Mário - Grupo Photon

Transcrição

Mário - Grupo Photon
Apoio
ANO 24 - # 230
Março de 2014
Garantia Inmetro
Entenda como funciona o
processo de certificação das
autopeças no País e o que
vai mudar no mercado de
reposição ainda este ano
Entrevista
Pioneirismo e obstinação marcam a reposição
nas décadas de 50 e 60
0 0 2 3 0
Penhaveres
487036
Mário
Compromisso com a reposição
é prioridade para Bosch,
destaca Delfim Calixto,
vice-presidente de
Aftermarket da multinacional
para a América Latina
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
ALINHANDO
INFORMAÇÃO
É
Divulgação
com muita satisfação que apresentamos
mais uma edição da revista. Os temas
têm sido escolhidos de acordo com as
necessidades do setor de distribuição.
Para isso, o conselho editorial da revista discute
e avalia para definir os assuntos, como também a
forma de abordagem das matérias. Nesta edição, a
matéria de capa trata da certificação de autopeças,
um tema muito importante, uma vez que vários
itens a serem comercializados no varejo a partir
de julho de 2014 estão relacionados na portaria
nº 201/2011. Existem ainda muitas dúvidas sobre
Renato Giannini, presidente da
essa medida, com relação a prazos e exceções, pois
Andap – Associação Nacional dos
são muitos itens envolvidos. Por isso, apuramos
Distribuidores de Autopeças
as informações com o conselheiro do Sindipeças
para o mercado de reposição e coordenador do
GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), Elias Mufarej, que esclareceu esses
pontos, assim como outros entrevistados.
Também apresentamos a entrevista com o vice-presidente de Aftermarket da
Bosch para a América Latina, Delfim Calixto, que fala sobre os planos da empresa
para o Brasil e destaca a relação com os distribuidores. Na seção Especial, Mário
Penhaveres Baptista conta fatos interessantes sobre sua vivência no mercado
de reposição que demonstram como era o segmento nas décadas de 50 e 60.
Há também matéria da Roles em homenagem aos 45 anos de fundação, entre
outras notícias de interesse do setor. Buscamos criar conteúdo que seja relevante
para os distribuidores, tornando a revista o canal oficial da entidade e mais uma
forma de fortalecer o setor.
Queremos nos aprimorar a cada edição. Por isso, a contribuição dos leitores será
muita bem-vinda, com dicas e sugestões.
Boa leitura!
4 Mercado Automotivo • março • 2014
Índice w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
10
20
32
Entrevista
Especial
Em Destaque
Compromisso com a reposição é
prioridade para a Bosch, destaca Delfim
Calixto, vice-presidente de Aftermarket
da multinacional para a América Latina
Sincopeças – Pioneirismo e obstinação
marcam a reposição nas décadas
de 50 e 60
Roles comemora 45 anos investindo no
fortalecimento da marca
14 Capa
Autopeças precisam passar pelo crivo do mais confiável instituto de medidas do
País se quiserem continuar no mercado
Índice
24 Geomarketing Automotivo
Março de 2014
Santa Catarina
28 Estatísticas
Emplacamentos em 2014
30 Tecnologia
O mercado de reposição de sapatas de freio da linha comercial
38 Economia
Caminhando a passos lentos, economia brasileira não empolga para curto prazo
40 Gestão e Tendências
Redes sociais ganham cada vez mais força, inclusive entre as pequenas e
médias empresas
42 Artigo – Leandro Martinho Leite
“Contribuições ao PIS e Cofins – Regime Monofásico e Sistemáticas de Tributação”
44 Eventos – Beijing
AMR 2014, Auto Maintenance & Repair Expo assume, como um cavalo, a liderança
no mercado chinês
46 Andap News
48 Flash
6 Mercado Automotivo • março • 2014
Cinto de segurança salva vidas.
Diretoria
Marilda Costa Salles Ávila
[email protected]
Jarbas Salles Ávila Filho
[email protected]
Jornalista Responsável
Jarbas Salles Ávila Filho (MTB 35.378)
Conselho editorial
Renato Giannini, Rodrigo Carneiro, Antonio Carlos de Paula
e Ana Paula Cassorla
PRESIDENTE
Apoio
Renato Giannini
VICE-PRESIDENTES
Ana Paula Cassorla, Anselmo Dias, José Ângelo Bonarette Esturaro,
Rodrigo Francisco Araújo Carneiro
1º SECRETÁRIO
1º TESOUREIRO
Antonio Carlos de Paula
Guido Maria Luporini
2º SECRETÁRIO
2º TESOUREIRO
Joaquim Alberto da Silva Leal
Cláudio Gilberto Marques
DIRETORES
Redação
[email protected]
Jarbas Salles Ávila Filho, diretor; Cléa Martins, Majô
Gonçalves, Sérgio Duque, Thassio Borges e Weslei Nunes,
colaboradores; Mariangela Paganini, revisora
Departamento de negócios
Marilda Costa Salles Ávila
[email protected]
Armando Diniz Filho, Carlos Alberto Pires, Fernando Luiz Pereira Barreto, Gerson Silva Prado,
Jayme Scherer, José Carlos Di Sessa, Leda Yazbek Sabbagh e Sandra Cristine Cassorla de Camargo
CONSELHO FISCAL EFETIVO
Alcides José Acerbi Neto, José Álvaro Sardinha e Nilton Rocha de Oliveira
CONSELHO FISCAL SUPLENTES
Arnaldo Alberto Pires, Diogo Sturaro, Guido Luporini, Renato Franco Giannini
e Walter Pereira Barreto de Schryver
Comercial
Arte e produção
Fernanda Soares
[email protected]
Elvis Pereira dos Santos
[email protected]
Financeiro
mídias digitais
Valdirene Fernandes
[email protected]
Agência Bcicleta
http://bcicleta.com.br
Fotografia
Arquivo Photon, Divulgação
CONSELHO CONSULTIVO
Carlos Raul Consonni, Frederico dos Ramos, Luiz Cassorla, Luiz Norberto Paschoal,
Mario Penhaveres Baptista, Pedro Molina Quaresma, Renato Giannini e Sergio Comolatti
DIRETORIA REGIONAL 2014 - 2018
ESPÍRITO SANTO
Carlos Raul Consonni
GOIÁS/ DISTRITO FEDERAL
Fale com a mercado Automotivo
pela Internet
@

