GAM_028_Cancro de Pele

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GAM_028_Cancro de Pele
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| Edição: Janeiro 2012
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CANCRO DE PELE
Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Francisco Gentil, E.P.E.
Prevenção
Em caso de dúvida, é sempre melhor recorrer à consulta de
Dermatologia. O tratamento atempado das lesões précancerosas e dos tumores malignos da pele é bem sucedido
na maioria dos casos.
O cancro de pele é a neoplasia maligna mais frequente na raça
branca em todo o mundo.
RELAXE
Nevo melanocítico normal
"Sinal" que aparece nas primeiras décadas de vida,
pequeno, redondo, liso ou elevado, cor castanha
uniforme, contornos regulares, pode ou não ter
pêlo.
Queratose actínica
Lesão pré-maligna mais frequente: placa
acastanhada, rosada ou da cor da pele normal, em
área exposta ao sol, rugosa, mal delimitada. Pode
ter dor ou hemorragia e pode evoluir para
carcinoma espino-celular.
A incidência do cancro da pele em Portugal tem vindo a
aumentar desde a década de 60, de forma idêntica à
verificada nos países de população branca. Este aumento
deve-se sobretudo à maior exposição solar da população.
O tumor menos frequente mas mais letal. Manifesta-se
como mancha, placa ou nódulo Assimetrico, de Bordos
irregulares, de Cor heterogénea, de Dimensões superiores
a 5 mm e de Evolução constante. Pode manifesta-se como
“sinal” diferente dos outros do território anatómico
envolvente – “sinal do patinho feio” – ou ser amelanótico,
ou seja, sem pigmento.
PREOCUPE-SE
Basalioma
Tumor maligno mais frequente da pele. Manifestase como placa ou nódulo rosado, por vezes
ulcerado, ocasionalmente pigmentado, outras
vezes como placa semelhante a cicatriz ou como
“ferida” que não cicatriza.
Melanoma
Os três tipos mais frequentes de neoplasia mais
frequentes de neoplasia maligna da pele são:
! Carcinoma basocelular
! Carcinoma espinocelular
! Melanoma
O carcinoma basocelular ou basalioma é o tumor maligno
mais frequente. O melanoma é o tumor cutâneo mais temido,
porque embora curável, se detectado precocemente, é
responsável pela elevada mortalidade em estadios mais
avançados.
Nevo melanocítico atípico
"Sinal" que se assemelha ao melanoma, por ser
assimétrico, de bordos irregulares, cor heterogénea e dimensões superiores a 5 mm. Pode ser
precursor de melanoma ou marcador de
predisposição para melanoma.
Carcinoma espino-celular
Manifesta-se como ulceração de rápida evolução,
tumor vegetante e friável, ou placa espessa e
áspera. A evolução é geralmente rápida e pode
ocasionalmente metastizar.
Factores de Risco-Intervenção
e Prevenção em Dermatologia
O aumento mais preocupante verifica-se em relação ao
melanoma, cuja incidência quadriplicou nos últimos 30 anos,
sobretudo nos adultos jovens. O aumento da incidência do
melanoma parece estar relacionado com a exposição solar
intensa e intermitente, por curtos períodos, sobretudo
quando associada a queimaduras solares (escaldões) sofridas
na infância e adolescência.
Outras formas de cancro de pele, como o carcinoma
espinocelular, são devidas, habitualmente, à exposição
crónica ao sol mantida ao longo dos anos, como sucede nas
profissões exercidas ao ar livre (como o caso dos
trabalhadores agrícolas ou marítimos).
A exposição aos raios ultravioleta obtidos através de fontes
artificiais de radiação, como as lâmpadas de bronzeamento ou
os solários, é igualmente capaz de induzir a formação destes
tumores. Embora qualquer pessoa possa sofrer de cancro de
pele, há indivíduos com risco acrescido.
Os factores de risco são os seguintes:
! Pele clara, com pouca tendência
para bronzear, que
facilmente fica vermelha com o sol; cabelos claros e olhos
claros; presença de sardas.
! História familiar de cancro de pele.
! História pessoal de cancro de pele.
! Exposição crónica à radiação solar ou a outra fonte de luz
ultravioleta.
! História de queimaduras solares na infância ou
adolescência.
! Números elevado de nevos melanocíticos ou "sinais" na
pele.
! Presença de nevos melanocíticos atípicos.
Solários e lâmpadas de bronzeamento
São fontes artificiais de exposição aos raios
ultavioletas. Em Portugal há legislação que
regulamenta quem pode frequentar o solário
(interdito aos menores de 18 anos, grávidas e
pessoas de pele clara ou com tumores
malignos de pele). Na maioria dos casos, não
se conhece qual a dose de radiação
administrada durante as sessões de
bronzeamento.
Prática regular do auto-exame
O auto-exame de pele pode detectar o
aparecimento de novas lesões cutâneas ou a
modificação das características das préexistentes. A detecção precoce dos tumores
malignos da pele reduz a morbilidade e
mortalidade. O conhecimento dos sinais de
alarme do cancro de pele pode alertar o
doente para procurar o médico, para um
tratamento atempado.
DETECÇÃO PRECOCE DO MELANOMA - REGRA DO ABCDE
Os sinais de alarme do cancro cutâneo são os
seguintes:
!
A
Assimetria
B
C
Bordo irregular
Cor heterogénea
Nódulo ou placa de cir rosada de crescimento progressivo;
"verruga" de crescimento rápido que sangra facilmente;
ferida que surge espontaneamente e não cicatriza com os
tratamentos habituais.
!
