AVALIAÇÃO DE LINHAS DE COLAGEM DE JUNTAS DE FINGER

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AVALIAÇÃO DE LINHAS DE COLAGEM DE JUNTAS DE FINGER
1
AVALIAÇÃO DE LINHAS DE
COLAGEM DE JUNTAS DE
FINGER
JOINT
UTILIZANDO
MADEIRAS DE Pinus taeda E
Tectona grandis
Mauro Itamar Murara Junior*
Ricardo Rosa Peres**
* Professor do curso de Engenharia Florestal
da Fundação Universidade do Contestado –
FUnC – Campus Canoinhas;
** Acadêmico do curso de Engenharia
Florestal da Fundação Universidade do
Contestado – FUnC – Campus Canoinhas;
Resumo - Este trabalho teve por
objetivo
avaliar
o
módulo
de
elasticidade e flexão e da resistência à
flexão, de acordo com a instrução
normativa EN 310 para trinta corpos
de prova de fingers joints, sendo
quinze da espécie Pinus taeda e
quinze da espécie Tectona grandis, na
máquina unilateral de teste de blocos
EMIC DL 30000. Depois da realização
dos testes observou-se que o melhor
resultado obtido para fingers joints da
espécie Pinus taeda foi para o corpo
de prova nove, que apresentou para a
variável
tensão
máxima
(47,88
kgf/cm²) e para a variável deflexão
(97,08%). Os maiores problemas
encontrados para os fingers joints da
espécie Pinus taeda ocorreram com o
corpo de prova doze, apresentando
para a variável tensão máxima o pior
resultado entre todos (13,50 kgf/cm²),
além de apresentar resultados muito
abaixo da média para as variáveis
módulo elástico e deflexão. Ainda,
pode-se ressaltar que para os fingers
joints da espécie Tectona grandis o
melhor resultado obtido foi para o
corpo de prova quinze, que obteve o
melhor resultado para a variável
tensão máxima (72,57 kgf/cm²) e para
a variável deflexão obteve o segundo
melhor
resultado
(62,35%).
Os
maiores problemas encontrados para
os fingers joints da espécie Tectona
grandis ocorreram com o corpo de
prova quatro. Este apresentou para a
variável tensão máxima o pior
resultado entre todos (19,55 kgf/cm²),
além de apresentar o pior resultado
entre todos para a variável deflexão
(18,22%) e, por fim, obteve um valor
muito abaixo da média para a variável
módulo elástico.
Palavras-chave: Polivinil acetato –
Resistência finger joint.
Abstract - This study aimed evaluate
the modulus of elasticity and bending
and beding resistance according to
standart EM 310 for instruction thirty
specimens finger joints, being fifteen
species of Pinus taeda and fifteen
species of Tectona grandis in the
machine unilateral of test blocks EMIC
DL 30000. After on specie Pinus taeda
was for the instruction nine, showed
that for the variable maximum stress
(47,88 kgf/cm²) and for the variable
deflection (97,08%). The biggest
problems found in the finger joints on
specie Pinus taeda occurred the
instruction twelve, it showed variable
for the maximum stress the worst
result among all (13,50 kgf/cm²)
besides gave results well below the
average for the variable elastic
modulus and defection. It can still be
noted that for the finger joints of the
specie Tectona grandis the Best result
was obtained for the specimen fifteen,
that had the best result for the variable
maximum stress (72,57 kgf/cm²) and
for the variable deflection obtained the
second Best result (62,35%). The
biggest problems for the finger joints
on specie Tectona grandis occurred
with the four specimen, it showed for
the variable maximum stress the worst
result among (19,55 kgf/cm²), besides
2
occurring
deflection
reached
average
modulus.
the worst result among
for (18,22%) and finally
a value well below the
for the variable elastic
Introdução
3
Com o crescimento do setor
madeireiro
pode-se
dizer
que
Assim, pode-se entender que
a
tanto no Brasil quanto no mundo o uso
economia brasileira como um todo
da matéria-prima vem aumentando
apresentou crescimento da ordem de
constantemente, seja ela extraída de
5,3% em 2007 frente ao ano de 2006,
modo irregular, seja de acordo com as
visto que o Produto Interno Bruto – PIB
legislações específicas de cada país.
