Revista_edição 3.p65

Transcrição

Revista_edição 3.p65
Impresso Especial
9912153963/2006 - DR/MG
Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia
Regional Minas Gerais
... Correiros ...
Revista da SBOP
...
DEVOLUÇÃO
GARANTIDA
... Correiros ...
Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica
ano 2 - n° 6 - setembro/outubro/novembro/dezembro de 2012
Linha do Tempo:
VI Seminário Internacional e
I Congresso Brasileiro
da SBOP
Pag. 06
Fórum da SBOP ........................................................................Pág. 10
Palavra do ex-presidente - Dr. César Luiz ...............................Pág. 13
Eleita nova diretoria da SBOP .................................................Pág. 14
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editorial
Dr. Gilberto Brandão / 1° Secretário da SBOP
Sociedade Brasileira
de Ortopedia Pediátrica
Al. Lorena, 427 - 14º Andar
Cep: 01424-000 - São Paulo/SP
www.sbop.org.br
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F: (11) 2137 5400
Diretoria:
Presidente:
Dr. Rui Maciel de Godoy Jr
Vice-Presidente:
Dr. Alexandre F. de Lourenço
Secretário-Geral:
Dr. Miguel Akkari
1º Secretário:
Dr. Gilberto Francisco Brandão
1º Tesoureiro:
Dr. Gilberto Waisberg
2º Tesoureiro:
Dr. Pedro Henrique Barros Mendes
Comissão Científica:
Dr. Mauro César de Morais Filho
Dr. Luís Eduardo Munhoz da Rocha
Dr. Jamil Faissal Soni
Dr. André Luis Fernandes Andujar
Revista da SBOP:
Criação / edição:
Via Comunicação/BH
Telefax: (31) 3291-1305
Fotolito/Impressão:
Gráfica Premier
F: (31) 3025-3333
Periodicidade:
trimestral
Tiragem:
3.000 exemplares
As informações
da Revista da SBOP podem
ser reproduzidas, desde
que citadas as fontes.
Estimados colegas,
O sexto número de nossa revista esta recheado de informações importantes da nossa
Sociedade.
Na coluna Linha do Tempo há um resgate
histórico do I Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica, presidido pelo colega Luiz
Antonio Munhoz Cunha. Temos uma importante matéria sobre o Fórum da SBOP em
busca de diretrizes que nortearão as decisões
visando fortalecer e valorizar o trabalho do
ortopedista pediátrico.
A homenageada, desta vez, é a senhora
Sônia Santili, que contribuiu, de forma ímpar,
na organização da SBOP.
Também, nesta edição, uma matéria sobre
as atividades realizada pela SBOP nos dois
últimos anos, sobre o comando do nosso presidente Rui Godoy.
Na Coluna dos Ex-presidentes, conversamos com o Dr. César Luís, que presidiu a
SBOP nos anos de 2007 a 2008.
Um grande abraço e que em 2013 todos os
seus projetos sejam realizados.
Boa leitura!!!
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Palavra do Presidente
Dr. Rui Maciel de Godoy Junior
Presidente da SBOP
Caros(as) colegas,
Chegamos ao final de
2012 e nessa última edição do
ano da nossa “Revista da
SBOP” faremos um balanço
dessa gestão que encerra
suas atividades.
A primeira reunião da Diretoria ocorreu em janeiro durante o TEOT em Campinas.
Lá traçamos os planos para
que os anos de 2011e 2012
fossem bastante produtivos
e que as ações efetuadas
abrangessem os anseios dos
sócios. Vários assuntos foram discutidos e uma especial atenção foi dirigida ao nosso TROIA 2011, em SantosSP, em Agosto, sob a presidência do Fabio Peluzo.
