2008 começa bem para Álvaro Marinho e Miguel Nunes
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2008 começa bem para Álvaro Marinho e Miguel Nunes
Revista do Comité Olímpico de Portugal Publicação Bimestral Janeiro|Fevereiro de 2008 Nº 127 PUBLICAÇÃO GRATUITA A CAMINHO DE PEQUIM 2008 começa bem para Álvaro Marinho e Miguel Nunes NESTA EDIÇÃO A preparação de Vanessa Judo na hora da verdade As ambições da canoagem O regresso de Manuel Silva Globettroter Joaquim Videira REPORTAGEM Rosa Mota em Goa OLIMPO 127 JANEIRO/FEVEREIRO 2008 Propriedade e Edição/Property and Edition Comité Olímpico de Portugal, Travessa da Memória, 36 1300-403 Lisboa Tel.: 21 361 72 60 Fax: 21 363 69 67 Director / Director José Vicente Moura Director Executivo / Executive Director João Querido Manha Textos / Texts João Q. Manha Fotos / Photography Carlos Alberto Matos Projecto Gráfico e Paginação / Layout and Graphics Rogério Bastos Impressão / Printing Gráfica Europress, Lisboa Tiragem / Circulation 1800 exs. Periodicidade Bimestral / Bimonthly publication Numero de Registo ICS 102203 Depósito Legal 9083/95 Distribuição gratuita / Free copy Revista do Comité Olímpico de Portugal Publicação Bimestral Janeiro|Fevereiro de 2008 Nº 127 PUBLICAÇÃO GRATUITA A CAMINHO DE PEQUIM 2008 começa bem para Álvaro Marinho e Miguel Nunes NESTA EDIÇÃO A preparação de Vanessa Judo na hora da verdade As ambições da canoagem O regresso de Manuel Silva Globettroter Joaquim Videira REPORTAGEM Rosa Mota em Goa FOTO DE CAPA / COVER PHOTO Álvaro Marinho e Miguel Nunes Álvaro Marinho and Miguel Nunes SUMÁRIOSUMMARY 6 VELA 11 TRIATLO 14 JUDO 6 SAILING 11 TRIATHLON 14 JUDO Álvaro Marinho e Miguel Nunes (Classe 470) entraram da melhor maneira em 2008, com um 2.º lugar no Campeonato do Mundo disputado na Austrália e enfrentam sem reservas o objectivo de alcançar o pódio olímpico em Qingdao, onde o maior adversário pode ser a falta de vento. 470 Portuguese crew Álvaro Marinho and Miguel Nunes made a great entrance in the Olympic Year, finishing 2nd at the World Championships in Melbourne and are very confident for their third Olympic participation. They only fear the eventual lack of winds in Qingdao’s seas. Vanessa Fernandes, na companhia de Bruno Pais e Duarte Marques, inicia no final de Março na Austrália a época internacional de Triatlo que há-de culminar no dia 19 de Agosto na grande final olímpica nas águas e estradas de Changping, que tão bem conhece. Após meses de treino, incluindo o off-road da BMX, as expectativas da campeã do Mundo estão em alta. Triathlon World Champion Vanessa Fernandes, accompanied by Bruno Pais anda Duarte Marques, is beginning in Austrália the new season which will end in August 19th in the Beijing Olympic finals, at Changping Reservoir, where she already won three times in the last years. Her confidence is at top, after intensive training including offroad BMX. Lisboa é palco no mês de Abril dos Campeonatos da Europa de Judo de 2008, última oportunidade de qualificação para os Jogos Olímpicos. Com Telma Monteiro qualificada e João Pina e João Neto virtualmente apurados pelo ranking, a prova é decisiva para Ana Hormigo, Ana Cachola, Yahima Ramirez e Pedro Dias. The Judo European Championships Lisbon 2008 is the very last opportunity for the Olympic qualification for many athletes, among them the Portuguese Ana Hormigo, Ana Cachola, Yahima Ramirez and Pedro Dias, who are looking to join virtual qualified Telma Monteiro, João Neto and João Pina in Beijing. 3 Janeiro|Fevereiro 2008 EDITORIAL Em defesa dos Atletas O C.O.P. não alimenta quaisquer especulações de boicote, quando é sabido da sua ineficácia, apenas servindo para prejudicar os atletas. 4 Janeiro|Fevereiro 2008 N a contagem decrescente para os Jogos da XXIX Olimpíada, cresce o tom crítico da comunidade internacional relativamente à situação do Tibete. A posição do Comité Olímpico Internacional perante o problema tem sido exemplar, reafirmando que os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 serão um sucesso, atentos os valores que o desporto representa, que transcendem as diferenças políticas e sociais que a civilização enfrenta. Sucede que também o Comité português comunga e é uno naquela opinião, defendendo o princípio do primado do desporto, que aliás mereceu respaldo ao nível dos Comités Europeus na recente cimeira realizada na Eslovénia, juntamente com os ministros do desporto da União Europeia, não alimentando portanto quaisquer especulações de boicote, quando é sabido da sua ineficácia, apenas servindo para prejudicar os atletas, como de resto atestam experiências passadas. Muitos argumentos de sustentação podem ser expendidos a propósito: que os Jogos Olímpicos são uma linguagem universal; um catalisador para a mudança; que são um poderoso mecanismo e uma oportunidade verdadeiramente excepcional de reunião e coexistência dos povos, independentemente das dinâmicas geo-políticas que moldam os tempos actuais. Por isso, em defesa do Desporto, a verdade é que não alinhamos com aqueles que insistem em ver o mundo funcionar cada vez pior, como se a Humanidade estivesse a correr para a desgraça. No meio deste jogo, o fito que verdadeiramente interessa aos atletas (e é o âmago da questão) é culminar com sucesso um árduo percurso de treinos e competições, invariavelmente recheado de sacrifícios pessoais, para nos Jogos Olímpicos – nos próximos e nos que se lhes seguirem – fazerem justiça ao esforço colectivo despendido nesta tarefa virtuosa, porventura a melhor preparação de sempre, conforme vimos afirmando e é de resto continuamente atestado pelos triunfos internacionais sem precedentes, alcançados em inúmeras modalidades e escalões. Acreditemos que a nossa Comitiva trará de Pequim o ambicionado retorno do muito trabalho por todos realizado, alcançando-se, assim, o sentimento do dever cumprido, para prestígio de Portugal. JOSÉ VICENTE MOURA Presidente do Comité Olímpico de Portugal Portuguese Olympic Committee Chairman What matters to the Athletes We will not feed any boycotting speculations, as we also know how useless it is, causing only disturbance and harm to the athletes I n the final countdown to the Games of the XXIX Olympiad the criticism of the international public opinion regarding the Tibet subject is mounting. The International Olympic Committee official position towards this problem has been quite paradigmatic reassuring that the Beijing Olympic Games of 2008 will be a huge success, concerning the sports values, which transcend the political and social differences actually faced by our civilization. And we must state that the Portuguese Olympic Committee adopts the same opinion, defending the principle of primacy of sport, which has recently been backed by the European Olympic Committees in the Ljubljana summit with the Ministers of Sports of the European Union countries. That said, we will not feed any boycotting speculations, as we also know how useless it is, causing only disturbance and harm to the athletes, as past experiences have clearly shown. Many support arguments can be advanced: the Olympic Games are a universal language; are the launch for change; and are a powerful mechanism and a truly exceptional opportunity for the world’s youth of gathering and coexisting, regardless the geopolitics dynamic that is shaping our time. In defense of Sports, we do not align with those who insist to see the World functioning worst every single day, as if the Humanity couldn’t do nothing but run towards disgrace. In the middle of this game, what really matters to the athletes (that’s the point) is to finish with full achievement the restless process of training and competitions, passing so many personal sacrifices, in order to get justice for their efforts, perhaps the best preparation ever, during the next Olympic Games and in those to come – as we have several times underlined regarding the unprecedented international triumphs in so many sports and ages. We believe that the Portuguese Mission will bring from Beijing the ambitioned reward for that hard work provided by many people along these years, reaching the best of the feelings, the accomplishment of duty, for the honor of Portugal. 5 Janeiro|Fevereiro 2008 6 Janeiro|Fevereiro 2008 FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS A CAMINHO DE PEQUIM Vento fraco, ânimo forte Á lvaro Marinho e Miguel Nunes acabaram o ano passado e entraram no ano olímpico com resultados de excelência que confirmam a sua candidatura a um lugar no pódio de Qingdao, em Agosto. Enfrentam a responsabilidade com toda a confiança e muito profissionalismo e só temem os caprichos do vento. «O ano de 2007 correu melhor do que nós esperávamos, pois foi o melhor da nossa carreira, ganhámos o Europeu pela primeira vez e ficámos muito perto do pódio no Mundial da ISAF. Tratando-se das duas provas mais importantes do ano, constitui um conjunto de resultados excelente», considera Miguel Nunes, ao que o seu parceiro só lamenta o «sabor amargo» de não terem conseguido chegar ao pódio em Cascais, objectivo para o qual tanto tinham trabalhado e que fugiu apenas na derradeira regata. Por isso, felizmente – adianta Álvaro Marinho – ainda ficou uma margem de muito trabalho para realizar e motivação para fazer melhor em 2008, até à prova final nos Jogos de Pequim. Este ano, aliás, começou com a conquista da medalha de prata nos Mundiais de classes de Melbourne, perdendo o ouro na ‘medal race’, depois de uma prova que dizem ter corrido muito bem: «Uma competição de vela só termina com a regata decisiva. Começámos em nono, décimo lugar, depois alcançámos uma série de boas classificações e entrámos nos lugares do pódio, chegámos a primeiro, e acabou com uma regata muito complicada, em que havia quatro equipas com possibilidades de chegar ao primeiro lugar. Não foi possível fazer melhor», explicou Miguel Nunes, para o seu parceiro retirar a conclusão, projectando sempre o objectivo dos Jogos: «Temos muito trabalhar a realizar no domínio do desenvolvimento da nossa técnica e da nossa velocidade, em particular com ventos mais fracos que supostamente iremos encontrar em Qingdao». Os dois velejadores portugueses já conhecem as águas e ventos do nordeste chinês onde decorrerão as provas de Vela, pois em Agosto do ano passado disputaram lá o Pré-olímpico, alcançando a medalha de bronze, sempre atrás dos australianos Wilmot e Page, que já tinham vencido em Cascais. Pressente-se que os velejadores estão muito preocupados com as condições da prova Olímpica – e não só os ventos fracos. Álvaro Marinho considera que o que levanta mais problemas em Qingdao pode acabar por ser a capacidade de lidar com a espera por melhores ventos: «No pré-olímpico a organização decidiu várias vezes atrasar a hora da largada por o vento não ser suficientemente forte, considerando que também existe uma corrente muito forte, que não permite realizar as regatas a horas certas. Essa inconstância vai ser o factor mais determinante para os atletas que vão ter de controlar muito a ansiedade, procurando continuar focados na regata, pois é muito fácil perder a concentração ao fim de algumas horas à espera, sem saber se vai ou não haver largada. Essa espera, a parte aborrecida da vela, pode demorar um ou dois dias e há que saber lidar com isso, temos de estar preparados para tudo». A falta de vento é frequente numa competição que pode durar dez dias e Marinho e Nunes lidaram com ela bem, por exemplo, nos Europeus de 2007, em Chipre, quando estiveram também um dia à espera do vento mediterrânico, que não chegou. Ao fim de tantos anos a lidar com os ventos mais diversos, ao mais alto nível, trata-se de um pequeno pormenor, a simples exigência técnica de manter a concentração psicológica para enfrentar, em determinado dia, um tipo de vento que não corresponda inteiramente ao padrão daquele local nos dias anteriores, depois de ficar algumas horas à espera que seja arreada a bandeira de interdição de sair do clube para o mar. «Felizmente, com importantes apoios privados, a aposta numa carreira profissional que fizemos há dez anos tem resultado inteiramente. E ainda temos pela frente muita coisa para ganhar» ÁLVARO MARINHO Dupla versátil Nos Jogos Olímpicos, a dupla portuguesa considera que os especialistas de vento fraco levam vantagem. Normalmente, todos os finalistas olímpicos enquadram-se nos dois padrões possíveis, o grupo dos especialistas de ventos fracos e o dos ventos fortes, situando-se Miguel Nunes no meio deles: «Somos uma dupla mais versátil, acabamos por não ter um tipo de vento mais favorável, mas em Qingdao penso que vão aparecer as de vento fraco, com quase todas a procurarem perder peso para ajudarem a aumentar o andamento do barco». Perder alguns quilos é também um objectivo dos dois velejadores nacionais, mas só nas semanas mais perto dos jogos, depois dos Campeonatos da Europa, em Itália, onde vão defender o seu título, na última prova antes dos Jogos Olímpicos. «Prevê-se vento forte e embora nós não queiramos estar a cem «Assim como nós temos respeito pelas duplas potenciais candidatas, eles também sabem que nós temos possibilidades de chegar ao pódio olímpico» MIGUEL NUNES 7 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM por cento nessa altura, vamos aguardar para mais perto dos Jogos para atingir a condição ideal. Não se pense, porém, que é uma redução drástica, mas apenas de três a quatro quilos no total da tripulação», explicam. A medalha que falta Ao fim de dez anos no topo desta classe a nível mundial, preparando-se para disputar os terceiros Jogos Olímpicos consecutivos com possibilidades de imitar ou fazer melhor que o terceiro lugar de Hugo Rocha e Nuno Barreto, em Atlanta-96, Álvaro Marinho e Miguel Nunes continuam à procura da tal classificação que ateste para a imortalidade a evidência de constituírem uma das equipas melhores e mais sólidas da história da Vela portuguesa. ANO «Encaramos os terceiros Jogos Olímpicos 2005 com muita vontade em querer melhorar os anteriores, depois de quer em Sydney quer em Atenas termos ficado muito 2006 perto do pódio. Agora queremos estar «dentro» do pódio e é para isso que temos trabalhado ao longo destes anos. Esta sequência de resultados no Mundial (4.º), 2007 no Pré-olímpico (3.º), no Europeu (1.º) e no Mundial-2008 (2.º) confirma que andamos muito perto desse objectivo e isso dá-nos a confiança de que tal objectivo está completamente ao nosso alcance», diz Marinho. 2008 Miguel Nunes considera que as condições de uns Jogos Olímpicos, porém, são muito diferentes das provas habituais do circuito internacional, por serem muito menos barcos e não haver fase de qualificação, começando no primeiro dia a «regatear contra os melhores», ao que acresce a «pressão de ser uma prova especial» e com algumas diferenças organizativas. Em Pequim, como já aconteceu no passado, inclusive com Rocha-Barreto em Savannah (Atlanta-96), as provas de Vela decorrem num local afastado da sede dos Jogos e da Aldeia Olímpica, o que Álvaro Marinho considera poder ser vantajoso, por ser «o mais parecido possível do que são as provas que realizamos regularmente». No entanto – observa o velejador – «estar integrado na Missão, como estivemos em Atenas e em Sydney, é muito agradável por nos permitir ir trocando ideias e acompanhar as outras modalidades. Só que os Jogos Olímpicos obrigam a uma concentração tão grande que eu julgo que desta vez pode ser benéfico podermos estar apenas concentrados no nosso trabalho, considerando até a proximidade entre o hotel e a marina onde tudo se vai desenrolar». Calendário preenchido Até aos Jogos, a dupla do Barreiro tem um calendário preenchido. Março assinala o regresso às águas europeias, com o Troféu Princesa Sofia em Palma de Maiorca, onde defendem o título, seguindo-se Hyères, Sul de França RANK em Abril, Scheveningen na Holanda em 3 Maio, o Campeonato da Europa de Riva 1 1 del Gara, Itália, em Junho, um estágio para 1 afinações e treinos na China, uma recarga 2 final de energias em Portugal e, finalmente, 2 os Jogos Olímpicos. 4 «O que mais tememos é a imprevisibilidade 5 13 do vento e todo o nosso trabalho ao longo 9 destes últimos meses aponta para estarmos 9 bem preparados para andar bem com pouco 12 vento. Como são os terceiros Jogos vamos 10 estar mais libertos de pressão, confiamos na 9 9 nossa experiência e temos muita esperança 9 de alcançar um grande resultado», afirma 12 Álvaro Marinho. Quatro anos de bons resultados 8 Janeiro|Fevereiro 2008 PROVA Semana Francesa Holand Regatta Europeu-2005 Mundial-2005 Princesa Sofia Semana Francesa Jogos ISAF Europeu-2006 Mundial-2006 OCR Princesa Sofia Semana Francesa Breitling Regatta Europeu-2007 Mundial-2007 Pré-olímpico Mundial-2008 LOCAL Hyères Roterdão Gdynia, Polónia São Francisco, EUA Palma de Maiorca, Espanha Hyères Neusiedl, Áustria Balatonfured, Hungria Rizhao, China Miami, EUA Palma de Maiorca, Espanha Hyères Holanda Salónica, Grécia Cascais Qingdao, China Melbourne CLAS. 4.º 2.º 5.º 5.º 3.º 3.º 18.º 7.º 38.º 10.º 1.º 20.º 17.º 1.º 4.º 3.º 2.º A ÉLITE DO 470 Álvaro Marinho e Miguel Nunes estão entre as cinco, apenas cinco, tripulações que disputaram as ‘medal races’ dos dois últimos Campeonatos do Mundo, um grupo restrito de onde sairão, provavelmente, os medalhados dos Jogos de Pequim – o que todavia não se traduz no seu ranking mundial actual, devido a um defeito de contagem e classificação das provas. Uma das que influi no actual ranking é o Sail Melbourne, competição que serviu de afinação e teste de novos materiais e velas, em que a classificação final acabou por ser má, pois nem terminaram algumas regatas (30.º lugar). Incompreensivelmente, essa prova tem, um quociente superior ao Princesa Sofia, de Palma de Maiorca, que venceram em 2007,a qual embora seja muito importante a nível europeu acaba por nem sequer contar entre os oito resultados válidos da dupla portuguesa. Daí resultou que a equipa portuguesa acabou por baixar ao 12.