As mais modernas tecnologias do saneamento ambiental
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As mais modernas tecnologias do saneamento ambiental
IMPRESSO , � ���� ��������������������� EDIÇÃO ESPECIAL ENCONTRO TÉCNICO COPASA - 2005 As mais modernas tecnologias do saneamento ambiental O que de mais moderno existe em tecnologia na área de saneamento ambiental foi apresentado pela Copasa durante o Encontro Técnico 2005, evento realizado na sede da companhia, em Belo Horizonte. Durante três dias, cerca de 2 mil pessoas, entre técnicos da empresa e representantes de prefeituras e organizações de Minas e do Brasil, participaram de palestras, trocaram experiências e visitaram a I Mostra Técnica, exposição de produtos e serviços, que reuniu representantes de 21 empresas do setor. , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� Sumário Editorial 3 10. Aquisição econômica de bombas e motores considerando o rendimento 17 Secretário Manoel Costa abre o evento 3 11. Rede de marcos de coordenadas na RMBH 18 Convidados fazem palestras especiais 4 12. Abastecimento de água na reserva indígena Krenak 18 5 13. Gestão da informação e compartilhamento do conhecimento: • Uma pequena pausa Visitantes valorizam o intercâmbio de experiências 6 um modelo proposto para a Copasa 19 • Barbacena 6 14. Sistema de Medição de Desempenho Institucional 19 • São Lourenço 7 15. O Indicador de Desempenho de Tratamento de Esgotos 20 • Uberlândia 7 16. Implantação do programa de gestão e do prêmio operacional • Funasa 7 Entrevistas 8 em Varginha 20 17. Padronização das atividades administrativas na SPPR 21 18. Transferência de conhecimento 21 10 19. Acompanhamento de gastos realizados 22 10 20. O Sicaf – “Controle Patrimonial” 22 Debate sobre a universalização do saneamento 11 21. Simulador Tarifário de Energia Elétrica 23 Melhores trabalhos são premiados 12 22. Equipe operacional Pente Fino 23 23. Programa de Redução de Perdas 24 24. Atendimento à legislação sobre qualidade da água 24 25. Medição de vazão em canal circular 25 26. Medição de dosagem de ácido fluossilícico 25 • Washington Novaes 8e9 I Mostra Técnica favorece negócios • Estande da Copasa Palestras Técnicas 13 27. Determinação de cor 26 1. Geoprocessamento em projetos: quebra de paradigma 13 28. Ocorrência e remoção de protozoários em Divinópolis 26 2. Válvula reguladora de pressão com piloto hidroeletrônico 13 29. Experiência do DTDV no combate às algas 27 3. Geoprocessamento no controle de perdas 14 30. Remoção de oocistos de cryptosporidium por filtração 27 4. Técnicas de recuperação de tanques em ferrocimento 14 31. Filtros rápidos por gravidade para remoção de ferro e manganês 28 5. Microvala – Uma nova solução para ligações prediais de água 15 32. Mini-ETAs para águas subterrâneas 28 6. Derivador de ligações prediais de água 15 33. Sistemas simplificados – água e esgoto 29 7. Manutenção preditiva na RMBH 16 34. Substituição de PVs por curva de raio longo 29 8. Projeto 3T – GIS – RMBH 16 35. Tecnologias alternativas e dispositivos para redes de esgotos 30 9. Reengenharia em conjuntos motobomba 17 36. Proposta de monitoramento das ETEs da Copasa 30 Expediente . Gota D’Água: Informativo da Copasa Produção: Divisão de Imprensa . Telefones: (31) 3250.1671 . 3250.1750 | Coordenação: José Geraldo Viana Redação: Lúcia Marques, Márcio Zandona, Solange Xavier | Estagiários: Alessandra Barbosa, Marcelo Aragão e Ana Flávia Jacques Fotos: Arquivo Copasa | Edição e Diagramação: PartnersNet Comunicação (31) 3286.5755 . [email protected] Circulação: Pedro Afonso Martins e Marcelo Souza | Impressão: Lastro Editora | Tiragem: 16.000 exemplares Site: www.copasa.com.br | e-mail: [email protected] . [email protected] 2 Papel reciclado A Copasa comprometida com o meio ambiente. INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� Editorial Resultados positivos do Encontro Técnico dade de vendas em curso, extra Copasa, cujos valores superam a cifra dos R$ 3 milhões. Pela primeira vez, a Copasa apresentou um estande com a exposição de tecnologias passíveis de comercialização, iniciando uma atuação proativa da cooperação técnica, promovendo discussões pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Manoel Costa, que ressaltou a transformação sofrida pela Copasa ao longo de 30 anos, e que fez com que a empresa se tornasse referência nacional na área técnica ou transferência de tecnologia com em- de saneamento. Segundo o secretário, “a presas de saneamento e SAEs. Copasa, hoje, detém não só um vasto conheci- delas é a necessidade da criação de instrumentos que garantam a institucionalização de tecnologias referendadas como interessantes para a empre- bemos cerca de 700 pessoas, que, durante três A abertura do Encontro Técnico 2005 foi feita para estabelecimento de convênios de assistência Outras conclusões se pode tirar do evento. Uma Por si só, ele já teria valido a pena. Afinal, rece- Secretário Manoel Costa abre o evento mento no setor, como é, também, insubstituível no Estado”. O crescimento da Copasa nos últimos tem- sa. Ou seja, se a tecnologia é correta, ela deve ser pos também foi tema do discurso do presiden- usada de fato por toda a empresa. te da companhia, Márcio Nunes, na solenidade de abertura do evento. Ele destacou o interesse dias, viram e discutiram variados aspectos do sa- Por outro lado, comprovou-se que eventos como o neamento. Deste total, 600 profissionais eram da Encontro Técnico devem apresentar resultados fi- própria empresa e os demais de outras compa- nanceiros positivos, cujo saldo define sua pereni- nhias de saneamento, sistemas municipais autô- dade ou não. Essa conclusão foi obtida com a pes- nomos do interior de Minas, faculdades, centros quisa feita durante o evento. Foi utilizada uma cente visita à Copasa do presidente da Empresa de pesquisas, empresas de engenharia e consul- metodologia de avaliação qualitativa e quantitati- de Águas de Angola (EPAL), Lucrécio Alexandre torias. va, cujos resultados serão apresentados à empresa Manuel da Costa, para discutir as condições de em eventos regionais. uma possível cooperação técnica no setor de Essa amplitude já nos trouxe resultados positivos. Externamente, deu visibilidade à Copasa, colo- Acima de tudo, provou que uma equipe desafiada cando-a no patamar das empresas que desenvol- e disposta a superar obstáculos, como foi a for- vem tecnologia como uma estratégia de maturi- mada por empregados da SPAL, SPIN, SPPP, SPCA, dade institucional. Internamente, o maior produto SPDT e, em especial, a DVCE, supera seus limites. foi o reconhecimento da capacidade tecnológiEnfim, o Encontro Técnico não é um evento isolaca e a “sede” de conhecimento do nosso corpo técnico. do. Sua realização e conseqüências estão inseridas a um Plano de Ação da Diretoria Técnica e de Meio Acontece que o Encontro Técnico não foi só Ambiente (DRTM) e do Planejamento Estratégico isso. Em primeiro lugar, ele instituiu e vali- da Empresa, que prevê uma atuação sistemáti- dou o Programa de Gestão da Informação e ca da Copasa para a utilização de soluções tec- Disseminação do Conhecimento, como uma es- nológicas que ajudem a viabilizar sua missão em- tratégia empresarial de sobrevivência, pelo que presarial. na empresa de órgãos de outros municípios e estados do Brasil – um exemplo é Resende, no Rio de Janeiro -, e do mundo, referindo-se à re- abastecimento de água. O superintendente de Desenvolvimento Tecnológico da empresa, Juarez Panisset, abordou a importância do evento. Ele destacou o fato de o Encontro Técnico permitir que se compartilhe conhecimento, não somente com o público interno, mas com pessoas de diversos segmentos do Brasil. pode proporcionar de redução de custos, aumento de produtividade, economia de escala e de As discussões para a versão 2006 do encontro já vantagens competitivas, fatores alcançados quan- começaram. As avaliações e sugestões feitas pelos participantes estão sendo incorporadas ao projeto, do há o avanço uniforme de toda a corporação. que prevê uma versão ainda mais inovadora. Mostrou a possibilidade da realização de parcerias “ganha x ganha” com a iniciativa privada, uma vez que o evento foi pagou com o aluguel Carlos Gonçalves de Oliveira Sobrinho Diretor Técnico e de Meio Ambiente da Copasa dos estandes da Mostra Técnica e, quanto aos fornecedores, permitiu negociações com possibiliManoel Costa na solenidade de abertura 3 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� Convidados fazem palestras especiais Washington Novaes abriu a série de palestras especiais Uma das novidades deste ano foram as palestras de convidados. A cada dia, o evento contou com a presença de um profissional que falou sobre temas abrangentes que afetam a questão do saneamento. As três palestras realizadas lotaram os 3 auditórios preparados para o Encontro Técnico. O jornalista, consultor de meio ambiente da TV Cultura de São Paulo e supervisor geral do programa Repórter Eco, também da TV CulturaSP, Washington Novaes, foi um dos convidados. Em sua palestra ele falou sobre resíduos sólidos, enfocando a situação brasileira e experiências internacionais. O jornalista começou apresentando a quantidade de lixo gerada no mundo e no Brasil. “Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) produzimos anualmente 290 mil toneladas de lixo por dia, o que resulta em mais de 100 milhões de toneladas/ano. Cada morador da cidade de São Paulo produz 2 quilos de lixo diariamente. Precisamos reduzir a produção de lixo, pois há cada vez menos espaços disponíveis para sua disposição, seja porque a população vizinha rejeita a presença de um aterro, seja porque os resíduos não podem ser depositados em ambiente que favoreça a contaminação do solo”, informou o jornalista. Esse é um problema que afeta a todos os países do mundo, variando apenas a quantidade de lixo gerada conforme a intensidade do consumo. frigerantes em lata, o que favoreceu o retorno das embalagens de vidro retornáveis. Na Alemanha, a coleta seletiva de lixo é obrigatória em todo o país e o cidadão paga pelo volume de lixo produzido. Na Suécia há postos públicos para o recebimento do lixo e cada vez menos coleta domiciliar. Na Noruega, até o rei faz compostagem de lixo e abre as portas de sua residência para que a população conheça a sua iniciativa. Os Estados Unidos têm grandes problemas para encontrar um destino para o lixo atômico, produzido por suas diversas usinas nucleares. “Enquanto isto, no Brasil, o projeto de Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que consolida mais de 50 projetos do setor, permanece parado no Congresso Nacional. O Ministério das Cidades o está estudando novamente. E o País continua à espera de soluções, com 40 milhões de residências sem coleta de lixo e milhares de toneladas de resíduos sendo despejadas em lixões e alagados”, concluiu Washington Novaes. A preocupação com esta questão tem favorecido a criação de políticas públicas voltadas para solucionar o destino dos resíduos sólidos. Os países mais avançados neste assunto são os europeus, pois são os mais pressionados pela falta de espaço para a criação de novos aterros e, ao mesmo tempo, os mais preparados em relação à educação, o que favorece a implantação de políticas públicas. Washington Novaes citou alguns exemplos de ações que promovem a diminuição da quantidade de lixo produzida, começando pela Dinamarca. Este país proíbe a produção e o consumo de bebidas alcoólicas e reA cada ano, segundo o IBGE, são produzidas mais de 100 milhões de toneladas de lixo 4 4 INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� Uma pequena pausa Palestra-show de Tavinho Moura O Encontro Técnico 2005 também teve momentos de descontração e reflexão sobre a importância da “mãe natureza”. O público foi presenteado com a leveza da palestra-show do cantor e compositor mineiro Tavinho Moura, que, cantando e contando casos de seu rancho, levou a platéia a se imaginar na beira do Rio São Francisco. Amante da natureza, Tavinho Moura busca, com a arte da música, disseminar a conscientização para a preservação do meio ambiente. Outro convidado, que lotou os três auditórios preparados para o evento, foi o economista e professor José Paschoal Rossetti. Ele falou sobre os desafios que governos e empresas terão de enfrentar no mundo e no Brasil, nos próximos anos, a partir do fortalecimento de uma nova consciência coletiva mundial, que terá aversão por condutas aéticas, exercitará o conceito de cidadania e desenvolverá posturas críticas mais bem fundamentadas em relação às grandes questões morais. Essa consciência coletiva, segundo ele, vai afetar, cada vez mais, os governos, que precisarão dar abertura a sua participação rumo a uma nova maneira de governar. E essa nova maneira, de acordo com Rossetti, é a “governança corporativa”, em que as decisões não são mais unilaterais, ou vindas de cima para baixo. “Trata-se de um novo modelo de gestão dentro do capitalismo ou a correta gestão dos recursos”, afirma. Uma surpresa para os presentes foi a afirmação de Rossetti de que o Brasil não é um país “emergente”, conforme se divulga. “O Brasil, faz 25 anos, é submergente. O país cresceu menos que a economia mundial nos últimos 25 anos, portanto, não é emergente, e está perdendo a participação no produto mundial”, argumenta o economista. José Paschoal Rossetti Para mudar a realidade brasileira, Rossetti defende o intenso desenvolvimento da indústria de base, a estabilização de preços, a construção de infra-estrutura adequada ao volume de produção, o crescimento econômico entre 6% e 7% ao ano e um superávit comercial em torno de US$ 30 bilhões. “E somente com planejamento estratégico será possível alcançar estas metas. Infelizmente, o Brasil ainda não está sendo planejado”, concluiu. 