Avances biotecnologicos reproduccion
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Avances biotecnologicos reproduccion
SEMINARIO INTERNACIONAL Y TALLER DE BÚFALO DE AGUA EM EL TRÓPICO AVANCES BIOTECNOLÓGICOS EN REPRODUCCIÓN DE BÚFALOS Prof. Dr. WILLIAM G. VALE Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA Santarém, Pará, BRASIL 1. REPRODUCCIÓN EN EL MACHO: TECNOLOGÍA DEL SEMEN E REPRODUCCIÓN ASISTIDA 2. REPRODUCCIÓN EN LA HEMBRA BUFALINA: INSEMINACIÓN ARTIFICIAL E REPRODUCCIÓN ASISTIDA 3. ZICARELLI, L. Reproductive seasonality in buffalo. Bubalus bubalis, v.4, p.29-52, 1997b. Supplement. ZICARELLI, L.; DE FILIPPO, C. FRANCILLO, M.; PACELLI, C.; VILLA, E. Influence of insemination technique and ovulation time on fertility percentage in synchronised buffaloes. Proc. 5th World Buffalo Congress, Caserta, p.732-7, 1997 Dinâmica folicular durante o tratamento superovulatório Apesar do grande esforço de alguns grupos de pesquisa que trabalham com bubalinos, os resultados obtidos até o momento demonstraram baixa eficiência desta biotecnologia na espécie bubalina. A baixa taxa de recuperação de estruturas embrionárias vem comprometendo a viabilidade econômica da técnica de transferência de embriões nesta espécie. Assim, iniciamos pesquisas objetivando avaliar, pela ultra-sonografia a resposta superovulatória de fêmeas bubalinas a diferentes protocolos hormonais. Nestes trabalhos (7), os exames ultra-sonográficos dos ovários mostraram que as fêmeas bubalinas apresentam resposta folicular ao tratamento superovulatório. Os animais apresentaram desenvolvimento de um “pool” de folículos que atingiam diâmetro ≥ 8mm no estro da superovulação, demonstrando que a baixa eficiência da transferência de embriões nesta espécie parece não estar associada à resposta folicular durante o tratamento superovulatório. Observamos que os bubalinos apresentaram, em média, taxa de ovulação de 62,8%, a qual foi semelhante à observada por alguns autores em bovinos (55). O número médio de ovulações foi de 7,0 ± 3,0, o que foi altamente correlacionado (r=0,86; P<0,01) ao número de corpos lúteos no dia da colheita de embriões. Este resultado demonstra que a ovulação foi seguida da formação de corpos lúteos na espécie bubalina. No entanto, apesar da resposta folicular dos bubalinos à superovulação, observou-se baixa taxa de recuperação de estruturas embrionárias nas búfalas superovuladas. As taxas de recuperação de estruturas embrionárias em relação às ovulações (27,4%) e aos corpos lúteos (32,1%), foram baixas nas búfalas superovuladas. Devido a baixa taxa de recuperação embrionária, recentemente realizamos trabalho (12) no qual 12 búfalas foram avaliadas durante o tratamento superovulatório por ultrasonografia (in vivo) e observação visual dos ovários após o abate. Neste experimento, foi correlacionando o número de ovulações com o número de estruturas embrionárias colhidas após o abate e a lavagem do tracto genital (ovidutos e cornos uterinos). Os resultados confirmaram nossos estudos anteriores, demonstrando que o número de estruturas embrionárias encontradas no tracto genital de fêmeas bubalinas após a lavagem dos ovidutos e dos cornos uterinos, correspondem a apenas 35% do número de ovulações. De 9,2 ± 3,8 corpos lúteos encontrados, apenas 3,2 ± 2,5 estruturas embrionárias foram colhidas. No entanto, permanece desconhecida a causa desta baixa taxa de recuperação embrionária. Com o objetivo de estudar mais detalhadamente o comportamento reprodutivo e a dinâmica folicular de búfalas superovuladas, realizamos trabalho (13) empregando a radiotelemetria para detecção do estro e associamos os resultados com o desenvolvimento folicular avaliado pela ultra-sonografia. Verificamos que o intervalo entre a aplicação de PGF2α e início do estro foi de 35,4 ± 7,3h. A duração média do estro foi de 15,9 ± 4,2h, e o intervalo final do estro/ovulação de 17,7 ± 6,7h. O intervalo PGF2α/ovulação foi de 69,0 ± 7,5h. Notou-se que das 95 ovulações (média de 7,9 ± 2,4 ovulações/búfala), 11 (11,6%) ocorreram às 60h, 73 (76,8%) às 72h, 6 (6,3%) às 84h, 3 (3,2%) às 96h e 2 (2,1%) às 108h após a administração da PGF2α. O intervalo entre a primeira e última ovulações foi 10,0 ± 10,0h. Observou-se que a concentração média de E2 foi de 1,49 ± 0,55pg/ml no início da superovulação (D9), de 27,02 ± 23,2pg/ml no dia precedente ao estro (D13) e de 3,07 ± 1,19pg/ml no dia do estro. As búfalas apresentaram grande variação das concentrações plasmáticas de E2 durante a fase estral (3,9 a 80,6pg/ml). A concentração plasmática de P4 foi de 3,7 ± 0,95ng/ml no D9, de 0,24 ± 0,19ng/ml no dia do estro (100% apresentou luteólise) e de 4,6 ± 0,64ng/ml no quarto dia após o estro. Estes dados colaboram para maior compreensão da resposta superovulatória na espécie bubalina. Na tentativa de melhorar a eficiência da transferência de embriões em bubalinos, iniciamos outra linha de pesquisa utilizando implantes contendo agonista de GnRH (deslorelina), que provocam bloqueio hipofisário, associados a superestimulação ovariana (27). No entanto os resultados de taxa de recuperação embrionária permaneceram baixos (24). Tentamos também boquear a produção de estrógenos no momento da ovulação para diminuir a contração do sistema genital e aumentar a taxa de recuperação embrionária (14). Entretanto, não se verificou aumento na taxa de recuperação embrionária. Recentemente, nosso grupo utilizou Somatotropina Recombinante Bovina (rBST) no início do tratamento superovulatório em fêmeas bubalinas (n=16; dados ainda não publicados). Verificou-se aumento no números de folículos pequenos no início do tratamento superovulatório (12,4 ± 3,6 vs. 15,6 ± 3,7; P=0,09), de folículos ≥ 8mm no dia da aplicação de LH (12,7 ± 7,0 vs. 18,6 ± 8,4; P=0,15), de corpos lúteos (4,9 ± 3,2 vs. 10,2 ± 9,4; P=0,15) e de estruturas embrionárias recuperadas (1,6 ± 1,7 vs. 5,1 ± 6,8; P=0,18), bem como nas taxas de ovulação (38,2% vs. 55,0%; P=0,006) e de recuperação de estruturas embrionárias/corpo lúteo (33,3% vs. 50,0%; P=0,06) para o grupo tratado com rBST. A rBST aumenta a população de pequenos folículos antrais e melhora a qualidade dos oócitos por efeito direto e/ou indireto do fator-I de crescimento semelhante à insulina (IGF-I; 38). O tratamento com rBST estimula a expansão das células do cumulus (34), o que pode contribuir para a adesão dos oócitos à fímbria e às células ciliadas da endosalpinge e pode aumentar a taxa de recuperação embrionária nas búfalas superovuladas. Mesmo apresentando problemas de baixa eficiência na colheita de estruturas embrionárias, existe o registro do nascimento de bubalinos pela técnica de transferência de embriões no Brasil (5). Informamos, também, o nascimento de bezerros oriundos de embrião congelado (7), demonstrando a viabilidade da técnica, desde que se aumente a taxa de recuperação de emPRODUCCIÓN E TRANSFERENCIA DE EMBRIONES EN LOS BUFALINOS: REPRODUCCIÓN ASISTIDA 4. TANSFERENCIA NUCLEAR DE CELULAS SOMATICAS-CLONE: REPRODUCCIÓN ASISTIDA 1. REPRODUCCIÓN EN EL MACHO: TECNOLOGÍA DEL SEMEN E REPRODUCCIÓN ASISTIDA Introducción A criopreservação do sêmen para a inseminação artificial (IA) tem servido como instrumento de ampla difusão do potencial genético dos animais de alta produção, sendo porém necessário que o material fecundante dos machos seja submetido à tecnologias eficientes (Vale, 1994). Apesar disso, no Brasil este melhoramento genético através da inseminação artificial em bubalinos tem sido inexpressivo, em relação ao contingente populacional do rebanho existente. Para alguns autores a relação entre a baixa resistência do espermatozóides do bubalino, seria um fator intrinsíco ligado a espécie, face a sua diferença de composição quando comparado aos bovinos. Singh et al.(1970) reportaram a existência de uma menor quantidade de ácido cítrico, Na+, K+ e Mg++ e maiores quantidades de Ca+ e bicarbonato, e níveis iguais de frutose, Pi e substâncias redutoras totais no sêmen de búfalo quando comparado ao bovino. Para outros autores, os níveis de fosfatase ácida tem um efeito positivo sobre os espermatozóides dessa espécie, enquanto a fosfatase alcalina, teria um efeito deletério, enquanto que altos níveis de fosfatase inibiriam a respiração e a viabilidade das células espermáticas face a um acúmulo de íonos de fosfato-inorgânicos (Chaudhary et al. 1977; Abdou et al. 1978). Embora em algumas regiões do mundo, os bubalinos sejam considerados sazonais, o macho dessa espécie parece ser menos susceptível as essas variações, entretanto um aspecto importante ligado a qualidade do sêmen é o estresse térmico. Altas temperaturas, manejo deficiente e alimentação desbalanceada levam a qualidade do ejaculado a se deteriorar e perder a qualidade para a congelação (Vale, 1994;1997). O inicio da técnica da IA em bubalinos foi sem dúvida muito desistimulante face aos baixos índices de fertilidade obtidos. Os resultados obtidos foram muito baixos pelo fato dos diluidores utilizados para a criopreservação do sêmen serem os mesmos dos bovinos. Após o seminário sobre Reprodução e Inseminação Artificial, promovido pela FAO e o governo Suéco, em Karnal, Índia, 1979, vários progressos foram obtidos em diferentes laboratórios do mundo, culminando com a existência de índices de fertilidade superiores a 65% de nascimento (Sengupta & Sukhija 1988). Vários problemas ligados aos diluentes foram contornados, principalmente através da utilização do TRIS (Hydroxi - methyl - amino - methan), TES (Hydroxi - methyl amino - ethan), Skim milk, LAICIPHOS 478, leite - citrato - lactose, lactose, citrato, ácido cítrico - soro (Roy & Bhat 1973; Bhosrekar & Ganguli 1974; Guenzel et al. 1979; Avenell 1982; Vale et al., 1984; Tayel et al. 1988; Stoyanova 1991; Vale et a. 1991; Vale 1994). No Brasil, e particularmente na Amazônia, a prática da IA, tanto em bovinos quanto em bubalinos, já é uma realidade, embora ainda necessite de constante estudos, em especial sobre a utilização de novos diluidores (Vale et al 1991a; 1991b) Da mesma forma, novos diluentes continuam a serem pesquisados, especialmente pelo fato, de muitas das substâncias utilizadas, serem importadas e de alto preço, o que de certa forma. Enquanto alguns procedimentos para a conservação dos espermatozóides são relativamente simples, outros como é o caso da criopreservação, tornam-se mais complexos e requerem conhecimento da fisiologia do trato genital masculino e da produção dos espermatozóides, bem como a utilização de diferentes compostos químicos, que possam servir de substratos, crioprotetores e agentes antimicrobianos, nutrindo e protegendo os espermatozóides durante as diferentes fases do processo, de modo a se obter células viáveis na fase de pós-congelação. Morfologia do sistema genital O trato genital do macho bubalino é semelhante ao do bovino, entetanto as estruturas que os compõem são menores, (Bhatacharya, 1974). Vale et al., (1981) encontraram para búfalos jovens pesando entre 400 a 600 Kg os testículos apresentando as seguintes mensurações para peso, comprimento e largura para o testículo direito e esquerdo 110,15 g, 8,83 cm, 4,64, 107, 33 g, 8,77 cm e 4,58 cm, respectivamente. No tocante as glândulas vesiculosas, os referidos autores encontraram para a direita e esquerda um comprimento e largura de 5,33 cm, 1,96 cm, 4,97 cm, 1,87, respectivamente; o comprimento das ampolas dos dutos deferentes, direita e esquerda, mediram 9,36 cm, 0,38 cm e 9,27 cm e 0,64 cm, respectivamente. Essas mensurações mostraram-se bastantes inferiores quando comparados aos tamanhos encontrados tanto para Bos taurus, como para Bos indicus, porém superiores a dados descritos para búfalos em outros países. O pênis também apresenta um comprimento e espessura menor que o bovino, tendo em média 80,15 cm e 1,95 cm, respectivamente, com a glande também se apresentando menos desenvolvida que no bovino, assim como a bainha prepucial é menos longa e aderida a parede abdominal, com raros pelos e ou mesmo ausência de pelos no óstio prepucial. Da mesma forma, a bolsa escrotal do bubalino é menos volumosa e apresenta na região inguinal uma inserção mais retilínea em relação ao funículo espermático quando comparado aos bovinos, que apresentam uma tendência de formar um leve estreitamento nesta mesma região, da mesma forma a ausência de pelos na bolsa escrotal é evidente (Joshi et a., 1967; Maurya et al., 1968; Osman; Fahmy, 1968; Fahmy; Osman, 1972; Bongso et al., 1984; Bhosrekar, 1993). Um parâmetro importante para a avaliação andrológica no búfalo e com pouca citação na literatura é o relacionado com a circunferência escrotal (CE). Vale et al., (2004) trabalhando com animais da raça Murrah, submetidos a manejo adequado observaram que as medidas da CE é inferior a reportada para bovinos e zebuínos, Tabela 1. Para Bhosrekar (1993) a CE para búfalos adultos indianos varia entre 30 a 34 cm. Assim como nos bovinos, também nos bubalinos existe uma alta correlação entre o peso corporal e a circunferência escrotal (R2=0.92), bem como uma correlação positiva entre a idade e o peso corporal R2=0.86) para animais de elite da raça Murrah criados no Brasil, Figura 1, (Vale et al., 2004). O peso corporal e a circunferência escrotal são dois importantes parâmetros utilizados na avaliação da capacidade reprodutiva de machos bovinos e bubalinos (Coulter et al, 1975; Carter et al., 1980; Ahmad et al. 1984; Ohashi, 1993). Em touros jovens (um ano para Bos taurus e dois anos para Bos indicus), a circunferência escrotal relacionada ao peso corporal e a qualidade do sêmen, tem sido apresentado por vários autores como de grande importância para a seleção de animais com maior potencial para reprodutores, tanto do ponto de vista de produção Circunferência escrotal (cm) (cm) Figura 1. Apresentação sumarizada da regressão entre a relação da circunferência escrotal em (cm) e a idade em (meses) em machos da raça Murrah. 