Renascimento_Seculo_XIV_ao_XVI
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Renascimento_Seculo_XIV_ao_XVI
Renascimento (Século XIV ao XVI) Itália, Alemanha, Bélgica 1) Formação e contexto Movimento que se iniciou a partir da queda de Constantinopla (Império Cristão do Oriente) em 1453, determinando o fim da Idade Média. As cidades italianas passam a prosperar através do comércio marítimo. Os que enriqueceram (burgueses) passaram a desejar e financiar um novo tipo de arte e de conhecimento, além de um Deus menos rigoroso. Florença: berço do Renascimento. Cidade de mercadores, rica, em que surgiu os primeiros artistas: Bruneleschi, Cimabue, Giotto. Renascer das idéias da antiguidade greco-romana: os renascentistas criticaram a face obscura da arte medieval (a deformação, o espiritualismo doloroso, os dogmas da Igreja) e compreenderam que era necessário uma nova sociedade. Essa sociedade seria construída a partir da releitura do gregos e romanos, de sua Filosofia ( Humanismo), de sua Arte ( Naturalismo idealista) e de sua Religião (o Mito) Filosofia Ideal humanista. No século XV ocorreu a substituição da fé pela razão: é necessário compreender antes de acreditar. O Humano é o objeto do pensamento. O espírito científico foi o principal direcionamento, que desmembrou na arte e na Religião. O estudo de anatomia foi admitido (condenado na Idade Média), se criou muitas teorias físicas, químicas e biológicas e principalmente na astronomia: heliocentrismo (o sol no centro da órbita). A ciência deu um novo sentido de identidade para o indivíduo do Renascimento: nova auto-estima. Antropocentrismo: o homem é o centro de todas as coisas. Leonardo da Vinci – Estudo das proporções de Vitrúvio (1492) Ciência Revolução científica: período que começou no século XV e prolongou-se até o fim do século XVI. Promoveu um maior senso crítico e prático para as pesquisas. - Ciência se separa da Filosofia Causa: renascimento Oposição ao teocentrismo medieval Este maior senso crítico exigido pelo humanismo permitiu ao homem observar mais atentamente os fenômenos naturais em vez de renegá-los à interpretação da Igreja Católica. Publicações teóricas importantes: Nicolau Copérnico - "Das revoluções das esferas celestes“ (1543) Andreas Vesalius – “Da Organização do Corpo Humano“ (1543) Galileu Galilei – “Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo” (1632) Joahannes Kepler – “Astronomia nova” (1609) Astronomia:heliocentrismo Copérnico – a terra gira em torno do sol. Galileu – afirmava o mesmo que copérnico Kepler - trajetória seguida pelos planetas ao orbitar em torno do sol era elíptica. Vesalius Médico belga, considerado o criador da anatomia moderna. “Da Organização do Corpo Humano“ é uma espécie de atlas do corpo humano ricamente ilustrado, dividida em sete partes: 1) ossos 2) músculos 3) sistema circulatório 3) sistema nervoso 5) abdômen 6) coração e pulmões 7) cérebro. Religião Os artistas começaram a naturalizar as imagens dos santos e logo chegaram aos mitos gregos. Os santos foram refeitos à semelhança dos deuses gregos, e os mitos gregos também ganharam muitas representações. Os deuses gregos por serem mais próximos dos humanos, eram mais adequados às posições renascentistas. A Itália estava voltando as suas origens e abandonando o período medieval. Arte Caminha de acordo com a Filosofia e a Religião. Na verdade, ela irá dar forma visual a essas questões. Primeiramente ela irá sensualizar os santos e depois os abandonará. Terá uma grande liberdade de expressão, gerando muitos artistas com propostas diferentes, mas ao mesmo tempo criará outras regras rígidas (perspectiva, composição geométrica, naturalismo). O artista ganha autonomia (arte autoral) Antropocentrismo: termo que irá dar unidade ao pensamento e a prática artística do Renascimento. Acontecimentos do período: - Invenção da Imprensa: Gutemberg no século