Influência dos Mídea na Agressividade Infantil

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Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA
2º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM PSICOLOGIA
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO II
A Influência dos Mídia na Quantidade
de Comportamentos Agressivos em
Crianças
Turma 2T3
André Lino – 14521
Maria Elisabete Duarte – 18830
Carla Martins – 18890
Ana Simões – 18896
Docente: Professora Doutora Inês Peceguina
Instituto Superior de Psicologia Aplicada
2010/2011
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
1
Índice
Enquadramento teórico ..................................................................................................... 2
Problema ........................................................................................................................... 9
Variáveis ........................................................................................................................... 9
Hipóteses ........................................................................................................................ 10
Método ............................................................................................................................ 11
Participantes ................................................................................................................ 11
Delineamento do estudo .............................................................................................. 13
Materiais ..................................................................................................................... 16
Procedimento .................................................................................................................. 18
Resultados....................................................................................................................... 20
Proposta de Análise de Resultados ............................................................................. 20
Resultados Esperados ................................................................................................. 25
Discussão ........................................................................................................................ 27
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 29
Informação para a Comissão Institucional de Ética (IRB) ............................................. 31
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Enquadramento teórico
Com o intuito de melhor ilustrar o que vamos explicar ao longo deste trabalho
pareceu-nos importante esclarecer alguns conceitos básicos, nomeada e primeiramente,
a palavra que mais vezes será repetida ao longo do trabalho: Violência.
Etimologicamente, a palavra violência deriva do latim vis que significa força (Michaud,
1986, citado por Galego, 2004).
Gustave-Nicola Fischer (1994, citado por Galego, 2004) afirma que violência,
de uma forma simplificada, pode apresentar-se através da agressão e expressa o uso
material da força. Este autor diz que a agressão como forma de violência social deve ser
integrada ―numa perspectiva que leve em consideração o peso do contexto social, as
condições económicas nas quais vivem os indivíduos e os seus valores culturais‖. No
seguimento deste raciocínio a questão da violência está ligada a representações sociais,
que a codificam de forma positiva ou negativa, consoante determinado quadro de
referências o admita ou não.
Alain Guillotte (1999, citado por Galego, 2004) por outro lado, encara a
violência como um ―sintoma‖, algo invisível, um estado mental interior encarado como
um código que revela a angústia do emissor. Guillotte atenta que os actos violentos
devem ser estudados na relação com outros fenómenos que os seguem, isto é, não se
pode esquecer o contexto social, económico e cultural, onde os indivíduos se inserem.
Segundo Eda Góes (2002, citado em Galego, 2004), a quantidade de formas de
violência é equiparável ao número de formas distintas existentes de nos relacionarmos
socialmente. No entanto, quando nos referimos a crianças, e porque elas são o foco
principal do nosso trabalho, podemos falar de um conjunto mais ou menos restrito de
formas mais comuns de violência, sendo algumas delas o Bullying – que podemos dizer
―identifica-se pela intencionalidade de magoar alguém, que é vítima e alvo do acto
agressivo, enquanto os agressores manifestam tendência a desencadear, iniciar, agravar
e a perpetuar situações em que as vítimas estão numa posição indefesa‖ (Pereira, 2002
citado por Galego, 2004), o Vandalismo – ―destruição ou degradação gratuita de
objectos, sendo mesmo considerados actos «fúteis‖ ou ― «inúteis» ‖ (Costa e Vale,
1998, como em Galego, 2004) a Agressividade, entre outros.
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Seguidamente daremos um maior foco ao Bullying por este ser considerado um
dos problemas mas emergentes na situação actual. O Bullying é definido como um
fenómeno que ocorre quando uma criança, jovem ou adulto está a ser
provocado/vitimizado, quando alguém é exposto repetidamente ao longo do tempo a
acções negativas ou não por parte de uma ou mais pessoas, com a tentativa de causar
danos e mau estar quer físico, verbal, psicológico e ou sexual. (Olweus, 1993 citado em
Coutinho, Maciel e Araújo, 2009).
Podemos considerar que o bullying contém três elementos essenciais: o
comportamento é agressivo e negativo; o comportamento é executado repentinamente; o
comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as
partes envolvidas. Divide-se em duas categorias: Bullying directo, mais comum entre os
rapazes, em que há confronto directo entre o agressor e a vítima (Simmons, 2004 citado
em Coutinho, Maciel e Araújo, 2009) e bullying indirecto, também conhecido como
agressão social, mais comum entre as raparigas, em que a agressão é tipicamente verbal
(Thompson, 2002 cit. Coutinho, Maciel e Araújo, 2009)
Os primeiros estudos realizados sobre a violência, e especificamente o
bullying, davam uma maior importância ao sexo masculino, pois a agressão típica deste
género é física, ou seja, pode ser observada mais facilmente, no entanto, nas últimas
duas décadas foram feitos estudos que observavam também o comportamento feminino
com os seus pares e chegaram á conclusão que as raparigas também exercem bullying
(Murraz Seixas, 2006).
Na verdade, a maioria dos estudos em que foi analisada a violência centrou-se
apenas nas formas directas de violência (através de análises físicas ou verbais) e não
incluíram as formas indirectas (como a exclusão social e rejeição), ou simplesmente não
têm diferenciado estas duas formas de violência. Esta forma indirecta da violência,
também conhecida como agressão social (Cairns, Cairns, Neckeman, Ferguson e
Gariepy, 1989, citado por Cava, Buelga, Musitu, & Murgui, 2010) ou violência
relacional (Crick e Grotpeter, 1995, cit. por Cava, Buelga, Musitu, & Murgui, 2010),
refere-se ao uso dessas atitudes (tais como murmúrios, rumores mal-intencionados,
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exclusão social) para atacar as relações sociais da vítima, de forma tão intrusiva que
muitas das vezes (mas nem sempre), as vítimas tentam ao máximo evitar o confronto
directo (Card, Stucky, Sawalani e Little, 2008, cit. por Cava, Buelga, Musitu, &
Murgui, 2010).
Ainda sobre a violência indirecta ou relacional, é de referir que os primeiros
estudos que começaram a analisar este tipo de violência estavam relacionados com as
diferenças de género no uso de formas directas e indirectas de agressão (Crick e
Grotpeter, 1995, Lagerspetz, Bjorkqvist e Peltonen, 1988 citados por Cava, Buelga,
Musitu, & Murgui, 2010). Nestes primeiros estudos foi proposto que os rapazes usavam
mais medidas de agressão directa, enquanto raparigas usaram mais a agressão indirecta
(Archer e Coyne, 2005, Card et al. 2008, citados por Cava, Buelga, Musitu, & Murgui,
2010).
No entanto, no caso de estudos de diferenças da agressão indirecta quanto ao
género têm sido inconclusivos. De facto, na revisão elaborada por Kart et al (2008,
citado por Cava, Buelga, Musitu, & Murgui, 2010), em que foi feita uma meta-análise
com 148 estudos, onde os autores concluíram que, embora existam diferenças de género
significativas quanto aos rapazes no uso de formas directas de agressão, foram
observadas diferenças mínimas nas formas de agressão indirecta. Relativamente a
possíveis diferenças de género nos efeitos adversos de uma ou outra forma de violência
podem causar no sujeito, tem sido sugerido que a violência indirecta ou relacional pode
ser particularmente prejudicial para as raparigas, devido a normalmente estas estarem
inseridas em grupos de amigos mais íntimos e menos numerosos do que os rapazes
(Maccoby, 1990, 1998, citado por Cava, Buelga, Musitu, & Murgui, 2010).
