Elul 5772 / Tishri 5773 1

Transcrição

Elul 5772 / Tishri 5773 1
Elul 5772 / Tishri 5773
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Elul 5772 / Tishri 5773
Elul 5772 / Tishri 5773
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Elul 5772 / Tishri 5773
A Guemará (Yomá 22b) diz que o Rei Shaul cometeu um erro e foi castigado com a
perda do reinado. Já o Rei David cometeu dois erros, mas foi perdoado.
Nossos sábios trazem muitas explicações para elucidar a diferença entre os enganos
e os motivos de um ter sido castigado e outro não.
É óbvio que não nos cabe, nem é possível, julgar homens de tão elevada estatura
espiritual. Mas podemos tentar aprender com os atos de nossos antepassados.
Uma das explicações para a diferença na expiação do erro dos dois reis é dado a partir
da análise de suas reações quando confrontados com seus enganos. Esta análise traz um
ensinamento profundo no tocante ao conceito de teshuvá.
Quando o Rei Shaul voltou da guerra contra o povo de Amalec, o profeta Shemuel, a
mando de D’us, advertiu-o por não ter cumprido plenamente a ordem do Todo-Poderoso,
poupando o rebanho amalequita (Shemuel I 15:14-15). Mas o Rei Shaul não compreendeu
que havia pecado e tentou justificar seu erro. Shemuel não aceitou as explicações do rei e
repreendeu-o novamente (15:19-21): Novamente Shaul tentou se justificar e foi confrontado
com seu erro (15:22).
Somente então o rei percebeu seu erro e se arrependeu (15:24): “E Shaul disse a Shemuel: ‘Pequei, porque transgredi o mandamento do Eterno e as tuas palavras, porque temi
o povo, e dei ouvidos à sua voz’” .
O Rei David também foi repreendido por seu erro pelo profeta Natan, mas sua reação de arrependimento foi imediata, assim como seu perdão (Shemuel II 12:13): “E disse
David para Natan: ‘Pequei para D’us’. E disse Natan para David: ‘Também D’us tirou teu
pecado, não morrerás’” .
O grande comentarista Malbim explica que essa foi a diferença entre Shaul e David.
Enquanto o primeiro procurou justificar-se com explicações e desculpas, o segundo, apesar
de também possuir justificativas, entendeu e aceitou imediatamente seu erro, arrependendose plenamente. Assim, foi imediatamente perdoado.
Diz um ditado popular que “o acerto tem muitos pais, mas o erro é órfão”. A natureza
do ser humano é tentar justificar seus erros. No relacionamento do indivíduo com D’us, no
entanto, isso é intolerável. O primeiro passo para o verdadeiro arrependimento é a aceitação
de que erramos. Assim, o caminho para a teshuvá fica aberto e o perdão é certo.
O Malbim explica que, mesmo depois de reconhecer seu erro, Shaul continuou acreditando que suas justificativas eram válidas, ato que impediu uma teshuvá completa.
Nossos sábios dizem que no caso dos reis Shaul e David, ao contrário do que nos faz
crer a leitura superficial dos versículos, o reconhecimento do erro era de fato muito difícil
e suas desculpas justificadas. Isso explica o fracasso de um e nos dá uma pequena noção
do mérito do outro.
Para nós, que temos uma estatura espiritual muito menor que a dos reis de Israel, é
sempre muito difícil reconhecer e aceitar nossos erros. É muito provável, porém, que a
maioria de nós consiga recordar um erro cometido no passado que tenha sido justificado
com muitas desculpas. Talvez hoje, com a clareza de visão que o afastamento nos dá,
possamos perceber nossa culpa.
Que com a proximidade do Dia do Julgamento, dias de reflexão, possamos nos conhecer o suficiente e admitir totalmente nossos pecados; que nosso arrependimento seja
completo e nosso perdão imediato.
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Nº 121
Capa:
Shaná Tová!
Comemorando,
pág. 14.
14 Comemorando I
“Shaná Tová Umtucá”.
Rabino Jacob Garzon
16 Comemorando II
Expediente
projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente
editora: Maguen Avraham
tiragem: 11.500 exemplares
O conteúdo dos anúncios
e os conceitos emitidos nos artigos
assinados são de inteira responsa­bilidade
de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião da diretoria da
Congregação Mekor Haim ou
de seus associados.
Os produtos e estabelecimentos casher
anunciados não são de responsabilidade da
Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar
sobre a supervisão rabínica.
A Nascente contém termos sagrados.
Por favor, trate-a com respeito.
69 De Criança
Para Criança
“Perdão”.
Chayim Walder
Os costumes das refeições
das duas noites de Rosh
Hashaná em hebraico, com
tradução e transliteração.
30 Comemorando III
“A Teshuvá”.
Rabino I. Dichi
65 Datas & Dados
Datas e horários judaicos,
parashiyot e haftarot para os
meses de elul e tishri.
10 Espaço do Leitor
Seu espaço para
sugestões, críticas, idéias,
colaborações e novidades.
A sua colaboração é
fundamental para que a
Nascente possa concretizar
sua proposta, que é a de
informar, esclarecer e ser
um intermediário para a
implantação de sugestões
da coletividade.
32 Leis e Costumes I
“Leis Referentes à Sucá”.
Rabino I. Dichi
22 Dinheiro em Xeque
“A Sucá”.
A lei judaica sobre casos
monetários polêmicos
do dia a dia.
26 Especial
“Torá em Alta!”.
53 Leis e Costumes II
“Inserções na Amidá”.
Rabino I. Dichi
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18 Música
“Bacashot – Poesias
Judaicas”.
73 História em Quadrinhos
“Rabi Yechiel de Paris”.
63 Mussar
“Sobre o Mundo
Vindouro”.
Rabino Zvi Miller
62 Pensando Bem
“Pensamentos”.
52 Portal Judaico
Brasileiro
“Novidades do Portal
Judaico Brasileiro”.
42 Nossa Gente
Acontecimentos que foram destaque na colônia.
41 Variedades
“O Silêncio É Sábio”.
35 Personalidade
“Hagaon Maran Yossef Shalom Elyashiv zt”l”.
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Prezados Amigos,
De inteira personificação da vontade de fazer teshuvá completa, peço
desculpas em público à pessoa que magoei, transtornei e da qual passei por
cima de seus sentimentos.
Transgredi a importante virtude de
hacarat hatov – gratidão – que devo
a ela por tudo que já fez por mim até
hoje.
Sei que nada pode alterar o momento que cometi o erro. Porém, nossa
Torá afirma que só a teshuvá completa pode realizar esse grandioso “milagre”.
Prometo que mudarei meus atos,
controlando meus pensamentos, nervosismo e sendo mais esclarecedor em
meus atos, palavras e feições a partir
de agora.
Agradeço à revista Nascente pelo
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espaço cedido e por seu belíssimo trabalho!
Eduardo
São Paulo
*
*
*
Caros Amigos,
Gostaria, de forma pública, de
agradecer por todas as tefilot, ajudas
e solidariedade que, de forma oculta
ou revelada, foram realizadas por
ocasião da enfermidade da minha
esposa.
Não posso deixar de agradecer
também a eficientíssima ajuda de
toda a equipe da Hatzalá por sua
pronta e maravilhosa ajuda.
Desejo para todos, meus mais
profundos agradecimentos e votos
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Espaço do Leitor
de um novo ano repleto de bênçãos e
alegrias!
Ellis Yallouz
São Paulo
*
*
*
Prezado Editor,
É uma grande honra para mim
escrever uma carta para a revista
Nascente!
Nos idos de 1984, comecei a frequentar esta maravilhosa sinagoga,
a Congregação Mekor Haim, por ser
próxima à minha residência e por
precisar rezar e recitar o Cadish por
meu pai.
Achei tudo maravilhoso na sinagoga. A tefilá, as aulas para pessoas
de diversas idades e em horários
variados, além de muitas outras maravilhas!
Voltei em 1999 para recitar o
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Cadish quando minha mãe faleceu.
Encontrei mais fé, mais conhecimentos religiosos e mais paz espiritual
– mais maravilhas ainda do que em
1984!
Agradeço desde já o recebimento
da Nascente. As matérias com ensinamentos de Torá são ótimas. As
fotos dos eventos, casamentos, bar
mitsvá e Berit Milá, também são muito boas.
Gostaria de sugerir que os editores veiculassem matérias sobre
os imigrantes que participaram da
criação desta belíssima casa de D’us.
Como era sua vida em seu país de
origem, sua chegada ao Brasil, e a
época da construção da sinagoga.
Esta casa certamente tem histórias
que merecem ser narradas!
Shaná tová umtucá,
Luiz Sztajnbok
São Paulo
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Comemorando I
Shaná
Tová
Umtucá!
Rabino Jacob Garzon
Por que
Por que em Rosh Hashaná fazemos votos de
“shaná tová umtucá” – um ano bom e doce?
Poderíamos desejar “um ano bom e saudável”,
ou “um ano bom e feliz”!
Frequentemente, D’us nos envia “insinuações”
para corrigir nosso modo de proceder.
Quando termina um ano, pode acontecer de
afirmarmos que o ano decorrido foi um ano bom.
Ainda assim, podemos ter passado por alguns
“remédios” amargos, alguns dissabores da vida.
Portanto, quando desejamos um ano bom “e doce”,
manifestamos nossos votos de um bom ano com
remédios também doces.
Em Rosh Hashaná se costuma comer maçã com
mel.
O Povo de Israel foi comparado à maçã – “keta-
púach baatsê hayáar” – como uma bela maçã no
meio de uma floresta. Na floresta, onde não existem
maçãs, se reconhece a beleza de uma linda fruta.
O valor da soma das letras da palavra “devash”
– mel em hebraico – é o mesmo que o da soma das
letras de “Av Harachamim” – o Pai Misericordioso
– 306.
Quando comemos maçã com mel, fazemos
alusão à nossa intenção de clamarmos pela misericórdia do Todo-Poderoso ao mesmo tempo que
pedimos um ano doce, com doces decretos e doces
remédios.
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Comemorando II
Costumes das Refeições
das Noites de Rosh Hashaná
Após o Kidush, nas noites de Rosh Hashaná, costuma-se comer alimentos
que, pelos seus nomes, parecem ser um bom sinal para o ano que se inicia.
Cada um deve fazer conforme o costume de sua casa. Para não incorrer
no erro da superstição, nossos sábios instituíram sobre estes alimentos
pedidos que invocam o perdão e o arrependimento.
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Comemorando II
Obs.: Nos textos transliterados, onde houver asterisco, substituir pela letra “o”.
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Música
BACA
Poesias Y-áh Ribon
As bacashot são constituídas por uma
série de cantos e poesias que certas comunidades sefaradim costumam cantar
nos dias de Shabat.
A fonte desta prática não é certa.
Há quem diga que este costume foi instituído pelo famoso poeta judeu Rabi
Yisrael Nadjara zt”l. Este sábio viveu
na cidade de Tsefat, em Israel, há cerca
de 400 anos (1555-1628). Nesta época,
Tsefat era um grande centro de Torá e
lá viviam grandes sábios do nosso povo,
como o Arizal, notável estudioso da Cabalá e o Rabi Yossef Caro zt”l, autor do
“Shulchan Aruch”, o código judaico de
leis, entre outros. Rabi Yisrael Nadjara
foi um dos alunos do Arizal e, em seus
cantos, também se percebe a linguagem
da Cabalá.
