Revista_edição 3.p65
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Impresso Especial 9912153963/2006 - DR/MG Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Minas Gerais ... Correiros ... Revista da SBOP ... DEVOLUÇÃO GARANTIDA ... Correiros ... Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica ano 2 - n° 6 - setembro/outubro/novembro/dezembro de 2012 Linha do Tempo: VI Seminário Internacional e I Congresso Brasileiro da SBOP Pag. 06 Fórum da SBOP ........................................................................Pág. 10 Palavra do ex-presidente - Dr. César Luiz ...............................Pág. 13 Eleita nova diretoria da SBOP .................................................Pág. 14 3 editorial Dr. Gilberto Brandão / 1° Secretário da SBOP Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica Al. Lorena, 427 - 14º Andar Cep: 01424-000 - São Paulo/SP www.sbop.org.br [email protected] F: (11) 2137 5400 Diretoria: Presidente: Dr. Rui Maciel de Godoy Jr Vice-Presidente: Dr. Alexandre F. de Lourenço Secretário-Geral: Dr. Miguel Akkari 1º Secretário: Dr. Gilberto Francisco Brandão 1º Tesoureiro: Dr. Gilberto Waisberg 2º Tesoureiro: Dr. Pedro Henrique Barros Mendes Comissão Científica: Dr. Mauro César de Morais Filho Dr. Luís Eduardo Munhoz da Rocha Dr. Jamil Faissal Soni Dr. André Luis Fernandes Andujar Revista da SBOP: Criação / edição: Via Comunicação/BH Telefax: (31) 3291-1305 Fotolito/Impressão: Gráfica Premier F: (31) 3025-3333 Periodicidade: trimestral Tiragem: 3.000 exemplares As informações da Revista da SBOP podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes. Estimados colegas, O sexto número de nossa revista esta recheado de informações importantes da nossa Sociedade. Na coluna Linha do Tempo há um resgate histórico do I Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica, presidido pelo colega Luiz Antonio Munhoz Cunha. Temos uma importante matéria sobre o Fórum da SBOP em busca de diretrizes que nortearão as decisões visando fortalecer e valorizar o trabalho do ortopedista pediátrico. A homenageada, desta vez, é a senhora Sônia Santili, que contribuiu, de forma ímpar, na organização da SBOP. Também, nesta edição, uma matéria sobre as atividades realizada pela SBOP nos dois últimos anos, sobre o comando do nosso presidente Rui Godoy. Na Coluna dos Ex-presidentes, conversamos com o Dr. César Luís, que presidiu a SBOP nos anos de 2007 a 2008. Um grande abraço e que em 2013 todos os seus projetos sejam realizados. Boa leitura!!! 4 Palavra do Presidente Dr. Rui Maciel de Godoy Junior Presidente da SBOP Caros(as) colegas, Chegamos ao final de 2012 e nessa última edição do ano da nossa “Revista da SBOP” faremos um balanço dessa gestão que encerra suas atividades. A primeira reunião da Diretoria ocorreu em janeiro durante o TEOT em Campinas. Lá traçamos os planos para que os anos de 2011e 2012 fossem bastante produtivos e que as ações efetuadas abrangessem os anseios dos sócios. Vários assuntos foram discutidos e uma especial atenção foi dirigida ao nosso TROIA 2011, em SantosSP, em Agosto, sob a presidência do Fabio Peluzo. Representamos a SBOP no Congresso da AAOS (Fevereiro de 2011), recebendo homenagens do seu presidente John Callaghan. Na abertura do congresso apresentamos a nossa sociedade a todos os congressistas. Durante esse evento, em conversas com o Augusto César Monteiro, presidente da ABTPé, surgiu a idéia da realização do Curso Internacional de Pé. O presidente da SBOP esteve presente na posse do colega Francisco Carlos Salles Nogueira à frente da SBOT-MG, no dia 3 de Março de 2011. Na ocasião, incumbiu o Primeiro Secretário Gilberto Francisco Brandão da importante missão de editar a Revista da SBOP, importante canal de comunicação com o colega associado. A tarefa vem sendo cumprida de maneira a receber elogios de todos e recentemente teve a sua tiragem aumentada, de maneira a atingir uma maior penetração entre os ortopedistas. Todos os custos da revista são cobertos pelos patrocinadores graças ao intenso trabalho desenvolvido pelo Gilberto. Estivemos no fórum da SBOT, em Bento GonçalvesRS, entre 14 