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Clipping Farmacêutico
19 de Agosto de 2016.
Índice
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Ultrafarma lança primeiro genérico de marca própria
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GSK prefere o aperto
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Exportações de medicamentos recuam 20% em dois anos
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Anvisa amplia lista de medicamentos de baixo risco
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Anvisa aprova regras mais simples para remédios
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Sindicato de farmacêuticas acusa ministério de infringir regra sanitária
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Desentortando o destino
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Raia Drogasil abre centro de distribuição
-
Pílula do câncer tem efeito reduzido
DOCS - 1822174v1
Notícias
Ultrafarma lança primeiro genérico de marca própria
Em linha com o forte crescimento que os genéricos vêm apresentando no setor de farmácias,
a Ultrafarma anunciou na semana passada o lançamento do primeiro genérico de marca
própria da empresa.
O lote inicial do remédio Sinvastatina, que será distribuído exclusivamente pela drogaria, já
está à venda nas lojas físicas e on-line da companhia para todo o País. A aposta nessa
categoria vem em linha com os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira de Redes
de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que mostram que a venda de genéricos foi a que mais
cresceu no primeiro semestre deste ano, com alta de mais de 13%, em relação ao mesmo
período de 2015.
Para conseguir concretizar o lançamento do novo produto a Ultrafarma realizou uma parceria
com o Grupo Cimed, uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil. A empresa ficará
responsável pela parte da produção do medicamento.
Segundo o presidente da Ultrafarma, Sidney Oliveira, a comercialização de uma marca de
remédio exclusiva da drogaria era uma meta antiga da empresa. "Acho que é uma conquista
merecida após tantos anos de dedicação e estudo do mercado farmacêutico", afirma.
O empresário ressalta ainda que a Ultrafarma foi pioneira na venda de medicamentos
genéricos. "Vendíamos esses produtos em uma época em que poucos conheciam essa
modalidade. Felizmente após algum tempo conseguimos mostrar para as pessoas a eficácia e
a qualidade equivalentes as dos medicamentos originais. Isso facilitou o acesso a muitas
famílias que antes não tinham condições de comprar seus remédios", finaliza.
Fonte: DCI
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GSK prefere o aperto
Nos últimos anos, diversas empresas dos setores farmacêutico passaram a focar em produtos
de maior valor agregado, ou seja, com margens de lucro maiores. O laboratório americano
Bristol-Myers Squibb, por exemplo, vendeu marcas consagradas de remédios sem prescrição
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médica, como Naldecon e Luftal. Com isso, diminuiu de tamanho e se concentrou em
medicamentos para doenças graves. No Brasil, a Hypermarcas também vem se desfazendo
do seu portfólio em bens de consumo para buscar lucros maiores em remédios com receita. O
laboratório britânico GSK, por sua vez, continua firme no segmento.
A empresa não só vem fazendo o movimento contrário da concorrência, como está se
lançando com ênfase em segmentos com margens apertadas, como pastas de dente e
antiácidos - como comparação a área de medicamentos possui margem de 35%, enquanto
consumo apenas 14%. "Nós temos esse mercado como prioridade", diz o indiano Jayant
Singh, presidente da GSK Consumer & Healthcare, divisão de consumo do laboratório. A
companhia é dona de marcas como Sensodyne, de pasta de dentes e do antiácido Eno.
Em 2014, a companhia celebrou uma troca de ativos com a Novartis. Os suíços ficaram com a
parte de oncologia da GSK, cedendo aos britânicos suas áreas de consumo e vacinas. Desde
então, o segmento de consumo é responsável por cerca de um quarto do faturamento da
empresa globalmente, proporção que se repete no País, garantindo um faturamento estimado
de R$ 700 milhões. O bom desempenho incentiva a GSK a investir no Brasil. Está sendo feito
um aporte de R$ 400 milhões na construção de um centro de distribuição e na melhoria de
processos fabris.
