3a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

Transcrição

3a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa
Publicação do
Centro de Articulação de
Populações Marginalizadas
agosto 2010
Terceira Caminhada em Defesa da
Liberdade Religiosa:
Ato pela democracia quer atingir número recorde de participantes
Em 2009, cerca de 80 mil pessoas participaram do evento em Copacabana. Este ano, a mobilização e a estrutura têm
indicado que mais religiosos estarão na orla. Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) se organiza em
plenárias para o acontecimento de 19 de setembro. A concentração está marcada para 11h, e ainda há tempo para
ajudar. Saiba mais na Página 3
Prêmio
Camélia da Liberdade
Confira os vencedores e
homenageados da
quinta edição
Milton Gonçalves (foto), TAM
e Joyce Ribeiro, do SBT, receberam reconhecimento por
seus trabalhos e destaques.
Festa aconteceu no VIVO Rio
e teve apresentações de Sandra de Sá, Fundo de Quintal e
Tereza Cristina. Páginas 4 e 5
Foto: Jose Lima de Andrade Neto, presidente da Transpetro,
entrega prêmio, em nome da Petrobras, ao ator Milton Gonçalves
Concurso de Redação
Seminário abre as portas, e inscrições são prorrogadas
No Rio de Janeiro e em São Paulo, evento discutiu a importância de uma educação mais democrática para o Brasil. Professores falaram sobre a necessidade de implementação da Lei
10.639/03, que visa à formação qualificada de docentes sobre
as matrizes africanas e afro-brasileira. Candidatos poderão se
cadastrar até 24 de setembro para a nova etapa. Páginas 6 e 7
EDITORIAL
Nossa Liberdade
Este ano, estamos comemorando os 100 Anos da Revolta da Chibata. Quando marinheiros que serviam à Marinha de Guerra do Brasil,
em 22 de novembro de 1910, se revoltaram contra os castigos corporais – a chibata.
Sob a liderança dos marinheiros negros João Cândido Felisberto (1880-1969)
e Manoel Gregório do Nascimento, a marujada gritava “Viva a Liberdade” e “Abaixo a
Chibata!”. Estas eram as senhas para a tomada do comando dos principais navios de
guerra ancorados na Baía de Guanabara.
O fim dos castigos corporais na
Marinha Brasileira não veio acompanhado
do acordo de anistia aos revoltosos, mas
sinalizou para o mundo a existência de um
Estado racista e vinculado aos valores do
império português. João Cândido, “o Almirante Negro”, deve fazer parte do Panteão
dos Heróis Nacionais, ao lado de Zumbi dos
Palmares, Luiza Mahim e tantos outros.
O CEAP, comemorando 22 anos de
sua fundação, presta uma justa homenagem
aos 100 anos da Revolta da Chibata, lançando a data do centenário como tema para
ser a referência do Concurso de Redação e
do Prêmio Camélia da Liberdade de 2010.
Eventos que atendem à implementação da
Lei nº 10.639/03, que torna obrigatória inclusão, no currículo das escolas de ensinos
Fundamental e Médio (público e privado),
o estudo da História da África e da Cultura
Afro-brasileira. 2
Ivanir dos Santos
da democracia racial combinada com a luta
pela defesa dos Direitos Humanos, incorporando as lutas de libertação dos povos africanos contra o colonialismo português. A luta
pela libertação de Nelson Mandela e o fim do
Apartheid na África do Sul assinalam como o
racismo está presente no mundo.
Apesar das ações afirmativas se tornarem um marco na Conferência Mundial
Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a
Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, realizada na África do Sul, nossas conquistas são parciais. Os ataques sistemáticos
dos porta-vozes da elite racista, que tentam
nos manter na invisibilidade social, desqualificam as cotas para afrodescendentes na
universidade e no mercado de trabalho.
O “Viva a Liberdade” reivindicado pelos marinheiros liderados por João Cândido
se impõe também aos nossos dias, quando
lutamos por liberdade religiosa e exigimos o
direito constitucional que cada cidadão tem
de praticar sua fé. A luta contra a intolerância religiosa e o racismo é o novo marco na
sociedade brasileira. Religiosos de matrizes
africanas (umbandistas e candomblecistas),
cristãos, judeus, muçulmanos, ciganos e agnósticos participarão, no domingo, dia 19 de
setembro, da Terceira Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, em Copacabana.
As lutas e os avanços contra o racismo
A reivindicação do ensino da história
dos afrodescendentes teve inicio logo após
a Abolição. Toma dimensão nacional com a
Frente Negra Brasileira, que, além de denunciar o racismo, cria cursos de alfabetização para negros e contribui para a criação
de clubes, associações culturais, jornais e
revistas destinados à nossa comunidade.