Representamos a SBOP
no Congresso da AAOS (Fevereiro de 2011), recebendo
homenagens do seu presidente John Callaghan. Na abertura do congresso apresentamos a nossa sociedade a
todos os congressistas. Durante esse evento, em conversas com o Augusto César
Monteiro, presidente da ABTPé, surgiu a idéia da realização do Curso Internacional
de Pé. O presidente da SBOP
esteve presente na posse do
colega Francisco Carlos Salles Nogueira à frente da
SBOT-MG, no dia 3 de Março
de 2011. Na ocasião, incumbiu o Primeiro Secretário Gilberto Francisco Brandão da
importante missão de editar
a Revista da SBOP, importante canal de comunicação com
o colega associado. A tarefa
vem sendo cumprida de maneira a receber elogios de todos e recentemente teve a
sua tiragem aumentada, de
maneira a atingir uma maior
penetração entre os ortopedistas. Todos os custos da
revista são cobertos pelos patrocinadores graças ao intenso trabalho desenvolvido
pelo Gilberto.
Estivemos no fórum da
SBOT, em Bento GonçalvesRS, entre 14 e 17 de Abril, e,
em 2012, no fórum realizado
em Angra dos Reis-RJ, onde
discutimos os rumos atuais e
futuros da SBOT, das Regionais e dos Comitês.
Nos dias 16 e 17 de Junho
de 2011, a AACD promoveu
um curso Internacional de
Atualização em Defeitos de
Fechamento do Tubo Neural,
com a presença do Luciano
de Souza Dias. A SBOP auxiliou na divulgação do evento
enviando correspondência
eletrônica a todos os sócios.
Outros cursos também contaram com o apoio e a divulgação da SBOP aos seus associados. Em maio, o José
Batista Volpon organizou o 1º
Curso de Paralisia Cerebral da
USP, de Ribeirão Preto. Em
julho, a Ana Paula Tedesco
organizou a II Jornada do Instituto de Neuro-Ortopedia.
Os temas centrais foram Paralisia Cerebral, Mielomeningocele e Distrofia de Duchenne. Em Dezembro, o Lauro
Machado Neto promoveu um
curso sobre Paralisia Cerebral
no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre-RS.
Em 21 de Junho de 2011
foi criado o Departamento Científico de Ortopedia da
SBOP. Como realizações desse departamento, aconteceu
a palestra do pediatra Sulim
Abramovici sobre “Politrauma em crianças” durante o
TROIA. Por outro lado, a
SBOP participou de uma mesa
redonda sobre temas ortopédicos para o pediatra durante
o Congresso Brasileiro de Pediatria em Salvador-BA. Nessa linha de aproximação com
as Sociedades de Pediatria
salientamos a parceria com a
Sociedade de Pediatria de São
Paulo, com a realização de
cursos de Ortopedia para Pe-
5
diatras em São Paulo-Capital
e em Presidente Prudente-SP.
A intenção da SBOP para 2013
é de realizar cursos semelhantes em outros estados.
Nos dias 05 e 06 de agosto de 2011, Santos sediou o
TROIA. O Theddy Slongo foi
o convidado internacional.
Ele fez questão de participar
de todas as discussões de
casos e das mesas redondas.
Ao final do encontro, por votação unânime da diretoria da
SBOP, o Theddy Slongo recebeu o título de membro honorário da nossa sociedade.
Ainda no TROIA tivemos
uma atividade inédita e extremamente necessária: um fórum de discussão sobre os
rumos da Ortopedia Pediátrica, coordenado pelo William
Dias Belangero.
Entre os dias 6 e 9 de setembro de 2011 realizou-se em
Praga, República Checa, o
congresso trienal da SICOT,
com mais de 2 mil participantes de todo o mundo. O próximo será no Rio de Janeiro em
2014, conjuntamente com o
CBOT. A SBOP marcou sua
presença com coordenações
de mesas (Patrícia Fucs e Carlo Milani) e apresentações
orais (Rui Maciel, Patrícia Fucs
e Luiz Carlos Ribeiro Lara).
O dia 7 de Setembro foi
dedicado à IFPOS (Federação
Internacional das Sociedades
de Ortopedia Pediátrica), cujo
atual presidente é o Carlo Milani. Em maio de 2013, a SBOP
estará presente no POSNA,
em Toronto-Canadá. Esse
evento será realizado em conjunto com a IFPOS.
No CBOT 2011, realizamos com a Sociedade Brasileira de Coluna, presidida por
Luís Eduardo Munhoz da
Rocha, o curso de coluna na
criança e no adolescente.