A meta é aumentar a fatia do mercado dos principais produtos da empresa. Segundo Singh, a
participação de 2% da Sensondyne é pequena em comparação ao número de pessoas que
possuem dentes sensíveis. No caso do Eno, que representa 25% do faturamento no setor de
consumo, apenas uma em cada três pessoas com problemas de azia utiliza o produto.
"Apesar de margens mais baixas, alguns produtos possuem um enorme potencial de
crescimento e é disso que vamos atrás", afirma o presidente. Para Rogério Lima, professor do
núcleo de estudos do varejo da ESPM, a diversificação nesse setor é fundamental para diluir
os riscos da empresa. "Existe espaço para crescer na área, o que faz a GSK não ficar refém
de inovações", diz Lima.
Fonte: Istoé Dinheiro
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Exportações de medicamentos recuam 20% em dois anos
Uma combinação de atividade econômica fraca domesticamente - e nos principais parceiros
comerciais - e lentidão no desenvolvimento de pesquisa científica está provocando
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desempenho
negativo
da
balança
do
setor
farmacêutico
brasileiro
-
importações,
exportações, corrente de comércio e saldo - desde o início da recessão, em 2014, revertendo
trajetória positiva em anos anteriores.
A partir do início da crise, há dois anos, até o fim do primeiro semestre de 2016, as
exportações de medicamentos tiveram queda de quase 20%. Já as importações recuaram
13,5% no mesmo período. E a corrente de comércio do segmento caiu 15%, para US$ 7,58
bilhões, o que explica a redução também do déficit comercial em 12%, para US$ 5,05
bilhões.
Importante
indicador
industrial
e
referência
para
o
governo
controlar
o
abastecimento de medicamentos, a balança comercial da saúde em processo de deterioração
preocupa, pois sugere problemas de produtividade da indústria farmacêutica e risco de
desabastecimento no Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo em cenário de câmbio
desvalorizado.
Nos últimos dois anos, a balança foi menos afetada pelo real fraco e mais pela retração da
economia do país e dos principais parceiros comerciais - Venezuela, Argentina e México.
Somados, esses países têm peso de mais de 20% na pauta exportadora de remédios.
"A melhor coisa que podia acontecer é termos redução do déficit comercial com aumento das
exportações, mas a indústria farmacêutica vem perdendo espaço [no comércio exterior]. Está
mais difícil exportar e mais fácil importar, mas com o desaquecimento econômico até as
importações estão caindo", diz Pedro Bernardo, diretor da Associação da Indústria
Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). "Além disso, países com peso importante na nossa
pauta comercial estão comprando menos, estão enfrentando dificuldades econômicas
enormes", afirma.
Outro fator que contribui para o déficit é a lentidão que as empresas enfrentam no processo
de
inovação
e
desenvolvimento
de
pesquisa.
"Competitividade,
carga
tributária,
infraestrutura. Tudo isso conta, mas é inovação que pesa mais. O mercado interno será
sempre pequeno para o setor, então temos que nos colocar no mercado global de maneira
mais dinâmica. É muito demorado aprovar pesquisas clínicas no Brasil", diz Bernardo.
Em carta aberta à Presidência da República, a comunidade científica pediu revisões no modelo
de
aprovação
de
pesquisas
para
desenvolvimento
de
medicamentos,
hoje
sob
responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa (Conep).
Embora seja um dos maiores mercados do mundo para o setor farmacêutico, o Brasil ocupa o
15º lugar no ranking mundial da pesquisa clínica. Enquanto a média mundial para avaliação
de um pedido não ultrapassa seis meses, no Brasil leva-se um ano. Nos EUA, por exemplo, o
pedido é analisado em até 60 dias e em muitos países da Europa, não passa de 75 dias.
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Essa morosidade afeta o comércio exterior e "faz com que diversos estudos deixem de ser
realizados no país, o que prejudica a participação do país na criação de novas terapias e
medicamentos", dizem os cientistas na carta.
