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Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador 2 I Novembro Portugal Inovador Novembro I 3 Portugal Inovador Índice 5Editorial 6 Mais Saber... Para fazer melhor! 27 Região das Beiras 57 Região da Guarda 69Braga 83Guimarães 94 Mediação Imobiliária 101 Grande Porto 4 I Novembro Portugal Inovador Editorial Portugal global É crescente o número de jovens portugueses que conscientes de um Mundo cada vez mais global, procuram oportunidades de emprego fora de portas. Seja partindo à aventura, ou através da candidatura a concursos que procuram profissionais altamente qualificados e dispostos a experimentar novos ambientes e desafios. É público que Grupos como a Google, Visa e Mastercard estão entre as empresas que mais recrutam colaboradores fluentes em língua portuguesa, e muitos são os candidatos a esses lugares. A OCDE, por exemplo, está a recrutar – até dia 25 do presente mês – jovens europeus, profissionais altamente qualificados em diversas áreas de formação para ocuparem cargos dentro da organização. O Young Professionals Programme põe ao dispor dos interessados inúmeras vagas em áreas tão distintas como Concorrência, Desenvolvimento Estratégico, Liderança, Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Estratégia de Talento e Orientações Estratégicas. O salário é tentador, aponta para os 4.260 euros mensais, aos quais serão acrescentados benefícios, de acordo com a função em causa. Enquanto isso, em Bruxelas, um grupo de trabalho da União Europeia liderado pela ex-presidente irlandesa Mary McAleese elaborou um relatório que promove a modernização do ensino superior, através de “novos métodos de ensino e aprendizagem nas universidades”. As 15 recomendações propostas, “realçam a necessidade de canalizar melhor os recursos para promover o desenvolvimento e a utilização de métodos de ensino e aprendizagem digitais mais flexíveis no ensino superior”. Nessa ótica também as universidades portuguesas estão a abrir as suas portas aos novos mercados e a criar pontes com instituições que sirvam os interesses dos seus docentes e discentes. Falamos por exemplo dos casos do ISEG, do The Lisbon MBA ou do ISCTE que, conscientes das pontencialidades do Oriente, estão a aumentar os laços com a região, seja através do intercâmbio de alunos e professores, workshops e conferências dedicados ao tema e mesmo visitas de alunos ao país de modo a que estes possam conhecer melhor este mercado cheio de potencialidades. Falamos de um Mundo sem fronteiras para o qual os futuros profissionais e as empresas devem estar conscientes. É da partilha de conhecimento e da interação que verdadeiramente podemos criar inovação. A direção da Portugal Inovador Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda. I Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc.13 4200-100 Porto I Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 I Fax: 22 502 39 08 I Site: www.paginaexclusiva.pt E-mail: [email protected] I Periocidade: Mensal I Distribuição: Gratuita com o Jornal PÚBLICO I Preço unitário: 4 euros I Assinatura Anual: 44 euros (11 números) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Novembro I 5 Portugal Inovador Mais Saber…. para melhor fazer! A Mais Saber, situada em Fafe, tem como missão a elaboração de projetos de investimento e formação empresarial específica em vários setores de atividade. A formação académica de Cláudia Marinho, fundadora e mentora da Mais Saber, assenta numa licenciatura em Economia e Pós-graduação em Auditoria e Controlo de Gestão, estando ligada ao setor têxtil (controlo de gestão e projetos industriais), durante, sensivelmente, uma década. Antes do surgimento da Mais Saber, a sua “intensa” vida profissional e “horário extenso” levou a que nossa interlocutora sentisse necessidade de abraçar novos desafios, optando por arriscar e frequentar um curso de formação de formadores: “Decidi que deveria tomar um rumo diferente em termos profissionais. O investimento não era muito elevado e os resultados poderiam ser ótimos”, começou por contar. O sucesso alcançado e o convite imediato para dar formação incentivou a nossa interlocutora a dedicar-se à consultadoria empresarial, juntamente com a formação profissional. Esta mudança de rumo e o focar da sua acção em novos objetivos originou a criação de um centro de 6 I Novembro formação. Em meados de 2008, as atuais instalações da Mais Saber foram “reabilitadas e dinamizadas” após terem acolhido, no passado, uma empresa têxtil. Graças à sua notória facilidade de relacionamento e capacidade de gestão de recursos humanos, muniu-se de condições que garantiram a acreditação como entidade formadora pela DGERT, logo em Dezembro de 2009. Boom Cláudia Marinho tem uma equipa de cinco colaboradores qualificados – caraterizados como “jovens” e “empenhados” –, tendo, por outsourcing, cerca de 70 pessoas a colaborar em prol dos vários serviços da Mais Saber, aumentando exponencialmente a qualidade do seu trabalho: “Com o passar do tempo surgiram pedidos para outros trabalhos, complexos e específicos. Claro que abraçamos esses desafios”, confessou. Com o objetivo de prosperar, Cláudia Marinho, procurou uma solução que alavancasse todo o seu projeto: “Junto de cinco empresas sólidas, pedi para serem projetos piloto em candidaturas no âmbito do POPH. Todos eles foram aprovados e, numa segunda fase, conseguimos mais 12 projetos onde também se verificou um número total de aprovações. Em Julho de 2012, arrecadámos mais 40 empresas, igualmente aprovadas denotando um caminho para o sucesso.” No leque de serviços da Mais Saber incorporam-se estudos de mercado, planos de marketing internacional, consultadoria especializada, estudos específicos para setor de atividade, análises de clientes, inquéritos de satisfação de clientes, avaliações de 360º aos recursos humanos, eventos para consolidação de equipas e treino comportamental, formações não-financiadas técnicas, serviços de contabilidade, coaching de comerciais de produtos e serviços, apoio jurídico, projetos de investimento no âmbito do PRODER, QREN e projetos de formação no âmbito do POPH. O trabalho em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Fafe e de Mazagão, a Câmara Municipal de Fafe e todos os parceiros têm sido fulcrais no seu desenvolvimento. Portugal Inovador “Somos certificados em 22 áreas de formação, o que nos permite ter um grande know-how, diversificação de intervenção e experiência”, ressalvou Cláudia Marinho que, simultaneamente, definiu concretamente o papel desenvolvido pela sua empresa: “Atuamos no aperfeiçoamento do modus operandi das empresas e no incremento das capacidades intrínsecas de cada funcionário. Proporcionamos o casamento ideal entre a formação e a experiência, sendo o resultado final altamente benéfico”, afiançou. Actualmente mantêm relações profissionais com empresas de Fafe, Avintes, Paços de Ferreira, Felgueiras, Lousada, Penafiel, Vila Nova de Famalicão, Vila do Conde, Porto, Póvoa do Varzim, Vila Real, Barcelos, Maia, Leiria e Guimarães, 55 entidades no total e, lidando com equipas de 20 a 260 colaboradores, a Mais Saber procura marcar a diferença pelo “empenho”, “dedicação” e “disponibilidade”. soas que lá trabalham, o modus operandi e o processo produtivo. A análise sensorial e o background retido são fundamentais, podendo ser parte ativa na evolução e crescimento da empresa”, garantiu. quer como resposta às solicitações de entidades terceiras. No âmbito da formação, recentemente, a Mais Saber foi certificada em E-learning estando a promover vários cursos. O curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores em B-Learning, homologado pelo IEFP, constituiu o ponto de partida, podendo ser uma “excelente solução para capacitar funcionários”. MS 2020 Inovar a servir Resultado da evolução do paradigma da “resposta rápida e eficiente”, foi implementada uma plataforma eletrónica de gestão da formação e de projetos de investimento, que com um click permite fornecer rapidamente toda a informação às quais as empresas precisam de dar resposta, quer para as suas decisões estratégicas Dependendo do novo quadro comunitário, a Mais Saber atingirá Lisboa, Madeira e Açores, sendo que o passo seguinte passa pela implementação de uma delegação na zona centro de Portugal, tendo já estabelecidos contatos com Angola e Moçambique com vista à sua internacionalização. Definida a meta de 150 empresas até 2020, Cláudia Marinho deseja “manter a equipa, solidificar relações empresariais e sustentar a qualidade-inovação no serviço em prol do desenvolvimento e crescimento dos nossos clientes”. | Sucesso partilhado A empresária não duvida que a Mais Saber “começa a ser reconhecida e bem falada”, muito devido à confiança dos empresários que permitem conhecer a fundo o interior de cada empresa, condição fulcral para melhores performances. Ademais, Cláudia Marinho frisou que “a Mais Saber faz tudo que está ao seu alcance por cada cliente. Temos tido a felicidade de trabalhar com empresas e empresários fantásticos. Gosto e preciso de conhecer a maior parte das pesNovembro I 7 Portugal Inovador Resposta a todas as exigências A ACI (Automotive Compounding Industry) está instalada na Guarda desde 2011, apresentando-se como uma empresa que oferece as melhores garantias no desenvolvimento e fornecimento de compostos de plástico para cabos elétricos, para o ramo automóvel. A empresa é conjuntamente detida por capital português (na pessoa de Fernando Amaral, engenheiro) e espanhol, estando associada ao grupo Perplastic, entidade que desde 1986 se especializa na produção de plásticos e poliolefinas para vários tipos de indústrias. A criação desta unidade na Guarda encontra, em grande parte, como razão de ser o acompanhamento pela Perplastic da progressiva expansão do prestigiado Grupo Coficab, um dos mais destacados produtores de cabos para automóveis no mercado internacional e um dos ex-líbris empresariais da região. Dada a relação privilegiada entre os dois Grupos, “tornou-se mais do que evidente que a relação entre as equipas de desenvolvimento 8 I Novembro das duas empresas teria que ser muito mais próxima fisicamente do que aquilo que era”, estabelecendo-se então a ACI num local próximo daquele que é o centro de desenvolvimento tecnológico de todo o Grupo Coficab. “Os nossos compostos destinam-se ao recobrimento e isolamento do cobre dos fios que estão no automóvel”, é assim que Fernando Amaral nos sintetiza a atividade da empresa de que é responsável. Pormenorizando, acrescenta que são fabricados “compostos em PVC e compostos poliolefínicos, que no nosso caso são compostos em polietileno e em polipropileno; quer uns quer outros são destinados a diversos tipos de classes de temperatura, conforme a exigência de trabalho que é pedida aos fios elétricos na parte do automóvel onde se integram”. De salientar que esta estratégia integrada de negócio passa ainda pelo reforço das atuais parcerias já em curso com outros “players” do setor automóvel para o fornecimento de compostos destinados à fabricação de outros componentes que não os cabos. Apesar de ainda muito recente, a ACI tem vindo a conhecer um processo de crescimento apreciável, sendo de referir que, a equipa de 20 pessoas com que contou inicialmente foi, entretanto, alargada para um total de 38 colaboradores. A empresa, entretanto também já reconhecida como PME Líder, realizou uma faturação de 16 milhões de euros no ano de 2013 (o seu primeiro ano completo) estimando atingir os 20 milhões em 2014. No seu leque de destinos de exportação estão países como Roménia, Polónia, Marrocos, Tunísia, Estados Unidos e México. E é precisamente pelo México que passa parte do futuro da ACI. Até ao final do ano, a empresa concluirá a instalação de uma unidade industrial em Durango, cidade localizada na região norte do país. Com arranque da produção marcado para o primeiro trimestre de 2015, esta unidade ocupa uma área coberta de 5.200 m2 e está equipada com uma linha de extrusão exclusivamente dedicada ao fabrico de PVC com uma capacidade de produção de 9.000 toneladas/ano, criando já nesta fase inicial 22 postos de trabalho. Até final de 2016, está prevista a aquisição de mais duas linhas de extrusão, uma das quais dedicada à produção de compostos poliolefínicos, o que se traduzirá num aumento da capacidade instalada para as 24.000 toneladas/ano, estimando-se assim um investimento global de seis milhões de euros nesta nova unidade produtiva. O mercado norte-americano é encarado de forma positiva: “Os nossos potenciais clientes vêm-se confrontados com a necessidade de importações permanentes da Europa para poderem obter um produto satisfatório em termos da quali- Portugal Inovador dade e das próprias normas do automóvel”. A política com que a ACI tem conquistado este seu posicionamento é garantida por uma orientação que Fernando Amaral resume como “a da qualidade total”: “Procuramos fazer bem à primeira e garantir que o cliente não saia de forma alguma defraudado ou obrigado a ter que fazer reclamações de qualidade. Trabalhamos também no sentido de cada vez mais oferecer um produto mais competitivo, mantendo todas as especificidades e características que o cliente observa, que no fundo são as que estão nas normas”. É graças a esta capacidade de trabalho que os resultados da ACI para 2014 ultrapassam, já neste momento, o total de faturação do ano anterior, sendo as expetativas, naturalmente, positivas. | Novembro I 9 Portugal Inovador Empreendedorismo fafense Desde muito novo que Paulo Freitas esteve ligado ao mundo dos negócios. Neste momento, conta já com oito empresas, todas elas de sucesso e em áreas de atividade distintas. Em entrevista à Portugal Inovador, este empresário explicou qual a fórmula do seu sucesso. O Grupo de empresas do nosso entrevistado começou com a Freitas Pereira e Sousa Lda, uma empresa de comercialização de variados géneros de materiais de construção, fundada pelo seu pai, António Freitas Sousa. Empreendedor por natureza, 10 I Novembro desde muito jovem Paulo Freitas assumiu o controlo dos negócios do progenitor e, desde 2005, tem vindo a formar outras empresas de diversificadas áreas de negócio: construção civil, restauração, talho, imobiliária e calçado. “Em 2005, quando o meu pai se retirou, eu e os meus irmãos Nuno, Pedro e Maurícia demos o nome à empresa. No mesmo ano, juntamente com o meu amigo Vítor Ferreira enveredámos para a área da restauração e constituímos a empresa “Adega Restaurante Victor e Paulo Lda”, mais conhecido como restaurante “Come e Bebe”; em 2006, passámos a fazer serviços de catering e, mais tarde, alargámos a atividade ao ramo de talho. Em função da inovação no ramo da construção, criei a Iberoreboco no ano de 2007, trabalhando sobretudo à base de subempreitada, em 2013 decidi registar uma marca desta mesma empresa com o nome “Iberorenova” com uma vertente direcionada para a reabilitação urbana. Em 2011, juntamente com o meu irmão Nuno, criámos a imobiliária “Olhe”. Da necessidade constante de equipas especializadas e prontamente disponíveis, nasce a “Mistura Nova”, uma parceria com o António Carvalho, que surge em 2012. Recentemente resolvemos apostar numa área diferente, iniciámos a atividade com uma fábrica de calçado, “FPS – Fabricação de Calçado”, com o amigo Fernando Dias”, explica. Portugal Inovador Com oito empresas neste momento, o nosso interlocutor garante que estão a trabalhar em contraciclo: “Enquanto as outras empresas não têm trabalho, felizmente, nós não temos mãos a medir”. Pode-se mesmo dizer que o Grupo de Paulo Freitas é um grupo de sucesso e que já emprega mais de 100 pessoas. Iberoreboco e Mistura Nova Com obras espalhadas um pouco por todo o país, o nosso interlocutor sentiu a necessidade de criar duas empresas que se complementassem. Inicialmente, em 2007, fundou a Iberoreboco, uma empresa de trabalhos de apoio à especialidade, que surgiu para satisfazer as exigências do mercado na área da construção civil. De acordo com o proprietário, uma das grandes vantagens em relação às outras empresas do mesmo ramo é o facto de terem equipas especializadas na execução dos trabalhos. “Para além disso, a qualidade do serviço e dos materiais, bem como o vasto stock que temos é, sem dúvida, uma mais valia”, acrescenta. Para completar este serviço prestado pela Iberoreboco, surgiu, em 2012, a Mistura Nova, uma empresa do mesmo setor, mas que se dedica essencialmente a grandes construções, remodelação e restauro de edifícios. Graças ao profissionalismo e à qualidade do serviço prestado, “neste momento, não tenho mãos a medir na área da construção e por motivos muito simples: tenho o material e os recursos humanos sempre disponíveis. Quando surge uma obra urgente, nós fazemos, porque só assim conseguimos manter este prestígio”. Restaurante Come e Bebe Este espaço é outro dos projetos de Paulo Freitas e Vítor Ferreira. O restaurante “Come e Bebe” tornou-se um local de referência onde comer e bem é o denominador comum de todas as visitas. Fundado em setembro de 2005, este é um espaço rústico e uma decoração aconchegante. Direcionado à gastronomia tradicional tendo o privilégio de confecionar todo o tipo de peixe fresco e possuir a patente exclusiva, para o concelho da Fafe, da Carne Maronesa, o que vem ao encontro da forma de estar neste espaço. “Nós primamos sempre pela qualidade do serviço e dos produtos que apresentamos”, garante. O Come e Bebe tem clientes de várias zonas do país. Crescer é a palavra de ordem Paulo Freitas é um empresário que se preocupa não só com a sustentabilidade dos negócios como com o bem estar das pessoas que o acompanham. “Felizmente, temos sucesso em todas as empresas. Gosto de dar oportunidades às outras pessoas e criar postos de trabalho. O que me dá gosto é visitar todos os espaços e conferir que os funcioná- “Felizmente, temos sucesso em todas as empresas. Gosto de dar oportunidades às outras pessoas e criar postos de trabalho” rios estão bem, satisfeitos com o trabalho que estão desenvolver. Se tiverem algum problema, tento saber qual a razão e procuro resolver da melhor forma”. Constantemente atento às mutações do mercado e ao aparecimento de novos materiais e tecnologias, o nosso entrevistado faz questão de frequentar diversas formações para assim se manter atualizado e alargar os seus horizontes. Deste modo, e em jeito de conclusão, explica: “O crescimento é sempre um facto positivo, pretendo continuar a evoluir, mas sempre de uma forma sustentada. O próximo passo será abrir mais um restaurante, juntamente com o Victor Ferreira e o Amadeu Lima, mas, desta vez com um conceito diferente, uma Cervejaria/Marisqueira e reafirmar o “Talhos Pavir” contando com o empenho e garra de um novo parceiro, o Renato Fernandes. A partir daí, é manter todas as empresas e as pessoas que lá trabalham”. | Novembro I 11 Portugal Inovador Ensino inovador em Fafe O IESF (Instituto de Estudos Superiores de Fafe) está quase a concluir três décadas de funcionamento. Falámos com Dulce Noronha e Sousa, presidente da instituição há 20 anos e “testemunha ocular», enquanto docente, de todo o processo histórico da sua evolução. A matriz do IESF está na formação de educadores de infância, tendo surgido no ano de 1985 com este intuito (ESEIF). Este momento foi sucedido pouco tempo após, por uma ampla reestruturação de todo o sistema de formação de educadores e professores no país, que fez passar estes estudos para o Ensino Superior. Assim, a 30 de novembro de 1988, saiu a publicação que confere legitimidade ao IESF enquanto instituição de ensino superior com a criação da Escola Superior de Educação de Fafe (ESEF). No início da década de 90, o seu papel é ampliado para a formação de professores do ensino básico em Português/Francês e Português/ Inglês, assim como para a área da Informática e gestão, com “a intenção de responder a necessidades empresariais da região e que começasse afazer-se uma intervenção na formação de quadros para as empresas”. É então criada (1993) uma segunda escola, a Escola Superior de Tecnologias de Fafe. Dá-se todo um processo de 12 I Novembro alargamento do seu leque de oferta formativa, ao longo dos anos seguintes com alterações próprias da evolução do próprio Sistema de Ensino português e até Europeu (Processo de Bolonha). Disponibilizando, atualmente, no âmbito das licenciaturas, os cursos de Educação Básica, Educação Física e Desporto, Educação Social Gerontológica, Informática de Gestão, Contabilidade, Gestão e Turismo, e no âmbito das pós-graduações: mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1º ciclo do ensino básico. Especializações em Educação Especial - Domínio Cognitivo-motor, Intervenção Precoce, Gestão de Bibliotecas Escolares, Administração e Organização Escolar (ensino à distância). Pós-graduações: Ensino, Gestão de Organizações do 3º Setor, Gestão de Recursos Humanos, A Criança dos 0 aos 3 anos: Desenvolvimento, Cuidados e Educação, Atividades Aquáticas, Exercício e Saúde, Exercício e Saúde no Idoso, Contabilidade e Controlo de Gestão, Inovação e Empreendedorismo em Turismo. Explicando-nos a filosofia que orienta os métodos de formação aqui aplicados, Dulce Noronha e Sousa lembra que o “primeiro projeto educativo da instituição visionava já uma formação moderna à imagem do que hoje Bolonha preconiza”. No entender da presidente, “o principal passo a que Bolonha aponta é a autonomia do estudante enquanto pessoa e futuro profissional, em que este assume o seu próprio projeto escolar, escolhendo na sua formação o que se coaduna mais com o seu próprio projeto de vida”. O professor, neste cenário, adotar “uma metodologia diferente, e uma atitude fora do mundo académico clássico”, respondendo e avaliando de forma inovadora e ajustada ao novo papel do estudante. O IESF procurou então adaptar-se a este desafio, com a aposta em espaços: em gabinetes de trabalho de investigação e formação, onde o trabalho é direcionado para a orientação vocacional e tutorial: “A nova escola, ao nível metodológico assenta fundamentalmente num acompanhamento próximo do estudante, e no apoio ao trabalho de pesquisa destes, na construção dos seus saberes e num papel tutorial de reflexão conjunta e analise dos produtos científicos e teóricos, bases da construção de saberes e de desenvolvimento de competências profissionais que foi uma das pedras basilares da forma como construímos Bolonha e que, de alguma forma, desenhou o nosso atual modelo”. Deste modo, pese embora a respetiva dimensão e o fator interioridade, estamos a falar de uma escola “humanista e multicultural”. Ainda relativamente a Bolonha e ao posicionamento do IESF no Portugal Inovador espaço nacional e europeu, Dulce Noronha e Sousa considera que este novo paradigma aponta dois caminhos: “Por um lado, a perspetiva do local, de trabalharmos os mercados locais, de nos aproximarmos do mundo empresarial e prepararmos quadros para serem absorvidos, dado que só assim conseguimos garantir a empregabilidade. Temos observatórios para, nomeadamente, obtermos feedback dos resultados e caminhos seguidos pelos estudantes, quer da percentagem de empregabilidade quer do desempenho dos nossos antigos alunos. Por outro lado, o nosso projeto tem outra aposta tem a ver com a partilha e construção de redes, resultantes das parcerias nacionais e com o projeto de internacionalização. Portanto, temos gabinetes de projeto, cooperamos com organismos de empreendedorismo e temos hoje duas cartas Erasmus que nos permitem concorrer a projetos financiados pela Comunidade Europeia em programas internacionais”. Questionada sobre o futuro da instituição, revela que este irá passar por “uma ampla reestruturação orgânica e que o intuito é responder a algo que ainda não foi feito e que tem que ver com o financiamento da instituição”. Nestas quase três décadas, a fonte de financiamento do IESF “foram essencialmente as propinas dos estudantes” e, na ótica da nossa interlocutora, “hoje essa não é uma forma viável de sobrevivência”. Assim, o objetivo é “partir com força para projetos e para serviços”. | Novembro I 13 Portugal Inovador A tecnologia de ponta ao serviço da decoração têxtil A ArtBor surgiu, oficialmente, no mercado no ano de 1996, na cidade de Fafe. Rui Pinto foi o impulsionador deste projeto, que atualmente se dedica à importação, comercialização e suporte técnico de equipamentos e consumíveis para a decoração têxtil. Tendo já laborado no setor, quando decidiu criar a Artbor, Rui Pinto focou o core business da empresa na componente tecnológica com a importação, comercialização, formação e suporte técnico de software específico para criação de desenhos para a industria de bordados industriais – com o evoluir e crescimento natural da empresa, foram adicionados outros produtos e serviços, como máquinas de bordar e de corte a laser para têxteis, couros, madeiras e acrílicos, equipamentos de impressão direta em têxtil, bem como os respetivos consumíveis, dando 14 I Novembro assim uma resposta mais alargada aos clientes. Visitando feiras com regularidade, a Artbor tenta estar dentro das novidades e das necessidades dos seus clientes, sendo muitas vezes a primeira empresa a apresentar ao mercado português as mais recentes tecnologias neste nicho de mercado. A inovação acabou por ser o suporte da Artbor nos anos de crise do setor têxtil, ajustando-se sempre às necessidades dos clientes. “Optámos por introduzir novos produtos de forma a conseguir satisfazer as necessidades dos nosso clientes. Começámos com um software muito específico que criava desenho para bordados; hoje temos realmente uma panóplia de produtos e equipamentos que não se direcionam apenas para a industria dos bordados, mas para quase toda a decoração têxtil - não só as confeções, como também a indústria do calçado e a indústria automóvel”. Neste último caso, através da venda de máquinas de corte a laser e de máquinas de costura para realizar costuras decorativos em tecidos técnicos. Rui Pinto assume a intenção de manter o core business da empresa assente na decoração têxtil, reiterando, no entanto, que está aberto a alargar a sua atuação ao máximo de áreas possíveis. Trabalhando de Norte a Sul do país, 80% do negócio da Artbor está focalizado na zona norte do país, sendo que a sua equipa de seis colaboradores atende diariamente todos os pedidos dos clientes. Em casos mais complexos os técnicos prestam assistência ao cliente sempre que for necessário, através de uma visita às suas instalações ou, se for suficiente, através de acompanhamento telefónico. Há cerca de um ano e meio a Artbor deslocalizou e centralizou toda a sua logística num só edifício na Zona Industrial do Socorro, em Fafe. “Foi uma aposta ganha. Aqui temos todas as condições operacionais e um showroom que permite apresentar ao cliente assim que entra na empresa, as mais recentes novidades do setor”, conclui. | Portugal Inovador A importância de uma boa equipa Jorge Pinheiro foi de encontro a uma tradição familiar, “Citroenistas” incondicionais, quando agarrou a oportunidade de se lançar num ramo diferente. Em 2004, adquiriu uma empresa automóvel, em seu nome, com a sua marca predileta, a Citröen. Vindo da construção civil e com conhecimento em vendas, Jorge Pinheiro contava com a sua experiência comercial. Apoiando-se “numa equipa espetacular” que o ajudou em cada decisão, os investimentos necessário foram feitos para transformar o espaço e fazer crescer a empresa. “O mercado automóvel sofreu bastante em termos financeiros e tivemos de reajustar alguns componentes da estrutura. Desde 2013 que somámos cerca de 100 mil euros de investimento, tanto no aspeto das instalações como em equipamentos”, explica Jorge Pinheiro. Tudo isto é possível com uma equipa de sete pessoas que está, desde a primeira hora, a representar a marca Citröen e que luta por esta empresa que continua a cativar novos clientes. “Podemos vender para qualquer ponto do país, mas o nosso mercado é, essencialmente, Fafe e terras de Basto”, comenta Jorge Pinheiro. O nosso entrevistado acredita que deve vender o produto dentro da própria terra para promover o desenvolvimento do concelho e “contribuir para o comércio local”. A Citröen tem uma fábrica em Mangualde, o que indica outra razão para a escolha desta marca: “Não podemos deixar o nosso país de lado e temos de apostar no que produzimos”. Para o futuro próximo, o objetivo “passa por consolidar a parte financeira da empresa, devido aos investimentos feitos e, também distribuir ‘frutos’ aos nossos colaboradores, pois apoiaram sempre a empresa a cada passo dado. A Jorge Pinheiro não sou só eu, esta empresa é formada por toda a equipa que trabalha para a sua evolução”, completa. Um ponto interessante referido pelo nosso entrevistado e que traz bastante movimento até Fafe é o Rali e, como parte do setor automóvel, esta empresa reconhece a importância destes eventos. “Não vendemos carros no dia do Rali, mas o importante é que este traga mais movimento ao concelho. São sempre boas as apostas que captem alguma atividade e que cativem as pessoas a conhecer Fafe, para podermos assim promover os produtos e as tradições locais” termina. Dar para receber Fazendo parte da equipa de Liderança, como presidente do Bni Lusitano, Jorge Pinheiro descreve até que nível chega a união de um grupo de empresários. “A ideia surgiu em 2005 em Portugal e no Norte do país já encontramos 26 grupos que faturam uma média de 1,2 milhões por mês”, conta Jorge Pinheiro. A filosofia do Bni é “dar para receber, independentemente do que a pessoa ganha, pois apenas interessa saber o volume de negócios”. Jorge Pinheiro descreve esta união como uma experiência fantástica onde se criam laços de amizade, relações comerciais e parcerias. | Novembro I 15 Portugal Inovador As vossas metas são o nosso compromisso Com experiência na área da Comunicação de Marketing e, atendendo à falta de oferta desse serviço para micro, pequenas e médias empresas, Tiago Ferreira criou a Trust Block, uma empresa de Marketing e Consultoria, em Vila Nova de Famalicão. Criada em 2012, a Trust Block surgiu no mercado com intenção de colmatar o preconceito de que “Marketing é coisa de empresa grande”. Assim, a Trust Block trabalha diariamente para proporcionar planos estratégicos orientados para o mercado e adaptados à dimensão do negócio, que poderá ir desde um simples café local à grande empresa de distribuição. “Numa primeira fase, a aposta comercial da Trust Block prendeu-se pela localidade de Vila Nova de Famalicão que, sendo uma zona com várias empresas de referência, possibilitou trabalhar de imediato com projetos bastante ambiciosos”, inicia Tiago Ferreira, gestor da empresa. Após um ano aquando da sua fundação, a empresa sentiu necessidade de alargar os seus 16 I Novembro horizontes, abrangendo atualmente todo o distrito de Braga, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Amarante, Mondim de Basto, e até o Algarve. “Até à atualidade a Trust Block tem apresentado um crescimento bastante positivo, atingindo as várias metas impostas, desde financeiras a metas de mercado”, descreve o nosso entrevistado. O nome “Trust Block”, em português “Bloco de Confiança”, representa a íntima ligação que uma empresa de Marketing deve ter com o seu cliente, que Tiago Ferreira descreve como “uma relação de sinceridade e humildade, mas também ambiciosa e objetiva”. O processo da Trust Block começa pela análise interna da empresa, reconhecendo os problemas e prosseguindo pela identificação do nicho de mercado e como atingi-lo. O resultado final será “um plano de comunicação para garantir que a empresa chega aos clientes, e um plano de estratégico para garantir que os satisfaz e acima de tudo, os mantém”. Na Trust Block, o trabalho comercial nunca pára, “porque a pequena empresa de hoje