PLANO DE TRABALHO - BOLSISTA DE PÓS

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PLANO DE TRABALHO - BOLSISTA DE PÓS
PLANO DE TRABALHO - BOLSISTA DE PÓS-DOUTORADO SÊNIOR CNPqSEGUNDO ANO
DIVERSIDADE, ENDEMISMO E ANÁLISE BIOGEOGRÁFICA DE
SILURIFORMES EM SISTEMAS HÍDRICOS POUCO EXPLORADOS NO
EXTREMO SUL DA BAHIA (OSTEICHTHYES: OSTARIOPHYSI)
PROJETO BIOBAHIA
PLANO DE TRABALHO PARA O SEGUNDO ANO
Bolsista: Luisa Maria Soares Porto
Coordenadora de Pós-doutorado: Rosana Mazzoni
Agosto/Setembro 2007
Introdução
Este Plano de Trabalho destina-se a apresentar a proposta de atividades para o segundo ano de execução do
projeto “Diversidade, endemismo e análise biogeográfica de Siluriformes em sistemas hídricos pouco
explorados no Extremo Sul da Bahia (Osteichthyes: Ostariophysi)”. Trata-se de bolsa concedida pelo CNPq
para Projeto Pós-Doutorado Sênior – PDS, com número 154.358/2006-1 e vigência de 01/10/2006 a
30/09/2007, realizado com apoio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob a supervisão da Dra.
Rosana Mazzoni. O projeto (BioBahia) busca investigar os sistemas hídricos, de pequeno e grande porte, que
desembocam no extremo sul baiano e verificar a possibilidade de métodos de avaliação de endemicidade
como indicadores de áreas de conservação da biodiversidade.
Proposta para o Segundo Ano
As bases da proposta para o segundo ano do projeto são as já foram apresentadas no projeto original
aprovado pelo CNPq. Assim sendo, este plano limita-se a detalhar e discutir melhor as atividades inicialmente
previstas para o segundo ano. Ao definir-se uma metodologia para uma avaliação biogeográfica é fundamental
tornar explícito seu objeto e objetivo (Araújo, 1998). A inconsistência das múltiplas definições de
biodiversidade (Noss, 1990) e a indefinição sobre as medidas necessárias para a sua conservação (De Long,
1996), tornam estas definições prévias imprescindíveis. Por esta razão é aqui detalhado, com base na
experiência adquirida no primeiro ano (ver Relatório Técnico), como serão atingidos os objetivos propostos
no projeto original e quais os enfoques metodológicos para cada um deles. Os objetivos apresentados
originalmente podem ser subdivididos em quatro metas que serão a base para o cronograma deste segundo
ano da pesquisa:
(1) Estabelecer padrões de distribuição geográfica das espécies de Siluriformes nas bacias do Extremo
Sul da Bahia utilizando o método PAE
(2) Avaliação das possibilidades deste método como indicador de áreas de conservação da
biodiversidade.
(3) Estabelecer proposições de conexões pretéritas entre as bacias e possíveis origens da ictiofauna
regional.
(4) Investigar o papel dos divisores de água no possível isolamento da ictiofauna para as drenagens
litorâneas na área de estudo.
Padrões de distribuição geográfica
Sabemos que as espécies não se distribuem aleatoriamente, diversos fatores históricos e ambientais
determinam estes limites de distribuições. A busca dos fatores determinantes da distribuição é de grande
importância, pois permitem a construção de modelos preditivos. Dispomos atualmente de uma ampla gama
de métodos para estabelecimento dos padrões de distribuição. Nenhum destes métodos por si só poderá nos
dar todas as respostas que a complexidade multidimensional da construção da biodiversidade demanda. As
áreas geográficas são sistemas abertos e têm histórias múltiplas e complicadas, de modo que não há como
explicar de uma maneira simples os padrões biogeográficos (Funk, 2004). Os métodos históricos são os que
permitem elucidar as conexões pretéritas entre as áreas e desta forma nos dar uma explicação da existência
dos padrões de distribuição de uma determinada área. Mas muitas vezes o que nos interessa são estes padrões
em si e não suas explicações. Os métodos históricos não levam em conta a ecologia das espécies (Cerqueira,
1995) que tem grande importância na identificação dos padrões de distribuição regionais. No caso específico
das espécies de água doce, elas estão sujeitas as variações muito significativas por fenômenos recentes que
não podem ser determinados por padrões históricos. Na região de estudo, por exemplo, o forte
desmatamento ocorrido e a destruição quase completa da mata ciliar nos últimos 30 a 50 anos têm uma
influência na distribuição da fauna de água doce, com possibilidades inclusive ter provocado extinções locais.
