Livro do ar

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Livro do ar
Livre de l’air 2011
Mito do Quinto Império
O Quinto Império é uma crença
messiânica,
milenarista,
concebida pelo padre António
Vieira
no
século
XVII
e
popularizado com a publicação
do
poema
Mensagem
de
Fernando Pessoa.
O Quinto Império não é um simples império territorial. Trata-se de um corpus
espiritual e linguístico abrangendo o mundo. Representa uma forma última de fusão
entre o material (ciência, razão, especulação intelectual) e o espiritual (a religião, o
ocultismo, a especulação mística, a Cabala…).
Representa o apogeu de todos os trabalhos levados a cabo pelos impérios precedentes
(segundo o princípio da Translatio imperii). Os impérios eram, segundo o padre
António Vieira: os Assírios, os Persas, os Gregos e os Romanos. O quinto seria o
Império Português.
O Quinto Império dirigido pelo “Encoberto” (uma alusão ao sebastianismo, movimento
messiânico do século XVI, apologia do regresso do rei D. Sebastião, morto na Batalha
dos Três Reis), reunirá o conjunto do mundo espiritual e cultural, no fundo, uma forma
de legitimar o movimento autonomista português, que conseguira o fim da União
Ibérica.
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Le Quint-Empire ou Cinquième Empire
Le Quint-Empire ou Cinquième Empire est un concept mystique, millénariste et
messianique portugais élaboré par le jésuite et diplomate portugais António Vieira au
XVIIe siècle et popularisé avec la publication du poème Message de Fernando Pessoa.
Le Quint-Empire n’est pas un simple empire territorial. Il s’agit d’un corps spirituel et
linguistique recouvrant le monde entier. Il représente la forme ultime de la fusion
entre le matériel (la science, la raison, la spéculation intellectuelle…) et le spirituel (la
religion, l'occultisme, la spéculation mystique, la Cabale…).
Il représente l’apogée de tous les travaux entrepris par les empires précédents
(seconde le principe de la Translatio imperii). Ces empires sont, d'après Vieira : Premier
empire, l'Empire assyrien; Deuxième empire, l'Empire perse ; Troisième empire,
l'Empire grec ; Quatrième empire, l'Empire romain et le cinquième, l’empire portugais.
Le Cinquième Empire, dirigé par « le caché » (O Encoberto dans le poème, une allusion
au sébastianisme, mouvement messianique du XVIe siècle militant pour le retour du roi
Sébastien Ier, mort à la bataille des Trois Rois), réunira l'ensemble du monde spirituel
et culturel, sous la direction de la nation portugaise.
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The Fifth Empire
The Fifth Empire is a belief messianic, millenarian, designed by Father Antonio Vieira in
the seventeenth century.
The Fifth Empire is not a mere territorial empire. It is a spiritual and linguistic body
which spreads throughout the entire world. It represents the ultimate form of fusion
between material (science, reason, intellectual speculation) and spiritual knowledge
(the occult, mystical speculation, cabalism). It is the pinnacle of all the work
undertaken by the previous empires (according to old principle of the translatio
imperii). The first four empires were, according to Vieira, in order: the AssyroCaldeans, the Persians, the Greeks and the Romans. The fifth was the Portuguese
Empire.
The Fifth Empire, led by "the hidden one" (O Encoberto in the poem, an allusion to
Sebastianism), will unite the entire world spiritually and culturally, led by the
Portuguese Nation.
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O sebastianismo
O Sebastianismo foi um movimento místicosecular que ocorreu em Portugal na segunda
metade do século XVI como consequência da
morte do rei D. Sebastião na Batalha de AlcácerQuibir, em 1578. Por falta de herdeiros, o trono
português terminou nas mãos do rei Filipe II da
rama
espanhola
da
casa
de
Habsburgo.
Basicamente é um messianismo adaptado às
condições lusas e à cultura nordestina do Brasil.
Traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de
salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.
O povo nunca aceitou o facto, divulgando a lenda de que o rei se encontrava ainda
vivo, apenas esperando o momento certo para voltar ao trono e afastar o domínio
estrangeiro.
O seu mais popular divulgador foi o sapateiro de Trancoso, Bandarra, que previu nas
suas trovas o regresso do Desejado (como era chamado D. Sebastião). Explorando a
crendice popular, vários oportunistas apresentaram-se como o rei oculto na tentativa
de obter benefícios pessoais. O maior intelectual a aderir ao movimento foi o Padre
Vieira.
No dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de conjurados chefiados pelo Duque de
Bragança (futuro D. Joao IV - dinastia de Bragança), depôs em Lisboa o representante
de Filipe III e restaurou a independência de Portugal e o movimento começou a
arrefecer no interior do Nordeste brasileiro, também ser motivo da crença na chegada
de um "rei bom".