pode ser a grande empresa de amanhã”. Outro fator muito importante é a sua ligação com a nova era digital e, para isso, oferecem uma equipa de técnicos e designer’s 100% dedicados à gestão de conteúdos online. “É preciso ser extravagante e chamar a atenção, criar movimento, dinamismo na marca e ser falado. Estes são os nossos motes principais”, explana. Na Trust Block já se fala de planos futuros que passam, numa primeira fase, pela cobertura nacional e posteriormente a envolvência em projetos europeus. Referindo um projeto interessante, Tiago Ferreira falou de uma parceria com a Universidade do Minho, em que a Trust Block irá ser responsável de Marketing pela presença da Instituição na Feira do Empreendedor no Brasil, evento este de enorme dimensão. O projeto vai resultar num plano estratégico por forma a dar destaque à presença da Instituição no evento. | Portugal Inovador Novembro I 17 Portugal Inovador As melhores soluções para higiene e manutenção A Norkeme tem uma história recente, mas sempre definida por uma clara dinâmica de crescimento. higiene e segurança no trabalho. É outra questão relativamente à qual Daniel Magalhães alimenta perspetivas de expansão, nomeadamente através da prestação direta deste serviço pela sua empresa. Sucesso em contraciclo Esta empresa fafense, iniciada em 2006 por Daniel Magalhães, dedica-se à comercialização de todo o tipo de produtos nas referidas áreas e está vocacionada para servir todos os setores do comércio e indústria. Neste momento, tem cerca de 300 referências em armazém e 800 em catálogo, incluindo detergentes industriais, acessórios de limpeza, vestuário de trabalho e todos os equipamentos necessários em conformidade com a legislação em vigor. “O que temos é tudo de marca própria e damos prioridade ao produto português”, frisa o responsá- 18 I Novembro vel, explicando que, dessa oferta, apenas uma percentagem de “2 ou 3% não é de origem nacional”. A estrutura com que a Norkeme suporta esta presença no mercado é composta por um espaço de armazenagem com 100m2, quatro colaboradores e quatro veículos de distribuição. Porém, o plano a curto prazo passa por expandir as instalações para 480 m2 e um pequeno aumento na equipa e no conjunto de viaturas. É também de referir que a Norkeme mantém uma parceria com uma empresa ligada ao HACCP, no âmbito da prestação de serviços de Nos últimos três anos, o ritmo de crescimento tem sido notável apesar das contrariedades iniciais: “Em 2010, faturámos 1 milhão e meio de euros. Trabalhávamos muito com instituições públicas mas, entretanto, fomos obrigados a reduzir na sequência dos cortes de verbas por parte destas entidades. O ano seguinte foi complicado mas conseguimos chegar a novos parceiros e a partir daí demos um salto”. Concretamente, a subida na faturação de ano para ano tem estado na ordem dos 35 a 40%. Para 2014, a previsão de Daniel Magalhães aponta também para que este período seja concluído com um acréscimo de equivalente face ao ano anterior. Estes índices justificam os já mencionados planos de alargamento e justificam também que a Norkeme, que tem vindo a atuar nos distritos de Braga, Viana do Castelo, Porto e Vila Real, assuma como objetivo “chegar a outras regiões do país”. | Portugal Inovador Uma empresa em família Com 77 anos, António Augusto Leite, orgulhoso, continua a marcar presença na empresa que criou há 28 anos, agora entregue aos seus filhos. O excelente trabalho desempenhado por António Leite ficou incutido na filosofia da firma. Com 28 anos, a Cozinhas PL começou por ser uma pequena empresa que funcionava na garagem de António Augusto Leite. Emigrante português, o proprietário esteve cerca de 23 anos a trabalhar em França, no setor de construção de cozinhas. Quando decidiu voltar para Portugal manteve-se no mesmo sector, através da realização de alguns trabalhos para amigos. As recomendações iam surgindo, assim como os clientes. Alguns anos depois, os seus filhos, Rafael e Nicolas Leite, integram a empresa com o intuito de ajudar o pai. Nessa altura, a Cozinhas PL tinha apenas quatro funcionários e todo o processo de criação e produção era realizado internamente. “Quando o meu pai foi preparando a entrada na reforma, eu e o meu irmão, ficamos responsáveis pela empresa”, conta Rafael Leite, “mas ainda hoje vem ajudar-nos”. Sem nunca esquecer o cariz familiar com que foi construída, a Cozinhas PL foi crescendo em espaço e em recursos humanos. Há dois anos, mudou de instalações para uma fábrica, capaz de albergar mais máquinas, contando atualmente com cerca de 15 funcionários. “No início, o nosso pai até se comoveu. Era estranho para ele não ouvir o barulho das máquinas em casa e o cheiro a madeira”. Também os funcionários acabam por se integrar nesta família. O gosto e a dedicação de Rafael e Nicolas Leite contagia quem com eles trabalha, assim como, os seus clientes. “Quando uma pessoa gosta do que faz, pode estar várias horas a falar disso com os clientes”, explica Rafael Leite. Os colaboradores externos à empresa, que recebem formação para a construção de cozinhas ou que se encontram na vertente comercial, também não ficam indiferentes a esta paixão. A marca da Cozinhas PL é representada por duas lojas, uma em Fafe que pertence a Rafael e Nicolas Leite e uma em Paris, em franchising, do irmão. A empresa faz-se representar noutros países através de outros parceiros. No mercado nacional, a Cozinhas PL está dirigida para o público particular enquanto que no mercado estrangeiro está mais direcionada para a revenda dos seus produtos. “O mercado empresarial português é muito perigoso, mas a nível particular temos bastantes clientes, de Norte a Sul”. Os entrevistados estão neste momento a apostar em feiras internacionais. Desde abril, e até ao momento, já passaram por Luxemburgo, Bordéus e Toulouse. Em breve, irão participar em mais três: Lyon, Lausane e Paris. “As feiras servem para divulgar o nosso trabalho e têm tido bons resultados”, explicam. A qualidade do produto e a rapidez de resposta foram sempre os pontos-chave do serviço que prestam. Os proprietários contam que “a forma como tentam ajudar o cliente e aconselhá-lo” é também uma característica que distingue a Cozinhas PL. Nos próximos anos, Rafael e Nicolas Leite pretendem ainda começar a comercializar os seus produtos na Bélgica e conquistar outros países. No entanto, avançar com precaução, mantendo sólido aquilo que conquistaram até hoje, é essencial. | Novembro I 19 Portugal Inovador Vinho verde de excelência Utilizando as castas mais indicadas, os vinhos Casal de Morgade têm-se apresentado nos últimos anos num melhoramento contínuo. A tradição já vem de família. Manuel Afonso, responsável, conta que se faziam engarrafamentos no tempo do pai, mas que durante muitos anos apenas se vendia a granel. A aposta em voltar ao engarrafamento teve lugar há cerca de uma dúzia de anos. “Nessa altura, muni-me de um bom enólogo, para começarmos a dar andamento a um vinho mais trabalhado e com maior sofisticação”, refere. Ano após ano os vinhos Casal de Morgade foram melhorando e, ao fim de quatro anos, começaram a ser premiados. Atualmente, este projeto vinícola, instalado em Arco de Baúlhe, desenvolve uma produção anual de 50 mil garrafas. Os vinhos com que marca presença no mercado são quatro: dois brancos, um tinto e um rosé. Para os brancos são utilizadas as castas azal e arinto, 20 I Novembro para o tinto a casta vinhão, sendo que o rosé é um derivado desta última com azal. “Nesta zona, estas são as castas de excelência para obtermos um bom vinho e com elas que iremos continuar a trabalhar”, comenta - trabalho esse para o qual conta com um espaço total de 12 hectares de vinha, localizados nas encostas do Rio Tâmega. A propósito, uma expetativa para breve é o alargamento para mais uma vinha, com seis hectares. Sobre a sub-região em que é criado este vinho, Manuel Afonso não tem dúvidas em considerar que “é das melhores zonas para a produção de vinho verde, com bom solo e com um clima muito específico”. A juntar às condições de excelência para a produção do vinho, encontra-se aqui uma gastronomia que o complementa da melhor forma: “Há todo um vinho excelente para acompanhar a gastronomia local, que é boa e variada. Para o vinho branco, temos as carnes brancas, o peixe ou o marisco. Para o tinto, temos o javali, o cabrito, rojões e toda essa panóplia de coisas que são boas de acompanhar com o tinto. Aconselho toda a gente a vir cá, porque temos bons restaurantes onde podem comer bem e beber um bom vinho”. Da região de Basto para outros horizontes, os vinhos Casal de Morgade já chegaram, inclusive, a países como França ou Suiça. | Portugal Inovador “Construímos o seu espaço, dialogando sobre os seus sonhos” Pormenor foi a designação adotada por Nuno Lima Leite para identificar o seu gabinete de arquitetura, sediado na cidade de Cabeceiras de Basto, desde 2012. Acabado o seu percurso académico em 2008, desde logo começou a trabalhar num gabinete de arquitetura em Celorico de Basto. Tendo já realizado inúmeros projetos que contemplam desde habitações unifamiliares construídas de raíz, até requalificações de espaços públicos e privados, Nuno Lima Leite é um profissional que prima por espicaçar o lado sensorial das suas obras. “Em construções de habitação unifamiliar sou muito focado no pormenor com o intuito de que todos os espaços da casa transmitam sensações”, afirma. Segundo o arquiteto não se deve descurar espaços como os corredores, este são elementos de passagem para outras divisões da casa e ocupam também um lugar de destaque na habitação, “devendo transmitir algo”. É através não só dos materiais, mas também dos jogos de luz (direta/indireta) e da exposição de peças decorativas, que Nuno Lima Leite trabalha o seu conceito. “Preocupo-me mais com o interior da habitação, pois este transmite-se para o exterior”. Criando sensações, sempre com base na opinião e gosto do cliente, Nuno Lima Leite constrói espaços dinâmicos de bem estar e conforto que coabitam intimamente com os habitantes. Atento ao pormenor – “criar algo, para transmitir algo” – o arquiteto consegue assim erigir obras únicas, tanto ao nível da nova construção como da requalificação de espaços. Com quatros obras de habitação em curso, são vários os espaços comerciais que têm a sua assinatura, não só em Cabeceiras de Basto, mas pontualmente um pouco pelo Norte do país. Tendo em conta a conjuntura económica, Nuno Lima Leite ajusta-se de forma inteligente ao sonho e ao orçamento do cliente. Utilizando materiais com uma boa relação qualidade/preço como a cortiça – apoiando ainda a indústria nacional e criando ambientes únicos. A conversa prévia que mantém com o cliente permite-lhe saber as linhas que pode seguir: “Quero que me diga tudo o que gosta. Não quer dizer que o vá respeitar, mas se souber que detesta o preto é evidente que não o vou utilizar”, explica. Tendo como foco o cliente, Nuno Lima Leite não deixa de divulgar o slogan que caracteriza o seu trabalho: “Construímos o seu espaço, dialogando sobre os seus sonhos”. | Novembro I 21 Portugal Inovador Artistas do ferro Pertencente a Cabeceiras de Basto, concelho na zona Norte do distrito de Braga, a serralharia “O Bota” é uma empresa que direciona a sua atividade à construção de casas modulares e estruturas metálicas, com um progressivo volume de faturação. O início do projeto remonta ao ano de 2003, altura em que Eduardo Oliveira – interlocutor e o responsável –, decidiu fomentar a sua própria empresa de serralharia depois de um projeto dentro do mesmo ramo de atividade que partilhou com um dos seus familiares mais próximos. Através de um ato de homenagem, Eduardo Oliveira nomeou a empresa com um dos apelidos do seu pai. Iniciaram 22 I Novembro a atividade trabalhando apenas na construção de pequenos gradeamentos e portas com a utilização apenas do ferro, nicho de mercado onde atuaram durante, sensivelmente, dois anos. Atualmente, as suas infraestruturas localizam-se no Parque Industrial Olela Basto, após uma mudança de instalações ocorrida em 2005, que veio dar resposta às novas necessidades da empresa: “Entretanto, o nosso volume de trabalho foi crescendo e acabamos por sentir necessidade de mais espaço, de modo a ter outras condições para corresponder a todos os pedidos”, revelou Eduardo Oliveira. To d a v i a , e c o m a q u e d a “abrupta” do setor da construção civil, o responsável considerou fulcral arranjar um outro core business, focando-se, então, em estruturas metálicas de pavilhões industriais, a cobertura de edifícios e, essencialmente, na edificação de casas modulares: “Tratam-se de infraestruturas menos dispendiosas, confortáveis, práticas, facilmente movíveis e que ganharam força nos últimos tempos em termos da construção”, sublinhou o responsável. A serralharia “O Bota” também teve em conta a própria aceção pelos materiais a utilizar, procurando, especificamente, vantagens consideráveis: “É um tipo de telha com clara qualidade, facilmente adaptável e que reduz substancialmente o Portugal Inovador consumo energético”, apontou Eduardo Oliveira. Após a definição de estratégias e posicionamento no mercado, a responsabilidade sobre cada projeto aumentou substancialmente – tendo ao serviço dois engenheiros civis e um desenhador –, sendo “a ideia do cliente o mais importante” para a concretização do projeto: “Nós damos sempre as nossas ideias. Conseguimos chegar, de forma minuciosa, a todos os pormenores, mas a colaboração com o cliente é muito importante no sucesso deste trabalho”, ressalvou Eduardo Oliveira. No seu todo, são 28 colaboradores a trabalhar em prol do crescimento da serralharia “O Bota”, membros que o responsável classificou como humildes, solidários e experientes, frisando, simultaneamente, que “leva tempo” para se formarem bons profissionais serralheiros: “São necessários dois a três anos para se tornar um razoável profissional e a ajuda de um bom mestre. Aliado a isso, há que ter gosto pelo que se faz”, apontou, acrescentando, que “procura-se sempre tirar o melhor partido dos ensinamentos diários no seio da equipa”. O elevado número de quilómetros de distância dos grandes centros urbanos não é encarado como uma barreira para a serra- lharia “O Bota”. De acordo com Eduardo Oliveira, têm surgido obras e projetos “ao longo de todo o país”, com maior incidência no Grande Porto, Grande Lisboa e, inclusive, na zona algarvia. Ademais, a internacionalização já foi alcançada, estando, por esta altura, uma equipa de seis membros em trabalho na República Democrática do Congo, idealizando boas perspetivas: “Estamos confiantes que nos vamos manter por lá com outros projetos”, afiançou. Traçando um “futuro próximo”, o responsável mostrou-se cauteloso, afirmando “ser difícil fazer antevisões com esta conjuntura” mas que, afortunadamente, “existe trabalho e outros projetos” – está em cima da mesa a obtenção de licença para remoção de amianto de prédios devolutos –, desejando, por último, “continuar a ter o mesmo crescimento de faturação”. | Novembro I 23 Portugal Inovador Serviço de urgência para Cabeceiras de Basto Medibasto, clínica médica com Serviço de Urgência e Especialidades Médicas, entrou este mês em funcionamento. Município situado na zona Norte do distrito de Braga, com cerca de 16 mil habitantes – tendencialmente idosos –, Cabeceira de Bastos tem já este mês uma unidade de saúde dedicada, essencialmente, a serviços de urgência. “Temos o objetivo de satisfazer todas as necessidades do concelho com valências das quais a região carece, permitindo que os cidadãos não tenham que se deslocar às localidades limítrofes para se socorrer do apoio médico”, começou por contar Aníbal Lopes, um dos responsáveis. Através do Grupo Diasaúde e 24 I Novembro uma parceria estabelecida com a Santa Casa da Misericórdia de Cabeceiras de Basto – que se colocou “inteiramente à disposição” –, Aníbal Lopes remete para a importância de uma urgência qualificada, com valências que serão uma mais-valia para a região, tais como: Médico Clínica Geral, Enfermagem, RX, Análises Clínicas, Ecografias, ECG, OBS (duas camas para as primeiras necessidades), das 10h00 às 24h00, contando com todo o material de apoio a uma Urgência Médica continuou. Para além dos serviços mencio- nados, disponibilizará Especialidades Médicas: Cardiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Ginecologia / Obstetrícia, Ortopedia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Urologia, entre outras, bem como a valência de Fisioterapia e inclusive, fruto da parceria com a Clínica Laboratorial de Guimarães, de um conjunto de análises de urgência que permitirão auxiliar no diagnóstico ou exclusão de situações emergentes. A Medibasto vai proceder à criação de um serviço, dirigida à população, baseado na criação de um SEGURO SOCIAL com um preço acessível, permitindo aos beneficiários aceder a um conjunto alargado de serviços com valores “residuais” (tipo taxa moderadora). Com este verdadeiro Seguro Social vamos criar um sistema justo e alargado numa região carenciada, com necessidades de SAÚDE. “Houve o cuidado de nos aconselharmos sobre profissionais médicos da região e de os incluir na nossa equipa. Queremos empregar pessoas de Basto num serviço totalmente dedicado à região.” O responsável afiançou que, no futuro, será fundamental a proximidade entre a equipa de profissionais e os utentes de modo a atingir o sucesso desejado num projeto inteiramente “local”. | Portugal Inovador Experiência e tradição ao serviço da agricultura A Casa Agrícola do Arco com um historial de cerca de 40 anos, tendo vindo a conquistar a confiança dos produtores agrícolasda região de Basto. “Esta é uma empresa do tipo familiar que foi passando de geração em geração, iniciando com uma mercearia, café, rações e adubos. Gradualmente desenvolveu-se e especializou-se mais na parte agrícola culminando no estabelecimento da Casa Agrícola Arco, há 12 anos”, inicia o atual gerente, Pedro Teixeira. Deste modo, o dia-a-dia desta empresa de Arco de Baúlhe passa pela divulgação, acompanhamento/apoio técnico e venda dos respetivos produtos agrícolas. O espaço de armazém, com área coberta de 1000 m2, permite o fornecimento imediato de uma grande variedade de produtos como adubos, rações, fitofármacos, sementes, cereais, videiras, arame e postes para a instalação de vinhas. Dentro desta oferta, são ainda de referir os produtos para a agricultura biológica, uma tendência em crescimento que a empresa não tem deixado de acompanhar. As instalações da Casa Agrícola completam-se também com um espaço de loja, com cerca de 250 m2 situada no centro vila de Arco de Baúlhe. Pedro Teixeira, formado em Engenharia Agrícola, junta esta componente de comercialização à liderança de uma equipa de sete profissionais responsáveis e habilitados para um competente trabalho de aconselhamento ao agricultor. Esta gama de serviços contempla o apoio técnico, análises ao solo, análises foliares e análises de vinhos que se foca, essencialmente, na região de Basto (Cabeceiras, Celorico, Mondim e Ribeira de Pena), sendo representante e distribuidor de várias marcas reconhecidas como a Sapec, Syngenta (fitofármacos), Cadubal, ADP (adubos) e Provimi (rações). “Outrora a agricultura era de necessidade e todos tinham uma parcela de cultivo. Entretanto, com a reforma da PAC houve pessoas que foram incentivadas a não produzir, o emparcelamento e o redimensionamento das explorações agrícolas, grande objetivo das políticas agrícolas não teve grande efeito prático. No entanto, passada esta fase crítica, com a conscencialização por parte dos nossos governantes da extrema importância da nossa agricultura para um desenvolvimento sustentado, e apoiados num novo quadro comunitário de ajudas, parece que as pessoas estão a voltar à terra. Predominam ainda a policultura como hortas familiares e a floresta, mas já começam a ser salpicadas por parcelas de vinha contínua cuja média ainda que baixa, conferem à paisagem algumas tonalidades diferentes que indiciam algumas mudanças. Também se verifica um novo perfil de operadores, como pequenos grupos que começam agora a produzir frutos vermelhos, a apostar na floresta, ou a articular a agricultura com o turismo. Este perfil aponta para um agricultor mais consciencializado sobre os aspetos técnicos da atividade, face ao qual a Casa Agrícola do Arco está disposta a desempenhar um papel importante na procura das soluções indicadas. Neste cenário, as expetativas para a sua continuidade passam por “aprimorar este trabalho, acompanhando este crescimento do setor e incrementar a atividade tanto na região de Basto como nos concelhos limítrofes”, conclui. | Novembro I 25 Portugal Inovador 26 I Novembro Portugal Inovador Região das Beiras Novembro I 27 Portugal Inovador “Não emigres. Migra para Idanha” Estivemos à conversa com Armindo Jacinto, presidente da Câmara Municipal de Idanha a Nova, com vista a percebermos melhor a realidade deste concelho do distrito de Castelo Branco. A campanha “Não emigres. Migra para Idanha” tem como objetivo “inverter a atual tendência de emigração dos portugueses e divulgar os programas de apoio para os jovens empreendedores da região”, começa por explicar Armindo Jacinto. Numa região com baixa densidade populacional e com um despovoamento significativo, o autarca explica que não vê esta situação como “uma desgraça mas sim como uma oportunidade”. O concelho apresenta, atualmente, 6.8 habitantes por quilómetro quadrado. No entendimento do representante deste município, “o mundo rural em Portugal é um espaço de oportunidade para a gente jovem e qualificada, quer para os que aqui vivem, quer para aqueles que possam vir 28 I Novembro para cá desenvolver o seu projeto de vida profissional e também o seu projeto de vida com as suas famílias”. Sintetizando, “aqui podem ter qualidade de vida”. Apesar das dificuldades, o presidente acredita no trabalho desenvolvido até aqui pela autarquia: “Nestes últimos 25 anos, conseguimos uma coesão territorial impressionante. Conseguimos ter um território que está hoje bem dotado de infraestruturas viárias, espaços sociais e culturais”, ressalvando que o grande desafio passa por conseguir reforçar a coesão económica e social. Fazendo face a este desafio, os programas de apoio lançados pela autarquia primam pela criação de riqueza e emprego, e se- gundo o nosso interlocutor é isso que “levará a que as pessoas se possam fixar no concelho, acompanhados de uma boa oferta da educação, saúde e habitação que proporcione à população os elementos de que todos nós precisamos”. Neste sentido, procedeu à criação, em 2012, de uma Incubadora de Empresas de Base Rural, que apoia jovens que queiram dedicar-se à agricultura, oferecendo-lhes alguns hectares para que estes possam lançar o seu projecto agrícola, em terrenos que o Estado até aqui tinha ao abandono. “Temos neste momento 50 novos projetos e todos têm o objetivo de aliar a inovação à tradição. Queremos que os jovens dinamizem a região”, sublinhou o autarca. Para além da Incubadora de Base Rural criamos a Incubadora de Indústrias Criativas e a Incubadora de serviços para outras atividades, como o turismo e a economia verde. O Município de Idanha-a-Nova possui também o Centro Logístico Agroalimentar, que inclui a central hortofrutícola, no Ladoeiro, onde, numa área coberta de dez mil metros quadrados, as empresas podem fixar-se e transformar os produtos hortícolas, frutícolas e de origem animal, como o queijo ou as próprias carnes de caprinos, bovinos e ovinos. “A nossa preocupação tem sido qualificar estes produtos, criar marcas de produtos com um aspecto diferenciador e depois encontrarmos circuitos comerciais para estes produtos”, conclui. | Portugal Inovador Novembro I 29 Portugal Inovador “O Fundão está claramente valorizado no exterior” A Companhia Industrial de Materiais Duros (CIMD) assume-se como um dos maiores empregadores da região, através do cluster que integra, exercendo responsabilidade social e profissional na região. Originária de França, a Companhia Industrial de Materiais Duros, SA tomou a decisão de aumentar a sua abrangência de mercado criando uma unidade industrial no Parque Industrial do Fundão, na década de 90. Pertencendo a um setor “muito restrito”, a CIMD procurou mão-de-obra “barata” para fabrico de relojoaria e componentes – estratégia criada pela concorrência “feroz” do relógio digital proveniente do Japão – mas, atualmente, o panorama converteu-se radicalmente, após decisão do Grupo IMI o qual integram. Carlos Morgadinho, responsável, começou por revelar o processo 30 I Novembro reestruturante feito na CIMD que originou maior presença no Fundão: “Desenvolveu-se um novo produto que diversificou a empresa, combinando com a alteração dos objetivos propostos com vista à autonomia. Havendo margem de liberdade, mas respeitando o plano delineado pelo Grupo, tomamos as nossas iniciativas”, apontou. Após a reestruturação, os resultados evidenciaram-se. A equipa de 35 colaboradores existente até então quase que quadruplicou, contabilizando-se agora um total de 160. Todavia, esse aumento levou ao incremento da formação profissional numa área “sofisticada”. Para Carlos Morgadinho, a Câmara Municipal do Fundão teve um papel decisivo: “Defendemos que uma formação através de um organismo externo, sendo um pré-filtro, dá-nos possibilidades de empregar as pessoas com tranquilidade. Compreenderam as nossas necessidades e verificamos que é diferente receber esses jovens”, sublinhou. Hoje, o Fundão não é apenas procurado pelo preço da mão-de-obra, mas também pela competência existente: “A procura deste mercado é muito intensa na Suíça. Os custos globais, a qualidade da formação e a capacidade intelectual correspondem completamente às nossas necessidades”, confessou Carlos Morgadinho, partilhando também que dez colaboradores já foram chamados por empresas suíças. Socialmente, a Companhia Industrial de Materiais Duros, SA promove a sua solidariedade para com a região - através do apoio a coletividades e associações regionais, eventos, órgãos de comunicação - de forma a mostrarem-se “presentes”. Projetando o ano de 2015, Carlos Morgadinho assumiu que o crescimento vai atingir os cinco milhões de euros, convergindo com a mudança de instalações para um novo pavilhão, através de mais uma parceria com a Câmara Municipal. | Portugal Inovador Crescente influência Dois anos após o primeiro contato, procurámos conhecer o panorama atual da J3LP, filial do Grupo J3L, direcionada para a comercialização de artigos para marcas de luxo, empregando, de momento, 190 pessoas. Recuando a 2005, época em que a J3LP se instalou em Portugal, a empresa originária de França principiou a sua atividade de polimento de pequenas peças luxuosas com uma equipa de nove colaboradores. O crescimento, esse, foi sendo gradual e, entre 2009 e 2011 – época que se verificou um crescimento exponencial –, deu-se a troca necessária de infraestruturas, tal o volume de produção, atingindo no final desse espaço de tempo os atuais 190 colaboradores: “O nosso cliente tem tido volume de negócios sustentados e nós, naturalmente, temos que acompanhar essa evolução”, apontou Paulo Nobre, diretor geral da filial portuguesa. Qualificando os seus funcionários como “verdadeiros artistas” e reforçando a ideia de que o polimento “é uma arte”, sendo precisos “quatro a cinco anos para formar um bom polidor”, o responsável pela J3LP chamou a atenção para a formação direcionada a este setor “específico” que tem dado resposta à vaga de desemprego que cobriu a região: “O principal problema é esse, mas têm-se verificado alguns desenvolvimentos com vista ao arranque de formações em CNC’s”, ressalvou Paulo Nobre, adiantando que “as empresas estão cientes de um papel mais ativo por parte da Escola Profissional do Fundão”. O modus operandi das empresas pertencentes a este cluster está talhado para “responder a timings muito apertados”. Concretizando essa tarefa, o suporte dado pela J3LP ao Grupo é “deveras importante”, atuando também como força viva na promoção do Fundão: “Colocamos o nome da região no mapa da relojoaria e do polimento. Hoje os clientes do Grupo já ouviram falar de nós”, garantiu Paulo Nobre. Já se passaram quase 10 anos desde que a J3LP se instalou na Beira Interior do país. Desde então, as mudanças foram-se sucedendo. De forma direta ou indireta, a J3LP trouxe benefícios a todo o tipo de serviços existentes, inclusive ao tecido empresarial, além do nível de empregabilidade: “50% das pessoas que trabalhavam nas empresas têxteis foram empregadas aqui”, continuou. Além disso, o responsável acrescentou que a empresa envolve-se junto da própria comunidade, apoiando associações e clubes desportivos, “tendo um peso importante na economia local”. Traçando um futuro próximo, Paulo Nobre perspetivou um volume de negócios na ordem dos cinco milhões em 2015, estimando atingir os 220 colaboradores com a abertura de novas instalações. | Novembro I 31 Portugal Inovador Aposta no Interior A Sipolux marca presença no Fundão e dedica-se ao polimento de artigos metálicos de luxo, dedicando-se ao desenvolvimento da região, através da qualificação de mão-de-obra. Em Portugal há quase 10 anos, a Sipolux é uma filial pertencente ao Grupo francês Silvant. “Trabalhamos toda a parte produtiva, ou seja, somos os profissionais do polimento de peças de luxo como joalharia, bijuteria e relojoaria para as mais conceituadas marcas francesas e suíças”, inicia a gerência. Partindo de uma reduzida mão-de-obra que existia no Fundão, a Sipolux criou as suas raízes, evoluindo de uma empresa com 15 pessoas para outra com 70. Quando se mudaram de Alcaria para o Fundão, em 2011, o crescimento foi extraordinário, tanto nos recursos humanos, como na quota de produção, nos equipamentos e na própria estrutura da empresa. A experiência é fundamental neste ramo sendo verdadeiramente difícil encontrar alguém com for- 32 I Novembro mação específica na área. Assim, a Sipolux tem que se encarregar de fornecer esse conhecimento: “É um período extremamente longo, que pode prolongar-se até cinco anos. É complicado para uma empresa gerir este encargo, mas é o meio de conseguirmos dotar o profissional inexperiente de toda a capacidade e a técnica necessárias para manusear todos os produtos e equipamentos do ramo”, indica a gerência. Esta componente é de extrema importância para a Sipolux, que está a ser apoiada nesse sentido pela Câmara Municipal, pela CIMT, pelo IEFP e pelo Centro de Formação, que está a ser criado em torno do ramo. Este facto é excelente para o desenvolvimento do setor, principalmente pela componente de formação em contexto de trabalho, inserida no curso, e que fornece aos jovens as ferramentas práticas necessárias. Ao trabalhar em conjunto com diversas entidades para a fomentação e crescimento da região, já são notáveis as mudanças em termos qualitativos da mão-de-obra. Este fator poderá ser o decisivo para a implementação de novas empresas estrangeiras no Fundão. “Este cluster é fulcral para a valorização do Fundão. Já passámos a barreira das 800 pessoas que trabalham neste ramo e toda a economia que gira em torno desta atividade tem evoluído bastante”, termina. A Sipolux é uma empresa aberta e trabalha em prol do concelho e da região, tanto em termos económicos como sociais. Hoje, já têm estrutura para aumentar a capacidade de produção e falta dar o próximo passo no projeto de expansão. No final de 2015 vão conseguir dar esse salto enorme na capacidade de produção e também a nível de recursos humanos e, talvez, “até receber outras fases de produção que o Grupo necessita”. | Portugal Inovador Exportar design A Detalhes e Design, empresa instalada em Castelo Branco, tem-se afirmado como um exemplo de internacionalização bem-sucedida na área do design