2008 começa bem para Álvaro Marinho e Miguel Nunes

Transcrição

2008 começa bem para Álvaro Marinho e Miguel Nunes
Revista do Comité Olímpico de Portugal
Publicação Bimestral
Janeiro|Fevereiro de 2008
Nº 127
PUBLICAÇÃO GRATUITA
A CAMINHO DE PEQUIM
2008 começa bem
para Álvaro Marinho
e Miguel Nunes
NESTA EDIÇÃO
 A preparação de Vanessa
 Judo na hora da verdade
 As ambições da canoagem
 O regresso de Manuel Silva
 Globettroter Joaquim Videira
REPORTAGEM
Rosa Mota em Goa
OLIMPO 127
JANEIRO/FEVEREIRO 2008
Propriedade e Edição/Property and Edition
Comité Olímpico de Portugal, Travessa da Memória, 36 1300-403 Lisboa
Tel.: 21 361 72 60 Fax: 21 363 69 67
Director / Director José Vicente Moura
Director Executivo / Executive Director João Querido Manha
Textos / Texts João Q. Manha
Fotos / Photography Carlos Alberto Matos
Projecto Gráfico e Paginação / Layout and Graphics Rogério Bastos
Impressão / Printing Gráfica Europress, Lisboa
Tiragem / Circulation 1800 exs.
Periodicidade Bimestral / Bimonthly publication
Numero de Registo ICS 102203
Depósito Legal 9083/95
Distribuição gratuita / Free copy
Revista do Comité Olímpico de Portugal
Publicação Bimestral
Janeiro|Fevereiro de 2008
Nº 127
PUBLICAÇÃO GRATUITA
A CAMINHO DE PEQUIM
2008 começa bem
para Álvaro Marinho
e Miguel Nunes
NESTA EDIÇÃO
 A preparação de Vanessa
 Judo na hora da verdade
 As ambições da canoagem
 O regresso de Manuel Silva
 Globettroter Joaquim Videira
REPORTAGEM
Rosa Mota em Goa
FOTO DE CAPA / COVER PHOTO
Álvaro Marinho e Miguel Nunes
Álvaro Marinho and Miguel Nunes
SUMÁRIOSUMMARY
6 VELA
11 TRIATLO
14 JUDO
6 SAILING
11 TRIATHLON
14 JUDO
Álvaro Marinho e Miguel Nunes (Classe
470) entraram da melhor maneira em
2008, com um 2.º lugar no Campeonato
do Mundo disputado na Austrália e
enfrentam sem reservas o objectivo de
alcançar o pódio olímpico em Qingdao,
onde o maior adversário pode ser a falta
de vento.
470 Portuguese crew Álvaro Marinho and
Miguel Nunes made a great entrance in
the Olympic Year, finishing 2nd at the
World Championships in Melbourne and
are very confident for their third Olympic
participation. They only fear the eventual
lack of winds in Qingdao’s seas.
Vanessa Fernandes, na companhia de Bruno Pais e
Duarte Marques, inicia no final de Março na Austrália
a época internacional de Triatlo que há-de culminar
no dia 19 de Agosto na grande final olímpica nas
águas e estradas de Changping, que tão bem
conhece. Após meses de treino, incluindo o off-road
da BMX, as expectativas da campeã do Mundo estão
em alta.
Triathlon World Champion Vanessa Fernandes,
accompanied by Bruno Pais anda Duarte Marques,
is beginning in Austrália the new season which will
end in August 19th in the Beijing Olympic finals, at
Changping Reservoir, where she already won three
times in the last years. Her confidence is at top, after
intensive training including offroad BMX.
Lisboa é palco no mês de Abril dos Campeonatos da Europa de Judo de 2008, última
oportunidade de qualificação para os Jogos
Olímpicos. Com Telma Monteiro qualificada e
João Pina e João Neto virtualmente apurados
pelo ranking, a prova é decisiva para Ana
Hormigo, Ana Cachola, Yahima Ramirez e
Pedro Dias.
The Judo European Championships Lisbon
2008 is the very last opportunity for the
Olympic qualification for many athletes, among
them the Portuguese Ana Hormigo, Ana Cachola, Yahima Ramirez and Pedro Dias, who are
looking to join virtual qualified Telma Monteiro,
João Neto and João Pina in Beijing.
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Janeiro|Fevereiro 2008
EDITORIAL
Em defesa
dos Atletas
O C.O.P. não
alimenta quaisquer
especulações de
boicote, quando
é sabido da sua
ineficácia, apenas
servindo para
prejudicar
os atletas.
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Janeiro|Fevereiro 2008
N
a contagem decrescente para os Jogos da XXIX Olimpíada, cresce o tom
crítico da comunidade internacional relativamente à situação do Tibete.
A posição do Comité Olímpico Internacional perante o problema tem sido
exemplar, reafirmando que os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 serão
um sucesso, atentos os valores que o desporto representa, que transcendem as
diferenças políticas e sociais que a civilização enfrenta.
Sucede que também o Comité português comunga e é uno naquela opinião, defendendo o princípio do primado do desporto, que aliás mereceu respaldo ao nível
dos Comités Europeus na recente cimeira realizada na Eslovénia, juntamente com
os ministros do desporto da União Europeia, não alimentando portanto quaisquer
especulações de boicote, quando é sabido da sua ineficácia, apenas servindo para
prejudicar os atletas, como de resto atestam experiências passadas.
Muitos argumentos de sustentação podem ser expendidos a propósito: que os Jogos Olímpicos são uma linguagem universal; um catalisador para a mudança; que
são um poderoso mecanismo e uma oportunidade verdadeiramente excepcional
de reunião e coexistência dos povos, independentemente das dinâmicas geo-políticas que moldam os tempos actuais.
Por isso, em defesa do Desporto, a verdade é que não alinhamos com aqueles que
insistem em ver o mundo funcionar cada vez pior, como se a Humanidade estivesse a correr para a desgraça.
No meio deste jogo, o fito que verdadeiramente interessa aos atletas (e é o âmago
da questão) é culminar com sucesso um árduo percurso de treinos e competições, invariavelmente recheado de sacrifícios pessoais, para nos Jogos Olímpicos
– nos próximos e nos que se lhes seguirem – fazerem justiça ao esforço colectivo
despendido nesta tarefa virtuosa, porventura a melhor preparação de sempre, conforme vimos afirmando e é de resto continuamente atestado pelos triunfos internacionais sem precedentes, alcançados em inúmeras modalidades e escalões.
Acreditemos que a nossa Comitiva trará de Pequim o ambicionado retorno do
muito trabalho por todos realizado, alcançando-se, assim, o sentimento do dever
cumprido, para prestígio de Portugal.
JOSÉ VICENTE MOURA
Presidente do Comité Olímpico de Portugal
Portuguese Olympic Committee Chairman
What matters
to the Athletes
We will not feed
any boycotting
speculations,
as we also know
how useless it is,
causing only
disturbance
and harm
to the athletes
I
n the final countdown to the Games of the XXIX Olympiad the criticism of the
international public opinion regarding the Tibet subject is mounting.
The International Olympic Committee official position towards this problem has
been quite paradigmatic reassuring that the Beijing Olympic Games of 2008
will be a huge success, concerning the sports values, which transcend the political
and social differences actually faced by our civilization.
And we must state that the Portuguese Olympic Committee adopts the same opinion, defending the principle of primacy of sport, which has recently been backed
by the European Olympic Committees in the Ljubljana summit with the Ministers of
Sports of the European Union countries. That said, we will not feed any boycotting
speculations, as we also know how useless it is, causing only disturbance and
harm to the athletes, as past experiences have clearly shown.
Many support arguments can be advanced: the Olympic Games are a universal
language; are the launch for change; and are a powerful mechanism and a truly exceptional opportunity for the world’s youth of gathering and coexisting, regardless
the geopolitics dynamic that is shaping our time.
In defense of Sports, we do not align with those who insist to see the World
functioning worst every single day, as if the Humanity couldn’t do nothing but run
towards disgrace.
In the middle of this game, what really matters to the athletes (that’s the point) is to
finish with full achievement the restless process of training and competitions, passing so many personal sacrifices, in order to get justice for their efforts, perhaps
the best preparation ever, during the next Olympic Games and in those to come
– as we have several times underlined regarding the unprecedented international
triumphs in so many sports and ages.
We believe that the Portuguese Mission will bring from Beijing the ambitioned
reward for that hard work provided by many people along these years, reaching the
best of the feelings, the accomplishment of duty, for the honor of Portugal.
5
Janeiro|Fevereiro 2008
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Janeiro|Fevereiro 2008
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
A CAMINHO DE PEQUIM
Vento fraco,
ânimo forte
Á
lvaro Marinho e Miguel Nunes acabaram o
ano passado e entraram no ano olímpico com
resultados de excelência que confirmam a sua
candidatura a um lugar no pódio de Qingdao, em
Agosto. Enfrentam a responsabilidade com toda a
confiança e muito profissionalismo e só temem os
caprichos do vento.
«O ano de 2007 correu melhor do que nós esperávamos, pois foi o melhor da nossa carreira, ganhámos
o Europeu pela primeira vez e ficámos muito perto
do pódio no Mundial da ISAF. Tratando-se das
duas provas mais importantes do ano, constitui um
conjunto de resultados excelente», considera Miguel
Nunes, ao que o seu parceiro só lamenta o «sabor
amargo» de não terem conseguido chegar ao pódio
em Cascais, objectivo para o qual tanto tinham
trabalhado e que fugiu apenas na derradeira regata.
Por isso, felizmente – adianta Álvaro Marinho – ainda
ficou uma margem de muito trabalho para realizar e
motivação para fazer melhor em 2008, até à prova
final nos Jogos de Pequim.
Este ano, aliás, começou com a conquista da
medalha de prata nos Mundiais de classes de Melbourne, perdendo o ouro na ‘medal race’, depois de
uma prova que dizem ter corrido muito bem: «Uma
competição de vela só termina com a regata decisiva. Começámos em nono, décimo lugar, depois
alcançámos uma série de boas classificações e entrámos nos lugares do pódio, chegámos a primeiro,
e acabou com uma regata muito complicada, em que
havia quatro equipas com possibilidades de chegar
ao primeiro lugar. Não foi possível fazer melhor»,
explicou Miguel Nunes, para o seu parceiro retirar
a conclusão, projectando sempre o objectivo dos
Jogos: «Temos muito trabalhar a realizar no domínio
do desenvolvimento da nossa técnica e da nossa
velocidade, em particular com ventos mais fracos
que supostamente iremos encontrar em Qingdao».
Os dois velejadores portugueses já conhecem as
águas e ventos do nordeste chinês onde decorrerão
as provas de Vela, pois em Agosto do ano passado
disputaram lá o Pré-olímpico, alcançando a medalha
de bronze, sempre atrás dos australianos Wilmot e
Page, que já tinham vencido em Cascais.
Pressente-se que os velejadores estão muito preocupados com as condições da prova Olímpica – e
não só os ventos fracos. Álvaro Marinho considera
que o que levanta mais problemas em Qingdao pode
acabar por ser a capacidade de lidar com a espera
por melhores ventos: «No pré-olímpico a organização decidiu várias vezes atrasar a hora da largada por
o vento não ser suficientemente forte, considerando
que também existe uma corrente muito forte, que
não permite realizar as regatas a horas certas. Essa
inconstância vai ser o factor mais determinante para
os atletas que vão ter de controlar muito a ansiedade,
procurando continuar focados na regata, pois é muito
fácil perder a concentração ao fim de algumas horas
à espera, sem saber se vai ou não haver largada.
Essa espera, a parte aborrecida da vela, pode demorar um ou dois dias e há que saber lidar com isso,
temos de estar preparados para tudo».
A falta de vento é frequente numa competição que
pode durar dez dias e Marinho e Nunes lidaram com
ela bem, por exemplo, nos Europeus de 2007, em
Chipre, quando estiveram também um dia à espera
do vento mediterrânico, que não chegou. Ao fim de
tantos anos a lidar com os ventos mais diversos, ao
mais alto nível, trata-se de um pequeno pormenor, a
simples exigência técnica de manter a concentração
psicológica para enfrentar, em determinado dia, um
tipo de vento que não corresponda inteiramente ao
padrão daquele local nos dias anteriores, depois
de ficar algumas horas à espera que seja arreada a
bandeira de interdição de sair do clube para o mar.
«Felizmente, com importantes
apoios privados, a aposta numa
carreira profissional que fizemos
há dez anos tem resultado inteiramente. E ainda temos pela frente
muita coisa para ganhar»
ÁLVARO MARINHO
Dupla versátil
Nos Jogos Olímpicos, a dupla portuguesa considera
que os especialistas de vento fraco levam vantagem.
Normalmente, todos os finalistas olímpicos enquadram-se nos dois padrões possíveis, o grupo dos
especialistas de ventos fracos e o dos ventos fortes,
situando-se Miguel Nunes no meio deles: «Somos
uma dupla mais versátil, acabamos por não ter um
tipo de vento mais favorável, mas em Qingdao penso
que vão aparecer as de vento fraco, com quase todas
a procurarem perder peso para ajudarem a aumentar
o andamento do barco».
Perder alguns quilos é também um objectivo dos
dois velejadores nacionais, mas só nas semanas
mais perto dos jogos, depois dos Campeonatos da
Europa, em Itália, onde vão defender o seu título, na
última prova antes dos Jogos Olímpicos. «Prevê-se
vento forte e embora nós não queiramos estar a cem
«Assim como nós temos respeito
pelas duplas potenciais candidatas, eles também sabem que nós
temos possibilidades de chegar
ao pódio olímpico»
MIGUEL NUNES
7
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
por cento nessa altura, vamos aguardar para mais
perto dos Jogos para atingir a condição ideal. Não
se pense, porém, que é uma redução drástica, mas
apenas de três a quatro quilos no total da tripulação», explicam.
A medalha que falta
Ao fim de dez anos no topo desta classe a nível
mundial, preparando-se para disputar os terceiros
Jogos Olímpicos consecutivos com possibilidades
de imitar ou fazer melhor que o terceiro lugar de
Hugo Rocha e Nuno Barreto, em Atlanta-96, Álvaro
Marinho e Miguel Nunes continuam à procura da tal
classificação que ateste para a imortalidade a evidência de constituírem uma
das equipas melhores e mais sólidas da
história da Vela portuguesa.
ANO
«Encaramos os terceiros Jogos Olímpicos
2005
com muita vontade em querer melhorar
os anteriores, depois de quer em Sydney
quer em Atenas termos ficado muito
2006
perto do pódio. Agora queremos estar
«dentro» do pódio e é para isso que temos
trabalhado ao longo destes anos. Esta
sequência de resultados no Mundial (4.º),
2007
no Pré-olímpico (3.º), no Europeu (1.º) e
no Mundial-2008 (2.º) confirma que andamos muito perto desse objectivo e isso
dá-nos a confiança de que tal objectivo
está completamente ao nosso alcance»,
diz Marinho.
2008
Miguel Nunes considera que as condições
de uns Jogos Olímpicos, porém, são muito diferentes das provas habituais do circuito internacional,
por serem muito menos barcos e não haver fase de
qualificação, começando no primeiro dia a «regatear
contra os melhores», ao que acresce a «pressão de
ser uma prova especial» e com algumas diferenças
organizativas.
Em Pequim, como já aconteceu no passado, inclusive com Rocha-Barreto em Savannah (Atlanta-96),
as provas de Vela decorrem num local afastado da
sede dos Jogos e da Aldeia Olímpica, o que Álvaro
Marinho considera poder ser vantajoso, por ser «o
mais parecido possível do que são as provas que
realizamos regularmente». No entanto – observa o
velejador – «estar integrado na Missão, como estivemos em Atenas e em Sydney, é muito agradável
por nos permitir ir trocando ideias e acompanhar
as outras modalidades. Só que os Jogos Olímpicos
obrigam a uma concentração tão grande que eu
julgo que desta vez pode ser benéfico podermos
estar apenas concentrados no nosso trabalho, considerando até a proximidade entre o hotel e a marina
onde tudo se vai desenrolar».
Calendário preenchido
Até aos Jogos, a dupla do Barreiro tem um calendário preenchido. Março assinala o regresso
às águas europeias, com o Troféu Princesa
Sofia em Palma de Maiorca, onde defendem
o título, seguindo-se Hyères, Sul de França
RANK
em Abril, Scheveningen na Holanda em
3
Maio, o Campeonato da Europa de Riva
1
1
del Gara, Itália, em Junho, um estágio para
1
afinações e treinos na China, uma recarga
2
final de energias em Portugal e, finalmente,
2
os Jogos Olímpicos.
4
«O que mais tememos é a imprevisibilidade
5
13
do vento e todo o nosso trabalho ao longo
9
destes últimos meses aponta para estarmos
9
bem preparados para andar bem com pouco
12
vento. Como são os terceiros Jogos vamos
10
estar mais libertos de pressão, confiamos na
9
9
nossa experiência e temos muita esperança
9
de alcançar um grande resultado», afirma
12
Álvaro Marinho.
Quatro anos de bons resultados
8
Janeiro|Fevereiro 2008
PROVA
Semana Francesa
Holand Regatta
Europeu-2005
Mundial-2005
Princesa Sofia
Semana Francesa
Jogos ISAF
Europeu-2006
Mundial-2006
OCR
Princesa Sofia
Semana Francesa
Breitling Regatta
Europeu-2007
Mundial-2007
Pré-olímpico
Mundial-2008
LOCAL
Hyères
Roterdão
Gdynia, Polónia
São Francisco, EUA
Palma de Maiorca, Espanha
Hyères
Neusiedl, Áustria
Balatonfured, Hungria
Rizhao, China
Miami, EUA
Palma de Maiorca, Espanha
Hyères
Holanda
Salónica, Grécia
Cascais
Qingdao, China
Melbourne
CLAS.
4.º
2.º
5.º
5.º
3.º
3.º
18.º
7.º
38.º
10.º
1.º
20.º
17.º
1.º
4.º
3.º
2.º
A ÉLITE DO 470
Álvaro Marinho e Miguel Nunes estão entre as cinco, apenas cinco, tripulações que disputaram as ‘medal races’
dos dois últimos Campeonatos do Mundo, um grupo restrito de onde sairão, provavelmente, os medalhados dos
Jogos de Pequim – o que todavia não se traduz no seu ranking mundial actual, devido a um defeito de contagem e
classificação das provas.
Uma das que influi no actual ranking é o Sail Melbourne, competição que serviu de afinação e teste de novos
materiais e velas, em que a classificação final acabou por ser má, pois nem terminaram algumas regatas (30.º
lugar). Incompreensivelmente, essa prova tem, um quociente superior ao Princesa Sofia, de Palma de Maiorca, que
venceram em 2007,a qual embora seja muito importante a nível europeu acaba por nem sequer contar entre os
oito resultados válidos da dupla portuguesa. Daí resultou que a equipa portuguesa acabou por baixar ao 12.º lugar
no ranking ISAF actual, o que não corresponde de forma alguma à realidade actual.
