Informação, Cultura e Livre Expressão

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Informação, Cultura e Livre Expressão
Peregrino
IMPRESSO
Informação, Cultura e Livre Expressão
www.jperegrino.com.br
RibeirãoRibeirão
Preto Preto
- SP --SP
Ano
VIIV- -Nº
1,00
- Ano
Nº 1
41-- Maio/2005
Setembro/2003- -R$
R$ 1,00
Antroposofia
Os três EUS ou as três mentes do homem
O primeiro setênio é fundamental, pois é quando as forças
vitais estão trabalhando profundamente no corpo infantil, que
multiplica em muitas vezes seu tamanho inicial...
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Há uma conexão entre a Mente Consciente e a Mente
Inconsciente, e o fluxo de energia e informação fluem nos
dois sentidos. Há também uma conexão entre...
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Peregrino
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Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
Informação, Cultura e Livre Expressão
Editorial
Karol Wojtyla foi assunto primeiro nas manchetes de jornal.
Seu longo papado terminou de forma impressionante.Tudo já
foi dito a respeito. Já temos novo papa. Novo momento iniciase para a católica igreja. Porém, João Paulo II ficará em nossa
mente para sempre. Sua imagem de dor nos lembrará o que
realmente significa abdicar do ego e encarnar a própria missão
na Terra. O homem forte, atlético e de sorriso algo maroto
que assumira o papado em 1978, símbolo de vigor, termina
seu reinado reduzido fisicamente, porém um gigante em
espírito. Seu rosto na janela depauperado, sua necessidade de
trazer a mensagem divina até seu último momento, toca todos
nós. Nós que estamos acostumados a reverenciar as boas
formas, a juventude a beleza, que fingimos ser eternos fomos
capazes de encarar aquele homem de inteireza, capazes de
entender que vida e morte andam juntas, fomos capazes de
encarar seu rosto e seu sacrifício como exercício do sagrado.
Mariza Helena
[email protected]
Fotografias com Poesias
Exposição de 19 fotógrafos do grupo amigos da fotografia
de Santos, com textos poéticos de Antonio Carlos Tórtoro,
presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
e, da ARE – Academia Ribeirãopretana de Educação, nas
35 fotos expostas. A exposição é no centro Cultural Campos
Elíseos e ali ficará até o dia 25 de maio. São fotos de 30x40,
em PB e colorido. Essa exposição paralela é mais uma que
faz parte da programação da XIV Bienal de Arte Fotográfica
Brasileira - Cores a realizar-se em Ribeirão Preto, a partir
de 7 de maio, num trabalho dos Amigos da Fotografia de
Ribeirão Preto.
CAPA
www.apbp.com.br
Reprodução de Pintura Original
Tarde tranqüíla – Luís Lorenzo Navarro
Original pintado com a boca.
Livre Expressão
Abbemus Papa
Está aí o novo Papa para nos apontar as pegadas de Jesus.
Amigos:
Quem não quiser vir, não venha, embora sejam todos chamados.
Quem não quiser ouvir, não ouça, embora a voz de Deus falará por ele
Quem não quiser seguir, não siga, mas o caminho será apontado
Acreditamos nisso desde que Jesus conferiu a Pedro sua igreja, dando a
ele a missão da sua continuidade sobre a terra
Quando disse a ele: “Tu és pedra”... sabia das limitações da alma humana,
da sua origem no pó, da humildade e ignorância do discípulo Pedro, o mais
simples deles e completou: “e sobre essa pedra edificarei a minha igreja”
Sabia que com o tempo poderia transformar segundo seu desejo, aquelas
almas rudes mas incontaminadas; ignorantes mas entusiastas; levando-as
até Si, modelando-as para fixar nelas uma beleza eterna.
Entre os simples o mais simples – Pedro.
Ainda disse : “as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Tudo que
ligardes na terra será ligado no céu...” Dava-lhe assim o poder da decisão
pela Graça do Espírito Santo.
Hoje temos um novo papa
O novo Pedro é um grande teólogo. Com qualidades indiscutíveis, idade
madura, amável, sorriso franco.
- Que Deus vos ilumine papa Bento XVI. Vossa sabedoria unida à
humildade de Pedro, sejam sempre presentes em vosso reinado para a Maior
Glória de Deus.
Colaboração: J.Yanni
Acadêmica da ALARP
[email protected]
Ratzinger
Que terá levado o Cardeal Ratzinger a escolher o nome pontifical de Bento
XVI? Terá sido uma admiração por seu antecessor no nome, o papa Bento
XV? Será que a biografia deste papa poderá apontar a linha de pontificado
do novo Papa?
Quem foi o Papa Bento XV? Colhemos na obra de Richard P. Mcbrien,
“Os Papas”, editada pelas Edições Loyola, as informações que seguem: O
Papa Bento XV encontrou na Igreja um movimento, chamado de
antimodernista, que se opunha ao ecumenismo, aos estudos bíblicos
modernos e à teologia com bases históricas. Chegou-se até a formar uma
rede secreta de espionagem, o Sodalitium Pianum, para denunciar supostos
heréticos. O antecessor de Bento XV, Pio X, tinha-no como seu braço direito
na luta antimodernista. Assumindo o papado, no entanto, sua primeira
encíclica, Ad beatissimi Apostolorum ([“No limiar] dos beatíssimos
apóstolos”) foi de condenação, não do modernismo católico de então, mas
do fanatismo dos católicos ultraconservadores e do denuncismo imperante
entre estes.
Outra realização de Bento XV foi a codificação de cânones ou leis da
Igreja Católica Romana, promulgada originalmente por ele, em 1917, e revista
por João Paulo II, em 1983. Um terceiro ponto alto do pontificado de Bento
XV ficou por conta de seu empenho pela paz mundial. Escreveu a encíclica
Pacem, Dei munus pulcherrimum (“Paz, a mais bela obra de Deus”), que
pleiteava a reconciliação internacional depois da Primeira Grande Guerra
(23 de maio de 1920).
Colaboração: Ernani Valter Ribeiro
[email protected]
JPeregrino Comunicação Visual Ltda.
Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000
Direção
José Roberto Ruiz - MTb 36.952
Redatora
Mariza Helena R. Facci Ruiz
[email protected]
WebDesign
Francisco Guilherme R. Ruiz
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Temas Abordados
Arte (Música, Pintura, Escultura, Arquitetura, Cinema), Ecologia, Misticismo, Ciência, Filosofia,
Psicologia, História, Mitologia, Museus, Povos, Países e Costumes, Saúde, Literatura e outros que se
enquadrem na filosofia de nosso periódico.
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Peregrino
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
Problemas
Quase todas as pessoas reclamam
dos problemas que aparecem diante
de si. O que na verdade pode ser
muito lícito; problemas nos dizem
que algo não andou conforme
tínhamos planejado e que as mesmas
ações já incorporadas por nós
mesmos não serão válidas para
resolução. Algo novo deve viver
para fazer frente àquele problema.
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Quando tudo vai bem, tudo nos
confirma e algo dentro de nós relaxa
e continua agindo dentro de um
mesmo padrão. Porém quando o
problema chega, ele nos pede novos
padrões, ele nos pede criatividade,
pede paciência para suportar a
frustração, pede sapiência para
entender o problema em si, pede a
ação adequada para que o problema
seja resolvido e quando tudo isso é
finalmente conquistado traz para a
pessoa que solucionou o problema
um delicioso gosto de vitória e de
segurança, e este passa a ser um
padrão de comportamento incorporado.
Desta forma, nossos problemas
são nossos grandes mestres e atuam
como indicadores de onde e como
devemos atuar. Porém para isto
devemos estar atentos nesta conversa
que a vida nos propicia. Porque
problemas com raízes repetitivas são
lições não aprendidas.