O poeta português Fernando Pessoa, em seu livro Mensagem, faz uma interpretação
sebastianista da História de Portugal, em busca de um patriotismo perdido. O poema
reinterpreta a História de Portugal em função de uma ressurreição de um passado
heróico ("é a Hora!").
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Le sébastianisme
Le sébastianisme est un mouvement messianique entre culture, histoire et spiritualité.
Sébastien est un roi, le maître d'un empire puissant, sous sa houlette une flotte rapide
et agile ; en somme la force, la gloire et la jeunesse. Cette belle fleur mâle est coupée à
Alcazar-Quivir et donne aux portugais un deuil sans corps, en fait un deuil sans mort.
Plus précisément le sébastianisme est la continuation d'un messianisme portugais
existant déjà depuis plusieurs siècles. Il est à la croisée de trois grandes lignes
historiques : la tradition messianique judéo-chrétienne ; les récits de chevalerie des
mythes celtiques autour du roi Arthur ; les théories millénaristes du moine cistercien
Joachim de Flore. En ce temps là les religions les plus répandues au Portugal sont le
christianisme et le judaïsme, elles sont propices aux idées messianiques. La religion
juive a été importante jusqu'à ce que Jean III entame une inquisition poursuivit par ses
successeurs.
On ne sait pas avec certitude ce qu'est devenu son corps de Sébastien I er. Mais le
peuple refusa cette disparition. C'était un roi jeune, célibataire (il répugnait le mariage)
et sans descendance. Il entre alors dans la légende et depuis il porte d'autres surnoms :
O Adormecido (L'Endormi, ou le roi en dormition) ou bien O Encomberto ([le Roi]
Secret). Suivant une légende il est toujours attendu pour son retour au pays ; revenir à
la tête de la Nation pour lui redonner sa gloire et sa puissance. On dit aussi que cela se
fera un matin de brouillard, ce qui nous montre un aspect très romantique et
symbolique sur le retour d'un maître ou d'un homme providentiel.
Dans la noblesse portugaise (comme dans d'autres) la tradition de roman de chevalerie
est perpétuée. Le sujet est le mythe celtique d'Arthur, un roi depuis lors caché ou en
dormition. Arthur est un chef de guerre, sage et surtout l'élu de Dieu. La tradition veut
qu'il apporte la paix et la prospérité en réunifiant les clans d'un pays dominé. Si les
Anglais ont le roi Arthur et les Allemands l'empereur Barberousse, les Portugais ont
Don Sebastião.
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Sebastianism
Sebastianism, one aspect of the sleeping king folk-motif, is part of the Portuguese
culture. It means waiting for a hero that will save Portugal and lead it to the Fifth
Empire, and known as Eu nacional (national Self). There are possible mentions of this
hero in The Prophecies of Nostradamus when it mentions the "great one of Portugal".
Fernando Pessoa also wrote about this hero-to-come in his epic Mensagem (The
Message) supporting his ideas on predictions and myths.
The mythical Portuguese king, with whose death the house of Aviz lost its throne.
Sebastianists hold that he will return to rule Portugal's Fifth Empire.
The name 'Sebastianism' derives from King Sebastian of Portugal (January 20, 1554 August 4, 1578). Almost immediately upon coming of age, Sebastian began plans for a
great crusade against the Moroccans of Fez. The Portuguese crusaders crossed into
Morocco in 1578 and, against the advice of his commanders, Sebastian marched deep
inland. At Ksar El Kebir (Field of the Three Kings) the Portuguese were routed by
Ahmed Mohammed of Fez, and Sebastian was almost certainly killed in battle or
subsequently executed. But for the Portuguese people, he had just disappeared and
would return home one day.
After his death (or disappearance), Sebastian passed into legend as a great Portuguese
patriot and hero - the "sleeping King" who would return to help Portugal in her darkest
hour, on a misty day.
In the present day, Sebastianism is used by some intellectuals and politicians in
Portugal to criticize the Portuguese society in general and in particular fields such as
the economy, saying it is Sebastianist, that is, they are assuming Sebastian will return
and solve all their problems so they can ignore them.
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Lenda das Amendoeiras em Flor
Há muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia
aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e jovem rei Ibn- Almundim que
nunca tinha conhecido uma derrota.
Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de
olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade e
conquistou-lhe progressivamente a confiança. Um dia, confessou-lhe o seu amor e
pediu-lhe para ser sua mulher.
Foram felizes durante algum tempo, mas a bela princesa do Norte caiu doente sem
razão aparente.
