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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
SANTO ANTÔNIO
A MISERICÓRDIA em
| junho - 2016 | ANO LXIII • No 06 |
Sumário
Mensagem do Ministro Provincial
“Tempo forte de Sinais Pascais”............................................................................................. 287
Artigo
A Misericórdia nos Sermões de Santo Antônio ...................................................... 290
Poemas de Frei Walter Hugo de Almeida e Frei Carlos Nunes Corrêa.. 295
Mês intenso no Noviciado........................................................................................................ 296
Pastoral Universitária da FAE realiza ação social em escola de Curitiba.297
Encontro Ecumênico no Convento São Boaventura........................................... 298
Gaspar: A Misericórdia na espiritualidade franciscana........................................ 300
166ª festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar............................................................ 301
Posse na Paróquia de Forquilhinha.................................................................................... 302
Penha: Frei Paulo pede um mundo mais maternal.............................................. 303
Começa nova experiência para “Reviver o Dom da Vocação”....................... 306
Encontro do Regional Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí............... 307
Encontro do Regional do Vale do Paraíba.................................................................... 308
Primeiro encontro do Regional do Espírito Santo.................................................. 309
Formação e Estudos
Fraternidades
Evangelização
120 anos: O Bom Jesus que amamos.............................................................................. 310
Sefras: um novo “Chá do Padre”............................................................................................ 314
Centro do Idoso é reinaugurado......................................................................................... 316
Jovens realizam serviço voluntário no Sefras Migrante..................................... 319
Sefras Juventude inicia projeto em São Sebastião................................................ 319
Encontro de Guardiães: “Cultivo da qualidade
de vida e das relações fraternas”........................................................................................... 320
Definitório Provincial
Notícias do Definitório Provincial........................................................................................ 323
UclaF
Ministro Geral pede novos horizontes........................................................................... 328
Crônica
As caminhadas franciscanas da juventude................................................................. 332
Falecimentos
Frei Antônio Lopes Rodrigues................................................................................................ 334
Falece Frei Vitalino Turcato ....................................................................................................... 338
Agenda ......................................................................................................................................... 340
CAPA: Arte do Cartaz e Fôlder da Trezena e Festa de Santo Antônio do Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro
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Mensagem
Tempo forte de sinais pascais
Confrades, irmãs e irmãos,
O Senhor nos dê a paz e todo o bem!
N
este ano, no decorrer dos cinquenta dias do Tempo Pascal,
tive a graça de viver e celebrar
em distintos lugares o mistério da Ressurreição, e acolher em cada
encontro as provocações do Senhor
Ressuscitado que encoraja sua Igreja a
não ter medo: “Eis que estou convosco todos os dia até o fim do mundo”
(Mt 28,20). Esta presença misteriosa
de Cristo, o Senhor da vida, faz-se
vida na vitalidade das comunidades
cristãs e nos diferentes serviços dos
Irmãos Menores nas suas respectivas
Fraternidades, Províncias e Custódias, Conferências e Ordem.
1) Vila Velha, ES, 24 a 30 de março:
Meu peregrinar pascal começou
em Vila Velha, na celebração da
Vigília Pascal no Santuário do Divino Espírito Santo e na abertura e
participação dos quatro primeiros
dias do Oitavário da Festa de Nossa Senhora da Penha, com o tema
específico deste ano de 2016: “Mãe
e Porta da Misericórdia”. Os aleluias pascais, entoados pela Igreja
Capixaba, chegavam ao coração de
Deus nos clamores dirigidos à Mãe
da Alegria: “Rogai por nós, rogai
por nós”.
2) Porto Alegre, RS, 04 a 08 de abril:
Depois, na sequência cronológica,
a leitura pascal se deu na Sede da
Província São Francisco de Assis,
em Porto Alegre, no encontro dos
Irmãos Ministros e Custódios da
Conferência dos Frades Menores
do Brasil (CFMB). Também nós,
Ministros e Custódios, comungamos na partilha fraterna os sinais
de cruz (paixão) e de luz (páscoa)
na vida das nossas Entidades. Os temas dos serviços da formação e da
evangelização na CFMB
estavam no centro da
nossa partilha: como revitalizar e redimensionar
estes serviços na nossa
Conferência? A resposta
devemos dar na próxima
Assembleia ampliada da
CFMB, em Rondinha,
Campo Largo, de 19 a 23
de setembro deste ano.
Sobre a nossa mesa pascal estavam outros assuntos como: a missão
da Ordem na Amazônia
e a nossa missão mantida
pela CFMB em Roraima;
ocupamo-nos da nossa
missão de ministros e servos, particularmente no
serviço do cuidado dos
irmãos. Também visibilizamos nosso sonho de
uma Igreja pascal em saída, concelebrando a Eucaristia no bairro Lomba
do Pinheiro, na periferia
de Porto Alegre.
3) Rondinha, PR, 12 e 13 de abril: Já
na semana seguinte, em Rondinha,
Campo Largo, PR, a profissão de
amor e de fé na vida do Ressuscitado deu-se no encontro e na partilha
dos Conselhos dos Secretariados
da Evangelização e da Formação e
os Estudos da nossa Província. O
Capítulo Provincial enviou-nos em
missão com um “Plano de Evangelização”. Assim, reunidos como
irmãos, evangelização e formação
foram provocando a uma nova leitura do nosso Plano de Evangelização e sua respectiva dinamização
na vida provincial. Os confrades
constataram que o projeto é bonito e merece ser abraçado por cada
irmão, na sua respectiva fraternidade: a permanente formação deve
apaixonar-nos cada vez mais na
missão evangelizadora que recebemos do Ressuscitado: “Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos”
(Mt 28,19).
4) Bolívia, 24 a 30 de abril: Prosseguindo o caminho, outra belíssima
experiência e leitura do mistério
pascal ocorreu na XXIV Assembleia da União das Conferências
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
287
Mensagem
Latino-americanas dos Frades
Menores (UCLAF), em Santa
Cruz de la Sierra, na Bolívia. Retomando o lema do Capítulo Geral,
“Rumo às periferias com a Alegria
do Evangelho”, os Ministros Provinciais e Custódios da América
Latina e do Caribe, em comunhão
com toda a Ordem representada
pelas presenças do Ministro Geral,
dos dois Definidores Gerais e do
Secretário Geral para a Missão e
Evangelização, sentimo-nos acolhidos como irmãos na ‘ceia pascal’
5) São Paulo, 02 de maio: Eu não poderia deixar de fazer a leitura pascal
por ocasião da reabertura e bênção
do Salão São Francisco, na Rua Riachuelo, 268, espaço popularmente
conhecido como “Chá do Padre”.
Páscoa aqui se chama acolhimento
digno aos seres humanos que vivem
em situação de rua, de solidariedade com os que vivem nas periferias
por vários anos abrigou o Centro
Franciscano de Luta contra a Aids.
O prédio foi reformado e adequado como um espaço para pessoas
idosas (Sefras Idoso). Para a bênção fiz questão de tomar o texto do
Evangelho do dia (Mc 9, 30-37),
que fala da grandeza do servir. Ser
“o maior” significa servir. Servir é
acolher e cuidar. Acolher e cuidar é
amar. Portanto, também os idosos,
como as crianças, estão colocadas
no meio de nós para serem abraçadas, amadas e cuidadas.
oferecida pela Província Missionária de Santo Antônio da Bolívia e
Conferência Bolivariana. ‘Pão e
peixes’ foram multiplicados nas
orações litúrgicas, nos relatórios
das quatro Conferências que compõem a UCLAF (Cone Sul, Brasileira, Bolivariana e Guadalupana),
nas reflexões em grupos e nos diversos momentos de convivência
fraterna. As palavras de formação,
encorajamento e animação vieram
do Ministro Geral, Frei Michael
A. Perry, e Definidores Gerais. Os
desafios abraçados estão sintetizados no texto da mensagem final da
UCLAF. Aproveito esta carta para
existenciais de um grande centro
urbano e possibilidade de debates
por políticas sociais justas. Visibilidades de pães e peixes que ainda
se fazem presentes no trabalho da
Defensoria Pública da União e,
principalmente, nos almoços (300)
e chás da tarde (cerca de 350) que
ali são oferecidos, em parceria com
a Prefeitura de São Paulo. Estes são,
a meu ver, alguns dos “sinais novos
que acompanham” (Mc 16,17) os
discípulos do Senhor ressuscitado.
Um segundo “sinal” visível aconteceu na manhã do dia 17 de maio,
com reinauguração da antiga Casa
de Clara, no bairro do Belém, que
6) Agudos SP, 03 a 06 de maio: Prosseguindo o caminho pascal, agora
no Seminário Santo Antônio de
Agudos, mais uma vez o Ressuscitado se fez presente no belíssimo
encontro formativo do Definitório
com os Guardiães e Coordenadores das Fraternidades da nossa
Província. Como? Incitando-nos,
como outrora aos seus discípulos, ao mistério mais profundo do
amor: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o
amará e viremos a ele e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23).
Todos nós, no Capítulo Provincial,
aprovamos nosso Plano de Evange-
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[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
transmitir as saudações e a bênção
do Ministro Geral a cada irmão da
Província.
Mensagem
lização. Também elegemos
três prioridades, das quais
a primeira é: “Aprimorar
o cultivo da qualidade de
vida pessoal e fraterna”. Na
nossa vida fraterna, o mistério do amor começa pelo
“cuidado” com uma qualidade de vida que nos identifica como irmãos e menores no mundo de hoje.
Qualidade de vida que,
segundo o Papa Francisco, nos dá uma autoridade junto ao povo de Deus.
Autoridade que “procede
da minoridade, da fraternidade, da mansidão, da
humildade e da pobreza.
Por favor, conservai-a!
Não a percais!” - exortou o
Papa. Todos nós, ministro,
vigário, definidores, guardiães e coordenadores,
fomos eleitos para esta missão do
cuidado dos “irmãos que o Senhor
nos deu” (Test. 14) para que, como
fraternidade local e provincial, a
nossa missão evangelizadora brilhe como sinal de esperança e de
profecia aos homens e mulheres do
nosso tempo.
7) Curitiba, 10 e 11 de maio: E na
última semana do tempo pascal, já
na Semana da Unidade dos Cristãos, a experiência pascal também
foi significativa na celebração dos
120 anos o Colégio Bom Jesus,
com este slogan: “Tradição feita de
futuro”. O Colégio Bom Jesus nos
remete às origens da nossa presença franciscana em Curitiba. Aliás,
não diferente da nossa presença
em Lages, Blumenau, Rodeio e
Petrópolis. Foram três as preocupações evangelizadoras na origem
da restauração da nossa Província
a partir de 1891: atenção aos imigrantes, comunicação (jornais) e
nhor e de Pentecostes. Nós,
na nossa mesa fraternal do
pão de cada dia, buscamos
na Palavra do Senhor, nos
Escritos de São Francisco,
nos documentos da Ordem
e do Capítulo Provincial a
iluminação do Senhor nesta
tarefa. Tempo muito rico de
comunhão e discernimento!
Oxalá o nosso Projeto Fraterno de Vida e Missão possa chegar à feliz conclusão
nestas palavras do livro dos
Atos dos Apóstolos: “Porque
decidimos, o Espírito Santo
e nós” (At 15,28) aquilo que
o Senhor sonha conosco na
nossa missão evangelizadora aqui na Vila Clementino.
educação (escolas). Será enviado
às nossas Fraternidades um livro
comemorativo dos 120 anos do
Colégio. O anúncio pascal “ide e
ensinai” abrange todas as dimensões da vida. O nosso “ensino”
franciscano é o anúncio do Reino
e a sua justiça que vai ao encontro
de todos os valores da vida: a fé, a
ciência, a cultura e toda a criação
na ótica da Encíclica “Laudato Sí”.
8) São Paulo, Fraternidade da Imaculada: Finalmente, neste Tempo
Pascal, também na minha Fraternidade da Imaculada Conceição,
na qual fui mais hóspede por força do ofício, sobrou um tempinho
precioso para sentir a presença do
Ressuscitado na nossa vida e missão. A nossa Fraternidade iniciou
o sagrado empreendimento da
elaboração do Projeto Fraterno
de Vida e Missão. Já nos reunimos
quatro vezes. As duas primeiras se
deram no clima da Ascensão do Se-
9. Santo Antônio, rogai por
nós! Finalizo minha mensagem, saudando todas as
nossas Fraternidades que nos próximos dias estarão empenhadas na
celebração da Festa de Santo Antônio. Uma saudação particular às
fraternidades e comunidades que
têm Santo Antônio como padroeiro: Bauru, Blumenau, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo – Pari
e Quibala (Angola). Que Santo
Antônio, a quem São Francisco
chamou de “meu bispo” por causa do ardor e sabedoria com que
pregava a Sagrada Escritura, nos
ajude a sermos bons Irmãos Menores, aquecidos interiormente na
oração e na meditação da Palavra,
homens encantados pela missão,
evangelizando como fraternidade e
com gestos e palavras que “contêm
espírito e vida”.
Que o Senhor nos abençoe e nos
guarde no seu amor!
Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM
Ministro Provincial
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
289
Xx
A MISERICÓRDIA NOS SERMÕES
DE
290
SANTO ANTÔNIO
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
Artigo
Tema sempre presente
O tema da misericórdia está muito presente nos Sermões de Santo Antônio. Tanto a misericórdia de Deus
para com as criaturas, quanto a misericórdia do homem para com seus semelhantes. De modo acentuado, a misericórdia de Jesus Salvador e de sua
santa Mãe Maria, a rainha da misericórdia. Tanto a misericórdia no singular, como virtude necessária, quanto
as misericórdias no plural, visíveis nas
boas ações de ajuda, especialmente
nas chamadas ‘obras de misericórdia’. Tanto a misericórdia como fonte
de outras boas qualidades, quanto
misericórdia como consequência de
atitudes fortes como o perdão, a compaixão e a obrigatoriedade de reparar
maldades cometidas.
Que é misericórdia?
Ao menos duas vezes Santo Antônio define o que seja a misericórdia. No sermão do
quarto domingo depois
de Pentecostes, escreve:
“Misericordioso é aquele que tem compaixão
da miséria alheia”. Santo
Antônio usa propositadamente a palavra ‘miséria’ em contraposição à
‘misericórdia’, coisa que
já fizera Santo Agostinho, seu mestre, no livro
A Cidade de Deus, 9, 5:
“O campo da misericórdia é tão grande quanto
o da miséria humana;
por isso a misericórdia
é a compaixão pela miséria alheia”. Nas Confissões, várias vezes, Santo
Agostinho aproxima as
duas palavras. No sermão para o 16º domingo
depois de Pentecostes,
Santo Antônio cunha
esta belíssima frase: “Ó Senhor, se me
retiras a tua misericórdia, caio na miséria eterna”.
A segunda vez que Santo Antônio
define a misericórdia encontro-a no
sermão para o 22º domingo depois de
Pentecostes. Santo Antônio comenta a
parábola do devedor cruel (Mt 18,2130), contada por Jesus, quando Pedro
lhe perguntou quantas vezes deveria
perdoar ao irmão pecador. Vamos ao
texto: “A misericórdia do Senhor purifica a alma dos vícios, enche-a da riqueza dos carismas, cumula-a com as
delícias celestiais. A primeira mortifica o coração contrito. A segunda suaviza-o para o amor. A terceira com a
esperança dos bens supernos, inunda
o coração com uma espécie de celes-
te orvalho. E isto é óbvio pela tríplice
interpretação da palavra misericórdia.
De fato, misericórdia quer dizer o que
dá o coração miserável e isto convém
à primeira misericórdia. Igualmente
misericórdia significa aquele que depõe o rigor do coração e isto convém
à segunda. Em terceiro lugar, misericórdia traduz-se por uma espécie de
suavidade admirável que inunda o coração e isto convém à terceira. Compadecido, logo, com a tríplice misericórdia daquele servo, deixou-o ir livre
e perdoou-lhe a dívida”.
O latim medieval de Santo Antônio não é fácil de traduzir. Além do
mais, suas palavras muitas vezes têm
sentido subliminar. Vou tentar dizer
o texto acima com palavras minhas:
Jesus se compadeceu do
empregado, perdooulhe a dívida e deixou-o
ir em paz. Jesus agiu
assim, porque era Deus
misericordioso. A misericórdia de Deus age de
três maneiras: purifica
o coração arrependido,
enriquece-o com o amor
e o enche de alegria, refazendo nele a esperança
dos bens eternos. O vício torna o coração miserável. A misericórdia
o limpa. A misericórdia
leva Deus a não ser rigoroso, mas benigno. A
misericórdia leva Deus a
ser suave com o pecador.
A suavidade, a generosidade e o perdão fazem
parte integrante da misericórdia.
O Pai das
Misericórdias
Recolho primeiro
alguns textos de Santo
Antônio, que falam diretamente da misericórdia
[coMUNICAÇÕES]
291
Artigo
de Deus Pai, ou seja, daquele Deus de
quem Paulo na carta aos Efésios disse “ser rico em misericórdia, porque
muito nos amou e nos deu a vida em
Cristo” (Ef 2,4). Para Santo Antônio,
a misericórdia de Deus é sem limites.
Lembra esta verdade no sermão do
3º domingo da Quaresma: “A misericórdia de Deus é maior do que toda a
malícia do pecador”. “E porque a misericórdia de Deus não tem medida,
ele ouvirá a tua oração”.
Longamente fala Antônio da misericórdia divina no sermão do 16º
domingo depois de Pentecostes, comentando a ressurreição do jovem
de Naim e sua restituição à mãe
viúva. Ele vê no jovem morto
a figura de toda a humanidade, morta porque estava
no pecado e não tinha a
vida em plenitude de
Jesus Cristo: “Na restituição do pecador
convertido à sua mãe
(a Jerusalém celeste)
há a profundidade da
misericórdia divina. Ó
profundidade da divina clemência, longe da
compreensão da inteligência humana, porque não tem
conta a sua misericórdia. Tendo
Deus disposto, como se diz no livro
da Sabedoria (11,21), todas as coisas
com medida, conta e peso, não quis
incluir nestas leis com estes limites a
sua misericórdia, antes, ela é que os
inclui e os circunda. Por toda a parte
está a sua misericórdia, mesmo no inferno, porque não pune tanto quanto
exige a culpa do delinquente. Da misericórdia do Senhor, diz o salmista
(119,64), está cheia toda a terra, e todos nós, miseráveis, recebemos de sua
plenitude. Pela misericórdia de Deus,
sou aquilo que sou (1Cor 15,10). Sem
ela, nada sou. Ó Senhor, se me retiras
a tua misericórdia, caio na miséria
eterna. A tua misericórdia é a colu-
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[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
na do céu e da terra. Se a retirares,
tudo cairá. Mas as tuas misericórdias
são muitas, na frase de Jeremias (Lm
3,22), porque não fomos destruídos.
Muitas, na verdade! Quantas vezes
pecamos mortalmente, de fato, pela
alma ou pelo corpo, e não fomos imediatamente sufocados pelo demônio.
Tantas vezes devemos atribuir à infinita misericórdia do Senhor o ainda
vivermos! É que ele espera a nossa
conversão, e por isso não permite sermos sufocados pelo demônio. Logo,
por tantas misericórdias devemos dar
graças ao Pai misericordioso; quantas
vezes pecamos e não fomos eliminados! Ó miseráveis, porque somos ingratos perante tamanha misericórdia?
Deu-lhes tempo de penitência, diz Jó
(24,23), e a criatura abusa disto para
se ensoberbecer. E entesoura para si
ira para o dia da ira. Compadece-te,
pois, da tua alma, porque as misericórdias do Senhor são antigas. Ele não
se esquece de ter compaixão de quem
se considera digno de compaixão”.
No sermão para o 14º domingo
depois de Pentecostes, acentua muito
a infinita misericórdia de Deus, que se
manifesta em todas as circunstâncias:
“O justo, se for cortado pelo machado
do pecado mortal, não deve desesperar da misericórdia de Deus, que é
maior que a sua miséria, mas ter esperança, porque tornará a reverdecer
pela penitência”.
Jesus, encarnação
da Misericórdia
Para Santo Antônio a misericórdia do Pai se manifesta, sobretudo,
na encarnação e na paixão de Jesus:
“A misericórdia, isto é, a Encarnação e a Paixão, devemos tê-la
diante dos olhos do nosso
entendimento”, escreveu no
sermão do 16º domingo
depois de Pentecostes.
Jesus é a encarnação da
misericórdia divina
na Anunciação, misericórdia que extrapola todos os limites no
Calvário e na manhã
de Páscoa e se derrama sobre nós, abrindo-nos as portas do céu.
Santo Antônio fala da
misericórdia de Jesus particularmente na ressurreição do
jovem de Naim (Lc 7,11-17), na
ressurreição da filha de Jairo e na mesma página a cura da hemorroíssa (Lc
8,40-56), nas parábolas do bom samaritano (Lc 10,30-37), do filho pródigo
(Lc 15,11-32), do devedor perdoado
(Mt 18,21-27) e da mulher Cananeia,
que lhe pediu pela filha possessa (Mt
15,21-28). Observe-se que são quase
todos comentários a páginas de Lucas, o evangelista da misericórdia.