Neomar Guimarães
MINAS GERAIS
www.revistamercadoautomotivo.com.br
www.photon.com.br
Rogério Ferreira Gomide
Por e-mail
Carlos Eduardo M. de Almeida
Para anunciar: [email protected]
Para assinatura: [email protected]
Por telefone
55 (11) 2281-1840
NORDESTE
NORTE
Felipe Caldeira Carneiro Martins
SANTA CATARINA
Jayme Scherer
No twitter
www.twitter.com/automotivo
www.twitter.com/grupophoton
Fale com a Andap
No Facebook
pela Internet
www.facebook.com/ revistamercadoautomotivo1
www.andap.org.br
Grupo Photon
As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos
e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte.
Revista MERCADO AUTOMOTIVO é uma publicação mensal do Grupo Photon.
Circulação março de 2014.
Avenida do Guacá, 1.067, 1º andar - CEP 02435-001 - São Paulo - SP - Brasil
Cinto de segurança salva vidas.
Entrevista M ajô G onçalves
Divulgação
Prioridade da Bosch é dar
suporte à reposição
Faça um balanço do desempenho
da Bosch no Brasil em 2013 e
quais as perspectivas de mercado
para este ano?
2013, apesar de ter sido um bom
ano, foi desafiador para o mercado de reposição automotiva.
Da nossa parte, nos adaptamos
às demandas que surgiram e
reorganizamos nossos processos
10 Mercado Automotivo • março • 2014
Para Delfim Calixto, vice-presidente de
Aftermarket da Bosch para a América
Latina, a cadeia de distribuição no
Brasil é muito sólida e tradicional.
Em entrevista, Calixto destaca o
posicionamento da Bosch de se tornar
parceira do profissional de reposição
na gestão de tendências em uma época
onde os serviços são cada vez mais
valorizados e o preço deixa de ser o
único diferencial.
internos e modelo de negócios.
Por conta de todo o trabalho realizado no ano passado, estamos
muito otimistas para 2014.
Apesar de ser um ano atípico,
com Copa do Mundo e eleições,
enxergamos muitas oportunidades em nosso mercado, que está
vivendo uma fase de evolução
muito interessante.
Com relação a outros mercados
da América Latina, o Brasil está
em qual posição de importância
para a Bosch?
O Brasil é estrategicamente muito
importante para a América Latina;
sozinhos, temos mais da metade
do PIB de toda a região, fazemos
fronteira com 12 países. Enfim,
somos geográfica e economica-
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
mente relevantes. Esse cenário
se reflete em nossos negócios na
Bosch, ou seja, a relevância do
Brasil nos negócios da região é
muito alta.
Existem semelhanças entre o
mercado de reposição brasileiro e
o mexicano? Quais são?
Apesar de uma diferença significativa no parque veicular e da
grande influência dos Estados
Unidos na economia do México,
o mercado de reposição do Brasil
e do México têm uma dinâmica
muito similar. Enfrentamos os
mesmos desafios e muitas vezes
os mesmos problemas.
Da mesma forma que no
Brasil, os grandes distribuidores
têm um papel muito importante
naquele mercado, porém, vemos
uma tendência à especialização.
Os distribuidores têm um desafio
muito grande para oferecer um
programa completo que atenda
toda a demanda do mercado.
Este desafio se torna ainda mais
difícil em virtude da grande
variedade de modelos de veículos – algo que estamos vivendo
aqui no Brasil. No México, temos
ainda um complicador que é a
importação de veículos usados
dos Estados Unidos, coisa que
felizmente não temos aqui!
Algo que me chamou a atenção quando cheguei ao México
foi ver grandes distribuidores
atuando como “distribuidor/atacadista” e, ao mesmo tempo, com
sua própria rede de varejo. Esta
é, com certeza, uma influência do
mercado norte-americano, onde
as grandes redes de varejo têm
um papel muito importante.
Quais são as prioridades da Bosch
para o mercado de reposição
no Brasil?
Nossa principal prioridade é
sermos parceiros do profissional
de reposição na gestão de tendências. Estamos à disposição do
mercado para auxiliar nas grandes
transformações que vivemos e
para capacitar todos os níveis de
profissionais do mercado.
Como o mercado de reposição
deve se comportar este ano?
Com base nas estimativas já publicadas para o setor, há previsões de crescimento. A frota circulante depende muito do mercado
Nossa principal prioridade é sermos parceiros
do profissional de reposição na gestão de
tendências. Estamos à disposição do mercado para
auxiliar nas grandes transformações que vivemos e
também nas que estão por vir.
também nas que estão por vir.
Conseguimos essa parceria principalmente pelo fato de sermos
integradores e termos o maior
portfólio do mercado – somos fornecedores de peças, equipamentos de diagnósticos e serviços.
Para 2014, temos lançamentos importantes, como a nova
linha de palhetas Aerofit, nossas
pastilhas de freios de cerâmica e
bombas de combustível. Também
temos lançamentos para o mercado duas rodas – velas, baterias,
buzinas e fluidos de freios
para motocicletas.
Em equipamentos, nossa
família de scanners KTS e o sistema ESI Trônic estão com versões
muito próximas às necessidades
do mercado, fazendo-se cada vez
mais necessário para o profissional da reparação.
Além disso, nosso centro de
treinamentos está preparado
de reposição automotiva. Por
exemplo, os veículos produzidos
entre 2010 e 2012 chegarão ao
mercado de reposição este ano.
A partir daí, podemos afirmar que
temos novas oportunidades de
alavancar nossos negócios. Além
disso, a Bosch projeta seu crescimento através da extensão de
seu portfólio de produtos (peças
e equipamentos de diagnóstico) e
serviços, que vêm ao encontro às
atuais necessidades do mercado.
Quais são as tendências desse
mercado que está passando
por transformações?
O mercado de reposição está
cada vez mais preocupado com a
prestação de serviços aos clientes
em todos os níveis da sua cadeia
(distribuição, varejo e aplicador).
Com consumidores mais exigentes e uma frota diversificada, a
agilidade na prestação de servi-
Mercado Automotivo • março • 2014
11
Entrevista M ajô G onçalves
ços com definições corretas de
aplicação e reparação já é uma
realidade e é o que diferencia
os melhores profissionais
do mercado.
Por isso, a importância de
conhecimento e especialização
técnica e comercial, como os
treinamentos oferecidos pela
Bosch em parceria com o Senai
em todo o Brasil.
O senhor acha que será criado algum modelo de negócio
para atender a demanda? Qual
é o papel dos distribuidores
atualmente neste momento de
mudanças com a chegada de
redes de varejo?
Não diria criação de um modelo de negócios, mas, sim,
adaptação do modelo de negócios às novas demandas do
mercado. Esta é uma realidade
em qualquer ramo de atividade.
O mercado é muito dinâmico e
por isso temos que estar atentos
aos movimentos e nos adaptar
às demandas e necessidades do
mercado sempre que necessário.
Apesar da chegada das grandes redes de varejo, nossa cadeia
de distribuição é muito sólida e
muito tradicional. Os distribuidores continuam com a mesma
importância em nosso mercado,
exercendo papel fundamental
para alcançar todas as regiões do
País na distribuição de
peças automotivas.
Porém, gostaria de chamar a
atenção para a importância da
agregação de serviços com excelência e agilidade para atender
a um mercado cada vez mais
exigente. Preço não é mais o
único diferencial!
12 Mercado Automotivo • março • 2014
Apesar da chegada
das grandes redes de
varejo, nossa cadeia de
distribuição é muito
sólida e muito tradicional.
Os distribuidores
continuam com a mesma
importância em nosso
mercado, exercendo
papel fundamental para
alcançar todas as regiões
do País na distribuição de
peças automotivas.
distribuidores e as redes de
farmácias foram consolidadas e
definidas. Essa adequação aos
novos cenários pode ser um
aprendizado para a
reposição automotiva.
A frota continuará a crescer nos
próximos anos no Brasil?
Com certeza! Nossa previsão é
que até 2017 a frota de veículos
leves cresça 19,8% (na média,
6,20% ao ano) e a frota de veículos pesados, 14,5% (4,6% ao
ano em média).
Como estimular o motorista a
adotar a prática da manutenção preventiva do veículo? A
Bosch, que apoia o programa
Carro 100%, faz alguma ação
Quais são os desafios do
aftemarket no Brasil e quais
lições podemos aprender de
outros mercados?
Acho que um dos maiores desafios é a atualização constante
do nosso programa de produtos
para atender à grande diversidade de modelos de veículos que
aumenta a cada ano. Aliado a isto,
é fundamental garantir logística
eficiente, atender às exigências
fiscais de cada Estado, agilidade
e excelência na prestação de serviços e, sobretudo, a proximidade
aos clientes finais.
Outro desafio constante do
nosso mercado é o estímulo à
manutenção preventiva.
Um mercado que tem uma
cadeia de distribuição muito parecida com a nossa é o mercado
farmacêutico, onde os papéis de
direta na rede de oficinas?
Nós temos um canal direto com
o consumidor final que é nossa
página Por Dentro do Carro, no
Facebook. Lá nós tratamos temas
de interesse geral para pessoas
apaixonadas por carro e estimulamos constantemente a prática da
manutenção preventiva expondo
todas as suas vantagens – da segurança à economia.
Sim, apoiamos os programas
Carro 100%, Caminhão 100% e
Moto 100%. Utilizamos o selo
apoiador em nossos anúncios publicitários e informativos impressos que enviamos ao mercado,
além de participar do grupo de
planejamento de marketing
dos programas.
Respeite a sinalização de trânsito.
Capa C léa M artins
QUALIDADE COMPROVADA
Com a certificação do Inmetro, setor de autopeças ganha
importante aliado na briga em prol da segurança e de um
mercado mais coerente
N
o final do ano passado, a
representante comercial
Eliane Gonçalves, proprietária de um Fiat Palio 2010, trocou os
amortecedores do carro. Para economizar, optou por uma marca recondicionada. O resultado, bastante
óbvio para quem trabalha no setor
de aftermarket automotivo, não foi
nada satisfatório. O veículo, que já
não estava confortável, passou ainda
a fazer barulho. Depois de três meses, a motorista, que arcou sozinha
com o prejuízo da má escolha, teve
que refazer o serviço.
Essa história, que já se repetiu
muitas vezes e que até hoje ainda
é bem comum, mesmo com a internet massificando informação e
até reclamações sobre produtos
ruins e más práticas de mercado,
deve se tornar mais rara. É que a
Componentes
Automotivos
Componentes
Automotivos
Programas
indústria de autopeças, através do
Sindipeças – Sindicato Nacional
da Indústria de Componentes para
Veículos Automotores – solicitou
ao Inmetro – Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia
– a regulamentação e certificação de
componentes automotivos, como
os amortecedores.
No caso dos amortecedores, se
tivesse escolhido um produto de
Documento
Legal
Data DOU
Conversores catalíticos destinados à reposição
Portaria nº 346
03/10/2008
Vidros de segurança temperados para veículos rodoviários automotores
Portaria nº 156
05/06/2009
Vidros de segurança laminados para para-brisas de veículos rodoviários
automotores
Portaria nº 157
05/06/2009
Rodas automotivas
Portaria nº 362
12/09/2011
Líquidos para freios hidráulicos para veículos automotores
Portaria nº 78
07/02/2011
Amortecedores da suspensão
25/07/2011
Bomba elétrica de combustível para motores de ciclo Otto
25/07/2011
Portaria nº 301
Buzina utilizada em veículos rodoviários
25/07/2011
Pistões de liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava (Retenção)
25/07/2011
Anéis de pistão
25/07/2011
Bronzinas
Portaria nº 301
Lâmpadas para veículos automotivos
25/07/2011
Baterias de chumbo-ácido para veículos automotivos
Terminais de direção, barra de direção, barras de ligação e terminais axiais
14 Mercado Automotivo • março • 2014
25/07/2011
18/06/2012
Portaria nº 268
29/05/2013
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
consumidor que poderá identificar
com mais facilidade a qualidade dos
produtos. Isso fortalece o mercado
de reposição como um todo e elimina os oportunistas”, afirma Elias
Mufarej, conselheiro do Sindipeças
para o mercado de reposição e coordenador do GMA – Grupo de
Manutenção Automotiva.
Muito além dos
amortecedores
Hoje existem 14 componentes e/ou
conjuntos automotivos contemplados
pelo processo de certificação (confira
tabela). O primeiro deles, com portaria publicada no Diário Oficial da
União em outubro de 2008, foi o catalisador. Desde então, nenhum conversor catalítico automotivo poderia
sair de fábrica ou ser importado sem
o selo do Inmetro. No aftermarket, a
Divulgação
marca confiável, Eliane provavelmente não teria passado por esse
problema. A fabricação e mesmo a
importação desses componentes já é
feita sob o crivo das normas da ABNT
– Associação Brasileira de Normas
Técnicas – e os componentes testados e aprovados pelo Inmetro, saem
de fábrica com selo do instituto desde janeiro de 2013. Em julho deste
ano, as regras ficam ainda mais restritas e todos os amortecedores comercializados no mercado de reposição
nacional precisarão apresentar o selo
de conformidade técnica do Inmetro.
A iniciativa é comemorada por
todos do setor, que veem na certificação uma forma de regulamentar o
mercado e oferecer mais segurança
ao cliente final. “A medida garantirá a comprovação da qualidade
das peças e dará mais confiança ao
Elias Mufarej, conselheiro do Sindipeças
para o mercado de reposição e coordenador
do GMA
Fabricação ou
Varejo e
Regra Específica-RE ou Regulamento (ou Requisitos) de Avaliação da
importação
atacado
Conformidade-RAC
03/10/2008
03/04/2011
Portaria nº 346/2008 que abrange a portaria 204/2008
05/06/2012
05/12/2014
Portaria nº 401/2012 que abrange as portarias nº 246/2012 e nº 156/09
05/06/2012
05/12/2014
