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EXPRESSÕES LATINAS DE USO FORENSE (Q)
TERMO
SIGNIFICADO
Q. E. D.
O que se devia demonstrar (Abreviatura de quod erat demonstrandum) “Alocução para encerrar uma
petição”.
Quae fortuitis casibus accidunt, cum
praevideri non potuerint, (in quibus
etiam agressura latronum est) nullo
bonae fidei iudicio praestantur
Quae in testamento ita sunt scripta, ut
intelligi non possint: perinde sunt, ac si
scripta non essent
Quae mala cum multis patimur leviora
videntur
Quae recte data sunt, non licet rursus
eripi
Quae sunt amicali pacto sopita, haec
resuscitari nullo volumus modo
Quae sunt Caesaris Caesari
Quae sunt certa, tene, quae sunt
incerta, relinque
Quae sunt moris et consuetudinis, in
bonae fidei iudiciis debent venire
Quae volumus et credimus libenter
Aquelas coisas que acontecem por casos fortuitos, como não podiam ser previstas, (nas quais se
incluem também as agressões dos ladrões) não respondem em nenhum juízo de boa fé. (imp.
Alecandre, l. 6. Cod. De pigneratitia actione = da ação do penhor)
Aquelas coisas que estão escritas no testamento assim que não se possa entender, consideram-se
como não escritas. (Quinto Múcio Cévola, l. 33. § 3. Dig. De regulis iuris = das regras de direito)
Os males que sofremos com muitos parecem mais leves.
Não é lícito tomar de volta o que foi dado de forma correta.
Aquelas coisas que acabaram com um pacto amigável, não queremos que de forma alguma sejam
ressuscitadas. (Flávio Justiniano, l. 2. § 23. Cod. De veteri iure enucleando = do esclarecimento do
direito antigo)
A César o que é de César (Jesus).
As coisas certas deves segurar, as incertas deixa-as de lado.
Nos juízos de boa fé, costuma-se compreender aquelas coisas que são do costume e do uso.
(Ulpiano, l. 31. § 20. Dig. De aedilitio edicto = do edito edilício)
Acreditamos de bom grado em tudo o que queremos (Júlio César).
Quaere adulescens, utere senex
Adquire em jovem, usarás quando velho.
Quaestio facti
Questão de fato. “Essa não passa de uma ...”
Quaestio juris
Questão de direito
Quale principium talis est clausula
Tal princípio tal fim. “Do começo decorrerá o resultado”.
Qualis artifex pereo
Morro como um grande artista.
Qualis pater, talis filius
Tal pai, tal filho.
Qualis vita, finis ita
Qualiscumque enim possessor, hoc
ipso, quod possessor est, plus iuris
habet, quam ille, qui non possidet
Quam cara sint bona, homines
carendo intelligent
Quam ob rem
Quam veterrumus homini optumus est
amicus
Quamvis sublimes debent humiles
metuere
Quamvis vetus arbustum posse
transferi
Quando bene se gesserit
Quando tacet stolidus, prudente corde
putatur
Quandoque bonus dormitat homerus
Tal vida, tal morte.
Qualquer possuidor, pelo fato mesmo de ser possuidor, tem direito maior daquele que não possui.
(Paulo, l. 2. Dig. Uti possidetis = de que maneira possuir)
Quando os perdem, é que os homens passam a entender quão valiosos são os bens.
Por isso. Portanto.
Quanto mais velho o homem, melhor amigo ele é (Plauto).
Mesmo quem está nas alturas deve temer quem está no chão (Fedro).
Até a árvore velha pode ser transplantada. “Releitura das possibilidades do idoso”.
Enquanto se comportar bem.
Quando o néscio se cala, é tido como um homem prudente (Salomão).
Também o bom homero cochila.
Quanti minoris
Diminuição do preço.
Quantum
Montante de uma indenização, valor, quantia. “Em pecúnia pedido em condenação”.
Quantum debeatur
O quanto se deve.
Quantum habebis, tantus eris
Quanto tiveres, tanto serás.
Quantum libeat
Quanto lhe agrade, à vontade.
Quantum mutatus ab illo !
Quantum oculis, animo tam procul ibit
amor
Quantum satis
Quase pulverem ob oculos...
adspergebat
Quase si personam Herculis er
cothurnos aptare infantibus velis
Quase stultus persuadere conaris
Que diferente daquilo que era ! (Virgílio).
Quase vento vixerit
Como se vivesse de vento (Justiniano).
Quasi nix tabescit
Consome-se como a neve (Plauto).
O amor estará tão longe da alma quanto dos olhos (Propércio). “Longe dos olhos, longe do coração”.