e 17 de Abril, e, em 2012, no fórum realizado em Angra dos Reis-RJ, onde discutimos os rumos atuais e futuros da SBOT, das Regionais e dos Comitês. Nos dias 16 e 17 de Junho de 2011, a AACD promoveu um curso Internacional de Atualização em Defeitos de Fechamento do Tubo Neural, com a presença do Luciano de Souza Dias. A SBOP auxiliou na divulgação do evento enviando correspondência eletrônica a todos os sócios. Outros cursos também contaram com o apoio e a divulgação da SBOP aos seus associados. Em maio, o José Batista Volpon organizou o 1º Curso de Paralisia Cerebral da USP, de Ribeirão Preto. Em julho, a Ana Paula Tedesco organizou a II Jornada do Instituto de Neuro-Ortopedia. Os temas centrais foram Paralisia Cerebral, Mielomeningocele e Distrofia de Duchenne. Em Dezembro, o Lauro Machado Neto promoveu um curso sobre Paralisia Cerebral no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre-RS. Em 21 de Junho de 2011 foi criado o Departamento Científico de Ortopedia da SBOP. Como realizações desse departamento, aconteceu a palestra do pediatra Sulim Abramovici sobre “Politrauma em crianças” durante o TROIA. Por outro lado, a SBOP participou de uma mesa redonda sobre temas ortopédicos para o pediatra durante o Congresso Brasileiro de Pediatria em Salvador-BA. Nessa linha de aproximação com as Sociedades de Pediatria salientamos a parceria com a Sociedade de Pediatria de São Paulo, com a realização de cursos de Ortopedia para Pe- 5 diatras em São Paulo-Capital e em Presidente Prudente-SP. A intenção da SBOP para 2013 é de realizar cursos semelhantes em outros estados. Nos dias 05 e 06 de agosto de 2011, Santos sediou o TROIA. O Theddy Slongo foi o convidado internacional. Ele fez questão de participar de todas as discussões de casos e das mesas redondas. Ao final do encontro, por votação unânime da diretoria da SBOP, o Theddy Slongo recebeu o título de membro honorário da nossa sociedade. Ainda no TROIA tivemos uma atividade inédita e extremamente necessária: um fórum de discussão sobre os rumos da Ortopedia Pediátrica, coordenado pelo William Dias Belangero. Entre os dias 6 e 9 de setembro de 2011 realizou-se em Praga, República Checa, o congresso trienal da SICOT, com mais de 2 mil participantes de todo o mundo. O próximo será no Rio de Janeiro em 2014, conjuntamente com o CBOT. A SBOP marcou sua presença com coordenações de mesas (Patrícia Fucs e Carlo Milani) e apresentações orais (Rui Maciel, Patrícia Fucs e Luiz Carlos Ribeiro Lara). O dia 7 de Setembro foi dedicado à IFPOS (Federação Internacional das Sociedades de Ortopedia Pediátrica), cujo atual presidente é o Carlo Milani. Em maio de 2013, a SBOP estará presente no POSNA, em Toronto-Canadá. Esse evento será realizado em conjunto com a IFPOS. No CBOT 2011, realizamos com a Sociedade Brasileira de Coluna, presidida por Luís Eduardo Munhoz da Rocha, o curso de coluna na criança e no adolescente. Também no 43º CBOT, cursos, mesas, curso de medicina esportiva (atividade conjunta da SBOP com o Comitê de Artroscopia e Traumatologia Desportiva) e o Dia da Especialidade foram bem avaliadas pelos presentes. Segundo o Paulo César Schott, a discussão sobre ética e material de síntese na Ortopedia Pediátrica, efetuada por Cláudio Santili, Akira Ishida e George Bitar, foi muito apropriada e importante para podermos refletir durante a nossa prática diária. As ações a serem tomadas para evitar o diagnóstico tardio da DDQ foram debatidas pelos colegas Eiffel Dobashi e Roberto Guarniero. Nosso colega William Dias Belangero continuou seu excelente trabalho como editor do suplemento de Ortopedia Pediátrica da RBO. Dois números foram editados, um em 2011 e o outro sairá agora em Dezembro de 2012. Com a colaboração do Marcos Antônio Almeida Matos e do Caio Fernando Vicente da Silva, participamos da confecção do livro “1000 perguntas”, editado pela SBOT em 2011. Em março de 2012 foi realizado o Curso de Pé Infantil em São Paulo, com a presença de cinco convidados estrangeiros. Além de ter sido um grande sucesso, esse curso foi um marco na integração da SBOP com a ABTPé. O nosso congresso brasileiro realizado