5 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� Visitantes valorizam o intercâmbio de experiências Entre os que prestigiaram o Encontro Técnico 2005, buscando a troca de experiências, estão representantes de outras companhias de saneamento, de municípios não operados pela Copasa e de entidades de saneamento ambiental. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) enviou dois técnicos ao evento: a assessora da Diretoria de Operações, Maria Auxiliadora Cavalcanti, e o superintendente Regional Sul, Cícero de Carvalho Monteiro. Segundo a assessora da Embasa, o objetivo da empresa baiana, ao participar do encontro, foi a troca e o compartilhamento de experiências entre as empresas. “A palestra que achei mais interessante e que serve como experiência para a Embasa foi sobre o modelo proposto, para a Copasa, de gestão da informação e compartilhamento do conhecimento”, afirmou Maria Auxiliadora. Durante o Encontro Técnico, os representantes da Embasa reuniram-se com o superintendente de Desenvolvimento Tecnológico da Copasa, Juarez Cícero Monteiro e Maria Auxiliadora (Embasa) e Juarez Panisset Panisset, e com a gerente da Divisão de Cooperação Técnica, Veramaria Carvalho Franco, para trocar idéias sobre a organização do evento. O objetivo dos dois técnicos foi levar para a Bahia o know how da Copasa na estruturação do encontro, o que, para eles, facilitará a organização da 2ª Jornada Técnica da Diretoria de Operações da Embasa, que será realizada em junho. Os profissionais de Minas Gerais e de outros estados que Outra empresa que marcou sua presença no encontro foi a Companhia de participaram do evento puSaneamento do Pará (Cosanpa), que já mantém um convênio de cooperaderam conhecer mais de perção técnica com a Copasa. De acordo com o representante da Cosanpa, o to o trabalho desenvolvido assessor da presidência, Wady João Homcis, esta transferência de tecnolopela Copasa. É o caso do sugia é fundamental para a padronização do conhecimento na área de saneperintendente de Operação e amento. “Muitos dos processos que vêm sendo utilizados na Copasa já foTratamento do Departamento ram inseridos pela Cosanpa, por força do convênio”, declarou o assessor. Municipal de Meio Ambiente e Saneamento (Demasa) de Para Gilberto Alves Martins, diretor Técnico e Cultural da Associação dos Barbacena, Antônio Carlos Engenheiros da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Gomes. (AESABESP), os encontros técnicos são bons momenAcompanhado de dois engeto para que os empregados nheiros da autarquia, Gomes das companhias troquem participou dos três dias de ati- Antônio Carlos Gomes informações entre eles e vidades. “A Copasa é uma recom técnicos de compaferência nacional e temos muito o que aprender”, disse. Segundo nhias de saneamento de ele, o encontro foi muito organizado e as palestras qualificadas. vários estados do Brasil, “Gostei muito da palestra Proposta de Gestão de Informação e o que promove o cresciCompartilhamento de Conhecimento”, apontou. Ele circulou, tammento em suas atividades. bém, pela I Mostra Técnica e destacou o nível tecnológico dos produ“Assim como participamos tos e equipamentos em exposição. do Encontro Técnico 2005, esperamos que a Copasa De acordo com Gomes, a Demasa cuida do abastecimento de água, continue participando coleta de esgoto, limpeza urbana e gestão ambiental no municídos eventos da Sabesp, pio. Ele admitiu que um dos problemas enfrentados pela empresa é a em especial o Fórum de questão do esgoto. “Não temos emissários e nem realizamos o trataTecnologias, lançado no mento”, revelou. Para ele, a visita ao Encontro Técnico pode resultar ano passado. numa parceria com a Copasa. “Acredito que é possível uma coopera- Barbacena Wady João Homcis (Cosanpa) 6 ção técnica”, completou. INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� São Lourenço Para Hemerson Jader Cunha e Dowani José Guerreiro, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), da cidade de São Lourenço, o Encontro Técnico 2005 surpreendeu pela grandeza. Presente no primeiro evento, em 2002, Hemerson considera que o grande número de participantes, este ano, permite maior intercâmbio de conhecimento por parte das empresas presentes. “Viemos com interesse global em todas as palestras técnicas. É um intercâmbio importante, que vem se somar às nossas experiências”, afirmou. Hemerson Jader Cunha e Dowani José Guerreiro São Lourenço, que faz parte do Circuito das Águas, tem cerca de 52 mil habitantes, sendo todos atendidos por serviços de água e 95% com serviços de esgotamento sanitário pelo SAAE. Hemerson e Dowani disseram que o objetivo é levar para a cidade as novidades apresentadas pela Copasa, para um possível estudo de transferência de tecnologia. Uberlândia Pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Uberlândia estiveram presentes o engenheiro de Controle Operacional, Leocádio Pereira, e o supervisor da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), Leandro César Delfino. Para os técnicos do Dmae, a Copasa é uma referência para as empresas de saneamento e o Encontro Técnico 2005 serviu para abrir novos caminhos para melhorias do setor. Participaram, também, representantes do Departamento de Água e Esgoto de Carangola, Eduardo Nunes da Rosa, e do Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Itabira, Jorge Mateus Borges. Entre as palestras consideradas mais interessantes pelos técnicos de Carangola, Uberlândia e Itabira, mereceram destaque às apresentações sobre tecnologia da “Microvala”, que minimiza os incômodos provocados por uma obra na rua, reduz custos e aumenta a produtividade, e do “Geoprocessamento em projetos”, que abordou a utilização de ferramentas indispensáveis em projetos de engenharia. Leandro César e Leocádio Pereira Funasa Os técnicos Edilson Eduardo Werneck, Ronaldo Inez de Vasconcelos e Ronaldo Bastos Dutra, representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), também participaram do Encontro Técnico 2005. Segundo eles, este tipo de evento é sempre interessante, já que a Copasa, com toda a sua experiência na área de saneamento, está podendo repassar novas tecnologias para o setor. “Para a Funasa, todo tipo de tecnologia que beneficie o saneamento é bem-vinda, principalmente para nós que desenvolvemos, constantemente, trabalhos em tribos indígenas”, declarou o engenheiro de saúde pública da Coordenação Regional de Minas Gerais da Fundação, Edilson Werneck. Edilson Eduardo Werneck, Ronaldo Inez de Vasconcelos e Ronaldo Bastos Dutra 7 , � ���� ��������������������� Washington Novaes INFORMATIVO DA COPASA Entrevista Os 48 anos de jornalismo de Washington Novaes, sua experiência como consultor de meio ambiente, supervisor e comentarista dos programas Repórter Eco e Biodiversidade em Debate, da TV Cultura de São Paulo; colunista dos jornais Estado de São Paulo e O Popular, de Goiânia; autor de vários artigos e livros sobre questões ambientais; produtor independente das séries de televisão “Xingu”, “Quarup” e “Pantanal”, entre outros trabalhos, o tornam uma das pessoas mais habilitadas para falar sobre meio ambiente no Brasil. Diante disso, durante o Encontro Técnico, o Jornal Gota D’Água fez com ele uma entrevista especial. 1- Os tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto, que visam diminuir o avanço da destruição ambiental, têm sido aplicados em algum lugar? Quais mudanças eles representarão? WN - A Europa colocou em vigor este ano metas de redução de poluentes por empresa, em cada país, que estão se obrigando a cumprir. Para isso, as empresas terão que mudar tecnologias de sua matriz energética, ou então, por meio de mecanismos de desenvolvimento limpo, financiar projetos em outros países que reduzam emissões, descontando essas emissões da sua própria. 2- Esses tratados caminham para alguma solução? WN - O que resta é saber se isto será junto, suas emissões de gases poluentes (principalmente CO2) em 5,2% sobre os níveis de 1990. Mas houve grande demora na implementação. Só em 1997, em Kyoto (Japão), é que se conseguiu criar os mecanismos para isso. Aí os Estados Unidos, responsáveis por 36% das emissões, disseram que não homologariam o Protocolo de Kyoto, juntamente com a Austrália, que é o maior país exportador de carvão mineral. Isso já reduz os 5,2% talvez para a metade. Enquanto isso, as emissões de poluentes aumentaram para 13%. E cada novo relatório científico vem com um cenário mais preocupante. Há estudos dizendo que o aumento de temperatura ao longo do século XXI chegará a 11 graus centígrados. 3- Como você vê a polêmica sobre a transposição do rio São Francisco? ou não suficiente. Provavelmente não. 8 Quando a Convenção de Mudanças WN - Acho o projeto lamentável. Climáticas foi assinada, em 1992, no Rio Acompanho este assunto há quase vinte de Janeiro, se convencionou que os paí- anos. Em primeiro lugar, ele não vai aten- ses industrializados iriam reduzir, no con- der às vítimas da seca, que estão em pe- quenas comunidades isoladas, duas casas aqui, três casas ali. Para atender a essas pessoas é preciso fazer miniprojetos localizados que assegurem água durante o ano inteiro, o que custaria algumas vezes menos, cerca de 20% do que está sendo calculado como necessário para que se faça a transposição. Sendo assim, mais de 70% da água transposta é para grandes projetos de irrigação voltados para a exportação. O restante é para abastecimento de cidades, e não de pequenas comunidades. E ainda há outros problemas. Para fazer a transposição será necessária muita energia, pois a água terá que subir até 500 metros. Então, esta água custará 5 vezes mais do que seu custo médio atual. Especialistas em recursos hídricos, como Aldo Rebouças, da USP, e João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, dizem que o problema da água no nordeste não é a escassez, mas sim a má gestão. O único estado cuja situação é chamada de crítica é Pernambuco, e, ainda assim, tem uma disponibilidade hídrica maior que a do estado de São Paulo. Há um outro aspecto que é a existência do Comitê de Gestão da Bacia do Rio São Francisco (CBH SF), que por 44 votos a dois votou contra a INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� transposição, pedindo a prioridade para pensa da situação atual? a revitalização do rio, e se dispondo a ceWN - O Brasil é muito atrasado nesta der uma quantidade pequena para matar área, não temos até hoje um mara sede humana e animal. Aí enTransposição co regulatório para o saneatra o Conselho Nacional de do São Francisco: Recursos Hídricos, onde mento. Há 20 anos se faz há uma soma de razões o governo federal tem a essa discussão. Há alguns que indicam que é novamaioria, podendo decimente a vontade de fazer questionamentos. Quem dir sozinho o que quiser, megaobras prevalecendo detém a titularidade é o e decide fazer a transposisobre outras soluções município. Mas há a realidação. Justifica a ação dizenpossíveis. de das empredo que já está revitalizando o sas estatais atuando rio, plantando, este ano, 200 mil mudas. É em vários estados, fazenridículo dizer uma coisa destas com o rio do a maior parte do trabaSão Francisco na situação em que está. lho. Há uma disputa sobre O que restou do cerrado ao longo da baquem fica com o saneacia é uma calamidade. Há uma soma de mento. Se ficar com o murazões que indicam que é novamente a nicípio, como ele vai pavontade de fazer megaobras prevalecengar o investimento feito do sobre outras soluções possíveis. pelas empresas estatais? 4- E os comitês de bacia, eles funcionam? Outra questão é a indefiniWN - São o caminho para soluções que atendam a todos os usuários. 5- E a cobrança pelo uso da água? WN - Tem de ser feita. Desde que ela fique na bacia. E que não seja contingenciada. 6- Sobre a Amazônia, como você vê a presença de estrangeiros nesta região? WN - Internacionalizada a Amazônia está há 500 anos. O que se faz na Amazônia é em função dos interesses internacionais – minérios, soja e gado para exportação. O correto para a Amazônia é o que foi dito na última reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ênio Candotti, o presidente da SBPC, propôs o fim do desmatamento da Amazônia, pois a floresta é um laboratório em pé. Além do desmatamento zero, é preciso lá um investimento muito forte em ciência. 