Portaria nº 401/2012 que abrange as portarias nº 247/2011 e nº 157/09
01/10/2013
01/01/2015
Portaria nº 17/2013 que abrange as Portarias nºs 445/2012, 362/2011 e 381/2011
07/02/2012
07/02/2014
Portaria nº 78/2011
25/01/2013
25/07/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo I 361/2011
e 491/2010
25/01/2013
25/01/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo II
361/2011 e 491/2010
25/01/2013
25/07/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo III
361/2011 e 491/2010
25/01/2013
25/07/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo IV
361/2011 e 491/2010
25/01/2013
25/07/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo V
361/2011 e 491/2010
25/01/2013
25/07/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo VI
361/2011 e 491/2010
25/01/2013
25/07/2014
Portaria nº 16/2013 que abrange as Portarias nºs 275/2012, 301/2011 anexo VII
361/2011 e 491/2010
18/06/2013
18/06/2014
Portaria nº 299/2012 que abrange as Portarias nºs 301/2011 anexo VIII e 491/2010
29/11/2014
29/05/2016
Portaria nº 268/2013 que abrange as Portarias nºs 301/2011 anexo IX e 247/2013
Mercado Automotivo • março • 2014
15
exigência da certificação para o item
vale desde abril de 2011. Assim, qualquer oficina, loja ou distribuidora de
autopeças que for flagrada comercializando produtos que não tenham a
certificação pode ser multada.
A certificação já é obrigatória também para quem produz ou importa
outros componentes para o mercado
nacional. Em 2012 foi vez dos vidros
de segurança, temperados e laminados, para os veículos rodoviários
passarem pelo teste do Inmetro.
Além deles, os líquidos para freios
hidráulicos nacionais e importados
também foram avaliados. Para eles,
a comercialização na reposição com
selo chegou antes. E desde fevereiro
deste ano, todos esses itens precisam
do aval do instituto para ser vendidos.
No caso dos vidros, a obrigatoriedade
do selo na reposição está agendada
para dezembro deste ano.
Se a história de homologação pelo
Inmetro começou em 2008, foi em
2011 que concentrou o maior número
de itens contemplados pelo processo – nove no total. No que se refere à
fabricação e à importação, oito deles
passaram a ter o selo como mandatório no ano passado – componentes
e conjuntos como rodas automotivas,
amortecedores, bomba elétrica de
combustível para motores de ciclo
Otto, buzinas, pistões de liga leve de
alumínio, pinos e anéis de trava, anéis
de pistão, bronzinas e lâmpadas.
A reposição teve mais tempo para
se adaptar às exigências da certificação compulsória. Até hoje, apenas catalisadores e mais recentemente os
líquidos para freios hidráulicos para
veículos carregavam consigo a exigência do selo Inmetro. Só que, a partir
do segundo semestre deste ano, sete
novos itens ou conjuntos serão acrescentados a essa lista. Primeiro será a
vez das baterias de chumbo-ácido,
em 18 de junho. Depois, a partir de
25 de julho de 2014, amortecedores,
buzinas, pistões de liga leve de alu-
16 Mercado Automotivo • março • 2014
mínio, pinos e anéis de trava, anéis
de pistão, bronzinas e lâmpadas
também precisarão carregar o selo
do instituto.
Ainda na reposição, as rodas, que
são produzidas em conformidade
com as normas da ABNT desde janeiro de 2013, precisarão apresentar,
em 2015, o selo Inmetro também no
ponto de venda. Já os terminais de
direção, as barras de direção e de
ligação e os terminais axiais devem
obrigatoriamente carregar o selo do
Inmetro a partir de 2016, embora sua
produção já tenha que atender as
normas técnicas exigidas a partir de
novembro deste ano.
Segundo o Sindipeças, outros
componentes estão em processo de
certificação, como radiadores, material de atrito para freios e aditivo
para arrefecimento. Os segmentos de
motocicletas, motonetas, ciclomotores, triciclos e quadriciclos também
devem receber em breve as primeiras peças certificadas – como pinhão,
coroa, corrente de transmissão e escapamento. Além disso, a ABNT já
está trabalhando na elaboração de
normas para mais 14 componentes e
outros oito devem ter estudo iniciado
em breve.
Processo
A criação de normas técnicas é crucial para o processo de certificação,
já que são os parâmetros apontados
pela ABNT que orientam os testes do
Inmetro. “São as normas de produtos
que garantem a qualidade e a segurança dos usuários através de ensaios de resistência e durabilidade,
ressaltando que estas normas atendem aos padrões internacionais e são
adequadas ao mercado brasileiro”,
explica Mufarej.
Segundo ele, a Associação mantém um grupo de estudo voltado
ao setor automotivo – CB05 –, que
é formado por técnicos de fábricas,
montadoras e também integrantes
Divulgação
Capa C léa M artins
Horácio Meza, chefe de Trade Marketing
da divisão Automotive Aftermarket da
Robert Bosch
de laboratórios e universidades: “É
importante destacar que existe todo
um procedimento a ser seguido
para a elaboração de normas técnicas baseado em padrões internacionais de qualidade para os produtos
em questão”.
Só depois que uma norma é publicada pela ABNT é que se inicia
de fato o processo de certificação.
“A norma determina todos os aspectos e características dos produtos.
Mas ela precisa ser publicada para
depois darmos início ao processo de
certificação compulsória, que vem da
publicação da portaria por parte do
Inmetro”, explica o representante
do Sindipeças.
Os prazos de criação de uma
norma podem variar de seis meses
a dois anos. A partir da data de publicação da portaria do Inmetro, são estipulados prazos para adequação dos
fabricantes dos componentes (geralmente de 18 meses dependendo do
produto). Depois, distribuidores,
varejistas e aplicadores têm mais 18
meses em média para se adaptarem
às novas regras.
Mufarej explica que a escolha dos
itens pautados pela ABNT varia de
acordo com a demanda dos associados do Sindipeças, do Inmetro ou de
outros órgãos do governo ou da sociedade. Mas que, sem dúvida, os itens
de segurança têm sido privilegiados.
Para Horácio Meza, chefe de Trade
Marketing da divisão Automotive
Aftermarket da Robert Bosch, a certificação compulsória de autopeças protege não apenas o consumidor, mas o
meio ambiente. “As normas técnicas
consideradas para a certificação são
elaboradas em conjunto com todos os
fabricantes e, para isso, considera-se
as tecnologias mais atuais que garantem mais segurança, melhor performance e menor consumo”.
Na Bosch, que participa efetivamente dos grupos de normatização, a
bomba de combustível foi o primeiro
produto a receber a certificação. Mas
outros produtos com selo de conformidade, como buzinas, baterias e
fluído de freio, também fazem parte
do portfólio da empresa. “O processo
de certificação é longo, e depende de
vários fatores técnicos e comerciais.
É difícil prever quais as futuras certificações. Das linhas da Bosch a mais
relevante agora é a de material de
fricção (pastilhas e lonas)”, diz Meza.
Má procedência
Elias Mufarej acredita que a certificação compulsória de autopeças
homologada pelo Inmetro vem para
coibir a falsificação e comercialização de peças piratas no País. “Isso já
aconteceu em outros setores, como
o de brinquedos (veja box Exemplo
Abrinq). A certificação compulsória
cria requisitos para importação de
produtos sem procedência comprovada que também precisam ser homologados pelo Inmetro, o que dificulta
a importação de produtos piratas e
falsificados”, explica.
É claro que ninguém é tão ingênuo de pensar que esse será o fim
das falsificações, mas esse já é um
passo enorme na direção de aumentar a coerência no mercado de
reposição de autopeças, ressalta
Roberto Yoshiyuki Hojo, gerente de
Qualidade e Desenvolvimento de
Produtos da Mahle Metal Leve: “Com
relação a peças piratas/falsificadas,
possivelmente haverá a necessidade
de serem tratadas a ponto, visto que
quem pratica contravenção continuará a falsificar inclusive os selos do
Inmetro. Porém, essa é uma dificuldade adicional para os falsificadores
e que vem para somar-se a outros trabalhos já promovidos pela indústria”.
Para Hojo, o ponto de maior
relevância do trabalho é o de adequação das peças comercializadas
no nosso mercado nacional: “Todos
deverão atender a um nível mínimo
de qualidade, o que elimina a concorrência desleal de peças de baixa
qualidade, que antes não atendiam a
esses requisitos”.
A Mahle, que também participou
ativamente de todo o processo de
implantação da certificação compulsória, assim como da elaboração
dos RACs (Requisitos de Avaliação
da Conformidade), tem em sua lista
de produtos certificados pistões de
alumínio aplicados em motores do
ciclo Otto e a Diesel, pinos de pistão,
anéis de pistão, bronzinas planas,
bronzinas planas com flange, arruela de encosto e buchas. Agora está
solicitando ao Inmetro a inclusão da
camisa de cilindro para motores de
combustão interna na lista de produtos certificados.
A certificação de produtos importados funciona de forma parecida à
de produtos fabricados no Brasil. O
importador entra no processo de certificação e precisa comprovar que o
produto que comercializa atende às
exigências estabelecidas através dos
ensaios que constam nos regulamentos seguidos pelo Inmetro.
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Roberto Yoshiyuki Hojo, gerente de
Qualidade e Desenvolvimento de Produtos
da Mahle Metal Leve
Conscientização
Se o processo de certificação não é
simples, o de fazer com que ele seja
compreendido pelos profissionais do
setor e também pelos donos de carros muito menos. Por isso, o tema sobre certificação de autopeças já vem
sendo propagado em mídias do setor
desde 2008. “É claro que ainda falta
informação sobre o assunto. A indústria tem feito a divulgação, mas é difícil atingir o mercado de forma geral,
pois é muito pulverizado. Matérias
como esta são de extrema importância para levar a informação à ponta
da cadeia”, diz Mufarej.
Segundo ele, o Sindipeças tem
levado informação para o setor e falado sobre o tema em veículos de comunicação de abrangência nacional.
Além disso, a entidade está elaborando uma cartilha com um resumo
de todas as portarias do Inmetro relacionadas aos componentes automotivos. Em breve esse material estará
disponível no site do Sindipeças.
Esses dados são usados ainda pelos
fiscais do Ipem – Instituto de Pesos
Mercado Automotivo • março • 2014
17
Capa C léa M artins
vez que o Inmetro atua
no sentido de prover o
limite mínimo”.
Montagnoli acredita
que a conscientização
do cliente final deva
acontecer por meio
da publicação de matérias na mídia, nos
sites de fabricantes e
até no site do próprio
Inmetro, que tem a lisSérgio Montagnoli, diretor de Vendas e Marketing
ta de fabricantes certida Affinia
ficados por produtos.
Contudo, ressalta que
a milhões de reais. Todos os elos da
“quem, na maioria das vezes, compra
cadeia de reposição de peças serão
ou indica a peça ao dono do carro é
inspecionados, inclusive as conceso mecânico. Por isso, ele tem sido
sionárias, considerando que dentro
o foco das informações [divulgadas
de cada portaria existem particularipela Affinia]”.
dades, como a isenção de peças para
veículos com produção descontinuaFiscalização e validação
da, entre outras.
do selo
Cada uma das certificações posNo comércio, a fiscalização será feisui
prazos
estabelecidos. No caso da
ta a partir de denúncia e o Ipem é o
Portaria
301,
publicada em 2011, por
órgão responsável. Em caso de irreexemplo, a validade do certificado é
gularidades, o comércio será autuade quatro anos e os ensaios precisado e pode ser multado pelo instituto
rão ser renovados anualmente.
em valores que variam de centenas
Divulgação
e Medidas –, responsável pela fiscalização do comércio.
Na Affinia, que também participa
do grupo de estudos de elaboração
de normas técnicas da ABNT e teve
os amortecedores como primeiro
item certificado, o trabalho de conscientização do consumidor já começou. Embora a comercialização de
amortecedores com obrigatoriedade
do selo comece a partir de 25 de julho deste ano. “Estamos abordando
esse tema já há algum tempo. Já fizemos uma cartilha que foi distribuída
gratuitamente no ano passado para
informar varejo e oficinas, e vamos
lançar outra justamente para reforçar
esta informação ao mercado”, afirma
Sérgio Montagnoli, diretor de Vendas
e Marketing da empresa.
Para o executivo, a segurança em
adquirir um produto com um mínimo
de qualidade comprovada pela chancela do Inmetro é o principal mote
do programa. No entanto, “o consumidor final e também os aplicadores
não podem abrir mão de comparar os
diversos níveis de qualidade e durabilidade das marcas certificadas uma
H
á 20 anos os fabricantes de brinquedos no País tomaram uma decisão acertada: recorreram ao Inmetro para tratar da certificação dos brinquedos comercializados no País.
A medida não apenas evita que produtos de péssima qualidade sejam comercializados
livremente no mercado brasileiro como torna a concorrência neste mercado mais ética.
“A certificação nos permite separar o bom do ruim e proporcionar mais segurança para as
crianças”, explica Synesio Batista da Costa, presidente da Abrinq – Associação Brasileira dos
Fabricantes de Brinquedos.
Segundo Synesio, a compreensão pelo mercado e pelo consumidor final da importância
do selo foi gradual. Na época, 200 milhões de brinquedos eram certificados por ano. Hoje,
graças à conscientização do mercado, algo em torno de 4 bilhões de brinquedos passam
pelo crivo do Inmetro anualmente.
Para conseguir que o mercado entendesse e passasse a exigir o selo, a Associação contou
com o apoio da mídia, enfatizando sempre a segurança do brinquedo com selo do Inmetro