em FortalezaCE, obteve grande êxito. O Paulo Colares e sua equipe souberam mesclar com maestria a parte científica com a social. Durante o CBOP, 26 novos membros receberam o título de sócio da SBOP. Também em Fortaleza foi lançado o novo site da SBOP. Durante o congresso foi ainda instituído o “Prêmio Paulo Selber” que consta de passagem para a Austrália e visita ao serviço onde o Selber atua. Durante o CBOT 2012 em Salvador-BA realizamos o curso pré-congresso sobre atualização no trauma e doenças do quadril pediátrico. Por fim gostaríamos de salientar que a nossa SBOP ainda tem um longo caminho a trilhar. Sabemos que não realizamos tudo o que queríamos, mas dentro de nossas possibilidades e realidades procuramos fazer o possível. Agradecemos a colaboração de todos, desejando sucesso à nova gestão. Feliz Natal e um ótimo 2013. 6 I Congresso Brasil LINHA DO TEMPO Membros da Comissão Organizadora e palestrantes convidados Quando a Sociedade de Ortopedia Pediátrica (SBOP) foi fundada, na época Comitê de Ortopedia Pediátrica, já existiam os Seminários Internacionais de Ortopedia Pediátrica, que aconteciam no Rio de Janeiro e eram organizados e coordenados pelo Dr. Jorge Faria. Na época, nosso Comitê era um dos maiores da SBOT, perto de 450 sócios, e o interesse na Ortopedia Pediátrica era crescente. Estávamos na terceira diretoria (Dr. Jorge Pederneiras Faria, Dr. Roberto Guarnieiro e Dr. Paulo Bertol). Fui eleito presidente do VI Seminário Internacional e a cidade escolhida foi Foz do Iguaçu. A comissão do evento era composta por mim e pelos colegas Luis Eduardo Munhoz da Rocha, Edilson Forlin, Dulce Grimm, Ana Carolina Pauletto e Gil- son Zadhi, membro de Foz do Iguaçu. Decidimos juntamente com a diretoria do Comitê de Ortopedia Pediátrica que, pelo tamanho do evento e para melhor comercializar os espaços, deveríamos associar ao nome do VI Seminário o do I Congresso de Ortopedia Pediátrica. Convidamos para participar deste evento os melhores nomes da Ortopedia Internacional, como os colegas Luciano Dias, Stewart Weinstein, Raymond T. Morrissy e Hector Malvares, um representante sul-americano do Hospita Italiano de Buenos Aires. O evento aconteceu entre os dias 11 e 14 de outubro de 1995 e foi um grande sucesso. Luiz Antônio M. Cunha Presidene do ICBOP 7 leiro de Ortopedia Pediátrica Flashes do evento 8 18º Congresso Mineiro de Ortopedia e Traumatologia Entre os dias 9 e 11 de agosto foi realizado no Expominas de Juiz de Fora, o 18º Congresso Mineiro de Ortopedia e Traumatologia da SBOT-MG, que contou com a presença de cerca de 600 participantes. O evento – um dos mais importantes do calendário científico nacional – teve como destaque internacional o Dr. John Anthony Herring, Chefe Emérito do Serviço de Cirurgia Ortopédica do Texas Scottish Rite Hospital; e o Dr. Wade Smith, Professor da Universidade do Colorado e Traumatologista do Swedish Medical Center, ambos dos Estados Unidos. Na programação palestras com vários temas, como pé, joelho, coluna, cotovelo, ombro, e técnicas alternativas, como o RPG e o Pilates, e um espaço dedicado exclusivamente à fisioterapia, especialidade de grande importância no contexto da Ortopedia e Traumatologia. Durante o congresso foram comemorados os 100 anos da descoberta da Doença de Legg-Ca-Per- Drs. Francisco Nogueira e Wilel Benevides, respectivamente, presidente do 18° Congresso Mineiro e da SBOT-MG, com suas esposas durante o evento thes. A programação teve, ainda, um curso pré- congresso e várias palestras sobre o assunto. Os participantes do evento tiveram a oportunidade de estar com especialistas do mais alto padrão científico nas diversas áreas da ortopedia, proporcionando-lhes maior aprendizado. Durante as palestras e nos momentos de confraternização, a grade científica e a programação social foram muito elogiadas pelos participantes. Entre os assuntos elogiados, destacou-se a seleção dos temas livres, processo realizado pelo Dr. Lúcio Honório. O trabalho mais relevante e o que teve as melhores discussões foram analisados e premiados por uma comissão. O Presidente da SBOTMG, Dr. Geraldo Motta, falou sobre as principais questões que mobilizam a entidade, Destacando a valorização profissional, Motta chamou a atenção para as peculiaridades da luta por remuneração e por condições de trabalho em cada região do país, que, segundo ele, são questões que precisam ser melhor trabalhadas na categoria. “Enquanto entidade, estamos trabalhando em prol de nossa contínua profissionalização e por uma gestão cada vez mais profissional. É algo que se intensificou no ano passado, e estamos, cada vez mais tentando transformar a nossa entidade em uma empresa do ponto de vista fiscal, contábil”, enfatizou. 