Também no 43º CBOT,
cursos, mesas, curso de medicina esportiva (atividade
conjunta da SBOP com o Comitê de Artroscopia e Traumatologia Desportiva) e o Dia
da Especialidade foram bem
avaliadas pelos presentes.
Segundo o Paulo César
Schott, a discussão sobre ética e material de síntese na
Ortopedia Pediátrica, efetuada por Cláudio Santili, Akira
Ishida e George Bitar, foi muito apropriada e importante
para podermos refletir durante a nossa prática diária. As
ações a serem tomadas para
evitar o diagnóstico tardio da
DDQ foram debatidas pelos
colegas Eiffel Dobashi e Roberto Guarniero.
Nosso colega William
Dias Belangero continuou seu
excelente trabalho como editor do suplemento de Ortopedia Pediátrica da RBO. Dois
números foram editados, um
em 2011 e o outro sairá agora
em Dezembro de 2012.
Com a colaboração do
Marcos Antônio Almeida
Matos e do Caio Fernando Vicente da Silva, participamos
da confecção do livro “1000
perguntas”, editado pela
SBOT em 2011.
Em março de 2012 foi realizado o Curso de Pé Infantil
em São Paulo, com a presença de cinco convidados estrangeiros. Além de ter sido
um grande sucesso, esse curso foi um marco na integração da SBOP com a ABTPé.
O nosso congresso brasileiro realizado em FortalezaCE, obteve grande êxito. O
Paulo Colares e sua equipe
souberam mesclar com maestria a parte científica com a
social. Durante o CBOP, 26
novos membros receberam o
título de sócio da SBOP. Também em Fortaleza foi lançado
o novo site da SBOP. Durante o congresso foi ainda instituído o “Prêmio Paulo Selber” que consta de passagem
para a Austrália e visita ao
serviço onde o Selber atua.
Durante o CBOT 2012 em
Salvador-BA realizamos o curso pré-congresso sobre atualização no trauma e doenças
do quadril pediátrico.
Por fim gostaríamos de
salientar que a nossa SBOP
ainda tem um longo caminho
a trilhar. Sabemos que não realizamos tudo o que queríamos, mas dentro de nossas
possibilidades e realidades
procuramos fazer o possível.
Agradecemos a colaboração de todos, desejando sucesso à nova gestão. Feliz
Natal e um ótimo 2013.
6
I Congresso Brasil
LINHA DO TEMPO
Membros da Comissão Organizadora
e palestrantes convidados
Quando a Sociedade de
Ortopedia Pediátrica (SBOP)
foi fundada, na época Comitê de Ortopedia Pediátrica,
já existiam os Seminários Internacionais de Ortopedia
Pediátrica, que aconteciam
no Rio de Janeiro e eram organizados e coordenados
pelo Dr. Jorge Faria. Na época, nosso Comitê era um
dos maiores da SBOT, perto
de 450 sócios, e o interesse
na Ortopedia Pediátrica era
crescente. Estávamos na terceira diretoria (Dr. Jorge Pederneiras Faria, Dr. Roberto
Guarnieiro e Dr. Paulo Bertol). Fui eleito presidente do
VI Seminário Internacional e
a cidade escolhida foi Foz
do Iguaçu. A comissão do
evento era composta por
mim e pelos colegas Luis
Eduardo Munhoz da Rocha,
Edilson Forlin, Dulce Grimm,
Ana Carolina Pauletto e Gil-
son Zadhi, membro de Foz
do Iguaçu. Decidimos juntamente com a diretoria do
Comitê de Ortopedia Pediátrica que, pelo tamanho do
evento e para melhor comercializar os espaços, deveríamos associar ao nome do
VI Seminário o do I Congresso de Ortopedia Pediátrica.
Convidamos para participar
deste evento os melhores
nomes da Ortopedia Internacional, como os colegas Luciano Dias, Stewart Weinstein, Raymond T. Morrissy
e Hector Malvares, um representante sul-americano
do Hospita Italiano de Buenos Aires. O evento aconteceu entre os dias 11 e 14
de outubro de 1995 e foi um
grande sucesso.
