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SECRETARIA MUNICIPAL DE CUIABÁ EMEB JUAREZ SODRÉ FARIAS PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO CUIABÁ/2015 2 PREFEITURA MUNICIPAL DE CUIABÁ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO MAURO MENDES FERREIRA Prefeito de Cuiabá GILBERTO GOMES DE FIGUEIREDO Secretário Municipal de Educação EMEB. "JUAREZ SODRÉ FARIAS" Equipe Gestora ADAIR NERI DA CRUZ Diretora TÂNIA DE CARVALHO PEREIRA Coordenadora Pedagógica ELIZABETH REZENDE FORTES RIBEIRO Secretaria Equipe de Elaboração Sistematização: Tânia de Carvalho Pereira Participação : Professores e Funcionários Adair Neri da Cruz Carmem Lúcia Zeni Guimarães Evanildes da Cunha London Elisa Coelho Azevedo Katiúscia Cristina Costa Marques Nélis de Oliveira Silva Maia Maria Júlia Velter Silmara Francisca Gondim 3 APRESENTAÇÃO O presente documento visa apresentar a Proposta Pedagógica da EMEB “Juarez Sodré Farias”, ao órgão competente e a toda comunidade escolar. Tem por objetivo contribuir com o planejamento, desenvolvimento e avaliação das práticas educativas da educação infantil, subsidiando a equipe gestora nos aspectos administrativo e pedagógico e diretamente o professor da sala de aula na realização de seu trabalho educativo diário junto às crianças de 03, 04 e 05 anos, porém reforçando sempre que a execução também deve ser do coletivo, no propósito de conscientizar a todos que a proposta será bem realizável, quando cada um dos envolvidos no processo se propõe a oferecer um trabalho sério e de qualidade no atendimento as nossas criança. Oferecendo subsídios para desenvolver os aspectos sociológicos, psicológicos, culturais e afetivos de nossas crianças, apresentando as intencionalidades educativas, trazendo as concepções teóricas, metodológicas, concepções de infância e a operacionalização de todo o trabalho pedagógico. Em primeiro plano será caracterizado todo o contexto histórico do bairro e da unidade escolar, abordando todo o seu percurso desde a sua criação, retratamos a sua estrutura física, humana e organizacional conforme suas necessidades atuais e objetivos estabelecidos para a Educação Infantil. No decorrer do Projeto será apresentada a concepção de criança ao longo da história e as suas primeiras funções educativas. Procurando sintetizar também os princípios teóricos e metodológicos da prática educativa infantil, que influenciam no desenvolvimento e construção do conhecimento das crianças, direcionamos a prática pedagógica que é desenvolvida pela metodologia de projetos, possibilitando às crianças maior oportunidade de reflexão a partir de suas vivências e experiências diárias. As diferentes áreas de conhecimento são respeitadas em suas especificidades e os seus conceitos trabalhados conforme o desenvolvimento dos projetos, sendo estes favorecidos pela operacionalização do currículo, no projeto diferenciado, que é organizado por ambiências, as quais oportunizam uma grande diferença no desenvolvimento das crianças. O processo de desenvolvimento e construção dos conhecimentos pelas crianças será constantemente avaliado, pois só assim será aperfeiçoado o processo de ensino buscando maior qualidade. 4 O direcionamento do trabalho na unidade, mediante o Projeto Político Pedagógico, é fundamentada na concepção de criança, como sujeito ativo na construção de seu conhecimento, primando por uma qualidade de ensino baseada na diversidade humana. A Proposta Pedagógica da Educação Infantil da escola baseia-se em documentos legais como: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), nas Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil do Município de Cuiabá, na Matriz Curricular da Educação Infantil e nos pressupostos teóricos sociointeracionista que orientam sobre as fases do desenvolvimento humano. A saber, (Piaget, Vygotysk e Wallon). O direito a educação não se restringe ao acesso à escola. Este sem a garantia de permanência e de apropriação e reprodução do conhecimento pelo aluno, não significa, necessariamente o usufruto do direito a educação e inclusão. Esta proposta é comprometida com a cidadania que caminhe para uma real inclusão do aluno. Foi pensada, refletida e elaborada coletivamente em prol de oferecer um trabalho comprometido com a construção de uma educação transformadora concomitante com o compromisso político e pedagógico da proposta de educação infantil e da realidade de nossas crianças. Tem como finalidade um atendimento por intermédio de um ensino lúdico de qualidade, dinâmico e democrático capaz de iniciar o preparo de nossas crianças para o enfrentamento da modernidade respeitando seus direitos de criança. Isto porque a brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a compreender melhor o “mundo dos adultos” e as relações sociais que aí se estabelecem. É preciso assegurar um ensino de qualidade para as crianças, sendo necessário para isso saber quem é esta criança, como são suas formas de aprender, como se dá sua inserção na cultura e a importância das interações para seu desenvolvimento e sua aprendizagem. E também o trabalho pedagógico deve assegurar o estudo das diversas expressões e de todas as áreas do conhecimento. 5 SUMÁRIO 1. JUSTIFICATIVA 07 2. INTRODUÇÃO 10 3. DADOS DA INSTITUIÇÃO 12 3.1.Identificação 12 3.2.Agrupamento 12 3.3.Regime de atendimento 13 3.4.Histórico da instituição 13 3.5.Biografia do Patrono 15 3.6.Histórico do bairro 16 3.7.Equipamentos sociais 17 4. MARCO REFERENCIAL 18 4.1.Missão 21 4.2.Filosofia 21 4.3.Valores 22 5. DIAGNÓSTICO DA REALIDADE ESCOLAR 23 5.1.Caracterização da comunidade escolar 23 5.2.Especificação e condições dos bens patrimoniais 24 5.2.1. Estrutura física 24 5.2.2. Materiais e equipamentos: Material de apoio pedagógico, recursos 25 audiovisuais e tecnológicos, acervo bibliográfico, mobiliário e outros 5.3.RECURSOS HUMANOS 25 5.3.1. Equipe gestora 26 5.3.2. Quadro de professores 26 5.3.3. Quadro de profissionais de apoio 28 5.4.Especificação do atendimento 30 5.5.Características da Organização Administrativa e Desafios da Escola na 30 perspectiva da Gestão Democrática 6. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA 32 6.1.Estrutura Administrativa na perspectiva da Gestão Democrática 32 6.1.1. Gestão democrática 32 6.1.2. Direção 33 6.1.3. Coordenação Pedagógica 33 6 6.1.4. Secretário (a) 33 6.1.5. Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar 34 6.2.Organização do Trabalho Pedagógico na perspectiva do ensino para 35 educação infantil 6.2.1. O currículo 35 6.2.2. Objetivos 36 6.2.2.1.Objetivo Geral 36 6.2.2.2.Objetivo Específicos 36 6.2.3.A Importância das Atividades Lúdicas na Educação Infantil 37 6.3.Organização Curricular 42 6.4.A Diversidade Humana necessária na Escola 46 6.4.1A Educação Inclusiva na Educação Infantil 47 6.4.2. Educação das Relações Étnico-Raciais 49 6.4.3. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 51 6.4.4. Política Nacional do Idoso 53 6.4.5. Educação Ambiental 54 6.4.6. Educação para o Trânsito 55 6.5.Organização dos Tempos e Espaços 56 6.6. As Salas Temáticas e seus Pressupostos Teóricos 61 6.6.1. Ambiência Brincando com as Letras e os Números 62 6.6.1.1.Fundamentação Teórica 62 6.6.1.2.Objetivos 65 6.6.1.3.Proposta Pedagógica 66 6.6.2. Ambiência Literatura Infantil 69 6.6.2.1. Fundamentação Teórica 69 6.6.2.2.Objetivos 72 6.6.2.3.Proposta Pedagógica 72 6.6.3. Ambiência das Artes 73 6.6.3.1.Fundamentação Teórica 73 6.6.3.2.Objetivos 76 6.6.3.3.Proposta Pedagógica 77 6.6.4. Ambiência da Brinquedoteca 78 6.6.4.1.Fundamentação Teórica 78 7 6.6.4.2.Objetivos 81 6.6.4.3.Proposta Pedagógica 82 6.6.5.Ambiência Brincando com o Movimento do Corpo 83 6.6.5.1. Fundamentação Teórica 83 6.6.5.2.Objetivos 85 6.6.5.3.Proposta Pedagógica 85 6.6.6 Ambiência Pintando o Sete na Informação 87 6.6.6.1.Fundamentação Teórica 87 6.6.6.2.Objetivos 89 6.6.6.3.Proposta Pedagógica 90 6.6.7.Sala Multifuncional 91 6.6.7.1.Fundamentação Teórica 91 6.6.7.2.Objetivos 96 6.6.7.3.Proposta Pedagógica 97 6.7.A metodologia de Projetos na Construção do Conhecimento 98 7. HORA ATIVIDADE DOS PROFESSORES E A FORMAÇÃO 102 CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO 8. PROCESSOS E ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADOS 104 PELA INSTITUIÇÃO 9. O PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 9.1. Avaliação Institucional e Atualização do Projeto Político Pedagógico 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 105 106 108 10. ANEXOS 111 10.1. Projetos Pedagógicos 112 10.2. Matriz Curricular 123 10.3. Calendário Escolar 124 10.4. Regimento Escolar 125 8 1. JUSTIFICATIVA A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996 prevê para os estabelecimentos de ensino a elaboração e a execução da sua proposta pedagógica, assegurando as normas gerais e as específicas de seu sistema, com base no conhecimento das necessidades e capacidades do contexto social, econômico, cultural e político, da clientela a ser escolarizada e da sociedade onde a escola está inserida. O PPP constitui-se em uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente, e está articulado ao compromisso sócio - político e aos interesses reais e coletivos de sua clientela. Segundo Veiga (2005), ele deve ser fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, a qual irá definir, por meio da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. Nesse sentido, é um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo. Dentro de uma perspectiva democrática, levando em conta os pressupostos teóricos que dão um novo perfil a ação de gestão, procura-se no exercício diário, fazer uma escola onde todos os segmentos contribuam, participando efetivamente com o objetivo claro de se construir um novo conceito de escola, onde a participação tanto da comunidade interna como externa torne-se essencial na construção de um novo modelo de educação que leva em conta as necessidades globais do indivíduo, onde a escola tem seu papel fundamental, não como mais um segmento inserido na comunidade, mas fazendo parte dela e interagindo em todas as formas de participação e ação para cidadania. A EMEB Juarez Sodré Farias reorganizou sua proposta educativa com a finalidade de torná-la coerente com as novas políticas e pressupostos teóricos da educação infantil, levando em consideração as especificidades de sua clientela e envolvendo o todo seu coletivo. Para nortear a elaboração da proposta buscou-se orientação nos diversos documentos legais que rege princípios básicos e diretrizes da educação infantil, a saber: Referencial Curricular Nacional (RCNEI), Proposta Pedagógica para Educação Infantil (SME), Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na Matriz Curricular de Referência da Educação Infantil da Rede Municipal de Cuiabá e Resolução Nº 009/04/CME/CBA-MT, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 9 Esses documentos expressam os princípios, os fundamentos e os procedimentos que devem orientar a organização, a articulação, o desenvolvimento e a avaliação dessa proposta. Está também em consonância com as Diretrizes orientadoras da Política educacional do Município de Cuiabá, que contempla o Plano de Educação na Diversidade, mas especificamente, com a Proposta Pedagógica para Educação Infantil, que apresenta no âmbito pedagógico, o atendimento às crianças pequenas na concepção de desenvolvimento humano, os indicadores e processo, os facilitadores do desenvolvimento e aprendizagem que orientam o trabalho na educação infantil, a saber: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo, as quais se dividem em eixos. Considera a Lei 10.639 de 09/01/2003 das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais, Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica na Resolução nº 02 de 11/09/2001, o Estatuto do Idoso, lei nº 10.741 de 01 de outubro de 2003 e regulamentado pelo decreto nº 5.130 de 07 de julho de 2004. A escola oferece ampla variedade de ambientes, que superam a interdisciplinaridade dos componentes curriculares, buscando caminho acessível para construção do conhecimento global, em um tempo em que os saberes surgem e vão se acumulando, garantindo o crescimento pessoal, incorporando e vivenciando os valores e a acessibilidade, através de uma prática educativa com uma abordagem mais complexa, a transdisciplinaridade. A EMEB “Juarez Sodré Farias” oferta a Educação Infantil, visto que esta modalidade de ensino é de comprovada importância para as crianças em seus primeiros anos de vida, tanto para o seu sucesso escolar como para sua vivência. A escola atende a educação das crianças de 03, 04 e 05 anos visando o desenvolvimento integral dos mesmos, em seu binômio educar e cuidar, concebendo a ideias de que o cuidado é inerente a ação do educar. Portanto a escola focaliza o atendimento as crianças em suas necessidades físicas, emocionais, afetivas, cognitivas, linguísticas, e sociais de forma integrada, porém respeitando a concepção de criança como sujeito social e histórico, que faz parte de uma organização familiar inserida em uma sociedade com uma determinada cultura, mas que tem na família um ponto de referência fundamental. Dentro de uma perspectiva democrática, levando em conta os pressupostos teóricos que dão um novo perfil a ação de gestão, procura-se no exercício diário, fazer uma escola onde todos os segmentos contribuam, participando efetivamente com o objetivo 10 claro de se construir um novo conceito de escola, onde a participação tanto da comunidade interna como externa torne-se essencial na construção de um novo modelo de educação que leva em conta as necessidades globais do indivíduo, onde a escola tem seu papel fundamental, não como mais um segmento inserido na comunidade, mas fazendo parte dela e interagindo em todas as formas de participação e ação para cidadania. 11 2. INTRODUÇÃO O Projeto Político Pedagógico da EMEB “Juarez Sodré Farias”, além de ser uma exigência legal, expressa na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, permite a revelação da identidade da Instituição, de suas concepções, definindo a natureza e o papel socioeducativo, cultural, político e ambiental da escola, bem como sua organização e gestão curricular para subsidiar o Regimento Interno e a Proposta Pedagógica, documentos que são os balizadores das ações educativas. O presente documento foi pensado e elaborado mediante discussões desenvolvidas pela gestão, funcionários, professores e comunidade. Tem como objetivo oferecer subsídios para desenvolver os aspectos sociológicos, psicológicos, culturais e afetivos de nossas crianças, apresentando as intencionalidades educativas, trazendo as concepções teóricas, metodológicas, concepções de infância e a operacionalização de todo o trabalho pedagógico. Tem por função subsidiar a tomada de decisões da unidade escolar nos âmbitos político, pedagógico, administrativo e técnicocientífico, a partir de definições legais. Os documentos e pressupostos teóricos que nos serviram de base ressaltam que as instituições de Educação Infantil devem oferecer espaços privilegiados para que o desenvolvimento da criança de 03, 04 e 05 anos de forma integral. Portanto o atendimento às crianças deve ser global e sistêmico, ou seja, que atenda as dimensões social, físico, afetiva, psicológico e intelectual, pois a Educação Infantil é considerada o alicerce, a primeira fase que antecede a educação básica do ensino fundamental, e cabe a essa modalidade de ensino dar todo o suporte básico bem estruturado para que a criança prossiga no ensino sem dificuldades. Será caracterizado em primeiro plano, todo o contexto histórico do bairro e da unidade escolar, abordando todo o seu percurso desde a sua criação, retratando a sua estrutura física, humana e organizacional conforme suas necessidades atuais e objetivos estabelecidos para a Educação Infantil. No decorrer do Projeto apresentar-se-á a concepção de criança ao longo da história e as suas primeiras funções educativas. Serão sintetizados também os princípios teóricos e metodológicos da prática educativa infantil, que influenciam no desenvolvimento e construção do conhecimento das crianças, direcionamos a prática pedagógica que é 12 desenvolvida pela metodologia de projetos, possibilitando às crianças maior oportunidade de reflexão a partir de suas vivências e experiências diárias. As diferentes áreas de conhecimento são respeitadas em suas especificidades e os seus conceitos trabalhados conforme o desenvolvimento dos projetos, sendo estes favorecidos pela operacionalização do currículo, mediante o projeto diferenciado, ”Liberando o Mundo da Fantasia”, organizado por ambiências, as quais oportunizam uma grande diferença no desenvolvimento das crianças, além de possibilitar uma maior variedade de materiais pedagógicos a um número maior de crianças, todas passarão por todas ambiências. 13 3. DADOS DA INSTITUIÇÃO 3.1. Identificação Denominação: EMEB. "Juarez Sodré Farias” Endereço: Rua João Carlos Pereira Leite, s/nº Bairro: Araés Município: Cuiabá – MT Regional: Oeste Telefone: (65) 3313-3085 E-mail: emeb.juarez.sodre@cuiabá.mt.gov.br Decreto de Criação e denominação: 1.690/87 Ato de Autorização de Funcionamento: 057/92 Ato de Reconhecimento: Portaria 292/2005-GS/SMEDEL Ato de Renovação de Reconhecimento: Portaria 007/2011/CME/CBÁ Nº do INEP: 31037106 Entidade Mantenedora: Prefeitura de Cuiabá/Secretaria Municipal de Educação CNPJ : 04416016/0001-30 Nº de salas de aula: 07 Nº de alunos: 326 Nº de turmas: 14 Grupo de estudo para revisão de PPP: Semana Pedagógica de Janeiro de 2015 e Roda de conversa em Março de 2015 com todos os profissionais da escola e membros do CEC. 3.2. Agrupamento A EMEB “Juarez Sodré Farias” oferece a Educação Infantil respeitando os critérios para o agrupamento, conforme Proposta Pedagógica para a Educação Infantil no Município de Cuiabá. a) Idade de 03 anos a 03 anos e nove meses, a completar no início do ano letivo. b) Idade de 03 anos e nove meses a 04 anos e nove meses, a completar no início do ano letivo. 14 c) idade a partir de 04 anos e nove meses a 05 anos e nove meses a completar no início do ano letivo. d) Número de alunos: máximo de 25 alunos por sala. Em conformidade com os critérios para agrupamento, sugeridos pela Proposta Pedagógica para a /educação Infantil no Município de Cuiabá, a EMEB. “Juarez Sodré Farias” organizou seus alunos em: a) sete (07) turmas com crianças de 03 anos e 09 meses a 04 anos e 09 meses; b) sete (07) turmas com crianças de 04 anos e 09 meses no ato da matricula. Ainda, por prescrição legal do documento, acima citado, a escola sustenta o número mínimo de vinte (20) e o máximo de vinte e cinco (25) alunos por sala de aula. 3.3. Regime de atendimento Em 2010, com a finalidade de atender a demanda da educação infantil, visto que a procura por esta modalidade de atendimento passou a ser bastante solicitada, a Escola passou a atender somente a Educação Infantil nos dois turnos. No período matutino o atendimento se dá no horário das sete horas às onze horas e no período vespertino no horário das treze horas às dezessete horas. 3.4. Histórico da Instituição O início do funcionamento desta unidade escolar deu-se no ano de 1987, quando instalada no bairro Santa Helena, no centro Comunitário, como escola Emergencial Santa Helena. A escolha do nome “JUAREZ SODRÉ FARIAS” ocorreu através de um processo de eleição no final do ano de 1987, com a participação de toda comunidade interna e externa. Esse nome foi escolhido, por motivo da morte trágica do presidente do Bairro Juarez Sodré Farias nascido a 23/04/39 e falecido em 29/05/83 que residiu no bairro Santa Helena. Casado com a D. Flávia Augusta Almeida Sodré, quatro filhos, foi funcionário da Secretaria Municipal de Saúde, exercendo a função de Motorista do Pronto Socorro Municipal. Colaborou na criação da Associação de Moradores do Bairro, exerceu o cargo de Presidente da Associação do Bairro Santa Helena passando a residir 15 posteriormente no Bairro Quarta-Feira, hoje conhecido como Jardim Alvorada sendo Homenageado também com uma Rua em seu nome. No ano de 1988, com a construção do prédio, a escola foi transferida para o bairro Araés, onde passou a funcionar como Escola Municipal de 1º Grau "Juarez Sodré Farias", com 15 professoras aprovadas em concurso público, dentre as quais deveria ser escolhida uma para ocupar a função de diretora interina, enquanto não acontecia a que seria primeira eleição para diretores das unidades escolares da rede municipal, dando inicio assim a gestão democrática na educação. Assumiu então interinamente a Direção, a Professora Maria Eline Pedrosa Lopes, permanecendo na função até o mês de março de 1988, quando foi eleita a Professora Irene Verlingue Schwingel, como candidata única à função, passando então a professora Maria Eline Pedrosa Lopes a exercer a função de supervisora pedagógica tendo sido aprovada em teste de seleção pela Secretaria Municipal de Educação. A 2º eleição foi realizada em 1990, sendo eleita a Professora Mabel Strobel Moreira Weimer, que permaneceu na função por 01 ano, assumindo em fevereiro de 1992, a Professora Maria de Fátima Oliveira Pereira, que fora indicada pelos professores, em eleição “pró tempore”, e em maio do mesmo ano, permanece na função, por indicação do, então Prefeito Dr. Frederico Soares Campos, tendo permanecido até dezembro 1993, quando assume a prefeitura uma nova gestão com o prefeito Dante de Oliveira e retoma-se o processo de democratização, aprovando a Lei da Gestão Democrática, voltando o processo de eleição. A professora Maria Eline Pedrosa Lopes, como candidata é eleita pelo voto direto da comunidade escolar por dois anos. Sendo reeleita consecutivamente nos biênios posteriores, permanecendo na direção desta unidade escolar até 2004, por motivo de sua aposentadoria deixou o cargo de direção. Em dezembro de 2004 foi realizada a eleição, tendo como candidata a Profª. Marileuza de Fátima Martins Rezende e Vânia Aparecida Arantes Pereira, sendo eleita a profª. Marileuza com a maioria dos votos, assumindo o cargo de diretora desta unidade escolar em 2004, cumprindo-se o seu mandato de três anos e no final de 2007 houve novamente o processo de eleição tendo a profª. Marileuza candidata a reeleição e a profª. Adair como candidata, sendo reeleita a Profª. Marileuza com mandato até dezembro de 2010. Em novembro de 2010 foi realizada a eleição, tendo como candidatas a Profª Adair Neri da Cruz e a profª Vania de Campos Leite, sendo eleita a Profª Adair com a maioria dos votos, assumindo o cargo de diretora desta unidade escolar em dezembro de 2010, 16 cumprindo-se o seu mandato de três anos e no final de 2013 houve novamente o processo de eleição tendo a profª. Adair candidata a reeleição e candidata única, sendo reeleita com mandato até dezembro de 2016. Na época de sua inauguração, a escola atendia o pré-escolar, I a IV série e o EJA. Passou a atender a educação infantil de 4 a 6 anos a partir do ano de 2000. E atualmente, em 2015, atende a Educação Infantil de 3, 4 e 5 anos. Após observação de que as crianças na faixa etária de 4 a 6 anos possuíam interesses diferentes do que estavam sendo desenvolvidos, pensou-se em uma metodologia de ensino diferenciada, onde foi criado o projeto “LIBERANDO O MUNDO DA FANTASIA”, no ano de 2000 e colocado em prática a partir do ano de 2001. Foi este projeto que implantou as salas temáticas como metodologia de ensino na escola. A partir do ano de 2010 a escola passou a atender apenas a educação infantil de 3, 4 e 5 anos. 3.5. Biografia do Patrono Juarez Sodré Farias, brasileiro, nascido em 23/01/1941 na cidade de Marilia no estado de São Paulo, filho de Lindaura Olímpia Sodré e Manoel Candido Farias. Residiu na atual Rua Vereador Emanoel Ribeiro Dalbian (antiga rua dos bororos) com seus familiares(esposa/filhos), estudou na escola Técnica Federal de MT(atual IFMT). Cursou vários cursos técnicos (Técnico em enfermagem em primeiros socorros/Afinador de Motores e Reparador de Aparelhos Eletros-Domésticos, dentre outros). Formou-se em 23 de agosto no ano de 1974, funcionário no pronto socorro de Cuiabá por tantos anos até sua morte no ano 1983. Casou-se com a Sra. Flavia Augusta de Almeida Sodré, teve 05 filhos: José do Carmo Sodré Farias, João Bosco Sodré Farias, Juarez Sodré Farias Filho, Jussineide Sodré Farias e Joilhton Sodré Farais. Juarez Sodré viveu para sociedade Cuiabana e participou por tantos anos das ações comunitária, sendo membro da Associação de Moradores do bairro Jardim .Alvorada no período de 1976/1983, desenvolveu diversos projetos. Foi criador da votação do nome Jardim Alvorada (antigamente chamado de Senhor dos Passos/Quarta Feira e Consil), após ter realizada a votação do nome do bairro e ganha o nome por ele escolhido, 17 unificou os três bairros num só. Implantou o projeto de manilhamento em quase todo o Bairro Santa Helena, onde está localizada a antiga Associação Santa Cruz Esporte Clube, também conhecida como Cruz do Chilão, na época ele comprou o terreno e doou em vida para a Associação, e até hoje comemorava-se todo dia 03 de maio, o dia de Santa Cruz rezando o terço, neste dia anos atrás realizava-se uma das mais conhecida festa da região. Juarez Sodré Farias, era conhecido como SODRÉ, Motorista/Maqueiro/Enfermeiro do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, enfim de tudo um pouco, Presidente da Associação acima citada, muito prestativo, e sua vida era praticamente para ajudar ao próximo. ESPOSO/PAI/AMIGO/CONSELHEIROS/IRMÃO, muitos o procuravam para um conselho, opinião, até mesmo os políticos da época. Faleceu porque foi socorrer uma pessoa, isto é foi separar uma briga em um casamento, pois não queria que estragassem a festa da filha do amigo. Essa boa ação resultou em duas (02) punhaladas em suas costas, atingindo seu coração na segunda apunhalada, ocasionando sua morte através de uma arma branca. Morte esta chamada de CHOQUE HIPOVOLÊMICO pela medicina. Ele faleceu prematuramente deixando esposa e filhos. A Escola Municipal recebeu seu nome, como uma homenagem do então prefeito em gratidão e reconhecimento da sociedade cuiabana aos feitos ao bairro Araés. A Escola Municipal Juarez Sodré Farias, teve como primeira sede, a antiga Associação Santa Cruz Esporte Clube, sendo mais tarde transferida para o local, onde funciona atualmente no bairro Araés. 3.6. Histórico do Bairro O Bairro Araés onde está situada a escola surgiu aproximadamente no ano de 1961 com a vinda de famílias de vários Bairros. Nessa época o bairro era conhecido pelo nome de Cacimba de Leite, devido à existência de uma Cacimba com as suas águas cor de leite. Depois do nome Cacimba de Leite o bairro passou a ser chamado de Araés, esse nome foi dado porque havia uma tribo de índios que vivia no local. O bairro Araés está situado próximo ao centro, cuja circunvizinhança são os seguintes bairros: ao Norte, Alvorada e Senhor dos Passos, ao Sul o Centro da Cidade, a 18 Leste a Lixeira e a Oeste Santa Helena. A sua localização estratégica dá acesso a importantes pontos da grande movimentação da cidade tais como: Rodoviária, Avenida Miguel Sutil, Avenida da Prainha, Avenida Mato Grosso e ao Centro da Cidade. Em nível de ocupação territorial existem poucos terrenos sem construções. O sistema habitacional encontra-se em fase de verticalização das moradias, no entanto, a maioria das construções é de casas de alvenaria, restando uma minoria de madeira. Devido seus limites geográficos definidos, o bairro sofre os impulsos da expansão, ocorrendo uma transformação constante internamente. Além desta Escola existe outra da rede Municipal (Ezequiel de Siqueira), e uma da rede estadual (Presidente Médici) e duas escolas de pequeno porte da rede particular e 01 creche municipal. A população do bairro é composta por trabalhadores assalariados, distribuídos gradativamente nas seguintes atividades: pública, municipal e estadual, comércio, indústria, prestação de serviços, agricultura e a maioria com moradia própria. 