«Nós não damos grande importância ao ranking, que tem um prazo alargado de dois anos, porque não dependemos dele para qualquer qualificação, mas realmente causa espanto que nós tivéssemos entrado no Mundial em
9.º lugar e, com a medalha de prata, tenhamos acabado por cair para 12.º…»
Mas não deixa de ser interessante saber quem é quem, na regata olímpica (o apuramento é do país, indicando-se
a respectiva tripulação com melhor ranking actual), em que participam apenas 30 barcos. Muitos países ainda não
determinaram a tripulação olímpica, por possuírem diversas opções de nível semelhante, caso da Grã-Bretanha,
em que os campeões mundiais de 2008 não são a melhor tripulação do ranking, da França ou da Espanha.
RANK
1
2
3
6
7
8
10
11
12
14
15
17
18
20
21
22
28
32
34
35
38
39
42
45
51
61
68
70
118
121
PAÍS
AUSTRÁLIA
FRANÇA
ISRAEL
ITÁLIA
CROÁCIA
HOLANDA
GRÃ-BRETANHA
ESPANHA
PORTUGAL
JAPÃO
ESTADOS UNIDOS
NOVA ZELÂNDIA
GRÉCIA
POLÓNIA
ALEMANHA
ESLOVÉNIA
IRLANDA
SINGAPURA
RÚSSIA
ÁUSTRIA
SUÉCIA
BIELO-RÚSSIA
SUÍÇA
ARGENTINA
COREIA DO SUL
CHINA
TURQUIA
CANADÁ
BRASIL
FINLÂNDIA
TRIPULAÇÃO
M-2007 M-2008
Wilmot-Page
1º
8º
Charbonnier-Bausset
4º
Kliger-Gal
3º
3º
Zandona-Trani
6º
Fantela-Marenic
6º
Coster-Coster
2º
Rogers-Glanfield
8º
9º
Barreiros-Sarmiento
9º
7º
Marinho-Nunes
4º
2º
Yamada-Nakamura
McNay-Biehl
10º
Evans-Burling
Kambouridis-Orologas
Piasecki-Zieminski
Zellmer-Seelig
Hmeljak-Nevecny
Owens-Hunt
Xu-Koh
Berezkin-Zybin
Schmid-Reichtadter
Dahlberg-Osting
Desukevich-Logunov
Etter-Steiger
Buhler-Lamas
Kim-Jung
Wang-Deng
Cinar-Cinar
Locas-Bone
Pillar-Albrecht
Lindgren-Lautiainen
Joaquim Fiúza completou 100 anos
Marinho-Nunes (class 470)
Week winds
Strong hopes
Álvaro Marinho and Miguel Nunes finished 2007 and entered in the Olympic year
performing exceptional results which ensure their candidature to one of the top three
places in Qingdao’s podium, next summer. The Portuguese 4-70 European Champions
conquered the silver medal in this year’s World Championships, which took place in
Melbourne early in February.
«The year of 2007 run better than we expected, I guess, because it was the best of our
career», Miguel Nunes says. «We won the Europeans for the first time and finished very
close to the Cascais ISAF Worlds’ podium (4th place). It was an exceptional pair of
results, as we talk of the most important races of the season».
Also last year, they made a good recognition of Qingdao waters, classifying in 3rd
position in the Olympic Test-event, where they will be challenged by slow and irregular
winds, their appointed most feared opponent.
The Olympic year began with another medal, the silver, in the Melbourne World Championships, losing the gold only on the final ‘medal race’. «We sailed very well all week,
but a Sailing competition only ends on the very last day, and despite we were leading
the final pack four teams were running for the title».
Marinho and Nunes go for their third Olympics in a row, after ten years of professional
career and a bunch of great results that consolidated them as one of world’s top crews.
After succeeding the Atlanta-96 bronze medal crew of Hugo Rocha and Nuno Barreto,
the pair classified twice among the top-eight and thinks that time as came for a medal.
They consider themselves as favourites for the medals in Qingdao, because they don’t
normally depend of strong winds and are able to adapt to slow races. To adjust to those
difficulties they intend to lose some weight, before going to China. «This time – Marinho
says – we feel free from pressure, we trust in our big experience and are very hopeful to
obtain a great result».
O antigo velejador Joaquim
Fiúza festejou o Centésimo
aniversário no dia 28 de
Fevereiro e será, certamente,
uma dos mais velhos medalhados olímpicos do Mundo
ainda vivos.
A seis meses da Abertura
dos Jogos de Pequim, o
Comité Olímpico de Portugal
assinalou o aniversário,
apresentando felicitações ao
antigo desportista e família,
mas respeitando o delicado
estado de saúde actual de
Joaquim Fiúza.
O secretário-geral do Comité
Olímpico de Portugal, Victor
Mota, entregou ao aniversariante o emblema de ouro do
C.O.P. e uma placa com os
anéis olímpicos.
Joaquim Fiúza participou
nos Jogos Olímpicos três
vezes, tendo alcançado a medalha de Bronze na
classe de «Star» em 1952, em Helsínquia, fazendo equipa com Francisco Rebelo de
Andrade.
Joaquim Fiúza já tinha disputado os Jogos de
Berlim de 1936, tendo como parceiro António
Guedes de Herédia (10.º lugar), e os de Londres
de 1948, com Júlio Leite Gourinho (6.º lugar).
Joaquim Fiuza com
Francisco Rebelo
de Andrade em 1952
Joaquim Fiuza, bronze medalist
in 1952, completed 100 years
old.
9
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
A preparação
de um grande momento
A época de 2008 começa no último fim-de-semana em Mooloolaba, Austrália, a única Taça do Mundo que
Vanessa Fernandes não conseguiu vencer no ano passado. Um bom ponto de partida para um ano que se
pretende muito especial.
A
seis meses dos Jogos de Pequim e quando
se prepara para iniciar a temporada de Triatlo,
na posse do título mundial e da liderança do
ranking internacional, Vanessa Fernandes tem um
objectivo claro e uma resposta precisa quando se
lhe pergunta como antevê a passagem por Pequim:
«Vejo um grande momento, correndo bem ou mal,
vejo um grande momento... para Portugal».
Ao longo dos primeiros meses de 2008, Vanessa
Fernandes, Bruno Pais e Duarte Marques, entregues
ao trabalho com Sérgio Santos e António Jourdan,
têm preparado com todo o cuidado a participação
olímpica. Num dos estágios realizados em Rio
Maior, OLIMPO pôde acompanhar o empenho colocado no trabalho, com início às 6h30 da madrugada
na piscina olímpica, percursos cerrados de bicicleta
BMX pelos trilhos da Serra dos Candeeiros e quilómetros de corrida, tudo acompanhado de monitorização e estudos permanentes e circunstanciados.
Nada pode faltar a Vanessa Fernandes para assegurar
que estará à altura do grande desígnio «prometido»
pela constância e fiabilidade dos seus resultados
internacionais.
Para Vanessa Fernandes o ano olímpico só é mais
importante que as épocas correntes que vêm
fazendo a sua carreira porque «tem mais impacto»
e faz as pessoas virarem mais atenções para o desporto. No entanto, assume sempre que a importância
relativa que alcançou dentro da modalidade atrai
mais atenções à sua volta.
«Não devo considerar este objectivo uma responsabilidade acrescida, porque se fosse ligar a tudo
o que ouço todos os dias seria complicado nadar e
pedalar e correr, seria mesmo complicado treinar»,
comenta a atleta olímpica. «Sinto que as pessoas
estão a apostar bastante em mim, embora faça o
possível para que me passe ao lado, focando-me
o mais possível no meu objectivo, mas não posso
esconder que, para mim, este ano é especial. Há
uma certa prova este ano em que quero estar bem,
que é os Jogos Olímpicos de Pequim, onde quero
mostrar alguma coisa».
A fixação nos Jogos acabou por reduzir a actividade
competitiva para este ano, depois de um ano em
que competiu em todas as frentes, ganhando Taças
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
11
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
do Mundo, Campeonatos da Europa e do Mundo, e
também provas de Duatlo ou de Atletismo, como a
Meia-maratona de Lisboa, num corrupio frenético de
competição que chega a assustar quem se limita a
tentar perceber a sua força pela mera observação do
seu corpo franzino.
«Eu gosto de competir, mas nas provas onde sei que
chego e vou “andar”. Hoje, competir por competir,
já não é uma coisa que me satisfaça muito. Este
ano tenho apenas determinadas provas para fazer,
condicionadas ao objectivo principal, que é onde
quero estar bem».
Um dos pontos de dúvida que se coloca, metodicamente, nas previsões da grande prova de Pequim
diz respeito ao confronto com adversárias que nem
sempre aparecem nas Taças do Mundo, havendo um
pronunciado respeito entre umas e outras que limita
a muito poucas competições as que foram disputadas por todas. Nem sequer nos Campeonatos do
Mundo, que Vanessa ganhou pela primeira vez em
2007, elas têm aparecido com a mesma «abertura»
que se espera nos Jogos Olímpicos.
De facto – concorda Vanessa – «não se pode
comparar o Campeonato do Mundo com os Jogos
Olímpicos. O último Mundial, de Hamburgo, foi
uma corrida plana, em que o percurso de bicicleta
não teve nada a ver com o de Pequim. Também os
objectivos dos próprios países e das atletas são
diferentes. Por isso eu nunca comparo um Mundial
com os Jogos. E nunca comparo um resultado de
um campeonato do Mundo a uma prova olímpica.
Os Jogos eu coloco totalmente à parte!»
A atleta portuguesa, oitava nos Jogos de Atenas, tem
a vantagem de conhecer muito bem o percurso e
as condições de Pequim, onde já venceu a Taça do
Mundo três vezes consecutivas nos últimos anos. Ao
12
Janeiro|Fevereiro 2008
Vanessa Fernandes
Preparing a great moment
Six months to go before Beijing, when she prepares to
defend her Triathlon European and World titles, Vanessa
Fernandes assumes a precise objective and knows really
clear what she wants for her second Olympics: «I see a
great moment, for best or for worst, I see a great moment...
to Portugal».
In the first three months of 2008, Vanessa Fernandes and
her teammates Bruno Pais and Duarte Marques worked
hard to prepare themselves to a very challenging year,
supervised by national coaches Sérgio Santos and António
Jourdan. We could testify one of their working sessions in
the Olympic Centre of Rio Maior, where a day work begins
by 6h30 in the morning, in the swimming pool, continuing
through the journey with cycling (first off road and later road
running) and street running.
«I don’t consider this goal as an additional responsibility,
despite all the unconditional confidence that I feel in every
person. I know that everybody expects a lot from me, but I
try not to think of it and stay focused in the main purpose.
However I cannot lie, this year will surely be very special for
me», Vanessa told OLIMPO magazine.
This year, Vanessa will compete less than before, reserving
herself for the big moment. She knows that the Olympic
race is very different of the usual World Cups she’s used
to win because in Beijing everybody will be at their best
– and some of the top athletes avoid to confront themselves
in the regular seasons. Vanessa Fernandes, who was 8th
at her Olympic debut four years ago, before completing
20, had won three times in a row in the Chinese World
Cup, disputing in the same Changping Reservoir where the
Olympic race will take place. She knows every detail very
well, and that’s the reason why the Portuguese Triathlon
delegation will stay apart of the Mission and out of the
Olympic Village.
«At Beijing, it’s not enough to be a good swimmer, or a
good runner, or a good cyclist. You must be very strong in
three legs and nothing can go wrong. It’s a very complicated course, very demanding, but I like it very much: you
have to have legs to run and to pedal, you must have strong
arms to swim – you cannot ‘play’ in the course, you have to
be hundred per cent all the way», Vanessa tells.
compará-lo com o de Atenas, admite as semelhanças e a necessidade de «ser muito forte» nas três
modalidades.
«Em Pequim, não é preciso ser apenas bom nadador
ou apenas bom corredor. É preciso ser muito
forte tanto na natação, como no ciclismo como na
corrida, nada pode falhar. Pequim tem um percurso
bastante complicado, mas do qual eu gosto, por ser
duro e exigir pernas para correr, pernas para pedalar
e braços para nadar. Há competições em que podemos ‘jogar’ um bocadinho com o ciclismo, com a
corrida e com a natação, mas ali não.»
Em relação às adversárias, Vanessa Fernandes
revela uma preocupação que alguns pensam que ela
menospreza – os nomes e o valor das adversárias
principais. Vanessa assegura gostar de saber quem
está presente e quem vai ser mais complicado
defrontar, embora sem deixar que isso altere a sua
atitude perante a prova:
«A minha atitude é sempre a mesma. Quando me atiro
para dentro de água é para dar o litro. Mas há provas
que são bastante diferentes, umas em que acabo
mais folgada, outras que exigem o máximo até ao fim.
E por isso em certas provas o que faz a diferença são
determinadas atletas que lá estão.»
A frequência enorme das competições ainda não
provoca saturação em quem tem tanta vontade de
competir e ganhar. Vanessa explica que só pode
fazer o que faz «por prazer», sem hesitações: «Isto
só se pode fazer por paixão ao desporto, mas ao
longo destes quatro anos cresci, aprendi muito com
vitórias com derrotas, aprendi mais sobre o desporto
e sobre o mundo do desporto e acabei por crescer
também dentro desse próprio mundo. Cada ano,
tenho aprendido qualquer coisa, cada ano tem sido
diferente e até agora estou muito satisfeita com o
que tenho obtido.
E muito do que tem observado ultrapassa os seus
particulares interesses, abrindo-lhe perspectivas sobre o desenvolvimento desportivo do país. Vanessa
Fernandes é, quatro anos depois da revelação em
Atenas, muito mais do que uma grande atleta de
alta competição, ao revelar a atenção que dedica ao
meio onde se movimenta:
«Acho que Portugal ainda pode dar muito ao
desporto e que tem muito para evoluir, mas também
noto que de ano para ano estamos sempre a dar
um salto maior. Tem havido mais motivação e mais
empenho, por parte de muitas pessoas a quererem
melhorar o desporto nacional e acho que todas as
modalidades também têm feito um esforço enorme.
Mas reparo na cultura de outros países, no interesse
que dedicam ao desporto, para concluir que ainda
nos falta implantar essa cultura desportiva, embora
também repare que cada vez mais os portugueses se
interessam cada vez mais em saberem os resultados
dos atletas nacionais e a apoiarem-nos. Tenho notado isso de ano para ano e é gratificante constatar
a evolução».
Triatlo fora da Aldeia Olímpica
Em Pequim, a equipa portuguesa de Triatlo vai dispor de condições especiais, devendo ficar alojada fora da Aldeia Olímpica, muito perto do local da
competição, num «resort» que já conhecem de outras estadias anteriores.
Vanessa Fernandes subscreve a decisão dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Triatlo, nomeadamente o professor Sérgio santos,
que planearam ao minuto e ao milímetro a preparação desta prova.
«Eu também prefiro até ficar um bocado afastada da aldeia olímpica. Acho
que prefiro ficar um bocadinho fora daquele movimento todo dos Jogos,
muito perto do local onde vai decorrer a minha prova, tal como o que eu fiz
nestes anos em que lá fui. Por isso, não iria trocar, nem iria fazer de outra
maneira. Ali as condições são boas, temos tudo o que queremos e estamos afastados do movimento, estamos num sítio mais sossegado.»
E acrescenta: «Gosto sempre de me sentir bem comigo e de saber que na
prova vou estar bem, tendo os meus treinadores e os meus amigos ao
pé. E, claro, ter sempre, ou em Portugal, ou no sítio da prova, a minha família
a apoiar-me, as pessoas que eu sei que estão sempre presentes em
qualquer situação ao meu lado.»
Desta vez, porém, aumenta o tempo de ambientação, de quatro ou cinco
dias para dez dias de concentração absoluta nas águas da barragem de
Shisanling e nas estradas em torno de Changping, 30 quilómetros a norte
do Olympic Green, onde se localizam a Aldeia Olímpica e os principais locais
de competição.
Bruno Pais pensa nos oito primeiros
Bruno Pais é um atleta de topo mundial que em 2007 alcançou sucessivas classificações entre os melhores 12, incluindo o 10.º lugar no Campeonato da Europa, a quem nem sempre tem sido dado o devido
realce, por se encontrar «na sombra» de Vanessa Fernandes. Os Jogos Olímpicos de Pequim podem,
por isso, constituir a grande oportunidade de Bruno Pais se evidenciar, depois de ter assegurado muito
cedo a qualificação olímpica.
«É verdade que já penso muito nos Jogos. Conheço bem o percurso, o que pode ajudar-me bastante se
estiver num dia bom. Sobretudo na corrida, que é muito difícil, dou-me bem com esse tipo de percursos,
pois há atletas que quebram muito e eu consigo recuperar algumas posições», explica Bruno Pais.
O atleta do Fundão tem como objectivo entrar no lote dos oito finalistas ou em último caso terminar
entre os 16 primeiros, como conseguiu em quase todas as competições do ano passado, à excepção
do Campeonato do Mundo, onde foi obrigado a desistir.
A lembrança de Hamburgo ajuda a aumentar a concentração em Pequim: não fazer falsa partida na
Natação, que lhe custou uma penalização «stop and go» de 15 segundos, seguida de um desequilíbrio no
momento de montar a bicicleta e uma avaria no travão que acabou por obrigá-lo a desistir.
«Fiquei muito triste com o que sucedeu, pois tinha as minhas expectativas, mas tive de dar a volta e
encontrar ainda mais força e mais garra para continuar e para fazer uma boa classificação na prova
seguinte, que foi Pequim (12.º)», recorda.
Há um certo fatalismo na relação de Bruno Pais com as grandes competições, pois nunca conseguiu
fazer o Campeonato do Mundo ao nível que prometia e já tinha ficado afastado dos Jogos Olímpicos de
Atenas de 2004 por apenas dois lugares no ranking. «É nessas alturas que temos de lutar».
Duarte Marques, de Rio Maior
Além de Bruno Pais, também Duarte Marques lutará nestes próximos três meses por garantir
o apuramento para Pequim, depois de ter terminado o ano de 2007 numa posição elegível no
ranking olímpico (69.º), graças a um sensacional 5.º lugar na última prova da temporada , a Taça
do Mundo de Eilat, Israel.
«O meu projecto principal neste momento é garantir a qualificação», declara Duarte Marques solenemente. «Se fosse neste momento eu estava qualificado, mas o processo ainda não acabou,
pelo que há que continuar a lutar e treinar e competir ao nível a que estive no ano passado».
