam propensos a desenvolverem hipertensão arterial. Estes revelaram que práticas tabagistas e de consumo de bebidas alcoólicas estão se tornando presentes entre os mesmos, o que pode torná-los predispostos a esta doença. Tabela 3 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e a prática tabagista Prática tabagista Masculino Feminino Sim 6 6 Não 93 123 Subtotal 99 129 Total 228 A tabela 4 mostra o consumo diário de cigarros entre os 12 fumantes pesquisados. Não houve diferença significativa do consumo de cigarros entre os sexos masculino e feminino. A tabela 5 mostra a freqüência do consumo de bebida alcoólica, de acordo com o sexo. Página 27 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Tabela 5 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e consumo de bebida alcoólica Consumo de bebida alcoólica Masculino Feminino Sim, todos os dias 0 0 Sim, somente nos finais de semana 41 21 Raramente 31 59 Não 27 49 Subtotal 99 129 Total 228 Dos 228 estudantes pesquisados, 152 (66,7%) afirmam consumir bebida alcoólica, porém, nenhum destes faz ingestão diária de álcool; 62 ingerem somente nos finais de semana e 90, raramente. Além disso, do total de participantes do estudo (228), 76 afirmam não consumir bebida alcoólica, de forma alguma. Tabela 6 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e quantidade de bebida ingerida (em copos) Consumo de bebida alcoólica (em copos) Masculino Feminino 1 a 3 copos 26 52 4 a 6 copos 16 20 Mais de 6 copos 30 8 Subtotal 72 80 Total 152 De acordo com a tabela 7, dentre os antecedentes familiares para o desenvolvimento da hipertensão arterial, destacou-se a própria patologia, mencionada por 162 estudantes, seguido de diabetes, mencionado por 108 participantes, como se constatou. Tabela 7 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com antecedentes familiares Antecedentes familiares (*) F Pressão alta 161 Doença renal (rins) 49 Derrame cerebral 36 Infarto do coração 54 Diabetes 107 Nenhum antecedente 39 Total 446 Em relação à ingestão de sal, de acordo com a tabela 9, dos 228 estudantes apenas 40 (17,5%) utilizam o saleiro para “salgar” a comida já pronta, não existindo diferença significativa entre os sexos feminino e masculino em desenvolver tal prática. O alto consumo de sal, atualmente, é considerado preditor de doenças cardiovasculares (MOLINA et al., 2003), como pôde se constatar: Tabela 9 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e a utilização do saleiro para “salgar” a comida já pronta Costume de “salgar” Masculino Feminino Sim 15 25 Não 84 104 Subtotal 99 129 Total 228 Através da tabela 10, nota-se que 44 (44,4%) dos 99 estudantes do sexo masculino e 64 (49,6%) dos 129 pertencentes ao sexo feminino, manifestaram sentimentos de preocupação e ansiedade. É compreensível este tipo comportamento devido à grande tensão emocional vivenciada nesta fase, em que o indivíduo se prepara para sua formação profissional, implicando uma série de responsabilidades que o acompanharão por toda a sua vida. Ao considerar o estresse como um fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial, pôde-se constatar que aproximadamente metade dos estudantes pesquisados, tanto do sexo masculino quanto do feminino, constituem-se em fatores de risco. De acordo com Simão (2001), a falta de recreação e de relaxamento das tensões diárias (associadas com as doenças ligadas ao estresse, tais como hipertensão arterial, doença arterial e úlceras pépticas) são riscos que relacionam-se às doenças cardiovasculares e a outros grupos de enfermidades. Página 28 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Tabela 10 – Distribuição dos estudantes de graduação de acordo com sexo e estado emocional Os níveis pressóricos considerados normais pelo Ministério da Saúde são, na pressão arterial sistólica, menores ou 228 iguais a 140 mmHg; e na pressão arterial diastólica, menores ou iguais a 90 mmHg (BRASIL, 2001). Entre o sexo feminino, foram pesquisadas 129 estudantes, com idades entre 17 e 53 anos, das quais 124 apresentaram níveis pressóricos dentro dos limites da normalidade, já na primeira aferição, após 5 minutos de repouso prévio. Não houve diferença significativa dos níveis pressóricos em relação à idade. Porém, de acordo com Nettina (2003), a pressão arterial ótima, com relação ao risco cardiovascular, deve estar abaixo de 120 x 80 mmHg. Considerando a afirmação desta autora, pôde-se constatar que apenas 34 (27,4%) das 124 estudantes com valores pressóricos normais, estão fora de risco cardiovascular. Já entre o sexo masculino, foram pesquisados 129 estudantes, com idades entre 17 e 61 anos, dos quais 86 apresentaram níveis pressóricos dentro dos limites da normalidade, já na primeira aferição, após 5 minutos de repouso prévio. Também não houve diferença significativa dos níveis pressóricos em relação à idade. Quanto ao risco cardiovascular, considerando a afirmação de Nettina (2003), apenas 11 dos 86 estudantes com valores pressóricos normais estão fora deste risco. De acordo com o quadro 1, das 129 estudantes pesquisadas, 05 apresentaram níveis pressóricos acima da normalidade na primeira aferição, após 5 minutos de repouso prévio. Desta forma, a fim de se averiguar melhor a suspeita de hipertensão arterial, procedemos à segunda aferição, após 10 minutos de repouso. Nota-se que, na segunda aferição, apenas uma estudante permaneceu com valores pressóricos inalterados, além de uma estudante que apresentou elevação da pressão diastólica. Possivelmente, o fato de se suspeitar de uma condição crônica, como a hipertensão arterial, pode gerar nervosismo e ansiedade, o que poderia explicar esta elevação de pressão. O achado de pressão arterial isolada não indica necessariamente hipertensão. Contudo, o paciente deve ser considerado como em risco para a pressão arterial alta, até que a avaliação adicional, através da obtenção da história, mensurações repetidas da pressão arterial e exames diagnósticos, confirmem ou descartem o diagnóstico (NETTINA, 2003). Estado emocional Preocupado(a)/ansioso(a) Estressado(a)/irritado(a) Aborrecido(a)/frustrado(a) Tranqüilo(a)/realizado(a) Alegre/satisfeito(a) Subtotal Total Masculino 44 14 8 18 15 99 Feminino 64 17 10 19 19 129 Quadro 1 – Distribuição dos estudantes de graduação do sexo feminino de acordo com idade e níveis pressóricos em duas aferições (segunda aferição após 10 minutos de repouso) Da mesma forma, a fim de se averiguar melhor a 41 suspeita de hipertensão 56 arterial, procedemos à segunda aferição, após 10 minutos de repouso. Observa-se que, na segunda aferição, dois estudantes permaneceram com níveis pressóricos inalterados; dois apresentaram elevação somente da pressão sistólica; dois apresentaram elevação somente da pressão diastólica; e um, apresentou elevação de ambas. Idade 20 32 PAS1 x PAD1 (mmHg) 140 x 90 140 x 100 120 x 100 150 x 90 140 x 100 Total PAS2 x PAS2 (mmHg) 130 x 80 140 x 100 120 x 80 150 x 120 140 x 80 F 01 01 01 01 01 05 % 20 20 20 20 20 100 CONCLUSÃO Através deste estudo, podemos perceber que os estudantes pesquisados não mantêm um estilo de vida saudável, que, associado aos antecedentes familiares, os coloca em risco para o desenvolvimento da hipertensão. Além disso, o nível educacional e o padrão de vida que, hipoteticamente, poderia contribuir para a Página 29 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 manutenção de um estilo de vida saudável, não se constituiu um fator significativo para tal. Através dessa pesquisa constatou-se a necessidade de se realizar outros estudos sobre a hipertensão arterial e sua prevenção. Também permitiu à pesquisadora a oportunidade clínica para praticar habilidades necessárias na prevenção e no controle dos fatores de risco. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AVILA, A. A.; MARINS, J.C.B. Levantamento epidemiológico dos valores da pressão arterial na comunidade universitária da Universidade Federal de Viçosa. Rev. Min. Educ. Fís., 4(2):61-102,1996. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Saúde Pública: Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus – protocolo. Brasília, DF, 2001. 96 p. BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Brasília: MS, 2002. 104 p. MOLINA, M. C. B.; CUNHA, R. S.; HERKENHOFF, L. F.; MILL, J. G. Hipertensão arterial e consumo de sal em população urbana. Rev. Saúde Pública, dez. 2003, v. 37, n. 6, p. 743-750. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/rsp. Acesso em: 11 abr. 2006. [email protected] ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE ÚLCERA DE PRESSÃO Gisele Regina da Silva, Programa Iniciação Científica (PIC), Centro Universitário Fundação Educacional de Guaxupé - UNIFEG Dra. Sônia Maria Alves de Paiva, Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé - UNIFEG Maria Regina Guimarães Silva, docente, coordenadora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé UNIFEG RESUMO A úlcera de pressão (UP) é uma área localizada de morte celular, desenvolvida quando um tecido mole sofre compressão por um longo período de tempo, complicação comum em pacientes críticos hospitalizados, sendo a prevenção deste tipo de complicação um desafio para a assistência de enfermagem (FERNANDES,2000). O estudo teve como objetivo identificar as principais causas de aparecimento de UPs em pacientes acamados e as ações desenvolvidas para prevenção. Tratou-se de um estudo do tipo descritivo-exploratório retrospectivo, para gerar informações sobre o desenvolvimento da UP e de uma entrevista com a enfermeira da CCIH da instituição onde se desenvolveu o estudo. A análise dos dados demonstrou que o serviço de enfermagem não tem um protocolo para avaliação e prevenção das UPs. As medidas preventivas se restringem a condutas de enfermagem que não são individualizadas e não levam em conta a necessidade de cada paciente. PALAVRAS-CHAVE: Úlcera de pressão, Assistência de Enfermagem INTRODUÇÃO A Úlcera de Pressão (UP) é definida como uma área localizada de morte celular, desenvolvida quando um tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura, por um longo período de tempo (NPUAP, NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL, 1989). Para Bryant et al. (1992), a UP ocorre principalmente sobre as proeminências ósseas tais como as regiões sacra, tuberosidade isquiática, trocânteres e calcâneos, porém ela poderá desenvolver-se em qualquer parte do corpo sob excesso de pressão. Essas áreas são mais propensas à formação de UPs devido ao peso da pessoa estar totalmente concentrado nessas partes do corpo durante o repouso prolongado em uma superfície inadequada. Costa (2003) cita que a diminuição da vascularização pela oclusão dos vasos durante intenso período de pressão, em determinada área do corpo, ocasiona redução do fluxo sangüíneo responsável por nutrir e oxigenar os tecidos e, em conseqüência desses fatores ocorre a isquemia tecidual. Conforme a duração e intensidade da pressão podem ocorrer danos para a pele e tecidos mais profundos (músculos e ossos). Para Bergstrom (1994) e Frantz (1998) a classificação da UP estabelece estágios que vão de I a IV, que refletem a profundidade dos danos observados nos tecidos, de acordo com a sua profundidade e extensão, conforme se apresenta: Página 30 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ESTÁGIO I: é um eritema da pele intacta que não embranquece após a remoção da pressão. Em indivíduos com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema e o endurecimento podem ser também os indicadores. ESTÁGIO II: é uma perda parcial da pele, envolvendo a epiderme, derme ou ambos. A úlcera é superficial e apresenta-se clinicamente como uma abrasão, uma bolha ou uma cratera rasa. ESTÁGIO III: é uma perda da pele na sua total espessura, envolvendo danos ou uma necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar, mas não chegando até a fáscia. A úlcera apresenta-se clinicamente como uma cratera profunda. ESTÁGIO IV: é uma perda da pele na sua total espessura, com uma extensa destruição, necrose do tecido ou danos no músculo, ossos ou estruturas de suporte, por exemplo: tendões ou cápsulas das juntas. Costa (2003) cita que para identificar os fatores preditivos para o desenvolvimento das UPs, vários autores têm desenvolvido e implementado algumas escalas como as de Norton, Gosnell, Warterlow, e a de Braden como instrumento de avaliação de risco. Para Fernandes (2000), a escala de Norton consiste de um instrumento com cinco parâmetros para a avaliação do grau de risco: 1 – condição física; 2 – nível de consciência; 3 – atividade; 4 – mobilidade; 5 – incontinência. Cada parâmetro pode ser pontuado com valores de 1 a 4 com o escore total perfazendo um valor entre 5 a 20 pontos. O escore original para determinar o risco foi estabelecido entre 14. Nesta escala é determinado que quanto menor a somatória final, maior será o risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão. A escala de Braden formada por seis subescalas ou fatores de risco, pontuadas como: 1 – percepção sensorial; 2 – umidade; 3 – atividade; 4 – mobilidade; 5 – nutrição; 6 – fricção e cisalhamento. Cada sub-escala tem uma pontuação que varia entre 1 a 4. A somatória total fica entre os valores de 6 a 23. Quanto maior a pontuação final, menor será o risco de desenvolvimento de UPs (SOMAIO; CARRARA, 2005). A escala de Waterlow inclui 10 itens como: estrutura/peso e altura; continência; tipo de pele em áreas de risco; mobilidade; sexo e idade; apetite; má nutrição tecidual; déficit neurológico; cirurgia/traumas; medicação. Cada item tem uma pontuação própria, com valores que variam entre 0 a 5. Na avaliação do paciente deve-se considerar, segundo a autora, o escore acima de 10 como preditor de risco para o desenvolvimento de UP (ROCHA, 2003). O trabalho da enfermagem é de fundamental importância na prevenção das UPs através da adoção de condutas, implementações de estratégias de prevenção através da identificação de fatores de risco na inspeção diária da pele do paciente, com atenção especial nas áreas mais vulneráveis para o desenvolvimento da úlcera, avaliação do ambiente quanto às condições de manutenção da integridade da pele e fornecimento de suporte nutricional. A prevenção deve ser feita através de ações de enfermagem que visem evitar ou amenizar o aparecimento de ulcera de pressão. É recomendado a assistência de enfermagem através de grupos multidisciplinares que participem de atividades que busquem o desenvolvimento do processo de avaliação de risco, reavaliação e planejamento das intervenções para sua redução, com inclusão de profissionais especializados em feridas. OBJETIVOS O presente estudo teve como objetivo geral: Identificar as principais causas do aparecimento de UPs em pacientes acamados; e, como objetivos específicos: Identificar a presença de fatores de risco descritos na literatura e a sua relação com o desenvolvimento de UPs; Verificar as ações desenvolvidas no hospital para prevenção de Úlcera de Pressão; METODOLOGIA Tratou-se de um estudo do tipo descritivo-exploratório retrospectivo, através do levantamento de prontuários e de entrevista semi-estruturada com a enfermeira da CCIH, de um hospital geral, filantrópico, de médio porte, com 92 leitos no interior de Minas Gerais, a fim de obter informações sobre o seu conhecimento relacionado à prevenção de úlcera de pressão. O levantamento bibliográfico foi realizado através da análise da literatura nos últimos cinco anos para que o pesquisador analisasse os artigos publicados sobre o assunto e através deste, construir um maior conhecimento acerca de UPs e para formulação do questionário. A coleta de dados foi realizada através da análise documental dos prontuários dos pacientes portadores de úlcera de pressão e que estiveram internados no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2005 e a entrevista ocorreu no mês de outubro de 2006. Após obter todas as informações foi feito um levantamento e organização dos dados coletados. Os critérios que foram utilizados para seleção dos artigos publicados na literatura internacional e nacional basearam-se em artigos que abordam a problemática da UP; artigos indexados nos bancos de dados LILACS (Literatura latino-americana em Ciências da Saúde) ou MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Página 31 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Sistem on Line); artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, dentro do período delimitado para esta pesquisa; Para a realização deste estudo, foi levado em conta as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, emanadas da resolução nº 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa do hospital, campo de estudo para a sua apreciação e após aprovação foi dado início à pesquisa. Foi também solicitado o consentimento livre e esclarecido por escrito da enfermeira da CCIH. RESULTADOS Constatou-se que no período definido para a análise documental dos prontuários de dezembro de 2004 a dezembro de 2005 foram identificados 10 pacientes portadores de UP, considerando diagnostico, tempo de internação e faixa etária, conforme apresentado: Quadro 1 – Pacientes internados com UP segundo diagnóstico, tempo de internação e faixa etária. DIAGNÓSTICO Doença pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão arterial insuficiência renal crônica obesidade mórbida Politraumatismo Pós-operatório laparotomia Politraumatismo Broncopneumonia, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, obesidade mórbida Insuficiência respiratória, obesidade mórbida Insuficiência respiratória aguda Pós-operatório fratura fêmur Politraumatismo Insuficiência renal crônica insuficiência cardíaca congestiva TEMPO DE INTERNAÇÃO FAIXA ETÁRIA 10 dias 60 anos 30 dias 15 dias 28 dias 23 anos 69 anos 28 anos 13 dias 48 anos 7 dias 48 anos 30 dias 3 dias 9 dias 17 dias 78 anos 83 anos 38 anos 11 anos O grau de desenvolvimento da UP foi classificado de acordo com o quadro a seguir: Quadro 2 – Número de pacientes e grau de desenvolvimento da UP NÚMERO DE PACIENTES 2 GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA UP ESTÁGIO I 4 ESTÁGIO II 2 ESTÁGIO III 2 ESTÁGIO IV Dessa maneira, verificou que a localização das Ups apareceram nas regiões sacra, região dos calcâneos e tornozelo, conforme mostrado no gráfico 1, ou seja, a maioria dos pacientes desenvolveram UP na região sacra-ilíaca. Gráfico 1 – Áreas de localização das UP Página 32 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Esse fator está relacionado à obesidade e doenças pulmonares, tornando difícil a mobilidade do cliente, prejudicando a mudança de decúbito. Os pacientes internados com insuficiência respiratória aguda desenvolveram em maior escala de UPs, pela falta de mobilidade devido à compressão pulmonar, comprometendo a respiração pulmonar, uma vez que não era possível mantê-los lateralmente por muito tempo. Dessa forma, ficaram predispostos ao aparecimento de ulcerações na região sacra devido o excesso de pressão. Regiões como calcâneo e tornozelo, foram protegidas com “coxins” providenciados pela própria equipe de enfermagem. No prontuário desses pacientes foi constatado as anotações de enfermagem em relação às medidas preventivas adotadas pela equipe de enfermagem como: mudança de decúbito de 2/2 hs, massagem de conforto com óleo de girassol, colchão caixa de ovo e proteção das extremidades ósseas com coxim. Os dados da entrevista obtidos com a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar-CCIH, demonstraram que o tempo de formação profissional desta foi de 11 anos e que apresenta especialização em Gestão de CCIH e utiliza como recursos para o aprimoramento profissional a participação em eventos científicos. Em relação à freqüência com que a instituição realiza cursos de capacitação para sistematização sobre UPs para a equipe de enfermagem, os dados revelaram que é anual. As medidas preventivas, segundo a enfermeira, utilizadas para o cuidado da pele e tratamento em pacientes de risco são: mudança de decúbito, massagem de conforto e colchão de ar ou caixa de ovo. Os instrumentos que são utilizados pela equipe de enfermagem para identificar os pacientes de risco para UP são: inspeção no momento do banho e escala de Glasgow. De acordo com a entrevista, a enfermeira participante do estudo demonstrou conhecimento teórico em relação às escalas de avaliação de risco (Norton, Gosnell, Warterlow e Braden), porém não as têm utilizado na prática de cuidados aos portadores de UPs. CONCLUSÃO Com base nesses resultados concluiu-se que a Instituição não tem um protocolo para cuidados de pacientes com risco de desenvolver UPs. As medidas preventivas se restringem a condutas de enfermagem que não são individualizadas e não levam em conta as necessidades de cada paciente. O serviço de enfermagem ainda utiliza medidas preventivas tradicionais para proteção dos pacientes de risco e que a enfermeira entrevistada embora conheça os instrumentos de avaliação para a identificação dos pacientes de risco não as utiliza na prática para para a prestação adequada de cuidados. REFERÊNCIAS BLANES, L.; DUARTE, I. S.; CALIL, J. A.; FERREIRA, L.M. Avaliação Clínica e Epidemiológicas das Úlceras por Pressão em pacientes internados no Hospital São Paulo. Revista Associação Méd. Brasileira, 50(2), p.182-187, 2004. COSTA, I. G. Incidência de Úlcera de Pressão e fatores de risco relacionados em pacientes de um Centro de Terapia Intensiva. São Paulo, 2003. 125p. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. CUDDIGAN, J; AVELLO, E.A; SUSSAMAN, C (Ed.). Pressure Ulcer in America: prevalence, incidence and implications for the future. NPUAP, v.a., 2001. FERNANDES, L. M. Úlcera de Pressão em Pacientes Críticos Hospitalizados: uma Revisão Integrativa da Literatura. São Paulo, 2000. 141p. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Página 33 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) - Painel Consultivo Nacional de Úlcera de Pressão – Organização profissional, independente, dedicada à prevenção e à gerência de ulcera de pressão, criado em 1987. [email protected] O MEDO EM ATLETAS QUE SOFRERAM LESÃO DO MENISCO LATERAL Acary Santos de Silva Oliveira Júnior, Rafael Castro Kocian Universidade Paulista. RESUMO Lesões no joelho constituem um problema comum na prática clínica da medicina do esporte, havendo preocupação com o tratamento e retorno às atividades esportivas. Muitas vezes o tratamento gira em torno da lesão fisiológica, não podemos esquecer do psicológico dos próprios atletas, que contribui muito para retorno às quadras. O objetivo desse trabalho foi verificar as lesões que os atletas sofreram no joelho, e verificar a presença de medo antes e após o tratamento, bem como na volta da prática esportiva. Trabalhamos com pesquisa qualitativa, realizando levantamento bibliográfico e colhendo dados através de questionários. Como resultados obtivemos que todos sujeitos sentiram medo de se lesionarem novamente ao retornar as atividades, por isso, é de suma importância realizar trabalho de intervenção em Psicologia do Esporte, auxiliando o atleta vencer questões relacionadas ao trauma como dor, mas também, ao trauma psicológico antes, durante e após da lesão sofrida, acompanhando todo o processo. Palavras chaves: Estados Emocionais, Lesão Esportiva e Medo. INTRODUÇÃO As lesões do joelho constituem um problema muito comum na prática clínica da medicina do esporte. Vários autores demonstraram sua preocupação, especialmente com o tratamento e o retorno às atividades esportivas em relação à lesão do meniscal lateral, no entanto, não podemos esquecer do lado psicológico dos próprios atletas, o que contribui muito para o tratamento e principalmente para o retorno das suas atividades esportivas. A lesão do menisco lateral caracteriza por rompimento da cartilagem, seguida de dores e inchaço na articulação, na qual envolve o osso patelar, causando uma dificuldade na movimentação da própria articulação e da ação motora de se locomover. Todos os pacientes serão classificados conforme sua atividade e desempenho esportivo, antes da lesão. Com o rompimento desta articulação, será feita uma avaliação no grau da lesão e do lado psicológico do atleta, tanto no pré e como pós-operatório. Somente com esses pontos avaliados, sabermos identificar a relação medo e lesão do menisco lateral que atletas sofreram durante suas atividades. MÉTODOS Trabalhamos com pesquisa qualitativa, utilizando em primeira etapa, o levantamento bibliográfico, averiguando livros de graduação relacionados com o tema “Lesão do Menisco Lateral e Medo”. Em uma segunda etapa faremos entrevistas, em forma de questionário, os dados serão coletados no município de Casa Branca / SP, com atletas de diferentes modalidades esportivas, os quais sofreram lesão no menisco lateral. Será garantido sigilo absoluto dos sujeitos entrevistados. Os dados coletados serão analisados, tabulados e distribuídos graficamente. RESULTADO E DISCUSSÃO O questionário foi aplicado com atletas, os quais sofreram lesão no menisco lateral, em forma de entrevista, de diferentes modalidades esportivas. Veremos a seguir, o resulto neste capítulo. A primeira questão apresenta qual o esporte mais praticado pelos sujeitos entrevistados, o tipo de lesão sofrida e de que modo à lesão. 01. Qual foi o tipo de lesão que o senhor sofreu? A lesão ocorreu durante qual atividade? Todos os entrevistados sofreram lesão no tecido cartilaginoso do menisco lateral durante a pratica esportiva. Apuramos que mais da metade dos atletas praticavam futebol, enquanto tivemos duas citações para voleibol e uma para handebol. Página 34 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 O sujeito 05 contou-nos que “a lesão foi no menisco, durante um jogo pela super liga de Voleibol, onde escorregou gerando uma torção no joelho”. 02. Como foi o tratamento? Teve que passar por cirurgia? Nesta questão gostaríamos de verificar com os sujeitos como foi a realização do tratamento para a lesão do joelho, e principalmente, se houve cirurgia. A maioria dos entrevistados passou por cirurgia, retirando a parte total lesionada do menisco lateral e, após esta, foi realizado seções fisioterápicas para retornar à prática esportiva. Com exceção, do sujeito 05 o qual foi apenas retirada 50% do menisco lateral; e o sujeito 06 não passou por cirurgia: seu tratamento foi à realização de fisioterapia. Segundo o sujeito 03, sua resposta foi a seguinte: “sim foi feito uma cirurgia para a retirada dos dois meniscos (100%), e refeito todo o ligamento cruzado, não havendo derrame articular”. 03. Necessitando passar por cirurgia houve preparo psicológico para o pré e pós desta? Nas duas partes do tratamento, todos os sujeitos não tiveram nenhum apoio de profissionais da área da psicologia ou psiquiatria. O sujeito 07 citou-nos: “não houve antes, pós-operatório sim”. 04. Você teve alguma ajuda de algum profissional da área da psicologia / psiquiatria? Não; todos os sujeitos não tiveram ajuda desses profissionais. O sujeito 02 descreve a sua experiência: “Quando me machuquei não tinha psicólogo no clube que eu jogava, e nenhum outro clube daquela época. Tive ajuda da parte do dirigente e o principal apoio foi da minha família”. 05. Você teve ajuda familiar durante a recuperação física e psicológica? Felizmente a ação do apoio familiar foi de grande valia na recuperação, suprimindo a falta dos profissionais citados. O sujeito 03 reforça o apoio que teve dos amigos, tão fundamental, quanto à família. Com exceção do sujeito 04, onde descreveu-nos que: “a minha família não me apoiou diretamente, durante a minha recuperação, por causa da distancia que os separavam”. 06. Após o tratamento, como foi à volta ao esporte? Alguns atletas sentiam dores e, principalmente, o medo de ocorrer uma nova lesão. Um reflexo percebido foi que muitos não tinham muita firmeza em colocar o membro inferior no chão. O sujeito 08 descreve-nos: “eu sentia medo quando tocava na bola, quando eu dava um pique mais intenso e medo de eu me lesionar de novo”. 07. Qual foi o seu maior medo quando sofreu a lesão? Os atletas entrevistados retrataram o medo que tinham de perder suas habilidades e não conseguirem voltar à forma antes da lesão. Os sujeitos 01 e 07 sentiam medo da cirurgia, de não ter os sucessos esperados, impedindo o retorno ao esporte. O sujeito 07 falou-nos: “ medo da cirurgia der errado e ter que passar novamente por outra cirurgia e até ficar sem os movimentos do joelho”. 08. A lesão prejudicou alguma função de seus movimentos? Apenas três tiveram problemas após a cirurgia, como por exemplo, não flexibilidade do joelho; falta de forca e agilidade não chutar da bola. O restante dos entrevistados não sofreu prejuízo na ação motora do menisco. O sujeito 01 comenta-nos: “eu tenho até hoje medo de correr, saltar e até de uma bobeira, de andar de salto alto”. Página 35 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 09. Você carrega algum tipo de trauma devido à lesão? Os sujeitos 07 e 08 descreveram como trauma, o medo de ocorrer uma nova lesão. Suas citações são semelhantes: “medo de me lesionar novamente”. No entanto os outros sujeitos afirmaram que não carregam nenhum tipo de trauma por terem se lesionados. 10. Você sente medo de praticar esporte novamente? Todos os sujeitos relataram que sentiam medo quando voltaram às quadras, isso fica evidente na fala do sujeito 07, como assim, ressaltamos o comentário: “No começo sim, insegurança, fortes dores musculares e incerteza de conseguir ou não a praticar atividade física. O joelho enganava de mais, doía, hoje não. Pratico esporte normalmente, mas inflamações e dores são constantes”. Contudo a maioria dos entrevistados descreveu que há sentem medo. CONCLUSÃO Durante a análise dos questionários e o gráfico chegamos à conclusão que todos os sujeitos entrevistados sentiram medo de se lesionarem novamente ao retornar as atividades esportivas. Por esse motivo, é de suma importância realizar um trabalho de intervenção na área da Psicologia do Esporte, auxiliando o atleta a vencer questões relacionadas ao trauma em relação à dor sofrida, mas também ao trauma psicológico antes, durante e depois da lesão sofrida, acompanhando todo o processo. Aos profissionais da área da Educação Física é importante que realizem uma abertura de campo profissional no que diz respeito a Psicologia do Esporte, uma vez que essa área da Educação Física e Motricidade Humana carece atenção e espaço. Uma possível abertura traria além de resultados em termos de ganhar e perder, mas principalmente para que os atletas, dirigentes, técnicos, família, enfim, todas pessoas envolvidas no espetáculo esportivo, o lado humano dessa área tão fascinante chamada movimento. Além de pensarmos numa equipe multidisciplinar trabalhando com o esporte, sugerimos pesquisas mais aprofundadas com atletas que receberam auxílio de um profissional da psicologia do esporte e comparar junto ao presente trabalho. REFERÊNCIAS DeLisa, Joel A. Gans. Bruce M. Tratado de Medicina de Reabilitação. 3º edição. Rio de Janeiro: Editora Manole, 2002; Kapandji, A. I. Fisiologia Articular: Membro Inferior. Volume 2. 5º edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2000; Kisner, Corolyn e Colby, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos. 4º edição. Rio de Janeiro: Editora Manole, 2005; Machado, Afonso Antonio. Psicologia do Esporte. 1º edição. Jundiaí / São Paulo: Editora Ápice, 1997; Norm, Andréa. Hanson, Bates. Exercícios Aquáticos Terapêuticos. 1º edição. Rio de Janeiro: Editora Manole, 1998; Myers, David G. Introdução à Psicologia Geral. 5º edição. Rio de Janeiro: Editora LTC, Livros Técnicos e Científicos, Editora S. A, 1999; Revista Cubana de Ortopedia e traumatologia. Correlação entre neumoartrografia e artrotomia em lesões de menisco. 17º edição, páginas 69-72, 2003. Disponível em www.scielo.org.br. Acesso em 04/12/2006; Shankar, Kamala. Prescrição de Exercícios. 1º edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2002. [email protected] Página 36 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 COMPARAÇÃO ENTRE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LOCALIZADA E HIDROGINÁSTICA SOBRE A APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE INDIVÍDUOS DA TERCEIRA IDADE EM SANTA RITA DO SAPUCAÍ / MG Alessandra Lopes Pinto Lemos Graduanda de Educação Física - UNIVAS Carlos Furtado de Mendonça Júnior Pós Graduando em Educação Ambiental - UNIVAS Danielle Bernardes-Amorim Mestre em Fisiologia – UFSCar; Docente UNINCOR e UNIVÁS RESUMO Em qualquer faixa etária, para a realização de qualquer atividade motora é necessário o desenvolvimento de aptidão cardiovascular, força, resistência muscular e flexibilidade e, a perda da capacidade funcional no idoso dá sentido negativo à sua vida com aumento da dependência. Por outro lado, programas regulares de atividades físicas bem planejadas podem auxiliar na diminuição da vulnerabilidade destes indivíduos. A questão que se coloca é: qual a melhor atividade? Na tentativa de responder a esta questão, o objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de um programa de ginástica localizada e de um programa de hidroginástica sobre a aptidão física relacionada à saúde de mulheres idosas. Através dos resultados, pretendeu-se discutir qual das duas modalidades poderia oferecer melhor qualidade de vida às idosas. A análise possibilitou concluir que tanto a ginástica localizada quanto a hidroginástica proporcionam níveis satisfatórios de aptidão física e auxiliam na manutenção da saúde de mulheres idosas. PALAVRAS-CHAVE: Ginástica localizada, Hidroginástica, Aptidão física. INTRODUÇÃO Uma das maiores mudanças observadas no último século foi o aumento da expectativa de vida do ser humano, sendo que, hoje, vivemos quase o dobro da idade alcançada no início do século XX. Isso graças aos avanços tecnológicos que nos propiciaram melhores condições de vida. Atualmente, no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os idosos representam cerca de 9% da população, totalizando 17 milhões de pessoas acima de 60 anos. E as perspectivas da ONU para os próximos 20 anos são de que essa porcentagem aumente para 16%, ou seja, além dos brasileiros viverem por mais tempo, teremos mais idosos na população (COUTINHO, 2006). Mas é muitas vezes difícil diferenciar entre os resultados do envelhecimento biológico e os da inatividade física. Ou seja, com o envelhecimento, ocorre uma deterioração natural da função fisiológica, mas ela é devida ao fato de a maioria das pessoas tornarem-se sedentárias à medida que envelhecem (WILMORE; COSTILL, 2001). Os mesmos autores ainda falam que o VO2 máximo diminui aproximadamente 10% por década com o envelhecimento iniciando no final da adolescência, para as mulheres, e em meados da segunda década para os homens. Essa diminuição está em grande parte associada a uma diminuição da atividade de resistência cardiorrespiratória. Neste sentido, a atividade aeróbia e o treinamento de força podem proporcionar grandes benefícios no adulto e na terceira idade, pois a interação entre os componentes de aptidão relacionada à saúde e as atividades físicas é óbvia (GALLAHUE; OZMUN, 2001). Quanto a isto, todo movimento humano está baseado em um grau mínimo de força muscular, endurance e flexibilidade. Por isso, é importante questionar se o exercício e o treinamento muscular podem contribuir na manutenção do controle motor, assim como nos declínios das habilidades motoras relacionadas ao avanço da idade (MARINI et al, 2003). Por exemplo, a hidroginástica apresenta algumas vantagens para esse grupo populacional, com o aproveitamento das propriedades físicas da água possibilitando um melhor rendimento aos idosos, além de oferecer menores riscos. Apesar desses benefícios em potencial, a prática da hidroginástica em idosos ainda é pouco estudada. Pesquisas apontam uma melhora significativa em todos os testes de aptidão física aplicados, após o treinamento com aulas de hidroginástica. Esses resultados parecem comprovar a importância da prática de exercícios físicos, assim a hidroginástica pode ser benéfica na manutenção e melhoria da aptidão física de mulheres idosas (ALVES, 2004). Já a ginástica localizada se concentra mais especificamente no desenvolvimento das qualidades físicas flexibilidade e resistência muscular, pois o trabalho se dirige a determinado músculo ou grupo muscular proporcionando maior amplitude de movimento e autoconfiança. Este fato é importante, uma vez que a flexibilidade colabora na execução das tarefas diárias ou em qualquer movimento que se possa realizar no cotidiano (BREGOLATO, 2002). Página 37 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 De qualquer forma, segundo Meirelles (2005), o objetivo principal da atividade física na terceira idade é o atraso inevitável do envelhecimento, através da manutenção de hábitos saudáveis que possa possibilitar uma vida harmoniosa e afastar os riscos mais comuns na terceira idade. Tendo estes fatores como premissa, o objetivo do presente estudo foi comparar um programa de ginástica localizada e um programa de hidroginástica sobre a aptidão física relacionados à saúde de indivíduos da terceira idade. Página 38 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 MATERIAIS e MÉTODOS Delineamento e População de estudo Este estudo possuiu delineamento transversal e sua realização foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVÁS sob o protocolo número 58/07. Após esta aprovação, foram convidadas mulheres com idade acima de 50 anos e com tempo de seis meses a um ano de treinamento em ginástica localizada ou hidroginástica de academias situadas na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG. As senhoras foram convidadas a participar do estudo, recebendo o termo de consentimento para que autorizassem formalmente a utilização de seus dados sem, no entanto, a menção a sua identidade. Em seguida, responderam a uma anamnese para garantir que não apresentassem alguma patologia que pudesse interferir nos resultados. Tomando estes cuidados, foram incluídas no estudo 16 mulheres, sendo 8 do grupo ginástica e 8 do grupo hidroginástica com idade entre 53 e 84 anos. Foram excluídas aquelas senhoras que faltaram à data agendada para os testes e/ou por alguma eventualidade desistiram de participar. Protocolo de avaliação A coleta dos dados que foi realizada pela autora do estudo, conforme padronização a seguir: A) Composição corporal Utilizou-se o Índice de Massa Corporal (IMC), obtido através do resultado da divisão do peso em quilogramas pela altura, em metros, ao quadrado. O índice normal foi classificado entre 18,5 e 24,9, o sobrepeso esteve entre 25 e 29,9 e, acima de 30, o indivíduo foi considerado obeso (KRUCHELSKI, RAUCHBACH, 2005). B) Circunferência de cintura e quadril (Relação Cintura-Quadril) A relação cintura-quadril foi calculada pela divisão do perímetro da cintura pelo perímetro do quadril (mensuradas em cm). Índices acima de 0,85 para mulheres e 0,95 para homens representam alto risco para a saúde (Bray; Gray, 1988 citados por GONÇALVES; SANTOS, 2006). C) Teste de flexibilidade Foi utilizado o teste linear de sentar e alcançar de Wells modificado por BORBA. Índices alcançados acima de 30 cm foram classificados como excelente; entre 25,1 e 29,9, muito bom; de 20,1 a 25, bom; de 15,1 a 20, regular e; abaixo de 15 foi classificado com muito fraco (1996 citado por KRUCHELSKI; RAUCHBACH, 2005). D) Teste Abdominal Foi utilizado o teste abdominal do Eurofit para adultos (1995 citado por KRUCHELSI; RAUCHBACH, 2005) em três níveis, sendo o resultado de 0 a 10 considerado como fraco; de 5 a 9, regular; de 10 a 14, bom e, acima 15 correspondeu ao índice excelente. E) Teste de Aptidão Cardiorrespiratória Utilizou-se o teste padronizado por