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BOLETIM
Março 2012 | Nº 251
INFORMATIVO
dos
COOPERANTES
A NÃO PERDER
Visita Ministra Agricultura
125 anos - ESAC
A árvore do mês - Olaia
Controlo de infestantes do milho
Qualidade do leite - Mamites
Timpanismo
GILLETTE
WINDBROOK
GLPI
Leite
Gordura
Proteína
Conformação
Sistema Mamário
Pés & Pernas
Força Leiteira
Vida no Rebanho
EX-94-CAN EXTRA
F B I x MB-88 25* Blitz x MB-86 23* Storm x Braedale Gypsy Grand MB-88 37*
Da esquerda para a direita :
+2290
+1101
+.26% +68
+.09% +46
+17
+11
+17
+16
+101
GEBV 11*AUG
0 2 0 0 H O 0 3 5 0 1
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// LACTICOOP | VISITA DA MINISTRA
Visita da Ministra da Agricultura
ao concelho de Montemor o Velho
N
o passado dia 9 de Abril e pelas 11 horas da
manhã, a senhora Ministra da Agricultura Dra.
Assunção Cristas realizou uma visita rápida
à exploração leiteira Agro 2000 sita no Meco,
onde foi recebida pelos proprietários da
exploração, autoridades do concelho e das associações de
agricultores e de mais agricultores.
Esta visita teve como objectivo o anúncio das medidas de
apoio aos agricultores devido à seca que se tem registado
no nosso país e em especial ao despacho normativo
nº5/2012 (II Série). Este despacho refere-se à concessão
de uma ajuda nacional aos produtores das espécies de bovinos, ovinos e caprinos, sob forma de subvenção a fundo
perdido, com vista a compensar o aumento dos custos na
alimentação animal devido à escassez de pastagens e forragens e de algumas espécies vegetais.
Simões Dias
Pub.
// P. 3
// LACTICOOP | 125 ANOS ESAC
125º aniversário
Escola superior agrária de coimbra (esac)
R
ealizou-se no passado dia 21 de Abril, as comemorações do 125º aniversário da ESCOLA
SUPERIOR AGRÁRIA DE COIMBRA (ESAC). Nas
comemorações estiveram presentes para além
dos órgãos de gestão da Escola e funcionários,
representantes do Instituto Politécnico de Coimbra, representantes do Ministério da Educação, da Agricultura, da
cidade de Coimbra e em especial antigos e actuais professores e alunos.
A s comemorações tiveram o seu início com uma sessão
solene no Auditório principal da ESAC, seguida do descerramento de uma placa alusiva ao facto, almoço de convívio, lançamento do livro III volume da História da Escola
Agrícola de Coimbra e por último um lanche com o corte do
bolo alusivo aos 125 anos.
A LACTICOOP através do seu Boletim Informativo, endereça à ESAC os seu sinceros parabéns pela data e que continue a formar quadros competentes para o sucesso da nossa
agricultura.
A Direcção
Fotos gentilmente cedidas pelo Engº. Pinto Valejo
// P. 04
// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS
Olaia
A árvore que carrega a culpa
P
ela Páscoa, em Abril, as plantas começam a florir,
anunciando a Primavera, indiferentes muitas vezes às condições atmosféricas que se observam.
Campos e jardins ganham cor e algumas árvores arriscam a floração, convidando as abelhas
a banquetearem-se com o seu néctar. Parece mesmo que o
roxo, a cor da Páscoa, prevalece sobre os outros tons.
Como se convidada para a festa, ao longo de algumas ruas
ou recatada num canto de jardim público, uma árvore
pequena mostra-se envaidecida, coberta com um manto
de flores roxas, dos pés à cabeça, porque até no tronco as
flores brotam repletas de cor e de frescura. É tanta a pressa para chegar à festa a tempo que se esquece das folhas,
muito leves e discretas que chegarão mais tarde…
É a olaia ou árvore de Judas e é por isso que a ligamos à
Páscoa.
Conta-se que Judas, arrependido do que fez a Jesus, escolheu esta linda árvore para nela se pendurar. E que as flores
até aí brancas, logo ali ganharam as cores da Páscoa naquela, e em todas as outras árvores iguais.
Que na Judeia havia olaias, é verdade e os franceses até lhe
chamam árvore-da-Judeia, mas isso, é outra história…
“Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Oiço olaias em flor às gargalhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas…”
(Florbela Espanca – Horas Rubras)
Nome científico: Cercis Siliquastrum
Nome vulgar: Olaia / Árvore de Judas / Árvore do Amor /
Pata de vaca
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Género: Cercis
Características botânicas
Folhas: Caducas, simples, de 7 a 10 cm de comprimento,
em forma de rim, apresentam a página superior verde e a
inferior em tons glaucos.
Flores: Na maior parte das variedades são cor-de-rosa
a roxo apresentando no início da floração um tom mais
magenta. Na variedade Alba a flor é branca e talvez por ser
menos interessante e característica está pouco divulgada.
São hermafroditas, com 1 a 2 cm de comprimento e têm 2
brácteas. Nascem agrupadas em inflorescências de 3 a 6
flores, normalmente antes das folhas e por vezes directamente sobre o tronco e ramos principais.
Frutos: São vagens de 7 a 10 cm de comprimento, glabras,
de cor vermelho-púrpura ou castanha quando madura e
permanece na árvore por bastante tempo.