do país atingiu US$ 1,30 trilhões
Desta
(2007). Por sua vez, a indústria de
exploração e utilização deste recurso
Madeira processada mecanicamente
natural,
apresentou
irracional,
crescimento
de
forma,
entende-se
quando
pode
feita
que
a
de
forma
apresentar
sérios
aproximadamente 2,3% em 2007, ano
danos ao planeta com o passar dos
em que o PIB deste segmento chegou
anos, sendo que estudos comprovam
a US$ 13,1 bilhões (ABIMCI, 2008, p.
que o desmatamento descontrolado
02).
está contribuindo de forma significativa
Por outro lado, a Organização
para o aquecimento global.
das Nações Unidas para a Agricultura
e
Alimentação
sua
que o uso da matéria-prima florestal
publicação "Estatísticas Florestais de
por parte de muitas empresas ainda é
Hoje
feita de forma inadequada, uma vez
para
(FAO),
Amanhã"
em
Neste contexto, pode-se afirmar
("Forestry
Statistics Today for Tomorrow"), prevê
que
que o consumo de madeira roliça para
desperdiçada. Esses resíduos são
fins industriais vai crescer de 1,6
resultados
bilhões
desdobro, desengrosso, serramento,
de
metros
cúbicos
(m³)
parte
deste
dos
recurso
processos
é
de
registrados em 1991 para 2,6 bilhões
fresamento1,
de m³ por volta do ano de 2010; por
acabamentos
sua vez, o consumo de madeira
madeira sofre. Pode-se ainda afirmar
serrada vai passar de 456 para 745
que parte das empresas apenas vê a
milhões de m³, e o de painéis à base
geração de resíduos como um único
de madeira crescerá de 121 para 313
problema. Em situações como estas é
milhões de m³ no mesmo período
1
(MERCADO
p.147).
DE
MADEIRA,
ano.
entre
e
seleções
outros
que
a
Fresamento – De acordo com Ferraresi
(1977, p. 11) o fresamento é definido como o
processo mecânico de usinagem destinado a
obtenção de superfícies quaisquer com o
auxílio de ferramentas geralmente multicortantes.
4
que se observa quando a empresa
móveis,
possui
visão
diretamente ao consumidor final. A
empreendedora, aquela que faz a
“desproporção” encontrada no Finger
diferença
Face
a
e
chamada
apresenta
soluções
e
é
uma
também
vendidos
característica
inovadoras, de forma que ao contrário
apreciada
de se desfazer dos resíduos, agrega a
valorizam o estilo e o design na
eles um valor de produção, pois ao
madeira.
reutilizá-lo atribui-lhe novos fins.
reaproveitamento
de
pequenos
pedaços de madeira alocados entre
nós ou outros defeitos. Esses pedaços
são juntados novamente, por meio de
“dedos” formados nas extremidades da
madeira, que, após a colagem, fica
mais resistente do que a matéria-prima
original. Esse processo é conhecido
como Finger-jointing. O resultado final
gerados
pelo
seu
para a empresa, além de apresentar
mais uma alternativa para o uso da
matéria-prima para diversos outros
produtos. Com isso, pode-se diminuir o
preço dos produtos manufaturados e
reduzir
a
exploração
virgem.
na madeira e não na junta realizada.
Com isso, há um reaproveitamento da
antes
serviria
para
alimentar as caldeiras. Produtos com a
junta
aparente
são
destinados
a
mercados mais exigentes, como o
Europeu e o Asiático. Esses painéis
são
utilizados
por
fabricantes
de
2
Fingers Joints - extremidade com encaixe
para facilitar junção das peças de clear.