Jetté et al. (1976 citados por GONÇALVES; SANTOS, 2006) que consistiu em subir e descer dois degraus de 20,3 cm cada e em estágios de duração de 3 min cada, sendo que a freqüência cardíaca foi aferida imediatamente após o término do exercício. O VO2 Max foi predito de acordo com a equação: VO2máx (ml/kg/min) = 42,5 + (16,6 x VO2) – (0,12 x Peso) – (0,12 x FC) – (0,24 x Idade) Este teste não é recomendado para indivíduos cuja pressão arterial de repouso mostra-se superior a 150/100mmhg e a freqüência cardíaca encontra-se acima de 100 batimentos por minuto. Como nenhuma das senhoras possuía estes valores de risco, o teste pode ser realizado normalmente. Aliás, segundo o American College of Sports Medicine-USA, não se faz necessária a presença de um médico durante a realização de testes submáximo de aptidão cardiorrespiratória em idosos sem doenças conhecidas (FERNANDES FILHO, 2003), como aconteceu no presente estudo. Análise estatística dos dados Os dados foram anotados e, em seguida, avaliados através de correlações de Pearson e análises de variância com p-valor do teste < 0,05 e pós teste de comparação de Tukey. RESULTADOS e DISCUSSÃO A tabela 1 mostra que idade e peso corporal do grupo de ginástica foram menores em relação ao grupo hidroginástica, porém não significativo. Já a estatura do grupo ginástica foi maior em relação ao grupo Página 39 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 hidroginástica, sendo este resultado não completamente significativo. Todas as outras variáveis tiveram variações não significativas com IMC e RCQ, apresentando tendência de maiores resultados para o grupo hidroginástica e, circunferências da cintura e do quadril, flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória (VO 2 máximo) apresentando tendência de maiores resultados para o grupo ginástica. A resistência muscular localizada abdominal apresentou resultados semelhantes entre os dois grupos. Tabela 1 – Resultados gerais das avaliações realizadas em mulheres praticantes de hidroginástica e ginástica. Variáveis Grupo Grupo hidroginástica Valor ginástica de P Idade (anos) 63,75 ±6,71 68,25±8,76 0,2682 Peso (kg) 67,06±13,26 69,31±12,85 0,7355 Altura 158,13±3,98 153,75±4,43 0,0567 IMC 26,75±4,86 29,27±4,98 0,3231 Circunferência da cintura 86,50±12,91 82,88±23,34 0,7065 Circunferência do quadril 104,13±9,57 99,13±22,66 0,5744 Relação cintura quadril 0,83±0,08 0,85±0,20 0,7729 Flexibilidade 26,00±6,55 21,38±6,67 0,1835 RML abdominal 11,38±2,33 11,88±2,10 0,6587 VO2 máximo 38,04±1,73 36,99±2,29 0,3168 Conforme mencionado, o IMC apresentou tendência de maiores resultados para o grupo de hidroginástica e a classificação individual revelou as mulheres idosas que praticavam a ginástica localizada apresentam sobrepeso e obesidade, enquanto que na hidroginástica houve maior porcentagem de mulheres com obesidade. Em relação à RCQ, pela qual se verifica os níveis de risco à saúde (baixo, moderado, alto e muito alto), o resultado foi semelhante ao IMC com igual porcentagem (25% em cada) entre as mulheres praticantes de ginástica e maiores valores dos piores índices (25% moderado, 25% alto e 37% muito alto) entre as praticantes de hidroginástica. O excesso de peso traz conseqüências negativas à saúde e isto tem sido mostrado em alguns estudos. A obesidade é fator de risco para hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer (GIGANTE; et al, 1997). De modo semelhante ao presente estudo, Savaris (2004), verificando o perfil do índice de massa corporal e a razão cintura/quadril, observou sobrepeso e risco moderado para doenças coronarianas em mulheres praticantes de hidroginástica. Mas não comparou com ginástica localizada. Outro estudo realizado com oito mulheres de percentual de gordura indicativo de obesidade e razão cintura quadril com valores de risco alto para doenças cardiovasculares, verificou que cinco semanas de treinamento aeróbio de hidroginástica não alteraram estes (OLIVEIRA, 2004). Um estudo realizado em são Lourenço/MG com dois tipos de treinamento em hidroginástica (contínuo e intervalado) também observou que 12 semanas não foram suficientes para promover melhoras significativas na porcentagem de gordura corporal (POLITANO; BERNARDES, 2007). As variáveis flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória (VO 2 máximo) também apresentaram tendência de maiores e melhores resultados para o grupo de ginástica. O resultado mostrado para a flexibilidade do grupo de ginástica foi que 37% das mulheres apresentaram níveis excelentes de flexibilidade; 25%, níveis bons; 13%, muito bom e; 25%; regular. No grupo de hidroginástica o resultado foi de 62% das mulheres apresentando nível regular de flexibilidade; 25%, nível bom e; 13%, nível excelente de flexibilidade. Fraqueza, inflexibilidade e dor, durante o processo de envelhecimento, podem causar incapacidade progressiva, ocasionando limitação na mobilidade e conseqüente diminuição na qualidade de vida (BUCKWALTER, 1997 citado por COELHO; ARAÚJO, 2000). O resultado do VO2 máximo do grupo de ginástica foi que 75% das mulheres apresentam excelente aptidão cardiorrespiratória e 25% apresentam uma boa aptidão cardiorrespiratória. Para o grupo de hidroginástica o resultado foi que 50% das mulheres apresentam excelente aptidão cardiorrespiratória e 50% das mulheres apresentam boa aptidão cardiorrespiratória. É importante ter nível elevado de consumo máximo de oxigênio em qualquer fase da vida. Para que isso aconteça é necessário seguir um treinamento específico das capacidades aeróbicas. Para as pessoas da terceira idade o melhor meio são as caminhadas (SCHARKEY, 1998; NEIMAN, 1999; ACSM's, 2000 citados por KALININA et al, 2006). Já a resistência muscular localizada abdominal apresentou resultados semelhantes entre os dois grupos. O resultado mostrado para a resistência muscular localizada (RML) abdominal para o grupo de ginástica foi que 62% apresentaram bons níveis, 25% apresentaram níveis excelentes e 13% apresentaram níveis regulares de resistência muscular localizada. Para o grupo de hidroginástica o resultado foi semelhante. Página 40 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Índices adequados de força e resistência previnem problemas de postura, articulares e lesões músculoesquelético. Debilidades destes componentes indicam riscos de lombalgia e fadiga localizada, osteoporose e baixa da auto-estima (GEORGE et al,1996 citado por GLANER, 2003). VO2 CONCLUSÃO O estudo teve o propósito de apresentar o quanto é importante à prática de atividade física, e de ter bons níveis de aptidão física ao longo da vida. A ginástica localizada e a hidroginástica proporcionam bons níveis de aptidão física para as mulheres da terceira idade. Contudo isso, na terceira idade é preciso manter-se ativo de acordo com a prescrição dos exercícios e, além disso, com índices adequado de composição corporal, flexibilidade, resistência muscular localizada e VO2 máximo. Esses componentes são essenciais para a anulação do surgimento de patologias e muito importante na efetuação das tarefas diária por toda a vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Roseane Victor; MOTA, Jorge; CONSTAN, Manoel da Cunha; ALVES, João Guilherme Bezerra. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 10, n. 1, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo> Acesso em: 04 Mar 2007. BREGOLATO, Roseli Aparecida. 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As noções de saúde e doença são fortemente influenciadas pelo contexto cultural que ocorrem. Deve-se considerar que o binômio saúde/doença não esta relacionado apenas a microorganismos, mas também a uma questão sócio-econômica , política e educacional. Saúde, Profissional de Educação Física INTRODUÇÃO A saúde e uma das mais importantes dimensões da vida moderna, sendo, no entanto, difícil sua conceituação (Almeida filho, 2000). A maioria dos autores conceitua saúde pelo seu atributo negativo de ausência de doença, embora as noções de saúde e doença sejam fortemente influenciadas pelo contexto cultural em que ocorrem (HEGENBERG, 1998). Pesquisas mostram mudanças comportamentais podem ser muito efetivas para prevenção de doenças (Nahas, 2003). A historia da saúde e da doença e retratada desde as comunidades primitivas. É possível que o ser humano no inicio de sua existência encarasse a doença como uma ocorrência sobrenatural, como ventos, tempestades ou manifestações de deuses. No período grego ocorre o inicio da medicina cientifica com Hipocrates, sendo a ele atribuía a primeira tentativa de eliminar as causas sobrenaturais, atribuindo as doenças causas naturais. No período da medicina moderna, os médicos procuraram explicar a doença em termos fisiológicos. Com as descobertas de Koch, a doença passa a ser entendida como conseqüência da invasão do organismo por agentes estranhos, cuja agressão provocava lesões nos órgãos e tecidos. A revolução bacteriológica estabelece, de uma vez, por todas, o caráter cientifico da medicina, isto e, a descoberta de microorganismos como agentes causadores de doenças (HEGENBERG, 1998). Assim sendo, a presença de microorganismo caracteriza a teoria unicausal da doença. No entanto, a doença não deve ser explicada apenas pelos fenômenos biológicos surgindo a teoria multicausal que considera a importância dos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais de uma sociedade (HEGENBERG, 1998; GEOVANINI, 2002). A Organizacao Mundial da Saúde (OMS) em 1946 conceituou “ saúde como sendo o estado de completo bemestar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença e de enfermidade”, e, apesar de bastante conhecida, essa conceituação gera criticas por ser impossível de se concretizar. No Brasil, a constituição de 1988, seção II – sobre saúde, artigo n.196, diz: A saúde e direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação. O relatório final da 8 Conferencia Nacional da Saúde afirma que, em seu sentido mais abrangente, a saúde e resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde, e a posse da terra. E assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social e da produção, as quais podem acarretar grandes desigualdades nos níveis de vida. Embora seja a saúde um direito assegurado na Constituição do país, a realidade mostra uma distancia muito grande deste propósito, quando se depara com conceito da 8ª. Conferencia Nacional da Saúde. Chaves (1998) não se preocupa em formular um conceito, antes propõe que saúde, por ser uma realidade complexa, necessita de uma abordagem transdisciplinar. Entende que as disciplinas, na forma que estão estruturadas, não descrevem corretamente o que e saúde, mas sim provocam uma interpretação deformada, porque pressupõe delimitações, enquanto deve existir uma interligação das muitas disciplinas envolvidas. Sendo um objeto complexo, o entendido do que e saúde apresenta uma interdependência de diversas dimensões, tais como : economia, política, educacional, estilo de vida, transcendental, ética, ecológica, epidemiológica e estratégica. Sabe-se que a exclusão social esta aumentando em todo o mundo é atualmente responsável pela falta de equidade na saúde já que a desigualdade social encontra-se associada a desigualdade em saúde. Dentro do conceito de promoção de saúde, a justiça social e a equidade são pré-requisitos para alcançar a melhor saúde e o bem-estar da população, sendo a democracia e o respeito aos direitos humanos qualidades inerentes a construção de ambos os pré-requisitos (RESTREPO, 2001). Página 43 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Promover a saúde alcança, dessa maneira, uma abrangência muito maior do que a que circunscreve o campo específico da saúde considerando-se ambiente em sentido amplo, o que abarca a perspectiva local e global, além de incorporar-lhe elementos físicos, psicológicos e socais (CZERESNIA, 2002). Os termos educação em saúde e promoção em saúde tem gerado confusões. Na educação em saúde, procura-se desencadear mudanças de comportamento individual, ao na promoção em saúde, muito embora esta inclua sempre a educação em saúde, procura-se provocar mudanças de comportamento organizacional, capazes de beneficiar a saúde de camadas mais amplas da população. E preciso, no entanto, ter presente que educação em saúde e promoção em saúde são indissociáveis (CANDEIAS, 1997). O objetivo deste estudo foi avaliar, através de um questionário, o conhecimento de saúde entre os profissionais de Educação Física e os alunos de graduação de Educação Física. MATERIAL E MÉTODO A presente pesquisa foi realizada com educadores físicos que estejam formados há mais de 5 anos (n=46), estudantes de Educação Física de 8 período (n=63), da cidade de Alfenas. Antes de se aplicar o questionário a população escolhida, foi realizado um pré-teste com outro grupo de profissionais em outra cidade do estado. Foram realizadas modificações no questionário forma entregues individualmente no ambiente de trabalho e para os estudantes foram entregues em atividades de grupos de discussão ou provas. Recomendou-se que não houvesse comunicação entre os participantes. As respostas foram analisadas qualitativamente. Para as respostas abertas foi utilizada a analise de conteúdo segundo BARDIN (1997). Os dados foram apresentados através de tabela. RESULTADOS Em pergunta aberta, foi solicitado aos participantes da presente pesquisa que respondessem sobre o conceito de saúde e após a categorização temática dos conteúdos, as respostas mais freqüentes foram: saúde e um complexo bem-estar físico, mental e social foi observada em 71,74% das respostas dos educadores físicos, 72,60% dos estudantes de Educação Física. Estas respostas e as demais, com conteúdos menos freqüentes, podem ser observadas na Tabela 1. Tabela 1 – conceito de saúde segundo profissionais de Física, estudantes de Educação Física. Bem-estar físico, Harmonia entre o Profissionais mental e social corpo e meio estudantes ambiente N % N % Profissionais 33 71,74 5 10,87 de Educação Física 53 72,60 8 12,60 Estudantes de Educação Física Educação Física, estudantes de Educação Ausência doenças N de Qualidade de vida 5 % 10,87 3 N % 6,62 3 4,10 9 12,36 DISCUSSÃO Ao se analisar a tabela, percebe-se que o conteúdo mais referido, tanto pelos profissionais como pelos estudantes, esta de acordo com o conceito da época em que foi constituída a Organização Mundial de Saúde (OMS), hoje considerando clássico, ou seja, saúde é definida como o estado de complexo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. Este tem sido um resultado freqüente nas diversas investigações sobre este objeto e, neste caso, os valores encontrados foram menores do que os 96% dos enfermeiros de varias instituições de saúde de Ribeirão Preto, SP (Bueno et al., 1987). Deve-se considerar, entretanto, o contexto em que este conceito foi proposto: a necessidade de se aperfeiçoar os modelos explicativos do processo saúde-doença (HEGENBERG, 1998; GEOVANINI, 2002). Era tentativa do reconhecimento da saúde como um processo multidimensionado, superando a explicaçãό unicausal que fortalecia uma concepção individual do processo saúde-doença. Este conceito,desde sua concepção tem sido largamente difundido desde os bancos escolares, passando a constituir o senso comum sobre o assunto. Neste sentido, talvez seja correta a avaliação de SEGRE & FERRAZ (1997) de que este conceito e irreal e Página 44 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ultrapassado, pois visa uma perfeição inatingível, e em função deste questionamento, estes autores concluem que saúde e um estado de razoável harmonia entre o sujeito e sua própria realidade. Observa-se também na tabela uma pequena proporção de profissionais e estudantes, com valores maiores entre os profissionais de Educação Física, que consideram saúde como ausência de doenças. Esta concepção esta na contramão dos modelos explicativos mas aceitos atualmente, que reconhecem a multicausalidade na determinação do processo saúde-doença, além do que, certamente, não existe nenhuma pessoa que possa ser considera livre de qualquer doença. Outros consideram saúde como harmonia entre o corpo e o meio ambiente e, embora possa parecer uma concepção simplista, e abrangente, considerando-se que a idéia de corpo pode ser entendida não só no aspecto físico, mas também no aspecto psíquico-emocional. Uma pequena parcela de vida. Entende-se por qualidade de vida, um conjunto de condições que ofereça um minuto de possibilidades para que os indivíduos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, tais como: viver, sentir ou amar, trabalhar produzindo bens e serviços, fazendo ciências ou artes (MINAYO et al, 2000). Deve-se considerar que, na área de saúde, o interessante pela qualidade de vida e relativamente recente e decorre dos novos paradigmas que tem influenciado as políticas e as praticas do setor saúde nas ultimas décadas (SEIDL & ZANON, 2004). Portanto, pode-se observar que as condições de vida e saúde tem melhorado de forma continua e sustentada, graças aos progressos políticos, econômicos, sociais e ambientais, também aos avanços na saúde e na área de exercícios físicos relacionados à saúde (WELK, 1999). CONCLUSÃO De acordo com que se propôs realizar neste estudo e tendo em vista os resultados encontrados, pode-se concluir que e bastante difícil a conceituação do que e saúde, entre os profissionais. As noções de saúde e doença são fortemente influenciadas pelo contexto cultural que ocorrem. Deve-se considerar que o binômio saúde/doença não esta relacionado apenas a microorganismos, mas também a uma questão sócio-econômica , política e educacional, no entanto fazendo parte do conteúdo escolar, formação de atletas, na promoção e prevenção de saúde. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA FILHO, N. Qual o sentido do termo saúde? Cad Saúde Publica, v.16,m.2,p.300-301, abr/jun, 2000. BARDIN, L. Analise de conteúdo. Tradução Luis Antero Reto- Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70,1977. BUENO, S M. V. Conceitos básicos em saúde. In: REUNIAO ANUAL DA SICIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIENCIA,39.1987, Anais... Brasília, 1987, p.4 BRASIL. 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Em relação ao uso de suplementos, 98 frequentadores relataram usar algum tipo de suplemento (32,34%), dentre esses 9 são do sexo feminino (9,18%) e 89 são do sexo masculino (90,82%) e a maioria faz uso de apenas 1 suplemento (57,14%), sendo os suplementos protéicos e aminoácido de cadeia ramificada os mais consumidos (30,20%) e a principal fonte de indicação foram os próprios treinadores (36,73%). Conclui-se que há um elevado consumo de suplementos dietéticos sem a orientação de um profissional qualificado. Palavra chave: academia; nutrição ; suplementos INTRODUÇÃO A prática de atividade física regular provoca efeitos benéficos sobre o metabolismo tais como redução de gordura corporal, aumento da massa muscular, modificações positivas no perfil lipídico, aumento do metabolismo basal, redução de riscos de doenças cardiovasculares, controle da pressão arterial e da glicemia, melhora o condicionamento físico, proporciona maior equilíbrio e maior mineralização óssea (CARVALHO & HIRSCHBRUCH, 2002). Devido a esses benefícios, a procura por academias de ginástica no Brasil vem aumentando, consequentemente aumenta o número de academias, colocando o Brasil em 4º (quarto) lugar no mercado mundial de academias, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha (ABUD, 2004). Acompanhado do aumento do número de academias, há aumento do consumo de suplementos, porque muitos indivíduos freqüentam as academias por razões, principalmente, estéticas e acreditam que com o uso de suplemento a “modelação” corporal que desejam seja obtida precocemente e por conta disto, muitos utilizam suplementos sem a orientação de um profissional da área (MACHADO & SCHNEIDER, 2006). E para dificultar ainda mais o entendimento pelo consumidor leigo da finalidade do produto, existem hoje no mercado centenas de tipos de suplementos esportivos à venda (BACURAU, 2001). Este trabalho, tem como objetivo avaliar o consumo de suplementos dietéticos por freqüentadores de academias de ginástica de Marília (SP), através de análises sobre o número de consumidores, tipo de suplemento ingerido e fonte de orientações, contribuindo para futuros estudos. MATERIAIS E MÉTODOS A população de estudo foi composta por 303 frequentadores de 9 academias de ginástica da cidade de Marília (SP), sendo 107 mulheres e 196 homens que vão para a academia, no mínimo, duas vezes por semana permanecendo nas mesmas por um tempo, de no mínimo, 45 minutos. A escolha das academias foi baseada em uma listagem de academias registradas no CREF4-SP (Conselho Regional de Educação Física da 4ª região - SP) encontrada no site oficial. Desta lista foram excluídas as academias de clubes esportivos e dança. Os sujeitos da pesquisa foram abordados de forma aleatória na entrada das academias de ginástica em horários e períodos de maior movimento e foram considerados sujeitos de pesquisa, aqueles que aceitaram participar voluntariamente, assinando o Termo de Consentimento livre e esclarecido. Posteriormente, responderam o questionário, composto de informações sobre dados pessoais, questões sobre a frequência e modalidade da prática de atividade física e o uso de suplementos. Os resultados obtidos foram demonstrados em tabelas e gráficos com os seguintes dados: idade e sexo dos praticantes, tipo de atividade praticada, objetivo da pratica de exercícios, uso de suplementos, tipo e quantidade de suplemento, motivo do uso, obtenção de resultados com o uso de suplementos, e orientação de uso. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram coletados 303 questionários durante os meses de maio e junho de 2007, sendo 197 frequentadores do sexo masculino (65,82%) e 106 frequentadores do sexo feminino (34,98%), com idades entre 18 e 64 anos, sendo que o maior grupo de frequentadores foram aqueles entre 18 e 33 anos de idade (82,82%) e conforme Página 46 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 maior a faixa etária menor a porcentagem de frequentadores. No estudo realizado por BION et al (2003) em nove academias do Recife, o maior grupo de frequentadores encontravam-se na faixa de 25 a 37 anos de idade e também demonstrou que quanto maior a faixa etária menor a quantidade de frequentadores. Provavelmente, essa faixa etária apresenta maior preocupação em relação à estética ou conhecimento dos benefícios proporcionados pela atividade física (DOMINGUES et al, 2004), porém é visível que há aumento da prática de atividades física por idosos. A modalidade mais praticada pelos frequentadores foi a musculação (41,58%), seguida da combinação da musculação com atividades aeróbias (34,65%), como corridas e caminhadas. No estudo de BION et al (2003), a musculação também foi a modalidade mais praticada (69,49%) seguida pela musculação mais atividade aeróbia (28,81%) e o autor afirma ainda que a musculação associada a atividades aeróbias auxilia na redução do tecido adiposo e aumento da massa muscular, razões compatíveis com o objetivo da prática da atividade física no presente estudo, que foi estética (34,32%) e hipertrofia (23,43%). Quanto ao uso de suplementos, 98 frequentadores utilizam suplementos (32,34%), dentre esses 9 são do sexo feminino (9,18%) e 89 são do sexo masculino (90,82%). E a maioria faz uso de apenas 1 suplemento (57,14%). Gráfico 1. Distribuição do número e porcentagem de frequentadores que consomem algum tipo de suplemento Na tabela 1 são demonstrados os tipos de suplementos utilizados pelos frequentadores, sendo os suplementos protéicos e aminoácido de cadeia ramificada os mais consumidos (30,20%). Números semelhantes foi encontrado numa pesquisa feito por ROCHA & PEREIRA (1998) em 16 academias de Niterói e São Gonçalo (RJ), sendo que 32% dos frequentadores consumiam suplementos e relata que a maioria consumia suplementos a base de proteinas e aminoácidos. E no estudo realizado por PEREIRA et al (1999), em 7 academias da cidade de São Paulo, com participação de 309 frequentadores, observou-se que 33,42% dos participantes consumiam suplementos, sendo que a maioria 62,71% utiliza apenas 1 suplemento, sendo 38,9% de aminoácidos ou outros concentrados protéicos. Também no estudo de MACHADO & SCHNEIDER realizado em uma academia de Porto Alegre (RS) 36,9% dos participantes usam suplementos, 16,92% usam apenas 1 tipo e 12,31% 2 tipos de supementos, sendo que vitaminas foi o suplemento mais consumido. Já BION et al (2003) observou que 47% dos frequentadores entrevistados em 9 academias no Recife utilizavam algum tipo de suplemento, sendo 54% homens e 37% mulheres e o suplemento mais utilizado foi aminoácidos e os protéicos. Já um estudo realizado em academias de Botucatu (SP) por JUNQUEIRA et al (2006) com 134 alunos foi encontrado que 57% dos frequentadores consumiam suplementos e em maior proporção a creatina (58%). Essa predominância no uso de suplementos de proteínas e aminoáciodos estão relacionados com o objetivo de aumentar a força e a massa muscular. Hoje é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a ingestão de 0,8 a 1g de proteína por quilo de peso por dia, que é o suficiente para suprir as necessidades de um indivíduo que pratica atividade fisica 3 vezes por semana durante 30 minutos. Para aqueles com o objetivo de hipertrofia que treinam de 1 a 2 horas por dia 1,2g/kg peso/dia seria o suficiente para atender suas necessidades protéicas. Estudos mostram que atletas, indivíduos com atividade física intensa e de longa duração, apresentam necessidades de proteína aumentada, podendo atingir 1,7g/kg peso/dia em função da oxidação dos mesmos durante a prática (LEMON, 1997). Sabe-se que a quantidade de proteína através da dieta é facilmente atingida. Portanto, o consumo de suplementos protéicos sem uma avaliação da ingestão alimentar prévia pode levar a uma ingestão excessiva desse macronutriente, o qual a longo prazo pode trazer complicações hepáticas e renais, tanto que no estudo de PEREIRA et al (2003), indivíiduos afirmaram que tiveram problemas hepáticos e renais, diminuição do Página 47 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 desempenho sexual, tonteira, enjôos, irritação, insônia e acne. Há ainda o consumo de outros suplementos como creatina, que tem sua eficácia comprovada para esportes de curtíssima duração, porém com suplementação a curto prazo (28-30 dias), após esse período recomenda-se uma parada de 3 meses antes de iniciar nova dose de carga (BIESAK, ALVES, GUERRA, 2005). Os repositores energéticos apresentaram um consumo de 18,10% entre aqueles que ingeriam algum tipo de suplemento, sendo o suplemento de eficácia comprovada com consenso de todos os pesquisadores e deveriam ser mais consumidos do que os protéicos, uma vez que estes tem função de fornecer energia evitando a degradação de proteínas durante a atividade física. Página 48 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Tabela 1. Tipos de produtos utilizados pelos frequentadores Tipo de produto Alimentos protéicos Aminoácido de cadeia ramificada Repositores energéticos b Alimentos para fins especificos Alimentos compensadoresª Total Frequentadores 45 38 21 32 13 149 % 30,20 25,50 14,09 21,47 8,72 100 ª hipercalóricos b queimadores de gordura, creatina e vitaminas Na tabela 2 estão relacionados os motivos que levaram os frequentadores a consumir suplementos, sendo que o condicionamento físico aparece como motivo principal (57,14%). Tabela 2. Motivos relatados pelos frequentadores que levaram ao consumo de Motivos Condicionamento físico Hipertrofia Suprir necessidades Reducao de tecido adiposo Curiosidade Qualidade de vida Total Frequentadores 56 30 7 2 2 1 98 suplementos % 57,14 30,60 7,14 2,04 2,04 1,02 100 A maior parte dos frequentadores (77,55%) obtiveram os resultados esperados com o uso de suplementos, apenas 4,08% daqueles que consomem suplementos relataram não obter resultados esperados e 18,37% dizem ainda não atingir os resultados esperados. E a fonte de indicação de suplementos (tabela 5) em maior proporção foram os próprios treinadores (36,73%). Outros estudos feitos por PEREIRA et al (1999) a maior fonte de indicação foram os treinadores (31,1%), amigos (15,6%), iniciativa própria (15,6%) e a nutricionista (11,1%). Segundo o trabalho realizado por ROCHA & PEREIRA (1998) 59% dos alunos receberam indicação de instrutores, amigos ou através de leitura, enquanto apenas 41% receberam de profissionais da saúde. Todos estes resultados mostram que está havendo um grande consumo de suplementos sem uma correta orientação, profissionais não habilitados para prescrição de suplementos alimentares estão recomendando o uso dos mesmos como forma de obtenção de “melhores resultados”. Em estudo feito por VIVIANI & GARCIA JUNIOR (2003) evidenciaram que 1/3 dos profissionais de educação física entrevistados não possuiam absoluta certeza em suas respostas quando questionados sobre suplementação em função da maioria não ter contato com a ciência da nutrição durante a graduação. Tabela 2. Fonte de indicação de suplementos segundo os frequentadores Página 49 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 CONCLUSÃO O consumo de suplementos nutricionais foi elevada entre os frequentadores de academia da cidade de Marília, além de mostrar que a fonte de indicação da grande maioria desses consumidores de suplementos foram profissionais não habilitados para tal orientação, muitas vezes sem conhecimento cientifíco sobre o real efeito do produto e o nutricionista, profissional capacitado para devido fim, encontra-se apenas em 4º lugar como fonte de indicação, mostrando a necessidade de divulgação dos problemas que o consumo excessivo de qualquer tipo de suplemento provoca à saúde humana, principalmente, a longo prazo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOKI, M.S. Suplementação nutricional para indivíduos fisicamente ativos. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=946>. Acesso em: 20 out. 2006. 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Página 50 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 [email protected] Página 51 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 DANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE: RELAÇÕES NECESSÁRIAS Lúcia Aparecida Martins Campos Coelho Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora / Minas gerais - Brasil RESUMO O presente estudo visa discutir as possibilidades educativas da dança na escola. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo envolvendo 28 professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Juiz de Fora. Foi-lhes aplicado, em 2005, um questionário acerca de seus trabalhos com a dança na escola, detectando-se dificuldades por parte desses profissionais em traçar relações entre a dança e os temas transversais. Destacam-se neste artigo as reflexões envolvendo dança e saúde, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Tomando o corpo como um viés de analise, são oferecidas aqui sugestões de práticas pedagógicas que podem afetar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Nesta perspectiva, este estudo procura levar a uma interpretação de que é preciso que os professores de dança tenham um embasamento teórico no qual possam pautar sua práxis, principalmente no que diz respeito à corporeidade. Palavras-chave: Dança, Educação, Saúde INTRODUÇÃO Na busca da democratização e valorização do ensino nacional, surgem, em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Esses parâmetros são oriundos da reflexão dos estados e municípios; da análise dos currículos nacionais feita pela Fundação Carlos Chagas; e do contato com informações relativas às experiências de outros países. Fundamentaram-se, também, no plano decenal de educação, nos dados estatísticos sobre o desempenho dos alunos do ensino fundamental e em experiências publicadas pelos docentes (PCN, 1997). Os temas transversais abrangem cinco temáticas diferentes: Ética, Pluralidade Cultural, Meio-ambiente, Saúde e Orientação Sexual. Trabalhar esses temas relacionados às várias disciplinas tem sido um desafio para muitos educadores. Certamente, muitos fatores podem ser listados ao se tentar verificar a causa das dificuldades que os professores possuem em trabalhar a transversalidade, como por exemplo: falta de conhecimento dos temas afins, carga horária incompatível com o programa a ser cumprido, inadequação da infra-estrutura da escola e, até mesmo, a falta de motivação dos professores. A esse ponto devemos ressaltar que, segundo Marques (2003), a dança na escola não deve ser tratada apenas como um passatempo ou um conteúdo complementar para as crianças e jovens do Ensino Fundamental; mas, sim, uma disciplina responsável pela formação global do educando, integrando o conhecimento corporal, a sensibilidade e a percepção aos processos mentais, lógicos e racionais. Os temas transversais apresentam-se como um terreno fértil para o desenvolvimento da dança para além de passos e ensaios. Apresentaremos, nesse estudo, reflexões e sugestões que tomam como principal referencial teórico 1 os estudos realizados por Marques (2003). PROCEDIMENTOS METODÓLOGICOS Foram sujeitos da pesquisa 28 professores de Educação Física que lecionavam, em 2005, a dança nas escolas públicas municipais de Juiz de Fora. Após a explanação sobre os objetivos da pesquisa, foi-lhes aplicado um questionário semi-estruturado acerca de seus trabalhos com a dança. Dos profissionais entrevistados, 17 relataram que as relações entre dança e temas transversais são necessárias, porém difíceis de serem trabalhadas. Em consonância com o resultado da pesquisa e em virtude da carência de referenciais teóricos sobre essa temática, este artigo se propõe a contribuir na construção de possíveis relações entre a dança e os temas transversais. Assim sendo, foi feita, inicialmente, uma (re)visita aos estudos de Marques (2003) e a seguir, oferecidas reflexões e sugestões didáticas e metodológicas para a aproximação entre dança e saúde, dentro e fora da escola. DANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE Nos últimos tempos tem ocorrido uma alteração no conceito de saúde e na forma de analisar e abordar a doença. De acordo com Baleeiro et al. (1999, p.244), profissionais de saúde e pacientes estão percebendo a necessidade de rever o antigo modelo assistencial centrado na doença, substituindo-o pelo modelo de atenção integral à saúde. Tal modelo considera que há uma forte relação entre saúde e manutenção do equilíbrio dinâmico de indivíduos e grupos sociais. Nesse contexto pode-se perceber que uma boa saúde não é determinada apenas pelo bom atendimento médico-hospitalar ou pelo medicamento eficaz, mas sim pela 1 Marques é pedagoga, com mestrado em Dança pelo Laban Center, Londres, e doutorada em Educação pela Universidade de São Paulo. É fundadora e diretora do Caleidos Arte e Ensino; é também assessora do MEC e da UNESCO na redação de documentos para a introdução da Dança no currículo escolar no Brasil e na América Latina. Página 52 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 integridade biopsicossocial de que participam estilos de vida, trabalho, relacionamentos, objetivos e projetos de vida. Ficam cada vez mais evidentes que os cuidados profissionais são importantes componentes da cura, mas não são os únicos, e que o corpo não é apenas uma máquina a ser reparada, e sim um todo indivisível e dinâmico. Exemplificando essa situação, pode-se citar a intrínseca correlação existente entre sistema imunológico e cérebro: por ser o primeiro muito vulnerável às situações de tensão psicológica, não basta tratar um determinado distúrbio relacionado à baixa imunidade sem dar igual atenção às questões de fundo emocional. Diante de tais considerações percebe-se a importância da educação preventiva na escola. Tal educação influencia de forma decisiva na formação de um indivíduo consciente, autônomo e conhecedor de seus direitos. Compreendendo o sentido e a dimensão da palavra saúde, o indivíduo desenvolverá atitudes de responsabilidade e compromisso para com a sua própria saúde, o que certamente se estenderá para a sua comunidade. Marques (2003, p. 55) afirma que a dança, prática centrada no corpo, constitui um espaço ideal para o estabelecimento de relações entre a educação e a saúde. Sem que se afaste de seus conteúdos próprios, é possível traçar conexões com os temas relacionados a um estilo de vida saudável. São exemplos disso: a vivência de situações de dor e prazer, a opção pela alimentação saudável, prevenção e cura de lesões, bem como orientações referentes às drogas e suas conseqüências. As disciplinas escolares relacionadas à motricidade humana são de fundamental importância no contexto sócio-educativo, uma vez que oferecem uma estreita ligação entre saúde e educação, haja vista que a Educação Física é hoje considerada uma disciplina da área de saúde. Desenvolver o conteúdo da dança pautado na corporeidade pode desencadear sólidas bases para o desenvolvimento da saúde. Sentir, perceber, entender e aceitar o próprio corpo faz com que suscite respeito e responsabilidade por ele. A autora acima alerta para a perigosa visão de dança que ainda persiste em nossa sociedade: dançar pode ser sinônimo tanto de prazer, para aquele que se relaciona amigavelmente com seu corpo (escutando, respeitando, sentindo, seguindo seus desejos e sensações) quanto de dor. É fácil perceber a veracidade de tal afirmação quando se presencia o desrespeito pelos limites do corpo, exaurido por horas e horas de treinos, pelo excesso de trabalho ou pela busca compulsiva e exagerada da flexibilidade. A autora afirma ainda que podemos e devemos, nas aulas de dança, desmistificar esse masoquismo. Assim, abrem-se inúmeras possibilidades para se questionar o que é ou não saudável em termos de dança e o aluno poderá entender que não é preciso sofrer para dançar, mas que a experiência da dança pode ser uma experiência estética altamente prazerosa e (trans)formadora. Poderá também compreender que o seu corpo não é um adversário a ser vencido, mas um todo indissociável em constante busca de integração, harmonia e plenitude. Ainda em Marques (2003), encontra-se a afirmação de que princípios de anatomia, fisiologia e cinesiologia, assim como técnicas de educação somática são conhecimentos importantes a serem desenvolvidos nas aulas de dança, na medida em que são essenciais para a prevenção de possíveis lesões decorrentes de movimentos dançantes. É preciso que o aluno entenda, saiba o porquê e quais são os cuidados que ele deve tomar consigo mesmo para prevenir e minimizar riscos de lesões, tais como: o aquecimento antes da prática, o alongamento e os movimentos compensatórios, bem como técnicas de relaxamento ao final de uma aula de dança. Outros conhecimentos que são de grande importância para os alunos referem-se às noções básicas de primeiros socorros. Uma vez que, na dança, o corpo está em freqüente movimentação e, portanto, sujeito a acidentes, o professor poderá abordar os cuidados básicos e necessários ao tratamento inicial de luxações, fraturas, falta de ar e tonturas. Desde o nascimento até a velhice, a alimentação é um fator decisivo para a obtenção de uma boa saúde, sendo um aspecto que se relaciona diretamente às várias doenças como, por exemplo, à diabetes, à hipertensão, às doenças cardíacas e à obesidade. Portanto, abordar esses temas durante as aulas de dança talvez seja um dos aspectos no qual mais devemos nos deter em relação à saúde e ao ensino de dança. São comuns os casos de bulimia e anorexia nervosa em meninas que praticam a dança, freqüentemente associadas a exigências sociais