Fonte: Valor
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Anvisa amplia lista de medicamentos de baixo risco
Remédio: com a nova versão, sobe para 112 o número de produtos com regras mais simples
para obtenção de registro na Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou nesta terça-feira, 16, a lista de
produtos de saúde que, em virtude do baixo risco, são submetidos a regras menos rígidas
para a obtenção e renovação de registro no país.
A nova relação incluiu 37 produtos na lista de notificação simplificada, entre eles ácido fólico,
sais para hidratação ou reidratação oral e sulfato ferroso.
O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirma que a medida, além de facilitar o ingresso de
novos produtos no mercado, permite que profissionais da agência concentrem seus esforços
na análise de produtos considerados de maior risco.
"É um recurso que trará maior agilidade na avaliação", disse Barbosa.
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Com a nova versão, sobe para 112 o número de produtos com regras mais simples para
obtenção de registro na Anvisa. A nova regra da Anvisa prevê ainda que a lista seja revisada
de forma periódica. A última atualização dessa relação havia sido feita em 2009.
Fonte: Exame
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Anvisa aprova regras mais simples para remédios
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou a lista de produtos de saúde que,
em virtude do baixo risco, são submetidos a regras menos rígidas para a obtenção e
renovação de registro no País. A nova relação incluiu 37 produtos na lista de notificação
simplificada, entre eles ácido fólico, sais para hidratação ou reidratação oral e sulfato ferroso.
O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirma que a medida, além de facilitar o ingresso de
novos produtos no mercado, permite que profissionais da agência concentrem seus esforços
na análise de produtos considerados de maior risco. “É um recurso que trará maior agilidade
na avaliação.” Com a nova versão, sobe para 112 o número de produtos com regras mais
simples para obtenção de registro na Anvisa. A lista será revista de forma periódica. A última
atualização foi em 2009.
Fitoterápicos. A Anvisa ainda aprovou ontem uma resolução pela qual, a partir de 2018,
remédios fitoterápicos somente poderão ser vendidos no País mediante a garantia de que
estão totalmente livres de agrotóxicos. O documento dá um prazo até 1º de janeiro de 2018
para que fabricantes de drogas vegetais e derivados apresentem laudos comprovando que
seus produtos não contêm substâncias ocratoxinas, fumonisinas e tricotecenos.
A agência já havia estabelecido a exigência de que empresas avaliassem resíduos de
agrotóxicos em fitoterápicos. A regra, de 2014, concedia o prazo até maio deste ano para que
as empresas se adaptassem. O prazo foi revisto, diante do pedido feito pelos produtores. Eles
alegavam a necessidade de se fazer investimentos para atender às novas regras.
Fonte: Estadão
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DOCS - 1822174v1
Sindicato de farmacêuticas acusa ministério de infringir regra sanitária
O Sindusfarma, sindicato que representa as principais indústrias farmacêuticas do país,
divulgou uma nota em que acusa o Ministério da Saúde de descumprir as regras sanitárias
nacionais e de "incentivar a pirataria" ao comprar um medicamento para tratamento da Aids
de um laboratório indiano, sem que o produto tenha aprovação da Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária). A pasta nega infringir as regras e diz que a medida está de acordo
com a legislação vigente.
A compra foi feita por meio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), a partir de um
fundo usado para compra de produtos não fabricados no país ou que precisam ser adquiridos
de forma emergencial. O volume adquirido não foi informado.
O medicamento em questão é o darunavir, usado no tratamento da Aids. A crítica, que pode
abrir uma queda de braço entre indústria e governo, foi feita através de um anúncio
publicado na Folha nesta quarta-feira (16).
No texto, o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, diz que a compra fere o
Código Penal, que veda a oferta de remédios sem registro pelo órgão competente, e que ela
"põe em risco a indústria farmacêutica do país".
