universidade positivo

Transcrição

universidade positivo
Universidade Positivo
Mestrado Profissional em Gestão Ambiental
ENERGIA E RESÍDUOS NA UNIVERSIDADE POSITIVO
(UP): PROMOÇÃO DO USO SUSTENTÁVEL A PARTIR DE
AÇÕES AMBIENTAIS EDUCATIVAS
JAIR BORDIGNON
CURITIBA
2011
JAIR BORDIGNON
ENERGIA E RESÍDUOS NA UNIVERSIDADE POSITIVO (UP): PROMOÇÃO DO
USO SUSTENTÁVEL A PARTIR DE AÇÕES AMBIENTAIS EDUCATIVAS
Dissertação apresentada como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre em Gestão
Ambiental do curso de mestrado Profissional em
Gestão Ambiental, Universidade Positivo (UP).
Orientador: Prof. Paulo Roberto Janissek
Co-orientadora: Profª. Leila Teresinha Maranho
CURITIBA
2011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo - Curitiba - PR
B729
Bordignon, Jair.
Energia e resíduos na Universidade Positivo (UP):
promoção do uso sustentável a partir de ações ambientais
educativas / Jair Bordignon. ― Curitiba : Universidade
Positivo, 2011.
116 f. : il.
Dissertação (mestrado) – Universidade Positivo, 2011.
Orientador : Prof. Dr. Paulo Roberto Janissek.
Co-orientadora : Prof. Dr. Leila Teresinha Maranho.
1. Sustentabilidade. 2. Gestão Ambiental em IES.
3. Educação Ambiental. 4. Energia. 5. Resíduos. I. Título.
CDU 504
TÍTULO: “ENERGIA E RESÍDUOS NA UNIVERSIDADE POSITIVO (UP):
PROMOÇÃO DO USO SUSTENTÁVEL A PARTIR DE AÇÕES AMBIENTAIS
EDUCATIVAS”
ESTA
DISSERTAÇÃO
FOI
JULGADA ADEQUADA
COMO
REQUISITO
PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM GESTÃO AMBIENTAL
(área de concentração: gestão ambiental) PELO PROGRAMA DE MESTRADO EM
GESTÃO AMBIENTAL DA UNIVERSIDAE POSITIVO. A DISSERTAÇÃO FOI
APROVADA EM SUA FORMA FINAL EM SESSÃO PÚBLICA DE DEFESA, NO DIA 3
DE OUTUBRO DE 2006, PELA BANCA EXAMINADORA COMPOSTA PELOS
SEGUINTES PROFESSORES:
1) Prof. Dr. Paulo Roberto Janissek – Universidade Positivo (Presidente);
2) Profª. Drª. Helena Maria Wilhelm – LACTEC/PIPE (Examinadora);
3) Profª. Drª. Selma Aparecida Cubas – Universidade Positivo (Examinadora);
4) Prof. Dr. Klaus Dieter Sautter – Universidade Positivo (Examinador);
5) Profª. Drª. Leila Teresinha Maranho - Universidade Positivo (Co-Orientadora);
CURITIBA – PR, BRASIL
_______________________________________________
PROF. DR. MAURÍCIO DZIEDZIC
COORDENADOR DO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM GESTÃO
AMBIENTAL (PMGA-UP)
DEDICATÓRIA
“À minha esposa Cristina, pelo apoio,
compreensão e incentivo.
Ao meu querido filho Pedro Henrique
que acaba de chegar”.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Positivo pela oportunidade na realização deste mestrado.
Aos meus orientadores Paulo Roberto Janissek e Leila Teresinha Maranho
que me incentivaram para entrar neste programa de mestrado e desde o início com
seu apoio, ponderações e sugestões que contribuíram muito no desenvolvimento
desta dissertação.
Ao meu coordenador Maurício Dziedzic que sempre me incentivou.
Aos professores do Mestrado Profissional em Gestão Ambiental.
Ao Prof. José Pio Martins e Renato Casagrande que sempre me apoiaram
no contato com diretores, coordenadores e professores.
Ao Prof. Arno Gnoatto que também não mediu esforços no apoio aos
horários para que eu pudesse cumprir os créditos.
Aos colegas de trabalho e amigos Jefferson Lemos Mottin e Wilson Tapia
Lima pela compreensão.
Às secretárias Jane e Mari pelo apoio prestado.
À Karla Preussler, pela ajuda e apoio incondicional em relação aos
levantamentos de dados e aos treinamentos propostos aos funcionários.
Aos Inspetores de alunos pela ajuda nos levantamentos e controles
realizados nos blocos didáticos.
Às secretárias das salas de apoio dos professores da Reitoria e Escola de
Negócios.
À agência de publicidade PRATICE do curso de Publicidade e Propaganda
na ajuda da campanha “Cada Coisa Em Seu Lugar”.
A Deus que, sempre presente, iluminou meu caminho.
RESUMO
As questões ambientais constituem preocupação para todos os setores da
sociedade, e alternativas para minimizar os problemas ambientais decorrentes do
uso não sustentável da natureza devem ser buscadas de forma integrada e coletiva.
Dessa forma, para a obtenção de resultados efetivos, é necessário o envolvimento
dos atores ambientais conhecedores, tanto dos problemas quanto das alternativas
que possibilitam a adoção de posturas ambientalmente corretas que contribuem com
a proteção do meio ambiente. Este trabalho descreve as ações desenvolvidas em
uma Instituição de Ensino Superior (IES) com o propósito de incentivar o uso
sustentável de energia, a redução na geração de resíduos e a maximização do
volume de resíduos segregados. Para maior efetividade, buscou-se o envolvimento
de toda a comunidade acadêmica por meio do desenvolvimento de atividades de
educação ambiental que tiveram como principal objetivo estimular a participação e
conscientização acerca dos problemas que envolvem a questão de resíduos e uso
de energia. Em uma primeira etapa, realizou-se um inventário do consumo de
energia elétrica e geração dos resíduos no câmpus, no período de 2006 a 2010,
como forma de diagnosticar a situação atual. Maior ênfase, entretanto, foi dada ao
período de 2008 a 2010, uma vez que coincide com as ações de intervenção
educativa. Na sequência, foram implementadas as ações de educação ambiental
utilizando-se de diferentes estratégias, como o envio de e-mails para os professores
e funcionários; divulgação de resultados parciais, paralelamente, às ações de
intervenção; e treinamentos específicos para os funcionários envolvidos diretamente
na coleta e segregação dos resíduos, assim como para os funcionários responsáveis
pelos cuidados com a energia. Como forma de estimular a participação de todos os
frequentadores do câmpus, incluindo, nesse caso, também os alunos, uma
campanha intitulada “Cada Coisa Em Seu Lugar” foi idealizada e implementada.
Para tanto, foram expostos, em diferentes pontos do câmpus, banners e cartazes;
distribuídos, nos portões de acesso ao câmpus, panfletos e sacolas de lixo para
serem usadas nos veículos; fixados adesivos nos interruptores de luz, espelhos dos
banheiros e vestiários, como forma de lembrar, aos usuários, os cuidados para com
o uso sustentável de energia; e desenvolvidas atividades lúdicas com a entrega de
brindes como ecobags e botons com a logomarca da campanha. Os resultados
obtidos pelos inventários demonstram que, de 2008 para 2009, houve redução no
consumo de energia de 11,98% e o aumento no volume de resíduos recicláveis de
12,26% o que, como consequência, reduziu o volume de resíduos orgânicos. As
ações de educação ambiental podem ter contribuído com esses aspectos, o que de
maneira indireta contribui para a proteção dos recursos naturais. É importante
ressaltar o efeito multiplicador da educação ambiental, pois, além da adoção de
atitudes em prol da proteção do meio ambiente, os alunos, são cidadãos formadores
de opinião, podem replicar as boas práticas ambientais além da IES e contribuir para
que seus conviventes se sensibilizem e conscientizem dos problemas ambientais.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Gestão Ambiental em IES; Educação Ambiental;
Energia, Resíduos.
ABSTRACT
Environmental issues are concerns for all sectors of society, and alternatives
to minimize the environmental problems of unsustainable use of nature must be
pursued in an integrated and collective. Thus, for effective results it is necessary the
involvement of stakeholders and the knowledgeable of both the problems and
alternatives to support the adoption of friendly attitudes to protect the environment.
This paper describes the actions performed in a Higher Education Institution in order
to encourage sustainable energy use, reduction of waste generation and increase the
waste segregation. For maximum effectiveness, the entire academic community was
envolved through environmental education activities that were done to stimulate the
participation and awareness on problems related to waste and energy use. In a first
step, an inventory of energy consumption and waste generation on campus, from
2006 to 2010 period was carried out as a way of diagnosing the current situation.
Greater emphasis, however, was given to the period from 2008 to 2010, where the
educational actions were done. The environmental education were implemented by
using different strategies, such as sending e-mails with environmental information to
faculty and staff; keep them informed of the intervention actions and results. In
parallel a specific training was offered for staff directly involved in the collection and
segregation of waste, as well as personal responsible for the energy use. In order to
encourage the participation of all visitors on campus, in addition of students, a
campaign identified as "everything in its place" was conceived and implemented. As
part of the campaign, banners and posters were exposed at different points on
campus, and distributed in the campus access gates. It was also distributed flyers
and garbage bags for use in vehicles; set stickers on light switches, mirrors in the
bathrooms and locker rooms, as a way to remind users about sustainable use of
energy. Quiz, games and similar activities were performed with the delivery of gifts
as Ecobags and buttons with the logo of the campaign. The results from data
analysis shows for the 2008 to 2009 period, a 12% reduction in energy consumption
and a increase of 12,3 % in recyclable waste volume that was obtained by better
segregation of organic waste. The environmental education may have contributed to
achieve positive results and, indirectly, to protect natural resources. It is also
important to take in account the multiplier effect of environmental education, since,
besides the adoption of right attitudes towards the environment, today's students will
be future opinion leaders, and could replicate good environmental practices beyond
undergraduate institutions, and stimulate encouraging their peers to adopt friendly
practices for the environment.
Keywords: Sustainability, Environmental Management on University; Environmental
Education; Energy; Waste.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Projeção da participação relativa das principais fontes na
demanda global de energia. Fonte: Ministério das Minas e Energia, 2007.
19
Figura 2 – Vista aérea do câmpus da Universidade Positivo. Fonte: Google
55
Earth, 2010.
Figura 3 – Consumo de energia elétrica em kWh na Universidade Positivo
66
durante os anos de 2006 a 2009.
Figura 4 – Consumo de energia elétrica em kWh por pessoa durante os
69
anos de 2006 a 2009.
Figura 5 – Consumo de energia elétrica em kWh por área construída
69
durante os anos de 2006 a 2009.
Figura 6 – Comparativo do consumo em kW.h-1 de energia nos anos de
2007, 2008 e 2009 e ações educativas durante o ano de 2009 na
71
Universidade Positivo.
Figura 7 – Consumo de energia em kWh por pessoa durante os primeiros
72
seis meses de 2010.
Figura 8 – Consumo de energia em kWh por m² de área construída nos
72
primeiros seis meses de 2010.
Figura 9 – Dados obtidos na fase monitoramento em relação ao uso dos
projetores multimídia, luzes e ventiladores das salas de aulas durante o mês
73
de setembro de 2009 na Universidade Positivo.
Figura 10 – Dados obtidos em relação ao uso dos projetores multimídia,
luzes e ventiladores das salas de aulas durante o mês de novembro de
74
2009, após ação educativa.
Figura 11 – Quantidade de resíduos orgânicos em kg.mês-1 gerados na
81
Universidade Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
Figura 12 – Quantidade de resíduos de jardim em kg.mês-1 gerados na
81
Universidade Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
Figura 13 – Quantidade de resíduos recicláveis (papel, plástico e metal),
gerados em kg.mês-1 na Universidade Positivo entre os anos de 2006 a
85
2009.
Figura 14 – Quantidade de resíduos de lâmpadas gerados em unid. mês -1
87
na Universidade Positivo entre os anos de 2006 a 2009.
Figura 15 – Quantidade de resíduos de químicos e biológicos gerados em
89
kg.mês-1 na Universidade Positivo entre os anos de 2006 a 2009.
Figura 16 – Redução da geração resíduos orgânicos no período de estudo.
91
Figura 17 – Consumo de copos descartáveis antes e depois da ação
92
educativa no ano de 2009.
Figura 18 – Segregação de resíduos de papel, metal e plástico e orgânico
na sala dos professores da Reitoria e na sala dos professores da Escola de
93
Negócios durante fase de monitoramento no mês de setembro de 2009.
Figura 19 – Segregação de resíduos de papel, metal, plástico e orgânico na
sala dos professores da Reitoria e na sala dos professores da Escola de
Negócios durante fase de avaliação no mês de novembro de 2009, após
93
ação de educação ambiental.
Figura 20 – Material usado na campanha. a) Banner; b) Cartaz.
97
Figura 21 – Material usado na campanha. a) Folders; b) Adesivos.
97
Figura 22 – Material usado na campanha. a) Adesivos fixados nas mesas
das praças de alimentação; b) Adesivos explicativos aplicados sobre as
lixeiras dos blocos.
98
Figura 23 – Adesivos aplicados nos vestiários do centro esportivo e
99
vestiários dos funcionários.
Figura 24 – Adesivo colado nos vestiários do centro esportivo e vestiários
100
dos funcionários.
Figura 25 – Ecobag utilizada na Campanha.
100
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Plano das ações de Educação Ambiental realizadas com os
professores da UP.
61
Quadro 2 – Plano das ações de Educação Ambiental realizadas com os
funcionários da UP.
62
Quadro 3 – Plano das ações de Educação Ambiental realizadas com toda a
comunidade da UP (alunos, funcionários e professores).
63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Modelo de tabela utilizada no controle da mensuração da
58
quantidade de resíduos gerados na Universidade Positivo.
Tabela 2 – Modelo de tabela utilizada no controle da mensuração do
consumo de energia por ano na Universidade Positivo.
58
Tabela 3 – Consumo de energia elétrica entre os anos de 2006 a 2009 em
kWh, R$, consumo relativo, área construída e nº de pessoas.
67
Tabela 4 – Número de pessoas circulantes no câmpus nos anos de 2006 a
2009.
68
Tabela 5 – Total de área construída em m² na Universidade Positivo nos 69
anos de 2006 a 2009.
Tabela 6 – Dados de consumo de energia elétrica dos blocos didáticos
antes das ações educativas.
76
Tabela 7 – Dados de consumo de energia elétrica dos blocos didáticos
depois das ações educativas.
76
Tabela 8 – Dados do consumo de energia elétrica de equipamentos de
maior consumo na Universidade Positivo em 2010.
76
Tabela 9 – Quantidade de resíduos orgânicos e de jardim em kg.mês-1
gerados na Universidade Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
80
Tabela 10 – Quantidade de resíduos recicláveis (papel, plástico e metal)
respectivamente, gerados em kg.mês-1 na Universidade Positivo entre os
anos de 2006 a 2009.
83
Tabela 11 – Quantidade de resíduos de lâmpadas, químicos e biológicos
gerados em unid.mês-1 e kg.mês-1 respectivamente na Universidade Positivo
entre os anos de 2006 a 2009.
86
Tabela 12 – Ações ambientais realizadas e seus ganhos ambientais
referentes aos resíduos na Universidade Postivo.
95
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
13
1.1 OBJETIVOS
15
1.1.1 Objetivo Geral
15
1.1.2 Objetivos Específicos
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
16
2.2 RECURSOS NATURAIS
16
2.2.1 Energia
17
2.2 RESÍDUOS
22
2.1 Resíduos Sólidos
22
2.1.2 Resíduos em Universidades
28
2.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
34
35
2.3.1 Ensino Superior e Desenvolvimento Sustentável
2.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
42
2.4.1 Histórico
42
2.4.2 Dimensão da Educação Ambiental
43
2.4.3 Educação Ambiental em Universidades
46
2.5 GESTÃO AMBIENTAL
49
50
2.5.1 Ensino Superior e Gestão Ambiental
2.6 INDICADORES AMBIENTAIS
53
3 MATERIAL E MÉTODOS
55
3.1 ÁREA DE ESTUDO E ESCOPO DO TRABALHO
55
3.2 COLETA DE DADOS
56
3.3 INDICADORES AMBIENTAIS
56
3.4 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
58
3.4.1 Característica do estudo
58
3.4.2 Etapas
58
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
66
4.1 ENERGIA
66
4.1.1 Histórico do consumo de energia elétrica
66
4.1.2 Consumo de energia elétrica nos primeiros seis meses de 2010
72
4.1.3 Intervenção: ações de Educação Ambiental
73
4.1.3.1 Consumo de energia elétrica nas salas de aula
73
4.2 RESÍDUOS
78
4.2.1 Histórico do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e da
Saúde
78
4.2.2 Geração de Resíduos
79
4.2.3 Intervenção: ações de Educação Ambiental - resíduos
90
4.2.3.1 Utilização de copos plásticos descartáveis nas salas dos professores
91
4.2.3.2 Segregação de resíduos nas salas dos professores
92
4.2.3.3 Campanha de Educação Ambiental – “Cada Coisa Em Seu Lugar”
95
5 CONCLUSÃO
102
6 REFERÊNCIAS
104
APÊNDICES
113
13
1 INTRODUÇÃO
A questão ambiental tem sido a centralizadora das atenções mundiais ao
longo dos últimos anos, tendo como foco principal a conservação dos recursos
naturais e a degradação provocada ao meio ambiente pelas atividades antrópicas,
consequência do estilo de vida da sociedade e do contínuo crescimento industrial e
comercial que, por usa vez, geram o acúmulo de resíduos e o consumo dos recursos
naturais com pouca ou nenhuma preocupação com a sustentabilidade (ALENCAR,
2005; DRUZZIAN; SANTOS, 2006).
A partir da última metade do século XX a população mundial cresce de
forma acentuada; a ciência avança para atender, além das necessidades desse
aumento populacional, as necessidades do homem que não se contenta apenas
com aquilo que é essencial à sua sobrevivência; melhoram as condições sanitárias;
e aumentam as migrações para os grandes centros urbanos em busca de melhores
condições de vida. Como reflexo de todas essas mudanças, há o aumento no
consumo de recursos naturais, o que leva a sua escassez, e na geração de
resíduos, o que torna o seu manejo e disposição um problema de difícil solução.
Para Tauchen e Brandli (2006), o consumo incontrolável dos recursos naturais e a
degradação do meio ambiente passaram a exigir ações corretivas de grande
envergadura.
No que se refere ao uso de energia, é possível estabelecer uma relação de
causa e efeito entre o uso da energia e os impactos ao meio ambiente, uma vez que,
a crescente demanda de suas diversas formas, exige que novas áreas sejam
exploradas em processos de transformação que agridem ou destroem a natureza.
Em relação aos resíduos, a sociedade vem percebendo que a solução é
minimizar a geração de resíduos, desenvolvendo técnicas que diminuam o
desperdício, assim como o manejo adequado, o que pode contribuir para o
desenvolvimento sustentável (DRUZZIAN; SANTOS, 2006).
Nos países em desenvolvimento, em que predominam extensas áreas,
ocorre a ocupação das mesmas para a disposição dos resíduos de forma
geralmente inadequada. É uma forma insustentável de utilizar os recursos
ambientais, uma vez que as sociedades futuras podem herdar um enorme passivo
ambiental devido à poluição do ar, do solo e da água. Há, frequentemente, uma
visão distorcida em relação aos resíduos, vistos por muitos como um problema,
14
porém, se estes foram manejados de forma correta, conforme ocorre nos países
desenvolvidos, constituem riqueza que pode e deve ser considerada na economia
de cada cidade e de cada sociedade (MAHLER, 2007).
A Lei n. 12.305 de 2 de agosto de 2010 institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos e dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem
como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada, ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder
público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010). Com essa nova
lei em vigor, as empresas cada vez mais tomam consciência do seu papel e se
comprometem com a proteção dos recursos naturais, o que contribui para o
crescimento, no meio empresarial, da gestão ambiental, conforme citam Tauchen e
Brandli (2006).
Para que as ações de gestão ambiental sejam efetivas, no entanto, é
importante o envolvimento do setor de educação, por meio do desenvolvimento de
programas de Educação Ambiental. Druzzian e Santos (2006) afirmam que a
tomada de consciência ambiental em diferentes camadas e setores da sociedade
abrange o setor da educação, uma vez que ela ordena as atividades humanas, para
que originem o menor impacto possível sobre o meio ambiente, desde a escolha das
melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos
humanos e financeiros.
As Instituições de Ensino Superior (IES) são grandes consumidores de
energia e geradores de resíduos, de grande diversidade e potencial poluidor. Além
disso, nas universidades, em especial, há uma grande circulação de pessoas, tanto
da comunidade acadêmica quanto da comunidade externa, que utiliza a sua
estrutura por meio de projetos de inclusão, clínicas de atendimentos, o que torna
importante a mensuração e caracterização da energia utilizada, assim como da
quantidade de resíduos sólidos gerados e do seu potencial de reciclagem.
Diante desse cenário, a Educação Ambiental passa a ter um papel
fundamental, pois gera mudanças de conduta que contribuirão para a melhoria da
relação entre os seres humanos o meio em que se encontram, uma vez que cada
um assume compromissos que contribuem para a sustentabilidade ambiental. Por
meio de uma educação consciente, crítica e política é possível a mudança de
comportamento em relação à preservação e à conservação dos recursos naturais,
pois o indivíduo passa a interagir com a natureza como parte integrante dela.
15
O presente estudo contribuiu, a partir de ações coordenadas de gestão
ambiental, para fornecer noções fundamentais de sustentabilidade para serem
desenvolvidas nas atividades administrativas e educacionais da Universidade.
Imbuído pelo exposto na Agenda 21 Brasileira, em que o grande desafio do século é
a gestão e se tratando de recursos naturais, o desafio torna-se ainda maior.
Outro aspecto importante que deve ser ressaltado está relacionado ao
alcance de trabalhos de Educação Ambiental, o seu efeito multiplicador, pois o
comprometimento dos membros da comunidade acadêmica (direção, corpo docente
e discente, pessoal técnico administrativo, parceiros, fornecedores e comunidade do
entorno) pode contribuir para a disseminação das ações socioambientais
implantadas e o reconhecimento da sociedade.
A gestão ambiental de uma empresa, em especialmente uma IES, deve ser
ampla, envolvendo, além das questões ambientais, vários outros aspectos de âmbito
econômico e social, visando um programa cada vez mais sustentável. Diante desse
propósito, o presente estudo foi desenvolvido, por meio da implementação de ações
de EA, abordando o programa de gerenciamento de resíduos e a utilização
sustentável de energia elétrica no câmpus da Universidade Positivo.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Promover um sistema de gestão ambiental no câmpus da Universidade
Positivo (UP), com ênfase em energia elétrica e resíduos.
1.1.2 Objetivos específicos
- Fazer um histórico da gestão ambiental no câmpus com ênfase no uso de energia
elétrica e na geração e segregação de resíduos.
- Levantar a situação atual no que se refere à segregação e destinação dos resíduos
e consumo de energia.
- Sugerir e introduzir melhorias na gestão desses aspectos.
- Promover a Educação Ambiental como forma importante de diminuir os problemas
ambientais no câmpus.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 RECURSOS NATURAIS
De acordo com Dashefsky (2003), os recursos naturais envolvem
substâncias, estruturas e processos utilizados pelos seres humanos, mas que não
podem ser criados por eles. Usar os recursos naturais frequentemente representa
um ônus ao Planeta Terra, porque causa alguma forma de poluição ou dano.
Segundo Brandalise et al. (2009), os recursos naturais foram utilizados de
forma desenfreada, principalmente pelas atividades da indústria. A partir da década
de 70, tendo em vista que estes recursos são finitos e às vezes escassos, muitas
atitudes começaram a ser tomadas. Por parte das indústrias através da implantação
de SGA, e paralelamente, pela sociedade, através da demanda de produtos
considerados sustentáveis. O papel da escola é muito importante, como instrumento
de formação e divulgação que pode desencadear uma sensibilização de todos os
consumidores.
Entre os recursos naturais, a disponibilidade de água tem recebido muita
atenção. Dois terços da superfície do Planeta Terra são ocupados por água,
aproximadamente 360 milhões de km2 de um total de 510 milhões de km2, todavia,
98% da água disponível no planeta é salgada. São múltiplos os usos da água: pode
ser usada para beber; para o abastecimento doméstico e industrial; para agricultura,
recreação e lazer, geração de energia, navegação, diluição de despejos, harmonia
paisagística, preservação da fauna e flora, irrigação, entre outros (MARENGO,
2008).
Devido à grande dependência de energia, em todos os setores, a utilização
deste recurso também tem grande potencial de impacto ambiental. Este impacto
ambiental depende da fonte que é utilizada para obtenção de energia. A composição
da matriz energética brasileira vem das barragens e quedas d‟água, porém só é
utilizado 25% do potencial hidráulico nacional e a viabilidade da construção de novas
usinas está sendo promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A
capacidade de geração de energia elétrica do Brasil é de 107.529.530 kW, onde
73,4 % vem das usinas hidráulicas, sendo que o acréscimo da geração em 2009 foi
de 3.565,1 MW em relação ao ano anterior (ANEEL, 2010). Esta matriz (energia
hidroelétrica) é considerada uma fonte de baixo impacto ambiental e o Brasil ocupa
17
uma posição favorável em relação a outros países que utilizam carvão ou energia
nuclear como fontes.