Raiz: Tolera mal os solos encharcados
Tronco: Porte erecto, liso, lenhoso, mais grosso e longo nos
exemplares de mais idade e delgado na forma arbustiva.
Perfil: A olaia é uma árvore pequena, de 5 a 10 metros de altura, sendo frequente encontrá-la também na forma de arbusto. A copa arredondada não é propriamente elegante. É
um exemplar que se mostra, que quer ser vista, pelo que se
coloca sempre ao nível dos nossos olhos, primeiro coberta
com um manto púrpura exuberante de flores e depois com
o contraste interessante das vagens avermelhadas sobre o
verde transparente das folhas.
Originária do sul da Europa e este asiático, prefere o clima
continental e vai mal nos climas atlânticos. É claramente uma árvore de locais ensolarados que aguenta mal as
geadas intensas. Também prefere solos calcários, suportando bem mesmo os mais alcalinos. É muito sensível a solos
encharcados ou mal drenados e tolera períodos de seca.
Esta árvore tem apenas interesse decorativo. O seu crescimento lento e limitado recomendam-na para espaços
pequenos e para ruas e avenidas.
Alguém descobriu que as flores para além de bonitas são
comestíveis. Apresentam um amargo muito característico
que as recomenda para juntar a saladas. Por mim, prefiro
alcaparras…
// P. 05
Herbicidas Pós-emergência para milho
Suspensão concentrada com 200 g/L ou 18% (p/p)
de bentazona (sob a forma de sal de sódio) e 200 g/L ou 18% (p/p)de terbutilazina
Suspensão concentrada (SC) c/ 300 g/l de sulcotriona
Acção Suprema sobre a junça!
06
// LACTICOOP | CULTURA DO MILHO
Controlo de infestantes
na cultura do milho
A
decorrer a época da sementeira do milho, mais
uma vez venho chamar a atenção dos leitores
desta revista para a importância no controlo das
infestantes nesta cultura.
É importante referir que as infestantes no milho
diminuem significativamente o seu rendimento. As perdas
na cultura são de natureza directa e indirecta.
No primeiro caso, são as que resultam do consumo de
fertilizantes, agua e luz; entre os indirectos podemos referir
os que dificultam a colheita, à desvalorização da colheita
devido á presença de outras sementes, plantas que são recusadas pelos animais (quando a nossa seara é para silagem), estado sanitário da cultura e reinfestação permanente
dos solos.
Três tipos fundamentais de infestante, encontramos na
cultura do milho: As gramíneas e as dicotiledóneas e outras
de folha larga. Como primeiras temos as bem conhecidas
milhãs (pé-de-galo, digitada) e as segundas (saramagos,
erva pessegueira, bredos, corriola, figueira do inferno etc.)
para além destas tão conhecidas infestantes anuais temos
também as vivazes ou perenes das quais podemos destacar
nas mais conhecidas (junça e grama).
Quanto aos herbicidas há dois grandes grupos, que são os
pré-emergentes e os pós-emergentes.
Grosso modo o que isto significa? Uns aplicam-se antes
da emergência do milho e das infestantes e outros após o
nascimento das mesmas.
Quais as vantagens de uns em relação aos outros?
Os pré-emergentes têm a vantagem de ser aplicados
aquando os trabalhos de sementeira, ou seja fazemos tudo
ao mesmo tempo e o problema fica resolvido.
Estes têm alguns aspectos importantes a ser considerados
pois têm que ser aplicados com os terrenos com humidade
(estado de sazão) ou ser incorporados a 5 cm de profundidade gradando ou regando e serem de facto eficazes o que
nem sempre acontece. Depois que foi abolida do mercado
a substancia activa atrazina a eficácia em relação às folhas
largas nomeadamente a figueiras do inferno ficou comprometida. Outra desvantagem, são poucas soluções no
mercado logo pouca concorrência e preço desajustado.
Os pós-emergentes são sem dúvida em meu entender a
melhor solução, e porquê?
Hoje o mercado oferece uma quantidade grande de soluções bastante eficazes e diversificadas quanto ao modo de
acção e quanto à eficácia perante determinados tipos de
infestantes.
O agricultor quando tem o seu milho nascido e com 4/5
folhas verdadeiras, (como foi dito anteriormente as infestantes rapidamente germinam), tem também as infestantes
a controlar nascidas. Vamos identificar as infestantes e escolher o herbicida ou mistura de herbicidas mais apropriados ao seu controlo e eliminação. Simples rápido e eficaz.
Refira-se que este tipo de herbicidas, devem ser aplicados
em concentrações de forma a não ultrapassar os 300 l /
ha para evitar corrimentos desnecessários e aumentando
assim a sua eficácia. Para o conseguir de uma forma fácil
normalmente utilizam-se bicos de baixo debito (cor vermelha, azul e castanho).
Quando os procedimentos de aplicação dos herbicidas são
feitos de uma forma correcta, é fácil garantir ausência de
infestantes durante todo ciclo vegetativo da cultura. Porem
para que este pressuposto se verifique temos que identificar bem o tipo de infestantes predominante e escolher a
solução herbicida mais eficaz existente no mercado, como
já foi referido.