º lugar no ranking ISAF actual, o que não corresponde de forma alguma à realidade actual. «Nós não damos grande importância ao ranking, que tem um prazo alargado de dois anos, porque não dependemos dele para qualquer qualificação, mas realmente causa espanto que nós tivéssemos entrado no Mundial em 9.º lugar e, com a medalha de prata, tenhamos acabado por cair para 12.º…» Mas não deixa de ser interessante saber quem é quem, na regata olímpica (o apuramento é do país, indicando-se a respectiva tripulação com melhor ranking actual), em que participam apenas 30 barcos. Muitos países ainda não determinaram a tripulação olímpica, por possuírem diversas opções de nível semelhante, caso da Grã-Bretanha, em que os campeões mundiais de 2008 não são a melhor tripulação do ranking, da França ou da Espanha. RANK 1 2 3 6 7 8 10 11 12 14 15 17 18 20 21 22 28 32 34 35 38 39 42 45 51 61 68 70 118 121 PAÍS AUSTRÁLIA FRANÇA ISRAEL ITÁLIA CROÁCIA HOLANDA GRÃ-BRETANHA ESPANHA PORTUGAL JAPÃO ESTADOS UNIDOS NOVA ZELÂNDIA GRÉCIA POLÓNIA ALEMANHA ESLOVÉNIA IRLANDA SINGAPURA RÚSSIA ÁUSTRIA SUÉCIA BIELO-RÚSSIA SUÍÇA ARGENTINA COREIA DO SUL CHINA TURQUIA CANADÁ BRASIL FINLÂNDIA TRIPULAÇÃO M-2007 M-2008 Wilmot-Page 1º 8º Charbonnier-Bausset 4º Kliger-Gal 3º 3º Zandona-Trani 6º Fantela-Marenic 6º Coster-Coster 2º Rogers-Glanfield 8º 9º Barreiros-Sarmiento 9º 7º Marinho-Nunes 4º 2º Yamada-Nakamura McNay-Biehl 10º Evans-Burling Kambouridis-Orologas Piasecki-Zieminski Zellmer-Seelig Hmeljak-Nevecny Owens-Hunt Xu-Koh Berezkin-Zybin Schmid-Reichtadter Dahlberg-Osting Desukevich-Logunov Etter-Steiger Buhler-Lamas Kim-Jung Wang-Deng Cinar-Cinar Locas-Bone Pillar-Albrecht Lindgren-Lautiainen Joaquim Fiúza completou 100 anos Marinho-Nunes (class 470) Week winds Strong hopes Álvaro Marinho and Miguel Nunes finished 2007 and entered in the Olympic year performing exceptional results which ensure their candidature to one of the top three places in Qingdao’s podium, next summer. The Portuguese 4-70 European Champions conquered the silver medal in this year’s World Championships, which took place in Melbourne early in February. «The year of 2007 run better than we expected, I guess, because it was the best of our career», Miguel Nunes says. «We won the Europeans for the first time and finished very close to the Cascais ISAF Worlds’ podium (4th place). It was an exceptional pair of results, as we talk of the most important races of the season». Also last year, they made a good recognition of Qingdao waters, classifying in 3rd position in the Olympic Test-event, where they will be challenged by slow and irregular winds, their appointed most feared opponent. The Olympic year began with another medal, the silver, in the Melbourne World Championships, losing the gold only on the final ‘medal race’. «We sailed very well all week, but a Sailing competition only ends on the very last day, and despite we were leading the final pack four teams were running for the title». Marinho and Nunes go for their third Olympics in a row, after ten years of professional career and a bunch of great results that consolidated them as one of world’s top crews. After succeeding the Atlanta-96 bronze medal crew of Hugo Rocha and Nuno Barreto, the pair classified twice among the top-eight and thinks that time as came for a medal. They consider themselves as favourites for the medals in Qingdao, because they don’t normally depend of strong winds and are able to adapt to slow races. To adjust to those difficulties they intend to lose some weight, before going to China. «This time – Marinho says – we feel free from pressure, we trust in our big experience and are very hopeful to obtain a great result». O antigo velejador Joaquim Fiúza festejou o Centésimo aniversário no dia 28 de Fevereiro e será, certamente, uma dos mais velhos medalhados olímpicos do Mundo ainda vivos. A seis meses da Abertura dos Jogos de Pequim, o Comité Olímpico de Portugal assinalou o aniversário, apresentando felicitações ao antigo desportista e família, mas respeitando o delicado estado de saúde actual de Joaquim Fiúza. O secretário-geral do Comité Olímpico de Portugal, Victor Mota, entregou ao aniversariante o emblema de ouro do C.O.P. e uma placa com os anéis olímpicos. Joaquim Fiúza participou nos Jogos Olímpicos três vezes, tendo alcançado a medalha de Bronze na classe de «Star» em 1952, em Helsínquia, fazendo equipa com Francisco Rebelo de Andrade. Joaquim Fiúza já tinha disputado os Jogos de Berlim de 1936, tendo como parceiro António Guedes de Herédia (10.º lugar), e os de Londres de 1948, com Júlio Leite Gourinho (6.º lugar). Joaquim Fiuza com Francisco Rebelo de Andrade em 1952 Joaquim Fiuza, bronze medalist in 1952, completed 100 years old. 9 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM A preparação de um grande momento A época de 2008 começa no último fim-de-semana em Mooloolaba, Austrália, a única Taça do Mundo que Vanessa Fernandes não conseguiu vencer no ano passado. Um bom ponto de partida para um ano que se pretende muito especial. A seis meses dos Jogos de Pequim e quando se prepara para iniciar a temporada de Triatlo, na posse do título mundial e da liderança do ranking internacional, Vanessa Fernandes tem um objectivo claro e uma resposta precisa quando se lhe pergunta como antevê a passagem por Pequim: «Vejo um grande momento, correndo bem ou mal, vejo um grande momento... para Portugal». Ao longo dos primeiros meses de 2008, Vanessa Fernandes, Bruno Pais e Duarte Marques, entregues ao trabalho com Sérgio Santos e António Jourdan, têm preparado com todo o cuidado a participação olímpica. Num dos estágios realizados em Rio Maior, OLIMPO pôde acompanhar o empenho colocado no trabalho, com início às 6h30 da madrugada na piscina olímpica, percursos cerrados de bicicleta BMX pelos trilhos da Serra dos Candeeiros e quilómetros de corrida, tudo acompanhado de monitorização e estudos permanentes e circunstanciados. Nada pode faltar a Vanessa Fernandes para assegurar que estará à altura do grande desígnio «prometido» pela constância e fiabilidade dos seus resultados internacionais. Para Vanessa Fernandes o ano olímpico só é mais importante que as épocas correntes que vêm fazendo a sua carreira porque «tem mais impacto» e faz as pessoas virarem mais atenções para o desporto. No entanto, assume sempre que a importância relativa que alcançou dentro da modalidade atrai mais atenções à sua volta. «Não devo considerar este objectivo uma responsabilidade acrescida, porque se fosse ligar a tudo o que ouço todos os dias seria complicado nadar e pedalar e correr, seria mesmo complicado treinar», comenta a atleta olímpica. «Sinto que as pessoas estão a apostar bastante em mim, embora faça o possível para que me passe ao lado, focando-me o mais possível no meu objectivo, mas não posso esconder que, para mim, este ano é especial. Há uma certa prova este ano em que quero estar bem, que é os Jogos Olímpicos de Pequim, onde quero mostrar alguma coisa». A fixação nos Jogos acabou por reduzir a actividade competitiva para este ano, depois de um ano em que competiu em todas as frentes, ganhando Taças FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS 11 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM do Mundo, Campeonatos da Europa e do Mundo, e também provas de Duatlo ou de Atletismo, como a Meia-maratona de Lisboa, num corrupio frenético de competição que chega a assustar quem se limita a tentar perceber a sua força pela mera observação do seu corpo franzino. «Eu gosto de competir, mas nas provas onde sei que chego e vou “andar”. Hoje, competir por competir, já não é uma coisa que me satisfaça muito. Este ano tenho apenas determinadas provas para fazer, condicionadas ao objectivo principal, que é onde quero estar bem». Um dos pontos de dúvida que se coloca, metodicamente, nas previsões da grande prova de Pequim diz respeito ao confronto com adversárias que nem sempre aparecem nas Taças do Mundo, havendo um pronunciado respeito entre umas e outras que limita a muito poucas competições as que foram disputadas por todas. Nem sequer nos Campeonatos do Mundo, que Vanessa ganhou pela primeira vez em 2007, elas têm aparecido com a mesma «abertura» que se espera nos Jogos Olímpicos. De facto – concorda Vanessa – «não se pode comparar o Campeonato do Mundo com os Jogos Olímpicos. O último Mundial, de Hamburgo, foi uma corrida plana, em que o percurso de bicicleta não teve nada a ver com o de Pequim. Também os objectivos dos próprios países e das atletas são diferentes. Por isso eu nunca comparo um Mundial com os Jogos. E nunca comparo um resultado de um campeonato do Mundo a uma prova olímpica. Os Jogos eu coloco totalmente à parte!» A atleta portuguesa, oitava nos Jogos de Atenas, tem a vantagem de conhecer muito bem o percurso e as condições de Pequim, onde já venceu a Taça do Mundo três vezes consecutivas nos últimos anos. Ao 12 Janeiro|Fevereiro 2008 Vanessa Fernandes Preparing a great moment Six months to go before Beijing, when she prepares to defend her Triathlon European and World titles, Vanessa Fernandes assumes a precise objective and knows really clear what she wants for her second Olympics: «I see a great moment, for best or for worst, I see a great moment... to Portugal». In the first three months of 2008, Vanessa Fernandes and her teammates Bruno Pais and Duarte Marques worked hard to prepare themselves to a very challenging year, supervised by national coaches Sérgio Santos and António Jourdan. We could testify one of their working sessions in the Olympic Centre of Rio Maior, where a day work begins by 6h30 in the morning, in the swimming pool, continuing through the journey with cycling (first off road and later road running) and street running. «I don’t consider this goal as an additional responsibility, despite all the unconditional confidence that I feel in every person. I know that everybody expects a lot from me, but I try not to think of it and stay focused in the main purpose. However I cannot lie, this year will surely be very special for me», Vanessa told OLIMPO magazine. This year, Vanessa will compete less than before, reserving herself for the big moment. She knows that the Olympic race is very different of the usual World Cups she’s used to win because in Beijing everybody will be at their best – and some of the top athletes avoid to confront themselves in the regular seasons. Vanessa Fernandes, who was 8th at her Olympic debut four years ago, before completing 20, had won three times in a row in the Chinese World Cup, disputing in the same Changping Reservoir where the Olympic race will take place. She knows every detail very well, and that’s the reason why the Portuguese Triathlon delegation will stay apart of the Mission and out of the Olympic Village. «At Beijing, it’s not enough to be a good swimmer, or a good runner, or a good cyclist. You must be very strong in three legs and nothing can go wrong. It’s a very complicated course, very demanding, but I like it very much: you have to have legs to run and to pedal, you must have strong arms to swim – you cannot ‘play’ in the course, you have to be hundred per cent all the way», Vanessa tells. compará-lo com o de Atenas, admite as semelhanças e a necessidade de «ser muito forte» nas três modalidades. «Em Pequim, não é preciso ser apenas bom nadador ou apenas bom corredor. É preciso ser muito forte tanto na natação, como no ciclismo como na corrida, nada pode falhar. Pequim tem um percurso bastante complicado, mas do qual eu gosto, por ser duro e exigir pernas para correr, pernas para pedalar e braços para nadar. Há competições em que podemos ‘jogar’ um bocadinho com o ciclismo, com a corrida e com a natação, mas ali não.» Em relação às adversárias, Vanessa Fernandes revela uma preocupação que alguns pensam que ela menospreza – os nomes e o valor das adversárias principais. Vanessa assegura gostar de saber quem está presente e quem vai ser mais complicado defrontar, embora sem deixar que isso altere a sua atitude perante a prova: «A minha atitude é sempre a mesma. Quando me atiro para dentro de água é para dar o litro. Mas há provas que são bastante diferentes, umas em que acabo mais folgada, outras que exigem o máximo até ao fim. E por isso em certas provas o que faz a diferença são determinadas atletas que lá estão.» A frequência enorme das competições ainda não provoca saturação em quem tem tanta vontade de competir e ganhar. Vanessa explica que só pode fazer o que faz «por prazer», sem hesitações: «Isto só se pode fazer por paixão ao desporto, mas ao longo destes quatro anos cresci, aprendi muito com vitórias com derrotas, aprendi mais sobre o desporto e sobre o mundo do desporto e acabei por crescer também dentro desse próprio mundo. Cada ano, tenho aprendido qualquer coisa, cada ano tem sido diferente e até agora estou muito satisfeita com o que tenho obtido. E muito do que tem observado ultrapassa os seus particulares interesses, abrindo-lhe perspectivas sobre o desenvolvimento desportivo do país. Vanessa Fernandes é, quatro anos depois da revelação em Atenas, muito mais do que uma grande atleta de alta competição, ao revelar a atenção que dedica ao meio onde se movimenta: «Acho que Portugal ainda pode dar muito ao desporto e que tem muito para evoluir, mas também noto que de ano para ano estamos sempre a dar um salto maior. Tem havido mais motivação e mais empenho, por parte de muitas pessoas a quererem melhorar o desporto nacional e acho que todas as modalidades também têm feito um esforço enorme. Mas reparo na cultura de outros países, no interesse que dedicam ao desporto, para concluir que ainda nos falta implantar essa cultura desportiva, embora também repare que cada vez mais os portugueses se interessam cada vez mais em saberem os resultados dos atletas nacionais e a apoiarem-nos. Tenho notado isso de ano para ano e é gratificante constatar a evolução». Triatlo fora da Aldeia Olímpica Em Pequim, a equipa portuguesa de Triatlo vai dispor de condições especiais, devendo ficar alojada fora da Aldeia Olímpica, muito perto do local da competição, num «resort» que já conhecem de outras estadias anteriores. Vanessa Fernandes subscreve a decisão dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Triatlo, nomeadamente o professor Sérgio santos, que planearam ao minuto e ao milímetro a preparação desta prova. «Eu também prefiro até ficar um bocado afastada da aldeia olímpica. Acho que prefiro ficar um bocadinho fora daquele movimento todo dos Jogos, muito perto do local onde vai decorrer a minha prova, tal como o que eu fiz nestes anos em que lá fui. Por isso, não iria trocar, nem iria fazer de outra maneira. Ali as condições são boas, temos tudo o que queremos e estamos afastados do movimento, estamos num sítio mais sossegado.» E acrescenta: «Gosto sempre de me sentir bem comigo e de saber que na prova vou estar bem, tendo os meus treinadores e os meus amigos ao pé. E, claro, ter sempre, ou em Portugal, ou no sítio da prova, a minha família a apoiar-me, as pessoas que eu sei que estão sempre presentes em qualquer situação ao meu lado.» Desta vez, porém, aumenta o tempo de ambientação, de quatro ou cinco dias para dez dias de concentração absoluta nas águas da barragem de Shisanling e nas estradas em torno de Changping, 30 quilómetros a norte do Olympic Green, onde se localizam a Aldeia Olímpica e os principais locais de competição. Bruno Pais pensa nos oito primeiros Bruno Pais é um atleta de topo mundial que em 2007 alcançou sucessivas classificações entre os melhores 12, incluindo o 10.º lugar no Campeonato da Europa, a quem nem sempre tem sido dado o devido realce, por se encontrar «na sombra» de Vanessa Fernandes. Os Jogos Olímpicos de Pequim podem, por isso, constituir a grande oportunidade de Bruno Pais se evidenciar, depois de ter assegurado muito cedo a qualificação olímpica. «É verdade que já penso muito nos Jogos. Conheço bem o percurso, o que pode ajudar-me bastante se estiver num dia bom. Sobretudo na corrida, que é muito difícil, dou-me bem com esse tipo de percursos, pois há atletas que quebram muito e eu consigo recuperar algumas posições», explica Bruno Pais. O atleta do Fundão tem como objectivo entrar no lote dos oito finalistas ou em último caso terminar entre os 16 primeiros, como conseguiu em quase todas as competições do ano passado, à excepção do Campeonato do Mundo, onde foi obrigado a desistir. A lembrança de Hamburgo ajuda a aumentar a concentração em Pequim: não fazer falsa partida na Natação, que lhe custou uma penalização «stop and go» de 15 segundos, seguida de um desequilíbrio no momento de montar a bicicleta e uma avaria no travão que acabou por obrigá-lo a desistir. «Fiquei muito triste com o que sucedeu, pois tinha as minhas expectativas, mas tive de dar a volta e encontrar ainda mais força e mais garra para continuar e para fazer uma boa classificação na prova seguinte, que foi Pequim (12.º)», recorda. Há um certo fatalismo na relação de Bruno Pais com as grandes competições, pois nunca conseguiu fazer o Campeonato do Mundo ao nível que prometia e já tinha ficado afastado dos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004 por apenas dois lugares no ranking. «É nessas alturas que temos de lutar». Duarte Marques, de Rio Maior Além de Bruno Pais, também Duarte Marques lutará nestes próximos três meses por garantir o apuramento para Pequim, depois de ter terminado o ano de 2007 numa posição elegível no ranking olímpico (69.º), graças a um sensacional 5.