3.7. Equipamentos Sociais O sistema viário tem uma boa estrutura encontrando-se quase em sua totalidade asfaltada, com saneamento básico antigo e funcional. No conjunto, o bairro é mantido pela rede de energia elétrica. O comércio é variado, de pequeno e médio porte, suprindo as necessidades básicas da população local. O bairro não é servido por nenhuma linha de transporte com sentido final, sendo apenas atendido por linhas de outros bairros. Neste bairro encontramos de beneficio o posto Policial e o centro comunitário. Próximo à escola temos uma praça pouco utilizada pelos moradores das redondezas a ao lado a Igreja Nossa Senhora de Fátima que tem uma área de lazer da qual a população local faz uso. 19 4. MARCO REFERENCIAL No Brasil, a história da “educação infantil”, baseia-se nas mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorreram na sociedade, a partir da incorporação das mulheres à força do trabalho assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa nova relação entre os seres, mas também por razões que se identificam com um conjunto de ideias novas sobre a infância, sobre o papel da criança na sociedade e de como torná-la através da educação, um individuo produtivo e ajustado às exigências desse conjunto social. A criança ao longo da história da humanidade foi aos poucos construindo e conquistando o seu espaço na sociedade. Por muito tempo, os historiadores consideravam a história da infância e das crianças, como indigna de ser estudado. Eles preferiam permanecer em território conhecido, dominado pelo macho adulto. Como os sistemas políticos, as guerras e as estruturas da classe. A educação da criança foi considerada uma responsabilidade das famílias ou do grupo social ao qual ela pertencia, era junto aos adultos e outras crianças com as quais convivia que a criança aprendia a se tornar membro deste grupo, a participar das tradições que eram importantes para ele e a dominar os conhecimentos que eram necessários para a sua sobrevivência material e para enfrentar as exigências da vida adulta. Por um bom período da história da humanidade, não houve nenhuma instituição responsável por compartilhar esta responsabilidade pela criança com seus pais e com a comunidade da qual fazia parte. Nesse sentido, os moralistas e os educadores do século XVII passaram a ter interesses psicológicos e preocupações morais em relação às crianças. Era preciso conhecer as crianças, penetrar na sua mentalidade para adaptar o seu nível os métodos de educação. Com a expansão do comércio, surgiu a formação de outra classe social; os comerciantes que foram chamados de burguesia. Para os burgueses, a educação dos filhos era importante, na medida em que, sem formação e sem conhecimentos adequados, os futuros adultos não poderiam levar a frente os estabelecimentos comerciais que deveriam herdar. Desta forma as escolas passaram então a assumir um papel de preparatória para o trabalho adulto, vinculada ao lugar que cada criança ocuparia na sociedade. Para os 20 filhos dos burgueses, cargos de Técnicos e Administradores destinavam-se um ensino mais longo. Para os filhos dos trabalhadores braçais, destinava-se apenas a educação básica. Com o advento da Revolução Industrial (século XIX) e o crescimento das cidades, a mão de obra foi tornando-se cada vez mais necessária, assim a mulher passou a trabalhar nas indústrias, deixando seus filhos aos cuidados e guarda durante o dia em creches e instituições, surgindo assim às creches e o pré-escolar, com caráter assistencialista, visando afastar as crianças pobres do trabalho servil, imposto pelo sistema capitalista em expansão. Porém, só o assistencialismo não resolveria os problemas das crianças pobres exploradas e marginalizadas, carentes, inferiores, à medida que não correspondem ao padrão estabelecido. Estas crianças eram carentes de cultura, saúde e nutrição, desta forma privados de determinados atributos que deveriam ser nelas incutidas, pelos programas de educação compensatória, as quais compensariam as deficiências culturais, linguísticas, afetivas e sociais destas crianças menores de 06 anos. Esta visão foi sendo modificada aos poucos com o avanço das teorias ligadas a psicologia do desenvolvimento, assim como a influência das teorias psicanalíticas e a atenção dos professores voltada para as necessidades afetivas das crianças e o seu papel junto à sua aprendizagem. A ideia de educar crianças menores de seis anos, de diferentes condições sociais, já era citada por Comenius em seu livro, “The Scholl of. Infancy”, publicado em 1628. Assim como Comenius, por volta do século XVII, outros educadores, como: Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Decroly e Montessori, deram sua contribuição referente à prática pedagógica com as crianças na idade pré-escolar. Segundo Rousseau, a criança é um ser com características próprias, e não um adulto em miniatura, tendo desta forma, necessidades e condições de desenvolvimento próprias a ela e que devem ser consideradas. Conforme Rousseau, a criança adquire os conhecimentos pertinentes à sua fase de desenvolvimento, ou seja, na etapa em que ela se encontra. Respeitando suas características próprias e sua individualidade, propunha atividades relacionadas com a vida, por meio da linguagem, canto, aritmética e geometria. Pestalozzi propõe modificações nos métodos de ensino onde a educação deveria acontecer num ambiente natural sob uma disciplina estritamente amorosa, o que contribuiria para o desenvolvimento do caráter infantil. 21 Preocupado com a ideia de educação pelos sentidos, Pestalozzi tencionava para as crianças pequenas, atividades de música, arte, soletração, geografia e muitas atividades de linguagem oral e de contato com a natureza. Froebel dedicou sua vida à fundação de jardins de infância; formação de professores e elaboração de métodos e equipamentos para esse tipo de instituições. Os seus ideais eram considerados radicais e compreendia a educação como um “processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana automaticamente, com todos os seus poderes funcionando completa e harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade”. A proposta pedagógica de Froebel pode ser caracterizada como um currículo por atividades, onde o lúdico e as brincadeiras são os determinantes dos processos de ensino e aprendizagem. Assim, a essência de sua pedagogia são as ideias de atividade e liberdade. As ideias do pensador Decroly se destacam pela função de globalização do ensino, onde a necessidade do homem produz o interesse, sendo que estes interesses conduzem ao conhecimento. Partindo destes interesses dos homens e crianças, Decroly organiza sua proposta pedagógica em Centros de Interesses, desta forma propõe desenvolver os conteúdos das diversas áreas de conhecimento, partindo de um assunto que seja objeto de interesse das crianças. Os Centros de Interesse são desenvolvidos em três momentos: o da observação que é a origem do estudo das crianças, o da associação espaço temporal, ligando história e geografia, e a expressão que trabalha o grafismo e a linguagem. Com o seu método, Decroly rompeu com a rigidez dos programas de ensino de seu tempo para ele “a criança deve ser criança e não um adulto em potencial”. A educadora Montessori, porém contribuiu na educação infantil enfatizando o aspecto biológico do crescimento e desenvolvimento infantil. Sua grande marca foi à criação de materiais adequados à exploração sensorial pelas crianças, específico a cada objetivo educacional. No entanto, algumas críticas foram feitas a Montessori, pela ausência de preocupação com a formação do ser social; a rigidez com a realização dos exercícios e a desatualização de sua proposta de ensino da escrita, realizado pelo método alfabético. 22 Sônia Kramer estudiosa e pesquisadora brasileira discute e nos apresenta outra concepção de educação sem ser depósito e corretora de carências, mas sim uma préescola com função pedagógica. A função pedagógica vem então substituir uma prática formadora e permissiva, pois valoriza as questões políticas e sociais. O seu trabalho é desenvolvido a partir da realidade e conhecimentos das crianças, os quais são ampliados, através de atividades significativas e concretas para a vida das mesmas. Desta forma, ocorre simultaneamente a aquisição de novos conhecimentos da cultura dominante, ultrapassando os conhecimentos da realidade local de cada criança. Assim, a função pedagógica garante às crianças, a aquisição gradativa de novas formas de expressão e reconhecimento - representação de seu mundo. 4.1 -Missão A escola que já possui uma ação educativa comprometida e eficiente e tem como missão criar condições para que os alunos possam assumir com autonomia e responsabilidade o protagonismo de sua formação integral, favorecendo a criatividade, a participação reflexiva e o prazer na ampliação dos conhecimentos almejando o desenvolvimento integral do ser humano, sujeitos do contexto social e capazes de transformar o ambiente. 4.2- Filosofia Considerar a criança como um ser que se encontra em desenvolvimento, capaz de refletir, analisar, criar, criticar, sugerir, avaliar e transformar a sociedade, sendo sujeito na aquisição e construção de conhecimentos e capacidades para formação de sua cidadania. Comprometendo-se em criar um ambiente propício para questionamentos; encorajando os alunos a fazer perguntas; permitir que a comunidade participe da construção do conhecimento; diversidades e estimular os alunos a pensarem livremente. respeitar as 23 4.3-Valores Os valores humanos são fundamentos morais e espirituais da consciência humana. Todos os seres humanos podem e devem tomar conhecimento dos valores a eles inerentes. Muito das causas que afligem a humanidade está na negação destes valores como suporte e inspiração para o desenvolvimento integral do potencial individual e consequentemente do social. Diante disso considera-se de suma importância mostrar ao aluno, bem como a comunidade como um todo, que para um homem conduzir com sucesso (conceito relativo a cada um) a sua vida, tem de percorrer lado a lado com os seus valores humanos, a sua escalada e a sua trajetória por este mundo. Nossos valores estão baseados em: Trabalho coletivo: Valorização do trabalho coletivo contribuindo param o bom desempenho das atividades escolares. Respeito: Evidenciar os deveres e direitos dos profissionais da escola favorecendo o respeito e a dignidade. Transparência: Comunicação aberta fazendo prestação de conta dos recursos recebido à comunidade escolar. Moralização: Resgatar os valores éticos, morais e sociais buscando credibilidade junto a comunidade escolar. Parceria: valorizar o trabalho em parceria buscando melhorias e proporcionando oportunidades iguais para todos. 24 5. DIAGNÓSTICO DA REALIDADE ESCOLAR 5.1. Caracterização da Comunidade Escolar A EMEB Juarez Sodré Farias está localizada na comunidade bairro do Araés, atendendo alunos provindos de várias comunidades circunvizinhas como: Araés, Alvorada, Despraiado, Altos da Boa Vista, Consil, Centro, Baú, Bordas da Chapada, Canjica, CPA IV, Dom Aquino, Coxipó, Boa Esperança, Duque de Caxias, Goiabeiras, Antônio Dias, Miguel Sutil e tendo como principal via de acesso à Av. Miguel Sutil. Diante desta diversidade a escola leva em consideração, para a organização de seu projeto político pedagógico, os dados coletados. Para traçar o perfil socioeconômico das comunidades que esta Unidade de Ensino atende atualmente, foi realizada pesquisa com 100% das famílias, através da aplicação de questionário. De acordo com a pesquisa, 58,9% das famílias são oriundas de Mato Grosso (Cuiabá= 46,4 e outra cidades de MT=12,5), 41,1% são de outros estados. Quanto ao grau de escolaridade 10.4% cursaram o Ensino Fundamental completo; 12.15% fizeram o Ensino Fundamental incompleto; 32.9% grau completo; 15.2% cursaram o 2º cursaram o 2º grau incompleto; 9.5% cursaram o 3º grau completo; 16.5 3º grau incompleto; 1.3% possuem pós graduação completa e 1.7% pós graduação incompleta e 0.4% são analfabetos. Quanto a idade dos pais ou responsáveis pelas crianças, temos 18.2% na faixa etária de 16 a 24 anos; 50.2% faixa etária de 25 a 34 anos; 22.5% na faixa etária entre 35 a 44 anos; 4.3% na faixa etária entre 45 a 59 anos; 0.9% estão na faixa etária de 60 anos acima e 3.9% não informou sua faixa etária. As famílias compostas por até 3 pessoas representam 28.1% ; por até 6 pessoas representam 62.8%; até 10 pessoas representam 6.5% e com mais de 10 pessoas representam1.3%. Moram em casa própria 47.2%, em casa alugada 40.3% e em casas cedidas 12.5%. As famílias formadas por pai, mãe e filhos são 72.3%; por mãe, avós e filhos 18.2%; por pai, avós e filhos 3.9%; mães e filhos 2.6%; por avós e netos 2.6% e formadas por mãe e tias 0.4%. 25 Da clientela economicamente ativa 67.1% trabalham e 32% estão desempregados e 0.9% são aposentados. As baixas escolaridades dos membros das famílias refletem na falta de qualificação profissional; por este motivo predominam atividades profissionais informais indefinidas; 31.6% são autônomos; 26.4 são profissionais da iniciativa privada; 9.1% são da rede pública. O índice de renda mensal é de: 44.6% recebe apenas 1 salário mínimo; 39.4% recebe até 3 salários mínimos; 8.2% recebe mais de 3 salários mínimos, e 7.8% não informou a renda mensal. 5.2. Específicação e Condições dos Bens Patrimoniais 5.2.1. Estrutura Física Em se tratando de espaço físico, a Unidade Escolar ocupa uma área de 3.424,65 m2. Deste total 793,10 m2. é de área construída e 54,35 m2. área destina ao parquinho. A unidade escolar iniciou suas atividades no ano de com quatro salas padrão. Posteriormente foram construídas mais duas salas: uma para atender a sala multifuncional e outra o laboratório de informática. Atualmente a escola funciona com: - 07(sete) salas de aula; - 01 laboratório de informática; - 01 (um) espaço coberto utilizado para as aulas de educação física; - 02(duas) salas para dependência administrativa: secretaria e direção; - 01 (uma) sala multifuncional (para atendimento educacional especializado); - 01 (uma) sala de coordenação e professores; - 01 parque infantil; - 01 (um) depósito de material; - 01 (uma) cozinha; - 01 (um) dispensa para merenda escolar; - 02 (dois) blocos de sanitários – masculinos e femininos; - 02 (dois) banheiros para funcionários; - 01 (um) pátio coberto (entrada); - 01 (um) espaço para horta escolar. 26 5.2.2. Materiais e equipamentos A escola possui alguns recursos audiovisuais que auxiliam o trabalho pedagógico que são: 01 Data Show com telão; 04 aparelhos de som; 01 micro system; 01 fotocopiadora, 02 impressoras a laser; 03 caixas de som, 01 microfone sem fio; 02 microfones normais; 19 computadores para uso dos alunos. Conta também com jogos variados (boliche, amarelinha, túnel lúdico, jogos de encaixe, quebra-cabeças, dominós, placas de alinhavos, brinquedos variados, casinha de boneca; ursos de pelúcia, bonecas e carrinhos, jogos da memória, jogos de sequencia lógica),fantoches variados, livros infantis, 5 expositores de livros, 01 televisão de 29 polegadas, 3 aparelhos de DVDs, bambolês, cordas, bolas. 5.3. Recursos Humanos Os recursos humanos são composto por: Diretora, Secretária, Coordenadora Pedagógica, Professores, Técnicas de Alimentação Escolar (TNEs), Técnica Manutenção Infraestrutura Infraestrutura(TMIE/Vigilantes), (TMIE/ ASG) Técnico Manutenção e Técnico em Multimeios Didáticos (TMD) e Cuidadoras (CAD). Cada um deles em sua função específica garantem à escola a dinâmica necessária e imprescindível à consecução do seu destino social que se traduz na oferta de uma educação formal e sistematizada, capaz de “criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e ressignificarem novos sentimentos, valores, ideias, costumes e papéis sociais” (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil). Para se trabalhar com crianças pequenas se faz necessário, que os educadores tenham graduação e/ou capacitação específica para a educação infantil, devendo estes tornar-se numa equipe unida. Participar com frequência dos encontros pedagógicos, refletindo sobre suas práticas, as ações desenvolvidas e dialogando com as famílias e a comunidade na busca de informações necessárias para o bom desenvolvimento do trabalho pedagógico. Na escola o professor é referendado pela Assembleia Geral dos profissionais da unidade. O seu quadro de pessoal, para atender as necessidades da escola, conta com: 27 Equipe Gestora: 01 Diretora; 01 Coordenadora Pedagógica e 01 Secretária Nº de professores:14 Nº de servidores: 12 Técnico em Manutenção e Infraestrutura (ASG): 04 Técnico em Manutenção e Infra Estrutura (vigilante): 03 Técnico em Nutrição Escolar: 04 Técnica em Multimeios Didáticos: 02 Cuidadoras: 04 5.3.1. Equipe Gestora FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO FORMA DE ACESSO A FUNÇÃO Diretora Adair Neri da Cruz Pedagoga/Especialista Eleita Coordenadora Tânia de Carvalho Pereira Pedagoga/Especialista Eleita Pedagógica Secretária Elizabeth Rezende Fortes Ribeiro Superior Eleita 5.3.2. Quadro de Professores Nome Formação Situação Regime de (Área/ano/ ciclo) Funcional Trabalho Adeneize Cristina Ribeiro da Cruz Superior/ Contratada 20h Pedagogia Bianca Silva Santos Superior/ Educação Infantil/ Pré escolar I Contrato 20h Música Educação Infantil/ Pré escolar I e Pré escolar II Carmem Lúcia Zeni Guimarães Superior/ Efetivo 20h Pedagogia Elisa Coelho Azevedo Educação Infantil/ Pré escolar I Efetiva 20 h Educação Infantil/ 28 Evanildes da Cunha London Superior/Ed Pré escolar I e Pré Física escolar II Superior/ Efetivo em 40 h Educação Pedagogia Desvio de Pré escolar I Infantil/ Função Fernanda Rosa Alves de Lima Superior/ Efetiva 20 h Pedagogia Frankslane Angélica da Silva Superior/ Superior/ Contratada 20h Superior/ Contratada 20 h Superior/ Efetiva 20 h Educação Infantil/ Educação Infantil/ Pré escolar II Contratada 20 h Pedagogia José Sebastião Arruda Souza Infantil/ Pré escolar I Pedagogia Joirce da Cruz Almeida Castro Educação Pré escolar II Pedagogia Joana Alves Pereira Infantil/ Pré escolar II Pedagogia Jackeline de Figueiredo Calmon Educação Educação Infantil/ Pré escolar II Superior/ Efetivo Pedagogia Cedido 20 h Educação Infantil/ Pré escolar I SME Katiúscia Cristina Costa Marques Superior/ Efetivo 20 h Sala Multifuncional Pedagogia Laiza Fabrícia Daniel de Souza Superior/ Contratada 20 h Pedagogia Lucia Nazaré Melonio Moraes Superior/ Maria Júlia Velter Contratada 20 h Efetivo Pedagogia Coop. Téc. Superior/ Efetivo 40 h Pedagogia Infantil/ Educação Infantil/ Pré escolar II 40 h Pedagogia Rosa Educação Pré escolar II Superior/ Maria Vanete do Nascimento Superior/ Infantil/ Pré escolar II Pedagogia Mabel Strobel Moreira Weimer Educação Educação Infantil/ Pré escolar I Efetivo 20 h Educação Pré escolar I Infantil/ 29 Mirela Nogueira dos Santos Superior/ Efetivo 20 h Artes Educação Infantil/ Pré escolar I e Pré escolar II Nágila Edilamar Vieira Superior/Ed Efetivo Zambonatto 20 h . Física Educação Infantil/ Pré escolar I e Pré escolar II Onilce Epifânia da Silva Superior/ Contratada 20 h Pedagogia Rose Célia Nunes Cavalcante Superior/ Superior/ Efetivo 20 h Superior/ Educação Infantil/ Pré escolar II Efetivo 20 h Pedagogia Vânia Aparecida Arantes Pereira Infantil/ Pré escolar II Pedagogia Silmara Francisca Gondim Educação Educação Infantil/ Pré escolar II Efetivo 20 h Pedagogia Educação Infantil/ Pré escolar I 5.3.3. Quadro de Profissionais de Apoio NOME CARGO FORMAÇÃO SITUAÇÃO FUNCIONAL Agripina de Jesus TMIE (ASG) Ensino Médio Efetivo em Desvio de Função Alessandra Rosa da Veiga TMIE (ASG) Ensino Médio Contratada Alice Cristo de Lima TMIE (ASG) Ensino Médio Contratada Avanete Pereira dos Santos TMIE (ASG) Ensino Médio Contratada Creuza Rodrigues Silva TNE ( Merendeira) Ensino Médio Efetivo Cooperação Técnica em 30 Caroline Narel Proença de Moura CAD(Cuidadora) Ensino Médio Contratada Elizabeth Tomie Iijima TNE Ensino Médio Contratada Ednilson José de Campos TMIE ( Vigilante) Ensino Médio Efetivo Ensino Médio Contratada Elaine Cristina Laura Aparecida CAD(Cuidadora) Campos Dias Eneide Maria Campos Dias TMD Superior Efetivo Francisco de Assis Pereira TMIE ( Vigilante) Ensino Efetivo Fundamental incompleto Francismary Nogueira de Miranda TNE (Merendeira) Ensino Médio Contratada Geralda Mendes da Costa TMIE (ASG) Ensino fundamental Efetivo em incompleto Licença Médica Iracema Evangelista Querobino TMIE (ASG) Ensino Médio Efetivo Juvenal Alexandre Pedroso TMIE ( ASG) Ensino Médio Efetivo em Licença Médica Juliane Lauretti Bueno CAD(Cuidadora) Ensino Médio Contratada Lidiane Ferreira de Magalhães CAD(Cuidadora) Ensino Médio Contratada Nélis de Oliveira Silva Maia TNE ( Merendeira) Técnico Efetiva profissionalizante Miriam Souza de Oliveira TMIE (Vigilante) Ensino Médio Contratada Rosana de Souza Lima Faria TNE (Merendeira) Ensino Médio Efetiva Rosimeire Laura de Campos TMIE (ASG) Ensino Médio Contratada Renata Jane dos Reis Correa TNE (Merendeira) Ensino Médio Contratada 31 5.4. Especificação do Atendimento Baseado na demanda local, a Escola oferece Educação Infantil para crianças de 03, 04 e 05 anos, funcionando nos períodos matutino e vespertino. O fluxo da oferta em função da capacidade física, prevê 14 turmas de cada faixa etária, assim distribuídas: 7 turmas no período matutino( 3 turmas de 4 anos e 3 turmas de 5 anos) e 7 turmas no período vespertino( 3 turmas de 4 anos e 4 turmas de 5 anos). A carga horária para esta modalidade de Ensino são de 04 (quatro) horas diárias, 20 horas semanais, totalizando 800 horas anuais, em regime de funcionamento anual de 200 dias letivos. O critério para formação das turmas é a faixa etária. 5.5. Características da Organização Administrativa e Desafios da Escola na Perspectiva da Gestão Democrática Dentro de uma perspectiva democrática, levando em conta os pressupostos teóricos que dão um novo perfil a ação de gestão, procura-se no exercício diário, fazer uma escola onde todos os segmentos contribuam, participando efetivamente com o objetivo claro de se construir um novo conceito de escola, onde a participação tanto da comunidade interna como externa torne-se essencial na construção de um novo modelo de educação que leva em conta as necessidades globais do indivíduo, onde a escola tem seu papel fundamental, não como mais um segmento inserido na comunidade, mas fazendo parte dela e interagindo em todas as formas de participação e ação para cidadania. Através de um edital da Secretaria Municipal de Educação os interessados a concorrer à direção da Escola inscreveram-se e participaram de um treinamento preparatório para uma entrevista e avaliação escrita. Após a divulgação da nota, ocorre a eleição quando as comunidades escolares e profissionais da educação elegem o diretor. Porém o secretário e o coordenador pedagógico são eleitos pelos membros do conselho e funcionários da comunidade escolar, e também passam por treinamento preparatório e entrevista e avaliação escrita e juntamente com o diretor formam a equipe gestora da escola. 32 O CEC é composto pelo Presidente, Tesoureiro e Secretário, formado pelo segmento de pais, funcionários e professores. A secretaria da escola é composta apenas pela Secretária. O atendimento da secretaria acontece de 2ª a 6ª feira no horário das 7:00h às 11:00h E 13:00 h 17:00h e tem como função atender a comunidade escolar interna e externa. A forma de participação é direta, pois segundo a gestão democrática, todos podem participar e discutir assuntos inerentes ao interesse da unidade, contribuindo para a melhoria do ensino – aprendizagem e do espaço físico. A unidade escolar possui um bom relacionamento com a creche Espaço Livre e a Escola Ezequiel P. Ribeiro de Siqueira, recebendo e enviando alunos para as mesmas. A nossa unidade escolar possui também um bom relacionamento com o órgão gestor da educação o qual é corresponsável por uma qualidade de ensino digna e humana a todos os atendidos em sua rede Pública. 33 6. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA 6.1. Estrutura Administrativa na perspectiva da Gestão Democrática 6.1.1. Gestão democrática A gestão democrática está prevista na Lei de Diretrizes e Bases no artigo 206, inciso VI da Constituição Federal, obedecendo os seguintes preceitos: I – Corresponsabilidade entre Poder Público e Sociedade na gestão dos Conselhos democraticamente instituídos; II - Autonomia pedagógica, administrativa e financeira da escola, mediante organização e funcionamento dos Conselhos; III - Transferência automática e sistemática de recursos às unidades escolares; IV - Transparência dos mecanismos administrativos, financeiros e pedagógicos; V - Eficiência no uso dos recursos financeiros; VI - Liberdade de organização de segmentos da Comunidade Escolar. Embora a Lei da Gestão Democrática Lei nº 5.029 de 06 de Novembro De 2007 explicita normas e funções dos gestores a escola dispõe de autonomia para organizar o seu projeto político pedagógico, visando atender as necessidades de seus educandos e garantindo uma educação de qualidade que favoreça o desenvolvimento integral. Para isso se faz necessário ter um bom gerenciamento das questões administrativas e financeiras, visto que estas são quem garante a sustentabilidade do projeto pedagógico. Sendo assim, a escola busca consolidar seu projeto, organizando seu processo de trabalho administrativo, pedagógico e financeiro enfocando a responsabilidade de todo o segmento da unidade escolar na tomada de decisões, via gestão democrática coletiva formada pela equipe gestora e conselho deliberativo escolar. Exige o compromisso e a participação de todos numa grande aliança que transcenda a diversidade de opiniões e posições políticas. 