Luiz Antônio M. Cunha
Presidene do ICBOP
7
leiro de Ortopedia Pediátrica
Flashes do evento
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18º Congresso Mineiro de
Ortopedia e Traumatologia
Entre os dias 9 e 11 de
agosto foi realizado no Expominas de Juiz de Fora, o
18º Congresso Mineiro de
Ortopedia e Traumatologia
da SBOT-MG, que contou
com a presença de cerca de
600 participantes. O evento – um dos mais importantes do calendário científico nacional – teve como
destaque internacional o Dr.
John Anthony Herring,
Chefe Emérito do Serviço
de Cirurgia Ortopédica do
Texas Scottish Rite Hospital; e o Dr. Wade Smith,
Professor da Universidade
do Colorado e Traumatologista do Swedish Medical Center, ambos dos Estados Unidos.
Na programação palestras com vários temas,
como pé, joelho, coluna,
cotovelo, ombro, e técnicas alternativas, como o
RPG e o Pilates, e um espaço dedicado exclusivamente à fisioterapia, especialidade de grande importância no contexto da Ortopedia e Traumatologia.
Durante o congresso
foram comemorados os
100 anos da descoberta da
Doença de Legg-Ca-Per-
Drs. Francisco Nogueira e Wilel Benevides, respectivamente,
presidente do 18° Congresso Mineiro e da SBOT-MG,
com suas esposas durante o evento
thes. A programação teve,
ainda, um curso pré- congresso e várias palestras
sobre o assunto.
Os participantes do
evento tiveram a oportunidade de estar com especialistas do mais alto padrão
científico nas diversas áreas da ortopedia, proporcionando-lhes maior aprendizado. Durante as palestras
e nos momentos de confraternização, a grade científica e a programação social foram muito elogiadas
pelos participantes. Entre
os assuntos elogiados, destacou-se a seleção dos temas livres, processo realizado pelo Dr. Lúcio Honório. O trabalho mais relevante e o que teve as melhores discussões foram
analisados e premiados por
uma comissão.
O Presidente da SBOTMG, Dr. Geraldo Motta,
falou sobre as principais
questões que mobilizam a
entidade, Destacando a valorização profissional, Motta chamou a atenção para
as peculiaridades da luta
por remuneração e por condições de trabalho em cada
região do país, que, segundo ele, são questões que
precisam ser melhor trabalhadas na categoria. “Enquanto entidade, estamos
trabalhando em prol de nossa contínua profissionalização e por uma gestão cada
vez mais profissional. É
algo que se intensificou no
ano passado, e estamos,
cada vez mais tentando
transformar a nossa entidade em uma empresa do
ponto de vista fiscal, contábil”, enfatizou.
9
oAliviando
estresse
Entrevista: Homenagem Especial
Srª. Sônia Santili
Nascida na capital de
São Paulo, a Srª. Sonia
Santili foi a primeira secretária da SBOP - então denominado Comitê
de Ortopedia Pediátrica
da Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia. Desde a fundação do Comitê, em 1989,
ela assumiu a Secretaria
e passou a administrar a
contabilidade da “entidade” juntamente com o
tesoureiro eleito, desempenhando suas funções
com responsabilidade e
competência. “A felicidade de acompanhar o
crescimento e desenvolvimento da SBOP a
cada ano era incomparável. Novos sócios se
inscrevendo, tudo acontecendo e você, caminhando lado a lado, tipo
uma mãe, que observa
com carinho o crescimento do filho”, lembra.
A Srª. Sonia Santili
tem dois filhos e é casada com o Dr. Cláudio
Santili. Segundo ela, um
Srª. Sônia Santili:
amizade, dedicação e
competência
dos grandes desafios enfrentados durante todos
esses anos foi dividir-se
entre as tarefas de casa
e do trabalho corretamente. “A sensação do dever
cumprido é muito reconfortante e recompensadora, principalmente quando fica evidente a confiança e segurança que
profissionais depositam
em você”, afirma.