Tal influência só poderá ser detectada por métodos que considerem os diversos valores ecológicos
envolvidos.
O objetivo inicial estabelecido no projeto de determinar a distribuição geográfica na área de estudo para
Siluriformes poderá ser ampliado em vista dos dados obtidos na sua primeira fase. A ictiofauna da área de
estudo está dividida em dois conjuntos principais, caracterizadas por similaridade de características ecológicas
e da história evolutiva: a ictiofauna marinha e a ictiofauna de água doce. Assim propomos ampliar o objetivo
inicial para o estabelecimento da distribuição geográfica da ictiofauna de água doce. Já em 1938, George
Myers, propôs uma classificação ecológica para os peixes de água doce baseados em sua tolerância intrínseca à
água salgada. Esta classificação se revela bastante oportuna para o estabelecimento de padrões geográficos em
regiões costeiras. O grupo primário são aqueles intolerantes à água salgada, os secundários são os tolerantes a
água salgada, mas que preferem água doce e finalmente os periféricos são aqueles capazes de realizar
osmoregulação e de mudar de um ambiente para outro. A restrição à água doce assume ancestralidade de
determinados grupos, como os Ostariophysi, a distribuições continentais. Peixes com origem presumível em
águas continentais vêm a ser bons indicadores de conexões pretéritas entre bacias hidrográficas.
De forma geral os passos que serão realizados neste segundo ano de projeto para atingir o objetivo aqui
determinado serão:
• Confirmação dos dados históricos no que se referem à existência de espécies não coletadas pelo
Projeto BioBahia com visitas a museus para examinar estes exemplares (ver Relatório Técnico).
• Comparação mais detalhada de todas as espécies não identificadas, para sua descrição quando
possível ou pelo menos para o estabelecimento de diferenças morfológicas entre elas.
• Construção de um quadro o mais completo possível com as espécies da área de estudo,
classificando-as pelos grupos reconhecidos regionalmente.
• Discussão crítica dos diversos índices e métodos a serem utilizados para definição da distribuição
geográfica.
• Construção dos mapas de distribuição geográfica para cada um dos grupos de peixes de água doce.
Métodos indicadores de áreas de conservação
A definição de áreas para conservação da biodiversidade é hoje uma preocupação global como forma de
minimizar os grandes impactos ambientais produzidos pela economia moderna. Estas definições acontecem
em vários níveis de escala. Pretende-se investigar a possibilidade do uso de algum destes métodos na
investigação de áreas recomendáveis para preservação dentro da área de estudo do projeto. Dispomos de um
arsenal metodológico bastante rico para estas avaliações. Será conveniente o uso de outras metodologias em
conjunto com o método PAE, proposto inicialmente, até mesmo como recurso para uma avaliação das
possibilidades entre estes métodos. Por outro lado, deve ficar claro que os objetos destas avaliações serão os
peixes de água doce.
De forma geral os passos a serem realizados neste segundo ano de projeto para atingir o objetivo aqui
determinado são:
• Identificação, avaliação crítica e comparação entre os métodos passíveis de utilização.
• Definição de pelo menos um método mais para ser aplicado em conjunto com o PAE, sobre
diversas configurações de dados da área.
• Aplicação dos métodos definidos e análise críticas de seus resultados.
Origens da ictiofauna regional
O estabelecimento das conexões pretéritas entre as bacias e sua ligação com as origens da ictiofauna regional
é basicamente influenciada por características históricas. Avaliações de cunho biogeográfico histórico são
profundamente dependentes de informações de sistemática em associação com dados de geologia, geografia,
paleontologia. Zunino (2005) propõe a “filogenia de áreas de distribuição” para reconstrução de hipóteses de
cunho geográfico e/ou filogenético através de três critérios: (1) Análise comparada de homologias geográficas
entre áreas (relações espaciais, estratigráficas, litológicas, etc.), conduzindo à hipótese de história geográfica;
(2) A análise comparada das supostas homologias biológicas (sinapomorfias) conduzindo à hipótese de
história filogenética dos organismos; e (3) A análise comparada das supostas homologias biogeográficas
(proximidade no espaço físico e, se for o caso, ecológico) conduzindo à hipótese de história filogenética das
áreas de distribuição. Zunino (op. cit.) afirma que as três hipóteses se referem a um sistema único e são
totalmente independentes. O nível de confiabilidade entre elas é o mesmo, dependendo unicamente da
qualidade dos dados e da metodologia como são processadas. As diferentes hipóteses podem ser comparadas
e contrastadas entre si, produzindo por fim um conjunto correspondente a um sistema em termos de espaço,
tempo e forma.