Esta necessidade vai obrigá-lo a competir mais do que Vanessa e Bruno: «Estou na ‘corda bamba’,
pelo que tenho de entrar em mais provas para amealhar os pontos que eles já conseguiram».
Se conseguir, Duarta Marques será o 7º atleta de Rio Maior na Missão Olímpica de Portugal,
juntamente com os cinco marchadores (Susana Feitor, Inês Henriques, Vera Santos, João e Sérgio
Vieira), o nadador Pedro Oliveira e, eventualmente, a judoca Yahima Ramirez.
13
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO
DE PEQUIM
Judo feminino enfrenta
último assalto
Qualificação para os Jogos Olímpicos encerra nos Europeus de Lisboa, em Abril,
com três atletas ainda em luta para acompanharem Telma Monteiro a Pequim.
E
m Fevereiro, a selecção feminina começou
a recuperar do trauma da morte do treinador
António Matias e já sob a orientação de Rui
Rosa prepara-se para os duríssimos tempos que a
esperavam, com a sucessão de Taças do Mundo qualificativas para o ranking e para o Europeu de Lisboa,
que vai encerrar o processo de apuramento.
Rui Rosa definiu como objectivo alcançar bons
resultados nas primeiras provas da época, o que foi
conseguido, mas sem atingir os níveis mais elevados,
projectando alcançar a qualificação olímpica para «a
maioria das atletas» nos Campeonatos Europeus de
Lisboa.
«Os objectivos são diferentes, consoante as atletas. A
Telma Monteiro já está qualificada para os Jogos, pelo
que a sua prioridade era o torneio de Paris, a única
prova em que participou. Depois temos o Campeo-
14
Janeiro|Fevereiro 2008
nato da Europa e a seguir a isso temos o grande
objectivo destes últimos quatro anos, que é Pequim e
os Jogos Olímpicos», referiu o treinador
«Para as outras atletas, estamos num período de qualificação. Temos uma atleta bem encaminhada para o
conseguir, a Ana Hormigo, embora reconhecendo que
é muito difícil na parte feminina, mais do que no sector masculino. E temos mais três que, se conseguissem fazer um bom resultado, ou dois bons resultados,
antes do campeonato da Europa, também teriam uma
boa perspectiva de se apurar para Pequim».
No estágio com brasileiras e espanholas participaram
as outras atletas internacionais, como a jovem Leandra
Freitas (48 kg), campeã europeia de juniores e um
valor seguro para os Jogos de Londres de 2012, ou
a veterana Andreia Cavalleri (63 kg), que veio a obter
um 9.º lugar na Taça do Mundo de Varsóvia e ainda
aspira a uma participação condigna nos Europeus.
Foco em Telma
No entanto, as atenções do Judo feminino português
e de Rui Rosa em particular assentam em Telma
Monteiro, graças à possibilidade fortíssima de se
classificar no pódio dos Jogos Olímpicos e conquistar
a segunda medalha do Judo nacional. No estágio da
selecção, contudo, Telma não goza de preferências.
«No estágio, os treinos são iguais, não há treino
diferenciado para cada uma delas. Os treinos são organizados no sentido de toda a equipa nacional poder
treinar e tirar partido dos treinos que nós fazemos
aqui», explica o treinador nacional. «No dia-a-dia é
que os treinos são diferenciados, porque as categorias
e o tipo de judo de cada uma são diferentes, e tem de
ser planeado um trabalho para cada uma».
Telma assume medalha
medalha em Pequim. Claro que no dia da prova há
muitos factores que podem condicionar e podem
impedir que eu a alcance, mas esse é o meu sonho...
tirar uma medalha.»
Três atletas ainda na luta
São três as judocas integradas no projecto Pequim
2008 do C.O.P que ainda sonham com a presença
nos Jogos Olímpicos.
Presentemente no Nível 2, Ana Hormigo (48 kg) é a
candidata em melhores condições para acompanhar
Telma Monteiro a Pequim, depois de ter alcançado
também os melhores resultados nas Taças do Mundo
disputadas, com realce para o 3.º lugar de Sófia, a
que seguiram três classificações seguidas na 7.ª posição, que não lhe permitiram subir no ranking, mas
mantiveram-na na luta por uma das cinco posições de
apuramento.
In February, the Portuguese Women Judo Team began a
slow recovering from the huge trauma of their coach António Matias sudden death, after a regular evening training
on January 3rd. Under the coaching of late Matias friend
Rui Rosa, also former Olympic athlete and coach, Telma
Monteiro and friends start pushing forces to the definition
times that will end on middle April at the Lisbon European
Championships.
A few places in Beijing are still open, but the results of
this year’s World Cup were not as encouraging as they
expected. Rui Rosa aims to qualify Ana Hormigo (48 kg),
who’s under the five places to go, but he’s aware that the
women competition is tighter than the men’s, because the
masculine competition has nine places open to European
athletes. Two of the Portuguese, João Pina and João Neto,
will definitely accompany Telma Monteiro, as they already
did in Athens-2004, where both classified seventh.
Besides Hormigo, also in contention are Ana Catarina
Cachola (70 kg) and Yahima Ramirez (77 kg), who’s last
chance of qualification depends of a superb performance
in Lisbon’s championships
Anyway, most of Rui Rosa’s attention will be devoted to
Monteiro’s goal of getting a medal in Beijing: «Through
my coaching career I had the privilege of working with
great male athletes, like Sydney bronze medallist Nuno
Delgado, and now, due to an unfortunate situation, I’m living it again with the girls». Telma Monteiro, who finished
second in last year’s World Championships, beaten by
a Chinese athlete in Rio de Janeiro’s final, says that all
the results she got in the past two years gave her great
confidence of being close to «get a medal» in Beijing.
«Many things can happen that day, but that’s my dream,
to get a medal», she announces.
FOTO: IMAPRESS/CARLOS MATOS.
Embora com objectivos diferentes das colegas de
selecção, Telma Monteiro tem integrado os estágios
de preparação e chegou a participar no torneio SuperA de Paris, onde se classificou na 3.ª posição, a única
prova internacional que disputou entre o Mundial do
Rio de Janeiro e os Europeus de Lisboa.
«Tivemos o privilégio de treinar em Lisboa com as
selecções do Brasil e de Espanha e os treinos correram muito bem, com qualidade. Com os estágios a
este nível, continuo a alimentar o sonho de tirar uma
Women Judo faces decisions
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
Rui Rosa conhece bem Telma Monteiro, embora na
sua passagem anterior pela equipa técnica nacional
estivesse mais ligado ao sector masculino, que
orientou nos Jogos Olímpicos anteriores, pertencendo
ao amigo António Matias a orientação da equipa
feminina.
«O Judo da Telma é muito espontâneo», considera
Rui Rosa. «Eu já conheço a Telma há vários anos,
pois estivemos a trabalhar em conjunto antes dos
Jogos de Atenas. Nessa altura estava com a equipa
masculina e fiquei particularmente surpreendido com
as capacidades dela, com aquela idade, estar naquela
posição. Hoje, é uma atleta muito mais madura e tem
capacidades fora do normal.»
O treinador escolhido de acordo com as atletas para
prosseguir o trabalho de Matias, até Pequim, considera um privilégio poder treinar esta atleta e ambicionar
um resultado de relevo nos Jogos Olímpicos. «Ao
longo da carreira que tenho tido como treinador, tenho
tido o privilégio de trabalhar com grandes atletas,
primeiro com os rapazes, incluindo o Nuno Delgado,
e agora estou a vivê-lo com as raparigas».
Morreu António Matias: treinador e atleta olímpico
António Matias, seleccionador de judo feminino e antigo atleta olímpico, faleceu subitamente a
3 de Janeiro, depois de um treino das selecções nacionais na sala da Federação, na Lapa, em
Lisboa, deixando bem mais pobre a família olímpica portuguesa. Tinha 43 anos.
António Matias foi encontrado inanimado no balneário, pouco depois de abandonar um treino,
que dirigiu juntamente com o medalhado Nuno Delgado, no qual participavam a vice-campeã
mundial de -52 kg, Telma Monteiro, e a sua irmã Ana.
O seleccionador nacional ter-se-á recolhido aos balneários queixando-se de dores de cabeça.
No local, foram ainda feitas várias tentativas de reanimação, inclusivamente pelos profissionais do INEM, durante cerca de 20 minutos.
António Matias, antigo praticante de judo, era o seleccionador feminino da modalidade desde
1996.
Como atleta participou nos Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992, na categoria de 78 kg.
Como treinador, englobou as Missões aos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e de Atenas
2004, e era o responsável pela preparação de Telma Monteiro para os Jogos de Pequim.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, apresentou pessoalmente
condolências ao presidente da Federação Portuguesa de Judo, António Aleixo, e participou no
funeral realizado em Sintra. A bandeira do C.O.P. esteve içada a meia-haste naqueles dias de
luto.
15
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
«A minha maior dificuldade é controlar o peso, mas
estamos a treinar bem», reconhece Ana Hormigo. «O
treino realizado na pré-época também foi muito bom.
E agora é só estar bem concentrada para as provas,
para conseguir o apuramento. Estou em quarto
no ranking europeu olímpico, mas só vão cinco a
Pequim. Já estive em terceiro, baixei para quatro, mas
aumentei a diferença entre os lugares que não estão
qualificados, portanto, está tudo bem encaminhado.»
Também Yahima Ramirez (78 kg), atleta de origem
cubana que está no Projecto Pequim desde Outubro
do ano passado (Nível 3), ainda prepara o Europeu
de Lisboa com os olhos postos em Pequim: «O meu
empenho tem sido máximo, porque o que mais desejo é a qualificação para os Jogos Olímpicos, a única
maneira de poder satisfazer o sonho de ganhar uma
medalha olímpica. Vou-me esforçar ao máximo».
Ana Catarina Cachola (70 kg) está na mesma linha
de Yahima Ramirez, tendo sido também integrada
no Nível 3 do Projecto no último trimestre do ano
passado, mas os resultados nas Taças do Mundo não
foram tão satisfatórios, deixando-a um pouco mais
longe do objectivo, encarado como normal após o
excelente trajecto internacional dos últimos anos. O
estágio com as atletas brasileiras e espanholas foi
dedicado a melhorar as técnicas, em que se sentia
falhar, e também a táctica para superar o seu handicap: «As minhas adversárias são todas muito maiores
do que eu, e tenho de tentar arranjar uma estratégia,
para poder eu, dominar o combate, em vez de, elas
estarem sempre a dominar-me».
16
Janeiro|Fevereiro 2008
RANKING*
Sofia
Paris
Budapeste
Hamburgo
Varsóvia
Ana Hormigo
Ana Cachola
Yahima Ramirez
48kg
70 kg
77 kg
7 (5)
3.ª
9.ª
7.ª
7.ª
7.ª
20 (11)
elim.ª 1
14 (10)
elim.ª 1
elim.ª 1
elim.ª 2
elim.ª 1
7.ª
9.ª
elim.ª 2
*Ranking de qualificação entre parêntesis, com apenas 5 lugares em aberto para disputar nos Europeus de Lisboa.
A CAMINHO DE PEQUIM
Hoppe com esperança máxima
Canoagem portuguesa aponta com optimismo para a participação de sete atletas em Pequim, mas a
qualificação joga-se numa única prova, os Europeus de Milão, em meados de Maio.
E
m Maio, em Milão, a Canoagem portuguesa
vai disputar a última via de acesso aos Jogos
Olímpicos de Pequim, com objectivos elevados. O treinador polaco Ryszard Hoppe que no início
do seu mandato, em 2005, tinha prometido qualificar
entre um a sete atletas para Pequim sente-se à beira
da proeza máxima: «Temos três barcos, duas tripulações mais o K1, que demonstraram durante o ano
passado, no Campeonato da Europa e no Campeonato do Mundo que estamos ao nível mundial. Em K4
femininos fomos a todas as finais A em duas taças
do Mundo, Europeu e Mundial, e em K2 masculinos
fomos a duas finais A. Só não tivemos um pouco de
sorte...»
Hoppe não aceita encarar um eventual fracasso nos
18
Janeiro|Fevereiro 2008
Europeus de Milão: «Não quero pensar nisso, porque
quando comecei o meu trabalho aqui o objectivo
foram sempre os Jogos Olímpicos. Por isso, não
quero pensar que não vamos a Pequim. Vamos de
certeza, mas não sei com quanto atletas. Podemos ir
com três, cinco ou com a equipa completa. Vamos
porque essa é a forma de assegurar o futuro para a
canoagem em Portugal.»
O seleccionador considera que a dupla masculina
estará mais forte este ano, uma vez que na temporada
de 2007 Leonel Correia esteve lesionado e não se
apresentou a cem por cento nos Mundiais. Com
menos preparação do que têm este ano, conseguiram
resultados que o treinador considera excelentes.
Mas a qualificação vai ser muito complicada. Ryszard
Hoppe explica o que espera os barcos portugueses
nos Europeus de Milão:
 Em K4 femininos há apenas um lugar em aberto e
cinco concorrentes em igualdade de circunstâncias:
Portugal, Rússia, Sérvia, Roménia, Ucrânia. Hoppe
recorda que em 2007 as portuguesas derrotaram
todas estas adversárias.
 Em K2, Leonel Correia e Pedro Santos estão a um
nível mais elevado e, segundo o treinador, «têm mais
chance».
 Em K1, as hipóteses de Emanuel Silva estão todas
em aberto
 Ryszard Hoppe também prepara a participação de
um K2 feminino, mas ainda não definiu quais das
quatro atletas do K4 ganharão essa vaga.
No balanço de três anos de trabalho com a selecção
de Portugal, Ryszard Hoppe assinala as enormes
mudanças de condições de trabalho, em simultâneo
com a renovação da estrutura dirigente da Federação.
«Muita coisa mudou nestes anos, com a criação do
Centro de Estágio de Montemor-o-Velho, a possibilidade de realizar estágios frequentes em Milfontes,
etc. Tive a sorte de chegar aqui quando começou
a trabalhar a nova direcção, um novo presidente
(Mário Santos) e um vice-presidente (João Garcia)
que conheço bem, pessoas muito importantes para
o desporto profissional, e hoje Portugal tem atletas
quase cem por cento profissionais».
Hoppe realça que o nível da Canoagem portuguesa
subiu em todos os escalões, desde os triunfos no
festival Olímpico da Juventude Europeia de 2005 ao
título de campeão europeu de juniores de Fernando
Pimenta em 2007, sem esquecer os bons resultados
da equipa feminina, também nos campeonatos
de sub-23. O problema - diz Hoppe - é a falta de
treinadores e de tradição, mas adianta uma promessa
de risco:
«Nos Jogos Olímpicos de 2012 vamos participar
com uma equipa completa de homens e damas.
Já temos material humano para trabalhar esse
objectivo».
Quando se lhe pergunta o que aconteceu para, de repente, Portugal virar potência da Canoagem europeia,
Ryszard Hoppe responde com simplicidade: «Atletas
há em todo o mundo, alguns campeões são altos,
outros baixos, o que faz a diferença é a organização
para trabalhar, o sistema de funcionamento da
estrutura. E o que fizemos foi mudar a mentalidade
dos atletas. Hoje eles sabem que sem trabalho não
há resultados».
Com esta mudança, os atletas portugueses começaram a ser vistos de forma diferente no estrangeiro. O
seleccionador realça, a propósito: «Ninguém sabia
que Portugal tinha K4 feminino, mas participámos
em 11 provas e fomos a 11 finais A. Isto demonstra
que o problema não é das pessoas em termos de
características físicas, o problema é a forma como
se trabalha. Estas raparigas estão empenhadas
desde que cheguei aqui com o meu planeamento, o
meu trabalho, e juntos estão a demonstrar que nós,
portugueses, não somos diferentes de outros atletas
no Mundo.»
PRIMEIRO, O EUROPEU
Este ano, o trabalho dos canoistas mundiais é um
bocado atípico. São praticamente cinco meses de
trabalho contínuo, sem provas intermédias, e uma
finalíssima, em Milão, a partir de 15 de Março, para
discutir as últimas, muito poucas vagas, em aberto
nos Jogos Olímpicos de Pequim.
No Verão passado, quer a equipa feminina de K-4
quer a dupla de K-2 masculino ficaram pertíssimo
do apuramento nos Mundiais de Duisburgo. Já
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
MUDANÇA RADICAL
Leonel Correia e Pedro Santos (K2)
Emanuel Silva, cuja preparação para os segundos
Jogos Olímpicos decorre sob a responsabilidade de
José Sousa, à parte do seleccionador Ryszard Hoppe,
ficou um pouco mais distante nas provas de K-1, ao
não conseguir disputar as finais que garantem os
lugares para Pequim.
Leonel Correia, o mais experiente do grupo que tem
passado semanas em estágios no Rio Mira, treinando
com selecções de outros países que escolhem o
bom clima de Portugal para a preparação de Inverno,
diz que tentam afastar os Jogos do seu pensamento, para que o objectivo não se torne obsessivo:
«Pensamos mais no Europeu, que é a primeira prova
que temos pela frente, em Maio. É lá que se apuram
dois a três barcos no nosso caso, e temos que estar
essencialmente preparados nessa prova. Não adianta
pensar muito nos Jogos se não conseguirmos a
qualificação em Milão! Mas é claro que os Jogos
vêm muitas vezes à ideia, embora não de uma forma
obsessiva».
A GRANDE DECEPÇÃO
Leonel Correia e Pedro Santos passaram o Inverno a
«digerir» a decepção do Mundial do ano passado,
em que perderam a qualificação para Pequim por
milésimas de segundo: «Foi um bocado desagradável, atendendo à época muito esforçada que
realizámos e que nos permitiu chegar a duas finais.
Tivemos duas oportunidades e por isso ficámos um
bocado desiludidos», lamenta Leonel Correia, sem
destacar que apesar de tudo foi a melhor época de
sempre, a prometer melhores resultados no futuro.
Pedro Santos recorda a corrida fatídica, na final dos
500 metros: «Começámos por sair tarde, atrasámonos na largada, depois tentámos recuperar e essa
recuperação, no fim, custou-nos caro». A prova
– prossegue Leonel Correia - «teve três fases: o
momento da saída onde nos apercebemos que
saímos um bocadinho tarde e perdemos logo aí meia
pista, a recuperação sem termos bem a noção, mas
vendo através dos ecrãs que passámos em segundo
ou terceiro a 200 metros, e depois, por não ter havido
controlo de esforço no meio da corrida, uma parte
final um bocado penosa».
Tudo se jogou nos últimos metros e o colapso foi de
tal forma que o último metro foi realizado com as pás
dentro de água, a travar o andamento – o que pode
ter sido decisivo para a classificação: «Mais uma ou
duas pagaiadas e o problema estava conseguido,
mas agora há que pensar no futuro…»
Ambos admitem que custou bastante a superar a
desilusão, mas demonstram uma enorme vontade de
alcançar o objectivo dos Jogos na segunda hipótese
em aberto, este ano, não obstante as dificuldades.