e a questão dos brinquedos ilegais e das matérias-primas inadequadas usadas na fabricação
dos brinquedos, como a tinta com chumbo.
Atualmente, o setor de brinquedos tem avaliações que consideram requisitos como
segurança, qualidade e resistência, entre outros fatores.
Para o setor automotivo Synesio dá a dica: “O caminho da certificação é o ideal, assim
você pode dizer que seu produto tem garantia, é seguro, até porque é atestado pelo Inmetro,
que tem o reconhecimento da sociedade brasileira”.
18 Mercado Automotivo • março • 2014
Antonio Milena
EXEMPLO ABRINQ
Synesio Batista da Costa, presidente
da Abrinq
No trânsito somos todos pedestres.
Divulgação
Especial M ajô G onçalves
Pioneirismo e obstinação marcam a
reposição nas décadas de 50 e 60
Criado em maio de 1938 e reconhecido pelo governo Getúlio Vargas em 1941, o
Sincopeças era o sindicato que representava o comércio de autopeças, reunia
distribuidores, lojas e concessionárias até a década de 60
Q
uem poderia imaginar que
mercado de reposição e
concessionários conviviam próximos e frequentavam a
mesma entidade que representava o comércio de autopeças? Isso
aconteceu entre as décadas de 50
e 60. Mário Penhaveres Baptista,
grande personalidade do setor com
mais de 50 anos de experiência no
comércio de autopeças, acompanhou toda essa fase, como membro da entidade, representando,
na época, a empresa Comolatti, na
qual trabalhava.
Ele conta que, nos anos 50, o
mercado era bem diferente e menor.
Concessionários e comerciantes da
20 Mercado Automotivo • março • 2014
reposição independente discutiam
assuntos relacionados ao setor e
eram representados pela mesma
entidade, o Sincopeças – Sindicato
do Comércio Varejista de Peças e
Acessórios para Veículos no Estado
de São Paulo –, até a década de
60. Ele lembra que certa ocasião,
por causa de propagandas que se
referiam ao mercado de reposição
como “pirata”, sugerindo que as peças não tinham a mesma qualidade
que as originais, provocou um certo desconforto. Baptista formou um
grupo de empresários da reposição
que participava do Sincopeças e foram ao Sindipeças – Sindicato da
Indústria de Componentes para
Veículos Automotores –, conversar
com o então presidente da entidade, Carlos Alberto Fanuk, para
apresentar o problema que havia
se instalado. “As peças do mercado de reposição eram dos mesmos
fabricantes, Bosch e Cofap, que
forneciam para as montadoras, assim como é hoje”, explica. Na reunião, também estavam presentes
o presidente da Cofap, Abraham
Kasinski, e o representante da
Bosch. A sugestão levantada foi ir
ao Cade – Conselho Administrativo
de Defesa Econômica –, após falar
também com o ministro da Indústria
e Comércio, Severo Gomes, e com
o deputado Ulisses Guimarães.
O processo no Cade foi aberto e
a Volkswagen e a Mercedes-Benz
entenderam a situação e perceberam que as peças eram as mesmas
para o mercado de reposição e canal montadora. A propaganda foi
retirada do ar e houve um consenso
entre as partes para chamar peça
de reposição original quando se
tratava de mercado independente e de genuína, que teria a marca
da montadora na embalagem, para
as concessionárias. O mercado de
reposição independente fez uma
divulgação colocando outdoors para
explicar ao público que as peças
vendidas no comércio tinham a
mesma qualidade das originais.
A cisão entre mercado independente e rede autorizada – Em
1968, surgiram novamente alguns
conflitos entre reposição e concessionários que ainda frequentavam a mesma entidade. Foi então
que Baptista, Waldir Siedschilag e
Luciano Figliolia decidiram sugerir
ao presidente do Sincopeças, na
ocasião, Edgard Pereira Barreto,
que concessionários criassem uma
entidade própria. Barreto concordou e fundou um sindicato para
reunir apenas a rede autorizada. O
Sincopeças ficou com a estrutura.
Essa mudança, para Baptista, deu
a possibilidade da criação de uma
identidade própria para o mercado
de reposição que se fortaleceu e
desenvolveu, ao contrário de outros países, onde o canal montadora predomina.
Alguns anos mais tarde, em
1971, os distribuidores criaram a
Ancap – Associação Nacional do
Comércio de Autopeças –, que, posteriormente, passou a ser chamada
de Andap – Associação Nacional
dos Distribuidores de Autopeças.
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Da esq. para dir.: João Paulo dos Ramos, Mário Penhaveres, Frederico dos Ramos, Edson Koga e
Claudio Gilberto Marques
Desta forma, cada elo da cadeia
ficou representado por uma entidade e o setor continuou a se desenvolver, acompanhando a evolução da frota circulante. Só em 2001
foi fundado o Sicap – Sindicato do
Comércio Atacadista, Importador,
Exportador e Distribuidor de
Autopeças, Rolamentos, Acessórios
e Componentes para Indústria
e para Veículos no Estado de
São Paulo.
Distribuidores de peso – Baptis­
ta recorda de distribuidores que
se destacavam nas décadas de
50 e 60, como Autoasbestos, Auto
Americano, Auto Três Leões,
Borgauto, Borghoff, Casa Combate,
Decar, Hermes Macedo, Jorcks,
Pellegrino, Platinum e Sama. Alguns
também atuavam como varejo, pois
as atividades se complementavam.
Começo da trajetória ainda garoto – O mercado de peças para
linha pesada, o qual ele atuava,
tinha as marcas FNM e Mercedes-Benz. Sua história com o comércio
de autopeças começa bem antes
disso. Na época da guerra, ainda
garoto, Baptista foi trabalhar como
balconista na Antares Engenharia,
Indústria e Comércio, onde, inicialmente, vendia geradores devido à falta de luz na cidade de São
Paulo. A empresa ficava no Vale do
Anhangabaú e quando o problema
de energia foi sanado, o dono mudou de ramo e passou a comercializar peças para caminhões Alfa
Romeo: o FNM. Jovem e ávido,
Baptista já tinha tino comercial.
Visitava lojas na região e pedia o
catálogo de peças da Alfa Romeo
para registrar os itens. Profissional
dedicado, fez cursos de datilografia
e caligrafia.
Oportunidade para crescer – Em
1952, aos 22 anos, foi apresentado
para Evaristo Comolatti por outro
cliente que frequentava a Antares.
Além de se tornar seu cliente,
Evaristo também chegou a vender
peças para Baptista. Não demorou
muito para que Evaristo convidasse Baptista para trabalhar com ele.
Como já estava há muitos anos no
emprego, Baptista queria mudar e
aguardava uma proposta de uma
empresa de Belo Horizonte (MG).
Evaristo não desistiu e fez oferta
que cobria o salário que Baptista
ganhava na Antares. O profissio-
Mercado Automotivo • março • 2014
21
nal pediu comissão nas vendas,
Evaristo aceitou e Baptista iniciou,
então, sua trajetória bem sucedida
no Grupo Comolatti, acompanhando toda a evolução desse que é um
dos maiores distribuidores de autopeças do Brasil. Ele lembra quando
Evaristo fundou, em 1957, a Evaristo
Comolatti e Companhia Ltda., que
ficava onde hoje é a matriz do grupo
na Mooca, em São Paulo. A empresa
era especializada em peças para o
FNM e Baptista cuidava das áreas de
compras e vendas. “O segredo para
ter lucro é saber comprar”, afirma.
Chamou um conhecido que trabalhava em uma concessionária FNM para
ajudá-lo. Baptista se dedicava às
compras dos principais fabricantes.
Sua relação com Evaristo sempre
foi amistosa e próspera. Ele dava
ideias e Evaristo estudava e avaliava a viabilidade. Na maioria das vezes, chegavam a um bom senso nas
questões. Baptista se tornou o braço
direito de um empresário arrojado,
uma combinação muito harmoniosa.
A grande mudança ocorreu, em
1965, quando a Comolatti adquiriu a
Sama, fundada em 1922 por Henrique
Roba, que também fundou a Saturno
Baterias e a Lonaflex. A distribuidora
era uma das principais do País, especializada em peças para linha pesada
da Mercedes--Benz, com importantes clientes frotistas, como a Cometa.
Também atuava no mercado independente, sendo cliente de peso das
marcas Bosch e Fag. “Demos um salto
de 20 anos para frente”, acredita.
A empresa passou a ter maior
poder de compra porque tinha volume, o que também contribuía para
se tornar altamente competitiva.
“Atendíamos varejo, frotistas e órgãos públicos.”
Ideias inovadoras para melhorar
a produtividade – Em 1976, a convite de vários fabricantes, Baptista fez
22 Mercado Automotivo • março • 2014
Divulgação
Especial M ajô G onçalves
Da esq. para dir.: Renato Giannini, Mário Penhaveres e Pedro Molina
uma viagem junto com um grupo
de empresários do setor para conhecer o sistema de distribuição
nos Estados Unidos. Percebeu
que o uso de empilhadeiras para
movimentar os produtos gerava eficiência e produtividade nas operações. Aquilo chamou a atenção
de Baptista que voltou ao Brasil
com muitas ideias e entusiasmado. Comentou com Evaristo sobre
o trabalho das empilhadeiras que
rendiam muito e que a tendência
nos Estados Unidos era a distribuição ter galpões para armazenar as
mercadorias. Evaristo autorizou a
compra da primeira empilhadeira
usada, pois não se achava no mercado o equipamento novo. O empresário também decidiu construir
um armazém para poder ampliar
o estoque de mercadorias. Desta
forma, a Comolatti ganhou ainda
mais poder de compra e se destacou cada vez mais no mercado,
com a aquisição de várias empresas
pelo País.
Baptista fez Administração de
Empresas e continuou a atuar no
Grupo Comolatti até se aposentar
no final da década de 90. Hoje, faz
parte do conselho da empresa e
participa da Fecomercio. Foi membro da primeira diretoria da Andap
por oito anos e continua como
membro do conselho consultivo.
Muito determinado e empenhado, estava sempre à procura
de novas oportunidades e bons
negócios. Vivia pesquisando, visitando fabricantes. Uma vez foi a
uma fábrica que produzia rodas e
aros para caminhões FNM. No início, o funcionário que o atendeu
disse que só vendia para a montadora. Baptista não se convenceu
e fez uma proposta para comprar
200 unidades. Diante da oferta, o
funcionário aceitou e a Comolatti
passou a distribuir mais um novo
item. Era assim que Baptista conquistava novos fornecedores, com
determinação e persistência. Ele
diz que Deus o ajudou muito, mas
ele nunca desistiu, sempre foi em
frente e batalhou muito, tornando-se uma importante personalidade
do setor respeitada por todos.
Elv
is
P. S
an
to
s
Geomarketing S érgio D uque
Santa Catarina
O
Estado de Santa Catarina possui extensão territorial de 95.736,1 km2, com população residente estimada em 6,2 milhões de pessoas
em 295 municípios, onde circulam cerca de 2,5 milhões
de veículos e resulta em índice de 2,5 habitantes por
veículo, abaixo da média nacional atual que é próxima
de 4.
O PIB previsto em 2014 para o Estado é de aproximadamente US$ 72,3 bilhões concentrado principalmente nos negócios da indústria (têxtil, cerâmica e metalomecânica), no extrativismo (minérios em especial o
carvão) e na pecuária. Da participação na composição
do PIB 34,1% advém de negócios da indústria, 59,2% de
serviços e os restantes 6,7% da agropecuária.
São 6 mesorregiões no Estado, com seus respectivos municípios de referência: (1) Grande Florianópolis
– Capital; (2) Norte Catarinense – Joinville; (3) Oeste
Catarinense – Chapecó e São Miguel d’Oeste; (4)
Serrana – Campos dos Lages e Curitibanos; (5) Sul
Catarinense – Criciúma; e (6) Vale do Itajaí – Blumenau.
A malha rodoviária do Estado é de 106,7 mil km,
sendo 6,9 mil km de estradas pavimentadas, equi-
24 Mercado Automotivo • março • 2014
valente a apenas 6,5% do total, e 54,9 km mil de estradas não pavimentadas, mais 51,5 mil km de estradas planejadas, sendo o Estado o maior do País em
planejamento de estradas, segundo dados de 2012
do DNIT-Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes.
Das estradas pavimentadas existentes no Estado
10,0% são de conceito ótimas e 30,1%, boas. No conceito regular Santa Catarina possui 28,1% e no conceito
ruim teve uma avaliação de 18,7%. Por fim, no conceito
péssimo em relação às estradas o Estado obteve o índice de 13,0%.
Em 2014, estima-se que serão movimentados R$
800 milhões na cadeia de distribuição automotiva do
Estado, valor próximo de 4,5% de todo o volume negociado no aftermarket brasileiro, incluindo serviços.
A Audamec Marketing e Pesquisas Automotivas
realiza estudos e análises da demanda de autopeças
por Estado da federação, por regiões nos Estados ou
por município brasileiro. Consulte custos para ter um
estudo personalizado.
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Geomarketing Automotivo – Santa Catarina
Estado em referência
População
Santa Catarina
Blumenau
0,86
Joinville
0,81
US$ 72,3 bi
Chapecó
0,71
Lages
0,44
Nº Veículos
2.520.558
Criciúma
0,65
Rio do Sul
0,21
Automóveis
1.127.450
Florianópolis
0,61
São Miguel d’Oeste
0,26
PIB Estimado 2014
6.658.147
Índice Potencial Demanda Regional em Relação ao Brasil (%)
Comerciais Leves
255.877
Caminhões
115.124
Ônibus
28.850
Tratores
35.147
Motos
Habitantes por Veículo
958.110
2,6
Potencial Demanda Estado
4,55
Nº estimado de pontos de venda e consumo de autopeças
Lojas de Varejo
Centros Automotivos
Retíficas
1.312
465
98
Postos de Combustíveis
Concessionárias
Frotistas
1.685
333
1.217
Fontes: ANP, IBGE, Sincopeças e Renavam para dados gerais. Audamec Marketing para dados sobre frota e pontos de venda (www.audamec.com.br).
Cinto de segurança salva vidas.
Acesse www.audamec.com.br para mais informações ou ligue para (11) 2281-1840.
Mercado Automotivo • março • 2014
25
Elvis P. Santos
Estatísticas S érgio D uque
O emplacamento de veículos até
fevereiro de 2014
Um ano que começa melhor para o setor. Mas o IPI vai aumentar
O
emplacamento acumulado de veículos já no
início de 2014 atingiu 6,4% a mais que o mesmo período do ano de 2013, ou seja, foi um
