ao Encontro Internacional de Embalagens
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ao Encontro Internacional de Embalagens
Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Novembro de 2012 Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos Av. Paulista, 1313 – 10º andar – CJ 1080 01311-923 | São Paulo | SP | Brasil www.itehpec.org.br Conselho Gestor Presidente: João Carlos Basilio da Silva Vice-Presidente: Manoel Teixeira Simões Tesoureiro: Romeu Affonso Conselho Científico-Tecnológico Presidente: Flávia Alvim Sant'Anna Addor Conselheira: Silvia Berlanga de Moraes Barros Conselheira: Silvia Stanisçuaski Guterres Conselheiro: Carlos Eduardo de Oliveira Praes Conselheira: Assunta Napolitano Camilo Conselheiro: Elcio Garcia Alvares Encontro Internacional de Embalagens “Drivers da Inovação na Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos” Coordenação Executiva: Marina Kobayashi Coordenação Técnica: Assunta Napolitano Camilo e Elcio Garcia Alvares Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Relator: Margaret Hayasaki Novembro 2012 1|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Apresentação O Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” é resultado do Encontro Internacional de Embalagens “Drivers da Inovação na Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos”, que aconteceu nos dias 25 e 26 de setembro de 2012 em São Paulo, SP, Brasil. O Documento apresenta a síntese dos principais aspectos abordados no Encontro, além de recomendações com o objetivo de apontar as oportunidades de negócios para aumentar a competitividade do setor e subsidiar o desenvolvimento da indústria brasileira de embalagens para a indústria cosmética. 2|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” “A nossa indústria caminha bem” A beleza é um mercado promissor no Brasil. Nem a crise econômica mundial afeta o setor. Os números confirmam isso. Em 2011, o setor de cosméticos completou 16 anos de crescimento na casa dos dois dígitos. “Um feito fantástico. Até o ano passado, nós dizíamos que o setor brasileiro de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cresce a uma velocidade chinesa. Esse crescimento foi mantido, com um índice de 10,23%, segundo os dados do primeiro semestre de 2012. Com isso, nós já superamos a China, que não está mais conseguindo sustentar o crescimento de dois dígitos”, afirma João Carlos Basílio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e do Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Itehpec), organizador do Encontro Internacional de Embalagens. Tradicionalmente, o segundo semestre é melhor do que o primeiro semestre, época em que a população recebe o 13º salário, e o Natal e o Ano Novo são grandes festas, que ajudam a impulsionar o consumo. Por isso, o setor tem uma expectativa bastante otimista para este ano. “30% do faturamento bianual é focado em lançamentos. Se, em dois anos, a empresa não lança produtos, ela perde uma fatia de 30% do mercado. É preciso inovar para continuar competindo num mercado acirrado e cada vez mais concentrado nas grandes empresas”, ressalta o presidente. Ele continua: “É preciso que as pequenas e médias indústrias sejam bem informadas sobre as tendências para diminuir essa concentração.” Segundo Basílio, essa é a proposta do Encontro Internacional de Embalagens, promovido pela entidade, em setembro último, em São Paulo. O evento apresentou as tendências e os drivers de inovação na indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. João Carlos Basílio Presidente Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Itehpec) 3|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Sobre o Itehpec O Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ITEHPEC) foi criado em 2006 como o braço tecnológico da ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. O ITEHPEC tem como missão atender a demanda do setor nas questões de inovação e tecnologia; estimulando, fomentando e promovendo atividades de inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico para os produtos do setor, em qualquer região do território nacional e internacional. O ITEHPEC tem um papel fundamental no estabelecimento de diretrizes para o desenvolvimento tecnológico desta cadeia produtiva, constituindo-se, a partir das decisões de seu Conselho Gestor, um Programa de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Cosmética. O Itehpec tem como objetivos: Ser o facilitador no desenvolvimento tecnológico, um instrumento para a capacitação tecnológica das empresas, tendo como papel fundamental a busca da competitividade do setor, gerando informações para o balizamento das políticas tecnológicas e para a gestão do processo de mudanças e inovações no setor; Gerar oportunidades de negócios em inovação e capacitação tecnológica para as empresas do setor; Estabelecer e consolidar a interação das universidades e centros de pesquisa com as empresas; Estimular o aproveitamento dos mecanismos de subvenção e incentivos fiscais para a inovação nas empresas; e Estimular a participação de instituições de Ciência & Tecnologia no processo de inovação tecnológica. 