de interiores. Este projeto do casal Andrea Malta e Nuno Vaz comemora o seu 15º aniversário. Após terem dado início ao negócio com “um espaço pequeno”, deram um grande salto com a criação do espaço onde estão atualmente presentes, em 2008. Este espaço, que numa primeira impressão transmite-nos logo uma sensação de amplitude, foi criado inteiramente de raiz e é aqui que a Detalhes e Design “pode demonstrar aquilo que pode fazer”. A instalação em Castelo Branco, de onde são naturais, suscitou algumas dúvidas iniciais por parte do público que rapidamente se dissiparam. Esta população, na qual se verificava em grande medida o hábito de fazer compras em Lisboa, mudou um pouco a sua mentalidade graças a empresas como esta. Hoje em dia, a administração da Detalhes e Design pode orgulhar- -se de ter “criado uma situação inversa”, mediante a qual têm conseguido atingir com grande força mercados como, precisamente, o de Lisboa. Mas o dado mais ilustrativo do sucesso desta empresa está na chegada a destinos muito menos acessíveis às empresas do setor, como os PALOP: “Desenvolvemos atualmente uma fatia de mercado muito grande em Angola e Moçambique. Trabalhamos também nas ilhas, e tudo isso tem-nos conferido uma projeção muito simpática, quer em termos de potencial de trabalho, quer em termos de estabilidade. Esta exposição fez com que começássemos a ser convidados também para o desenho de linhas de mobiliário de algumas marcas nacionais. Por exemplo, somos decoradores de uma marca que marca presença em feiras pelo Mundo todo”. Sobre os argumentos com que se têm conseguido posicionar desta forma no mercado, Andrea Malta refere que a sua equipa tem “uma grande abertura para conseguir chegar àquilo que o cliente pretende”. Não deixando de haver uma coerência estética no trabalho da Detalhes e Design, a capacidade de adaptação aos gostos de cada cliente está bem vincada. Um aspeto prático que ajuda a que haja essa coerência e um toque próprio da empresa é o facto de desenvolverem projetos assentes em mobiliário cujo desenho, maioritariamente, é da sua própria autoria, ao contrário do que acontece com a maioria dos gabinetes da área. Num contexto destes, as perspetivas aqui alimentadas não poderiam deixar de ser positivas, sendo que um objetivo passa por uma maior presença direta nos mercados europeus. | Novembro I 33 Portugal Inovador “A nossa melhor propaganda são os resultados dos nossos alunos” A Escola Secundária Amato Lusitano, em Castelo Branco, está em funcionamento há mais de cinco décadas. Pauta-se por ser uma escola simultaneamente “inclusiva” e “virada para a excelência”. Na sequência da política nacional de criação de agrupamentos, esta escola é, agora, sede de um Agrupamento homónimo, que cobre um universo de alunos que vai do pré – escolar ao Ensino Secundário. São cerca de 2000 os alunos que compõem este conjunto, estando 800 a frequentar a escola-sede. O corpo docente é constituído por 200 professores no total e 120 ensinam na Amato Lusitano. “Temos grandes dificuldades em ter aqui todos os alunos que nos procuram”, lamenta o diretor João Belém, sendo que, ao mesmo tempo, este não pode deixar de ser um 34 I Novembro motivo de congratulação. A escola é uma referência na região, com altos índices de aproveitamento, um forte historial de atribuição de prémios aos seus alunos e uma forma de estar exemplar no âmbito da inclusão. A percentagem de alunos a frequentar os cursos Científico-Humanísticos (na oferta da escola, estão contempladas a área Científico-Tecnológica, Socioeconómica e as Artes) que chega ao Ensino Superior é de 90%. Também cerca de um quarto dos alunos do Ensino Profissional acaba por optar por esta via. Esta vertente está distribuída pelos cursos de Multimédia, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Mecatrónica e Apoio à Gestão Desportiva e a escola tem desenvolvido parcerias com as instituições de Ensino Superior da região. O reconhecimento da preparação destes alunos não se esgota na parte curricular. Recentemente, um aluno da Amato Lusitano recebeu o Prémio da Geração Euro das mãos de Mario Draghi. Também no Concurso Jovens Cientistas, esta foi a escola que arrecadou a maior quantidade de prémios e colocou dez equipas na final. O trabalho desenvolvido no campo das artes tem, igualmente, merecido “alguns prémios excecionais”. O caráter inclusivo é também, como já referido, uma forte preocupação. “Somos uma escola inclusiva no verdadeiro sentido da palavra e não no papel”, declara o diretor. Neste momento, são cerca de 130 os alunos com necessidades educativas especiais e são alguns os exemplos daqueles que concluíram o 12º dentro do Ensino Especial. “Aqui, os alunos aceitam muito bem a questão da inclusão e da diferença”, considera. Concluíndo, João Belém aproveita para se manifestar quanto à necessidade de se “investir mais na educação” e quanto ao “excesso de alunos por turma”: “É lamentável termos de aumentar o número de alunos por turma. Isso compromete bastante a qualidade do ensino e penso que todos os professores a nível nacional me acompanham neste lamento”. | Portugal Inovador Novembro I 35 Portugal Inovador “Os pais podem escolher a escola dos seus filhos” O Externato Capitão Santiago de Carvalho, instalado em Alpedrinha, concelho do Fundão, nasceu em 1968 com o intuito de colmatar as necessidades de instrução da comunidade local. A instituição é frequentada por cerca de duas centenas de alunos, do 5º ao 12º ano, e conta com 20 professores. Apesar de funcionar num contexto difícil, muito afetado pela interioridade, tem desenvolvido um trabalho que sente ser “muito apreciado quer pela população quer a nível dos rankings”. Com uma percentagem de 60% de alunos a beneficiarem de apoios estatais, o Externato confronta-se diariamente com as necessidades de “uma comunidade carenciada e com poucas expetativas em relação ao futuro”. Assim, a política com que lhes tem dado resposta é descrita sucintamente: “Fazer com que o Externato vá para a frente com o intuito de que a comunidade vá para a frente”. Concretizando, as preocupações pedagógicas desta instituição incidem prioritariamente em aspetos como a literacia e o espírito crítico, o que se reflete numa particularidade a nível curricular como a inserção da Filosofia para crianças, no 5º ano. “Estamos a falar de uma idade muito importante, em que os miúdos estão muito recetivos e abertos, e, com o tempo, isto faz com que se 36 I Novembro vá notando alguma autonomia de pensamento e atitude”, explica, o que não será alheio ao “excelente reconhecimento que os seus ex-alunos têm tido nas universidades para onde vão”. Com o objetivo simultâneo de canalizá-los para as suas respetivas vocações desportivas, intelectuais ou artísticas, o Externato também apresenta um amplo leque de clubes, como os de Judo, Xadrez, Jornalismo, Rádio, Teatro ou Música. Pese embora tudo isto, a direção do Externato não deixa de manifestar uma forte apreensão face aos constrangimentos que lhe são colocados pelo setor público. Os exemplos aqui são diversos. No que respeita à oferta educativa, recentemente foi-lhe negada a abertura do curso profissional de Viticultura, área considerada prioridade nacional para a qual esta foi a única escola do distrito de Castelo Branco a oferecer-se: “Porque razão o Estado sentiu necessidade de proibir a abertura destes cursos nos estabelecimentos particulares e de promover a sua abertura nas escolas estatais?”. A acompanhar isto, António Alberto Santiago nota haver pressões visando que os pais optem por matricular os seus filhos nas suas unidades em detrimento do Externato. “Temos um historial de mais de 20 anos de atividades com os alunos do primeiro ciclo das escolas locais, na área da leitura, da música e do inglês. Para nossa surpresa, essas escolas não foram autorizadas a integrar essas atividades conjuntas. Isto parece atentar contra o bem dos alunos e condicionar à partida a livre escolha do estabelecimento de ensino a frequentar”, aponta. Concluíndo, o nosso interlocutor deixa a “mensagem nacional” de que “a decisão sobre o futuro e a educação dos filhos cabe unicamente aos pais” e que “qualquer um que esteja cansado dos grandes centros e preocupado com o futuro e com a educação dos seus filhos está convidado a vir para Alpedrinha, onde tem uma escola fantástica, podendo usufruir de um ensino da melhor qualidade”. | Portugal Inovador Novembro I 37 Portugal Inovador “Uma escola para todos, um percurso para cada um” Este lema sintetiza o trabalho que diariamente é desenvolvido na Escola Secundária Campos Melo junto dos seus alunos. Instituída em 1884, na Covilhã, o propósito inicial desta escola estava relacionado com a necessidade de formar técnicos para a indústria têxtil local. Evoluindo logo desde essa altura, a oferta educativa foi alargando à medida das necessidades do mercado empresarial, para as áreas de Eletricidade, Contabilidade e Mecânica. A formação profissional esteve sempre ligada à identidade desta escola. Atualmente, a Campos Melo apresenta a maior diversidade de oferta educativa no distrito. “Queremos ser uma escola inclusiva e abrangente; que os alunos sejam aqui recebidos e que lhes seja proporcionada a oferta educativa para a qual eles têm perfil, articulando-a também com as necessidades da comunidade”, sublinha a diretora, Isabel Fael. Assim, no âmbito dos cursos científico-humanísticos, esta oferta contempla a área das Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Artes Visuais e a via profissionalizante inclui, neste 38 I Novembro momento, os cursos de Técnico Auxiliar de Saúde, Técnico de Comércio, Técnico de Receção, Técnico de Coordenação e Produção de Moda, Técnico de Organização e Gestão de Eventos, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de Mecatrónica, Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, Técnico de Desenho de Mobiliário e Técnico de Manutenção Industrial, na variante de Eletromecânica. A formação para adultos tem igualmente merecido uma forte atenção, através da parceria com o estabelecimento prisional local e a criação do CQEP: “Procuramos fazer o melhor para que a nossa população possa evoluir. A taxa de conclusão do Ensino Secundário na região é baixa comparativamente à nacional e queremos que as pessoas, que têm esta perceção de que a educação ao longo da vida é importante, possam encontrar aqui uma resposta aos seus anseios de melhorar a sua qualificação académica e à sua perspetiva de progressão ao longo da vida”. “Há mais vida para além das aulas” A relação da Campos Melo com os seus alunos não se esgota, contudo, na vertente curricular. A máxima acima referida traduz-se, por isso, numa ampla diversidade de clubes e projetos, nos quais esta comunidade estudantil se pode integrar. A nossa interlocutora chama a atenção para “a aposta clara numa formação para a cidadania que aqui é feita, para além da formação científica e tecnológica que também se quer muito estruturada, assente num rigoroso e exigente trabalho personalizado”. Concretizando, deixa clara a intenção de “proporcionar aos alunos o máximo número de experiências possível para a sua formação enquanto cidadãos ativos, interventivos e empreendedores”, a qual se aplica, designadamente, em clubes premiados nacional e internacionalmente como os de ho- Portugal Inovador lografia, biotecnologia ou robótica, ou nas atividades de voluntariado desenvolvidas a nível local, que têm criado “laços de proximidade e uma maior atenção ao próximo”. Realça, ainda, os projetos de intervenção artística que têm beneficiado o Hospital Pêro da Covilhã, o Lar de S. José e diversas outras entidades e espaços públicos da cidade, de prevenção do abandono escolar (premiado pela EPIS) e de educação para a saúde, de entre um vasto número de iniciativas que procuram dar corpo a um Projeto Educativo que tem vindo a merecer a recetividade da comunidade educativa e o apreço da Câmara Municipal que, nas comemorações do 120º aniversário da instituição lhe concedeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal, “pelos relevantes serviços prestados ao concelho na área da educação”. A assinatura do Contrato de Autonomia, em 2013, e o resultado de Muito Bom obtido em todos os domínios, na última Avaliação Externa (2014), constituem, para a diretora, “um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e um estímulo a prosseguir no rumo da excelência do serviço educativo”. Sendo esta uma escola condicionada pela interioridade mas que, ao mesmo tempo, se propõe a estar no topo da inovação pedagógica, Isabel Fael considera que este fator já não constitui uma “fatalidade”. “Temos realizado muitas atividades em termos de viagens e visitas de estudo, mantemos também muitas parcerias com vista à Formação em Contexto de Trabalho e temos equipamentos (como a nossa biblioteca), através dos quais os nossos alunos podem aceder à informação que, muitas vezes, não têm em casa”, explica. É desta forma que este universo de 800 alunos tem encontrado “todas as condições para conseguirem estar no mundo da melhor forma possível”. | Novembro I 39 Portugal Inovador “As colaborações e parcerias enriquecem a oferta educativa” Pelo périplo intermunicipal, o presidente do Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova, António Salgueiro, partilhou a sua visão em relação ao papel do ensino no desenvolvimento regional. É um dos agrupamentos escolares mais antigos do país – 12 anos de existência e está enquadrado num TEIP (Território Educativo de Intervenção Prioritária,) situando-se num concelho com cerca de 9500 habitantes, pertencente ao distrito de Castelo Branco. Trata-se de um agrupamento vertical de âmbito concelhio delimita-se entre Idanha-a-Nova e localidades limítrofes como Ladoeiro, Zebreira e Penha Garcia, contabilizando cerca de 800 alunos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário distribuídos pela EB 2/3 José Silvestre Ribeiro (escola-sede), quatro escolas de 1º ciclo do ensino básico e oito jardim-de-infância. “Já foi um organismo com mais estabelecimentos de ensino do que aqueles que possui atualmente”, introduziu António Salgueiro. O responsável máximo pelo Agrupamento reiterou, previamente, que as preocupações “principais” passam por “formar alunos, através da transmissão de valores e conhecimento, na busca de se tornarem cidadãos ativos”. Apesar do decréscimo constante de jovens a frequentar o ensino, António Salgueiro reiterou que o Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova, desde 2001, tem vindo a prestar um “grande” contributo na vertente da qualificação escolar e profissional da população adulta, com a criação do RVCC (Reconhecimento, 40 I Novembro Validação e Certificação Profissional), posteriormente o Centro Novas Oportunidades e agora o CQEP (Centro de Qualificação e Ensino o Profissional), exercendo a sua ação no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (concelhos de Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Penamacor e Vila Velha de Ródão, Oleiros e Proença-a-Nova). Parceria e formação “O tempo em que se trabalhava isolado já lá vai”, afiançou António Salgueiro, sublinhando que “os professores estão obrigados a dar resposta aos desafios e a desempenhar múltiplas funções”. Dessa forma, o Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova – enquanto TEIP – beneficia, entre outros, de recursos financeiros da Administração Central para afetar à formação contínua de professores, designadamente em ações no âmbito da Avaliação das Aprendizagens, Gestão de Sala de Aula, Pedagogia Diferenciada, Supervisão Pedagógica, etc. Neste sentido estabelece parceria com a Universidade de Évora e o Centro de Formação de Portalegre. Ademais, o envolvimento dos alunos em projetos resultantes de um trabalho de parceria com entidades e organismos locais, traduz-se num ganho pedagógico e NO enriquecimento do currículo formal, como é o caso, entre outros, do projeto “RIOS” em parceria com o Geopark Naturtejo e o projeto “Os pequenos Boticários”, resultado de uma parceria com a empresa do concelho, Aromas do Valado, e o valioso apoio da autarquia, tendo conquistado o 1º prémio no concurso da Fundação Ilídio Pinho, salientado as vantagens e os ganhos de uma prática de trabalho colaborativo. | Portugal Inovador Nove línguas, mil e uma oportunidades O Centro de Línguas Lancaster College é um nobre elemento na vertente do ensino, atuando em colaboração com diversos organismos e entidades da Covilhã. Gertrudes Rocha esteve ligada ao ensino na sua terra natal durante vários anos da sua carreira profissional até vir para Portugal. A sua paixão pelo ensino fez com que encontrasse o Lancaster College, uma escola de línguas que cativou pelo seu conceito e foi lá que inscreveu a sua filha, ainda pequena, numa das escolas do grupo em Santa Maria da Feira. Após uma década, tomou a decisão de adquirir o Centro de Línguas Lancaster College na Covilhã, no qual implementou princípios intrínsecos à sua metodologia como horários adequados e flexíveis, carga horária alargada e um limite máximo de alunos, reunindo uma equipa jovem, dinânica: “Sim, pois o processo do ensino/aprendizagem passa pelas idiossincrasias e capacidade empática do professor”, afirmou. Com 30 anos de história, tem vindo a desenvolver um trabalho de vanguarda na Covilhã e região das Beiras, tendo como base um método de ensino ligado a organismos internacionais tais como ambridge, Ministério da Educação Francesa, Instituto Goethe, Instituto Cervantes e diversas universidades e embaixadas. A chegada da nova administração foi a alteração fundamental para que o instituto fosse alcançando um nível de excelencia. “Actualmente é com grande satisfação que nos podemos deparar com filhos de antigos alunos do Lancaster College aprendendo as variadas línguas nas nossas salas de aula.” Hoje, com cerca de uma dezena de profissionais, várias salas de aula, um considerável número de alunos – com idades compreendidas entre os 4 e os 64 anos –,um espaço aprazivel e acolhedor, tem nove cursos à disposição nomeadamente inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, chinês, japonês, sueco e norueguês, viagens anuais ao Reino Unido e aos Estados Unidos da América e uma série de ações inovadoras e criativas. O Lancaster College desde há muito abriu portas para o mundo e através de inúmeros protocolos existentes foram estabelecidas parcerias com a Universidade da Beira Interior, politécnicos regionais, escolas públicas e privadas. Fazem também parte da panóplia de serviços do Centro de Línguas Lancaster College Covilhã o departamento de tradução e certificação de documentos, retroversão, revisão, prestação de serviços juridicos, interpretações em congressos, cursos técnicos e as próprias certificações de nível. Contudo, é notório um distinto orgulho por parte gestora quando se pronuncia sobre projetos do instituto. As aulas de Chinês no Conservatório Regional de música têm “deixado os pais e professores bastante orgulhosos”, comentou. O projeto mediado pela Cruz Vermelha da Covilhã “aulas de inglês pro bono” para os reclusos do estabelecimento prisional da Covilhã reforçam ainda mais a responsabilidade social da entidade – “que está muito bem e recomenda-se” – na Covilhã e toda a região. | Novembro I 41 Portugal Inovador Reunir sinergias em torno da região Criada em 2013, a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa tem como foco principal o desenvolvimento e valorização de uma das regiões mais envelhecidas da União Europeia. O trabalho desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa influencia, de múltiplas formas, cerca de 90 mil habitantes espalhados por seis municípios – Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão – que integraram o organismo com o intuito de “ajudar a região na concretização de projetos para o seu desenvolvimento”, através dos quadros comunitários, tendo em vista “a prosperidade no panorama nacional”. João Paulo Catarino, atual presidente, considera que estas comunidades intermunicipais “serão aquilo que o governo e os autarcas pretenderem que venham a ser, dependendo das competências que lhes vierem a ser 42 I Novembro atribuídas”. O autarca considera que a implantação das comunidades deveria ser mais debatida com a sociedade civil e que o presidente deveria ser eleito, evoluindo para um modelo de regionalização. Debatendo-se, atualmente, com desafios como a baixa natalidade, despovoamento e encerramento de serviços públicos, o responsável assume “uma posição ativa no combate a essas situações”, reiterando a importância de parcerias e políticas concretas que promovam a fixação de pessoas e que criem condições de igualdade no acesso aos serviços públicos e ao emprego. Classificando como “decisiva” a correta aplicação dos fundos comuni- tários, João Paulo Catarino frisou que o emprego é “vital” e nesse sentido a aplicação dos fundos do novo quadro comunitário deverá prever “majorações para as regiões em que os rendimentos per capita são mais baixos e em que a captação de investimento privado para a criação de emprego se torna mais difícil”. O plano estratégico da região para o próximo quadro comunitário terá como linhas mestras o setor do turismo (com relevo para o Geopark Naturtejo), agroalimentar – valorizando mercados que reconheçam o valor de produtos como o azeite, o vinho e o queijo – e floresta, com destaque para as energias renováveis, nomeadamente a solar e a biomassa florestal, além da eólica. Apoiar a internacionalização das empresas é um dos objetivos da Comunidade Intermunicipal, que recentemente reforçou parcerias com a Câmara de Comércio luso-francesa. Consciente de que integra as NUTS III com maior taxa de envelhecimento da União Europeia, a CIMBB prepara-se para apresentar o plano estratégico que servirá de base à aplicação dos fundos comunitários na região, durante o período de 2014-2020, e que se espera venha a permitir uma melhoria significativa na captação de emprego privado, na valorização dos recursos endógenos e no aumento significativo do turismo, com especial foco para o turismo de saúde e o turismo de natureza. | Portugal Inovador “Um pilar onde todos se conhecem e apoiam” As relações e momentos de convívio fomentados em prol dos seus clientes, albergando a comunidade, tornam o Centro Social Nossa Senhora das Necessidades de Alcaria um nobre marco ao nível social. Decorria o ano de 2005 quando um grupo de Alcarienses iniciou o projeto de criação da instituição, contando, além da população, com o apoio da Câmara Municipal do Fundão e da Junta de Freguesia de Alcaria, organismos públicos que “compreenderam a necessidade de responder às necessidades da população”. Designada Instituição Particular de Solidariedade Social em 2006, é declarada Instituição de Utilidade Pública em 2007, ano em que concorre ao “Programa Pares I”, com um projeto para construção da Estrutura Residencial Para Pessoas Idosas, aprovado no mesmo ano. Iniciadas as obras em 2008, foram concluídas em 2009, tendo a resposta social entrado em funcionamento em janeiro de 2010. O Centro Social Nossa Senhora das Necessidades de Alcaria desenvolve a prestação de serviços junto de 70 clientes no âmbito das respostas socias de Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário e Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, e para tal conta com um quadro de pessoal composto por 30 Colaboradores. Dispõe de cerca de 300 Associados. Tratados com a dignidade e o respeito que merecem, independentemente da idade e/ou situação de dependência, são os clientes desta Instituição verdadeiramente felizes, cuidados pela melhor equipa possível, sustentada no profissionalismo, dedicação e paixão pelo que diariamente fazem. O desafio que se impõe ao Centro Social Nossa Senhora das Necessidades de Alcaria passa por “manter a sustentabilidade numa época atribulada para várias instituições”, sendo imperativo “haver cautelas no futuro”. | Novembro I 43 Portugal Inovador Em missão pela responsabilidade social Anabela Pinto, provedora, e a sua equipa, desde há dois anos, incumbiram-se de repor à Santa Casa da Misericórdia de Belmonte a plenitude das suas capacidades, de forma a corresponder às exigências sociais. No périplo pelo concelho de Belmonte, um dos distritos de Castelo Branco, pertencente à sub-região da Cova da Beira, conversámos com a atual provedora de uma instituição com nobre responsabilidade social, desde o século XVII, e que foi atravessando “diversas alterações”; estando desde 1980 a funcionar no atual molde de apoio prestado a idosos e crianças, através das valências de lar, infantário e apoio ao domicílio. Seria apenas no início do século que a Misericórdia viria a ser revitalizada, fruto dos bens que Maria José Soares deixou a favor da instituição, para que se fundasse um hospital. As sucessivas reestruturações e a oscilação da conjuntura económi- 44 I Novembro co-financeira originou períodos de grande conturbação, mas Anabela Pinto, enquanto responsável direta pelo futuro da instituição, mostrou-se ciente das necessidades sociais das 300 pessoas apoiadas, revelando também envolvimento no Programa Alimentar das Cantinas Sociais, transporte escolar, através de uma parceria com a Câmara Municipal e o fornecimento de refeições escolares: “Acarreta enorme responsabilidade, sabemos disso. A estrutura pesada e a abrangência de serviço obrigam-nos a um grande esforço. Mas, estamos a unir-nos de forma a reerguer esta casa”, apontou a provedora. Anabela Pinto mostrou-se defensora do voluntariado na área social, adjetivando-o como “importante”, qualificando, simultaneamente, os seus 95 colaboradores – com um serviço de enfermagem 24 horas diárias – como “altamente capazes”. Com animação sociocultural adaptada às fragilidades de cada utente, a Santa Casa da Misericórdia – maior empregadora da região – proporciona atividades ligadas à música, teatro e artes manuais, criando ambientes “aprazíveis onde todos se divertem”. Todavia, Anabela Pinto alertou para os cuidados a ter com a formação e capacitação dos seus funcionários: “Estamos atentos a esse pormenor. Não é só a questão de cansaço físico, mas também a nível psicológico. Não é propriamente fácil lidar com pessoas que têm grandes necessidades e timings muito próprios”, sublinhou a provedora. Além do papel desenvolvido socialmente pela Santa Casa da Misericórdia de Belmonte, a instituição está apetrechada de infraestruturas – o maior auditório do concelho e um autocarro de 25 lugares – que podem servir a população, caso outras entidades assim o necessitem, mantendo uma posição de “total” abertura à comunidade: “Somos a instituição mais ativa da região e pretendo que continue aberta à comunidade, chegando o mais longe possível nas mais diversas áreas”, reiterou Anabela Pinto. | Portugal Inovador Garante da sustentabilidade social Em colaboração com outras entidades, a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco assume, de forma inequívoca, a responsabilidade social “acrescida na atualidade”. A data da fundação -a exemplo da maior parte destas instituições-não se encontra esclarecida porém aponta-se para 1514, ano dado após a atribuição de um foral por parte de D. Manuel I. Previamente, a atual Instituição era composta por um pequeno conjunto de confrarias que prestava cuidados a pessoas com algum tipo de patologia. Manuel Duarte Cardoso Martins, provedor vigente, que está ligado à Santa Casa da Misericórdia desde 2009 – anteriormente desempenhou funções de tesoureiro e vice-provedor – iniciou a sua intervenção enumerando os principais marcos da história cronológica da Instituição, aludindo a Bartolomeu da Costa, natural de Castelo Branco – frequentemente tratado como “frei” mas na realidade foi cónego e tesoureiro da Sé de Lisboa – caracterizando-o como “uma pessoa boa, solidária e altamente interessada em ajudar os mais desprotegidos” e que, após a sua doação dos seus bens á Misericórdia, permitiu a sustentabilidade de um hospital durante várias décadas. Após a estatização do hospital da Misericórdia também designado por Hospital Regional de Castelo Branco, no ano de 1977 a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco viu-se obrigada a abarcar novas valências, direcionadas, então, às crianças e idosos. Assumindo “as dificuldades em gerir uma Instituição com tamanha dimensão na atual conjuntura que o país atravessa”, a Santa Casa da Misericórdia tem uma equipa de 400 funcionários que presta o seu apoio e cuidado a 1200 pessoas, apoiando-os através de inúmeras infraestruturas e respostas sociais, com uma gestão “fiel aos princípios”, “sem discrepâncias” e “com um equilíbrio financeiro” baseado em mensalidades dos utentes, calculadas de acordo com a realidade de cada pessoa, beneficiando ainda do apoio do Centro Regional da Segurança Social, da Câmara Municipal de Castelo Branco e Junta de Freguesia entre outros. Consciente da “profundidade social deste trabalho”, o provedor esclareceu, todavia, que a motivação profissional surge da “disposi- ção de cada um”, reiterando que o voluntariado – vertente social – é bastante “ativo”, contabilizando cerca de 50 voluntários. Em parceria com o IEFP e as demais Instituições do conselho ligadas ao ensino, nomeadamente o Instituto Politécnico de Castelo Branco no sentido da realização de estágios profissionais e curriculares nesta área, Manuel Cardoso Martins sublinhou a necessidade de mais protocolos para alavancar “um trabalho realmente exaustivo”, assumindo, indiscutivelmente, a “responsabilidade social e a superação de todos os desafios”. | Valências: - Quatro estruturas Residenciais para Pessoas Idosas e Acamadas; - Quatro Creches e Jardins de Infância; - Três Centros de Dia e de Convívio; - Unidade de Cuidados Continuados; - Centro de Medicina e de Reabilitação fisiátrica; - Serviços de Saúde 24h por dia; - Serviço de Apoio Domiciliário; - Emergência Social; - Cantina Social; - Apoio Espiritual e Religioso. Novembro I 45 Portugal Inovador “Este trabalho enche-nos de orgulho” Esmiuçando o panorama intermunicipal da Cova da Beira, Carlos Jerónimo partilhou a sua visão sobre o trabalho desenvolvido na área social, principalmente, no apoio à terceira idade. Fundada em 1999, a Associação de Solidariedade Social de Silvares, pequena freguesia do concelho do Fundão, levou a cabo, em 2012, a edificação do Centro Comunitário das Lameiras, com o intuito de exercer a prática de responsabilidade social. Na atualidade, é o maior empregador da zona Sudoeste do concelho, prestando apoio social a 120 pessoas, através de 40 colaboradores “jovens, qualificados e dinâmicos”. O presidente da Associação, Carlos Jerónimo, iniciou a conversa abordando a criação do projeto, argumentando que a situação económica que se observa no Interior do 46 I Novembro país levou a “um grande aumento da emigração de gente qualificada” que espelha agora uma situação de “desertificação e isolamento”. “Permanecendo os idosos, há problemas sociais que se refletem a vários níveis. É nesse sentido que o Centro Comunitário mostra-se disponível para dar resposta a essas necessidades”, sublinha Carlos Jerónimo. Considerando ser “uma forma de combate ao isolamento”, o responsável acredita também que é um ponto a favor da fixação populacional: “Obtém-se maior participação de pessoas qualificadas na área podendo diversificar as valências já existentes”, apontou. O Centro Comunitário das Lameiras tem infraestruturas com capacidade para acolher uma creche destinada a 25 crianças, um centro de dia para 20 idosos, uma estrutura residencial para idosos e ainda um serviço externo de apoio ao domicílio. Classificando o voluntariado como “pouco significativo”, Carlos Jerónimo atribuiu total confiança aos profissionais de enfermagem, fisioterapia e assistentes socioculturais que trabalham no Centro, mantendo a