(MATTOS; GONÇALVES; CHAGAS, 2008)
processamento
passando a gerar lucros diferenciados
ruptura no produto, com certeza será
que
que
podem deixar de ser um desperdício,
é tão resistente que, se houver uma
madeira
mercados,
Portanto, os resíduos de madeira
Os fingers joints2 são feitos com
o
nesses
muito
Massa Específica
da
madeira
5
Para Richter e Burger (1974) a
massa
específica,
já
referenciado
assegura que, para que possam ser
composição química e o volume de
feitas comparações entre espécies, as
matéria-lenhosa por peso, é talvez a
massas e os volumes devem ser
característica
tecnológica
mais
determinados a um mesmo teor de
importante
madeira,
pois dela
umidade, uma vez que este exerce
dependem
reflete
autor
a
da
que
O
estreitamente
outras
influência na massa específica. Dentre
propriedades, tais como a resistência
as diversas propriedades da madeira,
mecânica, o grau de instabilidade
a densidade é a mais utilizada, pois se
dimensional pela perda e absorção de
correlaciona diretamente com o peso,
água, etc.
com as propriedades físico-mecânicas
Nas pesquisas Trendelenburg e
Mayer-Wegelin (1956), Murara (2005)
encontrou que a massa específica é
importante,
pois
permite
tirar
conclusões
a
respeito
da
madeira
como
adaptabilidade
da
material de construção. Este é o
motivo de a madeira ser procurada
para fins estruturais, devido à boa
relação
de
resistência/peso
que
da madeira, com a composição celular,
podendo ser facilmente determinada.
Porosidade/Permeabilidade
A porosidade tem uma relação
inversa com a massa específica, ou
seja, madeiras mais densas possuem
menos poros ou poros de menor
tamanho.
Esse
tipo
de
madeira
costuma apresentar tilos ou alto teor
de extrativos, diminuindo, assim, sua
apresenta.
permeabilidade.
As diferenças de arranjo dos
tecidos, dimensões do lúmen das
células, e espessura das paredes
celulares determinam valores próprios
de
massa
específica
para
cada
espécie de madeira. Salienta-se que a
resistência
da
madeira
está
estreitamente relacionada com sua
massa
específica
MURARA, 2005).
(PARKER,
apud
Madeira
específica
com
possui
alta
menos
massa
espaços
vazios e, consequentemente, dificulta
a penetração do adesivo no interior da
madeira, diminuindo o ancoramento,
gerando um pequeno percentual de
adesão mecânica. (VICK, 1999, apud
PRATA 2010).
Costa Tienne (2006) apud Prata
6
(2010) relata que a porosidade e a
porosidade da madeira, Iwakiri (2005)
permeabilidade das madeiras afetam
afirma que é preciso controlar a
consideravelmente
viscosidade
a
adesão
das
do
adesivo,
mesmas, tendo em vista que a adesão
compensando,
assim,
a
alta
mecânica depende principalmente da
permeabilidade com o aumento da
disposição dos espaços vazios para
viscosidade e vice-versa.
que haja uma penetração do adesivo
dentro
da
madeira
espaços
e
que
vazios
desbloqueados,
estes
Teoria da Adesão
estejam
A adesão ocorre devido ao
assim,
“ancoramento” mecânico, forças de
permitindo
depois da cura, uma fixação do
atração
molecular
física,
e
ao
adesivo por ancoramento.
desenvolvimento de ligações químicas
entre a madeira e o adesivo.
Mas, por outro lado, Iwakiri
(2005) afirma que madeira com alta
porosidade
pode
penetração
ocasionar
numa
excessiva
consequentemente,
e,
ocorrer
a
chamada linha de cola faminta, ou
seja, uma fraca ligação entre os
substratos.
A teoria da adesão pode ser
dividida em três partes, a teoria
mecânica, a teoria da colagem de
polímeros, e a teoria da adesão
química. A teoria da adesão mecânica
se dá através de enganchamento
(„interlocking‟) mecânico. A fluidez e
penetração do adesivo em substratos
Ao analisar os estudos de Vick
porosos
e Rowell (1990), Prata (2010) afirma
ganchos
que os adesivos PVAc geralmente
substrato após solidificação deste.