Ainda segundo Mussolini, a compra por meio da Opas ocorreu apenas "com o pretexto de
reduzir despesas", já que o mesmo medicamento é produzido no Brasil, afirma. No país, o
darunavir é produzido pela Janssen, que possui o registro do produto na Anvisa com o nome
Prezista.
A nota diz ainda que a medida "incentiva a pirataria", já que "o medicamento indiano
comprado via Opas não respeita a patente concedida em vários países e depositada no Brasil
ao laboratório farmacêutico que o desenvolveu".
Além do darunavir, o sindicato diz que o ministério comprou penicilina benzatina por
empresas não registradas no Brasil. O medicamento é usado para tratamento da sífilis, entre
outras infecções.
OUTRO LADO
Procurado, o Ministério da Saúde afirma que a compra obedece à legislação nacional.
Em nota, a pasta diz que o então ministro, Marcelo Castro, baseou-se em na lei 9.782, de
1999, para compra dos produtos, ocorrida em novembro de 2015 e março deste ano. A lei
afirma que a Anvisa "poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inseticidas,
medicamentos e outros insumos estratégicos quando adquiridos por intermédio de
organismos multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública pelo
Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas".
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Mussolini, do Sindusfarma, contesta e diz que essa medida, que dispensa o registro,
costumava ser utilizada apenas para compra de vacinas e medicamentos não disponíveis no
país.
Fonte: Folha de SP
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Desentortando o destino
Tratamentos para doenças raras devem fazer a indústria farmacêutica modificar seu
modelo de negócios
Ao sair do instituto de genética do Ospedale San Raffaele, em Milão, as pessoas ainda estão
nervosas. Passado algum tempo, muitas delas verão o dia em que seus filhos foram
submetidos ao tratamento de terapia gênica desenvolvido pelos geneticistas do hospital como
a bênção de um novo começo. Crianças que, em razão de um DNA defeituoso, antes estavam
condenadas a ter vida uma curta, marcada pelo sofrimento, agora podem levar uma vida
normal. Há não muito tempo, tratamentos capazes de curar doenças genéticas raras de
crianças ou adultos eram apenas um sonho. Agora estão prestes a se tornar uma realidade
comercial.
As terapias gênicas envolvem o implante de sequências saudáveis de DNA em células do
paciente, com frequência por meio da utilização de um vírus que teve seu potencial
patogênico neutralizado. Uma vez no interior da célula, o novo DNA produz a proteína que
antes faltava e o defeito é corrigido. EM 21 de julho, a Food and Drug Administration (FDA),
agência americana de vigilância sanitária, conferiu a chancela de “procedimento inovador”?
criada para acelerar a aprovação de novos tratamentos de doenças graves ? a duas terapias
gênicas.
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De acordo com o GSK, não faz sentido lançar um tratamento pelo qual ninguém pode pagar
Uma delas, desenvolvida conjuntamente pela gigante da indústria farmacêutica Pfizer e pela
empresa de biotecnologia Spark Therapeutics, destina-se ao tratamento da hemofilia B, uma
doença hemorrágica rara. A outra, criada pela AveXis, companhia especializada em terapia
gênica, é voltada aos pacientes que sofrem de atrofia muscular espinhal, um grave distúrbio
neuromuscular. O segmento já atrai o olho gordo dos investidores: simultaneamente ao
anúncio de que esses dois novos tratamentos teriam status prioritário no processo de
aprovação da FDA, a empresa de biotecnologia e terapia gênica Audentes captou US$ 75
milhões com uma IPO.
Em termos mundiais, são poucas as terapias gênicas que atualmente têm o selo de
aprovação das autoridades sanitárias. Mas, segundo analistas da Datamonitor Healthcare, o
número de terapias desse tipo em desenvolvimento dobrou desde 2012. A mais forte
candidata a receber aprovação integral nos EUA é a SPK-RPE65, da Spark Therapeutics, que
reverte a cegueira causada por disfunção retiniana hereditária.