Santo Antônio vê na figura do samaritano a pessoa de Jesus: “O samaritano é o Senhor, feito homem por
nós. Empreendeu a viagem da vida
terrena e veio até junto do machucado, veio feito semelhante ao homem
Artigo
e reconhecido na condição
de homem, aproximou-se
e se compadeceu de nós, e
nos concedeu a sua misericórdia (Sermão para o 13º
domingo depois de Pentecostes). Pouco depois, no
mesmo sermão, lembrando-se do corpo místico
que formamos com Cristo
(1Cor 12,27), escreve: “Vemos que o estrangeiro de
Jerusalém, para quem a
misericórdia era obrigatória, foi mais próximo que o
sacerdote ou o levita, ainda que tivessem o mesmo
sangue. Ninguém nos é
mais vizinho do que aquele que nos curou as feridas,
porque faz uma só cabeça
com os membros”.
Na explicação do evangelho que fala da ressurreição da filha
de Jairo (24º domingo depois de Pentecostes), Santo Antônio se detém sobre o momento em que Jesus a pega
pela mão: “Tomou-a pela mão. Jesus
toma a nossa mão na sua quando, por
sua misericórdia, nos dá o querer, o
conhecer e o poder. A mão desta misericórdia reconstrói a pessoa quando
dá o conhecer e o querer; acaba-a,
quando dá o poder”. Ou seja, Jesus não
faz as coisas pela metade. Refaz nossa
inteligência e a nossa vontade, para
que possamos compreender o bem e
segui-lo, porque a pessoa viva normal
precisa da inteligência e da vontade.
Mais, no mesmo sermão, acrescenta:
“Com a mão da misericórdia livranos do poder das trevas e transferenos para o reino de seu amor”.
No segundo sermão para o segundo domingo da Quaresma, Santo
Antônio demora-se em analisar por
que Jesus se calava diante do pedido
insistente da mulher pagã, nas proximidades de Tiro e Sidônia: “Jesus não
respondeu palavra à Cananeia. Ó ar-
cano do divino conselho! Ó profundo
e imperscrutável mistério da eterna
sabedoria! O Verbo, que no princípio
existia junto do Pai, por meio do qual
tudo foi feito, não responde à mulher
Cananeia, à alma penitente, uma palavra! O Verbo, que torna soltas as línguas das crianças, que dá a boca e a
sabedoria, não responde uma palavra!
Ó verbo do Pai, criador e conservador
de tudo, providência e sustento de
quanto existe, responde-me ao menos
uma palavra para mim, mulher infeliz, a mim, penitente! E provo, com a
autoridade do teu profeta Isaías, que
deves responder. De fato, o Pai, a teu
respeito, promete aos pecadores, dizendo em Isaías (55,11): A palavra
que sair de minha boca não tornará
para mim vazia, mas fará tudo quanto eu tenha querido, e surtirá os seus
efeitos naquelas coisas para as quais
eu a enviei. E que quis o Pai? Certamente que recebesses o penitente, lhe
respondesses uma palavra de misericórdia. Acaso não disse: O meu alimento é fazer a vontade daquele que
me enviou? Filho de Davi,
tem, portanto, piedade
de mim! Responde uma
palavra, ó Verbo do Pai!
Igualmente provo com a
autoridade do teu profeta
Zacarias que deves ter piedade e responder. Assim
de ti ele profetizou (13,1):
Naquele dia haverá para
a casa de Davi uma fonte
aberta, para lavar as manchas do pecador. Ó fonte
de piedade e de misericórdia, que nasceste de terra
bendita da Virgem Maria,
que foi da casa e família de
Davi, lava as manchas do
pecador! Por que é que o
Verbo não responde uma
palavra? Certamente para
excitar o ânimo do penitente a maior arrependimento e estímulo de dor maior. Por
isso, dele fala a esposa nos Cânticos
(5,6): Procurei-o e não o encontrei.
Chamei por ele e não me respondeu”.
Misericordiosos como o Pai
Muitas vezes Santo Antônio liga
a misericórdia de Deus ao arrependimento, à dor de ter pecado. No sermão acima chega a dizer que Deus
demora em manifestar misericórdia,
para que o pecador tenha tempo de se
arrepender. O pecador tem, portanto,
parte ativa, no recebimento da misericórdia. No sermão para o 22º domingo depois de Pentecostes, observa a
respeito do penitente: “O peso da dor,
a capacidade de amar, o comprimento
da esperança, a humildade do coração
chamam a misericórdia”.
Santo Antônio não só falou muito
da misericórdia de Deus Pai, não só
mostrou que toda a pregação de Jesus
está baseada na misericórdia, mas
lembrou insistentemente que devemos ser misericordiosos como o Pai;
que a vida do cristão é uma vida tranjunho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
293
Artigo
çada de obras e de pensamentos misericordiosos.
E até chegou a dizer que
a misericórdia de Deus
pode estar condicionada à
misericórdia que temos e
fazemos, como Jesus condicionou o perdão de Deus
ao perdão que nós dermos.
Assim escreve no 23º domingo depois de Pentecostes: “Quem é misericordioso para com os outros terá
para ele a misericórdia de
Deus”. No sermão para o
16º domingo depois de
Pentecostes, Santo Antônio pede ao povo de nunca
esquecer a misericórdia de
Deus: “Como o rei Davi,
deverás ter sempre a misericórdia
diante dos teus olhos”. No sermão
para a Páscoa, comenta a sarça ardente. Primeiro, diz que o nome ‘Moisés’
significa ‘varão da misericórdia’. Depois, observa que a chama sai do meio
de uma sarça e comenta: a sarça é o
pobre, coberto de espinhos, atribulado, faminto, nu e aflito. E acrescenta:
“Que estes espinhos punjam teu coração, para que tenhas misericórdia do
necessitado”.
Maria, mãe de Misericórdia
Ainda uma palavra sobre Maria,
mãe e rainha da misericórdia. Santo
Antônio fala de Maria e se mostra
teólogo mariano em ao menos 16 sermões. Assim, escreve no segundo sermão para o terceiro domingo da Quaresma: “Pecador, refugia-te em Maria.
Ela é a cidade do refúgio. Como outrora, o Senhor separou cidades de refúgio para os que tivessem cometido
crimes involuntários (Nm 35,11-14),
assim agora a misericórdia do Senhor
deu refúgio de misericórdia ao nome
de Maria até para os homicidas voluntários”. E afirma no sermão para a
294
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
festa da Purificação: “Maria é chamada mãe de misericórdia. É misericordiosa para os miseráveis, é esperança
para os desesperados”.
No sermão para a festa da Assunção, falando das razões de Deus para
levá-la em corpo e alma ao céu, exclama: “Ó inestimável dignidade de
Maria! Ó inenarrável sublimidade da
graça! Ó inescrutável profundidade
da misericórdia! Nunca tanta graça
nem tanta misericórdia foram nem
podem ser concedidas a um anjo ou
a um homem, como a Maria Virgem
Santíssima, que Deus Pai quis fosse
mãe de seu próprio Filho, igual a si,
gerado antes de todos os séculos”.
Orações para
pedir Misericórdia
Muitos outros textos de Santo Antônio sobre a misericórdia podiam
ser citados. Alguns baseariam uma
conferência inteira, como a relação
entre misericórdia e confiança, misericórdia e penitência, misericórdia e
julgamento. Não resisto transcrever
três orações do Santo, tiradas de três
sermões diferentes. A primeira é do
domingo da Quinquagésima: “Sê para mim
um Deus protetor, reza
o Salmo (31,3-4). Com
teus braços estendidos
na cruz, protege-me e
defende-me, como a galinha protege e defende
os pintinhos debaixo das
asas. No teu lado, traspassado pela lança, encontre
eu lugar de refúgio, onde
possa esconder-me dos
inimigos. Se eu cair, possa
eu me abrigar junto de ti
e não de outrem. Sê para
mim, que sou cego, um
guia: dá-me a tua mão
misericordiosa e alimenta-me com o leite da tua
graça”.
Busco a segunda no sermão para
o 3º domingo depois de Pentecostes:
“Senhor, olha para mim e tem compaixão de mim, porque me vejo só e
pobre. Olha para o meu abatimento
e para o meu trabalho e perdoa todos
os meus pecados. Olha para mim com
olhar da misericórdia, tu que olhaste
para Pedro. Tem compaixão de mim!
Perdoa-me os pecados! Acompanhame, porque me sinto sozinho! Vejome pobre e vazio, vem encher o meu
vazio”.
Tomo a terceira do sermão para
o 4º domingo depois de Pentecostes:
“Para podermos chegar à glória eterna, roguemos ao Senhor Jesus Cristo,
Pai misericordioso, que nos infunda a
sua misericórdia, a fim de termos misericórdia para conosco e para com os
outros. E não julguemos nem condenemos ninguém. Perdoemos aos que
pecam contra nós e demos a todos os
que nos pedem o que temos e o que
somos. Isto se digne conceder-nos
aquele que é bendito e glorioso pelos
séculos dos séculos. Assim seja!”.
Frei Clarêncio Neotti
Antônio, Mestre da Palavra santa,
Vigor, ternura, na mensagem um dia;
E do Evangelho foi trombeta e encanta
Inda hoje a nós, a sua sabedoria.
Santo do Povo desse mundo inteiro,
Mais popular está para existir!
Intercessor, resolve, sim, ligeiro,
O que pedimos a ele a insistir.
Antônio, nosso Santo padroeiro,
Íntimo amigo que dá jeito em tudo,
Vê essa “encalhada” – Casamenteiro!
Algo perdido sempre aí afora,
Também valores que, então, nós perdemos...
Antônio, ajuda, em nossa vida agora!
Frei Walter Hugo de Almeida
GLORIOSO SANTO ANTÔNIO
Ó meu glorioso Santo Antônio,
Pregador que a todos encantas,
Chamas a Igreja, família de Deus,
Em missão anunciar a Palavra santa
Com o teu exemplo de vida
Conduzes todos pra Cristo Senhor,
Glorioso taumaturgo e mestre
Ensinando-nos o caminho do amor
Neste tempo de divina misericórdia,
A mesma que viveste em tua vida,
Conclamas a Igreja à conversão,
Graça divina a nós oferecida
Uma vida que jamais se cansou
De anunciar o caminho da paz
Aos pobres foste o despenseiro,
E a coisa perdida nos trazes
Eis que chama a todos os povos
Em torno ao divino Sacramento
O pão abençoado a todos
Aos namorados o casamento
Hoje todos louvamos ao bom Deus
Festejemos o grande Pregoeiro
Neste mês de festa e alegria
Antônio, nosso santo brasileiro
Frei Carlos L. Nunes Corrêa
Formação e Estudos
MÊS INTENSO NO NOVICIADO
O
nosso noviciado está vivendo um
mês muito intenso e profundo.
No dia 1º de maio, às 18 horas,
tivemos a celebração da Coroação de
Nossa Senhora, presidida por Frei Pedro da Silva, e que em poucas palavras
disse que Maria é aquela que, por graça, deu o seu sim a Deus e assim nasceu
o Nosso Salvador: Jesus Cristo. Ainda
dizia: ‘Tudo por Jesus nada sem Maria’.
Com essas palavras, Frei Pedro
abriu o mês de maio e, seguindo a tradição do Noviciado, os noviços, junto
com o celebrante, deram início ao canto das Ladainhas de Nossa Senhora,
com a participação ativa do povo de
Deus. Para os noviços e também para
os frades, está sendo um período de
entrega total ao projeto Deus e, possuindo o Santo Espírito do Senhor e o
seu santo modo de operar, possamos
assim dar testemunho da palavra de
Cristo e de sua santíssima Mãe Maria.
O outro fato marcante deste mês
aconteceu na vigília de Pentecostes,
quando se celebrou a missa de Ação
de Graças de Dom José Jovêncio Balestieri, SDB, pelos 25 anos de vida
episcopal. A celebração realizou-se na
Catedral de Rio do Sul, SC, às 19 horas do dia 14 de maio. O Noviciado foi
representado por Frei Rafael Spricigo e
os noviços Frei Odilon Voss, Frei Pedro Isaías Luísa Vitangui, Domingos
Kakanda Soma e Frei Simão Cassua
Horácio.
Breve entrevista com Dom José
Dom José, em que ano o senhor foi
ordenado bispo?
R: Eu fui ordenado bispo no dia
19 de maio de 1991, em Guaramirim/
SC. E daqui a dois anos completarei 50
anos de vida sacerdotal.
Dom José, agora que o sr. está
celebrando o seu jubileu de prata
episcopal, como se sente?
R: Faço as palavras de Nossa Senhora as minhas: “O Senhor fez em
mim maravilhas, Santo é o seu nome”.
Senão fosse nosso Deus, que sempre
caminha à nossa frente, nós não seríamos nada, por isso só me resta agradecer a Deus pelos 25 anos de vida
episcopal. Sinto-me muito agradecido.
Dom José, o sr. busca a força para
fomentar a sua vocação?
R: Na eucaristia e no serviço aos
mais necessitados tenho dois alimentos fundamentais que fortalecem a
minha fé e minha ação evangelizadora
sócio-transformadora. Ou seja, a cruz
vertical (fé) e horizontal (braço social
da Igreja).
Dom José, visto que estamos celebrando Pentecostes no mesmo dia
em que o sr. celebra 25 anos de vida
episcopal, quais são as palavras que
nos deixa?
R: Pentecostes para mim é dia de
envio. É aquela missão que Cristo recebeu do Pai e agora está em nossas
mãos. E não estamos sozinhos porque
Ele derramou efusivamente sobre cada
296
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
um de nós o seu Espírito Santo. Portanto, não posso dizer que sou evangelizador, mas é o Espírito Santo que é o
verdadeiro evangelizador. É ele que vai
sempre à nossa frente para preparar o
caminho, e nós, quando chegamos,
encontramos o terreno já preparado.
Apenas anunciamos.
Dom José, visto que nós, os noviços,
estamos iniciando a Vida Religiosa,
qual é o conselho que o sr. nos dá?
R: Começo dizendo as palavras de
nosso Papa Francisco: “Jesus não precisa de cristãos e religiosos de vitrine e
manequins, mas missionários e evangelizadores”. Cristãos, padres e religiosos que realmente evangelizem, evangelizem com ousadia, sem medo de
errar. Nós podemos errar, podemos até
ficar enlameados, mas o importante é
que falemos de Cristo e anunciemos a
pessoa de Cristo em todos os recantos.
Significa vestir a camisa de Jesus Cristo. É o que lhes recomendo. Paz e bem!
Frei Pedro Isaias Luisa Vitangui
Formação e Estudos
Xx
PASTORAL UNIVERSITÁRIA REALIZA
AÇÃO SOCIAL EM ESCOLA DE CURITIBA
N
a tarde do dia 6 de maio, mais
uma vez, os envolvidos com a
Pastoral Universitária da FAE
Centro Acadêmico foram além
das catracas da instituição com um propósito: fazer o bem! Por isso, aproximadamente 40 pessoas - alunos, colaboradores e frades estudantes - puderam
vivenciar momentos fortes de encontro
consigo mesmo e com o próximo.
Entretanto, nesta saída para uma
ação social, antes de os jovens estudantes irem para o destino onde colocariam “mãos à obra”, houve uma
surpresa: uma parada no Jardim Botânico de Curitiba! Antes de partir para
o “fazer”, cada aluno foi convidado
a reforçar em si a sua motivação em
sair de seus afazeres para encontrar-se com a realidade do outro. Em um
momento de silêncio, aproveitando
a beleza do lugar, cada jovem fez um
break. Nada de fotos, nada de conversas: um momento de recordação da
própria vida! Depois, em pequenos
grupos, os envolvidos com a atividade partilharam e conheceram mais os
colegas de trabalho, percebendo que
todos estavam unidos pelo desejo sincero de fazer o bem!
Assim, a chegada na Escola Municipal Coronel João Cândido de
Oliveira foi um momento de alegria.
A expectativa de encontrar as crianças que estudam nesta instituição,
e perceber que mesmo em meio às
dificuldades estruturais, professores
e funcionários fazem o que podem e
o que não podem para garantir uma
educação de qualidade, fazem esta
experiência ser rica de significado.
O trabalho, juntamente com a ONG
Dobrando Alegrias, foi de fazer com
os alunos uma dobradura para eles
presentearem suas mães.
No final da tarde, os frades estudantes Frei Augusto Luiz Gabriel,
Frei Gabriel Dellandrea, Frei Leandro
Ferreira Silva e Frei Zilmar Augusto
Moreira de Oliveira prestaram uma
singela homenagem às mães na sala
dos professores da FAE. Além disso,
os mesmos frades motivaram o corpo
docente e os funcionários que estavam no local para uma oração e um
canto pedindo a bênção para todas as
famílias. Deus seja louvado por tantas
graças recebidas!
Frei Augusto Luiz Gabriel
Frei Gabriel Dellandrea
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
297
Formação e Estudos
ENCONTRO ECUMÊNICO NO
CONVENTO SÃO BOAVENTURA
A
Fraternidade Franciscana São
Boaventura viveu no dia 14
de maio dois ricos momentos
às vésperas da Solenidade de
Pentecostes: A Oração Ecumênica e a
Vigília de Pentecostes.
Pela manhã, toda a Fraternidade
se reuniu para uma Oração Ecumênica. Este momento foi enriquecido
com presença fraterna de irmãos cristãos de outras duas denominações:
o Padre Simão Nassry, da Igreja Ortodoxa, e da Pastora Érica Checkan,
da Igreja Batista. Foi um momento
verdadeiramente belo e fraterno de
unidade cristã.
A celebração iniciou-se com a entoação do belo canto de invocação do
Espírito Santo. Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, anfitrião desse momento,
ressaltou que “unidade não é uniformidade, não é usar vestes iguais, não
é cantar os mesmos cantos, rezar as
mesmas orações, mas é justamente
reconhecer o Deus que se manifesta
de diferentes modos, em gestos, cantos, orações e expressões diferentes”.
Assim motivados, todos recitamos e
meditamos o salmo 133: “Oh como
é bom e agradável os irmãos viverem
juntos, sempre unidos”.
O ápice deste encontro foi o momento da partilha da Palavra de Deus,
quando cada líder religioso pôde
deixar sua mensagem de unidade. O
Evangelho, um trecho extraído de São
João 15, 9-17, foi proclamado pelo
Padre Simão. Iniciado o momento
da partilha da Palavra de Deus, Padre
Simão chamou-nos a atenção para
o amor: “Existem quatro tipos de
Amor: o amor do Pai para com o Filho; o Amor do Filho para com o Pai; o
Amor de Jesus para conosco e o nosso
298
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
Amor para com Jesus Cristo. Assim,
o Amor não é só carinho! Às vezes
eu escuto alguém falando ao telefone: ‘Até mais, Padre! Beijo!’. Isso não é
amor. Isso é emoção, uma amostra de
carinho. O amor verdadeiro é aquele
que Jesus nos dá em sua Palavra. Sem
amar-nos, como Jesus Cristo, é impossível que nossa Igreja viva unida”,
frisou. E falando sobre alguns felizes
sinais da união entre alguns cristãos,
principalmente devido à triste realidade dos cristãos na Síria, disse: “Nós
estamos nos unindo não porque estamos com medo do Estado Islâmico,
mas para respeitar a Palavra de Amor
de Jesus. Quem sabe, no futuro, não
precisaremos fazer uma reunião para
unir a Igreja de Cristo, pois a Igreja já
estará unida”.
A Pastora Érica, inspirada no
Evangelho Proclamado, fez uma linda, emocionante e comovente oração,
pedindo perdão pela falta de unidade
de muitos cristãos. Confira a mensagem na íntegra: “Obrigado, Jesus,
porque o Senhor nos trouxe aqui
para este tempo de partilha, oração.
Obrigado, Senhor, por mais uma vez
colocar-nos diante da dificuldade de
amar como o Senhor ama. De modo
especial, ouvindo que ‘o sol cai so-
Formação e Estudos
bre os justos e injustos’, de que o
Senhor não separa a luz e o calor
para alguns, que o Senhor não reage conforme nossa indiferença...
Senhor, eu quero te pedir perdão,
porque nós não amamos assim.
Nós vamos nos identificando com
aquele que gostamos e, em vez
de construirmos pontes, nós vamos construindo muros, dentro
de casa, com os mais próximos
de nossa família, na comunidade
de fé, tão fragmentada... E quando nós nos reunimos aqui, como
hoje, isso parece tão exceção, o que
deveria ser nossa prática. Eu quero
te pedir perdão! Perdão porque,
em algum momento da história,
nós não mantivemos o que os
nossos irmãos da Igreja primitiva
viveram... Eles tinham tudo em
comum; eles repartiam o pão; eles
estavam juntos na partilha, na casa
e no templo. E a cada dia o Senhor
acrescentava os que eram salvos.
Ó Deus, faz isso de volta aqui! Na
nossa geração, que os nossos filhos
possam comungar juntos; que os
nossos netos tenham a oportunidade da partilha da tua Palavra!
Muito obrigado por esta fraternidade que faz esse movimento!
Ó Deus, eu ainda não sei amar
como tu amas. Me ensina a amar
os outros irmãos de confissão cristã. Deposito estas lágrimas no teu
Altar, na certeza de que elas poderão regar sementes de esperança,
sementes de unidade. Que toda
Igreja se levante com os pés calçados na promoção do Evangelho
da Paz; que a tua Igreja se levante
servindo a todos. Por favor, Deus,
derrama sobre nós um novo sopro
do Espírito de teu Amor. Amém”!,
suplicou a Pastora.