Estando em cima do acontecimento a Terra a Terra tem ao
dispor pessoas que lhe podem fazer este trabalho técnico
esclarecendo alguns pormenores em que persista alguma
duvida e oferecer as referidas soluções para a cultura.
Boas colheitas.
Fernando Taveira
Terra a Terra
nota do autor:
(referenciados nomes vulgares das infestantes para melhor
entendimento por parte dos leitores)
// P. 07
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// LACTICOOP | SOLO E ADUBAÇÃO
Solo
e adubação foliar
O
solo é um meio muito complexo, em que as
reações químicas estão constantemente a
decorrer, com interações entre muitos dos
elementos químicos disponíveis no solo. Fatores como a origem das rochas que lhes deram
origem, a textura e estrutura do solo, assim como o teor de
matéria orgânica, determinam o comportamento do solo do
ponto de vista físico e químico.
É sabido que solos com maior teor de argila (solos mais pesados) têm maior capacidade de retenção de água, o que é
uma vantagem, mas também é frequentemente um problema, quando queremos preparar a terra para semear/plantar
e esta está demasiado encharcada, o que torna impossível
a maioria dos trabalhos agrícolas. Relativamente à componente mineral, são solos normalmente mais ricos, porque
a argila faz parte do complexo argilo-humico que retém
muitos dos nutrientes no solo. O potássio, por exemplo,
está presente em minerais como os feldspatos, que o vão
disponibilizando lentamente, o que não significa que não
seja necessário fornecer potássio ao solo, uma vez que a
maior parte deste potássio poderá não estar disponível para
as plantas.
Um solo com uma textura ligeira terá um teor de areia
muito grande, o que diminui drasticamente a capacidade de
retenção de água, mas permite realizar todas as operações
com máquinas agrícolas pouco tempo depois de chuva
intensa (a não ser que existam camadas impermeáveis
perto da superfície), razão pela qual muitas explorações
hortícolas que produzem o ano inteiro, se situem em zonas
com estes tipos de solo (zona de Odemira, por exemplo).
Tratam-se normalmente de solos muito pobres do ponto de
vista químico, sendo necessário fazer um aporte considerável em termos de fertilização.
O solo ideal tem uma mistura na proporção certa dos vários componentes físicos do solo, ou seja, de argila, limo e
areia, e permite realizar as operações desejadas em tempo
útil, ao mesmo tempo que tem uma boa capacidade de retenção de água e nutrientes. Os solos da zona de Valada, no
Ribatejo, são um bom exemplo do que foi mencionado.
O teor de matéria orgânica do solo é muito importante,
uma vez que um solo com um teor médio/alto de matéria
orgânica, para além de ser mais homogéneo, fácil de trabalhar e de fazer uma boa retenção de água, fornece nutrientes de forma gradual
às plantas. A mineralização da matéria orgânica vai ocorrendo de forma mais ou menos gradual (as práticas agrícolas vão determinar a rapidez desta mineralização) e o
azoto que se encontra em formas orgânicas que as plantas
não conseguem absorver, vai-se transformando em formas
minerais (ureia, amónio e nitratos) que serão utilizadas
pelas plantas, retidas no solo ou perdidas por lixiviação. No
entanto, a matéria orgânica, quando se encontra em quantidades elevadas no solo (teores acima de 3 %), também pode
originar problemas como a retenção de alguns micronutrientes de forma intensa, o que pode originar carências nas
culturas. Estes teores de matéria orgânica são muito raros
na maioria dos solos portugueses, mas na zona de produção de milho silagem, ocorrem com maior frequência, uma
vez que existe maior disponibilidade de estrumes e chorumes.
As análises completas, tanto ao nível do solo, como a nível
foliar, são muito importantes para saber se temos alguma
carência de micronutrientes que seja difícil de detetar ou
de identificar, uma vez que algumas carências são muito
parecidas ao nível da identificação visual.
Como muitas vezes os problemas ocorrem no solo e os
equilíbrios que existem impedem a correta absorção dos
nutrientes, a adubação foliar pode ser a solução, complementando a adubação de fundo ou a fertirrigação. A Agrifértil, representante exclusiva da gama Compo Expert em
Portugal, tem uma vasta gama de adubos foliares, com a
garantia de qualidade da multinacional alemã, que permite
atuar especificamente na correção de um micronutriente
ou atuar de forma mais generalizada com produtos ricos
em vários micronutrientes. Muitas vezes, estes pormenores
fazem a diferença entre uma seara razoável e uma grande
seara de milho e a Agrifértil, dentro da sua gama alargada, tem seguramente a solução para os diversos problemas
que possam surgir.
Pedro Cabanita
Agrifértil Product Manager
// P. 09
// LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE
Mamites
Aspetos práticos (parte 1)
A
mamite é a inflamação da glândula mamária, normalmente, em resposta a uma infecção
microbiana. O termo deriva da palavra grega
”mastos” que significa mama e de “itis” que significa inflamação. Usualmente são bactérias, os
microorganismos implicados, mas os fungos, micoplasmas
e algas, podem ser também responsáveis pela infecção da
glândula mamária. A infecção ocorre quando os microorganismos penetram através do canal do teto e se multiplicam
dentro da glândula mamária. Pode também ter uma origem
traumática, ou num distúrbio fisiológico, sem interferência
microbiana; o que constitui mais excepção do que a regra.
