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Marcadores Laboratoriais para Diagnóstico e
Monitoramento do Câncer de Próstata
PCA3 Urinário
O PCA3 é um fragmento de RNA mensageiro (mRNA)
codificado pelo gene PCA3 (Antígeno PCA3 – codificação não proteica) que apresenta baixa expressão no
tecido prostático normal e exacerbada expressão no
tecido prostático em Câncer de Próstata (CaP) - cerca
de 66 vezes mais. Este marcador não se expressa em
tecido canceroso não prostático e apresenta baixa expressão em tecido afetado por Hiperplasia Prostática
Benígna (HPB). O teste laboratorial mede a concentração de PCA3 em amostras de urina após massagem
prostática e faz uma relação com a quantidade de moléculas prostáticas não afetadas (PSA). O resultado é
expresso como Escore PCA3, que corresponde a
(mRNA PCA3 / mRNA PSA) x 1000.
O teste tem ganhado maior interesse nos últimos anos,
devido ao aumento da quantidade de realização de biópsias como consequência da elevação do Antígeno
Prostático Específico (PSA). Segundo pesquisa feita no
portal MEDLINE, há cerca de 200 estudos publicados
entre os anos 2009 e 2014, sendo que somente no período entre 2013 e 2014 foram registradas 75 publicações. Em um artigo de revisão recentemente publicado pelos autores Guillaume Ploussard e Alexandre
de la Taille, do Centre Universitaire Saint-Louis, Paris,
França (Does PCA3 Really Help Urologysts?, Urology Pratice Journal, 2014), foram pontuados alguns aspectos
importantes do teste, tais como:
• A área sobre a curva ROC (AUC ROC) dos principais
estudos, se situa em 0,761, o que é consideravelmente superior à do PSA, PSAL e relação PSAL/T, situadas
entre 0,5 e 0,6.
• O PCA3 é capaz de aumentar o Valor Prognóstico em
5% a 7%.
• O PCA3 foi capaz de evitar biópsias desnecessárias
em 37% a 67% dos casos.
• O ponto de corte recomendado pelo fabricante do
teste é de Escore 35, entretanto, alguns autores pontuam a melhoria da especificidade utilizando Escore
de 20 e 50 para exclusão e inclusão de pacientes candidatos à repetição de biópsias prostáticas, respectivamente.
• O Escore PCA3 é diretamente proporcional às chan-
ces de se obter uma biópsia positiva. Estudos demonstram que Escores > 100 têm até 86,7% de probabilidade para biópsia positiva.
• As indicações para a realização do teste incluem: Paciente com 50 anos ou mais, com PSA elevado, que já
tenham biópsia negativa prévia, para auxílio na tomada de decisão sobre a realização de uma nova biópsia.
Pacientes com resultados histológicos de ASCP não
têm indicação para a realização do teste.
O teste é realizado em amostras de urina coletadas
após massagem prostática, que deve ser feita exclusivamente pelo médico assistente. Os frascos para coleta são especiais, contendo um líquido conservante e
devem ser solicitados previamente ao laboratório.
Pro-PSA e Índice PHI
O Pro-PSA é um precursor do PSA, sendo uma subdivisão do PSA Livre. A forma mais estável do Pro-PSA é
o [-]2Pro-PSA, que é utilizado nos testes diagnósticos.
Estudos indicam que ocorre uma maior concentração
de [-]2Pro-PSA em tecidos afetados por CaP do que em
tecidos normais ou hiperplásicos. O índice PHI é uma
relação matemática que utiliza os valores do pro-PSA,
PSA total e PSA livre.
Índice Phi: [-2]pPSA/fPSA*√tPSA
Diversos estudos demonstram a superioridade do
Índice PHI em relação a outros parâmetros isolados
como o PSAt e o PSAl, tanto para o diagnóstico, quanto
para a discriminação entre CaP e HBP. Jansen e colaboradores (European Urology, 2010) encontraram AUC
para o índice PHI de 0,750, contra 0,580 para PSA total
e 0,675 para PSA livre, quando utilizado para a discriminação entre CaP e BHP. Guazzoni e colaboradores
(European Urology, 2012) demonstraram que a utilização do índice PHI apresenta correlação com o estágio
do tumor e Gleason > 7.
As melhores indicações para a utilização da dosagem
do Pro-PSA com índice PHI incluem:
• Pacientes com PSA entre 2 e 10 ng/dL e DRE negativo.
• Pacientes candidatos à biópsia, com PSA entre 2 e 10
ng/dL e elevação do PSAL.
• Em um modelo multiparamétrico para tomada de
decisões em pacientes candidatos a múltiplas biópsias.
O teste é realizado em amostras de sangue, não havendo necessidade de nenhum preparo especial do
paciente.
Células Tumorais Circulantes (CTC)
As células tumorais circulantes (CTC) consistem em
células que apresentam alterações moleculares correlacionadas com processos cancerígenos. A sua detecção em amostras de sangue está associada a um
maior risco de metástases e pior prognóstico em pacientes com diagnóstico prévio de certos tipos de tumores. Este teste já existe há cerca de uma década e o
maior desafio vinha sendo a detecção destas células,
já que a quantidade circulante é extremamente escassa. Recentemente, foram desenvolvidos equipamentos especializados que conseguem melhorar em muito a sensibilidade do teste. Diversos estudos clínicos
têm demostrado um grau de especificidade bastante
estreito, principalmente para a correlação terapêutica
e prognóstico de evolução da doença. O teste foi aprovado pela agência reguladora americana (FDA) para a
utilização em casos de cânceres de mama, próstata
e cólon. Analisando especificamente a utilização em
casos de câncer de próstata, existem estudos que
demonstram a sua utilidade nos casos de metástase
resistente à castração (mCRPC) em associação com
diagnóstico por imagem e PSA (Evi S. Lianidou, Areti
Strati, and Athina Markou - Circulanting Tumor Cells as
promising novel biomarkers in solid cancers, Critical Reviews in Clinical Laboratory Sciences, 2014).
O teste é realizado em amostras de sangue, com o
apoio da Mayo Medical Laboratories (EUA).

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