45 y = 0.3367x + 18.74 R2 = 0.92 40 35 30 25 20 15 10 20 30 40 Idade em meses Fonte: Vale et al., (2004). 50 60 70 quantitativa e qualitativa de sêmen de da fertilidade como um todo (Vale Filho et al., 1993). No tocante ao macho bubalino é possível que o desenvolvimento corporal e do trato genital nesta espécie pode atingir o seu desenvolvimento pleno de forma semelhante aos bovinos e zebuínos, dependendo da pressão de seleção, manejo adequado dos animais desde o nascimento, passando pelo desmame e continuando pelas diferentes fases. É importante salientar que dentro do manejo deve-se levar em conta a profilaxia das enfermidades parasitárias, prevenção de enfermidades infecciosa e uma alimentação balanceada. Tamaño del testículo, pubertad, maturidad sexual y efecto de la edad sobre la reproducción Mientras diferentes autores lo reportaran que el macho bufalino presenta una baja precocidad no que se refiere a la reproducción, en la actualidad sabemos que ese aspecto está directamente ligado a las deficiencias del manejo y de la alimentación (Yassen & Mahmaoud, 1972; Ohashi et al. 1988; Vale et al. 2001; Vale et al. 2004). Al nacimiento, el testículo contiene mucho pocas células de Leydig funcionales, mientras que en el lúmen de los tubuelos seminíferos si encontrón células sustentación o las células de Sertoli, con la presencia de los gonocitos que dan el origen a las espermatogonias. Aunque esa fase, el animal entra en la fase infantil, hasta la edad del destete, entre 6 a 8 meses, cuando si empieza gradativamente a secreción de gonadotropinas por la pituitaria (FSH e LH), comenzando desta forma a la secreción de hormonas sexuales masculinos, principalmente la testosterona por las células Leydig, iniciando-se no final desa fase el proceso de la espermatogenese, cuando entonces entre el 10 y 14 mes el animal atinge a la pubertad. Si embargo, la pubertad en el bufalino macho pode ser considerada como el tiempo en que el animal empieza la producción de espermatozoos. O início da espermatogênese coincide com a luminación y el aumento del diametro tanto de los tubuelos seminiferos como de su lúmen. En esta fase ocurre también um rápido crescimento de todo o sistema genital, cuando el animal manifesta interesse por la hembra, sendo entonces capaz de fecundar una o más hembras en celo. Após esse período, segue-se a fase da maturidade sexual, quando o sistema genital atinge a sua produción plena de las hormonas e espermatozoos, idade essa que é atingida entre o 22° e 24° mês de idade. Nesse período a produción de espermatózoides atinge os níveis normais, com a produción plena de um ejaculado com características desejáveis para a copngelación. Em esta fase el animal atinge su maturidade sexual. Es important salientar si embargo, que existe una marcante diferencia entre a morfologia e o tamanho do sistema genital do bufalino e das espécies Bos taurus e Bos indicus. La bolsa escrotal del bufalino es menos volumosa y presenta una inserción mas retilinea en relación a el funiculo espermatico y a sua fijación em la región inguinal, enquanto que nos bovinos, existe una tendência de formar um leve estreitamento nesta mesma región. De la misma forma la ausencia de pelos na bolsa escrotal é evidente, o tamanho dos testículos, que si presentan menor quando comparado aos bovinos y gado zebu. A circunferência escrotal dos touros ideal entre 30-36 meses de idade na raça Murrah esta em torno de 30 ± 3,6 cm (24,4-31,0 cm), habendo um crescemiento linear e correlacionados com a circunferência escrotal, peso corporal e da idade do animal (com manobrista, 2001, Vale et al., 2004), Figura 1 e Tabela 1. Tabla 1. Clasificacion de la circunferencia escrotal en semental bufalino de la raza Murrah Edad Media (cm) (meses) Muy bueno Bueno (cm) Questionable (cm) (cm) 12 - 17 21±3.3 >23 23 >19 18 - 23 25±3.2 >26 25 >21 24 – 29 27±2.8 >29 28 >23 30 - 35 29±3.5 >30 29 >25 36 - 41 32±3.1 >33 32 >28 42 - 47 34±2.9 >34 33 >30 48 - 53 36±3.5 >36 34 >31 54 – 60 38±3.6 >39 36 >32 Fuente: Vale et al. (2004). c, acompanhado pela parada no crescimento ou mesmo um decréscimo no tamanho dos testículos, não havendo entretanto alteração no quadro espermático. Os mesmo autores consideraram que os testículos encontravam-se maduros com una idade de 2,77±0,09 anos, com um peso corporal de 275,6±8,5 e una circunferência escrotal entre 20-21 cm. Outros autores também encontraram una correlação positiva entre a idade, circunferência escrotal, volume testicular e peso corporal em diferentes raças bubalinas (Bongso et al. 1984; Ohashi, 1993). Ohashi (1993) estudando bufalinos leiteiros da raça Mediterrânea, reportou que puberdade é atingida entre 10-14 meses de idade, com una circunferência escrotal de 21,7±1,9 cm e na maturidade sexual 31,1±2,9 cm com 24 meses de idade O mesmo autor chamou a atenção que a puberdade não deve ser confundida com maturidade sexual. A puberdade deve ser definida como o tempo de primeiro potencial de procriação, enquanto maturidade sexual é o tempo em que o animal atinge o seu potencial máximo de procriação. Selecção e exame clinico andrológico de sementais doadores de sêmen Para que um macho bubalino torne-se um doador de sêmen é de grande importância o conhecimento de sua progênie. Assim, o primeiro aspecto a ser levando em conta na indicação de um bufalino com produtor de sêmen, é o seu valor zootécnico baseado em um teste de progênie ou de performance. Na América Latina, cujo produto principal hoje procurado é o leite para a fabricação de muzzarella ou outros tipos de queijos finos, o conhecimento da produção leiteira dos ancestrais desse futuro doador de sêmen é de fundamental importância. Além do mais, os animais selecionados como doadores de sêmen, devem ter tido desde o período pré-puberal um tratamento especial no que concerne ao seu aleitamento, alimentação, calendário profilático contra enfermidades parasitárias e infectocontagiosas de que grassam na região de onde se origina, além de um manejo adequado. Una vez satisfeitas essas exigências iniciais, aos 16-18 meses, o futuro reprodutor já pode ser enviado a um Centro Especializado para a congelacão do sêmen. Porém, antes de ir para esse Centro, una série de exames clínico-andrológico e higiênico-sanitário devem ser realizados, constando que o mesmo encontra-se livre de distúrbios reprodutivos de fundo hereditário ou morfo-funcionais ligados ao aparelho reprodutor tais como hipoplasia testicular, degeneração testicular, disfunção epididimária, ausência ou baixa libido assim como de enfermidades infecto-contagiosas, tais como: Brucelose Campilobacteriose (vibriose) BVD IBR/IPV Tricomoniase Leucose Leptospirose Tuberculose Esses exames devem ser realizados por Médico Veterinário, que da mesma forma deve expedir certificado de vacinação contra as diferentes enfermidades infecto-contagiosas que existem na región, como no caso a febre aftosa, carbúnculo sintomático, raiva etc. En el Centro Especializado, el animal debe si quedar en uno período normal de la quarentena, recebendo um manejo que consistirá de banhos diários nas horas mais quentes, alimentação controlada do ponto de visto protéico, e recebimento de alimento volumoso de boa qualidade, além de suplemento mineral ad libitum ao cocho. O ideal é que o animal jovem fique isolado em una baia individual, porém diariamente, seja agrupado com dois ou mais animais, em una mesma baia, onde possa ser observado a atividade homossexual dos mesmos, da mesma forma que deve-se determinar a hierarquia e a dominância entre os mesmos. Treinamiento de sementales jóvenes para colhita del semen por el método de la vagina artificial O bufalino é talvez a mais fácil espécie doméstica a se adaptar e ser treinado para servir na vagina artificial. Para isso é importante observar o comportamento dos machos jovens mesmo antes dos mesmos atingirem a puberdade, pela existência de intensa atividade homossexual entre os machos jovens, inclusive com a dominância de um macho sobre um determinado grupo (Anand, 1979; Vale, 1994;1997). Uma vez identificado a preferência de um determinado animal pelo outro, devemos escolher o dominado e colocá-lo em um tronco de monta e deixar o dominador saltar em montas falsas, tendo-se o cuidado de desviar o pênis sem tocá-lo e ainda a presença da vagina artificial. Una vez treinado, o macho geralmente ejaculará na vagina artificial já na primeira tentativa. É importante salientar que o comportamento sexual dos bubalinos quando comparado com os bovinos europeus é mais fraco, assemelhando-se aos zebuínos. O bufalino jovem pode ser condicionado para saltar em um macho ou em una fêmea, embora o tempo de reação sexual e a libido sejam bem mais fracos, embora outros atributos seminais como volume, concentração, atividade de massa e vigor tenham pouca variação quando comparado aos bovinos e zebuínos (Vale, 1994;1997). Comportamento sexual O macho da espécie bubalina apresenta um comportamento sexual semelhante ao do Bos taurus e do Bos indicus, porém a libido sexual é menos intensa. A habilidade sexual segue una cadeia de atitudes, tais como cortejo, ereção, protusão do pênis, monta, procura com arremetidas pélvicas rítmicas, introdução do pênis na vagina, ejaculação percebida pela estocada final, desmonta e período de calma ou tranqüilização. Dentro dessa cadeia, o cortejo é talvez a fase mais longa, variando entre 10-15 ou mais, havendo necessidade de muita paciência para o animal acostumar-se com o manequim, que deve ser de preferência um outro macho, nos casos de animais jovens, ou una vaca em cio para machos adultos. Regogida, processamiento y congelacción del semen para uso em la inseminación artificial La utilización del semen congelado como herramienta para la mejora mejoramiento genético de los bufalinos fue iniciada por Bhattacharya & Srivastava (1955) en la Índia, cuando la inseminación artificial (I.A.) fue pela primera vez realizada con relativo suceso, utilizando semen congelado en pelletas y hampuelas. Enseguida, varios trabajos tuvieran continuidad, no solo en este primero país, más en otros, Roy et al. (1956), Basirov (1964), Sahani & Roy (1972) y Heuer (1980). Si embargo, el desconocimiento de una tecnología adecuada para la especie bufalina, en que concerní a los diluyentes, porcentual de glicerol, tiempo del equilibrio, métodos de congelación e falta de padronização, levaban a resultados pobres e variables. Hoy si sabe que esas fallas, ocurrirán pelo facto de sí tentar utilizar en el procesamiento tecnológico del semen bufalino, la misma metodología utilizada para el semen de bovinos. Por esta última razón, la utilización de la metodología para la congelación del semen bovino aplicada a de los bufalinos, lleva a fracasos, se debiendo desa forma procurar utilizar la tecnología propia para la especie, que sen embargo llevará a resultados excelentes. Para algunos autores la relación entre la baja resistencia de los espermatozoos del macho bufalino, seria uno factor intrínsico ligado a especie, debido a su diferencia en la composición cuando comparado a de los bovinos. Después de la realización del seminario sobre Reproducción e Inseminación Artificial, promovido por la FAO y el gobierno Sueco, en Karnal, India, 1979, varios progresos fueran obtenidos en diferentes laboratorios del mundo, culminando con la obtención de tajas de fertilidad superiores a 65% de nacimiento (Sengupta & Sukhija 1988). Varios problemas ligados a los diluyentes fueran contornados, principalmente después de la utilización del TRIS (Hydroxi - methyl - amino - methan), TES (Hydroxi - methyl - amino - ethan), skim milk, Laiciphos 478, leche - citrato - lactosa, lactosa, citrato, ácido cítrico - suero de leche de bufalino (Roy et al. 1956; Pavithran et al. 1972; Bhosrekar & Ganguli 1974; Guenzel et al. 1979; Heuer, 1980; Vale et al., 1984; Tayel et al. 1988; Stoyañova 1991; Vale et a. 1991; Vale 1994). A pesar de que en algunas regiones del mundo, los bufalinos sejam considerados sasonales, el macho dessa especie parece ser menos suceptivel as las variciones, mientras uno aspecto importante ligado a la qualidad del semen es el estresse termico. Altas temperaturas, manejo deficiente y alimentación desbalanceada llevan a una qualidad del eyaculado a si deteriorar y perder la qualidad para a congelación (Shafie, 1994 Vale, 1994;1997). No Brasil, y particularmente na Amazônia, a prática da IA, tanto em bovinos quanto em bubalinos, já é una realidade, embora ainda necessite de constantes estudos, em especial sobre a utilização de novos diluidores (Vale et al 1991a; 1991b). Da mesma forma, novos diluentes continuam a serem pesquisados, especialmente pelo fato, de muitas das substâncias utilizadas no processamento tecnológico do sêmen bubalino, serem importadas e de alto preço, o que de certa forma onera os custos do processo. La criopreservación del semen para la IA en bufalinos, hay servido como instrumento de larga difusión del potencial genetico de los animales de alta produción, sendo necesario que el material fecundante dos