Em 2008, por razões
pessoais, Sonia teve que
se afastar do cargo. Mas
a convivência com especialistas de todo Brasil e
a sua participação em
eventos da classe, como
as jornadas e os congressos, ajudou a consolidar
muitas amizades.
“Um agradecimento
sincero a todos que fizeram e continuam fazendo
crescer a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica que, durante o período de 19 anos, proporcionaram-me momentos
inesquecíveis de felicidade, fotografados e registrados na retina da minha
vida”, ressalta a Srª.Sonia
Santili, figura das mais
importantes em nossa Sociedade. Daí, esta homenagem que a atual diretoria da SBOP presta em
nome de todos os ortopedistas pediátricos do país.
O trabalho executado voluntariamente em
muito contribuiu para o
crescimento da nossa
entidade. Como ela própria lembrou, foram 19
anos de dedicação e
competência.
À Srª.Sonia Santili,
nossos sinceros agradecimentos.
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Fórum d
Rumos da Orto
Dr. Rui Maciel, Patrícia
Fucs e Vernon Tolo
Curso
pré-congresso
da SBOP
"Quadril Pediátrico:
Atualização" foi o tema
do curso pré-congresso
realizado em Salvador. O
evento contou com a participação de vários colegas. Destaque internacional para o convidado especial Dr. Vernon Tolo, que
participou ativamente de
todas as discussões. Destaque também para o Dr.
Paulo César Schott, que
compartilhou a sua grande experiência na Ortopedia Pediátrica.
A Diretoria da SBOP
tem mantido habitualmente, os cursos pré-congressos durante o CBOT por
acreditar que essas atividades científicas cumprem
uma das principais funções da nossa sociedade:
a atualização científica dos
colegas associados, devendo, portanto, serem
conservados.
Dr. Rui Maciel
Presidente da SBOP
Durante o TROIA de Santos, foi realizado o I FORUM
da SBOP, por iniciativa do Dr.
Rui Maciel, presidente da
SBOP, com o intuito de discutir os rumos da Ortopedia
Pediátrica brasileira. O coordenador desta atividade foi o
Dr. William Belangero, que
mostrou as mudanças nos padrões das doenças ortopédicas pediátricas atuais comparadas com as doenças tratadas há alguns anos atrás, enfatizando o papel do advento
dos antibióticos, as novas
tecnologias e as alterações no
estilo de vida. Além disso,
apresentou um gráfico comparativo de 1950 até 2000,
mostrando que a família brasileira encolheu.
Segundo o Dr. William
Belangero, tudo isso reflete
na formação do Ortopedista
Pediátrico, em termos de mercado de trabalho, autonomia,
possibilidade de realizar procedimentos e na própria demanda de profissionais. Finalizou discorrendo sobre o
papel da SBOP para agregar
os médicos interessados nas
afecções ortopédicas e traumatológicas da criança e adolescente, ressaltando que
nossa sociedade deve ser
exigente na formação destes
profissionais, ao serem admitidos como membros.
Após a exposição do Dr.
William Belangero, foi aberta a discussão entre os presentes. A seguir, estão os
comentários resumidos dos
colegas que contribuíram
neste debate.
Dr. Akira Ishida - Para
olhar o futuro, devemos entender o presente. A gestão
da saúde e a formação médica mudaram tanto nos últimos anos, que não se sabe
mais que tipo de médico o
Brasil quer e precisa formar.
Dr. Roberto Guarniero Na USP já se debate a possibilidade de mudança do internato, que passaria a ser
iniciado no 4º ano da faculdade. É importante mudarmos o conceito de alta complexidade, aplicando-o para
o tratamento de doenças da
área da Ortopedia Pediátrica
como pé torto, displasia do
desenvolvimento do quadril,
paralisia cerebral e outras.