34 6.1.2. A direção O (a) diretor(a) exerce uma liderança central. É de sua responsabilidade planejar, organizar, coordenar e supervisionar as diferentes atividades da escola buscando obter bons resultados. Cabe a ele (a) responder pela articulação da mesma com toda a comunidade escolar; tomar iniciativa nas decisões administrativas tendo sempre em vista o pedagógico e definir claramente as funções e atribuições de cada um. Todavia, deve buscar apoio nos demais membros que participam da gestão da escola 6.1.3. Coordenação Pedagógica O ( a) coordenador (a) pedagógico(a) da instituição de educação infantil faz parte do coletivo de profissionais que atuam na mesma para exercer função de liderança do processo pedagógico, por três anos, o mesmo é eleito pelos seus pares sendo avaliado a cada final de ano letivo o que lhe concede autonomia para rever suas ações e replanejá-las. A coordenação pedagógica tem por função: - Coordenar, orientar e avaliar o projeto político pedagógico; - Acompanhar e coordenar o planejamento das ações pedagógicas; - Acompanhar, orientar e avaliar a prática pedagógica do (a) professor(a) regente; - Orientar e acompanhar as atividades dos professores regentes no cumprimento das horas atividades; - Promover a articulação entre as atividades desenvolvidas entre professores regente, educação física e arte educação, pais e alunos para que haja um bom trabalho em conjunto visando o desenvolvimento integral da criança; - A coordenação do PDE. 6.1.4. Secretário (a) O secretário escolar, membro da equipe gestora, é o responsável pela organização das questões burocráticas da unidade escolar. Cabe ao mesmo executar todos os serviços pertencentes à secretaria. Entre as diversas atividades inclui: organizar a documentação referente aos alunos de maneira que permita verificar a regularidade de 35 sua vida escolar; dados pessoais de todo o corpo docente, técnicos e administrativos. As demais funções atribuídas ao secretário escolar estão explícitas no regimento escolar. 6.1.5. Conselho Escolar Comunitário O conselho escolar comunitário é a unidade executora com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos que recebe e administra o recurso provindo das esferas federais, estaduais e municipais, pela comunidade, por entidades privadas e resultantes de promoções e campanhas, ou seja, administra todos os recursos financeiros destinados a unidade escolar. O mesmo congrega e representa os vários segmentos da comunidade escolar (pais de alunos, profissionais da unidade ); configura-se como um espaço de participação nas tomada de decisões, embasado em suas funções; consultiva, deliberativa, fiscal e mobilizadora, conforme revista Nova escola- Gestão Escolar Nº 18. As mesmas consistem em: - Deliberativa: tomar decisões a respeito do projeto político pedagógico de forma a: definir a missão da escola ,estabelecendo o que é prioritário para a mesma; elaborar as normas internas de funcionamento administrativo e pedagógico; aprovar o encaminhamento de problemas e assegurar o cumprimentos de normas. - Consultiva: colaborar na emissão de pareceres; propor alternativas, soluções e procedimentos para melhoria do trabalho administrativo e pedagógico. - Fiscal: Acompanhar as ações administrativas, pedagógicas e financeiras, observando a qualidade do ensino e se as ações desenvolvidas estão coerente com o projeto político pedagógico. - Mobilizadora: Incentivar os diferentes segmentos da escola a participar das atividades desenvolvidas na unidade escolar de forma a consolidar a gestão participativa. O detalhamento das funções estão na lei de gestão democrática e no regimento escolar da escola. 36 6.2. Organização do Trabalho Pedagógico na perspectiva do ensino para educação infantil Os Pressupostos Teóricos Educativos, da organização curricular da Unidade Escolar, serão norteados pelo referencial curricular nacional da educação infantil (RCNEI), Política do Município – Proposta Pedagógica para a Educação Infantil SME/Cuiabá-2009, Matriz Curricular da Educação Infantil: (MCR) e Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069-90) e nas teorias de desenvolvimento infantil de Wallon e Vygotsky que concebe a criança como sujeito sociointerativo e emocional. Tais norteadores colaboram para a elaboração e execução de uma proposta educativa que promova o desenvolvimento integral, ou seja, físico, social, afetivo, psicológico, cognitivo e criativo das crianças, respeitando as etapas de desenvolvimento e de acordo com o ritmo de cada um. A ação educativa fundamentará na concepção da criança com conhecimentos prévios que serão ampliados no decorrer do processo ensino/aprendizagem. Tais pressupostos devem objetivar a clientela da Educação Infantil, além do seu desenvolvimento integral, respeitando as etapas evolutivas de acordo com as capacidades e ritmos de cada criança, considerar o contexto sociocultural em que a mesma está inserida. 6.2.1. O Currículo A proposta de Educação Infantil adotada pela escola parte do princípio de que a infância é um tempo de constituição do ser a partir da ampliação das referências com e no mundo; a partir da integralidade do desenvolvimento das diferentes formas de ser e estar no mundo; a partir da ludicidade da brincadeira como principio de conhecimento sobre o mundo circundante e sobre si mesmo, sobre as coisas e os seres, indo muito além das linguagens escritas. Por atender a Educação Infantil trabalha-se com um grande número de crianças pequenas, exigindo que o cuidar e educar ocorram de forma indissociável, exigindo um atendimento individualizado em certos momentos, para melhor atender às necessidades das crianças. Possui uma carga horária semanal de 20 horas e 800 horas anuais, conforme a lei vigente da educação. 37 6.2.2. Objetivos 6.2.2.1. Objetivo Geral Possibilitar a criança o desenvolvimento de seus aspectos cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio afetivo, promovendo sua interação com o ambiente físico e social de maneira crítica, fornecendo os pré-requisitos necessários à continuidade do processo educativo, respeitando a realidade e as diversidades das crianças como ponto de partida para o trabalho educativo, de modo lúdico e ético. 6.2.1.2. Objetivos específicos Propor atividades reais e desafiadoras, que sejam simultaneamente significativas e prazerosas; Favorecer a ampliação do processo de construção e desenvolvimento dos conhecimentos sociais e capacidades cognitivas das crianças; Ampliar as relações sociais, possibilitando a construção da autonomia e socialização, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de colaboração e cooperação; Desenvolver a criatividade e autoestima, evitando a dependência da criança em relação ao adulto e aos modelos por eles propostos; Brincar com a turma ou mesmo sozinha, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades; Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes situações e intenções, de forma a compreender e ser compreendido, avançando no seu processo de construção de significados; Criar um ambiente rico em estímulos, onde o educando poderá conhecer e vivenciar novas experiências, expressando seus pensamentos, sentimentos e emoções livremente; Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação. 38 Assegurar o desenvolvimento curricular dialético voltado para uma metodologia interdisciplinar sequenciada, tendo como eixo, projetos temáticos e que considerem as fases do desenvolvimento humano, principalmente a infância. Utilizar a informática como uma ferramenta para complementar a construção de conceitos através de uma abordagem lúdica conforme a proposta pedagógica; Adotar a ludicidade e a narrativa em suas diferentes formas, como elementos facilitadores do desenvolvimento infantil; Desenvolver atividades lúdicas que colaborem para a construção de valores, conhecimentos, capacidades de compreensão e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente. Garantir acesso e permanência de crianças com necessidades especiais, oferecendo-lhes condições de acessibilidade que possibilite o preparo para a inserção nos espaços sociais; Utilizar todos os espaços educativos – Parque, Brinquedoteca, Literatura infantil, Horta, Brincando com as Letras e números, Brincando com o Movimento do corpo, Pintando o Sete na Informação (Laboratório de Informática), para introduzir a educação das relações étnico/raciais; Assegurar o envolvimento e a participação da comunidade no processo educativo, através do Conselho Escolar Comunitário; Oportunizar a formação continuada dos profissionais da unidade de ensino, por meio de oficinas pedagógicas oferecida pela SME/ e ou projetos de iniciativa da própria escola. 6.2.3. A Importância das Atividades Lúdicas na Educação Infantil Estudos e pesquisas têm comprovado a importância das atividades lúdicas no desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social. Atividade lúdica é toda e qualquer ação que tem como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica. São lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento. A criança se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quando está praticando alguma atividade lúdica. 39 Na educação infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças. São vários os benefícios das atividades lúdicas, entre eles estão: Assimilação de valores; aquisição de comportamentos; aprimoramentos de capacidades e socialização. As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como estas atividades são dirigidas e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada. Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve capacidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer. Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas a criança brinca, joga e se diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. As atividades lúdicas podem ser consideradas, tarefas do dia-a-dia na educação infantil, brincar é sem duvida um meio pelo qual seres humanos e os animais exploram uma variedade de experiências em diferentes situações, para diversos propósitos. Mas será que o brincar é verdadeiramente valorizado por aqueles envolvidos na educação e na criação de crianças pequenas? Com que freqüência o brincar e a escolha dos materiais lúdicos são reservados como uma atividade para depois de as crianças terminarem o “trabalho”. Quantas crianças chegam á escola incapazes de envolver-se no brincar, em virtude de uma educação passiva que via o brincar como uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária. Muitas pessoas devem questionar-se, o que faz uma criança na escola de educação infantil? A resposta certamente deve ser, brincar, mas porque brincar? Porque o brincar, em todas as suas formas, têm a vantagem de proporcionar alegria e divertimento, desenvolver a criatividade, a capacidade intelectual, a força e a estabilidade emocional, sentimentos de alegria, prazer, concentração e motivação, além de proporcionar a interação significativa com o meio ambiente. Por meio do brincar livre, exploratórios, as crianças aprendem sobre situações, pessoas, atitudes, respostas, propriedades, texturas, atributos visuais auditivos e sinestésicos. 40 Nas brincadeiras e nos jogos simbólicos as crianças constroem uma parte entre a fantasia e a realidade. As crianças são capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do brincar, elas procuram integrar experiências de dor, medo e perda, lutam com conceitos do bem e mal. É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos, onde ela restabelece seu controle interior, sua autoestima e desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros. Para as crianças, no sonho, na fantasia, na brincadeira de faz-de-conta, desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados. Dentro das atividades lúdicas, o jogo ganha espaço através da focalização de suas propriedades formativas, tanto no jogo de papéis, nos jogos de representação, e jogos dramáticos. Nesse contexto, os jogos em grupos, as brincadeiras, os jogos de regras e as atividades que proporcionam aquisição de conhecimentos são fundamentais para o desenvolvimento global da criança. Os jogos e brincadeiras, características lúdicas da infância, além de possibilitar a aprendizagem, cumpre um papel importante, onde a criança lida com seus sentimentos e com as experiências vividas, colaborando para a construção de uma relação saudável entre as diferentes ideias pertencentes ao mundo infantil. O brinquedo, desde muito cedo, está presente nas atividades da criança, proporcionando gratificações e finalidades diferenciadas. No início a criança brinca pelo simples prazer de brincar. A brincadeira pode ser educativa e não educativa, a diferença está nos objetivos atribuídos à brincadeira. A brincadeira educativa tem por objetivo a aprendizagem, ao mesmo tempo em que se mantém sua função de satisfação pessoal. O seu valor educativo é que ajuda as crianças a explorarem e entenderem as dimensões dos papéis e os padrões de interação entre eles. O papel chave do professor é transformar a brincadeira natural espontânea da criança, para que ela adquira um valor pedagógico, não tirando a sua qualidade lúdica. Podemos relacionar quatro tipos de brincadeiras educativas: manipulativa, motoras, dramáticas e os jogos. 41 Na brincadeira manipulativa a criança manuseia equipamentos e materiais, não há relação entre a manipulação e outros tipos de atividades, nem tampouco um elemento dramático na brincadeira, a criança atinge o seu objetivo manuseando diretamente o material. São considerados materiais manipulativos: brinquedos de montar ou encaixar, conjuntos de pinos ou varetas para contar; quebra cabeça; blocos de madeira; conjuntos para construção, tábuas e caixas de abrir e fechar; materiais naturais (ex.: água, areia). As brincadeiras motoras envolvem ações musculares amplas, como correr, pular, saltar e andar. Essas brincadeiras necessitam e dependem das condições do clima e de espaço disponível, usando para tais atividades caixas de areia para as crianças escavarem, fazerem casas de brinquedos; bolas e cordas de pular para serem usadas em jogos; traves e cavaletes. As brincadeiras motoras também poderão ser feitas em espaços fechados, porém adaptados aos espaços das salas de aula. As brincadeiras dramáticas são atividades na qual a criança representa papéis. São os jogos do faz-de-conta. No jogo dramático a criança assume vários papéis adultos, envolvendo assim a fantasia e o imaginário, onde um pedaço de madeira pode ser uma espada ou pode ser um microfone. Só depende da imaginação e da situação de brinquedo em que a criança está envolvida. Esse tipo de brincadeira é um importante meio de expressão, pois a criança vai desenvolvendo o seu entendimento do mundo que a cerca. Os jogos se diferenciam das brincadeiras por serem estruturados e incluem regras a serem seguidas e cumpridas. Os jogos, conforme a idade da criança, só será atraente se contiver algumas regras determinando o procedimento do jogo, como também, só terá validade quando o professor tiver clareza e estabelecer o objetivo do jogo proposto. Brincar deixa de ser visto como uma atividade física, passando a ser privilegiada enquanto uma condição necessária para o desenvolvimento da capacidade de representar, como também uma atividade que pode concorrer para a compreensão da realidade concreta. O que a criança representa no brinquedo corresponde ao que ela observa no seu cotidiano e este nada mais é do que uma parte da totalidade. Basta que o professor se 42 coloque, nas interações que vivencia com os alunos, nas brincadeiras, como mediador do conteúdo básico, a fim de que sejam elaboradas, na criança, formas de pensar capazes de teorizar sobre a realidade dos homens. Sendo assim, a criança aprende brincando o significado do mundo, justamente por estar brincando, ela sente-se livre para arriscar a fazer coisas, mesmo quando ainda não está confiante de que possa fazê-las. A relação entre o jogo e as várias formas de linguagem se constitui numa abordagem significativa na Educação Infantil, pois é nesse período que a criança deve encontrar o espaço para explorar e descobrir elementos da realidade que a cerca. O jogo é um recurso pedagógico riquíssimo capaz de oportunizar a criança situações ricas e desafiadoras, fazendo com que a aprendizagem se torne divertida, a criança tenha interesse e pense com mais concentração e motivação. O jogo ganha espaço como ferramenta ideal da aprendizagem na medida em que propõe estímulo ao interesse da criança, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico, onde o educador é condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. Existem dois aspectos cruciais no emprego dos jogos como instrumentos de aprendizagem significativa. Em primeiro lugar, o jogo ocasional sem planejamento e programação é ineficaz, tanto quanto um único momento de exercício aeróbico para quem quer ganhar maior mobilidade física. Em segundo lugar, certa quantidade de jogos em uma programação, somente tem validade efetiva quando rigorosamente selecionada e subordinada à aprendizagem que se tem como meta. Em síntese, jamais pense em usar jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento. No entanto, nem todo jogo ou brincadeira precisa ser visto como pedagógico. Em geral, o que separa um jogo pedagógico de outro de caráter apenas lúdico, é o desenvolvimento do primeiro com a intenção explícita de provocar aprendizagem significativa e estimular a construção de novos conhecimentos, enquanto o de caráter apenas lúdico é com intenção de brincar livre, onde a criança pelo faz-de-conta representa suas fantasias e simbologias. 43 Sendo assim, o ensino por meio dos jogos deve acontecer de forma a auxiliar a aprendizagem de conteúdos relacionados às várias linguagens, proporcionando a aquisição de capacidades e desenvolvimento da criança. Ao propor um jogo, o educador deve ter claro: O público ao qual o jogo se destina e o número possível de participantes; A organização prévia de materiais; A organização prévia de adaptações, caso o jogo precise ser simplificado ou enriquecido para alcançar o objetivo; O tempo necessário para o desenvolvimento do jogo; A organização espacial, a fim de evitar confusões, planejando o local ideal para a sua prática; O planejamento prévio, mas com flexibilidade, das estratégias que o professor irá utilizar no decorrer do jogo; A seleção prévia das noções e dos conceitos a serem desenvolvidos no decorrer do jogo; A avaliação dos resultados obtidos, visando um melhor desenvolvimento do jogo em aplicações futuras; A continuidade, garantindo, dentro da rotina diária a permanência do jogo. 6.3. Organização Curricular Considerando a criança como um ser global, onde o cognitivo, afetivo e simbólico são inseparáveis e representados pelos meios físicos e humanos, cabe a escola, criar o máximo de situações, onde a criança interaja, coordene suas ações, construa significados partilhados com troca de experiências, fazendo relações e conexões, expresse o seu pensamento, isto é, seja sujeito na aquisição e construção de conhecimentos e capacidades. Enquanto ser global, o conhecimento não é fragmentado, têm seus aspectos culturais, sociais e informativos intimamente interligados, o grande desafio é efetivar a ação educativa preservando os princípios acima citados. Sendo necessário sair de uma prática fragmentada e descontextualizada da realidade para um trabalho interdisciplinar, 44 que possibilite atividades diversificadas, como permite uma visão da totalidade concreta sobre a realidade das crianças. Visando a elaboração de um currículo que seja instrumentalizado e que proporcione várias experiências essenciais na faixa etária de 03 a 05 anos, com suas formas específicas de aprender, é necessário organizar diversos e múltiplos espaços de elaboração de conhecimentos e de diferentes linguagens. Desta forma optamos pelos dois âmbitos de experiências definidos pelo “Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil”, que são: “Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo”. A “Formação Pessoal e Social” aborda o eixo da Identidade e Autonomia, no qual é trabalhada a construção do sujeito. A construção da Identidade é gradativa e se dá por meio das interações sociais, aonde a criança vai desenvolvendo suas capacidades de natureza global, afetiva e os seus esquemas simbólicos de interação com o meio, com os outros e consigo mesmo. É necessário proporcionar condições para que a criança crie atitudes de aceitação, respeito, confiança e uma identidade pessoal saudável. Esse eixo permeia todas as ações e relações educativas desenvolvidas na comunidade escolar. O “Conhecimento de Mundo” aborda as diferentes linguagens que auxiliam a construção dos conhecimentos e engloba instrumentos fundamentais para a criança na sociedade. Os eixos integrantes deste âmbito são: O Movimento, As Artes Visuais, A Música, A Linguagem oral e escrita, A Matemática, Natureza e Sociedade. Considerando necessário desenvolver com a criança, todas essas linguagens com qualidade e eficiência, a Escola Municipal de Ensino Básico “Juarez Sodré Farias” idealizou o projeto Liberando o Mundo da Fantasia no ano de 2001, que foi implantado em 2002, procurando oferecer às crianças as diferentes linguagens que aborda os Parâmetros Curriculares Nacionais. O Projeto foi idealizado em razão da necessidade de mudanças no modelo de educação infantil que prioriza a leitura e escrita em detrimento de saberes que são de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, portanto urgia que se pensasse em um modelo de escola que contemplasse esses saberes de forma sistemática, planejada, intencional. Uma escola de educação Infantil que inclua em seu currículo atividades onde o jogo, a brincadeira, a arte criativa, o representar, a música, o movimento sejam tão importantes quanto à matemática, o letramento e as ciências sociais e naturais. 45 Este projeto objetiva possibilitar aos educando formação integral voltada para o exercício pleno da cidadania, por intermédio de um ambiente favorável à aprendizagem que: estimule o pensamento crítico e a pesquisa, de modo lúdico e ético; respeite a criança em suas especificidades, suas diferenças e sua forma singular de apropriarem-se do conhecimento de mundo e de sua formação social e pessoal, através dos seus respectivos eixos de trabalho de forma lúdica e prazerosa. E será desenvolvido por intermédio da literatura infantil, considerando a importância e o caráter lúdico presente nos textos literários e em consonância com a proposta da educação infantil, RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil e a Matriz Curricular de Referência da Educação Infantil/SME. A unidade escolar adotou os gêneros textuais literários narrativos como elemento desencadeador do processo ensino aprendizagem, visto que “o discurso narrativo presente nos textos colaboram na formação da criança por ele ser capaz de organizar o aspecto real contido explicitamente de forma lúdica e coerente com a linguagem e compreensão das mesmas”. Segundo GREGORIN FILHO(2009) , a literatura infantil apresenta um discurso fértil em seus textos por meio de uma linguagem coerente com o universo imaginário da criança. Assim, ao estabelecer relação entre imagem real e imaginária representada nos textos, às crianças começam a fazer associações e comparações com a própria realidade, porém sem perder de vista o prazer de simplesmente ler. A ampliação do universo discursivo das crianças também se dá por meio do conhecimento de variedades de textos literários via as diversas manifestações culturais que os mesmos expressam. Assim, “os pequenos vivenciam diferentes modos e formas de ver o mundo, de viver e pensar sobre ele. Além de propiciar a ampliação do universo cultural o contato com a diversidade permite conhecer e aprender a respeitar as diferenças”. Para promover a articulação de todos os componentes relacionados aos eixos de trabalho a Unidade Escolar optou pela organização curricular em áreas temáticas. Essa nova proposta pensa o espaço e o tempo em função dos saberes que serão desenvolvidos nas ambiências, ambos adquirem uma nova dimensão dentro do novo modelo pedagógico, pois oferecem um ambiente de ludicidade e o aprender acontece de forma natural e agradável. O ambiente está voltado para estimular na criança seu mundo de fantasias, que é tão rico e tão pouco explorado no cotidiano escolar. 46 Os espaços das salas de aula são transformados em espaços estimuladores e acolhedores, adaptados com materiais necessários para desenvolver o trabalho de cada sala ambiente com sua temática própria, onde as ações educativas e os seus instrumentos precisam estar organizados de forma adequada, sugestiva e funcional, estimulando o movimento, a criatividade e necessidades da criança, respeitando os seus níveis de desenvolvimento e necessidades especiais. Nesta nova forma de operacionalizar o currículo, as crianças desenvolvem atividades em todas as salas ambientes por onde circulam, durante o período de aula, mediante um rodízio pré-estabelecido. A escola possui oito (08) espaços onde são desenvolvidas atividades diferenciadas em cada ambiência. As ambiências são numeradas para facilitar a identificação das turmas em suas respectivas salas ambientes, sendo que a identificação destes espaços é flexível, podendo sofrer alterações de um ano para outro conforme necessidade da escola. A escola atende crianças de dois anos e nove meses a seis anos, transformando-se em uma Escola de Educação Infantil a partir de 2009. Atualmente atende a sete turmas de alunos em cada turno de funcionamento, totalizando 14 (catorze) turmas. Para facilitar a identificação das crianças em sua respectiva turma, optamos por denominar uma cor para cada turma, sendo elas: Azul, Rosa, Amarela, Lilás, Branca, Laranja e Verde . As ambiências que temos são: BRINCANDO COM AS LETRAS, OS NÚMEROS E A CIÊNCIAS NATURAIS ; (Letramento , Matemática e Ciências ) Desenvolvida nas salas 01, 02, e 07 ( atendendo a duas turmas diariamente) e 06 atendendo a uma turma diariamente e horta escolar. ARTES: Desenvolvida nas salas 01, 02, 06, 07 nos momento de hora atividade do professor referência; Atualmente trabalhando a musicalização. BRINQUEDOTECA: Desenvolvida na sala 08; LITERATURA INFANTIL: Desenvolvida na sala 04; BRINCANDO COM O MOVIMENTO CORPO: Desenvolvida no espaço 05 e Parquinho; PINTANTO O SETE NA INFORMAÇÃO (Informática): Desenvolvida na ambiência 03; 47 Para Kilpatrick, segundo Santomé, um projeto é “uma proposta entusiasta de ação a ser desenvolvida em um ambiente social”. Assim, compete a escola: - Considerar os valores culturais da população infantil dando ênfase ao que é mais significativo para elas; - Reconhecer a reciprocidade entre afetividade e cognição no desenvolvimento infantil; - Garantir o aspecto lúdico na aprendizagem infantil com ações planejadas e integrando com as práticas sociais reais como recursos utilizados para a compreensão do mundo, de si mesmos e das ações humanas; - Organizar o espaço escolar favorecendo as ações educativas diretamente relacionadas com a concepção de: criança, ensino, aprendizagem - Oportunizar as crianças um espaço pedagógico que sustenta a relação entre o ambiente físico e práticas educacionais; - Trabalhar os temas transversais como saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, - Respeitar a diversidade de expressões culturais existentes na sociedade, oportunizando a criança o acesso a um universo cultural amplo e diversificado; - Combinar a atuação educativa de grupo às necessidades e ritmos individuais das crianças; - Estimular a consolidação de oportunidades para a construção de conhecimentos e o enfrentamento independente de problemas, o uso de várias formas de expressão e de exploração de meio ambiente, físico e social. 