O não uso do resíduo gerado, também é uma forma de desperdiçar recursos,
pois em muitos casos é possível reduzir ou eliminar estes resíduos. Segundo
Mucelin e Bellini (2008), a cultura de um povo demonstra a forma como este se
relaciona com o meio ambiente. No ambiente urbano, hábitos e costumes
característicos geram quantidade exacerbada de resíduos, além de problemas
relacionados à sua disposição, muitas vezes inadequados. No Brasil, em 2008,
foram coletados 259.547 t.dia-1 de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), sendo 64,6%
dispostos em aterros sanitários, 15,6% em aterros controlados, 17,6% em lixões a
céu aberto e 2,2% em outras formas de disposição (IBGE, 2008).
Tendo em vista que a dissertação tem ênfase na utilização de energia elétrica
e geração de resíduos, estes dois itens serão detalhados a seguir.
2.1.2 Energia
Energia, ar e água são ingredientes essenciais à vida humana. Nas
sociedades primitivas seu custo era praticamente zero. A energia era obtida da lenha
das florestas, para aquecimento e atividades domésticas, como cozinhar. Aos
poucos, porém, o consumo de energia foi crescendo tanto, que outras fontes se
tornaram necessárias. Durante a Idade Média, a energia hidráulica e dos ventos
foram utilizadas, mas em quantidades insuficientes para suprir as necessidades de
populações crescentes, sobretudo nas cidades. Após a Revolução Industrial, foi
preciso utilizar carvão, petróleo e gás, os quais têm um custo elevado para a
produção e transporte até os centros consumidores (GOLDEMBERG; LUCON,
2007).
As reservas ou fluxos de energia disponível na natureza que tem a
possibilidade de utilização para atender as necessidades humanas podem ser
considerados como fontes energéticas e ser classificadas em recursos fósseis e
recursos energéticos. Os recursos fósseis provêm de estoques de materiais que
armazenam energia química acumulada a partir da radiação solar em épocas
geológicas, como o carvão mineral, o petróleo, gás natural, entre outros. Esse tipo
de recurso é finito, isto é, seu consumo reduz proporcionalmente sua disponibilidade.
Utilizar racionalmente os recursos energéticos disponibilizados pela natureza, como
18
os combustíveis fósseis, é imprescindível e constitui atualmente em decisão
estratégica, já que essas reservas, além de finitas, limitadas, estão distribuídas de
maneira desigual entre os diferentes continentes. Este fato já foi a causa de conflitos
armados entre nações, a exemplo, a guerra do Golfo. Portanto, a energia, seu
consumo e armazenamento podem ter implicações políticas (WEIGMANN, 2004).
Os recursos renováveis são originados por fluxos naturais, por exemplo, a
energia solar, a energia hidráulica, eólica, a energia gerada pelas ondas do mar e a
energia da biomassa. Embora tenham origem na natureza, a utilização
indiscriminada de alguns desses recursos pode esgotar, como é o caso das reservas
florestais, quando são exploradas além da sua capacidade de renovação
(WEIGMANN, 2004).
No ano de 2000, o consumo de energia no mundo vinha crescendo muito em
relação a anos anteriores, no entanto, era previsto de acordo com as tendências, um
consumo cada vez maior As principais consequências dessa evolução são o
aumento do consumo de combustíveis fósseis e a resultante poluição ambiental em
todos os níveis, local regional e global. Cerca de 85% do enxofre lançado na
atmosfera, principal responsável pela poluição urbana e pela chuva ácida, e 75%
das emissões de carbono, um dos vilões do efeito estufa, originam-se da queima de
carvão e petróleo (GOLDEMBERG, 2007).
O consumo per capita de energia no Brasil cresce a uma taxa anual de
2,2%, mas o país não precisa repetir a trajetória de desenvolvimento seguida pelos
países industrializados, nos quais os elevados consumos de energia provenientes
de combustíveis fósseis resultaram em sérios problemas ambientais. No Brasil,
78,5% da energia consumida em 2000 eram produzidos internamente e o restante,
importado, principalmente petróleo e gás natural. A importação de petróleo e
derivados representa 16,3% da oferta interna total de energia (GOLDEMBERG,
2000).
Segundo Goldemberg e Lucon (2007), no ano de 2003, quando a população
mundial era de 6,27 bilhões de habitantes, o consumo médio total de energia era de
1,69 toneladas equivalentes de petróleo (tep) por pessoa/ano. Uma tonelada de
petróleo equivale a 10 milhões de quilocalorias (kcal), e o consumo diário médio de
energia é de 46.300 kcal por pessoa. Como comparação, vale a pena mencionar
que 2.000 kcal é a energia obtida dos alimentos e permite que os humanos se
mantenham vivos e funcionando plenamente. O restante é usado em transporte,
19
gastos residenciais e industriais e perdas nos processos de transformação
energética.
A maioria das fontes de energia para os diversos usos ainda são os
combustíveis fósseis, ou seja, recursos não renováveis, que geram uma quantidade
muito grande de poluentes como hidrocarbonetos e particulados, que são maléficos
para a saúde humana, aumentam a quantidade de chuva ácida e contribuem para o
efeito estufa. Há necessidade de pesquisas em relação à geração de energia
renovável, pois a quantidade de veículos circulantes nas grandes cidades está
mostrando níveis de poluição insuportáveis (SPINACE et al., 2004).
Com relação às projeções de consumo de energia para o futuro, em
qualquer dos cenários considerados, a participação dos combustíveis fósseis ainda
continuará importante. Pode ser citado como exemplo, a distribuição da matriz
energética prevista até 2030, conforme Figura 1 (BRASIL, 2007).
Figura 1 - Projeção da participação relativa das principais fontes na demanda global de energia.
Fonte: Ministério das Minas e Energia (2007).
Goldemberg e Lucon (2007) apresentam que a produção e o consumo de
energia baseados nas fontes fósseis, gerando emissões de poluentes locais e gases
de efeito estufa, põem em risco o suprimento de longo prazo desta fonte energética
no planeta. É preciso mudar esses padrões de uso de energias de fontes fósseis,
estimulando a adoção de fontes de energias renováveis, e, nesse sentido, o Brasil
20
apresenta uma condição bastante favorável, como a grande bacia hidrográfica, em
relação ao resto do mundo, podendo gerar grandes quantidades de energia
hidrelétrica.
Hepbasli (2008) pesquisou a utilização de Recursos de Energia Renováveis
(RER), como energia solar, eólica e sistemas de energia geotérmica, e concluiu que
a energia é um caminho para um desenvolvimento sustentável. No entanto, algumas
fontes ainda apresentam uma eficiência de aproveitamento muito baixa. É o caso,
por exemplo, da eficiência obtida por parabólica de aquecimento solar, que é menor
que 2%. Outras formas de aproveitamento da energia solar, como célula fotovoltaica
e um coletor solar híbrido, apresentam índices melhores, de 11,2% e 13,3%,
respectivamente. A energia eólica fornece cerca de 40% de eficiência com baixa
velocidade do vento e 55% com alta velocidade do vento. Dessa forma, a análise
energética é uma ferramenta muito útil que pode ser utilizada com sucesso na
avaliação do desempenho dos RERs de todos os sistemas energéticos.
De acordo com Weigmann (2004), pode-se afirmar que o conjunto de
aparelhos de ar condicionado é o maior responsável pelo consumo de energia
elétrica, seguido da iluminação, equipamentos de escritório, elevadores e bombas.
Segundo o autor, faz-se necessário realizar manutenções periódicas no sistema de
controle implantado, a fim de evitar desgastes ou falhas no próprio sistema. Além
disso, é necessária a implantação de novas tecnologias, como substituição por
lâmpadas de menor consumo, utilização de reatores eletrônicos com alta potência,
instalação de luminárias com melhor refletividade, de timer e fotocélulas em setores
externos, aproveitamento da iluminação natural durante o dia, direcionamento da
iluminação quando for necessário e utilização de cores claras em paredes e tetos a
fim de obter maior refletividade.
A Análise do Ciclo de Vida (ACV) é uma importante ferramenta, que tem sido
utilizada em larga escala para subsidiar estudos ambientais. Exemplos de como a
ferramenta pode auxiliar no planejamento sustentável de edificações pode ser
encontrada no trabalho de De Meester e colaboradores (2009), que fizeram um
estudo detalhado em 65 edificações familiares na Bélgica. De acordo com os
autores, para um gerenciamento dos recursos necessários, devem ser considerados
aspectos de construção e de utilização, e a ferramenta ACV é fundamental para esta
avaliação integrada.
21
Scheuer et al. (2003) apresentou um estudo da análise do ciclo de vida em
um prédio de seis andares, com área total de 7.300 m², localizado no câmpus da
Universidade de Michigan nos Estados Unidos. Um inventário de todos os materiais
instalados e a substituição de materiais foi desenvolvido de acordo com a estrutura
do prédio, tais como as estruturas internas, acabamentos e sistemas hidráulicos. Foi
utilizada uma modelagem computadorizada para determinar o consumo de energia
no aquecimento de ambiente, ventilação, iluminação, água quente e consumo de
água nos banheiros. O principal resultado encontrado foi que o consumo de energia
elétrica entrou com uma porcentagem de 94,4% do ciclo de vida primário. O desafio
no desenvolvimento de um modelo de ciclo de vida de um sistema complexo e
dinâmico, com longa vida útil, é explorado e as suas implicações são discutidas para
projetos futuros.
A Análise do Ciclo de Vida é frequentemente utilizada para uma avaliação
integrada das possíveis alternativas para obtenção de energia, que podem vir de
biocombustíveis (SINGH, OLSEN, 2011) ou da recuperação da energia contida em
resíduos (SONESSON et al., 2000).
De acordo com Magalhães (2001, p. 8),
um programa de conservação de energia deve ser: concreto: deve ser
composto de ações efetivas e específicas; justificado: para que as ações
que requerem mudanças de hábitos convençam e surtam os efeitos
desejados; quantificado: deverá estar alicerçado em dados concretos,
obtidos por meio de um diagnóstico que aponte investimentos e ganhos
financeiros; com responsabilidades definidas: toda a ação referente ao
programa deve ter um responsável direto; comprometido em objetivos: o
efetivo compromisso com as metas do programa, assim como a próatividade, são fundamentais para o sucesso do programa; dinâmico:
revisões contínuas do programa fazem com que ele permaneça
“sintonizado” com as tecnologias e demandas que se apresentam; coletivo:
o programa deve buscar o envolvimento de todos da empresa, evitando que
alguém se sinta excluído do processo e possa vir a comprometer os
resultados esperados; divulgado: todos os resultados do programa devem
ser de conhecimento comum e comparados com os anteriores, para
acompanhamento e avaliação (MAGALHÃES, 2001, p. 08).
22
2.2 RESÍDUOS
2.2.1 Resíduos Sólidos
A Agenda 21, adotada por mais de 178 governos, entre outras questões
relevantes, destaca a necessidade da gestão de resíduos perigosos, ou seja, o
controle efetivo da geração, armazenamento, tratamento, reciclagem e reutilização,
transporte, valorização e eliminação de resíduos perigosos. Desta forma, os
cuidados com resíduos são de extrema importância para uma boa saúde, proteção
ambiental e gestão no uso de recursos sustentáveis. A abordagem europeia para a
gestão dos resíduos é priorizar a prevenção da geração de resíduos, seguido de
reciclagem, valorização, incineração. Com efeito, uma das principais prioridades
para assegurar uma gestão ambientalmente correta dos resíduos perigosos é
educação, conscientização e implantação de programas de formação de todos os
níveis da sociedade (SALES et al., 2006).
Na abordagem brasileira, segundo a Política Nacional de Resíduos (2010),
os princípios para uma adequada gestão dos resíduos são: i) a prevenção e a
precaução; ii) o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; iii) a visão sistêmica, ou
seja, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e
de saúde pública; iv) o desenvolvimento sustentável; v) a eco-eficiência; vi) a
cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e
demais segmentos da sociedade; vii) a responsabilidade pelo ciclo de vida dos
produtos; viii) o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável; ix) o
respeito às diversidades locais e regionais; x) o direito da sociedade à informação e
ao controle social e xi) a razoabilidade e a proporcionalidade.
Segundo a ABNT NBR 10004, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são
definidos como resíduos nos estados sólidos e semissólido que resultam de
atividades da comunidade, de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de variação. Estão incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água e esgoto, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).
23
Os resíduos sólidos podem ser classificados de várias formas, entretanto, as
mais utilizadas são conforme os riscos potenciais ao meio ambiente, a origem e a
natureza física. Quanto aos Riscos Potenciais ao Meio Ambiente, os resíduos são
classificados segundo a ABNT NBR 10.004 em: Classe I (Resíduos perigosos);
Classe IIA (Resíduos não inertes); e Classe IIB (Resíduos inertes). Quanto à origem,
os resíduos são classificados em quatro classes: i) resíduo doméstico ou residencial;
ii) resíduo comercial; iii) resíduo público; iv) resíduo de fontes especiais (lixo
industrial, resíduos de serviço da saúde, resíduos radioativos, lixo de portos e
resíduos agrícolas). A origem dos resíduos é um dos principais elementos para uma
caracterização adequada dos RSU (LIMA, 2004; MAHLER, 2007).
Num sistema de gestão, a escolha das épocas certas para a realização do
levantamento de dados e de campo, bem como sua repetição, são fatores que dão
confiança aos dados obtidos. Existem vários fatores que podem influenciar as
características dos RSU, entre eles, climáticos, épocas especiais (feriados),
demográficos e sócio-econômicos. Dentre as características físicas mais importantes
que influenciam a quantidade de lixo gerada estão à variação da geração per capita,
o poder aquisitivo da população e a composição gravimétrica (hábitos populacionais,
avanço tecnológico, status sócio-econômico) (MAHLER, 2007).
Após a segunda guerra mundial, devido ao crescimento populacional,
medidas ambientais começaram a ser adotadas em relação aos RSU, em especial
nos países industrializados; pois eram grandes os impactos ambientais causados
pelos lixões. Na Europa, devido à escassez de água subterrânea e de espaço físico,
foram tomadas medidas para a melhoria da qualidade das condições de disposição
final dos resíduos por meio de pesquisas que almejavam a diminuição da quantidade
do lixo gerado (MAHLER, 2007).
Um sistema de coleta, quando projetado de maneira correta, deve
considerar a caracterização contínua dos resíduos sólidos, pois essa avaliação é
uma das atividades mais importantes em qualquer administração pública que queira
buscar uma solução ambiental adequada para a questão dos RSU. Em geral, as
características dos RSU que mais influenciam nos serviços de limpeza urbana são: i)
geração per capita; ii) composição gravimétrica, geométrica, química; iii) peso
específico aparente; iv) grau de compactação; v) teor de umidade, matéria orgânica,
poder calorífico, composição química do gás e temperatura (MAHLER, 2007).
24
De acordo com Naime e Rocha (2009), o estudo dos RSU é crítico para a
gestão dos municípios devido às características locais, planejamento, operação e
fiscalização. No Brasil, esse assunto ficou adormecido por muito tempo, e apenas
em meados da década de 80 o problema passou a ser enfrentado, porém com
poucos resultados ambientais práticos. Além disso, os municípios esperaram
soluções do Estado, que por sua vez também não se preocupou na gestão dos
resíduos, criando lixões e aterros muitas vezes impróprios para tal destinação. Só a
partir de meados dos anos 90 o Ministério Público intensificou essa cobrança dos
municípios para que fossem responsáveis pela gestão e destinação corretas dos
resíduos sólidos urbanos de seu município.
No Brasil, o município tem a competência legal para organizar, administrar e
prestar serviços públicos de interesse local. Dessa forma, as Prefeituras Municipais
são responsáveis por efetuar a limpeza de vias e logradouros públicos, assim como
realizar a coleta e a destinação final dos resíduos. A Legislação Federal e, em
alguns casos, a Legislação Estadual preveem que, para a geração de 600 L.dia-1, a
responsabilidade da destinação final é do próprio gerador. Nos dias atuais, o
principio dos 3 Rs (Reciclar, Reduzir e Reutilizar) é muito utilizado para estabelecer
uma política ambientalmente adequada numa cidade que pretende ter um Sistema
de Gestão Integrada (SGI) (MAHLER, 2007).
Por meio do Decreto Municipal nº. 983/2004, art. 8º, Incisos I e II, a
Prefeitura Municipal de Curitiba define os papéis dos pequenos e grandes geradores
de resíduos sólidos. Estabelece, ainda, como competência municipal a coleta dos
resíduos sólidos orgânicos até a quantidade máxima de 600 L.semana-1 de rejeitos e
600 L.semana-1 de recicláveis.
Dessa forma, os estabelecimentos que geram
resíduos sólidos orgânicos acima do valor estabelecido nesse decreto são
denominados grandes geradores e devem ter o transporte de seus resíduos
executado por empresas contratadas e licenciadas pelo município (artigo 9º, do
mesmo decreto), ou então, por seus próprios meios, desde que efetuem o
cadastramento junto ao Departamento de Limpeza Pública da SMMA (Decreto
Municipal nº 1551/06, artigo 3º). Com base nesse decreto, a UP enquadra-se como
grande gerador. Sendo, portanto, de sua responsabilidade a coleta e destinação de
seus resíduos (orgânico, poda e jardinagem, químicos, biológicos, lâmpadas e
especiais como pilhas, baterias e resíduos eletrônicos).
25
As formas usuais de tratamento e destinação final de RSU são: i)
incineração; ii) reciclagem; iii) compostagem; iv) pré-tratamento mecânico biológico
na inertização; v) disposição final: aterro controlado e aterro sanitário (MAHLER,
2007).
Incineração é o processo de combustão (ou pirólise) do lixo a altas
temperaturas (800-1000ºC), em câmeras amplas para mistura e queima dos
materiais. A liberação dos gases ocorre à baixa velocidade para permitir a deposição
de particulados. A temperatura dos gases permite recuperar o calor em caldeiras e
gerar energia a partir de vapor. A geração de cinzas é de 5 a 15% de massa original
do lixo (MAHLER, 2007).
Compostagem é um processo de bioestabilização da matéria orgânica para
uso agrícola. É um processo natural sem adição de componentes físicos, químicos
ou biológicos. A compostagem pode ser anaeróbia ou aeróbia. A compostagem
aeróbia é dividida em duas fases: i) bioestabilização e ii) maturação. O produto final
do processo aeróbio é um composto rico em húmus e minerais. A compostagem é
influenciada pelos micro-organismos, temperatura, granulometria, umidade, aeração,
relação C/N e pelo pH (MAHLER, 2007).
Reciclagem é o processo de separação e de transformação do material para
posterior uso, onde poderão por meio do beneficiamento retornar as indústrias como
matéria-prima secundária para fabricação de novos produtos reciclados. Apresenta
como vantagens a preservação dos recursos naturais, economia de energia,
redução da quantidade de lixo a ser disposta em aterros sanitários, geração de
empregos e serviços de forma geral. A coleta seletiva é um sistema de separação
dos materiais recicláveis na fonte geradora, agregando valores a estes materiais. O
custo operacional no começo é elevado, entretanto em longo prazo os ganhos
ambientais e de economia são imensos (MAHLER, 2007).
Pré-tratamento mecânico biológico é um processo simples que compreende
um pré-tratamento mecânico, no qual peças de grandes dimensões são retiradas da
massa de lixo, sendo o restante triturado em equipamentos especiais e em seguida
homogeneizado e disposto em leiras com sistema de ventilação, garantindo um
sistema aeróbio. O processo de biodegradação do lixo pode levar de 4 a 9 meses. A
vantagem deste processo é a redução do volume na disposição final, possibilidade
do uso dos resíduos para a produção de energia pela incineração, diminuição da
26
produção do lixiviado, inertização dos resíduos, total redução de vetores e presença
de aves, e eliminação de cheiros que possam gerar (MAHLER, 2007).
Segundo a NBR 13.896, aterro sanitário é a forma de disposição de RSU que
obedece a critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permitindo o
confinamento seguro em termos de controle de poluição ambiental e proteção à
saúde pública (ABNT, 1997).
Conforme Elis e Zuquette (2002), para instalar um aterro sanitário são
necessários estudos detalhados do meio físico, para verificação da capacidade dos
materiais em minimizar a carga de contaminantes e distanciá-los de possíveis
aquíferos e de qualquer água que possa ter contato. Para isso, é necessário
conhecer o material geológico e suas características.
Segundo Hisatugo (2006), uma solução para a minimização da geração dos
RSU nas cidades é a coleta seletiva, pois diminuiria a quantidade dos resíduos
disposta em aterros e lixões. Estudo realizado com a empresa de coleta e
transportes de resíduos sólidos urbanos de Uberlândia, entre 2001 e 2004,
demonstrou os ganhos ambientais obtidos neste processo. O total de material
reciclado coletado foi de 4.727 toneladas. Desse montante os ganhos econômicos
foram consideráveis, além dos benefícios ambientais, como a economia de bauxita,
devido ao alumínio reciclado, de petróleo, em virtude do plástico, e de árvores, pelo
reaproveitamento do papel, e finalmente, à considerável economia de água que não
foi utilizada no processo de fabricação desses materiais.
A reciclagem apresenta-se como uma alternativa viável para o tratamento do
lixo urbano tendo em vista as seguintes vantagens: melhorias das condições
ambientais e de saúde pública; diminuição do volume de lixo que necessita de
disposição final e, consequentemente, o aumento da vida útil dos aterros; economia
de energia; economia de matéria-prima; benefícios sociais, geração de empregos
diretos e indiretos; e geração de renda com a venda dos materiais recicláveis (IPT,
2000; LELIS, 1998; PEREIRA NETO, BOHNENBERGER, 1990, MAHLER, 2007).
Segundo Melo (2008), na cidade de Curitiba, a discussão relacionada aos
resíduos sólidos urbanos vem crescendo no meio popular, acadêmico e político. O
autor relata que uma das formas de amenizar o problema da geração de resíduos é
por meio de programas e estratégias de gestão como as campanhas de separação,
educação ambiental, compostagem e outros, que diminuem a quantidade de
resíduos no aterro.
27
Melo (2008) pesquisou a produção histórica de resíduos sólidos domiciliares
na cidade de Curitiba, cuja técnica de cenários foi apresentada como abordagem ao
planejamento da gestão de resíduos sólidos. Para a construção dos cenários, a
produção de resíduos domiciliares em Curitiba foi projetada até 2020, pela
correlação técnica de cenários futuros (técnica esta que tem sido utilizada em
diversas áreas como ferramenta no planejamento estratégico em empresas e
governos). Como resultado da pesquisa, seis cenários foram construídos a partir de
diferentes estratégias que poderiam ser adotadas ao gerenciamento em Curitiba
(minimização, reciclagem e compostagem) e seus efeitos no futuro foram analisados
e comparados, em termos de impactos ambientais e economias em peso, volume e
custos. As informações geradas e a comparação entre os efeitos de cada cenário no
futuro podem contribuir para o gerenciamento de resíduos sólidos em Curitiba, na
definição de metas e das melhores formas de alcançá-las, e no desenvolvimento de
estratégias e políticas de gestão.
De acordo com Vega et al. (2008), para implantar um programa de gestão de
resíduos é necessário realizar uma caracterização na fonte geradora para conhecer
todos os materiais recicláveis e o mercado local, pois programas copiados de outros
locais podem não ser eficazes. Apesar dos benefícios de uma gestão adequada de
resíduos, o trabalho para quantificação dos resíduos não é uma tarefa fácil. No caso
do México essas ações têm sido utilizadas para controlar os problemas de resíduos
perigosos, mas não para todos os RSU dos municípios. Assim como no Brasil, no
México a responsabilidade pela coleta e destinação RSU é do município.
Na cidade de Natal, RN, a gestão integrada de resíduos sólidos busca a
conscientização ambiental dos atores sociais no desenvolvimento sustentável e
integra ainda mais a conscientização ambiental na coleta seletiva do município.
Essas ações conjuntas trazem melhorias na gestão de resíduos sólidos dos
municípios brasileiros, que podem proporcionar melhor qualidade de vida da
população e também uma melhoria no cuidado com o meio ambiente. O estudo
realizado na cidade de Natal buscou entender a problemática dos RSU na cidade do
ponto de vista da população e com isso pretendeu observar as atitudes dos
cidadãos com o objetivo de auxiliar na tomada de decisão do setor público na
implantação de um programa de coleta seletiva positiva. Como resultado da
pesquisa, para 28,3% da população, um programa de coleta seletiva seria
28
importante e ou relevante, desde que proporcionasse uma melhor qualidade de vida
e para 27,3% para que se tenha uma vantagem financeira (SANTOS, 2002).
2.2.2 Resíduos em Universidades
As IES têm obrigação moral e ética de agir de forma responsável com o
meio ambiente e devem implementar metodologias de gestão de resíduos que visem
a prevenção, minimização, tratamento e destinação final adequada dos RSU . Além
disso, a gestão adequada dos resíduos traz benefícios para a instituição, como a
redução dos recursos financeiros destinados à gestão de resíduos; e acima de tudo
seria um exemplo para os alunos e a comunidade (VEGA et al., 2008).