«Acho que vai ser mais difícil que o mundial, atendendo às vagas, que são muito reduzidas», explica
19
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
HELENA RODRIGUES
JOANA SOUSA
TERESA PORTELA
 23 anos
 K-4 - Voga
 Estudante de Medicina (Bacharel em Fisioterapia)
 Clube Naval do Funchal
 9.º lugar no Campeonato da Europa
Atleta madeirense, onde se estreou na modalidade,
vencendo as dificuldades do treino no mar e beneficiando de
um grande apoio oficial da Região à alta competição. A sua
juventude recomendava-a particularmente para os Jogos
de 2012.
 24 anos
 K-4 - Posição 2
 Estudante de Ciências do Desporto (F.D.U.P.)
 Clube Náutico de Crestuma
 9.º lugar no Campeonato da Europa
A voz da força de vontade e da motivação, que traduz da
frustração da não qualificação no Mundial de 2007 a razão
para encarar as últimas hipóteses de apuramento olímpico
com todo o optimismo. Fez equipa com Teresa Portela nos
Mundiais de 2006 em K2 (16.º lugar)
 20 anos
 K-4 - Posição 3
 Estudante do 2.º ano de Fisioterapia (E.S.Saúde de
Coimbra)
 Clube GCDR Gemeses
 4.º lugar no Campeonato do Mundo de Juniores
A mais jovem da equipa olímpica, mas uma força da natureza com um grande talento para a modalidade, tendo ficado
à beira das medalhas no Mundial de Juniores de 2005, na
Hungria, e no Europeu de Sub-23.
Leonel Correia. «Ainda há muito barcos, talvez seis
a oito barcos com possibilidades, para apenas três
vagas, o que vai requerer grande concentração e um
bocado de sorte, também».
Do ponto de vista táctico, o que mais complica a
vida aos portugueses não é a concorrência com os
outros países ainda não apurados, mas o facto de na
prova também participarem os barcos já qualificados
pode influir bastante nas classificações das meiasfinais e impedir os candidatos de se apurarem para
as finais. Quem conseguir esse apuramento (apenas
dois barcos em cada meia-final) estará quase automaticamente qualificado para os Jogos de Pequim.
Os principais adversários são os italianos, os
franceses, sobretudo nos 500 metros, mas também
os israelitas, os espanhóis e os russos.
«Na canoagem actual já não há aqueles países
totalitários em termos de performance nas regatas.
Actualmente todos trabalham bem, seguem idêntica
metodologia, bem como o meio envolvendo os
atletas. Já não há tanta diferença e isso reflecte-se
nos resultados. De mundial para mundial há sempre
muitas alterações em termos de finalistas.
defrontar selecções muito fortes, como a Espanha, a
Roménia, a Suécia, que estão na luta por esse lugar,
por essa vaga, que é única. Mas temos convicção de
que conseguiremos o grande objectivo, um grande
sonho de disputar uns Jogos Olímpicos».
A equipa já está formada. Helena Rodrigues à frente,
Joana Sousa a seguir, Teresa Portela em terceiro
lugar e Beatriz Gomes à ré. «Experimentámos de
várias maneiras e esta foi a melhor opção. Sentimonos bem e o seleccionador achou que era a melhor
embarcação».
O processo ao longo dos primeiros meses do ano
é de treino intenso, com estágios sucessivos em
Milfontes e em Montemor-o-Velho, desenvolvendo o
trabalho de tripulação para debelar eventuais problemas de equilíbrio de um barco com quatro pessoas,
que precisa de «respirar» como se fosse apenas um.
«Mesmo em situações mais adversas, teremos de ser
20
Janeiro|Fevereiro 2008
APENAS UMA VAGA
As atletas portuguesas têm conhecimento perfeito
das adversárias e das dificuldades que as esperam
em Milão, em Maio. «Sabemos que há cerca de seis
sete adversárias em k4, países fortes que estão a lutar
para o apuramento, assim como nós, e só há uma
vaga... e não vai ser fácil, há-de ser muito complicado, mas esperemos ser nós a conseguirmos essa
vaga que falta», diz Helena Rodrigues.
«Nós estamos todas muito perto e podemos ganhar
por um milésimo de segundo ou perder por um milésimo de segundo», assinala Joana Sousa. «Vamos
BEATRIZ GOMES
 28 anos
 K-4 - Posição 4
 Licenciada a realizar Mestrado em Ciências do Desporto/
Docente estagiária da FCDEF Coimbra
 Clube Os Castores do Arade
 14.º lugar no Campeonato da Europa
A mais experiente do grupo, depois de ter falhado por pouco
a qualificação para os Jogos de Atenas, com uma carreira de
bom nível na especialidade de Maratonas (Campeã Europeia
em 2005 e 3.ª no Mundial em 2006).
LEONEL CORREIA
 30 anos
 K-2
 Licenciado em Educação Física (ISMAI)
 Clube Nautico do Prado
 6.º lugar no Campeonato do Mundo (2006)
PEDRO SANTOS
 23 anos
 K-2
 Estudante de Ciências do Desporto (FCDEF Coimbra)
 Clube ACR Saavedra Guedes
 7.º lugar no Campeonato do Mundo (2006)
Juntos têm realizado uma carreira excepcional com grandes resultados internacionais, desde 2005. Em K-2 1000 foram 12.ºs
nos Mundiais de Zagreb-2005 e 9.ºs em Duisburgo-2007. Em 500 metros foram ainda melhores: 10.ºs em Szeged-2006 e 7.ºs
em Duisburgo-2007.
Hoppe has maximum
hope on Canoeing
e somos capazes de as ultrapassar, porque temos a
possibilidade de treinar tanto em condições de água
lisa como em condições difíceis de vento e de ondulação. Temos de estar lá preparadas para qualquer
situação», assegura Beatriz Gomes, uma atleta com
muita experiência nas mais complicadas situações,
nomeadamente as provas de Maratonas.
«A minha experiência nas Maratonas ajuda à forma
de estar nas regatas de pistas. Treinamos para
que a prova decorra num determinado ritmo, que
treinamos habitualmente, que desejamos aplicar na
prova, embora possam existir oscilações imprevistas. Com adversárias por perto, a táctica de prova é
fundamental, mas como as diferenças são ínfimas,
pode dar-se o caso de fazer alguma alteração no
momento, mas o nosso objectivo é cumprir o plano
estabelecido, independentemente da prova das
adversárias».
Os Atletas da Federação
Portuguesa de Canoagem
treinam arduamente todos
os meses durante estágios
de três semanas em Vila
Nova de Milfontes, no Rio
Mira, e também no Centro de
Preparação de Montemor-oVelho. Em Milfontes, para lá
das excepcionais condições do
Rio Mira, há muito conhecidas
do luso-polaco Ryszard Hoppe,
os canoístas dispõem de num
bom ginásio, onde Beatriz
Gomes e Joana Sousa (na foto
da esq.ª) trabalham duro.
Canoeing national coach of Portugal is the Polish Ryszard Hoppe, whose
family name combines perfectly with his permanent confidence of great
results. When he arrived in Lisbon to take charge he promised to qualify one to
seven athletes to Beijing Games, a kind of goal too optimistic considering the
problematic years that the sport went through the previous years. Now he’s on
the edge of success: «He got three boats, two crews and the K1 Emanuel Silva,
very near the qualification, having shown in last year’s European and World
Championships that we are reaching the international level. In women’s K4 we
arrived every final A in two successive world cups, in the European and in the
World’s, and in Men’s K2 we also reached two finals. We only missed a little
bit of luck...»
Next May those seven athletes will face the final chance of qualification to Beijing, the European Championships in Milan, Italy, but there are only one (K4)
or two (K2) spots available and a big lot of contenders. But Mr. Hoppe never
gives up his strong hopes of full success – which will also permit to enter a
women’s K2 team in the Olympics, selecting two of the four girls.
In 2007, they lost the qualification by an inch and that’s why they were obliged
to train so hard during the first months, under the very fine weather conditions
of the Southern Coast of Portugal, where other foreign teams also spend some
months working out. Hoppe knew very well those exceptional conditions a long
time ago, since he was the Polish national coach and spent long stays on the
Mira River aside, preparing his athletes, and though that it would be «easy» to
build a competitive team also in Portugal.
«There are athletes all over the world, some of the champions are tall, others
are short, but what makes the difference is the ability to work and the structure
functioning system. He just focused in changing the athletes’ attitude. Nowadays they know that there are no results without work».
Ryszard Hoppe is very proud of his little team and of the recognition they’ve
been collecting last year in every competition they entered. «Nobody knew that
Portugal had a women’s K4 but we entered eleven competitions and disputed
eleven final A. This shows us that the problem is not the physical characteristics but the way of shaping it. These girls are very determined since I’ve arrived
with my planning chart and my work and all together we’re showing that we,
Portuguese, are not different from the others athletes of the world».
21
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
Manuel Vieira
da Silva
Regresso
com pontaria
M
anuel Vieira da Silva, da Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, foi o
segundo atleta português a garantir a qualificação para os Jogos Olímpicos, exactamente há
dois anos, ao classificar-se em 2.º lugar na Taça do
Mundo de Qingyuan, na China. Antes dele, só João
Costa, também do tiro de stand, tinha já conquistado
um lugar para Portugal.
Ao longo de mais de dois anos, o atirador portuense
pôde mentalizar-se e preparar-se tranquilamente para
o seu regresso aos Jogos Olímpicos, depois de um
início de carreira fulgurante, mas que acabou por ser
interrompido pela desilusão de ter ficado fora dos
Jogos de Sydney, de 2000.
Manuel Vieira da Silva esteve entre os melhores
classificados portugueses nos Jogos de Barcelona
de 1992 e de Atlanta de 1996, onde terminou
respectivamente na 11.ª e na 7.ª posição da prova
de Trap. Em ambas as vezes foi o melhor atirador
nacional, não obstante a sua juventude.
Mas depois de ter alcançado também o apuramento
para Sydney, havendo mais de dois atletas portugueses
com qualificação, acabou por ser preterido na selecção
final, a favor de João Rebelo e Custódio Ezequiel . Tal
como confessa actualmente, essa decisão provocoulhe enorme decepção e um prematuro abandono da
modalidade, com apenas 28 anos de idade.
22
Janeiro|Fevereiro 2008
MANUEL VIEIRA DA SILVA
BARCELONA -92
ATLANTA-96
11.º
7.º
193 pratos
172 pratos
Nos últimos anos foi retomando a actividade desportiva e a influência familiar, nomeadamente o desejo
de um filho em voltar a vê-lo entre a elite mundial e
olímpica, convenceu-o a regressar às competições e
a entrar na disputadíssima corrida por um lugar em
Pequim. Foi dos primeiros a garantir a qualificação,
para o país, ficando desde logo a conhecer as
vicissitudes de uma competição na China, onde vai
regressar já no começo de Abril, para disputar a Taça
do Mundo de Pequim, a prova-teste das instalações
de tiro, em instalações que até ao momento ainda
não foi possível conhecer.
A Taça do Mundo de Pequim disputa-se a 10 de
Abril, precisamente dois anos depois de ter alcançado na prova de Qingyuan 145 pontos (de um total
de 150), sendo batido apenas pelo italiano Fabrizzi
(147 pontos). Depois de Pequim, Manuel Vieira da
Silva segue para os Estados Unidos, para disputar
a Taça do Mundo de Kerrville, no início de Maio,
prova onde alcançou o 6.º lugar em 2006. O atirador
português será acompanhado por José Bruno Faria,
que fez parte do Projecto Olímpico do C.O.P., após
ter sido 2.º classificado no Europeu de 2006, na
Eslovénia, e pelo jovem João Paulo Azevedo, que
também englobou o Projecto Esperanças Olímpicas
2012.
Azevedo (35.º) e Faria (36.º) são os portugueses
melhor colocados no ranking mundial e pela sua
juventude garantem a continuidade e renovação
deste desporto a nível nacional, não obstante as restrições ambientais que vêm limitando os locais de
competição, em particular na zona de Lisboa, desde
o encerramento das instalações do Clube Português
de Tiro a Chumbo, em Monsanto.
A Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça
tem boas tradições olímpicas, tendo alcançado
por Armando Marques, em Montreal-76 a primeira
medalha (de prata) individual para Portugal. Desde
então, participou regularmente nos Jogos Olímpicos,
com atletas de bom nível mundial, que, no entanto,
não conseguiram voltar aos primeiros lugares nos
Jogos.
Actualmente, existem em Portugal mais de uma
dezena de atiradores com nível internacional, mas
mais nenhum logrou alcançar os mínimos para
Pequim até ao fecho da fase de qualificação para os
países europeus.
Profissional do ramo imobiliário residente no Porto,
Manuel Vieira da Silva dedica muito tempo à modalidade, que pratica pelo Clube Industrial de Pevidém.
Manuel Silva
Sharp comeback
Trap shooter Manuel Vieira da Silva is coming back to the Olympics, twelve years
after his last appearance at Atlanta-96, where he was a finalist. He was the second
Portuguese athlete to guarantee the qualification, which he got more than two years
before the Beijing Games, when he finished second in the Qingyuan World Cup,
coincidentally in China.
Along this waiting time the Oporto shooter could prepare calmly for the most desired
comeback, returning to a very promising career which he almost dropped after
the deception of staying out of the final team for the Sydney Olympics, despite he
obtained the spot for the country.
He was one the best Portuguese in Barcelona-92 and in Atlanta-96, finishing 11th
and seventh. He was very young though and was looking forward a career such a
great career as that one of Armando Marques, the silver medal in the Montreal-76
Games.
After quitting the sport for while, he slowly began to compete and was encouraged
by his young son to try to qualify again to the Olympics, something that he really
achieved with such competency.
In April 10 he’s returning to China to compete in the Olympic venue of Beijing at the
last test event for this sport, his first international competition of the year.
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PORTUGUESES NOS JOGOS
1960 Roma
1960 Roma
1964 Tóquio
1972
1976
1984
1988
1992
1996
2000
2004
Guy de Valle Flor
Guy de Valle Flor
Armando Marques
Guy de Valle Flor
Munique
Armando Marques
Montreal Armando Marques
Los Angeles José Casquilho Faria
João Rebelo
Seul
João Rebelo
Hélder Cavaco
Barcelona Manuel Vieira da Silva
António Palminha
João Rebelo
Atlanta
Manuel Vieira da Silva
João Rebelo
Sydney
Custódio Ezequiel
João Rebelo
Atenas
Custódio Ezequiel
15.º
15.º
18.º
28.º
19.º
2.º PRATA
28.º
54.º
18.º
37.º
11.º
11.º
16.º
7.º
13.º
18.º
26.º
21.º
180 (200)
180 (200)
188
186
187
189
179
168
190
139
193
193
191
172 (175)
120
120
108
115
Parceiro Criativo
FOTO: CARLOS ALBERTO MATOS
A CAMINHO DE PEQUIM
Um sonho com medalhas
D
iogo Carvalho (na foto) e Pedro Oliveira, atletas do Projecto Pequim 2008 já qualificados
para os Jogos Olímpicos de 2008, conquistaram medalhas de bronze no evento de teste à nova
Piscina Olímpica de Pequim, o Good Luck Beijing
2008 Swimming China Open, imitando o que já
tinha sido alcançado por Simão Morgado na abertura
da competição. A conquista de medalhas olímpicas
por parte da Natação portuguesa é um sonho quase
impossível, mas estes atletas estiveram o mais perto
possível da realidade, embora numa simulação.
Simão Morgado foi o primeiro a viver a gratificante
experiência de conquistar uma medalha no magnífico cenário olímpico de Pequim, tendo ficado muito
perto da marca de qualificação para os terceiros
Jogos Olímpicos, ao conseguir 54,29 segundos na
final dos 100 metros mariposa, depois de ter alcançado 53,99 segundos nas eliminatórias. Na final,
Simão foi batido apenas por dois chineses.
Diogo Carvalho foi 3.º nos 200 metros Estilos, com
a marca de 2.02,69 minutos, a apenas 28 centésimos de segundo do seu próprio recorde nacional
e Pedro Oliveira conquistou igualmente a medalha
de bronze nos 200 metros costas, com o tempo de
2.03,40 minutos.
Outro atleta qualificado para os Jogos de Pequim,
Carlos Almeida, alcançou o 5.º lugar nos 200 metros
Estilos (2.04,84 minutos) e nos 400 Estilos (4.29,51
m.), enquanto Sara Oliveira foi 8.ª nos 100 metros
Mariposa, com 1.01,58 minutos, e a e a estafeta
de 4x100 metros estilos (Pedro Oliveira, Carlos
Almeida, Simão Morgado e Alexandre Agostinho)
24
Janeiro|Fevereiro 2008
alcançou o 4.º lugar, com 3.47,54 minutos, novo
recorde nacional sénior.
Simulação olímpica
O lado extraordinário desta experiência no ambiente
olímpico foi a subida ao pódio, que decorreu segundo os rituais olímpicos, numa altura em que o
Comité Organizador procede aos testes para que
tudo corra na perfeição em Agosto.
“A organização seguiu o mesmo protocolo que vai
ser utilizado nos Jogos Olímpicos e houve o hastear
das bandeiras, o hino do vencedor, a volta de honra
com o público a aplaudir…”, descreveu o atleta, de
28 anos, que participou nos Jogos de Sydney e de
Atenas, sem ter conseguido alcançar qualquer final.
Sabendo-se da dificuldade extrema no acesso a uma
final nesta modalidade, a inauguração do já famoso
Cubo de Água de Pequim constituiu um momento
inolvidável para a Natação portuguesa e para os
atletas envolvidos.
Diogo Carvalho qualificou o complexo de piscinas
de «estrondoso» e «incomparável» e considerou
muito importante o reconhecimento do local, para
facilitar a sua estreia olímpica: «Já conheço a piscina, os balneários, a forma de circular no Complexo
e também pode ajudar na adaptação à comida”,
considera o nadador do Galitos de Aveiro, que notou
excesso de rigor na organização. «Talvez pudessem
ser menos rígidos. Por exemplo, na câmara de
chamada, se nos chegamos um centímetro para o
lado, vinha logo um elemento da organização ter
connosco.»
Swim dream
with medals
Three of the Portuguese best swimmers lived an unexpected experience at the Good Luck Beijing Swimming Test
Event when they managed to classify in podium positions,
collecting three bronze medals which were delivered by the
Olympic protocol. The participation at the swimming test
event organized to celebrate the opening of the Olympic
Aquatics Centre named The Water Cube.