9 oAliviando estresse Entrevista: Homenagem Especial Srª. Sônia Santili Nascida na capital de São Paulo, a Srª. Sonia Santili foi a primeira secretária da SBOP - então denominado Comitê de Ortopedia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Desde a fundação do Comitê, em 1989, ela assumiu a Secretaria e passou a administrar a contabilidade da “entidade” juntamente com o tesoureiro eleito, desempenhando suas funções com responsabilidade e competência. “A felicidade de acompanhar o crescimento e desenvolvimento da SBOP a cada ano era incomparável. Novos sócios se inscrevendo, tudo acontecendo e você, caminhando lado a lado, tipo uma mãe, que observa com carinho o crescimento do filho”, lembra. A Srª. Sonia Santili tem dois filhos e é casada com o Dr. Cláudio Santili. Segundo ela, um Srª. Sônia Santili: amizade, dedicação e competência dos grandes desafios enfrentados durante todos esses anos foi dividir-se entre as tarefas de casa e do trabalho corretamente. “A sensação do dever cumprido é muito reconfortante e recompensadora, principalmente quando fica evidente a confiança e segurança que profissionais depositam em você”, afirma. Em 2008, por razões pessoais, Sonia teve que se afastar do cargo. Mas a convivência com especialistas de todo Brasil e a sua participação em eventos da classe, como as jornadas e os congressos, ajudou a consolidar muitas amizades. “Um agradecimento sincero a todos que fizeram e continuam fazendo crescer a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica que, durante o período de 19 anos, proporcionaram-me momentos inesquecíveis de felicidade, fotografados e registrados na retina da minha vida”, ressalta a Srª.Sonia Santili, figura das mais importantes em nossa Sociedade. Daí, esta homenagem que a atual diretoria da SBOP presta em nome de todos os ortopedistas pediátricos do país. O trabalho executado voluntariamente em muito contribuiu para o crescimento da nossa entidade. Como ela própria lembrou, foram 19 anos de dedicação e competência. À Srª.Sonia Santili, nossos sinceros agradecimentos. 10 Fórum d Rumos da Orto Dr. Rui Maciel, Patrícia Fucs e Vernon Tolo Curso pré-congresso da SBOP "Quadril Pediátrico: Atualização" foi o tema do curso pré-congresso realizado em Salvador. O evento contou com a participação de vários colegas. Destaque internacional para o convidado especial Dr. Vernon Tolo, que participou ativamente de todas as discussões. Destaque também para o Dr. Paulo César Schott, que compartilhou a sua grande experiência na Ortopedia Pediátrica. A Diretoria da SBOP tem mantido habitualmente, os cursos pré-congressos durante o CBOT por acreditar que essas atividades científicas cumprem uma das principais funções da nossa sociedade: a atualização científica dos colegas associados, devendo, portanto, serem conservados. Dr. Rui Maciel Presidente da SBOP Durante o TROIA de Santos, foi realizado o I FORUM da SBOP, por iniciativa do Dr. Rui Maciel, presidente da SBOP, com o intuito de discutir os rumos da Ortopedia Pediátrica brasileira. O coordenador desta atividade foi o Dr. William Belangero, que mostrou as mudanças nos padrões das doenças ortopédicas pediátricas atuais comparadas com as doenças tratadas há alguns anos atrás, enfatizando o papel do advento dos antibióticos, as novas tecnologias e as alterações no estilo de vida. Além disso, apresentou um gráfico comparativo de 1950 até 2000, mostrando que a família brasileira encolheu. Segundo o Dr. William Belangero, tudo isso reflete na formação do Ortopedista Pediátrico, em