Trata-se de uma doença multi-factorial comum a todos
os mamíferos, mas que assume a sua maior importância na
vaca leiteira. A sua prevalência varia muito de rebanho para
rebanho, podendo atingir 50% das vacas de uma manada,
em metade dos seus quartos- em rebanhos que não utilizam nenhum programa de controlo.
¬¬CLASSIFICAÇÃO
As mamites classificam-se em clinicas no caso de existirem sinais evidentes de inflamação ou de subclinicas quando os sintomas não estão presentes e o diagnóstico só pode
ser feito pela realização do teste californiano de mamites
(TCM), colheita de uma amostra de leite para verificação da
contagem celular ou então pela observação dos dados do
contraste leiteiro.
Quanto ao curso evolutivo da infecção a mamite clinica,
pode classificar-se de: subaguda, aguda, hiperaguda ou
crónica.
Na Mamite Subaguda as alterações no úbere são pouco intensas, consistindo geralmente numa diminuição da
quantidade de leite produzido, com ligeiras alterações das
suas propriedades (leite aquoso, com grumos, etc).
Na Mamite Aguda para além das alterações de composição
e do aspecto do leite, podem estar presentes as manifestações orgânicas de caracter sistémico, tais como a febre e a
inaptência.
No caso da Mamite Hiperaguda para além de estarem
// P. 10
presentes todos os sintomas anteriormente descritos, ainda
se podem detectar sintomas indicadores de uma maior
gravidade da doença: depressão, pulsação acelerada, perda
de coordenação muscular, extremidades frias, redução do
reflexo pupilar, diarreia e desidratação.
A Mamite Crónica pode começar como qualquer forma
clinica ou como a mamite subclínica, e pode evidenciar-se através de sinais clínicos, de uma forma intermitente.
Normalmente há desenvolvimento progressivo de tecido
cicatricial e uma alteração no tamanho e forma da glândula
mamária afectada, acompanhados de uma redução da produção de leite. O intervalo entre a forma clinica e subclínica, pode variar muito, dependendo do microorganismo, do
stress e outros.
A Mamite Subclínica evolui sem sinais inflamatórios externos ou alterações do aspecto do leite, sendo a sua identificação possível só através de testes microbiológicos ou
testes que demonstrem um aumento do conteúdo celular
do leite. Esta forma de doença, assume uma maior importância económica quando comparada com a forma clinica,
pelas seguintes razões:
- é 15 a 40 vezes mais comum que as mamites clinicas;
- usualmente precede a forma clinica;
- é de difícil detecção;
- afecta negativamente a qualidade de leite;
- constitui um reservatório de microorganismos patogénicos.
EFEITOS NA QUALIDADE DO LEITE
O leite dos quartos mamíticos é de menor valor para o
fabrico de produtos láteos que o dos quartos não infectados. As alterações na qualidade devem-se essencialmente
a uma variação na sua composição, verificando-se que
para as indústrias leiteiras essas alterações na composição
natural do leite acarretam uma grande dificuldade na sua
transformação, assim como, uma modificação do gosto e da
estabilidade dos produtos.
Qualquer processo inflamatório na glândula mamária
traduz-se por um aumento da função de filtração e dimi-
// LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE
Quadro 1- Efeito das mamites nos componentes do leite
Componentes
Efeitos
Proteína total
Diminui (Ligeiramente)
Caseína
Diminui entre 6% e 18%
Lactose
Diminui entre 5% e 20 %
Sólidos não gordos
Gordura
Diminui até 8%
Diminui entre 4% a 12%
Cálcio
Diminui
Fósforo
Diminui
Potássio
Diminui
Estabilidade e qualidade
Diminui
Paladar
Altera
Microorganismos para
iogurte
Inibe
Sódio
Aumenta
nuição da função de síntese, consequentemente, ocorrem
alterações na composição química do leite (Quadro 1). São
de mencionar a redução do teor em lactose, aumento dos
cloretos, diminuição do teor de cálcio e aumento de sódio.
O teor de matéria gorda pode diminuir de 5% a 12%, verificando-se também uma diminuição no teor de extracto seco
desengordurado.
abcessos e recidivas frequentes. Noutras circunstâncias
a mamite por Staphylococcus aureus pode assumir a
forma de uma mamite gangrenosa, em consequência da
produção de grandes quantidades de toxina por parte de
algumas estirpes.
O Streptococcus agalactiae é uma bactéria altamente
contagiosa, facilmente transmissível de vaca para vaca,
responsável por elevadas descargas celulares e por perca
da função produtora dos quartos atingidos de mamite
aguda.
No próximo número abordaremos as Mamites Ambientais e as formas de controlo.
Simões Dias
[email protected]
DEPARTAMENTO TÉCNICO
Referências bibliogáficas :
Matos, José Estevam da Silveira – Prof. Universidade dos
Açores – Mamites – Aspectos práticos – Revista Portuguesa
de Buiatria /Novembro 98.
Quadro 2- Principais agentes etiológicos das mamites
bovinas
Agentes contagiosos
Staphylococcus aureus
Streptococcus agalactiae
Mycoplasma bovis
Estafilococos coagulase
(Corynebacterium bovis)
ETOLOGIA
São mais de 200 as espécies de microorganismos já isolados da glândula mamária da vaca. Felizmente para os
microbiologistas que trabalham nesta área, o número de
espécies que são isoladas com maior frequência é bastante
reduzido.