Dr. Cláudio Santili - Em
recente reunião clínica na
Santa Casa, exemplificou, foi
apresentado o caso de uma
fratura de olecrano. Para minha surpresa, um residente
ao ser questionado deu toda
uma classificação que eu-
11
da SBOP
opedia Pediátrica
mesmo desconhecia. Ao
olhar para este residente vique ele estava acessando a
internet pelo seu celular e dali
extraía a classificação, ou
seja, uma mudança no perfil
do médico em formação. Estas tecnologias podem ser
mais práticas em determinados pontos, mas não se encaixa no perfil da formação
da Ortopedia Pediátrica que
requer uma longa curva de
aprendizado, o que pode ser
um fator determinante na escolha do jovem médico, que
sabe também que a Ortopedia Pediátrica remunera menos que outras especialidades. O TROIA tem sido importante para mostrar que as
fraturas na criança pertencem ao ortopedista pediátrico e isso já se reflete nos
consultórios dos colegas,
que têm sido mais procurados para tratar de trauma infantil. Mudanças na sociedade têm se refletido na prática médica.
Dr. Anastácio Kotzias
Neto - Lembrou que houve
um aumento deliberado do
número de escolas médicas
com o intuito de diminuir o
poder da classe. Segundo ele,
há hoje um crescente número
de mulheres que se interes-
sam pela especialidade. Na
SBOP tem havido uma melhor
comunicação com newsletters e boletins e as salas dos
nossos congressos têm estado cheias, como ocorreu em
Campos do Jordão, e, agora,
no TROIA. Devemos enfatizar que a remuneração seja
melhorada, principalmente
nos casos de alta complexidade. Uma fratura de rádio
numa criança não terá um valor maior, porém, vários procedimentos podem ser listados como complexos para aumentar a remuneração.
Dr. Antônio Carlos Fernandes - Observou que há
cada vez mais intermediários
entre o médico e o paciente.
O diálogo com a área administrativa muitas vezes é difícil porque eles pensam em
números. Citou o caso recente de tratamento de uma pioartrite de tornozelo que teve
de drenar após a criança passar por 3 médicos e fazer uma
ressonância magnética. O
valor que receberia por isso
pelo convênio seria menos
que uma consulta no consultório, porém, o valor gasto
com esta criança foi muito
maior do que se ela tivesse
sido atendida por um ortopedista pediátrico competente. Assim, a chave é a valorização do especialista, que-
deveria receber mais por
custar menos.
Dr. Teddy Slongo - Estou feliz por ouvir que a
nossa discussão é parecida com a que ocorre na Europa. Mas por outro lado,
fico triste por constatar que
no Brasil temos tais problemas porque temos muito
mais crianças que na Europa. Quanto a nossa remuneração, ela também é pior.
Dr. Chang Chia Po Disse não entender se o
que estava sendo discutido era o número reduzido
de residentes em Ortopedia
Pediátrica ou a baixa remuneração. Há anos brigamos
por maior remuneração e
não acredito que mesmo
que houvesse um aumento
de 3 ou 4 vezes nas tabelas
de remuneração, haveria
maior procura pela Ortopedia Pediátrica por residentes. Em Taiwan é a mesma
coisa, ressaltou.
Dr. Caio Fernando da
Silva - coordenador da residência do Hospital de
Base de Brasília, denunciou
que hospitais de lá incentivam jovens ortopedistas
para que tenham formação
em cirurgias que usem material de síntese. Lembrou
que experiências de tratamentos de instituições
como a AACD deveriam ser
Continua na página 12
12
Agenda
Continuação da página 11
exemplo para os jovens ortopedistas.
Dr. Marcelo Alves da
Cruz - A Ortopedia Pediátrica em Franca / SP, onde
resido, tem uma demanda
muito grande, porém, como
ortopedistas gerais acabam
atendendo muitos casos,
sobra para o Ortopedista
Pediátrico apenas os casos
mais difíceis e complexos.
A SBOP precisa mostrar
para a sociedade que a criança deve ser tratada pelo
Ortopedista Pediátrico.
Dr. Lauro Machado
Neto - Devemos lutar pela
valorização de nossa especialidade e mostrar para o
Pediatra e, principalmente,
para o gestor, que a criança tratada pelo Ortopedista Pediátrico terá um custo
menor.