Com o passar dos anos, muitas novas bacashot foram acrescentadas às já
existentes, por vários poetas dos países
orientais. Um dos grandes poetas da
nossa geração foi o Rabino David Bozaglo zt”l, que acrescentou vários cantos
de sua própria autoria. As composições
do Rav Bozaglo constam da série de bacashot cantadas pelos judeus provenientes do Marrocos. Estas bacashot estão
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Y-áh ribon alam vealmayá,
Ant hu Malcá Mêlech malchayá
Ovadê guevurtach vetimhayá
Shefar codamay lehachavayá
Shevachin assader tsafrá veramshá
Lach Elaká cadishá bará cal nafshá
Irin cadishin uvnê enasha
Chevat bará veof shemayá
Ravrevin ovadach vetakifin
Makich ramayá zakif kefifin
Lu yichyê guevar shenin alfin
La yeul guevurtach bechushbanayá
Elaká di lêh yecar urvutá
Peroc yat anach mipum aryavatá
Veapec yat amach migô galutá
Amach di vechart mical umayá
Lemicdashech tuv ulcodesh cudshin
Atar di veh yechedun ruchin venafshin
Vizamerun lach shirin verachshin
Birushalem carta deshufrayá
Agadelchá
Agadelchá, Elo-hê col neshamá
Veodechá berov páchad veemá
Beomdi toch kehalechá Tsur leromem
Lechá echrá veecof rosh vecomá
Rekiê rum halô natá vemivtá
Vehaárets yessadáh al belimá
Hayuchal ish chacor et sod yotsrô
Umi hu zê bechol kedmá vayama
Meromam hu alê chol pê velashon
Asher hifli veassá col bechochmá
Veyitgadal begoy cadosh veelyon
Veyitcadash shemêh rabá bealmá
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SHOT
Judaicas
D’us, Senhor deste mundo e de todos os mundos
Tu és o Rei, Que reina sobre os reis
Teus atos poderosos e maravilhas
É lindo declará-los perante Ti.
Elogios prepararei de manhã e à tarde
A Ti, D’us Santo, Que criou todas as almas,
Anjos santos e filhos do homem,
Animais do campo e aves do céu.
Grandes são Teus atos e muito fortes.
Rebaixa os arrogantes e endireita os curvos.
Mesmo se viver o homem milhares de anos
Não conseguirá enumerar os Teus atos poderosos.
D’us, a Quem pertencem a honra e a grandeza,
Resgata Tuas ovelhas das bocas dos leões
E traz Teu povo do exílio.
Teu povo que escolheste dentre todas as nações.
Volta para Teu santuário e ao Santo dos Santos,
Local no qual alegrar-se-ão espíritos e almas
E cantarão para Ti cantos e louvores,
Em Jerusalém, a cidade da beleza.
Engrandecer-Te-ei meu D’us, D’us de todas as almas
E agradecer-Te-ei cheio de medo e pavor
Em pé, em meio à Tua congregação, Protetor, para enaltecer.
A Ti ajoelhar-me-ei e inclinarei minha cabeça e meu tronco.
Os elevados Céus não moveste com Tua pronúncia?
E a Terra estabeleceste sobre os abismos!
Poderá o homem desvendar os segredos de seu Criador?
E quem será este em todo o leste e oeste?
Sublime é Ele acima de todas as bocas e línguas!
Que fez maravilhas e fez tudo com sabedoria.
E será exaltado num povo santo e elevado.
E será santificado Seu grande Nome no mundo.
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separadas conforme as parashiyot da
semana. Assim, a cada Shabat são cantadas uma série de canções diferentes,
chamadas “noba” e “kessida” – espécie
de poema cantado que conta o conteúdo
da parashat hashavua, a porção semanal lida na Torá.
Já entre os judeus provenientes de
Alepo – Chalab – na Síria, a série de
cantos é fixa, porém o “macam” muda
a cada Shabat. Os macamim (plural de
macam) são maneiras como os tons e
semitons se distribuem entre os graus de
uma escala, segundo os quais estão classificadas as melodias de origem árabe.
Nos dois últimos séculos, os chazanim – oficiantes – do Oriente Médio introduziram o uso de melodias orientais
nas orações de Shabat e dias festivos.
Liderada pelo chazan, a congregação
passou a participar e experimentar mais
alegria e mais profundas gratificações
espirituais durante os serviços religiosos. Esta tradição foi desenvolvida nas
recentes gerações por três grandes rabinos poetas: Mordechay Abadi, Raphael
Antabi Taboush e Moshê Ashear, que
compuseram poemas para inúmeras
melodias orientais. A maioria das cria-
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ções destes experts em poesia judaica e mestres da música oriental estão
compiladas no livro “Shir Ushvachá
Halel Vezimrá”.
O canto da bacashá é composto
por duas partes básicas: a “petichá”,
trecho inicial tirado do “Tehilim” e
recitado por uma única pessoa como
um solo, e a bacashá propriamente
dita, que é recitada por todos juntos. A petichá tem o intuito de dar
entrada, introduzir, no tom certo, o
macam da bacashá que será cantada
em seguida. Alguns chazanim “esticam” os versos da petichá, mudando várias vezes o macam, tornando
assim a petichá ainda mais bonita.
Para fazer isso de forma correta, não
é necessário apenas uma boa voz,
mas também um vasto conhecimento
dos macamim e das bacashot.
Algumas bacashot são acrósticos, ou seja, o conjunto das letras
iniciais de cada estrofe compõe verticalmente uma palavra ou frase. Um
exemplo famoso disto é a bacashá
“Yedid Nêfesh”. Nesta canção, as
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Yedid Nêfesh
Yedid nêfesh Av harachaman
Meshoch avdechá el retsonecha
Yaruts avdechá kemô ayal
Yishtachavê el mul hadarecha
Yeerav lô yedidotecha
Minofet tsuf vechol táam
Hadur naê ziv haolam
Nafshi cholat ahavatecha
Ana El ná refá na láh
Beharot láh nôam zivecha
Az titchazec vetitrapê
Vehaytá Láh simchat olam
Vatic yehemu na rachamecha
Vechussa ná al ben ahuvecha
Ki zê cama nichsof nichsafti
Lirot betifêret uzecha
Ele chamdá libi
Vechussa ná veal titalam
Higalê ná ufrôs chavivi alay
Et sucat shelomecha
Tair êrets mikevodecha
Naguilá venismechá bach
Maher ahuv ki vá moed
Vechonenu kimê olam
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Querido de alma, Pai misericordioso,
Atrai o Teu servo para a Tua Vontade.
Então correrá o Teu servo como o veado,
Prostrar-se-á frente à Tua Majestade,
A ele Tua amizade será mais doce
Do que o néctar do mel e todo o sabor.
Ó Majestoso, Formoso esplendor do Universo,
Minha alma está enferma por Teu amor.
Rogo-te, D’us, cura-a, por favor,
Mostrando-lhe a doçura de Teu esplendor.
Então ela fortalecer-se-á e restabelecer-se-á
E ser-lhe-á uma alegria eterna.
Ó Veterano! Que tua misericórdia seja despertada
E tem compaixão para com o filho de Teu amado,
Pois há muito que eu desejo intensamente
Ver a glória de Tua força.
Somente isso meu coração desejou.
Apieda-Te, por favor, e não Te oculta.
Revela-te, por favor, e estende, Querido, sobre mim,
O abrigo da Tua paz.
Ilumina a Terra com Tua honra.
Para que nos alegremos e nos rejubilemos em Ti.
Depressa, Amado, pois chegou a hora,
E tenha misericórdia conosco como dantes.
primeiras letras das estrofes se juntam formando o nome de D’us. Os
paytanim – poetas – usavam muitas
vezes este recurso para “assinar”
a bacashá. Desta forma, juntando
a primeira letra de cada estrofe,
forma-se o nome do compositor da
bacashá.
As bacashot constituem também
parte importante da literatura poética da língua hebraica. Isso mostra
que a linguagem da Torá, apesar
de ter sido usada apenas para assuntos sagrados, sempre foi bem
conhecida pelos seus estudiosos.
Com o decorrer dos anos, algumas bacashot se tornaram bastante
famosas. Apesar disso, muitas vezes, a beleza rara das suas palavras
e o seu conteúdo tocante não é
conhecido e apreciado pelo público
em geral. Por isso, trazemos, ao
lado, a tradução de algumas bacashot bastante conhecidas.
O Chazan Beni Nachum, de
Jerusalém, colaborou neste texto
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Dinheiro em Xeque
A Sucá
Todas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias
podem ser encontradas em nossos livros sagrados!
Quatro vizinhos
Quatro vizinhos resolveram construir juntos
uma sucá no pátio do prédio em que moravam.
É uma mitsvá para os homens dormirem
numa sucá durante os sete dias da festa de Sucot. Portanto, logo no primeiro dia da festividade, os quatro vizinhos foram dormir na sucá.
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um bebê!
Segundo os vizinhos, ele dormia como um...
trator. Como roncava!
Os outros três tentaram dormir. Mas para
eles era impossível dormir com tanto barulho.
Consta nos livros de leis judaicas – no Shul-
Para ser mais exato, tentaram dormir.
chan Aruch, na Mishná Berurá – que uma pes-
Para ser mais exato ainda, três deles ten-
soa que se sente muito incomodada pelo vento,
taram dormir. O quarto dormiu, de fato, como
por moscas e mosquitos ou coisas similares, está
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Dinheiro em Xeque
isenta de dormir na sucá.
dormir na sucá. Já que o seu próprio
Após inúmeras tentativas, os três
ronco não o incomodava, ele não podia
vizinhos foram dormir em suas res-
sair da sucá. Mas, estando os demais
pectivas casas, deixando o roncador
incomodados com o ronco, ficavam
dormindo sozinho na sucá.
automaticamente isentos da mitsvá e
No dia seguinte, os três se reuniram e chegaram à conclusão de que
não era justo o que ocorrera.
Eles foram conversar gentilmente
com o vizinho roncador. Argumenta-
poderiam dormir em casa.
Como fica a halachá neste caso? A
maioria vence ou os incomodados que
se mudem?
Quem está com a razão?
ram que eles também gostariam de
cumprir a mitsvá de dormir na sucá,
O Veredicto
mas que, com o ronco dele, isso era
No Tratado de Pessachim (89b) há
impossível.
uma passagem interessante:
Alegaram ao vizinho roncador que
Um grupo de pessoas juntou-se
eles três constituíam a maioria na so-
para comer o Corban Pêssach na época
ciedade e pediram para que ele fosse
do Bêt Hamicdash. Dividiram o valor
dormir em casa ou em outro lugar.
do animal por igual e cada um dos in-
Porém, o vizinho roncador respondeu que eles estavam errados.
O argumento do vizinho foi o se-
tegrantes do grupo pagou uma parte.
Porém, havia um deles que comia o
dobro do que os demais.
guinte: Ele era o único que, diante
Neste caso, conforme a Guemará,
das circunstâncias, tinha a mitsvá de
as pessoas do grupo têm o direito de
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Dinheiro em Xeque
expulsarem-no, devolvendo o dinheiro
sociedade. Certamente eles não se
pago, alegando que ele não faz parte
uniram para construir uma sucá para
do grupo.
dormirem fora dela e apenas o ronca-
Analisemos outro exemplo simi-
dor dentro.
lar:
Portanto, sendo a maioria, eles poImaginemos que, num condomínio
dem excluí-lo da sociedade e mandá-lo
de casas com um pátio em comum,
procurar uma outra sucá para dormir,
um dos condôminos traga um galo
devolvendo o dinheiro que ele inves-
e coloque-o no pátio. Se o galo fizer
tiu.
ruídos que atrapalham o sono dos vizinhos, eles, como maioria, têm o direito
de obrigar o dono do galo a retirá-lo
do pátio.
No caso da sucá, a própria sociedade foi constituída sob uma premissa
equivocada.
Os quatro indivíduos se uniram
para construir uma bela sucá com o
intuito de cumprir a mitsvá de dormir nela. Já que três dos sócios não
sabiam que o quarto roncava, ele não
pode ser considerado uma parte desta
24
Do semanário “Guefilte-mail”
([email protected]).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav
Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados
no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são
facilmente mal-entendidos. Qualquer
detalhe omitido ou acrescentado pode
alterar a sentença para o outro extremo.
Estas respostas não devem ser utilizadas na
prática sem o parecer de um rabino com
grande experiência no assunto.
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Especial
Torá em
Centenas de milhares de judeus come
cidades, por todo o mundo, o término e o
A 2.711ª e última folha do Talmud foi estudada por incontáveis judeus no última dia
2 de agosto, 14 de adar. Este foi o término do estudo do 12º ciclo de estudo do Talmud no
programa “Daf Hayomi” – Uma Folha por Dia.