A questão não se coloca tanto ao nível de saber se um género sexual é mais ou
menos agressivo do que o outro. De acordo com Bjorkqvist (1994, citado em Murraz
Seixas, 2006), não há razão para acreditarmos que as raparigas sejam menos hostis e
menos capazes de entrar em conflitos do que os rapazes, contudo, sendo fisicamente
mais fracas, desenvolveram outros meios, que não o comportamento físico de forma a
alcançar os mesmos resultados.
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Bandura e Iñesta (1973/1975, citados em Gomide, 2000) demonstraram, por
outro lado, que se as raparigas forem reforçadas positivamente por imitar um
comportamento agressivo passam também a responder de maneira semelhante aos
rapazes. Este facto não tem uma expressão tão elevada pois nos programas de televisão
a taxa de violência cometida por mulheres é muito baixa, logo as raparigas encontram
poucos modelos a imitar.
Outro dos aspectos importantes quanto ao já acima referido bullying é o papel
dos docentes, dos funcionários, da escola em geral enquanto instituição de ensino e
zeladora do bem-estar. Como viram Sebastião, Alves, Campos e Caeiro (2008) no seu
estudo sobre a violência nas escolas Portuguesas, em algumas situações observa-se
alguma acomodação quanto a algumas agressões encaradas como menores, apenas
tomando medidas quando essas situações evoluem e se tornam verdadeiramente graves
e preocupantes. Estes autores analisaram os registos das ocorrências comunicadas ao
Ministério da Educação e observaram uma tendência: parte significativa do que é
reportado é relativo a situações que envolvem adultos, quer sejam professores,
funcionários, entre outros, são também largamente reportadas situações que envolveram
danos físicos em material escolar ou que tenham ocorrido em tempo lectivo. Assim
sendo, ficam por reportar a grande maioria das situações de violência e/ou agressividade
que ocorrem (quase) todos os dias nas escolas portuguesas, as situações que ocorrem
entre alunos nos recreios da escola.
Posto isto, surge-nos então uma questão: não estarão as escolas assim a
transmitir a ideia errada aos seus alunos, desvalorizando e ignorando os confrontos entre
eles? Acrescentamos, ainda, que a característica mais peculiar das várias formas da
violência está na visibilidade garantida pelos mídia, isto porque ―vivemos numa
sociedade na qual o que não passa na mídia não acontece socialmente‖ (Nora cit. Góes,
2002, citado em Galego,2004).
Não obstante, os meios de comunicação social dão-nos, muitas vezes, conta de
novas formas de violência proporcionadas pelo correr dos tempos. Essas novas formas
de violência são na perspectiva de Góes (2002, citado em Galego, 2004) mais uma
violência representada do que uma violência real, não estando com isto a dizer que não
existe relação entre o real e o representado. Diz-nos que essa relação depende do grau
de sensacionalismo utilizado, que em certos canais televisivos, por exemplo, é abusivo.
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Verifica-se assim, a intromissão crescente dos mídia na esfera íntima dos
indivíduos e das famílias transmitindo imagens de violência por vezes extrema,
raramente tendo o cuidado de advertir que os casos apresentados não são o resultado do
aumento de violência, mas um aumento da acuidade social relativamente a certos tipos
de violência, ou seja, não houve um aumento exponencial da violência
Já foi referido anteriormente que existem tantas formas de violência quantas
são as maneiras de nos relacionarmos socialmente. Introduziremos agora uma outra
vertente para analisar a violência: a influência dos Mass Media.
―Violência na televisão é um mal para a saúde pública”.
(Wartella, Olivarez & Jennings, 2000 citado em Giassi, 2004)
A ―caixa mágica‖ que nas últimas décadas tem vindo mostrar-se cada vez mais
importante no nosso modo de vida actual, que nos leva a conhecer o mundo sem sair do
sofá, que nos dá a conhecer o que não saberíamos tão facilmente, tem vindo a
demonstrar-se uma controvérsia.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística em 1990 as estatísticas oficiais
revelavam que 91% dos lares portugueses possuíam TV (Ramos, 1995 citado por
Rodrigues, 2008).
Sabendo que cada criança em média passa 2 a 3 horas por dia a ver televisão
então quando chegam à maioridade passaram cerca de 20 000 horas a ver televisão
(Rodriguew). Estes dados são de facto preocupantes pois sabe-se que a criança está
particularmente vulnerável às mensagens transmitidas pela televisão e que estas
manipulam a sua percepção, orientação cognitiva e de personalidade, definição de
valores e modelos de comportamento (Mendes & Fernandes, 2003).
Morais (s/d, citado em Costa, Fernandes, Fernandes e Pinheiro, s/d) afirmou
também a respeito do tempo que é passado em frente ao televisor, concluiu que as
crianças que vêem muita televisão são mais agressivas do que as que vêem pouca.
Os benefícios potenciais da televisão são manifestos desde que os programas
sejam correctamente seleccionados, pois alguns (os educativos) proporcionam
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conhecimentos e encorajam a criatividade. (Mendes & Fernandes, 2003). No entanto, a
televisão é muitas vezes encarada como uma ―baby-sitter electrónica‖, um instrumento
geralmente grátis de ocupação de tempos livres e por norma os conteúdos
televisionados pelas crianças não são controlados pelos educadores (Rodrigues, 2008).
Muito se tem especulado acerca do impacto e dos efeitos de filmes violentos no
desenvolvimento de comportamentos agressivos nas pessoas (Azrin et al., 1965;
Bandura & Iñesta, 1973/1975; Berkowitz & Alioto, 1973; Eron e cols., 1972; FriedrichCofer & Huston, 1986; Geen, 1990; Iñesta, 1975; Liebert & Sprafkin, 1988; Meddnick e
cols., 1988; Snyder,1991, 1995; Stiffman e cols., 1966; Tulloch, 1995; Widom, 1989;
Worchel e cols., 1976 citados em Gomide, 2000).
Moss (1997, citado em Viega, 2004) diz-nos que existem evidencias e
situações experimentais que comprovam que a mera observação de alguém a exercer
comportamentos agressivos e sendo recompensado por isso, aumenta a probabilidade do
observador comportar-se agressivamente. Ora, posto isto, se olharmos para a grande
maioria dos desenhos animados e séries infantis, são raras aquelas em que o
protagonista não tem de lutar de alguma maneira, derrotar o outro em algum sentido
para no fim ganhar alguma coisa, possuir algo, chegar a um certo local e/ou conquistar
alguém (como por exemplo, algumas das sagas da nossa infância: Dragon Ball, Sailor
Moon, Power Ranger, Pokemon, entre muitos outros).