Quanto basta. O quanto suficiente. O estritamente necessário.
Jogava poeira diante dos olhos. (Usado par alertar o Juiz quando a outra parte cria uma “cortina de
fumaça” para esconder a realidade dos fatos).
Como se quisesse adaptar a crianças a máscara e os coturnos de Hércules (Quintiliano).
Como um tolo, procuras persuadir os tolos (Jerônimo).
Quem enim diligit Dominus, corripit
A quem o Senhor ama, corrige (Paulo).
Questio facti
Questão de fato.
Questio iuris
Questão de direito.
Qui accepit satisfactionem, iniuriam
suam remisit
Qui accusare volunt, probationes
habere debent actore enim non
probante, qui convenitur, etsi nihil ipse
praestat, obtinebit
Qui actum habet, iter habet
Aquele que teve uma satisfação, perdoou a injúria. (Ulpiano, l. 17, § 6. Dig. De iniuriis = das
injúrias)
Qui amat periculum, in illo peribit
Quem ama o perigo nele perecerá.
Qui asinum non potest, stratum caedit
Quem não pode bater no burro bate na sela (Petrônio).
Qui bene amat, bene castigat
Qui bene imperat, paruerit aliquando
necesse est
Qui bonum respuit consilium, sibi ipsi
nocet
Qui cum sapientibus graditur, sapiens
erit
Qui dat et repetit fit gibosus
Qui dat mutuum, amicum vendit,
inimicum emit
Qui dat pauperi, non indigebit
Qui e nuce nuculeum esse volt, frangit
nucem
Qui excipit, non fatetur
Quem ama bem, bem castiga. O castigo deve ser o fruto do amor.
Qui gladio ferit gladio perit
Quem com a espada fere, com a espada perece (Jesus à Pedro).
Qui habet aures audiendi audiat
Qui in altum mittit lapidem, super
caput eius cadet
Qui in iure confessus est, suam
confessionem infirmare non posse
Qui in ius, dominiumve alterius
succedit, iure eius uti debet
Qui in pergula natus est, aedes nin
somniatur
Qui inde ?
Quem tem ouvido para ouvir, ouça (Apocalipse).
Qui me amat, amet et canem meum
Quem me ama que ame também o meu cão.
Qui medium vult, finem vult
Quem quer o meio, quer o fim.
Qui monet quase adiuvat
Quem aconselha é como se ajudasse (Plauto).
Qui multum habet, plus cupit
Quem muito tem mais deseja (Sêneca).
Qui nescit dissimulare, nescit regnare
Quem não sabe dissimular, não sabe reinar.
Qui nescit orare, pergat ad mare
Qui nimis est humilis, saepe calcatur in
imis
Qui non est mecum contra me est
Quem não sabe rezar entre no mar.
Qui non laborat, non manducet
Quem não trabalha, não come.
Qui non zelat non amat
Qui paratus non est hodie, cras minus
paratus erit
Qui parcit virgae, odit fílium
Quem não tem ciúme não ama (Agostinho).
Qui prior est tempore, potior est iure
Quem se antecipar no tempo terá prioridade de direito.
Qui pro quo
Uma coisa por outra.
Aqueles que querem acusar, devem ter as provas porque o autor não provando, aquele que é citado,
embora nada prove, será vencedor. (Imp. Antonino, l. 4. Cod. De edendo = da propositura da ação)
Quem tem o direito de conduzir, tem o caminho.
Quem bem comanda, é necessário que tenha um dia obedecido (Cícero).
Quem recusa um bom conselho está prejudicando a si mesmo.
Quem anda com os sábios, sábio será (Vulgata).
Quem dá e toma de volta, nasce-lhe uma corcunda.
Quem empresta dinheiro vende um amigo e compra um inimigo.
Quem dá a um necessitado não empobrecerá.
Quem quer comer a polpa da noz quebra a noz (Plauto).
Quem move a ação, não confessa.
Quem para o alto atira uma pedra, esta lhe cairá sobre a cabeça.
Aquele que confessou em juízo, não pode invalidar a sua confissão. (Papiniano, l. 29, § 1. Dig. De
donationibus = das doações)
Aquele que sucede no direito, ou no domínio de outro, deve valer-se do direito dele. (Paulo, l. 177.
Dig. De regulis iuris = das regras de direito)
Quem nasceu numa cabana nem sonha com palácios (Petrônio).
Onde o Direito ? Qual a solução do Direito ?
Quem é demasiado humilde, frequentemente lhe pisam nos pés.
Quem não está comigo está contra mim (Jesus).
Quem não está pronto para agir hoje amanhã estará menos preparado.