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Alta!
moraram em dezenas de
reinício do estudo do Talmud
O “Daf Hayomi” teve início em Rosh Hashaná de 5684, há
89 anos, e foi idéia do Gaon Rabi Meir Shapira de Lublin.
O Talmud Babilônico é o texto central do judaísmo, da Torá
Oral. Contém as opiniões dos sábios judeus em uma variedade de assuntos tais como as leis judaicas, costumes judaicos,
direito, ética e filosofia. O Talmud é a base das interpretações
da Torá e contém também muitas histórias com lições de cunho
legal e moral.
Para celebrar a conclusão do estudo do Talmud, um trabalho de amor para aprender cada uma das 2.711 páginas estudadas em sete anos e meio, inúmeras instituições prepararam
maravilhosas comemorações. A maior de todas aconteceu no
MetLife Stadium em New Jersey, Estados Unidos, onde mais de
90.000 pessoas participaram do evento.
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Kruvien Images
Falando para os 20.000 espectadores
do Siyum Hashás no Estádio Maalot
Dafna em Jerusalém, o Gaon Rabino
Aharon Leib Steinman Shlita disse:
D’us precisa nos ajudar a atingir o
nível em que o propósito da vida
esteja nos mandamentos e na
aprendizagem da Torá. O homem deve
viver para cumprir os mandamentos
da Torá, e não “simplesmente” viver.
Yeshivá World News
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A “super mesa múltipla” de
honra preparada para os
rabinos no Siyum Hashás no
Estádio Teddy em Jerusalém
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O siyum Hashás
na Arena Yad
Eliyáhu em
Tel Aviv
Yeshivá World News
O Siyum
Hashás
em Londres
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Comemorando III
A Teshuvá
O mês de elul é uma grande oportunidade para
aproximarmo-nos a D’us
Rabino Isaac Dichi
A Mishná
A Mishná, no tratado de Rosh Hashaná (1:2),
particularmente, preocupe-se em “procurá-Lo”,
cita: “Berosh Hashaná col baê olam overin lefa-
arrependendo-se por seus erros e fazendo teshu-
nav kivnê maron” – em Rosh Hashaná todos os
vá o quanto antes. Desta forma, apressando-se
seres passam diante de D’us como “benê ma-
em retornar ao caminho correto, será benefi-
ron”.
ciado; assim como em um julgamento terrestre:
A Guemará (18a) traz três explicações para
este termo:
quando o juiz ainda não ouviu os transgressores
ele está mais calmo.
1. Como o rebanho que o pastor conta para
No livro “Shaarê Teshuvá” (1:3), consta que
tirar o dízimo – neste caso, os animais são for-
o atraso em fazer a teshuvá é característica dos
çados a passar, um a um, por uma porta estreita
“amê haárets” que “dormem”, sem a percepção
(Rashi).
e agilidade para “despertar”.
2. Resh Lakish diz que é como o caminho de
Sobre não demorar a retornar ao caminho
Bêt Maron que, por ser muito estreito, não per-
correto, a Guemará (Berachot 19a) diz que se
mitia que duas pessoas passassem juntas, para
alguém vê um talmid chacham – um estudioso
não caírem nos vales (Rashi).
da Torá – fazendo um pecado à noite, não deve,
3. Rav Yehudá, em nome de Shemuel, diz
que “benê maron” significa como os soldados do
na manhã seguinte, fazer deduções, pois, com
certeza, já fez teshuvá.
exército do Rei David, que eram contados um a
um, antes de saírem para a guerra.
Portanto, todos concordam que, em Rosh
30
Vejamos uma passagem do livro de Devarim
(30:11-14):
Hashaná, o Dia do Julgamento, cada um de nós
Porque este mandamento que Eu hoje te or-
passa sozinho diante do Todo-Poderoso. Rabá
deno, não te é encoberto nem está longe de ti.
Bar Bar Chaná explica que, apesar disso, o vere-
Não está nos Céus para dizeres: “Quem subirá
dicto de todos é decretado de uma só vez.
por nós aos Céus para nos trazê-lo e fazer-nos
O livro “Cochvê Or”, do Rabino Yitschac Bla-
ouvir para que o observemos?” Nem está além
zer, pergunta por que Hashem examina um a
do mar para dizeres: “Quem passará por nós
um de Am Yisrael. Não poderia D’us examinar
além do mar, para nos trazê-lo e fazer-nos ouvir,
todos de uma vez? Por acaso Ele já não conhece
para que o observemos?” Pois isto está muito
todos os pecados das pessoas mesmo antes do
perto de ti, na tua boca e no teu coração, para
julgamento? Por acaso, ao julgar cada yehudi,
que o observes.
D’us vai ficando cada vez mais furioso? O rabino
Rashi, baseado no Tratado de Eruvin 55a,
explica, então, que o Todo-Poderoso quis fazer o
explica que o termo “não está nos Céus” quer nos
Julgamento Celestial de forma parecida com o
ensinar que: mesmo que a Torá estivesse “nos
julgamento terrestre. D’us quer que cada yehudi,
Céus”, deveríamos ir buscá-la.
Elul 5772 / Tishri 5773
Comemorando III
O que a Torá quis nos ensinar com
esta passagem?
relata sobre uma época na qual D’us diz
que o povo chegou à situação em que
O Rav Shelomô Brevda, em seu li-
os lábios e a boca pronunciam as ora-
vro “Yemê Ratson”, traz um comentário
ções, mas o coração está distante; que
sobre estes pessukim, relatado no livro
as mitsvot são cumpridas sem nenhu-
Toledot Haadam:
ma emoção, sem vivacidade. Por isso,
Certa vez, o Gaon Rabi Shelomô
D’us diz ao profeta que acrescentaria
Zalman Mivolodjin zt”l queria estudar
desgraças ao povo e que a sabedoria
um livro que estava atrás de uma pesa-
desapareceria.
da estante. Para movê-la, seriam neces-
Sobre isso, o livro “Sedê Chêmed”
sários três homens. O sábio, entretanto,
explica também que, pelo fato de já
estava sozinho e começou a recitar o
estarmos acostumados a pronunciar o
versículo citado anteriormente – “Não
“Viduy” – a oração na qual relatamos
está nos Céus...” – e a explicação cita-
nossos erros – duas vezes por dia, não
da, que mesmo que estivesse nos Céus,
lhe damos a devida importância, nem
deveríamos buscá-la. Depois de recitar
sequer pensamos nas palavras que pro-
algumas vezes, sentiu-se fortalecido e
nunciamos.
conseguiu mover a estante sozinho.
O mês de elul traz uma grande opor-
Isso nos ensina que, apesar de cer-
tunidade para cada um de nós. Está es-
tas vezes nos parecer que a Torá está
crito no livro Mishnat Rabi Aharon que
longe de nós, que é impossível de cum-
o mês de elul é propício para o yehudi
pri-la, se nos esforçarmos e realmente
adquirir novas forças para subir espiri-
desejarmos, poderemos alcançá-la.
tualmente. Não devemos nos esquecer
O Toledot Aharon continua ex-
que sempre que nos acomodamos, as
plicando que nas últimas gerações, e
forças negativas tendem a nos rebaixar
principalmente nesta, a dedicação à
espiritualmente.
Torá e às mitsvot no mês de elul está
enquadrada nestas “bashamáyim hi”,
De tudo isso concluímos, portanto,
ou seja, mitsvot que parecem impossí-
que o mês de elul é uma época propícia
veis de serem realizadas.
para repensarmos nossas atitudes, que
quanto antes despertarmos, mais que-
No mês de elul devemos nos dedicar
ridos seremos aos olhos de Hashem e
à prática das mitsvot com mais energia
que possuímos um grande potencial in-
e intensificar a concentração nas ora-
terno, nem mesmo imaginado por nós,
ções. O profeta Yeshayáhu (29:13-14)
para alcançar altos níveis espirituais.
Elul 5772 / Tishri 5773
31
Leis e Costumes I
Inserções na Amidá
Alguns trechos inseridos em ocasiões especiais na Amidá.
Rabino Isaac Dichi
Assêret Yemê Teshuvá
antes de vihalelu vivarechu (ashkenazim: antes
Nos dez dias (de Rosh Hashaná até Yom Ki-
de vechol hachayim).
pur) denominados Assêret Yemê Teshuvá acres-
f) Acrescentamos uvsêfer (ashkenazim: bes-
centamos ou trocamos alguns trechos nas três
sêfer) chayim berachá veshalom... na berachá
amidot diárias e no Mussaf de Rosh Hashaná,
de Sim Shalom antes de baruch... hamevarech
de Shabat e de Yom Kipur:
et amô...
a) Acrescentamos zochrênu lechayim mê-
g) No final da Amidá e no final do Cadish
lech chafets bachayim... antes de mêlech ozer
(para os sefaradim somente do Cadish Titcabal
umoshia umaguen.
em Shachrit e Minchá e no Cadish Titcabal de
b) Acrescentamos mi chamocha av harachaman (ou “harachamim”*)... antes de veneeman
par. 38) fala-se ossê hashalom em vez de ossê
Atá lehachayot metim.
shalom.
* Nas seguintes orações recita-se “haracha-
Os itens a, b, e, f e g seguem a mesma regra
mim” em vez de “harachaman”: Mussaf de Sha-
no caso de esquecimento total: não é preciso re-
bat, Mussaf de Rosh Hashaná, Mussaf de Yom
petir a Amidá, mas se perceber antes de proferir
Kipur, Minchá de Shabat, Minchá de Yom Kipur
Hashem da bênção posterior, voltará para falar
que coincide com Shabat e Neilá de Yom Kipur.
a frase.
c) Na berachá de Atá Cadosh, em vez de con-
Por exemplo: se disse “mêlech ozer umoshia
cluir com Hael hacadosh, trocamos para hamê-
umaguen, baruch Atá” e nesse momento lem-
lech hacadosh.
brou que não disse zochrênu lechayim, voltará
d) Na berachá de Hashiva Shofetênu, em vez
de concluir com mêlech ohev tsedacá umishpat,
trocamos para hamêlech hamishpat.
e) Acrescentamos uchtov lechayim tovim...
32
Arvit de sexta feira – vide Caf Hachayim cap. 56
para zochrênu lechayim e continuará com mêlech ozer....
Com relação ao item c, caso tenha esquecido
de dizer hamêlech hacadosh e lembrou-se ime-
Elul 5772 / Tishri 5773
Leis e Costumes I
diatamente (toch kedê dibur) após ter
na. Se a pessoa esqueceu de recitá-lo
ta-se na Amidá o trecho Vatodiênu. Se
dito Hael hacadosh, corrigirá dizendo
não será necessário repetir a Amidá,
esqueceu aplicará as mesmas leis aci-
hamêlech hacadosh. Se já disse “Atá”
salvo se perceber que esqueceu antes
ma.
(de Atá Chonen) ou se demorou um
de pronunciar o nome de Hashem de
pouco (mais do que toch kedê dibur)
Baruch... chonen hadáat, quando dirá
a perceber ou se lembrou em qualquer
Atá Chonantánu concluindo com a
Nos seguintes jejuns: Tsom Gue-
lugar daqui para frente, voltará ao iní-
bênção Baruch... chonen hadáat. Se
dalyá (3 de tishri), Assará Betevet (10
cio da Amidá.
já proferiu o nome de Hashem deve
de tevet), Taanit Ester (13 de adar),
seguir em frente.
Shivá Assar Betamuz (17 de tamuz) e
Esta regra se aplica também para
alguém que esteja em dúvida se disse
ou não hamêlech hacadosh.
Anênu - Amidá Beláchash
Em motsaê Shabat que coincide
Tishá Beav (9 de av), quem estiver je-
com o início de um yom tov acrescen-
juando acrescentará na oração de Sha-
Com relação ao item d, caso tenha
esquecido de dizer hamêlech hamishpat
e percebeu logo, deverá corrigir imediatamente (toch kedê dibur), dizendo
hamêlech hamishpat.