A questão é que a maioria das doenças genéticas é extremamente rara. Considere-se o caso
da terapia Strimvelis, que o laboratório britânico GSK tem autorização para comercializar na
Europa. O tratamento, desenvolvido pelos pesquisadores do San Raffaele, cura a síndrome de
imunodeficiência combinada severa (ADA-SCID), que geralmente causa a morte no primeiro
ano de vida, uma vez que seus portadores são extremamente sensíveis a infecções. Em todo
o continente europeu, apenas 15 recém-nascidos (popularmente conhecidos como “crianças
da bolha”) por ano são diagnosticados com o problema. Será um desafio enorme criar
produtos financeiramente viáveis para mercados de proporções tão reduzidas.
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Preço. O GSK ainda não divulgou quanto pretende cobrar pela Strimbelis, mas o anúncio é
aguardado com interesse pelo setor farmacêutico. Martin Andrews, diretor de doenças raras
da empresa, diz que não faz sentido lançar no mercado um tratamento pelo qual ninguém
tenha condições de pagar. Por isso, seu preço deve ser o mais baixo possível.
Mas a companhia também precisa obter o retorno de seu investimento, observa o executivo.
Nosegmento, ninguém se esqueceu da sorte reservada ao Glybera, primeira terapia gênica a
ser comercializada na Europa. O tratamento cura uma disfunção genética que provoca
acúmulo perigoso de gordura no sistema sanguíneo. Lançado em 2012, ao preço de US$ 1
milhão, o produto foi adquirido uma única vez, entrando para os anais dos grandes desastres
comerciais da indústria farmacêutica.
Há quem diga que os custos do desenvolvimento de terapias caras como essas poderiam ser
amortizados ao longo de vários anos. Outra ideia é dividir entre as operadoras de planos de
saúde o risco de ter de pagar por elas. Segundo Andrew Chadwick-Jones, da consultoria
Oliver Wyman, a indústria farmacêutica seria beneficiada pela adoção de um modelo
“baseado em resultados”, capaz de demonstrar que, mesmo com preços elevados, certos
tratamentos teriam o potencial de reduzir os custos totais dos planos de saúde. As
operadoras veriam que, no longo prazo, é mais barato desembolsar somas consideráveis para
arcar com a cura proporcionada por terapias gênicas do continuar bancando o custo de
tratamentos tradicionais para doenças crônicas e incuráveis. Assim, concordariam em pagar
preços que garantiriam o lucro dos laboratórios.
Pressão. Andrews aposta que, com o passar do tempo, um número maior de pacientes
também estimulará os laboratórios a encontrar soluções mais criativas. O GSK, por exemplo,
enxerga na automação uma maneira de reduzir os custos dos tratamentos que envolvem
terapia gênica. Keith Thompson, CEO da Cell and Gene Therapy Catapult, uma aceleradora de
startups financiada pelo governo britânico, diz que no momento há uma “corrida mundial”
para ver quem consegue fazer isso melhor e mais rápido.
A entidade está investindo £ 55 milhões (US$ 73 milhões) na construção de um centro
industrial em Stevenage, cidade ao norte de Londres, para ajudar desenvolvedores
interessados na industrialização de terapias gênicas. Ainda levará anos para que esses
processos ganhem escala industrial, mas um novo capítulo na história da medicina, e talvez
do modelo da indústria farmacêutica, começou a ser escrito.
Fonte: Estadão
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Raia Drogasil abre centro de distribuição
A Raia Drogasil, maior rede de drogarias do País, inaugurou ontem seu oitavo centro de
distribuição (CD). O investimento no novo empreendimento foi de R$ 15 milhões.
O CD está localizado na cidade de Jaboatão dos Guararapes (PE), e, segundo o presidente da
companhia, Marcílio Pousada, será fundamental para os negócios da empresa no Nordeste,
com a distribuição de produtos para todas as 81 lojas. O centro deve auxiliar ainda na
expansão da rede por toda a região. "Escolhemos Pernambuco, pois dispõe de boas
facilidades de acesso a outras regiões importantes", explica o executivo, em nota.