Programas de gestão de resíduos em instituições de ensino superior nos
países industrializados começaram há mais de 20 anos e variam de esforços
voluntários locais e dos programas institucionalizados (ARMIJO et al., 2003).
Algumas iniciativas nas IES em relação aos programas de reciclagem e
redução de resíduos têm sido muito bem sucedidas. Nos EUA esse programa é
uma iniciativa muito popular, e 80% das faculdades e universidades possuem
programas institucionalizados de resíduos baseados em estudos de caracterização
dos resíduos (VEGA et al., 2008).
Um estudo de caracterização de resíduos realizado na Universidade de
Brown demonstrou que 45% dos resíduos produzidos nessa instituição eram
recicláveis. A Universidade de Brown tem um programa de gestão de resíduos
desde 1972 e, atualmente, recicla 31% dos seus resíduos (BROWN UNIVERSITY,
2004). Outros exemplos são a Universidade do Estado de Colorado e a
Universidade da Flórida, que reciclam 53% e 30%, respectivamente (UF
SUSTENTAINABILITY TASK FORCE, 2002).
De acordo com as práticas de gestão de resíduos, algumas universidades,
como a Universidade de Rutgers e a Universidade de Brown, destinam os resíduos
orgânicos para os agricultores locais, que utilizam como alimento para suínos e
caprinos (UF SUSTENTABILIDADE TASK FORCE, 2002).
Nos EUA é obrigatório que as IES implementem estratégias de redução de
resíduos e reciclagem. Um dos poucos artigos que publicou os resultados do
programa de gestão de resíduos em universidades de países em desenvolvimento
foi descrito por Mbuligwe (2002). Esse autor relatou uma perda potencial de
valorização de 71% em três instituições de ensino superior na Tanzânia e menciona
29
ainda que, de maneira não oficial, as instituições fazem o reaproveitamento de
resíduos orgânicos destinando aos produtores de gado que utilizam os resíduos na
ração animal. Essa prática reduz os custos de gestão de resíduos.
No México muitas universidades possuem programas de gestão de resíduos.
A Universidade Tecnológica de Monterrey começou um programa de resíduos em
1992, e desde então quantidades variáveis de alumínio e papel foram recicladas,
porém não existem dados referentes à porcentagem de cada tipo de material
reciclável no montante de resíduos. Outras instituições mexicanas como Instituto
Tecnológico do México, Universidade Nacional Autônoma do México e a
Universidade de Guadalajara possuem programas de gerenciamento de resíduos,
porém não existe informação referente à composição dos resíduos ou dados de
reciclagem (TECNOLÓGICO DE MONTERREY, 2007).
Maldonado (2006) caracterizou os resíduos de uma universidade do México
e relatou a composição dos resíduos sólidos de um departamento. O autor afirma
que por meio do programa de segregação de resíduos a instituição reduziu a
quantidade depositada no aterro em 67%, o que representou grande economia para
a instituição.
A falta de estudos de caracterização em universidades mexicanas sugere a
necessidade de pesquisar e documentar a composição dos resíduos, pois esses
dados são necessários para propor melhores alternativas de gestão para resíduos
sólidos (VEGA et al., 2008).
Os resíduos sólidos gerados em ambientes universitários englobam os
resíduos sólidos urbanos, industriais e de serviços de saúde, sendo as atividades de
Educação Ambiental (EA) importantes para orientar a minimização, a segregação, a
coleta, o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos gerados nas
instituições, especialmente aqueles que requerem um tratamento especial (FURIAM;
GUNTHER, 2006).
Segundo Vega et al. (2008), as universidades mexicanas não segregam
seus resíduos, sendo esse serviço realizado pelo município. Conforme pesquisa de
caracterização dos resíduos, constatou-se que 34% apresentam potencial de
reciclagem, 32% são recicláveis e 34% não são recicláveis. Quando os resíduos
sólidos são analisados em sua totalidade, as proporções de reciclagem são muito
semelhantes entre as categorias.
30
Na Universidade Autômoma Baja California, campus Mexicali, no México, a
geração diária de resíduos sólidos é de aproximadamente 1,0 t, sendo grande parte
com potencial de reciclagem. O potencial de reciclagem representa 55% dos
resíduos gerados nas edificações acadêmicas e administrativas, 88% dos resíduos
de jardinagem e 85% dos centros comunitários. Para cada categoria de resíduo fazse necessária uma destinação diferenciada, como a compostagem para resíduos de
jardinagem e reciclagem para resíduos gerados nos edifícios e centros comunitários.
Os autores afirmam ainda que, utilizando-se de diferentes estratégias, é possível a
reutilização de resíduos num câmpus universitário (VEGA et al., 2008).
De acordo com Espinosa et al. (2008), no México, os grandes geradores de
RSU, ou seja, aqueles que geram 10 mil toneladas.ano -1, enquadraram-se à lei que
exige a gestão dos resíduos para os grandes geradores. E nessa lei enquadram-se
a maioria das instituições de ensino superior. Diante dessa exigência, a
Universidade Autônoma Metropolitana do México (UAM-A) elaborou um Programa
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos intitulado “Segregação para um melhor
Ambiente”. A Universidade possui 12.000 estudantes, 190.000 m² de área e 72.000
m² de área verde. O programa abrangeu os seguintes estágios: diagnóstico,
objetivos e três fases de operação. Nos últimos três anos, através deste programa a
quantidade de resíduos sólidos destinados à coleta municipal, tem reduzido
consideravelmente. Neste período UAM-A reciclou 2,2 ton. de garrafas de vidro, 2,3
ton. de garrafas PET, 1,2 ton. de tetrapak e 27,5 kg de latas de alumínio.
Costa et al. (2004) realizaram a caracterização dos resíduos sólidos na
Universidade Estadual da Paraíba, em três fases, sendo: i) caracterização; ii)
destinação; e iii) educação ambiental para a comunidade acadêmica. O estudo
identificou que 82,3% dos resíduos gerados na universidade referem-se aos
resíduos orgânicos e como são dispostos no “lixão” da cidade, faz-se necessária a
implantação de coleta seletiva e educação ambiental permanente.
Segundo Smyth et al. (2010), a gestão de programas de resíduos sólidos é
um dos maiores desafios de um câmpus universitário para alcançar a
sustentabilidade. A realização de um estudo para caracterização dos resíduos é o
primeiro passo, o planejamento e a promoção da sustentabilidade global
complementam os esforços para o sucesso da gestão de resíduos de uma
instituição de ensino superior.
31
Smyth et al. (2010), em estudo realizado na Universidade da Columbia
Britânica do Norte (UNBC), no Canadá, observaram que, durante o ano de 2007 e
2008, o câmpus produziu entre 1,2 e 2,2 toneladas de resíduos por semana, dos
quais mais de 70% poderiam ter sido reduzidos e encaminhados para reciclagem e
compostagem. Papéis, recipientes de bebidas e material de compostagem, se forem
adequadamente destinados, representam significativa redução no volume de
resíduos. Por isso, políticas de educação estão sendo discutidas, para, em longo
prazo, promover mudança de comportamento da comunidade interna para a
minimização de resíduos.
Geralmente as práticas de destinação de RSU são incompatíveis com a
educação adequada que os alunos da área biológica, química e de engenharia civil
recebem e por isso, já devem ter uma consciência ambiental mais estabelecida.
Uma abordagem diferente seria vantajosa para a segregação e gestão de resíduos
perigosos gerados pelas atividades experimentais dos alunos dentro das instalações
da escola. A participação ativa dos alunos também deve incidir nas metas de
educação ambiental; além disso, essa abordagem poderá se revelar material
didático excelente para ensino de química, pois envolve reações químicas típicas,
como precipitação, neutralização, oxidação-redução, nas quais os alunos são
incentivados tendo um papel ativo e medidas concretas para reduzir o impacto
ambiental da escola (MASON et al., 2003; VEGA et al., 2008).
Os Institutos e Departamentos de Química das Universidades têm sido
confrontados, ao longo de muitos anos, com o problema relacionado ao tratamento e
à disposição final dos resíduos gerados em seus laboratórios de ensino e pesquisa
(NOVALASCO et al., 2006; GERBASE et al., 2005). Esses resíduos diferenciam-se
daqueles gerados em unidades industriais por apresentarem baixo volume, mas
grande diversidade de composições, o que dificulta a tarefa de estabelecer um
tratamento químico e/ou uma disposição final padrão para todos. Na maioria dos
casos os resíduos são estocados de forma inadequada e ficam aguardando um
destino final. Infelizmente, a cultura dominante é de descartá-los na pia do
laboratório, já que a maioria das instituições públicas brasileiras de ensino e
pesquisa não tem uma política institucional clara que permita um tratamento global
do problema (GERBASE et al., 2005).
Um dos problemas mais graves relacionado ao mau uso de produtos
químicos refere-se aos danos ambientais. Para contornar essa situação, as
32
legislações ambientais de todos os países do mundo, inclusive as do Brasil estão
evoluindo e se adaptando às novas realidades. Essas legislações estão
incorporando novas exigências no monitoramento das emissões de voláteis no ar e
no lançamento de resíduos industriais nos corpos hídricos. As IES que realizam
pesquisas nas áreas de Química e de ciências afins, não podem ficar alheias às
drásticas mudanças estruturais que vêm ocorrendo na legislação ambiental do
nosso país (GERBASE et al., 2005).
As IES precisam se conscientizar de que os benefícios oriundos da atividade
científica
e
profissional
(publicações,
patentes,
reconhecimento
científico,
desenvolvimento de novos produtos e tecnologias) podem gerar, paralelamente,
resíduos químicos de diversos graus de periculosidade, e que devem receber um
tratamento químico adequado, antes de serem enviados à disposição final
(GERBASE et al., 2005; NOVALASCO et al., 2006).
O gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e
pesquisa no Brasil começou a ser amplamente discutido nos anos de 1990, sendo
de vital importância para as grandes instituições geradoras, incluindo as IES devido
ao tratamento e à disposição final dos resíduos gerados em seus laboratórios de
ensino e pesquisa (AFONSO et al., 2003; GERBASE et al., 2005; NOVALASCO et
al., 2006).
A implementação de um programa de gestão de resíduos exige antes de
tudo mudança de atitudes e, por isto, é uma atividade que traz resultados a médio e
longo prazo, além de requerer a reeducação e uma persistência contínua. Portanto,
além da IES, disposta a implementar e sustentar o programa, o aspecto humano é
muito importante, pois o êxito depende muito da colaboração de todos os membros
da unidade geradora (AMARAL et al., 2001; AFONSO et al., 2003; TAVARES, et al.,
2005; NOVALASCO, et al., 2006).
Novalasco et al. (2006), caracterizaram os principais avanços e dificuldades
encontradas no gerenciamento de resíduos químicos em IES e elaboraram uma
Estrutura Modelo passível de aplicação direta na grande maioria das instituições que
pretendem realizar o mesmo trabalho, sendo uma ferramenta de Gestão e Educação
Ambiental. Os autores concluíram que ao implantar um Plano de Gerenciamento de
resíduos (PGR) é necessário minimizar os impactos gerados pelas atividades da
instituição, como a redução de gastos com compra de reagentes e consumo em
geral; armazenamento, tratamento e disposição de resíduos perigosos; o
33
desenvolvimento de pesquisas e novas tecnologias; a minimização de riscos devido
ao incremento à segurança, a valorização e especialização dos profissionais
envolvidos, pois afeta positivamente a qualidade das pesquisas. Além disso, o PGR
deve apresentar uma melhoria contínua, o que possibilita a constante minimização
dos impactos ambientais, garantindo sempre melhorias na qualidade de vida para a
presente e futuras gerações.
Amaral et al. (2001) realizaram um trabalho com o objetivo de reduzir as
quantidades de resíduos produzidos nos laboratórios de ensino de graduação do
Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desta
forma, rótulos padronizados foram adotados visando uma melhor classificação dos
resíduos e o desenvolvimento de um programa de computador: “Sistema de
Reutilização de Resíduos”. Este trabalho foi implantado com sucesso, e seu impacto
foi avaliado pelo comportamento dos estudantes, que demonstraram entusiasmo por
contribuírem na redução de danos ao meio ambiente e, principalmente, pelos
próprios professores e funcionários. O programa “Sistema de Reutilização de
Resíduos” oferece diversas vantagens, pois a informação é facilmente atualizada e
disponibilizada para o usuário que busque um conhecimento mais detalhado sobre
um determinado resíduo. O grupo responsável por esta atividade está convencido de
que os futuros profissionais da Química egressos da UFRGS estarão conscientes da
necessidade de evitar a poluição do ambiente.
Tavares et al. (2005) realizaram um trabalho com enfoque nas principais
etapas da implementação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos
do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo para
servir de subsídio para que outras unidades enveredem pelo mesmo caminho,
dando ênfase à questão financeira, a qual costuma ser a mola propulsora das mais
importantes decisões. Os resultados alcançados durante a implementação do
programa
permitiu
concluir
que
os
procedimentos
adotados
mostram-se
perfeitamente viáveis, corroborando para a disseminação das práticas de gestão e
que o sucesso do programa depende de um engajamento que só pode ser obtido
gradualmente, desafio esse que demanda esforços continuados. E que a busca por
alternativas ambientalmente mais harmoniosas, em substituição ao posicionamento
incoerente até então adotado pelas universidades com relação à gestão de seus
resíduos, é de grande valia em termos educacionais, na formação de recursos
34
humanos acostumados às práticas de gerenciamento ambiental, minimizando a
emissão de efluentes e produção de rejeitos.
Demaman et al. (2004) desenvolveram um trabalho com enfoque na
recuperação e reutilização dos resíduos de laboratórios visando minimizar os rejeitos
com a redução de escala dos experimentos, reaproveitamento do resíduo como
insumo, acondicionamento adequado dos rejeitos e tratamento dos rejeitos para o
descarte. Desta forma, ocorreu a redução da produção de resíduos, o aumento do
reaproveitamento dos resíduos, a diminuição dos rejeitos acondicionados e um
descarte adequado dos rejeitos. Além disso, muitas disciplinas fizeram seu próprio
gerenciamento de resíduos, contribuindo para o programa.
2.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Conforme Dias (2004), a maioria dos problemas socioambientais atuais
decorre do modelo de desenvolvimento vigente, imposto pelos países mais ricos do
mundo, pelos processos e instituições, como, por exemplo, o Sistema Financeiro
Internacional, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que
influenciam diretamente os sistemas políticos no mundo, culminando com uma
situação socioambiental insustentável.
O atual modelo de desenvolvimento tem como base apenas aspectos
econômicos e está intrínseco à lógica de aumento da produção, sem critérios
estabelecidos para utilização dos recursos naturais. Produção e consumo
ocasionam pressão sobre os recursos naturais (consumo de matéria-prima, água,
energia, combustíveis fósseis, entre outros, o que acarreta maior degradação
ambiental) (DIAS, 2004).
Opondo-se ao modelo de desenvolvimento pautado apenas em aspectos
econômicos, o modelo de Desenvolvimento Sustentável assume papel estratégico
no que se refere à sobrevivência do homem (DIAS, 2004). Desenvolvimento
Sustentável é o “Desenvolvimento que visa atender as necessidades do presente,
sem comprometer as gerações futuras de atenderem as suas necessidades, com
relação aos recursos naturais” (BRUNDTLAND, 1988).
O desenvolvimento sustentável exige a integração de aspectos econômico,
ambiental e social em todas as tomadas de decisão. Conforme o Programa das
35
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) (1972), o desenvolvimento
sustentável, permite à sociedade a distribuição de benefícios socioeconômicos
aliada à garantia da qualidade ambiental para as gerações presentes e futuras, uma
vez que contribui para melhorar a qualidade de vida do homem dentro de limites da
capacidade de suporte dos ecossistemas.
Um detalhado plano de ação para mudar o mundo para o desenvolvimento
sustentável surgiu a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (UNCED), também conhecida como Cúpula da Terra, realizada
no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. Esse plano de ação é conhecido como Agenda
21 e foi adotado por mais de 178 governos. Apesar das críticas ao conceito de
desenvolvimento sustentável, à medida que a Agenda 21 Global foi sugerida,
observa-se um avanço em relação a essa temática, pois esse documento procura
integrar de forma complexa desenvolvimento e meio ambiente (JACOBI, 2004).
Existe uma crise na relação homem e natureza; as condutas sociais são
destrutivas, tanto em espaços coletivos quanto em compartimentos da natureza e,
consequentemente, na qualidade de vida dos cidadãos. Dessa forma, a educação
ambiental tem uma função de transformação, em que os indivíduos assumem as
suas responsabilidades no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável. E o
papel do professor, nesse contexto, tem importância fundamental, uma vez que ele
desempenha a função de mediador de conhecimentos acerca do ambiente como
prática que leva ao desenvolvimento sustentável (JACOBI, 2004).
2.3.1 Ensino Superior e Desenvolvimento Sustentável
De acordo com Lukman et al. (2010), é necessário o uso de indicador
ambiental para demonstrar a classificação das universidades, utilizando o modelo de
sustentabilidade, que se refere aos fenômenos globais interligados de ordem
econômica, ambiental e social. Os problemas de sustentabilidade são sempre
trabalhados de uma forma multidimensional e são organizados dentro da dimensão
econômica, ambiental e social. Atividades estritamente unidimensionais (por
exemplo: ambientais) praticamente não existem, pois são sempre relacionadas ao
desenvolvimento econômico e efeitos sociais. Os aspectos de desempenho da
Universidade (investigação, educação e proteção ambiental) também estão
interligados de forma multidimensional.
36
Segundo
Tauchen
(2007),
as
IES
têm
um
papel
importante
no
desenvolvimento sustentável como instituições de ensino e pesquisa, ultrapassando
o limite de preocupação em ensinar e formar alunos, e sim ocupar um papel
importante no contexto da sociedade, com a responsabilidade social e de capacitar
pessoas conscientes da necessidade de garantir a sustentabilidade às gerações
futuras.
Segundo Jones et al. (2008), o período de 2005 a 2014 caracteriza-se como
o período da Educação para o Desenvolvimento. Um exemplo desse fato é o
reconhecimento da contribuição do setor do ensino superior a essa iniciativa pelo
Conselho de Financiamento do Ensino Superior da Inglaterra (HEFCE, 2008), da
seguinte forma: i) entre 2008 e 2018, o ensino superior, na Inglaterra, será
reconhecido pela sociedade como um dos principais esforços responsáveis para
alcançar a sustentabilidade; ii) serão desenvolvidas habilidades nos alunos para
colocar em prática seus conhecimentos por meio de estratégias e operações
próprias.
Segundo a Academia de Ensino Superior (CADE, 2007), para a
empregabilidade do Desenvolvimento Sustentável é necessária a implementação de
políticas ambientais sérias para os alunos de graduação. O Conselho para
Financiamento do Ensino Superior (HEFCE, 2008) cita que, no prazo de 2008 a
2018, as universidades do Reino Unido devem desenvolver meios para auxiliar os
egressos a enfrentar os desafios e responsabilidades da sustentabilidade. Além
disso, é importante que todas as disciplinas colaborem com essa iniciativa. Algumas
áreas, como geografia e ciências ambientais, já estão integradas à Educação para o
Desenvolvimento Sustentável (ESD) em seus programas. É importante, no entanto,
reconhecer que não é apenas o conteúdo do currículo, mas também a abordagem
pedagógica que determina à medida que a ESD é incorporada em programas de
graduação.
Barry (2007) sugere que ESD deve ser encarada como "lidar com" ao invés
de como “resolver a crise ecológica", o que aparenta uma solução definitiva. Desse
modo, a ESD pode ser vista como uma abordagem de aprendizagem que aumenta a
capacidade de lidar com as incertezas inerentes a um mundo complexo que está
enfrentando desafios sem precedentes.
O desafio para as universidades é avaliar criticamente e reorientar a sua
abordagem, a fim de se envolver totalmente com a sustentabilidade. Uma visão da
37
posição atual com referência às práticas existentes e potencial desenvolvimento
futuro de apoio à ESD. Os desafios percebidos são identificados com a intenção de
informar a comunidade acadêmica e incentivar o debate sobre o caminho a seguir
(JONES et al., 2008).
Segundo Carleton-Hug e Hug (2010), os desafios e as oportunidades não
são exclusivos para o campo da avaliação de programas ambientais, pois é
crescente a complexidade dos problemas ambientais em muitas situações
complexas e distintas. A continuação da população humana sobre a Terra necessita
de um esforço coletivo para viver de forma sustentável, ou seja, dentro dos limites
dos recursos disponíveis para o consumo e capacidade do planeta absorver todo o
resíduo gerado. Orr (2002) cita que os caminhos para a sustentabilidade exigem
maior eficiência das instituições públicas e cidadãos cada vez mais envolvidos.
Dessa maneira, cidadãos bem informados e engajados podem exigir um
posicionamento de empresas públicas e privadas em relação ao ambiente.
Estrategicamente,
a
avaliação
pode
fornecer
incentivos
para
melhorar
a
programação educativa e, ao fazê-lo, influenciar os seres humanos em relação ao
meio ambiente.
Em estudo realizado na Universidade de Plymouth, Reino Unido, Jones et al.
(2008)
demonstraram
que
alguns
acadêmicos
têm
conhecimento
sobre
desenvolvimento sustentável, outros se revelaram receosos com o assunto, fazendo
referência à sua falta de clareza e um terceiro grupo se mostrou alheio, por não
conhecer o assunto. Essas atitudes foram tratadas durante o curso e, no final,
muitas já haviam mudado seu comportamento. A pesquisa também revelou a
opinião de um entrevistado que diz “o aluno precisa se envolver de tal forma, que a
iniciativa tem que ir da cabeça para o coração para conseguir absorver... Se mesmo
depois de ler muitos livros e participar de palestras, não absorver, então ele está em
um ciclo fechado”.
Segundo Lukman et al. (2010), todas as Universidades devem ser avaliadas,
principalmente no item sustentabilidade. Pesquisa, desenvolvimento, investimento e
matrícula são aspectos que estão intimamente ligados com a dimensão econômica
do desenvolvimento das universidades. Educação e serviços para os estudantes
foram relacionados principalmente com a dimensão social, enquanto o uso de
recursos, emissões e geração de resíduos representa a dimensão ambiental do
desempenho
da
universidade.
Dessa
forma,
as
três
perspectivas
do
38
desenvolvimento sustentável têm sido objeto de proposta tridimensional para a
classificação das universidades.
Conforme Waas et al. (2009), a humanidade enfrenta um mundo com muitos
problemas ambientais até então nunca vistos na história humana. O estado em que
se apresenta o meio ambiente tem implicações diretas para o bem-estar dos seres
humanos e todas as espécies da terra, que atualmente estão sendo seriamente
ameaçadas. Além disso, a humanidade enfrenta vários problemas sociais. A
sociedade contemporânea considera o desenvolvimento sustentável a principal arma
para enfrentar esses problemas complexos, para garantir o bem das gerações atuais
e futuras e também para a integridade do planeta. Globalmente, o progresso rumo
ao desenvolvimento sustentável é considerado uma ordem. Embora todos os atores
da sociedade devam contribuir na transição para uma sustentabilidade global, as
universidades são vistas como um importante catalisador para trabalhar em prol
desse objetivo. No passado, as universidades tinham um papel histórico na
transformação da sociedade. Agora, chegou a necessidade da sociedade ser
chamada para o desenvolvimento sustentável e as universidades terem a
responsabilidade fundamental, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e
orientando a sociedade no seu caminho para a sustentabilidade futura.
Desde 1990, muitas universidades de todo o mundo vêm abraçando o
movimento do desenvolvimento sustentável. Mais de 1000 instituições acadêmicas
no mundo têm assinado declarações internacionais no sentido da sustentabilidade
ambiental por meio de iniciativas de alfabetização, desenvolvimento curricular,
parceria com os governos, organizações não governamentais e indústria no
desenvolvimento de iniciativas de sustentabilidade (WAAS et al., 2009).
Nessa nova abordagem, o consumidor poderia adquirir as funções em vez
de bens materiais e, portanto, ser ativamente envolvido na criação de uma nova
economia, onde todos os materiais são automaticamente enviados para os
produtores depois que perdem sua função. Além disso, o design de produtos deve
erradicar o conceito de resíduo. As Nações Unidas, através das Emissões Zero,
criou um fórum com academia, indústria e políticas governamentais, promotores
multidisciplinares de investigação e desenvolvimento para analisar as tendências na
sociedade e na tecnologia e abrir caminhos para projetos-piloto concretos. Assim, o
Fórum reuniu experiência concreta, por uma série de estudos de casos no mundo
todo, que a experiência dos primeiros 11 anos de Emissões Zero demonstrou a
39
viabilidade e a atratividade do conceito, mas os incentivos futuros serão necessários
para continuar a aguçar o conceito, para difundir os resultados e iniciar um discurso
com todos os atores relevantes, para os quais a Universidade das Nações Unidas,
através do Fórum de Emissões Zero, tenta ser o incentivo e o mediador para futuras
experiências (KUEHR, 2007).
