A Loucura de Deus

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A Loucura de Deus
Sieger Köder
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Introdução
Assombro
Entrega
Abraço
Pedra Angular
Sem Palavras
Uníssono
Verdadeiro Ícone
Connosco
Consolo
Ámen!
De quem?
Face a Face
Holocausto
Seio Materno
Crisálida
Está vivo!
Plenitude
Iluminação
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eus
de
Há um tempo para celebrar...
(Algumas sugestões para o uso dos textos e dos pósteres)
80
S
ieger Köder
nasceu a 3 de Janeiro de 1925, em Wasseralfingen, Alemanha,
onde também completou os estudos liceais.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi alistado e enviado para a frente de combate,
em França, onde foi prisioneiro de guerra, em 1944-55. Depois da libertação, Köder
aprendeu gravura e a trabalhar a prata. Frequentou a Escola de Arte em Estugarda até
1951 e, seguidamente, como preparação para o ensino, estudou Filologia Inglesa, na Universidade de Tübingen.
Ao fim de 12 anos, a leccionar arte e a trabalhar como artista, Köder iniciou os seus estudos de Teologia, em ordem ao presbiterado, tendo sido ordenado, em 1971. De 1975
a 1995, como padre diocesano, esteve em Hohenberg e em Rosenberg. Posteriormente,
retirou-se para Ellwangen, perto de Estugarda, onde vive, actualmente.
Os seus anos de ministério, como pároco, são dos mais prolíficos na produção de
obras de arte inspiradas. Há uma perfeita sinergia entre o sacerdote Köder e o artista.
Utiliza as pinturas como Jesus usava as suas parábolas. «Revela» a profundidade da
mensagem cristã, através de metáforas, lançando luz e cor na história humana. Assim,
compreendemos porque é que a arte de Köder está fortemente carregada da experiência
do período nazi e dos tempos do Holocausto.
Os quadros de Köder são também ricos de discernimento teológico. Ele demonstra uma
certa reserva em representar a figura de Jesus que, a maior parte das vezes, está fora da
cena – no lugar do espectador – para transmitir a ideia de que Jesus está vivo, hoje, na
pessoa de quem vê a imagem.
Um dos seus temas recorrentes é o Arlequim. Sendo a contrapartida do robô moderno
– produto da racionalidade, da lógica, do planeamento e da precisão –, o Arlequim simboliza a loucura, a poesia, o atrevimento, a diversão… O Arlequim é um símbolo da arte e
do artista. Mais ainda, por detrás da sua fachada cómica existe a realidade de cada um
de nós. Na verdade, Sieger Köder afirma que «somos todos loucos». Poderá o Arlequim
representar também a loucura de Deus?
Köder molha o pincel na própria essência do Evangelho e dá uma forma colorida à vida
humana no seu todo. Assim, a sua arte é uma visão vibrante da profundidade, da extensão
do mistério de Cristo em cada um de nós.
Sentimo-nos privilegiados, por nos ter sido dada a oportunidade de reproduzir, nesta
obra e também em pósteres (ver p. 80ss), um conjunto importante, embora parcial, da
colecção dos quadros do Pe. Köder e de vo-los podermos oferecer para a meditação
pessoal ou em grupo. Apresentamo-los com a esperança de apoiar a procura e contemplação da Palavra de Deus.
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O que é tido como
loucura
de Deus
é mais sábio que os homens,
e o que é tido como
fraqueza
de Deus
é mais forte que os homens.
1Coríntios 1,25
N
N
ã o encontrámos melhor título que A LOUCURA DE DEUS para abarcar esta
notável colecção de trabalhos de Sieger Köder, baseada nos acontecimentos da
Paixão e Ressurreição de Jesus. O artista parece ter ficado, simultaneamente,
obcecado e fascinado por este paradoxo: o mistério de Cristo e o da Humanidade feitos um único mistério.
Ao meditarmos a vida de Cristo, somos desafiados pelo mistério da cruz e do amor
incondicional de Deus. É dif ícil aceitarmos o paradoxo da Cruz! Como pode Alguém, que
acabou numa cruz, ser o Filho de Deus? A nossa mente recusa-se a lidar com o que parece
ser uma contradição. Cristo é o paradoxo de Deus, e a sua cruz é um mistério para nós.
