Anos 2000 Caso Toninho Barcelona O caso do doleiro Antônio

Transcrição

Anos 2000 Caso Toninho Barcelona O caso do doleiro Antônio
Anos 2000
Caso Toninho Barcelona
O caso do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho Barcelona, é mais um caso
proveniente das investigações da CPI dos Correios instaurada em 2005, após a eclosão do escândalo
do Mensalão. Naquele momento, o doleiro encontrava-se preso desde agosto de 2004 em Avaré,
interior paulista, acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com a Polícia
Federal, Antônio Oliveira Claramunt é um dos maiores doleiros do país.
Em seu primeiro depoimento à CPI dos Correios, o doleiro relatou que mantinha negócios
com o Partido dos Trabalhadores (PT) e também levantou suspeitas sobre o então Ministro da
Justiça, Márcio Thomas Bastos, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Tais
afirmações, contudo, foram desmentidas por Claramunt posteriormente.
Na segunda ocasião, Antônio Oliveira Claramunt foi convocado para depor em uma
audiência conjunta das CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos. No início de seu depoimento,
o doleiro disse que nunca havia feito negócios com o PT. No entanto, durante a reunião, Claramunt
afirmou que ajudou o PT a trocar dólares por reais nas eleições de 2002 e que movimentou
pessoalmente US$ 2,050 milhões destinados ao PT. Além disso, afirmou que entregava cerca de 30
mil dólares por dia a um indivíduo dentro do gabinete do então vereador Devanir Ribeiro (PT-SP), e
que sua empresa, a Barcelona Tour, ajudou a transferir para o exterior recursos da Prefeitura de
Santo André (São Paulo).
Entre outras explicações, o doleiro detalhou a forma de como supostamente o dinheiro
chegava as mãos do PT. Aparentemente, o empresário Marcos Valério transferia dólares de uma
conta no Trade Link Bank para outra em uma agência do Banco Rural nos Estados Unidos. Uma
vez internalizado no Banco Rural, o dinheiro era encaminhado para a corretora Bonus-Banval, que
então supostamente repassava os recursos para o PT. De acordo com Claramunt, os sócios da
Bonus-Banval e o Deputado José Dirceu (PT-SP) eram amigos próximos.
Em face a essas declarações e em meio a crise politica que surgiu após as denúncias de
corrupção nos Correios, José Dirceu teve seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar,
em dezembro de 2005.
Fontes:
Jornal Folha de São Paulo online: http://www1.folha.uol.com.br
Revista Veja online: http://veja.abril.com.br