Outro marco é a fundação do Teatro
Experimental do Negro - TEN, criado e dirigido pelo militante e ex-senador professor
Abdias do Nascimento, que propicia a visibilidade de enredo e artistas negros.
A luta pelos direitos civis e os conflitos raciais nos EUA influenciam nossa comunidade. Durante a ditadura militar, o mo- Ivanir dos Santos
vimento negro retoma a luta contra a farsa
Secretário executivo do CEAP
GRIOT
ANO 6 Nº 14 ABRIL A AGOSTO de 2010
O jornal Griot é uma publicação do CEAP - Centro de Articulação de Populações
Marginalizadas
DIREÇÃO
Presidente: Maytê Ferreira da Silva
Secretário Executivo: Ivanir dos Santos
Tesoureiro: Wilmann da Silva Andrade
Secretário: Gerson Miranda Teodoro
(Togo Yoruba)
ADMINISTRAÇÃO
Marcelo Luiz dos Santos / Sidnéia Pereira / Maurício Casimiro /Isabel Cristo
COORDENAÇÃO GERAL
Rute Marcicano Costa
GERENTE PROJETO CAMÉLIA
Éle Semog
AÇÕES AFIRMATIVAS
Jorge Damião / Mario Paulo Rosa
AÇÕES QUILOMBOLAS
Obertal Xavier
AÇÕES INTER-RELIGIOSAS
Edilene Tavares / Leonardo Valério
/ Regina Damazia
COMUNICAÇÃO
Astrogildo Esteves Filho / Ricardo Rubim / Alexsander Fernandes / Rosiane Rodrigues
ESTAGIÁRIA
Ana Ferreira
GRIOT
EDIÇÃO
Ricardo Rubim Mtb nº 28.735/ RJ
Coordenação de Comunicação do CEAP/
Comissão de Combate à Intolerância Religiosa
Ricardo Rubim
COLABORARAM Ele Semog / Jorge Damião /
Obertal Xavier / Edilene Tavares
REVISÃO Ricardo Rubim
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Espalhafato Comunicação
FOTOGRAFIA: Arquivo CEAP: Ierê Ferreira / Antonio Terra / Carlos Jr. / Lucinei Martins (Sorriso)
DISTRIBUIÇÃO: Mario Paulo Rosa
FOTOLITO E IMPRESSÃO:
Jornal do Commercio
TIRAGEM: 5.000 exemplares
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CEP: 20021-180
Tel.: 2232-7077/ 2224-8530
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Centro de Articulação de Populações Marginalizadas é uma organização não-governamental, sem
fins lucrativos, laica, fundada em 1989, na cidade
do Rio de Janeiro, por ex-internos da Funabem
– Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor,
membros da comunidade negra e do Movimento
de Mulheres. Defende o direito à liberdade religiosa como um principio, assim como a dignidade
das religiões de matrizes africanas. A recorrente
violação dos direitos fundamentais da criança e
do adolescente, das mulheres e das populações
negras marginalizadas pela prática do racismo
serviu de inspiração para sua criação.
Terceira Caminhada pela Liberdade Religiosa:
um movimento que não para de crescer
Após colocar 80 mil pessoas na Praia de Copacabana,
evento promete bater recorde de público
por Alexsander Fernandes
Está chegando a ‘Terceira Caminhada em Defesa da
Liberdade Religiosa’. Milhares de pessoas estarão reunidas pela
fé, no dia 19 de setembro (domingo), às 11h, no Posto Seis. O
evento, organizado pela Comissão de Combate à Intolerância
Religiosa (CCIR), pretende aumentar ainda mais o número de
participantes em 2010. A cada ano, o apoio só cresce. Em 2009,
segundo informações do 19º BPM, 80 mil pessoas participaram
da democrática manifestação. Número quatro vezes maior que o
da primeira caminhada.
Vários estados estão se mobilizando com caravanas. São
pessoas de todas as idades e de diferentes religiões que fazem
questão de marcarem suas presenças no Rio de Janeiro. Será
um encontro da família brasileira.
Para os participantes, não existe crença melhor ou pior,
superior ou inferior. Mas todos comungam com a ideia de que
cada um tem o direito de exercer sua fé, com garantia de um
estado laico, que não imponha uma religião sobre as demais.
A CCIR organiza todo o evento com trabalho voluntário.
São cidadãos que dedicam parte do seu dia para lutar pela liberdade religiosa. De acordo com o interlocutor da Comissão de
Combate à Intolerância Religiosa, babalawo Ivanir dos Santos, “o
que nos move é a fé no Criador e o respeito aos nossos ancestrais”. O sacerdote ressalta que será uma festa da democracia e
da liberdade de expressão e pensamento.