bom começo.
São dois meses tradicionalmente bons de vendas e
algumas razões explicam esse desempenho: (a) existe
um resíduo substancial de investidores que esperam a
virada do ano para aproveitar promoções; (b) período
de férias e carnaval, onde as pessoas não gostam de
ficar sem carro, e (3) taxa reduzida de IPI que ainda
prevalece, por mais alguns meses.
O IPI reduzido para veículos está programado para
ser alterado em junho próximo, nas seguintes bases:
Veículos
Está
Será
Automóveis até 1.000 cc
2%
3%
Automóveis com motor flex de 1.001 cc
até 2.000 cc
9%
11%
10%
13%
Vans e ônibus
3%
8%
Caminhões
0%
0%
Picapes e outros veículos de carga
3%
4%
Automóveis com motor a gasolina de
1.001 cc até 2.000 cc
28 Mercado Automotivo • março • 2014
O segmento de automóveis iniciou o ano com alta
de 2,11% em relação ao mesmo período de 2013, lembrando que já vinha apresentando recuperação constante nos últimos meses do ano anterior.
O segmento de comerciais leves continua a registrar
bons números, devendo superar, sem maiores surpresas, o volume alcançado em 2013, uma vez que este
modal veicular cada vez mais cai nas graças e aumenta
a intenção de compra dos consumidores. Lembrar que
neste segmento estão incluídos todos os veículos da
categoria de SUV (ou Utilitários Esportivos).
Comerciais leves superaram os volumes de venda
em 5,24% em relação ao mesmo período de 2013.
Os segmentos de caminhões e ônibus apresentaram
resultados negativos e tendência de queda, sendo que
ambos começaram o ano patinando em seus desempenhos. Aqui se deve registrar alguma surpresa, pois,
mesmo considerando-se as dificuldades do setor, é
um ano onde investimentos em transportes públicos
se incrementariam, levando em consideração as obras
necessárias para promoção da Copa do Mundo e também por ser ano eleitoral. Os resultados dos dois próximos meses, abril e maio, serão fundamentais para
melhor definir o cenário futuro para o segmento de
comerciais pesados.
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Já o segmento de motocicletas
finalmente começa a apresentar
ligeira recuperação. Iniciou o ano
com movimento positivo de 10,87%
em relação a 2013 e as perspectivas continuam boas, em que pese
o fato de ainda haver forte restrição
de crédito. Os esforços promocionais das montadoras continuarão
intensos em 2014. Há muito por
fazer para se recuperar o déficit
no setor.
Afora as demais variáveis que
agem sobre o setor, considerando-se o índice técnico de sucateamento da frota, estima-se que o Brasil
atingiu o expressivo número de 54
milhões de veículos circulantes em
dezembro de 2013, devendo ultrapassar o volume de 58 milhões ao
final de 2014.
Licenciamento de veículos automotores
Acumulado jan-fev
Segmento
Previsão
2014
% Var.
2014
2013
Automóveis
410.560
402.074
2,11
▲
2.720.000
Comerciais Leves
135.132
117.256
5,24
▲
820.000
21.306
22.164
-3,87
▼
170.000
Ônibus
4.965
5.051
-1,70
▼
37.000
Implementos Rodov.
9.527
9.308
2,35
▲
72.000
Motos
253.177
228.338
10,87
▲
1.530.000
Total
834.667
784.191
6,43
▲
5.564.000
Caminhões
Fonte: Licenciamento acumulado Fenabrave. Previsão 2014, estudos Audamec Marketing.
Mercado Automotivo • março • 2014
29
Fotolia.com
Tecnologia S érgio D uque
A demanda de sapata de freio para linha
comercial no segmento da reposição
Estima-se que serão consumidos 1,6 milhão de unidades em 2014
A
s sapatas de freio aplicadas em caminhões,
parte da frota de comerciais leves, ônibus e
carretas, por serem peças de atrito têm tempo
de vida limitado, variando muito em função de fatores
diversos. Porém, a forma de direção executada pelo
condutor é um dos principais motivos que explicam
esta variação, já que uns freiam mais que os outros.
Incluem-se ainda entre estes fatores, determinantes do tempo de vida das sapatas, o tipo
de pavimento que o veículo trafega, o excesso de
peso por carga maior que o recomendado, a falta
de cuidados com a utilização do freio para estacionamento acionado enquanto a sapata e o tambor
ainda estão quentes, critérios de manutenção preventiva, se o uso maior é em estradas ou cidades,
entre outros.
Segundo avaliações prévias, o ciclo de vida
de sapatas de freio é em média de 100.000 km
para comerciais leves e micro-ônibus (basicamente utilizados em área urbana) a 400.000 km e
500.000 km para caminhões e ônibus rodoviários (que
usam menos freio), 150.000 km para ônibus e caminhões urbanos e entre 200.000 km e 250.000 km para
semirreboques (carretas).
Para cada duas substituições de lonas em média,
troca-se um conjunto de sapatas de freio para veículos
comerciais pesados.
30 Mercado Automotivo • março • 2014
A Audamec Marketing e Pesquisa, baseada em
estudos estatísticos tendo como referência a frota de
veículos em circulação, estima que a demanda de sapatas de freios será de 1,6 milhão de unidades em 2014,
incluindo aí todos os segmentos da frota.
DEMANDA DE SAPATA DE FREIO LINHA PESADA
(Em unidades)
2014
2015
2016
Comerciais leves
Segmento
375.000
400.000
430.000
Caminhões
545.000
580.000
620.000
Ônibus
300.000
315.000
335.000
Semirreboques
435.000
480.000
520.000
1.655.000
1.775.000
1.905.000
+ 7,8
+ 7,2
+ 7,3
Total da demanda
Base a.a. %
Pelo sistema de cálculo da Audamec Marketing é
possível conhecer volumes da demanda de grande
amplitude de linhas de autopeças, por modelos de
veículos leves e comerciais pesados, por Estado da
federação, separados em 160 mesorregiões de vendas.
Consulte pelo telefone (11) 2281-1840 ou mande um
e-mail para [email protected] e conheça condições de preços para fornecimento de um exemplar
do mesmo.
Cinto de segurança salva vidas.
Capacete é a proteção do motociclista.
No trânsito somos todos pedestres.
Respeite a sinalização de trânsito.
Divulgação
Em Destaque R edação
45 anos de desafios e sucessos
Roles faz aniversário e comemora a trajetória de realizações e as
dificuldades que superou para chegar até aqui
O
mês de abril marca os 45 anos de fundação da
Roles, distribuidora de autopeças com sede
na cidade de São Paulo. Diante de um cenário
em que muitos empresários apresentam uma visão
negativa sobre o futuro do País, os executivos da distribuidora paulista expõem uma ótica otimista sobre
o papel da empresa num setor recheado de desafios
para os próximos anos.
Para deixar claro que o horizonte não é tão cinza
quanto pintam alguns “especialistas de plantão”, a
Roles investiu, de cara, em alguns pontos que podem
parecer superficiais, mas são de extrema importância
para qualquer empresa que busca sua evolução natural. Tanto o logotipo quanto o site da companhia foram
alterados. Ou melhor, renovados.
O logo destaca a cor vermelha, mas apresenta um
desenho limpo e moderno, características que podem
ser vistas também no novo site da empresa. O endereço eletrônico (www.roles.com.br) assemelha-se aos
32 Mercado Automotivo • março • 2014
grandes portais de notícias e exibe, de forma organizada e prática, informações a respeito dos produtos,
das filiais e das características da empresa. Um menu
rotativo apresenta as principais novidades da Roles,
com destaque para o catálogo da empresa, que agora
está disponível on-line para todos os clientes. Graças
à ferramenta, os usuários podem consultar a aplicação
completa de todos os produtos comercializados, bem
como suas observações técnicas e similaridades. Vale
citar ainda que à medida que novos itens são lançados
pelos fabricantes, a Roles é comunicada e atualiza o
catálogo imediatamente.
Já as filiais podem ser acessadas a partir de um
mapa interativo, que mostra as unidades de cada
Estado ou aquela mais próxima que irá atender determinadas localidades. Todas essas mudanças, é claro,
exemplificam o objetivo da empresa de evoluir naturalmente, sem esquecer-se de sua história e formação.
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Divulgação
Início
Quem observa a Roles atualmente, consolidada como uma das principais distribuidoras de autopeças do País, não imagina
como foi o início de toda esta trajetória. A
empresa iniciou suas atividades em São
Paulo, dentro da garagem de seus sócios
fundadores, Eduardo Monzoni e Sidney
Baldassarini. O começo foi acanhado. Os
dois tinham de fazer de tudo na empresa,
já que não contavam até então com outros
funcionários. Paralelamente a tudo isso, a
sede física da Roles começou a ser construída e nos anos seguintes a contratação de
colaboradores passou a ser uma realidade.
Da esq. para dir.: Wilson Molina, diretor administrativo do grupo CAR, e
Pedro Molina foi um deles. Se no início
Pedro Molina, sócio-presidente da Roles
Molina atuava como um assessor da empresa, no começo dos anos de 1970 juntou“Antigamente o tempo de entrega dos produtos era
-se definitivamente a Eduardo e Sidney e passou a
um serviço diferencial, mas hoje em dia é uma obrifazer parte da Roles de forma mais ativa. Atualmente,
gação da distribuidora”, afirma Marcos Seixas Soares,
Molina é sócio-presidente e responsável pela área
gerente de Marketing do grupo CAR Central, que detém
de produtos da empresa. Em 1972 foi a vez de José
o comando da Roles. “Para que a entrega seja o mais
Carlos Di Sessa iniciar sua trajetória na empresa como
rápido possível, a Roles investe no setor de logística,
Representante Comercial. Com sua experiência, passou
na parceria com transportadoras e na frota de suas unia atuar na formação e no desenvolvimento das equidades. O investimento neste setor é muito importante
pes de venda da companhia. Di Sessa aposentou-se
e deixa claro que a Roles se importa com o cliente
no final de 2013, quando era sócio e diretor Comercial
em todos os momentos, não somente no momento da
da empresa.
compra”, completa.
Foi também no início dos anos 1970 que a Roles
O fato de ter investido na expansão de seus neteve uma iniciativa que acabou auxiliando o fortalecigócios para o restante do País fez com que a Roles
mento da marca como um todo. A empresa percebeu
marcasse presença em mercados ainda inexplorados
que deveria estar mais próxima de seus clientes e, para
por grandes distribuidoras. Nos anos 1980 e 90, o Brasil
isso, seria necessário investir de maneira agressiva
passou por um processo de melhoria do sistema rona abertura de novas filiais pelo País. Com o Projeto
doviário. É claro que ainda há muito o que melhorar,
Filiais, em 1976 a Roles inaugurou sua unidade em
mas quem esperou por mudanças significativas para se
Maringá, no Paraná.
dedicar, por exemplo, ao Nordeste e Centro-Oeste do
De lá para cá já são 16 filiais, espalhadas por 11
País perdeu espaço nessas regiões para distribuidores
Estados brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, a
regionais, mais próximos da clientela local. A Roles arRoles está presente fisicamente na capital, em Bauru,
riscou, é claro, mas pôde desfrutar deste cenário “mais
Campinas, São Vicente e São José Rio do Preto. Além
positivo” com antecedência, pois se preparou para tal.
disso, a marca tem unidades estrategicamente loAlém disso, a empresa investiu durante sua hiscalizadas em capitais como Campo Grande (MS),
tória no pós-venda para evitar possíveis reclamações
Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ),
e insatisfações de seus clientes. Assim, a Roles tem
Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE),
atualmente um grau de satisfação de seu público conCuritiba (PR), Cuiabá (MT) e Salvador (BA). A presumidor considerado alto.
sença maciça no território brasileiro facilita o traba“Em um mercado extremamente concorrido como
lho da empresa, que com o tempo percebeu que a
o nosso, fazemos efetivamente aquilo que prometeclientela já não se atentaria apenas ao tempo de
mos e que os nossos clientes enxergam como ótimo
entrega dos produtos.
Mercado Automotivo • março • 2014
33
Em Destaque R edação
Divulgação
baseado em pesquisas de satisfação que
fazemos periodicamente”, revela Soares.
“Na opinião deles, fazer negócios com a
Roles é sinônimo de segurança e tranquilidade e para nós não existe diferencial maior do que a confiança de nossos
clientes”, complementa.
Ainda de acordo com o gerente de
Marketing da CAR Central, um dos segredos
da Roles foi não se contentar em oferecer o
que é considerado básico a seus clientes.
Dessa forma é possível fidelizar os clientes
de maneira mais efetiva e sustentável.
“Além daquilo que consideramos como
básico em nosso negócio, ou seja, atender
bem, ter produtos, competitividade comerJosé Carlos Di Sessa foi sócio e diretor Comercial da empresa até se aposentar, 2013
cial, agilidade etc., a Roles presta inúmeros
serviços aos clientes. Posso dizer que estes
de roda, pontas de eixo, pinos da manga de eixo, braserviços são quase que customizados, pois quem vive
ços oscilantes de suspensão, trizetas, bombas d’água,
a rotina do mercado de autopeças sabe que a cada dia
coroa e pinhão. Enfim, uma linha completa que agrenovas necessidades aparecem e cabe a nós, por termos
ga ainda mais valor à imagem da Roles no mercado
uma estrutura mais consolidada nas áreas fiscais, tribude autopeças.
tárias, de recursos humanos, logística e comercial, entre
outras, disponibilizar esta transferência de conhecimento aos nossos parceiros quando somos solicitados.
Futuro promissor
Isto nos deixa muito contentes”, avalia Soares.
A Roles chega aos 45 anos sem se esquecer de seu
passado, mas não deixa também de olhar para o futuro
desafiador que tem pela frente. “A nossa história não
Mais confiança
para e o que nos deixa feliz é saber que ela está sendo
Com o propósito de oferecer ainda mais confiança ao