machos seja submetido a uno processamiento tecnologico eficiente, como garantia del sucesso del proceso (Vale, 1994). Apesar disso, no Brasil este melhoramento genético através da inseminação artificial tem sido inexpressivo, em relação ao enorme plantel existente. A pesar de certos procedimentos para o estudo da morfologia dos espermatozóides são relativamente simples, como em outros para a criopreservação, tornam-se mais complexos e requerem conhecimento da fisiologia dos espermatozoos, bem como a utilização de diferentes compostos químicos, que possam servir de substratos, crioprotetores e agentes antimicrobianos, nutrindo e protegendo os gametas masculinos durante as diferentes fases do processo, de modo a se obter células viáveis na fase de pós- congelacão. Características del ejaculado a ser congelado O sêmen do semental bufalino pode apresentar problemas associados com os fatores climáticos ou sazonais, face una grande sensibilidade do epitélio seminífero a um aumento da temperatura ambiental. No caso de temperatura tropical como na região Amazônica e do Brasil Central há necessidade de se implementar um manejo especial, com o acesso a açudes ou banhos diários nas horas mais quentes, aspecto esse de fundamental importância na atenuação dos efeitos deletérios do calor). Por serem mais sensíveis ao calor, atenção especial deve ser dada a animais submetidos a colheita durante a estação quente do ano. A melhor maneira para superar o problema que leva a una deterioração de qualidade de sêmen, é proporcionar aos animais banhos com água durante as horas mais quente do dia ou permitir os animais terem acesso a lagunas. É muito importante a proteção dos animais contra o estresse térmico, proporcionando o acesso livre do animal ao banho e a sombra, posto que o bufalino tem dificuldades de dissipar o calor corporal, por possuir menos glândulas sudoríparas e portanto um sistema termo-regulador menos eficiente quando comparado aos bovinos e zebuínos (Shafie, 1994; Vale, 1994;1997). Assim, o melhor horário para a colheita do semen bubalino é no início do dia (ainda escuro) ou no final do entardecer, posto que essa espécie apresenta um comportamento sexual noturno. No momento da colheita do semen, há necessidade de que o ambiente seja tranqüilo, sem barulho ou outras formar de atitudes que possam causar una perda de concentração do reprodutores que vão doar semen. A higiene do local de colheita do semen, assim como de todo material utilizado no processamento tecnológico do semen é de fundamental importância para o sucesso do processo. Todo o material utilizado, vaginas artificiais, vidraria, equipamentos de processamento etc., devem ser esterilizados ou submetidos a processos prévios de descontaminação adequada, inclusive os diluidores, que devem ser processados com a antecedência mínima de 24 horas. Da mesma forma para una melhor qualidade do ejaculado a ser colhido, deve-se usar vagina artificial não lubrificada, com una temperatura entre 44-45oC. Cada colheita consistirá de dois ejaculados - primeira e segundo, colhidos dentro de um intervalo de mínimo 30 minutos. A utilização de montas falsas com desvio do pênis, são recomendadas para aumentar a qualidade da ejaculado. Logo depois da colheita, o ejaculado deve ser avaliado para os parâmetros seguidos e então colocado em um banho maria com a água a una temperatura de 37 o C (Vale, 1994;1997). Cor ou Densidade Está na dependência da concentração ou seja do número de celulas espermáticas no ejaculado. Assim, a cor e a densidade refletem concentração do ejaculado. Em geral a cor normal do semen bubalino varia entre branco-leitoso para branca ou cremosa, e una vez colocados contra a luz artificial, apresenta estrias com cor azul escura (Vale, 1994;1997). Volume As variações em volume pode ser observada tanto no caso de touros jovens e como adultos. Temos observado que animais jovem na puberdade ou no início da maturidade sexual o volume de semen pode variar entre 1,0 a 3ml, porém esse volume pode alcançar volumes entre 4 a 8 ml após atingirem a maturidade sexual. A atenção deve ser dada nos casos de degeneração testicular, em geral causado por estresse térmico produzido pelo calor ambiental, quando não só o volume como outras características físicas e morfológicas do sêmen tendem a sofrer alteração. Para Vale (1994 e 1997) o ejaculado bubalinos apresenta as seguintes características físicas e morfológicas, conforme esta explicitado na Tabela 2. Tabla 2. Características del eyaculado del semental bufalino obtenido através de la vagina artificial. Característica Padrón normal Color Blanco, blanco-lechoso, con estrías escurasazules Volumen 3 ml ( 2 al 8 ) Turbidez >3 Motilidad (%) >70 Vigor (motilidad individual) >3 Concentración 6 x 105 al 12 x 105 Celulas espermáticas vivas(%) >70 Patología espermática (%) <30 pH 6.7 al 7.5 Fuente: Vale (1994;1997) Movimiento de onda o turbión O movimento de onda ou turbuiao se traduz certificadadiretamente pela concentração e mobilidade dos espermatozóides presentes no ejaculado. Todo esse movimento, se faz após a colocação de uma gota de ejaculdo em uma lâmina de microscópio e a sua observação em microscópio com aumento de (10x), possa ser feita una avaliação desse fenômeno dentro de una escala de 0 a 5, conforme encontra-se sunarizado na Tabla 3. Eyaculados com una escala numérica de 3 a 5 son apropriados para la congelación. Tabla 3. Escala para la evaluación microscópica de la turbidez do semen bufalino Parâmetro Escala numérica Característica microscópica do semen Ausência Muy pobre 0 1 ondas, com os espermatozoos imóveis Ausência Pobre de de ondas, com poucos eserpmatozóides móveis Raras ondas são observadas, com alguns Médio 2 espermatozoos móveis Presença de ondas, movimento de Bueno 3 espermatozoos moderado Presença de ondas rápidas e distintas, Muy bueno 4 com escurecimento do campo Presença de múltiplas ondas em todas Excelente 5 direções, com intenso escurecimento do campo Fonte: Vale (1994;1997) Concentración A concentração dos espermatozoos do semental bufalino normal presenta uma variação entre 0,6 x 106 a 1,2 x 106 mm3. Este parâmetro está diretamente correlacionado com os aspectos genéticos, sazonais, nutricionais e do manejo. A concentração dos espermatozoos de um ejaculado é estimada pelo número de células por mm3 do volume do semen. Asim, como nas outras espécies domésticas, existem diferentes métodos utilizados para a determinacion de la concentracion espermática, , os mais utilizados rotineiramente sao a câmara hematimétrica o da fotocolorimetría. O primeiro método, é muito simples, pois utiliza una pipeta de Sahli ou una pipeta de Eppendorf automática, com graduação para 20 µl, que será diluído em um frasco contendo 4 ml de una solução de formol-salino tamponada a 1% ou de citrato de sódio tamponado o que dará una diluição final de 1:200; após esse procedimento, com o semen sendo imediatamente analisado ou colocado em refrigerador a una temperatura de 4º C até ser analisado. Após una leve e rápida homogeneização do sêmen diluído, una gota é levada a una câmara de Neubauer que é cheia e mesmo procedimento utilizado para a contagem de células sangüíneas. Um total de cinco quadrados são contados, com o resultado sendo multiplicado por 10.000 para a obtenção da concentração total de espermatozoos do ejaculado (Vale, 1994;1997). Motilidade A motilidade espermática é um parâmetro fundamental para una conclusão da qualidade de um ejaculado. Deve ser realizada imediatamente após a avaliação do turbilhonamento. Una gota pequena de sêmen é colocada entre una portaobjetos e lamínula a 40° C, e examinado ao microscópio em um aumento de (40 ou 100x), Tabela 4. Tabla 4. Escala para a avaliação microscópica da motilidade do sêmen bubalino Motilidade (%) Descrição do percentual Valor numérico 80 – 100 Muito boa 5 60 – 80 Boa 4 40 – 60 Média 3 20 – 40 Pobre 2 0 – 20 Ruim 1 Fonte: Vale (1994;1997) Vigor O vigor ou motilidade individual é a avaliação do tipo e intensidade do movimento individual de um espermatozóide individual no campo, realizado entre portaobjetos e lamínula a 40° C, utilizando-se um aumento de (40 a 100x) em microscópio. Tabla 5. Escala para la avaluación microscópica del vigor del semen bufalino Vigor Descripción 5 Todos o casi todos los espermatozoos con enérgicos movimientos progresivos 4 La mayoría de los espermatozoos con rápidos movimientos progresivos 3 Espermatozoos con movimientos progresivos de intensidad regular y movimientos oscilatorios 2 Algunos espermatozoos con movimiento progresivo vagaroso y mucho movimiento oscilatorio 1 Solamente espermatozoos con movimiento oscilatorio 0 Todos los espermatozoos sí encontrón inmóvil Fuente: Vale (1994;1997) Vivos y muertos Através da determinação do número de espermatozoos vivos e mortos, é possível se predizer a qualidade de um ejaculado. Um ejaculado que apresenta mais de 30% dos espermatozoos mortos, dificilmente servirá para ser processado e congelado. O procedimento para a coloração para vivos e mortos é a seguinte: Colocar una pequena gota de sêmen fresco, retirado do ejaculado logo após a colheita sobre una portaobjetos limpa e aquecida a 37°C; Colocar duas gotas do corante (Eosina a 2%), misturando ambos os líquidos com um bastão de vidro; Deixar a mistura repousar por 30 segundos, procedendo-se a feitura do frotis em una segunda portaobjetos; Secar a portaobjetos sobre una fonte de calor ou ar aquecido; Examinar ao microscópio Os espermatozoos vivos apresentaram coloração clara – não se deixaram corar, enquanto que os mortos terão coloração rosa-cinza, devendo-se considerar os espermatozoos parcialmente corados, também como mortos. pH O sêmen de bufalino normal colhido através da vagina artificial, apresenta um pH que varia entre 6.5 a 7.2. O pH deve ser determinado imediatamente após a colheita, utilizando-se papel indicador. É importante salientar que o sêmen bubalino tem una tendência muito grande a se acidificar, muito embora tenha una concentração mais baixa de açúcares, após ser colhido, ocorre una rápida metabolização desses açucares que são transformados em ácido láctico, com una diminuição do pH de sêmen, levando a alterações irreversíveis nos espermatozoos. Características bioquímicas do sêmen Os aspecto relacionados com a composição bioquímica do sêmen bubalino integral e do plasma seminal é importante para o perfeito conhecimento da aplicação de técnicas de congelacão nessa espécie. Singh et al.(1970) reportaram a existência de una menor quantidade de ácido cítrico, Na+, K+ e Mg++ e maiores quantidades de Ca+ e bicarbonato, e níveis iguais de frutose, Pi e substâncias redutoras totais no semen de bufalino quando comparado ao bovino. Para outros autores, os níveis de fosfatase ácida tem um efeito positivo sobre os espermatozoos dessa espécie, ao passo que a fosfatase alcalina, teria um efeito deletério, enquanto que altos níveis de fosfatase inibiriam a respiração e a viabilidade das celulas espermáticas face a um acúmulo de ínos de fosfato-inorgânicos (Chaudhary et al. 1977; Abdou et al. 1978). Tabela 6. Algumas características físicas e bioquímicas do sêmen bubalino integral e do plasma seminal Característica Semen total Plasma seminal Osmolaridade (mosM/kg 293.33±3.39 283.75±2.31 Proteína total (g/100 ml) 3.10±0.10 2.86±0.14 Lipídeos totais (mg/100 ml) 321.15±18.41 260.86±12.52 Frutose (mg/100ml) 547.08±61.24 684.60±81.14 Ácido cítrico (mg/100 ml) 368.73±14.82 466.33±31.66 Sódio (mg/100 ml) 260.63±8.81 258.58±13.65 Potássio (mg/100 ml) 153.50±2.68 154.83±3.27 Cálcio (mg/100 ml) 32.04±2.77 32.42±3.10 Magnésio (mg/100 ml) 6.17±0.41 6.46±0.39 Cloretos (mg/100 ml) 196.57±2.45 224.06±2.60 Fosfatos inorgânicos (mg/100 ml) 17.02±1.67 12.75±1.09 Fosfatase ácida (U/100 ml) 225.00±2.99 331.20±2.60 Fosfatase alcalina (U/100 ml) 326.05±2.16 331.20±2.60 Zn (mol/célula e µmol/l) 14.3 86.88 Fonte: Ibrahim et al. (1985) Exame de la morfologia dos espermatozoos A porcentagem de espermatozoos normais no ejaculado colhido de um bufalino, é um ponto importante que deve ser observado quando o objetivo for a congelacão do sêmen. É importante associar os outros parâmetros já avaliados no ejaculado, tais como turbilhonamento, motilidade e vigor, que estão diretamente correlacionados com o número total de espermatozoos normais e añormais. O estudo morfológico das celulas espermáticas é realizada através de preparações feitas em portaobjetoss coradas e em montagem úmidas. Nas portaobjetoss coradas vários métodos podem ser utilizados, dentre eles destacam-se a coloração de Williams (carbo-fucsina-eosina) ou ainda o método Cerovsky (vermelho Congo), quando 200 celulas serão contadas em imersão com um aumento de 1.000 a 2000 vezes em microscópio convencional de luz brilhante. No caso da preparação úmida, consiste em se retirar de um frasco contendo solução de formol-salino com duas gotas de semen já diluído logo após a colheita, tendo-se cuidado de proceder una leve homogeneização do frasco, e colocar una gota em una portaobjetos aquecida a 40°C e cobrir a gota com una lamínula, e examinando-se a preparação em microscópio de contraste de fase ou interferência. Em ambos os métodos cerca de 200 celulas serão contadas. Os vários tipos de añormalidades estruturais associadas com alterações morfológicas da cabeça, acrossomo, peça intermediária, cauda, gotas citoplasmáticas, além de outras estruturas estranhas ao semen normal, tais como celulas da linhagem