Santos & Amorim (2007) defendem a sistemática como o fundamento necessário para a biogeografia
histórica e afirmam que a ausência de informação biogeográfica primária confiável – táxons históricos – cria
sérios obstáculos para a biogeografia histórica. Isto é verdadeiro, apenas no que concerne ao critério (2) de
Zunino (op. cit.). A grande carência de filogenia das espécies torna-se um fator limitante para este tipo de
análise. Em áreas menores, como a presente área de estudo, estas carências tornam-se ainda mais críticas, pois
seria necessária uma quantidade razoável de filogenias a nível específico para permitir a formação de padrões
confiáveis que explicassem a origem das espécies na região. No entanto é possível uma série de inferências e
hipóteses a partir de um levantamento das informações disponíveis (Cerqueira, 1995). Este processo poderá
envolver regiões vizinhas da área de estudo para um adequado estabelecimento das hipóteses. Caso este
envolvimento se mostre necessário, ele será baseado em informações históricas, reforçadas por visita às
coleções depositárias de tais materiais.
De forma geral os passos a serem realizados neste segundo ano de projeto para atingir o objetivo aqui
determinado são:
• Identificação dos trabalhos de filogenia e biogeografia das diversas espécies presentes na área de
estudo.
• Identificação dos trabalhos de geomorfologia da área de estudo.
• Elaboração de hipótese de conexões pretéritas entre as bacias a partir dos dados levantados.
Divisores de água
O estudo do papel dos divisores de água no isolamento da ictiofauna regional, um dos objetivos do projeto,
tem como principal finalidade estabelecer definições adequadas de regiões eco-geográficas. Estas áreas em
conjunto com a divisão de áreas em quadrículas são duas bases de organização dos dados obtidos para
aplicação dos diversos métodos de análise biogeográfica. Um entendimento adequado do papel dos divisores
de água entre as bacias pode permitir um melhor entendimento da distribuição das espécies em cada uma
delas.
De forma geral os passos que serão realizados neste segundo ano de projeto para atingir o objetivo aqui
determinado são:
• Identificação dos divisores de água entre as bacias, com a delimitação das áreas de maior
importância de cada um deles.
• Exame dos dados da ictiofauna nos contrafortes de cada uma destas regiões para investigar o seu
efeito como barreira de separação entre as bacias.
Breves anotações
Métodos biogeográficos - Cronologia sobre a evolução das idéias e métodos em biogeografia é apresentada
em Crisci et al. (2000, 2003), introduzindo conceitos básicos acerca de trinta diferentes premissas sobre o
tema. Posadas et al. (2006) apresentam nove aproximações históricas biogeográficas, que sumarizam a
evolução das idéias trabalhadas em Crisci et al. (op.cit), a saber: (1) Centros de origem e dispersão (Matthew,
1915); (2) Biogeografia filogenética (Brundin, 1966); (3) Áreas ancestrais (Bremer,1992); (4) Pan-biogeografia
(Craw et al., 1999); (5) Biogeografia cladística (Rosen, 1978; Nelson & Platnick, 1981); (6) Análise
parcimoniosa de endemicidade (PAE) (Rosen, 1988; Craw, 1988; Morrone, 1994); (7) Método baseado em
evento (Ronquist, 1997; Siddall & Kluge, 1997 e Grant & Kluge, 2003); (8) Filogeografia (Avise et al. 1987;
Avise, 2000); e (9) Biogeografia Experimental (Haydon et. al, 1994).
Posadas et al. (op. cit.) discutem ainda a necessidade de se organizar nova estrutura conceitual para solução de
algumas questões críticas da atual biogeografia histórica através dos seguintes temas: (a) A oposição entre
biogeografia histórica e biogeografia ecológica; (b) a inclusão do tempo na análise histórica da biogeografia;
(c) o papel do biogeógrafo na conservação da biodiversidade e (d) a definição dos métodos biogeográficos.