Dr. Amâncio Ramalho
Jr. - Para enxergarmos os
rumos da Ortopedia Pediátrica, precisamos enxergar
os problemas. Sugiro pararmos e refletirmos sobre
o que nos levou a fazer Ortopedia Pediátrica. Devemos olhar para o que estamos fazendo: cada vez mais
atarefados em atividades
administrativas e distantes
dos jovens residentes, e
refletir como podemos atrair novos colegas desta maneira. Quanto à parte econômica, não adianta tentar
sensibilizar o gestor pela
questão humana, eles querem números e nós não temos esta visão.
Dr. Alexandre Barbosa
- A SBOP deveria fazer uma
campanha para que a população saiba que sua criança, seu filho é melhor tratado pelo Ortopedista Pediátrico. Porpôs também
uma maior aproximação de
outras especialidades pediátricas para que a Ortopedia Pediátrica seja mais
reconhecida.
Dr. William Belangero
- Ao encerrar a sessão, disse que as discussões foram
muito produtivas. Muito do
que foi falado tem a ver com
a falta de dinheiro que, reconheço, é o motor que
move o mundo. Por outro
lado, o dinheiro não deve
ser o objetivo mais importante. Como proposta, sugeriu que a SBOP abrace a
causa da valorização do Ortopedista Pediátrico. Embora possa ser questionado
que já está difícil ter residentes na nossa área, o medo
de afastar residentes exigindo qualidade não deve ser
fator determinante, caso
contrário, ficaremos com
gente sem motivação.
Texto apresentado por
Alexandre Lourenço
VII TRÓIA
Data:
14 e 15 de junho / 2013
Local:
Vitória / ES
Presidente:
Akel Nicolau Akel Junior

Congresso Brasileiro de
Ortopedia Pediátrica
Data:
19 a 22 de março / 2014
Local:
João Pessoa / PB
Presidente:
Francisco Laércio
Damasceno
Sugestão de
Leitura
SLIPPED CAPITAL
FEMORAL
EPIPHYSIS :
REDUCTION AS A
RISK FACTOR FOR
AVASCULAR
NECROSIS
RACHED E,
AKKARI M, BRAGA
SR, MINUTTI FA,
SANTILI C.
Journal of Pediatric
Orthopedics. Part B 21:
331-4, 2012.
13
Palavra dos ex-presidentes
Dr. César Luiz - Gestão 2007/2008
Estudei medicina, formei
em 1973, trabalhei e aposentei dentro da Faculdade de
Medicina da UFMG em Belo
Horizonte e, por extensão do
vínculo universitario, trabalhei todo este tempo no Hospital das Clinicas/UFMG.
Durante a maior parte
deste periodo, tive a honra
de trabalhar também no Hospital da Baleia, um grande
hospital dedicado exclusivamente a especialidade pediátrica, com o professor José
Henrique da Matta Machado, chefe de ambos os serviços. Fiz minha residencia
nestes mesmos hospitais e,
posteriormente, complementei meus estudos na Unidade de Ortopedia Pediátrica Sir
Robert Jones do Alder hei
Children´s Hospital de Liverpool, sob a orientação do
professor Robert Owen.
Sou membro da SBOPdesde a sua fundação e participei de varias gestões e diretorias. Fui eleito presidente durante nosso congresso
de Vitória/ES, para o biênio
2007 / 2008, junto com colegas de grande renome. Aproveito este espaço para agradecê-los, novamente, pela fidelidade, cooperação e, principalmente, pela amizade,
fato que se tornou primordi-
al para nossa gestão.
Tínhamos entre as propostas dar sequência às reformas iniciadas na gestão
anterior e conduzidas pelo
Edilson Forlin com o objetivo
de profissionalizar a SBOP. A
Secretaria funcionava, até
então, na casa do colega Cláudio Santili. Contávamos com
a ajuda e o trabalho incansável de sua esposa Sonia, a
quem muito devemos pela dedicação inesgotavel.
Foram tempos difíceis, mais
finalmente a SBOP tornou-se
umasociedade civil, muito papel, muita burocracia e muita
mudança, mas no final a casa
estava com nova perspectiva
administrativa e preparada para
os anos vindouros.
Na nossa gestão trabalhamos para mudar a forma
de admissão de novos socios e chegamos ao modo que
permanece até hoje.