amplitude do seu serviço, que se estende até à cultura, como a visita a uma Feira Internacional de Arte Rural em Salamanca, ao Santuário de Fátima, Museu de Pão e à praia da Nazaré, culminado assim em satisfação: “Enche-nos de orgulho saber que conseguimos oferecer condições de vida a pessoas que viviam numa situação muito preocupante”, afiançou o presidente da Associação. Assente numa política de redistribuição, Carlos Jerónimo delineou os seus objetivos apontando a abertura, através do próximo quadro comunitário, de uma unidade de saúde com mais serviços médicos e terapêuticos, a construção de mais uma ala de quartos que vai permitir criar 20 novos postos de trabalhos, “na tentativa de proporcionar as melhores condições de vida aos idosos na sua reta final da vida”, frisou. | Portugal Inovador Internacionalização com otimismo A Procifisc, empresa albicastrense especializada nos serviços de Engenharia e Arquitetura, tem conhecido um forte sucesso na entrada em novos mercados. Filipe Lourenço, engenheiro responsável por este projeto, fez-nos o balanço dessa experiência. “Aparecemos num ano difícil, como têm sido os últimos, daí que eu tenha nascido como empresário no meio das adversidades e não saiba como é trabalhar noutro contexto”, refere o nosso interlocutor. Foi assim, mentalizado na procura de caminhos alternativos, que Filipe Lourenço desde cedo se preocupou em evoluir no sentido de dar à sua empresa “um cariz exportador e inovador”. A nível interno, a Procifisc mantém-se “uma empresa de referência”, aproveitando as portas abertas que o mercado tem proporcionado como os serviços de certificação energética e avaliação imobiliária. De certa forma, esta área tem compensado a escassez de novas obras. No entanto, onde realmente está a projetar o seu futuro é nos mercados externos, nomeadamente em África e na América do Sul. Se no ano transato a exportação representava 45% da faturação total, este ano já evoluiu para uma percentagem na ordem dos 60 a 65%. Simultaneamente, tem havido um esforço para diversificar os mercados-alvo, estando a Procifisc agora presente noutros destinos como República Dominicana, Marrocos, Nigéria ou Guiné Equatorial, a juntar ao que já vinha sendo realizado em Angola e S. Tomé e Príncipe. Ainda dentro do espaço lusófono, o Brasil é também outro mercado em exploração. Quando questionado sobre a maneira como tem conseguido dar resposta a este desafio, o responsável é perentório ao comparar o seu trabalho com o que “os nossos navegadores faziam há 500 anos”. O fundamental, no seu entendimento, é a aprendizagem da cultura local: “Sempre que entramos num mercado temos, naturalmente, de encontrar parceiros locais, o que não passa apenas por lá chegar e dizer que queremos ser parceiros. Temos que perceber o funcionamento da respetiva cultura para depois entendermos como deverá ser a nossa abordagem e como é que nos poderemos apresentar como um valor acrescentado. Temos de ir à descoberta, no fundo”. Esta experiência até agora só pode ser descrita como positiva, dada a “excelente forma” como a Procifisc tem sido recebida: “A internacionalização, ao nível das pequenas empresas, é ainda um conceito muito recente, daí que não haja teorias nem modelos certos, mas o nosso, felizmente, tem funcionado”. Assim, as expetativas para 2015 são de continuidade deste seu crescimento. Internamente, com o previsto aumento do consumo interno, Filipe Lourenço antecipa que isso se reflita também e que “o tecido empresarial nacional venha a ter um funcionamento distinto”. Mas é o plano externo que concentra o seu otimismo, sendo o responsável muito claro quanto à sua sensação de que “a Procifisc vai galopar”. Justificando, “as sementes que a empresa tem colocado nos mercados externos vão germinar e daí vão surgir efeitos muito positivos”. | Novembro I 47 Portugal Inovador Cooperativismo e vinho maduro A Adega Cooperativa do Fundão situa-se na região da Cova da Beira, sendo uma das entidades de maior referência no que toca à produção vinícola e fundada em 1949 onde “luta pela sua sustentabilidade”. Vila Velha do Ródão pertencem á área social da Adega, formando na sua totalidade 1500 hectares de vinha e mais de mil produtores associados, comercializa perto de dois milhões de garrafas de vinho por ano, o seu volume total de produção anual é aproximado aos quatro milhões de quilos de uva, sendo 70% tinta e os restantes 30% de uva branca. No seu todo, 80% destina-se para o mercado nacional e restante ao mercado internacional – podendo ser encontrado nas grandes superfícies e em pequenas garrafeiras. “O seu mérito é reconhecido pela qualidade dos seus vinhos como provam as diversas medalhas recebidas nos últimos anos” Já no século I d.c. se cultivava a vinha e produzia-se, de forma muito rudimentar, vinho. Atividade essa que foi trazida para a Península Ibérica pelo povo romano, aquando da sua estratégia de ocupação. Altura em que, e de acordo com Albertino Nunes, nosso interlocutor, foi encontrada no meio de vinhas uma estatueta em formato de homem carregado 48 I Novembro com um cesto de uvas á cabeça. Em 1949, aquando do nascimento da Adega Cooperativa do Fundão, a figura foi designada como seu símbolo por toda a história que corporizava. A sua área social é composta por mais cinco concelhos além de Fundão também os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Proença-a-Nova, Penamacor e Assente o seu trabalho em valores como qualidade, excelência e inovação, a Adega Cooperativa do Fundão – PME Líder em 2013 e 2014 – já arrecadou, desde 2003, 47 prémios em 30 eventos direcionados ao setor vitivinícola, entre eles medalha de ouro no Wine Masters Challenge em 2006, medalha de prata no Concurso Nacional de Vinhos em 2011, duas medalhas de bronze pela Associação de Escanções de Portugal em 2012, uma medalha de prata no Concurso Mundial de Vinhos em Bruxelas e mais três medalhas de prata no Wine Masters Challenge no ano passado, Portugal Inovador tendo, portanto, uma panóplia de vinhos premiados. Questionado acerca deste notório sucesso num espaço de cinco anos, Albertino Nunes justificou com a reformulação do setor, com equipamento e tecnologia: “Devendo-se ao salto qualitativo que a adega deu desde a década de 90, quando foi reformulada com a criação dos V.Q.P.R.D (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada), com a inclusão de alguns projetos do PRODER e PROAGRIS”, disse. “É claramente um ex-líbris da Cova da Beira e, no ponto de vista, é um dos marcos históricos desta região”, comentou o responsável acerca do estatuto adquirido pela Adega Cooperativa do Fundão. Ainda assim, o atual responsável não deixou de remeter algumas críticas ao poder central que está a “desincentivar o cooperativismo” e que “falta apoio aos minifúndios”, sistema de produção utilizada pela larga maioria da população idosa para subsistir. “Conheço a agricultura desde que era pequeno e, nos dias hoje, o setor agrícola está cada vez mais abandonado. É necessário desenvolver estratégias de combate à desertificação”, continuou Albertino Nunes. Todavia, o progresso e a continuação da produção por parte da Adega Cooperativa do Fundão é o principal objetivo, incluindo-se em projetos QREN e PRODER, visando atingir outros mercados: “Atualmente, temos uma candidatura a um projeto PRODER para investimento tecnológico que nos faz falta. Em termos de internacionalização, os frutos estão a surgir. Temos desenvolvido, recentemente, contactos com a China, além dos países onde se encontram os nossos vinhos.” Albertino Nunes, frisando a importância do trabalho feito é preciso para se alcançarem os objetivos, perspetivando o futuro: “Continuarmos a ser um dos principais promotores do nome da Cova da Beira”. | Novembro I 49 Portugal Inovador Pluralidade empresarial Sendo “atitude, profissionalismo e competência” a orientação para a equipa de trabalho e “inovação e criação de valor” a linha estratégica para o mercado, o Grupo ASSEC presta uma panóplia de serviços integrados em vários ramos empresariais. com um pequeno negócio, pois temos a convicção que o resultado vai agradar ao cliente e rapidamente poderemos oferecer outras respostas”, afiançou o responsável. Formar a toda a linha “A nossa estratégia passa por oferecer um serviço diferenciado e integrador”, ressalvaram Pedro Rodrigues e Carlos Mogo a propósito do objecto de intervenção do Grupo ASSEC. Esta definição de pensamento é o resultado de um processo evolutivo iniciado quando estes responsáveis, após a fase como colaboradores, decidiram adquirir a empresa-mãe ASSEC Consultores, em 1998, e fomentar novos negócios. Todavia, o início do projecto ASSEC remonta a 1989 – em vias de celebrar 25 anos -altura em que a ASSEC Consultores era a única empresa do grupo e os projectos de investimento o único ramo de negócio. Após a formalização do “take over”, foram criadas a ASSEC Ambiente que actua ao nível do 50 I Novembro ambiente, segurança e qualidade alimentar e a ASSEC SIM, direccionada para o design, soluções web e desenvolvimento de software. “Os quadros comunitários estavam em fase de transição e decidimos não ficar dependentes deles. As áreas que escolhemos eram inovadoras na região e no país”, afirmou Carlos Mogo. “Entrámos de repente em vários projectos e negócios, o que exigiu e exige muito de nós, mas o Balanço é positivo”, referiu Pedro Rodrigues. Fidelizar clientes – o segredo O objetivo foi sempre “conquistar a fidelização sustentada do cliente”, proporcionando-lhe “soluções integradas”. “Nunca nos preocupamos em iniciar uma relação comercial Actualmente, o Grupo ASSEC conta com 28 colaboradores, na sua maioria licenciados – quando Pedro Rodrigues e Carlos Mogo assumiram a gestão eram apenas sete – estando certificados pela DGERT para a formação profissional e também pela ISO 9001 – Sistema da Qualidade. A evolução da equipa – que “contribuiu muito” para a distinção de PME Líder – deveu-se à importância atribuída aos Recursos Humanos. “Apostamos em pessoas qualificadas e valorizamos as suas competências”, reiterou Carlos Mogo. Conquistar mercado “Claramente, esse é o desafio. Temos a visão de que poderemos conquistar clientes, através da diferença, qualidade do serviço e relacionamento”, assumiu Pedro Rodrigues, que pretende “ganhar escala” alcançando novos mercados, sendo que as fronteiras de actuação há muito ultrapassaram a Beira interior. A vertente internacionalização tem sido feita essencialmente através da ASSEC SIM, tendo sido já realizados alguns projetos web, design e software em Angola, Cabo Verde e Brasil. | Portugal Inovador Apoio à instalação de empresas O gabinete CC TOC, prestador de serviços de contabilidade e assessoria com sede na Covilhã, conta com uma assinalável experiência no contacto com empresas francesas que se queiram instalar na região. Como começa por referir o responsável Carlos Carapito, “o leque de serviços prestados vai ao encontro daquilo que se encontra na generalidade dos gabinetes do ramo e está direcionado a todo o tipo de empresas”. A particularidade está, contudo, na especialização que tem conseguido desenvolver no apoio a empresas francesas. “Por razões de ordem familiar, estou muito à vontade com a língua francesa e foi nesse sentido que houve contactos e que comecei a ajudar essas empresas”, apresenta. Mostrando-se disponível para o auxílio no âmbito de tudo o que está subjacente ao estabelecimento de uma empresa, os parceiros franceses têm uma representatividade relevante dentro do seu volume total de negócio. A amplitude territorial destes contactos passa por todo o distrito de Castelo Branco. A região em que opera tem conhecido uma dinâmica muito positiva quanto à captação de investimentos de capital estrangeiro, facto ao qual não são alheias as boas condições que o responsável encontra: “Temos bons espaços industriais onde se possam implantar e temos também vantagens específicas em termos de mão-de-obra. Tí- “Temos exemplos de empresas que, estando dedicadas sobretudo ao mercado externo, estão muito bem e depois temos exemplos de empresas de setores tradicionais, dependentes do consumo privado interno, que estão a passar algumas dificuldades” nhamos uma indústria têxtil muito forte e, portanto, as pessoas estão bem capacitadas para o trabalho manual. Em simultâneo, também fomos beneficiados pelos incentivos à interioridade e a proximidade com o território espanhol, permite que as empresas que venham para cá com perspetivas de expansão possam aproveitar estes dois mercados”. Sobre o estado em que vê o tecido empresarial local, o retrato que nos faz encontra-se um pouco à imagem daquilo que é transversal ao resto do país. “Temos exemplos de empresas que, estando dedicadas sobretudo ao mercado externo, estão muito bem e depois temos exemplos de empresas de setores tradicionais, dependentes do consumo privado interno, que estão a passar algumas dificuldades,” descreve. Concluindo, este gabinete mostra-se “com capacidade instalada para fazer face a novos clientes que apareçam”, e os seus objetivos imediatos passam pela “aposta na criação de novos investimentos estrangeiros” e por uma “reorganização no sentido de aproveitar ao máximo as novas inovações tecnológicas no setor”. | “com capacidade instalada para fazer face a novos clientes que apareçam” Novembro I 51 Portugal Inovador Servir com conforto O Celeiro da Saúde distribuído por seis lojas, nas cidades da Covilhã, Guarda, Castelo Branco, Vila Real e Viana do Castelo, diferencia-se pelo seu serviço personalizado e de qualidade. Foi de corpo e alma que Anabela Costa abraçou este projeto em 2012. Hoje sabe que foi o seu conhecimento aliado a uma enorme vontade de trabalhar que proporcionaram a abertura destes espaços. O crescimento, esse, foi progressivo. A atividade principiou na cidade da Guarda e o reconhecimento do seu trabalho fez com que mais tarde lhe propusessem novas aberturas: Castelo Branco, Covilhã, Vila Real, e Viana do Castelo foram as cidades nomeadas. Novas soluções O frenesim sentido na era pós-moderna, fruto das exigências do mercado de trabalho, transporta consigo novas dificuldades. São esses os problemas que o Celeiro da Saúde tenta solucionar todos os dias, em busca de soluções alter- 52 I Novembro nativas para o bem-estar físico e psicológico do ser humano. É com entusiasmo que Anabela Costa aborda as questões envolventes a esta área tão rica e necessária: a saúde. Atendendo que o seu produto é cada vez mais procurado por todas as faixas etárias, os profissionais das diversas áreas apontam desde logo as propriedades benéficas e as indicações de bom uso, adequadas às necessidades de cada um. O cliente sente-se, aqui, ouvido e esclarecido. Natural é a palavra que caracteriza o produto. “Para todas as patologias existem produtos naturais, nós aconselhamos o melhor”, sublinha. A prevenção e a mudança de estilo de vida é o que leva as pessoas a procurarem novas soluções. “Há situações em que, numa primeira fase, para um melhor diagnóstico, temos de encaminhar o cliente a um médico, mas há outros casos que nós podemos indicar a melhor solução de imediato”, esclarece. O aconselhamento, cuidadoso e pormenorizado, é a chave do sucesso do Celeiro da Saúde. Anabela Costa procura num primeiro momento perceber a origem do problema do seu cliente, e só depois, posteriormente, indica o produto mais adequado para ele. As pessoas que vão ao seu encontro reconhecem o seu mérito, e por isso regressam às mãos de quem confiam. “Se os produtos forem bem aconselhados é normal que a pessoa se sinta bem, e se a pessoa se sentir bem, volta”, aponta. Nos diversos espaços são realizadas consultas de homeopatia, naturopatia e nutrição. Profissionalismo e dedicação demonstram e sustentam o balanço positivo do Celeiro da Saúde. De olhos postos no futuro Anabela Costa procura crescer gradualmente e de forma equilibrada. | Portugal Inovador Novembro I 53 Portugal Inovador Artigo de opinião Incluir a diferença “Chamo-me Cristopher John Boone. Sei todos os países do Mundo e as respetivas capitais e todos os números primos até 7507”, é uma das frases que dá início à história O Estranho Caso do Cão Morto de Mark Haddon. Cristopher Boone é um menino de descobertas, que gosta de romances de crime e mistério, de livros de ciência e matemática, que consegue dar visibilidade às palavras, tornando-as despertas como se estivessem presentes no exato momento em que as lemos. Saboreia o som da chuva, como um som de estática e de silêncio, adora dados factuais e detesta metáforas. E Cristopher Boone é ainda uma criança e traz já em si o sonho de um cientista. A síndrome de Asperger, uma forma de autismo, faz parte da sua vida. Comecei por falar no Estranho Caso do Cão Morto, não por ser um livro sobre um menino autista, mas sobretudo, por ser a história de um menino. Se estivermos atentos existem ex- “Princípios de pedagogia saudável, capazes de estimular a igualdade, coibindo-os do isolamento contínuo, assinalamse essenciais nesse processo educativo” 54 I Novembro plicações que nos podem ajudar a perceber melhor a história de vida que está por detrás dele e de muitos outros meninos e meninas espalhados pelo Mundo inteiro. Nas escolas é a vontade de aprender, e de ir à procura de verdades várias que valorizam o aluno. A resistência à novidade, e o sentimento de frustração em relação ao professor, são alguns dos sinais que nos podem alertar para o autismo. Educadores e cientistas há muito que tentam perceber as necessidades especiais das crianças, jovens, e adultos, para que de uma forma saudável os possam conduzir e integrar na sociedade, e no mercado laboral. A escola, como instituição social, assume um papel preponderante nesse âmbito. Princípios de pedagogia saudável, capazes de estimular a igualdade, coibindo-os do isolamento contínuo, assinalam-se essenciais nesse processo educativo. Mas para que na área das Necessidades Educativas Especiais o princípio da Inclusão tenha sucesso a mudança de atitudes torna-se premente. Esta mudança terá de ocorrer, não apenas nos professores, e nos pais, mas na sociedade em ge- Portugal Inovador ral, pois só assim podemos fruir, de igual forma, das mesmas oportunidades. Os pais, ávidos e vigilantes, são os primeiros a querer perceber as diferenças comportamentais que os seus filhos apresentam em relação aos outros. Quando os seus filhos são diagnosticados com autismo sentem-se frustrados pela falta de respostas dadas pelos médicos. Alguns descontentes com a irreversibilidade desde logo associada ao autismo tentam procurar a sua origem, ou uma explicação plausível em que possam confiar, arriscando em tratamentos menos convencionais. Sei que para a maior parte das pessoas o autismo é uma doença incorrigível, um transtorno unicamente cerebral permanente e irreversível, para a qual não existe cura, e de facto ainda não existem provas de que assim não seja. No documentário The autism enigma encontram-se expostos muitos esclarecimentos que podem estar associados à doença. Aí o autismo apresenta-se como o transtorno de desenvolvimento que mais cresceu no mundo, gerando o medo de que venha a ser a regra, e não a exceção, das famílias ocidentais. Ao longo do documentário são também reveladas diversas pesquisas realizadas por cientistas. Muitas delas mencionam uma possível relação entre as bactérias intestinais e o autismo. A poluição dos “Todos nós sabemos que a rapidez é a palavra que impera na era tecnológica, e existem com certeza inúmeras vantagens que podemos retirar dessa rapidez” países industrializados e o uso de antibióticos são aspetos que não deverão ser subestimados, pois também estes poderão contribuir para o desenvolvimento do transtorno. Todos nós sabemos que a rapidez é a palavra que impera na era tecnológica, e existem com certeza inúmeras vantagens que podemos retirar dessa rapidez, mas se estes estudos tiverem o seu fundamento, se existir de facto uma relação entre o ambiente, as nossas práticas alimentares e a vulnerabilidade ao autismo, penso que os sinais não deverão ser ignorados e desacreditados, pois ainda que possam levar ao erro, é o erro que nos conduz ao progresso. A questão que eu coloco neste momento é: o que torna o autismo diferente do normal? Mark Haddon diz-nos que “a doença é uma continuidade. Se por um lado existem indivíduos que não se conseguem encaixar de maneira nenhuma na sociedade, por outro existem pessoas perfeitamente normais que gostam de arrumar os seus discos por ordem alfabética”. Quem leu o livro percebe que Mark Haddon não quis fazer do Cristopher mais um caso de estudo, mas apenas levar os sonhos de um menino a outros mundos. | Melanie Alves Novembro I 55 Portugal Inovador Alfaiates na cobertura de piscinas A Cubritek alia a tecnologia ao bom gosto. Dando garantias de benefícios indispensáveis, esta empresa tem as melhores soluções de coberturas para piscinas. Armindo Moreira, proprietário da Cubritek, está ligado à área das piscinas há mais de 20 anos, desenvolvendo desde sempre um grande fascínio por este produto. Quando em Portugal se começou a falar em coberturas para piscinas, o nosso entrevistado procurou inteirar-se sobre o assunto e decidiu, abrir a Cubritek - uma empresa que se dedica, exclusivamente, ao fabrico e comercialização deste produto, com garantia de 10 anos, mas acima de tudo, dando a certeza de assistência competente e profissional sempre que necessário. Já com centenas de coberturas para piscinas instaladas em Portugal e Espanha, a empresa apresenta uma oferta muito variada. “Somos quase alfaiates das coberturas de piscinas, pois executamos sob medida e estudamos em cada caso os pedidos dos nossos clientes. Desde altas, baixas, médias, grandes, fixas, amovíveis, telescópicas e a última novidade, iluminação com LED, sendo que, estas últimas, oferecem uma beleza inigualável à piscina”. Também fazem coberturas de grandes dimensões, são utilizadas em grande maioria, nos condomí56 I Novembro nios e hotéis, pois “é um equipamento que conta com um eficaz sistema de antielevação, que evita que esta levante por ação de ventos e intempéries”, explica. Com experiência comprovada e padrões de qualidade muito elevados, seja nos materiais utilizados, seja na formação dos colaboradores, as coberturas da Cubritek são as mais fiáveis e elegantes do mercado, pois “o know-how acumulado permite-nos analisar, estudar e recomendar a melhor solução para cada cliente”, afirma. No mercado há diversos anos, a Cubritek é já uma referência nacional, criando fidelização e uma relação de grande confiança com o cliente. “Procuramos sempre melhorar e nunca viramos a cara às dificuldades, é esse um dos grandes fatores que nos diferencia”, reitera Armindo Moreira. Mais-valias “As nossas coberturas telescópicas permitem que uma só pessoa consiga facilmente deslizar a cobertura sozinha. Isto deve-se em muito aos materiais que utilizamos, que são de grande qualidade”. Com a instalação de uma cobertura o cliente poupa nos químicos para a desinfeção da água e no tempo de filtração. Ao instalar uma cobertura Cubritek o aumento da temperatura da água da piscina acresce na ordem dos 8ºC aos 10ºC. Apesar de grande parte dos clientes da Cubritek serem particulares, a empresa de Armindo Moreira está cada vez mais a apostar nos hotéis e no Turismo Rural, uma vez que, “são áreas de atividade muito sazonais onde é necessário criar condições para aumentar a oferta na época baixa hoteleira, de maneira a que, nos meses de inverno, os clientes possam usufruir da mesma. Apesar de já terem tido alguns pedidos no estrangeiro, nomeadamente fora da Península Ibérica, o empresário prefere não deslocalizar a sua atuação de terras lusas, pois acredita que assim consegue “manter-se atento à qualidade e à prestação de assistência”. | Portugal Inovador Guarda Novembro I 57 Portugal Inovador Uma vida dedicada a ajudar os outros Qualidade, eficiência e satisfação dos utentes são os objetivos de Rogério Sousa para o novo espaço da sua clínica, SousaSaúde. Inaugurada no dia 2 de janeiro deste ano, este excecional exemplo no setor dos cuidados de saúde demonstra como o Interior dispõe de serviços do mais elevado nível. das especialidades”. Explicando também que quer saber tudo o que se passa no consultório e que não discrimina nenhum utente, dedicando-lhes “o tempo que for necessário”. Pela saúde do Sabugal “Senti necessidade de aplicar os meus conhecimentos médicos num espaço adequado aos meus utentes”, inicia o nosso entrevistado, referindo-se ao seu historial como profissional de saúde. Apoiado pela esposa, Maria José, e pelas filhas, Joana e Sofia Sousa, este distinto profissional decidiu fomentar um sonho familiar. Rogério Sousa exerce medicina há cerca de 40 anos, tendo-se formado na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e iniciando a sua atividade nos Hospitais da mesma. Após sofrer um acidente que o afetou fisicamente, Rogério Sousa 58 I Novembro tomou a difícil decisão de se reformar e dedicar os seguintes anos à criação deste projeto. “Desde que vim para o Sabugal, senti que podia fazer mais pelos utentes e que a região merecia um serviço médico de qualidade”, assume. A Portugal Inovador identificou este médico como o percursor da informatização das receitas, o que significa que Rogério Sousa terá sido o pioneiro a prescrever receitas em computador. O nosso entrevistado indicou-nos ainda que faz “questão de efetuar uma triagem aos doentes que necessitem de qualquer uma O espaço novo da SousasSaúde é de uma dimensão vigorosa e acolhe várias especialidades, das quais a Medicina Geral e Familiar e a Medicina Dentária são as bases da sociedade familiar. “Surgiu, então, um projeto com a intenção de fazer uma clínica relativamente pequena que se transformou num edifício relevante para o qual tinha determinados objetivos. No entanto, devido ao reconhecimento da população, este tem-se alterado mensalmente para outras vertentes, para além da medicina geral e dentária”, explana Rogério Sousa. Esta infraestrutura é composta por 10 salas, que acolhem valências indispensáveis à prática da medicina. Da lista de especialidades médicas já constam Cardiologia – onde têm investido bastante, Ginecologia/Obstetrícia, Dermatologia, Ortopedia, Urologia, Portugal Inovador norizadas, alterações a determinados estilos de vida”. O objetivo será alcançar o público mais jovem e instruí-lo das consequências da ausência de prevenção. Isto tem sido feito através de rastreios gratuitos periódicos para tentar descobrir patologias que carecem de prevenção e até tratamento. Para os nossos leitores interessados nos rastreios e em informações adicionais nesse sentido, a Portugal Inovador aconselha a adicionar Sousassaúde - Consultórios Médicos, Lda no Facebook. | Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Gastroenterologia, Pneumologia/ Alergologia, Psicologia e Fisioterapia. A clínica SousasSaúde inclui também Ortopantomografia (RX) e Ecografia. Na SousasSaúde, encontramos uma equipa permanente composta por quatro membros e, o restante quadro clínico, que aborda as restantes especialidades, é constituído em regime de prestação de serviços. “O que nos diferencia será o atendimento personalizado, pois temos capacidade de acompanhar o utente em todos os passos, através dos aparelhos próprios para executar exames”, completa Rogério Sousa. Nas duas salas destinadas à medicina dentária efetuam-se tratamentos de implantologia oral, branqueamento e estética dentária, prótese fixa e removível, ácido hialurónico, reabilitação oral, ortodontia, endodontia mecanizada, periodontologia, odontopediatria, cirurgia oral e dentisteria. São, também, oferecidos serviços de enfermagem permanentes, com a possibilidade de efetuar análises clínicas e os habituais tratamentos de enfermagem desde injeções à avaliação de colesterol. Uma vertente a que Rogério Sousa dá bastante importância é à prevenção e à promoção da saúde. A administração da clínica SousasSaúde menciona parcerias com a Casa de Saúde São Mateus, a Ótica Médica das Beiras – “que nos irá ajudar na vertente de oftalmologia”, as Termas de Monfortinho e a Euromedic (laboratório de análises clínicas). Relativamente a acordos, enumera a Sams Quadros, Sams Centro, Sams Sul e Ilhas, com a PT-ACS, com a Caixa Geral de Depósitos, com a Médis, a AdvanceCare e com a ARS – no sentido do cheque dentista. Prevenção e Promoção A SousasSaúde tem vindo a tomar esta direção, uma vez que afirma “estarem atentos a riscos cardiovasculares e tentam por isso incutir, através de consultas pormeNovembro I 59 Portugal Inovador Uma textura que derrete na boca No setor do queijo encontramos os Lacticínios Monte verão, representados por Óscar, Jorge e a sua mãe, Antónia Mendes. O queijo de ovelha curado amanteigado Monte Branco é a maior aposta desta empresa, em Celorico da Beira. variações nos seus parametros de qualidade ao longo do ano”. Em cada fabrico, estes produtores têm de se moldar ao leite que recebem, de forma a garantir um produto final o mais homogéneo possivel. À empresa tem chegado muitas vezes elogios, referindo que o queijo é “o melhor queijo de ovelha fabricado em Portugal”. Inovação e rigor “Estou aqui desde a primeira hora”, introduz Óscar Mendes, descrevendo a importância da estrutura familar desta empresa de lacticínios. A Lacticínios Monte verão foi fundada em 1982, por António e Antónia Mendes e, pelo início do novo milénio, a gerência desta empresa familiar passava para as mãos da segunda geração. Óscar e Jorge Mendes explicam que no percurso, devido a diversos fatores, foram direcionando a ação da marca para um produto específico: “Inicialmente produzíamos queijo de ovelha, queijo de vaca e queijo de mistura. Com o decorrer do tempo, e seguindo o processo de entrada de Portugal na CEE, surgiram uma série de normas comunitárias a que tivemos de nos adaptar. Estas obrigaram a algumas alterações na nossa produção para que se tornasse num sistema eficaz do ponte vista da segurança alimentar, de modo a realizar o processo de 60 I Novembro fabrico numa sequência sem retrocessos, desde a entrada do leite até à produção do queijo. Assim, dedicámo-nos exclusivamente ao queijo de ovelha, a partir de 1999”, melhor elucida Jorge Mendes. A Lacticínios Monte Verão, Lda. tem-se então dedicado ao fabrico de queijo puro de ovelha e de requeijão, seguindo sempre os métodos e processo tradicionais, procurando conservar, sempre que possível, as técnicas de fabrico, as quais permitem atingir a qualidade desejada pela empresa e pelos seus consumidores. Com 12 colaboradores, incluindo a fundadora Antónia Mendes e os dois filhos, a Lacticínios Monte verão não se arrepende de ter optado pelo queijo de ovelha, sendo que houve um enorme esforço de equipa para adquirir conhecimento na área. Óscar Mendes comenta que, no setor dos lacticínios há sempre algo novo para aprender, pois “o leite é uma matéria prima que sofre “Fazemos todo o tipo de análises que são requeridas aos nossos produtos. A normalização existente neste sector é muito exigente, tanto ao nível do produto, como do processo e do impacto ambiental, o que obriga a uma constante procura das melhores soluções e tecnologia disponíveis. Embora considere que as normas a respeito deste setor obriguem a investimentos elevados, defendo o rigor a que o setor alimentar obriga”, atenta Óscar Mendes. A Lacticínios Monte verão conseguiu o apoio do ProDer em 2013, num projeto com incidência na área de fabrico, nomeadamente na linha de enchimento. “Anteriormente o queijo era produzido manualmente Portugal Inovador Setor dos lacticínios Os nossos entrevistados chamam também atenção dos nossos leitores para a falta de parcerias entre empresas do setor. Existe falta de associativismo, o que prejudica todas as empresas da região, na medida em que tanto na compra como mas, agora, apoiamo-nos nas inovações tecnológicas e no auxílio de fundos comunitários para instituir a mecanização no processo produtivo”, comenta Jorge Mendes. Incluíram também uma componente energética no projeto, através da colocação de painéis solares para o aquecimento de água. Uma das razões para se terem candidatado a este projeto foi para melhorar o produto, tanto em ter- mos de segurança alimentar como em termos de qualidade. “Com isto conseguimos uniformizar o tamanho do queijo e este processo resultou também num queijo melhor”, elucida Óscar Mendes. Para o futuro, pretendem iniciar o processo de divulgação do queijo Monte Branco em novos mercados, indo além daqueles para onde já exportam, como Espanha, França e Suiça. | venda de produto e matérias primas, não existe a capacidade de o fazer em grandes quantidades e conseguir melhores preços. Neste sentido, Jorge Mendes afirma: “Temos de observar os espanhóis e o seu modo de trabalhar em equipa”. Novembro I 61 Portugal Inovador “A energia é o que nos move” Instalada em Aguiar da Beira, a JPinto disponibiliza as melhores soluções na área da energia. Esta empresa portuguesa tem realizado diversos trabalhos de Norte a Sul do país, tendo o seu serviço sido já requisitado em França. “Eu nasci nisto, uma vez que o meu pai já estava ligado ao ramo”, inicia o responsável, José Pinto. Após um longo percurso, foi então em 2003 que resolveu fundar a JPinto, empresa cuja atividade se distribui em duas vertentes distintas: a prestação de serviços técnicos e a comer62 I Novembro cialização de uma vasta gama de produtos relacionados. A presença que a JPinto mantém no mercado, no âmbito do comércio, caracteriza-se por uma oferta composta por parcerias de prestígio como a METLOR nos produtos de aquecimento, e outras em águas e saneamentos, eletricidade ou eletrodomésticos. Para comodidade do cliente, toda a parte burocrática que está subjacente é tratada pela empresa. Capacitada para dar resposta a todo o tipo de solicitações, quanto à prestação de serviços, a empresa de José Pinto conta com cinco equipas direcionadas para o trabalho com águas e saneamentos, instalações elétricas ou climatização. “Onde for preciso energia, nós estamos lá”, sublinha, e é com esse espírito que o trabalho da JPinto na área da eletrificação já chegou a regiões como o Algarve, Lisboa, Porto a nível nacional e, inclusivamente internacional, em Paris ou na região de Champagne, em França. O reconhecimento do bom trabalho destes profissionais encontra exemplo não apenas no seu alcance geográfico como também na dimensão de algumas das obras em que têm participado na região. “Fomos responsáveis pelo quartel da GNR, pelo Centro de Saúde, pelos Paços do Concelho, pela Biblioteca ou pela ampliação da Escola C+S, assim como também já prestámos este serviço para lares, restaurantes ou fábricas”, enumera. A nível habitacional, a equipa da JPinto apresenta também grandes demonstrações do seu know-how, como por exemplo uma moradia local que funciona inteiramente em domótica: “Não tivemos “Onde for preciso energia, nós estamos lá” Portugal Inovador “José Pinto considera que a sua empresa vai-se mantendo no mercado muito por via da diversificação e formação continua dos nossos colaboradores” nenhum técnico exterior nem a programar nem a instalar; os únicos que entraram naquela casa foram os nossos”, congratula-se. Assim, conclui-se que a JPinto tem cumprido com uma das suas principais preocupações enquanto empresa prestadora de serviços numa área que está em constante evolução: “Ten- tamos estar o mais atualizados que for possível”. Ao mesmo tempo, José Pinto considera que a sua empresa se mantem no mercado muito por via da “diversificação” e “formação constante dos seus colaboradores”: “Em meios pequenos como o nosso isso é fundamental. Gostamos, essencialmente, de cativar pela qualidade e pela oferta múltipla”, conclui. | Novembro I 63 Portugal Inovador “O Queijo a seu gosto” É com este slogan que a Lacto Serra se apresenta no mercado. A empresa beirã aposta na mais elevada tecnologia e tem vindo a colocar no mercado queijos de excelência. Sebastião Gomes fundou a empresa em 1985, mas a respetiva laboração teve início mais propriamente em 1990. Os anos seguintes foram marcados por investimentos avultados que levaram a um reforço da capacidade produtiva desta empresa de Aguiar da Beira. Atualmente, falamos de uma empresa que se destaca no setor pela forma como alia a tradição ao acompanhamento das novas tecnologias, o que se reflete no seu sucesso comercial. “No último ano, faturámos perto de cinco milhões e meio de euros”, indica o fundador, acrescentando que a dinâmica exportadora da empresa atinge já “mercados como França, Suíça, Luxemburgo e também Angola ou Moçambique”. 