6.4. A Diversidade Humana Necessária na Escola “A política da diversidade humana tem o propósito de melhorar a qualidade do ensino, combatendo todas as formas de exclusão a que crianças são vitimadas nos mais diferentes setores, desta forma queremos enriquecer as relações sociais e a formação de cidadãos conscientes, críticos e interventores da realidade.” (Educação na Diversidade, SME Cuiabá - 2007). Dentro desta perspectiva, a EMEB Juarez Sodré Farias está preocupada em atender as diversidades presentes na escola, abordando em seu currículo a Educação 48 Inclusiva, Educação Ambiental, Educação dos Idosos, Educação das Relações Étnicos Raciais e a Lei do Estatuto da Criança e Adolescente. 6.4.1. A Educação Inclusiva na Educação Infantil Segundo o Art. 205 da Constituição, a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família; será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Já no Art. 206, diz que o ensino será ministrado com base no princípio de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. De acordo com Mantoan, a escola é o meio mais favorável para a educação de todas as pessoas. Na riqueza do convívio com a diversidade é que há o verdadeiro crescimento. Nunca o tema da inclusão esteve tão presente no dia-a-dia da educação. Cada vez mais professores estão percebendo que as diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio para a construção do cenário escolar. E não se trata apenas de admitir a matrícula dessas crianças, isso nada mais é do que cumprir a lei. Temos o dever de acolhe-los e oferecer todos os meios para o seu desenvolvimento, isto é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa. Aprender a conviver com as diferenças é um crescimento pessoal, um passo nas relações interpessoais. A Declaração de Salamanca/1994, ocorreu na Espanha com a finalidade de reafirmar o compromisso pré-estabelecido com o projeto “Educação para Todos”, afirma que todas as crianças tem necessidades e aprendizagens únicas, tem direito a ir à escola de sua comunidade, com acesso ao Ensino Regular, e os Sistemas Educacionais devem implementar programas, considerando a diversidade humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a criança. Garantindo assim a oportunidade para crianças e jovens com deficiências se tornem parte integrante do sistema educacional regular.Buscando melhoria ao acesso a educação para a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram desprovidas. 49 “Escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos.” (Declaração de Salamanca – 1994). Com o objetivo de tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta a permanência de todos os alunos, sem distinção social, cultural, étnica, de gênero ou em razão de deficiência e características pessoais, o Ministério da Educação implementa uma política de inclusão que pressupõe a reestruturação do sistema educacional. Atendendo as necessidades educacionais especiais e respeitando seus direitos, a Sala de Recursos Multifuncionais favorecerá o processo de inclusão educacional, trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular à que estão matriculados, orientando pais e professores. Além das competências que os professores necessitam para proporcionar uma educação de qualidade para todos, muitas vezes, são necessárias ajudas técnicas ou equipamentos específicos (Tecnologias Assistivas) para atender às necessidades educacionais especiais, bem como a atuação conjunta de outros profissionais na promoção da acessibilidade. A utilização das Tecnologias Assistivas (TA’s) para o “apoderamento” do aluno com necessidades educacionais especiais, possibilitando ou acelerando o seu processo de aprendizado, desenvolvimento e inclusão social é uma maneira concreta de neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a aprendizagem, proporcionados pela cultura. A inclusão deve ser percebida como uma responsabilidade coletiva da comunidade escolar. Nesta perspectiva, todos são responsáveis pelo êxito ou fracasso escolar de cada aluno. O corpo docente, e não cada professor, deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado a crianças com necessidades educativas especiais. A educação inclusiva melhora a qualidade de ensino para todos, atua como impulsionadora das mudanças das práticas educacionais nas escolas, desafiando os professores a desenvolverem novas metodologias para a participação ativa que beneficie todos os alunos. 50 6.4.2 – Educação das Relações Étnico-Raciais Trata-se de um trabalho interdisciplinar, onde o conteúdo foco é a educação voltada para consciência da importância do negro para a constituição e identidade da nação brasileira e principalmente, do respeito à diversidade humana e a abominação do racismo e do preconceito, desenvolvido por meio de um processo educativo do debate, do entorno, buscando nas nossas próprias raízes e herança biológica e/ou cultural trazida pela influência africana. O Brasil foi à última nação da América a abolir a escravidão. Entre 1550 e 1850, data oficial do fim do tráfico de negros, cerca de 3.600.000 africanos chegou ao Brasil. A força de trabalho desses homens produziu a riqueza do País durante 300 anos. Os primeiros negros a serem livres por direito no Brasil, foram libertos pela compra de cartas de alforria, documento que declarava muito, porque o ex-escravo ficava contra o governo, sem dinheiro, sem estudo e sem oportunidade, forçando eles a aceitarem trabalhos péssimos. E essa situação não mudou nem com as primeiras leis contra a escravidão, a Lei do sexagenário declarava livres os escravos com mais de 60 anos, agora como as condições de vida deles era péssima, com muitos maus tratos, então a média de vida de um escravo era de 40 anos, e essa Lei apenas retardou a solução do problema. Foi somente em 13 de maio de 1888, que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, libertando todos os escravos. Mas para muitos essa liberdade não poderia mais ser aproveitada como deveria. Após anos de dominação, os negros foram lançados numa sociedade preconceituosa, de forma desarticulada, sem dinheiro, sem casa, sem comida, sem nenhuma condição de se estabelecer. Apesar de a maior parte dos escravos não saber ler nem escrever, isso não significava que não tivesse cultura. Eles trouxeram para o Brasil seus hábitos, suas crenças, suas formas de expressão religiosa e artística, além de terem conhecimentos próprios sobre técnicas de plantio e de produção. Entretanto, a violência e a rigidez do regime de escravidão não permitiam que os negros tivessem acesso à educação. Oprimido e explorado, o negro encontrava nas suas raízes africanas a força para resistir à dominação dos senhores nas suas fazendas. E muitos aspectos de sua 51 cultura permaneceram vivos, como, por exemplo, a religião. O candomblé, ritual religioso, com danças, oferendas e cultos para os Orixás, atravessou a história e aparece como uma prova de preservação das raízes do povo africano no Brasil. O Brasil ainda se sustenta em princípios racionalistas e práticas cotidianas racistas que impõem definição de lugares sociais a população em junção de cor, impondo que a presença e as contribuições de outros povos, especialmente indígenas e africanas sejam igualmente valorizadas. O Brasil se reconhece como um País racista, mediante a Constituição Federal de 1988 e condena as práticas discriminatórias. Pauta o racismo como um problema a ser enfrentado por toda a sociedade brasileira em uma perspectiva de garantia dos direitos humanos. A escola brasileira tem sido o instrumento primeiro de tratamento de diferenças feno típicas como critérios de estratificação social. As crianças negras sentem os primeiros impactos da descriminação em função da cor de sua pele. A escola não tem proporcionado aos seus alunos conhecimentos que focalizam os negros atuais ou ancestrais como protagonistas sociais. Independentemente do papel que a escola tem desenvolvido na história do Brasil, no século XXI, compete a ela a grande responsabilidade de se comprometer com as questões que versem em prol da promoção de todos os seres humanos. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, determina como um dos objetivos da Educação o pleno desenvolvimento de todos para o exercício da cidadania. É nessa perspectiva que a Lei nº10. 639 de 09 de janeiro de 2003, que tornam obrigatório o ensino da História e da Cultura Africana e Afro-brasileira em consonância, também, com o Plano Nacional de Direitos Humanos e com o Estatuto da Criança e do Adolescente, altera a Lei n°9394, de 24 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Em Mato grosso o Conselho Estadual de Educação aprovou em 05 de setembro de 2006, que a partir desta data fosse feita a orientação sobre a Educação das Relações Étnico–Raciais para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileiras e Africanas. 52 O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial propõe a Prefeitura de Cuiabá, mediante a Secretaria de Educação, Desporto e Lazer e ao Conselho Municipal de Educação, programa para implementação da Lei n° 10.639/03 a partir de 2007, favorecendo no município a construção e consolidação de uma política de educação das relações étnico-raciais que reconheça e valorize a identidade, a cultura e a história dos negros na sociedade brasileira. Bem como a lei 11.645 de março de 2008 que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Essa lei vem contribuir com o resgate das contribuições da cultura negra e indígena na formação do sociedade brasileira nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. 6.4.3- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – é um conjunto de normas de ordenamento jurídico brasileiro que tem objetivo de proteger a integridade da criança e adolescente. Para compreendermos a questão é necessário voltarmos a historia das políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento infantil e juvenil de nosso país. A década de 1960 foi mundialmente marcada pelo surgimento de inúmeros movimentos sociais em defesa dos direitos da criança e do adolescente. Isso ocorreu uma vez que, após a Segunda Guerra Mundial, o adolescente passou ocupar uma posição determinada no cenário da violência quando a necessidade da mão-de-obra feminina nas fabricas deixou as crianças em situação de abandono, as quais, mais tarde, já adolescente, constituíram-se como gangues marcadas por atitude de revolta e violência. Para as ciências jurídicas, esse processo resultou na necessidade de recompensar a forma de compreender a adolescência, pois essa fase (e suas manifestações) passou ocupar um espaço definido no cotidiano, nas instituições, na mídia e na sociedade. A psicologia, enquanto ciência estuda o comportamento humano, 53 passou nesse momento a destinar atenção maior à fase da adolescência, transformando-a em alvo de pesquisas e reflexões teóricas. Dessa forma, impulsionados pela nova visão trazida pela psicologia e pelo direito, juristas, políticos e educadores passaram a compreender a criança e o jovem como sujeitos em formação e, por isso, merecedores de práticas educativas diferenciadas. No Brasil, porém, esse caminho foi lento, tendo seu início em 1979 com a criação do Código de Menores. Somente em 1989 a Convenção Internacional dos Direitos da Criança das Organizações das Nações Unidas marcou definitivamente a transformação das políticas públicas voltadas a essa população, culminando assim na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Instituído pela Lei 8.064 de 13 de Julho de 1990. O ECA representa um avanço no direito das pessoas ao explicitar os princípios da proteção integral e da prioridade absoluta, já previsto na Constituição Federal de 1988, que elevou a criança e o adolescente a preocupação central da sociedade e orientar a criação de políticas públicas em todas as esferas de governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), mediante a criação de conselhos paritários (igual números de representantes do Estado e da sociedade civil organizada). Nos termos do artigo 2º da Lei 8.069/90, considera-se criança, a pessoa até 12 (doze) anos incompletos, e adolescentes aquela entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos de idade. Nos casos expressos em Lei aplica-se excepcionalmente este Estatuto as pessoas entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos de idade. O Estatuto da Criança e do Adolescente ao longo de seus capítulos e 267 artigos resgata juridicamente os direitos e deveres de cidadania, as crianças e adolescentes, determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõe a sociedade sejam estes, a família, o Estado ou a Sociedade. O Estatuto criou mecanismos de proteção nas áreas de educação, saúde, trabalho e assistência social. Ficou estabelecido o fim aplicação de punições para adolescente, tratados com medidas de proteção em caso de desvio de conduta e com medidas sócias educativas em caso de cometimento de atos inflacionais. As escolas e seus educadores devem conhecer essa legislação, assim como os órgãos de apoio presente na comunidade como é o caso dos chamados Conselhos Tutelares – entidades públicas presentes obrigatoriamente em cada município e formadas por conselheiros da comunidade, cujo objetivo é receber denuncias de violação do ECA e assegurar o seu cumprimento. Dessa forma os educadores devem 54 trabalhar para que os pressupostos do ECA sejam cumpridos, proporcionando o desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes. 6.4.4 – Política Nacional do Idoso A Constituição de 1988 deixou clara a preocupação e atenção que deve ser dispensada ao assunto, quando colocou em seu texto a questão do idoso, foi o pontapé inicial para a definição da Política Nacional do Idoso, que traçou os direitos públicos e as linhas de ação. Reconhecendo o progresso de envelhecimento populacional no Brasil e as demandas geradas por esse fenômeno, foi promulgada legislação especifica para esse seguimento etário; a Política Nacional do Idoso (PNI), Lei 8.842 de 04 de janeiro de 1994, com o objetivo de assegurar os direitos sociais do idoso, para assim promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Porem a regulamentação da lei deu-se somente no dia 03 de junho de 1996, por meio da década de 1948, explicitando a forma de implementação do avanço na lei e estabelecendo as competências dos órgãos e das entidades publicas envolvidas no processo. Criando então os cursos de Geriatria e Gerontologia Social nas Faculdades de Medicina no Brasil. Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso (Lei 10.741) foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo Presidente da Republica, Luís Inácio Lula da Silva em 1º de outubro de 2003, porem publicado no Diário Oficial da União 03 (três) de outubro de 2003, com o objetivo de promover a inclusão social e ampliar os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. O Estatuto do Idoso é composto por 118 artigos em sete títulos, considerando os mais velhos como prioridade absoluta e institui penas aplicáveis a quem desrespeitar ou abandonar cidadãos idosos. Dentro de no Máximo duas décadas, o Brasil será o sexto pais do mundo com o maior numero de pessoas idosas, e será a grande força do mercado de consumo. Com maior longevidade, autonomia, qualidade de vida e independência econômica, eles vão reverter às regras atuais da sociedade. Em lugar de “velhos e doentes”, serão “clientes preferenciais”, capazes de influenciar com seus valores e comportamento a vida de toda sociedade. 55 6.4.5 – Educação Ambiental É um ramo da educação cujo objetivo é a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar a sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos. É uma metodologia de analise que surge a partir do crescente interesse do homem em assuntos como o ambiente devido as grandes catástrofes naturais que têm assolado o mundo nas últimas décadas. A educação ambiental tornou-se lei em 27 de abril de 1999. A lei 9.795 Lei da Educação Ambiental em seu artigo segundo afirma: “a educação é um componente essencial e permanente na educação nacional; Processo que busca despertar a preocupação individual e coletiva para questão ambiental garantindo o acesso informação em linguagem estimulando o enfretamento das questões ambientais e sociais.”. A escola é o espaço social, e o local onde o aluno dará sequência ao seu processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis. Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua consequência para consigo, para sua própria espécie, para outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável. Com o conteúdo ambiental permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizado com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão integral do mundo em que vive. Para isso a educação deve ser abordada de forma sistemática e transversal em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos, das diversas disciplinas e das atividades escolares, procurando construir no educando uma visão crítica sobre as questões ambientais 56 6.4.6 – Educação para o Trânsito Hoje em dia estamos cada vez mais cheios e atarefados e por isso nosso comportamento no trânsito vem se tornando cada vez mais competitivo, egoísta e agressivo. Alguns homens estão usando seus carros como armas e muitos inocentes estão pagando com suas vidas. Incluir o tema Trânsito desde a educação infantil se faz necessário tendo em vista que atitudes e valores pautados no respeito e solidariedade devem ser encarados como cultura adquirida, e uma boa educação para o trânsito é uma questão de cultura. A falta de uma educação para o trânsito de forma sistematizada e contínua no âmbito das instituições escolar tem colaborado com a triste estatística de morte entre as crianças de 0 a 14 anos a nível mundial. No Brasil essa situação não é diferente segundo estudos realizado pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). A maior parte de nossa clientela faz uso dos carros particulares e transportes escolares. Os que moram nas proximidades da escola, utilizam as vias públicas para se locomover. Portanto, se faz necessário incluir o Trânsito como um dos "Temas Transversais" a ser trabalhado na Educação Infantil, visando também possibilitar à criança o acesso às noções básicas do trânsito, suas normas e cuidados , conscientizando-os de que a imprudência no trânsito leva as pessoas à morte, bem como sensibilizar também os familiares sobre essas regras de trânsito. 6.5. Organização dos Tempos e Espaços A carga horária semanal será de 20 horas assim distribuídas: dezesseis horas com a professora de referência; duas horas de Arte Educação, duas horas aulas de Educação Física. Todos os professores terão quatro horas semanais para hora atividades: planejamento, estudos e pesquisas. O tempo em sala de aula é organizado em função das intenções educativas expressas no projeto de trabalho da Unidade Escolar, constituindo-se em instrumento de sustentação ao planejamento do professor. No trabalho com a educação infantil, será considerado o tempo necessário para que o aluno estabeleça relações significativas entre o aprendido na escola e as aprendizagens adquiridas na informalidade do cotidiano. 57 Portanto o professor organiza suas atividades planejando suas ações em função do ritmo e desenvolvimento dos alunos, levando em consideração o conhecimento que a criança já traz de sua casa. É um planejamento com organização flexível e atendimento não padronizado às crianças. Em seu planejamento as atividades revelam a concepção de infância, de como se dá a aquisição dos conhecimentos sistematizados, o relacionamento, a brincadeira entre as crianças e de como os educadores, facilitadores, veem as descobertas e aprendizagens do grupo. Também são levados em consideração o espaço físico e as atividades visam atender às necessidades dos educandos, que são: autonomia, movimento, socialização, alimentação, higiene, afeto, segurança, experimentação. A estruturação didática fortalecer-se-á por múltiplas estratégias organizadas em função das intenções educativas expressas na Proposta Pedagógica da Unidade Escolar, definida a partir de um método de trabalho em Sequência Didática. A ação didática oportuniza as crianças a possibilidade de pensar e criar novos saberes num processo onde a construção dos mesmos e da aprendizagem coincidem. A ênfase da Educação Infantil é estimular as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade e criatividade, e para que isso aconteça de forma adequada se faz necessário que a criança esteja feliz no espaço escolar. Para que este espaço escolar seja acolhedor e de qualidade, é preciso planejar sua organização, pois como sabemos o espaço educa. Sendo assim, a forma como se dispõem os móveis, os materiais, os jogos os brinquedos e como eles são ocupados pelas crianças e adultos revelam tanto a concepção pedagógica, quanto o que se pensa sobre a criança e como se vê o processo educativo. Sendo assim, o espaço escolar pode ou não tornar-se lugar acolhedor e prazeroso, onde a criança pode brincar e através das brincadeiras ser ou não estimulada a criar, a imaginar e construir, desenvolvendo suas capacidades em todas as dimensões humanas. O termo espaço tem diversas concepções. Buscando o significado no dicionário da Língua Portuguesa, teremos espaço como: “extensão indefinida, meio sem limites que contém todas as extensões finitas. Parte dessa extensão que ocupa cada corpo” (LAROUSSE, 1995,p.384). Tal definição nos dá a ideia de algo físico, ligado aos objetos que são os elementos que ocupam o espaço 58 Já o termo ambiente refere-se ao conjunto do espaço físico e às relações que se estabelecem no mesmo ─ os afetos, as relações interpessoais entre as crianças, entre crianças e adultos, entre crianças e sociedade em seu conjunto. Ainda sobre a distinção entre espaço e ambiente, mesmo sabendo que são conceitos diretamente interligados, cabe trazer a contribuição de Zabalza e Forneiro (1998). Para esses autores o espaço é entendido como sendo os locais onde as atividades são realizadas e se caracterizam pelos objetos, móveis, materiais didáticos, decoração. Já ambiente diz respeito ao conjunto desse espaço físico e as relações que se estabelecem no mesmo, as quais envolvem os afetos e as relações interpessoais das pessoas envolvidas no processo adultos e crianças. Ou seja, por parte do espaço temos as coisas postas em termos mais objetivos, por parte do ambiente as mais subjetivas. Desse modo não se considera somente o meio físico ou material, mas também as interações que se produzem nesse meio. De acordo com Horn (2007): "O espaço, então, é entendido numa perspectiva definida em diferentes dimensões: a física, a funcional, a temporal e a relacional, legitimando-se como elemento curricular. Nessa dimensão, ele possibilita oportunidades para a aprendizagem, por meio das interações possíveis entre crianças e objetos e delas entre si. A partir dessa perspectiva, o espaço nunca é neutro, podendo ser estimulante ou limitador de aprendizagens, dependendo das estruturas espaciais que estão postas e das linguagens que estão representadas. " (2007, p.102). Para que a aprendizagem seja significativa e respeitem as especificidades da Educação Infantil, cabe ao professor pensar espaços com atividades permeadas pelo lúdico e que possibilitem a participação das crianças no seu planejamento. Esses espaços devem ser desafiadores e possibilitar que, ao agir sobre o meio, a criança transforme a si própria e ao meio. Conforme afirma Becker (2003, p.36): “Se o sujeito tem condições ótimas de ação devido as suas experiências anteriores significativas e o meio positivamente desafiador, a qualidade da interação cresce e será função de um desenvolvimento cognitivo ótimo.” Os espaços devem ser organizados de forma que permitam sua exploração e manipulação por parte das crianças, possibilitando nele interagir para construir as bases 59 das suas estruturas sensoriais, motoras e cognitivas necessárias ao desenvolvimento da aprendizagem. Segundo os RCNEI (1998), a organização do ambiente e a disposição de materiais devem ser acessíveis, a fim de facilitar e de promover o desenvolvimento da autonomia da criança. Em um espaço planejado e organizado é possível que se tenha interação criança/criança, possibilitando a socialização e a exploração dos materiais de forma construtiva. Ou seja, a organização dos espaços propicia a interação e o faz de conta, influenciando as crianças quanto as possibilidades de escolha, bem como o que ela faz ou deixa de fazer. Para Barbosa e Horn (2001), ao organizar um espaço os educadores devem considerar que o ambiente é composto por gosto, toque, sons e palavras, regras de uso, luzes e cores, odores, mobílias, equipamentos e ritmos de vida. Assim, devemos entender que uma organização adequada do espaço e dos materiais disponíveis na sala de aula será fator decisivo na construção da autonomia intelectual e social das crianças. Assim, o espaço escolar tem que ser lúdico, dinâmico, vivo, onde a criança brinque, se alimente, conte história, desenhe, pinte, dramatize, ouça músicas, cante, pule, ande, corra. A criança necessita de ambiente próprio no qual possa se desenvolver. Isso exige o planejamento de um ambiente que encoraje e dê apoio às expressões de sentimentos, interesses e criatividade em sua forma natural. O mesmo deve refletir uma concepção de educação e cuidado capaz de proporcionar as crianças um desenvolvimento em todos seus aspectos: físico, afetivo, criativo, cognitivo/linguísticos e sociais. Segundos parâmetros de Infraestrutura para a Educação Infantil, o espaço na Educação Infantil devem ser ao mesmo tempo: - Pedagógico, sustentando a relação entre o ambiente físico e práticas educacionais; - Social, prevendo a relação com a comunidade; - Ecológico, organizando-se em torno da noção de sustentabilidade, bem-estar, saúde e consciência ecológica; - Inclusivo, garantindo a inclusão de crianças com necessidades especiais. As salas devem ter um aspecto alfabetizador, propiciando situações de aprendizagem através de vários materiais estimuladores que devem estar sempre à disposição da criança integrando-a com o mundo das letras e da escrita. Assim, 60 espontaneamente a criança vai compreendendo e construindo o processo do que é ler e escrever; interagindo com o todo para que possam ser vividos plenamente. Acima de tudo o ambiente escolar deve estar organizado de forma que possibilite um trabalho que facilita a interação da criança com o contexto, através de um clima de liberdade para construir alegria e participação. “O espaço deve propiciar condições para que as crianças possam ser respeitadas na sua singularidade, na sua maneira de ser, nas suas aptidões, aspirações e, também, limitações” (Tiriba 1993). Há uma preocupação da escola, em organizar o seu espaço físico de forma aconchegante e acolhedora, onde vivências coletivas e individuais são garantidas no cotidiano. Sendo o espaço organizado em salas ambientes adequadas à nova realidade. Foram equipadas conforme a temática a ser desenvolvida, com mobiliários, equipamentos e materiais pedagógicos necessários para motivar a aprendizagem e o desenvolvimento das atividades propostas para cada temática, respeitando os interesses, necessidades e níveis de desenvolvimento das crianças. Esta nova forma de operacionalizar o currículo rompe com a tradição de que a professora ou professor possui sua sala de aula e seus alunos, pois agora os mesmos trabalham com todas as ambiências ou seja, elas desenvolvem atividades em todas as salas ambientes por onde circulam, durante o período de aula, mediante um rodízio préestabelecido, sendo que a professora acompanha os alunos neste rodízio. Cada sala temática deve ser planejada de modo a propiciar atividades baseadas nos interesses das crianças, respeitando os seus níveis de desenvolvimento, permitindo que aprendam conforme o seu próprio ritmo. Os ambientes diversificados permitem que as atividades sejam centradas nas crianças e não no professor. Aqui o professor exerce o papel de mediador entre o que os alunos já dominam (conhecimento prévio) e as “novas aprendizagens”, criando situações didáticas significativas que se constituam em desafios alcançáveis, ou seja, que atuem na zona de desenvolvimento proximal. De acordo com Oliveira : O ambiente, com ou sem o conhecimento do educador, envia mensagens e, os que aprendem, respondem a elas. A influência do meio através da interação possibilitada por seus elementos é contínua e penetrante. As crianças e ou os usuários dos espaços são os verdadeiros protagonistas da sua aprendizagem, na 61 vivência ativa com outras pessoas e objetos, que possibilita descobertas pessoais num espaço onde será realizado um trabalho individualmente ou em pequenos grupos. (OLIVEIRA,2000,p.158) Para organizar as salas temáticas levou-se em consideração os documentos oficiais: Lei de Diretrizes e Bases, PCN, RCNEI, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e a Matriz Curricular da Educação Infantil elaborada pela Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá. Portanto o que contribuirá para que a aprendizagem ocorra é a forma como este ambiente é organizado e também se os recursos pedagógicos estão acessíveis às crianças. A proposta curricular está fundamentada em pressupostos teóricos sociointeracionistas, a partir dos quais destacam-se as noções de diferenciação, interação, zona de desenvolvimento proximal, mediação social e simbólica. As salas temáticas são diversificadas, bem planejadas e oferecem opções variadas de movimento. Minimizam problemas de disciplina e permite à equipe de professores conhecer as crianças como sujeitos ativos, dinâmicos e que estão em constante construção e desenvolvimento, procurando assim atividades mais interessantes, cativantes, dinâmicas e pedagogicamente válidas. Os ambientes diversificados propiciam um trabalho educativo mais dinâmico, criativo, espontâneo, diversificado e alegre, com materiais que estimulam a curiosidade das crianças e favoreçam a construção da aprendizagem, possibilitando assim o desenvolvimento sócio afetivo e cognitivo a partir da sua realidade. Portanto, ao proporcionar diversos espaços para a criança brincar e agir, se estará propondo novos desafios que tornarão a criança um agente da sua própria aprendizagem de forma mais lúdica. Esta forma de organizar o trabalho pedagógico garante salas com uma variedade muito maior de recursos pedagógicos, visto que seria difícil conseguir a riqueza e a variedade destes para cada sala tratando-se de escola pública, cujos recursos financeiros são escassos tanto para se manter como para se equipar as salas de aula. Também se propicia espaços amplos para cada ambiente temático, o que é de fundamental importância tratando-se de Educação Infantil, em que a criança é movimento e requer espaço para esse movimento. 