Em 2008 foram implantados e realizados os cursos
presenciais do Método Ponseti em diversas cidades do
Brasil, com grande participação de professores e colegas. Muita discussão e desentendimentos, porém com
saldo muito positivo. Estas
discussões não deixaram
marcas. Foram boas porque
nos unimos e aprendemos
com elas.
Realizamos os dois grandes eventos da SBOP. Quem
não se lembra do Troia de
São Paulo e do congresso da
SBOP de Gramado, organizados com carinho extremo
pelo Miguel Akari e Ana Paula Gabrielli junto com as suas
respectivas comissões.
Termino, ratificando que o
trabalho à frente da SBOP foi
muito prazeroso e deixou, além
de saudades, amigos por todos os lugares onde tivemos
a oportunidade de representar tão importante sociedade.
A pedido do nosso editor uma mensagem para as
futuras gestões: Cuidar e
com muito zelo do ensino da
Ortopedia Pediaátrica hoje
negligenciado por muitos até
mesmo na nossa sociedade
mãe - a SBOT. E mais - Tentar
influenciar, fiscalizar e até
exigir o cumprimento de programas de ensino da Ortopedia Pediátrica nas residências credenciadas pela SBOT.
Sabemos que em muitas delas não há exposição do residente à Traumatologia e à
Ortopedia Pediátrica.
14
Nova Diretoria da SBOP
Gestão 2013/2014
Caros colegas,
É com muito orgulho e
com enorme desejo de realizações que recebi simbolicamente a medalha de Presidente da SBOP pelas mãos do
meu amigo Rui Maciel no
CBOT de Salvador no dia 16
de novembro. É sem dúvida
um desafio dar continuidade
ao exitoso trabalho dos presidentes das diretorias da
SBOP que me antecederam.
Mantivemos na atual diretoria vários colegas que já
participaram de outras gestões e que Irão me ajudar nesta
imensa tarefa. Contudo, como
havíamos frisado na assembléia de Fortaleza, nós somos
apenas representantes de todos os membros da SBOP, de
quem esperamos contar com
o apoio e a participação.
Vamos incentivar a formação de representações regionais da SBOP para que nossa
sociedade fique cada vez mais
próxima de seus membros.
Queremos formar o “Clube da
Ortopedia Pediátrica” à semelhança do que faz a ABTPé
com seu Clube do Pé, que há
anos promove atividades científicas pontuais em várias
cidades do país. Queremos
cadastrar todos os serviços
formadores de Ortopedia
Pediátrica no Brasil e divulgar em nosso site as características de cada um. Aliás, o
site tem passado por reformas
Drs. Francisco Nogueira, Jamil Soni, Gilberto Waisberg,
Alexandre Lourenço, Rui Maciel, Miguel Akkari
e Pedro Mendes.
e esperamos melhorar cada
vez mais seu conteúdo.
Teremos o VIII TROIA em
Vitória em junho de 2013 e o
CBOP em João Pessoa em
março de 2014 durante esta
gestão. Além disso, outro
evento importante que queremos programar é um Curso
de Quadril Infantil, que será
formulado em conjunto com
a Sociedade Brasileira de
Quadril e que esperamos que
venha repetir o sucesso que
foi o Curso de Pé Infantil, realizado em março deste ano em
parceria com a ABTPé.
Em suma, estamos nos
preparando para dois anos de
muito trabalho e dedicação e
esperamos contar com a participação e sugestões de todos os membros de nossa
querida SBOP. Um abraço!
Alexandre Lourenço
Diretoria 2013-2014
Nova diretoria
Presidente:
Dr. Alexandre Francisco de
Lourenço
Vice-Presidente:
Dr. Jamil Faisal Soni
Secretário-Geral:
Dr. Miguel Akkari
1ºSecretário:
Dr. Gilberto Francisco
Brandão
1ºTesoureiro:
Dr. Gilberto Waisberg
2ºTesoureiro:
Dr. Mauro César de Moraes
Filho
Conselho Científico:
Dra. Ana Paula Tedesco
Dr. Francisco Salles
Nogueira
Dr. Eiffel Dobashi
Dr. Pedro Henrique Barros
Mendes

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