64 I Novembro Fonte Mourisca, Cinco Estrelas, Estrela do Mondego, Monte Amial e D. Sebastião são as marcas pelas quais a oferta da Lacto Serra está distribuída. Esta gama de queijos é, reconhecidamente, uma digna embaixadora da tradição regional e está no mercado com o queijo meio-gordo e uma variedade de queijos amanteigados, apimentados ou de mistura. As expetativas passam agora pela introdução de uma linha nova de queijos fatiados. Empresa moderna e sólida A afirmação da Lacto Serra encontra suporte numa estrutura de 28 colaboradores e numa área total que ultrapassa os 5.000 m2. A “A afirmação da Lacto Serra encontra suporte numa estrutura de 28 colaboradores” referida sofisticação tecnológica é acompanhada por um elevado rigor no controlo de qualidade, quer da matéria-prima quer do produto final, a nível laboratorial. Ao mesmo tempo, como o crescimento no mercado traz responsabilidades acrescidas, a empresa tem, igualmente, efetuado investimentos na área ambiental, designadamente com a criação de uma ETAR para tratamento de efluentes e águas residuais. | Portugal Inovador O melhor caracol pronto a saborear A Caracol Real tem um longo historial no mercado, sendo reconhecida pela qualidade dos seus produtos. Se a base da empresa é a confeção do caracol, podemos também encontrar uma série de petiscos que prometem agradar a todos. É em Cerdeira do Côa, no concelho do Sabugal, que se situa a primeira empresa certificada de caracol confecionado a surgir em Portugal. Goretti Gonçalves lidera uma equipa de sete mulheres (de maio a setembro a equipa no mínimo duplica), que diariamente prepara um dos petiscos mais apreciados em Portugal. Dizem os especialistas que o caracol deve ser comido nos meses sem ‘R’ – maio, junho, julho e agosto – e de facto é nessa altura que se adquirem e confecionam toneladas de caracóis. No entanto, através do trabalho realizado pela Caracol Real os apreciadores já podem apreciar este petisco durante todo o ano. Adquiridos ao maior fornecedor e produtor português, Francisco Conde, o designado “Rei do Caracol”, a equipa da marca Caracol Real trabalha arduamente num pavilhão com 750 m2, onde estão reunidas todas as condições certificadas - com cozinha e distintas secções de refrigeração e congelação. De forma a colmatar a falta de matéria prima nos restantes meses do ano, a Caracol Real apostou numa gama de produtos diversa da qual fazem parte a caracoleta recheada, a feijoada de caracol, as moelas, a orelha, a dobrada de com ou sem feijão, o pica-pau e as sandes de leitão. Trabalhando na área alimentar obviamente todos os produtos são certificados. Hoje a marca Caracol Real já é reconhecida fora de portas, tendo uma percentagem de exportação variável – consoante diversos fatores: a intensidade do verão, que abre o apetite para este petisco, a qualidade do caracol, etc. Inglaterra, Alemanha, França, Suíça e Luxemburgo são os principais apreciadores, mas muitos outros países têm acesso ao petisco, através de exportação indireta que ocorre por via de fornecedores. Fazendo a distribuição a nível nacional em carrinhas próprias, ou através de um parceiro de logística, a empresária Goretti Gonçalves assume que, inicialmente, foi difícil convencer os consumidores à ideia de comprar este produto pronto a comer. A questão já foi há muito ultrapassada, “e as pessoas atualmente têm a noção que os alimentos confecionados e congelados, de imediato, mantêm as qualidades naturais”. Só para se ter uma noção, “este ano foi adquirida uma média de 10 mil kg de caracol por semana (120 a 130 toneladas por época)”. Se os grandes apreciadores deste petisco estão situados no Sul do país, também o Norte começa a render-se a esta iguaria. Todos os produtos podem ser encontrados no comércio tradicional ou como marca branca em duas grandes superfícies. Ou então num espaço de venda ao público situado junto às instalações da empresa. A Caracol Real é o excelente exemplo de uma empresa empreendedora e inovadora que, curiosamente, é conduzida apenas por mulheres. | Novembro I 65 Portugal Inovador Da Suíça para Portugal Partindo de Trancoso, a Isogil apresenta até Coimbra e Castelo Branco todos os seus serviços. José Gil Carvalho é um profissional no setor do isolamento térmico e acústico e, juntamente com a sua família, está a preparar um projeto inovador em Portugal. Iniciando o seu percurso profissional, em 1996, em nome individual, José Carvalho arriscou ao trazer um sistema suíço para Portugal, que aprendeu quando esteve no país alpino. “Na Suíça aprendi que cada pessoa deve dedicar-se a um ofício especializando-se e aperfeiçoando-se”, explana o fundador. Na sua filha, Letícia Carvalho, denotámos um enorme interesse em desenvolver conceitos inovadores e continuar com o negócio familiar. 66 I Novembro No decorrer da nossa entrevista, conseguimos identificar várias características interessantes na empresa e no seu fundador, como a grande preocupação com a legalidade e a importância de saber gerir. “Qualquer empresa pode funcionar e crescer quando se tem uma noção do que se está a fazer, mas é essencial ter uma boa gerência”, indica. Desde 2000 que a Isogil tem portas abertas e hoje soma 12 colaboradores e a formação dos mesmos é dada por José Carvalho. Embora se fale da construção como um setor que sofreu uma grande quebra, a Isogil continua a ter imenso trabalho pois não se dedica apenas ao isolamento em construção nova. “O nosso serviço pode ser aplicado em construção nova, mas também em reabilitação de edifícios. Nesta região, o clima é bastante frio e essa é uma das razões para a grande procura dos nossos trabalhos”, completa José Carvalho. Este é um sistema que, embora exija algum investimento na aplicação, garante uma grande poupança ao longo dos anos, facto que torna o isolamento térmico bastante atrativo. Outra valência da Isogil é o isolamento acústico, outro dos problemas da construção nacional que nas últimas décadas não detinha este fator como importante. “As casas ou prédios que encontramos “A mentalidade foi alterada e observamos uma percentagem de 70% de casas já com isolamento só na região nortenha de Portugal” são, na maioria das vezes, paredes unidas, que nem sequer têm uma caixa de ar entre elas para amortecer o som”, explica. Para além do elevado acrescento na privacidade da sua casa, o isolamento acústico contribui para que se sinta mais confortável, “sem ter de ouvir o seu vizinho a tomar banho”. Para 2015/2016 A Isogil está a implementar um novo tipo de construção ecológica. “Vejo que este projeto tem potencial e será uma mais valia em Portugal, pois este é um país onde se gasta muito em aquecimento ou ar condicionado e, com uma casa destas, para aquecer o espaço irá ter uma poupança no consumo energético na ordem dos 85%”, termina José Carvalho. Este projeto irá funcionar tanto em termos de frio como calor e vai ser direcionado a todo o país. Em termos ambientais, todos os materiais utilizados são ecológicos. | Portugal Inovador Caminho da internacionalização Apesar de ter começado a atividade em 1989, só há 22 anos é que a Egiquímica apostou no desenvolvimento da produção e venda de detergentes. Hoje em dia, dá provas do seu notável crescimento e evolução. Fausto Tavares e Gilberto Teixeira entraram na Egiquímica em 1992, quando esta enfrentava um período de grandes dificuldades. “Na altura, tínhamos quase que vender de porta a porta para conseguir honrar os nossos compromissos”, relembra Fausto Tavares. Há 22 anos, a empresa ainda estava sediada numa aldeia, nos arredores da Guarda, e as condições eram inferiores às que a cidade oferecia. Em 1997, os dois sócios investiram no desenvolvimento e crescimento da firma e mudaram-se para o parque industrial da Guarda. “Já tínhamos adquirido algum know-how e começámos a pensar mais como empresários fabricantes”. Enquanto Fausto Tavares ficou responsável pela parte da produção, Gilberto Teixeira ficou a cargo da atividade comercial. “O negócio está a correr bem e temos sido uma equipa muito umida”, explica Fausto Tavares. Nesta fase, os proprietários passaram a comercializar os produtos da Egiquímica apenas para empresas distribuidoras, por todo o país. O entrevistado conta que sempre seguiram a estratégia de apenas trabalhar com distribuidores e que mantêm clientes desde o início da empresa. Em 2005, já com uma quota de mercado nacional forte, tentaram levar a Egiquímica além-fronteiras apostando no mercado espanhol. Atualmente, têm lá uma filial que se destina apenas à comercialização de produtos. Já passaram pelo mercado de Marrocos e, neste momento, exportam para Angola, dando formação a algumas empresas angolanas. Na Egiquímica trabalham cerca de 18 funcionários. Com o investimento em formações internas, Faus- to Tavares explica que a sua equipa é composta por engenheiros químicos com capacidade para trabalhar em qualquer setor da empresa. “As formações ajudaram-nos muito a reorganizar a equipa”. Determinar metas e novos objetivos, são práticas nas quais a Egiquímica aposta. Os empresários admitem que isso fez com que a empresa tivesse um crescimento significativo e com que a equipa se dotasse de profissionais mais unidos e capazes. Outra inovação foi a criação do departamento de conceção e desenvolvimento. “O departamento permitiu que conseguíssemos responder rapidamente às necessidades dos nossos clientes”, conta o entrevistado. Foi também uma ajuda para a criação da marca própria da Eqiquímica, que representa 60% dos produtos vendidos, sendo que as restantes vendas correspondem às marcas dos seus clientes. Nos projetos futuros está a conquista do mercado de Moçambique. “Já temos uma empresa montada em Moçambique e vamos começar a atividade no local em novembro”. Fausto Tavares acredita que vai ser um espaço importante para a engenharia química em Portugal. Sabe que o produto não vai escoar, mas que vai haver muita adesão às matérias-primas e a todo o know-how que lá vai implementar. | Novembro I 67 Portugal Inovador 68 I Novembro Portugal Inovador Braga Novembro I 69 Portugal Inovador Iluminando o caminho do sucesso Situada no Parque Industrial de Adaúfe, a Imporvelas, S.A, direciona a sua atividade para a importação e comercialização de círios e esponjas florais. A sua fundação data de 1982, altura em que Rodrigo Oliveira, Pai de Luís Oliveira – nosso interlocutor – decidiu criar a sua própria empresa, dado que na época já trabalhava no comércio tradicional diverso. “Com 20 anos feitos, comecei a ajudar o meu pai e vi que o negócio tinha tendência a diminuir”, iniciou o atual responsável. Após alguns anos, surgiu a oportunidade de a Imporvelas,S.A. se especializar noutro segmento de mercado, fator essencial no “crescimento sustentado” alcançado a partir de 1997: “Especializamo-nos na comercialização de velas, tendo conseguido parceiros externos muito importantes neste ramo”, revelou. 70 I Novembro Dez anos depois, com produtos “vanguardistas e inovadores”, avançaram para a criação da marca Imporvelas, estratégia que cimentou mais a posição a liderança num mercado “realmente” competitivo: “Introduzimos no mercado artigos que nos diferenciaram da concorrência. Hoje em dia, o que se vê de novo é graças a nós”, relatou Luís Oliveira. Reiterando a posição “idónea” da sua empresa, a distinção de PME Excelência não é significado para se acomodarem neste processo evolutivo: “O conceito de novidade alterou-se nos últimos anos. Estamos sempre à procura de novos produtos para mantermos esta posição”, afirmou o empresário. Detalhando todas as velas com sua imagem de marca – ideia adotada após uma visita a uma empresa eslovena –, comercializam os seus produtos por todo o território nacional e na zona Norte de Espanha; Luís Oliveira confessou ter recebido muitos contactos de vários países para a introdução dos seus artigos nesses mercados. Ademais, a inclusão recente das velas “Santa Rosa” – após outra pesquisa no mercado – tem sido um produto “muito desejado e com muita procura”: “A nossa estratégia passou por colocar este tipo de velas expostas em algumas campas para que as pessoas ficassem a conhecer e assim as procurassem nos nossos parceiros/clientes”, afiançou o responsável. Apoiando a comunidade – a Imporvelas, S.A apoia diversas instituições de âmbito social, como por exemplo a Cáritas – é política da empresa colocar em plano de igualdade toda a estrutura. O responsável fez questão de realçar também que o investimento na empresa e a sustentabilidade financeira trouxeram “a confiança dos colaboradores” no futuro: “Gostaria imenso que estas velas fossem vendidas em todo o Mundo e internacionalizar a própria marca, trazendo mais rentabilidade para o nosso país”, rematou. | Portugal Inovador Irmandade de Santa Cruz: Uma Instituição ao serviço de Braga No ano de 1581 foi fundada a Ilustre Irmandade de Santa Cruz. Nos primórdios do século XVII são criadas as raízes que deram origem ao actual Lar de Santa Cruz sob a forma de um hospital e, mais tarde, é criada uma valência infantil denominada Infantário de Santa Ana. A Portugal Inovador falou com Luís Rufo, atual Provedor da Mesa Gerente da Irmandade de Santa Cruz. “Verificamos que, em termos comparativos com outras cidades do Norte de Portugal, Braga é uma cidade onde a juventude impera. Com efeito, a existência de várias universidades – casos das Universidades do Minho e Católica – e boas ofertas de emprego permitem a fixação de população jovem. Seguindo a panorâmica nacional, constatamos a existência de um elevado número de pessoas idosas a quem temos de oferecer os melhores serviços”, melhor explicitou o Provedor. Esta Instituição sofreu alterações na direcção há sete meses: a atual Mesa foi sufragada com a maior votação de sempre na Instituição, em Assembleia Eleitoral. Luís Rufo e a sua equipa conseguiram, nestes poucos meses de mandato, equilibrar as contas da Instituição sem apresentar prejuízos na gestão corrente. “No ato da posse, fiz uma promessa que, no final deste primeiro mandato, iria entregar a Instituição sem problemas financeiros”, asseverou o Provedor. Todo o trabalho de reorganização e reafectação de Colaboradores foi feito sem qualquer prejuízo na qualidade e sem deixar de se prestar todos os serviços que o Lar de Santa Cruz e o Infantário de Santa Ana ofereciam anteriormente. Actualmente, o Lar acolhe cerca 100 utentes, dos quais aproximadamente 40% estão acamados. Os serviços de apoio englobam, entre outros, Médico, Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, Gerontologia, Nutricionista e Animação Sócio Cultural. “Posso afirmar, sem grande dúvida, que os quadros, relativamente aos serviços de base, são, muito provavelmente, os mais bem apetrechados de Braga”, comenta Luís Rufo. A Irmandade de Santa Cruz opta por abrir as suas portas ao exterior e fá-lo nomeadamente através de visitas e passeios onde os utentes do Lar e crianças do Infantário podem usufruir de atividades diferentes. Na valência de creche e infantário, a Irmandade de Santa Cruz recebe crianças até aos cinco anos, acompanhadas por Educadoras Infantis e usufruindo de serviços que vão muito para além do exigido legalmente. “Neste momento, conseguimos manter um equilíbrio financeiro, mesmo tendo em conta os graves problemas que herdamos neste particular. Os idosos e as crianças que confiam em nós e nos são confiados têm e terão toda a qualidade prestacional para que se sintam muito bem connosco”, elucida Luís Rufo. A visão do Provedor, relativamente à Instituição, é uma visão de futuro, de melhoria da qualidade de serviços. É notório que estão ao dispôr da comunidade, onde se têm inserido cada vez mais, não só na vertente social mas também cultural. | Novembro I 71 Portugal Inovador ASF: sucesso familiar No mercado desde 1980, a ASF- Alfredo Sousa Fenandes, é uma empresa familiar, situada no concelho de Braga, cuja gestão já passa pela terceira geração. Nem sempre na área das sucatas, hoje, a ASF é uma empresa de sucesso e com reconhecimento na Península Ibérica. Luís Fernandes pertence à terceira geração da família que sempre geriu a ASF. Inicialmente, esta era uma empresa que trabalhava com papel, mas com as mudanças do mercado decidiram dedicar-se à fundição de metais. “Hoje em dia, só trabalhamos com metais ferrosos e não ferrosos e esta é uma área à qual sempre estivemos ligados”. Para que os nossos leitores pudessem perceber em que 72 I Novembro consiste o trabalho realizado por uma empresa de sucatas, o nosso interlocutor fez questão de explicar que a ASF se dedica à seleção e reciclagem de metais para, posteriormente, vender a empresas que aproveitem esses materiais. “Nós não trabalhamos apenas em Portugal. O nosso produto chega também a Espanha e é no caminho da exportação que pretendemos continuar”, refere Luís Fernandes. O facto de estarem no mercado há mais de 30 anos, faz com que a ASF seja valorizada pela qualidade do seu trabalho e este reconhecimento em muito se deve “aos colaboradores e ao seu know-how”. Todos os funcionários têm um vasto conhecimento sobre metais ferrosos e não ferrosos, mas com as mudanças que o mercado foi sofrendo, tiveram que adquirir nova formação, para que pudessem continuar a manter a qualidade dos serviços. De acordo com o gerente, “a formação é dada internamente e, sempre que entra um colaborador novo, são os mais antigos que o acompanham e ensinam a trabalhar com os metais”. Pelo facto de manusearem produtos que têm componentes prejudiciais ao meio ambiente, a ASF preocupa-se em cumprir escrupulosamente as regras que lhe são impostas pelo Ministério do Ambiente. As perspetivas de futuro da empresa passam, segundo Luís Fernandes, pela modernização das instalações e pelo crescimento. “Pretendemos atingir outros mercados, sobretudo o asiático, porque é o que mais potencial tem e o que mais garantias nos oferece”, conclui.| Portugal Inovador Exemplo de competitividade Desde 1993 que a Rampa tem vindo a afirmar-se na importação e exportação de fios para a indústria têxtil. Atualmente, esta empresa sediada em São Pedro de Merelim é um parceiro de referência de algumas importantes cadeias de vestuário a nível nacional e europeu. António Martins, fundador da empresa, já trabalhava no setor têxtil. Com o desaparecimento de muitas fiações no país, sentiu que se verificava uma lacuna no mercado e que “seria interessante iniciar uma empresa que desse apoio aos produtores têxteis nacionais” no fornecimento de fios. Concretamente, o papel que a Rampa assume tem sido o de “fazer a ponte entre os mercados de onde faz as importações (vários países de Leste e Ásia) e o mercado português e europeu”. Para tal, a empresa, dispondo de uma área de cerca de 4.000 m2, tem capacidade para o armazenamento de 200 toneladas de fio, estando este inteiramente em condições de ser entregue ao cliente. A oferta passa por fios acrílicos, de algodão, lã ou poliamidas e está destinada a um leque de produtos como malhas, peúgas, cachecóis, calçado ou têxteis-lar. A respetiva área de abrangência cobre o território nacional e alguns destinos de exportação como Espanha, Bélgica, Suécia ou Inglaterra. A tendência dos fabricantes de vestuário europeus para recorrerem a fornecedores asiáticos foi devidamente contrariada por um conjunto de mais-valias que a Rampa oferece, nomeadamente a rapidez nas entregas. Esta é apontada como uma necessidade cada vez mais constante se tivermos em conta a forma como a moda funciona atualmente: “Se uma apresentadora de televisão aparecer com uma determinada peça de vestuário e essa peça for de uma grande cadeia, no dia seguinte já desapareceu das montras. Então há que repor, e essa reposição, naturalmente, não poderá ser feita com encomendas feitas ao Bangladesh”. Face a este contexto, a Rampa possibilita entregas que cumpram os timings necessários, em quantidades ajustadas ao que o cliente pretende para o imediato e que apresentem outro grau de diversificação e qualidade. Como resultado, a empresa de António Martins apresenta-se como estando “bem dinamizada, em crescimento e este ano regista um aumento na faturação de 23% face ao ano anterior”. As perspetivas agora centram-se na prospeção de novos mercados de exportação, como o Brasil ou o Norte de África. | Novembro I 73 Portugal Inovador Capacidade máxima para corte e quinagem A Braquinagem é uma referência nesta área de trabalho, estando devidamente equipada e modernizada para dar resposta às mais diversas solicitações. A empresa, estabelecida no Parque Industrial de Ruães, começou a atividade em 2002, pela iniciativa dos irmãos Márcio Silva e Augusto Silva. Nestes últimos 12 anos, o respetivo percurso foi sempre ascendente, como contam os dois responsáveis: “Ano após ano, a Braquinagem foi crescendo em área, em maquinaria e em pessoal”. Assim, no presente, a área de laboração corresponde a cerca de 1500 m2, pelos quais estão distribuídas 13 máquinas perfeitamente atualizadas e onde trabalham diariamente 17 pessoas. Na descrição que os nossos interlocutores fazem da forma como têm conseguido capacitar a sua empresa, ambos sublinham 74 I Novembro as condições de que dispõem em termos de maquinaria: “O investimento que fazemos agora está preparado para durar muitos anos mas, mesmo assim, temos a preocupação de nos atualizarmos e de continuarmos à procura de novos equipamentos”. Tudo isto para dar suporte a uma atividade diária que consiste no corte e na quinagem de chapas “à feição daquilo que o cliente especifica”. Na visão de Márcio Silva e Augusto Silva, o que tem justificado o sucesso da empresa passa, sobretudo, pela “qualidade do serviço e pela disponibilidade para que seja executado rapidamente”. Pese embora a sua juventude, os dois já apresentam um know-how acumulado ao longo de duas décadas de trabalho no corte e quinagem, assumindo todas as condições para a liderança de uma equipa igualmente jovem. “Temos uma média de idades que ronda os 30 anos e a nossa aposta vai, de facto, para pessoal jovem e devidamente formado”, explicam. É desta forma que o crescimento na faturação é acompanhado também por um progressivo alargamento da sua área de influência, sendo que, hoje, a Braquinagem conta com múltiplos clientes não só no Minho como também nos distritos do Porto e Aveiro. A dinâmica que a empresa vive permite pensar mais alto e é com satisfação que se depara com a necessidade de expandir as instalações. | Portugal Inovador Dinamizar, criar, ajudar e envolver a sociedade Na reparação e aferição de tacógrafos, taximetros e limitadores, a Tacóminho é a única empresa certificada pela norma NP EN ISO 9001:2008. Jorge Cunha foi o fundador desta empresa em 2002. Desde 2007 que a Tacóminho está sediada em Aveleda, Braga, para onde se deslocou quando necessitou de melhores condições de acesso e de umas instalações com maior qualidade e dimensão. “Este setor apareceu no meu percurso por acaso”, inicia Jorge Cunha. Com formação profissional na área das instalações, foi convidado para fazer um curso de instalador de tacógrafos. Notando a falta de reparadores desses aparelhos na zona Norte de Portugal, o gerente transformou a sua experiência num projeto próprio. Atualmente, a Tacóminho conta com seis profissionais, mas a intenção é crescer: “Temos alguns projetos em curso, dos quais abrir uma ou duas filiais a médio-prazo”, explica. Uma destas está já a ser preparada, faltando apenas encontrar as instalações, que serão sediadas no concelho de Guimarães. Tacógrafos e Taxímetros Este setor é muito específico e não é do conhecimento do público em geral. No entanto, para os condutores de veículos pesados é fundamental. O tacógrafo é um equipamento destinado a registar, toda informação relativa à condução, tempos de trabalho e de repouso dos condutores. É obrigatório em todos os veiculos pesados, de transporte de passageiros ou mercadorias, bem como nos veículos ligeiros destinados ao transporte de crianças. Um tema polémico neste setor, é a fácil manipulação dos equipamentos e “quando se cria um aparelho novo, surge sempre alguém pronto a perceber como manipulá-lo. Um equipamento com um nível de segurança enorme, ao fim de uns meses, é facilmente manipulável”. Jorge Cunha informa que em 2016 vão ser introduzidas novas alterações e tacógrafos com tecnologia diferente que incluem, localização por GPS, com informação da posição de inicio da jornada, e posicionamento do veiculo de três em três horas. Na vertente dos taxímetros, “do Porto para Norte, 75% dos táxis em que o cliente entra têm o autocolante Tacóminho no lado direito do pára-brisas”. Este facto deve-se a uma relação cliente-fornecedor diferente: “Temos uma relação cordial e amigável com o cliente taxista, oferecer um preço justo, um serviço rápido e com qualidade. Todos os pequenos serviços, que são feitos num táxi ao longo do ano não são pagos, e não considero estar a perder dinheiro, mas sim, a ganhar mercado e a fidelizar o cliente”, conclui o nosso entrevistado. Com isto, Jorge Cunha e a sua Tacóminho defendem um modo diferente de trabalhar perante os profissionais de transporte. Outro facto que tornou a nossa entrevista muito interessante foi o facto da Tacóminho apoiar a sua terra e várias iniciativas locais. Jorge Cunha afirma: “Temos que olhar à nossa volta e não olhar apenas para o saldo da conta”. | Novembro I 75 Portugal Inovador “A Berfon não fica à espera” Liliana, o seu irmão Pedro e o seu pai António Fontes tomaram a iniciativa de se lançarem numa aventura empresarial. Em Braga, no ramo dos acessórios agrícolas, encontramos a Berfon. questão é a concorrência desleal que encontrámos, principalmente devido à falta de legislação e de controle”, indica Liliana Fontes. Fazer evoluir o setor Com bastante experiência na área, dado terem colaborado noutra empresa, os nossos três entrevistados decidiram arrancar com um projeto próprio. Tendo uma carteira de clientes conquistada no seu percurso anterior, Liliana, Pedro e António Fontes decidiram criar esta sociedade. “Impulsionados na confiança em nós próprios, nas nossas capacidades e nos contactos que tínhamos, facilmente a marca Berfon entrou no mercado”, comenta Liliana Fontes. “Naturalmente, nos primeiros anos foi um pouco complicado, tanto pelos investimentos e pelo esforço e sacrifício necessários”, inicia Pedro Fontes, descrevendo o crescimento da Berfon. Esta é uma pequena empresa com boas 76 I Novembro bases que está a trabalhar para a sua certificação e a implementar diferentes tipo de trabalhos, apoiada por um crescente número de comerciais que dão a conhecer a empresa em Portugal continental e nos arquipélagos da Madeira e Açores. Neste seu oitavo aniversário, a Berfon soma o mesmo número de funcionários e o seu objetivo é fazer chegar os seus produtos cada vez mais longe. Esta empresa de Braga comercializa os seus acessórios agrícolas a armazéns de retalho e oficinas reparadoras. A exportação é uma hipótese ponderada mas, para já, não é viável. “Já considerámos Espanha, mas é um país que soma tanta concorrência no ramo que até chegam a tentar a sua sorte em Portugal. Outra A sócia-gerente relembra-nos