Os agentes etiológicos das mamites podem ser divididos
em dois grupos: Microorganismos Contagiosos e ambientais (Quadro 2). ►
Agentes mistos
Agentes de origem ambiental
Escherichia coli
Streptococcus uberis
Klebsiella
Enterobacter
Citrobacter
Enterococcus
Agentes oportunistas ou
comensais
Estafilococos coagulase
MAMITES CONTAGIOSAS
Os microorganismos contagiosos existem nos úberes de
vacas infectadas, transmitindo-se de vaca para vaca durante a ordenha. Destes os mais importantes são sem dúvida o
Staphylococcus aureus e o Streptococcus agalactiae, pela
frequência com que são isolados e pela gravidade das lesões que provocam. Os úberes infectados são reservatórios
destes microorganismos, transmitindo-se aos úberes não
infectados durante a ordenha. A principal forma de transmissão é feita de vaca para vaca, pelos panos para limpeza
dos tetos, pelas mãos do ordenhador, através do leite residual dos copos das tetinas e devido ao mau funcionamento
do equipamento de ordenha.
As mamites por Staphylococcus aureus tendem a assumir frequentemente a forma crónica, com a formação de
Streptococcus dysgalactiae
Outros agentes
Pausteurella
Pseudomonas
Actinomyces
Nocardia
Prototheca
Baccilus
Nota -Os agentes a vermelho são os mais importantes
// P. 11
// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS
Sónia Morais: 962 012 555
João Sousa: 969 891 986
Olaia
A árvore que carrega a culpa
P
ela Páscoa, em Abril, as plantas começam a florir,
anunciando a Primavera, indiferentes muitas vezes às condições atmosféricas que se observam.
Campos e jardins ganham cor e algumas árvores arriscam a floração, convidando as abelhas
a banquetearem-se com o seu néctar. Parece mesmo que o
roxo, a cor da Páscoa, prevalece sobre os outros tons.
Como se convidada para a festa, ao longo de algumas ruas
ou recatada num canto de jardim público, uma árvore
pequena mostra-se envaidecida, coberta com um manto
de flores roxas, dos pés à cabeça, porque até no tronco as
flores brotam repletas de cor e de frescura. É tanta a pressa para chegar à festa a tempo que se esquece das folhas,
muito leves e discretas que chegarão mais tarde…
É a olaia ou árvore de Judas e é por isso que a ligamos à
Páscoa.
Conta-se que Judas, arrependido do que fez a Jesus, escolheu esta linda árvore para nela se pendurar. E que as flores
até aí brancas, logo ali ganharam as cores da Páscoa naquela, e em todas as outras árvores iguais.
Que na Judeia havia olaias, é verdade e os franceses até lhe
chamam árvore-da-Judeia, mas isso, é outra história…
“Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Oiço olaias em flor às gargalhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas…”
(Florbela Espanca – Horas Rubras)
Nome científico: Cercis Siliquastrum
Nome vulgar: Olaia / Árvore de Judas / Árvore do Amor /
Pata de vaca
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Género: Cercis
Características botânicas
// P. 12
Folhas: Caducas, simples, de 7 a 10 cm de comprimento,
em forma de rim, apresentam a página superior verde e a
inferior em tons glaucos.
Flores: Na maior parte das variedades são cor-de-rosa
a roxo apresentando no início da floração um tom mais
magenta. Na variedade Alba a flor é branca e talvez por ser
menos interessante e característica está pouco divulgada.
São hermafroditas, com 1 a 2 cm de comprimento e têm 2
brácteas. Nascem agrupadas em inflorescências de 3 a 6
flores, normalmente antes das folhas e por vezes directamente sobre o tronco e ramos principais.
Frutos: São vagens de 7 a 10 cm de comprimento, glabras,
de cor vermelho-púrpura ou castanha quando madura e
permanece na árvore por bastante tempo.
Raiz: Tolera mal os solos encharcados
Tronco: Porte erecto, liso, lenhoso, mais grosso e longo nos
exemplares de mais idade e delgado na forma arbustiva.
Perfil: A olaia é uma árvore pequena, de 5 a 10 metros de altura, sendo frequente encontrá-la também na forma de arbusto. A copa arredondada não é propriamente elegante. É
um exemplar que se mostra, que quer ser vista, pelo que se
coloca sempre ao nível dos nossos olhos, primeiro coberta
com um manto púrpura exuberante de flores e depois com
o contraste interessante das vagens avermelhadas sobre o
verde transparente das folhas.
Originária do sul da Europa e este asiático, prefere o clima
continental e vai mal nos climas atlânticos. É claramente uma árvore de locais ensolarados que aguenta mal as
geadas intensas. Também prefere solos calcários, suportando bem mesmo os mais alcalinos. É muito sensível a solos
encharcados ou mal drenados e tolera períodos de seca.
Esta árvore tem apenas interesse decorativo. O seu crescimento lento e limitado recomendam-na para espaços
pequenos e para ruas e avenidas.