espermatogênica, prepuciais, sangüíneas, inflamatórias, devem ser observadas e contadas, cujos percentuais irão juntamente com os outros parâmetros já mencionados, compor o Espermiograma. As alterações por acaso encontradas devem seguir a classificação proposta por Blom (1972) para bovinos, divididas em defeitos maiores e menores. Defeitos maiores Defeitos menores Sub-desenvolvido Cabeça delgada Cabeça isolada patológica Pequeno normal Estreito na base Gigantes, curtos e largos Piriforme Cauda dobrada e enrolada Contorno añormal Abaxial, retroaxial Pequeno añormal Gota citoplasmática próximal e distal Os limites para defeitos maiores individual e total devem ser de: Individual - 5% Total - 20% Os limites totais para defeitos maiores e menores aceitáveis para o sêmen bubalino com una concentração de 40 milhões por dose é de 30% de patologia total (Vale, 1994;1997). Patología del acrosoma de los espermatozoos pos-descongelación O processamento tecnológico de sêmen podar causar alterações significativas no ambiente na osmolaridade do meio diluyente dos espermatozoos e afetar o esperma acrossômica em particular, tanto durante o processo de congelamento e descongelamento (singh et al. 1995; vale, 1994). por isso, é recomendável antes da liberação de una partida de semen congelado, que seja feita una avaliação da integridade do acrossomo dos espermatozoos congelados. essa técnica apresenta dois procedimentos, ou seja pode ser feita através de frotis corado ou preparação úmida. no primeiro caso, prepara-se um frotis em portaobjetos limpa e aquecida a 40°c do sêmen descongelado, secando da mesma forma que é feito para a coloração de vivos e mortos e, em seguida corar com o corante de giemsa, com a portaobjetos sendo examinada em microscópio no mesmo procedimento para a técnica de determinação de vivos e mortos. no caso da preparação úmida, toma-se una amostra de sêmen logo após a descongelação, quando duas a três gotas são previamente diluídas em una solução de formol salino a 4%, sofrendo logo em seguida una leve homogeneização. em seguida retira-se una gota do sêmen diluído entre portaobjetos e lamínula é examinado em microscópio invertido em contraste de fase, utilizando-se um aumento de 1000x. em ambas técnicas serão pesquisados os seguintes alterações relacionadas com o acrossomo: acrossomo desprendido, acrossomo em desprendimento, acrossomo edemaciado, acrossomo rompido. após esse exame, qualquer partida de sêmen congelada que apresentar mais de 50% desses defeitos, deve ser descartada, por não servir para uso em ia (vale et al. 1991a; vale, 1994;1997). Processamento tecnológico para a congelacão do sêmen O princípio básico para a congelacão do sêmen bubalino é semelhante ao de qualquer outra espécie, e encontra-se sumarizado na Figura 2. Figura 2. Representação esquemática da rotina utilizada nas diferentes etapas do processamento tecnológico para a congelação do sêmen bubalino. EJACULADO FASE I DILUIÇÃO EQUILÍBRIO FASE II CONGELACIÓN DESCONGELACIÓN TTR* * Teste de Termoresistência. FASE III Diluidores Atualmente inúmeros diluidores são utilizados na criopreservação do sêmen bubalino, tais como: citrato-gema, lactose, leite desnatado, soro de leite, TRIS-gema e, mais recentemente, o diluidor à base de TRIS (Tris-hydroximethyl amino methaño), Quadro 1, e o TES(Tris-hydroxymethyl amino ethaño), Quadro 2, sendo o glicerol a 7% o crioprotetor comum a todos os diluidores (Vale, 1994; 1997). Grande parte desses diluidores são constituídos de substratos orgânicos industrializados, produtos importados de eficiência comprovada, mas de alto custo e de difícil aquisição e muitas vezes encarecendo o processo tecnológico. Assim, outras alternativas surgiram com a utilização da água de coco, utilizada em bovinos por Chieffi & Masoti (1959) e por Nunes (1998) em diferentes animais domésticos, inclusive na espécie humana. Quadro 1. Fórmula do diluidor TRIS TRIS (Hidroxi-metil-amino-metaño) Solução-mãe Tris 38,10g Ácido cítrico 19,70g D-frutose 15,50g Sulfato de estreptomicina 1,00g Penicilina G potássica 5 x 105 UI Água bidestilada q.s.p. 1000 ml Diluição Final 73% Solução-mãe 7% Glicerol 20% Gema de ovo fresco Quadro 2. Fórmula do diluidor TES TES (Hidroxi-metil-amino-etaño) Solução-mãe (parte I) TES 48,30g TRIS 11,60g D-frutose 2,00g Sulfato de estreptomicina 2,00g Penicilina G potássica 1 x 106 UI Água bidestilada q.s.p. 1000 ml Solução-mãe (parte II) Skim milk 11g Água bidestilada 100 ml Diluição Final 36,5% solução-mãe (parte I) 36,5 % solução-mãe (parte II) 7% Glicerol 20% Gema de ovo fresco Vale et al. (1984) congelaram pela primeira vez com sucesso no brasil o semen bubalino, utilizando diluidores a base de tris (tris-hydroximethyl amino methane) e o tes(tris-hydroxymethyl amino ethane), com o semen congelado apresentando motilidade pós descongelación superior a 40% e vigor 3 e quando utilizado a nível de campo em programas pilotos, apresentou fertilidade computada através de percentual de nascimento superior a 57%. Novamente Vale et al. (1997;1999) utilizaram como alternativa um diluidor a base de água de coco, seguindo as recomendações de Nunes (1998), obtendo resultados satisfatórios tanto em laboratório, como em testes de ia à nível de campo, com índices de fertilidade semelhantes aos outros diluidores tradicionais que encontra-se descrito no quadro 3. Quadro 3. Fórmula do diluidor CEBRAN I a base de água de coco Solução Stock I Água de coco 50 ml Água bi-destilada 25 ml Citrato de sódio 5% 25 ml Solução Stock II Solução stock I 90 ml Gema de ovo 10 ml DILUIDOR FINAL Solução stock II 93.0 ml Glicerol 7.0 ml Penicilina G potássica 1.000UI/ml Sulfato de estreptomicina 2 g/100 ml (Ajustar o pH para 6.8 7.0) A osmolaridade deve ser ajustada em torno de 290±5mosM Quadro 4. Fórmula do diluidor CEBRAN II a base de RINGER-LACTATO Solução A (500 ml) D-Frutose 1,08 g Penicilina G potássica 70 mg ou 1000 UI Sulfato de estreptomicina 700 mg/ 105 UI Ringer-Lactate q.s.p 500 ml Solução B 11% Skim milk diluído em água a 80º C SOLUÇÃO FINAL Solução A 36,5 ml Solução B 36,5 ml Glicerol Gema de ovo 7,0 ml 20,0 ml (Ajustar o pH para 6.8 7.0) A osmolaridade deve ser ajustada em torno de 290±5mosM Dilución Después de recoger el semen esto debe ser rápidamente pré-diluído con el diluyente mezclado lentamente con el auxilio de una pipeta en uno flasco del tipo mamadeira o Erlenmeyer con uno volumen entre 20 a 40 ml. Tanto o semen como o diluyente deve estar a temperatura de 37° C, por isso devem estar imersos em banho maria com a mesma temperatura. É muito importante que o diluidor seja adicionado gota a gota com o semen, até atingir o volume para a concentração de 40 x 106 espermatozoos/dose. Al final de la dilución se debe proceder una avaliacción de la motilidad y del vigor, antes do envase do semen que pode ser em minitubos ou parrillas francesa de 0,5 ml, previamente identificadas com número do touro, data e número da partida. Refrigeración y tiempo de equilibrio Después del envasamiento del semen en los mini tubos o parrillas deben ser colocados en uno refrigerador, y submetidas a uno declínio de la temperatura en torno de 0,25° C/minutos, hasta atingir a la temperatura de 5°C. El tiempo del equilíbrio ideal para el semen bubalino é de 6 horas, devendo-se valorar o semen após o final do tempo de equilíbrio, antes de prosseguir para o processo da copngelación. Congelacción La congelación del semen debe si hacer inicialmente en vapor de nitrogeno liquido, mantendo os minitubos ou palhetas por 20 minutos dispostos horizontalmente sobre una rampa localizada a 4 cm acima do nível do nitrogênio. Após este período o material deve ser imerso diretamente no nitrogênio líquido, colocado em raques e estocadas em um recipiente criogênico até a sua utilização. Avaliação do sêmen após a descongelación Logo após a congelación e antes mesmo de una partida de sêmen ser armazenado em conteiner apropriado, se faz necessário a descongelación de una dose de sêmen, que deve ser avaliada quanto a motilidade e vigor. Essa descongelación deve ser feita em água a 40°C por 30 segundos. Portanto, para una partida de sêmen congelado ser liberada para uso em programas de IA, deve apresentar una motilidade mínima de 30% e vigor 2-3. A avaliação do sêmen deve ser feita da mesma forma quando da avaliação do semen recém colhido através da vagina artificial. Tambem é recomendado se realizar avaliação microscópica de amostras de semen, após a congelación, principalmente para a observação de patologia acrossômica dos espermatozoos se fazer a diluição do semen em solução de PBS (tampão fosfato salino), Quadro 4. Este procedimento objetiva facilitar a avaliação da qualidade do semen, pois o diluidor a base de TES torna difícil a visualização dos espermatozoos, e a diluição com PBS os torna mais visíveis. La solución puede ser preparada y armazenada a – 20°C, de acuerdo con la fórmula abajo descrita. Cuadro 5. Fórmula da solução de PBS Soluçción del PBS NaCL 8,000g KCL 0,200g MgCI26H2O 0,100g CaCI22H2O 0,100g Na2HPO4 1,150g KH2PO4 0,200g H2O bidestilada q.s.p. 1000 ml Teste de termoresistência (TTR) Após ser decorrido um mínimo de 30 dias de estocagem em nitrogênio líquido, cada partida de semen deverá ter um mínimo três doses escolhidas ao acaso, que serão descongeladas em banho-maria a 40°C por 30 segundos e abertas. Una amostra deverá ser separada e incubada durante 3 a 5 minutos e banho maria a 40°C, para ter o semen submetido a exames imediatos na pós-descopngelación. Para o teste de termoresistência as doses de semen foram novamente vedadas se permaneceram sob incubação em banho-maria a 40°C, sofrendo novas avaliações aos 30, 60, 120 e 180 minutos. No TTR o semen tem que apresentar um mínimo de 20% de motilidade após 180 minutos de incubação (Ribeiro et al. 1991). ABDOU, M.S.S., EL-GUINDI,M.M., EL-MENOUFY, A.A. & ZAKI, K. 1978. Enzymic profile of the semen of bovines (Bubalus bubalis and Bos taurus) . II. Parellelism between acid and alkaline phosphatases and various measures of semen quality. Zbl. Vet. Med., A , 25:222-230. Chaudhary et al. 1977; DHAMI, A.J.; JANI, V.R.; MOHAN, G.; SAHNI, K.L. 1994. Effect of extenders and additives on freezability, post-thaw thermoresistance and fertility of frozen murrah buffalo semen under tropical climate. Buffalo Journal. p.35-45. F. A. O. 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Todo o processamento tecnológico baseava-se na mesma metodologia utilizada para bovinos, faltando, portanto o estabelecimento de um diluidor específico para bubalinos. Após o Seminário sobre Reprodução e Inseminação Artificial, promovido pela FAO e o Governo Suéco, em Karnal, Índia, 1979, vários progressos foram obtidos em diferentes laboratórios do mundo, culminando com a utilização de diluidores próprios para o sêmen de bubalinos e a obtenção de taxas índices de nascimento fertilidade superiores a 65% de nascimento (Sengupta & Sukhija 1988). No Brasil, a prática da IA em bubalinos, iniciou-se na década de 80 do século passado, quando Vale et al. (1984) utilizando os diluidores TRIS e TES fizeram com sucesso as primeiras inseminações com sêmen congelado na região Amazônica, obtendo taxas de prenhez índices acima de 50% de fertilidade. Posteriormente, índices superiores a 70% de nascimento foram obtidos na pelos mesmos pesquisadores, dando início a utilização do processo de forma ampla em todo o Brasil e na América Latina. Em outros países da América Latina, inclusive no Brasil, índices de natalidade acima de 80% têm sido obtidos, enquanto na China existem dados oficiais que reportam índices de fertilidade em torno de 90% em búfalas inseminadas em comunas rurais. Portanto, na atualidade a inseminação artificial nos rebanhos bubalinos atinge índices de fertilidade igual aos dos bovinos. Técnicas de inseminación A técnica da inseminação artificial na fêmea bubalina é igual a da vaca bovina, ou seja é do tipo cervical profunda, com a deposição do sêmen no corpo do útero. Diferentemente dos bovinos, a inseminação artificial em novilhas, debe ser evitada, pelo fato delas apresentarem uma cervice pequena, o que leva a lesões, com sangramentos e baixos índices de fertilidade. Detecção do estro Para que o ato inseminatório tenha pleno sucesso, faz-se necessário que a fêmea esteja no momento apropriado para a inseminação. A detecção e o reconhecimento da fêmea no início do cio é fundamental para o sucesso do processo. Em geral deve-se ter um lote de fêmea aptas para a IA em um número nunca superior a 100 animais, que devem estar perfeitamente identificados e em perfeitas condições de sanidade e nutrição. Uma prática muito recomendada e de fundamental importância é o uso do rufião, que deve ter o auxílio da identificação visual pelo pessoal envolvido nos trabalhos de IA. O rufião, pode ser colocado livre no lote ou durante períodos em que se queira observar se há alguma fêmea no cio. Como nas outras espécies de bovídeos, a búfala apresenta o ciclo estral dividido em pró-estro, estro, metaestro e diestro, com a duração do ciclo variando entre 18 a 32 dias, com uma média de 23 dias (Vale, 1988). Entretanto, um dos grandes impecilhos para o sucesso da IA nesta espécie, é a exteriorização dos sintomas de estro ou cio, que por não ser tão evidentes como na vaca taurina, pode levar a interpretações equivocadas, e portanto a um baixo índice de fertilidade. Em rebanhos criados em regime intensivo ou semi-intesivo e submetidos a um bom manejo, é possível se