Posteriormente à contribuição de Posadas et al. (op. cit.) diversos novos métodos foram sendo desenvolvidos
tais como o Método fenético de agrupamento usando índices da similaridade combinados com o UPGMA
(Murguía e Viliasefior, 2003); o Método SIGCOT “significant co-occurrence of taxa” (Mast e Nyffeler,
2003); o Método NDM (eNDeMism) (Szumik et al., 2002; Szumik e Goloboff, 2004); o Método Prabclus
(PRresence–ABsence CLUStering) (Hausdorf & Hennig, 2003; Hennig, 2006); e ainda o Método PACT
“Phylogenetic Analysis for Comparing Trees”(Wojcicki & Brooks, 2004).
Método PAE (Parsimony Analysis of Endemism) – Este método proposto por Rosen (1988) é utilizado na
delimitação de áreas de endemismo baseando-se no compartilhamento de taxa, de acordo com a solução mais
parcimoniosa. As espécies de ampla distribuição não podem contribuir para o reconhecimento de áreas de
endemismo (Platnick & Nelson, 1978; Rosen, 1988), sendo desejável reduzir sua influência. Isto pode ser
feito pela exclusão dos taxa presentes em todas as áreas (Rosen, 1988) ou pela pesagem da distribuição dos
dados com o intuito de reduzir o impacto dos taxa de ampla distribuição dentro da análise (Linder, 2001). As
áreas com distribuição compartilhada das espécies são assumidas como indicativos de história biológica
unicamente compartilhada.
Crisci et al. (2003) distinguem três variantes que ela chamou de PAE baseado em localidades (Rosen, 1988);
PAE baseado em área de endemismo (Craw, 1988), e PAE baseado em quadrículas (Morrone, 1994). É
importante observar que o método proposto por Morrone (1994) tem um objetivo diferente dos outros dois.
As variações de Rosen e Craw têm a finalidade de elucidar a história das áreas, enquanto a de Morrone
identifica as áreas de endemismo com base na presença de taxas. Assim sendo mesmo que a metodologia do
PAE seja análoga à sistemática cladística ela não está relacionada com esta, pois assume que suas bases e
objetivos são distintos. As críticas direcionadas ao PAE de que ele ignora as relações filogenéticas entre as
espécies, considerando somente sua distribuição aplicam-se unicamente as variantes de Rosen e Craw que
pretendem com o PAE elucidar a história das áreas. Críticas ao PAE também questionam a maneira como
são construídas as premissas: A parcimônia é realmente um critério apropriado para reconstrução filogenética,
mas ele pode não ser adequado para um campo com princípios e metas completamente diferente do
originalmente proposto (Morrone, 1994; Linder, 2001).
Método de otimização (eNDeMismo) – Hausdorf (2002) propôs restringir o termo “área do endemismo”
para as áreas não sobrepostas causadas por vicariância, usando o termo “elementos bióticos” para os casos
onde há uma sobreposição. Para o NDM, método proposto por Szumik et al (2002) e aperfeiçoado por
Szumik e Goloboff (2004), as áreas de endemismo não são baseadas na noção tradicional de vicariância. O
fator causal que produz um dado padrão de distribuição pode, mas não necessita ser, histórico ou vicariante;
mais importante, o fator causal não precisa ter afetado a totalidade da biota, tanto que grupos diferentes (com
exigências ecológicas diferentes, por exemplo) podem ter diferentes padrões de sobreposição-distribucional.
Um taxon endêmico é restrito a uma região e não é encontrado em nenhuma outra parte. A distribuição de
um taxon é determinada por fatores históricos e atuais. Qualquer que sejam os fatores, se eles afetarem (ou
tiverem afetado) os diferentes grupos taxonômicos de modo similar, existirá congruência nos padrões de
endemicidade nos grupos diferentes. Assim, áreas que têm muitos grupos diferentes que são encontrados lá e
em nenhuma outra parte podem ser definidas como áreas de endemismo. Tal situação iria claro, indicar que
os processos de especiação nos grupos diferentes foram causados por fatores comuns, mas o conhecimento
dos fatores não é uma condição prévia para identificar a existência da área de endemismo propriamente dita.