º lugar na última prova da temporada , a Taça do Mundo de Eilat, Israel. «O meu projecto principal neste momento é garantir a qualificação», declara Duarte Marques solenemente. «Se fosse neste momento eu estava qualificado, mas o processo ainda não acabou, pelo que há que continuar a lutar e treinar e competir ao nível a que estive no ano passado». Esta necessidade vai obrigá-lo a competir mais do que Vanessa e Bruno: «Estou na ‘corda bamba’, pelo que tenho de entrar em mais provas para amealhar os pontos que eles já conseguiram». Se conseguir, Duarta Marques será o 7º atleta de Rio Maior na Missão Olímpica de Portugal, juntamente com os cinco marchadores (Susana Feitor, Inês Henriques, Vera Santos, João e Sérgio Vieira), o nadador Pedro Oliveira e, eventualmente, a judoca Yahima Ramirez. 13 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM Judo feminino enfrenta último assalto Qualificação para os Jogos Olímpicos encerra nos Europeus de Lisboa, em Abril, com três atletas ainda em luta para acompanharem Telma Monteiro a Pequim. E m Fevereiro, a selecção feminina começou a recuperar do trauma da morte do treinador António Matias e já sob a orientação de Rui Rosa prepara-se para os duríssimos tempos que a esperavam, com a sucessão de Taças do Mundo qualificativas para o ranking e para o Europeu de Lisboa, que vai encerrar o processo de apuramento. Rui Rosa definiu como objectivo alcançar bons resultados nas primeiras provas da época, o que foi conseguido, mas sem atingir os níveis mais elevados, projectando alcançar a qualificação olímpica para «a maioria das atletas» nos Campeonatos Europeus de Lisboa. «Os objectivos são diferentes, consoante as atletas. A Telma Monteiro já está qualificada para os Jogos, pelo que a sua prioridade era o torneio de Paris, a única prova em que participou. Depois temos o Campeo- 14 Janeiro|Fevereiro 2008 nato da Europa e a seguir a isso temos o grande objectivo destes últimos quatro anos, que é Pequim e os Jogos Olímpicos», referiu o treinador «Para as outras atletas, estamos num período de qualificação. Temos uma atleta bem encaminhada para o conseguir, a Ana Hormigo, embora reconhecendo que é muito difícil na parte feminina, mais do que no sector masculino. E temos mais três que, se conseguissem fazer um bom resultado, ou dois bons resultados, antes do campeonato da Europa, também teriam uma boa perspectiva de se apurar para Pequim». No estágio com brasileiras e espanholas participaram as outras atletas internacionais, como a jovem Leandra Freitas (48 kg), campeã europeia de juniores e um valor seguro para os Jogos de Londres de 2012, ou a veterana Andreia Cavalleri (63 kg), que veio a obter um 9.º lugar na Taça do Mundo de Varsóvia e ainda aspira a uma participação condigna nos Europeus. Foco em Telma No entanto, as atenções do Judo feminino português e de Rui Rosa em particular assentam em Telma Monteiro, graças à possibilidade fortíssima de se classificar no pódio dos Jogos Olímpicos e conquistar a segunda medalha do Judo nacional. No estágio da selecção, contudo, Telma não goza de preferências. «No estágio, os treinos são iguais, não há treino diferenciado para cada uma delas. Os treinos são organizados no sentido de toda a equipa nacional poder treinar e tirar partido dos treinos que nós fazemos aqui», explica o treinador nacional. «No dia-a-dia é que os treinos são diferenciados, porque as categorias e o tipo de judo de cada uma são diferentes, e tem de ser planeado um trabalho para cada uma». Telma assume medalha medalha em Pequim. Claro que no dia da prova há muitos factores que podem condicionar e podem impedir que eu a alcance, mas esse é o meu sonho... tirar uma medalha.» Três atletas ainda na luta São três as judocas integradas no projecto Pequim 2008 do C.O.P que ainda sonham com a presença nos Jogos Olímpicos. Presentemente no Nível 2, Ana Hormigo (48 kg) é a candidata em melhores condições para acompanhar Telma Monteiro a Pequim, depois de ter alcançado também os melhores resultados nas Taças do Mundo disputadas, com realce para o 3.º lugar de Sófia, a que seguiram três classificações seguidas na 7.ª posição, que não lhe permitiram subir no ranking, mas mantiveram-na na luta por uma das cinco posições de apuramento. In February, the Portuguese Women Judo Team began a slow recovering from the huge trauma of their coach António Matias sudden death, after a regular evening training on January 3rd. Under the coaching of late Matias friend Rui Rosa, also former Olympic athlete and coach, Telma Monteiro and friends start pushing forces to the definition times that will end on middle April at the Lisbon European Championships. A few places in Beijing are still open, but the results of this year’s World Cup were not as encouraging as they expected. Rui Rosa aims to qualify Ana Hormigo (48 kg), who’s under the five places to go, but he’s aware that the women competition is tighter than the men’s, because the masculine competition has nine places open to European athletes. Two of the Portuguese, João Pina and João Neto, will definitely accompany Telma Monteiro, as they already did in Athens-2004, where both classified seventh. Besides Hormigo, also in contention are Ana Catarina Cachola (70 kg) and Yahima Ramirez (77 kg), who’s last chance of qualification depends of a superb performance in Lisbon’s championships Anyway, most of Rui Rosa’s attention will be devoted to Monteiro’s goal of getting a medal in Beijing: «Through my coaching career I had the privilege of working with great male athletes, like Sydney bronze medallist Nuno Delgado, and now, due to an unfortunate situation, I’m living it again with the girls». Telma Monteiro, who finished second in last year’s World Championships, beaten by a Chinese athlete in Rio de Janeiro’s final, says that all the results she got in the past two years gave her great confidence of being close to «get a medal» in Beijing. «Many things can happen that day, but that’s my dream, to get a medal», she announces. FOTO: IMAPRESS/CARLOS MATOS. Embora com objectivos diferentes das colegas de selecção, Telma Monteiro tem integrado os estágios de preparação e chegou a participar no torneio SuperA de Paris, onde se classificou na 3.ª posição, a única prova internacional que disputou entre o Mundial do Rio de Janeiro e os Europeus de Lisboa. «Tivemos o privilégio de treinar em Lisboa com as selecções do Brasil e de Espanha e os treinos correram muito bem, com qualidade. Com os estágios a este nível, continuo a alimentar o sonho de tirar uma Women Judo faces decisions FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Rui Rosa conhece bem Telma Monteiro, embora na sua passagem anterior pela equipa técnica nacional estivesse mais ligado ao sector masculino, que orientou nos Jogos Olímpicos anteriores, pertencendo ao amigo António Matias a orientação da equipa feminina. «O Judo da Telma é muito espontâneo», considera Rui Rosa. «Eu já conheço a Telma há vários anos, pois estivemos a trabalhar em conjunto antes dos Jogos de Atenas. Nessa altura estava com a equipa masculina e fiquei particularmente surpreendido com as capacidades dela, com aquela idade, estar naquela posição. Hoje, é uma atleta muito mais madura e tem capacidades fora do normal.» O treinador escolhido de acordo com as atletas para prosseguir o trabalho de Matias, até Pequim, considera um privilégio poder treinar esta atleta e ambicionar um resultado de relevo nos Jogos Olímpicos. «Ao longo da carreira que tenho tido como treinador, tenho tido o privilégio de trabalhar com grandes atletas, primeiro com os rapazes, incluindo o Nuno Delgado, e agora estou a vivê-lo com as raparigas». Morreu António Matias: treinador e atleta olímpico António Matias, seleccionador de judo feminino e antigo atleta olímpico, faleceu subitamente a 3 de Janeiro, depois de um treino das selecções nacionais na sala da Federação, na Lapa, em Lisboa, deixando bem mais pobre a família olímpica portuguesa. Tinha 43 anos. António Matias foi encontrado inanimado no balneário, pouco depois de abandonar um treino, que dirigiu juntamente com o medalhado Nuno Delgado, no qual participavam a vice-campeã mundial de -52 kg, Telma Monteiro, e a sua irmã Ana. O seleccionador nacional ter-se-á recolhido aos balneários queixando-se de dores de cabeça. No local, foram ainda feitas várias tentativas de reanimação, inclusivamente pelos profissionais do INEM, durante cerca de 20 minutos. António Matias, antigo praticante de judo, era o seleccionador feminino da modalidade desde 1996. Como atleta participou nos Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992, na categoria de 78 kg. Como treinador, englobou as Missões aos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e de Atenas 2004, e era o responsável pela preparação de Telma Monteiro para os Jogos de Pequim. O presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, apresentou pessoalmente condolências ao presidente da Federação Portuguesa de Judo, António Aleixo, e participou no funeral realizado em Sintra. A bandeira do C.O.P. esteve içada a meia-haste naqueles dias de luto. 15 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM «A minha maior dificuldade é controlar o peso, mas estamos a treinar bem», reconhece Ana Hormigo. «O treino realizado na pré-época também foi muito bom. E agora é só estar bem concentrada para as provas, para conseguir o apuramento. Estou em quarto no ranking europeu olímpico, mas só vão cinco a Pequim. Já estive em terceiro, baixei para quatro, mas aumentei a diferença entre os lugares que não estão qualificados, portanto, está tudo bem encaminhado.» Também Yahima Ramirez (78 kg), atleta de origem cubana que está no Projecto Pequim desde Outubro do ano passado (Nível 3), ainda prepara o Europeu de Lisboa com os olhos postos em Pequim: «O meu empenho tem sido máximo, porque o que mais desejo é a qualificação para os Jogos Olímpicos, a única maneira de poder satisfazer o sonho de ganhar uma medalha olímpica. Vou-me esforçar ao máximo». Ana Catarina Cachola (70 kg) está na mesma linha de Yahima Ramirez, tendo sido também integrada no Nível 3 do Projecto no último trimestre do ano passado, mas os resultados nas Taças do Mundo não foram tão satisfatórios, deixando-a um pouco mais longe do objectivo, encarado como normal após o excelente trajecto internacional dos últimos anos. O estágio com as atletas brasileiras e espanholas foi dedicado a melhorar as técnicas, em que se sentia falhar, e também a táctica para superar o seu handicap: «As minhas adversárias são todas muito maiores do que eu, e tenho de tentar arranjar uma estratégia, para poder eu, dominar o combate, em vez de, elas estarem sempre a dominar-me». 16 Janeiro|Fevereiro 2008 RANKING* Sofia Paris Budapeste Hamburgo Varsóvia Ana Hormigo Ana Cachola Yahima Ramirez 48kg 70 kg 77 kg 7 (5) 3.ª 9.ª 7.ª 7.ª 7.ª 20 (11) elim.ª 1 14 (10) elim.ª 1 elim.ª 1 elim.ª 2 elim.ª 1 7.ª 9.ª elim.ª 2 *Ranking de qualificação entre parêntesis, com apenas 5 lugares em aberto para disputar nos Europeus de Lisboa. A CAMINHO DE PEQUIM Hoppe com esperança máxima Canoagem portuguesa aponta com optimismo para a participação de sete atletas em Pequim, mas a qualificação joga-se numa única prova, os Europeus de Milão, em meados de Maio. E m Maio, em Milão, a Canoagem portuguesa vai disputar a última via de acesso aos Jogos Olímpicos de Pequim, com objectivos elevados. O treinador polaco Ryszard Hoppe que no início do seu mandato, em 2005, tinha prometido qualificar entre um a sete atletas para Pequim sente-se à beira da proeza máxima: «Temos três barcos, duas tripulações mais o K1, que demonstraram durante o ano passado, no Campeonato da Europa e no Campeonato do Mundo que estamos ao nível mundial. Em K4 femininos fomos a todas as finais A em duas taças do Mundo, Europeu e Mundial, e em K2 masculinos fomos a duas finais A. Só não tivemos um pouco de sorte...» Hoppe não aceita encarar um eventual fracasso nos 18 Janeiro|Fevereiro 2008 Europeus de Milão: «Não quero pensar nisso, porque quando comecei o meu trabalho aqui o objectivo foram sempre os Jogos Olímpicos. Por isso, não quero pensar que não vamos a Pequim. Vamos de certeza, mas não sei com quanto atletas. Podemos ir com três, cinco ou com a equipa completa. Vamos porque essa é a forma de assegurar o futuro para a canoagem em Portugal.» O seleccionador considera que a dupla masculina estará mais forte este ano, uma vez que na temporada de 2007 Leonel Correia esteve lesionado e não se apresentou a cem por cento nos Mundiais. Com menos preparação do que têm este ano, conseguiram resultados que o treinador considera excelentes. Mas a qualificação vai ser muito complicada. Ryszard Hoppe explica o que espera os barcos portugueses nos Europeus de Milão: Em K4 femininos há apenas um lugar em aberto e cinco concorrentes em igualdade de circunstâncias: Portugal, Rússia, Sérvia, Roménia, Ucrânia. Hoppe recorda que em 2007 as portuguesas derrotaram todas estas adversárias. Em K2, Leonel Correia e Pedro Santos estão a um nível mais elevado e, segundo o treinador, «têm mais chance». Em K1, as hipóteses de Emanuel Silva estão todas em aberto Ryszard Hoppe também prepara a participação de um K2 feminino, mas ainda não definiu quais das quatro atletas do K4 ganharão essa vaga. No balanço de três anos de trabalho com a selecção de Portugal, Ryszard Hoppe assinala as enormes mudanças de condições de trabalho, em simultâneo com a renovação da estrutura dirigente da Federação. «Muita coisa mudou nestes anos, com a criação do Centro de Estágio de Montemor-o-Velho, a possibilidade de realizar estágios frequentes em Milfontes, etc. Tive a sorte de chegar aqui quando começou a trabalhar a nova direcção, um novo presidente (Mário Santos) e um vice-presidente (João Garcia) que conheço bem, pessoas muito importantes para o desporto profissional, e hoje Portugal tem atletas quase cem por cento profissionais». Hoppe realça que o nível da Canoagem portuguesa subiu em todos os escalões, desde os triunfos no festival Olímpico da Juventude Europeia de 2005 ao título de campeão europeu de juniores de Fernando Pimenta em 2007, sem esquecer os bons resultados da equipa feminina, também nos campeonatos de sub-23. O problema - diz Hoppe - é a falta de treinadores e de tradição, mas adianta uma promessa de risco: «Nos Jogos Olímpicos de 2012 vamos participar com uma equipa completa de homens e damas. Já temos material humano para trabalhar esse objectivo». Quando se lhe pergunta o que aconteceu para, de repente, Portugal virar potência da Canoagem europeia, Ryszard Hoppe responde com simplicidade: «Atletas há em todo o mundo, alguns campeões são altos, outros baixos, o que faz a diferença é a organização para trabalhar, o sistema de funcionamento da estrutura. E o que fizemos foi mudar a mentalidade dos atletas. Hoje eles sabem que sem trabalho não há resultados». Com esta mudança, os atletas portugueses começaram a ser vistos de forma diferente no estrangeiro. O seleccionador realça, a propósito: «Ninguém sabia que Portugal tinha K4 feminino, mas participámos em 11 provas e fomos a 11 finais A. Isto demonstra que o problema não é das pessoas em termos de características físicas, o problema é a forma como se trabalha. Estas raparigas estão empenhadas desde que cheguei aqui com o meu planeamento, o meu trabalho, e juntos estão a demonstrar que nós, portugueses, não somos diferentes de outros atletas no Mundo.» PRIMEIRO, O EUROPEU Este ano, o trabalho dos canoistas mundiais é um bocado atípico. São praticamente cinco meses de trabalho contínuo, sem provas intermédias, e uma finalíssima, em Milão, a partir de 15 de Março, para discutir as últimas, muito poucas vagas, em aberto nos Jogos Olímpicos de Pequim. No Verão passado, quer a equipa feminina de K-4 quer a dupla de K-2 masculino ficaram pertíssimo do apuramento nos Mundiais de Duisburgo. Já FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS MUDANÇA RADICAL Leonel Correia e Pedro Santos (K2) Emanuel Silva, cuja preparação para os segundos Jogos Olímpicos decorre sob a responsabilidade de José Sousa, à parte do seleccionador Ryszard Hoppe, ficou um pouco mais distante nas provas de K-1, ao não conseguir disputar as finais que garantem os lugares para Pequim. Leonel Correia, o mais experiente do grupo que tem passado semanas em estágios no Rio Mira, treinando com selecções de outros países que escolhem o bom clima de Portugal para a preparação de Inverno, diz que tentam afastar os Jogos do seu pensamento, para que o objectivo não se torne obsessivo: «Pensamos mais no Europeu, que é a primeira prova que temos pela frente, em Maio. É lá que se apuram dois a três barcos no nosso caso, e temos que estar essencialmente preparados nessa prova. Não adianta pensar muito nos Jogos se não conseguirmos a qualificação em Milão! Mas é claro que os Jogos vêm muitas vezes à ideia, embora não de uma forma obsessiva». A GRANDE DECEPÇÃO Leonel Correia e Pedro Santos passaram o Inverno a «digerir» a decepção do Mundial do ano passado, em que perderam a qualificação para Pequim por milésimas de segundo: «Foi um bocado desagradável, atendendo à época muito esforçada que realizámos e que nos permitiu chegar a duas finais. Tivemos duas oportunidades e por isso ficámos um bocado desiludidos», lamenta Leonel Correia, sem destacar que apesar de tudo foi a melhor época de sempre, a prometer melhores resultados no futuro. Pedro Santos recorda a corrida fatídica, na final dos 500 metros: «Começámos por sair tarde, atrasámonos na largada, depois tentámos recuperar e essa recuperação, no fim, custou-nos caro». A prova – prossegue Leonel Correia - «teve três fases: o momento da saída onde nos apercebemos que saímos um bocadinho tarde e perdemos logo aí meia pista, a recuperação sem termos bem a noção, mas vendo através dos ecrãs que passámos em segundo ou terceiro a 200 metros, e depois, por não ter havido controlo de esforço no meio da corrida, uma parte final um bocado penosa». Tudo se jogou nos últimos metros e o colapso foi de tal forma que o último metro foi realizado com as pás dentro de água, a travar o andamento – o que pode ter sido decisivo para a classificação: «Mais uma ou duas pagaiadas e o problema estava conseguido, mas agora há que pensar no futuro…» Ambos admitem que custou bastante a superar a desilusão, mas demonstram uma enorme vontade de alcançar o objectivo dos Jogos na segunda hipótese em aberto, este ano, não obstante as dificuldades. «Acho que vai ser mais difícil que o mundial, atendendo às vagas, que são muito reduzidas», explica 19 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM HELENA RODRIGUES JOANA SOUSA TERESA PORTELA 23 anos K-4 - Voga Estudante de Medicina (Bacharel em Fisioterapia) Clube Naval do Funchal 9.