Após esse momento orante ao
redor da Palavra de Deus, rezamos
juntos por todos os cristãos com a
oração do Pai Nosso, que foi rezado de acordo com a versão e língua de
cada comunidade cristã presente.
A Oração Ecumênica terminou
com o gesto da saudação da paz de
Cristo entre todos os presentes. Louvamos e agradecemos ao Pai, que em
seu Filho Jesus nos enviou o seu Espírito Santo e nos fez uma só comunidade, ao redor do altar, partilhando a
Palavra e rezando na mesma intenção:
pela unidade de todos os cristãos.
O dia terminou com a bonita e bem
preparada Celebração da Vigília Pascal,
reunindo além dos confrades, também
alguns fiéis amigos que sempre celebram conosco. Neste espírito que suplica ao Pai o Consolador, peçamos como
no Hino das Vésperas de Pentecostes:
“Oh vinde, Espírito Criador, as nossas
almas visitai e enchei os nossos corações com vossos dons celestiais”.
Frei Zilmar Augusto M. de Oliveira
ESTADO
DE GRAÇA
No meio deste universo imenso,
não passo de um cocozinho de
mosquito.
Mas isso que é bonito!
Do pluriverso, a perder de vista,
faço parte,
membro da poeira cósmica,
dessa misteriosa irmandade,
destarte,
sou da família do infinito.
É bonito!
E quem tudo, tudo, criou
se fez igualzinho a mim,
simplesmente eu,
que me habito.
Isso que é bonito!
Sou, agora, a perene escritura,
o amém sem rasura
do Amor infinito.
É demais!
É bonito!
José Ariovaldo da Silva, OFM
Fraternidades
GASPAR: A MISERICÓRDIA NA
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
E
sse foi o tema abordado por Frei
Paulijacson Pessoa de Moura,
OFM, no Encontro “Amigos de
São Francisco e Santa Clara”, no
dia 24 de abril de 2016, no Salão Cristo
Rei, da Paróquia de Gaspar.
Desse encontro participaram as
Irmãs Franciscanas da Imaculada
Conceição, inclusive Irmã Vanessa
Garrido, que estava de passagem por
Gaspar e que já trabalhou no Colégio
Madre Francisca Lampel, os Franciscanos Seculares e várias pessoas de nossa
Paróquia que simpatizam com a espiritualidade franciscana.
Num clima muito fraterno o encontro começou com o café. Na sequência, a irmã Ministra Eliana Aparecida Roncálio Schmitt conduziu a
oração inicial. O senhor João Bohn e
Irmã Vanessa animaram o encontro.
Para discorrer sobre o tema: “A Mi-
300
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
sericórdia na Espiritualidade Franciscana”, primeiramente, Frei Paulo explicou a origem e o significado da palavra
Misericórdia.
A misericórdia é uma virtude moral
que dispõe o homem para compreender e suavizar a infelicidade dos outros,
considerando-a, de certo modo, como
própria quando vê seu próximo sofrer, criando assim um vínculo afetivo.
A misericórdia implica num aspecto “passivo”. Sentimos como fossem
nossos os males (compaixão). Inclui
também um momento “ativo” (beneficência): passando-se para a ação
visando sanar a miséria encontrada
(fim específico). Por um lado, a misericórdia é efeito do amor compreendido
como ato principal da caridade, tende,
de fato, ao bem ao próximo, como a
própria caridade.
A ideia que Francisco tem da misericórdia é rica em conteúdo e atual em
sua concepção.
Francisco chama a atenção para a
íntima relação entre a misericórdia de
Deus e o mundo, e antes de tudo com
a própria vida. “A misericórdia divina”
está na ordem da vocação de Francisco
(1Cel 3) e o seu amor para com os leprosos. Ele recebe e transmite a misericórdia. De objeto se torna sujeito: “E eu
tive misericórdia com eles” (Tet 2; 1Cel
17 e LTC 11-22).
As fontes também atribuem à misericórdia de Deus a vocação de Clara
e de tantas irmãs. O Senhor, “por sua
misericórdia e graça” (TestC 9), inspirou Francisco em guiar Clara e suas
irmãs.
Para finalizar, Frei Paulo citou um
pensamento do Papa Francisco, o Papa
da Misericórdia: “A Igreja não está no
mundo para condenar, mas permitir o
encontro com aquele amor visceral que
é a misericórdia de Deus. Para que isso
aconteça, tenho repetido muitas vezes,
é necessário sair. Sair das igrejas e das
paróquias, sair e ir procurar as pessoas
lá onde elas vivem, onde sofrem, onde
esperam. Espero que o Jubileu Extraordinário faça emergir cada vez mais o
rosto de uma Igreja que redescobre as
entranhas maternas da misericórdia e
que vai ao encontro de tantos ‘feridos’
necessitados de escuta, compreensão,
perdão e amor”.
Na pausa da palestra, a Irmã Ministra Eliana conduziu uma dinâmica
onde todos, sem exceção, participaram
ativamente.
Depois da belíssima explanação de
Frei Paulo, houve a Celebração Eucarística.
Para finalizar, como não poderia
deixar de ser, houve uma gostosa macarronada preparada por Felipe Bohn
e Bernadete Deschamps (Dete). Participaram também do almoço, Frei
Carlos Ignácia, Assistente Espiritual
da Ordem Franciscana Secular e Frei
Lindolfo Jasper, Vigário Paroquial, que
foi transferido para trabalhar em nossa
Paróquia.
Paz e Bem!
Gertrudes Crescencia Spengler
Fraternidades
166ª festa de São Pedro apóstolo DE GASPAR
TEMA: “SÃO PEDRO
E A MISERICÓRDIA”
LEMA: “SEDE
MISERICORDIOSOS
COMO O PAI”
(Lc 6,36)
166ª Festa de
São Pedro Apóstolo
2016
29 de Junho
a 03 de Julho
Sede Misericordiosos
como o Pai Lc 6,36
PROGRAMAÇÃO
04/07 - SEGUNDA-FEIRA
19H00 - Missa de Ação de
Graças pela Festa.
Frei Paulijacson Pessoa de
Moura, OFM
FESTEJOS
POPULARES
29/06 - QUARTA FEIRA
18h30 - MACARRONADA
e Bolo.
25/06 - SÁBADO
19H00 - Missa com festeiros
e trabalhadores da Festa
Frei Paulijacson Pessoa de
Moura, OFM
Após a Missa, procissão
luminosa pelas ruas da cidade.
30/06 - QUINTA-FEIRA
16H00 - Missa para idosos
e enfermos – Frei Carlos
Ignácia, OFM
19H00 - 1º DIA DO TRÍDUO
Paróquia São Pedro Apóstolo - Gaspar - SC
Tema: “Família, Paróquia
doméstica: Berço do
amor, da misericórdia e do
02/07 - SÁBADO
perdão”
15H00 - Missa da catequese e
Pregador: Frei João Fernandes Reinert
procissão – Frei João Fernandes
Comunidades: São Brás, Nossa
Reinert
Senhora Aparecida, São Judas
19H00 - 3º DIA DO TRÍDUO
Tadeu, São Sebastião e Pastoral da
Tema:
Comunidade de
Sobriedade, Noivos, Batismo, Saúde,
Comunidades: “Lugar do exercício
Criança, Conferência Vicentina,
da misericórdia, na unidade e na
Movimento de Cursilho, Equipes de
diversidade”
Nossa Senhora e Ministros.
Pregador: Frei João Fernandes Reinert
Carreata: Saída da Comunidade São
Comunidades: Jesus Cristo
Brás
Libertador, Santa Clara, Bom
Jesus, Santa Terezinha, Santa Rita,
01/07 - SEXTA-FEIRA
Ordem Franciscana Secular, Irmãs
19H00 - 2º DIA DO TRÍDUO
Franciscanas, Coroinhas e Jovens.
Tema: “Paróquia Missionária:
Carreata: saída da Comunidade Jesus
Pescadores da misericórdia”
Cristo Libertador.
Pregador: Frei João Fernandes Reinert
Comunidades: Santo Antônio,
03/07 – DOMINGO
Virgem de Nazaré, Nossa Senhora de
SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO
Fátima, Santa Paulina, São Cristóvão,
PAULO
São João Batista e RCC, Novena
07H00 - Procissão pelo Rio Itajaí Açu
Nossa Senhora das Graças, Sevas
– Saída do Porto de Areia Deschamps –
com Maria (N. Sra. Desatadora dos
Poço Grande.
Nós), Apostolado da Misericórdia,
09H30 - Missa Solene em honra ao
Apostolado da Oração, Movimento
Padroeiro São Pedro – Festeiros e
Lareira, Movimento de Irmãos e
comunidade.
Grupos de Reflexão.
Animação: Coral e Banda.
Carreata: Saída da Comunidade Santo
19H00 - Missa do Padroeiro – Frei
Antônio.
Lindolfo Jasper, OFM
“São Pedro e a Misericórdia”
30/06 - QUINTA-FEIRA
18h30 - RODÍZIO DE SOPA,
fogueira, quadrilha, churrasco,
pastel, bolo, cuca, sonho,
pinhão, quentão, cachorro
quente, porquinho-da-Índia,
roda dos festeiros (bicicletas,
toalhas, etc.), roda dos
brinquedos (bonecas, carrinhos,
etc.), sacola- surpresa, pescaria,
Bazar das Bordadeiras....
01/07 - SEXTA-FEIRA
19h30 - CHURRASCO, pastel, bolo,
cuca, sonho, café, pinhão, quentão,
cachorro quente, porquinho-daÍndia, roda dos festeiro, (bicicletas,
toalhas, etc.), roda dos brinquedos
(bonecas e carrinhos, etc.), sacolasurpresa, pescaria, Bazar das
Bordadeiras....
02/07 - SÁBADO
10h30 - CHURRASCO, pastel, bolo,
cuca, sonho, café, pinhão, quentão,
cachorro quente, porquinho-da-Índia,
roda dos festeiros (bicicletas, toalhas,
etc.), roda dos brinquedos (bonecas,
carrinhos, etc.), sacola-surpresa,
pescaria, Bazar das Bordadeiras....
SHOW PIROTÉCNICO
03/07 – DOMINGO durante o dia
BUFFET, churrasco, batata frita,
pastel, bolo cuca, sonho, café,
pinhão, quentão, cachorro quente,
leilão de gado,porquinho-da-Índia,
roda dos festeiros (bicicleta, toalhas,
etc.), roda dos brinquedos (bonecas,
carrinhos.), sacola-surpresa,
pescaria, Bazar das Bordadeiras.....
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
301
Fraternidades
POSSE NA
PARÓQUIA DE
FORQUILHINHA
H
Homenagem
a Frei Paulo Borges
“Gostaria de partilhar com toda
a Fraternidade Provincial esse fato
marcante em minha vida. Apesar de
não merecer, acolho como bênção recebida. Com apenas 2 anos aqui, foi
concedido a mim o título de Cidadão
Agudense, com a compreensão de
que a fraternidade é que recebeu tal
mérito. Por trás de um frade, sempre
há uma ‘fraternidade viva’”.
Um abraço
Frei Paulo Borges
á quase dois meses chegaram à Paróquia Sagrado
Coração de Jesus Frei Ivo,
Frei João e Frei Ricardo.
Eles têm feito um ótimo trabalho
junto às várias pastorais. Forquilhinha acolheu os três com muito
carinho, com a certeza de que os
trabalhos iriam continuar em boas
mãos. Assim como dizia São Francisco de Assis, “fomos enviados
para curar os feridos, unir os que
estão separados, mostrar a verdade
aos que estão perdidos no erro”.
Eles, então, foram enviados
também para serem instrumentos
de Deus para os fiéis. No dia 12 de
abril, foi realizada a tomada de posse do Freis Ivo (pároco) e do Frei
Ricardo (vigário paroquial), numa
celebração muito bonita, presidida
pelo Padre Vilson Buss (Vigário da
Diocese), onde oficialmente eles
foram apresentados à comunidade.
Na oportunidade eles receberam a chave do sacrário, a estola e
vários outros itens da igreja como
forma de acolhida a eles. Frei Ivo,
em sua simplicidade, usando lindas
palavras, agradeceu a todos pela
acolhida e por recebê-los com tanto carinho.
E o mais bonito foi que durante
a celebração um cachorro entrou
dentro da igreja e ficava passeando
em meio ao público, confirmando
assim o carisma franciscano que
existe em cada um, tendo em vista
que São Francisco é o protetor dos
animais.
Mariane Generoso Rodrigues
Fraternidades
ROMARIA DAS MÃES DA PENHA
FREI PAULO PEDE UM MUNDO MAIS MATERNAL
N
a primeira grande celebração no Campinho do Convento da Penha, o novo
guardião Frei Paulo Roberto
Pereira presidiu, no sábado (7 de
maio), a celebração em homenagem
às mães. Um mês depois da Festa da
Penha, onde as romarias foram as
grandes manifestações de fé à Virgem Mãe de Deus, desta vez foram
as mães que subiram em romaria o
Morro da Penha.
A “Romaria das Mães” já é tradicional, pois desde 1956, como mostra o livro de registros do Convento
da Penha, as mulheres do interior do
Estado, por não conseguirem participar da Festa da Penha, aproveitavam a
vinda à cidade na véspera do Dia das
Mães para subir ao Santuário, quando
levavam flores para Nossa Senhora.
Essa devoção, aos poucos, conquistou
espaço nas celebrações litúrgicas do
Convento.
A preparação para a Santa Missa,
às 15h30, começou bem antes, com
terço, cantos e orações. Aos fiéis que
lotaram o Campinho, Frei Paulo aproveitou para apresentar os novos frades
no trabalho de evangelização dos
franciscanos no tradicional Santuário
erguido por Frei Pedro Palácios.
“O Alan (Frei Alan Leal) é o nosso frei mais novo. Aí, chegou depois
o Frei Pedro (Frei Pedro Rodrigues),
o de cabeça branca. Mas no Convento
ele é novo… O outro Frei Pedro (Frei
Pedro Engel) vocês já conhecem: é
aquele que ao final das celebrações
sempre distribui generosamente água
benta para todo mundo. E eu sou Frei
Paulo. Fiquei feliz também de ser frei
novo”, brincou o guardião. “Aliás, essa
é uma das bênçãos das transferências.
Normalmente, quando vai haver uma
transferência, o povo das paróquias
que têm religiosos e religiosas lamenta as suas saídas. Para nós, é sempre
bom, porque em cada lugar a gente
vai ser frei novo”, disse
Frei Paulo acolheu os romeiros e
romeiras que “escolheram o Convento
para rezar, agradecer, louvar e bendizer o nome do Senhor” e iniciou a sua
homilia perguntando qual a importância de viver a maternidade, tanto a
maternidade biológica quanto aquela
outra maternidade, necessária para
o cuidado da natureza, da criação.
“A maternidade necessária, que faz o
mundo um lugar possível para viver o
Evangelho, é que nós celebramos nesta tarde aqui. Então, nossa gratidão a
todos que se juntam a nós para fazer a
sua prece, seu louvor ao Senhor e assumir o compromisso por um mundo
mais maternal. É essa a ideia. Como
o poeta que dizia: ‘Eu não quero pátria, eu quero frátria, eu quero mátria’,
eu quero irmãos, eu quero mães. Eu
não quero a ditadura de quem manda
quem pode, obedece quem tem juízo.
Não é nada disso que a gente quer. A
gente quer fraternidade e maternidade. A gente quer cuidado, a gente quer
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
303
Fraternidades
respeito. Por isso que a está aqui para
rezar”, esclareceu.
Segundo Frei Paulo, enquanto muitos escolheram o caminho dos shopping-centers para comprar presentes,
milhares escolheram o caminho do
Convento. “O caminho da prece e da
presença. Nós queremos a presença de
Deus em nossa vida, nós queremos ser
presentes de Deus na vida do irmão e
da irmã”, enfatizou, ressalvando: “Mas
a gente não tem que ficar julgando
os outros que foram ao shopping, dizendo: ‘Eu vim ao Convento. Eu sou
melhor…’. Nada disso, não somos melhores. Pelo contrário. Em muitas ocasiões, a gente é bem pior. Não cabe a
nós julgar. Cabe a nós escolher bem. A
nossa vida é feita de escolhas e será feliz
aquele e aquela que escolher bem. Fazer boas escolhas é a primeira missão
desta tarde. Escolher bem. Escolher o
bem, escolher a Deus. Essa é uma excelente escolha que qualifica a nossa vida
e nós escolhemos vir à casa da Mãe de
Deus, à casa das Alegrias, à casa da Virgem da Penha”, ensinou, pedindo um
viva a Nossa Senhora.
Para Frei Paulo, aos capixabas de
nascimento ou capixabas por adoção,
em momentos de alegria ou de tristeza, basta avistar o Convento para
fazer uma prece a Maria. “Ela recolhe
as nossas preces e apresenta a Deus,
304
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
apresenta ao seu Filho Jesus, que vem
em nosso socorro. É bom saber que
no céu uma mãe cuida de nós. É bom
que a gente cultive o desejo de estar
aqui. Venham sempre ao Convento da
Penha! Ele é a casa de todos nós porque é a casa de Nossa Mãe. Uma casa
de mãe não tem tranca, está sempre
aberta para acolher seus filhos e filhas.
Essa experiência devemos sempre,
podemos sempre, fazer no Convento
da Penha”, conclamou.
PORTA DA MISERICÓRDIA
Frei Paulo aproveitou para falar
sobre o Ano Santo da Misericórdia,
que segundo ele foi uma feliz inspira-
ção do Papa Francisco. Perguntou ao
povo quem tinha passado pela Porta
da Misericórdia e constatou ali que a
grande maioria já o fez. “Mas queria
lembrar uma coisa: a gente não pode
pensar que a Porta da Misericórdia é
aquele portal pelo qual nós passamos
e todos os nossos pecados caem por
terra. Ou então que a Porta da Misericórdia é como um portal mágico
que nos purifica dos nossos erros.
Nem posso pensar que ao passar a
porta, no segundo passo, já não tenho mais pecado. Não é bem assim!”,
disse, recordando a parábola do bom
samaritano.
“O samaritano nem era gente con-
Fraternidades
siderada religiosa. E o que fez o samaritano? Fez misericórdia para com ele.
Então, passar pela Porta da Misericórdia, ir à casa da Mãe encontrar-se com
a misericórdia, significa treinar o nosso olhar para perceber a dor do outro.
Treinar o nosso coração para perceber
o outro caído à beira do caminho e
erguê-lo do chão. Fazer misericórdia
é, sim, ter o nosso coração perdoado
dos pecados, mas é também e, sobretudo, fazer o exercício de aproximação. É chegar perto, partilhar a dor,
estender a mão, ajudar a levantar. Isso
é misericórdia”, observou.
Segundo o guardião, aproximar-se daquele que sofre é um exercício
importante. “E vejam: quem de nós
nunca ouviu falar ou até mesmo falou
assim: ‘Na casa do meu pai, ele nem
precisava me falar. Bastava um olhar
para a gente entender e obedecer’. Não
era assim? Muitos de vocês já falaram
isso? Hoje não é assim. Tem que falar
uma vez, duas, três, quatro (foi aumentando a voz). Que tristeza! Gritar não é bom sinal. Para entender o
que o pai dizia era preciso ter o nosso
olho perto do dele. Não é verdade? Se
a gente está com o olhar longe, como
é que a gente vai entender o que outro está querendo dizer sem precisar
usar palavras? Aproximar o olhar. Se
na sua casa tem muitos gritos, é sinal
que o olhar está longe ou até olhando
em direções diferentes”, frisou, dizendo que aproximar o olhar é tarefa que
nos faz misericordiosos.
MISSÃO DA
PORTA DA MISERICÓRDIA
“Vocês vieram aqui para rezar
pelas Mães, rezar pelos filhos, pela
família. Excelente! Escolha belíssima
que vai qualificar o seu domingo e vai
fazer mais saborosa aquela macarronada que a gente vai dividir amanhã.
Excelente escolha. Rezar pelo irmão.
Mais excelente ainda é rezar com o
irmão. Rezar com o filho, com a filha, com a mãe”, explicou, contando
que viu uma reportagem na televisão
mostrando que os filhos estavam dizendo que iam gastar em torno de 80
reais nos presentes para a mãe. “Eu
dizia: ‘olha, não está tão fácil de gastar dinheiro’. Mãe merece muito mais.
É claro! Vou dar uma sugestão: Com
apenas dez reais, você vai dar um excelente presente para sua mãe. Vem
com ela rezar no Convento. Excelente
presente!”, propôs, perguntando quem
tinha o privilégio de ter um filho rezando com ela no Convento. “Uma
salva de palmas. Excelente presente!
Excelente! Rezar pela sua família é
missão de cada um de nós, mas rezar
em família é uma missão mais urgente ainda. Não estou iludido, eu tenho
certeza. É muito difícil esta tarefa de
rezar em família. Um sai 5 hs da manhã, outro mais tarde, outro chega às
8 hs da noite, outro à meia-noite. Um
não quer saber de Igreja, outro já foi
para a Igreja evangélica… Sei que é
difícil. Mas com o coração perto, com
o olhar aproximado, você, como mãe,
pode pedir ao seu filho: ‘Fica aqui um
bocadinho’. Um minuto. Uma vez por
semana, por mês, uma vez por ano.
Chama o seu filho para rezar com ele.
Insista nisso, vale a pena, vai dar qualidade à sua família. Rezar em família
é muito nobre. Nobilíssimo!”, repetiu.