Quem não usa a vara, odeia o seu filho.
Qui prodest ?
A que isto serviu ? A quem isto aproveitou ?
Qui satur est, alios putat esse saturos
Quem está farto julga que os outros também estão.
Qui scribit bis legit
Qui se ipse laudat cito derisorem
invenit
Qui semel effugit naufragus, horret
aquas
Qui semel noluit bonorum
possessionem petere, perdidit ius eius
Qui speraverint spem decepisse multos
Quem escreve lê duas vezes.
Qui stultus exit, stultus revertetur
Quem viajou néscio néscio regressará.
Qui suo jure utitur neminem laedit
Quem exerce o seu direito a ninguém prejudica.
Qui tacit, consentire videtur
Quem cala consente, ou, parece consentir (Bonifácio viii, l. V, tít. Xii, eg. 43).
Qui timide rogat, docet negare
Quem pede com temos ensina a recusar (Sêneca).
Qui totum vult, totum perdit
Quem tudo quer tudo perde.
Qui transigit, recte alienat
Quem transgride de fato aliena.
Quem louva a si próprio, logo encontra quem o ridicularize. (Publ. Siro).
Quem escapou uma vez de ser um náufrago tem horror às águas.
Quem uma vez não quis pedir a posse dos bens, perdeu seu direito. (Ulpiano, l. 1. § 6. Dig. De
sucessorio edicto = do edito sucessório)
A esperança tem decepcionado a muitos que esperaram (Plauto).
Qui ventum seminabunt et turbinem
metent
Qui vexant alios, tandem vexantur ipsi
Quem semear vento colherá tempestade.
Quem causa vexames aos outros será ele mesmo vítima de vexames.
Qui vigilans dormiat
Que durma acordado (Plauto). “Dormir com um olho aberto”.
Quia nominor Leo
Porque me chamo leão.
Quid
O que, ou o quê ?
Quid addit scientiam addit et laborem
O que aumenta em ciência aumenta em trabalho (Salomão).
Quid diligit rixas meditatur discórdias
Quid domum intraverit nos potius
miretur quam supellectilem nostram
Quid est veritas ?
Quem gosta de brigas medita discórdias (Fredegário).
Quid inde
Qual a consequência disso?
Quid juris ?
Que do direito ? Qual a solução jurídica ? Qual o direito ?
Quid novi ?
Que há de novo ? Quais as novidades ?
Quid potest dici perversus ?
Pode dar-se maior absurdo ?
Quid pro quo
Isto por aquilo
Quid prodest ?
Quidquid agis, prudenter agas et
respice finem
Quidquid conaris quo parvenias,
cogites
Quidquid delirant reges, plectuntur
achivi
Quieta non movere
Para que serve ? De que adianta ? De que serve? “Podia ser dito mais, mas ...”.
Quietam aquem non credere
Não confiar em água estagnada.
Quis custodiet ipsos custodes ?
Quem vigiará os vigias ? (Juvenal).
Quis est haec símia ?
Quem é este macaco ? (Afrânio). “Aplica-se ao plagiador”.
Quem suportará que os Gracos se queixem de sedição ? “Quem empregou um meio para conseguir
determinado fim não tem força moral para condenar esse meio. Os irmãos Gracos subiram ao poder
por uma revolução”.
Em contestação, razões finais, memoriais, para criticar a peça fluida do adversário. Quem? Que
coisa? Onde? Com que meios? Por quê? De que modo? Quando? É um hexâmetro de Quintiliano e
que, em retórica, se chama de circunstâncias: a pessoa, o fato, o lugar, os meios, os motivos, a
maneira e o tempo. É o resumo de um processo: como? Quando? Quem é o culpado? Qual o crime?
Onde foi cometido? Com que cúmplices? Por que motivo?
Quis tulerit gracchos de seditione
quaerentes ?
Quis? Quid? Ubi? Quibus auxilis? Cur?
Quomodo? Quando?
Quisquis habet nummos secura
navigat aura
Quisquis magna dedit, voluit sibi
magna remitti
Quntum satis
Que quem entre em nossa casa admire-nos mais do que aos nossos adornos (Sêneca).
O que é a verdade ? (Pilatos à Jesus)
Seja lá o que fizeres, faze com prudência e considera bem o fim (Sólon).
Em tudo que tentares, pensa aonde hás de chegar (Publ. Siro).
Quando os reis deliram, os gregos são açoitados.
Não mexer no que está quieto.
Quem tem dinheiro navega com ventos tranquilos (Petrônio).
Quem quer que tenha dado grandes coisas (presentes) quer que grandes coisas (favores) lhe sejam
retribuídos (Marcial).