de magreza e ao “corpo ideal” (JOHNSON, 1991, apud MARQUES, 2003, p. 58). Pode-se oferecer também aos alunos, conhecimentos gerais sobre nutrição, levando-os ao entendimento das necessidades ideais para o funcionamento saudável do corpo, relacionando a alimentação com a prática da atividade física. As crianças e os adolescentes de hoje normalmente alimentam-se muito mal, ingerindo uma quantidade enorme de calorias vazias, o que é responsável pelo crescente índice de obesidade em nosso país. Nas aulas de dança também poderão ser discutidos temas relacionados ao uso de drogas e seus respectivos malefícios. No mundo da dança, ainda segundo Marques (2003), principalmente na área profissional, é comum o envolvimento e o consumo de drogas. Utilizam-se desde aquelas para relaxar e desinibir durante uma Página 53 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 apresentação, às anfetaminas para emagrecer e os estimulantes, na busca de um bom desempenho. A autora aponta a importância de se desenvolver a dança pautada na corporeidade na medida em que O trabalho com o corpo que dá ênfase à expressão, à comunicação e à discriminação verbal, visual e cinestésica da dança, embora indireto, pode ser uma dentre as várias formas de prevenir o vício e a dependência entre adolescentes (Idem, ibidem, p.59). Os PCN (1997a, p.101) apresentam alguns objetivos gerais que justificam o estudo do tema saúde no ensino fundamental. Um deles refere-se ao entendimento de que a saúde é um direito de todos, sendo essencial para o crescimento e o desenvolvimento do ser humano. Nessa concepção, os alunos passam a perceber que ter acesso ao serviço de saúde de boa qualidade não é favor, mas sim uma obrigação do Estado, e que todo cidadão tem o direito e, ao mesmo tempo, o dever de exigir. Pesquisar na comunidade dados relativos aos serviços de saúde prestados pode ser um ponto de partida para o enfoque do tema saúde na escola. Mas como trabalhar esse tema nas aulas de dança? É indispensável ao docente uma visão mais ampla do que significa dançar, não limitando o seu conceito a meros movimentos corporais. Quebrando-se o tabu de que “conversar não é dançar”, poderíamos introduzir em nossas salas de aula momentos de reflexão, pesquisa, comparação, desconstrução, [...] e, assim, podermos agir crítica e corporalmente em função da compreensão, desconstrução e transformação de nossa sociedade” (MARQUES, 2003, p.28). Pode-se propor aos alunos que expressem corporalmente os sentimentos e as dificuldades daqueles que não têm acesso aos serviços básicos de saúde, fazendo uma crítica e uma denúncia social através da expressão não verbal. A compreensão de que a saúde se relaciona diretamente com o meio físico, econômico e sócio-cultural, levam os alunos a identificarem os fatores de risco presentes no meio em que vivem. É importante que os educandos percebam a relação entre o seu comportamento e o meio ambiente e que condições de moradia, alimentação e higiene, nível de poluição e estresse, nível de informação e de auto-estima, acesso a decisões e projetos coletivos, tensão emocional e qualidade dos relacionamentos afetivos, são variáveis decisivas na saúde individual e coletiva (BALEEIRO et al, 1999, p. 243). Uma práxis educativa de dança poderá desenvolver o conceito ampliado de saúde e vivenciar corporalmente os fatores de riscos ligados à saúde, pode dizer bem mais do que longas e cansativas palestras sobre o tema. Outro objetivo geral presente nos PCN (1997a, p.101) discorre que, ao final do ensino fundamental, os alunos devem ser capazes de conhecer e utilizar formas de intervenção sobre os fatores desfavoráveis à saúde, responsabilizando-se não só pela sua, mas também pela saúde coletiva. Cabe aqui a realização de atividades que valorizem os comportamentos saudáveis, como, por exemplo; campanhas a favor de um estilo de vida ativo, alimentação saudável e combate ao tabagismo. Outra forma de se trabalhar a saúde em dança é mostrar à comunidade que se pode manter uma vida ativa de forma prazerosa como, por exemplo, dançando diariamente por 30 minutos, respeitando o gosto e o estilo de cada um. Pode-se, também, elaborar, encenar e dançar um espetáculo de dança-teatro, onde sejam discutidas e apresentadas sugestões de um estilo de vida saudável. Essa seria uma forma lúdica de abordar esse tema, tanto na escola como na comunidade local. Um outro objetivo refere-se ao conhecimento e acesso aos recursos de saúde presentes na comunidade. Tal objetivo pode ser alcançado com a elaboração e realização de entrevistas pelos alunos com os profissionais de saúde que prestam serviço à comunidade, divulgando seus resultados através de linguagens alternativas como poesia, música, teatro, dança etc. Essas iniciativas são extremamente úteis para a valorização das múltiplas linguagens no ambiente escolar. O último objetivo listado nos PCN ressalta que os alunos devem adotar hábitos de auto cuidado e de respeito às possibilidades e limites do próprio corpo. A dança, enquanto espaço de manifestação da corporeidade, é um terreno fértil para o desenvolvimento desses hábitos. Menestrina (2000, p.70), descreve algumas características de indivíduos educados dentro desse objetivo. De acordo com o autor a pessoa educada para a saúde é capaz de fazer o acompanhamento do próprio estado de saúde, desenvolver uma consciência ecológica de corpo e adotar hábitos saudáveis de vida que envolva uma alimentação correta e um estilo de vida não sedentário. Ele enumera ainda outros aspectos como o cultivo de emoções e sentimentos positivos, o desenvolvimento do auto conhecimento, da auto imagem e da auto estima, além do reconhecimento da importância do lazer para a obtenção de uma saúde integral. É também característica do indivíduo educado para a saúde, a busca de uma educação permanente, com o conseqüente comprometimento com as relações políticas e sociais de seu meio. Página 54 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os PCN apresentam, com seus temas transversais, uma tentativa de aproximar as disciplinas entre si e essas das realidade dos alunos, mostrando que é possível desenvolver um trabalho que estabeleça nexos entre teoria e prática. Como as instituições educacionais têm acumulado as funções que anteriormente eram próprias das famílias, há um desafio a ser vencido na educação: informar, formar e humanizar as pessoas. A dança, com suas múltiplas possibilidades, joga luzes de esperança sobre esse processo, uma vez que ela pode ser uma prática educativa, sensível e reflexiva. Os valores nela incutidos podem gerar e perpetuar atitudes de respeito, solidariedade, cuidados com o corpo e um olhar mais sensível sobre o outro e sobre si mesmo. É importante tratar os temas transversais através de uma perspectiva corporal para que ocorra a valorização da linguagem não-verbal na escola. Com a quebra da hegemonia da linguagem escrita e verbal no ambiente escolar poderá surgir uma nova visão de corpo, dentro e fora da escola. A dança na escola pode e deve ser bem mais do que alguns breves momentos de descontração e de passos e ensaios. Ela pode ser uma atividade sociocultural que estabeleça inter-relação entre corpo, educação e saúde. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALEEIRO, Maria Clarice, et al. Sexualidade do Adolescente: fundamentos para uma ação educativa. Salvador: Fundação Odebrecht; Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação e Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, 1999. BRASIL, República Federativa do. Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. 1. Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1997. ______ Vol. 9. Meio ambiente e Saúde. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997 a. MARQUES, Isabel. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MENESTRINA, Eloi. Educação Física e Saúde. Ijuí, RS: Unijuí, 2000. [email protected] EDUCAÇÃO EM SAÚDE: QUALIDADE DE VIDA DOS TRABALHADORES RURAIS DE UMA DESTILARIA NO INTERIOR DE MINAS GERAIS Andréia Cristina Flauzino Tavares Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG: Silvia Aparecida Bezerra Carabette Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG Márcia Regina Borges Vranceanu Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG Dra Sônia Maria Alves de Paiva Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG Maria Regina Guimarães Silva Coordenadora do curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG Edvânio Ramos Rodrigues Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG RESUMO A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apontada como fator de risco para as doenças cardiovasculares, é responsável por 80% das mortes por Acidente Vascular Cerebral e 40% dos óbitos por Doença Coronariana (COSTA e KLEIN, 1985). O estudo teve como objetivo captar trabalhadores hipertensos de uma destilaria no interior de Minas Gerais e desenvolver ações de educação em saúde. A pesquisa foi realizada em dois Página 55 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 momentos. No primeiro, foi realizada a aferição da pressão arterial dos trabalhadores que se encontravam em atividades na lavoura, após um período de repouso e no segundo, foi realizado uma palestra. Os resultados revelaram que 127 dos trabalhadores apresentaram pressão arterial acima de 140/90mmHg, dos quais 112 não estavam em tratamento e 15 se encontravam em tratamento medicamentoso. A partir do conhecimento da realidade epidemiológica dos trabalhadores foi possível desenvolver ações de educação em saúde relevantes na intervenção preventiva. PALAVRAS CHAVE: educação em saúde, hipertensão arterial. INTRODUÇÃO O estudo nasceu a partir da preocupação com a saúde e a educação de trabalhadores rurais, contribuindo com a promoção e proteção específica das doenças cardiovasculares, particularmente da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A HAS é apontada como um dos fatores de risco mais importante para as doenças cardiovasculares. Cerca de 80% das mortes por Acidente Vascular Cerebral e 40% dos óbitos por Doença Coronariana são resultantes do HAS; (COSTA e KLEIN, 1985). Os fatores de risco cardiovasculares podem ser classificados em dois grupos: aqueles não susceptíveis à modificação e/ou eliminação, ditos não modificáveis e os que podem ser modificados ou atenuados por mudanças nos hábitos de vida e/ou por medicamentos. No grupo dos fatores de risco não modificáveis temos a hereditariedade, idade, raça e sexo. Dentre os modificáveis temos o HAS, tabagismo, dislipidemias, diabete, obesidade, sedentarismo, uso de anticoncepcionais hormonais e estresse (CARVALHO, 1988; SILVA e MARCHI, 1997). Considerando que a presença de um ou mais fatores de risco implica em maior chance de desenvolver a doença, embora a ausência desse fator não exclua tal possibilidade, a redução da morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares deve estar direcionada na promoção de atitudes que visem mudança de comportamento da população alvo com vistas a intervir nos fatores de risco modificáveis. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, no Brasil, são cerca de 17 milhões de portadores de hipertensão arterial, 35% da população de 40 anos e mais, sendo que 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares. Por ser na maior parte do seu curso assintomática, seu diagnóstico e tratamento é freqüentemente negligenciado, somando-se a isso a baixa adesão, por parte do paciente ao tratamento prescrito. Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão. Alimentação adequada, controle de peso, prática de atividade física, antitabagismo e o não consumo excessivo de álcool são fatores que devem ser adequadamente abordados pelos profissionais em programas de educação em saúde. É preciso ter em mente que a manutenção da motivação do paciente para o tratamento é talvez uma das batalhas mais árduas que os profissionais de saúde enfrentam em relação ao paciente hipertenso. A enfermagem deve estar voltada para esse tema, proporcionando orientações e sugestões de melhoria da qualidade de vida das pessoas, oferecendo assim uma contribuição social. Baseado na problemática identificada, o estudo teve como objetivo: OBJETIVO GERAL Desenvolver um processo de educação em saúde com os trabalhadores rurais de uma destilaria. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Captar portadores de hipertensão entre trabalhadores rurais. Promover a educação em saúde dos trabalhadores sobre o tema. Encaminhar os trabalhadores de risco para desenvolver hipertensão para tratamento específico. PERCURSO METODOLÓGICO O estudo desenvolveu-se através da pesquisa de campo, abrangendo ações que aliam a teoria e a prática na educação em saúde. Local do estudo Foi desenvolvido numa destilaria localizada no município do interior de Minas Gerais, numa tenda montada no meio do canavial. O estudo foi desenvolvido em dois momentos, no primeiro, através da aferição da Pressão Arterial e no segundo de palestras sobre o tema. A população do estudo constituiu-se do universo de 1.126 trabalhadores do sexo masculino, com idade entre 18 e 61 anos, que possuíam vínculo empregatício com a destilaria e que desenvolviam atividades no setor agrícola e que se encontravam exercendo atividades profissionais no período de coleta de dados e Página 56 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 concordaram em participar do mesmo, após orientação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os 1.126 trabalhadores foram divididos em turmas, essa divisão aconteceu de acordo com o local de suas atividades. As aferições foram realizadas durante o período de 27/08 a 01/09, das 7:00 às 11:00 horas. O estudo foi realizado pelos alunos do curso de enfermagem, do 6º período, do Centro Universitário UNIFEG, e com a participação de um Técnico de Enfermagem do Trabalho e dois Auxiliares de Enfermagem que trabalham na empresa e que ficaram encarregados de trazer os trabalhadores no local da aferição. A pressão arterial foi verificada após um repouso de meia-hora para cada trabalhador em atividade; com ele sentado e com o braço ao nível do coração e com a utilização do aparelho esfigmomanômetro aneróide calibrado de marca Premium e manguito com bolsa de borracha compatível à circunferência braquial do indivíduo, de acordo com as recomendações de Perloff et al. (1993), Nogueira (1996), III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (1998) e Mion Junior e Pierin (2000). Assim, foi considerado como alteração dos valores de pressão arterial (PA), todo trabalhador que apresentou pressão arterial sistólica (PAS) superior a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) superior a 90 mmHg. Para aqueles indivíduos que foram identificados como fator de risco para a doença hipertensiva, foram ministradas informações de prevenção e controle da doença e para aqueles que apresentaram valores da pressão arterial acima de 140/90 mmHg foi agendada uma aferição no ambulatório da destilaria e agendado consulta com o médico do trabalho da empresa. A seguir, no dia 31/08 ás 15:00 horas foi realizada uma palestra sobre Hipertensão Arterial proferida por duas alunas do grupo que abordaram o tema, assinalando os sinais e sintomas, fatores de riscos, a prevenção e o tratamento para os trabalhadores que fizeram parte do estudo. Após essa atividade, desenvolveu-se uma peça teatral, onde foi abordado os pontos específicos da doença hipertensiva, sendo finalizada com uma discussão geral sobre esse tópico. Os dados coletados foram agrupados em um banco de dados e em seguida foi realizada a análise e discussão dos resultados. RESULTADOS De acordo com os resultados foram identificados 127 trabalhadores com pressão arterial alterada, ou seja, acima de 140/90mmHg, sendo que 112 não faziam tratamento específico e 15 já se encontravam em tratamento medicamentoso. Também foi possível identificar que os trabalhadores tinham poucas informações sobre a doença. CONCLUSÃO Constatou-se, que mesmo havendo um serviço de atendimento à saúde do trabalhador na empresa, as informações dos mesmos em relação à doença hipertensiva eram insuficientes. Com relação à apresentação do tema através da palestra e da peça teatral, houve unanimidade dos trabalhadores em se manifestarem satisfatoriamente em relação às informações recebidas, sendo que a participação dos mesmos foi ativa durante as atividades e esclarecimento de dúvidas. Esses dados confirmaram a importância do papel educativo do enfermeiro na prevenção da HAS, visando conscientizar o trabalhador sobre a necessidade de mudança de comportamento e de adesão a hábitos que levam a qualidade de vida mais saudável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, E. A.; KLEIN, C. H. Meio urbano e doenças cardiovasculares. Cad. Saúde Pública, v. 1, n. 3; p. 305-9, 1985. CARVALHO, J. J. M. Aspectos preventivos em cardiologia. Arq. Bras. Cardiol., v.50, n. 1, p.59-67, 1988. III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Campos do Jordão: Sociedade Hipertensão/Sociedade Brasileira de Cardiologia/Sociedade Brasileira de Nefrologia, 1998. Brasileira de [email protected] OS NÍVEIS DE ESTRESSE PSÍQUICO NO VOLEIBOL MASCULINO: CATEGORIA INFANTO-JUVENIL E JUVENIL Hugo do Carmo Dias Educação Física Ddo. Dalton Ribeiro de Carvalho Camila do Carmo Dias Página 57 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Educação Física Graciane Paula de Oliveira Psicologia Resumo Este artigo buscou analisar o nível de estresse psíquico de jovens atletas do Voleibol durante o período précompetitivo e competitivo. A amostra deste estudo foi composta por 39 atletas do sexo masculino, nas categorias infanto-juvenil e juvenil. Para coleta de dados foi utilizado o Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-Sport) desenvolvido para medir a freqüência do estado de estresse atual em conjunto com a freqüência de atividades de recuperação associadas. Os resultados do presente estudo mostraram que os níveis de estresse do grupo é considerado médio, podendo aumentar gradativamente chegando a ponto do grupo não ter condições psicológicas para realizar uma partida decisiva. O principal fator estressante do grupo é o Conflitos/Pressão, onde os atletas se sentem pressionados pela torcida, pelo técnico e outros fatores estressantes. Conclui-se que os níveis de estresse elevado podem influenciar no desempenho do grupo durante o período competitivo. Palavras-chave: Estresse psíquico, Voleibol, Desempenho. Introdução O estresse, assim como outras variantes determinantes do rendimento esportivo, tem sido estudado ao longo dos anos por vários pesquisadores no campo das Ciências do Esporte. Neste artigo temos como objetivo analisar o nível de estresse psíquico dos atletas, buscando assim verificar quais condições ou situações que podem afetar no desempenho dos atletas do Voleibol no cotidiano de pré-competição e competição. O estresse pode ser definido, numa perspectiva psicológica, como a percepção do indivíduo em relação ao desequilíbrio entre demandas físicas ou psicológicas e seus recursos para enfrentamento do mesmo, em uma atividade considerada importante como, por exemplo, a ação esportiva é para o atleta (Rohlfs, et al. 2004). Em relação à pessoa, que mesmo em condições iguais, elas podem reagir de formas diferentes, assim como em condições distintas os indivíduos podem apresentar um mesmo comportamento, estando relacionado ao processo de avaliação subjetiva de cada indivíduo em relação à situação a enfrentar. De certa forma o estresse faz parte da vida para a manutenção e aperfeiçoamento da capacidade funcional, autoproteção e conhecimento dos próprios limites. Tem sido observado que a síndrome do excesso de treinamento em geral decorre da soma de múltiplos eventos estressores da vida, como treinamento físico, perda de sono, exposição a ambientes estressantes (umidade, frio, altitude, calor), mudança de residência, pressões ocupacionais e dificuldades interpessoais (Rohlfs, et al. 2005). Em esportes competitivos como o voleibol pode-se observar que os atletas são submetidos a diversos tipos de pressão (torcida, resultado, tempo, cobrança do técnico e companheiros, entre outras) e que o seu rendimento está relacionado com a sua capacidade de superação destas situações (Noce e Samulski, 2002). Uma situação semelhante pode ser observada quando se analisa a atuação do técnico que, além de se controlar, tem que controlar o grupo sob seu comando (Lopes, Samulski e Noce, 2004). O voleibol, que é um esporte extremamente dinâmico e que vem sofrendo atualmente constantes modificações nas suas regras, está caracterizado por ser uma modalidade que exige do atleta habilidade, precisão e regularidade (Noce e Samulski, 2002). Esta condição e os diferentes tipos de pressão que o atleta sofre durante a competição podem gerar uma reação de estresse e conseqüente perda no desempenho. De acordo com De Rose Jr., et al (2003) quando as características de uma modalidade são aliadas à competição, estas assumem uma proporção muito maior gerando situações potencialmente causadoras de estresse. A ansiedade é um dos fatores que proporciona um maior nível de estresse nos atletas, (Noce e Samulski, 2002). De acordo com Capitanio (2004) a ansiedade pode ser considerada como forma de expressão da personalidade de um indivíduo, um estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos. Já que os atletas sofrem influências de diversos fatores é preciso considerar que as situações de précompetição e competição acabam determinando resultados na dinâmica de um grupo. Diante da individualidade de cada individuo, procuramos verificar em que condições o estresse psíquico afeta o desempenho do atleta, ao analisar o resultado desta pesquisa juntamente com a literatura buscamos trazer informações relevantes para os que lidam diretamente com os atletas em períodos de competições. Materiais e Métodos Tipo de Pesquisa Página 58 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Foi realizado um estudo exploratório buscando analisar o estresse psíquico de jogadores de Voleibol durante o período de pré-competição e competição. Foram incluídos na amostra 29 atletas do sexo masculino (15 a 17 anos), da equipe de voleibol masculino de Betim, nas categorias Infanto-Juvenil e Juvenil, no qual estão participando de diversos campeonatos no estado de Minas Gerais. Procedimentos para a Coleta de Dados O questionário utilizado na pesquisa é o RESTQ – 76 Sport Estresse e Recuperação, o qual possui 77 questões relacionadas com o dia a dia dos atletas, divididas em 19 escalas, sendo 12 escalas de modo padrão e 7 escalas específicas para o esporte. O RESTQ-Sport se propõe a medir os aspectos específicos do esporte e os aspectos gerais de estresse e recuperação de atletas (Costa e Samulski, 2005). As escalas do RESTQSport possuem consistência interna que foi calculada com base em testes realizados em atletas e técnicos. Procedimentos Estatísticos Após a coleta dos dados, os mesmos foram transferidos para uma tabela e posteriormente para o gráfico, no qual serão detectadas as reais condições psicológicas do grupo em dois momentos distintos. Resultados e Discussão Análise comparativa dos resultados Tabela 1 – Valores de média (M) para cada item. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Estresse geral Estresse emocional Estresse social Conflitos/Pressão Fadiga Perda de energia Queixa física Sucesso Relaxamento social Relaxamento somático Bem-estar geral Qualidade do sono Disturbios nos intervalos Exaustão emocional Lesões Estar em forma Aceitação pessoal Auto-eficácia Auto-regulação Pré-competitivo Competitivo M M 1,54 1,58 1,92 2,39 1,41 1,78 2,88 3,52 1,79 1,92 1,71 1,76 1,58 1,92 3,57 3,66 4,32 4,24 2,92 2,84 4,31 3,84 4,37 3,92 2,04 2,11 1,05 1,18 1,54 1,82 4,12 3,81 3,57 3,47 3,82 4,09 4,18 3,81 Figura 1 - Comparação dos valores médios dos itens para cada categoria no período pré-competitivo e competitivo. Página 59 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Comparação dos períodos Período pré-competitivo: Conflitos/Pressão: O nível de estresse está alto, os atletas estão se sentindo pressionados pelo técnico, pela expectativa do início das cometições. Este sentimento de se sentir pressionado pode proporcionar ao atleta uma condição maior ao erro, pois ao se sentir pressionado o atleta perde a concentração e raciocínio, que é o ponto chave para uma boa partida. Sucesso: Os atletas não se sentem muito motivados para o início das competições, ou seja, eles não se sentem seguros, com isso conclui-se quanto menos seguros, mais pressionado ele se sentirão, e o desempenho do grupo pode ter um grande declínio. Relaxamento Somático: Está baixo em relação ao gráfico, pois os atletas estão passando por um aumento nos treinamentos e início das competições, fazendo com que o grupo tenha um descanso menor para relaxar a musculatura, isso ao longo da competição pode ser um problema, pois com a musculatura estressada a uma maior tendência de lesões. Período competitivo: Estresse Emocional: Aumentou em relação ao período anterior, sendo uma preocupação a mais para o treinador, pois se os atletas não conseguem controlar as emoções dentro de quadra, dependendo da situação pode ocorrer um declínio no desempenho da equipe (como ocorreu na final do Betim Open 2006, onde a equipe de Betim teve a oportunidade de vencer a partida por três vezes com uma grande vantagem e não conseguiu). Conflitos/Pressão: Aumentou em relação ao primeiro período, sendo considerado o principal fator para a derrota da equipe na final do Betim Open de 2006. Bem Estar Geral: Diminuiu em relação ao período pré-competitivo, mostrando que os atletas não estão bem e não se sentem preparados psicologicamente para chegar a um afinal de campeonato e vencer todos os tipos de pressão. Auto-Eficácia: Aumentou em relação ao período pré-competitivo, tornando-se positivo, pois quanto mais eficazes, mais seguros os atletas ficarão no momento de tomar decisões durante a partida. Obs: Os itens sucesso e relaxamento somático, citados no período pré-competitivo não obtiveram mudanças significativas em relação ao período competitivo. Obs: Os outros itens foram considerados níveis normais de estresse durante um período competitivo. Após a análise dos dados nota-se que o nível de estresse do grupo foi considerado médio, podendo sofrer alterações significativas nas próximas competições. Os fatores detectados no estudo como problemáticos, são relevantes, podendo interferir no desempenho do grupo. Quando estes níveis de estresse se tornam altos, Página 60 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 atrapalhando o desempenho do grupo, deve-se fazer um acompanhamento psicológico com o grupo e individualmente, para descobrir qual fator esta predominando nesta situação. Complementando essas informações, de acordo com Brandão, Casal e Mendoza (2002) o estresse pode apresentar sintomas negativos na área física, comportamental e mental, podendo se manifestar através do medo, ansiedade, preocupações e dificuldades de concentração. Greco e Benda (2007), os diferentes condicionantes de pressão podem influenciar diretamente no desempenho do atleta. Pesquisas anteriores (Barros e Rose Jr., 2006; Noce e Samulski, 2002) mostraram que atletas jovens tendem a sofrer os efeitos do estresse de forma intensa que atletas mais velhos e experientes, nesta situação sendo que a exposição a níveis elevados de estresse pode provocar desequilíbrio nos sistemas neuroendócrino e imunológico, o que pode refletir diretamente no desempenho do atleta. A ansiedade de ter que decidir em uma situação crítica pode gerar um estresse muito grande em esportistas (Samulski, Noce e Chagas, 2002). Não é difícil verificar casos de atletas que erraram em momentos decisivos e a partir deste momento, tornaram-se não confiáveis ou imprecisos nos momentos decisivos. De acordo com (Noce e Samulski, 2002), este fenômeno pode ser explicado devido o atleta perder o ponto ótimo de ativação, que por sua vez influencia decisivamente seu comportamento. A pressão de tempo para diminuir uma desvantagem imposta pelo adversário pode gerar um estresse intenso, principalmente se a diferença não for suficientemente grande de forma a dar esperanças aos jogadores (Greco e Benda, 2007; Noce e Samulski, 2002). Alves, Costa e Samulski (2005) relatam que os atletas estão mais suscetíveis a problemas psíquicos, como insônia, a perda da concentração, as irregularidades no desempenho, a irritabilidade, o aumento de ansiedade, a fadiga, dentre outros. Dependendo da situação do grupo e principalmente de atletas isolados deve se fazer um tratamento mais rígido, se necessário, interromper as competições e fazer acompanhamento nutricional, psicológico e físico. Conclusão Conclui-se que os níveis de estresse elevado podem influenciar no desempenho do grupo durante o período competitivo. No caso da equipe avaliada os níveis de estresse são considerados médios, podendo aumentar durante as próximas competições se não houver acompanhamento psicológico. Individualmente, pode se perceber um desempenho menor dos atletas, que sofrem com altos níveis de estresse, o desempenho do atleta diminui de forma considerável, prejudicando não só a sua performance como a do grupo. A pressão é o fator que mais altera o desempenho do grupo e/ou do atleta, sendo importante o grupo e/ou atleta se manter calmo e concentrado para dar continuidade ao seu objetivo, que é a vitória. A síndrome de supertreinamento ocorre devido a resultado de estresse crônico ou intermitente sem um período adequado de recuperação. A relação entre estresse e recuperação é fundamental na manutenção de um equilíbrio de estado psicofísico. O processo de recuperação da síndrome de supertreinamento não pode ser considerado apenas como a eliminação simples do estresse, a recuperação deve ser caracterizada como um processo personalizado e ativo que deve conduzir o restabelecimento psicológico e físico. O aspecto prático mais importante da avaliação do estresse e recuperação é a possibilidade de intervenção sem atrasos, indicando quais são os aspectos psicofísicos que deve receber a intervenção. Referências ALVES, RN; COSTA, LOP; SAMULSKI, DM. Monitoramento e prevenção do supertreinamento em atletas. Rev Bras Med Esporte vol.12 no.5 Niterói Set./Out. 2006. BARROS, JC.; ROSE Jr., D.. Situações de stress na natação infanto-juvenil: atitudes de técnicos e pais, ambiente competitivo e momentos que antecedem a competição. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 14, p. 79-86, 2006. CAPITANIO, AM. Contexto social esportivo: fonte de stress para a mulher? http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 78 – Nov./2004. COSTA, LOP.; SAMULSKI, DM.. Processo de Validação do Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-Sport) na Língua Portuguesa. Revista brasileira de ciência e movimento, Brasília, v. 13, n. 1, p. 79-86, 2005. GRECO, P.; BENDA, R. Iniciação esportiva universal: da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Ed UFMG, v.1, 2007. LOPES, MC. ; SAMULSKI, DM.; NOCE, F.. Análise do Perfil Ideal do Treinador de Voleibol das Seleções Brasileiras Juvenis. Revista brasileira de ciência e movimento, Brasília, v. 1, n. 1, p. 51-56, 2004. NOCE, F.; SAMULSKI, DM.. Análise do Estresse Psíquico em Atacantes no Voleibol de Alto Nível. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 16, n. 02, p. 113-129, 2002. ROHLFS ICPM, CARVALHO T, ROTTA TM, KREBS RJ. Aplicação de instrumentos de avaliação de estados de humor na detecção da síndrome do excesso de treinamento. Revista Brasileira de Medicina do Esporte 2004;10:111-6 Página 61 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ROHLFS ICPM, MARA LS, LIMA WC, CARVALHO T. Relação da síndrome do excesso de treinamento com estresse, fadiga e serotonina. Ver Brás Med Esporte v.11 n.6 Niterói nov./dez. 2005. ROSE Jr., D. ; RODRIGUES, P.M ; MARQUES, E R ; MARQUES, T . Principais situações competitivas de stress em atletas infanto-juvenis no basquetebol masculino. In. X Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte, 2003. v. 1. p. 21-21.. SAMULSKI, D.; NOCE, F.; CHAGAS, M. Estresse. In: SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: um manual para educação física, psicologia e fisioterapia. São Paulo: Manole, 2002. cap. 8, p.157-95. [email protected] UMA ANÁLIZE DO BULLYING EM PROJETO SOCIAL: DESAFIO E PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO NA ATIVIDADE FÍSICA 2 Valdeir Augusto Gonçalves 3 Vanessa da Silva Reichert 4 João Luis Pereira Ourique RESUMO Este trabalho pretende abordar algumas questões relativas ao Bullying na Atividade Física Escolar. O professor de educação física deveria ser o profissional ideal para identificar distúrbios nos comportamentos dos alunos, pois suas aulas podem apresentar, predominantemente, aspectos lúdicos que fogem da formalidade das aulas convencionais. As crianças se sentem bem mais livres, oportunizando, dessa forma, situações para a prática do Bullying. Pretendemos, partindo dessa observação, mostrar que o profissional de educação física deve estar ciente de que uma brincadeira, além de ofensiva, pode se transformar em atitudes de violência entre os alunos. Ele, a priori, deve conhecer seus alunos, saber suas angústias, preconceitos, quem são os líderes negativos e positivos; de outra forma, também deve tomar cuidado pra não fazer com que o aluno deixe de ser criança, pois todos fazem parte de um contexto que pode se constituir em uma manifestação sadia de companheirismo. Palavra chave: Bullying, lúdico, infância. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, podemos observar grandes mudanças sociais, especialmente no nível dos contextos de vida da criança (mobilidade social, diversidade cultural, rotinas de vida, hábitos sedentário, etc.). Não obstante, poderá haver obstáculos que influenciarão esta escalada rumo a uma vida adulta saudável, principalmente aqueles relacionados à construção da auto-estima e do fortalecimento de um alicerce sólido diante de sua saúde mental, indispensável frente aos desafios da vida. A inserção em grupos sociais, a necessidade do reconhecimento de seus valores, o companheirismo dos amigos de grupo e o apoio familiar servem como “tijolos” de uma construção, interligando auto-estima e sociabilidade, impulsionadoras de futuros cidadãos ativos e operantes dentro da sociedade. Dessa forma, o 5 Bullying pode ser evitado usando métodos criativos e personalizado de acordo com a situação em pauta. Mas, o problema é quem irá aplicá-los: será que os profissionais estão realmente preparados para lidar com tal situação? Será que nós, professores de educação física, estamos aptos a deixar o posto de autores e tornarmos agentes otimizadores do convívio social? 2 Acadêmico do curso de Educação Física. AEMS – Faculdade Integrada de Três Lagoas – MS. E-mail: [email protected] 3 Acadêmica do Curso de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM 4 Doutor em Letras. Prof. Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. E-mail: [email protected] 5 Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais o interesse de profissionais das áreas de educação e saúde, em todo o mundo, é, sem dúvida, o do Bullying escolar. Termo inglês que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais, em estudos sobre o problema da violência escolar. Sem termo equivalente na língua portuguesa, define-se universalmente como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento da Bullying. Página 62 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Partindo dessa perspectiva é importante questionar se a escola é um agente importante para a desestruturação da violência. A inserção em um contexto marcado pela violência atinge grande parte dos profissionais de educação física, mas não somente aquela violência física. Com isso, pretendemos abordar a definição de Bullying: Quais as suas causas? Suas conseqüências? Como identificar seus autores e vítimas? E qual o papel da escola e dos pais para acabar com este mal? Essas respostas nos farão entender um pouco mais sobre esse assunto tão presente na sociedade e tão recentemente discutido em nosso país. 1 – MATERIAIS E MÉTODOS Neste trabalho faremos uma análise a partir da observação das atividades lúdicas. Assim, os jogos cooperativos, que se caracterizam pelos trabalhos realizados em grupos, podem oportunizar situações mais claras para que possamos descobrir os líderes negativos e positivos. Nesse contexto, procuraremos abordar o problema do Bullying de forma contextualizada, refletindo as contradições existentes nesse processo de interação com base nas posturas, posicionamentos e perspectivas desenvolvidas pelos próprios alunos. Para tanto, será confeccionado um diário para registrar os acontecimentos durante as atividades e os principais pontos levantados pelos grupos durante os debates (os debates serão propostos ao final de cada ação desenvolvida, procurando envolver todos os sujeitos da prática educativa). Tendo em vista a limitada bibliografia, utilizaremos principalmente a Internet para o aprofundamento teórico, procurando relacionar com os textos e pesquisas mais recentes disponíveis em língua portuguesa e língua inglesa sobre o assunto. Revistas especializadas, notícias que se espalham pelo mundo todo através da cobertura jornalística, bem como opiniões de especialistas também serão levadas em consideração no andamento dessas atividades. 1 – 1 Causas do Bullying Segundo especialistas, as causas desse tipo de comportamento abusivo são inúmeras e variadas. Aramis A. Lopes Neto, médico pediatra, coordenador do primeiro estudo feito sobre Bullying no Brasil e sócio-fundador da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), afirma em entrevista ao site http://www.informesergipe.com.br/ que “as crianças trazem para a escola muito do que vêem e aprendem em casa”. Fatores econômicos, sociais e culturais, aspectos inatos de temperamento e influências familiares, de amigos, da escola e da comunidade, também constituem riscos para a manifestação do Bullying e causam impacto na saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Patrícia Brum Machado (2002, p. 30) aponta para o fato de que: a criança que vive num ambiente tenso e estimulante de agressividade, provavelmente será uma criança agressiva. Neste caso a agressividade é uma característica normal para este tipo de ambiente. Já as crianças que vivem num ambiente onde há passividade, submissão e cortesia impostas por regulamentos, a agressividade poderá ser considerada como uma conduta problemática. Alguns autores acreditam que a televisão também pode estimular a agressividade. Nos filmes, como nos desenhos infantis, os “bonzinhos” tendem a ser tão violentos quanto os “maus”. Muitas vezes, atitudes violentas dos personagens são recompensadas, as pessoas violentas conseguem o que querem e a violência apresenta-se como uma maneira bem-sucedida de resolver problemas. Portanto, fica muito difícil expor com precisão as verdadeiras causas do Bullying, mas, para os agressores, geralmente destacam-se características como: carência afetiva, falta de limites, a desestruturação familiar e a violência doméstica. Já para os alvos destacam-se: a superproteção, o tratamento infantilizado e o excesso de críticas. 