termos de mercado de trabalho, autonomia, possibilidade de realizar procedimentos e na própria demanda de profissionais. Finalizou discorrendo sobre o papel da SBOP para agregar os médicos interessados nas afecções ortopédicas e traumatológicas da criança e adolescente, ressaltando que nossa sociedade deve ser exigente na formação destes profissionais, ao serem admitidos como membros. Após a exposição do Dr. William Belangero, foi aberta a discussão entre os presentes. A seguir, estão os comentários resumidos dos colegas que contribuíram neste debate. Dr. Akira Ishida - Para olhar o futuro, devemos entender o presente. A gestão da saúde e a formação médica mudaram tanto nos últimos anos, que não se sabe mais que tipo de médico o Brasil quer e precisa formar. Dr. Roberto Guarniero Na USP já se debate a possibilidade de mudança do internato, que passaria a ser iniciado no 4º ano da faculdade. É importante mudarmos o conceito de alta complexidade, aplicando-o para o tratamento de doenças da área da Ortopedia Pediátrica como pé torto, displasia do desenvolvimento do quadril, paralisia cerebral e outras. Dr. Cláudio Santili - Em recente reunião clínica na Santa Casa, exemplificou, foi apresentado o caso de uma fratura de olecrano. Para minha surpresa, um residente ao ser questionado deu toda uma classificação que eu- 11 da SBOP opedia Pediátrica mesmo desconhecia. Ao olhar para este residente vique ele estava acessando a internet pelo seu celular e dali extraía a classificação, ou seja, uma mudança no perfil do médico em formação. Estas tecnologias podem ser mais práticas em determinados pontos, mas não se encaixa no perfil da formação da Ortopedia Pediátrica que requer uma longa curva de aprendizado, o que pode ser um fator determinante na escolha do jovem médico, que sabe também que a Ortopedia Pediátrica remunera menos que outras especialidades. O TROIA tem sido importante para mostrar que as fraturas na criança pertencem ao ortopedista pediátrico e isso já se reflete nos consultórios dos colegas, que têm sido mais procurados para tratar de trauma infantil. Mudanças na sociedade têm se refletido na prática médica. Dr. Anastácio Kotzias Neto - Lembrou que houve um aumento deliberado do número de escolas médicas com o intuito de diminuir o poder da classe. Segundo ele, há hoje um crescente número de mulheres que se interes- sam pela especialidade. Na SBOP tem havido uma melhor comunicação com newsletters e boletins e as salas dos nossos congressos têm estado cheias, como ocorreu em Campos do Jordão, e, agora, no TROIA. Devemos enfatizar que a remuneração seja melhorada, principalmente nos casos de alta complexidade. Uma fratura de rádio numa criança não terá um valor maior, porém, vários procedimentos podem ser listados como complexos para aumentar a remuneração. Dr. Antônio Carlos Fernandes - Observou que há cada vez mais intermediários entre o médico e o paciente. O diálogo com a área administrativa muitas vezes é difícil porque eles pensam em números. Citou o caso recente de tratamento de uma pioartrite de tornozelo que teve de drenar após a criança passar por 3 médicos e fazer uma ressonância magnética. O valor que receberia por isso pelo convênio seria menos que uma consulta no consultório, porém, o valor gasto com esta criança foi muito maior do que se ela tivesse sido atendida por um ortopedista pediátrico competente. Assim, a chave é a valorização do especialista, que- deveria receber mais por custar menos. Dr. Teddy Slongo - Estou feliz por ouvir que a nossa discussão é parecida com a que ocorre na Europa. Mas por outro lado, fico triste por constatar que no Brasil temos tais problemas porque temos muito mais crianças que na Europa. Quanto a nossa remuneração, ela também é pior. Dr. Chang Chia Po Disse não entender se o que estava sendo discutido era o número reduzido de residentes em Ortopedia Pediátrica ou a baixa remuneração. Há anos brigamos por maior remuneração e não acredito que mesmo que houvesse um aumento de 3 ou 4 vezes nas tabelas de remuneração, haveria maior procura pela Ortopedia Pediátrica por residentes. Em Taiwan é a mesma