Esta noção de área de endemismo tem várias implicações sobre os fatores a serem considerados quando da
proposição de um método de identificação formal, particularmente com respeito aos limites da área, a
distribuição ampla ou restrita das espécies e o uso de grades. Idealmente, os limites da área de endemismo
seriam invioláveis; nenhuma de suas espécies seria encontrada fora da área. Adicionalmente, sob condições
ideais, todas as espécies deveriam ser encontradas em todas as partes da área de endemismo.
O NDM localiza as áreas de endemismo baseando-se em grupos de taxa com área de distribuição congruente.
Utiliza a presença e ausência de taxa (em quadrículas ou regiões eco-geográficas) no estudo de uma área como
uma maneira de representar a amplitude da distribuição dos respectivos taxa em estudo. Grupos de
quadrículas (ou regiões eco-geográficas) são selecionados para maximizar o número de taxa cuja amplitude de
distribuição é limitada dentro da área mapeada. A metodologia NDM permite sobreposição das áreas, em
situações onde a composição das espécies em duas áreas comparativas excede certo grau de diferença (Moline
& Linder, 2006).
Método Prabclus (PRresence–ABsence CLUStering) – Geralmente a vicariância não pode ser observada
diretamente, porque este processo se realiza em longos períodos geológicos. Conseqüentemente, é importante
derivar predições sobre os padrões observados para o modelo de vicariância. De acordo com o padrão de
vicariância (Croizat et al., 1974; Rosen, 1976, 1978; Platnick & Nelson, 1978; Nelson & Platnick, 1981; Wiley,
1988; Humphries & Parenti, 1999), uma biota ancestral é fragmentada pelo aparecimento de uma barreira. A
barreira interrompe o fluxo gênico entre as populações separadas por ela, este evento de vicariância resulta
em uma especiação alopátrica de muitas das espécies formalmente constituídas na antiga biota. Neste sentido,
duas novas biotas se originam separadas pela barreira. Por repetição do processo descrito, aparecem áreas de
endemismo com distintas biotas, isto é com várias espécies restritas a uma área individual. Na média, o
conjunto de espécies, originadas na mesma área de endemismo será mais similar entre si do que o conjunto
das espécies, que se originaram em outras áreas de endemismo. Assim sendo, o modelo vicariante
predetermina uma congruência não aleatória entre as espécies do grupo (Morrone, 1994; Hausdorf, 2002). Foi
desenvolvido um teste sobre esta predição (Hausdorf & Hennig, 2003; Hennig & Hausdorf, 2004). As
espécies originadas em uma área de endemismo formam um elemento biótico, um grupo de espécies que são
mais similares entre si do que os de outros grupos(Hausdorf, 2002). Se a especiação resulta de eventos de
vicariância, as espécies proximamente relacionadas se originam em diferentes áreas de endemismo e, então,
pertencem a elementos bióticos diferentes. O Método Prabclus, formulado por Hausdorf e Hennig (2003)
procura os grupos de taxa mais similares entre si do que com outros grupos de taxa. Está baseado no cálculo
das distâncias multidimensionais de Jaccard ou Kulczynski. As áreas encontradas são chamadas de elementos
bióticos (“biotic elements”) e são definidas pelo conjunto de espécies em cada grupo. A sobreposição de
áreas é permitida (Hausdorf & Hennig, 2003; Hennig, 2006).
Conexões entre as bacias - O Leste do Brasil é uma região com reconhecido endemismo para peixes de
água doce na América do Sul (Menezes, 1972; Weitzman et al. , 1988; Bizerril, 1994; Costa, 1996; Buckup,
1996; Menezes, 1996; Rosa et. al., 2003; Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2007). Na área de estudo
foram reconhecidas espécies habitantes de rios costeiros de Mata Atlântica, como Mimagoniates microlepis e
Scleromystax prionotos. Menezes (1996), baseando-se nos padrões de distribuição de espécies de Characiformes,
reconheceu acentuado endemismo para a região das drenagens costeiras do Rio de Janeiro ao sul da Bahia,
denominando a área geográfica de região costeira norte. Três espécies capturadas no Extremo Sul da Bahia
ocorrem em bacias costeiras entre o rio Paraíba do Sul e o sul da Bahia: Otothyris travassosi, Parauchenipterus
striatulus e Crenicichla lacustris, e se encaixam na definição proposta por Menezes (op. cit.).