Flamingo
A ficha do bicho
Nome popular: Flamingo, ganso-cor-de-rosa
Nome científico: Phoenicopterus ruber
Onde vive: Do Pará para o norte, até a Flórida
Quanto mede: 1 metro
Habitat: Lagoas
O que come: Minicrustáceos, larvas de mosca,
vermes.
Reprodução: Um ovo, choca 30 dias.
O flamingo já foi descrito como um ganso
espetado no alto de duas longas pernas e
realmente o animal é estranho, com as patas de dedos muito longos, para não
afundar na lama, as pernas fininhas e compridas, o corpo rosa quase vermelho
e um bico grosso, torto para baixo e com uma espécie de rede do lado de
dentro.
Para comer, o flamingo enfia o bico na água rasa das lagoas, até enchê-lo de
água e usa a língua como uma bomba, para empurrar a água contra as
barbatanas que filtram os bichinhos, os quais o flamingo engole em seguida.
Essas barbatanas e a maneira de filtrar o alimento são extremamente
Problemas novos nos capacitam
com novas qualidades, problemas
repetitivos nos mostram onde ainda
não alcançamos as qualidades que a
vida nos solicita.
As várias etapas das soluções dos
problemas são desenvolvidas e
aprimoradas ao longo do nosso
próprio desenvolvimento durante a
vida.
Quando iniciamos a vida,
lidamos com um corpo frágil e
totalmente dependente, com uma
consciência ausente que bem
lentamente ingressa na corporalidade. Nosso primeiro
problema é organizar nossos
movimentos caóticos. A organização
começa na cabeça em direção aos
membros. Com muita persistência e
agüentando muito bem as frustrações, ao fim do primeiro ano nos
colocamos de pé superando a
gravidade e andamos conquistando o
espaço, mais esforços e no fim do
segundo ano conseguimos falar, no
terceiro ano traçamos o árduo
caminho em direção ao pensamento,
e ao fim deste terceiro ano damos
prova de autopercepção falando a
palavra EU. Conquistamos nossa
humanidade nestes três anos.
Conquistas válidas pelo restante da
vida. Depois mais e mais superações
até nos tornarmos adultos.
Podemos perceber então que o
problema do problema, não é ele em
si, mas quando ele se repete
mostrando uma metamorfose não
incorporada.
Os problemas são os degraus que
nos impulsionam para cima em nosso
desenvolvimento. Pena não levarmos
para a vida adulta a garra de
superação de problemas que temos
em nossa tenra infância.
Marina Fernandes Calache
[email protected]
semelhantes às das baleias que se alimentam de plâncton, e os ornitólogos
acham curioso como dois animais tão diferentes evoluíram de uma forma
quase idêntica no que se refere à nutrição.
O ninho dessa ave parece um penico de barro, bem alto, onde a fêmea põe
um ovo só. É um ninho tão estranho que foi desenhado numa rocha do Rio
Grande do Norte pelos índios que lá viviam há 5 mil anos, mas no Brasil o
flamingo só se reproduz no Amapá e três dias depois de o filhote ter nascido
ele já abandona o ninho e passa a andar atrás dos pais, procurando comida.
Quando o flamingo se alimenta na natureza, ingere muitas algas ricas em
carotenóides, o que lhe dá a cor avermelhada, mas, logo que é levado para o
cativeiro e passa a receber alimentação artificial, começa a desbotar.
Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão de Luiz
Roberto de Souza Queiroz.
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Os três EUS ou as três mentes do homem
Conexão: Cada uma das mentes está
conectada à outra por meio da
energia de força da vida, chamada,
no sistema havaiano, Mana. O quarto
elemento nesta equação.
As três mentes do homem
Observe o desenho, note as conexões:
há uma conexão entre a Mente
Consciente e a Mente Inconsciente,
e o fluxo de energia e informação
fluem nos dois sentidos. Há também
uma conexão entre a Mente
Inconsciente e a Consciente Superior, e informação e energia fluem
nos dois sentidos. Mas não há
conexão direta entre a Mente
Consciente e a Consciente Superior.
Portanto, a Mente Consciente
Superior comunica-se através de um
jorro de energia fina como chuva.
Uma canção antiga diz: “Li ta I’o o
ka’auhelemoa la”
“Eu estremeço; minha pele se
arrepia; o I’o chega até mim pela
contínua queda da chuva fina”.
A Ka’auhelemoa é bem conhecida no
Havaí – é aquela chuva fina com
pequenas gotas que explodem das
montanhas, e quando o alcança, você
a sente, mas quando você toca sua
pele, ela não está molhada.
Conexões AKA: Portanto, Mana é
o meio pelo qual as três mentes dos
homens se comunicam entre si, mas
o Mana necessita fluir através de
alguma coisa. Imagine um pedaço de
tubo cirúrgico – um pequeno tubo.
Os tubos são feitos de uma substância
etérica chamada AKA.
AKA: Sombra. De essência espiritual.
Portanto, Aka é uma substância
etérica, e funciona como um meio de
transmissão de Mana. Ela gruda e,
conecta e permanece conectada com
qualquer coisa que toquemos. O
cordão Aka parece-se com pequenos
tubos que são ocos, através dos quais
o Mana passa.
As expressões externas: Em nosso
diagrama há também três nomes que
são usados para expressar as mentes
externamente: Ku, Lono e Kane. Na
sua forma externa, estas três
poderiam ser representadas por um
Tiki (madeira de entalhar) uma vez
que os antigos havaianos não tinham
papel para escrever. As Tikis
entalhadas na ilha do Havaí, Distrito
de Kona (Imagens do Templo de
Kona) têm as seguintes características:
KU: Representa a Mente Inconsciente. Tem uma “touca” pequena
para significar que a Mente
Inconsciente não tem muita
imaginação, com cordões alcançando
o chão simbolizando que tem
contato total com o físico. Os olhos
parcialmente abertos significam que
tem algum contato com o mundo
exterior.
LONO: Representa a Mente Consciente. Tem um “cocar” comprido
simbolizando que a Mente Consciente tem uma imaginação criativa
elevada, mas não tem olhos ou seja
não contata com o mundo exterior.
KANE: Representa a Mente Consciente Superior. O Eu Superior
poderia ser representado por uma
pedra em pé não escavada, visto que
o homem não pode colocar forma
para o sem forma.
O que é interessante é que Ku, Lono
e Kane são também nomes dos três
dos quatro maiores deuses no sistema
Locais de Circulação
Bibliotecas, Livrarias, Bancas de
Jornais, Lojas de Produtos Naturais,
Academias, Farmácias Homeopáticas, Fitoterápicas e de Manipulação,
Profissionais Liberais (Médicos, Psicólogos, Engenheiros, Arquitetos,
Advogados, etc..., Terapeutas, USP,
UNIP e UNAERP).
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havaiano. Por que isto é assim? Por
que são os nomes desses principais
deuses havaianos o mesmo nome dos
três eus? A razão é uma das mais
importantes pressuposições do
sistema mágico Huna – a Lei da
Correspondência (como afirmada
pelo Kahuna Kapihe em Kona, em
1850), que é “E iho ana o luna. E pii
ana o lalo”, que implica, “Que o que
está acima é igual ao que está
embaixo, e o que está embaixo é
igual ao que está em cima”. Finalmente o que isto significa é que, de
forma total, você não é diferente do
universo. Portanto, se você e o
universo são um só o Eu Superior,
Kane, é o mesmo do criador, Kane.
Lono, como uma representação da
Mente Consciente é também o Deus
do conhecimento, intelecto, e
celebração. Ku, como representante
da Mente Inconsciente é também o
deus do físico, das emoções, e da
guerra e do conflito.