4|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Do Programa de Inovação Sob a missão de atender a demanda do setor nas questões de inovação e tecnologia, o ITEHPEC vem estimulando, fomentando e promovendo atividades de inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico do setor. O ITEHPEC desenvolveu um Programa de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico para a Indústria Cosmética apoiado em quatro pilares fundamentais: 1. produção de conhecimento estratégico; 2. disseminação, aplicação do conhecimento e capacitação de empresas; 3. criação de ambiente propício para a inovação; 4. inserção das empresas na gestão da inovação. Esses pilares estão baseados em ações estratégicas que levam em consideração os desafios e oportunidades para alcançar a liderança mundial na produção de produtos para cabelo e pele, que atendam aos requisitos do mercado global, quanto à segurança, eficácia e inovação até 2023. A seguir, destacamos uma das iniciativas do ITEHPEC que deu origem a esse Documento de Referência, o Encontro Internacional de Embalagens “Drivers da Inovação na Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos”. 5|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Encontro Internacional de Embalagens O ITEHPEC promoveu nos dias 25 e 26 setembro de 2012 o Encontro Internacional de Embalagens “Drivers da Inovação na Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos”. O Encontro reuniu renomados especialistas do Brasil e do exterior para discutir sobre os aspectos das embalagens que estão em evidência na atualidade em todo o mundo. As discussões abordaram os drivers de inovação em embalagens na indústria cosmética: comunicação; segurança e tendências; inovação e sustentabilidade. O objetivo principal do Encontro foi reunir elementos para a construção de diretrizes para o desenvolvimento da indústria brasileira de embalagens para cosméticos e, consequentemente, aumentar a competitividade da indústria brasileira de cosméticos. A partir dos debates e discussões promovidos durante os dois dias do Encontro, foi produzido este documento consolidando os aspectos fundamentais para o setor. O público foi constituído por empresários, executivos e profissionais de pesquisa e desenvolvimento, marketing, qualidade, assuntos regulatórios, meio ambiente, dentre outras áreas; além de autoridades; técnicos do governo e pesquisadores. O Encontro contou com a co-organização da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), além das parcerias da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos). A programação do Encontro segue ao final deste documento. 6|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Principais Abordagens do Encontro Bloco Comunicação Com o tema O Poder da Embalagem na Comunicação, Túlio Bandeira, diretor da Amplaset Comunicação, destacou a importância das empresas terem a sua personalidade de comunicação, usando a embalagem como instrumento. “É através da personalidade de comunicação que as empresas têm a oportunidade de mostrar por meio de suas experiências, valores e atitudes, a sua capacidade de produzir e dar sentido às coisas”, afirma. Quem vai mudar esse paradigma? Quem realmente vai mexer com a comunicação dentro da empresa? São os setores de produção, comercial, marketing e os colaboradores. “É baseado no que a empresa está fazendo é que conseguimos saber o que divulgar. Essa é a forma de comunicar. Mas, é importante viabilizar uma nova forma de comunicar o que a empresa está fazendo através da embalagem. Isso é fundamental”, ressalta Bandeira. A influência da tecnologia na comunicação nas embalagens foi o tema da palestra de Patrícia Teixeira, diretora da Trixe Comunicação. Segundo ela, em futuro próximo, as embalagens devem conversar com o seu público via código de barra ou QR Code. “Para isso, é preciso investir em comunicação digital para criar relacionamento, monitorar se sua marca está bem ou não, aplicar uma comunicação positiva online e monitorar crises e resolvê-las”, afirma. “Hoje, o QR Code ainda precisa ser mais bem aproveitado para que o público utilize e interaja. Faltam campanhas dedicadas. Hoje, as marcas direcionam para site e vídeos no You Tube. Faltam apelo e interação”, completa. As mudanças demográficas geram tendências e oportunidades para desenvolver embalagens inovadoras. Esse foi o assunto da palestra de Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens. “Hoje, a gente observa claramente que o modelo de família – pai e mãe e dois filhos mudou. As mulheres têm no máximo um filho”, revela. Além disso, os jovens estão demorando mais para se casar e ficam menos tempo casados. A população está envelhecendo mais, e as crianças, consequentemente, têm mais poder. 