XV (1450) - Grandes navegações (descoberta da América): Final do Século XV - Reforma Protestante: Século XVI - Antropocentrismo: o homem é o centro do universo 2) Características e elementos constitutivos do estilo O Renascimento apareceu primeiramente na Itália, pois lá já estava toda a cultura greco-romana que foi ocultada na Idade Média e agora era redescoberta: questão de identidade. Apenas na Itália houve uma manifestação unitária de todos os ramos do saber. Nos outros países (Alemanha, Bélgica, França, Espanha) o Renascimento não foi completo e chegou com atraso. Nos países do norte da Europa houve a reforma protestante que impediu que ele se manifestasse com mais força A pintura italiana do Renascimento foi a mais culta e erudita, trazendo um “naturalismo idealizado”, já nos outros países ele foi menos intelectual e assumiu de início a representação da vida cotidiana. Pintura - Perspectiva: técnica de composição que se utilizava da construção geométrica da cena para se assemelhar ao olho humano. Fazia-se uma pirâmide para o centro do quadro com ponto de fuga para produzir a ilusão de profundidade através da organização das dimensões da cena (o que estava na frente ficava maior e o que estava atrás menor). Novo modo de observar. Novo racionalismo projeção em uma superfície bidimensional de um determinado fenômeno tridimensional. Técnica de composição que se utilizava da construção geométrica da cena para se assemelhar ao olho humano. Novo modo de observar. Novo racionalismo Formação de volume, por meio da discriminação de perímetro, e construção de área Andrea Mantegna – Adoração do pastor (1452) - Sfumato: ("fumo", "fumaça"). Justaposição de tons e cores diferentes, de modo que se misturem "sem limites ou bordas, à maneira da fumaça" (Leonardo). Com isso se suaviza os contornos característicos da pintura do início do XV, revelando as potencialidades da tinta a óleo. Leonardo da Vinci – São João Batista (1513- 1516) - Tinta a óleo: Invenção de um artista Flamego (Bélgica) chamado Jan Van Eyck. Ele percebeu que as tintas utilizadas não se conservavam e criou um tipo de verniz que era diluído na tinta para torna-la mais durável. Jan Van Eyck – O casamento de Arnolfini (1434) - Tela: Jan Van Eyck também difundiu a pintura em tela que permitia maior mobilidade da obra. A tela vai ao encontro da burguesia comercial e seu poder de compra e assim se tem um aumento nas encomendas de obras de arte e o mercado se torna mais dinâmico. Possibilita a arte privada e não religiosa ou pública. - Naturalismo: Quadro é concebido como “janela aberta” para o mundo. Para esse fim se utiliza da perspectiva. O naturalismo no Renascimento não diz respeito apenas à sensualização da forma, mas a adequação dela no espaço tridimensional. O corpo respeita as proporções espaciais Leonardo Da Vinci – Moça com furão (1453) Artistas renascentistas Pré-Renascimento (XIII e XIV) Cimabue • Proporciona à condição sagrada um movimento visual mais sinuoso e menos duro. • Não traz o rompimento completo com a tradição bizantina, mas dá à composição um passo ao realismo. A figura adquire dramatização, mais vigor. • Cristo NU (sensualização) X Cristo Vestido bizantino. • Menos simbólico e mais realista Cimabue – Crucifixo Giotto • Influenciou-se pela doutrina de São Francisco: origem da suavização da forma. • Quebra o cânone bizantino ao representar na pintura os santos com um tratamento formal diferente, amolecendo as linhas e revendo as normas de composição. • Lógica estrutural • Personagens com carga de paixões humanas • Criou o “Azul Giotto”, um tipo específico de azul para cobrir o fundo dos seus afrescos. Giotto – Homenagem ao um gentil homem (1300) Giotto – Ascensão de São João (1313) Renascimento (XV) Fra Angélico • Lógica estrutural de Giotto • Composição geométrica: desejo de solidificar a estrutura da imagem • Solidez do plano de