observar sintomas de estro ou cio que se caracterizam por edema e descarga de muco pela vulva, hiperemia, micção e berros freqüentes, elevação e movimentação constante da cauda e se deixar montar pelo macho. Através do exame retal é possível se observar o aumento significativo do tônus uterino, evidenciando que o tônus uterino na búfala é muito mais intenso que na vaca taurina e zebuína (Vale, 1983). Uma característica fundamental de baixa ocorrência, ao contrário da vaca taurina e zebuína, é o fenômeno do comportamento homossexual durante o estro, ou seja, o hábito das fêmeas montarem ou se deixarem montar umas nas outras durante a fase de aceitação. É raro observar essa sintomatologia nos bubalinos (somente 3,44%), o que indica que, com maior freqüência, o macho realiza a monta no período de cio. Este comportamento diminui a visualização externa de cio e, durante muito tempo, fez acreditar que os bubalinos apresentavam cios fracos e silenciosos (Baruselli, 1993). É importante frisar que, devido a baixa incidência de comportamento homossexual na espécie bubalina, o rufião é imprescindível para a detecção do cio. Sintomas e duração do cio Como já mencionado, a exteriorização dos sintomas de cio na búfala não é tão evidente como na vaca bovina, muito embora é verificado um sintoma importante, a monta pelo rufião, encontrado em 100% dos cios observados (Vale et al., 1987). Assim sendo, a melhor forma de detecção do cio na búfala é a utilizações de rufiões com buçal marcador e tinta, associada à observação visual intensa (Vale, 1983). A freqüência do aparecimento de cios em búfalas esta relacionado com à hora do dia, conforme pode ser observado na Tabela 1. Tabla 1. Freqüência do aparecimento do cio em búfalas criadas na região Amazônica. Cios observados Número Percentual (%) Manhã (7:00-12:00 horas) 16 10.6 Tarde (12:00-17:00 horas) 08 5.3 Noite (17:00-07:00 horas) 126 84.0 TOTAL 150 100.0 Na literatura internacional a maioria dos autores enfatiza que a búfala possui hábitos sexuais noturnos, com predominância dos sintomas clínicos do cio no período compreendido entre 17:00 às 20:00 horas e entre 4:00 às 7:00 horas da manhã, respectivamente (Hafez, 1954; Luktuke & Ahuja, 1961; Gill et al., 1973; Vale 1984;1987). Tal fato parece estar relacionado a radiação solar e a temperatura ambiental que possuem inibitório sobre a manifestação do cio. É possível que exista também alguma ação desses fatores sobre a secreção do LH, pois durante o dia, especialmente nas criações extensivas, estes animais procuram água e a noite pastam (Gangwar, 1980; Vale, 1983). Recentemente foi desenvolvido um sistema, que funciona por radiotelemetria, para o estudo do comportamento reprodutivo e para detecção do estro. Tal sistema (HEATWATCH® ; DDx, Incorporated, Boulder, Colorado, USA) objetiva substituir a observação visual diária e determinar a fase estral com eficiência e precisão. O método preconiza a fixação, no dorso da fêmea, de um sensor que emite ondas de rádio toda vez que sofre a pressão exercida pela monta. Essas ondas são captadas por uma antena e enviadas a um sistema informatizado. Assim, o sistema consegue suprir algumas das necessidades práticas, como a de operar por 24 horas e de aumentar da acurácia de detecção do estro . Nossa equipe utilizou este sistema para estudar o comportamento estral em bubalinos. Os resultados estão dispostos na Tabela 2. TABLA 2 - Detecção do estro em fêmeas bubalinas por radiotelemetria. (Porto-Filho, et al., 1999) Média Duração do estro (h) 11,8 ± 5,6 (45)* Início do estro-ovulação (h) 30,0 ± 4,9 (44) Con formato: Portugués (Brasil) Final do estro-ovulação (h) 17,9 ± 4,1 (43) Con formato: Portugués (Brasil) Número de montas por estro 24,6 ± 18,2 (45) Duração da monta (seg.) 3,6 ± 0,7 (45) Duração total das montas(seg.) 94,2 ± 80,7 (45) *( ) Os números entre parênteses representam o número de estros observados. O sistema de radiotelemetria detectou 1108 eventos de monta em 50 estros induzidos com prostaglandina, sendo que o número médio de montas por estro foi de 24,6 ± 18,2. Foi observado número de montas bastante diferenciado, sendo detectados Con formato: Fuente: Times New Roman Con formato: Portugués (Brasil) estros com apenas três montas (n=1), e estros que apresentaram 80 montas (n=1). A duração de cada monta foi, em média, de 3,6 ± 0,7 segundos, com duração total das montas por estro de 94,2 ± 80,7 segundos. Foi também observada variação de 8 a 373 segundos para a duração total das montas por estro. A duração individual das montas variou de 2 a 5,5 segundos. A distribuição das montas durante as 24 horas do dia não apresentou diferença significativa (P > 0,05). Foi observado apenas pequeno aumento entre 04:00 e 08:00 horas e entre 22:00 e 02:00 horas (Gráfico 1). Este resultado demonstra que os bubalinos, criados no centro-sul do Brasil, apresentam distribuição homogênea dos estros durante as 24 horas. Esse resultado pode ser devido á manisfestação do estro no período do outono, que na região centro sul do Brasil, apresenta temperaturas amenas, diferentemente das verificadas na região amazônica. A duração média do estro nas novilhas avaliadas por radiotelemetria foi de 11,8 ± 5,6h, inferior à verificada em búfalas paridas (14,7h; Baruselli (1994). Foi observada grande variação com relação à duração dos estros (1h a 25h). A classificação dos estros quanto à intensidade e à duração demonstrou que a grande maioria deles apresentou alta intensidade (75,6%) e longa duração (80%), com mais da metade (57,8%) demonstrando ambas as características. Estes resultados foram superiores àqueles relatados por Dransfield et al. (1998) os quais, em bovinos de leite, encontraram porcentagens semelhantes entre estros com alta intensidade e curta duração (34,3%), e entre estros com baixa intensidade e longa duração (33,2%). Ao contrário do que foi encontrado em bubalinos, tais autores relatam que estros de longa duração e alta intensidade ocorreram com pouca freqüência em bovinos de leite (8,4%). No presente experimento, caso fosse utilizado esquema tradicional de detecção de estro (manhã e tarde), apenas 8,9% dos estros não seriam detectados, confirmando o resultado obtido por Baruselli (1992), o qual verificou que apenas 3,5% dos estros não seriam detectados nestes períodos. Esses resultados confirmam que, apesar das búfalas apresentarem algumas particularidades na manifestação do estro, a maioria delas apresenta características evidentes desta fase, demonstrando que é possível detectar estros na espécie bubalina adotando adequado manejo. Nesse experimento foi colhodo sangue a cada uma hora para dosagem dos níveis circulantes de LH. Veiificou-se que o pico de LH ocorreu 45,6 ± 10,8h após a administração da prostaglandina. O intervalo entre o pico de LH e a ovulação fo de 25,6 ± 2,6h (Gráfico 2). O intervalo entre pico de LH e a ovulação encontrada é semelhante aos achados por Kanai e Shimizu (1986) em bubalinos, que verificaram intervalo de 27,7 ± 0,5h para que ocorresse a ovulação após o pico de LH. O intervalo entre o início do estro e o pico de LH foi de 3,6 ± 3,4h. Esse intervalo está em conformidade com os dados da literatura, que utilizaram observação visual para detecção do estro (Kanai e Shimizu, 1986; Avenell et al., 1995). Verificou-se, também, que o pico de estradiol foi de 8,9 ± 1,7pg/ml, variando de 7,2pg/ml a 10,9pg/ml. Esse dado está próximo da variação de 9 a 13pg/ml observada por Seren e Parmeggiani (1997), e próximo ao pico de 12,9 ± 0,6pg/ml relatado por Avenell et al.(1995). Este resultado demonstra que os bubalinos apresentam baixas concentrações de estradiol comparados com os bovinos durante a fase estral. GRÁFICO 1 - Distribuição total das montas/hora detectadas por radiotelemetria durante as 24 horas em babalinos (n=1180 montas). Porto-Filho (2000). ESTRO LH E2 35 30 LH (ng/ml) 9 8 7 6 25 5 20 4 Ovulação 15 3 10 2 5 1 0 0 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 Horas após PG Gráfico 2Níveis de LH e estradiol em uma novilha bubalina com estro comportamental detectado por radiotelemetria. Porto-Filho (2000) E2 (pg/ml) 40 Tabla 3. Endocrinologia do estro em bubalinos (Porto Filho (2000) - Intervalo entre a aplicação PGF/pico de LH 45,6 ± 10,8h - Intervalo entre o início do estro/pico de LH 3,6 ± 3,4h - Intervalo entre o pico de LH/ovulação 25,6 ± 2,6h - Pico de LH 45,8 ± 11,9ng/ml - Pico de Estradiol 8,9 ± 1,7pg/ml Segundo Pandey (1979), durante o ciclo estral da búfala os níveis máximos de (17-beta estradiol-E2), coincidem com a descida rápida dos níveis de (P4), sugerindo que o efeito antagônico desses dois hormônios, levam nas manifestaçõesão psíquicas e clínicas do cio com subsequente evolução. Enfatiza ainda o mesmo autor que o problema do cio fraco ou silencioso nesta espécie parece estar relacionada à interferência no sinergismo entre esses dois hormônios antes do surgimento do pique de LH. Da mesma forma, na literatura internacional, corroborando achados reportados no Brasil por Vale et al e Baruselli et al , incidência de cio silencioso e anovulatórios é freqüente na búfala, especialmente em animais com deficit alimentar ou submetidos a situações de contínuo “stress” térmico, Kaur & Arora, 1981; Vale et al., 1987). Durante o ciclo estral é possível a palpação dos folículos e do corpo lúteo, muito embora seja mais difícil do que na vaca bovina, face ao desenvolvimento dessa estrutura se fazer mais inteiramente no sentido dea modelar. Em bovinos obeserva-se , ao contrário da vaca que se faz n, verificando crescimento no sentido da cortical. O corpo lúteo , sendo que este atinge o crescimento máximo entre o 100 e o 160 dia do ciclo, chegando muito das vezes a tomar quase 2/3 do tamanho total do ovário, apresentando um diâmetro médio de 1,5cm (Hafez, 1954; Luktuke & Rao, 1962; Vale et al., 1982; Vale, 1983). Duplas ovulações são raras, tendo sido até o presente momento observado em material de matadouro somente um caso no mesmo ovário em uma búfala não gestante (Vale et al., 1982). Na Itália, também existem relatos de duplas ovulações durante a fase estrogênica do cilco estral (Zicarelli, 1997). Momento da ovulação A ovulação na fêmea bubalina ocorre após no final do cio, sendo esse aspecto importante para definir o horário da inseminação artificial. Estudos indicam que as búfalas, em média, ovulam 17 horas após o final da aceitação de monta (Vale et al., 1988 e Baruselli 1992). Assim, se recomenda-se a inseminação artificial quando cessarem todos os sintomas de cio, ou seja, quando a fêmea não aceitar mais ser montada pelo rufião. Cio fraco ou silencioso Na literatura internacional, corroborando achados reportados no Brasil por Vale et al. (1984) e Baruselli et al. (1999), a incidência de cio silencioso e anovulatório é freqüente na búfala, especialmente em animais com deficit alimentar ou submetidos a situações de contínuo “stress” térmico (Kaur & Arora, 1981; Vale et al., 1987), como também Como já mencionado anteriormente, a freqüência de cio fraco ou silencioso, em geral anovulatórios é comumente observado na búfala, em especial em rebanhos submetidos a manejo inadequado, com déficit alimentar ou submetidos a stress térmico. Pandey (1979) enfatiza que o problema do cio fraco ou silencioso nesta espécie parece estar relacionado ao sinergismo entre a proesterona e o estradio antes do surgimento do pico de LH. Inseminação artificial com detecção do estro Pelos dados de duração de cio e momento de ocorrência da ovulação na espécie bubalina, pode-se propor uma tabela de inseminação artificial. Como existe grande variação na duração do cio em bubalinos, preconiza-se inseminar o mais próximo possível do final das maifestações de cio, quando as fêmeas não aceitam mais a monta. Em levantamento feito durante o Programa de Inseminação em bubalinos do Vale do Ribeira, observaram-se variáveis durações nas manifestações de cio (de 6 a 108 horas), no entanto a taxa de gestação manteve-se relativamente constante e não sofreu interferência da duração do cio (Baruselli, 1998). A duração do cio foi estimada calculando o intervalo de tempo entre a primeira aceitação de monta e sua rejeição.As búfalas que apresentam cios de 12 horas (62,2%) são inseminadas conforme proposta feita por Trimberger para bovinos, na qual as vacas que são observadas em cio pela manhã devem ser inseminadas na tarde do mesmo dia e vacas observadas em cio à tarde devem ser inseminadas na manhã do dia seguinte, bem cedo. No entanto, búfalas que apresentam cios de duração diferente (38,8%), são inseminadas quando não aceitam mais a monta. Este tipo de manejo visa aproximar o horário de inseminação ao final das características de estro, quando a possibilidade de concepção é mais elevada. Desta maneira, tenta-se eliminar a grande variação observada no horário de duração do cio na espécie bubalina. Recomenda-se fazer uma observação de cio ao meio dia para aproximar o horário de inseminação ao final do cio e para melhorar a eficiência da detecção. Resumindo, podemos esquematizar um sistema para inseminar búfalas. 1. Búfalas que estiverem em cio durante o período de observação (manhã ou tarde) e que não aceitam mais a monta no período seguinte devem ser inseminadas imediatamente. Estes animais são inseminados 12 horas após a detecção do cio. Esta situação é encontrada em aproximadamente 60% das inseminações de búfalas. 