construída sobre uma base sólida e forte. Os princípios
seu público consumidor, a Roles apostou no ano de
de nosso grupo são conhecidos por todos os nossos
2000 no lançamento de sua própria marca de produtos.
colaboradores e é por isso que o cliente da Roles sabe
Se a estratégia é questionada por alguns especialistas
que estará sendo bem atendido”, afirma Soares.
em comércio – que alegam temer pela exposição da
Um dos pontos de atenção da Roles atualmente é
marca a partir de sua própria linha de produtos – o
o relacionamento que mantém não apenas com seus
projeto da Roles vingou e hoje é outro fator a ser coconsumidores, mas também com seus profissionais
memorado pela companhia.
de vendas, sejam eles representantes comerciais ou
A partir de 2005 esta linha própria de produtos
vendedores internos. Para isso, a empresa afirma invespassou a se chamar Autho Mix e trabalha atualmente
tir constantemente na formação desses profissionais
com mais de 1.000 itens distribuídos em nível nacional.
de modo a se aproximar, consequentemente, de cada
“A Roles oferece uma linha completa de produtos na
cliente por eles atendidos. “Quem não valorizar e premarca Autho Mix para as principais frotas de veículos
parar o seu capital humano, não evoluirá na proporção
no País, atendendo em sua maioria a linha leve. Essas
que necessita para a manutenção saudável do seu nepeças são homologadas nos mais exigentes padrões de
gócio. Pessoas cada vez mais farão a diferença”, indica
qualidade, atendimento e serviço, onde temos como
a própria empresa, em suas perspectivas para 2014.
diferencial nosso pós-venda”, explica Soares.
Além disso, outro foco da empresa neste ano estaAtualmente, quem procura a marca Autho Mix enrá voltado ao fortalecimento de sua marca diante do
contra polias, guias, tensionadores, kits de amortepúblico consumidor. Essa visão, inclusive, justifica o
cedores e de juntas homocinéticas, bieletas fixas e
investimento maciço da Roles no desenvolvimento
articuladas, terminais axiais, sapatas de freio, cubos
34 Mercado Automotivo • março • 2014
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Respeite a sinalização de trânsito.
Divulgação
de um novo logo, um novo slogan e também de um endereço eletrônico moderno e
mais atraente.
“Durante anos o slogan da empresa foi
‘Distribuidor de Grandes Marcas’, o que evidencia sua preocupação com a excelência
dos produtos oferecidos aos clientes. Para
a Roles, trabalhar com grandes marcas que
agreguem alto nível de qualidade ao mercado do aftermarket é primordial. Hoje, com
esta questão bem solidificada na mente dos
clientes, a Roles volta sua estratégia de comunicação para o relacionamento com seus
parceiros de negócio, sejam eles clientes,
colaboradores, representantes ou fornecedores. Por exemplo, a equipe de vendas
Sérgio Teixeira, diretor comercial da CAR Central
da Roles tem a missão de agregar valor ao
cliente, de fato, ajudando-o a impulsionar o
seu negócio, e não apenas ser um tirador de pedidos.
pela renovação de seu slogan, de seu logotipo e de seu
Por isso, o slogan adotado em 2014 é ‘Juntos fazemos
site”, finaliza o gerente de Marketing da CAR Central.
melhor’”, explica Soares.
É dessa forma, apostando em sua credibilidade
“Ao completar 45 anos, a Roles inicia um processo
perante o mercado, sem esquecer-se de sua responde oxigenação da sua marca, ampliando os pontos de
sabilidade diante do público que já a acompanha há
contato com o mercado ao utilizar novos canais de codécadas, é que a Roles pretende caminhar até os 50,
municação, em especial os digitais, passando também
70 e, por que não, 100 anos de história.
Caminhos, tendências e
reflexões para o aftermarket
55 11 2281-1840
WWW. REVISTAMERCADOAUTOMOTIVO .COM.BR
Mercado Automotivo • março • 2014
35
Economia C léa M artins e W eslei N unes
Planejamento econômico
Economistas criticam passos lentos da economia brasileira e pedem
medidas de médio e longo prazos que possam, sobretudo, alavancar
o setor automotivo
A
economia brasileira se superou ao resistir bem
a uma das maiores crises econômicas globais
da história, ocorrida em 2008. O mau momento não chegou a ser apenas uma “marolinha”, como
previu o presidente à época Luiz Inácio Lula da Silva;
foi um impacto forte e os resultados negativos das indústrias e do comércio foram inevitáveis, porém muito
menores do que os ocorridos em outros países.
Dois anos depois, a tempestade passou, mas, até
o momento, a economia nacional tem caminhado a
passos lentos, mais lentos do que outros países emergentes, e o discurso otimista do governo já começa a
perder forças.
Em Davos, na Suíça, onde ocorreu o Fórum
Econômico Mundial, primeiro grande evento político-econômico do ano, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, limitou-se a dizer que o País crescerá amparado pela recuperação da economia mundial, mas fez
questão de lembrar aos investidores na plateia que
o Brasil já é o quarto maior mercado de automóveis
do mundo. “O Brasil conseguiu atravessar bem a crise
[de 2008] e agora nos preparamos para a superação,
o que vai se refletir em taxas de crescimento maiores
do que as que temos tido”, disse o ministro ao blog
oficial do Palácio do Planalto, ainda durante o evento.
A presidente Dilma Rousseff também participou do
Fórum em Davos e disse, em seu discurso de abertura, que a saída definitiva da crise só acontecerá com
medidas de médio e longo prazos. “Ele [o curto prazo]
é importante. Mas é natural que, em um ambiente de
38 Mercado Automotivo • março • 2014
crise, muitas avaliações acabem privilegiando essa dimensão temporal”, disse a Chefe de Estado brasileira.
Curiosamente, as medidas de curto prazo foram as mais
adotadas pelo governo e sempre foram motivos de
crítica pela oposição e por boa parte dos economistas.
Esta é a primeira vez que o governo sugere caminhar de vez para as medidas mais amplas de estruturação econômica, o que a indústria aponta ser um
bom caminho, já que as ações de curto prazo têm sido
ineficazes para a economia.
Essa imagem de um mau posicionamento econômico do Brasil não vem apenas das indústrias, mas
também de especialistas em assuntos macroeconômicos. Raul Velloso, que é consultor econômico e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do
Planejamento, entende que o País enfrenta uma nova
crise de credibilidade na área das Finanças Públicas
– entre 1981 e 1994, o País enfrentou o ápice desse
problema. “O Brasil está mal posicionado no contexto
econômico global por vários motivos. Os indicadores
de desempenho (PIB, inflação etc.) dos últimos anos
são piores do que os dos emergentes pró-mercado da
América Latina (México, Chile, Colômbia e Peru). O atual modelo econômico pró-consumo dá sinais de claro
esgotamento sem que os líderes políticos apresentem
saídas críveis”, explica o economista.
Quem também não vê com bons olhos a posição
econômica atual é o assessor econômico da Fecomercio
SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
do Estado de São Paulo), Altamiro Carvalho. Para o es-
Mercado automotivo
Diante de uma economia pouco estimulante, a grande
questão é: como fica o setor automotivo nesse contexto? Segundo os especialistas econômicos, o setor
é parte fundamental nisso tudo. Hoje essa parcela da
economia abriga uma das maiores cadeias produtivas
que existem, gera milhões de empregos e vem batendo recorde de produção e de vendas há mais de uma
década. “Apenas no último ano houve um ligeiro recuo das vendas [de veículos novos], explicado pelo
fraco desempenho econômico do País como um todo.
Como houve um excesso de produção em relação às
vendas em 2013, o estoque de carros novos nos pátios
das montadoras cresceu. Isso indica que teremos saldões e feirões de automóveis na primeira metade do
ano para ajustar esse estoque”, afirma o economista
da Fecomercio.
Para Velloso, a solução mais coerente seria criar
medidas de longo prazo para a indústria se fortalecer
e ter poder competitivo internacional. “O setor automotivo é muito importante no Brasil, mas ele é parte
do segmento industrial que enfrenta forte concorrência
dos importados. Como as políticas governamentais de
apoio ao setor podem se esgotar, é preciso pensar em
soluções duradouras para um período mais longo”, sugere o consultor econômico.
Copa, Olimpíadas e eleições
Em curto prazo, pouco se espera para a economia brasileira. Mas acredita-se muito que, mais adiante, as
coisas darão certo: o País passará bem pelas próximas
eleições e pelos dois megaeventos, Copa do Mundo
e Olimpíada.
Raul Velloso, consultor
econômico e ex-secretário
de Assuntos Econômicos do
Ministério do Planejamento
Divulgação
pecialista, o ideal seria o País alcançar o crescimento
de 4,5% para o PIB (Produto Interno Bruto) anual, mas
isso não ocorre há mais de sete anos – em média, o
crescimento tem ficado na casa de 2,6%. “Na raiz desse
baixo crescimento estão, dentre outros aspectos, uma
carga tributária excessiva e mal utilizada, uma legislação trabalhista anacrônica e uma estrutura burocrática
inaceitável, fatores cuja conjunção retira da economia
brasileira quase todo poder competitivo com o resto
do mundo. Como vivemos de forma irreversível uma
era de globalização, esse baixo poder de competição
impõe a incapacidade de crescermos nos níveis pretendidos e necessários”, analisa Carvalho.
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Altamiro Carvalho,
assessor econômico da
Fecomercio SP
Sobre as eleições, Carvalho comenta: “O quadro
é um pouco diferente, pois, além da eleição presidencial, há eleições para senadores, deputados e governadores, ou seja, todos do Legislativo vão querer
aprovar suas emendas parlamentares para projetos
em suas bases e o Executivo também tende a acelerar
e inaugurar obras nesse momento. O efeito imediato
sobre produção e consumo é positivo, mas há o efeito
de longo prazo que pode comprometer a execução
de um orçamento mais adequado aos padrões brasileiros. O que será importante evitar é incorrer em
ações artificiais com finalidades populistas diante da
hipótese de eventualidades econômicas adversas
que venham a exigir medidas austeras, mesmo que
impopulares. Enfim, olhar o futuro com isenção e não
as conveniências eleitorais”.
Mercado Automotivo • março • 2014
39
Fotolia.com
Gestão e Tendências R edação
Redes essenciais
Investir em plataformas digitais vale a pena, mas é preciso saber o
que e (principalmente) como fazer
N
o início do mês de março, a revista inglesa
“The Economist” publicou um artigo no qual
analisou o papel das redes sociais nas eleições
para a presidência do Brasil neste ano. Especializada
em política e economia, a publicação alertou que as
plataformas digitais têm sido vistas como um “campo
de batalha crucial nas campanhas” e que os candidatos
passaram a investir cada vez mais neste tipo de espaço,
devido à sua crescente importância.
A percepção da publicação inglesa, no entanto, não
fica restrita ao cenário político brasileiro. As empresas
no País estão investindo cada vez mais nas redes sociais, de modo a fortalecer sua presença nestes espaços
e, consequentemente, estreitar a relação com os consumidores. O topo dessa “cadeia de investidores” é hoje
dominado pelas grandes corporações. No Facebook,
Guaraná Antarctica e Coca-Cola dividem a liderança
entre as marcas com o maior número de seguidores,
com cerca de 16 milhões de fãs cada uma. No Twitter,
quem lidera é a Claro, que investiu forte para garantir
a imagem do ex-jogador de futebol Ronaldo no espaço,
conquistando 3,6 milhões de seguidores na rede. No
YouTube, é a Nike que ocupa a primeira posição do
ranking, com mais de 120 mil assinaturas.
40 Mercado Automotivo • março • 2014
Quem olha de fora aparentemente não consegue
ver brechas nesse mercado. Afinal, como disputar espaço com gigantes dos setores de alimentos, materiais
esportivos e eletrônicos? Como aparecer diante de
companhias que muitas vezes dedicam um setor inteiro (ou até mesmo contratam agências especializadas
neste tipo de serviço) para abastecer seus perfis nas
redes sociais?
Pode não parecer, mas há espaço de sobra. E o
melhor: o custo-benefício é extremamente atraente.
Atualmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas utilizam as
redes sociais em todo o mundo. No Brasil, calcula-se
que pouco mais de 77 milhões de pessoas acessem
as redes sociais, o que representa 97% do total de internautas no País. Somos o quarto país com o maior
número de usuários de redes deste tipo. Ou seja, sim,
há espaço.
Setor automotivo
Se há espaço, por que não investir? Pequenas e médias empresas do setor automotivo (especialmente de
autopeças) não costumam ter capacidade financeira
para investir em grandes campanhas que agreguem
emissoras de televisão, cujo alcance pode impulsionar
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
a dimensão de suas marcas. Recorrem, muitas vezes, a
propagandas veiculadas em emissoras de rádio. O custo-benefício, no entanto, muitas vezes é questionado.
As redes sociais permitem que as pequenas e médias empresas atinjam um grande público com investimento relativamente baixo. Com a dedicação de apenas um profissional de comunicação é possível alcançar
bons resultados no curto prazo e promover campanhas
que agreguem maior valor à marca no longo prazo. Um
dos primeiros passos é identificar as redes sociais nas
quais o consumidor da empresa está inserido. A companhia não precisa estar em todas as plataformas, mas
deve se dedicar àquelas nas quais percebe maior interação com seu público.