Alshuwaikhat
e
Abubakar
(2008),
pesquisando
as
práticas
de
sustentabilidade nas universidades, descobriram que suas atividades e estruturas
físicas podem ter impactos significativos sobre o ambiente e, dessa forma,
começaram a planejar maneiras de organizar as atividades para reduzir seus efeitos
adversos sobre o meio ambiente. Durante a última década, muitas universidades
tiveram uma abordagem mais responsável para gerir a melhoria de seu desempenho
ambiental. Essa atitude não é isolada, mas tem sido particularmente proeminente na
Europa, nos EUA, no Canadá, na Austrália, na Ásia, na América do Sul e na África.
Os três primeiros estão com uma abordagem de construção e implantação da ISO
14001.
Algumas universidades estão recorrendo para a implantação do ''câmpus
verde'', mas há várias interpretações da agenda verde, como alguns termos: ecourbanismo, urbanismo verde, edifício verde, edifícios de elevado desempenho, para
descrever o conceito. Os caminhos da iniciativa variam de uma universidade para
outra. A iniciativa edifício verde, é um conjunto de projetos destinados a diminuir
produção de resíduos e materiais perigosos, reduzir o nível de consumo energético
e promover o design de eficiência energética dos edifícios. O conceito de construção
verde também promove o uso de materiais locais, o que pode ajudar as economias
regionais e reduzir os custos com transportes, com diminuição dos gastos e da
poluição, bem como a adoção de práticas de construção mais segura, que inclui
mitigação dos impactos da construção sobre águas pluviais, ruído, poeira e tráfego.
A sustentabilidade é um conceito complexo, e sua aplicação em
universidades enfrenta grandes obstáculos, que exige uma abordagem sistemática,
sendo mais desafiador ainda, pois muitos campi universitários já foram construídos
de forma insustentável, e pela sua natureza, exige uma abordagem integrada e
holística na tomada de decisões e investimentos (ALSHUWAIKHAT, 2007).
O Grupo de Consciência Ambiental (CEAT) é composto por voluntários na
Universidade de Tecnologia Curtin, na Austrália Ocidental, que trabalha em conjunto
para promover atividades de sensibilização e divulgação de informações
40
relacionadas ao uso sustentável dos campi universitários. Em 2003, para levantar
uma preocupação do CEAT, uma tentativa foi feita, solicitando um projeto de
graduação da área de design da faculdade de arquitetura, para estudar a queda da
vida animal em torno de um lago do câmpus. Após o trabalho dos alunos, o CEAT
revisou os projetos selecionados, para possível inclusão no programa de obras para
o câmpus; após a concepção do projeto, os membros do CEAT e os alunos foram
entrevistados. Pelos resultados da pesquisa os membros do CEAT consideraram
que o envolvimento dos alunos melhorou a qualidade, o alcance e a provável
execução do projeto. Os resultados da pesquisa indicaram que os alunos do projeto
aumentaram a consciência da complexidade na utilização sustentável do câmpus e
que houve a influência do projeto arquitetônico sobre o ambiente natural. No
entanto, apesar do reconhecimento formal do valor do projeto, a reitoria não havia
demonstrado nenhuma indicação de que a universidade mudaria a atual abordagem
para a sustentabilidade, quer na gestão do câmpus ou no núcleo de programas de
ensino (KAROL, 2006).
Esse trabalho demonstrou que, independentemente dos procedimentos
administrativos, as universidades não fornecem uma área para abordar questões
relacionadas com a sustentabilidade. Quando um grupo de ação e estudantes se
une para trabalhar no mesmo projeto que incorpora a sustentabilidade, mesmo não
tendo apoio dos gestores da Universidade, trazem diferentes perspectivas para os
alunos nas disciplinas específicas do problema estudado e também no entendimento
da valorização deste tema como mostrado nas respostas dos alunos a respeito
desse projeto. Embora nenhum trabalho sobre esse projeto tenha sido sugerido pela
universidade, essa atitude da abordagem de entrelaçamento de projetos de ensino
com uma “vida sustentável” para o câmpus ainda pode dar frutos e servir de base
para aumentar a pressão sobre essa universidade particular para criar políticas que
permitam aos estudantes ver a universidade como um líder em práticas de
sustentabilidade e proporcionar experiências de aprendizagem por meio dessas
ações (KAROL, 2006).
As
instituições
de
ensino
superior
regionais
podem
contribuir
significativamente para a promoção da sustentabilidade, fornecendo a liderança
intelectual e demonstrando como uma sociedade sustentável pode ser alcançada. A
promoção da sustentabilidade no contexto de instituições de ensino superior pode
ser conseguida através de vários meios relacionados com o funcionamento, como
41
atividades de ensino e pesquisa, que dizem respeito às tarefas de ensino. Um dos
principais objetivos das instituições de ensino superior deve ser a difusão do
conhecimento
sobre
o
significado
e
a
importância
da
sustentabilidade,
principalmente por meio do currículo verde. Além disso, é essencial que os
princípios fundamentais do desenvolvimento sustentável sejam incluídos em
atividades de pesquisa da instituição e as interações entre indivíduos com o
ambiente natural devem ser enfatizadas (EVANGELINOS et al., 2009).
Outra forma de promover a sustentabilidade é a responsabilidade que as IES
têm seu importante papel na transmissão de conhecimentos para a sociedade. Em
particular, o envolvimento dos cidadãos em atividades universitárias ou em
programas de investigação para melhorar o ambiente natural da comunidade local,
pode ser considerado como alternativa para a promoção do desenvolvimento
sustentável pelas instituições de ensino superior (EVANGELINOS et al., 2009).
Um estudo de caso foi apresentado sobre as atitudes dos alunos em
uma
universidade
grega
regional,
a
Universidade
do
Egeu,
numa
tentativa de explorar as restrições durante a execução de iniciativas de
sustentabilidade no contexto de uma universidade grega regional. Durante o
levantamento das características específicas dos universitários também foram
levados em consideração os campi que estão localizados em várias ilhas do
arquipélago do Mar Egeu, e um dos principais objetivos durante a sua criação foi a
promoção do desenvolvimento e difusão do conhecimento e a cooperação com a
comunidade
local.
O
estudo
analisou
as
percepções
dos
alunos
sobre as limitações que podem ocorrer durante as iniciativas de sustentabilidade. O
foco no grupo social pode indicar algumas limitações para a pesquisa,
principalmente devido à residência temporária dos estudantes na sociedade
acadêmica, sua participação insignificante em iniciativas ambientais e sua falta do
conhecimento das questões financeiras e organizacionais da universidade. No
entanto, a pesquisa sobre as atitudes dos alunos e crenças são consideradas
essenciais, como a promoção da sustentabilidade pode ser facilitada quando os
alunos são proativos (EVANGELINOS et al., 2009).
42
2.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
2.4.1 Histórico
Com a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada
em Tbilisi, na Geórgia (ex-União Soviética), em 1977, sob a coordenação da Unesco
e com a cooperação do PNUMA, sendo um prolongamento da Conferência de
Estocolmo (1972), começou um amplo processo global para criar as necessidades
da formação de uma nova consciência sobre o valor da natureza e para organizar a
produção de conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e nos
princípios da complexidade (SORRENTINO, 1998).
Essa situação educativa tem sido alimentada de várias maneiras e isso tem
possibilitado a realização de experiências concretas de educação ambiental de
forma criativa e inovadora por diversos segmentos da população e em diversos
níveis de formação. O documento da Conferência Internacional sobre Meio
Ambiente e Sociedade, Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade,
realizada em Tessalônica, na Grécia, em 1997, chama a atenção para a
necessidade da articulação de ações de educação ambiental baseadas nos
conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização
e participação, e práticas interdisciplinares (SORRENTINO, 1998).
Nas últimas duas décadas foram várias as declarações de políticas
ambientais globais, incluindo Estratégia de Conservação Mundial (Anon, 1980),
relatório Bruntland (WCED, 1987), Cuidar da Terra (Anon, 1991) e Agenda 21
(UNCED, 1992). Todos têm enfatizado um papel importante da educação na
concretização das atitudes, crenças, conhecimento e medidas que considerarem
necessárias. Educação para a sustentabilidade apareceu pela primeira vez na
agenda internacional da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano
(AMIGOS DA TERRA, 1982).
A importância das universidades na promoção do desenvolvimento
sustentável tem sido destaque em um número significativo de declarações, incluindo
a Declaração de Talloires (1990), a Declaração de Halifax (1991), a Declaração de
Swansea (1993), a declaração do Protocolo de Quioto (1993), a Carta de Copérnico
(1993) e Estudantes por um Futuro Sustentável (IISD, 2002). Na política, um número
crescente de normas ambientais sobre desenvolvimento sustentável e políticas
43
relacionadas tem sido adotado pelas universidades em muitas partes do mundo
(IISD, 2002).
2.4.2 Dimensão da Educação Ambiental
Os educadores têm um papel estratégico e decisivo na inserção da
Educação Ambiental no cotidiano escolar, qualificando os alunos para um
posicionamento crítico em face a crise socioambiental, tendo como horizonte a
transformação de hábitos e práticas sociais e a formação de uma cidadania
ambiental que os mobilize para a questão da sustentabilidade no seu significado
mais abrangente (JACOBI, 2005).
As práticas sociais envolvidas na degradação permanente do meio ambiente
abordam a necessidade de produção de sentidos sobre meio ambiente, ou seja, as
pessoas devem sentir e entender o meio em que vivem para lhe dar o devido valor.
A dimensão ambiental envolve um conjunto de atores no universo educativo,
potencializando os diversos sistemas do conhecimento e capacitando profissionais e
comunidade acadêmica numa perspectiva interdisciplinar, e deve contemplar o meio
natural com o social, dividindo os atores e tarefas sempre focadas numa perspectiva
socioambiental (JACOBI, 2003).
A procura por educadores ambientais para a sociedade está sendo intensa
nos últimos anos, devido à grande necessidade destes profissionais serem capazes
de entender e ensinar soluções voltadas aos problemas das atitudes humanas em
relação à natureza. Esse pensamento defende uma criação de sociedades justas,
que sejam iguais e ecologicamente equilibradas. E para que isso aconteça faz-se
necessário o respeito ao ser humano e à natureza, além da oportunidade de
sustentabilidade ecológica e qualidade de vida (SPAZZIANI, 2004).
Segundo Gadotti (1993), a proposta de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis (EASS) destaca alguns conceitos: i) a EA deve ser
inovadora e crítica em qualquer lugar, sendo no modo formal ou informal, para
transformar e construir a sociedade; ii) a EA deve ser individual e coletiva, para
formar cidadãos com consciência específica e também genérica, respeitando a
soberania dos povos; iii) a EA deve englobar a relação homem-natureza e o
universo de forma interdisciplinar.
De acordo com Tristão (2004), muitos professores acreditam que educação
ambiental é proferida como atividade extracurricular, atuando de forma isolada no
44
contexto escolar, como disciplina especial, na forma de passeios e recreação. A
essas atividades, entretanto, devem ser acrescentados os fazeres da educação
ambiental, que permitem resgatar processos sociais entre professores e alunos no
âmbito ambiental.
Viégas e Guimarães (2004) citam a educação ambiental formal para crianças
como uma associação necessária para um mundo melhor. Conforme levantamento
realizado em entrevistas com professores que lecionam para essa faixa etária do
ensino fundamental, os alunos são os principais atores da EA nas escolas; no
entanto, para que tenha significado e repercussão no futuro, a EA deve ser pautada
na consciência + ação = conscientização, em que o aluno pode colocar em prática
seus aprendizados para que sua causa seja mais eficaz. Além disso, a EA deve ser
conjunta, ou seja, individual e coletiva, prática e teórica, integrando o cotidiano
escolar e acreditando na possibilidade da junção da criança e da EA para a
construção de uma sociedade cada vez melhor.
Segundo Higuchi e Azevedo (2004), a educação deve ser vista como um
processo na construção da cidadania ambiental, interpretado individualmente, pois é
necessário saber de cada pessoa o que pensa, como pensa, o que acha e o que
sabe a respeito do meio em que vive, sobre as pessoas com que convive, pois as
representações, as ideias e concepções são conceitos desenvolvidos pelas ciências
psicológicas e sociais que determinam como as pessoas pensam sobre objetos,
fenômenos e acontecimentos.
O educador deve se preocupar em ouvir os educandos e buscar soluções
em conjunto de forma criativa e eficaz, respeitar o que os educandos pensam,
porém não se alienar e dizer “tudo bem, eles pensam assim”, pois, como citado,
deve-se entender por que eles pensam assim e, após negociar com inteligência,
interpretar por que as pessoas pensam e agem daquela forma. Somente assim será
possível introduzir novas práticas de mudança de comportamentos individuais
(HIGUCHI; AZEVEDO, 2004).
Segundo Sato (2002), a taxonomia educacional como objetivo da EA define
os seguintes processos de atividades diferenciados:
1) Sensibilidade ambiental – processo de olhar em direção anteriormente
distante da motivação, sendo um dos primeiros momentos do processo educativo,
quando o educando é inserido em um mundo que se quer redescobrir ou notar
45
simplesmente; dessa forma os programas podem ser completos e orientadores de
novas condutas.
2) Compreensão ambiental – estabelece a divulgação específicas sobre
ecossistemas e suas formas constituintes, características e funcionamentos.
3) Responsabilidade ambiental – reflexão como membro constituinte do
ecossistema
e
responsável
por
transformação,
modificação,
organização,
manutenção e prevenção do ecossistema de níveis básicos e genéricos.
4) Competência ambiental – processos educativos para construção de
avaliar e agir de forma capaz e ativa no ambiente em que vive.
5) Habilidade ambiental – ações com participação efetiva e mobilizadora
com as pessoas para a busca de soluções em relação a homem/ambiente, ou
também na prevenção de riscos ambientais após comportamentos ecológicos
errôneos.
Sato (2002, p. 41) recomenda algumas técnicas para a disseminação da EA
e construção do conhecimento no processo de ensino/aprendizagem:
um acervo didático coerente; uso de dinâmicas contextualizadas e
socializadoras; respeito à diversidade de pensamento dos educandos;
posicionamento crítico diante dos problemas socioambientais; promoção de
debates em busca de alternativas e gerenciamento aos problemas
ambientais; promoção de atividades participativas e dialógicas; utilização de
atividades lúdicas e dinâmicas; promoção de trabalhos práticos que
vislumbrem aspectos interdisciplinares (SATO, 2002, p. 41).
Higuchi e Azevedo (2004) demonstram que as formas de pensar diferente
tornam os seres distintos, de forma que, para cada situação, pessoas tomam
atitudes distintas umas das outras, cada pessoa tem uma experiência e decisão
única. Como exemplo, uma pessoa é contratada para limpar um espaço; após o
serviço realizado, o supervisor chega e fica indignado que o serviço não teria sido
realizado. A pessoa contratada varreu o espaço e não entende por que seu
supervisor não aprovou, pois não deixou nem um papel no chão; porém, para o
supervisor, além de varrer, a pessoa deveria ter passado um pano úmido no local
para eliminação total do pó.
46
2.4.3 Educação Ambiental em Universidades
O sucesso dos programas ambientais nas Universidades inclui o suporte da
diretoria, uma política ambiental escrita, a oferta de recursos e incentivos, o
planejamento, a incorporação de responsabilidade ambiental no currículo, a
presença de atividades de investigação ambiental, o planejamento do câmpus
ecológico e o desenvolvimento de controle de redução de custos e da geração de
resíduos (MASON et al., 2003).
As Universidades Brasileiras ainda encontram inúmeras barreiras para
incorporar a dimensão ambiental à formação de recursos humanos devido a vários
fatores, como: abordagem da questão ambiental de forma setorial e multidisciplinar e
estudos de caráter técnico em detrimento aos aspectos epistemológicos e
metodológicos (RODRIGUES et al., 2007).
Conforme Tristão (2004), que discute sobre saberes e fazeres da educação
ambiental no cotidiano escolar, a formação dos professores sobre o assunto é a
prática que eles adquirem durante sua formação na universidade, como a realização
de troca de experiências com seus colegas, a participação em cursos e eventos na
área, o engajamento em uma Organização Não Governamental (ONG) e o
envolvimento em algum partido político, o que lhes permite maior sensibilidade e
comprometimento com os aspectos ligados à educação ambiental.
Viégas e Guimarães (2004) acreditam que a EA da forma que está sendo
realizada, não terá efetividade rápida, ou seja, os alunos têm a consciência de que
não podem jogar lixo nos rios, não podem matar os animais, não podem poluir o ar,
mas é necessário saberem quais os problemas causados pela poluição, como, por
exemplo, quais os problemas que as garrafas PET podem causar.
Araújo (2004) relata sobre a universidade e a formação de professores para
a educação ambiental. O professor precisa se preocupar com o processo de
aprendizagem do educando e melhorar constantemente seu desenvolvimento, para
que este possa tomar atitudes a fim de melhorar seu desempenho. Dessa forma, o
professor entra como facilitador e parceiro da aprendizagem e não como dono da
verdade. A nova interpretação dada ao novo professor de EA não deve ser no saber
já construído, pois este pode criar obstáculos para a chegada de novas
experiências, e sim deve estar preparado para acompanhar, entender e discutir as
interações dinâmicas que regem a formação ambiental.
47
A universidade vista como preparadora de professores para a educação
básica não deverá se omitir diante do novo paradigma, pressões da sociedade,
apelos da mídia, e de novas tecnologias, que de alguma forma influenciam a prática
do professor universitário. Em meio a todas essas relações universidade/formação
profissional/formação ambiental, como instituir a formação dos professores com a
responsabilidade de incluir essa nova mentalidade no dia a dia na educação básica?
Para responder essa questão não é necessária a introdução de novas disciplinas
nos currículos dos cursos, mas sim a implementação em cada disciplina de novos
pensamentos socioambientais a fim de incorporar a dimensão ambiental no
processo educativo, portanto, inserção da dimensão ambiental nos currículos de
formação desses professores para que invistam em seu desenvolvimento
profissional (ARAUJO, 2004).
Araujo (2004) traz a universidade como responsável pela formação de
professores para a EA, a qual tem duas funções principais: a primeira é formar
professores para diferentes níveis de escolaridade, dando condições para a
continuidade dessa formação, e a segunda é sempre investir em pesquisas e
práticas educativas e metodológicas fundadas na interdisciplinaridade e na
investigação. Para orientar a formação de professores, é recomendável considerar o
seguinte:
1) Introduzir o enfoque construtivista na formulação de atividades, o que significa
valorizar os esquemas prévios dos alunos, potencializar o contraste desses
esquemas entre si e com outras fontes de informação para, desse modo, abrir
processos de reestruturação deles.
2) Superar
a
dicotomia
teoria
versus
prática,
abrindo
processos
de
reflexão/ação/reflexão.
3) Contemplar cada tema como problema aberto, cuja formulação pretenda
destacar necessidades dos professores em relação ao modo de formular e
por em marcha um plano de formação em educação ambiental.
4) Organizar trabalhos que potencializem as atividades, tanto em pequenos
grupos quanto em grandes, de modo a possibilitar mudanças de atitudes e de
aptidões fundamentais na educação ambiental.
As instituições de ensino superior, segundo Bonett et al. (2002), precisam
colocar em prática o que ensinam, mudar o estigma de burocráticas e mostrar o
caminho da sustentabilidade. Para que essa sustentabilidade aconteça também é
48
necessário o envolvimento de professores, funcionários e alunos a fim da tomada de
decisão para as atividades comuns a todos.
Para Bonett et al. (2002), a responsabilidade para estabelecer um Programa
de resíduo zero numa IES é do público estudantil, do conselho ambiental e de um
gerente específico. Para a implementação faz-se necessária a criação de um grupo
de trabalho, incluindo os especialistas do assunto, o corpo docente e também as
autoridades decisórias. Essa estrutura está em funcionamento no ecocampus da
Universidade de Bordeaux, na França, onde o comitê ambiental estabelece a
comunicação ambiental entre toda a comunidade acadêmica e os setores de toda
universidade.
Segundo Koester et al. (2006), a Universidade Estadual de Ball, na cidade
de Muncie, Estados Unidos, assinou uma declaração da Visão de Sustentabilidade,
em que se pretende que todos os alunos, professores e funcionários tenham a
oportunidade de se alfabetizar na área ambiental, social e interações econômicas.
Essas oportunidades são disponibilizadas pelos cursos da graduação e pósgraduação. Desenvolvimento na Universidade de liderança e experiência é visto
como um processo contínuo de aprendizagem participativa que contribua para os
esforços de sustentabilidade local e regional. Entendimento e preocupação com
questões de sustentabilidade fornecem as bases para um sentido dinâmico do
câmpus em conjunto com a comunidade. As práticas da Universidade são voltadas
para a redução do consumo de materiais, energia e emissões de poluentes para um
nível mais baixo, sem diminuir o nível de educação, trabalhos acadêmicos e serviços
prestados. As decisões e ações serão orientadas pela comissão da Universidade,
orientadas pelo plano estratégico da Universidade. Como uma instituição de ensino,
o planejamento para a sustentabilidade será uma prática evolutiva.
Ainda segundo Koester et al. (2006), além da declaração, foi assumido o
seguinte compromisso pela Universidade: “Nós, da comunidade da Universidade de
Ball State, afirmamos nosso compromisso para proteger e melhorar o ambiente
através de nosso ensino, pesquisa, serviços e ações administrativas. Nós
pretendemos promover uma comunidade que sustenta os sistemas ecológicos e
educa para a consciência ambiental, a ação local, e pensamento global. Procuramos
incorporar princípios ambientais e práticas ambientalmente responsáveis como
fundamental”. Os princípios fundamentais são:
49
- integrar as preocupações ambientais como uma prioridade importante nas
decisões da universidade;
- buscar alternativas práticas e procedimentos para minimizar impactos
negativos sobre o meio ambiente;
- conservar os recursos naturais e restauração da qualidade ambiental;
- proteger a biodiversidade da região e servir como um laboratório de vida e
habitat para espécies locais;
- considerar os impactos sociais, econômicos, ambientais e políticas
operacionais da Universidade, e promover um processo participativo na elaboração
dessas políticas.
As instituições de educação precisam desempenhar um papel-chave na
definição de normas de qualidade em matéria de educação para o desenvolvimento
sustentável, pois possuem uma grande responsabilidade na formação de futuros
formadores de opiniões da sociedade. Abordagens educacionais para uma gestão
ambientalmente correta de resíduos perigosos são, no entanto, tratados com pouca
responsabilidade na maioria dos países. Esse exemplo diz respeito aos resíduos
gerados pelos alunos em atividades laboratoriais de química. Dependendo da
política da escola, o destino desses resíduos são muitas vezes os aterros municipais
ou outras formas inadequadas de destinar os resíduos perigosos, como rede
municipal de esgotos. Por outro lado, os alunos podem depositar os seus resíduos
em diferentes recipientes que devem ser transferidos para uma indústria,
eventualmente destinada ao tratamento mediante um processo desconhecido
(SALES et al., 2006).
2.5 GESTÃO AMBIENTAL
A implementação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) é uma forma
privilegiada e integrada de abordar os problemas ambientais dentro de uma
organização. Ferreira et al. (2006) relatam que SGA podem ser uma ferramenta
valiosa para melhorar o desempenho ambiental da universidade e a promoção da
sustentabilidade. A implementação de SGA requer pessoal treinado, com
metodologia adequada, para a formulação e implementação das políticas. Essas
pessoas devem ser capazes de avaliar onde e como as melhorias podem e devem
ser feitas. Há quatro áreas de formação para a implementação do SGA: i)
consciência ambiental de como as questões ambientais afetam as organizações; ii)
50
criação e execução de sistemas de gestão de impactos ambientais da organização;
iii) auditoria ambiental de meio ambiente; e iv) formação especializada para o
pessoal.
A implantação de um programa tão grandioso e que tenha sucesso está
diretamente ligada à motivação e à conscientização dos empregados de uma
empresa. É necessário deixar bem claro que racionalizar é a mesma coisa de não
desperdiçar, evitando o consumo desnecessário e respeitando sempre a
produtividade do empreendimento; para isso se faz necessária a realização de
treinamentos e reuniões periódicas com todas as pessoas envolvidas (WEIGMANN,
2004).
2.5.1 Ensino Superior e Gestão Ambiental
Ferreira et al. (2006) relatam que SGA estão sendo implementados por
universidades de todo o mundo, em resposta à sustentabilidade ecológica,
desenvolvimento e para a liderança em termos de proteção ambiental. Para sua
implementação são levadas em consideração: i) melhoria da sustentabilidade
ambiental, de ensino e pesquisa; ii) envolvimento dos alunos; iii) gestão de
competências de desenvolvimento ambiental e global; iv) promoção do meio
ambiente e de preocupações com sustentabilidade em todos os alunos e não
apenas naqueles indivíduos da área ambiental; v) investigação e demonstração de
projetos-piloto, envolvendo alunos, para aquisição de habilidades.