Se lembrou após ter começado a
bênção seguinte:
Ashkenazim seguem em frente.
Sefaradim (há opiniões divergentes):
- Há os que procedem como os
ashkenazim e não voltam.
- Há os que procedem como o Bêt
Yosssef e retomam do início da berachá
de Hashiva Shofetênu.
Tudo indica que o costume dos sefaradim é não retornar, seguindo a regra de “safec berachot lehakel”.
Na berachá de Meên Sheva do Arvit de Shabat (Te)shuvá, o chazan recita hamêlech hacadosh em vez de Hael
hacadosh.
No caso de esquecimento, se lembrar antes de falar Hashem de Baruch Atá Hashem mecadesh hashabat,
voltará para Hamêlech hacadosh. Se
esqueceu totalmente de dizer, não será
necessário repetir.
Atá Chonantánu
Na berachá de Chonen Hadáat da
oração de Arvit de motsaê Shabat e
motsaê yom tov, acrescentamos um
trecho especial (Atá Chonantánu)
que expressa a diferença do Shabat
em relação aos outros dias da semaElul 5772 / Tishri 5773
33
Leis e Costumes I
chrit e Minchá (ashkenazim: somente
e Rofê Cholê Amô Yisrael, concluindo
em Minchá), na berachá de Shomea
com a berachá Baruch... haonê leamô
Tefilá, antes de dizer “ki Atá shomea
Yisrael beêt tsará.
tefilá”, o trecho Anênu Avínu Anênu
(ashkenazim: Anênu Ad-nay Anênu).
Se o chazan esquecer de dizer Anênu entre goel Yisrael e Refaênu:
Conclui-se este texto, como sempre,
- Se ainda não disse Hashem da
com a berachá de Baruch Atá Hashem
bênção de Baruch... rofê cholê amô
shomea tefilá (e não com Baruch Atá
Yisrael, voltará para Anênu.
Hashem haonê leamô Yisrael beêt tsa-
- Se já disse Hashem da bênção de
rá, que é uma berachá exclusiva do
Baruch... rofê cholê amô Yisrael, segui-
chazan na Chazará entre as berachot
rá em frente, e na bênção de Shemá
de Goel Yisrael e Refaênu).
Colênu dirá Anênu como na “Amidá
Se esqueceu não será necessário
repetir a Amidá.
Beláchash”, antes de dizer “ki Atá
shomea tefilá”, sem concluir com Ba-
Se perceber que esqueceu de recitar
ruch... haonê leamô Yisrael beêt tsará.
Anênu e estiver antes do último Yihyu
Ou seja, concluirá, como sempre, com
Leratson, dirá Anênu antes do último
a berachá de Baruch Atá Hashem sho-
Yihyu Leratson (mas não recitar logo
mea tefilá.
após a berachá de Shomea Tefilá).
Se esquecer de dizer também em
O trecho Anênu proferido na Amidá
Shomea Tefilá, dirá Anênu logo após
(particularmente) não é concluído com
“hamevarech et amô Yisrael basha-
uma berachá, mas encerra-se com as
lom”, sem concluir com Baruch... ha-
seguintes palavras: ...podê umatsil
onê leamô Yisrael beêt tsará.
bechol et tsará vetsucá. E segue-se
De acordo com o Caf Hachayim,
dizendo Ki Atá shomea tefilat col pê.
neste caso o chazan recitará Anênu
Baruch....
(sem concluir com Baruch... haonê leamô) após Yihyu Leratson. E depois de
Anênu - Chazará
Anênu deve repetir o Yihyu Leratson.
Na Chazará de Shachrit (inclusive
os ashkenazim, embora o público não
recite Anênu) e de Minchá, se houver
na sinagoga dez pessoas que estão jejuando (há opiniões que bastam seis ou
sete pessoas), o chazan dirá o trecho de
Anênu entre as bênçãos de Goel Yisrael
34
Do livro “Vaani Tefilá”.
Todas as fontes pesquisadas são citadas na
referida obra.
Os interessados podem adquirir
gratuitamente um exemplar na secretaria
da Congregação.
Elul 5772 / Tishri 5773
Personalidade
Hagaon Maran
Yossef Shalom
Elyashiv zt”l
Mais de 300.000
pessoas se reuniram
nas ruas de Jerusalém
no dia 18 de julho para
lamentar o falecimento
do Gaon Rabino Yossef
Shalom Elyashiv zt”l
aos 102 anos de idade.
O Rabino Elyashiv
O Rabino Elyashiv zt”l era o líder
indiscutível de Torá da comunidade
lituana e suas decisões legais
eram respeitadas igualmente pelas
comunidades ashkenazi, chassídica
e sefaradi ao redor do mundo. Era
considerado por muitos como a
autoridade máxima em halachá, a lei
judaica, de nossos dias. Apesar de sua
erudição excepcional e influência, Rav
Elyashiv não era líder de nenhuma
congregação, yeshivá ou comunidade
em particular.
Rav Elyashiv era o filho do Rabino
Avraham Erener e Chaya Musha,
Elul 5772 / Tishri 5773
35
Personalidade
36
a filha do rabino cabalista Shlomo
sogro, Elyashiv, por conselho do
Elyashiv, conhecido como “Báal
Chafets Chayim, Rabino Yisrael Meir
Haleshem”. Nascido em 2 de nissan de
Kahan de Radin, na Polônia.
5670 (10 de abril 1910) em Siauliai, na
Em 1929, Rav Elyashiv casou-
Lituânia, Rav Elyashiv era filho único,
se com Sheina Chaya Levin, filha
nascido após 17 anos de casamento
do estimado “Tsadic de Jerusalém”,
de seus pais. Eles chegaram em Israel
o Rabino Arie Levin. O casal teve
sob o mandato britânico em 1922,
12 filhos – criados e educados em
quando ele tinha 12 anos de idade.
seu modesto apartamento de dois
Seu pai adotou o sobrenome de seu
dormitórios no bairro de Meá Shearim,
Elul 5772 / Tishri 5773
Personalidade
desde muito jovem. Foi escolhido como
não manteve nenhuma posição oficial.
Na época de seu falecimento,
juiz (dayan) do Tribunal Rabínico do
Embora não tivesse escrito nenhuma
Rav Elyashiv tinha cerca de 1.000
Bêt Din Hagadol – o Tribunal Superior
obra, seus familiares e alunos
descendentes. Ele presenciou o
do Rabinato-Chefe de Israel – pelo
escreveram vários volumes de suas
nascimento de uma sexta geração,
rabino-chefe de Israel na época, Rav
decisões haláchicas e perspectivas
quando um de seus tetranetos teve um
Yitschac Herzog – que o dispensou dos
talmúdicas, enquanto Rav Elyashiv
filho em 2009.
exames rabínicos devido ao seu alto
dedicava todo o seu tempo aos estudos
e aulas diárias.
em Jerusalém.
Apesar de nunca ter estudado
nível de conhecimento e sabedoria.
numa yeshivá, ele era reconhecido
Ele renunciou ao cargo em 1972 e,
Durante seus anos no Bêt Din
como um gênio no estudo talmúdico
pelos 40 anos seguintes de sua vida,
Hagadol, Rav Elyashiv tinha direito
Elul 5772 / Tishri 5773
37
Personalidade
a um carro oficial. Ele declinou o
discípulo próximo ao Rav Elyashiv.
benefício, recusando-se a aceitar
“Ele não tinha segundas intenções ou
qualquer coisa que considerasse
interesses pessoais”.
não essencial. Em vez disso, fazia o
Nos últimos 80 anos desde seu
percurso de Meá Shearim até o centro
casamento, a agenda diária do rabino
da cidade a pé.
Elyashiv começava às duas e meia
Embora Rav Elyashiv fosse o líder
da madrugada e incluía de 16 a 20
espiritual do partido político Dêguel
horas de estudo intensivo de Torá –
Hatorá nos últimos 30 anos, ele só
apesar do fato de ter sido acometido
entrou para a política a mando do
por várias doenças ao longo de sua
grande rosh yeshivá, Rav Menachem
infância e vida adulta. Certa ocasião,
Mann Shach zt”l. Ele, pessoalmente,
membros de sua família perceberam
não se interessava pela política e só
que ele permanecia de pé durante suas
concordou em envolver-se porque
horas de estudo e perguntaram por
sentiu que era realmente necessário,
que ele não se sentava. Ele respondeu
como consta no Pirkê Avot (Ética dos
que, uma vez que estava cansado,
Nossos Pais): “Em um lugar onde não
temia que pudesse adormecer durante
há líderes, esforce-se para ser um”.
o estudo. Se ficasse em pé, com
“Ele tinha apenas um interesse –
38
certeza não cochilaria.
ajudar o Povo Judeu”, disse o Rabino
Rav Elyashiv recebia visitantes de
Nahum Eisenstein, rabino do bairro
várias partes do mundo diariamente,
Maalot Dafna em Jerusalém e um
além de rabinos e líderes políticos de
Elul 5772 / Tishri 5773
Personalidade
Israel, respondendo às suas complexas
por dia. Muitos eram rabinos de
perguntas haláchicas. Apesar de sua
renome mundial ou políticos. “Ele
idade avançada e da saúde frágil, ele
gostava de receber todos os que
continuou respondendo a perguntas
vinham a ele, tratando-os com
de rabinos de todo o mundo com
bondade e respeito, e pacientemente
lucidez total até seus últimos dias.
respondendo todas as perguntas sem
Mesmo quando estava hospitalizado,
apressar a pessoa que vinha procurar
continuou a levantar-se às 2h30m
o seu conselho”, Rav Hillel lembrou.
para seus estudos regulares.
“Ele também dava prioridade às
O Rabino Hillel Weinberg, rosh
senhoras e a suas perguntas”.
yeshivá da Aish Hatorá, certa vez
Rav Elyashiv fazia questão de
falou: “Ele era meticuloso em utilizar
nunca argumentar com qualquer
cada momento do dia para estudar
pessoa, a menos que sentisse que
Torá, mesmo durante as horas em
sua opinião pudesse ser seguida. Há
que recebia os visitantes. Quando
aqueles que atribuem a sua longa vida
uma pessoa saía da sala, antes da
ao fato de que nunca ficou bravo. “Ele
próxima entrar, os olhos do Rav
nunca disse a ninguém o que fazer”,
Elyashiv se voltavam para a página
disse o Rabino Eisenstein. “Se alguém
do livro à sua frente e sua atenção se
pedia sua opinião, ele ficava feliz em
focava totalmente sobre o assunto que
lhe dizer, mas se vinha para discutir,
estava estudando – a tal ponto que a
ele sempre se mantinha em silêncio”.
visita poderia ficar diante dele vários
Ele nunca levantava a voz e certamente
minutos até que ele percebesse que
nunca insultou ninguém. Mesmo que
alguém havia entrado na sala”.
não concordasse com algo que lhe
Em suas aulas e audiências, ele
dissessem, ele não dizia que estavam
frequentemente citava textos da Torá
errados, a menos que quisessem ouvir
pouco conhecidos inteiramente de
sua opinião. Muitas pessoas saíam da
memória. “Se você tem muito amor
reunião pensando que ele concordou
por algo, seu cérebro irá se lembrar”,
com elas – embora fosse justamente
explicou o Rabino Eisenstein. “Cada
o contrário – simplesmente porque
palavra da Torá era tão preciosa
ele permaneceu em silêncio. Por que
para ele, que ele nunca esquecia.
tentar convencer alguém de alguma
Seu prazer nesse mundo era estudar
coisa se ele sabia que não o ouviriam?
Torá”.
Ele só falava quando sentia que
Sempre que emitia uma decisão
poderia fazer alguma diferença.
legal, Rav Elyashiv fazia questão
Havia uma exceção a esta regra –
de examinar a questão por todos
seus alunos. “Ele era muito exigente
os prismas possíveis. Quando se
com seus alunos e nunca os apoiou
tratava de uma questão de tecnologia,
em algo que discordasse”, Rav
ele
peritos
Eisenstein relatou. “Ele não encobria
para pesquisarem o assunto com
seus equívocos e era rápido em dizer-
profundidade e depois lhe explicarem,
lhes se sentia que estavam errados,
de modo a assegurar-se de que havia
porque sabia que eles queriam que ele
compreendido totalmente os fatos
os orientasse”.
sempre
nomeava
antes de se pronunciar.