Já no final de sua homilia, lembrou que queremos levar bênçãos
para nossa família. “Pedimos que
Deus abençoe nossas famílias. A gente até canta bonito… ‘Abençoa, Senhor, a família….’. Ótimo, a gente tem
que confiar sempre na força de Deus
que sustenta a nossa família, mas a
gente quer mais, porque bênção, além
de ser uma oração de proteção, bênção é bendição, é dizer bem, bênção é
louvação. Mas você quer bênção para
a sua família? Elogie sua filha, elogie
seu esposo, seu filho. Será que não
tem nada, ele só faz coisa errada? Qual
foi a última vez que você disse: ‘Você é
bonito’, mesmo que ele seja feio? Não
tem problema. Bendiga seu familiar,
sua esposa, fale bem dela. Não fique
só reclamando. Assim, de que adianta
pedir bênção?!”, questionou, pedindo
aos fiéis que se comprometessem em
bendizer suas famílias a partir de hoje.
Frei Paulo terminou cantando a música-hino à família de Roberto Carlos.
Moacir Beggo (texto)
e Solange Souza (fotos)
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
305
Fraternidades
Começa nova experiência para
“Reviver o Dom da Vocação”
C
om as bênçãos do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel durante
a Missa de Envio nesta
quarta-feira (18/05), no Convento
São Francisco de São Paulo, teve
início a quarta edição do Projeto
“Reviver o Dom da Vocação”, promovida pela Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB).
Quinze frades embarcaram para
viver essa experiência durante um
mês. “A experiência começa na Terra Santa - nos caminhos de Jesus - e
termina em Assis - nos Caminhos
306
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
de Francisco”, explicou Frei Fidêncio, que também é vice-presidente
da CFMB.
Frei Fidêncio desejou uma boa
viagem e uma rica experiência de
fé nos lugares santos. “Vocês iniciarão esta experiência na Terra Santa.
Como outrora os discípulos de Jesus, chamados ao “vinde e vede” e
convocados a percorrer o caminho
do Reino, também desejo a vocês
uma profunda experiência de encontro com o Cristo do Evangelho,
sentido primeiro da nossa vocação
e missão como Frades Menores. E
depois, na segunda etapa da experiência do Reviver o Dom da Vocação, percorrendo os santuários
franciscanos de Assis, Alverne e
Vale do Riete, o simples contato
com estes lugares consagrados por
São Francisco de Assis, certamente
os ajudará a reavivar o dom da vocação franciscana presente em cada
um, exatamente como nos recorda
Santa Clara: ‘Entre tantos benefícios que diariamente recebemos do
Deus da Misericórdia está a nossa
vocação’”, acrescentou o Ministro
Provincial.
Fraternidades
ENCONTRO DO REGIONAL PLANALTO
CATARINENSE E ALTO VALE DO ITAJAÍ
C
om as boas vindas do coordenador do Regional Frei Vilmar Alves aos 17 frades das
fraternidades de Ituporanga,
Lages e Curitibanos, teve início no
dia 25 de abril o primeiro encontro
do ano, que se estendeu até o dia seguinte. O guardião da Fraternidade,
Frei Marcos Melo, nos acolheu com
as boas vindas e com algumas orientações práticas. Em seguida, Frei Alberto Eckel iniciou a oração da tarde.
Frei Vilmar fez a proposta de que
na tarde do dia 25 ficaríamos com a
apresentação dos frades novos, com
a eleição do novo coordenador e vice
coordenador, secretário e vice secretário do Regional e, logo feita a eleição
faríamos uma partilha das Fraternidades. Na manhã do dia 26 faríamos
o estudo sobre o Projeto Fraterno que
deverá ser elaborado pelas fraternidades. Também seriam apresentadas as
comunicações do Definitório e, por
fim, escolheríamos as datas dos Re-
gionais. Todos concordaram com a
proposta.
Com isso, Frei Marcos Melo será o
coordenador e Frei Evandro Balestrin
o vice, sendo Frei Roberto secretário e
Frei José Lino vice-secretário.
Cada fraternidade do Regional
colocou um pouco dos trabalhos feitos na paróquia em que está atuando.
Foi partilhado que todos os frades
estão bem engajados nos trabalhos e
as realidades das paróquias. Quanto
às fraternidades, foi dito que todas
estão convivendo bem e os frades se
ajudando mutuamente.
Terminamos a primeira parte do
Encontro Regional às 18 horas e Frei
Marcos Melo deu mais algumas informações de como iria continuar dia 26
e convidou todos os frades para um
jantar recreio às 19 horas.
No dia 26, às 8 horas, tivemos o café
da manhã e, logo depois, mais precisamente às 9 horas, iniciamos a segunda parte do Encontro Regional com a
oração feita por Frei Marcos Melo. Na
oração foi lembrado de celebrar o dom
da vida de Frei Elias Dalla Rosa.
Depois da oração, Frei João Mannes, o Definidor regional, fez uma explanação sobre o Projeto Fraterno de
Vida e Missão.
Falou-nos sobre a importância
de cada fraternidade ter o seu Projeto Fraterno de Vida e Missão, que vai
nortear cada fraternidade a seguir seu
específico dentro da Paróquia.
Expôs aos frades os passos para a
recomposição do Projeto e depois fez
as comunicações do Definitório.
Em seguida, Frei Marcos Melo
convidou a escolhermos as datas dos
próximos regionais: 18 e 19 de julho,
Curitibanos; 26 e 27 de setembro, Lages; e 12 e 13 de dezembro, Regional
recreativo. Terminamos o encontro às
12 horas, no almoço com os seminaristas.
Roberto Carlos
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
307
Fraternidades
ENCONTRO
DO REGIONAL
DO VALE DO
PARAÍBA
F
oi realizado no dia 25 de abril
o primeiro encontro do ano no
Regional do Vale do Paraíba.
Os confrades foram acolhidos
no Seminário/Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá, pela Fraternidade da casa e pelo Definidor Frei
João Francisco da Silva. Feita a oração
inicial, Frei João Francisco acolheu os
novos frades: Frei João Pereira da Silva, Frei Leonir Ansolin, Frei Virgílio
Pereira de Souza, Frei Jeâ Paulo Andrade, novo mestre do Postulantado.
Em seguida, procedeu-se à eleição
para coordenador: Frei João Pereira
da Silva; vice-coordenador: Frei Leonir Ansolin. Secretário: Frei Claudino
Dal’Mago; vice-secretário: Frei Jeâ
Paulo Andrade.
Ganharam destaque, com a leitura
e partilha, os conteúdos do Relatório
do Visitador Geral e o Relatório do
Ministro Provincial, bem como as
Prioridades do Sexênio e o Projeto
Fraterno de Vida e Missão.
Na partilha, algumas constatações: dever-se-á levar em conta que
não há respostas mágicas para a solução de questões na vida fraterna,
mas será possível obtê-las a partir da
Fraternidade; há Fraternidades fragilizadas: talvez por falta de revigoramento na espiritualidade; com certo
percentual de certeza, a formação
inicial e continuada, bem conduzidas, ajudam a analisar e a vencer entraves e desafios internos, e pôr em
prática os valores apontados nos Relatórios. Propõe-se, para tanto, tra-
308
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
balhar mais, envidar mais esforços,
“gastar” mais vida, não somente em
favor dos jovens, mas com os jovens,
na formação humana, cultural e fraterna. Essa importância foi apontada
também por Frei Walter Hugo de Almeida, quando se referiu ao trabalho
interno com os jovens da Fazenda
Esperança: ali, eles têm uma oportunidade de construir o cidadão de
amanhã. Da Fraternidade Nossa Senhora do Amparo, em São Sebastião,
Frei João Pereira ressaltou o valor da
formação religiosa e devocional do
povo de sua Paróquia: cresce a devo-
ção a Frei Galvão, na divulgação das
Pílulas de Frei Galvão. Ganha força,
a cada ano mais, também a Festa dos
Pescadores, naquela região.
Nas atividades do Postulantado,
Frei Jeâ expressou seu contentamento no exercício de sua nova missão,
como mestre. Junto aos Postulantes,
coordena os Círculos Bíblicos, o apostolado de visita aos doentes do Hospital Frei Galvão, atendimento aos
Romeiros, a confecção das “Pílulas de
Frei Galvão”.
Frei Claudino Dal’Mago
Fraternidades
PRIMEIRO
ENCONTRO
DO REGIONAL
DO ESPÍRITO
SANTO
N
o dia 25 de abril, numa sala do
Centro de Pastoral da Paróquia
do Rosário de Vila Velha, deu-se início ao primeiro Capítulo
Regional do ano, estando presentes
todos os componentes, ou seja: Frei
Paulo Pereira (guardião da Penha e Definidor), Frei Paulo César Ferreira, Frei
Pedro Engel, Frei Pedro de Oliveira, Frei
Claudius Guski, Frei Ari Praxedes e Frei
Alan Leal de Mattos. Este último persolvendo seu Ano Missionário. Frei Djalmo Fuck (guardião do Santuário), Frei
Clarêncio Neotti, Frei Nazareno Lüdtke,
Frei Vunibaldo Vogel e Frei Florival Toledo. Frei Gilson Kammer (guardião de
Colatina), Frei Mário Stein e Frei Pedro
do Nascimento Viana.
Sendo a primeira vez que o Regional se reuniu no triênio, o Definidor
Frei Paulo Pereira assumiu o comando
da pauta, logo depois de Frei Djalmo
dar as boas vindas a todos. A primeira palavra do Definidor foi acentuar a
importância do Capítulo como iluminação dos programas propostos pelo
Capítulo Provincial e como uma forma
de praticar o redimensionamento que,
segundo o Definidor, não é apenas a
recomposição das Fraternidades, mas
novo vigor no dia a dia da convivência
da Fraternidade e no modo franciscano de fazer pastoral.
Por cédulas foram eleitos o presidente do Regional, na pessoa de Frei
Gilson Kammer, e do secretário Frei
Clarêncio Neotti. Também saíram eleitos o vice-presidente Frei Paulo César
Ferreira e o vice-secretário Frei Floriano Toledo.
Frei Paulo Pereira passou então a
comentar o livreto Plano de Evangelização 20016-2021, fruto do último
Capítulo Provincial, que a Secretaria
mandou a cada confrade. Cada Fraternidade apresentará por escrito e dele
fará uma exposição oral para todos
no próximo Regional. Insistiu-se que
olhássemos, sobretudo, a prática das
propostas.
Como apareceu a ideia de fazermos nosso retiro sobre o resultado desse estudo, discutimos o tema do retiro
anual. Depois de várias opiniões pró e
contra a realização de um retiro exclusivo do Regional, decidiu-se que o Definidor levará ao Definitório o pedido
do Regional para que Vila Velha abrigue um retiro de âmbito provincial,
sob a responsabilidade da Formação
Permanente e em data marcada por ela
de acordo com a disponibilidade do
Projeto Santa Clara.
Foram marcadas as datas e os locais dos próximos encontros: dia 13 de
junho, festa de Santo Antônio, em Colatina; dia 26 de setembro, na Penha;
dia 12 de dezembro, o encontro festivo,
que ficou a cargo do presidente escolher o local e a modalidade. Decidimos
também celebrar juntos algumas datas
franciscanas. Ficaram já marcadas: o
Trânsito de São Francisco, no Santuário; o almoço da festa de São Francisco,
na Penha; a festa de São Frei Galvão,
em Colatina. O Convento e as 10 comunidades que compõem a Paróquia
do Rosário celebrarão os 800 anos da
Porciúncula, com uma procissão luminosa ao Campinho na sexta de noite,
dia 29 de julho. Procuraremos também celebrar juntos os aniversários
dos Confrades do Regional, sobretudo
o de Frei Pedro Engel, que completará
80 anos no dia 27 de agosto.
O Definidor falou então do outro
livreto já enviado pela Secretaria Provincial a todos os Frades: Projeto Fraterno de Vida e Missão. Lembrou que
o subsídio contemplou os relatórios do
Ministro Provincial e do Visitador, a
conferência do Padre França Miranda
e algumas propostas capitulares.
Passamos então a ver alguns trabalhos em âmbito regional. Às 12h20,
Frei Paulo agradeceu a presença de todos, lembrou que a presença de todos
os Confrades é tradição no Regional
do Espírito Santo, pediu a Frei Djalmo
dar a bênção e declarou que, com o
almoço, estaria encerrado o primeiro
capítulo regional. A ata completa está
transcrita no devido livro. Este é apenas um resumo.
Frei Clarêncio Neotti
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
309
Evangelização
O BOM JESUS QUE AMAMOS
H
á exatos 120 anos, no dia 11 de
maio de 1896, uma semente
de conhecimento foi plantada
no solo da então jovem cidade
de Curitiba (PR). Com a paciência e
a sabedoria herdada de São Francisco
de Assis, alguns poucos frades franciscanos regaram esta semente com
perseverança e amor. E então, de um
pequeno colégio com um pouco mais
de 100 alunos, esta instituição tornou-se grande e centenária, atendendo
mais de 25 mil estudantes em cinco
estados brasileiros.
Dia 11 de maio de 2016,
data histórica! Fizeram-se presentes na solenidade
dos 120 anos da Associação
Franciscana Senhor Bom Jesus as seguintes autoridades:
Dom José Mario Angonese,
bispo da Arquidiocese de
Curitiba; Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição;
Gustavo Fruet, prefeito de
310
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
Curitiba; Fabiana Campos, representante da Secretaria de Educação do
Paraná; Flávio Arns, secretário de assuntos especiais do Paraná; Zaki Akel
Sobrinho, Reitor da Universidade
Federal do Paraná; Darci Piana, Presidente do sistema Fecomercio, SESC –
SENAC do Paraná; Fernanda Boroski
Krueger, representante da Secretaria
Municipal da Educação; Ademar Batista Pereira, representante da Federação Nacional das Escolas Particulares;
e Jacir Venturi, presidente do SINEP-PR. Marcaram presença também di-
retores e líderes de ensino.
O presidente da Associação Franciscana Senhor Bom Jesus, Frei João
Mannes, fez a abertura oficial do
evento. Frei João destacou que o colégio Bom Jesus possui uma história
bela e honrada, que teve início com
muita paixão e dedicação de um grupo de frades e educadores ainda na
década de 1890. “Hoje, nós olhamos
para o nosso passado centenário com
gratidão, porque ao longo desse tempo muitos homens e mulheres foram
inspirados pelas virtudes franciscanas, dedicaram-se integralmente ao nobre propósito
de oferecer à sociedade um
ensino e uma educação de
qualidade”, afirmou o presidente.
“Nesses 120 anos de
história, todo o esforço não
foi em vão, pois com toda
a humildade e a inspiração
em São Francisco de Assis,
a instituição conquistou o
reconhecimento da socie-
Evangelização
dade pela sua excelência de ensino.
Essa confiança, principalmente de
pais e de alunos, permitiu ao grupo
educacional Bom Jesus expandir a
sua atuação em cincos estados brasileiros com unidades do Colégio Bom
Jesus e da FAE-Centro Universitário.
Somos muito gratos a todos os confrades e colaboradores que já passaram pelo Bom Jesus e especialmente
aqueles que convivem e trabalham
atualmente conosco. A história do
Colégio Bom Jesus continua e constrói-se hoje com a contribuição diária
de cada funcionário que com os seus
talentos peculiares se coloca a serviço
dessa instituição. O espírito de união
e de colaboração de todos abre-nos
a esperança de um futuro
ainda mais promissor para
o grupo educacional Bom
Jesus”, desejou.
Frei João, também
anunciou uma importante novidade: “Por ocasião
desta solenidade estamos
implantando em nossas
unidades educacionais o
projeto Bom Jesus Social.
Com o desenvolvimento
desse projeto, nós, frades
e colaboradores do Bom Jesus, queremos formar uma ‘fraternidade em
saída’, uma fraternidade que sai ao
encontro dos mais necessitados da
sociedade, queremos formar uma fraternidade franciscana em que é possível identificar sinais, gestos e ações
de solidariedade para com os empobrecidos, excluídos, encarcerados,
enfermos, populações de rua, enfim,
com pessoas e entidades de diferentes
periferias. O projeto Bom Jesus Social
pretende contribuir para a inclusão
social de inúmeras pessoas marginalizadas, e assim tornar ainda mais visível em nossa instituição o rosto misericordioso de São Francisco de Assis”,
ressaltou o presidente, agradecendo a
todos os colaboradores do Bem Jesus,
de forma muito especial à Província
Franciscana, que optou mais uma
vez pela educação como uma de suas
principais frentes de evangelização.
Agradeceu também aos pais que diariamente enviam seus filhos paras as
unidades do Bom Jesus, afirmando
que eles acreditam na proposta de ensino do grupo educacional Bom Jesus.
Pelo Bom Jesus, o diretor geral
Jorge Apostolo Siarcos leu uma mensagem, a mesma que foi enviada para
todas as 34 unidades da rede Bom
Jesus. “São 120 anos repassando os
ensinamentos de São Francisco de
Assis e escrevendo uma história de
amor à educação. A mística franciscana vai ao encontro de propostas como o pacto global,
no qual reforçamos o nosso
compromisso em apoiar os
dez princípios deste pacto,
fortalecendo os direitos humanos e nos direcionando a
um crescimento sustentável.
Os 120 anos do Bom Jesus
estão repletos de desafios e
mudanças transformadoras.
Durante estes anos, o grupo
Bom Jesus ampliou e diverjunho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
311
Evangelização
sificou suas atividades, incorporando
escolas, ingressando no mercado editorial, além de consolidar a educação
no ensino superior, com parcerias
nacionais e internacionais”, destacou
o diretor.
AMOR E TRADIÇÃO
“Nós estamos aqui por que amamos a escola, e digo nós, porque eu
amo a escola, eu amei a escola como
aluno, como estudante, como professor e depois como bispo”. O Ministro
Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel citou a frase na abertura do seu
discurso e disse que revelaria o autor
em seguida.
Ele explicou que a vinda dos frades a Curitiba, logo após a restauração
da Província, se deveu ao bispo Dom
José de Camargo Barros, que em 1898
solicitou, a partir da fraternidade de
Lages, a vinda dos frades com uma
dupla missão: atuar na pastoral dos
imigrantes e na comunicação, através da Revista “Estrela”. “Quando os
frades aqui chegaram, o bispo aproximou os franciscanos do padre Franz
Auling, que tinha uma escola para
meninos católicos, filhos de imigran-
312
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
tes alemães, suíços e austríacos. Esta
escola, chamada “Deutche Knabenschule”, foi fundada no dia 11 de maio
de 1896, e foi entregue aos franciscanos em 1902. A partir de então, os
frades conduziram esta escola. Hoje,
nós estamos aqui para celebrar os 120
anos de uma rica história do colégio
Bom Jesus”, salientou Frei Fidêncio.
Citando o slogan dos 120 anos do
grupo educacional Bom Jesus, “Tradição feita de futuro”, disse: “Eu pensei,
refleti, o que significa tradição? Tradição é a história desta escola, que nasceu direcionada para uma necessidade social. Frei João Mannes, parabéns
pelo anúncio de hoje. Se a escola nasceu por uma necessidade social, você
hoje reafirma o abraço que este colégio quer dar também às novas necessidades sociais. Portanto, nós estamos
muito afinados com o apelo do Papa
Francisco, que almeja uma Igreja e
uma sociedade em saída”, observou o
Ministro Provincial.
Nas duas últimas décadas, Frei
Guido Moacir Scheidt teve a missão
de conduzir a rede Bom Jesus e, em
suas palavras, o ex-presidente sublinhou: “Lançamos uma semente, nas-
ceu uma árvore e hoje colhemos os
frutos. O Bom Jesus – Unidade Centro nasceu dentro da Igreja a pedido
do bispo da época e era o maior colégio de Curitiba, aqui na Rua 24 de
Maio. Somos um grupo educacional
que luta pela evangelização de pessoas
e queremos que todos sejam amados”,
destacou Frei Guido.
Da mesma maneira que o Papa
Francisco convida para sair às ruas e
ajudar a quem mais precisa, o Colégio Bom Jesus sempre cultivou esta
atitude de solidariedade, contando
em todo o tempo com a ajuda da
Igreja. Foi nesse sentido que o reverendíssimo bispo Dom José Mario
Angonese acentuou seu discurso.
“Nós estamos aqui por que ama-
Evangelização
mos a escola” (então todos puderam entender o que tinha dito Frei
Fidêncio). “Eu percebo no corpo da
instituição Bom Jesus um amor que
queima, que arde”, disse, assinalando que a instituição e seus projetos
são referência como rede educacional. “Quando se fala em Bom Jesus,
é como tirar o chapéu, fazer uma reverência a esta Instituição. Percebo
que trabalham com paixão e os que
aqui ensinam os outros são estrelas
que brilharão. E hoje são vocês, funcionários, as estrelas que no céu bri-
lham. Parabéns a todos pelo carisma
e pelo ardor em tudo que fazem”,
elogiou o bispo.
O prefeito da cidade de Curitiba,
Gustavo Fruet, deu os parabéns ao
Bom Jesus, dizendo ser um privilégio
e orgulho para a cidade de Curitiba
poder comemorar os 120 anos de
uma instituição como o Bom Jesus.
“Não é só uma referência na cidade,
não é só uma referência no Paraná,
mas é sim uma das mais belas e importantes referências em nosso país”,
exaltou o político.