A implementação de SGA nas universidades representa uma ponte entre o
mundo acadêmico, o social e o empresarial. As universidades, por natureza, tratam
de questões de ponta. A consequência da integração do meio acadêmico e das
atividades ambientais das empresas oferece a oportunidade para a inovação em
programas acadêmicos e cria uma cultura de junção com a promoção de melhores
práticas. O processo de implementação se estende pelos departamentos, disciplinas
e alta administração para abraçar o maior número possível de participantes. Trata-se
de ensino ambiental completo em todo o currículo, bem como as práticas no câmpus
inteiro. Mais do que melhorar desempenho ambiental da organização, a
implementação de SGA vai ter implicações sobre os pré-conceitos e as crenças
compartilhados pelos membros da equipe, essencial para melhorar a sua
consciência ambiental (FERREIRA et al., 2006).
51
Conforme
Alshuwaikhat
e
Abubakar
(2008),
as
universidades
são
consideradas como "pequenas cidades", devido ao seu tamanho, população e às
diversas atividades que são realizadas no câmpus, onde também se apresentam
sérios impactos, diretos e indiretos sobre o ambiente. A poluição e a degradação
ambiental causadas pelas universidades, na forma de consumo de energia e
utilização de material de consumo nas atividades de ensino e prestação de serviços,
podem ser reduzidas por uma escolha efetiva de medidas organizacionais e
técnicas. Embora muitas medidas ambientais de proteção sejam vistas em algumas
universidades, uma abordagem mais sistemática e sustentável para reduzir os
impactos negativos das atividades realizadas no câmpus é praticamente inexistente.
Portanto, para garantir a sustentabilidade do câmpus e remediar as limitações das
atuais práticas de gestão ambiental das universidades e garantir maior
sustentabilidade, pode-se integrar três estratégias: Sistema de Gestão Ambiental;
participação pública e responsabilidade social; e promoção de ensino e pesquisa
para a sustentabilidade.
Um meio para a promoção de ideias sustentáveis refere-se à melhoria da
gestão ambiental das instituições de ensino superior, que pode ser conseguido por
meio de um sistema de gestão ambiental bem organizado, com a implantação da
ISO 14001, que trará muitos benefícios. SGA podem aumentar a sensibilização e
facilitar o fluxo de informações sobre questões relevantes entre os alunos e
membros da comunidade durante a sua aplicação (EVANGELINOS et al., 2009).
Segundo Savely et al. (2007), para proteger a saúde pública, nos últimos 30
anos os órgãos reguladores estaduais e federais dos Estados Unidos vêm
aumentando os esforços, cuidados com o meio ambiente e principalmente cobrando
muito das faculdades e Universidades, inclusive incluindo tentativas de modificação
de regulamentos dessas instituições e oferecendo incentivos para programas
ambientais. A ISO 14001 é um padrão internacional que define requisitos para a
criação de um sistema de gestão ambiental, que fornece normas para empresas e
agências governamentais para desenvolver e manter um processo de confiança que
cumpra as obrigações e os compromissos ambientais. Os Sistemas de Gestão
Ambiental,
quando
registrados
e
auditados
periodicamente
por
terceiros
credenciados, podem ser certificados com ISO 14001. Essa certificação é
desconhecida nas faculdades e nos meios universitários dos Estados Unidos.
Poucas universidades, incluindo a Universidade de Missouri Rolla e da Universidade
52
do Texas Anderson Cancer Center, tinham obtido a certificação até o ano de 2007.
Por outro lado, na indústria, a norma ISO 14001 é cada vez mais popular, porque as
grandes empresas exigem que seus fornecedores sejam certificados, a fim de evitar
problemas ambientais e multas.
Apesar de poucas terem obtido a certificação ISO, as questões ambientais
não são negligenciadas nos estabelecimentos de ensino. Savely et al. (2007)
estudaram a implementação de sistemas de gestão ambiental em faculdades e
universidades nos Estados Unidos. A pesquisa foi realizada eletronicamente e
contou com a participação de 273 instituições, sendo que 47% tinham pelo menos
um funcionário em tempo integral, dedicado ao cumprimento da legislação ambiental
e orçamentos para melhorias ambientais. Isso indica que cerca da metade das
instituições tinham programas ambientais bem desenvolvidos.
A Universidade de Massey na Nova Zelândia tem um perfil parecido com o
câmpus da Universidade Positivo, onde o Programa de resíduo zero foi
implementado, em dezembro de 1999, e estabelecido como um projeto de pesquisa,
sendo o seu líder, um professor da área. O programa foi estabelecido em resposta à
preocupação de alunos sobre as questões de gestão ambiental; discussões com
acadêmicos e agentes da autoridade da Universidade foram instituídas; houve a
criação de um grupo de trabalho e foi definido um líder do corpo docente. O apoio da
diretoria no compromisso em relação à instalação e financiamento do programa,
apoio voluntário supervisionado pelo líder do programa e a criação de uma comissão
de meio ambiente para facilitar a comunicação sobre questões ambientais entre
escola, equipes de gestão e acadêmicos foram essenciais para o progresso do
programa (MASON et al., 2003).
Segundo Mason et al. (2003), a promoção de cursos na área ambiental
somada à integração de conceitos ambientais nos currículos da graduação e à
prática do dia a dia são atividades indispensáveis da universidade. Uma abordagem
importante para a implementação de políticas pode ser fornecida pelo SGA. O
compromisso da alta gerência para a formulação de uma política ambiental é
normalmente listado como o primeiro passo para implementação de sistemas
modernos para facilitar a melhoria contínua.
53
2.6 INDICADORES AMBIENTAIS
Segundo o relatório da Comunidade Europeia (2004), um indicador é um
parâmetro, ou um valor derivado de um conjunto de parâmetros, que proporciona
informação acerca de, e/ou descreve o estado de um fenômeno. Tem um significado
para além do associado ao valor do parâmetro. A informação no Desenvolvimento
Sustentável pode ser fornecida com diferentes níveis espaciais de detalhe (local,
regional, nacional ou global), dependendo do que se pretende avaliar (MADEIRA,
2008).
Existe uma grande variedade de indicadores, dos quais se destacam os
indicadores descritivos e os de desempenho. Os primeiros são os conjuntos de
medições individuais de diferentes matérias e comunicam a informação mais
relevante
aos
potenciais
utilizadores,
principalmente
aos decisores.
Estes
indicadores são baseados em estatísticas, valores técnicos e/ou científicos e na
generalidade, são simples e de fácil compreensão (NATH et al., 1998).
Os indicadores de desempenho incorporam um indicador descritivo e um
valor de referência ou meta política. Este tipo de indicadores fornece aos decisores,
informação sobre o desempenho, de forma a cumprir objetivos e metas tanto
nacionais como internacionais. A decisão da escolha de um indicador a ser usado
em uma determinada situação depende das necessidades dos decisores, do nível
espacial e da fase do processo de decisão (NATH et al., 1998).
De acordo com o Sistema FIRJAN (2008), existe três tipos de indicadores
aplicáveis às questões ambientais: condição, pressão e resposta. O conjunto de
indicadores ambientais pode fornecer uma síntese das condições ambientais, das
pressões sobre o meio ambiente e das respostas encontradas pela sociedade para
mitigá-las.
O
modelo
PER
(Pressão-Estado-Resposta)
desenvolvido
pela
Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD) é muito
utilizado, gera informações e influencia as ações a serem tomadas.
Existe ainda, um tipo específico de indicador, “índice”, que apresenta a
informação num nível ainda mais específico, e é obtido por agregação e ponderação
de vários indicadores. Os índices são normalmente úteis ao mais alto nível de
decisão (NATH et al., 1998).
O Ensino Superior desempenha um papel preponderante na sociedade,
tendo um grande impacto na população acadêmica e nas suas decisões futuras. É o
54
responsável pela preparação da maioria dos profissionais que têm um papel
relevante na sociedade. Cabe às IES, portanto, dar exemplo de práticas
sustentáveis, promovendo a sustentabilidade. Nesse sentido, desenvolveram-se
indicadores que permitem não só monitorar a sustentabilidade em IES, como
também verificar se tais instituições contribuem de forma positiva para a sua
promoção (MADEIRA, 2008).
Madeira (2008) desenvolveu os indicadores a partir de um modelo utilizado
para o desenvolvimento dos indicadores de sustentabilidade e foi estabelecido com
base nos seguintes pressupostos: i) as atividades principais de uma IES são o
ensino e a investigação; ii) a existência de uma IES depende de vários serviços de
suporte e de diversas operações a eles associadas; iii) a comunidade acadêmica é
essencial para o funcionamento de uma IES e intervém diretamente no ensino, na
investigação e nas ditas operações; iv) uma IES sustentável resulta da integração da
sustentabilidade na comunidade acadêmica, no ensino, na investigação e nas
operações; v) as IES originam efeitos positivos e negativos na comunidade. De
acordo com o modelo, consideraram-se indicadores relacionados com a comunidade
acadêmica, com as operações, com o ensino, com a investigação, e, com os
relativos ao impacto da IES na comunidade.
Os indicadores de desempenho ambiental são os parâmetros que fornecem
informações sobre uma atividade ou um cenário em relação aos fatores ambientais,
o que possibilita a realização de análises, conclusões e tomadas de decisões
estratégicas. Os indicadores ambientais permitem avaliar o desempenho ambiental
de uma organização com os diferentes aspectos ambientais (consumos de água,
energia elétrica e geração de resíduos) (MADEIRA, 2008; SISTEMA FIRJAN, 2008).
A escolha de adequados indicadores ambientais deve ser baseada nos
seguintes preceitos: i) ser simples, de fácil interpretação e capazes de demonstrar
tendências; ii) ser relevantes em termos das questões e dos valores ambientais; iii)
facilitar o entendimento dos Sistemas de Gestão Ambiental implementados; iv) ter
base científica; v) considerar as dificuldades de monitoramento (tempo, tecnologia,
custos) e vi) proporcionar bases sólidas para comparações e tomadas de decisões
(SISTEMA FIRJAN, 2008).
55
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO E ESCOPO DO TRABALHO
A presente pesquisa foi realizada na Universidade Positivo (UP). A
instituição possui uma área total de 425.000 m2 (Fig. 2) sendo 120.000 m2 de área
construída, contendo 193 laboratórios de ensino nas áreas de Ciências Biológicas,
Exatas, Tecnológicas, Humanas e Sociais Aplicadas, seis blocos didáticos,
ExpoUnimed (Centro de Convenções), Teatro, Centro Esportivo, Bloco da PósGraduação, Biblioteca, Reitoria, Farmácia Escola, Almoxarifado, Biotério, Refeitório
e três Praças de Alimentação.
Figura 2 – Vista aérea do câmpus da Universidade Positivo. Fonte: Google Earth (2010).
No ano de 2010 a Universidade contava com uma população fixa de 525
funcionários, 550 professores, 179 estagiários, 120 prestadores de serviço, sendo de
250 a 300 fornecedores durante o ano, 11.000 alunos de graduação e pósgraduação, 3.000 visitantes por mês e 200 prestadores de serviços, perfazendo um
total de pessoas circulantes no câmpus de aproximadamente 13.000 pessoas.
56
Foram considerados para o presente trabalho a quantidade de resíduos
gerados e o consumo de energia elétrica em todo o câmpus durante os anos de
2006 a 2010, maior ênfase foi dada para o período de 2008 a 2010.
3.2 COLETA DE DADOS
Para a coleta de dados referentes à geração de resíduos (orgânico, químico,
biológico, jardim, lâmpadas, recicláveis), ao consumo de energia elétrica e aos
custos com energia e destinação dos resíduos foram utilizados os demonstrativos de
consumo de energia elétrica da instituição e os relatórios de geração de resíduos
dos últimos quatro anos e seis meses (janeiro de 2006 a junho de 2010). Os dados
foram tabulados, interpretados e analisados e, a partir daí, estruturou-se um histórico
de: i) consumo e custo de energia; ii) geração, coleta e destinação final de resíduos.
Dessa forma, foram emitidos relatórios mensais do consumo e custo de energia e da
geração de resíduos, onde as informações relacionadas à população fixa
(professores, funcionários e alunos) e flutuante (toda a comunidade externa), no
período de estudo, foram obtidas do departamento de Recursos Humanos e
Secretaria Acadêmica da Universidade Positivo. Os dados obtidos foram
organizados e analisados com auxílio de planilhas e gráficos do programa Excel
(versão 2007, sistema Windows7).
3.3 INDICADORES AMBIENTAIS
No presente trabalho foram utilizados os indicadores de desempenho
ambiental seguindo a metodologia descrita por Madeira (2008): que são as
grandezas utilizadas para sintetizar as informações quantitativas e qualitativas, que
permitiram a determinação da eficiência e efetividade da instituição, do ponto de
vista ambiental, em utilizar os recursos disponíveis. Os indicadores de energia e
resíduos utilizados foram:
A) Energia Elétrica:
Eq. 1
57
EEA = Consumo total ANUAL de Energia Elétrica em todo o campus
durante cada ano (i) do intervalo 2006 a 2010 considerado.
EEm: Consumo total observado a cada mês (jan-dez) do respectivo
ano do intervalo considerado, em KWh.
B) Relativização e Indicadores Utilizados:
Eq. 2
IEE : Indicador de Energia Elétrica
EEx : Total de Energia elétrica, mensal ou anual
Unidades de Relativização consideradas:
Ac: Área total construída, em m2.
Aa: Nr. total de alunos matriculados no ano respectivo considerado
G$: Preço pago para a energia, em reais, no período respectivo considerado
G$ / Ac : Indicador do preço pago com Energia por área construída
C) Resíduos:
Eq. 3
Quantidade Total de Resíduos gerada
em cada mês do período considerado
Eq. 4
Resíduos Especiais: 1= resíduos recicláveis (kg); 2= resíduos químicos
(kg); 3= resíduos biológicos (kg); 4= resíduos de poda e jardinagem (kg);
5= Quantidade de lâmpadas (un.)
Para o monitoramento dos indicadores foram utilizadas tabelas para controle
da geração de resíduos (Tab. 1) e gastos com energia elétrica (Tab. 2).
58
Tabela 1 – Modelo de tabela utilizada no controle da mensuração da quantidade de resíduos gerados
na Universidade Positivo.
Resíduos
Tipo
Mês
Orgânico
Jardim
Papel
Plástico
Metal
Lâmpadas
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(unid)
Químicos/Biológicos
(kg)
Total
Tabela 2 - Modelo de tabela utilizada no controle da mensuração do consumo de energia por ano na
Universidade Positivo.
Nº Pessoas
Tipo
Mês
Total
Energia
kWh
R$
Consumo Relativo
Consumo Total de Energia
(kWh).Área Construída
-1
Consumo Total de Energia
(kWh).Nº de Pessoas
-1
Total
3.4 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
3.4.1 Características do estudo
O presente estudo abordou a EA, tanto em âmbito formal quanto informal,
uma vez que envolveu toda a comunidade acadêmica. As ações de EA foram
desenvolvidas de acordo com as especificidades de cada grupo conforme disposto
na Política Nacional de Educação Ambiental (Lei N° 9.795/99).
3.4.2 Etapas
Tendo em vista a efetividade no estabelecimento e execução de atividades
participativas e integradas da EA para toda a comunidade acadêmica da UP, tornouse necessário a realização de um levantamento e diagnóstico da situação atual, pois
a coleta e análise de informações permitiram uma visão adequada da amplitude das
ações de intervenção, seus objetivos, planejamento, desenvolvimento e avaliação.
Para tanto, a metodologia empregada nessa fase do presente estudo, baseou-se no
modelo denominado ANISE (Análise de Necessidades de Intervención Sócio-
59
educativa), proposto por Pérez-Campanero (1991). Este modelo é constituído por
três fases: levantamento/reconhecimento, diagnóstico e tomada de decisões.
Fase de levantamento: reconhecimento da situação atual
Essa fase caracterizou-se como o ponto de partida para a elaboração e
desenvolvimento de ações educativas, uma vez que se realizou o levantamento das
condições que caracterizam a população-alvo. Dessa forma, foram considerados os
aspectos relacionados aos professores, alunos, colaboradores da limpeza e
funcionários.
- Professores: i) levantou-se, durante um mês, a quantidade de copos
plásticos utilizados diariamente na sala dos professores, assim como a sua
segregação. Esse levantamento foi realizado com o auxílio das secretárias da sala
dos professores; ii) levantou-se, durante um mês, aspectos relacionados ao uso do
controle do projetor multimídia, o desligamento de luz e ventiladores ao deixar as
salas de aula e laboratórios. Esse levantamento foi realizado diariamente e com o
auxílio dos inspetores de cada bloco didático.
Importante ressaltar que, antes do início desses levantamentos, realizou-se
um treinamento com as secretárias das salas dos professores e inspetores dos
blocos didáticos, em que foram fornecidas informações sobre o porquê do estudo e
instruções de como proceder as anotações.
- Colaboradores da limpeza: foi observado durante um mês e in loco o
trabalho realizado pelos colaboradores da limpeza em relação à segregação dos
resíduos e ao uso de água e energia.
- Alunos, professores e funcionários: foram empregados dados referentes à
segregação dos resíduos e ao uso de água e energia na Universidade Positivo,
obtidos a partir das anotações feitas nas Tabelas 1 e 2.
Fase de diagnóstico: análise da situação atual e definição dos problemas principais
Nessa etapa, buscou-se caracterizar, a partir da análise dos dados coletados
na etapa anterior da pesquisa, a situação atual do objeto de estudo; estabeleceu-se
a situação desejável, isto é, a forma como as ações socioeducativas foram
60
implantadas e implementadas de acordo com as especificidades de cada grupo
envolvido.
Os pressupostos para a implementação das ações foram definidos de forma
a garantir o alcance de metas e objetivos pautados nos princípios estabelecidos no
Seminário Internacional de Educação Ambiental de Belgrado (1975), ratificados na
Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental realizada em Tbilisi (1977).
Para cada ação foram estabelecidos os seguintes objetivos: participação,
conhecimento/compreensão, sensibilização/conscientização, habilidades, atitudes e
motivação.
Fase de intervenção: tomada de decisão
Considerando a análise dos dados obtidos nas duas etapas anteriores,
foram elaboradas ações de educação ambiental com o objetivo de sensibilizar e
conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância do uso sustentável dos
recursos naturais e da problemática dos resíduos sólidos. Dessa forma, foram
estabelecidas as linhas gerais das ações de intervenção. A proposta contemplou,
ainda, o monitoramento (avaliação) da efetividade das ações que foram
implementadas. Para tanto, para cada ação educativa foram definidos: o fundamento
da EA, a intervenção, o objetivo e a avaliação da efetividade.
As ações de intervenção para os professores basearam-se nos fundamentos
conhecimento e sensibilização/compreensão, com a finalidade de favorecer a
aquisição de experiências e conhecimentos do ambiente local, com ênfase na
segregação dos resíduos sólidos e uso dos recursos ambientais (Quadro 1).
61
Quadro 1 – Plano das ações de Educação Ambiental realizadas com os professores da UP.
FUNDAMENTO
INTERVENÇÃO
Conhecimento/
Sensibilização
AVALIAÇÃO
- Comunicado via grupo
Monitoramento diário, durante
wise (correio interno da
um
UP) para os
quantidade de copos plásticos
coordenadores;
Compreensão
OBJETIVO
- Envio de e-mail para
todos os professores com
os resultados do controle
do consumo dos copos
plásticos e segregação dos
Sensibilizar e conscientizar a
população a respeito da
situação ambiental (do
consumo dos copos plásticos
e segregação dos resíduos).
mês,
para
levantar
a
e segregação de resíduos.
O monitoramento foi realizado
pelas secretárias da sala dos
professores.
Monitoramento: Setembro/09.
Após intervenção realizou-se
resíduos.
novo monitoramento do uso do
Intervenção: Outubro/09.
copo plástico e segregação
dos resíduos.
Avaliação: Novembro/09.
- Comunicado via grupo
Monitoramento diário durante
wise (correio interno da
um mês, para levantar os
UP) para os
dados referentes ao uso do
coordenadores;
controle multimídia,
- Envio de email para os
Sensibilizar e conscientizar a
desligamento de luz e
professores com os
população a respeito da
Conhecimento
resultados do uso do
situação ambiental
Sensibilização/
controle do multimídia,
relacionados ao consumo de
Conscientização
desligamento da luz e
energia (uso do controle do
pelos inspetores.
ventiladores ao término das
multimídia, desligamento da
Monitoramento: Setembro/09.
aulas.
luz e ventiladores ao término
Após intervenção realizou-se
Intervenção: Outubro/09.
das aulas).
ventiladores ao término das
aulas pelos professores.
O monitoramento foi realizado
novo monitoramento do uso do
uso do multimídia,
desligamento da luz e
ventiladores.
Avaliação: Novembro/09.
As ações de intervenção para os funcionários foram baseadas nos
fundamentos conhecimento, participação, habilidade e atitudes, oportunizando a
contribuição ativa dos colaboradores da limpeza na elaboração e execução de ações
que têm como objetivo resolver problemas relacionados, principalmente, à
segregação de resíduos sólidos; na aquisição de habilidades/competências
necessárias para identificar e resolver problemas ambientais, neste caso,
relacionados à segregação de resíduos; e a aquisição de valores sociais e interesse
pelo meio ambiente, que motivem a participação ativa dos mesmos nas questões
relacionadas à melhoria e proteção ambiental. Para tanto, realizou-se a capacitação
62
da população-alvo por meio da realização de treinamentos, reuniões e palestras nos
períodos de março a novembro de 2009 e de março a junho de 2010 (Quadro 2).
Quadro 2 – Plano das ações de Educação Ambiental realizadas com os funcionários da UP.
FUNDAMENTO
Conhecimento
Participação
Habilidades
Atitudes
INTERVENÇÃO
OBJETIVO
AVALIAÇÃO
- Capacitação mensal com
Promover a
Monitoramento diário. Fiscalização in
dinâmicas de grupo dos
participação e
loco do trabalho realizado pelos
funcionários da limpeza em
aquisição de
funcionários da limpeza em relação à
relação à segregação dos
habilidades e
segregação dos resíduos e uso de
resíduos e uso de água e
atitudes
água e energia.
energia.
sustentáveis
Monitoramento: diário, início em
voltadas à
Setembro/10.
segregação dos
Na avaliação foram realizadas vistorias
resíduos e uso de
in loco.
água e energia.
Avaliação: início em Novembro/09.
Finalmente, foram implementadas ações de intervenção envolvendo toda a
comunidade acadêmica (alunos, funcionários e professores) que se basearam nos
fundamentos conhecimento, participação, sensibilização/conscientização e
atitudes, com a finalidade de promover a participação, propiciar a sensibilização,
obtenção de consciência e a aquisição de atitudes e valores sobre os problemas
ambientais (Quadro 3).
63
Quadro 3 – Plano das ações de Educação Ambiental realizadas com toda a comunidade da UP
(alunos, funcionários e professores)
FUNDAMENTO
INTERVENÇÃO
OBJETIVO
AVALIAÇÃO
Elaboração e distribuição
Promover a
Monitoramento mensal, realizado por
de material educativo
sensibilização e
meio de indicadores com a
(folder, cartazes,
conscientização dos
quantidade de resíduos recicláveis e
adesivos, boletim
alunos sobre a
orgânicos, e conta de luz e água da
Conhecimento
eletrônico, criação do site
importância do uso
UP.
Participação
da UP) para a Campanha
sustentável dos
Monitoramento: Mensal, início em
Sensibilização
“Cada Coisa Em Seu
recursos naturais e da
Março/10.
Conscientização
Lugar” sobre segregação
problemática dos
Acompanhamento e avaliação dos
Atitudes
dos resíduos e o uso da
resíduos sólidos.
indicadores.
água e energia na UP
Avaliação: Junho/10.
com o apoio da Agência
de Publicidade Practice.
Intervenção: Mensal,
início em Junho/10.
Atividades desenvolvidas
a)
Palestras
As palestras foram realizadas bimestralmente focadas na temática de RSU.
A população-alvo das palestras compreendeu os colaboradores responsáveis pela
coleta e segregação dos resíduos sólidos gerados pelas atividades de jardinagem,
limpeza em geral, e das praças de alimentação e laboratórios.
b)
Mensagens eletrônicas via e-mail
As mensagens eletrônicas foram enviadas por e-mail para professores da
UP com informações sobre a importância da minimização da geração dos resíduos,
da segregação, da disposição adequada de resíduos, uso consciente da energia
elétrica, necessidade do controle do consumo, e sobre a preocupação com a
possibilidade da escassez da energia elétrica e suas consequências. Esta ação foi
executada quatro vezes por ano com o objetivo de orientar os professores quanto ao
uso dos recursos naturais (materiais de consumo, uso consciente da energia elétrica
e diminuição na geração de resíduos) e tornar os professores multiplicadores de
informação.