apresentam bom fluxo nos lúmens das
Outra teoria é a colagem de polímeros
células
na
onde a adesão se daria através da
superfície a ser colada, mas, dado o
difusão de segmentos de cadeias de
seu
polímeros. As forças de adesão podem
que
alto
estão
peso
provavelmente
expostas
molecular,
não
muito
penetram
as
levariam
à
fortemente
formação
de
presos
ao
ser visualizadas como as mesmas
produzidas na adesão mecânica, só
paredes celulares.
de
que agora em nível molecular. No
penetração do adesivo em função da
entanto, as aplicações desta teoria
variação
também são limitadas. A mobilidade
Para
adequar
da
o
grau
permeabilidade
e
de longas cadeias de polímeros é
7
bastante
restrita,
severamente
a
limitando
acetato de vinila, que, por sua vez, é o
interpenetração
resultado da reação entre o acetileno e
molecular proposta nesta teoria.
última
teoria
seria
a
da
A
adesão
o ácido acético, podendo ser feita de
duas
maneiras:
pode
ser
obtida
química onde a adesão se daria
através da fusão entre o calcário e o
através de ligações primárias (iônicas,
carvão, ou então através da refinação
covalentes, coordenadas e metálicas)
do petróleo bruto.
e/ou através das forças secundárias
intermoleculares. (REMADE, 2007, p.
3).
Existem hoje no mundo várias
normas
que
regulamentam
a
resistência dos adesivos para madeira,
porém a norma adotada no Brasil, pelo
Polivinil Acetato (Pva)
menos a mais citada, é EN-204, que
Os
adesivos
Products
PVAc,
Laboratory,
U.S.
apresentam
características como sendo um líquido
pronto para uso, de cor branco a
castanho-claro ao amarelo, sendo que
a interface de colagem apresenta-se
incolor. Quanto à colagem em si, este
líquido pode ser aplicado diretamente
na madeira, prensado em temperatura
ambiente
ou
frequência,
sendo
colado,
produto
o
resistência
através
que
mecânica
de
alta
depois de
apresenta
alta
quando
em
ambiente seco. Seu ponto crítico de
utilização se dá em ambientes com
altas temperaturas e alta umidade.
(PRATA, 2010).
classifica
os
adesivos
em
quatro
grupos de durabilidade: D1; D2; D3 e
D4. O grupo menos exigido é a classe
D1, que são adesivos aplicados em
componentes de uso interior que ficam
expostos em ambientes que apresente
condições de umidade de equilíbrio de
15%. O grupo mais exigido é a classe
D4, que são adesivos aplicados em
componentes de uso interior e exterior
e que ficam expostos ao tempo com
algum tipo de proteção, e que, além de
atingir a resistência mínima exigida
pela classe D1, tem que apresentar
resistência mínima de 4 N/mm² para
imersão em quatro dias à temperatura
ambiente e para seis horas em fervura
Pizzi (1983), ao ser estudado
com duas horas imersão em água à
por Prata (2010), ressaltou que a
temperatura ambiente. (HAUBRICH et
produção desta resina é feita através
al, 2007 apud PRATA, 2010).
da polimerização do monômero de
Materiais e Métodos
8
Foram testadas 30 réguas de
blocos. A máquina de teste de blocos
finger joint, sendo 15 constituídas por
impõe uma determinada força ao
madeira da espécie Pinus taeda, e 15
corpo de prova, até que este não
por Tectona grandis. As réguas de
apresente resistência e se rompa.
finger
Todas
joint
possuem,
dimensões
de
em
350
média,
mm
de
as
ações
são
registradas
automaticamente em um computador
comprimento por 19,26 mm de largura
atrelado
e 12,68 mm de espessura.
gráficos demonstrando os processos
Os
colados
corpos
com
de
o
prova
adesivo
foram
Polivinil
máquina,
que
geram
ocorridos nos corpos de prova ao se
constituir o teste.
Resultados e Discussões
Acetato (PVA), D3.