7|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Ela cita as cinco grandes tendências que já mobilizam os novos desenvolvimentos em embalagem: saúde, segurança, conveniência, estilo e sustentabilidade. A tendência de estilo, segundo Assunta, está extremamente relacionada com o setor de cosméticos. “Não adianta fazer um produto maravilhoso e não traduzir isso na embalagem que fala com o público-alvo. Vai fazer produtos para crianças, para mulheres, para homens ou para o público GLS, é preciso usar o apelo para isso”, salienta. O envelhecimento da população representa uma excelente oportunidade para se diferenciar no mercado de cosméticos. “Já existem xampus especiais para pessoas da melhor idade. Não podemos esquecer que é preciso ter tampas fáceis de abrir e com letras grandes que permitam a leitura das informações”, exemplifica a executiva. Na tendência de conveniência, Assunta cita o exemplo da Alemanha, um protetor solar, cuja embalagem tem o formato de pulseira. É a praticidade falando mais alto. “O mundo ideal é que a embalagem atenda as cinco tendências”, profetiza. Bloco Segurança e Tendências Antonio Rollo, Head Regional Colorworks Latam da Clariant, destaca: “A cor influencia na embalagem e isso pode ser aproveitado de uma maneira mais produtiva na criação de novos produtos”. Segundo ele, o mercado de embalagem responde por 70% da demanda da empresa quando se fala de tendência e lançamento de novos produtos. Para 2013, a paleta de cores não está tão viva e tão brilhante, como já foi há quatro anos. “Está menos energética, com tons pastel, mas com muito efeito e transparência. A transparência é um reflexo do conceito de transmitir a autenticidade do produto”, diz Rollo. “A ideia é estimular o maior número de sentidos dos consumidores, pois a oferta de produtos nas gôndolas é gigantesca.” Em 2014, segundo ele, a expectativa é ter uma paleta de cores mais viva e brilhante, principalmente, na América Latina, com a quantidade de eventos na região. Integridade, funcionalidade e compatibilidade de sistemas de fechamento de embalagens plásticas. Esse foi o tema da palestra de Léa Mariza de Oliveira, pesquisadora científica do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea). “O sistema de fechamento mal escolhido pode levar a perdas econômicas, 8|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” menor vida útil do produto, vazamento, problemas de desempenho mecânico, problemas de imagem da marca e problemas ambientais, dependendo do tipo de produto acondicionado”, alerta. Nos sistemas de fechamentos, segundo a pesquisadora, é preciso considerar dois aspectos: integridade e resistência. “Quando falamos de integridade, a preocupação é com vazamento, contaminação do produto e trocas gasosas que podem resultar em ganho ou perda de umidade. Isso vai impactar na vida útil do produto”, explica. Outro aspecto é a resistência do fechamento, bastante importante durante o transporte, distribuição e a comercialização do produto. “É preciso conciliar a conveniência do uso, com uma tampa de fácil de abertura e resistente ao sistema de transporte, distribuição e comercialização”, afirma Léa. Bloco Inovação e Sustentabilidade Há muito tempo, a Abihpec acompanha a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e em 2004, a entidade decidiu estudar de que forma poderia atuar. A decisão, segundo Rose Hernandes, diretora de meio ambiente da Abihpec, foi adotar um modelo já bastante arraigado, no Brasil, que é o das cooperativas e associações de catadores. Daí nasceu o projeto Dê a Mão para o Futuro que visa à coleta de embalagens pós-consumo dentro de um modelo de responsabilidade compartilhada. “O objetivo é colaborar com a melhoria do panorama nacional de destinação correta de resíduos sólidos e ajudar a reduzir o volume de recicláveis que seriam encaminhados para o aterro”, destaca Rose. Outro ponto, segundo ela, é oferecer aos geradores de resíduos uma forma de gerenciar os seus próprios resíduos e aos recicladores, materiais com melhor qualidade. O projeto conta com a participação de todos os associados da Abihpec. A sustentabilidade está incorporada na estratégia corporativa da Novelis para a produção de embalagens de alumínio cada vez mais sustentáveis. Segundo Jessica Sanderson, diretora de sustentabilidade da Novelis Inc, dos Estados Unidos, até 2020, a meta da companhia é aumentar o uso de alumínio reciclado de 33% para 80%. “Isso vai remover 10 milhões de toneladas métricas de emissão de gases de efeito estufa da cadeia de valor de produtos de alumínio anualmente”, salienta. 