O vice-presidente de Supply Chain da Raia Drogasil, Fernando Varela, complementa que o
novo centro vai facilitar os processos e garantir uma rápida reposição de todos os itens
vendidos nas unidades.
Fonte: DCI
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Pílula do câncer tem efeito reduzido
Um estudo encomendado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC) mostra que a fosfoetanolamina – mais conhecida como pílula do câncer – em doses
altas foi capaz de reduzir o tamanho de melanomas em camundongos. O desempenho obtido
pelo composto, no entanto, foi inferior ao apresentado pelo quimioterápico ciclosfosfamida,
existente no mercado.
Conduzido pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade
Federal do Ceará (NPDM/UFC), de Fortaleza, o trabalho observou a evolução do melanoma,
um tipo agressivo de câncer, em 50 camundongos. Cinco tratamentos distintos foram
dispensados para cada grupo de dez animais. O primeiro deles recebeu durante 16 dias doses
de fosfoetanolamina equivalentes às de 200 miligramas por quilo.
Outro grupo recebeu uma dosagem equivalente a 500 miligramas por quilo e o terceiro
grupo, com doses altas, de 1 mil miligramas por quilo. Ao fim do período, somente o terceiro
grupo apresentou uma redução da massa tumoral. Ela foi equivalente a 64%. O desempenho,
no entanto, foi inferior ao apresentado pelo grupo de animais submetido a um tratamento
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com quimioterápico. Para esse grupo, a redução foi de 93%.
Este é o oitavo estudo sobre o composto encomendado pela pasta com resultados
considerados pouco animadores – não haveria por que apostar na nova substância se outra
existente é mais eficiente. Há dois meses, integrantes do governo que acompanham o
resultado dos trabalhos chegaram a sugerir a interrupção das pesquisas, em virtude dos
resultados negativos obtidos. Questionado nesta quarta-feira, 17, o MCTIC informou que as
pesquisas devem continuar.
De acordo com a pasta, estão em curso pesquisas pré-clínicas e a previsão é de que ainda
neste semestre tenha início um estudo com voluntários saudáveis. O objetivo é avaliar a
segurança da fosfoetanolamina e o comportamento da droga no organismo humano.
Colaboração. Os projetos para avaliar a ação da fosfoetanolamina foram anunciados no ano
passado, numa iniciativa em colaboração com o Ministério da Saúde. A previsão era de que
fossem investidos R$ 10 milhões na iniciativa.
Além do relatório sobre a ação da fosfoetanolamina em camundongos, o MCTIC divulgou
resultados de estudos sobre a fosfoetanolamina feitos pelo Centro de Inovação e Ensaios PréClínicos (CIEnP), de Florianópolis. A pesquisa, no entanto, não tratava da eficácia da
substância.
A fosfoetanolamina era distribuída gratuitamente por uma laboratório do Instituto de Química
de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP). Há dois anos, o remédio parou de ser
entregue, depois de uma determinação da própria universidade para que produtos
experimentais não fossem distribuídos à população.
Diante da interrupção, um grupo de 26 deputados apresentou um projeto para liberar o uso
do produto, mesmo sem uma avaliação sobre sua eficácia e segurança. A tramitação foi
relâmpago. Ele foi aprovado na Câmara em 8 de março e, duas semanas depois, já havia
passado no Senado. O projeto define a fosfoetanolamina como produto de relevância pública
e autoriza a produção, importação, prescrição, posse ou uso da substância,
independentemente de registro sanitário.
O texto prevê tal prerrogativa até que estudos sobre a substância sejam concluídos. Mesmo
com parecer negativo do Ministério da Saúde, a presidente afastada, Dilma Rousseff, à época
apreensiva com os rumos do pedido de abertura de processo de impeachment, decidiu
sancionar a lei, liberando a substância.
Fonte: Estadão
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