que o setor agrícola continua a estar envelhecido e que os seus clientes necessitam de algum incentivo e até formação para estarem a par das novidades que chegam até ao nosso país. “Queremos evitar as notas de encomenda em papel e evoluir para as que são enviadas diretamente para as empresas, via internet. Estamos a tentar impor esse sistema e utilizo esse termo, porque no nosso ramo os clientes são mais tradicionais e não estão habituados a trabalhar com computador”, explana. Para o futuro, esperam continuar a crescer faseadamente e Pedro Fontes comenta que, havendo uma boa gestão e vontade, alcançam-se os objetivos estabelecidos. Um desses, que é um projeto já em ação, é a criação de uma plataforma internet que disponha todos os produtos e que seja apelativa a novos clientes. Um fator que torna esta empresa inovadora é o esforço por tentar trazer produtos novos para os clientes. A Berfon importa de modo a atingir um certo escalão, ou seja, “tentamos trazer sempre mais e todas as novidades existentes”. | Portugal Inovador “Delinear estratégias é vital” Com origem Francesa, na década de 80, a SETIMEP estava inicialmente especializada na área da ventilação industrial do tratamento de ar, associada a centrais de asfalto. Atualmente, em Portugal e no Mundo, Henrique Gonçalves progride seguindo novo rumo. Numa primeira fase e com vista a obter equipamentos mais competitivos mantendo padrões de qualidade elevados, a empresa criou, em 1993, a delegação SETIMEP Portugal para o fabrico. Desde cedo a estrutura da SETIMEP, consistiu num gabinete de engenharia com subcontratação de empresas parceiras para o fabrico dos seus equipamentos, método de trabalho muito comum em países nórdicos com um conceito considerado inovador no nosso país. Em 1995, Henrique Gonçalves passou a ser o novo rosto da empresa em Portugal. Desde cedo se apercebeu que “para a empresa conseguir sobreviver internacionalizando-se era necessário haver uma garantia de que todas as etapas que orientam o trabalho eram dirigidas em prol da qualidade”. Em 2005, foi decidido pelos acionistas encerrar as instalações em França, concentrando toda a estrutura em Portugal vindo a ser adquiridas na sua totalidade por Henrique Gonçalves em 2007. Após a sua aquisição, a prioridade de Henrique Gonçalves foi definir um trajeto a seguir para que, em 2010, a empresa se afirmasse sem medos de enfrentar o mercado. Para esse fim, foi fundamental: apostar na qualifica- ção dos seus colaboradores e sua formação continua; munir a empresa de todos os meios de desenvolvimento de projeto de especialidade com softwares de ponta (modulação 3D/ calculo); desenvolver produtos de catálogo criando uma plataforma para a realização de um website e certificar a empresa. Atualidade Portugal sempre foi visto à margem da Europa, por não ser encarado como um país com conhecimentos técnicos comparando com os países líderes europeus, mas a SETIMEP ajudou a mostrar o que de bom se faz por cá. Com o advento da internet o mundo nunca mais foi observado com os mesmos olhos. Na perspetiva de Henrique Gonçalves, é vital, as empresas prepararem-se, e darem-se a conhecer através de todos os meios dinâmicos disponíveis (website, contacto directo com o cliente no exterior ou em feiras temáticas de especialidade). Atualmente, os grandes pilares de negócio são a fundição, o cimento, a indústria mineira e a indústria química. Todo o seu equipamento está vocacionado para o encontro de soluções de tratamento de ar em linhas de processo industrial, pensado na internacionalização. África e América Latina mostram-se como os países mais interessantes neste âmbito, onde recentemente foi criada uma delegação no Chile. No futuro, a direção será a contínua aposta na qualidade e na inovação. Como mensagem final Henrique Gonçalves expressa: “É importante saber ouvir, saber falar, saber comunicar a nossa imagem, para aprender e progredir”. | Novembro I 77 Portugal Inovador NovaBraga Transportes conduz eficiência Francisco Costa, de espírito empreendedor, em 2007 deu um novo rumo à sua vida com a criação de uma nova empresa: a NovaBraga Transportes. O seu raio de atuação passa por todo o país. 54 viaturas, o seu raio de ação estende-se por toda a zona Norte e Centro do país. Os seus armazéns encontram-se distribuídos nos distritos de Braga, Vila Real e Porto. “Trabalhamos 24 horas por dia e isso é uma mais-valia”, garante Francisco Costa. Parceiros de negócio A empresa é hoje, passado sete anos, reconhecida por prestar um serviço de qualidade na área das entregas e recolhas bidiárias de objetos de pequeno porte. Foi arriscando, fora da sua zona de conforto, que Francisco Costa resolveu dar início a esta atividade, aos seus olhos desafiante e inspiradora. Gradualmente foi adquirindo os conhecimentos necessários para a sua prática. Apesar da conjuntura económica, sentida em 2008, um ano após a sua abertura, a NovaBraga Transportes – associado da AN- 78 I Novembro TRAM – manteve-se no mercado, enfrentando novos desafios constantemente. Os obstáculos ultrapassados deram a Francisco Costa uma nova perspetiva para crescer ainda com mais força. Aprendendo a evoluir ao mesmo passo que a região, deu a conhecer os seus serviços, aproveitando desse modo novas oportunidades de negócio geradas pelas diferentes necessidades de mercado: “Sentimos a necessidade de aumentar a nossa frota”. Hoje trabalham especificamente com peças ligadas à indústria e a grandes marcas de automóveis. Com Os 54 funcionários estabelecem entre si laços fortes que ajudam a fortalecer o espírito de equipa e a superar as situações do dia-a-dia. A crescente procura pelos serviços da NovaBraga Transportes assegura a qualidade dos seus recursos, físicos e humanos. É dessa forma, que honrando os seus compromissos, estabelece-se no mercado com credibilidade. A curto prazo está nos seus horizontes duplicar a frota, com a colocação de mais dois mototáxis. “O projeto já se encontra muito avançado e estamos a atuar com grande força na zona do Grande Porto”, explica. Numa perspetiva a longo prazo procurará estar cada vez mais próximo das pessoas, consolidando o seu percurso na constante atualização e formação, sem nunca perder de vista a qualidade de resposta das suas entregas. | Portugal Inovador Partilhar para progredir Pequenas mudanças ocorrem todos os dias no sentido de aprender, progredir, e crescer. Toda a equipa da AIJM, instalada no Parque Industrial de Pintancinhos, em Palmeira, Braga, trilha assim o seu caminho com concentração e profissionalismo. Em 2004, vários agentes de execução juntaram-se no mesmo espaço com vista à partilha de conhecimentos e desenvolver objetivos, contrariando a individualização do trabalho sentida na época. No projeto cabiam todos os agentes de execução da região, porém a ideia acabou por não se concretizar. Mas uma organização que potenciasse maior eficácia nas execuções continuava a ser necessária. Dois anos mais tarde nasceu a secretaria de execuções: AIJM. Partilha é o que define hoje o trabalho de equipa dos três agentes de execução: Isabel Miranda, Júlio Reis e Marta Pinheiro. Para o melhor aproveitamento dos recursos humanos e capacidade de resposta, tornou-se útil e necessária a distribuição de tarefas entre todos. O modelo, confrontado com as constantes mudanças legislativas, funciona agora como um suporte, onde as diferentes abordagens ambi- cionam novas soluções. A partilha assente num olhar multidisciplinar oferece visão e diferentes perspetivas. Por isso, a AIJM é agora reconhecida pela especialização na tramitação de processos executivos. “Neste âmbito existem quatro pontos por onde passam os nossos serviços: identificação dos bens, a sua apreensão, remoção, armazenamento e venda. O mais importante é a identificação dos bens”, explica Júlio Reis. A interação permanente com o exequente guia a conduta dos agentes de execução, procuram num primeiro momento estabelecer diálogo para “tentar perceber a pessoa que está do outro lado”. Segundo Isabel Miranda este é “o lado mais humano da Justiça”. O drama está presente em todas as situações que lidam no dia a dia. Conscientes de que o ser humano que têm à sua frente é um ser singular e com- pleto, refletem e encontram soluções com perceção e consistência. “Está nas nossas mãos resolver os dramas”, declaram. A AIJM está em premente atualização. Para isso, dispõe de uma plataforma eletrónica, desenvolvida por eles, que lhes permite o contacto diário de gestão e rapidez de resposta. Se cada um dos elementos da equipa não tivesse no seu ADN o espírito de união, nunca conseguiriam solidificar-se nesta estrutura. “As pessoas não têm noção real da nossa atividade, nós funcionamos exatamente como um tribunal, não estamos a referir-nos às competências, mas sim em termos organizativos. É humanamente impossível ser célere e apresentar bons resultados, trabalhando sozinho”, mostra Isabel Miranda. Abraçando este desafio constante, a AIJM, numa voz uníssona, projeta a sua vontade e dedicação na mesma direção, acreditando na expansão e no futuro. | Novembro I 79 Portugal Inovador Campo das Hortas conforta sorrisos Manuel A. Machado e Catarina Santiago falaram-nos sobre o que esteve na origem da sua clínica dentária, Campo das Hortas, localizada na Praceta Padre Diamantino Martins em Braga. Manuel A. Machado, residente em Braga, conhece a realidade que o envolve e fala confortavelmente sobre a dinâmica aí sentida; Catarina Santiago, residente em Fafe, partilha já da mesma perspetiva. A Clínica Campo das Hortas, apesar dos seus três curtos anos de história, caracteriza-se por uma filosofia inovadora partilhada por dois jovens com a mesma ambição. “Conhecemo-nos por acaso, através de um amigo em comum, decidimos que queríamos dar asas à nossa visão”, conta Catarina Santiago. 80 I Novembro Dessa visão comum nasceu um novo horizonte. Ainda que com uma prática bastante generalizada, ambos especializaram-se em diferentes áreas. Manuel A. Machado mais ligado à implantologia, Catarina Santiago mais vocacionada para a cirurgia oral, acabando por complementarem-se. “Para as especialidades que não dominamos, ou para as quais não temos formação específica, criamos parcerias com colegas que vêm cá e que oferecem esse recurso. Desta forma proporcionamos todo o conforto ao nosso utente e o acesso às especialidades que necessita”, explica Catarina Santiago. Porém, existe ainda um estigma relativamente à medicina dentária: “As pessoas quando conversam entre elas sobre as suas experiências no dentista abordam sempre as experiências mais traumatizantes”, lembram. É por isso que o Campo das Hortas busca, constantemente, ferramentas que tragam conforto ao paciente e precisão ao profissional. A inovação é pensada para que o paciente se possa esquecer do habitual cenário de uma clínica dentária. “O espaço foi pensado para evocar serenidade, possuímos tecnologia de última geração e recorremos aos óculos 3D de forma a envolver as pessoas numa nova realidade, virtual, desmistificando a cadeira do dentista”, sublinham. Humanizar sorrisos É nos sorrisos saudáveis que o trabalho se foca. A componente estética acaba por desenvolver, nesse âmbito, um aspeto muito positivo na auto estima individual de cada pessoa. Por isso, hoje mais do que nunca, Manuel A. Machado e Catarina Santiago sabem que “o sorriso é sempre o primeiro impacto, quer seja na procura de trabalho quer seja em plena vida social”. Saber ouvir, criar empatia e dar oportunidade de expressar ideias e opiniões são aspetos essenciais para o Campo das Hortas. É com essa prática que cultivam a confiança e decidem o tratamento mais adequado para cada paciente. Desafios e futuro Segundo Manuel A. Machado e Catarina Santiago a medicina dentária é ainda encarada como o parente pobre de todas as medicinas. Mas apesar dessa conjuntura, os dois colegas observam que na zona onde estão inseridos estão a atravessar um período favorável, o que lhes dá ânimo para continuar. Sabem que estão no caminho certo, porque são constantemente reconhecidos. A boa referenciação dá-lhes alento para evoluir técnica e humanamente. Num futuro próximo ambicionam ser uma clínica de referência na cidade de Braga. | Portugal Inovador Educar novos estilos de vida Mayumi Murakami dá consultas de Medicina Chinesa, na Rua Júlio Dinis, no Porto. Esteve à conversa connosco para falar sobre o seu percurso e os desafios que a Medicina Tradicional Chinesa tem enfrentado no Ocidente. Para se ser médico de Medicina Chinesa há todo um percurso a percorrer, mas nem sempre esse caminho se revela fácil. A frequência da licenciatura de cinco anos em MTC, bem como o estágio na China são obrigatórios. Mayumi Murakami terminou-o há sete anos. “Ao contrário do que as pessoas pensam, trata-se de um curso extremamente difícil e de longa duração”, esclarece. Apesar de saber que em Portugal tem aumentado a procura da Medicina Chinesa, nunca pensou em abrir uma clínica ligada exclusivamente a esse método, pois “a complementaridade entre a medicina chinesa e a medicina convencional é importante e necessária”. Apesar desta crescente procura, as diferenças entre o Oriente e o Ocidente são notórias. Na China a Medicina Chinesa é preventiva, e existem os dois métodos inclusivamente no mesmo hospital, mas Portugal ainda não atua nesses moldes. Os pacientes que procuram Mayumi Murakami são regularmente doentes crónicos, que apesar de já se terem socorrido da Medicina Convencional, vêm em busca de uma nova solução. É nessa busca que Mayumi Murakami ouve - dando tempo para que a pessoa que se encontra à sua frente narre o seu trajeto, sem a correria habitual que se faz sentir nos hospitais públicos. “A nossa medicina vê o ser humano como um todo”, traduz. “Já estou no Porto há sete anos na mesma clínica e durante esse tempo já tive outros convites para trabalhar em Braga, Guimarães, Famalicão, e Santa Marinha do Zêzere”, conta. Pulando de região em região, deslocando-se do urbano para o rural, é desse modo que vai conhecendo novos públicos, novas histórias, alargando a sua visão sobre os portugueses. Muitos dos seus pacientes questionam-na sobre a acessibilidade da Medicina Tradicional Chinesa, e a sua integração no SNS, mas Mayumi Murakami assume que “talvez seja ainda prematuro falar sobre isso”. No entanto, já houve alguns avanços e conquistas nesse âmbito. Quando Mayumi Murakami iniciou a sua atividade as diferentes medicinas não coexistiam entre elas, gerando um núcleo muito fechado, e as seguradoras não realizavam acordos, criando barreiras às pessoas que queriam aceder a novas alternativas. Só há bem pouco tempo a profissão foi regulamentada, mas continuam a existir grandes entraves no acesso à profissão, “há cursos superiores que não estão a ser acreditados pelo governo português, e apesar de algumas conquistas nossas, continuamos nesta luta”, manifesta. Mayumi Murakami acredita que as mentalidades preparam-se para a mudança, e que gradualmente a medicina chinesa conseguirá chegar a todas as pessoas. | Novembro I 81 Portugal Inovador 82 I Novembro Portugal Inovador Guimarães Novembro I 83 Portugal Inovador Arte e a hotelaria: duas paixões que se fundem Quando Maria Rosa Roeder e o seu tio abriram o Mestre d’Avis, em 1998, este espaço era designado de residencial. Há quatro anos alcançou o estatuto de hotel, sendo um dos mais conceituados e inovadores em Guimarães. Residente na Alemanha, Maria Rosa Roeder abraçou este projeto com um carinho muito especial. Enquanto lecionava no país germânico, o seu tio era gerente do hotel e seu representante em Portugal. Em 2010, passou a ser a única gerente e diretora do Hotel Mestre d’Avis. Apesar de não viver no país, viaja muitas vezes para Guimarães e, mesmo quando a deslocação não é possível, nunca deixa de estar em contacto com o hotel. “A Internet facilita imenso esta ligação à distância”, explica. O Mestre d’Avis está instalado num edifício outrora propriedade da escritora Maria Angelina Brandão, com o intuito de preservar e dar a conhecer o património histórico português. “Não há nada que me deixe tão triste como ver o património em declínio. Esta é a minha forma de o salvar. É uma maneira de salvaguardar as nossas raízes”. Exemplo disso, é também o facto de todo o mobiliário do hotel ser 84 I Novembro originário apenas de empresas nacionais. “Até o nosso logótipo! É tudo nacional e temos muito orgulho nisso”. No entanto, a proteção da cultura não fica por aqui. Desde a entrada até ao nome, dado por estar situado na Rua D. João I, tudo está relacionado com história, cultura e arte. Na parte exterior, encontramos uma fachada rústica que se prolonga para a parte interior do hotel, onde o cunho histórico entrelaça-se com a arte e a contemporaneidade. Exposições e sofisticação Com vista a oferecer inovação à hotelaria vimaranense, a nossa entrevistada introduziu uma galeria de arte na receção do hotel. “Quando abracei este trabalho, fiquei com dúvidas porque não era a minha área. Então tive que arranjar outro projeto que me desse prazer. A arte é esse projeto!”, conta. É desta forma que Maria Rosa Roeder junta duas das suas paixões, ao mesmo tempo que proporciona aos seus clientes um conceito inovador. De momento, os visitantes podem apreciar a exposição de pintura de três artistas portugueses do Minho. Carminda Faria, de Mondim de Basto, Salgado Almeida, de Guimarães, e Orlando Pompeu, de Fafe. Maria Rosa Rueda conta que é um orgulho trazer de volta ao hotel Orlando Pompeu, já que foi ele um dos primeiros artistas a expôr o seu trabalho. Até ao passado dia 20 de outubro, estiveram expostos o trabalho da artista espanhola Carmen Touza. A aliança entre a arte e a cultura não se ficam apenas no hall de entrada do hotel e já se começa a espalhar pelas restantes divisões. O projeto mais recente em que o Hotel Mestre d’Avis se encontra envolvido passa por associar o nome de um artista a cada quarto, incluíndo a colocação de uma obra desse mesmo autor no seu interior. “Atualmente, temos um quarto chamado “Pompeu” e o mais recente quarto nomeado é o de “Carmen Touza””. É desta forma que a entrevistada surpreende os seus clientes com o ambiente que os rodeia. “Os clientes não esperam a encontrar esta oferta num hotel, principalmente quando temos apenas duas estrelas”. Espaço Acolhedor Os serviços do Hotel Mestre d’Avis estão disponíveis 24 horas, estando os colaboradores preparados para dar resposta a qualquer pedido, durante o dia e a noite. A relação que existe entre a equipa de sete funcionários é muito próxima Portugal Inovador ainda, que quando essa meta estiver conquistada, pode vir a ampliar o espaço. “Dispomos apenas de 16 quartos. Precisava do dobro para corresponder à procura”, explica. No que diz respeito à arte, Maria Rosa Roeder revela que vai começar a trabalhar num outro projeto que passa também pela exposição ao ar livre, numa quinta de sua propriedade, algo que tem atraído a atenção de muitos interessados. | e têm entre si uma cumplicidade, que é transmitida, mais tarde, para o cliente. “Este hotel vive da relação próxima com o cliente”, menciona a diretora. Também na abertura de cada exposição, todos os hóspedes são convidados a assistir. “Fazemos tudo o que podemos para os aju- dar e orientar”, aconselhando as melhores atividades que a cidade tem para oferecer, assim como os percursos que devem visitar. Melhorar a situação do Hotel Mestre d’Avis e continuar a conquistar e a surpreender novos clientes são os principais planos da proprietária. No entanto, admite Novembro I 85 Portugal Inovador A melhor oferta para criança Conjugando a especialização em puericultura com o vestuário infantil de qualidade, a Arisca afirma-se como uma casa de referência em Guimarães para aqueles que procuram o melhor para os seus filhos. Desde o Natal passado que a loja de Andreia Pereira está presente na Rua de Stº António, zona de prestígio da cidade e do respetivo comércio tradicional. Anteriormente, a Arisca já contava cinco anos no mercado, com um espaço no Centro Comercial S. Francisco, igualmente em Guimarães. “A passagem para aqui teve por objetivo conseguir maior visibilidade e também atingir um novo nicho de cliente”, refere. Uma mudança que implicou a coexistência próxima com uma variedade de estabelecimentos também dedicados à criança, mas que a responsável encara de forma confiante: “Não há uma loja tão completa como esta em Guimarães. Existem lojas que são só de puericultura, existem lojas de vestuário, mas 86 I Novembro outra loja que englobe as duas vertentes não existe”. Assim, para além da moda infantil, podemos encontrar aqui todo o enxoval para o bébé, todos os artigos de puericultura leve (biberões, chupetas, esterilizadores, etc), artigos de higiene e segurança, carrinhos de passeio e cadeiras automóveis, peluches e brinquedos e mobiliário. A mais-valia de complementar uma vertente com a outra não traria resultados se não estivesse apoiada naquele que tem sido o critério principal para a seleção desta oferta: a qualidade. “Tem de se pensar no conforto das crianças”, sublinha, explicando que, “apesar de muitas vezes as pessoas não terem noção da importância desse conforto, é nos primeiros meses de vida que tudo se forma numa criança, daí que, obviamente, seja importantíssimo, por exemplo, que um carrinho seja bem acolchoado”. A qualidade é, portanto, a preocupação de quem procura os produtos da Arisca. A proprietária acrescenta ainda a importância de ter artigo que marque a diferença, fazendo também referência ao facto de tentar “dar preferência a marcas nacionais”. Entre os exemplos mais prestigiados estão a Bebécar, no setor dos carrinhos, ou a Trama, no mobiliário. Para concluir, em jeito de balanço à transição de um espaço para o outro, Andreia Pereira mostra ter noção de que acaba por estar “numa fase de recomeço, a criar uma nova casa”, mas as perspetivas são positivas no que respeita “à fidelização de clientes e à garantia da sua satisfação”. | Portugal Inovador Criatividade com responsabilidade Há quatro anos, Alberta Gomes e Joana Gonçalves resolveram lançar-se, em Guimarães, no mercado de trabalho com o Lado Arrojado. À conversa com a revista Portugal Inovador contaram-nos como é que tudo começou. Na época, os antigos proprietários do salão de cabeleireiro, no qual Alberta e Joana eram funcionárias, decidiram abandonar o negócio, mas não queriam fechar as suas portas, por isso propuseram-lhes este projeto: “Nós já trabalhávamos juntas há alguns anos, as clientes já reconheciam o nosso trabalho, por isso não foi difícil aceitar o desafio”, explicam. Gradualmente foram investindo em três componentes que consideram fundamentais para que o salão de cabeleireiro assuma uma presença destacada na região: qualidade do espaço, dos equipamentos e dos produtos; maior diversidade de serviços; e formação. O seu nome traz já consigo um conceito que Alberta e Joana procuram transmitir. É com profissionalismo, e proximidade que o Lado Arrojado sobressai e respira criatividade. “Além dos serviços habituais o nosso maior forte está na técnica, no corte, nos penteados e na maquilhagem”, especificam. Quando questionadas sobre se haveria um público-alvo que as procurasse mais especificamente, afirmam que “não, uma vez que são procuradas por todos pela qualidade do seu trabalho”. Como marca do seu profissionalismo antes de iniciarem qualquer serviço que lhes seja solicitado realizam previamente um diagnóstico personalizado. Nesta fase são avaliados três aspetos: a fisionomia do rosto, o estilo de vida e o desejo do cliente, “para que o resultado final seja o pretendido e para que a cliente se sinta satisfeita”, salientam. Tanto a Alberta Gomes como a Joana Gonçalves trabalham há mais de dez anos com a L’Óreal. Marca eleita por estas profissionais por aliar a qualidade e o prestígio, no fundo “sabemos que podemos confiar”. Um trabalho que lida diariamente com a imagem não pode descurar e desvalorizar os pormenores, ainda mais para com a comunidade envolvida na região. “Temos de dar o nosso melhor, pois não é só a imagem do cliente que está em causa, mas também a nossa”. O seu labor e o seu conceito como não podem ficar confinados neste espaço têm de se projetar e ganhar novos rumos, nunca perdendo de vista a responsabilidade. Há para isso diversos meios de divulgação do melhor que sabem fazer; já produziram alguns trabalhos ligados à moda e também já realizaram trabalhos de maquilhagem e cabelos em alguns espetáculos culturais. Dado que ambas trabalham na área da formação, a exigência torna-se maior, obrigando-as a uma constante dinâmica e atualização, na expetativa de proporcionarem um melhor serviço, ao mesmo tempo que são conduzidas a um enriquecimento profissional. | Novembro I 87 Portugal Inovador 25 anos de experiência comprovada SERVIGUIMA, uma referência no segmento da prestação de serviços na área da limpeza institucional, industrial e hospitalar. na qual a qualidade se assume não só como uma política, mas sobretudo como um compromisso, onde as exigências e expectativas dos clientes têm de ser correspondidas e superadas. O responsável da empresa acrescenta ainda que «através de um documento de avaliação regular de satisfação do cliente, promovemos a melhoria contínua do desempenho e otimização do trabalho». Assim, para além da aposta na excelência na prestação de serviços, valores como: qualidade, confiança, responsabilidade, ética, transparência, rigor e coerência são fundamentais no seu desempenho e impulsionam a consolidação da marca. Futuro Empresa familiar fundada em 1989, orgulha-se de ter sido pioneira no concelho de Guimarães como nos revela Filipe Fernandes, atual diretor da empresa. O seu principal objetivo é garantir a qualidade do serviço, aliando aos métodos de trabalho mais eficientes, os melhores produtos e equipamentos disponíveis no mercado. «A nossa postura, o profissionalismo e os anos de experiência são as nossas mais-valias. Claro que a isso alia-se o facto do nosso “core business” se centrar, essencialmente, em três 88 I Novembro áreas, nomeadamente limpeza industrial, limpeza hospitalar e limpeza doméstica», explica Filipe Fernandes. Com mais de 60 colaboradores, a empresa de limpezas vimaranense abrange várias regiões do norte do país como Viana do Castelo, Grande Porto, Braga, Felgueiras e Guimarães e aposta permanentemente na formação dos seus funcionários, com o intuito de manter o rigor e o profissionalismo nas três áreas em que atua. A SERVIGUIMA é, hoje em dia, uma entidade sólida e certificada, Com 25 anos de experiencia no mercado e uma vasta carteira de clientes, a SERVIGUIMA pretende alargar os seus horizontes, aumentando o portfólio de clientes e as áreas onde atua. “Em 2013 inauguramos uma filial em Felgueiras. Este ano, estamos a desenvolver um projeto Responsabilidade Ambiental através da triagem e reciclagem dos resíduos provenientes da nossa actividade e esperamos continuar a inovar na prestação de serviços, conscientes que são mudanças benéficas para todos”, conclui. | Portugal Inovador Tratamento avançado na saúde oral Dando a conhecer exemplos de sucesso, empreendedorismo e profissionalismo, este mês, em Guimarães, apresentamos-lhe o percurso do médico dentista João Paulo Ribeiro. “Sempre sonhei ser médico e atuar numa especialidade interventiva. Quando dei conta a medicina dentária era o caminho a seguir”, inicia o nosso entrevistado, natural de Guimarães e licenciado no Porto, na faculdade de Medicina Dentária. Terminada a licenciatura, em 1993, a abertura de um consultório próprio, em parceria com um colega, foi o caminho natural. Ávido de conhecimento, desde logo sentiu a necessidade de investir em formação extra em várias áreas. Correu o mundo, sendo que hoje está mais especializado na cirurgia e na implantologia. “Quando numa destas aventuras nos EUA, há 14 anos, visitei um Centro de formação multidisciplinar de dentária, comecei a alimentar o desejo de exportar o conceito para Guimarães. Há cinco anos o projeto materializou-se e inaugurei o Centro de Medicina Dentária João Paulo Ribeiro”. Abrindo com varias especialidades, no primeiro ano o espaço realizou cerca de 13 800 consultas. “Sinto que crescemos de forma sustentada, apoiados por uma equipa que acompanha os valores que prezo: a humildade, a seriedade, o profissionalismo e o respeito para com paciente”. O moderno Centro está equipado com a mais alta tecnologia. O laboratório é sem dúvida o maior investimento com um sistema robotizado que garante muita autonomia ao trabalho de toda a equipa. “Possuímos um sistema de TAC que permite realizar imagens tridimensionais para um correto diagnóstico das patologias. Assim como um sistema de CAD-CAM que produz as coroas e as facetas de cerâmica no próprio dia, conferindo-nos uma resposta excecionalmente rápida e eficaz. Os pacientes entram aqui de manhã e saem à tarde com um novo sorriso, algo muito gratificante para todos”. Em 2011 e como corolário deste êxito, um grupo financeiro com forte investimento na área da saúde dentária, convidou este centro para ser uma clinica âncora de uma extensa área geográfica, dentro de um projeto a nível nacional. O convite foi aceite e por isso hoje a clínica assume a designação de clinica Alba – João Paulo Ribeiro. Internacionalização No regresso de uma formação na Ásia, o médico visitou o Luxemburgo e atreveu-se a procurar um espaço onde pudesse concretizar o seu sonho de internacionalização. “Escolhi o Luxemburgo pelo centralismo e pelo cosmopolitismo, aproveitando o facto de estar perto de uma comunidade portuguesa de 120 mil pessoas num espaço de 80 km”. Ultrapassados todos os complexos processos burocráticos, o espaço abriu em 2013, funcionando com os mesmos princípios do Centro português. Dado considerar que a formação de Medicina Dentária em Portugal é das melhores a nível mundial, a equipa luxemburguesa é composta por três médicos dentistas portugueses que servem a população diariamente. Duas vezes por mês o nosso entrevistado visita o espaço para proceder às cirurgias e aplicar os implantes. O sucesso tem sido tal que ainda no final deste ano vai ser inaugurado um segundo espaço. Hoje, João Paulo Ribeiro assume ter chegado “onde queria”: “Quero que o meu nome continue associado a um serviço de excelência. Tentarei dedicar-me mais à filantropia”, conclui. | Novembro I 89 Portugal Inovador Dar prioridade à vida das pessoas É sob este lema que a Escola de Condução Ronfense tem orientado os seus métodos de ensino, destacando-se como uma referência na promoção da segurança rodoviária. Manuel Lopes, proprietário, tem uma experiência de 24 anos como instrutor de condução. Foi atravé da sua iniciativa de se assumir como empresário no setor, que se estabeleceu a escola, há 15 anos, em Ronfe, no concelho de Guimarães. A Ronfense dispõe de uma equipa de três instrutores, cada um com mais de 20 anos de ensino, que acompanham os alunos desta escola em viaturas que estão “entre as mais modernas que se podem encontrar no mercado do ensino”. O reconhecimento que o trabalho destes profissionais tem obtido resulta numa média anual de 300 inscrições, provenientes dos concelhos de Guimarães, Famalicão, Fafe ou, inclusive, Braga. Aqui, o índice de aprovações é o mais elevado a nível nacional. “Os resultados são importantes, mas só são alcançados devido à nossa exigência no ensino”, afirma Manuel 90 I Novembro Lopes. O foco dessa exigência está na sensibilização dos alunos para o rigor no cumprimento das normas de segurança, sendo que o responsável defende que o grande espaço de intervenção para o efeito são as aulas teóricas. “O código é o mais importante”, sublinha, aproveitando para explicar: “Se um aluno não souber estacionar bem à primeira acaba por conseguir fazê-lo mais tarde ou mais cedo. A condução é natural nas pessoas. Porém, se não tiver conhecimentos da