«The organizing committee followed the same protocol
of the Games, the flags were raised, the anthem of the
winner’s country was played, the tour of honour under the
applause of the public... it was just like the Olympics»,
veteran Simão Morgado described. He took part of the
Games in Sydney and in Athens and prepares to participate
in Beijing as well, but he knows that he could not receive a
real Olympic medal. That’s why these moments of glory at
the Beijing test-event was so significant for Morgado and
also for youngsters Diogo Carvalho and Pedro Oliveira, who
also will swim again in the Water Cube in August Games.
Diogo Carvalho was amazed by the brand new «incomparable» and «stunning» swimming pool complex and was glad
for having the opportunity of previous identification of the
competition venue.
A CAMINHO DE PEQUIM
Videira globetrotter
Joaquim Videira, que considera a Esgrima o «Xadrez à velocidade da Luz», personificou neste ano
o máximo do esforço e de concentração no objectivo da qualificação olímpica, submetendo-se à via
dolorosa de autêntico globetrotter em busca dos pontos dos seus sonhos.
FOTOS: IMAPRESS/CARLOS MATOS.
F
26
Janeiro|Fevereiro 2008
oram dois meses e meio de grande tensão e
desgaste, que acabaram da melhor maneira,
tendo agora o vice-campeão mundial de
Espada o tempo necessário para se preparar para a
grande competição em Pequim.
O percurso teve o seu momento de compensação
com a Taça do Mundo de Lisboa, que lhe permitiu
somar pontos sem o desgaste das viagens, mas
constituiu uma grande aventura, vivida a dois na
companhia do treinador e amigo de sempre, o Mestre de Armas Hélder Alves, que realizou um trabalho
notável debaixo do apoio do Projecto Pequim 2008
e apesar das grandes dificuldades financeiras da
própria Federação Portuguesa de Esgrima.
Quando faltavam ainda cinco provas, Videira assegurava estar no bom caminho, apesar das ameaças de
poderosos adversários, de vir a manter-se no ranking
entre os cinco atiradores com direito a qualificação.
«Eu nunca faço planos de resultados, mas o nosso
trabalho tem qualidade. Já o provámos e estou
confiante que vamos conseguir bons resultados e
prometo da minha parte e do meu treinador fazer
o melhor possível», dizia Joaquim Videira, que
nestes últimos tempos se dedicou a cem por cento
ao Desporto, depois de terminar a licenciatura em
Engenharia electrotécnica, no Porto.
Tendo completado 24 anos, Videira dedicou metade
da sua vida à Esgrima, que iniciou aos 12, sempre
na companhia do mesmo treinador e comum objectivo primordial: participar nuns Jogos Olímpicos.
«Além de estarmos juntos há 12 anos, eu sou
ex-aluno dos Pupilos do Exército, o meu treinador
também, e encontramo-nos lá e desde sempre trabalhámos juntos. Existe uma cumplicidade natural,
são muitas competições que fazemos juntos, dias
e dias de treinos em conjunto: Esta ligação é uma
coisa que se trabalha, esta cumplicidade também
faz parte do nosso trabalho, tentando sermos dois a
lutar contra o atleta e o treinador que estão do lado
de lá, unidos no mesmo objectivo», explica Videira.
O treinador Hélder Alves sintetiza na diversidade
dos adversários e das situações de jogo, a maior
dificuldade da Esgrima internacional: «Jogamos
com um atirador ucraniano, antes jogamos com um
atirador finlandês, a seguir vamos jogar com um
cubano ou com um francês, no mesmo dia e em
poucas horas. Estamos a falar de defrontar escolas
completamente diferentes no Mundo, e enquanto
ainda andamos a criar a nossa maneira portuguesa
de jogar. A modalidade, além de ser muito técnica,
e de obrigar a muito trabalho físico e ter uma parte
psicológica muito forte, obriga-nos a estar sempre a
limar arestas».
Fazem-no, todavia com grande optimismo e
confiança: «Temos de estar sempre confiantes no
nosso trabalho e acreditar que é possível, senão,
não dávamos tanto do nosso tempo e da nossa vida
familiar e profissional».
Também a Federação Portuguesa de Esgrima
dedicou a máxima atenção a este regresso olímpico
da Espada portuguesa, tendo em conta a tradição da
modalidade que deu a Portugal a segunda medalha,
nos Jogos de Amesterdão de 1928, na prova por
Equipas. José Bartissol, o director técnico nacional,
sublinha a importância da Taça de Lisboa, que
no meio das andanças e dificuldades logísticas e
desportivas do apuramento, acabou por contribuir
significativamente com os pontos que acabaram por
estabilizar definitivamente o atleta português nos
lugares de apuramento.
«Em Lisboa, realizou uma grande prova, que fazia
alguma falta para suster a sua posição no ranking
mundial e para que possa efectivamente chegar aos
J.O. Com o 6.º lugar ficou quase seguro o passaporte dele para esta edição dos Jogos Olímpicos de
Pequim», considerou o responsável federativo.
Globetrotter Videira
Goes to Beijing
OITO PROVAS EM TRÊS MESES
Depois de em 2007 ter competido na Austrália (eonde
ganhou), Canadá, Colômbia (3.º) e Equador, este ano Joaquim
Videira manteve-se na Europa e no Médio Oriente, participando nas seguintes provas para garantir os pontos para o
ranking de qualificação olímpica:
DATA
18 Janeiro
27 Janeiro
1 Fevereiro
10 Fevereiro
16 Fevereiro
2 Março
9 Março
PAÍS
Qatar
Koweit
Itália
Portugal
Estónia
Suiça
Suécia
CIDADE
RESULTADO
Doha
20.º
Koweit
39.º
Legnano
35.º
Lisboa
6.º
Tallin
34.º
Berna
10.º
Estocolmo
36.º
O processo encerra com a Taça do Mundo de Heidenheim, Alemanha, a 28 de Março.
During two and an half months Joaquim Videira flew
through Europe and Middle East in search of the miraculous
points for the Olympic ranking of Fencing. He turned
the New Year quite comfortable in his position, still
beneficiating of the Silver Medal he got in the 2006 World
Championships. Thanks to his ranking he entered directly
in the final 64 of each tournament, collecting points and
managed to stay within the European qualification margin.
Despite his long journeys across the world, after having
compete in Australia (gold medal), Canada and South
America last year, Videira’s best result was obtained at
home in the Lisbon World Cup, middle February, finishing
6th. This result almost granted him a place in the Olympics
and he was able to confirm it in the next rounds, notably
with a 10th place in the Berne WC.
He may now rest for a little while and then start preparing
for Beijing with his all-time partner Master Helder Alves,
who’s coaching him around the world for 12 years – half
of the age of the new Oporto Electronics Engineer. «We are
together since I was 12 as we both are former students of
the Army Cadets School, where we still gather and train
every day. There is a full and natural complicity between us,
because it has been a lot of time and work made together,
days in days out. We try to be just one against another pair
athlete-coach on the other side of the fencing «pistes»,
thinking of beating us», Videira says.
Portugal has traditions in Fencing since getting its second
Olympic medal in the Teams Epée competition in Amsterdam Games of 1932
A CAMINHO DE PEQUIM
2008 começa
em grande
O
s primeiros meses do ano olímpico acrescentaram alguns nomes à lista de qualificados
para os Jogos de Pequim, mantendo acesa
a expectativa para o período fulcral do apuramento
que se vai viver nos meses de Abril e Maio, quando
encerram os processos da maioria das modalidades.
Independentemente dos resultados de Ana Dias
(Maratona), Sandra Tavares (Salto com Vara) e
Marco Fortes (Lançamento do Peso), que elevaram
o número de atletas da Federação de Atletismo para
24, o feito maior foi alcançado por Pedro Póvoa, do
Taekwondo.
Com o apoio directo do Comité Olímpico de
Portugal, que acolheu a candidatura da respectiva
Federação para uma aposta num atleta bastante
fiável, Pedro Póvoa (classe de -58 kg) foi à Turquia
conquistar de forma categórica o direito a disputar
os Jogos Olímpicos, depois de no ano passado
ter ficado muito perto do apuramento directo nos
Campeonatos do Mundo. Os resultados conseguidos
e que já confirmou com um terceiro lugar no Open
da Alemanha valeram-lhe, inclusive, a promoção
ao Nível 2 do Projecto Olímpico e o direito a figurar
entre os atletas portugueses com pretensões a um
resultado de relevo em Pequim, numa modalidade
com pouca história olímpica e em que Portugal se
vai estrear.
No Atletismo, Ana Dias apurou-se para os seus
quartos Jogos Olímpicos consecutivos ao vencer a
Maratona de Sevilha, enquanto a jovem luso-francesa Sandra Tavares igualou a sua irmã Elisabete Ansel
na obtenção dos mínimos B no Salto com Vara, o
que significa que apenas uma das duas poderá estar
presente em Pequim, se não vierem a melhorar as
respectivas marcas, alcançando o Mínimo A.
Grande proeza foi alcançada por Marco Fortes, no
lançamento do Peso, com um recorde pessoal de
20,08 metros, uma modalidade em que Portugal
nunca teve qualquer representante olímpico. Tal
como Nelson Évora, Marco Fortes é mais um atleta revelado num Festival Olímpico da Juventude
Europeia, de Ebsjerg, Dinamarca, em 1999, onde
conquistou uma medalha de ouro.
Resultados prometedores
A motivação dos atletas olímpicos neste ano está
bem patente nos resultados que vão obtendo nas
competições internacionais, com realce para os
vice-campeonatos mundiais de Álvaro MarinhoMiguel Nunes (470) e de João Rodrigues (Prancha
RS:X). O veterano velejador madeirense conseguiu,
embora fugazmente liderar o ranking mundial da especialidade, e foi promovido ao Nível 1 do Projecto
Pequim 2008 do C.O.P., figurando assim entre os
firmes candidatos a medalhas, nesta sua quinta participação olímpica consecutiva. E, Afonso Domingos
Bolsas pagas directamente pelo C.O.P.
O Comité Olímpico de Portugal passou a liquidar as bolsas do Projecto Olímpico Pequim 2008 directamente a todos
os atletas integrados no Projecto Pequim 2008. Em Janeiro foi a primeira vez que o pagamento das bolsas olímpicas se processou directamente a partir do C.O.P. para os atletas, na sequência da alteração ao contrato-programa
entre o Comité e o Instituto do Desporto de Portugal.
Anteriormente, as bolsas eram transferidas do C.O.P. para as Federações e só depois distribuídas aos atletas.
Esta alteração processual agilizou a transferência das verbas e 2008 é o primeiro ano em que os duodécimos
iniciais são liquidados ainda em Janeiro, pois nos anos anteriores os primeiros meses terem sido sempre regularizados com atraso, entre as Federações e os beneficiários individuais.
28
Janeiro|Fevereiro 2008
João Rodrigues (RS:X)
O que falta apurar
Depois destes «aperitivos», que permitem ultrapassar a barreira dos 50 qualificados, se
já contarmos os nomes dos «virtuais» Vanessa Fernandes e Bruno Pais (Triatlo), João
Neto e João Pina (Judo) e Joaquim Videira (Esgrima), os próximos dois meses vão ser
fulcrais no processo de qualificação.
No último dia de Março, saber-se-á se João Gomes (Florete) poderá disputar os seus
terceiros Jogos Olímpicos consecutivos, situação muito difícil, neste momento. Depois
da Esgrima, o Campeonato da Europa de Judo encerrará, a 13 de Abril, os sonhos de
um grupo de atletas ainda envolvidos na qualificação e o último dia do próximo mês
confirmará a qualificação de Marco Vasconcelos e, eventualmente, Filipa Lamy ou Telma
Santos, do Badminton.
Em Hipismo, Luciana Diniz está na luta por um lugar no ranking de Saltos de Obstáculos
e Miguel Duarte no de Dressage, parecendo à distância que o cavaleiro de «Oxális da Meia
Lua» tem mais hipóteses do que a luso-brasileira. A decisão será conhecida a 1 de Maio.
Seguem-se os Europeus de Canoagem, em Milão, no dia 18, com cinco tripulações
portuguesas ainda na
luta. Emanuel Silva (K1),
MODALIDADE
M*
F*
DATA LIMITE
Leonel Correia e Pedro
ESGRIMA
2
31 Março
Santos (K2), Helena
JUDO
3
3
13 Abril
Rodrigues, Joana Sousa,
BADMINTON
1
1
30 Abril
Beatriz Gomes e Teresa
EQUESTRE
1
1
1 Maio
Portela (K4 e K2) e José
CANOAGEM
4
4
18 Maio
Carvalho (C1) estão
LUTAS AMADORAS
1
25 Maio
todos em condições de
TÉNIS DE MESA
1
28 Maio
assegurar o passaporte
PENTATLO MODERNO
1
1 Junho
para Pequim, apesar
VOLEIBOL
12
8 Junho
da extrema dificuldade
TÉNIS
1
9 Junho
do apuramento, devido
TRIATLO
2
2
17 Junho
ao escasso número de
REMO
2
18 Junho
vagas ainda por atribuir.
NATAÇÃO
3
15 Julho
Depois de ter conquisVOLEIBOL PRAIA
2
21 Julho
tado uma medalha de
ATLETISMO
2
24 Julho
prata num campeonato
M/F * - Atletas do Projecto Pequim 2008 do C.O.P.ainda envolvidos na
internacional, Hugo Pasqualificação para os Jogos.
sos (Luta Greco-Romana)
volta a candidatar-se a ir
aos Jogos Olímpicos, o que se decide nos Europeus e em duas provas de apuramento,
a disputar até 25 de Maio. Três dias depois, a 28, sairá o último ranking e o veredicto
para João Pedro Monteiro (Ténis de Mesa), que tem vindo a subir e a candidatar-se a ser
o primeiro atleta português desta modalidade nos Jogos, tendo inclusive subido ao nível
3 do Projecto do C.O.P.
Logo de seguida, a 1 de Junho, será divulgado o ranking de Pentatlo Moderno, com a
decisão sobre a candidatura de Joana Nunes a ser a primeira mulher portuguesa nos
Jogos. E uma semana depois, igualmente por ranking, definir-se-á a possibilidade de
Frederico Gil disputar o torneio olímpico de Ténis.
Por esta altura, início de Junho, já terá sido disputado em Espinho o Torneio de Qualificação de Voleibol, em que a selecção portuguesa defronta Polónia, Porto Rico e Indonésia
para uma única vaga disponível. O Voleibol de Praia, com Miguel Maia e João Brenha a
espreitarem a quarta participação consecutiva nos Jogos, é um dos últimos desportos a
«fechar» a qualificação, somente no final de Julho, a par da Natação e do Atletismo, e o ranking da dupla portuguesa vai certamente obrigá-los a ficar na expectativa até ao último dia.
Também o ranking do Triatlo só encerra a 17 de Junho, mas é previsível que Vanessa
Fernandes carimbe o passaporte, já «emitido», muito antes, através de classificação de
topo no Europeu ou no Mundial. Todavia, para Duarte Marques e Anais Moniz, a luta vai
durar até ao último dia. No dia seguinte, encerra qualificação do Remo, com a dupla
Pedro Fraga-Nuno Mendes a lutar pelo regresso desta modalidade aos Jogos, pela
primeira vez desde Atlanta-96.
What’s missing
Until June, most of the sports are finishing their qualification procedures, starting with
Fencing, Judo, Badminton and Equestrian, until the beginning of May. After that, also
Canoeing, Wrestling, Table Tennis, Modern Pentathlon, Volleyball, Tennis, Triathlon and
Rowing will close the qualifications for a lot of Portuguese candidates. The three late
sports to finish are Athletics, Swimming and Beach Volleyball.
Considering only the athletes of C.O.P. Beijing Project, there are still 49 (37 men
and 12 women) Portuguese fighting for a place in Beijing and to join the 48 already
officially qualified.
29
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
e Bernardo Santos (Classe Star), preparando os
Mundiais que vão decorrer em Abril, alcançaram um
5.º lugar na Rolex Cup e venceram a Taça Baccardi,
consolidando o 5.º posto no respectivo ranking
mundial e evidenciando um nível de forma que
também abre grandes perspectivas para Pequim.
Depois da Vela foi a vez do Judo, com os olímpicos
João Neto e João Pina a conseguirem garantir,
virtualmente, a qualificação olímpica, livrando-se de
entrar sob grande pressão no Campeonato de Europa
de Lisboa, em Abril, a derradeira oportunidade de
obtenção dos mínimos – e que vai constituir a prova
dos nove para Ana Hormigo (promovida ao Nível 2),
Ana Catarina Cachola, Yahima Ramirez e Pedro Dias,
aos quais as Taças do Mundo de Fevereiro e Março
não correram tão bem como desejavam.
E logo de seguida foi a vez de Naide Gomes e Nelson Évora conquistaram medalhas de Ouro e Bronze
nos Campeonatos do Mundo de Atletismo de Pista
Coberta de Valência, um teste bastante interessante
às suas pretensões, que lhes permitiu também pesar
a motivação e forma de alguns dos seus respectivos
adversários de maior gabarito. Naide Gomes saltou
7 metros exactos e «vingou» os Mundiais de Osaka,
enquanto Nelson Évora tomou consciência do
elevado grau de dificuldade da prova que o espera
em Pequim.
Quadro actualizado de atletas do PROJECTO PEQUIM 2008 (Actualizado em 29-02-2008)
MODALIDADES
ATLETISMO
BADMINTON
CANOAGEM
CICLISMO
EQUESTRE
ESGRIMA
JUDO
LUTAS AMADORAS
NATAÇÃO
PENTATLO MODERNO
REMO
TAEKWONDO
TÉNIS
TÉNIS DE MESA
TIRO
TIRO C.ARMAS DE CAÇA
TRAMPOLINS
TRIATLO
VELA
VOLEIBOL
VOLEIBOL DE PRAIA
Totais
Nível 1
Francis Obikwelu (Atletismo)
Nélson Évora (Atletismo)
Rui Silva (Atletismo)
Sérgio Paulinho (Ciclismo)
Joaquim Videira (Esgrima)
Telma Monteiro (Judo)
Vanessa Fernandes (Triatlo)
Álvaro Marinho (Vela)
Miguel Nunes (Vela)
João Rodrigues (Vela)
Nível 2
Great Start for 2008
A few new names were added to the Portuguese Olympic
Team in the beginning of 2008, keeping the high expectations burning for the hot Spring days of April and May,
when most of the sports finish their qualifying processes.
Besides the qualification of a few more names of Track and
Field, like marathon woman Ana Dias, who goes for her
forth Olympics in Beijing, and rookies Marco Fortes (Shot
Put) and Sandra Tavares (Pole Vault), the biggest feat was
achieved by Pedro Póvoa, first ever Portuguese Taekwondo
athlete to qualify for the Games.