Bandura e Iñesta (1973/1975, citados por Giassi, 2004) falam-nos
especificamente deste aspecto pois fornecem um interessante modelo teórico para
explicar a aprendizagem por observação. Participantes aprendem a se comportar
agressivamente a partir de observação de um modelo que é reforçado pelo seu
comportamento agressivo. A maioria dos heróis de filmes e desenhos animados
considerados violentos justificam as suas atitudes violentas por estar em defesa de
valores sociais. Essa justificação permite aos sujeitos que após assistirem a muitas horas
de programas violentos, deixem de considerar aqueles comportamentos agressivos
como desviantes, e passem a aceitá-los como uma maneira adequada para resolver
problemas da vida real.
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Por outro lado, em exemplo extremo, o comportamento delinquente é
aprendido em interacção com o outro num processo de comunicação e o processo de
aprendizagem do delinquente ocorre num grupo restrito, de acordo com Sutherland e
Cressey (1978, cit. Por Giassi, 2004). Se for apresentado a uma criança/jovem um filme
que representa a delinquência e se este rever as próprias experiências, um alto poder
interactivo poderá ocorrer com o delinquente, ou futuro delinquente.
Assim, o autor Snyder (1995, citado por Giassi, 2004) afirma que dois
processos podem ser desencadeados pelo visionamento de cenas violentas, o da
desinibição e o da dessensibilização. Para este autor, desinibição é um fenómeno que
ocorre quando actos violentos, são entendidos como desculpáveis aumentando
posteriormente comportamentos agressivos de quem os assiste e dessensibilização é
quando, jovens predispostos a aceitar comportamento delinquente nos outros, podem
aumentar o seu próprio índice de comportamento agressivo, após breve exposição a
cenas violentas.
O autor Jair Rangel (2005) no seu estudo da violência na televisão dá-nos
vários exemplos de diferentes instituições que já comprovaram o papel nefasto da
violência transmitida na televisão, como por exemplo o Surgeon General’s Scientific
Advisory Committee on Television and Social Behavior que concluiu que o
comportamento agressivo ou anti-social de, pelo menos, uma parcela de jovens
telespectadores aumentou através da violência assistida na televisão ou o relatório do
National Institute of Mental Health que confirmou o impacto da violência na TV no
comportamento agressivo subsequente dos telespectadores.
Os assuntos acima abordados foram os que nos pareceram mais interessantes
desenvolver após a análise do artigo de Courtney, Cohen, Deptule, e Kitzmann (2003),
por ser um texto que se insere na temática da violencia pareceu-nos aliciante estudar
alguns dos temas que estivessem relacionados, e o impacto da televisão na vida dos
jovens mereceu-nos um especial interesse.
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Problema
O problema é a questão de investigação propriamente dita, elaborada com base
na literatura ou em observações naturalistas e que aparece em forma de pergunta e
simboliza aquilo que se quer perceber com a investigação. Para este estudo, o problema
é:
Será que o visionamento de cenas violentas vai aumentar de igual maneira o número de
respostas violentas em rapazes e em raparigas?
Variáveis
Como define Davis (1995 cit. por Breakwell, Hammond e Fife-Schaw, 1995),
variáveis são quaisquer características que podem variar entre pessoas ou situações e
que podem ser de diferentes níveis ou tipos. O que é de interesse para a avaliação em
Psicologia é que as variáveis podem ser manipuladas e testadas e é através delas que se
vai perceber a ligação entre os constructos a serem testados.
Existem dois tipos principais de variáveis: as independentes, que são aquelas
controladas e manipuladas pelo experimentador. Por outro lado, as dependentes são
medidas comportamentais que o experimentador quer verificar se é afectada ou não
pelas variáveis independentes (Davis, 1995 cit. por Breakwell, Hammond, & FifeSchaw, 1995).
Para a presente proposta de investigação, as nossas variáveis são:
Independentes
Dependentes
 Quantidade de comportamentos agressivos 1
 Visionamento do Filme
3 Níveis: Agressivo, Neutro, Controlo
Quantitativa de Razão
 Quantidade de comportamentos agressivos 2
Quantitativa de Razão
 Sexo
 AARS
2 Níveis: Masculino e Feminino
Qualitativa ordinal
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Hipóteses
Quanto às hipóteses, elas são, neste contexto de investigação em Psicologia,
previsões formais, derivadas de evidência de investigações anteriores ou simplesmente
como resultado de um ―palpite‖ (Davis, 1995 cit. por Breakwell, Hammond, & FifeSchaw, 1995). São elas principalmente que se pretendem testar, de forma a se responder
à questão de investigação. Como o próprio nome indica: ―hipótese‖, não é uma
afirmação verdadeira e absoluta, é algo que poderá ser verdade, mas como se está no
campo hipotético, então elas devem sempre ser elaboradas na forma condicional:
―Se…então…‖.
Hipótese para a variável violência
Segundo o autor Jair Rangel (2005) o comportamento agressivo ou anti-social
de uma parcela de jovens telespectadores aumenta através da violência assistida na
televisão.
Hipótese para a variável sexo
Segundo Archer e Coyne, 2005, Card et al. 2008, citados por Cava, Buelga,
Musitu, & Murgui, 2010 os rapazes utilizam medidas de agressão directa enquanto as
raparigas usam medidas de agressão indirecta.
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Método
Participantes
A amostra é uma das componentes centrais de qualquer investigação. É através
dela que se vão obter os resultados que se quer testar e, posteriormente generalizá-los à
população, ou seja, fazer inferências.
A amostra é extraída da população ou conjunto de todos os casos de interesse.
Tal acontece porque é praticamente impossível recolher dados de populações vastas.
Como tal, os investigadores seleccionam amostras – subconjuntos populacionais – para
recolher os dados (Shaughnessy, Zechmeister & Zechmeister, 2006).
Neste caso, para participar neste estudo, seriam precisas 30 crianças, com 12
anos, sendo 15 pertencentes ao sexo masculino e as outras restantes 15 ao sexo
feminino.
Para recrutar participantes para o estudo que se propõe, seria, primeiramente,
realizada uma pesquisa de escolas de 2º Ciclo do Ensino Básico que permitam a
interacção com as crianças, observa-las e sujeita-las tanto ao visionamento de filmes
como a testes necessários aplicar com o intuito de avaliar o nível e agressividade de
cada criança.
Para tal, não só a escola teria de dar autorização mas também os pais das
crianças, através de um consentimento informado, que antes de tudo seria enviado para
as escolas, acompanhando o pedido para efectuar o estudo.
O método de amostragem a ser utilizado é o método probabilístico. Este
método garante que todos os elementos da população têm uma igual probabilidade de
pertencer à amostra. É preferível ao método não probabilístico porque garante uma
maior certeza de representatividade da amostra (Shaughnessy, Zechmeister &
Zechmeister, 2006).
Antes da aplicação da experiência, os sujeitos serão sujeitos a uma observação
directa dos seus comportamentos, como será explicado no Procedimento. Portanto, quer
isto dizer que, os 30 sujeitos seleccionados serão aqueles a quem se irá aplicar o teste.
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No entanto, este número poderá sofrer alterações caso alguns dos sujeitos apresentem as
referidas perturbações.