parte teórica e não obtiver a preparação psicológica que nós trabalhamos nas aulas, nunca mais vai ter isso. Nunca irão saber os princípios da condução defensiva e nunca vão estar sensibilizadas para atitudes como, por exemplo, a cedência de uma passagem”. Tomando em conta a responsabilidade que envolve a prática da condução e os seus potenciais perigos, o proprietário e fundador da Ronfense defende também que os pais têm que ter essa mesma consciência quando oferecem uma carta de condução aos filhos: “Têm que procurar saber muito bem onde é que eles vão obter instrução e quem lhes vai dar essa instrução”. Um sinal de que esta escola se apresenta como um espaço que serve este princípio, para além do já referido sucesso nas aprovações, passa por uma recente sondagem aleatória, feita aos alunos, através da qual foi obtida uma classificação de 970 valores em 1000 possível. Estando, por isso, confiante no futuro do seu trabalho nesta área, Manuel Lopes partilha connosco a sua expectativa de, eventualmente, poder alargar o seu negócio ao exterior do país: “Há países europeus aos quais nos poderíamos adaptar muito bem. Têm grandes comunidades portuguesas e não haveria os mesmos problemas em encontrar alunos porque estão dispostos a pagar o valor correto pela instrução”. | Portugal Inovador MM Metálica: aposta no mercado angolano Com seis anos de mercado, a MM - Deformação Metálica é já uma empresa de referência a nível nacional e internacional. Com investimentos em Guimarães e em Moçambique, agora é a vez de Angola receber, em Luanda, uma base fabril. A empresa de Guimarães MM Metálica, especializada na área da produção e instalação de condutas e acessórios em chapa galvanizada, alumínio e inox, para instalações AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), em parceria com a Mota Engil e com a Caixa Capital, ao abrigo do projeto “Internacionalizar em Parceria” - que permite reforçar o apoio à internacionalização das pequenas e médias empresas -, vai instalar uma unidade fabril em Angola nos próximos seis meses. De acordo com Marino Machado, administrador da empresa: “Entre tantas outras empresas que se candidataram, a Mota Engil confiou no nosso projeto e na qualidade do nosso produto, sendo esta escolha um reconhecimento do nosso trabalho o qual nos orgulhamos muito. Acredito plenamente que fomos escolhidos pela nossa qualidade e pelo nosso know-how”. Desde o início que o projeto da MM Metálica estava voltado para o mercado angolano e, de acordo com o nosso interlocutor, a explicação para isso é simples: “Já temos uma sede em Moçambique e Angola é um nicho de mercado muito apetecível, uma vez que a construção civil estará muito ativa durante os próximos anos, e como tal, o nosso produto é um bem essencial e se encaixa perfeitamente”. O grande objetivo é atacar em força o mercado angolano e, quem sabe, um dia mais tarde “expandirmos para os países limítrofes”, acrescenta. É em Luanda que vai ser instalada a nova unidade fabril, que vai empregar 55 pessoas, seis das quais vindas de Portugal. “Decidimos levar connosco alguns trabalhadores portugueses pois é essencial haver um controlo do trabalho que está a ser feito e, nada melhor do que os nossos funcionários para fazerem esse acompanhamento e darem formação necessária aos restantes trabalhadores”, explica Marino Machado. É sabido, que os países africanos ainda não têm muito método de trabalho e um dos grandes motivos pelos quais esta empresa de Guimarães decidiu colocar lá técnicos portugueses foi exatamente esse: ensiná-los a trabalhar segundo os exigentes critérios europeus. “No fundo, vamos colocar uma pessoa responsável por cada departamento, para formar os trabalhadores angolanos. No espaço de meio ano eles têm de estar aptos a produzir”, refere. Com um estudo sólido acerca do mercado angolano e das empresas concorrentes que já lá estão instaladas, Marino Machado fez questão de referir: “Baseado no preço de mercado dos produtos das empresas concorrentes em Angola, esperamos que a nossa faturação se enquadre entre os três e os quatro milhões de dólares anuais. Acreditamos que com a qualidade do nosso produto e o nosso know-how estamos em vantagem, como tal, as nossas expectativas não podiam ser melhores”. | Novembro I 91 Portugal Inovador Experiência que culmina em 25 anos de sucesso A Tecnicunha é uma referência na região primando pela qualidade e personalização dos seus serviços. Não tem curso superior, mas senta-se ao pé de muitos engenheiros, a sabedoria é abundante, “só me falta o canudo”, começa por explicar à Portugal Inovador, António Cunha, fundador da Tecnicunha, empresa ligada ao ramo da electricidade, eletrónica, automação, que está no mercado há 25 anos. Começou por trabalhar numa empresa em Guimarães, juntamente com outros colegas. “A dada altura fui aliciado por colegas de trabalho a criarmos a nossa empresa. Durante o período de criação da nova empresa as pessoas que me aliciaram desistiram. Foi nesse momento que decidi avançar sozinho”, assim construiu de raíz a Tecnicunha. “Uma empresa familiar algo que ambicionei desde novo”, explica António Cunha. 92 I Novembro O pai queria que tivesse seguido a área têxtil, mas foi persistente e desde os 16 anos que trabalha neste setor. “Tudo o que sei, aprendi sozinho, com muito estudo e muito trabalho. Ainda hoje, chego a casa, e estou até há meia noite a estudar”, sublinhou orgulhoso. Atualmente, trabalha ligado a importantes empresas do setor, como a Siemens, Schneider, Omron, Legrand e muitas outras, desenvolve e constrói automatismos e máquinas de raíz. Para além da Tecnicunha, tem também outra sociedade numa empresa de serralharia mecânica, Oliveira e Macedo, e é aí que constrói as suas máquinas. “Em 2010, vi o serviço de assistência a decair, a serralharia não era muito requisitada e pensei que era a hora de arriscar. Comecei a analisar alguns equipamentos para construir, pois sabia de clientes que tinham interesse e fechámos negócio. Investi num software de desenho e comecei a fazer as primeiras máquinas. Desde então nunca mais parei. Tenho projetos para março, porque não tenho possibilidade de fazê-los antes”. Quanto ao futuro passa por criar uma marca sua, registada, ainda este ano e na criação de uma empresa ligada ao software, mas para a indústria. “Quero criar um programa de gestão industrial, existem já vários, direcionados para fins muito específicos, quero criar um programa versátil e muito abrangente. Tenho muitas ideias, falta-me tempo”, ressalvando o seu gosto pela investigação. Quanto à expansão da empresa, que neste momento tem apenas quatro colaboradores explica que “no futuro poderá contratar uma ou duas pessoas, dado que o objetivo é individualizar cada setor da empresa.”. No entanto conta que “esta área não é para toda a gente, só para pessoas dinâmicas, determinadas e com visão de futuro. Nesta empresa não há grandes obrigatoriedades, o trabalho tem é que ser feito. A empresa é um bem comum para todos ganharmos dinheiro e temos de trabalhar todos nesse sentido como equipe”, conclui. | Portugal Inovador Uma empresa bem estruturada A Euroberço tem conseguido destacar-se a nível nacional e internacional no setor das construções metálicas. Criada em 2005, esta empresa vimaranense dedica-se ao fabrico e montagem de todo o tipo de estruturas em ferro e coberturas metálicas. A sua atividade dirige-se a áreas diversas como a edificação de naves industriais, armazéns, condutas, coberturas, fachadas e todo o tipo de caixilharia em ferro. Após a criação, rapidamente conquistou um crescimento neste setor, o qual resultou, por exemplo, no estatuto de PME Líder. O sucesso conseguido internamente é, cada vez mais, acompanhado por uma forte dinâmica no que respeita ao seu processo de internacionalização, nomeadamente em Espanha, França e Moçambique. “Estamos à procura de novos mercados, como a Argélia, onde iremos participar numa feira durante este mês”, refere José Matos, responsável da empresa em conjunto com o sócio, Celestino Palas. Outros exemplos de novas incursões, a nível do mercado europeu, são países como a Noruega ou a Bélgica. De qualquer forma, não haveria meios para este processo de expansão internacional sem uma sólida presença dentro do país. A Euroberço conta no seu portfólio com vários projetos de grande expressão um pouco por todo o território nacional. Porém, a quebra verificada no setor da construção obrigou a uma reformulação da estratégia da empresa, com vista a ajustar os seus serviços à procura. Foi nessa lógica que a sua atividade se começou a direcionar para a procura que houve em termos de reabilitação urbana. A Euroberço tem como forte aposta a formação dos seus colaboradores, es- tando também agora preparada e a desenvolver trabalhos na remoção do amianto, um trabalho que requer formação técnica e meios adequados par o fazer. Quanto ao que está nos planos da Euroberço, os dois responsáveis apontam como objetivo que “a percentagem da exportação evolua para 50 ou 60% face aos atuais 30% no volume total de negócios”. É com uma visão ambiciosa que a Euroberço assume: “Abraçamos novos desafios; qualidade e rigor em mercados internacionais”. | Novembro I 93 Portugal Inovador Uma Era com garra Fazendo um destaque a um dos maiores concelhos de Portugal, em termos populacionais, visitámos Gondomar. No nosso périplo pela Grande Área Metropolitana do Porto, encontramos a Era Gondomar. Similar à freguesia de Rio Tinto, onde encontramos outra equipa da Era, no concelho de Gondomar observamos imóveis de vários tipos que agradam a todos os gostos. Moradias desde os 30 mil euros até à construção da mais alta qualidade que vale mais de um milhão de euros. Sendo um concelho banhado pelo Rio Douro, Gondomar depara-se também com muita procura por parte de investidores e particulares com intento de apostar em terrenos com margem de rio, quer para construir a própria habitação, férias, ou mesmo para hotéis. A Era Gondomar dirige a sua preocupação maioritariamente para o cliente individual à procura de casa própria, não descurando do investidor que tenciona arrendar. “O setor de arrendamento tem um enorme peso em Gondomar mas, a Era dedica-se essencialmente à compra e venda. O arrendamento é algo que fazemos para clientes que nos compraram o imóvel e, nesses casos, garantimos a ajuda necessária”, elucida Carla Correia, directora comercial. A equipa da Era Gondomar 94 I Novembro que se une à Era Rio Tinto, já totaliza mais de 40 pessoas. Carla Correia explicou-nos que o logótipo do franchise, por si só, atrai já bastantes pessoas: “Antes de comprarem uma casa, perto de 90% dos clientes vem falar connosco. No entanto, apercebemo-nos que nos escapam vários negócios, mas estamos a caminhar para aperfeiçoar o nosso serviço nesse âmbito”, completa. Questão da Exclusividade “Somos a favor da exclusividade, mas não somos rígidos”, inicia Carla Correia, referindo-se às diferenças entre trabalhar em regime de exclusividade e em regime aberto. Se o imóvel for exclusivo, a Era Gondomar indica ter mais facilidade em promovê-lo. No entanto, ao trabalhar com um imóvel em aberto, correm o risco de outra imobiliária ou até o próprio proprietário vender o imóvel. “Investimos bastante nos imóveis em exclusividade, porque sabemos a qualidade do nosso serviço. Preocupamo-nos em angariar a preço e regateamos o valor se não o considerarmos adequado ao mercado”, termina. O Futuro da Era Gondomar Na Era Gondomar aposta-se na colocação de placas nos imóveis, pois esse processo tem sido verificado como responsável por inúmeras das chamadas para a loja. “Não nos preocupamos com a possibilidade de atrair a concorrência ao colocar uma placa num imóvel. Queremos estar presentes sempre que pudermos e o nosso logótipo fala por si”, conclui Carla Correia. Para o futuro, tencionam abrir uma nova loja em Gondomar para dar a conhecer o projeto Era numa outra região do concelho. | Portugal Inovador A importância do rigor no setor imobiliário A cidade de Rio Tinto mostra-nos uma enorme variedade de imóveis a que a Era faz corresponder com um serviço rigoroso e de qualidade. Para além das linhas estabelecidas pelo franchise, a Era Rio Tinto demonstra a sua individualidade em cada negócio. cios sejam feitos em segurança. A diretora comercial refere a importância de ter um departamento de processos que trabalhe no sentido de verificar toda a documentação relacionada com o imóvel. “Analisar e corrigir documentos, legalizar imóveis, verificar o PDM, são alguns exemplos do dia-a-dia do nosso departamento de processos”, termina a gerente. | No parque habitacional de Rio Tinto, encontramos um pouco de tudo, desde os melhores até os mais acessíveis produtos. Carla Correia, a diretora comercial, aponta apartamentos desde os 25 mil até aos 250 mil euros, que demonstram a abrangência enorme desta imobiliária. A Era Rio Tinto trabalha maioritariamente com o particular que procura uma casa própria. Porém, em Rio Tinto e freguesias limítrofes existem também muitos terrenos, lojas e armazéns para venda. No centro de Rio Tinto, onde persiste o tradicionalismo do ramo, sobressai a Era, presente nesta cidade há apenas oito anos. No entanto, a recente conjuntura económica impulsionou a “limpeza” do setor a nível nacional e “os que superaram, tornaram-se muito mais fortes”. A equipa da Era de Rio Tinto, em conjunto com a Era de Gondomar, já soma mais de 40 pessoas. Como descendentes de um franchise, a Era Rio Tinto é extremamente exigente na qualificação e rigor de todo o processo de compra do imóvel. Questão da Certificação Energética A diretora comercial explicou-nos que, no mercado de Rio Tinto e Gondomar, grande parte dos certificados energéticos são feitos através do protocolo com a EDP, que possibilita o pagamento em prestações. “Neste momento, estamos impossibilitados de promover imóveis sem certificado energético. Esta é uma situação mais complicada para quem tem urgência em vender o imóvel, porque enfrenta dificuldades financeiras e, assim, enfrenta uma despesa adicional”, explana Carla Correia. “Neste momento, estamos impossibilitados de promover imóveis sem certificado energético. Esta é uma situação mais complicada para quem tem urgência em vender o imóvel, porque enfrenta dificuldades financeiras e, assim, enfrenta uma despesa adicional” Importância do Departamento de Processos Para credibilizar o setor, é necessário garantir que os negóNovembro I 95 Portugal Inovador O setor aos olhos de um conhecedor Francisco Bacelar tem um percurso de 30 anos no ramo da mediação imobiliária. Desde vendedor, director comercial e gestor, até criador de um franchise, o nosso entrevistado é um profissional três décadas de currículo na arte de vender imóveis. Muito jovem, tomou conhecimento da mediação por um familiar. Gostou, e decidiu fazer desta o seu modo de vida, iniciando actividade em 1984, no Porto, onde trabalhou sempre nos principais grupos de mediação das décadas de 80 e 90. Foi nessas empresas/marcas que “angariou” toda a sua experiência, a par do seu interesse de sempre em acompanhar a evolução das tendências, e sobretudo das novas tecnologias no exercício da actividade, que conhece e domina em todas as vertentes. Ligado a um desses grupos desde 1996, foi nessa marca que fez florescer toda a sua experiência como gestor e gerente de um franchise, por força do emagrecimento da rede e da redução de pessoal dedicado a cada uma das vertentes, que assim passou a acumular com a área comercial. A nível de formação e aprendizagem sobre as bases e funcionamento de uma grande empresa para além da imobiliária, Francisco Bacelar teve também um período ligado a uma empresa de televisão por cabo, o que lhe proporcionou uma panóplia de conhecimentos informáticos, que não mais parou de desenvolver. Após 30 anos de experiência na mediação imobiliária, esta personalidade deteta uma enorme alteração 96 I Novembro de paradigmas no que diz respeito ao rigor e controle do setor. “Anteriormente era difícil obter licença de mediação. Hoje considero ser fácil de mais! Denoto igualmente uma falta de fiscalização da atividade e nós, como profissionais, não podemos compactuar com esta situação”, critica. Entre as diversas alterações que o mercado imobiliário sofreu nos últimos anos, a obrigatoriedade da certificação energética é uma das menos pacíficas. Francisco Bacelar concorda com este elemento diferenciador e positivo na venda dos imóveis. No entanto, e embora a maioria dos seus imóveis já contem com o certificado, tem sido preocupante exigir essa despesa-extra aos clientes que necessitam da venda ou arrendamento por enfrentarem dificuldades financeiras. “Esta é mais uma situação onde devemos impor-nos, nomeadamente, perante a venda de imóveis por parte de indivíduos que não estão licenciados, e que publicitam certificados online que não existem ou são falsos”, esclarece. Vila Lusa No ano de 2012, por diversas razões, Francisco Bacelar deixou para trás 16 anos de dedicação a uma marca nortenha de mediação, onde era sócio, e deu prioridade, à sua vontade de criar uma marca apenas sua. “Não perdi o know-how e as técnicas de gestão que desenvolvi. Hoje, aplico tudo isso na Vila Lusa”, declara. A Vila Lusa nasceu assim da sua vontade, mas também da quase totalidade dos seus colaboradores no projecto anterior, e que o acompanharam e encorajaram desde a primeira hora. “No dia em que saí, recebi de imediato o apoio da maior parte dos colaboradores, que assumiam o desejo de continuar a trabalhar comigo”, menciona. Começando do zero, decidiu criar então a sua rede de franchise, fornecendo independência a cada uma das lojas. Assim, está de volta ao ativo, mas de um modo diferente, dado que não tem de gerir cada uma das lojas, como anteriormente sucedia. “Não dedico muito tempo ao funcionamento de cada loja, desde que represente e reflita no mercado, e junto de cada cliente, a filosofia Vila Lusa com seriedade, a postura mais importante para mim desde sempre”, aponta. O objetivo de Francisco Bacelar é liderar e desenvolver uma empresa portuguesa reconhecida no mercado, que funcione fundamentalmente na zona Norte. A equipa tem que ser constituída por profissionais de confiança, de preferência com anos no ramo, que permitam um crescimento sustentado e idóneo. Para já a Vila Lusa encontra-se situada em Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Maia, Peso da Régua e Viseu, e mais recentemente em Rio Tinto, Gondomar. | Portugal Inovador Promover Portugal A Amber Star, sediada em Vila Nova de Gaia e há seis anos no mercado, consolida a sua atividade em pilares sólidos na área da mediação imobiliária. A Amber Star está neste momento à procura de imóveis ligados ao mercado Golden Visa: solares, hotéis, quintas com produção de vinho, e moradias em zonas de prestígio. A história da Amber Star começou a ser narrada em março de 2008, um período conturbado pela crise, que afetou também a mediação imobiliária. Oleg Railean e Liucija Ruseckaja, rostos da empresa, movimentando-se em contramão, prepararam-se para os desafios que o mercado apresentava. Atualmente, sob uma visão regional, nacional e internacional, exploram lugares que se caracterizam pela sua riqueza e vastidão. Apesar de terem a sua sede em Vila Nova de Gaia, atuam em 21 concelhos, numa área que se estende de Vila Nova de Famalicão a Vale de Cambra. Sabemos que a maioria das empresas centraliza a sua atividade na zona onde estão sediadas, mas a Amber Star vem contrariar essa regra. “32% das nossas vendas são realizadas em Vila Nova de Gaia, as restantes são concretizadas nos outros concelhos”, explicam. A visão ampliada do melhor dos mundos, onde o rural e o urbano podem coexistir sem se revelarem antagónicos, permite a abertura de novos horizontes. Oleg Railean e Liucija Ruseckaja falam seis línguas, o que lhes dá maior abertura para comunicarem para o exterior, nacional e internacional. Nesse âmbito nasceu um novo projeto, a Amber Star Luxury. Por detrás do conceito estende-se uma ação inovadora: promover imóveis de luxo. A promoção desenvolve-se em parceria com outras empresas sediadas em Moçambique, Inglaterra, Rússia e outros países do Leste. No website www. amberstarluxury.pt as pessoas podem obter informação que se estende para além da mediação imobiliária. AAmber Star sabe que Portugal respira história e tradição, e aproveita esse meio para dar a conhecer o país ao Mundo. Particulares, consultores e empresas de investimento bancário, em parceria com a Amber Star, geram também oportunidades de negócio diversas. Oleg Railean e Liucija Ruseckaja observam as especificidades de mercado para ir ao encontro das diferentes necessidades. Nessa perspetiva desenvolveram protocolo com todas as entidades bancárias, assegurando as melhores condições de financiamento disponíveis no mercado. Os portugueses espalhados pelas diferentes partes do mundo mantêm um elo forte com as suas raízes, e vêm não raras vezes em busca de uma segunda habitação. França, Suíça e Alemanha pertencem a este nicho que se encontra em curva ascendente e com tendência a proliferar. “40% dos nossos clientes estão lá fora”, constatam. A procura do mercado de arrendamento turístico também tem aumentado. É atualmente um negócio que está muito em voga, principalmente no Grande Porto. O otimismo transparecido nos olhos de Oleg Railean e Liucija Ruseckaja, e a curiosidade que os levara à descoberta, há seis anos, concretiza-se agora na boa gestão de uma casa que tem tudo para crescer. A tomada de decisões revela-se determinante para crescer na diferença. | Novembro I 97 Portugal Inovador Na luta pela melhoria contínua A Era Gaia Douro existe deste 2006 e, em 2009, Sara Sousa assumiu a gerência e abraçou a oportunidade de deixar o ensino e dedicar-se à mediação imobiliária. “Não fui a fundadora da Era Gaia Douro, mas agarrei este projeto como se fosse meu”, inicia a diretora comercial. Gaia tem vindo a tornar-se um mercado bastante apetecível, tanto pelo número de transações como pela oferta e procura que se verifica. Operando nas freguesias de Avintes, Oliveira do Douro e Vilar de Andorinho no concelho de Vila Nova de Gaia, a Era Gaia Douro representa uma região caracterizada por uma grande rotatividade nos imóveis com segmento predominantemente médio/baixo. No decurso da nossa conversa, Sara Sousa falou-nos sobre a sua evolução junto da rede Era e do que já conseguiu alcançar: “Os imóveis da Banca foram muito importantes para o nosso desenvolvimento e, por dois anos consecutivos, ganhámos o prémio da Caixa Geral de Depósitos na rede Era, devido ao elevado número de transações da nossa loja”, comenta. A Era Gaia Douro lida, maioritariamente, com clientes particulares, que tanto procuram imóveis para habitação própria como para investimento. Cada loja Era tem uma zona de atuação específica e, neste caso, observamos “uma quota de 98 I Novembro mercado bastante grande, uma vez que cobre a zona periférica da cidade que funciona como dormitório”. A equipa Era Uma coordenadora, três diretores comerciais, cada um com a sua respetiva equipa, e uma diretora de processos na área de solicitadoria, somam um total de 13 pessoas que constituem o grupo de trabalho da Era Gaia Douro que se encontra neste momento em fase de recrutamento. Interajuda é um dos valores que mais se preza e “o espírito de equipa é fundamental, pois o sucesso de um depende de todos e procuramos a melhoria contínua” afirma. A procura e oferta A questão do arrendamento não têm grande expressividade uma vez que a oferta é reduzida e o “core business” da empresa consiste na mediação de imóveis usados para venda. “Compre um apartamento para arrendar e consiga uma boa rentabilidade do seu investimento”, aconselha Sara Sousa. Gaia está servida de imóveis para este fim e para alguns investidores é um meio mais seguro de investimento de capital com retorno aceitável. Questão da Certificação Sendo os imóveis trabalhados direcionados para um segmento médio/ baixo, estes são muitas vezes colocados à venda por necessidade dos proprietários. Assim, para não prejudicar nem a mediadora nem os clientes, a Era Gaia Douro mantém um protocolo com uma empresa de certificação energética que facilita o pagamento do certificado em seis prestações. A certificação tem vantagens contudo o preço do certificado energético é demasiado elevado para os nossos clientes, termina Sara Sousa. | Portugal Inovador Uma agência anti-crise. Para cada cliente uma solução! Desde 2008 em Águas Santas, concelho da Maia, a Remax Plus ocupa uma posição estratégica dentro do universo Remax no Grande Porto. A Rua Dom Afonso Henriques é um conhecido ponto de contacto entre três dos concelhos mais habitados da região: Maia, Gondomar e Valongo. É aí que podemos encontrar a Remax Plus e são, essencialmente, estes os concelhos que compõem a sua respetiva área de influência. A agência de Germano Moura localiza-se, como referido, na freguesia de Águas Santas ainda que a paredes meias com a cidade de Ermesinde, da qual o responsável é residente há quase três décadas. “Em dez minutos conseguimos estar no centro da Maia, no centro de Valongo, no centro de Rio Tinto, na Areosa ou em Alfena, atingindo, portanto, um mercado de 300 mil pessoas em muito pouco tempo”, explica. O mercado imobiliário das localidades em que atua não apresenta grandes assimetrias, segundo Germano Moura, com um perfil de habitante que aponta, na generalidade, para um segmento médio-baixo, sendo este que compõe o grosso da atividade da Remax Plus: “É talvez o mercado que responde mais rapidamente à informação, principalmente à negativa. Estes mercados de subúrbio são os que têm sofrido mais e isso é visível quando se compara o total de transações que ocorrem nestes concelhos com o que sucede no Porto, em Gaia ou Matosinhos”. Daí que os profissionais da Remax Plus (atualmente são 14 os comerciais) tenham desenvolvido como vocação uma capacidade particular para o acompanhamento das tendências do setor. Como lembra Germano Moura, “a agência foi iniciada em 2008, ano em que estalou a crise financeira mundial”, mas ainda conheceu um ano bastante positivo para a atividade imobiliária como foi 2010. “Foi o nosso melhor ano até agora, mas, para percebermos os efeitos dos desenvolvimentos no setor da Banca, foi um ano em que 92% das transações foram através de financiamento, quando em 2011 isto ocorreu numa percentagem de apenas 9%”, indica. Os problemas da Banca representaram, porém, um conjunto de novas oportunidades, que a sua agência identificou e às quais res- pondeu eficazmente, como o aparecimento de “muita gente que, com falta de confiança nos Bancos, quis investir o seu dinheiro em imóveis para arrendar, assim como muitos casos de pais que adquiriram casas para ajudar os filhos e, inclusive, a própria Remax Portugal assinou acordos com vários Bancos para a angariação dos imóveis com que estes tinham ficado por incumprimento”. Assim, falar da Remax Plus é falar de “uma empresa filha da crise”, que nunca soube como era trabalhar o ramo imobiliário quando o contexto do setor era fácil, apresentando, por isso, uma equipa de profissionais mentalizados para resistir a um mercado cada vez mais exigente. “Quem não for verdadeiramente profissional não se consegue manter nesta atividade, daí que tenhamos que ter as pessoas certas; no nosso recrutamento procuramos perceber se a pessoa tem perfil, vontade, objetivos e estratégia de vida”, refere, acrescentando que as perspetivas para o futuro passam por “alargar sempre” a equipa para responder eficazmente às novas exigências do mercado. | Novembro I 99 Portugal Inovador “Mais importante que trabalhar um imóvel é trabalhar um cliente” Trabalhando no Grande Porto, o foco da Escolha Acertada, empresa de mediação imobiliária liderada por Carlos Teixeira, são os concelhos de Matosinhos e da Maia, sendo que a sua abrangência se estende na zona Litoral até Vila do Conde. Com largos conhecimentos nesta área, que lhe foi apresentada aos 19 anos de idade, Carlos Teixeira decidiu, em 2002, investir num projeto próprio – numa época em que a imobiliária começou a sofrer com o corte ao crédito bonificado. “Tenho por hábito dizer que como não sei fazer mais nada, muito mais do que realizar um negócio, o meu objetivo é fidelizar o cliente”, adianta. Nos últimos anos, “verificámos que o setor imobiliário foi bastante afetado, tendo em conta a conjuntura económica e as medidas que foram sendo impostas: o aumento dos spread’s, a diminuição de capacidade de compra das pessoas, a restrição da Banca ao crédito, entre outras; e que acabaram por ser o resultado de alguns facilitismos e erros do passado”, opina Carlos Teixeira. Nos últimos meses, o nosso entrevistado denota “uma recuperação na economia em geral, verificada de igual forma no setor imobiliário”. Um ramo que nas suas palavras 100 I Novembro deve ser encarado com mais trabalho, empenho, profissionalismo e, principalmente, especialização. “Um cliente que compra um imóvel junto ao mar, tem que ter uma abordagem completamente diferente de outro que procura um imóvel numa zona limítrofe, assim como terá outra abordagem aquele que pretender comprar um armazém”. Consciente desta diferenciação, a Escolha Acertada optou por investir numa equipa de colaboradores formada e especializada em diferentes nichos: desde o industrial, habitacional, entre outros. “Ninguém tem a capacidade de dominar todas as áreas, nesse sentido recusamo-nos a abranger regiões ou setores onde não estejamos confortáveis, só assim será possível conhecer verdadeiramente o terreno. Formamos e preparamos os nossos comerciais para lidar com pessoas e situações diferentes”. Com uma equipa composta por sete colaboradores, aqui podemos dizer que não é o cliente que escolhe o comercial. Na Escolha Acertada o cliente é encaminhado para o comercial que mais conhecimentos e capacidades tem para ir ao encontro das suas ambições. “Mais importante que trabalhar um imóvel é trabalhar um cliente”, reitera Carlos Teixeira. Atualidade Consciente das constantes mutações do mercado e atenta a novas oportunidades de negócio, neste momento a equipa da Escolha Acertada está também direcionada “para o trabalho com empresas e com investidores que pretendam adquirir imóveis para arrendar, aproveitando assim este mercado que ainda consegue oferecer uma taxa de juros atrativa e com uma rentabilidade acima dos 2% - o que a Banca paga em depósitos a prazo”. O aumento da oferta de frações para arrendar tem conduzido a uma diminuição do valor das rendas, que na opinião de Carlos Teixeira “estavam bastante inflacionadas”, e “que mesmo assim permite aos investidores uma excelente rentabilidade”. Hoje em dia, o aumento da oferta permite que o mercado se atualize ao nível dos preços “para valores mais justos e reais. O investimento nestas casas acaba também por ser bastante positivo dado que impulsiona a reabilitação dos centros urbanos”, continua. Trabalhando de forma sustentada e muito direcionada para a satisfação do cliente, o percurso da Escolha Acertada tem sido estável e moderado. Quando questionado sobre o futuro o gerente é perentório: “Passa por manter a mesma atitude, sendo que a empresa não cresce, porque eu não a deixo crescer; e tendo a certeza que não irá diminuir porque tenho uma grande confiança no trabalho da minha equipa”. | Portugal Inovador “O meu orgulho é o trabalho que sai das minhas mãos” Na Rissolaria Tradicional de Rosa Maria Carvalho e do seu marido Agostinho Carvalho, encontramos um excelente exemplo de empreendedorismo. Esta empresa prima por qualificar o método tradicional de fazer salgados e demonstrar o que se consegue com muita dedicação e trabalho. “Quando abrimos a empresa, começamos abaixo de zero!”, inicia Agostinho Carvalho, referindo-se às dificuldades que enfrentaram para iniciar o