The high motivation of the Olympic athletes looking for this
year is being shown on the excellent results they are getting
at very important international competitions, since the first
days of 2008. Two of the highest hopes for medals, sailors
João Rodrigues (RS:X) and the crew Álvaro Marinho-Miguel
Nunes (470) were both vice-champions of the world of the
respective classes. And their teammates of Star, Afonso
Domingos and Bernardo Santos won for the second time
the prestigious Baccardi Cup, in Miami, where they will
dispute the World Championships next month.
Also in Judo, experimented fighters João Pina and João
Neto ensured their presence in the Olympics, for the
second time after both having finished seventh in Athens.
And finally in Athletics, two other great hopes for Portugal,
jumpers Naide Gomes and Nelson Évora confirmed the
good results of last year, conquering gold and bronze at
Valencia Indoor Track and Field World Championships.
30
Janeiro|Fevereiro 2008
Alberto Chaiça (Atletismo)
Inês Henriques (Atletismo)
Naide Gomes (Atletismo)
Susana Feitor (Atletismo)
Emanuel Silva (Canoagem)
Leonel Correia (Canoagem)
Pedro Santos (Canoagem)
Joana Sousa (Canoagem)
Teresa Portela (Canoagem)
Beatriz Gomes (Canoagem)
Helena Rodrigues (Canoagem)
Ana Hormigo (Judo)
João Neto (Judo)
João Pina (Judo)
Pedro Póvoa (Taekwondo)
João Costa (Tiro)
Nuno Merino (Trampolins)
Afonso Domingos (Vela)
Bernardo Santos (Vela)
Gustavo Lima (Vela)
Nível 1
3
1
1
1
1
3
10
Nível 2
4
7
3
1
1
1
3
20
Nível 3
8
1
1
1
3
4
1
2
1
2
24
Nível 4
1
1
2
1
1
3
1
2
1
13
2
28
Nível 3
Q António Pereira (Atletismo)
Q
Q Arnaldo Abrantes (Atletismo)
Q
Edivaldo Monteiro (Atletismo)
Q
Q* Jéssica Augusto (Atletismo)
Q
João Vieira (Atletismo)
Q
Q Sara Moreira (Atletismo)
Q
Sílvia Cruz (Atletismo)
Q
Q Vera Santos (Atletismo)
Q
Q Marco Vasconcelos (Badminton)
Q Luciana Diniz (Equestre)
João Gomes (Esgrima)
Pedro Dias (Judo)
Ana Cachola (Judo)
Q Yahima Rodriguez (Judo)
Q
Q Diana Gomes (Natação)
Q
Q Fernando Costa (Natação)
Pedro Oliveira (Natação)
Q
Tiago Venâncio (Natação)
Q
João Pedro Monteiro (Ténis de Mesa)
Ana Rente (Trampolins)
Q
Diogo Ganchinho (Trampolins)
Q
Bruno Pais (Triatlo)
Jorge Lima (Vela)
Q
Francisco Andrade (Vela)
Q
QUAL.
10
3
1
14
Nível QUALIFICADO
Augusto Cardoso (Atletismo)
Q
Elisabete Ansel (Atletismo)
Q
Hélder Ornelas (Atletismo)
Q
Leonor Carneiro (Atletismo)
Q
Marco Fortes (Atletismo)
Q
Marina Barros (Atletismo)
Q
Paulo Gomes (Atletismo)
Q
Sandra Tavares (Atletismo)
Q
Sérgio Vieira (Atletismo)
Q
Vânia Silva (Atletismo)
Q
Carlos Almeida (Natação)
Q
Diogo Carvalho (Natação)
Q
Sara Oliveira (Natação)
Q
Manuel Vieira da Silva (Tiro com Armas
de Caça) Q
Q – Qualificado para os Jogos de Pequim
de 2008.
Q * - Os 3 atletas de Ciclismo nos Jogos
Olímpicos serão seleccionados na altura,
podendo não ser os que estão englobados
no Projecto Pequim.
Nível 4
Q Filipa Lamy (Badminton)
Q José Carvalho (Canoagem)
Bruno Neves (Ciclismo)
Q Filipe Cardoso (Ciclismo)
Q Miguel Ralão Duarte (Equestre)
Q Hugo Passos (Lutas Amadoras)
Adriano Niz (Natação)
Jorge Maia (Natação)
Fábio Pereira (Natação)
Joana Nunes (Pentatlo Moderno)
Pedro Fraga (Remo)
Nuno Mendes (Remo)
Frederico Gil (Ténis)
Miguel Maia (Voleibol de Praia)
João Brenha (Voleibol de Praia)
Selecção Nacional de Voleibol
(13 atletas)
TOTAL
25
2
8
3
2
2
7
1
10
1
2
1
1
1
1
1
3
2
8
13
2
96
Q*
Q*
Marco Fortes (Peso)
Marco fortes (Shot Put)
ATLETAS QUALIFICADOS PARA PEQUIM 2008
(Lista Actualizada em 29-02-2008)
MODALIDADES
ATLETAS
ATLETISMO
Naide Gomes
Sara Moreira
Vânia Silva
Sílvia Cruz
Elisabete Ansel
Sandra Tavares
Susana Feitor
Inês Henriques
Vera Santos
Jéssica Augusto
Leonor Carneiro
Ana Dias
Marisa Barros
Paulo Gomes
Hélder Ornelas
Francis Obikwelu
Arnaldo Abrantes
Edivaldo Monteiro
Nélson Évora
Marco Fortes
João Vieira
Sérgio Vieira
António Pereira
Augusto Cardoso
CICLISMO *
3 atletas a nomear
1 atleta a nomear
JUDO *
Telma Monteiro
NATAÇÃO
Tiago Venâncio
Diogo Carvalho
Fernando Costa
Diana Gomes
Carlos Almeida
Sara Oliveira
Pedro Oliveira
TAEKWONDO * Pedro Póvoa
TIRO *
João Costa
TIRO C/ARMAS
DE CAÇA *
Manuel Vieira da Silva
TRAMPOLINS * Ana Rente
Diogo Ganchinho
VELA *
Afonso Domingos
Bernardo Santos
Álvaro Marinho
Miguel Nunes
Jorge Lima
Francisco Andrade
Gustavo Lima
João Rodrigues
PROVAS
TOTAL
Salto em Comprimento
3000 m. obstáculos
Martelo
Dardo
1
1
1
1
Vara
1 (2)
20 km Marcha
5000 metros
3
1
23
(24)
Maratona
3
Maratona
100 e 200 metros
200 metros
400 m. barreiras
Triplo Salto
Peso
20 km e 50 km Marcha
20 km Marcha
50 km Marcha
2
1
1
1
1
1
2
2
Estrada
Contra-relógio individual
-52 kgs
100 e 200 m. Livres
200 metros Estilos
1500 metros Livres
200 metros Bruços
200 metros Bruços
100 e 200 m. Mariposa
200 metros Costas
-58 kg
Pistola Livre
3
(1)
1
1
1
1
1
1
Trap – Fosso Olímpico
Feminino
Masculino
1
1
1
Star
2
470
2
49er
Laser
Prancha RS:X
2
1
1
1
1
1
3
1
7
1
1
1
2
8
TOTAL 47 (48)
* Lugares oficialmente atribuídos ao país
31
Janeiro|Fevereiro 2008
A CAMINHO DE PEQUIM
Ambientação e jet lag em debate
A
Missão do Comité Olímpico de Portugal aos
Jogos Olímpicos de 2008 iniciou no dia 23 de
Fevereiro a série de Seminários «A Caminho
de Pequim», com o objectivo de preparar e elucidar
os membros da delegação sobre os diversos parâmetros e condicionalismos deste evento.
O primeiro, organizado pelo presidente da Comissão
Médica do C.O.P., José Ramos, foi denominado “A
caminho de Pequim – Saúde e Adaptação” e versou
as questões relacionadas com o ambiente, clima,
cuidados de saúde e adaptação aos fusos horários.
Os destinatários primordiais destes seminários informativos são os membros da Missão, nomeadamente
Treinadores, Equipas Médicas, Atletas e Dirigentes
envolvidos no Projecto Pequim 2008, mas também
os oficiais (árbitros e dirigentes) convocados pelas
Federações internacionais e os jornalistas acreditados. Estiveram presentes alguns atletas, como João
Costa, Pedro Dias, Diogo Ganchinho e Ana Rente, e
também alguns dos jornalistas que vão acompanhar a Missão a Pequim, incluindo um jornalista da
Agência chinesa Xinhua, fluente em português, que
acompanhará a delegação portuguesa durante os
Jogos.
Depois das boas-vindas e abertura pelo presidente
do C.O.P., Vicente Moura, os trabalhos começaram
com uma exposição sobre Acupunctura a cargo
de Gustavo Quaresma, médico e presidente da
Sociedade Portuguesa. A interactividade e utilidade
dos métodos tradicionais orientais aplicados à preparação e acompanhamento médico dos desportistas
foi o tema de saída, mas seria o fisiologista José
Soares, da Universidade do Porto, a concitar grande
atenção pela exposição das suas conclusões relativas
ao acompanhamento da selecção nacional de futebol
em 2002, no estágio de Macau e na fase final do
Campeonato do Mundo da Coreia. As condições
climáticas de Pequim, eventualmente problemático
para atletas com asma ou dificuldades respiratórias,
e o Jet Lag, uma dificuldade muito variável de pessoa
para pessoa, foram dissecados e proporcionaram
32
Janeiro|Fevereiro 2008
ao auditório uma ideia precisa sobre os eventuais
problemas que possam vir a causar.
Num debate que se seguiu às exposições iniciais,
moderado por Celeste Gil, chefe-adjunta da Missão,
participaram profissionais de área diversas com
experiência de longas viagens intercontinentais ou
longos períodos em ambientes «hostis», nomeadamente Sérgio Santos, da Federação de Triatlo de
Portugal, Nuno Fernandes, ex-atleta e presidente
da Comissão de Atletas Olímpicos, Pedro Branco,
médico da Federação de Atletismo e do C.O.P.,
Manuel Marques da Silva, o Chefe de Missão Sidney
2000, o jornalista João Querido Manha, o Tenente
Coronel António Tomé, Formador de Pilotos de Longo
Curso da Força Aérea e TAP.
O treinador de Vanessa Fernandes revelou que a poluição que ameaça algumas competições de Pequim,
como a Maratona, não afligirá a atleta portuguesa,
uma vez que a competição de Triatlo vai decorrer
numa zona afastada da cidade e com um ambiente
normal, o que também justifica que ela não fique
alojada na Aldeia Olímpica, mas sim num «resort»
junto ao local da competição.
Jet lag and pollution in debate
A Seminar series regarding the preparation of the Portuguese Mission to the 2008 Olympic Games, called «On
the way to Beijing» begun in February with a first event
dedicated to Health and Adaptation, regarding questions as
air, pollution, weather, health care and jet lag.
This session was dedicated to officials, coaches and athletes, and also media and referees who will be implicated
in the Olympic Games and in the big trip to the Orient, nest
summer.
Physiologist José Soares, of Oporto University, who worked
with the Portuguese Football Team in 2002 FIFA World
Cup in Korea, talked about jet lag and weather conditions,
concerning asthma and breathing problems.
Other specialists with experience of long voyages and
chocking change of environment were attentive heard
by the audience, including some of the athletes already
qualified, like Ana Rente or João Costa. Sérgio Santos,
coach of Triathlon World Champion Vanessa Fernandes,
who already competed three times in Beijing, revealed
that the Portuguese greatest medal challenger will stay out
of the Olympic Village in a very «clean» place, near the
competition venue that she already knows very well.
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
A Missão tirou medidas
O processo logístico da Missão está a entrar na sua fase decisiva, com as
pré-acreditações e a preparação dos equipamentos oficiais, à medida que
se vai reduzindo o leque de possíveis participantes, com a definição dos
quadros finais de atletas qualificados.
Quando já estão definidas as composições das equipas de Tiro, Trampolins
e Vela e a maior parte das de Atletismo e Natação, bem como de Ciclismo,
o Departamento Técnico do C.O.P., em conjunto com o Departamento de
Marketing, estão a definir os «kits» de equipamentos para cada membro da
Missão, a fornecer pela Onda, patrocinador e fornecedor oficial do Comité.
Para tudo bater certo, quer nos trajes oficiais quer nos de passeio, todos
os elementos da «long list» que engloba todos os possíveis participantes
foram tirar medidas. Mais uma vez a Escola de Moda de Lisboa deu uma
ajuda preciosa à P R, Têxteis e ao C.O.P., proporcionando uma avaliação
profissional às medidas dos atletas e oficiais.
Fashioned athletes
The members of the Portuguese Mission to Beijing Games are being carefully
measured by Lisbon Fashion School technicians. In this page’s photos we can
observe the pleasure of swimmers Diana Gomes (top left) and Tiago Venâncio
(right) and of walkers couple Vera Santos and João Vieira (left), when they
adjusted they bodies shapes to the modern style of the sportive apparel and of
the ceremony suites, specially designed. The production runs now at Onda’s
P.R. Texteis factory, the partner of C.O.P.
33
Janeiro|Fevereiro 2008
REPORTAGEM
O C.O.P. na rota da Índia
Rosa Mota e Vicente Moura recebidos em Goa com honras de Estado e nomeados Embaixadores de Boa
Vontade em Portugal e Europa, numa aproximação em que o Desporto e a causa olímpica parecem andar
mais depressa.
U
ma Missão de Portugal, formada pela Campeã Olímpica Rosa Mota, pelo Presidente do
Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura,
e pelos responsáveis da Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto, Jorge Olímpio Bento e Jorge
Gonçalves, realizou numa importante visita oficial a
Goa, onde foi recebida pelas mais altas instâncias
desportivas e políticas do Estado indiano.
Ao englobar esta Missão, a campeã olímpica Rosa
Mota deu um grande contributo para a promoção
da Lusofonia em Goa e para a divulgação dos 2.ºs
Jogos da Lusofonia a realizar em Lisboa em 2009,
ao participar em diversas manifestações culturais,
sociais e desportivas, com inúmeros contactos com
a comunidade local e com jovens em particular.
A comitiva portuguesa teve uma recepção emocionante por parte do responsável pela província de
Goa, Padre Loddy Pires, e da Directora de Desportos
do Estado, Susana de Sousa e a campeã olímpica
portuguesa Rosa Mota esteve em destaque num
encontro com cerca de dois mil alunos do Don
Bosco College, de Goa, onde foi acolhida entusiasticamente e respondeu, em inglês, a dezenas de
perguntas do auditório.
Vicente Moura confessou-se «emocionado pela
forma como Rosa Mota representou o Desporto
nacional» no encontro com a juventude goesa.
«Rosa Mota foi recebida em Goa com muito carinho,
que chega a emocioná-la, mas é com orgulho
que testemunho que esteve mais uma vez à altura
de uma grande campeã olímpica», comentou o
presidente do C.O.P.
Segundo Protocolo Luso-indiano
A visita a Goa de Rosa Mota, Vicente Moura e dos
dois responsáveis da Universidade do Porto, Jorge
Gonçalves e Jorge Olímpio Bento, terminou com a
assinatura de um Protocolo de cooperação nas áreas
da educação física e das ciências do Desporto, entre
35
Janeiro|Fevereiro 2008
REPORTAGEM
o C.O.P. e a Faculdade de Desporto e o Colégio Don
Bosco.
O protocolo foi assinado na presença do deputado e
presidente da Associação Atlética de Goa, Francisco
Sardinha, e da Directora do Desporto e da Juventude, Susana de Sousa.
«O Don Bosco é uma das principais instituições de
educação do Estado e a assinatura de um Protocolo
com uma das melhores Universidades de Portugal
augura o melhor para Goa e especialmente para os
jovens», declarou Francisco Sardinha.
Vicente Moura sublinhou a importância deste evento
no reforço das relações que vêm sendo desenvolvidas há quatro anos, nomeadamente através do
Protocolo de cooperação com a Associação de
Futebol de Goa (Federação de Futebol da Índia) e a
satisfação por poder em breve receber na sede do
C.O.P. em Lisboa os responsáveis pelo Desporto e
Turismo de Goa.
Cooperação entre Universidades
O Don Bosco College of Physical Education, de Panjim, pertence à Sociedade Salesiana de Goa dirige,
por atribuição da Universidade de Goa, e lecciona o
único curso superior de Educação Física no estado,
tendo graduado 115 formandos desde a criação em
2004, pretendendo com este protocolo desenvolver
e melhorar as competências do curso.
Através do acordo estabelecido, a escola de Desporto indiana procura «desenvolver as suas aptidões
na área do treino e da investigação, numa base sustentada, considerando que o saber da Universidade
portuguesa lhe garante desenvolvimento científico
do treino por professores e treinadores mais qualificados e competentes», com o objectivo declarado
de os estudantes e atletas de Goa poderem «vir a
alcançar medalhas e troféus no futuro».
Este foi o segundo protocolo estabelecido em Goa
pela Faculdade de Desporto do Porto, dirigida por
Jorge Olímpio Bento, e pelo C.O.P., que já mantêm
desde 2004 laços estreitos de cooperação com a
Federação Indiana de Futebol, cujo secretário-geral
é o goês Alberto Colaço, e com a Associação de
Futebol de Goa.
Ao abrigo desse primeiro acordo, a selecção de
futebol de sub-15 da Índia estagiou na Primavera
de 2005 durante um mês no Centro de Preparação
Olímpica de Rio Maior, disputando jogos com as
equipas dos principais clubes portugueses, e no ano
seguinte voltou a realizar um estágio em Guimarães
e a participar no Torneio Internacional Mariano
Barreto, organizado pelo Clube Atlético e Cultural da
Pontinha.
A cooperação com as autoridades de Goa inclui o
envio de técnicos recém-formados na Universidade
do Porto para aquele antigo território de administração portuguesa, onde têm procedido à reorganização
interna e dos quadros competitivos da Associação
de Futebol de Goa.
Desporto e Turismo
Esta viagem de Rosa Mota e Vicente Moura a Goa
foi acompanhada a par e passo pela imprensa e
televisão local, de língua inglesa, reconhecendo por
um lado a dimensão global da campeã olímpica
portuguesa e, por outro, o alto interesse do protocolo
estabelecido com a Universidade do Porto para o
futuro do Desporto deste Estado indiano e do país,
em última análise.
Na sua apresentação das razões da ligação às instituições portuguesas, os indianos seguem indicações
da própria FIFA que definiu o Futebol como um
desporto de grande futuro no continente asiático
e com elevado potencial de afirmação desportiva
internacional da Índia.
Associado aos objectivos desportivos, o Turismo
oficial de Goa não esconde o desejo de estimular
o mercado, até agora residual, europeu e português, apostando numa aproximação através do
Desporto.
Banho de multidão
e carinho
No terceiro dia da visita, Rosa Mota viveu mais uma
experiência inesquecível, ao participar numa corrida
popular com centenas de pessoas, incluindo
muitos jovens, com ampla cobertura de televisões
e outros meios de comunicação da Índia.