UERJ é palco de plenárias para caminhada
Já foi lançada oficialmente, desde julho, a marcha pela
liberdade religiosa. A primeira ‘Plenária de Organização e Mobilização’ aconteceu, na noite do dia 15 daquele mês, no auditório
13 da UERJ. Na reunião, aberta a toda sociedade, foi feita a
prestação de contas da caminhada do ano passado. Durante o
encontro, também foram apresentadas as peças para a divulgação do evento
Contudo, essa foi apenas a primeira de uma série de reuniões, que pretendem unir diversos religiosos, autoridades e
representantes da sociedade civil para preparação da próxima
caminhada.
Em 13 de agosto, mais pessoas chegaram ao auditório da universidade para a segunda plenária. Nela, o secretário de Estado
de Assistência Social e Direitos Humanos, Ricardo Henriques,
juntamente com o superintendente Cláudio Nascimento, ouviu
alguns depoimentos de vítimas de intolerância e, frente aos presentes, comprometeu-se em apoiar a CCIR.
“Este é um momento de extrema importância. Há uma
grande necessidade de se unir sociedade e Estado para cessar essas ocorrências. Essas atitudes chegam a ser patéticas, e
a intolerância é inaceitável -, declarou Henriques, que, em seu
breve discurso, revelou que as diferenças deveriam ser os ingredientes para a união entre todos e que, a partir da máquina do
Estado, há meios de minimizar a situação.”
“Com a máquina do Estado, pode-se partir para encontrar
meios de finalizar com esses preconceitos.”
Para o porta-voz da CCIR, é essencial ouvir as ideias e
experiências pelas quais a Comissão já passou. Ele ressaltou
o trabalho importante de assistência jurídica que a organização
vem fazendo ao apoiar vítimas de intolerância e agradeceu ao
apoio e à representação do Estado na luta.
“Claro que é interessante apoiar a configuração do Estado. Mas é de extrema relevância que se leve em consideração
o histórico da Comissão e o trabalho realizado. Esta união só vai
fortalecer o respeito entre todos.”
As próximas plenárias já estão marcadas. A terceira acontecerá
no dia 31 de agosto, às 18h, no auditório 51 da UERJ, 5º andar
– bl F. A quarta, dia 09 de setembro, às 18h, no auditório 11 da
UERJ, 1º andar – bl F.
3
Cem anos da Revolta da Chibata marca
a 5ª edição do Prêmio Camélia
da Liberdade
Rita Moreno,
Na presença de mais de 2 mil convidados, a entrega
do Prêmio Camélia da Liberdade, ocorrida em 31
de maio, no VIVO Rio, foi comandada pelo humorista Sergio Loroza e pela atriz Walquíria Ribeiro.
Eliana Pittman
representante da
TAM, recebe o
Prêmio Camélia
das mãos de
O Prêmio Camélia da Liberdade, criado pelo CEAP, se
destina a homenagear empresas, instituições de ensino públicas
e privadas, e personalidades que se comprometem com a valorização dos
afrodescendentes, através de programas de Ações Afirmativas.
Este ano, o prêmio homenageia os “100 Anos da Revolta da
Chibata”, liderada pelo marinheiro João Cândido, referenciado
em “Mestre Sala dos Mares”, na música de João Bosco e Aldir
Blanc.
A festa entrou pela madrugada em grande estilo, puxada
pela cantora Sandra de Sá, Grupo Fundo de Quintal e Tereza
Cristina.
Os agraciados com o Prêmio Camélia da Liberdade
foram:
4
EMPRESA - TAM, maior companhia aérea da América do
Sul, foi a representante da categoria Empresa, pela política de
Ações Afirmativas que reserva 10% das vagas para afrodescendentes em seu quadro.
PERSONALIDADE - O ator e diretor Milton Gonçalves, da
Rede Globo, ao ser chamado para receber a homenagem como
Personalidade, leu o poema “Ainda assim, eu me levanto” (Still I
Rise), da poeta negra norte-americana Maya Angelou.
UNIVERSIDADE – Centro Universitário Estadual da Zona
Oeste/Sudeste do Rio (UEZO), cujo troféu foi entregue pelo
imortal Arnaldo Neskier, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, por adotarem políticas afirmativas.
IMPRENSA - Joyce Ribeiro, apresentadora do jornal Boletim de Ocorrências, do SBT, e a repórter Clarissa Monteagudo,
do jornal “Extra”, por uma série de reportagens sobre a intolerância às religiões de matrizes africanas.