64
c)
Mensagens eletrônicas via grupo wise (correio interno da UP) e e-mail
para todos os funcionários do setor administrativo
As mensagens com o mesmo conteúdo enviado ao grupo de professores
foram enviadas via grupo wise (correio interno da UP) e e-mail para todos os
funcionários do setor administrativo. Esta ação foi executada quatro vezes por ano
com o objetivo de orientar os colaboradores quanto ao uso dos recursos naturais
(materiais de consumo, uso consciente da energia elétrica e diminuição na geração
de resíduos).
d)
Divulgação externa
A divulgação externa aconteceu através do informe enviado para todos os
alunos e ex-alunos da Universidade e revistas eletrônicas e impressa de circulação
da cidade.
e)
Campanha educativa intitulada “Cada Coisa Em Seu Lugar”
Durante o segundo semestre do ano de 2009 os alunos do curso de
Publicidade e Propaganda da UP realizaram uma pesquisa com o objetivo de
identificar o quanto o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e da Saúde
(PGRSS) da Universidade era conhecido e divulgado com o intuito de lançar uma
Campanha educativa. A pesquisa foi realizada com uma amostragem de 480 alunos
da UP e os resultados demonstraram que a maioria dos alunos não tinha o
conhecimento do PGRSS. A partir do resultado criou-se a campanha “Cada Coisa
Em Seu Lugar” com o objetivo de divulgar a educação ambiental realizada na UP e
convocar a comunidade acadêmica a participar de forma efetiva na segregação dos
resíduos e na economia da energia elétrica utilizada no câmpus. O princípio da
campanha foi de colocar algo fora do lugar, em várias vagas de estacionamento
foram colocados resíduos recicláveis coletados pelo câmpus, no encontro dos eixos
de vivência foi colocado um veículo Kombi, tentando chamar a atenção de toda a
comunidade acadêmica que passou pelos locais.
O material de apoio desenvolvido para a campanha constituiu-se de
banners, folders, cartazes, adesivos, brincadeiras, mensagens SMS, brindes e
criação de site para a Campanha com informações sobre a importância da
segregação, minimização e disposição adequada dos resíduos, uso consciente de
energia elétrica, bem como a escassez da energia elétrica e suas consequências.
65
Para medir o resultado das ações de educação ambiental realizadas pela
campanha foram definidas metas para a segregação de resíduos e economia de
energia elétrica, sendo: i) 10% de redução do uso de copos plásticos descartáveis
na sala dos professores; ii) 10% de redução no consumo de energia elétrica no
câmpus; e iii) 80% de segregação correta dos resíduos na salas dos professores.
66
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ENERGIA
4.1.1 Histórico do consumo de energia elétrica
O dados referentes ao consumo de energia elétrica na Universidade Positivo
nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 são apresentados na Figura 3 e Tabela 3. As
linhas de consumo de energia apresentadas na Figura 3 indicam uma grande
variação sazonal especialmente nos períodos de recesso acadêmico. Também é
possível observar que o ano de 2009 apresentou valores históricos mais baixos de
consumo de energia em relação aos outros anos. Este resultado é significativo
especialmente quando se observa que o número de pessoas circulantes no câmpus
foi maior que todos os anos anteriores, conforme mostra a Tabela 4. Assim, o
indicador mais adequado é o consumo de energia relativizado pelo número de
pessoas, que é apresentado na Figura 4. Outra forma de análise pode ser feita
relativizando o consumo de energia pela área construída, já que se analisou um
período de grandes modificações no câmpus. Tanto os indicadores de consumo de
energia por pessoa quanto por área construída, mostram um índice menor para o
ano de 2009.
2006
2007
2008
2009
500000
450000
kWh
400000
350000
300000
250000
200000
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Figura 3 – Consumo de energia elétrica em kWh na Universidade Positivo durante os anos de 2006 a
2009.
67
Tabela 3 – Consumo de energia elétrica entre os anos de 2006 a 2009 em kWh, R$, consumo
relativo, área construída e nº de pessoas na Universidade Positivo.
2006
2007
2008
2009
Cons.
Mês
kWh
R$
kWh
R$
kWh
R$
kWh
R$
Jan
313.400
59.590,27
230.919
69.295,45
251.801
58.739,56
239.770
63.176,51
Fev
250.758
57.778,59
243.099
70.662,67
278.070
66.099,68
319.438
80.371,12
Mar
361.553
77.206,43
352.528
85.374,37
366.053
98.758,16
324.379
98.739,53
Abr
442.564
90.720,86
393.448
95.284,02
385.728
96.105,90
394.273
82.136,47
Mai
400.307
88.925,73
360.721
88.153,24
375.820
89.871,25
351.252
79.530,50
Jun
447.923
97.726,15
389.702
100.112,20
428.945
110.084,08
407.412
92.797,55
Jul
438.298
98.515,78
359.204
90.631,31
384.693
100.195,03
335.501
81.351,14
Ago
420.290
99.716,33
324.051
76.580,82
397.730
99.590,03
309.443
71.406,80
Set
434.840
103.168,62
400.544
90.314,28
474.397
191.728,61
338.103
84.088,31
Out
418.545
100.078,50
364.037
87.440,27
480.186
186.359,78
364.950
84.244,68
Nov
405.930
101.590,58
387.846
103.328,57
435.824
120.282,54
394.248
89.172,30
Dez
399.458
94.051,87
364.540
77.033,98
447.917
158.021,86
364.179
79.511,72
Total
4.733.866
1.069.069,71
4.170.639
1.034.211,18
4.707.164
1.375.836,48
4.142.948
986.526,63
Cons.
Energia(kW
h) / Área
Energia(kWh)
/ Pessoas
Energia(kW
h) / Área
Energia(kWh)
/ Pessoas
Energia(kW
h) / Área
Energia(kWh)
/ Pessoas
Energia(kW
h) / Área
Energia(kW
h) / Pessoas
Jan
3,13
32,25
2,31
24,89
2,01
29,72
1,92
25,05
Mês
Fev
2,51
22,70
2,43
22,04
2,22
27,62
2,56
29,22
Mar
3,62
32,00
3,53
31,25
2,93
35,19
2,60
26,82
Abr
4,43
39,40
3,93
35,07
3,09
37,42
3,15
32,69
Mai
4,00
36,05
3,61
32,49
3,01
36,85
2,81
29,16
Jun
4,48
40,75
3,90
35,48
3,43
42,75
3,26
33,31
Jul
4,38
40,32
3,59
33,05
3,08
38,12
2,68
29,45
Ago
4,20
39,04
3,24
30,07
3,18
39,33
2,48
25,85
Set
4,35
40,73
4,01
37,49
3,80
47,26
2,70
28,25
Out
4,19
39,43
3,64
34,25
3,84
48,23
2,92
30,51
Nov
4,06
38,26
3,88
36,52
3,49
43,72
3,15
33,12
37,68
3,65
34,37
3,58
44,90
2,91
30,74
36,55
3,48
32,25
3,14
39,26
2,76
29,51
5,29
0,56
4,65
0,57
6,48
0,36
2,74
Dez
3,99
Médi
a
3,94
±
DP(*)
0,59
*DP = Desvio padrão
68
Considerando que no ano de 2009 houve um aumento no número de
pessoas circulantes no câmpus em aproximadamente, 20.000 pessoas (Tab. 4),
constatou-se que o consumo foi de 29,51 kWh.mês-1, o que representa uma redução
por pessoa de 25% em relação ao ano de 2008 (Tab. 3 e Fig. 4).
Tabela 4 – Número de pessoas circulantes no câmpus da Universidade Positivo nos anos de 2006 a
2009.
Número de Pessoas
Meses
2006
2007
2008
2009
Jan
Fev
Mar
Abr
Maio
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
9.719
11.048
11.299
11.234
11.103
10.993
10.870
10.765
10.676
10.616
10.611
10.600
9.278
11.031
11.282
11.218
11.104
10.985
10.869
10.777
10.683
10.628
10.621
10.606
8.473
10.068
10.402
10.309
10.198
10.033
10.092
10.112
10.039
9.956
9.969
9.975
9.570
10.933
12.096
12.062
12.046
12.232
11.393
11.972
11.967
11.960
11.905
11.846
Média
± DP(*)
10.795
10.757
9.969
11.665
419
522
491
749
Total
129.534
129.082
119.626
139.982
*DP = Desvio padrão
69
2006
2007
2008
2009
50,00
Média
39,26
kWh.pessoa
-1
45,00
40,00
36,55
35,00
32,25
29,51
30,00
25,00
20,00
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Figura 4 – Consumo de energia elétrica em kWh por pessoa entre os anos de 2006 e 2009 na
Universidade Positivo.
Constatou-se também que a relação consumo.área construída-1(m2) diminuiu
de 3,14 kWh.mês-1 para 2,76 kWh.mês-1 entre os anos de 2008 e 2009, ou seja,
diminuição de 12,1% por área construída (Tab. 5 e Fig. 5).
Tabela 5 – Total de área construída em m² na Universidade Positivo nos anos de 2006 a 2009.
Ano
2006
2007
2008
2009
97.619
98.419
120.000
120.000
0
800
21.581
0
Total m² / ano
2006
2007
2008
2009
5,00
kWh.m
-2
4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Figura 5 – Consumo de energia elétrica em kWh por área construída durante os anos de 2006 a 2009
na Universidade Positivo.
70
O consumo de energia entre os anos de 2006 e 2009 oscilou muito. Em
2006 observou-se o maior consumo de energia. Os dados históricos mostraram um
consumo crescente de energia elétrica do ano de 2007 para 2008 que foi de
4.170.639 para 4.707.164 kWh. Em observações in loco, foi possível constatar que
ocorreria o uso não sustentável de energia. Isto aconteceu principalmente durante o
dia, pois as luzes dos banheiros, das salas de aulas, dos corredores permaneciam
acessas. Além disso, os projetores multimídia, utilizados nas aulas pelos
professores, permaneciam muitas vezes ligados. Como a UP possui grande área, o
número de funcionários disponíveis é insuficiente para esse controle, associa-se a
essa situação o fato de que a maioria dos professores (entre 60 e 70%) não
desligava o equipamento ao término de suas aulas. Essa situação foi uma indicativa
da necessidade de desenvolver mecanismos para controlar esse uso, pois os custos
com energia elétrica no câmpus são relativamente altos.
A redução de energia foi o resultado de várias medidas adotadas, no ano de
2009, como a diminuição da iluminação de saguões e corredores e maior controle no
desligamento de lâmpadas, ventiladores, e projetores multimídia nas salas de aula,
laboratórios e banheiros. Foram ainda, adotadas medidas após expediente da
universidade, período em que se executa a limpeza dos espaços utilizados durante o
período diurno e noturno. Para tanto, os funcionários foram orientados para reduzir o
número de lâmpadas acesas nos corredores e saguões e desligar as luzes dos
espaços em que não estava sendo efetuada a limpeza.
Como resultado das medidas adotadas, constatou-se uma redução no
consumo de energia, tal redução, sugere-se que pode ter sido resultado das
medidas tomadas nos dos treinamentos com os funcionários, onde se obteve uma
economia de, aproximadamente, 10% quando comparado 2009 ao ano anterior, uma
vez que o consumo de energia de 2009 foi de 4.142.948 kWh, com média de 29,51
kWh.mês-1 por pessoa (Tab. 3 e Fig. 3). Isso mostra a importância da educação
ambiental, que conscientiza todos os envolvidos e permite melhores resultados.
O consumo de energia da UP, que em 2008, foi de 3,14 kWh.mês-1 por m²,
após as medidas adotadas de conservação de energia, foi reduzido em 2009, para
2,76 kWh.mês-1.m-2 (Tab.3). Os resultados são favoráveis, especialmente quando
comparados com outros casos, como o consumo de energia do edifício da
Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que tem uma área total
71
construída de 10.900 m², e que, segundo Westphal et al. (1997), consome 8,40
kWh.mês-1.m-2.
Ao comparar o consumo de energia elétrica nos anos de 2007, 2008 e 2009
às ações de educação ambiental (EA 01, EA 02 e EA 03), é possível observar uma
economia de energia durante o ano de 2009 (Fig. 6), o que pode ser reflexo das
ações educativas, como as orientações e treinamentos, realizadas com os
funcionários de inspetoria e zeladoria.
Energia (kWh) em 2007
Energia (kWh) em 2008
Energia (kWh) em 2009
500.000
kWh
400.000
300.000
Ação de EA 02
200.000
Ação de EA 03
Ação de EA 01
100.000
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
-1
Figura 6 – Comparativo do consumo em kW.h de energia nos anos de 2007, 2008 e 2009 e ações
educativas realizadas durante o ano de 2009 na Universidade Positivo.
Essa mesma constatação foi sugerida por Weigmann (2004), uma vez que o
autor relata, em estudo realizado no Centro Federal de Educação Tecnológica de
Santa Catarina (CEFET/SC), que, após trabalho realizado pela instituição pelo
Programa de Racionalização do Uso de Energia Elétrica, houve redução no
consumo de energia. Entre os anos de 2001 e 2002 houve um aumento de consumo
de 24,6% e, após intervenção, o aumento foi de apenas 2,67%, entre os anos de
2002 e 2003.
Pelo exposto, sugere-se que os resultados das ações educativas do
presente estudo foram melhores, que aqueles mostrados por Weigmann (2004), pois
ocorreu uma redução no consumo de energia em 2009, quando comparado ao ano
anterior.
72
4.1.2 Consumo de energia elétrica por pessoa nos primeiros seis meses de 2010
No levantamento realizado nos primeiros seis meses de 2010 constatou-se
uma diminuição de 11,38% referente ao consumo de energia elétrica por pessoa em
kWh em relação ao ano todo de 2009 (Fig. 7).
kWh.pessoa
-1
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
média (26,15)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
-1
Figura 7 – Consumo de energia, em kWh.pessoa , durante os primeiros seis meses de 2010.
Por área construída os dados indicam uma diminuição de 12,68%, referente
ao consumo de energia elétrica em kWh.m-² em relação ao ano todo de 2009 que foi
de 2,76 kWh.mês-1 (Tab. 3) para 2,41 kWh.mês-1 (Fig. 8).
média (2,41)
3,00
kWh.m
-2
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
-
Figura 8 – Consumo de energia, em kWh.m ² de área construída nos primeiros seis meses de 2010.
Sugere-se que as ações educativas, como o trabalho de orientação e
treinamento realizado com os funcionários, podem refletir esse resultado positivo,
pois a redução de consumo de energia elétrica de 2008 para 2009 foi de 12%, fato
também positivo nos primeiros seis meses de 2010 (Fig. 7 e 8).
Em relação ao custo de energia elétrica, o mesmo foi calculado em função
dos dados citados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), segundo a
agência, o custo médio de energia elétrica cobrado na região sul do Brasil para cada
73
MWh é de R$ 237,08. Como o consumo de energia elétrica na UP no ano de 2008
foi de 4.707.164 kWh e em 2009 de 4.142.948 kWh, houve uma redução de 564.216
kWh. Em ganhos financeiros isso representa, cerca de R$ 133.713,12, ou seja, uma
economia de R$ 11.142,76 por mês (ANEEL, 2009).
4.1.3 Intervenção: ações de Educação Ambiental – energia
4.1.3.1. Consumo de energia elétrica nas salas de aulas
No mês de setembro de 2009 foi realizado um levantamento inicial do
consumo de energia elétrica em 10 salas de aula de cada bloco didático, centro
esportivo, blocos das engenharias e prédio da pós-graduação. No levantamento foi
analisado o comportamento dos usuários desses espaços, ou seja, se ao término de
cada aula o projetor multimídia, as luzes e os ventiladores eram desligados. Durante
o período do monitoramento constatou-se que o projetor multimídia foi desligado em
38% no período da manhã e 27% no período da noite; as luzes foram desligadas em
50% no período da manhã e 46% no período da noite; e os ventiladores foram
desligados em 94% no período da manhã e 84% no período da noite (Fig. 9).
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
94%
88%
73%
62%
50% 50%
54%
46%
38%
Ligado
27%
Desligado
12%
6%
Manhã
Projetor
Noite
Manhã
Noite
Ventiladores
Manhã
Noite
Luz
Figura 9 – Dados obtidos na fase monitoramento em relação ao uso dos projetores multimídia, luzes
e ventiladores das salas de aulas durante o mês de setembro de 2009 na Universidade Positivo.
Após levantamento, foram realizadas ações educativas com os professores
em outubro de 2009. Foram enviadas mensagens via e-mail com o resultado dos
monitoramentos, informações que objetivaram sensibilizar e conscientizar a respeito
74
da situação ambiental e orientações quanto ao uso do controle do multimídia,
desligamento da luz e ventiladores ao término das aulas. Além disso, foram
entregues para todos os professores, controles para ligar/desligar os projetores
multimídia.
No mês de novembro foi realizado um novo levantamento (avaliação da
ação) e constatou-se, apesar de pequenas, melhorias no que se refere ao
desligamento dos projetores multimídia (Fig. 10). Nessa etapa observou-se que o
levantamento da situação ambiental local foi fundamental para o desenvolvimento
das ações, o que corrobora com Barra (2006), em que a autora afirma que é
importante para o sucesso de uma intervenção educativa, o levantamento da
situação atual como ponto partida para a elaboração de ações, uma vez que o
ambiente é inserido no contexto, como agente de desenvolvimento e estrutura de
condições e recursos.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
68%
57%
43%
54%
51%
49% 51%
46% 49%
54%
46%
Ligado
32%
Desligado
Manhã
Noite
Projetor Multimídia
Manhã
Noite
Manhã
Ventiladores
Noite
Luz
Figura 10 – Dados obtidos em relação ao uso dos projetores multimídia, luzes e ventiladores das
salas de aulas durante o mês de novembro de 2009, após ação educativa.
Após a campanha, 43% e 51% dos canhões multimídia foram desligados no
período da manhã e noite, respectivamente (Fig. 10).
Em relação ao desligamento das luzes, ocorreu uma melhoria de 18% e 9%
no período da manhã, respectivamente. No que se refere ao desligamento dos
ventiladores, não constatou-se melhorias (Fig. 10). Essa situação pode estar
relacionada ao fato de que no mês de setembro as temperaturas médias mínimas e
máximas, segundo SIMEPAR (2011), foram mais baixas (9,9 – 20,3ºC) quando
comparadas ao mês de novembro (13,8 – 23,8ºC), período em que o calor foi mais
intenso, além de muitos não ter sido ligados neste período.
75
A implantação de um programa de eficiência energética desta natureza
implica em mudanças de hábitos, o que pode tornar-se um dos dificultadores do
processo. Apagar as luzes em ambientes que não estejam sendo ocupados e/ou
desligar equipamentos que não estejam sendo utilizados são posturas desejáveis
por quem compartilha o objetivo de reduzir o consumo de energia, conforme
Weigmann (2004).
Para alcançar efetivamente a conservação de energia em prédios públicos
ou privados é necessário desenvolver e implantar um programa interno de
conservação de energia, com o apoio da alta administração e o envolvimento de
todos os setores da organização. Primeiramente deve ser realizada a divulgação do
programa por meio de cartazes, faixas, adesivos, manuais, notas em boletins ou
jornais internos, panfletos, enfim, de instrumentos que tornem claros os objetivos do
programa e incentivem a adesão das pessoas ao que está sendo proposto
(WEIGMANN, 2004).
A UP divulgou o resultado das ações educativas referentes à redução de
energia por meio de e-mails e a campanha “Cada Coisa Em Seu Lugar”, foi
realizada em todo o câmpus com distribuição de banners em todos os saguões dos
blocos, os adesivos fixados nas mesas das praças de alimentação, sobre as lixeiras
e em todos os interruptores liga/desliga da iluminação e os folders que foram
entregues durante a campanha. Os resultados obtidos após a campanha foram
satisfatórios ao considerar o número de participantes, de acessos ao site
(www.cadacoisaemseulugar.up.com.br) e de e-mails recebidos com críticas e
sugestões. Sugere-se que estas ações podem ter influenciado a redução do
consumo de energia e a sensibilização da população acadêmica em relação ao uso
racional da energia, otimizando o uso, através de uma mudança comportamental.
De acordo com o levantamento dos dados do consumo de energia elétrica
nos blocos didáticos antes e depois das ações educativas, obteve-se uma economia
de 34% do consumo de energia (Tab. 6 e 7).
76
Tabela 6 – Dados do consumo de energia elétrica dos blocos didáticos antes das ações educativas.
Nº de lâmpadas Consumo (Wh) Nº ambientes Nº horas Nº dias Total (Wh)
Saguão/Corredor
348
Banheiros
Escadas HQI
26
5
20
22
19.905.600
24
16
30
15
22
3.801.600
24
150
5
20
22
7.920.000
Salas 40 lugares
18
32
6
12
22
912.384
Salas 50 lugares
24
32
120
12
22
24.330.240
Salas 70 lugares
Total (Wh)
Total (kWh)
30
32
56
12
22
14.192.640
71.062.464
71.062,5
Tabela 7 – Dados do consumo de energia elétrica dos blocos didáticos depois das ações educativas.
Nº de lâmpadas Consumo (Wh) Nº ambientes Nº horas Nº dias Total (Wh)
Saguão/Corredor
348
26
5
10
22
9.952.800
Banheiros
24
16
30
12
22
3.041.280
Escadas HQI
24
150
5
10
22
3.960.000
Salas 40 lugares
18
32
6
9
22
684.288
Salas 50 lugares
24
32
120
9
22
18.247.680
Salas 70 lugares
Total (Wh)
Total (kWh)
30
32
56
9
22
10.644.480
46.530.528
46.530,5
De acordo com levantamento do consumo de energia elétrica de
equipamentos na UP, foi constatado um consumo de 172.015,533 kWh.mês-1, o que
equivale a 49% da média do consumo mensal de energia elétrica do ano de 2009
(Tab. 8). Mesmo com as ações educativas realizadas com os ventiladores de teto e
projetores, este resultado demonstra a necessidade da realização de campanhas
educativas pontuais e contínuas que tenham como temática o uso sustentável de
todos os equipamentos utilizados na instituição.
Tabela 8 – Dados do consumo de energia elétrica de equipamentos de maior consumo na
Universidade Positivo em 2010.
Equipamento
Quantidade
Consumo (Wh)
Nº horas
Nº dias
Total (Wh)
Ar condicionado
974.500 BTU
131.557,5
5
22
14.471.325
2.556
296.010
8
22
52.097.760
Elevador Social
13
191.360
3
22
12.629.760
Freezer
17
2.210
24
30
1.591.200
Refrigerador
68
6.120
24
30
4.406.400
Ventilador teto
840
100.800
8
22
17.740.800
Ventilador chão
177
14.160
8
22
2.492.160
Projetor Multimídia
407
97.680
8
22
17.191.680
Bombas
Total (Wh)
27
152.452
12
27
49.394.448
172.015.533
Computador
Total (kWh)
172.015,5
77
Além da mudança de atitude em relação ao uso de energia, o diagnóstico
energético constitui a base de qualquer programa de conservação de energia. É
importante conhecer todos os sistemas energéticos existentes, os hábitos
relacionados ao uso desses sistemas e de energia, e o parecer dos técnicos sobre a
qualidade dos sistemas instalados (WESTPHAL et al., 1997; WEIGMANN (2004);
Segundo Weigmann (2004), racionalizar a utilização de energia pela redução
máxima do consumo desnecessário representa vantagens para toda a sociedade:
i)
ganha o consumidor final porque economiza recursos financeiros. Esse
fato foi constatado pela redução de custos com energia na UP;
ii)
ganha a concessionária de energia porque pode atender à demanda
sem que, para isso, sejam necessários novos investimentos;
iii)
ganha o mercado de trabalho que pode incrementar empregos
advindos da necessidade de mão de obra para as atividades da eficiência
energética;
iv)
ganha o meio ambiente, pois tem minimizadas as agressões
provocadas pela exploração das fontes energéticas naturais. Essa questão
foi explorada nas ações de intervenção com o objetivo de sensibilizar e
conscientizar toda a comunidade acadêmica para o desenvolvimento
sustentável, no sentido de que é possível, ao homem, proteger o meio
ambiente e manter sua qualidade de vida.
Zanetti (2010) avaliou o ciclo de vida dos computadores e o seu
prolongamento da vida útil como uma alternativa ambiental. Entre as alternativas
para a redução do consumo de energia, está a fabricação de computadores e
monitores com melhor eficiência energética e uma ampla e efetiva conscientização
dos consumidores sobre os danos causados ao utilizar os computadores de forma
indiscriminada devido ao consumo de energia, e uma adaptação da configuração
dos equipamentos para permitir acionar um modo de economia de energia quando
ficam sem utilização acima de um tempo pré-estabelecido. O presente trabalho
demonstrou que a Universidade possui 2556 computadores, sendo estes uma fonte
de alto consumo de energia elétrica para a Universidade. Desta forma, faz-se
necessário realizar um trabalho de Educação Ambiental que vise o uso consciente
das máquinas, conforme exposto por Zanetti (2010).
78
O edifício da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC),
construído em 1983, está entre os 15 edifícios que apresentam o maior consumo de
energia na cidade de Florianópolis. Baseado no consumo de energia do ano de 1996
estimou-se que o gasto com a climatização foi de 38%, com os equipamentos e a
iluminação foi de 62%. Após a implantação do Retrofit (instalação de componentes
energeticamente mais eficientes), o edifício apresentou um potencial de redução no
consumo de 35%, com um retorno previsto pelo investimento de 14 meses. A
redução de energia após o Retrofit para a climatização do prédio foi de 14%, porém
o total de redução de consumo da iluminação foi de 3%, o que demonstra que a
iluminação não é problema quando comparada com as demais cargas elétricas do
edifício. Partindo do princípio que essas novas tecnologias de energias renováveis
ainda apresentam um custo elevado, justificam-se trabalhos de educação ambiental
e cuidados com energia cada vez mais restritiva (WESTPHAL et al., 1997). O
presente trabalho demonstrou o alto consumo de energia elétrica, tanto na parte de
iluminação quanto em equipamentos, o que se faz necessário a instalação de
componentes energeticamente mais eficientes para alcançar uma maior eficiência
energética.