KANALOA: O quarto mais importante deus no sistema havaiano
antigo era chamado de Kanaloa. Ele
era o deus dos Oceanos (palavra
código para Mana), e da cura, e é
citado na canção antiga, Pule Hee:
“E Kanaloa, ke akua o ka hee ... E ka
hee o kai uli”.
“Por favor ouça oh Kanaloa, deus da
luz de cura, deus da mudança e cura
... Através do fluxo da fonte ... deixa
o Mana fluir”.
Nota: Estamos publicando matérias
sobre a Psicofilosofia Huna desde
nossa edição de janeiro, que poderão
ser acessadas através de nosso site –
www.jperegrino.com.br. Tradução e
adaptação livre de José Roberto Ruiz
e Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
Em nossa próxima edição – os quatro
corpos.
Fonte: Huna.com
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
FALAR BEM...
Prezado Leitor, nesta coluna, espero
poder esclarecer algumas dúvidas a
respeito da Língua Portuguesa.
1 - É do universo feminino termos a
observação mais detalhada sobre as
situações da vida... Imaginem duas
moças em uma festa...
__ Maria está “elegantíssima”!!!
E o Português também!!!
Elegantíssimo(a) é uma palavra que
podemos usar sempre, em qualquer
contexto, em qualquer nível de
linguagem.
E elegantérrimo???? Certos setores
da imprensa, principalmente ligados
à moda e ao colunismo social, passaram a usar liberalmente o sufixo
érrimo, criando formas como
chiquérrimo, elegantérrimo, carésimo...
Não tenho nada contra essas
palavras; as palavras como os seres
humanos, têm o direito de existir,
mesmo que não sejam lá boa coisa....
Por favor, prezado leitor, elegantérrimo só no salão de beleza, na
conversa entre amigos!!!
2 - O jogo de futebol feminino estava
ótimo... bem disputado entre os
times, mas a “ÁRBITRA” cometeu
um erro...
Mas não o cometeu na Língua
Portuguesa!!!
Sempre se usou árbitra (feminino)
e árbitro (masculino) para os juízes
de futebol.
Juiz é muito mais usado, principalmente na “garganta”das torcidas
(como utilizam juíza se for sexo
feminino).
3 - Ela escutou:
— Pedro tem vários “alugueres”
para receber.
Pura erudição...
Está correta a palavra no plural. A
escolha é livre; o importante é não
misturar uma forma com a outra: ou
ALUGUEL, ALUGUÉIS, ou
ALUGUER, ALUGUERES.
P.S.: Podemos usar, também, a forma
clássica ALUGUER, que é preferida
no Português Europeu.
Quanto ao uso, mera questão de
gosto!!!
Para anunciar ou assinar o
Peregrino ligue:
(16) 621 9225 / 9992 3408
Colaboração: Renata C. Sborgia
Advogada e Profª de Português e
Inglês
[email protected]
Peregrino
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
A cura pela natureza
Tratado Geral do Chá (*)
Ele deve ser cozido em vasilha
de vidro refratário ou esmalte. Não
deve ser guardado para o dia
seguinte. E, além disso, pode ser feito
de vários modos. Conhecendo esses
segredos você tira o máximo proveito do chá, este caseiro, barato e
santo remédio.
AÇAFRÃO
Ótimo no tratamento de asma,
coqueluche, cálculos biliares, males
do fígado e bexiga. No uso dessa
planta é aconselhável o chá em
infusão.
ANGÉLICA
Usam-se todas as
partes da planta para
o chá em infusão que
combate dores de cabeça, ataques de
bronquite, reumatismo, tétano,
rouquidão e várias formas de
disenteria. Também é indicado para
dores nas costas, quando deve ser
aplicado em compressas.
BARBATIMÃO
As cascas cozidas são um ótimo
remédio para a blenorragia, as
diarréias e as hemorragias. Maceradas e transformadas em pó, podem
ser aplicadas em feridas externas.
Conheça as plantas
Antúrio (Anthurium andraeanum) (*)
O chá cozido das folhas atua nas
infecções da garganta.
CALÊNDULA
O chá em infusão, feito das flores, é
indicado para o tratamento das
úlceras duodenais. As folhas
maceradas são eficazes na cicatrização de feridas.
ABAFAMENTO
Leve ao fogo uma panelinha com
água. Quando estiver fervendo,
acrescente a erva.
Deixe ferver por mais
5 minutos. Apague o
fogo, tampe a panela
e deixe descansar
por 5 minutos.
INFUSÃO
Coloque a erva numa vasilha.
Despeje água fervente sobre a erva.
Deixe descansar por 10 minutos, coe
e sirva.
COZIMENTO
Cozinhe as ervas em água fria por
20 minutos. Este chá é ideal para as
plantas que não possuem perfume e
não perdem suas propriedades
quando cozidas. As ervas devem
ficar de molho em água fria por 15
horas.
BATATA-DOCE
O segredo das ervas
Alcaçuz (Glycyrrchia glaba; Periandra dulcis) (*)
Veio da Europa e da Ásia esta
plantinha cujas raízes são utilizadas
no fabrico de balas e caramelos
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saborosos. O que pouca gente sabe é
que, por seu efeito diurético, ela
promove a limpeza do organismo.
Além disso, suas outras propriedades
terapêuticas são valiosas, e promovem o equilíbrio da saúde.
Parte utilizada: Raiz.
Ajuda a tratar de: Afecções das
vias respiratórias, congestão do
fígado, coriza, dificuldades respiratórias, má digestão, mau hálito,
náuseas, prisão de ventre, problemas
nas cordas vocais, tosse.
Este antúrio é uma planta
curiosa. A parte vermelha de sua
‘flor” é uma bráctea, ou seja, uma
folha modificada. Quando a gente a
toca, sente que sua superfície tem
consistência igual a das outras folhas
verdes, e, como elas, parece ter sido
encerada. A verdadeira flor do
antúrio é a espiguinha amarelada. Ela
contém dezenas de flores minúsculas, e as produz o ano todo.
Luz: Média a alta intensidade,
próxima a uma janela de face norte
ou leste. Doze ou mais horas de
luminosidade estimulam a floração.
Temperatura: 18 a 26ºC, tolerando
até 13ºC.
Adubação: A cada três meses ou
mensalmente se você usar adubo
solúvel em água.
Propagação: Divisão de touceiras.
Cuidados especiais: Regue diariamente se usar pedregulhos na
mistura de terra do vaso.
Problemas comuns: Se a planta não
der flor, coloque-a num local mais
iluminado.
O Segredo das frutas
Máscaras amaciantes - Banana (*)
Amasse bem uma banana nanica e
duas fatias de babosa fresca (polpa
branca), até que o creme adquira
consistência pastosa. Aplique nas mãos,
pés, joelhos e cotovelos. Depois de uma
hora, retire com água fria abundante.
Este creme também é ótimo para
queimaduras de sol.
(*) Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza.
Justiça
Adélia Prado
Nos tinha à roda
ao peito
aos cachorros
diferente da moradora de posses
que ia à missa de carro
e a quem os meninos
não puxavam a saia.
Mas muito mais bonita
era nossa mãe.
Para anunciar ligue:
(16) 621 9225 / 9992 3408
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Antroposofia
Dicas de saúde
Aqui vão algumas dicas para quem
quer viver mais e melhor! Cuide bem
desse precioso recurso que é a sua
saúde.