2. Búfalas que estiverem em cio durante o período de observação (manhã ou tarde) e que continuam em cio no período seguinte não devem ser inseminadas e devem ser observadas em cio no próximo período. Se não aceitarem mais a monta, devem ser inseminadas. Estes animais são inseminados 24 horas após a detecção do cio. Esta situação é encontrada em aproximadamente 25% das inseminações de búfalas. 3. No caso de cios de maior duração (mais de 24 horas), inseminar quando as fêmeas não aceitarem mais a monta. Esta situação é encontrada em aproximadamente 5% das inseminações de búfalas. A seguir (Tabelas 4 e 5), estão expostos os resultados do Programa de Inseminação Artificial em Bubalinos no Vale do Ribeira. Entre 1993 e 1997 participaram 12 propriedades, totalizando 1551 inseminações. A taxa de concepção da primeira inseminação foi, em média, de 51,8%, a da segunda de 57,9% e a da terceira de 56,8% (Tabela 4). O número médio de doses utilizadas por concepção foi de 1,86 (Tabela 5). Tabla 4. Taxa de concepção de búfalas submetidas à inseminação artificial, segundo propriedades e ordem de inseminação. Vale do Ribeira, SP, 1993 a 1997. Propie- Nº de N° de Taxa de N° de N° de Taxa de Dades IA (1ª ) Prenhes Concep. IA (2ª) Prenhes concep. (%) N° de N° de Taxa de IA (3ª) Prenhes Concep. (%) (%) A 171 93 54,4 79 47 59,1 19 11 57,9 B 11 5 45,4 4 4 100,0 - - - C 64 32 50,0 18 13 72,2 3 3 100,0 D 28 15 53,6 1 1 100,0 - - - E 290 150 51,7 93 56 60,2 10 9 90,0 F 42 22 52,3 15 11 73,3 - - - G 179 92 51,4 48 30 62,5 1 1 100,0 H 79 44 55,7 31 12 38,7 2 1 50,0 I 76 41 53,9 11 6 54,5 1 0 0,00 J 62 32 51,6 18 12 66,7 - - - L 15 6 40,0 - - - - - - M 108 51 47,2 53 23 43,4 24 9 37,5 Total 1125 583 51,8 371 215 57,9 60 34 56,8 Baruselli (1998) Das 1125 búfalas inseminadas, 832 (74,0%) permaneceram gestantes com, no máximo, 3 interventos. Este índice variou de 53,3 a 82,2% entre as propriedades. Observa-se que existe uma grande variação dos resultados conforme as propriedades (de 1,67 a 2,50 doses por concepção, de 60,0 a 40,0 % na taxa de concepção e de de 53,3 a 82,2% de taxa de prenhez). Estas variações devem-se principalmente às diferenças no manejo geral das propriedades, a qualidade do sêmen e à habilidade do inseminador. É importante ressaltar que nessa investigação, mesmo quando detectados problemas na propriedade, os dados não foram eliminados e constam nestas Tabelas. Con formato: Fuente: 12 pto Tabla 5 - Taxa de concepção (1ª, 2ª e 3ª IA) de búfalas submetidas à inseminação artificial segundo propriedades. Vale do Ribeira, SP, 1993 a 1997. Propriedades Número de Número I. A. Gestantes A 264 B de Taxa de Dose/ Con formato: Fuente: 12 pto Concepção (%) Concepção Con formato: Fuente: 12 pto 151 57,2 1,75 15 9 60,0 1,67 C 85 48 56,5 1,89 D 29 16 55,2 1,81 E 393 215 54,7 1,83 F 57 33 57,9 1,73 G 228 123 53,9 1,85 H 112 57 50,9 1,96 I 88 47 53,4 1,87 J 80 44 55,0 1,82 L 15 6 40,0 2,50 M 185 83 44,7 2,23 Total 1551 832 53,6 1,86 Baruselli (1998) Tabla 6 – Fertilidad en uno programa de insemincion artificial en uno rebano bufalino creado en la region del medio Amazonas, Estado do Pará, com la utilización de celos naturales y con el semen congelado en el diluidor TES/TRIS entre nlos anos 1986-1995. Dose Ano No. de No AI relizadas por concepcion Fertilidad hembras 1. 2. 3. Total n. % 1986-87 42 42 27 10 79 1.88 25 59.0 1987-88 64 64 47 37 148 2.31 29 43.3 1988-89 70 70 21 6 97 1.38 47 67.1 1990-91 95 95 44 15 154 2.44 64 67.3 1991-92 105 105 58 21 184 1.44 73 69.3 1992-93 98 98 24 11 133 1.92 69 70.4 1993-94 94 94 35 07 136 1.97 69 73.4 1994-95 156 156 78 24 258 2.03 127 81.4 Total 724 724 334 131 1189 1.92 503 64.4 Por la analise de la tabla 6, es posible observar que los índices de fertilidad fueran fueran mas altos en función de las mejoras del manejo reproductivo, en espcial la alimentación. De nada adianta preencher todos os requisitos anteriormente mencionados se a qualidade do sêmen utilizado não estiver dentro dos padrões recomendados. Os doadores devem ser isentos de doenças infecto-contagiosas que possam ser transmitidas pelo sêmen. A contaminação do sêmen por bactérias causa infecções uterinas e queda na taxa de concepção. A qualidade do sêmen após o descongelamento é fundamental para a obtenção de bons resultados. Com a tecnologia existente na atualidade é possível congelar sêmen de bubalinos com resultados satisfatórios, quanto à fertilidade. Antes de iniciar um programa de inseminação artificial o sêmem deve ser avaliado e somente as partidas aprovadas devem ser utilizadas, evitando transtornos futuros. Inseminação artificial com indução do estro Regulación artificial del ciclo estral A inseminação artificial (IA) em bubalinos, se consagrou mundialmente e provou ser viável técnica e economicamente para acelerar o ganho genético e o retorno econômico na espécie. Entretanto, para serem obtidos elevados índices reprodutivos com o uso da IA é necessário compreender as limitações do emprego desta biotecnologia. Em todo o mundo existem relatos que indicam baixa taxa de serviço, principalmente devido a comprometimentos na eficiência de detecção de estro, como um dos principais impedimentos para expansão da IA. Este comprometimento é maior em rebanhos bubalinos, devido à particularidades do comportamento reprodutivo (baixa incidência de comportamento homossexual). Desta forma, programas que visam sincronizar o estro e a ovulação para empregar a inseminação em tempo fixo, sem a necessidade de detecção de estro, colaboram sobremaneira no aumento do emprego desta biotecnologia. Estes protocolos preconizam sincronizar oa onda de crescimento folicular, a fase luteínica e sua regressão e, o momento da ovulação, permitindo o emprego da IA em tempo fixo. Sincronização do estro com prostaglandinas A prostaglandina e seus análogos foram amplamente empregados com a finalidade de sincronizar as manifestações estrais, objetivando o emprego de biotecnologias. A prostaglandina causa regressão do corpo lúteo durante fase restrita do ciclo estral (diestro), na qual o CL apresenta responsividade à luteólise, com conseqüente queda dos níveis de progesterona e manifestações de cio, seguidas de ovulação após 2 a 5 dias da aplicação (Nebel e Jobst, 1998). A responsividade inicia-se no 5° dia do ciclo estral, aumenta até o 12° dia e permanece em fase de platô até o 17° dia, quando se inicia a regressão espontânea causada pela liberação endógena de prostaglandina (Odde, 1990; Larison e Ball, 1992). No momento em que ocorre a regressão do corpo lúteo, o folículo dominante presente, que não iniciou a fase de regressão e de atresia, será o folículo ovulatório (Kastelic et al., 1990). Verificou-se que quando o tratamento com prostaglandina é realizado no 5° dia do ciclo estral, no momento em que o folículo dominante da primeira onda ainda está em fase de crescimento, o intervalo entre a aplicação e a ovulação é de 3 dias. No caso do o tratamento iniciar-se no 12° dia do ciclo estral, o folículo dominante da segunda onda encontra-se no início da fase de crescimento e a ovulação ocorre 4,5 dias após a aplicação. Em bovinos tratados no 8° dia do ciclo estral, ocorre freqüentemente a ovulação do folículo dominante da primeira onda folicular 4 dias após a aplicação de prostaglandina; no entanto, ocasionalmente pode ocorrer a ovulação do segundo folículo dominante 6 dias após o tratamento. Em bubalinos, também foi detectada variação na duração da manifestação do estro (36 a 96 horas) após a aplicação de prostaglandina (Baruselli, 1994). Com o objetivo de estudar detalhadamente as variações do estro e da ovulação após a aplicação de prostaglandina nesta espécie, nossa equipe realizou recentemente experimento com acompanhamento da dinâmica folicular de animais tratados em diferentes fases do ciclo estral (Porto Filho et al., 1999). Os animais foram divididos em dois grupos: o Grupo 1 recebeu prostaglandina antes do Dia-10 e o Grupo 2 recebeu prostaglandina após Dia-10 do ciclo estral. As búfalas foram colocadas na presença de duas fêmeas androgenizadas para auxiliar a detecção de cio, realizada pelo sistema de radiotelemetria (Heatwatch). As ovulações foram acompanhadas por ultra-sonografia, de 6 em 6 horas após o início do cio. Os resultados estão expostos na Tabela 7. Verificou-se que a fase do ciclo estral na qual foi ministrada a prostaglandina interferiu no intervalo entre o tratamento e o início das manifestações estrais e a ovulação (P < 0,01). As búfalas tratadas antes do dia 10 apresentaram menor intervalo de tempo para as manifestações do estro e da ovulação, comparadas com animais tratados após o dia 10 do ciclo estral. Os resultados demonstram que neste grupo ocorreu, provavelmente, a ovulação do folículo dominante da primeira onda, presente no momento da aplicação da prostaglandina. Tabla 7. Intervalo entre a aplicação de prostaglandina e o início do cio e a ovulação, de acordo com a fase do ciclo estral (< D-10 e > D-10) na qual foi realizado o tratamento. São Paulo, 1999. Fase do ciclo Número de PG- início do cio (h) PG-ovulação (h) estral tratamentos < dia 10 31 40,4 ± 2,1 a 70,0 ± 11,3a > dia 10 14 56,3 ± 3,2 b 87,2 ± 12,9b (a ≠ b; P < 0,01) Porto-Filho et al. (1999) Estes dados demonstram que o sucesso da aplicação da prostaglandina depende da presença do corpo lúteo funcional em fase específica do ciclo estral (diestro). Observa-se, também, que o estro e a ovulação não são precisamente sincronizados devido à variação da população folicular no momento da regressão do corpo lúteo, sendo que alguns animais apresentam demora na maturação do folículo dominante Con formato: Portugués (Brasil) ovulatório. Em função desta variação, faz-se necessária a detecção das sintomatologias de estro após o tratamento com prostaglandina para identificar o momento apropriado para a realização da inseminação artificial. Assim, protocolos que procurem utilizar a inseminação em tempo fixo apenas com a utilização de prostaglandina, não têm apresentado bons resultados. Sincronização com GnRH/PGF2αα/GnRH para IA em tempo fixo Assim, pela avaliação da eficiência do método de sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo em bubalinos (Baruselli et al., ). Os animais receberam 10µg de GnRH (Acetato de buserelina) durante o período pós-parto (média de 60 dias), sendo aplicados 7 dias mais tarde PGF2α. Dois dias após a aplicação da PGF2α os animais receberam 10µg de GnRH, sendo inseminados 16 horas mais tarde. A primeira fase do projeto objetivou estudar a dinâmica folicular de 33 búfalas tratadas com o protocolo “Ovsynch”, para verificar a resposta da espécie a esta seqüência de tratamentos hormonais. Pela análise dos exames ulta-sonográficos, observou-se que 60,6% dos animais ovularam após a 1a aplicação de GnRH. Notou-se que os animais que ovularam apresentaram diâmetro superior do maior folículo (0,95 ± 0,17a vs. 0,67 ± 0,24b cm; P<0,01). Observou-se, também, que búfalas com elevadas concentrações de P4 (>1ng/ml) no dia da aplicação do 1º GnRH apresentaram taxa de ovulação semelhante aos animais com baixas concentrações de P4 (66,6 vs. 55,5%; P>0,05). O intervalo entre a 1a aplicação de GnRH e a ovulação foi de 33,0 ± 8,3h (n=20), e o intervalo entre a 2a aplicação de GnRH e a ovulação foi de 32,0 ± 5,7h. No dia da aplicação de PGF2α, as búfalas apresentaram folículo com diâmetro médio de 1,03 ± 0,20cm (0,7 a 1,5cm), sugerindo que houve sincronização da onda folicular. As búfalas que ovularam na 1a aplicação de GnRH (n=20) apresentaram maiores concentrações plasmáticas de P4 no dia da aplicação da PGF2α (2,56 ± 1,02 vs. 1,26 ± 0, 82 ng/ml; P<0,05). Observou-se que 100% dos animais apresentaram concentração plasmática de P4 abaixo de 1ng/ml 48h após a aplicação de PGF2α, demonstrando efetivo efeito luteolítico. Os animais que não ovularam na 1a aplicação de GnRH (n=13) apresentaram intervalo mais curto entre a 2a aplicação de GnRH e a ovulação (22,2 ± 10,4 vs. 33,9 ± 4,9 h; P<0,05), provavelmente devido à menor sincronização da onda folicular nos animais que não ovularam. Os resultados demonstraram que os bubalinos respondem ao tratamento com GnRH/ PGF2α/GnRH. Na segunda fase do experimento (10), foram inseminadas artificialmente 1.053 búfalas leiteiras pelo protocolo “Ovsynch”, em seis propriedades rurais do Vale do Ribeira, no Estgado de São Paulo, Brasil, durante o ano de 1998/1999. Nesta fase, estudou-se o efeito de fatores ligados à condição corporal no início do tratamento (escala de 1 a 5), a ordem de partos, o período pós parto em que se iniciou o tratamento, a ordem de inseminação e o período de inseminação (estação reprodutiva favorável março a agosto - n=967; estação reprodutiva desfavorável – setembro a dezembro n=86) sobre a taxa de concepção. As 967 búfalas tratadas durante a estação reprodutiva favorável apresentaram taxa de concepção média de 48,8%. Observou-se influência (P<0,05) da condição corporal na taxa de concepção (≤3,0 = 31,4%a, n=223; 3,5 = 52,9%b, n=546; ≥4,0 = 57,1%b, n=198). Este resultado sugere que as búfalas devem apresentar condição corporal ≥3,5 para obtenção de boa eficiência ao tratamento. A ordem de partos também interferiu na eficiência do tratamento (P<0,05). Primíparas apresentaram menor eficiência do que pluríparas (35,5%; n=138 vs. 51,0%; n=829). Portanto, deve-se preferencialmente sincronizar pluríparas para melhorar a eficiência deste tratamento. O período pós-parto em que se iniciou o tratamento e a ordem da inseminação não interferiram estatisticamente no tratamento (P>0,05). Estes resultados demonstram que