Portanto efectuar-se-iam pré-testes de controlo, com o intuito de evitar
enviesamentos, excluindo algumas crianças que tivessem um historial de violência
excessiva, porque se pretende averiguar se as crianças têm alterações negativas nos seus
comportamentos após o visionamento de um filme de carácter mais agressivo, uma
criança que normalmente já demonstra sinais de ser violenta, não poderíamos verificar
se os seus comportamentos violentos eram influência do filme ou não. Crianças que
fossem mais sensíveis a questões de violência também seria aconselhável não as
submeter ao visionamento do filme com o intuito de não existir o risco destas serem
afectadas psicologicamente.
Ter-se-ia também em conta as crianças que demonstrem um comportamento
que não é considerado totalmente normal, ou seja, crianças hipoactivas e hiperactivas.
No caso das primeiras, o facto de não se envolverem normalmente com as restantes
crianças, demonstrando um carácter mais introvertido, a sua interacção com as restantes
crianças será sempre limitada, dificultando a observação da influência do visionamento
dos filmes no seu comportamento. Deste modo, o mesmo acontece com crianças mais
hiperactivas, que habitualmente já são um pouco mais excitadas, podendo enviesar os
resultados retirados da observação directa que seria realizada.
Como o estudo seria realizado durante 3 dias, seria adequado tentar evitar que
surgisse o absentismo de algum dos participantes, assegurando o bom funcionamento do
estudo. Deste modo, conseguiríamos assegurar um factor essencial num estudo
experimental, caracterizado pelo controlo da investigação. Este controlo é exequível
visando a manutenção da constância e permanência das condições experimentais. Não
obstante, quando manipulamos a variável independente, pretendemos que os grupos nas
diferentes
condições
experimentais
tenham
experiências
diferentes.
Contudo,
pretendemos que estas experiências difiram apenas ao nível da variável independente.
Logo, queremos que todas as outras possíveis experiências se mantenham constantes
entre os grupos. Em suma, visamos assegurar que não existem quaisquer efeitos de
interferência que afecte o contexto experimental desta investigação.
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Delineamento do estudo
A investigação psicológica baseia-se na utilização de métodos de observação
visando desenvolver descrições detalhadas e explícitas sobre o comportamento humano
ocorridas, maioritariamente, em contexto natural. Deste modo, através da descoberta de
existência de covariação entre as variáveis, os psicólogos encontram-se aptos a realizar
previsões relativamente ao comportamento e processos mentais do indivíduo.
Ao fazer experiências, é possível responder a questões acerca das causas dos
comportamentos (Davis, 1995 cit. por Breakwell, Hammond, & Fife-Schaw, 1995).
Como tal, cada experiência terá naturalmente uma estrutura diferente, que se adequa à
questão de investigação e aquilo que se quer testar. Isto é, o delineamento do estudo é a
metodologia que especifica como a experiência será realizada.
A presente proposta assenta num delineamento de grupos independentes. Este é
caracterizado por um design experimental em que indivíduos diferentes participam em
cada condição experimental. Deste modo, a observação directa de comportamentos
surge fortemente vinculada a este tipo de design experimental. Em suma, neste tipo
delineamento a variável independente varia entre os diferentes grupos de participantes.
Neste trabalho iremos realizar um delineamento de grupos independentes, mais
especificamente, de grupos aleatórios. Neste design experimental, os indivíduos são
aleatoriamente distribuídos pelas diferentes condições da variável independente
(visionamento de um filme). Os grupos de participantes são equivalentes, em média,
antes da manipulação da variável independente. Qualquer diferença entre os grupos na
variável dependente é, portanto, devida à variável independente (devendo-se ao facto
das condições experimentais serem mantidas constantes no decorrer da experiencia)
logo, encontra-se verificado o pressuposto de covariação.
Um dos factores fulcrais no decorrer de uma investigação psicologia
caracteriza-se por balanceamento. O balanceamento, tal como fora mencionado
anteriormente, visa a distribuição aleatória dos sujeitos por cada nível da variável
independente. Num contexto de investigação psicológica, tal como na estatística, um
aspecto fulcral caracteriza-se pelo controlo do erro. Quando um grupo experimental
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possui um erro o outro deverá ter um erro equivalente de modo a que se anule e que, a
partida, as diferenças individuais não expliquem os resultados obtidos. Algumas das
explicações alternativas para os resultados de um estudo remetem, por vezes, às
características individuais dos participantes. Por exemplo, se os participantes da
condição do visionamento do filme considerado agressivo (Rambo) possuírem um
carácter agressivo, ou seja, uma criança que normalmente já demonstra comportamentos
tipicamente violentos, não será possível inferir se os seus comportamentos violentos
derivam apenas da mera visualização do filme ou apenas devido à sua personalidade
mais agressiva.
Não é possível manter constantes certo tipo de variáveis — nomeadamente, as
características dos participantes em cada condição. É impossível fazermos com que os
indivíduos das diferentes condições experimentais sejam exactamente iguais. Contudo,
existem processos que permitem a minimização desta impossibilidade, tal como, as
técnicas de balanceamento.
Os investigadores utilizam o balanceamento para controlar estas diferentes
características dos participantes nas condições experimentais. O objectivo do
balanceamento é assegurar que, em média, que os participantes em cada condição
experimental, são essencialmente iguais antes da experiência ser iniciada, ou seja, existe
uma semelhança ao nível das características dos participantes antes de ser executada a
manipulação da variável independente. Através do balanceamento, todas as
características dos participantes são, em média, equivalentes. No presente estudo, foram
realizados pré-testes de modo a evitar enviesamentos.
Tal como fora anteriormente mencionado, um dos objectivos essenciais em
qualquer investigação psicológica remete para o evitamento e controlo de erros. Estes
erros são controlados através do desenvolvimento de técnicas de balanceamento,
visando a manutenção da validade interna do estudo.
De acordo com design experimental (delineamento de grupos aleatórios
independentes) escolhido para a concretização do presente estudo, recorremos a uma
técnica de balanceamento denominada por aleatorização por blocos. Esta técnica
consiste na aleatorização dos níveis da variável independente, sendo criados blocos, ou
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seja, visa a distribuição aleatória dos sujeitos pelas respectivas condições experimentais.
Por exemplo, a variável independente (visionamento de um filme) escolhida apresenta
três níveis (o grupo de visionamento do filme agressivo (A); o grupo de visionamento
do filme neutro (B); e o grupo de controlo (C), onde não existe o visionamento de
qualquer um dos filmes mencionados). Deste modo, criam-se os blocos aleatoriamente
segundo a ordem [ABC].
Através da técnica de balanceamento anteriormente mencionada, existe um
controlo da experiência (assegurando-se que os grupos não fazem nada que não tenha
sido manipulado), de modo a controlar as variáveis de interferência (variáveis
independentes não manipuladas no estudo, como por exemplo, o sexo das crianças).