Maurício Pestana, presidente do Conselho Editorial da
Revista Raça Brasil, foi homenageado pelo trabalho desenvolvido pela publicação nos 14 anos de existência.
MENÇÃO HONROSA - Comunicação Web: Afropress Agência Afroétnica de Notícias (portal - representado pelo jornalista Dojival Vieira); Memorial Lélia Gonzalez (Informativo,
representado por Ana Maria Felippe), e jornal Irohin (site, representado por Edson Lopes Cardoso, que, embora presente, não
subiu para receber o certificado).
HOMENAGEM A RELIGIOSOS - Padre Gegê (Geraldo José Natalino), delegado Henrique Pessoa, membros da
Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. O secretário executivo do CEAP, babalawo Ivanir dos Santos, homenagou lideranças das religiões de matrizes africanas, como Mãe Agripina
D’Xangô e Ya Davina D’Omulú.
1 Reginaldo de Souza, reitor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
- UESB, recebe prêmio das mãos de
Rosilene Virginea, vencedora do
Concurso de Redação Camélia de 2005
2 Dra. Valquiria, representando a
UFRGS, recebe prêmio de Batman Zavareze, curador do Projeto Multiplicidade
no Oi Futuro
3 Arnaldo Niskier entrega prêmio a
Roberto Soares, reitor da UEZO
Maurício Pestana, da Revista Raça,
recebeu o prêmio de Daniel Pla, promotor de eventos de aproximação dos
morros Pavão, Pavãozinho e Cantagalo
A jornalista Clarissa
Monteagudo, do Extra, recebeu de
Vanda Ferreira
Joyce Ribeiro, do SBT,
recebeu do ministro da
Seppir, Eloi Ferreira
Dojival Vieira, representando a
Agência Afroétnica de Notícias,
recebeu de Dolores Medeiros
Ana Fellipe, representando Memo-
rial Lélia (site informativo), recebeu das
mãos de Jose Reinaldo Belizário
Padre Gege recebeu homenagem de
Sanim, e Fátima Damas entrega
com muita emoção a honraria ao
delegado Henrique Pessoa. Todos
são membros da Comissão de Combate
à Intolerância Religiosa
A noite foi animada ao som do Fundo de
Quintal, Tereza Cristina e Sandra de Sá,
que recebeu homenagem por seus 30 anos de carreira
Homenagem aos religiosos da família Bangbose: Airzinho, Regina
Damazia e George ao lado do
babalawo Ivanir dos Santos
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Educadores debatem cultura afrobrasileira em seminário
“SEMINÁRIO CAMINHOS PARA UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA: LEI 10.639/03” foi a abertura do lançamento do Concurso
de Redação Camélia da Liberdade 2010, com o tema “João
Cândido e os 100 anos da Revolta da Chibata”. O prazo para
as inscrições deste ano foi prorrogado até 24 de setembro.
Os principais objetivos do seminário foram: lançamento do
concurso de redação; propiciar momento coletivo de formação
qualificada de professores sobre as matrizes africanas e afrobrasileira nos currículos escolares, numa perspectiva disciplinar e
interdisciplinar; e visibilizar práticas docentes de implementação da
Lei 10.639/03.
RIO DE JANEIRO – Dias 11 e 12 de março - O seminário foi
realizado no auditório do prédio do MEC, no Centro, e teve a presença de autoridades educacionais públicas e privadas, sindicais,
além de estudantes. Este evento se soma a muitas outras iniciativas, algumas delas promovidas, de forma quase solitária, por dedicados professores, para que os conhecimentos sobre a História
e as culturas Africana e Afro-brasileira se constituam como parte
integrante do saber na formação dos cidadãos brasileiros.
A abertura teve a presença de representantes da Secretaria
Estadual de Educação do Rio de Janeiro como Jose Roberto, chefe
de Gabinete, e Rita de Cássia, área de Diversidade; Cristina Rabello, Gestora de Projetos da Petrobras; profª Maria de Lourdes
Aguiar Freire, da CESGRANRIO; prof° Ivanir dos Santos, secretário executivo do CEAP; e profª. Azoilda Loretto, coordenadora do
seminário.
Professores de escolas públicas e privadas e estudantes
marcaram presença.
Após a abertura oficial, foi exibido um filme sobre a Revolta
da Chibata, que faz parte do material de apoio para o concurso.
Segundo a professora Drª. Azoilda Loretto da Trindade,
coordenadora do seminário no Rio e em São Paulo, “Foi mais uma
contribuição do CEAP para que o conhecimento sobre a história e
culturas africana e afro-brasileira se constitua parte integrante do
saber na formação dos cidadãos e, assim, possamos acelerar o
processo de eliminação do racismo no Brasil e no mundo (...) Uma
experiência tão profícua e desafiadora que demanda continuidade,
já que percebemos e constatamos, mais uma vez, o quanto precisamos aprender, reaprender, mobilizar, produzir novos saberes e
novos fazeres nesta árdua caminhada”.