Filogenias ou hipóteses de monofiletismo devem ser a base para o estudo de padrões de distribuição histórica
(Santos & Amorim, 2007). Contudo, para a grande maioria dos peixes da região Neotropical são
desconhecidas as relações filogenéticas a nível genérico e específico (Weitzman & Weitzman, 1982; Vari &
Weitzman, 1990; Vari & Malabarba, 1998).
Espécies da região Sul
800
700
Exemplares
600
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400
Sul
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200
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Espécies
Figura 10 – Curva de abundância de espécies na região sul da área de estudo. Coletas no Mucuri, Peruípe e Itanhém.
Os sistemas de drenagem no Extremo Sul da Bahia compartilham um grande número de espécies, sugerindo
que o tempo de isolamento das respectivas bacias hidrográficas é um fenômeno relativamente recente. Foi
feita análise preliminar das Bacias do Extremo Sul em três regiões. Sul - coletas no Mucuri, Peruípe e Itanhém
(Figura 10). Central - coletas no Jucuruçu, Cumuruxatiba, Cahy e Corumbau (Figura 11). Norte - coletas no
Caraíva, Frades, Buranhém, João de Tiba, Santo Antônio e Mucuri (Figura 12). Apesar de ter sido observada
uma grande homogeneidade entre os diversos índices calculados para estas áreas (como foi visto
anteriormente) pode-se observar pela curva de abundancia das sub-regiões que existe uma variação entre as
espécies predominantes. Esta aparente contradição precisa ser mais bem investigada do ponto de vista
biogeográfico.
Preliminarmente observa-se uma relação de endemismo entre a região do norte do Espírito Santo e o
Extremo Sul da Bahia. É possível supor que esta região apresente uma evolução conjunta, o que poderia ser
sustentado pela presença de espécies com distribuição comum a estas áreas. Espécies com distribuição restrita
às drenagens costeiras entre o norte do Espírito Santo e o Extremo Sul da Bahia incluem: Oligosarcus acutirostris
reportado em Menezes (1987); Rachoviscus graciliceps em Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2006a);
Mimagoniates sylvicola em Menezes & Weitzman (1990) e Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2006b);
Aspidoras virgulatus em Britto (2007); Pseudauchenipterus affinis em Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2007);
Simpsonichthys myersi em Costa (2003); e ainda Phalloceros sp. B reportado em Lucinda & Reis (2005).
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Espécies
Figura 11 – Curva de abundância de espécies na região central da área de estudo. Coletas no Jucuruçu, Cumuruxatiba, Cahy e
Corumbau.
Espécies da região Norte
600
500
400
300
Norte
200
100
0
Espécies
Figura 12 – Curva de abundância de espécies na região norte da área de estudo. Coletas no Caraíva, Frades, Buranhém, João
de Tiba, Santo Antônio e Jequitinhonha.
Durante o segundo ano de trabalho, pretende-se aprofundar os estudos acerca dos padrões de endemismo
em diferentes escalas para a diversidade da ictiofauna no Extremo Sul da Bahia, e associar a diversidade da
ictiofauna a aspectos hidrológicos e fisiográficos regionais. Após o exame de material histórico referente à
área de estudo e as áreas vizinhas, pretende-se delinear um panorama da ictiofauna na região costeira norte
para inferir possíveis associações ictiofaunísticas da área de estudo (o Extremo Sul da Bahia) com as áreas
vizinhas. Estas podem ser reconhecidas preliminarmente do ponto de vista do endemismo regional
observado. Identificam-se regiões de endemismo entre (a) o Sul e o Extremo Sul da Bahia; (b) o alto Rio São
Francisco e o Extremo Sul da Bahia; e (c) o Rio Paraíba do Sul e Extremo Sul da Bahia.
(a) Sul e Extremo Sul da Bahia - Observa-se alto grau de diferenciação de fauna entre as drenagens do
Extremo Sul da Bahia, (ao sul do rio Jequitinhonha), e as drenagens do Sul da Bahia (entre rio Jequitinhonha
e rio de Contas). Espécies endêmicas das drenagens do Sul da Bahia são exemplificadas por Trichomycterus
bahianus, Pareiorhaphis bahianus, Gymnotus bahianus e Geophagus itapicuruensis, as quais não foram encontradas na
área de estudo, ao sul do rio Jequitinhonha. Tal diferenciação sugere uma avaliação em biogeografia histórica
para investigar a possível presença de alguma barreira biogeográfica eficiente para peixes de água doce entre
tais áreas.