Os testes laboratoriais foram
desenvolvidos
a
de
valores obtidos para a tensão máxima,
Tecnologia da Madeira da Fundação
deflexão e módulo elástico, em fingers
Universidade do Contestado, Campus
de
Canoinhas, local este que apresenta
submetidos
equipamentos
atividades
no
Laboratório
A seguir são mostrados os
próprios
referentes
ao
Pinus
taeda
testes
após
de
serem
flexão
na
para
as
maquina unilateral de teste de blocos.
uso
das
Os dados obtidos serão observados na
propriedades físicas e mecânicas da
tabela 01.
madeira, para uma pesquisa que,
metodologicamente, foi desenvolvida
conforme os procedimentos de uma
pesquisa experimental.
Os
corpos
de
prova
foram
armazenados na estrutura hermética
do
laboratório
madeira
onde
de
tecnologia
se
registra
da
uma
temperatura constante de 20°C e
umidade relativa de 60%.
Posteriormente
os
mesmos
foram submetidos a testes de flexão
na máquina unilateral de teste de
Tabela 01 – Valores obtidos para
Fingers de Pinus taeda
após serem submetidos
testes de flexão na
9
máquina unilateral
teste de blocos
de
com 13,50 kgf/cm², e para o corpo de
prova quatorze, com 19,22 kgf/cm².
Os corpos de prova um, sete,
dez,
onze
e
treze
apresentaram
valores acima da média para a tensão
máxima, enquanto o restante ficou
abaixo desse limite.
A variável tensão máxima foi a
que
apresentou
o
menor
desvio
padrão entre as estudadas, com 8,748,
fato este que mostra a uniformidade
dos resultados obtidos. O coeficiente
de variação, que é a razão entre a
divisão do desvio padrão pela média,
apresentou para a variável tensão
máxima o segundo melhor resultado
com 30,55%.
Quando analisamos a variável
deflexão podemos dizer que quanto
maior o valor encontrado maior será as
quantidades de cargas que o corpo de
Ao
observamos
a
tensão
máxima (força que a peça resiste até o
rompimento
da
primeira
fibra)
podemos ressaltar que o corpo de
prova
nove
apresentou
o
melhor
resultado para esta variável, com
47,88 kgf/cm², seguido pelo corpo de
prova quinze, com 41,01 kgf/cm², e
pelo corpo de prova onze, com 35,62
kgf/cm². Os piores resultados obtidos
foram para o corpo de prova doze,
prova resiste quando submetido à
pressão.
Neste
caso,
define-se
deflexão do corpo de prova como
sendo o deslocamento de qualquer
ponto da peça em relação a sua
posição original. O corpo de prova que
obteve o melhor resultado para esta
variável foi o número nove, com
97,08%, seguido pelo corpo de prova
quinze, com 65,92%, e pelo corpo de
prova onze, com 60,87%. Apenas o
10
corpo de prova quatorze apresentou
Os corpos de prova dois, três,
valor para a deflexão acima da média,
cinco, oito e dez apresentaram valores
enquanto
acima
o restante
ficou
abaixo
da
média
para
o
módulo
desta, com destaque para o corpo de
elástico, enquanto o restante ficou
prova quatro, com 28,34%, e para o
abaixo desse limite.
corpo de prova três, com 29,99%,
sendo estes os piores resultados
obtidos para esta variável.
A variável - módulo elástico foi a
que apresentou o segundo maior
desvio padrão entre as estudadas,
A variável deflexão foi a que
com 12,99, fato este que demonstra a
apresentou o maior desvio padrão
existência de diferenças entre os
entre as estudadas, com 17,91, fato
valores máximos e mínimos obtidos
este que mostra a grande diferença
para esta variável.
entre os valores máximos e mínimos
obtidos para esta variável.
O coeficiente de variação, que é
a razão entre a divisão do desvio
O coeficiente de variação, que é
padrão pela média, apresentou para a
a razão entre a divisão do desvio
variável - módulo elástico o melhor
padrão pela média, apresentou para a
resultado, com 18,57%.
variável deflexão o pior resultado com
39,65%.