A principal missão do Bom Jesus,
desde o início, sempre foi a educação, e a educação é feita de dois atores principais: professores e alunos.
Foi neste sentido que o ex-aluno do
colégio, desde a educação infantil, e
atual professor, Roberto Tadeu Berro,
representou essas duas figuras. Muito emocionado, e ovacionado pelos
presentes, contou um pouco de sua
trajetória no Bom Jesus. “Verdadeiramente ser professor do Bom Jesus
é mais do que um ofício, uma missão
ou vocação, é um estilo de vida, guiado pelos princípios franciscanos”, destacou o docente.
Importantes acontecimentos precisam ficar solidamente registrados
na história, e foi nesse sentido que
Frei João Mannes e o diretor geral
foram convidados para a solenidade
de descerramento da placa comemorativa dos 120 anos do Colégio Bom
Jesus.
Frei Augusto Luiz Gabriel
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
313
Evangelização
sefras: UM NOVO “CHÁ DO PADRE”
F
oi realizada na manhã desta
segunda-feira, 2 de maio, a
cerimônia de reabertura do
Sefras Pop Rua em São Paulo, carinhosamente conhecido como
“Chá do Padre”. Logo pela manhã a
sede do serviço, à rua Riachuelo, 268,
se preparou para receber o público.
A celebração contou com diversos
trabalhadores do Sefras, pessoas em
situação de rua, representantes do poder público, movimentos de moradia
e apoio à população de rua e setores
da Igreja, especialmente da Província
Franciscana da Imaculada Conceição,
que lotaram o espaço para acompanhar a abertura do serviço.
Foi exibido um vídeo institucional de apresentação do serviço e da
instituição, seguido de uma série de
falas, a começar pelo diretor presidente do Sefras, Frei José Francisco
de Cássia dos Santos. Na sequência,
falaram Frei Mário Tagliari, guardião
do Convento São Francisco; Dom
Eduardo Vieira dos Santos, Bispo
auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Sé; Anderson Mi-
314
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
randa, representante do Movimento
Nacional da População de Rua; o Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do
Povo de Rua; a Dra. Nara de Souza
Rivitt, Defensora Pública-chefe da
DPU; Eduardo Suplicy, professor e
ex-secretário Municipal de Direitos
Humanos, Maria Angélica, Assessora de Gabinete da Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo e,
por fim, Frei Fidêncio Vanboemmel
conduziu a bênção do espaço e de todos os presentes. Ao final das falas,
foi feita uma apresentação cultural
das crianças e adolescentes do Sefras
Criança de Petrópolis, RJ, mais conhecido como “Gente Viva”.
“Dentro da perspectiva que tínhamos de reabrir o Chá do Padre
(Sefras Pop Rua), estávamos todos
ansiosos porque por um bom tempo
o trabalho ficou parado. Acho que
esta reabertura correspondeu às expectativas que todos nós tínhamos e
o grande anseio pela volta do serviço.
A participação dos trabalhadores do
Sefras e dos convidados foi bastante
expressiva. Foi um momento especial para o Sefras, sobretudo porque
este espaço é significativo para a
população de rua de modo geral. O
espaço é uma referência na cidade
de São Paulo e mostrou a que veio,
já que além de ser um local de acolhimento e solidariedade, é também
um espaço de debate e discussão de
ideias. Por todas essas razões, avalio
positivamente o dia de hoje”, afirmou
o Frei José Francisco.
No Sefras Pop Rua SP serão servidos de 350 a 400 chás e lanches da
tarde e retomados os atendimentos da
Evangelização
psicologia, da defensoria pública da
União e da assistência social. Ainda
serão servidos 300 almoços diários e
serviços de banho e de lavanderia. O
Sefras Pop Rua está localizado na Rua
Riachuelo, 268, próximo à praça da
Sé, no centro de São Paulo.
Mas não foi apenas de celebrações
que contou a reabertura. Uma forte discussão travada entre Eduardo
Suplicy, Padre Júlio Lancellotti e representantes da
Comunidade do Cimento, localizada debaixo do
Viaduto Bresser na Radial
Leste, se fez presente devido à ordem de reintegração
de posse da área onde está
situada a ocupação habitada pela população de rua
que vive na zona leste da
capital paulista. Apesar do
tom agressivo que marcou
o primeiro momento deste debate, uma solução política foi
encontrada e, no interior do Sefras
Pop Rua foi redigida uma moção de
apoio à Comunidade do Cimento, assinada pelo próprio Suplicy, acusado
pelo CATSO (Coletivo Autônomo
dos Trabalhadores Sociais e parceiro
da ocupação do viaduto Bresser) de
omissão em relação ao que seria, se-
gundo eles, “um novo Pinheirinho”.
O Frei José Francisco afirmou que
este debate não estava planejado, mas
que o fato de o Sefras tem sabido lidar com esse imprevisto mostra ainda
mais a força da instituição e do serviço
reaberto, além de reafirmar o caráter
do Sefras em promover o diálogo, o
debate e a construção de políticas públicas que girem em torno deste pú-
blico. “Como foi ressaltado em muitas
falas, esse espaço é uma referência
em toda a cidade de São Paulo para a
população de rua e o momento mostrou a que veio. Temos um espaço de
acolhimento, de solidariedade, mas é
também um espaço para a construção
de um debate sobre a população de
rua e todo o trabalho que foi feito está
em sintonia com a vocação do espaço,
portanto avalio positivamente”, afirmou Frei José Francisco.
“Acho de fundamental importância e exemplar o Serviço Franciscano
de Solidariedade, que reformou agora o espaço e abre possibilidades de
receber a população de rua – ainda
mais nesse momento em que a temperatura baixa chega com força em
São Paulo. Este serviço vai
propiciar que a cada dia
300 refeições possam ser
fornecidas a pessoas carentes”, comemorou o ex-secretário Municipal de
Direitos Humanos de São
Paulo, Eduardo Suplicy.
“É preciso que tenham
espaços de acolhida como
esse, embora estejamos
alertando que a população de rua aqui do centro
é muito grande, maior do
que o número que a Prefeitura estipulou, mas isso será uma trincheira de
luta para que haja realmente aquilo
que está na meta da própria Prefeitura, como, por exemplo, a entrega de
dois restaurantes populares”, alerta o
Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do
Povo de Rua.
Comunicação do Sefras
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
315
Evangelização
Reinauguração do SEFRAS Idoso
na zona leste de São Paulo
N
a manhã da terça-feira, 17
de maio, o Sefras – Serviço
Franciscano de Solidariedade
reuniu funcionários, frades e
diversas autoridades para a reinauguração do Sefras Idoso, a antiga Casa
de Clara. O espaço, localizado na Rua
Serra de Jairé, no bairro do Belém,
zona leste de São Paulo, abrigou por
muitos anos o Cefran – Centro Franciscano de luta contra a Aids. Após
6 meses de reforma o novo local foi
inaugurado e entregue para a comunidade e para os idosos.
Estiveram presentes Frei Fidêncio
Vanboemmel, Ministro Provincial;
Frei Evaristo Spengler, Vigário Provincial; Frei José Francisco de Cássia,
diretor presidente do Sefras e Definidor Provincial; Frei Mário Tagliari,
vice-presidente do Sefras; Frei André
Gurzynski, o primeiro coordenador
316
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
do Sefras e que atualmente está em
missão em Angola; além de diversos frades do Regional de São Paulo,
religiosos e religiosas, voluntários e
colaboradores do Sefras. Estiveram
presentes também Luciana Temer,
Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São
Paulo; Cassia Migliorini Lins, coordenadora do Sefras Idoso; Maria Luzia
de Almeida, conselheira e curadora
da Fundação Salvador Arena; Simone Nazaré Moreira, representante da
Supervisão de Assistência Social da
Mooca; Delton Esteves Pastore, promotor da Vara do Idoso e Antônio
Santos Almeida, conselheiro do Grande Conselho Municipal do Idoso.
Frei José Francisco agradeceu a
presença de todos neste dia festivo,
onde o Sefras não somente reinaugura um espaço, mas inicia uma nova
etapa do trabalho com os idosos. O
frade falou a respeito da importância
da simbologia da reconstrução para
os franciscanos e contou sobre a restauração da igreja de São Damião.
“São Francisco percebeu que o desafio não estava em restaurar o prédio
de pedra, mas restaurar os vínculos
humanos, aproximar as pessoas e por
isso o grande tema da vida de Francisco é a fraternidade”, e ressaltou o compromisso do Sefras em promover esta
integração humana, na promoção de
espaços que agreguem valor às pessoas, sobretudo as que estão em situação
de vulnerabilidade.
Cassia Migliorini relembrou aos
presentes que o cuidado com os idosos é um dos trabalhos mais antigos
do Sefras, completando 20 anos em
2016. Ela expressou sua gratidão pela
confiança da instituição em sua nova
Evangelização
missão à frente do serviço, e ressaltou
a importância de espaços como este,
que têm como objetivo o cuidado com
a qualidade de vida, empoderamento,
protagonismo e debate dos direitos dos
idosos. “Este espaço vem reafirmar o
compromisso do Sefras com o público
da terceira idade”, concluiu.
A representante da Fundação
Salvador Arena, Maria Luzia de Almeida, falou da importância da parceria do Sefras com a Fundação, e da
preocupação da instituição com os
idosos. Frei José Francisco agradeceu
pela confiança e pela contribuição da
Fundação na reforma e adaptação do
espaço.
Delton Esteves falou aos presentes sobre a importância do trabalho
do Centro Dia para idosos. “Essa
tarefa de socialização dos idosos é
fundamental para eles, para que não
se sintam apenas objeto de direitos,
mas sujeitos de direitos, que possuem
vontades e desejos, mesmo aqueles
que possuem alguma doença mental”, afirmou. O promotor ressaltou o
compromisso do Ministério Público
em atuar em prol dos mais vulneráveis, que é o caso de muitos idosos. E
assegurou que a parceria com o Centro Dia é um avanço na proteção inte-
gral às pessoas da terceira
idade.
A importância
dos benfeitores
do Sefras
O dia foi marcado
também por homenagens.
Além de homenagear o
diretor presidente, Frei
José Francisco, por seus
10 anos à frente do Serviço Franciscano de Solidariedade, os funcionários
do Sefras aproveitaram a
reinauguração para demonstrar sua gratidão pelos parceiros e benfeitores,
como Dona Lívia Agnes.
Ela recebeu uma placa da
instituição, simbolizando
todos os benfeitores que
colaboram financeiramente para a
manutenção das diversas frentes.
Dona Lívia agradeceu e partilhou
um pouco de sua história. Seu marido
esteve nos campos de concentração e
recebeu ajuda de muitos desconhecidos ao sair de seu país. Ela afirmou
que a contribuição que ela faz ao SEFRAS hoje é uma maneira de retribuir
os cuidados recebidos por sua família
nos momentos de dificuldade.
A grandeza no servir
O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, falou aos presentes
sobre a importância do serviço ao
próximo, tomando como ponto de
partida o Evangelho do dia (Mc 9, 3037), onde os discípulos se questionam
quem seria o maior entre eles, e Jesus
afirma: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele
que serve a todos.”
“Hoje percebemos quanta disputa
para ser grande e para ter poder. Mas
o poder não tem o significado de servir. E Jesus diz que a grandeza do ser
humano está no servir. Estamos aqui
para aprender a servir, somos todos
chamados a servir os irmãos”, afirmou.
O frade falou que a acolhida e o
serviço é a principal missão da casa,
independentemente da idade, raça
ou religião. A dura realidade dos idosos em grandes centros urbanos foi
lembrada pelo Ministro Provincial,
que questionou: “Quanto sofrimento
existe no nosso mundo, quantos idosos estão abandonados, sofrendo, sem
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
317
Evangelização
acolhida? Nós queremos nos acolher
mutuamente e nos colocarmos em
serviço, esta é a missão da casa, mas é
também a missão de cada um de nós”,
concluiu. Em seguida, Frei Fidêncio
abençoou o espaço.
Importante parceria com a
Prefeitura de São Paulo
Luciana Temer, Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento, falou em nome do Prefeito Fernando Haddad, agradecendo o serviço
do Sefras em suas diversas frentes:
idosos, população em situação de rua,
imigrantes e outros, e destacou a presença dos organismos da sociedade
no evento. “Essa é a composição mais
bonita que podemos ter: poder público, sociedade civil, ministério público,
conselhos, todos trabalhando pelo
bem comum”, afirmou.
A secretária exaltou o trabalho do
Sefras Idoso, atuando como Centro
Dia, onde os atendidos poderão ficar
durante período integral em diversas
atividades. Ela afirmou que este serviço cobre uma demanda importante
da cidade, pois são pessoas que possuem família, mas os familiares, por
causa do trabalho, não podem deixá-los sozinhos em casa. “A família vai
poder contar com uma instituição
como o Sefras, que vai cuidar muito
bem deste idoso enquanto a pessoa
vai trabalhar, esta é uma função muito
relevante para a cidade”, disse.
Luciana Temer falou ainda sobre a
importância da parceria de organizações no atendimento às pessoas mais
necessitadas. “A Prefeitura precisa da
parceria da sociedade civil, e o Sefras
é um parceiro muito importante, através da prestação de serviços relevantes, que auxiliam pessoas em altíssima
vunerabilidade. Sem o trabalho destas
pessoas dispostas, competentes e que
têm compromisso com as causas sociais, não poderíamos atender a este
grupo de pessoas que precisa tanto do
poder público”, afirmou.
Ao final da cerimônia, o coral da
Organização Nossa Senhora do Bom
Parto brindou a todos com uma apresentação musical. Em seguida todos
foram convidados para um almoço
nas novas dependências do Sefras
Idoso.
érika Augusto
318
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
Evangelização
Jovens realizam serviço
voluntário no Sefras Migrante
estudante de agronomia, estilistas de
moda e fotógrafos, cada um de uma
parte do país.
“Acreditamos nos seres humanos, e nossas vertentes de trabalhos
são treinamentos para diversas áreas, valorizando os princípios da vida,
respeitando e cuidando do próximo,
transformando e fazendo a justiça
acontecer”, afirma a psicóloga Eliza
Feu, voluntária do grupo.
Os voluntários do JOCUM (Jovens
Com Uma Missão), em parceria com
Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade), está oferecendo cursos de
Português para migrantes e refugiados
no Centro de Acolhida na cidade de
São Paulo neste mês de maio.
São dois cursos para adultos, um
módulo inicial e outro módulo avançado, com imersão na cultura brasileira. Os cursos são ministrados três vezes
por semana. Para as crianças oferecem
oficinas socioeducativas.
O grupo decidiu fazer a parceria
com o Sefras Migrante por estarem
trabalhando com a causa dos refugiados neste 1º semestre.
O grupo conta com 12 voluntários com diversos perfis, entre eles:
psicólogo, videomaker, músico, publicitário, educador físico, bailarinos,
professores de português e inglês,
O JOCUM
Jovens Com Uma Missão é uma missão internacional e interdenominacional, empenhada na
mobilização de jovens de todas as nações para a
obra missionária cristã.
No Brasil as atividades iniciaram em 1975 através
do casal Jim e Pamela Stier, em Contagem-MG.
Anualmente são mais de 30.000 pessoas que participam dos programas de curto prazo e Escolas
de Treinamento. Atualmente são aproximadamente 18.000 voluntários, destes 1.300 brasileiros, trabalhando integralmente em mais de 1.100
centros de atividades, em 180 países.
Sefras Juventude inicia projeto de reconhecimento territorial
Na quinta-feira (05/05), o Sefras
Juventude em São Sebastião, litoral paulista, iniciou o Projeto Reconhecimento
Territorial. Os jovens e adolescentes inscritos no serviço realizaram o conhecimento e reconhecimento presencial do
território do bairro Topolândia.
A proposta é que o projeto ocorra
durante o ano e seja realizado também
nos bairros do Itatinga, Olaria e Morro
do Abrigo, devido ambos terem abrangência do Sefras Juventude em São Sebastião.
O projeto tem como objetivo reconhecer os territórios atendidos
pelo serviço, visando, nesta ação,
ao conhecimento e reconhecimen-
to das complexidades e potencialidades dos territórios, a população
local, a identificação e apropriação
dos adolescentes quanto aos equipamentos públicos disponíveis no
bairro, associando desta forma ao
conhecimento das Políticas Públicas.
Por tratar-se de um Serviço de Con-
vivência e Fortalecimento de Vínculos
(SCFV), a meta é fortalecer os vínculos
comunitários para uma compreensão
ampla da sociedade atual, implicando, em conjunto com os adolescentes
e jovens, na formulação de um pensamento crítico da própria realidade
individual, familiar, coletiva e social.
“Compreendemos que estas ações
de apropriação participatória visam a
um processo interpessoal no conhecimento e reconhecimento do território e
propiciam aos adolescentes conhecer de
forma ampla a história e a realidade do
próprio bairro”, afirma José Carlos, coordenador do Serviço Sefras Juventude
em São Sebastião/SP.
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
319
Evangelização
“Cultivo da qualidade de vida
e das relações fraternas”
Apontamentos
sobre o Encontro
dos guardiães e
coordenadores
I
mpulsionados pelo tema central
que emana de uma prioridade expressa no Plano de Evangelização
aprovado para o sexênio que se
inicia, nós, guardiães e coordenadores
das fraternidades da Província, com o
Definitório Provincial, estivemos reunidos no Seminário Santo Antônio,
em Agudos, nos dias 04 e 05 de maio,
para um momento de formação, encontro, partilha e definição de passos
a serem dados em fraternidade.
Cuidados com a saúde
No que diz respeito à qualidade de
vida, recebemos uma série de provo-
320
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
cações e instruções por parte da Dra.
Ângela Maria Izzo, ligada à Universidade São Francisco e responsável
por acompanhar nossos confrades
enfermos e idosos da Fraternidade
de Bragança Paulista. Ela abordou
a questão do cuidado pessoal com a
saúde numa perspectiva de prevenção
e também em relação ao fenômeno do
envelhecimento. De sua fala, partilhamos algumas observações:
3 A saúde é um estado de bem estar
geral que passa pelos aspectos físico, emocional, social e espiritual.
3 O cuidado com a própria saúde deve
ser orientado numa direção preventiva, com a prática de exercícios físicos regulares, a adoção de uma alimentação equilibrada e correta.
3 O processo de envelhecimento traz
à pessoa algumas limitações naturais, com as quais ela deve aprender a lidar. Neste processo, é muito
importante que a pessoa se deixe
cuidar e acompanhar e obedeça às
orientações médicas. Diz a doutora:
“A teimosia é a doença mais complicada”.
3 O excesso de remédios e a automedicação são graves ameaças à
qualidade de vida de uma pessoa.
É sempre mais útil e eficiente que
se busque o acompanhamento personalizado com um único profissional de referência e este, por sua
vez, de acordo com as necessidades,
faça os encaminhamentos a outros
especialistas.
3 Cada frade deveria ter o zelo de
guardar os documentos relativos à
sua saúde e tê-los sempre em mãos:
carteira de vacinação, exames realizados e receitas passadas são de
grande importância para agilizar
os encaminhamentos em casos de
necessidade.
Evangelização
3 Na vida das fraternidades, seria de
grande utilidade e importância que,
assim como os demais momentos
comuns, a prática de exercícios e
a adoção de uma dieta equilibrada
fossem institucionalizados.
Convivência e liderança
Com assessoria do Professor da
FAE, Dante Ricardo Quadros, o segundo momento trouxe para a reflexão a questão da convivência e da liderança, sobre a qual seguem algumas
observações:
3
Liderança é um processo a ser
aprendido.
3 Líder é aquele que consegue fazer
as pessoas darem o melhor de si
porque querem dar.
3 Dentre as formas de se influenciar
uma pessoa a fazer o que deve ser
feito, a mais inteligente e eficaz se
dá pela identificação, construída
a partir do diálogo e da criação de
um vínculo de confiança.
3 O conflito não se configura numa
situação negativa, mas é oportunidade do surgimento de novas soluções, do estreitamento dos laços, da
reafirmação de um pacto em torno
da missão a ser realizada.
3 O bom líder deve treinar muito o
aspecto da percepção de si mesmo, do outro e das circunstâncias e
também precisa se aprimorar sempre na prática de uma comunicação
clara e eficaz nos diferentes níveis
(falada, escrita e corporal).
3 Entre os elementos próprios de
uma equipe eficaz estão: um propósito definido bem claro para
todos (em nosso caso, a missão
e a vocação que assumimos), o
cultivo de um clima acolhedor e
familiar, a participação de todos
nas discussões e decisões, a maturidade nos casos de divergência, a
liderança compartilhada, a capacidade de autoavaliação (pessoal
e do grupo) e abertura a relações
externas respeitosas, fecundas e
saudáveis.
Repercussões e sugestões
3 Nossas instâncias de formação inicial e permanente devem fomentar
nos irmãos um espírito de cuidado
mútuo. Neste contexto, o “deixar-
-se” cuidar também seria já expressão da vivência prática do voto de
pobreza.
3
Seria importante haver a institucionalização do cuidado médico,
da prática de exercícios físicos e da
adoção de uma alimentação saudável em nossas fraternidades, se necessário com a elaboração de subsídios e a promoção da interajuda.
3
Como critério fundamental na
questão do cuidado com a saúde
deve estar o bom senso, que impede o confrade de cair numa preocupação obsessiva ou então numa
total negligência.