D
Dimensões superiores
a 5mm
E
Evolução rápida das
características morfológicas
Carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular:
Melanoma:
"Sinal" de cor negra que aparece em pele aparentemente
sã, com tendência para crescer gradualmente ou para
s a n g ra r e s p o n t a n e a m e n t e o u c o m p e q u e n o s
traumatismos; modificação de sinal pré-existente, com
aumento do diâmetro e da espessura, alteração da cor, da
forma ou dos contornos, sensação de ardor e prurido, ou
sangramento fácil.
!
!
A exposição solar deve ser gradual, para a pele se adaptar à
radiação. Evitar a exposição solar nas horas com maior
intensidade da radiação UV, ou seja, entre as 12h e as 17h.
Proteger a pele, lábios e olhos:
A protecção de pele deve ser feita
#
procurando as áreas de sombra e/ou
utilizando vestuário:
usar chapéus de aba larga que
#
protejam a face, orelhas e nuca;
t-shirts largas e opacas;
#
calças.
#
Não deve esquecer os óculos de sol.
#
! Utilizar um protector solar, que é um
complemento indispensável, sobretudo
para as zonas mais descobertas e sensíveis
(face, área do decote, ombros). O índice de
protecção solar (IPS) deve ser igual ou
superior a 30, sobretudo nos primeiros
dias de exposição.
! O protector solar não deve ser pretexto para permanecer
mais tempo ao sol e o seu uso não deve limitar-se à praia,
piscina e montanha. Deve ser usado diariamente, como
qualquer creme hidratante, nas áreas mais expostas,
nomeadamente na face e dorso das mãos.
! Antes da exposição solar deve evitar aplicar perfumes,
ingerir refeições pesadas, tabaco ou bebidas alcoólicas.
A prevenção do cancro cutâneo visa diminuir a sua incidência
(prevenção primária) ou detectar precocemente lesões
precursoras ou o tumor numa fase inicial, curável (prevenção
secundária). As estratégias de prevenção utilizam a
divulgação junto da população de cuidados básicos, como a
redução da exposição solar, a evicção de solários e lâmpadas
de bronzeamento e a prática regular da observação da pele.
REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR
Além da luz visível, a luz do sol é composta por raios com
diversos comprimentos de onda e energia. Uma parte
importante da radiação solar, a radiação ultravioleta C é
filtrada pela camada de ozono e não atinge a superfície
terrestre. Esta é a radiação mais agressiva, que provocaria
danos letais em pessoas, animais e plantas.
SOL
Ultravioletas
Luz
visível
TERRA
os
elh
Do espectro da radiação solar
fazem ainda parte os raios
ultravioletas A e B e são eles
que actuam na pele. São
responsáveis pelo tom
bronzeado da pele, mas
também pelo envelhecimento
prematuro e pelas alterações
celulares que poderão
conduzir ao cancro de pele.
erm
! Evitar adormecer ao sol.
Prevenção do Cancro de Pele
rav
(ricos em antioxidantes, que auxiliam a reparação celular
aos danos causados pela radiação) são completamente
importantes na exposição solar.
"sinal" do
patinho feio
Inf
! Beber água (evita a desidratação) e comer frutas e legumes
APARECIMENTO DE LESÃO PIGMENTADA DE COR NEGRA OU ROSADA,
diferente das restantes, num dado
território anatómico.
U
UV UV-B V-C
-A
Como conciliar então os efeitos deletérios da radiação e
o prazer que a exposição solar nos traz?
Camada
Ozono
A quantidade de radiação UV presente nos raios solares varia
com a hora do dia, com a latitude, altitude, estação do ano e
com a poluição existente na atmosfera. A radiação é mais
intensa próximo do Equador e nas regiões polares (onde a
camada de ozono é menos), na montanha, no Verão e entre as
12h e as 16h. A neve, a areia clara e a água reflectem os raios
UV, o que aumenta os seus efeitos biológicos.
Os efeitos mais precoces de uma exposição
intensa ao sol são a queimadura solar e a
insolação, particularmente graves nas
crianças.
A exposição solar pode agravar doenças
prévias como o lúpus erimatoso e a rosácea.
É desaconselhada nas grávidas devido ao
risco de manchas na face (cloasma).
A exposição solar moderada gera conforto e sensação de
bem-estar. No passado, era também elemento precioso para o
correcto desenvolvimento das crianças, uma vez que é
necessária para a síntese de vitamina D, uma vitamina que
controla o crescimento ósseo.
Além da acção anti-raquítica e preventiva da osteoporose,
pode igualmente ter um papel na prevenção de outras
doenças, nomeadamente algumas doenças neurogenerativas.
A exposição solar moderada pode ter um efeito terapêutico
em várias doenças de pele, como a acne, psoríase, dermite
seborreica, eczema atópico, etc. Contudo, o abuso da
exposição solar é nocivo e lesa a pele por vários mecanismos.
Os efeitos a longo prazo são o envelhecimento prematuro da
pele e o risco de aparecimento de lesões pré-cancerosas
(queratoses actínicas) e dos vários tipos de cancro de pele,
dado que a pele tem memória e guarda no seu código
genético as lesões provocadas pela radiação.
Os doentes submetidos a tratamentos de radioterapia são
aconselhados a evitar a exposição solar nas áreas irradiadas,
dado potenciar o dano celular na pele.
Os doentes em regime de quimioterapia também devem
evitar o sol, porque alguns citostáticos são fotossensibilizantes/fototóxicos e, como diminuem, em geral, a
capacidade imunológica do doente, podem igualmente
atenuar a imunovigilância das lesões pré-cancerosas/
cancerosas na pele. Acresce-se que, em algumas neoplasias
ou síndromes hereditários com agregação familiar há
igualmente risco aumentado de cancro de pele.

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