Lia Valls Pereira - IBRE

 TEXTO PARA DISCUSSÃO
Piora o Indicador de Clima Econômico
na América Latina
Lia Valls Pereira
Pesquisadora de Economia Aplicada do FGV/IBRE
Maio de 2013
PIORA O INDICADOR DE CLIMA ECONÔMICO NA AMÉRICA LATINA
O Indicador de Clima Econômico da América Latina (ICE-AL) continua na zona de
avaliação favorável, mas caiu 0,3 pontos de percentagem na Sondagem realizada em
abril de 2013. A piora no indicador está associada ao Indicador de Expectativas (IE-AL),
(-0,8 pontos de percentagem) , enquanto o Indicador da Situação Atual (ISA-AL)
melhorou (+0,2 pontos de percentagem).
Entre os onze países selecionados para análise, oito tiveram avaliação favorável em
relação à situação atual. Nesse grupo, Equador, México e Paraguai registraram
aumento no Indicador da Situação Atual (ISA-AL), enquanto Bolívia, Chile, Colômbia,
Peru e Uruguai, queda. Observa-se, porém, que o Chile lidera a lista dos melhores ISA
da América latina. Os outros países (Brasil, Argentina e Venezeula) estão na zona de
avaliação desfavorável do ISA, embora o do Brasil tenha melhorado em 0,1 pontos de
percentagem.
Quatro países estão na zona de avaliação favorável das expectativas — Brasil, México,
Peru e Paraguai — mas apenas o último citado, apresentou melhora no IE. Colômbia e
Equador também registraram melhora nas expectativas, mas assim como a Bolívia
estão na zona “neutra” (a que marca o limite entre avaliações favoráveis e
desfavoráveis). Argentina, Uruguai, Venezuela e Chile estão na zona desfavorável e
tiveram piora nos seus indicadores de expectativas. Destaca-se, porém, que o Chile é o
país com a melhor avaliação desse grupo.
O resultado do ICE que é a média do ISA e do IE mostra, portanto, que no mês de abril,
oito países estavam na zona favorável, mas apenas Equador e Paraguai melhoram a
avaliação do clima econômico. No caso do Brasil, o ICE de abril ficou 0,5 pontos
percentuais abaixo da média histórica dos últimos dez anos e seguiu, portanto, sua
trajetória de declínio iniciada em outubro de 2012. Passaram para a zona de avaliação
desfavorável do ICE, Argentina e Uruguai, enquanto a Venezuela continua a liderar o
ranking dos ICEs mais baixos, desde julho de 2012.
Por último, a Sondagem da América Latina de abril traz um questionário sobre o que os
especialistas entrevistados consideram os principais problemas que os países
enfrentam para crescerem. Destacamos os problemas indicados como os mais
importantes em cada um dos onze países sem distinção do peso conferido a cada um.
Assim, no Brasil é citada a falta de confiança nas políticas do governo, mas na escala de
importância, é a questão menos importante no conjunto das “mais importantes” no
país. O que chama atenção?
A falta de competitividade é considerada uma questão muito importante na agenda de
crescimento econômico em todos os países e a segunda mais frequente é a falta de
mão de obra qualificada, que é um dos fatores da competitividade. Os países que
formam a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México) apenas citam essas duas
questões. Os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela)
apontam um número maior de entraves ao crescimento, incluindo questões relativas à
estabilidade macroeconômica (inflação). A Bolívia registra cinco obstáculos e o
Equador, dois.
Logo, além da média do ICE dos países da Aliança do Pacífico ser maior do que a dos
países do Mercosul, os países desse último bloco enfrentam um maior número de
problemas para assegurarem uma trajetória de crescimento econômico
PROBLEMAS APONTADOS COMO MUITO IMPORTANTES QUE OS PAÍSES ENFRENTAM
NO MOMENTO PRESENTE: ABRIL DE 2013
Falta
de
confia
nça
nas
polític
as do
govern
o
Argenti
na
Bolivia
Brasil
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México
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it
públi
co
Dívid
a
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na
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ão
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capi
tal
160
Indicador da Situação Atual da América Latina
Indicador de Expectativas da América Latina
140
120
100
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40
abr/03
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abr/08
abr/09
abr/10
abr/11
abr/12
abr/13
INDICADOR DO CLIMA ECONÔMICO
out/12
jan/13
abr/13
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia
Equador
México
Paraguai
Peru
Uruguai
Venezuela