coisa, ressaltou. Dr. Caio Fernando da Silva - coordenador da residência do Hospital de Base de Brasília, denunciou que hospitais de lá incentivam jovens ortopedistas para que tenham formação em cirurgias que usem material de síntese. Lembrou que experiências de tratamentos de instituições como a AACD deveriam ser Continua na página 12 12 Agenda Continuação da página 11 exemplo para os jovens ortopedistas. Dr. Marcelo Alves da Cruz - A Ortopedia Pediátrica em Franca / SP, onde resido, tem uma demanda muito grande, porém, como ortopedistas gerais acabam atendendo muitos casos, sobra para o Ortopedista Pediátrico apenas os casos mais difíceis e complexos. A SBOP precisa mostrar para a sociedade que a criança deve ser tratada pelo Ortopedista Pediátrico. Dr. Lauro Machado Neto - Devemos lutar pela valorização de nossa especialidade e mostrar para o Pediatra e, principalmente, para o gestor, que a criança tratada pelo Ortopedista Pediátrico terá um custo menor. Dr. Amâncio Ramalho Jr. - Para enxergarmos os rumos da Ortopedia Pediátrica, precisamos enxergar os problemas. Sugiro pararmos e refletirmos sobre o que nos levou a fazer Ortopedia Pediátrica. Devemos olhar para o que estamos fazendo: cada vez mais atarefados em atividades administrativas e distantes dos jovens residentes, e refletir como podemos atrair novos colegas desta maneira. Quanto à parte econômica, não adianta tentar sensibilizar o gestor pela questão humana, eles querem números e nós não temos esta visão. Dr. Alexandre Barbosa - A SBOP deveria fazer uma campanha para que a população saiba que sua criança, seu filho é melhor tratado pelo Ortopedista Pediátrico. Porpôs também uma maior aproximação de outras especialidades pediátricas para que a Ortopedia Pediátrica seja mais reconhecida. Dr. William Belangero - Ao encerrar a sessão, disse que as discussões foram muito produtivas. Muito do que foi falado tem a ver com a falta de dinheiro que, reconheço, é o motor que move o mundo. Por outro lado, o dinheiro não deve ser o objetivo mais importante. Como proposta, sugeriu que a SBOP abrace a causa da valorização do Ortopedista Pediátrico. Embora possa ser questionado que já está difícil ter residentes na nossa área, o medo de afastar residentes exigindo qualidade não deve ser fator determinante, caso contrário, ficaremos com gente sem motivação. Texto apresentado por Alexandre Lourenço VII TRÓIA Data: 14 e 15 de junho / 2013 Local: Vitória / ES Presidente: Akel Nicolau Akel Junior Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica Data: 19 a 22 de março / 2014 Local: João Pessoa / PB Presidente: Francisco Laércio Damasceno Sugestão de Leitura SLIPPED CAPITAL FEMORAL EPIPHYSIS : REDUCTION AS A RISK FACTOR FOR AVASCULAR NECROSIS RACHED E, AKKARI M, BRAGA SR, MINUTTI FA, SANTILI C. Journal of Pediatric Orthopedics. Part B 21: 331-4, 2012. 13 Palavra dos ex-presidentes Dr. César Luiz - Gestão 2007/2008 Estudei medicina, formei em 1973, trabalhei e aposentei dentro da Faculdade de Medicina da UFMG em Belo Horizonte e, por extensão do vínculo universitario, trabalhei todo este tempo no Hospital das Clinicas/UFMG. Durante a maior parte deste periodo, tive a honra de trabalhar também no Hospital da Baleia, um grande hospital dedicado exclusivamente a especialidade pediátrica, com o professor José Henrique da Matta Machado, chefe de ambos os serviços. Fiz minha residencia nestes mesmos hospitais e, posteriormente, complementei meus estudos na Unidade de Ortopedia Pediátrica Sir Robert Jones do Alder hei Children´s Hospital de Liverpool, sob a orientação do professor Robert Owen. Sou membro da SBOPdesde a sua fundação e participei de varias gestões e diretorias. Fui eleito presidente durante nosso congresso de Vitória/ES, para o biênio 2007 / 2008, junto com colegas de grande renome. Aproveito este espaço para agradecê-los, novamente, pela fidelidade, cooperação e, principalmente, pela amizade, fato que se tornou primordi- al para nossa gestão. Tínhamos entre as propostas dar sequência às reformas iniciadas na gestão anterior e conduzidas pelo Edilson Forlin com o objetivo de profissionalizar a