1 –2 Quais as conseqüências possíveis para os alvos de Bullying? As conseqüências para as “vítimas” desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento e a evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional pode favorecer a baixa na resistência imunológica e na auto-estima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o suicídio. Para os “agressores”, ocorre o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os “espectadores”, que é maioria dos alunos, podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional. Página 63 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Dependendo do grau de sofrimento vivido pela criança, ela poderá sentir-se ancorada a construções inconscientes de pensamentos de vingança e de suicídio, ou manifestar determinados tipos de comportamentos agressivos ou violentos, prejudiciais a si mesma e à sociedade, isto se não houver intervenção diagnóstica, preventiva e psicoterápica, além de esforços interdisciplinares, por toda a comunidade escolar. 1 – 3 Como identificar os alunos envolvidos no Bullying? O Bullying é um comportamento que é recorrente e causa baixa auto-estima e insegurança em seus atores. Normalmente existem três tipos de envolvidos em uma situação de violência moral: o expectador, a vítima e o agressor. Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papéis que venham a representar. Os “agressores” são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Frequentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Muitas vezes vivem em um ambiente marcado por discussões e violência física onde seus pais, toleram e oferecem, como modelo para solucionar conflitos, o comportamento agressivo ou explosivo. Mas a agressão gera a agressão e Souza afirma que: a lógica infantil, alicerçada no tipo de pensamento concreto que rege seu processo mental, não permite que ela tenha outro entendimento da situação que não a seguinte: se meu pai que tenho como modelo e autoridade máxima, bate em mim então posso bater nos outros. (In: MACHADO, 2002, p. 47). Admite-se que os “agressores” têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos antisociais e/ ou violentos, podendo vir a adotar, atitudes delinqüentes ou criminosos. Train (1997, p. 18) afirma que “o caráter de uma pessoa é uma combinação de sua personalidade singular e de sua experiência de vida e de sua criação”. Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto que, no papel de vítima, não há diferenças entre gêneros. O fato de os meninos envolverem em atos de Bullying mais comumente não indica necessariamente que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse tipo de comportamento. Já a dificuldade em identificar o Bullying entre as meninas pode estar relacionada ao uso de formas mais sutis. As “vítimas” de Bullying são pessoas ou grupos que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status e habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto, têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que com estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio. Os expectadores, representados pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as “próximas vítimas”. Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. 1 – 4 Conclusão Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a “vítima” teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e vergonha de admitir que esteja apanhando ou passando por situações humilhantes na escola. Sua denúncia escoaria como uma confissão de franqueza de defesa. Não existem soluções simples para reprimir o Bullying . Trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo. A direção e os professores devem mostrar para os estudantes que o Bullying não é apenas uma coisa aceitável em circunstância alguma. O intimidador tem que entender que o que ele faz não é bom. Não basta apenas uma pessoa dizer que ele está errado. Todo mundo deve fazer isso, pais, professores e colegas de escola. professores e colegas de escola. Para ajudá-los a “domar” essa agressividade é preciso levar em conta suas necessidades, ou seja, aquilo que os faz agir assim em cada momento e acima de tudo, incentivá-los em suas boas ações. É muito importante entender o porquê da agressividade. Qual é o problema, chegar à fonte. Neste caso, os jovens, tanto agressores, precisam de uma ajuda e os pais, psicólogos e professores devem enfrentar com ele o caminho, estando, assim, envolvidos com o tema. Página 64 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 A filósofa e mestre em educação Tânia Zagury, em seu artigo Bullying ou a Lei do Mais Forte, disponível no site <http://www.abcdocorposalutar.com.br/> , crê que só com o apoio da família e das instituições de ensino o Bullying pode diminuir. “A família deve apoiar a escola e trabalhar a questão dos limites com segurança, afirmação ética dos filhos, a não aceitação firme ao desrespeito aos mais velhos e mais fracos”. É fundamental que os educadores procurem conhecer, compreender e ajudar as crianças a construírem seus próprios valores estabelecendo limites e regras de comportamento com elas, aceitando sugestões e argumentando com seriedade sobre as conseqüências dos atos violentos. É preciso também conscientizar as crianças sobre a necessidade do autocontrole, ajudando-as a compreender as causas e as conseqüências das brigas e discussões. Uma atitude firme, enérgica, adequada. Agindo assim estaremos ajudando a criança a controlar-se, para que não consuma uma agressão que depois poderá deixá-la a ser igualmente agredida. Machado (2002, p. 71) afirma que: o fundamental é que pais e professores nunca esqueçam que a família é a mais importante matriz do desenvolvimento humano. É nela que a criança adquire o conhecimento de si mesma e do outro, a linguagem, os padrões de conduta e de interação social. O bom desenvolvimento da sua vida emocional depende das relações com seus pais e irmãos. Quando chega a idade pré-escolar, somam-se a esses fatores as relações afetivas que estabelece com os professores e outra crianças na escola. Souza (In: MACHADO, 2002, p. 71) aponta para o fato de que: “a instabilidade familiar pode constituir um componente importante na gênese, manutenção e agravamento das desadaptações escolares. Quando a família não é capaz de funcionar como uma unidade básica de desenvolvimento e de experiências, pode tornar-se um fator de enfermidade...”. Portanto, aos pais também cabe demonstrar interesse pela vida escolar de seus filhos, perguntar não só sobre as notas, mas também sobre o prazer de estar na escola, sobre as amizades, a convivência de possíveis atos de violência física ou moral. Tudo deve ser ouvido com atenção e valorizado em todos os sentidos, sem críticas ou atos de desconsideração, pois a criança criada por pais ou adultos afetuosos e tolerantes, raramente tem necessidade de rebelar-se. Referências Bibliográficas: AMORIM, Gustavo Galli. Você já ouviu falar de Bullying. Disponível em: http://www.gustavogamorim.googlepages.com.br/. Acesso em: 07 jul. 2007. DREYER, Diogo. A brincadeira que não tem graça. Disponível em: http://www.educacional.com.br/ Acesso em: 23 fev. 2007. FIGUEIRA, Israel da Silva. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Disponível em: <http://www.bullying.com.br/>. Acesso em: 23 fev. 2007. LOBATO, Eliane. Maldade de Menina. Disponível em: http://www.terra.com.br/. Acesso em: 07 jul. 2007. MACHADO, Patrícia Brum. Comportamento Infantil, estabelecendo limites. Porto Alegre:Mediação, 2002. NETO, Aramis A. Lopes. Tragédias escolares e traumas psicológicos. Disponível em: http://www.informesergipe.com.br/. Acesso em: 23 fev. 2007 TRAIN, Alan. Ajudando a criança agressiva. São Paulo: Papirus, 1997. ZAGURY, Tânia. Bullying ou a Lei do Mais Forte. Disponível em: http://www.abcdocorposalutar.com.br/. Acesso em: 23 fev. 2007. A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA ESCOLA PROFISSIONAL Sandra Maria da Silva Sales Oliveira Ms. em Psicologia e Professora da UNIVAS Sandra Maria Almeida Ferracioli Abrahão Professora da UNIVAS Danielle Nathalie de Souza Araújo Graduanda do Curso de Educação Física da UNIVAS Laila dos Santos Pereira Graduanda do Curso de Educação Física da UNIVAS Lívia Modesto Vieira Graduanda do Curso de Educação Física da UNIVAS Luiz Augusto Pereira Vasques Graduando do Curso de Educação Física da UNIVAS RESUMO Este estudo objetivou verificar a motivação (intrínseca e extrínseca) dos alunos de uma Escola Profissional nas aulas de educação física. Foram avaliados 98 alunos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 9 e 15 anos matriculados da 3ª a 7ª séries do ensino fundamental. Página 65 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 O instrumento de coleta de dados utilizado foi elaborado por Kobal (1996). Trata-se de um questionário referente à identificação de motivos intrínsecos e extrínsecos em aulas de Educação Física, constituído de três questões referentes a motivação extrínseca, 3 referentes a motivação intrínseca e mais 2 questões referentes a motivação geral, totalizando 8 questões. Os resultados demonstraram a presença dos dois tipos de motivação e que tanto o gênero quanto a idade não foram fatores determinantes de motivação. Palavras-chave: motivação, aulas e educação física. INTRODUÇÃO A motivação no contexto escolar tem sido muito estudada na história da Psicologia em diversos ângulos e muitas teorias e abordagens foram criadas. Por esse motivo, faz-se necessário uma visão panorâmica dessa área de estudo bem como entendê-la na área da Psicologia do Esporte destinada a crianças. A educação física é um conteúdo pedagógico que compõe o currículo educacional e participa da formação do aluno. Uma primeira idéia sobre motivação, normalmente aplicável a qualquer tipo de atividade humana, é fornecida pela origem etimológica da palavra, que vem do verbo latino movere, que significa motivo. Assim, genericamente, a motivação ou motivo é aquilo que move uma pessoa ou que a põe em ação ou a faz mudar o curso (BZUNECK, 2001) Estudos sobre a motivação definiram algumas teorias e estabeleceram métodos para o campo da aprendizagem. De Acordo com Sawrey e Telford (1973) a teoria do comportamento dá ênfase no controle educacional, referindo-se ao tipo de reforço que se dá para uma pessoa. Oferecer algo interessante como resposta a um comportamento adequado é capaz de motivar, mantendo inclusive, a freqüência deste mesmo comportamento. A teoria cognitiva valoriza a motivação intrínseca incluindo fatores como objetivos, intenções e expectativas; a teoria humanista estabelece uma hierarquia de necessidades e motivos, entre eles, motivos fisiológicos, de segurança, necessidade de participação e conhecimento além de necessidades estéticas; a teoria psicanalista que responsabiliza as experiências infantis como fonte principal dos comportamentos poste Com base nas teorias, os teóricos apresentam diferentes percepções sobre a motivação, Machado e Gouvêa (1997), por exemplo, conceituam o motivo como um fator interno não observável e que direciona o comportamento e que o motivo pode ser dividido em dois aspectos: o impulso, processo interno que faz com que o indivíduo tenha a ação do comportamento e a motivação que termina ou diminui, quando o objetivo é alcançado. Os mesmos autores relatam que as aspirações dos alunos determinam a motivação para um determinado esporte, ou seja, ele pode se motivar mais por basquete do que por handebol. Um motivo é um constructo – ele não é observável, “não existe” efetivamente, mas é “criado” pela pessoa para explicar a razão ou a necessidade que ela tem de fazer algo, de agir de uma determinada maneira. A função dos motivos é explicar aqueles comportamentos que deixam conhecer a perseguição de um objetivo, existindo tantos motivos diferentes quanto categorias de relações entre os indivíduos e o meio ambiente (WINTERSTEIN, 1992). Machado (1994) ressalta que a chave do controle do comportamento humano é o conhecimento da motivação, sendo de suma importância a consideração da intensidade dos diferentes motivos, para seu eficiente controle. O autor sugere que a Psicologia tem realçado a importância deste construto, uma vez que a maioria das dificuldades de aprendizagem parece ter sua origem em problemas de motivação, já que parece ser difícil para o professor diagnosticar os interesses e as necessidades dos alunos considerando todas as diferenças individuais. Segundo Bzuneck (2001) a motivação tem sido entendida ora como um fator psicológico, ou conjunto de fatores, ora como um processo. Entre os autores existe um consenso generalizado no que se refere à dinâmica desses fatores psicológicos ou do processo, em qualquer atividade humana. Eles levam a uma escolha, instigam, fazem iniciar um comportamento direcionado a um objetivo, como o de prestar atenção ou de fazer os trabalhos escolares. Além disso, asseguram a sua persistência, dado que emerge no percurso não apenas obstáculos e fracassos como outros motivos concorrentes que tentam a pessoa a interromper ou a mudar o curso da ação. As concepções contemporâneas da motivação têm ampliado a abordagem mecanicista do comportamento. O mesmo termo motivação assume atualmente conotações novas e mais diversificadas, sobretudo em função das metas pessoais, que exprimem, cognitivamente, a razão ou o porquê das escolhas e do esforço (GRAHAM E WEINER, 1996; WEINER, 1992). Toda pessoa dispõe de certos recursos pessoais, que são tempo, energia, talentos conhecimentos e habilidades, que poderão ser investidos numa certa atividade. Esse investimento pessoal recairá sobre uma atividade escolhida e será mantido enquanto os fatores motivacionais estiverem atuando. Quais seriam esses fatores e como atuam depende do enfoque adotado. São inúmeros os motivos que levam os alunos a variarem em intensidade o seu desejo de aprender, bem como as reações às tentativas do professor para motivá-los (Klausmeier, 1977). Por isso, as teorias que procuram Página 66 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 explicar o processo de motivação partem do pressuposto de que deve existir alguma coisa, algum motivo que desencadeia uma ação, que lhe dá direção, mantém seu curso em direção a um objetivo e a finaliza. Na escola, as atividades do aluno, para cuja execução e persistência devem estar motivadas, têm características peculiares que as diferenciam de outras atividades humanas igualmente dependentes de motivação, como esporte, lazer ou trabalho profissional. Em primeiro lugar o aluno deve executar tarefas que são maximamente de natureza cognitiva, que incluem atenção e concentração, processamento, elaboração e integração da informação, raciocínio e resolução de problemas. De acordo com o enfoque construtivista, o aluno é o protagonista de sua aprendizagem, cabendo-lhe realizar determinados processos cognitivos, que ninguém pode fazer por ele (Salvador, 2000). Machado e Gouveia (1997) relatam que as aspirações dos alunos determinam a motivação para uma determinada disciplina, ou seja, ele pode se motivar mais por uma do que por outra matéria. Caracterizam a motivação como um exercício que as pessoas praticam para si mesmo, realizado apenas pela satisfação de praticar e executar, sem nenhum outro interesse. É inerente ao objeto e a matéria a ser aprendida, não dependendo de elementos externos. Para Betti (1997), dependendo da maneira como são ministradas as aulas, uma disciplina terá ou não o valor educativo, atuando como um reflexo das pessoas que o praticam. Ainda assim, o autor relata que se pode conciliar o conhecimento adquirido nas aulas com a criatividade dos alunos para a formação integral dos mesmos. A motivação caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínseco) é estudada por Samulski (2002). Para esse autor a motivação possui uma determinante energética (nível de ativação) e uma direção de comportamento (intenções, interesses, motivos e metas). A motivação do aluno, portanto, está relacionada com o trabalho mental situado no contexto específico das salas de aula. Surge daí a conclusão de que seu estudo não pode restringir-se à aplicação direta dos princípios gerais da motivação humana, mas deve contemplar e integrar os componentes próprios de seu contexto (BROPHY, 1983). Esta tem sido, efetivamente, a preocupação dos estudiosos da área. Witter (1984) aponta, em seus estudos, que a facilidade com que um aluno aprende pode ser atribuída à motivação, e sua falta é um fator que leva estudantes a lentidão ou em casos extremos, a ausência da aprendizagem. Para aprender é preciso estar motivado, para realizar é preciso ter um motivo, para se manter trabalhando é necessário que se mantenha a motivação para o trabalho. Dentre os autores que estudam a motivação nas aulas de educação física pode-se citar: Bidutte (2001); Betti (1997); Murmman e Baecker (1998) e Canfield e Jaeguer (1994) e todos são unânimes em dizer que as habilidades esportivas, o esporte a ser praticado, o professor de educação física, as características físicas são fatores determinantes na motivação do aluno. No contexto esportivo a motivação é estudada por Betti (1997) Machado e Gouvêa (1997), Machado (1997) e Samulsky (2002) e na opinião de todos a motivação possui uma determinante energética (nível de ativação) e uma de direção de comportamento (intenções, interesses, motivos e metas). Resta salientar que para ensinar não basta conhecer uma série de metodologias, optando por esta ou aquela. É preciso compreender o próprio aluno: as características de sua personalidade seu desenvolvimento motor, emocional, cognitivo e social na qual ele se encontra bem como a maneira como ele aprende. Neste ultimo caso, se quisermos entender as ações individuais ou coletivas de nossos alunos dentro do processo de aprendizagem, é de suma importância que tenhamos sempre em mente o princípio psicológico, segundo o qual nenhum comportamento existe sem uma causa motivadora que o determine (ANGELINI, 1955). Com base nos escritos acima é que se pensou em realizar o presente estudo com o objetivo de verificar a motivação (intrínseca e extrínseca) dos alunos da Escola Profissional nas aulas de educação física. MÉTODO Sujeitos: foram submetidos ao questionário de motivação 98 alunos de ambos os sexos de 3ª a 7ª séries do ensino fundamental com idades compreendidas entre 9 e 15 anos que freqüentam a Escola Profissional. Material e correção: o instrumento de coleta de dados utilizado foi elaborado por Kobal (1996). Trata-se de um questionário referente à identificação de motivos intrínsecos e extrínsecos em aulas de Educação Física, constituído de três questões referentes a motivação intrínseca, 3 referentes a motivação extrínseca. e mais 2 questões referentes a motivação geral, totalizando 8 questões. Com respostas de múltipla escolha, cada afirmação foi respondida através de 5 questões de múltipla escolha. Procedimento: o instrumento foi aplicado coletivamente, por série, aos alunos de 3ª a 7ª séries e sem tempo determinado. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se que de um modo geral a participação dos alunos nas aulas de educação física é inevitável e que acham as aulas motivantes, independente do gênero e da idade.. Página 67 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Quadro 1 – Respostas obtidas no Instrumento de Motivação Alternativas 1 2 3 4 5 1 3 17 1 77 0 2 13 33 36 16 0 3 25 6 48 19 0 4 24 2 31 10 30 5 23 14 11 14 36 6 19 10 21 12 36 7 91 7 0 0 0 8 74 15 9 0 0 Questões As questões 1,2 e 3 referem-se a motivação extrínseca, que é a motivação para trabalhar em resposta a algo externo a atividade. Observa-se que na questão 1 a resposta escolhida pela maioria é a alternativa 4 que se refere ao aluno participar das aulas de educação física porque quer ser ótimo em esportes. Na questão 2, que se refere a quando gostam das aulas de educação física, as opções mais assinaladas referem-se a integração ao grupo e ao reconhecimento por parte do professor e dos colegas por sua atuação. Fica claro que o relacionamento entre professor alunos e entre os alunos é bom, e isso, talvez contribua para a idéia de que as relações interpessoais sejam importantes para motivar os alunos. A este respeito, Buriti (1997) relata haver afinidade entre comportamentos socializados e o desenvolvimento de auto-percepções em crianças e jovens e orientações realizadas, e como eles relatam os padrões motivacionais. Não gosto das aulas de educação física quando é a pergunta explorada na questão 3. A alternativa 3 foi escolhida por um número maior de alunos e se refere aos colegas zombarem dele durante as aulas. Reforçando a importância das relações interpessoais. As questões 4, 5 e 6 referem-se a motivação intrínseca, que é a motivação para trabalhar porque a pessoa gosta e lhe traz satisfação. Observa-se que as alternativas mais escolhidas se referem três respostas mais escolhidas: a que se refere a gostar de atividade física; a gostar de aprender novas habilidades e a ligada ao bem estar físico. A esse respeito os estudos dos autores Martindale, Devlin e Vyse (1990) reforçam esses achados quando indicam que os motivos mais importantes para a prática esportiva são: melhoria na saúde e aptidão. A questão 7 se refere a gostar das aulas de educação física e pode-se observar no gráfico que dos 98 alunos avaliados, 91 gostam muito das aulas e sete apenas gostam. Nenhum aluno não gosta das aulas de educação física e o fator gênero, não interferiu nesta escolha. Diferente dos achados de Bidutte (2001) que encontrou diferenças de motivação quanto ao gênero fator importante para o professor considerar no preparo das aulas de educação física. Quanto a ultima questão,que se refere as aulas de educação física na escola profissional serem ótimas, muito boas, boas, chatas ou ruins, observa-se que dos 98 alunos avaliados, 74 acham as aulas ótimas, 15 alunos acham muito boas e 9 alunos acham boas. Nenhum aluno classificou as aulas de educação física como chatas ou ruins. Pode-se inferir que as aulas são preparadas e as atividades são satisfatórias para os alunos, indo contra os achados de Betti (1997) quando explica que as aulas de educação física, na maioria das escolas, são compostas de exercícios, treinamentos e pouca teoria sobre a modalidade a ser ensinada, preocupando-se apenas em formar futuros campeões para o consumismo do esporte. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se com este estudo que a motivação, nas aulas de educação física, encontra-se presente e que as ações do professor em situação de aprendizagem estão diretamente relacionadas com o padrão motivacional de seus alunos na medida em que podem favorecer um ambiente social controlador e promotor de autonomia. Os professores devem explorar a poderosa força motivacional advinda da motivação intrínseca pouco freqüente nas salas de aula, destacando o esforço pessoal como um valor importante, redirecionando o Página 68 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 interesse dos alunos pelos resultados finais ou comparações de desempenho. Toda situação de aprendizagem deve ser planejada levando-se em consideração àqueles elementos já conhecidos como promotores da motivação intrínseca. Apresentar desafios, promover curiosidades, diversificar planejamentos de atividades, propor fantasia, compartilhar decisões são exemplo de ações educativas favoráveis à motivação dos alunos e facilmente implementadas. Por fim, salienta-se que esse estudo é importante tanto para a psicologia do esporte como para a área educacional e novos estudos devem surgir para contribuírem na reestruturação da disciplina de educação física. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELINI, A.L. Um novo método para avaliar a motivação – Estudo do motivo de realização. São Paulo, USP, 1955. BETTI, I.C.R. O prazer em aulas de Educação Física Escolar: a perspectiva discente. Dissertação (Mestrado em Educação Física). UNICAMP, Campinas, 1992. BIDUTTE, L. C. Motivação nas aulas de educação física em uma escola particular. Psicologia Escolar e Educacional, v. 5, nº2, 49-50, 2001. BZUNECK, J. A. e BORUCHOVITCH, E. A motivação do aluno contribuições da psicologia contemporânea.. Petrópolis: Vozes, 2001. CANFIELD, M. 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Página 69 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA QUANTO A INCLUSÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS E MENTAIS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS Caroline Araújo Curiel Graduanda de Educação Física na UNIVAS Sandra Maria da Silva Sales Oliveira Ms. Avaliação Psicológica e Professora da UNIVAS RESUMO Este estudo objetivou avaliar se os professores de Educação Física aplicam os princípios da inclusão em suas aulas e se a prática de atividades físicas tem trazido resultados expressivos para o desenvolvimento dessa população. Fizeram parte deste estudo 17 professores de escolas públicas e particulares, de uma cidade do interior de Minas Gerais. Os resultados demonstraram que a maioria dos professores avaliados possui conhecimentos sobre a inclusão, realizam em suas aulas e percebem bons resultados principalmente no que se refere a sociabilidade e cooperação entre os alunos. Pode-se concluir que a inclusão caminha de forma positiva, visto que nas escolas há a participação e envolvimento dos professores e dos alunos. Palavras-chave: Inclusão, Professores, Educação Física. INTRODUÇÃO O momento é propício para se falar de inclusão, por que felizmente, hoje, conforme salienta Rosadas (1991), vive-se num mundo onde não mais se admite o deficiente, fato este que vem fazendo ampliar as fontes de estudo e métodos para sua completa reintegração social e conseqüente preparação para o trabalho. A Inclusão, como processo social amplo, vem acontecendo em todo o mundo, fato que vem se efetivando a partir da década de 50. A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa com necessidades especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (SASSAKI, 1999). Segundo o autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais. Mantoan (1998) descreve que a inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação, e assim diz a Constituição! A autora (1998) ainda esclarece que por outro lado, a inclusão não implica em que se desenvolva um ensino individualizado para os alunos que apresentam déficits intelectuais, problemas de aprendizagem e outros, relacionados ao desempenho escolar. Na visão inclusiva, não se segregam os atendimentos, portanto, nenhum aluno é encaminhado às salas de reforço ou aprende, a partir de currículos adaptados. O professor não predetermina a extensão e a profundidade dos conteúdos a serem construídos pelos alunos, nem facilita as atividades para alguns, porque, de antemão já prevê dificuldades que possam encontrar para realizá-las. Porque é o aluno que se adapta ao novo conhecimento e só ele é capaz de regular o seu processo de construção intelectual. O portador de necessidades especiais necessita de uma escola estruturada onde receba auxílio não apenas no aspecto cognitivo e sócio-afetivo, que implica um forte comprometimento por parte dos educadores quanto ao encaminhamento das necessidades apresentadas pelo grupo escolar (FABRÍCIO; SOUZA, 2002). Quando se fala em educação inclusiva, remete-se ao pensamento aos portadores de necessidades educativas especiais, que de acordo com a Declaração de Salamanca (1994): “refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem, muitas crianças experimentam dificuldades de aprendizagem, e têm, portanto necessidades educativas especiais em algum momento de sua vida” (p. 3). A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades, mas apóia a todos: profissionais, alunos, pessoal administrativo, para que obtenha sucesso na corrente educativa geral (MONEREO, 1991). Dos autores revisados encontrou-se Silva e Salgado (2005) que discutem e defendem a necessidade de se construir culturas de inclusão nas aulas de Educação Física que se baseiem numa perspectiva humanista de Educação; Faioli (2004) e Costa (2007) que estimulam a inclusão por meio de atividades esportivas afirmando que o esporte como prática corporal encontra-se inserido de uma maneira fortemente presente no ambiente escolar e; Florence e Araújo (2004) que realizaram um estudo sobre a Educação Física no processo inclusivo do tipo estudo de caso, com a realização de entrevistas semiestruturadas com os professores que atuam junto a estes alunos especiais na rede regular. Com a amostra obtida puderam perceber que poucos professores incorporam a inclusão em seus trabalhos. Rosadas (1991) descreve que as crianças ditas deficientes precisam participar mais efetivamente das atividades da vida diária. É seu potencial, antes desacreditado, que explode frente a todas as oportunidades Página 70 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 que lhes são oferecidas. Ela sente que tem que fazer por si e dá, por este motivo, mais valor às coisas que consegue com seus esforços. É preciso encarar urgentemente a criança deficiente como uma criança normal, pois o que as faz realmente deficientes é a nossa forma diferente de atuar, vê-las, de encarar e de diminuir suas potencialidades. O papel do professor de Educação Física na Educação Especial, como em qualquer outra modalidade de ensino, é o de criar desequilíbrios, apresentando a seu aluno, o novo e o desconhecido, pois diante do desafio, a criança tende a assimilar o conhecimento, utilizando os recursos motores e mentais que possui. Provocar desequilíbrios, porém, não é deixar a criança à deriva, ela deve poder estabelecer uma ligação entre o conhecido e o desconhecido (SOLER, 2002). De acordo com Prado e Freire (2001), o professor, no contexto de uma educação inclusiva, precisa ser preparado para lidar com as diferenças, com a singularidade e a diversidade de todas as crianças e não com um modelo de pensamento comum a todas elas. Os portadores de necessidades especiais podem se relacionar bem com qualquer pessoa, principalmente com aqueles que os entendem, e para entendê-los não é preciso pré-requisitos. Basicamente tratá-los da mesma forma como se trata qualquer outra pessoa: sem distinção, pena ou protecionismo, e, sobretudo acreditando em suas potencialidades. O autor ainda menciona um ditado que ouvimos diversas vezes: “o que é bom para o excepcional é excepcionalmente bom para o normal” (ROSADAS, 1991 p. 19). De acordo com Soler (2002), o trabalho diário com pessoas especiais mostra que elas têm um poder de superação de suas limitações, que as torna mais que eficientes, pois supre qualquer desafio, e quando unidas, umas emprestando às outras um pouco de habilidade, sua capacidade para criar, jogar e viver é ilimitada. A aula de Educação Física deve ser um exercício de convivência, onde as pessoas aprenderão a construir uma nova sociedade, sem discriminação, e com atitudes de solidariedade, respeito e aceitação, e na qual não haverá lugar para o preconceito e a exclusão (SOLER, 2002). A escola como espaço inclusivo tem sido alvo de inúmeras reflexões e debates. A idéia da escola como espaço inclusivo nos remete às dimensões físicas e atitudinais que permeiam a área escolar, onde diversos elementos como a arquitetura, engenharia, transporte, acesso, experiências, conhecimentos, sentimentos, comportamentos, valores etc. coexistem, formando este locus extremamente complexo. A partir disto, a discussão de uma escola para todos tem suscitado inúmeros debates sobre programas e políticas de inserção de alunos com necessidades especiais. A grande polêmica está centrada na questão de como promover a inclusão na escola de forma responsável e competente. Com base nos escritos acima e por observar que muito se fala em inclusão, mas poucos estudos existem a respeito dos professores que a realizam e se a realizam, foi que se pensou em realizar este estudo com o objetivo de avaliar se os professores aplicam os princípios da inclusão nas aulas de Educação Física e se a prática de atividades físicas tem trazido resultados expressivos para o desenvolvimento dessa população. MÉTODOS Sujeitos: participaram desta pesquisa 20 professores de Educação Física, de ambos os sexos, que trabalham em Escolas Particulares, Estaduais e Municipais na cidade de Pouso Alegre. Material: (instrumento e correção) - foi utilizado um questionário construído pelas pesquisadoras com base nas teorias sobre inclusão escolar de Mantoan (1998) e na Educação Física adaptada de Fabrício e Souza (2002), composto de 13 questões de SIM ou Não com a finalidade de abranger as dimensões sobre a percepção dos professores de Educação Física, quanto a inclusão de deficientes físicos e mentais, na Escola e em suas aulas. Para a correção considera-se que as respostas SIM das questões: 1,2,3,4,5,6,7,9,10,12 e 13 recebem o valor de 1 ponto e as respostas NÃO das questões 8 e 11 recebem 1 ponto. Com a soma dos resultados será possível avaliar o objetivo proposto. Procedimentos: após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVAS, foi pedido o consentimento das escolas, como cuidado ético e, em um segundo momento, foi entregue um termo de consentimento para cada professor, esclarecendo a forma da participação dos mesmos. Os professores foram orientados a respeito dos objetivos do estudo, do tipo de participação requerida, bem como da ausência de prejuízos decorrentes da não-participação. Após o preenchimento do termo de consentimento para sua participação na pesquisa foi realizada a coleta de dados (questionário). Aos participantes foi assegurado o caráter confidencial do estudo e foram informados que suas respostas não influenciaram, de forma alguma, em sua vida profissional. A aplicação foi individual, as pesquisadoras distribuíram os questionários em um dia, e em horário e data marcados, foram até as escolas para recebê-los. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelo quadro abaixo fica caracterizado o contexto em que se realizou o estudo. Trabalhou-se com sete escolas sendo que quatro delas eram Públicas e três Particulares. Dos vinte professores de Educação Física dispostos a participarem da avaliação, três não responderam o instrumento, totalizando dezessete professores. Todos os dezessete possuem conhecimentos a respeito da inclusão e quinze deles realizam a inclusão em suas aulas. Página 71 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Página 72 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 QUADRO 1 – Contexto geral de estudo Número de professores avaliados Escolas Públicas Escolas Particulares Conhecimento da inclusão Professores que realizam a inclusão Professores que não realizam a inclusão 17 04 03 17 15 02 QUADRO 2 – Resultados das questões respondidas pelos professores SIM NÃO Conhecimento dos professores 100,0% 0,0 Realiza a inclusão 88,2% 11,8% Possuem alunos portadores na instituição 58,8% 41,2% 0,0 100 Alunos portadores nas aulas de Educação Física 76,5% 23,5% Participam das aulas 76,5% 23,5% Relacionam-se com não portadores 94,1% 5,9% Recebem tratamento diferenciado 47,1% 52,9% Há interação social entre os alunos 100,0% 0,0 Resultados positivos no desenvolvimento motor 100,0% 0,0 Prejuízo na aprendizagem dos demais Satisfação ao perceberem progresso Importância da inclusão em escolas regulares 17,6% 100% 100% 82,4% 0 0 QUESTÕES Professores com especialização Com relação às perguntas do questionário observam-se no segundo quadro os resultados SIM e NÃO obtidos em porcentagem de professores. Pode-se perceber que em relação ao conhecimento dos professores de Educação Física das escolas de Pouso Alegre a respeito da inclusão escolar de deficientes físicos e mentais, todos os professores avaliados têm conhecimento sobre a inclusão. A grande maioria das escolas avaliadas realiza a inclusão e possue alunos especiais. De acordo com os resultados da pesquisa, os professores avaliados não possuem qualquer tipo de especialização para trabalhar com alunos especiais, porém, a maior parte dos professores recebe em suas aulas alunos com algum tipo de deficiência; e todos eles participam ativamente das mesmas. No que se refere ao relacionamento dos alunos portadores e não portadores durante as aulas, a pesquisa apresentou uma resposta muito expressiva, visto que foi obtida apenas 1 resposta negativa; além de comprovar que a maioria desses alunos é tratada igualmente aos demais, não recebendo nenhum tipo de tratamento diferenciado. Foi constatado, ainda, que as aulas de Educação Física permitem uma interação social entre todos os alunos e trazem excelentes resultado para o desenvolvimento motor dos alunos especiais. Observa-se, ainda, pelo quadro 2 que a inclusão de alunos especiais nas aulas não prejudica de forma alguma a aprendizagem dos demais alunos e todos afirmaram que os alunos especiais sentem grande satisfação ao perceberem que alcançaram algum progresso durante as aulas. Todos os avaliados concordaram que é de extrema importância a inclusão de alunos deficientes em escolas regulares. QUADRO 3 – Pontuação dos Professores Professores 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Pontuação 6 6 13 11 11 11 11 13 12 11 11 11 9 Página 73 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 14 15 16 17 8 11 11 11 O quadro 3 informa a pontuação dos professores, no instrumento de avaliação. Por ele pode-se perceber que dos 13 pontos que indicam o número máximo de respostas consideradas corretas. As respostas variaram de 6 a 13. Apenas dois professores obtiveram 6 pontos, um professor obteve 8 pontos, um professor obteve 9 pontos dez professores obtiveram 11 pontos, um professor obteve 12 pontos e dois professores obtiveram 13 pontos. Pode-se inferir que os resultados foram muito bons. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao fim desse estudo, chega-se a algumas considerações: presente ou não nos textos das leis, o ideário da inclusão tem como pressupostos a igualdade de oportunidades, o convívio com as diversidades, a aproximação das diferenças, uma pedagogia centrada no educando, na sua individualidade, com suas capacidades e potencialidades, em detrimento de suas limitações. Independentemente das propostas pedagógicas produzidas pela área, entende-se que a intervenção do professor deve pautar-se numa ação pedagógica efetiva e interativa no sentido de: favorecer, estimular e orientar o desenvolvimento do aluno. Da mesma forma, acreditase que a interação dos conhecimentos sobre o que ensinar, como ensinar e fundamentalmente sobre quem aprende devem fazer parte dessa “ação pedagógica”, tanto nas aulas de educação física quanto nas das demais disciplinas. A população avaliada demonstrou fazer uso da inclusão e não foi percebido lacunas entre o discurso e a realidade, pelo contrário, observou-se que os professores exploram o potencial de seus alunos, identificam seus interesses, limites e necessidades como foco principal em suas ações pedagógicas. Mostrar a cooperação e a convivência num mundo competitivo é fundamental. A forma de se conceber a Educação Física na escola mediada pela ação do professor pode, de certa forma, contribuir para a participação ou distanciamento de alunos em determinadas atividades. A presença do deficiente na escola pressupõe uma mudança radical no interior da mesma, seja nos procedimentos de ensino, na avaliação, no currículo, enfim, em todas as áreas do sistema escolar. Os professores de Educação Física nas escolas podem contribuir para isso, mesmo na prática dos desportos escolares, onde essa ocorrência parece ser bem mais difícil, porém, possível. Basta, por exemplo, que todos os alunos participem de jogos e campeonatos. E quando se diz todos, incluem-se os que não demonstram talento para nenhuma modalidade esportiva, os que têm dificuldades no controle do próprio corpo e mesmo os que, por características pessoais físicas, não seriam considerados aptos a praticar competitivamente esse ou aquele tipo de jogo. É uma questão de se adequar estratégias metodológicas. Por fim, pode-se dizer que os professores avaliados neste estudo mostraram que seu papel é o de proporcionar vivências e oportunidades motoras a todos os alunos e adaptá-los às diferentes realidades. Isso é inclusão! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, A. J. Esportes: inclusão ou exclusão? Revista Psicopedagogia on line. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br>. Acesso em: janeiro 2007. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades especiais. Brasília: Corde, 1994. FABRÍCIO, N. M. C.; SOUZA, V. .M. C. B. A inclusão escolar e a nossa realidade educacional. (Online). 2002. Disponível em <www.proceedings.scielo.br/scielo.php>. Acesso em: janeiro de 2007. FAIOLI, E. Muito além de músculos. Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, ano 2, n. 5, Junho de 2004. FLORENCE, R. B. P.; ARAUJO, P. F. A educação física no processo inclusivo: um estudo de caso no município de São João da Boa Vista-SP. Revista Conexões, v.2, n.2, 2004. MANTOAN, M. T. E. Integração X Inclusão - Educação para Todos. Pátio, n. 5, p. 49-51, 1998. MONEREO, C. La integracion de ninos descapacitados a la educacion común. Santiago do Chile. UNESCO/OREALC, 1991. 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Página 74 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DO LÍBERO NO VOLEIBOL DE ALTO NÍVEL DE RENDIMENTO 6 Rodney Alfredo Pinto Lisboa 7 Marcelo de Souza Prudêncio 8 Michelle Mariana Pereira RESUMO No voleibol moderno as ações do líbero são de extrema importância não só para as organizações defensivas de sua equipe, considerando a natureza das atribuições que lhe cabem, como também para as organizações ofensivas da mesma. Este trabalho teve por objetivo identificar a relevância da função desempenhada pelo líbero nos jogos de voleibol. Para tanto foram convidadas a participar dessa pesquisa 10 (dez) equipes (categoria adulto) filiadas as federações mineira e paulista com seus respectivos técnicos e líberos. No desenvolvimento da proposta, realizaram-se filmagens de diferentes partidas a fim de observar as ações do líbero. Também foi realizada análise da opinião dos técnicos, expressas em resposta a um questionário elaborado e desenvolvido para esse fim. Para análise das ações do líbero nas partidas filmadas, elaborou-se um scout (análise estatística) considerando o números de passes total, passes executados pelo libero, atuação do libero na defesa, passes corretos e passes errados. A análise das respostas obtidas foi descrita sob a forma de histograma no intuito de identificarmos uma possível normalidade. Além disto, a análise contará com médias e percentuais para melhor identificação dos resultados obtidos. Unitermos: Líbero; Voleibol; Sistema Defensivo. INTRODUÇÃO Considerando os avanços em termos de administração, treinamento e marketing, considera-se que, nas últimas décadas, o esporte que mais evoluiu e se popularizou foi o voleibol. Esse “boom” teve início na década de 1980, quando as equipes brasileiras de voleibol começam a conquistar resultados importantes em nível internacional. Essa tendência à expansão permaneceu no decorrer da última década do século XX em função dos títulos olímpico e mundial, e as sucessivas vitórias nas campanhas da Liga Mundial (masculino), do Grand Prix (feminino), entre outras competições, colocam o voleibol brasileiro em posição de destaque no inicio do novo século, transformando-o a maior potência da modalidade. É importante destacar aqui, que os meios de comunicação, principalmente a televisão, têm grande influência nessa disseminação do voleibol entre o público brasileiro. Segundo Costa (2001), o voleibol mudou bastante no último quarto do século XX. Na década de 1980, partidas muito equilibradas podiam se estender por até cinco horas. Essa característica desgastava os atletas, como também desestimulava o público, e desagradavam às emissoras de televisão, responsáveis pela divulgação e valorização do esporte. Por isso, em 1998 a FIVB (Federação Internacional de Voleibol) promoveu um pacote de novas regras que tornou os jogos mais ágeis e emocionantes. Para o autor, foi com esse pacote de regras que introduziu a figura de um jogador até então inexistente no mundo do voleibol, o líbero. O America Sport Education Program (1999) entende que a tendência evolutiva dos processos de treinamento e as demandas do voleibol de rendimento passaram a negligenciar de estatura mediana. A criação da função de líbero, estabeleceu uma nova ordem, requerendo a necessidade de um atleta habilidoso, de média estatura, que apresentasse grande agilidade defensiva. O libero tem maior atuação no sistema defensivo. Em suas observações, Pinto (1992) destaca que as ações defensivas exigem uma preparação física específica a fim de possibilitar que o atleta possa suportar a demanda de treinamentos, bem como capacitá-lo a exercer movimentos e variações de movimentos mecanicamente complexos. De acordo com Pádua (1994) o, líbero é um atleta especializado nos fundamentos defensivos. Suas ações limitam-se à zona de defesa, com o intuito de responder da forma mais eficiente possível às investidas ofensivas do adversário. Para tanto, um conjunto específico de regras aplica-se exclusivamente a esse jogador: Ele deve utilizar uniforme diferente dos demais; a. Não pode ser o capitão da equipe; b. Por desempenhar um papel essencialmente defensivo, o líbero somente pode ocupar as posições localizadas na zona defensiva, ou seja, no decorrer de um rodízio ele somente ocupará as posições 01, 06 e 05, deixando a quadra quando, por imposição do rodízio, tiver que ocupar as três posições da zona ofensiva (respectivamente posições 04, 03 e 02). c. Não pode desempenhar funções de características ofensivas (atacar, bloquear ou sacar); 6 Docente do curso de Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) 8 Graduada pelo curso de Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) 7 Página 75 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 d. Ele somente poderá realizar o segundo passe (levantamento) de toque com as pontas dos dedos a partir da zona defensiva. Caso esteja pisando sobre a linha de três metros ou sobre a área por ela delimitada, deverá realizar o segundo passe de manchete, pois se o fizer de toque o ataque, necessariamente, deverá ser executado com a bola abaixo do bordo superior da rede. No voleibol moderno os sistemas táticos defensivos têm importância fundamental na conquista dos resultados de uma equipe. Conforme Bizzocchi (2000), os sistemas táticos não se resumem a sistemas muito bem elaborados empregados por equipes de alto nível de desempenho. Para o autor o raciocínio tático é desenvolvido com a prática sistemática iniciada no processo de aprendizagem da modalidade. Araújo (1994) considera que a consistência de um determinado sistema tático depende, entre outros fatores, da habilidade técnica de cada um dos jogadores que compõem uma determinada equipe. Ao abordarmos os aspectos relacionados à técnica, necessariamente nos referimos a: consciência motora dos diferentes segmentos corporais em relação à propriocepção, à cinestesia e à noção espaço-temporal; domínio dos fundamentos técnicos característicos da modalidade; capacidade de adaptação e improvisação motriz considerando os diferentes estímulos que podem surgir no decorrer de uma partida. Shondell & Reynaud et al. (2005) esclarecem que as ações ofensivas de uma equipe dependem da qualidade do primeiro passe. A precisão e eficiência desse fundamento específico possibilitarão um desenvolvimento harmonioso na organização do ataque favorecendo sua conclusão. O êxito do primeiro passe depende muito do desempenho do líbero, já que ele constitui a base do sistema defensivo. Por sua vez, Cavalheiro & Tavarez (2003) destacam que o cumprimento dos requisitos técnicos relativos à fase que antecede o contato com a bola são os aspectos que apresentam maior índice de interferência na eficiência da defesa. Esta pesquisa se justifica pela possibilidade de identificar a atuação do libero no sistema defensivo e a sua importância para os diferentes sistemas táticos defensivos da equipe. Esclarecemos que este jogador atua de maneira diferente tendo uma alta performance no requisito passe e defesa; sendo assim torna-se necessário a observação do número de passes corretos por esse jogador . Os técnicos das equipes de alto nível depositam grande responsabilidade para o jogador libero, O libero tem regra especial dos demais jogadores possui também característica fisiológica diferente dos outros atletas de voleibol. Este projeto poderá ser utilizado por equipes que não são de alto nível para que possam iniciar o treinamento deste jogador e inclusive verificar a importância deste para um resultado positivo ou negativo. Assim este trabalho se justifica pela possibilidade de verificar a importância do libero para a equipe visto que ele é um jogador fundamental e sua relevância na melhora a defesa gerando maior possibilidade no ataque e contraataque, OBJETIVO Este trabalho teve por objetivo identificar a relevância da função desempenhada pelo líbero nos jogos de voleibol. Para tanto foram realizadas filmagens de diferentes partidas a fim de observar as ações do líbero, bem como realizada análise da opinião dos técnicos, expressas em resposta a um questionário elaborado e desenvolvido para esse fim. MATERIAIS E MÉTODOS Foram convidadas a participar dessa pesquisa 10 (dez) equipes filiadas as federações mineira e paulista, todas pertencentes à categoria adulto, com seus respectivos técnicos e líberos. Para o desenvolvimento do teste, utilizou-se um questionário que foi apresentado aos respectivos técnicos contendo 13 (treze) perguntas. O questionário foi aplicado durante os treinos e jogos das equipes filiadas a federação mineira e paulista. Para verificar a atuação do libero durante os jogos utilizou-se uma filmadora modelo Sony Handycam DCR-HC28 A filmadora era posicionada sobre um tripé no fundo da quadra considerando a equipe que estava sendo observada. Posteriormente, os dados observados eram anotados em uma planilha. Posteriormente, foi realizada uma análise estatística considerando o números de passes total, passes executados pelo libero, atuação do libero na defesa, passes corretos e passes errados. A análise de respostas obtidas foi descrita sob a forma de histograma no intuito de identificarmos uma possível normalidade. Além disto, a análise contou com médias e percentuais para melhor identificação dos resultados obtidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Página 76 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ESTATÍSTICA 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% PASSES FEITOS PELO LÍBERO 60,00% PASSES CERTOS FEITOS PELO LÍBERO 50,00% DEFESAS FEITAS PELO LÍBERO 40,00% DEFESAS CERTAS FEITAS PELO LÍBEROS 30,00% 20,00% 10,00% UP IS UN ES SA ND U CI ME D UN IF UP OR IS FE M. PA Y AR AÇ AT UB M. NA A SS AU RI O NE GR O S. BE T MA IM C BL A PÁ UM EN AL 0,00% Os dados apresentados no gráfico acima, apontam para a importância do líbero no que se refere às ações defensivas de uma equipe de voleibol. Mostram também que o lìbero é responsável pela maioria das ações defensivas de sua equipe, incluindo aí fundamentos técnicos como o primeiro passe (àquele que aciona o levantador após um saque) e recursos defensivos em resposta a uma ação ofensiva adversária. Podemos observar que o líbero se responsabiliza por cerca de 60% do total de passes realizados em resposta a um saque adversário. Desses, 90% foram considerados passes certos, ou seja, chegavam às mãos do levantador sem que esse precisasse realizar grandes deslocamentos para distribuir as jogadas de ataque. No que se refere às defesas em resposta a um ataque adversário, cerca de 55% delas concentram-se nas ações do líbero, com média de aproveitamento (a bola permanecia em jogo após a defesa) de 77,5%. Assim, podemos observar que a precisão nos fundamentos defensivos é fundamental para o bom desempenho das atividades do líbero, e que o andamento de uma determinada jogada depende da performance desse jogador. Quanto a opinião dos técnicos, estes atribuem grande responsabilidade ao libero no que se refere às ações defensivas. Segundo a maioria dos entrevistados (96,7%), esse jogador específico oferece maior segurança à defesa em função da sua especialidade. Eles consideram que, mediante a presença de um jogador especialista, as ações defensivas tornam-se mais consistentes e efetivas. CONCLUSÃO Conclui-se por fim, com os resultados obtidos nesta pesquisa que, mesmo jogando apenas nas posições de defesa (fundo da quadra), o líbero demonstrou ter fundamental importância para o desempenho de jogo das equipes analisadas. Esse jogador assume a responsabilidade por executar uma grande parte dos passes e defesas realizados durante os jogos e, em alguns casos, ele chega a assumir mais da metade do total de passes e defesas feitos por sua equipe no decorrer das partidas. È fundamental destacar, que esses especialistas apresentam um percentual significativo de acerto nos fundamentos técnicos envolvidos nas ações defensivas. O percentual de acerto do líbero supera o dos demais companheiros, mesmo quando consideramos que, por se responsabilizar pela maioria das respostas defensivas de sua equipe, ele têm maior probabilidade de cometer erros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, J. B. Voleibol Moderno: sistema defensivo. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1994. BIZZZOCHI, C., O voleibol de Alto Nível: da iniciação à competição. São Paulo: Fazendo Arte, 2000. COSTA, A. D. Voleibol: fundamentos e aprimoramento técnico. Rio de Janeiro: Sprint,2001. CAVALHEIRO, J. J.; TAVARES, F. A influência da eficiência da manchete sobre a eficácia da recepção do serviço, no jogo de voleibol. In: MESQUITA, I.; MOUTINHO, C.; FARIA, R. Investigação em voleibol: estudos ibéricos. Porto: Universidade do Porto, 2003. PADUA, A. Treinamento desportivo. Monografia apresentada ao curso de especialização em treinamento desportivo pela Universidade de Maringá ,1994. PINTO, A. J. Fundamentos do voleibol. Imprensa Universitária da Universidade Federal de Viçosa, 1992. SHONDELL, D.; REYNALD, C. et al. A bíblia do treinador de voleibol. Porto Alegre: Artmed, 2005. AMERICAN SPORT EDUCATION PROGRAM Ensinando voleibol para jovens. 2 ed., São Paulo: Manole,1999 Página 77 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO NA ENFERMARIA DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO 1 1 1 1 2 3 AMÂNCIO, JS ; SOUZA, AG ; PEREIRA, PC ; BORGES, MP ; BRIANEZI, GP ; OLIVEIRA, LHS . 1. Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG 2. Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica UNICAMP-SP. 3. Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS -MG e do UNIVERSITAS- MG, Fisioterapeuta Diretor do serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, especialista em Fisioterapia Respiratória e Cardiovascular- UNICAMP- SP, mestre em Ciências Biológicas- UNIVAP- SP. Resumo Esta pesquisa teve como objetivo identificar as principais causas de internação em neurologia e neurocirurgia de um hospital universitário. Estudo longitudinal retrospectivo de prontuários no ano de 2006. A avaliação dos resultados apontou que 60,25% dos atendimentos eram do sexo masculino e 39,75% do sexo feminino, onde ocorreu uma prevalência de 16,38% em AVEI, 11,26% TCE, 10,58% Tumor Cerebral, 8,54% Lombociatalgias, 8,02% Aneurisma, 7,51% TRM, 5,8% Hérnia de Disco, 5,63% AVEH, 3,92% Hematoma Cerebral e 22,36% entre outros tipos de alterações neurológicas. Causas neurocirúrgicas representam a maioria das internações, o que significa maior tempo de hospitalização e conseqüente complicações pós operatórias. Palavras Chaves: Neurologia; Neurocirurgia; Internação. Página 78 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 INTRODUÇÃO O AVE está entre as condições médicas mais freqüentes, apresentando nos EUA uma incidência de 500.000 casos/ano, sendo uma patologia neurológica ameaçadora, responsável por 20% das mortes cardiovasculares e ocupando o terceiro lugar entre as causas de morte em países desenvolvidos, depois de doenças cardíacas e câncer. É a principal causa de incapacidade em pessoas idosas. Cerca de 85% dos AVE são de origem isquêmica e 15 % decorrentes de hemorragia cerebral (CORDINI, ODA e FURLANETTO, 2005). A Organização Mundial da Saúde, em relatório de 1994, estima que o acidente vascular cerebral (AVC) ocupe o 3° lugar nas estatísticas de mortalidade e o 2° entre as doenças cardiovasculares. Apesar dos constantes avanços no diagnóstico e na terapêutica, o AVC ainda apresenta elevados índices de mor-bi-mortalidade. (ADAMO JUNIOR, PARADELA e HORIGUSHI, 2001). O TCE constitui em qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do crânio, meninges ou encéfalo. É a causa de morte mais freqüente entre os 2 e 42 anos de idade (SILVEIRA, FREITAS e FEITOZA, 2004). O tumor cerebral é um conjunto das células anormais que crescem no cérebro. Os tumores do cérebro podem ser benignos (não-câncer) ou malignos (câncer). Podem começar a crescer no cérebro, um tumor preliminar, ou pode ser dado forma quando as células do câncer de uma outra parte do corpo "viajam" ao cérebro. Todos os tumores metastáticos do cérebro são malignos (AMÂNCIO et. al., 2002). Mais de 110.000 pessoas são diagnosticados cada ano, um tumor do cérebro. Em segundo lugar, os avanços significativos em diagnosticar tumores do cérebro foram feitos quando muitos puderem ter um diagnóstico no passado, quanto a sua causa os médicos ainda não sabem a causa direta do tumor, mas a maioria de tumores cerebrais são causadas por uma combinação de eventos. Nos Estados Unidos no ano de 2005, estima-se que houve 43.800 novos casos de tumor cerebral, o que contabilizou por 1,4 % de todos os cânceres e 2,4 % de todas as mortes causas por câncer, e 20–25 % dos cânceres pediátricos. OBJETIVO Identificar as principais causas de internação em neurologia e neurocirurgia de um Hospital Universitário. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa do tipo longitudinal retrospectiva em uma Enfermaria de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital das Clínica Samuel Libânio, da Universidade do Vale do Sapucaí, no ano de 2006, na qual se optou pela análise de prontuários de pacientes com entrada de internação e Hipótese Diagnóstica (HD) de origem patológica Neurológica de manejo clínico ou cirúrgico. Foi fornecido pela central de processamento de dados (CPD) do hospital, um banco de dados com 933 prontuários. Desses 586 foram selecionados, tendo como critério de inclusão os prontuários dos pacientes com lesão neurológica. Entretanto 347 prontuários foram desconsiderados porque apresentavam HD de lesão em outros órgãos e sistemas, ou mais de uma lesão num mesmo paciente. Os dados foram coletados em instrumento apropriado, tabulados, analisados e os resultados encontrados serão apresentados a seguir. RESULTADOS Dos 586 prontuários foi constatado que 60,25% (353) eram do gênero masculino e 39,75% (233) do feminino. Verificou-se que, com relação à natureza das internações na Enfermaria de Neurologia/Neurocirurgia, 25,94 % (152) eram casos clínicos e 64,67% (379) cirúrgicos, sendo 9,39% (55) representadas: Tabela 1 - Principais Motivos de Internação TOTAL PATOLOGIA 1. AVEI 2. TCE 3. TUMOR SNC 4. LOMBOCIATAL GIA 5. ANEURISMA (Cabeça e pescoço) 6. TRM 7. HÉRNIA DE DISCO 8. AVEH INCIDÊNCIA MASCULINO 57 INCIDÊNCIA FEMININO 39 % MASCULINO 9,73 % FEMININO 6,65 96 49 43 35 17 19 15 8,36 7,34 5,98 2,90 3,24 2,56 66 62 50 22 25 3,75 4,27 47 33 16 11 18 5,63 2,73 1,88 3,07 44 34 18 15 3,07 2,56 33 Página 79 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 9. HEMATOMA CEREBRAL 10. CAFALEIA À ESCLARECER 11. HIDROCEFALI A 12. INFECÇÃO EM CICATRIZ 13. CRISE CONVULSIVA 18 5 3,07 0,85 23 10 12 1,71 2,05 22 4 16 0,68 2,73 20 13 5 2,22 0,85 18 10 6 1,71 1,02 16 14. OUTROS TOTAL 25 353 30 233 4,27 60,25 5,12 39,75 55 586 Dentre as doenças encontradas 16,38% (96) dos pacientes tinham AVEI, 11,26% (66) sofreram TCE, 10,58% (62) apresentavam Tumor Cerebral, 8,54% (50) tinham Lombociatalgia, 8,02% (42), apresentavam Aneurisma, 7,51% (44) sofreram TRM, 37,71 (221) apresentavam demais HD`s. Em relação ao tempo de tratamento, notase que este variou de um há mais de dez dias. Foi observado um grande percentual de óbito, em torno de 23%, (134) aproximadamente. DISCUSSÃO As lesões traumáticas representaram 18,77% (110) dos pacientes acometidos e as doenças cerebrovasculares 34% (199) aproximadamente. Os dados encontrados concordam com os existentes na literatura, ou seja, alguns autores relatam que aproximadamente 50% da população, apresenta algum tipo de doença cardiovascular/cerebrovascular, e as lesões traumáticas representam a terceira causa de morte no mundo. (SILVEIRA, FREITAS e FEITOZA, 2004). O índice de tumor cerebral ou lesões expansivas representou 10,58% (62),indicando percentual preocupante com aumento de proliferação de células tumorais também em tecidos nobres como o cérebro. Entretanto, dados encontrados em pesquisas apontam que o tumor cerebral acomete aproximadamente 2% dos casos de câncer do mundo. Nesse aspecto se faz necessário a realização de novas pesquisas locais que busquem esclarecer este resultado. (PEDRIALI e KOZLOWKI, 2005) Ao considerar a mortalidade por tumor cerebral, esta permanece maior que 70% nas unidades hospitalares, podendo chegar até 85% em unidades de terapia intensiva (AMÂNCIO et. al., 2002). O prognóstico continua sombrio, e um dos fatores responsáveis é o aumento da gravidade dos pacientes nas últimas décadas (GUSMÃO, MENDES e SILVEIRA, 2002). Doenças cerebrovasculares apresentam como complicações limitações funcionas e níveis de dependência variáveis (ADAMO JUNIOR, PARADELA e HORIGUSHI, 2001). Em outros, o episódio isquêmico inicial é definitivo e as sequelas são permanentes. Em outros, o diagnóstico é laboratorial. O reconhecimento dos acidentes isquêmicos pela história clínica e exame físico faz Já os fatores relacionados com o estilo de vida são: tabagismo, álcool, sedentarismo e dieta hiperlipídica. CONCLUSÃO A prevenção de fatores de risco para doenças neurológicas é essencial, controlar níveis pressóricos, exercício físico regular, campanhas para conscientização de condutores veiculares e motociclísticos, reflete diretamente nos índices de AVE, Tumor cerebral e Traumas respectivamente. Causas neurocirurgicas representam a maioria das internações, o que significa maior tempo de hospitalização e conseqüente complicações pós operatórias. Uma maior atenção dos profissionais da saúde a esses pacientes é a melhor opção para diminuir as complicações relacionadas às internações e conseqüentemente sua mortalidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ADAMO JUNIOR, J; PARADELA, MVDH; HORIGUSHI, M. Doença Cerebrovascular Oclusiva Crônica. Arq Neuropsiquiatria. v. 59(2-b):435-439.2001. 2. AMÂNCIO, EJ.; PELUSO, CM.; SANTOS, ACG; DIAS, APP.; DEBS, F.AA. Dor Central Devida a Compressão do Cortex Parietal por Tumor Cerebral, Arq Neuropsiquiatria;60(2-B):487-489.2002 3. CORDINI, KL; ODA EY; FURLANETTO, LM. Qualidade de vida de pacientes com história prévia de acidente vascular encefálico: observação de casos. J. Bras. Psiquiatria. v.54 (4): 312-317. 2005. 4. D’AVILA, DO.; TRAEZEL, M.; GLOCK, L. Insuficiência renal aguda tratada por diálise em unidade de tratamento intensivo: análise de 124 pacientes consecutivos. J. Bras. Nefrol. 19(1), p.21-31. 1997. Página 80 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 5. GARCIA, T PR; ROMERO, MP; POLETTI, NAA; CESARINO, CB; RIBEIRO, RCHM. Principais motivos de internação do paciente com Insuficiência Renal Aguda na Unidade de Terapia Intensiva. Arq Ciênc Saúde. 12 (3):146-50. 2005. 6. GUSMÃO, SS; MENDES, MFS; SILVEIRA, RL. Crise Epiléptica Focal Ipsilateral a Tumor Cerebral. Arq Neuropsiquiatria. 60(2-B):493-497.2002. 7. PEDRIALI, IVG; KOZLOWKI, L. Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico na Detecção do Neurinoma do Acústico. Arquivos internacionais de otorrinolaringologia; v. 9 (1) Jan/Mar.2005. 8. ROWLAND, LP. Merrit – Tratado de Neurologia. 10ª. ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003. 9. SILVEIRA, RE; FREITAS, MC; FEITOZA, DS. Traumatismo Crânio-Encefálico: Diagnósticos de Enfermagem a Vítimas Atendidas em UTI; Revista Eletrônica de Enfermagem, v06(02) p.223-233, 2004. Disponível em www.fen.ufg.br. A INCIDÊNCIA DE HÉRNIA DE DISCO EM MULHERES PRATICANTES DE VOLEIBOL 1 2 2 Joelma Jane Araújo ; Danielle Bernardes ; Luís Henrique Sales Oliveira . 4. 5. Aluno do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS - MG Docente do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS - MG RESUMO O presente estudo tem como objetivo identificar a presença de hérnia de disco em mulheres praticantes de voleibol. Foram estudadas 25 mulheres com idade entre 13 e 64 anos que praticavam de forma amadora o voleibol, onde as mesmas responderam um questionário elaborado pelos pesquisadores. Identificou-se que o índice de hérnia de disco nessas praticantes é baixo, porém a relação da prática desportiva com a sintomatologia pode ajudar no diagnóstico e tratamento. Palavras chaves: Hérnia de disco; voleibol; lesão desportiva. INTRODUÇÃO A prática esportiva está crescendo cada vez mais, junto com a tecnologia, o desempenho tático e a preparação física dos atletas. E isso também inclui, para determinadas modalidades, o biótipo, a faixa etária, o sexo e o tipo de treino que se devem ser levados em consideração sempre quando se pratica alguma modalidade esportiva. Como toda modalidade tem seu perfil de prática selecionado, no caso do voleibol não é diferente. Esta modalidade, desde sua criação, tem crescido e se desenvolvido amplamente. Com sua evolução, transformouse num dos esportes mais atléticos, obrigando os jogadores a executarem movimentos rápidos e violentos, com muita habilidade e raciocínio (BORSARI, 2001). Neste sentido, Araújo (1994), diz que a preparação física, além da tática e técnica individual do atleta, se faz necessária, juntamente com a preparação psicológica, para que o grupo se desenvolva de maneira ampla. Porém Shalmanov (1997), busca aprimorar o conhecimento sob o aspecto biomecânico de estruturação e função do aparelho locomotor do ser humano em cima desta modalidade. Além disso, este aspecto torna-se mais importante ao lembrarmos que o voleibol é uma modalidade extremamente dinâmica e a freqüência de saltos faz com que a possibilidade de patologias sejam freqüentes. Quanto a isto, Marques Junior (2004), afirma que 50 a 60% das ações motoras no jogo de voleibol são constituídas pelos saltos, sendo que destes, 180 a 210 movimentos são compostas pelas cortadas e pelos bloqueios. Barreto (1996), ainda relata que esportes que requerem posturas assimétricas envolvendo rotação e compressão da coluna podem ser, geralmente, mais propensos a lesões. Quando o disco intervertebral é sobrecarregado por compressão, se o atleta não estiver preparado fisicamente de maneira adequada, a posição anatômica natural da coluna é alterada, visto que nesta, atuam forças que podem determinar o surgimento de contusões, distorções, luxações e fraturas. Embora as diferentes partes possam ser atingidas por traumas, as conseqüências diferem bastante (CIVITA, 1986). Este processo é simplesmente mais que doloroso. Barreto (1996), diz que esta lesão não está distante desta realidade, mas que surge como resultado de diversos pequenos traumas na coluna que vão, com o passar do tempo, lesando as estruturas do disco intervertebral, ou pode acontecer como conseqüência de um trauma severo acidental. Entretanto, num esporte que exige demais da coluna vertebral como no voleibol, devido a sua altíssima incidência de saltos, Malone e colaboradores (2002) dizem que conhecimentos músculo-esquelétcos são de extrema importância para todo o grupo multidisciplinar. Página 81 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 A literatura de Santos (2003), sugere que se deva evitar posições ou exercícios que provoquem dor e qualquer mesma postura por tempo prolongado. Ainda não existem estudos suficientes para dar ao paciente instruções adequadas da recuperação e/ou medicamentos, pois os relaxantes musculares não são tão eficientes para estes casos, pois sabe-se que a hérnia de disco é uma situação delicada, pois sua etiologia é muito mais complexa do que se sabe, havendo até possibilidade do fator genético. OBJETIVO O presente trabalho visa analisar a incidência de hérnia de disco em atletas do sexo feminino praticantes da modalidade voleibol. MATERIAIS E MÉTODOS Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva. Para fins de análise, foi utilizado um questionário aplicado às jogadoras de voleibol do CIEM – Escola Municipal Doutor Ângelo Consoli, Pouso Alegre / MG. Estiveram sujeitos à avaliação nesta pesquisa, 25 esportistas da modalidade voleibol, do sexo feminino, com idade entre treze (13) e sessenta e quatro (64) anos, considerando-se jogadoras a nível amador, praticantes desta modalidade. Foi utilizado um questionário geral de identificação (anexo 1), contendo perguntas sobre a caracterização pessoal dos sujeitos, vinculação com o esporte, expectativa sobre o desempenho atual e a patologia em si. Os dados deste questionário foram coletados por meio de aplicação de maneira individual à população, no local de treino, pela própria pesquisadora. Cada pesquisada, antes, recebeu e assinou o consentimento livre e esclarecido. Através deste questionário, cada atleta foi quem disse se possui ou não hérnia de disco. Para uma análise mais detalhada, utilizou-se um análise estatística descritiva considerando apenas as questões com alteração respondidas pelas atletas. RESULTADOS Tabela 1. Caracterização da população estudada Idade Profissão Idade Profissão 23 Estudante 14 Estudante 20 23 22 23 23 20 13 24 13 14 13 13 Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante 19 16 42 14 23 20 35 64 55 40 52 Estudante Estudante Do lar Estudante Estudante Estudante Professora Do lar Do lar Vendedora Cozinheira Toda a população pertence ao gênero feminino. A Média de idade da população em estudo é de 25,12 anos. Das 25 atletas, 76% é estudante, 12% do lar, 4% professora, 4% vendedora e 4% cozinheira. No que se refere a questão “você tem algum problema de coluna”, observou-se que 84% das jogadoras não apresentam problemas de coluna e 16% sim. Quanto ao conhecimento a respeito da Hérnia de Disco 56% tem conhecimento da doença, 24% não possuem conhecimento e 20% tem uma noção ou já ouviram falar da doença. Apenas uma jogadora de vôlei tem Hérnia de Disco há 3 anos e como é levantadora, afirmou que isso não é prejudicial a sua saúde, e que além de jogar vôlei, faz exercícios. Todas foram unânimes em responder que a prática de voleibol não implica em ocasionar nas atletas a hérnia de disco e apenas 12% afirmaram que a prática de outras atividades físicas são prejudiciais para quem tem a doença. Página 82 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Atletas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Problema Coluna 2 2 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 Sabe o que é Hérnia? 1 1 1 2 1 3 1 1 1 1 1 2 2 2 2 3 2 2 1 3 1 3 Tem Hérnia 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Há qto tempo? 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 TTO Voleibol Atrapalha 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 3 2 0 0 0 0 4 Tabela 2. Respostas específicas do estudo. Página 83 de 124 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Hérnia atrapalha prática esportiva 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 23 24 25 2 2 2 1 1 1 2 2 2 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 2 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO A coluna vertebral e sua musculatura compõem uma estrutura biológica e mecânica complexa obviamente, qualquer lesão da coluna vertebral observada entre não atletas pode ser encontrada entre os participantes da prática esportiva. Porém, algumas lesões são mais características dos atletas e apresentam peculiaridades que justificam abordagem mais específica. Em qualquer modalidade que se prática, a busca por um perfil do atleta é sempre muito exigida, pois em se tratando de atletas de alto nível, a preocupação com o rendimento e a performance se faz muito necessária, e a personalidade de cada atleta, vai interferir na modalidade que irá praticar. A incidência de lesões da coluna vertebral na prática esportiva é estimada entre 10 e 15% e desses 0,6 a 1% apresenta algum grau de déficit neurológico associado, e os mecanismos de lesão incluem forças de flexão, extensão, cisalhamento, torção e microtraumas repetitivos (BASILE JÚNIOR et al., 1999). Maehler e Achour Junior (2001), em seu trabalho, nos afirma que cada esporte possui suas próprias características táticas e técnicas, físicas e psicológicas, e soma destes fatores influi no rendimento, e assim, a partir disto, uma lesão que surge pode ser conseqüência de um destes fatores. Na modalidade voleibol, não é diferente, devido principalmente a grande incidência de saltos, onde Marques Junior (2004), define ser o fator mais importante e decisivo na performance não só do voleibol, mas de outras modalidades também, e explica que para o início do treinamento de salto, este ocorre através da queda do atleta na vertical com a coluna vertebral ereta. Contudo, o que se indica é que o atleta só poderá retornar às atividades quando estiver totalmente assintomático, pois é de praxe que, como todo esporte competitivo praticado freqüentemente, gere algumas conseqüências físicas. No caso, a modalidade voleibol arremata isso devido a alta incidência de saltos (BITTENCOURT et. al., 2005). Basile Junior et al. (1999), relatam em seu estudo que os discos intervertebrais são extremamente complexos em sua anatomia, fisiologia e propriedades mecânicas, e que a partir disso, a compressão pura não causa a Página 84 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 hérnia discal. Ao contrário do disco jovem, a compressão excessiva pode conduzir à fratura da placa vertebral, principalmente em atividades que promovem a carga rápida ou quando há fraqueza no platô vertebral decorrente da idade. O índice de lesão discal em atletas que praticam voleibol é muito baixo. Para que essa medida continue assim o profissional de Educação Física necessita estar sempre atualizado mediante a sintomatologia e alteração funcional apresentada por praticantes de voleibol. A dor e a perda de movimentos são consideradas impossibilitantes para a prática do voleibol em mulheres. Página 85 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, JB. Voleibol moderno: sistema defensivo: Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1994. BASILE JÚNIOR, R; BARROS FILHO, TEP; OLIVEIRA, RP; UHLENDORFF, EFV; PEDROSA, FM; NARDELLI, J; AMATUZZI, MM. Lesões da coluna vertebral nos esportes. Rev. Bras. Ortop. _ Vol. 34, Nº 2 – Fevereiro, 1999. BARRETO, PB. Hérnia de Disco em Atletas. Sprint Magazine. Ano XV, n. 87, p. 18-21, 1996. BITTENCOURT, NFN. et al . Avaliação muscular isocinética da articulação do joelho em atletas das seleções brasileiras infanto e juvenil de voleibol masculino . 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( ) LEVE ( ) INTENSO ( ) MODERADO ( ) LAZER 6- REALIZA ROTINAS DE TREINO FÍSICO COM SOBREPESO? ( ) SIM ( )NÃO NO CASO DE RESPOSTA POSITIVA COMO CONSIDERA A CARGA DE TRABALHO? ( ) LEVE ( ) MODERADO ( ) INTENSO 7- COM QUE INSIDÊNCIA OS SALTOS SÃO CONSIDERADOS NO DECORRER DO TREINO? ( ) NÃO SÃO CONSIDERADOS ( ) POUCO ( ) MUITO 8- EXECUTA ALONGAMENTOS ANTES DO TREINAMENTO? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES 9- E APÓS O TREINAMENTO? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES 10- APÓS O TREINO, COSTUMA SENTIR DORES? ( ) SIM ( ) NÃO 11- QUANTO TEMPO DEPOIS? ( ) LOGO APÓS ( ) ALGUMA HORAS APÓS ( ) NO DIA SEGUINTE 12- CASO SIM, EM QUE PARTES DO CORPO? ( ) OMBROS ( ) COLUNA TORÁCICA ( ) TORNOZELO ( ) BRAÇOS ( ) COLUNA LOMBAR ( ) COLUNA CERVICAL ( ) JOELHOS 13- TEM OU TEVE ALGUMA LESÃO OU ALGUM OUTRO PROBLEMA DE SAÚDE? ( ) SIM ( ) NÃO CASO SIM, EM QUE LOCAL? _______________________________________ QUAL LESÃO OU PROBLEMA? _____________________________________ 14- QUE PROFISSÃO EXERCE? _____________________________________ 15- TEM ALGUM PROBLEMA DE COLUNA? ( ) SIM QUAL? __________________________________ ( ) NÃO 16- SABE O QUE É HÉRNIA DE DISCO? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) MAIS OU MENOS 17- POSSUI HÉRNIA DE DISCO? ( ) SIM ( ) NÃO 18- CASO POSSUA, HÁ QUANTO TEMPO? ___________ ANOS E/OU ____________ MESES 19- COMO É SEU TRATAMENTO? ( ) SOMENTE MEDICAMENTOS ( ) EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS INDICADOS PELO MÉDICO ( ) NÃO FAÇO NENHUM TRATAMENTO ESPECÍFICO ( ) OUTRA TERAPIA QUAL? ___________________________________ 20 – ACHA QUE A PRÁTICA DE VOLEIBOL FREQÜENTEMENTE, DEVIDO A SUA ALTA INCIDÊNCIA DE SALTOS, PODE GERAR HÉRNIA DE DISCO? ( ) SIM ( ) NÃO 21 – ACHA QUE A HÉRNIA DE DISCO IMPLICA NA NÃO PRÁTICA DE OUTRAS ATIVIDADES FÍSICAS? ( ) SIM ( ) NÃO ____________________________________________ Assinatura por extenso Página 87 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Página 88 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 EFEITOS DA HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL LILIAN HELENA GARCIA DA SILVA LUIZ HENRIQUE SILVA MICHELLE MARIANA PEREIRA O objetivo deste estudo foi verificar a alteração da pressão arterial durante as aulas de hidroginástica em alunos de uma academia localizada na cidade de Pouso Alegre MG. Foi selecionada uma turma das aulas de hidroginástica praticantes duas vezes por semana, a coleta se deu durante seis aulas, aferindo a pressão arterial diastolica e sistolica antes, depois e 15 minutos após da aula. Para o tratamento dos dados utilizou a média do grupo. Concluindo que em apenas duas vezes por semana este grupo não apresentou alteração significativa da pressão arterial durante as aulas e manteve a pressão arterial mesmo em temperaturas diferentes. Palavras-chave: hidroginástica, pressão arterial.. 