O primeiro setênio é fundamental,
pois é quando as forças vitais estão
trabalhando profundamente no corpo
infantil, que multiplica em muitas
vezes seu tamanho inicial, desde o
nascimento. Assim, a primeira dica
é adotar o aleitamento materno. O
leite materno, além de ser o mais
específico e equilibrado, contém as
forças etéricas protetoras da mãe e
reforça o vínculo de afeto tão
essencial nessa fase. Em torno dos
sete anos as forças vitais se
metamorfoseiam em forças do
pensar e a criança fica pronta para
um aprendizado lógico. Devemos
evitar que essas forças sejam
desviadas de seu trabalho sobre o
corpo nos primeiros anos de vida,
antecipando a intelectualização das
crianças. Uma alfabetização precoce
ou dirigida erroneamente desvia as
forças etéricas do corpo para o
“pensar”. Como conseqüência,
futuramente podemos ter adultos
desvitalizados e que adoecem
facilmente. Durante o primeiro
setênio é importante sentir que o
mundo é bom: calor, nutrição,
favorecer o desenvolvimento
neuropsicomotor através de
brinquedos pedagógicos, de
histórias, muitas brincadeiras e
fantasias. Assim, tudo que pudermos
fazer para proteger e fortalecer essas
forças vitais durante o começo da
vida significará um trabalho
preventivo para a saúde até o último
setênio.
Ritmo: Nosso corpo vital ou etérico,
a nossa parte planta precisa de ritmo.
É importante criar ritmos diários,
semanais e até anuais, equilibrando
o sono necessário com as atividades
diurnas, o trabalho com os períodos
de descanso e lazer, os períodos de
trabalho externo com períodos de
atividades em casa. O nosso sistema
rítmico trabalha forçado e pode
adoecer quando vivemos de maneira
caótica e acelerada.
Calor: Procure conservar o calor do
corpo, especialmente nos pés,
abdome, pescoço e costas. O nosso
Eu atua através do calor corporal
ativando nosso sistema imunológico,
o funcionamento hormonal e
metabólico. Mesmo vivendo em um
país tropical como o Brasil, precisamos observar esse cuidado com
a saúde, especialmente com roupas
que expõem muito o corpo. Sabe-se
hoje que o calor corporal é um
grande aliado na prevenção do câncer
e de muitas outras doenças crônicas.
Faça escalda-pés com água bem
aquecida, quando sentir que eles
estão muito frios ou coloque uma
bolsa com água aquecida sobre a
região do abdome antes de dormir.
Movimentos: Nós precisamos de
movimento tanto quanto de sono ou
boa alimentação. O ideal é buscar
atividades que respeitem nossa
constituição física, idade e gosto
pessoal, sem sobrecarregar o
aparelho músculo-esquelético e o
sistema cardiorespiratório. Uma
orientação especializada pode ser
necessária. Caminhar é um ótimo
exercício, mas outras atividades
também podem e devem estar
presentes, como nadar e dançar. O
intuito aqui não é a busca neurótica
da sociedade contemporânea por
“manter a forma”, mas sim,
vivenciar o prazer do movimento natural para o corpo. Se essas
atividades podem ser desfrutadas
próximo à natureza, como praças,
parques, praias ou campo, melhor
ainda.
Alimentação: Procure fazer as
refeições sempre nos mesmos
horários, variando o cardápio para
evitar a monotonia alimentar. O
corpo etérico da Terra nos presenteou
com uma enorme variedade de
legumes, verduras, cereais e frutos.
A planta também é trimembrada em
raiz (neurossensorial), folhas
(rítmico) e frutos/flores (metabólico). Dê preferência aos produtos
orgânicos ou biodinâmicos. Coma
carnes e enlatados com moderação.
Hoje já conhecemos amplamente os
malefícios provocados por agrotóxicos, hormônios e medicamentos
adicionados aos produtos animais. O
nosso estômago não tem relógio, mas
nosso corpo tem um ritmo próprio,
conhecido como “circadiano”, que
regula o pico de atividade de cada
órgão. Assim, a nossa vesícula biliar
está mais ativa pela manhã, até as três
horas da tarde - nesse período, ela
ajudará na digestão de alimentos
“mais pesados”, ricos em gorduras.
Em contrapartida, o fígado está mais
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
ativo depois das três da tarde, quando
assimilará melhor os alimentos
doces.
com as pessoas queridas ou de
contemplação da natureza também
alimentam o nosso coração.
Cultivo do sentir através de
relações harmoniosas e de
atividades artísticas: o nosso
sistema rítmico, especialmente o
nosso coração anímico, precisa ser
alimentado com bons sentimentos
acerca da vida (esperança, confiança,
tranqüilidade, solidariedade e
alegria) para que possa manter nossa
saúde em equilíbrio. Precisamos
exercitar nossa criatividade e
vivenciar a beleza da vida,
freqüentemente possível através de
atividades artísticas (música,
pintura, desenho e trabalhos
manuais). Momentos simples de
troca afetiva como o que passamos
Cultivo da vida espiritual: nosso
Eu, nossa parcela mais sutil e
individual, precisa ser alimentada,
tanto quanto nosso corpo. Algumas
pessoas encontram o caminho para
essa relação com a sua essência
espiritual através de uma vivência
religiosa regular ou de meditações.
Para outras pessoas, a contemplação
da natureza, a música ou as artes
plásticas são também formas de
alimentar o espírito.
Para orientações individualizadas
procure o seu médico.
Fonte:
www.medicinantroposofica.com.br
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Peregrino
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Urano
O inovador que quer melhorar o mundo
unca como agora foi tão
oportuno tecermos algumas considerações
sobre a atuação de Urano no
desenvolvimento material e
espiritual da humanidade. Todos
os dias as manchetes de jornal se
enchem de notícias alentadoras
sobre as mais recentes descobertas da ciência e a abertura
de novas possibilidades de
solução de velhos problemas de
nossa vida na Terra, função
específica de Urano. No entanto,
como tudo o que é novo, essas
mesmas notícias ao mesmo
tempo em que causam maravilhamento, também criam ansiedade pelas questões inusitadas
que propõem. Vejamos, então,
o conceito astrológico de Urano.
Dos transpessoais, Urano é o
de mais fácil e mais simples
compreensão para os nossos
tempos. No artigo passado
comentei que os planetas
transpessoais são como sinalizações para onde deve caminhar
a evolução da humanidade como
um todo. Então, Urano nos acena
com o Ideal do Mundo Perfeito.
Não há dúvidas de que este é um
arquétipo muito antigo (aliás,
como todos os arquétipos) que
vive no anseio dos seres
humanos, sem que ainda tenha se
realizado. Lembremos as passagens da Bíblia que falam do
Paraíso, de Canaã “onde escorre
leite e mel”, da chegada do Reino
de Deus, entendido ainda como
a instalação de um tempo de
justiça e paz na terra, só para citar
as idéias que perpassam o
imaginário ocidental.
Por que ansiamos tanto por
um mundo melhor? Porque
aspiramos à segurança, tanto
física, material, como emocional.
Urano, assim como Saturno e
Vênus, procura se cercar de
condições que criem segurança.
Mas, ao contrário de Saturno que
se aferra ao já conhecido, às
normas, hábitos e padrões
considerados aceitáveis para a
maioria, Urano busca avançar
para o novo, para o ainda não
descoberto, procurando melhorar
as condições de vida no planeta
para nos assegurar uma existência mais plena e, portanto,
mais segura.
Urano age regido pelo princípio da necessidade. Há
necessidade de meios mais
rápidos de transporte? Alguém
inventa o carro, o trem, o avião.
Há necessidade de nos
comunicarmos mais eficientemente e de maneira global?
Inventa-se o computador. De
curar doenças? Descobrem-se as
células-tronco. De plantas
resistentes? Olhem aí os
transgênicos. É preciso uma nova
ordem política? Ou econômica?
Com certeza, esperemos mudanças sociais e governos mudam
de mão. E assim vai...