Alguém descobriu que as flores para além de bonitas são
comestíveis. Apresentam um amargo muito característico
que as recomenda para juntar a saladas. Por mim, prefiro
alcaparras…
// LACTICOOP | TIMPANISMO
começa a dissociar-se em catiões e protões). Se o pH
não for suficientemente baixo para provocar dissociação
dos AGV’s, estes são absorvidos passivamente através da
parede ruminal para serem transportados pelo sangue
e se transformarem numa importante fonte de energia.
Os sais produzidos pela saliva são ricos em bicarbonato
e ajudam à manutenção do pH ruminal. Quando a capacidade de tamponização do fluido ruminal é excedida
e os ácidos gordos voláteis são dissociados, ocorre uma
passagem através da parede ruminal por transporte ativo.
As células da parede permitem a passagem de catiões, em
troca de descarregamento de iões de bicarbonato. Quando
a produção de AGV’s se exceder, este segundo mecanismo
de acidose é estabelecido e a sua primeira manifestação é
o timpanismo.
Timpanismo Gasoso ou bolha única
Timpanismo
O
mecanismo alimentar dos ruminantes baseia-se numa simbiose entre os microrganismos
ruminais e o animal. O ruminante fornece
alimentos e condições ambientais adequadas (temperatura, anaerobiose, ambiente
redutor...) e as bactérias utilizam parcialmente os alimentos, tornando úteis forragens que de outra forma seriam
indigestíveis para a maioria dos mamíferos. O resultado
deste processo aporta produtos de fermentação com um
alto valor nutritivo para ruminantes: ácidos gordos voláteis e proteína microbiana. Se esta razão simbiótica alterar
o equilíbrio da população microbiana do rúmen, poderá
conduzir a perturbações entre as quais o meteorismo e a
acidose. A produção de gás por fermentação é constante
e abundante, sendo composto aproximadamente por 65%
CO2, 27% de metano e 7% de azoto, entre os mais significativos. A sua produção varia entre os 12 litros / hora em
animais em jejum e os 120 litros por hora em animais em
ingestão contínua. Em actividade normal, os gases produzidos são concentrados numa bolha única que está situada
na parte superior do saco dorsal do rúmen por cima do
alimento da digestão. Essa bolha deve ser deslocada pelo
rúmen por movimentos coordenados, até o cárdia relaxar,
conduzindo à erutação. Se o vitelo for incapaz de eliminar
estes gases através da erutação, ou se a taxa de produção
e fase de acumulação for longa, pode aumentar a pressão
ruminal.
Existe um tipo de timpanismo no qual os gases não conseguem ser eliminados, apesar de se encontrarem separados do conteúdo sólido e fluido ruminal, ou seja, não há
nenhuma espuma. Esta dificuldade na remoção de gases
pode ser devido à inibição da erutação por:
►
Obstrução mecânica - Ingestão de corpo estranho.
►
Compressão do esófago. O mais frequente é por
adenopatia dos gânglios da cadeia mediastínica por pneumonia.
►
Baixa motilidade ruminal. Provocada por agentes
tóxicos: ureia, atropina (quase todos os tranquilizantes
com ação colinérgica provocam um abaixamento da motilidade ruminal), medicamentos, entre outros.
►
Decúbito prolongado lateral ou laterodorsal. Depois de uma elevada
ingestão de concentrado quando previamente o vitelo esteve submetido a um período de stress por falta de concentrado, o animal permanece muito tempo deitado e o orifício caudal da cardia fica submergido no líquido ruminal,
tornando o arroto impossível.
►
Paralisia da faringe. Por listeriose ou botulismo.
►
Pneumonia crônica.
►
Fibroma na área cardíaca.
►
Hipocalcemia, acidose, alcalose. Provocam uma
diminuição na motilidade ruminal.
Timpanismo espumante
A rápida fermentação de carbohidratos no rúmen produz
AGV’s (ácidos gordos voláteis) e gás. Se qualquer um dos
mecanismos de regulação do pH ruminal falhar ou for
insuficiente, e este cair bruscamente, provoca a acumulação
de ácidos gordos voláteis que com mucopolissacarídeos
bacterianos podem formar espuma. Um nível alto de proteína solúvel contribui para a produção de mucopolissacarídeos pelos microrganismos do rúmen. Elevados níveis de
sódio (Na), pelo contrário dificultam a produção de mucopolissacarídeos e favorecem a passagem de catiões através
da parede do rúmen retardando o aparecimento do timpanismo ao estabilizar o pH.
Regulação do pH ruminal
Durante a fermentação de hidratos de carbono no meio
ruminal são produzidos os AGV’s (ácidos gordos voláteis). Cada um destes ácidos tem um valor pK (pH em que
// P. 14
Enervação do rúmen
No rúmen existem 4 tipos de movimentos:
// LACTICOOP | TIMPANISMO
1 - Encerramento da goteira esofágica. Em animais lactantes
durante o contacto da cavidade oral com o líquido.
2- Contracção. Para facilitar a mistura e o trânsito dos
alimentos.
3 -. Ruminação. Para devolver à cavidade oral o bolo alimentício e submete-lo a novas mastigações.
4- Erutação. Para se livrar do gás que se produz por forma
fisiológica na fermentação ruminal.
O rúmen, ao contrário de outros órgãos e vísceras, além de
ter uma enervação autónoma (sistema nervoso simpático e
parassimpático), tem uma enervação extrínseca que é dominante. Os nervos esplacnicos são os responsáveis pelos
impulsos sensorial e motor. A sua regulação é fica a cargo
dos Centros nervosos da Medula Oblonga (rombencéfalo)
em conexão directa com os núcleos corticais e sub corticais.