4.2 RESÍDUOS
4.2.1 Histórico do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e da Saúde
A primeira campanha ambiental da UP foi lançada em 1998, no antigo
câmpus, localizado no bairro Seminário com o objetivo de conscientizar a população
acadêmica da segregação correta dos resíduos, na qual foi entregue um folder de
coleta seletiva aos alunos e funcionários. No ano de 2000 foram implantadas no
novo câmpus lixeiras seletivas para orientação de funcionários, professores e alunos
para a correta segregação dos resíduos gerados. Nesse mesmo momento foi criado
e distribuído um folder explicativo sobre a coleta seletiva para orientar a comunidade
circulante no câmpus sobre a segregação adequada dos resíduos.
Diante dessa preocupação ambiental, foi criado um manual de instrução
para manuseio, coleta e armazenamento dos resíduos utilizados nos laboratórios
didáticos. Algumas técnicas foram realizadas, como a neutralização de alguns
ácidos e bases para posterior descarte na rede de esgoto com total segurança e
sem dano ao meio ambiente. Os ácidos e bases perigosos eram segregados,
79
armazenados adequadamente e destinados a empresas licenciadas para a correta
disposição.
Em outubro de 2004, as grandes empresas, consideradas grandes
geradores de resíduos pela Prefeitura de Curitiba e pelo Ministério Público, foram
obrigadas a protocolar o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e da
Saúde (PGRSS) na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba. Dessa
forma, o então Centro Universitário Positivo (UnicenP), considerado grande gerador,
elaborou o seu PGRSS. Desde 2004, o PGRSS é atualizado anualmente e
protocolado junto ao órgão competente.
Somente a partir dessa exigência iniciou-se um controle da quantidade de
resíduos gerados e empresas especializadas foram contratadas para a coleta e
disposição adequada de todos os resíduos gerados no câmpus.
Devido à problemática que envolve a grande geração de resíduos sólidos, e
a inadequada separação e posterior destinação final dos resíduos na UP, Schiel
(2008), realizou um trabalho com o objetivo de avaliar a separação de resíduos
sólidos nas Praças de Alimentação no câmpus da UP. Os resultados indicaram que
na época não existia uma segregação dos resíduos na fonte geradora. Diante dos
resultados, uma campanha de conscientização e esclarecimentos foi elaborada na
forma de palestras para os alunos dos cursos de graduação e para os funcionários
das praças de alimentação. As palestras enfocaram a importância da participação de
todos para a melhoria do processo de redução, reutilização e reciclagem de resíduos
sólidos e para a conservação de fontes naturais. Os resultados da separação dos
resíduos obtidos com as palestras e por meio de cartazes informativos refletiram
uma resposta positiva dos usuários quanto à importância da coleta seletiva.
4.2.2 Geração de Resíduos
Em relação à quantidade total de resíduos gerados na UP constatou-se que
foram coletados 431.649 kg, 530.506 kg, 818.754 kg e 602.744 kg nos anos de
2006, 2007, 2008 e 2009, respectivamente.
Nos quatro anos estudados, constatou-se que houve um aumento na
geração de resíduos por pessoa entre os anos de 2006 e 2008 e uma diminuição na
geração em 2009. O resultado de 2009 pode refletir o resultado das ações
educativas realizadas com toda a comunidade acadêmica e maior efetividade do
80
PGRSS. Já nos anos anteriores percebe-se, diante dos resultados, o não
comprometimento da população envolvida com a problemática dos resíduos e pouca
atuação do PGRSS.
Os meses de janeiro e julho são meses que, em princípio, um menor número
de pessoas frequentam o câmpus devido às férias escolares, consequentemente, há
uma redução no volume de resíduos gerados (Tab. 9). Em janeiro de 2008, porém, a
geração ficou maior que a média de todo o ano, fato este que pode ter sido
influenciado pela instalação dos acabamentos do Teatro Grande Auditório e do
Centro de Convenções, que foram inaugurados no mês de março de 2008. A
geração de resíduo orgânico pode ser consultada na Tabela 9 e na Figura 11. A
geração de resíduo de jardim pode ser consultada na Tabela 9 e Figura 12.
Tabela 9 – Quantidade de resíduos orgânicos e de jardim em kg.mês
Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
Tipo
Mês
Ano
Resíduos orgânicos (em kg.mês-1)
-1
gerados na Universidade
Resíduos de jardim (em kg.mês-1)
2006
2007
2008
2009
2006
2007
2008
2009
28.211
39.538
53.857
36.973
36.973
34.836
27.142
26.074
36.973
35.905
35.691
37.187
14.960
22.440
25.646
25.646
13.892
14.960
14.960
14.960
14.960
14.960
14.960
14.960
14.960
22.441
17.098
27.784
19.235
20.303
13.892
12.823
12.823
17.098
19.235
17.098
21.372
17.097
20.303
16.029
10.686
13.892
21.372
7.480
9.617
11.755
8.549
18.166
11.755
10.686
7.480
6.412
14.960
7.480
6.412
5.343
9.617
9.617
8.549
10.686
429.360 207.304
214.790
176.318 108.997
Set
16.670
25.807
Out
16.670
27.021
Nov
16.670
23.738
Dez
16.670
24.738
32.913
38.897
41.675
53.857
60.055
47.232
54.926
45.522
48.942
55.140
57.277
48.087
Total
194.909
278.229
584.523
Jan
16.670
13.182
Fev
16.670
17.243
Mar
14.106
23.457
Abr
17.952
25.670
Mai
12.823
26.807
Jun
16.670
27.807
Jul
16.670
22.021
Ago
16.670
20.738
81
2006
2007
2008
2009
70.000
60.000
Kg
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
-1
Figura 11 – Quantidade de resíduos orgânicos em kg.mês gerados na Universidade Positivo entre
os anos de 2006 e 2009.
2006
2007
2008
2009
30.000
25.000
Kg
20.000
15.000
10.000
5.000
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Figura 12 – Quantidade de resíduos de jardim em kg.mês-1 gerados na Universidade Positivo entre
os anos de 2006 e 2009.
Durante os anos de 2008 e 2009 a quantidade de pessoas que frequentaram
o câmpus foi de 119.626 e 139.982, respectivamente (Tab. 4). Apesar do aumento
no número de pessoas, cerca de 20.000, entre alunos, professores, funcionários e
pessoas da comunidade que circularam no câmpus no ano de 2009, a quantidade
de resíduos orgânicos diminuiu em relação ao ano anterior, de 584.523 kg (média de
0,40 kg.mês-1.pessoa-1) para 429.360 kg (média de 0,25 kg.mês-1.pessoa-1), uma
redução de 0,15 kg.mês-1.pessoa-1. Este resultado sugere o comprometimento dos
funcionários envolvidos diretamente com a segregação dos resíduos, o que reflete
que os treinamentos realizados estão sendo eficientes, pois muito resíduo reciclável
era disposto junto com o orgânico.
82
Os maiores geradores do resíduo orgânico na UP são as cantinas e o
refeitório da instituição. Parte do resíduo orgânico do refeitório é destinado a uma
empresa para a produção de ração para suínos e o restante é destinado em aterro
licenciado por empresa terceirizada, com custo muito alto. Em relação ao resíduo de
jardim, a partir do ano de 2008, parte deste resíduo está sendo disposto em uma
área dentro do próprio câmpus e o restante é destinado à empresa licenciada para
este fim.
Segundo Sillva et
al., 2009, a Universidade Federal Fluminense (UFF),
câmpus da Praia Vermelha gera 30 m3.mês-1 de resíduos orgânicos e de poda de
jardim, reduzindo assim o volume de lixo destinado. Isso resulta em uma economia
de R$ 600,00 ao mês, referente ao descarte dos resíduos sólidos. Por meio do
tratamento desse resíduo foi obtido 6 m³.mês-1 de composto fertilizante, que é
disponibilizado para o paisagismo do câmpus, a produção de mudas, gerando uma
economia adicional de R$ 900,00 ao mês para a UFF, já que este insumo passa a
não ser mais adquirido.
Como os resultados obtidos no presente trabalho demonstram grande
geração de resíduos orgânicos e de poda e jardinagem (aproximadamente 62% do
resíduo total) e que os custos com a destinação são elevados, no presente momento
a UP, com receita advinda do próprio PGRSS, está investindo em pesquisas
desenvolvidas pelo Mestrado Profissional em Gestão Ambiental e Mestrado em
Biotecnologia para uso do biodigestor como forma de tratamento e recuperação
energética desses resíduos. Sugere-se ainda, o desenvolvimento de pesquisas com
projetos de compostagem como forma de tratamento e produção de composto
fertilizante para uso em áreas plantadas de todo o Grupo Positivo, corroborando com
Silva et al., 2009.
Estas soluções representam um grande ganho ambiental e econômico, uma
vez que o resíduo orgânico apresenta um grande potencial para a geração de
energia e o composto formado na compostagem poderá ser utilizado no próprio
câmpus da instituição. Além disso, ocorre a diminuição da quantidade de resíduos
dispostos no meio ambiente, o que minimiza as chances de contaminação
ambiental; diminui a emissão de gases do efeito estufa, CH4 e CO2; gera um produto
rico em nutrientes que poderá ser aplicado em muitas áreas (IPT, 2000; SANTOS,
2002; MAHLER, 2007).
83
Junto à comunidade acadêmica, a compostagem no câmpus da Praia
Vermelha (UFF) tem despertado interesse dos alunos dos cursos da graduação
(Biologia, Geografia, Arquitetura, Engenharia Agrícola, Engenharia de Recursos
Hídricos e Meio Ambiente) e pós-graduação (Mestrado em Ciência Ambiental), que
assistem
às aulas,
participam
de
estágios
ou
desenvolvem
dissertações
possibilitando práticas em um trabalho interdisciplinar. Com isso, desenvolve-se
práticas acadêmicas com propostas pedagógicas inovadoras dentro de uma
educação formal por meios “não formais”, buscando o aumento de conhecimentos,
mas também mudanças de valores dentro de conceitos da Educação Ambiental
(SILVA et al., 2009).
A geração de resíduos recicláveis nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009,
pode ser consultada na Tabela 10 e Figura 13.
Tabela 10– Quantidade de resíduos recicláveis (papel, plástico e metal) respectivamente, gerados em
-1
kg.mês na Universidade Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
-1
Resíduos recicláveis (em kg.mês )
Ano
Mês Tipo
2006
2007
2008
2009
Papel Plástico Metal
Papel Plástico Metal
Papel Plástico Metal
Papel Plástico Metal
Jan
1.345
198
4
1.500
213
4
2.210
312
5
2.449
360
60
Fev
2.345
418
45
3.000
545
50
5.259
736
79
4.475
508
32
Mar
2.007
654
87
2.500
834
108
3.750
918
182
3.456
648
195
Abr
1.437
545
154
2.000
745
170
3.128
978
208
2.844
891
322
Maio
2.458
998
165
3.545
1.354
180
4.747
1.924
229
4.590
807
247
Jun
1.268
678
176
1.890
802
198
2.580
931
213
2.450
937
208
Jul
3.103
309
87
3.455
387
106
4.485
484
135
4.078
277
52
Ago
204
34
4
230
46
8
360
59
10
400
50
15
Set
678
789
67
870
900
87
1.100
1.100
100
2.930
1.616
324
Out
1.245
104
87
1.569
120
100
2.340
140
120
3.148
1.228
227
Nov
998
160
145
1.434
207
199
2.545
245
224
4.097
2.258
554
379
94
1.890
498
109
2.781
666
123
3.691
1.047
282
Dez
1.678
Total
18.766
5.266 1.115 23.883
6.651 1.319 35.284
8.492 1.626 38.606
10.626 2.517
Os resultados demonstram que ocorreu um aumento na quantidade de
resíduos
recicláveis
ano
após
ano,
o
que
pode
estar
relacionado
ao
comprometimento da população acadêmica em relação à questão dos resíduos e
aos treinamentos realizados com os funcionários da limpeza, que são atores
fundamentais no processo de segregação e coleta dos resíduos.
No ano de 2006 e 2007, a partir de relatos informais, foi identificado que
funcionários terceirizados das empresas atuantes na UP recolhiam as latas de
84
alumínio para vender em prol do seu próprio benefício. A partir desse fato, foram
realizados
orientações
e
treinamentos sobre
resíduos
com
as
empresas
terceirizadas, uma vez que a UP é responsável por todo resíduo gerado na
instituição e, portanto, as latas de alumínio devem permanecer como resíduo
reciclável da instituição. Os resultados demonstram que a partir dos treinamentos
houve um aumento considerável na segregação deste metal no câmpus.
O papel é o material reciclável com maior geração na instituição, o qual
representa, aproximadamente, 75,5% do total dos recicláveis. Os resultados
demonstram que a quantidade segregada desse material aumentou a cada ano,
sendo mais uma vez reflexo dos treinamentos e ações educativas, referente à
segregação deste resíduo.
Como o papel representa o maior resíduo, sugere-se práticas sustentáveis
para diminuir o seu uso, como: i) usar e-mail, wise e telefone para comunicação
interna que não tem necessidade de ser feita em papel (convites, relatórios,
informações, etc.); ii) usar envelope reutilizável (vai-e-vem) para trânsito interno (não
usar envelope personalizado); iii) para rascunhos e rabiscos, utilizar verso de papel
usado; iv) imprimir somente o necessário; v) impressão de provas frente e verso
sempre que possível; vi) realização de provas via portal acadêmico. Para que essas
práticas se tornem efetivas é necessária à continuidade de ações educativas de
forma a sensibilizar, conscientizar e orientar toda a comunidade acadêmica quanto
ao uso de papel.
Sugere-se que as ações educativas, como os treinamentos e orientações
realizadas com os funcionários da zeladoria e jardinagem a partir de dezembro de
2008, propiciaram uma melhor segregação dos resíduos recicláveis nos abrigos e
depósito de reciclagem. Os resultados demonstram que a quantidade de resíduos
recicláveis segregados aumentou em 12,26% no ano de 2009. A quantidade de
resíduos recicláveis foi de 45.402 kg e 51.749 kg nos anos de 2008 e 2009,
respectivamente.
O programa de coleta seletiva realizada na UP identifica os materiais com
potencial de reciclagem. A reciclagem traz como vantagens para a preservação de
recursos naturais, economia de energia, redução da quantidade de lixo a ser
disposto em aterros sanitários, além da geração de empregos e serviços de forma
geral (IPT, 2000; SANTOS, 2002; MAHLER, 2007).
85
Atualmente, os resíduos recicláveis gerados na instituição são vendidos a
uma empresa recicladora, que retorna esses materiais para dentro da cadeia
produtiva, otimizando o processo na fabricação de novos produtos e economizando
água, energia e matéria-prima. A receita arrecadada na venda dos materiais é
revertida em cestas básicas para os colaboradores da limpeza e jardinagem e
investimento em programas ambientais e financiamento de projetos de pesquisa.
Os locais de maior geração de resíduos recicláveis e problemáticos em
relação à segregação de resíduos são as praças de alimentação. De acordo com
observação in loco, percebe-se a falta de comprometimento da população
acadêmica e dos funcionários da própria praça de alimentação em relação à
segregação correta dos resíduos.
18.000
45.000
35.284
15.000
12.000
9.000
23.883
18.766
Papel (kg)
Quantidade Anual (kg)
38.606
6.000
30.000
15.000
3.000
0
0
2006
2007
Metal
2008
2009
Plástico
Figura 13 – Quantidade de resíduos recicláveis (papel, plástico e metal), gerados em kg.mês
Universidade Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
-1
na
A análise dos dados obtidos feita por Schiel (2008) indicou a necessidade de
informações e programas específicos que enfatizem a importância e os benefícios
da separação e descarte correto dos resíduos. A internet foi apontada como um dos
meios de comunicação mais utilizados pela população acadêmica, o que indica que
uma maior atenção deve ser dada a esta forma de divulgação.
Com o presente trabalho foi lançado no site da UP, um espaço para a
Campanha “Cada Coisa Em Seu Lugar”, onde a população acadêmica pode interagir
86
com o Programa de Gestão Ambiental, trazendo sugestões, reclamações e
soluções. Além disso, este link traz informações acerca desse Programa de Gestão
da UP.
Schiel (2008) demonstrou ainda, a necessidade da continuação do trabalho
por ele iniciado, ou seja, as palestras e o treinamento com os funcionários e os
meios de comunicação utilizados devem se estender por períodos cíclicos ao longo
do ano letivo, para que a percepção da importância da coleta seletiva seja reavivada
na memória de todos os usuários do câmpus da UP.
O presente trabalho focou em palestras e treinamentos com toda a
comunidade acadêmica e não apenas funcionários da UP e das praças de
alimentação. Diante dos resultados obtidos observou-se que a população acadêmica
está cada dia mais envolvida e mais informada em relação ao trabalho de educação
ambiental desenvolvido pela UP.
O consumo de lâmpadas nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009, pode ser
consultado na Tabela 11 e na Figura 14.
-1
Tabela 11 – Quantidade de resíduos de lâmpadas, químicos e biológicos gerados em unid. mês e
-1
kg.mês respectivamente na Universidade Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
Tipo
Mês
Ano
-1
-1
Resíduos lâmpadas (unid. mês )
Resíduos químicos e biológicos (kg. mês )
2006
2007
2008
2009
2006
2007
2008
2009
Jan
-
-
-
-
23
-
78
65
Fev
-
-
-
1.490
144
28
319
440
Mar
-
-
981
-
203
1.032
266
407
Abr
2.662
-
-
1.299
326
158
1.195
1.003
Maio
-
1.202
-
-
196
360
386
1.174
Jun
-
-
1.415
1.345
-
402
1.359
887
Jul
-
-
-
-
242
-
608
1.354
Ago
-
3.412
-
1.739
319
530
2.294
465
Set
2.419
-
-
-
515
567
1.428
2.137
Out
-
-
580
1.548
690
734
784
1.619
Nov
-
-
1.312
-
236
256
2.152
1.909
Dez
-
-
-
-
1.395
1.567
1.644
1.178
Total
5.081
4.614
4.288
7.421
4.289
5.634
12.512
12.639
87
Quantidade (unidades)
7.421
8.000
6.000
5.081
4.614
4.288
4.000
2.000
0
2006
2007
2008
2009
Ano de geração
-1
Figura 14 – Quantidade de resíduos de lâmpadas gerados em unid. mês na Universidade Positivo
entre os anos de 2006 e 2009.
Dentre os resíduos sólidos, que merecem atenção especial encontram-se as
lâmpadas fluorescentes, que nas últimas décadas tiveram grande aceitação no
mercado devido ao fato de uma melhor iluminação, menor consumo de energia e
dissiparem pouco calor no ambiente (ATIYEL, 2001). A UP optou pelas lâmpadas
fluorescentes devido ao fato de apresentarem um maior rendimento e um custo mais
baixo em relação às demais lâmpadas.
O aumento da quantidade de lâmpadas descartadas em 2009 está
relacionado à vida útil das mesmas (aproximadamente 2.000 horas). As lâmpadas
fluorescentes descartadas na UP recebem destinação final ambientalmente correta
por empresa licenciada para tal fim. As lâmpadas são trituradas e descaracterizadas.
O vidro e metal resultante do processo são encaminhados à reciclagem e o mercúrio
que fica absorvido no filtro durante o processo é destinado à empresa licenciada.
A lâmpada fluorescente intacta, não oferece risco para quem a manuseia, na
UP as lâmpadas após a sua troca, são armazenadas nas embalagens das lâmpadas
novas e guardadas em um depósito próprio, até que seja destinada à empresa
especializada. Segundo Atiyel (2001), a lâmpada quando é quebrada libera vapor de
mercúrio, e que pode ser aspirado por quem a manuseia. Quando se rompe uma
lâmpada fluorescente, o mercúrio existente em seu interior (da ordem de 20 mg) é
liberado sob a forma de vapor, por um período de tempo variável em função da
temperatura e que pode se estender por várias semanas, contaminando a água, solo
88
e ar. Devido a toda esta problemática, as lâmpadas fluorescentes, após a sua vida
útil devem ser manuseadas e destinadas adequadamente.
O descarte das lâmpadas fluorescentes pode representar um sério risco
para o meio ambiente e para saúde humana por apresentarem o mercúrio como o
responsável pela ionização dos átomos que possibilita a luminosidade. Quando há o
rompimento dessas lâmpadas o mercúrio é expelido, contaminando o ecossistema.
Se destinadas em lixões ou aterros, contaminarão o solo e logo depois o lençol
freático, podendo chegar na da cadeia alimentar ao homem (ATIYEL, 2001).
A eficiência de uma lâmpada está relacionada com o consumo de energia
elétrica. Nas lâmpadas incandescentes e halógenas, 80% da energia utilizada é
transformada em calor e apenas 15% gera luz. Toda esta energia transformada em
calor é lançada no ambiente. As lâmpadas fluorescentes possuem outro sistema de
funcionamento, produzem mais luz e quase não emitem calor. Então, pode-se dizer
que uma lâmpada é mais eficiente à medida que maior parte da energia consumida
por ela é utilizada para iluminação e não na geração de calor (ATIYEL, 2001).
Ainda que o impacto sobre o meio ambiente causado por uma única
lâmpada seja desprezível, o montante das lâmpadas descartadas anualmente pela
UP poderia representar um sério risco para o meio ambiente se não fossem
adequadamente
destinadas.
Dessa
forma,
sugere-se
a
continuidade
dos
treinamentos com os funcionários no que se refere ao consumo de energia e os
cuidados com o seu manuseio para evitar possíveis acidentes.
A geração de resíduos químicos e biológicos nos anos de 2006, 2007, 2008
e 2009, pode ser consultada na Tabela 10 e na Figura 15.
89
Quantidade (kg)
14.000
12.512
12.639
2008
2009
12.000
10.000
8.000
6.000
5.634
4.289
4.000
2.000
2006
2007
Ano de geração
-1
Figura 15 – Quantidade de resíduos de químicos e biológicos gerados em kg.mês na Universidade
Positivo entre os anos de 2006 e 2009.
A geração de resíduos químicos e biológicos aumentou em todos os anos
analisados (Tab. 11). Porém, houve um maior comprometimento dos funcionários do
núcleo de ciências biológicas e da saúde na segregação e destinação correta destes
resíduos. O aumento da quantidade representa maior custo para destinação, porém,
um ganho ambiental, visto que estes resíduos não são destinados incorretamente.
Segundo ANVISA (2006), os resíduos de serviços de saúde constituem parte
importante dos resíduos sólidos urbanos gerados, não necessariamente pela
quantidade, que, segundo dados das agências de limpeza, representam apenas 1 a
3% do total de resíduos, mas pelo potencial de risco que estes apresentam.
Os resíduos da saúde podem apresentar riscos pelo fato de apresentarem
agentes biológicos e químicos perigosos à saúde e ao meio ambiente. Embora
representem uma pequena parcela em relação aos resíduos sólidos urbanos, podem
ser potenciais fontes de disseminação de doenças, colocando em risco os
profissionais de estabelecimentos geradores destes resíduos, assim como os
pacientes e clientes destes serviços, coletores de resíduos urbanos e toda a
sociedade. Além disso, se o manejo e destinação não forem adequados, resíduos
não perigosos podem ser transformado em resíduos potencialmente perigosos. Isso
pode ocorrer devido ao contato direto e mistura (TAKAYANAGUI, 2005).
Dentre esses geradores, os laboratórios de ensino e pesquisa na área de
saúde contribuem para a geração de resíduos sólidos. Estes resíduos se inserem
90
dentro da problemática dos resíduos sólidos e vêm assumindo grande importância
nos últimos anos. Tais desafios têm gerado políticas públicas e legislações tendo
como eixo de orientação a sustentabilidade do meio ambiente (REI, 2009).
Gerbase et al. (2005) cita que os resíduos químicos gerados em IES
diferenciam-se daqueles gerados em unidades industriais por apresentarem baixo
volume, mas grande diversidade de composições, o que dificulta a tarefa de
estabelecer um tratamento químico e/ou disposição final. De maneira geral, esse
problema atinge graves proporções e tem sido relegado a um plano secundário. Na
maioria dos casos os resíduos são estocados de forma inadequada, aguardando um
destino final, isso quando são estocados. A cultura que ainda predomina é de
descartá-los em pia, já que a maioria das instituições brasileiras não tem uma
política institucional clara que permita um tratamento global do problema.
Como os laboratórios de ensino e pesquisa contribuem de forma significativa
para a geração de resíduos, sugere-se que os laboratórios da UP implementem
práticas como os 5R‟s (repensar, reduzir, reutilizar, reciclar e reeducar) como forma
de reduzir o impacto de suas atividades, isto é, pesquisa e aulas práticas. Além
disso, os professores responsáveis pelas disciplinas que utilizam os laboratórios
didáticos devem realizar um planejamento adequado para que não ocorram
desperdícios de produtos, visando minimizar a quantidade de produtos utilizados nas
aulas práticas. A segregação dos resíduos químicos e biológicos gerados na UP é
feita de acordo com o PGRSS. Depois da segregação, acondicionamento e coleta
interna, os resíduos são coletados e destinados por empresa especializada e
certificada.