8- Em relação a saneamento, o que você , � ���� verno federal apenas 10% recursos previstos para investimento em saneamento naquele ano. 9- Frente a todos estes problemas, a educação ambiental poderia ser um caminho? WN - Se nós não formos suicidas e quisermos realmente mudar, será preciso investir pesadamente em educação ambiental. Vou te dar um exemplo concreto. Na época em que fui secretário de Meio Ambiente em Brasília, coloquei mais de 50% do orçamento da secretaria na educação ambiental, focando a rede pública. Isso porque, para mais de 90% dos habitantes do Distrito Federal, o cerrado era uma paisagem feia, triste e inúção de quem fará os investil. Como você pode fatimentos nas áreas pobres – estatais, mu- zer alguma coisa em defesa do meio ambiente se a população pensa isso sobre nicípios ou empresas privadas? O Brasil o lugar onde ela está vivendo? Então, ditem quase 50% da população sem rede de esgoto, principalmente as famílias com recionei os recursos para a educação ambiental. Fizemos uma cartilha na forma de renda mensal de até 5 salários mínimos. história em quadrinhos, cujo personagem Empresas privadas terão interesse em era o Cerradinho. A história mostrainvestir em áreas pobres, saHá uma disva os perigos que o Cerradinho bendo que as pessoas não puta sobre quem enfrentava, como as queimafica com o saneamen- das. Contratamos oito grupos poderão pagar? Além do mais, há a questão legal. to. Se ficar com o muni- de teatro de Brasília para recípio, como ele vai pagar Quase 80% do esgoto presentar esta história nas eso investimento feito coletado não tem tratacolas. A cartilha era distribuípelas empresas da e os professores trabalhavam mento. O Judiciário entende estatais? este assunto. Este trabalho geraque só é possível cobrar pelo tratamento de esgoto se o serviço for me- va questionamentos a respeito do próprio ambiente da escola, o que estimulava a dido usuário por usuário. Hoje isto não implantação de ações como coleta seletiacontece. Há uma cobrança pela coleva, plantio de árvores, reciclagem de pata, que em geral é 80% da tarifa da água. pel, entre outras atividades. Quando saí, E, finalmente, não há dinheiro. Calculameu sucessor extinguiu o programa, alese que seriam necessários R$ 180 bilhões gando gastos excessivos. O núcleo contide dólares em 20 anos para universalizar nuou funcionando, apesar do fim do proo abastecimento e a coleta. Sem o tratagrama. Foi fechado recentemente, há uns três ou quatro meses. mento. Em 2004 foram liberados pelo go- 9 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� I Mostra Técnica favorece negócios A I Mostra Técnica, exposição paralela ao Encontro Técnico, que reuniu 21 fornecedores da área de saneamento, foi a grande novidade no evento de 2005. A feira permitiu a troca de informações e facilitou contatos para futuros negócios, principalmente para os representantes de serviços municipais de água e empresários do setor. Os estandes mostraram a diversidade dos produtos e equipamentos na área de saneamento ambiental, e possibilitaram a divulgação de inovações tecnológicas. O secretário Estadual de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Manoel Costa, acompanhado pelo presidente da Copasa, Márcio Nunes, e diretores da empresa, abriram oficialmente a exposição. Para Márcio Nunes, que percorreu os estandes e conversou com cada um dos expositores, a “I Mostra Técnica” permitiu o contato, de uma só vez, com várias tecnologias disponíveis no mercado. “É importante avaliar o desenvolvimento dessas tecnologias e comparar com as soluções empregadas pela Copasa. Pretendemos, no próximo ano, aumentar a participação de expositores”, adiantou. De acordo com o secretário Manoel Costa, a Mostra é uma síntese da empresa e revela o seu nível de conhecimento tecnológico. “Demonstra a experiência acumulada e a inteligência do corpo técnico da Copasa”, explica. Segundo Juarez Panisset, superintendente de Desenvolvimento Tecnológico da companhia, a intenção do evento foi apresentar as boas práticas realizadas na Copasa e permitir que elas sirvam de estudo e desenvolvimento para a área operacional. “A Mostra Técnica é um bom instrumento complementar ao Encontro Técnico”, diz. Estande da Copasa Quem visitou o estande da Copasa pôde conhecer o sistema de leitura em tempo real, com software desenvolvido pela empresa, que reduz o tempo de fatura de sete dias para 30 segundos, e que já está em funcionamento em diversos distritos. No estande da empresa pôde-se entender, também, um pouco dos processos de tratamento de água que garantem a sua qualidade, entre eles, a detecção e combate às cianobactérias, aos cryptosporidium, à giardia e aos coliformes fecais. 10 Expositores Além de divulgar as inovações tecnológicas, a “I Mostra Técnica” foi um espaço para maior integração entre fornecedores e técnicos da Copasa e de outras companhias. Segundo Marco Aurélio Guidi, gerente de mercado da Tigre S.A., o evento permitiu um grande número de contatos, além de apresentar os produtos a muitas pessoas num curto espaço de tempo. “Foi uma oportunidade ímpar de nos aproximarmos do público técnico”, disse. Para Gustavo Maia, diretor da construtora G-Maia, a presença na feira é uma maneira de reforçar a parceria com a Copasa e disseminar a tecnologia para toda a companhia. “Acredito que é uma chance de nivelar o conhecimento, que está concentrado nas áreas técnicas”, avalia. De acordo com o representante de vendas da Biosan, Luiz Alessandro Fontes, a realização da Mostra facilitou a aproximação com futuros clientes. “É melhor encontrarmos com esse potencial parceiro num único local”, afirmou. Já Luís Felipe Colturato, consultor técnico da Deflor Bioengenharia, empresa que produz materiais para contenção de erosões a partir de material reutilizado, como fibras de côco e palha, o maior benefício de um estande é a possibilidade de mostrar o produto a quem ainda não o conhece. “Alguns técnicos da Copasa que trabalham no interior conheceram nosso trabalho pelo estande, e agora acredito que poderemos fazer mais negócios”, afirmou. Para Rosana Meyer, coordenadora de marketing da ABS Indústria de Bombas Centrífugas, a maior vantagem da feira foi a possibilidade de novos negócios. “Tivemos mais tempo para explicar a qualidade de nossos produtos, com maior detalhamento. Recebemos visitas de representantes de companhias municipais e também dos técnicos da própria Copasa, o que torna nosso trabalho ainda mais visível”, informou. De acordo com Jefferson de Andrade, representante comercial da Amitech/EMEC, a feira superou as expectativas e propiciou a fixação da marca da empresa. Ele pensa que a Mostra Técnica será ainda maior no ano que vem. “Acredito que a tendência é que ela cresça e torne-se muito maior no próximo ano. Diante disso, o espaço e a infra-estrutura devem ser reavaliados”, comentou. INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� Debate sobre a universalização do saneamento Luís Carlos Bernardes, Amílcar Martins, Márcio Nunes e José Aurélio Boranga O painel de encerramento do Encontro Técnico 2005 reuniu o presidente da Copasa, Márcio Nunes; o presidente nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), José Aurélio Boranga, e o presidente da Fundação João Pinheiro (FJP), professor Amílcar Martins. O jornalista Luís Carlos Bernardes, da TV Bandeirantes, foi quem intermediou as discussões, que tiveram como tema a “Universalização dos serviços de saneamento”. Todos os presentes concordaram com a necessidade urgente de universalização dos serviços, mas a polêmica se concentra em como possibilitar que o saneamento ambiental chegue a todos os cantos do país. Para o presidente Márcio Nunes só existem duas alternativas: “Ou se aumentam as tarifas – entra aqui a importância do subsídio cruzado - ou se consegue recursos a fundo perdido, o que eu considero praticamente inviável”. Para ele, as companhias estaduais precisam ganhar mais condições para praticar o subsídio cruzado, “instrumento utilizado até hoje para levar água e esgoto às regiões pobres”. Márcio Nunes destacou a atuação da Copasa, que já universalizou o atendimento com água e esgoto a 100% das populações de Ipatinga e Ipiranga, reafirmando que essa condição também será dada a Belo Horizonte em 2006. Para Amilcar Martins, da FJP, um dos caminhos para a universalização dos serviços é a realização de parcerias entre governos, empresas de saneamento e escolas. “A Fundação vem desenvolvendo estatísticas, dando sua contribuição para o que determinou o governador Aécio Neves, que é elevar a qualidade de vida dos mineiros. E, para isso, a Copasa vem ampliando de forma importante sua atuação em Minas”, afirmou. “Se nós queremos que este país seja realmente uma nação, precisamos universalizar, pelo menos, o saneamento básico”. A afirmação é do presidente nacional da Abes, José Aurélio Boranga. Fazendo críticas ao Anteprojeto de Lei do Saneamento Ambiental, elaborado pelo Ministério das Cidades, e que praticamente põe fim ao subsídio cruzado, ele acredita que, mais importante que universalizar é garantir a manutenção do que já foi realizado. “O benefício público tem de ser rápido para tirar o brasileiro da condição de subdesenvolvimento em que ele está. São 20 milhões de pessoas sem água tratada e 90 milhões sem serviço de esgoto”, afirmou. Na oportunidade, o presidente Márcio Nunes aproveitou para parabenizar a equipe da Copasa pela iniciativa de realização do Encontro Técnico 2005, considerando o evento deste ano como o melhor já realizado. 11 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� Melhores trabalhos são premiados O diretor Carlos Gonçalves cumprimenta Bruno da Silva (1º lugar), que representou Júlio Minchilo Outra novidade dessa edição do Encontro Técnico foi a dor foi a equipe do Distrito de Serviços de Betim (DTBE), premiação dos melhores trabalhos, divididos em duas ca- representada pelo gerente Júlio César Silveira Minchilo, tegorias: Desenvolvimento Operacional e Desenvolvimento que apresentou a palestra intitulada “Microvala - Uma Institucional. A intenção do prêmio é incentivar a elabo- nova solução para ligações prediais de água”. ração de projetos que visem à inovação e ao avanço dos processos existentes. “Acredito que foi escolhida por ser uma proposta simples e perfeitamente aplicável”, avaliou. Ele elogiou a realização As 36 palestras foram avaliadas pelos empregadose con- do Encontro Técnico e sugeriu a institucionalização das vidados do encontro. A escolha dos vencedores ocorreu propostas. “É um celeiro de boas idéias em diversos assun- por meio de um questionário, distribuído aos participan- tos. A empresa poderia colocar em prática e institucionali- tes. Para o resultado, levou-se em conta a nota média em zar essas idéias”. três critérios: viabilidade econômico-financeira, aplicabilidade e inovação. Já para o Mérito Institucional, o eleito foi o trabalho “Simulador Tarifário de Energia Elétrica”, de Geraldo Na modalidade Desenvolvimento Operacional, o ganha- Magela Mendes, Ricardo César Bruno e Magno Leonam, do Distrito de Conselheiro Lafaiete (DTCL). “Foi a primeira vez que apresentei um trabalho no encontro, mas fui espectador em outras edições”, revelou Mendes. De acordo com ele, a repercussão pôde ser verificada durante e após a palestra. “Os colegas se mostraram interessados e fizeram várias perguntas”, relembrou. Para Mendes, o sucesso e a conquista do prêmio só foram possíveis pelo trabalho em equipe. “Eram dois trabalhos e fomos orientados pela organização a apresentar apenas um. E um trabalho completou o outro”, apontou. Os vencedores receberam um “voucher” para participação no Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária (Abes), que será realizado entre os dias 18 e 23 de setembro deste ano, em Campo Grande (MS), e um cheque no valor de R$ 1.500,00. Márcio Nunes com Geraldo Magela, Ricardo Bruno e Magno Cunha (Conselheiro Lafaiete) 12 INFORMATIVO DA COPASA , � ���� ��������������������� Palestras técnicas 1. Geoprocessamento em projetos: quebra de paradigma Não dá para falar sobre projeto informatizado sem citar as ferramentas CAD e GIS. Enquanto a primeira faz apenas o desenho do projeto, a segunda associa informações a cada elemento desenhado, como tipo de material, diâmetro e profundidade. “O GIS é uma ferramenta de geoprocessamento que alia desenho e banco de dados, incluindo topologia. A partir do programa GIS, é possível fazer pesquisas espaciais mostrando, por exemplo, quais os trechos de rede de água que estão em determinada zona de abastecimento”, explicou o analista de sistemas Alexandre Chaves Faria, da Superintendência de Apoio, Coordenação e Controle (SPAC). De acordo com ele, normalmente os projetos de rede são terceirizados, já que é grande a demanda. O problema é que a maioria dos fornecedores utiliza o CAD e não o GIS. “Como o cadastro de redes da Copasa está em GIS, temos de converter os projetos de CAD feitos pelos fornecedores, o que é lento e oneroso. A idéia é que os fornecedores passem a utilizar o GIS. Por isso, desenvolvemos um módulo no sistema de geoprocessamento para que essa interface com o fornecedor seja possível, atualizando o cadastro automaticamente”, disse Alexandre Faria. Segundo ele, com essa migração do CAD para o GIS, a Copasa ganha agilidade e redução de custo na atualização do cadastro de redes, além de manter um controle sobre todos os projetos desenvolvidos na empresa. Por enquanto, foi feito um piloto com um fornecedor da Divisão de Estudos e Projetos de Abastecimento de Água (DVPR). “O teste funcionou, mostrando que é viável essa migração de ferramenta. No futuro, esperase que o nosso sistema de geoprocessamento possa ser colocado direto no fornecedor, agilizando ainda mais a