(b) alto Rio São Francisco e o Extremo Sul da Bahia - A ictiofauna no alto São Francisco, Minas Gerais e nas
drenagens litorâneas do norte do Espírito Santo e do sul da Bahia guarda semelhanças entre si. Astyanax
lacustris, Astyanax rivularis, Imparfinis minutus e Pimelodella vittata foram identificadas pelos nomes de espécies na
drenagem do rio das Velhas, e podem ser consideradas co-específicas das populações do Alto São Francisco,
Minas Gerais, pela semelhança morfológica observada. Outras espécies com distribuição comum ao alto Rio
São Francisco e drenagens litorâneas do norte do Espírito Santo e sul da Bahia são Cyphocharax gilbert segundo
Vari (1992) e Glanidium albescens segundo Sarmento-Soares e Martins Pinheiro (2007). Apesar das semelhanças
observadas, a Serra do Espinhaço aparentemente funciona como uma barreira biogeográfica eficiente para
peixes de água doce, pois uma parcela da ictiofauna é diferenciada nos dois sistemas hídricos. A exemplo
temos Prochilodus vimboides, presente regionalmente nos rios costeiros entre o Extremo Sul da Bahia e o rio
Jucuruçu, e Prochilodus costatus, no alto São Francisco.
(c) Rio Paraíba do Sul e Extremo Sul da Bahia - Costa (1996) reconhece afinidades biogeográficas entre os
rios costeiros do Leste e o rio Paraíba do Sul, reconhecendo distribuição parapátrica de espécies em uma
região e na outra para peixes anuais Simpsonichthys, exemplificado pelas espécies irmãs S. whitei, no Paraíba do
Sul, e S. myersi, no norte do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia. Distribuição parapátrica de espécies
relacionadas entre si para estas duas áreas é corroborada pelos Siluriformes Ituglanis parahybae, no Paraíba do
Sul e Ituglanis cahyensis, no rio Cahy, Extremo Sul da Bahia, e ainda Microglanis parahybae, no Paraíba do Sul e
Microglanis pataxo, no Extremo Sul da Bahia. Os padrões de distribuição destas espécies sugerem evento de
especiação alopátrica, resultando na diferenciação de espécies possivelmente irmãs, intimamente relacionadas
entre si, como sugere a semelhança morfológica observada. Infelizmente não existem filogenias disponíveis
para Ituglanis ou para Microglanis, e o conhecimento sistemático sobre estes grupos não pode ser utilizado para
testar padrões sob a ótica da biogeografia cladística.
Dentre os grupos de espécies identificados para a região de estudo, existem filogenias disponíveis para
Scleromystax e Aspidoras, que compõem a tribo Aspidoradini (Britto, 2003); para Sympsonichthys em Costa
(2003); para Phalloceros em Lucinda & Reis (2005) e para Parotocinclus em Gauger & Buckup (2005). A partir
das filogenias disponíveis será investigada a relação entre a ictiofauna no Extremo Sul da Bahia com a de
outras regiões, do ponto de vista da biogeografia histórica.
Cronograma
ATIVIDADES
Padrões de distribuição geográfica
2007
2008
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
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Métodos indicadores de áreas de conservação
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Avaliação e comparação entre os métodos
Aplicação do PAE
Aplicação dos outros métodos
Comparação e análise dos resultados
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Avalição dos dados históricos
Identificação e descriçãode novas espécies.
Classificação das espécies da área de estudo
Definição e cálculo dos índices
Mapas de distribuição geográfica
Origens da ictiofauna regional
Identificação dos trabalhos de filogenia
Identificação dos trabalhos de geomorfologia
Hipótese de conexões pretéritas entre as bacias
Divisores de água
Principais divisores de água entre as bacias
Ictiofauna nos contrafortes destas regiões
Definição das regiões eco-geograficas
Publicações
Bacia dos Rios dos Descobrimento
Bacia do Itanhém
Bacias do Frades e Caraíva
Bacia do Buranhém
Bacias do Santo Antônio e João de Tiba
Relatório Final
Bacias do Extremo Sul da Bahia
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AGO SET
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