62 Portanto ao realizar o trabalho pedagógico em salas ambientes tem-se a possibilidade de contar com uma variedade de recursos e/ou materiais muito maior e variado, necessários para trabalhar os diferentes eixos de desenvolvimento da aprendizagem, além de permitir que um número maior de alunos tenham esses materiais a sua disposição. A EMEB Juarez Sodré Farias dispõe de 09 salas ambientes adequadas para a realização das atividades, as quais serão detalhados a seguir. 6.6. As Salas Temáticas e seus pressupostos teóricos De acordo com os RCNEI (1998) a proposta curricular para a Educação Infantil está organizada em âmbitos de experiências, os quais se dividem em eixos de trabalho que orientam a prática educativa dos professores. Estes eixos foram escolhidos por se constituírem em uma parcela significativa de produção cultural humana que amplia e enriquece as condições de inserção das crianças na sociedade. E são eles: Movimento, Artes visuais, Música, Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade, Matemática. Com base nessa organização curricular, a EMEB Juarez Sodré optou por salas temáticas, onde cada sala atende uma área específica e possui orientações teóricas próprias, bem como variedade de recursos e materiais específicos para cada ambiente. Ela compreende que os espaços de aprendizagem possibilitam, no processo de ensinoaprendizagem, uma ação educativa de melhor qualidade, uma vez que acredita que a construção do conhecimento e sua socialização acontecem além da sala de aula. Desta forma a escola investe em ambientes ricos de estímulos para a melhoria do ensino e, consequentemente, da aprendizagem. A seguir apresenta-se cada uma das salas temáticas, bem como seus respectivos pressupostos teóricos. 6.6.1. Ambiência Brincando com as Letras, os Números e a Ciência 6.6.1.1. Fundamentação teórica A escola não proporciona sua primeira situação de aprendizagem da linguagem. Seu papel é ampliar e enriquecer este aprendizado e corrigi-lo se necessário. O domínio da linguagem surge do seu uso em múltiplas circunstâncias, nas quais as 63 crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim desenvolve diferentes capacidades. Para aprender ler e escrever, a criança precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem. Isso significa que a alfabetização não é o desenvolvimento de capacidades relacionadas à percepção, memorização e treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras. É antes, um processo pelo qual as crianças precisam resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que forma a escrita alfabética em português representa a linguagem, e assim poderem escrever e ler por si mesmas. Assim como as crianças ingressam na escola já tendo aprendido muito sobre a linguagem falada e o mundo físico, elas também chegam com uma ampla bagagem de experiências em matemática. Elas vivem em um mundo de quantidades, experimentam o muito grande, o muito pequeno e o acabou. A matemática é uma forma de pensar sobre coisas e organizar as experiências concretas, onde possam manipular objetos que contribuam para formação do seu pensamento lógico. De acordo com a Matriz Curricular de Referência (2010) o objetivo da ciência é oferecer às crianças oportunidades para que desenvolvam as capacidades de observar, analisar, classificar e explorar o ambiente em que vivem, estabelecendo relações entre os diversos elementos que compõem seu meio social, principalmente com relação à sua preservação e conservação. A criança vai construindo os conhecimentos na medida em que desenvolve atitudes de curiosidade e crítica, reformulando as explicações existentes para determinados fenômenos, com base na pluralidade de diversidade existente no mundo social e natural. Em outras palavras, as ciências possibilitam à criança confrontar suas curiosidades e observações, reconstruindo os seus conceitos anteriores sobre o mundo em que vive, levando-a a refletir sobre os fenômenos e as transformações ocorridas na natureza. Isto é, quanto mais oportunidades a criança tiver para falar, ouvir opiniões de adultos ou de crianças sobre os fatos da natureza e da sociedade, mais poderá pensar e elaborar suas próprias teorias sobre esses fatos. Além de se conhecer e conhecer o outro. Ela terá mais informações e opiniões para agregar às suas, mais alimento para suas representações do mundo. As representações do mundo que a criança constrói ao longo das diferentes etapas de seu desenvolvimento intelectual incluem “teorias” bastante originais sobre muitos fatos universais que se encontram organizados pelo pensamento científico. 64 Os fatos da realidade física, biológica e sociocultural que nos cercam são permanentemente temas para a observação curiosa da criança, desde bem pequena. As aulas de ciências conta com um espaço para o manuseio da terra, pois durante a aula na horta a criança trabalha com a terra, preparando para o plantio; planta as sementes das hortaliças e verduras, acompanhando todas as etapas de seus desenvolvimentos; além dos cuidados diários: molhando e retirando os matos prejudiciais ao desenvolvimento das plantas. Sendo assim um como um espaço que garante aprendizagens significativas e concretas. A escola possui também um local com árvores frutíferas, onde as crianças circulam para observar as plantas e pequenos animais de jardim, além de colher as frutas para degustação. Vale ressaltar que os documentos legais nos orientam que nesta fase da educação infantil as crianças terão apenas o contato com as letras e números, isto é, uma preparação para a alfabetização. A ambiência Brincando com as letras, os números e a ciências possui 4 salas, cada sala possui 6 mesas quadradas com 4 cadeiras cada, um armário, alfabetos móveis, jogos que envolvem a matemática e a linguagem (bingo de número e letras; quebracabeça, dominó), revistas, lápis de cor, giz de cera, tinta guache e pincéis, canetinhas coloridas. Aqui a criança terá mais contato com a escrita, pois é nesse contexto que acontecem os registros de todo o conteúdo trabalhado nas demais ambiências. As crianças desde a educação infantil precisam de um ambiente estimulador da aprendizagem da linguagem escrita, ou seja, estar inserida em práticas de letramento diversificadas, visto que, segundo o RCNEI (BRASIL, 1998c) na sociedade letrada elas estão em constante contato com a língua escrita. Quando chegam à escola já tem noção sobre alguns códigos, questionam sobre o que está escrito, pois vivenciam essa experiência no seu dia a dia. Cabe a escola desenvolver um trabalho voltado a proporcioná-las desenvolver outras capacidades como: - Participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar-se; - Ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão oral e escrita, participando da escuta de textos lidos; - Participar com interesse em situações de leitura, feita pelos adultos, de diferentes gêneros textuais como: parlendas, poemas, trava línguas, etc. - Antecipar o assunto de um texto a partir do título e das imagens e fazer inferências 65 - Reconhecer as letras do alfabeto, diferenciando-as de desenho, números e outros símbolo; - Reconhecer o próprio nome dentro de um conjunto de nomes, na identificação do caderno ou outras situações que se fizer necessário; - Interagir com a língua escrita, nos mais variados contextos; - Respeitar as regras estabelecidas pela unidade escolar; - Participar na elaboração dos combinados que regem o bom funcionamento das aulas dentro e fora de sala, respeitando-os; - Agrupar e realizar de diferentes formas; - Construir agrupamentos de objetos distintos; - Perceber e manifestar observações com mesma quantidade de líquido em recipientes de diferentes formas e tamanho; - Contar objetos com material concretos registrando quantidades; - Contar mentalmente diversos objetos e relacioná-los a quantidade utilizando material concreto; - Reconhecer o valor dos numerais no cotidiano e sua função; (ex: número de telefone, da casa, placa do carro etc. ); - Utilizar calendário para localizar os dias (ontem, hoje, amanhã) adquirindo noção de tempo; - Identificar as formas geométricas e percebê-las em móveis, construção, objetos, etc. - Perceber a relatividades de atributos de grandeza, (maior, menor, grosso, fino, alto, baixo); - Contribuir para manutenção da limpeza no ambiente escolar valorizando e cuidando dos materiais, objetos e equipamentos que compõem esse espaço. - Observar com ajuda do adulto, os fenômenos da natureza e suas alterações (seca, enchentes, variação do dia,) e relações entre as mudanças; - Conhecer alguns cuidados básicos de pequenos animais e vegetais por meio da criação e cultivo; -Valorizar atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente; - Conhecer o próprio corpo identificando as partes e sua função; - Apresentar atitudes favoráveis à saúde, em relação à alimentação e higiene pessoal; - Reconhecer as diferentes organizações familiares, perceber as diferenças e respeitálas; 66 6.6.1.2. Objetivos -Objetivos Gerais: - Ampliar gradativamente as possibilidades de comunicação e expressão proporcionando as crianças interagirem com seus pares, por intermédio do uso funcional de linguagens e explorar a sua identidade. - Oferecer às crianças oportunidades para que desenvolvam as capacidades de observar, analisar, classificar e explorar o ambiente em que vivem, estabelecendo relações entre os diversos elementos que compõem seu meio social, principalmente com relação à sua preservação e conservação. -Objetivos Específicos: -Desenvolver a oralidade e a capacidade de expressar com clareza; - Promover estudos de vários gêneros textual oral e escrito; - Promover diversas situações de intercâmbio social; - Incentivar o contato com a leitura ora como ouvinte, ora como leitor; - Incentivar o contato com diversas situações de escrita aguçando seu interesse em aprender escrever; -Proporcionar a criança interagir com a língua escrita, nos mais variados contextos; - Familiarizar-se com os números e sua leitura por meio da execução das atividades; - Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano; -Adotar os conhecimentos matemáticos em suas diferentes formas, como elementos facilitadores do desenvolvimento infantil; - Conscientizar sobre a fase da vida; - Reconhecer e nomear partes do corpo; - Estimular hábitos saudáveis em sua rotina; - Explorar diversas formas e partes do corpo e diferenciar sensações pelos órgãos do sentido; - Conscientizar da necessidade de adquirir bons hábitos de higiene; - Conhecer, reconhecer a necessidade de cuidar do ambiente em que vivemos; - Desenvolver nas crianças noções básicas de ambiente, cidadania e preservação; - Proporcionar as crianças à educação ambiental, para que as mesmas valorizem a natureza e possam garantir o desenvolvimento sustentável às próximas gerações; - Valorizar a natureza e preservá-la; 67 - Identificar os seres vivos e conhecer os diversos animais apontando para a sua diversidade; - Definir diversos animais e suas principais características; 6.6.1.3 Propostas pedagógicas a) Conteúdos Conceituais - Respeitar as regras estabelecidas pela unidade escolar; - Participar na elaboração dos combinados que regem o bom funcionamento das aulas dentro e fora de sala, respeitando-os; - Escuta demonstrando compreensão; - Socialização de informação; - Narrativas de acontecimentos ou história com começo, meio e fim; - Reprodução oral de regras de jogos ou brincadeiras; - Reprodução oral de poesias, canções, parlendas, rimas, adivinhas, etc. - Participação em leitura textos de diferentes gêneros - contos, poemas, notícias de jornais, informativos, parlendas, trava-língua, receita culinária, bilhetes, etc. - Leitura de imagens; - Reconhecimento e nomeação das letras do alfabeto em diferentes situações; - Localização de palavras em texto memorizado; - Antecipação de informação sobre o texto lido; -Reconhecimento e escrita do próprio nome e sobrenome; - Identificação e escrita das letras do alfabeto em letra bastão; - Diferenciação de letras de outros sinais gráficos; - Utilização da linguagem oral e escrita para notação numérica em registros convencionais e não convencionais; - Conhecimento de que todo ser humano tem um ciclo vital- nasce cresce reproduz e morre; - Conhecimento do próprio corpo para explorar suas habilidades físicas, motoras e perceptivas; - Identificação dos órgãos dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato; - Reconhecimento da importância dos sentidos; - Distinção das diferentes sensações dos órgãos do sentido; - Reconhecimento da importância dos bons hábitos de higiene para a saúde do nosso corpo e do ambiente em que vivemos; 68 - Conscientização da conservação e preservação do meio ambiente ; - Observação da ação do homem na transformação do meio ambiente; - Percepção de ações que contribuem para devastação ou preservação do meio ambiente; - Identificar os tipos de vegetais e sua importância para a nossa vida; - Identificar as partes das plantas e o ciclo de vida das plantas; - Observação da reprodução das plantas (sementes ou mudas) ; - Identificação dos animais como seres vivos; - Reconhecimento e classificação dos animais de acordo com suas semelhanças e diferenças; - Conhecer o habitat dos animais; - Identificação das diferentes formas de locomoção dos animais; - Definição de diversos animais e suas principais características; - Conhecer a origem dos alimentos (animal ou vegetal), (natural ou industrializado); - Reconhecer a importância de uma alimentação variada; - Conhecer a origens dos alimentos ( animal ou vegetal), ( natural ou industrializado) - Identificar os alimentos saudáveis. b) Conteúdos Procedimentais - Ler diariamente diferentes tipo de leitura atentando-se sobre a importância da escuta; - Fazer intercâmbio oral, ouvindo com atenção e formulando perguntas; - Incentivar a leitura pela criança mesmo de forma não convencional; - Recontar repertório variado de textos; - Incentivar a criança relatar experiência do cotidiano; - Escutar atentamente as leituras feitas pelas crianças; - Representar oralmente a fala de personagens de histórias infantis ou outros; - Representar com desenhos fatos cotidiano ou ações de personagens; - Observar as diferentes formas de letras; - Desenvolver atividades lúdicas - Elaborar cartazes; - Reconhecer números no contexto diário; - Utilizar diferentes estratégias (brincadeiras, jogos, advinhas, unidades de medidas não convencionais, etc.) para identificar números em situações que envolvem contagens 69 e medidas, números familiares ou frequentes, através de cartazes e atividades feitas na sala de aula; - Ler, escrever, comparar e ordenar números familiares ou frequentes, através de cartazes e atividades feitas na sala de aula; - Representar com desenhos os conhecimentos conceituais adquiridos; - Descrever e representar pequenos percursos e trajetos, observando pontos de referência; - Registrar quantidades de objetos de uma coleção; - Montar jogos - Usar diferentes fontes de informação e relacioná-las - Coletar dados por meio de pesquisas e observações - Formular questionamentos - Associar escrita de nomes, letras e textos - Registrar o assunto organizadamente de diferentes maneiras - Desenvolver atividades matemáticas - Estabelecer conversa dirigida; - Observar, classificar, identificar e comparar; - Pesquisar gravuras; - Confecção de álbum, livro, etc.; - Utilizar diferentes fontes como, objetos, fotografias, documentários, livros, relatos de pessoas, mapas, etc., para buscar informações; - Participar em debates que confronte ideias; - Observar mudanças ocorridas na paisagem local decorrente das mudanças climáticas e da intervenção do ser humano. c) Conteúdos Atitudinais - Conscientizar-se da importância da escuta para compreensão da leitura; - Escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor; - Respeitar a fala e ideias dos colegas; - Ouvir com atenção e manifestar sentimentos, experiências, ideias e opiniões; - Sentir-se parte integrante do grupo; - Socializar as informações que os alunos possuem sobre o tema; - Desenvolver atividades realizadas pela própria criança; - Propiciar atividades diversas de psicomotricidade; 70 - Estimular o raciocínio e a atenção; - Despertar a curiosidade e interesse pelos conhecimentos matemáticos; - Concentrar-se nas realizações das atividades; - Participar das brincadeiras, jogos de forma prazerosa e espontânea; - Socializar-se com a turma nas atividades coletivas; - Estimular a socialização; - Confecção de álbum, livro, etc.; - Valorizar atitudes de preservação e manutenção do meio ambiente; - Desenvolver respeito em relação a organização do grupo nas realizações dos trabalhos; 6.6.2- Ambiência Literatura Infantil 6.6.2.1-Fundamentação Teórica De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), para se formar leitores deve-se trabalhar na prática de sala de aula com textos literários, pois a leitura favorece a imaginação, a criatividade, a capacidade de se expressar, enriquece o vocabulário, portanto é uma das capacidades que deve ser incentivada e valorizada desde tenra idade nas escolas. Contar histórias é trabalhar com o imaginário da criança, além de motivar e incutir o prazer de ouvir e ler. A criança que gosta de livros, que vive a fantasia consegue ser um adulto mais consciente de seu papel na transformação da sociedade. Piaget (apud COSTA & SANTOS, 2002) afirma que quanto mais a criança viu e ouviu, tanto mais deseja ver e ouvir. Quanto maior for o enriquecimento perceptível, afetivo, social e comunicativo, tanto mais será também o desenvolvimento da sua inteligência, portanto a leitura deve fazer parte desse cidadão em construção, pois para quem não sabe ler, ouvir histórias é fazer leitura e contar histórias é uma arte, portanto todo professor, mesmo sem ser artista, deve saber contar histórias. Amarilha (1997 apud LEMOS,2009) defende que o acesso à contação de histórias promove condições de a criança desenvolver sua habilidade discursiva, quando lhe é conferida a possibilidade de recontar a história, desenhar e identificar os personagens e outras formas de representação. Enquanto lhes conta a história, o ouvinte (a criança) é levado a comportar-se com tão grande fascínio, que vai sendo envolvido 71 para o livro e para o silêncio que, segundo a autora, são comportamentos comuns somente aos que conseguem exercer com o livro grande intimidade. Quando a criança ouve ou lê uma história e é capaz de comentar, indagar, duvidar ou discutir sobre ela, realiza uma interação verbal, que neste caso, vem ao encontro das noções de linguagem de Bakhtin (1992). Se desde cedo a criança é incentivada a escutar histórias, a ler as imagens dos livros, a participar do reconto das histórias, será um adulto que gostará de ler, ou seja um bom leitor. Segundo Abramovich (1997 apud PAHL,2008) quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos. É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc., sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula. (ABRAMOVICH, 1997, p.17) Estudos demonstram que ler para as crianças as ajuda a desenvolver a alfabetização de várias formas. Ler a mesma história diversas vezes é uma técnica importante, porque as crianças adquirem um entendimento das funções do texto, de como ele é usado e do que as pessoas estão lendo. As experiências com os livros de histórias ensinam às crianças como manusearem os livros e a sua progressão da frente para trás; a ideia de que as histórias têm início, meio e um fim. A sala da literatura infantil foi pensada exatamente para atender a essa necessidade tão importante, que é despertar o gosto pela leitura, além de ser uma das formas que a criança tem para ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida, tomando consciência do mundo em que vive. A literatura infantil contribui para o processo de desenvolvimento da linguagem, uma vez que possibilita às crianças a percepção de que há um diálogo entre o real e o imaginário. O que é explicado por Vygotsky (1995 apud COUTO, 2007, p.41) quando diz que o “faz de conta é uma das atividades mediadoras da gênese da escrita e se encontra entre o gesto e a linguagem escrita, pois a criança desde pequenininha, 72 utiliza o gesto para se comunicar e expressar suas emoções e desejos, e assim, ocorre a linguagem.” O faz de conta cria as condições necessárias para a criança se constituir como leitora e escritora; isto porque enquanto brinca de faz de conta, a criança desenvolve a capacidade de pensar, de compreender o mundo que a cerca. Segundo a Matriz Curricular (2010, p.14), o aspecto lúdico presente na Literatura Infantil pode ser visto como estratégia didática para motivar a aprendizagem, despertando, na criança, o desejo de vivenciar novas descobertas e aventuras. Também de acordo com estudos da psicologia, a literatura infantil trabalha com os estados emocionais da criança, auxiliando-a lidar com inseguranças, questões existenciais e com a própria autoestima. Esta ambiência da Literatura Infantil está equipada com tapetes emborrachados, almofadas, estantes com livros infantis e outros, TV, aparelho de DVD e filmes infantis, fantoches, janela para contar história e fantasias. Nesse espaço as crianças manuseiam livros e revistas, inventam histórias, “leem”, contam e dramatizam histórias, assistem filmes infantis, cantam e dançam, manuseiam fantoches. A criança será um bom leitor, se ver a leitura com prazer. Assim, a leitura poderá ser um hábito saudável, capaz de formar cidadãos conscientes, competentes, com sensibilidade e imaginação. O que confirma o autor Abramovich (1997, p.17), quando diz que as crianças que ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. Sendo assim a escola deve desenvolver um trabalho que garanta o construção das seguintes capacidades: - Familiarizar-se com a linguagem escrita por meio do manuseio de diferentes portadores de textos como, revistas, livros gibis, cartazes, etc.; - Interessar-se pela leitura de histórias; - Escolher os livros para ler e apreciar; - Participar de situações nas quais possa “ler”, ainda que não o faça de maneira convencional; - Participar com interesse em situações de leitura, feita pelos adultos, de diferentes gêneros textuais, como: parlendas, poemas, trava línguas, receitas, etc.; - Recontar história descrevendo personagens, locais, cenários, etc. 73 6.6.2.2 Objetivos - Objetivo Geral: Possibilitar às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos. - Objetivos Específicos: - Enriquecer o imaginário infantil; - Favorecer o contato com textos literários; - Aumentar o universo cultural das crianças; - Aumentar o vocabulário; - Desenvolver a oralidade; - Favorecer momentos de prazer em grupo; - Criar o hábito de escutar histórias; - Valorizar o livro como fonte de entretenimento e conhecimento - Contribuir para o seu desenvolvimento cognitivo; - Estimular o mundo fantástico e imaginário da criança; - Proporcionar interesse pela leitura através das estórias e contos infantis. 6.6.2.3-Proposta Pedagógica a) Conteúdos Conceituais Narrativas de acontecimentos ou história com começo, meio e fim; Criar hábitos de leitura e manuseio de livros b)Conteúdos Procedimentais Manusear livros, revistas; Contar histórias; Manusear fantoches; Recontar histórias; Usar fantasias para explorar o faz de conta Assistir filmes ou peça teatral Dramatizar estórias, vivências e cenas do cotidiano. 