Como Mercúrio, Urano não
se preocupa com a moralidade ou
com a ética, mas com o
conhecimento puro. Ele não
poupa esforços para alcançar
novos conhecimentos e espera
que surjam impedimentos,
resistências e contratempos. Sua
tarefa é, pouco a pouco, afastar
estas resistências e anunciar a
manifestação de novos âmbitos
de conhecimento. Pessoas
fortemente uranianas, aquelas
que, como Einstein, têm Urano
destacado no mapa, são capazes
de mudar o mundo com a sua
percepção de uma outra realidade
ainda desconhecida. Esta é a
função de Urano: envolver-se
com o conhecimento puro, a
ciência, as invenções, a técnica,
o progresso. Estranha tarefa para
um planeta transpessoal, que
cuida da espiritualidade! Mas,
pensemos:
“Urano simboliza o poder do
espírito independente que
transpassa as fronteiras usuais do
pensamento e penetra no âmbito
transpessoal, passando do pensamento mundano ao universal.
Com Urano podemos alcançar
pontos de vista nos quais a
motivação não é a mera vontade
de sobreviver, mas a vontade de
abarcar (e compreender) o
Grande Todo”. (Psicologia
astrológica - Os planetas – Bruno
e Louise Huber).
De fato, quanto mais buscamos o conhecimento do mundo
físico, mais nos aproximamos das
maravilhas da Criação, inserimonos num nível cósmico e
percebemos que somos parte de
um Universo, uma parte minúscula, é verdade, mas mesmo
assim responsáveis pela
conservação da harmonia do
Todo. Sem esta compreensão,
poderemos cair na tentação de
considerar justificável toda e
qualquer aplicação do conhecimento, sem a menor
consideração pela pessoa humana
ou pela segurança ambiental.
Ficaria justificado o emprego da
técnica, seja ela qual for, desde
que atenda aos interesses de
nações, ou indivíduos, que detêm
o poder e o conhecimento do uso
destas inovações, mesmo que
com isso se viole o direito de
outros indivíduos ou nações
menos desenvolvidas.
Nos tempos atuais há a
extrema necessidade de, a par das
descobertas evidentemente bemvindas, nos ocuparmos com uma
nova disciplina, a bioética.
Haveria, então, lugar para
refletirmos maduramente sobre
todas as formas de uma boa
morte (eutanásia, distanásia e
ortotanásia), os transgênicos, a
biodiversidade, a ecologia, o
efeito estufa, a transposição do
rio São Francisco, os impactos
ambientais, as células-tronco, o
genoma e todos os etceteras
criados pela ação de Urano. Que
a Luz ilumine nossas mentes!
No artigo do mês que vem
falaremos sobre Urano no campo
das idéias, da intuição e da
meditação.
Colaboração: Regina Martins
Astrologia para o
Autoconhecimento
Tel.: (16) 3023 2187
Peregrino
8
Informação, Cultura e Livre Expressão
“Conhece a ti mesmo”
“Quem conhece os outros é inteligente.
Quem conhece a si mesmo é iluminado.
(Tao Te King - Lao Tzu)
O ensinamento acima, apesar de
sua idade muito avançada, mantémse sempre atual. Por quê?
Porque o homem está sempre em
constante mutação. Hoje não somos
a mesma pessoa que fomos ontem.
Absorvemos mais informações,
trabalhamos, conversamos uns com
os outros, aprendemos de diversas
formas e nos modificamos,
crescemos. Este é o destino do ser
humano: crescer. Aqueles que
entendem isso, partem para uma
busca sagrada de tentar cada vez mais
se entender. Estudam, escutam,
conversam, lêem, experimentam,
fazem de tudo para adquirir mais e
mais conhecimentos acerca de si
mesmos. Tentam entender porque
agem e reagem de tal maneira.
Porque certas coisas os levam às
lágrimas e outras a sorrisos. Porque
muitas palavras doem em si e em
outras pessoas não. Porque estão
casados com estas pessoas e não com
outras. Porque sentem vazio,
incompreensão, inadequação.
Porque, porque, porque.... Um
homem inteligente é aquele que faz
perguntas e não aquele que
simplesmente aceita os fatos sem
tentar entendê-los.
A partir do momento que
inúmeras perguntas surgem em nossa
mente, é o momento de iniciar a
jornada do autoconhecimento. Vale
tudo para este fim: livros, palestras,
terapia, aulas, grupos de estudo,
cursos, ...qualquer coisa que expanda
seus horizontes, que faça ver mais
adiante. O cotidiano coloca-nos um
tampão nos olhos, só conseguimos
ver até poucos metros à nossa frente,
não mais que isso. Para você se
conhecer, precisará enxergar a vida
de maneira mais ampla.
Conheça quem está perto, mas
conheça-se primeiro. Olhe para os
lados, e olhe para dentro de si
mesmo. Temos a tendência a tomar
conta de todo mundo, menos de nós
mesmos. Entender e atender a tudo e
a todos, menos a nós mesmos. Para
sermos os melhores amigos, pais,
irmãos, cônjuges, devemos primeiro
ser melhores como pessoa. Devemos
sempre, a todo instante, ter o impulso
da melhora. Deve ser um esforço
contínuo, sem tréguas.
Mas...não seria bem mais fácil
deixarmos nossa vida como está?
Mudar dá muito trabalho...
Esta pode ser a sua opção, ok.
Mas saiba que se você não aprender
por amor, certamente vai aprender
pela dor. Quando precisamos crescer,
parece que a vida nos dá um
tremendo chute no traseiro e nos joga
lá pra frente, no caminho que
deveríamos estar percorrendo.
Sentimo-nos confusos, atordoados
pelos acontecimentos, e demoramos
um bom tempo para compreender a
lição. Ao passo que se a pessoa
estivesse mais consciente de si
mesma, com as idéias mais
ampliadas, sofreria o baque sim, mas
rapidamente conseguiria perceber o
que a vida estava querendo lhe
mostrar e daria a volta por cima
rapidinho, conseguindo tirar destes
acontecimentos mais conhecimento
a respeito de si mesmo.
Como sempre, a opção está em
suas mãos.
Colaboração: Maria de Fátima
Hiss Olivares
Psicóloga Clínica
[email protected]
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
UM ENCONTRO CONSIGO MESMO
Nosso corpo é a casa da verdade. Dentro de nós habita um Eu que muitas
vezes passa desapercebido, negligenciado, esquecido. Lá de dentro vêm todas
as informações que precisamos para orientar nossas vidas, mas que passa por
uma triagem particular da nossa mente: nossos medos, nossos condicionamentos, referências de valores, referências culturais e familiares, crenças
profundas enraizadas no subconsciente.
“Não sei o que está acontecendo comigo”, diz a paciente para o psiquiatra.
Ela sabe.
“Não sei se gosto mesmo da minha namorada”, diz um amigo para outro.
Ele sabe.
“Não sei se quero continuar com a vida que tenho”, pensamos em silêncio.
Sabemos, sim.
Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos
abafar esse grito com conversas tolas, elucubrações, televisão, shopping
centers, cigarros, namoros virtuais, álcool, excesso de atividades etc..., mas
não importa... Apesar de buscarmos uma verdade “fora” que se encaixe nos
nossos planos, esses métodos serão infrutíferos. A verdade já está “dentro”,
a verdade se impõe, fala mais alto que nós, ela grita.
Sabemos se amamos ou não alguém, mesmo que esteja escrito que é um
amor que não serve, que nos rejeita, um amor que não vai resultar em nada.
Costumamos desviar esse amor para outro amor: um amor aceitável, fácil,
sereno. Podemos dar todas as provas ao mundo de que não amamos uma
pessoa e amamos outra, mas sabemos, lá dentro, quem é que está no controle.
A verdade grita. Provoca febre, salta aos olhos, desenvolve úlceras,
artrites, hérnias, dores na coluna e uma série de somatizações. Nosso corpo é
a casa da verdade. Lá de dentro vêm todas as informações que passarão por
uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente
aprisiona e finge esquecer. Mas há uma verdade única: ninguém tem dúvida
sobre si mesmo.