Uma vez, alguém acidentalmente
Apesar de sua agenda de estudos
empurrou o rabino em um evento que
muito ocupada, Rav Elyashiv recebia
estava superlotado. O homem ficou
dezenas, senão centenas, de pessoas
muito chateado e pediu permissão
Elul 5772 / Tishri 5773
39
Personalidade
para solicitar perdão ao rav. A
milhares de pessoas que rezaram pela
em troca deles. Quando percebeu
resposta do rabino foi que ele não
recuperação do Rav Elyashiv.
que os cheques não estavam sendo
depositados, ele começou a pagar em
sentiu nada e, portanto, não havia
“Ele desafiou as estatísticas
nada para pedir perdão. Ele sabia
médicas muitas vezes”, disse o Rabino
que, mesmo se perdoasse o homem,
Eisenstein. “Houve muitas vezes em
Um renomado especialista
ele ainda se sentiria mal. Então, em
que os médicos desistiram, mas ele
em coração dos Estados Unidos
vez disso, agiu como se o incidente
sempre se recuperava. Ele atribuía a
costumava examiná-lo sempre que
nunca tivesse acontecido.
sua recuperação às orações do Povo
estava em Israel, mas se recusava
Judeu em todo o mundo”.
a aceitar qualquer pagamento. No
Oito anos atrás, uma veia em
dinheiro.
seu coração rompeu-se e os médicos
O rav costumava receber inúmeros
bar mitsvá do filho do médico, Rav
disseram que havia duas opções:
convites para atuar como “sandac”
Elyashiv mandou comprar-lhe um
operá-lo imediatamente – e as chances
nas cerimônias de circuncisão
belo conjunto de livros, encadernados
de sucesso eram de apenas três por
diariamente. Mas, tradicionalmente,
a couro. Na primeira folha de
cento – ou não realizar a cirurgia,
só abria raras exceções em sua agenda
um dos livros, escreveu uma bela
mas ele viveria no máximo mais três
lotada. Depois de sua recuperação
dedicatória. Ele estava tão feliz de
dias. A decisão tinha que ser tomada
milagrosa oito anos atrás, no entanto,
poder finalmente retribuir ao médico!
imediatamente, e era um Shabat.
ele começou a aceitar todos os convites
“Foi provavelmente o melhor presente
Os parentes do rav viajaram para a
que recebia. Durante os últimos oito
que o menino recebeu”, disse o Rabino
casa do seu genro em Bnei Brak, o
anos de sua vida ele participou de
Eisenstein. “Mas o Rav Elyashiv não
Rabino Chayim Kanievsky, no próprio
três a cinco cerimônias de circuncisão
percebeu que a melhor parte foi a sua
Shabat, para ouvir sua opinião sobre
a cada dia. “Ele sentia uma enorme
dedicatória!”
o assunto. Ele determinou que não se
gratidão ao Povo Judeu por terem
Rav Elyashiv não quis que fizessem
fizesse nada. Na noite de sábado eles
rezado por ele. Assim, ele queria
discursos de lamentação em seu
descobriram um certo especialista nos
retribuir, tornando-se mais acessível”,
funeral e pediu para ser enterrado no
Estados Unidos que poderia cuidar do
disse o Rabino Eisenstein.
cemitério de Har Hamenuchot ao lado
assunto sem anestesia e sem cirurgia.
O Rabino Elyashiv não aceitava
de sua esposa – apesar do fato de uma
O médico, juntamente com sua equipe
presentes de ninguém. A cada ano,
sepultura já estar reservada no Monte
e instrumentos, foi levado para Israel.
o Rabino Eisenstein trazia-lhe um
das Oliveiras – o local tradicional de
Milagrosamente, o tratamento foi bem
conjunto com as quatro espécies para
sepultamento dos grandes luminares
sucedido. Todos puderam ver que D’us
a festividade de Sucot. Rav Elyashiv
da Torá.
respondeu às orações de centenas de
ordenou que ele aceitasse um cheque
40
Yehi zichrô baruch!
Elul 5772 / Tishri 5773
Variedades
O Silêncio É Sábio
Também um tolo, calado, será considerado um sábio (Mishlê 17:28).
O novo empregado
O novo empregado do rabino, Moishe, era uma pessoa
muito ignorante. Não tinha instrução.
– Como eu gostaria de ser uma pessoa sábia, respeitada como o senhor, rabino. – disse Moishe. – Nem que fosse
por alguns momentos...
– Se você fizer o que eu mandar, posso realizar este seu
desejo, Moishe. – disse calmamente o sábio.
– Claro! Claro que eu farei! Quando começo! – o empregado exclamou entusiasmado.
fletiam alguns.
Mais uma hora se passou e a curiosidade dos presentes
aumentava. “Só pode ser um grande erudito!”, comentavam.
Algumas pessoas o cumprimentavam ao passar por sua
mesa, mas ele nem desviava seus olhos do livro, conforme
recomendara o rabino.
Passadas cinco horas de “estudos”, algumas pessoas já
começaram a chegar no recinto para pedir uma bênção.
– Amanhã pela manhã. – disse o rabino. – Preste muita
Finalmente, Moishe fechou o livro, levantou-se e cami-
atenção. Vá até o centro de estudos. Não fale com ninguém.
nhou em direção à prateleira para devolvê-lo. No caminho,
Absolutamente nada! Pegue o maior livro que você puder
as pessoas se levantavam demonstrando respeito – seu de-
enxergar nas prateleiras. Sente em uma das mesas no can-
sejo havia se realizado.
to da sala e abra o livro em qualquer página. Fique olhando
para aquela página o tempo todo. Não mude de página,
não olhe para os lados nem converse com ninguém.
No dia seguinte, Moishe acordou cedo e foi para o centro de estudos. Fez tudo o que o rabino recomendara.
Já estava lá há duas horas olhando para a mesma
Um dos senhores presentes aproximou-se dele respeitosamente e perguntou:
– Desculpe-nos a intromissão, mas percebemos que o
senhor estava muito compenetrado estudando uma única
página. Será que o senhor poderia nos explicar uma parte
do seu estudo?
página daquele enorme livro. Ninguém sabia quem ele
Então Moishe quebrou o seu silêncio e disse:
era e de onde viera. Algumas pessoas perceberam quão
– Pois não. Eu sempre quis saber qual a letra mais fre-
compenetrado aquele homem “estudava” e começaram a
quente nestes enormes livros. Daí eu resolvi contar quantas
especular quem seria ele. “Seria um sábio famoso?”, re-
vezes cada letra aparecia em uma das páginas!...
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Portal Judaico Brasileiro
Novidades do Portal
Algumas das últimas inserções no Portal Judaico Brasileiro
Daf Hayomi
A grande novidade no Portal são as primeiras quarenta aulas de Guemará que seguem o
láfia. Mais cinco “Curtas e Boas”.
Cerca de 15 novos áudios com palestras do
Rabino Avraham Serruya em castelhano.
programa Daf Hayomi – uma folha do Talmud
por dia. As aulas sobre o Tratado de Berachot
Gente
ministradas pelo Rabino Daniel Faour estão dis-
Centenas de novas fotos e dezenas de filmes
poníveis em vídeos e também em arquivos de
áudio.
de eventos ocorridos no último bimestre.
Trinta e duas “novas” fotos antigas e quatro
filmes na nova Galeria Randômica Recordar.
Vídeos
Oito novos vídeos do R. Daniel Faour sobre
Selichot
parashat hashavua. Você Quer Enriquecer? Você
Três vídeos com as Selichot completas recita-
quer quatro dicas de como ter suas preces aten-
das por três diferentes chazanim. Selichot são as
didas?
orações acrescentadas pelos sefaradim durante o
mês de elul e os dez primeiros dias de tishri.
Áudios
Quatorze novas aulas sobre as leis de Shabat
Tefilot de Shabat
com o Rabino I. Dichi. Mais algumas aulas co-
Trinta e cinco opções de melodias do ma-
mentando o Pirkê Avot e outras sobre as famosas
cam nahuand para embelezar as orações de
“Hilchot Deot” do Rambam.
Shabat.
Vinte e quatro novos áudios do R. Daniel
Faour explicam, versículo por versículo, as parashiyot Shemot, Vaerá, Bô e Beshalach. Veja
os impressionantes comentários sobre as dez
Bar Mitsvá
Os mizmorim de Shabat, para os jovens que
se preparam para o bar mitsvá.
pragas do Egito, a Saída do Egito e a abertura
do Mar Vermelho.
Cinco palestras fantásticas de Clement Abou-
52
Favor não acessar a Internet nos shabatot e
yamim tovim.
Elul 5772 / Tishri 5773
Leis e Costumes II
Leis Referente à Sucá
Rabino Isaac Dichi
Quando construir
Se o secach não estiver encostando nas pa-
Assim que termina o Yom Kipur é mitsvá
iniciar a construção da sucá.
redes da sucá (estiver em um nível mais alto),
precisa ficar posicionado de forma tal que,
No dia seguinte deve-se dar continuidade e
subindo-se uma linha vertical imaginária da
parede até o secach (pelo lado interior da sucá),
terminá-la, se possível.
este não esteja a uma distância maior do que
A lei de lavud
23cm (fig. 2).
A construção da sucá baseia-se, muitas vezes, na lei de lavud: nossos sábios explicam, que
quando dois objetos estão a uma distância inferior a 23cm (sheloshá tefachim), consideramos
Figura 2
fechado o espaço existente entre eles.
A construção da sucá
A sucá deve ter, no mínimo, três paredes e
estas devem ser resistentes ao vento. As paredes
devem ter, pelo menos, um metro de altura e
não devem estar distantes do chão mais do que
23cm, sendo que estes são parte do metro de
altura (fig. 1).
As paredes da casa ou do pátio podem ser
utilizadas como paredes da sucá. Se as paredes
a serem utilizadas tiverem uma marquise, ela
não poderá ultrapassar a largura de 1,91m para
Figura 1
dentro da sucá (fig. 3) e não adianta colocar secach em cima ou embaixo dela.
Figura 3
Elul 5772 / Tishri 5773
53
Leis e Costumes II
Se as paredes não tiverem uma
Alguns legisladores sustentam que,
marquise, o secach não poderá es-
no caso de as paredes estarem cons-
O secach (cobertura da sucá) deve
tar distante das mesmas mais do que
truídas de acordo com a halachá de
ser composto de materiais que cres-
23cm (fig. 4).
lavud (com sarrafos por exemplo), a
cem na terra, que já foram tirados
sucá deverá possuir quatro paredes e
da terra e que não são suscetíveis a
não somente três. Se fizer somente três
receber tum’á – impureza. Portanto, o
paredes, duas pelo menos devem ser
secach deve ser de folhas ou galhos de
inteiriças, com toda a área fechada.
plantas já cortadas. Não se deve usar
Figura 4
Materiais do secach
Há outros que entendem que, mes-
como secach ferro ou outros materiais
mo possuindo apenas três paredes, as
como couro de animal e pedaços de
três podem ser confeccionadas confor-
madeira que faziam parte de uma cai-
me a halachá de lavud.
xa (figura 6).
De qualquer forma, nos casos dos
três parágrafos anteriores, deve-se sentar somente debaixo do secach.
As paredes da sucá podem ser
feitas com sarrafos. Estes sarrafos po-
Altura da sucá
dem estar distanciados uns dos outros,
Figura 5
contanto que não haja um espaço vazio
Figura 6
A altura da sucá não deverá exceder nove metros e meio, pois o secach
maior do que 23cm entre um e outro.
não pode estar distante do chão mais
Pois, como explicado acima, se entre um
do que 20 amot (aproximadamente
sarrafo e outro houver menos de 23cm,
Sucá ao ar livre
serão considerados como se estivessem
Não se pode montar a sucá debaixo
totalmente fechados, ou seja, “lavud”.
de um teto; ela deve estar ao ar livre (a
Os sarrafos poderão ser posicionados
céu aberto).