º lugar no Campeonato da Europa Atleta madeirense, onde se estreou na modalidade, vencendo as dificuldades do treino no mar e beneficiando de um grande apoio oficial da Região à alta competição. A sua juventude recomendava-a particularmente para os Jogos de 2012. 24 anos K-4 - Posição 2 Estudante de Ciências do Desporto (F.D.U.P.) Clube Náutico de Crestuma 9.º lugar no Campeonato da Europa A voz da força de vontade e da motivação, que traduz da frustração da não qualificação no Mundial de 2007 a razão para encarar as últimas hipóteses de apuramento olímpico com todo o optimismo. Fez equipa com Teresa Portela nos Mundiais de 2006 em K2 (16.º lugar) 20 anos K-4 - Posição 3 Estudante do 2.º ano de Fisioterapia (E.S.Saúde de Coimbra) Clube GCDR Gemeses 4.º lugar no Campeonato do Mundo de Juniores A mais jovem da equipa olímpica, mas uma força da natureza com um grande talento para a modalidade, tendo ficado à beira das medalhas no Mundial de Juniores de 2005, na Hungria, e no Europeu de Sub-23. Leonel Correia. «Ainda há muito barcos, talvez seis a oito barcos com possibilidades, para apenas três vagas, o que vai requerer grande concentração e um bocado de sorte, também». Do ponto de vista táctico, o que mais complica a vida aos portugueses não é a concorrência com os outros países ainda não apurados, mas o facto de na prova também participarem os barcos já qualificados pode influir bastante nas classificações das meiasfinais e impedir os candidatos de se apurarem para as finais. Quem conseguir esse apuramento (apenas dois barcos em cada meia-final) estará quase automaticamente qualificado para os Jogos de Pequim. Os principais adversários são os italianos, os franceses, sobretudo nos 500 metros, mas também os israelitas, os espanhóis e os russos. «Na canoagem actual já não há aqueles países totalitários em termos de performance nas regatas. Actualmente todos trabalham bem, seguem idêntica metodologia, bem como o meio envolvendo os atletas. Já não há tanta diferença e isso reflecte-se nos resultados. De mundial para mundial há sempre muitas alterações em termos de finalistas. defrontar selecções muito fortes, como a Espanha, a Roménia, a Suécia, que estão na luta por esse lugar, por essa vaga, que é única. Mas temos convicção de que conseguiremos o grande objectivo, um grande sonho de disputar uns Jogos Olímpicos». A equipa já está formada. Helena Rodrigues à frente, Joana Sousa a seguir, Teresa Portela em terceiro lugar e Beatriz Gomes à ré. «Experimentámos de várias maneiras e esta foi a melhor opção. Sentimonos bem e o seleccionador achou que era a melhor embarcação». O processo ao longo dos primeiros meses do ano é de treino intenso, com estágios sucessivos em Milfontes e em Montemor-o-Velho, desenvolvendo o trabalho de tripulação para debelar eventuais problemas de equilíbrio de um barco com quatro pessoas, que precisa de «respirar» como se fosse apenas um. «Mesmo em situações mais adversas, teremos de ser 20 Janeiro|Fevereiro 2008 APENAS UMA VAGA As atletas portuguesas têm conhecimento perfeito das adversárias e das dificuldades que as esperam em Milão, em Maio. «Sabemos que há cerca de seis sete adversárias em k4, países fortes que estão a lutar para o apuramento, assim como nós, e só há uma vaga... e não vai ser fácil, há-de ser muito complicado, mas esperemos ser nós a conseguirmos essa vaga que falta», diz Helena Rodrigues. «Nós estamos todas muito perto e podemos ganhar por um milésimo de segundo ou perder por um milésimo de segundo», assinala Joana Sousa. «Vamos BEATRIZ GOMES 28 anos K-4 - Posição 4 Licenciada a realizar Mestrado em Ciências do Desporto/ Docente estagiária da FCDEF Coimbra Clube Os Castores do Arade 14.º lugar no Campeonato da Europa A mais experiente do grupo, depois de ter falhado por pouco a qualificação para os Jogos de Atenas, com uma carreira de bom nível na especialidade de Maratonas (Campeã Europeia em 2005 e 3.ª no Mundial em 2006). LEONEL CORREIA 30 anos K-2 Licenciado em Educação Física (ISMAI) Clube Nautico do Prado 6.º lugar no Campeonato do Mundo (2006) PEDRO SANTOS 23 anos K-2 Estudante de Ciências do Desporto (FCDEF Coimbra) Clube ACR Saavedra Guedes 7.º lugar no Campeonato do Mundo (2006) Juntos têm realizado uma carreira excepcional com grandes resultados internacionais, desde 2005. Em K-2 1000 foram 12.ºs nos Mundiais de Zagreb-2005 e 9.ºs em Duisburgo-2007. Em 500 metros foram ainda melhores: 10.ºs em Szeged-2006 e 7.ºs em Duisburgo-2007. Hoppe has maximum hope on Canoeing e somos capazes de as ultrapassar, porque temos a possibilidade de treinar tanto em condições de água lisa como em condições difíceis de vento e de ondulação. Temos de estar lá preparadas para qualquer situação», assegura Beatriz Gomes, uma atleta com muita experiência nas mais complicadas situações, nomeadamente as provas de Maratonas. «A minha experiência nas Maratonas ajuda à forma de estar nas regatas de pistas. Treinamos para que a prova decorra num determinado ritmo, que treinamos habitualmente, que desejamos aplicar na prova, embora possam existir oscilações imprevistas. Com adversárias por perto, a táctica de prova é fundamental, mas como as diferenças são ínfimas, pode dar-se o caso de fazer alguma alteração no momento, mas o nosso objectivo é cumprir o plano estabelecido, independentemente da prova das adversárias». Os Atletas da Federação Portuguesa de Canoagem treinam arduamente todos os meses durante estágios de três semanas em Vila Nova de Milfontes, no Rio Mira, e também no Centro de Preparação de Montemor-oVelho. Em Milfontes, para lá das excepcionais condições do Rio Mira, há muito conhecidas do luso-polaco Ryszard Hoppe, os canoístas dispõem de num bom ginásio, onde Beatriz Gomes e Joana Sousa (na foto da esq.ª) trabalham duro. Canoeing national coach of Portugal is the Polish Ryszard Hoppe, whose family name combines perfectly with his permanent confidence of great results. When he arrived in Lisbon to take charge he promised to qualify one to seven athletes to Beijing Games, a kind of goal too optimistic considering the problematic years that the sport went through the previous years. Now he’s on the edge of success: «He got three boats, two crews and the K1 Emanuel Silva, very near the qualification, having shown in last year’s European and World Championships that we are reaching the international level. In women’s K4 we arrived every final A in two successive world cups, in the European and in the World’s, and in Men’s K2 we also reached two finals. We only missed a little bit of luck...» Next May those seven athletes will face the final chance of qualification to Beijing, the European Championships in Milan, Italy, but there are only one (K4) or two (K2) spots available and a big lot of contenders. But Mr. Hoppe never gives up his strong hopes of full success – which will also permit to enter a women’s K2 team in the Olympics, selecting two of the four girls. In 2007, they lost the qualification by an inch and that’s why they were obliged to train so hard during the first months, under the very fine weather conditions of the Southern Coast of Portugal, where other foreign teams also spend some months working out. Hoppe knew very well those exceptional conditions a long time ago, since he was the Polish national coach and spent long stays on the Mira River aside, preparing his athletes, and though that it would be «easy» to build a competitive team also in Portugal. «There are athletes all over the world, some of the champions are tall, others are short, but what makes the difference is the ability to work and the structure functioning system. He just focused in changing the athletes’ attitude. Nowadays they know that there are no results without work». Ryszard Hoppe is very proud of his little team and of the recognition they’ve been collecting last year in every competition they entered. «Nobody knew that Portugal had a women’s K4 but we entered eleven competitions and disputed eleven final A. This shows us that the problem is not the physical characteristics but the way of shaping it. These girls are very determined since I’ve arrived with my planning chart and my work and all together we’re showing that we, Portuguese, are not different from the others athletes of the world». 21 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Manuel Vieira da Silva Regresso com pontaria M anuel Vieira da Silva, da Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, foi o segundo atleta português a garantir a qualificação para os Jogos Olímpicos, exactamente há dois anos, ao classificar-se em 2.º lugar na Taça do Mundo de Qingyuan, na China. Antes dele, só João Costa, também do tiro de stand, tinha já conquistado um lugar para Portugal. Ao longo de mais de dois anos, o atirador portuense pôde mentalizar-se e preparar-se tranquilamente para o seu regresso aos Jogos Olímpicos, depois de um início de carreira fulgurante, mas que acabou por ser interrompido pela desilusão de ter ficado fora dos Jogos de Sydney, de 2000. Manuel Vieira da Silva esteve entre os melhores classificados portugueses nos Jogos de Barcelona de 1992 e de Atlanta de 1996, onde terminou respectivamente na 11.ª e na 7.ª posição da prova de Trap. Em ambas as vezes foi o melhor atirador nacional, não obstante a sua juventude. Mas depois de ter alcançado também o apuramento para Sydney, havendo mais de dois atletas portugueses com qualificação, acabou por ser preterido na selecção final, a favor de João Rebelo e Custódio Ezequiel . Tal como confessa actualmente, essa decisão provocoulhe enorme decepção e um prematuro abandono da modalidade, com apenas 28 anos de idade. 22 Janeiro|Fevereiro 2008 MANUEL VIEIRA DA SILVA BARCELONA -92 ATLANTA-96 11.º 7.º 193 pratos 172 pratos Nos últimos anos foi retomando a actividade desportiva e a influência familiar, nomeadamente o desejo de um filho em voltar a vê-lo entre a elite mundial e olímpica, convenceu-o a regressar às competições e a entrar na disputadíssima corrida por um lugar em Pequim. Foi dos primeiros a garantir a qualificação, para o país, ficando desde logo a conhecer as vicissitudes de uma competição na China, onde vai regressar já no começo de Abril, para disputar a Taça do Mundo de Pequim, a prova-teste das instalações de tiro, em instalações que até ao momento ainda não foi possível conhecer. A Taça do Mundo de Pequim disputa-se a 10 de Abril, precisamente dois anos depois de ter alcançado na prova de Qingyuan 145 pontos (de um total de 150), sendo batido apenas pelo italiano Fabrizzi (147 pontos). Depois de Pequim, Manuel Vieira da Silva segue para os Estados Unidos, para disputar a Taça do Mundo de Kerrville, no início de Maio, prova onde alcançou o 6.º lugar em 2006. O atirador português será acompanhado por José Bruno Faria, que fez parte do Projecto Olímpico do C.O.P., após ter sido 2.º classificado no Europeu de 2006, na Eslovénia, e pelo jovem João Paulo Azevedo, que também englobou o Projecto Esperanças Olímpicas 2012. Azevedo (35.º) e Faria (36.º) são os portugueses melhor colocados no ranking mundial e pela sua juventude garantem a continuidade e renovação deste desporto a nível nacional, não obstante as restrições ambientais que vêm limitando os locais de competição, em particular na zona de Lisboa, desde o encerramento das instalações do Clube Português de Tiro a Chumbo, em Monsanto. A Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça tem boas tradições olímpicas, tendo alcançado por Armando Marques, em Montreal-76 a primeira medalha (de prata) individual para Portugal. Desde então, participou regularmente nos Jogos Olímpicos, com atletas de bom nível mundial, que, no entanto, não conseguiram voltar aos primeiros lugares nos Jogos. Actualmente, existem em Portugal mais de uma dezena de atiradores com nível internacional, mas mais nenhum logrou alcançar os mínimos para Pequim até ao fecho da fase de qualificação para os países europeus. Profissional do ramo imobiliário residente no Porto, Manuel Vieira da Silva dedica muito tempo à modalidade, que pratica pelo Clube Industrial de Pevidém. Manuel Silva Sharp comeback Trap shooter Manuel Vieira da Silva is coming back to the Olympics, twelve years after his last appearance at Atlanta-96, where he was a finalist. He was the second Portuguese athlete to guarantee the qualification, which he got more than two years before the Beijing Games, when he finished second in the Qingyuan World Cup, coincidentally in China. Along this waiting time the Oporto shooter could prepare calmly for the most desired comeback, returning to a very promising career which he almost dropped after the deception of staying out of the final team for the Sydney Olympics, despite he obtained the spot for the country. He was one the best Portuguese in Barcelona-92 and in Atlanta-96, finishing 11th and seventh. He was very young though and was looking forward a career such a great career as that one of Armando Marques, the silver medal in the Montreal-76 Games. After quitting the sport for while, he slowly began to compete and was encouraged by his young son to try to qualify again to the Olympics, something that he really achieved with such competency. In April 10 he’s returning to China to compete in the Olympic venue of Beijing at the last test event for this sport, his first international competition of the year. Agenciamento e Comunicação de Atletas Procuramos atletas para publicidade, filmes, televisão e eventos. Seja um atleta Megabox! Marque o seu Casting por telefone ou por e-mail! t: 218 850 630; email: [email protected] Pateo do Marechal 4b; 1100-348 Lisboa Mais informação em www.megabox.org PORTUGUESES NOS JOGOS 1960 Roma 1960 Roma 1964 Tóquio 1972 1976 1984 1988 1992 1996 2000 2004 Guy de Valle Flor Guy de Valle Flor Armando Marques Guy de Valle Flor Munique Armando Marques Montreal Armando Marques Los Angeles José Casquilho Faria João Rebelo Seul João Rebelo Hélder Cavaco Barcelona Manuel Vieira da Silva António Palminha João Rebelo Atlanta Manuel Vieira da Silva João Rebelo Sydney Custódio Ezequiel João Rebelo Atenas Custódio Ezequiel 15.º 15.º 18.º 28.º 19.º 2.º PRATA 28.º 54.º 18.º 37.º 11.º 11.º 16.º 7.º 13.º 18.º 26.º 21.º 180 (200) 180 (200) 188 186 187 189 179 168 190 139 193 193 191 172 (175) 120 120 108 115 Parceiro Criativo FOTO: CARLOS ALBERTO MATOS A CAMINHO DE PEQUIM Um sonho com medalhas D iogo Carvalho (na foto) e Pedro Oliveira, atletas do Projecto Pequim 2008 já qualificados para os Jogos Olímpicos de 2008, conquistaram medalhas de bronze no evento de teste à nova Piscina Olímpica de Pequim, o Good Luck Beijing 2008 Swimming China Open, imitando o que já tinha sido alcançado por Simão Morgado na abertura da competição. A conquista de medalhas olímpicas por parte da Natação portuguesa é um sonho quase impossível, mas estes atletas estiveram o mais perto possível da realidade, embora numa simulação. Simão Morgado foi o primeiro a viver a gratificante experiência de conquistar uma medalha no magnífico cenário olímpico de Pequim, tendo ficado muito perto da marca de qualificação para os terceiros Jogos Olímpicos, ao conseguir 54,29 segundos na final dos 100 metros mariposa, depois de ter alcançado 53,99 segundos nas eliminatórias. Na final, Simão foi batido apenas por dois chineses. Diogo Carvalho foi 3.º nos 200 metros Estilos, com a marca de 2.02,69 minutos, a apenas 28 centésimos de segundo do seu próprio recorde nacional e Pedro Oliveira conquistou igualmente a medalha de bronze nos 200 metros costas, com o tempo de 2.03,40 minutos. Outro atleta qualificado para os Jogos de Pequim, Carlos Almeida, alcançou o 5.º lugar nos 200 metros Estilos (2.04,84 minutos) e nos 400 Estilos (4.29,51 m.), enquanto Sara Oliveira foi 8.ª nos 100 metros Mariposa, com 1.01,58 minutos, e a e a estafeta de 4x100 metros estilos (Pedro Oliveira, Carlos Almeida, Simão Morgado e Alexandre Agostinho) 24 Janeiro|Fevereiro 2008 alcançou o 4.