4.2.3 Intervenção: ações de Educação Ambiental – resíduos
Em relação aos resíduos orgânicos gerados na UP, sugere-se que os
resultados
apresentados
demonstram
que
a
ação
educativa,
que
incluiu
treinamentos realizados com funcionários resultou na diminuição gradativa de
geração de resíduos (Fig. 16). Durante o ano de 2008 foram realizados treinamentos
para funcionários da zeladoria e jardinagem nos meses de julho e novembro (Fig.
16, ação de EA 01 e 02). Já durante os meses de 2009 foram realizados os
treinamentos para zeladoria, jardinagem, inspetoria e segurança (Fig. 16, ação de
91
EA 03, 04 e 05), além do trabalho de conscientização de toda a população
Kg
acadêmica na separação quando do descarte dos resíduos nas lixeiras adequadas.
Figura 16 – Redução da geração resíduos orgânicos no período de estudo.
4.2.3.1 Utilização de copos descartáveis nas salas dos professores
Durante o mês de setembro de 2009 foi realizado na sala dos professores do
bloco da Reitoria e da Escola de Negócios um monitoramento diário do consumo de
copos plásticos
descartáveis.
Constatou-se
que
o
consumo
total foi
de
aproximadamente 6000 copos (Fig. 17). Considerando a quantidade de professores
que frequentaram a sala dos professores durante os 22 dias úteis de cada mês,
constatou-se um consumo de 0,45 copos por dia por professor. Diante desse
resultado foi realizada uma ação educativa com o objetivo de diminuir 10% o
consumo de copos descartáveis nas salas dos professores, que consistiu da
distribuição de copos telescópicos para todos os professores da instituição,
juntamente com o resultado do monitoramento e orientações, por meio de envio de
e-mail para os professores (APÊNDICE 1).
No mês de novembro foi realizado um novo monitoramento e o resultado
demonstrou uma diminuição no uso dos copos descartáveis de 6000 para 5470
(Fig.17).
92
2900
2700
3000
quantidade
2500
2150
Antes
2000
Depois
2000
1500
1000
350
500
500 450
320
0
Manhã Reitoria
Noite Reitoria
Manhã Escola
Negócios
Noite Escola
Negócios
Figura 17 – Consumo de copos descartáveis antes e depois da ação educativa no ano de 2009.
De acordo com o departamento de compras da UP, o preço do copo
descartável de 200 mL é R$ 0,03, portanto, com a redução do consumo dos copos,
o custo por mês também reduziu, aproximadamente R$ 15,90 e anualmente
R$ 200,00. O ganho ambiental equivalente, considerando que o copo de 200 mL tem
no mínimo 2,2 g (INMETRO, 2010), é de 13.992 g de poliestireno (PS) que seriam
economizados. Considerando que a Universidade tem, além dos professores, mais
600 funcionários, poderão deixar de consumir 27.984 g de PS, isto é, 28 kg de PS
por ano que também não serão destinados ao meio ambiente.
Considerando que o objetivo da ação foi praticamente alcançado, 8,8% de
redução de consumo dos copos descartáveis, sugere-se que a campanha foi
satisfatória, pois os levantamentos foram realizados, tanto antes como depois das
ações de educação ambiental, com o mesmo número de professores; portanto, a
educação ambiental deve ser contínua e permanente buscando sempre melhores
resultados. Faz-se necessário realizar o monitoramento todos os anos, e cada vez
mais aprimorar a forma de avaliação, pois, dessa forma, um melhor desempenho no
resultado final poderá ser alcançado.
4.2.3.2 Segregação de resíduos nas salas dos professores
Estudo realizado com a segregação dos resíduos gerados na sala dos
professores do Bloco da Reitoria e da Escola de Negócios constatou pequena
segregação dos resíduos durante o mês de setembro de 2009 (Fig. 18), ou seja,
93
43,9% de segregação correta dos resíduos. O resultado demonstrou a necessidade
de uma campanha de conscientização junto aos professores do câmpus.
Pape
Metal e Plástico
quantidade
25
20
Metal e
Plástico
Orgânico
Orgânico
Papel
15
10
Certo
5
Errado
0
Sala dos Prof. Bloco da Reitoria
Sala dos Prof. Escola de Negócios
Figura 18 – Segregação de resíduos de papel, metal e plástico e orgânico na sala dos professores da
Reitoria e na sala dos professores da Escola de Negócios durante fase de monitoramento no mês de
setembro de 2009.
No mês de outubro de 2009, uma ação educativa foi realizada, por meio do
envio de mensagens via e-mail para os professores com a divulgação dos resultados
levantados. No mês de novembro foi realizada uma avaliação e constatou-se um
aumento na segregação correta dos resíduos (64,83%) (Fig. 19).
Papel
Metal e Plástico Orgânico
15
Papel
Metal e
Plástico
Orgânico
quantidade
10
Certo
5
Errado
0
Sala dos Prof. Bloco da Reitoria
Sala dos Prof. Escola de Negócios
Figura 19 – Segregação de resíduos de papel, metal, plástico e orgânico na sala dos professores da
Reitoria e na sala dos professores da Escola de Negócios durante fase de avaliação no mês de
novembro de 2009, após ação de educação ambiental
94
Anteriormente à ação educativa ocorreu 42,5% de segregação correta na
lixeira de papel e após a ação ocorreu 64,61% de segregação correta. Quanto à
lixeira de metal, plástico e vidro, ocorreu 46,66% de segregação antes da ação e
63,33% depois da ação. No que se refere aos resíduos orgânicos, ocorreu 43,18%
de segregação anteriormente a ação e 66,66% depois da ação (Fig. 18 e 19).
Partindo do princípio de que os professores poderão atuar como
multiplicadores, estes passarão as informações para seus alunos, surge uma
perspectiva futura muito importante para a EA através do exemplo e postura que o
professor adota em sala de aula.
Com o objetivo de redução de 80% proposto antes da ação educativa, após
a ação foi constatado 47% de segregação dos resíduos, fato este que ficou aquém
do esperado, mostrando que, nessa questão, deve-se atuar continuamente para
alcançar o objetivo, visto que o engajamento dos professores é essencial.
Considerando que o objetivo de 80% de redução não foi alcançado, pode-se
dizer que a campanha não foi satisfatória e será necessário atuar todos os meses ao
invés de trimestralmente como foi proposto anteriormente, além de ampliar as
campanhas. Outro fato importante a ser observado é que a grande mudança de
professores de ano em ano, o que diminui a responsabilidade com os objetivos da
empresa, fator que deverá ser bem trabalhado nas próximas campanhas.
Na Tabela 12 são relacionadas às ações ambientais e seus respectivos
ganhos ambientais referentes aos resíduos.
95
Tabela 12 – Ações ambientais realizadas e seus ganhos ambientais referentes aos resíduos na
Universidade Positivo
Ações
Agentes
Ganhos
Tipo de
Resíduo
Ambientais
Sociais
Financeiros
Coleta
Funcionários,
Orgânicos e
- Preservação dos
- Geração de
- Diminuição com
seletiva
professores,
Recicláveis.
recursos naturais;
emprego;
custos na
alunos e
- Economia de água e
- Benefícios aos
destinação dos
comunidade
energia;
funcionários (cesta
resíduos;
circulante.
- Aumento da vida útil
básica);
- Receita da venda
de aterros sanitários.
- Educação
dos resíduos
ambiental.
recicláveis.
- Economia de PS;
- Educação
- Diminuição dos
- Economia de água e
Ambiental.
custos na compra
Entrega dos
Professores e
copos
funcionários
Plástico
telescópios
energia.
E-mail
Professores
enviados
Funcionários
Papel
de copos plásticos.
- Preservação de
- Educação
- Diminuição dos
árvores;
Ambiental.
custos na
- Economia de água e
compra de papel
energia.
Treinamentos
Funcionários
Resíduo
- Preservação dos
- Educação
- Diminuição
orgânico,
recursos naturais;
Ambiental.
com custos na
reciclável,
- Economia de água e
destinação de
químico,
energia;
resíduos;
biológico,
- Aumento da vida útil
- Receita da
lâmpadas e
de aterros sanitários.
venda de dos
jardim.
resíduos
recicláveis.
4.2.3.3 Campanha de Educação Ambiental – “Cada Coisa Em Seu Lugar”
Segundo Weigmann (2004), para ter maior eficácia em ações, para
conservação de energia nas empresas, é necessário implantar um programa interno
de conservação com o apoio da alta administração e de todos os setores envolvidos.
O autor ainda defende que é necessária a divulgação do programa através de
cartazes, adesivos, manuais, faixas, notas em informativos, jornais internos,
panfletos, ou seja, todos os recursos onde fiquem claros os objetivos do programa,
para que a maioria das pessoas possam se envolver a fim de se obter um resultado
final desejado. A implantação desse tipo de programa gera uma mudança de hábitos
de todos os envolvidos, e é onde se encontra a maior dificuldade para o sucesso do
programa.
Em junho de 2010 foi implantada uma Campanha intitulada “Cada Coisa Em
Seu Lugar” na UP com o objetivo divulgar o Programa de Gestão Ambiental da UP.
A ação chave para o lançamento da campanha foi a colocação de um
veículo kombi no centro do Eixo de Vivência, local de grande circulação de pessoas,
96
onde foi realizada uma atividade em que as pessoas deveriam jogar bolachas de
“chopp” com desenhos de resíduos na lixeira correspondente. Depois da
brincadeira, os participantes ganharam um folder com informações sobre o PGA e
brindes da campanha, como “bottons”, “ecobags” e as próprias bolachas de “chopp”
com curiosidades sobre resíduos. Neste período foi divulgado, também, o site da
campanha, www.cadacoisaemseulugar.up.com.br.
Na campanha ocorreu a participação dos professores, funcionários e alunos
e contou com um material expositivo com informações referentes ao objetivo da
campanha. Foram fixados quinze banners de três tipos diferentes, água, energia e
resíduos, e quarenta cartazes fixados em murais internos por todo o câmpus (Fig.
20a e 20b). Além disso, foram distribuídos dez mil folders e fixados 600 adesivos em
todos os interruptores do câmpus, salas de aulas, laboratórios, salas de professores,
salas de coordenadores e espaços administrativos (Fig. 21a e 21b). Também foram
fixados setenta e cinco adesivos nas mesas das praças de alimentações, setenta e
cinco acima das lixeiras das praças, duzentos e oitenta no conjunto de lixeiras do
câmpus (Fig. 22a e 22b), 10 adesivos nos espelhos dos banheiros e vestiários do
centro esportivo e de funcionários (Fig. 23 e 24) e distribuídos brindes (Fig. 24)
97
a
b
Figura 20 – Material usado na campanha. a) Banner; b) Cartaz.
a
Figuras 21 – Material usado na campanha. a) Folders; b) Adesivos.
b
98
a
b
Figura 22 – Material usado na campanha. a) Adesivos fixados nas mesas das praças de alimentação;
b) Adesivos explicativos aplicados sobre as lixeiras dos blocos.
A ação educativa da kombi chamou a atenção de toda população circulante
no câmpus quanto às coisas estarem no lugar certo, ou seja, consumo de água
(torneira fechada), segregação de resíduos (resíduos segregados no local correto), e
consumo de energia (luz apagada quando não estiver na sala, monitor desligado do
computador quando não estiver em uso). A kombi foi colocada no encontro dos
eixos de vivência (eixo norte-sul e leste-oeste), onde ocorre um grande fluxo de
pessoas e é um local não apropriado para um carro. Nos dois primeiros dias o
veículo Kombi foi colocado nesse espaço, o que instigou muito as pessoas que
passaram por ela, pois é um local proibido para veículos. Embaixo da Kombi foi
instalado um som que tocava barulhos de lixo sendo descartado e quebrado, o que
gerou muita curiosidade de todos. Após os dois primeiros dias, ela foi adesivada
com a logo da campanha “Cada Coisa Em Seu Lugar”.
99
Figura 23 - Adesivos aplicados nos vestiários do centro esportivo e vestiários dos funcionários.
A partir dessa revelação foi organizado um jogo, o qual se orientava para
que os resíduos (papel, metal e plástico), representados por bolachas de “chopp”
(apoiadores de copo) fossem arremessados na lixeira correta; a partir do acerto dos
participantes (alunos professores e funcionários) o brinde era entregue (“ecobag”,
“boton” da campanha e os apoiadores de copo).
Para os participantes do jogo foram entregues brindes, totalizando mil
“ecobags”, três mil apoiadores de copo (bolachas de “chopp”), mil “botons” com a
logomarca da campanha e frases sobre as ações realizadas. Essa atitude chamou a
atenção de todos, no qual se espera um grande ganho ambiental e econômico (Fig.
24).
100
Figura 24 – Adesivo colado nos vestiários do centro esportivo e vestiários dos funcionários.
Figura 25 – Ecobag distribuída na Campanha para os participantes.
101
Segundo Jacobi (2005), a inserção da educação ambiental numa
perspectiva crítica ocorre na medida em que o professor assume uma postura
reflexiva, o que ajuda no entendimento das pessoas que a educação ambiental é
importante às diversas formas de participação, pois assim serão potencializados
esses fatores, ampliando a responsabilidade socioambiental.
A interdisciplinaridade que ocorre dentro de uma Universidade demonstra o
papel de todos os envolvidos, sejam professores, funcionários e alunos, na
participação da educação de todos, seja em sala de aula ou por meio de exemplos
perante a sociedade participante do câmpus (JACOBI, 2005).
Dentro da Universidade Positivo a educação ambiental para funcionários,
professores e alunos vem ganhando espaço crescente na gestão ambiental e nos
exemplos práticos incorporados na operação do câmpus.
102
5 CONCLUSÃO
O foco da presente pesquisa apresenta grande relevância para a formação
da sociedade, especialmente do público alvo selecionado. Observou-se grande
interesse por parte de toda a comunidade acadêmica, principalmente, dos alunos
durante o desenvolvimento das ações educativas, o que pode contribuir com
subsídios importantes para a formulação de questões e pensamentos mais críticos
por parte dos mesmos em relação aos problemas ambientais.
A fase de diagnóstico inicial da geração de resíduo e consumo de energia foi
primordial, pois a partir deste levantamento de dados, foi possível propor ações de
intervenção para minimizar o consumo de energia e a geração dos resíduos no
câmpus da Universidade. A participação dos alunos, professores e funcionários foi
fundamental para que as ações ambientais surtissem efeito positivo. As ações
realizadas referente ao uso dos equipamentos (projetor multimídia, iluminação e
ventiladores) foram importantes na busca de uma maior eficiência energética no
câmpus.
As ações ambientais promoveram a minimização do uso de energia elétrica
em 11,98% e da geração dos resíduos em 26,4% em todo câmpus e ainda, um
aumento de 12,96% em relação a segregação de resíduos recicláveis. Houve o
estímulo à participação de todos os funcionários, professores e alunos numa
perspectiva atual, a fim de socializar os conhecimentos e atividades realizadas.
O levantamento do histórico de uso de energia e geração de resíduos, assim
como o diagnóstico da situação atual da Universidade, foi fundamental para a
implementação das ações ambientais educativas, uma vez que, a partir dos
resultados obtidos, foi possível a realização de intervenções junto à comunidade
acadêmica, por meio de capacitação, treinamento, orientações e campanhas.
No que se refere à energia elétrica e resíduos, as ações ambientais
educativas podem ter contribuído com a redução no consumo de energia e geração
de resíduos, assim como na sua segregação, o que de maneira indireta contribui
para a proteção dos recursos naturais. A educação ambiental, dessa forma,
mostrou-se importante nesse processo, entretanto, deverá se constituir em um
processo contínuo para que melhores resultados sejam alcançados.
103
Como sugestões para trabalhos futuros, recomenda-se:
- Para os resíduos orgânicos e de jardinagem recomenda-se a continuidade
no desenvolvimento do projeto que envolve o uso de biodigestor e compostagem
para um tratamento sustentável destes resíduos, uma vez que com o biodigestor
será gerado gás e com a compostagem, composto fertilizante, e ambos os produtos
poderão ser utilizados no próprio câmpus da UP.
- Para os resíduos químicos e biológicos, recomenda-se um estudo de
reaproveitamento dos resíduos químicos e de minimização dos resíduos biológicos e
químicos com a implantação de projetos desenvolvidos pelos cursos da graduação e
pós-graduação.
- Para o consumo de energia elétrica, sugere-se um estudo de instalação de
controladores de energia nos blocos didáticos, centro esportivo, biblioteca, pósgraduação e administração para o controle do consumo de energia elétrica, uma vez
que a redução do consumo reflete redução das despesas, melhor aproveitamento
das instalações e equipamentos elétricos.
- Recomenda-se ainda, o desenvolvimento de projeto para a instalação de
fotocélulas para a captação de energia solar para aquecimento das piscinas e
chuveiros do centro esportivo, e para a iluminação do eixo de vivência; e projeto de
coleta de água de chuva em todos os blocos didáticos para utilização na lavagem
dos saguões e pátios, e nos vasos sanitários. Deve-se estudar viabilidade de
implantação de um sistema para captação de energia eólica.
- O desenvolvimento de um programa de educação ambiental para toda a
comunidade acadêmica que englobe vários projetos contínuos e que possam ser
adequados quando forem necessários. Esse programa deve envolver ações
voltadas para todos os espaços da UP, como refeitório, praças de alimentação,
saguões, laboratórios, salas de aulas e escritórios.
104
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113
APENDICES
1. E-mail enviado para professores em abril de 2009
Senhores Professores,
1. No início do ano foi entregue aos professores um aparelho de controle do projetor multimídia das salas de aula e
laboratórios. Se algum controle não estiver funcionando, favor entregar para os atendentes na sala dos professores ou para os
inspetores, para que possamos resolver o problema.
2. Pedimos, ainda, que o professor desligue o projetor quando não utilizado. Com isso economizamos energia, o que é uma
atitude ambientalmente correta e, em se tratando de instituição educacional, precisamos ensinar, também, pelo exemplo.
3. Lembramos que várias campanhas e ações estão sendo implantadas para diminuir a geração de resíduos, reduzir o
consumo de energia e reduzir o descarte de copos plásticos.
4. Assim, atitudes como apagar luzes, desligar ventiladores, projetores e computadores são necessárias e recomendáveis. Os
inspetores dos blocos estão sendo orientados para serem facilitadores dessas ações.
Sua colaboração é fundamental!
Agradecemos.
Jair Bordignon
Diretor Administrativo e
Mestrando em Gestão Ambiental
2. E-mail enviado para os professores em outubro de 2009
Prezado Professor,
No início deste ano foi entregue um controle para a melhor utilização do projetor multimídia das salas de aula e
laboratórios. Este e-mail tem o objetivo de pedir a sua colaboração para que a utilização do projetor seja cada vez mais eficaz.
É importante salientar a relevância para o meio ambiente, em termos de otimização de recursos e energia, que a
atitude do professor, ao desligar o projetor quando não utilizado, proporciona.
Gostaríamos de contar com a participação efetiva do professor para tornar o câmpus da Universidade Positivo mais
ambientalmente correto. Como integrantes de uma Instituição de Ensino, as nossas ação podem ser propagadas e
multiplicadas, potencializando a preservação e a qualidade do meio ambiente.
Nesse sentido, várias campanhas e ações estão sendo implementadas para diminuir a geração de resíduos e os
gastos de energia. Pretendemos diminuir o consumo de energia elétrica (luzes, ventiladores, projetores, computadores) nas
salas de aula. Os inspetores de cada bloco estão sendo orientados no sentido de serem facilitadores destas ações. Também
pretendemos diminuir a utilização/disposição de copos descartáveis, que representam uma parcela significativa nos resíduos
gerados no câmpus .
Conto com a sua colaboração, o meio ambiente agradece!
Muito Obrigado
Jair Bordignon
Diretor Administrativo e Mestrando em Gestão Ambiental
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3. Folder (tag) entregue com os copos retornáveis para os professores em outubro
de 2009
Prezado Professor,
Este copo que você está recebendo tem o objetivo de substituir o copo plástico. Essa ação pretende difundir a
consciência ambiental a nossos alunos e colaboradores.
Como formadores de opinião, devemos mostrar, por meio de um exemplo simples e prático, como podemos contribuir
para o futuro do nosso planeta.
Faço isso como colaborador da Universidade e como aluno do Mestrado em Gestão Ambiental, uma vez que
defenderei, no próximo ano, a dissertação intitulada: “Energia e resíduos: a educação ambiental na Universidade Positivo”.
Conto com a sua colaboração!
Muito obrigado.
Jair Bordignon
Diretor Administrativo e Mestrando em Gestão Ambiental
4. E-mail enviado para os professores em outubro de 2009
Dados sobre levantamento realizado em 2009
Cada vez mais, as grandes empresas devem se preocupar para que seu desenvolvimento seja sustentável. Este é o
objetivo com o qual a Universidade Positivo trabalha.
Apenas no mês de setembro de 2009, foram constatados os seguintes dados sobre a geração de resíduos e consumo
de energia no Câmpus:
• 6.000 copos descartáveis foram coletados na sala dos professores.
• 62% dos canhões de multimídia foram encontrados ligados após o término das aulas no período da manhã. Já no período
noturno esse número sobe para 73%.
• 50% das luzes ficam acesas após o término das aulas, nos dois períodos.
Colabore para que juntos melhoremos estes números. Reduza o consumo, utilize seu controle liga/desliga dos projetores
multimídia e desligue as luzes e ventiladores das salas após utilização.
Jair Bordignon
Diretor Administrativo e
Mestrando em Gestão Ambiental
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5. Correio interno Educação Ambiental enviado em março de 2010
Boa tarde,
A necessidade de conciliar o desenvolvimento econômico e preservação ambiental levaram à formação do conceito de
desenvolvimento sustentável, que surge como alternativa para o futuro do planeta, por isso devemos tratar com racionalidade
os recursos naturais para que o desenvolvimento econômico não seja predatório mas sim "sustentável".
Levantamentos realizados em nosso consumo de energia, detectamos um alto consumo, principalmente no período da
madrugada. Com o intuito de diminuir estes gastos desnecessários pedimos que:
- os computadores e impressoras sejam desligados no final do expediente;
- desligue as luzes, ar condicionado, ventiladores quando a sala estiver desocupada;
- visualizando algum vazamento em torneiras, descargas, favor comunicar a administração;
Responsáveis por cursos e departamento, favor passar para os professores e funcionários que não possuem Wise.
Sugestões e/ou dúvidas, estamos à disposição!
Obrigado
Jair Bordignon
Dir. Administrativo
Universidade Positivo
[email protected]
fone - 3317-3048
6. Informe do mês de maio de 2010 – “Pensando em sustentabilidade”
Pensando em sustentabilidade
A necessidade de conciliar o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental formam o conceito de
desenvolvimento sustentável. Pensando no futuro, devemos ter cuidado com os recursos naturais, para evitar o desperdício e
outros prejuízos.
Um levantamento de gasto de energia foi realizado dentro da Universidade Positivo e notaram-se alguns desperdícios.
Por isso, a UP está lançando a idéia de economizar energia pensando na preservação do meio ambiente. Você pode cooperar
com esse projeto, por meio de atitudes simples:
- Desligue os computadores, projetores e impressoras após o uso.
- Desligue luzes, ar condicionado ou ventiladores quando a sala estiver desocupada.
- Visualizando algum vazamento em torneiras ou descargas, avise um inspetor.
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7. Sustentabilidade publicada em 2 revistas de Curitiba no mês de maio de 2010
Universidade Positivo inicia campanha para diminuir o uso de copos plásticos
A instituição está distribuindo aos funcionários copos rígidos de plástico (não descartáveis)
Curitiba, 05/04/2010 - Não é segredo para ninguém que os plásticos prejudicam o meio ambiente. Não somente por seu tempo
de decomposição – ele demora até 100 anos para se degradar – mas, também, porque quando jogado em aterros prejudica a
decomposição dos materiais biologicamente degradáveis. Na tentativa de ampliar suas ações de sustentabilidade, a
Universidade Positivo deu início a uma campanha que visa diminuir o número de copos plásticos usados pelos funcionários da
instituição.
Desde o fim do ano passado, estão sendo distribuídos para professores e funcionários UP copos rígidos de plástico (não
descartáveis). “Essa iniciativa pretende difundir a consciência ambiental na instituição. Por meio desta atitude simples e prática,
podemos contribuir para o futuro do planeta, além de dar um bom exemplo para os alunos”, explica o diretor administrativo da
UP e idealizador do projeto, Jair Bordignon.
A ação faz parte da política de defesa do meio ambiente adotada pela Universidade Positivo, que já pratica a separação dos
resíduos por meio do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e da Saúde.
8. Treinamentos realizados
De três em três meses foram realizados treinamentos, palestras e
apresentações de vídeos para os funcionários, principalmente da inspetoria,
zeladoria, jardinagem e segurança, com o objetivo de mostrar o que está sendo
realizado em relação ao meio ambiente no câmpus e pedir a participação destes no
engajamento pelo sucesso dos programas implantados, visto que são estes os
interlocutores junto aos alunos e público em geral.

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