Ao criar os perfis nas redes desejadas é necessário ter em mãos um planejamento de curto prazo.
Nele, a empresa precisa definir o que e o quanto será
publicado nessas plataformas. Fotos dos produtos?
Notícias sobre a empresa? Notícias sobre o setor?
Pesquisas de opinião com o público consumidor?
Será feito um post por dia? Um por semana? Haverá
periodicidade definida?
São questões que definirão a estrutura do perfil
da empresa nas plataformas digitais e esta imagem
deve ser semelhante à imagem “real” da companhia,
do mundo físico. Há empresas com perfis mais fechados, com poucas transformações mensais. Neste caso,
recomenda-se a divulgação de produtos e de notícias
sobre o setor nas redes sociais. No entanto, se a companhia passa por mudanças e novidades frequentes
(contratações, novos produtos, declarações de executivos e sócios), é possível utilizar as ferramentas digitais
para divulga-las, fortalecendo o nome da marca.
Essencial, no entanto, é não deixar o perfil “abandonado”. A correria do dia a dia, a falta de um profissional
destacado para a função e a ausência de retorno financeiro imediato podem fazer com que a empresa acabe
deixando de lado sua imagem nas redes sociais. Erro
grave! Se você decidiu ingressar no ambiente digital
não deve deixar sua imagem descuidada, seu perfil
esquecido e, principalmente, seu contato com os consumidores, frouxo.
O Facebook recomenda um post por dia para que
todas as páginas possam aparecer no mural de atualizações dos usuários. Caso contrário, corre-se o risco de
sumir entre os perfis de tantas empresas.
O início pode até parecer complicado e infrutífero,
mas com o tempo e com uma média frequente de publicações, o perfil vai ganhando “cara” e a interação com
os usuários tende a aumentar. Graças a isso, a imagem
da empresa consegue chegar a um público muito maior,
conquistando, consequentemente, mais consumidores.
Posteriormente, é possível buscar o apoio de agências de comunicação especializadas em redes sociais.
O investimento não chega a ser alto e o custo-benefício
pode compensar, pois o planejamento é definido de
acordo com as características específicas de cada empresa, algo que pode ser interessante para as companhias do setor automotivo. De qualquer forma, confira
a seguir algumas dicas simples que você pode implantar nos perfis de sua empresa no ambiente digital. As
redes sociais ganham cada vez mais força e se você
não quer os mesmos resultados de sempre, talvez seja
hora de pensar em novas plataformas e estratégias
de comunicação.
Dicas para redes sociais
F
ique atento a possíveis queixas no Reclame Aqui. Por mais que as empresas do setor de autopeças não costumem ser alvos
deste tipo de mensagens, reclamações registradas nesta plataforma digital podem ferir gravemente a imagem da companhia
com os consumidores.
Aposte em campanhas promocionais nas redes sociais. Ofereça descontos a quem compartilhar seu conteúdo ou para quem
seguir sua empresa nos ambientes digitais.
Ainda que sua empresa não tenha “grandes novidades”, compartilhe imagens de seus produtos nas redes sociais.
Aposte em anúncios patrocinados no Facebook. Com um investimento de R$ 200 por mês é possível conquistar milhares
de seguidores.
Divulgue amplamente a participação de sua empresa em eventos nas redes sociais. Publique fotos, notícias sobre novos negócios, informe quem participou dos eventos.
Se estiver em um momento sem grandes novidades em sua empresa, promova pesquisas com seu público nas redes sociais:
prefere comprar pela internet ou por telefone? Realiza compras nos finais de semana? O que mais valoriza ao fazer negócios no setor
(entrega, qualidade do produto, preço)? Dessa forma, você conhecerá melhor seu público consumidor, e de graça!
Mercado Automotivo • março • 2014
41
Leandro Martinho Leite “Contribuições ao PIS e Cofins – Regime
Monofásico e Sistemáticas de Tributação”
U
ma das questões tributárias mais relevantes na
atualidade e que implica em relevante fator de
competitividade é a correta análise de operações e tratamento tributário relativos à incidência das
Contribuições ao Programa de Integração Social (PIS) e ao
Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Com a elevação da carga tributária das Contribuições
sobre o Faturamento, a identificação das hipóteses de
tributação, alíquotas corretas e situações que permitam
a apropriação de créditos acabam por impactar significativamente as atividades das empresas.
Especialmente para as empresas que comercializam
produtos sujeitos à sistemática de tributação denominada
“monofásica” ou “concentrada” (como é o caso de pneus e
autopeças), a questão relativa ao tratamento adequado e
hipóteses de apropriação de créditos é delicada.
Com a edição da Lei nº 10.485 de 2002, alterada pela
Lei nº 10.865 de 2004, o Governo Federal instituiu a sistemática de tributação “monofásica” para a comercialização de Autopeças, Pneus, Câmaras-de-ar, Máquinas e
Acessórios para veículos.
A sistemática “monofásica” consiste em centralizar
a tributação em uma única etapa da cadeia de fornecimento. Isso é feito mediante a aplicação de uma alíquota
majorada nas operações realizadas pelos importadores
e fabricantes, reduzindo-se a tributação nas operações
realizadas pelos atacadistas e varejistas.
Tomando-se como exemplo a comercialização de autopeças listadas na Lei 10.485/2002, tivemos uma alteração
de alíquotas nas operações realizadas pelos fabricantes
para 10,8% e 2,3%, reduzindo-se a 0% a tributação sobre
as operações realizadas pelos atacadistas e varejistas das
referidas mercadorias.
Grandes dúvidas surgiram quando da edição das Leis
10.637/2002 e 10.865/2004 que, paralelamente à sistemática “monofásica”, instituíram a sistemática “não cumulativa”
de tributação das Contribuições ao PIS e Cofins.
Segundo essa sistemática, para as operações praticadas pelas empresas sujeitas à tributação do Imposto sobre
a Renda pela sistemática do Lucro Real, a alíquota geral
das Contribuições ao PIS e Cofins foi aumentada de 3% e
0,65% para, respectivamente, 7,6% e 1,65%.
Em contrapartida, a legislação assegurou às empresas
submetidas à sistemática “não cumulativa” a possibilida-
42 Mercado Automotivo • março • 2014
de de apropriar créditos sobre a aquisição de produtos
para revenda e sobre determinadas despesas e insumos
vinculados às respectivas atividades.
As maiores dúvidas surgiram justamente em razão do
fato de que, paralelamente à metodologia não cumulativa,
foi mantida a sistemática “monofásica” de tributação para
Autopeças e Pneumáticos.
Muito se discutiu sobre a forma de tributação e a possibilidade de apropriação de créditos pelas empresas
optantes por cada uma das metodologias de tributação
(Lucro Real, Lucro Presumido e Simples).
Na prática, muitas empresas acabaram deixando de
apropriar créditos legalmente previstos, e tributando indevidamente operações não mais sujeitas à incidência
das Contribuições.
Especialmente para as empresas sujeitas ao Lucro
Real, com o advento da sistemática não cumulativa, passaram estas a ter o direito de apropriar créditos sobre as
despesas vinculadas à suas atividades (aluguéis, energia
elétrica, fretes etc.), inclusive em relação às operações
vinculadas a produtos sujeitos à sistemática “monofásica”.
De outro lado, todas as empresas revendedoras, inclusive as sujeitas à tributação pelo Simples ou Lucro
Presumido, deixaram de estar sujeitas à incidência das
Contribuições sobre a revenda das mercadorias sujeitas à
sistemática “monofásica”, devendo atribuir a tais receitas
um tratamento separado em seus registros fiscais.
De acordo com a opção da sistemática de tributação
realizada pela empresa revendedora, teremos as seguintes situações:
1. SIMPLES NACIONAL:
1.1. Produtos sujeitos à sistemática “monofásica”: Não
apropria créditos das Contribuições ao PIS e Cofins e
as receitas decorrentes das revendas dessas mercadorias devem ser tributadas com aplicação da Tabela
do Simples sem a inclusão dos percentuais relativos
às Contribuições.
1.2. Produtos fora da sistemática “monofásica”: Não apropria créditos das Contribuições ao PIS e Cofins e as
receitas decorrentes das revendas dessas mercadorias devem ser tributadas com aplicação da Tabela
Padrão do Simples.
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
2. LUCRO PRESUMIDO:
2.1. Produtos sujeitos à sistemática “monofásica”: Não
apropria créditos das Contribuições ao PIS e Cofins
e as receitas decorrentes das revendas dessas mercadorias não são tributadas (alíquota zero – 0%).
2.2. Produtos fora da sistemática “monofásica”: Não
apropria créditos das Contribuições ao PIS e Cofins
e as receitas decorrentes das revendas dessas mercadorias são tributadas às alíquotas de 0,65% e
3,0%, respectivamente.
3. LUCRO REAL:
3.1. Produtos sujeitos à sistemática “monofásica”:
Apropria créditos das Contribuições ao PIS e Cofins
apenas sobre as despesas vinculadas à atividade
(energia elétrica, aluguéis, fretes etc.) e as receitas
decorrentes das vendas dessas mercadorias não são
tributadas (alíquota zero – 0%).
3.2. Produtos fora da sistemática “monofásica”: Apropria
crédito de PIS e Cofins sobre a aquisição dos produtos para revenda e também as despesas vinculadas
à atividade (energia elétrica, aluguéis, fretes etc.),
sendo as receitas decorrentes das revendas dessas
mercadorias tributadas a alíquotas de 1,65% (PIS) e
7,6% (Cofins).
A fim de facilitar a visualização, segue abaixo
um quadro ilustrativo contemplando as hipóteses
acima referenciadas:
Mercadorias na Sistemática
“Monofásica”
Simples
•• Não incidência das Contribuições
sobre as Revendas (utilizar Tabela
do Simples sem PIS e Cofins).
•• Não apropria créditos sobre a
aquisição das mercadorias.
•• Não apropria créditos sobre as
despesas vinculadas às atividades
(aluguéis, energia elétrica,
fretes etc.).
Leandro Martinho Leite é advogado do escritório Leite,
Martinho Advogados-LMA,
especializado em Tributação,
Planejamento Societário e
Estruturação de Logística Fiscal.
Com efeito, de acordo com a forma de tributação
(Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real) e as operações
realizadas pela empresa (Revenda de Produtos Sujeitos
à Sistemática “Monofásica” ou “Demais Mercadorias”),
deverá ser analisada a forma adequada de tributação e
respectivas hipóteses de aproveitamento de créditos.
Vale ressaltar que, além da adequação da forma de tributação, as empresas que realizaram pagamentos indevidos no passado, ou deixaram de se creditar em hipóteses
permitidas pela legislação, possuem o direito de buscar,
na esfera administrativa, a recuperação de referidos valores, limitado ao prazo decadencial dos últimos 5 anos.
Lucro Presumido
•• Não incidência das Contribuições
sobre as Revendas (Alíquota Zero
de PIS e Cofins).
•• Não apropria créditos sobre a
aquisição das mercadorias.
•• Não apropria créditos sobre as
despesas vinculadas às atividades
(aluguéis, energia elétrica,
fretes etc.).
Lucro Real
•• Não incidência das Contribuições
sobre as Revendas (Alíquota Zero
de PIS e Cofins).
•• Não apropria créditos sobre a
aquisição das mercadorias.
•• Apropria créditos de 1,65% e 7,6%
sobre as despesas vinculadas
às atividades (aluguéis, energia
elétrica, fretes etc.)
Demais Mercadorias
•• Incidência das Contribuições sobre •• Incidência das Contribuições sobre •• Incidência das Contribuições sobre
as Revendas com base na Tabela
Padrão do Simples.
•• Não apropria créditos sobre a
aquisição das mercadorias.
•• Não apropria créditos sobre as
despesas vinculadas às atividades
(aluguéis, energia elétrica,
fretes etc.).
as Revendas a alíquotas de: Cofins:
3,00% e PIS: 0,65%.
•• Não apropria créditos sobre a
aquisição das mercadorias.
•• Não apropria créditos sobre as
despesas vinculadas às atividades
(aluguéis, energia elétrica,
fretes etc.).
as Revendas a alíquotas de: Cofins:
7,6% e PIS: 1,65%.
•• Apropria créditos de 1,65% e 7,6%
sobre a aquisição das mercadorias.
•• Apropria créditos de 1,65% e 7,6%
sobre as despesas vinculadas
às atividades (aluguéis, energia
elétrica, fretes etc.).
Mercado Automotivo • março • 2014
43
Eventos – Beijing J arbas Á vila
AMR 2014, Auto Maintenance &
Repair Expo
assume, como um cavalo, a liderança no mercado chinês
N
o calendário lunar chinês este é o ano do
Cavalo. E o Cavalo é, segundo a tradição chinesa, um lider nato. Assim sendo, a AMR 2014
já está sendo apontada como “um cavalo” pela liderança que tem obtido no mercado chinês neste segmento
de negócios.
Realizada de 26 de fevereiro a 1º de março de 2014,
no NCIEC (New China International Exposition Center),
localizado em Beijing, apresentou os mais novos e expressivos equipamentos para manutenção e reparos
existentes no mercado chinês e no mundo. Motivo de
orgulho para os organizadores da feira que alcançaram
recordes de expositores e público visitante, a mostra
ocupou 100 mil metros quadrados de espaço e recebeu
1.139 expositores. O número de profissionais da área
automotiva que estiveram no evento também bateu
recorde e alcançou a marca de 52.821 visitantes.
O diversificado mix de produtos e serviços oferecidos e o profissionalismo da mostra foram destaques
apontados pela maioria dos expositores. Fabricantes,
distribuidores e usuários finais de manutenção de automóveis e da indústria de reparação de todo o mundo
44 Mercado Automotivo • março • 2014
tiveram a oportunidade de se reunir em Beijing e novamente promover seus produtos aos mercados locais
e internacionais.
Marcas de renome no país e no exterior, como Beta,