SBOP. A Secretaria funcionava, até então, na casa do colega Cláudio Santili. Contávamos com a ajuda e o trabalho incansável de sua esposa Sonia, a quem muito devemos pela dedicação inesgotavel. Foram tempos difíceis, mais finalmente a SBOP tornou-se umasociedade civil, muito papel, muita burocracia e muita mudança, mas no final a casa estava com nova perspectiva administrativa e preparada para os anos vindouros. Na nossa gestão trabalhamos para mudar a forma de admissão de novos socios e chegamos ao modo que permanece até hoje. Em 2008 foram implantados e realizados os cursos presenciais do Método Ponseti em diversas cidades do Brasil, com grande participação de professores e colegas. Muita discussão e desentendimentos, porém com saldo muito positivo. Estas discussões não deixaram marcas. Foram boas porque nos unimos e aprendemos com elas. Realizamos os dois grandes eventos da SBOP. Quem não se lembra do Troia de São Paulo e do congresso da SBOP de Gramado, organizados com carinho extremo pelo Miguel Akari e Ana Paula Gabrielli junto com as suas respectivas comissões. Termino, ratificando que o trabalho à frente da SBOP foi muito prazeroso e deixou, além de saudades, amigos por todos os lugares onde tivemos a oportunidade de representar tão importante sociedade. A pedido do nosso editor uma mensagem para as futuras gestões: Cuidar e com muito zelo do ensino da Ortopedia Pediaátrica hoje negligenciado por muitos até mesmo na nossa sociedade mãe - a SBOT. E mais - Tentar influenciar, fiscalizar e até exigir o cumprimento de programas de ensino da Ortopedia Pediátrica nas residências credenciadas pela SBOT. Sabemos que em muitas delas não há exposição do residente à Traumatologia e à Ortopedia Pediátrica. 14 Nova Diretoria da SBOP Gestão 2013/2014 Caros colegas, É com muito orgulho e com enorme desejo de realizações que recebi simbolicamente a medalha de Presidente da SBOP pelas mãos do meu amigo Rui Maciel no CBOT de Salvador no dia 16 de novembro. É sem dúvida um desafio dar continuidade ao exitoso trabalho dos presidentes das diretorias da SBOP que me antecederam. Mantivemos na atual diretoria vários colegas que já participaram de outras gestões e que Irão me ajudar nesta imensa tarefa. Contudo, como havíamos frisado na assembléia de Fortaleza, nós somos apenas representantes de todos os membros da SBOP, de quem esperamos contar com o apoio e a participação. Vamos incentivar a formação de representações regionais da SBOP para que nossa sociedade fique cada vez mais próxima de seus membros. Queremos formar o “Clube da Ortopedia Pediátrica” à semelhança do que faz a ABTPé com seu Clube do Pé, que há anos promove atividades científicas pontuais em várias cidades do país. Queremos cadastrar todos os serviços formadores de Ortopedia Pediátrica no Brasil e divulgar em nosso site as características de cada um. Aliás, o site tem passado por reformas Drs. Francisco Nogueira, Jamil Soni, Gilberto Waisberg, Alexandre Lourenço, Rui Maciel, Miguel Akkari e Pedro Mendes. e esperamos melhorar cada vez mais seu conteúdo. Teremos o VIII TROIA em Vitória em junho de 2013 e o CBOP em João Pessoa em março de 2014 durante esta gestão. Além disso, outro evento importante que queremos programar é um Curso de Quadril Infantil, que será formulado em conjunto com a Sociedade Brasileira de Quadril e que esperamos que venha repetir o sucesso que foi o Curso de Pé Infantil, realizado em março deste ano em parceria com a ABTPé. Em suma, estamos nos preparando para dois anos de muito trabalho e dedicação e esperamos contar com a participação e sugestões de todos os membros de nossa querida SBOP. Um abraço! Alexandre Lourenço Diretoria 2013-2014 Nova diretoria Presidente: Dr. Alexandre Francisco de Lourenço Vice-Presidente: Dr. Jamil Faisal Soni Secretário-Geral: Dr. Miguel Akkari 1ºSecretário: Dr. Gilberto Francisco Brandão 1ºTesoureiro: Dr. Gilberto Waisberg 2ºTesoureiro: Dr. Mauro César de Moraes Filho Conselho Científico: Dra. Ana Paula Tedesco Dr. Francisco Salles Nogueira Dr. Eiffel Dobashi Dr. Pedro Henrique Barros Mendes
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