atualização do cadastro de redes da empresa”, finalizou Alexandre Faria. Alexandre Chaves Faria, Superintendência de Apoio, Coordenação e Controle (SPAC) 2. Válvula reguladora de pressão com piloto hidroeletrônico solucionar o problema, técnicos da Divisão de Macrooperação (DVMO), juntamente com o gerente Sérgio Neves, desenvolveram, com sucesso, o piloto hidroeletrônico. “Foi utilizado como piloto a Válvula Reguladora de Pressão (VRP) na rede com diâmetro de 400 milímetros do município de Ribeirão das Neves, que abastece a cidade de Pedro Leopoldo. Nessa cidade era constante a falta de água durante o dia, e vazamentos/rompimentos de rede de distribuição durante a noite. Com a instalação do piloto hidroeletrônico, esta situação foi solucionada.” explicou Luiz Sebastião Lima, supervisor eletromecânico da DVMO que, juntamente com Alessandro Marcelo Nascimento Machado, supervisor de macromedição e pitometria da mesma divisão, realizaram a palestra sobre esse assunto. Luiz Sebastião de Lima e Alessandro Marcelo Nascimento Machado, Divisão de Macrooperação (DVMO) As áreas atendidas pelo sistema de abastecimento integrado da Copasa para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentam uma variação topográfica de 770 metros, e algumas delas estão a 100 Km de distância do sistema produtor que as abastece. A condição topográfica e longos trechos de rede são fatores que provocam variação acentuada de pressão nas redes de distribuição, principalmente nas áreas periféricas. A vazão demandada na hora de maior consumo durante o período diurno provoca perda de pressão dentro das redes, chegando ao limite crítico de abastecimento. O inverso ocorre no período noturno, com a redução do consumo, provocando pressões elevadas nas redes, ocasionando rompimentos e, conseqüentemente, vazamentos. Para Desde a substituição realizada em 2003, até hoje, o monitoramento realizado indica inúmeras vantagens, dentre elas, a diminuição dos rompimentos de redes, a redução da vazão noturna, melhoria no abastecimento diurno e a diminuição da perda de carga localizada na válvula redutora de pressão. “A troca dos pilotos já está sendo aplicada em outros locais com o mesmo problema, como em alguns bairros no limite dos municípios de Belo Horizonte e Ribeirão das Neves e também no município de Santa Luzia”, afirmou Luiz Sebastião. “O procedimento, ao reduzir a pressão noturna, significa redução dos vazamentos nas redes de água e do número de manutenções. A melhora do desempenho da válvula, por meio do piloto hidroeletrônico, reduz a perda de carga localizada na VRP, principalmente no período diurno, melhorando a eficiência da distribuição de água,” conclui Alessandro Machado. 13 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 3. Geoprocessamento no controle de perdas 4. Técnicas de recuperação de tanques em ferrocimento Alessandro Marcelo Nascimento Machado, Divisão de Macrooperação (DVMO), e Regina Darck Cançado, Superintendência de Apoio, Coordenação e Controle (SPAC) Hoje em dia é amplamente reconhecido o valor da informação na tomada de decisão nas organizações. No entanto, ela precisa ser ágil, estar correta e se apresentar de forma adequada. Entre 80% e 90% das informações necessárias para a administração urbana são localizáveis geograficamente, sendo os Bancos de Dados Geográficos e os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) ideais para trabalhar com estes dados. Sistemas de Informação Geográfica não são apenas mapas digitais e sim bancos de dados, que podem ser analisados e visualizados sob diversas formas. Acima de tudo, os SIGs são sistemas de informação que agregam a localização geográfica e o relacionamento (topologia) existente entre os objetos do mundo real. O conjunto de tecnologias que trata as diversas perspectivas geográficas, entre elas os Sistemas de Informações Geográficas, é chamado de Geoprocessamento. Utilizado na Copasa desde 1996, o Geoprocessamento vem sendo aplicado no gerenciamento das redes de água, esgoto, serviços operacionais, mapeamento urbano e clientes comerciais da empresa. “É a tecnologia correta a ser utilizada no gerenciamento do cadastro técnico de redes de água e esgoto, possuindo propriedades topológicas, como conectividade, adjacência e continência, e acesso aos dados dos clientes comerciais da empresa”, explicou a analista de sistemas Regina Darck Cançado, da Superintendência de Apoio, Coordenação e Controle (SPAC). “Estes recursos são essenciais quando se deseja realizar estudos de perda, onde precisamos estabelecer uma região de estudo, seja pela conectividade ou por uma poligonal, e obtermos os volumes micromedidos dos clientes localizados dentro de uma área específica”, complementou Regina Darck. Durante a palestra, falou-se sobre a importância de eliminar os mitos que o Geoprocessamento ainda possui na empresa, de ser uma tecnologia cara e sofisticada, o que não é verdade. “A tecnologia é aplicada na atividade-fim da empresa e já apresenta relação custo x benefício favorável. Precisamos institucionalizar e disseminar a tecnologia em toda a empresa”, finalizou a analista de sistemas. 14 A técnica do ferrocimento - composto por argamassa de cimento, areia, água e telas de aço é utilizada pela Copasa desde 1991, para a construção de reservatórios, ETAs e ETEs. E a recuperação de tanques, que usam esse método construtivo, foi motivo de trabalho desenvolvido por Sávio Nunes Bonifácio, engenheiro de projetos da Divisão de Gerenciamento de Obras do Interior (DVGI). Sávio Nunes Bonifácio, Divisão de Gerenciamento de Obras do Interior (DVGI) De acordo com ele, a escolha do ferrocimento é mais econômica e viabilizou a implantação do sistema de saneamento em diversas partes de Minas Gerais. “O custo é entre 50% e 70% mais barato em comparação com o concreto”, avaliou. Segundo Nunes, um levantamento realizado pela companhia apontou a existência de cerca de 500 reservatórios, 100 ETAs e 50 ETEs que adotaram o ferrocimento. Um percentual bem pequeno das obras, aproximadamente 1% delas, apresentaram problemas”, apontou. Ele revelou que as falhas residem no sistema construtivo e não no desgaste do tempo. Para Nunes, apesar de haver uma norma técnica para as obras de saneamento, muitas pessoas não seguem as regras estabelecidas. O engenheiro destacou algumas precauções que devem ser tomadas no momento da construção. “Observar a qualidade da areia, a aplicação da argamassa e cuidados com a cura, para evitar-se o aparecimento de trincas ou fissuras”, explicou. Outros detalhes a serem examinados é na seleção de um construtor experiente, na construção de formas arredondadas, no assentamento sobre fundações adequadas e no reforço das interligações do ferrocimento. Nunes salientou que o ferrocimento aceita reparos, mesmo após a conclusão. “A técnica consiste em quebrar o local e refazê-lo com o emprego de novas camadas de ferrocimento ou com argamassa e aditivos”, disse. Para finalizar, ele sugeriu mais investimentos em pesquisas sobre durabilidade em meios agressivos e a definição de uma norma nacional para o ferrocimento. “Existe uma norma para argamassa armada industrializada. Entretanto, não há uma específica para o ferrocimento artesanal”. INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� 5. Microvala – Uma nova solução para ligações prediais de água Eduardo Marcelo e Júlio Minchilo, Distrito de Betim (DTBE) atenção é o resultado final. O pavimento fica atraído a atenção de outros distritos. “Recebemos praticamente igual ao que era antes, eliminando várias solicitações de uso desta tecnologia antes que aquele volume de asfalto semelhante a um quebra- ela seja institucionalizada e levada “oficialmente” às molas, observado no acabamento da obra quando diversas localidades, conforme objetivo da empresa, utilizado o método convencional”, explica Júlio já que, além da qualidade do resultado, há uma Minchilo. Ele lembrou que ainda há o agravante de a redução de custo em torno de 50%”, argumenta o recomposição, nos métodos convencionais, ser feita gerente. posteriormente com outra equipe, podendo levar dias Segundo Júlio Minchilo, em breve todas as máquinas até a conclusão. O método de execução de ligações de água em ruas disponíveis na Copasa, destinadas a esta finalidade, asfaltadas, Microvala, utilizado há 18 meses, pela Com a tecnologia da Microvala, as valas feitas poderão ser adaptadas para a execução da Microvala equipe do Distrito de Betim (DTBE), tem se tornado no asfalto para a execução de ligações de água em todo o Estado. “O fabricante adaptou com cada vez mais conhecido na companhia e, por isso têm abertura de 3cm de largura por 12cm de sucesso a primeira máquina, conforme modificação mesmo, muito demandado. Segundo Júlio César profundidade, substituindo as escavações que têm que idealizamos, possibilitando o corte duplo em Silveira Minchilo, gerente do DTBE e idealizador do vala normatizada de 30cm de largura por 50cm de única operação. Caminhamos para um trabalho em projeto, os motivos para o sucesso são sua rapidez, profundidade. parceria para a adequação de outras cortadoras eficiência e economia, aliadas ao ótimo resultado no acabamento. Para a realização de obras de ligação de água de pisos da empresa. Todavia o método pode ser Desde a primeira experiência, em novembro de 2003, utilizado com as máquinas de uma lâmina, efetuando somente em Betim foram feitas 150 ligações de água duas operações de corte paralelas, conforme as por este novo método. A qualidade do serviço tem primeiras 35 ligações que fizemos”, conclui. com travessia de pista é preciso fechar ou isolar parte do trânsito de carros nas vias públicas, o que causa transtornos, principalmente se for uma rua ou avenida de grande movimento. Com o método da Microvala, tudo passou a ser feito com muita rapidez. “O processo inteiro dura no máximo duas horas – metade desse tempo para a intervenção na pista -, o que reduz o tempo de impedimento do tráfego no local, podendo até mesmo ser liberado durante a execução. Mas, o que mais chama a Antes Depois 6. Derivador de ligações prediais de água A partir de estudos do aumento da demanda de ligações de água para imóveis multifamiliares e a constatação do grande número de perfurações em um pequeno trecho da tubulação, Marli de Oliveira Damas, do Setor Técnico do Distrito de Serviços Norte (DTNO), projetou o “Derivador de Ligações Prediais de Água”. Marli de Oliveira Damas e Aldemir Cândido Lopes, Distrito Norte (DTNO) Com o apoio do engenheiro Aldemir Cândido Lopes, que estudou o comportamento hidráulico do derivador, Marli trouxe uma proposta de racionalização do serviço, além de possibilitar o controle do consumo de água por economia pelo usuário. “Na maioria das vezes, essa dificuldade de medir consumo por economia gera conflitos entre as famílias na hora do pagamento da conta e au- menta a inadimplência”, explicou Marli. A concentração das perfurações provoca a fragilidade da tubulação e grande perda da vazão na rede distribuidora, comprometendo o abastecimento em bairros localizados em regiões mais altas. “Passamos por um período de mudanças com um grande número de pedidos de individualização destas ligações”, disse Marli. A nova metodologia, testada em dois imóveis, atende às necessidades do usuário sem comprometer a qualidade dos serviços prestados pela empresa. Além do aumento de produtividade e do custo 60% mais barato do que o convencional, a alternativa é vantajosa por diminuir o tempo de execução e reduzir transtornos para o cliente. “A solução reduz os procedimentos e a repetição dos métodos tradicionais”, apontou. 15 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 7. Manutenção preditiva na RMBH A manutenção, de um modo geral, 8. Projeto 3T – GIS – RMBH ainda é vista como um fator de despesa, mas aliando A Copasa, por meio da equipe da Divisão eficiência, qualida- de Serviços de Apoio da Metropolitana de e baixo custo (DVAP), contratou o Projeto 3T, siste- torna-se uma ferra- ma que trará mais segurança e econo- menta estratégica mia no controle das redes de distribui- para que as empre- ção de água. A palestra foi apresentada sas alcancem seus pelos técnicos Ricardo Haddad e Flávio Rosemary Lopes Faraco, Divisão de Serviços de Apoio da a afirmação da enMetropolitana (DVAP) genheira da Divisão Henrique Ribeiro. de Serviços de Apoio da Metropolitana (DVAP), macro e micro redes de distribuição de Rosemary Lopes Faraco. Em sua palestra sobre manu- água tratada da Copasa. As redes macro tenção preditiva, ela enfatizou as técnicas utilizadas conduzem a água da área de tratamento objetivos. Essa é na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que aumentam a vida útil de um equipamento e reduz os custos. A especialista explicou a metodologia e as ações em- O 3T é um projeto de automação das Flávio Henrique Ribeiro, Divisão de Serviços de Apoio da Metropolitana aos reservatórios dos distritos, e as redes (DVAP) micro destes reservatórios às casas. O projeto desenvolvido permitirá o comando a distância das válvulas que controlam a tubulação e também dos conjuntos motobombas preendidas pela divisão, desde 1993. Segundo ela, a das elevatórias e boosters, por meio da leitura de dados medidos manutenção preditiva tem ocasionado bons resulta- em tempo real (vazão, pressão, nível de reservatórios, grandezas dos para a empresa. “Houve a redução de quebras elétricas, cloro residual e PH). A supervisão tornará possível atuar imprevistas e custos, um menor número de paradas no sistema de abastecimento de forma “on line”. não programadas e a diminuição do estoque de peças”, apontou. A leitura será feita automaticamente, pois as válvulas estarão conectadas a um programa informatizado instalado na sede da com- Rosemary Faraco apresentou, também, alguns estu- panhia, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte. Em princípio dos de casos ocorridos nos sistemas de abastecimen- serão 132 pontos concentradores de medição, que vão transmitir os to de água Serra Azul, Rio Manso e Rio das Velhas dados para o Centro de Operação do Sistema, o COS, integrado aos e na Divisão de Macrooperação da Metropolitana demais sistemas corporativos da companhia. Este centro permitirá, (DVMO). Um exemplo que chamou a atenção foi um problema de folga detectado numa tampa de motor da elevatória de alto recalque do sistema Rio das Velhas. Foi utilizada a técnica de análise de vibração e o ganho foi visível. “Com a manutenção preditiva, gastou-se R$ 100,00. Caso não fosse feito o diagnóstico preditivo, o valor gasto seria de R$ 257 mil, somando-se mobilização de empregados da Copasa e de terceiros, tempo, peças e perda de produção”, revelou. 