Assim após a análise dos dados
da tabela 13 podemos concluir que o
Estudando o módulo elástico
melhor corpo de prova do teste foi o
(força que a peça resiste até o
número nove, pois este obteve os
rompimento da segunda fibra em
melhores resultados para as variáveis
diante) podemos ressaltar que o corpo
-
de prova sete apresentou o melhor
segundo melhor corpo de prova do
resultado para esta variável, com
teste foi o número quinze, pois este
91,00 kgf/cm², seguido pelo corpo de
obteve o segundo melhor resultado
prova quatro, com 86,00 kgf/cm², e
para as variáveis tensão máxima e
pelo corpo de prova um, com 85,00
deflexão. O terceiro melhor corpo de
kgf/cm². Os piores resultados obtidos
prova foi o número onze que obteve
foram para o corpo de prova doze,
valores para as variáveis - tensão
com 44,00 kgf/cm², e para o corpo de
máxima e deflexão acima da média, o
prova quatorze, com 51,00 kgf/cm².
tensão
máxima
e
deflexão.
O
11
que não ocorreu com mais nenhum
outro corpo de prova que restou.
O pior corpo de prova do teste foi
o doze que obteve para a variável
tensão máxima o pior resultado entre
Tabela 02 – Valores obtidos para
Fingers
de
Tectona
grandis
após
serem
submetidos testes de
flexão
na
máquina
unilateral de teste de
blocos
todos, e para as variáveis deflexão e
módulo
elástico
obteve
resultados
abaixo da média. O segundo pior
corpo de prova do teste foi o quatorze,
que obteve o segundo pior resultado
entre todos para a variável tensão
máxima, e para a variável módulo
elástico obteve um resultado muito
abaixo da média. O terceiro pior corpo
de prova foi o seis, que obteve para a
variável tensão máxima o terceiro pior
resultado entre todos, e para as
variáveis deflexão e módulo elástico
obteve resultados abaixo da média.
Ainda, pode-se destacar de maneira
crescente como piores corpos de
prova o cinco, oito, três, quatro, dois,
treze, sete, dez e um.
A seguir são mostrados os
valores obtidos para a tensão máxima,
deflexão e módulo elástico, em fingers
de
Tectona
submetidos
grandis
testes
de
após
serem
flexão
na
Ao
observamos
a
tensão
máxima (força que a peça resiste até o
maquina unilateral de teste de blocos.
rompimento
da
primeira
fibra)
Os dados obtidos serão observados na
podemos ressaltar que o corpo de
tabela 02.
prova quinze apresentou o melhor
resultado para esta variável, com
72,57 kgf/cm², seguido muito de perto
12
pelo corpo de prova quatorze, com
posição original. O corpo de prova que
72,46 kgf/cm², e pelo corpo de prova
obteve o melhor resultado para esta
dez, com 72,30 kgf/cm². Os piores
variável foi o número sete, com
resultados obtidos foram para o corpo
63,93%, seguido pelo corpo de prova
de prova quatro, com 19,55 kgf/cm², e
quinze, com 62,35%, e pelo corpo de
para o corpo de prova três, com 28,03
prova dez, com 60,96%. Os corpos de
kgf/cm².
prova cinco, oito nove e quatorze
Os corpos de prova cinco, seis,
sete, oito, nove e treze apresentaram
valores acima da média para a tensão
máxima, enquanto o restante ficou
abaixo desse limite.
apresentaram valor acima da média
para a deflexão, enquanto o restante
ficou abaixo desta, com destaque para
o corpo de prova quatro, com 18,22%,
e para o corpo de prova dois, com
31,86%,
A variável tensão máxima foi a
este que mostra a grande diferença
entre os valores máximos e mínimos
obtidos para esta variável.
padrão pela média, apresentou para a
máxima
o
pior
resultado com 34,83%.
apresentou o menor desvio padrão
entre as estudadas, com 12,83, fato
este que mostra a uniformidade dos
O coeficiente de variação, que é
a razão entre a divisão do desvio
padrão pela média, apresentou para a
variável deflexão o segundo melhor
resultado com 27,41%.
Quando analisamos a variável
deflexão podemos dizer que quanto
maior o valor encontrado maior será as
quantidades de cargas que o corpo de
prova resiste quando submetido à
pressão.