próprio negócio. Sem qualquer formação na área, Rosa Maria Carvalho acreditou nas suas capacidades de transformar os salgados numa arte. Começando em 1992 na garagem da mãe, Rosa Maria Carvalho conseguiu concretizar o seu sonho. Hoje, a Rissolaria Tradicional já conta com uma filial em Lisboa, que efetua a distribuição dos produtos na região Centro e Sul. O armazém onde se encontram emprega cerca de 14 pessoas e, uma vez que o trabalho é maioritariamente manufaturado, é espantoso afirmar que a empresa tem uma média de corte de um rissol por segundo, o que soma cerca de 500 rissóis a cada dez minutos. “Apostámos numa linha mista em que se industrializa apenas as partes que, garantidamente, mantêm a qualidade do produto. Posso afirmar que a minha esposa é um ‘ás’ no corte do rissol e ensina isso a todas as nossas funcionárias”, completa Agostinho Carvalho. A crise chegou e passou mas, felizmente, os nossos entrevistados comentam que não sentiram nenhuma diferença. ”Colocamos muito amor no que fazemos, considero ser esse o elemento que nos fez superar qualquer dificuldade. Trabalhamos com matéria prima da melhor qualidade e todos os produtos são confecionados com trigo tostado que transforma o rissol num alimento mais saudável”, termina Rosa Maria Carvalho. Mas não só do rissol vive esta empresa, e o leque de produtos aumenta anualmente. Os produtos e onde encontrar Das especialidades mais inovadoras constam o rissol de frango com azeitonas, os triângulos de bacalhau com natas, o rissol de alheira e passas, a empada de porco preto com queijo da serra, a tartelete de faisão, entre outros. “Somos reconhecidos pela utilização de produtos naturais, e faço questão de não dar demasiada cor ao recheio para que seja um sinónimo de naturalidade. Sou extremamente rigorosa com todas as regras de controle e, devido ao facto de trabalharmos com nomes importantes da culinária portuguesa, é-nos requisitado um produto constantemente analisado e controlado”, explica a sócia-gerente. A Rissolaria Tradicional trabalha com a grande hotelaria e restauração a nível nacional e ilha da Madeira, somando os grandes chefes portugueses, e Rosa Maria Carvalho realça que o primeiro chefe que lançou o produto desta rissolaria no mercado foi o chefe Cordeiro. Aliando a excelência e rigor às técnicas de fabrico e ao cuidado com a higiene, a Rissolaria Tradicional é um exemplo da qualidade aliada à tradição. | Novembro I 101 Portugal Inovador Uma casa com sabor Na memória ainda temos o aroma dos doces que inundam o espaço e no paladar o suculento sabor da especialidade da casa. Foi à conversa com os fundadores, Marisa Sousa e Lino Sousa, que ficámos a conhecer o historial da Casa dos Croissants. Já trabalhavam na área quando decidiram enveredar por um projeto próprio, aproveitando um espaço comercial de família situado em Vandoma, Paredes. A abertura discreta, em novembro de 2010, acabou por ter um impacto inesperado: “Nunca pensámos alcançar o sucesso que enfrentamos. Nomeadamente através da especialidade que deu nome à casa, os croissants”, inicia Lino Sousa. Marisa Sousa alerta que as “mãos” que moldam os croissants são um ingrediente fundamental para o resultado final: “A receita pode ser a mesma, mas é o pasteleiro que dá vida ao produto”. Na Casa dos Croissants é Lino Sousa que lhes dá forma, manualmente, um a um. Num total de 1500 por dia, sendo que ao fim de semana podem chegar aos 5000. A receita, segredo da casa, foi conseguida através da parceria entre Lino Sousa e o seu braço direito no fabrico, o pasteleiro Francisco Silva, ao qual se junta o ajudante Rui Salvador. “Foi com essa receita que a casa ganhou nome e cresceu de forma inesperada”. Um croissant húmido, 102 I Novembro fofo, delicioso, que promete ficar na memória dos mais gulosos, que não resistem em repetir. Quem tem acompanhado este processo foi o gerente da primeira loja, Luís Esteves, que continua presente em toda a evolução desta casa. Os clientes são às centenas diariamente, e muitos vêm das zonas limítrofes em busca desta especialidade, que pode ser encontrada nas versões: simples, com creme de ovo ou com chocolate. Marisa Sousa diz até, que “os emigrantes da terra, no final da estadia em Portugal, não deixam de levar alguns croissants para adoçar a viagem”. Todo este sucesso levou a que, em finais de 2012, a fábrica onde se produziam os doces (para consumo interno e para revenda) se tornasse pequena, o que conduziu no dia 13 de outubro de 2013 à inauguração de uma nova unidade de produção agregada a um segundo espaço de atendimento ao público, em Gandra. José Manuel Garcez foi o arquiteto que decorou o espaço e desde então tem vindo a acompanhar o percurso destes jovens empreendedores. “Neste momento, temos as condições necessárias para fornecer vários espaços e, naturalmente, sempre com uma ambição moderada, pretendemos crescer. São muitos os clientes que nos pedem para abrirmos outras pastelarias”, refere Lino Sousa. Atentos a isso, e após um estudo de mercado, o casal decidiu que já no final deste mês (novembro) vai abrir a terceira Casa dos Croissants. Lousada foi o local escolhido e a decoração do espaço vai contar também com a colaboração do arquiteto José Manuel Garcez, que está igualmente a renovar a casa-mãe. Uniformizar a imagem da Casa dos Croissants, sempre pensando no conforto e no bem estar dos seus clientes é o objetivo deste jovem casal que não deixa de referenciar a ajuda, diária e fundamental, de Vítor Sousa, irmão do gerente, uma peça fundamental em diversas vertentes do negócio. Mas nem só croissants oferece esta casa. Aqui, para além de todos os doces de pastelaria tradicional, encontramos outras especialidades como as bolachas húngaras e os lanches, que por não serem confecionados com massa doce, são originais e atraem muitos clientes. Nas épocas festivas o Bolo Rei (tradicional, de frutos secos, de chila e de chocolate), o Bolo Rainha e o pão de ló fazem as honras da casa. Em épocas mais especiais, a Casa dos Croissants, Portugal Inovador conta com a arte de Francisco Silva para confecionar bolos à medida da imaginação do cliente. O cake design tem vindo a ganhar adeptos e desde festas de aniversário, até cerimónias de casamento, estas obras construídas com massa de bolo têm surpreendido miúdos e graúdos. Os nossos entrevistados em tudo o que apresentam deixam uma garantia: “Primámos pela qualidade tanto dos produtos, como pelo profissionalismo da nossa equipa de colaboradores. Todos os produtos apresentados têm que estar em perfeitas condições, para isso utilizamos os melhores ingredientes e toda a nossa dedicação”. Apesar de ter começado em 2010, a crise não bateu à porta da Casa dos Croissants. Isso deve-se ao esforço de toda a equipa, mas principalmente dos seus fundadores, que quatro anos após a inauguração do projeto, continuam a trabalhar arduamente, sete dias por semana, sempre com vista à excelência e à satisfação de quem os visita. Por isso, como mensagem final não deixam de agradecer aos seus clientes, aos antigos e aos novos que chegam diariamente: “Os clientes são a alma desta casa”. | Novembro I 103 Portugal Inovador O verdadeiro sabor ibérico Com menos de um ano, o Restaurante Los Ibéricos, no Largo do Castelo, em Leça da Palmeira, ainda não parou de conquistar clientes. Ricardo Ferreira e Vitor Correia explicamnos qual o segredo para o sucesso. Depois do fecho do restaurante onde ambos trabalharam, o Restaurante Los Ibéricos “foi uma alternativa para o desemprego”, explicam. Passou de um projeto, e ganhou forma em apenas quatro meses, abrindo ao público em dezembro de 2013. Como se conheceram num restaurante de cozinha espanhola, onde a aceitação dos clientes era óptima, decidiram dar continuidade a esse trabalho. A equipa de Los Ibéricos já trabalha há oito anos junta e o investimento neste projeto permitiu-lhes continuar unida a oferecer os aromas e os sabores daquilo que melhor sabem fazer. “Todo o grupo sempre foi muito unido. Basicamente, já eramos uma família”, relembra Vitor Correia. 104 I Novembro Contam ainda com a ajuda de uma pessoa muito importante que os impulsionou e ajudou em tudo o que precisaram. Agora, apenas com dez meses de vida, já têm os alicerces estruturados e um sucesso solidificado. Três alicerces “O tratamento que os clientes recebem no Restaurante Los Ibéricos é diferente daquele a que estão habituados a receber na área da restauração”, contam os proprietários. Para eles, o serviço tem de ser personalizado e informal, para que seja uma refeição divertida, de forma a marcar a diferença. Vitor Correia explica que no trabalho, toda a equipa prima por três máximas importantes: a fidelidade ao conceito, a forma como se recebe o cliente e a rapidez do serviço. “Queremos que as pessoas venham cá e sintam que estão em Espanha se lhes apetecer um prato espanhol”, explicam os entrevistados. Os proprietários deslocam-se todos os meses a Espanha para trazer o verdadeiro sabor das tapas aos seus visitantes. “Há dias em que os clientes saem daqui e despedem-se com “Hasta!”, porque é assim que falamos com eles”, recordam. Ricardo Ferreira conta que uma das estratégias passa por entrar na zona de conforto do cliente e criar uma empatia com ele. Além disso, é importante fazer com que este se sinta em casa. “Nós dizemos que este não é o nosso restaurante, é a nossa casa. Então qualquer pessoa que venha cá jantar é um amigo”, afirma Vitor Correia. Desde o momento em que o cliente se senta, a sua mesa nunca pode estar vazia, o que obriga a ter um serviço rápido. É esse o conceito das verdadeiras tapas: “Não precisam de ser servidas todas ao mesmo tempo”. No futuro, Vitor Correia e Ricardo Ferreira pretendem continuar a manter o bom serviço, mas admitem que estão a estudar o mercado com o objetivo de alargar o espaço com o mesmo serviço. “Onde? Ainda não podemos dizer. ”, concluem. | Portugal Inovador Saborear com tradição O restaurante take-away Prazeres da Bairrada, localizado na Rua Dr. Manuel Rodrigues de Sousa, junto à anémona, em Matosinhos, acolhe num espaço moderno e aconchegado o sabor regional do leitão da Bairrada. exigidos pelas entidades competentes. É deste modo que os Prazeres da Bairrada se diferenciam dos demais, e a boa recetividade que se sente assim o comprova. Aqui pode-se experimentar o arroz de leitão e feijoada de leitão. Alternativas Augusto Sousa, com origem na Mealhada, em agosto de 2006 quis trazer as suas raízes para o Porto apostando no serviço de entrega de pratos tradicionais. Nessa tradição o grande destaque vai para o típico leitão da Bairrada. Antes de 2006, Augusto Sousa já era gerente de um outro espaço de restauração, a Nova Casa dos Leitões, em Anadia. Quando começara a frequentar o Porto, apercebeu-se do potencial que este produto poderia vir a ter ali. “O leitão era muito pouco explorado nesta região”, conta. A Nova Casa de Leitões, em Anadia, e os Prazeres da Bairrada, em Matosinhos, acabam hoje por se complementar. As pessoas que não tinham possibilidade de ir à Mealhada têm agora a oportunidade de experimentar com a mesma qualidade o sabor típico da região, pois todos os dias, o leitão é transportado da Mealhada, de manhã e à tarde, para Matosinhos. O sabor é conseguido através de um bom assador e de uma escolha criteriosa da carne. O matadouro próprio de que dispõem assegura esse rigor. “Antes de o animal ir para o matadouro, nós escolhemos criteriosamente os leitões que se enquadram na qualidade que pretendemos”, explica. Em todos estes processos envolventes respeitam os cuidados A localização geográfica, sendo uma referência a nível nacional e mundial, mantém-nos próximos das pessoas e do mar, tornando-se num ponto privilegiado para quem queira descobrir regionalmente Portugal. E apesar de se manter fiel às origens, Augusto Sousa está consciente de que o paladar das pessoas é diverso, por isso apresenta pratos alternativos de carne e de peixe. Um bom prato faz-se aqui acompanhar por um bom vinho, também ele da Bairrada. Com produção própria, os vinhos da Quinta da Mata Fidalga aguçam o paladar dos apreciadores e dos curiosos. Quando questionado sobre as perspetivas de futuro, Augusto Sousa considera que é necessário valorizar os produtos regionais, mas para isso as entidades competentes têm de observar atentamente essas valências, dando incentivos para que elas se possam tornar efetivamente numa mais-valia para o país. | Novembro I 105 Portugal Inovador Uma arte à beira mar O projecto tem apenas um ano e meio, mas conta com casa cheia todas as noites. O Mr. Binho Sushi “é um restaurante com um ambiente acolhedor e familiar onde é servido um sushi de qualidade, aliado a um preço acessível a todos”, começa por explicar à revista Portugal Inovador, Clebson Vidal. Em Portugal há oito anos, o proprietário mais conhecido como Mr. Binho refere que a sua paixão pela cozinha surgiu há muitos anos quando ainda morava no Brasil e onde teve oportunidade de trabalhar em alguns hóteis e restaurantes na área da comida mediterrânea, até descobrir a sua paixão pelo sushi. Em Matosinhos decidiu abrir o seu próprio restaurante pela “falta de bons restaurantes de sushi na zona, com bom ambiente e qualidade”. As especialidades da casa são feitas na hora e são uma junção do sushi tradicional com o sushi 106 I Novembro fusion freestyle. “Destacamos o nosso carpaccio marinado, que são finas fatias de peixe crú, com molho especial cítrico criado por mim, bem como o nosso ceviche de fusão, entre outras especialidades”, explica orgulhoso Mr. Binho. Para quem come sushi pela primeira vez, o entrevistado recomenda o especial Mr. Makicamarão panado com salmão flamejado ou o Fire Maki- Gunkans de salmão com camarão, que vai a arder para a mesa. Para quem não aprecia, existem alternativas igualmente deliciosas, como o bacalhau à lagareiro, spaghetti de frutos do mar com molho de anchovas, bife do vazio com risotto de cogumelos, entre outros. Para acompanhar a refeição aconselha sangria de frutos vermelhos com saké ou espumante e sangria de frutos verdes (kiwi e maçã) com espumante, criações da casa. No final, uma das suas sobremesas, morangos marinados, petit gâteau de caramelo, entre outros. “Tudo é feito com amor e dedicação” explica. Para além da qualidade do sushi a aposta recai também num serviço especializado. “O restaurante é pequeno e assim conseguimos dar atenção dobrada ao cliente, vou de mesa a mesa e gosto de perceber aquilo que o cliente mais gosta e o contrário também.” O restaurante é gerido pelo própio Mr.Binho e pela sua esposa, que também trabalha no atendimento das mesas, tornando assim o atendimento mais familiar. O futuro passa pela expanção do negócio. “Gostaria de abrir mais um ou dois restaurantes noutras zonas e inserir o sistema de entrega porta a porta”, adianta. No restaurante Mr. Binho Sushi também é possivel realizar almoços ou jantares para grupos, nesses casos existem menus especiais, mas ressalva que “É sempre importante fazer reserva”. | Portugal Inovador Um restaurante moderno numa Foz Velha Quem passa na esquina entre a Rua de São Bartolomeu e a Rua da Nossa Senhora da Luz, na Foz do Porto, dificilmente fica indiferente ao edíficio que acolhe um restaurante verdadeiramente surpreendente. Em 2000, Carlos Leitão começou a montar uma cadeia de lojas para crianças. Quando vendeu o seu negócio, decidiu que queria ficar com o edifício da Foz do Porto. “Tinha a ideia de um dia desenvolver ali um negócio que tirasse partido da singulardade do espaço”, diz o proprietário. Sem experiência na área da restauração, há dois anos, decidiu abrir o restaurante Bar Tolo. O edifício, devidamente restaurado, apresenta-se como um espaço acolhedor, dinâmico e heterogéneo, assente num tema inovador. A casa é composta por dois andares e, apesar de não terem conceitos distintos, cada espaço tem um micro-clima e um ambiente diferente. “Observa-se aqui uma variante de espaços engraçada, que está relacionada com a forma como se construiu o restaurante”, explica Carlos Leitão. No rés do chão, o ambiente assemelha-se a um bar, enquanto o primeiro piso tem um ambiente mais requintado, não sendo totalmente formal. O último andar privilegia de uma esplanada com vista para o mar, para o Castelo e para os telhados das casas da Foz Velha do Porto. “O conceito do Bar Tolo advém da mistura de um tasco português com um pub inglês”, conta o proprietário. Foi inspirado neste conceito que Carlos Leitão experimentou inovar a carta de serviços do restaurante. O proprietário explica que é frequente servirem apenas petiscos ou refeições completas. O facto de a cozinha estar sempre em funcio- namento dá a liberdade aos clientes de almoçarem ou jantarem fora de horas aquilo que pretenderem. “Somos únicos nesta variedade de serviços. Damos liberdade e, principalmente ao fim de semana, os clientes vão ficando pelo restaurante e pelo bar”. O conceito do espaço tem atraído, essencialmente, turistas que passam pela Foz do Porto e também pessoas mais jovens. O espaço interior do Bar Tolo tem capacidade para receber 40 pessoas, enquanto as esplanadas do restaurante acolhem mais 30. Carlos Leitão admite que a sua equipa de colaboradores, composta por dez pessoas, tem sido fundamental para o bom funcionamento deste espaço. “Tenho de agradecer à nossa chefe da equipa de sala, Carolina Pacheco, à Cristina Pimenta, que me ajuda na gestão da cozinha, e ao nosso chefe João Reis porque eles são alguns dos pilares-base desta casa”, conta o proprietário. Para o futuro, Carlos Leitão espera, como empresário, crescer e aumentar o negócio do Bar Tolo. No entanto, admite que sabe que vai ser difícil levar o conceito atual do restaurante para outro sítio. “Ainda há muito que inovar no Porto. Temos que aproveitar os restaurantes já abertos e fazer algo de diferente”. | Novembro I 107 Portugal Inovador Venha fazer as suas compras e descontrair À frente do Intermarché dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, encontramos Paulo e Sandra Mendes, dois empresários que apesar de estarem há vários anos na grande distribuição, iniciaram a sua atividade na área alimentar em 2011. Adquirindo uma loja transformam-na no novo conceito deste franchise – uma área de convívio. Paulo Mendes iniciou-se no Grupo Intermarché no ano 2000, como diretor na área de negócio automóvel do Grupo “Os Mosqueteiros”. Sandra Mendes vem da área de design, deixando para trás uma loja de vestuário e acessórios. “Independentemente de estarmos no setor da distribuição há bastantes anos, optámos, em 2011, por enveredar pela área alimentar”, completa Paulo Mendes. No início de 2013, conta Sandra Mendes, a reestruturação interna e externa foi a grande aposta da loja: “Era necessária uma transformação total, para promovê-la com um conceito mais moderno e agradável. Considerámos essencial agregar serviços que anteriormente não constavam no espaço, como o take-away e a cafetaria, que tornam a nossa loja um espaço de convívio”. 108 I Novembro O setor alimentício Paulo Mendes aponta que o mercado alimentar tem vindo a tornar-se mais agressivo, principalmente devido ao peso promocional que tem crescido de forma exponencial. Com uma das lojas da região com uma dimensão relevante, e com concorrência muito próxima, o Intermarché dos Carvalhos elabora ações específicas, além das do Grupo. “Temos promoções semanais próprias destinadas ao nosso mercado, os Carvalhos, mas também nos associamos às ações criadas pela marca, como a lista de poupanças”, completa. Intermarché dos Carvalhos Em junho celebraram o 20º aniversário da loja, complementando esse evento com um folheto promocional com preços produtos muito apelativos e outras formas de comunicacão. “Dada a agressividade do mercado local, temos de reagir e, embora vinculados a um Grupo, temos que agir de uma forma mais adequada ao nosso meio”, aponta Paulo Mendes. Para além do preço e serviço, a aposta principal continua a ser a proximidade ao cliente, que se tem tornado, claramente, um fator determinante. “Somos uma loja de proximidade e, com todos os complementos que acrescentámos à loja, conseguimos criar um ambiente mais familiar”, indica Sandra Mendes. Todas as refeições das novas zonas de take-away e cafetaria são confecionadas no local por cozinheiros próprios e servidas a um preço “justo”. Os nossos entrevistados, frisaram um aspeto muito importante que é a participação direta em eventos com as instituições locais (bombeiros, Junta de Freguesia, entre outros), bem como a sua contribuição a duas instituições de apoio a famílias carenciadas, com a doação dos produtos em condições de serem consumidos todas as semanas. Para o futuro têm planeado a abertura de um posto de abastecimento no parque do Intermarché que trará não só um serviço extra ao Intermarché, mas também novos postos de trabalho para Gaia. | Portugal Inovador O controlo operacional “nas suas mãos” A EDecideias tem vindo a destacar-se desde 2003 como um parceiro de excelência na procura das melhores soluções para automação e informação industrial. “A ideia foi sempre proporcionar ao cliente produtos e sistemas que não sejam fechados e que não estejam limitados ao que as marcas disponibilizam” David Gomes, engenheiro eletrotécnico, é quem está por detrás desta empresa sediada em Moreira da Maia. Como a própria designação indica, o respetivo trabalho distingue-se pelo desenvolvimento de novas ideias com vista à satisfação das necessidades quotidianas da indústria e não só. A presença da EDecideias no mercado passa, em grande medida, pelos sistemas de aquisição de informação e tratamento de dados. O leque de estruturas em que tem aplicado os referidos sistemas passa por unidades industriais dos mais diversos setores, edifícios, infraestruturas ou estações de tratamento de água (potável e residual) e de resíduos. A relação de confiança até aqui conquistada com um conjunto de entidades de forte expressão à escala nacional foi conseguida através de um apurado sentido de adaptação às necessidades concretas de cada uma. Como nos explica o responsável, “a ideia foi sempre proporcionar ao cliente produtos e sistemas que não sejam fechados e que não estejam limitados ao que as marcas disponibilizam”. Foi esta a lacuna de mercado que David Gomes identificou e foi no sentido de lhe dar resposta que se tem especializado na adaptação e integração dos sistemas tradicionais das marcas para novas soluções, que tornem as operações mais flexíveis e que se ajustem às necessidades de redução de custos e garantia da qualidade. “ Com equipamentos de marcas como ou Siemens ou Schneider consigo desenvolver sistemas e soluções mais abertas e flexíveis, onde se podem integrar outras marcas”, garante. No decorrer deste trabalho, a EDecideias já desenvolveu duas marcas registadas: a AQUAMOSTRA, que corresponde a unidades de amostragem automática de água ou água residual e a SMAlarm, um sistema de alerta que complementa o envio de SMS com a possibilidade de obter respostas da parte desse mesmo sistema. | Novembro I 109 Portugal Inovador Beneméritos de Ourém Nos finais do século XIX surge em Ourém o Hospital Stº Agostinho, por iniciativa do benemérito Agostinho Albano de Almeida. A Fundação Dr. Agostinho Albano de Almeida teve origem no hospital Stº Agostinho. O médico, preocupado com os mais necessitados, entendeu que haveria de ser criada uma unidade hospitalar em seu nome que apoiasse os cidadãos com parcos recursos. Assim nasce, em 1891, o Hospital Stº Agostinho, criado na casa de família. Para além do Hospital, o testamento deixava ainda a incumbência da criação de um asilo. Este último projeto corresponde nos dias que correm ao Lar de Idosos. O antigo Hospital funcionou até 1975, data em que foi nacionalizado, sendo desativado após a criação do Centro de Saúde local. Entretanto, a assistência aos idosos continuava a ser prestada nas instalações do antigo asilo. Respostas sociais Para além do Lar de Idosos, com capacidade para acolher 64 pessoas, atualmente, após uma profunda intervenção no rés do chão do antigo 110 I Novembro Hospital, está a funcionar o Centro de Dia, aberto a todos os idosos da região. O Serviço de Apoio ao Domicílio presta auxílio aos utentes, não só da cidade como das aldeias limítrofes, “sete dias por semana”. Atentos às circunstâncias que afetam a população, a Fundação presta o serviço de cantina social, proporcionando refeições (almoço e jantar) a cerca de 100 pessoas reencaminhadas pela Segurança Social. Terra de beneméritos, a instituição agrega também a Casa Dr. Alves, num edifício próprio que funciona como Lar de Infância e Juventude, em terreno doado por Joaquim Francisco Alves, outrora médico na cidade. Trata-se de uma vivenda que dispõe das condições necessárias para acolher 38 crianças e jovens e crianças enviadas pelo Tribunal de Menores, pela Comissão de Proteção de Menores ou pela Segurança Social. Nova Administração Em janeiro deste ano, uma nova administração, composta por cinco elementos, assumiu a direção. A presidente, Maria São José, e José Fernandes foram os nossos interlocutores. Pertencem à Liga de Amigos da Fundação e agora assumem projetos de futuro que passam pela recuperação da restante estrutura do antigo Hospital. “Não desistimos e queremos, através do Novo Quadro Comunitário de Apoio, reabrir na totalidade o edifício. Entre outros projetos, queremos também criar o conceito de “apartamento de autonomia”, em duas frações que nos foram doadas. Aí, as jovens mais velhas do LIJ, vão poder adquirir competências que lhes permitam viver sozinhas, sob a supervisão da Fundação”, refere a presidente. Para além das 62 funcionárias, há que contar com o apoio fundamental dos voluntários e, através do “plano Casa”, de um professor com “horário 0” que apoia as jovens da instituição. Em final de conversa, fica o agradecimento da administração à C.M. de Ourém, à Segurança Social, ao IEFP assim como a todas as pessoas e entidades, amigos da Fundação. | Portugal Inovador Modernizar com incremento da qualidade A indústria dos curtumes assumiu desde sempre uma posição relevante na história da Humanidade. Alcanena, terra há muito associada a esta indústria, veste-se todos os dias de inovação e profissionalismo. Foi essa história e a da Procurtex, que viemos descobrir junto de Carlos Henriques. Para perceber as raízes da Procurtex é preciso retroceder no tempo e falar sobre a Cromogenia Units. A Cromogenia Units marcara, durante alguns anos, presença em Portugal. Com a evolução do mercado, a Cromogenia à semelhança do que aconteceu com a maioria das empresas multinacionais, deixou de laborar cá. Dado que Carlos Henriques trabalhara durante 15 anos como técnico dessa empresa, foi-lhe oferecida a representação da marca no nosso país. Hoje, atuando com este elo de ligação, explica-nos: “Nós colaboramos muito com a Cromogenia, apesar de sermos independentes, temos uma ligação muito forte. Somos agentes deles para a indústria de curtumes têxtil e gráfica, trabalhamos muito em comum, por isso quando há novidades ou necessidade de assistência específica, os técnicos da Cromogenia vêm cá, e eu vou lá a acções de formação e reuniões técnicas”. A sua atividade atravessa diferentes etapas. Numa primeira fase a pele tem de ser preparada para a fase do curtume, aí terá de ser submetida a diversos processos químicos e mecânicos para a sua limpeza e hidratação. Na fase do curtume as peles são tratadas em meio aquoso para ficarem termicamente estáveis e resistentes à decomposição. Posteriormente, há a fase do recurtume, onde são realizadas diversas operações em meio aquoso, para que as peles obtenham as características pretendidas, em relação à cor, textura, e brilho. Uma das operações dessa fase denomina-se por wet blue. É aí que as peles são curtidas em crómio. “Somos muito fortes até ao wet blue, independentemente da capacidade para trabalhar noutros setores, mas por circunstâncias do mercado, e da nossa casa mãe, somos mais competitivos até ao wet blue”, explica. Dando preferência à especialização, a sua atividade tem como fase final a transformação do couro wet blue em couro semi-acabado, também denominado de crust, deixando de parte o que poderia ser a última etapa: o acabamento. A Procurtex diferencia-se no mercado pela relação preço-qualidade e pela sua assistência. A qualidade, ligada às preocupações ambientais, ganha um grande relevo neste setor ao contrário do que sucedia antigamente, quando as peles eram curtidas em meios mais obsoletos. Porém, Carlos Henriques observa grandes oscilações dentro deste mercado. “Hoje é tudo mais instável, e como trabalhamos para uma indústria que fornece a indústria da moda precisamos de nos manter atentos às novidades”, manifesta. Os seus conhecimentos técnicos poderão conduzir com maior rapidez a um melhor produto, por isso para Carlos Henriques a grande aposta vai continuar a assentar na inovação. | Novembro I 111 Portugal Inovador Aposta na Inovação Os Laboratórios Fernanda Galo (LFG) são uma referência a nível nacional no sector das Análises Clínicas. Em entrevista à Portugal Inovador, Daniel Barreira explicou-nos de que forma o setor e os LFG evoluiram ao longo dos anos. É do conhecimento comum que o setor das análises clínicas, no que diz respeito aos prestadores de cuidados de saúde, está amplamente distribuído pelo território nacional, estando muito próximo das populações, daí o respeito e a importância que tem ganho ao longo do tempo, sendo importante que adquira definitivamente estabilidade. “É um setor que tem sofrido muitas modificações ao longo dos anos. Como tal, teve continuamente que se adaptar, modificando a sua forma de trabalhar e de ser gerido, sendo no respeitante a Recursos Humanos e Tecnológicos muito exigente”, explica Daniel Barreira, gestor nos Laboratórios Fernanda Galo. Com 58 anos de existência, este 112 I Novembro espaço surgiu numa altura em que o setor estava sustentado em vários laboratórios regionais sendo o seu core business as análises clínicas, ou seja, o diagnóstico laboratorial. Em 1994, quando Conceição Barreira assumiu o cargo de administradora, o laboratório aumentou as áreas de intervenção: “Atualmente, além da comprovada experiência nas Análises Clínicas, dispomos de outros departamentos como as Análises Ambientais e a Segurança Alimentar”, refere a Directora Técnica. Com cerca de 30 colaboradores, este laboratório expande-se a diferentes pontos do país, mais concretamente nos concelhos do Ribatejo, mas também nos distritos de Lisboa, Castelo Branco e Leiria. “Ao longo dos anos, temos tido um crescimento sustentado, sempre numa perspectiva de alargamento com qualidade dos nossos serviços mantendo o objectivo de dar resposta às necessidades de saúde da população”. Como hoje em dia é fundamental ser-se reconhecido pelo trabalho prestado, o Laboratório de Análises Clínicas Fernanda Galo é Acreditado num reconhecimento que para além de nacional é também internacional. De futuro, o grande objetivo dos Laboratórios Fernanda Galo é continuar a aumentar a oferta de serviços na área do diagnóstico clínico e potenciar a expansão da marca. “O nosso crescimento passa muito pela oferta de novos serviços e constante aumento da qualidade dos mesmos, uma vez que o setor está em constante mudança. Direcionar o laboratório para a população e aproximá-lo ainda mais dos nossos utentes, é a nossa missão”, conclui. | Portugal Inovador Novembro I 113 Portugal Inovador Errata Por lapso, na edição 62 da revista Portugal Inovador, o título da reportagem da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras aparece como “O impacto no ensino superior no Tâmega e Sousa”, quando deveria ser “O impacto do ensino superior no Tâmega e Sousa”. 114 I Novembro Portugal Inovador Novembro I 115 Portugal Inovador 116 I Novembro
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