Isto significa que existe uma influência muito importante da
sensibilidade global, dor, stress, fome, apetite, saciedade e
sede, termorregulação.
Estes centros do tronco cerebral são adjacentes aos centros
de salivação, deglutição e respiratórios. Isto significa que
condições de maneio da exploração têm uma influência
decisiva a ocorrência deste problema.
PONTOS-CHAVE no Maneio
1-
Boa recepção dos vitelos. De 3 a 4 semanas para
adaptar a microflora ruminal. Esta será a altura certa para
implementar o programa profilático. O objectivo é prevenir
futuros problemas respiratórios, que podem ter como efeito
colateral timpanismos, e tratamentos medicamentosos subsequentes também podem, por vezes, dificultar a eliminação
de gás ruminal.
2-
Palha de cor clara, seca e limpa. A utilização de
palha deve perfazer pelo menos 20 a 25% da ingestão de alimentos pelos animais, não é suficiente ter palha disponível
para os vitelos se houver dificuldade no seu consumo: à que
cortar as cordas dos fardos. Se a palha for molhada o seu
consumo é menor e há menos ruminação com diminuição
da produção de saliva.
Se a palha estiver contaminada com terra, existe o risco de
Listeriose, embora não sendo tão importante no gado bovino, produz uma diminuição na motilidade ruminal dificultando os movimentos que levam à erutação.
Se a palha apresentar fungos (cor escura), estes podem
libertar micotoxinas e qualquer uma destas podem também
ser responsáveis pela diminuição da motilidade ruminal.
3-
Água limpa, potável e fresca. O consumo de água
deve ser de 4 a 5 litros por kg de ração. Certifique-se que os
bebedouros estão limpos. Se diminuir o consumo de água
também há mudanças no consumo de ração. Água excessivamente fria também demais pode reduzir a motilidade
ruminal.
4-
Consumo de ração constante. Nunca deve faltar
concentrado nos alimentadores. O jejum é muito perigoso,
quando disponibilizar concentrado pode haver consumo
excessivo.
5-
Comedouros suficientes para que o acesso a alimentação seja sempre possível. Se houver dominância, os
vitelos mais fortes impedem a aproximação dos mais débeis
e quando o puderem fazer dão origem a brigas.
6-
EVITAR superlotação. Diminuir a probabilidade de
dominância e problemas patológicos.
7-
Fazer LOTES homogéneos. Para facilitar o maneio e
evitar dominância.
8-
EVITAR STRESS sempre que POSSÍVEL. A motilidade ruminal
diminui drasticamente o stress e consequentemente
dificulta a expulsão de gás.
9-
Observe os animais duas vezes por dia no mínimo.
Perante um vitelo com timpanismo gasoso deveremos
seguir os seguintes passos:
►Reduzir o consumo de ração. Disponibilizar palha e
água ad libitum.
►Faça com que os animais afectados caminhem lentamente. O exercício ajuda à eliminação de gases.
► Se o animal não expelir o gás, usar óleos minerais ou
parafina líquida. Se isso não resolver o problema deve
contactar o veterinário assistente.
Sónia Morais
Central Misturas Terra a Terra
Agradeço a colaboração e disponibilização de informação
por parte de João Almeida (Vetobiótica) e Pedro Sayallero
(Trow Nutrition)
Pub.
NOVO ESPAÇO
Rua Dr. Alberto Souto, nº18, 3800 - 148 Aveiro
// P. 15
// LACTICOOP | FLASH NEWS
Bolsa de terras com
"total respeito pela
propriedade privada"
A
ssunção Cristas garantiu que a bolsa de terras
não vai "açambarcar terra para o Estado" e não
vai "tirar terra a ninguém", assentando num
processo "totalmente voluntário" e em "total
respeito pela propriedade privada". "Nós não
queremos açambarcar terra para o Estado, nós não queremos retirar terra a ninguém", afirmou Assunção Cristas nas
jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorreram em
Ponta Delgada.
quando a fizermos queremos desagravar substancialmente
quem trabalha a terra ou quem não tendo vocação para a
trabalhar ou não tendo hipótese de a trabalhar a disponibiliza para que outros o possam fazer. Nesse caso, o que está
na proposta do Governo é um desagravamento de 50 a 75
por cento no imposto", apontou. Assunção Cristas ressalvou
que isso só poderá ser feito após "a fase difícil do programa
de assistência financeira, porque não se podem criar benefícios fiscais nesta fase".
A ministra da Agricultura referiu-se à bolsa de terras, uma
proposta incluída no programa do Governo e que já deu
entrada no Parlamento, esclarecendo que assentará em
terra do Estado que não está a ser usada e na terra privada, que os privados, de forma voluntária, queiram inscrever nessa bolsa. As terras do Estado são disponibilizadas
"automaticamente através da bolsa de terras quando ela for
constituída e antes de ser constituída através dos concursos
que estão já a ter lugar", particularmente "dirigidos a jovens
agricultores", disse.