9|Página Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” A sustentabilidade é uma das principais áreas da inovação em embalagem na Procter & Gamble. Segundo Lucas Camara, da Procter & Gamble, este drive é muito importante para a companhia que, antes do evento Rio 92, já estava preocupada com o meio ambiente. “Tem duas frentes nas nossas operações. Criar produtos que encantem os consumidores e preservem os recursos. O objetivo é usar 100% de materiais renováveis ou recicláveis em embalagens”, pontua. Segundo ele, a meta global da companhia é reduzir a 0% os resíduos sólidos descartados em aterros até 2020. “Outra meta é usar 100% de energia renovável em nossas fábricas.” Como a P&G vai chegar lá. “Com inovação em produto. Um dos cases que exemplificam isso é o de Ariel líquido, com uma embalagem feita com 50% de resina virgem e 50% de material reciclado. Outro exemplo é o da embalagem de Pantene, feita de plástico renovável e que já ganhou escala. Hoje é vendido em vários países.” No mundo, desde 2007, a P&G, exemplifica Camara, já reduziu 11% de emissão de gás carbônico através de inovação e 50% dos resíduos sólidos. “No Brasil, nas plantas de Louveira (SP) e Manaus (AM), mais de 95% dos resíduos são beneficiados e têm destinação adequada para não ir para o aterro”. Os conceitos, mitos e realidades sobre embalagens de fontes renováveis, biodegradáveis e oxidegradáveis. Segundo Leda Coltro, pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), a embalagem biodegradável tem degradação superior a 90%, além de ser candidata a ser certificada como compostável, compostáveis. mas nem todos os biodegradáveis podem ser “A biodegradabilidade é a capacidade de o material ser degradado por micro-organismos”, revela. “Um jornal, por exemplo, enterrado no aterro não se degrada, pois o micro-organismo não cresce para realizar este processo”. A oxidegradabilidade é um processo de degradação provocado por óxidos metálicos expostos à luz UV, oxigênio ou ação mecânica. “O material, geralmente plásticos derivados de fonte fóssil, se estiver enterrado num aterro não tem degradação”, explica. No conceito de degradabilidade, o material se degrada em contato com agentes, como luz, calor, oxigênio, micro-organismos, água etc. Já a compostabilidade, segundo ela, é um processo de biodegradação que acontece em um ambiente controlado, gerando um adubo. “Para o material ser certificado tem que atender os requisitos e normas para compostabilidade. 10 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Existem vários selos de compostagem, como a norma europeia EN13432, americana ASTM D6400, e a brasileira ABNT 15448-2”, informa Leda. O desenvolvimento de biopolímeros é importante para aumentar as alternativas de materiais frente aos polímeros convencionais de origem fóssil. “As matérias-primas podem ser plantas e animais ou sintetizadas a partir de biomassa por meio de enzimas de micro-organismos”, explica Maria Filomena de Andrade Rodrigues, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Para ela, “o uso de plásticos de fontes renováveis em embalagens de cosméticos que têm vida útil curta pode ser interessante”. Exemplos de biopolímeros: *Poliésteres: Ácido poliláctico, Polihidroxialcanoatos; *Proteínas: Seda, Soja, Milho; *Polisacarídeos: Xantana, Gelama, Celulose, Amido, Quitina; *Polifenóis: Lignina, Tanino, Ácido húmico; *Lipídios: Ceras, Tensoativos; *Polímeros especiais: Laca, Borracha natural E Náilon a partir de óleo de rícino. A evolução do design através dos plásticos especiais. Este foi o enfoque da palestra de Jefferson Garbelotti, gerente comercial da área de plásticos da Eastman Chemical. “Os plásticos especiais transparentes são utilizados, principalmente, na indústria de embalagem de cosméticos”, afirma o executivo. Usando os plásticos especiais a ideia é conectar o valor do produto ao design, com um visual simples e atual. Ele cita o plástico especial glass polymer, com paredes grossas e transparentes, que mimetiza o vidro. No Brasil, um exemplo de sua aplicação, está no pote transparente, com refil, dos cremes anti-idade da Natura. “A embalagem fica mais tempo com o consumidor”. Personalizar e customizar o produto são um apelo forte