Um velho cativo da mesma região da princesa pediu para ser recebido pelo rei e
revelou-lhe que a sua amada sofria com saudades da neve do seu país distante. A
solução estava ao alcance do rei mouro, bastaria mandar plantar por todo o reino
muitas amendoeiras que quando florissem dariam com os seus botões brancos a ilusão
da neve e a princesa ficaria curada da sua saudade.
Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à varanda do castelo e a princesa, perante as
flores brancas que se estendiam sob o seu olhar, sentiu que as suas forças voltavam.
Os dois viveram longos anos de um intenso amor, esperando, ansiosos, o regresso da
Primavera e do maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor.
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Légende des amandiers en fleur
Il y a très, très longtemps avant que le Portugal n'existe et quand Al-Gharb appartenait
aux Arabes, régnait à Chelb, aujourd'hui connu comme Silves, le jeune Roi IbnAlmundim qui n'avait jamais connu une défaite.
Un jour, entre les prisonniers d'une bataille, il vit la belle Gilda, une princesse blonde,
avec les yeux bleus et de haute taille. Frappé par sa beauté, le roi mauresque lui rendit
la liberté et conquit sa confiance. Un jour, il lui avoua son amour et la demanda en
mariage. Ils furent heureux pendant quelques temps, mais la belle princesse du Nord
tomba malade sans raison apparente.
Un vieux captif de la même région que la princesse demanda à être reçu par le roi et
lui dit que la princesse souffrait de nostalgie, car elle voulait revoir la neige de son pays
éloigné.
La solution serait de planter beaucoup d’amandiers, ainsi quand ils fleuriraient, ils lui
donneraient avec son blanc l'illusion de la neige et la princesse serait guérie.
Quand le printemps fut venu, le roi emmena Gilda au balcon de son château et la
princesse, devant le blanc des fleurs qui fleurissaient, fut guérie.
Les deux vécurent de longues années un amour intense, attendant impatients le retour
du printemps suivant pour voir le merveilleux spectacle des amandiers en fleur.
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Legend of the Blossom Almond Trees
Many centuries ago, before Portugal existed as a country and when Al-Gharb belonged
to the Moorish, there was a young and famous king in Chelb (nowadays known as
Silves in the Algarve) who had never been defeated in a battle.
One day, among the prisoners of war, he saw the beautiful Gilda. She was a blonde
princess with blue eyes and a proud behaviour. The Moorish king was so impressed by
this beautiful princess that he set her free. He gradually won her trust and one day he
claimed his love and asked her to marry him. They were happy for some time until the
young princess got sick and nobody knew what the problem was.
An old prisoner from the same region as the princess, asked for a visit by the king. The
old man said that the princess missed her faraway country full of snow. The king
thought there was a solution for the princess' sickness: he could plant almond trees all
over his kingdom and when they flowered, the white buds would show the illusion of
snow. So, the princess wouldn't miss her country.
In the next spring, the king took Gilda to the balcony of the castle and when the
princess looked at the white flowers she recovered from her illness.
The king and the princess lived happy for many years and they always waited anxiously
for the next spring to look at the beautiful and flowered almond trees.
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Lenda do Milagre das Rosas
Estamos em Coimbra, algures no fim
do séc. XIII.
A rainha Isabel de Aragão esposa de
D. Dinis, rei poeta, do qual a literatura
reteve as canções de amigo.
Neste tempo, a boa rainha gastava o
dinheiro do reino ocupando-se com os
pobres e necessitados do reino. Um
nobre, preocupado com as despesas da rainha decidiu prevenir o rei desta má gestão
dos dinheiros da coroa. Assim, o rei decidiu proibir a rainha de voltar a fazer tais
despesas e de não se ocupar mais da miséria do reino. A rainha não ficou
impressionada com a cólera de seu marido e continuou a distribuir a todos os famintos
do reino com que se alimentar. O rei, mais uma vez avisado, resolveu surpreender a
rainha e, numa manhã em que esta se preparava para deixar o castelo, apercebendose que o seu regaço se encontrava bem cheio, interpelou-a e questionou-a quanto ao
seu conteúdo. A rainha, surpresa e hesitante informou-o que ia ornamentar os altares
do mosteiro de Santa Clara. O rei, vendo que ela lhe mentia, insistiu dizendo que
tinha sido informado que a rainha tinha desobedecido às suas proibições e continuava
a mal gastar os dinheiros da coroa. Sorridente e mais confiante D. Isabel respondeu-lhe
que tinha sido mal informado: "O que levo no meu regaço, Senhor meu rei, são rosas,
nada mais que rosas...". “Rosas?... Em Janeiro?...” ter-lhe-á gritado o rei, perante o
povo apavorado. “Ordeno-vos, Senhora, que me revele o conteúdo do vosso regaço.”