3
O cuidado com a própria saúde
não é só para os idosos, mas deve
ser uma constante para toda a vida,
desde a juventude, devendo, inclusive constar em nosso Projeto Fraterno de Vida e Missão.
3 A questão da prevenção ao tabagismo, ao consumo excessivo de
álcool e de alimentos prejudiciais à
saúde, deve estar entre as principais
preocupações no cultivo da qualidade de vida em nossas fraternidades.
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
321
Evangelização
3 A prática de o confrade reter a aposentadoria consigo para a aquisição
dos próprios remédios pode levá-lo
à automedicação e ao uso excessivo
e inadequado de medicamentos e
por isso deve ser evitada.
3 O cuidado de cada frade guardar
consigo em uma pasta todos os
exames, receitas, carteiras e documentos relativos à própria saúde
deve ser uma prática habitual, incentivada e acompanhada pelas
instâncias fraternas.
3 Embora seja elemento fundamental, o cuidado consigo não pode
servir para justificar um fechamento à missão e ao espírito de disponibilidade e serviço.
3 A fraternidade é lugar para o irmão
se sentir pleno e realizado. Cultivá-la é tarefa que diz respeito a todos.
3 Nós já possuímos instâncias muito eficazes para fomentar um bom
espírito de convivência. Basta que
saibamos lançar mão delas com
competência e fidelidade (capítulo
local, encontros regionais, recreios,
celebrações, Projeto fraterno de
vida e missão).
3
Os ideais que assumimos buscar
juntos (fraternidade, pobreza, missão evangelizadora) devem sempre
estar presentes em nosso horizonte pessoal e fraterno. Eles são o fio
condutor que vão garantir a qualidade de nossa consagração.
3 O ofício do guardião é uma autoridade a ser exercida na dinâmica
do lava-pés, com espírito de serviço e gratuidade. Sua liderança deve
levar os irmãos ao encantamento
pela vocação comum a todos.
3
Com frequência esbarramos em
certa falta de clareza em relação à
competência das instâncias e não
conseguimos dar os devidos passos
concretos e necessários em questões
fundamentais, como a do redimen-
sionamento de nossas presenças.
3 O redimensionamento é uma urgência que deve ser abraçada com
empenho comprometido de todos
os irmãos. Ouve-se falar muito sobre o tema, mas sente-se a falta de
encaminhamentos concretos e práticos.
3 Na partilha de vida das fraternidades, notou-se um clima geral
bastante positivo. Apareceram
também algumas preocupações
administrativas no caso pontual de
certas fraternidades.
Frei Gustavo Medella
FESTAS DE SANTO
ANTÔNIO NA PROVÍNCIA
Confira todas as programações das Festas
de Santo Antônio no site da Província:
www.franciscanos.org.br
Santo Antônio, rogai por nós!
NOTÍCIAS DO
DEFINITÓRIO PROVINCIAL
Agudos, 3 e 6 de Maio de 2016
Aproveitando a reunião dos guardiães e coordenadores
das fraternidades, marcada no Congresso Capitular para
os dias 4 e 5 de maio, o Definitório reuniu-se em Agudos,
nos dias 3 e 6 de maio, ordinariamente, acolhido com generosidade pela fraternidade local. No início da primeira
sessão, Frei Fidêncio, dando as boas-vindas, convidou os
Definidores a invocarem a assistência do Espírito Santo e
a intercessão de Nossa Senhora. O moderador das sessões
do Definitório foi Frei Evaristo Spengler, e grande parte
dos assuntos tratados segue abaixo.
1) Profissão solene - aprovação
Com grata satisfação e esperança, os Definidores
aprovaram que façam profissão solene na Ordem os
confrades estudantes: Frei José Morais Cambolo,
nascido em 26 de janeiro de 1989, em Luanda, Angola, que cursa o 2º ano de Teologia em Petrópolis; e
Frei Roberto Aparecido Pereira, nascido no dia 1º de
agosto de 1987, em Lençóis Paulista, SP, que cursa o 3º
ano de Teologia em Petrópolis. Ambos são membros
da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus.
2) Transferências e nomeações
1. Frei Domingos B. Hellmann – foi revogada sua
transferência para a Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos. Ele, no entanto, foi
transferido para a Fraternidade Nossa Senhora
da Conceição, de Mangueirinha, como vigário
paroquial.
2. Frei Gentil de Lima Branco – da Fraternidade
Nossa Senhora da Conceição, de Angelina, para
a Fraternidade Santo Antônio, de Florianópolis,
como vigário paroquial;
3) Nomeações
1. Frei Leonardo Aureliano dos R. T. Santos – vicesecretário do Secretariado para a Formação e os Estudos, em substituição a Frei Fábio Cesar Gomes;
2. Frei Paulo Cesar M. Borges – nomeado pároco
da Paróquia Imaculada Conceição, de Angelina;
3. Frei Luís Antonio Aliberti – animador do SAV
local da Fraternidade N. Sra. da Conceição, de
Angelina;
4. Frei João Maria dos Santos – vigário da casa na
Fraternidade N. Sra. da Conceição, de Angelina;
5. Frei Adriano Freixo Pinto – representante do
Ministro Provincial na CRB-PR, em substituição
a Frei Boaventura da Silva;
6. Frei Vanilton Aparecido Leme – assistente espiritual da OFS – Regional São Paulo;
4) Frei Aristides Pasquali, Frei Aladim Uber e Frei
Pedro Pinheiro - tratamento
Devido às suas condições físicas, e após conversa com
Frei Fidêncio, Frei Aristides será encaminhado para
a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança
Paulista, para tratamento de saúde. Frei Aladim, por
sua vez, se encontra lá há cerca de um mês. Já Frei Pedro fará tratamento no Instituto Acolher (Pe. Edênio),
em São Paulo.
5) Formação inicial - informações
Frei João Francisco informou como se encontram as
casas em que se desenvolve a formação inicial dos
nossos candidatos e frades de profissão temporária.
Afirmou que os formadores se sentem apoiados e
deteve-se mais no Seminário de Ituporanga, com a
realidade nova de os seminaristas fazerem o Ensino
Médio em escola pública da cidade, tendo em casa
reforço sobretudo em Língua Portuguesa. Disse que
tem sido avaliada positivamente a formação conjunta das duas modalidades de Aspirantado: Ensino
Médio e aspirantes com Ensino Médio já concluído.
No segundo semestre, prevê-se alguma remodelação, considerando que vários aspirantes partirão
para as FAVs.
6) Curso de formadores – nomes
O Definitório Provincial e o Conselho da Formação
e Estudos deverão pensar em frades para o curso de
formadores promovido pela Ordem junto ao Antonianum em Roma.
7) Frades estudantes de Angola
O Definitório analisou – e serão também pauta da
assembleia da FIMDA – questões que envolvem
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
323
Definitório Provincial
os frades de Angola que estudam Teologia em Petrópolis: período viável para se encaminhar pedido
para a profissão solene, bem como local onde fazê-la; periodicidade das férias (e isso não somente
para os frades estudantes, mas para os missionários
em geral); e os estágios pastorais. Quanto à profissão solene, o pedido deverá ser encaminhado ao
menos após um ano de acompanhamento em Petrópolis.
8) Reunião dos guardiães e coordenadores - programação
Ao rever com os Definidores a programação da reunião dos guardiães e coordenadores, dos dias 4 e 5 de
maio, Frei Fidêncio relembrou a insistência do Capítulo Geral de 2015 no cuidado com a formação dos
guardiães. Daí o tema central do encontro: “Cultivo
da qualidade de vida e das relações fraternas”. Interessados na repercussão nas fraternidades das questões
que seriam tratadas, os Definidores propuseram que
emanassem, até o final do encontro, alguns acordos,
orientações ou encaminhamentos que claramente
324
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
pudessem ser expostos aos confrades que não vieram a Agudos – o que, de fato, foi feito. Já após o
término da reunião dos guardiães e coordenadores,
os Definidores, avaliando, julgaram-na positiva,
com participação disposta, animada, propositiva e
integrada dos guardiães e coordenadores. Comentou-se também a importância de as reuniões, em
geral, emanarem, a exemplo do encontro de Agudos, algum tipo de “carta final” a ser enviada a todos
os confrades da Província.
9) Encontros de confrades com os Definidores –
Agudos e Bauru
Na manhã do dia 6, os Definidores encontraram-se
com Frei James Ferreira Gomes Neto, guardião em
Agudos, às 8h15, e com Frei Alessandro Dias Nascimento e Frei Ademir Sanquetti, um guardião da
fraternidade e pároco da Paróquia Santa Clara, e o
outro vigário da casa e pároco da Paróquia Santo Antônio, de Bauru, às 9h00, para tratar de questões fraternas, financeiras e administrativas que envolvem
Definitório Provincial
a vida dos confrades e a missão evangelizadora das
duas fraternidades.
7. Vila Velha – Santuário – 2 - (Responsável – Frei
Nazareno J. Lüdtke)
10) Regionais – participação do Ministro e Vigário
Embora com agenda bastante cheia, Frei Fidêncio e
Frei Evaristo têm interesse e procurarão fazer-se presentes, o quanto possível, em reuniões dos Regionais
da Província.
14) Discretórios - nomeação
1. Fraternidade Santo Antônio, Largo da Carioca,
Rio de Janeiro: Frei Estêvão Ottenbreit, Frei José
Pereira, Frei José Ulisses de Moraes e Frei Róger
Brunorio.
2. Fraternidade São Francisco, Largo São Francisco, São Paulo: Frei Mário L. Tagliari, Frei Luiz
Donizete Ribeiro, Frei Alvaci Mendes da Luz,
Frei Guido M. Scheidt e Frei Alexandre Rohling.
3. Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, Petrópolis: Frei César Külkamp, Frei Luiz Flavio
Adami Loureiro, Frei Marcos Antônio de Andrade e Frei Leandro Costa Santos.
4. Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, Curitiba:
Frei Alexandre Magno C. da Silva, Frei Vagner
Sassi, Frei Adriano Freixo Pinto, Frei Benjamim
Berticelli e Frei Antônio Joaquim Pinto.
11) Retiros Provinciais
Foi comentada a possibilidade de grupos se organizarem e promoverem outros retiros, além dos agendados pela Formação Permanente, avisando o secretário
da Província.
O retiro de Rondinha, de 18 a 22 de julho, será orientado por Frei Fábio César Gomes; o do eremitério, de
19 a 22 de setembro, por Frei João Mannes; o de Agudos, de 26 a 30 de setembro, por Francisco Orofino. Já
o retiro para os frades de 1 a 10 anos de transferência,
após os períodos em casas de formação, a acontecer
de 15 a 19 de agosto, em Vila Velha, será organizado
por Frei Fidêncio, Frei Clauzemir Makximovitz e Frei
João Francisco da Silva.
12) Jubileus 2016
Devido a recorrentes dificuldades em se celebrar os
Jubileus dos confrades no dia 8 de dezembro de cada
ano, os Definidores marcaram o convívio e celebração dos (e com os) Jubilandos para os dias 1º e 2 de
dezembro, no Convento São Francisco, em São Paulo.
13) FAVs 2016 - programação
Há no momento 14 aspirantes que irão para as FAVs
no segundo semestre deste ano. A data para a chegada
às fraternidades é de 25 a 29 de julho. O término da
experiência se dará em 23 de outubro, quando todos
se reunirão novamente para a semana missionária em
Coronel Freitas.
Fraternidades que acolherão aspirantes:
1. Amparo – 2 aspirantes - (Responsável: Frei Adriano Nascimento)
2. Ituporanga – Paróquia – 2 - (Responsável: Frei
Marcos Prado)
3. Lages – 3 - (Responsável – Frei Tarcísio Theiss)
4. Forquilhinha – 2 - (Responsável – Frei João Lopes)
5. Santo Amaro da Imperatriz – 2 - (Responsável –
Frei Nilton Decker)
6. São Paulo – S. Francisco – 3 - (Responsável – Frei
Mário Tagliari)
15) Conselho de Administração
das Entidades da Província
Na noite do dia 4, às 20h00, os Definidores tomaram
parte na reunião do Conselho de Administração das
entidades da Província (Fundação Frei Rogério, de
Curitibanos; Fundação Cultural Celinauta, de Pato
Branco; Editora Vozes, de Petrópolis; Associação
Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, com sede
em Curitiba; Casa Nossa Senhora da Paz, de Bragança
Paulista; Instituto dos Meninos Cantores, de Petrópolis; e Obra Pia da Terra Santa). Num primeiro momento, as entidades apontaram desafios e perspectivas a curto e médio prazos. Num segundo momento,
Frei Volney J. Berkenbrock apresentou como tem se
desenvolvido nos últimos anos, pela Sede Provincial,
a política de administração dos imóveis da Província.
Ficou evidente que a evolução dos aluguéis de imóveis
passa a se constituir na principal fonte de receita para
a economia da Província.
16) Editora Vozes - presidente
Frei Gilberto G. Garcia foi nomeado diretor-presidente
da Editora Vozes. No início, como ainda tem compromissos a honrar em Brasília, Frei Gilberto irá de 15 em
15 dias a Petrópolis, permanecendo ali por 3 ou 4 dias.
17) Regionais – eleitos para os serviços
1. ESPÍRITO SANTO
Coordenador: Frei Gilson Kammer
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
325
Definitório Provincial
Vice-Coord.: Frei Paulo César Ferreira da Silva
Secretário: Frei Clarênio Neotti
Vice-Secret.: Frei Florival Mariano de Toledo
2. BAIXADA E SERRA FLUMINENSE
Coordenador: Frei Fernando de Araújo Lima
Vice-Coord.: Frei Jorge L. Maoski
Secretário: Frei Wagner José Rosa (Custódia das
Sete Alegrias)
Vice-Secret.: Frei Valdir Nunes Ribeiro
3. RIO DE JANEIRO E BAIXADA FLUMINENSE
Coordenador: Frei James L. Girardi
Vice-Coord.: Frei Salésio L.
Hillesheim
Secretário: Frei Sandro Roberto da Costa
Vice-Secret.: Frei Luiz Henrique Ferreira
Aquino
4. VALE DO PARAÍBA
Coordenador: Frei João Pereira da Silva
Vice-Coord.: Frei Leonir Ansolin
Secretário: Frei Claudino Dalmago
Vice-Secret.: Frei Jeâ Paulo de Andrade
5. SÃO PAULO
Coordenador: Frei Germano Guesser
Vice-Coord.: Frei Alvaci Mendes da Luz
Secretário: Frei Hipólito Martendal
Vice-Secret.: Frei Vadecir
Schwambach
6. AGUDOS
Coordenador: Frei Gilberto Piscitelli
Vice-Coord.: Frei André Becker
Secretário: Frei José Martins Coelho
Vice-Secret.: Frei Alessandro Dias Nascimento
7. CURITIBA
Coordenador: Frei Valdir Laurentino
Vice-Coord.: Frei Vagner Sassi
Secretário: Frei Adriano Freixo Pinto
Vice-Secret.: Frei Antônio Joaquim Pinto
8. PATO BRANCO
Coordenador: Frei Rubens Luiz de Carvalho
Vice-Coord.: Frei Diomedes Basi
Secretário: Frei Nelson Rabelo
Vice-Secret.: Frei Felipe Gabriel Alves
326
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
9. CONTESTADO
Coordenador: Frei Alex Sandro Ciarnoscki
Vice-Coord.: Frei José Idair Ferreira Augusto
Secretário: Frei Vitalino Piaia
Vice-Secret.: Frei Antônio Mazzucco
10. PLANALTO CATARINENSE E ALTO VALE
DO ITAJAÍ
Coordenador: Frei Marcos Estevam de Melo
Vice-Coord.: Frei Evandro Balestrin
Secretário: Frei Roberto Carlos Nunes
Vice-Secret.: Frei José Lino Lückmann
11. LESTE CATARINENSE
Coordenador: Frei Ivo Müller
Vice-Coord.: Frei Osvaldo Lino Luiz
Secretário: Frei Daniel Dellandrea
Vice-Secret.: Frei Ricardo Backes
12. VALE DO ITAJAÍ
Coordenador: Frei Nelson José
Hillesheim
Vice-Coord.: Frei Rafael Spricigo
Secretário: Frei Pascoal Fusinato
Vice-Secret.: Frei Paulijacson Pessoa de Moura
Ob.: Os coordenadores encontrar-se-ão com
os Definidores, em São Paulo, no dia 29 de
junho.
18) OFS – nomeação
de assistentes espirituais
Atendendo, em geral, aos pedidos dos ministros
locais das fraternidades OFS, foram nomeados assistentes espirituais:
1. Curitiba (Santa Maria dos Anjos): Frei Miguel da
Cruz
2. Nilópolis (N. Sra. da Imaculada Conceição): Frei
Ângelo Cardoso da Silva
3. Niterói (Imaculada Conceição da B. A. Virgem
Maria): Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino
4. Rio de Janeiro (Nossa Senhora da Paz): Frei Robson de Castro Guimarães
5. Rio de Janeiro (Santo Antônio): Frei Estêvão Ottenbreit
6. Rodeio (São Francisco das Chagas): Frei Jorge Lázaro de Souza
7. São Paulo (Menino de Belém): Frei Vitorio Mazzuco Filho
8. São Paulo (Santo Antônio do Pari): Frei Wilson
Batista Simão
Definitório Provincial
9. São Paulo (São Francisco de Assis): Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa
10. Sorocaba (Bom Jesus dos Aflitos): Frei André Becker
19) Ecônomos das fraternidades - nomeação
A partir das indicações feitas pelas fraternidades, foram nomeados ecônomos locais:
Agudos: Frei James Ferreira Gomes
Amparo: Frei Cláudio César Broca de Siqueira
Angelina: Frei Luís Antonio Aliberti
Balneário Camboriú: Frei Ladí Antoniazzi
Bauru: Frei Ademir Sanquetti
Blumenau: Frei Nelson J. Hillesheim
Bragança Paulista: Frei Celso Chiarelli
Chopinzinho: Frei Jacir A. Zolet
Colatina: Frei Gilson Kammer
Concórdia: Frei Délcio F. Lorenzetti
Coronel Freitas: Frei Dionísio Morás
Curitiba: Frei Vagner Sassi
Curitibanos: Frei Roberto Carlos Nunes
Duque Caxias – C. Elíseos: Frei Carlos Alberto Branco
Araújo
Duque Caxias – Imbariê: Frei Jorge Luiz Maoski
Florianópolis: Frei Vanderley Grassi
Forquilhinha: Frei João Lopes da Silva
Gaspar: Frei Carlos Ignacia
Guaratinguetá – Postul.: Frei João Francisco da Silva
Ituporanga – Paróquia: Frei Fabiano kessin
Ituporanga – Seminário: Frei Marcos Estevam de Melo
Lages: Frei José Lino Lückmann
Luzerna: Frei Nolvi Dalla Costa
Mangueirinha: Frei Luiz Carlos Peloso
Nilópolis – Aparecida: Frei Walter Ferreira Júnior
Niterói: Frei Salésio Lourenço Hillesheim
Pato Branco: Frei Olivo Marafon
Paty do Alferes: Frei Gilmar José da Silva
Petrópolis – Guadalupe: Frei Alan Maia de França Victor
Petrópolis – São Francisco: Frei Fábio Cesar Gomes
Petrópolis – Sagrado: Frei Luiz Flavio Adami Loureiro
Rio de Janeiro – S. Antônio: Frei José Pereira
Rio de Janeiro – Rocinha: Frei Clauzemir Makximovitz
Rodeio: Frei Jorge Lazaro de Souza
Rondinha – S. Boaventura: Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira
Rondinha – Aldeia: Frei Mário J. Knapik
Santos: Frei João Pereira Lopes
S. Amaro da Imperatriz: Frei Nilton Decker
São João de Meriti: Frei Luiz Colossi
São Paulo – S. Francisco: Frei Luiz Donizete Ribeiro
São Paulo – Pari: Frei Germano Guesser
São Paulo – Vila Clementino: Frei Raimundo Justiniano
de Oliveira Castro
São Sebastião: Frei Marcelo Paulo Romani
Sorocaba: Frei André Becker
Vila Velha – Penha: Frei Pedro de Oliveira Rodrigues
Vila Velha – Santuário: Frei Djalmo Fuck
Xaxim: Frei Alex Sandro Ciarnoscki
FIMDA
Luanda – Palanka: Frei José Antônio dos Santos
Viana: Frei Valdemiro Wastchuk
Malange – missão: Frei Laerte de F. dos Santos
Malange – seminário: Frei Jeferson Palandi Broca
Quibala: Frei Alisson Luís Zanetti
20) CFMB – notícias da assembleia
Frei Fidêncio informou sobre a Assembleia da
CFMB, realizada nos dia 4 a 8 de abril de 2016.
As Comunicações de maio trouxeram notícia, com
os vários assuntos tratados, entre eles a eleição da
nova presidência:
Presidente: Frei Inácio Dellazari – Província São
Francisco de Assis;
Vice Presidente: Frei Fidêncio Vanboemmel – Província Imaculada Conceição;
Secretário: Frei Marco Aurélio da Cruz – Província
do Santíssimo Nome de Jesus;
Tesoureiro: Frei Francisco Carvalho Neto – Província Santa Cruz;
21) Autorizações de viagem
Por motivos diversos, receberam autorização para
viajar ao Exterior: Frei Vitorio Mazzuco Filho, Frei
Carlos José Körber, Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira,
Frei Valdecir Schwambach e Frei Vilmar Alves da
Silva.