9,5m).
Colocar o secach depois das paredes
tanto na horizontal como na vertical,
Quando for necessário construir
Deve-se colocar o secach na sucá
contanto que atinjam 10 tefachim – um
uma sucá debaixo de uma árvore, deve-
somente após a construção das pare-
metro de altura (fig. 5).
se consultar um rabino.
des.
54
Elul 5772 / Tishri 5773
Leis e Costumes II
Espaço vazio no secach
Caso tenha colocado o secach antes
da construção das paredes, deve con-
Não pode haver um espaço vazio no
sultar um rabino sobre como proceder
teto da sucá maior de 23cm de largura
para poder utilizá-la em Sucot.
atravessando-a de um lado a outro. Se
isso acontecer, ela estará pessulá (inap-
Densidade do secach
ta), a não ser que em um dos lados haja
A sucá deve ser coberta com se-
três paredes e, sem considerar a outra
cach de forma que haja mais sombra
metade da sucá, ainda fiquemos com
na sucá do que claridade do Sol. Caso
uma sucá kesherá (apta para a mits-
contrário, estará pessulá (inapta para
vá).
a mitsvá).
O secach deverá ter interstícios suficientes para permitir que se vejam as
Porém, os espaços vazios pequenos, que são comuns no secach, não
a inutilizam.
estrelas de dentro da sucá. Porém, em
geral, assume-se que estrelas podem
Madeiras da sucá
ser vistas mesmo quando o secach é
As madeiras que foram usadas
denso, pois é muito improvável que o
para fazer a sucá não podem ser usa-
secach não tenha algumas aberturas.
das para quaisquer outros fins durante
Portanto, mesmo que tenha colocado
todos os dias de Sucot.
secach de forma que não consiga ver
as estrelas, estará kesherá (apta para
a mitsvá).
Alimentos pendurados
Da mesma forma, todos os alimentos que são pendurados na sucá como
Secach passul
adorno, não podem ser consumidos du-
Caso houver secach passul (impró-
rante todos os dias de Sucot, mesmo
prio) na sucá e ele for de largura igual
que caiam. Se caírem durante o Shabat
ou maior a 32cm, se ele atravessar a
ou o yom tov, não podem nem mesmo
sucá de um lado a outro, a sucá estará
ser removidos, pois são considerados
pessulá (a não ser que de um dos la-
muctsê.
dos haja três paredes e, portanto, mesmo sem considerar a outra metade da
sucá, resta uma sucá kesherá).
Lençois
Com relação aos lençóis que são
Se ele tiver uma largura inferior a
pendurados nas paredes da sucá, é
32cm, a sucá será kesherá e, inclusive,
correto que antes do início do primeiro
poderá se sentar debaixo dele segundo
yom tov (antes do pôr do Sol) se faça
algumas opiniões. Outras discordam.
uma condição dizendo: “Eni bodel
mehem col ben hashemashot” – Não
O apoio do secach
me desvinculo deles durante todo o ben
De preferência, não se deve apoiar
hashemashot (e talvez precise removê-
o secach sobre coisas que recebem
los), e assim, se chover ou houver algum
tum’á – sobre materiais dos quais não
perigo de roubo, pode-se retirá-los.
se pode fazer secach – como metais,
Nestes casos, deverá se cuidar em
plásticos ou madeiras que fazem par-
não fazer nó ao colocar os lençóis, mas
te de uma caixa ora desmontada. Caso
fazer somente um laço, para que possa
não tenha outros elementos para apoiar
retirá-los no yom tov.
o secach, poderá usá-los.
Para todas as opiniões é permitido
apoiar o secach em muros e paredes.
Elul 5772 / Tishri 5773
Enfeites do teto
Todos os adornos que forem pendu55
Leis e Costumes II
rados no teto da sucá, devem ser colo-
diários de Sucot).
há esta obrigação na segunda noite).
cados nos 31 centímetros próximos ao
Durante chol hamoêd pode-se ti-
Comendo uma porção de cazáyit
secach (figura 7), ou então, devem ser
rar os enfeites da sucá para que não
(aproximadamente 20g) estará cum-
pendurados nas paredes da sucá.
se estraguem na chuva (mesmo sem
prindo a mitsvá. Mas como há opiniões
a condição citada em relação aos len-
que se deve comer um pouco mais de
çóis). Porém, não para usá-los – só para
cabetsá (medida equivalente a duas ve-
guardá-los.
zes o cazáyit), é preferível que se esforce em comer um pouco mais de cabetsá
Inscrições nas embalagens
Os enfeites em cujas embalagens
Figura 7
de pão (aproximadamente 40g).
Deve-se comer pão (hamotsi) para
consta serem para datas ou feriados
cumprir a mitsvá e não mezonot. Esta
não judaicos, podem ser usados para
porção deve ser consumida no interva-
enfeitar a sucá. O mesmo se dá com ve-
lo de 4 minutos, que é o prazo de “kedê
las em cuja embalagem consta algo li-
achilat perás”. Este intervalo também
gado com avodá zará – idolatria. Estas
é observado para o consumo da matsá
velas podem ser usadas normalmente,
nas duas primeiras noites de Pêssach.
contanto que não tenham sido usadas
Esta porção deve ser consumida
anteriormente para avodá zará.
depois do anoitecer e antes de chatsot
(o meio da noite).
Chol hamoêd
Comer pão na sucá
Mesmo que a pessoa possua outra
É mitsvá da Torá comer uma por-
sucá, não deverá destruir a sucá nos
ção de pão na sucá na primeira noite de
Quando estivermos fazendo a mits-
dias de chol hamoêd (os dias interme-
Sucot (e fora de Êrets Yisrael também
vá, devemos pensar que estamos sen-
56
Pensamento durante a mitsvá
Elul 5772 / Tishri 5773
Elul 5772 / Tishri 5773
57
Leis e Costumes II
tados na sucá por determinação do To-
arroz, carne, peixe, queijo e líquidos
do-Poderoso, como é necessário fazer
em geral, inclusive vinho, é permitido
todas as vezes que estamos cumprindo
consumir qualquer quantidade fora da
alguma mitsvá, tanto da Torá quanto
sucá.
derabanan (prescrição rabínica).
Devemos pensar também que estamos cumprindo este preceito para
No entanto, a pessoa que não beber
nem mesmo um copo de água fora da
sucá é digna de louvor.
lembrarmos o Êxodo do Egito e, ainda,
Porém, se estiver no meio de uma
em recordação das nuvens Divinas que
refeição com pão, não deverá comer ou
acompanharam e protegeram o nosso
beber nada fora da sucá no decorrer
povo no deserto. Quanto a isto, há opi-
desta.
niões que sustentam que o pensamento
citado é absolutamente indispensável
para o cumprimento da mitsvá.
Refeições de Shabat e yom tov em
Sucot
A pessoa que estiver impedida de
Outras refeições de Sucot
comer na sucá nas outras refeições de
Nas outras refeições de Sucot (ex-
Shabat e de yom tov (exceto nas duas
ceto a primeira e segunda noite) é per-
primeiras noites de Sucot), deverá co-
mitido comer uma porção até cabetsá
mer pão fora da sucá, pois é mitsvá
de pão fora da sucá, assim como é per-
comer pão nas três refeições de Shabat
mitido comer uma porção de até cabet-
e nas duas refeições de yom tov. Porém,
sá de massas em geral, como: biscoi-
deverá comer fora da sucá, em cada
tos, bolos, macarrão (e todo alimento
refeição, somente o shiur de cazáyit
feito de trigo, cevada, aveia, centeio ou
(aproximadamente 20g) de pão (que é
espelta). Porém, se uma pessoa quiser
permitido comer fora da sucá), mas não
consumir mais de cabetsá dos alimen-
mais de cabetsá (o dobro do cazáyit).
tos citados acima, terá de consumi-los
na sucá. Com relação à berachá de Leshev Bassucá, vide adiante.
Com relação a frutas, legumes,
58
A berachá de Leshev Bassucá
Faz-se a berachá de Leshev Bassucá sempre que comer mais de cabetsá
Elul 5772 / Tishri 5773
Leis e Costumes II
de pão na sucá.
de mezonot.
a berachá de Leshev Bassucá depois da
Sobre os alimentos cuja berachá é
Toda vez que, conforme citado aci-
berachá de Borê Peri Haguêfen (Hagá-
Borê Minê Mezonot, o costume sefara-
ma, for necessário fazer a berachá de
fen para ashkenazim), antes de beber
di é de não fazer a berachá de Leshev
Leshev Bassucá, é correto pensar em
o vinho.
Bassucá mesmo quando comer mais
isentar com a berachá as outras ati-
Na primeira noite de Sucot deve-
do que a porção de cabetsá na sucá
vidades feitas na sucá até a próxima
se recitar primeiro Leshev Bassucá e
(apesar de ser proibido comer mais de
refeição com berachá, como: refeições
depois Shehecheyánu, pois o Shehe-
cabetsá fora da sucá).
de legumes, carnes, ou o simples fato
cheyánu nesta noite se refere à sucá
de sentar-se na sucá ou de dormir.
(mitsvá que fazemos de ano em ano) e
Só a fazem quando comem o shiur
sobre o yom tov. Ou seja, a berachá de
de “keviut seudá” (que é o shiur de 4
betsim – ou 8 vezes um cazáyit) de me-
Se esquecer de fazer a berachá
Shehecheyánu é feita depois das duas
zonot como bolo, biscoito, macarrão,
Nos casos em que é necessário re-
outras berachot e se refere a ambas:
ou qualquer alimento que é de trigo,
citar a berachá de Leshev Bassucá e a
à berachá relacionada com o yom tov
cevada, aveia, centeio ou espelta.
pessoa esquecer de recitá-la, enquanto
(Mecadesh Yisrael Vehazemanim) e à
Já o costume dos ashkenazim é
não terminar sua refeição (mesmo que
relacionada com a sucá (Leshev Bas-
fazer a berachá de Leshev Bassucá
não comerá outro shiur de cabetsá) po-
sucá).
quando comem mais do que o shiur de
derá fazer a berachá.
Na segunda noite, porém, deve-se
Se estiver em dúvida se recitou ou
recitar Shehecheyánu após a berachá
rem a berachá devem ter a intenção
não a berachá de Leshev Bassucá, não
de Mecadesh Yisrael Vehazemanim e
que ela se refere à refeição e também
fará a berachá.
antes de Leshev Bassucá pois, nesta
betsá de mezonot na sucá. Ao recita-
noite, a berachá de Shehecheyánu se
ao fato de estarem sentados na sucá.
Convém permanecerem na sucá mais
Quando se faz a berachá
algum tempo após fazerem a refeição
Toda a vez que houver Kidush, fará
Elul 5772 / Tishri 5773
refere somente ao yom tov.
Nos dias em que não há Kidush,
59
Leis e Costumes II
deve-se fazer a berachá de Leshev
ao fazerem o Kidush e comerem a por-
Bassucá após a berachá de Hamotsi,
ção de pão necessária na primeira noi-
antes de comer o pão. Entretanto, há
te, não recitam a berachá de Leshev
outras opiniões que, neste caso, se fará
Bassucá.
primeiro a berachá de Leshev Bassucá
e depois a berachá de Hamotsi.
O livro “Mishná Berurá” escreve,
em nome de alguns legisladores, que
nesta situação é correto esperar uma
Se chover
ou duas horas para ver se a chuva pas-
O Bêt Yossef, o legislador seguido
sa. Se a chuva não passar, deve-se fazer
pelos sefaradim, sustenta não haver
o Kidush e comer o pão na sucá sem
diferença da primeira noite para os
recitar a berachá de Leshev Bassucá.
outros dias de Sucot. Se chover, em
Assim se comportam os ashkenazim.
ambas oportunidades, a pessoa estará
Há sefaradim que machmirim (são
isenta da sucá – e poderá comer inclu-
rigorosos) em aguardar uma ou duas
sive pão fora da sucá – se a intensida-
horas como o citado acima, mas evi-
de da chuva for tamanha ao ponto de
dentemente que se comerem na sucá
estragar a comida.
com chuva, também não farão a bera-
Porém, há outras opiniões que
sustentam que na primeira noite é necessário comer na sucá mesmo com
60
chá de Leshev Bassucá.