E foi então, perante os olhos espantados de todos, que a rainha mostrou um enorme
ramo de rosas de uma rara beleza. O rei ficou sem palavras, e desfez-se em pedidos de
desculpas e a rainha pode, desta forma, prosseguir a sua obra de caridade sem, jamais,
ser inquietada. A notícia do milagre rapidamente ultrapassou as portas do palácio e
correu por todo o reino. Desta forma, o povo proclamou Isabel de Aragão, rainha santa
Isabel de Portugal.
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Légende du miracle des roses
Nous sommes à Coimbra, quelque part à la fin de XIIIème siècle. Isabel d’Aragon
épouse du roi-poète D. Dinis, dont l’histoire littéraire a retenu ses chansons d’ami.
En ce temps-là, la bonne reine dépensait l’argent du royaume en s’occupant des
nécessiteux et de tous les pauvres. Un noble, préoccupé par le « royal gaspillage », a
jugé bon de prévenir le roi du gaspillage de l’argent de la couronne. À la suite le roi
décida d’interdire la reine d’utiliser ainsi l’argent royal et lui a ordonné de ne plus
s’occuper de la misère du monde. Bien évidemment que la reine ne s’est pas
impressionnée par la colère de son époux et continua a distribuer à tous les affamés
du royaume de quoi se nourrir.
De nouveau informé, le roi a décidé de la guetter et, un jour, alors qu’elle s’apprêtait à
quitter le château, s’apercevant que le giron de son manteau royal était bien rempli, l’a
interpellée et questionnée quant à son contenu.
La reine, surprise et hésitante, lui a répondu qu’elle s’en allait décorer l’autel du
monastère de Santa Clara.
Voyant qu’elle lui mentait, le roi a insisté en lui disant qu’il avait été informé qu’elle
avait désobéi à ses ordres et continuait de gaspiller l’argent de la Couronne.
Souriante et sereine, la reine lui a répondu qu’il avait été mal informé. « Ce que
j’amène dans mon giron, Seigneur mon roi, ce sont des roses, rien que des roses… »,
lui a-t-elle répondu.
« Des roses?… En janvier?… » lui aurait crié le roi, devant le peuple apeuré. « Je vous
ordonne,
Madame,
de
me
dévoiler
le
contenu
de
votre
giron.
»
Et c’est alors que, dans la surprise générale, la reine a dévoilé un énorme bouquet de
roses d’une rare beauté. Le roi s’est alors confondu en mille excuses et la reine a ainsi
pu poursuivre son œuvre charitable sans être plus jamais inquiétée.
La nouvelle de ce miracle a très rapidement quitté les portes de la ville de Coimbra et
s’est répandu partout dans le royaume. Et c’est ainsi que le peuple a proclamé Isabel
d’Aragon sainte Isabel du Portugal.
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The Miracle of the Roses.
We are in Coimbra, somewhere in the XIIIth century. The queen Isabel of Aragon, wife
of D. Dinis, king poet, of which the literature has retained his friend’s songs. In this
time, the good queen spent the money of the kingdom occupying-with the poor and
needy of the kingdom. A noble, concerned with the costs of the queen decided to
prevent the king this bad management of the funds of the crown. So the king decided
to prohibit the queen again to make such expenses and does not deal more misery of
the kingdom.
A noble, concerned with the costs of the queen decided to prevent the king about the
bad management of the funds of the crown. So the king decided to prohibit the queen
to make such expenses and to deal with the misery of the kingdom. The queen was not
impressed with her husband’s cholera and continued to distribute food to all the
hungry of the kingdom.
The king, once again cautioned, decided to surprise the queen and, in a morning that
she was about to leave the castle, seeing her lap filled, intervened and questioned
about its content. The queen, surprised and hesitant informed that it was
ornamentation to the altars of the monastery of St Clare.
The king, saw that she was lying, insisted saying that he had been informed that the
queen had disobeyed their prohibitions and continued to spend the money of the
crown.
Smiling and more confident D. Isabel replied that he had been misinformed: "what I
carry in my lap, my lord king, are roses, nothing more than roses...". "Roses?... In
January?..." cried the king, before the people terrified. "I Command you, Madam, show
me the content of your lap." Then, before the eyes astonished of all, the queen
showed a huge branch of roses of a rare beauty.
The king was speechless tore in apologies and continued her work of charity. The news
of the miracle quickly exceeded the doors of the palace and went throughout the
kingdom. In this way, the people proclaimed Isabel of Aragon, Queen Santa Isabel of
Portugal.
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