º lugar, com 3.47,54 minutos, novo recorde nacional sénior. Simulação olímpica O lado extraordinário desta experiência no ambiente olímpico foi a subida ao pódio, que decorreu segundo os rituais olímpicos, numa altura em que o Comité Organizador procede aos testes para que tudo corra na perfeição em Agosto. “A organização seguiu o mesmo protocolo que vai ser utilizado nos Jogos Olímpicos e houve o hastear das bandeiras, o hino do vencedor, a volta de honra com o público a aplaudir…”, descreveu o atleta, de 28 anos, que participou nos Jogos de Sydney e de Atenas, sem ter conseguido alcançar qualquer final. Sabendo-se da dificuldade extrema no acesso a uma final nesta modalidade, a inauguração do já famoso Cubo de Água de Pequim constituiu um momento inolvidável para a Natação portuguesa e para os atletas envolvidos. Diogo Carvalho qualificou o complexo de piscinas de «estrondoso» e «incomparável» e considerou muito importante o reconhecimento do local, para facilitar a sua estreia olímpica: «Já conheço a piscina, os balneários, a forma de circular no Complexo e também pode ajudar na adaptação à comida”, considera o nadador do Galitos de Aveiro, que notou excesso de rigor na organização. «Talvez pudessem ser menos rígidos. Por exemplo, na câmara de chamada, se nos chegamos um centímetro para o lado, vinha logo um elemento da organização ter connosco.» Swim dream with medals Three of the Portuguese best swimmers lived an unexpected experience at the Good Luck Beijing Swimming Test Event when they managed to classify in podium positions, collecting three bronze medals which were delivered by the Olympic protocol. The participation at the swimming test event organized to celebrate the opening of the Olympic Aquatics Centre named The Water Cube. «The organizing committee followed the same protocol of the Games, the flags were raised, the anthem of the winner’s country was played, the tour of honour under the applause of the public... it was just like the Olympics», veteran Simão Morgado described. He took part of the Games in Sydney and in Athens and prepares to participate in Beijing as well, but he knows that he could not receive a real Olympic medal. That’s why these moments of glory at the Beijing test-event was so significant for Morgado and also for youngsters Diogo Carvalho and Pedro Oliveira, who also will swim again in the Water Cube in August Games. Diogo Carvalho was amazed by the brand new «incomparable» and «stunning» swimming pool complex and was glad for having the opportunity of previous identification of the competition venue. A CAMINHO DE PEQUIM Videira globetrotter Joaquim Videira, que considera a Esgrima o «Xadrez à velocidade da Luz», personificou neste ano o máximo do esforço e de concentração no objectivo da qualificação olímpica, submetendo-se à via dolorosa de autêntico globetrotter em busca dos pontos dos seus sonhos. FOTOS: IMAPRESS/CARLOS MATOS. F 26 Janeiro|Fevereiro 2008 oram dois meses e meio de grande tensão e desgaste, que acabaram da melhor maneira, tendo agora o vice-campeão mundial de Espada o tempo necessário para se preparar para a grande competição em Pequim. O percurso teve o seu momento de compensação com a Taça do Mundo de Lisboa, que lhe permitiu somar pontos sem o desgaste das viagens, mas constituiu uma grande aventura, vivida a dois na companhia do treinador e amigo de sempre, o Mestre de Armas Hélder Alves, que realizou um trabalho notável debaixo do apoio do Projecto Pequim 2008 e apesar das grandes dificuldades financeiras da própria Federação Portuguesa de Esgrima. Quando faltavam ainda cinco provas, Videira assegurava estar no bom caminho, apesar das ameaças de poderosos adversários, de vir a manter-se no ranking entre os cinco atiradores com direito a qualificação. «Eu nunca faço planos de resultados, mas o nosso trabalho tem qualidade. Já o provámos e estou confiante que vamos conseguir bons resultados e prometo da minha parte e do meu treinador fazer o melhor possível», dizia Joaquim Videira, que nestes últimos tempos se dedicou a cem por cento ao Desporto, depois de terminar a licenciatura em Engenharia electrotécnica, no Porto. Tendo completado 24 anos, Videira dedicou metade da sua vida à Esgrima, que iniciou aos 12, sempre na companhia do mesmo treinador e comum objectivo primordial: participar nuns Jogos Olímpicos. «Além de estarmos juntos há 12 anos, eu sou ex-aluno dos Pupilos do Exército, o meu treinador também, e encontramo-nos lá e desde sempre trabalhámos juntos. Existe uma cumplicidade natural, são muitas competições que fazemos juntos, dias e dias de treinos em conjunto: Esta ligação é uma coisa que se trabalha, esta cumplicidade também faz parte do nosso trabalho, tentando sermos dois a lutar contra o atleta e o treinador que estão do lado de lá, unidos no mesmo objectivo», explica Videira. O treinador Hélder Alves sintetiza na diversidade dos adversários e das situações de jogo, a maior dificuldade da Esgrima internacional: «Jogamos com um atirador ucraniano, antes jogamos com um atirador finlandês, a seguir vamos jogar com um cubano ou com um francês, no mesmo dia e em poucas horas. Estamos a falar de defrontar escolas completamente diferentes no Mundo, e enquanto ainda andamos a criar a nossa maneira portuguesa de jogar. A modalidade, além de ser muito técnica, e de obrigar a muito trabalho físico e ter uma parte psicológica muito forte, obriga-nos a estar sempre a limar arestas». Fazem-no, todavia com grande optimismo e confiança: «Temos de estar sempre confiantes no nosso trabalho e acreditar que é possível, senão, não dávamos tanto do nosso tempo e da nossa vida familiar e profissional». Também a Federação Portuguesa de Esgrima dedicou a máxima atenção a este regresso olímpico da Espada portuguesa, tendo em conta a tradição da modalidade que deu a Portugal a segunda medalha, nos Jogos de Amesterdão de 1928, na prova por Equipas. José Bartissol, o director técnico nacional, sublinha a importância da Taça de Lisboa, que no meio das andanças e dificuldades logísticas e desportivas do apuramento, acabou por contribuir significativamente com os pontos que acabaram por estabilizar definitivamente o atleta português nos lugares de apuramento. «Em Lisboa, realizou uma grande prova, que fazia alguma falta para suster a sua posição no ranking mundial e para que possa efectivamente chegar aos J.O. Com o 6.º lugar ficou quase seguro o passaporte dele para esta edição dos Jogos Olímpicos de Pequim», considerou o responsável federativo. Globetrotter Videira Goes to Beijing OITO PROVAS EM TRÊS MESES Depois de em 2007 ter competido na Austrália (eonde ganhou), Canadá, Colômbia (3.º) e Equador, este ano Joaquim Videira manteve-se na Europa e no Médio Oriente, participando nas seguintes provas para garantir os pontos para o ranking de qualificação olímpica: DATA 18 Janeiro 27 Janeiro 1 Fevereiro 10 Fevereiro 16 Fevereiro 2 Março 9 Março PAÍS Qatar Koweit Itália Portugal Estónia Suiça Suécia CIDADE RESULTADO Doha 20.º Koweit 39.º Legnano 35.º Lisboa 6.º Tallin 34.º Berna 10.º Estocolmo 36.º O processo encerra com a Taça do Mundo de Heidenheim, Alemanha, a 28 de Março. During two and an half months Joaquim Videira flew through Europe and Middle East in search of the miraculous points for the Olympic ranking of Fencing. He turned the New Year quite comfortable in his position, still beneficiating of the Silver Medal he got in the 2006 World Championships. Thanks to his ranking he entered directly in the final 64 of each tournament, collecting points and managed to stay within the European qualification margin. Despite his long journeys across the world, after having compete in Australia (gold medal), Canada and South America last year, Videira’s best result was obtained at home in the Lisbon World Cup, middle February, finishing 6th. This result almost granted him a place in the Olympics and he was able to confirm it in the next rounds, notably with a 10th place in the Berne WC. He may now rest for a little while and then start preparing for Beijing with his all-time partner Master Helder Alves, who’s coaching him around the world for 12 years – half of the age of the new Oporto Electronics Engineer. «We are together since I was 12 as we both are former students of the Army Cadets School, where we still gather and train every day. There is a full and natural complicity between us, because it has been a lot of time and work made together, days in days out. We try to be just one against another pair athlete-coach on the other side of the fencing «pistes», thinking of beating us», Videira says. Portugal has traditions in Fencing since getting its second Olympic medal in the Teams Epée competition in Amsterdam Games of 1932 A CAMINHO DE PEQUIM 2008 começa em grande O s primeiros meses do ano olímpico acrescentaram alguns nomes à lista de qualificados para os Jogos de Pequim, mantendo acesa a expectativa para o período fulcral do apuramento que se vai viver nos meses de Abril e Maio, quando encerram os processos da maioria das modalidades. Independentemente dos resultados de Ana Dias (Maratona), Sandra Tavares (Salto com Vara) e Marco Fortes (Lançamento do Peso), que elevaram o número de atletas da Federação de Atletismo para 24, o feito maior foi alcançado por Pedro Póvoa, do Taekwondo. Com o apoio directo do Comité Olímpico de Portugal, que acolheu a candidatura da respectiva Federação para uma aposta num atleta bastante fiável, Pedro Póvoa (classe de -58 kg) foi à Turquia conquistar de forma categórica o direito a disputar os Jogos Olímpicos, depois de no ano passado ter ficado muito perto do apuramento directo nos Campeonatos do Mundo. Os resultados conseguidos e que já confirmou com um terceiro lugar no Open da Alemanha valeram-lhe, inclusive, a promoção ao Nível 2 do Projecto Olímpico e o direito a figurar entre os atletas portugueses com pretensões a um resultado de relevo em Pequim, numa modalidade com pouca história olímpica e em que Portugal se vai estrear. No Atletismo, Ana Dias apurou-se para os seus quartos Jogos Olímpicos consecutivos ao vencer a Maratona de Sevilha, enquanto a jovem luso-francesa Sandra Tavares igualou a sua irmã Elisabete Ansel na obtenção dos mínimos B no Salto com Vara, o que significa que apenas uma das duas poderá estar presente em Pequim, se não vierem a melhorar as respectivas marcas, alcançando o Mínimo A. Grande proeza foi alcançada por Marco Fortes, no lançamento do Peso, com um recorde pessoal de 20,08 metros, uma modalidade em que Portugal nunca teve qualquer representante olímpico. Tal como Nelson Évora, Marco Fortes é mais um atleta revelado num Festival Olímpico da Juventude Europeia, de Ebsjerg, Dinamarca, em 1999, onde conquistou uma medalha de ouro. Resultados prometedores A motivação dos atletas olímpicos neste ano está bem patente nos resultados que vão obtendo nas competições internacionais, com realce para os vice-campeonatos mundiais de Álvaro MarinhoMiguel Nunes (470) e de João Rodrigues (Prancha RS:X). O veterano velejador madeirense conseguiu, embora fugazmente liderar o ranking mundial da especialidade, e foi promovido ao Nível 1 do Projecto Pequim 2008 do C.O.P., figurando assim entre os firmes candidatos a medalhas, nesta sua quinta participação olímpica consecutiva. E, Afonso Domingos Bolsas pagas directamente pelo C.O.P. O Comité Olímpico de Portugal passou a liquidar as bolsas do Projecto Olímpico Pequim 2008 directamente a todos os atletas integrados no Projecto Pequim 2008. Em Janeiro foi a primeira vez que o pagamento das bolsas olímpicas se processou directamente a partir do C.O.P. para os atletas, na sequência da alteração ao contrato-programa entre o Comité e o Instituto do Desporto de Portugal. Anteriormente, as bolsas eram transferidas do C.O.P. para as Federações e só depois distribuídas aos atletas. Esta alteração processual agilizou a transferência das verbas e 2008 é o primeiro ano em que os duodécimos iniciais são liquidados ainda em Janeiro, pois nos anos anteriores os primeiros meses terem sido sempre regularizados com atraso, entre as Federações e os beneficiários individuais. 28 Janeiro|Fevereiro 2008 João Rodrigues (RS:X) O que falta apurar Depois destes «aperitivos», que permitem ultrapassar a barreira dos 50 qualificados, se já contarmos os nomes dos «virtuais» Vanessa Fernandes e Bruno Pais (Triatlo), João Neto e João Pina (Judo) e Joaquim Videira (Esgrima), os próximos dois meses vão ser fulcrais no processo de qualificação. No último dia de Março, saber-se-á se João Gomes (Florete) poderá disputar os seus terceiros Jogos Olímpicos consecutivos, situação muito difícil, neste momento. Depois da Esgrima, o Campeonato da Europa de Judo encerrará, a 13 de Abril, os sonhos de um grupo de atletas ainda envolvidos na qualificação e o último dia do próximo mês confirmará a qualificação de Marco Vasconcelos e, eventualmente, Filipa Lamy ou Telma Santos, do Badminton. Em Hipismo, Luciana Diniz está na luta por um lugar no ranking de Saltos de Obstáculos e Miguel Duarte no de Dressage, parecendo à distância que o cavaleiro de «Oxális da Meia Lua» tem mais hipóteses do que a luso-brasileira. A decisão será conhecida a 1 de Maio. Seguem-se os Europeus de Canoagem, em Milão, no dia 18, com cinco tripulações portuguesas ainda na luta. Emanuel Silva (K1), MODALIDADE M* F* DATA LIMITE Leonel Correia e Pedro ESGRIMA 2 31 Março Santos (K2), Helena JUDO 3 3 13 Abril Rodrigues, Joana Sousa, BADMINTON 1 1 30 Abril Beatriz Gomes e Teresa EQUESTRE 1 1 1 Maio Portela (K4 e K2) e José CANOAGEM 4 4 18 Maio Carvalho (C1) estão LUTAS AMADORAS 1 25 Maio todos em condições de TÉNIS DE MESA 1 28 Maio assegurar o passaporte PENTATLO MODERNO 1 1 Junho para Pequim, apesar VOLEIBOL 12 8 Junho da extrema dificuldade TÉNIS 1 9 Junho do apuramento, devido TRIATLO 2 2 17 Junho ao escasso número de REMO 2 18 Junho vagas ainda por atribuir. NATAÇÃO 3 15 Julho Depois de ter conquisVOLEIBOL PRAIA 2 21 Julho tado uma medalha de ATLETISMO 2 24 Julho prata num campeonato M/F * - Atletas do Projecto Pequim 2008 do C.O.P.ainda envolvidos na internacional, Hugo Pasqualificação para os Jogos. sos (Luta Greco-Romana) volta a candidatar-se a ir aos Jogos Olímpicos, o que se decide nos Europeus e em duas provas de apuramento, a disputar até 25 de Maio. Três dias depois, a 28, sairá o último ranking e o veredicto para João Pedro Monteiro (Ténis de Mesa), que tem vindo a subir e a candidatar-se a ser o primeiro atleta português desta modalidade nos Jogos, tendo inclusive subido ao nível 3 do Projecto do C.O.P. Logo de seguida, a 1 de Junho, será divulgado o ranking de Pentatlo Moderno, com a decisão sobre a candidatura de Joana Nunes a ser a primeira mulher portuguesa nos Jogos. E uma semana depois, igualmente por ranking, definir-se-á a possibilidade de Frederico Gil disputar o torneio olímpico de Ténis. Por esta altura, início de Junho, já terá sido disputado em Espinho o Torneio de Qualificação de Voleibol, em que a selecção portuguesa defronta Polónia, Porto Rico e Indonésia para uma única vaga disponível. O Voleibol de Praia, com Miguel Maia e João Brenha a espreitarem a quarta participação consecutiva nos Jogos, é um dos últimos desportos a «fechar» a qualificação, somente no final de Julho, a par da Natação e do Atletismo, e o ranking da dupla portuguesa vai certamente obrigá-los a ficar na expectativa até ao último dia. Também o ranking do Triatlo só encerra a 17 de Junho, mas é previsível que Vanessa Fernandes carimbe o passaporte, já «emitido», muito antes, através de classificação de topo no Europeu ou no Mundial. Todavia, para Duarte Marques e Anais Moniz, a luta vai durar até ao último dia. No dia seguinte, encerra qualificação do Remo, com a dupla Pedro Fraga-Nuno Mendes a lutar pelo regresso desta modalidade aos Jogos, pela primeira vez desde Atlanta-96. What’s missing Until June, most of the sports are finishing their qualification procedures, starting with Fencing, Judo, Badminton and Equestrian, until the beginning of May. After that, also Canoeing, Wrestling, Table Tennis, Modern Pentathlon, Volleyball, Tennis, Triathlon and Rowing will close the qualifications for a lot of Portuguese candidates. The three late sports to finish are Athletics, Swimming and Beach Volleyball. Considering only the athletes of C.O.P. Beijing Project, there are still 49 (37 men and 12 women) Portuguese fighting for a place in Beijing and to join the 48 already officially qualified. 29 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM e Bernardo Santos (Classe Star), preparando os Mundiais que vão decorrer em Abril, alcançaram um 5.º lugar na Rolex Cup e venceram a Taça Baccardi, consolidando o 5.º posto no respectivo ranking mundial e evidenciando um nível de forma que também abre grandes perspectivas para Pequim. Depois da Vela foi a vez do Judo, com os olímpicos João Neto e João Pina a conseguirem garantir, virtualmente, a qualificação olímpica, livrando-se de entrar sob grande pressão no Campeonato de Europa de Lisboa, em Abril, a derradeira oportunidade de obtenção dos mínimos – e que vai constituir a prova dos nove para Ana Hormigo (promovida ao Nível 2), Ana Catarina Cachola, Yahima Ramirez e Pedro Dias, aos quais as Taças do Mundo de Fevereiro e Março não correram tão bem como desejavam. E logo de seguida foi a vez de Naide Gomes e Nelson Évora conquistaram medalhas de Ouro e Bronze nos Campeonatos do Mundo de Atletismo de Pista Coberta de Valência, um teste bastante interessante às suas pretensões, que lhes permitiu também pesar a motivação e forma de alguns dos seus respectivos adversários de maior gabarito. Naide Gomes saltou 7 metros exactos e «vingou» os Mundiais de Osaka, enquanto Nelson Évora tomou consciência do elevado grau de dificuldade da prova que o espera em Pequim. Quadro actualizado de atletas do PROJECTO PEQUIM 2008 (Actualizado em 29-02-2008) MODALIDADES ATLETISMO BADMINTON CANOAGEM CICLISMO EQUESTRE ESGRIMA JUDO LUTAS AMADORAS NATAÇÃO PENTATLO MODERNO REMO TAEKWONDO TÉNIS TÉNIS DE MESA TIRO TIRO C.ARMAS DE CAÇA TRAMPOLINS TRIATLO VELA VOLEIBOL VOLEIBOL DE PRAIA Totais Nível 1 Francis Obikwelu (Atletismo) Nélson Évora (Atletismo) Rui Silva (Atletismo) Sérgio Paulinho (Ciclismo) Joaquim Videira (Esgrima) Telma Monteiro (Judo) Vanessa Fernandes (Triatlo) Álvaro Marinho (Vela) Miguel Nunes (Vela) João Rodrigues (Vela) Nível 2 Great Start for 2008 A few new names were added to the Portuguese Olympic Team in the beginning of 2008, keeping the high expectations burning for the hot Spring days of April and May, when most of the sports finish their qualifying processes. Besides the qualification of a few more names of Track and Field, like marathon woman Ana Dias, who goes for her forth Olympics in Beijing, and rookies Marco Fortes (Shot Put) and Sandra Tavares (Pole Vault), the biggest feat was achieved by Pedro Póvoa, first ever Portuguese Taekwondo athlete to qualify for the Games. The high motivation of the Olympic athletes looking for this year is being shown on the excellent results they are getting at very important international competitions, since the first days of 2008. Two of the highest hopes for medals, sailors João Rodrigues (RS:X) and the crew Álvaro Marinho-Miguel Nunes (470) were both vice-champions of the world of the respective classes. And their teammates of Star, Afonso Domingos and Bernardo Santos won for the second time the prestigious Baccardi Cup, in Miami, where they will dispute the World Championships next month. Also in Judo, experimented fighters João Pina and João Neto ensured their presence in the Olympics, for the second time after both having finished seventh in Athens. And finally in Athletics, two other great hopes for Portugal, jumpers Naide Gomes and Nelson Évora confirmed the good results of last year, conquering gold and bronze at Valencia Indoor Track and Field World Championships. 