Paulo soube muito bem defini-lo: é escândalo e é loucura! Na realidade, tanto no tempo
de Jesus como no nosso tempo, para muitos, a Cruz pode ser uma pedra de tropeço.
Mas, para aqueles que têm fé, como diz Paulo, Cristo é a «força de Deus» e a «fraqueza
de Deus é mais forte que os homens». Esta é a lógica do amor. Talvez possamos abarcar
melhor este grande mistério, quando experimentamos o amor nas nossas vidas; nessa
altura, sabemos que estamos prontos para dar a nossa vida pela da pessoa que amamos.
Deus é infinitamente maior do que o nosso coração e Jesus mostra-nos a medida do seu
amor por nós.
Esperamos, sinceramente, que, tanto as imagens como as reflexões deste livro, nos
possam ajudar a todos a crescer na compreensão do quanto somos amados por Deus.
Possamos nós também recolher força e inspiração da loucura da Cruz.
Este livro propõe reflexões, orações e referências das Escrituras para facilitar a compreensão do simbolismo de cada uma das dezoito imagens. Na nossa cultura, saturada de
estímulos visuais, a obra de Sieger Köder constitui um meio muito valioso para a oração,
a liturgia e os encontros de grupo.
As dezoito imagens revelam o mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus,
desde a Transfiguração, quando começou a viagem para Jerusalém, até às aparições,
depois da Ressurreição. Da segunda e até à décima quinta, as imagens retratam as estações tradicionais da Via-Sacra.
Rina Risitano, fsp
Levanto os olhos
para os montes:
de onde me virá
o auxílio?
Salmo 121(120),1
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assombro
O corpo transfigurado e resplandecente,
Acolhido pelos videntes de outrora.
O Messias há tanto esperado
É agora revelado na plenitude
Do seu esplendor.
A aliança antiga
Fica selada pela nova.
Observando de baixo,
Do mundo dos mortais,
Os três discípulos são abençoados
Com uma visão do Céu.
No cimo da montanha,
A luz do mundo dos vivos
Repousa sobre os rostos absortos
E os olhos da alma vêem
Na sua brilhante intensidade
A aparição assombrosa.
Escutai-o!
O Filho do homem tem de sofrer
Para entrar na sua glória.
Não temais.
Vamos!
A morte é apenas uma passagem.
Agora, só podemos vê-lo
Como num espelho.
Então, vê-lo-emos
Como Ele realmente é.
Nós, transfigurados
À sua própria imagem
No esplendor da glória de Deus.
É tão bom estar aqui,
E contemplar em felicidade
O esplendor de Deus –
A glória do Filho amado.
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assombro
A
Transfiguração manifesta a profunda e maravilhosa realidade de que
somos co-herdeiros na glória dos filhos de Deus. A resplandecência
do Tabor projecta luz sobre a sombra do nosso mundo, carregado pela
realidade do sofrimento e da morte. Revela um impulso para algo mais
poderoso que o nosso desespero: para um sol sem ocaso.
Jesus disse-nos que veio para que pudéssemos ter alegria, uma alegria
superabundante. A visão do Tabor é uma experiência aberta a cada um de nós,
quando estamos em sintonia com o nosso ser mais íntimo: Deus. É um dom
gratuito, uma iluminação divina, um vislumbre do nosso verdadeiro destino.
Na montanha, perto de Deus, embora cansados da viagem da vida, Jesus
convida-nos a olhar para cima, para Ele, a vê-lo como o Senhor ressuscitado,
que tem poder sobre o sofrimento e a morte. Ele é o Senhor dos vivos.
temas e Escritura
Um Caminho para a Luz
Assombro
Mt 17,1-8; Mc 9,2-8; Lc 9,28-36; 2Pe 1,16-18
A hora da luz e das trevas
Jo 11,25-26; 12,20-36; Rm 8,18-30; 2Cor 3,1-4,5; Fl 3,20-21
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Rezemos…
Deus nosso Pai,
no teu filho Jesus
revelaste-nos
a maravilha da tua glória.
Fortalece a nossa fé
para que,
mesmo quando
formos
confrontados
com a dor e a morte,
o esplendor
da tua glória
possa brilhar em nós.
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