Bosch, Corghi, Cosber, Dali, Festool, FY-Tech, Giuliano,
Hennessy, Hunter, Kent, Maxima, Roberlo, Rotary, Sata,
Snap-On, Taida, Zonyi, entre outras, além do Pavilhão
de Ferramentas de Taiwan, tiveram a oportunidade de
divulgar e promover seus produtos e serviços.
Associações, Seminários & Experience Center
Escolas de formação de profissionais em reparação e
manutenção automotivas formaram grupos de visitantes para visitar a exposição e participar dos seminários, promovendo desta forma a disseminação da cultura e das novas tecnologias aos futuros profissionais
do setor.
O setor Product Experience Center atraiu professores e alunos de instituições acadêmicas, considerados
como o novo poder desse campo e que entrará para o
exército de mão de obra na manutenção e reparação
de automóveis em breve.
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Fotos: Divulgação
Abrindo a possibilidade da “Prática ao vivo” para
os futuros técnicos, os alunos foram autorizados a operar o equipamento sob a orientação de professores e
fabricantes, praticando o que aprenderam em sala de
aula. Enquanto isso, com produtos diversificados nesta
área, os visitantes estrangeiros foram capazes de ter
uma ideia geral do modelo de oficina da China.
Ao mesmo tempo, associações internacionais
do setor automotivo, como o Australian Automotive
Aftermarket Association (AAAA), a canadense Collision
Repair Association (CCRA), a Associação do Corpo
de Reparação Automotiva da Indonésia, a Coréia
Automobile Repair Specialty Association (Carpos),
a Federação da Oficina de Automóveis Owners
Association of Malaysia (Fawoam) e a Singapore Oficina
Motor Association (SMWA), organizaram grupos de
compradores profissionais para participar da feira
com vistas a fechamento de negócios, o que acabou
acontecendo em larga escala com diversas empresas,
tendo fechado encomendas para todo o ano. Estas associações firmaram também memorandos de cooperação com a AMR no sentido de promover, no futuro,
o desenvolvimento sustentável da indústria global.
Com isso, a AMR consolida-se como importante
plataforma profissional do setor automotivo na China
e região.
A INOVAÇÃO FAZ A DIFERENÇA
Os organizadores da feira inauguraram nesta edição
uma campanha denominada “Recomendações AMR
2014”, onde o tema principal foi “Eficiência energética
e redução de emissões e Reparação verde”. Segundo
os organizadores, a eficiência energética é a chave do
desenvolvimento sustentável das empresas contemporâneas. Assim, 131 empresas participantes trouxeram
mais de 240 tipos de produtos, que foram analisados e
revisados rigorosamente por 10 especialistas. Ao final,
70 produtos de 55 empresas foram premiados com a
honra de “Recomendações AMR 2014”. A cerimônia de
premiação foi realizada com grande pompa na data
de abertura da exposição, em 26 de fevereiro, como
um novo marco na promoção da inovação e eficiência energética na indústria. A área de demonstração
de tais produtos recomendados na exposição atraiu
uma grande quantidade de visitantes, que tiveram a
oportunidade de apreciar os produtos recomendados
em destaque em cabines de luxo, durante o período
de exposição.
DIVULGAÇÃO
Este ano, 8 empresas do exterior (dentre as quais a
revista Mercado Automotivo foi uma das escolhidas)
e 21 meios de comunicação locais promoveram a cobertura do evento, o que colabora para a maior divulgação da mostra dentro e fora da China, aumentando
seu prestígio.
A próxima exposição chinesa já tem data marcada:
de 9 a 12 de abril de 2015.
Mais informações: www.auto-maintenance.com.cn
Mercado Automotivo • março • 2014
45
ANDAP NEWS
DESTAQUES DA REUNIÃO DA ANDAP
m reunião plenária da Andap, realizada no dia 26 de fevereiro, o advogado criminalista André Boiani e
Azevedo apresentou informações sobre os aspectos legais que envolvem a comercialização de produtos
importados. O especialista pontuou vários detalhes que podem passar despercebidos pelos empresários,
mas que trazem consequências graves por não atenderem exigências da Lei nº 8.079/1990, que institui o
Código de Defesa do Consumidor. Ele relatou vários casos em que os empresários foram autuados. Detalhes
como deixar de informar especificação ou peso dos produtos, ou se esses dados estiverem em língua estrangeira ou em desacordo com a mercadoria poderão causar transtornos criminais aos empresários.
O cenário econômico para 2014 foi apresentado pelo economista e consultor da Fecomercio, Fabio
Pina, que mostrou dados sobre produção industrial, agropecuária, venda de veículos, varejo, entre outras
informações de mercado.
E
TRIBUTAÇÃO
Novo IVA a partir de junho
Índice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST) passa de 65,10% para 71,78% a partir de 1º de junho de
2014, conforme portaria CAT 127, de 16 de dezembro de 2013. Até 31 de maio a alíquota é 65,10%. A
Andap, juntamente com outras entidades do setor, tem se reunido regularmente com a Secretaria Estadual
da Fazenda para tentar reverter a situação. Na opinião de Renato Giannini, presidente do Sicap e da Andap,
a política tributária adotada gera efeito cascata e vem provocando aumentos ano após ano, pois os preços
são repassados para o custo. “A simples mudança de cálculo já resultaria em redução no preço final, isso se
a Margem de Valor Agregado (MVA) incidisse apenas sobre a base do ICMS, pois atualmente incorre sobre
todos os outros impostos e eleva também os tributos de esfera federal”, avalia Giannini.
O
EVENTO
Andap participa da Automec Pesados & Comerciais
Andap marca presença na 4ª edição da Automec Pesados & Comerciais que acontece de 1º a 5 de abril,
no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, SP, com participação de 155 expositores, entre
fabricantes de autopeças, acessórios, serviços e equipamentos destinados a veículos pesados. No estande,
a entidade receberá distribuidores de todo o País que vêm visitar o evento.
A
46 Mercado Automotivo • março • 2014
Faça revisões em seu veículo regularmente.
Governo anuncia investimentos de R$ 3,8 bilhões para
mobilidade urbana
governo federal anunciou a liberação de R$ 3,8 bilhões em investimentos
para obras de mobilidade urbana em sete Estados. Ao anunciar o pacote de
investimentos, a presidente Dilma Rousseff afirmou que estava fazendo no século
XXI o que “deveríamos ter feito no século XX”. Além disso, pediu que prefeitos e
governadores se empenhassem para diminuir a atual defasagem em obras de infraestrutura. A liberação dos recursos ocorre num momento crítico para o governo
federal, extremamente pressionado pelas demandas das manifestações populares de junho do ano passado, que incluía a melhoria da mobilidade urbana nas
grandes cidades. A principal preocupação do Planalto é que as críticas referentes
ao tema impactem negativamente a imagem de Dilma Rousseff às vésperas da
eleição presidencial deste ano.
O
DAF Academy forma a primeira turma de Mecânicos Master
DAF Brasil acaba de formar a primeira turma de Mecânicos Master em seu
Centro de Formação e Treinamento, o DAF Academy. De acordo com a empresa, o processo de formação foi implementado no Brasil seguindo o padrão
de treinamento da companhia na Europa e é responsável pela capacitação das
equipes de fábrica, serviços e comercial da Rede de Concessionárias. “Começamos
uma operação do zero e num mercado bastante competitivo. Temos a missão
de oferecer uma experiência de venda e pós-venda no nível do nosso produto,
e voltada diretamente à satisfação do cliente, na busca de maior disponibilidade
dos veículos. A DAF Academy tem papel fundamental neste processo e também
na reciclagem constante do nosso time”, avalia Marlon Maues, gerente de Pós-Venda da DAF Brasil.
A
48 Mercado Automotivo • março • 2014
Fotolia.com
A
Divulgação
SKF Brasil promove evento de futebol em Cajamar (SP)
SKF promove o torneio de futebol Meet the World Brasil 2014, que tem o
objetivo de disseminar o conceito de criar locais de encontro para a juventude ao redor do mundo. “Independentemente de formação cultural, condição
social, gênero, nacionalidade e de recursos financeiros”, informa a empresa. O
evento acontece no dia 12 de abril, no município de Cajamar (SP), onde a SKF
Brasil está presente. Uma das ideias do projeto, inclusive, é trabalhar ativamente
com os jovens da comunidade do município paulista. Ao todo, oito equipes com
jogadores de 13 e 14 anos disputarão o campeonato e a equipe vencedora viajará
para Gotemburgo, na Suécia, para participar da Gothia Cup 2014, com as despesas
de passagem, hospedagem e três refeições diárias pagas pela SKF. A Gothia Cup
é o maior e mais internacional torneio de futebol para jovens do mundo e será
realizado de 13 a 20 de julho.
Divulgação
Flash w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
MWM International amplia atuação na Argentina
ano de 2014 começou com novidades para a MWM International, empresa que fabrica
motores a diesel. Já neste primeiro semestre, a companhia iniciará o fornecimento de
motores para a Pauny SA, empresa líder na fabricação de implementos agrícolas na Argentina.
De acordo com a MWM, a parceria prevê o fornecimento de 300 propulsores ao ano, quantidade
que atenderá a expectativa da Pauny para o segmento, no mercado argentino e em países
vizinhos. O diretor de Vendas e Marketing da MWM International, Thomas Püschel, comemorou
o acordo e apontou que a parceria fomentará a notoriedade da empresa no país vizinho, que
possui também uma unidade fabril apta a receber futuros clientes de propulsores. “A Pauny é
uma das principais fabricantes de implementos agrícolas da Argentina. Com essa demanda,
teremos a oportunidade de mostrar a qualidade, tecnologia e robustez de nossos produtos
também no mercado argentino”, afirmou Püschel.
Setor automotivo perde o fundador do grupo Antônio Autopeças
aleceu no dia 18 de março Antônio Maciel Lins, pessoa conhecida no setor de autopeças
nacional. Antônio nasceu em Belo Jardim, município do interior de Pernambuco, e deixa
grande contribuição àqueles que hoje atuam no setor, especialmente no Nordeste brasileiro.
Apesar de demonstrar interesse em ser bancário, por força do destino, já na cidade de Recife,
com apenas 13 anos de idade começou a trabalhar na loja Costa Cabral, posteriormente denominada Irmãos Cabral, onde ficou durante 20 anos no balcão de venda de peças.
Graças ao jeito curioso e carismático, logo desenvolveu habilidades também na área de
serviços e, aos 41 anos, decidiu que já era hora de abrir seu próprio negócio. Criou então a
Antônio Autopeças Ltda., que começou a se estruturar graças a parcerias com representantes e
clientes e ao próprio modelo de negócio administrado por ele. A demanda passou a aumentar
e Antônio começou a anunciar sua empresa em rádio, TV e jornal para atrair seu público a
lojas cada vez maiores e em novos endereços. Logo, a Antônio Autopeças receberia a razão
social de Antônio Soluções Automotivas Ltda., evidenciando o crescimento da empresa. Atualmente, com mais de 50 anos
de atuação no mercado, o grupo Antônio Autopeças tem matriz em Recife - PE, mas se destaca como uma das principais
companhias nordestinas do setor.
Antônio Maciel Lins se despede deixando um belo legado, tanto na empresa que fundou quanto no setor de autopeças
nacional, pois sua atuação não ficou restrita ao grupo que leva seu nome. O empresário atuou junto ao Sebrae em busca
de parcerias que pudessem dinamizar e melhorar o trabalho das empresas nordestinas criando a Associação dos Amigos
do Ramo de Autopeças (Arape) e reativando o Sindicato do Comércio de Peças (Sincopeças) com o objetivo de unir o
empresariado do setor.
F
Programa da Toyota para brasileiros no Japão completa 16 anos
m 2014, a Toyota comemora 16 anos de seu Curso de Formação Técnica Automotiva promovido pelo Toyota Technical College para brasileiros residentes no Japão. O curso é realizado
na província de Aichi e já formou nesse período 281 profissionais como técnico automotivo ou
consultor técnico. Com duração de um ano, o curso busca candidatos com idade de 16 a 25
anos e escolaridade equivalente ao Ensino Fundamental no padrão brasileiro. De acordo com
a empresa, o curso foi concebido como uma forma de “contribuição social” da Toyota, “visando
atender aos jovens filhos de imigrantes que chegavam ao Japão e que, por dificuldades de
adaptação com a língua, não conseguiam se firmar na sociedade local, tampouco se inserir no
mercado de trabalho”. E o mais importante é que o curso é inteiramente ministrado em português
e tem módulos teórico e prático.
E
Mercado Automotivo • março • 2014
49
Divulgação
Divulgação
O

Documentos relacionados

o futuro do eMprego

o futuro do eMprego importância, nestes tempos bicudos, de uma reflexão sobre algumas lições extraídas de filmes, como é o caso de “Adeus, Lênin”, que retrata a tentativa de um filho de preservação dos ideais de sua m...

Leia mais

darci piana - Grupo Photon

darci piana - Grupo Photon Ana Paula Cassorla, Anselmo Dias, José Ângelo Bonarette Esturaro, Rodrigo Francisco Araújo Carneiro

Leia mais

Concessionárias x rede independente

Concessionárias x rede independente Mas, para a sorte do nosso setor, parece que melhores ventos começam a soprar para nosso lado! Mal acabou a Automec e várias empresas, festejando o recorde de visitantes nos seus estandes durante a...

Leia mais

Automec 2013 - Grupo Photon

Automec 2013 - Grupo Photon Adalgisa Cruz................. [email protected] [email protected] As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos e matérias estão autorizadas, ...

Leia mais