1. INTRODUÇÃO A pressão arterial é a força elástica exercida pelas paredes arteriais sobre seu conteúdo sanguíneo podendo sofrer modificação principalmente pela freqüência cardíaca (McARDLE; KATCH; KATCH, 2003). A pressão arterial varia durante o dia dependendo da sua atividade. Ela aumenta quando você se exercita ou quando está excitado e diminui quando você está relaxado ou quando dorme. Até mesmo a postura - sentado ou em pé, nervosismo, drogas, alimentos, cigarro, álcool e café podem influenciar a pressão arterial. Este é o motivo pelo qual os médicos devem aferir várias vezes a pressão arterial para firmarem corretamente o diagnóstico de hipertensão arterial (FOSS, KEYTEYIAN,2000). Alguns fatores podem estar relacionados á pressão alta como: estória familiar idade raça sal obesidade diabete abuso de álcool vida sedentária cigarro e colesterol. Por outro lado o exercício físico é comprovadamente benéfico na melhoria da pressão sangüínea, melhorando a função cardiovascular, diminuindo as gorduras corporais e o stress. No caso dos hipertensos, a piscina aquecida colabora sensivelmente para a estabilização da pressão arterial. Logo após a realização de exercícios físicos dinâmicos nota-se que, a pressão arterial diminui, permanecendo abaixo dos níveis encontrados em repouso. Esse comportamento é denominado como hipertensão pós exercício, o ideal de tempo de exercício é de 20 à 60min. Períodos inferiores a 20 min de exercício físico, não promovem redução significativa dos níveis pressóricos (MENDONÇA, 2002). A hidroginástica é uma atividade física que vem aumentando seu numero de adeptos por causa de seus benefícios, em média quatro (4) milhões de pessoas por ano procuram a hidroginástica. (SILVA;LOPES,2001) A resistência natural da água multiplica o esforço exigido em um movimento, por mais simples que seja. segundo as leis da física, á água responde na mesma intensidade a uma força aplicada sobre ela, ou seja, a resistência oferecida pela água vai ser proporcional à força do movimento, seja ela grande ou pequena. Isso permite que qualquer pessoa possa se exercitar, independente do seu nível de condicionamento físico: jovens crianças, idosos, obesos, magros e gestantes (ABDALA, 2006). Alem de proporcionar bem estar físico, a hidroginástica apresenta vantagens psicológicas referem-se à performance em ambiente relaxante, atrativos para pessoas com problemas médicos (reduzir a dificuldade em executar os exercícios), sem desconforto da transpiração, um bom relaxamento, interesse em realizar a atividade e por isso maior retenção. As vantagens fisiológicas referem-se também a performance global, estimula o sistema termo regulador (vaso dilatação e vaso constrição), trabalho equilibrado da musculatura, respostas fisiológicas do exercício em relaxamento, articulações livres de choque, maior facilidade para o conhecimento corporal e um melhor desenvolvimento das capacidades físicas. As desvantagens - é subjetivo e de difícil avaliação (não existem ao menos no Brasil, parâmetros que avaliam especificamente essa atividade), (SILVA, LOPES, 2001). Torna-se claro o papel da hidroginástica como importante modalidade para prática de atividade física, principalmente para populações que apresentam limitações funcionais, destacando ainda, a importância do aprofundamento do conhecimento da manipulação de suas variáveis para tornar a atividade mais segura e efetiva na promoção de estímulos positivos sobre os vários sistemas orgânicos. Sendo assim o objetivo deste estudo será verificar os efeitos da hidroginástica sobre a pressão arterial. 2. METODOLOGIA 2.1 População do estudo Para realização deste estudo, foram selecionados aleatoriamente cerca de 15 alunos de ambos do sexo feminino com idade média 56 anos, freqüentadores de aulas de hidroginástica na academia de ginástica, Energia Vital localizada na cidade de Pouso Alegre (MG). Página 89 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 2.2 Instrumento Foi utilizado um esfigmomanômetro, para mensurar a pressão arterial. Quando a pressão arterial é medida, dois números são anotados, tais como 140/90. O maior número, chamado pressão arterial sistólica, é a pressão do sangue nos vasos, quando o coração se contrai, ou bombeia, para impulsionar o sangue para o resto do corpo. O menor número, chamado pressão diastólica, é a pressão do sangue nos vasos quando o coração encontra-se na fase de relaxamento (diástole). 2.3 Procedimento A primeira mensuração da pressão arterial foi antes da aula de hidroginástica respeitando o 5 minutos de descanso do voluntário. Os alunos realizaram as respectivas aulas da academia com piscinas aquecidas às aulas foram de acordo com o programa das professoras (o), não sendo realizada nenhuma mudança nas aulas. Logo Após a aula se realizarou a segunda mensuração não podendo ultrapassar 5 minutos após a aula e a ultima coleta se deu 15mim após o final da aula sendo realizada em 6 aulas consecutiva. Sendo utilizado o grupo que freqüenta as aulas de hidroginástica duas vezes por semana. A mensuração da pressão se deu com os devidos cuidados 2.4 Tratamento dos dados Os dados foram anotados em fichas próprias para análise e posteriormente tratados foi utilizado t teste de student para amostras pareada, verificado as diferenças da pressão arterial no pré e pós teste. Os dados foram comparados entre a primeira a segunda e a ultima coleta observando a variação durante as seis aulas com nível de significância de p>5, foi utilizado a média para conclusão. 3. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Os dados obtidos neste trabalho serão descritos em gráficos para maior esclarecimento. De acordo com o figura 1 a temperatura da água não influenciou na pressão arterial durante as aulas de hidroginástica. TEMP PAS PAD 32 30 28 26 24 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 1 2 3 4 5 6 7 FIGURA 1 temperatura Página 90 de 124 8 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 14,00 12,00 10,00 8,00 PAS PAD 6,00 4,00 2,00 0,00 1 2 3 FIGURA 2 PRESSÃO ARTERIAL A massagem realizada pela água durante a hidroginástica, por meio da resistência e pressão, aumenta a circulação periférica do sangue e alivia as tensões. A pressão hidrostática auxilia na correção postural, na reeducação respiratória, no conhecimento corporal, no equilíbrio e também no retorno venoso. (FINKELSTEIN,2004). Na figura 2 podemos verificar que a pressão arterial não sofreu alteração antes durante e depois de 15 mim. Negrão et al (2001 apud MONTEIRO; FILHO,2004) Acredita que a redução da pressão arterial após exercício físico esta relacionada a alterações humorais relacionadas à produção de substâncias vasoativas, como o peptídeo natriurético atrial ou ouabaína-like, modulada centralmente. De acordo com Rocha (1999 apud VALLIN,2005) A prática regular da hidroginástica desenvolve a capacidade cardiorespiratória, aumentando o consumo máximo de oxigênio e a vascularização do miocárdio, repercutindo também em melhorias na pressão arterial, de repouso. Pacientes hipertensos podem diminuir ou até mesmo manter a pressão controlada sem efeitos farmacológicos através dos efeito dos exercício físico que atuam sobre os níveis de repouso da pressão arterial de grau leve a moderado. Exercícios físicos aeróbicos tem substituído A tendência de utilizar precocemente agentes farmacológicos recomendado para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica leve. Assim, o exercício físico de baixa intensidade diminui a pressão arterial porque provoca redução no débito cardíaco. Em indivíduos sedentários e hipertensos, reduções clinicamente significativas na pressão arterial podem ser conseguidas com o aumento relativamente modesto na atividade física, acima dos níveis dos sedentários, o exercício requerido para reduzir a pressão arterial pode ser relativamente pequeno, possível de ser atingido mesmo por indivíduos sedentários. (MONTEIRO; FILHO,2004) Reaven et. al. (1991) estudaram o efeito da atividade física diária, em mulheres idosas, e concluíram, que houve uma importante diminuição da Pressão arterial sistolica e da Pressão arterial diastolica. Com a utilização de exercícios físicos regulares de intensidade moderada, por 40 minutos, três vezes por semana, puderam constatar uma queda da Pressão arterial, de 10 a 15 mmHg, nos indivíduos sedentários, ou hipertensos. Estudos cada vez mais estão sendo realizados com a prática de atividade física em água por ser uma das mais recomendada e utilizada pelas gestantes esta atividade não tem contra-indicação para as gestantes. Katz verificou que a temperatura corporal não sofre alterações concluindo também que após submersão as contrações uterinas diminuem. Goodlin et al.sugerem a imersão subtotal em água como tratamento para gestações de risco possa ser um possível ou com hipertensão e pré-eclâmpsia, afirmando que as modificações são benéficas a pressão arterial Katz que também observou que a atividade física em água tende a deslocar o fluido extracelular para os espaços vasculares, produzindo um aumento no volume sangüíneo central, causado pela força hidrostática da água.( DECKITIGIL2005) Considerando os estudos que investigaram o efeito do exercício físico e agudo na hipotensão pós-exercício, os que envolvem exercício dinâmicos (com a participação de grandes grupos musculares, realizados com movimentos cíclicos), como caminhadas, natação ou circloergômetros, foram os que provocaram maior redução na pressão arterial; mas não são apenas os exercícios dinâmicos que desencadeiam a hipotensão pós-exercício, observaram uma diminuição importante da pressão arterial em indivíduos normotensos após uma sessão de 15 min de exercício físico resistido (extensão unilateral de joelhos, a 65% da contração voluntária máxima) (BATES,1998). O mecanismo preciso para o efeito do treinamento com exercícios físicos sobre a queda da pressão arterial Página 91 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 ainda é umas das coisas mais intrigantes para os estudos científicos futuros. Porém alguns fatores importantes já conhecidos que contribuem podem incluir: Uma atividade reduzida do sistema nervoso simpático em virtude do treinamento. Isso poderia contribuir para uma queda na resistência periférica ao fluxo sangüíneo e uma redução subseqüente na pressão arterial. Uma função renal alterada para facilitar a eliminação à do sódio pelos rins e reduzir subseqüentemente o volume líquido e a pressão arterial. Em estudo Silvas E Lopes (2001) observou que durante as aulas de hidroginástica quanto à pressão arterial sistólica, não houve diminuição nos índices encontrados. Na pressão arterial diastólica também não se obteve diminuições de seus valores, porem observou-se que, houve uma tendência a redução, pois a diferença foi pouca. Concluindo por fim que o grupo estudado não apresentou alteração significativa da pressão arterial durante as aulas e manteve a pressão arterial constante mesmo em temperaturas diferentes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES Roseane Victor; MOTA Jorge ; COSTA Manoel da Cunha ; ALVES João Guilherme Bezerra. Aptidão Física Relacionada À Saúde De Idosos: Influência Da Hidroginástica Artigo original Revista Brasileira de Medicina do Esporte ISSN 1517-8692 v.10 n.1 Niterói jan./fev. 2004 BATES A, Hanson N. Exercícios aquáticos terapêuticos. Os princípios e propriedades da água. São Paulo: Manole; 1998. 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Qualidade de vida, ponto de partida ou resultado final? Ciência e Saúde Coletiva 2000 in. VALLIM Ana Lourdes Bernardo De Aguiar Exercícios Página 92 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Físicos Aquáticos, Qualidade De Vida E Experiência De Pré-Natal Em Gestantes Atendidas Em Serviço Público De Saúde. Dissertação de Mestrado, UNICAMP 2005 ROCHA, J.C.C. Hidroginástica: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2002. [email protected] Página 93 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 PÔSTER A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE LOMBALGIA: UMA REVISÃO MACHADO, Juliana Procópio; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; CONSENTINE, Franciele; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; VIDAL, Juliana Cristina de Souza; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da PEIXOTO, Marina Fabiana; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; GIORDANO, Patrícia Cantú Moreira; Docente do Curso de Fisioterapia da Introdução: Pilates dá-se pelo controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. Criado na Alemanha na década de 20 por Joseph Pilates. Considerado como correta utilização e aplicação dos mais importantes princípios das forças que atuam em cada um dos ossos do corpo, mantendo-se em total equilíbrio e gravidade aplicados em movimentos ativos. Estes exercícios são executados na posição deitada, havendo diminuição de impactos nas articulações de sustentação do corpo, na posição ortostática e, principalmente na coluna vertebral, permitindo a recuperação das estruturas musculares, articulares e ligamentares; particularmente da região lombar. A lombalgia é um dos mais comuns problemas da sociedade moderna. A dificuldade de prevenção e tratamento da mesma, é devida sua etiologia, por ser multifatorial, sendo elas as doenças inflamatórias, a debilidade muscular e predisposição reumática; porém temos o fato de que muitas das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Objetivo: Verificar a eficiência do método Pilates nas lombalgias. Material e Método: Revisão bibliográfica da literatura, realizada em banco de dados eletrônicos, entre os anos de 2004 a 2007. Resultado: No método Pilates os músculos são trabalhados duplamente, ou seja, são tonificados e alongados ao mesmo tempo dentro do limite de cada praticante. Evidências comprovam que a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos músculos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas de prevenção e reabilitação da lombalgia são eficazes, promovendo a diminuição da dor. Conclusão: Nesse método, preconiza-se a melhora das relações musculares (agonista e antagonista), Não existindo recomendações específicas para a elaboração de programas de treinamento na prevenção desse problema. Entretanto os corpos treinados pelo mesmo, são considerados fortes, alongados, flexíveis e saudáveis, mantendo uma postura melhor. Palavras – Chave: Pilates, Lombalgia. Referências: KOLYNIAK, I. E. G. G.; et al; Avaliação Isocinética da Musculatura Envolvida na Flexão e Extensão do Tronco: Efeito do Método Pilates, Revista Brasileira de Medicina e Esporte, vol. 10, nº 6, Niterói, nov/dez 2004. GONÇALVES, M.; BARBOSA, F. S. S. Análise dos Parâmetros de Força e Resistência dos Músculos Eretores da Espinha Lombar Durante a Realização de Exercício Isométrico em Diferentes Níveis de Esforço, Revista Brasileira de Medicina e Espote, vol. 11, nº 2, Niterói, mar/abr 2005. SILVA, M. C.; et al, Dor Lombar Crônica em uma População Adulta do Sul do Brasil: Prevalência e Fatores Associados, Cad. Saúde Pública, vol. 20, nº 2, RJ, mar/abr 2004. BARBOSA, F. S. S.; GONÇALVES, M. A Proposta Biomecânica para a Avaliação de Sobrecarga na Coluna Lombar: Efeito de Diferentes Variáveis Demográficas na Fadiga Muscular, Acta. Ortop. Bras., vol. 15, nº 3, SP, 2007. E-mail: [email protected] O CORPO DO ATLETA: UMA LEITURA ANTROPOLÓGICA E A INTERPRETAÇÃO DA PESSOA HUMANA. Daniella Plazzi Grillo, Acad. Edmilson José Sátolo, Acad. Jedson Soares Aguiar, Acad. Marcelo Ribeiro, M.s. Carlos Roberto Pires Campos, Dr. Centro universitário São Camilo – ES Resumo: O trabalho discute, em linhas gerais, a relação que se estabelece entre o imaginário popular e o verdadeiro modelo de corpo perfeito, fundamentando a análise a partir do olhar antropológico relacionado ao Página 94 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 atletismo. Enfatiza, ainda, a idéia de que nem sempre o corpo saudável resume-se a corpos com musculatura definida. Palavras – chaves: imaginário popular; corpo perfeito, atletismo. Introdução: Todo conhecimento resulta de duas dimensões: a compreensão e a explicação. Para se explicar alguma coisa é preciso que primeiro se compreenda essa coisa. Discursaremos, então, sobre a relação entre o imaginário social e a compreensão do verdadeiro modelo de corpo perfeito no Atletismo. Objetivo: Apresentar de forma sucinta que o corpo cultuado e tido como perfeito não se resume a músculos definidos, mas uma busca pelo saudável, pelo desenvolvimento cognitivo mais apurado capaz de harmonizar o intelectual com o anatômico. Materiais e métodos: Reunimos o grupo (de quatro pessoas), para a seleção de artigos da área de Antropologia e Atletismo, em seguida, dialeticamente, como sistemas que interagem sobre o mesmo objeto ─ o corpo ─ , cotejamos os textos para interpretar como funciona, ou qual a relação entre o corpo perfeito do atleta e o imaginário popular. Essa operação dialógica teve, dessa forma, inclinação dedutiva. Para comprovação do material teórico, lançamos mão de imagens de atletas colhidos da mídia impressa e eletrônica. Resultados e Discussão: Os valores invertem-se, se a verdadeira importância da atividade física, que sempre foi o bem estar de seus praticantes, transformar-se em uma procura visando resultados somente estéticos. Foquemonos no atletismo: os atletas têm um corpo forte e definido pela prática desse esporte. No entanto, muitos iniciantes querem praticá-lo somente para desenvolver corpos atléticos e definidos, fato que desconfigura o esporte, afastando-o de seu objetivo maior. Mesmo sendo assim, ainda é grande o medo de, por exemplo, na prática do lançamento de dardo, hipertrofiar-se o lado direito do corpo em decorrência do excesso de treinamento e, conseqüentemente, ocasionar a hipotrofia do lado esquerdo. Se a busca pela resistência esportiva fosse maior que a preocupação com o ganho de massa muscular, talvez, esse problema não existiria. Os meios acabam sendo pouco explorados quando se pretende logo chegar ao fim, aos resultados. Quanto mais nossa observação estiver voltada para a busca de uma certeza, menos perceberemos o outro, aqui personificado no corpo, o que significa que menos condições teremos de perceber nosso corpo. E é por meio da observação, principalmente, que selecionamos atletas hábeis à prática do atletismo, por exemplo. A aptidão é percebida dessa maneira, e, como poderemos percebê-la, se estivermos idealizando um atleta, querendo a certeza de sucesso e corpo perfeito, se antes não o percebermos como pessoa? Pessoa capaz, pronta pra desenvolver habilidades que já estavam incutidas nela própria as quais só precisavam ser estimuladas. Conclusão: Perceber um corpo sensível, olhar um corpo que sofre ou se alegra é olhar além de seu desempenho físico, é saber que este desempenho é vivido por uma pessoa humana. Sendo assim, só nos resta entender que o saudável e o belo no imaginário social nem sempre são o que nos proporcionam maior bem estar e saúde na realidade. Referências bibliográficas: KLUCKHOHN, Clyde. Antropologia: um espelho para o homem. Tradução Neil R da Silva. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005 p.167 – 201; SAUTCHUK, C. E. Jogando com símbolos: notas para uma antropologia da regulamentação da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas v.23. v.2 p.179 – 193, jan. 2002. VOTRE, S.J.(org.) Imaginário & representações sociais em educação física, esporte e lazer. Rio de Janeiro: Gama filho, 2001. ATIVIDADE FÍSICA E CAPACIDADE FUNCIONAL: UM ESTUDO DE INDIVÍDUOS NA MATURIDADE LARA CRISTINA VASCONCELLOS SILVA – EDUCAÇÃO FÍSICA – UNORP – SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO – BRASIL – MATHEUS FERRARI ARROIO SERGIO, NÚBIA PATRICIA VIRGINIA DE ARRUDA FERNANDES – EDUCAÇÃO FÍSICA O grande crescimento da população de indivíduos na maturidade em nosso meio nos leva ao interesse em estudar essa nova realidade. O envelhecimento começa desde o momento da concepção, o qual define-se como um processo dinâmico e progressivo afetando a capacidade funcional do indivíduo em realizar as atividade da vida diária de forma independente. A atividade física, qualquer que seja ela, é um recurso bastante importante para minimizar as degenerações provocadas pelo envelhecimento, ou seja, minimizar as perdas do domínio cognitivo e as limitações físicas que podem levar o indivíduo à dependência em varias funções do aparelho locomotor, impedindo-o de viver satisfatoriamente e limitando sua participação na sociedade. Com o objetivo de verificar a relação da atividade física com a capacidade funcional de pessoas na maturidade, o presente trabalho pesquisou um grupo de dez pessoas com a faixa etária entre setenta e setenta e cinco anos que praticam a atividade física a mais de um ano por duas vezes na semana em aulas com duração de uma hora, na qual as atividade são realizadas em grupo. Os exercícios que são trabalhados em cada aula tem a finalidade de melhorar a flexibilidade, coordenação motora e o fortalecimento muscular além de promover a interação social entre eles. Página 95 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Nessa pesquisa os indivíduos relataram que com a atividade física perceberam uma melhora nas tarefas realizadas no dia-a-dia estabelecendo também uma melhora na sua capacidade funcional. Como resultado da pesquisa foi observado que cem por cento dos alunos relataram um melhora significativa em suas tarefas diárias. Concluímos a partir das informações coletadas que há uma relação entre a melhora da capacidade funcional e as atividades físicas que o grupo pesquisado realiza. Influenciando, em vários aspectos, na qualidade de vida dessas pessoas. [email protected] BIOSSEGURANÇA: UMA ANÁLISE NA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA EQUIPE DE ENFERMAGEM Patrícia Laila Tomé Acadêmica do Centro Universitário Fundação Educacional de Guaxupé Maria Helena Silva de Macedo Docente do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé Dra. Sonia Mª Alves de Paiva Docente professora Doutora do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé Educação é algo mais amplo e complexo do que treinamento e adestramento, sendo necessário refletir a respeito das funções da educação e suas implicações, para a compreensão de como ela pode ajudar no cumprimento das normas e rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes, destacando a biossegurança como uma ação educativa e como tal representada por um sistema ensinoaprendizagem e neste sentido podemos entendê-las como um processo de aquisição de conteúdo e habilidades que devem ser incorporadas ao homem para que esse desenvolva de forma segura sua atividade profissional com o objetivo de preservação da saúde. A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização, ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos estes que podem comprometer a saúde do homem, do meio ambiente ou da qualidade dos trabalhos desenvolvidos (Fundação Osvaldo Cruz). Os objetivos do seguinte trabalho é propor soluções a partir do conhecimento empírico dos agentes sobre os riscos do seu ambiente de trabalho e conceber a biossegurança como ação educativa no processo pedagógico. O processo metodológico será descritivo desenvolvido em 2 (duas) fases :Revisão das teorias pedagógicas e desenvolvimento de capacitação para a equipe de enfermagem de uma instituição filantrópica de médio porte em Minas Gerais. Os resultados serão analisados e apresentados seguidos de discussão. Considera-se então que o estudo será de grande relevância para o processo ensino-aprendizagem dos profissionais da equipe de enfermagem no decorrer dos procedimentos técnicos que envolvem a biossegurança. [email protected] BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O INDIVÍDUO COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM FASE III DE REABILITAÇÃO CARDÍACA MACHADO, Juliana Procópio; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; CONSENTINE, Franciele; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; VIDAL, Juliana Cristina de Souza; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; PEIXOTO, Marina Fabiana; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; SILVA, Maria Imaculada Ferreira Moreira; Docente do Curso de Fisioterapia da Unifeob. Introdução: O infarto agudo do miocárdio é uma doença de origem aterosclerótica que é responsável por um grande número de mortes no Brasil e no mundo. Sendo assim, é extremamente importante conhecer as terapias que possam ser realizadas para diminuir esse índice de mortalidade. Objetivo: Pesquisar os benefícios que a atividade física supervisionada fornece aos indivíduos com Infarto Agudo do Miocárdio estáveis e, que estejam em fase III de reabilitação cardíaca. Material e método: Revisão bibliográfica da literatura, realizada em banco de dados eletrônicos, entre os anos de 1995 a 2007. Resultado: Dentre os artigos estudados, os benefícios descobertos envolvem os fatores de risco tratáveis como a redução da obesidade, pressão arterial sistêmica, freqüência cardíaca de repouso e de esforço submáximo, melhora do consumo máximo de oxigênio, lipídeos sanguíneos, sensação de fadiga, aumento da capacidade cardiorrespiratória, aumento da tolerância aos esforços, tolerância à glicose, aumento da fração do colesterol HDL, redução de LDL, promovendo assim, uma diminuição da resposta simpática vasoconstritora, diminuição do nível de isquemia para uma carga semelhante, diminuição do tabagismo, melhora do aspecto psicológico Página 96 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 como, a diminuição do estresse, melhora da auto - estima, auto – confiança, auto - conhecimento, melhora a atividade fibrinolítica, ansiedade, depressão, além de aumentar a força e “ endurance” muscular, e assim promover uma melhora geral da saúde do paciente. Conclusão: A atividade física supervisionada promove benefícios físicos e psicológicos em pacientes com infarto agudo do miocárdio que estão em fase III de reabilitação cardíaca, o que ajuda na prevenção de um re - infarto. Palavras – Chave: Infarto Agudo do Miocárdio, Benefícios da Atividade Física Referências: CASTRO, I.; et al; Reabilitação após o Infarto Agudo do Miocárdio, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol 64, nº 03, 1995. II Diretriz da SBC para o tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol 84, Suplemento II, 2000. PIEGAS, L. S.; et al; III Diretriz sobre o tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol 83, Suplemento IV, setembro 2004. RICARDO, D. R.; ARAÚJO, C. G. S.; Exercise – Based Cardiac Reabilitation: A Systematic Revieu, Revista Brasileira de Medicina e Esporte, vol 12, nº 5, set/out 2006. E-mail: [email protected] PROPOSTA DE PROGRAMA INTER-GERACIONAL ENTRE CRIANÇAS E VELHOS AUGUSTO BARBOSA GUIMARÃES Professor de Educação Física SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Torna-se evidente nos dias atuais a crescente preocupação com o bem estar da população de uma maneira geral. Sabe-se que a melhora da qualidade de vida está ligada a uma inter-relação harmoniosa entre os diversos grupos da sociedade atual. O objetivo do referido trabalho é verificar a possibilidade da inclusão social entre gerações de crianças e velhos, através de atividades físicas lúdicas. Participam deste programa duas gerações que freqüentam regularmente o SESC de Ribeirão Preto/SP: 25 crianças de ambos os sexos do Projeto Curumim de faixa etária de 09 a 12 anos e 20 velhos de ambos os sexos do Trabalho Social com Idosos com idade superior a 60 anos, não existindo qualquer vínculo familiar entre eles. São propostos jogos capazes de transformar a competitividade em alternativas cooperativas para realizar desafios, solucionar problemas e harmonizar conflitos, utilizando materiais dos mais diversos, tais como: bola suíça, corda, bastão, arco, frisbe, cama elástica, pára-quedas, xadrez, etc. Apesar de se tratar de um trabalho ainda em experimentação, podemos afirmar que um programa de exercícios envolvendo dois grupos etários tão distintos propicia aos participantes um grande intercâmbio de informações, agregando ao desenvolvimento das mais diversas capacidades físicas importantes noções de companheirismo, trabalho em equipe e respeito aos diferentes valores morais adquiridos em cada fase da vida. Sendo assim, a co-educação é um trabalho conjunto que visa à melhora do processo inter-geracional, compartilhando diferenças para uma convivência pacífica e harmônica dessas relações. Palavra chave: co-educação de geração [email protected] EFEITOS DA CIRURGIA INTRA-ÚTERO NO REPARO DA MIELOMENINGOCELE MACHADO, Juliana Procópio; Unifeob; CONSENTINE, Franciele; Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unifeob; VIDAL, Juliana Cristina de Souza; Curso de Fisioterapia da Unifeob; BERNARDI, Mateus da Cunha; Curso de Fisioterapia da Unifeob; DUARTE, Thiago; Docente do Curso de Fisioterapia da Unifeob; Página 97 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Introdução: A mielomeningocele é uma das mais comuns malformações congênitas do sistema nervoso central. Sua etiologia é multifatorial, dentre elas temos a paraplegia sensório motora, incontinência urinária e fecal, disfunções sexuais e uma variedade de deformações músculo-esqueléticas; também encontra-se associada a duas principais malformações do cérebro: a hidrocefalia e malformação de Arnold Chiare tipo II. Objetivo: Demonstrar que existem evidências que sugerem que a cirurgia de reparo intra-útero para o tratamento da mielomeningocele, deve reduzir disfunções neurológicas que acompanham a mesma. Material e Método: Revisão bibliográfica da literatura, realizada em banco de dados eletrônicos, entre 1999 a 2005. Resultado: As intervenções cirúrgicas no feto vem sendo realizadas por duas décadas nos Estados Unidos e devido a melhora da tecnologia experiência e aumento da aceitação entre os profissionais de saúde este procedimento vem se expandindo. Estudos demonstram que pacientes submetidos a cirurgia de correção intraútero, somente 7,7% tiveram sintomas relacionados a malformação de Arnold Chiari, demonstrando também que o reparo intra-útero parece resultar numa significante redução na dependência de derivação na hidrocefalia, além de reduzir a incidência de derivação para a correção da mesma e, que a malformação de Arnold-Chiari, aparentemente foi aperfeiçoada, sendo que as implicações clínicas destes achados, ainda devem ser estudadas visto que estes benefícios devem ser pesados mediante a mortalidade e morbidade deste procedimento. Conclusão: A intervenção fetal tem demonstrado benefícios para o tratamento da mielomeningocele, já que aparentemente diminui seqüelas causadas pela hidrocefalia e malformação de Arnold Chiare II; como o comprometimento da coordenação dos membros superiores, função intelectual, aumento do perímetro encefálico, entre outros; sugerindo uma melhor evolução do quadro geral do paciente. Palavras – Chave: Cirurgia Intra-Útero, Mielomeningocele Referências: CORTES R. A., FARMER D. L., Recent Advances in Fetal Surgery, Seminars in Perinatology, 2004; 28, June; p. 199-211. TULIPAN, N.; et al; Effect of Intrauterine Myelomenigocele Repair on Central Nervous System Structure and Function, Pediatric Neurosurgery, 1999; 31:183-188. TULIPAN N.; et al; Intrauterine Myelomeningocele Repair, Clin Perinatol, 2003, vol 30, 521-530. BRAGA, A. F. A.; et al; Anestesia para Correção Intra-Útero de Mielomeningocele: Relato de caso, Revista Brasileira de Anestesiologia, vol. 55, nº 3, Campinas, mai/jun 2005 E-mail: [email protected] MELHOR METODO DE TREINAMENTO PARA O GANHO DE HIPERTROFIA Bernard Sobral Chaves; Wagner Oliveira Silva. Educação Física. FUNEC, Santa Fé do Sul, SP- Brasil O treinamento de força atualmente exerce um papel importante no condicionamento físico geral, na performance esportiva, na reabilitação de lesões e no aumento da massa muscular. Para se chegar aos objetivos desejados, existem diversos métodos e sistemas de treinamento, o que gera muita polêmica sobre a superioridade de um sobre o outro. O presente estudo objetivou analisar através de um levantamento bibliográfico, qual o melhor método de treinamento para o ganho de hipertrofia muscular em indivíduos praticantes de musculação, e que tais indivíduos possam conhecer e escolher qual o melhor método, otimizando assim o seu treinamento, fazendo com que tenha melhores resultados sobre o assunto abordado. Tal pesquisa poderá auxiliar na conquista de seu condicionamento físico, indiferentemente do indivíduo ser um principiante ou um esportista avançado na busca de novos conhecimentos que inspirem seu programa de treinamento. Foram analisados vários métodos, tais como: métodos isométricos ou estático; método isotônicos, tipo de treinamento de força pura, onde é necessário que a musculatura esteja bem recuperada para que o trabalho se realize em níveis ótimos; métodos pliométricos, que consiste na realização de exercícios em que a musculatura é alongada rapidamente, produzindo através do “reflexo miotático” ou “reflexo de estiramento” um trabalho concêntrico maior; e métodos isocinéticos, e o treinamento de força, que tem por finalidade melhorar a força de maneira geral e a resistência de força. Tais métodos são apresentados por vários autores e também a existência de controvérsia na questão de ganho de massa e hipertrofia muscular. Portanto através desta pesquisa de revisão bibliográfica, conclui-se que, não existe o melhor método, devido ao principio da Página 98 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 individualidade, pois todos os praticantes de musculação se adaptarão a um determinado método de treinamento. Palavras Chave: Musculação, Método de Treinamento e Hipertrofia. [email protected] Página 99 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 MELHOR METODO DE TREINAMENTO PARA O GANHO DE HIPERTROFIA Bernard Sobral Chaves; Wagner Oliveira Silva; Educação Física. FUNEC, Santa Fé do Sul, SP- Brasil O treinamento de força atualmente exerce um papel importante no condicionamento físico geral, na performance esportiva, na reabilitação de lesões e no aumento da massa muscular. Para se chegar aos objetivos desejados, existem diversos métodos e sistemas de treinamento, o que gera muita polêmica sobre a superioridade de um sobre o outro. O presente estudo objetivou analisar através de um levantamento bibliográfico, qual o melhor método de treinamento para o ganho de hipertrofia muscular em indivíduos praticantes de musculação, e que tais indivíduos possam conhecer e escolher qual o melhor método, otimizando assim o seu treinamento, fazendo com que tenha melhores resultados sobre o assunto abordado. Tal pesquisa poderá auxiliar na conquista de seu condicionamento físico, indiferentemente do indivíduo ser um principiante ou um esportista avançado na busca de novos conhecimentos que inspirem seu programa de treinamento. Foram analisados vários métodos, tais como: métodos isométricos ou estático; método isotônicos, tipo de treinamento de força pura, onde é necessário que a musculatura esteja bem recuperada para que o trabalho se realize em níveis ótimos; métodos pliométricos, que consiste na realização de exercícios em que a musculatura é alongada rapidamente, produzindo através do “reflexo miotático” ou “reflexo de estiramento” um trabalho concêntrico maior; e métodos isocinéticos, e o treinamento de força, que tem por finalidade melhorar a força de maneira geral e a resistência de força. Tais métodos são apresentados por vários autores e também a existência de controvérsia na questão de ganho de massa e hipertrofia muscular. Portanto através desta pesquisa de revisão bibliográfica, conclui-se que, não existe o melhor método, devido ao principio da individualidade, pois todos os praticantes de musculação se adaptarão a um determinado método de treinamento. Palavras Chave: Musculação, Método de Treinamento e Hipertrofia. [email protected] DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA. Patrícia Celis Murillio, Ft Ms UNIP Andréia Frias Furtado, Lydiane Duarte Tendo em vista o caráter degenerativo da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), podemos salientar que a condição genética de uma alteração muscular traz uma série de desencontros no contexto da saúde da pessoa acometida, bem como no seu cotidiano familiar. Esta trajetória de vida, marcada por constantes perdas da motricidade voluntária, com sofrimentos físicos e emocionais, traz a família o grande desafio de se colocar frente a um quadro irreversível, sem cura, o que muitas vezes a torna impotente. No entanto, alguns apoios podem ser encontrados em diferentes áreas como: medicina genética, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, e no serviço social. O objetivo geral do estudo tem o interesse de demonstrar como a família se situa no âmbito emocional frente a uma patologia degenerativa. Também queremos aqui relatar o respaldo de ordem social que vem ao encontro desta família, no sentido de amenizar o seu sofrimento e o da pessoa com DMD. Optamos por uma metodologia que traduza uma história de vida. O intuito do método é deixar que o entrevistado, os familiares, respondam a um questionário, mas também que os mesmos tenham a liberdade, por meio de suas lembranças recuperarem fatos e dados da sua vida que foram importantes e marcantes no seu ponto de vista. Esperamos encontrar diferentes dificuldades vivenciadas pela família, as quais ainda não foram identificadas, justamente pelo fato de termos poucas referências bibliográficas para o tema escolhido. Contudo, pensa-se que ainda temos um processo de acolhimento, a estas pessoas com DMD e seus familiares, que está muito longe do que eles possam merecer. [email protected] COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E OS DAS OUTRAS ÁREAS DE ENSINO DA CIDADE DE PARAGUAÇU PAULISTA-SP Misleide da Silva Gonsçalves Página 100 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Mário Mateus Sugizaki RESUMO O índice de massa corporal é um parâmetro frequentemente recomendado em muitos paises na determinação do sobrepeso e obesidade em indivíduos adultos. Igualmente conhecida como Índice de Quetelet, onde o peso expresso em kg é dividido pelo quadrado da estatura (kg/m²), é uma variável importante no estudo epidemiológico segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O presente estudo teve como objetivo comparar o Índice de Massa Corporal (IMC) entre os professores de Educação Física com professores das outras áreas do ensino público municipal da cidade de Paraguaçu Paulista/SP. Participaram do estudo 60 professores de ambos os gêneros devidamente instruídos a respeito do propósito da pesquisa. O peso corporal e estatura foram coletados com a finalidade de determinar o IMC dos professores. Os dados foram analisados por meio de análise descritiva, porcentagem e a comparação entre os grupos foi realizada pelo teste “t” de Student. Os resultados demonstraram haver um aumento significativo (p<0,05) na variável peso corporal e IMC no grupo dos professores de Educação Física do gênero masculino quando comparado com os das outras áreas. Não se observou diferença significativa em nenhuma variável no gênero feminino. Observou-se alto índice de sobrepeso (58%) nos professores de Educação Física. No gênero feminino, o grupo de professores de outras áreas apresentou alto índice de obesidade (32%). De acordo com os resultados, o perfil antropométrico e os níveis de sobrepeso e obesidade dos professores de Educação Física comparados com professores de outras áreas apresentam distinções conforme o gênero. Assim, os dados indicam que as professoras de Educação Física tomam mais cuidado com o corpo em relação aos professores de Educação Física. Palavras–chaves: Ensino, Índice de massa corporal, Professores de Educação Física. PREVALÊNCIA DE DORT NAS OPERADORAS DE CAIXA DO COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE PARAGUAÇU PAULISTA - SP Misleide da Silva Gonsçalves Mário Mateus Sugizaki RESUMO Os Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho (DORT) é sem dúvida nenhuma, a doença ocupacional mais freqüente na sociedade globalizada e mostra uma forte tendência de aumento face aos processos da nova ordem econômica mundial. É fonte constante de preocupações por parte das instituições públicas de saúde, previdência social e principalmente dos trabalhadores que são afetados diretamente pelo problema. Com base nessa preocupação foi realizado este estudo que teve como objetivo diagnosticar a prevalência de DORT nas operadoras de caixa do comércio varejista do município de Paraguaçu Paulista/SP. A amostra pesquisada foi constituída por 30 mulheres com a idade entre 18 e 41 anos com a média de idade de 27±5,58 anos e com no mínimo um ano de serviço no comércio local perfeitamente instruídas a respeito da pesquisa. O instrumento utilizado na coleta dos dados foi um questionário composto de oito perguntas relacionadas aos tipos de transtornos que mais acometiam as trabalhadoras no cotidiano do trabalho. Para a análise descritiva dos dados utilizou-se a média, desvio padrão e porcentagem do programa estatístico Epi Info for Windows. Os resultados indicam que 80% das operadoras relataram que são acometidas por algum tipo de dor. Por outro lado, foi observado que 53% tiveram a região do punho e antebraço com a maior prevalência de dores. No entanto, a região lombar foi a principal causa relatada de afastamento do trabalho entre as trabalhadoras com 87% dos casos. A partir dos resultados podemos concluir que estas operadoras de caixa apresentam doenças ocupacionais graves e que a maioria trabalha em condições de saúde precárias. Esperase que os resultados possam contribuir para a melhoria na qualidade do trabalho dessas trabalhadoras do comércio varejista. Palavras-chaves: DORT, Operadoras de caixa, Dores. MOTIVAÇÃO: UMA NOVA FERRAMENTA DE TRABALHO Hérica Gonçalves – EDUCAÇÃO FÍSICA – UNORP – SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO – BRASIL; Lara Machado Ferreira; Jaqueline Rosa dos Anjos; Ticiane Oliveira – EDUCAÇÃO FÍSICA Página 101 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 O Presente trabalho teve como objetivo identificar possíveis fatores motivacionais à prática de atividade física, destacando o papel do profissional de Educação Física. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. Um individuo motivado encontra-se disposto a empenhar-se para alcançar seus objetivos, técnicas motivacionais são usadas como reforço na aprendizagem e no aperfeiçoamento. De certo modo, é importante saber porque pessoas desistem, enquanto outras praticam ou não atividade física. A dificuldade da atividade, está relacionada com a capacidade do indivíduo. “Tarefas muito fáceis despertam pouca motivação, e tarefas muito difíceis despertam frustrações”. (FRANCO,2000). Os motivos para se praticar atividade física, são diferentes em cada individuo já que, a motivação pode mudar com o tempo. Devemos ficar sempre atentos, pois só assim poderemos orientar o individuo para alcançar seus objetivos. Cada um elabora uma visão pessoas de como a motivação funciona, para algumas pessoas os atributos pessoais as tornam mais pré-dispostas, enquanto outras sentem motivação em objetivos pessoais e desejos. Entretanto é certo afirmar que a maioria de nós concordaria que somos em partes afetados pela situação nas quais nos encontramos. (WEINBERG; GOULD; 2001). Estudos realizados comprovam que as pessoas motivadas são mais persistentes; enquanto as desmotivadas escolhem tarefas com menos grua de dificuldade. Existem dois tipos de motivação: a intrínseca é aquela em que o indivíduo pratica atividade física por prazer ao esporte, enquanto aqueles procuram na atividade física, outros fatores que está lhe proporcionando são extrinsecamente motivados. Após estudos bibliográficos, concluímos que a motivação na atividade física deve ser mais explorada pelos profissionais, identificando o tipo de motivação a ser utilizada com cada aluno; porque além de estreitar os laços teremos mais chance de ajudá-los a alcançar seus objetivos de forma satisfatório e eficaz. [email protected] OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA O PORTADOR DA DOENÇA DE PARKINSON SILVA C¹, SABORITO MLN¹, BRAZÃO TM¹, 2 MENDES ZTR ¹Graduandos do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João da Boa Vista, SP. 2 Docente do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João da Boa Vista, SP. Objetivo: A Doença de Parkinson (DP), caracterizada principalmente por alterações motoras, é uma doença degenerativa e progressiva do SNC, que ocorre por morte neuronal da substância negra, com conseqüente diminuição de dopamina, tendo uma incidência maior em indivíduos acima de 60 anos. Com o aumento da expectativa de vida, estima-se que até 2020 cerca de quarenta milhões de pessoas no mundo serão portadoras da DP. Os sinais e sintomas característicos desta patologia são: tremor, rigidez, bradicinesia, alterações posturais, do equilíbrio e da marcha, além de disfunções neuro comportamentais como demência, depressão e tendência ao isolamento. Este trabalho tem como objetivo buscar na literatura estudos envolvendo a atividade física na melhora da qualidade de vida do portador da DP. Método: Pesquisa bibliográfica baseada em sites científicos, publicados nos últimos cinco anos, utilizando os unitermos: Parkinson, exercício físico, fisioterapia. Resultados: A qualidade de vida dos portadores da DP refere-se à percepção que o indivíduo tem da doença e de seus efeitos em relação à própria vida, incluindo a satisfação pessoal em relação ao bem-estar físico, funcional e social. Diversos estudos têm demonstrado que a ausência da atividade física regular contribui para a deteriorização da força muscular e do equilíbrio, levando ao aumento de quedas e deixando o portador cada vez mais propenso a fraturas e à dependência nas AVDs. As alterações motoras, associadas às alterações cognitivas e de comportamento, revelam-se incapacitantes para o indivíduo e favorecem o sedentarismo e a dependência, interferindo em sua qualidade de vida. A literatura tem apontado os benefícios dos exercícios físicos em idosos portadores de seqüelas neurológicas, os quais apresentaram melhor desempenho funcional após o treinamento, sendo constatado um aumento de força, flexibilidade, coordenação dos movimentos e na velocidade da marcha. Conclusões: Apesar de escassos, os trabalhos científicos sobre os efeitos do exercício físico em portadores da DP mostraram que a intervenção fisioterapêutica específica, baseada em um programa de fortalecimento muscular, condicionamento aeróbio, resistência e equilíbrio, são capazes de melhorar as habilidades funcionais diárias destes pacientes. Estes estudos foram claramente efetivos e demonstraram a eficiência da atividade física na melhora da qualidade de vida de parkinsonianos. Página 102 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Referências: Goulart,R.P; Barbosa,C.M; Silva,C.M; Salmela,L.T; Cardoso,F. O impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Rev.bras.Fisioter. Vol.9, nº 1, p 49-55, 2005. Goulart,R.P; Barbosa,C.M; Silva,C.M; Salmela,L.T; Cardoso,F. Análise do desempenho funcional em pacientes portadores de doença de Parkinson. Depto de Fisioterapia e Ambulatório de Movimentos Anormais/Univ. Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2004. Hirsch,M.A; Tootle,T; Maitland,C.G; Rider,R.A. The effects of balance training and high-intensity resistance training on persons with idiopathic Parkinson’s Disease. Arch Phys Méd Rehabil. 84, p.1108-1117, 2003. Silberman, C.D; Lanks,J. ; Rodrigues, C.S; Engelhardt, E. Uma revisão sobre depressão como fator de risco na Doença de Parkinson e seu impacto na cognição. R.Psiquiatr.RS, 26(1), 52-60, jan/abr.2004 Email: [email protected] A IMPORTÂNCIA DO AUTO-EXAME DAS MAMAS 1 Mara Avelar Flório 2 Maria Regina Guimarães Silva 3 Dra. Sônia Maria Alves de Paiva O câncer de mama é uma alteração celular em que não há uma única causa específica, mas sim uma combinação de eventos hormonais, genéticos e ambientais que contribuem para o seu desenvolvimento. Este tipo de câncer está em primeiro lugar entre as mulheres, registrando-se cerca de um milhão de casos novos por ano, com um aumento de 76% nas taxas de mortalidade em pouco mais de duas décadas. O auto-exame, como medida de prevenção, consiste na técnica de verificação das próprias mamas à procura de nodosidades ou alterações suspeitas, podendo ser instruído em qualquer ambiente, desde que proporcione bem-estar físico e moral, considerando-se as variações que ocorrem no tecido mamário durante o ciclo menstrual, gravidez e menopausa, e ressaltando a diferença entre as alterações normais daquelas que podem sinalizar a doença. Partindo do pressuposto de que as próprias mulheres podem detectar muitos cânceres de mama, deve ser priorizado o ensino a todas as mulheres de como e quando examiná-las, já que a literatura mostra que apenas 25 a 30% delas realizam o auto-exame de forma competente e regular. O Ministério da Saúde destaca que quanto antes descoberto o câncer de mama, maiores são as chances de cura, mas infelizmente 60% dos tumores são diagnosticados em estágios tardios, o que torna as orientações a respeito do auto-exame indispensáveis. O estudo tem como objetivo levantar o nível de conhecimento sobre a realização do autoexame das mamas das alunas de graduação em Pedagogia do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG, na cidade de Guaxupé – MG. Será um estudo de campo, exploratório e quantitativo. Constará de duas etapas; na primeira será utilizado um questionário para detectar o nível de conhecimento da população a respeito do auto-exame das mamas. Após, estes dados analisados, numa segunda etapa, serão elaboradas as palestras, das quais serão apresentadas com recursos audiovisuais (utilizando-se de banners, folders, slides e peças anatômicas), explicando e orientando a respeito da importância do auto-exame das mamas. A palestra será proferida pela graduanda de Enfermagem do UNIFEG sob a supervisão da orientadora do mesmo. DESCRITORES : educação em saúde; auto-exame; prevenção. [email protected] TRATAMENTO FISIOTERÁPICO NA FASE PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA DE EMBOLIA PULMONAR. Milena Carla Queiroz da Silva Bacharel em Fisioterapia e Licenciatura Plena em Educação Física Faculdade Atenas A Embolia Pulmonar é uma doença vascular obstrutiva, que pode apresentar várias formas e diferentes etiologias. Caracteriza-se como complicação grave de uma patologia primária, devido á presença de um Página 103 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 êmbolo que obstrui o fluxo sanguíneo parcial ou total das artérias pulmonares ou de seus ramos Acomete principalmente pacientes hospitalizados e acamados. Objetivo: Apresentar uma revisão bibliográfica de tratamentos fisioterápicos para preparo dos pacientes no pré-operatório e reabilitação do mesmo na fase pósoperatória. Metodologia: Revisão bibliográfica dos autores mais representativos da área. Discussão: A embolia é caracterizada pela oclusão do vaso por um êmbolo, responsável por diversas síndromes, conforme o tamanho do vaso ocluído, a região irrigada e o caráter do êmbolo. Sendo uma das formas mais comuns de doença pulmonar aguda, principalmente na população hospitalar. Principais fatores para Embolia Pulmonar: trauma, cardiopatia congênita, infecções, imobilização prolongada, cirurgia, desidratação, anticoncepcionais, obesidade, gravidez, tabagismo, trombose venosa profunda, idade avançada, tromboflebites, pós-operatório, complicações por fratura não-consolidada, doença respiratória crônica. O tratamento pré-operatório visa o preparo geral e melhoras do paciente para a cirurgia, tendo como conduta de terapia a melhora da ventilação, e a desobstrução associada á drenagem postural, usando o comando verbal do terapeuta contando com o próprio desempenho destes pacientes. No pós-operatório o tratamento fisioterápico deverá ser desobstrutivo, reexpansivo, visa também á reeducação respiratória, o condicionamento muscular respiratório e a mobilização passiva dos membros devem ser desenvolvidos, afim de que não haja recidivas em pacientes que apresentam Trombose Venosa Profunda prevenindo assim o aparecimento do mesmo devido á estase venosa. Conclusão: Pude concluir o quanto é importante o desenvolvimento de técnicas fisioterápicas no paciente submetido á cirurgia; considerando o desempenho recente da fisioterapia na área de patologias pneumo-vascular, com resultados satisfatórios, partindo de nossa responsabilidade conhecer o quadro clínico de cada paciente e a ele possibilitar a garantia de sua evolução. ALPERT, Joseph S; RIPPE, James. Manual de doenças cardiopulmonares: diagnóstico e tratamento. 3. ed. Rio de Janeiro, Medsi, 1991. 496 p. THOMPSON, Ann; ET all. Fisioterapia de Tidy. 12. ed. São Paulo: Santos, 1994. 500 p. TAYLOR, Robert W. Tratado de terapia intensiva. São Paulo: Manole, 1992. 906 p. [email protected] A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE 8 MESES DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E NO CAMPO DE FUTEBOL SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE JOGADORES DE FUTEBOL AMADOR DA CIDADE DE BARRETOS – SP 1 JULIO AUGUSTO GONÇALVES Discente Faculdades Integradas Padre Albino Catanduva Catanduva – São Paulo – Brasil 1 VICTOR DA CUNHA TERRA 1 Discente Faculdades Integradas Fafibe Bebedouro 2 MARCELO PORTO 2 Docente Faculdades Integradas Padre Albino Catanduva e Fafibe Bebedouro 1 Introdução: O treinamento personalizado pode melhorar a performance de jogadores de futebol segundo as bases científicas do treinamento esportivo. Objetivo: Avaliar a influência de um programa de 8 meses de atividade física na academia e no campo de futebol sobre a composição corporal e a capacidade cardiorrespiratória de jogadores de futebol amador. Metodologia: Participaram do estudo 22 atletas, faixa etária média de 24,6 ± 2,23 anos, submetidos a um programa de musculação e condicionamento físico com duração de 8 meses sendo (60) minutos por sessão e freqüência de 3 vezes por semana. O método utilizado na avaliação da composição corporal foi o protocolo de (JAKSON & POLLOCK, 1978), 7 (DC) dobras cutâneas através do aparelho Adipômetro da marca Sanny e capacidade cardiorrespiratória (VO 2máx) utilizando o protocolo de (Cooper, ACSM, 1992) referente ao teste de 2.400 metros. Resultados: Encontram-se abaixo os valores pré e pós referentes ao programa de 8 meses de treinamento. Início 8 meses Início Final Programa Treinamento Programa Programa Atletas VO2máx ml.kg 1 -1 .min - -1 -1 VO2máx ml.kg .min Percentual gordura Percentual gordura Posições Goleiros 41,1± 4,3 52,2 ± 5,2 19,2% 14,8% Laterais 45,6 ± 6,2 55,8 ± 5,7 10,1% 9,1% Página 104 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Zagueiros 43,3 ± 5,5 53,7 ± 4,8 11,9% 10,2% Meio Campo Atacantes 48,4 ± 4,8 46,9 ± 6,3 60,5 ± 4,3 59,2 ± 5,1 11,6% 11,8% 9,6% 9,2% Conclusão: Baseado nos resultados apresentados foi possível concluir que o programa de 8 meses foi efetivo e promoveu aumento do VO2máx refletindo os valores de referência para atletas da modalidade. Na composição corpórea observou-se uma boa melhora nos goleiros e juntamente com os demais atletas apresentaram valores compatíveis aos valores de referência para modalidade. [email protected] INTERVENÇÕES NÃO MEDICAMENTOSAS NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER Milena Carla Queiroz da Silva Bacharel em Fisioterapia e Licenciatura Plena em Educação Física Faculdade Atenas O envelhecimento populacional aumentou a incidência de doenças neurodegenerativas, e entre, elas, destacase a doença de Alzheimer (DA). Existem algumas técnicas de abordagem multidisciplinar que visam curar ou reverter os déficits causados pela doença, dentre elas pode-se citar: treinamento cognitivo, técnicas para melhorar a estruturação do ambiente, orientação nutricional, programas de exercícios físicos, orientação e suporte psicológico aos familiares e cuidadores. Objetivo: Apresentar uma revisão das diferentes intervenções acerca do tratamento da doença de Alzheimer e sua eficácia. Metodologia: Revisão Bibliográfica dos autores mais representativos da área. Discussão: A terapia de orientação da realidade (OR) tem como princípio apresentar dados de realidade ao paciente de forma organizada e contínua, criando estímulos ambientais que facilitem a orientação (Vaisman H. e cols, 1997); a terapia de reminiscência é uma variação da OR tendo como objetivo estimular o resgate de informações por meio de figuras, fotos, músicas, jogos e outros estímulos relacionados à juventude do paciente (Fraser M. 1992). Outros tipos de intervenções incluem trabalhos com grupos de familiares e cuidadores, ajudando assim a família a lidar com sua sobrecarga emocional e ocupacional. A reabilitação neuropsicológica tem conseguido resultados positivos como melhora da cognição e na AVDs. Foi também demonstrada nos últimos anos a eficiência de certas técnicas de memória, entre elas: as que baseiam em trabalhar memória implícita; compensação dos déficits de memória explícita por meio de treino do uso de auxílios; facilitação da memória explícita residual, por meios de suportes estruturados. A análise não-paramétrica de testes e escalas aplicadas aos pacientes e seus familiares indicaram tendência de melhora dos aspectos cognitivos e funcionais, bem como a redução dos sintomas psiquiátricos avaliados. Conclusão: Ainda não existe tratamento estabelecido que possa curar ou reverte à deterioração causada pela DA. As opções disponíveis visam aliviar os déficits cognitivos e as alterações de comportamento. Bibliografia: VAISMAN H, ALMEIDA KMH, ALMEIDA OP. Abordagens psicoterápicas para idosos demenciados. Depressão e demência no idoso. São Paulo: Lemos 1997: 167-192. FRASER M. Memory clinics and memory training. In Arie T (ed). Ricent advance in psychogeriatrics. London: Churchill Livingstone, 1992: 105-115. BOTTINO, C.M.C.; CARVALHO, I; ALVAREZ, A. M.; AVILA, R. et. al. Reabilitação cognitiva em pacientes com demência de Alzheimer: relato de trabalho em equipe interdisciplinar. Arq. Neuropsiquiatr 60 (1): 709; 2002. [email protected] USO INDISCRIMINADO DE ANOREXÍGENOS EM UNIVERSITÁRIOS NO UNIFEG Nathalia Ciarallo Mauer, Enfermagem, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEGGuaxupé – MG, Givaldo Cunha Reis, Enfermagem, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG – Guaxupé - MG Prof° Ms Edvânio Ramos Rodrigues, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG – Guaxupé - MG Profª Maria Regina Guimarães Silva, Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG – Guaxupé - MG Página 105 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Os Anorexígenos são conhecidos como inibidores de apetite. São medicamentos utilizados como auxiliares em regimes de emagrecimento, levando à perda de peso. Agem diminuindo ou eliminando a sensação de fome e podem induzir a vários efeitos adversos como estado de pânico, agressividade, convulsões, comportamento violento, alucinações, alterações cardiovasculares, coma, morte, além de dependência. Em relatório da ONU divulgado em 2007, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes alertou para um aumento no uso de inibidores de apetite, com isso podendo trazer conseqüências mortais aos consumidores. Estudos têm demonstrado que o Brasil é um dos principais mercados para estes medicamentos. A preocupação com a imagem corporal, devido à pressão social por um corpo “saudável”, tem levado pessoas a procurarem métodos de emagrecimento rápidos e com o mínimo de esforço, muitas vezes utilizando de forma indiscriminada medicamentos inibidores de apetite, inclusive sem orientação médica e não se preocupando com possíveis efeitos adversos ao uso de tais medicamentos. Estes fatos nos despertaram o interesse em pesquisar o uso destes medicamentos nos estudantes universitários do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG, analisando o nível de conhecimento dos possíveis usuários quanto ao risco e a real necessidade de tal uso. O objetivo deste trabalho é analisar o uso indiscriminado de anorexígenos e o conhecimento sobre o consumo desse medicamento em estudantes do curso de Enfermagem do UNIFEG, em ambos os sexos com variações de idades. Será aplicado um questionário pré-aprovado do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID, com adaptações. Posteriormente será feita análise do número e perfil dos usuários dessas substâncias e o motivo pelos quais optaram pela utilização desses medicamentos. Com base nestes dados poderá ser realizada campanha para conscientização do uso racional de tais medicamentos. [email protected] OS BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE Carlos Rodrigo Michelli, Educação Física, Unorp; Aislan Chichetti de Oliveria; Luis Fernando Pereira da Silva Educação Física Ms. Mariângela Zanin, Ciências da Motricidade Muitas investigações tem sido realizadas ao longo das últimas décadas com a população idosa. Desse modo, alguns paradigmas clássicos com relação a essa população têm sido gradativamente colocadas em risco. Acredita-se atualmente que a pratica de exercícios físicos regulares não somente pode como deve fazer parte da vida cotidiana desses indivíduos, uma vez que a perda da autonomia e a queda da qualidade de vida durante o processo de envelhecimento encontra-se estreitamente relacionada com a redução dos níveis de alguns componentes fundamentais da: aptidão física, sobretudo, força, potência, resistência muscular, bem como, aspectos sociais, cognitivos e emocionais. Portanto, a prática de exercícios físicos entre pessoas idosas tem sido encorajada por pesquisadores e profissionais da área de saúde pública. Dessa forma o objetivo do presente estudo foi reunir e discutir as informações disponíveis sobre as principais adaptações fisiológicas, cognitivas e emocionais decorrentes da prática da atividade física, em especial, o treinamento com pesos. Verificou-se, por meio de uma ampla revisão bibliográfica, que as recomendações de prática de exercícios predominantemente aeróbios, de baixa intensidade, em pessoas idosas, têm sido substituídas progressivamente pela prática de exercícios com pesos de intensidade moderada. Esse tipo de atividade tem um maior potencial para o desenvolvimento da força, da massa muscular e do conteúdo mineral ósseo, contribuindo na qualidade de vida e da auto- imagem dessas pessoas, servindo como fator de proteção contra o surgimento de inúmeras disfunções crônico-degenerativas, além de oferecer baixo risco de segurança quando administrada de maneira adequada, tornando-se, assim, uma das maneiras mais afetivas e de menor custo pra preservar uma vida independente para um amplo segmento da população. Palavras chaves: idoso, exercício físico, qualidade de vida e treinamento com pesos. [email protected] A DANÇA COMO ALTERNATIVA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO Carolina Garcia de Paula Educação Física, UNORP, Suelen Rueda, Rodrigo Albano Zanetti Educação Física Ms. Mariangela Zanin, Ciências da Motricidade. Página 106 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 No Brasil, a população de terceira idade aumenta a cada ano, onde o envelhecer saudável passou a ser uma preocupação e um investimento de diversas áreas. Profissionais que focalizam o envelhecimento como campo de eleição de sua prática profissional e construção de saberes têm travado um embate na tentativa de resgatar o valor social do idoso. Estudos na área da atividade física para a terceira idade têm sido realizados, demonstrando a importância dessa prática para a melhora da qualidade de vida na terceira idade e, entre estas atividades, a dança é apontada como alternativa. Assim, a proposta deste estudo foi realizar uma revisão de literatura, analisando a dança como uma alternativa de atividade física para o idoso. Para fundamentação e desenvolvimento do estudo, realizou-se uma busca bibliográfica nas bases de dados LILACS, SCIELO, COCHRANE e PUBMED, priorizando-se os artigos mais atuais em torno da dança e suas contribuições para os idosos. Os resultados das pesquisas mostram que a dança, quando praticada regularmente, possibilita a aquisição de habilidades e auxilia na melhora de aspectos físicos, psíquicos e sociais. Os dados demonstram ainda que a dança tem grande aceitação dos idosos que a praticam, por seu caráter motivador e sociabilizador, e que a idade não se constitui em um obstáculo para sua prática. Alguns autores ainda apontam outros benefícios como a melhora: da coordenação, do equilíbrio, do ritmo, da lateralidade, da consciência corporal, da resistência e da memorização. Contudo, verifica-se a necessidade de investigar e aprofundar nos estudos sobre a dança e seus efeitos na melhora da qualidade de vida do idoso, procurando maior embasamento científico para a sua prática. Palavras chaves: dança, idoso, atividade física [email protected] Página 107 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 NUTRIÇÃO - EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM PRÉ-ESCOLARES Maria Gabriela Julien Ferraz Danielen de Prince; Débora Aranha; Débora Fadoni; Renata Guedes; Thamires Corrêa Centro Universitário de Araraquara – UNIARA. O período de 1 a 6 anos de idade é marcado por um grande desenvolvimento e aquisição de habilidades. As crianças em idade pré-escolar, devido a sua menor capacidade e apetites variáveis, se dão melhor com porções pequenas de alimentos oferecidas varias vezes por dia. Os tamanhos das porções das refeições são pequenas comparados aos padrões adultos. A maioria das crianças comem de quatro a seis vezes ao dia, o que torna os lanches tão importantes quanto as refeições na contribuição da ingestão diária total de nutrientes. A educação nutricional é importante nesta fase, pois a criança tem menos interesse nos alimentos e mais interesse no mundo ao redor delas. Visa-se o acesso a uma alimentação quantitativa e qualitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convívio social. O presente trabalho teve como público alvo crianças de 11 meses a 6 anos de idade, de uma escola particular do município de Araraquara/SP. O objetivo foi conscientizar as crianças sobre a importância de uma boa alimentação para o seu crescimento e desenvolvimento. Para isso foi utilizado como metodologia aulas expositivas (preleção), demonstração da pirâmide da boa alimentação e dramatização, utilizando fantoches. Para avaliá-los utilizamos exercícios de colagem, tendo como satisfatório o resultado, de acordo com os critérios pré-estabelecidos. As crianças entenderam tudo o que foi proposto pelo projeto e mostraram-se estimuladas a mudar seus hábitos. Concluímos a importância da Educação Nutricional para esta faixa etária, pois nesta fase é que se fixam os hábitos alimentares de toda a vida. E-mail: [email protected] CARACTERIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE. BARBISAN, Silmar Alexandre RESUMO A promoção de um estilo de vida mais ativo na terceira idade tem sido utilizada como estratégia importante para desenvolver melhora nas condições de saúde e na qualidade de vida dos idosos. O objetivo do presente estudo foi caracterizar a prática de atividade física em indivíduos idosos, bem como identificar parâmetros de qualidade de vida, prática de exercício físico e estado nutricional. A amostra foi composta por mulheres e homens com idade acima de 65 anos praticantes de atividade física em dois locais diferentes, 35 avaliados em uma academia e os outros 35 em um projeto para idosos da prefeitura municipal. A maioria dos integrantes da amostra foi do sexo feminino. Dentro das faixas etárias 76% eram aposentados e 24% continuam na ativa. Em relação á classificação de IMC observou-se que 15% são obesos e não foram observados desnutridos. Entre os homens o percentual médio de gordura foi de 25,31% estando acima do recomendado. Entre mulheres, o percentual médio de gordura foi de 41,21% apresentado o resultado acima do recomendado. As médias de porcentagens de gordura para os dois sexos foram estatisticamente diferentes (p<0,05). Em relação à distribuição de gordura abdominal no sexo masculino 50% estão dentro dos padrões de normalidade. Já os outros 50% estão fora desses padrões. Já no sexo feminino 16% estão dentro dos padrões de normalidade, enquanto que 84% estão fora desses padrões. Quanto aos problemas de saúde que referiam, destaca-se a hipertensão arterial (38,6%), problemas de coluna e artrose (18,5%), diabetes (10%), alterações na taxa de colesterol (3%), ocorrendo outros problemas como depressão, hipotensão, gastrite, tontura, câncer, problemas renais e circulatórios (23,9%) sendo que aproximadamente 6% deles se consideravam saudáveis. Quanto á pressão arterial, 18 idosos apresentaram ótima pressão arterial, correspondendo a 26% da amostra e 23 nível normal 33%. Todos os idosos eram praticantes ativos de atividade física e participavam de mais de uma modalidade esportiva, a grande maioria praticava alongamento (80%), enquanto que 62% praticavam caminhada, 52% dança de salão, 30% hidroginástica, 16% ginástica geral e 4% outras modalidades. Os motivos pelos quais esses idosos praticavam atividades físicas foram respondidos como, lazer (62%), 21% por prescrição médica, 14% por manutenção da saúde e 7% por condicionamento físico. Quanto ao tempo de prática das atividades físicas, 32% praticavam menos que de 12 meses, 16% de 13 a 24 meses, 20% de 25 a 36 meses, 5% de 37 a 48 meses, 5% de 49 a 50 meses e 22% acima de 51 meses. A maior incidência do tempo de prática de Atividade Física é entre 0 e 12 meses. O presente estudo demonstrou que em relação a algumas vertentes de qualidades físicas esses idosos não tinham um bom equilíbrio físico em relação à distribuição da gordura corporal, aumentando as chances de terem alguns problemas de saúde, talvez estando relacionados à baixa condição salarial e nível de escolaridade. Verificou-se que a grande maioria busca a atividade física como forma de lazer, o que pode ser um dos pontos chave mais importantes para que melhorem gradativamente sua saúde e qualidade de vida. Palavras Chaves: envelhecimento, qualidade de vida, idoso e exercícios físicos. ANÁLISE DO GASTO ENERGÉTICO DA GLICOSE ENTRE OS EXERCÍCIOS AERÓBICOS E ANAERÓBICOS DURANTE O ESFORÇO FÍSICO Gilcieny Lauriana de FARIA Gustavo Martelo CAYRES Tiago Aparecido PEDROZO Educação Física da Funec Página 108 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Orientadora MSc. Lourdes Aparecida MARTINS Professora do curso de Educação Física da Funec Resumo Durante o exercício, o glicogênio hepático é mobilizado e transportado em forma de glicose sanguínea aos músculos, onde substitui o glicogênio muscular que é degradado a piruvato do processo de glicose. Através do exercício físico o diabético tem vários benefícios com relação às complicações que podem surgir em um diabético sedentário ou sem controle do diabetes, além de aumentar a longevidade. Mcardle (1996, p.356) demonstra alguns benefícios do exercício para a DMNID (diabetes milenius não-insulino dependente): “Controle glicêmico: o exercício acarreta uma queda nos níveis plasmáticos de glicose. O exercício regular contribui para retardar e até mesmo prevenir o início da existência da insulina e DMNID em homens e mulheres que correm o risco de virem a ter esses problemas”. Este estudo tem como objetivo analisar o consumo de glicose utilizado durante a realização de exercícios aeróbicos e anaeróbicos. Serão utilizados para coletas de dados dois tipos de teste, sendo estes: teste aeróbico (corrida de 1500mt) com FC Máx de 75 a 85% e anaeróbico (tiro de 50mt) com FC Máx de 85 a 95%, utilizando o aparelho Lancetador ACCU-CHEK Softclix para coleta de sangue da ponta do dedo, do qual será analisado o índice de glicose dos indivíduos. A coleta será feita antes e depois do teste e após 3 horas de descanso. Os testes serão realizados na pista de Atletismo da Fundação de Educação e Cultura (FUNEC), durante quatro dias e aplicados em 10 indivíduos do sexo masculinos, considerados saudáveis, na faixa etária entre 19 a 23 anos. Através dos testes será conhecido qual das atividades terá um gasto maior de glicose durante e após um esforço físico, contribuindo para o individuo diabético hiperglicêmico com atividade física ativa, onde o mesmo poderá saber qual das atividades irá diminuir sua hiperglicemia e ter um controle sobre a diabete. SUPLEMENTAÇÃO DE CARBOIDRATO E NÍVEIS GLICEMICOS EM ATLETAS CICLITAS DURANTE ATIVIDADE INDOOR Ronaldo Júlio Baganha. Mestrando em Educação Física – Unimep Rafael Augusto C. Moreira. Esp. em Fisiologia do Exercício – UNICAMP. Gabriel Ferreira Souza Santos. Esp. em Fisiologia do Exercício – UNICAMP. Alessandro Silva Tiburzio. Esp. em Fisiologia do Exercício – UNICAMP. Renata de Macedo Esp. Em Treinamento Despotivo – ESEFM Durante a prática de qualquer evento atlético o metabolismo energético aumenta de maneira a conseguir suprir toda demanda metabólica imposta pelo aumento no metabolismo energético muscular. A constante ressíntese do ATP é essencial para a contração muscular, sendo esta realizada utilizando-se a creatina fosfato, a glicose sanguínea, o glicogênio muscular e hepático e os triglicérides. Durante a contração muscular contínua o glicogênio muscular é o principal substrato energético utilizado na ressíntese do ATP, sendo considerado combustível essencial para o desempenho atlético. Durante exercícios de longa duração a utilização do glicogênio tende a diminuir devido ao declínio em seus estoques muscular e hepático. Essa queda leva a uma maior dependência da glicemia sanguínea e, uma queda tanto na glicemia quanto nos estoques de glicogênio muscular podem precipitar a fadiga. A fadiga é um processo multifatorial que reduz a performance durante o exercício físico sendo definida como falha ou incapacidade de gerar força. O presente estudo foi realizado em duas etapas separadas uma da outra em quatorze dias, e teve como objetivo estudar a necessidade de suplementar com carboidrato atletas praticantes de ciclismo durante atividade indoor com 120 minutos de duração e intensidade moderada. Em ambas as etapas os atletas ingeriram um total de 1200 ml de bebida, sendo esta realizada em seis momentos. Na primeira etapa a bebida foi placebo e na segunda foi hidroeletrolítica com 6% de concentração. Os resultados sugerem que a prática do ciclismo indoor com 120 minutos de duração e moderada intensidade não é suficiente para alterar de forma significante os níveis glicemicos de atletas, e desta forma precipitar a fadiga. A suplementação de carboidrato parece não afetar níveis glicemicos de atletas em atividade moderada com 120 minutos de duração. [email protected] FORÇA DE MEMBROS INFERIORES: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO ENTRE MULHERES JOVENS E DE MEIA – IDADE E COM REFERENCIAIS PROPOSTOS PARA MULHERES IDOSAS NO TESTE DE SENTAR E LEVANTAR EM 30 SEGUNDOS Página 109 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 Fernanda Araújo Vacari, Educação Física, Unversidade Federal de Viçosa Maria Aparecida Sperancini Cordeiro, Ms. Educação Física pela USP RESUMO O processo de envelhecimento provoca efeitos em diferentes componentes da aptidão física, dentre eles encontram-se a força e potência muscular. A importância na manutenção da força/potência, em especial de membros inferiores se deve a contribuição para a capacidade funcional, para a prevenção de quedas em idosos e para promoção da habilidade. O pico da força é atingido entre os 20-30 anos de idade, após este pico a força muscular declina gradualmente, dificultando a realização das atividades da vida diária do idoso e a manutenção de um estilo de vida saudável. O presente estudo tem o objetivo de comparar o desempenho entre as mulheres jovens e de meia idade ativas no componente força muscular de membros inferiores (FMMI), e comparar este desempenho com valores de referência para mulheres idosas propostas na literatura por Rickli e Jones (1999). Neste estudo foram selecionados 2 grupos, G1-mulheres jovens ativas(20-24 anos) e G2mulheres de meia-idade ativas(50-59 anos) avaliados através do teste de sentar e levantar em 30s proposto por Rickli e Jones(1999). Os resultados obtidos revelaram haver diferença significativa entre os grupos. Cujos valores médios foram 18(±2,3) repetições para G1 e 14(±2,1) repetições para G2, com uma diferença relativa de 22,2%, mostrando um decréscimo significativo na força de membros inferiores. A comparação destes resultados com os referenciais para idosos reforça a tese do declínio lento e gradual da FMMI. Sugere-se a inclusão deste teste ao conjunto de testes de avaliação funcional em pessoas em processo de envelhecimento considerando-se a praticidade de aplicação, o acesso aos materiais necessários e por identificar-se com uma ação motora cotidiana, fundamental para a independência do idoso. [email protected]) PERFIL DE ESTILO DE VIDA DE TRABALHADORAS DE UMAINDÚSTRIA FARMACÊUTICA DA GRANDE SÃO PAULO Alexsandra Gagliardi, Programa Qualidade de Vida Roche/Sintonia 1 Fábio Santos , 1 Mayra Bressanin , 1 Rosicler Rodriguez 1e2 Rudney Uezu Ms 1 - Programa de Qualidade de Vida Roche/Sintonia 2 - CCBS – Universidade Presbiteriana Mackenzie Atualmente, muitas pessoas dedicam a maior parte do tempo para a construção de uma vida profissional bem sucedida. Nesse sentido, as mulheres tem atuado de forma expressiva no mundo corporativo. A rotina de trabalho exige grande dispêndio de tempo, sendo que seu estilo de vida acaba sendo modificado. O objetivo desse trabalho visou identificar o perfil do estilo de vida de funcionárias de uma empresa multinacional do ramo farmacêutico, a partir da utilização do Pentáculo do Bem-Estar (NAHAS, 2000). Foram avaliadas 239 mulheres, com idade entre 15 e 60 anos. Ao analisar os resultados, verificou-se que no componente nutrição (A = 1,2; B = 1,5 e C = 1,5) e atividade física (D = 0,8; E = 1,3 e F = 1,5), as mulheres estão abaixo do comportamento indicado pelos autores, já no comportamento preventivo (G = 2,0 ; H = 2,6 e I = 2,6), relacionamentos (J = 2,7 ;K = 2,0 e L = 1,9) e controle do estresse (M = 1,6 ;N =1,4 e O = 1,5 ) sugeriram índices satisfatórios. Concluiu– se que a amostra apresentou níveis ideais no comportamento preventivo, no controle do estresse e nos seus relacionamentos, enquanto os aspectos nutricionais e prática de atividade física necessitam de maior atenção. Tais resultados permitem reflexões para a elaboração e aplicação de programas específicos para a melhoria do estilo de vida. Palavras-chave: Qualidade de Vida, Pentáculo do Bem-Estar e estilo de Vida. Forma de Apresentação: Painel [email protected] Página 110 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: UMA REALIDADE PRÁTICA NA PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULINIA OLIVEIRA JUNIOR, José Carlos; LIMA, Andiara JESUS, Ede Carlos. INTRODUÇÃO O trabalho proposto vem no sentido que compartilharmos com a comunidade cientifica uma possibilidade prática da educação física infantil através de um conteúdo prático de atividades. Esta proposta vem de encontro em estudos de livros específicos do tema, a fim de divulgar através deste pôster o trabalho realizado pelos professores de Educação Física nas Escolas de Educação Infantil, da Prefeitura Municipal de Paulínia, com crianças de 05 a 06 anos. CONTEÚDOS Jogos e brincadeiras: -construção -simbólicos -cantados Esporte: Página 111 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 -histórico esportivo -atividade adaptada Expressão Corporal: -percepção corporal -dança -atividade rítmica -atividade folclórica Ginásticas: Página 112 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 -Geral (ginásticas rítmica/artística/analítica/acrobática) -Exercícios de habilidades/coordenação motoras e orientação espaço/tempo/lateralidade. Lutas CONCLUSÃO Este trabalho está sustentado em autores específicos da Educação Física Infantil que visa contribuir para as crianças a descoberta do corpo em relação do movimento como um canal de compreensão do mundo. Por isso, encaramos a Educação Física Infantil respaldada na promoção humana de um conhecimento sistematizado e organizado, expresso na cultura corporal de movimentos como uma prática pedagógica que tematiza diferentes formas de atividades. Neste aspecto, garantimos a oportunidade de todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como ser humano. BIBLIOGRAFIA Página 113 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 BRASIL, Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de Mundo. Vol. 3, Brasília: Ministério da Educação e Desporto – SEF/ Depart. De Política da Ed. Fundamental/ Coordenação Geral de Ed. Infantil, 1998. FERRAZ, Osvaldo Luiz, MACEDO, Lino de. Reflexões de professores sobre a Educação Física na Educação Infantil incluindo o Referencial Curricular Nacional. São Paulo: Ver. Paulista de Educação Física, jan./jun. 2001. MATTOS, Mauro Gomes de, NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola. Phorte Editora Limitada, 2006. ze_ [email protected] Página 114 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA NAVAS, Maria Aparecida; RODRIGUES, Lidiane de Lima. ORIENTADORA: Profª Adelci Hilda Mendes Marques. UNIFEOB - Pedagogia. Introdução: Para o desenvolvimento da criança, o conhecimento do próprio corpo e o saber reconhecê-lo no outro é fundamental não só para um bom desenvolvimento motor, mas também essencial para sua personalidade. “O esquema corporal é um elemento básico indispensável à formação da personalidade da criança” (TISI, 2004p. 59). Objetivos: Com isso é de grande importância trabalhar a consciência corporal junto com o esquema corporal e a imagem corporal através de atividades lúdicas voltadas para cada fase do desenvolvimento motor da criança. Mostrar a importância de que através da consciência dos professores em trabalhar dessa forma, eles poderão ter um aluno mais bem estimulado e com um bom desenvolvimento. Material e Método: Foi adotado como método a pesquisa bibliográfica, embasada em um pensamento reflexivo e de tratamento cientifico, procurando em várias fontes, tanto de forma direta como indireta. Desenvolvimento: Sabe-se, através de estudos, que existe uma diferença entre esquema corporal, consciência corporal e imagem corporal, porém todas estão interligadas e uma depende da outra para se desenvolver. “Imagem corporal é a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio” (RUSSO, 2005, p.80). “Esquema corporal é a representação relativamente global, cientifica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo” (MEUR, 1989, p.9). “Consciência corporal é o conhecimento do corpo e da imagem corporal refletida no auto conhecimento, ao lado de outros aspectos sensórios”.