da tecnologia de impressão digital que está ganhando o mercado de embalagens. Essa tendência é conduzida pelas necessidades da indústria de produtos de consumo que cada vez mais diversifica a sua linha de produtos e demanda menor tiragem. Além disso, a impressão digital, segundo Thomas Escarião, gerente do segmento de rótulos e embalagem da Hewlett-Packard do Brasil, permite diminuir o inventário e agrega valor à marca. “A impressão digital também é sustentável, pois permite reduzir em 96,2% o desperdício”, revela. Um bom exemplo do emprego da impressão digital no mercado de cosméticos vem dos Estados Unidos. A marca infantil de xampus e condicionadores Loreal Kids usou a tecnologia nos rótulos sleeves inspirado no lançamento do filme Carros. “Por ser um período curto, a marca escolheu a 11 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” impressão digital para fazer tiragens curtas e impressões fracionadas para chegar ao mercado mais rápido”, explica Escarião. Hoje, a marca realiza quatro lançamentos por ano. Solução única do ponto de vista de marketing. É assim que Eric Masson, vicepresidente de vendas do Grupo Sleever, da França, descreve a importância dos rótulos sleeves na decoração de embalagens de vidro. Em 2011, a companhia vendeu 15 bilhões de sleeves. Essa solução de decoração que pode ser aplicada em formatos complexos de embalagens, com cores atrativas e efeitos especiais, segundo ele, vêm crescendo principalmente nos segmentos de perfumaria e de alimentos. “O sleeve permite customizar o produto, além de conferir uma imagem premium, promovendo a marca no ponto de venda. A marca é cada vez mais um ícone”, ressalta. Recomendações do Setor Investimento na capacitação profissional e parcerias com universidades. Para indústria de embalagem de cosméticos ser mais competitiva é preciso investir pesado na capacitação dos profissionais que atuam no setor e trabalhar de forma colaborativa com as universidades brasileiras e instituições, como o Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para desenvolver soluções mais inovadoras, mais competitivas e mais sustentáveis. Há muito conhecimento desperdiçado no âmbito acadêmico que pode ser aproveitado pela indústria para atender as necessidades dos consumidores. Pessoas que moram sozinhas. Os solteiros também representam excelentes oportunidades de desenvolver soluções inovadoras de embalagens para atender este público. Para se ter uma ideia do tamanho deste mercado, conheça os números do Censo IBGE 2010. Entre as mulheres que moram sós, 40% são viúvas, enquanto que entre os homens que moram sozinhos, 58,9% são solteiros. Quando se analisa o perfil por grupos de idade, no caso das mulheres, há uma concentração nos grupos de idade mais avançada (cerca de 53% são mulheres com 60 anos ou mais). No Brasil, 88% de lares com um único 12 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” morador (o que corresponde a 6,1 milhões de unidades) estão situadas em cidades, ou seja, é um fenômeno urbano. Esses dados mostram que há oportunidades para desenvolver embalagens portáteis, mais fáceis de abrir e ao mesmo tempo seguras, mais ergonômicas, fáceis de manusear, fáceis de transportar. Idosos. No primeiro censo feito pelo IBGE, em 1960, para cada 100 crianças menores de 15 anos havia 6,4 indivíduos de 65 anos ou mais de idade na população total residente. Em 2010, este índice saltou para 30,7 pessoas acima de 65 anos para cada grupo de 100 crianças menores de 15 anos, um aumento de 377,9%. O envelhecimento da população brasileira é outra importante mudança demográfica que impacta no desenvolvimento do mercado de cosméticos. Há excelentes oportunidades para o crescimento do setor de produtos anti-idade e tinturas para cabelos, por exemplo, além de desenvolver embalagens mais práticas, convenientes e seguras para o uso pelos idosos. É preciso também pensar em uma rotulagem mais clara, com letras maiores, para facilitar a leitura das informações. Oportunidades de negócios regionais. Enquanto a classe média (entendida pelo mercado como classes C1 e C2) ainda é o foco de atenção de muitas empresas pelo Brasil, por representar a maior parte da população, o Nordeste tem uma configuração diferente. Nessa região, as Classes D e E representam 64% da população e contribuem com 67% no crescimento dos gastos da região, segundo dados do Instituto de Pesquisa Nielsen. As categorias de acesso (aquelas em desenvolvimento, geralmente com menor penetração e distribuição) são mais numerosas na região quando comparadas às categorias maduras (mais desenvolvidas e disseminadas entre os consumidores). Porém, as categorias maduras são responsáveis pela maior parte do faturamento impulsionas pelo vetor sofisticação. Sucos prontos para consumo, sabonetes líquidos/antibacterianos e amaciantes concentrados são exemplos dessas movimentações no mercado nordestino. Há oportunidades para desenvolver embalagens mais econômicas que garantam o acesso da população D e E a produtos cosméticos que ainda não são consumidos por este público. 