fundo com inovadoras composições ogivais e ritmos curvos. • Apresentou o cristianismo como um contador de fábulas Fra Angelico - Anuciação (1430) Fra Angelico – Natividade (1439) Fra Angelico – Lamentação (1495) Fra Angelico – Transfiguração (1439) Piero Della Francesca Imagem estruturada através da perspectiva espacial aliado à composição naturalista dos corpos. Ressurreição (1463) Flagelação (1469) Piero della francesca - vista perspectiva de uma cidade ideal Leonardo Da Vinci • O mais representativo artista do período pois envolve a pintura por uma paixão extremamente científica. • Preocupação com o traço perfeito. • Perspectiva atmosférica. • Uso da técnica do sfumato,para conseguir um efeito de distância e profundidade. • Grande habilidade no uso do claro-escuro, um outro modo criado para obter a sensação de profundidade. • Escreveu um tratado de pintura é um dos mais importantes da história. Leonardo Da Vinci Leonardo Da Vinci Leonardo Da Vinci. A Última Ceia - 1495-1497 Refeitório do Mosteiro de Sta. Maria Delle Grazie, Milão - Itália Leonardo da Vinci. Anunciação - 1475-78 Galeria degli Uffizi, Florença - Itália Leonardo da Vinci. Santana com a Virgem e o Menino,1500-7 Louvre - França Leonardo da Vinci. Santana com a Virgem e o Menino,1500-7 Moça com furão (1483) Rafael • Sensualismo versus a solidez construtiva, a moleza das curvas que se adapta a construção piramidal. • A fatura de sua pintura traz muita limpidez já fazendo a transição para o realismo do Barroco de Caravaggio. • Grande domínio da luz. Rafael Sanzio. A Sagrada Família - 1507 Pinacoteca de Munique - Alemanha Rafael Sanzio. A madona do Pintassilgo 1506 - Galeria degli Uffizi, Florença - Itália Madona del I Campanata (1513) La donna velata (1514) Retrato de mulher nua (1518) Rafael Sanzio. O Casamento da Virgem Pinacoteca de Brera Milão - Itália Rafael - Cristo abençoando (1506) Rafael – Anunciação (1503) Rafael - São Paulo pregando em Atenas (1515) Rafael - Escola de Atenas (1509) São Jorge (1505) Coroação da virgem (1503) Madona entronada (1505) Botticelli • Faz a mudança quase total para a pintura de mitos. • Seus personagens revelam uma alegria de viver através da forma solta da pintura e do prazer de viver que demonstram. Tudo isso aliado ao rigor estrutural. • É representante dessa nova classe social (a burguesia) que tem dinheiro e prazer para gastá-lo. Sandro Botticelli. O Nascimento da Vênus - 1484 - Galeria Uffizi, Florença - Itália Sandro Botticelli. Alegoria da Primavera - 1478 - Galeria degli Uffizi, Florença - Itália Madona (1485) Anunciação (1485) Michelângelo • Estudo profundo de anatomia • Amor ao Nu • Leva ao limite o naturalismo renascentista e já começa a fazer a transição para o Barroco: formas muitos rebuscadas, musculatura e torção física muito acentuada, atletismo dramático. • O primeiro artista “genioso”, de personalidade muito acentuada. Pietá ( 1499) Michelangelo. Davi - 1501-4 Galeria da Academia, Florença Moisés (1513) Michelangelo Buonarroti. Teto da Capela Sistina - 1508-1512, Vaticano - Itália Antes da última restauração Michelangelo Buonarroti. O Juízo Final - 1536-41. Capela Sistina - Vaticano - Itália • Entre 1555 e 1559, o Papa Paulo IV manda ‘vestir’ as imagens. Michelangelo Buonarroti. O Juízo Final - 1536-41 Capela Sistina - Vaticano - Itália Michelangelo Buonarroti. Criação de Adão. Teto da Capela Sistina (detalhe) 1508-1512, Vaticano - Itália A criação de Eva A queda do homem e a expulsão do jardim do Éden O dilúvio A criação do sol e da lua A separação da luz e das trevas A separação entre terra e agua O sacrifício de noé Michelangelo Buonarrotti. Biblioteca Laurentina - séc. XV - Florença - Itália Renascimento do Norte (XV e XVI) Jan Van Eyck • Passagem do tratamento do homem coletivo, ideal, para o individual, típico. • Realismo exacerbado. • Típico representante da pintura burguesa. Jan Van