o tratamento pode ser iniciado entre 40 e 60 dias pós parto e os animais que não se tornaram gestantes à primeira sincronização podem ser tratados novamente. Desta maneira, pode-se alcançar taxa de prenhez do rebanho trabalhado de aproximadamente 75%, com duas inseminações sincronizadas em período de serviço inferior a 100 dias. O grupo de animais inseminados fora da estação reprodutiva (primavera; 6,9%; n=86) apresentou menor taxa de concepção do que o grupo inseminado durante a estação reprodutiva favorável (outono/inverno; 48,8%; n=967; P<0,05). Este dado demonstra que, mesmo com a estimulação hormonal exógena, os bubalinos continuam apresentando marcada estacionalidade reprodutiva. Recentemente, Baruselli et al. (10) objetivaram avaliar a eficiência de outro análogo de GnRH (Lecirelina), lançado recentemente no mercado (Gestran Plus). Os animais tratados com Lecirelina foram comparados ao grupo controle, composto de animais sincronizados com Acetato de buserelina (Conceptal). Foram utilizadas 270 búfalas pertencentes a 2 propriedades rurais localizadas nos Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. As búfalas do G1 (n=132) receberam 20µg de Acetado de buserelina e, 7setedias mais tarde, PGF2α. Dois dias após a PGF2α, os animais receberam 10µg Acetado de buserelina. No G2 (n=138) foi empregado o mesmo protocolo, diferindo na 1ª (50µg de Lecirelina) e na 3ª (25µg de Lecirelina) doses de GnRH. Procedeu-se à IATF 16 horas após o 2º GnRH em ambos os grupos. Observou-se que não houve diferença na taxa de concepção entre os tratamentos (Acetato de buserelina=47,0% vs. Lecirelina=50%). Com base nestes resultados podemos concluir que é possível utilizar a Lecirelina para sincronizar a ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em bubalinos. Em outro experimento (15) objetivou avaliar a eficiência de diferentes doses de GnRH (Acetato buserelina e Lecirelina) na IATF. Foram utilizadas 482 búfalas que receberam 20µg (G1; n=84) e 10µg (G2; n=86) de Acetato de buserelina e, 7 dias mais tarde, PGF2α. Dois dias após a PGF2α os animais receberam 10µg de Acetato de buserelina. Nos G3 e G4 foram tratadas seguindo o mesmo protocolo, diferindo apenas o análogo de GnRH, (G3=50µg e G4=25µg de Lecirelina). Procedeu-se à IATF 16h após o 2º GnRH. Os animais apresentaram semelhantes taxas de concepção, de 55,9% (47/84), 52,3% (45/86), 49,0% (76/155) e de 48,4% (76/157), respectivamente, para os Grupos 1, 2, 3 e 4 (P>0,05). Os resultados demonstram que é possível utilizar reduzidas doses de Acetato de buserilina e de Lecirelina no protocolo de IATF em bubalinos. Com o objetivo de estudar novas alternativas de sincronização da ovulação com gonadotrofinas, nossa equipe realizou experimento para avaliar o efeito da substituição do GnRH pelo LH na segunda aplicação hormonal do protocolo “Ovsynch” em bubalinos (17). O LH age diretamente no folículo, induzindo a ovulação, enquanto o GnRH estimula a hipófise a liberar LH endógeno, o qual irá provocar a ovulação. Na ausência de estoque de LH na hipófise, a aplicação de GnRH não induz a liberação de LH e, consequentemente, não ocorre ovulação. Neste sentido, foi acompanhada a dinâmica folicular por ultra-sonografia em 30 búfalas (G1, n=15; GnRH/PGF2α/GnRH e G2, n=15; GnRH/PGF2α/LH). Para avaliar a eficiência a campo, foram sincronizadas e inseminadas 305 búfalas com estes protocolos (G1, n=154; G2, n=151). Os animais receberam 20µg de GnRH (Acetato de buserelina, Conceptal) durante o período pósparto, sendo aplicados 7 dias mais tarde, 15mg de PGF2α (Luprostiol, Prosolvin). Dois dias após a aplicação da PGF2α, os animais receberam 10µg de GnRH (G1) ou 12,5mg de LH (G2; Lutropin-V). Observou-se taxa de ovulação após a primeira aplicação de GnRH de 86,6% (26/30). A taxa de ovulação após a 2a dose de GnRH e ao LH foi de 93,3% (14/15) e de 93,3% (14/15) , respectivamente. A ovulação ocorreu 36,4 + 10,4h após a 1a aplicação de GnRH para ambos os grupos. O G1 (GnRH) apresentou média de 26,5 + 9,6h desde a última aplicação hormonal até a ovulação. Os animais do G2 ovularam 24,4 + 7,9h após a aplicação de LH. O momento da ovulação entre os dois grupos não diferiu estatisticamente (GnRH vs. LH; P>0,05). Os animais inseminados a campo com GnRH e LH apresentaram taxas de concepção de 56,49% (n=154) e 64,24% (n=151), respectivamente (P=0,08). Os resultados demonstraram que houve sincronização da ovulação e boa eficiência do protocolo a campo nos dois grupos estudados. Sincronização com progesterona e ou progestágeno para IA em tempo fixo Em bubalinos existem poucos relatos científicos sobre a utilização de progestágenos e ou P4 para sincronizar o estro e a ovulação com o objetivo de realizar a IATF. Na Itália, Zicarelli et al. (59) estudaram o emprego a campo de CRESTAR e de PRID em búfalas leiteiras. Os resultados demonstraram baixa eficiência dos tratamentos, com taxa de concepção variando entre 11,4 e 29,2% para ambos os grupos. Os autores verificaram que 55,7% das novilhas e 40,6% das vacas não apresentaram ovulação até 96h após a retirada do implante. Alguns pesquisadores indianos relataram a eficiência de tratamentos com progestágenos em bubalinos. Rao et al. (46) observaram em 150 búfalas, que 93,3% (140/150) manifestaram estro em média 78 ± 8h após a retirada do implante contendo P4, e 40,7% (61/150) dos animais conceberam após duas inseminações, 48 e 72h após a retirada do PRID. Bodhipaksha et al. (21) conduziram experimento comparando a taxa de concepção à IA e à cobertura natural em 40 búfalas tratadas com PRID por 12 dias. O índice de concepção foi de 40% em ambos os grupos. Também, Rajamahendran e Thamotharam (45) observaram 80% (12/15) de estro em búfalas, as quais retiveram 100% dos PRIDs implantados na vagina. O índice de concepção à IATF (60 a 84h após a remoção do dispositivo intravaginal) foi de 33% (4/12), considerado baixo. No Brasil, com o objetivo de avaliar o momento adequado para a IA em tempo fixo em fêmeas bubalinas, nossa equipe testou dois protocolos hormonais visando sincronizar o ciclo estral e a ovulação (4). No G1 (n=15) foi utilizado CIDR-B por 9 dias consecutivos, sendo aplicados 1mg de benzoato de estradiol (BE) no momento da inserção do implante e PGF2α no momento da remoção do implante. O G2 (n=15) recebeu CRESTAR por 9 dias consecutivos, sendo aplicado 5mg de valerato de estradiol (VE) e 3 mg de norgestomet via IM no momento da inserção do implante. Exames ultra-sonográficos diários foram realizados para estudo da dinâmica folicular e da ovulação. O estro foi detectado por sistema de radiotelemetria (Heat Watch). O intervalo entre a inserção do implante e a emergência da onda folicular ovulatória foi de 5,5 ± 0,8 dias (n=15; 100%) para o G1 e de 8,7 ± 0,8 dias (n=12; 80,0%) para o G2 (P<0,01). Em 3 animais do G2 não foi observado crescimento folicular durante os exames ultra-sonográficos. O intervalo médio entre a retirada do implante e o início das manifestações de cio foi de 42,2 ± 19,6h (n=14; 93,3%) para o G1 e de 117,4 ± 88,1h (n=10; 60,0%) para o G2. A duração média do cio no G1 foi de 16,42 ± 19,9h, enquanto que o G2 apresentou duração média de 8,5 ± 9,0h. O intervalo entre a remoção do implante e a ovulação foi de 70,22 ± 19,8h (n=10; 66,6%) para o G1, enquanto que no G2, apenas uma búfala ovulou (6,7%) com intervalo de 64h. Provavelmente a quantidade e a propriedade química do estradiol aplicado na inserção do implante (5mg de VE vs. 1mg de BE) tenha contribuído para a supressão do crescimento folicular com conseqüente baixa eficiência na sincronização da ovulação nos animais do G2. O grupo tratado com CIDR-B apresentou crescimento folicular e ovulação. No entanto, somente 66,6% dos animais tratados ovularam e não apresentaram ovulação sincronizada (variando de 32 a 96h). Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que o uso do protocolo CRESTAR com aplicação de 5mg de VE não apresentou eficiência na sincronização do estro e da ovulação em bubalinos. Os animais tratados com o protocolo CIDR-B apresentaram ovulação, entretanto o percentual de animais que ovularam (66,6%) e a sincronização da ovulação não demonstraram boa eficiência. São necessárias alterações nestes protocolos para ajustá-los à espécie bubalina. Em outro experimento, procuramos avaliar a dinâmica folicular de búfalas com implantes de CIDR-B por 9 dias, tratadas com diferentes doses de BE no momento da inserção do implante (26). Os animais receberam diferentes doses de BE no momento da inserção do implante (G1=1,0mg; G2=2,5mg; G3=5,0mg). Exames ulra-sonográficos diários foram realizados para o estudo da dinâmica folicular e da ovulação. O estro foi detectado por sistema de radiotelemetria (Heat Watch). O intervalo de tempo entre a inserção do implante e o início da onda de crescimento folicular foi diferente entre os grupos. Os animais tratados com 5mg de BE apresentaram maior intervalo de tempo entre a aplicação hormonal e o início da onda de crescimento folicular quando comparado aos animais que receberam 2,5 e 1mg (P<0,05). O intervalo entre a remoção do implante e o início das manifestações de cio foi de 65,6 ± 45,7h (n=5; 62,5%) para o G1, de 56,6 ± 35,1h (n=4; 50,0%) para o G2 e de 55,8 ± 39,6h (n=5; 62,5%) para o G3 (P>0,05). O intervalo de tempo entre a retirada do implante e a ovulação foi de 72,3 ± 19,8h (n=6; 75,0%) para o G1, de 67,5 ± 21,1h (n=6; 75,0%) para o G2 e de 78,2 ± 39,3h (n=5; 62,5%) para o G3 (P>0,05). Os trabalhos realizados com objetivo de sincronizar o estro e a ovulação com P4 e ou progestágenos em bubalinos têm apresentado baixa eficiência, com pequeno percentual de ovulações e com grande variabilidade no tempo de ovulação após a retirada do implante. Com o objetivo de melhorar a resposta aos tratamentos com P4 realizamos outro experimento administrando eCG no momento da remoção do dispositivo intravaginal de P4 (CIDR-B), na tentativa de dar suporte gonadotrófico ao folículo dominante presente no final do tratamento e aumentar a taxa de ovulação. Para sincronizar a ovulação optou-se pela aplicação de hCG, efetuada dois dias após a administração de eCG (16). Observaram-se satisfatórias taxas de concepção (55%) com o emprego desse protocolo, para animais sincronizados e inseminados em tempo fixo, mesmo durante a estação reprodutiva desfavorável. Factores de explotación que afectan la eficiencia de la inseminación artificial en los bufalinos IATF DURANTE A ESTAÇÃO REPRODUTIVA DESFAVORÁVEL Os búfalos apresentam eficiente resposta a sincronização da ovulação para a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) durante a estação reprodutiva favorável (outono e inverno; Baruselli et al., 1999, 2000). No entanto, estes animais, quando sincronizados para IATF na estação reprodutiva desfavorável (primavera e verão) apresentam taxa de concepção mais baixa (Baruselli et al., 1999). O desenvolvimento de protocolos para a IATF que apresentem respostas eficientes durante o ano todo poderá ser mais uma ferramenta para a distribuição dos partos e da lactação das búfalas leiterias. Neste sentido, nossa equipe desenvolveu projeto avaliando a eficiência de protocolos de desestacionalização para IATF em bubalinos (Baruselli et al., 2002; 2003; Porto Filho, 2004; Porto Filho et al., 2004). As búfalas receberam tratamento à base de progesterona, benzoato de estradiol, PGF2α, eCG e hCG segundo os protocolos demonstrados nos experimentos à seguir: Experimento 1 O objetivo deste experimento foi avaliar diferentes protocolos para a sincronização da ovulação e utilizá-los na IATF durante a estação reprodutiva desfavorável (primavera e verão). Para tanto, foram utilizadas 135 búfalas multíparas mantidas em pastagens tropicais no Estado de São Paulo, durante os meses de Dezembro de 2001 e Janeiro de 2002 . Estas fêmeas foram divididas em dois grupos de acordo com ECC, idade e presença de bezerro. No Grupo 1 (G1; n=96), as búfalas receberam um dispositivo intravaginal de progesterona (1,9 g de P4, CIDR-B, InterAg) mais 2,0 mg de benzoato de estradiol (Estrogin, Farmavet) em estágio aleatório do ciclo estral (Dia 0, tarde). O CIDR-B foi removido no dia 9 (D9, tarde) juntamente a aplicação de uma dose de PGF2α (IM, 0,150 mg de d-cloprostenol, Preloban, Hoechst) e 500 UI de eCG (IM, Novormon, Syntex). Após dois dias (D11, tarde), cada fêmea recebeu 1.500 UI de hCG (IM, Vetecor®, Calier). As búfalas foram inseminadas 14 horas após a aplicação de hCG (D12, manhã). No Grupo 2 (G2; n=39), as búfalas foram submetidas ao protocolo tradicional para IATF (“Ovsynch”; GnRH/PGF2α/GnRH). As fêmeas receberam 25µg de GnRH (Lecirelina, Gestran-plus®, Arsa) em estágio aleatório do ciclo estral (D0, tarde). Sete dias mais tarde (D7, tarde), foi efetuada uma aplicação de 0,150 mg de PGF2α (IM, dcloprostenol, Preloban). A segunda dose de 25µg GnRH foi aplicada dois dias mais tarde (D9, tarde). A IATF foi realizada 16h após a última aplicação hormonal (D10 manhã), com o sêmen do mesmo touro utilizado no G1 (FIG. 1). Grupo 1: BE+CIDR-B/PGF2αα+eCG/hCG/IA 2,0 mg BE 0,150 mg PGF2α 500 UI eCG 1.500 UI hCG CIDR-B IATF 14h D0 D9 D11 18hs 18hs D12 18hs 08hs Grupo 2: “Ovsynch” (GnRH/PGF2αα/GnRH) 25 µg GnRH 25 µg GnRH 0,150 mg PGF2α IATF 16h D0 D7 D9 D10 17hs 17hs 17hs 09hs FIGURA 1 - Protocolos utilizados para sincronização da ovulação e inseminação artificial em tempo fixo na estação reprodutiva desfavorável. São Paulo - SP, 2002. Baruselli et al., 2002 A taxa de concepção foi maior