74 Imitar animais, objetos do cotidiano e personagens. Dramatizar estórias, vivências e cenas do cotidiano. Imitar animais, objetos do cotidiano e personagens. c) Conteúdos Atitudinais Despertar o gosto pela leitura Cuidados no manuseio de livros e fantoches Ter cuidados com os livros e demais materiais escritos; Estimular o raciocínio e a atenção Usar a imaginação e a criatividade; Interessar em ouvir ou ver histórias Colaborar na preservação de materiais expostos para apreciação; 6.6.3- Ambiência das Artes 6.6.3.1.Fundamentação Teórica No artigo 26, parágrafo 2º da nova Lei de Diretrizes e Bases tem-se que o ensino da Arte constitui como componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da Educação Básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. O referencial curricular da Arte visa a ampliação do universo cultural do educando, à sensibilidade em relação ao meio ambiente e à busca da expressão individual e coletiva, de forma crítica e transformadora. A sensibilidade, a criatividade e a livre expressão possibilitam ao aluno trazer suas experiências e seu conhecimento artístico para a sala de aula, valorizando as produções populares, historicamente consideradas não culturais. Há muito os educadores, arte-educadores, educadores musicais e psicólogos têm se empenhado em demonstrar a importância do ensino artístico para o desenvolvimento da personalidade humana. Essa ação de natureza interdisciplinar fortaleceu o sistema de ensino brasileiro a incluir o ensino artístico na LDB nº 9294/96 e produzir os Parâmetros Curriculares Nacionais de Artes. Vários estudos foram desenvolvidos com essa proposta epistemológica, dentre eles, o de Howard Gardner (1994) que traça a importância das artes no desenvolvimento das habilidades cognitivas, psicomotoras, emocionais e afetivas das crianças, jovens e adultos. Para o psicólogo, a arte contribui sobremaneira na formação integral do indivíduo, traz latente a cultura de 75 um povo, difunde o senso estético, promove a socialização, o sentido da parceria e da cooperação, além de ativar a sensibilidade e a subjetividade dos indivíduos. A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana. O aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas. Mukhina (1995, p.40), afirma que nas experiências com as artes, a criança estabelece comparações, elabora impressões, interpreta conflitos e considera hipóteses. Assim, a prática de se desenvolver a Arte se constitui como uma possibilidade de a criança perceber-se como autora de suas ilustrações. O contato com a arte contribui para desbloquear o processo criativo, proporcionando descobertas das mais variadas formas de expressão. O desenho é a oportunidade da criança organizar suas experiências, convertendo o pensamento em forma de desenho. Por isso devemos incentivar as crianças a desenharem, não só para perceber o que se passa com ela, mas também pra desenvolver o seu grafismo, reter mais informação e assim construir novos conhecimentos. As Artes comunicam o que há de humano em cada um de nós. Elas despertam a aprendizagem porque tocam o verdadeiro ser interior. A oportunidade de interagir com o ambiente é tão importante para as crianças quanto a de observá-lo. À medida que as crianças desenvolvem formas externas de expressão, elas aprendem a dominar os meios para que esta seja deliberada e não acidental, isto significa ensinar as crianças a usarem as mãos para pintar e modelar, para controlar os meios. Os pincéis e as tintas passam a ser uma extensão da pessoa. As crianças pequenas são, em certo grau, movidas por estímulos. As tintas que se misturam em uma pintura podem gerar novas formas e cores, que vão estimular oportunidades que não estavam presentes no início. Estas explorações devem ser estimuladas, pois é através da exploração individual do meio que as crianças desenvolvem o controle. Através das atividades artísticas a criança é introduzida no mundo do belo, do estético, e sua atenção é despertada para observar a beleza de seu ambiente natural que a rodeia, Trabalhar a arte com as crianças pequenas é investir na criatividade de cada uma delas, o desenho tem sua linguagem e as crianças se expressam também através deles. Nesta ambiência é trabalhado o gosto pela música, que é uma forma usada para expressar e comunicar sensações, sentimentos. A estimulação infantil com músicas 76 proporciona diversos benefícios, tais como: o desenvolvimento da linguagem oral, aquisição da leitura e escrita, melhorando a capacidade de memorização e de raciocínio lógico; auxilia no aprimoramento da coordenação motora; ensina a ouvir as pessoas ao seu redor e os ruídos do ambiente em que esta inserido; estimula a socialização, pois a criança aprende a conviver melhor com os adultos e com as outras crianças, por isso devemos estimular o gosto pela música, pois auxilia o processo de alfabetização. Segundo a pedagoga Maria Lúcia Cruz Suzigan (2006), especialista no ensino de música para crianças, “a música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a escrita e a oral. Essas áreas se interligam e se influenciam”. A linguagem musical afeta as nossas emoções, uma vez que promove a integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, tornando-se um meio relevante para a expressão humana. Sendo assim, ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, participar de brincadeiras rítmicas, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela linguagem musical, além de irem ao encontro da necessidade que as crianças têm de se expressarem. Vale ressaltar também que em 18 de agosto de 2008, a lei nº 11.769 estabeleceu que, em três anos ─ portanto, até o ano de 2011 ─ a música deveria ser conteúdo obrigatório no currículo escolar da educação básica brasileira, que compreende da Educação Infantil ao Ensino Médio. Um dos objetivos da música é desenvolver o contato com a cultura desde a infância, aplicando conceitos como harmonia, disciplina e trabalho em conjunto. A ambiência das Artes oferece um ambiente próprio com materiais que estimulam formas expressivas integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade. Aqui a criança experimenta vários materiais, utiliza materiais recicláveis para criar novos brinquedos ou pinturas, realiza colagens, pinturas, desenhos com variadas técnicas, manuseia tesoura e, além disso, trabalha-se o gosto pela música e dança. A arte na escola constitui uma possibilidade para alunos exercitarem suas corresponsabilidades pelos destinos de uma vida cultural individual e coletiva, mais digna sem a exclusão de pessoas por preconceitos de qualquer ordem. Uma vez que a arte possui a importante função de possibilitar o encontro de ser consigo mesmo, de si com os outros e com a totalidade da realidade humana. As atividades realizadas envolvendo esse eixo devem estar voltada para que as criança de 04 e 05 anos, desenvolva diversas capacidades como: 77 - Interessar-se e zelar das próprias produções, pela das outras crianças e as realizadas no espaço escolar; - Participar das diversas atividades de arte, utilizando a linguagem expressiva do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, dos traçados e outros; - Interessar-se em apreciar e conhecer diferentes obras artísticas e os autores de renomadas obras de artes; - Explorar e identificar elementos da música, expressar-se e interagir com os outros ampliando seu conhecimento de mundo; - Expressar e perceber expressão de sentimentos, por meio de improvisações e interpretações musicais; - Interessar-se e demonstrar curiosidade em obter informação sobre as obras musicais e seus compositores; - Escutar com atenção e interesse os diversos gênero e estilo de produção musical brasileira; 6.6.3.2- OBJETIVOS: - Objetivo Geral Proporcionar as crianças por intermédio das diversas formas de expressão artística aprender a ver, criar, ouvir e a praticar, desenvolvendo a atenção e ampliando a capacidade de concentração, criação e memória. - Objetivos Específicos - Desenvolver hábitos que estimule a fantasia. - Estimular a coordenação e a criatividade com o trabalho de recorte, pintura; - Ampliar suas capacidades de comunicação e expressão por meio de diversos materiais gráficos e plásticos; - Produzir trabalhos utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da escultora, da colagem, da modelagem, - Fazer releitura de obras artística nacionais e regionais - Manusear instrumentos musicais e objetos sonoros - Participar de jogos e brincadeiras que envolva dança ou a improvisação musical; - Participar de atividades de locomoção como andar, saltar, correr, saltitar, galopar etc..., estabelecendo relações com os diferentes gestos sonoros. 78 6.6.3.3-Proposta Pedagógica a) Conteúdos Conceituais - Interpretação de músicas e canções diversas (músicas infantis, canções folclóricas, músicas populares e clássicas) para desenvolver a memória musical; - Reconhecimento por meio da escuta silenciosa, de fontes geradoras e ritmos (intensidades, duração, timbre, etc.) das sonoridades presentes na natureza; - Participação da criança em jogos e brincadeiras que envolva ritmo musical, canções e movimentos corporais. - Desenho, pintura, colagem e modelagem: criação livre e orientada de desenho, pinturas, escultura modelada e colagens e exploração dos espaços bidimensionais e tridimensionais; - Observação dos elementos constituintes da linguagem visual (cor, forma, volume espaço e textura); - Leitura de obras de artes: observação, interpretação e descrição de obras de artes diversas; - Releitura de figuras: b)Conteúdos Procedimentais - Escutar diferentes estilos, gênero, épocas e culturas da produção musical brasileira; - Informar as crianças sobre as obras ouvidas e seus compositores; Ouvir e classificar sons produzidos no cotidiano — sons dos animais, das plantas, objetos, instrumentos musicais, máquinas, eletrodomésticos, etc. - Produzir sons sonoros imitando os existentes na natureza - Criar pequenas canções parodiando as existentes; - Construir juntos com as crianças instrumentos musicais com materiais disponíveis, sucatas e materiais recicláveis; - Resgatar e aproximar as crianças dos valores culturais musicais da música tradicional popular, principalmente as regionais; - Utilizar diversos instrumentos e materiais de suporte como lápis, pincéis, tinta, papel, cola, tesoura, etc. para o fazer artístico de desenhos, pinturas, colagens e escultura; - Manusear e utilizar diferentes materiais de suportes como cartolinas, lixas, areia, terra, argila, percebendo marcas, gestos e texturas; 79 - Construir objetos variados explorando os espaços físicos do ambiente interno e externa as salas ambiências; - Desenhar a partir de observação de leituras, cenas de vídeo, pessoas, objetos, etc.; - Observar e identificar e descrever oralmente personagens de história conhecida, de figuras, filmes vistos; - Copiar seus próprios desenhos e outras figuram em escala maior ou menor; - Expor os trabalhos construídos para apreciação da comunidade escolar; c)Conteúdos Atitudinais - Despertar o gosto em ouvir música de diferentes estilos e gêneros música; - Apreciar participar de danças, cântico, jogos, etc.; - Escutar música com interesse e atenção; - Manter silêncio para apreciar uma música; - Participar com interesse na construção de materiais; - Interessar e fazer música explorando os materiais confeccionados; - Entender e respeitar a forma como os colegas se expressa musicalmente; - Caprichar na produção de artes visuais demonstrando interesse; - Respeitar a produção dos colegas; - Contemplar suas produções e dos colegas. 6.6.4-Ambiência da Brinquedoteca 6.6.4.1 -Fundamentação Teórica Cunha (1992,) afirma que: Uma brinquedoteca é um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar que convida a explorar, a sentir, a experimentar. É um ambiente para estimular a criatividade, e deve ser preparado de forma criativa com espaços que incentivem a brincadeira de faz de conta, a dramatização, a construção, a solução de problemas, a sociabilização e a vontade de inventar. (CUNHA, 1992, p. 36). 80 A ambiência da brinquedoteca é pensada como espaço para a criança brincar, dando a ela o direito de vivenciar a sua infância, resguardando a sua criatividade, espontaneidade, imaginação e fantasia. Nesse ambiente as brincadeiras são entendidas como condição necessária para o desenvolvimento da capacidade de representar, pois o que a criança representa no brinquedo, corresponde ao que ela observa no seu cotidiano. Também serve como espaço para os jogos pedagógicos. O jogo aqui é entendido como uma ação educativa e pedagógica, onde a criança aprende brincando e organiza o seu pensamento e conhecimento mediante a variedade de jogos que estão colocados à sua disposição, conforme tema trabalhado. Esta sala é uma das preferidas das crianças, isto porque o brinquedo faz parte da vida da criança independente do nível social ou cultural a que pertence. Segundo Horn (2004, p.70): “o brinquedo sempre fez parte da vida das crianças independentemente de classe social ou cultural em que está inserida”. É intrínseco da criança o hábito do brincar. Vygotsky (1991 apud REGO, 2002, p.80), “considera o brinquedo uma importante fonte de promoção de desenvolvimento. Afirma que, apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce uma enorme influência no desenvolvimento infantil”. Portanto não devemos conceber a infância longe do brinquedo. Brincar para a criança é principalmente estar presente no ambiente, se constituindo como individuo e compartilhando significados. Brincar em um ambiente aconchegante, que retrate a identidade da criança e de livre acesso ao mesmo, é fundamental no seu desenvolvimento, visto que se estará promovendo a interação entre criança/criança, criança/educador e até mesmo respeitando os momentos em que a criança prefere brincar sozinha. O brinquedo entendido como objeto, suporte da brincadeira supõe relação íntima com a criança, seu nível de desenvolvimento e indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organize sua utilização. Uma boneca permite à criança desde a manipulação até brincadeiras como “mamãe e filhinha”. O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade. Ao contrário, os jogos como xadrez, e de construção exigem, de modo explícito ou implícito, o desempenho de habilidades definidas pela estrutura do próprio objeto e suas regras. O jogo é um recurso pedagógico riquíssimo capaz de oportunizar à criança situações ricas e desafiadoras, fazendo com que a aprendizagem se torne divertida, a criança tenha interesse e pense com mais concentração e motivação. 81 Os jogos mantém uma relação estreita com a construção do conhecimento e possui influência como elemento motivador no processo de aprendizagem. Segundo HUIZINGA (1980), o jogo é um fenômeno presente em todas as sociedades, sendo inegável a sua existência como elemento da cultura. Isto quer dizer que o jogo é fundamental para o desenvolvimento global da criança. A ambiência da Brinquedoteca possui vários tipos de jogos, tais como: jogos de encaixe, jogos de construção, quebra-cabeças (de animais, plantas, números, corpo humano), dominós, figuras geométricas, alfabeto móvel, dados, jogos de boliche, jogo de bingo (alfabético e numérico), jogos da memória, blocos lógicos, figuras geométricas, placas de alinhavo. Possui também vários tipos de brinquedos, tais como: casinha de bonecas, bonecas, carrinhos, panelinhas, bichos de pelúcia, teclado de computador, aparelhos de telefone, relógios, que possibilitam o faz de conta. Nos momentos de brincadeiras o professor deverá observar e auxiliar quando necessário, podendo desta forma compreendê-las e conhecê-las um pouco mais, incentivar mais suas criações e estimular a participação de todas as crianças. O professor está sempre atento na organização dos recursos da sala para torná-los atrativos, convidativos e está sempre introduzindo alguma novidade para incentivar a brincadeira e a descoberta de novos conhecimentos. O que é confirmado pelo estudos de Vygotsky (1991 apud REGO, 2002, p.80), que “considera o brinquedo uma importante fonte de promoção de desenvolvimento”. Cabe a escola desenvolver um trabalho voltado a proporcionar as crianças desenvolver as capacidades abaixo : - Agrupar e realizar de diferentes formas; - Construir agrupamentos de objetos distintos; - Perceber e manifestar observações com mesma quantidade de líquido em recipientes de diferentes formas e tamanho; - Contar objetos com material concretos registrando quantidades; - Contar mentalmente diversos objetos e relacioná-los a quantidade utilizando material concreto; - Reconhecer o valor dos numerais no cotidiano e sua função; (ex.: número de telefone, da casa, placa do carro etc., ); - Utilizar calendário para localizar os dias (ontem, hoje, amanhã) adquirindo noção de tempo; - Identificar as formas geométricas e percebê-las em móveis, construção, objetos, etc.; 82 - Perceber a relatividades de atributos de grandeza, (maior, menor grosso, fino, alto, baixo). A brinquedoteca estará organizada como um espaço lúdico de interação e vivência significativa aos alunos disponibilizando: - Brinquedos variados (carrinhos, bonecas, ursos de pelúcia, casa de boneca; utensílios de casa em miniatura, etc.); - Jogos diversos (dominó, boliche, memória, amarelinha, encaixe, blocos lógicos, blocos de construção, etc.); - Espaço para o brincar de faz de conta; - Espelhos grande Este espaço tem a finalidade de oferecer momentos de descontração a criança e ao mesmo tempo despertar e explorar a formação simbólica, social, pessoal e cognitiva das mesmas. Além de possibilitar o aprendizado da matemática de forma lúdica e concreta. 6.6.4.2- Objetivos -Objetivos Gerais - Proporcionar as crianças uma formação integral voltada para o exercício da cidadania por intermédio dos conhecimentos matemáticos, valorizando a intuição, a percepção, a observação no aprendizado da matemática. - Possibilitar que recriem, em contextos significativos, relações quantitativas, medidas, formas e orientação espaço temporal. - Propiciar vivências que possibilitem o faz de conta. -Objetivos Específicos - Valorizar a matemática como fonte de prazer, entretenimento e aprendizagem; - Familiarizar-se com os números e sua leitura por meio da execução das atividades; - Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano; - Adotar os conhecimentos matemáticos em suas diferentes formas, como elementos facilitadores do desenvolvimento infantil; - Oferecer um espaço organizado proporcionando as crianças interagir com diferentes materiais significativos, a sua faixa etária, de forma prazerosa; 83 - Proporcionar a criança o direito de construir sua autonomia através de suas fantasias e imaginário; - Oferecer as crianças atividades lúdicas que favoreça um melhor desenvolvimento nos aspectos cognitivo, motor, social e afetivo de maneira prazerosa e divertida no faz de conta. - Propor brincadeiras de faz de conta que possibilitem a construção de sua identidade e autonomia. 6.6.4.3 - Proposta Pedagógica a) Conteúdos Conceituais - Introdução às noções de medidas de comprimento, pequeno/grande, maior/menor, curto/comprido, peso, volume, etc. - Exploração e identificação de cores e formas geométricas; linhas reta círculo, quadrado, triângulo, retângulo - Introdução às noções de posição e espaço: :perto/longe, dentro/fora, aberto/fechado, frente/atrás. -Explorar as noções de quantidade: muito/pouco, menos/mais, cheio/vazio. - Conhecer às noções de tempo: ontem, hoje, amanhã, dia/noite. - Utilização da contagem oral em situações que reconheçam sua necessidade; b)Conteúdos Procedimentais - Utilizar peças geométricas de tamanho e formas diferentes para que os alunos possam fazer comparações; - Agrupar e realizar contagem de diferentes formas: dados, palitos e tampinhas; - Comparar objetos quanto ao tamanho e espessura; - Contar objetos com materiais concretos, utilizar-se de contagem oral nas brincadeiras, jogos e em situações nas quais crianças devem usar contagem; - Utilizar da contagem oral, de noções de quantidade, de tempo e de espaço em jogos e brincadeiras; - Manipular e explorar objetos e brinquedos, percebendo suas características e propriedades, bem como suas possibilidades associativas, tais como: empilhar, rolar, encaixar, etc. c) Conteúdos Atitudinais - Despertar a curiosidade e interesse pelos conhecimentos matemáticos; 84 - Concentrar-se nas realizações das atividades; - Usar a imaginação e a criatividade; - Participar das brincadeiras, jogos de forma prazerosa e espontânea; - Socializar-se com a turma nas atividades coletivas; - Estimular o raciocínio e a atenção; - Usar a imaginação e a criatividade; - Despertar a curiosidade e interesse pelos conhecimentos matemáticos; - Colaborar na preservação de materiais expostos para apreciação; - Participar dos brinquedos livres, o “jogo simbólico” espontâneo integrando-se a este. 6.6.5- Ambiência Brincando com o Movimento do Corpo 6.6.5.1- Fundamentação Teórica Conforme os estudiosos do desenvolvimento infantil, o corpo é o primeiro objeto de interação do sujeito com o mundo. Isto é a criança constrói conhecimentos por meio de experiências diversas que passam pelo seu próprio corpo, com a participação do adulto/educador que deve lhe proporcionar oportunidades não só de movimentos, mas também de contatos, os quais se expressam pelo olhar, pelo gesto, pelo toque. O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem, adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo. Ao movimentar-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. Ao brincar, jogar, imitar, criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam de repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. As crianças aprendem a adaptar movimentos a diferentes espaços, diferentes andamentos e velocidades, variações de intensidade e força e diferentes formas de objetos. Para as crianças pequenas, o movimento significa vida, segurança, e é um fator importante da autodescoberta e da descoberta do ambiente, ajudando as crianças a manterem sua orientação no espaço. É um fator importante no desenvolvimento de seus conceitos de tempo, espaço e direção. Essa ambiência possui os seguintes materiais: bambolês, bolas, saquinhos de areia, cordas, colchonetes, bola de tênis, pneus, piscina (que é montada para dar as primeiras noções de como boiar). Faz parte desta ambiência também o parquinho, que 85 possui balanços, escorregador simples, escorregador com casinha e balanço, gira-gira, e brinquedos para brincar na areia. O professor desta ambiência também poderá utilizar um local denominado barranco, onde as crianças brincam de subir e descer o mesmo com e sem auxílio de cordas, possibilitando as brincadeiras ao ar livre. O momento do parque é organizado, pelos professores, em cantos como areia, brinquedos e faz de conta. Aqui podemos confirmar o que Vygotsky (1998, p.17) diz : “Quando se brinca, o ser humano cria, inova, deixa fluir sua capacidade e liberdade de inventar novas maneiras pra progredir e resolver problemas circunstanciais”. O objetivo específico do eixo linguagem corporal é de que a criança desenvolva capacidades de: - Vivenciar diversas atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, que estimulem a descoberta de novas possibilidades de movimentos; - Desenvolver a capacidade de comunicar e exprimir seus sentimentos através dos movimentos corporais utilizando jogos, brincadeiras e dramatizações; - Aprender a relacionar-se coletivamente através das atividades lúdicas; - Realizar movimentos de estimulação sensorial explorando os órgãos do sentido; (4 anos ); - Apropriar-se da imagem global de seu corpo, desenvolvendo atitudes de interesse e cuidado com o próprio corpo; - Identificar, explorar e estimular a descoberta de novas possibilidades de movimentos corporais; - Explorar os sentidos através dos movimentos corporais; - Explorar as manifestações corporais que possibilitam o conhecimento do mundo real e imaginário; - Realizar movimentos que estimulem a formação do esquema corporal; - Utilizar regras simples na vivência de manifestações corporais; - Expressar com autonomia e liberdade de movimento a cultura da infância; - Explorar os sentidos através dos movimentos corporais; - Explorar as manifestações corporais que possibilitam o conhecimento do mundo real e imaginário; - Realizar movimentos que estimulem a formação do esquema corporal; - Utilizar regras simples na vivência de manifestações corporais; - Expressar com autonomia e liberdade de movimento a cultura da infância; - Participar de atividades corporais utilizando regras simples; 86 - Aprender a relacionar-se consigo mesmo, com o outro e com o mundo; - Expressar seus sentimentos através dos movimentos corporais; - Reconhecer nas manifestações corporais sensações afetivas; - Construir regras de convivência a partir do mundo da fantasia e do imaginário; - Realizar movimentos que estimulem a formação do esquema corporal; - Valorizar atividades corporais provenientes de diferentes culturas. 6.6.5.2- Objetivos - Objetivo Geral Construir conhecimentos sobre o corpo na perspectiva de auto cuidar-se e auto preservarem. Partir de um corpo estritamente biológico para a descoberta de um corpo que se comunica. Elaborar, graficamente, contornos de corpos em harmonia e em comunicação. - Objetivos Específicos: - Desenvolver a coordenação motora grossa e fina através das atividades recreativas e lúdicas como: danças, jogos, brincadeiras livre e orientadas; - Identificar, explorar e estimular a descoberta de novas possibilidades de movimentos corporais; - Expressar com autonomia e liberdade de movimento a cultura da infância. 6.6.5.3- Proposta Pedagógica a) Conteúdos Conceituais - Apropriação progressiva da imagem global de seu corpo; conhecendo e identificando seus segmentos e desenvolvendo cada vez mais uma atitude de interesse e cuidado com o próprio corpo; - Exploração das diferentes qualidades do movimento humano, como força, velocidade, resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente os limites e as potencialidades de seu corpo; - Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização das vivências corporais; - Expressão intencional do movimento nas situações cotidianas e em suas práticas corporais; 87 - Percepções, sensações, emoções e limites expressos e reconhecidos através de sinais corporais; - Exploração dos diferentes espaços que a escola os oferece; - Participação em brincadeiras e jogos envolvendo ações de correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, agachar, dançar etc., ampliando gradativamente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento; - Utilização e manipulação de materiais, objetos, e brinquedos diversos para desenvolvimento das habilidades manuais. b)Conteúdos Procedimentais - Organizar ambiente, materiais e tempo visando integração das diversas atividades; - Explorar e estimular a descoberta de novas possibilidades de movimentos corporais; - Contemplar a imagem do seu próprio corpo de forma a conhecer e familiarizarse com o mesmo; - Movimentar-se em diferentes movimentos durantes as atividades de correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, agachar, dançar etc; - Utilizar e manusear objetos e brinquedos variados desenvolvendo habilidades manuais; c)Conteúdos Atitudinais - Adquirir atitude de respeito e cuidado com o próprio corpo; - Reconhecer e oportunizar a presença dos colegas nas atividades lúdicas, valorizando o trabalho coletivo; - Utilizar criativamente os recursos materiais, como brinquedos e demais objetos no desenvolvimento de suas brincadeiras; - Preservar os materiais pessoais e da escola; - Adotar atitudes de respeito, cooperação e solidariedade em situações lúdicas, repudiando qualquer espécie de violência. 