Eyck. A Madona do Chanceler Rolin 1435 - 66 x 62cm Museu do Louvre França Jan Van Eyck. A Madona do Chanceler Rolin 1435 (DETALHE) Museu do Louvre França Jan Van Eyck. A Madona do Chanceler Rolin 1435 (DETALHE) Museu do Louvre França Jan Van Eyck. Os esponsais dos Arnolfini Albrecht Dürer • Desenho é um estudo anatômico. Não é idealizado como os italianos mas busca as imperfeições do corpo • Paisagem ganha uma nova posição, desta vez no primeiro plano do quadro Ervas – 1503. Aquarela. Albertina, Viena - Áustria Jeronimous Bosh • Pintor social: pintor urbano se alimentando dos temas da aldeia. • Mais expressionistas do que construtivo pois expressa as paixões humanas Hieronymus Bosch. O Jardim das Delícias - c.1500 Parte central de um tríptico - Museu do Prado - Espanha Hieronymus Bosch. O Carro de Feno, parte central de um tríptico - Museu do Prado - Espanha Bosh – a adoração do louco (1500) Bosh – Morte e miséria (1498) Pieter Brueguel • Analisa a rotina da vida campestre. • Personagens são pormenores da paisagem • Sem preocupação religiosa 3) Arquitetura: • Ruptura com a produção artística da Idade Média (em especial com o estilo gótico). • Gênese da arquitetura do Renascimento: construção da cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore em Florença, por Bruneleschi Bruneleschi descobriu a perspectiva linear através de espelhos • Filippo Brunelleschi (1377-1446) se dedicou a realizar experimentos óticos do fenômeno de perspectiva. • O pintor deveria adotar uma posição fixa, com relação aos objetos que iria reproduzir pois para criar geometricamente a ilusão de profundidade, o pintor deve partir de um ponto de vista perfeitamente definido • No dispositivo de Brunelleschi, o espectador deve fica atrás do painel pintado, no qual se abria um orifício e mirar o painel através deste orifício por meio de um espelho. Desenho de BRunelleschi para a igreja de Santo Espirito O grande trabalho de Brunelleschi: cúpula da Igreja de Sta Maria Del Fiore em Firenze (sec. XV) – perspectiva empregada na construção arquitetônica Filippo Brunelleschi e sua cúpula em tijolos. Igreja Santa Maria del Fiori - 1420-1436, Florença - Itália Igreja de San Spirito Exemplo da aplicação da perspectiva na arquitetura As proporções de vitrúvio Características principais • Marcada pelo ideal de proporção e simetria. • Retomada dos princípios gregos e romanos de Construção (harmonia entre verticais e horizontais) • Rebaixa o pé direito mas ainda permanece alto. • Dá continuidade às colunas e arcos, mas acrescenta a cúpula no teto. • A Igreja típica do renascimento retoma a forma da cruz grega. Planta central de Igreja em cruz grega • A forma ideal de construção é representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. • O módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e ao espaço deu às novas edificações proporções totalmente harmônicas. • Os palácios, arquitetura secular, se apresentam como cubos sólidos devido essa estrutura quadrangular. Alberti. Palácio Rucellai 1460 - Florença - Itália Palácio Farnese Planta do Palladio de Veneza Andréa Palladio. Villa Rotonda – 1550 - Veneza - Itália • Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de antigos templos e ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegar à conclusão de que uma obra arquitetônica completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura geometria euclidiana. Outras construções Bramante. Tempietto (1502-12) Leon Battista Alberti. Igreja Sta. Andrea,1460, Mântua - Itália Alberti. Igreja Sta. Maria Novella, 1456-70, Florença - Itália Michelangelo Buonarrotti. Cúpula da Basílica de São Pedro - Séc. XV Vaticano - Itália Pierre Lescot. Fachada do Louvre - c.1546 Paris - França Castelo de Chenonceau - França Michelangelo Buonarrotti. Interior da Cúpula da Basílica de São Pedro
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