16 por meio de um software que fará a leitura e interpretação das informações, a otimização e o equilíbrio do sistema de distribuição de água para a população. Assim, poderão ser previstos, por exemplo, rompimentos de rede, ou sua identificação no menor tempo possível. O Projeto 3T está em fase final de preparação da licitação. INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� 9. Reengenharia em conjuntos motobomba Preocupada com a energia gasta pelos equipamentos da empresa, a Diretoria Operacional Metropolitana (DRMT) tem promovido a reengenharia no conjunto de motobomba, responsável por quase 100% do consumo de energia. Essa prática foi o tema do estudo de João Andrade do Nascimento, da Divisão de Serviços de Apoio da Metropolitana (DVAP). Segundo ele, a DRMT consome mais de 32 MWs e a avaliação de desempenho é permanente. “Estamos sempre na busca pela maior eficácia em energia”, apontou. De acordo com Nascimento, além de eliminar quebras indevidas e prolongar a vida útil do equipamento, o procedimento, iniciado em 1989, acarreta mais ganhos. “A redução da demanda de investimentos futuros e a maior eficiência de energia são outras vantagens”, afirmou. João Andrade do Nascimento, Divisão de Serviços de Apoio da Metropolitana (DVAP) 10. Aquisição econômica de bombas e motores considerando o rendimento A despesa com energia elétrica é uma que permite adquirir bombas, moto- das maiores da Copasa, perdendo ape- res e conjuntos motobombas (com po- nas para a mão-de-obra. Atualmente, tências superiores a 25 cv), consideran- são gastos quase R$ 120 milhões ao do os rendimentos característicos dos ano. Os motores e bombas consomem mesmos. cerca de 95% de toda a energia gasta, números que justificam o contro- De acordo com Rangel, existem vanta- le mais intenso e a preocupação com gens como a economia substancial no a economia. O estudo desse assunto é custo da energia elétrica e na aquisição de autoria de Último Barreiros Rangel, de melhores equipamentos do merca- da Divisão de Engenharia de Apoio do. “Além disso, ocorre uma facilidade (DVEA). e rapidez na especificação de equipamentos, decorrentes da padronização Último Barreiros Rangel, Divisão de Engenharia de Apoio (DVEA) O trabalho tem a intenção de rela- dos dados e procedimentos para com- tar os resultados obtidos com a utili- pra de motores, bombas e de conjuntos zação do critério do menor preço total, motobombas”, explicou Rangel. 17 , � ���� ��������������������� 11. Rede de marcos de coordenadas na RMBH Solange Maria da Costa e Wilson Aparecido Drumond, Divisão de Serviços do Tratamento do Efluente da Metropolitana (DVSE) Facilitar e agilizar a localização dos Poços de Visitas (PVs) e diminuir custos com projetos, operação e obras são algumas das vantagens com a implantação da rede de marcos de coordenadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A novidade foi apresentada por Solange Maria da Costa, da Divisão de Serviços do Tratamento do Efluente da Metropolitana (DVSE) e pelo topógrafo Wilson Aparecido Drummond. A verificação da necessidade de implementação desta rede de marcos topográficos ocorreu no início dos trabalhos do Programa Caça-esgoto, que interliga os coletores e interceptores da RMBH. Um dos problemas era identificar os PVs. “Em muitas situações não havia cadastro. Quando tínhamos que localizar os PVs, eles estavam sob pavimento, áreas verdes e até debaixo de imóveis”, disse Solange Costa. Iniciou-se, então, a padronização e a coleta de informações nos distritos operacionais sobre a malha de coordenadas existentes. “Para se ter uma idéia, dos 130 pontos informados, apenas 10% estavam em condições de serem utilizados”, revelou. Após três anos de avaliação e planejamento, a iniciativa foi colocada em curso, em 2004. Já foram instalados 249 marcos em localidades em que a companhia tem concessão de água e esgoto, sendo 82 em Belo Horizonte. “A distribuição observou o porte das cidades”, informou. Os marcos topográficos são pinos metálicos fixados com concreto em locais estrategicamente escolhidos. Apesar de alguns marcos estarem instalados nas unidades, ETEs, estações elevatórias e reservatórios, a maioria encontra-se em vias públicas. “Para evitar e controlar as depredações, equipes percorrem e monitoram os locais”, explicou. INFORMATIVO DA COPASA 12. Abastecimento de água na reserva indígena Krenak O fornecimento de água tratada e distribuída de forma coletiva aos índios Krenak, no município de Resplendor, a 470 quilômetros de Belo Horizonte, foi a primeira experiência deste tipo realizada pela Copasa. A reserva indígena de 4 mil hectares recebeu, no segundo semestre do ano passado, um sistema simplificado de tratamento e distribuição de água para atender às famílias das três aldeias indígenas dos Krenak ali residenManoel Batista Duarte de Oliveira, tes, em substituição às fontes alternativas de captação Divisão de Desenvolvimento existentes que não tinham qualquer tipo de tratamento. e Controle Operacional da Metropolitana (DVDM), e O sistema de abastecimento é composto por captação Tereza Bernardes, Divisão de em barragem de nível, realizada em nascente de alto de Gerenciamento de Obras do serra, adução, tratamento com filtro lento, cloração e arInterior (DVGI) mazenação em reservatório de ferrocimento, com capacidade para 50 mil litros, e distribuição para 28 casas, 2 escolas e aos postos indígena e de saúde, por gravidade. A água captada vem da mesma serra onde é engarrafada a Água Mineral Krenak. A empresa, dona do direito de lavra da fonte, permitiu, por intermédio de seu proprietário, que a água fosse captada em terreno próximo. As redes adutoras e de distribuição totalizam 21.379 metros, sendo quase toda sua extensão na área da Reserva Indígena Krenak. Parte do material utilizado, 6.500 metros de tubulação, foi doado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão ligado ao governo federal. O trabalho da Copasa foi viabilizado por convênio assinado com o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), do governo do Estado, que garantiu os recursos para investimento. Segundo os técnicos da Divisão de Gerenciamento de Obras do Interior (DVGI), o projeto foi realizado com o envolvimento dos Krenak, tanto no processo de escolha do manancial de abastecimento, quanto no momento de realização das obras. A manutenção do sistema será feita pela Funasa, por meio do trabalho do Agente Indígena de Saúde (Aisan). “Os índios perceberam a diferença na qualidade da água, e entenderam a importância do trabalho”, explicam. Sistema de abastecimento de água 18 INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� 13. Gestão da informação e compartilhamento do conhecimento A informação pode ser gerenciada e o conhecimento, compartilhado. A partir dessa premissa, a bibliotecária Maria de Fátima Miranda Chaves defende a implantação de uma base de dados de gestão da informação e compartilhamento do conhecimento, de forma organizada e sistêmica, em busca da eficácia organizacional. De acordo com Maria de Fátima, a gestão da informação e a transformação do conhecimento, adquirido e experimentado em conjunto, devem ser disseminados de forma compartilhada. “O objetivo maior da proposta é compartilhar o conhecimento, esse conhecimento gerado na empresa , de forma que ele se torne um ‘conhecimento Copasa’ , passível de utilização e emprego em toda a organização”, explicou. Para isso, a bibliotecária propõe a criação de uma rede que utilize a intranet como ferramenta essencial de suporte e disseminação. Maria de Fátima destaca, ainda, que a gestão da informação e o compartilhamento do conhecimento são mais do que simples aplicação de metodologia. “Trata-se de um processo estratégico, que visa gerir o capital intangível da empresa. Portanto, é altamente complexo e abrangente, uma vez que o conhecimento está na cabeça de cada empregado. A meta é que a Copasa inicie a era do conhecimento. É um grande desafio, mas, com certeza, todos sairão ganhando”, afirmou a bibliotecária. No desenvolvimento desse trabalho, Fátima Chaves contou com a colaboração de Elias Haddad, coordenador estratégico do Programa de Investimentos. Elias Haddad, coordenador estratégico do Programa de Investimentos (PRES), e Maria de Fátima Miranda Chaves 14. Sistema de Medição de Desempenho Institucional Gerenciar por resultados é o que há de mais moderno quando o assunto é gestão nas organizações. E foi sobre isso que o economista Ronaldo Resende Pereira falou na palestra “Sistema de Medição de Desempenho Institucional (SMDI)”. De acordo com Ronaldo, analista de desenvolvimento de sistemas organizacionais da Superintendência de Desenvolvimento Tecnológico (SPDT), o SMDI nada mais é do que um conjunto de indicadores selecionados, segundo uma estrutura planejada, para monitorar o desempenho global em relação às estratégias e gerenciar as operações do dia-a-dia. Ronaldo Resende Pereira, Superintendência de Desenvolvimento Tecnológico (SPDT) Já os indicadores são informações que permitem avaliar o desempenho dos processos, serviços, produtos e da organização como um todo, por meio de medições quantitativas. São dados como qualidade do produto e/ou serviço, satisfação do cliente e do empregado, parti- cipação no mercado, retorno financeiro e impactos ambientais, entre outros. Ao todo, são 45 indicadores. “Desses, 13 foram selecionados para o Programa de Remuneração Variável, no qual se destaca a Gratificação por Desempenho Institucional (GDI)”, destacou Ronaldo Resende. Segundo ele, há indicadores mensais, trimestrais e até anuais, como no caso da pesquisa de satisfação de clientes. “As vantagens do SMDI são apoiar o processo de melhoria contínua, traduzir os objetivos estratégicos para que todos possam entendê-los e obter consenso em relação a eles, propiciar a obtenção de feedback e proporcionar uma base comum para a tomada de decisão. Resumindo: acompanhar o desempenho da organização sob diversas perspectivas e estabelecer metas para alcançar melhores resultados”, afirmou o economista. 19 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 15. O Indicador de Desempenho de Tratamento de Esgotos 16. Implantação do programa de gestão e do prêmio operacional em Varginha As atividades voltadas à proteção dos mananciais e ao tratamento de esgotos vêm sendo implementadas A busca de uma for- de forma que a Copasa pos- ma mais eficiente e sa atingir o objetivo estra- eficaz de alinhar o tégico de preservar o meio gerenciamento do ambiente e os recursos hí- Distrito de Varginha dricos, conforme meta do (DTVG) com a ges- Plano de ação 2003-2006. tão empresarial da Entretanto, para a avaliação e consolidação dessa atuação, é necessário implementar indicadores ambientais. Célia Regina Alves Rennó, Divisão de Desenvolvimento Operacional (DVDO) De acordo com a sanitarista Célia Regina Alves Rennó, da Divisão de Desenvolvimento Operacional (DVDO), um bom indicador deve fornecer sinais claros da necessidade de correção de rumos, ser flexível e permitir mudanças, se necessário, além de ser de rápida implantação. Para avaliação do plano de ação em relação à atuação para preservação ambiental, foram inicialmente propostos os seguintes indicadores: Percentual de Tratamento de Esgotos (PTES), que mostra o percentual do volume coletado de esgotos tratados, e Eficiência de Tratamento de Esgotos (EFTE), que avalia a redução de carga orgânica nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em operação. “Ambos são indicadores focados no processo. A nova proposta, já aprovada pela Diretoria da Copasa, é a adoção do indicador de Carga Poluente Removida dos Esgotos Coletados CRES em substituição a esses dois indicadores. O CRES avaliará a Carga Poluente Removida dos Esgotos Coletados e está, portanto, focado no resultado pretendido com a implantação das ETEs ”, afirmou Célia Regina. De acordo com ela, esse novo indicador vai avaliar a eficiência na remoção de cargas poluentes dos cursos d´água e meio ambiente das unidades da Copasa. A previsão é que o CRES seja implantado no terceiro trimestre deste ano. “O CRES busca demonstrar de forma simples e clara, para todos os públicos, o resultado ambiental obtido na implantação e operação das ETEs, tornando a atuação da Copasa mais transparente”, destacou Célia Regina. 