A distribuição aleatória pelas condições é utilizada para criar, em média,
grupos equivalentes de participantes nas diferentes condições experimentais. Em suma,
através da utilização desta técnica, surge a possibilidade de eliminar as explicações
alternativas dos resultados do presente estudo que se relacionam com as características
individuais dos participantes. Deste modo, concluímos que a realização de pré-testes e a
distribuição aleatória de blocos poderão contribuir fortemente para a manutenção da
validade interna da nossa investigação, sendo possível minimizar enviesamentos nos
resultados obtidos.
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Materiais
Como medida de maior controlo e rigor, deverão ser aplicados pré-testes aos
sujeitos antes da aplicação da experiência propriamente dita para garantir que todos eles
estão em perfeitas condições para serem testados, portanto verificaremos se os alunos
estão todos aptos para participarem, tendo em conta os seus comportamentos, questões
de saúde e sensibilidade a violência, como já foi referido acima, em Participantes.
Serão utilizadas, dois filmes, sendo um de carácter neutro e outra de carácter
mais agressivo. Os comportamentos dos participantes serão analisados e registados
numa grelha (anexo) pelo investigador, que tem em conta alguns comportamentos mais
salientes.
Para além da visualização de filmes e a observação directa dos seus
comportamentos, os participantes também seriam sujeitos ao AARS (Adolescent Anger
Rating Scale), teste criado por DeAnna McKinnie Burney, que tem como objectivo
avaliar a intensidade e frequência da expressão emocional de agressividade
(comportamento de raiva) em adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e 19
anos. A aplicação deste teste pode ser feita tanto individual como colectivamente com
duração entre os 5 e os 20 minutos., A AARS é um instrumento de 41 itens que avalia a
intensidade e a frequência de expressão da raiva em idades jovens 11-19 anos. The
items are consistent with behaviors identified in the DSM-IV™.
Os itens são consistentes com os comportamentos identificados no DSM-IV
™. Elevated AARS scores can help to identify adolescents who are at risk for diagnoses
of Conduct Disorder (CD), Oppositional Defiant Disorder (ODD), or AttentionDeficit/Hyperactivity Disorder (ADHD).
Neste teste, o sujeito deve indicar comportamentos que é habito exibir quando
se encontra com raiva, indicando ainda a frequência com que tem esses
comportamentos.
A escala de resposta é de 0 a 4 pontos, ou seja numa escala de Likert, que vai
do ―Quase Nunca‖ até a ―Frequentemente‖
Os resultados são registados para obtenção de um índice total de
Agressividade, obtendo-se juntamente um conjunto de três subescalas que medem
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
17
aspectos típicos/padrão da resposta exibida por adolescentes com Raiva: Raiva
Instrumental, Raiva Reactiva,
A análise estatística suporta o uso da AARS em contextos clínicos e de
investigação. A AARS pode também ser usada para ajudar os profissionais a seleccionar
o programa de intervenção mais adequado a comportamentos agressivos específicos que
são frequentemente experienciados por adolescentes.
Para além da aplicação do teste acima referido, irá ser usado o método de
observação directa, antes e depois do visionamento dos filmes, pois facilita a verificação
das alterações no comportamento das crianças, ou seja, se os filmes que assistiram
influenciaram de alguma maneira os seus comportamentos interactivos. Portanto,
tivemos como parâmetros os seguintes comportamentos:
- Comportamentos corporais: Agarrar, chutar, cotoveladas, empurrar, puxar a
camisa, rasteira
- Conversações: discussões entre os alunos e com um adulto (professor ou
funcionário), dizer palavrões
- Comportamentos em aula: comportamentos que perturbam a estabilidade da
aula, impedindo os restantes alunos de tomar atenção e um decorrer normal da aula.
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18
Procedimento
O presente estudo tem uma aplicação bastante acessível, no entanto, certas
medidas têm de ser tidas em conta antes da realização da experiência para garantir que
os sujeitos a executam da melhor maneira. Assim, os alunos de uma turma aleatória
serão pré-testados no primeiro dia, ou seja, o seu comportamento vai ser observado de
maneira a saber se as crianças estão aptas para realizar o que lhes será pedido.
No segundo dia, todos os sujeitos de uma turma serão submetidos ao teste
psicológico AARS, que tem como objectivo avaliar a intensidade e frequência da
expressão emocional de agressividade (comportamento de raiva). Os sujeitos, perante
41 itens que avaliam a intensidade e a frequência de expressão da raiva, terão que
responder, escolhendo um número de uma escala de nível ordinal (Likert), ou seja, de 0
a 4, sendo que o 0 representa ―Quase Nunca‖ e o 4 ―Frequentemente‖.
Quando são apresentados resultados elevados nesta escala, podem levar à
identificação de adolescentes que estão em risco de serem diagnosticados com uma
Perturbação de Comportamento, Perturbação de Comportamento Oposicional ou
Perturbação de Oposição e Perturbação de Défice de Atenção ou Hiperactividade.
Basicamente este teste vai permitir saber se as crianças não sofrem de qualquer tipo de
perturbação e se podem ser alvo do resto da experiencia.
Os sujeitos responderão ao AARS individualmente, cada um num computador
de uma sala onde se não sejam perturbados.
Depois de efectuado o teste e analisados os resultados, será feita uma escolha
dos indivíduos que possam continuar a experiencia, ficando pelo menos 30. 15
participantes pertencentes ao sexo masculino e outros 15 ao sexo feminino.
Os sujeitos serão aleatoriamente divididos em três grupos, 10 que assistirão a
um filme de carácter agressivo, 10 que assistirão a um filme de carácter neutro e outros
10 não assistirão a qualquer filme, que pertencerão ao grupo de controlo.
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
19
É também previsto a divisão dos participantes de maneira em que em cada
grupo estejam presentes 5 raparigas e 5 rapazes, para que se possa averiguar as
diferenças nas respostas comportamentais influenciadas pelo filme, tendo em conta o
género.
Foi considerado aconselhável manter cegos os participantes deste estudo. Esta
medida caracteriza-se pela omissão dos objectivos, entre outros elementos, da
experiência que os sujeitos estão a realizar (Shaughnessy, Zechmeister & Zechmeister,
2006). Pretende-se assim que factores como expectativas pessoais ou desejabilidade
social enviesem o desempenho dos sujeitos. Quererá isto então dizer que, após a
experiência, será feito o ―debriefing‖ aos sujeitos, ou seja, explicar-lhes qual o
verdadeiro objectivo da experiência e remover possíveis efeitos prejudiciais, como a
decepção (Shaughnessy, Zechmeister & Zechmeister, 2006).
No terceiro dia, antes de os participantes visualizarem algum filme, será feita
uma breve observação directa dos seus comportamentos, para podermos comparar com
os seus comportamentos após o visionamento do filme.
Sendo assim, os três grupos de crianças serão encaminhadas para três salas
diferentes, onde um grupo irá assistir ao filme ―Porquinho Baby‖, outro grupo assistirá
o filme ―Rambo 1‖ e outro grupo apenas irá realizar jogos didácticos, não sabendo que
os outros alunos estão a assistir a filmes.