O acima citado se refere à segunda
noite também.
chuva, e esta é a opinião do Remá,
Na primeira e segunda noite, tanto
legislador seguido pelos ashkenazim.
os que comerem em casa por causa da
Mesmo estes, que seguem esta opinião,
chuva, como os que comerem na sucá
Elul 5772 / Tishri 5773
Leis e Costumes II
com chuva, caso a chuva termine, de-
Os sefaradim fazem a berachá de
verão comer outra vez uma porção de
Leshev Bassucá em pé e depois se sen-
cabetsá (aproximadamente 40g) e um
tam.
pouco mais de pão na sucá fazendo a
berachá de Leshev Bassucá.
Dormir na sucá
Nos dias em que a alimentação na
Da mesma forma que é necessário
sucá não é obrigatória (isto é, exceto a
comer na sucá, é necessário dormir na
primeira e segunda noite), se chover ao
sucá e, inclusive, é proibido cochilar
ponto de que a comida se estragaria na
fora da sucá. Quando estiver choven-
chuva, estará isento da sucá e poderá
do, da mesma forma que estamos isen-
inclusive comer pão fora da sucá.
tos de comer na sucá, estamos isentos
Porém, neste caso, deverá sair da
sucá de cabeça baixa e triste por não
poder cumprir a mitsvá.
Se uma pessoa estava comendo
na sucá e foi necessário retirar-se por
causa da chuva, ou se começou a comer em casa porque chovia, exceto nas
de dormir nela.
Se estiver fazendo frio ou ventando, ou se a pessoa estiver isenta de comer na sucá, estará também isenta de
dormir nela.
Se estiver resfriado também estará
isento de dormir na sucá.
refeições das duas primeiras noites,
não será necessário regressar para a
sucá nesta refeição; poderá terminar
sua refeição em casa mesmo se a chuva parar.
Elul 5772 / Tishri 5773
Do livro
“Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot”.
Todas as fontes pesquisadas são
citadas na eferida obra.
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Pensando Bem
62
Elul 5772 / Tishri 5773
Mussar
Sobre o Mundo Vindouro
Seu crescimento pessoal depende dos
maravilhosos ensinamentos do mussar
Rabino Zvi Miller
Rabi Yaacov
“Rabi Yaacov costumava dizer: ‘Uma ‘bri-
– desde o início dos tempos até o seu momento
sa’ de contentamento no Gan Êden (Mundo
final – e ofereçamos esta “pílula do momento
Vindouro) é melhor do que toda a vida deste
supremo” a um único indivíduo.
mundo’ (Pirkê Avot 4:22)”.
Este incomensurável momento de prazer
Um dos pilares do judaísmo é que o Todo-
terreno é o que a mishná acima chamou de
Poderoso nos concederá no Mundo Vindouro a
“toda a vida deste mundo”. E o mais incrível:
recompensa eterna pelas mitsvot que realiza-
Um momento de alegria espiritual no Gan Êden
mos aqui.
excede em muito este super momento de prazer
O prazer e a felicidade no Gan Êden estão
terreno!
muito além da compreensão humana: “Um
A mishná nos ensina que até mesmo “uma
momento de felicidade espiritual do Mundo
‘brisa’ de contentamento no Gan Êden é melhor
Vindouro é melhor do que toda a vida deste
que toda a vida deste mundo”. Esta brisa pode
mundo.”
ser comparada a um rei que faz um banquete
Como podemos ter uma idéia deste concei-
real em seu palácio. Naquele momento, um
homem carente passa pela frente do palácio e
to?
Imaginemos que fossem comprimidos em
desfruta o aroma delicioso que o vento traz da
um único momento todos os prazeres que al-
festa do rei. Este é o significado de uma “brisa
guém desfrutou durante todo o curso de sua
de Gan Êden”.
vida, bem como todos os prazeres que todos os
O menor nível de alegria no Gan Êden é
seus amigos tiveram durante suas vidas tam-
maior do que todo aquele momento que chama-
bém.
mos de “toda a vida deste mundo”.
Imaginemos também que este “super momento de prazer” fosse concedido para uma
Baseado no livro “Michtav Meeliyáhu”,
única pessoa desfrutar. Dá para imaginar o seu
escrito pelo Rabino Eliyáhu Eliêzer Desler
nível de felicidade e prazer?
(Rússia e Israel, 1891-1954)
Numa segunda etapa, acrescentemos a esse
“super momento de prazer” todas as alegrias
Esforço e Recompensa
que todos os habitantes daquela cidade tive-
Nossos sábios nos ensinaram que, enquanto
ram durante suas vidas. Em seguida, somemos
ainda estamos nesta existência física, é impos-
todos os prazeres que cada habitante do país
sível imaginarmos o maravilhoso esplendor do
teve durante o curso de sua vida. Finalmente,
Gan Êden. Embora isso seja verdade, não seria
acrescentemos a esse “grande momento” todos
maravilhoso se houvesse alguma imagem con-
os prazeres de todos que viveram neste planeta
ceitual que nos desse um vislumbre da quanti-
Elul 5772 / Tishri 5773
63
Mussar
dade inestimável de recompensa que
dote, faria qualquer outra coisa senão
magnitude da recompensa aumenta
nos aguarda lá?
meticulosamente cumprir a vontade
exponencialmente com o nível de di-
Divina?
ficuldade exigido para se executar a
Depois de Moshê Rabênu ter ins-
mitsvá.
truído seu irmão Aharon a acender
Todos os dias de sua vida, Aharon
a Menorá, a Torá escreve (Bamidbar
Hacohen esteve imerso e absorto na
Se, até mesmo a mais ínfima fra-
8:20): “E Aharon fez como D’us orde-
Torá, no cumprimento das mitsvot e
ção de dificuldade, amplifica as re-
nou a Moshê”. Rashi, o grande comen-
no aperfeiçoamento de seu caráter –
compensas, quanto mais então um
tarista da Torá (França, 1040–1104)
a um ponto tal que todo o seu ser se
esforço intenso produzirá uma abun-
explica que este versículo exalta o
consagrou para o Criador. Poderíamos
dância de recompensas incalculáveis
louvor de Aharon – que ele não se
supor que, para um homem da estatu-
para quem o realizar.
desviou das instruções que Moshê lhe
ra de Aharon, seguir ordens simples
Agora que o Todo-Poderoso re-
deu.
não seria motivo de grandes créditos.
velou a Sua fórmula de como Ele re-
Tendo em conta que acender a
Porém, este versículo nos revela exa-
compensa as Suas criaturas, podemos
Menorá (candelabro do Templo Sa-
tamente o oposto: O Todo-Poderoso
aplicá-la a cada uma das mitsvot que
grado) não era particularmente difí-
elogiou, valorizou e recompensou
fazemos – da mais fácil à mais difícil.
cil, nem implicava qualquer despesa
Aharon imensamente mesmo por este
As mitsvot que realizamos nos garan-
monetária por parte de Aharon – este
esforço aparentemente menor de não
tem uma recompensa gloriosa, infinita
versículo necessita de esclarecimento.
se desviar das especificações do man-
e eterna!
Qual o significado de a Torá elogiar
damento.
Baseado no livro “Ohr Rashaz”,
Aharon pela realização de um ato re-
Podemos entender, a partir disso,
lativamente fácil que o Todo-Poderoso
como é grande a recompensa pelo
do Rabino Simcha Zissel Ziv
o ordenou que fizesse? Será que pen-
desempenho de uma mitsvá que exi-
(Lituânia, 1824-1898), conhecido
saríamos que Aharon, o sumo sacer-
ge esforço ou gasto de dinheiro. A
como Alter de Kelm
64
Elul 5772 / Tishri 5773
Datas e Dados
5772
19 de Agosto a
16 de Setembro de 2012
Elul
ROSH CHÔDESH
Sábado e domingo, dias 18 e 19 de agosto.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.
Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.
Acrescenta-se a oração de Mussaf.
SELICHOT – PRIMEIRO DIA
Sefaradim: Segunda-feira, 20 de agosto.
Ashkenazim: domingo, 9 de setembro (no primeiro
dia, costumam recitar selichot a partir de chatsot,
o meio da noite de sábado.
BIRCAT HALEVANÁ
PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi): Sexta-feira, 24 de agosto, a partir de 18h23m (horário para São Paulo).
Final: Toda a noite de sexta-feira e madrugada de sábado, 1º de setembro, até as 2h35m (horário para São
Paulo).
5773
Tishri
17 de Setembro a
16 de Outubro de 2012
ROSH HASHANÁ
Segunda e terça-feira, 17 e 18 de setembro.
Os dois dias de Rosh Hashaná são dias de julgamento, quando a sorte dos seres humanos é decidida para a
vida, saúde, bom sustento e alegria ou, D’us nos livre, para o contrário. Nestes dois dias, a Torá nos ordena
ouviros toques do shofar (chifre de carneiro) a fim de despertar-nos do nosso sono, da nossa indiferença
e fazer-nos voltar ao caminho de D’us. Após Minchá do primeiro dia de Rosh Hashaná costuma-se
realizar a oração de “Tashlich”.
JEJUM – TSOM GUEDALYÁ
Quarta-feira, 19 de setembro.
Início: 4h48m - Término: 18h31m.
O governador Guedalyá, filho de Achicam, foi morto,
o que marcou a extinção da “última brasa” judaica
em Israel e levou ao exílio.
SHABAT SHUVA
Dia 22 de setembro.
O Shabat entre Rosh Hashaná e Yom Kipur,
no qual se lê uma haftará especial – Shuva Yisrael.
BIRCAT HALEVANÁ
PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi): Sábado, dia 22 de
setembro, a partir das 8h57m (horário para São Paulo).
Final: Toda a noite de sábado e madrugada de domingo,
30 de setembro, até as 5h48m (horário para São Paulo).
Elul 5772 / Tishri 5773
VÉSPERA DE YOM KIPUR
Terça-feira, 25 de setembro. Não se recita
Tachanun em Shachrit e Minchá.
65
Datas e Dados
YOM KIPUR
Quarta-feira, dia 26 de setembro.
Início: terça-feira, 25 de setembro, às 17h43m.
Término: sábado, 26 de setembro, às 18h44m.
Este dia sagrado foi destinado ao perdão e purificação do Povo de Israel. Devemos nos empenhar em fazer
teshuvá a fim de merecermos a misericórdia Divina.
Todos os judeus, homens a partir de treze anos e mulheres a partir de doze anos, são obrigados a jejuar
neste dia – desde vinte minutos antes do pôr-do-sol da véspera, até depois do aparecimento das estrelas da
noite seguinte – e guardar a santidade do dia, cujos preceitos são iguais aos do Shabat, além de abster-se de:
• Comer e beber (qualquer quantidade). O doente deve consultar um rabino sobre a maneira de alimentar-se.
• Calçar sapatos de couro (os de borracha, tecido ou plástico são permitidos).
• Usar cosméticos, perfumes e untar-se com óleos ou cremes.
• Lavar-se (exceto partes do corpo que ficam sujas).
• Manter relações conjugais.
A partir de Yom Kipur, até o fim do mês, não se fala Tachanun.
SUCOT
De segunda-feira, 1º de outubro , até terça-feira, 9 de outubro.
A Torá nos ordena transferir nossa residência nos sete dias de Sucot para uma morada provisória,
coberta de folhagens. Esta cabana precisa ser construída ao ar livre, debaixo do céu, e ter, ao menos,
três paredes de no mínimo 1 metro de altura. Outro mandamento de Sucot é segurar os arbaat haminim
(as quatro espécies) todos os dias, exceto Shabat.