20 Copasa fez com que a equipe do distrito implantasse, em 2004, o seu programa de gestão, baseado no regulamento do Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento (PNQS). Alisson Fabiano Faria Machado e Liliani do Carmo Marques Elias, Distrito de Varginha (DTVG) No mesmo momento, na busca de um estímulo maior para as equipes dos sistemas operacionais vinculados ao DTVG, foi criado o Prêmio de Gerenciamento Operacional (PGO). Maior interação das equipes de trabalho, desenvolvimento da criatividade e melhoria de resultados foram alguns dos benefícios obtidos pelo DTVG com a implantação do prêmio. De acordo com o supervisor administrativo Alisson Fabiano Faria Machado, o PGO, baseado no regulamento do programa de Gratificação de Desempenho Institucional (GDI), é uma prática de incentivo ao alcance de metas. “O PGO é voltado para os sistemas operacionais. Quando o distrito ganha bônus da GDI, parte (um terço) da premiação é repassada aos três sistemas que alcançaram os melhores resultados, para ser utilizado em melhorias nas localidades”, explicou Alisson Fabiano, destacando que o prêmio tem periodicidade anual. Outro incentivo dado à equipe são o troféu e o certificado por reconhecimento de alcance de metas. Não havendo premiação para o distrito, os sistemas premiados serão reconhecidos com o troféu e o certificado. Segundo Alisson Fabiano, o distrito conta hoje com cerca de 250 empregados, espalhados em 18 sistemas operacionais. “Essas equipes estão buscando identificar todas as alternativas que possibilitem, a cada dia, a melhoria do desempenho no distrito”, destacou. INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� 17. Padronização das atividades administrativas na SPPR O assistente de apoio administrativo da Divisão de Serviços de Produção Serra Azul e Vargem das Flores (DVSV), Roberto de Sousa Oliveira, apresentou um trabalho de padronização das atividades administrativas, desenvolvido nos últimos dois anos, na Superintendência de Produção da Metropolitana (SPPR). o sistema de informações da empresa fornecia o valor gasto por mês. Com o instrumento padrão elaborado, os dados são retirados e disponibilizados com mais detalhes em planilhas. Com a inovação, o gerente da área é abastecido, regularmente, sobre o andamento dos gastos. “Desta forma, ele pode prever a evolução das despesas e tomar determinadas posições”, disse. Foram criados grupos, com representantes de todas as divisões subordinadas à SPPR, para estudar e analisar alternativas para racionalizar o trabalho. Anteriormente, havia normas editadas pela companhia e que serviam de suporte para a superintendência. “Foram estabelecidos instrumentos de padronização e metodologias para a execução, baseados nos procedimentos existentes e nas normas editadas pela empresa”, explicou. Outro aspecto que evoluiu com a padronização foi o controle da freqüência de pessoal. Com a criação de um instrumento específico é possível identificar as ocorrências registradas na freqüência e os setores que mais contribuem para o índice de absenteísmo. “O gerente é informado e possibilita a adoção de ações, como a solicitação de avaliação médica ou acompanhamento social para o empregado, quando necessário”. A implementação proporcionou atividades mais racionais em um menor espaço de tempo e eliminou alguns procedimentos que não eram necessários. Um exemplo das melhorias obtidas com a padronização foi o controle de orçamento. Antes da padronização, Segundo Oliveira, com a implementação da padronização, caso algum funcionário se ausente, nenhuma tarefa será paralisada já que outro funcionário poderá substituí-lo sem dificuldade. “Desde que possua um pré-requisito adequado para a função”, finalizou. Roberto de Sousa Oliveira, Divisão de Serviços de Produção Serra Azul e Vargem das Flores (DVSV) 18. Transferência de conhecimento O administrador de empresas Udmar Micheletti Dias, da Superintendência de Operações de Belo Horizonte (SPBH), desenvolveu uma tecnologia para transferência de conhecimento que vem sendo aplicada, desde 2003, na área operacional da Copasa. “Trata-se de um passo a passo da padronização dos serviços de manutenção de água e esgoto como, por exemplo, a troca de hidrômetros”, afirma Udmar Dias. Segundo ele, até agora, 750 pessoas das equipes de manutenção, próprias e terceirizadas, passaram pela capacitação, que inclui aulas teóricas e práticas. Udmar Micheletti Dias, Superintendência de Operações de Belo Horizonte (SPBH) Para chegar à padronização de uma atividade, Udmar Dias criou grupos de discussão sobre como realizar um determinado trabalho. Pegando o exemplo da troca de hidrômetro, ele produziu uma fita de vídeo com a demonstração da tarefa. “Depois, as pessoas do grupo de trabalho assistiram ao filme para discutir o modo de fazer, até se chegar a um consenso, que foi definido como padrão. Ele determina o que fazer, como fazer, o tempo gasto e as ferramentas necessárias. Esse padrão, considerado o certo, o mais rápido e econômico, é exibido por meio de um filme, em aula teórica, aos treinandos”, explica Udmar Dias. A transferência de conhecimento conta, também, com atividade prática, desenvolvida num cenário montado internamente na Copasa, chamado de Laboratório Operacional, que simula tudo aquilo, referente à água e ao esgoto, que é encontrado normalmente nas ruas. Nesse espaço, foram instaladas oito bancadas com rede, padrão e equipamentos que reproduzem situações reais de trabalho, no caso, a de substituição de hidrômetro. De acordo com Udmar Dias, cada treinando passa a ser multiplicador do conhecimento adquirido. Até agora, foram padronizados dez serviços de manutenção, do total de 40. Os outros estão em fase de padronização. Udmar Dias destaca que o engenheiro Marco Antônio Pimenta, do Distrito de Contagem (DTCN), e os encarregados José Márcio Ferreira e Wiler Bruno da Silva, do Distrito de Serviços Oeste (DTOE), fazem parte da equipe de treinamento. Ele acrescenta, ainda, que os filmes das padronizações, em VHS, estão sendo convertidos para CD-ROM. 21 , � ���� ��������������������� INFORMATIVO DA COPASA 19. Acompanhamento de gastos realizados 20. O Sicaf - “Controle Patrimonial” Um relatório de gastos multifuncional, com diversos Permitir a localização imediata de um bem da Copasa em qualquer local do recursos de análi- Distrito de Ribeirão das Neves (DTRN). Esse foi o objetivo do auxiliar admi- ses, cujo objetivo nistrativo Wilimar Junio Ruas e do encarregado de Transporte e Patrimônio principal é o geren- William Nunes Soares ao desenvolver, no aplicativo Access, o Sistema Interno ciamento de des- de Controle de Ativo Fixo (Sicaf) - Controle Patrimonial. pesas da Copasa. Trata-se do “Trata-se de um banco de dados que vai armazenar informações como o nú- “Acompanhamento mero do patrimônio, sua descrição, a área em que o bem está no momen- de Gastos to da consulta, entre outras. A proposta é que o Sicaf seja integrado ao Realizados”, resultado de trabalho desenvolvido por Wayner de Oliveira, Programa de Controle Patrimonial da Copasa”, disse Wilimar. Wayner de Oliveira, Divisão de Controle e Análise de Custos (DVCC) da Divisão de Controle e Análise de Custos (DVCC). A necessidade desse acompanhamento surgiu na área operacional da empresa, que solicitou à DVCC uma exibição de todos os gastos ocorridos, algumas projeções e análises específicas. Ele fez Ele explicou que o sistema permite emitir relatórios por equipamentos de informática, bens por detentor, mobiliário, unidades operacionais e bens de grande e pequeno valor. “O maior benefício é manter atualizada a carga patrimonial para possíveis consultas e pesquisas. Como instrumento de controle de bens patrimoniais, o sistema permite uma maior facilidade na localização do bem patrimonial dentro do distrito e em seus respectivos setores, como unidades operacionais, agências e escritório local. Além disso, possibilita o controle de última movimentação do bem por meio de lançamento de movimentação de patrimônio”, disse Wilimar Ruas. diversas viagens pelo interior do Estado, implantando sua metodologia e recursos, bem como treinando os usuários para a sua utilização. Com isso, foi possível conhecer mais a empresa, um pouco da sua diversidade e colher dados para estudos “Foi desenvolvido numa plataforma Excel por haver maior facilidade de utilização pelos usuários”, explicou Oliveira. Atualmente já se encontra implantado em toda a área operacional da companhia. Segundo ele, não houve dificuldades para desenvolvimento e implantação. “O sistema trouxe o que já era esperado, uma visão nova do comportamento das despesas e a conseqüente facilitação na apuração, evolução e gerenciamento das mesmas”, informou. 22 Willian Nunes Soares e Wilimar Junio Ruas, Distrito de Ribeirão das Neves (DTRN) INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� 21. Simulador Tarifário de Energia Elétrica Para adequar a produção da Copasa aos horários em que a tarifa de energia elétrica é mais barata, o engenheiro Geraldo Magela Mendes, atualmente lotado no Distrito de Conselheiro Lafaiete (DTCL), desenvolveu um programa em Excel, voltado para o estudo de unidades de maior porte, que indica as modalidades tarifárias da Cemig durante todo o dia. Denominado Simulador Tarifário de Energia Elétrica, a planilha - que foi desenvolvida em 2000, quando o engenheiro trabalhava na Superintendência Operacional Sul (SPSL) - já é utilizada em unidades da empresa em Belo Horizonte, Varginha, Araxá, São Sebastião do Paraíso, Lavras e Conselheiro Lafaiete. Nesta cidade, por exemplo, a Copasa conseguiu economizar, somente no mês de março, 25% do gasto com energia elétrica. “Na estação de tratamento e na captação de água, que são as maiores unidades consumidoras de energia, a economia chegou a 50%”, destacou Geraldo Mendes. De acordo com ele, o simulador trabalha com dados que permitem o acompanhamento mensal das faturas e a tomada de decisões para investimentos e/ou mudanças contratuais junto à companhia de energia elétrica, de forma a reduzir os custos. Outra forma de gerenciamento de custos com energia elétrica abordada na palestra, e coordenada pelo engenheiRicardo Bruno, Geraldo Magela e Magno Cunha, do Distrito de Conselheiro ro Ricardo César Lafaiete (DTCL) Bruno e o técnico Magno Leonan Cunha, é a sistemática de acompanhamento das leituras, por empregados da Copasa, segundo acordo feito com a concessionária, em todas as unidades consumidoras de energia do DTCL. O objetivo é assegurar o pagamento do que é realmente consumido por essas unidades. Essas leituras são informadas ao distrito pelos encarregados dos sistemas por meio de uma planilha também desenvolvida em Excel, na qual os valores que porventura extrapolam o limite esperado têm que ser justificados pelos mesmos. 22. Equipe operacional Pente Fino A palestra foi apresentada pelo gerente do Distrito de Curvelo (DTCV), Eduardo Luiz Rigotto, e o engenheiro de produção Luiz Eduardo Carvalho Gomes. Segundo Rigotto, a equipe Pente Fino busca viabilizar a implantação do programa de redução de perdas da Copasa, a partir da verificação de vazamentos invisíveis e fraudes em ramais e hidrômetros. “Agindo na descoberta de fraudes e problemas de micromedição, esse projeto evitará um prejuízo calculado em cerca de R$ 250 mil anuais apenas em Curvelo”, destacou Rigotto. Eduardo Luiz Rigotto e Luiz Eduardo Carvalho Gomes, Distrito de Curvelo (DTCV) Ele explicou que a equipe Pente Fino atua nas perdas reais e aparentes de forma simultânea, priorizando a identificação de vazamentos invisíveis e de fraudes em ramais e hidrômetros e a verificação da imprecisão de hidrômetros e do cadastro comercial. “Equipes de leituristas e cadas- tristas geram as ordens de serviços para os imóveis com suspeitas de irregularidades. A partir daí, um técnico visita o imóvel para verificar itens como as condições do ramal, padrão, instalações hidráulicas internas e do hidrômetro, além de checar a ocorrência de ligações clandestinas”, explicou Rigotto. Em princípio, a operação foi implantada apenas no sistema de Curvelo, que conta com 20 mil ligações de água, mas já foi estendida também para dez cidades-pólo do distrito, abrangendo, assim, todos os sistemas. “Com os resultados obtidos no DTCV até o momento, estão comprovados a eficiência e o baixo custo para a implantação da equipe Pente Fino. Dessa forma, espera-se que essa metodologia seja expandida para outras unidades da empresa, multiplicando os resultados positivos”, acrescentou o gerente industrial. 