Podemos passar anos nos dedicando a um emprego sabendo que ele não
nos traz recompensa emocional. Podemos conviver com uma pessoa mesmo
sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem
mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos
de dentro, aquelas vozes que dizem: “vá por este caminho, se preferir, mas
você nasceu para o caminho oposto”. Até mesmo a felicidade, tão propagada,
pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre
o ritual todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz. E o grito lá dentro:
“mas você não queria ser feliz, queria viver” !
“Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto”. Sabe.
“Eu não sei por que sou assim”. Sabe.
Renato Gabarra Botter
Terapeuta Corporal
[email protected]
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
Peregrino
9
Informação, Cultura e Livre Expressão
BALANÇO
MOSTARDA
Antonio Ruffino Netto (*)
Brassica nigra, Brassica juncea e Brassica hirta
Silêncio... dentro de um tempo
que passa e não passa
nele estar sem cronograma, sem
pressa.
Auto-história revelar
livro da própria vida ler
e sentir
murmúrio das lógicas,
pensamentos
zumbido emocional,
sentimentos
e entre eles buscar equilíbrio
procura essa às vezes
(des)equilibrada
em diferentes momentos:
nas perspectivas/sonhos/
esperanças
que se foram...
ou naqueles que virão.
Discernir: parte da vitalidade
que jorrou,
perdida se foi
e saber das potencialidades que
restam ainda
a serem executadas... porvir.
Os buracos d’alma... vazios
que não se preencheram de vida
ficaram à mercê das
expectativas
e então descobrir:
os buracos fazem parte
do projeto da existência.
Aprender, com eles preencher
a cotidiana experiência,
estabelecer novo pacto de
convivência.
Menor dor, novos rumos, novos
horizontes,
viver preenchido e preencher...
AMOR.
(*) Pertence a ARL, ARE
Existem vários tipos de mostardas, a negra (B. nigra), a branca
(B. hirta) e a de folhas (B. juncea).
A mostarda de folhas é uma hortaliça
que é consumida na forma de refogados, e às vezes até mesmo em
saladas, quando as folhas estiverem
novas. Não vamos nos deter nesta
espécie, e sim vamos dar enfoque as
outras duas espécies, as que são
utilizadas para o preparo da famosa
mostarda, aquele creme geralmente
de cor amarelada que colocamos no
delicioso cachorro-quente com a
saborosíssima salsicha tipo Viena.
Foram os romanos os que primeiro
souberam aproveitar as delícias
destas sementes. Eles faziam um pó
com as sementes e o colocavam no
vinho, e chamavam a esta bebida de
mustum ardens, que significava suco
ou mosto ardido. Daí a origem do
nome mostarda. Praticamente o
mercado consome as duas espécies,
tanto a negra quanto a branca, sendo
que algumas regiões européias se
caracterizam mais pelo uso de uma
ou de outra. A mostarda branca chega
a atingir até 1,2 m de altura, já a preta
pode chegar até a 3 m, o que dificulta
ou praticamente impede a colheita
mecânica. Desta forma os próprios
agricultores preferem o plantio da
branca. As folhas são bem grandes,
principalmente as primeiras folhas
lançadas, chegando até a parecer com
as folhas de brócolis ou de couve. As
flores são amarelas grandes, e depois
de secas começam a surgir os frutos,
do tipo síliquas onde estão
depositadas as sementes. As sementes
são negras ou brancas, mas este
branco é na verdade de uma cor
parda, que às vezes fica até muito
escura.
A mostarda é encontrada vegetando espontaneamente na Europa
Central e Meridional. Para alguns
autores sua origem está mais para o
leste europeu, incluindo até alguns
países asiáticos. A mostarda é rica em
óleos, tanto essenciais quanto fixos.
Também possui muscilagem e a
mostarda preta apresenta uma
substância chamada de sinapina,
possuindo a capacidade de atrair um
maior fluxo sangüíneo no local onde
foi aplicada.
A mostarda branca normalmente
é utilizada para prisão de ventre e
como purgante. De manhã comer 1
a 2 colheres de sementes de mostarda
inteiras ou levemente trituradas.
Coma e vá observando, pois em casos
de intestino muito preso pode às
vezes até complicar. Já a mostarda
preta é muito utilizada em cataplasmas para dores musculares,
inclusive com resultados excelentes
em casos de inflamação do nervo
ciático, devido a sinapina. Misture a
mostarda preta em pó com água
morna, em torno de 40º C, e aplique
no local dolorido. Mas antes aplique
um filme de azeite sobre a pele.
Deixe a cataplasma por cerca de 10
minutos. No início deverá doer um
pouco, mas depois a dor vai
melhorando. Não use água muito
quente, e não deixe por muito tempo
a mostarda em contato com a pele,
pois pode queimá-la.
A mostarda preta é mais picante,
ou mais pungente que a branca,
portanto cuidado ao usar a preta.
Normalmente as duas espécies são
utilizadas para preparo de molhos,
conservas e saladas. A mostarda
branca recém moída fica muito
gostosa na maionese caseira. Cozinhe
dois ovos, retire suas gemas e
coloque-as em um prato. Adicione
uma gema crua (cuidado com a
procedência deste ovo, pois pode ter
problemas com a bactéria do gênero
Salmonella). Amasse bem, e quando
estiver formada uma emulsão vá
adicionando azeite e misturando
bem. De vez em quando adicione
umas gotas de limão ou vinagre. O
vinagre deixa a maionese mais mole,
enquanto o óleo deixa mais consistente. Vá adicionando os dois até
chegar na quantidade que você
desejar. Nunca bata no liqüidificador, e sim na mão. Coloque sal,
pimenta do reino, orégano e
mostarda em pó. Cuidado com a
quantidade de mostarda, pois se
exagerar poderá ficar com um gosto
amargo. Não use mostarda em pó
muito velha, por ser rica em óleo ela
rança rapidamente. Em saladas de
um modo geral pode-se adicionar a
mostarda tanto em pó quanto em
grãos, fica muito saboroso. E é destes
grãos que se preparam os molhos de
mostarda. Existe uma variação muito
grande na forma de se preparar estes
molhos, e cada região se especializou
em uma determinada característica.
Existe a mostarda do tipo Dijon que
é feita com a mostarda preta, vinho
branco e especiarias; a mostarda de
Bordeaux, que é mais escura,
tendendo ao marrom. Mas de uma
forma geral cozinha-se as sementes
em vinagre ou vinho, amassa-se e
tempera–se a massa com condimentos. Pode-se deixar aquela
película que envolve a semente ou
retirá-la, dando origem a um molho
mais fino.
Ademar Menezes Jr
Eng. Agrônomo – Especializado
em Plantas Medicinais
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Para anunciar ligue
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Peregrino
10
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
Informação, Cultura e Livre Expressão
ESPERANTO: CONCORRÊNCIA ZERO
Recentemente, durante a aula
inaugural de um curso de Esperanto
no Centro Cultural da USP, em São
Carlos, indaguei dos alunos qual
seria o maior concorrente do
Esperanto. Todos responderam que
é a língua inglesa. Em seguida
perguntei pelo segundo maior
concorrente, e a maioria respondeu
o espanhol. Perguntado sobre o
terceiro, muitos disseram ser o
francês.
E aí causei uma grande surpresa
ao contestá-los, dizendo que o
Esperanto tem concorrência zero,
entre as principais línguas do mundo.
E por que o Esperanto não tem
concorrente algum entre tais
línguas?