Depois de terminada a visualização dos filmes, é pedido aos alunos para
manterem segredo sobre o que fizerem na sala, dizendo apenas que realizaram jogos,
que saião para o intervalo, e que mais tarde voltarão a falar com outro experimentador,
pois será designado um experimentador diferente para cada condição realizada, ou seja,
um experimentador para aplicar o teste AARS, outros 3 que encaminharão os 3 grupos
para as salas, e que trocaram entre si de grupo, para que não seja sempre o mesmo
experimentador num mesmo grupo. Desta maneira, estará envolvida uma equipa de
quatro experimentadores para a realização desta experiência.
Durante o intervalo, os experimentadores, disfarçadamente irão assistir às
interacções entre os alunos, registando as alterações, ou não, dos seus comportamentos.
Esta observação directa não se dará apenas no intervalo, ou seja, espaço onde o aluno
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
20
está à vontade, mas também durante uma aula, para verificar se o comportamento de
algum aluno pode levar à destabilização da aula.
Obviamente, cada participante é um caso individual, portanto temos de ter em
conta o contexto, ou seja, o ambiente que o rodeia, não prestando só e exclusivamente
atenção aos seus comportamentos.
Resultados
Esta parte da apresentação deste estudo está dividida em duas secções: Proposta
de Análise de Resultados e Resultados Esperados. A primeira diz respeito às
metodologias estatísticas adequadas para tratar e analisar os dados obtidos; e a segunda
prende-se com aquilo que se espera encontrar, de acordo com o enquadramento teórico,
as hipóteses e outros dados apresentados anteriormente.
Proposta de Análise de Resultados
Como já foi referido anteriormente, esta presente proposta de estudo assenta
num delineamento de grupos independentes que se caracteriza por um design
experimental em que indivíduos diferentes participam em cada condição experimental.
Deste modo, a observação directa de comportamentos surge fortemente vinculada a este
tipo de design experimental. Portanto, neste tipo delineamento a variável independente
varia entre os diferentes grupos de participantes. Como tal, existem metodologias
estatísticas adequadas a cada tipo de variável referido. No entanto, existem alguns
passos estatísticos que devem ser dados e tidos em conta antes de serem aplicadas certas
metodologias.
Em primeiro lugar, é necessário que, antes de se analisar os dados, se verifique
se não existem problemas com a base de dados e ainda se existem ou não outliers. Visto
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
21
que está apenas a ser apresentada uma proposta sem uma recolha de dados, este tópico
não será aprofundado.
Apesar disso, um dos primeiros passos que se deve dar ao tratar resultados
estatisticamente é fazer uma análise descritiva, definida por Maroco e Bispo (2005)
como a caracterização dos dados através de valores únicos que caracterizam o
comportamento das variáveis em estudo. De facto, é isso mesmo que valores como a
média e o desvio-padrão fazem: resumir e representar o conjunto de dados. Estas duas
medidas encontram-se no conjunto de medidas de tendência central, que permitem
caracterizar o valor central ou médio das observações (Maroco & Bispo, 2005).
Calcular-se-á ainda a magnitude do efeito, sendo que quanto maior for esta
medida estatística, maior será a significância dos resultados obtidos.
Em suma, é realizada uma meta-análise, ou seja, analisar todas as análises e
calcular a magnitude do efeito das análises todas. Portanto, só após esta meta analise se
podem generalizar os resultados para toda a população. A meta-análise visa resumir os
efeitos de uma Variável Independente numa Variável Dependente num conjunto e
várias experiências.
Após esta análise e o cálculo destes valores, estão reunidas as condições
necessárias para passar ao nível seguinte. Aquilo que verdadeiramente interessa a um
experimentador é usar a estatística inferencial: fazer afirmações acerca da população
através dos dados da amostra, isto é, generalizar (Fife-Schaw, 1995 cit. por Breakwell,
Hammond e Fife-Schaw, 1995).
Como o delineamento usado é do tipo simples, deveremos recorrer a uma
estatistica inferencial simples.
Primeiramente, iremos realizar o Teste t-student, que tem como objectivo
verificar se as diferenças significativas entre dois grupos, ou seja, avalia a diferença
entre as médias de duas amostras. No presente estudo, é proposto a realização deste
teste estatistico visando avaliar a hipotetica existencia de diferenças significativas entre
as variaveis ―Sexo‖, ―Tipo de Filme Visionado‖, ―Quantidade de Comportamentos
Agressivos‖ e ―AARS‖. A Variavel Independente ―Sexo‖ é detentora do nivel de
mensuração nominal dictomico, tendo como niveis de medida ―Masculino‖ e
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
22
―Feminino‖. A Variavel Independente ―Tipo de Filme Visionado‖ tem como niveis de
mensuração ―Filme Agressivo‖, ―Filme Neutro‖ e ―Grupo de Controlo‖ (este ultimo
refere as crianças que não viram nenhum filme) sendo tambem uma variavel nominal.
Por fim, as Variaveis dependentes do estudo proposto são denominadas por
―Quantidade de Comportamentos Agressivos 1‖, ―Quantidade de Comportamentos
Agressivos 2‖ e ―AARS‖. As duas primeiras variaveis, assim designadas porque se
referem a dois momentos distintos na experiencia, o antes e o depois do visionamento
do filme, apresentam um nivel de mensuração quantitativo de razão A segunda detem
um nivel de mensuração qualitativo ordinal, sendo esta obtida através das respostas
dadas a uma escala com 4 ordens, sendo que o 0 corresponde à resposta ―Quase Nunca‖
e o 4 a ―Frequentemente‖.
De maneira a averiguar a veracidade da hipotese do presente, é indicado o uso de
Teste de Hipoteses, que se baseia num conjunto de procedimentos estatísticos que visam
determinar se certas afirmações (hipóteses) feitas sobre uma população (ou mais do que
uma) são ou não suportadas pelos dados duma amostra concreta. A hipótese estatística é
toda a proposição/afirmação feita acerca da população em estudo.
Num teste de hipóteses deve antes de mais formular-se as hipóteses: uma que se
acredita ser verdadeira — Hipótese Nula — e a sua contrária — Hipótese Alternativa. O
objectivo final dum teste estatístico é decidir sobre a plausibilidade das hipóteses
formuladas. Estas duas hipóteses complementam-se, sendo que a Hipótese Nula é
admitida como verdadeira ao longo de todo o procedimento até que exista evidencia
estatística que diga o contrario
Este procedimento estatistico é utilizado para verificar se a diferença média entre
duas condiçoes é superior à que era de esperar pelo simples acaso. Diz-se que o efeito
de uma variavel independente na variavel dependente é estatisticamente significativo
quando a probabilidade do resultado ser derivado à variação do erro é baixa.
Portanto, neste estudo calcular-se-à a estatistica inferencial adequada, neste caso
o teste t-student, que é utilizado para testar a diferença entre as médias de duas
amostras, em que cada valor t tem uma probabilidade associada.
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
23
Como tal seria pertinente realizar uma estatistica de teste t entre ―Visionamento
de um filme violento‖ e a ―Quantidade de comportamentos agressivos 1‖, e de seguida,
novamente o ―Visionamento de um filme violento‖ e a ―Quantidade de comportamentos
agressivos 2‖, que vai possibilitar verificar a veracidade do facto da variavel
independente ―Visionamento de um Filme‖ alterar os comportamentos das crianças que
assistiram a um filme de caracter violento, comparando os valores t referentes aos dois
momentos referidos (antes e depois do filme).