30 Janeiro|Fevereiro 2008 Alberto Chaiça (Atletismo) Inês Henriques (Atletismo) Naide Gomes (Atletismo) Susana Feitor (Atletismo) Emanuel Silva (Canoagem) Leonel Correia (Canoagem) Pedro Santos (Canoagem) Joana Sousa (Canoagem) Teresa Portela (Canoagem) Beatriz Gomes (Canoagem) Helena Rodrigues (Canoagem) Ana Hormigo (Judo) João Neto (Judo) João Pina (Judo) Pedro Póvoa (Taekwondo) João Costa (Tiro) Nuno Merino (Trampolins) Afonso Domingos (Vela) Bernardo Santos (Vela) Gustavo Lima (Vela) Nível 1 3 1 1 1 1 3 10 Nível 2 4 7 3 1 1 1 3 20 Nível 3 8 1 1 1 3 4 1 2 1 2 24 Nível 4 1 1 2 1 1 3 1 2 1 13 2 28 Nível 3 Q António Pereira (Atletismo) Q Q Arnaldo Abrantes (Atletismo) Q Edivaldo Monteiro (Atletismo) Q Q* Jéssica Augusto (Atletismo) Q João Vieira (Atletismo) Q Q Sara Moreira (Atletismo) Q Sílvia Cruz (Atletismo) Q Q Vera Santos (Atletismo) Q Q Marco Vasconcelos (Badminton) Q Luciana Diniz (Equestre) João Gomes (Esgrima) Pedro Dias (Judo) Ana Cachola (Judo) Q Yahima Rodriguez (Judo) Q Q Diana Gomes (Natação) Q Q Fernando Costa (Natação) Pedro Oliveira (Natação) Q Tiago Venâncio (Natação) Q João Pedro Monteiro (Ténis de Mesa) Ana Rente (Trampolins) Q Diogo Ganchinho (Trampolins) Q Bruno Pais (Triatlo) Jorge Lima (Vela) Q Francisco Andrade (Vela) Q QUAL. 10 3 1 14 Nível QUALIFICADO Augusto Cardoso (Atletismo) Q Elisabete Ansel (Atletismo) Q Hélder Ornelas (Atletismo) Q Leonor Carneiro (Atletismo) Q Marco Fortes (Atletismo) Q Marina Barros (Atletismo) Q Paulo Gomes (Atletismo) Q Sandra Tavares (Atletismo) Q Sérgio Vieira (Atletismo) Q Vânia Silva (Atletismo) Q Carlos Almeida (Natação) Q Diogo Carvalho (Natação) Q Sara Oliveira (Natação) Q Manuel Vieira da Silva (Tiro com Armas de Caça) Q Q – Qualificado para os Jogos de Pequim de 2008. Q * - Os 3 atletas de Ciclismo nos Jogos Olímpicos serão seleccionados na altura, podendo não ser os que estão englobados no Projecto Pequim. Nível 4 Q Filipa Lamy (Badminton) Q José Carvalho (Canoagem) Bruno Neves (Ciclismo) Q Filipe Cardoso (Ciclismo) Q Miguel Ralão Duarte (Equestre) Q Hugo Passos (Lutas Amadoras) Adriano Niz (Natação) Jorge Maia (Natação) Fábio Pereira (Natação) Joana Nunes (Pentatlo Moderno) Pedro Fraga (Remo) Nuno Mendes (Remo) Frederico Gil (Ténis) Miguel Maia (Voleibol de Praia) João Brenha (Voleibol de Praia) Selecção Nacional de Voleibol (13 atletas) TOTAL 25 2 8 3 2 2 7 1 10 1 2 1 1 1 1 1 3 2 8 13 2 96 Q* Q* Marco Fortes (Peso) Marco fortes (Shot Put) ATLETAS QUALIFICADOS PARA PEQUIM 2008 (Lista Actualizada em 29-02-2008) MODALIDADES ATLETAS ATLETISMO Naide Gomes Sara Moreira Vânia Silva Sílvia Cruz Elisabete Ansel Sandra Tavares Susana Feitor Inês Henriques Vera Santos Jéssica Augusto Leonor Carneiro Ana Dias Marisa Barros Paulo Gomes Hélder Ornelas Francis Obikwelu Arnaldo Abrantes Edivaldo Monteiro Nélson Évora Marco Fortes João Vieira Sérgio Vieira António Pereira Augusto Cardoso CICLISMO * 3 atletas a nomear 1 atleta a nomear JUDO * Telma Monteiro NATAÇÃO Tiago Venâncio Diogo Carvalho Fernando Costa Diana Gomes Carlos Almeida Sara Oliveira Pedro Oliveira TAEKWONDO * Pedro Póvoa TIRO * João Costa TIRO C/ARMAS DE CAÇA * Manuel Vieira da Silva TRAMPOLINS * Ana Rente Diogo Ganchinho VELA * Afonso Domingos Bernardo Santos Álvaro Marinho Miguel Nunes Jorge Lima Francisco Andrade Gustavo Lima João Rodrigues PROVAS TOTAL Salto em Comprimento 3000 m. obstáculos Martelo Dardo 1 1 1 1 Vara 1 (2) 20 km Marcha 5000 metros 3 1 23 (24) Maratona 3 Maratona 100 e 200 metros 200 metros 400 m. barreiras Triplo Salto Peso 20 km e 50 km Marcha 20 km Marcha 50 km Marcha 2 1 1 1 1 1 2 2 Estrada Contra-relógio individual -52 kgs 100 e 200 m. Livres 200 metros Estilos 1500 metros Livres 200 metros Bruços 200 metros Bruços 100 e 200 m. Mariposa 200 metros Costas -58 kg Pistola Livre 3 (1) 1 1 1 1 1 1 Trap – Fosso Olímpico Feminino Masculino 1 1 1 Star 2 470 2 49er Laser Prancha RS:X 2 1 1 1 1 1 3 1 7 1 1 1 2 8 TOTAL 47 (48) * Lugares oficialmente atribuídos ao país 31 Janeiro|Fevereiro 2008 A CAMINHO DE PEQUIM Ambientação e jet lag em debate A Missão do Comité Olímpico de Portugal aos Jogos Olímpicos de 2008 iniciou no dia 23 de Fevereiro a série de Seminários «A Caminho de Pequim», com o objectivo de preparar e elucidar os membros da delegação sobre os diversos parâmetros e condicionalismos deste evento. O primeiro, organizado pelo presidente da Comissão Médica do C.O.P., José Ramos, foi denominado “A caminho de Pequim – Saúde e Adaptação” e versou as questões relacionadas com o ambiente, clima, cuidados de saúde e adaptação aos fusos horários. Os destinatários primordiais destes seminários informativos são os membros da Missão, nomeadamente Treinadores, Equipas Médicas, Atletas e Dirigentes envolvidos no Projecto Pequim 2008, mas também os oficiais (árbitros e dirigentes) convocados pelas Federações internacionais e os jornalistas acreditados. Estiveram presentes alguns atletas, como João Costa, Pedro Dias, Diogo Ganchinho e Ana Rente, e também alguns dos jornalistas que vão acompanhar a Missão a Pequim, incluindo um jornalista da Agência chinesa Xinhua, fluente em português, que acompanhará a delegação portuguesa durante os Jogos. Depois das boas-vindas e abertura pelo presidente do C.O.P., Vicente Moura, os trabalhos começaram com uma exposição sobre Acupunctura a cargo de Gustavo Quaresma, médico e presidente da Sociedade Portuguesa. A interactividade e utilidade dos métodos tradicionais orientais aplicados à preparação e acompanhamento médico dos desportistas foi o tema de saída, mas seria o fisiologista José Soares, da Universidade do Porto, a concitar grande atenção pela exposição das suas conclusões relativas ao acompanhamento da selecção nacional de futebol em 2002, no estágio de Macau e na fase final do Campeonato do Mundo da Coreia. As condições climáticas de Pequim, eventualmente problemático para atletas com asma ou dificuldades respiratórias, e o Jet Lag, uma dificuldade muito variável de pessoa para pessoa, foram dissecados e proporcionaram 32 Janeiro|Fevereiro 2008 ao auditório uma ideia precisa sobre os eventuais problemas que possam vir a causar. Num debate que se seguiu às exposições iniciais, moderado por Celeste Gil, chefe-adjunta da Missão, participaram profissionais de área diversas com experiência de longas viagens intercontinentais ou longos períodos em ambientes «hostis», nomeadamente Sérgio Santos, da Federação de Triatlo de Portugal, Nuno Fernandes, ex-atleta e presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, Pedro Branco, médico da Federação de Atletismo e do C.O.P., Manuel Marques da Silva, o Chefe de Missão Sidney 2000, o jornalista João Querido Manha, o Tenente Coronel António Tomé, Formador de Pilotos de Longo Curso da Força Aérea e TAP. O treinador de Vanessa Fernandes revelou que a poluição que ameaça algumas competições de Pequim, como a Maratona, não afligirá a atleta portuguesa, uma vez que a competição de Triatlo vai decorrer numa zona afastada da cidade e com um ambiente normal, o que também justifica que ela não fique alojada na Aldeia Olímpica, mas sim num «resort» junto ao local da competição. Jet lag and pollution in debate A Seminar series regarding the preparation of the Portuguese Mission to the 2008 Olympic Games, called «On the way to Beijing» begun in February with a first event dedicated to Health and Adaptation, regarding questions as air, pollution, weather, health care and jet lag. This session was dedicated to officials, coaches and athletes, and also media and referees who will be implicated in the Olympic Games and in the big trip to the Orient, nest summer. Physiologist José Soares, of Oporto University, who worked with the Portuguese Football Team in 2002 FIFA World Cup in Korea, talked about jet lag and weather conditions, concerning asthma and breathing problems. Other specialists with experience of long voyages and chocking change of environment were attentive heard by the audience, including some of the athletes already qualified, like Ana Rente or João Costa. Sérgio Santos, coach of Triathlon World Champion Vanessa Fernandes, who already competed three times in Beijing, revealed that the Portuguese greatest medal challenger will stay out of the Olympic Village in a very «clean» place, near the competition venue that she already knows very well. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS A Missão tirou medidas O processo logístico da Missão está a entrar na sua fase decisiva, com as pré-acreditações e a preparação dos equipamentos oficiais, à medida que se vai reduzindo o leque de possíveis participantes, com a definição dos quadros finais de atletas qualificados. Quando já estão definidas as composições das equipas de Tiro, Trampolins e Vela e a maior parte das de Atletismo e Natação, bem como de Ciclismo, o Departamento Técnico do C.O.P., em conjunto com o Departamento de Marketing, estão a definir os «kits» de equipamentos para cada membro da Missão, a fornecer pela Onda, patrocinador e fornecedor oficial do Comité. Para tudo bater certo, quer nos trajes oficiais quer nos de passeio, todos os elementos da «long list» que engloba todos os possíveis participantes foram tirar medidas. Mais uma vez a Escola de Moda de Lisboa deu uma ajuda preciosa à P R, Têxteis e ao C.O.P., proporcionando uma avaliação profissional às medidas dos atletas e oficiais. Fashioned athletes The members of the Portuguese Mission to Beijing Games are being carefully measured by Lisbon Fashion School technicians. In this page’s photos we can observe the pleasure of swimmers Diana Gomes (top left) and Tiago Venâncio (right) and of walkers couple Vera Santos and João Vieira (left), when they adjusted they bodies shapes to the modern style of the sportive apparel and of the ceremony suites, specially designed. The production runs now at Onda’s P.R. Texteis factory, the partner of C.O.P. 33 Janeiro|Fevereiro 2008 REPORTAGEM O C.O.P. na rota da Índia Rosa Mota e Vicente Moura recebidos em Goa com honras de Estado e nomeados Embaixadores de Boa Vontade em Portugal e Europa, numa aproximação em que o Desporto e a causa olímpica parecem andar mais depressa. U ma Missão de Portugal, formada pela Campeã Olímpica Rosa Mota, pelo Presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, e pelos responsáveis da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Jorge Olímpio Bento e Jorge Gonçalves, realizou numa importante visita oficial a Goa, onde foi recebida pelas mais altas instâncias desportivas e políticas do Estado indiano. Ao englobar esta Missão, a campeã olímpica Rosa Mota deu um grande contributo para a promoção da Lusofonia em Goa e para a divulgação dos 2.ºs Jogos da Lusofonia a realizar em Lisboa em 2009, ao participar em diversas manifestações culturais, sociais e desportivas, com inúmeros contactos com a comunidade local e com jovens em particular. A comitiva portuguesa teve uma recepção emocionante por parte do responsável pela província de Goa, Padre Loddy Pires, e da Directora de Desportos do Estado, Susana de Sousa e a campeã olímpica portuguesa Rosa Mota esteve em destaque num encontro com cerca de dois mil alunos do Don Bosco College, de Goa, onde foi acolhida entusiasticamente e respondeu, em inglês, a dezenas de perguntas do auditório. Vicente Moura confessou-se «emocionado pela forma como Rosa Mota representou o Desporto nacional» no encontro com a juventude goesa. «Rosa Mota foi recebida em Goa com muito carinho, que chega a emocioná-la, mas é com orgulho que testemunho que esteve mais uma vez à altura de uma grande campeã olímpica», comentou o presidente do C.O.P. Segundo Protocolo Luso-indiano A visita a Goa de Rosa Mota, Vicente Moura e dos dois responsáveis da Universidade do Porto, Jorge Gonçalves e Jorge Olímpio Bento, terminou com a assinatura de um Protocolo de cooperação nas áreas da educação física e das ciências do Desporto, entre 35 Janeiro|Fevereiro 2008 REPORTAGEM o C.O.P. e a Faculdade de Desporto e o Colégio Don Bosco. O protocolo foi assinado na presença do deputado e presidente da Associação Atlética de Goa, Francisco Sardinha, e da Directora do Desporto e da Juventude, Susana de Sousa. «O Don Bosco é uma das principais instituições de educação do Estado e a assinatura de um Protocolo com uma das melhores Universidades de Portugal augura o melhor para Goa e especialmente para os jovens», declarou Francisco Sardinha. Vicente Moura sublinhou a importância deste evento no reforço das relações que vêm sendo desenvolvidas há quatro anos, nomeadamente através do Protocolo de cooperação com a Associação de Futebol de Goa (Federação de Futebol da Índia) e a satisfação por poder em breve receber na sede do C.O.P. em Lisboa os responsáveis pelo Desporto e Turismo de Goa. Cooperação entre Universidades O Don Bosco College of Physical Education, de Panjim, pertence à Sociedade Salesiana de Goa dirige, por atribuição da Universidade de Goa, e lecciona o único curso superior de Educação Física no estado, tendo graduado 115 formandos desde a criação em 2004, pretendendo com este protocolo desenvolver e melhorar as competências do curso. Através do acordo estabelecido, a escola de Desporto indiana procura «desenvolver as suas aptidões na área do treino e da investigação, numa base sustentada, considerando que o saber da Universidade portuguesa lhe garante desenvolvimento científico do treino por professores e treinadores mais qualificados e competentes», com o objectivo declarado de os estudantes e atletas de Goa poderem «vir a alcançar medalhas e troféus no futuro». Este foi o segundo protocolo estabelecido em Goa pela Faculdade de Desporto do Porto, dirigida por Jorge Olímpio Bento, e pelo C.O.P., que já mantêm desde 2004 laços estreitos de cooperação com a Federação Indiana de Futebol, cujo secretário-geral é o goês Alberto Colaço, e com a Associação de Futebol de Goa. Ao abrigo desse primeiro acordo, a selecção de futebol de sub-15 da Índia estagiou na Primavera de 2005 durante um mês no Centro de Preparação Olímpica de Rio Maior, disputando jogos com as equipas dos principais clubes portugueses, e no ano seguinte voltou a realizar um estágio em Guimarães e a participar no Torneio Internacional Mariano Barreto, organizado pelo Clube Atlético e Cultural da Pontinha. A cooperação com as autoridades de Goa inclui o envio de técnicos recém-formados na Universidade do Porto para aquele antigo território de administração portuguesa, onde têm procedido à reorganização interna e dos quadros competitivos da Associação de Futebol de Goa. Desporto e Turismo Esta viagem de Rosa Mota e Vicente Moura a Goa foi acompanhada a par e passo pela imprensa e televisão local, de língua inglesa, reconhecendo por um lado a dimensão global da campeã olímpica portuguesa e, por outro, o alto interesse do protocolo estabelecido com a Universidade do Porto para o futuro do Desporto deste Estado indiano e do país, em última análise. Na sua apresentação das razões da ligação às instituições portuguesas, os indianos seguem indicações da própria FIFA que definiu o Futebol como um desporto de grande futuro no continente asiático e com elevado potencial de afirmação desportiva internacional da Índia. Associado aos objectivos desportivos, o Turismo oficial de Goa não esconde o desejo de estimular o mercado, até agora residual, europeu e português, apostando numa aproximação através do Desporto. Banho de multidão e carinho No terceiro dia da visita, Rosa Mota viveu mais uma experiência inesquecível, ao participar numa corrida popular com centenas de pessoas, incluindo muitos jovens, com ampla cobertura de televisões e outros meios de comunicação da Índia. Muitos portugueses residentes ou em turismo no território também presenciaram a «Corrida Rosa Mota», cujo tiro de partida foi dado pelo Ministro da área do Desporto do Estado de Goa. A meta estava instalada junto às instalações da Direcção do Desporto, onde decorreu uma homenagem pública a Rosa Mota e aos restantes membros da comitiva portuguesa, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, e o Presidente e o Vice-reitor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, respectivamente Jorge Olímpio Bento e Jorge Manuel Gonçalves. A corrida foi organizada pela Directora dos Desportos e da Juventude, Susana de Souza. 