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“João Cândido,
100 anos da Revolta da Chibata”
Este ano, o tema de reflexão para o Concurso de Redação
Camélia da Liberdade é “João Cândido, 100 anos da Revolta da
Chibata”. No encerramento do seminário, seguido de coquetel,
foram fornecidos certificados aos participantes. As escolas que
se inscreveram no Concurso de Redação Camélia da Liberdade
receberam um kit pedagógico formado por dois DVDs “Cultura
Negra, Resistência e Identidade” e “A Construção da IgualdadeHistória da Resistência Negra do Brasil”; Caderno “João Cândido
e a Chama da Liberdade”, do professor Alvaro Pereira do Nascimento; revista “A Cor do Brasil”; e o livreto “Solano Trindade:
Redação de Muitas Vidas” (que traz as 30 melhores redações do
Concurso de 2009).
PARCERIAS
No Rio de Janeiro, o lançamento do concurso contou com
a parceria da Secretaria Estadual de Educação, além do SimproRio e da CESGRARIO, responsável pela avaliação e premiação
das redações enviadas pelas unidades de ensino.
Concurso de Redação
Camélia da Liberdade 2010:
prazo para as inscrições deste ano foi
prorrogado até 24 de setembro
Cristina Rabello, representante da Petrobras; profª Lourdinha da CESGRANRIO; profª Azoilda L Trindade, coordenadora do seminário; Ivanir dos Santos,
secretário executivo do CEAP; José Roberto, chefe de gabinete da Secretaria de Educação e Rita de Cassia da área de Diversidade
CEAP e INPB fazem parceria e lançam
concurso de redação em São Paulo
O lançamento do Concurso de Redação Camélia da Liberdade em São Paulo teve a parceria do Instituto do Negro Padre Batista – INPB, entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1987
pelo padre Benedito Batista de Jesus Laurindo. Tem por objetivo a
inclusão da população marginalizada, por meio de ações afirmativas
focadas na Educação. Em uma de suas ações, está a Marcha Noturna pela Democracia Racial, que é realizada há 14 anos, antes do
dia 13 de maio.
O evento deste ano teve como tema “Economia de Comunhão e Vida do Povo Negro - Lema: “O Jubileu dos 200 anos da Igreja
da Boa Morte e 100 anos de Luta das Mulheres Negras”.
SEMINÁRIO EM SÃO PAULO AMPLIA DEBATE DA LEI 10.539
Dias 26 e 27 de abril – A abertura foi no Espaço da Cidadania da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado,
no Páreo do Colégio, 148, Centro.
Presentes representantes
da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, Elizabeth F.de
Sousa; Fundação Casa, Penha Lucia V. Ramos e Francisca Silva;
José Barbosa da Petrobras; professor Ivanir dos Santos, secretário
executivo do CEAP; padre José Enes de Jesus, Instituto do Negro
Padre Batista – INPB; Marizilda de Oliveira, Associação Nacional
das Escolas Católicas – ANEC; deputado José Cândido, presidente
da Comissão de Direitos Humanos – SP; Ester Fátima Vargem da
Secretaria Municipal de Direitos Humanos; Marjorie B. Monteiro da
APEOESP; Cleide Vitorino, Coordenadoria de Assuntos da População Negra - CONE; Arildo dos Santos: Instituto Dom Bosco; Flavio
José dos Passos: PUC/SP Quilombola; Valter Hylario: Fala Negão;
Guilherme Botelho Jr.: Pastoral Afro Achiropita; Eni Augusta de Paula: Conselho Municipal da Comunidade Negra de Porto Feliz; padre
Luiz Fernando: Pastoral Afro Arquidiocesana; Sebastião Nery, Museu do Folclore, além de dezenas de professores-parceiros do concurso no ano passado, como Márcia Antonieta, que representava o
S.O.S Racismo da ALESP, e Rafael Pinto, coordenador executivo do
concurso em São Paulo.
Para Ivanir dos Santos, secretário-executivo do CEAP,
além da valorização da cultura africana e dos afrodescendentes, o Camélia da Liberdade promove o debate com a sociedade
sobre as desigualdades de 79 milhões de negros, que vivem
no Brasil. “Mais do que alavancar novas políticas públicas para
dirimir tais diferenças, é importante entender o passado e a rica
história para disseminar o conhecimento”, conclui.
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