Pontuário: regras de uso da vírgula
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Pontuário: regras de uso da vírgula
MAIO 2012 C a t a r i n a Ma gr o Jo ã o B r a z T e r e s a N u ne s Pontuário: regras de uso da vírgula I. Vírgulas proibidas 1. O sujeito não ocorre separado do verbo por uma vírgula Dona Chica assustou-se com o berro que o gato deu. *Dona Chica, assustou-se com o berro que o gato, deu. Dona Chica não se assustou com o berro que o gato deu. *Dona Chica, não se assustou com o berro que o gato deu. 2. Os complementos não ocorrem separados do verbo por uma vírgula. Atirei o pau ao gato. *Atirei, o pau ao gato. *Atirei o pau, ao gato. 3. As conjunções não são seguidas de vírgula. Ela disse que atirei o pau ao gato. *Ela disse que, atirei o pau ao gato. II. Vírgulas obrigatórias 4. Separam-se por vírgula os constituintes com idêntica função sintática (quando não estão ligados pelas conjunções e, ou) Atirei o pau, a cadeira e o chinelo ao gato. Atirei o pau ao gato, ao porco e à galinha riça. 5. O vocativo é delimitado por vírgulas. Minha senhora, tenha lá calma! Olhe que eu chamo a polícia. Tem toda a razão para se ter assustado, Dona Chica. 6. Os constituintes apositivos são delimitados por vírgula. Atirei o pau ao gato, o gato siamês da Dona Chica. Atirei o pau, um belo pau de cerejeira, ao gato. Eu, que não costumo perder a cabeça, atirei o pau ao gato. 1 CATARINA MAGRO JOÃO BRAZ TERESA NUNES PONTUÁRIO 7. Coloca-se a vírgula depois de não e sim quando estes advérbios, em princípio de oração, se referem a uma oração anterior. Sim, isto é um caso de polícia! Não, é um comportamento inadmissível! 8. Os conetores adverbiais são seguidos de vírgula, quando ocorrem em posição inicial de frase, e delimitados por vírgula, quando estão intercalados. Atirei o pau ao gato, porém, o gato não morreu. Atirei o pau ao gato. Contudo, o gato não morreu. Atirei o pau ao gato, por isso, o gato morreu. Atirei o pau ao gato. Logo, o gato morreu. 9. As conjunções são precedidas de vírgula (à exceção da conjunção coordenativa e). Atirei o pau ao gato, mas o gato não morreu. Atirei o pau ao gato, porque o gato mereceu. Atirei o pau ao gato, embora não tivesse intenção de o matar. Atirei o pau ao gato e o gato fugiu. 10. As orações adverbiais antepostas (i.e., em início de frase) são seguidas de vírgula. Se a senhora não se acalma, eu chamo a polícia. Quando me subiu a mostarda ao nariz, atirei o pau ao gato. 11. As orações adverbiais intercaladas são delimitadas por vírgula. Os vizinhos, quando ouviram a Dona Chica, apareceram à janela. O Senhor Fortunato, para cair nas boas graças da Dona Chica, chamou a polícia. 12. As orações gerundivas ou participiais são (na sua maioria) isoladas por vírgula. Protestando da janela, os vizinhos expressavam a sua indignação. Dona Chica, apostando em arranjar-me problemas, exagerava o tamanho do pau. Terminado o inquérito policial, a calma regressou ao bairro. Sentada à chaminé, veio uma pulga e mordeu-me um pé. 13. Os constituintes modificadores do grupo verbal ou da frase são seguidos de vírgula, quando ocorrem em posição inicial de frase, e delimitados por vírgula, quando estão intercalados. No inverno passado, atirei o pau ao gato. Felizmente, o gato não morreu. Dona Chica, durante todo esse dia, sofreu achaques. O gato, na minha opinião, teve o que mereceu. 2 CATARINA MAGRO JOÃO BRAZ TERESA NUNES PONTUÁRIO III. Vírgulas opcionais 14. As orações adverbiais em posição final podem ou não ser precedidas por vírgula. Os vizinhos apareceram à janela quando ouviram a Dona Chica. Os vizinhos apareceram à janela, quando ouviram a Dona Chica. 3