36 Janeiro|Fevereiro 2008 37 Janeiro|Fevereiro 2008 REPORTAGEM Rosa Mota Ambassador of India Novos embaixadores de Goa Em cerimónia de grande simbolismo e acompanhado com interesse e emoção por muitos goeses com ligações familiares e emocionais a Portugal, Rosa Mota e o Presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, foram empossados «Embaixadores Honorários de Goa em Portugal e no Resto da Europa» pelo Ministro do Turismo local, Francisco Pacheco. «Serei uma Embaixadora da Boa Vontade para Goa e para a Índia, fá-lo-ei com carinho e paixão, pois Goa é uma região bela e rica em termos de Natureza, com um povo extremamente amigável e caloroso», declarou Rosa Mota ao agradecer a distinção, na cerimónia realizada no fim-de-semana em Arossim. O ministro goês declarou que constitui raro privilégio para o Estado indiano ser visitado por tão altas personalidades portuguesas e reconheceu que Goa Goa quer Jogos da Lusofonia 2013 Antes de um jantar oferecido pelo líder parlamentar do Estado de Goa, Pratapsinh Raoji Gane, a comitiva portuguesa foi recebida oficialmente pelo Ministro Chefe de Goa, autoridade máxima do território, na presença do secretário de Estado do Desporto e de dirigentes da Associação Olímpica de Goa e pelo Centro Internacional de Desportos. Na ocasião, o Ministro Chefe, Digambar Kamat, anunciou a intenção de Goa se candidatar à organização da terceira edição dos Jogos da Lusofonia, em 2013. Através do Comité Olímpico da Índia, Goa participou em 2006 na 1.ª edição dos Jogos da Lusofonia, realizada em Macau, com uma delegação de 43 atletas, participando nas provas de seis modalidades (Atletismo, Futebol, Taekwondo, Ténis de Mesa, Voleibol e Voleibol de Praia). Os atletas indianos alcançaram em Macau-2006 uma medalha de prata e duas de bronze. 38 Janeiro|Fevereiro 2008 beneficia imenso desta ligação, através do Comité Olímpico, iniciada há quatro anos. Aproximação a Portugal «Temos de encarar o ecoturismo e o desportoaventura como excelentes alternativas, numa altura em que o turismo balnear está a atingir o ponto de saturação», afirmou na cerimónia o Secretário do Desporto e Turismo, M. Modassir. «Temos uma ligação cultural e histórica a Portugal e devemos concentrar-nos em aumentar o fluxo de turistas para Goa, pois o número de portugueses que nos visitam é muito baixo, quando comparado com os do Reino Unido, Rússia e Alemanha.» O vice-presidente da Universidade do Porto, Jorge Gonçalves, admitiu na ocasião que a sua instituição pode colaborar nas áreas do marketing, do estudo da biodiversidade e no próprio desenvolvimento do turismo. Olympic Champion Rosa Mota and Portugal NOC President José Vicente Moura made a very significant good will visit to ancient Portuguese territory of Goa, now a state of India, but a place in Asia where the Portuguese signs and traditions are very much alive. During this visit they were named Goa Tourism Ambassadors for Portugal and Europe by the local Minister of Tourism Francisco Pacheco, who carries himself a genuine Portuguese name. The two Olympic personalities were accompanied by high directors of Oporto University Jorge Olímpio Bento and Jorge Gonçalves, because this institution has a long term cooperation protocol with the Government of Goa. And during this trip they signed a new protocol with the Don Bosco College, in order to help the Indian school to develop its skills and abilities on the football training instruction. Rosa Mota didn’t walk away of the proposal to take part in a small street race with hundreds of people, extremely happy to run so close of a world and Olympic champion. She lived an extraordinary experience and Mr. Moura was very proud to be a witness of the great prestige she deserves down there. «I shall be a proud Ambassador for Goa Tourism with care and passion, because Goa is a very nice and Nature rich state where an extremely warm and friendly people lives», Rosa Mota said when she thank to the Goa Minister. The Indian authorities are looking to improve the offer of eco-tourism and sports-adventure attracting more European tourists. And the Goa Prime Minister, Mr. Raoji Gane, announced the intention to bid to organize the 3rd Games of Lusofonia (Games of the Portuguese Speaking Countries) in 2013. Goa, through India Olympic Committee, participated in the 1st Games, in Macao, and will be one of the twelve countries contesting the second edition, in Lisbon in 2009. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS NOTICIÁRIO C.O.E. e C.O.P. aprovam programa de Congresso Olímpico Ibérico O s dirigentes dos Comités Olímpicos de Portugal e Espanha aprovaram o programa do primeiro Congresso Ibérico de Desporto Olímpico, que se realizará a 18 e 19 de Abril em Madrid, organizado pelas empresas m-cell e Cunha Vaz & Associados. A reunião juntou na sede do C.O.P. os responsáveis das partes envolvidas, nomeadamente o Presidente, José Vicente Moura, e Secretário-geral, Victor Fonseca da Mota, do C.O.P., o Secretário-geral do Comité Olímpico Espanhol, Victor Sanchez, e os responsáveis das empresas envolvidas, Javier Murugarren, Angel Guardiola e Gonçalo Bexiga, da M-Cell, e António Cunha Vaz e Francisco de Mendia. O Congresso vai decorrer no Auditório da sede do C.O.E. em Madrid, sob presidência dos dois presidentes dos Comités ibéricos. O presidente honorário do Comité Olímpico Internacional, Juan Antonio Samaranch, respondeu afirmativamente ao convite para a Comissão de Honra da organização e também para participar no evento. Iberian Congress Portuguese and Spanish Olympic Committees are organizing the first Iberian Congress of Olympic Sports, in Madrid next 18th and 18th of April. This idea was proposed by sports marketing and communication companies M-cell and Cunha Vaz Assoc. and got full support from both countries sports authorities. Honorary President of International Olympic Committee Juan Antonio Samaranch gave his support to the initiative, agreed to integrate the Commission of Honor and will assist to the Opening Ceremony. Congressmen will debate the future of Sport on Iberia, focusing some questions like the access of former athletes to the labor market, the sports marketing in both countries and the problems of professionalism in modern sports. Marketing e Grandes Eventos No Programa do Congresso O programa geral aprovado do 1.º Congresso Olímpico Ibérico compreende os seguintes pontos: 1º dia - 18 de Abril de 2008 Inauguração do Congresso - Cerimonia de Abertura Conferência Magna - Futuro do Desporto Ibérico Conferência - Apresentação das Missões de Espanha e Portugal aos Jogos de Pequim Almoço Conferência - Formação e Inserção do atleta no Mundo Laboral Conferência - Desporto, Olimpismo e Sociedade Conferência - Desporto e Turismo Ibérico Secretários-Gerais do COP e do COE, Victor Mota e Victor Sanchez Secretary General of Portugal and Spain NOC, Victor Mota and Victor Sanchez 40 Janeiro|Fevereiro 2008 2º dia - 19 de Abril de 2008 Conferência - Mercado Ibérico de Marketing Desportivo Conferência - Jogos Olímpicos e Desporto Profissional Almoço Conferência - Meios de Comunicação Ibéricos Mesa Redonda Final - Organização de Grandes Eventos Desportivos Jantar de Gala - Encerramento do Congresso HOMENAGEM Medalhas no Parlamento ma exposição intitulada «Portugal nos Jogos Olímpicos» de homenagem aos medalhados da história olímpica nacional foi inaugurada no Palácio de São Bento, junto ao Senado, numa cerimónia presidida pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com a presença do Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, e do presidente do C.O.P, Vicente Moura. Também estiveram presentes na inauguração alguns dos próprios medalhados olímpicos, como Mário Quina, Carlos Lopes, Rosa Mota, António Leitão e Nuno Barreto, além de outros antigos atletas olímpicos, como Joana Pratas, Sandra Godinho, Gentil Martins, Nuno Laurentino, Paulo Frischknecht, Diogo Cayolla, e de alguns dos que se preparam para representar Portugal nos Jogos de Pequim, como Vanessa Fernandes, Susana Feitor, Diana Gomes, Diogo Ganchinho e Bruno Pais. Jaime Gama saudou a presença dos representantes da elite desportiva nacional e fez uma comparação com outros países de maior tradição desportiva, no que respeita a número de medalhas, incentivando a um reforço das 20 conquistadas por Portugal desde 1912. E foi precisamente uma revisita às medalhas a sugestão desta exposição, com a história das conquistas retratada em nove dos dez painéis, sendo o outro dedicado ao Projecto Pequim 2008 do C.O.P., com imagens do recente desfile de apresentação dos trajes oficiais da Missão e a lista actualizada dos atletas incluídos no Projecto. Também assistiram à inauguração dirigentes desportivos como o Presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Carlos Cardoso, e o Presidente do I.D.P., Luis Sardinha, bem como líderes de Federações Olímpicas, como Fernando Mota (Atletismo), Mário Saldanha (Basquetebol), Frederico Valarinho (Esgrima), José Luís Ferreira (Triatlo) A Exposição foi organizada pelo Instituto do Desporto de Portugal e pelo Museu Nacional do Desporto, com a colaboração do C.O.P. e da Academia Olímpica de Portugal, ficando patente em São Bento no corredor do Senado, antes de seguir nas próximas semanas para uma apresentação itinerante pelo país. Mário Quina, Vicente Moura, Carlos Lopes, Laurentino Dias, Rosa Mota, António Leitão e Nuno Barreto – na homenagem do Parlamento e do Governo aos medalhados olímpicos. Mário Quina, Vicente Moura, Carlos Lopes, Laurentino Dias, Rosa Mota, António Leitão e Nuno Barreto – gathering in the Senate Room of S.Bento Palace. 42 Janeiro|Fevereiro 2008 FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS U Secretário de Estado Laurentino Dias incentivando os atletas. Secretary of Sports Laurentino Dias encouraged the athletes for Beijing. Jorge Gama e Laurentino Dias observando os painéis da exposição. Politic leaders watch one of the 20 exhibition panels. Medals in the Parliament The history of Portugal in the Olympics is being shown in an exhibition focused on the 20 medals conquered so far for Portuguese athletes, since the first participation in 1912. The exhibition was organized by the Portuguese Sports Institute, with the cooperation of Portugal NOC, in the corridor of S.Bento Palace, the Portuguese Parliament. The opening ceremony was direct by the Parliament Chairman Deputy Jorge Gama, assisted by the Secretary of Sports Laurentino Dias and by Olympic Committee president Vicente Moura. Most of the living Portuguese medal winners attended the ceremony. Mario Quina (silver medal in Rome 60), Carlos Lopes (Silver and Gold in 1976 and 1984), Rosa Mota (Bronze and Gold in 1984 and 1988), Antonio Leitão (Bronze in 1984) and Nuno Barreto (Bronze in 1996) were proudly received in the Senate Room by the Dignitaries. Many former and current Olympic athletes were also present. Rosa Mota junto ao destaque da sua Medalha de Ouro. Rosa Mota happily remembered her Gold in Seoul. 43 Janeiro|Fevereiro 2008 NOTICIÁRIO Federações contra Regime Jurídico Federations against Government’s proposal A Assembleia Plenária do Comité Olímpico de Portugal aprovou com apenas quatro abstenções, o Parecer elaborado pela Comissão Jurídica do C.O.P. à proposta de Regime Jurídico das Federações Desportivas, assumindo e interpretando “um sentimento generalizado de insatisfação e desconforto do movimento associativo e desportivo”. O parecer foi aprovado na generalidade numa Assembleia onde estiveram representadas 21 Federações Olímpicas e ainda dez Federações não Olímpicas, além de 22 outros membros extraordinários, honorários ou de mérito do movimento associativo. O documento foi posteriormente apresentado no Conselho Nacional de Desporto, onde o Comité Olímpico de Portugal é representado pelo seu presidente, que estava mandatado para votar contra a proposta de Regime Jurídico apresentada pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, embora defendendo em primeira instância que ela seja adiada para melhor aprofundamento das alíneas em desacordo. E, de facto, as discussões no seio do CND prosseguiram, inconclusivas, ao longo de várias reuniões O parecer tinha sido previamente aprovado por unanimidade a 14 de Fevereiro pela Comissão Executiva e pelo Conselho Fiscal do organismo olímpico e é o terceiro emitido pelo COP sobre a proposta de lei-quadro do Desporto e a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto. O Parecer aprovado pela assembleia do desporto federado defende alterações em 22 dos 70 artigos do Regime Jurídico proposto pelo Governo, nomeadamente em matérias como a renovação da Utilidade Pública Desportiva ou a composição das Assembleias-gerais e proporcionalidade de representação. A proposta do novo Regime Jurídico das Federações, em debate no Conselho Nacional do Desporto, prevê uma redistribuição dos votos nas Assembleia-gerais das federações, retirando a maioria às associações distritais, que sofrem uma redução de 55 para 35 por cento do total, o que é considerado muito restritivo para a generalidade das Federações, considerando-se que a proposta vai demasiado ao encontro dos interesses de reforma da estrutura associativa do Futebol profissional, que não corresponde às necessidades das modalidades amadoras e com menor número de praticantes e clubes, em particular as dos desportos individuais. O documento integral elaborado pelo C.O.P. pode ser consultado em www.comiteolimpicoportugal.pt Frischknecht e Barreto em grupos de Estudo O Comité Olímpico de Portugal e a Comissão de Atletas Olímpicos indicaram à Secretaria de Estado da Juventude e Desporto os nomes dos respectivos representantes nos dois Grupos de Trabalho criados para rever a legislação sobre os seguros obrigatórios no desporto e sobre as medidas de apoio em sede do regime escolar, no âmbito do desenvolvimento da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto. Para o Grupo Misto de Trabalho foram nomeados Paulo Frischknecht, vogal da Comissão Executiva do C.O.P., e o atleta Nuno Barreto. Para o outro, sobre os seguros obrigatórios, foram indicados José Alípio de Oliveira, vice-presidente do C.O.P., e o atleta Paulo Bernardo, a par de representantes da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e da Secretaria de Estado Adjunta e da Reabilitação, do Instituto de Seguros de Portugal, da Confederação do Desporto de Portugal e da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes. O Grupo de Trabalho que procurará compatibilizar o estatuto de alto rendimento com a vida académica também inclui representantes da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, das Universidades, dos Institutos Politécnicos e das Universidades Privadas. 44 Janeiro|Fevereiro 2008 The General Assembly of the Olympic Committee of Portugal voted with just four abstentions for the Statement issued by the Juridical Commission regarding the government’s proposal of Regimen for the Sports Federations under the new Law of Sport adopted last year. The Statement was voted by 21 Olympic Federations, ten non-Olympic and other 22 extraordinary, honorary or merit members of the Committee. This document was later endorsed to the National Sports Council, which includes the president of the Portugal NOC, who was told to vote against then Government’s proposal, defending a deeper study of the controversial subjects. And that really happened in the first Council meetings, where they could not achieve an agreement until the end of February. The Sports Federations don’t agree with the proposed distribution of votes in the general assemblies, where they would lose the majority, reducing their significance from 55 to only 35 per cent. They consider that the Government proposal is too much on line with professional football interests and does not match with the amateur sports problems. Frischknecht and Barreto in studying groups Two former Olympics Paulo Frischknecht and Nuno Barreto were named representatives of Portugal Olympic Committee in the Governmental Working Groups which will review the legislation regarding social scholarship support, under the new Law of Sport. Nuno Barreto got the bronze medal of Class 470 in Atlanta Olympics and competed also at Sydney and Athens Games. Paulo Frischknecht is a member of the Executive Committee of Portugal NOC and also the president of the Swimming Federation, having competed in Swimming in the Montreal and Moscow Olympics. The Chef de Mission of Athens Games, José Alípio de Oliveira, was also named for another Commission which will review the compulsory insurance in sport. 2.ºs JOGOS DA LUSOFONIA Lisboa-2009 em andamento O s Jogos da Lusofonia Lisboa 2009 estão em andamento, após o início da actividade da Comissão Executiva, dirigida por João Ribeiro. Esta Comissão depende directamente do Conselho de Gestão da Comissão Organizadora, presidido por Vicente Moura. A COJOL funciona em instalações cedidas pela Câmara Municipal de Lisboa na Alta de Lisboa, desenvolvendo os diversos parâmetros da complexa organização, com realce para a área desportiva, coordenada por Vítor Pataco, designado pelo Instituto do Desporto de Portugal, que apoia a organização desta segunda edição dos Jogos dos países membros da ACOLOP, depois de reconhecido oficialmente o interesse público do evento. Os Jogos da Lusofonia vão decorrer em Lisboa de 11 a 19 de Julho de 2009, devendo reunir cerca de 2000 atletas dos países membros efectivos da ACOLOP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Macau, Timor e Portugal) e dos observadores (Índia, Sri Lanka e Guine Equatorial). O programa desportivo aprovado inclui competições de Atletismo, Basquetebol, Judo, Futebol, Futsal, Taekwondo, Ténis, Ténis de Mesa, Voleibol e Voleibol de Praia). As provas decorrerão nas instalações desportivas do Estádio Universitário, Estádio do Restelo, Pavilhão da Luz, Pavilhão do Casal Vistoso, Complexo Municipal dos Desportos Cidade Almada e praia de Santo Amaro de Oeiras, estando as Cerimónias de Abertura e de Encerramento previstas para o Pavilhão Atlântico. Interesse Público O Despacho governamental reconhecendo o interesse público dos 2.ºs Jogos da Lusofonia Lisboa 2009, exarado pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, a 26 de Novembro, dias depois da aprovação do programa desportivo da competição pela Assembleia-geral da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), reunida em Lisboa, despacho n.