23 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 23. Programa de Redução de Perdas 24. Atendimento à legislação sobre qualidade de água O planejamento, as metas e as O engenheiro da Divisão de ações do Programa de Redução de Gerenciamento de Obras do Interior Perdas de Água (PRPA) no sistema (DVGI), Luiz Eduardo Murta Gomes, de distribuição nortearam a pales- avaliou o controle de qualidade da água tra do coordenador Paulo Roberto da Copasa nos anos de 2002 e 2003. O Cherem. O programa, que está estudo, fruto de dois anos de trabalho, foi concluído no ano passado e faz parte de atrelado ao Plano de Ação e ao uma pesquisa de mestrado em Engenharia Planejamento Estratégico da Sanitária, pela Universidade Federal de Copasa, tem a intenção de orien- Minas Gerais (UFMG), orientado pelos tar gerentes e técnicos operacio- professores Leo Heller (UFMG) e Rafael nais para a melhoria do desem- Bastos (UFV). penho da empresa, combater diretamente as causas das perdas e facilitar o alcance das metas anuais estabelecidas pelo Indicador de Perdas na Distribuição (PDIA) da Paulo Roberto Cherem, Divisão de Desenvolvimento Operacional (DVDO) Gratificação de Desempenho Institucional (GDI). Segundo Gomes, não havia uma legislação nacional sobre o controle de qualidade de água até 1977. Atualmente, os responsáveis pela vigilância para Luiz Eduardo Murta Gomes, Divisão de Gerenciamento de Obras do Interior (DVGI) consumo humano devem obedecer às recomendações previstas pela Portaria 518/2004, do Ministério da Saúde. “A A SPDT é responsável pelo desenvolvimento do programa, no qual serão in- portaria é a versão mais atualizada e universal sobre a legislação”, apontou. vestidos em torno de R$ 100 milhões. De acordo com Cherem, vários aspec- O controle da qualidade de água da Copasa é realizado por meio das análises tos ambientais, sociais, financeiros e econômicos contribuíram para a for- laboratoriais, avaliação e monitoramento de riscos à saúde e visa a excelência matação do programa. “Além desses fatores, a evolução das políticas de saneamento e do controle de perdas, que refletem o cenário nacional”, indicou. Outro ponto que desencadeou as etapas para a criação do PRPA é a implementação de uma nova cultura na empresa de combate às perdas. ”A perda é uma responsabilidade de todos. Precisamos buscar compromissos e estabelecer parcerias”, disse. dos resultados, desde a captação no manancial até a distribuição. Metodologia e resultados- A pesquisa definiu 27 localidades atendidas pela Copasa, com porte e captações diferentes. “Além das análises de água, foram direcionados questionários a representantes, gerentes e técnicos da empresa para a verificação do atendimento às exigências da legislação. Vinte e duas áreas devolveram os questionários respondidos”, explicou. As ações alinhavadas prevêem o gerenciamento, a rapidez e a qualidade Os resultados coletados apontaram que, em relação aos mananciais, a Diretoria dos reparos, controle de pressão, controle ativo de vazamentos e fugas. Os Operacional Metropolitana (DRMT) obteve a melhor evolução do número e pilares de sustentabilidade do programa concentram-se nos recursos finan- frequência de amostragens, sendo que a pior recaiu sobre os sistemas de menor ceiros, comunicação, capacitação e gestão pela base operacional. Segundo porte. “Não ocorreram resultados que caracterizassem potenciais riscos à ele, a infra-estrutura influencia nessas perdas de água, tais como a quan- saúde, mas verificou-se a presença de ferro e manganês em todos as regiões”, tidade de ligações, o comprimento de tubulares, a localização do hidrôme- alertou. A Diretoria Operacional Centro Norte (DRCN) foi aquela que conseguiu tro na ligação, o tempo de pressurização, a característica do solo, entre ou- destaque pela padronização de ações voltadas para o monitoramento nos tros. “Em épocas de frio, as perdas são mais altas, porque o sistema está corpos de água e divulgação às autoridades e público. mais pressurizado”, comentou. O cenário atual revela que 30 das localidades atendidas pela Copasa representam mais de 73% do volume perdido de água. Pesquisa- Ele apresentou também uma pesquisa divulgada sobre as perdas de água pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNS). Segundo a pesquisa, a média nacional de perdas foi 45,2%, no ano de 2001. No aspecto saídas dos tratamentos, a DRMT e a DRSO tiveram a melhor evolução dos planos de amostragem. O engenheiro relatou que a qualidade da água atendeu, de forma sistemática, ao parâmetro bacteriológico de potabilidade. Quanto ao controle dos parâmetros operacionais (cor, turbidez e PH), “em 89% das cidades avaliadas os itens alcançaram as normas estabelecidas pela legislação”. Em 2002, diminuiu para 44,5%. A média da Copasa foi bem abaixo, ficando Para finalizar, Gomes sugeriu que a Portaria 518/2004 seja mais divulgada entre em 36% de perdas. A mesma pesquisa utilizou o índice litro por ligação por o corpo técnico da companhia não apenas para o seu cumprimento, mas para dia, parâmetro fundamental para a avaliação. Há quatro anos, a pesquisa enfatizar a garantia da saúde dos clientes. Ele já desenvolveu uma cartilha, com auferiu a perda de 557 litros por ligação por dia no Brasil. No ano seguinte, detalhes dos parâmetros recomendados pela Portaria. para 536 litros. A Copasa registrou 280 litros por ligação por dia. 24 INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� , � ���� 25. Medição de vazão em canal circular Os resultados preliminares do uso de medidor ultra-sônico de nível de efluentes industriais foram apresentados na palestra do analista de saneamento Jomildo Amado da Silva, da Divisão de Hidrometria (DVHM). De acordo com ele, o dispositivo sensor, cujo diâmetro é de 1 polegada, é instalado perpendicularmente à tubulação. A partir de um software específico, que considera variáveis como diâmetro, altura de lâmina de fluido, declividade, rugosidade, ângulo em relação à área molhada e raio hidráulico, é possível obter a vazão e volume de esgoto. aberto. A vantagem é facilitar as obras e reduzir os custos”, destacou Jomildo da Silva.Ele desenvolveu uma planilha eletrônica no aplicativo Excel para parametrizar a unidade eletrônica do medidor, visando à linearização da curva do ponto de medição. “A idéia é que esse tipo de medição possa substituir a calha Parshall, instalada em canal da, que algumas indústrias já manifestaram interesse na aplicação desse tipo de medidor. Ele disse que o sensor vem sendo testado, há cerca de cem dias, na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Ouro Branco. “A partir desse projeto piloto, será feita a comparação com a calha Parshall. A previsão é que a pesquisa seja concluída ainda no primeiro semestre de 2005”, destacou Jomildo, acrescentando, ainJomildo Amado da Silva, Divisão de Hidrometria (DVHM) 26. Medição de dosagem de ácido fluossilícico Maurício Adriano Oliveira Barbosa, Divisão de Serviços de Produção do Rio Manso (DVRM) O ácido fluossilícico é um dos produtos utilizados no tratamento da água. No Sistema Rio Manso, por exemplo, são dosados 960 ml do produto a cada minuto quando a estação está na sua vazão média, que é 3,5 m3/s, conforme informou o mecânico de manutenção Maurício Adriano de Oliveira Barbosa, da Divisão de Serviços de Produção do Rio Manso (DVRM). Segundo ele, a vazão do ácido na Estação de Tratamento de Água (ETA) tem de ser precisa. Esse valor é monitorado com freqüência pelos operadores, por meio dos medidores de vazão que compõem o sistema de dosagem. Maurício Adriano, juntamente com o mecânico Roberto Carlos Reis, desenvolveu uma válvula reguladora de vazão que, até o presente momento, está suprindo a deficiência que existia no sistema de dosagem. “Antes, era usada uma bomba dosadora que não se adaptou ao sistema. Além de ter um custo operacional muito alto, o seu regime de trabalho não atendia às condições do sistema de dosagem. Diante das adversidades da bomba, desenvolvemos a válvula. O trabalho durou 15 dias”, contou Maurício Adriano. Feito de náilon, PVC e borracha, o dispositivo está em funcionamento há cinco meses. “Apesar de ainda estar em teste, a válvula mostrou resultados positivos, como confiabilidade (dosa o valor necessário), redução do custo, fácil manuseio, grande estabilidade e, um dos pontos principais, fácil manutenção, quando se fizer necessário”, destacou Maurício Adriano, frisando, ainda, que a válvula pode ser usada também no sistema de dosagem de outros estágios do tratamento da água, como sulfato de alumínio e cloreto. Roberto Carlos dos Reis, Divisão de Serviços de Produção do Rio Manso (DVRM) 25 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 27. Determinação de cor A cor é uma característica da 28. Ocorrência e remoção de protozoários em Divinópolis O microbiologista Daniel Adolpho Cerqueira, da Divisão de água devido à presença de subs- Laboratório da Metropolitana (DVLB), e a parasitologista am- tâncias nela dissolvidas, como biental Patrícia Maria Ribeiro Machado, da Universidade Federal compostos orgânicos, alguns de Minas Gerais (UFMG), avaliaram a qualidade da água trata- metais – ferro e manganês – ou da pela Copasa em Divinópolis, em relação ao aspecto de risco microorganismos. Na Estação de microbiológico. “A Portaria 518 do Ministério da Saúde, de 25 Tratamento de Água (ETA), o pa- de março de 2004, define o padrão de qualidade da água para râmetro “cor” é utilizado na de- consumo humano e recomenda que as empresas pesquisem al- finição da quantidade de produ- guns organismos que, nos últimos anos, têm se mostrado re- to químico a ser utilizado para sistentes ao tratamento convencional, que inclui a desinfecção tratá-la e para o monitoramen- com cloro”, justificou Daniel Cerqueira. to da sua qualidade. Mas qual o padrão de cor que deve ser seguido? Quem responde a essa questão Flávio Vieira de Sena, Divisão de Serviços de Produção Rio Manso (DVRM) é o técnico em química Flávio Vieira de Sena, da Divisão de Serviços de Produção Rio Manso (DVRM). Segundo ele, conforme procedimento descrito pelo “Standard Metods” - coletânea de procedimentos que é referência mundial para a rotina analítica dentro de laboratório -, a determi- Segundo ele, os dois microrganismos mais difíceis de ser removidos, no mundo todo, são a giárdia e o Cryptosporidium. E a Copasa vem estudando esses protozoários há dois anos. Para isso, implantou uma metodologia padronizada pela Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA, pela sigla em inglês), que determina o controle de água nos Estados Unidos. “A Copasa comprou equipamentos de última geração, implantou essa metodologia, que é muito sofisticada, e passou a pesquisar a ocorrência desses microrganismos. A cidade de Divinópolis foi es- nação da cor é feita por comparação da água com a cor da solução do colhida por conter um de seus mananciais superficiais com padrão de cobalto-platina de concentração conhecida, sendo o resulta- relativo grau de poluição fecal e por apresentar registro da área do expresso em uC (unidades de cor). médica com histórico de alto índice de giardíase na população”, explicou o microbiologista. “A solução de cobalto-platina gera uma cor parecida com a da maioria das águas naturais (sem despejos de resíduos da atividade humana). Daniel Cerqueira disse que a Copasa, após o tratamento da Conforme a portaria 518 do Ministério da Saúde, é aceito o limite de 15 água, conseguiu eliminar os protozoários existentes na água unidades de cor para a água tratada. Mas o ideal é que ela não tenha captada nos rios Itapecerica e Pará, que abastecem Divinópolis. cor, pois uma água colorida pode ser recusada pelo consumidor, levan- “Dessa forma, concluímos que a água não é a responsável pela do-o a procurar outras águas de boa aparência estética, mas de quali- ocorrência de giardíase na população de Divinópolis”, finalizou. dade duvidosa, principalmente quanto à presença de microorganismos”, disse Flávio de Sena. O técnico acrescentou, ainda, que essa nova forma de medição vem sendo estudada desde agosto do ano passado e que, agora, está começando a ser colocada em prática na Estação de Tratamento de Água do Sistema Rio Manso (ETA/SRM). Para isso, foi feita a substituição do comparador de cor por um aparelho mais moderno e sensível, que fornece a leitura digital da cor da água, chamado espectrofotômetro. No método antigo, a determinação era feita por comparação da cor da água com a de discos coloridos sobre a água destilada, considerada incolor devido à sua pureza. Esse método é sujeito a interferências, como a sensibilidade da visão do analista e a alteração da coloração do disco padrão. “As principias vantagens do espectrofotômetro são eliminar a quantidade de erros, já que apresenta grande sensibilidade, obter a leitura direta da amostra, com resultado que independe do analista, e maior facilidade de manutenção”, destacou Flávio de Sena. 26 Daniel Adolpho Cerqueira, da Divisão de Laboratório da Metropolitana, e Patrícia Maria Ribeiro Machado, da UFMG INFORMATIVO DA COPASA , � ���� ��������������������� 29. Experiência do DTDV no combate às algas Com soluções simples e sem nenhum custo para a empresa, o técnico químico Carlos Alberto de Oliveira, do Distrito de Divinópolis (DTDV), resolveu o problema de mau cheiro e sabor da água, provocado pela concentração de algas (cianobactérias) no Rio São João, em Pitangui, em 2001, e no Rio Pará, em Conceição do Pará, no ano passado. Com um compressor antigo existente no DTDV, em Pitangui, Carlos Alberto fez a injeção de ar próximo ao ponto de captação da água no Rio São