Tendo em conta que nem todaos os participantes assistiram ao filme de caracter
agressivo, é indicado que tambem analisemos se o visionamento de um filme de caracter
neutro alterou, de alguma maneira, os comportamentos agressivos destas crianças. Para
estabelecer esta relação, usar-se-ia o mesmo procedimento acima referido, ou seja, a
realização de um teste t-student entre ―Filme Neutro‖ e ―Quantidade de
comportamentos agressivos 1‖ e entre ―Filme Neutro‖ e ―Quantidade de
comportamentos
agressivos
2‖,
para
verificar
se
existem
diferenças
nos
comportamentos nos dois momentos referidos anterormente.
Para testar as hipoteses nulas de cada estatistica de teste t descritas
anteriormente, iremos comparar a probabilidade observada (p-value) com o nivel de
significancia (alpha). Normalmente, em investigações psicológicas o nivel de
significancia (alpha) adoptado remete para o valor 0,05. Se o valor de p-value é menor
que o alpha, rejeita-se a hipotese nula, que afirma a existencia de diferenças, mas se
pelo contrario o p-value for superior ao alpha, não se rejeita a hipotese nula. Um
resultado estatisticamente significativo indica que existem diferenças entre as médias
correspondentes. Portanto, só se pode aceitar a Hipotese Nula, ou seja, que o filme,
violento ou não, influencia os comportamentos das crianças, se o p-value retirado da
estatistica de teste t for superior ao alpha (0,05).
Quanto à terceira condição da variavel independente ―Visionamento de um
Filme‖, define o grupo de controlo da experiencia, ou seja, refere-se às crianças que não
vêm qualquer tipo de filme, agressivo ou não. Portanto, decidimos que quanto a este
ponto do estudo, seria apropriado realizar apenas as medias dos dois momentos,
―Quantidade de comportamentos agressivos 1‖ e ―Quantidade de comportamentos
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
24
agressivos 2‖, mesmo que este grupo não tenha visionado um filme, e compará-la,
visando apenas a vertente de controlo experimental.
Outro ponto importante que pretendemos, baseia-se no facto, tal como se refere
no Enquadramento Teorico, da existencia de possiveis diferenças nos comportamentos
agressivos consoante o sexo da criança. Para averiguarmos se na pratica o que a
literatura menciona se verifica, e tendo em conta que a Variavel Independente ―Sexo‖ é
uma variavel qualitativa nominal dictomica e a Variavel Dependente ―AARS‖, que
consiste nas frequencias das respostas de nivel ordinal a um teste psicologico, portanto é
uma variavel qualitativa ordinal, ir-se-à aplicar o Teste Não Paramétrico do Qui
Quadrado. Os testes de hipóteses não paramétricos, ao contrário dos paramétricos,
podem caracterizar-se genericamente por não assumirem uma distribuição de
probabilidade específica na população.
O teste do Qui-Quadrado permite a comparação de duas populações a partir de
amostras independentes, quando as variáveis são qualitativas — Teste de
homogeneidade — e permite testar a independência de duas variáveis qualitativas —
Teste de independência. Mas, dado ao facto de este teste não paramétrico ter alguns
pressupostos de aplicabilidade que devem ser verificados antes da sua concretização, e
visto que o proposto estudo não verifica um destes pressupostos, será então aplicado um
teste alternativo, denominado por Teste de Fisher.
Neste estudo, é proveitoso estudar a homogeneidade das amostras, ou seja,
verificar se as medidas centrais numa amostra são idênticas às da outra amostra. Sendo
que o pretendido é saber se existem diferenças significativas entre os dois sexos, ou
seja, as duas amostras, isso será confirmado se a Hipótese Nula, que afirma a existência
de homogeneidade, for rejeitada.
Tabela 1 - Grelha utilizada para verificar a comparação dos resultados da escala AARS consoante o sexo das
crianças
0
Sexo Masculino
Sexo Feminino
1
AARS
2
3
4
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
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Resultados Esperados
No presente estudo, pretende-se corroborar a veracidade de duas hipóteses
fulcrais para a significancia da sua realização. Estas hipóteses baseiam-se no tipo de
filme visionado pelos participantes e no género dos mesmos. Deste modo, é essencial
verificar se os comportamentos agressivos variam consoante o género dos participantes
e o carácter do filme visionado pelos mesmos.
Primeiramente, tal como o proposto anteriormente, seria necessario verificar a
existência de diferenças significativas entre quantidade de comportamentos agressivos
expressos pelos participantes, antes e depois da visualização do filme detentor de um
carácter agressivo (―Rambo 1‖). Deste modo, a veracidade da hipótese nula será
averiguada através da realização de um Teste t-student. Portanto, se o p-value retirado
da estatistica de teste t for superior ao valor de alpha (0,05), concluimos que a hipótese
nula é válida, logo existem diferenças significativas entre a quantidade de
comportamentos agressivos antes e depois da visualização do filme de carácter
agressivo. Porquanto, é expectável que a quantidade de comportamentos agressivos
executados pelos participantes seja superior após a visualização do filme dotado de um
carácter agressivo.
Seguidamente, seria interessante analisar a possibilidade da quantidade de
comportamentos agressivos varia antes e depois da visualização de um filme
considerado neutro (―Rei Leão I‖), ou seja, verificar a existência de diferenças
significativas antes e depois da visualização do mesmo. Deste modo, a veracidade da
hipótese nula será averiguada através da realização de um Teste t-student. Portanto, se o
p-value retirado da estatistica de teste t for inferior ao valor de alpha (0,05), concluimos
que a hipótese nula é rejeitada, logo não existem diferenças significativas entre a
quantidade de comportamentos agressivos antes e depois da visualização do filme de
carácter neutro. Porquanto, é expectável que a quantidade de comportamentos
agressivos executados pelos participantes seja semelhante antes e após a visualização do
filme dotado de um carácter neutro, ou seja, este tipo de filme não irá influenciar o
desencadeamento de comportamentos agressivos.
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
26
No grupo de controlo, será analisada as médias em dois momentos distintos.
Estes momentos são balizados antes e depois da realização de actividade lúdicodidácticas. Deste modo, a comparação de médias realizada entre ambos os momentos
não será estatisticamente significativa, ou seja, as médias globais de ambos os
momentos serão idênticas/semelhantes. Portanto, é expectável que não exista qualquer
tipo de diferenças neste grupo, pois a sua função centraliza-se na manutenção do
controlo e da validade interna da presente investigação psicológica.