º 1601/2008, tem o seguinte teor: «Considerando que o Comité Olímpico de Portugal organiza os II Jogos da Lusofonia 2009, evento que decorrerá em Lisboa entre os dias 11 e 19 de Julho de 2009. Considerando a importância que o evento reveste, nomeadamente ao nível da imagem que, através do mesmo, Portugal projectará no exterior. Considerando que o Programa do XVII Governo da República, quanto à dimensão internacional do desporto português, refere -se expressamente como prioridade o apoio à “organização de grandes eventos desportivos…”. Assim, nos termos e para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 46º da lei n.º 5/2007,de 16 de Janeiro, lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, reconheço como sendo de interesse público os II Jogos da Lusofonia 2009. 26 de Novembro de 2007. O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino José Monteiro Castro Dias. Lisboa 2009 on the way 2nd edition of Games of Lusofonia Lisboa 2009 is on the way after the launch of the Executive Committee led by João Ribeiro. This Committee was named buy the Council of Management chaired by José Vicente Moura, president of Portugal NOC. The Games are organized by the Portuguese Speaking Countries NOC Association and will gather in Lisbon in July 2009 more than 2000 athletes of nine sports (Track and Field, Basketball, Footbal, Futsal, Taekwondo, Table Tennis, Tennis, Voleyball and Beach Volleiball, in several sports facilities of the Portuguese capital and surrounding cities of Almada and Oeiras. At the same time, Portuguese Government issued a dispatch declaring the Games an event of public significance. Susana Feitor na rede A seis meses da sua quinta participação olímpica consecutiva, Susana Feitor lançou no Comité Olímpico de Portugal o seu site pessoal, com excelente grafismo e toda a informação sobre o presente e sobre os 20 anos de carreira de alta competição da marchadora de Rio Maior. A cerimónia contou com a presença de inúmeros amigos e figuras do desporto nacional, incluindo o secretário de Estado Laurentino Dias, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Fernando Mota, e o anfitrião, presidente do C.O.P. Susana Feitor é vice-presidente da Comissão de Atletas Olímpicos e integra a Comissão Executiva do C.O.P. O site pode ser consultado em www.susanafeitor.org Susana Feitor at internet Six months before her fifth presence in the Olympic Games, Susana Feitor, top world specialist of 20 km walk disclosed a brand new website, developed with exceptional graphics and very interesting contents, with all the information and data regarding her career of 20 years. You can see it at www.susanafeitor.org 47 Janeiro|Fevereiro 2008 OLIMPISMO Singapura sede dos Jogos da Juventude de 2010 Singapura foi a cidade eleita para sede dos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude, a disputar em 2010. A escolha entre Singapura e Moscovo, as duas finalistas do processo de escolha iniciado em Julho do ano passado, foi feita por voto postal dos membros do Comité Olímpico Internacional. O resultado final, em votos, foi de 53 a 44. Fernando Lima Bello, membro português do C.O.I., foi um dos votantes. O anúncio foi feito em Lausana pelo presidente do C.O.I., Jacques Rogge, que considerou a decisão um «momento-chave» para o Movimento Olímpico internacional, explicando que a proposta de Singapura constitui um «projecto excitante». «Organizar os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude é uma grande responsabilidade e tenho inteira confiança na equipa de Singapura», afirmou Rogge. «Não duvido do profissionalismo e do entusiasmo que serão aplicados na realização bem sucedida dos Jogos Olímpicos da Juventude em 2010». À primeira edição dos Jogos de Verão candidataram-se inicialmente nove cidades (Atenas, Banguecoque, Debrecen, Guatemala, Kuala Lumpur, Moscovo, Poznan, Singapura e Turim). Os Jogos Olímpicos da Juventude de Verão deverão reunir cerca de 3200 atletas dos 14 aos 18 anos e 800 oficiais, num programa desportivo incluindo os 26 Desportos olímpicos em disciplinas e provas determinadas. MULHERES & DESPORTO Prémio para Angola O Comité Olímpico Internacional atribuiu os seus galardões anuais Mulheres e Desporto por ocasião do Dia Internacional da Mulher, contemplando entre outras a angolana Ana Paula dos Santos, esposa do Presidente de Angola, pelo seu trabalho na área do desporto para deficientes. Numa cerimónia realizada no Mar Morto, na Jordânia, na presença do Rei Abdullah Il Bin Al Hussein e do presidente do COI, Jacques Rogge, o Troféu «Mulheres e Desporto» de 2008 foi outorgado à primeira mulher Ministro da Juventude e Desporto da Malásia, Datuk Seri Azalina Othman Said. A entrega destes prémios decorreu durante a IV Conferência Mundial Mulheres e Desporto, este ano sob o tema «O Desporto como veículo para a Transformação Social», que reuniu na Jordânia mais de 600 delegadas, incluindo Celeste Gil, da Comissão Executiva do C.O.P.e Chefe-adjunta da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Pequim. Ana Paula dos Santos ganhou o Troféu para África em reconhecimento por ter fundado e dirigir é a Fundação Lwini, organismo que promove e financia o desenvolvimento desportivo das vítimas das minas terrestres, usando o desporto para desenvolver a esperança no futuro, em colaboração com o Comité Paralímpico Angolano. A Taça Lwini, criada sob este patrocínio, já foi realizada seis vezes e possibilitou a oportunidade a muitas vítimas das minas deixadas pela guerra civil de desfrutarem da actividade desportiva de modalidades como o basquetebol e o futebol em cadeiras de rodas. Além do Troféu, como habitualmente foram entregues cinco prémios continentais, escolhidos de um total de 70 candidaturas apresentadas pelos Comités Olímpicos nacionais e pelas Federações Internacionais. 48 Janeiro|Fevereiro 2008 Criados com o objectivo de difundir os valores do Olimpismo através das comunidades jovens de todo o Mundo e aumentar a interesse e a participação desportiva no seio da juventude, os Jogos Olímpicos da Juventude disputar-seão em ciclos de quatro anos. Vicente Moura em Reunião com Ministros Europeus O Presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, participou em Ljubljana, Eslovénia, no Encontro informal dos Ministros de Desporto da União Europeia com os presidentes dos Comités Olímpicos Nacionais da Europa e com os membros do Executivo dos Comités Olímpicos Europeus (COE). Na Reunião foi aprovada uma declaração conjunta denominada «Importância Social e Diálogo no Desporto», em que se reconhece a «importância das organizações desportivas, enquanto parte integral da sociedade civil e factor de união entre pessoas de diferentes condições sociais, intelectuais e culturais, desde o nível da formação até às elites». Esta Declaração é assinada no final dos trabalhos, pelo Ministro da Educação e Desporto da Eslovénia, Milan Zver, pelo presidente dos Comités Olímpicos Europeus, Patrick Hickey, e pelo Comissário Europeu Responsável pelo Desporto, Jan Figel. A Agenda deste meeting prevê duas reuniões em simultâneo, uma entre os Ministros europeus responsáveis pelo Desporto e a outra entre os presidentes dos Comités Nacionais e o Executivo dos COE. O programa do Plenário dos Ministros incluiu a apresentação das Conclusões da Presidência Portuguesa da U.E., a cargo do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias. Após as reuniões sectoriais, realizou-se uma reunião conjunta subordinada ao tema «Nova estrutura de cooperação no Desporto no espaço da União Europeia», para discussão de uma nova política de cooperação no Desporto a nível da EU e da autonomia do desporto e da especificidade das estruturas associativas. Sintonia contra o doping Os presidentes do Comité Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, e da Agência Mundial Anti-Dopagem (WADA), John F ahey, reuniram-se em Janeiro pela primeira vez na sede do COI em Lausana, para discutir a cooperação entre os dois organismos e afinar estratégias para a luta contra o doping no desporto. Foi o primeiro encontro entre os dois responsáveis, após a entrada em funções de F ahey com o presidente da WADA em 1 de Janeiro e foi testemunhado pelos presidentes da Associação das Federações de Desportos Olímpicos de Verão e da Associação das Confederações Internacionais, bem como pelos presidentes da Comissão de Atletas e da Comissão Médica do COI. «O COI tem apoiado sem reservas e vai continuar a fazê-lo no futuro. O Senhor F ahey pode contar com o total compromisso do Movimento Olímpico na luta contra o doping», declarou Jacques Rogge. «A WADA já percorreu um longo trajecto desde a publicação do Código Anti-Dopagem, por exemplo, mas o desafio mantém-se. Ainda são necessários grandes esforços para a total implementação do Código pelo Movimento Olímpico até 1 de Janeiro de 2009 e para a adesão dos Governos à Convenção da UNESCO. Confio plenamente que o senhor F ahey ajudará significativamente a atingir os objectivos», acrescentou o presidente do COI. Jacques Rogge reafirmou que o COI prosseguirá a implementação de uma política de tolerância zero contra o Doping, através de um programa exaustivo de controlos durante as edições dos Jogos Olímpicos (em Pequim serão realizados 4500 testes), chamando à cooperação os governos dos países, através da imposição de castigos pecuniários aos Comités Olímpicos Nacionais e aos atletas. Cooperação entre COI e ONU O presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques Rogge, recebeu o Secretário-Geral das Nações Unidas, General Ban Ki-moon, na sede do COI, em Lausana, onde os dois líderes acordaram incrementar as relações de cooperação entre os dois organismos. Rogge expressou a Ban Ki-moon que o COI está firmemente empenhado em promover o Desporto como forma de ajudar a ONU a atingir os seus objectivos. «O Secretário-geral e eu mantivemos uma reunião muito produtiva, focando temas globais que constituem preocupações comuns», afirmou Jacques Rogge, após o encontro. «O COI está consciente de que nos nossos dias nunca se conseguirá fazer o suficiente em matéria de ajuda humanitária e questões ambientais. Contudo, somos apenas uma organização desportiva. Devemos confiar na competência e na influência da ONU para definir os objectivos e determinar de que forma o Desporto melhor poderá contribuir». Na primeira visita oficial de Ban Ki-moon ao COI, ele e o presidente Rogge discutiram o envolvimento do Comité nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da ONU e de que forma pode o COI usar o Desporto como elemento catalisador na parceria com as Nações Unidas. O COI identificou cinco áreas de desenvolvimento que acredita poderem avançar com a ajuda do Desporto e dos seus parceiros: - erradicar a pobreza extrema e a fome - promover a igualdade entre sexos e o reconhecimento da mulher -·combater o HIV/SIDA, malária e outras doenças - assegurar a sustentabilidade ambiental - desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento Young Olympic Games in Singapore Singapore has been elected to host the first edition of the Youth Olympic Games in 2010, beating Moscow in the last ballot by 53 to 44 votes. About 3200 athletes from 14 to 18 years old will participate in the big event and the sports program will feature all the 26 Olympic sports. Women and Sport IOC awarded the Women & Sport Trophy for Africa to Ana Paula Santos, spouse of Angola President José Eduardo dos Santos, for her work at the Foundation Lwimi, which promotes and supports the sports activity among war cripples, including football and basketball in wheelchairs. The World Women & Sport Trophy was awarded during the World Conference at Amman to the first Minister female of Sports and Youth of Malaysia, Daluk Seri Azalina. Portugal NOC member Celeste Gil represented the Portuguese Sports Women at Amman. Vicente Moura in European meeting The president of Portugal Olympic Committee José Vicente Moura attended the Informal Meeting of EU Ministers Responsible for Sport with the Presidents of the National Olympic Committees of EU member states and the members of the Executive Committee of the EOC in Slovenia. In this meeting an important joint declaration was issued regarding the new framework for cooperation on sport within the EU, and specially the Autonomy of sport and specificity of grassroots sport structures and Social cohesion and integration. Jacques Rogge with WADA and UN By the early days of the Olympic year IOC President Jacques Rogge met the new World Anti-doping Agency leader John Fahey and the General Secretary of United Nations and reaffirmed the commitment of the Olympic Movement to the struggle against doping and against poverty and epidemic diseases in the world. IOC is also committed to ensure de environment sustainability and looks forward to increase with UN a global partnership for development. 49 Janeiro|Fevereiro 2008 NOTICIÁRIO Crocs exclusivos nos pés da Missão a Pequim Comité Olímpico de Portugal assinou com a Crocs, Inc. o contrato de parceria que designa as sandálias Crocs produto oficial da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008. O contrato foi assinado pelo presidente do C.O.P., José Vicente Moura. O sapato desenhado especialmente pela Crocs para a Missão Portuguesa faz parte do traje oficial, apresentado em Novembro do ano passado, e destina-se a uso quotidiano na Aldeia Olímpica. A sandália é vermelha, ostentando o logótipo do C.O.P., e tem uma correia verde, onde será estampado igualmente o símbolo do C.O.P. e a palavra Portugal, em português e mandarim. Cada elemento da Missão vai receber uma quantidade de jibbitz (adereço decorativo dos Crocs) exclusivos do C.O.P., para decorar, coleccionar ou trocar em Pequim. A companhia norte-americana tenciona comercializar réplicas dos Crocs oficiais do C.O.P. na sua rede de retalho nacional. O que é a Crocs A Crocs,Inc. é uma empresa norte-americana fabricante e retalhista de calçado para homem, mulher e criança, com a marca Crocs. Os sapatos Crocs são produzidos numa matéria inovadora e exclusiva, a Croslite, uma inovação na indústria mundial de calçado. O material Croslite proporciona sapatos suaves, confortáveis, leves e resistentes aos odores, o que os torna ideais para trajes casuais, mas também adequados a muitas tarefas profissionais e de recreio. A versatilidade do material tem imposto a Crocs no mercado global como um produto acessível a um público muito vasto. Em 2006, a companhia adquiriu a Jibbitz, LLC, fabricante de acessórios e produtos coloridos especificamente adaptados aos sapatos Crocs. Hoje, existem mais de 1.200 modelos de Jibbitz para os utilizadores de Crocs decorarem os respectivos sapatos. Crocs são vendidos já em mais de 90 países em inúmeros modelos e cores. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS O C.O.P. with new partners Olympic Committee of Portugal signed contracts with some new partners regarding the participation in Beijing Olympics. Crocs shoes crated an exclusive model for the casual official apparel and will shine in the Portuguese feet within the Olympic Village. C.O.P. also signed a deal with communication company Megabox which will help in the developing of the Team’s image and other tools of communication. And Aquafitness Health Clubs will allow the Olympic team members to train in their Academies free of charge, under an agreement which includes former athletes. Megabox Media Partner Acordo com clubes Aquafitness O Comité Olímpico de Portugal celebrou um protocolo de cooperação com a empresa Megabox, vocacionada para a prestação de serviços de produção publicitária. Com o estatuto de «Media Partner», a Megabox passa a assegurar a concepção, artes-finais e pós-produção de projectos de comunicação do Comité durante o ano olímpico de 2008, sem custos para o C.O.P. Entre estes projectos, contam-se o desenvolvimento da Imagem da Equipa Olímpica 2008, da Campanha Obrigado Patrocinadores, de uma Campanha Institucional do C.O.P., da adaptação para Portugal da Campanha Anti Ambush Marketing do Comité Olímpico Internacional, da Imagem de Eventos do C.O.P., bem como de um Calendário Atletas Olímpicos de 2009, entre outros. Excluídos deste protocolo estão os projectos de comunicação já desenvolvidos pelo C.O.P., como site internet, a revista Olimpo ou o magazine televisivo Olimpo, bem como a imagem dos II Jogos da Lusofonia Lisboa 2009. Na sequência deste protocolo, os atletas dos Projectos Olímpicos do C.O.P. podem integrar, se o desejarem, o portfolio da Megabox, visando possíveis utilizações da sua imagem em futuras campanhas publicitárias. Os associados da Megabox são o conceituado fotógrafo Alexander Koch, que já foi responsável pela produção dos Calendários de Atletas Olímpicos de 2003, 2004 e 2005, cujos modelos foram essencialmente atletas participantes nos Jogos de Atenas, e Jorge Pina, ex-pugilista e actual atleta dos paraolimpicos de Pequim 2008. Os atletas olímpicos podem agora realizar os seus treinos, sem quaisquer encargos, nos clubes Aquafitness, em resultado de um protocolo de cooperação assinado entre a empresa e o C.O.P, em Janeiro. Mediante este acordo, os atletas dos Projectos Pequim 2008 e Esperanças Olímpicas 2012, do C.O.P., bem com o os atletas olímpicos que participaram nos Jogos de Sydney 2000 e Atenas 2004, passam a ter livre acesso a qualquer clube Aquafitness. Os atletas abrangidos podem fazer-se acompanhar de um técnico para acompanhamento e orientação do treino. Celebrado pelo presidente do C.O.P., José Vicente Moura, e pelo Administrador do Aquafitness Health Clubs, Maurício Cavalcanti, este acordo é válido até 31 de Dezembro de 2008. O Aquafitness foi criado no ano 2000 e dispõe actualmente de dois clubes, na Charneca da Caparica: Aquafitess Qtª. Texugo, com 3.000 m2, e Aquafitness Marisol, com 6.000m2. 50 Janeiro|Fevereiro 2008