Quanto basta. “Para elidir o alegado: isso é o ...”
Quo altior mons, tanto profundior vallis
Quanto mais alto é o monte, mais profundo é o vale.
Quo capita, tot sententiae
Tantas cabeças, tantas sentenças.
Quo plerumque fit
Quo plus sunt potae, plus sitiuntur
aquae
Aquilo que geralmente acontece. É lícito admitir o fato singular somente quando provado.
A água, quanto mais se bebe, mais sede provoca (Ovídio).
Quod abundant non nocet
Aonde vais ? “Pergunta que, supostamente, teria feito Cristo à Pedro na via ápia, quando o apóstolo
fugia da perseguição de Nero”.
O que é demais não prejudica. O excesso de clareza não prejudica.
Quod Dei avertat
Que Deus nos livre.
Quod differtur non aufertur
O que se prorroga não se perde (Arnóbio). “Nem sempre a coisa estará perdida”.
Quod dubitas ne feceris
Quando duvidares, não faças (Plínio).
O que era necessário demonstrar (Abreviatura: q.e.d.). Euclides para encerrar o corolário de suas
demonstrações.
Ninguém presta atenção ao que tem diante dos pés: estão perscrutando a imensidão dos céus
(Ênio).
Faze logo o que tens a fazer (Jesus à Judas).
Quo vadis ?
Quod erat demonstrandum
Quod est ante pedes nemo spectat,
caeli scrutantur plagas
Quod facis, fac citius
Quod hodie non est, cras erit
Quod iuvenis suescit, senex dimittere
nescit
Quod natura dedit, tollere nemo potest
O que hoje não é, amanhã será (Petrônio).
Quod nimium est laedit
O que é excessivo prejudica.
Quod non videt oculus, cor non dolet
Quod non est in actis non est in
mundo
Quod nova testa capit, inveterata sapit
Quod nullum est nullum producit
effectum
O que s olhos não vêem, não dói ao coração.
O que não está nos autos não existe. (O que não se acha no processo, conforme a disciplina
processual). O que não se exterioriza em um ato, é abstrato, não sendo, portanto, deste mundo.
O que se aprende na meninice, sabe-se na velhice.
O velho não consegue esquecer o que em jovem aprendeu.
O que a natureza deu ninguém pode tirar.
O que é nulo não pode produzir efeito algum.
Quod omnes tangit debet ab omnibus
approbari
Quod periit, periit
O que toca a todos por todos deve ser aprovado (Justiniano).
O que se perdeu, perdido está (Plauto). “Coisa julgada” ou ao prazo perdido”.
Quod petis alter habet
O que pedes outro tem. Veio tarde.
Quod scripsi scripsi
Quod senior loquitur omnes consilium
putant
Quod tibi fieri nolueris alteri ne fecers
O que escrevi, escrevi (Pilatos).
Quod tibi non vis alteri ne facias
Não faças a outrem o que não queres para ti.
Quod uni dixeris omnibus dixeris
O que disseres a uma (mulher) terás dito a todas (Tertuliano).
Quod volumus facile credimus
Facilmente cremos aquilo que desejamos.
Quod volumus sanctum est
Quoniam non potest id fieri quod vis,
id velis quod posit
Quorsum, nomina (inquit) nisi ut
demonstrarent voluntatem dicentis?
Santo é aquilo que (quem) queremos. (Tricônio).
O que o velho diz todos consideram sensato (Publílio Siro).
Não faças a outro o que não queres que te façam (Jerônimo).
Já que é impossível alcançar o que desejas, procura querer o que é possível (Terêncio).
Quos laeserunt et oderunt
Para que as palavras se não para manifestar a vontade de quem fala? (Celso, l. 7, § 2. Dig. De
suppellectili legata = dos legados da coisa móvel)
Dos quais. Número mínimo para funcionamento de um órgão colegiado, estabelecido em
regulamento, para validade de decisões tomadas.
O que eles lesaram, eles também odeiam (Sêneca).
Quot capita, tot sensus
Quantas cabeças, tantas sentenças.
Quot homines, tot sentetiae
Quantos homens, tantas opiniões (Terêncio).
Quot regiones, tot mores
Quantas regiões, tantos costumes.
Quota litis
Quotiens autem in obligationibus dies
non ponitur, praesenti die pecunia
debetur
Quousque tandem
Quota-parte.
Quorum
Todas as vezes que nas obrigações não se fixa um termo, a quantia se deve à vista. (Ulpiano, l. 41.
§ 1. Dig. De verborum obligationibus = das obrigações verbais)
Até quando.

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