Por fim, para verificar a veracidade da segunda hipótese do presente estudo, será
realizado um teste não paramétrico – Teste de Fisher. A hipótese anteriormente
mencionada, baseia-se na diferenciação do género, ou seja, pretende-se averiguar se o
género vai influenciar a quantidade de comportamentos agressivos expressos pelos
participantes. O Teste de Fisher irá analisar a homogeneidade de ambos os grupos, ou
seja, o grupo feminino e o grupo masculino. Deste modo, a hipótese nula infere a
existência de homogeneidade entre ambos os grupos. Porquanto, se o p-value retirado
da estatistica de teste (Qui-Quadrado) for infeiror ao valor de alpha (0,05), concluimos
que a hipótese nula é rejeitada, logo não existe homogeneidade entre os grupos. Em
suma, é expectavel que exista diferenciação do sexo relativamente à quantidade de
comportamentos agressivos realizados pelos participantes, ou seja, existe uma maior
probabilidade que os elementos do sexo masculinos demonstrem um nivel de
agressividade superior aos elementos do sexo feminino.
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
27
Discussão
Esta investigação psicológica baseia-se num analise experimental no ambito da
agressividade infantil. Neste estudo, a agressividade infantil é quantificada pela quantidade de
comportamentos agressivos manifestados pelos participantes, sendo estes desencadeados pelo
visionamento de um filme (caracter neutro ou agressivo). Em suma, pretendemos aprofundar o
nosso conhecimento relativamente à influência dos media na promoção de comportamentos
agressivos nos adolescentes.
Existe uma multiplicidade de perspectivas associadas à noção de agressividade.
Segundo Geen (1998), (Agrido, logo existo: Para além do carácter não-adaptativo da agressão) a
agressão é todo o comportamento que visa prejudicar outrem, o qual, por sua vez, evita ser
magoado. Deste modo, concluímos que a agressão baseia-se na manifestação de
comportamentos violentos perante uma situação específica, dependendo esta do contexto social
em que o ser humano se insere.
Os resultados esperados são sustentados por uma breve revisão da literatura no âmbito
da agressividade e violência infantil. Deste modo, o presente estudo pretende analisar a
veracidade de duas hipóteses associadas ao tipo de filme visionado (neutro ou agressivo) e o
sexo dos participantes.
Primeiramente, analisaremos a influência do tipo de filme na promoção de
comportamentos agressivos nos participantes. Através da coordenação entre métodos
estatísticos e a literatura existente permite-nos deduzir que os filmes agressivos vão possibilitar
um maior nível de agressividade nos participantes. Moss (1997, citado em Viega, 2004) diz-nos
que existem evidências e situações experimentais que comprovam que a mera observação de
alguém a exercer comportamentos agressivos e sendo recompensado por isso, aumenta a
probabilidade do observador comportar-se agressivamente. Em suma, concluímos que os midia
detêm uma forte influência na promoção e perpetuação de comportamentos agressivos na vida
do ser humano.
As concepções de violência e agressão têm sido alvo de uma panóplia de estudos,
contudo estas temáticas ainda são consideradas uma controvérsia. Um dos factores geradores
desta controvérsia focaliza-se na diferenciação do género. De acordo com a literatura, a forma
de agressão varia consoante o género do elemento que a expressa. Sendo assim, os rapazes
associam-se a formas de agressão directa, ou seja, baseia-se em agressões físicas; por outro
lado, as raparigas manifestam formas de agressão relacionais, sendo estas baseadas em factores
sociais, tais como, exclusão social, discriminação, ou seja, atitudes que prejudicam e remetem
para a vertente psicológica do ser humano.
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
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A nossa segunda hipótese baseia-se na controvérsia acima mencionada, ou seja,
pretendemos compreender se o género dos participantes influencia a quantidade de
comportamentos agressivos realizados pelos mesmos. Deste modo, é expectável que os
elementos do sexo masculino expressem um nível de agressividade superior aos elementos do
sexo feminino. Contudo, esta problemática ainda não se encontra fortemente fundamentada,
pois existem estudos que assumem que os elementos do sexo feminino também podem
demonstrar elevados níveis de agressividade, mas como esta se baseia em meios indirectos,
existe alguma dificuldade de observação dos mesmos.
Na concretização de investigações psicológicas é importante apresentar críticas e
limitações dos estudos realizados. Não obstante, estas críticas e limitações são essenciais para o
avanço científico em Psicologia, de modo a garantir um maior esclarecimento relativamente aos
fenómenos psicossociais envolvidos no desenvolvimento e maturação do Homem.
Existem algumas limitações que podem ser apresentadas perante o estudo proposto. Um
elemento que limitou esta proposta de investigação, baseia-se no facto das temáticas agressão e
violência se encontrarem fortemente direccionadas para uma concepção associada à violência
escolar – Bullying. Assim sendo, ao realizarmos uma revisão da literatura será praticamente
impossível não mencionar este tipo de violência, mesmo que o nosso estudo não abarque a
noção de violência neste âmbito.
Como proposta para futuros estudos com foco nesta área, ou seja, agressão e crianças,
seria interessante entender afinal como funciona o reforço nas acções agressivas das crianças,
isto é, se é afirmado por muitos teóricos que um dos meios de aprendizagem de crianças pode
ser efectuado através de reforços positivos ou negativos, dependendo da situação, então se uma
criança for de alguma forma agressiva, e se lhe for dado um reforço positivo, esta vai repetir
mais facilmente a acção?
Outra proposta de estudo seria examinar em que tipo de situações suscitam mais acções
agressivas por parte da criança, tendo em conta que esta visionou um filme de carácter
agressivo. Se as situações reais que causariam essa resposta agressiva se prenderiam a situações
que foram anteriormente visionadas pelas crianças no filme que lhes foi apresentado.
Em suma, há realmente muito para se investigar ainda quanto a este tema, sendo que é
um assunto que, por envolver crianças e agressão, tem de ser manuseado com algumas
precauções quando delineamos um estudo.
Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
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Influência dos Mídea na Agressividade Infantil
31
Informação para a Comissão Institucional de Ética (IRB)
Em primeiro lugar, torna-se pertinente referir que, toda a proposta de
investigação assenta em bases sólidas de rigor e respeito pelo ser humano. Como tal, foi
garantido que nenhum princípio ético seria à partida violado quando foi definido este
estudo. Passa-se agora a apresentar alguns aspectos que devem ser mencionados.
Apesar ser ocultado aos sujeitos o real objectivo da experiência antes de a
realizarem, tal facto é colmatado pelo ―debriefing‖ no final. Quer isto dizer que os
sujeitos, após serem testados, serão informados sobre o que verdadeiramente se
pretendia deles, de forma a se combater a decepção e a remover efeitos prejudiciais.
Portanto, não se pretende de maneira nenhuma enganar os participantes, esta medida é
de puro controlo.
Todas as dúvidas dos sujeitos serão devidamente esclarecidas quando colocadas,
para que ninguém fique sem perceber o que é pretendido. Por outro lado, o risco que os
sujeitos possam correr é mínimo, ou seja, o prejuízo ou desconforto que possam sentir
não é superior ao que sentiriam nas suas vidas quotidianas. Assim, as tarefas a realizar
não põem em causa a integridade física e psicológica de todos os envolvidos.
Será garantido o anonimato e confidencialidade, tanto dos dados pessoais dos
sujeitos, recolhidos para meros objectivos descritivos e logísticos, como das respostas
que os sujeitos derem durante a realização dos testes. Não é nosso objectivo divulgar
estes dados, especialmente para fora da comunidade científica, os resultados e dados são
exclusivamente para uso da equipa de investigação.

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