13 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Megaeventos. A Copa do Mundo de 2014, que deve atrair cerca de 600 mil pessoas ao Brasil, e as Olímpiadas de 2016, no Rio de Janeiro, são excelentes oportunidades para fazer a indústria de cosmético crescer ainda mais, com a possibilidade, para muitas empresas, de acessar novos mercados, como o de mini embalagens para hotéis. Brasilidade. Investir no Brasil como produto para difundir nossa rica cultura no mercado interno e externo. A brasilidade dos produtos peculiares de nossa terra tem que ser mais bem traduzida nos aromas e nas essências dos cosméticos. Mas também nos rótulos e nas formas das embalagens. Sustentabilidade. O Brasil tem capacidade tecnológica e recursos para desenvolver produtos, processos e embalagens mais sustentáveis. É preciso focar nessas potências para gerar inovações relevantes a caminho da sustentabilidade. Marca e reputação. Num mercado de commodities, no qual tudo pode ser copiado, marca e reputação são patrimônios intangíveis cada vez mais importantes no sucesso de uma empresa. Por isso, investir na comunicação adequada, clara e transparente, seja ela na embalagem, nas mídias sociais, é imprescindível. Na economia criativa, esses patrimônios intangíveis não podem ser copiados. 14 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” - ANEXO PROGRAMAÇÃO ENCONTRO INTERNACIONAL DE EMBALAGENS “DRIVERS DA INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS” 15 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” ENCONTRO INTERNACIONAL DE EMBALAGENS “Drivers da Inovação na Indústria de HPPC” São Paulo, SP, Brasil - 25 e 26 de Setembro de 2012 Coordenação Executiva: Marina Kobayashi Coordenação Técnica: Assunta Camilo e Elcio Garcia Relatora do Documento de Referência: Margaret Hayasaki PROGRAMAÇÃO 25 de Setembro de 2012, das 09:00 às 16:30 BLOCO 1: Comunicação O Poder da Embalagem na Comunicação, Tulio de Ferreira Bandeira, Diretor da AMPLASET COMUNICAÇÃO A Influência da Tecnologia da Comunicação nas Embalagens. Inovação Tecnológica e Tendências, Patricia Teixeira, Diretora da TRIXE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E TRIXE DIGITAL Tendências mundiais de consumo e sua relação com as embalagens, Assunta Camilo, Diretora do INSTITUTO DE EMBALAGENS Mesa Redonda, Mediador: Celso Negrão, Professor do INSTITUTO DE EMBALAGENS BLOCO 2: Segurança e Tendências Tendências Colorforward 2013, Antonio Rollo, Regional Head Colorworks LATAM da CLARIANT Integridade, funcionalidade e compatibilidade de sistemas de fechamento de embalagens plásticas, Léa Mariza de Oliveira, Pesquisadora Científica do CETEA – CENTRO DE TECNOLOGIA DE EMBALAGEM Mesa Redonda, Mediador: Elcio Garcia, Diretor da MEGAPLAST 26 de Setembro de 2012, das 09:00 às 17:30 BLOCO 3: Inovação e Sustentabilidade Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Iniciativa do Setor Cosmético em Logística Reversa, Rose Hernandes, Diretora de Meio Ambiente da ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos Alumínio: Soluções Tecnológicas e Tendências em Sustentabilidade, Jessica Sanderson, Diretora de Sustentabilidade da NOVELIS INC., EUA Design e Aplicações com os Copoliesteres (Plásticos Transparentes), Jefferson Garbelotti, Gerente Comercial da Área de Plásticos Especiais da EASTMAN CHEMICAL COMPANY Case de Empresa, Lucas Câmara, Relações Governamentais da PROCTER & GAMBLE Embalagens de Fontes Renováveis x Biodegradáveis x Oxidegradáveis: Conceitos, Mitos e Realidades, Leda Coltro, Pesquisadora do CETEA – CENTRO DE TECNOLOGIA DE EMBALAGEM Novos Materiais: Em que estágio estamos e os Desafios a serem perseguidos, Maria Filomena de Andrade Rodrigues, Pesquisadora do IPT - INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS Crescimento da Impressão Digital no Mercado de Embalagens, Thomas Escarião, Gerente do Segmento de Labels & Packaging da HEWLETT-PACKARD Sleever Solution: Glass Decorating, Eric Masson, Vice-Presidente de Vendas do GRUPO SLEEVER, França Mesa Redonda, Mediadora: Assunta Camilo, Diretora do INSTITUTO DE EMBALAGENS Encerramento 16 | P á g i n a Documento de Referência “Embalagens para a Indústria Cosmética” Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos Av. 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