para as búfalas do G1 do que para as do G2 (P<0,01; TAB. 4). Tabla 4 - Eficiência de diferentes protocolos utilizados em búfalas para inseminação artificial em tempo fixo durante a estação reprodutiva desfavorável. São Paulo - SP, 2002. Tratamentos No de animais inseminados Taxa de concepção (%) Grupo 1 86 53,5 (46/86)b Grupo 2 (“Ovsynch”) 39 28,2 (11/39)a ab diferentes dentro de uma mesma coluna denota diferença estatística (P<0,01) Baruselli et al., 2002 A baixa taxa de concepção observada nos animais tratados com o protocolo “Ovsynch” está de acordo com os resultados obtidos por Baruselli et al. (1999). Na Itália, Zicarelli et al. (1997) em condições de campo, estudaram o uso do CRESTAR e do PRID em búfalas leiteiras durante a primavera. Os resultados obtidos demostraram baixa eficiência do tratamento. Os autores verificaram que 55,7% das novilhas e 40,6% das vacas não ovularam até 96 horas após a retirada dos implantes de P4. Rajamahendran e Thamotharam (1983) observaram 80% de estro em búfalas tratadas com progesterona, no entanto, a taxa de prenhez à IATF (60 a 84 horas após a retirada dos dispositivos de P4) foi 33%, o que é considerado baixo. No Brasil (Bartolomeu et al., 2001) as búfalas submetidas à IATF após a sincronização da ovulação com CIDR-B e CRESTAR também apresentaram baixa taxa de prenhez (21,0 a 27,3 %). Barille et al. (2001), utilizando duas IAs (uma 72 e a outra 96 horas após a remoção do PRID), administraram eCG no momento de retirada dos dispositivos de progesterona, e obtiveram um aumento na taxa de concepção (50%). No presente experimento, os resultados do grupo tratado com BE+CIDR- B /PGF2α+eCG/hCG na estação reprodutiva desfavorável, foram considerados satisfatórios, uma vez que os animais receberam apenas uma inseminação artificial (62 horas após a retiradas do dispositivo de progesterona). O protocolo proposto no presente experimento permitiu a utilização de apenas uma inseminação devido a indução e sincronização desta por hCG. Em resumo, os resultados demonstraram que a utilização de BE+P4/PGF2α+eCG/hCG resultaram em satifatória taxa de concepção em búfalas submetidas a IATF durante a estação reprodutiva desfavorável. Experimentos 2 e 3 Os objetivos dos experimentos 2 e 3 foram de reduzir as doses dos hormônios hGC (exp. 2) e eCG (exp. 3) nos protocolos para IATF durante a estação reprodutiva desfavorável (primavera e verão), visando minimizar os custos dos tratamentos sem prejudicar as taxas de concepção. Estes experimentos foram realizados em diferentes propriedades dos Estados de São Paulo e Paraná, no período de novembro de 2002 a fevereiro de 2003 (exp. 2), e entre novembro de 2003 e fevereiro de 2004 (exp. 3). Para o experimento 2, foram utilizadas 174 búfalas leiteiras das raças Murrah e Mediterrâneo, mantidas a pasto e suplementadas com mineral ad libitum. As fêmeas foram divididas aleatoriamente em dois grupos, de acordo ECC, idade e presença do bezerro. As aplicações hormonais foram realizadas por via intramuscular (IM) no período da tarde (17hs), e as IAs foram efetuadas no período da manhã (09hs), 16 horas após a aplicação do hCG no D11 (FIG. 2). A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem como objetivo a sincronização da ovulação, permitindo que a inseminação artificial seja programada para um determinado dia e hora (tempo fixo), sem a necessidade da detecção do estro. Esta técnica foi desenvolvida em função do fato de que em todo o mundo os programas de IA apresentam baixa taxa de serviço, principalmente pela dificuldade na detecção do estro, sendo este um dos principais entraves para a expansão da IA. Este comprometimento é ainda maior em rebanhos bubalinos, devido à particularidades do comportamento reprodutivo, como descrito anteriormente. Desta forma, programas que visam empregar a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), sem a necessidade de detecção de estro, colaboram sobremaneira para o aumento do emprego desta biotecnologia. Estes protocolos preconizam sincronizar a onda de crescimento folicular, a fase luteínica e sua regressão e, o momento da ovulação, permitindo o emprego da IA em dia e horário predeterminados. Assim, foram realizados experimentos para avaliar a eficiência do método de sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (Ovsynch) em bubalinos durante o período pós-parto (média de 60 dias), cuja metodologia básica consiste na aplicação de 10µg de GnRH (Acetato de buserelina) durante o período pós-parto (média de 60 dias), sendo aplicados 7 dias mais tarde prostaglandina (PGF2α). Dois dias após a aplicação da PGF2α os animais receberam 10µg de GnRH, sendo inseminados 16 horas mais tarde (Baruselli et al. 1999 e 2000). O primeiro estudo objetivou avaliar a dinâmica folicular de 33 búfalas tratadas com esse protocolo para verificar a resposta da espécie a esta seqüência de tratamentos (Baruselli et al., 1999). Pela ulta-sonografia, observou-se que 60,6% dos animais ovularam após a 1a aplicação de GnRH. Notou-se que as búfalas que ovularam apresentaram diâmetro superior do maior folículo no momento do tratamento (0,95 ± 0,17a vs. 0,67 ± 0,24b cm; P<0,01). O intervalo entre a 1a aplicação de GnRH e a ovulação foi de 33,0 ± 8,3h (n=20), e o intervalo entre a 2a aplicação de GnRH e a ovulação foi de 32,0 ± 5,7h, com a grande maioria das ovulações (92%) ocorrendo em um intervalo de apenas 12 horas. Observou-se que 100% dos animais apresentaram concentração plasmática de P4 abaixo de 1ng/ml 48h após a aplicação de PGF2α, demonstrando efetivo efeito luteolítico. Os resultados são indicativos de que os bubalinos respondem satisfatoriamente ao tratamento com GnRH/ PGF2α/GnRH, apresentando sincronização do crescimento folicular e da ovulação que permitem o emprego da inseminação artificial em tempo fixo.. Na segunda fase do estudo (Baruselli et al., 2000), foram inseminadas artificialmente em tempo fixo 1.053 búfalas leiteiras sincronizadas com o protocolo “Ovsynch”. Nesta fase, avaliou-se o efeito da condição corporal no início do tratamento (escala de 1 a 5), da ordem de partos, do período pós-parto em que se iniciou o tratamento, da ordem de inseminação e do período de inseminação (estação reprodutiva favorável - março a agosto - n=967; estação reprodutiva desfavorável – setembro a dezembro - n=86) sobre a taxa de concepção. As 967 búfalas tratadas durante a estação reprodutiva favorável apresentaram taxa de concepção média de 48,8%. Observou-se influência (P<0,05) da condição corporal na taxa de concepção (≤3,0 = 31,4%a, n=223; 3,5 = 52,9%b, n=546; ≥4,0 = 57,1%b, n=198). Este resultado sugere que as búfalas devem apresentar condição corporal ≥3,5 para obtenção de boa eficiência à inseminação artificial em tempo fixo. A ordem de partos também interferiu nos resultados (P<0,05). Primíparas apresentaram menor eficiência do que pluríparas (35,5%; n=138 vs. 51,0%; n=829). Portanto, deve-se preferencialmente sincronizar pluríparas para melhorar a eficiência deste tratamento. O período pós-parto em que se iniciou o tratamento e a ordem da inseminação não interferiram estatisticamente nos resultados (P>0,05). Estes dados demonstram que a sincronização pode ser iniciada entre 40 e 60 dias pós parto e os animais que não se tornaram gestantes à primeira inseminação podem ser tratados novamente. Desta maneira, pode-se alcançar taxa de prenhez de aproximadamente 75%, com duas inseminações sincronizadas em período de serviço inferior a 100 dias. O grupo de animais inseminados fora da estação reprodutiva (primavera) apresentou menor taxa de concepção (6,9%; n=86) do que o grupo inseminado durante a estação reprodutiva favorável (outono/inverno; 48,8%; n=967; P<0,05). Este dado demonstra que o protocolo que emprega GnRH/ PGF2α/GnRH (Ovsynch) para inseminação artificial em tempo fixo em bubalinos não apresenta resultado satisfatório fora da estação reprodutiva favorável. Devido a baixa eficiência do protocolo Ovsynch para IATF fora da estação reprodutiva e a marcada estacionalidade dos partos que dificulta a produção homogênea de leite durante o ano foram realizados estudos com finalidade de sincronizar o crescimento folicular e a ovulação com diferentes protocolos. Para tanto, utilizou-se tratamentos que associam dispositivos intravaginais ou auriculares contento progesterona e progestágenos com PGF2α e estrógenos com finalidade de viabilizar a IATF em bubalinos durante todo o ano. Assim, foi estudada a dinâmica folicular durante os tratamentos com dispositivo intravdinal de progesterona (CIDR) e com implantes auriculares de Norgestomet (CRESTAR) no período reprodutivo favorável (outono e inverno) e desfavorável (primavera e verão; Bartolomeu, 2003). Encontrou-se baixa taxa de ovulação de 40% para as búfalas sincronizadas com CID) e de 20% para as búfalas sincronizadas com CRESTAR. Nesse mesmo experimento, o intervalo decorrido para o início de uma nova onda de crescimento folicular foi inferior para búfalas tratadas com CIDR (3,5 ± 0,4 dias) que as tratadas com CRESTAR (6,3 ± 0,2 dias), provavelmente pela maior permanência na circulação do Valerato de estradiol, empregado juntamente com a inserção do implante (Dia 0) nos animais sincronizados com CRESTAR. O intervalo entre a retirada do dispositivo e a ovulação foi de 62,0 ± 5,6 horas para o grupo CIDR e de 64,0 ± 0,0 horas para o grupo CRESTAR. Em outra investigação, também na estação reprodutiva desfavorável (Moura, 2003), verificou-se que búfalas que receberam 1,0mg de BE associado ao momento da inserção do CIDR não ovularam ao final do tratamento e aquelas que receberam 2,5mg e 5,0mg de BE apresentaram reduzidas taxas de ovulação (20%). Quando as búfalas foram inseminadas em tempo fixo após a administração de 0,5 (G1) e 1,0mg (G2) de BE 24 horas após a retirada do CIDR as taxas de prenhez foram de 6,7% (G1; 2/30) e de 10,0% (G2; 3/30). O grupo controle (Ovsynch) também não apresentou resultados satisfatórios (10,3%; 3/29). Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que o uso desses protocolos não apresentaram resultados satisfatórios na taxa de ovulação e de concepção em bubalinos sincronizados e inseminados em tempo fixo durante a estação reprodutiva desfavorável. Visando melhorar a resposta aos tratamentos com progesterona realizou-se outro experimento administrando eCG no momento da remoção do dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR), na tentativa de dar suporte gonadotrófico ao folículo dominante presente no final do tratamento (ação FSH e LH do eCG) e aumentar as taxas de crescimento folicular e de ovulação. Para sincronizar a ovulação optou-se pela aplicação de hCG, efetuada dois dias após a administração de eCG (Baruselli et al., 2002), sendo os animais inseminados 16 horas após. Com esse protocolo, observou-se satisfatórias taxas de concepção (55%) à IATF mesmo durante a estação reprodutiva desfavorável. Em outra investigação foi estudada a dinâmica folicular durante os tratamentos com eCG associado a dispositivos intravaginais de progesterona (Porto Filho, 2004). A taxa de ovulação foi maior no grupo que recebeu eCG (G2; 70,0%) do que naquele que não recebeu (G1; 44,4%). Em bovinos, resultados semelhantes quanto à associação ou não de eCG a dispositivos intravaginais ou implantes subcutâneos de liberação de P4 também são relatados. Cutaia et al. (2003) verificaram diferença significativa com a utilização do eCG na taxa prenhez de vacas que se encontravam em anestro (30,6% versus 54,2%). Baruselli et al (2004) verificaram diferença significativa nas taxas de concepção, ao compararem o uso (51,9%) ou não (38,8%) de eCG em vacas bovinas de corte, sendo esse efeito mais evidente em vacas em anestro. Assim, os resultados apresentados sugerem que o tratamento com eCG no momento da retirada dos dispositivos de P4 aumenta as taxas de ovulação e de prenhez em fêmeas bubalinas na estação reprodutiva desfavorável. Desta forma, preconiza-se a utilização do protocolo “Ovsynch” durante a estação reprodutiva favorável (alta taxa de ciclicidade e reduzidos custos; Figura 1) e o protocolo com dispositivos contendo progesterona associados ao eCG durante a estação desfavorável (baixa taxa de ciclicidade; Figura 2). 1o GnRH PGF2α 2o GnRH IA 16 h Dia 0 (16:00h) Dia 7 (16:00h) Dia 9 (16:00h) Dia 10 (8:00h) Figura 1. Protocolo de inseminação artificial em tempo fixo com sincronização da ovulação em bubalinos durante a estação reprodutiva favorável. PGF2α (150 µg) BE (2 mg) + eCG (400 UI) hCG (1.000 UI) IA 14 h Dispositivo Intravaginal de Progesterona Dia 0 Dia 9 Dia 11 Dia 12 (18:00h) (18:00h) (18:00h) (8:00h) Figura 2. Protocolo de inseminação artificial em tempo fixo com sincronização da ovulação em bubalinos durante a estação reprodutiva desfavorável. Conclusões Os conhecimentos existentes sobre o manejo reprodutivo e o emprego de biotécnicas da reprodução em bubalinos permitem avaliar e indicar, aos técnicos e criadores, quais os procedimentos que podem ser empregados com sucesso. De posse desses conhecimentos, o setor produtivo possui ferramentas para incrementar o emprego da inseminação artificial em tempo fixo durante o ano todo, com vistas à melhoria genética e produtiva dos rebanhos bubalinos. Referências AVENELL, J.A.; SAEPUDIN, Y.; FLETCHER, I.C. 1995. Concentrations of LH, oestradiol-17β and progesterone in the peripheral plasma of swamp buffalo cows (Bubalus bubalis) around the time of oestrus. 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