Desde a sua criação, o Esperanto
foi concebido para funcionar como
segunda língua de todos os povos. Ao
ainda menino Zamenhof, que vivia
numa região onde se falavam vários
idiomas, muito incomodava a
ocorrência de desavenças decorrentes
do desconhecimento da língua do
“vizinho”. E assim, quando aquele
jovenzinho começava a imaginar um
idioma neutro, para viabilizar a
comunicação entre povos com
línguas maternas diferentes, já estava
presente o ideal da compreensão
mútua entre os homens. Ao
Esperanto é inerente o conceito da
convivência pacífica, da fraternidade, da amizade verdadeira.
Alguma outra língua tem característica similar? Não, nenhum
concorrente.
Posso testemunhar com vários
exemplos sobre essa marca
registrada do Esperanto. Quando fui
realizar um estágio de um ano, em
Nantes, na França, o grupo
esperantista local acolheu-me de
uma forma extraordinária. Recepcionaram-me no aeroporto de Paris,
hospedaram-me enquanto procurava
uma moradia (minha família
chegaria um mês depois), e até me
emprestaram quase toda a mobília
para o apartamento alugado. Mas,
sobretudo, me foi de muita valia o
fato de me oferecerem prontamente
a sua amizade. Recém-chegado a um
país estrangeiro, pela primeira vez,
já contava com muitos amigos, o que
se traduzia em diversos convites para
visita, almoço ou jantar, passeios na
região, etc... O que eu havia feito
para merecer tudo isso? Nada.
Apenas me apresentara como
esperantista.
Em Guadalajara, no México, o
meu hospedeiro esperantista,
contatado previamente, foi me
buscar no aeroporto. Ao chegar em
sua casa, reparei que todos estavam
muito bem vestidos. Logo me
disseram que estavam de saída para
a festa de casamento de alguém
muito importante. E me convidaram
para ir também. Imaginando que,
caso aceitasse, iria atrasá-los, pela
necessidade de um banho, trocar de
roupa e até passar a roupa, amassada
que deveria estar na mala, aleguei
cansaço da viagem e declinei do
convite. Então eles se foram todos,
mas antes me mostraram o quarto, o
banheiro e a cozinha, indicando-me
a geladeira e colocando-me à
vontade para me servir do que
quisesse. Muitas horas depois, de
madrugada, estava dormindo,
quando ouvi barulho e deduzi que
estavam chegando de volta. Já
imaginaram tamanha confiança?
Receber em casa um estrangeiro que
acabara de conhecer, entregar-lhe a
chave e deixá-lo sozinho por várias
horas? O detalhe diferencial é que
esse estrangeiro fala o Esperanto. Só
isso.
Na Alemanha, um casal de
esperantistas aceitou me hospedar.
Eles já moravam juntos há algum
tempo, sem se casar. Mas estavam
planejando um jantar, num restaurante, para convidar os amigos e
comemorar a união. Quando chegou
meu pedido de hospedagem, eles
responderam afirmativamente, mas
também me convidaram para fazer
uma pequena palestra, durante o
jantar. Obviamente em Esperanto.
Com um pequeno detalhe: a data do
jantar seria alterada para que
coincidisse com minha estada entre
eles. Fantástico, não? Isso só ocorre
com grandes amigos. E, pelo fato de
sermos esperantistas, já éramos
grandes amigos, mesmo antes de nos
conhecermos.
Outra característica marcante do
Esperanto é que se trata do idioma
mais democrático do mundo. Com o
Esperanto, não há privilégios. Todos
o tem como segunda língua. No meio
esperantista internacional, ninguém
usa a sua língua materna, exceto os
casos interessantes de crianças que
aprendem o Esperanto desde o
“berço”. É a mais pura democracia,
no campo da comunicação lingüística. Ninguém tem a vantagem
de usar sua língua materna na
conversação com estrangeiros. Por
esse aspecto também o Esperanto não
tem concorrente entre as línguas
mais faladas.
Finalmente, o uso do Esperanto
em países estrangeiros nos dá uma
incomparável sensação de igualdade.
Nós não nos sentimos estrangeiros ao
nos comunicar em Esperanto, fora do
nosso país. Mas, sobretudo, nós não
somos recebidos e tratados como
estrangeiros. Por quê? Apenas
porque somos esperantistas. Alguma
outra língua pode nos proporcionar
uma sensação dessa? De modo
algum.
Essa igualdade no plano pessoal
e individual pode ser estendida para
as relações entre nações. Por ser
neutro, o Esperanto não provoca
nenhuma espécie de supremacia
cultural de determinado povo. Ao
contrário, valoriza as culturas
nacionais e contribui para a nãoextinção de idiomas nacionais ou
locais. Enquanto cada povo criou sua
língua (e deve conservá-la), o
Esperanto criou o seu povo.
Por tudo isso, pode-se afirmar,
sem nenhuma dúvida, que o
Esperanto tem concorrência zero.
Colaboração: José Carlos Cintra
Professor Titular do
Departamento de Geotecnia da
Escola de Engenharia de São
Carlos, da Universidade de São
Paulo (www.eesc.usp.br/sgs). É
professor na graduação e na pósgraduação, faz pesquisa em
geotecnia, e tem quatro livros
publicados. Esperantista,
ministra curso de Esperanto no
Centro Cultural da USP de São
Carlos.
[email protected]
PEREGRINO - EDIÇÕES ANTERIORES
Estão disponíveis em nosso site, para download as edições de
2.003 e 2.004 do PEREGRINO no formato PDF, além de
arquivos no formato ZIP sobre Mitologia, Filosofia, Recursos
Literários, Psicofilosofia Huna; Curso, Gramática e Dicionário
de Esperanto, tudo GRATUITAMENTE.
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depósito juntamente com seus dados para
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Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
11
Informação, Cultura e Livre Expressão
Pintor
Odilon Redon (1840 – 1916), pintor e artista gráfico
simbolista francês. Durante boa parte de sua carreira,
usou apenas as cores preta e branca os desenhos a carvão
e litografias. Desenvolveu um repertório de objetos
estranhos, entre eles insetos e plantas com cabeças
humanas, sendo influenciado pela literatura de Edgar
Allen Poe.
Velho homem de asas
Amaj Pensoj kaj Nenia
Despera Sento - Elza
Fernandes Pereira
Per
cxi tiu dua esperanta
libro la auxtorino plu regalas
la esperantistaron, prezentante belan kaj zorge prilaboritan lerno-materialon por
progresintaj aux memlenantoj.
Editora Oportuno
Tel.: (11) 6155 7978 / 6297
1400
www.editoraoportuno.com.br
A aranha que chora
O Sorriso do Mestre – Jan Val
Ellam
Há pelo menos dois mil anos o
homem vem atribuindo todo tipo
de características ao Mestre dos
Mestres, a partir dos Evangelhos.
No entanto, através dos depoimentos de Cleofas, tio de Jesus, e
de José, seu pai terreno, é que
vamos encontrar seu maior
registro de amor, compaixão e
grandeza: o seu sorriso. Este é o
livro que vai tocar sua alma para
sempre.
Zian Editora Ltda.
Tel.: (11) 3999 0169
www.zianeditora.com.br
Novos Haicais - Hazel de São
Francisco
O mais recente trabalho da
escritora paulista Hazel de São
Francisco “Haicais Maturidade”.
O livro traz uma coletânea de 100
haicais, com os quais a autora faz
uma homenagem aos 100 anos de
imigração japonesa.
Editora Oportuno
Tel.: (11) 6155 7978 / 6297 1400
www.editoraoportuno.com.br
João-não-é-bobo
Um rei tinha três filhos e era chegada sua hora
de morrer. Nas estórias de fadas os reis
normalmente sabem quando vão morrer e não se
preocupam. Chegou, chegou. Pois, é chegado o
momento do rei. Algo há com que ele se preocupa.