João , responsável pelo abastecimento de água da cidade, promovendo a oxidação do fósforo e do nitrogênio - substâncias que alimentam as bactérias. Desta forma, o ar impede a sucção das algas pela bomba de recalque, que por sua vez diminui a presença das algas na Estação de Tratamento de Água (ETA). Em Conceição do Pará, a solução do problema se deu apenas com a substituição do coagulante sulfato de alumínio pelo sulfato ferroso clorado. Tais medidas trouxeram vários outros benefícios, como, por exemplo, a redução do tempo de funcionamento da ETA, o que gerou economia de energia elétrica e redução dos gastos com produtos químicos usados no tratamento da água. O resultado tem sido uma economia mensal de aproximadamente R$ 10,2 mil. As algas (cianobactérias) são microorganismos aeróbios semelhante às bactérias, que produzem substâncias tóxicas que causam odor e gosto desagradáveis na água. O seu contato direto, entre outros males, provoca irritação ou erupções na pele, dor de garganta e asma. Sua ingestão causa náuseas, vômitos, diarréia e complicações no fígado. O tratamento da água, com a presença das algas, exige um consumo maior de produtos químicos e, conseqüentemente, aumento no consumo de energia elétrica. As cianobactérias normalmente se evidenciam mais no período da seca, mediante a diminuição do volume das águas nos leitos dos rios, o que provoca a concentração dos nutrientes (nitrogênio e fósforo), que alimentam as bactérias, acelerando o processo de alteração dos aspectos da água. Carlos Alberto de Oliveira, Distrito de Divinópolis 30. Remoção de oocistos de Cryptosporidium por filtração A pesquisa de protozoários em amostras de mananciais e de água tratada não tem sido uma prática sistemática no Brasil, impedindo que se vislumbrem os riscos à saúde pública. Observando esse cenário, a engenheira química Mônica Maria Ladeia, do Laboratório Regional Norte, em Montes Claros, desenvolveu um trabalho sobre a ocorrência de Cryptosporidium sp e Giardia spp nos principais mananciais da região. Mônica Maria Ladeia, do Laboratório Regional Norte, de Montes Claros Nesta pesquisa, oocistos de Cryptosporidium sp foram encontrados em 70% das amostras dos mananciais superficiais e cistos de Giardia spp. detectados em apenas uma amostra no rio Pai João - captação Todos os Santos. “Analisando os resultados, verificou-se que a variável Cryptosporidium sp. apresentou correlação significativa com a turbidez, esporos aeróbios e C. perfringens”, explicou Mônica. Ela avaliou também a remoção dos protozoários e de diversos indicadores de qualidade de água em filtros rápidos descendentes. A investigação experimental foi realizada em unidades piloto, instaladas na ETA Morrinhos em Montes Claros. Foram utilizados filtros de camadas simples e dupla. A água afluente aos filtros, captada na saída dos decantadores da estação, foi contaminada com oocistos de Cryptosporidium parvum e com alíquota de esgotos para simulação do conteúdo de bactérias. Para verificação da associação entre a ocorrência dos protozoários estudados e indicadores de qualidade da água foram monitorados os parâmetros bacteriológicos, físicos e químicos de performance do tratamento da água. “Os oocistos não foram detectados nos efluentes dos filtros”, finalizou. 27 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 31. Filtros rápidos por gravidade para remoção de ferro e manganês 32. Mini-ETAs para águas subterrâneas A adoção de filtros rápidos para a remoção de ferro e manganês em água de poços profundos proporcionou a melhoria na quali- Um dos problemas que afe- dade da água tratada, nos últi- tam o abastecimento de mos dois anos, nos distritos de água de pequenas localida- Joaquim Felício e Claro dos Poções, des, onde a captação é fei- pertencentes a Montes Claros; e ta em poços artesianos, é a alta concentração de fer- Agreste, em Janaúba. A iniciati- ro e manganês na água. Em va foi o tema de pesquisa realizada Minas Gerais isto é muito por Nilson José Ferreira, supervisor comum em regiões como a de tratamento de água da Divisão de Manutenção e Operação Norte (DVON). Nilson José Ferreira, Divisão de Manutenção e Operação Norte (DVON) O projeto dos filtros rápidos é de do Vale do Aço. A alta concentração destes metais faz com que a água adquira cor escura e turbidez fora dos padrões desejáveis. A 2002 e o teste piloto ocorreu em palestra “Mini-ETAs para Joaquim Felício. Atualmente, existem quatro filtros em Joaquim Felício, cin- Águas Subterrâneas” divul- co em Claro dos Poções e três filtros em Agreste. Os filtros implantados são gou o trabalho dos técnicos de fibra de vidro e fabricados por uma empresa não especializada em tecno- do Distrito de Diamantina logias de saneamento. Entretanto, o projeto, as especificações técnicas e o (DTDT) que está solucionan- acompanhamento da execução são de responsabilidade dos empregados da do este problema de manei- companhia. ra simples, eficiente e a um Anibal Oliveira Freire, Distrito de Diamantina (DTDT) custo baixo. A implementação dos filtros possibilitou que o nível de ferro e manganês na água tratada reduzisse consideravelmente e ficasse abaixo do limite de detecção por parte dos aparelhos do laboratório. O acúmulo desses materiais nas redes de distribuição propicia o aumento do aspecto turvo da água. Além da qualidade superior verificada na água, o sistema é muito mais barato que o custo apresentado por fabricante especializado. “São entre 60% e 80% mais baratos”, apontou Ferreira. Apesar de não ser um projeto inovador, a utiliza- José de Fátima da Silva, técnico do DTDT, explicou que a mini-ETA funciona orientada pelo princípio da oxidação do ferro, do manganês e das bactérias a eles associadas. Essa oxidação acontece por meio da floco-decantação em caixas (miniunidades) que recebem a água bombeada do poço. Completam o processo a filtração rápida, após a pré-oxidação, e a alcalinização, conforme a necessidade. ção é ainda pouco disseminada na empresa. “O que o diferencia é o uso de know-how próprio da empresa”, disse. Implantada em novembro de 2003, na cidade de Alvorada de Minas, a mini-ETA foi considerada eficaz após as análises da água. Logo em seguida à sua instalação, constatou-se que a turbidez e a cor chegaram aos níveis ideais esperados para que se pudesse considerar a água captada de boa qualidade. “A qualidade da água continuou a ser monitorada e observamos que o bom resultado obtido na fase posterior à construção da ETA foi mantida até hoje”, concluiu José de Fátima. Filtros rápidos 28 INFORMATIVO DA COPASA , � ���� ��������������������� 33. Sistemas simplificados – água e esgoto Com a determinação do governo de Minas Gerais de levar o saneamento básico a todas as regiões do Estado, a Divisão de Gerenciamento de Obras do Interior (DVGI), por meio de convênios da Copasa firmados com a Secretaria de Desenvolvimento Regional e de Política Urbana de Minas Gerais (Sedru), vem desenvolvendo um trabalho para zerar o déficit de poços perfurados e não instalados em vários municípios. Para isso, a empresa optou por soluções simplificadas e de baixo custo. A experiência foi apresentada durante a palestra do coordenador da equipe técnica de obras, Gelson Lapa, e do engenheiro Ricardo Luiz de Souza. Cerca de 100 localidades já foram atendidas com a captação de água através da instalação de poços com caixa de moto-bomba submersa e barrilete de recalque, dimensionado para a demanda local. O armazenamento é feito num reservatório de poliéster reforçado com fibra de vidro e que tem capacidade para 5 mil litros. A água acumulada é distribuída por um mangote, conhecido como “chuveirão”. “Com isso, a população passou a buscar água no poço perto de suas casas”, explicou Lapa. O sistema pode atender a cerca de 50 famílias da região e o custo de implantação, incluindo a extensão e a ligação da rede elétrica, gira em torno de R$ 17 mil. Foi apresentado, ainda, o sistema simplificado de esgotamento sanitário, também executado no programa. Já estão em fase de construção 1540 módulos sanitários com fossa séptica em 34 municípios mineiros. O módulo é estático e destinado a famílias das áreas rurais. “São áreas onde se tem dificuldade de se construir uma rede coletora devido à dispersão dos domicílios”, disse Souza. A fundação e a alvenaria dos módulos são em blocos de concreto aparente e a laje de cobertura em concreto armado ou préfabricado. Já a fossa séptica escavada em terrenos de pouca estabilidade pode ser revestida com tijolos. O valor de cada unidade é de R$ 2,2 mil. “Esse é um pequeno passo para se combater a exclusão e a Copasa e o Governo do Estado mostram o seu lado social e contribuem para isso”, finalizou Lapa. Ricardo Luiz de Souza, Divisão de Gerenciamento de Obras no Interior (DVGI) 34. Substituição de PVs por curva de raio longo Os poços de visita de rede de esgoto (PVs) são os grandes responsáveis pela entrada de objetos que causam entupimentos. Diante desse cenário, foi apresentada uma solução por Gilson Amaral Faria, da Divisão de Expansão da Metropolitana (DVEM), com a substituição dos PVs, em alguns casos, por peças denominadas curva de raio longo. A alteração ocorreu também em decorrência de acidentes provocados por extravio de tampão, o alto custo de reposição das tampas roubadas e o abatimento da rua ao redor do PV. Segundo Faria, a mudança promove uma economia de até 15 % no valor total do empreendimento. “Para se ter uma idéia, o preço de um PV equivale a 20m de rede de esgoto”, disse. Gilson Amaral Faria, Divisão de Expansão da Metropolitana (DVEM) Além da grande facilidade de instalação, principalmente utilizando-se PVC, a diminuição na manutenção da rede de esgoto é a maior vantagem com a substituição. A modificação já foi testada e aprovada em alguns distritos. Em alguns lugares há mais de cinco anos. ”Ela está de acordo com as normas legais”, salientou. 29 , � ���� INFORMATIVO DA COPASA ��������������������� 35. Tecnologias alternativas e dispositivos para redes de esgotos 36. Proposta de monitoramento das ETEs da Copasa A Copasa tem implantado algumas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) por disposição no solo utilizando a metodologia internacional. Essa metodologia pode não condizer com a realidade brasileira, pois não leva em conta as condições climáticas, de solo, do esgoto e o tipo de cultura do nosso país. “Isso pode possibilitar erros de super Hebert Moreira de Abreu, Distrito de Serviços de Ibirité (DTIB), e Paulino Joaquim Queiroz, Divisão de Expansão da Metropolitana (DVEM) ou subdimensionamento de ETEs e colocar em risco o meio ambiente. Além disso, essas unidades não têm sido nem operadas e nem monitoradas convenientemente”, alertou a engenheira Quatro novas tecnologias alternativas foram apresentadas Sandra Parreiras Pereira Fonseca, pelos empregados Paulino Joaquim Queiroz, da Divisão de da Divisão de Expansão Sudeste Expansão da Metropolitana (DVEM) e Hebert Moreira de Abreu, analista de projetos e obras do Distrito de Serviços de Ibirité (DTIB). Criadas com o objetivo de melhorar as condições para execução dos serviços prestados pela Copasa, estas alternativas são: um poço de visita (PV), de 400 milímetros Sandra Parreiras Pereira Fonseca, Divisão de Expansão Sudeste (DVSD) (DVSD). Diante desse fato, Sandra Fonseca defende a necessidade de avaliar qualitativamente o desempenho das ETEs, que são dimensionadas pela Copasa e entregues às prefeituras, e definir se esse investimento é viável e se atenderá às propostas do planejamento estratégico da empresa e às exigências da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), quanto à qualidade dos efluentes de ETEs. de diâmetro, com tampão de concreto, em substituição ao PV de 600 milímetros, com tampão de ferro galvanizado; A idéia é implementar uma tecnologia do processo de tratamento de berço enrijecedor de tubulação de esgotos; selim de pv em esgoto por disposição no solo com vistas a definir os critérios de pro- substituição ao pv de manilha; poço luminar pré-moldado jeto, implantação, operação e monitoramento desse tipo de ETE e a in- em substituição ao poço luminar convencional de tijolinho e tegração com a agricultura irrigada. Essa tecnologia vai parametrizar argamassa, e PVL - Poço de Visita e Luminar devido à junção o modelo internacional para as condições brasileiras. Segundo Sandra do PV de 400 milímetros com o PL pré-moldado. Fonseca, a metodologia será implementada, em princípio, na ETE do Patenteadas e disponibilizadas no comércio desde 1995, a região Norte de Minas Gerais. município de Indaiabira, pertencente ao Distrito de Salinas (DTSA), na utilização destas tecnologias contribui com a melhoria da qualidade dos serviços operacionais prestados pela empresa à comunidade, com a redução, em até 25%, dos custos finais da obra, na redução do número de manutenções e no tempo de execução das obras, além de facilitar o acesso às redes de CONTATOS ligações prediais de esgoto. Para mais informações sobre as tecnologias apresentadas no Encontro Técnico Copasa 2005 ou processos já existentes na em- Telefones: (31) 3250.1234 3250.1375 3250.1592 presa, entre em contato com a Divisão de Cooperação Técnica ( DVCE). 30 E-mail: [email protected]
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