88 6.6.6- Ambiência Pintando o Sete na Informação 6.6.6.1- Fundamentação Teórica A tecnologia aos poucos está sendo incorporada e ganhando espaço nas escolas de educação infantil. Como diz Moura (1998): "A Internet faz hoje parte do nosso mundo, incluindo o espaço escolar, e a educação não pode passar ao lado desta realidade. Este novo recurso põe à disposição um novo mar de possibilidades para novas aprendizagens, permite a interação com outras pessoas das mais variadas culturas, possibilita o intercâmbio de diferentes visões e realidades, e auxilia a procura de respostas para os problemas. Ela é um excelente recurso para qualquer tipo de aprendizagem, em particular nas aprendizagens em que o aprendente assume o controle”. (MOURA, 1998, p. 129) Há uma década, computador em escolas brasileira era, quando muito privilégio de elite. Atualmente há um consenso de que os materiais tecnológico inclusive os computadores devem fazer parte do ambiente educativo desde a educação infantil, para que as crianças compreendam sua funcionalidade e colaborem para uma aprendizagem mais significativa. O uso da informática permite que o professor explore novas maneiras de trabalhar. Segundo Linhares (2001) a informática educativa: “se caracteriza como um suporte ao educador, como um instrumento a mais em sua sala de aula, sendo que o mesmo pode utilizar os recursos colocados a sua disposição para ajudar o aluno a construir novos conhecimentos. Neste nível, o computador é explorado pelo educador em sua potencialidade e capacidade, tornando possível praticar e vivenciar situações fundamentais para a construção do conhecimento pelo aluno. Portanto, a informática assume um papel importante na educação quando se coloca a serviço da mesma” (2001, p.53). Para as crianças a informática trata-se de uma atividade lúdica, outro objeto interessante para manipular, explorar e projetar seu interesse pela descoberta. Elas não 89 precisam de cursos de capacitação para adquirir confiança e familiarizarem-se com o equipamento, aprendem o seu uso com facilidade através de atividades de seu interesse. Essas atividades devem proporcionar a iniciação ao letramento, ao mundo dos números e aos conceitos de lógica que envolvem seriação, classificação, ordenação, etc. As atividades propostas devem apresentar situações apropriadas para serem trabalhadas neste tipo de mídia. Elas devem auxiliar as crianças na compreensão de conceitos, colocando novos desafios e questionamentos. Portanto, como diz Maria Luiza Belloni( 1999, p.78): “O uso da tecnologia é como uma forma de mediatizar o processo de ensino e de aprendizagem”. Caetano e Marques (2002) argumentam que as escolas devem atentar para o fato de que a informática se constitui como um elemento importante no currículo, pois: (...) o contato moderado e orientado da criança com o computador, em situações de ensino-aprendizagem, contribui para o seu melhor desenvolvimento cognitivo e intelectual, em especial no que diz respeito ao raciocínio lógico e formal, à capacidade de pensar com rigor e sistematicidade, a habilidade de inventar ou encontrar soluções para os problemas (MARQUES e CAETANO, 2002, p.137) Portanto, em uma sociedade cujos avanços na tecnologia acontecem cada vez mais rapidamente, se faz necessário a informatização das escolas, pois a utilização da informática na educação contribui, e muito, para o desenvolvimento da criança. As crianças e os jovens, sabem aproveitar por conta própria as oportunidades oferecidas pelo mundo digital, todavia , alguns professores ficam constrangidos diante dessa desenvoltura das crianças, visto que muitos ainda não tem muita habilidade em manusear a máquina. Porém tão importante quanto manusear é incentivar as crianças a utilizar a tecnologia para produzir conhecimentos com base em um labirinto de oportunidades. Assim cabe ao professor(a) gerenciar o uso do computador pelas crianças. Alunos e professores exploram aos poucos os recursos das máquinas, por meio de jogos, histórias, além de pesquisas em sites de busca. O planejamento é elaborado e organizado de forma a atender a todos de acordo com a faixa etária de cada turma e suas possibilidades de aprendizagem. A sala Laboratório de Informática aqui denominada de Pintando o Sete na Informação, funcionará como uma sala ambiente e atenderá todas as crianças , sendo 90 atendido uma turma a cada hora de acordo com o rodízio das ambiências. Cada turma será acompanhado pelo professor regente da sala que contará com auxílio da TMD (técnica em Multimeios didáticos), sendo uma TMD para o período matutino e uma para o período vespertino. Ao professor caberá a função de disponibilizar aos alunos todo o planejamento das atividades que será trabalhada no dia, observar minuciosamente as ações das crianças, visto que este é um momento rico para conhecer o processo de desenvolvimento das mesmas em relação a linguagem, as capacidades sociais, afetivas, cognitivas e emocionais. A ambiência Pintando o Sete na Informação está equipada com 18 computadores com acesso a internet para uso das crianças, kit multimídia (caixa de som para o servidor, e fones de ouvido para todos os computadores), mesas, tapetes emborrachados, um computador que funciona como servidor, uma impressora a laser. Esta ambiência foi implantada no ano de 2011, e o professor tem uma rotina diária que favorece o trabalho realizado, isto é primeiramente em roda de conversa reforça os combinados e cuidados com os equipamentos, depois mostra algum vídeo sobre o assunto a ser trabalhado, retirado da internet ou em DVD, e como última etapa os alunos tem acesso as atividades no computador. 6.6.6.2-Objetivos: - Objetivo Geral: Proporcionar as crianças o acesso ao mundo digital, tendo como fator decisivo a sincronia entre o laboratório de informática e a sala de aula, dando oportunidade para que todos utilizem os recursos tecnológicos de que dispõem. - Objetivos Específicos: - Estimular o raciocínio lógico e o conhecimento de mídias; - Facilitar atividades de pesquisas; - Compartilhar conhecimentos com crianças de outras localidades; - Proporcionar a criança o direito de construir sua autonomia através de suas fantasias e imaginários; 91 - Oferecer as crianças atividades lúdicas que favoreçam um melhor desenvolvimento nos aspectos cognitivo, motor, social e afetivo de maneira prazerosa e divertida; - Promover a interação da criança com os jogos digitais que estimulem estratégias, desafios e raciocínio lógico. 6.6.6.3-Proposta Pedagógica a)Conteúdos Conceituais - Compreensão de como funciona a máquina e para que serve: - Conhecimento das partes principais que o compõem o computador; - Interação com jogos educativos como quebra-cabeça, jogo dos sete erros, vestir bonecos, e muitos outros jogos benéficos acessíveis à idade e a compreensão intelectual de cada faixa etária; -Utilização de softwares como o Paint (programa para fazer desenhos) para desenhar na tela; - Apreciação de histórias e desenhos dos clássicos e infantis; - Visitação a sites educativos como museus, bibliotecas e blogs, orientando o educando a um bom uso dos materiais positivos existentes na rede de internet. b)Conteúdos Procedimentais: - Apresentar as partes que torna o aparelho utilizável; - Realizar atividades variadas; - Assistir histórias infantis; - Realizar jogos diversos; - Fazer leitura de Imagens; - Ilustrar e pintar desenhos na tela; - Apresentar letras e numerais; - Ouvir música, etc. - Visitar sites educativos como museu, bibliotecas, blogs, etc. c)Conteúdos Atitudinais: - Manusear a máquina com cuidado e interesse; - Interagir-se com o meio e a máquina 92 - Familiarizar-se progressivamente com a máquina; - Trocar informações e dúvidas entre colegas e professora; 6.6.7- Sala Multifuncional 6.6.7.1-Fundamentação Teórica A Constituição Federal de 1988 assegura o direito à educação (escolarização) em classes comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à escolarização, as pessoas com necessidades educacionais especiais, preferencialmente em salas de recursos na escola onde estejam matriculados, em outra escola, ou em centros de atendimento educacional especializado. Esse direito também está assegurado na LDBEN – Lei nº 9.394/96, no parecer do CNE/CEB nº 17/01, na Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, na lei nº 10.436/02 e no Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. O Atendimento Educacional Especializado é uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotado. Este atendimento acontece em uma Sala de Recursos Multifuncionais, ou seja, um espaço onde o professor regente com formação continuada em Educação Especial realiza o Atendimento Educacional Especializado/AEE. Constituem-se de mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos de acessibilidade e equipamentos específicos e estão localizadas nas escolas de educação básica que possuem matrículas de estudantes público alvo da educação especial. Esse atendimento deverá ser paralelo ao horário das classes comuns. Uma mesma sala de recursos poderá atender, conforme cronograma e horários específicos a cada aluno ou grupo de alunos duas vezes por semana em um horário que varia entre 1h ou 2hs de atendimento. A EMEB Juarez Sodré Farias buscando incluir, acolher e garantir a aprendizagem dos alunos com deficiência implantou a sala de recurso multifuncional (SRM), em maio de 2012, visando complementar a escolarização desses alunos, garantindo o direito de acesso e permanência nas escolas públicas A Sala de Recursos Multifuncional (AEE) presta um serviço que organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as necessidades específicas dos alunos 93 com deficiência, matriculado no ensino regular, pertencente ao polo, sendo inclusos em classes comum e atendidos na sala de recursos da EMEB Juarez Sodré Farias, visando complementar e/ou suplementar a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado devem ser diferentes daquelas atividades diárias que constituem o dia a dia escolar em sala de aula comum, porém, vale lembrar, que elas não substituem essas atividades, apenas complementa e/ou suplementa a formação dos alunos, fazendo assim com que eles possam se desenvolver como pessoas atuantes e participativas no mundo que vivemos. Os professores que trabalham com estes alunos deverão ser capacitados para atender as suas necessidades especiais. Organizando características próprias para atender cada aluno diferenciando uns aos outros, para o fluxograma de funcionamento. Para que esse aluno seja capaz de compreender a cidadania com participação social e política, com seus direitos e deveres adotando no seu dia-a-dia, atitudes de cooperação e valorizando aspectos socioculturais. Ele tem papel de estimular o aluno com deficiência a participação nas atividades extraclasse junto ao grupo dito normais. Fazê-lo reconhecer como sujeito pertencente ao meio social em que vive, bem como elevar sua autoestima. Dentre as atividades curriculares específicas desenvolvidas no atendimento educacional especializado em salas de recursos se destacam: 1. Ensino do Sistema Braille Consiste na definição e utilização de métodos e estratégias para que o estudante se aproprie desse sistema tátil de leitura e escrita. 2. Estratégias para autonomia no ambiente escolar Consiste no desenvolvimento de atividades, realizadas ou não com o apoio de recursos de tecnologia assistiva, visando à fruição, pelos estudantes, de todos os bens – sociais, culturais, recreativos, esportivos entre outros – serviços e espaços disponíveis no ambiente escolar com autonomia, independência e segurança. 3. Ensino do uso de recursos ópticos e não ópticos Consiste no ensino da funcionalidade e da usabilidade dos recursos ópticos e não ópticos e no desenvolvimento de estratégias para promoção da acessibilidade nas atividades de leitura e escrita. São exemplos de recursos ópticos: lupas manuais ou de 94 apoio, lentes específicas bifocais, telescópios, dentre outros, que possibilitam a ampliação de imagem. São exemplos de recursos não ópticos: iluminação, plano inclinado, contrastes, ampliação de caracteres, cadernos de pauta ampliada, caneta de escrita grossa, lupa eletrônica, recursos de informática, dentre outros, que favorecem o funcionamento visual. 4. Estratégias para o desenvolvimento de processos mentais Consiste na promoção de atividades que ampliem as estruturas cognitivas facilitadoras da aprendizagem, nos mais diversos campos do conhecimento, para desenvolvimento da autonomia e independência do estudante frente às diferentes situações no contexto escolar. A ampliação dessas estratégias para o desenvolvimento dos processos mentais possibilita maior interação entre os estudantes, o que promove a construção coletiva de novos saberes na sala de aula comum. 5. Técnicas de orientação e mobilidade Consiste no ensino de técnicas e desenvolvimento de atividades para a orientação e mobilidade proporcionando o conhecimento dos diferentes espaços e ambientes para a locomoção do estudante, com segurança e autonomia. Para estabelecer as referências necessárias para o ir e vir. Tais atividades devem considerar as condições físicas, intelectuais e sensoriais de cada estudante. 6. Ensino da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS O ensino de Libras consiste no desenvolvimento de estratégias pedagógicas para a aquisição das estruturas gramaticais e dos aspectos linguísticos que caracterizam essa língua. 7. Ensino do uso da comunicação alternativa e aumentativa – CAA Consiste na realização de atividades que ampliem os canais de comunicação com o objetivo de atender as necessidades comunicativas de fala, leitura ou escrita dos estudantes. Alguns exemplos de CAA são cartões de comunicação, pranchas de comunicação com símbolos, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio computador, quando utilizado como ferramenta de voz e comunicação. 95 8. Estratégias para enriquecimento curricular Consiste na organização de práticas pedagógicas exploratórias suplementares ao currículo comum, que objetivam o aprofundamento e expansão nas diversas áreas do conhecimento. Tais estratégias podem ser efetivadas por meio do desenvolvimento de habilidades, da articulação dos serviços realizados na escola, na comunidade, nas instituições de educação superior, da prática da pesquisa e desenvolvimento de produtos; da proposição e o desenvolvimento de projetos de trabalho no âmbito da escola, com temáticas diversificadas, como artes, esporte, ciências e outras. 9. Ensino do uso do Soroban O ensino do uso do Soroban, calculadora mecânico manual, consiste na utilização de estratégias que possibilitem ao estudante o desenvolvimento de habilidades mentais e do raciocínio lógico matemático. 10. Ensino da usabilidade e das funcionalidades da informática acessível Consiste no ensino das funcionalidades e da usabilidade da informática como recurso de acessibilidade à informação e comunicação, promovendo a autonomia do estudante. São exemplos desses recursos: leitores de tela e sintetizadores de voz, ponteiras de cabeça, teclados alternativos, acionadores, softwares para a acessibilidade. 11. Ensino da Língua Portuguesa na modalidade escrita Desenvolvimento de atividades e de estratégias de ensino da língua portuguesa, na modalidade escrita como segunda língua, para estudantes usuários de Libras, voltadas à observação e análise da estrutura da língua, seu sistema lingüístico, funcionamento e variações, tanto nos processos de leitura como na produção de textos. Esse atendimento não pode ser confundido com reforço escolar ou mera repetição dos conteúdos programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas devem constituir um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação e produção de conhecimentos. Portanto o objetivo desta sala é de tornar a escola um espaço democrático, que acolhe e garante a permanência de todos os alunos sem distinção social, cultural, étnica, de gênero ou em razão das deficiências ou das características pessoais de cada educando, possibilitando, através de recursos alternativos, 96 metodologias adequadas, adaptações de materiais, contribuir para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos com deficiência. Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa. O educador da sala Multifuncional deverá fazer: - Estudo de caso de cada aluno; - Planejamento individual; - Aulas individuais ou coletivas;- Interação com os professores do ensino regular; - O turno das aulas deverá ser inverso; - Visitas nas salas de aula e a domicilio; - Parcerias com outros profissionais; - Reuniões com pais, professores e Equipe Gestora; - Procurar recursos para melhor atender o aluno. Será feita uma observação constante do aluno, analisando seu desenvolvimento suas dimensões, registrando atividades relevantes que demonstram a evolução do desenvolvimento intelectual dos alunos. Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado, o aluno com necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos, sendo de responsabilidade da família, da Escola, do Sistema e da sociedade. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, 2001, em seu artigo 2° orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidades para todos”. (Alves, 2006, p.11) Na Sala Multifuncional, devem estar à disposição dos alunos um arsenal de recursos e serviços que contribuirão para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente promover vida independente e inclusão, que são chamadas de Tecnologias Assistivas. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (de janeiro de 2008), afirma que a Educação Especial deve oferecer o 97 Atendimento Educacional Especializado as necessidades educacionais especiais dos alunos com: Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/ Superdotação. 1- Deficiência: Aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” (p.2). Portanto, são alunos com deficiência Intelectual, Física, Surdez, deficiência Auditiva, Cegueira, baixa Visão, Surdo cegueira ou deficiência Múltipla; 2- Transtornos Globais do Desenvolvimento: Aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras (movimentos repetitivos). Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos em outras especificações; 3- Altas Habilidades/Superdotação: Aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: Intelectual, acadêmica; Portanto, o papel do professor do AEE é considerar os aspectos pedagógicos, cognitivo, afetivo e social que permeiam o processo de desenvolvimento da criança com deficiência, buscando estimular os alunos a aprender gradativamente a selecionar, assimilar, interpretar, reformular, intuir, estimar, explicar e comunicar-se. 6.7.7.2- Objetivos - Objetivo Geral: Proporcionar aos alunos com deficiência, transtornos globais e altas habilidades conhecimentos complementar aos adquirido na sala de aula comum visando sua autonomia para o convívio na sociedade. 98 - Objetivos Específicos: - Viabilizar a construção de culturas políticas e práticas inclusivas, através de reflexões acerca do processo de inclusão do aluno com deficiência; - Realizar uma prática reflexiva, para que a educação inclusiva se aprimore cada vez mais através do atendimento especializado; - Promover a interação dos profissionais da educação através de vivências das dinâmicas acerca da inclusão - Identificar, elaborar, produzir e organizar ,serviços, recursos pedagógicos, e estratégias, considerando as necessidades específicas dos alunos. 6.6.7.3-Proposta Pedagógica a) Conteúdos Conceituais - Estimulação a interação dos alunos a participação ativa junto com seus pares; - Criação de vínculos afetivos entre a criança com as outras crianças e os funcionários da escola; - Desenvolvimento da autonomia por intermédio de atividades referente a vida diária; - Desenvolvimento da coordenação motora realizando diferentes atividades manipulativas; - Discriminação tátil de objetos de diferentes texturas; - Discriminação paladar de variados sabores; - Estimulação ao desenvolvimento da percepção, concentração, atenção e memória; - Conhecimento e reconhecimento das letras do alfabeto; - Conhecimento de alguns conceitos matemáticos básicos referente a espaço, tempo, espessura, etc; b)Conteúdos Procedimentais - Desenvolver atividades práticas que envolvam a coordenação motora; conceitos dentro/fora, perto/longe, etc.; - Vivenciar e participar de ações que demonstram afetividade como: abraçar, cumprimentar, compartilhar, etc.; - Realizar atividades que desenvolva autonomia e independência como: abrir e fechar torneira, garrafa; escovar os dentes; tirar e calçar o calçado, etc.; - Desenvolver atividades com materiais concretos e jogos. 99 c)Conteúdos Atitudinais -Interagir espontaneamente com seus pares e funcionário da escola; - Interessar pelas atividades; - Respeitar regras apresentando comportamento de autonomia; - Demonstrar confiança e independência nas atividades da vida diária; 6.7- A Metodologia de Projetos na Construção do Conhecimento O trabalho com a metodologia de projetos é hoje muito veiculado no cenário pedagógico, porém a ideia não é tão nova assim. Ela remonta aos pedagógicos do inicio do século, quando se falava em ensino global e sobre o qual se debruçaram famosos educadores entre os quais, os norte-americanos John Dewey (1852-1952) e Willian Kilpatrick (1871-1965). Para Kilpatrick a metodologia de projetos é uma experiência valiosa, unitária, intencional, e realizada em situações reais, cujo objetivo determina os rumos das atividades e guia seus passos até sua completa realização. A metodologia de projetos surge então da necessidade de desenvolver um trabalho pedagógico que valorize a participação do educando e do educador no processo ensino- aprendizagem, tornando- os responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de cada projeto de trabalho. A metodologia de projetos possibilita desenvolver atividades de ensino e aprendizagens que privilegiam a contribuição de diversas áreas do conhecimento, assim como “ ressignifica os espaços de aprendizagem, de tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes” (Hernandes 1998), garantindo assim as características dos contextos educativos, as diferenças individuais dos alunos e o seu ritmo de aprendizagem. Projetos então é uma proposta de intervenção pedagógica que dá a atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades de aprendizagem aparecem nas tentativas de resolver situações problemáticas. Um projeto possibilita que os alunos ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia e seu compromisso com o social formando - se como sujeitos culturais. 100 De acordo com Hernandez (1998), o professor torna - se um pesquisador, dividindo com os alunos a responsabilidade pela construção do conhecimento. Quanto aos alunos, cabe – lhes desenvolver uma postura ativa perante o processo de ensino aprendizagem e reconhecer que o professor não é mais o único a decidir sobre os caminhos a serem seguidos nem o centro do saber. O processo de ensino aprendizagem por meio de projetos de trabalho possui algumas características que servem de referência para o educador. Essas características são: Um projeto de trabalho é uma atividade intencional, ou seja, orientada em direção a um objetivo que dará sentido ás varias atividades que serão desenvolvidas pelo grupo. Para isso os grupos envolvidos traçam planos, usam diversos recursos disponíveis, refletem individual e coletivamente na produção de algo que terá características diversas, resultado da somatória das características do grupo; O planejamento do projeto de trabalho deve ser flexível, de modo que o tempo e as condições para desenvolvê-lo sejam sempre reavaliados em função dos objetivos inicialmente propostos, dos recursos á disposição do grupo e das circunstâncias que envolvem o projeto; Cada grupo é único, portanto seu trabalho não deve ser comparado com outros ou replicado. O problema que será investigado surge da necessidade do grupo e está relacionando com as experiências e expectativas dos sujeitos que esse grupo representa; Os participantes têm ritmos e estilos diferentes e que, por isso, é preciso dar tempo e condições ao grupo de se conhecer e construir o seu próprio ritmo; O grupo necessita acreditar nas suas potencialidades para que possa refletir, criar, descobrir, crescer e desenvolver-se na trajetória da construção do seu próprio conhecimento. Todos podem aprender com todos, inclusive o educador. E fundamental a valorização da experiência que cada um carrega consigo na formulação do problema e no desenvolvimento do projeto de trabalho. Ao se pensar em desenvolvimento de projetos, alguns momentos devem ser considerados: 101 Primeiro - Problematização, momento, no qual o tema ou problema é escolhido ou negociado pelo grupo, o problema sempre vem em forma de questionamento. Surge de uma insatisfação, de uma curiosidade. Segundo - Desenvolvimento, no qual são elaboradas estratégias para buscar respostas ao problema, assim como atingir os objetivos propostos. Terceiro - Síntese, a sistematização do conhecimento elaborado e o ponto de partida para novos projetos. É nesse momento que se avalia o trabalho realizado e os objetivos propostos. Apesar de definidos os momentos de desenvolvimento da metodologia de projetos, eles precisam ser considerados como parte de um processo contínuo, sujeito a mudança e recontextualização de acordo com as necessidades que vem surgindo. O planejamento deve ser flexível para incorporar as modificações que se façam necessários no decorrer de seu desenvolvimento. Desta forma a organização curricular será operacionalizada mediante a metodologia de projetos seguindo os princípios do projeto liberando o mundo da fantasia na organização da rotina escolar, cada espaço da escola, desenvolverá suas atividades específicas, contribuindo desta forma para o desenvolvimento das crianças. 