Yamim Tovim - os dois primeiros dias: segunda e terça-feira, 1º e 2 de outubro.
Chol Hamoed - os dias intermediários: 3 a 6 de outubro.
Hoshaná Rabá - domingo, 7 de outubro.
Na noite de Hoshaná Rabá, sábado, dia 6 de outubro, e madrugada do dia 7, costuma-se ficar acordado
estudando o “ticun” dedicado a este dia. No Shachrit, costuma-se dar sete voltas ao redor da bimá
segurando os arbaat haminim e acrescenta-se partes específicas na tefilá, conforme consta no machzor.
SHEMINI ATSÊRET E SIMCHAT TORÁ
Yamim Tovim - segunda e terça-feira, 8 e 9 de outubro.
Shemini Atsêret é um yom tov independente de Sucot. Nas duas noites de Shemini Atsêret, 7 e 8 de outubro,
deve-se recitar Shehecheyánu no Kidush. Fora de Êrets Yisrael senta-se na sucá durante todo o primeiro dia de
Shemini Atsêret, porém não se faz a berachá de Leshev Bassucá. A partir de Mussaf do primeiro dia de Shemini
Atsêret começa-se a recitar mashiv harúach nas Amidot. No segundo dia de Shemini Atsêret, denominado
Simchat Torá, não se pode mais sentar na sucá. Em Simchat Torá, 9 de outubro, termina-se e recomeça-se
imediatamente a leitura da Torá. Isto é comemorado fazendo-se as hacafot, voltas em torno da bimá,
segurando a Torá e dançando com grande alegria no dia e na véspera.
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Elul 5772 / Tishri 5773
Datas e Dados
24 de agosto -17h33m
31 de agosto -17h35m
07 de setembro-17h38m
14 de setembro-17h40m
16 de setembro-17h40m
17 de setembro-a partir de 18h41m
21 de setembro-17h42m
25 de setembro-17h43m
28 de setembro-17h44m
30 de setembro-17h45m
01 de outubro -a partir de 18h45m
05 de outubro -17h47m
07 de outubro -17h48m
08 de outubro -a partir de 18h48m
12 de outubro -17h50m
19 de outubro -17h53m
Parashat Hashavua
25 de agosto -
01 de setembro -
08 de setembro -
15 de setembro -
22 de setembro -
29 de setembro -
06 de outubro -
13 de outubro -
20 de outubro -
Parashat: Shofetim
Haftará: Anochi Anochi
Parashat: Ki Tetsê
Haftará: Roni Acará
Parashat: Ki Tavô
Haftará: Cúmi Ôri
Parashat: Nitsavim
Haftará: Sôs Assis
Parashat: Vayêlech
Haftará: Shuva Yisrael (sefaradim)
Parashat: Haazínu
Haftará: Vaydaber David Lashem (sefaradim)
Parashat: Reê Atá Omer Elay (chol hamoed Sucot)
Haftará: Vehayá Bayom Hahu
Parashat: Bereshit
Haftará: Cô Amar Hakel
Parashat: Noach
Haftará: Roni Acará
Horário das Tefilot
Selichot -De segunda a sexta-feira - 05h30m e 06h30m.
Aos domingos e feriados - 06h30m.
Shachrit -De segunda a sexta-feira - Três minyanim: 20 min. antes do nascer do Sol, 06h20m e 07h30m.
Aos sábados
- 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (ashkenazim)
e 08h40m (infanto-juvenil).
Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol e 07h30m.
Minchá -De domingo a quinta
- 15 min. antes do pôr-do-sol.
Arvit -De domingo a quinta
- 10 min. após o pôr-do-sol e 19h00m.
Minchá de Êrev Shabat
24 de agosto-17h33m
31 de agosto-17h35m
07 de setembro-17h38m
14 de setembro-17h40m
21 de setembro-17h42m
28 de setembro-17h44m
05 de outubro-17h47m
12 de outubro-17h50m
19 de outubro-17h53m
Minchá de Shabat
25 de agosto-17h10m
01 de setembro-17h15m
08 de setembro-17h15m
15 de setembro-17h20m
Elul 5772 / Tishri 5773
22 de setembro-17h20m
29 de setembro-17h25m
06 de outubro-17h25m
13 de outubro-17h30m
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Datas e Dados
Tabela de Horários • Elul 5772 / Tishri 5773
Outubro
Setembro
Agosto
Alot
São Dia HasháPaulo char
19 5:21
68
20
21
22
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25
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03
04
05
06
07
08
09
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11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
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5:20
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5:15
5:15
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5:10
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5:07
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Nets
Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá
Zeman Hachamá
Minchá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá
Tefilin (nasc. Sol) de alot de alot a do nets de alot do nets Chatsot Guedolá de alot do nets do nets de alot (pôra tset tset (72m) à shekiá a tset à shekiá
a tset à shekiá à shekiá a tset do-sol)
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16:44
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16:47
16:46
16:47
16:47
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16:48
16:48
16:48
16:48
16:48
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16:50
16:50
16:49
16:50
16:50
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De Criança para Criança
Perdão
Chayim Walder
Meu nome é Shuki.
Minha história começa há quase dois anos atrás, quando estava na quarta série.
A cada recreio, todas as classes de nossa escola corriam para a quadra, tentando
“pegá-la” para um jogo.
Geralmente os “grandes” – da sexta, sétima e oitava série – pegavam a quadra
e nós tínhamos que nos contentar com um cantinho qualquer. Muito raramente conseguíamos brincar lá.
Um dia, nosso professor nos liberou um minuto antes do sinal. Corremos em direção à quadra e começamos a brincar.
De repente, apareceu um grande grupo de garotos da sétima série e começaram
a jogar na quadra, como se não estivéssemos lá. Protestamos, gritamos, mas eles nos
ignoravam com desprezo.
Resolvi agir. Num dado momento, peguei a bola com a qual estavam jogando e
atirei-a por cima da cerca...
David, da sétima série, correu para pegá-la. Ao voltar com a bola na mão, seu
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rosto estava vermelho de raiva, seu nariz estava franzido, seus olhos soltavam faíscas
e se fixaram em mim com um olhar ameaçador.
Ele se aproximou e chutou a bola em mim com uma força violenta.
Só me lembro que, de repente, foi como se o mundo tivesse virado.
Desmaiei.
Ao acordar de meu desmaio, o diretor estava curvado sobre mim. Seu rosto
parecia muito preocupado. Ele e outro professor me carregaram para o escritório e
lavaram meu rosto delicadamente.
Percebi que quase não enxergava com um dos olhos. Entendi que meu ferimento
era grave.
Uma ambulância que fora chamada ao local levou-me ao hospital e, depois de
vários exames, determinaram que eu sofria uma grave hemorragia no olho.
Meu pai chegou mais tarde. Ele parecia pálido e preocupado. Tentei dar-lhe um
sorriso, mas não consegui muito. Papai conversou com os médicos em voz baixa e voltou
para mim, com o rosto extremamente preocupado.
Depois do tratamento que fizeram em meu olho, enfaixaram-no com um enorme
curativo. Também cobriram meu outro olho, para que eu não me esforçasse demais.
Adormeci. Dormi por um dia inteiro. Ao acordar, senti que os raios de sol acariciavam meu rosto. Era muito estranho sentir-se como um cego.
De repente, ouvi um ruído ao meu lado. Perguntei:
– Quem está aí?
Não houve resposta. Perguntei novamente:
– Quem está ao meu lado?
Ouvi passos distanciando-se rapidamente de meu quarto e, então, o silêncio voltou.
Depois de quinze minutos meu pai entrou no quarto, perguntou como eu estava me
sentindo e me preparou para a visita dos médicos.
Assim foram passando os dias. Todo dia, às quatro e meia da tarde, sentia que
alguém se sentava ao meu lado, sem dizer nada e sem fazer ruído.
Resolvi ser esperto. No dia seguinte, às quatro horas, levantei um pouco o curativo
de meu olho bom, de forma que pudesse ver um pouquinho para fora. Quando chegou
a hora certa, entrou, com passos hesitantes... David!
Ele se sentou ao meu lado. Pude ver como seu rosto estava triste e preocupado.
Ele me olhou de perto, observou meu rosto inchado, enquanto lágrimas enchiam
seus olhos. Ele não sabia que eu podia vê-lo também.
Lembrei-me de seus olhos enraivecidos quando chutou a bola em mim.
“Ele está ressentido”, pensei. “Se tivesse pensado antes, não teria ocorrido o acidente que está me fazendo sofrer tanto”.
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Numa voz dura, disse-lhe:
– Quero que o visitante saia daqui imediatamente!
David surpreendeu-se; seu rosto ficou vermelho. Ele se aproximou de meu leito e
disse:
– Sou eu, David. Queria lhe pedir perdão. Sinto muito pelo que aconteceu...
Ele hesitou um pouco, mas continuou:
– Agi como um garoto perverso e sinto-me envergonhado.
Não respondi.
Ele perguntou:
– Você me perdoa, Shuki?
Continuei em silêncio.
David virou-se, sem saber o que fazer, e começou a andar em direção à saída.
Antes que ele sumisse do quarto, chamei-o:
– David!...
Ele parou, voltou-se e retornou a mim com passos cautelosos.
– Sente-se, David – pedi. Ele se sentou. O silêncio voltou.
– Eu o perdoo, David – disse-lhe, depois de alguns momentos.
– Obrigado – disse David, sem encontrar outras palavras para acrescentar. Depois, levantou-se e disse:
– Estou indo, Shuki – e dirigiu-se novamente à saída.
Chamei-o: – David!...
Ele se voltou.
– Você virá amanhã também? – perguntei.
Ele sorriu e exclamou: – Claro!
No dia seguinte, David veio na mesma hora, logo depois do término das aulas.
Começamos a conversar e percebi que, apesar de eu estar na quarta série e ele,
na sétima, ele me tratava como se eu tivesse a sua idade e contava-me uma série de
coisas que aconteciam em sua classe. Eu também lhe contei, esforçando-me para que
fosse interessante e não infantil, para que ele não ficasse enjoado.
Nossa conversa foi interrompida quando meu pai entrou. Ele olhou para nós e
sorriu.
– Vocês se entenderam?
– Sim! – respondemos juntos.
– Como você sabe quem ele é? – perguntei ao meu pai.
Papai me contou que, no mesmo dia em que fui ferido, David apareceu, chorando
e tremendo de remorso e tristeza, pedindo para entrar no meu quarto. Desde então,
todos os dias, ele se sentava ao meu lado, para ver como eu ia melhorando. David tinha
pedido ao meu pai que não revelasse quem ele era. Meu pai fez sua vontade.
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Passaram-se duas semanas e eu fiquei totalmente bom.
Voltei à escola.
Desde então, nós somos bons amigos. Inseparáveis.
Passou-se um ano. Eu passei para a quinta série e David, para a oitava.
Começamos a estudar juntos, todo Shabat. No início, David estudava comigo a
matéria que eu tinha estudado durante a semana, depois tentou me ensinar o que ele
estava estudando. No final das contas, decidimos estudar uma outra guemará, sem
ligação com a escola.
Nossa amizade ficou cada vez mais forte. Nossos colegas se acostumaram e ninguém mais se espantava ao ver-me junto com David o dia todo.
David está terminando a oitava série e vai para uma yeshivá em outra cidade. Eu
vou para a sexta série e não sei o que farei sem ele. Decidimos continuar mantendo
contato por telefone e cartas, quando contaremos um ao outro sobre nossas experiências e estudos.
É muito difícil para mim me separar de meu melhor amigo, mas fico reconfortado
sabendo que a amizade nunca será interrompida.
A vocês, crianças, queria dizer que minha história e seu final feliz ensina quão valorosa é a palavra “perdão”. David me contou como foi difícil para ele dizer esta palavra.
No entanto, a dificuldade foi pequena se comparada a todas as coisas que ele ganhou
com isso; acima de tudo – uma amizade verdadeira!
Tradução de Guila Koschland Wajnryt
Permissões exclusivas para a Nascente
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