Neste
caso,
piores
resultados obtidos.
a razão entre a divisão do desvio
tensão
os
A variável deflexão foi a que
O coeficiente de variação, que é
variável
estes
resultados obtidos para esta variável.
que apresentou o maior desvio padrão
entre as estudadas, com 18,08, fato
sendo
define-se
deflexão do corpo de prova como
sendo o deslocamento de qualquer
ponto da peça em relação a sua
Estudando o módulo elástico
(força que a peça resiste até o
rompimento da segunda fibra em
diante) podemos ressaltar que o corpo
de
prova
quatorze
apresentou
o
melhor resultado para esta variável,
com 132,00 kgf/cm², seguido pelo
corpo de prova seis, com 131,00
13
kgf/cm², e pelo corpo de prova cinco,
segundo melhor resultado para a
com
piores
variável tensão máxima e o melhor
resultados obtidos foram para o corpo
resultado para o módulo elástico. O
de prova onze, com 87,00 kgf/cm², e
terceiro melhor corpo de prova foi o
para o corpo de prova três, com 88,00
número dez, que obteve o terceiro
kgf/cm².
maior valor tanto para a variável
128,00
kgf/cm².
Os
Os corpos de prova nove, dez,
treze e quinze apresentaram valores
acima
da
média
para
o
tensão máxima quanto para a variável
deflexão.
módulo
O pior corpo de prova do teste foi
elástico, enquanto o restante ficou
o quatro, que obteve para as variáveis
abaixo desse limite.
tensão máxima e deflexão, o pior
A variável módulo elástico foi a
que apresentou o segundo maior
desvio padrão entre as estudadas,
com 15,73, fato este que demonstra a
existência de diferenças entre os
valores máximos e mínimos obtidos
para esta variável.
resultado entre todos, e, para a
variável
módulo
resultados
abaixo
da
obteve
média.
O
segundo pior corpo de prova do teste
foi o três, que obteve para a variável
tensão
máxima
o
segundo
pior
resultado entre todos, e para a variável
deflexão
O coeficiente de variação, que é
elástico,
resultado,
obteve
o
alem
de
terceiro
pior
possuir
um
a razão entre a divisão do desvio
resultado muito abaixo da média para
padrão pela média, apresentou para a
a variável módulo elástico. O terceiro
variável módulo elástico o melhor
pior corpo de prova foi o dois, que
resultado com 14,02%.
obteve para a variável tensão máxima
Assim, após a análise dos dados
da tabela 14, podemos concluir que o
melhor corpo de prova do teste foi o
número quinze, pois este obteve o
melhor
resultado
para
a
variável
tensão máxima e o segundo melhor
resultado para a deflexão. O segundo
melhor corpo de prova do teste foi o
número quatorze, pois este obteve o
o terceiro pior resultado entre todos, e
para a variável deflexão obteve o
segundo pior resultado, além de obter
um resultado abaixo da média para o
módulo
elástico.
Ainda,
pode-se
destacar de maneira crescente como
piores corpos de prova o doze, onze,
um, treze, seis, cinco, oito, sete e
nove.
14
Conclusões e Recomendações
- Estudar:
Com base nas análises realizadas e
- Peças com fingers utilizadas para
nos resultados avaliados referentes
uso estrutural ou suporte de carga.
aos testes de flexão e aos ensaios
para a determinação da resistência a
abertura da linha de cola em fingers
joints tanto da espécie Pinus taeda
quanto da espécie Tectona grandis,
conclui–se
que
as
empresas
responsáveis por este produto devem
seguir algumas recomendações como:
- Avaliar:
- A influência do tempo de colagem em
alta frequência na qualidade da linha
de cola dos fingers joints;
- Diferentes métodos de cura dos
adesivos PVA classe D3.
- Analisar:
- Qual a melhor gramatura (g/cm²) do
adesivo PVA classe D3 para as juntas
de colagem;
- As faces de corte da madeira (Radial
e Tangencial), pois estas influenciam a
resistência da peça;
- A massa específica das espécies que
serão utilizadas para a fabricação dos
fingers,
pois
esta
resistência da peça;
influencia
a
15
Referências Bibliográficas
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