Encerramento
Às 16h00 do dia 6 de maio, Frei Fidêncio, agradecendo
pelo empenho de todos os Definidores, convidou-os a dirigirem-se à mãe de Deus, com uma Ave-Maria, pedindo
pela nossa perseverança na vocação e pelo ardor na missão.
E deu assim por concluída a reunião ordinária do Definitório Provincial.
Frei Walter de Carvalho Júnior
secretário
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
327
UCLAF
MINISTRO GERAL PEDE NOVOS
M
ovidos pelo Espírito Santo,
no contexto do Jubileu da
Misericórdia e a comemoração dos 800 anos do Perdão de Assis, os irmãos franciscanos,
Ministros Provinciais e Custódios da
América Latina e do Caribe, se reuniram, de 25 a 29 de abril, em Santa
Cruz de la Sierra (Amazônia Boliviana), onde foram generosamente
acolhidos pela Província Missionária
Santo Antônio da Bolívia e pela Conferência Bolivariana para a realização
da XXIV Assembleia Geral das Conferências Latino-americanas Franciscanas da Ordem dos Frades Menores (UCLAF). “Nos reunimos para
contemplar, meditar e celebrar nossa
vida e missão nos lugares onde o Se-
328
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
nhor nos colocou e relançar-nos criativamente ‘às periferias, com a alegria
do Evangelho’, informou a mensagem
com o lema.
A XXIV Assembleia contou com
a presença e animação do Ministro
Geral, Frei Michael Anthony Perry, dos irmãos Definidores Gerais,
Frei Ignacio Ceja e Frei Valmir Ramos, e do Secretário Geral para as
Missões e Evangelização, Frei Luís
Gallardo, que durante todos os dias
estiveram atentos e disponíveis para
escutar os representantes de cada
província e custódia, e também para
fazer presentes as decisões (mandatos) do Capítulo Geral de 2015 e as
diretrizes de animação 2016-2017.
Reuniram-se no Centro Francisca-
no da Província de Santo Antônio:
20 ministros, 4 custódios, 2 vigários
provinciais e o presidente da fundação do Haiti.
A Província da Imaculada Conceição foi representada pelo Ministro
Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que, apesar do frio nesses dias na
cidade boliviana, destacou o espírito
de fraternidade, a troca de experiências e sonhos neste Continente Franciscano (leia mais na Mensagem do
Provincial na pág. 3).
MINISTRO GERAL
No segundo dia da Assembleia,
depois de tomar conhecimento da situação das Conferências, o Ministro
Geral dirigiu uma mensagem aos pre-
UCLAF
HORIZONTES
sentes, na qual manifestou sua alegria
e a dos irmãos vindos da Cúria Geral
de participar deste encontro fraterno.
Recordou-lhes que encontros como
este são uma bela oportunidade de
unir esforços para buscar formas
concretas de aprofundar a identidade franciscana, fortalecer o sentido
de pertença à Fraternidade Universal
e ampliar os horizontes das próprias
fronteiras. “O Definitório Geral e eu
estamos absolutamente convencidos
de que é urgente mudar a concepção
tradicional de Província ou Custódia
chegando a ser mais permeáveis, de
modo que nasçam novas possibilidades para uma colaboração inter-entidades como consequência natural da
vivência da Regra e Vida dos Frades
Menores”, disse.
Convidou-os ainda a estarem
atentos às mudanças aceleradas que se
dão no mundo, na Igreja e na Ordem,
e a encontrar ou criar novos horizontes de modo a oferecer novas alternativas que nos permitam reconhecer,
celebrar e compartilhar a presença
e a obra de Deus com todos aqueles
que nos rodeiam. “Além disso, ‘somos
missão para o mundo’, como o Papa
Francisco assinalou em sua Exortação
Apostólica Evangelii Gaudium”.
Falou também da situação difícil
por que atravessam os Vicariatos da
região confiados à Ordem. Insistiu na
necessidade de ir mais além das práticas atuais que enfatizam o trabalho
pastoral e social em detrimento da
identidade franciscana e de fazer um
estudo, diálogo e planejamento muito
sérios que levem, talvez, a uma estratégia central, um plano comum franciscano, que permita apoiar melhor os
vicariatos.
Tratou também de temas como a
falta de fé, esperança e amor em nossas fraternidades, a inculturação, a
pobreza e a simplicidade de vida, e os
novos desafios que enfrenta a Ordem
na Europa. Com base nos ensinamentos do Papa Francisco, desenvolveu
uma bela reflexão sobre “Ver o mundo a partir da periferia: uma nova
hermenêutica para a vida franciscana
no mundo de hoje”, conforme os itens
destacados:
1. Um Deus que é todo misericordioso e que não julga;
2. Um Deus que têm um especial interesse e cuidado pelos pobres, os
marginalizados;
3. Um Deus que busca derrubar os
muros que nos separam uns dos
outros;
4. Um Deus que trabalha de fora para
dentro e de baixo para cima;
5. Um Deus que não busca o poder,
mas prefere a humildade;
6. Um Deus a quem não lhe preocujunho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
329
UCLAF
pa sujar-se para entrar no meio da
tragédia humana, na vida de cada
pessoa;
7. U
m Deus da hospitalidade;
8. Um Deus que está convidando toda
a humanidade a viver a fraternidade universal, juntos com a natureza,
a Casa Comum;
Frei Michael, com base nas pregações, escritos e os modos de proceder
e dirigir a Igreja, elencou os elementos de uma hermenêutica franciscana
para a vivência do Evangelho no século 21:
1. Uma Ordem de irmãos que buscam
renovar cada dia sua relação pessoal com Jesus Cristo;
2. Uma Ordem que busca o caminho
da fraternidade, da minoridade e da
simplicidade de vida;
3. Uma Ordem caracterizada por um
espírito de diálogo em todas as áreas da vida;
4. Uma Ordem caracterizada por um
renovado espírito missionário franciscano;
330
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
5. Uma Ordem profundamente comprometida em combater toda forma de pecado social (São João Paulo II, 1984), comprometida com os
valores transversais da justiça, paz
e integridade da criação e reconciliação;
6. Uma Ordem que demonstre os valores do sine proprio e a simplicidade de vida em seus assuntos financeiros;
7. Uma Ordem cujos membros em nível de conferências e entre províncias e custódias, estão comprometidos com a busca de um caminho
de colaboração interconferência,
interprovincial e inter-entidades,
de maneira séria, progressiva e intensa;
8. Uma Ordem que reconhece a dignidade bastimal dos leigos, que dedica muitos de seus recursos - humanos e econômicos - em preparar
leigos para a liderança da Igreja;
9. Uma Ordem que nutre a esperança
e o sonho de que “todos sejam um”,
segundo a qual as três primeiras
Ordens - OFM, OFM Conventuais, OFM Capuchinhos - possam
começar um processo de diálogo,
intercâmbio, colaboração, empreendimento e itinerários espirituais
e fraternos que permitam crear as
condições para a reunificação das
três Ordens em uma Ordem dos
Frades Menores.
(veja o documento na íntegra no site da Província
- Canal Carisma, Documentos da Ordem)
MENSAGEM FINAL
A mensagem final do encontro
destacou:
“Reafirmamos nosso compromisso de apoiar as presenças franciscanas
na vasta Pan-Amazônia, especialmente a fraternidade constituída pelos confrades das nossas Conferências (Amazônia peruana); esta nova
presença entre os mais pobres, numa
Igreja debilitada, desafia-nos a recuperar os traços originais da vida e
missão, a nós trazidos por Francisco
e Clara de Assis e hoje expressos no
documento “Ite Nuntiate”.
UCLAF
Também reiteramos nosso apoio
ao Master em Evangelizacão (Petrópolis, Brasil), espaço valioso para fortalecer a nossa identidade franciscana,
fraterna, minorítica e evangelizadora,
integrando ciência, experiência e espiritualidade. E ainda reforçamos a
missão evangelizadora da Pastoral
Educativa (colégios e estudos superiores), tão importante e presente na
América Latina e no Caribe.
Num clima de diálogo, de mútuo
apoio, de abertura e compromisso de
corresponsabilidade fraterna, ouvimos com profunda atenção o novo
desafio apresentado pelo Ministro
Geral, pedindo para fortalecer a presença franciscana em Cuba, enviando frades experimentados e qualificados.
Nestes dias sentimos fortemente a
presença, a partir da casa do Pai, dos
nossos confrades Frei Rodolfo Hernández (Presidente da UCLAF) e Frei
Antônio Moser (grande animador e
professor do Master de Petrópolis),
recentemente falecidos. Também,
desde o início do encontro, estivemos
muito unidos à dor dos nossos irmãos
do Equador, orando pelas vítimas do
lamentável terremoto e juntos buscando formas efetivas de ação solidária.
A celebração das Bodas de Ouro
(1967-2018) da UCLAF nos anima
a seguir caminhando como irmãos e
menores, em comunhão com a Igreja,
a serviço do Povo de Deus, da huma-
nidade e no cuidado com toda criação, a nossa casa comum.
Depositamos toda a nossa confiança no Pai, rico em misericórdia,
para seguir com ânimo renovado a
Cristo pobre e crucificado, como fez
nosso pai Francisco, guiados pelo Espírito Santo. Que Maria, mãe e rainha
da Ordem Franciscana, nos acompanhe no nosso peregrinar!
VISITA
Frei Michael e Frei Valmir, no entanto, chegaram à Bolívia no dia 19 de
abril. Neste período que antecedeu à
Assembleia, eles visitaram a Fraternidade Provincial da Província Missionária de Santo Antônio da Bolívia.
Eles foram acolhidos pelo Ministro
Provincial Frei Orlando Cabrera. De
18 a 24 de abril, eles conheceram os
121 frades que fazem parte da Província boliviana, fundada em 1985.
No encontro com os frades desta
Província, Frei Michael deu um panorama da Ordem Franciscana hoje e
fez alguns questionamentos. “Um dos
aspectos mais preocupantes da vida
religiosa hoje, e da vida franciscana
em particular, é que temos gastado
muito tempo respondendo a perguntas que as pessoas desta geração e
da futura não fazem mais. Gastamos
demasiado tempo discutindo liturgia,
estrutura da Igreja e de como manter a sua forma original. Discutimos
como manter a velha máquina que
governa a organização de nossas atividades pastorais e franciscanas que,
de algum modo, se mantêm para
sobreviver no presente mas que não
oferecem as mesmas possibilidades e
a mesma efetividade do passado”, disse Frei Michael.
“Do que devemos realmente ter
medo não são as mudanças mas a
ausência de mudanças num processo
natural inscrito em toda natureza, em
toda a história humana. Devemos temer a instabilidade em buscar sempre
o Reino de Deus como ponto de partida”, ensinou.
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
331
Crônica
AS CAMINHADAS FRANCISCANAS DA JUVENTUDE
T
enho acompanhado com
encantamento e orgulho
a iniciativa de meu jovem
confrade Frei Diego Atalino, com o suporte de confrades e
da própria Província Franciscana da
Imaculada Conceição do Brasil, em
organizar as Caminhadas da Juventude. É como olhar pelos caminhos
de Assis, e ver aquele jovem Francisco, munido apenas das Palavras do
Evangelho, que convoca a ir pelas
estradas do mundo sem alforje, sem
bordão, apenas com a provisoriedade da hora, tempo, lugar, poeira
e acolhida de muitas portas para
muitos passos (Mt 10,9). De 1205
até 2016, Francisco inspira um jeito
de ir sem armas, de não correr, mas
entrar no ritmo do circundante.
Caminhar é desacelerar a pressa
que invadiu o jeito de ir pelo mundo,
na loucura de todos os meios que temos hoje para chegar, na neurótica
332
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
rapidez que impede ver as beiras.
Tenho visto a juventude envolvida neste projeto tendo um novo
modo de olhar a vida; percebendo
que tem alguém ao lado, uma velha
paisagem nova, uma convivência
que inspira, ajuda, partilha, realiza pequenos e grandes gestos que
revelam o encanto de ir junto. Esta
juventude que caminha aprende
também a parar, escutar, receber,
motivar-se para tocar em frente. O
mais bonito é a meta, o chegar lá.
Não importam as bolhas nos pés e o
cansaço se o coração está focado no
mesmo espírito. Estes jovens estão
caminhando na gratuidade e não
competindo.
Eles não passam este ódio ideológico que impregna as caminhadas
supostamente reacionárias. Mas
andam com o direito de ser o que
querem ser: jovens purificados pelo
que a vida oferece quando se fazem
peregrinos e forasteiros. Hoje tem
tanta gente estagnada em fóruns políticos querendo decidir para onde
devemos ir, sem levar-nos para lugar nenhum. Prefiro os jovens da
Caminhada Franciscana da Juventude porque eles querem ir pela Casa
Comum, em comunhão com todas
as criaturas. Com suas canções, camisetas coloridas, danças e preces,
fala, silêncio, celebração e profecia
instauram um mundo melhor.
A Caminhada da Juventude é
um grito na história, o anúncio de
uma mudança, de uma transformação. Quem foi sabe o que estou
dizendo aqui; quem não foi um dia
vai ter na mochila um mundo de
experiências para contar para quem
vem vindo atrás! Vamos diegando
atalinamente, com alegria e simpatia pelos Caminhos de Francisco!
Frei Vitório Mazzuco
Falecimento
ANTÔNIO
NUNES CORRÊA
04/08/1936
+ 23/04/2016
A
família Nunes Corrêa louva o Deus Altíssimo pelo
dom da vida de nosso Pai, Antônio Nunes Corrêa,
que partiu para a eternidade. Com algumas complicações de saúde nos últimos dias de abril, entregou
sua vida para Deus. Homem religioso, pai exemplar, deixa sua esposa e seus 6 filhos, netos e bisnetos. Agradecemos aos confrades de Sorocaba que estiveram presentes
junto à família nos momentos mais difíceis. Deus o acolha na eternidade celeste e descanse em paz!
Frei Carlos L. Nunes Corrêa
CURSO DE FRANCISCANISMO
O Rosto da Misericórdia
em São Francisco e
Santa Clara de Assis
De 11 a 14 de
outubro de 2016
Rondinha – Campo
Largo – PR
Por ocasião do “Ano Santo da
Misericórdia”, promulgado
pelo Papa Francisco, a
Fraternidade Franciscana São
Boaventura - Rondinha – Campo
Largo – PR, oferece um Curso
sobre o Rosto da Misericórdia
em São Francisco e Santa Clara
de Assis.
Mais informações no site da
Fraternidade São Boaventura:
www.franciscanosrondinha.
com.br
Frei João Mannes
Falecimento
FREI ANTÔNIO lopes rodrigues
M
30/12/1937
+ 10/05/2016
“
inha infância, até aos
8 anos, transcorreu
cercada dos carinhos e
cuidados de meus pais
e irmãs, mas sem muitas novidades e
lembranças. Meus queridos e saudosos pais, embora sem muitos recursos
e estudos (mamãe era analfabeta e papai sabia ler e escrever o seu nome),
com muito esforço, luta e sacrifício,
souberam dar a seus filhos o que eles
não receberam: uma formação sólida,
que nos tornou capazes de nos defendermos na vida. Esta formação que
eles não tiveram, quiseram que seus
filhos a tivessem, para terem um futuro melhor. E o conseguiram”. Neste
depoimento, Frei Antônio Lopes explica que nasceu no dia 30 de dezembro de 1937, em Sorocaba, mas viveu
e cresceu na zona rural de Iporanga,
distrito de Brigadeiro Tobias, no município sorocabano.
Era o quarto filho dos cinco de
João Lopes Padilha e Encarnação
Rodrigues Garcia. Aos 8 anos, quando ingressou na Escola Primária, começou a sentir “gosto pelas coisas da
Igreja”, e convidado por um amigo,
tornou-se coroinha, acompanhando o
pároco em suas visitas às comunidades. “Com o passar dos dias, foi nascendo em mim aquela ideia e aquele
desejo de que no futuro eu poderia
fazer a mesma coisa”, revelou. Aos
10 anos, segundo ele, não foi difícil
dar um “sim” quando lhe perguntaram se não queria ser padre. No dia
25 de janeiro de 1948, Frei João Clímaco o acompanhou para ingressar
no Seminário Seráfico Frei Galvão
de Guaratinguetá. Depois de 10 anos
de formação inicial, vestia o hábito
franciscano no Noviciado de Rodeio,
onde fez a primeira profissão no dia
20 de dezembro de 1959. “Sem som-
334
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
bras de dúvida, o ano de noviciado foi
o mais belo de minha vida, deixando
profundas marcas e muitas saudades”,
contou.
Veio, então, sua formação filosófica e teológica até a ordenação presbiteral. Recém-ordenado, Frei Antônio
se ofereceu como voluntário na Missão Chilena e, no início de setembro
de 1966 - a Missão Chilena foi oficialmente iniciada no dia 15 de março de
1965 - ele recebia a Cruz Missionária
numa solene Celebração Eucarística,
no Convento São Francisco, em São
Paulo. Alguns dias depois, em companhia de Frei Luís Dalmago, partia
para o Chile de navio, onde se juntaria a outros cinco missionários da
Província.
“Pessoalmente, participei desta
Missão numa primeira etapa, do dia
8 de novembro de 1966, dia em que
oficialmente assumiamos a Paróquia
missionária San Pablo de Carahue,
Falecimento
até janeiro de 1976. Neste período trabalhei com muito amor, entusiasmo
e alegria tendo bastante clareza dos
objetivos que devíamos atingir e que a
Ordem e a Igreja chilena nos pediam
com insistência”, explicou, lembrando
que foi nesse período da Missão que
perdeu seus pais. “Que estes sacrifícios sirvam para o bem da nossa Missão no Chile”, dizia em 85.
“Em nossos trabalhos apostólicos
percorríamos com alegria as Costas
do Pacífico, da Província de Cautin,
numa extensão de 70 km, de Puerto
Saavedra a Tirua, num trabalho incansável, num verdadeiro trabalho
missionário onde mais de 70% da
população era indígena (índios Mapuches). A extensão da Paróquia era
aproximadamente de 90 km. Quantas
vezes chegamos a lugares onde há 15
e mais anos nunca tinham recebido a
visita de um sacerdote. Eram mais de
70 lugares que recebiam a nossa visita,
sobretudo no tempo do verão”, contou. Nesta primeira etapa, Frei Antônio ficou 10 anos. “Pedi ao Provincial
para retornar ao Brasil. Durante quatro anos residi em Lages. No Capítulo
Provincial de 1979, o Visitador Geral
pediu o meu retorno ao Chile com a
incumbência de continuar a lutar pela
unificação da Custódia com a Provín-
Dados pessoais, formação e atividades
Nascimento: 30.12.1937 (78 anos de idade), em Sorocaba – SP;
Admissão ao Noviciado: 19.12.1958, em Rodeio, SC;
Primeira Profissão: 20.12.1959 (56 anos de Vida Franciscana);
Profissão Solene: 02.02.1963;
Ordenação Presbiteral: 15.12.1964 (51 anos de Sacerdócio);
· 1960-1961 – Estudos de Filosofia, em Curitiba;
1962-1965 – Estudos de Teologia, em Petrópolis;
28.08.1966 – Missionário no Chile, em Carahue;
26.12.1975 – v igário paroquial da paróquia N. Sra. Aparecida, de Lages; em 21.12.1976
é nomeado guardião;
05.12.1979 – retorno ao Chile, como pároco em Carahue;
23.04.1985 – coordenador da fraternidade e pároco em Amparo;
21.01.1989 – guardião e pároco em Sorocaba;
06.12.1990 – vigário da casa e vigário paroquial em Canoinhas;
07.07.1993 – vigário paroquial em Chopinzinho;
10.01.1995 – guardião e pároco em Água Doce, SC;
01.12.1997 – guardião e pároco em São Sebastião;
01.11.1999 – trabalho no setor de protocolo da Cúria Geral, em Roma;
27.08.2003 – Guaratinguetá – Graças – atendente conventual;
07.11.2003 – pároco e vigário da casa em Coronel Freitas;
20.12.2006 – atendente conventual no Rio de Janeiro, Largo da Carioca;
31.07.2008 – vigário paroquial em Niterói;
12.12.2012 – vigário paroquial em Sorocaba – Bom Jesus;
fazia o seguinte depoimento sobre
Frei Antônio: “Antônio, mais sério,
mas armado de humor e caridade, capazes de desarmar os que se atreviam
a referir-se, com ironia e desprezo, ao
Convento, como sendo “uma favela
franciscana”, e mais tarde se tornaram
seus melhores amigos e colaboradores. Antônio do canto suave, nas visitas aos paroquianos, divertindo-os
com os versos do canto “Tenho meu
poncho verde, ai, ai”.
R.I.P.
cia de Santiago e de preparar, sem precipitações, para o término da Missão
chilena”.
Frei Antônio retornava em janeiro
de 1980 ao Chile, para a Paróquia de
Carahue, onde celebrou as bodas de
prata de vida religiosa. No dia 15 de
março de 1985, segundo Frei Antônio, os frades podiam dizer “Missão
cumprida”.
No livro “Franciscanos brasileiros
no Chile”, de Frei Anselmo München,
a chilena Edith Romero de Birchmeier
DEPOIMENTO DE FREI ANSELMO MÜNCHEN
Em 1965 foi aceita a Missão
Franciscana da Província no Chile.