102 7 – HORA ATIVIDADE DOS PROFESSORES E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO Tempo destinado aos professores para planejamentos, estudos, leituras, preparação de material, atendimento aos pais, registro das aulas e frequências dos alunos no sistema SIGEDUCA. É nesse momento, que os professores tiram suas dúvidas, repassam informações sobre o rendimento e o comportamento dos alunos. A ocasião também é oportuna para que sejam revistos os planejamentos e modificados sempre que necessário. A formação continuada de seus profissionais é um desafio para todas as instituições. No que se refere aos docentes a própria LDB diz que “a formação de docentes pra atuar na Educação Básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena, em universidades e instituto superiores de educação...” (art. 62), nas disposições transitórias (art. 87.4), dispõe que a partir de 2007 “somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”. A maioria das atividades de formação como seminários, cursos e palestras enfatizam a transmissão de conteúdos, com a visão de formação como sinônimo de colocar os profissionais a par das últimas pesquisas, ou dos novos conhecimentos teóricos, como se, com isso as práticas pedagógicas e o atendimento nas unidades de ensino fossem automaticamente transformadas. No entanto é preciso encontrar meios de viabilizá-la efetivamente sendo um tema muito discutido, onde vários estudos e práticas estão sugerindo que, embora os momentos de conhecer novas teorias sejam importantes, por ampliarem o saber dos profissionais, eles não incidem necessariamente em seu saber fazer, isto é, na transformação efetiva de sua prática diária. É importante considerar o professor como um profissional autônomo que desenvolve conhecimentos específicos no próprio processo de construção e reconstrução de sua prática reflexiva. A reflexão é importante, o repensar retorna continuamente aos caminhos já percorridos, reexaminar a prática pedagógica de forma crítica e criteriosa numa busca constante de significados, desta forma, propomos uma formação continuada em serviço 103 incluindo a reflexão que deve partir de situações práticas reais, ou seja, desenvolver a capacidade reflexiva de todos os profissionais que trabalham na escola de Educação Infantil, utilizando as suas ações diárias e os seus conhecimentos pedagógicos, nos encontros de formação continuada no interior da unidade escolar. Assim, a formação assume uma dimensão participativa e investigativa do diálogo com a própria ação de discussão. Os profissionais são colocados em um contexto de aprendizagem e aprendem a fazer fazendo; errando, acertando e discutindo, tomando decisões, pesquisando. Estamos chamando este trabalho de tematização da prática pedagógica, pois envolve a utilização de diferentes recursos para trazer a experiência prática para a análise coletiva, como por exemplo, situações didáticas ou produções das crianças, as quais serão analisadas, debatidas e refletidas no coletivo, estabelecendo relação da prática com a teoria. À medida que os profissionais tornam-se coparticipantes da formação, refletindo, discutindo e elaborando propostas de intervenção, deixam de ser apenas receptores de informação e converte-se em participantes ativos, responsáveis pelas mudanças da prática educativa. Essa mudança só será possível se criarmos uma cultura colaborativa, em que a reflexão sobre o próprio trabalho seja um de seus componentes, como também criar condições institucionais, estabelecendo no calendário escolar e nos projetos específicos os horários de reuniões e encontros de formação, que deverão acontecer ao final de cada mês conforme calendário escolar. É fundamental ter a visão de que cada profissional é um ser em desenvolvimento, com características e ritmos individuais na construção de conhecimentos e na construção de si próprios, por isso é necessário respeitar a sua individualidade. Só assim acreditamos ser possível reverter o investimento na formação de profissionais, no desenvolvimento de um trabalho de maior qualidade junto às crianças que resulte na melhoria de suas aprendizagens. 104 8- PROCESSOS E ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADOS PELA INSTITUIÇÃO Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de importância vital, sendo uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que interpreta uma determinada mensagem. A comunicação é de suma importância em uma escola, pois é através dela que são estreitados os laços entre escola/família, escola/Secretaria de Educação, escola/ outras instituições. São utilizados como forma de comunicação. 1- Escrita: ofícios, bilhetes, circular interna, e-mails. 2- Oral : Reuniões, conversa com familiares, telefonemas. São usados para a comunicação murais, agendas, cartazes. 105 9- O PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Conceber e praticar a avaliação em uma outra perspectiva é um desafio para a educação, o qual deve ser enfrentado coletivamente nos espaços educativos. Rever a avaliação em uma perspectiva de construção exige uma análise sobre a organização do trabalho pedagógico, o currículo, os tempos e os espaços educativos, além das concepções de mundo, de sociedade infantil, de criança e de infância que temos praticado. O sentido da avaliação na educação infantil encontra fundamento aqui. Ela pode ser traduzida em uma série de estratégias que visam à observação, a documentação, a reflexão, a interpretação, a compreensão e ao acompanhamento das aprendizagens das crianças, ao mesmo tempo em que contribuem para a reorientação e a qualificação da prática pedagógica, permitindo ao professor construir um entendimento não só daquilo que as crianças entendem, fazem e sabem, mas também do caminho que as leva a construir o conhecimento. Essa busca de entendimento é a chave para que os educadores possam construir experiências positivas de crescimento para as crianças. Em uma pedagogia desse tipo, o professor precisa estar atento àquilo que as crianças dizem, pensam e fazem. Essa não é uma tarefa fácil, pois exige de nós, educadores, um alto nível de comprometimento e curiosidade intelectual, aliados a um forte sentimento de respeito e valorização em relação às crianças e suas potencialidades. Nesse sentido, a ética na avaliação do desenvolvimento infantil reside no direito a um percurso de crescimento que considere os ritmos, os jeitos e as historias peculiares de cada criança. Alguns princípios que deverão nortear uma avaliação na instituição de educação infantil são: O olhar observador; A promoção das crianças e de suas aprendizagens; A valorização das experiências culturais das crianças; O desenvolvimento da autonomia; A inclusão; O dialogo; A preservação da auto estima favorável ao crescimento; 106 O comprometimento da escola e do professor com o social; O caráter formativo da avaliação; A auto avaliação; A participação; A construção da responsabilidade com o coletivo. A clareza e a retidão de princípios poderão nortear uma prática coerente e própria de uma escola ou instituição democrática, compromissada com o crescimento e a valorização das crianças, professores, educadores e funcionários. 9.1 Avaliação Institucional e a atualização do Projeto Político Pedagógico A avaliação é objeto de constantes pesquisas voltadas para diferentes enfoques os quais permitem de forma institucionalizada, sistemática, periódica, ampliar a comunicação entre todos os segmentos, a fim de que se possa estar consciente dos avanços, problemas e possibilidades enfrentados por professores e alunos. Para Perrenoud, (1999) um processo de avaliação consta de amplo movimento de comunicação presente no Projeto Pedagógico da escola embasada nos princípios de que a avaliação não é um fim em si, mas um meio que permite compreender o processo para redefinir ações. A função nuclear da avaliação é ajudar o aluno a aprender e ao professor, ensinar determinando também quanto e em que nível os objetivos estão sendo atingidos. Para isso é necessário o uso de instrumentos e procedimentos de avaliação adequados. (Libâneo, 1994, p.204). No entender de Luckesi (1999, p.43) “para não ser autoritária e conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos”. Entendemos que a avaliação se dá através de dados quantitativos e qualitativos acerca do progresso escolar dos alunos, da atuação de educadores e administradores, da eficácia de currículos e da metodologia didática utilizada; da utilização de instrumentos formais e informais; formulação de juízo de valor sobre os dados colhidos, objetivando tomada de decisão que leve em consideração, não apenas o que foi avaliado, mas, e 107 principalmente, os fins a que se destinam os resultados, e realimentação do processo, com vistas ao aprimoramento do "objeto" avaliado. Para que o processo de avaliação escolar tenha o potencial de contribuir com o aperfeiçoamento das ações em desenvolvimento deve revestir-se de características, tais como: - Ser Democrático, no sentido de considerar que os integrantes da ação educacional são capazes de assumir o processo de transformação da educação escolar, sob a ótica dos interesses das camadas majoritárias da população; - Ser Abrangente, significando que todos os integrantes e os diversos componentes da organização escolar sejam avaliados, a atuação do professor e de outros profissionais da escola; os conteúdos e processos de ensino; as condições, dinâmicas e relações de trabalho; os recursos físicos e materiais disponíveis; a articulação da escola com a comunidade, com grupos organizados da sociedade; as relações da escola com outras escolas e instancias do sistema. - Ser Participativo, prevendo a cooperação de todos, desde a definição de como a avaliação deve ser conduzida até a analise dos resultados e escolha dos rumos de ação a serem seguidos. - Ser Contínuo, se constituindo efetivamente em uma pratica que integra o planejamento escolar em uma dimensão educativa. Thurler (1998, p.176) observa que a avaliação de eficácia das escolas “resulta de um processo de construção, pelos atores envolvidos de uma representação de objetivos e dos efeitos de sua ação comum”. A EMEB Juarez Sodré Farias, estará avaliando os seus educandos durante todo o processo de ensino e aprendizagem que será desenvolvido mediante a metodologia de projetos, utilizando como instrumentos a observação, a participação das crianças nas atividades que estão sendo desenvolvidas, ao término de cada bimestre. Dentro deste contexto, ao final de cada projeto desenvolvido, serão avaliadas também todas as ações educativas, o desempenho de todos os profissionais, ou seja, deverão ser avaliados todos os processos de gestão de uma unidade escolar. Ressaltamos que o PPP sofre adequações anualmente durante a semana pedagógica , momento esse em que estamos planejando o ano letivo e por essa razão o momento adequado as mudanças. 108 10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - ABRAMOVICH, F. 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Educação Física e a Alfabetização: Sprint, 2004. - TEXTOS variados da INTERNET sobre: Educação Ambiental, Educação dos Idosos, metodologia de projetos, Educação étnico racial, Educação inclusiva, avaliação. 111 11 – ANEXOS - Projetos Pedagógicos - Regimento Escolar; - Matriz Curricular; - Calendário Escolar; 112 ANEXO 11.1-PROJETOS PEDAGÓGICOS 113 PROJETOS PEDAGÓGICOS 1- PROJETO DE LEITURA - PASTA DO CONTO I- INTRODUÇÃO É dever de toda escola que queira realizar um trabalho eficiente e de qualidade incentivar desde a educação Infantil, o desenvolvimento de comportamentos leitores, antes mesmo de a criança aprender formalmente a ler. Além de aproximar a criança no mundo letrado, a leitura alimenta o imaginário e incorpora essa experiência à brincadeira, ao desenho e às estórias que todos os pequenos gostam de contar. Este projeto denominado PASTA DO CONTO, tem como objetivo principal o incentivo e o gosto pela leitura . Pensando no envolvimento da família/escola, cada família terá um espaço para registrar seu depoimento sobre este trabalho. Trabalhar com a LITERATURA é promover a aprendizagem que sirva para a construção de sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém a questiona e a transforma. O diferencial deste projeto está em levar para casa do aluno, um material adequado à sua leitura, com isto fazer com que os pais também se envolvam com a atividade, este projeto visa proporcionar momentos agradáveis a toda a família. A criança que ouve histórias contadas por seus pais e professores, que é incentivada a “ler” as figuras e imaginar o que está ocorrendo, que é incentivada a criar história sobre estas gravuras e contá-las oralmente, enfim, a criança que descobre a magia dos livros será um eterno leitor. O livro precisa ser para o aluno fonte de prazer, deve poder rir e chorar, emocionar-se e ter sentimentos em relação às histórias que lê. O aluno precisa também ter respeitadas as suas preferências quanto ao gênero literário, para que se sinta estimulado a procurar novas leituras, novos gêneros. Na leitura, a expressão oral e a escrita estão intimamente relacionadas. O referido projeto atenderá todas as crianças da escola com idade de 03 a 05 anos, sendo necessários vários livros de estórias, lendas, fábulas e contos com temas variados, possibilitando a ampliação de conhecimento, valores e culturas 114 diferenciadas, como proporcionará uma riqueza maior para o desenvolvimento do projeto. Objetivo geral Propiciar uma nova metodologia de trabalho para que as crianças sintam-se estimuladas a leitura e interpretação. Objetivo específico Incentivar a leitura; Despertar na criança o gosto pela leitura. Contribuir para o desenvolvimento da interpretação textual; Desenvolver a linguagem oral da criança, ampliando seu vocabulário; Possibilitar a integração dos pais com os filhos através do Projeto de Leitura; Sensibilizar a família da importância da leitura nessa fase escolar, como em toda a vida da criança. Proporcionar momentos de prazer através da leitura, ampliando vocabulário e a organização do pensamento; Incentivar as crianças a contarem histórias para os colegas; Desenvolver nas crianças a habilidade de ouvir, aumentando como consequência a sua capacidade de atenção. Operacionalização: O projeto será desenvolvido com a participação dos pais dos nossos educandos, em parceria com a ambiência: “Literatura Infantil ”, onde uma vez por semana, um representante de cada turma levará um livro de literatura infantil, onde os pais ou responsáveis deverão contar ou ler a estória ao seu filho (a) sendo que a criança contará a mesma estória aos seus colegas na sala, mostrando e comentando sua experiência . Em casa uma pessoa da família deverá ler o livro com o aluno, quantas vezes forem necessárias, para que a criança compreenda o texto. Em seguida, a criança fará o registro da história ouvida por meio de pintura, desenho, ou colagem. Por meio da utilização de uma pasta decorada, contendo um livro de leitura, um caderno de registros, lápis de cor e giz de cera. mostrando e comentando sua experiência para os colegas de sala. 115 Sugestões de autores para o projeto; Monteiro Lobato Ruth Rocha Ziraldo Temáticas regionais Poesias Contos Avaliação O projeto será avaliado durante todo o processo através da observação dos seguintes itens: - O interesse dos alunos e de seus familiares; - O desenvolvimento da capacidade de criar e recriar a história; - A participação dos alunos na apresentação do conto oral ou dramatizado; A participação das crianças no processo de escrita; REFERÊNICAS BRASIL, Secretaria de Educação Infantil. Parâmetros curriculares nacionais: Brasília: MEC, 1997. DEMO, Pedro. Avaliação quantitativa. São Paulo: Brasiliense, sd. FERREIRO, Emília. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. _____. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola a universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade; 1993. SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 1997. TEBEROSKY, Ana. A psicopedagoga da língua escrita. Petrópolis: Vozes, 1993. VYGOTSKY, Lev Semynovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988 116 2- PROJETO: CONVIVENDO COM AS DIFERENÇAS Introdução Há uma riqueza de diversidade cultural existente no Brasil a iniciar pelas características físicas, crenças religiosas, dança, música, alimentação, etc. Todavia a origem dessa riqueza é herdada do povo negro africano trazidos forçadamente para colaborar na exploração da então terra descoberta pelos portugueses. O projeto surgiu da necessidade de aguçar nas crianças o interesse e estimular o respeito pelas outras culturas e raças, bem como a todo tipo de diferença. As discussões que surgem acerca das diferenças e diferentes formas de preconceito cultural abordam a necessidade de enfocar na educação escolar o trabalho com a diversidade existente na cultura brasileira, primando pela valorização e respeito ao outro. É analisando quem somos que oportunizamos às crianças refletirem sobre a mistura que compõem a nossa raça. Isso possibilita o reconhecimento de que todos somos iguais, independente da cor da pele, da aparência física, do sexo, da crença, da cultura, da idade; pois todos temos direito as mesmas oportunidades. Abordaremos também aspectos da pluralidade cultural, bem como convívio social e étnica. Trabalharemos questões ligadas a valorização, respeito as pessoas mais velhas. E também as datas comemorativas do bimestre. Por se tratarem de temas amplos podem ser trabalhados ao mesmo tempo, integrando o conhecimento dos alunos e inserindo novos conceitos. Todos os temas ligados a diversidade podem ser inseridos por meio de conversa informal, brincadeiras, jogos, dramatização, imagens e músicas. Ao longo de décadas a origem do povo brasileiro foi negada ou de certa forma camuflada. As poucas informações sobre a história verdadeira da sociedade brasileira tanto no conhecimento informal ou formal foram refreadas, deturpadas e estereotipadas. Em nove de janeiro de 2003, passou a vogar a Lei 10.639, tornando obrigatório o ensino referente à História e Cultura Afro-brasileira nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, tanto públicos quanto particulares. A Lei prevê a inclusão de conteúdos que dê ênfase ao estudo das lutas dos negros no Brasil, sua cultura e sua 117 contribuição na formação da sociedade brasileira. Tais estudos deverão ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. Embora a Lei não mencione obrigatoriedade do estudo na educação infantil, a escola, busca contribuir para a sustentabilidade da mesma, incluindo no Currículo a temática. Tal iniciativa parte da concepção de que é na educação infantil que a criança inicia seus primeiros passos na vida social, portanto é o momento oportuno e de suma importância para semear atitudes positivas com relação a história e cultura Afrobrasileira. Para sustentabilidade do estudo, a temática conta com apoio do projeto maior “A cor da cultura”. Ao trabalhar esse tema volta-se para a observação das diferenças enquanto características e abandonam-se preconceitos que ao longo da história serviram para a desvalorização dos atributos individuais, e contribuímos na formação de uma consciência crítica nas crianças que possibilitem a ações e atitudes positivas. Portanto, devemos despertar o interesse em cuidar do outro, pois isso implica em compromisso com o semelhante, em uma ação pautada em princípios e valores. Implica em desenvolver solidariedade e compreensão, em ter uma dimensão ética e de respeito com as pessoas. Aprender a cuidar do outro implica num intenso processo de interação e de formação de vínculos. O cuidado com o outro é concretizado em ações e atitudes realizadas para promover o conforto e o bem-estar do outro. Favorecendo assim acolher as diferenças, por meio da promoção de situações de igualdade e no auxílio à superação de diferenças. As discriminações de gênero, étnico-racial e por orientação sexual, são dilemas que, para serem resolvidos, precisam ser desnaturalizados e esse processo de desnaturalização passa, necessariamente, pela informação séria que instrumentaliza professores. Objetivos Gerais Possibilitar o desenvolvimento de valores básicos para a consciência da mistura racial, para o respeito ao outro e a si mesmo e para que compreendam, respeitem e valorizem a diversidade sociocultural e a convivência em uma sociedade democrática. 118 Promover a implantação da Lei nº 10.639/03 visando valorizar a diversidade étnico-racial por meio do projeto A COR DA CULTURA. Objetivos Específicos Contribuir para a implantação da Lei Nº 10.639/03; Resgatar a História do povo negro e sua contribuição dessa nação; Aprofundar os Conhecimentos com relação à Cultura Afro-brasileira e sua origem; Orientar a implementação de ações pedagógicas que favoreça a valorização da história e da Cultura Afro-brasileira e Mato-grossense; Contribuir para combater o racismo e a descriminação sobre os negros e seus descendentes dessa nação; Reconhecer a diversidade cultural e respeitar as diferenças; Valorizar atividades corporais provenientes de diferentes culturas; Incentivar a criança a vivenciar o amor e o respeito pelas pessoas; Valorizar e respeitar a família e os mais velhos; Trabalhar a conscientização ao processo de envelhecimento com qualidade e ao respeito e à valorização do idoso, produzindo conhecimento por intermédio de atividade informativa, artística, cultural e educativa; Operacionalização Este projeto será desenvolvido a partir do estudo da Lei 10.639/03, visando a valorização e a participação do povo negro na formação da sociedade brasileira. Desenvolver-se-á mensalmente durante o ano letivo. As ações serão voltados para a discussão e aprofundamento das questões que tratam das desigualdades étnico raciais no âmbito da unidade escolar e na sociedade no dia-a-dia, através de leituras e textos, apresentação de vídeos, dança, jogos, outras atividades Culturais afro-brasileira. - Apresentação do material utilizado no curso de formação - Fazer leitura dos textos complementares com atividades voltadas para educação infantil - Realizar conto de histórias afro, refletindo sobre aspectos discriminatórios ou antidiscriminatório nos textos. 119 - Apresentar documentários e aprofundar o assunto em pesquisa. - Apresentar danças diversas pesquisando qual é de origem Africana, Europeia, Indígena, Anglo-americana. - Pesquisar atividades que contemple a história afro-brasileira e adapta-la ao planejamento de sala. Será implementado no decorrer do ano letivo em todos os bimestres. Bibliografia MINISTERIO DA EDUCAÇÃO – Orientação e Ações para a Educação das Relações Étnicos-Racionais. - SABERES E FAZERES, VI: modo de ver – Fundação Roberto Marinho - PROJETO POLITICO PADAGÓGICO da EMEB JUAREZ SODRÉ FARIAS. - Matriz Curricular de Referencia da SME - A terceira idade na Pastoral da criança / De bem com a vida 120 3- PROJETO: BRINCADIQUÊ? PELO DIREITO AO BRINCAR NA ESCOLA I- INTRODUÇÃO Este projeto visa a participação efetiva da criança, dando voz e vez a elas. Isto porque ao longo da história as crianças sempre foram vistas como seres frágeis, incapazes, o que fortalecia a concepção equivocada de infância, influenciando o modo como os adultos agem com as crianças, não permitindo que as mesmas se expressem, participem, opinem sobre o que desejam e gostam de fazer. E atualmente, sob o viés da sociologia a criança passa a ser a protagonista, como diz Sarmento(2008,p.22): “são atores sociais, nos seus mundos de vida, e a infância, como categoria social do tipo operacional, socialmente construída. Portanto a escola precisa garantir esse direito de ser ator da sua aprendizagem, ter voz e vez. O brincar é um recurso pedagógico rico de possibilidades lúdicas e necessita de mudança de postura profissional do educador, isto é, faz-se necessário uma reflexão sobre a prática pedagógica para que a mesma garanta o direito de brincar e possibilite o protagonismo das crianças. Sendo assim, precisa-se pensar na formação continuada para os profissionais da educação e toda comunidade escolar, pois só assim consegue-se o comprometimento de todos os envolvidos no processo de desenvolvimento das crianças. Ao brincar, a criança vai estimulando a aprendizagem, a aquisição de conhecimentos, a criatividade, a imaginação, a socialização, a coordenação motora, bem como diversas habilidades importantes para o seu desenvolvimento. O brincar, além de ser um direito de todas as crianças, é uma forma de expressão dos seus pensamentos e sentimentos. A criança brinca por necessidade e ao brincar aprimora seus sentidos e seus movimentos; vai conhecendo como são e para que servem os objetos e brinquedos; desenvolve sua linguagem e seu pensamento; aprende e compreende as atividades, os costumes dos adultos e as relações entre as pessoas. Sendo feito este trabalho teremos um profissional que olhe o mundo com olhos de criança, sendo mediador, observador, leitor, escritor, criativo que escuta as crianças que garantam o prazer e a vontade de aprender. No ensino da leitura e da escrita na educação infantil de 3 a 5 anos, podemos utilizar as brincadeiras que vão desde as que exigem atenção, concentração, observação 121 e escuta, até as que exigem materiais linguísticos concretos, tais como: letras, quebra cabeça, recorte, textos, livros infantis, lápis e folhas de papel. Na linguagem matemática, usa-se a brincadeira como ferramenta de solução de problemas cotidianos e deve-se estar sempre favorecendo a experimentação, onde a criança possa desenvolver a compreensão de representação do sistema numérico atual. Portanto a escola de educação infantil tem o importante papel de ajudar as crianças a formarem o pensamento lógico matemático e para que isso aconteça deve-se entender a matemática como uma atividade de pensamento, de raciocínio, que será efetivado nas interações da criança com a criança, da criança com o adulto e da criança com o meio, através de brincadeiras e jogos. OBJETIVO GERAL Oferecer subsídios teóricos para que a ludicidade aconteça em todos os momentos de aprendizagem em sala de aula ou fora dela. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Propor momentos de estudo aos professores para fortalecer o brincar em sala de aula; Propiciar momentos de construção dos brinquedos e brincadeiras pelas crianças; Incentivar a participação das crianças nas brincadeiras e jogos; Valorizar a construção e criatividade. Incentivar a participação da família nas brincadeiras com seus filhos Estimular a transmissão de valores e cultura da comunidade pela interação das gerações mais velhas com as mais novas; Proporcionar momentos agradáveis e de prazer; Ampliar as possibilidades expressivas nas brincadeiras, jogos e demais situações de interação. Produzir trabalhos de arte utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da colagem e da construção. Desenvolver a sensibilidade, o raciocínio lógico, a expressão corporal, a capacidade de concentração, a memória, a inteligência , o cuidado, o capricho e a criatividade; Pesquisar junto com as famílias sobre as brincadeiras e brinquedos do seu tempo de infância. 122 OPERACIONALIZAÇÃO Será implementado no decorrer do ano letivo em todos os bimestres, com brincadeiras livres e dirigidas, jogos, cantinhos etc., pois as crianças da educação infantil devem ser capaz de explorar o ambiente, relacionar com outras pessoas, manifestar curiosidade e interesse. Brincadeiras livres levam a criança a usar a imaginação, o faz de contas, sociabilidade, e interação entre elas. As brincadeiras livres e dirigidas levam a criança a desenvolver varias habilidades, tais como: agilidade, socialização, equilíbrio, lateralidade, ritmo, criatividade, linguagem, atenção, concentração, coordenação motora. Poderá ser confeccionado diversos jogos e brinquedos utilizando materiais recicláveis. De acordo com a rotina e o planejamento pedagógico, possibilitaremos momentos de participação da família, com a realização de oficinas de construção de brinquedos, onde procuraremos fazer o resgate de algumas brincadeiras antigas. REFERÊNCIA - FERREIRA,S.L. ET aL. RECREAÇÃO E JOGOS. Rio de janeiro: S PRINT, 2001. - FRIEDMANN,A. ET AL.O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: ScrittaABRINQ,1998. - KISHIMOTO, Tisuko M .Jogos tradicionais infantis: o jogo a criança e a educação. Petrópolis. RIO DE JANEIRO; VOZES,1993. - Rede Marista de Solidariedade. Brincadiquê? Pelo direito ao brincar: Coletânea de textos de formação. Curitiba, Editora Champagant,2014.