FIBROMIALGIA: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO
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FIBROMIALGIA: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO
VII Jornada Científica Faculdades Integradas de Bauru - FIB ISSN 1980-5543 2012 FIBROMIALGIA: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO Kaique César de Paula silva¹, Rosangela Timóteo², Narciso Almeida Vieira³, Ana Aparecida Gomes4. ¹ Aluno de Biomedicina – Faculdades Integradas de Bauru – FIB – [email protected] ² Aluna de Biomedicina – Faculdades Integradas de Bauru – FIB – [email protected] ³ Professor do curso de Biomedicina – Faculdades Integradas de Bauru – FIB – [email protected] 4 Bibliotecária –Hospital de reabilitação de anomalias crânio faciais – USP. Grupo de trabalho: Biomedicina Palavras chaves: Fibromialgia, Diagnóstico e Tratamento, Dor Crônica. INTRODUÇÃO: A fibromialgia é uma síndrome clínica de difícil diagnóstico na qual ocorre a manifestação de dores por todo corpo. Acomete com mais frequência mulheres entre 30 e 50 anos. Segundo o American College of Rheumatology (ACR) a fibromialgia é classificada por: dor crônica e generalizada do corpo durante pelo menos três meses, e de 11 a 18 pontos sensíveis à palpação [7]. Para muitos médicos a síndrome é caracterizada também pela fadiga excessiva, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, síndrome do colón irritável, cefaleia constante, transtornos cognitivos, transtornos de memória, cistite crônica em mulheres, e aumento de peso, entre outras disfunções. A frequência é de 2% na população geral, sendo responsável por aproximadamente 15% das consultas em clinicas de reumatologia e de 5% à 10% em ambulatórios e clinicas gerais. A proporção maior de mulheres para homens é clara, aproximadamente de 6 a 10:1 [6]. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho foi verificar as principais características clínicas, os critérios para diagnósticos e tratamento da fibromialgia por meio de uma revisão sistemática da literatura. RELEVÂNCIA DO ESTUDO: Estudos originais que utilizam os recursos informacionais, modernos e tradicionais demonstram sua eficácia quando segue uma metodologia sistemática, assim, o trabalho realizado poderá identificar evidências cientificas que auxiliem nas decisões de saúde. Neste sentido, o presente estudo buscou informações de alta qualidade sobre a fibromialgia para ajudar leigos, estudantes e profissionais das diversas áreas da saúde. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi utilizada a base referencial Pubmed com o seguinte descritor “fibromialgya tratament and diagnostic" no período de cinco anos, meta análise, sendo recuperadas ao total 32 referências. Como base textual foi feito um levantamento de dados no SciELO com o mesmo descritor " fibromialgia tratamento e diagnostico", filtros de índice geral e local Brasil, com um total de 13 artigos encontrados. Também foi feita uma busca manual recuperando informações de livros e outros trabalhos monográficos no âmbito da reumatologia. Foram selecionadas as referências que focavam os principais aspectos clínicos de diagnóstico e tratamento. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO: Se a fibromialgia é uma síndrome de origem reumática, psiquiátrica ou neuroendócrina ainda não se sabe, porém a difusão de seu estudo tem se fechado prioritariamente no âmbito da reumatologia, fisioterapia e psicologia devido aos aspectos depressivos e ansiosos apresentados pela maioria dos pacientes. Entretanto, tais aspectos podem ser explicados pelos níveis abaixo do normal de serotonina [5]. O quadro clínico da fibromialgia costuma ter caráter multifocal, mesmo o paciente apresentando dor difusa e crônica como sintoma principal, sendo que o tipo da dor é bastante variável, como uma queimação, fisgada ou lassidão nos músculos. É comum agravamento dos sintomas por fatores ambientais, tensão emocional ou por esforço físico [6]. O diagnóstico é clínico, portanto não há evidências laboratoriais mensuráveis ou por imagem [3]. A ACR descreve os pontos dolorosos como “tender points”, se o paciente tiver dor irradiada em onze ou mais desses pontos há três meses e com sintomas de irritabilidade, cefaleia e sono não reparador, já é considerado um caso de fibromialgia. Cerca de 56% a 86% dos acometidos pela síndrome sofrem de VII Jornada Científica Faculdades Integradas de Bauru - FIB ISSN 1980-5543 2012 distúrbios do sono e tendem a se sentir fatigados diariamente [4]. Para se obter um diagnóstico preciso é necessário realizar exames clínicos com um profissional especializado, já que sua relação com outras síndromes funcionais é frequente. Deve se também fazer uma investigação prévia dos medicamentos utilizados pelo paciente, pois a artralgia, mialgia e a fadiga podem ser efeitos colaterais ou adversos da medicação. O tratamento ameniza os sintomas para que os pacientes tenham uma melhor condição de vida. O uso de antidepressivos e indutores do sono é eficaz para fibromialgia ao diminuírem os sintomas associados aos distúrbios do sono. O uso de miorrelaxantes e analgésicos combinados aos opióides neuropáticos tendem a afetar os receptores de serotonina e noradrenalina para aliviar a dor [3]. Além das medidas farmacológicas os tratamentos alternativos como fisioterapia, acupuntura, eletroterapia, pilates e atividades física diária com moderação corroboram para tratar a dor, além de reduzir a depressão, alivia as instabilidades de humor, melhorando a autoestima do paciente [1,2]. CONCLUSÂO: A Fibromialgia é uma síndrome de diagnóstico eminentemente clínico, caracterizada por quadro de dor musculoesquelética crônica associada a variados sintomas. Pode ser confundida com outras patologias de caráter reumático e psicológico. A fibromialgia ocorre principalmente em mulheres, não havendo evidências científicas que explique tal associação. Os sintomas estão diretamente ligados ao psicológico do paciente e aos níveis de serotonina. No âmbito profissional esta síndrome tem sido estudada principalmente pelas áreas da reumatologia, fisioterapia e neurologia. A dor crônica pode ser aliviada com analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos neuropáticos. Os medicamentos que afetam os receptores de serotonina e noradrenalina são mais eficazes para diminuir a dor e melhoram a qualidade do sono [1,2,4]. REFERÊNCIAS: 1. BRAZ, Alessandra de Sousa et al. Uso da terapia não farmacológica, medicina Alternativa e complementar na fibromialgia. Rev. Bras. Reumatol. , São Paulo, v 51, n. 3, Junho 2011. 2. GOLDEMBERG, Evelin, O coração sente, o corpo dói: como reconhecer e tratar a fibromialgia, 6.ed, SP; Atheneu, 2008. 3. KAZIYAMA, Helena H.S et al, Síndrome fibromiálgica,Dor é coisa séria, Vol.01, nº02, março de 2005, 03-16 p. 4. LAWRENCE J.; LEVENTHAL, MD. Management of Fibromyalgia. Annals of Internal Medicine. 1999 Dec;131. 5. LEON CHAITOW , Síndrome da Fibromialgia, Um guia para tratamento. 1.ed, SP; Manole, 2000. 6. PROVENZA.JR et al. Projeto diretrizes: Fibromialgia [s.n.t]. Disponível em: <http://www.unifesp.br/grupos/fibromialgia/fibromialgia.pdf>.Acesso em 07 de agosto de 2012. 7. WOLFE F et al. O Colégio Americano de Reumatologia de 1990, os critérios para a classificação de fibromialgia: relatório da Comissão Critérios Multicenter. Rheum artrite. 1990, 33 :160-72 p.
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