Precisa passar o reino para um de seus filhos. Dos
três qual escolher? Tomada de decisão difícil! O
terceiro filho é meio bobão, vive no mundo da
lua. Seu nome é João Bobo. O rei pensa que João
Bobo não é um bom candidato, porém se ele quiser
ser justo deve incluí-lo na sucessão. Ele chama os
rapazes e diz que dará a sucessão do trono a quem
lhe trouxer o mais lindo tapete. Sopra três plumas
e diz-lhes para irem na direção em que elas
voarem. Uma voa para o oriente, a outra para o
ocidente. A terceira sobe e cai no chão. É a pluma
do tal de João. Ele se senta no último degrau da
escada onde está pousada a pluma. Está cabisbaixo
e acredita ser um péssimo candidato. De repente
vê ao lado da pluma um alçapão. Ele o levanta e
depara-se com uma escada. Desce, e lá embaixo,
bem embaixo, está uma sapa grande e gorda
rodeada de sapinhos. Conta a ela sua estória e ela
lhe entrega o mais lindo tapete já visto nos quatro
cantos do mundo. Os irmãos trazem tapetes
rústicos e João Bobo ganha deles. Os príncipes
pedem novas provas e João Bobo vai ganhando
todas com a ajuda da sapa.Traz o anel mais belo, a
mulher mais bela e acaba por ser eleito o melhor.
Este é um conto de fadas muito interessante.
Podemos pensar no velho rei como uma metáfora
para os conteúdos dentro de nós que já não nos
servem mais. É hora de ir embora, porém nem
todos temos a facilidade que o rei tem para morrer
e muito menos para passar as rédeas de nosso
castelo para as mãos de outros. Quando dizemos
outros estamos falando de uma parte estabelecida
entre o que o meu mundo externo vai trazendo
como experiência e o meu eu interior. Eu observo,
associo e trago tudo para dentro de mim. Percebo
então que é preciso mudar. É preciso dar lugar a
um modo de pensar novo, a um jovem modo de
ser. No princípio estabelece-se uma confusão: De
tudo o que aprendi, de todas as coisas que me foram
apresentadas, qual melhor me servirá? Qual
cuidará melhor deste castelo precioso que sou eu
mesma? A tarefa é de discernimento. Dos filhos
que me habitam qual estará mais apto a cuidarme?
Os dois primeiros príncipes saem pelo mundo.
Eles acham que vão vencer o irmão tolo. Enxergam
apenas o que os olhos físicos podem alcançar. A
beleza real, aquela que transcende um simples
olhar não os tocou. Eles não se permitiram
perceber. Ademais agem por impulso. Já que
julgam sem refletir, subestimam o irmão mais
novo. Trazem um tapete feio e tosco, um anel feito
de madeira, camponesas rudes. O propósito é
apenas o de cumprir as tarefas. As portas que
levam ao tesouro não se abriram e jamais se
abrirão para eles.
João Bobo é diferente. Ele pára, reconhece a
dificuldade, pede ajuda e a aceita. Permite-se ficar
à mercê de algo que não compreende. Ele vê o
alçapão e pode abri-lo e entrar em contato com
um mundo rico e mágico que vai ajudá-lo a viver
no real e no palpável, algo digno de ser vivido.
Ele trará o tapete mais bem tecido, o anel do mais
puro ouro, a mais bela esposa e também a mais
flexível. João Bobo tornar-se-á o filho escolhido.
Quando chegar a hora de nossos reis morrerem a
quem elegeremos como sucessores?
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
Terapeuta Floral
Practitioner pela Dr. Edward Bach
Foundation, escritora e membro da UBE
[email protected]
Peregrino
12
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Maio/2005
Estudo das inteligências múltiplas (continuação)
Reduzir a inteligência às
capacidades intelectuais, é um
grande erro. Ninguém pode ser
marginalizado ou ridicularizado por
não demonstrar habilidades em
resolver cálculos ou gramática.
A grande contribuição de
Gardner* para a atualidade faz toda
diferença numa época em que a
cultura e a instrução ainda sobrepõem-se à EDUCAÇÃO, que é o
único e real caminho para a
transformação do homem e,
conseqüentemente do mundo.
Jaspe Verde
Trauma emocional recente
Quando não choramos,
nossos órgãos internos derramam lágrimas por nós.
Essa é uma forma muito
poética de descrevermos o
processo de psicossomatização
(doenças físicas geradas pelo
desequilíbrio psi-cológico).
A angústia é aquela dor ou
peso no peito, com dificuldade
de chorar plenamente, às vezes
ruminando as situações que a
gerou.
É uma mistura de muita
raiva com muita tristeza, não
raramente regada com decepção
e uma pitada de frustração.
Essa receita, muito comum
em nossos dias, é a responsável
por inúmeros casos de depressão
situacional.
Todas as vezes justificamos
esse estado de paralisia de vida
Acompanhando o desempenho
profissional de pessoas que haviam
sido alunos fracos, Gardner se
surpreendeu com o sucesso obtido
pela maioria deles.
O pesquisador concluiu que as
normas convencionais de avaliação
nas escolas se baseiam apenas na
concepção vigente na nossa cultura,
limitada à valorização das competências lógico-matemática e
lingüística.
As pesquisas demonstraram,
porém, que as demais capacidades
também são produto de processos
mentais, ampliando o conceito de
inteligência que, em sua opinião
pode ser definida como a “capacidade de resolver ou elaborar
produtos valorizados em um
ambiente cultural ou comunitário”,
como artes plásticas, música,
nas situações ou pessoas. Mas os
atingidos somos nós mesmos.
Jaspe verde possibilita não
ser instalada ou petrificada a
angústia, cuidando de nossas
feridas, como curativo milagroso, para que não virem
cicatrizes ou se contaminem se
tornando pústulas fétidas.
Seja por perda afetiva, seja
por decepção, frustração ou
qualquer choque emocional,
Jaspe verde limpa antes que se
instale.
Dr. Osvaldo Coimbra Junior
Sintonizador do Sistema de
elixires Cristais de Oz
Médico Radiestesista
Holístico.
[email protected]
esportes, dança, aptidão para cuidar
da natureza, liderança, comunicação,
etc...
Inteligência Lógico-Matemática
A inteligência lógico-matemática é mais freqüentemente
associada ao que chamamos de
“pensamento científico”. É ativada
em situações que requerem a solução
de problemas ou em que se
enfrentem desafios novos. Esta
inteligência também implica na
capacidade de reconhecer padrões,
trabalhar com símbolos abstratos
como números e formas geométricas
e a discernir relações e/ou ver
conexões entre informações separadas e distintas.
Para ativar essa inteligência
Pratique o pensamento analítico,
comparando e contrastando dois
objetos. Por exemplo: cinco características de uma máquina de
escrever, cinco de um computador e
cinco que os dois objetos tenham em
comum.
Elabore uma explicação convincente e racional para algo
totalmente absurdo. Por exemplo: Os
benefícios do basquete quadrado.
Participe de um projeto que
requeira o uso de um “método
específico”. Por e
xemplo: Se
você não for cozinheiro, tente fazer
um bolo a partir do zero, seguindo
uma receita.
Exercícios para crianças
Compare valores e conceitos
matemáticos simples.
Trabalhe verbalmente alternativas do tipo “muito”, “pouco”,
“grande”, “pequeno”.
Estimule-as a ordenar objetos
maiores e menores.
Proponha jogo dos setes erros.
Ensine-as a jogar dominó.
Brinque com tangran (jogo de
figuras geométricas).
Ajude-as a entender as horas.
*Gardner: Psicólogo da
Universidade de Harvard, que
elaborou a Teoria das Inteligências
Múltiplas.
Denilde A. M. Lourenço
Pedagoga, Psicopedagoga
Diretora do Centro
Psicopedagógico Arco-Íris
[email protected]

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