Na criação da bolsa de terras estará envolvida uma "entidade nacional" para "colher toda a informação", mas, depois
o processo não será "centralizado", referiu a ministra,
contando para isso com "entidades idóneas locais a quem
possam ser acometidas as tarefas de dinamizar localmente
a bolsa de terras". "Tenho alguma expectativa em relação
a esta matéria, porque cada vez que falo publicamente de
bolsa de terras e de disponibilização de terras do Estado,
os telefonemas e os e-mails chovem para o Ministério. As
pessoas estão verdadeiramente interessadas", afirmou.
"Se a terra é de privados, num total respeito pela propriedade privada, no total respeito pelo direito do privado a
decidir o que quer fazer com a sua terra, aquilo que pretendemos é criar um mecanismo em que as pessoas sintam
que vale a pena inscrever a sua terra, disponibilizando-a
para que outros a possam usar", sustentou. "Queremos
fazer isto de uma forma totalmente voluntária, por isso, não
vamos penalizar ninguém que não queira disponibilizar a
sua terra. A nossa lógica é completamente pela positiva",
reforçou.
A bolsa de terras tem sido alvo de críticas, nomeadamente
por parte do PS, que, na sexta-feira, através do deputado
e ex-ministro da Agricultura António Serrano condenou o
que considera ser a ilegítima expropriação a proprietários
de terras, adoptando normas "impensáveis" num executivo
de "direita" que ferem direitos de propriedade protegidos
pela Constituição da República.
Fonte: [email protected]
O objectivo é criar "um sistema de informação" em que
"alguém possa ir a um ‘site’ da internet do Ministério e ver o
mapa de Portugal com os vários pontos que correspondem
às terras que estão no mercado, que estão disponíveis, e
saiba onde encontrar terra se quiser". Seguir-se-á, após a
actualização das matrizes rurais, um sistema de "estímulos
positivos", afirmou.
"Nós sabemos que vamos fazer essa revisão das matrizes e
// P. 17
// LACTICOOP | FLASH NEWS
Taxa alimentar
de 5 a 8 euros por metro2
O
governo aprovou ontem a taxa alimentar
para aplicar aos estabelecimentos de comércio alimentar. "O Governo estima que
a taxa alimentar representará entre 12 a 13
milhões de euros, sendo que dependerá do
valor do metro quadrado que ainda não
está concretizado, e que poderá variar entre 5 a 8 euros por
metro quadrado ao ano", afirmou ao Económico Assunção
Cristas, no final do Conselho de Ministros de hoje.
O Governo aprovou um decreto-lei que cria uma taxa a
aplicar aos estabelecimentos de comércio alimentar, por
grosso e a retalho, de valor não estabelecido, destinada
a financiar um fundo sanitário e de segurança alimentar.
"Esta taxa equivale a cerca de 0,1% da facturação anual das
grandes superfícies, que rondam os 10 mil milhões de euros", adiantou a ministra da Agricultura, notando que houve
uma alteração dos critérios iniciais para os estabelecimentos comerciais que seriam alvo da nova taxa.
Inicialmente estariam abrangidos todas as superfícies
comerciais acima de 400 m2, mas o governo decidiu que a
taxa irá aplicar-se a estabelecimentos com mais de dois mil
metros quadrados, a pedido da CCP.
"O pedido final resulta de uma evolução e reflectiu as
conversações com os parceiros sociais sobre o documento
de trabalho inicial", nomeadamente a CCP, disse Assunção Cristas, que notou ainda que esta será mais uma taxa
a acrescentar às outras existentes ao nível da segurança e
Boletim Informativo
Ficha Técnica
Depósito legal:
217931/04
Colaboraram neste número:
Fernando Taveira
Pedro Cabanita
Simões Dias
Sónia Morais
Redacção:
Av. de Oita, 7 r/c - Apartado 92
3810-143 Aveiro - EC AVEIRO
Telef. 234 377 280
Fax 234 377 281
// P. 18
sanidade alimentar, que até agora incidiu apenas nos produtores e indústria.
"O valor do fundo de Segurança Alimentar será na ordem
das dezenas dos milhões de euros, sendo que os 12 ou 13
milhões garantidos representarão cerca de 50% da dotação
do fundo", acrescentou a ministra da Agricultura.
De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros,
"com a criação desta taxa é estendida a todos os operadores
da cadeia alimentar - e não apenas a alguns, como acontecia - a responsabilidade do financiamento dos custos dos
programas de controlo, na medida que todos são destes
beneficiários".
Além desta nova taxa, o Fundo Sanitário e de Segurança
Alimentar mais que vai ser criado inclui as "diversas taxas
já existentes" e destina-se "a apoiar a missão da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária" e "é um fundo financeiro que assegurará a execução de todo o programa de
saúde animal e a garantia da segurança dos produtos de
origem animal e vegetal", refere o mesmo comunicado.
Segundo o Governo, "é assim assegurada a elevada qualidade e segurança alimentar ao consumidor, reforçando as
boas práticas ao longo da cadeia alimentar".
Fonte : [email protected]
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108
2.55
Goldwyn x Durham
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1839
2299
113
2.66
Goldwyn x Blitz
0200HO02235 SMITHDEN ADMIRAL
1882
2289
108
2.80
Goldwyn x Allen
0200HO00402 MAINSTREAM MANIFOLD
2103
2674
108
2.81
O Man x BW Marshall
0200HO05588 COMESTAR LAUTHORITY
1874
2327
105
2.87
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1773
1629
105
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