(FREUD, 2001, p.37). Considerando assim deve-se acreditar que a criança passa primeiramente pela fase da imagem corporal, tendo a percepção e os sentimentos em relação ao próprio corpo (feia ou bonita, gorda ou magra entre outros). Depois disso a criança entra na fase do esquema corporal, onde ela obtém uma consciência geral de seu corpo, reconhecendo todas as partes, mas ainda não tendo plena consciência onde se situam todas as partes e suas especificidades, como por exemplo: olho direito e esquerdo, qual a função do joelho, coração, pulmão, braço entre outros. Logo após entra a consciência corporal e com isso a criança reuni todo o conhecimento adquirido e obtém a plena consciência de onde situa, suas partes do corpo e quais são suas funções. Com isso obtendo o conhecimento de seu corpo e reconhecendo o corpo do outro. Conclusão: Conclui-se que o professor deve ter cuidado de não pular as etapas mencionadas para que a criança obtenha uma boa consciência corporal. Estimulando a criança de forma lúdica respeitando as etapas do desenvolvimento da formação de sua consciência corporal. Fazendo isso para que não ocorra uma má definição na consciência corporal, onde poderia causar uma lentidão na coordenação psicomotora, deficiência da sua noção de espaço e tempo, insegurança em relação com o mundo e dificuldades para distinguir as partes de seu corpo. PALAVRAS-CHAVE: Imagem Corporal, Esquema Corporal e Consciência Corporal. Referências: MEUR, A De STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeducação: níveis maternal e infantil. São Paulo: Manole, 1989. TISI, Laura. Educação Física e Alfabetização. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. FRUG, Crytianne Simões. Educação Motora em Portadores de Deficiência: formação da consciência corporal. São Paulo: Plexus, 2001. ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Pratica em Psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak, 2006. < http://www.unipinhal.edu.br > Acesso em: 07/08/2007. [email protected] Página 115 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA NA TERÇEIRA IDADE SABORITO MLN¹, SILVA C¹, BRAZÃO TM¹, 2 MENDES ZTR ¹Graduandos do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João da Boa Vista, SP. 2 Docente do curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Fundação de Ensino Otávio Bastos, São João da Boa Vista, SP. Introdução: Ao atingir os quarenta ou cinqüenta anos de idade, as pessoas começam a perceber que transformações físicas, comportamentais e psicológicos indicam a progressão do processo continuo e inexorável do envelhecimento. Devido às transformações ocorridas no final do século XX1, como urbanização, melhoria sensível da qualidade de vida decorrente dos avanços tecnológicos, a expectativa de vida aumenta consideravelmente, assim acentua-se o número de pessoas cada vez mais idosas, o que requer considerável atenção por parte da saúde pública. A atividade física é essencial em todas as etapas da vida. Ela atua diretamente sobre o osso, por força mecânica ou indiretamente por fatores hormonais, porém com totais benefícios. A prática de esportes esta sendo cada vez mais indicada no envelhecimento, pois auxilia não só na prevenção, mas também na diminuição da pressão arterial, prevenção de patologias cardiovasculares (secundárias), melhora do diabetes tipo dois, controle da obesidade e melhora da auto-estima, dentre outros benefícios já comprovados cientificamente. Na terceira idade o exercício físico é especial e significante, pois mantêm influência sobre a saúde e proporciona benefícios respeitáveis na qualidade de vida. Objetivo: comprovar que a atividade física é essencial na qualidade de vida na terceira idade e promove tanto o bem estar físico quanto o emocional. Materiais e métodos: levantamento bibliográfico sobre efeitos da atividade física no idoso, utilizando como material de pesquisa: artigos científicos e livros da área de discussão. Conclusão: A atividade física com exercícios bem realizados pode promover a interação social, o bem estar físico e emocional e o combate contra várias patologias reumáticas, cardiovasculares e a obesidade. Referências: CHEICK, NC. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Rev. Brás. CI. E Mov., V.11,n.3, p.45-52, jul./set.2003 GROISMAN, D. A velhice entre o normal e o patológico. Instituto de medicina, UERJ, 2001. MATSUDO, S.M.M., MATSUDO, V.K.R. Exercício, densidade óssea e osteoporose. Revista Brasileira de ortopedia, 27(10) 730-742,1992 OCARINO,N.M.SERAKIDES, R. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose. Revista brasileira de medicina do esporte. V.12, no 3, Niterói, junho, 2006 OKUMA,S.S.; Os efeitos da atividade física em idosos. SCALCO, M. Z; JUNIOR, A. S. BOTTINO, C.M.C.Terapêutica para depressão na terceira idade, p.137-142, s.d. Email: [email protected] XADREZ: UM ESTUDO PEDAGÓGICO Wendel Rodrigo de Assis Graduando de Licenciatura em Educação Física Faculdade de Educação Física de Jaguariúna Faculdade de Jaguariúna RESUMO Esta pesquisa de revisão bibliográfica teve como objetivos estudar o uso do xadrez nas escolas e, dadas as inúmeras vantagens que esse jogo pode proporcionar, incentivar a prática do xadrez nas escolas de ciclos I e II do Ensino Fundamental, via intervenção do professor de Educação Física, além de abordar os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) e LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) no que tange os objetivos e conteúdos da Educação Física nos Ciclos I e II do Ensino Fundamental. Procuramos mostrar que nos últimos 40 anos, desde a primeira utilização do xadrez no âmbito escolar, muitas pesquisas e evoluções foram feitas e notadas. A crescente difusão do xadrez escolar tem sido feita através de esforços individuais, sem a massificação por parte da União, o que tornou essa difusão mais lenta do que em outros países como Rússia, Canadá e França. Tais esforços partem, diversas vezes, por pessoas que já têm, pelo menos, um razoável conhecimento enxadrístico, mas sem ter, obrigatoriamente, conhecimentos didáticos para o ensino. Sugere esta pesquisa que o xadrez escolar seja pautado de forma a considerar os aspectos pedagógicos antes dos Página 116 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 competitivos, procurando evitar a especialização precoce entre alunos de 7 a 10 anos e permitindo que estes, num ambiente de alegria obtenham vivências e experiências de solidariedade, cooperação e superação através de atividades corporais e esportivas prazerosas. A inclusão do xadrez nas escolas, de forma pedagógica, oportuniza que o aluno progrida segundo seu próprio ritmo, permitindo desenvolver diversas capacidades afetivas e, principalmente, cognitivas, sendo esses aspectos facilitadores de outras aprendizagens. [email protected] DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE UMA HISTÓRIA DE VIDA. Patrícia Celis Murillio, Ft Ms em Educação, UNIP Andréia Frias Furtado, Lydiane Duarte, Fisioterapia. Tendo em vista o caráter degenerativo da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), podemos salientar que a condição genética de uma alteração muscular traz uma série de desencontros no contexto da saúde da pessoa acometida, bem como no seu cotidiano familiar. Esta trajetória de vida, marcada por constantes perdas da motricidade voluntária, com sofrimentos físicos e emocionais, traz a família o grande desafio de se colocar frente a um quadro irreversível, sem cura, o que muitas vezes a torna impotente. No entanto, alguns apoios podem ser encontrados em diferentes áreas como: medicina genética, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, e no serviço social. O objetivo geral do estudo tem o interesse de demonstrar como a família se situa no âmbito emocional frente a uma patologia degenerativa. Também queremos aqui relatar o respaldo de ordem social que vem ao encontro desta família, no sentido de amenizar o seu sofrimento e o da pessoa com DMD. Optamos por uma metodologia que traduza uma história de vida. O intuito do método é deixar que o entrevistado, os familiares, respondam a um questionário, mas também que os mesmos tenham a liberdade, por meio de suas lembranças recuperarem fatos e dados da sua vida que foram importantes e marcantes no seu ponto de vista. Esperamos encontrar diferentes dificuldades vivenciadas pela família, as quais ainda não foram identificadas, justamente pelo fato de termos poucas referências bibliográficas para o tema escolhido. Contudo, pensa-se que ainda temos um processo de acolhimento, a estas pessoas com DMD e seus familiares, que está muito longe do que eles possam merecer. [email protected] INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM TUMOR CEREBRAL METASTÁTICO 1 1 1 2 3 3 AMÂNCIO, JS ; SOUZA, AG ; ROSA, JCD , BERALDO, SR ; SILVA, SB ; OLIVEIRA, LHS 7. 8. 6. Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS. Fisioterapeuta do serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio , especialista em Fisioterapia Cardiovascular –UNIFRAN. Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS e do UNIVERSITAS, mestre em Ciências Biológicas- UNIVAP. RESUMO INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Tumores são todas as lesões ou massas expansivas dentro do crânio que surgem devido a multiplicação desordenada de células normais ou anormais. Os tumores podem ser originários das células do próprio cérebro. Alguns outros são originários de outros órgãos ou tecidos que podem se disseminar pelo sangue, que são os chamados tumores metastáticos. Não há uma causa única, mas diversas causas para o surgimento de tumores cerebrais. Os sintomas são bastante variáveis, porém de um modo geral são: cefaléia, vômitos em jato, perda de coordenação motora, tontura, perda de visão, perda de audição, dor no rosto, perda de força em um lado do corpo, perda de sensibilidade nos braços. O objetivo do trabalho é descrever um atendimento de fisioterapia em paciente com tumor cerebral metastático. RELATO DO CASO: Paciente M.G.N.L, Sexo Feminino, 57 anos, raça branca, natural da cidade de Pouso Alegre -MG. Paciente deu entrada no serviço de neurocirurgia, no dia 08/05/2007, devido ao quadro de confusão mental e distúrbio de equilíbrio há + ou - 30 dias. Hipertensa de longa data, porém medicada e controlada. Acompanhante, refere tratamento de tumor cerebral Há 22 anos, faz uso de Resperidona, Decadron, Depakote e Cefalexina. Marido falecido, (HIV). Tabagista por 35 anos (10 cigarros/dia). Nega etilísmo. Ao exame físico, paciente em REG, Página 117 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 confusa, dismétrica, hemiparesia à (D), RCP: indiferente bilateral, sem rigidez de nuca, refere diplopia. Relata dor no HTX (E), não conseguindo descrever irradiação. Nos exames radiológicos: (RM) múltiplas lesões infra e supra tentoriais, até próximo do Tronco encefálico. Rx de Tórax: opacidade em hemitórax esquerdo de bordas irregulares, sugerindo adenocarcinoma. Conduta Médica: Internação, ECG, Rotina de sangue, risco cirúrgico, HIV I e II + sorologia para toxoplasmose, fisioterapia. Realizado broncoscopia, encaminhado material para Patologia. Conduta Fisioterapêutica Neurofuncional: Avaliação + dissociação de cintura escapular + posicionamento. Conduta Fisioterapêutica Respiratória: Avaliação + Manobras de Higiene Brônquica + Manobras de Reexpansão Pulmonar + Posicionamento. Evolução de mau prognóstico e óbito após 2 meses. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A meta da reabilitação é melhorar a qualidade de vida. Isso significa habilitar o paciente para a capacidade funcional máxima, necessitando o mínimo de ajuda dos outros. O fisioterapeuta deve apreciar os problemas emocionais que tem probabilidade de ocorrer, o que pode retardar o processo de reabilitação. O exame cuidadoso do tórax é utilizado particularmente se o paciente tem risco de desenvolver complicações pulmonares por causa de problema torácico existente. A reabilitação da função física pode incluir estímulos da contração muscular, fortalecimento dos músculos, desenvolvimento de reações de equilíbrio, e reaquisição de coordenação de movimentos, exercícios respiratórios para encorajar a expansão total dos pulmões e a tosse assistida, se houver secreções. Não considerando a expectativa de vida do paciente, o processo de reabilitação deve capacitar o paciente a levar uma vida produtiva e que tenha sentido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ANDREOLI, B. Medicina Interna Básica. 4ª edição. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 1998. 2. BRAGA, FM; MELO, PP. Neurocirurgia. 1ª edição. Ed. Manole. São Paulo, 2005. 3. PORTER, S. Fisioterapia de Tidy. 13ª edição,Ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2005. 4. ROWLAND, LP. Merritt – Tratado de Neurologia. 9ª edição. Ed. Guanabara Koogan.Rio de Janeiro, 1997. 5. UMPHRED, DA. Reabilitação Neurológica. 4ª edição. Ed. Manole. São Paulo, 2004. Palavras Chaves: Tumor cerebral; metástase; Fisioterapia PERFIL LIPÍDICO DE MULHERES HIPERTENSAS PÓS MENOPAUSA 1 1 1 1 1 AMÂNCIO, JS ; SOUZA, AG ; SILVERIO, FC , SILVA, AE ; COUTINHO, SF ; OLIVEIRA, LHS 10. 2 9. Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS- MG e do UNIVERSITAS - MG, mestre em Ciências Biológicas- UNIVAP -SP. RESUMO INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o stress e outras. A sua incidência aumenta com a idade. No Brasil, estima-se que 1 em cada 5 habitantes seja portador dessa patologia. A obesidade, é o acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, acima de quinze por cento do peso considerado ótimo - o que se observa através da comparação entre peso e altura. Começam as restrições e prejuízos da capacidade funcional. Esta perda no inicio é lenta e gradual, acelerando-se após a os 50 anos de vida (sendo que na mulher é mais rápido por causa da menopausa), levando assim a uma grande perda da autonomia. O envelhecimento esta associado ao aumento da gordura corporal, diminuição da massa magra e perda da densidade óssea. O objetivo do estudo é identificar o índice de massa corporal em mulheres hipertensas pós menopausa. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 36 voluntárias, com mais de 50 anos de idade, idade média de 66,41± 21, sendo aferidos peso e altura das mesmas, antes de uma sessão de fisioterapia. Após aferição foi realizado cálculo para identificar IMC das mesmas. RESULTADOS: Das 36 pacientes, o IMC médio foi de 28,1 ± 9,62, indicando importância associação com o ganho de peso pós menopausa. Das 36 pacientes, somente uma (1) (2,77%) apresentou IMC < 18 kg/m2 sendo considerada desnutrida. Nove (9) (25%) pacientes se encaixaram na denominação eutrófico com IMC entre 18 e 25 kg/m2. Treze (13) (36,11%) pacientes apresentaram IMC entre 25 e 30 kg/m2 sendo classificadas como sobrepeso, e outras treze (13) (36,11%) pacientes apresentaram IMC > 30 kg/m2 identificando algum grau de obesidade. Importante salientar que vinte e seis pacientes (26) (72,2%) apresentaram disfunção na relação peso altura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em uma população selecionada de mulheres hipertensas teoricamente sadias, sem quaisquer alterações clínicas encontrou-se nítida tendência a valores elevados de IMC na população estudada, sendo indiscutível a presença do fator ganho ponderal já instalado na maioria das pacientes. Esta característica pode se relacionar com a disfunção hormonal apresentada pós menopausa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ARAÚJO, F; YAMADA, AT; ARAÚJO, MVM; LATORRE, MRDO; MANSUR, AJ. Perfil lipídico de indivíduos Página 118 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 sem cardiopatia com sobrepeso e obesidade. Arq. bras. Cardiol; 84(5):405-409, maio 2005. 2. CAMPOS, MAG; PEDROSO, ERP; LAMOUNIER, JA. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Rev. Assoc. Med. Bras.; 52 (4), p.214-221. jul./ago. 2006. 3. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Rev. bras. hipertens;14(1):17-20, jan.-mar. 2007. 4. ROSA, RF; FRANKEN, RA. Fisiopatologia e diagnóstico da hipertensão arterial no idoso: papel da monitorização ambulatorial da pressão arterial e da monitorização residencial da pressão arterial. Rev. bras. hipertens;14(1):21-24, jan.-mar. 2007. Palavras Chaves: Hipertensão; índice de massa corporal; obesidade. PERFIL LIPÍDICO DE HOMENS HIPERTENSOS E SEDENTÁRIOS COM MAIS DE 55 ANOS. 1 1 1 1 1 AMÂNCIO, JS ; SILVA, RL ; PEREIRA, IMS ; OPENHEIMER, DG ; GOMES, FG ; OLIVEIRA, LHS 12. 2 11. Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS- MG e do UNIVERSITAS - MG, mestre em Ciências Biológicas- UNIVAP -SP. RESUMO INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o stress e outras. A sua incidência aumenta com a idade. No Brasil, estima-se que 1 em cada 5 habitantes seja portador dessa patologia. A obesidade, é o acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, acima de quinze por cento do peso considerado ótimo - o que se observa através da comparação entre peso e altura. Começam as restrições e prejuízos da capacidade funcional. Esta perda no inicio é lenta e gradual, acelerando-se após a os 50 anos de vida (sendo que na mulher é mais rápido por causa da menopausa), levando assim a uma grande perda da autonomia. O envelhecimento esta associado ao aumento da gordura corporal, diminuição da massa magra e perda da densidade óssea. O objetivo do estudo é identificar o índice de massa corporal (IMC) em homens hipertensos e sedentários com mais de 55 anos. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 16 voluntários, com mais de 55 anos de idade, idade média de 67,87 anos ± 9,5, sendo aferidos peso e altura dos mesmos, antes de iniciarem um programa de reabilitação cardiovascular. Após aferição foi realizado cálculo para identificar IMC dos mesmos. RESULTADOS: Dos 16 pacientes, o IMC médio foi de 26,43 kg/m2 ± 9,1, indicando importância associação com o ganho de peso com a idade. Dos 16 pacientes, somente um (1) (6,25%) apresentou IMC < 18 kg/m2 sendo considerada desnutrido. Quatro (4) (25%) pacientes se encaixaram na denominação eutrófico com IMC entre 18 e 25 kg/m2. Sete (7) (43,75%) pacientes apresentaram IMC entre 25 e 30 kg/m2 sendo classificadas como sobrepeso, e outros cinco (5) (31,25%) pacientes apresentaram IMC > 30 kg/m2 identificando algum grau de obesidade. Importante salientar que dos 16 pacientes, 12 (12) (75%) apresentaram disfunção na relação peso altura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A hipertensão é uma doença altamente prevalente em indivíduos do gênero masculino, tornando-se fator determinante na elevada morbidade e mortalidade dessa população. O exercício pode ser um “remédio” poderoso, pois diminui o risco de doenças cardíacas, diminui a pressão arterial, a diabete, alivia a ansiedade, a depressão, aumenta a função cardiorespiratória, aumenta ou mantém o tônus e a força muscular para uma qualidade de vida saudável e também para as atividades rotineiras. Os resultados indicaram que há maior prevalência de sobrepeso e obesidade em homens hipertensos e sedentários com mais de 55 anos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ARAÚJO, F; YAMADA, AT; ARAÚJO, MVM; LATORRE, MRDO; MANSUR, AJ. Perfil lipídico de indivíduos sem cardiopatia com sobrepeso e obesidade. Arq. bras. Cardiol; 84(5):405-409, maio 2005. 2. CONCEIÇÃO, TV; GOMES, FA; TAUIL, PL; ROSA, TT. Valores de Pressão Arterial e suas Associações com Fatores de Risco Cardiovasculares em Servidores da Universidade de Brasília. Arq. bras. Cardiol; 86 (1), janeiro. 2006. 3. CAMPOS, MAG; PEDROSO, ERP; LAMOUNIER, JA. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Rev. Assoc. Med. Bras.; 52 (4), p.214-221. jul./ago. 2006. 4. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Rev. bras. hipertens;14(1):17-20, jan.-mar. 2007. 5. ROSA, RF; FRANKEN, RA. Fisiopatologia e diagnóstico da hipertensão arterial no idoso: papel da monitorização ambulatorial da pressão arterial e da monitorização residencial da pressão arterial. Rev. bras. hipertens;14(1):21-24, jan.-mar. 2007. Palavras Chaves: Hipertensão; índice de massa corporal; obesidade. Página 119 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 INTERVENÇÃO LÚDICA E MUTISMO SELETIVO - RELATO DE 2 CASOS Josiane Martins Gonçalves dos Santos1, Leandra Infante2, Ana Carolina Sales Oliveira3, Luís Henrique Sales Oliveira4. Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS -MG 1. Aluna do Curso de Graduação em Educação Física UNIFENAS - MG 2. Professora Creche do Charque. 3. Fonoaudióloga, Especialista em Linguagem pela SANTA CASA- SP 4. Fisioterapeuta, Professor do curso de Graduação em Educação Física UNIFENAS- MG RESUMO INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A definição de Mutismo Seletivo (MS) é descrita como distúrbio de fundo emocional e o fracasso persistente de falar em situações sociais específicas, tendo como perfil crianças muito quietas, que na escola falam pouco com os colegas e professor. O silêncio impera como forma de comunicação (RAMOS, 2002). Apresenta como características: Timidez excessiva, dependência dos pais, acessos de raiva e agressividade, isolamento social, tristeza, excessiva rigidez e perfeccionismo, evita contato olho no olho, são crianças franzinas, traumas anteriores que envolvam perda (mortes, divórcio), pouco envolvimento paterno. Podendo estar associado a depressão infantil (RODRÍGUEZ, RODRÍGUEZ e ALCÁZAR, 2006). Atualmente no Brasil, sabe-se pouco sobre o MS, pelo fato é considerada uma "síndrome rara". É ligeiramente mais freqüente nas meninas, pesquisas mostram que atinge 7 a cada 1000 crianças. O início geralmente se dá antes dos 5 anos de idade, podendo durar por alguns meses ou persistir por vários anos. O objetivo do estudo é relatar 2 casos de MS em irmãos gêmeos, com intervenção lúdica. RELATO DOS CASOS: Duas crianças pertencentes a um grupo familiar carente e desestruturado, onde residem na mesma moradia: pai, mãe e seis filhos, e com um histórico de convivência social não interativo, constatamos que J.M.A e L.D.A, 5 anos, gêmeos, apresentavam sintomatologia característica de MS, o desenvolvimento psicomotor lento e atrasado em relação à outras crianças, pouca interação por parte dos colegas ou professores, iniciando comunicação próximo dos 3 anos de idade. Optamos por desenvolver atividades de caráter lúdico e práticas de socialização, onde buscamos uma maior interação social, uma melhora na comunicação e expressão, proporcionando assim um desenvolvimento afetivo e intelectual, para que as crianças possam se relacionar com seus colegas e progredir nas suas práticas escolares e de convívio social. Para tanto, fizemos uso da ludoterapia com atividades em grupo e jogos cooperados. Também usamos o método de denominá-los como ajudantes para a realização das brincadeiras, fazendo com que se sentissem importantes membros do grupo. Após a realização das atividades feitas com as duas crianças, durante 10 dias, percebemos progressos em seus desenvolvimentos e uma melhora nas atitudes sociais dentro da escola. Há comunicação com um aluno de sua sala, cujo adquiriram confiança e este passou a ser suporte e apoio para eles durante todo dia. Também uma pequena comunicação com as professoras como: vou ao banheiro, e atender pedidos feitos por elas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: LE BOULCH (1995), relata que os educandos tidos como “normais”, obterão um resultado melhor e, aqueles cujas dificuldades, como o MS, são mais acentuadas, terão a chance de mostrar onde está sua maior incógnita que não o permite alcançar o conhecimento almejado. Crianças, ao fazerem atividades escolares em grupo conseguem superar suas inibições e limites por agirem com espontaneidade (MARIOTTI, 2004). A exploração de momentos lúdicos e atividades voltadas para a imagem do corpo devem sempre auxiliar a recuperação do plano funcional, faz-se necessário também que o âmbito familiar seja recíproco na formação desta educação precoce independente do nível econômico. REFERÊNCIAS: 1. RODRÍGUEZ, JO; RODRÍGUEZ, JAP; ALCÁZAR, AIR. Tratamiento multicomponente de un caso de mutismo selectivo.Ter. psicol; 24 (2):211-220, 2006. 2. MANSO, JM. Analysis of a sexual abuse case associated with elective mutism. Investig. psicol;11(1):111-27, 2006. 3. RAMOS, M. Dicionário de Saúde Mental. Ed. Plátano. 234p. 2002. 4. LE BOULCH, J. Educação Psicomotora:a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Ed. ArtMed. 1998. 5. MARIOTTI, F. A recreação, o jogo e os jogos 2 ed. Rio de Janeiro, Ed. Shape. 2004. Palavras Chaves: Mutismo Seletivo; Criança; Depressão Infantil Página 120 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 A UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS ATENDIDOS POR FISIOTERAPEUTAS DA UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ 1 2 2 2 2 COUTINHO, SF ; SOUZA, RA ; POLITTI, F , PARREIRAS, ALG ; COELHO, AL ; OLIVEIRA, LHS 14. 2 13. Aluno do curso de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS - MG Docente do curso de graduação em Fisioterapia da UNIVÁS- MG e do UNIVERSITAS - MG, mestre em Ciências Biológicas- UNIVAP -SP. RESUMO INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O envelhecimento é um processo biológico e não deve ser encarado como uma doença e sim como um processo natural, que se caracteriza pela perda progressiva das capacidades funcionais. O envelhecimento está associado a diversas alterações estruturais nos sistemas cardíacos, respiratório, circulatório, nervoso, muscular e esquelético. Começam as restrições e prejuízos da capacidade funcional. Esta perda no inicio é lenta e gradual, acelerando-se após a os 50 anos de vida, levando assim a uma grande perda da autonomia. O envelhecimento esta associado ao aumento da gordura corporal, diminuição da massa magra e perda da densidade óssea. O objetivo do estudo é descrever a quantidade de tipos de medicamentos utilizados por idosos sem queixas clínicas. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 34 idosos de ambos os gêneros, sendo 25 mulheres e 9 homens, com mais de 68 anos de idade, idade média de 71,95 anos ± 13, que participam do programa de atendimento ao idoso do curso de Fisioterapia da UNIVÁS. Foram avaliadas as fichas destes pacientes que residiam em um asilo na cidade de Pouso Alegre – MG. Os idosos participaram da coleta dos dados e foram orientados sobre a ingesta de medicamentos e os resultados da pesquisa. RESULTADOS: Dos 34 idosos, observamos que todos realizam pelo menos a ingesta de um tipo de medicamento diário. A média de ingestão de tipos de medicamentos foi 2,24 medicamentos ± 1,26. Dos 34 idosos, 14 (41,17%) utilizavam apenas um tipo de medicamento diário. Sete (7) (20,59%) idosos utilizavam dois tipos de medicamentos diários. Treze (13) (38,24%) eram medicados com 3 ou mais tipos de medicamentos diários. Outra característica importante foi a identificação do tipo de medicação anti-hipertensiva em 32 pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Entre os idosos, a hipertensão sistólica solada (HSI) predomina sobre a hipertensão diastólica ou combinada, sendo mais importante como fator de risco cardiovascular que a hipertensão arterial diastólica. Programas de exercício favorecem a diminuição dos fatores deletérios do envelhecimento. A expectativa de vida termina quando a saúde de uma pessoa se compromete a ponto de dificultar a realização de atividades da vida diária, tornando a dependente de outras ou de algum tipo de assistência medica, psicológica ou social. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ARAÚJO, F; YAMADA, AT; ARAÚJO, MVM; LATORRE, MRDO; MANSUR, AJ. Perfil lipídico de indivíduos sem cardiopatia com sobrepeso e obesidade. Arq. bras. Cardiol; 84(5):405-409, maio 2005. 2. CÉSAR, MC; MONTESANO, FT; DINIZ, RVZ; ALMEIDA, DR; TEBEXRENI, AS; BARROS, TL. Respostas Cardiopulmonares ao Exercício em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Congestiva de Diferentes Faixas Etárias. Arq. bras. Cardiol; 86 (1), janeiro. 2006. 3. CAMPOS, MAG; PEDROSO, ERP; LAMOUNIER, JA. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Rev. Assoc. Med. Bras.; 52 (4), p.214-221. jul./ago. 2006. 4. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Rev. bras. hipertens;14(1):17-20, jan.-mar. 2007. 5. ROSA, RF; FRANKEN, RA. Fisiopatologia e diagnóstico da hipertensão arterial no idoso: papel da monitorização ambulatorial da pressão arterial e da monitorização residencial da pressão arterial. Rev. bras. hipertens;14(1):21-24, jan.-mar. 2007. Palavras Chaves: Hipertensão; medicamentos; envelhecimento ESTUDO DO EFEITO DO FRACIONAMENTO DO PESO NO ALINHAMENTO DA COLUNA DE MULHERES PRATICANTES DE ESPORTE Ms. Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms. Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Talita Malaman*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***. *UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG. O peso corporal tem se mostrado, muitas vezes, determinante nas alterações das estruturas corporais, neste sentido este estudo estabeleceu uma relação entre o peso de gordura e o peso magro e o alinhamento da coluna, nas porções cervical, torácica e lombar de mulheres, atletas, participantes dos JIMI, 2007. Para tento foram realizadas medidas de peso e dobras cutâneas abdominal, coxa medial e peitoral, alem de avaliação do alinhamento da coluna de 194 mulheres, participantes dos Jogos do Interior de Minas, sul de Minas, 2007, com Página 121 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 idade variando entre 14,5 e 38,3 anos, atletas de futsal, basquete, vôlei, handebol e judô. Foram utilizados uma balança antropométrica Filizzolla e um compasso de dobras cutâneas marca Sanny. A avaliação do alinhamento da coluna foi realizada por observação. O percentual de gordura foi calculado utilizando-se a equação de Siri et al e o modelo de Pollock e Jackson para o cálculo da densidade corporal. A análise estatística foi comparativa dividindo-se as atletas em dois grupos por segmento da coluna grupos. Foi testada a normalidade dos dados e em seguida foi realizada teste t para comparação dos grupos. Em relação à coluna cervical, tanto o peso quanto o peso de gordura quanto o peso da massa magra apresentaram diferenças entre o grupo de atletas com alinhamento normal e com hiperlordose. As comparações entre os grupos com alinhamento normal e com hipercifose torácica apresentaram diferenças nas variáveis peso e peso da massa magra, no entanto não foi encontrada diferença na variável peso de gordura. Finalmente na comparação das variáveis do estudo com o alinhamento da coluna lombar, nenhuma diferença foi encontrada. Os dados revelam uma forte influência entre o alinhamento da coluna e o peso e seu fracionamento. No entanto é necessário um aprofundamento desta linha de estudo para que estes dados possam ser conclusivos, tanto nas variáveis analisadas quanto em outros indicativos tanto antropométricos quanto posturais. IMPACTO DO AUMENTO DA GORDURA CORPORAL NO ALINHAMENTO DOS JOELHOS DE ATLETAS DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO Ms. Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms. Talita Malaman*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***. *UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG. A investigação da influência do peso e suas derivações no alinhamento dos joelhos de atletas pode resultar em modelos de prevenção que garantam a performance atlética dos mesmos. Neste sentido este trabalho se propôs a verificar o impacto da gordura corporal no alinhamento dos joelhos de homens participantes dos Jogos do Interior de Minas, regional sul, em 2007. As seguintes medidas foram realizadas: peso e dobras cutâneas peitoral, abdominal e coxa medial, alem de avaliação do alinhamento dos joelhos em 338 atletas. Foi utilizada uma balança antropométrica Filizzolla e um adipômetro científico Sanny. A avaliação do alinhamento dos joelhos foi realizada por observação. O percentual de gordura foi obtido a partir da equação de SIRI e a densidade corporal foi calculada pelo modelo matemático de Jackson e Pollock. A análise estatística foi comparativa dividindo-se os atletas em três grupos. Foi testada a normalidade dos dados e em seguida foi realizada a análise de variância com teste Tuckey post hoc. Os seguintes resultados foram obtidos: tanto a variável peso, quanto a variável percentual de gordura não mostraram diferenças nas comparações entre o joelho normal com o joelho em varo. Quanto a comparação feita entre o grupo de atletas com joelho em varo e joelho em valgo os resultados foram os mesmos, no entanto, quando comparado o grupo de atletas com joelho normal com o grupo com joelho em valgo foram encontradas diferenças estatísticas. Estes dados devem ser analisados com cuidado, pois podem possibilitar a inferência de que o peso corporal tendenciona o atleta a um desvio de joelho em valgo. Porem, vale ressaltar que apesar do grupo avaliado ser relativamente grande, todos estes são praticantes de esporte, submetendo-se a programas de treinamento e se sujeitando a cargas intensas de treinamento, mesmo estes não sendo considerados atletas de alto rendimento. Conclui-se, portanto, que no grupo de atletas avaliados, o peso corporal e o percentual de gordura podem ser coresponsáveis por desvios do joelho, especialmente para a posição valgo. INFLUÊNCIA DO PESO CORPORAL E IMC NO NIVELAMENTO DA CRISTA ILÍACA DE JOVENS PRATICANTES DE ESPORTES NO SUL DE MINAS GERAIS Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms. Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms.Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Talita Malaman*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***. *UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG. Este trabalho se propôs a investigar a influência do peso corporal, estatura e IMC no nivelamento da crista ilíaca de mulheres jovens, atletas, participantes dos Jogos do Interior de Minas, regional sul, em 2007. Para tanto foram realizadas medidas de peso e estatura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), alem de avaliação do alinhamento da crista ilíaca de 194 atletas, com idade variando entre 14,5 e 38,3 anos, de 27 cidades diferentes, que disputaram 6 diferentes modalidades desportivas, todas participantes do JIMI, 2007. Foi utilizada uma balança antropométrica Filizzolla com estadiômetro embutido para medidas de peso e estatura. A avaliação do alinhamento da crista ilíaca foi realizada por observação, sendo anotadas as seguintes possibilidades: nivelado, elevado a direita e elevado a direita. O IMC foi calculado utilizando-se a equação de Quetelet, onde o resultado é obtido pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da estatura em Página 122 de 124 Revista ENAF Science Volume 2, número 2, outubro de 2007 - ISSN: 1809-2926 metros. A análise estatística foi comparativa dividindo-se as atletas em três grupos. Foi testada a normalidade dos dados e em seguida foi realizada a análise de variância com teste Tuckey post hoc. Os seguintes resultados foram obtidos a partir dos dados obtidos: as atletas com a crista ilíaca elevada para a esquerda apresentaram diferença com o grupo das atletas sem desnivelamento nesta variável. Nas variáveis peso e estatura não foram encontradas diferenças. Apesar do número razoável de atletas avaliadas, o fato de só terem sido encontradas diferenças do nivelamento em um lado não permitem inferência relacionada ao IMC. Os dados do peso e estatura indicam que não existe influência entre tais variáveis e o nivelamento da crista ilíaca. No entanto, vale ressaltar a necessidade de se analisar o impacto de diferentes indicativos antropométricos e diferentes possibilidades de nivelamento postural. Por isso novos estudos apontados para este fim são vistos como necessários. RELAÇÃO ENTRE A GORDURA DA REGIÃO SUPERIOR DO CORPO E O ALINHAMENTO DA PELVE EM ATLETAS PARTICIPANTES DO JIMI 2007. Ms. Talita Malaman*, Ms.Luiz Henrique Gomes dos Santos*, Ms. Arthur Paiva Neto*, Ms.Dennis Wiliam Abdala*, Ms. Alessandro de Oliveira**, Thiago Lobo Dias***. *UNIFEG, MG; **UFSJ, MG; ***De Peito Aberto, MG. O objetivo deste trabalho foi identificar a influência da gordura corporal localizada na região superior do tronco e dos membros superiores no alinhamento da pelve de homens jovens, atletas, participantes dos Jogos do Interior de Minas, regional sul, em 2007. Foram realizadas medidas de peso e dobra cutâneas triciptal, biciptal, peitoral e subescapular, alem de avaliação do alinhamento da pelve de 338 atletas do sexo masculino, com idade variando entre 14,9 e 40,0 anos, de 27 cidades diferentes, que disputaram 6 diferentes modalidades desportivas, todos participantes do JIMI, 2007. Foi utilizada uma balança antropométrica Filizzolla para medidas de peso e um compasso de dobras cutâneas marca Sanny. A avaliação do alinhamento da pelve foi realizada por observação. Os indicativos foram a soma das dobras dos membros superiores (tríceps + bíceps) e soma das dobras do tronco superior (peitoral + subescapular). A análise estatística foi comparativa dividindose os atletas em dois grupos e comparados com as variáveis propostas. Foi testada a normalidade dos dados e em seguida foi realizada teste t de student. A partir dos dados obtidos foi possível verificar que nem a soma das dobras do tronco superior, nem a soma das dobras do tronco superior mostraram diferenças quando comparada ao alinhamento da pele, seja esta em posição normal, em anteroversão ou retroversão. Estes dados podem evidenciar a falta de relação entre a gordura corporal regional da região superior do corpo, seja tronco ou membros. Neste sentido, a compreensão entre os indicativos antropométricos relacionados ao peso corporal e o alinhamento da pelve devem ser estudados de uma forma global para que se possa entender o impacto das variáveis estudadas e periféricas com a posição da pelve. Vale sempre lembrar que o grupo estudados é formado por praticantes regulares de atividade física com objetivos competitivos. 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