O plano inicial foi que três confrades trabalhariam na Paróquia de São
Francisco, na cidade de Temuco, no
Sul do Chile. Outros dois confrades
assumiriam o funcionamento do seminário local. Desde o começo, houve muita dificuldade em trabalhar no
seminário porque era uma pensão,
onde moravam os 20 seminaristas,
que estudavam fora e estavam apenas
algumas horas em casa, para comer
e dormir. Aos sábados e domingos
estavam os jovens com as famílias
e voltavam na segunda-feira. Nem
eram vocacionados e nada queriam
de vida religiosa. Resolveu-se entre os
confrades, Província e Custódia, que
o seminário seria fechado no fim do
ano, como de fato aconteceu. A Província resolveu pedir ao senhor Bispo,
D. Bernardino Piñera, outra Paróquia
para os dois confrades que trabalhavam no seminário. A Paróquia oferecida pelo Sr. Bispo é a Paróquia de
Carahue, localizada ao longo do Pacífico, numa extensão de 50 km, com
vários km de largura, onde moram 15
mil descendentes de indígenas araucanos, o povo mapuche. Foi criada a
Comunidade do Seminário com Frei
Antônio Lopes Rodrigues e Frei Luiz
Dal’Mago, que acabavam de chegar
do Brasil. Poucos meses depois Frei
Mariano se retirou para o Brasil, e
Frei Antônio Lopes foi nomeado pároco de Carahue e Frei Luiz Dal’Mago
e Frei José Zanchet, que acabara de
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
335
Falecimento
chegar do Brasil, foram nomeados
cooperadores. Carahue fica a 50 quilômetros de Temuco, onde estavam os
outros quatro confrades: Frei Antônio
Andrietta, o coordenador da Missão,
Frei Feliciano Greshake, Frei Genuíno
Mazurana e Fr. Anselmo Julio München. Ficamos contentes, porque não
era tão grande a distância para nos visitarmos e para as reuniões. Frei Antônio era jovem religioso e sacerdote,
que iniciava seu primeiro trabalho de
catequese.
Como coordenador, estudou com
os confrades a característica do povo
de Carahue e decidiram escolher um
grupo de mães das crianças inscritas
para a preparação da Primeira Comunhão, e algumas catequistas para estudar em comum as verdades da fé, e
depois aos sábados reuniam as crianças todas a fim de aplicar o estudo das
verdades. A característica especial e
meritória foi o envolvimento da família na preparação das crianças. O mesmo aconteceu com os jovens que se
preparavam para receber o sacramen-
336
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
to da crisma. E Frei Lopes tornou-se o
franciscano querido de toda a população, que durante dez anos percorreu
o imenso território da região de Carahue, e foi aplicando o mesmo método de estudo da religião pela família
toda. Outra característica notável da
ação de Frei Antônio como pároco
foram as pequenas missões contínuas
em pequenos grupos de pessoas, muitas vezes durante dias seguidos. Mais
catequistas e mais padres estavam à
disposição do povo, que permanecia
no local ou que voltava no dia seguinte. Assim foram atingidos cem locais
diferentes no grande território da Paróquia de Carahue durante aqueles
anos de Frei Antônio. Estas pequenas
missões se realizavam principalmente
durante os meses de verão e de menos
chuvas e frio. As estradas de comunicação eram muito precárias, somente para carroças e a cavalo. Nos anos
1970, Frei Antônio conseguira carro,
mas que só podia ser usado em pequenos trechos, porque não havia estradas de acordo. Nas pequenas mis-
sões ajudavam também os confrades
de Temuco com catequistas que levavam para ajudar. É evidente que os
confrades não trabalhavam para ajuntar e escrever números, mas o arquivo
dos livros de Carahue anotam: “Entre
os anos 1967 a 1978, foram celebrados
na Paróquia de San Pablo de Carahue
2.788 batizados, 578 casamentos, 717
confirmações e 510 primeiras comunhões” (Diário austral de Temuco).
A casa paroquial de Carahue era
muito antiga e deficiente para os trabalhos. O ambiente era paupérrimo
... era impossível conseguir construir
algo novo e maior. Mas Frei Anstônio
conseguiu ajuda maior do estrangeiro, da Adveniat, da Alemanha. Construiu uma casa paroquial e local para
a Fraternidade, e acabou conseguindo
construir um grande salão paroquial
para os trabalhos da comunidade.
Conseguiu reformar a igreja local,
com danificações antigas, do tempo
de terremotos.
Após dez anos de trabalhos beneméritos, e sempre muito admirado
por todos, Frei Antônio se retirou,
deixando escrito... “Tivemos a sorte
e a felicidade de ver, em parte, alguns
frutos de um trabalho sério, organizado e perseverante. Tivemos problemas, lutas e dificuldades, mas o idealismo dos primeiros anos de padre foi
capaz de superar e vencer uma grande
série de obstáculos. Foram anos belíssimos, durante os quais me senti realizado em minha vida de sacerdote.”
(O que ficou - Balanço dos 25 anos,
pág 120 - Editoria Vozes RJ). Voltou
ao Chile Frei Antônio, em dezembro
de 1979, reassumiu a Paróquia de San
Pablo de Carahue. Os Superiores lhe
recomendaram que preparasse, com
tino, a devolução do trabalho missionário da Província aos Superiores
Chilenos. Outros compromissos, assumidos pela Província no Chile permitiam a continuação dos trabalhos
missionários no Chile.
Falecimento
O sepultamento de Frei Antônio
“Um confrade fiel e presente, zeloso em pregar e praticar o que ensina
a Igreja. Nas celebrações, nos encontros, na confissão, sua preocupação
era a fidelidade aos mandamentos da
Igreja”. Assim Frei Gilberto Piscitelli,
guardião da Fraternidade Franciscana Bom Jesus dos Aflitos, definiu Frei
Antonio Lopes Rodrigues durante a
homilia na missa que marcou a despedida do confrade na tarde desta terça-feira, dia 10 de maio. A celebração
ocorreu na Igreja Matriz da Paróquia
Bom Jesus dos Aflitos e foi presidida
pelo Arcebispo de Sorocaba, Dom
Eduardo Benes de Sales e concelebrada pelo Vigário Provincial, Frei Evaristo Spengler, outros confrades das
fraternidades de Sorocaba, São Paulo
e Agudos, além de padres e diáconos
da Arquidiocese.
Também na homilia, Frei Gilberto
fez um breve relato do sofrimento enfrentado por Frei Antonio Lopes nos
últimos meses, especialmente a partir
do fim do ano passado. O frade, nascido em Sorocaba, pôde contar com a
assistência próxima de seus familiares, com apoio e acompanhamento
da fraternidade local. Sofria com as
complicações do diabetes que foram
ocasionando uma série de problemas
de saúde. Sofreu um Acidente Vascular Cerebral e chegou a passar vários
dias na UTI. Quando faleceu, na madrugada do dia 09 para o dia 10, pela
1h30, Frei Antônio estava no quarto
do Hospital Samaritano.
Outras qualidades de Frei Antonio destacadas por seu guardião, Frei
Gilberto, foram o desapego e o espírito de disponibilidade. “Frei Antonio
colocou-se como missionário por
onde passou, seja no Chile, onde viveu por duas ocasiões, totalizando 15
anos, em tempos de muitos desafios,
na Cúria Geral da Ordem, em Roma,
onde serviu no setor de protocolo, e
em outras diversas fraternidades da
Província no Brasil. Em Sorocaba,
foram duas passagens: a primeira,
no ano de 1989, quando atuou como
guardião e pároco, e a segunda, desde
dezembro de 2012, quando foi transferido de Niterói.
Ao fim da missa, Dom Eduardo pediu ao Vigário Provincial, Frei
Evaristo, que conduzisse a oração de
encomendação. Frei Evaristo aproveitou para agradecer ao bispo pela
delicadeza e o carinho da presença.
Estendeu ainda o cumprimento a todos os padres e diáconos presentes,
assim como aos confrades. Dedicou
uma palavra de especial gratidão à
família, que esteve presente e acompanhou de maneira muito próxima os
últimos passos de Frei Antonio Lopes.
Em sua fala, o Vigário aproveitou para
relatar o último encontro que tivera
com Frei Antonio: “Há umas duas
semanas, estive em Sorocaba para visitar o confrade, que estava internado
na Unidade Semi Intensiva. Ele estava
acordado e lúcido, embora enfraquecido. Rezamos juntos e antes de nos
despedirmos, o frei me disse estas palavras: ‘A Palavra de Deus não passa.
Ela permanece. É ela que dá força’. E
esta Palavra foi o eixo que norteou a
vida e a missão de Frei Antonio”, declarou Frei Evaristo. Logo após a celebração, o cortejo seguiu para o Cemitério da Consolação, onde às 16h se
realizou o enterro.
Frei Gustavo Medella
Fotos: Bruna Oliveira
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
337
Falecimento
FREI VITALINO TURCATO
F
aleceu, às 7h30 da quinta-feira,
dia 19 de maio, na Policlínica
de Pato Branco, Frei Vitalino
Turcato. O velório aconteceu
na Igreja Matriz Santo Pedro Apóstolo,
com missa de corpo presente às 16h,
seguida pelo sepultamento.
Lutando contra a enfermidade desde setembro do ano passado, Frei Vitalino realizava seu tratamento em Cascavel, PR, centro reconhecido na área
da oncologia. Neste período, revezava-se entre Pato Branco e aquela cidade
paranaense, sempre sob os cuidados
da família, com o apoio próximo e presente da fraternidade local.
Enfraquecido pelo avanço da doença, desde abril não teve mais condições de passar pela quimioterapia. Frei
Vitalino sempre se mostrou sereno e
confiante diante da enfermidade. Nas
últimas semanas, a dor era controlada à base de medicamentos e, desde
domingo, quando foi internado pela
última vez, seu estado se agravava a
cada dia de forma substancial. Enfim,
depois de atravessar este calvário dos
últimos dias, Frei Vitalino partiu na
manhã do dia 19. Que o Senhor acolha
este filho e servo fiel que doou sua vida
na construção do Reino de Deus. (Frei
Gustavo Medella)
O FRADE MENOR
Filho dos imigrantes italianos José
e Angelina, Frei Vitalino era o primeiro filho dos três do casal. Até 1964, a
família residiu em Jaborá, mudando-se em seguida para Pato Branco.
“Dos pais, recebemos uma profunda
e equilibrada formação religiosa”, revelou.
Quando criança conheceu Frei
Sílvio Berri e Frei Querubim. “Sempre
foram muito atenciosos com a família”,
conta Frei Vitalino, que visitava sem-
338
[coMUNICAÇÕES] junho / 2016
27/08/1943
+ 19/05/2016
Foto: Frei Heberti Senra Inácio
pre o Juvenato de
Jaborá com Frei
Querubim. “Mesmo assim não posso dizer que foi a
influência dos frades que me levou
ao discernimento vocacional. A
descoberta foi aos
poucos”, acredita,
destacando que a
experiência no Sanatório de São Roque, em Piraquara,
marcou sua vida.
“Esta experiência
junto de Frei Daniel e os doentes foi
de um valor inestimável para mim”.
Em 1955, Frei
Vitalino ingressou
no Seminário de Luzerna, onde per- nas decisões que devo tomar, também
maneceu dois anos. Depois sua forma- não me angustio diante dos problemas
ção inicial passou por Rio Negro, onde que devo enfrentar. Gosto de resolver
também ficou dois anos, e Agudos, os problemas sentado e não de pé”, dionde ficou quatro.
zia. E Frei Carlos Lúcio Corrêa Nunes,
Vestiu o hábito franciscano em que conviveu com ele em Petrópolis,
1965 e se ordenou presbítero em 70. acrescenta: “Ele era um contador de
“Estou contente com o meu sacerdó- histórias”.
cio; esta é minha maior alegria. É bom R.I.P.
ser padre”.
Sobre sua personalidade,
ele
Dados pessoais, formação e atividades
Nascimento: 27.08.1943 (72 anos de idade), em Jaborá – SC;
descreve:
“Não
Admissão ao Noviciado: 19.12.1964, em Rodeio, SC;
sou de temperaPrimeira Profissão: 20.12.1965 (50 anos de Vida Franciscana);
mento forte, mas
Profissão Solene: 14.11.1969;
também sinto que
Ordenação Presbiteral: 19.12.1970 (45 anos de Sacerdócio);
03.01.1972 – Nilópolis – Conceição – vigário paroquial;
não tenho um
27.01.1974 – Canoinhas – guardião e pároco;
t e mp e r a m e nt o
21.12.1976 – São Paulo – Pari – guardião e pároco;
afável. Confio nas
15.12.1982 – São João de Meriti – guardião e pároco;
pessoas e gosto de
21.01.1986 – Vila Velha – santuário – coordenador da fraternidade e pároco; em 18.01.1992 - guardião;
vê-las crescer por
10.01.1995 – Petrópolis – pároco e vigário da casa;
elas mesmas. Não
22.11.2000 – Paty do Alferes – guardião e pároco;
sou
precipitado
20.12.2006 – Agudos – pároco da paróquia Santo Antônio;
14.12.2011 – período sabático;
12.12.2012 – Pato Branco – vigário paroquial
Falecimento
Encontro de famílias marca despedida de Frei Vitalino
Um encontro de famílias: assim se
pode definir a celebração de despedida de Frei Vitalino Turcato, realizada
na tarde desta quinta-feira, dia 19 de
maio, em Pato Branco, PR. A família
religiosa, composta por seus confrades
de Pato Branco e das Fraternidades
de Chopinzinho e Mangueirinha, que
compareceram em peso; a família de
sangue, irmãos, cunhadas e sobrinhos,
de Pato Branco, Cascavel e outras localidades, que nos últimos meses se desdobraram nos cuidados imediatos ao
frade; a família espiritual, lideranças e
paroquianos, amigos e padres das paróquias da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão e demais fiéis. A missa começou às 16h15 e foi transmitida pela
Rádio Celinauta.
Representando o Definitório Provincial, Frei Gustavo Medella, Definidor da Região, presidiu a celebração,
que contou também com a presença
do Administrador Diocesano, Padre
Geraldo Macangnan. Na homilia, Frei
Gustavo destacou duas qualidades
que sobressaíam em Frei Vitalino: o
fato de pensar mais nos outros do que
em si e a profunda busca de proximidade com os pobres. Frei Gustavo
recordou ainda a emoção vivida ao
celebrar, junto com Frei Vitalino, a
Missa de Lava-Pés na Matriz de São
Pedro, em Pato Branco, durante a Semana Santa deste ano. “Já muito enfraquecido pela doença, o Frei esteve
aqui conosco e, naquela noite, eu disse
que na verdade era ele quem lavava os
nossos pés, com seu testemunho de perseverança, otimismo
e mansidão diante da dificuldade. Foi um dos momentos mais
marcantes que vivi no curto
tempo que tenho de sacerdócio”, relatou.
No comentário inicial, Frei
Nelson Rabelo declarou que
a partida de Frei Vitalino era
marcada por três sentimentos:
a despedida, a entrega e a gratidão.
“A despedida ocorre porque, dentro
de nossa limitada existência neste
mundo, temos tempo de nascer e de
morrer. [...] A entrega é, na verdade,
uma devolução: aquele que Deus nos
concedeu como irmão, como confrade, como sacerdote, como servo do
Reino, agora retorna para o convívio próximo e amoroso da Trindade,
Deus Pai, Filho e Espírito Santo que o
acolhe de braços abertos. E a gratidão
é o sentimento mais nobre que nos
resta diante da partida de alguém que
amamos”, explicou Frei Nelson.
Nas partes da celebração, os frades de Pato Branco se revezaram: Frei
Nelson Rabelo foi o comentarista, Frei
Olivo Marafon fez a acolhida do povo,
Frei Aldolino Bankhardt proclamou
o Evangelho, Frei Felipe Gabiel Alves
conduziu a encomendação e Frei Neuri Francisco Reinisch fez um agradecimento a todos, especialmente à família
de Frei Vitalino, em nome da Fraternidade.
A sobrinha de Frei Vitalino Turcato, Marli Doneda Silva, e seu esposo,
deram um testemunho sobre a convivência com o frade e o legado que ele
deixou. Ficaram emocionados ao recordar os momentos vividos durante
a enfermidade, quando Frei Vitalino,
sempre conduzido pelos familiares,
precisou realizar muitas idas e vindas
entre Cascavel e Pato Branco.
Logo após a celebração, o caixão
foi conduzido até o Mausoléu São José,
construído recentemente para o sepultamento dos frades. O espaço, que ainda está em conclusão, foi abençoado
pelo pároco, Frei Olivo Marafon.
junho / 2016 [coMUNICAÇÕES]
339
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
(*) As alterações e acréscimos estão destacados
Junho
09 13 17 a 19
20 20 20 20 e 21 22
24 24 a 26
28 a 30
30
Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São
Sebastião)
Encontro do Regional do Espírito Santo (Colatina)
Encontro Vocacional Regional (Petrópolis)
Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário
Camboriú)
Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia)
Encontro do Regional de São Paulo (Pari)
Encontro da Coordenação da Frente de
Comunicação (Petrópolis)
Encontro da Coordenação da Frente de
Educação (Bragança Paulista)
Encontro do Regional Baixada e Serra
Fluminense (Campos Elíseos)
Encontro Vocacional Regional (Guaratinguetá)
Reunião do Definitório Provincial (com os
Coordenadores Regionais no dia 29) (São Paulo
– S. Francisco)
Encontro da Coordenação da Frente das
Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento
(Balneário Camboriú)
Julho
01 a 03
04 04
04 e 05 04 e 05
11 18 e 19 18 a 21
18 a 22
Encontro Vocacional Regional (Ituporanga)
Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada
Fluminense (Niterói)
Encontro do Regional de Agudos (Sorocaba)
Encontro do Regional do Leste Catarinense (S.
Amaro da Imperatriz)
Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)
Encontro do Regional de Pato Branco
(Chopinzinho)
Encontro do Regional do Planalto Catarinense e
Alto Vale do Itajaí (Curitibanos)
Assembleia da FIMDA (Angola)
Retiro Provincial (Rondinha)
Agosto
01 a 03
02
09 e 10
15 a 19 22 a 25
22 a 25 22 a 26
28 a 31 29 30
31
Encontro Provincial da Frente de Comunicação
(Rondinha)
Jubileu dos 800 anos do Perdão de Assis
Encontro Provincial do SAV
Retiro Provincial para frades de 1 a 10 anos de
transferência, após os períodos em casas de
formação (Vila Velha)
Reunião do Definitório Provincial
Reunião do Definitório Provincial (Rodeio)
Encontro dos Ecônomos da CFMB (Porto Alegre)
Conselho da Formação inicial (Petrópolis)
Encontro do Regional do Rio de Janeiro e
Baixada Fluminense (Nilópolis)
Encontro Provincial da Frente das Missões
(Petrópolis)
Prazo para entrega do Projeto Fraterno de Vida e
Missão das Fraternidades
Setembro
01
02 e 03 Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação
Encontro do Regional Baixada e Serra
Fluminense (Petrópolis – S. Francisco)
04
05 09 a 11
12
12 e 13 14 14 e 15
17 e 18
19 19
19 a 22
19 a 24
26 26
26 e 27 26 e 27
26 a 30
Dia da Amazônia: Coleta Anual pela Evangelização
na Amazônia
Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar)
Encontro dos Irmãos Leigos da Província
Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha)
Encontro do Regional do Leste Catarinense
(Angelina)
Encontro do Regional do Vale do Paraíba
(Guaratinguetá – Fazenda Esperança)
Encontro Provincial da Frente de Educação
(Rondinha)
Encontro Provincial da Frente da Solidariedade
Encontro do Regional de Pato Branco
(Mangueirinha)
Encontro do Regional de Agudos (Bauru)
Retiro no Eremitério de Rodeio
Assembleia ampliada da CFMB - SERFE e SIFEM
(Rondinha)
Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha)
Encontro do Regional de São Paulo (Amparo)
Encontro do Regional do Planalto Catarinense e
Alto Vale do Itajaí (Lages)
Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)
Retiro Provincial (Agudos)
Outubro
06 e 07
10 a 14
18 a 20 24 a 26
29
Conselho da Formação e Estudos (Vila Clementino)
Curso de Franciscanismo (Rondinha)
Reunião do Definitório Provincial (São Paulo)
Encontro Provincial da Frente das Paróquias,
Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos)
Ordenação presbiteral de Frei Robson Luiz Scudela
(Coronel Freitas)
Novembro
07 08
12 a 15
19 21 28 28 29 a 01
Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo
(Vila Itoupava)
Conselho do Secretariado da Evangelização (Vila
Clementino)
Estágio Vocacional (Guaratinguetá)
Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense
– recreativo (Paty do Alferes)
Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São
Sebastião)
Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada
Fluminense
Encontro do Regional de Agudos – recreativo
Reunião do Definitório Provincial
DEZembro
01 e 02 05 05
05
12 12 e 13 12 e 13 12 e 13
Jubileus dos confrades (São Paulo – S. Francisco)
Encontro do Regional de Pato Branco (Pato
Branco)
Encontro do Regional de Curitiba-recreativo
(Caiobá)
Encontro do Regional de São Paulo (Bragança)
Encontro do Regional do Espírito Santo – recreativo
Encontro do Regional do Leste Catarinense
(Florianópolis)
Encontro do Regional do Planalto Catarinense e
Alto Vale do Itajaí - recreativo
Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)

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