Muitos portugueses residentes ou em turismo no
território também presenciaram a «Corrida Rosa
Mota», cujo tiro de partida foi dado pelo Ministro da
área do Desporto do Estado de Goa.
A meta estava instalada junto às instalações
da Direcção do Desporto, onde decorreu uma
homenagem pública a Rosa Mota e aos restantes
membros da comitiva portuguesa, o presidente do
Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, e o
Presidente e o Vice-reitor da Faculdade de Desporto
da Universidade do Porto, respectivamente Jorge
Olímpio Bento e Jorge Manuel Gonçalves.
A corrida foi organizada pela Directora dos Desportos e da Juventude, Susana de Souza.
36
Janeiro|Fevereiro 2008
37
Janeiro|Fevereiro 2008
REPORTAGEM
Rosa Mota Ambassador of India
Novos embaixadores de Goa
Em cerimónia de grande simbolismo e acompanhado com interesse e emoção por muitos goeses
com ligações familiares e emocionais a Portugal,
Rosa Mota e o Presidente do Comité Olímpico de
Portugal, José Vicente Moura, foram empossados
«Embaixadores Honorários de Goa em Portugal e no
Resto da Europa» pelo Ministro do Turismo local,
Francisco Pacheco.
«Serei uma Embaixadora da Boa Vontade para Goa
e para a Índia, fá-lo-ei com carinho e paixão, pois
Goa é uma região bela e rica em termos de Natureza,
com um povo extremamente amigável e caloroso»,
declarou Rosa Mota ao agradecer a distinção, na
cerimónia realizada no fim-de-semana em Arossim.
O ministro goês declarou que constitui raro privilégio para o Estado indiano ser visitado por tão altas
personalidades portuguesas e reconheceu que Goa
Goa quer Jogos
da Lusofonia 2013
Antes de um jantar oferecido pelo líder parlamentar do Estado de Goa, Pratapsinh Raoji Gane,
a comitiva portuguesa foi recebida oficialmente
pelo Ministro Chefe de Goa, autoridade máxima do
território, na presença do secretário de Estado do
Desporto e de dirigentes da Associação Olímpica
de Goa e pelo Centro Internacional de Desportos.
Na ocasião, o Ministro Chefe, Digambar Kamat,
anunciou a intenção de Goa se candidatar à
organização da terceira edição dos Jogos da
Lusofonia, em 2013.
Através do Comité Olímpico da Índia, Goa participou
em 2006 na 1.ª edição dos Jogos da Lusofonia,
realizada em Macau, com uma delegação de 43
atletas, participando nas provas de seis modalidades (Atletismo, Futebol, Taekwondo, Ténis de Mesa,
Voleibol e Voleibol de Praia).
Os atletas indianos alcançaram em Macau-2006
uma medalha de prata e duas de bronze.
38
Janeiro|Fevereiro 2008
beneficia imenso desta ligação, através do Comité
Olímpico, iniciada há quatro anos.
Aproximação a Portugal
«Temos de encarar o ecoturismo e o desportoaventura como excelentes alternativas, numa altura
em que o turismo balnear está a atingir o ponto de
saturação», afirmou na cerimónia o Secretário do
Desporto e Turismo, M. Modassir.
«Temos uma ligação cultural e histórica a Portugal
e devemos concentrar-nos em aumentar o fluxo de
turistas para Goa, pois o número de portugueses que
nos visitam é muito baixo, quando comparado com
os do Reino Unido, Rússia e Alemanha.»
O vice-presidente da Universidade do Porto, Jorge Gonçalves, admitiu na ocasião que a sua instituição pode
colaborar nas áreas do marketing, do estudo da biodiversidade e no próprio desenvolvimento do turismo.
Olympic Champion Rosa Mota and Portugal NOC
President José Vicente Moura made a very significant
good will visit to ancient Portuguese territory of
Goa, now a state of India, but a place in Asia where
the Portuguese signs and traditions are very much
alive. During this visit they were named Goa Tourism
Ambassadors for Portugal and Europe by the local
Minister of Tourism Francisco Pacheco, who carries
himself a genuine Portuguese name.
The two Olympic personalities were accompanied
by high directors of Oporto University Jorge Olímpio
Bento and Jorge Gonçalves, because this institution
has a long term cooperation protocol with the
Government of Goa. And during this trip they signed
a new protocol with the Don Bosco College, in order
to help the Indian school to develop its skills and
abilities on the football training instruction.
Rosa Mota didn’t walk away of the proposal to take
part in a small street race with hundreds of people,
extremely happy to run so close of a world and Olympic champion. She lived an extraordinary experience
and Mr. Moura was very proud to be a witness of the
great prestige she deserves down there.
«I shall be a proud Ambassador for Goa Tourism with
care and passion, because Goa is a very nice and Nature rich state where an extremely warm and friendly
people lives», Rosa Mota said when she thank to the
Goa Minister. The Indian authorities are looking to
improve the offer of eco-tourism and sports-adventure attracting more European tourists.
And the Goa Prime Minister, Mr. Raoji Gane,
announced the intention to bid to organize the 3rd
Games of Lusofonia (Games of the Portuguese Speaking Countries) in 2013. Goa, through India Olympic
Committee, participated in the 1st Games, in Macao,
and will be one of the twelve countries contesting the
second edition, in Lisbon in 2009.
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
NOTICIÁRIO
C.O.E. e C.O.P. aprovam programa
de Congresso Olímpico Ibérico
O
s dirigentes dos Comités Olímpicos de Portugal
e Espanha aprovaram o programa do primeiro
Congresso Ibérico de Desporto Olímpico, que se
realizará a 18 e 19 de Abril em Madrid, organizado
pelas empresas m-cell e Cunha Vaz & Associados.
A reunião juntou na sede do C.O.P. os responsáveis
das partes envolvidas, nomeadamente o Presidente,
José Vicente Moura, e Secretário-geral, Victor
Fonseca da Mota, do C.O.P., o Secretário-geral
do Comité Olímpico Espanhol, Victor Sanchez, e
os responsáveis das empresas envolvidas, Javier
Murugarren, Angel Guardiola e Gonçalo Bexiga, da
M-Cell, e António Cunha Vaz e Francisco de Mendia.
O Congresso vai decorrer no Auditório da sede do
C.O.E. em Madrid, sob presidência dos dois presidentes dos Comités ibéricos.
O presidente honorário do Comité Olímpico Internacional, Juan Antonio Samaranch, respondeu afirmativamente ao convite para a Comissão de Honra da
organização e também para participar no evento.
Iberian Congress
Portuguese and Spanish Olympic Committees are organizing the first Iberian Congress of Olympic Sports, in Madrid
next 18th and 18th of April. This idea was proposed by sports
marketing and communication companies M-cell and Cunha
Vaz Assoc. and got full support from both countries sports
authorities.
Honorary President of International Olympic Committee Juan
Antonio Samaranch gave his support to the initiative, agreed
to integrate the Commission of Honor and will assist to the
Opening Ceremony.
Congressmen will debate the future of Sport on Iberia, focusing some questions like the access of former athletes to
the labor market, the sports marketing in both countries and
the problems of professionalism in modern sports.
Marketing e Grandes Eventos
No Programa do Congresso
O programa geral aprovado do 1.º Congresso Olímpico Ibérico compreende os seguintes pontos:
1º dia - 18 de Abril de 2008
Inauguração do Congresso - Cerimonia de Abertura
Conferência Magna - Futuro do Desporto Ibérico
Conferência - Apresentação das Missões de Espanha e Portugal aos Jogos de Pequim
Almoço
Conferência - Formação e Inserção do atleta no Mundo Laboral
Conferência - Desporto, Olimpismo e Sociedade
Conferência - Desporto e Turismo Ibérico
Secretários-Gerais do COP e do COE, Victor Mota e Victor Sanchez
Secretary General of Portugal and Spain NOC, Victor Mota and Victor Sanchez
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Janeiro|Fevereiro 2008
2º dia - 19 de Abril de 2008
Conferência - Mercado Ibérico de Marketing Desportivo
Conferência - Jogos Olímpicos e Desporto Profissional
Almoço
Conferência - Meios de Comunicação Ibéricos
Mesa Redonda Final - Organização de Grandes Eventos Desportivos
Jantar de Gala - Encerramento do Congresso
HOMENAGEM
Medalhas no Parlamento
ma exposição intitulada «Portugal nos Jogos
Olímpicos» de homenagem aos medalhados da
história olímpica nacional foi inaugurada no Palácio
de São Bento, junto ao Senado, numa cerimónia
presidida pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com a presença do Secretário de
Estado do Desporto, Laurentino Dias, e do presidente
do C.O.P, Vicente Moura.
Também estiveram presentes na inauguração alguns
dos próprios medalhados olímpicos, como Mário
Quina, Carlos Lopes, Rosa Mota, António Leitão
e Nuno Barreto, além de outros antigos atletas
olímpicos, como Joana Pratas, Sandra Godinho,
Gentil Martins, Nuno Laurentino, Paulo Frischknecht,
Diogo Cayolla, e de alguns dos que se preparam para
representar Portugal nos Jogos de Pequim, como
Vanessa Fernandes, Susana Feitor, Diana Gomes,
Diogo Ganchinho e Bruno Pais.
Jaime Gama saudou a presença dos representantes
da elite desportiva nacional e fez uma comparação
com outros países de maior tradição desportiva, no
que respeita a número de medalhas, incentivando a
um reforço das 20 conquistadas por Portugal desde
1912.
E foi precisamente uma revisita às medalhas a
sugestão desta exposição, com a história das
conquistas retratada em nove dos dez painéis,
sendo o outro dedicado ao Projecto Pequim 2008
do C.O.P., com imagens do recente desfile de
apresentação dos trajes oficiais da Missão e a lista
actualizada dos atletas incluídos no Projecto.
Também assistiram à inauguração dirigentes
desportivos como o Presidente da Confederação do
Desporto de Portugal, Carlos Cardoso, e o Presidente
do I.D.P., Luis Sardinha, bem como líderes de Federações Olímpicas, como Fernando Mota (Atletismo),
Mário Saldanha (Basquetebol), Frederico Valarinho
(Esgrima), José Luís Ferreira (Triatlo)
A Exposição foi organizada pelo Instituto do
Desporto de Portugal e pelo Museu Nacional do
Desporto, com a colaboração do C.O.P. e da Academia Olímpica de Portugal, ficando patente em São
Bento no corredor do Senado, antes de seguir nas
próximas semanas para uma apresentação itinerante
pelo país.
Mário Quina, Vicente Moura, Carlos Lopes, Laurentino Dias, Rosa Mota, António Leitão e Nuno Barreto – na homenagem do Parlamento
e do Governo aos medalhados olímpicos.
Mário Quina, Vicente Moura, Carlos Lopes, Laurentino Dias, Rosa Mota, António Leitão e Nuno Barreto – gathering in the Senate Room of S.Bento Palace.
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Janeiro|Fevereiro 2008
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
U
Secretário de Estado Laurentino Dias incentivando os atletas.
Secretary of Sports Laurentino Dias encouraged the athletes for Beijing.
Jorge Gama e Laurentino Dias observando os painéis da exposição.
Politic leaders watch one of the 20 exhibition panels.
Medals in the Parliament
The history of Portugal in the Olympics is being shown in an exhibition focused on the 20 medals conquered
so far for Portuguese athletes, since the first participation in 1912. The exhibition was organized by the
Portuguese Sports Institute, with the cooperation of Portugal NOC, in the corridor of S.Bento Palace, the
Portuguese Parliament. The opening ceremony was direct by the Parliament Chairman Deputy Jorge Gama,
assisted by the Secretary of Sports Laurentino Dias and by Olympic Committee president Vicente Moura.
Most of the living Portuguese medal winners attended the ceremony. Mario Quina (silver medal in Rome 60),
Carlos Lopes (Silver and Gold in 1976 and 1984), Rosa Mota (Bronze and Gold in 1984 and 1988), Antonio
Leitão (Bronze in 1984) and Nuno Barreto (Bronze in 1996) were proudly received in the Senate Room by the
Dignitaries. Many former and current Olympic athletes were also present.
Rosa Mota junto ao destaque da sua Medalha de Ouro.
Rosa Mota happily remembered her Gold in Seoul.
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Janeiro|Fevereiro 2008
NOTICIÁRIO
Federações contra
Regime Jurídico
Federations against
Government’s proposal
A
Assembleia Plenária do Comité Olímpico de Portugal
aprovou com apenas quatro abstenções, o Parecer elaborado
pela Comissão Jurídica do C.O.P. à proposta de Regime Jurídico
das Federações Desportivas, assumindo e interpretando “um
sentimento generalizado de insatisfação e desconforto do
movimento associativo e desportivo”.
O parecer foi aprovado na generalidade numa Assembleia onde
estiveram representadas 21 Federações Olímpicas e ainda dez
Federações não Olímpicas, além de 22 outros membros extraordinários, honorários ou de mérito do movimento associativo.
O documento foi posteriormente apresentado no Conselho
Nacional de Desporto, onde o Comité Olímpico de Portugal é
representado pelo seu presidente, que estava mandatado para
votar contra a proposta de Regime Jurídico apresentada pela
Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, embora
defendendo em primeira instância que ela seja adiada para
melhor aprofundamento das alíneas em desacordo. E, de facto,
as discussões no seio do CND prosseguiram, inconclusivas, ao
longo de várias reuniões
O parecer tinha sido previamente aprovado por unanimidade
a 14 de Fevereiro pela Comissão Executiva e pelo Conselho
Fiscal do organismo olímpico e é o terceiro emitido pelo COP
sobre a proposta de lei-quadro do Desporto e a Lei de Bases da
Actividade Física e do Desporto.
O Parecer aprovado pela assembleia do desporto federado
defende alterações em 22 dos 70 artigos do Regime Jurídico
proposto pelo Governo, nomeadamente em matérias como a
renovação da Utilidade Pública Desportiva ou a composição das
Assembleias-gerais e proporcionalidade de representação.
A proposta do novo Regime Jurídico das Federações, em debate
no Conselho Nacional do Desporto, prevê uma redistribuição
dos votos nas Assembleia-gerais das federações, retirando
a maioria às associações distritais, que sofrem uma redução
de 55 para 35 por cento do total, o que é considerado muito
restritivo para a generalidade das Federações, considerando-se
que a proposta vai demasiado ao encontro dos interesses de
reforma da estrutura associativa do Futebol profissional, que não
corresponde às necessidades das modalidades amadoras e com
menor número de praticantes e clubes, em particular as dos
desportos individuais.
O documento integral elaborado pelo C.O.P. pode ser
consultado em www.comiteolimpicoportugal.pt
Frischknecht e Barreto
em grupos de Estudo
O Comité Olímpico de Portugal e a Comissão de Atletas Olímpicos indicaram à Secretaria de Estado da Juventude
e Desporto os nomes dos respectivos representantes nos dois Grupos de Trabalho criados para rever a legislação
sobre os seguros obrigatórios no desporto e sobre as medidas de apoio em sede do regime escolar, no âmbito do
desenvolvimento da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto.
Para o Grupo Misto de Trabalho foram nomeados Paulo Frischknecht, vogal da Comissão Executiva do C.O.P., e o
atleta Nuno Barreto.
Para o outro, sobre os seguros obrigatórios, foram indicados José Alípio de Oliveira, vice-presidente do C.O.P., e o
atleta Paulo Bernardo, a par de representantes da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e da Secretaria
de Estado Adjunta e da Reabilitação, do Instituto de Seguros de Portugal, da Confederação do Desporto de Portugal
e da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes.
O Grupo de Trabalho que procurará compatibilizar o estatuto de alto rendimento com a vida académica também
inclui representantes da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, da Secretaria de Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, das Universidades, dos Institutos Politécnicos e das Universidades Privadas.
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Janeiro|Fevereiro 2008
The General Assembly of the
Olympic Committee of Portugal
voted with just four abstentions
for the Statement issued by the
Juridical Commission regarding
the government’s proposal of
Regimen for the Sports Federations under the new Law of Sport
adopted last year.
The Statement was voted by
21 Olympic Federations, ten
non-Olympic and other 22
extraordinary, honorary or merit
members of the Committee.
This document was later
endorsed to the National Sports
Council, which includes the
president of the Portugal NOC,
who was told to vote against
then Government’s proposal,
defending a deeper study of
the controversial subjects. And
that really happened in the first
Council meetings, where they
could not achieve an agreement
until the end of February.
The Sports Federations don’t
agree with the proposed distribution of votes in the general
assemblies, where they would
lose the majority, reducing their
significance from 55 to only
35 per cent. They consider that
the Government proposal is too
much on line with professional
football interests and does not
match with the amateur sports
problems.
Frischknecht and Barreto
in studying groups
Two former Olympics Paulo Frischknecht and Nuno
Barreto were named representatives of Portugal Olympic Committee in the Governmental Working Groups
which will review the legislation regarding social
scholarship support, under the new Law of Sport.
Nuno Barreto got the bronze medal of Class 470 in
Atlanta Olympics and competed also at Sydney and
Athens Games. Paulo Frischknecht is a member of
the Executive Committee of Portugal NOC and also
the president of the Swimming Federation, having
competed in Swimming in the Montreal and Moscow
Olympics.
The Chef de Mission of Athens Games, José Alípio
de Oliveira, was also named for another Commission
which will review the compulsory insurance in sport.
2.ºs JOGOS DA LUSOFONIA
Lisboa-2009
em andamento
O
s Jogos da Lusofonia Lisboa 2009 estão em
andamento, após o início da actividade da
Comissão Executiva, dirigida por João Ribeiro. Esta
Comissão depende directamente do Conselho de
Gestão da Comissão Organizadora, presidido por
Vicente Moura.
A COJOL funciona em instalações cedidas pela
Câmara Municipal de Lisboa na Alta de Lisboa,
desenvolvendo os diversos parâmetros da complexa
organização, com realce para a área desportiva,
coordenada por Vítor Pataco, designado pelo
Instituto do Desporto de Portugal, que apoia a
organização desta segunda edição dos Jogos dos
países membros da ACOLOP, depois de reconhecido
oficialmente o interesse público do evento.
Os Jogos da Lusofonia vão decorrer em Lisboa de
11 a 19 de Julho de 2009, devendo reunir cerca de
2000 atletas dos países membros efectivos da ACOLOP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São
Tomé e Príncipe, Macau, Timor e Portugal) e dos
observadores (Índia, Sri Lanka e Guine Equatorial).
O programa desportivo aprovado inclui competições
de Atletismo, Basquetebol, Judo, Futebol, Futsal,
Taekwondo, Ténis, Ténis de Mesa, Voleibol e Voleibol de Praia). As provas decorrerão nas instalações
desportivas do Estádio Universitário, Estádio do
Restelo, Pavilhão da Luz, Pavilhão do Casal Vistoso,
Complexo Municipal dos Desportos Cidade Almada
e praia de Santo Amaro de Oeiras, estando as
Cerimónias de Abertura e de Encerramento previstas
para o Pavilhão Atlântico.
Interesse Público
O Despacho governamental reconhecendo o interesse público dos 2.ºs Jogos da Lusofonia Lisboa 2009, exarado pelo
Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, a 26 de Novembro, dias depois da aprovação do programa
desportivo da competição pela Assembleia-geral da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP),
reunida em Lisboa, despacho n.º 1601/2008, tem o seguinte teor:
«Considerando que o Comité Olímpico de Portugal organiza os II Jogos da Lusofonia 2009, evento que decorrerá em Lisboa
entre os dias 11 e 19 de Julho de 2009.
Considerando a importância que o evento reveste, nomeadamente ao nível da imagem que, através do mesmo, Portugal
projectará no exterior.
Considerando que o Programa do XVII Governo da República, quanto à dimensão internacional do desporto português, refere
-se expressamente como prioridade o apoio à “organização de grandes eventos desportivos…”.
Assim, nos termos e para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 46º da lei n.º 5/2007,de 16 de Janeiro, lei de Bases da Actividade
Física e do Desporto, reconheço como sendo de interesse público os II Jogos da Lusofonia 2009.
26 de Novembro de 2007.
O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino José Monteiro Castro Dias.
Lisboa 2009 on the way
2nd edition of Games of Lusofonia Lisboa 2009 is on the
way after the launch of the Executive Committee led by
João Ribeiro. This Committee was named buy the Council
of Management chaired by José Vicente Moura, president
of Portugal NOC.
The Games are organized by the Portuguese Speaking
Countries NOC Association and will gather in Lisbon in July
2009 more than 2000 athletes of nine sports (Track and
Field, Basketball, Footbal, Futsal, Taekwondo, Table Tennis,
Tennis, Voleyball and Beach Volleiball, in several sports
facilities of the Portuguese capital and surrounding cities of
Almada and Oeiras.
At the same time, Portuguese Government issued a dispatch declaring the Games an event of public significance.
Susana Feitor na rede
A seis meses da sua quinta participação olímpica consecutiva, Susana Feitor lançou no
Comité Olímpico de Portugal o seu site pessoal, com excelente grafismo e toda a informação sobre o presente e sobre os 20 anos de carreira de alta competição da marchadora de Rio Maior. A cerimónia contou com a presença de inúmeros amigos e figuras
do desporto nacional, incluindo o secretário de Estado Laurentino Dias, o presidente
da Federação Portuguesa de Atletismo, Fernando Mota, e o anfitrião, presidente do C.O.P.
Susana Feitor é vice-presidente da Comissão de Atletas Olímpicos e integra a Comissão
Executiva do C.O.P. O site pode ser consultado em www.susanafeitor.org
Susana Feitor at internet
Six months before her fifth presence in the Olympic Games, Susana Feitor, top world
specialist of 20 km walk disclosed a brand new website, developed with exceptional
graphics and very interesting contents, with all the information and data regarding her
career of 20 years. You can see it at www.susanafeitor.org
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Janeiro|Fevereiro 2008
OLIMPISMO
Singapura sede dos Jogos da Juventude de 2010
Singapura foi a cidade eleita para sede dos primeiros Jogos Olímpicos da
Juventude, a disputar em 2010.
A escolha entre Singapura e Moscovo, as duas finalistas do processo de escolha
iniciado em Julho do ano passado, foi feita por voto postal dos membros do
Comité Olímpico Internacional. O resultado final, em votos, foi de 53 a 44.
Fernando Lima Bello, membro português do C.O.I., foi um dos votantes.
O anúncio foi feito em Lausana pelo presidente do C.O.I., Jacques Rogge,
que considerou a decisão um «momento-chave» para o Movimento Olímpico
internacional, explicando que a proposta de Singapura constitui um «projecto
excitante».
«Organizar os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude é uma grande responsabilidade e tenho inteira confiança na equipa de Singapura», afirmou Rogge. «Não
duvido do profissionalismo e do entusiasmo que serão aplicados na realização
bem sucedida dos Jogos Olímpicos da Juventude em 2010».
À primeira edição dos Jogos de Verão candidataram-se inicialmente nove
cidades (Atenas, Banguecoque, Debrecen, Guatemala, Kuala Lumpur, Moscovo,
Poznan, Singapura e Turim).
Os Jogos Olímpicos da Juventude de Verão deverão reunir cerca de 3200 atletas
dos 14 aos 18 anos e 800 oficiais, num programa desportivo incluindo os 26
Desportos olímpicos em disciplinas e provas determinadas.
MULHERES & DESPORTO
Prémio para Angola
O Comité Olímpico
Internacional
atribuiu os seus
galardões anuais
Mulheres e Desporto
por ocasião do Dia
Internacional da
Mulher, contemplando entre outras a
angolana Ana Paula
dos Santos, esposa
do Presidente de
Angola, pelo seu
trabalho na área
do desporto para
deficientes.
Numa cerimónia
realizada no Mar
Morto, na Jordânia,
na presença do Rei
Abdullah Il Bin Al Hussein e do presidente do COI, Jacques Rogge, o Troféu «Mulheres e Desporto» de 2008 foi outorgado à primeira mulher Ministro da Juventude e Desporto da Malásia,
Datuk Seri Azalina Othman Said.
A entrega destes prémios decorreu durante a IV Conferência Mundial Mulheres e Desporto,
este ano sob o tema «O Desporto como veículo para a Transformação Social», que reuniu
na Jordânia mais de 600 delegadas, incluindo Celeste Gil, da Comissão Executiva do C.O.P.e
Chefe-adjunta da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Pequim.
Ana Paula dos Santos ganhou o Troféu para África em reconhecimento por ter fundado e
dirigir é a Fundação Lwini, organismo que promove e financia o desenvolvimento desportivo
das vítimas das minas terrestres, usando o desporto para desenvolver a esperança no
futuro, em colaboração com o Comité Paralímpico Angolano.
A Taça Lwini, criada sob este patrocínio, já foi realizada seis vezes e possibilitou a oportunidade a muitas vítimas das minas deixadas pela guerra civil de desfrutarem da actividade
desportiva de modalidades como o basquetebol e o futebol em cadeiras de rodas.
Além do Troféu, como habitualmente foram entregues cinco prémios continentais, escolhidos de um total de 70 candidaturas apresentadas pelos Comités Olímpicos nacionais e
pelas Federações Internacionais.
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Janeiro|Fevereiro 2008
Criados com o objectivo de difundir os valores do Olimpismo através das
comunidades jovens de todo o Mundo e aumentar a interesse e a participação
desportiva no seio da juventude, os Jogos Olímpicos da Juventude disputar-seão em ciclos de quatro anos.
Vicente Moura em Reunião
com Ministros Europeus
O Presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Vicente Moura, participou em Ljubljana, Eslovénia, no Encontro informal dos Ministros de Desporto da União Europeia com os presidentes
dos Comités Olímpicos Nacionais da Europa e com os membros do Executivo dos Comités
Olímpicos Europeus (COE).
Na Reunião foi aprovada uma declaração conjunta denominada «Importância Social e Diálogo
no Desporto», em que se reconhece a «importância das organizações desportivas, enquanto
parte integral da sociedade civil e factor de união entre pessoas de diferentes condições
sociais, intelectuais e culturais, desde o nível da formação até às elites».
Esta Declaração é assinada no final dos trabalhos, pelo Ministro da Educação e Desporto da
Eslovénia, Milan Zver, pelo presidente dos Comités Olímpicos Europeus, Patrick Hickey, e pelo
Comissário Europeu Responsável pelo Desporto, Jan Figel.
A Agenda deste meeting prevê duas reuniões em simultâneo, uma entre os Ministros europeus responsáveis pelo Desporto e a outra entre os presidentes dos Comités Nacionais e o
Executivo dos COE.
O programa do Plenário dos Ministros incluiu a apresentação das Conclusões da Presidência
Portuguesa da U.E., a cargo do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino
Dias.
Após as reuniões sectoriais, realizou-se uma reunião conjunta subordinada ao tema «Nova
estrutura de cooperação no Desporto no espaço da União Europeia», para discussão de uma
nova política de cooperação no Desporto a nível da EU e da autonomia do desporto e da especificidade das estruturas associativas.
Sintonia contra o doping
Os presidentes do Comité Olímpico Internacional (COI),
Jacques Rogge, e da Agência Mundial Anti-Dopagem
(WADA), John F ahey, reuniram-se em Janeiro pela
primeira vez na sede do COI em Lausana, para discutir
a cooperação entre os dois organismos e afinar
estratégias para a luta contra o doping no desporto.
Foi o primeiro encontro entre os dois responsáveis,
após a entrada em funções de F ahey com o presidente da WADA em 1 de Janeiro e foi testemunhado
pelos presidentes da Associação das Federações
de Desportos Olímpicos de Verão e da Associação
das Confederações Internacionais, bem como pelos
presidentes da Comissão de Atletas e da Comissão
Médica do COI.
«O COI tem apoiado sem reservas e vai continuar a
fazê-lo no futuro. O Senhor F ahey pode contar com
o total compromisso do Movimento Olímpico na luta
contra o doping», declarou Jacques Rogge. «A WADA
já percorreu um longo trajecto desde a publicação
do Código Anti-Dopagem, por exemplo, mas o
desafio mantém-se. Ainda são necessários grandes
esforços para a total implementação do Código pelo
Movimento Olímpico até 1 de Janeiro de 2009 e para
a adesão dos Governos à Convenção da UNESCO.
Confio plenamente que o senhor F ahey ajudará
significativamente a atingir os objectivos», acrescentou
o presidente do COI. Jacques Rogge reafirmou que o
COI prosseguirá a implementação de uma política de tolerância zero contra o Doping, através de um programa
exaustivo de controlos durante as edições dos Jogos
Olímpicos (em Pequim serão realizados 4500 testes),
chamando à cooperação os governos dos países, através da imposição de castigos pecuniários aos Comités
Olímpicos Nacionais e aos atletas.
Cooperação entre COI e ONU
O presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques
Rogge, recebeu o Secretário-Geral das Nações Unidas,
General Ban Ki-moon, na sede do COI, em Lausana,
onde os dois líderes acordaram incrementar as relações de cooperação entre os dois organismos.
Rogge expressou a Ban Ki-moon que o COI está firmemente empenhado em promover o Desporto como
forma de ajudar a ONU a atingir os seus objectivos.
«O Secretário-geral e eu mantivemos uma reunião muito produtiva, focando temas globais que constituem
preocupações comuns», afirmou Jacques Rogge, após
o encontro. «O COI está consciente de que nos nossos
dias nunca se conseguirá fazer o suficiente em
matéria de ajuda humanitária e questões ambientais.
Contudo, somos apenas uma organização desportiva.
Devemos confiar na competência e na influência da
ONU para definir os objectivos e determinar de que
forma o Desporto melhor poderá contribuir».
Na primeira visita oficial de Ban Ki-moon ao COI, ele e o
presidente Rogge discutiram o envolvimento do Comité
nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da ONU
e de que forma pode o COI usar o Desporto como elemento catalisador na parceria com as Nações Unidas.
O COI identificou cinco áreas de desenvolvimento que
acredita poderem avançar com a ajuda do Desporto e
dos seus parceiros:
- erradicar a pobreza extrema e a fome
- promover a igualdade entre sexos e o reconhecimento da mulher
-·combater o HIV/SIDA, malária e outras doenças
- assegurar a sustentabilidade ambiental
- desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento
Young Olympic
Games in Singapore
Singapore has been elected
to host the first edition of
the Youth Olympic Games in
2010, beating Moscow in the
last ballot by 53 to 44 votes.
About 3200 athletes from 14
to 18 years old will participate in the big event and the
sports program will feature all
the 26 Olympic sports.
Women and Sport
IOC awarded the Women &
Sport Trophy for Africa to
Ana Paula Santos, spouse
of Angola President José
Eduardo dos Santos, for her
work at the Foundation Lwimi,
which promotes and supports
the sports activity among war
cripples, including football
and basketball in wheelchairs.
The World Women & Sport
Trophy was awarded during the
World Conference at Amman
to the first Minister female of
Sports and Youth of Malaysia,
Daluk Seri Azalina. Portugal
NOC member Celeste Gil
represented the Portuguese
Sports Women at Amman.
Vicente Moura in
European meeting
The president of Portugal
Olympic Committee José
Vicente Moura attended the
Informal
Meeting of EU Ministers
Responsible for Sport with
the Presidents of the National
Olympic Committees of
EU member states and the
members of the Executive
Committee of the EOC in
Slovenia. In this meeting an
important joint declaration
was issued regarding the new
framework for cooperation on
sport within the EU, and specially the Autonomy of sport
and specificity of grassroots
sport structures and Social
cohesion and integration.
Jacques Rogge with
WADA and UN
By the early days of the
Olympic year IOC President
Jacques Rogge met the new
World Anti-doping Agency
leader John Fahey and the
General Secretary of United
Nations and reaffirmed the
commitment of the Olympic
Movement to the struggle
against doping and against
poverty and epidemic
diseases in the world. IOC is
also committed to ensure de
environment sustainability and
looks forward to increase with
UN a global partnership for
development.
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Janeiro|Fevereiro 2008
NOTICIÁRIO
Crocs exclusivos nos pés
da Missão a Pequim
Comité Olímpico de Portugal assinou
com a Crocs, Inc. o contrato de parceria que designa as sandálias Crocs produto
oficial da Missão de Portugal aos Jogos
Olímpicos de Pequim de 2008.
O contrato foi assinado pelo presidente do
C.O.P., José Vicente Moura.
O sapato desenhado especialmente pela
Crocs para a Missão Portuguesa faz parte
do traje oficial, apresentado em Novembro do ano passado, e destina-se a uso
quotidiano na Aldeia Olímpica.
A sandália é vermelha, ostentando o
logótipo do C.O.P., e tem uma correia
verde, onde será estampado igualmente o
símbolo do C.O.P. e a palavra Portugal, em
português e mandarim.
Cada elemento da Missão vai receber uma
quantidade de jibbitz (adereço decorativo
dos Crocs) exclusivos do C.O.P., para decorar, coleccionar ou trocar em Pequim.
A companhia norte-americana tenciona
comercializar réplicas dos Crocs oficiais do
C.O.P. na sua rede de retalho nacional.
O que é a Crocs
A Crocs,Inc. é uma empresa norte-americana fabricante e retalhista de calçado para
homem, mulher e criança, com a marca
Crocs.
Os sapatos Crocs são produzidos
numa matéria inovadora e exclusiva, a Croslite, uma inovação
na indústria mundial de calçado.
O material Croslite proporciona
sapatos suaves, confortáveis,
leves e resistentes aos odores,
o que os torna ideais para trajes
casuais, mas também adequados
a muitas tarefas profissionais e
de recreio. A versatilidade do
material tem imposto a Crocs no mercado
global como um produto acessível a um
público muito vasto.
Em 2006, a companhia adquiriu a Jibbitz,
LLC, fabricante de acessórios e produtos
coloridos especificamente adaptados aos
sapatos Crocs. Hoje, existem mais de
1.200 modelos de Jibbitz para os utilizadores de Crocs decorarem os respectivos
sapatos.
Crocs são vendidos já em mais de 90
países em inúmeros modelos e cores.
FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS
O
C.O.P. with new partners
Olympic Committee of Portugal signed contracts with some new partners regarding the participation in Beijing Olympics. Crocs shoes crated an exclusive
model for the casual official apparel and will shine in the Portuguese feet within
the Olympic Village.
C.O.P. also signed a deal with communication company Megabox which will
help in the developing of the Team’s image and other tools of communication.
And Aquafitness Health Clubs will allow the Olympic team members to train
in their Academies free of charge, under an agreement which includes former
athletes.
Megabox Media Partner
Acordo com clubes Aquafitness
O Comité Olímpico de Portugal celebrou um protocolo
de cooperação com a empresa Megabox, vocacionada
para a prestação de serviços de produção publicitária.
Com o estatuto de «Media Partner», a Megabox passa a
assegurar a concepção, artes-finais e pós-produção
de projectos de comunicação do Comité durante o ano
olímpico de 2008, sem custos para o C.O.P.
Entre estes projectos, contam-se o desenvolvimento
da Imagem da Equipa Olímpica 2008, da Campanha
Obrigado Patrocinadores, de uma Campanha Institucional do C.O.P., da adaptação para Portugal da
Campanha Anti Ambush Marketing do Comité Olímpico Internacional, da Imagem de Eventos do C.O.P.,
bem como de um Calendário Atletas Olímpicos de 2009, entre outros.
Excluídos deste protocolo estão os projectos de comunicação já desenvolvidos pelo C.O.P., como
site internet, a revista Olimpo ou o magazine televisivo Olimpo, bem como a imagem dos II Jogos da
Lusofonia Lisboa 2009. Na sequência deste protocolo, os atletas dos Projectos Olímpicos do C.O.P. podem integrar, se o desejarem, o portfolio da Megabox, visando possíveis utilizações da sua imagem
em futuras campanhas publicitárias.
Os associados da Megabox são o conceituado fotógrafo Alexander Koch, que já foi responsável
pela produção dos Calendários de Atletas Olímpicos de 2003, 2004 e 2005, cujos modelos foram
essencialmente atletas participantes nos Jogos de Atenas, e Jorge Pina, ex-pugilista e actual atleta
dos paraolimpicos de Pequim 2008.
Os atletas olímpicos podem agora realizar
os seus treinos, sem quaisquer encargos, nos clubes Aquafitness, em resultado
de um protocolo de cooperação assinado
entre a empresa e o C.O.P, em Janeiro.
Mediante este acordo, os atletas dos
Projectos Pequim 2008 e Esperanças
Olímpicas 2012, do C.O.P., bem com o os
atletas olímpicos que participaram nos
Jogos de Sydney 2000 e Atenas 2004,
passam a ter livre acesso a qualquer
clube Aquafitness.
Os atletas abrangidos podem fazer-se
acompanhar de um técnico para acompanhamento e orientação do treino.
Celebrado pelo presidente do C.O.P., José Vicente Moura, e pelo Administrador
do Aquafitness Health Clubs, Maurício Cavalcanti, este acordo é válido até 31 de
Dezembro de 2008.
O Aquafitness foi criado no ano 2000 e dispõe actualmente de dois clubes,
na Charneca da Caparica: Aquafitess Qtª. Texugo, com 3.000 m2, e Aquafitness
Marisol, com 6.000m2.
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Janeiro|Fevereiro 2008

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